Escola Secundária de Camões Agrupamento de Escolas das Laranjeiras Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais Edição N.º 3 Maio 2016
Estrela do cinema, do teatro e das novelas. Pág. 3 e 4 Estrela Novais é uma atriz portuguesa que participou em diversas telenovelas, filmes e peças de teatro. Desde 1990 que se dedica, primordialmente, à televisão. É, também, há vários anos, professora na Escola Secundária D. Pedro V, onde leciona a disciplina de Interpretação integrada no Curso Profissional Artes do Espetáculo/ Interpretação.
Ouvir a música em silêncio. Pág. 30 Nunca quebres o silêncio se não for para o melhorar já dizia o grande compositor Ludwig Beethoven. Foi o que aconteceu por toda a Escola Secundária de Camões.
Exposição Um pincel, uma tela e uma obra na ES António Damásio. Pág. 36 e 37
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EDITORIAL Já se sentem no ar os efeitos da Primavera. O ano letivo aproxima-se do fim. O Trívio chega agora ao número 3. Para nós, é tempo de balanço – como foi chegar até aqui? Será que a aventura vai continuar? Chegar aqui tem sido um caminho curioso: para as três pessoas que lançaram a ideia, tem sido a confirmação de que o projeto, sendo inovador, tem pernas para andar. Que se saiba, não há no país outro jornal escolar que abranja um universo tão vasto (onze escolas, do ensino pré-escolar ao secundário). O respeito de umas pelas outras possibilitou que a elaboração dos 3 números que saíram se desse sem confrontos nem quezílias, que desvirtuariam o espírito cooperativo que nos norteou. Tomámos a tarefa como um modo de aprendizagem e muitas coisas temos aprendido. Escolhemos o formato digital, pensando responder àquilo que é a tendência da atualidade e, ao mesmo tempo, agindo dentro dos princípios ecológicos do respeito pela natureza. O jornal está assim disponível a toda a comunidade educativa, desde os alunos na escola aos encarregados de educação, onde quer que estejam, mas não só, pois qualquer pessoa que aceda às páginas e blogues escolares tem acesso a ele. Falhas há muitas, com certeza. O caminho faz-se caminhando, alguém disse. E disse-o com muita razão, porque é no
decurso da feitura de cada número que vamos percebendo onde podemos melhorar um produto que se quer convidativo, atraente e desejável. Cremos que se nota essa melhoria, sobretudo a nível gráfico. A divulgação ainda não está no seu melhor, teremos de encontrar novas formas de fazer chegar a todos a notícia da chegada de cada novo número. Porém, tal como não se fazem omeletes sem ovos, não se faz um jornal sem colaboração. Para que o Trívio sobreviva precisamos do apoio das direções, do empenho dos professores, do entusiasmo dos alunos. Das direções, porque são elas que dão o aval ao projeto e têm meios de contribuir para o envolvimento das comunidades escolares, para que saibam que o projeto existe e é validado por quem orienta os destinos das escolas. Dos professores, porque são eles os que estão em contacto direto e estreito com os alunos, porque são eles a nossa ponte, porque podem aproveitar as matérias escolares para levar os seus alunos à produção de textos jornalísticos, que divulguem o que vão fazendo e aprendendo dia após dia. Dos alunos, porque o jornal é deles e para eles. São eles as estrelas que cremos ver brilhar neste firmamento, com os seus trabalhos, as suas ideias, as suas aprendizagens. A penosa verdade é que cada número
do Trívio tem sido um parto a ferros, com pouquíssimas colaborações de algumas escolas (basta olhar para o jornal para constatar isso mesmo). No entanto, em tempo de balanço, e porque é mais importante para nós falar de coisas boas, como gostamos das participações que nos foram sendo enviadas! Como agradecemos aos professores e a todos os alunos que nos ajudaram a cumprir o sonho de dar corpo a este projeto. As páginas do Trívio são bem a imagem de boas práticas e boas aprendizagens que vão acontecendo nas nossas escolas. Ninguém duvidará de que temos nos nossos universos escolares muitos motivos de orgulho. Muitos mais haverá, com certeza, só que não chegaram até nós para divulgação. Terminemos, que a prosa já vai longa. “Pelo sonho é que vamos” escreveu o poeta Sebastião da Gama. Se o homem não sonhasse e fosse perseverante, não tinha descoberto o fogo, não tinha inventado a roda… Também nós vamos perseverar e, cá estaremos no próximo ano letivo, para novos desafios e novos números do Trívio com muitas notícias das coisas bonitas que se fazem nas nossas escolas e salas de aula. Aos nossos alunos, desejamos sucesso, perseverança e muita vontade de colaborar cada vez mais com o seu jornal escolar.
ilusão de que temos algum tipo de controlo sobre o nosso futuro, saúde, relacionamentos…Porquê? Talvez esta noção de liberdade advenha da vontade humana de controlo próprio, para garantir que se mantém algum tipo de sanidade mental, ou talvez da necessidade inata que o ser humano tem de garantir poder e controlo sobre o ambiente e a sociedade que o rodeia… Não sei a resposta a esta pergunta em termos psicológicos, apenas me posso ou “quero” pronunciar sobre factos indubitáveis; sei o que a história me ensinou sobre a noção de liberdade. Estas minhas “vontades” que ao longo do texto são salientadas têm todas uma explicação: eu fui criada numa casa onde o mínimo exigido era a perfeição e na qual desde bebé era espe-
rado de mim uma racionalidade extrema e uma qualidade, em termos artísticos e lexicais, que nem certos adultos possuem … isto fez de mim uma perfecionista sem autoconfiança, que quando não consegue alcançar a vitória se castiga e se pune. Por outro lado, a educação que me foi dada garantiu-me qualidades que de outra forma eu não teria explorado, impulsionou-me a exceder qualquer tipo de expectativa, e garantiu-me que nunca sentiria satisfação proveniente destes feitos. Assim, caro leitor considero que dei uma resposta para qualquer argumento que possa ter, demonstrando-lhe que quer eu, quer a sua pessoa, somos fruto do contexto no qual nos enquadramos.
Lurdes Castanheira, PB da ES António Damásio
LIVRE ARBÍTRIO Se perguntarmos ao comum dos mortais a razão por detrás das suas ações, obteremos como resposta: “porque eu quis” ou “porque me apeteceu”. A meu ver ambas são falaciosas. A noção que desde cedo nos impõe de que temos liberdade para agir, discursar, pensar ou parecer… é fruto da tentativa de evitar revoltas entre as classes com menor poder de compra, garantindo, assim, uma permanência cómoda por parte “de quem manda”, ou seja, de quem domina a economia. Todas as nossas ações ou “decisões” são condicionadas, quer seja pela genética pessoal, quer seja pelo ambiente envolvente, ou pela parte cultural da qual fazemos parte, etc… A nossa personalidade é moldada por tudo e por todos sem que nos apercebamos. No entanto, mantemo-nos na
Catarina Pratas, nº 6, 11.º 7, ESDPV
FICHA TÉCNICA Conceção e implementação do projeto: Professoras bibliotecárias Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões). Coordenação do projeto: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida. Revisão de artigos: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida, docentes do grupo 300. Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Rodrigues, docentes de Informática da ES D. Pedro V. Periodicidade: um por período letivo Email: ligia.arruda@ael.edu.pt - teresasaborida@escamoes.pt - lurdes.castanheira@aeolivais.pt - jornaltrivio@gmail.com
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ESTRELA DO CINEMA, DO TEATRO E DAS NOVELAS A veterana atriz, Estrela Novais, nasceu na cidade do Porto a 13 de março de 1953. Já conta com 45 anos de carreira, já passou pelo mundo do teatro, do cinema e também da televisão. Antes de se tornar uma das mais ilustres atrizes portuguesas, viajou para Itália, onde estudou a arte da representação. Mais tarde, foi cofundadora e atriz residente da companhia de teatro Seiva Trupe, juntamente com António Reis e Júlio Cardoso. Por fim, decidiu partilhar com as novas gerações, a arte que já tinha plantada em si e que foi crescendo com os seus estudos e com a sua carreira. Estrela Novais, com a sua voz inconfundível no mundo do teatro e não só, decidiu seguir a via pedagógica. Graças a esta escolha, podemos contar, nos dias de hoje, com inúmeros atores e atrizes talentosos, que são excecionais graças a poderem ter contado com a atriz como sua mentora, nesta maravilhosa arte que é a representação! A entrevista foi realizada pelos alunos do 12.º 13 - Curso Profissional de Artes do Espetáculo, da Escola Secundária D. Pedro V. O que é que o teatro representa para si? EN - Uma vida! Foi a minha paixão desde criança, desde muito cedo, desde os 4 anos e é uma paixão, absolutamente. Existe uma paixão desde criança. Depois, aos 17 anos, fui logo para uma companhia profissional e desde aí nunca mais pare. A minha vida está ligada ao mundo artístico. começou aos 17 anos e eu tenho 62 anos, por isso fazendo as contas, já são 45 anos de carreira, é uma vida. Prefere Teatro ou Televisão? EN - Gosto de todas as formas de trabalho, portanto, agora não há, mas também houve teatro radiofónico, durante muitos anos. Muitos atores eram conhecidos pela sua voz, porque se ouvia muita rádio. Já havia televisão a preto e branco, mas pouca gente tinha televisão, era só nos cafés. Portanto, a rádio era a grande companhia das pessoas, principalmente das donas de casa, que ficavam com os filhos e, então, eu conhecia a voz do Rui de Carvalho e aos 8 anos já sabia quem era o Rui de Carvalho, a Eunice Munoz, a Lurdes Norberto, porque todos os dias, todas as semanas apresentavam obras diversas, como Os Maias, por exemplo, foi feito na rádio e eu cheguei a fazer teatro radiofónico. Em tudo o que se faz, no meu trabalho, na minha profissão, há sempre o receio de falhar. Eu sinto o mesmo nervosismo quando começo a gravar uma novela,
