N.º 8 NOVEMBRO 2021
BIOHEITOR
REVISTA ESCOLAR DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA BIOLOGIA 12ºANO
REPRODUÇÃO HUMANA GAMETOGÉNESE E FECUNDAÇÃO
MÉTODOS CONTRACETIVOS
INFERTILIDADE
FICHA TÉCNICA:
Título: BioHeitor Edição: Número 8 Ideia original e Curadoria: Mónica Ramôa monica.ramoa@sapo.pt (+351) 965 103 989
Logótipo: Mélanie Matthey-Doret e Simão Gonçalves Capa: José Pedro Fernandes Fotografia capa: Colin Behrens por Pixabay
Apoio técnico digital/informático: Sílvia Martins e José Pedro Fernandes
Responsável científico-pedagógico: Mónica Ramôa Entidade responsável: Escola Secundária Frei Heitor Pinto www.aefhp.pt (+351) 275 331 228 gabinete-diretor@aefhp.pt Autores: Amélia Daniel, Beatriz Santos, Carolina Duarte, Catarina Lopes, Daniela Maia, Duarte Amorim, Joana Quelhas, Joana Martinho, João Galvão, Lara Cancelinha, Laura Rodrigues, Leonardo Viegas, Leonor Vicente, Lucas Valezim, Marcos Carvalho, Margarida Saraiva, Maria Antunes, Maria Mendes, Mariana Morais, Martim Raposo, Martim Silva, Oriana Ferraz, Tomás Rolo, Yuri Assunção. Local: Covilhã e ESFHP Data: Ano letivo 2021/2022 – Novembro 2021
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Índice
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Gametogénese e Fecundação: Catarina Lopes, Leonardo Viegas, Lucas Valezim
O que é a reprodução humana? A reprodução humana é o mecanismo essencial para a perpetuação e diversidade da espécie assim como para a continuidade da vida. Os gâmetas são os veículos de transferência dos genes para as próximas gerações. (Araújo et al. 2007) Fig. 1 - Feto humano
O que é a gametogénese?
O que é a fecundação?
A gametogénese é a formação dos gâmetas masculinos e femininos, neste caso, o óvulo (oócito) e o espermatozoide, o seu estudo divide-se em áreas distintas chamadas de espermatogénese para o estudo dos gâmetas masculinos e oogénese para os femininos. A formação dos gâmetas ocorre pela meiose das células germinativas. (Moore, Persaud, Torchia, 2016)
Pode-se definir a fecundação como “uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozoide e um oócito e termina com a mistura dos cromossomas maternos e paternos”. (Moore, Persaud, Torchia, 2016, p. 57)
Oogénese: Fig. 3 - Espermatozoide
Fig. 2 - Óvulo
A espermatogénese é o processo pelo qual ocorre a formação dos espermatozoides, os gametas masculinos. Esse processo ocorre no interior das glândulas sexuais, no sexo masculino, são os testículos, dentro dos túbulos seminíferos, a partir de células germinativas percursoras. (Becher, Rafaela et al. 2018)
A oogénese consiste na formação e na diferenciação das células germinativas primordiais até à formação do oócito haploide fecundado, a mulher tem uma população finita de oócitos, que se encontram presentes no ovário desde o momento do seu nascimento. (Fair, 2003) e (Bessa, 2013) Fig. 4 - Formação do óvulo
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Espermatogénese:
Fig. 5 - Formação do espermatozoide
Tipos de gémeos: Os gémeos distinguem-se em dois grupos: os gémeos dizigóticos e os gémeos monozigóticos, essa distinção é realizada pela forma como estes são concebidos.
Gémeos monozigóticos Os gémeos monozigóticos, que também são conhecidos como gémeos idênticos, são formados "no período entre 1 e 14 dias depois da fertilização, quando um único zigoto sofre desenvolvimento irregular, dando origem a dois indivíduos que são considerados idênticos do ponto de vista genético" (Beiguelman, 2008, p. 20). Eles são considerados assim, porque possuem o mesmo DNA. Contudo, não possuem a mesma matéria, embora esta tenha código genético igual, ocupam lugar e espaço diferentes. (Ribeiro, H.M., 2019)
Gémeos dizigóticos
Métodos de reprodução assistida: A reprodução humana assistida é o conjunto de profissionais especializados com o escopo de, por meios artificiais, tornar viável a união de gâmetas masculinos e femininos, permitindo a partir daí a conceção de um ser humano, por pessoas acometidas por problemas de infertilidade ou esterilidade. (Almeida, 2016) Inseminação artificial intrauterina Consiste em depositar os espermatozoides capacitados em laboratório, seja ele do parceiro ou doador no útero, utilizando um cateter sem anestesia ou internamento. (Pereira, 2016)
Inseminação artificial intracervical Consiste na inseminação do espermatozoide, artificialmente, na cérvice feminina ou no colo do útero, de tal forma que o gameta masculino possa fecundar o óvulo feminino. (Lobato, 2020)
Os gémeos dizigóticos, ou também gémeos fraternos, são irmãos formados no mesmo útero simultaneamente, "se no momento da ovulação forem expelidos dois oócitos, ao invés de um, e se ambos forem fecundados, os zigotos resultantes darão origem a gémeos dizigóticos" (Beiguelman, 2008, p. 19). Estes irmãos não apresentam tanta similaridade como os monozigóticos, a similaridade genética entre eles é equivalente a de irmãos gerados espaçadamente. (Ribeiro, H.M., 2019)
Estimulação ovariana O objetivo da estimulação ovariana controlada (EOC) é obter o maior número de oócitos maduros para fertilização in vitro (FIV), com mínimos eventos adversos às pacientes. (Donato, 2018)
Injeção intracitoplasmática Consiste na injeção de um único espermatozoide no interior do citoplasma do oócito com o auxílio de micromanipuladores. (Graciano, 2014)
Fertilização in vitro É o método pelo qual ocorre a fecundação do óvulo feminino com o sémen de um doador, podendo ser seu parceiro ou não, para a posterior implantação no útero. (Moraes, 2018) Fig. 6 - Formação dos gêmeos
