N.02 - JUN. 2012
A M A G A Z I N E D E E S T U D A N T E S D O I C B A S PA R A E S T U D A N T E S D O I C B A S
XVIII Semana Cultural Prof. Abel Salazar Mem贸rias de um Dj, (ou melhor, dois) e muito mais! 1
ÍNDICE Editorial .......................................................................................................................... 3 XVIII Semana Cultural Prof. Abel Salazar ............................................................ 4 CORINO Mag
Flower Power Néon ................................................................................................... 7
EDIÇÃO Departamento de Comunicação e Imagem da AEICBAS imagem@aeicbasup.pt Tiago Ramos, 4ºano MIM (coordenador) Daniel Canelas, 3ºano MIM Diogo Semedo, 5ºano MIM Maria Vilela, 4ºano MIM Mafalda Cruz, 5ºano MIM COLABORAÇÕES Agostinho Sousa Ana Costa Ana Devesa Ana Mafalda Nunes Ana Oliveira Ana Ribau Ana Rita Silva Christophe Afonso Diogo Semedo Joana Rego João Neto José Nogueira Juliana Melo Maria Cunha Marta Silva Michel Mendes Natália Prata NEBQUP Paulo Barbosa Pedro Ribeirinho Soares Penélope Almeida Rui Costa Sandrina Correia Tiago Ramos
Memórias de um DJ, (ou melhor, dois) ............................................................... 8 XI Semana Cultural Prof. Abel Salazar ............................................................... 10 Semana Cultural: Obras Premiadas ................................................................... 12 Medicina na Periferia VIII Edição ........................................................................ 16 Hospital dos Pequeninos ...................................................................................... 17 Cursos de Mergulho – CCD Porto....................................................................... 18 Estágios Sea Life Porto .......................................................................................... 19 Comissão de curso 1º ano CMA ......................................................................... 19 X Congresso De Medicina Veterinária .............................................................. 20 Comissão de Sebentas........................................................................................... 21 Intercâmbios de Medicina Veterinária.............................................................. 22 Campeonatos Académicos do Porto ................................................................ 24 Bioquímica um Curso do Presente e do Futuro ............................................ 26
FOTOGRAFIA Tiago Ramos
Tuna Académica Biomédicas 2011/2012 ........................................................ 27
DESIGN & IMPRESSÃO Criação Livre
Retiro Carnavalesco ................................................................................................ 28
TIRAGEM 200 exemplares
Uma última vez, The Beatles em Concerto...................................................... 29
APOIOS
“Certame no SOTAO”............................................................................................... 30 VO.U. Acompanhar................................................................................................... 31 Relato de uma Viagem a Lisboa.......................................................................... 32 Fotografia do ICBAS ................................................................................................ 34
“Reconheço e agradeço toda a colaboração e ajuda que V. Exa. Disponibilizou à Associação de Estudantes e aos Grupos Académicos desta Casa. Em horas que não se tem moeda de troca, é bom saber que podemos contar com alguém que não precisa de contrapartidas. Não é caridade, é reconhecimento.” João Moreira Pinto, 2004
Na Semana Cultural que atingiu a maioridade, decidimos dedicar a sessão de homenagem à Prof. Dra. Corália Vicente. A citação em cima, retirada da “Carta Aberta à Prof. Corália”, aquando da sua despedida do cargo de Presidente do Conselho Diretivo do ICBAS, continua a ser uma fiel descrição do seu carácter. Presente no ICBAS desde 1977, nunca esqueceu o que é ser estudante. Enquanto outros se renderam a ciclos viciosos, tomaram como exemplo atitudes que na altura desprezavam, a Prof. Corália manteve presente as memórias dos seus tempos de estudante na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Nunca deixou de ouvir os nossos problemas e sugestões, nunca fechou a porta. Tratou a todos com a mesma igualdade, independentemente do cargo que transportassem. Sempre defendeu os interesses da escola e de todos em que nela habitam, sempre com uma energia inigualável e inspiradora. Por a considerarmos uma das personalidades que mais marcou a nossa instituição, por a considermos um exemplo a seguir, é com algum pesar que vemos a sua saída do nosso nobre instituto. Desejamos no entanto que mantenha o seu espírito, que nunca esqueça os seus ideiais, e que se mantenha ativa, não só pelo futuro do ICBAS, mas da própria UP.
1975
1960
1955
1992
1995
2003
2004
1988
2001
2001
1980
1979
1978
1978
1954
A Direcção da AEICBAS
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XVIII Semana Cultural Prof. Abel Salazar
Criada em 1995, esta semana dedicada aos estudantes do Instituto e à Universidade do Porto tem como objetivo a promoção da Cultura em toda a comunidade da Cidade do Porto e homenagear o grande humanista que foi Abel Salazar. Cientista, pensador, escritor, artista, médico e professor da antiga faculdade de Medicina do Porto, foi a personalidade que pelo seu génio insigne deu nome ao nosso Instituto. Este ano, a Semana Cultural Prof. Abel Salazar foi realizada nos dias 21 a 25 de maio de 2012 nas novas instalações do ICBAS.
A semana teve início com a inauguração da nova casa da AEICBAS, contando com a presença dos estudantes, dos professores, da direção do ICBAS, ex-dirigentes associativos da AEICBAS, entre outros representantes e convidados.
Para simbolizar tal momento, foi destapada uma placa comemorativa, com o seguinte texto inscrito: Inauguração das Instalações da Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto Porto, 21 de Maio de 2012
“Que esta vossa Associação seja um local de tolerância para que o diálogo e o confronto, que lhe é inerente, contribuam para fazer de cada Estudante um Homem aberto ao Mundo, a Portugal e aos seus irmãos, em suma um Homem que se renova no contacto rico com os outros, numa afirmação de solidariedade e de verdadeira cidadania”.
16º Presidente da República Portuguesa Exmo. General António Ramalho Eanes Livro de Actas da AEICBAS-UP - 12 de Novembro de 1985
» INAUGURAÇÃO DAS NOVAS INSTALAÇÕES DA AEICBAS 4
De seguida iniciamos a sessão de abertura no Salão Nobre, contando com os discursos da coordenadora da XVIII Semana Cultural, Sandrina Correia, do Presidente da Associação de Estudantes, Agostinho Sousa, do Diretor do ICBAS, o Professor Doutor António Sousa Pereira, do Sub-Diretor do ICBAS, o Professor Doutor Luís Baldaia, da
numa sessão pontuada por inúmeros episódios da sua vida rica, do ICBAS e da própria UP.
Terminamos o dia com uma mega-fotografia de grupo nas escadarias do Novo ICBAS, uma inclusão de última
» PROF. DRA. CORÁLIA VICENTE
Presidente do Conselho Pedagógico, a Professora Doutora Corália Vicente e ainda do Professor Doutor Carlos Magalhães, ex-Presidente da AEICBAS, no mandato em que foram criados a Semana Cultural Prof. Abel Salazar e o Torneio Nuno Grande, e atual docente do ICBAS.
hora no programa da Sermana Cultural, mas que ainda assim contou com a presença de muitos estudantes, resultando numa foto que de certo será olhada com saudade daqui a alguns anos: (ver pág. 34 e 35).
» ENG. JOSÉ ANTÓNIO BALAU
Para honrar o conhecimento e vontade de saber mais dos estudantes, foram entregues os prémios BPI aos alunos com melhor média final dos Cursos de Medicina, Medicina Veterinária e Ciências do Meio Aquático do ICBAS.
Homenageámos a Professora Doutora Corália Vicente, docente Catedrática, antiga Diretora e atual Presidente do Conselho Pedagógico do ICBAS, por todo o trabalho desenvolvido em defesa dos interesses do nosso Instituto,
Na terça-feira, foi realizado um workshop de decoração de cupcakes, num momento divertido onde a criatividade permitiu tornar bolinhos deliciosos não só ao paladar mas também à vista. E porque a alimentação saudável é importante na vida de um estudante, foram realizados, com o apoio dos estudantes da FCNAUP (Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da UP), planos nutricionais personalizados. Ao fim da tarde, foi realizado mais um Churrasco em Vairão, onde a boa música, o pão com carne, o paté de atum e o mergulho na piscina, seja de livre vontade ou não, são uma tradição.
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» SARAU CULTURAL - TAB
No fim da tarde, uma pequena sessão de cinema com o filme “Reservoir Dogs”, de Quentin Tarantino acabou o dia de maneira mais calma e virada para a Cultura. Na quinta-feira, dois workshops, um de dança contemporânea e jazz e outro de aeróbica agitaram a semana aos estudantes, bem como o Sarau Cultural de Biomédicas, no Ateneu, onde atuaram pela noite fora o Coral de Biomédicas, a Tuna Feminina de Biomédicas, a Tuna Académica de Biomédicas e a Vinicultuna de Biomédicas – Tinto.
No último dia da semana, sexta-feira, foram realizados rastreios de HIV pelo CAD (Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce do HIV/SIDA), numa ação se sensibilização dos estudantes para esta doença.
