Swim Channel - Edição 05

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SWIM CHANNEL

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SWIM CHANNEL

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O PRIMEIRO

ANO

Intenso, rápido e inesquecível. Estas são as palavras que descrevem o primeiro ano de vida da revista swim channel. O lançamento oficial foi na etapa de dezembro de 2010 da Travessia Rei & Rainha do Mar, com a edição número zero. Sabíamos da importância de realizar o lançamento no verão (a quantidade de eventos e praticantes aumenta muito nessa época) e, por questões comerciais, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro se mostrava mais atrativa para o nascimento da revista. Para construir o projeto editorial e o projeto gráfico, foram necessárias 28 semanas ininterruptas de trabalho, incluindo sábados, domingos e feriados. Foram analisadas todas as revistas esportivas nacionais e todas as revistas de natação internacional. Desde o início, desejamos utilizar linguagem interessante a qualquer classe de nadador. Desde uma pessoa que está realizando a primeira travessia aquática até atletas que disputam medalhas em eventos profissionais. Para isso, nossa equipe contou com a colaboração de mais de cinquenta formadores de opinião do segmento. Para comemoração deste primeiro ano, produzimos uma edição com o principal artigo esportivo aquático: a origem do traje de natação e o ensaio fotográfico dos atletas da seleção brasileira. A todos que contribuíram - enviaram opiniões, sugeriram temas, indicaram eventos ou entraram em contato simplesmente para elogiar o trabalho que vem sendo realizado - recebam o meu mais sincero agradecimento pessoal e de toda a nossa equipe.

editor-chefe: Patrick Winkler diretoria executiva: Sávio Bertolani e Andre Matheus

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jornalista sênior: Guilherme Freitas redator: Daniel Takata publicidade: Taciana Hirota

EUA 46 X 25 BRASIL

e Fábio D’ Alessandro eventos: Cleyton Carregari fotógrafo: Satiro Sodré colunistas: Alexandre Pussieldi

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e Luiz Lima colaboradores: Almir Marchetti, Leandro Okuda, Marcelo Tomazini, Mirco Cevales, Plínio Rocha, Renê Leite, Ricardo Serravale e Tagli Barsotti

ensaio fotográfico fotografo: André Nunes

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LINDA JUVENTUDE

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Deus, Michelle Lenhardt e Tatiana Sakemi

MAR GRANDE: HISTÓRIAS DE DESAFIO

capa e projeto gráfico: Agência Yo diagramação: Naíma Almeida revisão de textos: Serg Smigg assessora de imprensa: luciana.lima@c7comunicacao.com.br distribuição: Global Press vendas de exemplares individuais e assinatura www.swimchannel.com.br contato contato@swimchannel.com.br marketing marketing@swimchannel.com.br

A revista swim channel é uma publicação da Endurance Sport Business. É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da editora. Todos os direitos reservados.

PISCINA CURTA X PISCINA LONGA

A HISTÓRIA DOS TRAJES DE NATAÇÃO

atletas: Henrique Martins, Leonardo de

Muito Obrigado,

PATRICK WINKLER EDITOR-CHEFE DA SWIM CHANNEL

Índice

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SHOP TRAJES

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MARIA LENK: UMA CERTA MAGIA

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NATAÇÃO PARA QUEM TEM MEDO DE MAR

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Thiago Pereira, o Mr. Pan, dono de 12 medalhas douradas em Jogos Pan-Americanos. Nesta imagem, a concentração do campeão antes dos 400 m medley. foto: SATIRO SODRÉ

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O Pan de Guadalajara foi um duelo particular entre as duas principais potências da natação no continente. Eles levaram, mas o Brasil também comemorou...

46 X 25 EUA

BRA SIL

por PLINIO ROCHA | fotos SATIRO SODRÉ

Foi praticamente um Brasil x Estados Unidos. Das 102 medalhas que foram distribuídas na natação nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, os dois países, somados, ficaram com 71 (ou 69,5% do total). E, na hora de analisar quem levou a melhor, os americanos levam vantagem no número absoluto, mas os brasileiros tiveram mais resultados expressivos. Isso passa, porém, pela importância que os dois países dão para a competição. O time verde e amarelo foi ao México com aquilo que tem de melhor. Por isso, Thiago Pereira reinou na piscina, terminando a competição com oito medalhas - seis de ouro, uma de prata e uma de bronze (exatamente a mesma conta de quatro anos atrás, no Rio-2007). Virou o “Mr. Pan” e agora é o brasileiro com o maior número de ouros nessa competição (12), superando em dois o antigo recordista, o mesa-tenista Hugo Hoyama. Falta uma medalha para superar Gustavo Borges - que tem dezenove no geral - como o que foi mais vezes ao pódio. Thiago, vale lembrar, também conquistou duas em Santo Domingo-2003. Além de Thiago, Cesar Cielo mostrou a que foi. Deixou o torneio com quatro medalhas. Todas de ouro. E, mais que isso, recuperou a confiança que andava abalada após o ano do episódio de doping e um resultado frustrante nos 100m livre no Mundial de Xangai. No México, o velocista nadou para sua melhor marca do ano na prova, 47s84 (a segunda melhor do ano). E cravou 21s58 nos 50m, que só não foram melhores do que os 21s52 que lhe garantiram o bicampeonato mundial na China. Dá para destacar, ainda, a vitória de Leonardo de Deus nos 200m borboleta e a dobradinha de Felipe França, 12

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em primeiro, com o xará Felipe Lima, em segundo, nos 100m peito. A mostra de força e recuperação de Joanna Maranhão, que foi ao pódio três vezes em Guadalajara - com evidência para a prata nos 400m medley - com 4min46s33 talvez não seja uma marca expressiva mundialmente falando, mas pelo menos resgatou a vontade da pernambucana de competir novamente. E, sem dúvida, a grande revelação: Graciele Herrmann, de 19 anos, que levou a prata nos 50m livre com 25s23, ficando a apenas três centésimos do índice para disputar a Olimpíada de Londres ano que vem (Veja entrevista com ela na página 20). Os Estados Unidos, como nas últimas edições, não mandaram nenhuma estrela para o Pan. A prova do desinteresse está no site da Federação Americana de Natação (www.usaswimming.org). Na matéria que descreve o desempenho ianque, o destaque foi um pedido de casamento feito durante a competição. No mais, fala-se da força feminina, que venceu 14 das 16 provas disputadas. Entre os homens, uma passagem do artigo diz tudo: “A equipe competiu muito bem..., mesmo contra um time top dos brasileiros pelo lado masculino”. A contagem final mostrou 46 a 25 para eles. O hino americano foi ouvido 18 vezes no México. Foram, ainda, mais 19 pratas e nove bronzes. O Brasil levou dez ouros, nove pratas e seis bronzes. Interessante apontar a Venezuela na frente do Canadá, que também não competiu com a seleção principal, no quadro geral de medalhas. No fundo, Brasil e Estados Unidos deixaram o Pan com o sentimento de missão cumprida. Cada um com seu objetivo, dando a importância que acha que tem de dar para o evento. 13


“VOU MELHORAR E BUSCAR UMA MEDALHA EM LONDRES” swim channel: Como você avalia sua participação na competição? thiago pereira: Mais um Pan com oito medalhas, além de um recorde absoluto de medalhas de ouro na história do Brasil. Isso faz com que eu esteja muito feliz. Consegui esse recorde, bati a marca do Hugo Hoyama, mas, provavelmente, em 2015 vou querer ainda mais. O Gustavo (Borges) tem dezenove medalhas em Pans; meu próximo objetivo é buscar isso aí. sc: E como ficam seu planejamento e treinamento a partir de agora? thiago: Já volto para os Estados Unidos. Uma coisa que eu sempre deixei muito de lado foi a parte física; e eu preciso treinar mais isso, pois sempre me preocupei em treinar muito dentro da água. Acho que é um detalhe que eu deixava mais de lado e que eu vou melhorar. Tenho certeza de que isso vai me ajudar muito no ano que vem na busca por medalha em Londres. Falta mais força mesmo, pegar mais água, para evoluir e brigar pelo pódio na Olimpíada.

sc: Esse desempenho no Pan faz, de alguma maneira, você apagar um pouco a decepção que foi o Mundial de Xangai? thiago: O Mundial era o grande foco do ano, mas acabou não acontecendo o que eu esperava. Mas, no Brasil, do terceiro para o quarto existe uma distância muito grande. Faz quase dez anos que eu estou entre os quatro melhores da minha prova, presente em qualquer final de Mundial e, tirando três caras, praticamente ninguém ganha de mim nessas provas. Mas eu vou continuar trabalhando para melhorar ainda mais. Natação é um esporte individual e eu tenho de estar sempre me superando. sc: Qual a grande diferença do Pan do Rio, em 2007, para o deste ano, já que o desempenho, em termos de medalhas, foi o mesmo? thiago: Em 2007, eu tinha 21 anos. É claro que lá foi tudo uma grande surpresa. Eu não imaginei o que ia acontecer. Ficamos o tempo todo fechados na Vila e na piscina e, quando saí, foi aquela coisa toda. Aquilo me assustou um pouco. Cheguei lá e praticamente as pessoas não me conheciam. Quando saí, todo mundo sabia quem eu era. Com 21 anos, você acaba estranhando. Mas quatro anos se passaram, estou mais experiente agora, isso não vai mais me incomodar, não.