Concluindo: A infertilidade é um problema que afeta vários casais portugueses. Para resolver este problema existem várias formas. A medicina, através da inseminação artificial proporciona a vários casais uma gravidez, no entanto não deixa de ser um processo exaustivo. Constata-se também que este mesmo processo possibilita o aumento de gravidezes saudáveis de gêmeos, que mesmo sendo concedidos em laboratório não deixam de acontecer de forma espontânea. Bibliografia: Almeida, Stefferson de Lacerda (2016), Os Efeitos da União Estável Sobre o Reconhecimento da Filiação Advinda da Reprodução Humana Assistida Post Mortem, p.36 Araújo, C. H. M., Araújo, M. C. P. M., Martins, W. P., Ferriani, R. A., & Reis, R. M. (2007). Gametogênese: estágio fundamental do desenvolvimento para reprodução humana. Biblioteca Escolar em Revista, 40(4), 551-558. de Souza¹, M. E. T. A., dos Santos¹, A. K. B., dos Santos, B., & Sena¹, R. F. D. N. As concepções dos estudantes do ensino fundamental sobre o conceito de fecundação humana: uma relação conhecimentos prévio e círculo hermenêutico- dialético. Becher, R., do Espírito Santo, R., Muhlenhoff, B., Estegges, J. J., De Souza, D. D., Prudente, F. M. A. N. A., ... & Igreja, P. C. (2018). Espermatogênese. Anais do EVINCI-UniBrasil, 4(1), 193-193. Bessa, I. R., & Dode, M. A. N. (2013). Ovogênese e modificações epigenéticas. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia-Artigo em periódico indexado (ALICE). Donato, Rafaela Colle., (2018) Corifolitropina alfa versus menotropina na estimulação ovariana controlada para fertilização in vitro: impacto no follicular output rate (FORT). Graciano, J. L. (2014). Injeção Intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Keith L. Moore, T. V. N. Persaud, Mark G. Torchia, We are Born: Essentials of Embryology and Birth Defects, Saunders/Elsevier, 2013 - 348 páginas Moraes, Danniell David Barbosa. (2018) A Fertilização in vitro, O Nascituro e o Embrião Excedentário. Pereira, Karla Keila Pereira Caetano Souza et al., (2016) As principais técnicas de reprodução humana assistida. Saúde & Ciência Em Ação, v. 2, n. 1, p. 26-37. Ribeiro, H. M., (2019), Monozigóticos, G. Graduação em Filosofia-Licenciatura.
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O INÍCIO DA FECUNDAÇÃO No ser humano as células responsáveis pela reprodução sexual são as células sexuais. O espermatozoide no homem, e o oócito na mulher. Estas células específicas são formadas nas gónadas: testículos e ovários, respetivamente, estas estruturas são também responsáveis pela formação de hormonas sexuais, que são responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção das Martim Silva, Marcos características sexuais secundárias. Nomeadamente, a testosterona nos homens, Carvalho & Duarte Amorim e a progesterona e estrogénios nas mulheres. (Carrajola, Castro & Hilário, 2009).
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Figura 1- Chegada dos espermatozóides ao oócito II
ESPERMATOGÉNESE: PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES
A espermatogénese inicia-se na puberdade e decorre ao longo de toda a vida do homem, sem ocorrer interrupções. Junto à parede de cada tubo seminífero existem células designadas
por
espermatogónias
(diploides)
que
se
dividem continuamente por mitose – fase de multiplicação. Algumas
das
células-filhas
transformam-se
em
espermatócitos I, após sofrerem síntese proteíca e a duplicação do material genético, preparando-se para entrarem em mitose - fase de crescimento. Quando termina a meiose I formam-se duas células haplóides denominadas espermatócitos II, que irão sofrer a segunda divisão da meiose, originando quatro espermatídeos: células haploides com 23 cromossomas – fase de maturação. Os espermatídeos sofrem uma série de alterações até se formarem em esperamotozoides – fase de diferenciação. (Carrajola, Castro & Hilário, 2009). Constituição dos espermatozoides: ▪
Possuem 377
resíduos
grande
de
aminoácidos
com
uma
região
extracelular, uma única região transmembranar e uma cauda citoplasmática curta. (Inoue et al., 2013).
OOGÉNSE: PROCESSO DE FORMAÇÃO DE OÓCITOS II A produção de gâmteas femininos inicia-se nos ovários do feto feminino durante a sua gestação. Por volta do quinto mês do desenvolvimento embrionário existem nos ovários cerca de 7 milhões de oócitos. À volta destas células surgem as células foliculares, formando-se, assim, cerca do sétimo mês, os folículos primordiais. No entanto, nem todos se mantêm até ao final da gestação e no momento do nascimento, podem só existir apenas 2 milhões destas células. Dentro de um período de tempo e espaço o oócito pode ser fecundado. Se isso acontecer o oócito II termina a sua meiose e desloca-se para o útero. Caso não seja decundado o oócito II degenera-se. (Carrajola, Castro & Hilário, 2009).
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A FECUNDAÇÃO: Após a formação dos gâmetas e para que possa ocorrer a fecundação, o núcleo do espermatozoide tem de se fundir com o núcleo do oócito II. Ao antigir o oócito II o espermatozoide vai libertar enzimas de forma a perfurar a membrana que reveste o oócito e assim poder fundir o seu núcleo ao do oócito. Caso o espermatozoide consiga perfurar a membrana do oócito, vai perder o flagelo (cauda que permite a locomoção do espermatozoide), após a perfuração da membrana esta torna-se impenetrável evitando a entrada de outros espermatozoides. (Carrajola, Castro & Hilário, 2009). A Izumo I é uma proteína transmembranar presente na região do acrossoma do espermatozoide, capaz de interagir com a proteína Juno do oócito permitindo a entrada do espermatozoide no oócito. (Nishimura et al 2016; Satouh et al 2012).
Figura 2- Estrutura da Juno
Bibliografia Carrajola, C., Castro, M.J e Hilário, T. (2009). Planeta com Vida. Carnaxide: Santillana / Constância Editora Ramiro, G. C., Hassunuma, R. M., & Garcia, P. C. (2017). Fecundação. Inoue N, Ikawa M, Nakanishi T, Matsumoto M, Nomura M, Seya T et al. Disruption of mouse CD46 causes an accelerated spontaneous acrosome reaction in sperm. Mol Cell Biol [Internet]. 2003 [2020 jul 18];23(7):2614-22. Nishimura K, Han L, Bianchi E, Wright GJ, de Sanctis D, Jovine L. The structure of sperm Izumo1 reveals unexpected similarities with Plasmodium invasion proteins. Curr Biol [Internet]. 2016 Jul 25 [acesso 2020 jan 16];26(14):R661-2.
