Revista Sindcine - 30 anos de história

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a i r ó t e j a r t a Um que nos EDITORIAL

a h l u g r o

Tenho longo histórico sindical. Meu avô, que era italiano, já militava em seu país de origem no sindicalismo ferroviário. Meu pai, que seguiu a profissão de meu avô, também teve intensa atuação sindical, na Argentina. Segui essa vocação até com naturalidade. Na Argentina, onde nasci e me formei profissionalmente, sempre tive militância classista. Essas experiências abriram caminho para meu ativismo sindical aqui no Brasil, a partir dos anos 80. Também era um período de forte civismo, com as organizações da sociedade em luta para reconquistar a democracia. Nesse ambiente de fervor político nasceu e se firmou nosso Sindicato. Portanto, o Sindcine tem na sua base a questão democrática. Isso é princípio. A trajetória desses 30 anos forjou um Sindicato classista. Ao mesmo tempo, as diretorias consolidaram uma entidade plural, que convive com todas as correntes de pensamento, especialmente no campo popular. Essas três décadas viram se firmar um Sindicato atuante e representativo, cuja marca é a luta em prol da categoria, com um saldo efetivo de conquistas. O Sindcine também construiu patrimônio, criou uma rede de serviços para os sócios, ampliou sua base, concretizou parcerias internacionais e se qualificou institucionalmente junto a órgãos governamentais e classistas.

“Essa história não foi construída isoladamente ou só pelas diretorias. O Sindcine é construção coletiva e permanente da nossa categoria” As conquistas estão consolidadas. Mas há novos desafios e precisamos avançar. Uma de nossas metas é agregar os jovens profissionais, propiciando assistência e oferecendo formação. Por isso, vislumbro em nosso horizonte uma escola sindical de capacitação profissional, porque a qualificação abre mercado e melhora a renda do trabalhador.

No momento que escrevo este texto, o Brasil vive grave crise econômica e política. Precisamos superar esse impasse, fortalecer a democracia e fazer o País voltar a crescer, com emprego e inclusão social. Sem abrir mão da nossa tarefa classista cotidiana, o Sindcine vem se somar às forças sociais que atuam por um Brasil democrático, desenvolvido e justo, onde a cultura seja um direito real do cidadão. Viva os 30 anos do Sindcine! Viva nossa categoria! Viva o Brasil! Pedro Pablo Lazzarini, presidente E-mail: lazzarini@sindcine.com.br Face: www.facebook.com/Sindcine

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Ă?ndice

30 anos de histĂłria do SINDCINE

Entrevista presidente Lazzarini

12 a 15 4

6 a 11 Perfil Roberto Santos

16 e 17

Entrevista Tony de Sousa

18 a 20

Entrevista Walkiria Lorusso

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24 e 25

Depoimento Almir Pazzianotto

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Depoimento - Máximo Barro Participação Institucional

Parcerias Internacionais

Sede e subsedes estaduais Atendimento jurídico Depoimento Djalma Allegro Cursos de qualificação Encontro do Audiovisual Lei e Convenção Coletiva Direitos e garantias Convenção Coletiva 2016/2017 Funções cinematográficas Convênios e parcerias Intercâmbio sindical Diretoria

28 e 29 32 a 35 36 a 38

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Expediente SINDCINE

A revista é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. Rua Coronel Artur Godoi, 218, Vila Mariana, São Paulo-SP. CEP 04018-050. Telefone (11) 5539.0955. www.sindcine.com.br sindcine@sindcine.com.br EDITOR João Franzin (MTb 12.865-sp) REDATORES Anna Paola Martino Jorge Henrique Bastos Walter Félix REVISÃO Jorge Salles PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Rodrigo Chinellatto ASSISTENTE EDITORIAL Gisele Lima PRODUÇÃO Agência Sindical www.agenciasindical.com.br FOTOS Nivaldo Silva Itaci Batista IMPRESSÃO Duo Graf Tiragem 3 mil exemplares Novembro de 2016

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30

anos de HISTÓRIA do

TRAJETÓRIA

Primeira diretoria

do Sindcine em

1987

Nosso percurso é vitorioso e pleno de conquistas

O

SINDCINE - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal - atua há trinta anos na defesa dos

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direitos dos profissionais que trabalham atrás das câmeras. São profissionais desprovidos da imagem construída pelo senso comum de que a atividade é coberta de glamour e das luzes dos holofotes. Porém, são homens e mulheres fundamentais na

concretização de um filme, seja ele um denso longa-metragem ou um ágil anúncio de televisão. Segundo estimativas, o segmento emprega perto de 300 mil pessoas, em todo o País. Esses profissionais cumprem longas jornadas, trabalham, muitas vezes, sem um contrato regular, mas, ainda assim, dão suporte efetivo para o êxito da produção, dentro do cronograma previsto. Esse elenco gigantesco inclui maquinistas, eletricistas, operadores, assistentes, entre outros, que fazem a ideia sair do roteiro e chegar à edição final. Desde que foi reconhecido como Sindicato, no final de 1986, o SINDCINE


E N I C SIND

defende a categoria, para que se cumpra a legislação e nossa Convenção Coletiva seja respeitada pelos empregadores. Esse empenho cobre a parte econômica da relação capital-trabalho e também abrange aspectos da segurança ocupacional. OS PRIMÓRDIOS O embrião da nossa organização sindical remonta aos anos 50, quando grandes estúdios paulistas, como o Vera Cruz e o Maristela, tentaram materializar a indústria do cinema brasileiro. Muitos profissionais desse período perceberam a necessidade de organizar o setor, como o cineasta Roberto Santos e o ator Sérgio Hingst.

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Roberto Santos em film

agem

Pedro Pablo Lazzarini com

Hector Babenco e inês

Mulin

A Atacesp - Associação dos Técnicos e Artistas de Cinema do Estado de São Paulo - foi a primeira entidade criada com esse intuito. Foi fugazmente transformada em Sindicato, em 11 de julho de 1963. Porém, o golpe de Estado de 1964 abriu a temporada de perseguição ao sindicalismo. Nessa conjuntura, a Atacesp acabou cassada pelo Ministério do Trabalho, em 1969. O motivo alegado foi “inatividade e desinteresse da categoria”. Durante mais de uma década, os trabalhadores ficaram sem entidade de classe. A primeira ruptura desse cerco veio a ocorrer em maio de 1978. A luta pela regulamentação da profissão de artista e técnico de cinema, capitaneada pelos atores, obteve a aprovação da Lei 6.533, que inclui os profissionais de cinema no quadro de funções de artistas e técnicos em espetáculos de diversões.

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carta Sindical as

sinada pelo min

No final da década de 70, o regime perdia base política e social e o Brasil começava a discutir a redemocratização. Setores militares - pressionados pelo Movimento da Anistia - negociavam o retorno dos exilados. A Lei da Anistia é de 28 de agosto de 1979. Os anos 80 viram crescer o fervor cívico nacional e os artistas ocuparam o primeiro plano do movimento Diretas Já! Tal efervescência inspirou um grupo de profissionais a retomar a ideia de reativar o Sindicato de classe. Em 1985, liderados pelo cineasta Tony de Sousa, apoiado por profissionais do cinema de várias gerações, como Roberto Santos, Agostinho Martins Pereira, Máximo Barro, João Batista de Andrade, Marlene França, Miguel Ângelo, Pedro Pablo Lazzarini, entre outros, solicitaram ao então ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, a devolução da Carta Sindical. Mas foi necessário primeiro criar uma

istro Almir Pazz

ianotto

Associação - sugestão do ministro com a promessa de que, no menor prazo possível, seria transformada em Sindicato. Em dezembro de 1985, se constituiu a Associação. Finalmente, em 23 de dezembro de 1986, saiu a Carta Sindical. No ano seguinte o SINDCINE começou a atuar, representando os trabalhadores do audiovisual. CONqUISTAS Segundo um dos primeiros dirigentes, o cineasta e professor de roteiro Tony de Sousa, uma das conquistas iniciais foi o pagamento do cachê num espaço de tempo inferior. Ele conta: “Naquela época de hiperinflação, em meados dos anos 80, os profissionais ganhavam o cachê, mas não recebiam. Pela lei, você fazia um trabalho freelancer e recebia em cinco dias. Mas as produtoras só pagavam depois de

um mês, quando a inflação já havia corroído parte do valor... Brigamos e conseguimos que as produtoras pagassem em cinco dias”. As conquistas se sucederam. Havia muito a fazer, reivindicar e implantar, como o controle de horas e a contratação de seguro. A categoria acorreu ao Sindicato, ampliando sua força e representatividade. Walkiria Lorusso, administradora do SINDCINE (trabalha na entidade desde 1986), afirma que, na medida em que os problemas surgiam, isso também alertava para as brechas que deixavam o trabalhador indefeso. Daí se pensou na criação do “seguro filmagem”.

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Tudo começou devido a um acidente de trabalho. Lembra Walkiria: “Foi por causa desse incidente que inserimos uma cláusula na Convenção Coletiva da categoria, na qual consta que, ocorrendo um acidente, a empresa será responsável pelo seguro”.

gatoriedade do seguro. As Associações iniciaram suas atividades em 2003. AMPLIAÇÃO E PARCERIAS

Ao buscar a proteção dos direitos do trabalhador e visando ao suporte financeiro do acidentado, o SINDCINE criou então as “diárias de incapacidade temporária”, uma apólice do Sindicato a que todos os associados, com a mensalidade em dia, têm direito - esse benefício é praticado desde 2005.

O aumento das demandas profissionais e trabalhistas levou o SINDCINE a conceber um projeto de ampliação interestadual, com suporte de parcerias internacionais. A partir disso, mapeou os Estados sem representação sindical e solicitou ao Ministério do Trabalho a extensão da base, passando a representar Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.

Para adensar a organização da categoria, o SINDCINE estimulou a fundação de duas entidades: a Astim - Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria e a Acasp - Assistentes de Câmera Associados de São Paulo. Elas ajudaram a colocar em prática as cláusulas da Convenção Coletiva. Entre os avanços alcançados estão o reconhecimento de horas extras e a obri-

Para que a expansão se desse de forma segura, devido aos custos inerentes, o Sindcine firmou parceria com as entidades finlandesas Sask e Teme, com o apoio da UNI-MEI (divisão da Uni Global Union, entidade presente em mais de 140 países, que representa trabalhadores de mídia, arte e entretenimento, com sede na Suíça). O projeto se concretizou.

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FORMAÇÃO Porém, o centro das ações do SINDCINE sempre foram os trabalhadores da base. Atenta à demanda do mercado, a diretoria decidiu que o Sindicato viria oferecer capacitação aos sócios, por meio de cursos em diversas áreas, como assistente de direção, continuísta, assistente de elétrica, câmera, produção, maquinaria, roteiro, direção de arte, coordenação de produção, Steadcam e contabilidade pessoal. O Sindcine ministra também, periodicamente, cursos de História do Cinema Mundial, História do Cinema Brasileiro, Noções Previdenciárias, Ética Profissional e Direito do Trabalho Aplicado ao Audiovisual. Defesa Um episódio demonstra o patamar de atuação em que o SINDCINE se encontra, e o respeito adquirido no meio audiovisual na defesa dos trabalhado-


res. Em julho de 2016, conseguimos paralisar as filmagens de uma grande produtora para a TV fechada, que reunia um naipe de artistas conhecidos do cinema e da televisão brasileiros. O Sindicato solicitou e conseguiu o arresto dos HDs do projeto, que só foram devolvidos quando normalizados os pagamentos da equipe. O SINDCINE participou ativamente para que o resultado fosse positivo. As três décadas que constituem o ciclo do Sindicato foram de ativismo social, político e sindical em nosso País. Agente ativo desse processo, o SINDCINE renasceu, se consolidou, fortaleceu a representação, ampliou os serviços e se tornou um parceiro dos trabalhadores, que, sem glamour, mas com profissionalismo, fazem a produção sair da ideia e se tornar algo concreto, propiciando trabalho, renda e dignidade à categoria. COLETIVA Ao avaliar essas três décadas, nosso

Livro de Ouro, com assinaturas de contribuição de várias figuras conhecidas do cinema

presidente Pedro Pablo Lazzarini destaca o empenho coletivo das seguidas gerações. Ele diz: “Chegamos até aqui graças ao idealismo dos nossos fundadores, ao apoio da nossa base e também ao empenho do corpo diretivo do Sindicato e dos nossos funcionários. Somos resultado de um esforço cole-

tivo que continuará dando certo. Acredito muito nas novas gerações”. Essa trajetória narra um percurso de lutas, conquistas, dificuldades e desafios que foram enfrentados em conjunto. E aqui apresentamos esses resultados.

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ENTREVISTA PedRo PaBLo LaZZaRInI

L A C I D N I S LUTA O SOCIAL

Ã Ç A a r e g n a r b a e dev

A

o aterrissar no Rio de Janeiro, em 1972, Pedro Pablo Lazzarini trazia na mala a experiência como diretor de fotografia na Argentina, seu país de origem. Mas transportava, também, a vivência sindical intensa, que herdara do avô e do pai.

A atuação sindical faz parte da sua história familiar. Como foi entrar para o movimento sindical?

Anos depois, já fixado em São Paulo, o SINDCINE viria a entrar no roteiro pessoal e profissional de quem, desde jovem, já trazia dentro de si uma forte consciência classista.

Pedro Pablo Lazzarini - Meu avô nasceu na Itália. Mas quando chegou na Argentina já possuía um histórico de sindicalização. Era maquinista de um dos trens mais velozes da época. Por ser maquinista especializado, os ingleses o contrataram. Pouco tempo depois, ele ajudou a formar o Sindicato do setor. Meu pai seguiu a profissão do meu avô; era maquinista e ativista sindical. Desde criança eu ia para o Sindicato. Ele me dizia pra nunca esquecer duas coisas na vida: jamais trair uma greve e nunca pisar em alguém pra subir na vida. Devido a essa formação, quando entrei no cinema, na Argentina, fui direto para um Sindicato.

