Revista Viver Bethânia - Edição setembro de 2017

Page 1

COMUNIDADE BETHÂNIA | SETEMBRO | EDIÇÃO 19


Palavra do Padre Vicente, bth

EDITORIAL

Educar é preciso! “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Dt 6,6-7). Segundo nosso fundador, Pe. Léo, educar é fazer emergir a personalidade humana, parturindo seus potenciais e permitindo que venha a tona o melhor que exista dentro do outro. Portanto, educar é preciso. Bethânia é educação. Ao celebrarmos 22 de anos de Bethânia, 10 Anos do Centro Educacional Juscélia e 10 Anos do Centro Cultural Memorial Pe. Léo, reverenciamos nossa vocação à educar. Nossa família Bethânia, em sua essência, nasceu para “educar para a vida plena”. Salta aos olhos, o fato de Bethânia ter sido gestada dentro de um ambiente escolar com tanta tradição como o Colégio São Luiz de Brusque/SC. Tudo começou ali, como uma resposta aos anseios daqueles, que consciente ou inconscientemente, queriam aprender a viver. Aprender a viver, não acontece com mera transmissão de conteúdos ou execução de processos educativos, mas com vivência mais profunda baseada em acolhimento e afeto. Bethânia responde eficazmente a este grito existencial preso no interior de cada homem e mulher que vem a este mundo. O tempo em que vivemos, traz em seu bojo situações difíceis de interpretar, e sem muitas respostas prontas. Somos tentados a paralisia e a perplexidade. É evidente o mal-estar e a inade-

2

quação, sentidos por muitos diante da vida. Consequentemente, assistimos também a uma busca de soluções que na maioria das vezes se mostram insuficientes, e em muitos casos danosa. O exemplo maior temos no fenômeno das drogas e da dependência química. Daqui nasce o anseio para algo a mais, por algo maior. Urge um caminho para aprender a viver. Por isso, a grande palavra que precisa ser redescoberta é a palavra “educação”. Por que “educação”? Um grande teólogo, Jungmann, citado algumas vezes pelo Papa Francisco, definia educação como “introdução à realidade total”. Realidade total aqui, não significa conhecer todos os detalhes infinitos do mundo, mas a busca de significado. Trata, portanto, da necessidade de que alguém me ajude a perceber o significado e o valor daquele pedaço de realidade que está diante de mim, aquele que sou chamado a viver: a família, a sociedade, o estudo, o trabalho, a angústia, a solidão, a dor, a morte, o amor, o futuro, minha própria existência. Assim, viver Bethânia é educar para uma vida com sentido. É promover uma educação que facilite a reflexão profunda sobre as razões de ser quem sou e de estar aqui. É costurar uma pedagogia do acolhimento que promova a vida enquanto abraço e doação para com os outros. É refletir a pedagogia de Jesus, fruto do encontro com aquele que é “caminho, verdade e vida” (Jo 14,6), aliás, único caminho para a verdadeira vida, ou seja, vida plena (Jo 10,10). Termino, lembrando o livro de Provérbios que diz: “Ensine a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22,6). A Palavra nos inspira. Educar é preciso! Vivamos Bethânia, eduquemos para uma vida plena. Abraço e bênção!

www.bethania.com.br


GERAL

A Comunidade Bethânia se prepara para viver mais uma edição comemorativa em alusão ao seu aniversário de fundação. Nesta edição, serão 22 anos e a comemoração será ainda maior, pois além do aniversário da Comunidade lembrado no dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, estaremos comemorando 10 anos das atividades do Centro Educacional Juscélia - CEJU e também 10 anos do Memorial Padre Léo. A programação de fé já iniciará com o Cerco de Jericó, tradicionalmente realizado no Recanto São João Batista/SC no dia 29 de setembro e encerrando no dia 6 de outubro. Ações sociais também estão sendo preparadas para envolver profissionais e pessoas que possuem interesse em compreender mais sobre dependência química. Por isso, com o intuito de promover debates e diálogos acerca de temas relacionados à dependência química - muitas vezes alertando para à prevenção dentro da realidade do acolhimento desenvolvido na Comunidade Bethânia, será realizado também mais uma edição do Colóquio sobre Dependência Química. O evento acontecerá no dia 9 de outubro, a partir das 13h, no Centro Cultural de São João Batista e reúne profissionais de diversas áreas, além dos consagrados dos Recantos da Comunidade. Para quem deseja par-