PLÍNIO ROCHA EDITOR DO DIÁRIO DE S. PAULO

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ÁGUAS ABERTAS, UM ESPORTE DE CONTATO por LUIZ LIMA

Hoje vou falar dos contatos: choques e esbarrões em nosso esporte que, na maioria das vezes, são involuntários. Agressões também estão presentes, sendo a principal causa de desclassificações em águas abertas. Todos nós treinamos em piscina e, antes de praticarmos águas abertas, ficávamos sempre irritados quando aconteciam choques e contatos em treinos com outros atletas. Lembro como eu ficava aborrecido, principalmente durante a série principal. Em vários momentos, na adolescência, chegava a parar para reclamar. Uma prova de águas abertas é como nadar na mesma raia com vários atletas. O contato é inevitável, mas com uma diferença: você não está treinando e, sim, competindo e qualquer reação pode levar à desclassificação. Os esbarrões são inevitáveis e o melhor caminho é sempre aceitar que sejam involuntários, como na maioria das vezes o são. Vamos começar abordando uma largada, o momento mais tenso da prova. Imaginem a Travessia dos Fortes, em que 2.500 homens estão em pé na areia com ansiedade à flor da pele, esperando o tiro de canhão que estremece até a alma. Nesse momento, a emoção é maior que a razão. Juntando esse momento, há um ponto crucial para gerar mais dificuldades e causar inúmeros contatos, cotoveladas e até mesmo violência: aquele em que os nadadores passam da posição vertical para a posição horizontal, ocupando assim mais espaço. A calma deve estar presente sempre. Manter-se equilibrado é a melhor maneira de vencer esbarrões de uma largada. O posicionamento também o é; portanto,

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seja coerente e largue sempre com grupo que tenha ritmo parecido com o seu ou procure largar nos cantos e até mesmo na parte de trás da largada. Durante a prova, procure afastar-se de atletas que nadem em zinguezague e não consigam manter-se no percurso. Em disputas mais acirradas, como em provas de excelência da modalidade, os contatos são intensos. No Mundial de Nápoles em 2006, Poliana Okimoto conquistou o vice-campeonato e, “de quebra”, teve o tímpano perfurado. Ela foi vítima de agressão - voluntária ou involuntária -, porém, não parou e seguiu até o fim. Esse é o espírito. Poliana sabia que aquele momento especial era maior que um tímpano lesionado. Muitos atletas iniciantes pensam em revidar ou até mesmo se proteger de maneira agressiva. Jamais faça isso. Nos treinos com minha equipe, procuro sempre simular momentos que levem os atletas a vivenciar situação real de prova. E meu primeiro conselho é sempre não parar de nadar. Não vou mentir. Já perdi o controle algumas vezes. Duas situações me irritam profundamente: o toque do adversário no meu pé, quando ele não sai da minha esteira e quando o adversário sente que vai ficar pra trás no sprint final e começa a apoiar seu braço no meu, impedindo que eu abra vantagem no momento da chegada. Já reagi, algumas vezes com chutes e outras com cotoveladas. Amigos, essas minhas atitudes não são exemplos, mas um pouco de agressividade em esportes de contato tornam-se normais e até mesmo naturais, porém, não legais. O segredo é ser prudente e jamais ter intenção de machucar o adversário. Como vocês sentiram, águas abertas é definitivamente um esporte de contato físico. E bota contato nisso. Estejam preparados sempre para o inesperado, pois nosso esporte é vibrante, desafiador e contagiante. O que vocês terão com certeza são grandes histórias. Cada travessia, um belo capítulo.

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LUIZ LIMA ATLETA E TÉCNICO DE MARATONAS AQUÁTICAS E PENTACAMPEÃO DA TRAVESSIA DOS FORTES

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PISCINA

por MIRCO CEVALLES | fotos SATIRO SODRÉ

CURTA PISCINA

O treinamento ideal deve ser realizado em qual delas?

X LONGA

Este trabalho tem como finalidade levar à discussão treinos em piscina olímpica (50m) e semiolímpica (25m), analisando os benefícios e malefícios de ambas.

ASPECTO TÉCNICO Durante o treinamento, sabemos a importância de manter-se em velocidade ideal, que pode ser influenciada pelo arrasto frontal. Portanto, ao se treinar em piscinas de distância menores (25m ou menos), podemos explorar muito mais a velocidade ideal e, assim, diminuir o arrasto frontal. Esse ganho ou manutenção de velocidade está relacionado também ao uso das impulsões nas viradas. Esses movimentos e seus impulsos levam aos praticantes benefícios em agilidade e coordenação e facilitam o uso do CORE (centro do corpo e a musculatura abdominal e lombar). Outro fator relacionado às viradas é o encaixe da última braçada para se entrar/atacar as paredes no momento da ação, encaixe que deve ser feito com ambos os braços; é de vital importância para que seja bloqueado. Um artifício utilizado no dia a dia dos treinos é a contagem de braçada em cada piscina, tentando-se manter, diminuir ou até mesmo aumentar o número conforme o objetivo da série preconizada por seu técnico. Os treinos dos nados peito e borboleta em piscina longa (50m) são os mais prejudicados e danosos aos praticantes, pois, ao se perder a velocidade ideal, a técnica fica altamente prejudicada e, aí, perde-se mais velocidade.

ASPECTO PSICOLÓGICO Ao se treinar em séries cronometradas, é muito estimulante manter ou evoluir nos tempos a cada tiro. E, nesse caso, fica muito mais fácil executar a série em piscinas de menor distância. 18

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Ao se treinar em piscinas de distância menores, podemos explorar muito mais a velocidade ideal e, assim, diminuir o arrasto frontal.

Mesmo a natação sendo esporte individual, geralmente os treinos são realizados em conjunto, e grupos em piscinas menores têm maior convívio. As pessoas que não nadam não entendem os olhares entre os participantes durante os treinamentos, bem como o olhar nas técnicas de nado dos parceiros de treino e as trocas de idéias entre estes.

ASPECTO ESTRATÉGICO-TÁTICO DE PROVA Há vários anos, comenta-se entre técnicos que o essencial para se melhorar os resultados em piscina longa não é treinar em piscina olímpica e, sim, competir o máximo possível em piscina de 50m. Os trabalhos de ritmo de prova são métodos muito utilizados entre técnicos e nadadores, independente das distâncias. Esse método é muito empregado nas semanas pré-competição principal, sendo muito mais fácil se adaptar em piscinas de 25m, afinal, os atletas ainda estão em fase de treinos e com bastante cansaço (pré-polimento). Temos também exemplos no Brasil de equipes que só treinam em piscina olímpica e vemos que normalmente os atletas têm um pouco de dificuldades nas viradas.

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DRESS YOUR EGO ASPECTO CRONOLÓGICO

CONCLUSÃO

Partindo do ponto que toda criança tem de evoluir na prática da natação, acredito que esse também seja um

É preciso saber valorizar as condições de treino no dia a dia. O principal fator que ajudará a alcançar ótimos resultados na natação é acreditar na filosofia de trabalho do professor ou técnico, seguindo o programa. Saiba utilizar o bom senso para melhorar o treinamento.

tópico a ser desenvolvido ao longo dos anos. Uma criança deveria aprender a nadar em piscina pequena - com cerca de 15m a 20m. O próprio professor terá mais visão da turma e, ao iniciar o aperfeiçoamento dos nados, poderá utilizar piscinas um pouco maiores - com 20m a 25m de distância. O técnico, fora da água, terá maior comando e mais visão sobre o grupo. Já o adolescente pode alternar seu treino em piscinas de 25m e 50m, porém, a utilização da piscina longa deve ser evitada conforme os itens explanados acima. Nas grandes equipes brasileiras que dispõem dos dois tamanhos de piscina, costumam ser realizados treinos variando as medidas: dois dias na longa e quatro dias na curta ou três dias na longa e três dias na curta. 20

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MIRCO CEVALLES TREINADOR DE NATAÇÃO DESDE 1984, EX-CHEFE DE EQUIPE DO MINAS TC E ATUAL TÉCNICO DO GRÊMIO NÁUTICO UNIÃO

V. OLÍMPIA 3847 7878 / SHOP. CIDADE JARDIM 3759 7878 / WWW.REEBOKCLUB.COM.BR

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LINDA JUVENTUDE por DANIEL TAKATA | fotos SATIRO SODRÉ

Liderada por Graciele Herrmann e Alessandra Marchioro, a geração feminina para as Olimpíadas de 2016 já começa a despontar O que é mais difícil, Graciele Herrmann: nadar ou dar entrevistas após a competição? “Amo nadar, e não tenho problemas em dar entrevistas”. Já para Alessandra Marchioro: “antes, tinha mais vergonha de dar entrevistas; hoje, já estou me acostumando”. Para duas das maiores revelações da natação feminina, lidar com a imprensa já está virando rotina. Não é para menos. Elas estão entre os principais nomes que despontam para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. E podem estar até mesmo nas Olimpíadas do ano que vem, em Londres. Graciele, 19, começou a nadar em sua cidade natal, Pelotas. Aos 15 anos, mudou-se para Porto Alegre para treinar no Grêmio Náutico União. Quem não tinha ouvido falar nela até este ano, certamente ouviu durante os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Lá, ela foi a revelação brasileira, ficou com a prata nos 50m livre e nadou apenas

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três centésimos acima do índice para os Jogos Olímpicos do ano que vem. Alessandra, 18, é de Curitiba e lá se encontra até hoje, onde nada pelo Clube Curitibano, uma das maiores fábricas de jovens promessas dos últimos anos. Com apenas 16 anos, em 2009, venceu os 50m peito no Troféu José Finkel. Hoje, luta pelo índice olímpico na mesma prova de Graciele, os 50m livre. Alessandra está a menos de meio segundo da marca necessária. Justamente nos 50m livre, prova na qual o Brasil tem o campeão olímpico Cesar Cielo. Entre as mulheres, Flávia Delaroli foi finalista olímpica e mundial em 2004 e medalhista pan-americana em 2003 e 2007. Uma tradição que está em boas mãos. A julgar pela juventude e evolução de Graciele e Alessandra, muitas alegrias estão por vir.

