Revista São Judas Tadeu - Edição Novembro de 2015

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REVISTA

P a r ó q u i a S ã o J u d a s Ta d e u - E d i ç ã o 1 0 - N o v e m b r o / 2 0 1 5

assembleia paroquial

CASAMENTOS

finados

Chegou o momento de reunir as lideranças da paróquia, rever os projetos realizados em 2015 e planejar 2016.

A paróquia realizou em outubro o Casamento Comunitário de oito casais, os quais selaram uma nova aliança com Deus.

Em novembro a Igreja Católica recorda a memória daqueles que partiram para plenitude com Cristo: Dia de Finados.

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distribuição gratuita


Palavra do Pároco

Por Padre Emerson Henrique Citadin

Queridos paroquianos: já nos aproximamos do final do ano, com ele chega o verão e as férias. Na vida da comunidade vivemos o Advento e o Natal, sem falar nas confraternizações e encerramentos das atividades pastorais. Novembro será importante para a comunidade, pois neste mês precisamos sentar para planejar o próximo ano, estabelecendo nossas prioridades e enfoques. Com esta finalidade faremos nossa segunda Assembleia Comunitária. Que terá duas preocupações. A primeira é o destaque principal do próximo ano, que será o Ano da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. O Papa deseja que redescubramos esta face de Deus, buscando viver a misericórdia entre nós. Precisamos pensar em como traduzir isso em nossa ação pastoral: o que nossa comunidade pode fazer (ação concreta) para expressar esta misericórdia de Deus? A segunda preocupação é de como vivenciar as cinco urgências da Igreja. Há cinco anos, aproximadamente, a Igreja vem insistindo que esse deve ser o caminho da vida pastoral. Depois de sentir como está nossa comunidade, avaliando as atividades deste ano, precisamos descobrir juntos em que pontos precisamos crescer como paró-

Foto: Vilson Rocha

quia e comunidade. Em novembro ainda, os símbolos do Advento e Natal começam a aparecer nos comércios, nas casas e em nossa igreja. Tudo fica mais iluminado pelas pequenas lâmpadas. Porém, até chegarmos no dia do Natal, não podemos esquecer que percorremos um caminho, chamado Advento. A revista deste mês apresenta qual é o espírito deste tempo, oferecendo algumas dicas de como vivê-lo bem. Não podemos esquecer dos nossos seminaristas, que ajudam nas celebrações e na vida pastoral. Logo entrarão em férias das atividades do seminário. De modo especial, queremos agradecer ao seminarista Adriano, que serviu nossa comunidade por dois anos. Neste ano ele conclui seus estudos e se despede de nossa paróquia. Preparando-se mais intensamente para a sua ordenação presbiteral que acontece em 2016. Como é belo fazermos parte de uma comunidade tão viva. A todos uma boa leitura!

Agenda do mês

Horários

APRESENTAÇÃO

• 9/11 – Reunião de pais da catequese do Crisma, às 19h30

• 13/11 – Terço na Gruta às 18h

• 14/11 – Assembleia paroquial das 13h30 às 18h

• 29/11 – Missa de encerramento das catequeses às 10h

Última turma do ano do curso de pais e padrinhos 13 e 20/11 das 19h às 21h30

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Novos planos

Por Célia Santos Farias

Assembleia Paroquial de Pastoral

nível, as questões pastorais; avaliar e programar a ação pastoral paroquial; executar as decisões da Assembleia Diocesana de Pastoral em plena comunhão com o Plano Diocesano, Comarcal e Paroquial de Pastoral. Participam da Assembleia Paroquial os membros do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), ou quando o pároco delegar, os agentes pastorais. Neste ano, na Assembleia Paroquial de Pastoral, somos convocados a estudar o novo Documento da CNBB nº 102 “Diretrizes gerais de ação evangelizadora da Igreja no Brasil”, com foco nas cinco urgências (2015-2019). Urgências na ação evangelizadora: Igreja em estado permanente de missão; Igreja: casa da iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida plena para todos. O estudo de reflexão servirá de inspiração para sugerimos as ações evangelizadoras, no qual daremos início, junto com as outras paróquias no processo de elaboração do Plano Diocesano de Pastoral que é apresentado e aprovado pela Assembleia Diocesana de 2016. Apresentar o projeto para o Jubileu da Misericórdia. A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando Suas atitudes. Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (Mt 9,35-36). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho.