www.bethania.com.br

ticipar do Colóquio basta entrar em contato pelo telefone: (48) 3265-4416 ou coloquio@bethania.com.br e realizar a inscrição. Logo mais à noite, também no dia 9 de outubro, haverá a celebração de uma Santa Missa direto do Memorial Padre Léo, local inaugurado há 10 anos para conservar os objetos do fundador. Um espaço que atualmente abriga também os restos mortais do sacerdote e recebe centenas de peregrinos. Paralelo as atividades, a educação em Bethânia por meio do Centro Educação Juscélia - CEJU possui papel fundamental. Neste ano, são 10 anos de um projeto sonhado pelo Padre Léo em que homenageia a cofundadora da Comunidade Bethânia Juscélia Ludvig. Para registrar a data, uma Sessão Civil está agendada para o dia 11 de outubro, às 20h, no Recanto São João Batista/SC. Além disso, programações artísticas e culturais marcarão a data. Já no dia 12 de outubro, dia de festa em Bethânia, a programação inicia às 9h com atividades recreativas e culturais. Já às 15h, será a grande celebração da Santa Missa festiva. Organize sua caravana, sua comunidade, convide sua família e venha celebrar com a Comunidade Bethânia os seus 22 anos de história. Confira a programação completa em nosso site: www.bethania. com.br.

3


CENTRAL

Quando pensamos a respeito da história de uma determinada instituição, nada mais gratificante do que poder ouvir da fonte inspiradora como tudo surgiu. Isso mesmo! O texto que segue é uma transcrição de uma fala (entrevista) do Pe. Léo, fundador da Comunidade Bethânia, sobre o CEJU em 2006 na Canção Nova. Pe. Léo - O projeto nasceu quando comecei a perceber a necessidade de um trabalho sério de prevenção. Prever não é enxergar antes, mas sim chegar antes. A prevenção verdadeira que podemos, devemos e precisamos fazer por nossos adolescentes e jovens, deverá ter início na infância. Assim como hoje na odontologia, por exemplo, a mãe leva seu filho, quase recém-nascido, para as primeiras aplicações de flúor- isso mesmo, ao longo da infância mesmo sabendo que aqueles dentes vão se perder, pois caso contrário, os que virão depois poderão crescer doentes. A prevenção é exatamente isso, prevenire: de avenida. É chegar antes. E quando pensei no CEJU, eu pensei: Primeiro no estilo de construção: tijolo à vista. Eu tenho a convicção profunda, de que o conhecimento, passa primeiro pela experiência sensitiva. E que não adianta explicar muito as coisas. Aliás, eu poucas vezes, fiz explicações sobre o CEJU, os animais em Bethânia, minha insistência com as flores, sobre a organização da casa, enfim... para que com o tempo a pessoa vá percebendo. Então, o CEJU é todo de tijolos à vista para dizer: é vida em construção! É vida que se constrói, é visível! Cada tijolinho deste é importante. Ali, foram mais de 50 mil tijolos, só no nosso CEJU. Cada um é fundamental. E ao mesmo tempo não tem pintura, ela pode mascarar. Pode ter um trincado horrível, eu vou lá, coloco um quadro, faço uma pintura, um enfeite. Mas quando a construção é assim: nua e crua, como é a vida, os problemas aparecerão. Quando vier infiltração ou uma trinca, imediatamente você pode ir à causa. Segunda ideia que tive: foi montá-lo em forma de colmeia. E se você observar bem, ele parece um grupo de abelhas que vivem ali. Para ensinar às crianças que cada coisa tem seu devido lugar, cada coisa precisa encontrar o seu lugar. Nada fora do seu lugar, nunca! Ficaria muito mais barato na época, se desenhasse um pavilhão, por exemplo, de pré-moldados. Ficaria pronto em um mês ou dois e, aparentemente, estaria atendendo às necessidades. Um lugar para criançada ficar quando não estivesse chovendo ou não estivessem na

