BioHeitor N.º 1 NOVEMBRO DE 2020

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Nº1 - NOVEMBRO 2020

BIO HEITOR

REVISTA ESCOLAR DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA BIOLOGIA 12ºANO


FICHA TÉCNICA:

Ideia original e Curadoria: Mónica Ramôa

Logótipo: Mélanie Matthey-Doret e Simão Gonçalves Capa: José Pedro Fernandes

Apoio técnico digital/informático: Sílvia Martins e José Pedro Fernandes

Responsável científico-pedagógico: Mónica Ramôa Entidade responsável: Escola Secundária Frei Heitor Pinto Autores: Alice Simões, Beatriz Gaspar, Beatriz Timóteo, Beatriz Conceição, Bruna Marques, Bruno Ferreira, Carolina Susana, Catarina Sousa, Célia Pires, Cláudia Gonçalves, Diana Droguete, Fernando Martins, Gonçalo Charro, Lara Lopes, Leonor Gomes, Maria Arsénio, Maria Nogueira, Mélanie Matthey-Doret, Nádia Duarte, Pedro Marques, Rafaela Bernardo, Rodrigo Sousa, Rute Ferreira, Sérgio Morais, Simão Gonçalves, Sofia Esteves, Sofia Pereira, Vanessa Sardinha, Vitória Simão. Local: Covilhã e ESFHP Data: Ano letivo 2020/2021 – Novembro 2020

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(2020/2021) Alice Simões 12ºAF Cláudia Gonçalves 12ºBF Um passo importante na história da criobiologia ocorreu no final dos anos 40, com a descoberta das propriedades crioprotetoras do glicerol na congelação e descongelação de espermatozóides (Polge et al, 1949). O termo “crioconservação” designa o processo de armazenamento de células e tecidos a uma temperatura de −196oC, de modo a bloquear todos os processos fisiológicos (atividade enzimática, respiração, entre outros) e preservá-­‐las por tempo indeterminado para uma futura utilização (Bakhanach, 2009).

Crioconservação de gâmetas e embriões. http://artemisacosta.blogspot.co m/2008/02/crioconservao-degmetas-e-embries.html

Para ser realizada a crioconservação primeiro é necessário recolher os espermatozóides e os óvulos dos dadores para poderem ser colocados em crioconservação. Os gâmetas masculinos (espermatozóides) são obtidos através da ejaculação e os gâmetas femininos (óvulos) para serem retirados do corpo da mulher é necessário submetê-­‐la a uma estimulação ovárica para depois se poder recolher os óvulos. Nos tratamentos de fertilização In vitro , os embriões também podem ser crioconservados. (https://medicinareprodutiva.com.br/fertilizacao-­‐in-­‐vitro/o-­‐que-­‐e-­‐a-­‐ criopreservacao/) http://missjohn260.blogspot.co m/2007/12/crioconservao-de gametas-e-de-embries.htm A crioconservação de espermatozóides consistem através da congelação suficientemente lenta, quase toda a água é removida do meio intracelular o que permite que não ocorram danos nas células quando são transferidas para o azoto líquido (Shaw, 1993). Esta prática destina-­‐se para homens e mulheres que estejam em tratamento para a infertilidade, pois ao contrário do que se pensava há algumas décadas atrás, a mulher não é a única responsável pela incapacidade de engravidar, uma vez que o homem também pode estar na origem desse mesmo problema. Atualmente sabe-­‐se que cerca de 20-­‐30% dos casos de infertilidade estão associados a ambos os membros do casal (Barros & Sousa, 2000). Legenda do oócito e do espermatozóide http://lunaembriologia.blogspot.co m/2016/04/fecundacao.html O sucesso de qualquer tratamento, depende de variados fatores, tais como: a duração e tipo de infertilidade, idade da mulher, resposta à estimulação ovárica, qualidade espermática, bem como o número e qualidade dos embriões transferidos (Macnamee & Brindsden, 1999) Sabe-­‐se também que o estilo de vida assume um papel fundamental no bom funcionamento do aparelho reprodutor, sendo o sedentarismo e a obesidade os maiores flagelos da sociedade moderna com efeitos negativos nesta área da saúde (DGS, 2008). Outras razões que contribuem para o adiamento da gravidez para idades tardias da vida reprodutiva da mulher são também razões profissionais e sociais. Este facto pode ser mais grave quando se sabe que a partir dos 35 anos a fecundabilidade feminina é reduzida para metade, atingindo níveis mínimos aos 45anos (Heffner, 2004), como mostra a Figura 1.

