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CAPÍTULO GERAL A Ordem Camiliana vive a expectativa para o 59º Capítulo Geral.
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CENTENÁRIO Celebração de 100 anos de presença camiliana nos EUA.
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CFE 2021 Confira a Oração da Campanha da Fraternidade de 2021.
ED I TO RI A L Apresentação
Expediente
Ano 4 - Número 13 - 2021 Informativo da Província Camiliana Brasileira Provincial Pe. Antonio Mendes Freitas, mi Conselho Provincial Pe. Mário Luís Kozik, mi Pe. Mateus Locatelli, mi Pe. Francisco Gomes da Silva, mi Pe. João Batista Gomes de Lima, mi Produção Agência Arcanjo Edição Aline F S Oliveira Diagramação Tuany Pereira Revisão Eloi Bataglion Júnior Pe. Mateus Locatelli, mi Ariane Miranda
Por Agência Arcanjo
Campanha da Fraternidade 2021 Esta edição do Informativo Camilianos apresenta a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 que terá como tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e, como lema, o trecho da carta de Paulo aos Efésios: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14ª). Ainda falando sobre unidade, confira mais sobre a encíclica Fratelli Tutti, que aborda a fraternidade e amizade social como caminhos para um mundo melhor, pacífico e com mais justiça, lançada pelo Papa Francisco em Assis, no mês de outubro. Confira a celebração dos 100 anos de história e presença camliana nos Estados Unidos. Veja, também, detalhes sobre a ampliação das obras na Delegação Norte Americana. O prédio residencial de 15 andares da St. Camillus é o maior projeto de apartamentos em andamento, localizado em Wauwatosa, e deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2022. Acompanhe o artigo sobre o 59º Capítulo Geral, que discorre sobre a temática do "que fomos na Origem, o que somos hoje e o que seremos no amanhã".
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Sede Provincial Av. Pompeia, 888 - Pompeia 05022-000 - São Paulo/SP secretaria@camilianos.org.br www.camilianos.org.br @camilianosbr @camilianosbr blog.camilianos.org.br
Conheça, nesta edição, a inspiradora história de vida e sacerdócio de Alessandro Toé e seu profundo amor à Ordem e à Igreja. Que a sua história nos inspire na vivência de nossa vocação e prática do Carisma do cuidado para com os que sofrem. A Carta Samaritanus bonus é um documento da Congregação para a Doutrina da Fé. Reflita sobre o cuidado das pessoas nas fases críticas e terminais da vida, com um ensinamento teológico, moral e pastoral com relação ao acompanhamento da pessoa no fim de sua vida. Desejamos uma ótima leitura!
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EDITORI A L Comunicação
Por Agência Arcanjo
Ações de Comunicação para o Dia do Camiliano No dia 15 de setembro, as unidades camilianas celebraram a alegria de ser camiliano, através da temática do Ano Vocacional: Saúde e espiritualidade e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, (Lc 10, 33-34). Em 2020, o Dia do Camiliano passou a ser celebrado em todas as unidades Camilianas no Brasil. Para comemorar este momento especial, neste primeiro ano foram elaboradas diversas ações que estimularam a vivência dos valores cristãos que sustentam os valores camilianos, a vocação, o cuidado, a promoção da dignidade e fortalecimento do sentido de pertença ao carisma camiliano. Para viver em unidade, no dia 15 foi celebrada uma Missa, transmitida pelo canal da Província no Youtube. Além disso, com muita espiritualidade, inspiração e música aconteceu uma live no mesmo dia, encerrando o evento de forma muito especial.
Sem dúvidas, é uma data que ficará eternamente em nossas lembranças e será celebrada ano após ano. Todo o carinho, amor, dedicação, carisma e cuidado marcam este dia especial e lembram sobre a alegria de ser Camiliano e comemorar este momento em unidade, para que continuemos a espalhar boas obras pelo mundo e cuidar daqueles que mais necessitam!
Outras ações que fizeram parte deste momento, foram o Quiz, com uma plataforma exclusiva, que contou com grande participação das unidades país afora e promoveu o estudo da Cartilha da história de São Camilo, brindes e homenagens aos colaboradores, além de diversas ações sociais, como arrecadação de alimentos, momentos de reflexões, tudo isso em sintonia com o carisma camiliano.
Reveja os conteúdos em: @camilianosbr
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Província Camiliana Brasileira OFICIAL
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N OT Í C I AS DA PR OV Í NCI A Geral
Por Pe. Dr. José Maria dos Santos, MI
59º Capítulo Geral da Ordem Nossa Ordem Camiliana vive a expectativa de mais um Capítulo Geral. Precisamente, o 59º Capítulo Geral. Como provocação, o tema discorre sobre: O que fomos na Origem, o que somos hoje e o que seremos no amanhã. Surge para nós Ministros dos Enfermos (Camilianos) a seguinte pergunta: Qual é a profecia Camiliana hoje? Perscrutando o passado, vivendo no presente buscando servir como samaritanos, caminhando com esperança ao futuro.
terra, fez com que o Carisma Camiliano chegasse a nós, consagrados de hoje.
