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ANO XIII • Nº 99 Dezembro 2017
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€ 6,10
ANUÁRIO 2017/2018
PANORAMA DOS PRINCIPAIS SETORES DO AGRO 1 www.noticiasdoagro.com.br
Novembro / Dezembro | 2017 1
ÍNDICE
08 14 20
14
25 28 34 38 38
28
44 46 50 56 58
34
60 66 69 70 76
60
80
PANORAMA/MERCADO
CRISE AFETA VALOR DE TERRAS, NEGÓCIOS RECUAM, MAS VÃO REAGIR
PANORAMA/AGRICULTURA
CNA AVALIA DESEMPENHO DE 2017 E TRAZ TENDÊNCIAS PARA O PRÓXIMO ANO
PANORAMA/SAFRA
CONFIRMADA VOCAÇÃO BRASILEIRA DE GRÃOS
PANORAMA/SUINOCULTURA ABPA ENCERRA ANO COM VITÓRIA NO SETOR
PANORAMA/OVINOCULTURA
ANO MARCADO POR OTIMISMO E CONQUISTAS
PANORAMA/CAPRINOCULTURA
2017 REGISTRA AUMENTO NA PRODUÇÃO DE CARNE E LEITE
EXPOBRASIL/NACIONAL SANTA INÊS SALVADOR FOI PALCO DA RAÇA NO PAÍS
PÉ NA ESTRADA RETROSPECTIVA 2017
EVENTOS
17ª NACIONAL DA RAÇA BOER NA CAPITAL PARAIBANA
CABANHA DO ANO
30ª EXPOVELHA FECHA O CALENDÁRIO DA OVINOCULTURA PAULISTA
NORDESTE
I AGROPACATUBA, NASCE UMA GRANDE EXPOSIÇÃO
PANORAMA/AVICULTURA
SETOR SUPERA CRISES E FECHA ANO COM BALANÇO POSITIVO
GASTRONOMIA
AZEITE DE OLIVA UM “NOVO” TEMPO
PANORAMA/PECUÁRIA DE CORTE EFICIÊNCIA DEFINE A NOSSA PECUÁRIA DE CORTE
PANORAMA/ZEBUÍNOS A FORÇA DA PECUÁRIA NACIONAL
PANORAMA/GENÉTICA INSEMINAÇÕES EM ALTA
PANORAMA/RAÇAS TAURINAS E COMPOSTAS UM ANO EM QUE FOI IMPORTANTE RESISTIR
PANORAMA/LEITE
PRODUÇÃO CRESCEU, MAS O RESULTADO FINANCEIRO FOI NEGATIVO
PANORAMA/LEILÕES QUALIDADE GARANTIU LIQUIDEZ
EDITORIAL
O que esperar de 2018?
M
uita gente vai olhar para 2017 sem a menor saudade. Sim... foi um ano difícil na política, na economia e, por consequência, na imagem da “marca Brasil”. Tantos escândalos e sucessivas denúncias de corrupção foram um golpe forte na estrutura econômica do país e no bolso dos brasileiros. O impeachment da presidente Dilma, no final de 2016, já mostrava que entraríamos num ano à deriva. O novo governo, com um dos menores índices de aprovação da história, teria muito trabalho para aprovar as medidas necessárias para dar um novo rumo ao país. É inegável que vivemos um Brasil diferente, bem menos tolerante à corrupção, embora ela ainda insista em permanecer arraigada em boa parte da nossa elite política. Mas algumas coisas mudaram e aos poucos vão renovando o nosso ânimo. Nunca se investigou (e prendeu) tantos poderosos. Quer dizer que tudo está resolvido? Claro que não..., mas entre erros e acertos, ao menos estamos sentindo uma brisa que nos leva a um lugar diferente. Com tantas dificuldades, novamente caberia ao agronegócio “salvar a lavoura”. E foi o que fizemos! Com trabalho duro e uma grande dose de coragem, o produtor rural brasileiro se superou e mostrou (de novo) a força do setor. Como se superar em ano de Operação Carne Fraca e embargos internacionais? Como ser competitivo em um ano com tantas dificuldades fora e dentro das porteiras? O que esperar do mercado internacional e como manter nossa balança comercial favorável? Trazemos, nesta edição especial, uma retrospectiva de 2017. Os números mostram que, no campo (dentro das porteiras) os resultados nunca foram tão positivos. Batemos recordes de sa-
fra e produção de proteínas. Todos os balanços e relatórios mostram que a produtividade cresceu, bem como a eficiência do produtor. Isso quer dizer que podemos comemorar? Não é bem assim... embora os índices de produtividade tenham sido os melhores da história em muitos setores, essa força não se transformou em aumento da rentabilidade. Mais uma vez... o produtor fez a sua parte. Faltou, portanto, um bom trabalho fora das porteiras. Faltou até, fora das nossas fronteiras! Vide o exemplo da importação de leite do Uruguai, que pressionou os preços e dificultou a vida do produtor brasileiro. Neste ANUÁRIO você tem um balanço completo sobre a produção de aves, suínos, bovinos (corte e leite), caprinos e ovinos, além de toda a movimentação e faturamento em leilões. Também uma análise sobre a valorização das terras e o resultado da agricultura, incluindo o balanço da Safra 17/18. E para te ajudar na tomada de decisões, alguns dos principais especialistas do setor, bem como os presidentes de algumas das principais associações de raças do Brasil, fazem seu balanço da atividade em 2017 e as projeções para 2018. Da nossa parte, ficou a certeza de que, no campo, o produtor cumpriu sua missão, e fez do agronegócio a tábua de salvação de um país inteiro!
É uma publicação da Editora:
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e Simone Rubim
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Publicidade: Marcia Cobra, Marco Gouveia e Val Rodrigues Projeto gráfico/Diagramação: Marcos R. Sousa Revisão: Adriana Bonone
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D e s c u b r a o u n i v e r s o Tr a m o n t i n a p a r a f a c i l i t a r o s e u d i a a d i a
Beleza é fundamental Cuidados com o paisagismo, jardins, hortas e pomares podem valorizar a propriedade e agregar valor ao seu produto.
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U
ma propriedade bonita e bem cuidada, sem dúvida, vai aumentar seu patrimônio, além de agregar valor ao seu produto. Afinal, quando um cliente visita o negócio, espera também ver uma estrutura bonita, limpa e conservada. Isso aumenta o grau de confiança do comprador. Resultado: vendas melhores, constantes e com maior valor agregado. Um velho e conhecido ditado já dizia: a primeira impressão é a que fica! Sendo assim, cuide bem do paisagismo, desde a entrada da propriedade até as estações produtivas. Sim... beleza é fundamental! É claro que isso terá um custo... e você precisa ficar atento para mantê-lo sob controle. A mão de
obra talvez seja o maior gargalo de uma propriedade, por isso é importante aproveitá-la da melhor maneira possível, utilizando todos os recursos disponíveis, para facilitar a rotina e diminuir a quantidade de horas que o funcionário dedica para cada tarefa. O cuidado com o paisagismo é um trabalho delicado. Para isso, é necessário fazer uso das ferramentas corretas para obter bons resultados, utilizar materiais adequados, leves e resistentes, diminuindo o esforço para aumentar a eficiência. O resultado do trabalho e a otimização da mão de obra serão rápidos.
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espaço de terra para horta e pomar é uma atitude inteligente. Além do menor custo, obter frutas, legumes e verduras saudáveis, de boa procedência, garante mais segurança à mesa de sua família. Mas, lembre-se: os jardins, pomares e hortas também precisam de cuidados e ferramentas adequadas.
Água: não pode faltar, nem desperdiçar É impossível pensar em agricultura e paisagismo sem falar da água. Cada cultura tem suas exigências e necessidades, mas todas precisam de água - com maior ou menor intensidade. Também é preciso considerar que vivemos num país tropical e ficar horas sob sol, cuidando da irrigação, é uma tarefa desgastante. E, em alguns casos, ela não será feita de maneira adequada, diminuindo ou excedendo o tempo de irrigação, comprometendo os
resultados e gerando desperdício de água, além de comprometer a mão de obra. Uma atitude simples, inteligente e de baixo custo é montar um sistema de irrigação com mangueiras e aspersores. As mangueiras devem ser leves, resistentes ao sol e não podem dobrar – evitando assim que se quebrem ou interrompam a irrigação. Além de econômico, otimiza o uso da água, já que a quantidade e o tempo de irrigação podem ser regulados de maneira precisa. Também haverá ganhos com a mão de obra, já que o funcionário pode deixar o sistema funcionando enquanto desenvolve outras atividades na propriedade.
Linha de irrigação Tramontina A Tramontina possui uma linha completa de produtos adequados e inteligentes, que ajudam a manter jardins sempre verdes e bonitos, além de contribuir para o menor desperdício d’água, economizando tão importante recurso natural. As mangueiras Tramontina agregam eficiência e qualidade ao trabalho, já que possuem alta flexibilidade e possibilitam fácil manuseio. Há vários modelos disponíveis, com 1, 3 ou 5 camadas, todas com excelente resistência. O modelo com 5 camadas, com sistema patenteado antitorção (NTS®), possui proteção antialgas, não torce e nem dobra, permitindo fluxo de água constante.
FIQUE ATENTO: além disso, a linha de irrigação é composta por inúmeros acessórios, como enroladores, suportes, hidropistolas, aspersores, engates e muitos outros itens, que permitem uma irrigação precisa e confiável.
tramontina.com Novembro / Dezembro | 2017 7
MERCADO
por Luiz H. Pitombo Fotos: Shutterstock e Divulgação
PANORAMA 2017/18
TERRA
Negócios recuam, mas vão reagir Após boa fase de alta, crise afeta o preço das terras no Brasil que tendem à estabilidade com posterior elevação pela forte demanda por alimentos, energia e serviços ambientais.
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A
pesar de seu vasto território, as terras brasileiras costumam apresentar valores médios entre os mais elevados do mundo, superior aos da Argentina e encostando nos Estados Unidos. Em 2011, antes da atual fase de redução ou estabilidade de preços, que começou em 2014/2015, o valor médio do hectare de terras de lavoura no País estava em torno de US$ 4.000,00, enquanto que os norte-americanos pagavam US$ 5.000,00/ha, o que é próximo. "As pessoas só vendem suas terras no Brasil, que historicamente tem uma estrutura concentrada, quando não possuem alternativa, estão endividadas ou com problemas, caso contrário seguram suas
propriedades, e mesmo quando se decide comercializar conversam entre si para evitar concorrência e queda de valores", explica o economista Bastiaan Reydon, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas/SP (Unicamp) e especialista na área. Consultor de várias instituições (FAO, BID, Banco Mundial, Incra e outras), Reydon comenta que o valor da terra é influenciado não só pela expectativa de ganho através da produção (qualidade do solo, infraestrutura, acesso a água, distância de mercados e documentação), mas também por um ganho especulativo, que em alguma medida se espera que sempre aconteça. "Mas o Brasil não pode ficar refém desta situação", salienta.
mas desta vez para baixo, foi o Plano Reydon é um crítico da situação leReal em 1995, que trouxe a interrupção gal e institucional das terras no País, Anuário Terras Gráfico no começo da matéria) que garante, prejudica a todos. "São do processo inflacionário. FGV muitos os organismos e as leis, várias "Desta época até 2003/2004, os vaano Pasto Mata Lavoura lores permaneceram em níveis relaticontraditórias, que cuidam do assunvamente baixos, coincidindo com um to e que tornam a questão fundiária 1995 823 363 1477 período de preços ruins das commodimuito complexa e difícil de controlar", 1996 650,79 290,05 1240,35 Anuário Terras Gráfico no começo da matéria) diz. Porém uma onda de aumentos lamenta. Ele possui um grupo de tra-1997 ties",641,44 252,57 1289,37 FGV da249,9 terra se1277,59 sucedeu, agora balho e defende a criação de uma real1998 das cotações 626,95 Mata ano Pasto Lavoura os bons preços das commogovernança das terras, a começar pelo1999 seguindo 694,65 272,11 1441,96 Anuário que foi 319,92 interrompida pela crise Terras Gráfico no começo da matéria) estabelecimento de um bom cadastro2000 dities, 808,91 1667,46 823 363 1477 FGV 1995 indica que, dos imóveis e de leis adequadas sobre2001 mundial 1041,21de 2008. 379,86Reydon 2084,99 1240,35 ano 1996Pasto650,79Mata290,05Lavoura os preços mundiais caíam, os direitos à propriedade para que possa2002 enquanto 1363,42 503,59 2774,86 1997 641,44 252,57 1289,37 os do Brasil ainda apresentaram cresexistir um verdadeiro gerenciamento2003 1838,5 585,44 3886,59 1998 626,95 249,9 1277,59 1995 823 363 1477 2004 2194,28 691,53 4451,16 cimentos, embora menores, até serem do uso e propriedade da terra. 1999 650,79 694,65 290,05 272,11 1240,35 1441,96 1996 2447,35 724,95 4687,84 impactados crise política e econôEm perspectiva histórica, o economis-2005 2000 808,91 pela 319,92 1667,46 1997 641,44 252,57 1289,37 2464,92 924,09 5239,93 mica interna a partir de 2014, trazendo ta explica que os preços das terras no2006 2001 626,95 1041,21 379,86 1277,59 2084,99 1998 249,9 2745,2 1090,63 Brasil mudaram de patamar na década2007 redução nos valores. 2002 1363,42 503,59 5783,36 2774,86 1999 694,65 272,11 1441,96 3036,91 1227,16 6283,14 aconteceu também nas áreas urde 1970 com a modernização da agri-2008 2003 "Isso 1838,5 585,44 3886,59 2000 808,91 319,92 1667,46 3577,35 1547,93 7545,63 banas, mas com a economia se recupecultura e que, posteriormente, sofreram2009 2004 2194,28 691,53 4451,16 2001 1041,21 379,86 2084,99 3880,53 1664,56 7679,9 2005 2447,35 724,95 4687,84 rando, os preços das terras irão retomar uma valorização intensa em 1986 com2010 2002 1363,42 503,59 2774,86 2011 4494,17 2006 2464,92 1955,33 924,09 8811,87 5239,93 os patamares anteriores com tendência o plano econômico Cruzado, "por pura2003 1838,5 585,44 3886,59 2012 4858,33 2190,63 9844,27 2007 2745,2 1090,63 5783,36 2194,28 4451,16 de longo prazo691,53 de valorização, pois sua especulação", avalia. Outra situação im-2004 2013 5543,41 10740,09 2008 3036,91 2317,23 1227,16 6283,14 2447,35 724,95 4687,84 disponibilidade é restrita e a demanda portante que afetou os valores da terra,2005 2014 5825,36 11874,73 2009 3577,35 2493,71 1547,93 2006 924,09 por2464,92 alimentos se soma 5239,93 a7545,63 por energia e 2010 3880,53 1664,56 7679,9 2007 2745,2 1090,63 5783,36 serviços ambientais", afirma Reydon. 2011 Os 4494,17 1955,33 8811,87 2008 3036,91 1227,16 6283,14 diferentes tipos de terra (de priVALORES DAS TERRAS (R$/ha) 2012 3577,35 4858,33 1547,93 2190,63 7545,63 9844,27 2009 meira, de segunda ou para pastagens) ANO PASTO MATA LAVOURA 2010 2013 3880,53 5543,41 1664,56 2317,23 10740,09 7679,9 costumam apresentar, de acordo com Bastiaan Philip Reydon, 1995 363 1477 2014 4494,17 5825,36 1955,33 2493,71 8811,87 11874,73 823 2011 o economista, comportamento similar professor e pesquisador 1996 650,79 290,05 1.240,35 2012 4858,33 2190,63Valores 9844,27 das terras no Brasil* da Unicamp em todas essas oscilações, mas o que Foto: Antonio Scarpinetti 5543,41 2317,23 10740,09 1997 252,57 1.289,37 2013 14000 641,44 pode mudar é sua intensidade. 2014 5825,36 2493,71 11874,73 1998 626,95 249,9 1.277,59 Pasto 12000 1999 694,65 272,11 1.441,96 10000 2000 808,91 319,92 1.667,46 8000 VALORES DAS TERRAS NO BRASIL* (R$/ha) Mata Valores das terras no Brasil* 2001 1.041,21 379,86 2.084,99 6000 1.363,42 1.838,5 2.194,28 2.447,35 2.464,92 2.745,20 3.036,91 3.577,35 3.880,53 4.494,17 4.858,33 5.543,41 5.825,36
503,59 585,44 691,53 724,95 924,09 1.090,63 1.227,16 1.547,93 1.664,56 1.955,33 2.190,63 2.317,23 2.493,71
Fonte: FGV, adaptação C&O
2.774,86 3.886,59 4.451,16 4.687,84 5.239,93 5.783,36 6.283,14 7.545,63 7.679,90 8.811,87 9.844,27 10.740,09 11.874,73
4000 14000 2000 12000
Valores das terras no Brasil*
Terra de Pasto lavoura
0 10000 14000 8000 Mata Pasto 6000 *12000 Em R$/há, valores médios nominais referentes ao mês de dezembro de cada ano.
4000 deixou de ser realizada a partir de 2015.Fonte: FGV, adaptação C&O A10000 pesquisa 8000 2000 6000 0
Terra de Mata lavoura
(Arte : aplicar no rodapé os anos de 1995 até 2014) 4000
199 5 199 6 199 7 199 8 199 9 200 0 200 1 200 2 200 3 200 4 200 5 200 6 200 7 200 8 200 9 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Terra de *2000 Em R$/há, valores médios nominais referentes ao mês de dezembro de cada ano. lavoura * Valores médiosdenominais referentes de dezembro de cada ano. 0 A pesquisa deixou ser realizada a partirao demês 2015.Fonte: FGV, adaptação C&O
A pesquisa deixou de ser realizada a partir de 2015. Fonte: FGV, adaptação C&O
* Em R$/há, valores médios nominais referentes ao mês de dezembro de cada ano. : aplicar no rodapé os anos de 1995de até2015.Fonte: 2014) A(Arte pesquisa deixou de ser realizada a partir FGV, adaptação C&O
(Arte : aplicar no rodapé os anos de 1995 até 2014)
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Alex Lopes, coordenador do Relatório de Terras, da Scot Consultoria
Negociações difíceis
Anuário /Terras e modelo quanto nos dados últimos 10 ou de 20gráfico anos, (Gráfico do meio para final da matéria) "Nos últimos tempos, com a crise eco- em especial na região Centro-Sul, Terras com benfeitorias SP Só faz junho nômica, as transações de terras estão em estados como Minas Gerais e São não é fácil, também existem outras 7,2 Estes 24-72hpreços, maiscomo 240 haponta, já aplicações mais rentáveis bem como difíceis, pois de um lado existem os quemenos Paulo. a própria atividade produtiva, além têm receio de comprar e de outro os que estão muito elevados e a margem para 1998 4.783,07 6.343,51 das perspectivas de valorização não preferem manter a terra como reserva alteração2.930,57 fica pequena, ao contrário 3.273,08 2.286,77 do que possa acontecer no Pará ou serem tão grandes como antes. de valor, assim houve uma queda1999 da li- 4.975,67 2000o 5.686,94 3.684,33 quidez em todos os sentidos", afirma Tocantins, onde as2.628,51 terras não estão Ao comentar as discussões em an2001do 6.821,86 4.492,55 3.290,76 damento que podem alterar a lei de zootecnista Alex Lopes, coordenador com preços tão elevados. 2002 8.003,22 5.490,53 institucional 4.199,03 acesso da terra aos estrangeiros e o Relatório de Terras, da Scot Consultoria, "Num ambiente nor2003 10.703,80 7.711,69 6.155,68por terras Código Florestal, considera que ambas de Bebedouro/SP. Em termos de preços mal, a maior demanda 2004 9.458,44 nestas 7.475,28áreas com podem ter interferência no mercado afirma que estes estão praticamente es- 13.046,15 deveria acontecer 2005 8.130,74 valores 10.314,18 mais baixos", comenta. Outra tacionados, andando de lado desde 2015 13.936,20 de terras. "Mesmo desconhecendo o 2006de 14.522,39 10.851,53 8.459,71é que, com que pode ser alterado nos dois casos, até fins deste ano, com a perspectiva informação que apresenta 2007 16.601,26 12.519,73 10.064,81 a tendência predominante é de que, ocorrer alguma reação mais consistente as tecnologias hoje existentes para a 2008 18.245,81 13.739,63 11.361,84 se crescerem as restrições de acesso só partir do ano que vem. adequação da fertilidade do solo, o que 2009 18.930,84 14.021,37 11.615,61 a terras ou as relacionadas ao meio Embora reconheça que as terras influencia nas vendas é mais a topografia e ausência pedras permitindo ambiente, os valores podem recuar, devem voltar a se valorizar, especial2010 20.648,48 15.076,07de12.249,89 mas caso tragam maior flexibilidade, mente num País com foco na atividade a mecanização. chamada região do 2011 23.298,70 16.536,31Na13.459,55 os preços podem subir", avalia. agropecuária, Lopes considera que os Matopiba, existem áreas onde se pa2012 25.543,73 18.468,26 15.312,21 gava perto de R$ 1.600/ha, mas, com a Ele conta, por exemplo, que atualvalores tendem a não crescer 2013 tanto 29.583,20 22.145,79 17.918,68 mente se pede na documentação da entrada da soja, seus valores saltaram 2014 35.178,46 26.329,18 20.021,13 para R$28.212,47 16.000/ha.22.623,20 terra uma averbação legal de que ela TERRAS COM BENFEITORIAS SP (2015 R$/ha) 36.130,33 se encontra adequada, ou em fase de Ele concorda que neste mercado exis2016 37.886,44 29.021,62 23.205,97 Até 24,20 ha à Acima de ANO adequação às novas exigências amtem os que apostam na especulação com 2017 37.512,22 28.574,15 23.395,74 7,26 ha 72,60 ha 240 ha terras, contudo, pondera que não é um bientais. Alex Lopes ressalta que tais 1998 4.783,07 2.930,57 6.343,51 situações são apenas elementos na negócio tão bom. Como justificativa, o 1999 4.975,67 3.273,08 2.286,77 formação dos preços, da liquidez e zootecnista indica sua baixa liquidez, 2000 5.686,94 3.684,33 2.628,51 não seus determinantes. pois lembra que sua comercialização 2001 6.821,86 4.492,55 3.290,76 2002 8.003,22 5.490,53 4.199,03 2003 10.703,80 7.711,69 6.155,68 PREÇOS DA TERRA COM BENFEITORIAS EM SÃO PAULO (R$/ha) Preços da terra com benfeitorias em S.Paulo* 2004 13.046,15 9.458,44 7.475,28 13.936,20 10.314,18 14.522,39 10.851,53 16.601,26 12.519,73 18.245,81 13.739,63 18.930,84 14.021,37 20.648,48 15.076,07 23.298,70 16.536,31 25.543,73 18.468,26 29.583,20 22.145,79 35.178,46 26.329,18 36.130,33 28.212,47 37.886,44 29.021,62 37.512,22 28.574,15
8.130,74 8.459,71 10.064,81 11.361,84 11.615,61 12.249,89 13.459,55 15.312,21 17.918,68 20.021,13 22.623,20 23.205,97 23.395,74
Fonte: IEA/Apta, adaptação C&O
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40.000,00
Até 7,26 ha
35.000,00 30.000,00 25.000,00
De 24,20 ha à 72,60 ha
20.000,00 15.000,00 10.000,00
Acima de 240 ha
5.000,00 0,00
199 8 199 9 200 0 200 1 200 2 200 3 200 4 200 5 200 6 200 7 200 8 200 9 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5 201 6 201 7
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
* Valores médios no estado por porte de propriedade. Preços nominais em R$/ha referentes ao mês de junho de cada ano. Fonte: IEA/Apta, adaptação C&O
Pressão urbana
adquiridas por produtores de grande porte As terras no estado de São Paulo são que se tornam ainda maiores. as de maior cotação no País, com valores Ao avaliar o comportamento recente que podem superar os R$ 90 mil/ha. Dendeste mercado no estado, indica que a tre os fatores que contribuem para esta crise interna trouxe falta de liquidez nos condição estão a boa logística, o parque negócios pela ausência de recursos no industrial consumidor próximo e a própria campo, culminando com uma peque(Dados para gráfico Terras) qualidade do solo. "Mas temos visto em na retração nosAnuário valores pesquisados nosso levantamento outro fator, até mesem 2016/2017, que prefere classificar NUA SP (nov. consid.final do ano) mo difícil de isolar, que é a competição por TERRA de estabilidade e que não ocorria desde Ano Primeira Segunda Pastagem área pelo aumento da população e creso início dos anos 2000. "As terras com cimento das cidades, o que também deve benfeitorias de até 7,2 ha, que são as mais 1998 2.961,40 2.341,48no ano 1.885,33 acontecer em outras regiões", comenta o valorizadas, estavam cotadas, pas1999 3.256,22 2.550,61 2.074,55 engenheiro agrônomo Felipe Pires de Casado, pela média de R$ 37.886,00/ha e, em 2000 3.697,17 2.315,86 margo, do Instituto de Economia Agrícola junho deste ano, foram2.839,42 para R$ 37.512,00, 2001 4.740,11 3.706,29 3.009,88 (IEA/Apta), que coordena a pesquisa de redução perto de 1%", afirma. 2002 6.094,86 4.699,22 com 3.719,97 Na categoria de propriedades benpreços de terra no estado. 2003 8.414,80 6.373,52 5.019,79 Ele coloca nesta situação a instalação feitorias até 72 ha, os negócios saíram pela 2004de R$ 9.617,34 7.304,44 de condomínios, áreas de lazer ou chámédia 28.574,00, ou 1,54% a5.842,99 menos 2005 10.497,95 8.167,05 caras, que fazem com que produtores se que 2016, enquanto que as acima6.819,05 de 240 11.121,72 8.789,25 sintam atraídos para vender diante das ha2006 mostraram avanço de 0,82%,7.269,93 sendo 2007 por 12.177,02 9.475,90sempre 8.038,56 boas ofertas para depois adquirirem terras cotadas R$ 23.395,00/ha, na 2008em 13.548,22 10.492,04 9.003,55 até maiores em áreas mais distantes, para média valores nominais. 2009 11.196,60 9.562,92 que conquistem uma escala de produção Quanto14.470,55 às terras nuas em junho deste 2010 15.450,84 12.230,91 10.410,62 tão importante em terras valorizadas. Esano, a pesquisa mostrou reduções nas de 2011 de 16.997,55 11.670,17 tas e outras propriedades de menor porte, lavoura primeira13.805,83 de quase 3%, sain18.968,95 15.475,50 12.987,81 segundo Camargo, têm sido igualmente do2012 por R$ 25.634,00/ha em média, nas 2013 23.353,93 20.344,96 18.623,25 de lavoura de segunda a cotação foi de 26.141,49 e 21.882,02 19.123,32 R$2014 20.420,00/ha a de pastagens R$ TERRA NUA-SP (R$/ha) 2015 26.697,96 21.381,64 18.195,55 17.418,00, com recuos de 3,2% e 4,3%, resANO PRIMEIRA SEGUNDA PASTAGEM 2016 25.464,20 20.460,48 17.145,74 pectivamente. Sobre a possível reação 1998 2.961,40 2.341,48 1.885,33 2017 25.634,70 20.420,69 17.418,56 nos preços, diz que é preciso haver um 1999 3.256,22 2.550,61 2.074,55 3.697,17 4.740,11 6.094,86 8.414,80 9.617,34
2.839,42 3.706,29 4.699,22 6.373,52 7.304,44
2.315,86 3.009,88 3.719,97 5.019,79 5.842,99
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
10.497,95 11.121,72 12.177,02 13.548,22 14.470,55 15.450,84 16.997,55 18.968,95 23.353,93 26.141,49 26.697,96 25.464,20 25.634,70
8.167,05 8.789,25 9.475,90 10.492,04 11.196,60 12.230,91 13.805,83 15.475,50 20.344,96 21.882,02 21.381,64 20.460,48 20.420,69
6.819,05 7.269,93 8.038,56 9.003,55 9.562,92 10.410,62 11.670,17 12.987,81 18.623,25 19.123,32 18.195,55 17.145,74 17.418,56
Fonte: IEA/Apta, adaptação C&O
crescimento da economia e uma situação política não tão agitada, o que acredita que (Gráficoapós maisasao final dade matéria) deva acontecer eleições 2018. Embora não tenha realizado estudos, acredita que, no geral, as terras no estado apresentaram, nos últimos 20 anos, uma boa valorização que teria superado o aumento nos valores dos produtos, avaliando que os preços das terras parecem estar condizentes com a realidade. Ele concorda que existam proprietários que possuem terras por interesse especulativo e não produtivo. "O custo de manutenção da terra é baixo no Brasil e isto torna este tipo de negócio mais atrativo ainda; se compararmos o Imposto Territorial Rural daqui com o de outros países, ele é muito pequeno", pondera. Um fato novo no estado, segundo Felipe Camargo, surgiu com o novo Código Florestal, onde existe a possibilidade da aquisição de terras com cobertura vegetal de forma compensatória visando à adequação do produtor. "Isto está criando um novo tipo de mercado para essas terras, mas que não tem afetado os valores que pesquisamos", afirma.
