CARGA & LOGÍSTICA
A escolha do caminhão certo para escoar sua produção
NOSSA GENTE
Paulo Horto, da Programa Leilões: uma estrela dos remates
PANORAMA
Paraná: referência nacional em eficiência no agronegócio
ANO XI • Nº 96 Junho 2017
R$ 12,90
€ 6,10
CONTROLE NA PALMA DA MÃO: softwares e aplicativos que mudaram a vida no campo
Campo
High-tech Tecnologias que estão revolucionando o agronegócio
PERFIL:
Fábio miranda mori
Conheça a Cabanha do Vermeio: um dos maiores vendedores de ovinos do CentroOeste brasileiro
FAZENDA SFS
Modelo de negócio e sistemas de manejo unem alta produção, rentabilidade e sustentabilidade
Programa IntegrOvinos: Características e preferências de consumo da carne ovina – O que devemos produzir e para quem produzir? • Produção de lignossulfonatos a partir da lignina extraída do bagaço da cana-de-açúcar 1 www.cabraeovelha.com.br • Estudo científico comprova eficácia do Teste Rápido IDEXX para detecção de prenhez em ovinos
Caderno
2 www.cabraeovelha.com.br
EDITORIAL
Tecnologia para superar desafios
A
cada edição tenho falado da vocação do Brasil em produzir alimentos e de como o agronegócio tem sido responsável pelos únicos números positivos da nossa economia. Mas, às vezes, o sucesso do setor nos faz esquecer os desafios que enfrentamos todos os dias. A vida do produtor rural não é fácil. Além de enfrentar problemas com variáveis que fogem ao nosso controle, como o clima e as oscilações de preço (tanto na venda de produtos como na compra de insumos), é preciso carregar nos ombros o peso de todas as responsabilidades que envolvem uma produção agrícola eficiente e sustentável. Dados da Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) apontam que cerca de 70% da água do planeta é destinada à irrigação. Todos sabemos que este é um recurso finito, portanto, é obrigação do produtor fazer uso consciente da água, buscando alternativas, como o sistema de plantio direto, por exemplo, que melhora a infiltração de água no solo e reabastece os lençóis freáticos. Mas isso tem um custo, e ele é todo nosso! A variação climática também é um dos “leões” que precisamos matar todos os dias. Sorte que para isso já existem tecnologias que ajudam na rotina do produtor. Alguém consegue imaginar um sistema de produção sem o uso de energia? Mais uma vez, cabe ao produtor ser criativo e investir em modelos de produção sustentáveis e renováveis de energia limpa. Aliás, a preocupação ambiental é outro fator que deve sempre ser observado. Nós temos a responsabilidade de alimentar a população mundial, mas sem perder de vista a preservação do meio ambiente. Afinal, vamos precisar dele para continuar produzindo. Abastecer as dispensas de uma população que cresce a cada dia é o grande desafio do agronegócio mundial. Imagine então a importância do Brasil neste cenário, afinal, ostentamos com orgulho o título de “celeiro do mundo”. Mas não basta apenas quantidade, é preciso ter qualidade. Dê uma olhada rápida ao seu redor para ver que a obesidade é um problema crescente. Na outra ponta, é preciso combater a subnutrição que afeta,
principalmente, a população de baixa renda. Portanto, produzir alimentos saudáveis e com preços acessíveis talvez seja o maior de todos os desafios. Um bom começo para resolver este problema é diminuir o desperdício de alimentos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 30% dos alimentos produzidos são desperdiçados. Parte disso acontece nas casas. Mas, uma parcela do problema está no transporte e armazenamento da produção. De novo, recai sobre o produtor resolver mais um problema... e arcar com seus custos! Todos os “problemas do mundo” são “problemas nosso” porque vivemos num mundo globalizado. Isso quer dizer que a todo momento são importados e exportados alimentos e animais. Se o produtor não tiver um controle sanitário eficiente e total atenção à legislação de cada país, principalmente no controle e combate de doenças e pragas, um “problema local” pode se tornar um “problema global”. Esta é a tão falada “segurança biológica”. Todas estas questões, juntas, nos levam a uma grande responsabilidade social, onde precisamos produzir com eficiência, de maneira sustentável, gerando renda no campo e na cidade, proporcionando inclusão social e melhoria na qualidade de vida. Como se não bastasse, ainda precisamos pensar na falta de mão de obra qualificada no campo. Uma alternativa para este problema é a mecanização da produção, e para isso, o uso da tecnologia é indispensável. Para ajudar com todas estas questões, preparamos uma edição repleta de novidades tecnológicas, que podem ser alternativas na busca pela excelência. Assim, talvez você consiga cumprir com um pouco mais de facilidade todas estas responsabilidades que recaem sobre o produtor.
Denis Deli
Av. Liberdade nº 65 – sala 1.201 Liberdade • São Paulo/SP CEP: 01503-000 (11) 3101-0400 www.cabraeovelha.com.br redacao@cabraeovelha.com.br Editor Executivo: Denis Deli (MTB: 57030/SP) Consultor Jurídico: Eli Alves da Silva Redação: Regis Nascimento, Simone Rubim e Denis Deli Colaboradores: Eli Alves da Silva e Geasi Oliveira de Souza Publicidade: Marcia Cobra, Marco Gouveia e Val Rodrigues Projeto gráfico/Diagramação: Marcos R. Sousa Revisão: Adriana Bonone Foto Capa: Divulgação Caderno Técnico: Juliana Frias, Luciano Polaquine e Thalita Cucki – Renato Carrhá Leitão; Ana Ribeiro Cassales; Lílian Chayn Alexandre; Francisca Gleyciara Cavalcante Pinheiro; Amanda Kellly Lima Soares; Maria Zilmara Rodrigues de Brito; Maria do Socorro Vale; Men de Sá Moreira de Souza Filho; Sandra Tédde Santaella; Morsyleide de Freitas Rosa – Ricardo Lopes Dias da Costa, Camila de Miranda e Silva Chaves; Keila Maria Roncato Duartea
Tiragem: 30 mil exemplares Impressão e Acabamento:
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revistacabraeovelha
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ÍNDICE
CAPA / ESPECIAL CAMPO HIGH-TECH O CAMPO E AS NOVAS TECNOLOGIAS QUE VIERAM PARA DINAMIZAR O AGRONEGÓCIO, GARANTINDO MELHOR GESTÃO DA PRODUÇÃO, REDUÇÃO DOS CUSTOS E ALAVANCAGEM FINANCEIRA
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NORDESTE
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FAZENDA SFS SE APRESENTA COMO MODELO DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
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COMO O PARANÁ VEM SE TRANSFORMANDO EM REFERÊNCIA NACIONAL NO AGRONEGÓCIO
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CENTRAL LANERA APRESENTA ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES URUGUAIAS DE LÃ NA SAFRA 2016/17
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LCA E CRA: AS BOAS OPÇÕES DE INVESTIMENTOS EM TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO
30 31
46
48 52 54 58
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SRB – SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA COMPLETA 98 ANOS 50ª EXPAPI: APÓS 10 ANOS EXPOSIÇÃO RETORNA A CAMPINA GRANDE-PB E MOVIMENTA MERCADO NA REGIÃO
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ASSOCIAÇÕES
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EMPREENDEDORISMO
PANORAMA LÃ
AGROINVEST EVENTOS
AGRISHOW, EXPOZEBU, FACILPA E ZOOTEC
COLUNA LEGAL
SANCIONADA A PEC QUE REGULAMENTA OS ESPORTES EQUESTRES, COMO VAQUEJADA E RODEIO
PÉ NA ESTRADA
NA NOSSA FRENTE, ESTRADA A PERDER DE VISTA!
CASA DE FAZENDA
FAZENDA GUARANY DESTACA A HARMONIA ENTRE O MODERNO E O RÚSTICO
EXPOSIÇÃO 45ª EXPOSIÇÃO FEIRA AGROPECUÁRIA, INDUSTRIAL E COMERCIAL DE MARINGÁ
PERFIL – FÁBIO MORI
OS SEGREDOS DE UM DOS MAIORES COMERCIANTES DE REPRODUTORES TEXEL DO BRASIL
NOSSA GENTE – PAULO HORTO
EMPREENDEDOR DE SUCESSO E MESTRE NO RAMO DOS LEILÕES
TRANSPORTE E LOGÍSTICA
COMO O PRODUTOR PODE ESCOLHER O CAMINHÃO CERTO PARA ESCOAR A PRODUÇÃO DE ACORDO COM A SUA NECESSIDADE OPERACIONAL?
GASTRONOMIA
TARTAR DE CARNE DE PORCO
ENCARTE CADERNO TÉCNICO & CIENTÍFICO • PROGRAMA INTEGROVINOS - CARACTERÍSTICAS E PREFERÊNCIAS DE CONSUMO DA CARNE OVINA - O QUE DEVEMOS PRODUZIR E PARA QUEM PRODUZIR • PRODUÇÃO DE LIGNOSSULFONATOS A PARTIR DA LIGNINA EXTRAÍDA DO BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR • ESTUDO CIENTÍFICO COMPROVA EFICÁCIA DO TESTE RÁPIDO IDEXX PARA DETECÇÃO DE PRENHEZ EM OVINOS
ASSOCIAÇÕES
por Simone Rubim Fotos: Luciana Costa e Shutterstock
SRB Sociedade Rural Brasileira completa 98 anos Entidade representa o agronegócio brasileiro, líder mundial na produção de alimentos
Foto: Luciana Costa
Marcelo Vieira, Gustavo Junqueira e Pedro Camargo
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A
SRB (Sociedade Rural Brasileira) é uma organização quase centenária, que acaba de completar 98 anos, e, neste período, vem trabalhando com políticas públicas e iniciativas voltadas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. Formada inicialmente por cafeicultores, estes produtores rurais sempre foram dotados da convicção de modernizar constantemente o setor, seja pelo melhoramento tecnológico, pelo ambiente regulatório e pelo aumento da produtividade. A SRB se insere, em pleno século XXI, como uma plataforma de intermediação entre os diversos elos da cadeia produtiva. Solucionar conflitos, gerar consensos e encontrar soluções são os conceitos-chaves para que o agronegócio brasileiro continue sendo cada vez mais eficiente, competitivo e sustentável. A agricultura brasileira tinha um histórico de crescimento lento. Há
cerca de 50 anos apenas, com a Revolução Verde e a criação da EMBRAPA, desenvolvemos tecnologias apropriadas para a agricultura tropical. Hoje somos os produtores mais eficientes e sustentáveis neste ambiente; e apesar de ter algumas falhas na infraestrutura logística, somos também os maiores exportadores líquidos de alimentos do planeta. Parte de nosso território é preservada. O equivalente a mais de 60% de toda a área do País, com uma boa parte disso em propriedades rurais, o que faz de nossa produção de alimentos uma das mais sustentáveis e responsáveis do planeta, hoje, e para o futuro. Ainda temos grandes desafios na reestruturação da regulação de nosso setor; nas áreas de financiamento, tributária, trabalhista, previdenciária, ambiental, de propriedade de terras. Para isso precisamos, cada vez mais, da participação dos melhores produtores na Sociedade Rural Brasileira. O Conselho e a Diretoria da SRB tem
Foto: Luciana Costa
tido progresso, trazendo também jovens produtores e interessados para discutir sobre o futuro do agronegócio brasileiro e definir em quais direções é necessário evoluir.
NOVO MANDATO A cerimônia de posse do novo presidente da SRB, Marcelo Vieira, e sua diretoria, aconteceu no início do ano, na sede da Instituição, no Anhangabaú, em São Paulo/SP. Segundo ele, “somos, hoje, os produtores mais eficientes e sustentáveis do planeta”. “Temos de fazer o reposicionamento da imagem de nossa produção de alimentos, garantindo sua adequada valorização e o acesso aos principais mercados da comunidade internacional”, afirmou. A celebração foi prestigiada por centenas de pessoas, entre produtores rurais, empresários e autori-
dades públicas, que acompanharam os discursos sobre as perspectivas para o agronegócio em 2017 e os desafios para o setor nos próximos anos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prestigiou o evento e sentou-se à mesa ao lado do corpo diretivo da SRB e de outras lideranças. Em seu discurso, valorizou o setor rural nacional e a atuação da entidade. “Esta é uma instituição do Brasil, vitoriosa, que fez e faz história, com trabalho e inovação”, elogiou. Marcelo Vieira e a nova diretoria foram eleitos pelo Conselho Superior da SRB. O novo corpo diretivo da entidade é formado pelos vice-presidentes Pedro de Camargo Neto, Jayme da Silva Telles e Francisco de Godoy Bueno, e pelos diretores João Adrien, Bento Mineiro, Teresa Vendramini e Francisco Guilherme Nastari.
SOBRE O NOVO PRESIDENTE Marcelo Vieira é engenheiro mecânico. Há cerca de 40 anos cultiva café, cana-de-açúcar e cria gado em Minas Gerais/MG. Foi vice-presidente durante a gestão de Gustavo Junqueira e membro do Conselho da SRB desde 2014. Vieira foi presidente da BSCA (sigla em inglês) Associação Brasileira de Cafés Especiais, entidade que ajudou a fundar em 1991. É conselheiro da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e vice-presidente do conselho da Adecoagro, uma das principais empresas de alimentos e energia renovável da América Latina, da qual foi presidente por seis anos. Começou a trabalhar na Sociedade Rural Brasileira com o saudoso Presidente Luiz Suplicy Hafers, no Projeto do Café Gourmet, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais. Este projeto levou a transformação da produção brasileira de café, que era padronizada e focada no mercado comercial de grande escala, na origem, líder em todos os segmentos, principalmente no mercado de cafés especiais.
“TRABALHE COM LEILOEIROS SINDICALIZADOS NOS SEUS LEILÕES” DJALMA BARBOSA DE LIMA ODEMAR COSTA NILMAR IGNACIO GOMES DANIEL BILK COSTA JOSÉ AILTON PUPIO NILSON FRANCISCO GENOVESI TRAJANO ANTONIO DE LIMA E SILVA ANTONIO CARLOS PINHEIRO MACHADO JOÃO ANTONIO GABRIEL JARBAS LUFF KNORR MARCELO INDARTE SILVA LUCIANO CURY GUILLERMO GARCÊS SANCHEZ JUNIOR FRANCISCO S. V. DE CARVALHO – ( KIKO ) LOURENÇO MIGUEL CAMPO JOSÉ LUIS LOBO NETO CLAUDIO JOSÉ PAGANO GASPERINI BRÁULIO FERREIRA NETO ANDERSON MORALES
MARCELO CRUZ MARTINS JUNQUEIRA ANIBAL FERREIRA MARCELINO JUNIOR OMAR FAYAD CARLOS EDUARDO VAZ DE ALMEIDA GUILHERME MINSSEN WELLERSON JOSE SILVA NILMAR IGNACIO GOMES JOÃO BATISTA DE OLIIVEIRA ANDRÉ MEGELLA LUCIANO PIRES AGNALDO AGOSTINHO ROBERTO SIQUEIRA MOACIR NAVES EDER FLAVIO BENITT CLEONIR MIGUEL DOS SANTOS SILVA CRISTIANO DOS REIS LUCIANO ALMEIDA VIANA ADRIANO APOLINÁRIO LEÃO OLIVEIRA AUREO RODRIGUES FILHO – ( TICO )
ADRIANO MARCOS BARBOSA FERREIRA ANTONIO PEREIRA DE LIMA – ( TONHÃO ) RODRIGO GOMES COSTA NIVALDO DEGANELLO LUIS CARLOS MOREIRA VITOR TRINDADE JUNIOR PAULO MARCUS BRASIL VILSON DE OLIVEIRA SILVA MARCELO PARDINI DEVANIR RAMOS AFRÂNIO MACHADO SOARES CAROLINE DE SOUSA TATIANA PAULA ZANI DE SOUSA GILSON CARDOSO JOSIAS VITORINO DO NASCIMENTO FABIO LUIZ MARTINS CRESPO LUIZ CARLOS MACIEL LEONARDO BERALDO MARIO CEZAR DE AQUINO ROLÃO
LEILOEIRO CREDENCIADO E SINDICALIZADO, GARANTIA JURÍDICA NO SEU LEILÃO !
JHONNI BALBINO DA SILVA ALEXANDRE MOHERDAUI BARBOSA JOEL SANTA ROSA DE MEDEIROS CRISTIANE BORGUETTI MORAES LOPES MARCELO MOSCHIM RICARDO GUIMARÃES ÁVILA EDUARDO GOMES NAELSON ALVES FARIAS JUNIOR ROBERTO LEÃO EDIMAR RODRIGUES DE CARVALHO JR HEBER SANT’ANA MAURO LEITE DE ARAUJO RAFAEL VILELA PAULO SERGIO DE MELLO SILVA
AV. Francisco Matarazzo, 455 • Pq. Água Branca • Pavilhão 11 São Paulo - SP • 05001-900 • (11) 3871-9149 e-mail: leiloeirosrurais@terra.com.br
NORDESTE
por Simone Rubim Fotos: Simone Rubim
EXPAPI Após 10 anos exposição retorna e movimenta mercado na região Criadores estão empenhados em divulgar a importância do leite de cabra para outros Estados brasileiros. Foram negociados durante os nove dias de evento R$ 1.3 milhão e 35 mil pessoas visitaram o Parque 10 www.cabraeovelha.com.br
F
oram oito dias de evento que movimentaram o Parque de Exposição Carlos Pessoa Filho, em Campina Grande/ PB, entre os dias 21 e 28 de maio. A APACCO (Associação Paraibana dos criadores de caprinos e ovinos), responsável pela organização e realização da 50ª EXPAPI Exposição Paraibana de animais e produtos industriais e da 1ª Exposição nordestina de cabras leiteiras, reuniu 122 criadores de caprinos e ovinos, que participaram dos julgamentos e torneios leiteiros. Durante a feira também aconteceram a 1ª Exposição especializada do cavalo Manga-Larga Marchador, julgamento de bovinos, apresentação de Agility e pastoreio. Segundo o presidente da APACCO, Pedro Martins, “em virtude da grandiosidade e importância do evento para o Estado e região, foi construída uma pista específica para desfiles e julgamentos de caprinos e ovinos. E atingimos nossos objetivos. Obtivemos ótimas perspectivas quanto ao retorno financeiro em curto prazo e, principalmente, quanto à volta da exposição em nossa cidade; além de ter superado os resultados em
relação às exposições anteriores”, comemora Pedro. Passaram pelas pistas de julgamentos 594 animais, sendo 291 caprinos e 303 ovinos. Para Felipe Adelino, médico veterinário e Superintendente Técnico da ABCC (Associação Brasileira de criadores de caprinos), foi surpreendente a quantidade de raças que participaram. Entre os ovinos: Santa Inês, Dorper e White Dorper; já nos caprinos: Boher, Savana, Anglonubiana, Saanen, Toggenburg, Alpina Americana, Alpina Britânica e Murciana. “A exposição é um ponto estratégico do calendário. Foi de extrema importância o retorno deste evento. A expectativa é que volte a ser uma das melhores do setor e que retome o cenário com tamanha pujança. Os animais são de alto nível técnico, com qualidade para participar de exposições nacionais”, enfatiza Felipe. “A retomada da EXPAPI deu força ao segmento. Parabenizo ao Pedro pela Exposição, que está trazendo inovação para ovinocaprinocultura. Hoje verificamos que a caprinocultura é a maior economia de diversos municípios do Cariri paraibano, dos quais elencamos as cidades de Gurjão, Prata, São José dos Cordeiros,
Coxixola, Taperoá, Cabaceiras, e outras que iniciam a organização de suas Associações”, comenta o Prefeito de Gurjão, Ronaldo Ramos Queiroz. A admissão foi realizada por uma equipe técnica de universitários graduados e superintendentes técnicos das associações. “Todos os animais que passaram pela pista eram de boa qualidade. São mais de 30 tópicos avaliados”, comenta Aderbal Vilas, Superintendente Técnico da APACCO e Coordenador da Admissão. “Posso dizer ainda que em relação à última exposição da capital, a qualidade dos animais ficaram no mesmo nível”, enfatiza o Superintendente. Durante o evento houve uma premiação total de R$ 25 mil, além de troféus e faixas, distribuídos para os grandes campeões e reservados de cada raça. A avaliação e o julgamento foram realizados por um corpo de jurados, composto pelos renomados técnicos dos serviços de registro genealógicos da ABCC/ ARCO, Felipe Adelino e Tiago Vilar.