não são os primeiros episódios, são as primeiras cenas que se gravam, muitas vezes começamos pelo 5.º episódio, que são os exteriores que estão prontos, os decores ainda não estão e se falhamos ali a personagem, naquelas primeiras horas de gravação, pode fugir-nos. É a mesma sensação antes de entrar em palco que é o medo, uma ansiedade, o coração a bater, não sei se acontece com vocês. Claro que sim, mas com o tempo e com a idade ainda é mais, porque sabemos que do outro lado, ainda exigem mais de nós. Gosto de todas elas, televisão, teatro, mas há uma coisa que eu gosto muito de fazer: cinema. Fiz algum e gostei sempre de fazer cinema. Não existe muito em Portugal, infelizmente, mas houve muitas coproduções. Vinham franceses para cá, alemães, precisavam de atores portugueses por causa dos decores que são lindíssimos, naturalmente. Mas sim, fiz cinema português e gosto muito de cinema. O cinema apanha toda a verdade no olhar, em contenção, não precisa de grande texto, o rosto sobressai. Eu gosto muito de fazer cinema, gosto de fazer tudo, tudo. Gosto é de estar a trabalhar, isso é que é importante. Como concilia Estrela Novais professora, com Estrela Novais atriz? EN – Tenho que dizer que devo muito aos meus alunos por conciliar isso, porque acompanham, não precisam da professora, em muitos momentos em que eu estou muito ocupada, em que ando a correr de um lado para o outro, eles trabalham de forma autónoma, em todos os anos. Até na oficina de expressão dramática, eu lembro-me que, uma vez, estive quase 15 dias ausente na Régua e cheguei cá e as alunas tinham o texto sabido, tinham feito umas improvisações de marcações, quase estava pronto e eu devo isso aos meus alunos. Depois é preciso compensar aulas, quando falto, porque aqui não se pode faltar e, às vezes, fazemos horas noutros horários e os alunos têm sido generosos comigo e muito lhes devo! Também, muitas vezes, estou nos sítios a gravar e até já me gravaram a corrigir dossiês vossos no estúdio e passou na televisão. Era o da Jaqueline se não me engano, ia com aqueles sacos todos para o estúdio. Qual foi o momento mais marcante na sua carreira? EN -Foi quando recebi a bolsa…Foi a minha estreia em Bodas de Sangue de Federico Garcia Lorca, no Teatro Experimental do Porto, acho que isso é marcante…E foi a bolsa da Gulbenkian, para ir para Itália estudar. Porque só
ENTREVISTA havia uma e toda a gente tinha dito que seria difícil conseguir uma bolsa de teatro e aconteceu! Fui durante três anos bolseira da Gulbenkian o que muito me marcou a personalidade… Quando vamos para um país (e vocês um dia vão ter essa oportunidade com o Erasmus), não devemos ter medo porque é começar de novo: a comida é diferente, os mercados são diferentes, a cultura é diferente… é como nascer de novo! E lá como não nos conhecem se disserem que “tu és boa” é porque és boa, percebem? Julgo que sim. Temos uma curiosidade: porque é que quando uma turma sua está a apresentar uma peça, a professora opta por ir espreitando as atuações e não fica sentada a peça inteira? EN - Porque estou nervosíssima, sempre. Então, às vezes, só consigo ver um bocadinho … Estão quinze em cena e é como estivesse partida em quinze e depois estou atenta a tudo. É uma questão nervosa. É difícil ver um espetáculo do princípio ao fim, acho que nunca vi… Ah! Vi, vi, vi uma vez no D. Pedro V, na companhia do Carlos, o meu marido, lembro-me que até me sentei ao lado dele e tudo… Já contracenou com alguns dos seus alunos? EN -Já! Com o Ricardo Castro…Agora não me estou assim a recordar de mais… mas há mais. Sim, o Ricardo Castro deve ter por volta dos 37 anos. É um belíssimo ator e já contracenei com ele e gostei imenso. Ah! E houve uma russa que eu tive cá, bielorrussa, mais precisamente, fez novela comigo. Fui eu que indiquei o nome dela… Estava a lembrar-me que ainda há mais alunos, mas os nomes não me estão a ocorrer… Esta bielorrussa lembro-me perfeitamente, ela ainda andou um mês nessa novela Deixa que te leve? Não… Também era a música do Paulo Gonzo. Nunca me consigo lembrar do nome. Continua na pág. seguinte
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ESTRELA DO CINEMA, DO TEATRO E DAS NOVELAS
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universidade pública, em medicina, por exemplo, e está certo.
Dei-te quase tudo? EN - Dei-te quase tudo! E a menina depois despediu-se e uma senhora do guarda-roupa veio ter comigo e disse “Via-se que era sua aluna, a maneira como deixa a roupa no camarim” aqueles pequenos pormenores em que eu insisto, como o cuidado com o guarda-roupa, porque é essa a imagem que nós deixamos. Esquecemos, às vezes, que há muita gente à nossa volta. Eu cheguei a ver nos Morangos com Açúcar cuecas no chão, aquilo era o fim do mundo, entendem? Sabemos que estudou em Itália. Conte-nos como foi essa experiência. EN - Foi riquíssima em todos os aspetos, tantas vivências pessoais, fiz grandes amigos e amigas com os quais ainda hoje mantenho ligações. Foi conhecer uma nova língua, conhecer novos escritores, autores, grandes mestres que tive, não vou estar a dizer nomes, mas um deles que hoje é vivo que é o Dario foi Nobel da Literatura, foi meu mestre, grandes mestres, alguns, infelizmente, já morreram entretanto, mas ainda tive oportunidade de os apanhar. Eles é que me ensinaram, se calhar aquilo que eu vos transmito, o gosto pela leitura, o ler, o ler, a curiosidade. A curiosidade porque um ator tem de ser observador, ser curioso. É como as crianças quando são pequeninas: "o que é isto?”, "porquê?" e é isso que o adulto depois perde, quer mostrar que sabe e não sabe. Mas se continuar a perguntar "o que é isto?", "porquê?" às vezes, poderá saber mais do que muita gente que tem cursos. É aquilo que eu digo, hoje em dia qualquer pessoa pode ter um curso desde que tenha dinheiro, antes não se ia para a faculdade sem um mínimo de nota, o que acontece, ainda, na
Houve algum projeto que ainda não tenha conseguido concretizar? EN - Imensos... imensos... imensos... Mas pronto, os atores e as atrizes têm sempre uma paixão por um papel. E eu tive uma paixão que era pela Lady Macbeth, mas que se faz quando se tem 40 anos. E foi nessa altura que recebi um convite para a fazer. Realizada até por António Capelo. Mas não chegámos a um consenso... Não me arrependo, mas ficou-me atravessado, porque eu que tinha sempre sonhado em fazer aquele personagem, chegou na idade certa, na altura certa e por uma questão de valores económicos não chegámos a acordo. Mas pronto, isso é uma longa história, que até tem a ver com a companhia que eu fundei (Seiva Trupe) e eles queriam que eu fosse fazer. Depois o espetáculo até esteve aqui no Nacional (Teatro D. Maria II). Portanto, esse projeto ficou adiado, quer dizer, não ficou adiado porque já não posso fazer de Lady Macbeth, mas pronto. Muitos projetos. O projeto é estar sempre a trabalhar. É como uma vez me perguntaram: "O que é que pensa da reforma?". A reforma? Nunca tinha pensado nisso, um ator nunca pensa na reforma, quer dizer um ator não... Há sempre, como dizia a Elisabeth Taylor, há sempre um papel de bruxa para fazer, quer dizer quando ela tinha setenta, ou oitenta… Morreu muito velha, uma mulher lindíssima, uma diva. E ela disse que não pensava na reforma. Um ator tem sempre um papel. Há muitos projetos. Quem nos dera estar vivos, ter voz, andar, porque nós funcionamos com tudo. Saúde! O segredo é a saúde, não é? Para continuar. EN - É, é isso mesmo. Mas já devem ter sentido isso, que nos sentimos muito frágeis se, por exemplo, estamos roucos. Parece o fim do mundo. Se nos dói um dente… tudo interfere com um ator, é uma coisa terrível. Quantas vezes vamos doentes para cena. Não se pode estar. Metemos em risco um elenco inteiro. Tem algum lema de vida? Qual? EN - Viver. Viver, viver mesmo. É viver, não gosto de rotinas, e todos os dias faço um balanço do que é que foi importante para mim, o que é que não foi. Viver. Eu achei graça que há bocado estava ali no intervalo e telefonou-me uma colega minha, uma atriz que eu prezo muito, que é a Maria José Pascoal, a quem morreu recentemente o pai e telefonou-me e disse-me que estava em Fátima. Ela é muito
ENTREVISTA crente, portanto foi a Fátima, portanto isso é viver. Ela está a viver! Não ficou na mágoa de perder o pai e está a tentar reagir, entendem? Viver, porque a vida é tão bonita pelas pequenas coisas. Comoveu-me um livro da Eunice Muñoz em que ela fala da recente doença, da perda da sua maior riqueza que é a voz. A voz dela é inconfundível, mas na luta com oitenta e tal anos ainda quer outra intervenção, para conseguir lá chegar. Mas ela disse-me: teatro nunca mais. O teatro exige um esforço. Mas quer voltar a trabalhar e isso é viver. E descobriu, por exemplo, enquanto estava a atravessar este período tão difícil, já lá vão para aí dois anos que nas coisas mais simples está a vida. Um dia pôs-se a ouvir um pássaro a cantar numa árvore que era tão lindo. Lá está, outra lição de vida. Ela ainda vai fazer mais uma intervenção, ela quer recuperar uma corda vocal, pelo menos uma. Mas agora disseram-lhe que ela pode fazer mais uma e ela vai fazer. Já não precisa, já fez a sua carreira, já provou a todos do que é capaz. Mas nós, depois faz-nos falta trabalhar ou entramos numa depressão. Eu faço ideia de como ela estará. Aquela necessidade do público, de comunicar. Foi uma vida, ela faz isto desde criança.