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Atualmente já se fala em Portugal da 2014 crioconservação apesar de não serem muitos os locais onde é possível fazer-­‐lha. Já é legal faze-­‐la em Portugal. Segundo o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (2014), existem 10 centros públicos em Portugal a fazer a crioconservação, 4 no Norte, 3, no Centro e 3 em Lisboa, existem ainda 17 privados, como é evidenciado na Tabela 1. (https://repositorio-­‐ aberto.up.pt/bitstream/10216/70074/2/24567.pdf) A primeira Injecção Intracitoplasmática de um espermatozóide no ovócito (ICSI) realizada com sucesso foi descrita em 1992 (Palermo et al., 1992).

Conclusão:

Injeção intracitoplasmática https://www.google.com/search?q=inje%C3 %A7%C3%A3o+intracitoplasm%C3%A1tica &sxsrf=ALeKk0007K35V1AgvDcbTWhIFwV0 QCXb3A:1602538181502&source=lnms&tbm =isch&sa=X&ved=2ahUKEwin_6_4_6_sAhWE xYUKHUc9DRIQ_AUoAXoECAwQAw&biw=13 66&bih=625#imgrc=qpXVuSoS0pKGrM

Entende-­‐se assim que a crioconservação é uma prática que recorre à congelação dos gâmetas femininos e masculinos e que ajuda na procriação nas mais diversas situações.

Bibliografia: Bakhanach, J. (2009) The cryopreservation of composite tissues: Principles and recent advancement on cryopreservation of different types of tissues. Organogenesis 5:119-­‐ 126. Barros, A., Sousa M. (2000) Reprodução medicamente assistida na infertilidade de causa masculina. In Andrologia clínica. Sociedade Portuguesa de Andrologia (ed), Cap. II:157-­‐162. Heffner, L.J. (2004) Advanced maternal age – How old is too old? New England Journal of Medicine 351:1927-­‐1929. Macnamee, M., Brinsden, P. (1999), “Superovulation strategies in assisted conception” in In vitro fertilization and assisted reproduction-­‐ The Bourn Hall guide to clinical and laboratory practice, Peter R. Brinsden (Ed.), Bourn Hall Clinic, London pp.91-­‐95. Palermo, G., Joris, H., Devroey, P., Van Steirteghem, A.C. (1992) Pregnancies after intracytoplasmic injection of single spermatozoon into an oocyte Lancet Polge, C., Smith, A.U. , Parkes, A.S. (1949) Revival of spermatozoa after vitrification and dehydration at low temperatures. Nature pp.164-­‐166. Saúde reprodutiva-­‐ Infertilidade, orientações da Direcção Geral de Saúde, 2008). Shaw, J.M. (1993). In: Trounson A. and Gardner D. (eds), In Vitro Fertilization. Chap. 11. CRC Press, Boca Raton, Florida.

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CRIOCONSERVAÇÃO DE EMBRIÕES HUMANOS Rafaela Bernardo Nº26 e Bruna Marques Nº6 12ªB

INTRODUÇÃO A pesquisa tem como foco principal saber o que é a crioconservação mais concretamente como se faz, para que serve e que questões levanta, no intuito de melhorar o nosso conhecimento sobre este tema.

COMO OCORRE A CRIOCONSERVAÇÃO? Em alguns métodos, os pré-embriões são acondicionados, com o meio contendo crio protetores, em pequenos canudos chamados de palhetas, nas quais são anotados o nome completo da paciente, o número de pré-embriões congelados e data do congelamento (Filho,2017). As palhetas por sua vez, são colocadas noutro recipiente, chamado de rack, e em seguida dentro de um contentor de azoto líquido a 196ºC negativos, permitindo bloquear a atividade metabólica das células (Diniz, 2001). As racks são coloridas ou de alumínio numeradas. Os dados que identificam a localização das amostras são anotados na ficha do casal, permitindo que se retire a amostra desejada no dia do descongelamento (McGleenon, 2000).

EMBRIÃO HUMANO Embrião humano é o resultado da fusão entre dois gâmetas, um feminino (oócito) e um masculino (espermatozoides). Este

processo chamasse FECUNDAÇÃO.

