Passos n.º 7 (Suplemento) - Junho de 2010

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Suplemento Espaço aberto à criação literária e artística dos alunos

Falta o texto de introdução para os trabalhos dos alunos que não se enquadram no concurso literário de prosa

O Lobo Ganancioso

Nuno Carmo, 7º D

Era uma vez um lobo que assustava todos os animais da floresta. Um dia, viu uma ovelha perdida e falou com ela: - Olá! Então, estás perdida? - Sim. Podes ajudar-me? - perguntou a ovelha. E o lobo esperto respondeu: - Claro! Vais sempre em frente, quando vires o rio, viras à esquerda e sais desta floresta. - Oh, muito obrigada! - disse ela. O lobo tinha feito lá uma armadilha para comer a ovelha. Então ele esperou e esperou e decidiu ir ver a ratoeira. Quando chegou, não viu a esparrela e de repente caiu num buraco. Afinal a ovelha é que o tinha apanhado. Porém, o lobo conseguiu sair e viu um rasto com pedaços de carne que foi sempre seguindo. Mal olhou à sua volta, verificou que estava dentro de uma jaula e acabou no circo. Moral da história: não sejas ganancioso porque podes perder tudo.


O Teatro Grego

Aula bem passada

Os Gregos eram únicos na arte de divertir, inventaram a comédia e choravam de tanto rir! Se te queres divertir ou chorar de tanto rir, conhece Aristófanes e a comédia vais sentir!

Uma aula animada queremos todos ter, para não perdermos nada e ALGUÉM podermos ser. José Diogo, 7º D

A tragédia também acontecia, porque sempre alguém sofria em histórias de sentimentos e dor, cheias de ambição e amor.

Isabel Pimenta, 8.ºA

Um Amigo Um amigo: alguém especial, alguém que te apoia e nunca te leva a mal. Um amigo. Nunca te esquecerás: com ele podes brincar mas com ele muito aprenderás. Alto, baixo, gordo, magro, um amigo que levas para todo o lado. Pode ser azul, até mesmo transparente, alguém que tu vejas no meio de toda a gente. Alguém de quem não te esqueças e te sintas bem ao pé dele; amigo nunca se perde, amigo para todo o sempre.

Para tal, é preciso não esquecer: uma professora catita Ricardo Rodrigues, e alunos bem-educados; 7.º A a matéria bem dita, e ficamos todos preparados! Aviões na sala a circular é tráfego não permitido. Só se pode conversar sobre aquilo que é pedido. Bem comportados entramos e muito sábios saímos, porque sempre participamos e às vezes também nos rimos. É assim que eu imagino uma aula bem passada, todos juntos a trabalhar para que não nos escape nada.

Ser mãe com seis anos

Inana Pott, 5ºB

O bebé mais fofinho de todo o mundo… tem uns olhos pequeninos, um nariz bem redondinho, uma chucha de bebé, é um amor quando se tenta pôr de pé. Eu chamei-lhe Nenuco, como a Paula e a Fernanda, mas o meu é um dos novos, faz chichi, diz dá dá, é o meu querido Baby Dorm. Sabem, é tão bom ser mãe com seis anos!


Um amigo de verdade Era uma vez um menino que não tinha com quem brincar. Só queria ter um amigo em quem confiar.

Eles gozavam com os rufias, mas conseguiam fugir. O que eles queriam era estar sempre a rir.

Apareceu um vizinho novo que usava muletas para andar. Ele olhou para o outro lado e logo o quis observar

Um dia, aconteceu uma desgraça, o vizinho morreu. O coração rebentou, foi um amigo que perdeu

O vizinho era pequenino, o outro era um guerreiro. O primeiro foi para cima dele como se fosse cavaleiro.

Ele sentiu-se feliz com o que sempre sonhou: um amigo de verdade que sempre esperou.