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DEVERÁ A EUTANÁSIA SER LEGALIZADA EM PORTUGAL?
Neste ensaio, discute-se se a eutanásia deverá ser legal em Portugal ou não. A questão tem vindo a ser abordada recentemente através de debates nos meios de comunicação social e pelos políticos, no sentido de equacionar a liberalização/legalização da prática da eutanásia no nosso país. A decisão poderá passar pela discussão e votação na Assembleia da República ou, então, através de um referendo popular em que cada indivíduo com direito a voto responde com um sim ou com um não, ganhando a maioria. Estamos perante uma questão de valores da sociedade e por isso deverá ser extensa e exaustivamente debatida. A medicina tem vindo a evoluir a passos largos, em todas as suas vertentes, sendo que é hoje possível prolongar a vida em situações onde, antigamente, era impensável consegui-lo. Neste período de fim de vida, aos médicos é pedido uma intervenção muito delicada sobre os doentes na sua prática profissional. Prática esta que se caracteriza por uma medicina de acompanhamento (medicina paliativa), por oposição àquilo que é a medicina curativa. O principal objetivo da medicina de acompanhamento é o de potenciar o maior conforto e bem-estar (físico, psíquico e afetivo) ao doente que se encontra num estado de doença irreversível e que levará à sua morte. Todo o envolvente do cenário de morte e a situação em que o doente terminal se encontra, são condições que levantam maiores conflitos, levando em conta inúmeros princípios, às vezes antagónicos, no que se refere à preservação da vida e do alívio do sofrimento. Neste sentido, as decisões médicas no contexto de fim de vida, englobam um variado espectro de condições que poderão ir desde a utilização de medidas “heroicas” e desmesuradas, cujo objetivo é manter a vida, até ao extremo oposto, o homicídio sem qualquer suporte ético ou legal. Alguns dos problemas éticos que muito naturalmente
vão surgindo são, entre outros: Até quando deveremos prolongar o sofrimento? Quando deveremos deixar de tratar? Quando não reanimar? Deverá a eutanásia ser legalizada? Não será a qualidade de vida um parâmetro a ter em especial consideração? Não teremos todos o direito a uma morte digna, se assim o escolhermos? Como já referi, no contexto do fim de vida, sou a favor da legalização da eutanásia, sendo que apesar da importância inegável da medicina paliativa, nem sempre esta consegue evitar o sofrimento dos doentes, ou, quando o consegue, fá-lo à custa da perda, por parte do doente, daquilo que lhe é mais importante, a sua consciência e daquilo que o define enquanto pessoa (por exemplo, utilização de uma carga demasiado grande de fármacos que visam reduzir a dor, mas que levam a estados em que o doente está quase sempre a dormir ou a estados comatosos). O termo eutanásia, cujo significado é “boa morte”, baseado no ideal grego de uma vida feliz como uma vida conseguida, sendo que uma vida não o era autenticamente se não findasse numa morte também ela conseguida. Em 1985, foi proposto um conceito restrito pela State Commission on Euthanasia que se tornou generalizadamente aceite: “Pôr termo à vida de outra pessoa a seu pedido”. Esta é a verdadeira definição de eutanásia. No entanto, existem defensores de vários tipos de eutanásia: Direta/Indireta; Ativa/Passiva; Voluntária/Involuntária, mas que acabam por não ser, efetivamente, eutanásia: Eutanásia Direta – intenção e efeito direto do tratamento na morte do doente. Indireta – a morte do doente resulta de um efeito previsto, mas não intencionado de alívio sintomático de dor. Ativa – a morte resulta da administração de medicação letal. Passiva – A morte resulta da suspensão ou abstenção de tratamento de suporte à vida. Voluntária – A vida do doente é encurtada para satis-
fazer o seu desejo. Involuntária – A vida do doente é encurtada contrariando o seu desejo. Assim sendo teremos, teoricamente, vários tipos de eutanásia: a Eutanásia direta, ativa e voluntária – verdadeira definição de Eutanásia e por mim defendida. Eutanásia passiva e voluntária ou involuntária: corresponde a abstenção ou suspensão do tratamento de suporte de vida a pedido do doente ou não. Eutanásia indireta: corresponde a efeitos secundários de fármacos. Eutanásia ativa e involuntária: corresponde, na verdade, a homicídio, pois consiste em pôr fim à vida do doente sem este ter pedido e/ou sem o seu consentimento. Defendo, também que, caso o doente se encontre incapacitado de tomar as decisões sobre o curso do seu tratamento (por se encontrar em coma por exemplo), estas poderão ser tomadas pela pessoa legalmente autorizada e indicada para o fazer, mesmo relativamente a questões de fim de vida como a eutanásia (sendo que se pressupõe que essa pessoa – procurador de saúde - indicada nas diretivas antecipadas de vontade, pelo doente, será a mais capaz de tomar as decisões em concordância com aquilo que era/ seriam os seus pedidos se estivesse consciente). Defendo, também, que, se no seu testamento vital (que faz também parte das diretivas antecipadas de vontade) o doente expressar a vontade à prática de eutanásia, quando se encontrar irreversivelmente inconsciente, essa vontade seja levada a cabo. A ética médica rege-se por diversos princípios, nomeadamente: Princípio da Beneficência (estabelece uma obrigação moral de agir em benefício do doente e de forma a serem atendidos os interesses importantes e legítimos dos indivíduos), Princípio da Não Maleficência (há quem considere a Não Maleficência como a outra face da moeda da Beneficência, ou seja, como fazendo parte do princípio da Beneficência, por acharem que ao evitar o dano intencional o indivíduo já está, na realidade, visando o bem do outro, não sendo muitas vezes fácil traçar a respetiva divisão), Principio da Autonomia (o doente é livre de fazer as suas escolhas, tem esse direito) e Princípio da Justiça (tratar todos os doentes sem discriminação; prescreve a equidade na distribuição de bens e benefícios). Cont. na pág. seguinte
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DEVERÁ A EUTANÁSIA SER LEGALIZADA EM PORTUGAL? CONT.
O Juramento de Hipócrates baseia-se nas obrigações de Não Maleficência e Beneficência: "Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. Guardarei respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início, mesmo sob ameaça e não farei uso dos meus conhecimentos Médicos contra as leis da Humanidade.", sendo que, quem defende que jamais os médicos poderiam praticar a Eutanásia, evoca, exatamente, o Juramento pelo qual a sua atividade médica se rege. Como podemos nós, sabendo que o doente se encontra num estado incontrolável de sofrimento, esperando, tudo menos pacificamente a sua morte, alegar que somos contra a eutanásia, cujo objetivo é antecipar uma coisa que é certa, a morte, baseando-nos no facto de que estes dois princípios não estão a ser respeitados? Que bem pode trazer este estado ao doente, e que mal estamos nós a provocar-lhe se a morte, em si, é o que mais certo existe na vida do doente? Para os estudiosos da eutanásia, esta é uma prática tão antiga quanto o é a vida em sociedade. Já na Grécia antiga, Platão e Sócrates defendiam a tese da “morte serena”, a eliminação da própria vida para evitar mais sofrimento da pessoa doente (em estado de saúde de um quadro clínico incurável). Nesta linha, é hoje por muitos defendido, que a eutanásia é exactamente o caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal ou sem qualidade de vida. Sendo este um caminho consciente que reflete uma escolha informada; quem morre não perde o poder de ser dono de si e de preservar a sua dignidade até ao fim. São raciocínios que patroneiam a defesa da autonomia absoluta de cada um, alegando o direito à autodeterminação e, portanto, direito à escolha pela sua vida e, consequentemente, também pelo momento da sua morte. Assim, colocamos o interesse individual acima do da sociedade que, nas suas leis tenta proteger a vida a todo o custo. No fundo, a Eutanásia não defende a morte em si, mas antes a escolha pela mesma por parte de quem a entende como melhor opção.