Na Sessão de Encerramento, onde foram entregues os prémios aos vencedores dos Concursos de Literatura, Escultura, Pintura e Fotografia, bem como o prémio da Liga ICBAS. O fim da Semana foi marcado por mais uma mítica Flower Power, que se tornou especialmente memorável pela decoração com luzes neone pelas pinturas faciais que os membros da Comissão Organizadora realizaram aos participantes. Sandrina Correia 3º Ano MIMV » CHURRASCO EM VAIRÃO
Na quarta-feira, a conferência “O estudante na Universidade do Porto” permitiu juntar numa conversa improvável sobre o papel do estudante a Professora Doutora Corália Vicente, o Professor Doutor Carlos Magalhães e o Engenheiro José António Balau, moderados pelo Doutor Ary Ferreira da Cunha, da Sociedade de Debates da Universidade do Porto. Desde a vida associativa à praxe, não esquecendo o lado mais académico, tudo exemplificado com episódios da vida de cada um dos intervenientes, foi uma agradável conversa sobre o passado, o presente e o futuro que nos espera. 6
Coordenadora do Departamento Cultural
» WORKSHOP DE CUPCAKES
A Flower Power da XVIII Semana Cultural, realizada no dia 25 de maio , surgiu da ideia de, pela primeira vez na história das Biomédicas, realizar uma festa fluorescente, com um ambiente futurista e único, que fechasse em grande as atividades da semana e levasse ao rubro a comunidade icbasiana. Nasceu, assim, a Flower Power Néon. Depois de elaborada a Comissão Organizadora, cheia de gente motivada, criativa e pronta a pôr as mãos à obra, começou a demanda da procura das tintas e material néon que seriam o centro da festa! Após uma longa pesquisa, a AEICBAS estabeleceu parceria com a empresa LetsGlow (www.letsglow.pt), sediada em Lisboa, que dispunha de uma grande leque de material (tintas BodyPaint, óculos e orelhas de coelho fluorescente, vernizes fluorescentes, tintas para cabelo também fluorescentes, entre outros). Assegurada a colocação de luz negra no átrio de Biomédicas, a encomenda das pulseiras, o planeamento e exe-
cução das decorações pela incansável Comissão Organizadora, chegou a sexta-feira. Tudo a postos para a festa do ano!! O evento foi de grande sucesso, descrito por muitos como “a melhor Flower que o ICBAS já teve!”. O entusiasmo com os acessórios glow e as tintas fluorescentes foi unânime e até contagiou a Comissão Organizadora! A música esteve a cargo dos Djs Posity Boy e Diogo Semedo, que abanaram a pista de dança até às 6h. A todos aqueles que não tiveram oportunidade de vir e viver o espírito Néon, podem sempre visitar as fotos no site da AEICBAS e marcar presença na próxima grande Flower Power! Até para o ano!
Marta Silva 4º Ano MIM Departamento Cultural
SEMANA CULTURAL
Flower Power Néon
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» DIOGO SEMEDO
SEMANA CULTURAL
Memórias de um DJ, (ou melhor, dois)
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Este texto literário contemporâneo (escrito a 2) está a ser concebido durante a Neon Flower Power (a última Flower 2011/12), enquanto o PosityBoy (José Nogueira, que de agora em diante escreverá entre parêntesis) passa o mítico “YMCA” dos Village People. A casa revestiu-se de cores fluorescentes, na festa de introdução de um conceito novo (embora as pessoas que vêem a esta festa trazem já um brilho especial! Nem que seja do álcool na veia). Vejo orelhas verdes e rosas, um smile numa barriga e mãos no ar a acompanhar a música (algumas delas, provavelmente pagas para o fazer). A luz negra tem um poder en-
para que tudo corra o melhor possível (nomeadamente no aporte de álcool e outros recursos de suporte). Quem podia imaginar que a música do jingle do pudim Danone combinaria tão bem com a “Vida de Marinheiro” dos Sitiados? (de facto ninguém. Nem eu. No “meu tempo” isto usava-se nas praxes. Sim, eu já não tenho idade para certas coisas. - Cala-te Zé que as Flowers nunca mais vão ser as mesmas sem ti... – Pois claro…) Bem, ninguém estranha e tudo canta (seriously?!?). Pudim Danone. Um santo de um pudim. Depois desta introdução quase nostálgica, vamos começar a falar a sério (isto já
graçado, revela o que devia e o que não devia (não é que não se veja sem ela; aliás os senhores das luzes às vezes ajudam-nos especificamente a ver melhor, e vê-se com cada coisa...). Nada a que quem tem um olho na pista e outro nos discos (ou no computador, embora discos dê uma ar mais credível à coisa) não esteja habituado.
estava sério!).
Esta é a profissão (neste caso hobbie) dos DJs, em qualquer parte do mundo. Trabalhar para entreter os outros (e às vezes as outras). A diferença é que há quem faça isto porque gosta, passando de trabalho a prazer (é de facto muito fácil misturar as duas coisas). Não há maneira de negar o arrepio frio quando se ouvem gritos ou vozes a cantar uma música que pusemos (e os abraços gelados
Toda a gente sabe que a vida de um DJ passa pela devassidão. Álcool, festas e no nosso caso, mulheres (e com consequências nefastas; eu pelo menos já mudei de casa 2 vezes, de telefone umas 4 e tento mudar de carro a cada 2 anos depois que comecei a tocar nas Flowers, back in 2007). É bem comum (aliás extremamente usual) o pedido menos inocente às vezes acompanhado de um número de telefone, e entre nós contam-se (his)estórias bem sórdidas (eu prefiro pôr no facebook do que contar). Triste e feliz é o DJ que tem namorada (a parte do feliz é quando a arranja; a parte do triste é quando não a reconhece no dia seguinte). A atenção humana é
de sereias molhadas após banho de piscina em Vairão). Sim, porque a noite é planeada com antecedência
rainha e (des)ordem é uma das características marcantes da nossa vida (este talentoso DJ e Produtor [Semedo]
» JOSÉ NOGUEIRA (POSITYBOY)
é mesmo poético. E tem um jeito especial para discos, lá isso... O problema é quando a coisa dá para o torto e em cabines mais baixas voam copos e cerveja) O DJ neste caso (o Zé acabou de pôr “Wegue wegue” dos Buraka Som Sistema e foi a histeria na pista – dança-se o esquema por todo o lado) tenta cativar a atenção delas, para ter a deles. Facto clínico: as músicas com sequências de graves adequadas estimulam as nossas meninas a mexer e isso mexe com eles. E as sequências de agudos tendem a mexer os braços das pessoas. E a música certa no momento certo deixa as pessoas loucas (e a loucura delas deixa-nos a nós muito satisfeitos). E é este o objectivo, sem no entanto fazermos de rádio! (Troca de mãos a partir daqui, assumindo tu os parêntesis – Nota do Zé. E entra um pouco mais de javardice) O Semedo agora está no activo. Agarrou-se ali aos Decks com um amor que só visto (eu tenho dois amores, nanana, nanana - oh zé, e se roubássemos a mesa de mistura?). E é mesmo isto que nos faz voltar às Flowers e outras festas do ICBAS: o amor (e o cachê chorudo que a Aeicbas paga, dá para ir comer uns tremoços e se der para o fino é porque ficámos de pé ou num tasco muito mau mesmo). Desde 2007, e trazendo de trás um projecto de DJ que passou por voluntariado em várias casas no continente e ilhas, que sou responsável por dar aquele toque “Old School” às Flowers (viva a estática e o ruído de estúdio). A minha motivação foi sempre ser famoso (o que resultou, tendo em conta que nunca ninguém sabe quem põe a música antes do Semedo, sabem sim, tu é que te queres chamar “rapaz positivo” e assim as pessoas não sabem quem és!) e fazer crescer estas festas. E tem crescido em conjunto com a comunidade: as festas têm grande adesão (em alguns casos aderência, sobretudo nos pés e nas pessoas que perdem a noção de espaço
social, a agradável experiência de descer do primeiro piso e os pés ficarem presos ao chão <3) e são sinónimo de curriculum obrigatório para qualquer estudante desta casa (ninguém andou no ICBAS sem ter ido a uma Flower, e se alguém não foi, esconda-se em vergonha). Ver a alegria que vemos daquele primeiro andar é ao mesmo tempo um privilégio e uma limitação (acho que iria ser mesmo muito bom estar ao mesmo nível do público. - Nisso concordo plenamente, dava jeito conseguir comunicar com as pessoas sem ser por sms ou ser preciso alguém num estado ébrio trepar a uma mesa). À beira de findar o curso, ficam memórias de festas fantásticas, de um projecto sólido e de momentos menos bons com os quais aprendemos a melhorar (sim, nem sempre corre tudo muito bem, longe disso). E fica uma sensação de prazer tântrico de cada vez que nos lembramos deste privilégio que é ser Dj das Flower Power. Mas nós ainda vamos andar por aí. E já há para aí novos talentos para continuar a dar música nestas festas... Sim, porque temos de transmitir o valioso testemunho! E por falar disto, novidades virão! O nosso sincero agradecimento às sucessivas gerações da AEICBAS que contam connosco e à comunidade das Biomédicas que é quem faz destas festas momentos inesquecíveis. By,
Diogo Semedo http://soundcloud.com/diogo_semedo José Nogueira (Posityboy) http://dj.beatport.com/posityboy Ambos do 5º Ano MIM 9
XI Semana Cultural Prof. Abel Salazar O tempo é, mesmo, uma das dimensões mais relativas da vida.
E se há quem cuida dos sentidos e da alma somos mesmo nós, os médicos.
Os sete anos que passaram desde a organização da Semana Cultural do ICBAS se, por um lado, parecem tão próximos, por outro, não deixam de ser como memórias, boas memórias! Recordo cada um daqueles momentos, daqueles dias, daquelas pessoas, que fizeram com que a semana de 30 de maio a 3 de junho de 2005 tivesse sido tão especial.
Porque, como há quem tenha dito, e nós, na altura e ainda hoje repetimos, ‘‘um Médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe!”
A alegria, a imagética, o som, as luzes, os cheiros e os sabores que promovemos naquele espaço de tempo demonstram, bem, que os sentidos são os meios que alma encontra para se manifestar.