Alessandra Marchioro busca o índice para disputar sua primeira Olimpíada

swim channel: Vocês estão próximas do índice olímpico dos 50m livre. Certamente estarão no auge de suas carreiras em 2016, mas já criam expectativa de participarem da Olimpíada de 2012, mesmo sendo tão jovens? graciele: Acredito que devo dar um passo de cada vez, mas, é claro, não deixo de pensar nos Jogos Olímpicos de 2012 e 2016. A equipe técnica do Grêmio Náutico União e eu estamos com os pensamentos alinhados e grandes ambições. Quando fui convocada para os Jogos PanAmericanos, não pensava somente no resultado, mas sim em fazer um bom trabalho. Assim como já mencionei sobre os Jogos de Londres, afirmo novamente: vou dar meu melhor. E isso significa ir atrás de colocação no pódio. “Vamos quebrar tudo!” (lema pessoal). alessandra: Quero estar no auge em 2016 e acredito que uma experiência olímpica anterior pode pesar muito. Ir para Londres em 2012 representaria, além de tudo, uma superação. No ano passado, tive uma lesão que me

comprometeu muito. Tive que deixar o nado de peito meio de lado. Tive duas trocas de técnicos e não me adaptei muito bem. O ano foi muito difícil. Mas com o apoio da família, dos amigos e do meu namorado estou perto do índice. Se conseguir passar por cima de tudo isso e conquistar esse índice, vai ser maravilhoso! sc: Graciele, você foi ao Pan de Guadalajara com o objetivo de chegar ao pódio? Ficar a três centésimos do índice olímpico foi surpresa? graciele: Sou uma pessoa que se cobra muito. Entro na piscina com o espírito de hoje ter de ser melhor que ontem. O primeiro objetivo era obter a vaga. Quando a conquistei, demorou um pouco para cair a ficha, mas, ao voltar a treinar, direcionei meus esforços e pensamentos. Duas semanas antes do Pan, recebi conselho de um técnico que admiro muito. Ele disse: “Graci, pensa nesta medalha dos 50m livre”. E, realmente, depois daquela conversa, a medalha não 23


sc: O peito sempre foi seu melhor estilo, mas você evoluiu muito no livre. Pretende continuar focando no livre para eventual índice olímpico? alessandra: Com a lesão que já citei, me especializei no nado livre, mas sempre tive bons resultados no nado peito. Acho que a insegurança da lesão ainda está presente. Ainda tenho um pouco de medo de forçar, mas não atrapalha meu nado livre. Acho que, como dizem, tenho muito estilo de nadadora de velocidade: grande, forte, técnica. Agora, só basta achar o treino certo e eu estou muito confiante para esse índice olímpico.

Graciele Herrmann foi a grande surpresa do Pan de Guadalajara

saiu da minha cabeça. Treinei muito, fica até difícil mensurar. Os 25s23 foram consequência de todo treinamento e apoio da equipe técnica. Agora, vou treinar mais e mais para conseguir o índice olímpico de 25s20. sc: Natação, curso de fisioterapia e atividade de modelo. Que mágica é essa? graciele: A agenda e eu somos inseparáveis. Para dar conta de fazer todas as atividades, tenho de me organizar muito bem. Além disso, tenho apoio de meu irmão, Felipe, que está comigo nas atividades administrativas relacionadas à natação. sc: A natação do sul tem experimentado grande evolução. Pretendem continuar suas carreiras aí? Têm planos de treinar no exterior? graciele: O Grêmio está investindo muito; um exemplo é a piscina coberta que será inaugurada em 2012. E os planos que estão sendo desenvolvidos em longo prazo. Em relação a ir para o exterior, gostei muito de uma frase – li em um blog

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após o Pan – que enfatiza o fato de eu ser medalhista e nunca ter treinado fora. Acredito que a natação brasileira está em momento muito bom e temos de aproveitá-lo. Com certeza, toda troca de experiência sempre é válida e devemos estar com a mente aberta. alessandra: A natação do sul tem evoluído muito, com resultados espetaculares; espero que isso valorize os atletas. Meu futuro ainda é coisa bem incerta; como disse, não me adaptei bem às mudanças neste ano. Ano que vem, espero mudar algumas coisas. Minha prioridade nunca foi sair de Curitiba, mas vou analisar se for a melhor opção. sc: A Graciele considera a prata no Pan o melhor momento de sua carreira. E você, Alessandra? alessandra: São dois. O primeiro foi meu primeiro título brasileiro, em 2006, na categoria infantil, nos 100m peito. O segundo foi a vitória no Finkel (50m peito), em 2009. A sensação foi indescritível! Foi a partir dali que comecei a sonhar alto.

sc: Inclusive em relação ao biotipo de ambas, a Flávia Delaroli, finalista olímpica, disse que vocês podem fazer muito mais do que ela jamais sonhou. Como veem essa declaração da única finalista olímpica brasileira dos 50m livre? graciele: Admiro muito o trabalho da Flávia. Fiquei muito emocionada com as palavras de apoio e motivação dela no Pan. Suas palavras servem de motivação nos meus treinos. Procurarei não decepcioná-la nem a nação brasileira com o compromisso que assumi: dar o meu melhor e trazer felicidades. alessandra: Isso me motiva muito para seguir em frente. Além de biotipo, é preciso muita dedicação. Saber que uma atleta de tanto potencial como a Flávia falou isso é uma das coisas que fazem com que eu supere tudo que passou e me dedique cada vez mais pra alcançar meus objetivos.

A

sc: Em algumas reportagens, vocês já foram chamadas de musas. Como veem esse lado? Gostam desse rótulo? graciele: Quando vi essas reportagens, fiquei muito surpresa; na hora foi até engraçado. Assim como ganhei alguns apelidos, musa vai ficar como figura que criaram minha. alessandra: (risos) Nem sabia disso. Alguns amigos meus comentaram, mas não sabia que tinha saído em reportagens. Com certeza, o Brasil está cheio de musas do esporte; na natação mesmo encontram-se várias. É muito bom ser considerada uma delas.

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O MAIOR

E!

NOVIDAD

AS ESTRELAS AQUÁTICAS ESTÃO ONLINE!

ESPETÁCULO DA

TERRA

por PATRICK WINKLER | foto REPRODUÇÃO

Este é o nome do texto que nosso redator, Daniel Takata, escreveu para a Fina, que também ilustra as premiações que a equipe swim channel conquistou em 2011. O fotógrafo Satiro Sodré conquistou a segunda posição mundial no ranking de melhores fotos do ano, de acordo com a entidade internacional. A imagem vencedora retrata um atleta de saltos ornamentais; assim, o trabalho do Satiro foi considerado a melhor foto na área de natação. Foi publicada na edição 03 da swim channel, tendo trazido em destaque Cesar Cielo, o nadador mais rápido do mundo. No último concurso da Fina, os candidatos deveriam escrever um pequeno texto sobre o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai. Participaram do concurso jornalistas do mundo inteiro e Daniel foi o grande vencedor, tendo seu texto publicado na edição de novembro da revista Fina Aquatics. Parabéns a Daniel Takata, Satiro Sodré e Cesar Cielo por tornarem a natação cada vez mais atrativa e emocionante. Não é só o Brasil que agradece, mas o mundo inteiro. Confira na página ao lado o texto de Daniel, agora como o vencedor do concurso internacional da Fina: 26

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Redator da SWIM CHANNEL vence concurso mundial da Federação Internacional de Natação - Fina

Participaram do concurso jornalistas do mundo inteiro, sendo Daniel Takata o grande vencedor “Ao conquistar a medalha de ouro nos 400m medley no Mundial de Xangai, Ryan Lochte entrou para um grupo seleto: o dos nadadores que conquistaram seis ou mais medalhas em uma edição de Campeonato Mundial. Além dele, integram o clube os americanos Matt Biondi e Michael Phelps e os australianos Michael Klim e Ian Thorpe. O que todos esses nadadores têm em comum? Além de serem os grandes fenômenos de suas épocas (podemos dizer: de todas as épocas), todos foram medalhistas nos 200m livre. Em uma hipotética disputa, quem venceria? Esqueçam suas marcas. Imaginem todos alinhados nas mesmas condições. Ao sinal de partida, Klim, com suas vigorosas golfinhadas, sairia na frente, como em 1998. Mas, como bom velocista, logo Biondi assumiria a ponta e viraria a primeira metade da prova na liderança, exatamente como em 1986. Seria quando Lochte, com oito golfinhadas após explodir da parede, emergiria do nado submerso meio corpo à frente dos concorrentes, como fez em sua vitória de 2011. Phelps ainda teria fôlego para fazer o mesmo na última virada, artifício que lhe deu o ouro com recorde mundial em 2007. E Thorpe ainda teria reservado aquele que talvez fosse o melhor final de prova da história, em 2001. Quem venceria? Quem sabe? Phelps tem o melhor tempo, mas a natação, assim como a vida, desafia a lógica. Uma única vez, no revezamento 4x200m em Atenas-2004, Klim, Thorpe, Phelps e Lochte dividiram a mesma piscina. Ninguém acreditava na derrota dos australianos. Acreditava?”