Preços terra em(R$/ha S.Paulo* PREÇOS DA TERRAda NUA EM SÃOnua PAULO* ) 30.000
Terra de primeira
25.000 20.000 15.000
Terra de segunda
10.000 5.000
0
Pasto 199 8 199 9 200 0 200 1 200 2 200 3 200 4 200 5 200 6 200 7 200 8 200 9 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5 201 6 201 7
2000 2001 2002 2003 2004
Felipe Pires de Camargo, engenheiro agrônomo do IEA/Apta
* Valores médios no estado. Preços nominais referentes ao mês de novembro de cada ano. Para 2017, valores de junho, considerados parciais. Fonte: IEA/Apta, adaptação C&O
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AGRICULTURA
por Luiz H. Pitombo Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
OTIMISMO MODERADO
é perspectiva para 2018
Equipe técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil avalia desempenho do setor em 2017 e traz tendências para o próximo ano.
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N
úmeros preliminares divulgados pela entidade representativa dos produtores, a CNA, trazem a importante marca de uma safra 2016/2017 recorde de grãos com 238 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 28% sobre o período anterior, duramente afetado pelo clima. Mas a safra recém-colhida, ao contrário, foi privilegiada neste aspecto e deu sustentação aos que aplicaram um maior grau de tecnologia no campo, como os produtores de soja, responsáveis por 48% do volume total. A oferta abundante, somada a aspectos como a reduzida capacidade de estocagem e problemas de escoamento, trouxeram preços baixos para as principais culturas com o Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agrícola podendo ficar em R$ 343 bilhões, uma redução de 1,7% sobre o ano agrícola anterior. Mesmo assim, o crescimento robusto da produção do setor primário dentro da porteira deverá ampliar sua participação
no PIB nacional para 23,5%. Para a safra 2017/2018 em andamento, as previsões indicam que dificilmente se repetirá este clima excepcional para a agricultura, com a CNA acreditando em uma queda na oferta total de grãos em torno de 6%, mas que manterá o expressivo volume de 224 milhões de toneladas. O faturamento total, entretanto, pode crescer pela maior oferta de algumas culturas e pelos preços da soja e do milho, que tendem a estar um pouco mais elevados em função do maior consumo de rações que se espera nos Estados Unidos. Com isso, o VBP do segmento poderá subir 3%. A LCA Consultores, de São Paulo/SP, preparou para a entidade uma avaliação dos cenários macroeconômicos que influenciaram e poderão influenciar o setor. Os resultados do trabalho foram apresentados por Luiz Suzigan, diretor de Economia da LCA, em 5 de dezembro, na sede da CNA, em Brasília/DF. Logo no início, indicou que o mercado
RESULTADOS DA SAFRA 2016/2017* Culturas
Produção (variação)
Preços (variação)
Algodão(1)
18,6%
5,7%
Arroz
16,3%
-7,6%
Banana
5,1%
-13,7%
Batata(3)
8,9%
-59,4%
Café arábica
-21%
-4,2%
Café colinon
34%
0,1%
Cana
-1,3%
17,7%
Feijão
35,2%
-43,6%
Laranja(2)
0,3%
10,7%
Maçã
19,6%
-33,2%
Milho
46,9%
-32,2%
Soja
19,5%
-15,8%
Trigo
-22,9%
-18,6%
Uva
54,7%
-31,2%
*Números preliminares em comparação à safra anterior. (1) em pluma (2) laranja de mesa e para suco (3) inglesa Fonte: CNA,Conab e IBGE, adaptação Revista C&O.
espera um crescimento do Produto Interno Bruto mundial (PIB) para este ano de 3,1%, um porcentual que favoreceu "a incipiente recuperação da economia nacional", avalia. Internamente, segundo dados do IBGE acumulados até o terceiro trimestre, foi o crescimento na oferta da agropecuária que contribuiu para essa recuperação, enquanto que do lado da demanda, o alento veio do ligeiro crescimento no consumo das famílias no mesmo período. "A recessão dos últimos anos está entre as mais graves que o País já passou e a retomada tem sido num ritmo mais lento, dentre outras razões, por não terem acontecido choques positivos que influenciassem esta situação como em crises anteriores", diz. Ele reconhece que existem desafios internos e externos a serem superados em 2018, mas que guarda uma perspectiva moderadamente otimista.
Destaque para o algodão
Em uma lista dos produtos agrícolas de maior expressão no País, Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA, destacou na safra 2016/2017 o desempenho do algodão, que deve obter crescimento perto de 19% em seu volume com 1,5 milhão de toneladas e de quase 6% em valor. "Houve elevada demanda pelo produto em função do bom desenvolvimento dos cachos e alta qualidade das fibras, como na Bahia", justifica. O consumo teve um incremento estimado de 4,5%. A receita obtida pelos produtores com a cultura foi superior ao custo operacional efetivo em todos os estados, mas ao associar a rentabilidade ao custo total (depreciação, custo oportunidade e outros), o resultado fica negativo para o Mato Grosso do Sul em R$ 149,00/ha para o algodão verão e de R$ 129,00/ha para o da segunda safra. Por sua vez, a soja deve apresentar um novo recorde de produção, perto de 114 milhões de toneladas, ou cerca de 20% superior à safra anterior. Houve aumento próximo de 2% na área plantada, maior investimento em tecnologia, boas condições de clima e poucos problemas com pragas e doenças. Apesar da
queda de quase 16% nos preços, Lucchi comenta que a maioria dos produtores apresentou margem bruta positiva. No entanto, estima que, ao incluir no custo valores como pró-labore do proprietário, depreciação e custo oportunidade, um terço dos agricultores deve ter ficado no vermelho. As vendas externas do grão cresceram 26% ao atingir 65 milhões de toneladas. Com o maior crescimento entre os grãos está o milho, que deve atingir mais de 97 milhões de toneladas e aumento perto de 47%. Esta quantidade permitiu que os estoques internos fossem repostos e que se aumentassem as exportações através do embarque de 35 milhões de toneladas, volume que supera em 80% o da safra 2016/2017."A margem bruta foi positiva na maioria do País, à exceção da região do Matopiba, enquanto que na segunda safra isso não ocorreu na maioria das regiões", afirma. Ele lamenta a redução de 32% nos preços internos, que comprometeu severamente a renda destes produtores. Dentre os poucos produtos agrícolas de expressão a apresentar preços em ascensão estão a laranja, para suco e mesa, com elevação perto de 11%, e a cana-de-açúcar com 18%. Esta registrou um decréscimo de 1,3% na quantidade colhida, que chegou a 657 milhões de toneladas, mesmo assim o País foi o maior produtor mundial. Em relação à elevação de seus preços, este foi, na verdade, uma recomposição de valores que vinham de uma fase de baixa.
Novembro / Dezembro | 2017 15
Cenários desafiadores Luiz Suzigan, da consultoria LCA, indica para o próximo ano a possível manutenção de um quadro internacional positivo, com a perspectiva de aumento de 3,7% do PIB mundial. Todavia, considera que para os países emergentes a situação possa se mostrar menos favorável que antes, porque os bancos centrais das principais economias vêm retirando estímulos monetários e devem reduzir a quantidade de dinheiro em circulação. "Assim, a tendência é diminuir o fluxo financeiro para estes países, dentre eles o Brasil", avalia. O aperto nas condições monetárias mundiais, como alerta, pode acarretar em uma correção no mercado de ativos, em especial no de ações, que se encontra muito valorizado e pode sofrer paulatinos, mas fortes, ajustes. Estes seriam precipitados pela elevação dos juros que ocorre nos Estados Unidos e que deve ser acompanhado pelo Banco Central Europeu e o da Inglaterra. Em outras palavras, esta correção pode trazer uma queda nos preços das ações no exterior com reflexos internos. "É um ambiente que se apresenta desafiador, mesmo assim acreditamos que 2018, com alguns sustos, pode ser ultrapassado com um ambiente externo favorável”, diz. O consultor vê uma possível continuidade do processo de recuperação do País, mas pondera que os ventos fa-
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voráveis deste ano que estimularam o consumo das famílias devem enfraquecer. Neste sentido, aponta a inexistência de recursos do FGTS a serem liberados, bem como do PIS/PASEP, além do que o salário-mínimo deve apresentar queda em termos reais. Como fator bastante favorável do ponto de vista interno e que pode manter a economia em crescimento moderado, Suzigan aponta a flexibilização da política monetária empreendida pelo Banco Central com a redução da taxa de juros, que deve encerrar o ano em 7%. Ele explica que o crédito ao consumidor ainda se encontra elevado e não assimilou esta redução do BC, que espera que ocorra ao longo do próximo ano. "Este pode ser o elemento mais importante para o crescimento do PIB interno em 2,5%, como prevemos em um cenário básico", afirma. O consultor acrescenta
que esta continuidade do crescimento depende, em boa medida, da diluição dos riscos internos, em especial os políticos, dando maior confiança ao investidor. O ambiente político e as eleições também são fonte de preocupação para Bruno Lucchi, da CNA, que poderão, ou não, afetar o câmbio e com ele as exportações de produtos e a importação de insumos. Também aponta como foco de preocupação o andamento das reformas pretendidas pelo Planalto e a proposta em tramitação no Congresso para revogar a chamada Lei Kandir, na busca de elevar a arrecadação dos Estados via a cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos exportados.
Safra em andamento
"Já existe certa confirmação de que o fenômeno climático La Niña ocorrerá entre o fim de 2017 e o começo de 2018", informa Bruno Lucchi. O resultado pode ser um período de veranicos fortes, em especial na região Sul do País, comprometendo severamente a segunda safra local. No Nordeste, as chuvas podem ficar acima da média, enquanto que no Centro-Oeste e Sudeste seus efeitos seriam mais moderados. Apesar da CNA estimar que, no conjunto, a oferta de grãos possa recuar 6%, no caso da soja a previsão é de uma queda pequena, 1,7%, influenciada pelo aumento de áreas no Matopiba, avanço sobre pastagens no Centro-Oeste, em áreas de milho no Sul e manutenção de investimentos nas lavouras pelo produtor. Os custos de produção da cultura podem
aumentar entre 5% e 7%, particularmente pelo valor dos combustíveis e energia elétrica. Caso ocorra a esperada queda do dólar, os preços dos fertilizantes e defensivos deverão se manter. Quanto às vendas externas do grão, estas podem aumentar 1,7%. A entidade aponta que a forma predominante de comercialização destes agricultores tem sido a individual, tanto na compra de insumos como na venda da safra, o que afirma não ser vantajoso. Para melhorar esta situação, a CNA promete para 2018 a criação de um mecanismo para facilitar os negócios em grupo. É esperado para a cultura do milho, em função de seu baixo retorno, a redução de 10% na área plantada na safra de verão, em especial na região Sul, enquanto que o plantio da segunda safra no Centro-Oeste pode ficar comprometido pelo atraso no plantio da soja. O resultado final esperado é uma queda na produção perto de 4% e das exportações em 3%.
Em relação à cana-de-açúcar, o clima mais seco e o envelhecimento dos canaviais tendem a trazer para 2017/2018 um volume 1,5% inferior à safra passada. Com investimentos limitados, tanto no campo como na agroindústria, caso ocorra uma retomada mais expressiva da economia e seja implantado o RenovaBio, estes trarão o maior consumo de etanol reduzindo a oferta de açúcar e assim estimulando a recuperação do mercado. O bom resultado obtido pelo algodão na safra passada trouxe a reversão de um quadro de retração na área plantada que ocorria há três anos. Preliminarmente, os agricultores pretendem aumentar a área plantada em 15%, com destaque para a Bahia e o Mato Grosso, resultando na colheita de 1,7 milhão de toneladas, ou cerca de 13% a mais. As exportações serão estimuladas e podem crescer 31% atingindo quase 800 mil toneladas de pluma, o quatro maior volume mundial.
Reg. OAB-SP: 1522
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Novembro / Dezembro | 2017 17
Informe Publicitário
ORGÂNICA H O M E O PAT I A
Fotos: Divulgação
UMA HISTÓRIA em constante evolução
C
om os pés no chão e o espírito empreendedor, o administrador Jerson Reginatto sempre despertou interesse em ter seu próprio negócio. Por muito tempo trabalhando no desenvolvimento de projetos para uma farmácia homeopática, adquiriu experiência e percebeu a necessidade e a carência de ter à disposição uma linha de medicamentos homeopáticos para o setor veterinário. Foi a partir destas raízes e do encantamento pela administração e pela homeopatia, que, em 2004, nasceu a Orgânica Homeopatia Veterinária na cidade de Chapecó/SC. Sendo a primeira empresa a instalar um laboratório deste setor no sul do país e tornando-se pioneira na utilização de complexos homeopáticos para bovinos de corte e leite, ovinos, caprinos, aves e suínos no Brasil. Os produtores rurais buscam cada vez mais apresentar ao mercado alimentos naturais, produzidos de forma orgânica, carne, leite e ovos sem residual de medicações. Tendo em vista esta percepção, a empresa desenvolve produtos para prevenir e curar patologias sem agredir ou causar efeitos colaterais, tanto para os animais tratados quanto para o produtor que manuseia os medicamentos, além de não deixar qualquer resíduo no meio ambiente. Diferente da alopatia (medicina tradicional), que trata os animais doentes através da “cura pelo contrário”, causando reações contrárias aos sintomas apresentados, para minimizar ou interromper os sintomas, a homeopatia veterinária consiste em tratar os animais afetados através da “cura pelo semelhante”, onde o medicamento vai tratar o animal como um todo, e não apenas da enfermidade que está exposto no momento.
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Os medicamentos homeopáticos não são agressivos e não causam reações contrárias, eles estimulam o organismo a reagir para forçar seus mecanismos de defesa naturais. Os medicamentos homeopáticos podem ser utilizados em qualquer fase do crescimento dos animais. Os produtos Orgânica contribuem para melhorar o ciclo reprodutivo, a produção leiteira, o tratamento e prevenção de doenças, parasitoses, infecções e lesões. Auxiliam no controle de estresse e melhoram o período de confinamento e engorda. Para aves e suínos, diminuem a mortalidade e melhoram a conversão alimentar. A Orgânica segue os princípios da homeopatia, utilizando somente matérias-primas aprovadas pela Farmacopéia Homeopática Brasileira, nossos produtos passam por um rigoroso controle de qualidade desde a chegada da matéria-prima até o produto final, e estão de acordo com as boas práticas de fabricação de medicamentos homeopáticos e veterinários. Hoje, nossos produtos são utilizados por criadores de todo o Brasil e chegam até suas casas através de uma rede de distribuidores e revendas espalhadas por diversos estados. Possuímos profissionais capacitados em todos os estados, dando suporte técnico e acompanhamento nas fazendas que utilizam nossos medicamentos, mostrando através de exames laboratoriais e métodos do dia a dia a funcionalidade e os resultados dos nossos produtos. A Orgânica está em plena expansão territorial, exportamos hoje para dois países do MERCOSUL, e estamos com contatos com novos países. Em breve lançaremos no mercado nossos produtos para linha de ruminantes e vamos lançar a linha de PET, que já está toda desenvolvida, aguardado autorização do Mapa.
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SAFRA
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
VOLUME RECORDE reafirma vocação brasileira para a produção de grãos
Com ótimas condições climáticas e maior uso de tecnologia, Brasil colhe 238 milhões de toneladas de grãos e atinge seu mais elevado patamar de produção.
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A
divulgação em setembro do 12º levantamento relativo à safra 2016/17 feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirmou as projeções otimistas feitas anteriormente para um novo recorde na safra de grãos. No geral, foram colhidos 238,7 milhões de toneladas, com destaque para o aumento da produtividade, que cresceu 27,9% (51 milhões de toneladas) em relação à safra 2015/16, e a área, que cresceu 4,4% para 60,9 milhões de hectares. De acordo com o mesmo levantamento, a produção do milho primeira safra foi de 30,46 milhões de t, representando um crescimento de 18,3% em relação à safra anterior. O milho segunda safra atingiu 67,25 milhões de t. O levantamento mostrou ainda que houve uma redução de 9,5% na área semeada do trigo, e que sua produção deve chegar a 5,19 milhões de t.
As ótimas condições climáticas também proporcionaram uma boa safra para o produtor de algodão ao longo do ano. A produção foi de 1,53 milhões de t de pluma e 2,3 milhões de t de caroço. Em relação ao plantio e colheita do arroz, o clima favorável resultou em 12,33 milhões de t de produção. O feijão primeira safra teve produção de 1,36 milhão de t, sendo 850,4 mil t de feijão-comum cores, 319,5 mil t de feijão-comum preto e 190,7 mil t de feijão-caupi. Na segunda safra de feijão, a produção chegou a 1,2 milhão de t, sendo 575,8 mil t de feijão-comum cores, 445 mil t de feijão-caupi e 180,2 mil t de feijão-comum preto. Já o feijão terceira safra alcançou a produção de 836,3 mil t em face do aumento de área (17,2%) e de produtividade (26%), sendo 750,7 mil t de feijão-comum cores, 77,6 mil t de feijão-caupi e 7,9 mil t de feijão-comum preto.
Foto: Divulgação
Amélio Dall'Agnol, pesquisador da Embrapa Soja
Luiz Alberto Novaes Moraes, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA Foto: Tony Oliveira
Para Haroldo de Oliveira Neto, superintendente da Conab, a safra 2016/17 foi a melhor dos últimos anos em função da alta capacitação tecnológica empregada no campo pelo produtor. Segundo ele, essa característica se uniu a excelente condição do clima, o que não foi visto na safra anterior. "Com esse cenário o produtor viu a possibilidade de fazer escolhas em que ele pudesse ter uma rentabilidade melhor. Só como exemplo, na safra 2015/16 houve a quebra da safra do milho, então o produtor vendo essa situação apostou na primeira safra de milho do ciclo 16/17. Este mesmo movimento de quebra em um ano e aposta no outro foi visto nas safras de soja, feijão e arroz. Este cenário impacta diretamente na projeção futura da safra 17/18", afirma. O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Alberto Moraes Novaes, lembra que, apesar da safra recorde e o maior uso de tecnologia no campo, nos últimos anos tem se notado um crescimento muito maior em produtividade do que propriamente em área. Segundo ele, isso ocorre devido à diminuição dos preços e elevação dos custos de produção. "A nossa expectativa para safra 2017/18 é de uma expressiva queda de preços e elevação dos custos. Essa combinação têm levado os produtores a uma retração na área de plantio, e isso reduz as nossas expectativas de rentabilidade em relação aos anos anteriores", comenta.
Produção de soja bate recorde e atinge 114 milhões de toneladas Um dos destaques do relatório oficial divulgado pela Conab na safra recorde de grãos do ciclo 2016/17 foi a soja. A colheita da oleaginosa chegou à extraordinária marca de 114,1 milhões de toneladas seguida de uma produtividade de 3.364 kg/ha. O resultado representa uma alta de 17% em relação à média dos últimos dez anos de safra, que tiveram produtividade média de 2.886 kg/ha. Com a colheita recorde, o Brasil rompeu pela primeira vez a tão sonhada barreira dos três dígitos, o que só foi possível graças ao clima favorável, com chuvas na época certa, e o alto grau de investimento em tecnologia de plantio, colheita, controle de pragas e doenças. Outro motivo a se comemorar é que há tempos não se produzia mais de 50 sacas por hectare de média. Nesta safra, a produção média ficou em 54sc/ha. "O que eu tenho visto da maioria dos produtores é que dificilmente a produtividade deles fica abaixo das 60 sacas por hectare. Alguns colhem entre 60 e 80 sacas, mas, na maioria dos casos, todos têm uma expectativa de colher acima de 60 sacas, com um custo de produção em torno de 40 sacas/hectare", diz o pesquisador da Embrapa Soja, Amélio Dall’Agnol. Ele acredita que com o produtor plantando cada vez mais soja, a expectativa é de que o insumo se transforme na cultura que mais crescerá no mundo em função de seu uso como matéria-prima para a produção de carne.