» ABERTURA - PROFESSOR DOUTOR NUNO GRANDE
» NOITE DE POESIA
» FLOWER 10 SEMANA CULTURAL
» ABERTURA DA SEMANA CULTURAL
» ARTES CIRCENSES
» FLOWER SEMANA CULTURAL
Este sempre foi o lema que norteou o espírito de ensino do ICBAS, visando uma educação abrangente nas diversas vertentes culturais, artísticas e humanas. A vida é isso mesmo! A interseção de todas as dimensões da existência humana que nós temos de cuidar! Na verdade, a vida não são só workshops, demonstrações de Kung Fu, dança Africana, danças de salão, origamis,
» WORKSHOP DE ESCULTURA
» WORKSHOP DE PINTURA
» ARTES CIRCENSES
» FLOWER SEMANA CULTURAL
» CAFÉ-CONCERTO - TRIO DE JAZZ
» FLOWER SEMANA CULTURAL
“flower power”, escultura, pintura, percussão, ilusionismo, Artes Circenses, teatro, mas também é, tem de ser tudo isto! Tudo isto que promovemos, conhecemos e aprendemos, que nos fizeram passar a saber mais do que sabíamos e a gostar mais do que gostávamos! E, confesso, a vida sem gosto, não sabe a nada!... A mente que se revela e exercita pela leitura, pelos livros, pelas conversas que, no nosso caso, mesmo que involuntariamente, acabam nas ciências biomédicas, no humanismo que deve orientar e, certamente, orienta a nossa atividade . Nestas conversas, recordo, com sentido de agradecimento, a presença de algumas personalidades reconhecidas que falaram sobre o ‘Passado, Presente e Futuro em Biomédicas’ e que nos honraram com a participação na sessão de abertura, como foram os casos do Professor Doutor Nuno Grande, fundador da nossa Escola e reconhecida personalidade do Porto na área das Ciências e da Cultura e, bem assim, os ilustres Professor Doutor Sousa Pereira, então presidente do Conselho Diretivo do nosso nobre Instituto; Professor Doutor Artur Águas, na altura Vice-
-Presidente do Conselho Diretivo ; Raquel Gonçalves, à época presidente da Associação de Estudantes do ICBAS. Porque a experimentação é um método que, por dever de ofício, utilizamos, tentámos transformar o ICBAS num ‘laboratório interativo ’, em que todos os participantes puderam contactar diretamente com experiências científicas, através de uma exposição Interativa em colaboração com várias entidades científicas. Promovemos diferentes dimensões da vida, sentidas, estimuladas e vividas, com verdadeiros estudantes artistas, ora com o Sarau Cultural através da atuação conjunta de diversos grupos recreativos do ICBAS: tunas, coral, teatro, danças de salão, ora com o Café-Concerto, com música Jazz, quer, ainda, com o grupo de teatro do ICBAS que, através do seu talento, fez uma homenagem ao Professor Abel Salazar, num ambiente estimulante e revelador. Tudo isto foi sendo divulgado através de uma instalação de som e imagem permanentemente, com o intuito de criar um ambiente apropriado, apelativo e original, permitindo a todo o público visualizar projeções relacionados com os eventos em causa, mas também com aqueles que decorreram ao longo do ano. É verdade, parece tão próximo, mas as memórias que a memória me trouxe fazem sorrir e sentir, como se fosse agora… É assim o tempo… é assim a vida! Joana Lima Rego 4º ano de Obstetricia/Ginecologia Maternidade Bissaya Barreto, Coimbra Coordenadora da XI Semana Cultural
» WORKSHOP DE RECICLOS DE PERCUSSÃO
» DEMONSTRAÇÃO DE DANÇAS DE SALÃO
» EXPOSIÇÃO CIENTÍFICA
» DEMONSTRAÇÃO DE MÚSICA E DANÇA AFRICANA
» DEMONSTRAÇÃO DE YOGA
» SARAU CULTURAL - VINICULTUNA DE BIOMÉDICAS-TINTO
» SARAU CULTURAL - GRUPO DE DANÇA DO ICBAS
» SARAU CULTURAL - TUNA FEMINA DE BIOMÉDICAS
» SARAU CULTURAL - TUNA ACADÉMICA DE BIOMÉDICAS
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Semana Cultural: Obras Premiadas
No âmbito das celebrações da XVIII Semana Cultural Prof. Abel Salazar, homem que sempre defendeu a íntima ligação entre a arte e a ciência, a AEICBAS realizou 4 concursos: Literatura, Escultura, Pintura e Fotografia (sendo os 3 primeiros subordinados ao tema “Abel Salazar, Vida e Obra”, e o de fotografia à “Vida Académica”.
Literatura
tema “Abel Salazar, Vida e Obra”
1º
» JOÃO EIRA, ESTUDANTE DO 2º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
Escultura em cobre martelado “Ia para a pintura com o frensesim de um homem que não podia ficar impassível e calado perante o espectáculo da vida(…). A sua obra é, assim, um diário de imagens,(..) um diário íntimo” Júlio Pomar Quando, na janela, surgiram as linhas rosa da casa de memória brasileira, já há muito tinham ficado para trás os casarios cinzentos do Porto. Àquela velocidade, as cores misturavam-se contra um céu azul uniforme. Os troncos altos irrompiam na vertical, de repente, de entre as giestas, e logo ficavam para trás enquanto as suas copas deixavam uma pincelada horizontal de cor. As espigas, já altas, diluiam-se num lago verde que ondeava sereno contra uma margem branca de casas. O eléctrico passou rápido sob as árvores e as sombras irregulares dos ramos desfilando sobre os castanhos deram um ar subaquático à chegada. Mas isto já não viu, o homem que agora desce. A luz do fim da tarde aquece-lhe a expressão fechada e carrega-lhe o sobrolho. Mal pousa o pé no chão pára pára a acender o cigarro, é o único a sair. Entre o fumo da primeira baforada, com o cigarro preso entre os lábios, o olhar acompanha uma carrejadora que segue à sua frente. Vai devagar, dobrada e descalça, pela calçada atapetada aqui e ali de ervas e estrume, ainda morna de um Sol que persiste. A casa não fica longe e o seu passo é rápido. A mulher sorri, Boa tarde doutor, e logo retesa as rugas que sustêm aquele esgar contraído do esforço, sempre de cabeça erguida. Tem a pele tisnada e um rosa aguado escorre pelas maçãs do rosto inchadas e luzidias, escondendo uns olhos pequeninos na sombra. Olha-os com os seus, olha a blusa gasta e manchada , o peito farto que pende até à saia presa cá em cima e se agita, ofegante. Olha as mãos avultadas, a rigidez dos músculos sob a pele e o lenço vermelho que leva na cabeça, humedecido junto à testa. Ela afasta-se por outra rua, a passos lentos e pesados, repara nas ancas corpulentas, segue-as ainda 12
até desaparecerem na esquina do muro. Leva já o espírito alvoraçado pelo que viu, revê-lhe a imagem, a luz jorrada sobre os ombros, derramando sombras sobre o corpo. Mas há algo nela que lhe ficou ensarilhado na memória. Lembra-se então do lenço, sim, era aquele vermelho-vivo que o levava para uma mesa de um café, lembrava-lhe certo vestidinho de golas e cinta cingida, fruto tão estreito saído de dentro de um enorme casaco de peles. Está sozinho. O sol já desapareceu e as coisas parecem agora viver da sua própria luz, a autêntica, cada uma diferente, desprendendo-se devagar e colhidas numa brisa que sopra contra si enquanto abre o portão de casa. Traz o cheiro a terra húmida e flores, mas a sua atenção não está mais ali. Tem saudades de Paris. --------------------------------------------------------O atelier está mergulhado na noite. O tecto é alto e algumas velas acesas sobre os móveis exalam uma luz acastanhada e baça que flutua sobre a escuridão, a luz da madeira, pensou ele em tempos. Voltado a um cavalete com uma fina tábua de madeira,distinguimo-lo pintando, de costas para nós. Mas podemos ver, ainda assim, sem o perturbar, as suas feições, que se vão revelando no quadro lúgubre. E podem confiar, os mais cépticos, que será exactamente assim que agora estão, o afinco dos lábios, a circunspecção do olhar, este artista não abdica do realismo, quem mais sobre ele não soubesse, desconfiaria de rigor tão científico. Eis que se escuta uma porta fechar, foi lá em cima, subida a escada larga de madeira, num quarto arrumado ao fundo de um corredor. È um quarto de mulher, mais não se conseguiu vislumbrar, fechada a porta, ouve-se apenas alguém entrar na cama. Cá em baixo, o pincel fica suspenso por instantes. Recorda-se de quando conheceu a mulher, o ar trigueiro que lhe ganhava a pele quando andava em volta da máquina de costura, os dedos tão finos, ela movendo-se tão desembaraçada. Era uma mulher bonita, naturalmente casaram-se, outra conduta teria sido desrespeitosa da sua parte. E a Dulce, lá longe em Lisboa, que saudades dela, os seus pas-
seios, gostaria que ela lá estivesse, poder confiar-lhe o que o agita. Pousou de novo o pincel, aligeirava o peso da testa sobre os olhos, suavizava as rugas da expressão. Lembrava-se dos tempos do liceu em Guimarães, das primeiras idas ao Porto. Os primeiros alunos, com que ânsia preparou essa aula, quanto lhes queria dar. Precisou, entretanto, de parar, de fazer sentido, internou-se na Casa de Saúde, em Barcelos. E eram essas memórias que agora o não largavam. Escureceu a tinta. Quanto não se parecia essa ilha de pavor, cheia de ventos contrários e mortos-vivos a este Estado Novo. Levantou-se e foi apagando as velas, amanhã teria que acabar a carta que estava sobre a cómoda. O atelier ia-se afundando, apagou o cigarro. Em 1889, antecipou-se-lhe no mundo, por dois meses e vinte um dias, um outro de apelido igual. Num percurso paralelo no tempo, entre Viseu, Coimbra e Lisboa, foi aprimorando a beatice e o seu halo carunchoso e pútrido cruza agora a distância que separa tão diferentes carácteres, quer-se entranhar. Apaga a última vela, deita-se na escuridão e não poderia ser outro o seu primeiro pensamento: fora expulso da faculdade. --------------------------------------------------------Foi um observador, um autêntico e um inovador. Por esta mesma ordem, que o conduziu à a acção e ao confronto. Deixou os espaços que habitou, algumas fotografias, o pensamento e a arte. Tento esculpi-lo a partir daí, partindo como ele, em frenesim, assoberbado pela amplitude da sua personalidade. Mais tarde, houve uma escola que lhe tomou o nome e mo deu a conhecer. Cabe-lhe distinguir-se e inovar mantendo os seus princípios, ser, como se disse no seu funeral, “digna do legado que ele nos deixou”. Porque só um nome, como vimos neste texto, acrescenta muito pouco. Nota: a pedido do autor acrescentamos algumas frases. O texto original encontra-se entre “Quando, na janela…” e “…fora expulso da faculdade”
Escultura
tema “Abel Salazar, Vida e Obra”
2º
» FERNANDO DE ALMEIDA, ESTUDANTE DO 5º ANO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ICBAS
1º
» INÊS FLOR DA CUNHA, ESTUDANTE DO 5º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
Literatura
3º
» RODOLFO CARVALHO, ESTUDANTE DO 2º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
tema “Abel Salazar, Vida e Obra”
2º
» FÁBIO VIDEIRA SANTOS, ESTUDANTE DO 4º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
Portaria de 5 de Junho de 1935 Sentado por detrás da mesa rectangular de madeira envelhecida, o homem circunspecto ajeita o cabelo, puxando-o com a tensão de quem torce o cansaço. Tem andado com os olhos perdidos - quase imersos - no microscópio, e as várias lâminas de ovário, cuidadosamente registadas e perfiladas numa pequena caixa de metal, atestam o esforço. Dentro da caixa, duas filas apenas: a primeira, com as amostras tratadas pelas técnicas vulgares; a segunda, mais completa, com o denominador comum de «método tano-férrico» em cada etiqueta. Ainda sobre a mesa espalham-se vários esboços, alguns, poucos, decorrentes do próprio estudo; os outros, a grande maioria, cheios de carvão que exemplifica vários rostos, homens e mulheres que partilham tanto a diferença da sua fisionomia quanto o sorriso que falta em todos eles. À volta, contudo, esta não deixa de ser uma sala desamparada. Fora a mesa central em que o trabalho vin-
ga, tudo o resto é um espaço quase abandonado. Os armários de portas envidraçadas, que ocupam toda a altura de duas das quatro paredes do compartimento, encontram-se vazios de objectos. Nota-se, pelas dedadas nas superfícies dos vidros, que os armários foram remexidos recentemente. Diante da grande janela ao fundo, encostados à parede livre no lado oposto ao da porta, vários caixotes de cartão albergam agora muitos anos de anotações científicas. E é também dentro de cada caixote que habitam dezenas de lâminas, dezenas de divisões que, juntas, configuram um corpo, talvez vários, que a curiosidade necessariamente inquieta do homem - deste homem - tem procurado descrever, no sentido de dar ao corpo humano a unidade infinitesimal, por nós tão reclamada. O homem circunspecto, porém inequivocamente empático nos modos e nos trejeitos, aproveita a pausa para esticar as dobras da bata branca e para estalar os nós dos dedos. Olha para os caixotes es-
palhados no gabinete. Não é difícil compreender que há entre ele, este seu espaço e este seu tempo, a dimensão de um amor intrínseco. Sozinho na sala, pasma a atenção na humidade que desce vagarosa pelo tecto, na qual nunca tinha reparado.