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REPRODUÇÃO HUMANA Infuência do Sistema Nervoso
AMÉLIA DANIEL
O nosso cérebro, apesar de não parecer, é o órgão que mais atua no ato do sexo e da gravidez. Pois, o cérebro é uma das porções do encéfalo que faz parte do sistema nervoso central. É ele o principal responsável para o bom funcionamento do corpo. Sendo assim, a infertilidade pode ter causas psicológicas (hipótese da psicogenese) ou pode ser a origem do stress psicológico.
(SciElo/ Revista brasileira de saúde materno infantil)
A presença do stre tem o potencial de ativar o eixo hipotálamo-hipófiseadrenal, o qual, inibe o eixo hipotálamo-hipófise- ovariano, levando à paralisação temporária das menstruações. Esse processo pode resultar em infertilidade transitória para as mulheres. O nosso cérebro também é o responsável por causar a excitação o que leva a um melhor aproveitamento, tanto nos homens como nas mulheres, do ato sexual. Resumindo, a reprodução; o stress; a infertilidade e a psicologia estão todas relacionadas umas com as outras. (SciElo/ Revista brasileira de saúde materno infantil)
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CONTROLO HORMONAL FEMININO Joana Quelhas & Joana Martinho
O sistema reprodutor feminino é constituído por um conjunto de estruturas que têm como função a produção de gâmetas, hormonas, secreções e outras estruturas indispensáveis à reprodução. Todo este sistema é controlado pelo sistema nervoso, em especial o complexo hipotálamo-hipófise e pelo sistema hormonal (Carrajola, Castro, Hilário, 2009).
Mecanismos iniciais da produção hormonal O hipotálamo produz hormonas hipotalâmicas que estimulam a hipófise. A GnRH (Gonadotropin-Releasing Hormone) estimula a hipófise anterior a sintetizar as hormonas hipofisárias: LH (hormona luteostimulina) e FSH (hormona foliculoestimulina). Estas últimas hormonas são consideradas gonadotropinas pois controlam a síntese da maior parte das hormonas produzidas nas gónadas (Navarro, Tena-Sempere, 2012). As hormonas hipofisárias (LH e FSH) são indispensáveis para que haja o bom funcionamento do sistema reprodutor. Estas atuam em células alvo e desencadeiam processos de formação de diversas estruturas, tais como as hormonas sexuais: estrogénio e progesterona (Navarro, Tena-Sempere, 2012). O sistema reprodutor feminino é um sistema bem articulado, sendo constituído por estruturas complexas e mecanismos que permitem a continuação da espécie humana. A regulação hormonal feminina é essencial para o bem-estar da mulher (Moore & Persaud, 2003).
Figura 1- Mecanismos na regulação hormonal do sistema reprodutor feminino (Casa das Ciências)
O desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos primários são estimulados pelos estrogénios aquando o desenvolvimento embrionário. O bebé nasce com um conjunto complexo de oócitos, cada um integrado num folículo primordial, capazes de se desenvolverem num oócito secundário (Moore & Persaud, 2003). Até à puberdade, a secreção de gonadotropinas é reduzida, mantendo os ovários inativos. Na puberdade, o hipotálamo aumenta a secreção de GnRH, o que estimula a hipófise anterior a secretar FSH e LH, tendo como consequência a produção de estrogénios e progesterona. Estas hormonas são responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção das características sexuais secundárias, assim como a regulação do ciclo sexual e a estimulação do crescimento (Navarro, Tena-Sempere, 2012).
Figura 2- Aparelho genital feminino
O sistema reprodutor feminino é cíclico, funciona pelo sincronismo de dois ciclos: o ciclo ovárico e o ciclo uterino que duram em média 28 dias (Moore & Persaud, 2003). O ciclo ovárico é constituído por duas fases separadas pela ovulação, sendo elas a fase folicular e a fase luteínica, ambas influenciadas pelas hormonas hipofisárias LH e FSH (Moore & Persaud, 2003). A hormona FSH influencia o início da fase folicular e esta promove o desenvolvimento de 15 a 20 folículos. Normalmente apenas 1 deles completa a maturação enquanto os restantes degeneram.
Figura 3- Representação do ciclo ovárico (Casa das Ciências)
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À medida que os folículos se desenvolvem, as células da teca, sob influência de LH e FSH, começam a segregar estrogénios, aumentado a concentração desta hormona (Carrajola, Castro, Hilário, 2009).
Este aumento exerce um feedback negativo na produção de FSH e LH, impedindo a maturação de folículos adicionais no mesmo ciclo. Antes da ovulação, com a maturação total do folículo, ocorre uma elevada produção de estrogénio. Esta hormona vai atuar a nível do complexo hipotálamo-hipófise, influenciando o aumento da secreção de FSH e LH que, consequentemente, vão levar a que as células foliculares produzam mais estrogénio (feedback positivo) (Moreira, 2015). O pico súbito de LH é responsável pela ocorrência da ovulação, o rompimento do folículo ovárico, e a consequente libertação do oócito secundário. Após a ovulação a hormona LH influência as células foliculares, que restaram no ovário, transformando-as em células lúteas (Carrajola, Castro, Hilário, 2009). Na fase lútea, iniciada após a ovulação, o corpo lúteo segrega estrogénios e progesterona, sendo a progesterona a hormona dominante. Estas duas hormonas exercem um feedback negativo no hipotálamo e assim a diminuição de GnRH, o que por consequência leva a diminuição de FSH e LH. Esta fase dura aproximadamente 12 dias. Não havendo fecundação, o corpo lúteo degenera acabando por deixar uma pequena cicatriz na parede do ovário (Silverthorn, 2003). O ciclo uterino está dividido em 3 fases, a fase menstrual, a fase proliferativa e a fase secretora. Este é influenciado pelas hormonas sexuais produzidas a nível ovárico (Guyton e Hall, 2002).