Jesus Cristo é a fonte de tudo o que a Igreja é e de tudo o que ela crê. Em sua missão evangelizadora, ela não comunica a si mesma, mas o Evangelho, a Palavra e a presença transformadora de Jesus Cristo, na realidade em que se encontra. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura” (Mc 16,15). Evangelizar a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, a luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao reino definitivo (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil Nº 102 | 2015-2019). Aproximamos-nos do fim do ano, precisamos pensar nossas ações evangelizadoras. A Assembleia Paroquial de Pastoral, é instrumento de comunhão e participação, na medida em que reúnem os membros das pastorais que estão mais comprometidos no trabalho eclesial, para pensar e definir comunitariamente prioridades, objetivos e programas de ação. É o lugar de decisões amplas e de grande animação pastoral, onde nos reunimos uma vez por ano; convocados pelo pároco ou por seu representante, tem o objetivo de animar a ação pastoral da paróquia, solucionar os problemas e decidir, em seu

Santo do mês

Solenidade de todos os Santos

Foto: Reprodução Internet

No dia 1º de novembro a Igreja não celebra a santidade de um cristão que se encontra no céu, mas sim, de todos. Isto, para mostrar concretamente, a vocação universal de todos para a felicidade eterna. “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’” (Mt 5,48) (CIC 2013). Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9). Todos estes combatentes de Deus merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do

GERAL

que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando proposta para nós. Neste dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos” (CIC 2028). Todos os santos de Deus, rogai por nós!

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O Advento está aí. Para muitos de nós, este tempo, é apenas uma sequência de quatro domingos que antecede o Natal. Porém, este é um momento fecundo em significado, quando bem vivido nos leva ao centro de uma das maiores verdades da fé: Deus vem ao encontro do ser humano e se encarna. Seguem algumas pistas para melhor vivermos o Advento.

1. Tempo de Espera. A liturgia do Advento está organi-

5. Tempo de mais meditação, oração e silêncio. Ad-

zada em dois pequenos ciclos, em que se reflete e reza primeiramente a vinda definitiva de Jesus, sua segunda vinda, também chamada de parusia. Esta foi Sua promessa, que Ele voltaria. Num segundo momento, recorda-se a Sua primeira vinda, Seu nascimento em Belém. São Bernardo de Claraval fala de uma vinda intermediária, Ele vem hoje para nascer em nossos corações, em cada uma de nossas ações. Advento é tempo de esperar o Senhor que veio, vem e virá. 2. Tempo de Preparação. Advento é preparação para a chegada, ainda não é Natal. Existem alguns símbolos que preparam os nossos corações, por isso devemos valorizá -los. Alguns deles: o verde da árvore com suas bolas que nos indicam a vida; a coroa colocada nas portas das casas; o pequeno presépio montado nas salas de nossas casas; as luzes manifestando que a verdadeira luz está para chegar, aquele que ilumina nossos corações. 3. Tempo de penitência, vigilância e cuidado. Neste momento, a liturgia utiliza a cor roxa, que caracteriza a penitência. Advento é o momento de uma boa confissão para bem iniciarmos a caminhada de um novo ano litúrgico. É necessário limpar a casa para receber o ilustre hóspede em nossos corações. A ação da espera traz consigo a vigilância, a qualquer momento o visitante poderá chegar, por isso, devemos estar preparados. 4. Tempo de sobriedade e discreta alegria. A cada final de semana uma nova vela se acende, Ele está chegando! Esta é a nossa certeza. A cada domingo nossa alegria vai crescendo, até explodirmos em louvor na grande Vigília de Natal. Porém, até chegarmos lá celebraremos as nossas liturgias com sobriedade, sem o hino de louvor. Mesmo assim, este não é um tempo pesado e triste, mas sóbrio e carregado com uma discreta alegria.

vento é o momento de dar mais atenção para a oração pessoal. Período em que se deve ler mais a Bíblia, pois nela conhecemos melhor aquEle que está para nascer. Ele é a Palavra eterna do Pai, que vem ao nosso encontro. Advento é o momento ideal para um pequeno retiro em nossas lares, quem sabe em família, parar e realizar a Leitura Orante com o Evangelho de cada dia, percorrendo o sábio caminho da liturgia da Igreja. 6. Tempo das novenas de Natal. É o momento de sairmos de casa para nos encontrarmos com os vizinhos. Em comum celebrarmos nossa fé. É tempo de fortalecermos os Grupos Bíblicos de Reflexão realizando as novenas de natal, preparando nossos lares e nossa comunidade para a vinda do Salvador.

