Boletim ICAPS - Edição de Janeiro de 2022

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/editorial

FALA DIRETOR!

São Camilo Pastoral da Saúde

Pe. José Wilson, MI Diretor do ICAPS

INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXXVII | Nº 414 | JANEIRO DE 2022 INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE Av. Pompeia, 888, Vila Pompeia São Paulo/SP | CEP 05022-000

Estimados discípulos missionários no mundo da saúde, enfermidade e sofrimento:

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O Dia Mundial da Paz, instituído pelo papa Paulo VI em sua mensagem de dezembro de 1967, foi celebrado pela primeira vez em janeiro de 1968. Com o título “Educação, trabalho, diálogo entre as gerações: instrumento para a construção de uma paz duradoura”, o papa Francisco convidou-nos a refletir e agir na construção de uma paz duradoura. No contexto da Pastoral da Saúde, como ser instrumento de paz? A paz que vem de Jesus é geradora de vida e saúde em plenitude.

O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. /Provincial Pe. Antonio Mendes Freitas - MI

No “Ministério da Visitação”, assunto tratado pelo padre Gildésio, exige-se habilidades relacionadas com a sabedoria do coração. Na “nova escola da caridade”, inaugurada por São Camilo, deve-se colocar o coração nas mãos para tornar-se próximo e agir movido de compaixão pelos doentes.

/Conselheiros Pe. Mário Luís Kozik - MI Pe. Mateus Locatelli - MI Pe. João Batista Gomes de Lima - MI Pe. Francisco Gomes da Silva - MI /Diretor Responsável Pe. José Wilson C. Silva - MI

Em forma de poesia, Silvelena expressa sua gratidão a Deus pelos 100 anos da presença Camiliana no Brasil. Padre Toseli, em sua reflexão, afirma que o tesouro e a pérola preciosa do camiliano é o enfermo, pupila e o coração de Deus. Para o Padre Gabriel, o sacramento da unção dos enfermos é a vitória sobre a enfermidade, que não necessariamente está ligada à recuperação da saúde corporal.

/Colaboração Família Carismática Camiliana /Secretária Ana Maria Espíndola Atendimento: 2ª a 6ª - 9h às 12h | 14h às 17h /Periodicidade Mensal /Tiragem 300 exemplares /Projeto Editorial

Que 2022 seja marcado pela vida, saúde, educação, segurança/não violência, respeito pela diversidade, solidariedade e com mais “Política” e menos politicagem.

Assinatura: O valor de R$25,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agência 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.

Desejo boa leitura! Padre José Wilson, MI Diretor do ICAPS

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Gratidão pelos 100 anos da presença camiliana no Brasil Neste ano jubilar, queremos comemorar, com honra e gratidão, os 100 anos de missão que no Brasil se fez crescer, e a todos favorecer com muita luta e união.

São Camilo já dizia: “Cuidar com dedicação é deixar em cada irmão a atitude de cristão”. É saber ouvir e acolher, e um Camilo saber ser, deixando boas sementes para um dia florescer.

Foi em pleno século XX, onde tudo era diferente. O povo descontente, saúde fragilizada, gente carente e debilitada, cuidado para pouca gente. Mas, uma luz se acende, assim, bem de repente.

Para este jubileu, celebremos tantos dons que aos bons filhos de Deus gratuitos foram doados, e por Camilo inspirados a sermos camilianos, pois nos seus sagrados planos, fomos os mais contemplados.

Era 15 de setembro daquele ano sombrio, quando chegaram ao Brasil os padres camilianos. Uma esperança surgia nessa luz que aparecia; e por Deus foram conduzidos, de longe foram trazidos e com imensa alegria os povos os acolhiam.

Ser um bom camiliano é cuidar e acolher, é com cada irmão viver em sua necessidade. É sentir a dor do outro, é acolher com humanidade, através do seu trabalho, junto à comunidade.

Pouco a pouco se instalavam e, por onde passavam, deixavam transparecer pelos pobres um bem-querer, uma forma diferente de cuidar de um doente com ardor e compaixão, e aquela dedicação dispensada a toda gente com mais coração nas mãos.

Como é grande a alegria em participar desta festa! Cá na terra, tem poesia, tem abraços, e tem cordel. E lá do alto, é Camilo, que comanda este céu.

E foi uma grande luta, uma verdadeira missão, pois hoje podemos contar com saúde, educação, com a força e o apoio, a coragem e a labuta, e a presença de São Camilo em ação.