Figura 4- variação das hormonas ováricas e gonadotropinas ao longo de um ciclo (CienTic)
A fase menstrual ocorre devido a diminuição dos níveis das hormonas estrogénio e progesterona no sangue. Isto acontece devido à degeneração do corpo lúteo. A manutenção do endométrio é dependente da progesterona e, quando esta deixa de ser produzida pelo corpo lúteo (devido à sua degeneração), dá-se o rompimento do endométrio. É provocada uma hemorragia na qual se juntam os restos de mucosa formando, assim, a menstruação (Guyton e Hall, 2002).
Figura 5- Correlação entre o ciclo uterino e ovárico e as hormonas ováricas (CienTic)
Na fase proliferativa verifica-se o aumento da concentração de estrogénio, provocando a regeneração do endométrio. Este aumenta cerca de 3 a 4 milímetros de espessura. Esta fase ocorre em simultâneo com a fase ovárica folicular (Moreira, 2015). Na fase secretora, o endométrio aumenta para 5 a 6 milímetros de espessura, para que possa receber o blastocisto (caso tenha ocorrido fecundação). Após a ovulação, a produção de estrogénio e progesterona persiste. Isto provoca uma maior vascularização uterina e o desenvolvimento de glândulas secretoras de glicogénio. Esta etapa ocorre em simultâneo com a fase ovárica luteínica (Silverthorn, 2003). Caso não ocorra fecundação, como já foi referido, o corpo lúteo vai-se degenerar e a concentração das hormonas sexuais vai ficar em níveis mínimos, induzindo feedback negativo a nível do complexo hipotálamo-hipófise. O aumento da concentração de GnRH, que leva ao consequente aumento de FSH e LH, vai induzir o início de um novo ciclo ovárico com o desenvolvimento de novos folículos (Moreira, 2015).
Figura 6- ciclo uterino: fases do endométrio e relação com a secreção hormonal (Dra. Suzana Vieira)
O funcionamento cíclico dos ovários e do útero cessa aquando do esgotamento de folículos ováricos, menopausa que ocorre entre os 45 e 55 anos, assim como a produção de hormonas sexuais, estrogénio e progesterona (Carrajola, Castro, Hilário, 2009).
Bibliografia : Carrajola, C., Castro, M.J. e Hilário, T. (2009). Planeta com Vida. Carnaxide: Santilhana/Constancia editora Moreira, C. (2015). Regulação Hormonal dos Sistemas Reprodutores, Rev. Ciência Elem., 3(3):166 Rangel, E. M. L., Mendes, I. A. C., Cárnio, E. C., Alves, L. M. M., Crispim, J. D. A., Mazzo, A., ...& Rangel, A. L. (2011). Avaliação, por graduandos de enfermagem, de ambiente virtual de aprendizagem para ensino de fisiologia endócrina Moore & Persaud. (2003). The developing human: clinically oriented embryology. 7ª ed. Elsevier/USA. Guyton,A. C.;Hall, J. E. (2002). Fisiologia médica. I0° ed. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan. Silverthorn. (2003). DU. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2ª ed. São Paulo/Manole. Navarro VM, Tena-Sempere M. (2012). Neuroendocrine control by kisspeptins: Role in metabolic regulation of fertility. Nat Rev Endocrinol; 8(1):40–53
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Controlo hormonal Oriana Ferraz
Segundo Santo (2013) os sistemas reprodutores masculino e feminino são controlados pelo sistema nervoso (hipotálamo e hipófise). Órgão localizado no encéfalo anterior, formado por tecido nervoso e que coordena várias atividades fisiológicas do organismo, como, por exemplo, a reprodução, o crescimento, o metabolismo e a temperatura (Allen, 2015).
O hipotálamo produz uma série de hormonas e fatores que regulam a atividade endócrina da hipófise, conduzindo à libertação ou inibição de determinadas hormonas (Allen, 2015).
Hipotálamo Hipófise Glândula de secreção interna situada na base do crânio, na cavidade da sela turca, constituída pelo lobo posterior e pelo lobo anterior, que exerce uma função reguladora da maior parte das glândulas de secreção interna, tendo uma influência direta no crescimento (Allen, 2015). Controlo hormonal feminino
No embrião os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários, e na puberdade, os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais secundários (Ross, 2013).
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https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbioshormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-dahip%C3%B3fise/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-ahip%C3%B3fise
Controlo hormonal masculino
O processo de produção de testosterona iniciase ainda na fase embrionária e é responsável pela diferenciação dos órgãos sexuais masculinos. Na puberdade o nível de testosterona aumenta, provocando o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários e secundários e o início da espermatogénese (Ross, 2013).
Controlo hormonal masculino
Controlo hormonal feminino
Figura 1. Representação do controlo hormonal feminino https://blog.jaleko.com.br/a-fisiologia-doeixo-hipotalamo-hipofise-ovario-hho/
Na hipófise, é produzida a hormona LH, que estimula a segregação de estrogénios. O ciclo ovárico é influenciado pelas hormonas FSH e LH. O ciclo uterino é controlado pelas hormonas estrogénios e progesterona (Moreira, 2015).
Figura 2. Representação do controlo hormonal masculino https://blog.jaleko.com.br/eixo-hipotalamohipofisario-conexao-perfeita-entre-sistema-nervoso-esistema-endocrino/
A testosterona, principal hormona masculina, é produzida pelas células de Leydig. O sistema reprodutor masculino é controlado por feedback negativo da testosterona e da inibina sobre o hipotálamo e a hipófise (Moreira, 2015).
Bibliografia: Moreira, C. (2015). Regulação Sistemas Reprodutores Santo, J. (2013). Revista de ciência biológica humana Ramaswamy, S. (2014). GF. Weinbauer, Spermatogenisis Ross, B. (2013). Livestock Production Science, 2013 - Elsevier llen, T. (2015). Seminars in cell & developmental biology, 2015 A 13
Métodos Contracetivos Ao nível da gametogénese
Leonor Vicente & Mariana Morais
O que são métodos contracetivos?
Estes métodos podem ser definidos como o uso de medicamentos ou recursos que impedem a gravidez, impossibilitando a penetração dos gametas, ou seja, é a interrupção do ato de gerar seres humanos, como também evitar doenças sexualmente transmissíveis (Almeida, 2011).