Na escola encontraram-se, Tinham criado uma amizade. Agora ele queria Que tivesse continuidade O texto do Nuno foi inspirado por um filme que viu, “The Mighty” (“Os Poderosos”), realizado por Peter Chelsom (1998).

Vê-o também. Vais adorar!

Nuno Pires, 7.º D

O Ciberprofe Carlos Antunes, o professor, não é uma pessoa vulgar: é o mestre do computador, para além de História ensinar. Tem gentileza e simpatia a valer e sempre tempo para ajudar; faz mais do que o seu dever… Que mais pode um professor dar? Com tolerância e inteligência ajuda a Comunidade; tem muita paciência e grande honestidade

Adora ensinar História e é médico de qualquer computador. Tem terabytes de memória e um óptimo processador! Com medalhas o devíamos condecorar, pois é o mínimo que lhe podemos fazer. Não basta um poema lhe dedicar como forma de lhe agradecer. Os alunos do 7.ºD


A Chave Verde Corria uma leve brisa no Palácio do Verde Cristal. Todos os súbditos andavam atarefados com os preparativos para o banquete oferecido pelo rei. Os cozinheiros expiravam suor, devido às altas temperaturas que se sentiam na cozinha real. Ninguém estava parado: uns descascavam batatas, cenouras, meloas; outros grelhavam camarões grandes, acabados de chegar de Madagáscar, com whisky; outros esmurravam batatas com ervilhas… Contudo, apesar de haver barulho no palácio, o rei dormia profundamente, sem que ninguém se apercebesse. A princesa Diamar andava também muito atarefada com a decoração, quando encontrou uma chave verde, tão verde como os azulejos que cobriam o chão do palácio. A chave brilhava como o Sol, era simplesmente verde, mas a princesa não deu importância guardando-a no bolso do seu avental que trajava sobre um belo e longo vestido da cor do mar com pespontos em cetim dourado, realçandolhe os seus longos cabelos louros e olhos esverdeados. A princesa era cobiçada por príncipes de todo o Mundo, porém ainda morria de amores pelo seu apaixonado, que morrera num passeio de cavalo, que ambos costumavam dar, ao final da tarde, pelo enorme jardim do palácio. A hora do almoço aproximava-se, e o rei continuava adormecido, até que a princesa se apercebeu de que ainda não vira o seu pai. Correu em direcção ao quarto dele e tal não foi o seu espanto quando o viu a dormir, àquelas horas, ele que tinha por hábito madrugar. Voltou a descer a escadaria real com muito cuidado, pediu ao aio que preparasse um belo pequeno-almoço e o colocasse no tabuleiro que ela havia pintado pelo Dia do Pai, quando tinha ainda sete anos. Não tardaria que a princesa chegasse ao quarto do rei com um tabuleiro recheado de gulas: croissant com chocolate, sumo de laranja, melão aos cubos e uma tigela de leite com cereais. Quando entrou no quarto, a princesa colocou o tabuleiro aos pés da cama e, com um doce beijo na testa, acordou o seu pai. Este, ainda ensonado, quando se apercebeu, encheu-se de força para evitar chorar. A princesa sabia que, desde que a sua mãe morrera, o pai nunca mais tivera estes miminhos. E, enquanto o rei comia, longas conversas se seguiram entre ambos: recordações de infância e conversas do arco-da-velha levaram a lágrimas e a grandes gargalhadas, entrelaçados num misto de amor e saudade. Assim que deram conta das horas, a princesa ausentou-se, enquanto o rei vestiu uma simples túnica verde e laranja para descer para o almoço - não que tivesse muita fome, o que não era de estranhar para quem acabara de tomar um pequenoalmoço daqueles. Após o almoço, que para o habitual fora deveras rápido, o rei subiu e começou a escolher a roupa que levaria para o banquete. Porém, de repente, deu pela falta da sua bela chave verde. Entrou de imediato em grande alvoroço. Largou toda a roupa em cima da cama e desceu. Percorreu todo o palácio a gatinhar, deixando qualquer criado boquiaberto. Contudo, ninguém se atrevia a perguntar-lhe fosse o que fosse. Passado o palacete de ponta a ponta, o rei levantou-se com alguma dificuldade e vociferou pedindo silêncio. Neste preciso momento, ouviu-se um pick! Seria a tão procurada chave?