Uma mulher simples, no seu passo corriqueiro e ofegante, entra de rompante na sala e liberta o homem das teias da humidade. Também ela enverga uma bata imaculada. Traz nos olhos a tristeza e nos dedos a inquietação. - Que pranto é esse, Adelaide? – pergunta o homem num tom surpreendentemente despreocupado, ao mesmo tempo que arruma, num pequeno monte, os desenhos dispersos dos rostos sem sorrisos. - Não me fale com essa calmaria, Senhor Doutor. A manhã tem sido uma agonia. Não tenho aproveitado um único tecido em condições. As lâminas 13
ficam mais diluídas do que é preciso. Sabe, são as lágrimas que me caem na lamela. - Não exagere, Adelaide. O que é que se passa? Descaem os ombros da mulher num acto de desilusão. Sabe que não há conforto para as palavras que tem para dizer. - Saiu hoje, Senhor Doutor, numa portaria: Portaria de 5 de Junho de 1935, dia maldito. Tive de ir cedo à reitoria tratar de uns papéis e lá não se fala de outra coisa. Demitem-no assim sem mais nem menos. Querem afastá-lo da sua cátedra e do seu laboratório. Da sua academia, Senhor Doutor. Mais uma vez o rosto impávido, as feições serenas, as mãos distraídas a alisar a bata uma segunda vez. - Não se pode dizer que eu não estava à espera – confessa o homem, vislumbrando, de soslaio, os caixotes arrumados no fundo da sala - Que motivo invocam? - Um ridículo, como não poderia deixar de ser. Julgo, pelo que me contaram, que tem a ver com a influência negativa do Senhor Doutor na mocidade universitária, veja só. Como se os nossos estudantes não conseguissem pensar pelas suas próprias cabeças, acabando sempre o paternalismo do governo por vir ao de cima para decidir o que é melhor para nós, pobres coitados.
O homem não responde. Não o confessa, mas apoquenta-o mais a ideia de não poder frequentar a biblioteca da faculdade ou, quem sabe, nem sequer poder ausentar-se do país. Sabe que o mesmo tem acontecido com outros, e mais se seguirão. Como se a imposição de um desterro doméstico encerrasse os olhos que lêem e apagasse as palavras dos discursos. Há uma mágoa nesta figura que a imponência de uma pedra não consegue esconder. - Adelaide, faça-me um favor: peça ao porteiro que me arranje uma carroça. Começo ainda hoje a levar os caixotes daqui.
sorrisos, apertando-os num cordel, pára, cabisbaixo, com a atenção nas pedras da calçada. Leva a mão direita a um dos bolsos das calças, retira um cigarro e uma pequena caixa de fósforos. Encostado à carroça, responde, no meio de uma baforada pensativa: - Não sei, mas a faculdade irá certamente continuar no seu caminho. O país, esse, leve o tempo que levar, vai aperceber-se de que as ditaduras nunca são originais: pecam sempre por considerar que o povo passará a vida toda dizendo ámen à incompetência, à indiferença e à apatia. - E o que podemos fazer, entretanto?
A procissão solitária impressiona os grupos de estudantes que, aturdidos pela notícia, estacam como espectadores silenciosos no passeio. O homem carrega, com esforço, dois caixotes para os acomodar na carroça. Ninguém o ajuda, não por desleixo, mas por respeito. Vai-se embora o médico, o cientista, o escritor, o pintor, o artista plástico, o pensador, e vai com ele parte da faculdade, parte de uma história afectiva entre o concreto da ciência e a divagação da arte. Um jovem mais afoito verbaliza a dúvida: - Professor Abel Salazar, se isto assim continua, o que vai ser desta faculdade? O que vai ser deste país?
- Simples: comecem por deixar de ser uma mocidade cadavérica. Afastam-se os estudantes, quando os relógios avançam impiedosamente nas tarefas de cada um. O homem, Abel Salazar, continua encostado, sozinho e a fumar, à carroça que guarda mais de uma década de esforço. Em cima de um dos caixotes repousa uma folha branca. Abel Salazar agarra-a. Da bata tira um lápis de carvão. Não muito longe passa um elétrico, num agradável som citadino. Ainda o som deste não se perdeu no ar e já na outrora folha branca surge um rosto. Um homem circunspecto que deixa escapar um sorriso rasgado.
O homem, que dobrava os esboços dos rostos sem
Fotografia
tema “Vida Académica”
1º
» TATIANA REIS, ESTUDANTE DO 3º ANO DA LICENCIATURA EM HISTÓRIA DE ARTE DA FLUP
2º
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» DIANA PORTELA, ESTUDANTE DO 2º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
3º
» CLÁUDIA PINTO, ESTUDANTES DO 2º ANO DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: JORNALISMO, ASSESSORIA, MULTIMÉDIA DA FLUP
Pintura
Literatura
tema “Abel Salazar, Vida e Obra”
tema “Abel Salazar, Vida e Obra”
3º » FERNANDO DE ALMEIDA, 5º ANO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ICBAS
Poema a Abel Salazar Nasceu Conquistador, Por Portugal fez-se conhecer No combate pela divulgação do saber, Oposto ao seu perseguidor. Amante do conhecimento Fez da pedagogia sua luta
» HUGO FLORES, 4º ANO LICENCIATURA EM ARTES PLÁSTICAS DA FACULDADE DE BELAS ARTES
1º
Queriam deixá-lo no esquecimento Numa desigual disputa. Com a sabedoria como armadura Combateu a ditadura. E o tempo deu-lhe o louvor Abel Salazar saiu vencedor. Se vivo hoje ainda lutava Nesta democracia ainda por desenvolver Pela qual tanto ansiava Mas há muito por fazer. Homem dos sete ofícios verdadeiro Filosofava a “corpo inteiro”. Pintava, escrevia e ensinava, Com zelo em tudo se empregava. Tornou-se imortal Engana-se quem pensa só em Portugal Lá fora o seu trabalho fez eco Que o diga o Instituto Karolinska sueco. Nobel não ganhou Muito menos foi indicado
2º
» CARLOS REIS, ESTUDANTE DO 1º ANO DE MEDICINA DO ICBAS
Mas humildade Abel se mostrou No seu trabalho publicado. Escreveu A Crise da Europa Tão atual hoje em dia Onde a crise galopa Para a nossa agonia. Contudo o seu exemplo devemos seguir Olhar sempre para a frente Não parar, ser irreverente Sem nunca desistir. Como póstuma memória Uma faculdade fez-se erguer. Seu nome havia de merecer Ficando para toda a história.
3º
» FERNANDO DE ALMEIDA, ESTUDANTE DO 5º ANO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ICBAS
O instituto com o seu nome Encerra histórias de encantar Alberga também mentes de renome Que o vem abrilhantar. 15
A VIII edição desta atividade teve uma ampla cobertura pelos jornais locais: A Voz Local, da Lousada, O Jornal de Vieira, de Vieira do Minho, A Voz da Póvoa, da Póvoa de Varzim, e ainda a Mediana: Global Communication, bem como os sites das Câmaras Municipais das oito localidades abrangidas. O Jornal de Notícias destacou as “consultas gratuitas durante três dias em oito municípios”, bem como o “humanismo” que a população de Lamego pede aos médicos – tendo sido esta atividade dos estudantes de Medicina do ICBAS um exemplo disso mesmo. » Cabeceiras de Basto
A Medicina na Periferia – VIII Edição, uma atividade de rastreio médico de avaliação do risco cardiovascular e de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II, que preza pela educação para a Saúde e sublinha a importância da Medicina Preventiva, realizou-se nos dias 21, 22 e 23 de outubro de 2011, em oito municípios do Norte do País: Mesão Frio, Mondim de Basto, Mirandela, Cabeceiras de Basto, Lamego, Lousada, Vieira do Minho e Póvoa de Varzim. Participaram nesta atividade 53 alunos, do 3º ao 6ºanos do Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
Na ata da reunião ordinária da Câmara Municipal de Lamego, realizada no dia 29 de novembro de 2011, o
Medicina na Periferia VIII Edição
Como método de preparação prévia e treino para a atividade, todos os participantes assistiram a uma formação teórico-prática, ministrada pela Dra. Conceição Outeirinho, médica especialista em Medicina Geral e Familiar e docente do MIM do ICBAS. Todos os objetivos gerais, em termos de ampliar os conhecimentos e promover a prática de diversas técnicas médicas por parte dos jovens estudantes, bem como os objetivos específicos do rastreio em termos de população alvo, foram cumpridos.
executivo tomou conhecimento que «objetivos primários da atividade foram cumpridos», tendo «proporcionado e determinado uma clara evolução nas capacidades médicas, técnicas e comunicativas do grupo de alunos participantes».