Torneio Leiteiro Com a retomada da exposição, a proposta para o torneio leiteiro foi ampliar a divulgação do leite de cabra: desde a qualidade, ordenha, os alimentos funcionais e derivados; focando na importância para a economia da região e seus produtores e também na volta da confraternização e busca pela premiação. “É uma vitrine para os criadores de cabra e produtores de leite. São animais de alta produtividade e elevado potencial genético, que produzem 11 kg/diários”, comenta Genilson Bezerra, Engenheiro Agrônomo e extensionista da Emater, em parceria com a APACCO. A comissão da EXPAPI, neste reinício, aceitou realizar o torneio leiteiro, também, com animais mestiços (não registrados), porque a tendência é que participem somente animais registrados. “Foi uma forma de incentivar os criadores, ampliar as inscrições e divulgar ainda mais a competição,
visando aquecer e divulgar o mercado de leite de cabra”, explica Genilson. Para o Prefeito de Prata, Júnior Nóbrega, estes eventos fomentam o mercado de leite caprino na região e estimulam demais estados brasileiros. “Buscamos evoluir na produção e na qualidade do leite de cabra. A ideia é obter cada vez mais melhoramento genético, entrosamento pessoal e ampliação na troca de informações, com a proposta de descobrir e utilizar novas tecnologias. A expectativa é ampliar possibilidades para a produção de derivados com o uso do leite caprino”. A meta de negócios na região está em franca expansão, inclusive com ações do governo estadual e órgãos institucionais, como a FAEPA (Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre outras Instituições. “Queremos, através dessas ações, duplicar o rebanho estadual, que gira em torno de 1.000.000 de caprinos e ovinos, além de incrementar os produtos derivados do leite de cabras (queijos, iogurtes, manteiga, nata, licores, etc...) com ações de marketing e um centro de distribuição, sediado na capital João Pessoa/PB”, finaliza o prefeito.
CONCURSO Participaram do concurso 16 animais de diferentes raças, dos estados da Paraíba e Pernambuco, de oito produtores. Para esta competição foram designados R$ 7 mil de premiação, divididos entre as três categorias:
• Cabrita (máximo 1 ano e meio): 2 dentes • Cabra jovem (de 2 a 3 anos): de 4 a 6 dentes • Cabra adulta (mais de 4 anos): boca cheia
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EMPREENDEDORISMO
por Simone Rubim e Denis Deli Fotos: Marcos Sousa e Denis Deli
FAZENDA
IMPONENTE E EFICIENTE
Uma estrutura moderna para secagem e pesagem de grãos (milho e soja) foi construída na fazenda. O complexo tem dois silos com capacidade de 25 mil sacas em cada, armazenando um total de 50 mil sacas de 60 kg.
SFS
Um exemplo de produção sustentável Modelo de negócio implantado pelo criador e empresário Sergio Felipe dos Santos une alta produção com rentabilidade e sustentabilidade
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H
á 15 anos, quando iniciou suas atividades no agronegócio, o empresário paulistano Sergio Felipe dos Santos queria aproveitar toda sua experiência do mundo corporativo para levar desenvolvimento econômico e social ao setor rural. O projeto foi elaborado em cima de dois importantes pilares: produtividade e sustentabilidade. Nasceu assim a Fazenda SFS, um exemplo de que negócio e responsabilidade podem andar juntos. Localizada entre os municípios de Cesário Lange e Quadra, no interior de São Paulo, a fazenda tem papel importante no desenvolvimento da economia local, gerando empregos e movimentando o comércio de produtos e serviços, já que tudo é comprado na região.
A fazenda é moderna em manejo e equipamentos, mas faz questão de preservar as antigas tradições quando se trata de funcionários. Ao todo, sete famílias se dedicam ao trabalho na fazenda, sendo que algumas já estão na segunda geração. Aliás, família parece ser o ponto central deste negócio. A SFS hoje é comandada pela filha Carolina Codo dos Santos Cícero de Sá e seu marido Marcos Sá, um profissional da educação física que divide o tempo entre sua profissão, em São Paulo, e a administração da fazenda. A transição do negócio começou há três anos, porém, ambos fazem questão de ressaltar que as decisões estratégicas ainda contam com a participação direta do seu fundador.
Um modelo de negócio sustentável, que serve de inspiração para o Brasil A propriedade começou com 13 alqueires, numa região onde a terra é valorizada e o recrutamento de funcionários tem uma dificuldade extra: a concorrência com o comércio e as grandes indústrias. Diante deste cenário competitivo, a alternativa foi expandir as atividades. Para que isso desse certo, foi fundamental o perfil empreendedor de Sergio, que passou de empresário a pecuarista com uma eficiência que se prova pelos números. Hoje, a Fazenda SFS tem 100 alqueires e se dedica à produção de leite, frango de corte, milho, soja, fundo de granja, adubo líquido e sólido, além da prestação de serviços como: plantio e colheita; secagem, armazenamento e pesagem de grãos (milho e soja). Tudo foi pensado de maneira consorciada, fazendo com que a fazenda se tornasse praticamente autossustentável. “Temos nossa própria fábrica de ração. Plantamos soja, milho e feno para uso próprio – silagem e ração. Extraímos o óleo da soja e vendemos como subproduto, além de adubo seco, líquido e farofa de frango”, explica Marcos Sá. A preocupação com o meio ambiente também é parte central do projeto. “Todo o esterco recolhido quando as vacas estão fechadas para ordenha é armazenado e utilizado para a produção de gás, capaz de oferecer energia elétrica suficiente para manter nossas atividades funcionando normalmente em caso de falta de energia. A massa que sobra deste processo é vendida como subproduto ou utilizado como fertilizante aqui mesmo na fazenda”, conta o administrador.
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PRODUÇÃO DE ENERGIA
Inserida nos padrões tecnológicos e autossustentáveis, a SFS possui Scrapper, sistema que coleta as fezes dos animais para um biodigestor que gera energia através de gás. O restante é transformado em biofertilizantes líquido e seco, que são utilizados na fazenda e/ou vendidos como subprodutos.
Modernização e genética garantem cerca de 3 mil litros de leite/dia, com a raça Holandesa A produção leiteira é a principal atividade da SFS. O rebanho atual tem cerca de 260 animais. O manejo diário conta com 120 matrizes em lactação, divididas em grupos de acordo com sua produção leiteira: um lote com matrizes que produzem média de 20 a 27 kg/dia, e outro com vacas acima de 28 kg/dia. “Temos animais com média de 40 quilos. Esta não é a realidade geral do rebanho, mas mostra que podemos investir na seleção genética e produzir mais leite, com menos vacas”, acredita Marcos. De fato, o rebanho da SFS já foi maior, com cerca de 500 animais. “Ampliamos nosso processo de melhoramento genético para aumentar a média de quilos de leite por animal. Assim, pudemos reduzir o rebanho e consequentemente os custos com alimentação, sanidade, estrutura e tudo o que envolve o manejo diário. Sem falar que criamos uma nova fonte de renda, já que podemos produzir e comercializar matrizes e reprodutores”, enfatiza. Isso é bom para a SFS, que, além de aumentar o faturamento, também ganha com a valorização da sua ‘marca’,
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por vender animais de qualidade; e é bom para a região, cuja genética melhoradora vai aumentar a média e a qualidade do leite produzido em outros criatórios. O sistema produtivo da SFS trabalha com duas ordenhas diárias: uma pela manhã, por volta das 6h, e outra no período da tarde, às 15h. Todo o processo é mecanizado, garantindo qualidade máxima ao produto. O bem-estar animal também foi levado em consideração. A “sala de espera” para ordenha tem ventiladores com nebulizador, que garantem conforto térmico, e até caixas de som com música ambiente. “Alguns estudos mostram que a música reduz o stress e aumenta a produção, além de induzir as vacas ao processo de ordenha, já que elas associam o som ao processo, facilitando o manejo”, explica Carolina de Sá. Na primeira ordenha a produção média é de 15 quilos. Já, na segunda ordenha a produção fica em 10 quilos, totalizando uma média de 25 quilos/dia por vaca. O leite é armazenado em tanque de resfriamento com capacidade para 6 mil litros e a coleta é feita pelo laticínio a cada dois dias.
QUALIDADE PREMIADA Em 2012 a Fazenda SFS recebeu o “Prêmio Tortuga de Melhor Qualidade do Leite” entre produtores paulistas na categoria gado holandês até 3 mil litros/dia.
“Há cerca de 18 meses foi criado o Projeto Qualidade Total SFS. O objetivo é otimizar a produção e melhorar a qualidade de nossos produtos, devido ao controle específico de indicadores de processos e de produção, reduzindo os custos e melhorando a margem de lucros, que é reinvestido no crescimento da propriedade, mantendo e gerando empregos”, explica Carolina.
Manejo cuidadoso e eficiente Com a redução do rebanho e o aumento da produção por cabeça/dia, a estratégia do criatório é manter fêmeas até segunda ou terceira crias, vendendo as fêmeas de terceira lactação em diante. Para garantir o melhoramento genético e otimizar o manejo, a reprodução é feita por inseminação artificial, aproveitando o cio natural das vacas, utilizando sêmen de reprodutores com eficiência comprovada. A monta natural é usada apenas no repasse. A produção leiteira de alta qualidade precisa seguir padrões de higiene determinados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) com o objetivo de reduzir a contaminação microbiana, química e física do produto. Para isso, soluções de imersão no pré e pós-deeping são indispensáveis. “Nesta hora é importante utilizar produtos de boa qualidade. Nós só usamos os TOPs de mercado, tanto
para garantir a higienização quanto a hidratação dos tetos. É mais barato prevenir do que remediar, sem falar no valor agregado do leite, que sempre terá qualidade e será livre de contaminações”, enfatiza Celina de Arruda, gerente técnica da SFS.
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Criação de frangos Produção diversificada garante rentabilidade e diminui os riscos Um dos desafios de qualquer propriedade rural é manter a rentabilidade nas diferentes épocas do ano, minimizando os impactos gerados por questões que fogem ao controle do produtor, como falta de chuva e baixa nos preços, por exemplo. Para garantir esta eficiência, a SFS investiu na criação de frangos. Ao todo, são nove galpões com capacidade total para cerca de 190 mil aves, que permanecem nas granjas por 45 dias, até atingirem peso médio de 2,7 kg. “A granja está em constante ampliação. Temos cinco galpões do modelo tradicional, com cortinas móveis, e capacidade para 17 mil aves/cada. O complexo conta também com mais quatro galpões de pressão negativa (lacrados) e climatizados, com capacidade para 35 mil aves/cada”, explica Marcos. Mais dois galpões estão sendo cons-
truídos, usando o que há demais avançado em tecnologia para produção de frangos: o sistema Blue House. O modelo diminui os custos com a mão de obra e melhora a produtividade, através de um controle preciso de temperatura e bem-estar animal.
Manejo sanitário Após cada período de engorda é necessário manter um “vazio sanitário” por cerca de 10 a 15 dias, onde as granjas ficam vazias para lavagem externa, limpeza dos equipamentos e um completo trabalho de assepsia interna. Todo o processo é feito com máquinas e tratores. O fundo de granja é vendido como subproduto.
Foto: www.fazendasfs.com
Números impressionam
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Os frangos precisam de 45 dias para terminação + 15 dias de intervalo sanitário, totalizando 60 dias para um ciclo completo. Durante o ano temos seis períodos de engorda nos noves galpões (que juntos têm capacidade para 190 mil aves por ciclo). Sendo assim, SFS tem capacidade de produzir cerca de 1.140.000 aves/ano, ultrapassando a marca 3 milhões de kg/ano!
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O AGRONEGÓCIO PASSA POR AQUI
Maio /Junho | 2017 17 mfrural.com.br
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação
Foto: Cleverson Beje
PANORAMA
Paraná Referência nacional no agronegócio
Organização da cadeia produtiva, trabalhos de pesquisa, investimentos público e privado e capacitação do agente produtor no campo são fatores que, aos poucos, vão transformando o Paraná em modelo nacional de eficiência no agronegócio 18 www.cabraeovelha.com.br
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e há algo do qual a economia do Paraná não terá do que se queixar em 2017 são os números que estão vindo do campo. Destaque nacional na produção de grãos da safra 2016/17, a expectativa é de que o Estado atinja neste ano uma produção estimada em 41,5 milhões de toneladas, de acordo com a projeção feita pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A pujança do setor agrícola paranaense é tanta que, em se confirmando esses números, o Estado sozinho será responsável por quase 20% da safra nacional de grãos. Além disso, a produtividade agropecuária paranaense responde por aproximadamente 6% do PIB nacional, 13% das exportações do agronegócio brasileiro e 23% da produção de carnes. No campo, o
Paraná é hoje o principal produtor de trigo, feijão e aves do país; o segundo maior produtor de soja, milho e leite; o terceiro de carne suína e, ainda, ocupa posição de destaque nas produções de frutas, hortaliças e café. Vários são os fatores com influência direta neste resultado. O primeiro deles, de acordo com a SEAB (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná), passa pelo processo constante de capacitação dos produtores paranaenses, com a participação em cursos voltados para o aperfeiçoamento no manejo de solos e águas, boas práticas agrícolas e dias de campo. Há também a participação efetiva da pesquisa e da assistência técnica, segmento que conta com mais de 3 mil técnicos da iniciativa pública e privada trabalhando a campo no apoio aos produtores. “Por fim, somam-se a todos esses fa-
Plantando o crescimento com desenvolvimento sustentável tores o clima, que foi excelente para o plantio, desenvolvimento e colheita da safra da primavera/verão. Esperamos que para o inverno o clima também se apresente favorável, favorecendo a colheita dos cereais dessa estação, como a aveia, cevada, centeio, trigo e triticale, com boa produtividade e qualidade”, espera Francisco Carlos Simioni, Economista e Diretor do Departamento de Economia Rural do SEAB/DERAL. De acordo com a entidade, se tratando apenas de soja, serão 3,6 toneladas por hectare plantado, número que coloca o Paraná 4% acima da média dos Estados Unidos, o maior produtor do planeta. A SEAB estima que a produção de 19,4 milhões de toneladas de soja na atual safra deverá representar um crescimento de 17% sobre o volume registrado na colheita passada. A boa produtividade nos campos, principalmente na safra de milho e soja, impacta também no setor agropecuário local. Segundo Carlos Simioni, o sucesso da colheita vem amortecendo o forte choque provocado pela queda de preços das commodities devido à excepcional safra nos Estados Unidos e na América do Sul, na safra 2016/17. O bom resultado no campo também irá amenizar o alto custo de produção e seus reflexos sobre as margens e a rentabilidade dos produtores estaduais.