7. Tempo de falarmos menos do Papai Noel e mais do Menino Jesus. Embora ainda não seja Natal, este é o tempo de se falar do Menino Jesus, do Pequenino que vem ao nosso encontro. Tempo de falarmos do Deus inacessível que se faz criança. Porém, em muitos lares não se fala da chegada de Jesus, fala-se apenas no Papai Noel. É necessário deixar de lado o Papai Noel que rouba o lugar do pobre Menino, o grande presente de Deus para a humanidade. 8. Tempo de ser positivo e alegre. É hora de levantar a cabeça e acreditar no novo que está surgindo, no frágil que aos poucos toma força, no escondido que é descoberto. É o tempo de renovar as esperanças, de abrir-se ao desconhecido que vem. Estas são algumas das características deste tempo forte que estamos vivendo. Que depois de bem celebrar o Advento, o Pequenino nasça em nossos corações, e com Ele, a novidade do Reino de Deus que se desenha sempre nova aos nossos olhos. Por Padre Emerson Henrique Citadin

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No início de 2015, Papa Francisco anunciou 2016 como o Ano Santo da Misericórdia. “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. (…) Este Ano Santo iniciar-se-á na próxima Solenidade da Imaculada Conceição e concluir-se-á em 20 de novembro de 2016, na Solenidade de Cristo Rei”, proferiu o Papa. A abertura do próximo Jubileu coincidirá com o cinquentenário do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado em 1965 e reveste este ano santo de um significado especial, encorajando a Igreja a prosseguir a obra do Concílio. No Jubileu, as leituras para os domingos do tempo comum serão extraídas do Evangelho de Lucas, popularmente conhecido como “o evangelista da misericórdia”. Para bem viver o Ano da Misericórdia o Papa escreveu uma carta com alguns pedidos, com o intuito de “que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore e assim o testemunho se torne cada vez mais eficaz”, escreveu o Papa. Nesta carta o pontífice direciona a todos os fiéis das dioceses do mundo, para que orientados vivam juntos um tempo de graças em sua vida. Em primeiro lugar, o pedido é para “realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia”. O Papa também se dirige aqueles que por alguma dificuldade, seja doença ou idade avançada, esteja impossibilitado de ir à Porta Santa. “A estes é de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor que no mistério da Sua paixão, morte e ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na Santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação”. O pontífice escreveu também a respeito daqueles que já faleceram. “A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa”. Com uma ressalva a favor da vida, o Papa alertou sobre o aborto. A questão da valorização da vida, que muitas vezes é tirada por dramas e cicatrizes profundas. “O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Também por este motivo, não obstante qualquer disposição em contrário, decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”. Por Arcanjo Comunicação Católica

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Por Vilson e Sheila Rocha - Coordenadores ECC São Judas Tadeu

Experiência do ECC

principalmente como casais. Tivemos a alegria de ter o acompanhamento integral de nosso pároco, Pe. Emerson Henrique Citadin durante todo o retiro, que juntamente aos casais teve experiências por meio de palestras, testemunhos e oração. O encontro teve o envolvimento de aproximadamente 90 casais, que não mediram esforços para que os néos-encontristas se sentissem bem acolhidos em nosso meio. Nosso agradecimento a Deus, por ter nos concedido esses momentos de graças, a todos os casais que trabalharam para que tudo desse certo, ao nosso pároco Pe. Emerson, por ter abraçado o ECC e sempre estar nos apoiando.

O Encontro de Casais com Cristo (ECC) é um serviço da igreja a favor da evangelização das famílias. Sua origem vem de 1970 na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompéia, São Paulo, por iniciativa do Pe. Alfonso Pastore. Em 1976, quatro casais da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, hoje Santuário, foram a Curitiba ter essa experiência e em 1977, nessa mesma paróquia aconteceu o 1º Encontro de Casais em nossa Diocese. Hoje estamos em 17 paróquias. O ECC é dividido em três etapas, sendo a primeira chamada de o “Chamamento”, no qual o casal é levado a refletir sobre os valores familiares, a segunda leva o casal a um estudo profundo dos documentos da igreja e suas diretrizes e a terceira faz o casal refletir sobre os problemas sociais. Nos dias 16,17 e 18 de outubro, 21 casais, sendo 16 da Paróquia São Judas Tadeu e cinco casais da Catedral, tiveram essa experiência. Foram momentos de muita oração e reflexão, víamos nos rostos desses casais a alegria de se encontrarem consigo mesmo como pessoas e

Matrimônio

Comunicação

Por Marcia Riegel Mateus – Pastoral Familiar

Por Pascom Diocese de Joinville

Revista Diocese Informa

Tarde memorável para oito casais A Paróquia São Judas Tadeu e a Pastoral Familiar realizaram na tarde de 10 de outubro, um Casamento Comunitário, em que os casais tiveram a oportunidade de receber o sacramento do matrimônio. O Casamento Comunitário tem como objetivo promover a proteção da família e a regularização dos sacramentos dos casais. Oito casais participaram desta edição, os quais já viviam juntos e oficializaram a união. A celebração teve caráter estritamente religioso e centenas de pessoas presenciaram o momento. A iniciativa em promover o evento veio da coordenação antecessora, o casal Rubens e Claudete, que se tornou um evento fixo no cronograma de nossa paróquia. O próximo casamento comunitário acontece em 8/10/2016. Aos católicos que não possuem nenhum impedimento e querem participar é só entrar em contato com a secretaria da paróquia para obter maiores informações.