A origem da Ordem traz para nós, hoje, o grande desafio de seguir Jesus Cristo numa vida em comum e, como comunidade da Igreja, servir os doentes com amor. Já nos primórdios da nossa história, a Igreja nos reconhecia como instrumentos para desenvolver os Carismas do Espírito Santo. Basta lembrar o Breve “Ex Omnibus” do Papa Sisto V: “Dentre todas as obras de Caridade Cristã, mediante as quais, por graça de Deus, se alcança a vida eterna. Cremos que, mais que qualquer outra, são do agrado de Nosso Redentor Jesus Cristo as que prestam aos seus pobres doentes de Cristo, internados nos Hospitais, em suas necessidades espirituais e corporais” (Bula do Papa Sisto V – 18 de março de 1586).
Sou testemunha do empenho desses consagrados em querer desenvolver sempre o Carisma Camiliano neste mundo tão transformado. Lembro do que dizia Santa Tereza de Ávila: “Tudo passa e só Deus basta”.
Guardo nas minhas lembranças, com admiração, muitos desses homens de hoje, herança do passado, que viveram as transformações do mundo, da Igreja e da Ordem, sem perder em nada o que é próprio do nosso objetivo na Igreja: Seguir Jesus Cristo como Comunidade Religiosa a serviço dos doentes.
Retomo o tema do 59º Capítulo da Nossa Ordem:
Fomos, no passado, uma Instituição Religiosa, em primeiro lugar seguindo o esquema das Ordens Mendicantes, com todo seu esplendor de servir unicamente a Deus numa vida de pobreza evangélica.
- Qual é a profecia Camiliana hoje? A resposta recebemos do Papa Francisco, em março de 2019: “Vocês devem estar perto daqueles que sofrem com ternura e dedicação de uma mãe. Vocês devem viver e testemunhar o amor misericordioso de Cristo pelos doentes, especialmente os mais pobres, em suas necessidades corporais e espirituais, olhando também para o futuro, para as novas formas de apostolado que o Espírito inspira e para os sinais dos tempos e necessidades do mundo e da Igreja. É o Carisma e, portanto, a missão da família carismática Camiliana”.
Fomos, no passado, incorporados nos princípios das Ordens Clericais, onde se juntava a pobreza evangélica com a dimensão missionária “Ad gentes” e isso nos fez crescer em número e em méritos. Neste passado glorioso, vamos encontrar figuras importantes no campo missionário tanto tanto “ad intra” como “ad extra”. Homens corajosos que, por inspiração Divina, marcaram nossas fileiras de Ministros dos Enfermos.
Rezemos para que este Capítulo Geral nos traga mais vigor. Para que nós, Camilianos, vivamos melhor o nosso Carisma. Assim como, no passado, Deus nos enviou como homens corajosos e cheios do Espírito Missionário. A missão da Ordem não é diferente nos nossos dias. Vejo com bons olhos, em todas as Províncias da Ordem, cada um nas suas realidades próprias do tempo e do lugar, desenvolveram a missão Camiliana.
O legado desses homens consagrados do passado que, como itinerantes da fé Cristã, implantaram a Cruz Vermelha nos continentes da
Este testemunho, vivido em comunidade e em nome da Igreja, com certeza, nos trará boas vocações para o futuro da Ordem Camiliana.
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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Geral
Por Pe. Dr. José Maria dos Santos, MI
Um Capítulo Geral não é virar a página de um livro. É, sobretudo, entrar numa outra parte da história, tendo o passado como exemplo para o presente e lançar perspectivas positivas para o futuro.
Também deve estar presente na consciência do Consagrado o seu compromisso, os seus Direitos e Deveres. A outra pergunta já traz a resposta tão esperada pela Igreja Povo de Deus: “Que posso eu fazer pela Ordem?”.
Está bem clara a importância desse Capítulo Geral, neste tempo de Pandemia, e que poderá ser um indicador favorável a uma Vida Religiosa Camiliana com maior vigor. Se, por um lado essa pandemia nos trouxe sérios problemas, seja financeiros, perda de religiosos e outras, por outro lado veio reavivar a beleza da nossa missão carismática e a pertença, com maior consciência, de uma vida comunitária de homens consagrados.
O Nosso Pai, São Camilo nos exortava a uma vida de santidade, sem querer impor a ninguém o seu ideal. Ele fazia uma proposta de vida austera, sem prometer coisas passageiras e nem vida fácil, segundo o mundo. Somos conhecedores das suas palavras: “Se alguém, inspirado por Deus, quiser praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais em nosso Instituto, saiba que deverá estar morto para todas coisas do mundo, isto é, parentes, amigos, bens temporais e até para si mesmo e viver unicamente para Cristo Crucificado sob a suavíssimo jugo de perpétua pobreza, castidade, obediência e serviço aos pobres enfermos (Capítulo Geral de 1599).