OBJETIVO DA CRIOCONSERVAÇÃO: A crioconservação de embriões é a solução para muitos casais que se deparam com a infertilidade. Esse congelamento rápido pode resolver alguns problemas em casos especiais e facilitar a vida de muitas pessoas que, sem a técnica, jamais conseguiriam ter filhos ou, até mesmo, pretendem adiar a gravidez em alguns anos ( Rocha, 2012).

DESTINO DOS EMBRIÕES CONGELADOS: Os embriões crioconservados podem ser utilizados pelo casal como já foi referido, doados a outros casais e/ou para investigação cientifica mas a controvérsia reside precisamente na decisão do destino a dar a estes embriões. A comunidade científica, a comunidade religiosa, os progenitores, os políticos e a sociedade em geral debatem as questões éticas e morais, para além dos aspetos técnicos e científicos, posicionando-se num vasto leque de perspetivas que vão desde a atribuição ao embrião humano de um estatuto de pessoa, condenando todas práticas de investigação que promovam a sua destruição, até à não atribuição de qualquer estatuto que não seja o de “material” possível de ser doado, manipulado e usado em benefício da humanidade (Gaspar,2009).

CONCLUSÃO: A crioconservação é a forma que muitos casais usam para serem pais apesar de isso implicar questões éticas e bioéticas difíceis de resolver .

BIBLIOGRAFIA : Diniz, M.H (2001) . O estado do biodireito . https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-69/ aspectos-juridicos-da-criopreservacao-extracorporea-de-celulas-embrionarias-humanas/ Filho, R (2017). Congelamento de embriões: https://materprime.com.br/como-funciona-ocongelamento-de-embrioes-por-vitrificacao/ Gaspar, P (2009). Embriões “excedentários” criopreservados: que destino dar-lhes?. https:// iconline.ipleiria.pt/handle/10400.8/111 McGleenon, T (2000) .As Implicações Éticas da Investigação em Embriões Humano. http:// www.europarl.eu.int/stoa/publi/pdf/99-indu-02_pt.pdf Rocha, A (2012) . Mestrado integrado em medicina: o uso de embriões humanos em investigaçãovisão ética. https://eg.uc.pt/bitstream/10316/29227/1/tese.pdf Soares, J . (2011) slideshare infertilidade. https://pt.slideshare.net/bioterra/infertilidade-8895342

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Vantagens: -os embriões podem ser doados a outros casais ;

-permitem que o material biológico, obtido apos a descongelação, possa ser utilizado em investigações para fins terapêuticos; Desvantagens : - estudos indicam que estes processos poderão ter alterações cromossómicas nos embriões; - discussão ética e moral ; - a lei de muitos países não prevê o destino a dar a esses embriões, permitindo o acumular desses embriões excedentários ( embriões que não foram implantados ); (Soares,2011).


FECUNDAÇÃO IN VITRO Lara Lopes 12°B e Mélanie Matthey-Doret 12°B

Muitas mulheres, como homens, não têm oportunidade de ser mãe/pai por causa de serem estéreis, ou seja, não poder produzir gâmetas para uma fecundação, mas graças à evolução da ciência, podemos ajudar essas pessoas com uma fertilidade in vitro. Mas, o que é realmente isso? →A fertilidade in vitro é um tratamento de reprodução assistida, em que o objetivo é a junção de um espermatozoide com um oócito, não ocorrendo nas trompas de Falópio, mas sim num laboratório fora do corpo da mulher, sendo o embrião obtido, transferido para útero materno. Esta solução, que futuros pais e mães optem para ter bebés, parece perfeita, até mesmo irreal, mas será que a fecundação in vitro não apresenta problemas? Sim apresenta, como tudo, esta tem defeitos, aqui estão referidos alguns exemplos de vantagens e desvantagens que se investigou; Vantagens:  Em primeiro lugar, evidentemente, o nascimento de um bebé para um casal que não consegue tê-lo de forma natural, sendo este o objetivo final deste processo e o mais positivo das vantagens da fertilidade in vitro. (Vittoria Vita, 2019)

 A existência de vários protocolos, que beneficiam o procedimento, ou seja, para ter um menor risco de desenvolvimento de bebés com patologias ou com doenças hereditárias para que o processo seja um sucesso. (Da Rosa Filho, 2019)

Introdução de um espermatozoide dentro do oócito.