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Marcos Rosa, presidente Aprosoja Brasil
Comercialização interna X exportação
Se, por um lado, o volume de soja produzido é simbólico para um setor que tem batido recordes sucessivos, o mesmo não se pode dizer da comercialização, que passou por momentos difíceis devido à queda nos valores médios do bushel e do dólar, e que contribuíram para retração no mercado interno. Segundo Marcos da Rosa, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), a cotação média da moeda americana em 2016 e 2017 passou de R$ 3,76 para R$ 3,15, queda de 16% que refletiu em menores margens de lucro ao sojicultor e consequentemente aumento nos custos de produção. Segundo ele, a comercialização da nova safra por enquanto ainda caminha a passos lentos. "A comercialização da safra 17/18
tem se mostrado tímida se comparada à média das últimas safras em mesmo período. Mato Grosso, por exemplo, comercializou cerca de 22,5% de sua safra, enquanto que a média de comercialização nesse mesmo período para as últimas cinco safras foi de 36%. O produtor está cauteloso diante da baixa nas cotações do dólar e do bushel e segue acompanhando o mercado esperando preços melhores no futuro", aponta. Já em relação às exportações, o cenário foi um pouco melhor. De acordo com o presidente da Aprosoja, os embarques da oleaginosa entre os meses de janeiro a julho de 2017 atingiram valores próximos a US$ 23 bilhões, alta de 27% em relação ao mesmo período de 2016, que foi de US$ 18 bilhões. Ele acredita que para a safra 2017/18 o panorama deve se inverter, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas prejudicando o
desenvolvimento do grão. A expectativa é que a média de produtividade fique em torno de 50 sacas por hectare, apesar da previsão de aumento de área de 4%, e que a produção caia 5%, registrando 107 mi de t contra os 114 da última safra. "Ainda assim a nossa expectativa é que a balança comercial da soja para a safra 17/18 apresente uma leve alta quando comparada ao ano de 2017. Isso porque esperamos que seja exportado um volume 2,95% maior do nosso produto em grãos. Os valores totais exportados vão depender das cotações mundiais, tanto da moeda americana quanto do bushel, mas se espera algo em torno de US$ 24 bilhões a US$ 24,5 bilhões, valor cerca de 4% maior em relação a 2017”, ressalta Marcos da Rosa.
Cenários para a safra 2017/18 O superintendente da Conab, Haroldo de Oliveira Neto, acredita que para o ciclo 2017/18 os cenários serão distintos para as principais culturas agrícolas cultivadas no país. Com base em levantamentos e estudos estatísticos realizados pelo núcleo de pesquisas da entidade, ele traça a seguinte perspectiva para a próxima safra de grãos:
Haroldo de Oliveira Neto, superintendente da Conab
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Algodão: a safra 16/17 foi muito boa para o produtor, pois o mercado internacional – o principal comprador - exigia o produto e os preços pagos em dólar estavam bastante remunerativos. Isso refletiu na confiança e aposta desse mesmo produtor, que agora, para a próxima safra, projeta expandir a área de plantio entre 3% e 16%.
Arroz: no Brasil há dois tipos de arroz: o sequeiro, que representa 10% da produção nacional e o arroz irrigado. Dos 10% de arroz sequeiro, já observamos há alguns anos a ocorrência de uma perca de área porque o produtor que não quer depender apenas do clima. Já em relação ao arroz irrigado, o maior produtor é o Rio Grande do Sul, responsável por 71% da produção nacional. Por conta das chuvas em excesso entre setembro e
Feijão: o feijão cores, que responde
Soja: o que temos observado em re-
por cerca de 62% de todo o feijão que é produzido no país, tem uma perspectiva de redução de área nos quatro maiores Estados produtores – Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. O preço pago pelo produto é apontado como principal motivo para que o produtor recue na intenção de expandir a área plantada na safra 2017/18. Em relação ao feijão-preto a nossa perspectiva é de aumento de área da ordem de 3% a 5% aproximadamente. Essa perspectiva ocorre pelo fato de o produtor estar localizado em regiões como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados apontados como os maiores produtores do Brasil. Diferentemente do feijão-cores, que pode sofrer desvalorização no mercado por conta da perca de cor, o feijão-preto é mais durável e tem um prazo maior de comercialização. Com isso o produtor de feijão-preto aposta no aumento de área para ter uma melhor remuneração.
lação à soja é que ela vem ganhando espaço de plantio que antes era destinado a outras culturas, como no caso do milho. Isso deve prover um aumento de área para a oleaginosa da ordem de 2% a 4%. Esse aumento de área projetado para a próxima safra será maior do que na safra passada, mas em relação à produtividade ela poderá ser menor. Isso porque algumas dessas
outubro nas principais áreas produtoras gaúchas, o plantio acabou sendo prejudicado e isso tem desestimulado o arrozicultor. Essa falta de confiança reflete na diminuição da área cultivada, que até o momento projetamos entre 1.000.076 e 1.000.100 hectares. A projeção de queda na produção deste grão acontece em função da possibilidade de redução de 2% da área de arroz no Rio Grande do Sul.
novas áreas ainda não estão totalmente desenvolvidas. Como a Conab ainda não tem a informação segura de campo com relação à produtividade da soja, nós usamos para todas as produtividades informadas em nossos boletins apenas dados estatísticos, ou seja, um estudo estatístico do que pode vir a ser a produtividade para os dois primeiros levantamentos já divulgados (outubro e novembro).
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Milho: o milho primeira safra, em fun-
ção da grande produtividade na safra 2016/17, está hoje com o mercado saturado por conta do grande volume de estoque que sobrou da safra passada. Isso fez com que os preços caíssem acentuadamente, além da redução da procura de insumos relacionados ao grão. Com essas variáveis, o produtor passou a reduzir a área de plantio do milho e direcionou esse espaço para outras culturas mais atrativas, como a soja, algodão, feijão, silagem e silvicultura. A nossa expectativa parcial é de redução de 5 milhões de hectares de área no milho primeira safra. Esta informação ainda será confirmada nos próximos boletins, mas a redução de área no milho primeira safra já é praticamente consolidada.
relativo à safra 2016/17 foi referente ao plantio e colheita de cana-de-açúcar entre os principais estados produtores. Na avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), a safra 2016/17 é considerada bastante positiva no estado, com a produção ultrapassando pela primeira vez a marca de 50 milhões de toneladas (50,2 mi) e registrando crescimento de 3,3% sobre a safra anterior. De acordo com levantamento feito pela Conab, a área de produção de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul, que foi de 660 mil hectares no ciclo 16/17, teve alta de 3,7% em relação à safra anterior. A produtividade média foi de 81,2 toneladas por hectares, apresentando leve recuo de 0,4% na comparação com a safra 2015/16. Para Luiz Eliezer Gama, analista técnico do Sistema Famasul, um ponto de atenção na cultura da cana-de-açúcar foi a elevação no custo de produção, que na última safra foi a maior de toda a série histórica.
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“O produtor trabalha no limite da produtividade de nivelamento, ou seja, a produtividade na safra 2016/17 foi de 81,2 kg/ha, suficiente para cobrir apenas o custo operacional total. Para cobrir o custo total, que é quando se considera também o custo de oportunidade, a produtividade necessária ultrapassa 110 kg/ha”, explica Gama. Ele ressalta que a alta nos custos de produção foi amortizada pela forte apreciação do açúcar, o que fez com que houvesse melhora na margem dos produtores.
“Em relação à cana-de-açúcar para 2018, especialmente no que se refere ao preço do açúcar, a perspectiva é de forte recuo em relação à safra passada, dado que está havendo uma recuperação da produção nos principais players mundiais, como a Índia, e também em função da desvalorização do dólar. Há expectativa também de larga oferta mundial do produto, o que pode pressionar as cotações internacionais e evidentemente pressionar a margem do produtor”, afirma.
Luiz Eliezer Gama, técnico do Sistema Famasul
Foto: João Carlos Castro- Assessoria de comunicação Sistema Famasul
Safra de cana-de-açúcar no MS ultrapassa 50 milhões de toneladas e cresce 3,3%: Outro destaque
por Simone Rubim Fotos: Divulgação / Marco Gouveia
SUINOCULTURA PANORAMA 2017/18
EXPORTAÇÕES FAZEM A DIFERENÇA
Copa do Mundo na Rússia gera expectativa de crescimento em 2018 Francisco Turra, presidente executivo da ABPA Foto: Édi Pereira
A
pesar do prejuízo causado pelos equívocos traçados durante a Operação Carne Fraca, desestabilizando toda a economia brasileira, o mercado de suinocultura conseguiu embarcar cerca de 700 mil/ton, o que significa uma vitória para o setor. Países como Rússia, Argentina e Uruguai incrementaram significativamente suas compras. Outro fator que prejudicou o segmento e surpreendeu a todos, principalmente a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foi a decisão do Serviço Federal Sanitário e Fitossanitário da Rússia sobre a suspensão da importação de carne suína nacional. Principal importadora desta
DESEMPENHO DO MERCADO 2016/2017 ANO
PRODUÇÃO
EXPORTAÇÃO
CONSUMO /per capita
RECEITA
2016
3,731 mi/ton
643,5 mil/ton
14,4 kg
US$ 1,509 bi
2017
3,758 mi/ton
693 mil/ton
14,7 kg
US$ 1,624 bi
Perspectivas para 2018 Há expectativas de elevação entre 4% e 5% em relação ao resultado de 2017. A retomada de exportação da Rússia de-
verá ocorrer em breve e a realização da Copa do Mundo em 2018 deve influenciar positivamente a demanda da carne suína brasileira. Também é esperado que os embarques de carne para a Coreia do Sul co-
proteína, a Rússia foi destino de 210,3 mil toneladas entre janeiro e setembro, desempenho 11,7% superior que o obtido no mesmo período do ano passado (188,4 mil toneladas). Segundo Francisco Turra, presidente executivo da ABPA, a retomada deste País deverá ocorrer em breve, lembrando que teremos um ano de Copa do Mundo e poderá influenciar positivamente a demanda por carne suína. “Trabalhamos respeitando a legislação sanitária da Rússia e dos demais mercados com os mesmos critérios. Estamos à disposição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com as informações que forem necessárias”, comenta Turra. Cenário positivo foi observado nos últimos meses em relação ao consumo dessa proteína no mercado interno brasileiro, que encerra 2017 com aproximadamente 14,7 kg per capita, uma elevação de 2% em relação ao ano passado, que foi de 14,4 kg.
mecem no próximo ano, com a conclusão dos certificados sanitários para as plantas habilitadas. O mercado peruano deve ser aberto e a África do Sul deve manter ritmo de importações forte para 2018.
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CABANHA GUARANY
Fotos: Marcos Sousa
ANO DE CONQUISTAS
Guarany é eleita Cabanha do Ano
P
ropriedade de Eli Alves da Silva, renomado advogado da capital paulista, e sua esposa, a também advogada Lilianne Yuki Gallo Alves da Silva, a Cabanha Guarany, localizada no município de Itapetininga/SP, investe em ovinos da raça Santa Inês, além de bovinos Senepol e Nelore. A fazenda produz ainda: milho, soja e silagem (para consumo próprio e venda). Mas é na produção de ovinos que está sua grande vocação. Referência nacional na seleção e melhoramento genético do Santa Inês, a fazenda vem aumentando sua produção comercial, através do cruzamento com as raças Dorper e White Dorper. O objetivo é produzir um cordeiro premium, com índices cada vez melhores no rendimento e acabamento de carcaça. “Buscamos animais que estejam prontos para o abate com 35 kg de peso vivo, entre 120 e 150 dias. Para isso, a base de uma boa genética Santa Inês tem sido fundamental”, explica o produtor. Para garantir o máximo de eficiência, o criador tem investido também no gerenciamento da propriedade. “Temos uma consultoria que avalia os índices e traz tudo na ponta do lápis. Assim conseguimos saber o custo e a rentabilidade dos animais abatidos”.
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Estrutura de excelência Bons resultados são conseguidos com determinação, trabalho duro, investimentos e (muita) organização. “Temos um time de profissionais capacitados e de primeira linha”, afirma Eli Alves. A estrutura da Fazenda também merece destaque. Cada coisa tem seu lugar e, apesar de funcional, a beleza das instalações chama a atenção. O rebanho de elite Santa Inês conta com cerca de 200 animais. Já o rebanho comercial está na casa de 500 matrizes. A propriedade de 300 hectares é dividida em piquetes com uma grande variedade de pastagem: braquiária, florakirc, massai, aruana e anapiê. Os animais de pista ficam em baias de alvenaria com solário. Já os animais comerciais ficam em galpões que dão acesso aos piquetes, com estrutura suficiente para que sejam divididos por idade e categoria. Para completar, uma maternidade recebe os cordeiros que serão destinados ao abate, com terminação em confinamento, cuja silagem e ração também são produzidas na fazenda.
Melhor criador e expositor da raça no estado de São Paulo Há 18 anos, a Cabanha Guarany investe na seleção do Santa Inês. Nome conhecido nas pistas e remates do Brasil, Eli Alves teve ainda mais motivos para comemorar, conquistando os prêmios de Melhor Criador e Melhor Expositor no Ranking Cabanha do Ano – ASPACO 2017. “Resultado que só nos traz a certeza e convicção do trabalho que vem sendo realizado, com muita determinação e objetivos predefinidos, além de investimentos direcionados e aperfeiçoamento da mão de obra”, comemora Eli.
COMPROMISSO COM A QUALIDADE E MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA SANTA INÊS
Ranking Cabanha do Ano da ASPACO 2017 - Santa Inês Melhor criador e expositor: Eli Alves da Silva – Cabanha Gauarany
CRUZAMENTO INDUSTRIAL
CONFINAMENTO
ELITE - PO
Fazenda Guarany O começo de uma nova tradição
Fazenda Guarany
SENEPOL - PO
NELORE - PO
CRUZAMENTO INDUSTRIAL
ELI ALVES DA SILVA e LILIANNE YUKI GALLO ALVES DA SILVA • Fazenda (15) 9 9789-6807 com Fernando • contato@cabanhaguarany.com.br
• Veterinário: Mateus Guimarães Rodrigues • Consultoria: Conspec • Consultoria em Reprodução: Júlio Barbosa
www.cabanhaguarany.com.br
OVINOCULTURA
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Marco Gouveia
PANORAMA 2017/18
HORA DE PLANEJAR Genoma e carne certificada estão dentre as metas
Em um ano marcado por conquistas e desafios, presidentes das principais associações de raças relatam os avanços e dificuldades enfrentadas em 2017 e os planos e projeções para 2018.
A
ssim como para toda a cadeia pecuária, 2017 foi um ano desafiador também para a ovinocultura. No entanto, em relação a outros pecuaristas, ao ovinocultor sobrou motivos para uma visão mais otimista da atividade. Avanços, como a liberação de verbas para a retenção de matrizes e a definição de linhas de crédito direcionadas exclusivamente para o custeio e investimentos na atividade, são acertos que proporcionam maior segurança ao criador e trazem desenvolvimento para a atividade.
Se a temporada pôde ser entendida como um ano de conquistas, então o que dizem os presidentes das associações de criadores sobre o desempenho das raças as quais eles representam? Quais as perspectivas para 2018 em relação a temas importantes como produção, comércio, avanços genéticos e aumento do rebanho? Ouvimos os dirigentes de associações das raças Suffolk, Poll Dorset, Dorper, Ile de France, Texel e Santa Inês, que fizeram essa análise e nos contaram em primeira mão quais os planos e as projeções para 2018.
IBGE: rebanho de ovinos cresce 0,1% em 2016 na comparação com 2015 A Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) 2016, divulgada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o efetivo brasileiro de ovinos (ovelhas, carneiros e borregos) foi de 18,43 milhões de cabeças em 2016, com variação positiva de 0,1% em relação a 2015. A região Nordeste também tem a maior concentração desses animais, com 63,0% do rebanho nacional,
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seguida pela região Sul, onde estão 23,9% do efetivo de ovinos. A Bahia detém o maior plantel, 3.497.190 animais ou quase 1 a cada 5 ovinos brasileiros (19,0%). O estado está praticamente empatado com o Rio Grande do Sul, onde estão 3.496.904 ovinos também cerca de 1 a cada 5 (19,0%). Pernambuco e Ceará aparecem em seguida com, respectivamente, 13,4% e 12,6% do total nacional.
Suffolk Vinício Salles Bastos, presidente
Poll Dorset João Alberto Guerra Filho, pre-
Dorper Vilma Gomes, presidente da Associa-
da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Suffolk (ABCOS): “Em 2017 o Suffolk alcançou seu ápice e vem conquistando cada vez mais espaço, se tornando uma das principais raças para a produção de carne de cordeiro no país. Durante a Expointer, considerada por nós como termômetro da ovinocultura, vendemos todos os animais disponíveis, batendo o recorde de vendas entre os ovinos na exposição. Portanto, colocamos o Suffolk novamente na rota dos investimentos. Aliás, os criadores têm participado também nas feiras do interior, mostrando a pujança e qualidade da raça. Para 2018, a ABCOS aposta na 10ª Exposição Nacional, que ocorrerá em Maringá/PR em maio.”
sidente da Associação Brasileira de Criadores de Poll Dorset (ABC Poll Dorset): “Apesar de o clima não ter ajudado em 2017, por conta da falta de chuvas, a comercialização do Poll Dorset segue sendo fácil, com um grande interesse de vários criadores que querem fazer cruzamentos, e outros que já vêm criando a raça pura. Sabemos que o mercado é comprador, por isso, no caso Poll Dorset, buscamos oferecer um preço melhor. Aos poucos a raça vai ganhando espaço e certamente irá crescer cada vez mais à medida que as pessoas forem conhecendo. Acredito muito que o futuro da raça será positivo para a ovinocultura brasileira.”
ção Brasileira dos Criadores de Dorper (ABC Dorper): “As raças Dorper e White Dorper estão hoje consolidadas como empreendimento, sendo que os criadores que têm investido e se dedicado à criação, já há um bom tempo vêm obtendo importante retorno financeiro. Prova disso é que na última Nacional, realizada em Valinhos/SP, o Dorper provou ser um sucesso comercial tanto nos remates quanto nas vendas em baias. Nossos animais a cada ano crescem em qualidade e com isso podemos afirmar que hoje temos os melhores plantéis do mundo. Para 2018, temos a expectativa da implantação do Projeto Genoma, que trará para a raça um grande salto de qualidade, atingindo o objetivo final que é a produção de uma carne de excelência com baixo custo de produção.”
Ile de France Rafael Paim, presidente da Asso-
Texel Maurício Wickert Silveira, presidente
Santa Inês Thiago Beda Inojosa, presidente da
ciação Brasileira de Criadores de Ile de France (ABCIF): “Tivemos um ano extremamente positivo na questão de expansão da raça - não apenas dos puros, mas também de cruzamentos - e o fortalecimento de entidade. Na Expointer passamos a ser a segunda maior raça em número de animais e também em comercialização. Para 2018, projetamos o mesmo crescimento registrado nos últimos anos, com a entrada de novos criadores trabalhando com o rebanho puro e a utilização dos machos no cruzamento industrial, buscando o melhoramento de carcaça e marmoreio da carne. Outro ponto importante para o próximo ano é o início do Teste de Avaliação de Progênie da Raça Ile de France, que ocorrerá em parceria com a Embrapa e a Arco.”
da Associação Brasileira de Criadores de Texel (Brastexel): “Em 2017, resolvemos a questão da casa da associação, passando para um novo endereço, mais bem localizado e maior. Também criamos novos códigos de ética de jurados, criadores e regulamento de ranqueadas que antes não existiam. Em termos de exposições, passamos a ter oito feiras ranqueadas pela Brastexel entre o Rio Grande do Sul e o Paraná, o que nos trouxe um aumento significativo de associados, que passaram de 32 para 55. Nossa perspectiva para 2018 é que, com a certificação da carne Texel, tenhamos um aumento na venda de reprodutores. Além disso, já temos confirmadas sete das oito feiras ranqueadas, e a manutenção de parceiros vitais como Farsul, ARCO e Ovinopar, entre outros.”
Associação Brasileira de Santa Inês (ABSI): “O Santa Inês está entrando em uma nova fase, com projetos de grandes rebanhos produtores de carne. Para 2018, entraremos com um plano de marketing nacional apoiando esses projetos e divulgando todos os pontos importantes da raça, dentre eles a produção do melhor cordeiro do país, por não possuir lanolina em sua composição. Em relação às exposições, implantamos um ranking com avançado programa de atualização dos pontos, onde iremos aumentar o número de exposições ranqueadas, tornando assim bem mais competitivo o sistema RADAR da ABSI. Nossos três grandes eventos serão a Festa de Entrega do Ranking, Festa Nacional do Santa Inês e a ExpoBrasil.”
às lãs mais grossas (Corriedale) ou de raças carniceiras. Segundo ele, em 2018, a tendência do mercado ainda será de maior procura e valorização por fios de menor espessura. “A safra de lã 2017/2018 está reafirmando uma tendência de mercado remunerador por qualidade do produto lã fina, que apresenta melhores características de coloração, fator de conforto e comprimento de fibra. No entanto, o nosso desafio é buscar mercados alternativos, pois a maioria do rebanho laneiro continua sendo da raça Corriedale, assim como também a necessidade de qualificar a colheita da lã (esquila), com o intuito de evitar perdas, contamina-
ção e queda de qualidade”, explica. Em relação ao melhoramento genético dos lanados, o presidente da ARCO destaca que o país possui uma grande diversidade de cabanhas e raças com nível zootécnico semelhante a dos principais países produtores de ovinos do mundo. No entanto, ele lembra que sobre o rebanho ainda é preciso melhorar os índices de prenhes, nascimento e assinalação de cordeiros. “Somente com este crescimento, organização de escala e a terminação dos animais com padrões, será possível permitir que o setor tenha uma indústria comprometida, possibilitandoo abastecimento regular de um mercado consumidor”, completa.
Raças lanadas se destacam por procura e valorização de lãs mais finas Com cerca de 98% do rebanho laneiro concentrado no Rio Grande do Sul, nos últimos anos a lã aparece como importante commoditie no mercado internacional, tendo seu preço atrelado à valorização e procura de consumidores e mercados específicos por uma fibra natural e de alta qualidade. Essa demanda reflete diretamente na criação e no desenvolvimento dos rebanhos lanados gaúchos. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (ARCO), Paulo Schwab, 2017 marcou a retomada da procura e valoração das lãs mais finas - das raças Merino e Ideal —, que apresentam melhor qualidade em relação
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IRMÃOS ITIMURA
IRMÃOS ITIMURA FRIGORÍFICO Prioridade no atendimento e foco na qualidade
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econhecida como uma empresa competitiva no segmento alimentício, a Irmãos Itimura Frigorífico atua no mercado desde 2005, quando ainda era apenas uma companhia que trabalhava como beneficiadora de castanha. Em 2012, a administração passou ao grupo econômico “Irmãos Itimura”, aumentando a gama de produtos de alta qualidade, em especial a carne de cordeiro. Desde o início a prioridade foi o atendimento de excelência aos clientes, tanto com produtos rigorosamente classificados, como no atendimento personalizado. A estrutura montada para operacionalizar seus principais projetos conta com: formação do banco de colostro ovino; apoio ao desenvolvimento de
tecnologias para o setor da ovinocultura e para uso de seus parceiros; parcerias com universidades e centros de pesquisa para avaliações e desenvolvimento de padrões de carcaça e qualidade da carne; trabalho dentro e fora da propriedade visando à segurança para quem cria e à saúde para quem consome; e por fim, assessoria técnica especializada aos produtores parceiros. Na ovinocultura, a empresa atua com criação própria, tendo um projeto em andamento para 3 mil matrizes a pasto em uma área de 128 hectares e confinamento para 2 mil cordeiros na sua primeira fase. A ideia central é que os parceiros comerciais tenham um local como vitrine para tecnologias e treinamento, além de regular a oferta de cordeiros ao longo do ano.
Centro de beneficiamento
Em outro projeto ambicioso, a empresa criou o primeiro Centro de Beneficiamento exclusivo para ovinos do Paraná. O frigorífico foi inaugurado em fevereiro de 2017, fruto do empreendedorismo e confiança na ovinocultura e seus produtores.
Cordeiro com origem conhecida, qualidade garantida e sabor inigualável. Centro de beneficiamento exclusivo e um dos únicos do Brasil, trabalhando com uma linha completa de carne de cordeiro. Sistema de parceria e integração com produtores, garantido segurança e tranquilidade para a entrega de animais. Apoio ao desenvolvimento de tecnologias para o setor e para o uso de seus parceiros.