Espermatozoides
Os métodos contracetivos podem evitar uma gravidez não desejada, atuando em, pelo menos, uma de três etapas fundamentais: Métodos que atuam ao nível da gametogénese Métodos que impedem
a fecundação Métodos que impedem a nidação
Ao nível da gametogénese
Segundo Moreira, (2004) neste grupo incluem-se os contracetivos hormonais utilizados pelas mulheres: os contracetivos orais, os implantes, os injetáveis, os adesivos e o anel vaginal. A forma como estes métodos atuam é através do fornecimento de hormonas ao organismo estabelecendo um feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise, impedindo a ovulação.
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Impedem a nidação
De acordo com Moreira, (2004) ao contrário dos outros métodos já descritos, o dispositivo intrauterino (DIU) requer a intervenção de um médico na sua colocação e remoção. Pílula
Impedem a fecundação
Neste grupo podem-se identificar dois tipos de métodos, os naturais e os de barreira (Moreira,2004). DIU
ALGUNS EXEMPLOS
atuam ao nível da gametogénese De métodos que
Implante (uso por anos)
Pílulas Combinadas (uso diário)
Implante
São pílulas que contêm baixas doses de duas hormonas, estrogénio e progestagénio similares às hormonas naturais progesterona e estrogénio existentes no corpo da mulher. Os anticoncecionais orais combinados são chamados simplesmente Pílula (Manso, 2015). As pílulas progestativas apenas possuem progestagénio e são usadas em caso de contradição da utilização de estrogénio (por exemplo, na fase da amamentação) (Manso,2015).
Implantes são pequenas cápsulas flexíveis (que contêm um progestativo isolado) que são colocadas sob a pele do antebraço. Proporcionam proteção de longo prazo contra a gravidez. São muito eficazes por 3 a 7 anos, dependendo do tipo de implante (Manso, 2015).
Adesivo
Adesivo (Uso semanal)
Segundo Manso,(2015) o adesivo Combinado é um pequeno e fino quadrado de plástico flexível que é usado em contato com o corpo. Liberta continuamente duas hormonas—progestagénio e um estrógenio sintético, semelhantes às hormonas naturais progesterona e estrógenio existentes no corpo da mulher diretamente através da pele para a corrente sanguínea.
Injeções (uso trimestral) De acordo com Manso, (2015) os anticoncepcionais injetáveis contêm, progestagénio e atuam de forma semelhante aos dois métododos anteriores. É aplicada por meio de injeção no músculo (injeção intramuscular).A hormona libertada lentamente na corrente sanguínea.
Anel vaginal
Anel Vaginal (uso mensal) É um anel flexível que é inserido na vagina. Liberta continuamente duas hormonas — progestagénio e estrogénio, semelhantes às hormonas naturais progesterona e estrógenio existentes no corpo da mulher. As hormonas são absorvidas através da parede da vagina indo diretamente para a corrente sanguínea (Manso, 2015).
Injeção
BIBLIOGRAFIA Almeida, L. C. (2011). Métodos contracetivos:
uma revisão bibliográfica na Universidade Federal de Minas Gerais 2011 Moreira, C. (2014). Contraceção. Revista de Ciência Elementar, 2(2). Manso,N. M. (2015). Ações de educação em saúde no planemento familiar na comunidade “Jardim Luciana Santa Gertrudes/SP 2015
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MÉTODOS PARA IMPEDIR A OVULAÇÃO Pílula, Anel Vaginal, Selo
MÉTODOS CONTRACETIVOS MARTIM RAPOSO & JOÃO GALVÃO
INTRODUÇÃO Num contexto de direitos reprodutivos, a liberdade de escolha é fundamental para a manipulação da fecundação, para um homem ou uma mulher optar por um método contracetivo de forma livre e informada deve ter acesso a todos os métodos anticoncecionais cientificamente aprovados e disponíveis, para então poder escolher aquele que mais se adequa às suas características e condições de vida em cada momento. O processo de escolha informada baseiase nos princípios de bem-estar, autonomia, necessidades e poder de decisão, focandose especialmente nos direitos sexuais e reprodutivos e também na qualidade dos direitos humanos individuais (Osis, 2004).
Figura 1: Fecundação
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Vantagens: Elevada eficácia, regularização dos ciclos menstruais e prevenção de algumas doenças. (Carrajola et all, 2009) Desvantagens: Pílula: Requer toma diária, inclui algumas contraindicações, os efeitos adversos são pouco frequentes e transitórios. (Carrajola et all, 2009) Selo: Requer substituição semanal inclui algumas contraindicações, os efeitos adversos são pouco frequentes e transitórios. (Carrajola et all, 2009) Anel Vaginal: Aplicação mensal na vagina , inclui algumas contraindicações, os efeitos adversos são pouco frequentes e transitórios. (Carrajola et all, 2009)
MÉTODOS DE BARREIRA Preservativo masculino e feminino Vantagens: Masculino: Bastante eficaz, não tem efeitos secundários, não requer intervenção de um técnico de saúde, pode ser utilizado em qualquer idade em simultâneo com outro método, protege contra as DST. (Carrajola et all, 2009) Feminino: Não requer intervenção de um técnico de saúde, pode ser utilizado em qualquer idade em simultâneo com outro método, protege contra as DST. (Carrajola et all, 2009) Desvantagens: Masculino: Podem surgir muito raramente reções alérgicas, deve ser colocado antes de qualquer contacto do pénis com a vagina. (Carrajola et all, 2009) Feminino: Deve ser colocado antes de qualquer contacto do pénis com a vagina, a colocação correta exige um conhecimento da anatomia feminina, a sua eficácia depende do uso correto e possui menor eficácia do que o masculino.(Carrajola et all, 2009)
ESTERILIZAÇÃO Vasectomia e Laqueação das trompas Vantagens: Elevada e permanente eficácia, não tem efeitos secundários nem contraindicações, a intervenção médica é realizada em um ato.(Carrajola et all, 2009) Desvantagens: Necessita de intervenção cirúrgica realizada por um médico, e é na maior parte das vezes irreversível. (Carrajola et all, 2009)
MÉTODOS NATURAIS Método do calendário, da temperatura, do muco cervical e sintotérmico Vantagens: Sem efeitos secundários, e sem contraindicações a nível físico. (Carrajola et all, 2009) Desvantagens: Eficácia muito baixa, requer observação e registo diário de informações, obriga a elevados períodos de abstinência sexual, usualmente requer a intervenção de um técnico de saúde, para uma melhor aprendizagem dos procedimentos a realizar, por vezes contribui para elevar o nível de stress nas mulheres. (Carrajola et all, 2009)
CONCLUSÃO Ao terminar este trabalho, conclui-se que é muito importante para evitar uma gravidez indesejada, a utilização de métodos contracetivos. Apesar de muitos escolherem métodos como o do calendário, da temperatura basal, do muco cervical, do coito interrompido, entre outros, é muito importante o uso do preservativo masculino e feminino, pois estes são os únicos que nos protegem contra as DST. Por fim conseguiu-se verificar que existem vários tipos de métodos e as vantagens e desvantagens de cada um.