- Foi só uma chave que encontrei hoje no chão enquanto preparava o banquete. Tem calma, pai! – tranquilizava-o a filha, um pouco nervosa com as atitudes do pai. - Mostra-me essa chave! – ordenou o rei, com esperança de que aquela fosse a chave que procurava. A princesa Diamar apressou-se a chegar junto do rei, para que aquele momento acabasse e os preparativos para o banquete continuassem. - Ai, não acredito! Procuro esta chave há tempos! Nem imaginas a alegria que me dás! Por favor, voltem aos vossos postos e não atrasem os preparativos do banquete. Ninguém no palácio parecia perceber a importância de uma simples chave verde, igual a tantas outras, e havia muito trabalho que não podia esperar. O rei correu para o seu quarto, rodou uma pequena maçaneta e logo se abriu uma porta secreta que dava para uma simples sala, cheia de desenhos infantis e com um grande armário também ele sem grandes pormenores. O rei saltou de alegria e correu para o armário, fechando a porta atrás de si, pegou na chave e abriu-o… Era incrível, o segredo daquela chave… O rei acabara de abrir o armário em que guardava a sua enorme colecção de boxers com personagens da Walt Disney, como o Mickey, o Donald, o Pluto, o Pateta, os 101 Dálmatas, o monstro das Bolachas… Se alguém descobrisse aquele armário, seria um desastre para o rei, pois seria gozado, não teria prestígio, seria um simples homem como tantos outros. A única diferença seria o facto de ele usar uma pesada coroa que lhe fazia tombar a cabeça sempre que discursava para o povo ou em jantares formais. O rei regressou ao seu quarto, porque o banquete não tardaria a começar. Colocou a chave secreta dentro de um livro que guardou na sua mesa-de-cabeceira. Tomou banho, vestiu um fato que comprara não havia duas semanas. Era bege, bordado nos seus pespontos com uma linha verde que condizia com os seus sapatos de verniz brilhante também eles verdes. E desceu. A noite não podia ter corrido melhor. Todos riam, dançavam e não paravam de elogiar as requintadas refeições servidas. Até a noite estava alegre. Aquela noite ficaria na história de Esverlónia. Quem sabe se, hoje, as crianças deste país não aprendem na escola quem foi este rei que nos deixou o provérbio: “Um Homem não se mede aos palmos”? É verdade, este era bem grande mas com muito pouco juízo. Mas será que estas crianças sabem da enorme colecção de boxers?

Catarina Negrão Gago, 9.ºC


Realizou-se com sucesso mais um Concurso Literário de Prosa, desta vez subordinado ao tema “À Descoberta da Felicidade”. Estão de parabéns todos os participantes, 52 alunos dos 2º e 3º ciclos, em especial os alunos distinguidos com prémios vencedores. A entrega dos certificados e prémios realizou-se no dia 26 de Março, no espaço da Feira do Livro