» Mesão Frio
» Póvoa de Varzim
O balanço desta atividade não podia ser mais positivo: o número de localidades disponíveis para acolher os estudantes do ICBAS foi o mais elevado de sempre nesta VIII edição da Medicina na Periferia. Os participantes sublinharam o quão enriquecedora foi esta experiência, tanto a nível profissional como humano, salientando ainda a ótima receção a nível local, bem como a satisfação da população pelo carater da atividade. Pedro Ribeirinho Soares 3ºano MIM 16
Departamento de Medicina
X
edição do Hospital dos Pequeninos, deixando a fasquia bem elevada para o próximo! E por falar nisso… Vemo-nos no XI Hospital dos Pequeninos Maria Cunha 3º Ano MIM Coordenadora do X Hospital dos Pequeninos Departamento de Medicina
Os pequenos participantes tiveram ainda a oportunidade de visitar a farmácia, onde os nossos colegas Farmacêuticos desenvolveram atividades de sensibilização para a precauções /recomendações na utilização de medica-
X
Hospital dos Pequeninos
“A Corino agradece à Foto Alcino pela disponibilização das fotos, e relembra que estas e muitas outras poderão ser vistas na Manela”
Num ambiente hospitalar amistoso, continuamos, neste X Hospital dos Pequeninos, a desmistificar os medos face ao médico, inerentes às crianças com idades entre os 3 e os 6 anos. Para isso mantemos a estrutura base de consulta com grande interação “médico-doente”, onde são abordadas algumas práticas recorrentes do Sistema de Saúde como a vacinação, seguida de um momentos em que é proporcionado às crianças um contacto com procedimentos mais abrangentes, nomeadamente as estações de ecografia, radiografia e bloco operatório.
mentos e abordam a importância da proteção do sol. Para além da farmácia, as crianças passaram também por um espaço dedicado a sensibilizar para uma alimentação saudável, levado a cabo pelos colegas da Faculdade de Ciências da Nutrição. No final de cada sessão houve uma visita à ambulância, de forma a familiarizar as crianças com os equipamentos e o transporte de urgência. Mas para no dia 15 de maio estar tudo pronto para receber cerca de 500 crianças de escolas do distrito do Porto, foi necessário meter mãos à obra bem cedo. Nesta edição, a Comissão Organizadora contou com 12 estudantes de Medicina do 2º ao 5º ano. A lista de tarefas era longa, desde a decoração, aos patrocínios, passando por contactar as escolas, mas foi tudo cumprido com sucesso. No final do dia, sorriam as Educadoras de Infância, que entre conversas nos diziam que esta era a visita de estudo mais importante que os seus alunos faziam durante o ano; sorriam as crianças, com as toucas na cabeça, as mascaras a tapar os sorrisos malandros e os braços carregados com um saquinho cheio de prendas, que os nossos generosos patrocinadores nos permitiram lhes oferecer; sorriam os participantes, na sua maioria, estudantes do ciclo básico, porque esta também era a sua primeira “consulta; e sorria a Comissão Organizadora, porque depois de muitas horas de trabalho tinha organizado mais uma magnifica 17
CURSOS DE MERGULHO – CCD PORTO Queres aventurar-te nas fantásticas paisagens submarinas, perder-te na sua beleza e conheceres um ecossistema único e insólito? Vem connosco conhecer a Escola de Atividades Subaquáticas do CCD Porto, que visa facultar a oportunidade de aprender a mergulhar de forma segura. Os cursos estão em funcionamento todo o ano desde que haja número suficiente de inscritos. Para mais informações contacta José Roças (Tel: 917256873) ou visita o seguinte site: http://www.mergulhoccdporto.com/. Não te esqueças que os estudantes do ICBAS têm direito a um desconto, por isso aproveita a oportunidade de viveres experiências únicas e inesquecíveis. Existem vários níveis de progressão no mergulho recreativo, aliados a várias especialidades que podem completar a tua formação e preparar-te para os mergulhos mais incríveis, como por exemplo, mergulho noturno e navegação subaquática. Christophe Afonso 3º Ano LLCMA
propriedade do CCD Porto
propriedade do CCD Porto
Departamento de Ciências do Meio Aquático
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Estágios Sea Life Porto No dia 13 de abril realizou-se a primeira edição da visita ao Sea Life Porto. Contamos com a presença de 32 participantes, que tiveram a oportunidade de mergulhar nas profundezas do oceano, numa visita guiada e interativa, onde puderam colocar todas as suas dúvidas.
O Sea Life ainda te dá a possibilidade de estagiares e ajudares nos projetos que se encontram em desenvolvimento. Aproveita a oportunidade de aprofundares os teus conhecimentos sobre os ecossistemas marinhos! Ana Costa 3º Ano LLCMA Departamento de Ciências do Meio Aquático
A comissão de curso do 1º ano de Ciências do Meio Aquático foi criada para trabalhar em prol dos estudantes, proporcionando-lhes experiências enriquecedoras, tanto a nível académico como pessoal.
COMISSÃO DE CURSO 1º ANO CMA
Enquanto comissão de CMA, um dos grandes objetivos é dar visibilidade ao curso e a todos os seus estudantes, fazendo com que, progressivamente, desempenhem um papel mais ativo dentro da nossa instituição.
A primeira atividade promovida decorreu a 4 de maio , com a visita à fábrica de conservas “La Gondola”, dando a conhecer a realidade da indústria conserveira portuguesa, esmiuçando de forma prática e enriquecedora o processo de fabrico das sardinhas e cavalas enlatadas. Neste momento, muitas outras atividades estão a ser pensadas e preparadas, para que os nossos objetivos sejam alcançados, tal como a venda de emblemas que decorrerá ainda durante este ano académico. Qualquer dúvida ou informação não hesites em contactar cma_11_14@hotmail.com Fica Atento e Segue-nos também através do Facebook. Ana Rita Silva 1º Ano LLCMA
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DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
X CONGRESSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Este ano realizou-se a X edição do Congresso de Medicina Veterinária AEICBAS, nos dias 21 e 22 de abril , tendo sido um evento memorável. Participaram vários estudantes e médicos veterinários de todo o país, interessados em alargar os seus conhecimentos, numa área que merce destaque e constante atualização , que é a Pediatria. Este evento realizou-se nas novas instalações ICBAS/FFUP, tendo 3 salas com palestras a ocorrer em simultâneo, referentes a cães e gatos, equinos e ruminantes. Nas palestras abordaram-se temas como: cuidados primários em neonatologia, cuidados intensivos, defeitos congénitos cardíacos, analgesia, cirurgia, parasitologia, nutrição e doenças infeciosas , tendo sido convidados para o efeito, especialistas de todo o mundo nestas áreas. Apesar de este ano ter havido menos participantes, notou-se um grande entusiasmo e interesse por parte de todos, o que fez com que toda a Comissão Organizadora (CO) recebesse a sua recompensa pelo esforço efetuado . Esta atividade começou a ser organizada em outubro , requerendo, para isso, a ajuda dos nossos professores, a boa vontade dos oradores convidados e o muito trabalho efetuado por toda a CO, que se encontra de parabéns. Enquanto coordenadora, senti um enorme prazer e realização em ver concretizada uma ideia, que desde há 10 anos se tornou uma mega-atividade aplaudida por toda a comunidade académica.
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Graças a todos, foi com muita alegria e entusiasmo que o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar viu acontecer uma atividade que é um marco da nossa faculdade, com renome internacional e que deverá ser continuado nos próximos anos. Obrigado! Ana Devesa 5º Ano MIMV Coordenadora do Departamento de Medicina Veterinária
DEPARTAMENTO DE APOIO AO ESTUDANTE
Comissão de Sebentas Quando começa a chegar a época de exames e decidimos pegar nos livros, por onde começar a estudar? Deparamo-nos com uma série de bibliografias, desde os slides que nos são apresentados nas aulas até à palete de livros recomendados pelos professores e tudo aquilo que é lecionado durante o semestre. Rapidamente nos lembramos de ir à repografia espreitar apontamentos/ sebentas que alguém teve a bondade de fazer e disponibilizar aos colegas. E agora eis outro grande desafio, existem tantas sebentas dispersas nas reprografias que não sabes por onde começar a estudar? Era tudo muito mais simples se estivesse tudo numa só sebenta. Conseguimos escolher a sebenta, desafio superado, mas por vezes surgem outros problemas: o programa curricular altera-se e o material de estudo não está atualizado e pior que isso é quando não conseguimos perceber a letra do autor da sebenta. Desta forma, a AEICBAS decidiu dar início a uma nova atividade , a “Comissão de Sebentas”, que consiste primariamente em aliviar este stress pré-estudo para época de exames através da elaboração/atualização e informatização de sebentas de estudo. Qualquer estudante se pode inscrever nesta atividade para elaborar ou atualizar as sebentas de uma ou mais unidades curriculares, ou até mesmo de um tema lecionado e desta forma aprofundar o estudo e ajudar os colegas e ainda terá o seu nome como editor ou autor da sebenta, basta para isso estar a frequentar ou já ter concluído a unidade curricular em questão.