BIBLIOGRAFIA: Osis, M. J. D., Duarte, G. A., Crespo, E. R., Espejo, X., & Pádua, K. S. D. (2004). Escolha de métodos contracetivos entre usuárias de um serviço público de saúde. Cadernos de Saúde Pública, 20 p. 1/2 Carrajola,C. M.J e Hilário,T.(2009) Planeta com Vida Carnaxide: Santillana/Constância Editora p.59/60
MÉTODOS QUE IMPEDEM A NIDAÇÃO Dispositivo intrauterino(DIU), Sistema intrauterino(SIU) Vantagens: Longa duração com elevada eficácia, assegura a contraceção por 3,5,7 ou 10 anos.(Carrajola et all, 2009) Desvantagens: Necessita de um médico para ser colocado, o SIU altera o ciclo menstrual, o que não é prejudicial para a saúde da mulher(Carrajola et all, 2009).
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Métodos Contracetivos Maria Antunes & Laura Rodrigues
"Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde reprodutiva é a condição de bem-estar físico, mental e social relacionada com o sistema reprodutor em todas as fases da vida. Este conceito implica o acesso a uma vida sexual satisfatória e segura e o poder de decisão sobre se e quando ter filhos. A escolha dos métodos contracetivos mais adaptados à situação de cada indivíduo faz parte da contraceção, devendo aqui considerar-se fatores sociais, económicos, de saúde, éticos e até religiosos." (Carrajola, et al., 2009, p.51)
Fig.1- Métodos contracetivos Fonte:Contraception techniques - Stock Image - F022/67 80 - Science Photo Library
Com o avanço dos conhecimentos sobre o funcionamento do corpo, especialmente sobre as hormonas, associadas às novas tecnologias, surgiram os anticoncecionais orais e os métodos de esterilização, de acordo com Freguglia & Fonseca (2006) e de Almeida (2011).
Fig.2- Ação dos métodos contracetivos Fonte: Carrajola, C., Castro, M. J. e Hilário, T. (2009). Planeta com vida.Carnaxide: Santillana/ Constância Editora.
As primeiras formas de prevenir a gravidez e a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis iniciaram-se com os métodos de barreira, especialmente o preservativo (Freguglia & Fonseca, 2006). A mulher sempre foi quem mais sofreu com o problema da contraceção. Com o avanço da ciência, os métodos contracetivos estão mais modernos, práticos, acessíveis, eficazes e com menos efeitos colaterais. Tais métodos são classificados em naturais ou comportamentais, hormonais, intra-uterinos, de barreira e definitivos. Estes métodos podem ser definidos como o uso de medicamentos ou recursos que impedem a gravidez, impossibilitando a penetração dos gâmetas, ou seja, é a interrupção do ato de gerar seres humanos, como também evitar doenças sexualmente transmissíveis, segundo Almeida (2011).
Métodos que atuam no bloqueio da ovulação:(Silva, et al.,2017) Métodos contracetivos hormonais: Têm como função bloquear a ovulação através da inibição da secreção das hormonas foliculoestimulina e luteoestimulina, além disso, causam espessamento do muco cervical dificultando a passagem dos espermatozóides. Orais, de uso diário; Selo, de uso semanal; Anel, de uso mensal; Injetável, de uso trimestral; Implante, uso por três anos.
Fig.4-métodos contraceptivos naturais Fonte:Métodos contraceptivos (slideshare.net)
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Fig.3- Métodos contracetivos de barreira Fonte:toqueginecológico: Métodos Contraceptivos NãoHormonais (toqueginecologico.blogspot.com)
Métodos que impedem a fecundação: (Moreira, C. 2014) Métodos contracetivos naturais: Estes métodos necessitam uma grande autodisciplina e um bom conhecimento do seu organismo, são de difícil aplicação Estes métodos são: Método do calendário ou do ritmo; Método da temperatura; Método do muco cervical; Método sintotérmico; Método do coito interrompido.
Métodos contracetivos de barreira: Preservativo masculino; Preservativo feminino; Espermicidas; Diafragma.
Fig.5- métodos contraceptivos de barreira Fonte:https://www.descomplica.pt/metodos-contracetivos/todos-os-metodos
Métodos intra-uterinos que impedem a nidação: (Neto, et al., 2014) DIU (Dispositivo intrauterino de cobre) - Apresenta uma reação inflamatória do endométrio que impede a nidação; Toxicidade para o esperma e para o óvulo fazendo impedir a fecundação; SIU (Sistema intrauterino de levonorgestrel) - Apresenta um espessamento do muco cervical que impede a progressão do espermatozóide; alteração do endométrio que impede a nidação e em 25% dos casos inibe a ovulação.
Fig.6- DIU e SIU Fonte:https://www.descomplica.pt/metodos-contracetivos/todos-os-metodos
Esterilização: Vasectomia - Geralmente é efectuada sob anestesia local, compreende essencialmente duas etapas. Inicialmente é isolado o canal deferente, depois de exposto, o canal deferente é seccionado e as extremidades livres encerradas por sutura, eletrocauterização ou ambas, de acordo com Loureiro, et al., (2012); Laqueação das trompas - Ocorre incisão nas duas trompas de Falópio, assim, os oócitos II na ovulação não encontraram os espermatozóides, segundo Carrajola, et. al., (2009). Contraceção de emergência: (Moreira, C. 2014) DIU (Dispositivo intrauterino de cobre); Pílula do dia seguinte - Utiliza-se via oral de elevadas doses de estrogénio e progesterona impedindo que caso tenha ocorrido a fecundação, o embrião se implante no endométrio; Interrupção voluntária da gravidez (IVG) - Conhecido por aborto, requer intervenção médica para interromper a gravidez.