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Irmãos Itimura Frigorífico
Av. Argemiro Sandoval, 270, Uraí/PR CEP: 86280-000 E-mail: contato@irmaositimura.com.br
Telefone: (43) 3541-1615 Novembro / Dezembro | 2017 31
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P O R T O R E S E R VA
Fotos: Divulgação
REFERÊNCIA NACIONAL
Conhecido por sua excelência na criação e seleção da raça Anglonubiana, criatório faz projeções otimistas para 2018
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pesar da crise vivida em 2017, o proprietário do Capril Porto Reserva, André Ferreiras, ficou satisfeito com os resultados. A propriedade de 12 alqueires, localizada em Porto Feliz/SP, região de clima ameno, bastante úmido e solo fértil, é capaz de agilizar a rotatividade dos piquetes, que mantém 320 cabeças de caprinos da raça Anglonubiana. O foco da criação é a seleção genética, por conta disso, no capril há um laboratório próprio onde são feitas as coletas de sêmen e embriões. Segundo Ferreiras, a Porto Reserva encerra o período com 12 mil doses de sêmen, dos melhores reprodutores do Brasil – todos premiados em pistas, e cerca de 600 embriões congelados. “Estou fechando o ano com chave de ouro. Recebi a visita de criadores da Colômbia e Venezuela, que vieram conhecer a genética do Capril e já mencionaram
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interesse em embriões e sêmen da raça”, comenta. Outros resultados foram o nascimento de 250 animais e cerca de 40 aquisições em leilões. Também participou de quatro leilões: dois como convidado e dois como promotor; foram 20 animais vendidos nos leilões e os demais em vendas diretas, totalizando cerca de 120 animais e um faturamento com média de R$ 130 mil. A questão da sanidade e do bem-estar animal são prioridades no criatório. A Porto Reserva dispõe de modernas instalações, planejadas para facilitar e otimizar as tarefas diárias, o manejo do rebanho e o controle sanitário, bem como dar proteção e segurança aos animais. As instalações contam com sala cirúrgica; piquetes rotacionais irrigados; baias de confinamento e semiconfinamento; baias com creepfeeding; enfermaria; maternidade e baias de quarentena.
Perspectiva 2018
“Estou preparado para produzir 45% a mais que em 2017. O mercado está bombando, a procura está alta por animais e pelo melhoramento genético”, enfatiza Ferreiras. A próxima estação será altíssima, desde já estão procurando e agendando visitas. Ele acredita que será um ano mais produtivo e com negociações mais fáceis. Outro projeto, ainda em fase de gestação, é a venda de animais com a chancela de qualidade do capril, incluindo no pacote um manual de boas práticas de manejo. Ferreiras explica que a intenção desse projeto é fortalecer toda a cadeia, ajudando outros caprinocultores na maneira correta de criar o Anglonubiano.
Porto Reserva
produzindo anglonubiano funcional
Fone: (15) 3261 4909 • (11) 9 7640 3101 Email: portoreserva@terra.com.br
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CAPRINOCULTURA
por Simone Rubim e Denis Deli Fotos: Shutterstock
PANORAMA 2017/18
REBANHO MAIS EFICIENTE Desafio agora é aumentar o consumo e agregar valor
Nordeste concentra o maior número de animais e apresentou aumento na produção de carne e leite em 2017.
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mbora o número efetivo do rebanho caprino não apresente crescimento há algum tempo, a produção vem se tornando cada vez mais eficiente, aumentando o volume de carne e leite, principalmente no Nordeste brasileiro, região que concentra cerca de 93% do rebanho caprino nacional. Embora não se tenha um número exato (o Censo Rural do IBGE está em andamento), estima-se que o país tenha pouco menos de 10 milhões de caprinos. A Paraíba, famosa por sua importante bacia leiteira, foi o estado nordestino que apresentou um desenvolvimento produtivo mais acelerado, assim como a Região Nordeste, onde as políticas de marketing
e o aumento da oferta contribuíram para aquecer o consumo de leite caprino e seus derivados. Para Espedito Cezário Martins, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, o momento continua sendo melhor para a produção de carne, mas o leite de cabra apresenta um significativo potencial de crescimento. “Não para o consumo in natura, mas sim na forma de derivados, como: queijos finos, iogurtes, doces e até na indústria de cosméticos”, avalia. Já para a carne, um dos maiores desafios é elevar o consumo fora da Região Nordeste. Nas grandes capitais (onde normalmente estão os restaurantes mais renomados), a iguaria tem seu lugar garantido na alta
gastronomia. Mas é preciso popularizar o seu consumo, mostrar para as pessoas que a carne de cabrito pode ser feita em casa, mesmo que você não seja um chef. Para que isso aconteça é preciso, primeiro, estruturar a cadeia. “Há um elevado nível de informalidade nas cadeias produtivas de caprinos e ovinos. Os desafios e necessidades são parecidos: políticas públicas desarticuladas, descumprimento da legislação que rege o abate, assessoria
técnica desqualificada, dificuldade de inserção de produtores em novos mercados com abate inspecionado, falta de constância na oferta, entre outros”, detalha Martins. Para que estes problemas sejam resolvidos (ou pelo menos tenham um caminho) é preciso que todos os envolvidos na cadeia façam sua parte: produtores, empresas, associações, entidades de pesquisa e poder público.
“Com relação ao segmento pesquisa, a Embrapa Caprinos e Ovinos tem como compromisso a superação dos desafios científicos e tecnológicos para o desenvolvimento da sociedade brasileira, concentrando seus esforços na viabilização de soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da caprinocultura e da ovinocultura”, finaliza Martins.
LEITE: programas de incentivo têm fomentado o setor O mercado de leite de cabra no Brasil tem se expandido, muito embora o ritmo não seja tão acelerado o quanto se esperava. Na Região Nordeste um dos principais estimuladores da demanda tem sido os Programas de Compras Governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Segundo Arlindo Ivo, Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos, “o desejo do produtor se abriu em relação à possibilidade de produzir os derivados artesanalmente, uma vez que a Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos da CNA (Confederação Nacional de Agricultura) vem ajudando e ouvindo o setor”.
CARNE: potencial do mercado é atrativo Nas demais regiões do país existe mercado para a carne caprina, porém ainda muito incipiente. No entanto, o potencial de crescimento do consumo é grande e pode ser considerada uma das “carnes do futuro”, já que a globalização possibilita a conquista de novos nichos de mercado. O pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Espedito Cezário Martins, ressalta que na União Européia a taxa de crescimento anual média do consumo/per capita de carne caprina é substancialmente maior que as demais carnes (2,54% ao ano x 0,73% da carne bovina), considerando ainda o consumo dos cinco principais países importadores: Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Barein, Kwait e Hong Kong, que juntos importam em torno de 75% da carne caprina transacionada no mer-
cado internacional. Embora o Brasil seja uma potencia mundial do agronegócio, liderando rankings de exportações de diversos produtos, na carne caprina nosso número é ZERO. Considerando a força do agronegócio brasileiro e a eficiência dos nossos produtores, é possível pensar que o país possa, no médio prazo, alcançar papel de relevância também neste mercado, abrindo assim um leque de oportunidades para a caprinocultura brasileira. Por hora, se conseguirmos abastecer o mercado interno já teríamos um índice de crescimento extraordinário. Nossa demanda é (muito) maior que a oferta! Quantas atividades produtivas, seja ela qual for – indústria, comércio ou serviços - têm um problema destes para resolver?
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SÍTIO RIO NEGRO
por Michaela Demetrio Fotos: Divulgação
FAZENDA JULIÃO A casa do Morada Nova
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raça de ovinos Morada Nova é uma das principais raças naturalizadas de ovinos deslanados do Nordeste do Brasil. Sendo constituída de animais de pequeno porte, sem lã, rústicos e dóceis, este ovino desenvolveu também a habilidade da alta fertilidade. Além disso, o Morada Nova se adaptou facilmente ao habitat do semiárido nordestino, suportando elevadas temperaturas e forragem seca. O manejo fácil e rústico é que motiva a Fazenda Julião, localizada em Campos Belo/CE, a aumentar o seu rebanho, que hoje conta com 400 fêmeas em reprodução. A fazenda desenvolve o projeto de criação da raça Morada Nova como uma forma de “resgate” ao ovino cearense. Seu couro tem mais colágeno que os demais couros ovinos, o que faz dele um excelente produto para bolsas, carteiras e sapatos. Sua carne, de pouca gordura, é muito saborosa e apreciada pelos bons chefes. Pratos preparados com cortes de ovinos Morada Nova, por exemplo, são considerados pratos gourmets. Seu manejo é solto, com rotação em piquetes, o que facilita a lida com o animal e mantém a propriedade sustentável. Na Fazenda Julião são estes os fatores que alimentam a persistência na criação. Plauto e Michaela Demetrio, proprietários da fazenda, iniciaram a criação em 2013, percorrendo o Ceará de carro atrás dos poucos animais existentes. Numa exposição em Morada Nova/CE encontraram o grande campeão da época, um reprodutor belo e forte. Apelidaram-no de “Zé Lemos”, nome de seu dono, e a partir daí resolveram investir comprando fêmeas esporadicamente. Elas foram chegando, aumentando, criando e... ensinando. Sim, mostrando aos criadores e cuidadores que não precisam de muito trato, precisam somente da rotina: pastagem, água limpa, sal mineral e pro-
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teção! Na época da seca - que no Nordeste é o verão - necessitam de complemento na forma de silagem. No decorrer dos anos, os belos animais fortes e dóceis foram parindo de 2 a 3 borregos, tornando a criação cada vez mais cativante. Outros reprodutores foram comprados para não haver consanguinidade. Brincos numerados e colares coloridos, cada mês com uma cor diferente, foram formas criadas pelos cuidadores para identificar cada animal e cada rebanho. E assim, num passo de cada vez, a Fazenda Julião, situada em plena caatinga cearense, foi implementando o plantio de capim, milheto, sorgo, palma e moringa, permitindo alimentação farta em todos os períodos do ano. Hoje, com um plantel formado de 600 animais entre cordeiros, marrãs e ovelhas adultas, a Fazenda Julião vem incentivando os pequenos criadores a investirem na raça. O cordeiro, entre 6 e 7 meses, atinge entre 30 e 35 kg, tornando viável sua criação para corte. Contudo, o consumo de carne ovina per capta no Brasil ainda é inferior a 1 kg/ano, enquanto que o consumo de aves e bovinos chega a 36 kg/ano (ANUALPEC, 2006). Sendo a carne de cordeiro uma fonte primordial de proteína, seu consumo se apresenta como grande solução para os habitantes do Nordeste brasileiro, uma vez que ali se encontra o maior mercado nacional de caprinos e ovinos. Lembrando que o NE tem o clima a seu favor e o benefício da terra seca e árida, ideal para a criação destes pequenos animais. Porém, enquanto a Austrália ostenta um rebanho de 147 milhões de ovinos, o Brasil mal chega aos 15 milhões. Atualmente o brasileiro consome ovino uruguaio, argentino e australiano – mas teria condições de consumir somente o nacional, pois o cenário brasileiro é infinitamente superior.
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EXPOBRASIL
por Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento
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Nacional do
Santa Inês
Capital baiana foi palco da principal exposição da raça no país.
Edmundo Ferreira Gressler, superintendente de serviço de registro genealógico da Arco
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m recente levantamento, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) no qual mostra o moderado crescimento da ovinocultura em algumas regiões do país, principalmente no Rio Grande do Sul e Bahia. Na "terra de todos os santos", o maior e mais importante rebanho ovino é o Santa Inês, e não por acaso o estado sediou entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro a 16ª ExpoBrasil - Nacional da Raça Santa Inês, evento organizado pela Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA) e que fez parte da 30ª edição da Fenagro - Feira Internacional da Agropecuária, realizada no Parque de Exposições de Salvador/BA. Com todas as baias lotadas e intensa movimentação de criadores e expositores, o que se viu em pista foi uma clara demonstração da evolução racial do Santa Inês. Durante cinco dias, a exposição nacional reuniu em pista mais de 490 animais, oriundos de diversas regiões da
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Bahia e de outros estados como Sergipe, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Alagoas, entre outros. O trio de jurados destacado para a missão de avaliar cada uma das 15 categorias foi formado por Weaver Braga (CE), Domingos Ribeiro do Carmo (PI) e Edmilson Lucio de Souza Júnior (PB). Além do Santa Inês, outras raças de ovinos e caprinos também entraram em julgamento, contando pontos para o ranking baiano de criadores. Na pista II do Parque de Exposições de Salvador, foram julgados ovinos das raças Dorper e White Dorper, além de caprinos Boer. Para Edmundo Ferreira Gressler, superintendente de serviço de registro genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), a exposição nacional serviu para mostrar a pujança do Santa Inês. "É extraordinário estarmos aqui podendo ver o trabalho do criador compartilhado com o dos inspetores técnicos da Arco. Essa importante conjunção de trabalho entre expositor e técnico só é vista numa exposição deste tamanho", ressalta.
Almir Lins Rocha Júnior, presidente da ACCOBA
Já o presidente da ACCOBA, Almir Lins Rocha Júnior, destacou o sucesso de mais uma Nacional realizada em solo baiano e lembrou da importância que tem para a agropecuária do estado uma feira como a Fenagro. "Todos os que aqui estiveram viram excelentes animais, com surpreendentes resultados em pista e, acima de tudo, lisura nos julgamentos e no comportamento dos jurados. Por isso, antes de fazer um evento bonito ele precisa ser organizado e sério, e é isso que nós da ACCOBA sempre fazemos aqui na Bahia", afirma Almir Lins. Para o presidente da Associação Brasileira de Santa Inês (ABSI), Thiago Beda Aquino Inojosa, chamou a atenção o alto nível técnico e qualitativo dos animais em pista. Ele destacou a acirrada disputa nos julgamentos e a homogeneidade das categorias. "Essa foi a Nacional mais disputada que já fizemos, onde foi possível perceber a clara evolução da raça a partir da implantação do sistema R.A.D.A.R, no qual os juízes estão decidindo os grandes campeonatos nos detalhes. A Nacional veio para fechar com chave de ouro um ano muito bom para a raça Santa Inês", comemora.
Próxima Nacional será realizada em Recife
Após disputa com a cidade de João Pessoa/PB, Recife/PE foi escolhido por unanimidade pela diretoria da ABSI para receber a Exposição Nacional da Raça Santa Inês em 2018. De acordo com o presidente da associação, Thiago Inojosa, a decisão pela capital pernambucana se deu por suas credenciais como cidade que já sediou algumas nacionais da raça e também por possuir infraestrutura para grandes exposições. "Em Recife, nós temos criadores importantes para a raça que estão abraçando o evento e isso é muito importante, pois serão eles o nosso braço direito para realizar uma grande Nacional", explica o presidente da ABSI.
Desfile dos Grandes Campeões Na ensolarada tarde de 2 de dezembro, último dia da 16ª ExpoBrasil - Nacional da Raça Santa Inês, a emoção tomou conta da pista no Parque de Exposições de Salvador. Na ocasião, foram conhecidos a Grande Campeã e o Grande Campeão Nacional 2017. Perfilados lado a lado sob os olhares atentos e cheios de expectativa dos expositores e também do enorme público presente, os campeões e reservados de cada categoria foram sendo apresentados com a pompa das grandes estrelas. Primeiro as fêmeas. A Grande Campeã Nacional 2017 da Raça Santa Inês foi o animal PORTEIRA AZUL ARTÊMIA TE 544, do criador e expositor José Geraldo Sousa de Almeida, Fazenda Sessi, Santo Antônio de Jesus/BA. Sua Reservada Campeã foi a MAROVINO 2256, do criador Juvencio Carlos de Araújo, Fazenda Marovino em Tianguá/CE e expositor Gentil de Lima Leite e Cincinato Siqueira Leite, da Fazenda Meu Xodó em Cascavel/CE. "A Grande Campeã Nacional representa muito bem a raça e já há algum tempo vem ganhando em diversas exposições. Acredito que esse título foi bem merecido, pois mostra que a raça vem num constante crescimento, com
os filhos superando os pais em termos de evolução genética", relata Carlos Frederico Magalhães Monteiro de Carvalho, representante da Porteira Azul, dona da Grande Campeã Nacional. Nos machos, a emoção não foi menor. O anúncio do animal AGROPECUÁRIA AFLLAN ZEUS TE 045, do criador Alexandro Barros Santana, Agropecuária Afllan, de Mata de São João/BA, e expositor Gentil de Lima Leite e Cincinato Siqueira Leite, do Haras HCG em Aquiraz/ CE como o Grande Campeão Nacional 2017, coroou o trabalho de um ano inteiro, levando às lágrimas tratador e expositor. O Reservado Grande Campeão ficou com o animal CACHOEIRA DO CATOLÉ 311, do criador e expositor Severino Duarte Teixeira, do Sítio União. "Nós, criadores de Santa Inês, vivemos hoje na era R.A.D.A.R, onde procuramos aliar a raça com a carcaça, e o Grande Campeão resume bem esse propósito. Ele foi o mais pesado e comprido da exposição, além de ter uma uniformidade racial impecável. Por isso acredito que o limite do nosso trabalho é cada vez mais se dedicar e fazer o melhor para o resultado da raça Santa Inês", destaca Gentil de Lima, proprietário do Grande Campeão Nacional 2017.
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Valorização da raça também nos remates: leilões atingem 100% de liquidez Os melhores animais e toda excelência genética apresentada em pista durante a 16ª Nacional foram colocados à disposição dos criadores interessados em adquirir alta qualidade para seus plantéis em dois grandes leilões organizados pela ACCOBA e ABSI, com promoção e transmissão da Leilonorte: o LEILÃO SANTA INÊS BABY e o LEILÃO SANTA INÊS NACIONAL. Ambos os remates tiveram 100% de liquidez. No Leilão Santa Inês Baby, foram ofertados 10 lotes, com faturamento final de R$ 66.240,00 e média geral de R$ 6.624,00. Nos machos (2) o faturamento foi de R$ 13.920,00 e média de R$ 6.960,00. Nas fêmeas (6) o faturamento chegou a R$ 36.240,00 e a média foi de R$ 6.040,00. Outros dois lotes (Prenhes) do leilão faturaram R$ 16.080,00 com média de R$ 8.040,00 por lote. Já no Leilão Santa Inês Nacional, realizado logo após a definição dos grandes campeões de 2017, foram ofertados 30 lotes, que tiveram faturamento bruto de R$ 271.080,00 e média final de R$ 10.040,00. Nos três machos que foram ofertados, o faturamento foi de R$ 28.080,00 com média de R$ 9.360,00. Já nas 23 fêmeas oferecidas, o faturamento final foi de R$ 223.800,00 com média de R$ 9.730,43. Em outros quatro lotes (prenhes e embriões) o faturamento foi de R$ 19.200,00 com média de R$ 4.800,00.
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FENAGRO COMEMORA TRÊS DÉCADAS DE SUCESSO! Comemorando 30 anos de realização, a Fenagro mais uma vez se consolidou como importante polo de fomento para o agronegócio baiano. Realizada no Parque de Exposições de Salvador entre os dias 25 de novembro e 3 de dezembro, a feira foi organizada pela Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA), em parceria com o Governo do Estado da Bahia, por meio das secretarias da Agricultura (Seagri) e de Desenvolvimento Rural (SDR). Durante nove dias, o evento apresen-
tou cerca de 4 mil animais entre bovinos, equinos, ovinos, caprinos e pequenos bichos, além de sete leilões e diversas atrações paralelas, como Exposição Nacional de Santa Inês, a Avenida do Agronegócio, o Salão Internacional e a VIII Feira Baiana de Agricultura Familiar, Economia Solidária e Reforma Agrária. O evento também não deixou de fora o entretenimento para os pequeninos, que puderam se divertir na Arena Pônei, Casa do Papai Noel Sertanejo, parques de diversão e outras atrações infantis.
Cachaça baiana como produto turístico
Na Fenagro deste ano, foi montado um ambiente denominado ‘Rota da Cachaça’, com um cenário que remetia a uma vila do interior. A ideia do espaço foi proporcionar aos visitantes a oportunidade de experimentar e comprar mais de dez tipos diferentes de cachaça produzidos na Bahia, além de conhecer um pouco mais sobre a bebida, uma das marcas do turismo baiano no exterior. De acordo com a Secretaria do Turismo do Estado, a iniciativa visa contemplar propriedades localizadas na Chapada Diamantina, principal área produtora. A Bahia hoje tem 18 municípios que produzem 19 diferentes tipos da bebida.
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Uma volta completa ao redor da Terra Fotos: Régis Nascimento, Marco Gouveia e Denis Deli
Fim de ano geralmente é tempo de reflexão. É a hora de fazer análises e retrospectivas sobre o que foi o ano, mensurar erros e acertos e projetar aquilo que se espera para a temporada seguinte. É assim na vida pessoal e também na vida profissional de quem trabalha cobrindo o agronegócio e tem como missão não apenas informar e atualizar o produtor, mas também apresentar ao leitor comum sob todos os ângulos e enfoques possíveis, um pouco do que é esse fascinante universo rural. A equipe do Pé Na Estrada, além de ampliar sua participação nas principais feiras e exposições, também cobriu um grande calendário anual de eventos, palestras, visitas técnicas e atividades em campo. E para percorrer tanto evento, o que não faltou foi poeira e estrada. Foram mais de 40 mil km rodados... A distância final percorrida por nossa equipe em 2017 equivale a uma volta completa em torno da Terra. Nesta nova temporada
do projeto Pé Na Estrada, nossa equipe passou por 11 Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, e visitou um total de 32 cidades, isso é quase uma cidade a cada dez dias! Os números mostram a relevância do projeto e evidenciam todo o gigantismo e protagonismo que tem o agronegócio na economia nacional. Ao longo de um ano inteiro de estrada a bordo da nossa Volkswagen Amarok, estivemos presentes nos maiores e mais variados eventos agro do país. Como no caso do maior Congresso Brasileiro de Zootecnia (ZOOTEC 2017), ou então o maior evento nacional para a cadeia leiteira, a Agroleite 2017. A maior de todas as exposições de zebuínos do Brasil, a ExpoZebu, ou ainda a visita na maior fábrica de utensílios agrícolas da América Latina, a Tramontina Multi. Não importava a distância e nem o lugar, onde houvesse um evento que fosse notícia, nossos incansáveis estradeiros estavam lá!
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ETO - MARINGÁ
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EVENTOS
por redação Fotos: Marco Gouveia
Ao centro, Ordomar Furtado, presidente da ABC Boer
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Festa do Boer 17ª Nacional da Raça Boer reuniu mais de 340 animais e ultrapassou a marca de R$ 1 milhão em comercialização direta nas baias.
Arlindo Ivo, presidente da ABCC
na capital paraibana
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ntre os dias 17 e 24 de setembro, o Parque de Exposições Henrique Vieira de Melo, em João Pessoa/PB, se transformou na capital brasileira do Boer. No período foi realizado a 17ª Exposição Nacional da raça, evento que fez parte da programação oficial da 50ª Expofeira Paraíba Agronegócios, que foi organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos Boer (ABC BOER) e Associação Paraibana dos Criadores de Caprinos e Ovinos (APACCO). A raça Boer, grande anfitriã da festa, marcou presença com mais de 250 animais em pista de julgamento de um total de 343 exemplares. No geral, a exposição nacional reuniu 921 animais, sendo 624 caprinos (Boer, Anglonubiano, Toggenburg, Savana, Alpina Britânica, Alpina e Saanen) e 297 ovinos (Dorper, White Dorper e Santa Inês). Os julgamentos foram conduzidos por Cléssio Moreira (CE), Domingos do Carmo (PI) e Felipe Adelino (PB) para a raça Boer, enquanto que para as demais raças foram escalados os jurados Ana Valéria (PB) e Felipe Adelino. Além do número expressivo de animais, o evento foi destaque também na comercialização em baias. O valor final de arrecadação com a
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compra de caprinos e ovinos foi de R$ 1.050.000,00. Para o presidente da ABC Boer, Ordomar Furtado, a 17ª Nacional da raça entra para a história como uma das melhores já realizadas em função do aumento no número de animais e da participação de novos criadores. “No ano passado, a Nacional do Boer reuniu cerca de 130 animais, e neste ano nós batemos 250 animais em pista e quase 350 em exposição. Esperamos agora que para a próxima nacional, que será realizada no Piauí, consigamos chegar a um patamar de 400 animais com o apoio dos novos criadores”, destaca Ordomar. Para Arlindo Ivo, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos (ABCC), o evento surpreendeu positivamente pelo alto nível dos animais e também pela organização. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar uma novidade no registro genealógico dos animais premiados em pista, já valendo a partir desta Nacional. “Os grandes campeões terão em seu registro genealógico a inscrição do título conquistado em pista. O criador irá nos entregar o registro que ele tem e sem custo nenhum nós iremos lhe entregar um novo documento que já terá impresso a premiação conquistada. Isso é uma forma de incentivar o criador e valorizar o animal”, explica o presidente da ABCC.
Rômulo Montenegro, secretário de Agricultura do Estado da Paraíba
Torneio leiteiro: criadores mostram a força do setor
Expofeira Paraíba Agronegócios completa ‘Bodas de Ouro’
Durante a Nacional ocorreu também o torneio leiteiro dos caprinos. O evento reuniu as raças Saanen, Alpina, Toggenburg, Alpina Britânica e Anglonubiana, sendo realizado um torneio para cada raça. O presidente da APACCO, Pedro Martins, salientou a importância desse tipo de evento em paralelo a uma grande nacional. Segundo ele, a pista de leiteiros consolida uma tradição na Paraíba, que já foi considerado o maior produtor de leite de cabra do continente americano. “Esse status foi obtido principalmente pelo que a Paraíba tem, que é o amplo banco genético. Tamanha é a representatividade do setor que nós hoje vivemos um marco, lançando um queijo de cabra misto, feito também com leite de vaca”, destaca. Já o presidente da ABCC enxerga na junção dos dois eventos (pista de julgamento + torneio leiteiro) a oportunidade da associação inovar com novas ações, pontuando e premiando os vencedores do torneio leiteiro, como é feito com os campeões em pista. “Assim como nas pistas, que tem a escolha do melhor criador e melhor expositor, a pontuação do torneio leiteiro passaria a ser somada com a pontuação da pista. Essa seria uma forma de tentar juntar a performance produtiva do animal com a performance fenóptica de cada raça”, explica Arlindo Ivo.
