Passos n.º 4 - Junho de 2009

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INTRODUÇÃO Quando o ano lectivo se aproxima do final, a hora é de balanços. O ritmo da natureza e da vida dos seres humanos organiza-se em ciclos e assim, temos nesta época, cumprido o calendário escolar e com a chegada do tempo quente, um forte impulso para reflectirmos sobre a etapa percorrida. Os alunos mais metódicos e mais activos sentem a satisfação de verem reconhecidos pelos professores e pelas famílias o seu esforço e o seu mérito. Aos profissionais cresce-lhes na alma a vontade de recordar os sucessos das crianças, os momentos felizes de aprendizagem, os afectos à flor da pele, mas também guardam em si a frustração de não terem conseguido que alguns se distanciassem do fracasso e logo prometem encontrar novas soluções no próximo ano lectivo. A equipa da gestão apenas se detém nos sucessos colectivos deste ano, nos projectos inesquecíveis que mobilizaram vontades, nos momentos difíceis que se transformaram em lições de vida, o tempo suficiente para organizar apaixonadamente o próximo ano escolar. Em Setembro, estaremos juntos de novo.

Violantina Hilário


Espaço destinado a divulgar e noticiar actividades da Comunidade Educativa e do Meio Local

O Dia da Europa – “Unidos na Diversidade” O grupo disciplinar de Geografia do 3º ciclo, com a colaboração do Clube Europeu levou a efeito, no átrio de entrada da nossa escola, uma exposição comemorativa do Dia da Europa – 9 de Maio. Nos trabalhos expostos podiam encontrar-se diversas informações sobre os países que compõem a União Europeia, nomeadamente, a sua superfície, bandeira, moeda, língua oficial, população, capital, monumentos importantes, cultura, gastronomia, entre outros aspectos. Na montagem da exposição colaboraram alguns encarregados de educação dos alunos do 7º ano.

A diversidade europeia

O “mistério” de Stonehenge

A presença Báltica

A “sereia” da Dinamarca

A “Bela” Itália

A torre de Pisa ligeiramente “endireitada”


A Semana das Línguas – A Europa na nossa Escola Na semana de 26 a 29 de Maio, o Departamento de Línguas Estrangeiras dinamizou a realização de um conjunto de actividades com o objectivo de incentivar nos alunos da escola o gosto pela aprendizagem das línguas alemã, espanhola, francesa e inglesa. No primeiro dia da Semana das Línguas os alunos do Curso de Hotelaria serviram aos colegas do 9º ano um pequeno-almoço inglês. Durante os quatro dias realizaram-se no auditório sessões de divulgação das quatro línguas estrangeiras leccionadas na escola, os trabalhos produzidos pelos alunos nas aulas dessas línguas estiveram expostos no átrio junto da Biblioteca e foram servidos no refeitório almoços com comida tradicional dos quatro países participantes. No último dia, realizou-se um espectáculo de Karaoke com canções em língua inglesa, na sala de convívio dos alunos, que encerrou esta actividade. Neste número da Passos publicamos imagens que evocam alguns dos momentos vividos por alunos e professores durante os quatro dias desta iniciativa.

Preparando os ovos…

Hora do Lunch – professores

Exposição de trabalhos

English Breakfast – 9º ano

Exposição

Espectáculo de karaoke

Hora do Lunch – alunos

Exposição de trabalhos

Karaoke


Festa das Artes 2009 – “O que os professores fazem para além de ensinar...” No passado dia 2 de Junho foi inaugurada a Festa das Artes 2009, exposição colectiva de professores de Artes Plásticas, na Galeria Nova do Museu do Trajo de São Brás de Alportel. “O que os professores fazem para além de ensinar...” é a ideia que deu origem à exposição de trabalhos de um grupo de professores das várias escolas do ensino público espalhadas de Norte a Sul do País. Este evento foi iniciado e organizado pelo Agrupamento de Escolas do Concelho de São Brás de Alportel com Sede na Escola E.B. 2,3 Poeta Bernardo de Passos e a colaboração do Museu do Trajo e dos Amigos do Museu de S. Brás de Alportel. A Festa das Artes é uma actividade anual, iniciada há doze anos pela Escola E.B. 2,3 Poeta Bernardo de Passos, e tem como objectivo mostrar outros interesses, talentos e actividades desenvolvidas pelos professores, além das suas habituais actividades didácticas. Este ano lectivo de 2008/2009, o tema adoptado é “raízes, troncos, árvores”

Lucília Belchior

Leonor Cardoso

Maria São José

Fotografia

Paulo Penisga


Espaço aberto à criação literária e artística dos alunos

VII Concurso Literário de Prosa – “Tenho um sonho…” Continuamos a publicar neste número os textos dos alunos vencedores da VII edição do Concurso Literário de Prosa promovido pelo Grupo Disciplinar de Língua Portuguesa, subordinado ao tema “Tenho um sonho…”. Publicamos neste número os textos dos dois alunos do 3º ciclo que receberam, exaequo, o primeiro prémio.