As ações que levam ao crescimento do agronegócio no Paraná passam por iniciativas que visam reduzir as desigualdades socioeconômicas e fomentar o desenvolvimento de maneira sustentável. O Governo do Estado, por meio do SEAGRI (Sistema Estadual de Agricultura), tem atuado em parceria com a iniciativa privada na conservação da terra como forma de estancar o processo de erosão nos solos paranaenses. Recentemente, a SEAB e cerca de 22 entidades ligadas ao setor agropecuário lançaram o PROSOLO. Projeto que tem como foco, entre outros objetivos, a conservação do “solo e da água”, fatores determinantes para o sucesso na atividade agropecuária, sob os aspectos de fertilidade, produtividade e por consequência da renda. “Temos ainda grandes ações na produção de gado de corte e leite, como o projeto Pecuária Moderna, Aliança Láctea e a Campanha Plante Seu Futuro, que adota o manejo integrado de pragas para reduzir o uso de agroquímicos nas lavouras”, explica Simioni. Ele lembra ainda que uma das grandes virtudes do produtor rural paranaense é o seu instinto de persistência, competência, associativismo e cooperativismo. Tais características seriam, segundo ele, a mola propulsora da produção num sistema competitivo com uso intensivo de tecnologia. “Considerando que o Estado possui apenas 2,3% da área nacional, é
preciso ser empreendedor, daí o resultado. Nossa fronteira agrícola está esgotada, assim só poderemos continuar crescendo se aumentarmos a produtividade, reduzindo custos, mas sem perder a qualidade”, afirma. Para Francisco José Gouveia de Castro, Diretor de Estatística do IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), as ações promovidas pelo Governo do Estado devem gerar um peso no PIB paranaense próximo de 35% este ano. Segundo ele, o resultado da atual safra de grãos deve impactar diretamente na economia estadual pelo fato de o agronegócio estar ligado aos três setores normalmente utilizados para o cálculo das riquezas do Estado: a indústria, o setor de serviços e o setor agropecuário. “Aqui no Paraná nos destacamos muito pela questão das cooperativas, pois temos grandes estabelecimentos agropecuários no interior do Estado. Para ter uma noção exata do que isso representa, a nossa agroindústria de alimentos responde por quase 22% do nosso painel de transformação industrial”, diz Castro. Francisco José Gouveia de Castro, Diretor de Estatística do IPARDES
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Cooperativismo, a união que faz a força A expressão ‘a união faz a força’ nunca esteve tão bem representada em todas as cadeias do agronegócio quando o assunto se trata das cooperativas. No Paraná seu significado ganha ainda mais peso e ajuda a explicar o grande salto que o setor agropecuário estadual vem registrando nos últimos anos. De acordo com a OCEPAR (Organização das Cooperativas do Paraná), as cooperativas do ramo agropecuário, representadas pela entidade, tiveram, em 2016, uma movimentação econômica de R$ 57 bilhões. A previsão para este ano é de um aumento próximo de 10%, enquanto que os investimentos previstos para o setor em 2017 são de R$ 2,147 bilhões. Parte desse montante, 41%, será investido em estruturas de armazenagem. Esses investimentos contemplam projetos tanto dentro do Paraná quanto em outras unidades da federação como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina, que já contam com a presença das cooperativas do sistema OCEPAR. Além da armazenagem, as cooperativas irão investir na indústria de soja (15% do total); setor de aves (14%), suínos (6%), lácteos (4%), logística e distribuição (4%), entre outros setores (15%).
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Para Gilson Martins, Assessor Técnico e Econômico da OCEPAR, o investimento na indústria de processamento de alimentos por meio das cooperativas terá efeitos multiplicadores na geração de empregos no Estado. Segundo ele, em 2017, o setor agropecuário criou 72.489 empregos diretos. Martins destaca ainda um dado divulgado pelo IPARDES, que a cada 1 milhão de reais, aplicados na indústria de alimentos e bebidas, são gerados até cinco empregos diretos. “Portanto, ao considerarmos o montante total de investimentos das cooperativas, teríamos uma geração de aproximadamente 10.500 empregos neste ano. Se levarmos em conta os empregos indiretos e os induzidos, teríamos um potencial para geração de um número oito vezes maior que esse”, comemora. Nos últimos três anos, as cooperativas paranaenses vêm consolidando projetos importantes dentro da agroindústria. Na área de carnes, as cooperativas Frísia,
Castrolanda e Capal inauguraram, em parceria, um frigorífico para o abate de 3 mil cabeças de suínos por dia. Essas mesmas instituições estruturaram seus projetos também na área de lácteos, com uma capacidade de beneficiamento de 3,8 milhões de litros de leite/dia. De acordo com Gilson Martins, atualmente a Frimesa Cooperativa Central também planeja ampliar sua capacidade de produção e abate de suínos. Esse projeto, localizado na cidade de Assis Chateaubriand/PR, deverá entrar em funcionamento em 2019, abatendo na fase de maturação cerca de 15 mil cabeças de suínos por dia. Em todo o Estado, as vendas de suínos in natura somaram US$ 48,09 milhões no primeiro trimestre - 45% mais do que no mesmo período de 2016 (US$ 33,2 milhões).
Na indústria de frangos, outro segmento de peso considerável para a agropecuária do Paraná, a expectativa é que o setor acompanhe o bom momento vivido por outros setores do agronegócio local. Maior produtor e exportador de frango do país, o Estado espera uma alta de 6% tanto em produção quanto em exportação para 2017, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (SINDIAVIPAR). De acordo com Domingos Martins, presidente da instituição, a projeção se deve à capacidade produtiva já instalada da indústria avícola paranaense. “O mercado externo deve ter números ainda mais positivos que o interno. O câmbio internacional dá grande vantagem ao nosso produto, deixando-o muito competitivo. Devemos ainda manter o segundo posto nas exportações estaduais, com uma alta participação no PIB do Paraná. Também teremos uma posição de destaque no cenário econômico nacional, até pelas safras recordes que mantêm nossos custos de produção em níveis mais baixos”, explica. A receita com a exportação de carne de frango cresceu 28,04% no primeiro trimestre - US$ 575,8 milhões, contra US$ 449,7 milhões no mesmo período do ano anterior.
Crédito para o financiamento da cadeia produtiva As fontes de financiamento das cooperativas e sindicatos agrícolas paranaenses têm como origem recursos próprios e de linhas de financiamento. Atualmente o BNDES disponibiliza programas específicos para investimentos em cooperativas. Um deles é o Prodecoop, Programa de Desenvolvimento de Cooperativas Agropecuárias, que financia a construção de novas estruturas para processamento da agroindústria das cooperativas. O Procap Agro, também via BNDES, é outro programa voltado à capitalização de cooperativas, seja pelo financiamento de capital de giro ou pela aquisição de
cotas-parte por cooperados. Além disso, programas não específicos para estas instituições, como o PCA (Programa para Construção de Armazéns), também são procurados para o financiamento de estruturas de armazenagem. Para Gilson Martins, é importante lembrar que as cooperativas aproveitaram momentos cruciais da economia brasileira para estruturar-se e construir uma agroindústria forte. Segundo ele, hoje a agroindustrialização já representa 48% do faturamento total das cooperativas. Em 2017, os investimentos dessas associações devem ficar em patamar muito semelhante ao do ano passado, com uma leve queda de 0,6%, fato esse já considerado pela OCEPAR por conta da forte
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Exportações cresceram 18% no primeiro trimestre Os embarques de soja em grão e farelo, carne de frango e automóveis impulsionaram as exportações do Paraná no primeiro trimestre de 2017. De janeiro a março, foram US$ 3,36 bilhões em vendas externas, 18,33% mais do que no mesmo período do ano passado. A soja em grão esteve no topo da pauta de exportações do Estado, com US$ 977,7 milhões, 20,63% a mais na mesma base de comparação. Sozinho, o grão respondeu por 24,56% das exportações do Estado. As vendas de farelo de soja, por sua vez, totalizaram US$ 252,9 milhões, 18,58% maiores do que o valor apurado no primeiro trimestre de 2016. Os principais mercados de exportação do Paraná no primeiro trimestre foram China, destino de 29,28% dos embarques, Argentina (10,68%) e Estados Unidos (5,06%). Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
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restrição das atividades verificadas em outros setores da economia. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é outra importante instituição de fomento do agronegócio paranaense. Entre janeiro e abril de 2017, a instituição contratou mais de R$ 112 milhões em operações de crédito ao agronegócio, em mais de 400 contratos. A meta de contratações para todo o ano no Estado é de R$ 1 bilhão, sendo que aproximadamente 65% desse valor deverá ser representado pelo agronegócio. Na comparação com 2016, entre janeiro e abril houve crescimento de 35% no valor total dos contratos e de 52% no número de contratos. Em todo o ano de 2016 foram contratados mais R$ 618 milhões para o agronegócio, valor próximo da meta de 2017. Para Tatiana Henn, Gerente de Planejamento e Novos Negócios da Agência Paraná do BRDE, as pessoas físicas representam 44% do valor contratado e 96% da quantidade de contratos, sendo o restante realizado com empresas.
Das empresas, as cooperativas são responsáveis por mais de 85% das operações, em valor e quantidade. No tocante às pessoas físicas, a agricultura familiar representa 42% da quantidade de operações. Segundo ela, as linhas de crédito do banco destinam-se majoritariamente tanto para plantas agroindustriais, como processamento de carnes e leite, armazenagem, produção avícola e suinícola, máquinas e implementos para agricultura, investimentos em florestas, reforma de pastagem e outras aplicações para pecuária de corte e leite. Também há linhas específicas para a geração de energia renovável através de biodigestor e de placas fotovoltaicas, importantes para atividades intensivas em energia. “Podemos destacar ainda os convênios operacionais que temos juntado às cooperativas de produção e indústrias avícolas, pelos quais são financiados os cooperados e integrados destas. Nos convênios são financiados principalmente aviários”, explica.
Máquinas para abrir passagem rumo à liderança As sucessivas quebras de recordes nas safras de grãos vistas no Paraná nos últimos anos jamais ocorreriam se, por trás da iniciativa do produtor em plantar e colher, não existisse o equipamento certo para tocar a atividade. É aí que as máquinas adquirem um papel crucial na esteira de crescimento do agronegócio paranaense. Porém, é aí também que entra em ação um agente indispensável ao setor: as instituições de crédito. O Sicredi é atualmente a terceira maior instituição financeira do Brasil em concessão de crédito rural, utilizando como diferencial a cobrança de taxas menores, justamente por ser uma cooperativa de crédito e investimento. Em 2016, as cooperativas ligadas a ela financiaram aproximadamente R$ 187 milhões em máquinas e equipamentos. Além disso, a instituição foi reconhecida pelo BNDES por três anos consecutivos como o agente financeiro com o maior volume de operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e uma das instituições que mais liberou crédito no Plano Safra. Em 2017, até o mês de abril, o Sicredi financiou aproximadamente R$ 56 milhões. A expectativa é de crescimento em torno de 10% em relação a 2016, chegando próximo a R$ 200 milhões.
Para Gilson Nogueira, gerente de Desenvolvimento de Crédito da Central Sicredi PR/SP/RJ, essa previsão de crescimento depende das condições econômicas e das taxas de juros que o governo federal determine para a safra 17/18. Ele diz que nos últimos anos, considerando que boa parte dos associados é do agronegócio e, portanto, Pessoas Físicas, as máquinas e equipamentos que mais têm sido financiados são tratores de pequenos, médio e grande porte;
colheitadeiras de médio e grande porte; pulverizadores; plantadeiras; utilitários, entre outros. “O perfil médio dos nossos associados são produtores rurais de pequeno e médio porte, cuja renda bruta anual se aproxima de R$ 1.700.000,00. O ticket médio dos financiamentos para máquinas e equipamentos é de aproximadamente R$ 87 mil. Este valor sofre alguma variação dependendo da região e do estado onde o produtor desenvolve suas atividades”, explica.
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LÃ
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação
PANORAMA DO MERCADO URUGUAIO
Central Lanera apresenta análise das exportações uruguaias de lã na safra 2016/17 Principal cooperativa do setor laneiro uruguaio diz que demanda do mercado europeu segue "normal", enquanto que o chinês começa a dar sinais de aquecimento 24 www.cabraeovelha.com.br
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Central Lanera Uruguaya (CLU), uma das principais cooperativas do setor laneiro uruguaio, apresentou em abril a análise da safra 2016/17 e os valores pagos para os diferentes tipos de lã. Em comunicado feito por seu presidente, Álvaro Fosatti e o gerente geral Diego Saavedra, a cooperativa informou que foram pagos em 100% toda a lã que foi remetida por seus mais de 1.200 produtores com os mais variados rebanhos espalhados pelo país. Em relação à situação do mercado internacional de lã para o Uruguai, a CLU informou que, desde meados de 2016, o setor pode ser resumido em uma Europa com uma demanda dentro dos parâmetros considerados normais, e uma China retomando a demanda por lã fina. A entidade ressaltou que a demanda para os tipos de tops uruguaios, que tradicionalmente são exportações de 28,8 micras, em outros mercados apresentaram fraca demanda por conta da variação econômica ou política de suas moedas. Esse quadro levou a uma diferença de preços no mercado internacional de até
30% entre a lã de 26 micras e de 28 micras. Além disso, a lã grossa, com mais de 30 micras, teve uma queda significativa de preços, afastando-se do valor referente às meias de lã ou inferior a 30 micras. Para a Central Lanera, a análise deixa claro que os preços das lãs finas e superfinas estiveram em alta ao longo da safra, e que a meia lã teve a sua cotação para baixo no mesmo período, além da crescente diferença de preços entre lãs superfina e fina, entre meias, e entre meia e grossa.
Valores pagos Ainda de acordo com informativo da CLU, os valores pagos pela entidade a seus produtores foram os preços obtidos com a venda da cooperativa no exterior e variaram de acordo com a qualidade, requinte e apresentação de cada lote, entre outros fatores. Quanto aos valores pagos pela cooperativa, a maioria tinha preços diversos, como no caso do Merino, que varia de US$ 5,33 e US$ 7,56 por quilo, com um máximo de US$ 11,87 por quilo. Para ovinos da raça Ideal, a maior parte dos lotes foi com pre-
Roberto Darcy Arzeno da Silva, vice-presidente da Cooperativa de Lã Quarai (esq.), e Atanagildo Brandolt Filho, presidente da Cooperativa
ços entre US$ 4,21 e US$ 5,41, atingindo um máximo de US$ 5,80. No Merilin, a maioria dos lotes foi com preços entre US$ 3,77 e US$ 4,37, com máxima de US$ 4,67. No Corriedale, entretanto, os preços variaram entre US$ 2,33 e US$ 3,35 com um máximo de US$ 4,44, enquanto que os valores do Romney ficaram entre US$ 1,93 e US$ 2,01, com um máximo de US$ 2,04.
Diminuição do rebanho gaúcho influencia demanda uruguaia A Cooperativa de Lã Quarai, localizada na fronteira com o Uruguai, no município de Quaraí, a 595 km de Porto Alegre/RS, trabalha com uma produção média em torno de 700 a 800 mil quilos de lã por ano, onde 90% são comercializados exclusivamente no mercado uruguaio. No último ano, a cooperativa enviou para o país vizinho um volume total de 960 mil quilos de lã, ao preço médio de US$ 3,5 por quilo. Para Atanagildo Brandolt Filho, presidente da cooperativa, as exportações uruguaias para o mercado internacional de lãs no último ano apresentaram discrepâncias quando considerados volumes exportados e preços obtidos
com as vendas. Segundo ele, como a China - principal comprador dos uruguaios - não realiza compras há dois anos, o volume total das exportações do Uruguai registraram queda em 2016. "Em contrapartida, os preços pagos pelas lãs mais finas, como as das raças Ideal e Merino, se mantiveram em alta no último ano por conta da comercialização no exterior ser feita em dólar. O Uruguai se destaca por ser o maior importador de lã da América, e ao mesmo tempo ser também um grande exportador no qual os principais destinos são a China e a Europa. O país importa grandes volumes de lã bruta e exporta na mesma proporção o produto já manufaturado", afirma. Ainda segundo Atanagildo Brandolt Filho, as lãs finas uruguaias registraram forte valorização no mercado internacional porque a China abandonou o mercado de compra temporariamente. Sem a demanda do mercado chinês, o preço do produto subiu. Por outro lado, lãs mais grossas enfrentaram dificuldades de comercialização, o que acabou afetando as exportações do produto. Além disso, o que acontece do lado de cá da fronteira também reflete no mercado uruguaio. Sendo hoje o principal comprador da lã bruta brasilei-
ra, o volume do produto importado e exportado pelo Uruguai vem sofrendo influência direta da diminuição do rebanho gaúcho. Atanagildo lembra que o mesmo problema acontece no país vizinho, forçando-os a aumentar a importação de lã do Brasil. Ele acredita que, para o restante de 2017, a expectativa é de que a exportação uruguaia volte a crescer por conta do provável retorno da China ao mercado comprador. Para as lãs finas espera-se a manutenção dos preços praticados atualmente, enquanto que para as lãs grossas, a previsão é de diluição dos altos estoques. Já para a Cooperativa de Lã Quaraí, a expectativa é de terminar o ano no mesmo patamar dos 900 mil quilos exportados em 2016, mantendo a média de preços que levou o faturamento total da cooperativa a ultrapassar os US$ 3,3 milhões.
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AGROINVEST
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação
LCA e CRA:
opções de investimentos em títulos do agronegócio Além de proteção e boa rentabilidade no mercado de renda fixa, títulos contribuem para o desenvolvimento do setor
José Ramos Rocha Neto, Diretor de Investimentos do Bradesco
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odo produtor rural que se preze sabe muito bem que não basta apenas ter boa colheita no campo ou excelente produtividade a pasto, se não houver uma garantia real de proteção do capital investido. Neste contexto, muitas corretoras de valores têm como missão direcionar o investidor para o melhor investimento, processo que passa por uma minuciosa análise socioeconômico de cada cliente. Para o Diretor de Investimentos do Bradesco, José Ramos Rocha Neto, além de entender a situação financeira e o momento de vida de cada pessoa - sendo ela atuante no mercado financeiro ou não -, é fundamental conhecer seu perfil como
Mercado de CRA registra movimentação de R$ 3 bi até abril A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) registrou movimentação de mais de R$ 3 bilhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) nos primeiros quatro meses de 2017. Em nota, a bolsa informou que, ao final de abril, o estoque de CRA superou a marca de R$ 20 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 9 bilhões atingidos no mesmo período do ano passado. Segundo a bolsa, o prazo médio dos CRAs que estão atualmente na carteira dos investidores é de cinco anos.
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investidor, sabendo assim seu apetite e tolerância a riscos e suas necessidades de liquidez. Segundo ele, apenas desta forma é possível ofertar as opções de investimentos mais adequadas a cada tipo de investidor, inclusive rural. "Entre os produtos de investimento voltados para o agronegócio e disponibilizados pelo Bradesco, destacamos a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) como alternativas para o investidor que busca diversificar a sua carteira, tendo como saldo disponível, por exemplo, a quantia de R$ 100 mil", explica. LCAs são títulos de crédito emitidos por instituições financeiras (tanto públicas quanto privadas), com o objetivo de obter recursos para financiar o setor agrícola. Já os CRAs são certificados emitidos exclusivamente por Companhias Securitizadoras de Crédito que garantem o direito do investidor de receber fluxos de pagamentos de financiamentos relacionados ao setor agrícola. Segundo José Ramos, dependendo de cada perfil de investidor, a parcela destinada a este tipo de produto aumenta ou diminui. Ainda no caso do CRA, outra fonte de emissão desses títulos são os negócios entre produtores do campo e suas cooperativas ou terceiros, abrangendo financiamentos ou empréstimos destinados à produção, comercialização, beneficiamento ou à industrialização de produtos, insumos ou máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.