Os Capítulos Gerais, além de fazerem uma retrospectiva da vida em comum, nos seus pontos negativos e positivos, também são um momento de esperança. Os pontos negativos também são pedagógicos, pois com eles podemos tirar lições para o futuro. Mas creio existir mais pontos positivos, basta elencar o que somos, o que fazemos na Igreja e no mundo.
Que este Capítulo leve nossa Ordem para uma dimensão missionária “com novos métodos e novas expressões”.
No Instrumentum Laboris para nosso Capítulo Geral encontramos duas perguntas bem sugestivas: “Que pode a Ordem fazer por mim?” Para mim, a resposta está no que compreendemos de uma Ordem Religiosa. Se a nossa consciência nos leva a aceitar nossa regra, como se fosse escrita por nós mesmos, que aceito como se fosse de minha autoria, aí sim, saberia o que a Ordem, como Instituição da Igreja já faz por cada Consagrado.
A Igreja e o Mundo muito esperam de nós, Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos) em todos os tempos. Sejamos fiéis ao carisma que recebemos. Religiosos capitulares no Capítulo Geral Extraordinário de junho de 2014
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N OT Í C I AS DA PR OV Í NCI A Ministério
Por Sean Ryan, Milwaukee Business Journal | Tradução: Pe. Leandro Jeronimo Blanco, MI
Ampliação das obras na Delegação Norte Americana A St. Camillus está construindo um edifício de 15 andares de apartamentos para idosos independentes O prédio residencial de 15 andares da St. Camillus é o maior projeto de apartamentos em andamento em Wauwatosa e deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2022. A Residência Leste terá apartamentos modernos e independentes para o campus St. Camillus, uma organização sem fins lucrativos. Essa obra dá seguimento à construção iniciada em 2016 de novos apartamentos de habitação assistida e cuidados a pessoas com doenças relacionadas à memória.
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A Gilbane Building Co. é a gerente de construção e The Concord Group é o representante dos proprietários. O edifício Residência Leste terá 168 apartamentos para locatários idosos independentes. As comodidades compartilhadas tiveram foco especial. O primeiro andar tem um restaurante maior e uma área de bar para as pessoas que moram no campus, além de vários espaços de reunião que podem ser usados para seminários educacionais, jantares ou outros eventos, afirmou Kevin Schwab, CEO da St. Camillus.
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Um teatro com capacidade para 75 pessoas receberá filmes e apresentações de música ao vivo, inclusive de membros da Orquestra Sinfônica de Milwaukee. A academia incluirá uma piscina coberta, que funciona também como uma atração para aqueles que vierem visitar o campus.
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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Ministério
Por Sean Ryan, Milwaukee Business Journal | Tradução: Pe. Leandro Jeronimo Blanco, MI
Muitas das comodidades visam criar ambientes onde as pessoas queiram passar o tempo e oferecer uma atmosfera parecida com a de resorts de alta qualidade”, explica Andrew Lasca, diretor e gerente do projeto de arquitetura da HGA. “É uma questão de criar um senso de comunidade e atrair as pessoas para outras áreas.
>>> >>> O início da pandemia de COVID-19, durante o processo de construção, resultou em algumas mudanças, incluindo a adoção de tecnologias sem toque, como portas com abertura automática, afirmou Andrew Lasca. Como se trata de uma moradia para idosos, foi incorporada uma série de precauções ao projeto para protegê-los contra a propagação de doenças, continuou ele. Os apartamentos serão unidades de moradia independentes. Os idosos que se mudarem para o edifício alto podem fazer a transição para a moradia assistida ou a habitação especializada em cuidados relacionados à memória no campus, conforme necessário ao longo do tempo, afirmou Schwab. Os apartamentos de moradias independentes do campus St. Camillus são do final dos anos 1980,
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por isso, a organização identificou a necessidade de oferecer moradias mais modernas, explicou ele. Os apartamentos existentes provavelmente serão renovados e modernizados após a conclusão da Residência Leste. Os novos apartamentos são maiores e servem para facilitar a transição dos idosos que vêm de casas com mais espaço, disse ele. “Eles tinham espaço à vontade, a família os visitavam, então como eles vão se mudar para um lugar menor?”, explicou Schwab. “Queríamos ter certeza de que poderíamos construir aquele ambiente e oferecer apartamentos maiores, para que as pessoas não sentissem que estavam perdendo muito do que costumavam ter.”