Fig.7- Pílula do dia seguinte Fonte:Página Não Encontrada • Panorama Farmacêutico (panoramafarmaceutico.com.br)
Os métodos contracetivos são utilizados para que seja possível controlar a reprodução, mas também para que não se transmita nenhuma doença sexual. Não é possível falar-se de um método ideal, pois depende das pessoas a que se destina, e, como visto nas duas tabelas (Tabelas 1 e 2, página 1) que foram apresentadas, cada mulher tem a sua preferência mediante certas variantes. Existem então, ao dispor de todos, os métodos contracetivos de barreira e os métodos contracetivos hormonais. Os métodos contracetivos de barreira formam uma barreira que impede que o espermatozóide e o óvulo se encontrem e haja fecundação, e os métodos contracetivos hormonais, são métodos contracetivos que funcionam através da utilização de hormonas que inibem a ovulação, impedindo assim que haja fecundação. Bibliografia:
Almeida, L. C. (2011). Métodos Contraceptivos: uma revisão bibliográfica. Carrajola, C., Castro, M. J. e Hilário, T. (2009). Planeta com vida. Carnaxide: Santillana/ Constância Editora. Loureiro, M. M. M. (2012). Prevalência e caracterização dos indivíduos que realizaram vasectomia no Hospital de Santo António-Centro Hospitalar do Porto. Moreira, C. (2014). Contraceção, Rev. Ciência Elem., V2(02):141. Neto, S., Bombas, T., Arriaga, C., Almeida, M. C., & Moleiro, P. (2014). Contraception in adolescence: recommendations for counselling. Acta Pediatr Port, 45, 51-63. Silva, N. C. S., Martins, S. B. M., Melo, J. A., & Thomaz, A. P. S. (2017). Interações medicamentosas com contraceptivos hormonais orais. ÚNICA Cadernos Acadêmicos, 3(1).
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A INFERTILIDADE Beatriz Santos & Daniela Maia
O QUE É A INFERTILIDADE?
•
A infertilidade humana é a falha em conseguir uma gravidez após 1 ano ou mais de relações sexuais regulares sem o uso de métodos contracetivos.As causas da infertilidade afetam ambos os homens com as mulheres, estimando-se que 40 % dos casos têm causa masculina, 40% têm causa feminina e os restantes 20% têm causa mista ou desconhecida. [1] ATENÇÃO: Infertilidade e esterilidade são coisas diferentes: a infertilidade é a dificuldade em engravidar, sendo facilitada com os tratamentos disponíveis; já a esterilidade é a impossibilidade de engravidar! [1]
FATORES QUE INFLUENCIAM A INFERTILIDADE: FATORES PSICOSSOCIAIS [2]:
FATORES ABIENTAIS [3]:
•
Tendência crescente de iniciar uma família mais tarde devido á carreira profissional e dificuldade em iniciar uma vida independente estável;
Ambientes de trabalho que tenham contato com algumas substâncias como:
•
Início da vida sexual precoce e maior número de parceiros sexuais predispõem uma maior exposição a DST e gravidezes indesejadas;
•
Estilo de vida: alimentação não saudável, inexistência de prática de atividade física, não controlo de um peso ideal, consumo de tabaco, álcool, drogas, stress…
•
Percloroetileno (usado em procedimentos de lavagem a seco);
• • •
Tolueno (usado em impressão);
Herbicidas ou fungicidas; Exposição a calor radiante ou metais pesados;
Fonte: https://www.news-medical.net/health/What-
is-Infertility-(Portuguese).aspx
FATORES BIOLÓGICOS DE ORIGEM MASCULINA [6]
• Idade; • Disfunções hormonais e
sexuais -distúrbios na
• Infeções do trato urogenital;
• Varicocele -veias tortuosas
e dilatadas (varizes) no
•
•
ejaculação ou penetração;
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Fonte: https://www.dreduardobarros.com.br/doutor-
descobri-que-tenho-varicocele-o-que-devo-fazer/
Anomalias urogenitais e genéticas;
cordão espermático [7];
Aumento da temperatura escrotal
FATORES BIOLÓGICOS DE ORIGEM FEMININA [2][4][5]:
• • •
• • •
Idade - verifica-se a diminuição da fertilidade para metade entre os 30 e os 35 anos e para um terço entre os 35 e os 40; Disfunções hormonais e ovulatórias; Endometriose - o tecido endometrial cresce e descama na parte de fora do útero; Síndrome dos ovários policísticos (SOP) excesso de andrógenos (hormona masculina) na circulação sanguínea da mulher); Falência ovariana prematura (FOP) Miomas uterinos - tumores benignos que se desenvolvem nos tecidos musculares do útero;
• • • •
Problemas nas trompas uterinas, provocados por infeções ou cirurgias; Laqueação das trompas Muco cervical hostil - impede a passagem dos espermatozoides; Infeção no colo do útero
Fonte:https://vitallogy.com/feed/Miomas+Ute rinos%3A+o+que+voce+precisa+saber./1119
CUIDADOS A TER NO COMBATE À INFERTILIDADE [8]
•
Cafeína - O consumo excessivo da pode levar à ausência de movimentos dos músculos do útero, dificultando a fecundação.
•
Exercício físico exagerado - Na mulher pode levar á paragem de ovulação e consequentemente à infertilidade. No homem, pode acarretar a produção inadequada de esperma, favorecendo assim quadros de infertilidade masculina.
• •
Fumar - As diferentes substâncias presentes no cigarro afetam diretamente a fertilidade feminina e masculina. Consultas de rotina - É indicado que as mulheres procurem um ginecologista duas vezes ao ano, no mínimo. A mesma indicação é dada aos homens, que procurem um urologista e façam exames de rotina. Caso o casal esteja a tentar engravidar por mais de 12 meses, é aconselhado a procura por um médico especialista em reprodução humana assistida.