A eutanásia é uma problemática endereçada pelas mais diversas disciplinas da Bioética, desde a medicina até à filosofia, sendo também um problema discutido pelos mais variados intervenientes da sociedade com as opiniões repartidas entre o sim e o não, no que toca à sua legalização em Portugal. A notoriedade na opinião pública, da Eutanásia, tem vindo a aumentar, desde a publicação de livros e artigos, aos debates televisivos. Na linha filosófica, penso que dois filósofos se destacam nesta temática: Singer, a favor, e Oderberg, contra, que critica os argumentos de Singer. Para justificar a sua posição a favor relativamente à Eutanásia, Singer, uma das figuras mais conhecidas da corrente Utilitarista, defende que o direito à integridade física está intrinsecamente ligado à qualidade de vida. Assim sendo, a eutanásia não desrespeita o direito moral à vida inerente a cada um, respeitando sim, a autonomia do indivíduo em continuar, ou não vivo. Neste sentido, a Eutanásia deverá ser legalizada e aprovada, visto que vai de encontro ao que é a autonomia e vontade do sujeito, que consente a sua morte (exercício da autonomia pessoal, visando reduzir um sofrimento insuportável e imutável). Argumentos estes com os quais concordo. Contrariando Singer, temos Oderberg, como já mencionei. Este defende, com base no facto de que o direito à vida é inalienável, que o exercício da autonomia nunca poderá ser feito escolhendo a morte e de que a autonomia pressupõe o bem humano. Afirma que, se o doente realmente compreendesse a sua situação, nunca faria uma escolha concordante com terminar a sua vida. Primeiro, não concordo que, sendo a vida o nosso bem mais valioso, não possamos ter sobre ela capacidade de decisão. Mais a mais, se a autonomia prevê o bem humano, a eutanásia enquanto supressão daquilo que é o sofrimento inerente ao estado do doente não pressupõe qualquer tipo de ‘”mal” ao doente. Um outro aspeto, relativamente ao direito inalienável à vida, não concordo que o decidir morrer profetize que renunciemos a esse direito. Independentemente das nossas escolhas, os direitos são nossos, são-nos como que intrínsecos, e escolher morrer não é renunciar ao direito à vida, mas sim a forma de exercer esse mesmo direito. Um outro filósofo cujos ideais são utilizados pelos que contrariam a legalização da eutanásia é Immanuel Kant. Na altura em que Kant escreveu os seus livros ou expôs as suas ideias, a problemática da eutanásia não era uma realidade. Efetivamente, o filósofo tem uma opinião sobre suicídio, não abor-
dando a temática da eutanásia. O que se tenta fazer, é extrapolar uma teórica posição de Kant em relação a esta temática utilizando os argumentos e fórmulas que ele expõe, não diretamente acerca deste assunto (logo aqui podemos apontar um erro, visto que estamos a considerar como argumento contra a eutanásia a posição de um homem cujos argumentos foram erigidos para sustentar outras teorias). Duas ideias utilizadas são Fórmulas da lei moral: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal ", " Age ‘de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca // simplesmente como meio..", que constituem as Fórmulas da lei universal e do fim em si. Sendo estas usadas para justificar que a eutanásia nunca poderia ser uma prática livre. No entanto, Kant também afirma que moral pressupõe um dado essencial, a liberdade, sendo que sem esta não se pode pensar na primeira. Diz, também, que a liberdade é caracterizada pela ausência de condicionantes externos, sendo o homem, enquanto ser moral, livre na sua tomada de decisões. Assim temos que: “Autonomia é pois o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda a natureza racional”. Assim sendo, apesar de se ao analisarmos algumas das teorias de Kant pudéssemos afirmar que ele estaria contra a eutanásia, podemos dizer, ao analisar a forma como ele aborda a liberdade e a autonomia que ele aceitaria tal prática. Realmente, neste caso em que é o próprio indivíduo a fazer a opção pela sua morte, Kant não consegue dar resposta ao problema, visto entrarem em conflito diferentes deveres (respeitar a autonomia, não matar…), situação não prevista por Kant. A Constituição da República Portuguesa proclama o princípio de que a vida humana é inviolável sendo a prática da Eutanásia proibida em Portugal. Um dos argumentos utilizados, para que isto assim se mantenha, é o facto de a sua legalização abrir a possibilidade de um alargamento da sua utilização, caracterizando o que é denominado de Slippery slope: em português, plano inclinado ou rampa inclinada. Cont. na pág. seguinte
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DEVERÁ A EUTANÁSIA SER LEGALIZADA EM PORTUGAL? CONT.
No entanto, basta analisarmos os casos da Suíça e da Holanda, onde a eutanásia foi legalizada para percebermos que se trata meramente de um problema hipotético, não concordante com aquilo que é a realidade. Efetivamente, e abordando a Holanda, que foi o primeiro país a legalizar esta prática, existe 2% de eutanásia, sendo este um valor estável, sem qualquer previsão estatística que possa prever uma subida. Um outro aspeto a ter em consideração é aquilo que pode ser designado por Princípio do Duplo Efeito, muito presente na prática médica. Aplica-se em contextos onde um médico, ao agir de determinada forma, prevê que produzirá um efeito benéfico e um efeito adverso. Este princípio pressupõe que o efeito adverso é meramente previsto, mas não pretendido (um médico ao administrar a sedação paliativa sabe que poderá encurtar a vida do doente, mas não é este o efeito que deseja atingir, mas sim o de aliviar os sintomas do doente). Ou seja, ao levar a cabo uma ação o agente considera que existe um efeito intencional – bom efeito – e um efeito não intencional – mau efeito. Não sendo isto considerado eutanásia nem constituída uma má prática médica ou ilegal. Apesar de a prática da eutanásia ser uma questão de convicções pessoais, a sociedade deverá estar muito bem informada sobre um tema tão complexo que tem que ser clarificado, pois, creio que mesmo o indivíduo mais instruído, se confrontado a título pessoal com a eminência do facto, ainda que legalizado, não deixará de ter as suas dúvidas e hesitações ou carregar esse “peso” na consciência até ao fim dos seus dias se tiver que a praticar em alguém. A grande questão que se coloca é se estaremos ou não perante uma hipocrisia manter a lei a impedir a eutanásia em Portugal, quando ela já parece ser praticada nos hospitais no momento em que se decide desligar uma máquina de suporte à vida. O que existe neste momento é um conjunto de
direitos do doente terminal não ser mantido vivo, o chamado “testamento vital” defendendo que esta prática é muito diferente e nada tem a ver com a verdadeira prática da eutanásia. Há fronteiras muito claras entre a morte assistida e o testamento vital. Uma das formas de praticar eutanásia é acabar com a vida de outra pessoa invocando ela sofrimento. Mas, há que entender o sofrimento também ele como uma coisa muito complexa e física. E se estivermos perante uma vida em sofrimento irreversível de uma criança? E se estivermos perante um demente? Nestes casos, não há ato racional nem vontade do próprio. No entanto, quem defende a legalização da prática não deixará de questionar se as crianças e os dementes não terão os mesmos direitos dos outros, que podem invocar o sofrimento extremo e irreversível para poderem acabar com ele? Se as leis do meu país não me permitem ajuda médica para acabar com o meu sofrimento físico extremo e sem esperança de cura, onde fica a minha liberdade de escolha? Será o Estado o dono da minha vida? Não terei direito a morrer com dignidade? Defendem os opositores à prática da eutanásia que a questão de não manter um doente em sofrimento com doença incurável, vista à luz das obrigações éticas, não é acabar com o sofrimento, mas com a vida da pessoa que sofre. Por sua vez, os médicos a favor defendem que a ética médica não sai beliscada para os médicos que a praticam, pois o seu compromisso vital é o respeito pela vida humana. Concluindo, a minha posição nesta temática, da eutanásia, é a de que esta deveria ser legalizada, por todos os argumentos que supracitei. No entanto, e apesar de ter refutado os argumentos que se me opõem, não descuro a sua importância, especialmente na linha dos factos que apresentei acima: as pessoas, no seu cômputo geral, não se encontram na posse de toda a informação, para que possam ter uma opinião formada, cuja base sejam argumentos válidos e sóli-
dos. Efetivamente, o que se discute aqui é a cessação de uma vida, e uma tomada de decisão sobre este assunto não pode ser feita de uma maneira leviana. Mais a mais a escolha pela morte, não poderá advir de um ato irrefletido. As características intrínsecas a cada ser humano e que o individualizam, quer física, quer psicologicamente e o contexto cultural e social em que está inserido têm que ser avaliadas e contextualizadas, para que possa, sem influências exteriores, decidir adequadamente, autonomamente e em concordância com o que são os seus desejos. Catarina dos Reis Lopes, 10.º C, ES Camões
Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida – Parecer sobre aspetos éticos dos cuidados de saúde relacionados com o final de vida 1
“ Jura m ent o d e Hi pócra tes ” , www.ordemdosmedicos.pt, consulta em 2016-02-15 2
3 André
Ferreira, Será a eutanásia eticamente permissível in Ensaio filosófico, http://filosurfarvalpacos.blogspot.pt/, consulta em 2016-02-16 4 André