Sabia que... No dia 25 de fevereiro de 1986 nasceu o primeiro bebé por fecundação in vitro em Portugal. (Baeta, 2016)

 A oportunidade para os casais homossexuais ou mulheres solteiras terem bebés. Desvantagens:  Um custo financeiro bastante elevado. Como o processo nem sempre funciona na primeira tentativa, em média, os casais efetuam 2 a 4 vezes. (Constantin ; Daverio ; Zermatten, 2010) Os pacientes têm que estar conscientes das despesas que terão de fazer.  Pode provocar problemas de saúde no corpo da mulher, como o desenvolvimento de cancros da mama ou dos ovários e risco de trombose ou de embolia. (Constantin ; Daverio ; Zermatten, 2010)

 Os casais podem vir a vivenciar várias emoções como o stresse, o desespero e o medo. (Allard ; Séjourné ; Charbol, 2007)

Introdução de um espermatozoide dentro do oócito.

Em suma, esta técnica de reprodução assistida não é perfeita como se esperava. Evidentemente estes processos poderão causar efeitos secundários de elevado risco para a saúde da futura mãe. No entanto o facto de poder ser induzida uma gravidez para quem naturalmente não consegue, torna esta opção algo viável.

Allard. M.-A. ; Séjourné. N. ; Charbol. H. (2007). Universidade de Toulouse. Vécu des différentes étapes d’un prcessus de fécondation in vitro. Baeta, L. (2016). Lisboa. Há 30 anos nasceu o primeiro “bebé-proveta” português. Constantin, C. ; Daverio, J.-M. ; Zermatten, C. (2010). Universidade de Genève. Fécondation in vitro “la bourse ou la vie”. Da Rosa Filho, R. (2019). Vantagens e desvantagens da análise genética do embrião. Vittoria Vita. (2019). Kiev. Pós e contras da fertilização in vitro.

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BIOHEITOR

Gonçalo Charro, nº12 e Maria Arsénio, nº16, 12ºA

FECUNDAÇÃO

Fig.1. Fecundação (https://www.indice.eu/pt/noticias/saude/2019/12/19/ovulodesempenha-papel-ativo-no-processo-de-fecundacao)

COMO OCORRE A FECUNDAÇÃO O homem ao ter relações sexuais com a mulher liberta esperma na sua vagina (ejaculação), que contem milhões de espermatozoides. Os espermatozoides devido à sua morfologia deslocam-se até às trompas de Falópio onde, caso tenha ocorrido ovulação anteriormente, encontram o oócito II. Ao se encontrarem irá ocorrer uma reação acrossómica que consiste na libertação de enzimas através do acrossoma presente nos espermatozoides, que digerem uma zona da camada protetora externa do oócito, permitindo que a membrana do oócito reconheça os recetores da membrana plasmática da cabeça do espermatozoide. Graças a esta reação o espermatozoide alcança a membrana plasmática do oócito, o que permite a fusão das membranas plasmáticas das duas células e a entrada do núcleo do espermatozoide no oócito. O flagelo do espermatozoide ao terminar a sua função locomotora degenera-se. Após a fusão das membranas plasmáticas das duas células, o oócito reinicia a meiose II e dá origem ao óvulo, cuja sua membrana se torna impenetrável a outros espermatozoides. No interior do óvulo ocorre a cariogamia (fusão dos dois núcleos) dando origem a uma nova célula diploide, o ovo ou zigoto. Esta nova célula irá iniciar o seu desenvolvimento através de mitoses. Dá-se assim finalizada a fecundação. (Santos, 2011, Oliveira CF, Manual de Ginecologia)

Fig. 2. Ovo ou zigoto (https://pt.wikipedia.org/wiki/Zigoto)

A fecundação ocorre sempre que há libertação de esperma na vagina da mulher? Não. O encontro dos espermatozoides e do oócito ocorre nas trompas de Falópio, mas apenas pode ocorrer fecundação no primeiro um terço das mesmas. Por vezes, por motivos de má formação ou obstrução das trompas de Falópio ou do útero os espermatozoides e o oócito não se encontram nessa zona, pelo que a fecundação não ocorre. Outro aspeto que também pode afetar a fecundação é a falta de muco cervical, uma secreção produzida pelo colo do útero que ajuda na locomoção e sobrevivência dos espermatozoides. Também alterações no sistema imunológico da mulher podem fazer com que esta crie anticorpos contra os espermatozoides, não permitindo assim o seu encontro com o oócito. (Pivotto, 2010, Mundo Estranho Saúde)