2.º CICLO – 1º Prémio À descoberta da felicidade Onde será que vou encontrar a felicidade? Dentro de um bolo de chocolate, ao comer um gelado, onde será? Vou armar-me em detective e procurar. Primeiro passo: Vou ao meu laboratório de ciência buscar a minha lupa e objectos científicos para ver se descubro a felicidade. Eu preciso de encontrar a felicidade para ajudar as vítimas da Madeira, do Chile e do Haiti. Mas para isso vou precisar da vossa ajuda. Vocês têm de fazer uma pequenina coisa. Sempre que virem uma raposa matreira, gritem: Soapar!. Foi essa raposa, com a força bruta da Natureza, que tirou a felicidade ao mundo. Vou abrir a mochila que recebi nos meus anos e tirar de lá um mapa que me leve sempre onde eu quiser. A primeira passagem vai ser na padaria do senhor Joaquim, um pasteleiro fantástico da zona. Faz os melhores pastéis de nata do Universo. Quando alguém come um pastel, fica logo contente, bem-disposto, enfim feliz. É isso, já descobri um pouco da felicidade. Se eu levar um pastel de nata para cada uma das vítimas de catástrofes por esse mundo fora, de certeza que todos vão ficar um bocadinho mais felizes, pois já têm que comer. A seguir, a próxima paragem vai ser na geladaria da senhora Beatriz. Uma senhora um pouco gordinha, mas muito amiga das pessoas. Ela consegue sempre colocar um sorriso na cara dos clientes Também vou convidar a senhora Beatriz a fazer a viagem, juntamente com o senhor Joaquim e outros Habitantes da nossa cidade. Juntos seremos capazes de ajudar as vítimas. Tenho outra ideia, vou fazer um convite: -“Convido todos os habitantes da Cidade Felicidade a acompanhar o detective Amaral numa viagem para levar um pouca da nossa felicidade às vítimas dos sismos do Haiti, da Madeira e do Chile. A viagem terá início no dia 11 de Março de 2010 e terminará quando acabarmos a nossa missão. Aviso que pode durar dias, meses ou mesmo anos. Espero que colaborem”. Viva, a partir de hoje e com a ajuda de todos, tenho a certeza que os países afectados passarão a chamar-se países da felicidade.

Lúcia Nunes, 5ºB


2.º CICLO – 2º Prémio (exequo) A Felicidade anda por aí Era uma vez uma menina chamada Margarida que não tinha amigos, era muito só, muito triste e muito tímida. Na escola brincava apenas com um cãozinho. E, todos os dias, voltava sozinha para casa atravessando um caminho de pedras, cheio de mistérios e de sombras assustadoras. Um dia, quando regressava à sua aldeia, passou por uma casa em ruínas. Lá de dentro vinha uma vozinha muito doce que lhe disse: - Olá Margarida, entra para me veres, não tenhas medo. Margarida ficou muito assustada e correu para casa onde a esperava a sua avó, que tomava conta dela enquanto os pais estavam em viagem por França. A Margarida foi para o seu quarto e, muito apressada, sentou-se na sua cama fofa a pensar no que tinha acontecido no caminho para casa. Ficou com muita curiosidade de saber quem é que a chamara de dentro daquela casa assombrada. No dia seguinte, no regresso da escola, ganhou coragem e entrou no casebre. A mesma vozinha dizia: - Margarida, chega aqui ao pé de mim. Estou perto da janela. De repente, as luzes acenderam-se e Margarida viu uma menina de cabelo ruivo, comprido e encaracolado. Os seus olhos eram azuis como o mar. Sem medo, aproximou-se. A menina tocou-lhe na cara e fez-lhe algumas perguntas: - Onde moras? Tu tens amigos? És feliz? As respostas de Margarida foram que não era feliz precisamente porque não tinha amigos e se sentia só. Sentaram-se então numa cadeira e conversaram durante longas horas. Por fim, a menina confessou à Margarida: -Eu sou a fada Felicidade. Como és humilde e boa menina mereces ser feliz para toda a tua vida. A fada Felicidade tocou-lhe ao de leve na cara com a sua varinha de condão, deulhe um beijinho e desapareceu. A partir desse dia, Margarida passou a ser a menina mais feliz de toda a aldeia. Ela tinha compreendido que a felicidade está afinal onde menos se espera.