A fantasia de um sonho O céu cobriu-se de nuvens enquanto anoitecia e de repente começou a chover, assim , sem mais nem menos. Primeiro umas gotas, depois umas gotas bem mais fortes e em seguida um autêntico dilúvio. A água corria com toda a força pelo algeroz do telhado e caia em cascata pelo chão, descia as escadas do quintal como num rio

e desaguava no lago. Ouviam-se as rãs. Os pavões gritavam muito alto, mais

pareciam miados de gatos assustados. Eu ouvia música no meu quarto e sentei-me por detrás da vidraça a contemplar o espectáculo. As luzes apagaram-se, a música deixou de tocar, a chuva abrandou e todo aquele encanto desvaneceu-se. Estava cansada. Deitei-me, mas não consegui adormecer. Levantei-me novamente, fui até á cozinha, bebi um copo de leite e voltei ao quarto, continuei a ler “O filho de Odin” estava naquela parte sobre o Drácula – imaginei o Drácula ali ao pé de mim e senti um arrepio, estremeci, apaguei a luz e adormeci. Sonhei que era Odin, o Deus, o mágico, e aí eu atirava-me para dentro de uma piscina dentro de um cofre com correntes, com algemas nos pulsos e nos tornozelos. Odin tinha que se libertar, partir aquelas correntes , abrir o cofre, tinha muito pouco tempo, tudo estava a acontecer muito rápido, se não conseguisse sair ia afogar-se. Tentava libertar-me das algemas debaixo do edredão. Alguém abriu a porta do meu quarto, ouvi passos, nem me mexi. Quando acordei estava a tremer de medo, medo do meu sonho, quem teria entrado no meu quarto?! Levantei-me e fui até à janela. Havia nuvens, muitas nuvens, como no dia anterior. Perto do recinto onde estão os meus cavalos vi um homem, um homem com um cão. O cão era horrível, parecia doente e o homem também. Aquele homem andava como o Kalthazad, movia-se como o Kalthazad, o grande inimigo de Odin. Era o Kalthazad e o cão era o Drácula. Dei um salto, estaria a sonhar mais uma vez, e desta vez acordada?! Assustei-me, não podia ter o Kalthazad ali à minha frente com o seu amigo Drácula planeando a minha destruição, a destruição de Odin... Abanei a cabeça com bastante energia para voltar à realidade.


Abri a janela como por impulso, saí para o jardim e quem me cumprimentou foi o meu vizinho que passeava calmamente com o seu animal de estimação, que animal horrível, dentes saídos enrolados, baba, era realmente parecido com o Drácula. Já o vizinho não poderia de maneira nenhuma ser confundido com o Kalthazad, era um homem que, sem sombra de dúvida, inspirava simpatia. Todos os meus pensamentos foram interrompidos pelos “Bons dias” da minha mãe, - Já acordaste? Ainda há bocado estavas a dormir como um anjinho... Ri-me de satisfação dei-lhe a mão e fomos tomar o pequeno-almoço