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Fig.4. Obstrução na trompa de Falópio (https://www.reproduccionasistida.org/cirugia-tromp)

Fig.3. Reação acrossómica (https://resumos91.wordpress.com/category/3%C2%BAsemestre/embrio/)

ASPETOS NEGATIVOS DA FECUNDAÇÃO IN VITRO

FECUNDAÇÃO IN VITRO Uma das soluções possíveis para mulheres com dificuldades em engravidar é a fecundação in vitro, estando esta técnica dividida em quatro etapas: Na primeira etapa são administradas três substâncias na mulher com o objetivo de um bom desenvolvimento folicular; A segunda etapa consiste na aspiração dos oócitos presentes no líquido folicular e na avaliação do seu grau de maturidade, sendo depois transferidos para uma solução nutritiva semelhante à produzida pelas trompas de Falópio e mantidos numa estufa adequada, até ao momento da fertilização. O homem terá de coletar o seu esperma para que este seja analisado em laboratório e para que os espermatozoides sejam “lavados” e sofram um processo denominado capitação, de forma a que adquiram a capacidade de fertilizar. Na terceira etapa é introduzido o espermatozoide no oócito, sendo depois transferido o óvulo para outro meio de cultura, impedindo a penetração de outros espermatozoides. A etapa final consiste na introdução dos óvulos novamente no útero da mulher, aguardando-se pelo menos duas semanas para se verificar a gravidez, que, a partir daí, seguirá como uma gravidez convencional. (Consalter, 2006, UNIJUS)

Na fecundação in vitro, na maioria das vezes, há embriões que sobram, ou seja, não são inseridos no útero da mulher, sendo então preservados. O casal que recorreu à fecundação in vitro terá de deixar por escrito o que será feito com os embriões preservados, sendo proibido que o casal decida destrui-los ou cede-los para pesquisas, apenas podendo doá-los a outros casais estéreis. No entanto, existem muitos casais que abrem mão dos seus embriões, tendo estes de ficar armazenados na clínica, sem poderem ser utilizados. (Consalter, 2006, UNIJUS)

Fig.6. Congelamento de embriões (http://www.vidabemvinda.com.br/blog/quais-sao-as-taxas-desucesso-da-transferencia-de-embriao-congelado/)

BIBLIOGRAFIA: http://www.fspog.com/fotos/editor2/cap_03.pdf https://super.abril.com.br/mundo-estranho/porque-alguns-casais-nao-conseguem-ter-filhos/ http://revistas.uniube.br/index.php/unijus/articl e/viewFile/1034/1209#page=45 Fig.5. Fecundação in vitro (https://mdemulher.abril.com.br/saude/inseminacao-

artificial-x-fertilizacao-in-vitro-fiv-entenda-a-diferenca/)

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BIOHEITO R

12ºB Beatriz Timóteo, Nº5 Vitória Simão, Nº29

FECUNDAÇÃO… O QUE É? Um dos processos do início da gravidez é a fecundação. Quando a fecundação ocorre, tem o significado de que um dos milhões de espermatozoides presentes no esperma do homem “abre um portal” no óvulo da mulher. (Santos, 2019) A fecundação é a união do óvulo e do espermatozoide, resultando num óvulo fertilizado, chamado zigoto. Esta nova célula, que já carrega o DNA com 23 cromossomas da mãe e 23 do pai, indica a primeira etapa da vida. Vídeo de como ocorre a fecundação: https://youtu.be/LDik8vtp7A

ONDE OCORRE A FECUNDAÇÃO? É nas trompas de Falópio que ocorre a fecundação. São libertados os óvulos, por parte dos ovários, com o objetivo de passarem nas trompas de Falópio. Se algum espermatozoide conseguir entrar num desses óvulos, ocorre então a fecundação. (Santos, 2019)

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FASES DA FECUNDAÇÃO 1ª: durante o período de ovulação, um ovulo é libertado pelo ovário. 2ª: nas trompas de Falópio encontra-se o ovulo fecundado, que vai iniciar o seu movimento em direção ao útero. 3ª: apos a chegada ao útero do óvulo fecundado, o embrião aproxima-se e junta-se ao endométrio. 4ª: dá-se então início ao processo nidação, o embrião coloca-se na parede uterina. (este processo tem mais ou menos a duração de 5 dias)

SINTOMAS DA FECUNDAÇÃO… QUAIS SÃO? - Dor abdominal, leves cólicas - Pequeno sangramento rosado - cansaço e sonolência - Inchaço dos seios - Dor de cabeça leve e persistente (Sediciais, 2020)

SABIAS QUE…? Um cientista holandês descobriu a existência dos espermatozoides: em 1677, Anthony van Leeuwenhoek, detetou a presença dos mesmos ao examinar amostras do seu próprio esperma, no


SN

E A SEGUIR DA FECUNDAÇÃO?