4

escola. Mas nós pensamos num projeto. No futuro meu desejo é que: cada recanto tenha o seu CEJU, conforme a realidade do lugar, para os filhos e filhas do recanto. E num segundo momento, acolher crianças e adolescentes das periferias. É uma judiação ver, por exemplo, na chegada aqui de casa (Recanto de São João), como as crianças são deseducadas, a quantidade de lixo jogado na rua, quanta sujeira. As crianças não são culpadas, elas são vítimas. Vítimas de uma sociedade que só se preocupa consigo mesma. Feito fariseu que hoje pergunta para Jesus como fazer para ser feliz, mas não quer sair de si mesmo. As crianças não são culpadas, essas crianças são vítimas de uma sociedade desorganizada, suja e estragada. Então é preciso mostrar organização. Cada casinha daquela tem a sua função. Ninguém vai brincar na capela. Ninguém vai comer na biblioteca, tem lá seu refeitório: bonito e caprichado. Cada coisa tem seu lugar. E as crianças quando se envolvem na organização ficam entusiasmadas. Esses dias estavam felizes da vida, porque foram conhecer a biblioteca municipal para saber como são organizados os livros, e como poderá ser sua organização aqui em Bethânia. Criança quer essa aprendizagem. Aí o conjunto da obra: os animais, os pequenos animais, as plantas, os cuidados das crianças com as flores. Com o tempo, de fato, integralizar cada vez mais o CEJU dentro da comunidade Bethânia, como espaço reservado, como espaço sagrado da criança, mas ao mesmo tempo, cada vez mais inserido dentro da comunidade, para que a própria criança devidamente prevenida e atendida se torne um canal, um instrumento de prevenção. Hoje é bonito de ver, e graças a Deus, muitos de vocês em casa, quando a criança começa a pegar no pé do pai, mãe, tio do avô para parar de fumar. Quantas crianças com 4,5 anos de idade pedem para o pai parar de beber. Por quê? Porque foram crianças evangelizadas. Isso é o verdadeiro evangelho e que agora tornam-se apóstolas a partir da própria família. Nós queremos também – e isso já vem acontecendo – deixar-nos interpelar pelas crianças de Bethânia. Bethânia, cada vez será este espaço onde nossas crianças poderão viver a infância a adolescência de um modo saudável, fraterno, humano e sobretudo com o rosto de Jesus de Nazaré. (Pe. Léo em entrevista no programa tenda do senhor, dia 09/10/06 - Canção Nova).

www.bethania.com.br


Pe. Léo acentuava que educar é fazer emergir o melhor da personalidade humana. Por isso, educar para nós é um processo contínuo que se desenvolve a vida inteira, independente do ambiente escolar. Investimos na educação porque ela restaura a dignidade da pessoa e renova a esperança de que é possível ir além daquilo que se vive atualmente. O caminho percorrido pelo Centro Educacional Juscélia – CEJU ao longo desses dez anos será mencionado em algumas linhas por meio da entrevista que segue com o consagrado de vida e diretor da escola Paulo César Jacó que acompanhou desde o início esse projeto.