Comemorando 50 anos, a Expofeira Paraíba Agronegócios debateu temas sobre a tecnologia no campo, com seminários, cursos e palestras que foram ministrados em sua programação oficial. No total, mais de 2 mil animais de 40 raças participaram da exposição e julgamentos. A feira recebeu também duas importantes nacionais, sendo uma de bovinos da raça Sindi e outra de caprinos da raça Boer. O Secretário de Agricultura do Estado da Paraíba, Rômulo Montenegro, destacou o crescimento do evento, inclusive em termos de organização, animais e negócios. Segundo ele, a feira movimentou um total de R$ 23 milhões, sendo que as máquinas e implementos agrícolas responderam por mais de R$ 18 milhões. “Este é um evento que tem por principal característica difundir novas tecnologias, aproximar o produtor da ciência e dos novos caminhos para o agronegócio. A Paraíba tem demonstrado grande pujança no setor, sendo que nos dados de empregabilidade no nosso estado, o setor rural aparece como o que mais empregou, além da solidez do setor em termos de balança comercial e exportação”, afirma Rômulo Montenegro.
Já para Mário Borba, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) e presidente do Conselho Administrativo do Senar-PB, a feira foi sucesso e superou todas as expectativas. “Para nossa surpresa, vimos a grandiosidade que foi essa feira. Superou todas as expectativas a questão do público, com a sociedade urbana reconhecendo a importância da agropecuária brasileira e querendo saber de onde vem o leite, a carne e todos os alimentos” destaca. A Expofeira foi realizada em parceria com a Faepa, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/PB), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/PB) e entidades como a APACCO, Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Associação Brasileira de Vaquejada/Quarto de Milha (ABVAQ/PBQM), Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Paraibana dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador e Kennel Club da Paraíba.
Os Grandes Campeões Nacionais de 2017
A qualidade apresentada em pista foi um desafio para o trio de jurados, que tiveram muito trabalho para escolher aqueles que seriam considerados os melhores animais da raça no Brasil. A Grande Campeã foi a REBANHO JVS BABALU, do expositor e criador José Vangean de Goes Silva, que também fez a Reservada Grande Campeã Nacional: REBANHO JVS AURORA. Já o Grande Campeão Nacional 2017 foi CAPRIL SAVANA BACAMAR-
TE 226, do expositor e criador Adebaldo Teodoro da Frota. Seu Reservado foi o animal ALTO DO CRUZEIRO 791 TE, do expositor José Monteiro Filho e criador Francisco Augusto Sampaio de Oliveira.
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CABANHA DO ANO
por Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento e Marco Gouveia ,
Expovelha
Fecha o calendário da ovinocultura paulista Evento realizado em Lençóis Paulista/SP foi a última etapa da disputa que definiu os vencedores no Ranking Cabanha do Ano Aspaco 2017.
A
30ª Expovelha, realizada de 11 a 15 de outubro no Recinto de Exposições “José Oliveira Prado”, encerrou oficialmente a temporada 2017 da ovinocultura no estado de São Paulo. A feira é um evento oficial da ASPACO (Associação Paulista de Criadores de Ovinos), ARCO (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos) e é ranqueado pela ABSI (Associação Brasileira de Santa Inês) e ABC Dorper (Associação Brasileira dos Criadores de Dorper). A edição marcou a última etapa do Ranking Cabanha do Ano 2017, disputa promovida pela ASPACO e que nesta temporada passou pelas cidades de Cândido Mota (11ª Coopershow), Araçatuba (XX Expovinos), Valinhos (1ª ExpoAgro de Valinhos e 11ª Nacional das Raças Dorper e White Dorper) e Lençóis Paulista (40ª Facilpa e 30ª Expovelha). O ranking tem por objetivo premiar o “Melhor Criador” e “Melhor Expositor” do ano em cada raça. Nesta última etapa, 30 expositores participaram levando cerca de 280 ovinos das raças Dorper, White Dorper, Santa Inês, Suffolk e Ile de France.
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Foram para a pista de julgamento um total de 200 animais, avaliados sob o olhar atento do Zootecnista e Inspetor técnico da ARCO, Gustavo Martins Ferreira, que julgou as raças Suffolk, Ile de France e Santa Inês, e do namibiano Wessel Albertus Le Roux Van Wyk, responsável pelo julgamento das raças Dorper e White Dorper. “A Expovelha surpreendeu na comercialização de animais, pois tivemos a ideia do ‘Shopping Rural’ com a oferta de 90 fêmeas comerciais. Também tivemos comercialização de machos Dorper, White Dorper, Santa Inês e Ile de France”, enfatiza Francisco Manoel Nogueira Fernandes, presidente da Aspaco. Ainda segundo ele, a participação do rebanho comercial no evento veio para desmistificar a ideia de que nas feiras organizadas pela entidade só se vende animais de elite, e que a Expovelha deste ano atendeu a todos os gostos e bolsos dos compradores. Para o namibiano Wessel Van Wyk, que pela primeira vez realizou um julgamento de raças ovinas no Brasil, chamou a atenção a qualidade dos animais em pista, tanto nos campeões por categoria quanto na definição dos Grandes Campeões.
É preciso união para crescer Ao término do evento, o presidente da Aspaco se mostrou satisfeito com o resultado da exposição, mas fez um alerta sobre a "falta de comprometimento" de alguns criadores, que mesmo com presença confirmada cancelaram de última hora. "Existem profissionais e entidades envolvidas. No momento que a Aspaco vai organizar uma exposição, ela chega para o promotor
desse evento trazendo um número e uma quantidade preestabelecida pelos próprios criadores. E de repente simplesmente eles decidem não participar. Isso fica muito ruim para nós como entidade e também como representatividade de um setor. Mas, mesmo assim, espero que para o ano que vem nós estejamos mais unidos e trabalhando em prol disso", convoca Chico Fernandes.
Grande Campeão Supremo Grande Campeã Suprema
Melhores do ano Veja a classificação final e a relação completa dos vencedores do “Ranking Cabanha do Ano Aspaco – 2017” divididos por raça e classe.
Esperamos sua visita! www.noticiasdoagro.com.br
Seminário discute a produção de cordeiros O 17º Seminário Paulista de Ovinocultura, evento que integrou a programação oficial da 30ª Expovelha, discutiu o tema "Aumento de Eficiência na Produção de Cordeiros". As palestras foram abertas ao público e tiveram como oradores pesquisadores da Unesp de Botucatu/SP e do Instituto de Zootecnia. Um dos cursos, ministrado pelo Médico Veterinário e Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia com quase 20 anos de experiência em ovinos, Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa, apresentou o tema "Programação fetal alternativo para produção eficiente de cordeiros". Na sequência, o Zootecnista e Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia, com
mais de 33 anos de experiência na área, Dr. Mauro Sartori Bueno, falou sobre "Eficiência na produção de cordeiros através da alimentação da ovelha". A questão da sanidade também foi lembrada. A verminose é um dos principais problemas sanitários de ovinos no Brasil e no mundo, principalmente por conta da dificuldade no controle em função da rapidez com que os nematoides desenvolvem resistência aos anti-helmínticos. Por isso, para encerrar o ciclo de palestras, o Biólogo com mestrado e doutorado em biologia de parasitas, Dr. César Cristiano Bassetto, apresentou o tema "Atualização: Vacinação contra Haemonchuscontortus".
"O objetivo principal com essa palestra foi discutir qual seria o benefício da vacina contra o Haemonchuscontortus e se a sua utilização seria viável. Nós vimos que ela pode ser utilizada, principalmente em cordeiros, pois tem uma eficácia muito boa, porém em ovelhas nem tanto", explica César Bassetto.
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ABCOS
Fotos: Divulgação
SUFFOLK
A raça que está conquistando o mercado de ovinos
O
s programas de televisão similares ao "Master Chef" se proliferam nas grades de programação. Os grandes nomes da gastronomia estão sempre colocando em prática suas receitas requintadas e cheias de sabor. Contudo, um ingrediente tem se destacado: a carne de cordeiro. Isso mesmo, os carrés e paletas são os protagonistas de pratos bonitos e saborosos, que encantam telespectadores Brasil afora. A carne de cordeiro, e não de um carneiro adulto, como tradicionalmente é consumido nas propriedades, vem ganhando cada vez mais espaço nos restaurantes e no paladar dos brasileiros. A demanda por carne de cordeiro cresce 20% ao ano de acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (ARCO). O consumo nacional está estimado em cerca de 700 gramas ao ano por pessoa, no qual 70% da carne é importada de países como o Uruguai. Por outro lado, a Nova Zelândia consome 40 quilos per capita por ano de carne de cordeiro e a Austrália 20 quilos. Contudo, é nos campos de manejo que a magia acontece e os cordeiros são produzidos. O Brasil possui 18 milhões de cabeças de ovinos, mas qual
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a qualidade da carne de cordeiro e a lucratividade para os criadores? Aí entra a qualidade do Suffolk, que é uma raça conhecida pela qualidade no sabor da carne, na aplicação para o rebanho comercial. Nos últimos anos, a raça Suffolk, por meio da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Suffolk (ABCOS), tem estimulado os criadores a utilizarem em seus rebanhos animais de linhagem inglesa. Os resultados já começaram a aparecer. O Suffolk Brasil é um animal compacto, mais baixo e com muita massa muscular, principalmente na parte posterior (pernil), anterior (paleta) e superior (lombo), que são os cortes nobres da carne de carneiro. Uma raça lanada, com rápido ganho de peso, forte função terminadora e com rusticidade que vem sendo aprimorada para aguentar os campos brasileiros de norte a sul, adaptando-se ao clima tropical. "O Suffolk consegue ter muito ganho de peso e um excelente rendimento de carcaça. Esses são os fatores que se revertem em lucro financeiro para os produtores. Essa capacidade de rendimento do Suffolk está atraindo muitos criadores, inclusive de estados do Norte e Nordeste, que concentram uma
importante fatia do rebanho comercial brasileiro. Os feedbacks têm sido muito positivos", afirma o presidente da ABCOS, Vinício Bastos. O ano passado foi de muita expressão para a raça e o ponto alto foram as vendas na Expointer. “As vendas do Suffolk superaram as expectativas e chegamos ao índice R$ 150 mil, ou seja, todos os animais disponíveis foram vendidos. Isso evidencia a qualidade do novo Suffolk Brasil. É o mercado que dita a criação em nossas propriedades. O novo biotipo do Suffolk está atraindo novos investidores mais rápido do que imaginávamos”, revela o mandatário. Em 2018, Bastos projeta um ano ainda melhor. Segundo ele, haverá a 10ª Exposição Nacional da raça, no mês de maio, em Maringá/PR, durante a Expoingá. Os criadores também intensificarão as feiras do interior, além da Expointer 2018, em Esteio/RS. "A produção de cordeiros de qualidade no Brasil vai passar pelo Suffolk nos próximos anos. Isso tende a ser irreversível. Portanto, quem trabalha com a ovinocultura precisa conhecer a fundo o novo Suffolk Brasil. Os investidores devem estar atentos a participação dos criadores de Suffolk nas feiras e exposições", ressalta.
Suffolk, a raça para produção de cordeiros precoces! 400 a 500 gramas Ganho de peso médio diário até 70 dias.
55% a 60% Rendimento de carcaça
120 a 140 quilos Peso de machos adultos.
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NORDESTE
por Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento ,
AgroPacatuba Nasce uma grande exposição! Devido ao grande sucesso da I AgroPacatuba, evento que gerou muita economia e renda, fortalecendo ainda mais as finanças do Município de Pacatuba, faremos uma festa muito mais bela em 2018 Carlomano Gomes Marques , Prefeito municipal de Pacatuba
P
acatuba, no Ceará, é uma daquelas cidadezinhas charmosas, com clima serrano e ares de novela das seis. Mas, entre os dias 4 e 8 de outubro, o pacato município de pouco mais de 82 mil habitantes e que fica localizado há cerca de 30 km de Fortaleza, deu um importante salto na direção dos grandes eventos organizando a sua primeira exposição agropecuária. A feira, realizada nas dependências do Apoena Ecopark, marcou a entrada oficial do município no calendário cearense das grandes exposições e contou com o apoio do Banco do Nordeste, Sebrae, Casa Civil , Governo do Estado do Ceará , Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado (SEAPA), Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e Agropolos. Entre as principais atrações, a AgroPacatuba
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teve como carro-chefe a exposição de caprinos e ovinos, que reuniu mais de 500 animais, sendo 485 em pista de julgamento. Os visitantes também puderam conferir outras atrações envolvendo animais, como a minifazendinha, montada com exemplares de equinos, suínos, minivacas e variadas espécies de aves. Realizado pela Prefeitura de Pacatuba, em convênio com a renomada Associação Cearense de Criadores (ACC), que realiza a tradicional Expoece a mais de 60 anos, a feira não tinha mesmo como dar errado! O evento se destacou não apenas pelos espaços temáticos disponibilizados - como a feira de agricultura familiar, stands agroecológicos e de artesanatos -, mas também por oferecer aos expositores que trouxeram seus animais para julgamento, uma premiação em dinheiro no valor total de R$ 50 mil.
Para Alexandre Portela, vice-prefeito da cidade, a exposição serviu para dinamizar a economia local e mostrar o potencial agropecuário da região. “A AgroPacatuba já tem uma grande importância na economia do município, pois traz produtores de outras cidades e até de outros estados. Além disso, por sermos uma região formada em 90% de território rural, um evento deste porte abrange as questões de produção e criação, atraindo novos investimentos”, afirma. Já o Secretário de Agricultura, Armando Gomes Marques, afirma que os benefícios com a realização da feira
serão sentidos também na melhoria do rebanho de caprinos e ovinos da região. “A nossa expectativa é que, com a vinda desses animais geneticamente melhorados, o rebanho do município possa também melhorar e o produtor local tenha melhores condições para comprar e investir na atividade”, comenta.
Armando Gomes Marques, secretário de Agricultura de Pacatuba
Evento também teve palestras sobre os programas CRIAR e APURAR O que é o CRIAR? O modelo CRIAR padroniza a maneira do julgamento em pista, avaliando-se as seguintes características da raça Boer: Características Raciais, Integridade de Aprumos, Aparência Geral com Conformação e Reprodução.
Um antigo avião Douglas DC-3, que data da II Guerra Mundial, foi o inusitado lugar escolhido pela organização da I AgroPacatuba para a realização de dois importantes cursos voltados para jurados da raça Boer e criadores da raça Anglonubiano. No caso dos jurados da raça Boer, o II Curso CRIAR teve por objetivo buscar a padronização nos julgamentos, evitando assim as discrepâncias de avaliação entre os jurados, além da formação de novos quadros técnicos habilitados a julgar em todas as exposições nacionais. Para Cléssio José Gomes Moreira, Diretor Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos Boer (ABC Boer) e um dos palestrantes do evento, a meta a ser atingida com o curso é a ampla formação de todos os técnicos do país. “A ideia da ABC Boer é levar esse curso para os quatro cantos do Brasil. No primeiro evento, nós tivemos o maior número de técnicos participantes, superando, inclusive, os cursos de outras raças. Agora a
nossa meta é não parar até que um número expressivo de técnicos esteja formado”, comenta Cléssio. Outro palestrante do dia, Joselito Barbosa, membro da Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos (ABCC) e Conselheiro Técnico da ABC Boer, lembra que o CRIAR funciona como um norteador da raça dentro e fora da pista. “O curso é importante, primeiramente, para a própria raça, porque dá um norte, afinal de contas, o jurado é um líder na pecuária. É ele quem define a seleção, para onde ela vai. Quando todos os jurados têm o mesmo sentimento e buscam o mesmo rumo, a seleção anda mais rápido”, lembra Joselito Barbosa. No segundo dia de palestras, o velho Douglas DC-3 recebeu outro importante curso. Organizado pela Associação Brasileira dos Criadores da Raça Anglonubiana (ABC Anglo), o I Curso APURAR foi ministrado pela professora de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) e jurada máster da
O que é o APURAR? O modelo APURAR avalia as seguintes características na raça Anglonubiana: Aparência Geral, Características Produtivas, Úbere, Raça, Aprumos, Características Reprodutivas.
entidade, Dra. Anneliese Traldi, a ‘Kiky’. Segundo ela, o APURAR tem dois objetivos, sendo o primeiro a produção e o segundo a avaliação em pista de julgamento. “Além disso, o que destaco no curso do APURAR foi a boa integração entre os criadores. Tivemos aqui representantes de Pernambuco, Piauí e Paraíba, São Paulo, além do Ceará. Conseguimos unir todo o embasamento técnico com o amor dos criadores na defesa da sua causa e dos seus animais. O objetivo do curso foi enaltecer a raça, mas também lembrar que ela precisa ser olhada do ponto de vista produtivo”, destaca Kiky.
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Darlan Carneiro Filho, Subsecretário de Agricultura de Pacatuba
Organizadores falam em sucesso e já projetam a segunda edição Dizem que a primeira impressão é sempre aquela que fica. Se essa máxima for de fato verdadeira, então com a I AgroPacatuba ela pode ser considerada como exemplo claro do que é boa impressão. Em cima disso a engenheira agrônoma da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Agrário do Ceará e uma das organizadoras do evento, Maria Rejane Mesquita Bastos Dias, destacou entre os diversos aspectos que fizeram com que a exposição superasse todas as expectativas, a escolha de um corpo de jurados de alto nível, além da participação expressiva dos quase 450 animais na pista de julgamento. Segundo ela, para o próximo ano a organização pretende trazer animais também para venda. "Eu estou na secretaria há 35 anos e até hoje nunca vi um evento ser uma unanimidade de aprovação como foi a AgroPacatuba. Graças à Deus, em nossa
primeira exposição trouxemos mais de 500 animais, tivemos boa participação de público e um número bastante interessante de criadores de diversas regiões. Se Deus quiser, no próximo ano, estaremos aqui para fazer outra exposição ainda melhor", festeja Rejane Mesquita. Já para Darlan Carneiro Filho, Subsecretário de Agricultura de Pacatuba e idealizador do evento, realizar a exposição na cidade foi a concretização de um sonho antigo. "Eu gostaria muito de agradecer a confiança e a credibilidade do prefeito Carlomano Gomes Marques e da primeira dama Selma Cardoso, que acreditaram no trabalho e fizeram valer a pena a ideia de realizar a I AgroPacatuba. Sabemos que o nosso município não é tão forte no agronegócio, mas ainda assim temos uma agricultura representativa para a cidade e o prefeito ter comprado essa ideia só fez com que a nossa exposição fosse um grande sucesso", comemora Darlan.
Relação das raças participantes OVINOS: Dorper (35); White Dorper (03); Somalis (15); Morada Nova (19); Rabo Largo (02); Cariri (07); Santa Inês (176). CAPRINOS: Alpina (03); Alpina Americana (03); Alpina Britânica (05); Boer (10); Toggenburg (08); Saanen (01); Anglonubiana (198).
Desfile de excelência genética e morfológica Assim como uma grande feira não se faz apenas com espaço e localização, uma grande pista não se faz apenas com quantidade de animais, mas sim com qualidade. Neste quesito, a I AgroPacatuba não deixou em nada a desejar. Nos quatro dias de julgamento, o evento reuniu 485 animais, sendo 228 caprinos e 257 ovinos. As avaliações ocorreram simultaneamente e foram divididas em duas pistas, sendo uma para cada espécie. Para dar ainda mais peso na apresentação final dos melhores animais, a organização não mediu esforços em trazer um time de jurados de primeira linha. Foram escalados três juízes para a pista de caprinos e mais quatro para a pista de ovinos. Nos caprinos, participaram técnicos renomados como AnnelieseTraldi (Kiky), de São Paulo; César Arruda, do Rio Grande do
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Norte e Ana Paula Rodrigues, do Ceará. Já nos ovinos, foram convidados os jurados Joselito Barbosa, da Bahia; Rodrigo Orzil, de Minas Gerais, e os cearenses Pedro Simião Jr. e Weaver Braga. Em especial para os criadores da raça Santa Inês, os julgamentos na pista do Apoena Ecopark tiveram um atrativo a mais. É que os resultados obtidos durante a I AgroPacatuba também somaram pontos para o ranking nacional.
Pista coberta com julgamento simultâneo de Anglonubiana e Santa Inês
Maria Rejane Mesquita Bastos Dias, engenheira agrônoma da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Agrário do Ceará
Para os jurados, pista foi marcada pela qualidade O desfile em pista de julgamento encheu os olhos não apenas de criadores e tratadores, mas também do público em geral. Os jurados da exposição destacaram o alto primor das raças e elogiaram a organização do evento. Para Ana Paula Rodrigues, que julgou o Anglonubiano, "a I AgroPacatuba foi excepcional em todos os aspectos, seja em organização e qualidade de animais, ou em participação de criadores e expositores. Espero que tenhamos mais eventos como esse, pois, sem dúvidas, estimula o crescimento do setor e auxilia o criador a selecionar melhor os animais do seu rebanho". O potiguar César Arruda, também destacado para julgar o Anglonubiano, enfatizou a homogeneidade nas decisões do trio de jurados, graças à cartilha de padronização proposta pelo sistema APURAR. Segundo ele, todos os animais da exposição merecem destaque. "Tivemos mais de 200 caprinos em pista de
Da esq. para dir. - Cléssio Moreira, Rodrigo Orzil, Lidiane Bilro, Anneliese Traldi (Kiky), Rejane Dias, Ana Paula Rodrigues, Joselito Barbosa, Darlan Carneiro Filho, Weaver Braga, Pedro Simião e César Arruda.
um nível bastante elevado. Isso para nós foi um desafio, pois se buscou a qualidade e todos fomos estimulados a procurar aqueles animais que mais se adequavam aos parâmetros do APURAR", ressalta. O cearense Weaver Braga, jurado de classificação de ovinos da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO) e de caprinos pela Associação Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC), também destacou o saldo positivo do evento. “Qualitativamente a exposição foi muito boa e quantitativamente foi muito representativa. A AgroPacatuba,
Melhores criadores dividem o prêmio de R$ 50 mil
Os criadores de todas as raças julgadas das espécies caprinas e ovinas, tiveram um atrativo a mais além das escarapelas e das faixas alusivas ao
grande campeonato: uma polpuda premiação em dinheiro no valor total de R$ 50 mil que foi oferecido pela prefeitura municipal de Pacatuba. Segundo a organização, o pagamento em dinheiro é uma forma de incentivar os criadores a participarem da exposição, além de compensá-los pelos custos impostos no deslocamento e pelas condições climatológicas da região Nordeste.
Veja mais no site
Darlan Carneiro Filho , com o casal Claudia e Mário Abreu da Fazenda Columinjuba, onde Darlan descobriu sua paixão pela raça Anglonubiana
sem dúvida, inicia com o pé direito e a história obviamente irá registrar, dando o devido destaque à importância deste evento”, acredita. Já a jurada Kiky, fez questão de ressaltar a importância que teve a boa sinergia entre o trio de jurados. “O grau de harmonia em pista entre os três juízes foi uma coisa que há muito tempo eu não via. Entre nós três foi tudo tão tranquilo e consciente que éramos como três pessoas que estavam ali pelo bem e por uma causa. Ali estávamos defendendo cabras e bodes, que é o que a gente trabalha, e não o tratador ou identificar se aquele animal alguma vez já tinha sido premiado ou não”, destaca.
Dra KiKy (SP) e Dra Ana Paula Rodrigues (CE) Juradas de Caprinos
Descubra um pouco mais da história de Pacatuba, os principais pontos turísticos e as atrações que marcaram a primeira exposição agropecuária da cidade.