Ups! Há outro problema, por vezes não sabemos gerir o nosso tempo de estudo, precisavamos mesmo de saber o que é mais importante para estudar, porque de repente todo o tempo parece escasso e alguém que nos fizesse perguntas para avaliar o conhecimento que adquirimos era o ideal! Se também sofres deste mal então já podes começar a utilizar uma plataforma eletrónica de sebentas que irá revolucionar o teu conceito de estudo: descobre mais em http://student.alert-online.com Para já a Comissão de Sebentas está ainda no início e foram poucos os participantes, quiçá para o próximo ano letivo a tua disponibilidade certamente será maior e arrancaremos com a Comissão de Sebentas em força, incluindo uma comissão de desgravadas e um comissão de compilação de material, para otimizar ao máximo o conhecimento da tua instituição, sobre a forma de sebentas únicas acessíveis em formato digital e em papel.. Se gostas de passar para o papel tudo aquilo que sabes e não te importas de partilhar com os colegas voluntaria-te e ajuda a crescer esta atividade ! Juliana Melo 5º Ano MIMV Departamento de Apoio ao Estudante
Rui Costa 4º Ano MIM Departamento de Ciência e Relações Internacionais
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Intercâmbios de Medicina Veterinária Enquanto os icbasianos da medicina vão poupando os trocos para mais uma aventura de intercâmbios neste verão, o curso de medicina veterinária foi presenteado com os primeiros estudantes de Medicina Veterinária diretamente provenientes de Liverpool a realizar intercâmbio na Invicta. Foi para eles uma semana preenchida e inesquecível! Sentes-te com inveja de também tu, sim tu que és de medicina veterinária, também poderes ir de intercâmbio para um país à tua escolha? Informa-te em intercambiosveterinaria@gmail.com Segue o testemunho da nossa coordenadora local, Ana Mafalda Nunes, que acompanhou os incomings de Veterinária numa semana alucinante:
Uma das semanas mais internacionais e fantásticas de 2012 aconteceu entre 25 de março e 1 de abril . Chegaram então nove alunos da Univerdade de Liverpool, cheios de vontade de descobrir o Porto e o ICBAS e dez valentes ICBASianos ingressaram na semana mais louca e movimentada das suas vidas. Quilómetros e quilómetros passaram, muito sol e calor (estavamos em março e um calor de verão, sinceramente!) e muitas atividades . Mostramos-lhes o Porto, ou seja a Torre dos Clérigos, Livraria Lello e irmão, Jardins do Palácio de Cristal, Avenida dos Aliados, Estação de S. Bento, Caves Taylor’s entre outros tantos locais maravilhosos da nossa cidade e imediações. Mostramos o que de bom se faz no ICBAS na área da Medicina veterinária através da visita às novas intalações da UPVET, da visita aos Laboratórios SEGALAB e uma das vacarias associadas, da realização de uma necrópsia e atividades laboratoriais sob o olhar atento dos nossos estimados docentes, visita àa vacaria em Vairão e instalações do ICAV. 22
E por fim, a vida social e noturna . Fomos com eles aos locais mais preenchidos da noite do Porto, dando preferência a bares e cafés para que o contacto com a cultura portuguesa fosse mais abrangente. Antes de terminar, gostaria de agradecer mais uma vez a todos aqueles que tornaram este projeto possivel, Professora Doutora Paula Proença, Professora Doutora Ana Colette Maurício, Professor Doutor Nisa Ribeiro, Professor Doutor Augusto Matos, Professor Doutor Augusto Faustino, Doutor Hélder Fernandes e a todos aqueles que não estando aqui nomeados, apoiaram este ambicioso projeto . Ana Mafalda Nunes 4º Ano MIMV Coordenadora Local do Programa de Intercâmbios da IVSA (International Veterinary Student Association)
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Campeonatos Académicos do Porto Seleções ICBAS 2011/2012 Os Campeonatos Académicos do Porto 2011/2012 contaram com 48 participantes do ICBAS nas modalidades de andebol masculino, futsal masculino, futsal feminino e voleibol masculino, promovendo assim a prática desportiva continuada ao longo do ano – objetivo máximo de qualquer departamento desportivo, pelos benefícios que acarreta para a saúde. A seleção de andebol masculino, que participou pela primeira vez nos CAP, deu mostras do seu empenho, espirito de equipa e vontade de vencer, chegando aos quartos de final ! Fica a ambição de participar na próxima edição e continuar a construir uma seleção sólida que torne o andebol do ICBAS reconhecido na UP.
Por outro lado, a seleção de futsal feminino, a nossa seleção mais experiente e organizada, que conta já com algumas participações neste campeonato, mostrou mais uma vez a sua garra. Apesar do grupo difícil que o sorteio lhes impos, conseguiram passar esta fase, graça a muito treino e dedicação. A sorte continuou a não facilitar o caminho a esta seleção, que acabou por ser eliminada nos quartos de final , pela equipa que viria a ser campeã.
Os atletas da seleção de futsal masculino eram na sua maioria estreantes nos CAP. Apesar de eliminada na fase de grupos, a equipa mostrou qualidade, uma vez que conseguiu adiar a decisão final para o último jogo dessa fase.
Esta edição acaba com um balanço muito positivo, não só pelos resultados alcançados, mas principalmente pelo número de participantes e pelo empenho demonstrado pelos mesmo. Na próxima edição esperamos continuar a contar com estas seleções e mantemos a ambição de ter sempre novos participantes e até seleções de outras modalidades! Ana Ribau 3º ano MIM
Michel Mendes 4º ano MIM
A seleção de voleibol masculino, que também já havia participado em edições anteriores, este ano não teve a felicidade de ir além da fase de grupos. Na próxima edição esperamos voltar a contar com a sua participação. 24
Departamento Desportivo AEICBAS
Bernardo Freitas Galriça Diogo Simão Lemos
Guilherme Pedro Ferreira de Lemos Rook de Lima
Luís Miguel Vicente Camarneiro
João Miguel Monte Martins
João Quelhas da Costa
João Soares do Vale
João Rafael Carreiró de Oliveira Martins Corrêa
José Mendonça de Macedo Alves
Jorge Miguel Campelo da Costa
José Nuno Araújo Alves
José Miguel Rodrigues Fernandes
Luís Henrique Amador de Sousa Sobral Torres
José Paulo Maia de Sousa
Mauro Alessandro Monteiro da Conceição
Pedro Nuno Figueiredo
Miguel José Faria Gomes da Cruz Carvalho
Ricardo Miguel Sá Reis Veloso
Nuno Lareiro
» Selecção Andebol Masculino
» Selecção Futsal Masculino
» Selecção Voleibol Masculino
» Selecção Futsal Feminino
Flávio Godinho Pereira
Ana Cristina Pereira Guimarães
Filipe Fontes Pinto
Ana Luísa Coelho Magalhães da Fonseca
Gonçalo Manuel Espírito Santo da Silva Matos
Ana Sofia da Silva Carvalho Pereira de Sousa
Luís Carlos Oliveira Lima
Céline Raposo Gama
Miguel Nogueira
Clara Temudo Gaio Lima
João Duarte Moreira da Silva Ribeiro Ferreira
Joana Vidal Castro
José Pedro Maia Pinto Guimarães
Luciana Brito Bouça Faria
Nuno Lareiro
Mafalda Alexandra Saraiva Santos
Tiago Cereija Leites de Macedo
Maria Ana Mexia Alves Burbach Trêpa Maria Helena Carvalho Costa Mariana Isabel Morais Teixeira Bessa e Silva Marta Álvares Ribeiro de Sousa Coutinho Sara Gonçalves Tavares Susana Gonçalves Fernandes Lareiro Urânia Venusa Machado Fernandes 25
BIOQUÍMICA
um curso do presente e do futuro mentos dos alumni e foram muitos os investigadores convidados para mostrar os seus trabalhos mais recentes, sempre ligados à Bioquímica. No fim, era evidente o reconhecimento pelos fundadores e impulsionadores do curso, a exímia qualidade dos seus alunos e as boas perspetivas para o futuro da Bioquímica, académica e profissionalmente. Grandes méritos foram ainda apontados à comissão organizadora das comemorações.