Ana Cláudia Oliveira, 5ºB


2.º CICLO – 2º Prémio (exequo) À descoberta da Felicidade Era uma vez um rapaz que vivia numa quinta. Os seus pais não o deixavam ajudar, tinham medo que se magoasse. Esse rapaz passava imenso tempo a ler, já que não podia fazer mais nada… Certa sexta-feira, na biblioteca da aldeia, andava ele à procura de um livro de aventuras quando, ao pegar num livro cujo título era A Nuvem da Felicidade, caiu um pedaço de um mapa. O rapaz apanhou o pedaço de papel, pô-lo no livro e foi direito à secretária onde está uma senhora a organizar “uma data” de papéis. - Bom dia! Queria requisitar este livro em meu nome. – pediu o rapaz. - Como te chamas? – retorquiu a bibliotecária. - Pedro Aborrecimento. – respondeu o rapaz, desta vez, com entusiasmo. - Daqui a um mês tens de o entregar! – alertou. Ao chegar a casa foi direito ao quarto e começou a ler o livro. Este dizia que a pessoa que achasse uma nuvem com a forma da letra F iria ser feliz para o resto da vida. No fim do livro estava um mapa solto e antigo para chegar à cidade L.M. No dia seguinte, às 5:00 da manhã, Pedro Aborrecimento já estava a um quilómetro de casa. Caiu a noite. Estava ele sozinho na floresta quando apareceu uma coruja a cantar o abecedário - A, B, C, D, E, F, G…Olá rapaz! – saudou a coruja, interrompendo a cantoria. Pedro, muito espantado, interroga: - Porque é que estás a cantar o abecedário? - Porque eu sou o guarda cantarola da cidade L.M. – respondeu-lhe. - Afinal existe! – exclamou. – Mas porquê esse nome? - L é de Letras; M é de Maiúsculas. Se quiseres eu levo-te lá! Os olhos de Pedro brilhavam agora de aborrecimento… perdão… de alegria! - Sim, claro! – retribuiu entusiasta. Depois de atravessarem a floresta chegaram a um sítio esquisito, cheio de letras. No dia seguinte deitou-se num monte à procura da tal nuvem letra F, mas começou a pensar na sua família… E nos seus livros… E que o lugar dele não era ali mas sim… com quem amava.

Diogo Eusébio, 6ºF


2.º CICLO – 3º Prémio À descoberta da Felicidade Era uma vez uma menina chamada Maria que vivia com a sua mãe numa aldeia do interior do país. Desde pequena foi habituada a viver sem o amor de pai porque, sendo de origens humildes, o seu pai teve que emigrar para conseguir o sustento da família. O pai de Maria nunca deixou que lhe faltasse nada. Ela tinha comida em abundância, vivia numa grande casa com jardim e tinha os brinquedos mais bonitos e modernos que qualquer criança na aldeia. Mas Maria não era feliz. As suas amigas adoravam a sua bicicleta cor-de-rosa e Maria emprestava-a sempre que podia, todavia, o que ela mais queria era ter o pai com ela, como as suas amigas tinham e isso, elas não lhe podiam emprestar. A mãe explicava-lhe, carinhosamente, que um dia essa situação mudaria e que neste momento ela tinha tudo para ser feliz, mas não conseguia evitar que Maria deixasse escapar uma lágrima de vez em quando. Foi numa linda manhã de Primavera que a mãe recebeu uma carta que comunicava a chegada do marido. Pensou como a filha iria ficar verdadeiramente feliz e nem conseguia esperar que ela voltasse da escola para lhe contar a novidade. À tardinha, Maria regressou da escola e quando a mãe lhe contou, ela nem queria acreditar que o seu maior desejo estaria mesmo quase a ser concretizado. Dias mais tarde, o pai chegou e trouxe-lhe um saco enorme de presentes. Maria ficou tão feliz que resolveu ir mostrar os presentes às suas amigas. Os seus olhinhos, brilhantes de felicidade, entristeciam-se sempre que as suas amigas lhe diziam que este ou aquele brinquedo, que trazia no saco, era aquele com que sempre tinham sonhado. Maria não resistiu. Resolveu então distribuir os brinquedos pelas suas amigas e, sem se aperceber, foi oferecendo os presentes que o pai lhe trouxera. Quando regressou a casa, trazia apenas no seu saco uma boneca que falava e dizia “Estou feliz!”. Maria abraçou o pai e contou-lhe que oferecera todos os brinquedos porque o seu maior presente era ter o pai ali junto dela. O pai, olhou-a nos olhos, sorriu e disse-lhe: - Minha filha, o amor dos nossos pais é de facto o maior presente do mundo! Maria respondeu-lhe: - Agora sim papá, eu descobri a felicidade!