N OT Í C I AS DA PR OV Í NCI A Camilianos
Por Rel. Eloi Bataglion Junior
Um profundo amor à Ordem e à Igreja: conheça a história de Alessandro Toé Desde pequeno Alessandro ficou fascinado pelo sacerdote que celebrou o batismo de seu último irmão e, frequentemente, imitava os gestos que aquele fazia na celebração. Assim, desde pequeno, se viu encantado pelo Mistério e desejoso de participar das celebrações litúrgicas. Devido ao trabalho do pai, que era transferido diversas vezes junto com a família, Alessandro não consegue fazer a preparação para receber os sacramentos na sua infância e adolescência. Então, aos 18 anos, em 1985, recebe a primeira comunhão e, no ano seguinte, a crisma. Neste período conhece os camilianos, frequenta um ano de espiritualidade e decide entrar na Ordem como postulante. Após a primeira profissão, em 8 de setembro de 1991, é enviado à Itália para prosseguir os estudos e para curar uma forte hepatite que havia sido diagnosticada. Na Pontifícia Universidade Lateranense realiza uma brilhante carreira universitária e finaliza seus estudos em 1994. Em 16 de outubro de 1995, confiando a sua vida religiosa à Santa Giuseppina Vannini, emite os seus votos perpétuos na Igreja della Maddalena, em Roma. Em janeiro de 1995, é ordenado diácono pelo Monsenhor Brambilla e, em julho do mesmo ano, em sua terra de origem, sacerdote. Os amigos de Alessandro contam que ele tinha muita pressa em se tornar sacerdote, que queria realizar tantas coisas, doar-se aos outros, compartilhar a sua fé e, sobretudo, estar próximo e servir aos seus em Burkina Faso, na África. Infelizmente, a doença de Alessandro progride e este sabe da sua gravidade, assim como seu provável fim. Ele tenta todas as formas de tratamento possíveis, desde medicamentos a terapias experimentais. Entretanto, a sua enfermidade evoluiu para um câncer, o qual não era visto como um castigo, mas como doce oferta a Deus. Prova disso é que o jovem sacerdote não pedia em suas orações a cura, mas que fosse feita, sempre, a vontade de Deus, o qual sabia de todas as coisas e, se permitia a doença, possuía maiores planos para a sua vida. Alessandro, em suas orações, nunca pedia para si mesmo, mas para os outros, para as nações, para os pobres, doentes, e todos que se confiavam às suas preces. 8
Exatamente 15 dias antes da sua morte, em 24 de novembro de 1996, Alessandro confiou a um coirmão que, para ele, “A vida não é um fim em si mesma, mas um meio como todas as outras coisas recebidas para viver o nosso relacionamento com Deus. Portanto, não importa que ela seja longa ou curta, o que importa é como ela é vivida, se em bem ou em mal. No dia do juízo final, o Senhor não nos pedirá se vivemos pouco ou muito, pedirá se neste tempo o amamos! Sim, amar! Amar Deus e os irmãos!”. A celebração da Santa Missa era um momento do dia fundamental para o Padre Alessandro. Seu quarto se tornou como que um santuário, recebia frequentes visitas que rezavam com ele. No dia da Imaculada pediu às irmãs do Hospital das Filhas de São Camilo, onde tinha sido hospitalizado por alguns dias, para celebrar a Santa Missa. Após receber a Unção dos Enfermos, em 9 de dezembro, o Padre Alessandro faleceu. Este jovem camiliano retornou à casa do Pai com 17 meses de sacerdócio e 29 anos de vida. Certamente, viveu este tempo com intensidade e profundo amor à Ordem e à Igreja. Que sua história nos inspire na vivência da nossa vocação e prática do Carisma da misericórdia para com os que sofrem.
C ENTRA L
Por Pe. André Luiz Giombelli, MI
Convidar as comunidades de fé e as pessoas de boa vontade a pensar, avaliar e identificar caminhos para superar as polarizações e violências por meio do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade: este é o objetivo geral da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) deste ano. Trata-se de uma proposta que busca evidenciar ainda mais claramente a mensagem de Cristo, que é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade (cf. Ef 2,14a). O texto base da CFE afirma claramente que Jesus jamais estimulou seus discípulos e discípulas a criarem inimizades e perseguirem outras pessoas em seu nome. Pelo contrário, suas palavras e ações pretendiam despertar nas pessoas compromissos em defesa da igualdade e do diálogo. Vejamos dois exemplos: 9
C E NT RA L a nossa história e observar se as alternativas que identificamos são coerentes com o Evangelho. O texto aborda uma extensa lista de situações conflitivas, dolorosas e impactantes, que precisam ser enfrentadas com realismo, profecia e esperança.
Na história do jovem rico (Mt 19,16-22), Jesus deixa claro que a partilha dos bens é condição necessária para herdar a vida eterna e construir a paz. A concentração de riquezas gera desigualdades, conflitos e segregação. Na história da mulher adúltera (Jo 8,3-13), Jesus demonstra que a autocrítica é imprescindível para promover a vida e estabelecer relações justas. Acusações e julgamentos baseados no incondicional apego à lei não produzem verdadeira paz. Estes episódios evidenciam como o Mestre aponta para a possibilidade de novas formas de relações humanas e sociais, que assumem o amor como compromisso incondicional, em vez de apegarem-se à lei.