Foto: Pascom Joinville

Foto: SAS Foto e Vídeo

PASTORAIS E MOVIMENTOS

Foto: ECC São Judas Tadeu

Retiro

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Dia de Finados

Por Seminarista Adriano Guariniri

A nossa relação com os irmãos falecidos Reprodução/Internet

Em novembro fazemos memória dos nossos irmãos e irmãs que já partiram desta vida terrena. Estamos diante do obscuro mistério da morte e de nossa relação com aqueles que passaram por ela. Para a fé cristã, um defunto é alguém que morreu, que cumpriu sua passagem pela terra, mas que acreditamos estar vivo em Deus. A pessoa morta não é uma mera recordação ou um objeto passivo, não é alguém indiferente, nem distante de nós. Como Cristo, ela é presença junto de Deus. Celebrar a morte e a ressurreição desta pessoa significa estar em comunhão com ela e partilhar na alegria da fé de sua vida eterna. Na Santa Missa temos a oportunidade de celebrar com essa pessoa e não por ela, assim como não se celebra por Jesus, mas com Jesus. Se o mistério humano é iluminado pela luz do mistério de Cristo Jesus, a nossa relação com Jesus que também passou pela morte deve então nos ajudar a compreender a relação com os irmãos e irmãs defuntos. Deus é amor e misericórdia! Ele nos ama por primeiro e toma a iniciativa de nos salvar. Nós não precisamos convencer a Deus de nada, é Ele quem está sempre querendo nos convencer para que nos deixemos salvar. Ele está esperando que nós lhe abramos a porta: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Assim, o modo de nos colocarmos diante de Deus e

de expressarmos nossa oração ganha novo significado. Por vezes, parece que se pretende convencer a Deus, como se o nosso amor pelos defuntos fosse maior que o dEle. A misericórdia de Deus não depende de nossas súplicas. Contudo, as orações de intercessão tem sentido quando são para nos unirmos com a pessoa a fim de que ela na sua liberdade acolha Deus-Amor. O que significa, então, celebrar a morte de um irmão ou irmã? Consiste primeiramente em confessar e alimentar a nossa fé, e vivenciar a alegria da esperança. Em seguida, ajuda a cultivar a solidariedade que é a melhor forma de acompanhar e sentir pela proximidade humana e espiritual a dor da perda. E ainda, permite sermos solidários com a pessoa falecida, participando com ela da glória de Deus.

ESPIRITUALIDADE

Infantil

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A Solenidade de Cristo Rei coroa o Ano Litúrgico na Igreja e tem um significado histórico e teológico que vale a pena conhecermos. Antes disso, considero importante entendermos que ela faz parte de um Ciclo Litúrgico, que dá ritmo e sentido a cada liturgia celebrada, como uma sinfonia carregada de verdade, bondade e beleza. Para compreendermos melhor a dinâmica litúrgica, uma explicação sintetizada do ano litúrgico: A Igreja estabeleceu, para o rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em Ano A, B e C. No Ano litúrgico A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes festas e solenidades. Nos dias da semana do tempo comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete ano a ano. Deste modo, os católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda a Bíblia. A festa de Cristo Rei foi instituída em 1925 pelo Papa Pio XI na intenção político-religiosa de tornar manifesto Jesus Cristo como Senhor e rei da Igreja. O contexto histórico era marcado por sistemas ditatoriais do Estado imposto, inclusive, sobre a própria Igreja. Com a reforma litúrgica esta festa passa a ser celebrada no último domingo do ano litúrgico, ressignificando seu sentido e apontando, deste modo, que Ele é a origem e o fim para o qual se dirigem todas as coisas. Este é projeto de Deus: recapitular em Cristo todas as coisas (Ef 1,10). Toda a pregação e atuação de Jesus têm como tema central esta verdade fundamental: o reino de Deus, já chegou (Mc 1,15). Contudo, esse reino anunciado por Jesus não se estabelece aos moldes deste mundo. “Tu és Rei?” Pergunta Pôncio Pilatos diante de Jesus no tribunal. Ele responde: “Tu o dizes, eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). O Reino de Deus é constituído de verdade, justiça e de amor. Reinar para Jesus Cristo consiste em servir. Eis aí uma dificuldade de compreensão até mesmo por parte dos seus discípulos. E quanto a nós, será que compreendemos o reinado de Cristo? É importante como cristãos questionar nossa compreensão de Deus em nossas próprias atitudes, em nossas relações com o próximo. Afinal, como disse Jesus a Pedro no episódio do lava-pés: “Se eu não te lavar os pés, tu não terás parte comigo!” (Jo 13,8). Larissa Fernandes Menegatti - Consagrada na Comunidade Arca da Aliança


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