A licenciatura em Bioquímica da UP foi legalmente instituída no ano de 1981, sendo precedida apenas pela de Coimbra, tendo sido pioneira enquanto 1.º ciclo de estudos ao cargo de duas faculdades, ICBAS e FCUP. O ensino e a investigação primorosos da Bioquímica proporcionados em complementaridade por duas instituições, unidas pela ciência mas distintas na história e nos ideais dos fundadores, são reconhecidos por docentes e discentes como grandes mais-valias desta parceria. As comemorações dos 30 anos da Licenciatura em Bioquímica da UP prolongaram-se até este ano e delas constaram várias ocasiões de debate e convívio. Proporcionou-se um ciclo de conferências, com sessões em ambas as instituições, duas “desconferências” – num ambiente de troca de ideias e experiências mais descontraído – e ainda a criação de um espaço onde os bioquímicos em formação apresentam os seus temas de interesse aos pares, com certa regularidade, denominado “Biochemists’ Journal Club”. Temas como a origem e a razão de existir do curso foram relembrados e reavaliados; debateram-se quais poderiam ser consideradas as imagens da bioquímica; trouxe-se aos formandos um amplo leque de percursos possíveis após a conclusão do curso, graças aos depoi26
Os alunos de Bioquímica são conhecidos por serem bastante empreendedores e pró-ativos; para demonstrá-lo, diga-se que se encetou a criação da Associação Nacional de Estudantes de Bioquímica, envolvendo todos os cursos de Bioquímica do país. Nesta linha de pensamento, um grupo de estudantes do Porto propôs-se fundar o Núcleo de Estudantes de Bioquímica da Universidade do Porto (NEBQUP) para ajudar os seus alunos e representá-los, tanto na UP como na futura Associação Nacional de Estudantes de Bioquímica, criação essa que se concretizou a 30 de abril de 2012. Alguns trâmites legais terão de ser vencidos para que este projeto seja concretizado com sucesso, o que não desmoraliza aqueles que o pensaram. Deste modo, foi aberto um concurso para a criação do logótipo do núcleo recém-criado. As inscrições estão abertas até dia 30 de junho e as condições de participação fazem-se anunciar no cartaz do concurso, já divulgado. Núcleo de Estudantes de Bioquímica da Universidade do Porto
Tuna Académica Biomédicas 2011/2012
Com o ano académico e tunístico a acabar, a Tuna Académica de Biomédicas (TAB) faz aqui uma espécie de resumo dos principais momentos deste ano. Na nossa tuna os rituais de arranque de um novo ano são sempre similares e, embora os ensaios comecem na semana em que também as aulas começam, o verdadeiro ponto de partida é o jantar de aniversário, a 30 de setembro, no qual festejámos o 8º aniversário, seguido pela atuação para os novos caloiros do ICBAS e pelas subsequentes audições de caloiros, e não só, que tenham decidido experimentar esta maneira diferente de viver a vida académica. Depois destas primeiras semanas marcadas pela formação do “grupo de trabalho” da tuna para o novo ano e pelos primeiros contactos entre os elementos mais velhos e mais novos da tuna, chegámos ao início de novembro e à altura do terceiro retiro da TAB. Fomos até à zona de Barcelos, onde ficámos de sexta à tarde até domingo. À semelhança dos outros retiros, este também serviu para, em primeiro lugar, os mais novos ficarem a conhecer o ambiente da tuna extra-ensaios e extra-ICBAS, mas também para os ensinar, de uma maneira mais intensiva, a cantar e a executar instrumentalmente os temas do nosso repertório, para montar novas músicas, entre outras coisas. Ou seja, foi mais uma vez um espaço de convívio/trabalho entre todos os elementos da tuna. A nossa próxima grande meta ainda estava a uns meses de distância, mas já não era assim tão cedo para começar com os preparativos para o V TABernal, o nosso festival de tunas. Definido o dia (23 de março ) e o local (Teatro Sá da Bandeira), os restantes trabalhos arrancaram imediatamente e só pararam no dia do festival. O TABernal é sempre um grande momento para a tuna e este ano não fugiu à regra. Tivemos o prazer de contar com a Tuna de Medicina da Universidade de Coimbra, a grande vencedora da noite, a Tuna de Medicina do Porto, a Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto, a Tuna Académica da Faculdade Direito da Universidade do Porto e a Tuna Feminina de Biomédicas. A animação começou por volta das 15:00 com a chegada das tunas e prolongou-se pelo
tunas-paper, jantar, atuações e festa final. Para além disso é sempre uma das alturas do ano em que a família TAB (do tuno mais antigo ao bardina mais novo) se junta, pelo que é sempre um dia extremamente especial para todos nós. Dois dias antes do nosso festival, a tuna conseguira marcar uma página importantíssima na sua história ao ser escolhida para a atuar no XXV FITA, ao lado de outras grandes tunas do Porto, durante a semana da queima das fitas. Sendo assim, a tuna não parou e, a seguir à festa de confirmação da participação no FITA e ao TABernal, não houve direito a descanso. Os ensaios intensificaram-se e todos trabalhámos para dar o melhor espetáculo possível no festival. Chegado o dia 9 de maio, estava tudo pronto e tudo valeu a pena quando subimos pela primeira vez ao palco do Coliseu do Porto com 64 elementos e vimos a sala cheia e uma mancha de apoio vinda do ICBAS como nunca tínhamos visto. Durante a atuação era visível a emoção nos elementos da tuna, com o sentimento de sonho alcançado, principalmente ao testemunhar a reação do público a tudo o que se passava em palco. A noite acabou com a TAB a receber o prémio de “Tuna mais Tuna”, o qual dedicamos desde já a todos os elementos do ICBAS na plateia, sem o apoio dos quais não teríamos conseguido. Agora o ano está prestes a acabar. Entre os eventos referidos participámos também em diversos festivais e encontros de tunas e, até ao fim do ano, ainda iremos a Leiria, no âmbito do III Collipo, Festival de Tunas Masculinas da Trovantina de Leiria, e teremos mais uma vez o privilégio de atuar para a nossa casa no Sarau de Biomédicas. Em jeito de conclusão deixamos aqui um muito obrigado a todos os que partilharam connosco este ano fantástico, cheio de momentos especiais, com a esperança e a vontade de fazer com que o próximo seja ainda melhor. O nosso sincero agradecimento a todos! p’la Tuna Académica de Biomédicas João “Pestana” Neto 4º Ano MIM Magister Tunae 27
Retiro Carnavalesco Após um longo período de estudo e stress devido aos exames, a Tuna Feminina de Biomédicas estava mesmo a precisar de uns dias de convívio intensivo, galhofa e muita, muita música… Então, de 18 a 22 de fevereiro , rumamos para terras espanholas, mais precisamente para a cidade de Vigo! Após uma curta viagem de autocarro – sempre a cantar e de instrumento na mão para ensaiar o eterno hit espanhol “Clabelitos” – instalamo-nos no Hotel Canaima, na Avenida de Garcia Barbón, e partimos à descoberta. Encontramos rapidamente o local ideal para as nossas atuações de rua: a Calle del Principe, rua de comércio e de passeio! Assentamos arraiais em frente ao Museu de Arte Contemporânea e cantamos e encantamos os transeuntes horas a fio, pondo à prova o nosso espanhol e a resistência das cordas vocais. Assim, fomos ganhando uns troquitos para comermos e bebermos à vontade, além de amealharmos algum dinheiro para atividades tunescas futuras. Convém realçar que as férias de carnaval são uma ótima altura para visitar Vigo, os residentes levam os rituais do entrudo muito a sério! Durante o fim de semana , a maioria da população mascarou-se, famílias inteiras escolhiam um tema e vestiam-se em conformidade! Adoramos a família “Alice no País das Maravilhas”! 28
Quanto às noites… Foram divertidas e educativas! O frio não nos impediu de sair, de dançarmos um bom bocado, nem tão pouco de realizarmos algumas atividades lúdicas que tínhamos planeado. Chegada a hora do regresso a casa, ainda que praticamente sem voz e a sentir os efeitos laterais das poucas horas de sono desfrutadas nos últimos dias, vivia a certeza de levarmos connosco momentos inesquecíveis, provando-se novamente que pertencer a esta tuna é algo de indiscritível e muito especial. A cada dia que passa, a amizade que nos une cresce e formam-se novos laços com cada novo elemento; a cada dia que passa, surpreendemo-nos com a dedicação que podemos ter face a este grupo tão único e tão nosso… Terminadas as lamechices, só me resta perguntar: O programa agradou-te? Queres cantar e tocar por todo país e arredores? Junta-te à TFB! Ensaios 2ª-feira às 21h e 5ª-feira às 18h Pela TFB, Penélope Almeida 4º Ano MIM
Uma última vez, The Beatles em concerto
O coro, os Beatles e o futuro Foi um projeto que esteve engavetado durante alguns anos na imaginação de alguns coralistas e que acabou por ganhar forma no ano de 2011. Os Beatles são uma banda de outros tempos que não deixam de ser uma referência para o público mais jovem. Transportar temas como “All You Need Is Love” ou “Hey Jude” para a música coral e apresentá-las ao nosso público faz parte de uma das grandes premissas do coro que é a constante renovação de ideias e projetos.
Uma ideia plantada há vários anos ganhou forma no início de 2011 e nasceu o projeto de tributo a uma das bandas mais influentes do século XX. Os primeiros med���� leys�������������������������������������������������� de temas dos Beatles foram apresentados pelo CICBAS no Sarau da Semana Cultural Prof. Abel Salazar e no Encontro de Coros da Academia do Porto (ECAP) de 2011, correndo depois em tournée por várias localidades da ilha da Madeira. Passado um ano, passadas muitas atuações no átrio dovelho ICBAS e um pouco por todo o Porto, chegou a horada despedida a um dos projetos que o coro acolheu com mais carinho nos últimos tempos. Paralelamente a projetos para o futuro que desde já ganham forma nos ensaios, a última apresentação sobre os Beatles ficou reservada para o dia 2 de junho, na Fundação da Juventude
Depois do concerto de junho, o caminho para o futuro depois dos Beatles está desde já traçado. No biénio 2012/2013 o coro abraçará os anos que sucederam à banda de Liverpool e um grande número de artistas que marcaram as gerações seguintes da música. A par deste projeto, que o coro aspira levar a grandes palcos da cidade, os próximos anos serão marcados por um regresso às origens com a recuperação do cancioneiro popular que faz parte do repertório do coro desde a sua fundação nos anos 70. Não deixamos de apregoar que vale a pena fazer parte deste projeto. Os ensaios são às segundas e quintas às 18 horas e as portas estão abertas a quem queira agarrar a oportunidade de escrever mais um capítulo do já longo historial deste grupo académico. Vai coro! Pelo CICBAS, Paulo Barbosa 3º Ano MIM
Na tarde do primeiro sábado de junho, o fim do projeto de tributo aos Beatles aliou-se ao fim de mais um ano letivo, num grande espetáculo que contou também com a presença do Coro Clássico do Orfeão Universitário do Porto que, aceitando o convite, se juntou mais uma vez ao CICBAS para divulgar o que de melhor os coros académicos da Universidade do Porto têm para mostrar.