Vantagem atrelada ao risco Entre as vantagens apontadas pelo especialista do Bradesco Investimentos para essa recomendação, está o fato de que ambos os títulos são boas alternativas para quem quer diversificar os investimentos em renda fixa. Também contam a favor o fato de oferecerem taxa de retorno atraente e com baixo risco, uma vez que a grande maioria acaba sen-
O que muda e o que não muda com a nova bolsa Fusão entre BM&FBovespa e Cetip dá origem a B3 Em março a BM&FBOVESPA SA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros – uniu as suas atividades com as desenvolvidas pela CETIP SA – Mercados Organizados e passou a operar sob o nome de B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão. A fusão, aprovada na segunda quinzena do mesmo mês pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), criou uma das maiores empresas provedoras de infraestrutura para o mercado financeiro do mundo em valor de mercado, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing), registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. O valor de mercado da nova B3 é de US$ 13 bilhões, o que a coloca como a 5ª maior Bolsa do mundo. do atrelada ao CDI. Além disso, outro ponto positivo é que ambos os produtos oferecem a isenção de Imposto de Renda e IOF para pessoa física. Já para Pessoas Jurídicas, a isenção é apenas do IOF, sendo que a alíquota de IR é a mesma para qualquer produto de renda fixa, isto é, segue a tabela regressiva. A isenção do IOF se justifica pelo grande impulso que tais investimentos promovem a um dos setores que nos últimos anos vem segurando a economia do país, no caso, o agronegócio. Dessa forma, o Governo incentiva o financiamento do setor por meio da iniciativa privada. Porém, especialistas alertam que a isenção não necessariamente será para sempre, o que para investidores de primeira viagem pode ser considerado um risco. A grande diferença entre as duas modalidades é que como a LCA é emitida por instituições financeiras, ela possui um risco menor e ainda conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre valores de até R$ 250.000,00 por CPF e por instituição financeira. No caso do CRA, o título é emitido por securitizadoras e não possui a proteção do FGC, sendo a saúde da empresa a garantia do negócio. "Portanto, é aconselhável que o investidor procure papéis que passaram pela
avaliação de uma agência de rating. Uma vez que essas modalidades de investimentos possuem certas restrições de liquidez e carência, sugerimos que o investidor não aplique todo o seu dinheiro nesses produtos, especialmente aquele destinado para o curto prazo", adverte o especialista do Bradesco Investimentos. José Ramos explica ainda que o investidor que busca aplicar em produtos do agronegócio deve estar ciente de dois fatores: quais os riscos atrelados a essas modalidades e qual é o nível de risco que ele está disposto a correr. Para ele, a definição da palavra risco, especialmente no universo dos investimentos, nada mais é do que a combinação de incertezas e oportunidades. "O que sempre recomendamos é que antes de optar por uma ou outra aplicação, o investidor passe pelo API (Análise de Perfil do Investidor), para identificar qual é o seu apetite para conviver com as mencionadas incertezas e quanto de ganho busca em troca disso. Apenas após ter uma visão clara desses dois fatores é que o investidor pode tomar a melhor decisão de investimento, com base em suas necessidades e horizonte de tempo" finaliza.
Ibovespa - O principal índice da bolsa brasileira continuará com o nome de Ibovespa; Ticker - Por enquanto, os papéis da BM&FBovespa continuarão com o ticker BVMF3, mas em breve deve ser anunciado um novo código de negociação; Ações da CETIP - As ações da CETIP deixaram de ser negociadas. Os acionistas da companhia receberam para cada ação CITP3 uma ação ordinária e três preferenciais da emissão da CETIP pela Companhia São José Holding. Depois do processo de fusão, cada ação preferencial será convertida em 0,93849080 ação ordinária da BM&FBovespa. Para as outras três ações preferenciais, será pago o valor de cerca de R$ 31,80; Dividendos e recompra de ações - O pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos da B3 deverá ficar entre 70% e 80% do lucro líquido societário. A tradicional recompra de ações deixará de ser feita nos próximos anos, enquanto a dívida pela compra da CETIP não for reduzida; Plataformas de negociação - Por ora, as plataformas de negociação, os serviços referentes aos produtos listados e à Unidade de Financiamentos (antes da CETIP) continuam as mesmas. Nomes - Com a adoção do B3 como nome da companhia, as marcas das empresas ligadas e coligadas da bolsa, como o banco e a BSM, também serão mudadas; Prazo para integração - O processo total de integração deve durar entre 12 e 18 meses; Sede - Por ora, a sede da bolsa brasileira continuará na região central de São Paulo; Relação com concorrentes - Na aprovação da operação, o Cade exigiu alguns compromissos da B3 para garantir o acesso de concorrentes ao mercado. Entre eles está a realização de uma audiência pública para a criação de regras de acesso e a revisão dos preços cobrados.
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EVENTOS
por Simone Rubim e Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento, Marco Gouveia, Divulgação
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Negócios na Agrishow foram 13% maior que no ano passado Considerada uma das três principais feiras de tecnologia agrícola do mundo e a maior e mais importante na América Latina, a 24ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola apresentou o balanço médio de faturamento de R$ 2,2 bilhões. A feira foi realizada entre os dias 1 e 5 de maio, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto/SP. O montante divulgado é 13% maior que o registrado em 2016, aproximadamente R$ 250 milhões de diferença. Por segmento, o crescimento na intenção de compra de máquinas e equipamentos foi de: armazenagem (11%), grãos (12%), pecuária (11%), irrigação (20%) e outros (19%). A 18ª Rodada Internacional de Negócios reuniu 12 compradores estrangeiros, que, durante três dias, reuniram-se com 38 empresas brasileiras de máquinas, implementos agrícolas, pecuária e equipamentos de irrigação, em uma ação de promoção comercial, que resultou em cerca de 300 reuniões e mais de US$ 17 milhões, entre negócios fechados e
futuros para os próximos 12 meses. Em relação ao número de visitantes, a Agrishow 2017 também registrou crescimento. Foram 159 mil pessoas ante 152 mil do ano anterior. Além da elevação de 4,6% na quantidade de público, as mais de 800 marcas expositoras nacionais e internacionais ressaltaram a qualificação desses visitantes. A próxima edição da Agrishow está prevista para 30 de abril a 4 de maio de 2018.
ExpoZebu 2017 movimenta cerca de R$150 milhões em negócios
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A 83ª ExpoZebu – Exposição de Zebuínos, aconteceu entre 29 de abril e 7 de maio no Parque Fernando Costa, em Uberaba/ MG. A Exposição recebeu mais de 200 mil pessoas, que puderam conferir de perto as melhores raças de gado leiteiro e corte, além de cavalos das raças Mangalarga, Quarto-de-Milha, Crioulo e Fresian. Foram realizados 21 leilões, que movimentaram mais de R$ 34 milhões, superando o valor arrecadado no ano passado. Entre negócios diretos e indiretos, o evento movimentou cerca de R$ 150 milhões. Passaram pela feira 374 estrangeiros, de comitivas de 30 países distintos. O recinto de avaliação das raças zebuínas recebeu mais de 1.800 animais, o que representa 15% a mais em relação ao ano anterior. No tradicional concurso leiteiro, participaram 64 matrizes das raças Gir, Guzerá, Sindi e Guzolando. Já no Concurso Leiteiro da Fazenda, que mensurou a produção de animais a pasto, foram 13 matrizes das raças Guzolando, Sindi e
Gir. Na Vila Hípica estiveram presentes cerca de 360 cavalos, das quatro raças citadas anteriormente. “Essa ExpoZebu vai ficar na história porque mostramos nossa força para a economia brasileira. Não falamos em crise porque trabalhamos por isso. Por onde andávamos no parque, recebíamos retorno positivo dos mais de 100 expositores que ocuparam toda a área comercial”, destacou Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, presidente da ABCZ. As atrações dentro do parque de exposições Dario Pimenta da Nóbrega chegaram a R$ 22,5 milhões, superando as expectativas.
40ª Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Lençóis Paulista – Facilpa Aconteceu entre os dias 28 de abril e 7 de maio no Recinto de Exposições José Oliveira Prado, em Lençóis Paulista/SP, a 40ª Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Lençóis Paulista – Facilpa. Além dos shows com grandes artistas, a feira integrou eventos como as competições Circuito de Rodeio Top Team Cup e Prova dos 3 Tambores. O público presente pode ainda conferir a exposição e julgamentos de animais, além dos julgamentos das raças ovinas. Este evento, somou pontos para o ranking paulista Cabanha do Ano 2017, promovido pela Aspaco – Associação Paulista dos Criadores de Ovinos. A expectativa inicial dos organizadores era de que aproximadamente 200 mil pessoas passassem pela feira
desde o seu início até o encerramento, no dia 7 de maio.
XVII ZooTec reúne o melhor da zootecnia
A 27ª edição do ZooTec, Congresso Brasileiro de Zootecnia, foi realizado entre os dias 22 e 24 de maio, nas dependências do Mendes Convention Center, localizado na cidade de Santos/SP. Promovido pela Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) e Organizado pela FZEA/USP e UNOESTE, o evento, neste ano, teve como meta principal realizar um congresso com forte natureza multieventos e compartilhado por profissionais, formadores de opinião, empresários e estudantes da área ligada à zootecnia. Nos três dias passaram pelo evento um público estimado de 1.340 pessoas, com cerca de 1.300 trabalhos apresentados por alunos de mais de 100 universidades participantes. O ZooTec 2017 teve ainda a participação de profissionais da área vindos de outros países como Portugal, Espanha, Colômbia, França, Equador, Argentina e Chile.
Paralelamente ao ZooTec aconteceram ainda outros grandes eventos voltados a estudantes e profissionais do setor. Em destaque o XLV Fórum de Entidades de Zootecnistas; XII Fórum de Coordenadores de Cursos de Zootecnia; VII Seminário Nacional de Ensino em Zootecnia; V Reunião Nacional de Sindicatos de Zootecnia; V Fórum de Empresas Jr. de Zootecnia; XIII Fórum de Estudantes de Zootecnia; Assembleias da Associação Brasileira de Zootecnistas.
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COLUNA LEGAL
por Eli Alves da Silva* Fotos: Felipe Ulbrich
Segura C
peão! Sancionada a PEC que regulamenta os esportes equestres, como vaquejada e rodeio
* Eli Alves da Silva - Advogado. Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo. Presidente da Comissão de Direito Material do Trabalho da OAB-SP. Relator da Quinta Câmara Revisora do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP. Conselheiro da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, onde ocupou o cargo de Presidente.
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entenas de vaqueiros de todo o país estiveram presentes no plenário do Senado Federal no dia 6 de junho para acompanhar a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 96, que regulamenta a prática de esportes equestres, como a vaquejada e o rodeio. De acordo com a PEC, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizam animais, desde que sejam manifestações culturais registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro. Determina que essas atividades devam ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos nos eventos; a infraestrutura do evento deverá contar com atendimento médico; presença de veterinário; condições apropriadas de transporte, acomodação e alimentação dos animais e oferta de seguro de vida e de acidentes em favor dos competidores. Proíbe a participação de menores de 18 anos na competição. Delega ao veterinário a responsabilidade de atuar como árbitro de bem-estar animal durante as competições.
Essa emenda é uma medida importante porque traz segurança jurídica prevista na Constituição Nacional à prática cultural e esportiva das vaquejadas e rodeios, tradição cultural presente em todo o território nacional. É importante que tenhamos uma lei regulamentando o tratamento e cuidados de proteção aos animais e competidores. Neste sentido, já está em análise na comissão de Educação, Cultura e Esporte o Projeto de Lei Suplementar – PLS 378/2016, que classifica a vaquejada como manifestação popular protegida pela Constituição e a define como atividade recreativa ou competitiva, submetida a medidas de proteção à saúde e integridade física do público, dos vaqueiros e dos animais. A promulgação da PEC pelo Senado garante emprego rural a muitos brasileiros. Consta que, no Nordeste, a vaquejada gera em torno de 700 mil empregos diretos e indiretos e movimenta a economia no local onde é realizada, sendo, em alguns municípios, uma das principais fontes de renda da população. Diante disso só nos resta dizer: Segura peão!
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Estrada a perder de vista!
aio foi o “super mês” das viagens pelo Brasil afora. A equipe da Revista Cabra & Ovelha – Agronegócio visitou três regiões brasileiras (Sul, Sudeste e Nordeste), passando por seis cidades de quatro estados, num percurso total de mais de 9 mil quilômetros de estrada, terra batida e belíssimas paisagens a perder de vista. A arrancada inicial do bimestre abril/maio começou numa das mais importantes feiras de maquinários e implementos agrícolas da América Latina, a Agrishow. Em sua 24ª edição, que aconteceu na cidade de Ribeirão Preto/SP, nossa equipe conferiu os principais lançamentos das grandes marcas de máquinas e implementos agrícolas, e viu de perto o que será tendência para o futuro no campo. Um show de tecnologia!
De Ribeirão Preto emendamos viagem direto para a cidade de Uberaba/MG, onde acompanhamos a principal festa da pecuária brasileira, a 83ª ExpoZebu. O tradicional evento, promovido pela ABCZ – Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, reuniu entre os dias 29 de abril e 7 de maio a nata da raça Nelore no Brasil, além das principais raças de gado leiteiro e equinos do País. Seguindo por esse “mundão de Deus”, voltamos a terras paulistas, mais precisamente à cidade de Lençóis Paulista, para marcar presença na 40ª edição da Facilpa – Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Lençóis Paulista. O evento foi palco para os julgamentos de ovinos, válido pelo ranking Cabanha do Ano 2017, promovido pela Aspaco – Associação Paulista dos Criadores de Ovinos.
A viagem seguinte nos levou para os vastos campos do Noroeste paranaense. Ali, onde a palavra agronegócio adquire um significado especial, marcamos nossa presença na 45ª Expoingá, em Maringá. Durante os quatro dias em que estivemos na feira, fizemos a cobertura dos principais campeonatos de raças ovinas, bovinas e de gado leiteiro. O evento, um dos maiores e mais importantes da região Noroeste do Estado, nos mostrou o porquê de o agronegócio no Paraná crescer ano após ano. Do Paraná, a bordo da nossa Amarok, desembarcamos na cidade de Santos/SP, para participar da 27ª edição da ZooTec, um dos maiores eventos de zootecnia do Brasil. Em meio a renomados profissionais do ramo, pesquisadores, alunos e professores, nos inteiramos das últimas e mais relevantes descobertas da área zootécnica. Dizem que aprender é preciso, e durante os três dias da ZooTec 2017, agregar conhecimento foi o que mais fizemos. Nossa última parada antes do fechamento desta edição foi em direção ao Nordeste do Brasil. Viajamos mais de 2.700 km até Campina Grande, na Paraíba, com a missão de marcar presença na 50ª Edição da Exposição Paraibana de Produtos Agrícolas e Industriais (EXPAPI). Além da cobertura dos principais acontecimentos e curiosidades da feira, nossa ida até Campina Grande teve como objetivo registrar a 1ª Exposição Nordestina de Cabras Leiteiras. A cobertura completa destes eventos você encontra nesta edição. Até a próxima!
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EXPAPI 2017
ZooTec 2017 FACILPA 2017
7 ExpoZebu 201
EU E MINHA
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Escolhi a Amarok porque hoje ela é a caminhonete mais completa do segmento, tanto de motor, economia e robustez. Isso sem falar do conforto na estrada para quem roda bastante, como é o meu caso. Dentro da fazenda, eu a uso para o trabalho pesado, rodando em pastagens e piquetes, e ela aguenta muito bem o tranco. Na cidade, aproveito todo o desempenho que ela tem para oferecer, porém, com todo o conforto, como se estivesse em um carro de passeio. Rafael De Genaro Bertipaglia, 35 anos – www.cabraeovelha.com.br Veterinário na Agropecuária Arte Real
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Visitamos
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Nossa equipe viaja pelo o Brasil conhecendo as concessionárias Volkswagen que dão atendimento especial ao produtor rural.
Maringá/PR - Autorama Veículos Cássio G. B. Silva – Supervisor de Vendas Diretas www.gruposervopa.com.br
Expoingá 2017
Assista aos nossos vídeos no site:
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CASA DE FAZENDA
por Denis Deli Fotos: Marcos Sousa e Denis Deli
Fazenda
Guarany
O encontro entre o moderno e o rústico
O chuveiro da piscina, que se destaca como peça de decoração no ambiente, assim como as grades do vitral na porta de entrada principal, foram feitos à mão por Carlos Batistela, sobrinho dos donos e artesão em ferragem: um trabalho exclusivo que se converte em verdadeiras obras de arte.
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A
nova sede da Fazenda Guarany, dos advogados Eli Alves da Silva e Lilianne Yuki Gallo Alves da Silva, em Itapetininga/SP, é a casa dos sonhos para muitos que almejam uma propriedade no campo. Construída na parte mais alta da fazenda, com vista para um lago e um pequeno riacho que corre ao fundo, a mansão de 1.200 m2 une o rústico e o moderno. Para a construção da casa, foi preparado um terreno de 10 mil m2, no alto da montanha. O espaço deu lugar a um imponente jardim, com vista ampla para toda a propriedade. A construção moderna, em formato de U, proporciona boa entrada de luz natural em praticamente todos os cômodos. Portas e janelas de madeira, feitas sob medida, permitem boa entrada do ar puro do campo, dando a sensação de frescor nos ambientes. A imponência da obra pode ser observada logo na entrada, com um caminho
para carros ladeado de coqueiros e holofotes de luz verde, que dão um efeito belo durante a noite. Na parte da frente, o caminho segue por um canteiro central, onde é possível manobrar os carros com facilidade. A fachada mostra uma construção moderna, de linhas retas e conceito clean. Complementada por um paisagismo bem feito, sem exageros e muito bem cuidado. A entrada principal é marcada por uma grande porta de madeira com folha dupla. Os vitrais são ornamentados por grades de ferro personalizadas e feitas à mão, dando ainda mais personalidade ao imóvel. A sala principal tem pé-direito duplo, com 6 m de altura. O conceito aberto reúne sala de TV e jantar no mesmo ambiente, que se completa com uma aconchegante sala de estar e lareira, com poltronas clássicas de frente para uma grande janela, onde se emoldura uma das paisagens mais lindas da fazenda.