Laura Dorsh, 9ºA

Nada mais que um sonho… Estava eu sentado no meu puf, quando ouvi um barulho vindo do quarto do meu irmão. Assustado, fui a correr ver o que se passava. Afinal era só ele que tinha caído da cama porque andava a tentar fazer o pino. Então, voltei ao meu pensamento, ou melhor, ao meu sonho. Não sou capaz de contar a ninguém, acho vergonhoso. Suponho que já estejas curioso para saber o que é. Pronto, eu vou contar-te. Eu um dia gostava de ser invisível e ler pensamentos. Acho impressionante mas acredito que haja alguém que seja invisível. Quanto a ler pensamentos, acho impossível! No outro dia dei de caras com uma rapariga. Ela era muito estranha e olhou-me cá com uma cara! Fiquei a pensar naquilo. Parecia que me queria dizer qualquer coisa. Então, passados alguns dias, encontreia. Não aguentei e fui falar com ela. Nem imaginam o que conversámos. Começámos muito atrapalhados, também porque não nos conhecíamos, mas, passado algum tempo, já estávamos a conversar como se fossemos os melhores amigos. Falámos sobre muitas coisas, até que eu, perdi a vergonha e perguntei-lhe porque razão me tinha ela olhado com aquela cara, no outro dia. Ela não sabia o que dizer e ficou vermelhíssima. Eu acalmei-a, dizendo que não era preciso ficar acanhada. Então ela contou-me. Disse-me que quando me viu tinha sentido algo esquisito. Uma telepatia entre nós. Sinceramente, eu tinha achado o mesmo, mas não lhe disse nada. Fui para casa a pensar no que ela me tinha dito. O que seria que ela queria dizer? Fiquei mesmo “fixado” naquela ideia. Ela era muito simpática e bonita mas não era nesse aspecto amoroso que ela se referia. Jantei calado, a falar com os meus pensamentos. Todos acharam muito estranho o meu silêncio, mas eu não me justifiquei. Voltei para o quarto. Estava exausto, por isso decidi dormir. “Estava olhando para o mar, na praia quando passou por mim a Sofia uma colega minha e pus-me atrás dela para lhe pregar um susto. Mas ela, olhou para trás e pareceu não ver nada. Não me viu e eu achei muito estranho por isso decidi acenar-lhe e dizer-lhe Olá. Ela, olhou para todo o lado e não viu ninguém. Assustada, fugiu. Que coisa mais estranha! Mas voltei a observar aquele vasto azul, que era o mar. Quando ia voltando para casa, dei de caras com o Dinis que também passou por mim e não me viu. Aí percebi que estava invisível e pulei de alegria. Só me apetecia gritar a todo o mundo.” Acordei, estava na cama, achei estranho mas levantei-me e vesti-me. Todo contente, pensando que ninguém me ia ver, pois era invisível, fui à dispensa, tirar um chocolate. Para meu desgosto, a minha mãe viu-me e aí percebi que tudo não tinha passado de um sonho. Nesse dia, fui para a escola aflito e triste, mas estava decidido a contar tudo àquela rapariga. Quando a encontrei, contei-lhe tudo, “tim-tim por tim-tim”. Aí percebemos que tínhamos o mesmo sonho mas que tudo não iria passar disso mesmo.

Rafael Guerreiro, 7ºB


Educação Visual e Tecnológica – Projecto “Novos Usos, Novas Formas” No âmbito da actividade da disciplina de Educação Visual e Tecnológica, as professoras Ana Isabel Palma e Andreia Valente desenvolveram com os alunos um conjunto de trabalhos, inspirados em artistas conhecidos e visando também reciclar materiais dando-lhes uma vida nova e criativa. Alguns destes trabalhos estiveram expostos no IPJ, em Faro, numa exposição de trabalhos escolares. Aqui publicamos alguns dos trabalhos realizados pelos alunos envolvidos neste projecto.