O SEU NOME

1. O espermatozoide acaba por perder a cauda após a fecundação, tornando o espermatozoide mais leve e facilitar a sua deslocação ao ovulo. 2. A primeira divisão celular dá se 30 horas depois do espermatozoide fecundar no ovulo. 3. Após 20 horas da primeira divisão, surge uma outra microscópio. divisão 4. Seis dias depois, o vai se dividindo inúmeras vezes https://super.abril.com.br/ciencia/voce-oespermatozoide-vencedor/

O QUE PODEMOS CONCLUIR ACERCA DA FECUNDAÇÃO? Devido ao ajuntamento do espermatozoide com o ovulo, dá-se a origem do ovo ou zigoto, que leva então a uma gravidez. Assim, após a junção do espermatozoide com o óvulo, este último desencadeará imediatamente uma reação bioquímica, alterando a sua composição externa, de modo a que mais nenhum espermatozoide o possa fecundar. A partir daí, inicia se a formação do zigoto: começa processos de divisões celulares que iram dar origem a várias células, todas elas com funções diferentes, acabando por haver assim, aquilo a que chamamos de "gravidez". Caso o encontro do espermatozoide com o ovulo não tenha ocorrido, diz-se que não houve fecundação, logo, não há gravidez

Bibliografia: Leeuwenhoek, A. 1677 Santos, P. 2019 Sediciais, S. 2020

https://www.biologianet.com/embriologia-reproducaohumana/fecundacao.htm https://nilofrantz.com.br/blog/fecundacao-humana-entenda-o2 processo/

https://youtu.be/LDik8v-tp7A

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“O outro lado da fecundação”

O início da fecundação… No ser humano as células responsáveis pela formação de um zigoto são os oócitos e os espermatozoides. Estas células especificas são formadas nas gonadas (testículos e ovários) que são as estruturas responsáveis pela génese de gametas. Embora sejam os produtores das células reprodutivas, são também responsáveis pela geração de hormonas, testosterona nos homens e estrogénios e progesterona nas mulheres, que comandam o funcionamento de todo o sistema reprodutor de ambos os sexos (Carrajola, Castro & Hilário,2009).

Espermatogénese: espermatozoides.

processo

de

formação

dos

Nos homens este processo decorre desde a puberdade e Nádia Duarte, nº19 ao longo da vida do homem, sem interrupção. Nos testículos encontram-se umas células denominadas espermatogónias que se vão dividir para aumentar o seu número. Essas células sofrem crescimento e o seu material genético é duplicado, preparando-se para a meiose. A maturação dá-se com a conclusão da meiose dos espermatócitos passam a existir espermatídios com metade do conteúdo genético. Na última fase o espermatídio passa a espermatozoide, célula pronta para a fecundação com o oócito II (Carrajola, Castro & Hilário,2009).

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Fig.1- Chegada do espermatozoide ao oócito II (https://soumamae.com.br/fecundacao-tudo-o-que-voce-deveria-saber/)

Rute Ferreira, nº23

A fecundação Após a formação dos gâmetas, para que possa Oogénese: processo de formação dos ocorrer a fecundação é necessário o espermatozoide oócitos II

A formação dos gametas femininos iniciase na vida intrauterina, aí ocorre a formação de folículos primordiais, que irão ficar em repouso até à puberdade onde passa a ocorrer de forma cíclica a libertação do gameta maduro, de forma a ser fecundado, até a mulher atingir a menopausa. Dentro de um período de tempo e espaço o oócito pode ser fecundado. Se isso acontecer o oócito II termina a sua meiose e desloca-se para o útero. Caso não seja fecundado, o oócito II degenera-se (Carrajola, Castro & Hilário,2009).

atingir o oócito II, que se encontra no início das trompas de Falópio. No caso do espermatozoide atingir o oócito II, este vai libertar enzimas de forma a perfurar a membrana que reveste o oócito e assim poder chegar até ele. Caso o espermatozoide consiga perfurar a membrana do oócito II, vai perder o flagelo (fenómeno que acontece, pois, o flagelo já realizou a sua função, ou seja, permitir a locomoção até ao oócito), e a membrana plasmática do oócito torna-se impenetrável a outros espermatozoides. Assim, ocorre a fusão dos dois núcleos haploides (cariogamia), formando o ovo/zigoto (célula diploide), que irá dar origem a um novo ser após o período de desenvolvimento embrionário (Carrajola, Castro &

Hilário,2009).


