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Helicontrol – o controle do tráfego aéreo da maior frota de helicópteros do mundo

HELICONTROL

O controle do tráfego aéreo da maior frota de helicópteros do mundo

São Paulo, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (ABRAPHE), é a cidade com a maior frota de helicópteros do mundo, ficando à frente de cidades como Nova York (2ª) e Tóquio (3ª).

Este cenário, trouxe diversos desafios ao serviço de controle de tráfego aéreo da região. Atualmente, a cidade conta com 260 helipontos e a distribuição geográfica dessa infraestrutura não é uniforme. Deste montante, 139 estão concentrados na região que coincide com a área de aproximação da pista (RWY) 17 do aeroporto de Congonhas, abrangendo um quadrilátero entre as avenidas Paulista, Faria Lima, Berrini e bairro do Morumbi com aproximadamente 54 Km².

O histórico

Até o ano de 2004, a circulação de helicópteros na região era baseada no uso de corredores visuais de helicópteros e sob coordenação via rádio em uma frequência de coordenação entre aeronaves (FCA). Porém, este modelo começou a mostrar-se insuficiente para a manutenção das operações de forma segura, pois o crescimento no número de operações de aeronaves no aeroporto e de helicópteros na área localizada na aproximação da RWY 17, era diário.

Progressivamente, o crescimento do número de aeronaves dotadas com os sistemas anticolisão aerotransportados (ACAS) evidenciaram os entraves que a circulação vigente à época apresentava. O cenário de alta densidade de movimentos no aeroporto e a concentração de helipontos em uma pequena área geográfica coincidente com as aproximações da RWY17, criando um cenário adverso e com elevado número de reportes de proximidade entre as aeronaves, o chamado Resolution Advisory (RA), situação indesejada e com significativo risco operacional.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), junto ao Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), então Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), formularam, em 2004, uma solução inédita em nível mundial. Foi criado o serviço de controle na área de helicópteros (HELICONTROL), solução que objetivava garantir a convivência segura e fluída de aviões e helicópteros na área de aproximação do aeroporto de Congonhas.

O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), com sua história de pioneirismo e eficiência, foi escolhido para prestar o novo serviço. Imediatamente após a sua criação, o nível de descontinuidades de aproximações no aeroporto devido a RA apresentou sensível decréscimo, comprovando a efetividade do novo serviço.

O benefício à sociedade foi imediato, pois o menor nível de arremetidas no aeroporto proporciona economia de combustível das aeronaves, reduz o nível de ruídos na região urbana e diminui as restrições à circulação de helicópteros, promovendo, também, ganho operacional e de segurança.

Na área de competência do HELICONTROL, que apesar de abranger um pequeno espaço geográfico, foram controlados mais de 40 mil helicópteros em 2019 – na fase pré-pandemia - número que superou a movimentação de outros importantes aeroportos e terminais do País, como Manaus, Campo Grande e Ribeirão Preto.

A estrutura

O controlador de tráfego aéreo (ATCO) conta com os mais avançados recursos tecnológicos para orientar o serviço, tendo à dispo-

TWR-SP

sição: uma tela repetidora radar do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO), pelo qual é possível observar as aproximações e distâncias entre aeronaves; o Controle Total da Informação de Tráfego Aéreo (TATIC), que é um sistema específico para inserção das informações dos voos; além de outras facilidades como centrais de frequências/telefones, para realizar as comunicações com os helicópteros e outros órgãos operacionais.

Todo o serviço é prestado de forma integrada com as aproximações da Torre de Controle de São Paulo (TWR-SP), maximizando, assim, a capacidade de circulação na área sem que haja impactos nas aproximações do aeroporto.

O futuro

Na região de controle, a quase totalidade das operações ocorrem em helipontos elevados, que são os que se encontram no alto de edifícios. Naturalmente, existe uma proximidade física maior com a população urbana, o que leva a um grande desafio futuro.

O serviço é prestado de forma integrada com as aproximações da TWR-SP, maximizando, assim, a capacidade de circulação na área sem que haja impactos nas aproximações do aeroporto

Como atuar de maneira efetiva no controle dos helicópteros em um cenário de crescimento no número de voos de aeronaves de decolagem e pouso vertical (eVTOL) e outras remotamente pilotadas (RPA)?

Diversos estudos estão em andamento no DECEA e no CRCEA-SE com o objetivo de planejar uma convivência segura entre os novos modais de transporte e as atuais aeronaves de asa fixa ou rotativa.

É a história se repetindo com novos personagens e desafios.

Por ROBERTO Manoel Francisco Junior Major Aviador Comandante do DTCEA-SP

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