Lazzarini foi secretário na primeira diretoria, em 1987, após a reconstrução da entidade cassada pela ditadura. Depois estreitou seu vínculo com a instituição, salvo o período em que, por razões profissionais, viveu fora do Brasil. No retorno em 2001, refez os laços com a entidade, a qual viria a presidir a partir de 2013. Ele desenvolveu um reconhecido percurso profissional com diversos diretores do cinema nacional, entre eles o paulista Ugo Giorgetti. Também atuou bastante na publicidade. A vivência nesses segmentos lhe propicia uma visão ampla dos problemas da categoria. Esse conhecimento é fator de suporte à sua atuação no Conselho Consultivo da Secretaria de Audiovisual, Conselho Superior de Cinema e Conselho Consultivo de Comunicação Social. É de sua lavra, também, a proposta de criação da Fitec - Federação Internacional de Técnicos de Cinema e Audiovisual que congrega Argentina, Brasil, Uruguai, Chile, Colômbia e Paraguai. Lazzarini recorda-se dos primeiros tempos do Sindicato, das dificuldades e de fatos ao longo destas três décadas de lutas e conquistas de uma categoria que, ele ressalva, ainda tem de vencer muitos desafios.

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Lazzarini - Fui sócio do Sated - Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões, no Estado do Rio e em São Paulo, antes de ser criado o SINDCINE. Entendia que era preciso participar de um Sindicato. Como essa entidade não existia, entramos no Sated, e aí percebemos as diferenças. O ator era ator, e trabalhava na frente da câmera. Nós éramos os técnicos, e trabalhávamos atrás da câmera. Mas o Sated era quem nos tinha acolhido, precisávamos colaborar com a entidade. O Sindicato pode ter qualquer direcionamento, mas é preciso estar lá dentro. Qual a diferença entre a indústria do cinema no Rio e em São Paulo? Como isso influiu na criação do SINDCINE? Lazzarini - Formar muitos Sindicatos é como abrir uma loja em frente à outra. Vi que em São Paulo era diferente do Rio. A indústria de cinema de São Paulo se chama “publicidade”. E propusemos então criar o Sindicato. Naquela época, me reuni com o pessoal do Sated e conversei muito com os companheiros Tony de Sousa, Roberto Santos e João Batista de Andrade.

Lélia Abramo assinou minha carteira e ainda nos ofereceu uma sala no Sated

Também teve a ajuda da Lélia Abramo?

E, no Brasil, como foi o início de sua vida sindical?

Lazzarini - Ela assinou a minha Carteira. E nos ofereceu uma sala no Sated, dizendo: façam o que quiserem, com independência. Só tinha um pequeno problema: o Sated estava no enquadramento sindical da cultura e comunicação. E nós, técnicos, somos indústria. Então, o patrão não assinava acordos conosco, alegando que não éramos indústria. Foi preciso categorizar o setor? Lazzarini - O pessoal de publicidade que trabalhava no cinema, em São Paulo, tinha problema de entrar no Sated. A Lélia propôs que abríssemos uma sede, e não se quebrasse a unidade sindical. Conversamos e dissemos que queríamos nos separar. Fizemos uma assembleia, e assim foi feito. Em 1985, então, havia chegado o momento de fundar efetivamente o Sindicato?

Lazzarini com o cineasta Ugo Giorgetti na sede do SINDCINE

Lazzarini - O Tony de Sousa propôs falar com o Roberto Santos. Marlene França, Tony e eu fomos falar com ele. Propus criarmos o Sindicato e que ele fosse o presidente. Você participou como secretário? Lazzarini - Tentamos formar uma diretoria representativa. Eu dizia que estávamos dando a cara, pois vivíamos da profissão, fazíamos filmes, não dependíamos do sindicalismo. Havia o perigo de sermos excluídos, porque éramos de um Sindicato; o patrão poderia agir assim.

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Lazzarini - Na verdade, ficavam na entidade a Walkiria Lorusso, da administração, e o Tony de Sousa, presidente. Eu era secretário, fazia a parte política. Criamos então um “Livro de Ouro”. E fomos visitar as produtoras, pedindo colaboração. Montamos a estrutura dessa maneira. Vocês tiveram ajuda do diretor Roberto Santos? Lazzarini - Ele chegou a pagar contas de luz e telefone. Foi uma ajuda inestimável no início do SINDCINE. Era maravilhoso, como cineasta e pessoa.

ro No início, colocávamos dinhei do próprio bolso. Decidimos ter logo procurar uma sede e man as portas sempre abertas

Chegou a sofrer retaliação? Lazzarini - Não, porque na época éramos poucos profissionais, que se davam muito bem com as agências, com os anunciantes, e essa cadeia não pôde ser quebrada. Enfrentamento na nossa categoria é complicado, é o que eu falo: nós não temos indústria. É essa a razão. A categoria profissional não tem muita força? Lazzarini - Temos debilidades pelo fato de sermos todos freelancers. A Europa sente muito isso. Estive num encontro sindical na Hungria, em que os espanhóis mostraram estar angustiados. Eu aconselhava sempre calma; dizia que o Brasil também enfrentava problemas. A Carta Sindical, cassada no fim da década de 70, foi recuperada em 1986. Como foi esse recomeço? Lazzarini - No início, colocávamos dinheiro do próprio bolso. Decidimos logo procurar uma sede, e manter as portas sempre abertas. Foi na rua Treze de Maio, 312. O Sindicato começou a criar então um cotidiano?

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Na década de 90, com a extinção da Embrafilme e a crise política criada pelo governo Collor, o Sindicato enfrentou quais problemas? Lazzarini - Na época, recebi proposta de Portugal, renunciei à secretaria e fui pra Europa. E o Tony de Sousa é que segurou tudo por aqui. Após a fase europeia, você regressou ao Brasil e voltou a atuar como profissional e ativista sindical. Era final dos anos 90, período em que parecia haver uma retomada do cinema nacional. Houve reflexos dessa retomada no SINDCINE? Lazzarini - Como digo: a gente sente reflexos aqui quando se fala de indústria, não quando há prêmios. Isso ocorreu a partir de “Central do Brasil”, “Carandiru”, quando aqueles que só trabalhavam em publicidade se arriscaram a fazer longa-metragem. O que acontecia antes? Saíamos do mercado durante dois meses pra um longa-metragem, quando voltávamos para o mercado publicitário, nossos clientes já tinham outros técnicos. Ficávamos sem trabalho. Nos anos 2000, o SINDCINE se firmou como órgão de classe. Quais foram, a seu ver, as grandes conquistas nestes 30 anos junto à categoria e a governos?


Lazzarini - Ressalto alguns itens muito importantes. No nosso trabalho político, conseguimos participar no Conselho Consultivo da Secretaria de Audiovisual, Conselho Superior de Cinema e Conselho Consultivo de Comunicação Social. Formamos a Federação de Técnicos de Cinema, em países como Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia e Paraguai, via UNI-MEI. Uma das maiores conquistas talvez seja o fato de sermos o único Sindicato a ser contemplado pela UNI-MEI com verba pra montar as subsedes.

te nos reunirmos de vez em quando. A certa altura, propus a criação de uma Federação de técnicos de cinema. Não temos verba para nos autossustentar, por que, quando fazemos uma reunião de Sindicatos da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, são necessárias cinco passagens, cinco estadas, e não temos sempre como disponibilizar isso.

Como conseguiram esse apoio da uNI-MEI?

Acredita numa formação profissional e técnica conduzida por um Sindicato de classe?

Lazzarini - Firmamos acordo, por meio da UNI-MEI, com a Finlândia, e fomos contemplados com a verba que permitiu a ampliação.

Lazzarini - Formação profissional, técnica e sindical - uma coisa tem que estar com a outra. As pessoas não vão participar se não houver educação mostrando o que é um Sindicato.

Lazzarini - Quando o SPCine se formou, estivemos na abertura, conheci o então ministro Juca Ferreira e outras figuras. Contudo, o SINDCINE não foi chamado para esse Conselho, e nós cobramos. A atuação política é muito complexa. Quando entrei na UNI-MEI, meus companheiros da Argentina, Chile e Uruguai achavam coisa de americanos, que não valia a pena, era só pra fazer turismo sindical. E como defendeu sua decisão?

Lazzarini - A primeira era assinar a Convenção Coletiva, e conseguimos. A segunda é manter a unicidade sindical. Porque se houver quebra da unicidade sindical, e se, por exemplo, abrirem um Sindicato de cinema aqui em frente, o patrão vai poder optar pelo Sindicato que lhe dê melhores condições do que este. Teríamos, então, de estar preparados e nos adequar.

Seria, então, uma meta para o futuro? Lazzarini - Sim. Sindicato deve ter atuação social. Que outras coisas a entidade pode oferecer além de discutir acordo coletivo? Podemos oferecer reciclagens, cursos, formação etc. Uma conquista histórica do SINDCINE foi estabelecer o seguro obrigatório nas filmagens. Falei sobre isso aos espanhóis, eles responderam que isso era coisa do governo, na Espanha. E nós conseguimos aqui.

Lazzarini - Disse-lhes que tudo bem. Mas imaginassem que amanhã assumisse um governo ditatorial. Logo, nos chamariam de comunistas, anarquistas e sumiriam com todos. Estando com a UNI-MEI, eles podiam fazer alarde caso algo acontecesse de negativo.

A prioridade é a assinatura da convenção coletiva. A meta é manter a unidade

A atuação política é determinante?

Passados esses anos todos e vividas todas essas experiências, quais seriam as metas principais do SINDCINE, hoje?

Em que consiste essa parceria. Já houve resultados concretos? Lazzarini - Essa organização permi-

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Cineasta e sindicalista

Roberto Santos está PERFIL

no centro dessa história

R

oberto Santos nasceu em São Paulo, em 1928, e faleceu em 1987. Autor de clássicos do cinema brasileiro, como “O Grande Momento” (1957) e “A Hora e Vez de Augusto Matraga” (1966), é figura importante do Cinema Novo. Atuou também como roteirista, professor de cinema na ECA/USP, assistente de direção, diretor, produtor de cinema e televisão. Foi um dos grandes incentivadores da criação do SINDCINE. Entrevistamos sua esposa, Marília Santos, cujo depoimento foi colhido em nossa sede. Presente na vida profissional e política do marido, ela conta que a sua consciência sindical surgiu desde cedo: “Era uma herança familiar. Roberto era atuante porque seu pai foi um homem de esquerda. O seu avô espanhol era anarquista, e o Roberto sempre participou desde jovem de manifestações políticas. Na época os atos eram no Anhangabaú”. Roberto Santos participou ativamente nos primeiros tempos do SINDCINE. Mais experiente, ele foi importante conse-

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lheiro dos que buscavam construir a entidade da categoria. Ele entendia ser necessário criar um Sindicato que representasse os profissionais. Dona Marília conta: “Sua postura inspirava confiança em todos. Ele era respeitado tanto por políticos como religiosos e, claro, pelo pessoal do meio”. Roberto Santos se iniciou profissionalmente com o próprio pai, que era fotógrafo - que, certamente, deve ter influenciado o jovem na carreira como diretor de cinema e sindicalista. Ela relata: “O seu pai tinha um estúdio na Mooca, que depois se mudou para a Rua Sete de Abril, no Centro, onde o Roberto o ajudava. Em seguida, ele fez um curso de cinema para atores e técnicos, que durou dois anos”. Esse curso era oferecido pelo Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, organizado pela prefeitura e coordenado pelo cineasta Alberto Cavalcanti. A consciência profissional e sindical veio dessas experiências, e pelo fato dele ter trabalhado em estúdios importantes como Multifilmes, Vera Cruz e Brasil Filmes.


Ao seu legado cinematográfico, que é relevante na filmografia nacional, juntam-se o seu estímulo e apoio às lutas sindicais, às quais o cineasta dedicou sempre atenção. A história do SINDCINE está intimamente ligada a Roberto Santos. Sua esposa chegou a colaborar na entidade: “No início, o Sindicato era bem pequeno, não tinha nem trezentos sócios. Eu mesma cheguei a redigir as atas. Depois trabalhei na tesouraria”, ressalta. Deve-se a Roberto Santos o incentivo a um grupo de profissionais de cinema fundar o Sindicato direcionado aos técnicos do setor (ver entrevista com Tony de Sousa nas páginas 18 a 20). O reconhecimento do cineasta é um fato. A Prefeitura de São Paulo homenageou-o batizando com seu nome a Biblioteca Pública Roberto Santos, no Ipiranga. O espaço abriga um grande acervo sobre sua maior paixão: o cinema. Apesar de figurar como personagem central da fundação do SINDCINE, Roberto Santos preferiu concentrar-se nos seus projetos profissionais, mas nunca se desligou do Sindicato.

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ENTREVISTA Tony de Sousa

Criar Sindicato específico foi acerto político

P

otiguar, nascido em 1947, Tony de Sousa tem uma trajetória que congrega o trabalho de cineasta, professor de roteiro e atuação sindical. Presidiu o SINDCINE entre 1987 e 2001. Também atuou no Sated (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo). Vive em São Paulo desde os anos 70. Realizou cinco curtas-metragens e os longas “Avesso do Avesso” e “Expresso para Aanhangaba”. Sua experiência profissional encaminhou-o para o ativismo classista. Aqui, ele rememora os primórdios do SINDCINE e também fala de desafios e perspectivas. Você está ligado ao SINDCINE desde os anos 80, quando foi criada a entidade. Como surgiu a ideia do Sindicato?

Tony de Sousa - Na época se discutia a regulamentação da profissão. O João Batista de Andrade me apresentou a muita gente. Quando comecei a frequentar as reuniões do PCB perguntaram qual era o Sindicato da minha categoria para atuar ali. Me filiei então ao Sated e assumi a diretoria de cinema. Acabei parando na Rua do Triunfo, onde me conscientizei de muitas coisas. O Alfredo Palácios presidia o sindicato patronal da época. Na negociação coletiva do Sated, ele era chamado, mas negava sentar-se à mesa, dizendo que havia impedimento jurídico. O Sated representava uma categoria dos que ficavam na frente das câmeras, mas não os que estavam atrás... Tony - Diziam que o Sated representava uma categoria ligada à cultura, e o cinema era indústria. O Palácios falou en-

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tão que tínhamos que ter Sindicato só de cinema. Conversei com o pessoal mais antigo, e o Roberto Santos me disse que existiu um Sindicato, no início da década de 1960, de maneira efêmera, a Atacesp - Associação dos Técnicos e Artistas de Cinema do Estado de São Paulo. Em 1986, vocês conseguiram a Carta do SINDCINE, assinada pelo ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto. Aí começou a representatividade da categoria?