Esperamos sua visita! www.noticiasdoagro.com.br Novembro / Dezembro | 2017 53
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DORPER DOM MIGUEL
Foto: Divulgação
DORPER DOM MIGUEL
Excelência em melhoramento genético e produção de carne premium
A
Fazenda São Miguel, situada no município de Águas de Lindóia/SP, a 200 km da capital paulista, possui 124 hectares dos quais aproximadamente 30 são destinados à produção de ovinos Dorper e White Dorper. É ali que a Dorper Dom Miguel trabalha com as mais sofisticadas metodologias de aprimoramento, higiene, manejo e nutrição. Os animais são acondicionados em um galpão de 1.500 m², totalmente climatizado, visando sempre o bem-estar dos animais. A seriedade do trabalho tem sua excelência reconhecida nos mais de 230 prêmios conquistados pela Cabanha em três anos de participação em pistas no cenário nacional. Com um rebanho formado por pouco mais de 250 animais, a Dorper Dom Miguel atua em dois segmentos: a melhoria genética das raças Dorper e White Dorper e a produção de carne premium, trabalho conduzido por uma equipe de ponta, que atua com muita eficiência para que tudo saia como desejado. Especificamente sobre os projetos no campo
da genética, os trabalhos são direcionados na busca do aprimoramento genético com vistas para o abastecimento do mercado consumidor de cordeiro premium. A ideia é melhorar o rendimento de carcaça, fazer com que os animais sejam mais precoces, além de garantir que o padrão racial esteja sempre ‘estampado’ nos animais e visível aos olhos do mercado. Para se alcançar a finalidade de caracterização racial e padronização da qualidade, a Dorper Dom Miguel trabalha com a mais alta tecnologia de reprodução em Inseminação Artificial (IA), Transferência de Embrião (TE) – que são feitas quatro vezes por ano -, além de investimentos em importação de embriões da África do Sul. O projeto de melhoramento genético conta com o acompanhamento mensal de um especialista no assunto, o médico veterinário Sérgio Nadal. Mas não é só ele. Outro profissional veterinário, Bruno Zanchetta, também atende mensalmente a Cabanha e é destacado para certificar a qualidade do rebanho e cuidar de sua sanidade e nutrição.
Grife da Carne
Em 2017, após visualizar uma boa oportunidade de mercado em relação à carne de cordeiros Dorper e White Dorper, Miguel Kalil, proprietário da Dorper Dom Miguel, criou uma grife – que leva o mesmo nome da Cabanha – e passou a abater animais de outras Cabanhas parceiras ou da própria Dom Miguel. Um pré-requisito exigido para o abate de cordeiros vindos de outros criatórios é que os mesmos tenham sangue de Dorper ou White Dorper, não precisando ser necessariamente animais puros. Para a comercialização da carne premium são observados idade e peso (mínimo e máximo) do animal, além de um bom acabamento de gordura e carne macia. A carne de cordeiro premium produzida pela Dorper Dom Miguel é comercializada em boutiques especializadas, hotéis, restaurantes e açougues que trabalham exclusivamente com carnes nobres na capital paulista. São mais de dez clientes atendidos pela Dom Miguel que recebem mensalmente a carne premium produzida na Cabanha. E esse número tende a crescer. A ideia é de que até o final de 2018 os trabalhos de produção e comercialização da carne de cordeiro premium tenham crescimento de 200%. De acordo com Miguel Kalil, idealizador do projeto “Grife da Carne”, o objetivo é mostrar que a carne de cordeiro pode também ser um produto comum à mesa do brasileiro.
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por Simone Rubim Fotos: Shutterstock
PANORAMA 2017/18
SETOR É FORTE Supera crises e fecha ano com balanço positivo
Não bastassem as dificuldades da própria atividade, produtores ainda tiveram que enfrentar embargos e crise de confiança do mercado internacional. 56 www.noticiasdoagro.com.br
O
ano começou com muitas expectativas, mas 2017 foi conturbado para a avicultura brasileira. A grave crise econômica e política (que culminaram o impedimento da Presidente Dilma) e os escândalos de corrupção (principalmente com a Operação Carne Fraca) fizeram com que o Brasil entrasse em sua mais severa crise de imagem da história. O saldo de tudo isso foi um grande período de recessão. Como se não bastasse, problemas climáticos e o mercado internacional aquecido fizeram com que o preço das commodities disparassem. “Os valores subiram como nunca na história e tive-
Francisco Turra, presidente executivo da ABPA Foto: Édi Pereira
mos dificuldades no abastecimento”, diz Francisco Turra, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Crise nas exportações Com os desdobramentos da Operação Carne Fraca, 77 países suspenderam as importações de carne de aves do Brasil. Porém, numa ação conjunta entre Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Governo Federal e diversos setores da cadeia produtiva, o mercado conseguiu se recuperar e abrir novamente as fronteiras e 70 países retomaram as compras. Apenas Zimbábue, Santa Lúcias, Trinidade e Tobago mantêm o bloqueio.
Perspectiva 2018 De acordo com a ABPA, a produção de carne de frango em 2018 deve ser de 2% a 4% maior do que em 2017. O consumo interno deve ser impactado por melhoras na estabilidade política e retomada da economia, mesmo considerando os riscos de um ano eleitoral Já nas exportações, a expectativa é de crescimento entre 1% e 3%, puxados pelo aquecimento das importações do Oriente Médio, União Europeia e China, esse último deve habilitar novas plantas e influenciar positivamente o mercado. Alguns novos destinos estão em fase avançada de negociações, como é o caso de Nigéria, Taiwan, El Salvador e República Dominicana. Nossos principais compradores são: Arábia Saudita, Japão, União Europeia e China. “A excelência tecnológica em genética, manejo e sanidade deve garantir altos índices produtivos para o setor avícola”, afirma Turra.
Mercado de ovos permaneceu estável A crise, que atingiu praticamente todos os setores, não deixou de fora o mercado de ovos, que, apesar de tudo, conseguiu obter leve crescimento em 2017. A produção brasileira foi cerca de 39,9 bilhões de unidades, superando o ano de 2016 em 1,8%, quando totalizou 39,18 bilhões. Desempenho que levou
CARNE DE FRANGO: DESEMPENHO DO MERCADO 2016/2017 ANO
PRODUÇÃO
EXPORTAÇÃO
CONSUMO /per capita
RECEITA
2016 2017
12,90 mil/ton
3,999 mi/ton
41,1kg
US$ 6,712 bi
13,05 mi/ton
4,320 mi/ton
42 kg
US$ 7,2 bi
ao consumo per capita de aproximadamente 192 unidades, uma elevação de 1% em relação ao ano anterior. Já, o embarque de ovos in natura e processados deve encerrar o ano com um total de 5,834 mil/ton e receita de US$ 8,1 milhões. Em 2016, no acumulado do ano (janeiro a novembro), foram embarcados 5,434 mil/ton, com receita de US$ 7,490 milhões.
AVICULTURA DE POSTURA PLANTEL DE POEDEIRAS E OVOS PRODUZIDOS - JULHO DE 2015 A JUNHO DE 2017 (2017: Dados preliminares)
2016/17
VAR.
2015/16
2016/17
VAR.
139,622
142,582
2,12%
250,072
259,346
3,71%
AGO
138,876
143,305
3,19%
254,129
264,536
4,10%
SET
138,625
141,653
2,18%
247,222
255,715
3,44%
OUT
137,346
142,917
4,06%
250,883
267,475
6,61%
2009 2010
125
2015/16
JUL
50
MÊS
150
OVOS - EVOLUÇÃO DO PLANTEL MÉDIA TRIMESTRAL 100
OVOS PRODUZIDOS** MIL DUZIAS
75
PLANTEL DE POEDEIRAS* MILHÕES DE CABEÇAS
2007 2008
NOV
137,458
144,001
4,76%
245,555
263,381
7,26%
DEZ
138,666
144,264
4,04%
251,611
269,312
7,04%
JAN
140,046
145,004
3,54%
253,056
270,271
6,80%
FEV
140,736
145,397
3,31%
244,958
250,885
2,42%
MAR
142,136
144,020
1,33%
259,176
268,532
3,61%
ABR
143,776
151,046
5,06%
252,340
268,544
6,42%,
MAI
143,238
153,404
7,10%
257,356
277,257
7,73%
JUN
142,622
151,684
6,35%
251,190
270,301
7,61%
1º SEM
142,092
148,426
4,46%
1,518.076
1,605.790
5,78%
2016
12 MESES
140,262
145,773
3,93%
3,017.548
3,185.555
5,57%
2017
MILHÕES DE CABEÇAS
2011 2012 2013 2014 2015
Fonte dos dados básico: IBGE * Inclui aves comerciais e de reprodução; ** Inclui ovos de consumo e férteis, para incubação. OBS. Os dados relativos ao plantel de poedeiras no semestre e em 12 meses correspondem à média dos dois períodos
Cenário é de crescimento para 2018 Segundo estimativas da ABPA, a produção de ovos em 2018 deve ter crescimento de 5% a 6% em relação ao total de 2017. A retomada econômica, a manutenção dos custos de produção e a abertura de novos mercados internacionais, como a África do Sul, devem pressionar a oferta no mercado interno. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), até o segundo trimestre de 2017 o plantel de poedeiras havia ultrapassado, pela primeira vez, a marca de 150 milhões de cabeças.
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GASTRONOMIA
por João Delpupo Com revisão técnica de Paulo Freitas. Fotos: Shutterstock e Divulgação
Azeite de oliva
V
Um “novo” tempo
ivemos no Brasil um momento para o azeite como foi para o vinho há cerca de 20 anos, quando se intensificou de maneira crescente a oferta de rótulos, com profundas e contínuas transformações no mercado e nos hábitos do consumidor. Com raras exceções, a oferta dos azeites que tínhamos até pouco tempo poderia ser comparados aos “vinhos” de garrafão que nos foram dados por décadas. Arrisco dizer: o que agora pode vir em nossa mente como um bom azeite que já provamos, em pouco tempo associaremos àquele vinho alemão “da garrafa azul” que foi consumido em muitas esferas e para o qual, hoje, torcemos o nariz face aos vinhos de qualidade que agora podemos desfrutar. Este tempo de oferta, consumo e informação trará em si também um novo apreciador/consumidor, crítico e conhecedor do que é ou não qualidade para azeites de oliva. Entenderemos, por exemplo, que acidez não tem nada a ver com gosto ácido e sim com a porcentagem de ácidos graxos livres
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presentes no azeite. Que essa acidez baixa, comum aos bons azeites, é uma medida indicativa que todas as etapas de processamento foram bem feitas, mas que não deveria ser vista isoladamente como fator determinante da qualidade por si só, da maneira que fomos induzidos a crer por tanto tempo pelo destaque que esse teor tinha nos rótulos e propagandas. Para escolher entre as opções do mercado, usar e guardar bem os azeites escolheremos safras novas, com não mais de 12 meses de produção, e sem se impressionar com mensagens como: “primeira prensagem” ou “primeira extração”, pois todo extravirgem de qualidade tem de ser feito assim; não escolher somente pela baixa acidez, até porque que esta pode ser obtida por meios químicos, como no caso dos refinados que chegam a ter somente 0,3% ;não tentar julgar o sabor do azeite pela cor - até profissionais degustadores provam azeite em copos coloridos para não se deixarem influenciar pela cor. Na hora da compra, pensaremos no uso e no custo benefício, conscientes
que – regra geral – no caso do azeite também não existe a mágica de um ótimo produto que custa barato. À medida que provarmos azeites de maior qualidade, estaremos mais seletivos, sensíveis ao fato de que poderemos investir um pouco ou muito mais para degustarmos uma iguaria; descobriremos também a arte de sua harmonização na cozinha, passando muitas vezes de mero coadjuvante para elemento de destaque nas preparações e finalizações de pratos. Mudarão os azeites das mesas e também os das cozinhas, pois, da mesma maneira que hoje escolhemos o vinho para harmonizar, também o faremos com o azeite, na certeza que ele pode muito influenciar o resultado de um prato. Só para citar um caso emblemático relatado pelo professor Paulo Freitas, que num belíssimo restaurante italiano encontrou ao seu dispor sobre a mesa um Azeite de Sansa (de bagaço de azeitona). Com um pouco de conhecimento, sabemos que existem vários azeites de baixa qualidade ou até mesmo cheios de defeitos sendo servidos em mesas até de laureados restaurantes.
Como hoje muitos identificam problemas em um vinho, também será com o azeite quando virão aos nossos sentidos seus defeitos – ranço, avinagrado, mofo, fermentação etc. – e refugaremos a falta de qualidade. Da maneira como aprendemos a preservar nossos vinhos, assim também faremos com os azeites, evitando a umidade, luz, oxidação e calor, escolhendo comprar aqueles armazenados em garrafas escuras ou latas, com pouco ou nenhum espaço livre de ar nas embalagens. Não transferiremos os azeites de suas embalagens originais e, na medida do possível, os guardaremos em ambientes o mais próximo de 14 a 16 graus, consumindo o conteúdo da embalagem em até 30 dias depois de aberto, já que seu gosto começa a mudar a partir deste momento. Degustaremos não somente o elemento, mas sua cultura, identificando suas origens, seu cultivar e as nuances deixadas no produto final, bem como sua evolução ou involução ao longo do tempo. Como diz meu amigo e mestre Paulo Freitas, provaremos os aromas do campo e não o odor desagradável de disk pizza a que alguns “azeites” atuais nos reportam. Nesse delicioso exercitar dos sentidos, sentiremos, naturalmente, quais são mais ou menos frutados, verdes ou maduros, picantes, amargos e tantas sensações que nos foram negadas ao longo dos anos. Felizes consumidores destes “novos tempos”, poderemos, então, degustar
João Delpupo - Chef Consultor Gastronômico, Pós-Graduado em Cultura Gastronômica e Degustação
Para saber mais • Quest-Ritson, Charles. Guia Ilustrado Zahar de Azeite, Revisão técnica Paulo Freitas: Rio de Janeiro: Zahar, 2011. • FREEDMAN, Paul (org.). A história do sabor. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2009. • www.azeiteonline.com.br
Foto: Blog Vivendo a Vida
verdadeiras iguarias que o Velho Mundo e os ricos e exigentes mercados já desfrutam há décadas, séculos ou milênios. Receberemos azeites novos a cada safra, ávidos por prová-los no mais próximo possível do seu esplendor, já que diferente de alguns vinhos que resistem e melhoram com o tempo, o azeite não tem o tempo por seu aliado. Teremos cada vez mais acesso a azeites monovarietais ou “blends”, de Arbequinas, Coratinas, Frontoios, Galegas, Hojiblancas, Koroneikis, kalamatas, Picuais, apenas para citar algumas das principais azeitonas, porque até aqui a quase totalidade de nossa oferta nunca mostrou de que variedades os azeites disponíveis eram extraídos. Sabendo ainda, que, como a influência do “terroir” no vinho, uma mesma variedade em condições de cultivo diferentes produzirá frutos com características próprias de seu “cultivar”, identificaremos e poderemos, então, admirar aqueles produtores que zelam por tantos outros múltiplos fatores que afetam a qualidade do azeite produzido, como a saúde das azeitonas, o processo de colheita e seu estágio de maturação, o tempo entre a colheita e a prensagem,
Saiba quais os tipos de azeites de oliva virgens e prepare receitas deliciosas; Acesse:
bem como todo o controle de qualidade na prensagem propriamente dita, embalagem e armazenagem, dando honra a quem tem honra, provando então não somente extravirgens de qualidade produzidos pelas grandes empresas, mas também aqueles “Azeites de Propriedade” (azeites de alta qualidade de produtores especializados), todos devidamente identificados por selos de origem, como o DOP (Itália, Espanha e Portugal), o AOP (França) e o PDO (Grécia) e os prêmios internacionais concedidos por reconhecidas entidades certificadoras. O azeite que está conosco há milênios e que, na antiguidade, representava o poder, a força, a vitória, a ação divina em benefício do homem, sempre foi um forte aliado da nossa saúde e ainda se mostra para nós como um vasto e belo campo a ser cultivado, com grandes oportunidades de negócios, lazer, conhecimento e convívio social. Para os que quiserem “saber que nada sabem”, é bom pesquisar, aprender, compartilhar ou apenas aguardar os prazeres que virão desta nova safra.
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Novembro / Dezembro | 2017 59
PECUÁRIA DE CORTE
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
EFICIÊNCIA Busca constante marca nossa pecuária Em ano de Operação Carne Fraca, embargos internacionais, desconfiança do mercado consumidor e JBS, resistir e continuar produzindo foi a tática adotada pela pecuária brasileira para sair fortalecida em meio a tantas crises. 60 www.noticiasdoagro.com.br
A
ssim como uma frágil embarcação, que navega por mares revoltos e é impiedosamente açoitada por gigantescas ondas e fortes ventos, da mesma forma navegou a pecuária de corte no Brasil em 2017. As águas turbulentas pelo qual o setor passou durante o ano começaram a se agitar em março, a partir da Operação Carne Fraca, que denunciou o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em supostos esquemas de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. O que se seguiu após essa primeira onda foi uma sucessão de acontecimentos que foram tão representativos quanto desastrosos para a atividade. Entram nessa conta os bloqueios às exportações brasileiras de carne
no exterior e a queda do consumo no mercado interno por conta de um consumidor desconfiado em relação à qualidade sanitária da proteína. No entanto, nenhum vendaval chacoalhou de forma tão violenta essa embarcação quanto a delação sobre o pagamento de propinas feita ao Ministério Público e à Polícia Federal pelos maiores acionistas e controladores do grupo JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista. Os abalos de mais esses escândalos ecoaram em toda a atividade justamente porque vieram do maior frigorífico e principal agente comprador de gado do país. Estima-se que apenas no mercado brasileiro, a JBS compre diariamente cerca de 35 mil bois de um contingente de pecuaristas calculados em 70 mil fornecedores. Uma agenda de pagamentos que custa aos caixas da companhia por dia a quantia de R$ 88 milhões.
Medidas pontuais melhoram a perspectiva para 2018
Para Guilherme Malafaia, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, a principal dúvida que ficou para o pecuarista brasileiro a partir das delações envolvendo o maior grupo frigorífico do país era sobre a capacidade da empresa ter ou não fluxo de caixa suficiente para gerenciar suas dívidas de acordo com seus vencimentos. “Em certo momento, as vendas foram paralisadas, reduzindo o preço do boi gordo aos criadores. Os preços nos contratos futuros apresentaram em outubro recuo de quase 3%, refletindo as incertezas ainda presentes no mercado”, explica o pesquisador. Ele acredita que mesmo com a recuperação na produção ao longo do segundo semestre, ainda há incertezas quanto a profundidade da crise e o possível impacto dela nos abates de gado bovino no Brasil nos próximos meses. No entanto, reitera que entre os indicadores que sustentam a perspectiva positiva para o setor, estão a retomada do crescimento da economia e a queda da inflação, além da reposição de animais, farta oferta de insumos de nutrição e a previsão de aumento das exportações. Com tudo isso o Brasil precisou mostrar sua força e o pecuarista, mais uma vez, provou sua eficiência. Assim, coube ao mercado se reestruturar, criando oportunidades para que outras gigantes do setor aumentassem ainda mais sua participação, caso dos frigoríficos Minerva e Marfrig.
Apesar de todos os percalços, 2017 foi um ano em que o vento soprou com força, mas não virou a embarcação. Na avaliação do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), o desempenho da atividade em 2017 foi bom e poderia ter sido até melhor. Isso porque, de acordo com a entidade, o Brasil vem avançando na pecuária com a ajuda de medidas pontuais tocadas pelo governo, que pela primeira vez lançou um plano para a retirada da vacinação contra a aftosa. O CNPC acredita que tal iniciativa dará maior credibilidade para a defesa sanitária animal brasileira e, com isso, possibilitará a abertura no exterior de um mercado de US$ 1 bilhão em países que não aceitam carne de animais vacinados contra a doença. “Também em pauta está a recusa interna do governo em receber carne
Sebastião Costa Guedes
com reações a vacinas, os chamados abscessos. Esses são aspectos positivos que melhoram a perspectiva para a pecuária de corte no próximo ano”, explica Sebastião Costa Guedes, Vice-Presidente de Relações Internacionais e Coordenação da Cadeia Produtiva do CNPC. Ele lembra que para 2018 o governo prometeu mudar o calendário de vacinação, colocando a imunização do gado adulto em maio e deixando para o segundo semestre só os animais até dois anos. “Por conta disso e também por outros fatores, acredito até que em 2018 teremos um confinamento mais rentável, já que este ano foi muito ruim em função da elevação do preço do milho no final de 2016”, completa.
Confinamento cresceu 5,5% em 2017
De acordo com o levantamento da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), realizado em 1.400 unidades de confinamento nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Tocantins, o volume de animais confinados em 2017 atingiu 3,4 milhões de animais. Esse resultado representa crescimento de 5,5% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 3,2 milhões de bovinos.
Novembro / Dezembro | 2017 61
Foto: Alysson Oliveira
Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, presidente da ABCZ
“Agropecuária é a moeda forte do Brasil”
Com algumas das principais raças produtoras de carne do Brasil, o Zebu tem na pessoa de Arnaldo Manuel Machado Borges, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), um grande entusiasta da pecuária nacional. Ele reconhece que 2017 foi um ano de intensos desafios e provações para o setor, mas prefere enfatizar a continuidade da produção e a manutenção de um país economicamente ativo, afinal de contas, segundo suas próprias palavras, “a agropecuária é a moeda forte do nosso país”. “Especificamente no que se refere à pecuária de corte, tivemos um ano marcado pela eficiência do setor. Fizemos lançamentos de projetos importantes que vão impactar, e muito, neste quesito da pecuária nos próximos anos, como o Carne de Zebu, que avalia o impacto dos touros POs para rebanhos comerciais e o trabalho de Seleção Genômica aplicada para as raças zebuínas”, explica. Ancorado na expectativa de especialistas, ele acredita que 2018 será um ano excelente para pecuária brasileira devido à projeção de recuperação econômica no país. Fundamenta esse otimismo na certeza de que o consumo de carne bovina no mercado interno está diretamente ligado ao poder de compra da população e completa: “Para o ano que vem também seguimos com boas expectativas nas exportações, amparados, inclusive, pela sinalização de países como a China, que já despontava como um dos maiores importadores da carne brasileira e que recentemente anunciou que vai ampliar o consumo”, lembra. As relações internacionais para o próximo ano também são o foco da ABCZ, que deve atuar diretamente na abertura de novos protocolos sanitários, podendo assim ampliar o mercado para produção de carne nacional. “Em 2017 internacionalizamos o nosso Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Através do PMGZ Internacional estamos transferindo nossa tecnologia para outros países, como Bolívia e Nicarágua, que já assinaram contrato. Assim, estamos contribuindo para a pecuária mundial”, finaliza o presidente da ABCZ.
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Exportações crescem 39,72% em outubro Se num primeiro momento as ações da Polícia Federal (PF) na condução da Operação Carne Fraca ecoaram de maneira negativa para as exportações brasileiras de carne bovina, por outro lado 2017 chega ao fim mostrando a pronta recuperação do setor. Em novembro, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou que as exportações brasileiras de carne bovina registraram alta de 39,72% no volume embarcado em outubro (144.615 toneladas), na comparação com o embarque realizado no mesmo período do ano passado. O faturamento com as negociações realizadas no mês girou em torno de US$ 605 milhões, o que representa um aumento de 38,11% em relação ao que foi faturado em outubro de 2016. Na comparação com setembro deste ano, as exportações tiveram alta de 6,74% em volume e 8,65% em faturamento.
Responsável pela compra de 35.766 toneladas de carne bovina, 67,22% a mais do que o negociado em outubro de 2016, Hong Kong continua sendo o principal destino da carne produzida pelo Brasil. No mês, as negociações com a região geraram um faturamento aproximado de US$ 138 milhões, alta de 73,11% sobre o faturado no mesmo período do ano anterior. No ranking de principais importadores da carne bovina brasileira, Hong Kong é seguido pela China, que importou 20.615 toneladas e gerou faturamento de US$ 92 milhões, e Egito, que comprou 19.156 toneladas e possibilitou o Brasil faturar perto de US$ 66 milhões. A Rússia, que desde o dia 1º de dezembro suspendeu as importações de carnes do Brasil, alegando a presença do aditivo alimentar ractopamina em alguns lotes importados de proteína suína, importou em outubro 14,28 mil toneladas de carne bovina brasileira.
Previsões otimistas
A expectativa da Abiec é que o Brasil exporte 1,5 milhão de toneladas de carne bovina por US$ 6,2 bilhões até o fim de 2017. Se confirmada tal projeção, o desempenho será 9% maior em volume e 13% em receita do que o obtido em 2016. Para 2018 a previsão é de crescimento de 9,8% em volume e 10,5% em receita. É esperado que Brasil fature US$ 6,9 bilhões com a venda de 1,6 milhão de toneladas de carne bovina in natura ao exterior. As projeções são sustentadas pelo possível aumento das exportações para China, além da abertura e reabertura de mercados como Filipinas, Indonésia, Coreia do Sul e Tailândia.