CENTRAL

Revista Bethânia (RB): Padre Léo deixou como carisma na Comunidade Bethânia o acolhimento. Como o CEJU sendo uma instituição educacional vive esse carisma? Paulo Cesar (PC): O que é importante no CEJU, que também é importante em Bethânia e que nós fazemos todos os dias é uma palavrinha que é muito cara para nós: acolhimento. Sempre trabalho com as professoras de que o CEJU tem que ser um espaço acolhedor. Aqui as crianças são acolhidas a partir de 4 meses. Acolhimento não é aquela relação fria de escola. É um lugar que se educa. Como o Léo diz no Viver Bethânia e nós apenas mudamos do acolhimento para educar ficando: Educar é dar abrigo, dar crédito, trazer para perto de você, é dar segurança, confiar na pessoa, tudo o que o Léo ensinou nós procuramos viver na prática. É um jeito de fazer educação, o professor, o adulto, a educadora, tem que estar atento a acolher a criança. E acolher é bem básico, imagine uma criança chorando, o acolhimento é pegar a criança e estabelecer uma relação afetiva. Como nos Recantos quando nós acolhemos cada filho, como se fosse o próprio Cristo, também no CEJU, acolher cada criança significa acolher o Deus menino que está em cada uma delas. Sempre em nossa realidade de escola com tudo o que precisamos desenvolver e seguir procuramos realizar esse acolhimento. (RB): O CEJU completa 10 anos e ao longo desse período muita coisa mudou: houve o tempo com o padre Léo e tempo sem ele. Como visualizamos essas mudanças? (PC): 10 anos de CEJU, foram 10 anos sem o Padre Léo. Assim que o Padre Léo ficou doente, nós começamos o CEJU institucionalmente falando. Na verdade o Léo não participou da vida do CEJU nesses 10 anos. Antes tinha o CEJU, mas com outros moldes. O germe do CEJU estava na preocupação do Padre Léo em dar um espaço de proteção e de educação especificamente para as crianças, os filhos dos filhos que nós acolhíamos. Eu lembro que eu cheguei do colégio um dia à noite e a luz do quarto dele estava acesa, e eu subi e entrei no seu quarto, logo começamos a conversar, foi quando ele mostrou o rascunho feito à mão do projeto da escola. O Léo era assim, quando a Juscélia era viva, ele rascunhava e a Jucélia transformava em projeto. Com a morte da Jucélia, ele rascunhou e o Genésio que trabalhava de pedreiro fez quase tudo que tem hoje no CEJU. Com a estrutura, eu, Kamily, Angelita e o Parreira juntamente com o Vicente iniciamos as atividades. Demos os primeiros passos burocráticos junto ao conselho municipal de educação para abertura do CEJU e assim começamos, ainda com filhos, depois iniciamos uma singela parceria com o município que cedia dois professores. Com o tempo a situação inverteu e atualmente atendemos quase 200 alunos de toda a região sendo a minoria da Comunidade Bethânia. (RB): Uma década de história: para onde caminha o CEJU? (PC): Para eu dizer para onde o CEJU caminha eu teria que olhar para os 10 anos, toda a trajetória que fizemos. Isso quer dizer que já estamos em uma direção. Hoje com um corpo de professores mais formados do que há 10 anos atrás. A direção é a constituição de um grupo de professores que por vontade se convenceu e deixou-se vislumbrar por algo no CEJU. A gente caminha olhando para trás para uma escola que tornouse referência para muita gente, por exemplo, nós somos uma das poucas escolas dessa região que tem uma brinquedoteca do porte que temos e sempre falamos que a brinquedoteca é o coração pedagógico do CEJU. As pessoas que estão trabalhando lá, são pessoas que estão caminhando, fazendo atendimento com muito mais conteúdo, pois investiram em formação e conseguem de fato atender com muito mais qualidade ao todo da escola. Muitas pessoas vieram para cá e se encantaram com o nosso espaço, inclusive com a brinquedoteca, e, viram a experiência que estamos fazendo aqui e que essa experiência é possível em outros lugares. Esse é o caminho certo. O vislumbre das pessoas com o lugar, com a nossa prática e com os espaços que criamos nos mostra que o caminho que estamos percorrendo que nem sempre é tão certeiro assim, é um caminho bom é um caminho correto.

O Centro Educacional Juscélia – CEJU foi construído no Recanto São João Batista – SC e atualmente atende quase 200 crianças da cidade em parceria com a Prefeitura Municipal. www.bethania.com.br

5


Acolhimento: um meio para novas possibilidades

ACOLHIMENTO

Por Pierre Patrick Pires – Psicólogo CRP: 12/14706 e Vocacionado

O acolhimento é a vivência de nosso carisma, acolhemos a todos que chegam até nós como o próprio Cristo. Em sua maioria são pessoas que estão vivendo um processo de dependência química, e vivem o sofrimento da exclusão em nossa sociedade. É possível pensar a exclusão em um sofrimento, pois, na exclusão, as pessoas não sofrem somente por necessidades biológicas, mas há uma pessoa com necessidade básica, que podemos chamar de reconhecimento, carinho, (com)paixão, ter em quem confiar. Diante disso compreendemos que o caminho é o acolhimento. O caminho é a Pedagogia do Acolhimento. No livro referência da Comunidade Bethânia, intitulado “Viver Bethânia”, encontra-se registrado o significado profundo de acolhimento/acolher: “Acolher significa hospedar, agasalhar, abrigar, amparar, dar atenção, dar refúgio, receber bem, atender prontamente, dar crédito, tomar em consideração” (cf. VB) Nos primeiros contatos acontece a construção de um vínculo, esta é uma possibilidade que temos e depois desdobramos

em muitas outras. Este processo não é linear e determinado, pelo contrário, cada momento é um novo possível, uma descoberta ou um (re)existir. Buscamos através do acolhimento resgatar as pessoas de seu enclausuramento, ajudá-los a ressignificar, utilizando a nossa proposta como dispositivo para nossa terapêutica. Portanto, é uma prática que contribui para aqueles que possuem uma ou poucas referências de apoio, como o exemplo das pessoas que usufruem de uma instituição (CREAS, igrejas). Essa pessoa tem a possibilidade de circular por novas relações, procurar pontos de ancoragem, de conexão, tornando-se capaz de sustentar sua circulação e ressignificação social. Sabemos que a pessoa de exclusão necessita de um mediador para transcender o sofrimento. O acolhimento surge como uma possibilidade ampliada que acolhe o sofrimento, além de ser um dispositivo que propicia a autonomia, novos pontos de referência que gerem circulação, e novas possibilidades.