Vocês conseguiram agregar muita gente. Houve adesão de figuras de peso? Tony - Quando estava no Sated, a maior participação no Sindicato era do pessoal de cinema de longa-metragem, os que saíam da ECA, o pessoal da Vila Madalena, como Hermano Pena, Chico Botelho, João Batista de Andrade. Nessa época o longa estava declinando, a Embrafilme quase acabando. O mercado de trabalho também se ressentia? Tony - O que havia de concreto para nós era o mercado da publicidade. Começamos a atuar muito no segmento. A participação das pessoas era impressionante, os técnicos participavam das reuniões, acreditavam na gente.

Discutíamos no Sated que éramos semp re minoria, e os atores, maior ia. Quando s e organizava u ma assemblei a, tinha mais at ores e meia d úzia de técnicos d e cinema

Conseguiram conquistar direitos e garantias?

Tony - O Roberto Santos questionou o que estávamos fazendo ali, e propôs criarmos um Sindicato específico. Criamos então uma comissão e indicamos o Roberto presidente. Mas ele declinou, e me indicou. Tentamos um acordo coletivo, e nunca conseguíamos - o próprio Tribunal do Trabalho acatava a alegação do patronato de que a categoria não se enquadrava, porque éramos da indústria cinematográfica.

Tony - Outra coisa difícil, mais no setor da publicidade do que no longa-metragem, era o controle de horas. Reivindicamos um controle maior, todos apoiaram. As pessoas não sabiam nem quantas horas trabalhavam. E tinha o negócio da “dobrada” (trabalhador combinava um trabalho de, por exemplo, 12 horas a R$ 500,00; se ultrapassasse esse período, ganhava R$ 1.000,00), quando muitos produtores tentavam não pagar. Decidimos que era preciso controle, e concebemos uma tabela. Muitos diziam que era ilegal. A lei fala em oito horas de trabalho mais duas extras, e seis em estúdio. Imagina, seis horas não dá nem pra preparar o cenário! Chegaram num consenso? Tony - Aceitamos que fossem dez horas, controlando o horário.

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Tony - Nesse período tivemos uma grande batalha. Quando fundamos o SINDCINE, começamos a incluir nossa representação nos órgãos oficiais de cinema, como o Concine, a Embrafilme. Tivemos que conquistar espaço porque as entidades culturais da área já estavam organizadas, como a ABD - Associação Brasileira de Documentaristas, a APAC - Associação Paulista de Cineastas, e nós não tínhamos.

procurei o chefe l, ca di in S ta ar C a iu Quando sa Alfredo Palácios, o s, õe tr pa s do o at ic do sind ora ia negociar. Foi ag e qu u de on sp re e el então e o primeiro acordo o çã ia oc eg n ra ei im pr a

Os trabalhadores começaram a perceber que valia a pena o Sindicato?

Tony - Demorou muito até perceberem. No caso das tabelas, o trabalhador cobrava, por exemplo, R$ 500,00 a diária de 12 horas. Mas, quando fomos negociar, o patrão falou: bom, agora se a gente diminuir pra dez horas, temos que passar para R$ 400,00... queriam diminuir também o valor a pagar. A ação do Sindicato acabou por convencê-los? Tony - Nós dizíamos que íamos lutar por uma tabela mínima, mas cada profissional podia negociar conforme o caso. Os patrões, claro, não queriam uma tabela pelo teto, nem o Tribunal Regional do Trabalho aceitava. A separação do Sated, com a criação do SINDCINE, agregou e fortaleceu a categoria? Tony - A lei de regulamentação que acabou nos abrangendo apresenta coisas mais ligadas ao ator. Mas o trabalhador, o técnico, está acostumado a trabalhar dez, doze horas. Com a separação, pudemos nos dedicar a uma categoria que tinha demandas próprias. Aponte algum fruto das primeiras negociações. Tony - Quando negociamos os primeiros acordos, criamos um modelo de contrato temporário (trata-se do “Termo contratual”). O ganho mesmo foi que, como trabalhavam sem vínculo com a empresa, quando acontecia um acidente ninguém assumia a responsabilidade de pagar um hospital. Então, anexamos nesse contrato a obrigatoriedade do seguro. Que dificuldades enfrentaram no governo Collor, que, inclusive, extinguiu a Embrafilme?

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A categoria também começou a diversificar seu perfil? Tony - Apareceu uma área nova no Sindicato, que não havia, o pessoal que trabalhava com vídeo, em publicidade e institucional. Antes só havia quem trabalhava com cinema. Esse pessoal foi ficando importante. Acredita que há um desafio para a formação desses profissionais. O que o SINDCINE pode fazer? Tony - O Brasil tem um problema histórico, por não ter criado uma indústria cinematográfica consistente. A televisão, sim, conseguiu. Na época da Vera Cruz, houve o cuidado de trazerem especialistas e grandes profissionais nas áreas de som, imagem, fotografia. Isso se perdeu um pouco. Em Hollywood, um profissional tem muito tempo pra se formar bem. Um assistente de câmera fica anos até se tornar primeiro assistente. Aqui perdemos essa hierarquia; por isso somos muito caóticos na formação. Quando você traça uma perspectiva, que papel vê para o Sindicato que ajudou a fundar há 30 anos? Tony - Acredito que se deve pensar a indústria do audiovisual como não sendo só cinema, que abrange muita coisa. Não pode ficar circunscrito só a essa área, tem a indústria do vídeo game, por exemplo. E a formação profissional precisa levar em conta isso. O Sindicato precisa se projetar mais dentro dessa nova realidade tecnológica e profissional.


“g

Sou muito

rata

pelo que faço e aprendo

ENTREVISTA WALKIRIA LORUSSO

E

la é a primeira funcionária do SINDCINE. Acompanhou a criação e a consolidação da entidade, atuando em todos os processos internos e nas lutas desses 30 anos. Assistiu a várias batalhas por mais direitos, ajudando também a criar mecanismos legais pró-categoria. Aos 65 anos, Walkiria Lorusso é, ao mesmo tempo, funcionária, ativista e célula dinâmica da entidade.

Recorda-se dos primeiros tempos do SINDCINE, quando se recuperou a carta cassada da Associação, para que fosse criado o Sindicato? Walkiria Lorusso - Nunca tinha entrado num Sindicato. Cheguei aqui em 9 de março de 1986, quando era Associação profissional. Havia muito por fazer. Minha função era receber as pessoas e atender telefone. Mas não me limitei a isso. Estavam literalmente começando do zero? Walkiria - Havia só uma máquina de escrever doada por uma produtora e não funcionava bem. Depois o Sindicato conseguiu comprar uma Remington eletrônica, foi uma evolução e tanto! Só tive computador em 2002. Mas deve ter sido um período de aprendizado? Walkiria - Nessa época, tínhamos os documentos da transformação da Associação em Sindicato. O ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, deu-nos dois anos pra concluir a documentação. Tive que estudar a lei de regulamentação.

aqui

E como foi mobilizar a base? Walkiria - Convocamos assembleia e reunimos duzentas e tantas pessoas; nos primeiros tempos foi essa luta. Como agregavam novos sócios, que recursos havia para fazer a entidade funcionar? Walkiria - Havia uma responsável, a Célia Padilha, que tinha vindo da antiga Vera Cruz. Ela ia de produtora em produtora com um “livro de ouro” angariando fundos. Trazia fichas de filiação e eu registrava. E isso bastava? Walkiria - As publicações de editais, luz, telefone etc., tudo foi pago com esse dinheiro. Não tínhamos mais nada. Hoje, os problemas são os mesmos?

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Walkiria - Quanto ao desinteresse da categoria? Sim, quando acontece algo grave lembram que existe Sindicato... Sempre quando não são pagos ou em caso de acidente. Mas certamente, nesses 30 anos, guarda a memória de muitas histórias... Walkiria - Sim, muitas histórias. Não havia Convenção Coletiva, por conseguinte precisávamos aprimorar tudo, buscando inserir garantias ao trabalhador. Agora, o que o Sindicato oferece? Walkiria - Nos primeiros meses do recebimento da Carta Sindical, fui procurada por um técnico que sofreu um grave acidente voltando de uma filmagem, que o deixou incapaz para o trabalho. Ele perdeu quase tudo por causa do acidente, estava morando de favor, só a esposa trabalhando. Ele me disse que tinha vencido o processo, e a empresa recorreu e perdeu novamente. Perguntei se tinha cópia. Lendo, descobri que faltava pouco tempo para a prescrição, ele tinha direito a receber uma indenização de seguro mantido pela empresa causadora do acidente. Me lembrei que um amigo era diretor da seguradora em questão. Tinha que ajudar aquele senhor. E consultou advogados? Walkiria - Conversei com muitos. Mas o ponto era o meu amigo da seguradora, que me perguntou, depois de ver o processo, o dano e o direito, se havia tabelas de Piso Salarial do Sindicato para cálculo da indenização. No final dos anos 80, era reajustada a cada três meses. Faltando 20 dias para prescrever, ele me ligou: “Ache o seu trabalhador porque o dinheiro dele está disponível”. Era a indenização? Walkiria - Ele morava em Itapecerica. E não tinha telefone. Lembrava que a esposa trabalhava numa indús-

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tria, e fui atrás. Encontrei a senhora e ele recebeu tudo. Fiz toda a instrução de como ele deveria proceder, porque era um bom dinheiro. Ele se tornou sócio do SINDCINE... Walkiria - Anos depois, numa assembleia, alguém disse que o Sindicato não ajudava ninguém. Chamei esse senhor e ele falou: “Não foi o Sindicato, foi a senhora que fez”. Fiquei brava. No mínimo, era preciso o reconhecimento do nosso trabalho. Só pude ajudar porque estava aqui. E você se especializou nesse tipo de questão? Walkiria - Conversei com várias pessoas do meio sobre o assunto, pra aprender mais. Em 1993, finalmente conseguimos inserir o seguro na Convenção, embora as produtoras resistissem. O SINDCINE tinha tentado em 1991, 1992, sem conseguir. Foi uma conquista difícil, então? Walkiria - Os patrões não queriam aceitar. Houve um patrão novo que resolveu brigar comigo quando defendíamos o direito do trabalhador, pois lhe era sonegada a Previdência, que é obrigação. Esse patrão faltou com respeito, e me mandou calar a boca. Enfim, conseguimos aprovar o seguro, que passou a ser obrigatório para todas as filmagens. Tempos depois houve um acidente e sete pessoas sofreram graves queimaduras. Qual era a produtora? A daquele patrão. O SINDCINE ampliou esse tipo de garantia? Walkiria - Estabelecemos ajuda a acidentados e doentes, sempre dentro da lei. Na época, havia uma lei em que o filme estrangeiro precisava passar por um processo de adaptação, tinha que ser contratada mão de obra nacional. Só que o filme já vinha pronto. Mas empresas como a Coca-Cola queriam cumprir a lei, então nos enviaram um pool de advogados...


E qual o resultado dessas tratativas? Walkiria - Conseguimos estabelecer, em um acordo, que, em todos os filmes importados, obrigatoriamente, a equipe brasileira seria composta por trabalhadores acidentados, idosos sem renda pra sobreviver, e receberiam seus cachês. Como parte do trabalho que o SINDCINE teria, se abriu uma conta que chamamos “Fundo Social”, que não pode ser utilizada, a não ser em benefício exclusivo pra custear medicamentos, próteses, exames dos membros necessitados da categoria. Muitas vezes o sócio não tem ideia das demandas e conquistas, nem desse apoio nos momentos complicados? Walkiria - Não sabem a quem recorrer. Houve um técnico que ficou tetraplégico num acidente no Norte do País, aos 32 anos e pai de quatro filhos. Acompanhei o processo do rapaz por nove anos. Lendo o laudo e o boletim de ocorrência do acidente, vi que no automóvel alugado de empresa conceituada, em que estava a vítima, constava que o motorista não tinha habilitação... Encontrou a brecha que precisava... Walkiria - Depois de vários recursos por parte das empresas envolvidas, esse senhor passou a receber, desde o dia do acidente e enquanto viver, 15 salários mínimos por mês... Aponte outra grande conquista. Walkiria - Descobri que, após vários anos, quando foi criada a Ancine, não havia mais como ajudar os técnicos com dinheiro do fundo. Percebi que o seguro criado em 1993 era bom porque dava ao técnico a garantia de indenização em caso de morte, mas tinha lacunas. O seguinte: se morrer, a família recebe; se ficar inválido, ele recebe, e ainda assistência médica em dinheiro para assisti-lo. Mas ele é freelancer, vai viver do quê? Dê um exemplo de um outro benefício efetivo. Walkiria - Ano passado, numa filmagem no autódromo de Brasília, um diretor de fotografia se acidentou. Ele não era sócio. Foi atropelado pelas costas durante as filmagens, quebrando várias vértebras. Eu lhe disse que, como ele

As publicações d e editais, contas de luz, telefone, tudo foi pago co m dinheiro angaria do com um livro de ouro que cria mos. Não tínham os absolutamente n ada

não era associado, tentaria resolver junto à produtora. Aconselhei-o a fazer um contrato, porque a produtora era responsável em pagá-lo até que ele recuperasse a capacidade laboral. A produtora tinha responsabilidade civil, criminal e trabalhista. Ele conseguiu o pagamento de R$ 10.500,00, ao longo de dez meses, até voltar ao trabalho. Com toda a sua experiência, qual o conselho ao trabalhador desinteressado em participar do Sindicato? Walkiria - Meu conselho principal: nunca deixe de pagar a Previdência. A vida profissional neste meio é muito curta. Antes, as pessoas trabalhavam até os 70 anos. Hoje, aos 40 ou 50, são substituídas por iniciantes, que não exigem o cumprimento de nada pra entrar no mercado, e os acidentes acontecem e você fará jus ao equivalente aos seus recolhimentos. No caso de um jovem, o que o atrairia para ficar sócio? Walkiria - Nós garantimos Piso salarial decente. Hoje, um assistente de câmera ganha R$ 791,00 por dia, por seis horas. A partir daí tem 75% a cada hora extra. Criamos um controle de horas efetivo. Eles criaram aplicativos de celular e cobram tudo. O SINDCINE disponibiliza cursos... Walkiria - Uma parte da categoria tem pouca instrução. Aqui, oferecemos cursos, que ajudam. Qual o balanço pessoal destes 30 anos de atuação no Sindcine? Walkiria - A entidade que ajudei a criar há 30 anos está consolidada. O SINDCINE cumpriu toda a parte social que tinha de cumprir, fazendo com que as pessoas tivessem mais direitos. Sou muito grata por estar aqui, ter aprendido e feito muita coisa pra tanta gente. O Sindicato protege e defende a categoria.