Nádia Adriano, 5ºD


3.º CICLO – 1º Prémio À descoberta da Felicidade Todas as noites, vagueio em busca da minha identidade perdida, esquecida, deixada para segundo plano. Cansada, descanso a minha cabeça sobre o travesseiro molhado de lágrimas; fecho os olhos e logo me recordo dos sorrisos, gargalhadas, olhares, abraços, conversas, lágrimas, de pessoas que entraram na minha vida sem nenhum porquê. O meu corpo está a perder as forças por causa da dor, a minha alma também está fraca e a minha mente confusa e agitada. Desesperada, ergo os meus olhos ao céu e contemplo a luz doirada, rodeada de um vasto manto negro salpicado de luzes reluzentes, que me tranquiliza e filtra o meu sofrimento. Cada dia que passa, o caminho torna-se cada vez mais difícil de percorrer, passo a passo vou caminhando para o desconhecido onde talvez encontre o que tanto procuro. Quem sou eu? Eu sou uma flor que vai murchando, e que logo se esvai como onda no oceano, um vapor ao vento, uma noite escura e triste, um sorriso e um olhar de uma criança; eu sou tudo e sou nada. Dia após dia, questiono-me sobre a minha origem, pergunto-me se algum dia saberei quem sou. Gostava de me sentir como farol que brilha à noite, como ponte sobre as águas, como abrigo no deserto, como flecha que acerta no alvo, para iluminar e ajudar quem também se quer encontrar. Percorro ruas imundas e sombrias onde se respira solidão, ruas onde quem manda é o medo, onde um sorriso é transformado em choro e onde o hoje não tem amanhã. Essa foi a rua onde encontrei a minha identidade, escondida debaixo de um caixote velho situado num abismo frio e submerso. À medida que ia andando, sentia um arrepio na espinha, um vazio atordoador dentro de mim, que me corria todo o corpo até ao momento que me encontrei. Foi uma mistura de sentimentos que me sondou e me deixou imóvel sem saber o que fazer. Só sei que, desde esse dia, a minha vida mudou e descobri que a minha identidade sempre estivera comigo, mas eu não lhe dava valor e menosprezava-a constantemente. Assim percebi o motivo de me encontrar naquele beco sem saída. Agora, trabalharei até melhorar aquilo que sou; não baixarei os braços tão facilmente. Neste mundo, não há perfeição, apenas pessoas que lutam para alcançar os seus objectivos. Já me sinto completa. Dou valor ao que sou. Sei que tenho defeitos e virtudes como qualquer ser que respira. Agora, sou feliz.