Que alegria! A revista FINA Aquatics World Magazine já está disponível em formato eletrônico! Visite o site da FINA (www.fina.org) e faça o download da edição para o seu computador, tablet ou smartphone. Quer poupar dinheiro? As melhores reportagens de natação, saltos ornamentais, pólo aquático, nado sincronizado e águas abertas estão disponíveis em apenas um clique. A FINA Aquatics World Magazine é um tesouro de informações, notícias, opiniões e perfis das federações internacionais e das cinco modalidades aquáticas ao redor do mundo. A versão impressa é constantemente elogiada pela sua alta qualidade e pelo benefício que contempla a comunidade aquática em todo o planeta. A revista com 124 páginas é 100% colorida, sendo publicada seis vezes ao ano, de dois em dois meses.

Preços: Versão eletrônica (por assunto): € 1,50 / US$ 2,00 Cópia Impressa: € 4,00 / US$ 6,00 (+ serviço de postagem) Federações membros da FINA receberam algumas cópias das publicações com desconto de € 2,50 / US$ 3,75 (+ serviço de postagem por cópia). 27


A HISTÓRIA DOS

DE TRAJES

NATAÇÃO por TAGLI BARSOTTI & PATRICK WINKLER | fotos REPRODUÇÃO & BANCO DE IMAGENS DA UNIVERSIDADE DE ADELAIDE, AUSTRÁLIA

A história dos trajes aquáticos ao longo dos últimos cem anos vem demonstrando que a vestimenta é não somente roupa para pessoas praticarem esportes, mas também manifestação comportamental e cultural significante

Duke Kahanamoku, um dos primeiros ídolos da história da natação mundial

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A swim channel apresenta os principais fatos que marcaram a história das roupas de banho, a evolução do comportamento dos nadadores e banhistas, além de visualizar o desenvolvimento tecnológico dos tecidos e modelagens das peças. Dividimos a reportagem em duas partes. Nesta edição, vamos apresentar a evolução dos trajes desde o início do século passado até o fim dos anos 80. Na próxima, você confere o segundo e último capítulo da história dos trajes de natação.

INÍCIO DO SÉCULO XX Há dois séculos, as pessoas, principalmente as mulheres, não tinham costume de ir à praia. Somente no início do século XIX, quando os esportes começaram a ganhar popularidade - especialmente a natação -, começou-se a frequentar mais as margens dos mares. Surgiu então a necessidade de se criar um traje específico para banho em praias e piscinas. Os primeiros trajes eram compostos por um “calção” até o joelho, uma túnica, uma capa longa amarrada aos ombros, meias e sapatos. Os trajes de banho nessa época cobriam quase todo o corpo das mulheres e, quando molhados, pesavam até dez quilos. Com o passar do tempo, o conforto foi dando suas ordens e os trajes foram encurtando. As pernas foram ficando inteiramente descobertas e surgiram decotes nos ombros, colo e costas. O encurtamento foi prosseguindo e posteriormente surgiu também o maiô de duas peças, o chamado biquíni.

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Nadadores de equipe australiana posam para foto no fim da década de 20

Nos anos 40 a seda começou a substituir os trajes de algodão

Década de 20 E 30 A ousadia foi um fator marcante nessa época. As pessoas iam à praia normalmente em grupos, como forma de diversão festiva, e ainda existia certo controle para evitar situações imorais. A roupa padrão para natação usada em competições no início dos anos 20, tanto para homens quanto para mulheres, era uma peça única em algodão que vestia do pescoço aos joelhos. Os homens usavam “vees” justos sob a roupa. Em paralelo ao advento dos trajes no mundo, surge na Austrália um concurso de equipe promovido por uma empresa chamada McRae Knitting Mills com o intuito de criar um nome para sua linha de roupas para natação. Um capitão da Marinha reformado, Parsonson, levou o primeiro prêmio - cinco libras. Em 1929, a empresa iniciou a produção de roupas para natação com a marca Speedo e, em 1937, foi fundada a empresa Speedo Knitting Mills. Desde então, tornou-se uma expressão genérica para roupas de natação.

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Nos anos 20 e 30 os trajes de natação eram de seda pura para competição, assegurando maior leveza e de algodão para os dias de treino No fim da década de 20 e início dos anos 30, a marca Speedo contribuiu para a criação do estilo de traje “Racer Back”. Consistia numa peça alta e estreita que permitia liberdade para os ombros e para os músculos das costas, eliminando tecidos desnecessários. Essa era a roupa utilizada em competições pelos campeões olímpicos Andrew Charlton, Arne Borg e Noel Ryan. As roupas fabricadas para a natação de competição eram de seda pura, assegurando maior leveza; para o treinamento normal, escolhiam-se os trajes de algodão.

DÉCADA DE 40

DÉCADA DE 50

Nesse período, os trajes começaram a ter tamanhos reduzidos. No dia 3 de junho de 1946, Louis Reard apresentou ao mundo o bikini (termo proveniente do atol de Bikini, no arquipélago Marshal, localizado ao sul do Pacífico). O lançamento do bikini foi considerado fato marcante na história, coincidentemente com o período em que havia muitos testes de bombas nucleares.

Nas Olimpíadas de Melbourne, as roupas de seda com algodão para natação estiveram bastante em evidência. Era o material do traje oficial dos australianos, que simplesmente conquistaram todas as medalhas de ouro naquela edição. Em 1957, as australianas Lorraine Crapp e Dawn Fraser (considerada por muitos como a melhor nadadora da história), contribuíram para o desenvolvimento

O bikini causou impacto semelhante ao de uma bomba na sociedade daquela época por seu tamanho reduzido, deixando o corpo quase que todo à mostra. A seda, ainda que mais cara que o algodão, tinha muitas vantagens, além da resistência e leveza: elasticidade e “toque”, o que influenciou na introdução em roupas para natação de competidores. O uso extensivo da seda e do algodão continuou ao longo dos anos 30 e 40 e os melhores resultados em Campeonatos Mundiais dessas décadas foram conquistados por atletas que usavam trajes de seda. (Depois, as competições foram naturalmente inibidas em função da Segunda Guerra Mundial, persistindo até o período imediatamente após os Jogos Olímpicos de Melbourne, em 1956.)

de uma nova roupa para natação de competição da marca Speedo, a partir de novo tecido “mágico”: o nylon. Entre os tecidos sintéticos, o nylon - uma fibra inteiramente feita pelo homem - era preferido pela resistência, elasticidade e facilidade de tingimento. A adequação desse tecido à roupas para natação era ainda realçada pela repelência à água, significando que era também de secagem rápida. Com introdução do nylon, as cores, além do marinho, começaram a aparecer nas piscinas de competição, sendo o vermelho e o royal as preferidas. Os homens estavam introduzindo suas próprias modificações no interesse da velocidade. No final da década de 30, o maiô inteiriço foi substituído pelo short à altura dos quadris. 31


As equipes femininas de natação dos anos 60 começaram a utilizar trajes menores para treinamento nesta época

Na década de 50, surgiu Nosoanos 60,“mágico”: as padronagens tecido o nylon ditaram a moda nas piscinas

De 1957 em diante, seguindo a introdução do nylon, a roupa padrão para competição masculina não tinha planejamento e o corte foi ficando mais enxuto, enquanto continuava a perseguição pela velocidade. Liberados para admitir que apreciassem o corpo feminino, os homens ainda mantinham ideais machistas, sem muitas exigências estéticas. Os concursos de misses empolgavam os anos 50; ocupavam tanto espaço na imprensa quanto a guerra entre Coreia e EUA. Ter 90-60-90 cm de busto, cintura e quadris e 21 cm de tornozelo era a inspiração estética das mulheres do mundo todo, que invejavam e copiavam os cabelos cheios de laquê e os maiôs com sainhas usados pelas modelos nas passarelas. O uso desses apetrechos tinha por objetivo era mostrar o corpo feito um violão,

Nos anos 50 os homens podiam apreciar a beleza do corpo feminino, mas ainda mantinham ideais machistas. 32

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as pernas grossas, e lançar novidades como a helanca, malha grossa que desbanca o trabalhoso látex e enterra de uma vez a lã.

DÉCADA DE 60 Reconhecendo as boas propriedades de tingimento e estampagem do nylon, introduziram-se modelos em forma de listras, em roupas para competição. A equipe australiana na Olimpíada de Tóquio 1964 vestia-se numa padronagem listrada de verde e dourado. A resposta foi imediata e as padronagens passaram a ditar moda e, a cada estação, surgia toda uma linha nova de padrões e cores. As misses continuavam de maiô e as garotas de praia se assanhavam para mostrar os umbigos. Os anos 60 trouxeram uma variedade nunca vista de fórmulas para se revelar, porém, disfarçadamente. Um apelo vinha de longe, ligado ao esporte, sem tanta preocupação estética. Um estilo de viver e de vestir refletido nos filmes com diálogos leves e roteiros ingênuos, que tentavam exaltar as maravilhas do surf, saído do Havaí. Prometiam um mundo

mais naturalista, dedicado ao culto do mar e do sol, vestidos de estamparias primitivas bicolores. Interessante é que as heroínas dos filmes de Hollywood ainda se vestiam de acordo com os padrões da helanca, sem dar atenção ao estilo muito mais leve e colorido que o surf ditava como moda. O biquíni conquistava espaço, convencendo pelo apelo de juventude, sensualidade e aumento da área bronzeada. A Garota de Ipanema foi um ícone dessa época no Brasil.

