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/editorial
FALA DIRETOR!
São Camilo Pastoral da Saúde
Pe. José Wilson, MI Diretor do ICAPS
INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXXVI | Nº 413 | DEZEMBRO DE 2021
Estimados discípulos missionários no mundo da saúde, da doença, do sofrimento e da morte.
INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE
Finalizamos o ano litúrgico (21/11) e muito em breve o ano civil com as festas de fim de ano. As chamas da vida, da saúde e da esperança continuam bem acesas em nossos corações. Mesmo com a flexibilização da quarentena, deve-se permanecer acesa a chama da vigilância, da necessidade permanente de cuidados e proteção individual para bem celebrarmos as festas natalinas e de passagem de ano com a família, os amigos e a comunidade. Padre Gildésio, dentro do espírito celebrativo do Jubileu Camiliano, recorda que os Padres Camilianos eram chamados, em tempos idos, de “Padres da Boa Morte”, justamente por tornar-se próximos dos que agonizavam no leito do sofrimento, sendo assim protagonistas e promotores do bem viver, da vida digna que engloba também o desafio de morrer com dignidade. A Igreja Católica Apostólica Romana iniciou em outubro de 2021, em Roma e nas dioceses do mundo inteiro, o caminho sinodal rumo ao Sínodos dos Bispos. Padre Adailton delineia, de forma sucinta, algumas etapas do processo desta caminhada. Aproveitamos para motivar os agentes da Pastoral da Saúde a participarem ativamente em suas comunidades paroquiais do exercício efetivo da sinodalidade, que é um tempo para se “encontrar”, se “escutar”, sobretudo com o coração, e “discernir” os passos que devem ser dados.
Av. Pompeia, 888, Vila Pompeia São Paulo/SP | CEP 05022-000 www.icaps.org.br icaps@camilianos.org.br www.facebook.com/icaps.pastoral www.instagram.com/icaps.pastoral (11) 3862-7286 Horário de atendimento: de segunda a sexta, das 12h às 18h O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. /Provincial: Pe. Antonio Mendes Freitas - MI /Conselheiros: Pe. Mário Luís Kozik - MI Pe. Mateus Locatelli - MI Pe. João Batista Gomes de Lima - MI Pe. Francisco Gomes da Silva - MI /Diretor Responsável: Pe. José Wilson C. Silva - MI /Colaboração: Família Carismática Camiliana /Periodicidade: Mensal /Tiragem: 300 exemplares /Projeto Editorial:
Assinatura: O valor de R$25,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agência 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.
Que o “Menino Jesus” faça morada em nosso coração. BOA LEITURA E BOAS FESTAS!
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Novena de Natal com as Famílias Vítimas da Covid-19
Pe. José Wilson, MI
Estamos no Tempo do Advento, um tempo de preparação para as solenidades do Natal. Uma das maneiras de prepararmo-nos para o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo é celebrando a Novena de Natal em família. Nas livrarias católicas e secretarias paroquiais encontramos materiais orientativos, elaborados pela CNBB e dioceses, que iluminarão a caminhada rumo ao Tempo do Natal. Com o avanço do plano nacional de vacinação contra a Covid-19, sentimos um pouco mais de segurança e tranquilidade, e atividades suspensas são retomadas. Apesar da flexibilização da quarentena, reforçamos a necessidade permanente de cuidados e proteção individual. Como discípulos missionários de Jesus Cristo, estejamos bem atentos e cumpramos com as orientações sanitárias das autoridades competentes. Pessoas foram curadas do vírus, outras sofrem com as sequelas da Covid-19, vidas foram ceifadas e famílias não puderam ou não tiveram a oportunidade de despedirem-se dignamente dos entes
Diretor do ICAPS
queridos. As perdas sucessivas de pessoas queridas dificultou o processo normal de luto. Sendo possível, é muito significativo o agente da Pastoral da Saúde realizar a Novena de Natal na casa de uma família vítima da Covid-19, ou seja, enlutada com a perda do ente querido, que continua cuidando de parentes sequelados, assim como agradecida pela cura, pelo dom da vida daqueles que venceram o vírus. Também não podemos esquecer de fazer um dos encontros na casa de um profissional da área da saúde que durante a pandemia mostrou competência, profissionalismo e heroísmo, e na casa de um agente da Pastoral da Saúde. Que a Novena de Natal de 2021 seja marcada pela alegria do reencontro, pelos sinais de esperança, pela defesa da vida dos mais vulneráveis e fragilizados, pelo dom da vida e pelo coração aberto e preparado para acolher o “Menino Jesus” que vem fazer morada em nossa casa, em nosso trabalho, em nossa comunidade e em nossa sociedade.