Iluminar nossa realidade com a Palavra de Deus: eis o convite da segunda parada. Ao partir do Pão, os discípulos reconheceram Jesus caminhando com eles e entenderam porque ardia-lhes o coração ao ouvir as Escrituras. É quando se abrem as mentes e os corações. No texto base, esta iluminação é feita a partir da Carta aos Efésios, da qual provém o lema da CFE.
Por isso, para assimilar o diálogo como compromisso de amor, é preciso contemplar a vida de Cristo. O texto base da CFE 2021 contribuiu, neste sentido, ao propor o relato dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) não apenas como exemplo da atitude dialógica e amorosa de Jesus Ressuscitado para com os discípulos frustrados e desorientados após os dolorosos acontecimentos da paixão e crucificação do Mestre. Este relato pascal é o pano de fundo da própria estrutura do texto base, construído a partir da metodologia consolidada e consagrada no longo histórico das Campanhas da Fraternidade, popularmente conhecido como método ver, julgar e agir. Soma-se a estes três momentos, um quarto: celebrar.
A terceira parada convida a reconhecer as experiências em que, de fato, Cristo é a nossa paz, tendo unido o que era dividido. São apresentadas 5 boas práticas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) que derrubam muros e constroem pontes, respostas à paz de Cristo, as quais se assemelham à alegria dos discípulos de Emaús no retorno à Jerusalém: Cristo ressuscitou, a vida triunfou! Por fim, na quarta parada, é proposta uma celebração ecumênica que pode acontecer tanto presencial, quanto remotamente (online). É hora de afirmar que a diversidade da Criação revela o imenso e irrestrito amor de Deus para com a humanidade. Nada justifica a inimizade e a anulação da diversidade humana. Somos quem somos porque Deus nos criou pessoas diversas.
O diálogo do Ressuscitado com os peregrinos acontece no caminho de Jerusalém a Emaús. Onze quilômetros de uma caminhada longa e pesada, marcada por tristeza, dor e sofrimento. Certamente, foi preciso realizar algumas paradas ao longo do trajeto. Valendo-se desta imagem, o texto base trabalha os quatros passos do método acima descrito como “paradas”.
Portanto, do reconhecimento da diversidade humana, brota o imperativo moral de construir a unidade. A luz da fé nos ajuda e orienta nesta missão. Assim como Cristo, nossa paz, assumamos o diálogo como compromisso de amor. Diante das divisões, polarizações e muros diversos, que possamos construir unidade, comunhão e pontes de fraternidade.
Na primeira, o convite é trocar impressões sobre os acontecimentos mais recentes que marcam
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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Delegação Norte-Americana
Por Pe. Pedro Tramontin, MI
O primeiro Camiliano chegou aos USA há quase um século
As cartas do Padre Mueller aos Camilianos da Alemanha deixam claro que a vida que ele vivia em Milwaukee não era fácil. Ele escreve ao seu provincial, descrevendo os planos para conseguir arrecadar fundos para sobreviver e iniciar a nova missão. Ele, frequentemente, pede que os religiosos que forem designados a unir-se à missão sejam bons religiosos e que, pelo menos, falem um pouco de inglês. A região precisa desesperadamente de enfermeiros do sexo masculino, então encontrar trabalho para eles será fácil. Todas as cartas do Padre Mueller contêm notícias relacionadas a "negócios", mas também fornecem informações sobre algumas das questões que ele encontrou no cotidiano. Em uma carta, ele menciona que havia perdido alguns dentes recentemente e estava se perguntando como ele pagaria pelo tratamento odontológico necessário. Em outra, ele comenta sobre sua capacidade de lidar com estar sozinho, mas "não consigo encontrar nenhum prazer em ter de falar inglês constantemente". E, claro, ele reclama do tempo. O inverno em Milwaukee, diz ele, é ainda pior do que na Alemanha.
Fr. Michael Mueller – primeiro camiliano a chegar aos USA
Em 2021, os camilianos celebrarão o centenário de sua chegada aos Estados Unidos. Você sabe o nome do primeiro camillian a chegar aos Estados Unidos? Foi o Padre Michael Mueller, que chegou em Nova York no dia 17 de setembro de 1921. O Padre Mueller veio da Alemanha. Como a primeira pessoa nesta grande aventura, o Padre Mueller enfrentou inúmeros obstáculos que foram superados ao longo dos anos.
Estas cartas, escritas há um século, fornecem uma visão da vida de um Padre Camiliano pioneiro nessas terras e mostram o que foi preciso para estabelecer a Ordem nos Estados Unidos. É uma aventura interessante! Acompanhe os próximos capítulos, enquanto convidamos você a celebrar conosco o primeiro século dos Camillians nos Estados Unidos.