Ferreira, Será a eutanásia eticamente permissível in Ensaio filosófico, http://filosurfarvalpacos.blogspot.pt/, consulta em 2016-02-16 Immanuel Kant, Grundlegung zur Metaphysic der Sitten, tradução portuguesa, Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa, Edições 70, 2007, pág 59 5
Immanuel Kant, Grundlegung zur Metaphysic der Sitten, tradução portuguesa, Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa Edições 70, 2007, pág 69 6
Immanuel Kant, Grundlegung zur Metaphysic der Sitten, tradução portuguesa, Fundamentação da Metafísica dos . Lisboa, Edições 70, 2007, pág 79 7
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CRÓNICA “Quem constrói a casa não é quem a ergueu mas quem nela mora.”, escreve Mia Couto (o Saramago bem passou este último ano a dizer-nos exatamente o contrário, mas para o caso isso não importa, até porque casas e conventos acabam por ter as suas diferenças). O mesmo se passa com a escola: da primeira vez que entramos no edifício, não nos diz grande coisa. São as nossas vivências que vão atribuindo um significado palpável ao que nos rodeia: moramos nos corredores apinhados dos intervalos demasiado curtos e na tábua de madeira do ginásio que o professor já nos pediu para não soltar. Moramos também nas portas das casas de banho, eternos murais da revolução (só não se sabe ainda bem qual), na fila do bar que de fila tem pouco e na secretária para onde corremos em dia de teste (por motivos totalmente alheios à respetiva proximidade da parede, como é evidente). Digo moramos, porque acaba por ser verdade, tal é a quantidade de tempo que passamos na escola. Todas as manhãs sabemos o nosso caminho um bocadinho melhor, mesmo que falte uma semana para acabar o ano e ainda tenhamos que ir ver ao horário onde é o diabo da aula. A verdade que acabamos por descobrir é que o secundário não tem tanto a ver com os filmes americanos como aquilo que esperávamos. Ninguém te vai rejeitar nas mesas da cantina e não há grupos que se dediquem furiosamente a uma só atividade muito específica (como ser mau para os outros). Logo isso constitui um grande alívio. Apercebemo-nos ao fim de algum tempo: as pessoas que nos vão rodear no dia-a-dia são uma miscelânea de gostos, opiniões e comportamentos imprevisíveis e fascinantes. Para Le Corbusier, uma casa é uma máquina de morar – muito como uma escola acaba por ser uma intricada máquina de nos relacionarmos com os outros e de aprender. É feita de pequenas engrenagens que, juntas, dão origem à dinâmica do quotidiano de todos os seus membros. As amizades que vamos fazendo (e, como talvez alguns de nós tenham descoberto melhor do que gostariam, desfazendo) ao longo destes anos ajudam-nos a ser mais humanos, mais a nossa própria pessoa, feita de bocadinhos de todas aquelas que nos foram amparando. Às vezes, temos que nos amparar a nós próprios, é certo: o secundário é, penso que para todos nós, um período de autocrítica e de questionamento, de descoberta e reflexão sobre tudo o que há de mais assustador para enfrentar. Frustrações, preocupações com o futuro, crises familiares, matemática: temos que cerrar os dentes
mesmo que custe. Mesmo quando todos os amigos parecem distantes e nos sentimos alienados de toda a gente que fala e mexe alto demais à nossa volta, prevalece o sentido de união que, desavenças à parte, acabou por nos manter à tona durante estes anos conturbados. Há coisas que partilhamos sem qualquer planeamento – e o mais engraçado é que são normalmente aquelas que menos jus fazem ao inicial propósito da escola. Seja a sensação indiscritível que se apodera de todos quando o tão aguardado furo ao último tempo da manhã é anunciado - ou o treino intensivo em telepatia a que nos submetemos aquando de um teste particularmente desafiante, há coisas que nos aproximam daqueles de quem sempre nos distanciámos (sobretudo se nesse momento acontecer que o docente que desliza incansavelmente por entre as mesas esteja a olhar precisamente na direção oposta). Uma das aprendizagens cuja importância não devemos subestimar é aquilo a que, em linguagem corrente, se costuma dar o nome de desenrascanço. Não se enganem se o termo que denomina esta mui nobre e antiga arte sugere apenas a preguiça que é, para muitos de nós, uma condição (mais ou menos permanente, depende) que se manifesta invariavelmente nas ocasiões menos recomendáveis. É uma lição de vida, a prova que damos a nós próprios de que sim, somos capazes de acabar numa só noite (e por acabar leia-se começar) aquele trabalho, só com 2 horas de sono e uma barra de chocolate em cima. Sim, não há dúvida de que este teste que descobrimos que tínhamos, cerca de 7 minutos antes, vai ser um sucesso. A apresentação que era para ter feito há três meses? Vai ser a loucura, melhor
tema de sempre, vão ver. O desenrascanço é a arte de fazer muito rápido e muito mal uma coisa que, por circunstâncias fora do nosso controlo, não nos apeteceu fazer até aí – e conseguir fazê-la admirável e surpreendentemente bem. Acontece de vez em quando, e não há problema: estes anos têm sido atribulados e vai haver sempre um imprevisto incrivelmente inconveniente. O melhor que podemos retirar destas situações – e desculpem se isto parece treta - é a confiança em nós próprios para ultrapassar as dificuldades que vão, com toda a certeza, cair-nos em cima para o resto da nossa vida. Nem sempre serão um PowerPoint desformatado ou uma data esquecida entre tantas outras – mas, saber que podemos fazer tudo ao contrário e aterrar com as quatro patas na mesma, é uma sensação absolutamente divinal. E a seguir? E agora, que os dias que vão ficando mais longos nos parecem cada vez mais curtos, e que o tempo nunca chega para tudo o que nos falta ainda fazer? Quando arrumarmos a mochila pela última vez na pressa de ir para o intervalo e dermos por nós sem hora da entrada – um jogo das cadeiras frenético em que a música que assinala a duração do intervalo não para de tocar? Um jogo das cadeiras (vocês sabem, como aquele de quando éramos pequenos) em que elas se vão distanciando, assumindo diversas formas, e nós sempre numa correria desenfreada, a música vai mudando e às vezes até deixa de se ouvir – e nós entretanto crescemos, não demos por isso, e descobrimos que o jogo das cadeiras afinal sempre serviu foi para dançar. E, na eventualidade de esta despedida parecer intimidante ou prematura, há que recordar que esta etapa que agora termina não passa do ponto de partida para tudo o que ainda vamos fazer. Aquilo que agora faz parte do nosso quotidiano vai começar a esvair-se, à medida que o tempo for passando. Ficará apenas a memória de como estes últimos anos nos mudaram e nos fizeram crescer e de como todas as histórias que um dia havemos de contar são para ser escritas agora – e cabe a cada um de nós fazer com que contá-las valha a pena. Com isto, e em nota de conclusão, vem-me à ideia uma frase batida, que não deixa, por isso, de ser relevante num momento decisivo e marcante das nossas vidas como é o fim da escola: “este é o primeiro dia do resto da tua vida”. Aproveita-o. Raquel Landeira, 12º de Humanidades, ESAD
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MEMÓRIA E ESQUECIMENTO
A memória é o apoio das nossas aprendizagens, pois é ela que conserva tudo o que nós aprendemos. É um processo que nos leva a recordar conteúdos que foram adquiridos, para, num futuro, poderem ser utilizados. Podemos afirmar, que a memória pode ser um dos principais fatores que nos dão a identidade própria, pois cada indivíduo tem a sua história gravada na sua mente. Deste modo, pode (re)viver situações que o outro não (re)vive. Da mesma forma que os ramos de uma árvore que permaneceram por algum tempo curvados de uma determinada forma, conservam uma certa facilidade para serem curvados novamente da mesma maneira, as “fibras” do cérebro ao receberem certas impressões pela ação dos objetos, con-
servam por bastante tempo essas mesmas disposições. Ora, a memória consiste apenas nessa facilidade, já que se pensa nas mesmas coisas quando o cérebro recebe as mesmas impressões. Por outro lado, existe o esquecimento. Creio que não seria possível viver sem o esquecimento. Nietzsche diz que: "o esquecimento provém das forças da vida, quando em seus momentos de plenitude, que são os momentos da criação artística, da paixão, e das revoluções, esquece o passado e se coloca, de certo modo, contra a história. Assim, o esquecimento é afirmado como o que torna possível a renovação, a mudança e a criação." Concordo com esta afirmação, pois, apesar de o nosso cérebro ser um mundo por explorar, com uma dimensão infinita, é
preciso a renovação. Esta é necessária em tudo e está em tudo: na socialização (quando renovas o teu grupo de amigos sem te aperceberes), na mente (na criação de recordações mais recentes, mas deixando as antigas mais relevantes), no ambiente (o ciclo da água é exemplo disso) e na morte (todos nós morremos deixando uma herança à geração seguinte). Em tudo existe a renovação, o esquecimento. Faz parte da nossa vida e temos de lidar com isso. A memória, a aprendizagem e o esquecimento são assuntos dependentes uns dos outros. A nossa vida é feita de memórias, de conceitos/situações que aprendemos, do esquecimento. Diogo Fouto n.º 9, 10º13, ESDPV
PRINCE
1958-2016
BÉLGICA
22-03-2016
Câmara Municipal de Lisboa
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NICOLAU BREYNER
1940-2016
A partir de certa idade, temos saudades de nós próprios. Como passa Sr. Contente? Como está meu caro e amigo e Sr. Feliz? Diga à gente, diga à gente Como vai este País…
A nossa aceitação da morte aumenta exponencialmente com a idade. É grave, não sinto que estou a envelhecer.