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Centenário da chegada dos
Padres da “boa morte” no Brasil Tornar-se próximo dos que agonizam no leito do sofrimento é, sem dúvida, um exercício concreto e cotidiano de compaixão e da consolação divinas, encarnadas na realidade do humano sofrer. Ser amigo e companheiro de caminhada de moribundos significa um ofício apostólico primoroso de humanização e de evangelização na hora extrema da morte e do morrer. Foi a partir desse testemunho de amor à vida ao ser humano sofredor que os religiosos camilianos passaram a ser reconhecidos como os padres da “boa morte”.
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Ser amigo e companheiro de caminhada de moribundos significa um ofício apostólico primoroso de humanização e de evangelização na hora extrema da morte e do morrer.”
Essa compreensão dos religiosos camilianos como sendo os padres da “boa morte” está em profunda conexão com o que a reflexão bioética tem preconizado, no que se refere a real necessidade de se pensar na possibilidade da dignidade de morrer; ou seja, na morte digna para toda pessoa humana. Não somente nascer e viver com dignidade, mas também entrar em processo de finitude até a hora da passagem definitiva com dignidade. Essa é uma demanda que está posta na ordem do dia no mundo da saúde, da doença, do sofrimento e da morte, enquanto realidades intrínsecas da própria condição de fragilidade da existência humana, que tem seu limite na finitude. A “boa morte”, ou a morte digna, deveria ser uma consequência natural do bem viver; e, nessa lógica natural, os padres da “boa morte” são, antes de qualquer coisa, protagonistas e promotores do bem viver, da vida digna que engloba também o desafio de morrer com dignidade. Nesse contexto de comemoração do centenário, os padres da “boa morte” têm um vasto campo de atuação e de atualização do carisma camiliano do amor misericordioso encarnado na realidade da enfermidade e do sofrimento humano, atuando como verdadeiros arautos da humanização, a partir de uma visão holística e comprometida em oferecer uma assistência que se proponha a atender as demandas oriundas das dimensões constitutivas da condição humana, quais sejam: dimensões física, psíquica, social, emocional e espiritual. É de extrema importância que nesse cenário de assistência o ministro da “boa morte”, no ofício de seu ministério de capelão, faça parte da equipe multidisciplinar de cuidadores em nossas entidades hospitalares, com o intuito de atender as demandas espirituais que costumeiramente se manifestam com maior intensidade no processo da enfermidade, como também na proximidade da finitude. Na equipe multidisciplinar, o capelão é o responsável pelo cuidado espiritual. A sua atenção deve estar mais voltada para a dimensão espiritual da pessoa que sofre e que necessita ser assistida também nas suas demandas espirituais. Nesse ano de comemoração do centenário vale muito ressaltar que a identificação dos religiosos camilianos como padres da “boa morte” se deu por força de um ministério exercido ao pé do leito da pessoa enferma e moribunda. Também na origem das tratativas para a vinda dos missionários camilianos para o Brasil, o que se verificou foi o impacto do testemunho de amor dos religiosos camilianos no ofício cotidiano do apostolado ao pé do leito de sofrimento do padre Teófilo, da Arquidiocese de Mariana. Graças a esse encontro, podemos celebrar com alegria e gratidão o centenário da presença camiliana no Brasil.