Celebrando 100 anos de presença camiliana nos EUA A Cruz Vermelha tem sido o símbolo identificador da Ordem de São Camilo por mais de 400 anos. No outono de 2021, a Ordem de São Camilo celebrará o 100º aniversário da presença dos camilianos nos Estados Unidos. Quando o Padre Camiliano Michael Mueller chegou em Nova York, vindo da Alemanha, no dia 17 de setembro de 1921, ele nunca poderia imaginar que iríamos comemorar 100 anos da nossa missão nos Estados Unidos. O Arcebispo de Milwaukee recebeu o Padre Mueller e a presença camiliana em Wisconsin. Quando o Padre Mueller chegou em Milwaukee, ele dispunha de mínimos recursos materiais para começar seu trabalho. Era difícil de acreditar que a missão Camiliana ia ter sucesso, mas superou todas as expectativas, com a Providência de Deus, orações e o apoio de muitos. 11
N OT Í C I AS DA PR OV Í NCI A Delegação Norte-Americana
Primeira comunidade em Milwaukee
Por Pe. Pedro Tramontin, MI
Picnic
Aérea de Wauwatosa antes de 1931
Nossas celebrações centenárias nos proporcionam uma oportunidade de aprender e refletir sobre nossa jornada. Tal evento, nos encoraja a olhar para nosso passado com gratidão, nosso presente com paixão e nosso futuro com esperança. Como você deve saber, a missão camiliana é prestar serviços aos necessitados com um senso de compaixão e amor, seguindo os ensinamentos de Jesus : "Tudo o que fizerdes ao menor de seus irmãos e irmãs, é a mim que fazeis." (Mt 25,40) e a inspiração de São Camilo: "Os pobres e os enfermos são o coração de Deus. Servindo a eles, servimos ao nosso Senhor, Jesus." Esses ensinamentos são a base da missão das nossas atividades aqui nos USA.
"Ao prestar serviços aos pobres, doentes e idosos com senso de compaixão e amor, o campus de São Camilo oferece esperança e significado para aqueles que estão sofrendo, conforto e segurança para aqueles que estão envelhecendo, e serenidade para aqueles que estão morrendo, levando em conta a dignidade inata de cada pessoa, necessidades únicas e direitos dados por Deus." Somos uma comunidade enraizada na fé com nossos irmãos e irmãs, aqui e em todo o mundo. Certamente, sem ajuda e a colaboração de tantos, não seria possível cumprir esta importante missão. Há algo especial sobre o carisma camiliano que renova nossa fé e nos encoraja a traduzir essa fé em obras de caridade. Nestes tempos exigentes, devemos nos esforçar para manter nossa fé forte e celebrar os bons trabalhos que ela gera dentro da comunidade camiliana, nossos residentes, colegas de trabalho, benfeitores e amigos. A oportunidade de celebrar este centenário também pode ser vista como uma forma de todos nós renovarmos nosso compromisso com nossa vocação de servir Jesus com nossos irmãos e irmãs. O ano de 2020 foi muito difícil para nossa nação e para o mundo, mas todos nós podemos agradecer a Deus que nos chamou para nos tornarmos instrumentos de Seu amor e misericórdia. Como camilianos, usaremos nossa perspectiva por sermos gratos pelo nosso passado, permanecer apaixonados pelo presente e continuar esperançosos para o futuro. Agradecemos aos missionários camilianos que iniciaram o ministério nos Estados Unidos e honramos sua dedicação e compromisso em servir, assim como também agradecemos a todos que participaram de nossa missão. Continuamos orando a Deus para que esta "pequena planta" nas palavras de São Camilo continue a crescer e produzir muito mais frutos. Com sua ajuda, a Cruz Vermelha vai agraciar nossa comunidade pelas próximas décadas. Bênçãos para todos! 12
NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Delegação Norte-Americana
Por Pe. Pedro Tramontin, MI
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Fotos da celebração de abertura das comemorações pelo centenário
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Oração para a celebração do Centenário Deus de Amor e Misericórdia, humildemente pedimos a vossa bênção sobre nós ao celebrarmos o 100º aniversário da presença camiliana nos Estados Unidos. Vós nos moldastes neste lugar, numa comunidade onde a dignidade e as necessidades de cada pessoa são respeitadas e cuidadas com amor e profissionalismo. Agradecemos pelos missionários camilianos que começaram o ministério nos Estados Unidos. Honramos sua coragem, dedicação e compromisso em servir. Enraizados em vosso Santo Espírito, esperamos enfrentar o futuro com a mesma fé, esperança e visão daqueles que nos precederam, e que possamos nos comprometer com um novo século de serviço. Também pedimos a vossa bênção sobre nossa celebração ao longo deste ano, para que nos ajude a honrar nosso passado, celebrar nosso presente e olhar para o nosso futuro. Fazemos essa oração pela intercessão de Nossa Senhora da Saúde e São Camilo de Lellis, em nome d’Aquele que é o mesmo ontem, hoje e para sempre – Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