No desempenho por categoria, a carne bovina in natura se manteve como categoria mais exportada no período, com o embarque de 119.076 toneladas, alta de 42,83% sobre o volume embarcado em outubro de 2016, o que gerou um faturamento de US$ 503 milhões, 40,78% a mais do que o montante faturado no mesmo período do ano passado. O ranking de ca-
tegorias mais exportadas ainda aponta, em sequência, miúdos (13.295 toneladas embarcadas), industrializadas (8.522 toneladas), tripas (3.190 toneladas) e salgadas (532 toneladas). Já em relação ao desempenho por estado, São Paulo aparece na primeira posição, com 33.474 toneladas embarcadas (alta de 17,90% sobre o mês anterior) e
Um 3º trimestre dourado para os principais frigoríficos do país Minerva, Marfrig e JBS detêm juntos 55% dos abates que são realizados no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 os três maiores frigoríficos do país abateram 4,6 milhões de bovinos, num porcentual médio equivalente a 15,4% do total nacional, que foi de 29,6 milhões de animais. Das 230 unidades frigoríficas que contam com o Serviço de Inspeção Federal (S.I.F), 36 são da JBS, 16 do Marfrig e 11 do Minerva. Por conta do peso e da relevância desses números, considerar a saúde financeira trimestral destes três gigantes é avaliar por dentro a estabilidade do setor. E em se tratando de lucros, nunca um 3º trimestre foi tão promissor quanto o de 2017. A Minerva Foods anunciou em novembro uma receita líquida de R$ 3,4 bilhões no 3º trimestre de 2017 (3T17), alta de 34,9% sobre o 3T16, recorde histórico para um trimestre. No acumulado dos últimos
12 meses encerrados em setembro, a receita líquida da empresa atingiu R$ 10,7 bilhões, 8,6% acima do mesmo período encerrado no 3T16. Nas exportações, as vendas no período responderam por 58,1%. No mercado interno elas cresceram 40,6% em relação ao 2T17. Já o Marfrig Global Foods, companhia formada pelas divisões de negócios Beef e Keystone, informou por meio de nota que sua receita líquida total atingiu 4,8 bilhões de reais no 3º trimestre de 2017, alta de 11% em relação ao mesmo trimestre de 2016. O volume de abates no período chegou a 250 mil cabeças por mês. A Divisão Beef registrou uma receita líquida de R$ 2,6 bilhões – crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2016. No comparativo anual houve crescimento nas exportações e no mercado interno da "carne in natura": 98% de expansão nas exportações e crescimento de 5,5% no mercado interno. Entre o terceiro
faturamento de US$ 154 milhões (21,50% a mais que o faturado em setembro de 2017). Os principais destinos da carne bovina originada no estado foram China, Hong Kong e União Europeia. A produção atual no Brasil de carne bovina gira em torno de 9,1 milhões de toneladas, onde aproximadamente 20% são negociados para dezenas de países em todo o mundo.
trimestre de 2016 e o terceiro trimestre deste ano, a margem do Ebitda ajustado da divisão Beef passou de 7% para 9,5%. As informações constam do relatório fiscal apresentado pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A JBS informou que as operações com bovinos no Brasil tiveram baixa de quase 79% no Ebitda no terceiro trimestre de 2017, com a receita recuando 24%. A companhia diz que tem focado nos canais e cortes mais rentáveis, valorizando o mix de produtos, o que proporcionou um aumento de 11,7% no preço médio de venda da carne in natura. Para o mês de dezembro, em razão do aquecimento de demanda com as festas de fim de ano, a empresa calculava uma alta de 12% no faturamento da divisão de carnes no Brasil, ante dezembro de 2016. Para 2018 prevê alta de 22% em suas exportações de carne bovina in natura, ajudada, sobretudo, pelo crescimento de vendas em mercados como China, Egito e Chile.
Novembro / Dezembro | 2017 63
Informe Publicitário
C A R L O S V I A C AVA
NELORE CV
S
ão 32 anos de seleção e 30 anos de melhoramento genético com a Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores — ANCP. O programa de melhoramento genético da raça Nelore foi criado no departamento de genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/SP (USP) e, no início, era conhecido como Programa da USP. Nos associamos desde a sua fundação e é ele quem dita nosso caminho em busca de animais férteis e precoces. Os tempos modernos, repletos de inovações e tecnologia, altamente competitivos, não permitem mais a pecuária tradicional brasileira. É imperiosa a pecuária de ciclo curto e de bom retorno econômico e financeiro. Por isso, fertilidade e precocidade são essenciais. A vaca tem que parir todo ano e seus filhos têm que estar prontos para o abate aos dois anos, em regime de pasto. O animal precoce, com bom acabamen-
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precocidade e fertilidade
to de gordura, pronto para o abate aos dois anos, já assegura uma carne de boa qualidade. E as bezerras têm que ser precoces também, além de bem nutridas, capazes de emprenhar aos 12 meses de idade e parir antes dos 24/26 meses. A raça mais adequada aos ambientes tropical e subtropical que caracterizam a maioria do território brasileiro é, sem dúvida, a Nelore, que veio importada da Índia, onde a vaca é sagrada e os animais selecionados para tração. Por isso perde em competitividade para as raças britânicas, selecionadas há séculos para a produção de carne, mas que, no entanto, não têm a mesma adaptabilidade ao meio ambiente predominante no Brasil. O gado para o Brasil é o Nelore e precisa melhorar, como, aliás, vem acontecendo. Esse tem sido nosso maior cuidado com a seleção, em busca de animais férteis e precoces. Com a introdução do sistema de In-
tegração Lavoura Pecuária e Floresta, estamos conseguindo boas pastagens de inverno, que permitem o trabalho de inseminação de 100% de nossas bezerras na idade de 10 a 14 meses. É a carne de qualidade, que vem de animais jovens, com bom acabamento de gordura (precoces), marmoreio adequado e maciez. Por isso o nosso trabalho com a ANCP e a Embrapa Cerrados em pesquisas na busca de indicadores moleculares para a maciez da carne, em estágio avançado, que já permitiu o cálculo e a publicação de DEPs para essa característica. Hoje, trabalhando com avaliação genômica em 100% de nossas matrizes, podemos apresentar ao mercado animais com todas as informações importantes sobre fertilidade, precocidade e desempenho, com alto grau de confiança – acurácia – para assegurar maior lucratividade aos nossos clientes e amigos.
NELORE CV É SEMPRE UM ÓTIMO NEGÓCIO.
Há mais de 30 anos, a marca CV é garantia de ótimos resultados na seleção de Nelore. A qualidade do nosso rebanho é fruto do melhoramento genético constante, buscando: fertilidade, precocidade e habilidade maternal para fornecer ao mercado animais que produzam mais carne por hectare. Investimos na integração entre lavoura, pecuária e floresta para garantir condições ambientais favoráveis à expressão plena do progresso genético.
Nelore CV. Pecuária de resultados desde 1986. Tradição Inovação Sustentabilidade Pesquisa
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ZEBUÍNOS
por Simone Rubim Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
ZEBU
A força da pecuária nacional Rebanho bovino brasileiro ultrapassa a marca de 212 milhões de cabeças, sendo 160 milhões com sangue zebu.
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A
tenta às novas tecnologias e exigências do mercado, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) tem encarado a missão de promover o melhoramento genético e registro genealógico das raças zebuínas em todo o Brasil. Atuante em toda a cadeia produtiva, desenvolve junto aos produtores rurais, trabalhos de orientação sobre pastagens, crédito financeiro, fomento, extensão rural e mercado consumidor, para assegurar a evolução da pecuária nacional. Muitas novidades agitaram 2017 na ABCZ. Uma delas é o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), que rompeu as fronteiras brasileiras e
chegou a países como Nicarágua e Bolívia. “Assim contribuímos para a pecuária mundial”, enfatiza o presidente Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. Outra novidade aconteceu no final de novembro, na sede da Associação, entre a ABCZ e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), assinaram um Protocolo de Intenções, que possibilitará a incorporação do banco genômico da empresa de pesquisa ao PMGZ. Também vale destacar o Programa Carne Zebu, que propõe acompanhar todo o processo da pecuária de corte, com a mensuração da qualidade da carne em abates técnicos e avaliação de linhagens.
Projeção otimista para 2018 A expectativa de muitos especialistas é que será um ano marcado pela recuperação econômica do país. “Seguimos no mesmo otimismo. Para mim será um ano excelente para a pecuária, até porque sabemos que o consumo de carne bovina, no mercado interno, está diretamente ligado ao poder de compra da população”, comenta Borges. O presidente também tem muita expectativa nas exportações, amparadas, inclusive, pela sinalização de países como a China, que já despontava como um dos maiores importadores de carne brasileira e anunciou que vai ampliar o consumo.
Números da atual gestão Tendo como base o primeiro ano de gestão do presidente Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges (setembro 2016 a setembro 2017), a ABCZ teve 348 novos associados, mais 35 mil novos animais no Programa Melhoramento Genético Zebuínos (PMGZ) Corte e Leite, 389.818 novos Registro Genealógico de Nascimento (RGNs) e 190.551 novos Registro Genealógico Definitivo (RGDs). Foram realizados 120 eventos comerciais, entre feiras e leilões do Pro-Genética, e mais de 3.840 touros vendidos. A entidade tem 655 mil animais registrados.
Veja como foi o ano de algumas das principais raças adaptadas à pecuária tropical Brahman
O ano foi positivo, mesmo num período de instabilidade econômica ampliou o número de leilões oficiais pela Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), com mais de 20 eventos, onde todos apresentaram valorização expressiva. Também apresentou alta na venda de touros do programa Pró-Genética, além de recuperação no número de registros genealógicos da raça em 2016/2017. Segundo Adalberto Cardoso, presidente da Associação, a próxima gestão ACBB vai encontrar uma entidade mais forte e atuante. “A expectativa para 2018 é a melhor possível e a diretoria do biênio 2018/19 poderá dar continuidade às ações de sucesso implementadas, além de criar novas estratégias que promovam a raça e fortaleçam o criador”, finaliza.
Adalberto Cardoso Foto: Cristiano Bizinoto
Novembro / Dezembro | 2017 67
Tabapuã
A Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT) comemorou um ano produtivo. A raça esteve em pista com julgamentos conduzidos pelo presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. Houve um aumento significativo de participação da raça nas exposições, feiras e leilões. Foram 11 exposições, em seis estados, três a mais do que no ano passado. A raça esteve presente também em quatro etapas da Intercorte, e na ExpoGenética promoveu um workshop específico da raça. Também participou do Pró-Genética e Programa Nacional de Touros Jovens (PNAT). Vendeu em leilões mais de 1.000 animais, com faturamento geral de R$ 6 milhões. "Estou muito feliz com a união dos associados, especialmente dos recém-chegados e todos que acreditam na força do Tabapuã. Foi um ano produtivo e os números provam isso”, finaliza o presidente, eleito para o biênio 2017/19.
Sindi
Ronaldo Boichuette
Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), Ronaldo Boichuette, a raça é uma das que mais cresce no país, considerando que um rebanho de dupla aptidão pode ser um trunfo para a viabilidade econômica e sustentabilidade dos diversos modelos pecuários do país. Em 2017, o calendário da ABCSindi contou com 30 eventos. “A raça tem um grande volume de informações e pesquisas no campo científico. Muitos destes estudos, promovidos em institutos e universidades, agora contam com o suporte e entusiasmo dos criadores”, afirma o presidente, que também destaca a entrada de novos criadores. “Em uma década a associação triplicou de tamanho”, comemora.
Julio Laure, Presidente da ABCT
Nelore
Foto: Zzn Peres
Renato Barcellos
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O ano começou com boas perspectivas e ficou tumultuado com a Operação Carne Fraca. Mas, felizmente, a ação rápida do Governo Federal e entidades privadas retomou as exportações. “Com tantos acontecimentos fora da cadeia produtiva, se esperava o pior. Porém, a pecuária brasileira, sempre puxada pelo Nelore, mostrou mais uma vez a sua força”, destaca Renato Barcellos, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). O Programa de Qualidade Nelore Natural cresceu. Foram abatidos, até novembro, mais de 220 mil animais x 190 mil em 2016. No
Circuito Boi Verde, o número de animais avaliados cresceu: de 4.934 (2016) para 6.015. Em relação aos leilões, passou de 75 para 84. Além disso, foi lançado o Julgamento a Campo, que na primeira edição julgou 272 animais de 29 expositores nos Estados do AC, MT, MG e TO. Para Barcellos, a expectativa de 2018 é otimista. O mercado interno da carne bovina irá se recuperar com a melhoria dos indicadores econômicos nacionais e também em relação ao mercado de reprodutores. “Os vendedores de touros e matrizes devem ter mais um ano de muita liquidez”, finaliza.
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Shutterstock
GENÉTICA PANORAMA 2017/18
INSEMINAÇÃO EM ALTA Asbia mostra desempenho de vendas e exportações
Exportação de material genético de corte foi cinco vezes maior que do ano passado, enquanto que o de leite apresentou pequena queda.
A
Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou seu primeiro relatório nacional de resultados do 1º semestre de 2017. Em relação às exportações, o total de doses de sêmen de gado de corte enviadas ao exterior nos primeiros seis meses de 2017 somaram 85.545 doses, mais de cinco vezes a quantidade total comercializada no mesmo período de 2016, que foi de 16.895 doses. Já em relação às doses para gado de Leite, o primeiro semestre registrou a venda de 74.326 doses, queda em relação a 2016, quando foram comercializadas um total de 84.659 doses. Sobre o mercado total de Inseminação Artificial (I.A), o balanço geral do movimento de sêmen no Brasil captado pela Asbia contabilizou no primeiro semestre um total de entrada no mercado brasileiro de 5.915.311 doses
(2.982.210 de doses importadas e 2.933.101 de doses produzidas), queda de 2,0% na comparação com o primeiro semestre de 2016, quando foram comercializadas 6.036.257 doses (2.757.266 de importados e 3.278.991 de doses produzidas). Já em relação à saída de doses de sêmen para I.A no mercado brasileiro, a Asbia informa em seu relatório semestral que as doses que tiveram como destino o cliente final de Corte (2.572.611) e Leite (2.112.896) totalizaram 4.685.507 doses no período analisado. As saídas para exportação somaram 162.871, enquanto que para a Prestação de Serviço o total chegou a 1.059.954 doses. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a saída total de doses no Brasil chegou a 5.908.332, aumento de 15,2% em relação ao mesmo período de 2016, que registrou 5.127.712 doses.
Botijões menores tiveram bom desempenho A venda de botijões de 20 e maior de 20 litros tiveram resultados distintos. Nos seis primeiros meses do ano, os botijões de 20 litros venderam em todo o país 1.624 unidades, com crescimento de 28% em relação ao
mesmo período de 2016 (1.265 unidades). Já os botijões maiores de 20 litros tiveram comercialização de 229 unidades, queda de 53% em relação ao mesmo período do ano passado quando foram vendidas 488 unidades.
Novembro / Dezembro | 2017 69
RAÇAS TAURINAS E COMPOSTAS
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
MUITA RAÇA
Em ano repleto de desafios
Os presidentes das principais associações de raças taurinas e compostas do país analisam o que de mais importante aconteceu para as raças e o mercado em 2017, e destacam os planos e ações das entidades para 2018.
P
ara algumas das principais raças taurinas do país, 2017 ficará marcado pela forte resistência ao momento adverso e pela continuidade de importantes trabalhos e implementação de novos projetos. Quem nos apresenta um panorama completo do que foi 2017 para os taurinos são os presidentes das associações de criadores, que além de nos contar como superaram as dificuldades de um ano atípico para a pecuária de corte, nos dizem o que esperam para 2018. Acompanhe.
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Angus
José Roberto Pires Weber, presidente da Associação Brasileira de Angus - “Apesar da crise, 2017 foi um ano de grandes conquistas para a entidade. A criação manteve-se na liderança da pecuária de corte como a melhor opção para cruzamento industrial e obtenção de carne de alta qualidade. O Programa Carne Angus manteve seu escore de abates e galgou mercado externo. Em 2017, o Angus deu início aos embarques para a China e se consolidou no mercado europeu. No mercado interno, demos um passo importante com o lançamento do selo Angus Gold, que vem sendo tratado como um novo marco pela pecuária premium. Quanto à venda de genética, os leilões da temporada de primavera tiveram boa liquidez, o que confirma a procura pela raça mesmo em tempos de crise, com médias similares às do ano anterior. Com relação à venda de sêmen de gado de corte, o Angus se mantém
líder absoluto, com mais de 3,69 milhões de doses vendidas em 2016 de acordo com o último relatório divulgado pela Asbia. Para 2018, projetamos um ano de retomada, com aumento do preço do boi gordo e consequente valorização dos produtos pecuários.
Foto: Zzn Peres
Brangus
Senepol
Hereford/Braford
Associação Brasileira de Brangus – “O ano de 2017 continuou refletindo a crise e momento de instabilidade financeira e política pela qual o país atravessa. O reflexo da Operação Carne Fraca e o enfraquecimento do Grupo JBS refletiu no setor pecuário de maneira negativa, mas o que observei à frente da associação, foi que felizmente todos esses acontecimentos tiveram pouco impacto na raça. A comercialização e crescimento no número de registros se manteve estável. As exposições, de maneira geral, se mostraram mais retraídas para animais de argola, não só pelo impacto do custo benefício, mas também pela exigência do mercado que busca por animais rústicos com maior capacidade de produção. Acredito que os pontos negativos de 2017 estão ficando para trás e em 2018 teremos uma pecuária ainda mais forte, mostrando para o mundo o potencial que o Brasil tem de produzir carne de qualidade.”
ção Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol – “Foi um ano difícil para a pecuária de corte, tendo em vista os reflexos da situação econômica no país com a baixa demanda por carne no varejo. Isso impactou toda a cadeia, ocasionando o chamado ‘efeito rebote’ de retenção de fêmeas no mercado e esta excessiva retenção fez com que o preço do bezerro caísse e atingisse também a demanda por material genético. Para o Senepol, mesmo com 2017 sendo um ano de crise, tivemos um crescimento médio na ordem de 20%, e eu diria até que esse ritmo é de crescimento chinês, pois é muito fora da realidade da pecuária nacional. Tivemos uma redução no preço médio das fêmeas por conta da dificuldade da economia girar, mas em contrapartida houve também muita liquidez. Para 2018, acreditamos num reequilíbrio nesta questão de oferta e demanda com relação à raça Senepol. Acreditamos também que haverá um contínuo crescimento da raça entre 20% e 30%.”
Brasileira dos Criadores de Hereford/ Braford – “Em 2017, verificamos uma pequena queda em todos os indicadores da entidade em virtude da crise desencadeada pela Operação Carne Fraca e a desestruturação da JBS. Outro problema que enfrentamos neste ano foi a saída do Marfrig do processo de certificação da carne no Rio Grande do Sul, o que fez com que o Hereford apresentasse uma queda mais acentuada em relação ao Braford. Esperávamos uma queda da ordem de 35% dos animais certificados, porém, ela deve fechar o ano em torno de 20%, já que alguns produtores migraram para outros frigoríficos para que se enquadrem no programa de certificação da carne. A associação, por sua vez, abriu novas parcerias para certificação, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina e São Paulo. Nas exposições percebemos que o produtor migrou para um circuito em que ele tivesse menos custos. Apesar disso, credenciamos novos eventos para o ranking nacional e registramos uma participação maior de animais em relação ao ano passado. Para 2018, esperemos um crescimento de 10% a 15%, tanto no número de exposições quanto de animais expostos. Na comercialização e remates, observamos a manutenção do preço e também de vendas nos leilões em relação a 2016. Há de se destacar a entrada, no 1º semestre, de novos leilões no Brasil Central que ajudaram na manutenção das médias. Ainda para 2018, esperamos crescimento na venda de sêmen, uma vez que 2017 encerramos com alta entre 15% e 20%. Esperamos também um crescimento de 15% dos animais certificados para o programa de carne e de 5% a 10% no número de registros.”
Raul Victor Torrent, presidente da
Pedro Crosara, presidente da Associa-
Fernando Lopa, CEO da Associação
Novembro / Dezembro | 2017 71
Bonsmara
Clélia Pacheco, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bonsmara - "Apesar de todas as dificuldades, 2017 foi um bom ano para o Bonsmara. Nós vendemos praticamente todos os touros que foram produzidos na estação e registramos a entrada de novos criadores na raça. Acreditamos muito em 2018 no sentido de que cada vez mais se tenha uma raça que venha trazer incrementos para o cruzamento industrial a campo, com a rusticidade e adaptação. Acreditamos muito no cruzamento Bonsmara com meio-sangue Angus, onde esse produto, além da grande heterose, será capaz de emprenhar com 14 ou 15 meses. O Bonsmara é um Bos Taurus Africanus, que tem uma certa distância genética dos taurinos, portanto, ele mantém a heterose numa vaca meio-sangue Angus, além de ser 100% de heterose na zebuína. Por isso acreditamos que esse é um mercado crescente."
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Simental e Simbrasil
Mario Aguiar. O crescimento
constante do Cruzamento Industrial manteve a procura por touros da raça em alta. É o que afirma o 1º vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS). Ele destaca ainda a importância do trabalho realizado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquista Filho (Unesp) de Botucatu/ SP. “Comprovou que os animais meiosangue Simental x Nelore produzem uma carne de tão alta qualidade como o meio-sangue Angus x Nelores”. Outro destaque é a crescente procura de criadores das Américas do Sul e Central por genética Simental adaptada aos trópicos. “O trabalho da ABCRSS e a disposição dos criadores em produzir um animal adequado às características produtivas do Brasil nos leva crer que 2018 será ainda melhor”, finaliza.
Montana
Gabriela Giacomini, gerente de operações do Composto Montana – “Apesar de 2017 não ter sido um ano fácil para a pecuária de um modo geral, para o Montana até que foi bom. Na busca pela evolução genética investimos na transferência de embriões, cujos primeiros nascimentos estão acontecendo agora. Também tivemos os primeiros nascimentos de Montana Black. Vale destacar também os lançamentos das DEPs de carcaça em sumário. Já trabalhamos com características de carcaça por ultrassom desde 2008 - calculando DEPs e monitorando - e a partir deste ano, no sumário 2017, publicamos pela primeira vez estas DEPs para o mercado. A nossa expectativa para 2018 é de manutenção do quadro atual do rebanho e a produção de cerca de 1.300 touros marcados. Em relação às vendas, registramos uma elevação dos preços na arroba que variou de 7% a 10% em algumas regiões, e para 2018 esperamos uma valorização neste mesmo patamar. Além disso queremos ampliar os programas de transferência de embriões e pretendemos aprofundar as atividades envolvendo a questão da genômica no Montana.”
Limousin
Edgar Luiz Ferreira Lima, presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Limousin – “Nesses mais de 30 anos da raça Limousin no Brasil, buscamos genéticas e linhagens para melhorar a adaptabilidade, como pelagem curta, maior capacidade respiratória e uma incessante busca pelos criadores de animais com maior facilidade de criação. Já chegamos a ter no Brasil mais de 8 mil fêmeas em reprodução. Hoje são 3 mil e, portanto, a seleção foi muito forte e necessária, trazendo a vantagem de termos um rebanho de matrizes selecionadas, produtivas e férteis, para produzir bezerros pequenos, sadios, alimen-
Wagyu
George de Toledo Gottheiner, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu - "Este ano tivemos um aumento relevante no número de animais registrados, assim como produtores e frigoríficos comercializando carne de Wagyu certificada. Alguns estabelecimentos de comércio de carne que possuem sua própria sala de desossa também passaram a certificar seus cortes. Creio que o grande fator desse crescimento é o consumidor final, que está cada vez mais preocupado com a procedência do que consome, buscan-
tá-los perfeitamente e desmamá-los pesados. A raça tem como uma de suas principais qualidades produzir carne no cruzamento, precocemente, com o mínimo de gordura necessária, dando maior rendimento de carcaça e de carne comestível."
do cada vez mais os selos de certificação nos produtos. Estamos desenvolvendo um novo sistema, onde o próprio criador associado poderá informar via acesso particular no site as informações sobre seus animais e genética. Isso facilitará não só o manejo das fazendas, como a própria busca sobre informações da Raça Wagyu pelos consumidores. Tenho percebido que um número cada vez maior de pessoas já provou ou conhece a carne de Wagyu, ocasionando uma procura cada vez maior pelos cortes da raça. Também aumentaram a procura nos cursos, tanto de técnico de registro (que certificam se os animais nas propriedades são mesmo Wagyu) como técnicos de frigorífico (que certificam as carcaças e porcionamentos dos cortes no processo de industrialização). No único leilão que tivemos este ano, alcançamos 100% de liquidez e houve busca de estrangeiros sobre nossa
genética. Além disso, comemoramos também a aproximação da nossa associação com a associação uruguaia de criadores de Wagyu."