Pe. Gildésio da Paixão Batista, MI Capelão do Hospital Cura D´Ars - For taleza/CE
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A Igreja em caminho sinodal Oficialmente, a Igreja Católica em todo o mundo embarca em um acontecimento de relevância e repercussão especiais. É o caminho sinodal convocado e iniciado pelo Papa Francisco, no dia 10 de outubro de 2021, em missa celebrada na Basílica de São Pedro em Roma, e nas dioceses do mundo inteiro, iniciado pelos bispos locais no domingo seguinte, em 17 de outubro. Esse caminho culminará na XVI Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, também conhecida como “Sínodo dos Bispos”, em outubro de 2023, trazendo como tema “Por uma Igreja sinodal: Comunhão, participação e missão”. Até outubro de 2023, um frutuoso caminho, com algumas etapas, será percorrido. Etimologicamente, o termo grego “sínodo” significa “caminhar juntos”. Então, a sinodalidade requer em essência um processo, passos, para se chegar a um termo. Na dimensão eclesial, portanto, expressa a comunhão e a participação de todos em vista da missão. Este sentido de sinodalidade assim apresentado adquiriu profunda importância no Concílio Vaticano II, e o Papa Francisco tem feito um grande esforço nessa direção, tanto
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tura do sínodo, não se reduz a um tempo de “reflexão”, “intelectualismo” e “formalismo” para elaborar mais documentos. Antes, é um exercício efetivo de sinodalidade, o que ele destacou com alguns verbos: ter tempo para se “encontrar”, se “escutar”, sobretudo com o coração, e “discernir” os passos que devem ser dados. A Igreja, povo de Deus, vive, portanto, uma oportunidade singular no sentido de dar espaço para o debate e para o sopro do Espírito Santo na própria Igreja. Essa oportunidade precisa ser acolhida por todos com esperança, interesse e alegria. Resta apenas um receio frente a esse processo sinodal assim estipulado pelo Papa Francisco: o reforço do ressentimento de muitos católicos da igreja institucionalizada que convida as pessoas, mas nem todos tomam parte.
nas suas reflexões como em muitas medidas adotadas, em especial agora com a abertura desse caminho sinodal. A grande característica desta relevante iniciativa do papa com este caminho sinodal está na sua fase inicial, de outubro de 2021 a agosto de 2022, pois ele pede ampla consulta, ou seja, ouvir largamente o povo de Deus. É um convite claro e direto que o papa faz a todos os batizados para que se esforcem e contribuam na transformação eclesial e social que tanto se necessita. Cada diocese no mundo inteiro, neste momento inicial, se organiza nesta empreitada. Aqui na Arquidiocese de São Paulo está sendo feito da seguinte forma: envolvendo a presença de todas as comunidades paroquiais e organizações eclesiais, o pároco ou administrador paroquial, com o seu conselho paroquial, reflete com profundidade o tema do sínodo a partir da sua experiência paroquial, escuta os integrantes e responde às questões propostas pelo próprio Documento Preparatório do Sínodo. Trata-se de um tempo muito especial à reflexão, à convivência e à comunhão. Contudo, como disse o Papa Francisco na homilia de aber-
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Contudo, como disse o Papa Francisco na homilia de abertura do sínodo, não se reduz a um tempo de “reflexão”, “intelectualismo” e “formalismo” para elaborar mais documentos.”
Pe. Adailton Mendes, M.I.
Pároco da paróquia N.S. Rosário de Pompeia – SP/SP
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Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo, ofereceu a Capelinha de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia aos cuidados pastorais dos Religiosos Camilianos. No dia 01 de novembro de 1923, Solenidade de Todos os Santos, os Camilianos tomam posse oficialmente da Capelinha, que pertencia à paróquia Nossa Senhora da Lapa.
/Fique de olho
A Portaria MTP n. 620, no parágrafo 2º, publicada pelo Ministério do Trabalho no dia 01/11/2021, considera discriminatória a obrigatoriedade de certificado de vacinação em processos seletivos de admissão de trabalhadores, assim como a demissão por justa causa de empregado em razão da não apresentação de certificado de vacinação. A vacinação trouxe arrefecimento da pandemia e uma sensação maior de segurança para retomar o convívio social. Recomendamos aos agentes da Pastoral da Saúde, discípulos missionários de Jesus Cristo no mundo da saúde, manter atualizada sua carteira de vacinação, inclusive com a vacina contra a Covid-19. A resistência a se vacinar mantém o vírus circulando.
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