FRANCISCO NICHOLSON
Fui eu que trouxe as telenovelas para Portugal.
1938-2016
RAYMOND TOMLINSON
O PAI DO EMAIL
O engenheiro informático norte-americano, Tomlinson, desenvolveu as bases do atual sistema de correio eletrónico em 1971. A sua revolução tem um símbolo:
@. Escolheu-o para distinguir as mensagens destinadas às caixas de correio na máquina local das que se dirigiam à rede, por ser o símbolo que significa at,
1941-2016
ou seja, estar em algum lugar. Enviou a si próprio uma mensagem de email tendo sido tomlinson@bbn-tenexa o primeiro endereço criado.
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CHAVES SANTOS No ano do desaparecimento de João Chaves Santos, um dos mais significativos “Construtores” da Escola Secundária D. Pedro V (Liceu D. Pedro V) seria imperdoável não o recordar. Nasceu a 25 de agosto de 1929, na freguesia de S. Pedro no concelho de Peniche. Iniciou-se nas lides musicais no Seminário dos Olivais, onde estudou para padre, fazendo parte do respetivo Coro, tendo sido convidado para gravar os solos de alguns singles de música religiosa, da série Psalite. Acaba por desistir da carreira religiosa dedicando-se à música e aperfeiçoando os seus dotes tirando o Curso Superior de Canto do Conservatório Nacional de Lisboa, com dezassete valores. Fez, então, diversas participações em Óperas e Operetas, nomeadamente no Teatro Nacional de S. Carlos, a convite de Álvaro Malta, como solista. Nesta fase, é ainda conhecido por João Afonso. Inicia a sua atividade como professor de Educação Musical em 1959/60 na Escola Preparatória António Costa, seguindo-se a Escola Secundária Passos Manuel em 1960/61, a Escola Secundária de Camões de 1962 a 1964 e vindo, depois, a fixar-se como docente efetivo, em 1969/1970, na Escola Secundária D. Pedro V, ano de abertura da Escola. Participa ainda no Coro Gulbenkian e publica brochuras de apoio ao ensino da Educação Musical para o Ensino Secundário. Começa, então, a formar o Coro da D. Pedro V, que tem a sua primeira atua-
1929-2016 ção por altura do Natal de 1972. No repertório, constavam temas como Vejam Bem, Canto Moço, Desfolhada, Santo Antão, Acordai, bem demonstrativos da sua coragem e irreverência. E é nesta fase que ganha o carinhoso petit-nom pelo qual ficou conhecido por gerações e gerações de alunos: Joãozinho da Voz Doce. Até 29 de setembro de 1998, data da sua aposentação, o Professor Chaves Santos deixou um grande legado pedagógico, como o comprova o louvor publicado no Diário da República. Através das aulas de Educação Musical e da criação do Coro da D. Pedro V, tornou-se num exemplo para muitos jovens que por aquele Liceu/Escola passaram e que, ainda hoje, se reveem na sua personalidade de aglutinador de jovens em torno da música e da vontade de cantá-la, executá-la, escutá-la, vivê-la, trauteá-la, relembrá-la. No dia 28 de maio de 2011, a direção da Escola D. Pedro V quis perpetuar o seu nome e numa homenagem presencial àquele que foi um dos mais conceituados e venerados professores de música do nosso país, João Afonso Chaves Santos descerrou uma placa no Auditório, que passaria a ser denominado Auditório Chaves Santos. A atribuição do seu nome ao auditório desta escola é o mínimo que poderia ter sido feito àquele que durante tantos anos deu tanto de si à escola D. Pedro V! Estiveram presentes e atuaram ex-alunos, quer em coro, quer a solo. Destes, alguns nomes são bem conhecidos de todos,
como os atores João de Carvalho ou António Melo, ou os músicos Alexandre Delgado ou Paulo Costa (Ritual Tejo). O coro persiste até aos dias de hoje. Poderemos e deveremos também recordar os ensaios do Coro, nos intervalos grandes da manhã e da tarde, a que acorriam os participantes, professores, alunos e funcionários, mas que eram também momentos de convívio para quem não cantando, assistia no “Jardim das Musas”. A Festa de Natal, que superlotava o átrio dum Pavilhão, as Janeiras cantadas em todos os pavilhões saudando o Novo Ano, o arraial de Fim de Ano letivo, a atuação do Coro na Fundação Gulbenkian, a participação e dinamização das Comemorações dos Aniversários da Escola são alguns dos momentos que tivemos o privilégio de viver. Ao formar o Coro da Escola Secundária D. Pedro V, e sob a sua direção, grava um CD, Filhos da Madrugada, com o apoio do Instituto da Juventude da Delegação Regional de Lisboa. Foi com muita pena que vimos destruir, aquando das obras de requalificação da escola, o acolhedor “Jardim das Musas” que, junto das trepadeiras que forravam as paredes, da palmeira central, das roseiras e dos bancos de jardim acolhia, desde 1998, a lindíssima escultura do seu filho o escultor Rui Chafes, Carta ao Pai, implantada agora junto da Sala de Convívio. Lígia Arruda e Manuela Lobo, professoras da ESDPV Nota: os dados foram retirados do Registo Biográfico e em: http://diasquevoam.blogspot.pt/2011/05/ sabado-28-de-maio-no-d.html
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O SENHOR GATO-PEIXE E A MENINA-PEIXE Numa linda manhã de verão, estava um gato a pescar. Ele era um gato diferente, era moderno, tinha olhos verdes, meio azuis, e tinha também cabelo azul. Andava sempre com uma cana de pesca na mão, ou melhor, na pata, e usava um chapéu na cabeça que fazia lembrar um caldeirão. Ele adorava pescar, adorava aquele sabor a peixe! Mas só tinha conseguido apanhar um peixe uma única vez e fora sem querer! Caiu dentro de água, coisa de que não gostava mesmo nada, e, desde então, não tinha conseguido apanhar mais peixes! Comia apenas ratos e, mesmo assim, com muitas dificuldades. Um dia, mais uma vez, tentou pescar um peixe e conseguiu, mas o problema foi que se apaixonou por ele, ou antes, por ela, pois tratava-se de um peixe fêmea muito bonito! Acontece que
essa menina-peixe disse que gostava de um gato e que esse gato era ele. Muito rapidamente, o gato confessou o seu amor pela menina-peixe que se chamava Sara e passaram o resto do dia juntos. Ao fim da tarde, quando se despediram, ele disse-lhe: - Agora que somos namorados venho ver-te todos os dias e a partir de hoje prometo só comer ratos. E assim foi. Passado um ano, eles decidiram casar. Mas como é que iam casar se a Sara era peixe e ele era um gato? Ficaram ambos muito tristes, pois nunca poderiam ser felizes juntos. Quando o gato chegou a casa, colocou-se à janela a chorar até que viu uma estrela a mexer-se e disse: - Sabes qual era o meu maior desejo? Era poder casar e viver feliz para sempre com a Sara! No dia seguinte, ele foi ter a menina-
peixe e mal pôs as patas dentro de água, reparou que elas se transformaram em barbatanas e que o seu corpo se cobriu de escamas. E foi assim que o senhor peixe-gato e a Sara puderam viver felizes para sempre.
soas e havia o problema de falta de água. Esta água era conduzida até à cidade de Lisboa e ficava no grande reservatório que se chamava Mãe-deÁgua das Amoreiras, sendo a partir daí que era distribuída pelas fontes e chafarizes da cidade. Nessa altura, só os hospitais, quartéis e casas reais tinham água canalizada. Aprendemos também que no vale de Alcântara o aqueduto tem trinta e cinco arcos e que o arco sobre a Avenida Gulbenkian é o maior arco do mundo construído em pedra, razão pela qual até está registado no Livro do Guiness. O início da construção do aqueduto foi no ano de 1731 e foi oficialmente inaugurado em 1748. No entanto, só em 1799, sessenta e oito anos após o início da construção é que o mesmo ficou totalmente concluído. Apesar de ter sido construído num sítio onde a terra tem mais tendência para tremer, sobreviveu intacto ao grande terramoto de 1755. Na altura em que foi inaugurado, o aqueduto era um ponto de ligação entre a zona de Campolide e o Alto da Serafina, estando aberto do nascer ao pôr-do-sol. Muitos hortelãos e lavadeiras passavam por ali no seu dia-a-dia, usando o aqueduto como ponte. Era o
chamado Passeio dos Arcos. Também aprendemos que à volta do aqueduto contam-se várias histórias, como, por exemplo, a do ladrão, Diogo Alves, que escolheu o aqueduto para cometer uma série de crimes. Outra curiosidade que também achámos interessante foi o facto de até aquela altura ainda não existir o sistema decimal, o qual só entrou em vigor a partir de 1852. Naquele tempo utilizavam-se diferentes padrões de medida. Ainda aprendemos que, embora não pareça, o aqueduto é inclinado como um escorrega. Através da força gravítica era muito fácil a água chegar a Lisboa, sem ter que ser puxada. A Isabel, que era a nossa guia, também nos falou sobre o ciclo da água e da importância da água na nossa vida. Aconselhou-nos a tomar banho de chuveiro, porque o banho de imersão desperdiça mais água. Quando escovamos os dentes devemos encher um copo com água para não termos a torneira a correr, pois dessa forma não a desperdiçamos. Adorei esta visita ao aqueduto das Águas Livres e espero lá voltar um dia destes com a minha família.