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Ele

assinou nossa

Carta Sindical

DEPOIMENTO aLMIR PaZZIanoTTo

A

lmir Pazzianotto Pinto assinou nossa Carta Sindical em 23 de dezembro de 1986. A assinatura, pelo então titular da Pasta do Trabalho, era o reconhecimento, pelo Estado brasileiro, da nossa entidade de classe. A revista comemorativa dos 30 anos do SINDCINE fez questão de ouvir o dr. Almir, reconhecido advogado trabalhista, que fora nomeado ministro por Tancredo Neves. Seu depoimento, a partir de algumas questões indicadas por nosso Sindicato, constitui rico testemunho daqueles tempos de luta pela redemocratização e transição entre um regime de força e o nascente Estado de Direito. Agradecemos ao dr. Almir e reafirmamos nosso respeito por sua trajetória profissional e vida pública.

aLGUMaS QUeSTÕeS • O senhor foi ministro do Trabalho nomeado pelo presidente Tancredo neves, que adoeceu e veio a falecer sem tomar posse. Sua atuação à frente da Pasta, portanto, ocorreu durante o governo Sarney. como foi ser ministro do homem que era vice, vinha da Arena e comandava um governo de transição? • Um regime autoritário não se desfaz da noite para o dia. Sua atuação na Pasta do Trabalho,

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num momento de ascensão do sindicalismo, sofreu pressões de remanescentes da ditadura? • Sua gestão à frente do Ministério do Trabalho é reconhecida pela relação simpática ao sindicalismo e habilidosa na administração de conflitos. O senhor considera ter ajudado a consolidar o sindicalismo, que havia sido duramente reprimido pelo regime militar? • Numa conjuntura de reorganização das categorias, surgiu o

Sindcine e o senhor assinou nossa carta. nossa experiência anterior era uma Associação de classe, cassada em 1969. Por que era importante aos trabalhadores no cinema e publicidade disporem de entidade própria? • O Brasil, que construiu um forte mercado de trabalho na televisão, não conseguiu formar uma indústria cinematográfica efetiva. Em que medida nosso País, com mais de 200 milhões de habitantes, pode construir essa indústria? E de

que modo um Sindicato pode ajudar nesse sentido? • O senhor foi advogado sindical, secretário do Trabalho no Estado de SP, deputado, ministro do Trabalho e ministro do Tribunal Superior do Trabalho, corte que chegou a presidir. Sendo assim, que aconselhamento daria às direções sindicais de hoje? • E, na sua visão, o sindicalismo pode ampliar seu poder transformador?


Conheci o presidente José Sarney naquela noite. O termo de posse, datado de 15 de março de 1985, tem o seu autógrafo na qualidade de vice-presidente no exercício da Presidência da República. A convivência revelou-se tranquila com o passar dos dias. O País se encontrava em crise, agravada pela ausência de Tancredo Neves, que viria a falecer em 21 de abril. Mais difícil do que a minha era a situação do presidente José Sarney, desprovido de representatividade e legitimidade, com dificuldades para ser aceito pelo PMDB, que reconhecia como líder o dr. Ulysses Guimarães, e queria vê-lo na presidência. Pesava o fato de haver sido membro do regime militar, e presidente da Arena (partido oficial da ditadura - nota nossa), que abandonou para apoiar o dr. Tancredo Neves. Sarney foi a ponte entre os dissidentes da Arena e o PMDB. Sem esse apoio, o dr. Tancredo Neves não teria a maioria necessária para se eleger. O País lhe deve esse reconhecimento. Importantes membros do regime militar aderiram à Nova República. Um deles foi Antonio Carlos Magalhães. A posse do presidente Sarney foi assegurada pelo general Leônidas Pires Gonçalves, que seria ministro do Exército. A notícia da doença do dr. Tancredo Neves despertou ilusões entre membros do período autoritário, os quais não aceitavam José Sarney e se recusavam a admitir que o governo fosse entregue a Ulysses Guimarães. Entre a noite de 14 e o amanhecer de 15 de março, foi o general Leônidas quem impôs a Sarney que tomasse posse, e repeliu tentativa de ex-ministro militar que ameaçava abortar a transmissão do cargo. Transmissão que não houve, pois o presidente João Batista Figueiredo recusou-se a entre-

gar a faixa cerimonial a José Sarney, deixando o Palácio do Planalto pela garagem. Fase de mobilizações que alguém comparou à abertura de panela de pressão. Assumi o ministério com greve em andamento no ABC, deflagrada pela CUT e apoiada pelo PT e, dias depois, dos empregados de empresas de ônibus de Brasília, realizada pela oposição à diretoria do Sindicato. A memória do regime autoritário, presente em companheiros de ministério, fazia com que cogitassem de restabelecer a ordem com medidas arbitrárias, como intervenções em Sindicatos e cassações de dirigentes. A sensação que tinha é de que, em algum momento, sindicalistas desejassem o mesmo, para fugir à responsabilização pelo insucesso da greve. Cheguei mesmo a dizer a um deles:

Os empregados da indústria cinematográfica devem gozar de amplo direito de organização sindical. Nesse aspecto, pautava a minha conduta pelas normas da Convenção nº 87 da OIT - Organização Internacional do Trabalho, embora não ratificada pelo governo. Em minha opinião, trabalhadores e empregadores devem se beneficiar dos princípios de autonomia de organização e liberdade de associação, presentes na Convenção 87, aprovada pelo OIT em 1948. O Brasil deveria ter presença maior no cenário internacional, como produtor de filmes de entretenimento, ou de finalidades comerciais. O cinema, combinado com a televisão e, hoje, a internet, pode ser importante gerador de trabalho e riqueza. A Índia possui significativa indústria cinematográfica. Creio que o Sindicato deve e pode ajudar nesse sentido. Como fazê-lo é discussão a ser realizada pelos traba-

O decreto de nomeação para ministro do Trabalho foi assinado pelo dr. Tancredo Neves poucos minutos antes de ser internado no Hospital de Base, em Brasília.

Reconheci, aproximadamente, 1.270 entidades sindicais. Nunca sofri mandado de segurança

“Se você conta com a intervenção, esqueça. Se a greve for vitoriosa você colherá os louros da vitória. Se fracassar você comunicará o fracasso aos trabalhadores”. Reconheci, aproximadamente, 1.270 entidades sindicais. Se o processo observasse as normas legais, conforme parecer da Comissão de Enquadramento Sindical, a entidade obtinha a Carta Sindical. Jamais submeti qualquer pedido de reconhecimento ao exame do SNI - Serviço Nacional de Informações, embora houvesse, no último andar do Ministério do Trabalho, uma seção do órgão de informações. Agi com liberdade. Jamais o presidente Sarney ou o general Ivan de Sousa Mendes, ministro-chefe do SNI, tentaram interferir em minhas atividades.

lhadores, com a qual me disponho a colaborar. Creio que o Brasil do século XXI pouca semelhança guarda com o País dos séculos XX e XIX. Três são as molas propulsoras do desenvolvimento neste século: globalização, automação, terceirização. Há mais de 30 anos a Europa discute a crise que assola o mercado de trabalho. Estamos com cerca de 12 milhões de desempregados. Milhares de pequenas, médias e até grandes empresas fecharam as portas em situação de penúria. O sindicalismo será agente transformador se abandonar tabus e encarar a realidade. Gerar empregos é o maior desafio que enfrentamos. Não dispomos de muito tempo para resolver o problema, que é hoje o mais grave da humanidade.

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o

t n e m i o p e D

o m i x Má

o r r Ba

Professor de cinema da FAAP, montador e escritor, Máximo Barro é uma figura conhecida do cinema paulista. Escreveu vários livros sobre cineastas, como José Carlos Burle, Agostinho Martins Pereira, o músico Rogério Duprat e o ator Sérgio Hingst. É, também, reconhecido pela montagem de filmes de diretores como Mazzaropi, José Mojica Marins (Zé do Caixão), Walter Hugo Khouri, Ozualdo Candeias e Sílvio de Abreu, entre outros. Paralelo a isso, tornou-se um dos mais ferrenhos defensores do Sindicato, sendo um dos sócios mais antigos do SINDCINE, com a carteirinha nº 732. Suas memórias resgatam os primórdios do sindicalismo da categoria, como podemos ler neste depoimento exclusivo.

“Não existia produtora cinematográfica em São Paulo nas décadas de 30 e 40. As atividades aqui começaram em dezembro de 1949, com a implantação da Vera Cruz, encampada pelo industrial italiano Franco Zampari, radicado no Brasil, e o cineasta brasileiro Alberto Cavalcanti. Foi durante as filmagens de ‘Caiçara’ e ‘Terra é sempre terra’. Apesar de Cavalcanti ser socialista, na equipe comandada pelos ingleses – que naquele momento tinham os Sindicatos mais avançados do mundo – os técnicos da Vera Cruz trabalhavam até 12 horas por dia. Com a posterior saída de Cavalcanti da produtora, e a chegada dos italianos que também vinham amparados por Sindicatos de enorme eficiência, o trabalho na Vera Cruz tornou-se igual a qualquer empresa industrial paulista. O surto da Vera Cruz provocou o aparecimento de outra produtora, a Maristela, capitaneada por outro italiano, Mario Civelli, que não respeitava a lei trabalhista brasileira. Alguns direitos da CLT eram acolhidos, porém salários, hospitalizações, ingresso e saída da empresa eram ignorados. A Maristela incorporou alguns técnicos brasileiros, entre eles, Alex Viany e Carlos Ortiz, que pertenciam ao PCB. Eles se adiantaram a todos e lançaram a APC - Associação Paulista de Cinema, que tentou agregar a classe. Para conquistar associados, a APC aceitava desde técnicos renomados até colecionador de fotos de Oscarito. Os três congressos de 1951, 52 e 53, sob a orientação da APC, realizados em São Paulo e no Rio, discutiram sobre contratos trabalhistas, mas nada se efetivou. Alguns técnicos da Vera Cruz abandonaram, então, a APC e tentaram fundar um verdadeiro Sindicato defensor da causa trabalhista. Com Agostinho Martins Pereira à frente, enviaram uma carta para cinquenta técnicos, convidando-os para uma reunião no Masp, onde discutiram

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vários planos. A maioria optou por começar a sindicalização por vias normais, isto é, por meio de uma Associação. Por quase uma década, técnicos e atores como Sérgio Hingst, John Herbert, Roberto Santos, Plínio Garcia Sanches se reuniram nesta associação. Finalmente, em fevereiro de 1964, obtivemos a chancela do presidente da República, João Goulart, e a nossa Carta Sindical. Nunca esbarrei com ninguém que antes de 1953 houvesse reclamado de problemas trabalhistas. Os problemas existiam, sim, mas nunca afloravam na ditadura getulista.”


Conselho de Comunicação do Senado

Sindicato amplia

participação institucional

O

SINDCINE vem ampliando a participação em instituições e órgãos relacionados ao cinema, cultura e segmentos afins. Esse processo se desenvolveu ao longo dos anos, e sobretudo a conquista de uma representatividade efetiva da categoria. Hoje, o Sindicato possui um papel relevante junto às mais diversas entidades.

de-membro da organização que agrega a sociedade civil.

SPCine - Somos entidade-membro do Comitê Consultivo, a partir de maio deste ano.

Secretaria Municipal de Cultura/SP Somos entidade participante da Comissão de Averiguação e Avaliação de Projetos Culturais.

Conselho de Comunicação do Senado O presidente Pedro Pablo Lazzarini é conselheiro. Conselho Superior do Cinema - Pedro Pablo Lazzarini é suplente, representando a sociedade civil. Um dos pontos de nossa atuação é a defesa da continuidade do CBC – Conselho Brasileiro de Cinema. Congresso Brasileiro de Cinema - Somos entidade-membro e um dos nossos pleitos é que sejam realizadas outras edições do Congresso. Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação - SINDCINE é entida-

Secretaria de Estado da Cultura/SP Somos entidade participante da comissão julgadora do Prêmio Estímulo; entidade participante da comissão ProAc (consultivo). Entre nossas atribuições está avaliar editais de fomento para projetos e produções.

Conselho Estadual de Cultura do Paraná - Nosso representante, Jefe Miranda, é conselheiro. Nossa participação é uma forma de defender a categoria. Dessa maneira, o SINDCINE efetua a cobrança para que se respeitem as condições da Lei 6.533/78, bem como garantias laborais da Convenção Coletiva de Trabalho. No que tange a eventual participação no Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, nosso papel é consultivo, apreciando matérias e outras iniciativas legislativas. 27


INTERNACIONAL encontro na sede do SiNdciNe em São Paulo, com representantes da UNi-Mei, Sask e Teme

PARCERIAS

CONSOLIDAM

REPRESENTAÇÃO SINDICAL

E

m 2008, o SINDCINE articulou o projeto de ampliação para outros Estados onde não havia representação da categoria. A dimensão continental do País e os custos inerentes a uma iniciativa desse porte dificultavam a concretização.

Mas a diretoria persistiu. E a ampliação se consolidou graças à parceria com entidades internacionais, que nos possibilitaram viabilizar subsedes nos Estados que compõem a base do SINDCINE.

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A partir da esquerda, Jim Wilson, ex-diretor da UNI-MEI, e o atual diretor Johannes Studinger; Liisa Mery (Sask) e Raimo Söder (Teme) O SINDCINE está representado no comitê executivo da UNI-MEI. Anna Paola Martino participa, desde 2015, de reuniões organizadas pela entidade, onde discutem vários projetos, tais como os papéis de gêneros da categoria, questões salariais, tomadas de decisão e a inserção das mulheres no setor.

O primeiro apoio veio através da UNI-MEI, divisão da UNI Global Union (www.uniglobalunion. org), que representa trabalhadores da mídia, entretenimento e arte, em cerca de 140 países. Também foi decisiva a parceria com o Sask Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia (www.sask.fi/englanti) e o Teme - Sindicato de Teatro e Mídia da Finlândia (www.teme.fi). Tais entidades são solidárias à organização classista internacional. A UNI-MEI está sediada em Bruxelas. Apoia Sindicatos e Associações, dá suporte às afiliadas para parcerias binacionais ou multinacionais. Também atua em casos de conflitos laborais, violação dos direitos humanos ou supressão da liberdade de expressão. A Uni Global Union, com sede na Suíça, representa 20 milhões de trabalhadores em mais de 150 países. Um dos pilares de sua atuação é a garantia do chamado trabalho decente,

conforme orienta a OIT - Organização Internacional do Trabalho. O Sask coopera para o desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. Foi fundado em 1986 e possui cerca de 1,7 milhão de finlandeses que integram seus quadros. O Sask colabora com o surgimento de Sindicatos em todo o mundo e promove ações de solidariedade classista. O Teme é uma organização cultural que reúne Sindicatos de várias categorias da Finlândia. Agrega profissionais, estudantes, trabalhadores autônomos e assalariados nos segmentos do teatro, dança, cinema e produção de TV. São mais de 4.800 membros, e inclui ainda artistas, técnicos e professores. A abertura das subsedes amplia a presença do SINDCINE em importantes regiões brasileiras e valoriza a atuação profissional dos nossos representados, que, antes, não dispunham de cobertura sindical própria.