DÉCADA DE 70 Os Jogos Olímpicos de Munique em 1972 foram o trampolim para que a lycra se tornasse um tecido muito utilizado em roupas de natação. A última palavra em fibras sintéticas utilizadas em roupas para competição dessa época era a fibra elastomérica. Além de excelente extensibilidade, também tinha boa recuperação da forma e leveza. A durabilidade dessa fibra não se comparava com a do nylon, e o maior custo inicial do tecido logo fez com que os novos maiôs fossem catalogados para com-

petição, mais do que para uso universal, como era o caso do nylon. Assim como foi a introdução e aceitação bem-sucedidas do nylon, devido a uso pelas igualmente bem-sucedidas equipes australianas em fins dos anos 50, também a lycra tornou-se proeminente com a ascensão dos nadadores da Alemanha Oriental, especialmente da ala feminina, que ganhara todas as competições no Mundial de Belgrado em 1973. É desnecessário dizer que os alemães orientais foram excepcionalmente bem em Belgrado e, se é que tenha havido qualquer benefício no uso dos maiôs extensíveis em duas direções, isso é assunto para conjecturas. O fato é que coletivamente nadaram melhor que seus oponentes; e algo que os distinguia eram seus maiôs. A década abalou o mundo, quebrando a idéia de moral e costumes. Passar o dia na praia era o objetivo da população costeira. Qualquer coisa que lembrasse apertos, artificialismos - como sutiã -, era execrada. Improvisos dominavam as praias, onde os homens iam de tangas de couro ou crochê e as mulheres diminuíam os biquínis. A cor foi o diferencial do verão, que poderia ser rosa-shocking, laranja ou areia.

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Os anos 70 e 80 marcaram a supremacia do tecido lycra nos trajes de natação

DÉCADA 80 A demanda por novos tecidos continuou com os maiores fabricantes de roupa para natação investindo tempo e dinheiro em pesquisas. Nadadores não são diferentes de atletas de outras modalidades esportivas com relação a equipamento; também estão sempre procurando usar a última palavra em tecnologia para continuar, se não à frente, pelo menos equiparados a seus adversários. O resultado de tudo isso é que o maiô feminino dessa época se molda ao corpo, não tem saia, tem a frente alta e costas racer back sendo fabricado com tecidos de lycra, apesar de o corte ser consequência de pesquisas e de ideia “emprestada” do passado. A década de 80 exigia corpos perfeitos, modelados em academias e exibidos no verão. A era da lycra e a criação de uma poderosa indústria química, a Dupont,

e do estilo aeróbico, trazido das aulas de ginástica para as coleções de biquínis e maiôs, aqueciam o segmento. Os surfistas usavam calções longos e coloridos. O lado artesanal do momento era impossível de ser manifestado na costura porque a lycra exigia um maquinário adequado. Aparecia então a pintura no tecido com aerógrafo, com símbolos do surf californiano. Os homens adotavam calções maiores, os surfistas autênticos aderiram ao neoprene copiado dos mergulhadores submarinos para enfrentar as águas frias sobre as ondas. As mulheres chegavam ao fim da década no auge da nudez, quando o biquíni asa delta era reduzido ao fio dental. Não perca na próxima edição da swim channel a continuação desta série, que mostrará a evolução dos trajes na década de 90 e nos anos 2000. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO TAGLI BARSOTTI GERENTE COMERCIAL DA SPEEDO E AUTOR DO LIVRO "O PULO DO GATO"

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SWIM SHOP TRAJES

fotos

ANDRÉ NUNES

A sessão desta edição, é agraciada com a presença de quatro atletas da seleção brasileira: Leonardo de Deus, Michelle Lenhardt, Tatiane Sakemi e Henrique Martins, todos trajando vestuário aquático das principais marcas esportivas do Brasil. Os nadadores exibem suas performances dentro e também fora da água, na sessão fotográfica realizada no Clube Espéria, em São Paulo. 36

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Leonardo veste Bermuda Speedo Tswim (indicado para competição) Preço sugerido: R$ 149,00 Michelle veste Maiô Adidas by Stella Mccartney Preço sugerido: R$ 199,90 Henrique veste Sunga Speedo Inclined Preço sugerido: R$ 84,00 Tatiane veste Suquini Fabíola Molina Acquos – 01 Preço sugerido: R$ 62,00

MICHELLE LENHARDT A nadadora gaúcha é especialista nas provas de 50m e 100m livre. Em Guadalajara abriu o revezamento 4x100m livre e conquistou a medalha de prata. Michelle veste Maiô Arena Mazolet. Preço sugerido: R$ 79,90

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TATIANE SAKEMI

HENRIQUE MARTINS

A nadadora paulista é especialista no nado peito. Em Guadalajara foi medalha de bronze no revezamento 4x100m medley.

É especialista no nado borboleta. O velocista foi multifinalista no Campeonato Mundial Junior e na Copa Latina de natacão.

Tatiane veste Maiô Fabíola Molina Sol Acquos 00 Preço sugerido: R$ 60,00

Leonardo veste Sunga Adidas 3s larga Preço sugerido: R$ 64,90

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Michelle veste Maiô Speedo Drop Preço sugerido: R$ 129,00

Henrique veste Sunga Speedo Textura Preço sugerido: R$ 74,00

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LEONARDO DE DEUS O nadador é a maior revelação nacional do ano. Em Guadalajara conquistou a medalha de ouro na prova dos 200m borboleta. Na ocasião, protagonizou a situação mais inusitada do evento, após a comissão de árbitros questionarem a logomarca do patrocinador na touca. Michelle Veste Maiô Adidas Corporate Preço sugerido: R$ 84,90

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Leonardo veste Sunga Mormaii Cynaus Box Preço sugerido: R$ 69,90

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Tatiane veste Maiô Speedo Folk Preço sugerido: R$ 139,00 Leonardo veste Sungão Acquos Fabíola Molina Preço sugerido: R$ 56,00

Michelle & Tatiane após a ótima performance no Pan de Guadalajara, exibem a beleza da natação brasileira! 42

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MAIS QUE UMA TRAVESSIA,

UMA HISTÓRIA DE DESAFIOS Em 2012, a Travessia Mar Grande/Salvador será realizada pela 49ª vez. Conheça a história e dicas de como se preparar para essa tradicional prova de águas abertas

Vista área da Baía de Todos os Santos, local da prova

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por RICARDO SERRAVALLE | fotos SATIRO SODRÉ & RICARDO SERRAVALLE

É possível sentir a energia da Terra de Todos os Santos quando o avião se aproxima e sobrevoa a maior baía do Brasil em extensão territorial. São 1.052 km2 de mar. Um marzão azul cristalino com águas quentes que separam as duas costas: a da Ilha de Itaparica e de Salvador, a capital baiana. Nesse cenário, é realizada anualmente uma das provas mais tradicionais do país, a Travessia a Nado Mar Grande/Salvador. Essa história começou em 30 de janeiro de 1955 quando o desafio ainda era chamado de Prova Baía de Todos os Santos e surgiu de conversa entre dois nadadores que queriam apostar quem completaria primeiro a travessia de Salvador até Mar Grande. Um deles era o aprendiz de eletricista Hylberto Ferreira Barreto que, em busca de desafiantes, procurou o jornal A Tarde. O então redator de esportes, Genésio Pina Ramos, levou o caso para a direção, que decidiu adotar a prova por considerar que se tratava de feito inédito e que traria a atenção do público. Logo muitas pessoas se haviam inscrito para o desafio. O primeiro vencedor da prova, José Sales Liberato de Matos, concluiu a travessia em 3h50min, recebendo a medalha de ouro das mãos da então miss Brasil, Marta Rocha. A história não parou por aí e teve muitos protagonistas, com destaque

É preciso estar atento a força da maré, é muito comum atletas nadarem mais do que os 12 km por erro de trajeto

para o juazeirense Lourival Quirino, tetracampeão e até então o maior vencedor desse desafio. Atualmente, o grande nome a ser batido é o atleta da seleção brasileira Allan do Carmo que, em 2012, tentará igualar os títulos de Lourival. A categoria feminina foi incluída no ano de 1957 e Marília Barreiros tornou-se a primeira vencedora. De lá pra cá, algumas atletas se revezaram no lugar mais alto do pódio, com evidência para Janaína Soares, pentacampeã da prova. Na edição mais recente - realizada em janeiro de 2011 -, a grande vencedora foi a paulista e estreante na prova Poliana Okimoto que não duelou com a tricampeã da prova, a baiana Ana Marcela Cunha, ausente. E por falar em Ana Marcela, ela foi a mais jovem campeã da prova, com apenas 13 anos, vencendo inclusive na categoria geral.