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“Certame no SOTAO” O S.O.T.A.O., grupo de teatro do ICBAS, apresenta no dia 7 de Junho de 2012 a peça “Sonho de Uma Noite de Verão”, adaptação de Shakespeare com encenação de Sandra Ribeiro, às 21h30 no Auditório do Grupo Musical de Miragaia (na zona da ribeira, junto à Alfândega), como parte do festival de teatro universitário “Certame no SOTAO”. O “Certame no SOTAO” é o primeiro festival de teatro universitário organizado pelo S.O.T.A.O.. A ideia surgiu como uma comemoração dos 10 anos do grupo, completos no ano lectivo de 2010/2011, e foi pensado para os alunos do ICBAS. O gosto pelas artes e pela cultura sempre fez parte dos alunos da nossa Instituição e, como tal, são estes o nosso público alvo. Como grupos convidados, decidimos escolher aqueles que mais se assemelhavam a nós nos seus elementos embora não tenhamos feito restrições quanto ao tipo de teatro a apresentar, de modo a mostrar aos alunos do ICBAS a grande diversidade do mundo do teatro. “À data da publicação desta edição o “Certame no SOTAO” já terá decorrido, pelo que a notícia deverá ser lida de acordo.” Natália Prata 5º Ano MIM
PROGRAMA DO “CERTAME NO SOTAO”, JUNHO DE 2012 Dia 6 18h30 – Grupo de Teatro Miguel Torga (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa) “Seis personagens à procura de um autor” de Luigi Pirandello 21h30 – Grupo de Teatro Bastante Amador (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto) - “Absurdo”, adaptação de “Deus” de Woody Allen
Dia 7 21h30 – S.O.T.A.O. (Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, Universidade do Porto) – “Sonho de Uma Noite de Verão” de Shakespeare com adaptação e encenação de Sandra Ribeiro 30
Fotografias do s ensaios de “So nho de Uma No Shakespeare ite de Verão” Sala 2, ICBAS Maio 20
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de
VO.U. Acompanhar Optamos nesta edição por falar-vos um pouco mais sobre um dos primeiros projetos criados pela VO.U. Assim, se não tiveste ainda a oportunidade de conhecer o que é a VO.U. sugerimos-te que retomes à primeira edição da Corino Mag, ou vás a www.vou.pt. O VO.U Acompanhar deu os primeiros passos em 2009, e contactou já com 11 beneficiários e 33 voluntários, tendo como principais parcerias o C.S.P.N.S.V. (Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Vitória) e o S.A.O.M. (Serviço de Assistência às Organizações de Maria). Neste projeto fazemos o acompanhamento social a idosos, combatendo o seu isolamento e perda de autonomia. Mais do que uma simples visita que através de jogos, notícias de jornal, televisão ou uma ida às compras, se preenche o vazio de alguém; esta é uma oportunidade para analisar os problemas diários daquele idoso (o mau estado da casa que condiciona as saídas de casa; os medicamentos que não sabe para o que servem; a alimentação que é desregulada; a dor na perna que pode ser aliviada com exercícios simples; as contas e a exploração comercial de uma reforma pequena...etc) prestando assim, a este idoso, o suporte de que necessita para uma melhor qualidade de vida nesta idade. Mais do que isso, é a oportunidade de contactarmos diretamente com um Porto de antigamente, estranha e violentamente destruído atualmente, na perspetiva do idoso, que neste crescimento se viu aprisionado em casa e ultrapassado com todas as novas tecnologias. A oportunidade de eternizar todas estas histórias que de outra forma se perderiam no tempo; de ser um “neto”, uma “princesa”, uma “companhia” destas pessoas incríveis que vivem do outro lado da cordoaria ou do hospital. Ensinamentos, histórias, risadas, laços que se criam e que nos completam como seres humanos, desde que nos permitamos a esse tempo e entrega. A esta missão deste projeto, se acrescenta a oportunidade de pertenceres a uma equipa multidisciplinar, composta por estudantes de diferentes formações e contextos, que juntos exploram as suas competências para tornar o dia deste idoso (e o nosso) melhor! A longo prazo e numa perspetiva mais distante, combatendo a solidão, combatemos a demência e a depressão, características desta faixa etária, ultimando uma redução dos recorrentes
internamentos hospitalares destes idosos, evitando as comorbilidades resultantes ao idoso e os gastos implíctos aos serviços de saúde. Um crescimento pessoal que advindo de uma atividade definida como não lucrativa, solidária e sem contrapartidas, nos potencia uma oportunidade extraordinária e inédita para aprendermos a comunicar, a ouvir, a ver uma realidade desconhecida, para sermos o “Médico, que nem só Medicina sabe” e um humano mais atento, preocupado e envolto. É, sem dúvida, a oportunidade de fazermos a diferença e de contribuirmos para uma sociedade, que como estudantes, facilmente nos permite melhorá-la. Este projeto resta dizer que, foi certificado este ano como Iniciativa de Alto Potencial de Empreendedorismo Social pelo IES – Centro de Investimento e formação em Empreendedorismo social juntamente com apenas outros 28 projetos no Porto, e aprovado por todos os voluntários e beneficiários nele envolvidos. Vê o que tu também podes fazer, através deste ou de outros projetos em www.vou.pt e inscreve-te no Banco de Voluntariado Universitário para receberes no teu e-mail todas as informações de vagas nos diferentes projetos. Pela VO.U., Ana Oliveira 5º Ano MIM
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Relato de uma Viagem a Lisboa 31 de maio de 2012. Quinta-feira. 12h50. Aula prática de pneumologia. Estamos a assistir a uma prova funcional respiratória. 12h55. Ainda não acabou… mas está na hora. Peço para sair mais cedo. Começo a correr. Tento tirar da mente a história da cirurgiã que partiu o fémur enquanto descia as escadas para uma urgência. Corro pelo Hospital Geral Santo António como um louco, de bata vestida e saco ao ombro. Saio pela parte clássica. Dou de caras com um bafo de calor brutal. Continuo a correr até chegar à Renex, ao lado do tribunal. Dois autocarros estão prestes a partir. 13h00. Mesmo a tempo. Já quase toda a gente entrou. Entro no 1º autocarro. Sento-me. Paro para pensar. Está mesmo quente. Talvez seja boa ideia tirar a bata e arrumar o estetoscópio, que até Lisboa ainda vai demorar… Há muito que rumores sobre o nosso futuro ecoavam pelos corredores e átrios das várias faculdades. Seguiram-se as Assembleias Gerais, apinhadas e muitas vezes prolongadas, tal era o nosso interesse pelo nosso destino. De 896 estudantes em 2000, no 1ºano de Medicina, em todo o país, passamos a 2420 em 2011. Um aumento motivado pela ausência de médicos, mas sem ter em conta o tempo demorado da formação dos especialistas. Aumentaram 32
até chegarmos aos dias de hoje, em que o número dos que entram nas faculdades é superior ao número dos que poderão entrar nas diferentes especialidades. Situação parecida com as de muitos cursos, dirão alguns. Antes fosse. A especialidade não é mais que a continuação da formação. Sem ela, não somos nem estudantes, nem médicos. Somos mestres, mas impotentes, incapazes de exercer. Ficaremos presos, numa espécie de limbo. A 22 de maio é lançada, pela ANEM, uma petição, com o objetivo de levar este problema à Assembleia da República. Várias cópias são impressas. Uns levam para casa para a família, outros colhem nas aulas, outros aos amigos. As assinaturas vão chegando. De dezenas passamos a centenas, de centenas passamos a milhares, e o número continua a aumentar.
Paralelamente à petição, é marcada a “Ação pelo Futuro dos Estudantes de Medicina”, para o dia 31 de maio , às 16 horas, em frente ao Ministério da Saúde. Os convites são enviados pelo facebook, pelas AEs, pelos “coletores ” de assinaturas. Todos os estudantes são convocados. Deverão levar bata branca. Será feita uma fila de espera, representando os que ficarão de fora do internato médico. E como é claro, teremos senhas. Simbolismo no seu melhor. No ICBAS é oferecido transporte e alimentação, e marca-se a partida para as 13h. Só com muita boa fé chegaríamos às 16h a Lisboa, mas as aulas práticas do ciclo clínico não deixam outra margem possível. Mais de 100 estudantes partem rumo a Lisboa, numa viagem pelo seu futuro. O tema é grave, mas o ambiente não. A viagem é animada por canções (não estivessem presentes alguns membros do Coral). Joga-se às cartas. Contam-se piadas. Alguns tentam estudar (até eu tento perceber o ECG). Parece que vamos para um encontro de velhos amigos. E de certo modo, vamos mesmo. Chegamos a Lisboa já eram 17h, e rapidamente juntamo-nos aos restantes estudantes. Segundo os jornais, estaríamos entre os 750 e os 1000 ali reunidos, debaixo da sombra de árvores centenárias. É então que o presidente da ANEM, Manuel Abecassis, sobe para cima de um insuflável laranja, decorado com cartazes e com uma simples e elegante equação: “O Seu Médico = Curso + Internato”. Algumas palavras depois todos levantam as senhas, gritando “curso e internato, formação de qualidade”, várias vezes, em uníssono. Segue-se um período de convívio, em que os estudantes reencontram colegas de outras faculdades. Amigos de infância, da escola, do ENEM. Há sempre alguém conheci-
do, que partilha o nosso futuro incerto. Uma delegação, composta por representantes da ANEM e das várias AEs, dirige-se ao Ministério da Saúde, para entregar uma carta aberta. “Agora não podem subir”. Voltamos mais tarde. À segunda deixam o Manuel subir, e a carta é entregue. Aproxima-se a hora da partida, mas o correio ainda não acabou o seu turno. A comitiva parte rumo ao Ministério da Educação e Ciência,que se encontra a algumas ruas de distância. Num átrio mais amplo que o anterior, é entregue a segunda carta. Será que assim estes dois ministérios começarão a colaborar? Esperemos que sim. Regressados das nossas entregas, encontramos os restantes estudantes do ICBAS à espera dos autocarros, uma vez mais, na alegre cavaqueira. Vieram todos para Lisboa, numa viagem mais longa que a estadia, numa semana próxima dos exames, por um tema negro. E ainda assim, o espírito estava elevado. Para quem estava de fora, poderiam parecer jovens sem preocupações na vida. Mas não eram. Estavam simplesmente alegres por sentirem que fizeram a diferença. Que deixaram de lado a apatia e que lutaram pelos seus direitos. Ao final da noite, espero pela minha boleia para casa. Sentado no passeio, em frente à Renex, fico a pensar. Terá isto valido a pena? Décadas depois da última manifestação por estudantes de medicina, teremos a mesma força de então? Não sei… Mas uma coisa é certa. Estamos unidos. Tiago Ramos 4º ano MIM Coordenador do Departamento de Comunicação e Imagem
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SEMANA CULTURAL
Fotografia
do ICBAS Independentemente das instalações, sejam elas velhas ou novas, no final, o que faz a diferença, o que torna uma faculdade verdadeiramente especial e memorável, são as pessoas que lá estão. Desde os estudantes, que a cada ano entram com novas ideias e a vontade de mudar, aos professores, técnicos e funcionários, que assistem a tantos ciclos de estudantes que sempre que se reformam, levam com eles livros da nossa história. É este confronto entre a criatividade dos mais novos e a sabedoria dos mais velhos, os laços que se formam, as memórias que se ganham, que tornam a faculdade especial e tão importante para maturação de quem por lá passa. Que tenhamos como objectivo não só a união entre os estudantes, mas sim a união entre o ICBAS, como um todo. Tiago Ramos 4º Ano MIM “Coordenador de Fotografia”
P.S.: Como é claro, inclui esta pequena foto aqui em baixo apenas para satisfazer todos aqueles que se queixam que nunca apareço nas fotos. Isso e porque tenho um ego do tamanho do mundo. E vou aproveitar este “P.S.” para agradecer ao Com.Img. destes últimos dois anos, tanto como vogal como coordenador, pelos bons momentos e pelo excelente trabalho a que me habituaram. Um trabalho tão essencial que é facilmente esquecido, e merece por isso ser reconhecido. Mariana Relvas, Carmen, Covelo, Semedo, Canelas, Mafalda e Maria, vocês estão lá :)