Coleção Sweet Garden, fabricada com plástico verde ecológico
O cômodo central divide a casa em dois setores. Do lado direito estão quatro suítes, incluindo a suíte máster, que são destinadas ao uso da família. Já do lado esquerdo estão mais quatro suítes, reservadas aos visitantes. Este conceito garante privacidade para familiares e amigos, mas com a verdadeira impressão de que estão todos integrados à casa. Todos os quartos saem numa varanda que dá para a área de lazer, onde uma bela e bem desenhada piscina ostenta um ar de requinte e sofisticação. Imagine acordar pela manhã e ver o sol iluminando essa
bela paisagem! A sensação é de estar em um spa. Inclusive para aqueles que buscam paz e silêncio, que podem curtir o barulho das águas que descem por uma cascata artificial, toda feita em pedras. Para completar a grande área de lazer, um verdadeiro espaço gourmet foi planejado. A área conta com churrasqueira, chopeira, fogão a lenha e forno do tipo “iglu”, além de salão de jogos. Um belo jardim, com mesas, cadeiras e bancos no estilo rústico, feitos com madeira de demolição, completam o ambiente.
Propriedade é focada na pecuária
Projeto de iluminação merece destaque À noite, não é apenas a luz da lua e das estrelas que faz o espetáculo. O projeto de iluminação foi criado para dar um visual alegre e requintado para a área de lazer. A piscina conta com luzes de led coloridas e por todo o jardim postes e holofotes bem direcionados criam uma atmosfera moderna e aconchegante.
Inovação, tecnologia e sustentabilidade para cuidar do seu jardim.
A bela construção garante o conforto dos visitantes, mas a verdadeira finalidade da Fazenda Guarany é a pecuária. A propriedade de 300 hectares se divide na seleção genética de ovinos Santa Inês, além de bovinos Nelore e Senepol. O criatório também investe na produção comercial de cordeiros e gado de corte. Na agricultura, foco na produção de milho e soja.
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D e s c u b r a o u n i v e r s o Tr a m o n t i n a p a r a f a c i l i t a r o s e u d i a a d i a
O jardim perfeito Tecnologia pode reduzir custos de manutenção e ainda dar um ar moderno à sua propriedade
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ão importa o tamanho da propriedade, nem a sua finalidade, se é negócio ou lazer, manter as áreas de jardim ou gramado sempre em boas condições é fundamental para causar uma boa impressão aos visitantes e clientes. E todos nós sabemos: você só tem uma chance de causar uma primeira boa impressão! O “cartão de visitas” de uma propriedade rural está no cuidado com os detalhes. Se você não é cuidadoso com o que se pode ver, todos vão achar que também não é cuidadoso na sua produção, seja agrícola ou pecuária. O Brasil é um país tropical onde, em sua maioria, o sol brilha intensamente o ano inteiro. Com a quantidade de água certa, o país se torna uma grande “estufa a céu aberto”, isso é tudo o que a grama precisa para crescer forte. Se a apresentação é importante para
dar confiança aos seus clientes e com isso fechar bons negócios, o produtor também precisa se atentar ao custo de manutenção. Afinal, de nada adianta vender bem, se a conta não fechar. O custo com mão de obra é um dos grandes entraves do setor, e por isso é importante otimizar os trabalhos e fazer cada vez mais, com menos gente. Sendo assim, é comum que o produtor aproveite os funcionários que estão na lida diária para cuidar do paisagismo. Isso é bom! Mas precisa ser feito com inteligência. São muitas as alternativas existentes no mercado quando o assunto é manutenção de gramados. Desde as roçadeiras costais até os modelos de cortadores manuais. Estas opções demandam menos investimento, mas em contrapartida requerem mais tempo do seu funcionário, além de dificuldades em manter a padronização e a qualidade do
Modelo da Tramontina é exemplo de tecnologia e desempenho
corte. Sem falar aqui nas questões de segurança do trabalho. Considerando todos estes fatores, é possível pensar em alternativas mais modernas e seguras, que embora demandem um investimento inicial maior, podem ter seu custo final diluído se considerado o rendimento no trabalho. Uma das opções do mercado são os “tratores” cortadores de grama, onde o funcionário trabalha de maneira confortável e segura. Além de garantir maior qualidade no corte, também podemos considerar a boa impressão que o equipamento dará à sua propriedade, afinal, muitas vezes a manutenção é feita na frente de seus convidados e clientes. A tecnologia existe e deve ser empregada no campo. Os resultados serão melhores e o trabalho ficará mais bonito. E, afinal, beleza é fundamental!
O cortador de grama dirigível Trotter é um dos modelos que se destacam nesse mercado, por ser projetado e construído no Brasil. O equipamento é seguro, econômico e eficiente. O espaço interno é amplo, possui banco estofado, ergonômico e com encosto alto, que proporciona conforto durante o trabalho. Além disso, protege o operador do sol, já que possui toldo, que reduz a temperatura interna. O equipamento permite o corte de grandes áreas e limpeza simultânea, com o uso de um varredor/recolhedor. O motor a combustão, de 4 tempos, tem baixo consumo e é equipado com bomba de óleo, que permite o trabalho em terrenos inclinados. O sistema de partida é elétrico e a transmissão é automática. O baixo custo de manutenção também merece destaque. O Trotter tem produtividade de até 9.000 m2/hora e sem a lâmina de corte pode ser usado como um veículo utilitário. O equipamento pode ser financiado pelo cartão BNDES ou FINAME. O design é moderno, ajudando a manter o visual do seu jardim mesmo durante os trabalhos.
ACESSÓRIOS Toldo: proteção e bem-estar Varredor/ Recolhedor: corte e limpeza ao mesmo tempo
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ESPECIAL
por Simone Rubim e Régis Nascimento Fotos: Divulgação e Shutterstock
Campo
High-tech PECUÁRIA MODERNA:
rastreabilidade, rentabilidade e controle confiáveis
TECNOLOGIAS E AUTOMAÇÃO:
redução da mão de obra e facilidade no manejo
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AGRICULTURA DE PRECISÃO: menos riscos, maior eficiência
Veja como as novas tecnologias facilitam a vida no agronegócio, garantindo melhor gestão dos mecanismos de produção, redução de custos e eficiência financeira
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á tempos que a definição setor rural deixou de ser simplesmente aquele lugar bucólico, em que os dias passam mais devagar e onde só se ouvia falar em avanços tecnológicos quando se referiam aos grandes centros urbanos. Hoje, na zona rural, tecnologia e produção agrícola andam cada vez mais próximas, garantindo uma administração eficiente dos recursos financeiros, investimentos e manutenção de maquinário, empregados,
controle de estoque e compras, e, por fim e mais importante, gerando lucros. Seja por meio de softwares inteligentes, que administram e gerenciam as lavouras, ou pela crescente automação dos instrumentos e maquinários, a ideia de integração entre demanda produtiva, administração e resultado eficiente nunca fizeram tanto sentido. O campo agora é High-tech, totalmente digital e integrado. Uma nova era do setor agropecuário brasileiro e mundial chegou para ficar; e revolucionar.
CONTROLE NA PALMA DA MÃO:
softwares e aplicativos que mudaram a vida no campo
A relação custo/benefício na digitalização agropecuária É consenso que os avanços tecnológicos dos sistemas produtivos estão diretamente relacionados a maiores retornos financeiros. Na pecuária leiteira, por exemplo, os maiores produtores do país monitoram seu rebanho com softwares especializados, empregando análises e correções em tempo real. Os criadores fazem uso de aplicativos, realizam transações financeiras digitais, treinam seus funcionários para que saibam imputar informações aos sistemas de gestão, se comunicam rapidamente por internet e/ou rádio. Também fazem uso de informações meteorológicas recebidas constantemente nos celulares, utilizam as tecnologias digitais no maquinário, acompanham os mercados futuros realizando operações financeiras de trava de preços e compra de insumos... tudo digital. Entre as diversas formas de digitalização, são muitos os custos/benefícios comprovados, e proporcionam uma enorme vantagem competitiva porteira adentro, se encaixando em propriedades de diversos tamanhos e níveis tecnológicos.
Trator autônomo, sem cabine e motorista, é controlado por tablet e pode trabalhar 24 horas. O modelo foi apresentado na Agrishow deste ano e representa o futuro da agricultura.
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A fazenda na palma da mão: aplicativos de gerenciamento prometem otimizar a produção no campo
Precisão na agricultura:
maior automação e gerenciamento espacial das lavouras
Tablets e smartphones cada vez mais têm se tornado uma ferramenta de trabalho indispensável, facilitando o dia a dia do produtor no campo. Aproveitar de forma eficiente os aplicativos instalados nesses aparelhos servem para que o profissional do agronegócio tenha uma gestão mais dinâmica e precisa no processo produtivo da porteira para dentro. Reunimos alguns dos principais aplicativos destinados ao agronegócio, e que aos poucos começam a substituir o homem na tomada das decisões.
METEOROLOGIA
INMET Tempo e Clima - Fornece a previsão do tempo para os próximos cinco dias e informações sobre precipitação, temperatura e umidade. Também é possível visualizar as imagens dos satélites meteorológicos, que são atualizadas a cada 15 minutos. Os alertas divulgados pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil) são replicados no aplicativo. Climatempo - Acompanha as condições atuais do tempo na tela inicial e também a previsão do tempo por hora. Oferece previsão horária para o dia e para os próximos 14 dias, trazendo informações sobre quantidade de chuva e umidade relativa. Imagens de satélite por todo Brasil registram o movimento das nuvens e núcleos de tempestades com análise dos meteorologistas.
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Uma agricultura para ser exata, isto é, fiel aos termos que definem o conceito de Agricultura de Precisão (AP), só é possível se fizer o uso racional da tecnologia de informação, tomando como base o princípio da variabilidade do solo e do clima. O conceito é simples, mas seu significado prático é gigantesco. O melhor gerenciamento dos sistemas de manejo auxilia na redução dos custos de produção, diminuindo a contaminação do solo e do meio ambiente, além de aumentar a produtividade e a eficiência a campo. Para o Professor e Pesquisador do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São
Paulo (ESALQ-USP), José Paulo Molin, existe hoje uma agricultura de precisão que basicamente segue por duas vertentes: a tecnológica, normalmente vista nas máquinas, como o piloto automático ou nas automações dos processos mecanizados; e a conceitual, que define a agricultura de precisão como setor onde se procura ‘errar menos’. “A agricultura de precisão dispõe de uma série de técnicas - e não apenas de tecnologia - para trabalhar com a variabilidade da lavoura. A essência desse conceito é tratar os desiguais de forma também desigual dentro de uma mesma plantação. Esse é o futuro da agricultura para se ganhar em
MAPEAMENTO DE ÁREA
José Paulo Molin, Professor e Pesquisador do Departamento de Engenharia de Biossitemas, ESALQ-USP
produtividade. É colocar a quantidade certa no lugar certo”, define o professor. Trabalhando com todos os espectros desse conceito, desde a avaliação de tecnologias de GPS, correções de diferenciais
até os benefícios do piloto automático no campo, o professor Paulo Molin explica que o foco maior de suas pesquisas têm se concentrado na área de automação dos diagnósticos espaciais das lavouras, visando uma melhor compreensão sobre a variabilidade nas plantações. Para ele, os próximos anos na agricultura serão ditados por uma maior automação nas máquinas e coleta de dados destes equipamentos. “Teremos ainda o melhoramento no diagnóstico espacial das lavouras, com bastante tecnologia de sensores para uma agricultura cada vez mais precisa", finaliza.
Três passos para o mundo digital Quando se fala em agronegócio, com foco na alta produtividade, a digitalização dos meios de produção e manejo podem identificar três níveis distintos de organização em cada etapa do processo: ativos digitais; uso de tecnologias digitais e interação com as tecnologias digitais.
• Ativos digitais - considera o quanto as empresas investem em softwares e hardwares próprios ou contratados (desde uso de computadores aos softwares de formulação de ração ou gestão completa da propriedade), o quanto seus arquivos e relatórios são armazenados digitalmente e a posse de ativos físicos digitalizados (como tratores controlados por GPS, balanças digitais), entre outros. • Tecnologias digitais - é necessário mensurar o grau de interação digital entre as empresas do setor com fornecedores ou clientes. O uso de plataformas digitais para comunicação, pagamentos de insumos/produtos realizados digitalmente, uso de lojas virtuais, etc.
Fields Area Management - Permite a medição do perímetro e o cálculo de áreas utilizando imagens de satélite. Basta localizar a propriedade por meio das coordenadas GPS e fazer a marcação dos pontos. Outra possibilidade é utilizar o modo rastreamento, assinalando as coordenadas em uma caminhada ou usando um veículo. A medição pode ser feita até mesmo em áreas de pivô, que são arredondadas. Agri Precision - Realiza as funções de um GPS portátil de mão, guiando os usuários ponto a ponto para que sejam coletadas as amostras em campo. Além disso, pode ser utilizado para calcular as áreas dos talhões, geração de grade amostral, e exportação dos pontos de contorno e da grade para que sejam criados os mapas amostrados e de recomendação nos softwares de Agricultura de Precisão para PC. GPS Fields Area Measure - Indicado para quem trabalha com cultivo, colheita, sementeira, além de medições para cercas. Pode ser usado em tratores ou colheitadeiras como John Deere, Claas, New Holland, Case, Fendt, Valtra e Massey Ferguson, ou equipamentos como Horsch, Hardy, Amazone, Vaderstad, Lemken, Rau, Kuhn, Kverneland, Simba, entre outros. Calculadora Agronômica - Desenvolvido principalmente para pessoas que utilizam maquinários de pulverização e que fazem novas regulagens a cada aplicação, visando o melhor aproveitamento dos insumos na lavoura. Nele, é possível conferir: Volume de calda por hectare; Vazão de calda por minuto; Quantidade de defensivo para o pulverizador; Cálculos para quantidade de sementes por hectare.
• Interação digital - é relacionada ao grau com que empresas colocam seus trabalhadores para interagir com essas tecnologias. De nada adianta as empresas investirem em ativos digitais, e utilizarem isto para interagir com clientes e fornecedores, se sua mão de obra não é capacitada para utilizar tais tecnologias, ou não utilizarem ao máximo o seu potencial.
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COMBATE A PRAGAS E DOENÇAS
Adama Alvo - Possui um banco de imagens que ajuda o produtor a identificar pragas e doenças nas culturas de soja, milho, trigo e algodão. É possível pesquisar na base de dados as doenças por nome e sintomas, além de informações como o ciclo de vida das pragas. O produtor também pode fazer o envio de fotos diretamente do campo para depois receber uma avaliação de técnicos especialistas no assunto. Strider - Especializado em controle de pragas. Sua tecnologia cobre 400 mil hectares no Brasil e, através de dados coletados em campo por sensores ou técnicos, organiza em uma plataforma de suporte as informações para tomada de decisão. O App, usado por produtores de soja, algodão, café, cana-de-açúcar e frutas, gera relatórios, com as pragas por área e um mapa de calor que mostra o nível e local da infestação. Roundup Ready Plus - Pode ser baixado nas versões ‘Plantas daninhas’ e ‘Pragas’. Ambos oferecem informações sobre as práticas e produtos de manejo com base na região, tipo de cultura e necessidades. Os dois fornecem detalhes sobre herbicidas e pesticidas usados na prevenção e remoção e fazem o cálculo do preço da aplicação. Consórcio Antiferrugem - Tem como finalidade o monitoramento da dispersão da ferrugem asiática da soja no Brasil. Através de mapas de dispersão em tempo real, esta ferramenta permite a rastreabilidade da doença no decorrer das safras, além da pesquisa por cidades onde foram registradas ocorrências e o acesso a informações detalhadas.
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Pecuária eficiente:
Tecnologias de identificação e rastreabilidade oferecem segurança ao produtor
Em se tratando de pecuária, não há como garantir boa produtividade se não houver a mensuração exata dos diagnósticos do rebanho, como ganho de peso, eficiência nutricional e sanidade. A identificação animal e a coleta adequada de dados são dois fatores fundamentais na criação, pois conferem um maior controle dos diferentes estágios do processo de produção e das quantidades de estoque de alimentos disponíveis ao longo do tempo. “Somente com a identificação individual é possível fazer uma gestão eficiente do rebanho. Em uma atividade que exige cada vez mais profissionalismo e que possui margens muito estreitas, essa coleta de dados dará um controle mais confiável, seguro e ágil da produção, melhorando os resultados”, explica Ivo Martins, gerente comercial da Allflex, empresa líder no segmento de identificação animal e que conta com fábricas em países como França, Polônia, China e Argentina. A automatização da coleta de dados para manejo de animais a campo pode ser realizada por meio de Identificação Eletrônica (brinco eletrônico ou bolusintra-ruminal). Para a captura eficiente
Ivo Martins (a esquerda), gerente comercial da All Flex”
destes dados, a implementação do sistema de identificação eletrônica deve ser feita em conjunto com softwares de gerenciamento. Alguns deles, por exemplo, são capazes de receber dados diretamente dos leitores de radiofrequência, liberando acesso em tempo real aos dados de cada animal. “Além disso, o computador pode ser substituído por uma balança eletrônica, que armazenará os pesos dos animais juntamente com seus números e, em alguns casos, pode ainda permitir o registro dos dados zootécnicos”, explica. No dia a dia do campo, a identificação proporciona ao pecuarista uma gestão eficiente. Além disso, possibilita que o animal possa ser rastreado, o que vem sendo uma exigência cada vez maior no mercado. Com a rastreabilidade o consumidor pode conhecer os detalhes de cada etapa do processo produtivo, a origem das matérias-primas e insumos utilizados, e até identificar possíveis riscos para a saúde. Ivo Martins lembra que o custo da identificação eletrônica para o produtor depende da quantidade de animais. Em média, segundo ele, o valor do brinco eletrônico é R$ 5,50 a unidade e o leitor bastão sai por R$ 5.000,00.