Outro fato importante é a travessia ser quase sempre realizada em distância superior a 12km devido a força da maré. Ou seja, é bom estar muito bem preparado. Encontramos com facilidade atletas que nadaram mais de 14km ou muitos que não conseguiram sequer entrar no pórtico de chegada por erro de trajeto, tendo desconsiderado ou ignorado a força da maré. Por este motivo, é obrigatório e imprescindível que cada atleta tenha um barco à disposição, de preferência com bom guia. Uma curiosidade sobre a forte maré ocorreu em 1960, quando a prova foi declarada “sem vencedor”. Esse fato inusitado aconteceu devido a correnteza que empurrou os atletas e barcos para além da área de segurança, localizada em linha limítrofe no Farol da Barra. Conta-se que o nadador Nelson Nogueira da Fonseca, o Nelson Jacaré, não conseguiu

A travessia, realizada pelo Grupo A Tarde em parceria com a FBDA - Federação Baiana de Desportos Aquáticos -, tem largada na Praia do Duro, em Mar Grande (Ilha de Itaparica) e chegada na praia do Porto da Barra, em Salvador. A prova chega neste ano à 49ª edição com muitas histórias e curiosidades. Uma delas: durante a prova, o fluxo de navios que adentram na Baía de Todos os Santos em direção ao Porto de Salvador é interrompido para que os atletas possam cruzar toda a extensão. Não é incomum vermos helicópteros em cenas cinematográficas parando as embarcações de capitães mais desavisados.

A FORÇA DA MARÉ

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Com vaga em Londres-2012, Poliana Okimoto é a atual campeã da Travessia de Mar Grande

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vencer a correnteza, porém, nadou a seu favor em direção à praia localizada antes do Farol da Barra, entrou na prainha e, com tiro de 25 metros, conseguiu contornar o Forte de Santa Maria e cruzar o pórtico de chegada. Entretanto, seu feito não foi reconhecido pela arbitragem, que alegou já ter interrompido a prova. O Campeonato Baiano de Maratonas Aquáticas é um dos mais organizados do Brasil; só em 2011 foram dez provas. Para a grande maioria desses nadadores que se aventuram

A Mar Grande não faz parte do circuito baiano, porém, como é chancelado pela FBDA, existem algumas regras fundamentais que precisam ser seguidas antes de se candidatar a realizar a travessia. Citam-se aqui algumas:

mar adentro, o grande desafio é um dia completar uma Mar Grande ou ainda fazê-la novamente. Talvez esse seja o motivo de a Bahia possuir grande número de atletas de alto rendimento nessa modalidade olímpica. A praia do Porto da Barra fica praticamente no meio da cidade e, de lá, se pode contemplar no horizonte a beleza da ilha de Itaparica, onde o sol se põe diariamente por trás de seu contorno num espetáculo maravilhoso de luzes e poesia que encanta turistas e faz os espíritos mais aventureiros quererem alcançar o outro lado da baía, nadando em busca do desafio, do contato com a natureza e de se sentirem parte de um todo.

menos quatro provas oficiais, sejam de suas respectivas federações, confederação ou Fina. Para atletas locados fora do estado da Bahia, é necessário que a respectiva entidade representativa encaminhe para a FBDA um documento atestando que o atleta cumpriu o número mínimo exigido de provas no ano anterior É necessário atestado médico do ano vigente liberando o atleta para realizar, especificamente, a travessia

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Cada atleta deve contar com um barco de apoio a motor, contratado por conta própria e vistoriado pela FBDA e Capitania dos Portos Os atletas devem comprovar participação em pelo

A prova é realizada, como de costume, na primeira quinzena do mês de janeiro e em 2012 será no dia 15. Quem nada a prova sempre quer voltar e nunca a esquece. Há quem diga que existe nesse marzão da Bahia parte do segredo da magia baiana. Então, boas braçadas! 47


Barcos são referências nesta travessia, porque não existem bóias no percurso

dicas para desbravadores de primeira viagem O preço do aluguel dos barcos varia muito e vai de R$ 250,00 a R$ 500,00, não incluso o custo do guia; na maioria das vezes, os barcos alugados pertencem a pescadores da região e eles mesmos fazem o papel de guia. É importante tentar garantir reserva com antecedência, já que os melhores barqueiros/guias não ficam disponíveis até a última hora É essencial que o guia esteja presente no dia do congresso técnico, em que informações muito importantes são compartilhadas, principalmente no que tange à tábua de maré

Durante a prova: Há tempo limite de quatro horas para se completar a travessia. Após este tempo, os atletas são convidados a subir em suas embarcações para liberação do tráfego na Baía de Todos os Santos Não se preocupe em encontrar seu barco; siga o fluxo de atletas e certamente o guia o encontrará Logo após a largada, após o contorno do Farol, há um banco de areia onde se formam alguns redemoinhos; quanto mais rápido se passar por ali, melhor Nade próximo a seu barco de apoio; assim, você evita ter de levantar a cabeça o tempo todo, até porque não existem boias de marcação A chegada é um dos momentos mais críticos, quando a maré é mais forte. Portanto, se não quiser arriscar, guarde um pouco de energia para eventual correção de rota

hotéis Grande Hotel da Barra (71) 2106-8600 grandehoteldabarra.com.br Localizado em frente à Praia do Porto da Barra, proporciona bela vista do pôr-do-sol. Conta com restaurante, piscina com american bar, fitness center, salão de beleza, internet wifi e estrutura para deficientes físicos. Existem três tipos de apartamento: standard, vista-piscina e vista-mar

Marazul Hotel (71) 3264-8200 marazulhotel.com.br O hotel conta com 113 apartamentos e oito suítes. Os quartos são equipados com ar-condicionado, frigobar, cofre, TV a cabo, internet e room service. O café da manhã é servido no apartamento, que conta com uma bela vista para o mar. Localizado próximo a pontos turísticos da cidade

Hotel Sol Barra (71) 3418-7000 solexpress.com.br/SolBarraHotel.aspx solbarra@solexpress.com.br Está localizado próximo à Praia da Barra e ao centro da cidade de Salvador. Possui apartamentos com ar-condicionado, cofre, frigobar, TV a cabo e internet wifi, além de suítes presidenciais, másteres, executivas e juniores. Conta com restaurantes, snack bar e serviço de room service

RICARDO SERRAVALLE ADMINISTRADOR, BLOGUEIRO E NADADOR Colaboração de dados: EDUARDO GANTOIS

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Let’s 400m swim livre

Semana 2 1º treino - 2.600 MTS

por LEANDRO OKUDA

Neste espaço sugerimos programas para sua planilha de treinos. Nesta edição apresentamos sugestões de treinamento para a prova dos 400m livre. Então, bons treinos e boa prova!

2x

100 cr / 100 flut / 50 var / 50 ed

2x

200 cr / 25 sub / 25 var

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50 ed / 50 nad / 50 flut prog

4x100

2x

100 flut A1 / 2x50 A2 ac 1'

3x200

cr A2 int 1'

1 – 25 A1 / 25 A2 / 25 A1 / 25 A3 1 – viradas fortes

3x

500 2 cr A2 ac 7'30 a 8'30 1 – mat livre prog 200 A1 / 200 A2 / 100 A3

200

solto

6x100

br ac 1'30 a 2' int 1'

8x500

pr c/pp ac 1' a 1'10

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solto

100 cr / 50 var / 50 pr palmateio

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75 cr / 25 sub

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75 cr / 25 palmateio

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1 – 12,5 fo 1 – prog A1 – A3 1 – A1

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pr 50 frontal 50 lateral c/pp

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1 – var 1 – A2 int 10''

br A1

int 40''

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cr A2

ac 2'45 a 4'

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br A1

int 40''

4x100

cr A2

ac 1'30 a 2'

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solto

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50 flut / 50 saída e cheg fo / 50 solto

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1x 200 ac 2'45 a 4' – 1 série (200 A1/2x A2 2x 100 ac 1'30 a 2' – 2 série A2 50 solto ac 2' – 3 série 200 A2/2x 100 A3

200

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4x 100 – 1 série A1 ac 1'40 a 2' 50 solta – 2 série A2 3 série ritmo de prova

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1º treino - 2.600 MTS 3º treino - 2.600 MTS

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Semana 3

2º treino - 2.600 MTS

ac 1' a 1'10

3º treino - 2.600 MTS

100 cr / 25 var

Semana 1

1º treino - 2.700 MTS

2º treino - 2.600 MTS

500

1 – cr A1 c/ pr acelerada 1 – cr A2 5x1 int 15'' 800 cr int 1' 1 série cr / 2 série mat livre prog 300 A1 / 300 A2 / 200 A3 solto

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1 – cr 1 – var 1 – 50ed / 50 nad 1 – 4x50 1 – saída e cheg fo int 15'' / 1 _ virada fo

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500 A2 palmar e pp int 1' 6x50 cr A2 ac 45'' a 1'

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2º treino - 2.500 MTS

3º treino - 2.600 MTS

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1 – 25 A1 / 25 A2 / 25 A3 int 15'' 1 – var

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br A1 50 2x1 / 50 3x1

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pr c/ pp

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200 A1 mat livre as 4' a 5'

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LEANDRO OKUDA HEAD COACH DA ACADEMIA A BODY TECH

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MARIA LENK, por DANIEL TAKATA | fotos SATIRO SODRÉ & REPRODUÇÃO

UMA BRASILEIRA Nosso esporte deve muito a sua maior pioneira e principal nome da natação feminina do país

Maria Lenk durante a construção do Parque Aquático que recebeu o seu nome, em 2007

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Aquela mulher era alta, loira e tinha olhos claros. Sua ascendência alemã era evidente, tanto no físico quanto no leve sotaque que pontuava sua fala. Sobrenome mais estrangeiro, impossível: Emma Hulda Lenk. Apesar de nascida no Brasil, não parecia pertencer a esta terra. No entanto, sua identificação com o país foi muito além de