Espaço onde se publicam trabalhos realizados pelos alunos

O nosso safari Enfim, chegou o dia tão desejado do safari, prometido pela Professora de Geografia. Encontrámo-nos às oito e meia da manhã em frente à nossa escola. Já lá estavam os jipes estacionados à espera. Entrámos para os jipes em grupos de sete alunos e fomos acompanhados por um professor e o respectivo motorista. E foi neste momento que começou a nossa grande aventura. Seguimos pela estrada alcatroada até à Fonte Férrea, local onde podemos encontrar uma nascente com as suas águas ricas em ferro e uma ribeira onde se pode tomar banho. É um lugar muito agradável para fazer piqueniques, passear na floresta de eucaliptos e apanhar muito ar puro. Foi por esta floresta de eucaliptos, nos caminhos estreitos de terra batida, subindo e descendo montes, entrando e saindo de ribeiros e “pulando pedras”, que nós chegámos ao Barranco do Velho. O Barranco do Velho é um sítio rural, muito pequeno, que fica no Concelho de Loulé, na Serra do Caldeirão, no Barrocal Algarvio e muito próximo da fronteira com a província alentejana. Aqui há muita cortiça e as árvores que se encontram mais nesta região são, os sobreiros, as azinheiras e os medronheiros, além de uma grande variedade de plantas e arbustos típicos da zona, dos quais já nem me lembro do nome. Foi aqui que parámos para que os professores, os motoristas e alguns alunos pudessem tomar um café. Outros aproveitaram para esticar as pernas, correr e saltar entre os muros e os jipes. Prosseguimos depois para mais uma viagem cheia de surpresas, altos e baixos, subidas e descidas, entradas em splash nos ribeiros, saídas atribuladas por cima de pedras e a constante observação da paisagem deslumbrante da Serra do Caldeirão. Foi muito fixe. A água saía em arco debaixo do jipe. Sem dúvida, um espectáculo. Vimos pequenas barragens e por fim parámos na aldeia de Alte, que também fica no concelho de Loulé e na Serra do Caldeirão. Esta Aldeia é a Aldeia mais típica do Algarve. Em Alte há uma ribeira com duas fontes. A Fonte Grande e a Fonte Pequena, onde antigamente as mulheres iam buscar água em cântaros e lavar a roupa. Ainda se podem ver as pedras inclinadas, no meio do ribeiro, onde as mulheres esfregavam a roupa, para que esta ficasse bem lavada. Hoje este local é onde as pessoas, normalmente turistas, podem passear, apanhar ar fresco, fazer piqueniques e descansar. Foi nesta aldeia e neste parque de lazer que nós almoçámos. De seguida entrámos novamente para os jipes, onde continuámos a nossa aventura de descidas e subidas, curvas e contracurvas e onde no final tivemos oportunidade de observar fornos de carvão. Eram quatro da tarde e estava na hora de regressar à nossa escola. Estava tudo a chegar ao fim. Foi muito bom e eu diverti-me muito. Gostava de repetir a experiência. Quem sabe para o ano a Professora nos volte a proporcionar novos momentos destes. Obrigado Professora Mónica!

Yara Dorsch, 7º C


Espaço onde se divulga informação sobre outros assuntos interessantes

Eurohspot - Base temática sobre a História Europeia A base de dados eurohspot.eu pretende ser «um espaço consagrado à divulgação dos resultados da investigação realizada no âmbito da história da integração europeia no quadro nacional e internacional», segundo uma nota de apresentação da autoria da professora universitária Maria Fernanda Rollo. «Os conteúdos publicados são de natureza muito diversa, combinando informação especificamente elaborada sobre a história da construção europeia e a participação de Portugal nesse processo com a selecção de fontes históricas, em que se incluem documentos diplomáticos, actas de debates parlamentares, legislação, fotografias e outro material iconográfico, filmes e documentários, músicas», refere Maria Fernanda Rollo.

Centro Virtual Camões – “A Aventura dos descobrimentos” A "Aventura dos Descobrimentos" é a nova colecção de livros em formato digital que se podem «folhear», ler e ouvir no ecrã de um computador a partir do Centro Virtual Camões. Os 12 livros que compõem a colecção facilitam a aprendi-zagem «de forma lúdica» da História de Portugal por crianças e jovens. A obra cobre as principais etapas dos descobrimentos portugueses, contadas de uma maneira simples e «com alguma fantasia», desde a conquista de Ceuta, em 1415 (1º volume), até à chegada ao Japão, em 1543, o último volume da série (12º). No final de cada livro, existem duas secções especiais. Na primeira dá-se informação adicional sobre cada episódio. Na segunda secção, os jovens leitores poderão testar os conhecimentos adquiridos.

Nova revista digital para jovens Finalmente os jovens têm uma revista em formato digital: a Revista Giggle, que é aconselhada pelo PLANO NACIONAL DE LEITURA. «Giggle é uma iniciativa inovadora e quer mostrar simultaneamente que é bom ler e estar alerta para causas sociais e ambientais, porque um dos seus objectivos é ser uma empresa neutra em emissões de carbono. A marca tem um sítio na Internet e duas revistas on-line, uma dirigida às crianças e adolescentes e outra dirigida aos pais e famílias, ambas com sugestões sobre moda, música, leitura, desporto, passeios, viagens, festas, actividades, apresentando entrevistas, informação e propostas de ocupação de tempos livres.»


E m Outubro novos

PASSOS irão surgir...

Até lá, BOAS FÉRIAS!

Edição e propriedade da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos Poeta Bernardo de Passos Coordenação editorial: Carlos Antunes e Paulo Penisga Colaboração: todos os alunos e professores que, com o seu talento e vontade, encheram estas páginas de actividade e criatividade.


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