PULVERIZAÇÃO
Pecuária leiteira
Mecanização pode resolver problemas com a mão de obra
Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, pesquisador da Embrapa Gado de Leite
O uso de tecnologias na pecuária leiteira é apontado como um dos pilares para a evolução da atividade no Brasil. O país vem apresentando crescimento consistente na produção de leite nas últimas três décadas, e o volume anual produzido supera 35 bilhões de litros. No entanto, as fazendas leiteiras por aqui ainda apresentam baixa produtividade. Para o Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Pereira Ribeiro, se tais propriedades quiserem se manter competitivas, terão que aumentar a produtividade de forma sustentável e se enquadrar nas novas regras ambientais. Segundo ele, a maior escassez de trabalhadores no campo faz com que a eficiência da mão de obra seja cada vez mais importante para o resultado dos sistemas produtivos. No Brasil, o incremento da produção tem ocorrido com base na verticalização, sustentado pelo adensamento animal e redução do uso de mão de obra. Além disso, foi observada uma taxa de cresci-
Ordenha da Fazenda SFS
mento anual persistente da quantidade de vacas por fazenda nos últimos anos. Esse aumento pode implicar em dificuldades operacionais nas atividades rotineiras, como: observação de cio, identificação de animais com problemas de saúde, alimentação, ordenha, entre outros. Práticas de manejo e a utilização de tecnologias que permitam a automação e a intensificação sustentável dos sistemas de produção passaram a ser demandas atuais na pecuária leiteira. “As tecnologias e equipamentos estão a cada dia mais acessíveis e disponíveis, facilitando a geração de informações, a tomada de decisões e permitindo a consolidação do que chamamos de pecuária de precisão, que nada mais é que o uso de tecnologias da informação e comunicação que permite a melhoria do controle da fonte de variabilidade animal e espacial, otimizando econômica, social e ambientalmente o desempenho da fazenda leiteira”, afirma Luiz Gustavo.
As tecnologias não modificam as pessoas ou as vacas, mas estão impactando diretamente as fazendas leiteiras, melhorando o bem-estar dos animais e das pessoas e aumentando a eficiência dos sistemas de produção.
TeeJet Technologies SpraySelect - Auxilia o produtor a definir os atributos para fazer a pulverização das lavouras na dose certa. Basta inserir dados como a velocidade, o espaçamento e a taxa de precisão da aplicação desejada para receber uma lista com os melhores bicos que podem ser utilizados no trabalho.
GERENCIAMENTO E MONITORAMENTO
Agroptima - Com ele o produtor pode organizar a gestão de todo o programa de atividades agendadas dentro de sua rotina profissional. O aplicativo proporciona um sistema de agenda e armazena dados importantes em nuvem para acesso em mobile. Um dos atrativos do App é que ele funciona tanto on-line quanto off-line, podendo ser acessado a qualquer momento. Connected Farm Fleet - Gerenciar uma frota extensa pode ser complicado, no entanto, ao usar este App o agricultor pode monitorar as atividades de todas as máquinas por meio da tela do celular, analisando a tarefa específica, o tempo de aplicação do serviço e o ponto em que o veículo se encontra. GeoMapa Rural - Por determinação do Banco Central passa a ser obrigatório o envio das coordenadas de geolocalização de áreas a serem financiadas. Para facilitar este processo, o Banco do Brasil lançou o aplicativo que mede as terras diretamente no mapa, ou com o usuário percorrendo o perímetro. O APP captura e envia as coordenadas geodésicas (latitude, longitude e altitude) e o perímetro da área.
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DE OLHO NO MERCADO
Commodities Market Prices - Reúne as principais cotações de commodities agrícolas em Bolsas como Chicago e Nova York, além da variação cambial do dia. Produtos como grãos, carnes e combustíveis estão listados na base de dados do programa. Há funcionalidades como a seleção dos contratos favoritos e a criação de listas customizadas, sendo possível obter acesso a dados como valor de abertura, valor de fechamento e variação dos preços entre os pregões.
Ordenha robótica
MEIO AMBIENTE
Commodities Market Prices
Simulador para o Código Florestal
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Dentre as tecnologias disponíveis ao produtor leiteiro, a ordenha robótica talvez seja o exemplo mais clássico de eficiência produtiva. Ela permite a automação de todo o processo de ordenha e a adoção de sistema de manejo baseado na variabilidade animal relacionada à qualidade do leite, trânsito de animais, alimentação e bem-estar animal. Luiz Gustavo conta que hoje, na Europa, 50% dos equipamentos comercializados são sistemas automáticos. No Brasil, seu uso é recente e ainda está em expansão. Já existem por aqui três empresas multinacionais comercializando este tipo de maquinário, e mais de 30 ordenhas robóticas estão em funcionamento no país. Junto a outros pesquisadores, Luiz Gustavo vem trabalhando no acompanhamento da evolução do uso de ordenhas robóticas e os impactos que a tecnologia gera na produção e eficiência
da fazenda leiteira. Além da tecnologia da ordenha mecanizada, o produtor têm ainda à sua disposição outras ferramentas, como os sensores que são colocados no animal e que permitem a mensuração do comportamento, ruminação, temperatura (rúmen/vaginal/auricular), movimentação, pH, tempo deitado e tempo no cocho. Essas tecnologias são úteis para a identificação de animais no cio, no horário do parto, e o diagnóstico precoce de problemas metabólicos e doenças, ou mesmo a detecção de falhas no manejo. Luiz Gustavo revela que a Embrapa vem trabalhando com estes sensores e que estas ferramentas já se encontram disponíveis no mercado. “Estamos gerando informações em condições brasileiras, com animais de grupos raciais distintos e importantes para a pecuária leiteira nacional, como o Gir e o Girolando”.
Já existem inúmeros sensores disponíveis para instalação nos sistemas de ordenha que permitem a geração de informações de controle do fluxo, quantidade, composição e qualidade do leite.
Ordenha robótica de vaca da raça Holandêsa no Paraná
Foto: Luiz Gustavo Ribeiro Pereira
Simulador para o Código Florestal Desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – IMAFLORA e o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF, o produtor pode conferir sua situação diante do Código Florestal a partir do aplicativo, introduzindo informações como localização, área total da fazenda, data de desmatamento e áreas com florestas, descobrindo assim se há excedente ou falta de floresta, seja em áreas de preservação permanente (APP) ou reserva legal. O proprietário é informado de quanto seria necessário restaurar ou compensar para se adequar à legislação. Dependendo da situação do empreendimento, fica informado sobre o quanto de floresta excedente pode ser oferecida para a compensação de outras fazendas com falta de vegetação nativa.
PECUÁRIA
Os sistemas automáticos de alimentação podem envolver o fornecimento do leite e concentrados para bezerros, concentrados para vacas em lactação, ou mesmo a dieta completa que pode ser ofertada de forma totalmente automatizada/robotizada com o uso mínimo de funcionários, otimizando a mão de obra, sobrando assim mais tempo para o desenvolvimento de outras atividades na fazenda. Neste segmento específico, a Embrapa trabalha pesquisando a tecnologia de cochos automáticos, que também já estão disponíveis no mercado. Segundo Luiz Gustavo, esta importante ferramenta permite ao produtor a avaliação do consumo de alimento e água, além do comportamento alimentar do animal. Ajuda ainda na identificação de animais superiores e no reconhecimento de novas características fenotípicas, que podem ser utilizadas nos programas de melhoramento de raças leiteiras.
o Ribeiro Pereira Foto: Luiz Gustav
Cocho eletrônico
Vaca Girolando F1 com sensor de atividade e ruminação em avaliação em projeto de pesquisa da Embrapa .
“Realizamos uma pesquisa com os 100 maiores produtores de leite do Brasil e os parâmetros mais comumente mensurados pelas tecnologias disponíveis foram a produção diária de leite (58,7%), peso corporal (28,3%), atividade da vaca (28,3%) e mastite (26,1%)”, explica. Ainda de acordo com o pesquisador, a relação de preços dessas novas tecnologias varia conforme o benefício que oferecem. Um pedômetro, por exemplo, pode custar por volta de R$ 350/ vaca, enquanto uma unidade de ordenha automática, que tem capacidade para ordenhar 70 animais de uma só vez, sai por mais de R$ 400 mil.
Uboi - Apresenta em tempo real frigoríficos próximos para tentar vendas, descobrir e contatar quem está vendendo ou comprando gado (e a raça do animal), além de oferecer a possibilidade de envio de notificações quando houver anúncios em propriedades vizinhas ou num raio de quilômetros que o próprio usuário define. 4milk - Faz a gestão do rebanho de forma simples. Além de contabilizar os animais por sexo, é possível cadastrar e acompanhar quantas fêmeas estão prenhas, disponíveis para cruzamento, entre outros recursos como produção de leite e acompanhamento do crescimento dos novilhos. Com essas informações, é possível compartilhá-las com outras pessoas, como gerente da fazenda, veterinário e vaqueiro, por exemplo. Cada usuário tem um acesso específico, podendo atualizar dados. A intenção é agilizar a comunicação e trazer ganhos de produtividade. Além desse recurso, o 4milk oferece acesso a uma plataforma de livre comércio de animais.
Foto: Luiz Gustavo Ribeiro Pereira
Foto: Luiz Gustavo Ribeiro Pereira
Sistema de cochos inteligentes que permitem a avaliação do consumo de alimento e água, além do comportamento alimentar em tempo real na fazenda experimental da Embrapa Gado de Leite
$uplemento Certo - Desenvolvido pela Embrapa e pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a ferramenta auxilia de forma intuitiva a prover os melhores recursos de nutrição para bovinos, principalmente quando as alterações climáticas, como as secas, afetam o rebanho. O App permite comparar também a suplementação com sal proteinado e semiconfinamento. Além dessas capacidades, o App permite calcular a margem da suplementação (custo e receita), quantidade certa para o ganho de peso do animal e simulações de retorno de cada real investido no gado.
Sistema de alimentação robotizado que permite a automação do processo de alimentação do rebanho leiteiro na Fazenda Cananéia em Vassouras- RJ
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EXPOSIÇÃO
por Régis Nascimento Fotos: Régis Nascimento e Marco Gouveia
Expoingá 2017 Ovinopar destaca a alta qualidade das raças ovinas na pista de Maringá/PR Na pista de julgamentos da Expoingá, as avaliações tiveram oito raças participantes e contaram pontos para três campeonatos nacionais de criadores, além do ranking paranaense
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O
Parque Internacional de Exposições de Maringá/ PR foi o grande palco dos julgamentos das raças ovinas, que aconteceu dentro da 45ª Expoingá. O evento, promovido pela Associação Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar) e pelo Núcleo de Criadores de Ovinos da Região de Maringá (Ovinomar), contou com apoio da Sociedade Rural de Maringá (SRM) e trouxe para a feira um total de 598 animais de oito raças. Para a pista foram avaliados 328 animais. Nos três dias de julgamentos passaram animais das raças Texel, Texel Naturalmente Colorido, Poll Dorset, Ile de France, Suffolk, Santa Inês, Dorper e White Dorper. De acordo com os organizadores, o número de expositores com animais em pista chegou a 40 no total. As avaliações contaram pontos para três rankings nacionais: Santa Inês
(ABSI), Texel (Brastexel) e Dorper e White Dorper (ABCDorper). Além disso, todas as raças julgadas somaram pontos também para o ranking paranaense de criadores, que dentro da Expoingá já estava na sua segunda etapa - a primeira foi em Londrina, em abril. Para a presidente da SRM, Maria Iraclézia Araújo, a participação da ovinocultura na feira destaca todo o empenho do criador de ovinos, além de realçar o que há de melhor da região. "Nós temos aqui criadores locais que certificam as suas carnes e investidores que tratam a ovinocultura com o devido respeito e o empenho que o produtor final precisa para levar o seu produto até a mesa do consumidor. Existe toda uma cadeia local em movimento de produção, onde há produtores empenhados no melhoramento genético, sanidade e nutrição. Em cima disso, a importância deste evento é mostrar aquilo que a gente tem de melhor", afirma.
Corpo de jurados foi o destaque da feira As oito raças participantes foram avaliadas por três jurados, sendo dois brasileiros e um sul-africano. O experiente Roberto Azambuja foi o juiz encarregado de avaliar as raças lanadas Texel, Texel Naturalmente Colorido, Ile de France e Poll Dorset. O outro jurado brasileiro, Pedro Simião Nascimento, julgou o Santa Inês. Já para as raças Dorper e White Dorper, foi escolhido o juiz sul-africano Daan Bosman. Para o presidente da Ovinopar, Edson Luiz Duarte Dias, trazer um corpo de jurados altamente qualificados para a Expoingá foi uma forma de retribuir com respeito todo o empenho e dedicação do criador. "Quando fazemos o esforço de ir buscar um jurado que é altamente qualificado e que tenha muita credibilidade, nós estamos antes de mais nada respeitando o criador e o expositor que vem até aqui. Isso traz credibilidade ao evento, que aliás sempre foi o nosso foco", afirma. Roberto Azambuja, responsável por julgar as raças lanadas, foi categórico ao afirmar que todos os animais avaliados seriam facilmente grandes expoentes em qualquer outra exposição. "Falando do Texel, que era uma exposição rankeada, a Grande Campeã e o Grande Campeão P.O são excelentes animais. O mesmo se pode dizer do Suffolk e Ile de France, onde o Grande Campeão RGB já faz frente inclusive aos animais puros", afirma. Para Pedro Simião Júnior, jurado da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e da Associação Brasileira de Santa Inês (ABSI), a qualidade do Santa Inês RGB na feira foi o que mais lhe chamou a atenção. Segundo ele, que nunca havia julgado um animal dessa categoria antes, foi uma grata surpresa encontrar no Paraná animais com semelhanças e qualidades físicas como as que são vistas no Nordeste. "Para mim foi uma surpresa muito
grande, pois eu nunca tinha saído do Nordeste e viajado tão longe para julgar. Dizem que lá é o berço da raça e que é preciso treinar para julgar, mas quando a gente sai da região, vem para um Estado que não é o nosso e encontra tamanha qualidade, isso nos deixa muito feliz", comemora. O juiz sul-africano Daan Bosman, responsável por julgar o Dorper e White Dorper, certamente foi o mais comentado do evento. Para ele, o principal destaque na pista de Maringá foi a qualidade vista nas fêmeas, que, de acordo com seu entendimento, futuramente poderão ter boas proles, aumentar a produção e melhorar o rebanho. "Além das fêmeas, muito me impressionou a qualidade vista nos animais mais novos, pois reflete claramente as melhorias da seleção. Esses animais vêm apresentando um desenvolvimento melhor do que os outros em estágio mais avançado. Isso evidencia de forma definitiva a evolução do rebanho nessa região", afirma.
SRM diz que Expoingá 2018 poderá receber uma Grande Nacional Durante a premiação dos Grandes Campeões da raça Texel RGB, a presidente da SRM, Maria Iraclézia Araújo, admitiu a possibilidade de que para a edição de 2018 o evento possa receber uma Grande Nacional de raças ovinas. Segundo ela, a importante participação da Ovinopar no evento deste ano deve refletir em novas propostas de participação na feira. "Nós já temos algumas tratativas e deixamos em aberto para que a diretoria da Ovinopar nos apresente as propostas que forem necessárias para eventos de nível nacional. A gente sabe que, dependendo do evento, existem demandas de investimentos. Então desde já nos colocamos à disposição para fazer estes investimentos e viabilizar o projeto", garante.
Organização fala em expectativas superadas A 45ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá foi considerada uma das melhores dos últimos anos. Na avaliação da Sociedade Rural de Maringá, organizadora do evento, a feira superou todas as expectativas. Da parte dos expositores, muitos ficaram satisfeitos com os negócios realizados, tanto nos segmentos de implementos agrícolas, automobilístico, comércio, indústria, diversão, quanto gastronomia. Na pecuária, mais de 5.500 animais desfilaram pelo parque de exposições, com destaque para a alta qualidade genética de bovinos e ovinos. Além de excelentes animais vistos nas pistas de julgamento, a 45ª Expoingá atraiu um número expressivo de visitantes em todos os dias da feira. O evento teve 11 dias de programação, com cerca de 1.000 expositores, 5.500 animais, dezenas de cursos e eventos técnicos, oito shows de grandes cantores nacionais, mais de 70 atrações culturais regionais, seis eventos sociais, além do lançamento de diversos produtos nas linhas de maquinários agrícolas, automotivo, indústria, comércio e serviços. Até o fechamento desta edição, os números finais da movimentação financeira ainda não haviam sido divulgados. Porém, entre as quatro instituições financeiras participantes – Banco do Brasil, BRDE, Caixa Econômica e Sicredi –, um balanço prévio indicava saldo positivo.
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PERFIL
por Régis Nascimento Fotos: Divulgação
CABANHA DO
Vermeio os segredos do maior vendedor de reprodutores Texel do Centro-Oeste Fábio Miranda Mori cria, seleciona, vende e ainda entrega em domicílio sem custo ao comprador. Com tantas vantagens oferecidas, o resultado não poderia ser outro: se tornar um dos maiores comerciantes de reprodutores Texel do Brasil 48 www.cabraeovelha.com.br
S
er reconhecido por um grande feito ou pelo esforço do próprio trabalho é o sonho de todo homem que vive do campo. Ser apontado então como um dos principais criadores e comerciantes de ovinos da raça Texel do Centro-Oeste brasileiro, uma região onde a pecuária bovina é predominantemente forte, coloca um peso a mais a este título. Esse é o enredo de sucesso do ovinocultor Fábio Miranda Mori, que, nascido em Presidente Prudente/SP, estudou até o 3º colegial na cidade, se mudando mais tarde para o Texas, onde cursou a faculdade de Ranch Manegement, na renomada Texas Christian University, em Fort Worth. Ao retornar ao Brasil em 1998, seu avô lhe pediu para que tomasse conta das ovelhas de sua fazenda, localizada na cidade de Regente Feijó, interior paulista. Acabou se interessando pelo assunto e no mesmo ano fez alguns cálculos que lhe mostraram que produzir cordeiro poderia ser um
negócio bastante rentável. Determinado a investir no segmento, começou comprando tudo quanto era ovelha que aparecia na frente até chegar ao número de 1.200 matrizes em 1999. Com um mercado cada vez mais exigente por um tamanho de carcaça e idade ideais, ele percebeu que ficava difícil manter o confinamento naquele momento, por conta da falta de compradores (indústria) para a carne produzida. Foi então que resolveu mudar o foco e apostar na criação de genética. A opção pelo Texel se deu por ele já criar seu rebanho à base de braquiárias e já ter cruzas com essa raça. As matrizes cruzadas se mostram resistentes à braquiária, além de ter uma padronização que o impressionou na cruza com outras raças. Em 2001 veio outra decisão: Fábio Mori começou a trocar o rebanho cruzado pelo rebanho puro, e de lá em diante não parou mais. “Escolhi um mercado de animais puros,
porém rústicos. Pensando nas experiências que tive na própria criação, vi que a minha necessidade era por animais resistentes e que trabalhavam a campo. Fui então contra a maré daquele momento da ovinocultura, onde tudo estava voltado para os grandes investimentos em genética e as amostras das pistas de julgamento”, lembra.