UMA FORÇA QUE NOS ALERTA

seu primeiro nome, Maria. Provavelmente não haja nome mais reverenciado hoje na natação brasileira que o de Maria Lenk. Por seu pioneirismo, por ter sido a melhor do mundo, por ter se dedicado inteiramente ao esporte, literalmente até o último dia de sua vida. Não é exagero dizer que é a esportista mais importante da história do Brasil.

após ver a filha acometida por pneumounia, resolveu iniciá-la na natação, quem diria, em pleno Rio Tietê. “Foi lá onde aprendi a nadar, pois na época não havia piscinas”, disse ela certa vez. “Um rio com peixinhos saltitando, com árvores em volta. Bem diferente do rio de hoje, uma reta de água suja.” Na época, ver mulheres no esporte era coisa rara. Em 1930, pela primeira vez, houve uma prova de natação exclusivamente feminina no próprio Rio Tietê. Aos 15 anos, a vencedora foi Maria Lenk. E sua ascensão foi tão rápida que em dois anos era a melhor atleta do país. Em junho de 1932, a delegação brasileira embarcaria no cargueiro Itaquicê rumo a Los Angeles para a disputa dos Jogos Olímpicos. Paul Lenk foi ao encontro do capitão Orlando Eduardo Silva,

Aos 15 anos venceu a primeira prova de natação feminina no país e em dois anos já era a melhor atleta do Brasil.

Maria Lenk nasceu em 1915, em São Paulo, filha de imigrantes alemães. Seu pai, Paul, funcionário de banco, praticava ginástica e tinha gosto por esportes. Por isso,

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chefe da missão brasileira, para entregar a guarda da filha. Tal ritual tinha razão de ser: ela seria a única mulher entre os quase setenta atletas. Mais que isso: a primeira na história da América do Sul a disputar uma Olimpíada. “Naturalmente fiquei deslumbrada”, relembrou certa vez. “Era a primeira vez que saía de São Paulo. Quando a delegação estava a bordo, chegou o ex-presidente Getúlio Vargas para se despedir e me chamou ao lado dele para tirarmos retratos.” A vida de celebridade estava somente começando. Quando chegou a Los Angeles, virou notícia nos jornais locais por ser a única mulher sul-americana nos Jogos. Conheceu o lendário Johnny Weissmuller, bicampeão olímpico dos 100m livre e o mais famoso Tarzã da história do cinema. “Ele era a maior personalidade do esporte. Ele...falando comigo, eu com meu inglês esfarrapado, e a gente se entendendo.” Nas piscinas, o saldo não foi tão positivo. Não passou das eliminatórias nos 100m livre e nos 200m peito. Nos 100m costas foi desclassificada. Mas muitas lições foram tiradas. “Foi lá que percebi que não basta nadar da maneira que fazíamos no Brasil, em forma de brincadeira”, relembrou ela anos depois. “Seria necessário treinar muito mais do que se nadava na própria prova.”

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Era a grande favorita para vencer os Jogos Olímpicos em 1940, mas a Olimpíada foi cancelada devido a II Guerra Mundial. A maior frustração da vida de Maria Lenk

O DOM, O SUOR

aumentando a velocidade. Foi a introdução do nado borboleta, oficializado somente em 1951. Utilizando esse artifício, Maria Lenk bateu o recorde mundial dos 100m peito em março de 1936, na piscina do Fluminense, em feito pouco conhecido. Infelizmente, a marca jamais foi homologada devido a um racha existente entre a Confederação Brasileira de Desportos e o então recém-criado Comitê Olímpico Brasileiro. Uma briga que quase comprometeu a participação brasileira na Olimpíada de Berlim. A ansiedade pela possibilidade de não disputar os Jogos e a perda da forma física devido à viagem de um mês de navio pesaram na hora das provas. Em sua especialidade, os 200m peito, parou nas semifinais. Mas já começava a revolucionar a natação. De acordo com o livro The Complete Book of the Summer Olympics, de David Wallechinksy, considerado a bíblia dos Jogos Olímpicos, “a primeira mulher a utilizar o estilo (borboleta) em Olimpíadas foi Maria Lenk, do Brasil”.

Depois daquela experiência, passou a treinar diariamente, até duas vezes por dia. Em 1935, foram disputadas pela primeira vez provas femininas no Campeonato Brasileiro. Maria Lenk venceu todas as cinco. No mesmo ano, o primeiro sul-americano com participação de mulheres: mais quatro vitórias. Nessa época, folheando revistas alemãs de esportes que assinava, viu uma reportagem sobre um americano que revolucionava o nado de peito. Aproveitando uma brecha na regra, ele trazia os braços para frente por fora da água,

Com o novo estilo, atingiria sua maior glória. Em 1939, tornou-se a primeira brasileira da história, entre homens e mulheres, a deter um recorde mundial ao marcar 6min15s8 nos 400m peito - prova que não existe mais - no Guanabara. No mesmo ano, outro recorde: nos 200m peito, com 2min56s00, no Fluminense. Era a grande favorita para o ouro olímpico, mas, dois meses antes do início dos Jogos de 1940, a Olimpíada foi cancelada devido à Segunda Guerra Mundial. “Foi a maior frustração da minha vida”, dizia. “Estava em condições de realizar um sonho de muitos anos e a guerra o desmanchou”.

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Uma mulher brasileira conquistaria um ouro olímpico somente em 1996. E, na natação, a primeira vitória do Brasil viria apenas em 2008. Com o sonho desfeito, ela ainda nadou até 1942, quando disputou sua última competição nos Estados Unidos. Seus recordes só seriam superados em 1948, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres, quando a maioria das competidoras utilizava o estilo borboleta consagrado por ela.

MANIA DE TER FÉ NA VIDA Na Universidade do Brasil (hoje UFRJ), onde se formou em Educação Física em 1936, Maria Lenk foi uma das fundadoras da Escola Nacional de Educação Física, na qual foi professora catedrática e primeira diretora mulher. Depois de 32 anos, deixou a Universidade com a condecoração de professora emérita, até então inédita entre professoras da área. Também foi pioneira ao pertencer ao Conselho Nacional de Desportos (CND). Na década de 70, participou de um movimento que resultou na criação da categoria master, destinada a nadadores com idade superior a 25 anos. Como master, conquistou inúmeros títulos. Ainda hoje, há recordes mundiais em seu poder. Jamais parou de competir. Nadava cerca de 1.500 metros todos os dias, no Flamengo. Foi exemplo raro de atleta brasileiro que recebeu todas as homenagens em vida. Recebeu do COB o Troféu Adhemar Ferreira da Silva e, do COI, a Ordem do Mérito Olímpico. Seu nome é o único brasileiro a figurar no Hall da Fama Internacional da Natação. Em 2007, o parque aquático que sediaria os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro recebeu seu nome. Maria Lenk foi visitá-lo quando ainda estava em construção. Infelizmente, ela não teve tempo de vê-lo pronto. Sua

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brilhante trajetória terminou no dia 16 de abril de 2007, em local muito familiar: na piscina. Durante seu treino diário, passou mal e não resistiu. Tinha 92 anos. Maria Lenk não havia saído da vida para entrar na história. Já estava nela – na história - desde muito antes. Provavelmente nenhuma atleta foi tão identificada com o Brasil. Sem ela, a história do esporte brasileiro seria mais pobre. Como canta Milton Nascimento, é preciso ter manha, graça e sonho sempre. Maria.

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NATAÇÃO

PARA QUEM

TEM MEDO

DE MAR

Para superar a fobia e chegar a disputar travessias, inicie seus treinamentos em praias tranquilas, ou em represas com água calma

por ALMIR MARCHETTI | fotos SATIRO SODRÉ

O medo se manifesta nas pessoas geralmente em situações nas quais se sintam ameaçadas física e psicologicamente. Ao se deparar com essa situação, o corpo entra em estado de alerta, a frequência cardíaca e o senso de atenção geral aumentam. Medo de se afogar, de peixes, de tubarão, de ser atropelado por algum barco, insegurança por não enxergar o fundo e sensação de impotência diante de situações que ofereçam e coloquem em risco a integridade física. Enfim, vários motivos levam nadadores - desde aqueles com pouca experiência até grandes nadadores a amarelar quando entram no mar e em competições em águas abertas. Sentir-se seguro é fundamental para nadadores e, para nadar no mar, é preciso conhecer bem os locais e ficar atento a perigos e riscos. Antes de cair na água, é importante que o atleta cheque a direção das correntes e

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do vento e saiba as condições climáticas, precavendo-se de possível virada no tempo. Para quem tem muito medo do mar, a dica é começar a brincar e entrar na água em praias mais calmas e claras, pois enxergar o fundo ajuda bastante na adaptação. Mergulho livre com auxílio da máscara, snorkel e nadadeiras pode ser um bom começo; mergulhe em locais seguros e com boa visibilidade; evite iniciar em praias onde haja ondas e correntezas. Pode-se também começar a adaptação em águas abertas em represas ou lagos ou lagoas onde não haja proibição para nado, pois as águas são calmas e muitas vezes claras. Nade provas de distâncias curtas e circuito de boias, aumentando a distância à medida que se sinta mais seguro. No mar, nade sempre paralelo à praia e, se possível, na companhia de outro nadador, mantendo distância segura.