Juliana Silva, 7º A


3.º CICLO – 2º Prémio A Chave para a Felicidade Felicidade… Era a única coisa que faltava na vida de Carlos, um rapaz de doze anos que sempre teve tudo o que queria: desde as caras roupas de marca, computadores, campos de desporto, até às extravagantes piscinas interiores e salões de jogos deslumbrantes. Carlos vivia com a sua família numa mansão adornada até ao mais ínfimo pormenor nos arredores da cidade. Era filho único e vivia com a sua mãe e o seu pai. A mãe, uma mulher requintada, passava os dias nos shoppings, em casa ou no ginásio. O pai, um empresário de alta classe e com muita influência na sociedade, ocupava a maior parte do tempo em viagens de negócios algo misteriosas. Eram sete e meia da manhã, o dia de Carlos começara. Carlos frequentava um colégio privado, no interior da cidade. Ele não tinha muitos amigos devido ao ciúme e à inveja de muitos. Isolava-se no colégio a ler e a ouvir música. Nos seus tempos livres, escrevia no seu bloco de notas como um marinheiro solitário à deriva no mar, relatando, no seu diário, as fortes tempestades e as perigosas marés. Um dia lembrou-se de uma palavra que não fazia parte do seu vocabulário, felicidade. Escreveu o seguinte no seu bloco: “Felicidade, o que é? Eu próprio não o sei! Gostava de me sentir feliz, mas não sei como!” Carlos tinha poucos amigos, não se divertia muito e os pais não lhe dispensavam muita atenção. Raramente falavam e passeavam. Carlos era um rapaz muito pensativo e decidiu encontrar o obstáculo que não permitia que fosse feliz. Na escola, começou por falar com os colegas, mas eles rejeitaram-no e disseram-lhe: ”Não nos relacionamos com meninos riquinhos como tu”. Em casa, perguntou à mãe se podiam ir lanchar juntos, porém a mãe respondeu-lhe apressadamente que tinha de ir à “manicure” e que, por isso, estava com pressa. Num dos fins-de-semana que o pai esteve presente, perguntou-lhe se podiam ir assistir a um jogo de futebol, mas respondeu-lhe atarefado que tinha de acabar uns negócios e que tinha uma reunião importantíssima. Prometeu-lhe uma prenda em recompensa. Carlos conjugou todas as peças do “puzzle” e apercebeu-se que a única coisa que não o permitia ser feliz era o dinheiro. Dinheiro… Apenas uns papéis rectangulares às cores e metal redondo ferrugento, uma fonte de prazer e infelicidade. Agora, Carlos sabia que o dinheiro comprava muitas relíquias, todavia não comprava a Felicidade. Acabara de encontrar a chave para o baú “À procura da Felicidade”.

Luís Oliveira, 9.º D


3.º CICLO – 3º Prémio Uma História da mamã Após a minha mãe me ter levado para a cama, embora estivesse quase a dormir, pedi-lhe que me contasse uma história. Eu, já com os olhos fechados e a cabeça na almofada, ouvi a sua voz doce dizer “A Felicidade”, era o título do conto daquela noite. Ouvi o início daquela história maravilhosa que dizia que a felicidade era difícil de se encontrar, que o segredo para se ser verdadeiramente feliz, era…O que era? Deixeime dormir antes de ouvir o segredo! Na manhã seguinte, levantei-me pensando no assunto e decidi procurar a felicidade. Comecei por procurá-la no quarto, debaixo da cama e dos tapetes. De seguida fui à cozinha, onde estava a minha mãe. Dei-lhe um grande abraço, um beijo enorme na cara, ela sorriu e eu senti algo inexplicável. Mas estava demasiado ocupada para perceber o que era. Continuei na minha busca. Entrei pela sala a dentro e vi o meu pai sentado na poltrona, saltei-lhe para o colo e ele ficou muito feliz. Voltei a sentir aquele sentimento inexplicável. Dei por mim, no jardim, a rebolar com ele nas flores, rindo às gargalhadas. Quando parei de brincar com o papá, ficando sozinha, procurando pela felicidade, apercebi-me de que naquele dia os momentos em que tinha sido verdadeiramente feliz foram aqueles que passei na companhia dos que mais amo. Nesse momento, percebi também que a felicidade vinha de dentro, era algo que se sentia, era muito forte e aconchegante. Algo que se encontrava na família, nos verdadeiros amigos e em todos aqueles que precisassem de um pouco de amor. Depois de um dia de aventuras, descobri que o segredo, para se ser verdadeiramente feliz, era viver cada minuto da nossa vida sorrindo, amando-nos a nós próprios mas, acima de tudo, os outros.

Ana Filipa Eusébio, 9ºC


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