Manejo é o arroz com feijão bem feito O ano de 2006 marcou uma virada no foco da atividade na criação de Texel. Fábio Mori conta que naquele ano se mudou para a Fazenda São Bento, uma propriedade que pertence à família desde a década de 50, localizada na cidade de Nova Andradina, Mato Grosso do Sul. Na fazenda de 3 mil hectares, dos quais 2 mil são destinados ao plantio de cana de açúcar e o restante dividido entre ovinos, gado de corte e vacas leiteiras, Mori instalou a afamada Cabanha do Vermeio para o trabalho exclusivo com os ovinos. Sua missão era produzir um Texel com maior rusticidade para grandes rebanhos. Se a empreitada desse certo, isso lhe renderia um aumento na média de reprodutores por venda. E foi o que aconteceu, tanto que hoje a Cabanha do Vermeio trabalha apenas com animais puros, sobrando eventualmente fêmeas de outras raças para venda. Fábio Mori explica que a criação de seus animais é feita de modo extensivo permanente, ou seja, os animais dormem soltos e só vão para o confinamento no período de ataque de onças. A prática se mantém até ser feito o controle na época da estação de monta. Após o parto,
a ovelha e o cordeiro ficam confinados por um período médio de 90 dias, que coincide com o período de escassez de forragem ou a seca, e depois nos meses de outubro e novembro, retornam a campo com seus cordeiros. “Após esse período, geralmente num prazo médio de 30 dias, eu começo o desmame seletivo por peso e desenvolvimento. Esses cordeiros continuam a campo, porém, recebem 0.5% de peso vivo/dia de ração, até completarem dez meses, que é quando realizamos a seleção do que fica para venda como reprodutor e o animal que não serve para reproduzir. Neste caso, enviamos para o abate ou até antes dessa idade, caso já apresente algum defeito morfológico de nascença ou adquirido”, conta. Na Cabanha do Vermeio, o período de monta se inicia com a inseminação a fresco na maioria das matrizes, sendo feito posteriormente o repasse com os mesmos animais que eles usam o sêmen. O repasse se dá numa média de 70 a 90 dias de acordo com o retorno do cio das ovelhas. A partir daí voltam a realizar uma pequena monta no final do mês de junho, para animais que por algum motivo retornaram ao cio.
“Meu resultado era a venda de animais puros rústicos em baias dentro das exposições, no qual me encontro até hoje. De vez em quando ainda participo de leilões, mas, na maioria das vezes, fico todos os dias no recinto esperando pelo cliente”. Maio /Junho | 2017 49
Com sua Amarok ele garante a entrega aos compradores
Fábio com a esposa Paloma Oliveira Landin e sua filha, Maria valentina Landin Mori
Rebanho minuciosamente selecionado Uma das etapas mais importantes no processo de manejo da cabanha é a pressão de seleção. Fábio Mori diz que a seleção de seu rebanho Texel não está relacionada à idade, mas sim a índices reprodutivos. Segundo ele, se a ovelha parir um cordeiro sadio e com bom desenvolvimento na desmama, esse animal será separado para a próxima monta. As ovelhas que eventualmente não produzirem durante o ano serão avaliadas pela idade para verificar se trata de primeira cria. Caso seja uma ovelha mais velha, ela será descartada para abate. O criador diz que se a ovelha for de primeira cria, pode ser dada a ela uma segunda chance, no caso de ser um animal com bom potencial produtivo. Ainda assim, na maioria das vezes as ovelhas são vendidas para o abate.
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“Meu rebanho não é muito grande, porém cresceu por conta da pressão de seleção que faço há 15 anos, mantendo somente ovelhas produtivas”, conta. O cuidado com o rebanho também está presente na hora de identificar e tratar patologias próprias dos ovinos. A verificação de incidência de verminose é feita de forma seletiva, pelo método famacha. No entanto, o criador relata que costuma fazer dosificações estratégicas em períodos específicos de início de estação de monta e no terço final de gestação. Para isso, são usadas vacinas de clostridioses, tétano, raiva e pasteurella nos animais. Outro detalhe específico do criatório é em relação à alimentação. O criador revela que, como costuma dar braquiária ao rebanho, e essa fonte não tem muita proteína, o complemento da alimentação é feito com sal mineral energético e proteico de baixo consumo para o ano todo.
A iniciativa visa compensar a deficiência de proteína das pastagens mais antigas. “Posso dizer que o diferencial dos meus animais hoje é que eles têm gerações nascidas no calor e nos campos com braquiárias. Nossos animais não são tão grandes, porém são muito resistentes,” garante.
Venda de reprodutores num mercado em crescimento “Graças a Deus hoje me considero um dos maiores vendedores de reprodutores Texel do Brasil, e com certeza o maior do Centro-Oeste”. A afirmação pode parecer exagerada, porém Fábio Mori acredita que não é nenhuma falta de modéstia de sua parte. Após dez anos de trabalho, ele diz que já não consegue produzir todos os animais que vende por conta do mercado em franco crescimento. Para suprir esse gargalo,
“No ano passado fizemos 18 exposições e comercializamos mais de 600 animais puros entre machos e fêmeas. Na sua grande maioria em feiras do Mato Grosso do Sul e algumas vezes em Mato Grosso e São Paulo”. apoia-se na vantagem de poder contar com parceiros importantes na raça, que lhe dão cobertura e fornecem animais em parceria. Cerca de 80% dos ovinos comercializados pela Cabanha do Vermeio são nascidos na própria fazenda, e mesmo assim o rebanho não cresce o suficiente para dar conta da demanda desse setor. A clientela do ovinocultor é formada em 90% por fazendeiros e agricultores que vão atrás de um bom reprodutor visando a melhora do rebanho para o consumo da fazenda ou da família. Fábio diz que vende muito pouco para produtores de cordeiros que visam abastecer a indústria. O motivo, segundo ele, é que o consumo de cordeiros nas propriedades do Centro-Oeste brasileiro é muito grande, e que nas exposições agropecuárias na qual participa - em sua maioria no Mato Grosso do Sul - é possível encontrar muita carne de ovino nos stands. “Hoje em dia vendemos uma média de 250 reprodutores por ano, na sua maioria nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e uma pequena parte no estado de São Paulo. Para as fêmeas, nós também temos um ótimo mercado e conseguimos nos manter vendendo durante o ano todo”, relata.
Entrega exclusiva é a alma do negócio Cerca de 80% das vendas realizadas pela Cabanha do Vermeio são entregues pelo próprio Fábio Mori, incluindo
as vendas em exposições. O motivo é simples: com a entrega por conta ele se previne da ocorrência de lesões e stress nos animais, evitando assim trocas futuras por danos adquiridos ao produto. O transporte da mercadoria viva é feita em duas camionetes Volkswagen Amarok, equipadas com gaiola e trailer específico para o transporte de ovinos. Fábio Mori não revela o quanto fatura por reprodutor vendido, porém diz que o custo total com transporte fica por volta de R$ 60 a R$ 80 por cabeça. Esse custo é absorvido por ele e na média do ano todo é diluído nas despesas bruta da fazenda. “Me orgulho muito disso, mas tenho um custo muito alto para manter essa estrutura, pois a maioria das vendas que faço eu mesmo levo os animais sem qualquer custo para o cliente. Na verdade, criei uma facilidade de comercialização, antes muito dificultosa, pelo fato deles (os clientes) não estarem preparados para transportar esses animais e também pelo custo do frete por animal ser muito caro”, relata. Além da dificuldade pela absorção do custo com o transporte, outro ponto que lhe tira o sono está ligado diretamente à mão de obra no dia a dia da cabanha. Segundo Fábio Mori, esse é hoje o principal gargalo da atividade. Ele diz que, apesar das vendas estarem crescendo, não consegue aumentar o rebanho e atender à demanda por falta de gente especializada para trabalhar com ovinos.
Hoje a Cabanha do Vermeio conta com apenas dois funcionários que lidam direto com o rebanho, além de um motorista. Como homem à frente dos negócios, Fábio Mori tem funções específicas no dia a dia, porém passa a maior parte do tempo nas exposições em que leva seus animais. “Por conta disso, ao longo desse tempo criei um laço de confiança e amizade com a maioria dos clientes de várias regiões do País. Essa foi a receita para que a Cabanha do Vermeio tivesse cada vez mais sucesso: a confiança do cliente de poder comprar e também reclamar direto com o proprietário”, finaliza ele.
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NOSSA GENTE
por Redação Fotos: Divulgação
PAULO HORTO Um mestre dos leilões Empreendedor de sucesso, no comando da Programa Leilões ele se tornou uma estrela dos remates
O
momento pode até parecer difícil, mas para ele não. Dentro da pista, Paulo Horto não dispensa o show dos grandes negócios. Os remates da Programa Leilões, empresa que comanda com dedicação e profissionalismo há quase 30 anos, são sinônimo de alta qualidade em todos os seus detalhes. Desde os mais experientes leiloeiros até a mais qualificada plateia, seja ela presente ou virtual. Por trabalhar sempre com gado de ponta, a empresa tem em sua lista de clientes fiéis os maiores pecuaristas do Brasil. E para quem pensa que este é um negócio de vaidades, voltados exclusivamente ao público da pecuária,
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engana-se. Os resultados alcançados por Paulo Horto atraíram novos empreendedores de várias áreas, como médicos, artistas, cantores sertanejos, pequenos criadores e empresários. São investidores do agronegócio que impulsionam o país e que estão fora das estatísticas desanimadoras da crise. Porém, o crescimento da empresa não o afastou de suas grandes paixões: o contato próximo com as vendas, os recintos e a criação de gado. Paulo Horto conhece as famílias, a qualidade dos animais e percorre sempre frenético pela pista, sabendo para quem deve vender e quem pode para levar adiante o potencial genético ofertado nos leilões. Além de tudo isso, ele ainda é consi-
derado um pioneiro no ramo de leilões televisionados. A Programa Leilões fez a sua primeira transmissão ao vivo para todo o país no início da década de 90, e de lá para cá os remates nunca mais foram os mesmos. Sua carreira, no entanto, começou há 32 anos, quando ele ainda atuava como pisteiro, brigando pelos melhores lances no meio do pregão e chamando atenção para cada oferta. Os anos de estrada não lhe tiraram o entusiasmo e a vontade de vencer. Vibrante em seus remates, Paulo Horto é capaz de abanar lenços, guardanapos e envolver a equipe em um clima quase fantástico de emoção. Não importa se o leilão é de elite em uma tradicional fazenda ou se é venda virtual de animais em grandes lotes.
A sede da Programa Leilões fica em Londrina, norte do Paraná. Porém seus negócios não têm fronteiras, sendo realizados a qualquer momento e em qualquer parte do país. Onde tem leilão e gado de qualidade, lá está Paulo Horto e seu verdadeiro show de vendas!
“Não sou só um vendedor, sou um criador, um apaixonado pelo que faço. A empresa é líder no ramo porque trabalhamos em plena sintonia... vibro com meus clientes e com minha equipe a cada vitória, e não fugimos dos problemas, enfrentamos com muita coragem e determinação”, garante o empresário. Como pioneira, pode-se dizer que a Programa Leilões ajudou a disseminar a boa genética pelo Brasil. Agora, o novo
desafio de Paulo Horto é se embrenhar pelas novas tecnologias com APPs e remates pela internet. Sua preocupação é não perder de vista a comunicação com as novas gerações que vêm ocupando o lugar dos pais e avós na pecuária. “Nós acreditamos também nesse espaço virtual. Perdemos com o contato direto da conversa e do café, mas ganhamos em agilidade nos novos locais virtuais de relacionamento”, pondera.
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TRANSPORTE E LOGÍSTICA
por Geasi Oliveira de Souza* Fotos: Divulgação e Shutterstock
Qual o caminhão certo?
*Geasi Oliveira de Souza é vicepresidente de especialidades do Agronegócio na NTC&Logística
A
Parte da geração E o menor custo ope de combustível - q o custo de manute
Seja na cidade, seja para quem busca ro
Com ele, você tem muito mais entrega
Acesse o site da Ive
Novo Iveco Vertis H de não parar de evo
NTC LOGÍSTICA
decisão de realizar um nanciamentos, juros, prazo, inflação que COMO O PRODUTOR PODE ESCOLHER O CAMINHÃO CERTO PARA ESCOAR A irãoSUA refletir diretamente nos indicadores investimento em um(s) COM PRODUÇÃO DE ACORDO NECESSIDADE OPERACIONAL? e q u i pa m e n to ( s ) d e utilizados nas correções de operações de Por Geasi Oliveira de Souza transporte é um ponto valores de crédito no momento da nee contratação deequipamento operação de(s) de estratégico para de qualA decisão realizar gociação um investimento em um (s) quer organização do setor de agronegócio, financiamento. transportes é um ponto estratégico para qualquer organização do setor de agronegócio, do Ao seurealizar tamanhoum ou da cadeia produtiva onde a empr investimento, o emindependente do seu tamanho ouindependente da cadeia esteja atuando. Para minimizar os impactos, alguns pontos devem ser produtiva onde a empresa esteja atuando. presário deve avaliar os custos agrega-avaliados n momento da escolha por qual tipo de ativo de transportes que será escolhido no Para minimizar os impactos, alguns pontos dos, estes componentes de custos deda compra. devem ser avaliados no momento da escolha vem ser divididos emsempre dois grupos (fixos O cenário macroeconômico em nosso país foi tema de discussão n da tomada de decisão do empresário. Infelizmente as incertezas polític por qual tipo de ativomomento de transportes que será os itens denominados fixos e variáveis): geram impactos no setor econômico com reflexos dir escolhido no ato daagravadas compra. nos últimos anos são aqueles gerados independentemente em taxas de câmbio, financiamentos, juros, prazo, inflação que irão refletir O cenário macroeconômico em nos- do volume que o ativo de transporte será diretamente nos indicadores utilizados nas correções de operações de valores de so país sempre foi temanode discussão utilizado; já os custosde variáveis estão recrédito momento da negociação e contratação operação de financiamento lacionados diretamente operação e a agregado no momento da tomadaAoderealizar decisão umdo investimento o empresário deve àavaliar os custos estes componentes de custos devem ser divididos emde dois grupos (fixos empresário. Infelizmente as incertezas sua variação ocorrerá acordo com o e variáve itens denominados fixos são aqueles gerados independentemente do políticas agravadas nos últimos anos ge- volume de utilização. Estes dados podemvolume que ativo de transporte será utilizado; já os custos variáveis estão relacionados ram impactos no diretamente setor econômico com e a ser compreendidos a partir à operação sua facilmente variação ocorrerá de acordo com o volume de reflexos diretos em taxas de câmbio, daser Tabela 1. utilização. Estes dadosfipodem facilmente compreendidos a partir da Tabela 1 Na Tabela 1
Como o produtor pode escolher o caminhão certo para escoar a produção de acordo com sua necessidade operacional?
O Novo Iveco Ver cada vez mais.
Perfeito para o dia e resistente.
CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIÁVEIS
SALÁRIO DO MOTORISTA
COMBUSTÍVEL
ENCARGOS SOCIAIS (MÉDIA 78,6 % SOBRE VALOR SALÁRIO)
MANUTENÇÃO DO VEÍCULO
DEPRECIAÇÃO DO VEÍCULO - DESCONTAR O VALOR DO RESIDUAL
PNEUS/CÂMARAS/RECAPAGENS
RENTABILIDADE DO CAPITAL APLICADO
BORRACHARIA
SERVIÇOS DE RASTREAMENTO
LAVAGEM
SEGURO DO VEÍCULO (Riscos: acidentes e roubos)
LUBRIFICAÇÃO
IPVA / LICENCIAMENTO / DPVAT / RNTRC Tabela 1 – Componente de custos do TRC Fonte: Menezes (2016)
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No momento de escolher o tipo e a capacidade de carga de um ativo de transpor empresário deve avaliar o cenário atual da sua operação, bem como as perspecti
Na Tabela 2
nítida a variação de custos. Dos custos operacionais a base do estudo serão os componentes apresentados na Tabela 1. Na Tabela 2, apresentamos uma avaliação de veículos, carga e o custo total a ser desembolsado com o atendimento da demanda de transporte simulada. VEÍCULOS
Três Eixos
Cinco Eixos
Sete Eixos
KM PERCORRIDO/MÊS
7.000
7.000
7.000
KM PERCORRIDO/VIAGEM
300
300
300
VOLUME MOVIMENTADO MÊS
350
350
350
CAPACIDADE DE CARGA DO VEÍCULO (TONELADAS)
15
26
38
VALOR VEÍCULO + EQUIPAMENTOS
R$543.000,00
R$436.000,00
R$245.000,00
TOTAL DOS CUSTOS FIXOS MENSAIS
R$9.282,00
R$13.797,00
R$15.613,00
CUSTOS VARIÁVEIS
R$6.473,33
R$6.183,33
R$5.953,33
VALOR DO CUSTO FIXO POR KM
R$1,2472
R$1,9344
R$2,4297
VALOR DO CUSTO VARIÁVEL POR KM
R$1,3260
R$1,9710
R$2,2304
TOTAL DO CUSTO POR KM
R$2,5732
R$3,9054
R$4,6601
KM A SER PERCORRIDO PARA TRANSPORTAR LOTE (KM)
7.000
4.038
2.763
CUSTO DE TRANSPORTES PARA LOTE SIMULADO
R$18.012,40
R$15.771,81
R$12.876,67
A partir da identificação destes custos operacionais do transporte rodoviário de CUSTO/TON DE TRANSPORTES PARA LOTE SIMULADO R$51,46 R$45,06 R$36,79 cargas (TRC), a tomada de decisão fica OCUPAÇÃO DO VEÍCULO AO LONGO DO MÊS 100% 58% 39% mais fácil, entretanto, vale ressaltar que IMPORTANTE: Os custos acima NÃO englobam despesas administrativas, impostos e margem de lucro. deve ser feita ainda uma análise do ponto A partir da identificação destes custos operacionais do transporte rodoviário de No momento de escolher o tipo e a transporte suficiente no momento da de equilíbrio comparando-se a utilização cargas (TRC), a tomada de decisão fica mais fácil, entretanto, vale ressaltar que deve capacidade ser de feita carga deuma um análise ativo de demanda, gerando prejuízosaou atrasosde de veículo próprio ou de terceiros (pagaainda do ponto de equilíbrio comparando-se utilização próprio ou de terceiros de um transportador terceirizado transporte, oveículo empresário deve avaliar (pagamento no atendimento de solicitações e conse-pela mento de um transportador terceirizado prestação de serviços). E, a decisão também deve levar em consideração outros o cenário atual da sua operação, bem quente perdas econômicas. pela prestação de serviços). E, a decisão aspectos: o nível de serviço desejado, a qualidade do serviço prestado, a sazonalidade como as perspectivas futuras de merA formação do custo operacional também deve levar em consideração cado (aumento do volume de produção, apresenta previsibilidade e é fácil de ser outros aspectos: o nível de serviço deaumento de área cultivada, novas cul- obtida. Como apoio aos nossos leitores, sejado, a qualidade do serviço prestado, turas que poderão ser incrementadas será exposto três cenários com veículos a sazonalidade do agronegócio, a oferou desenvolvidas, visando adequações dotados de capacidades de transpor- ta de serviços de transporte na região no ativo, bem como nos equipamentos te diferente entre eles, o volume a ser no momento da colheita, a inflação de de transportes, tais como: carrocerias, transportado será o mesmo, a partir da demanda que gera aumento do frete de plataformas, guindastes, equipamen- formação do custo por km teremos de terceiros, a flexibilidade que se tem no tos de rastreamento). Estes temas irão forma nítida a variação de custos. Dos prazo de entrega, entre outros. servir como fator decisivo na escolha, custos operacionais a base do estudo Com relação à capacidade de transevitando maiores custos pela ociosida- serão os componentes apresentados porte, a utilização de veículos próprios de ou a falta de capacidade de trans- na Tabela 1. dá maior segurança ao gestor garantindo porte, o que irá ocasionar o não atenNa Tabela 2, apresentamos uma ava- a continuidade das operações de transdimento das operações e trará reflexo liação de veículos, carga e o custo total portes, mas, neste caso, a chance de ter direto no aumento de custos gerados a a ser desembolsado com o atendimento mais ociosidade é maior e, portanto, de partir de contratações de terceiros para da demanda de transporte simulada. ter custos mais altos. atendimento das operações logísticas. Além das definições de custos, devemos avaliar outros fatores que são peculiares ao setor do agronegócio: a sazonalidade das operações com a utilização máxima do ativo em determinados períodos e baixa ocupação em momento inverso, além do fator que denominado de nível de serviço, que é o atendimento da solicitação no momento exato, ponto que pode ser prejudicado quando utilizamos transportadores terceirizados que podem não disponibilizar capacidade de
Maio /Junho | 2017 55
MÁQUINAS
por Redação Fotos: Divulgação
AS INOVAÇÕES DO NOVO VW TIGUAN
O novo Tiguan, que chega ao Brasil no ano que vem, tem pouca coisa em comum com o utilitário-esportivo que está nas lojas do País atualmente. Basicamente, manteve-se o motor (2.0 turbo de injeção direta a gasolina), o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas (DSG) e a tração integral (4 Motion). De resto, é outro carro. Visto de fora, o Tiguan de segunda geração exibe linhas mais retas, presentes não apenas nos vincos laterais da carroceria como também nas lanternas, nos faróis (tudo de LED) e na grade. O novo modelo, que utiliza plataforma modular MQB (a mesma do Golf), cresceu 7,7 cm na distância entre os eixos (foi para 2,68 metros) e 6 cm no comprimento (4,49 metros). O resultado prático reflete no aumento do porta-malas, que foi de 470 para 615 litros. O que já era bom, ficou ainda melhor!
TRAMONTINA LANÇA NOVAS SOLUÇÕES PARA AGRICULTURA E JARDINAGEM A Tramontina apresentou durante a Agrishow 2017 sua linha completa de veículos elétricos, além de trazer inovações em cortadores de grama, aparadores e carrinhos de mão. A família de equipamentos dirigíveis cresceu e agora traz a linha de utilitários elétricos “Elettro”. Versáteis, os veículos servem ao transporte de cargas - e surgem como uma solução logística para depósitos, empresas, shoppings, condomínios, hotéis e campos esportivos. Silenciosos, leves e fáceis de dirigir, eles funcionam com baterias que podem ser recarregadas em qualquer rede elétrica (127 V ou 220 V). CASE APRESENTA TRATOR AUTÔNOMO NA AGRISHOW 2017 A Case, seguindo uma tendência mundial por veículos que funcionem sem a necessidade de um condutor, apresentou, durante a Agrishow 2017, seu protótipo de trator autônomo, a Case IH. Baseado no modelo Magnum, porém sem cabine, mas com um visual arrojado, o trator-conceito autônomo usa como referência a tecnologia de agricultura de precisão para se movimentar. Isso permite ao modelo ser capaz de executar, no campo, as mesmas tarefas de um trator comum. O comando da máquina é feito por meio de um mapa de trabalho no qual o trator "segue" o plano traçado sem a necessidade de um operador para executar as manobras.
BMW SÉRIE 5 CHEGA AO BRASIL COM MOTORES DE 250 E 460 CAVALOS A BMW anunciou em março a chegada do novo Série 5 ao Brasil, em sua 7ª geração. O sedã foi totalmente renovado e ganhou tecnologias e luxos do irmão maior, o Série 7, como faróis adaptativos de LED, assistências de direção para evitar acidentes e central multimídia com controle por gestos. De 0 a 210 km/h, o novo Série 5 pode fazer quase tudo sozinho, desde acelerar, frear e acionar o volante, se desejado pelo motorista. A nova estrutura permitiu distribuição de peso de 50% na frente e 50% na traseira. Os motores vêm com opções que vão desde um 2.0 turbo de 4 cilindros, com 252 cavalos de potência (530i M Sport: R$ 314.950), até o esportivo V8 turbo de 4.4 litros, com 462 cv (540i M Sport: R$ 399.950).
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AGENDA LEILÕES
AGENDA PROGRAMA LEILÕES Julho DATA LEILÃO
TRANSMISSÃO
LOCAL
HORÁRIO
1-jul FAZENDA BRUMADO 2-jul PROGRAMA DO LEITE BASA 2-jul TOUROS NELORE JMP 3-jul VIRTUAL BRAHMAN CANAÃ 4-jul VIRTUAL OURO FINO 6-jul NOITE DO NELORE COLONIAL 6-jul VIRTUAL MEGA GIROLANDO FAZ. UBERABA 7-jun LEILÃO DE CORTE MAFRA 8-jul TOUROS MAFRA 9-jul VISIONÁRIOS DO CENTRO-OESTE 10-jul VIRTUAL NELORE COLORADO 11-jul VIRTUAL BRAHMAN VITÓRIA 13-jul VIRTUAL TOUROS JRS SENEPOL 15-jul MEGA TOUROS EAO 16-jul MEGA TOUROS EAO 17-jul VIRTUAL MARCA LI 18-jul VIRTUAL TOUROS HVP 19-jul VIRTUAL CAVALO ARABE HVP 19-jul VIRTUAL BRAHMAN DAS GERAIS 20-jul VIRTUAL AGROPECUARIA NRED 21-jul NELORE HERINGER 21-jul DIVAS DO SENEPOL 22-jul LEILÃO ELITE SABIÁ 23-jul NELORE MOCHO CV 23-jul VIRTUAL TOUROS J GALERA 23-jul VIRTUAL CABANHA VALENTE 24-jul VIRTUAL TOUROS LEMGRUBER 24-jul VIRTUAL SÊMEN APOIO GENÉTICA 25-jul VIRTUAL TOUROS CVVR 26-jul VIRTUAL TOUROS FAZENDA FORTALEZA 27-jul TOUROS E MATRIZES SENEPOL MAC 29-jul TOUROS E MATRIZES CHICO PAULICÉIA 29-jul VIRTUAL ELITE GUADALUPE 29-jul NELORE ELISA E BBR 30-jul PROGRAMA DO LEITE GIR BELAS ARTES 30-jul VIRTUAL ELITE GUADALUPE 31-jul VIRTUAL ELITE GUADALUPE
CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL REMATE WEB CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL REMATE WEB CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL
BARRETOS - SP VIRTUAL CAMPO GRANDE - MS VIRTUAL VIRTUAL MONTES CLAROS - MG VIRTUAL REDENÇÃO - PA REDENÇÃO - PA CAMPOS DE JULIO - MT VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL EXP. ARAÇATUBA ITAGIBÁ - BA ITAGIBÁ - BA VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL SÍTIO DO MUTUM - MUTUM - MG CAMPO GRANDE - MS CAPITÓLIO - MG PAULINEA - SP VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL RONDONÓPOLIS - MT VIRTUAL RIACHINHO - MG VIRTUAL VIRTUAL VIRTUAL
14:00 10:00 14:00 21:00 21:00 21:00 21:00 21:00 14:00 14:00 21:00 21:00 21:00 12:30 12:30 21:00 21:00 21:00 21:00 21:00 14:00 21:00 14:00 14:00 14:00 10:00 21:00 21:00 21:00 21:00 21:00 14:00 14:00 21:00 10:00 14:00 21:00
Agosto DATA LEILÃO
TRANSMISSÃO
1-ago TOUROS VRC 4-ago LINCE & CANAÃ 4-ago GIROLANDO LINS 5-ago FSL ANGUS ITU 5-ago GIROLANDO GRUPO FIORE 5-ago MEGA TOUROS GENÉTICA ADITIVA 6-ago TOUROS DOURADO PAULICÉIA 6-ago TOUROS TERRA GRANDE 6-ago AGROPECUARIA 2L 7-ago SÊMEN GUZERÁ IT 7-ago GIROLANDO CALCIOLÂNDIA 8-ago VIRTUAL BOSMARA FAZENDA SANTA JOANA 9-ago BRAFORD TROPICAL 10-ago BRANGUS GUAPIARA 12-ago TABAPUÃ GRUPO D.A.G.A AGRONEGÓCIOS 12-ago LIQUIDAÇÃO WESLEY LOUSADA 13-ago REPRODUTORES E MATRIZES RIMA 14-ago MATRIZES AVALIADAS VERA CRUZ 15-ago VIRTUAL TOUROS MAFRA 17-ago VIRTUAL LIMOEIRO AGROPECUARIA 17-ago CIA DE MELHORAMENTO 18-ago NOVA GERAÇÃO ALTA MOGIANA 19-ago EMBRIÕES CONGELADOS MATINHA 19-ago ANUAL CARPA 20-ago MEGATOUROS MATINHA 21-ago LEILÃO BRANDAMUNDO 21-ago BOI COM BULA 22-ago GENETICA PROVADA 22-ago VIRUAL TOUROS TABAPUÃ 23-ago LEILÃO RESERVA 24-ago PRODUÇÃO AGRO MARIPÁ 25-ago MATRIZES PREMIUM COLONIAL 26-ago TOUROS MELHORADORES COLONIAL 26-ago LEILÃO FAZENDA ELDORADO 27-ago NELORE AGUA FRIA 29-ago SÊMEN APOIO GENETICA
CANAL RURAL CANAL RURAL TERRA VIVA CANAL RURAL TERRA VIVA CANAL DO BOI SEM TRANSMISSÃO CANAL DO BOI CANAL RURAL REMATE WEB CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL TERRA VIVA CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL RURAL CANAL DO BOI TERRA VIVA CANAL DO BOI CANAL RURAL TERRA VIVA CANAL RURAL CANAL DO BOI CANAL DO BOI CANAL RURAL AGRO CANAL REMATE WEB
LOCAL
HORÁRIO
VIRTUAL 21:00 SANTA CLARA ECO RESORT - SÃO CARLOS 21:00 LINS - SP 21:00 BABY BEEF - SÃO PAULO 14:00 VENDA NOVA IMIGRANTE - ES 14:00 CAMPO GRANDE - MS 14:00 RONDONÓPOLIS - MT 14:00 PARAÍSO DO TOCANTINS - TO 14:00 VIRTUAL 14:00 VIRTUAL 21:00 VIRTUAL 21:00 VIRTUAL 21:00 RONDONÓPOLIS - MT 21:00 VIRTUAL 21:00 EDEA - GOIÁS 14:00 VIRTUAL 21:00 BURITIZEIRO - MG 14:00 VIRTUAL 21:00 VIRTUAL 21:00 VIRTUAL 21:00 CAMPO GRANDE - MS 21:00 RESTAURANTE BELO - RIBEIRÃO PRETO 21:00 VIRTUAL 21:00 SERRANA - SP 14:00 UBERABA - MG 14:00 HÍPICA SANTO AMARO - SP 21:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 21:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 21:00 VIRTUAL 21:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 21:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 14:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 21:00 EXPO GÉNETICA - UBERABA 14:00 PONTALINDA - SP 14:00 XINGUARA - PA 14:00 VIRTUAL 21:00
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AGENDA LEILONORTE LEILÕES JULHO 2º LEILÃO VIRTUAL ENCONTRO DAS MARCHAS DATA: 04/07 - 21 HORAS RAÇA: MANGALARGA MARCHADOR TRANSMISSÃO: CANAL TERRAVIVA 1º LEILÃO BERÇO DO ANGLO DATA: 08/07 - 19 HORAS RAÇA: ANGLONUBIANA LOCAL: CHÁCARA SÃO JOSÉ | SERTÂNIA-PE LEILÃO ON LINE REFERÊNCIAS DA MARCHA DATA: 17/07 RAÇA: MANGALARGA MARCHADOR SITE LEILONORTE (www.leilonorte.com)
AGOSTO LEILÃO VIRTUAL DORPER CAMPO VERDE DATA: 01/08/2017 RAÇA: DORPER E WHITE DORPER TRANSMISSÃO: WWW.LEILONORTE.COM IV LEILÃO VIRTUAL MARCHADOR DE PISTA DATA: 06/08 RAÇA: MAGALARGA MARCHADOR TRANSMISSÃO: CANAL TERRAVIVA 9º LEILÃO BALDE CHEIO DATA: 17/08 RAÇA: GIR E GIROLANDO PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE PARAGOMINAS - PA 7º LEILÃO AFRICANO DATA: 18/08 RAÇA: SANTA INÊS PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE SALVADOR - BA 3º LEILÃO 3 MARCAS DATA: 18/08 RAÇA: NELORE PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE PARAGOMINAS - PA 9º LEILÃO FAZENDA BOI BRANCO DATA: 19/08 RAÇA: NELORE CORTE PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE PARAGOMINAS - PA 18º LEILÃO PAU DA ROLA & AMIGOS DATA: 19/08 RAÇA: MANGALARGA MARCHADOR PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE SALVADOR - BA 1º LEILÃO QUALITY BOER BRASIL DATA: 22/08 RAÇA: BOER TRANSMISSÃO: WWW.LEILONORTE.COM LEILÃO VIRTUAL CAMPOLINA DAS MARIAS DATA: 24/08 TRANSMISSÃO: WWW.LEILONORTE.COM LEILÃO VIRTUAL HARAS BEIRA RIO E CONVIDADOS DATA: 28/08 RAÇA: MANGALARGA MARCHADOR TRANSMISSÃO: WWW.LEILONORTE.COM 1º SHOPPING ON-LINE CABANHA DESAFIO DORPER DATA: 15 A 31/08 RAÇA: DORPER SITE LEILONORTE
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GASTRONOMIA
Por: Simone Rubim Fotos: Divulgação
TARTAR de carne de porco Point paulistano no preparo da carne suína, a “Casa do Porco Bar” ensina uma de suas principais receitas de petiscos. Inspire-se... e bom apetite!!!
A
procura pelo porco perfeito fez com que o Chef de cozinha Jefferson Rueda viajasse o Brasil e o mundo. Foram muitos anos de pesquisa antes de encontrar o que para ele é o animal com as melhores características: o porco caipira de São José do Rio Pardo, cidade natal do chef. Esse é o único animal utilizado por Jefferson Rueda para o prato Porco San Zé, carro-chefe de seu restaurante, A Casa do Porco Bar, aberto no centro de São Paulo em outubro de 2015. Esse prato conta a história do porco à paraguaia, que entrou no Brasil com as tropas de Solano Lopes, durante a Guerra do Paraguai, pelo Rio Grande do Sul e foi adentrando pelo país, chegando ao interior de São Paulo, na cidade de São José do Rio Pardo, onde virou uma tradição em festas, aniversários e casamentos. Esses animais são criados soltos, por um pequeno grupo de produtores e abatidos, especialmente para o Chef, quando atingem por volta de 100 kg. A Casa do Porco Bar chega a assar e vender de 2 a 3 porcos inteiros por dia. A filosofia de Rueda e de seu aclamado restaurante, ganhador do prêmio Bib Gourmand, pela Guia Michelin Rio e São Paulo 2017, é usar o animal todo, do focinho ao rabo, em diversas preparações. No caso do San Zé, os porcos são desossados e marinados por um período de 7 horas e cozidos em uma churrasqueira especial por 8 horas antes de ser servido aos clientes. Um dos destaques da casa é a receita especial de Tartar de Carne de Porco que você vai conhecer agora.
Ingredientes: • 100 g de lombo suíno • 20 g de maionese de mostarda • Flor de sal a gosto • Pimenta-do-reino a gosto • 3 g de cebolinha francesa
• 10 g de cebola roxa • 4 unidades de torrada de pão de forma • Pó de cogumelo seco • Manteiga de tutano • Brotos e flores
Modo de preparo: A carne deve ficar secando por 10 dias em câmara resfriada. Após esses dias, cortar com uma faca bem pequena. Temperar com flor de sal, pimentado-reino, cebolinha, cebola roxa em brunoise e maionese de mostarda. A manteiga de tutano deve ser realizada da seguinte forma: derreter todo o tutano que já estiver pré-cozido.
Apoio:
Temperar com sal e pimenta e emulsionar com um fuet em banhomaria de gelo. Para montar o canapé, deve começar pela torrada, depois, colocar um pouco da maionese por baixo, em cima a carne já temperada, o pó de cogumelo polvilhado, as gotas de tutano e brotos e flores.
COOKTOP EM VIDRO TEMPERADO COM 5 QUEIMADORES
Com linhas retas, design diferenciado, queimador tripla chama para mais rapidez no cozimento e mesa em vidro temperado que une beleza e resistência. Exclusivo para uso doméstico.
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