Fonte: <a href="https://storyset.com/people"> People illustrations by Storyset</a>
Fonte: <a href="https://storyset.com/work">Wo rk illustrations by Storyset</a>
BIBLIOGRAFIA [1]Sedicias, S., (2021). Tuasaude.com/infertilidade-e-esterilidade/ [2]Carrajola, C., Castro, M.J e Hilário, T. (2009). Planeta com Vida. Carnaxide: Santillana/Constância Editora [3]Filho, R. R., (2015). Como o estilo de vida e os fatores ambientais podem influenciar na fertilidade?. Clínica de Reprodução Humana
Master Prime [4]Lima, A. P. W., & Lourenço, J. W. (2016). Infertilidade humana: comentando suas causas e consequências. Revista Saúde e
Desenvolvimento, 10(5), 110-124. [5]Lima, A. P. W., & Lourenço, J. W. (2016). Infertilidade humana: comentando suas causas e consequências. Revista Saúde e
Desenvolvimento, 10(5), 110-124. [6]Oliveira, N. S., Santos, T. R. M., Santos, D. N., Barreto, C. S., & dos Santos, B. P. P. (2013). Considerações sobre infertilidade
masculina. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-SERGIPE, 1(2), 21-26 [7]Pasqualotto, F. F., & Pasqualotto, E. B. (2006). Tratamento do homem infértil com varicocele. J. bras. med, 38-46. [8] Filho, R.R; (2019) Dia Mundial Da Saude:Comocombater a infertilidade? Clínica de Reprodução Humana Master Prime
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INFERTILIDADE OPÇÕES ATUAIS DA MEDICINA NO SEU TRATAMENTO Carolina Duarte, Margarida Saraiva & Maria Mendes.
Atualmente, são cada vez mais comuns as problemáticas associadas a fatores psicossociais, ambientais e biológicos, relacionados à infertilidade humana.
MAS O QUE É ISTO DE INFERTILIDADE? De acordo com a OMS a infertilidade define-se como “ausência de conceção depois de pelo menos dois anos de relações sexuais não protegidas”. (Carrajola, et al, 2009, p.62) Dentro da infertilidade existe a esterilidade e a hipofertilidade, a primeira é irreversível havendo apenas solução a partir de técnicas medicamente assistidas, a segunda pode ser resolvida através de terapêuticas clássicas. (Carrajola, et al, 2009) Dentro de todos os métodos medicamente assistidos para ultrapassar esta dificuldade, os mais divulgados são, fertilização in vitro e a inseminação artificial.
Figura 1- Inseminação artificial https://www.educarsaude.com/inseminacao-artificial/
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL Este procedimento é utilizado quando a mulher apresenta muco cervical hostil, anovulação, ovulações pouco frequentes ou infertilidade idiopática ou o homem tem dificuldade de ejaculação na vagina. (Carrajola, et al, 2009). Em casos onde há obstrução das trompas de falópio na mulher, esperma com ausência ou baixa quantidade de espermatozoides no homem, este método não é o indicado. (Carrajola, et al, 2009) Este tratamento é aplicado de forma a aumentar a densidade de gâmetas no local da fertilização. (Ombelet e Van Robays, 2010)
Procedimento segundo Carrajola, et al, (2009) É provocada a ovulação na mulher através de injeções de clomifeno ou HCG ou hormonas pós-menopáusicas; É recolhido o esperma; No dia da ovulação o esperma será injetado no útero através de um cateter. A fecundação irá ocorrer nas trompas de falópio in vitro. (Carrajola, et al, 2009) Os riscos deste método são a hiperestimulação ovárica e o aumento da probabilidade de ocorrência de gravidezes gemelares (Carrajola, et al 2009). Além disso, este método encontra-se entre os 790€ e 1240€ segundo a Ferticentro.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO A fertilização in vitro deve ser utilizada em situações onde está presente uma severa infertilidade masculina, quando existe obstrução das Trompas de Falópio, quando a mulher sofre de endometriose grave, em caso de disfunção ovulatória ou quando existe uma diminuta reserva de oócitos mas também quando a causa da infertilidade é inexplicável. (Huang, et al, 2012)
No caso de se formarem mais embriões estes podem ser congelados em azoto líquido sendo possível a sua utilização no futuro (criopreservação), segundo Carrajola, et al, (2009). Este método para além de elevados custos (rondam os 5000€, segundo a Ferticentro) traz alguns contras tais como, a provável ocorrência de gravidez múltipla, efeitos da indução hormonal, uma baixa taxa de sucesso (entre 18 a 25%) e a existência de embriões excedentários, segundo Carrajola, et al, (2009).
Procedimento segundo Carrajola, et al, (2009) e também os trabalhos de Almeida, (2005). A mulher é administrada diariamente com FSH e LH, ao mesmo tempo que existe um acompanhamento da evolução dos folículos ováricos; Aquando a maturação dos mesmos (os folículos ováricos apresentam uma dimensão superior a 16mm) a mulher é sujeita a injeções de HCG e é acompanhada a evolução da espessura do endométrio; São recolhidos oócitos através de punção e aspiração folicular antes da ovulação; Já em laboratório ocorre a combinação dos oócitos com os espermatozoides; Após 40 horas alguns embriões são recolhidos e introduzidos no útero por via vaginal. Curiosidade: Através de estudos, foi provado que o congelamento ultrarrápido de embriões, sendo este mais simples e com maior taxa de sucesso na gravidez é uma melhor opção comparando com o congelamento lento de embriões. (Duarte-Filho, et al, 2021, p. 1-7)
Figura 2- Micro-injeção de um espermatozoide no ovócito sob controlo microscópico https://www.istockphoto.com/br/foto/insemina%C3%A7%C3%A3o-artificial-gm823548152-133298539
Bibliografia: Almeida, V. M. (2005). Biotecnologia em reprodução humana assistida. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 21(5), 505–508. Carrajola, C.; Castro, M.J. e Hilário,T. (2009). Planeta com Vida. Carnaxide: Santillana/ Constância Editora. Duarte-Filho, O. B.; e Podgaec, S. (2021). Congelamento de todos os embriões em ciclos de fertilização in vitro em mulheres com resposta normal à estimulação ovariana. Einstein, 19, 1-7. Huang, J. Y. J., & Rosenwaks, Z. (2012). In vitro fertilisation treatment and factors affecting success. Best practice & research Clinical obstetrics & gynaecology, 26(6), 777-788 Ombelet, W., & Van Robays, J. (2010). History of human artificial insemination. F, V & V in ObGyn, 1-5. https://www.istockphoto.com/br/foto/insemina%C3%A7%C3%A3o-artificial-gm823548152133298539 https://www.educarsaude.com/inseminacao-artificial/ https://www.ferticentro.pt/pt/quanto-custa/
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BioHeitor Melhor Trabalho de Ciência no Concurso Nacional de Jornais Escolares 2020/2021.
Disponível em: https://issuu.com/aefhp