Encerro minhas palavras com eterna gratidão por levarmos Jesus Cristo e viver o compromisso de amar a cada irmão, pois ser um camiliano enobrece a nossa alma e enriquece o coração.

Tem serviço social, importante e fundamental, formação religiosa, com atenção rigorosa e serviço pastoral. Tem amor e doação, muito zelo e afeição, e o bem sempre vencendo o mal.

Silvelena Viana Lima Silva

Coord. Pastoral da Saúde - Itapipoca Ceará

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O Ministério da Visitação Para início de conversa, a nossa reflexão será sobre o ministério da visitação, que é o primeiro movimento do agente de Pastoral da Saúde enquanto bom samaritano enviado a encontrar-se com a pessoa em situação de enfermidade. Visitar alguém no leito do seu sofrimento não parece nada fácil, e nem algo que se faça de qualquer maneira. Além de ser uma atitude humanitária, sem dúvida também é um gesto de profunda solidariedade de um coração movido de compaixão perante o sofrimento humano. É um ministério que exige o desenvolvimento de habilidades relacionadas às razões do coração, ou seja, ao que a tradição cristã denominou de Sapientia Cordis (sabedoria do coração), que também ganhou sentido na “nova escola da caridade”, quando Camilo de Lellis profetizou: “Mais coração nestas mãos, irmão!”. Tudo leva a crer se tratar de um ministério que não é irracional, mas que carece estar pautado nas razões do coração, no esforço cotidiano em colocar o coração nas mãos para tornar-se próximo e agir movido de compaixão.

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A doença e o sofrimento são realidades causadoras de grande impacto na vida humana, pois são realidades que escancaram a situação de vulnerabilidade que a envolve. Em um itinerário de vida saudável o ser humano se move baseado em sonhos e projetos a serem realizados. Quando a doença se impõe, uma grave crise também se estabelece na vida da pessoa agora prostrada na realidade de seu sofrimento e na condição de total inatividade. De forma repentina, a pessoa enferma é arrancada de um lugar de possibilidades e de realizações para um lugar de silêncio, solidão e sofrimento. É nesse contexto de mudança radical de vida que se faz necessário entender as fases pelas quais costumam passar pessoas com doenças graves, crônicas ou em fase terminal. Essas fases podem ser entendidas como mecanismos psicológicos que são acionados para que a pessoa em situação de enfermidade tenha o tempo necessário para interiorizar e assimilar a mudança dramática que se impôs à sua própria vida.

O impacto psicológico de uma vida prostrada no leito do sofrimento e da inatividade costuma ser sempre dramático para quem a vive, para familiares e pessoas próximas. O agente da Pastoral da Saúde, enviado para exercer o ministério da visitação, no ofício de bom samaritano, precisa entender e estar minimamente conectado com essa realidade psicológica da pessoa enferma, para que sua ação pastoral seja bem sucedida e alcance o objetivo desejado de ser uma presença consoladora junto aos que sofrem. Neste sentido, vale muito ressaltar que a boa vontade é o primeiro movimento do agente da Pastoral da Saúde, mas que precisa estar acompanhada do desejo e da vontade em aprender participando de formações e capacitações; prioritariamente, no que se refere à antropologia humana e à psicologia da pessoa em situação de enfermidade, para que a nossa visita não seja comparada com a dos amigos de Jó, que foram considerados como “curandeiros de nada” (Jó 13,4), “consoladores inoportunos” (Jó 16,2), “forjadores de mentiras” (Jó 13, 4).

Pe. Gildesio da Paixão Batista, MI Capelão do Hospital Cura D´Ars – Fortaleza/CE

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O Sacramento da Unção dos Enfermos

Quando este sacramento é administrado, é concedida a graça do Espírito Santo àquele que está doente. Através da oração, o Espírito Santo é invocado e a situação de enfermidade pode ser transformada numa situação de salvação pela graça desse mesmo Espírito. Na oração da fé, se pede aquilo que a Igreja deseja para o doente, isto é, ajuda para suportar os sofrimentos, cura física, cura espiritual e salvação.

A Unção dos Enfermos, em grandes linhas, é o sacramento daqueles que se encontram afetados por alguma doença. Tal sacramento tem sua fundamentação na Sagrada Escritura, especialmente nas curas operadas por Jesus, que, além de restaurar a saúde e a dignidade dos enfermos, concedia-lhes também o perdão dos pecados e a salvação.