Nunca nade somente em direção ao fundo ou se afaste demais da praia. Lembre-se: no mar não há marcações no fundo. Para nadar em linha reta, precisamos localizar um ponto de orientação a nossa frente e periodicamente olhar para esse ponto, utilizando respiração frontal, além de laterais. Aperfeiçoe a técnica do nado e conheça seu limite. A parte física é muito importante e faz a diferença. Esteja bem preparado para encarar travessia em águas abertas. Faça treinos longos na piscina com variação de ritmos, de intensidade de nado e de posição de cabeça e treinos de orientações. Inicie logo seus treinos, dedique-se e vença o medo. Desfrute do prazer de nadar no mar e do contato com a natureza.

Sentir-se seguro é fundamental para nadadores e, para nadar no mar, é preciso conhecer bem os locais e ficar atento a perigos e riscos

ALMIR MARCHETTI GERENTE E ASSESSOR TÉCNICO DA METODOLOGIA DE NATAÇÃO GUSTAVO BORGES

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A METODOLOGIA DE ENSINO É DO GUSTAVO BORGES. A SALA DE AULA É DENTRO D’ÁGUA. Matricule-se na academia credenciada mais perto de você. O Gustavo Borges é um dos nadadores com o maior número de medalhas olímpicas de todo o Brasil. Ele ensina a você tudo o que aprendeu com um método de ensino único no país, que mistura diversas técnicas em busca dos melhores resultados. As aulas foram criadas para pessoas de qualquer idade. Acesse nosso site, encontre a academia credenciada mais próxima e comece hoje mesmo a nadar.

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Saiba a forma correta de utilizar os sachês de carboidratos em gel e também por que esse produto é importante no treinamento por RENÊ LEITE | por SATIRO SODRÉ

ENERGIA EM FORMA DE 62

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GEL

Os sachês de carboidrato em gel foram desenvolvidos para repor ou fornecer a energia gasta durante atividades físicas. O produto revolucionou o meio esportivo, elevando a qualidade dos treinamentos e também das competições, principalmente em provas de águas abertas onde nadadores consomem o gel durante parte do percurso. Um formulado de carboidratos simples (rápida absorção) junto a carboidratos complexos (absorção mais lenta) garante energia durante toda a fase de execução de exercícios, assim como na reposição pós-treino, evitando perda de músculos e facilitando o descanso do atleta. Essas substâncias evitam lesões, desgastes desnecessários e estresse esportivo (overtraining). Muitos hoje vêm acrescidos de aminoácidos, que ajudam na reposição muscular, e sódio, que ajuda a evitar fadiga e câimbras. É necessário que se avalie a refeição pré-treino, considerando o horário em que foi realizada e o tipo de alimento consumido. O uso desses saches é dispensável para quem já usa consome carboidrato líquido durante o treinamento (maltodextrina), assim como em treinos inferiores a 45 minutos, a não ser que seja de intensidade elevada. Por isso a importância de se consultar nutricionista para uso correto dos produtos.

O gel garante energia durante toda a fase de execução de exercícios, assim como na reposição pós-treino

Uma estratégia muito bem usada, que poucos atletas utilizam, é o uso fracionado durante séries de intensidade alta, utilizando metade do sachê a cada tiro forte (máximo) Ou a cada final de série. Exemplo: três séries de 3x50m. É importante que o gel seja usado juntamente com água gelada para facilitar absorção e evitar possíveis problemas gastrointestinais por alta concentração. Mais uma vez é necessário ter muita atenção à adequação do produto. Consulte um profissional da área de nutrição, pois o uso indevido pode causar problemas de mal-estar ao invés de ajudar a melhorar o rendimento na piscina. Utilize os sachês de gel com responsabilidade e tenha um ótimo treino! RENÊ DE ALMEIDA LEITE NUTRICIONISTA ESPECIALISTA EM FISIOLOGIA E BIOMECÂNICA DO EXERCÍCIO

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PROGRAME-SE dez natação

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02 a 05

04

15

Curitiba (PR)

Distância: 4,4 km Rio de Janeiro (RJ)

Distância: 12 km Salvador (BA)

10

15

Olimpíadas Escolares 15 a 17 anos

10 a 11

Campeonato Paulista Infantil de Verão São Paulo (SP)

10 a 11

Campeonato Gaúcho de Verão Porto Alegre (RS)

14 a 18

Campeonato Brasileiro Sênior Torneio Open de Natação Rio de Janeiro (RJ)

16 a 18

Copa Norte Nordeste de Natação – Troféu Reinaldo Malta Maceió (AL)

Travessia dos Bravos Praia de Ipanema

3ª etapa do Circuito Light Rei e Rainha do Mar Praia de Copacabana

Travessia Mar Grande/ Salvador

Desafio dos Mares Prova de equipes em revezamento

fev águas abertas

04

Copa do Mundo da Fina de Águas Abertas 2ª Etapa do Circuito 2012 Distância: 10 km Viedma (Argentina)

11

Travessia da Ilha dos Lobos

Distâncias: 1 km, 2 km e 4 km Rio de Janeiro (RJ)

Distância: 1,2 km Rio de Janeiro (RJ)

Distância: 500m e 3 km Torres (RS)

10 e 11

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Travessia do Papagaio Distâncias: 200m, 750m, 1,5 km e 3 km Palhoça (SC)

11

Etapa final do Campeonato Baiano de Águas Abertas Distância: 2,5km Salvador (BA)

Copa do Mundo da Fina de Águas Abertas 1ª Etapa do Circuito 2012 Distância: 10 km Santos (SP)

4ª Travessia de Natação Noturna Distâncias: 800m e 1,5 km Bombinhas (SC)

29

12ª Travessia da Sepultura Distâncias: 800m e 1,5 km Bombinhas (SC)

11

29ª Travessia Internacional da Lagoa da Conceição Distância: 2,2 km Florianópolis (SC)

11

Fuga das Ilhas Distância: 1,5 km São Sebastião (SP)

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FIM DE ANO É

BOM DEMAIS! por ALEX PUSSIELDI

Fim de ano é bom demais! A gente sempre tem o que festejar e, melhor ainda, pode rever o que passou. O ano de 2011 teve grandes e maus momentos, como qualquer outro. Poderia eu aqui listar apenas as coisas ruins. O doping que nos persegue e castiga, que feriu nossa melhor nadadora, Fabíola Molina, e nossa maior estrela, Cesar Cielo. Os clubes sofreram muito neste ano. Foram muitas mudanças. Técnicos perdendo empregos e mudando de ares. Tivemos mudanças no Pinheiros, no Minas TC, no Curitibano, no Álvares Cabral. Mas também tem coisas boas. E muito boas! A recuperação de Cielo no Mundial e o deslanche no Pan de Guadalajara; a nova fase de Bruno Fratus que, em seu primeiro Mundial, entrou para os melhores do mundo. E o nado peito masculino? Cada vez melhor: três nadadores com índice para Londres disputando duas vagas, o que ainda vai gerar muita briga até o Troféu Maria Lenk do próximo ano. Nem Felipe França, o mais regular dos últimos três anos, pode comemorar; ninguém pode dormir tranquilo. Se a coisa vai bem no masculino, no feminino nem tanto. Não só no nado peito, mas de forma geral; a natação de nossas meninas teve uma temporada difícil. Pelo menos conseguimos trazer Joanna Maranhão de volta, talvez em sua melhor fase. É outra que mudou de treinador, está com técnica nova e parece determinada rumo ao índice olímpico. O Brasil dominou os sul-americanos, fez bonito nos Multinations, consolidou a liderança no Pan - mais uma vez só entre os homens -, mas deixou a desejar no feminino. Pior ainda foi no Mundial de Xangai. Lá, inclusive, o número de finais minimizou a natação brasileira a poucas estrelas, as mesmas de sempre. 68

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As águas abertas também viveram momentos de altos e baixos; as mulheres, quase sempre altos. Poliana Okimoto não ganhou nada no Mundial, mas garantiu a vaga para Londres-2012. Ana Marcela foi campeã dos 25 km, mas ficará de fora da Olimpíada. No Pan, Poliana foi prata e Ana Marcela não chegou ao pódio. O masculino, entretanto, viveu o pior ano internacional dos últimos anos. Os homens não foram bem nem no Mundial, muito menos no Pan. Resta a esperança de uma temporada melhor para 2012 e uma vaga olímpica que ainda está em aberto. Até mesmo Thiago Pereira, que mal conseguiu terminar seu programa no Mundial de Xangai, abrindo mão de uma prova que até tinha chances de medalha (400m medley) para encerrar de forma gloriosa a performance do Pan de Guadalajara e ser coroado como o maior nadador desta competição em todos os tempos. E Thiago teve nos 200m costas, sua última prova, sua melhor performance. Altos e baixos fazem parte de nosso esporte, de nossa vida. Saber encarar e superar todos os desafios nos faz mais forte. Foi a maior lição que nosso supercampeão Cesar Cielo tomou com todo o drama que viveu pré-Xangai. Ao fim de tudo, não só virou bi-campeão mundial, mas uma pessoa mais forte e um atleta destemido, determinado à superação. Fim de ano é assim, é hora de todos nós aprendermos com erros, superarmos fracassos e partirmos para novos desafios, sempre para frente e de forma positiva. Sucesso a todos e feliz 2012! ALEX PUSSIELDI EDITOR-CHEFE DO SITE BEST SWIMMING E TÉCNICO DO DAVIES NADADORES SWIM TEAM

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