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PROFISSIONAIS -

Atuam por trás das câmeras assistentes de direção, de câmera, de produção, de maquinaria, geradoristas, eletricistas, camareiras, contrarregra, entre outros. A dedicação e o profissionalismo desse elenco contribuem para que um anúncio ou longa-metragem se realize e se mostre na tela do cinema ou na TV.

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31


Sede

Antes

em SP e subsedes estaduais fortalecem categoria

32


Antes

Depois

SEDE

SÃO PAULO - Rua Coronel

Artur Godoi, 218, Vila Mariana, SP, CEP 04018-050. Telefone (11) 5539.0955. Funcionamento - Segunda a sexta, das 9 às 18 horas.

D

Site: www.sindcine.com.br Email: sindcine@sindcine.com.br

ez anos após a criação da nossa entidade, inauguramos, em 1996, na capital paulista, a sede própria do SINDCINE. O imóvel havia sido adquirido em 1995, mas era preciso uma ampla reforma, para alterar seu interior a fim de propiciar espaço e conforto aos funcionários e usuários. A sede fica no bairro da Vila Mariana, num terreno de 360 m2 – com 286 m2 de área construída. O imóvel dispõe de nove cômodos, entre os quais um auditório com 60 lugares, sala de aula para 30 pessoas e ainda sala de reuniões. Nossa sede disponibiliza instalações para duas associações: Astim - Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria e Acasp - Assistentes de Câmera Associados de São Paulo, para atendimento dos integrantes desses segmentos.

Antes

O auditório é um espaço bastante utilizado, pois recebe regularmente cursos de formação, debates, mesasredondas e encontros da nossa categoria ou reuniões com órgãos patronais. O SINDCINE atua com uma equipe enxuta, mas muito ativa. São oito funcionários que trabalham sob orientação da diretoria, no sentido de prestar o melhor atendimento aos sócios, dirimir dúvidas e resolver problemas relativos ao exercício profissional. A sede é também o endereço onde nossos advogados atendem a categoria, por meio de plantões.

Depois 33


SUBSEDES

N

ossas subsedes estaduais foram inauguradas a partir de 2008. Parceria com entidades internacionais (ver páginas 28 e 29) asseguraram o sucesso da empreitada. Hoje, nossos sócios do Centro-Oeste, Sul e Sudeste conseguem resolver demandas diversas.

José Carlos Garcia, diretor da subsede do Rio Grande do Sul

Rio Grande do Sul Diretor Celso Barbin, responsável pela subsede do Distrito Federal

Distrito Federal SCS, Quadra 4, Bloco A, 209, conjunto 304, Brasília. Telefones (61) 3045.6188 e (61) 3064.4188. Email: sindcinedf@sindcine.com.br A sede de Brasília concentra o atendimento aos sócios dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Iniciou as atividades em 2010.

Rua dos Andradas, 943, conjunto 1.410, Porto Alegre. Telefones (51) 3061.9506 (51) 3062.1006 e 3061.9506. Email: sindciners@sindcine.com.br Iniciou as atividades em 2009. SERVIÇOS - Fornecimento de atestado de capacitação profissional; seguro de incapacidade temporária; homologação; orientações e assistência jurídica trabalhista e previdenciária, apoio para cobrança de cachês atrasados e assessoria contábil.

SERVIÇOS - Fornecimento de atestado de capacitação profissional; seguro de incapacidade temporária; homologação; orientações e assistência jurídica trabalhista e previdenciária, apoio para cobrança de cachês atrasados e assessoria contábil.

Paraná Avenida João Gualberto, 1.731, conjunto 1.102, Curitiba. Telefones (41) 3039.6175 e (41) 3039.5825. E-mail: sindcinepr@sindcine.com.br

Diretora Luciane Bertolli, coordenadora da subsede do Paraná

A sede do Paraná foi inaugurada em 2009. SERVIÇOS - Fornecimento de atestado de capacitação profissional; seguro de incapacidade temporária; homologação; orientações e assistência jurídica trabalhista e previdenciária, apoio para cobrança de cachês atrasados e assessoria contábil.

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Aproximação - Para Nivaldo Honório da Silva, nosso diretor-tesoureiro, a presença do Sindicato nessas capitais “criou uma proximidade e se tornou um ponto de referência para os trabalhadores”. Com a abertura física, o SINDCINE passou a ter um rosto e a trabalhar junto com os profissionais. “Mostramos que era importante ter uma entidade representativa, ainda que em muitos locais o número de técnicos fosse pequeno. Passados esses anos, creio que o balanço é excelente, demonstrando que a iniciativa teve êxito”, afirma Nivaldo. A ampliação do Sindicato propiciou a esses setores da base melhor entendimento acerca do trabalho da entidade. “Nossa representação está mais ativa e efetiva”, diz nosso diretor. AF_an_202x131.pdf

1

10/10/16

10:59 AM

Nivaldo Honório, diretor do Sindcine

ABELE: a infraestrutura profissional do cinema brasileiro está aqui.

Quando uma produção trabalha com as associadas da ABELE Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais, ela pode contar com todo o suporte técnico e a segurança jurídica que só empresas totalmente estabelecidas e regularizadas podem oferecer. É a qualidade e a confiabilidade de que o audiovisual brasileiro precisa para competir com produções mundiais.

(11) 3044-6169 | www.abele.com.br | abele@abele.com.br

Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais

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Dr. Marcelo Mendes Pereira integra o Jurídico do Sindicato

Jurídico

g

oferece ampla assisTência

A

preocupação em bem assistir a categoria é marca do SINDCINE, que, atualmente, propicia assistência trabalhista e previdenciária. A maior cobertura é para os sócios, embora em certas demandas se atenda também o não-sindicalizado.

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multinacional Eyeworks produzia séries como “A Liga” e “Master Chef”, mas não tinha um único empregado contratado segundo a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.

Toda categoria tem demandas-padrão e problemas que, de certa forma, se repetem. No nosso Sindicato, no Jurídico, são os problemas de não-pagamento ou de atrasos. Boa parte dessas demandas acaba resolvida por meio de negociação, tendo por base, sempre, a lei ou a Convenção Coletiva de Trabalho.

A ação foi possível após o auditor do Ministério do Trabalho (que atuou a nosso pedido junto ao Ministério Público) constatar 176 trabalhadores em condição irregular. A ação pleiteia pagamento de todas as verbas dos últimos cinco anos, reparação coletiva por dano moral e, ainda, dumping social (trabalham muito além do que a CLT permite). A ação corre em Vara da Comarca de Osasco, com audiência prevista para até o final deste ano.

Casos - Recentemente, nosso Jurídico moveu ação civil pública contra a empresa ligada à Warner. A

Pejotização - Uma das artimanhas do empregador para não registrar o empregado na Carteira - so-


negando, dessa forma, seus direitos - é contratar o trabalhador como Pessoa Jurídica. Nosso advogado, dr. Marcelo Mendes Pereira, orienta: “Trabalho regular, com função definida e horário estipulado, caracteriza vínculo. Portanto, o registro em Carteira é obrigatório, gerando o dever de recolher encargos, pagar 13º, férias e outros direitos”. Ele conta que, recentemente, o Sindcine acionou junto ao Ministério do Trabalho todos os empregadores associados do Siapesp, o sindicato patronal, por contratação de PJ. Aconteceram quatro reuniões no órgão público e, em decorrência disso, a entidade empresarial reabriu a negociação coletiva da categoria.

Mas há, também, processos individuais, como o de um associado que trabalhava de finalizador por anos em uma produtora sem registro.

Com a redução drástica dos laboratórios, as demandas foram definhando e a produtora não repassava mais serviço ao trabalhador. Ocorre que ele acabou saindo da empresa, sem nunca ter sido registrado. A ação resultou em acordo judicial “Outra modalidade é a ação e o profissional foi contemplado de cumprimento legal, pela qual na primeira audiência, com a dese busca fazer o empregador vida indenização. cumprir acordo, Convenção ou lei. Há muitos outros casos, entre os Em 1993, o Laboratório Líder quais o pagamento de seguro a não pagou o percentual trabalhador gravemente acidentade produtividade aos 176 do durante gravação de uma série trabalhadores. O SINDCINE paulista. O Jurídico também conentrou com a ação, e a empresa tabiliza pagamento de PLR (Parfoi obrigada a pagar o valor ticipação nos Lucros e/ou Resulretroativamente a cada empregado” tados) aos trabalhadores que não são contemplados.

Movimento - O forte do Jurídico são as ações coletivas, por meio do substituto processual, previsto na Constituição. Ou seja, o Sindicato ingressa com ação em nome da categoria.

Nosso Jurídico registra êxito em reintegrações ao emprego, quase todas alcançadas por meio de negociação, sem necessidade de abrir ação na Justiça.

Dra. Rose Nogueira durante atendimento na área previdenciária

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Sócio É beneficiado pelo seguro do Sindicato O seguro DIT (Diária de Incapacidade Temporária) é exemplo de benefício que o Sindicato proporciona ao associado, e que tem se revelado um auxílio importante em casos de acidente. A apólice, bancada com recursos do SINDCINE, cobre todos os sócios em dia com a entidade. Trata-se, na prática, de um seguro que auxilia a complementar renda do trabalhador que sofre algum acidente não laboral que o incapacite temporariamente - o seguro para quem sofrer acidente decorrente do trabalho é coberto pela Previdência Social. Fato - Nosso associado desde 2006, com a carteirinha nº 2.315, Carlos José da Cunha necessitou do DIT devido a dois acidentes que sofreu. O maquinista relata: “Fui beneficiado duas vezes devido a acidentes de moto. A primeira vez foi um acidente mais grave. Na segunda, fiquei afastado por dois meses. Se não fosse esse benefício, fome não teria passado, porque sempre há alguém que ajuda, mas teria sido bem difícil. No segundo acidente, por exemplo, o valor do seguro do Sindicato cobriu quase o que eu ganharia se estivesse trabalhando. Consegui honrar todas as minhas despesas”. O associado completa: “Todas as vezes em que precisei do Sindicato, meus problemas foram analisados e resolvidos”.

Reuniões - Na busca de soluções para problemas individuais ou coletivos da categoria, o Sindcine recorre a seguidas reuniões. O presidente Pedro Pablo Lazzarini diz que, nos últimos cinco anos, o Sindicato abrigou mais de 800 reuniões com produtoras e outras empresas do setor. Muitas serviram para informar, alertar e dizer o que deve ser seguido na Convenção Coletiva, seja em trabalhos publicitários ou em filmes de ficção. Procure nossos advogados nos plantões

O atendimento jurídico é exclusivo para associados, nas áreas de Direito do Trabalho e Previdenciário. Plantão Previdenciário Pela dra. Rose Nogueira - Oferece aos sócios análise e acompanhamento para obtenção do benefício - orienta para aposentadoria; cuida da papelada; trata de eventuais aposentadorias especiais. Plantão acontece em São Paulo, às terças, das 13 às 18 horas. Associados de outros Estados são atendidos mediante agendamento, em cada subsede. Plantão Trabalhista Advogado - Dr. Marcelo Campos Mendes Pereira. Oferece aos associados orientações trabalhistas, bem como realiza cálculos relativos a rescisões de contrato de trabalho e também para fins do abertura de ações judiciais. São Paulo: às segundas, das 9 às 12 horas. Associados de outros Estados são atendidos mediante agendamento, nas subsedes. Paraná: advogada é a dra. Patrícia Bandini. Rio Grande do Sul: advogados são o dr. Carlos Roberto Loureiro Zaccaro e a dra. Berenice Klein. Direito Coletivo do Trabalho Contamos com escritórios responsáveis pelo acompanhamento de negociações relativas a Convenção Coletiva de Trabalho, acordos coletivos, homologações, rescisões etc. São Paulo: Campos Mendes Pereira Sociedade de Advogados. Paraná: Ávila Sociedade de Advogados. Rio Grande do Sul: Zaccaro Advogados Associados.

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Dr. Djalma Allegro é responsável pelos cursos de formação

Advogado, consultor e professor

O

experiente advogado Djalma Allegro atua no SINDCINE desde a fundação. Primeiro como consultor jurídico e, hoje, nos cursos de formação para sócios. Ele conta:

“Apenas em 1986, o Sindicato foi revigorado, tal como funciona até hoje. A Constituição de 1988 veio ajudar, pois o governo não pôde mais intervir em Sindicatos. Para organizar a categoria, o SINDCINE decidiu representar só os técnicos, ficando para o Sated os artistas e depois os dubladores. Naquela ocasião, nosso escritório foi contratado para dar assistência ao Sindicato, definir as Convenções Coletivas e formular um possível contrato de trabalho que equilibrasse a relação entre patrões e empregados. Nos primeiros tempos, não havia grande incidência de demandas trabalhistas - tratava mais de resolver problemas de cumprimento da Lei 6.533/78, que já tinha quase dez anos e era desconhecida, não só pelos empregadores das pro-

dutoras, mas, também, pelo sindicato patronal, o que acontece até hoje. A Lei 6.533/78 surgiu no governo Geisel e, embora não sendo casuística, deixou muito a desejar. Isso porque trata de três categorias e três universos das diversões públicas: teatro, circo e cinema. Suas regras são passíveis de dubiedade, eis que os legisladores, pelo que se vê, entendiam a categoria do Sindicato formada só por artistas. Recomendo que se conheça essa lei, não só os empregadores como também a categoria dos empregados (o que temos feito por meio do ensino de História do Cinema, Previdência Social, Ética, e Trabalhista - Legislação Complementar Diferenciada). Com isso, temos conseguido sensível preparo da nossa jovem categoria. Atualmente, ministro aulas de Legislação Cinematográfica para que os membros da categoria, na posição de alunos, conheçam seus direitos no campo de trabalho. As aulas são ministradas periodicamente, na sede, em São Paulo, Brasília, Curitiba e Rio Grande do Sul.”