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Informe Publicitário
M O N TA N A
por Gabriela Giacomini* Foto: Divulgação
MONTANA
A
Uma raça selecionada para rusticidade e produtividade
raça Montana começou em 1994, fruto da necessidade de produção de um animal que fosse muito eficiente para ganho de peso, sem perder em rusticidade e adaptabilidade. Nestes 23 anos de seleção, foram feitos inúmeros cruzamentos para se atingir esse objetivo. Hoje temos um animal capaz de trabalhar nas zonas mais quentes do Brasil e Paraguai, e, ao mesmo tempo, nos campos de inverno rigoroso do sul do Brasil e Uruguai. O Montana é fruto de uma série de cruzamentos entre raças zebuínas, taurinas adaptadas e taurinas europeias. Sua origem remonta os experimentos do Clay Center, importante centro de pesquisa norte-americano, situado em Nebraska. As pesquisas para se obter uma raça capaz de trazer vantagens genéticas através de cruzamentos já são muito antigas e continuam em evolução. Dentre essas vantagens genéticas, o Montana é capaz de oferecer heterose, uma importante ferramenta que gera um aumento de produtividade e fertilidade sexual em vacas de qualquer raça.
Aqui abro um parênteses interessante: com o uso contínuo de Montana, a heterose não se perde entre as gerações, como acontece com raças puras ou híbridas. Uma segunda vantagem é que o Montana oferece as vantagens das raças que foram usadas na sua formação. Perfeitamente combinadas são capazes de oferecer rusticidade, ganho de peso, fertilidade e precocidade sexual. A terceira, e mais importante vantagem genética, é a seleção. Desde o primeiro nascimento, em 1994, o Montana é geneticamente avaliado por geneticistas do Brasil e dos Estados Unidos. O desempenho de cada animal é acompanhado e analisado, gerando dados para gerações futuras. Além disso, somente os melhores 26,5% machos de cada safra podem ser comercializados como touros, o que garante forte pressão de seleção. Para se somar com as vantagens genéticas citadas, é importante mencionar que nada disso é feito de forma empírica, o famoso "achismo". Tudo é medido, analisado, avaliado, sempre com fundamento científico e acompanhamento dos melhores geneticistas e das técnicas mais modernas. São 23 anos de resultados comprovados!
Ao longo destes anos foram mais de 19,1 mil touros produzidos e comercializados. Usando números bem conservadores, considerando que cada touro trabalha com 25 vacas, durante quatro anos de vida útil, com uma taxa de prenhez de 60%, seriam quase 1 milhão e 100 mil bezerros cruza Montana produzidos. Com esses números, é possível ter muita certeza da qualidade do Montana e do que esperar nas fazendas dos criadores brasileiros, paraguaios e uruguaios. A qualidade do gado e seus resultados é motivo de orgulho para todos os produtores da raça, além do grande número de clientes satisfeitos que retornam às compras todos os anos. Os prêmios recebidos no Uruguai, país famoso pela qualidade de carne impecável, também são motivo de orgulho: em 2012, a Associação Rural Uruguaia (ARU) concedeu ao Montana o prêmio de melhor animal no concurso de carcaças. Já em 2016 o prêmio foi de carcaça com a carne mais macia. Para saber mais, acesse www.compostomontana.com.br ou mande um e-mail para faleconosco@compostomontana.com.br
Gabriela Giacomini é zootecnista e gerente de operações do Programa Montana há 10 anos.
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LEITE
por Simone Rubim e Régis Nascimento Fotos: Divulgação / Shutterstock
PANORAMA 2017/18
PRODUÇÃO CRESCEU
Mas não o resultado financeiro
Ano começou bem, mas excesso de oferta, baixa nos preços, queda no consumo e aumento no valor dos insumos prejudicaram a rentabilidade.
Paulo Martins, Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite Foto: La Falce
E
ste ano, o setor leiteiro colheu a reversão de quadro em relação a anos anteriores. Em outras palavras, não foi um ano bom para a atividade." Foi com essa frase que, de maneira, suave o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, definiu a situação da atividade leiteira no Brasil em 2017. Com projeção de crescimento para este ano beirando a média histórica de 5% na comparação com 2016, o Brasil havia produzido, até o encerramento do 3º trimestre, 34,5 bilhões de litros de leite. Números que devem subir, já que os índices relativos ao 4º trimestre ainda não foram fechados. Mas se continuamos produzindo a um ritmo médio considerado bom - e há previsão de encerrar com crescimento de produção - porque então este foi um ano difícil para a pecuária leiteira no Brasil? De acordo com chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, primeiro porque a redução do custo de produção gerado pela queda do preço da soja e do milho a partir de janeiro criou uma expectativa favorável ao produtor. Segundo, porque este mesmo produtor não contava com uma queda tão acentuada no preço do leite. Os motivos que
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levaram a tal queda podem ser resumidos a três pontos-chave: acréscimo de produção, aumento das importações e queda no consumo de leite e derivados. “Aquilo que tinha de tudo para ser um ano promissor, quando se chegou ao meio do ano ficou claro que seria um dos piores anos dos últimos cinco na atividade leiteira. Apesar da redução de custos, a margem do produtor ficou muito apertada, e ainda estamos com boa parte dos produtores enfrentando sérias dificuldades de pagar as contas”, explica Paulo do Carmo Martins. Em outubro, o preço do leite pago ao produtor caiu pelo quinto mês seguido, refletindo o enfraquecimento da demanda. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o recuo foi de R$ 0,08/litro (-7,3%) na comparação com setembro, quando o litro custava ao produtor R$ 1,005/litro - o valor não considera frete nem impostos. Em contrapartida, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea, que mede a oferta do produto, continuou em alta. Na média Brasil, de agosto a setembro, a captação das indústrias subiu 4,19% - menor elevação registrada desde junho, quando o índice iniciou o movimento de alta.
Importação azedou ainda mais o ânimo na cadeia leiteira Ao longo do ano, falar em importação deixou muito produtor com dor de cabeça. Isso porque a compra de leite do Uruguai - em geral mais barato - contribuiu para agravar a crise do setor, deixando a situação quase insuportável para o produtor local em função dos custos que inviabilizaram a competição com o produto do país vizinho. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Brasil foi destino de 86% do leite uruguaio em pó desnatado e 72% do integral, em 2017. Em 2016, mais de 100 mil toneladas de leite chegaram ao Brasil vindas do Uruguai, e nos seis primeiros meses deste ano foram importadas 41.811 toneladas. Essas importações foram responsáveis por um incremento da ordem de 7% na oferta nacional do produto. Diferente de Paraguai e Argentina, que têm cota e tarifa para exportação do leite, o Uruguai é livre, o que gerou muita reclamação entre os produtores nacionais. Eles alegaram que o país vizinho estaria exportando leite que não era produzido lá, pois, segundo a denúncia, a produção uruguaia seria insuficiente para enviar a quantidade que chegava ao Brasil. De acordo com a queixa apresentada pela cadeia produtiva, para fugir das cotas acertadas com o Brasil, leite argentino e paraguaio estaria sendo enviado
ao mercado brasileiro via Uruguai. Ainda de acordo com a reclamação, isso acontecia porque o governo uruguaio vem se recusando negociar com o governo brasileiro um limite de envio de leite fluido ou em pó. A denúncia de suposta triangulação levou o Brasil a suspender a importação dos uruguaios, porém, em menos de um mês, voltou a autorizar novamente a compra do país vizinho por entender que não houve - ou não foi comprovada - a tal triangulação. Fato concreto é que o ingresso de leite mais barato vindo do Uruguai levou os laticínios locais a acumularem estoques, já que o produto é recolhido diariamente e precisa ser processado. Com isso, a indústria precisou retirar do preço pago ao produtor até R$ 0,40 por litro. As entradas de leite só começaram a cair drasticamente a partir de julho de 2017, em função dos
altos estoques da indústria. “A compra de leite do país vizinho ainda trará sérios reflexos para a atividade em 2018. Para o próximo ano, isso deve impactar na decisão do produtor de investir ou não no aumento da produção, pois ele está hoje muito desestimulado”, explica Paulo do Carmo. O Coordenador Geral de Florestas e Assuntos da Pecuária da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Salomão, garante que o governo está atento às consequências prejudiciais à cadeia produtiva com a falta de controle do volume de leite importado. Ainda assim, ressalta que a via de negociação é o melhor caminho para se resolver o impasse. “Essa questão permanece na pauta do governo, sabemos das consequências negativas para o setor decorrentes da falta de previsibilidade do volume de importação e seu impacto sobre os preços internos praticados aos produtores. Foram adotadas medidas fortes, como a suspensão temporária das importações, mas a via da negociação deverá prevalecer e o estabelecimento de cotas de importação é o caminho que melhor se apresenta”, afirma Salomão. João Salomão, Coordenador Geral de Florestas e Assuntos da Pecuária da Secretaria de Política Agrícola do Mapa
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Produção desacelerou no 3º trimestre
15,0%
Na divulgação da Pesquisa Trimestral do Leite para o terceiro trimestre do ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou uma produção de 6,16 bilhões de litros de leite no Brasil. O crescimento em relação ao mesmo período de 2016 foi de 5,4% e, no acumulado entre janeiro e setembro, o Brasil produziu 17,7 bilhões de litros de leite, elevação de 4,3% na produção deste ano em relação a do ano passado. Porém, é importante notar na pesquisa divulgada a desaceleração do crescimento da produção deste terceiro trimestre, que tem relação direta com a queda na rentabilidade do produtor. Veja no gráfico 1:
10,0%
8,9% 8,6%
8,3%
8,2% 5,4%
5,0%
3,9% 1,0%
0,0% -0,2%
-0,8%
-0,9% -2,6%
-5,0%
-2,4%
-3,8% -3,7% -5,5%
-10,0%
-7,5%
T3 T4
T1
T2 T3 T4
T1
T2 T3 T4
T1
T2 T3 T4
T1
T2 T3
2013 2013 2014 2014 2014 2014 2015 2015 2015 2015 2016 2016 2016 2016 2017 2017 2017
Gráfico 1: Variação de captação brasileira em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: IBGE. 26
24,6 24,0
24 22 R$/VACA/DIA
No gráfico 2, é possível perceber a evolução do índice de Receita Menos Custo da Ração (RMCR), que tem relação direta com a margem de lucro dos produtores de leite e com os volumes de produção. Também é possível verificar que, no primeiro semestre deste ano, o indicador foi bem mais favorável se comparado a 2016; no entanto, as quedas do preço de leite ao produtor e o aumento de preços do farelo de soja e milho pioraram drasticamente a situação no segundo semestre, o que explica a desaceleração no crescimento da produção verificada pelo IBGE.
12,8%
20,3
20 18
17,7
20,9 20,6
15,0
15,9
21,5 20,2
19,2
18,5
16
20,7
18,8
18,5 17,1
16,4 16,4
15,3
15,1
17,6
14 12
13,4 Jan
13,8 Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
2015
Jul 2016
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2017
Gráfico 2: Evolução do RMCR mensal nos últimos anos. Entre os principais estados produtores do país, destaca-se o crescimento da produção no trimestre em Santa Catarina (+17,7% em relação ao 3º trimestre de 2016), Rio Grande do Sul (+8,1%) e Goiás (+7,5%). O estado de São Paulo também apresentou crescimento expressivo no trimestre (+9,8% em relação a 2016) – mas, como a estatística do IBGE trata do leite formal “adquirido” pela indústria, é possível que, no caso paulista, o crescimento de volume venha não exclusivamente do crescimento da produção local, mas também de mais leite comprado por fábricas paulistas de fora do estado para processamento nestas plantas industriais. A perspectiva é de que esta desaceleração no crescimento da produção continue no quarto trimestre do ano. Isto
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porque, além das quedas de preços ao produtor, que continuaram em outubro e novembro (redução de quase
R$ 0,10/litro na soma dos dois meses), houve o atraso no início do período das chuvas em Minas Gerais e Goiás.
Fazenda SFS
Produtores tiveram que investir para superar a crise Para vencer os desafios enfrentados pela atividade, os criadores tiveram que ser criativos. Muitos mudaram suas estratégias e até mesmo a forma de gerenciar a propriedade. Um exemplo é a Fazenda SFS, importante produtora do insumo, localizada entre os municípios de Cesário Lange e Quadra, no interior de São Paulo, que aproveitou o ano adverso para investir. Foram adquiridos 120 alqueires de terras, além de plantadeiras para o cultivo de milho e soja, importantes para a fabricação da ração oferecida aos animais. A fazenda encerra 2017 com média produtiva diária de 28 litros/animal. Outra alternativa utilizada na propriedade para o equilíbrio produtivo foi o corte de custos com a redução de gado excedente. A ideia foi manter apenas os animais de leite e aqueles que entrarão em processo de produção. “Com isso nós reduzimos o custo de alimentação e vendemos também muitos animais, fortalecendo o caixa”, explica Marcos Sá, administrador da fazenda. Para 2018, ele diz que a meta é aumentar em 20% o número de animais em lactação, o que consequentemente aumentará a produção leiteira da fazenda na mesma porcentagem. “Fora isso projetamos ainda um crescimento médio de 3 litros/vaca no ano que vem, o que faria a média produtiva saltar dos atuais 28 para 31 litros/vaca”, completa.
O futuro da cadeia leiteira nacional para os próximos dez anos Um levantamento publicado em agosto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), intitulado Projeções do Agronegócio – Brasil 2016/17 a 2026/27 – Projeções de Longo Prazo, indicam que a produção de leite no Brasil deverá crescer nos próximos dez anos a uma taxa anual entre 2,1% e 3,0%. Essas taxas correspondem a passar de uma produção de 34,5 bilhões de litros em 2017 para valores entre 43,0 e 48,0 bilhões de litros no final do período das projeções. O consumo nos próximos anos deverá estar próximo da produção, tendo crescimento anual estimado em 2,1% ao ano durante o período das projeções, mas podendo chegar a 3,3%. Técnicos da Embrapa Gado de Leite consultados para o levantamento consideram que tem havido uma concentração no processo de produção e na indústria de laticínios, o que, segundo eles, pode dar maior competitividade
ao setor. Se tal expectativa se confirmar, imagina-se que haja espaço para expansão da oferta um pouco acima do patamar considerado para o longo prazo. O estudo mostra ainda que o crescimento da oferta nos últimos 20 anos foi em torno de 4% ao ano e ainda existe muita tecnologia para ser incorporada, com reflexos na produtividade do rebanho. Programas como o Balde Cheio e o Educampo tendem a contribuir neste sentido, difundindo tecnologias já disponíveis. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) estima que os preços domésticos de leite e derivados devem elevar-se de 6% a 8% durante o período das projeções. A demanda doméstica é projetada para crescer lentamente com a população e renda, e a produção deverá acompanhar a demanda, minimizando o papel do mercado internacional.
Fazenda SFS
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LEILÕES
por Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento e Divulgação
PANORAMA 2017/18
QUALIDADE garante liquidez
E Diretores das principais leiloeiras do país contam como superaram as dificuldades em ano marcado por crises pontuais e garantem: 2018 será ainda melhor! 80 www.noticiasdoagro.com.br
m 2017, os leilões rurais passaram ao largo das crises e polêmicas que envolveram a economia brasileira. Com faturamento anual estimado em R$ 2 bilhões, tanto nos eventos de recinto quanto nas transmissões pela TV ou internet, o forte movimento de compra e venda de animais acabou sendo uma consequência natural de uma série de fatores que, no geral, favoreceram o mercado. Para garantir que o martelo batesse mais vezes em 2017, os criadores e promotores de leilão tiveram que se empenhar para conseguir lotes excepcionais. Resultado: liquidez e alta no faturamento das principais leiloeiras do país. Para saber como se comportou o mercado em ano de Operação Carne Fraca, JBS e restrições comerciais, a Revista C&O – Agronegócio ouviu os diretores dessas leiloeiras. A avaliação que fizeram de 2017 foi positiva e reforça a tese de que, com trabalho sério, o agronegócio pode passar imune a grandes crises.
Nova Leilões: Crescimento de até 40% no faturamento – “Fechamos o ano com 68 leilões, com uma liquidez por volta de 80%. Estamos levando em conta a realização dos Leilões de Gado de Corte de Itapetininga/ SP, realizados a cada 15 dias e que teve uma média de R$ 200.000,00 de venda. Os leilões de Elite tiveram uma média de R$ 400.000,00. Esse ano, o volume maior foi de animais da raça Holandesa, ou seja, gado de leite. Passamos por algumas dificuldades em virtude da Operação Carne Fraca, JBS etc... mesmo assim tivemos um excelente 2017, registrando crescimento de 30% a 40% no nosso faturamento.” - José Eduardo Matuck, Diretor da Nova Leilões Rurais
Trajano e Silva Remates: Ano de recordes – “Tivemos um ano de muita oferta e, sobretudo, um ano bom para o investidor. No início, estávamos um pouco temerosos por conta do cenário econômico e político, mesmo assim alcançamos 100% de liquidez em todos os remates. Esse ano também fomos coroados com o maior leilão de bovinos do Brasil, tanto em números de animais como em faturamento, que foi o Leilão da GAP Genética. Tivemos ainda recordes sendo quebrados em diferentes raças. Até o fechamento desta edição, o faturamento estava em R$ 50 milhões, porém, ainda temos alguns leilões importantes até o final de 2017. O grande destaque foi o cavalo Crioulo, cuja expectativa é fechar o ano com faturamento na casa de R$ 40 milhões, aliás, a raça praticamente não sentiu os efeitos da crise econômica que atingiu o país. Já para os bovinos, o faturamento deve ficar em torno de R$ 18 milhões, com destaques para o Braford e Brangus. Para 2018, a meta é crescer de 3% a 4%, tendo em vista que esperamos um cenário econômico e político mais estável.” - Gonçalo Silva, leiloeiro e Diretor da Trajano Silva Remates
Leilonorte: Qualidade garantiu a liquidez – “O ano foi melhor do que esperávamos. Tivemos liquidez total nos remates de caprinos e ovinos, além do Nelore. No cavalo Mangalarga Marchador, o índice de liquidez ficou em 90%. Fechamos o ano com 98 remates. Para 2018, acredito que se conseguirmos repetir a mesma quantidade de leilões que foram realizadas em 2017, estará de bom tamanho. Agora, o que é importante frisar é que a liquidez está existindo e as pessoas hoje sabem exatamente o que querem comprar. Tendo qualidade naquilo que é ofertado, sempre haverá liquidez. Outra coisa que apostamos forte para 2018, até mesmo como tendência, são as transmissões on-line. A ideia é que a nossa participação nesse mercado para o ano que vem seja de 80% de leilão virtual.” - Sebastião Pereira Júnior, Diretor da Leilonorte
Leiloboi: 120 leilões em um ano – “Em 2017, realizamos 120 leilões, onde tivemos 100% de liquidez nas ofertas de elite, trabalhando exclusivamente com a raça Nelore. Já no gado de corte, nos leilões de recinto, sobretudo o Leilão Novo Horizonte em Corumbá/MS onde vendemos numa faixa de 4 a 6 mil cabeças, tivemos 100% de liquidez. Esse leilão, que existe desde 1991, é o maior leilão aqui do Pantanal e foi o nosso carro-chefe durante o ano. Em relação aos remates que realizamos em feiras e grandes exposições aqui na região, o índice de liquidez ficou em torno de 90% e 95%. Já em relação ao leilão virtual, que realizamos todo domingo a noite com transmissão pelo Canal do Boi, o índice de liquidez fechou em torno de 70%. Em termos de faturamento, o ano foi de queda, com variação de 30% a 40%, apesar da agradável surpresa em relação ao aumento na venda de touros.” - Carlos Guaritá, Diretor da Leiloboi
“TRABALHE COM LEILOEIROS SINDICALIZADOS NOS SEUS LEILÕES” ADRIANO APOLINÁRIO LEÃO OLIVEIRA ADRIANO IDIVAL ADRIANO MARCOS BARBOSA FERREIRA AFRÂNIO MACHADO SOARES AGNALDO AGOSTINHO ALEXANDRE MOHERDAUI BARBOSA ANDRÉ LUIZ CUSTODIO ANDRÉ MEGELLA ANDRÉ NETTO ANIBAL FERREIRA MARCELINO JUNIOR AUREO RODRIGUES FILHO – ( TICO ) BRÁULIO FERREIRA NETO CARLOS EDUARDO VAZ DE ALMEIDA CAROLINE DE SOUSA CLAUDIO JOSÉ PAGANO GASPERINI CRISTIANE BORGUETTI MORAES LOPES DANIEL BILK COSTA
DEVANIR RAMOS DJALMA BARBOSA DE LIMA EDIMAR RODRIGUES DE CARVALHO JR EDUARDO GOMES FABIO LUIZ MARTINS CRESPO FRANCISCO S. V. DE CARVALHO – ( KIKO ) GUILHERME MINSSEN GUILLERMO GARCÊS SANCHEZ JUNIOR HEBER SANT’ANA JARBAS LUFF KNORR JHONNI BALBINO DA SILVA JOÃO ANTONIO GABRIEL JOÃO BATISTA DE OLIIVEIRA JOEL SANTA ROSA DE MEDEIROS JOSÉ AILTON PUPIO JOSÉ LUIS LOBO NETO JOSIAS VITORINO DO NASCIMENTO
LEONARDO BERALDO LOURENÇO MIGUEL CAMPO LUCIANO ALMEIDA VIANA LUCIANO CURY LUCIANO PIRES LUIZ CARLOS MACIEL MARCELO ARAUJO AZEVEDO MARCELO CRUZ MARTINS JUNQUEIRA MARCELO INDARTE SILVA MARCELO MOSCHIM MARCELO PARDINI MARCOS ANTONIO NOGUEIRA ALVES MAURO LEITE DE ARAUJO MAURO ZUKERMAN MOACIR NAVES NAELSON ALVES FARIAS JUNIOR NILMAR IGNACIO GOMES
NILSON FRANCISCO GENOVESI NIVALDO DEGANELLO ODEMAR COSTA OMAR FAYAD PAULO MARCUS BRASIL PAULO SERGIO DE MELLO SILVA RAFAEL VILELA RICARDO GUIMARÃES ÁVILA ROBERTO LEÃO RODRIGO GOMES COSTA RUBENS MIRANDA TATIANA PAULA ZANI DE SOUSA VILSON DE OLIVEIRA SILVA VITOR TRINDADE JUNIOR WELLERSON JOSE SILVA
AV. Francisco Matarazzo, 455 • Pq. Água Branca • Pavilhão 11 São Paulo - SP • 05001-900 • (11) 3871-9149 e-mail: leiloeirosrurais@terra.com.br
Novembro / Dezembro | 2017 81 LEILOEIRO CREDENCIADO E SINDICALIZADO, GARANTIA JURÍDICA NO SEU LEILÃO !
MBA Leilões: Quarto de Milha é moeda forte – “A MBA realizou, em 2017, 40 leilões de equinos, sendo Quarto de Milha (90%) e Paint Horse (10%). Em termos de mercado, o Quarto de Milha continua sendo uma moeda forte, com muita liquidez. Eu mesmo fiz três leilões com médias superiores a R$ 100 mil, então não se tem crise quando você faz um remate com estes índices. É só ver que a diferença está no produto oferecido, ou seja, criação, pedigree, performance, idade e uma série de detalhes que um bom cavalo tem que ter. O resumo do ano é esse, o Quarto de Milha é muito forte e tem uma liquidez maravilhosa, e eu já falo desde 1983 que esta é uma atividade imune a crise. Em relação à média geral de faturamento, em 2017 vendemos um pouco menos que no ano anterior, porque em 2016 fizemos duas liquidações que não se repetiram neste ano. Ainda assim estamos fechando o ano com uma média de R$ 75 milhões de faturamento. Para 2018, no pior dos cenários, projetamos um ano igual a 2017, ou seja, muito bom, afinal de contas o país está melhorando.” - Marcelo Andrade, Diretor da MBA Leilões
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Panorama Leilões: Mercado forte ajuda o produtor - “Fe-
Embral Leilões: Crescimento de 20% para 2018 – Com 37 anos de mercado vendendo animais, equipamentos de leite e implementos agrícolas, a Embral Leilões realizou, ao longo do ano, cerca de 230 remates, com índices de liquidez que beiraram a média de 93%. Em nota enviada por seu departamento de marketing, a empresa diz que, em 2017, o principal carro-chefe nas vendas foi o gado leiteiro, com as raças Girolando e Holandês. Também informou que, para 2018, a expectativa da leiloeira é de crescimento de 20% em número de leilões.
chamos o ano com saldo positivo, apesar da queda do preço do bezerro e também do boi gordo. No total, foram 55 leilões, sendo 25 só na cidade de Cascavel/PR. Em números aproximados, faturamos cerca de R$ 500 mil por leilão, ultrapassando a marca de R$ 25 milhões/ano. Ofertamos cerca de 500 a 700 animais por remate, sendo que 95% é gado de corte e 5% de reprodutores. Nossa previsão para 2018 é de retomada. Com todos os problemas enfrentados pelo setor em 2017, a tendência é de aumento da fiscalização, o que dá confiança ao mercado e valoriza o produto. Isso vai refletir no produtor, com maior demanda de bezerros e aumento no preço do boi gordo.” Cleber Bortolato, sócio-proprietário da Panorama Leilões
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