Unidade: celebramos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Por Ana Flávia Ferreira Silva - Vocacionada Em 2017 vivemos o ano Mariano e comemoramos junto à Igreja os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Como afirma a CNBB, “Ano Mariano é para celebrar, comemorar e reaprender com Nossa Senhora”. A Comunidade Bethânia, nasceu com a Santa Missa, em 12 de outubro de 1995, não por mera coincidência, mas porque o Padre Léo era devoto de Nossa Senhora Aparecida, e deixou de presente para nós Ela como sendo a padroeira de nossa comunidade. Em Bethânia vemos Nossa Senhora como um exemplo a ser seguido. Da mesma forma que ela foi encontrada na lama, suma, desfigurada, também assim nossos filhos e filhas chegam até nós. Porém, desfigurados pela dependência química, marginalização e prostituição. Maria cuidou, acolheu e cuidou do Nosso Senhor Jesus Cristo, nos convida e ensina a gerar, acolher e cuidar com amor a cada um que vem até nós como o próprio Cristo, e é ela quem tambémnos ensina a sempre estar atenta às necessidades, para que o essencial não falte em nossas casas. Maria, com o seu sim, nos instiga a estar sempre disponível na fé, a acolher as dificuldades com oração e silêncio, sopra constantemente aos nossos ouvidos: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), pois nossa Mãe anseia juntamente com o Espírito Santo pela nossa santificação e busca das coisas do alto.

6

www.bethania.com.br


VIVER BETHÂNIA

Alimentação saudável

Por Monalisa Benetelli Nutricionista – CRN 49891/P e Vocacionada

“Somos o que comemos e também como comemos” (Pe. Léo) Nos dias de hoje, é cada vez mais comum nos sentirmos ansiosos frente a alguma situação que nos tira a sensação de comodidade em nossa rotina: uma viagem, uma entrevista para emprego são alguns exemplos que podem causar conflitos emocionais. Quando se trata de pessoas que já foram dependentes químicos, os quadros de ansiedades são ainda mais intensos. Pois a própria droga com suas substâncias podem intoxicar o corpo funcionando como estimulantes e também, a sua ausência pode causar a situação de abstinência. A realidade da ansiedade em nossos filhos acolhidos na Comunidade pode ser percebida principalmente através da alimentação. Nos momentos das refeições grande quantidade de alimentos são colocados em seus pratos e Padre Léo já nos diz no Viver Bethânia: “A saúde física está relacionada ao equilíbrio e a harmonia do nosso corpo. Não devemos ingerir mais do que conseguimos eliminar.” A dependência química está relacionada à mudança de hábitos alimentares ocasionando alterações do apetite e na in-

www.bethania.com.br

gestão dos alimentos. Durante o processo de restauração dos nossos filhos, há um ganho rápido do peso, pois com a retirada das drogas é retomada a busca pelo prazer por meios naturais, sendo uma delas a alimentação. Devido a isso, pode ocorrer o excesso de peso se não forem bem orientados a respeito da distribuição e escolhas dos alimentos e, evidenciar a importância da prática de esporte. “Quando nos “empanturramos” de comidas pesadas, e numa grande quantidade, nosso organismo precisa ficar algumas horas tentando digerir tudo aquilo. Com isso, o impedimos de realizar a limpeza e a regeneração do corpo” (Pe. Léo). Em Bethânia valorizamos uma alimentação saudável, evitando alimentos à base de cafeína (café puro, refrigerantes), refeições gordurosas e alimentos industrializados. Estes, quando consumidos em grande quantidade principalmente, podem intensificar os quadros de ansiedade além de prejudicar o processo de restauração dos nossos filhos que acontece a partir da desintoxicação do organismo. “Vivemos para comer e não comendo para viver” (Pe. Léo).

7



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.