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I GR E JA Artigo
Por Pe. Júnior Moreira, MI (adaptação Blog Camilianos)
Carta Samaritanus bonus - sobre o cuidado das pessoas nas fases críticas e terminais da vida
A Carta Samaritanus bonus é um documento da Congregação para a Doutrina da Fé. Esse documento expõe aos fiéis um ensinamento teológico, moral e pastoral com relação ao acompanhamento da pessoa no fim de sua vida, distinguindo os atos lícitos que se deve favorecer e aqueles ilícitos que se deve evitar. A seguir elenco apenas alguns pontos do Documento:
O contexto cultural A parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 30-37) é o ponto de referência usado para evidenciar a dimensão deontológica com a qual a sociedade moderna deveria enfrentar o sofrimento e as fases finais da vida humana; assim como os desvios e as aberrações culturais, ideológicas, jurídicas que impedem a imitação do exemplo do bom samaritano. O ofuscamento dos princípios morais e jurídicos comporta a alteração da relação, da sociedade e da mentalidade atuais a respeito da fragilidade da vida, com a consequente redução do respeito pela vulnerabilidade da pessoa humana. O texto elenca três características da cultura atual que geram essas mudanças e impedem o homem contemporâneo de perceber o valor intrínseco da vida humana. 1) o equivocado conceito de “morte digna”, que revela a tendência utilitarista a atribuir preço e não valor à vida e aos sofrimentos humanos. 2) A noção errada de compaixão, que leva a preferir a eliminação daquele que sofre do que aliviar os seus sofrimentos. 3) O individualismo crescente, que agrava a solidão de quem sofre, enraizado em duas formas heréticas anticristãs: o neopelagianismo, que propõe que o homem salva a si mesmo; e o neo-gnosticismo, para quem a salvação é alcançável mediante a libertação da pessoa dos limites físicos da sua corporeidade.
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IGREJA
O juízo sobre a eutanásia e o suicídio assistido A eutanásia é um crime contra a vida humana porque, com tal ato, o homem escolhe causar diretamente a morte de outro ser humano inocente. Portanto, nenhuma autoridade pode impor legitimamente e nem permitir tais atos, pois se trata de uma violação da lei divina, de uma ofensa à dignidade da pessoa humana e de um crime contra a vida. Aqueles que aprovam leis sobre a eutanásia e o suicídio assistido se tornam, portanto, cúmplices do grave pecado que outros realizarão e contribuem para deformar a consciência e causar confusão na vida dos fiéis. Tais leis que legalizam a eutanásia atacam o fundamento mesmo da ordem jurídica: a vida humana, que é fundamento de qualquer outro direito, inclusive do próprio exercício da liberdade. Por fim, a Samaritanus bonus afirma que o médico não é um mero executor da vontade do paciente ou do seu representante legal, mas conserva sempre o direito e o dever de subtrair-se a vontades discordantes do bem moral, conforme a própria consciência e seu dever com a vida.
Um justo equilíbrio Uma vez reafirmada a proibição absoluta para o católico de praticar ou ajudar de modo direto ou indireto, formal ou substancialmente, a prática da morte assistida, o documento esclarece que é necessário evitar a persistência terapêutica. Porém, que esta desistência não se transforme em abandono do paciente que sofre, isso seria também uma grave lesão à dignidade humana. Nesse sentido, se afirma que os tratamentos como hidratação e alimentação, não podem ser interrompidos senão na iminência da morte. A obrigação de uma apropriada hidratação e nutrição pode exigir, em alguns casos, a administração artificial, desde que não se torne prejudicial para o enfermo ou provoque sofrimentos inaceitáveis.
Objeção de consciência O documento evidencia a necessidade da objeção de consciência diante de leis que legitimam qualquer forma de assistência médica na realização da eutanásia ou do suicídio assistido. A Igreja, a exemplo do Bom Samaritano, é chamada a ser fiel testemunha da irrenunciável atenção ética e do respeito aos valores humanos e cristãos, constitutivos da sua identidade. Neste sentido, não é eticamente admissível a realização da eutanásia nas estruturas católicas nem a colaboração institucional com outras estruturas hospitalares, ainda que sejam legalmente possíveis tais escolhas, não são eticamente admitidas nem apoiadas na sua realização concreta. Os Estados, portanto, devem reconhecer a objeção de consciência em campo médico e sanitário, individual e institucionalmente, no respeito dos princípios da lei moral natural, especialmente onde o serviço à vida interpela cotidianamente a consciência humana.