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s o s r u c s o s s o N m a c i f i l a u q e m a m for

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regulamentação da categoria, em 1978, foi um avanço, mas também revelou problemas. Um deles, a quase ausência de formação dos profissionais de cinema. Entre as raras escolas existentes, o que havia dava relevância para a formação de profissionais do topo da pirâmide - diretores, diretores de fotografia. Já a base – eletricistas, maquinistas, maquiadores - não era contemplada.

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A Lei 6.533/78 possibilita aos Sindicatos fixar critérios para conceder atestado profissional. Relembra nosso ex-presidente, Tony de Sousa: “Durante certo período, pedíamos ao profissional novato que fosse avaliado por declarações dos profissionais mais antigos. Contudo, esse processo se mostrou frágil, pois muitos cediam a declaração por constrangimento, sem avaliar o profissional”. Com o tempo, e tendo em vista os pedidos dos profissionais, o Sindicato percebeu que seria necessário realizar testes para a obtenção do atestado. Foi um passo efetivo para o SINDCINE investir na formação. Atualmente, o Sindicato oferece um leque variado de cursos livres, de capacitação profissional, de requalificação, normas regulamentadoras, entre outros. Alguns são exclusivos para sócios, outros, abertos; determinados são pagos, e uns, gratuitos. Mais informações: www.sindcine.com.br

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Alguns cursos já realizados Assistente de Direção, Continuísta, Assistente de Elétrica, Assistente de Câmera, Assistente de Produção, Assistente de Maquinaria, Roteiro, Coordenação de Produção, Steadcam, Contabilidade Pessoal, Procedimentos de Contratação previstos na Lei 6.533 e Decreto 82.385, NR-10 (Norma Regulamentadora de Segurança em instalações e serviços em eletricidade), mais Primeiros Socorros e NR-35 (trabalho em altura). Outros: workshop câmera Viper, workshop câmera RedOne e Seguros na Produção Audiovisual. Quanto a cursos de capacitação profissional, são ministrados regularmente: História do Cinema Mundial, História do Cinema Brasileiro, Noções Previdenciárias, Ética Profissional, Direito do Trabalho Aplicado ao Audiovisual; e Noções de Contabilidade.

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o d o r t n o Enc

L A U S I V O I D U A setor

o d s o m u r debate

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m dos eventos importantes organizados pelo SINDCINE, em 2016 - ano do 30º aniversário da nossa entidade - foi o 1º Encontro Setorial da Indústria Cinematográfica e Audiovisual do Estado de São Paulo. Com o lema “Desenvolvimento econômico e trabalho digno”, o evento aconteceu dia 11 de abril, na Câmara Municipal da capital paulista. O Encontro reuniu representantes dos

trabalhadores, da indústria e do governo, que se debruçaram na avaliação do setor e na prospecção dos rumos da atividade. O objetivo foi construir um consenso democrático entre os principais interlocutores dos diversos segmentos que integram as atividades da produção audiovisual, na busca por condições de trabalho digno e desenvolvimento econômico. “Nós pertencemos a uma indústria, por isso somos trabalhadores. Não po-

demos nos deixar confundir por aquela concepção de que, como filme é uma produção artística, todos que atuam nos filmes são artistas. Não; somos trabalhadores. Temos que ter isso muito claro”, assinalou o presidente do Sindicato, Pedro Pablo Lazzarini. Ele alertou que, como a atividade cinematográfica brasileira é financiada principalmente por lei de incentivo fiscal, o trabalhador é o mais atingido quando faltam recursos dessas fontes. “O trabalhador é quem mais sofre na hora em que se precariza a produção”, observou nosso presidente. Com a premissa de que o audiovisual gera empregos, movimenta negócios e já figura com relativo peso no Produto Interno Bruto, vários expositores esmiuçaram as estruturas econômicas e sociais do setor, em quatro mesas de debates. Todas elas voltadas à análise dos desafios que envolvem essa cadeia produtiva no século XXI.

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pro A a d a r o t e r Di isual v o i d u a e u q diz limpa é indústria A executiva Sonia Regina Piassa, diretora-executiva da Apro - Associação Brasileira da Produção Audiovisual, elogiou a iniciativa do SINDCINE. As mesas de debate abordaram os seguintes temas: “Trabalho e novas tecnologias”, com a executiva Silvia Prado (Cinema Animação) e o gaffer e professor Alvaro Brito; “Fomento”, com a presença de Malu Andrade (SPCine) e Paulo Schmidt (Apro); “Mulheres no audiovisual”, desenvolvido pela assistente de câmera Vicky Balicas e a produtora de elenco Claudia Ghiurghi; e “Educação e formação técnica”, com o professor José Augusto De Blasiis e o diretor de fotografia Adrian Tejido. Realizado em parceria com a NCST - Nova Central Sindical dos Trabalhadores, o 1º Encontro Setorial da Indústria Cinematográfica e Audiovisual, teve apoio da Câmara Municipal, do vereador Aurélio Nomura, mais as entidades Fitec - Federação Internacional de Técnicos de Cinema, Acasp - Assistentes de Câmera Associados de São Paulo, Astim - Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria, UDFSP - União dos Diretores de Fotografia de São Paulo, Apro - Associação Brasileira de Produção Audiovisual, ARRI e Abele - Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais.

“Acho que todo encontro tem contribuições significativas. Esse, em especial, foi um dos mais importantes de que participei, porque reuniu uma turma muito bacana das antigas com uma turma nova. É importante fazer essa ponte, essa alquimia emanada de pessoas de várias gerações. Foi muito interessante”, ressalta. Sonia observou que, por estar incluído na chamada economia criativa, o setor de audiovisual se caracteriza por ser uma indústria limpa. “O segmento trabalha com técnicos e pessoas especiais, formuladores especiais de uma indústria limpa, que não polui”, diz. Ela sublinha a importância da participação do audiovisual no PiB, que comparou ao peso que tem hoje a hotelaria. “Com excelente formação técnica e artística, contribuímos para consolidar a indústria do entretenimento no Brasil”, completa Sonia.

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Lei e Convenção propiciam direitos e garantem condições de trabalho

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primeira grande conquista da nossa categoria é a lei que regula a atividade - Lei 6.533/78. Essa lei é resultado da luta de seguidas gerações de trabalhadores do setor, em busca de direitos e trabalho decente. Mas não é só isso. O Sindicato, por meio de acordos coletivos ou Convenção Coletiva, assegura uma efetiva rede de garantias salariais e outras, pelas quais o trabalhador tem direito a jornada, formas de contrato e de remuneração, para que possa exercer com dignidade o seu trabalho. Conheça - Segue relação desses direitos e garantias. O detalhamento você encontrará em nosso site, no item alusivo ao assunto - www.sindcine.com.br A Lei 6.533/78, o Decreto 82.385/78, que a normatiza, e a Convenção ColeSINDCINE participa de manifestação das Centrais Sindicais em agosto de 2016

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tiva de Trabalho reúnem o conjunto de garantias para a contratação e as condições de trabalho em nossa categoria.

Lei 6.533/78 De 24 de maio de 1978, é a lei que regulamenta as profissões de artista e técnico de espetáculos de diversões. Seu conteúdo é atual e ampara o exercício profissional.

nômicas e sociais, de uma categoria. A pauta, sempre, é aprovada em assembleia convocada para esse fim. Eleita a pauta, ela é encaminhada à entidade patronal para fins de negociação coletiva.

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)

De 5 de outubro de 1978. Regulamenta a lei que dispõe sobre as profissões de artista e técnico em espetáculos de diversões e outras providências legais. Junto com o Decreto, se encontra relação descritiva das funções cinematográficas.

É a norma coletiva, com força legal, firmada por negociação entre nosso Sindicato e o sindicato patronal. Essa norma também pode derivar de decisão judicial, em primeira, segunda ou última instância - TST. A Convenção é renovada periodicamente. O prazo normal de validade é um ano. A CCT, após assinada pelas partes, é registrada no Ministério do Trabalho, na Superintendência do Estado.

Pauta de reivindicações

Data-base

É o elenco de reivindicações, eco-

Maio é o mês do reajuste salarial da

Decreto 82.385/78


o, por t a c i s nd “O Si e acordo d meio tivos ou a, cole letiv o C o a ençã Conv egura um ass rede a v i t e ef tias” n a r a de g

DEPOIMENTO DE FELIPE HERMINI

nossa categoria ou, também, da renovação dos itens da Convenção Coletiva de Trabalho.

Conheci o SINDCINE na época de estudante, em 2004, na Academia Internacional de Cinema em Curitiba. Nessa época só ouvia comentários sobre o Sindicato. Como me formei em uma instituição que não dava direito automático ao registro DRT, esperei somar anos de experiência para solicitar meu ingresso na entidade.

Cláusulas econômicas

Paulista de Santo André, 31 anos, diretor de fotografia

Contudo, em dezembro de 2014, sofri um acidente de trabalho que me aproximou do Sindicato, onde fui bem acolhido. Confesso que não esperava, pois não fazia parte do SiNdciNe naquele momento. O Sindicato me ajudou com informações que eu não tinha, e foi melhor, pois hoje conheço os meus direitos e deveres como profissional. Todo profissional da área deve pensar no hoje e no amanhã. Acidentes acontecem e devemos estar preparados financeiramente, munidos de informação para quando nossos direitos forem colocados à prova, e nessa hora fazer parte do SINDCINE vai nos ajudar e tornar nossa categoria mais forte.

São todos os itens de uma Convenção ou acordo coletivo que versam sobre remuneração - reajuste, Piso salarial, gratificações, abonos, valor das horas extras etc.

Cláusulas sociais São itens da Convenção, ou acordo coletivo, que não geram, diretamente, desembolso para o empregador. A saber: garantia de emprego por determinado período, seguro de vida, abono de faltas, segurança no trabalho, garantias a quem está em vias de se aposentar etc.

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Dissídio coletivo O dissídio pode ocorrer se não houver acordo entre as partes para assinatura da CCT. Uma ou ambas as partes deve ingressar com pedido junto ao Tribunal Regional de Trabalho, para que seja proferida Sentença Normativa.

Acordo Coletivo de Trabalho É firmado entre a entidade laboral e empresa do segmento e tem valor jurídico. O acordo estabelece regras na relação trabalhista, visando ao maior equilíbrio nas relações capital-trabalho. O acordo é restrito a uma empresa e a seus empregados. Diferente da Convenção, que abrange toda a base representada pelas partes. Um acordo pode englobar cláusulas de natureza econômica e social, como, por exemplo, reajuste salarial, jornada de trabalho etc. Atenção: não é permitido suprimir direitos estabelecidos em lei.

Registro Profissional (DRT) O exercício das funções na atividade cinematográfica exige Registro Profissional, sendo obrigatória a exigência deste pela produtora, cabendo ao técnico apresentá-lo. Registro e sua validade: Os registros provisórios têm vigência de um ano após isso, perdem a validade. São três as possibilidades de obter o registro: a) Comprovação de exercício da atividade anteriormente à regulamentação pela Lei 6.533/78; b) Diploma de curso superior reconhecido pelo MEC; c) Atestado fornecido pelo Sindicato.

Jornada de trabalho e remunerações Ao se contratar para funções em caráter transitório, na produção de filmes de curta, média, longametragens, documentários, filmes e vídeos publicitários, captados em qualquer suporte ou bitola, deve-se obedecer a Tabela de Pisos Salariais.

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Jornadas de trabalho legais As tabelas de remuneração mínima se baseiam na jornada de trabalho legal: 6 horas de trabalho, quando em estúdio, ou 8 horas de trabalho em locações externas, inclusive no caso de filmes e vídeos publicitários. Horas extras - Extraordinário é o trabalho além dos limites considerados normais, até, no máximo, duas extras diárias, pagas com adicional de até 100% sobre a hora normal. Adicional noturno - Profissional que exercer atividade, inclusive na realização de filmagens, entre 22 horas do primeiro dia e as 5 horas do dia subsequente, terá a mais 20% na remuneração.

Seguro de vida e por acidentes O seguro de vida e por acidentes pessoais é garantido na Convenção Coletiva de Trabalho, desde 1993. Cobre todos os trabalhadores da categoria (inclusive freelancers ou eventuais).

Contratos Os contratos de trabalho para os profissionais cinematográficos são exigências da lei que regulamentou a profissão. Vigoram quatro modalidades de contrato, padronizados pelo Ministério do Trabalho: 1) Tempo Determinado As partes envolvidas convencionam prazo determinado, exigindo data para o término da realização do serviço. É preciso o registro em Carteira de Trabalho.


2) Tempo indeterminado As partes não contratam um prazo final, vigorando por prazo indeterminado. Exige registro em Carteira de Trabalho. 3) nota contratual Contrato de trabalho para serviço eventual, utilizando-se do profissional por prazo não superior a sete dias consecutivos; vedada a utilização desse mesmo profissional nos 60 dias subsequentes pelo mesmo empregador. 4) Termo contratual Usado exclusivamente na contratação, em caráter eventual, para filmes e vídeos publicitários.

Contratação de estrangeiros Quando de filmagem, captação de imagem e/ou som com utilização de mão de obra estrangeira, independentemente da forma de contratação

e/ou autorização, a empresa responsável recolherá previamente, ao Sindicato, a taxa que exige o Decreto 82.385/78, de importância equivalente a 10% do valor total do ajuste.