Beatriz Jesus, 4.º B, EB1/JI Manuel Teixeira Gomes
AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES
No dia cinco de abril de 2016, terça feira, o 4.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa foi ao Aqueduto das Águas Livres. A turma deslocou-se no autocarro dos Alfacinhas. Quando chegámos ao Jardim das Amoreiras, fomos recebidos pelo segurança que nos informou que a nossa guia estava atrasada. Então, aproveitámos para lanchar e brincar um pouco naquele belo jardim. Como a guia continuava atrasada, acabámos por atravessar o aqueduto com a nossa professora e com a professora Dulce, que também nos acompanhou nesta visita. Do aqueduto, avistámos a magnífica paisagem da nossa cidade. Vimos a Ponte 25 de Abril, o bairro de Campolide e o da Serafina, a estação dos comboios de Campolide, o edifício do Centro Comercial das Amoreiras e muitas outras coisas. Nesta visita, aprendemos muito sobre a história do Aqueduto das Águas Livres, nomeadamente que foi mandado construir pelo rei D. João V e que, para tal, teve que decretar impostos especiais para conseguir angariar dinheiro para a sua construção. D. João V mandou construir o aqueduto para trazer água desde a zona de Sintra até Lisboa, cidade onde viviam muitas pes-
Tomás André, 4.º Ano Turma B, da EB1/JI Frei Luís de Sousa
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UMA SAÍDA AO TEATRO No dia 12 de abril, no âmbito da disciplina de Português, nós, o 7.º E, e as restantes turmas do 7.º ano da nossa escola fomos ver a peça Leandro, Rei da Helíria, que faz parte do programa desta disciplina. Saímos acompanhados pelas nossas professoras de Português e por outros professores das várias turmas e lá fomos nós de autocarro até à ADCEO, onde funciona a Companhia de Teatro Arte D'Encantar. A peça conta-nos a história de um rei,
o rei da Helíria, que tem três filhas e que decide entregar o reino àquela que revele ter maior amor por ele. A escolha recai sobre as duas irmãs mais velhas, pois o rei não percebe as palavras da filha mais nova que, afinal, era quem o amava de verdade. Depois de muitas peripécias, tudo acaba bem, como é desejável. Os atores tiveram um bom desempenho e o espetáculo foi muito engraçado e divertido, principalmente devido a algumas personagens, como o Bobo
ou o príncipe Simplício, cuja frase preferida “Tiraste-me as palavras da boca”, ainda repetimos de vez em quando. Gostámos muito desta saída, não só por termos assistido à peça, o que nos vai ajudar, de certeza, no estudo da obra, mas, também, porque foi uma oportunidade de conhecermos outras pessoas e de convivermos com os nossos colegas e professores, fora do ambiente da escola. Viva o teatro! 7.º E da EB 2.3 dos Olivais
NASCENTE DO ALVIELA (ALCANENA) No dia 19 de fevereiro, visitei com a minha turma e alguns professores a nascente do rio Alviela, em Alcanena. O percurso consistiu numa visita ao Centro de Ciência Viva do Alviela/ Carsoscópio e num passeio pedestre até à nascente do Alviela. A zona envolvente do Carsoscópio é muito agradável, com uma paisagem muito bonita e bem cuidada. O Centro tem boas instalações. Para além de bastante informativo, o Carsoscópio é muito interativo e cativante. O simulador leva-nos a descobrir a evolução da paisagem do carso ao
longo de milhares de anos, de modo fácil e divertido. O filme em 3D, que mostra o percurso das águas no carso, foi elucidativo e interessante; os simuladores com maquetes são ótimos para perceber não só o percurso da água em paisagens calcárias, mas também o efeito da poluição nos aquíferos; a zona dedicada aos morcegos – a minha preferida – está bem organizada e contém as doses certas de informação e interatividade, mostrando a ligação destas espécies com a paisagem. Embora tenha gostado do passeio pedestre pelo campo e ficado maravi-
lhada com a paisagem, acho que esta foi a parte da visita menos bem conseguida. Acho que o passeio foi pouco organizado e muito curto, abrangendo uma área demasiado restrita. Não obstante, considero que a visita atingiu vários dos seus objetivos, nomeadamente interpretar fenómenos geológicos, conhecer os recursos naturais do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros e reconhecer a importância em respeitar e em preservar o ambiente. M.ª Inês Vargas, 10ºB, ES Camões
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ROTEIRO POR LISBOA
No dia 13 de abril de 2016, a turma do 4.ºA fez um roteiro por Lisboa. Começámos por passar pelo Jardim Zoológico, que foi construído no ano de 1889 e, na altura, era o único parque de fauna e flora da Península Ibérica. De seguida, passámos na Praça de Espanha, onde encontrámos o Arco de São Bento, o Museu Calouste Gulben-
kian e a Embaixada de Espanha. A paragem seguinte foi no Parque Eduardo VI, onde aprendemos que este parque se chama assim devido à visita do rei Inglês Eduardo VII a Portugal. Depois, falámos da importância do Marquês de Pombal, soubemos mais sobre a Avenida da Liberdade, Restauradores, Teatro D. Maria II, Praça do Rossio e a Baixa de Lisboa. Todas estas informações foram dadas pelas professoras que nos acompanhavam. Encaminhámo-nos para a zona de Belém e, aí, parámos nos Jardins para lanchar. Brincámos um pouco e, de seguida, fomos para junto do Mosteiro dos Jerónimos, onde falámos sobre este monumento tão importante. Vimos, também, o Padrão dos Descobrimentos e fomos informados da sua história.
Por fim, a última paragem, foi na Torre de Belém. Aí passeámos e observámos o seu estilo arquitetónico. Tirámos fotografias e apreciámos a paisagem sobre o rio Tejo. Voltámos para a escola e chegámos à conclusão de que gostámos muito deste roteiro pela nossa cidade. Rafael Filipe e António Menshykov (texto melhorado), Turma 4.º, Escola Frei Luís de Sousa
SINTRA
Nós passámos a sexta-feira, dia 29 de abril, numa visita a Sintra. Mal saímos da estação de comboios, fomos rodeados por imensa vegetação, que se estendia pela serra acima. Durante o percurso para a vila fomos encontrando traços de um local campestre, como uma charrete puxada por dois cavalos, que me deixou maravilhada. Chegados à vila, tivemos um ponto de encontro em frente do Palácio, onde a professora nos falou de alguns aspetos de “Os Maias”, passados precisamente naqueles lugares, nomeadamente mostrando-nos onde seriam o Hotel Nunes e o Hotel Victor, famosos e procurados no século XIX. Depois desta curta explicação, dirigimo-nos para a “Periquita”, um café onde alguns de nós tiveram a oportunidade de provar a delícia que são os “travesseiros”, um doce típico desta pastelaria. A paragem foi curta e continuámos o nosso caminho, sempre subindo até ao Hotel Lawrence, onde ainda tentámos ver algum par de botinas à janela, talvez da Maria Eduarda. Mas, tal como no romance, ela não estava e continuámos a caminhada. Nesse percurso ladeando a serra, encontrámos fontes “naturais” e até um pântano, escondido no meio de vastos arbustos e arvoredo. Passámos pela quinta da Regaleira, mas ainda não era hora de
até aos símbolos mitológicos e esotéricos, como umas representações de golfinhos que se parecem mais com dragões. Passámos por grutas e subterrâneos e até sobre um pequeno lago que se atravessa pisando pedras afastadas uma das outras. (Tem cuidado como pões os pés ou arriscas-te a cair na água!) Subimos à torre da Regaleira e vimos uma paisagem deslumbrante, que poderia bem ser o retrato do Paraíso. Já no final da visita, vimos a capela e a casa da Quinta, mandadas construir por Carvalho Monteiro, o proprietário inicial da quinta e desenhadas pelo cenógrafo Manini. Maravilhosas! No final, cada um seguiu o seu caminho: uns voltaram aos jardins, outros foram visitar mais locais de Sintra, outros vieram diretamente para o comboio de regresso a Lisboa. Ah! E não, não nos esquecemos das queijadas! entrarmos, e o nosso destino era mais acima, o Palácio de Seteais, onde novamente tivemos direito a alguma informação sobre “Os Maias” e à leitura de um excerto onde se descreve aquele local. Quando demos por nós, já era hora de almoço. Voltámos a descer e, por altura da Quinta, virámos à esquerda e descemos uma rua sem saída que nos levou até à Casa do Fauno. Trata-se de uma quinta com um bar medieval, uma pousada e uma loja esotérica (tudo fechado, infelizmente). Mesmo assim, aproveitámos o jardim, com mesas e cadeiras, e por ali almoçámos e convivemos. Aproximava-se a hora marcada para a nossa visita à Regaleira. Fomos andando para lá e fomos recebidos por um guia que afavelmente nos foi ensinando um pouco sobre tudo, desde as variedades botânicas que por lá há
Texto de Sara Agudo; fotos de Alice Vicente, Catarina Henriques e Jéssica Santos
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CIDADANIA
PROJETO
1- Os mais velhos ajudam os mais novos…
2- Todos assinamos a folha de presenças.
3 – Lemos as sugestões ou propostas. Falamos acerca desses assuntos.
4- Escrevemos ou desenhamos as decisões para apresentar à turma.