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ES P I R I T UALI DA DE Artigo
Por Pe. Júnior Moreira, MI (adaptação Blog Camilianos)
Estudo sobre a Encíclica Fratelli Tutti A encíclica Fratelli Tutti sobre a fraternidade e a amizade social, publicada em Assis no dia 03 de outubro, pode ser entendida como a sistematização do pensamento do Papa Francisco, pois recolhe e elabora de forma aprofundada diversas ideias que ele difundiu nestes sete anos de seu pontificado. É, portanto, uma etapa importante e um ponto de chegada do seu magistério, cuja palavra chave é a fraternidade. A encíclica, nesse sentido, alarga o nosso olhar sobre o mundo à luz da fraternidade: o que está distante de nós, diz-nos respeito. Apresento, a seguir, três chaves de leitura ou três abordagens deste importante documento social do magistério do Papa Francisco.
Dimensão antropológica A temática da encíclica tem caráter fortemente antropológico, pois propõe uma via de humanização para o ser humano contra as tendências desumanizantes da cultura atual. Realiza uma verdadeira mudança antropológica, pois expressa o desejo de que a aspiração à fraternidade possa ser a característica fundamental das relações e dos projetos humanos. A humanidade é convidada a posicionar a história e as relações humanas nos trilhos da fraternidade. Só juntos é que conseguiremos identificar as prioridades e apelos que emergem da realidade, e que são clamores e condições para o reconhecimento da dignidade humana e da sua consolidação histórica. O Papa convida a individuar na parábola do Bom samaritano (Lc 10, 25-37) as características antropológicas para um novo humanismo, que se responsabilize pela realidade e se empenhe no seu cuidado.
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ESPIRITUAL IDAD E Artigo
Por Pe. Júnior Moreira, MI (adaptação Blog Camilianos)
Dimensão Política A Fratelli Tutti é uma encíclica social, que pode ser lida também como um compêndio social, cujos temas centrais nessa perspectiva são o populismo e a imigração. Sobre esses temas, insiste-se que a fraternidade universal e a amizade social estão na base das respostas a estas duas problemáticas. O capítulo V, que trata do aspecto propriamente político, delineia um quadro geral sobre o populismo, demonstrando os abusos que se fazem hoje da ideia de povo e a manipulação dos medos e dos problemas da população para obterem vantagens políticas. Com isso, se faz uma clara denúncia de certas políticas nacionais e internacionais, dos abusos do tráfico humano, da falta de acolhida de alguns países, que são ponto de chegada dos imigrantes, e da ausência ou pouca colaboração internacional no enfrentamento destas questões. A fraternidade e a amizade social são como a lâmpada que deve iluminar e orientar a ajuda àqueles que sofrem os efeitos desses males. Só a abertura e a responsabilidade de todos em assumir essa proposta como um ideal de vida, farão com que ela deixe de ser uma mera utopia e passe a se constituir como uma política realmente revolucionária a nível pessoal, familiar e internacional.
Dimensão econômica O altíssimo e inaceitável grau de desigualdade observado hoje na sociedade e as inúmeras e trágicas crises econômicas denunciam a fragilidade e inadequação do atual sistema econômico na resolução dos problemas ligados ao desenvolvimento humano. O papel dos indivíduos é reduzido ao de consumidores e observadores, isso enfraquece sempre mais a participação na vida social e política e reduz as pessoas e os Estados a meros instrumentos a serviço dos poderes econômicos. Isso cria um individualismo crescente, incapaz de gerar o bem comum, pois a soma dos interesses individuais exaltada pelo liberalismo não é capaz de proporcionar o bem de todos. Essa máxima que está na base da ideologia liberal radical não passa de um engano, pois a aparente virtude de contentar-se com o próprio bem empobrece a sociedade e pode levar a tensões e revoluções sociais incontroláveis. Nesse sentido, é urgente uma reforma das instituições e da arquitetura econômica internacional a fim de que se possa pensar soluções e perspectivas de futuro que vão além dos nossos pequenos grupos de interesses e dos nossos viciados esquemas mentais. A abertura é a atitude mais positiva diante do mundo, pois permite o crescimento recíproco das pessoas e dos povos. Superando-se, assim, um clima de desconfiança e de competição que geralmente leva ao domínio e a exploração do outro, meios inadmissíveis e inadequados para a construção de um projeto comum por todos e para todos.
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Oração da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021
Deus da vida, da justiça e do amor, Nós Te bendizemos pelo dom da fraternidade e por concederes a graça de vivermos a comunhão na diversidade. Através desta Campanha da Fraternidade Ecumênica, ajuda-nos a testemunhar a beleza do diálogo como compromisso de amor, criando pontes que unem em vez de muros que separam e geram indiferença e ódio. Torna-nos pessoas sensíveis e disponíveis para servir a toda a humanidade, em especial, aos mais pobres e fragilizados, a fim de que possamos testemunhar o Teu amor redentor e partilhar suas dores e angústias, suas alegrias e esperanças, caminhando pelas veredas da amorosidade. Por Jesus Cristo, nossa paz, no Espírito Santo, sopro restaurador da vida. Amém.