Reveiculação ou reutilização de obras Nossa Convenção garante direitos sobre reveiculação ou reutilização de obras em filmes e vídeos publicitários para detentores das seguintes funções técnicas cinematográficas: Diretores, Diretores de Fotografia, Diretores de arte; Cenógrafos, Montadores, Editores, Técnicos em Efeitos Especiais e Adestradores de animais.

o rit t s e é r esa e . o rd mpr dos o c a e a “O uma preg da a s em nte que ” e e seu Difer ção, bas ven oda a n Co ge t ran b a

SAIBA MAIS - Nosso endereço na internet disponibiliza vasto conteúdo acerca da legislação, acordos, garantias e condições de trabalho. Caso você mesmo, após ler, ficar em dúvida, procure nossa sede ou subsedes. Acesse www.sindcine.com.br

MAíRA, A MAIS JOVEM SóCIA Me chamo Maíra Conde, tenho 26 anos, sou formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atualmente trabalho como operadora de Video Assist. Quando ainda cursava a universidade, na disciplina de Economia do Audiovisual, um professor mencionou a tabela do SINDCINE, para que pudéssemos pensar nos orçamentos de trabalho. Foi então que conheci o Sindicato. Venho de uma família sindicalista. Conheço a importância da união de uma categoria. Por esse motivo, assim que me mudei pra São Paulo busquei o SINDCINE e fiquei sócia. O SINDCINE tem correspondido à minha expectativa, principalmente nessa batalha com o patronal que tenta tirar direitos já assegurados pelo Sindicato. Ainda não precisei utilizar nenhum serviço do Sindicato. Se precisar, com certeza, procuro. Carteira de sócio nº 2.600

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DIREITOS E GARANTIAS O conhecimento fortalece o trabalhador

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oda profissão ou atividade profissional tem peculiaridades. Em nossa categoria, não é diferente. Por isso, apontamos possibilidades recorrentes de dúvidas. O domínio do conhecimento sobre direitos e garantias, de certa forma, é também um patrimônio do trabalhador, pois quem sabe pode mais. DIáRIAS - Pagamento O comparecimento do profissional na hora e no lugar da convocação implica percepção integral do salário, mesmo que o trabalho não se realize por motivo independente de sua vontade. ALIMENTAÇÃO - E repouso Em qualquer trabalho contínuo, com duração superior a seis horas, é obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou Convenção Coletiva em contrário, não poderá exceder duas horas. Não excedendo seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório intervalo de 15 minutos, quando a duração ultrapassar quatro horas. Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

CuSTEIO - Contribuição associativa Também conhecida como mensalidade, é a obrigação estatutária devida pelos associados. No SINDCINE os sócios poderão usufruir dos seguintes benefícios: cobranças de cachês em atraso, assistência jurídica e previdenciária, seguro diferenciado, garantia do cumprimento dos valores do Piso salarial, entre outros. CuSTEIO - Contribuição sindical É tributo previsto nos Artigos 578 a 591 da CLT. Seu valor corresponde a um dia de salário por ano. Contudo, o valor não é revertido inteiramente ao Sindicato. Os percentuais previstos pelo Artigo 589 da CLT são: 5% para a Confederação, 15%, à Federação, 60%, ao Sindicato e 10% para as Centrais Sindicais. DRT – Registro Profissional O registro é o documento comprovatório que a pessoa é profissional em sua área. Para exercer atividade na área cinematográfica e do audiovisual é obrigatório ter esse registro. Através da Lei 6.533 e Decreto 82.385, acrescido de suas portarias, somente os formados com habilitação em Cinema ou Audiovisual, em universidades reconhecidas pelo MEC, têm direito ao DRT. Os demais casos deverão ser submetidos às regras de concessão elaboradas em conjunto pelo Ministério do Trabalho com o SINDCINE. JORNADA - Qual é a jornada de trabalho A jornada normal de trabalho dos profissionais do setor terá a duração de: Cinema - Inclusive publicitário, quando em estúdio, 6 horas diárias. REGISTRO DE TERCEIROS - Tirei (ou vou tirar) registro em outro Sindicato. Serve para a área cinematográfica e audiovisual? Não. Somos profissão regulamentada, categoria diferenciada por lei, com regras específicas. Se você tirou o DRT no Sindicato de Radialistas, ele só serve para trabalhadores ligados a emissoras. Se for pelo Sated, é para artistas e técnicos em espetáculos de diversão.

Não fique na dúvida - O trabalhador estará mais protegido se procurar ficar bem informado acerca de seus direitos. O Sindicato é fundamental nessa orientação. Basta nos procurar, na sede ou nas subsedes.

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A diretora social, Sonia Santana, e o presidente do Siaesp, André Sturm, na assinatura da Convenção Coletiva

Negociação garante assinatura da Convenção Coletiva em SP

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pós dois anos e meio de negociações, o SINDCINE firmou a Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2017, válida para o Estado de São Paulo. A última Convenção havia sido assinada em 2014. Nossa entidade esteve representada na mesa de negociações por Sonia Santana (diretora social) e Nivaldo Silva (tesoureiro), com assessoria técnica do advogado Marcelo Mendes Pereira. Assinaram a Convenção, dia 11 de outubro, o presidente do Siaesp, André Sturm, e Sonia Santana, do SINDCINE, que avalia: “Enfrentamos muitas dificuldades. O patronal, na prática, queria desconstruir o acordo e avançar na terceirização”. A Norma Coletiva renova cláusulas e preserva direitos importantes da categoria. Sonia comenta adequações no texto: “A atividade audiovisual teve muitas inovações. A era digital impôs novos formatos, equipamentos e funções. Isso se refletirá

nas formas de atuação do SINDCINE e em toda a cadeia produtiva”. SUBSEDES - Com a abertura da subsede em Porto Alegre, iniciaram-se as tratativas com o patronal sobre a Convenção Coletiva. Ao longo de 2010, tentou-se negociar com o Siav - Sindicato da Indústria Audiovisual do Rio Grande do Sul, que se recusou a assinar o acordo coletivo. Na mesma época, se constatou que o Siav não estava regularmente inscrito como entidade de classe e, portanto, não poderia participar da negociação coletiva junto ao SINDCINE. A Fierg - Federação das Indústrias do Rio Grande Sul - foi convocada para tomar lugar na mesa, mas afirmou que cabia ao sindicato patronal essa função. O SINDCINE percebeu que seria necessário mudar de estratégia, e foi instaurado no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região de Porto Alegre, o processo de dissídio co-

letivo, em fevereiro de 2011, mas só julgado em janeiro de 2016. O Siav recorreu, e continua a recusar qualquer negociação. Ocorreu o mesmo no Paraná, onde foi preciso ajuizar o dissídio. O Siapar - Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado do Paraná - alegou ilegitimidade do SINDCINE-PR, irregularidade na assembleia e afirmou que o Sated é a entidade representante da categoria no Estado. No final de 2014, já em recurso, os desembargadores do Tribunal Superior do Trabalho extinguiram o feito sem resolução do mérito, ou seja, dissolveram o dissídio coletivo e ordenaram às entidades voltar à mesa de negociação. Os desembargadores não acataram as alegações do Siapar, já que a própria presidente da entidade patronal procurou o SINDCINE-PR para homologação de seus ex-funcionários. Além disso, não houve acordo coletivo firmado pelo Sated que haja incluído nossa categoria.

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CATEGORIA COMPOSTA POR PROFISSIONAIS DIVERSIFICADOS

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criação de um anúncio ou longa-metragem não se realiza sem a participação de técnicos e trabalhadores. Atuam fora dos holofotes, mas têm participação decisiva para que o projeto se concretize. O Sindicato acolhe todos sem distinção, desenvolvendo projetos, cursos e aperfeiçoando nossos serviços para que a legislação se cumpra.

ALguMAS DESSAS FuNÇõES CINEMATOgRÁFICAS aderecista - Monta, transforma ou duplica, utilizando técnicas artesanais, objetos cinematográficos e indumentárias, segundo orientação do cenógrafo e/ou figurinista. animador - Visualiza o roteiro, modelos dos personagens e os layouts de cena, conforme orientação do Diretor de Animação. assistente de animação - Assiste o Animador e complementa o planejamento; faz pequenas animações. assistente de arte - Assiste o Diretor de Arte, repassando à equipe de Arte as decisões e supervisiona as ações. assistente de cabeleireiro - Assiste o Cabeleireiro no exercício das suas funções. assistente de câmera (Vídeo assist) - Assiste o Operador de Câmera e o Diretor de Fotografia; monta e desmonta a câmera e acessórios; trata do equipamento, carrega chassis, opera o foco, zoom e o diafragma, redige boletins de câmera, prepara material para o laboratório, faz testes de verificação de equipamento. Assistente de Cenografia - Assiste o Cenógrafo e supervisiona os trabalhos da equipe de Cenografia; coleta dados e realiza pesquisas sobre o projeto cenográfico; acompanha os trabalhos da equipe que construirá os cenários. assistente de direção - Assiste o Diretor; responsável por elaborar e acompanhar os recursos que apoiam a Direção, como análise técnica, plano de filmagem, escaleta; acompanha seleção do elenco, figuração e a contratação, organizando leituras e roteiros, intermediando as relações entre o departamento de Direção e os outros. assistente de direção de animação - Assiste o Diretor de Animação nas suas atribuições. assistente de elenco - Assiste o Diretor de elenco em suas funções. assistente de elétrica - Auxilia o Eletricista a manter os equipamentos em ordem no set de filmagem e na organização da instalação dos equipamentos e cabos; encarrega-se de retirar, checar e devolver os equipamentos de iluminação nas locadoras.

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assistente de figurinista - Assiste o Figurinista; encarrega-se dos serviços que envolvem o figurino. assistente de Produção - Assiste os responsáveis dos departamentos; acompanha visitas técnicas; recebe, distribui e informa as ordens do dia; é responsável em entregar o local nas condições firmadas por contrato; é responsável pela obtenção dos meios materiais necessários à realização do produto audiovisual. assistente de Produção de elenco - Assiste o Produtor de Elenco. assistente de Maquiador - Assiste o Maquiador. assistente de Maquinaria - Ajuda o Maquinista a cuidar dos equipamentos no set de filmagem e na instalação dos equipamentos; encarrega-se de retirar, checar e devolver os equipamentos de maquinaria nas locadoras; instrui os motoristas sobre a forma correta de fixação e transporte dos equipamentos. assistente de Montador/editor - Auxilia o trabalho de montagem acompanhando a edição; assiste o Montador e o Editor no processo de edição da obra. assistente de Som - Assiste o Técnico de Som e o Microfonista. cabeleireiro de cinema - cuida dos penteados do elenco e figuração de um filme, sob orientação do Diretor Cinematográfico e do Diretor de Arte; indica os produtos a usar na execução de seu trabalho. camareira - Responsável pela conservação das peças de vestuário utilizadas em produções audiovisuais, lavando, passando e costurando as mesmas; ajuda os atores e figurantes a vestirem as indumentárias cênicas; organiza o guarda-roupa e embalagem dos figurinos em caso de viagem. cenógrafo - cria, projeta, supervisiona a realização e montagem das ambientações e espaços usados na cena; escolhe os materiais; dirige a preparação, montagem e remontagem das unidades de trabalho. Num longa-metragem, exerce as funções de Diretor de Arte. cenotécnico - coordena e executa os detalhes de material, serviços e

montagens dos cenários, segundo maquetes, croquis e plantas fornecidas pelo cenógrafo. colorista - Pinta os desenhos e quadros da animação; na pós-produção faz o equilíbrio entre diferentes câmeras utilizadas; busca reforçar as intenções narrativas com o balanceamento de luzes e contrastes para reforçar a atmosfera criada pelo Diretor de Fotografia. continuísta - Assiste o Diretor Cinematográfico no encadeamento e continuidade da narrativa, cenários, figurinos, adereços, maquilagem, penteados, luz, ambiente, profundidade de campo, altura e distância da câmera; elabora boletins de continuidade e controla os de som e câmera; anota diálogos, ações, minutagens, dados de câmera e horário das tomadas; prepara a claquete. contrarregra de cena - cuida da conservação e disposição dos objetos de cena sob orientação do Cenógrafo. diretor de animação - cria o planejamento de animação do filme, os layouts de cena, guias de animação, movimentos de câmera; supervisiona o processo de produção. Diretor Cinematográfico - Criador do filme, supervisiona sua execução, utilizando recursos humanos, técnicos e artísticos; dirige artística e tecnicamente equipe e elenco; analisa e interpreta o roteiro, adequando-o do ponto de vista técnico e artístico; escolhe equipe técnica e elenco; supervisiona a preparação da produção; escolhe locações, cenários, figurinos, cenografias e equipamentos; dirige montagem, dublagem, confecção da trilha musical e sonora, e o processamento do filme até a cópia final; acompanha a confecção do trailer, do avant-trailer. diretor de arte - cria, planeja e supervisiona a produção dos componentes visuais do filme; traduz concretamente as relações dramáticas concebidas pelo Diretor Cinematográfico e sugeridas pelo roteiro; define a construção plástico-emocional de cada cena e personagem no contexto; verifica e escolhe as locações; a cor e os efeitos visuais imaginados pelo diretor Cinematográfico e o Diretor de Fotografia; define condições em que trabalham Cenógrafo, Figurinista, Maquiador, Técnico em Efeitos Especiais Cênicos, Gráficos e os demais profissionais, supervisionando-os durante as fases de desenvolvimento do projeto. diretor de arte de animação - Responsável pelo visual gráfico dos filmes de animação; cria os personagens e os cenários do filme. Diretor de Fotografia - interpreta com imagens o roteiro, sob a orientação do Diretor Cinematográfico; assegura o padrão técnico e artístico da imagem; na preparação do filme, seleciona e aprova o equipamento adequado ao trabalho, indicando e/ou aprovando os técnicos sob sua orientação, os testes de equipamento; examina e aprova locações interiores e exteriores, cenários e vestuários; orienta o Operador de câmera, Assistente de Câmera, Eletricistas, Maquinis-


tas e inspeciona o trabalho do Continuísta e do Maquiador, sob o ponto de vista fotográfico; no acabamento do filme, quando for necessário, acompanha a cópia final, em laboratório, durante a marcação de luz. diretor de Produção - Administra recursos humanos, técnicos, artísticos e materiais para realizar o filme; executa o projeto mediante análise técnica do roteiro junto com o Diretor Cinematográfico ou seu Assistente; administra financeiramente a produção. editor - Edita material captado nas filmagens. Editor de Efeitos Gráficos - Realiza a compressão de imagens e retoques quadro a quadro e efeitos em 2D e 3D. eletricista - Assiste o Eletricista Chefe; faz as ligações elétricas; cuida do equipamento de iluminação, organiza o material e cabos no set para que não atrapalhem a circulação; se não houver Assistente de Elétrica, retira e devolve equipamentos nas locadoras. eletricista chefe - Define os equipamentos de iluminação indicados para a filmagem; lista o equipamento compartilhado com a equipe de maquinaria; fornece informações sobre a iluminação do cenário ao Diretor de Fotografia e ao Assistente de Direção; coordena a equipe de trabalho formada pelo Eletricista e o Assistente de Eletricista; define qual gerador adequado de energia. figurinista - cria e projeta os trajes e complementos usados pelo elenco e figurantes, executando o projeto gráfico dos mesmos; indica os materiais a usar; supervisiona e detalha a execução do projeto. finalizador - Acompanha o processo de realização das etapas de edição, mixagem e cópias; define padrão, resolução, cronogramas e acompanhamento do orçamento. fotógrafo de cena - Fotografa, durante as filmagens, cenas para divulgação e confecção de material publicitário; indica o material a usar; trabalha com o Diretor Cinematográfico e o Diretor de Fotografia. Geradorista - encarregado do funcionamento e manutenção do gerador durante as filmagens. Gerente de Produção - Assiste o Diretor de produção; organiza as visitas de locação da equipe; gerencia as verbas de produção e transporte; coordena os Assistentes de Produção no levantamento dos profissionais para realizar o seguro do filme; controla as listas de equipamentos e consumo; organiza o orçamento e o transporte; cuida do fechamento das contas da equipe, refeição e equipamento; na ausência do Diretor de Produção, responde pela produção. Maquiador de cinema - cuida da maquilagem ou caracterização do elenco e figuração, sob orientação do Diretor Cinematográfico e do Diretor de Fotografia. Maquinista - Assiste o Maquinista Chefe; trata da montagem dos equipamentos para