Gémeos

Gémeos sesquizigóticos:

A germinação sesquizigótica é um Os gémeos são um caso peculiar da fecundação, pois, após serem observados caso raro, pois para ocorrer é necessário que concluiu-se que nos diferentes tipos de dois espermatozoides penetrem um mesmo gémeos a fecundação ocorre de formas oócito (Fisk,2014) específicas e diferentes da definida. Este tipo de germinação ocorre, pois, o óvulo fertilizado divide de forma Gémeos monozigóticos: igual os três conjuntos de células e estas irão A germinação monozigótica resulta unir-se como mostra a figura. da união de um espermatozoide com um oócito, mas vai ocorrer uma divisão celular originando dois embriões num mesmo ovo. Estes irão se desenvolver no mesmo zigoto e vão ser idênticos devido a terem a mesma constituição genética. (Beiguelman,2008)

Métodos de reprodução assistida A infertilidade é um problema que atinge muitos casais. A infertilidade pode ocorrer devido a muitos fatores, e tanto pode ocorrer nas mulheres como nos homens. Para ultrapassar o problema da infertilidade muitos casais e mulheres recorrem à medicina, com o uso de métodos artificiais (Scott, 2018). Inseminação artificial Consiste em depositar o esperma preparado em laboratório no útero da mulher. Este processo tem como objetivo respeitar ao máximo o ambiente natural dos gametas e facilitar a fecundação, do espermatozoide. O procedimento começa com a estimulação ovárica e indução da ovulação de modo a aumentar o número de oócitos disponíveis. O crescimento destes é acompanhado até atingirem proporções ideais para a inseminação, onde a ovulação é induzida. A segunda fase consiste na escolha dos espermatozoides que apresentam uma maior mobilidade para aumentar a qualidade da amostra. Na última fase o esperma é colocado no útero da mulher. Fertilização in vitro A fertilização in vitro consiste na fecundação, fora do corpo da mulher, em laboratório, de modo a colocar no útero da mulher um zigoto já fecundado. (Edwards, 1978)

Gémeos dizigóticos: Por sua vez, a germinação dizigótica resulta da Fig.2- Exemplo da divisão das células união de dois espermatozoides com dois germinativas óvulos, ocorrendo duas fecundações diferentes (oócitos diferentes e espermatozoides diferentes), levando assim a Depois disso acontecer as células que os gémeos não sejam iguais. Basicamente, são dois irmãos que tiveram a peculiaridade de “pai-pai” vão ser degeneradas ficando se terem formado simultaneamente (Sadler, apenas duas células que irão originar dois 2004). Neste caso os gémeos podem ser de embriões. (Gabbett, 2014) sexo diferente e com características diferentes o que não acontece no caso dos gémeos monozigóticos. (Beiguelman,2008)

Fig.3- Fetos de gêmeos sesquizigóticos

O processo inicia-se com a estimulação ovárica e indução da ovulação com o mesmo objetivo da inseminação. Depois da ovulação os oócitos vão ser retirados para serem inseminados. Esses são fecundados e os embriões vão ser observados, e selecionados consoante as suas características. Apos estes processos são transferidos para o útero da mulher (Scott, 2018). FIV-Genetic (FIV + PGT-A) Esta é uma técnica mais fidedigna para a saúde do recém-nascido pois é realizada uma biopsia aos embriões de modo a descartar problemas posteriores. Após o estudo, são escolhidos os embriões para prosseguir o processo, tal como na fertilização in vitro (Scott, 2018).