Através da graça do Espírito Santo infundida pela Unção, é transmitida ao doente a ajuda que ele precisa para que possa suportar e superar de forma cristã a situação da enfermidade, acolhendo e vivendo tal situação como fiel batizado. É a vitória sobre a enfermidade, que não necessariamente está ligada à recuperação da saúde corporal, mas ultrapassa essa realidade, remetendo a uma vivência cristã da doença e, na dimensão espiritual, refletida no perdão dos pecados e na salvação escatológica.

O evangelista Marcos apresenta não apenas as curas operadas por Jesus, mas também exprime a autoridade dos discípulos nesse aspecto: “Eles expulsavam muitos demônios, e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6,13). Tiago 5, 14-15 é também uma inspiração bíblica para a prática sacramental da Unção dos Enfermos: “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados.”

A Unção dos Enfermos é um convite à Igreja para atentar-se ao cuidado pelos enfermos, ao mesmo tempo em que permite que estes tomem consciência de que continuam fazendo parte da comunidade eclesial, manifestando a continuidade da ação de Jesus a favor dos doentes e a reflexão sobre o mistério da vida humana, sua fragilidade e sua transcendência.

A cura dos doentes é parte fundamental da Boa Nova trazida por Jesus e é um sinal explícito do Reino. A Igreja crê que, a exemplo de Jesus e assim como os discípulos, é sua missão perpetuar este aspecto do Reino de Deus no meio de nós através da celebração da Unção dos Enfermos.

Pe. Gabriel Anderson Barbosa, MI Promotor Vocacional das regiões Norte e Nordeste

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Os Enfermos são a Pupila e o Coração de Deus “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos a mim o fareis” (Mt 25,45).

Na passagem do evangelho de São Mateus 13,44-55, Jesus, ao anunciar o Reino de Deus, o compara ao “Tesouro” escondido e a “Pérola” de grande valor, e quem a encontra, na sua alegria, vende tudo para possuí-lo todo. São Camilo no campo do hospital, em meio aos “escombros e entulhos” humanos desfigurados pela doença, encontra a pérola mais preciosa e doa a própria vida para possuí-la. O tesouro ele o encontra no lugar onde menos se esperaria e que a maioria procurava evitar. No caso do tesouro, o homem é na verdade encontrado por ele, já a pérola encontra o buscador de pérolas. A chaga na sua perna levou São Camilo algumas vezes ao hospital na busca de tratamento, e o Senhor mostra-se naqueles doentes e ele, ao pôr-se a servi-los, encontra o Senhor e continua a buscá-lo sempre mais. A pérola e o tesouro uma vez achados se mantêm escondidos de modo que aqueles que os têm guardam um segredo. Este irá sendo revelado a quem o Senhor o queira revelar (Mt 11,27). Para Camilo, o rosto misericordioso do Senhor torna-se mais visível quanto mais se entrega aos cuidados dos membros sofredores de Cristo. Ao fundar a Ordem Religiosa (1591), intuiu que se consagrando ao Senhor em castidade, pobreza, obediência e serviço amoroso ao doente, inclusive arriscando a própria vida, o religioso tornar-se-ia apto em adquirir a “marguerita’’da caridade a que nada se iguala em valor. O exercício deste ministério da compaixão orienta sua vida no fluxo do amor misericordioso que jorra do Coração de Jesus, e o leva certeiro ao tesouro escondido e a pérola de grande valor. Enfim, “os pobres, os enfermos serão vistos, serão considerados verdadeiramente como nossos tesouros – como dizia São Camilo – e todos competiremos para deles nos apropriar-nos, mais para o nosso bem do que o deles, porque os valores da vida no plano da graça – que é a vida de Deus em nós, a única que merece ser vivida e sobreviverá – não são os da força, da ciência e do poder aquisitivo da matéria, mas do sofrimento convertido em lei suprema do amor, desde que o Filho de Deus feito Homem se tornou o homem de todas as dores” (Mario Vanti, San Camilo de Lelis y sus Ministros de los Enfermos, p. 431. Tradução livre).

P e . C a r l o s To s e l i , M I

Capelão da HCFMSP

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/Fique de olho

Lei Mariana Ferrer Publicada em 22/11, a Lei 14.245 prevê punição para atos contra a dignidade de vítimas de violência sexual e das testemunhas do processo durante julgamento. Na audiência de instrução e julgamento, há que zelar pela integridade física e psicológica da vítima, ou seja, não é possível recorrer a informações, linguagem ou materiais que ofendam a sua dignidade, nem perguntar à vítima sobre sua conduta social ou sobre qualquer outro fato como forma de atenuar o ato de violência ocorrido.

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