o uso; zela pelo equipamento e a organização do material no set para não atrapalhar a circulação; trabalha com a equipe de iluminação e câmera durante as filmagens e, não havendo Assistente de Maquinaria, devolve equipamentos nas locadoras. Maquinista chefe - Define os equipamentos adequados para a filmagem; encarrega-se de listar o equipamento compartilhado com a equipe de iluminação; indica ao Diretor de Fotografia e ao Assistente de direção qual o tempo necessário para montagem; coordena a equipe de trabalho formada pelo Maquinista e pelo Assistente de Maquinaria. Microfonista - Assiste o Técnico de Som; monta e desmonta o equipamento zelando pelo seu estado; posiciona os microfones; confecciona os boletins de som. Montador de Filme Cinematográfico - Monta a estrutura do filme na forma definitiva, orientado pelo Diretor Cinematográfico, a partir do material de imagem e som, usando recursos artísticos, técnicos e equipamentos específicos; zela pelo bom estado e conservação das pistas sonoras, faz o plano de mixagem, participando da mesma; orienta o Assistente de Montagem. Modelador 3d - Usa programas tridimensionais para modelar os elementos da animação. Operador de câmera - Opera a câmera orientado pelo Diretor Cinematográfico e o Diretor de Fotografia; enquadra as cenas; indica os focos e os movimentos de zoom e câmera. Operador de estabilizador de câmera - Monta, balanceia e manuseia sistemas de estabilização de equipamentos de câmera usados para movimentações específicas. Operador de Hd - Transfere as imagens dos cartões das câmeras para o disco rígido externo e computador; compartimenta o material recebido e faz o relatório de fluxo do trabalho. Operador de Vídeo assist - Acompanha as imagens gravadas no set através de um monitor para a compreensão do Diretor e da equipe que seguem as gravações. Pesquisador Cinematográfico - Recolhe e organiza dados e materiais; faz pesquisas para preservar memória cinematográfica, tanto fílmica, bibliográfica, fotográfica e outras. Produtor de animação - Gere recursos humanos, técnicos, artísticos e materiais para realizar o filme; viabiliza e executa o projeto após análise técnica do roteiro, junto com o Diretor Cinematográfico ou o Assistente; administra financeiramente a produção de animação. Produtor de elenco - Responsável pela pesquisa e seleção do elenco, sugere talentos e acompanha a intermediação junto aos artistas, intervenientes e contratantes. Produtor executivo - Segue o projeto desde a primeira etapa; elabora orçamento, acompanha as modificações necessárias e as adequações às

leis; contrata e dirige a captação de recursos; contrata os profissionais envolvidos junto com o setor jurídico; supervisiona a distribuição, gastos e prestação de contas dos departamentos. Produtor de figurino - Pesquisa figurinos já existentes segundo a concepção do Diretor de Arte; negocia, aluga ou compra os figurinos. Produtor de Locações - Seleciona as locações, orientado pelo diretor de cena, fotografa e apresenta opções; após aprovação é responsável pelo pagamento dos contratos de locação e busca junto aos órgãos competentes a autorização; acompanha a equipe desde a chegada até a saída da locação, fazendo a ligação entre a equipe e os responsáveis pela locação; no final das filmagens responsabiliza-se pela entrega da locação e o fechamento das verbas requisitadas. Produtor de Objetos - Aluga, compra ou empresta objetos para a cena com base na análise técnica do Diretor de Arte. Produtor de Set - Ordena a logística de diárias de filmagem, da pré-produção à pós-produção; ajuda o Diretor de Produção na montagem das áreas de alimentação e camarins; reserva vagas para veículos, geradores, banheiros químicos etc; cuida da integridade física da equipe e da locação; controla horário de trabalho da equipe; assegura o cumprimento das leis vigentes durante a filmagem; coordena as equipes de filmagem, de segurança, motoristas, operadores de transporte, prestadores de serviço; solicita apoio da polícia, órgãos de trânsito, bombeiros e paramédicos. Roteirista Cinematográfico - cria a partir de uma ideia, texto ou obra literária, segundo argumento ou roteiro, narrativa com sequências de ação, com ou sem diálogos, a partir da qual se realiza o filme. Supervisor de Operações - Gere a agenda da equipe; estabelece horários e supervisiona os setores que acompanham os equipamentos. Técnico em efeitos especiais - Responsável por inserir efeitos nas cenas gravadas, efetuando isso em sincronia imediata no set ou posteriormente na edição. Técnico em Ruídos de Sala - cria os efeitos de som originais complementares, em sincronia com a imagem, durante a pós-produção. Técnico de Som - Faz a interpretação e registro durante as filmagens dos sons exigidos pelo Diretor Cinematográfico, indica o material a usar e a equipe; examina e aprova, do ponto de vista sonoro, as locações internas e externas, cenários e figurinos, orienta o Microfonista, acompanha o acabamento do filme, a transcrição do material gravado para magnético perfurado, e a transcrição ótica. Técnico em Storyboard - desenha as cenas da filmagem, auxiliando a marcação dos movimentos de câmera.

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Sócio ganha vantagens em convênios e parcerias

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CONVÊNIOS Sindicato disponibiliza uma ampla rede de convênios, que propiciam ganhos aos sócios e dependentes. Entre essas vantagens estão os descontos em estabelecimentos de Educação.

TESTEMuNHO - O goiano Walério Rosa, carteirinha nº 1.528, soube aproveitar a oportunidade para se graduar numa universidade. Após viver na Inglaterra, regressou ao Brasil desempenhando a função de gaffer (técnico responsável pela iluminação). Quando no Exterior, ele era sindicalizado. Conhecia, portanto, a importância da sindicalização. Com o domínio do inglês, o gaffer aproveitou a oportunidade. E conta: “Aqui, me especializei em produções estrangeiras que precisavam de um gaffer que falasse, em caráter técnico, uma segunda língua. A necessidade de aprofundar o inglês me fez ingressar na então Unibero, que era particular. A instituição oferecia desconto se

o Sindicato ao qual eu estivesse vinculado participasse de um programa de divulgação. Procurei o SINDCINE e, prontamente, fui ajudado. Minha esposa também entrou no programa. Formei-me tradutor-intérprete de língua inglesa.” Os convênios abrangem áreas distintas, e cabe ao sócio saber escolher e aproveitar. Como assinala Walério: “Sempre tive apoio do SINDCINE em todas as questões em que o técnico sozinho não conseguiria resolver.” Nossa sede e as subsedes do Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal firmaram várias parcerias, a fim de beneficiar a categoria, bem como suas famílias.

CARTEIRA - O associado deve entrar em contato com a sede ou subsedes para retirar a carta de convênio e beneficiar-se com a parceria. 54


FMu - FACuLDADES METROPOLITANAS uNIDAS (SP)

• Graduação e Tecnologia: desconto de 10% nas mensalidades para todos os cursos (válido para as mensalidades pagas até o 5º dia útil). • Pós-graduação, Especialização Lato Sensu e

Master of Business Administration (MBA): desconto de 10% nas mensalidades para todos os cursos (válido para as mensalidades pagas até o 5º dia útil).

• Segunda Pós-graduação: 20% de desconto nas mensalidades.

Além dos descontos, o sócio também fica isento da taxa de inscrição para o Processo Seletivo dos cursos de Graduação, Tecnologia e Pós-graduação. Site - http://portal.fmu.br uNIVERSIDADE ANHEMBI/MORuMBI (SP) • 10% do valor das mensalidades do curso de Graduação, Graduação Executiva ou Pós-graduação Lato Sensu (exceto Medicina, Gastronomia e Medicina Veterinária). Site - http://portal.anhembi.br FISK INGLÊS/ESPANHOL Cursos de inglês, espanhol, português e informática, em todo o território nacional. • Turmas regulares: 10% de desconto. • Turmas promocionais: 10% de desconto. • Turmas personalizadas: 20% de desconto. Tais descontos não são cumulativos com outros convênios ou promoções. Ou seja, o associado pode usufruir de mais que um convênio por vez. Site - http://www.fisk.com.br/

ESCOLA FRANCISCANA - INSTITuTO SuPERIOR FáTIMA (DF)

• 20% de desconto na mensalidade para os cursos

de Graduação: Pedagogia e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. • 20% sobre o valor da mensalidade para os cursos de Pós-graduação. • 10% sobre a mensalidade para os cursos de Extensão. • 15% sobre a mensalidade para Berçário (a partir dos quatro meses), Educação Infantil (a partir de um ano e dois meses – com turno integral), Ensino Fundamental (1º ao 5º anos e 6º ao 9º anos matutino e ou integral) e Ensino Médio (matutino). Site - www.educacaofatima.com.br

uNEB – uNIÃO EDuCACIONAL DE BRASíLIA • 10% nas mensalidades do curso de Graduação, pagas até o 5º dia útil. Site - www.uneb.com.br uNIVERSIDADE POSITIVO (PR) 10% nas mensalidades em todos os cursos de Graduação (exceto pilotagem profissional de aeronaves). Cursos presenciais, online, extensão e Pósgraduação (desconto não é válido para mestrado e doutorado). Site - www.up.edu.br

CINEMA - CAIXA BELAS ARTES 50% de desconto mediante apresentação da carteirinha de sócio. Mais informações em nosso site www.sindcine.com.br

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Guido Valerga (SICA–APMA), Daniel Fernandez (GREMIOCINE), Pia Rey (SINTECI), Lazzarini (SINDCINE) e Mauro Clavijo ( CICA)

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SINDCINE apoia Intercâmbio Sindical na América Latina

SINDCINE tem se articulado por uma integração maior e o intercâmbio na América Latina, ao se tornar membro fundador da Fitec - Federação Internacional de Técnicos de Cinema e Audiovisual, em 2008.

que representam, trocando informações e reforçando a imagem institucional. O resultado dessas iniciativas permitiu que a Fitec chegasse a países onde alguns Sindicatos procuravam se organizar, como a Colômbia e o Paraguai.

A entidade incentiva o desenvolvimento organizacional de Sindicatos de trabalhadores na indústria cinematográfica e audiovisual no espaço latino-americano, promovendo a reflexão e criação de políticas para o setor. A colaboração conjunta permite dar um suporte maior para o desenvolvimento da indústria nos respectivos países em que atua.

Para que o sócio tenha uma ideia do que representa participar de uma Federação como essa, se trabalhar legalmente fora do seu país, terá o respaldo do Sindicato membro onde for exercer o seu trabalho. Há ainda um projeto em discussão entre os países membros de incluírem benefícios culturais e lazer. São algumas das pautas que estarão em discussão no próximo encontro, a ocorrer em novembro de 2016.

Desde a sua criação, foram organizados inúmeros encontros em países como Uruguai (2008), Peru (2009), Argentina (2010), México (2011) e Brasil (2013). Tais eventos visam organizar ações conjuntas dos segmentos

Diversas organizações aderiram à Federação que, hoje, conta com representantes de inúmeros segmentos e representações nacionais.

SICA–APMA - Sindicato de la Industria Cinematográfica Argentina - Animación, Publicidad y Medios Audiovisuales. SINDCINE: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. SINTECI: Sindicato Nacional Interempresa de Profesionales y Técnicos del Cine y Audiovisual. CICA: Circulo Colombiano de Artistas. OPRAP: Organización de Profesionales del Audiovisual Paraguayo. GREMIOCINE: Asociación Uruguaya de Trabajadores Técnicos y Profesionales del Cine y el Audiovisual.

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a i r o t e r i D a oss

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atual diretoria do SINDCINE reúne um coletivo de profissionais ligados ao cinema, que representam os mais variados segmentos da nossa categoria. Eleita em 2013, encerrará seu mandato em 2017, quando ainda estará festejando os 30 anos do Sindicato.

Lamentamos a ausência de um parceiro que nos acompanhou nesta caminhada, Francisco Conte, do Conselho Fiscal, que faleceu este ano.

PRESIDENTE Pedro Pablo Lazzarini Diretor de fotografia

SECRETÁRIO Cláudio Meyer Diretor cinematográfico

TESOuREIRO Nivaldo Honório da Silva Fotógrafo still

DIRETORA SOCIAL Sonia Teresa Santana Diretora de produção

SuPLENTES DE DIRETORIA - Luís Antonio de Oliveira, assistente de câmera; Aldo Ângelo Imperatrice, diretor de fotografia; Antônio Francisco Ravangnolli, assistente de câmera; Luiz Victor Rosa Lopes, técnico em efeitos especiais. CONSELHO FISCAL - Francisco Rosário Conte Filho (in memorian), diretor cinematográfico; José Macedo de Medeiros, eletricista chefe; Tony Willian Martins Delboni, maquinista chefe.

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SuPLENTES DO CONSELHO FISCAL - Wilson de Carvalho Sobrinho, revelista; Inês Mulin Firmino da Silva, assistente de direção; Tito Livio de Morais Netto, técnico de recursos audiovisuais. REPRESENTANTES JuNTO À FEDERAÇÃO José Carlos Garcia, produtor executivo; Luciane Pinho Bertolli, assistente de produção. REPRESENTANTES SuPLENTES JuNTO À FEDERAÇÃO - Antônio Firmino dos Santos, revelista; Celso Eduardo Bernucci Barbin, pesquisador cinematográfico.


Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria

www.astim.com.br

Assistentes de Câmera Associados de São Paulo

http://acasp.org/ ZZZ JELVHJXURV FRP

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