Concluindo… Há assim opções para a resolução de um problema que afeta muitos casais portugueses. (Carvalho, 2016) Apesar de muitas pessoas conseguirem atingir a gravidez, este processo não deixa de ser extremamente exaustivo para o casal. Este procedimento tem ainda possibilitado o aumento do número de gravidezes de gémeos saudáveis, devido à manipulação no laboratório. Apesar de muitos dos gémeos serem concebidos em laboratório, uma gravidez deste tipo não deixa de ocorrer de forma natural nos casais. Bibliografia:

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1701313?query=featured_home; https://www.eurekalert.org/pub_releases/2019-02/quot-fst022519.php; https://www.sbg.org.br/sites/default/files/o_estudo_de_gemeos.pdf; https://ivi.pt/tratamentos-procriacao-assistida/ https://www.sbg.org.br/sites/default/files/o_estudo_de_gemeos.pdf

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Síndrome de Down Beatriz Gaspar 12ºA nº04 Leonor Gomes 12ºB nº18 Síndrome de Down, descrito pela primeira vez em 1866 pelo médico inglês John Langdon Down, é causada pela trissomia do cromossoma 21, isto é, aqueles que são diagnosticados com síndrome apresentam três cromossomas de número 21, em vez de apenas dois em cada uma das suas células do corpo, (Leonardo Leite). Os cromossomas são recebidos pelas células embrionárias do casal, no instante em que o espermatozóide fecunda o óvulo, sendo que a mãe fornece 23 e o pai também fornece 23, nesse mesmo instante a célula denominada de ovo ou zigoto inicia o seu processo de desenvolvimento, sofrendo várias divisões, (Movimento Down, 2013).

Como é diagnosticado o Síndrome de Down? O método utilizado é a amniocentese, este, consiste na aspiração de uma pequena quantidade de fluido amniótico. Apesar de se tratar de um procedimento invasivo, este exame é considerado seguro, (Gonçalves, 2012).

Características das pessoas portadores do Síndrome de Down, segundo a Dra. Tânia Godinho Psicóloga do ITAD: • • • • • •

Cabeça pequena; Um rosto achatado, com ossos faciais pouco desenvolvidos; Olhos amendoados, com pálpebras estreitas e um pouco oblíquas; Um nariz pequeno; Cavidade oral pequena; Hipotonia muscular e menor desenvolvimento físico; • Grande probabilidade em desenvolver doenças cardíacas e respiratórias; • Deficiência intelectual. • Desenvolvimento global mais lento

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Segundo Leonardo Leite, existem os seguintes tipos de trissomia 21: Trissomia simples : A pessoas possui 47 ocorre em cerca de 95% dos casos de Síndrome de Down. A causa desta trissomia é a não disjunção cromossômica. Translocação : O cromossoma extra do par 21 fica agarrado a outro cromossoma. Neste caso, embora a pessoa tenha 46 cromossomas, é portador de Síndrome de Down. Existe cerca de 3% deste tipo de Trissomia.

Curiosidades: - Os portadores de trissomia 21 do sexo masculino são sempre inférteis, e os órgãos sexuais são pouco desenvolvidos (Gonçalves, 2012) - Os portadores de trissomia 21 do sexo feminino, costumam ter puberdade tardia e menopausa precoce (Gonçalves, 2012)

Mosaico : A alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 cromossomas, e outras 46 cromossomas. Este tipo ocorre em cerca de 2% dos casos de Síndrome de Down. Originam-se a partir da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal.

Em Portugal existem cerca de 15.000 pessoas com Síndrome de Down. Anualmente nascem entre 100 a 120 (uma em cada 700 crianças), (CUF).

Conclusão: Este trabalho tem como objetivo informar o que é o Síndrome de Down, e dar a conhecer um pouco mais à cerca desta alteração genética. Apesar de todas as limitações, as pessoas portadoras desta doença, são pessoas capazes de realizar distintas atividades. Cada vez mais, vemos pessoas capazes de dar oportunidade a jovens e adultos com esta doença, consequentemente ajudando a que possam ter uma vida mais autónoma, sendo, que estas pessoas dependem quase sempre de alguém.

Bibliografia: http://www.ghente.org/ciencia/genetica/down.htm http://www.itad.pt/sindrome-­‐de-­‐down/ https://www.cuf.pt/mais-­‐saude/7-­‐factos-­‐sobre-­‐sindrome-­‐de-­‐ down

Concluímos assim, que toda a gente tem um papel importante na sociedade, e que não podemos descartar ninguém devido às suas limitações, mas sim, ajudar, ensinar, e tentar dar a essa pessoa uma vida mais feliz.

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