5—Apresentamos à turma: o que escrevemos ou desenhámos.
Meninas e meninos da EB1/JI Frei Luís de Sousa, do 1º ano e do 4º ano
GIVE ME 5! Durante o mês de fevereiro, decorreu um concurso de desenho destinado a alunos do 1.º CEB, intitulado “Give me 5!”. A iniciativa partiu da Comissão Europeia e teve como principal premissa o combate à discriminação e aos estereótipos associados à população de etnia cigana, procurando quebrar barreiras e reforçar laços de convivência. Os alunos com NEE da EB1/JI Frei Luís de Sousa, conjuntamente com os docentes de Educação Especial, participaram com o desenho “Pangeia Humana” com o qual conseguiram o primeiro prémio (100 euros em material
escolar) na fase nacional do concurso. Esta distinção deu acesso à fase europeia do referido concurso.
Carina Pinto - 4ºB, Rita Carvalho - 4ºA, António Silva - 4ºB, Francisco Gomes - 1º A, Duarte Costa - 3ºA, EB1/JI Frei Luís de Sousa
CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING O Bullying pode trazer consequências muito graves para a vítima, tais como problemas de aprendizagem (falta de atenção e dificuldade na concentração), absentismo escolar, depressão, obesidade, dores de estômago e de cabe-
ça, isolamento social, comportamento violento (mais tarde), e até comportamentos de risco, lesões físicas graves e morte. Por isso, devemos estar todos muito atentos, pois o bullying não é uma brincadeira. Até os agressores podem sofrer consequências, tais como depressão e comportamentos antissociais, no futuro. As testemunhas que não comunicam
estas situações também acabam por sofrer, quer pela omissão e falta de companheirismo para com os colegas, quer porque sentem que estão num ambiente inseguro e temem vir a ser alvo de agressão e, também, porque se vão sentir culpadas ao longo do tempo. Margarida Sérgio e Rita Carvalho, 4.º Ano Turma B, da EB1/JI Frei Luís de Sousa
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HISTÓRIAS DA AJUDARIS É o segundo ano que a EB 2, 3 dos Olivais participa nas “Histórias da Ajudaris”, projeto que tem como objetivo a promoção da leitura, o gosto pela escrita, arte e pela solidariedade, permitindo às crianças serem protagonistas, criando laços de afetos com outras crianças, tomando consciência que o seu pequeno e simples gesto, contribui para a construção de um mundo melhor. Pequenos gestos grandes corações! Fernando Pinto do Amaral, Comissário do Plano Nacional da Leitura descreve o projeto como um dos “mais estimulantes para as nossas crianças e para os professores que as apoiam na descoberta maravilhosa que pode ser a escrita…” Anualmente sob a forma de desafio, professores e crianças de estabelecimentos de ensino solidários públicos e privados a nível nacional criam histórias com recurso à imaginação e à criatividade. Teríamos que falar de valores. O desfio foi lançado às turmas. Cada aluno produziu o seu texto, foi escolhido o melhor, sendo este perfeiçoado por todos. Havia agora que enviar os trabalho produzidos e aguardar que fossem selecionado. Os textos abaixo resultaram desse trabalho colaborativo e criativo, que alia leitura, escrita e cidadania solidariedade, ajudando os que mais precisam. Os trabalhos foram publicados em livro. Lurdes Grácio, PB da EB 2,3 Olivais, AE Olivais
O VALOR DA AMIZADE Há algum tempo atrás, aconteceu em Sintra. Recordo hoje esse tempo ainda com alguma dor no coração! Tinha 6 anos, e tinha mudado para aquela escola há pouco tempo. Todos se conheciam e eu… eu não tinha amigos! Não era como as outras crianças que corriam de um lado para o outro, atropelando-se uns aos outros. Eu, ali, parado, olhava para uns e para os outros na esperança de que alguém, menos distraído, me levasse na onda da brincadeira. Mas ninguém me via! Era invisível, parecia que esta-
va morto, ninguém se aproximava. Até que um dia, duas pessoas muito especiais vêm até mim. No início, assustei-me, mas depois fiquei muito contente. Embora não recorde hoje os seus nomes, estes dois colegas foram especiais. Tinha seis anos e não conhecia ninguém. Ninguém com quem jogar à bola, que era o que eu mais queria, eles eram alunos do 4º ano, já do último ano e disseram-me: - Queres jogar à bola connosco»? Por dentro, pulei de contente e na minha face nasceu um sorriso rasgado, daqueles que fazemos de orelha a orelha. Disse logo que sim! Jogámos imenso” diga-se de passagem que eles jogavam muito bem! E ali estivemos horas a fio! Talvez este acontecimento não seja assim tao importante, mas foi para mim. Hoje lembro a amizade que nasceu e a solidariedade marcada por um breve instante de atenção. Apresentaram-me a outros colegas e até à minhas professora. Fiquei muito contente e percebi o verdadeiro valor da amizade. Há algum tempo atrás, aconteceu em Sintra, mas aconteceu, ainda hoje, em muitas escolas do país. Rostos colados à parede, ao chão a um gradeamento À espera de alguém que o veja e que lhe digam simplesmente “queres jogar à bola?” Ilustração: Tomás Pires, Texto: Duílio EB 2,3 dos Olivais, 7.º C, AE Olivais
JUNTOS, PODEMOS TRANSFORMAR O MUNDO Todas as pessoas têm valores! Os valores determinam a forma como cada um se comporta e interage com outras pessoas e com o meio ambiente. Podemos dizer que os valores humanos são valores morais que afetam a forma de agir das pessoas, isto é, a sua conduta. Estes valores morais englobam outros valores, os sociais e éticos, constituindo um conjunto de regras estabelecidas para que possa-mos
É PRECISO TER LATA! A nossa escola participou, este ano pela primeira vez, no Projeto "É Preciso Ter Lata! Construction Portugal 2016", que tem como objetivo principal a solidariedade, uma vez que as esculturas criadas têm por base latas de alimentos cheias para doar. A fase final do projeto aconteceu em Gondomar, nos dias 29 e 30 de março onde a nossa escultura, “A Sardinha dos Olivais”, foi construída com latas de feijão, tomate, ervilhas, salsichas, entre outras, num total de 590 e na qual participa-
ram 4 alunos e 4 professores. Todas as latas recolhidas na nossa escola por toda a comunidade escolar e mais 1000 oferecidas pela empresa “Bom Petisco”, foram oferecidas ao Centro Social e Paroquial de Santa Maria dos Olivais e ao Banco Alimentar Contra a Fome e Lisboa, em partes iguais. Otília Paula Silva, Coordenadora do Projeto, EB 2, 3 dos Olivais
conviver saudavelmente dentro de uma comunidade. Um dos valores que eu mais prezo é a sinceridade. As pessoas devem ser, acima de tudo, sinceras umas com as outras, mesmo que tenham errado. Muito perto da sinceridade habita a confiança, e esta é a base da sinceridade e da amizade. Se uma pessoa não for sincera, ninguém vai ter confiança nela e a amizade não poderá florescer. A amizade é uma flor delicada! Se não tivermos amigos, teremos sempre uma vida “menos acompanha-da”. São os amigos que nos ouvem, que nos ajudam quando precisamos, são os amigos que nos acompa-nham, que nos amam, que nos dão uma palavra de conforto e que também nos chamam à atenção para situações menos corretas. A amizade é um bem recíproco, é uma estrada de dois sentidos, é um fluxo de dar e receber. Alicerçada na humildade, tornam-nos grandes pessoas. É preciso ser humilde para reconhecermos os nossos erros e sinceros para os avaliar e aceitar. “Agarrado” a tudo isto como lapa, vem o respeito, tão necessário à vivência em comum. O respeito é um dos valores mais importantes do ser humano e tem grande importância na interação social. O respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis em relação a outra. O respeito mútuo representa uma das formas mais básicas e essenciais para uma convivência saudável, aliado às amigas generosidade e gentileza. Devemos ser gentis e generosos, partilhar as nossas coisas ou mesmo dar aquelas que não precisamos, quando alguém precisa mais do que nós. Se não formos generosos, como queremos que os outros o sejam connosco? Se cada um mudar o seu pequeno espaço, talvez consigamos transformar, para melhor, o que nos rodeia. Mafalda Santos, EB 2,3 dos Olivais, 7ºC,
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FEIRA DA SAÚDE Nos dias 13, 14 e 15 de abril, realizou-se na nossa escola a Feira da Saúde, que contou com a participação da equipa de saúde escolar do Centro de Saúde de Sete Rios. Na Feira, estiveram representadas a equipa de Saúde Pública, Enfermagem, Psicologia e Higiene Oral, que realizaram atividades com os alunos. Os grupos do Jardim de Infância fizeram lindos desenhos que serviram para identificar os diferentes espaços. Todos os alunos da escola trabalharam variados temas, como: higiene do corpo e oral; alimentação saudável; primeiros socorros; vacinas; bullying; cuidados com o Sol e malefícios do tabaco. Elaboraram cartazes para montar uma exposição no local da Feira da Saúde. Texto coletivo 3.º B, EB1/JI Frei Luís de Sousa
INSPIRING FUTURE
Na terça-feira, dia 12 de Abril de 2016, a Inspiring Future (uma associação juvenil sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver projetos inovadores na área da educação juvenil) veio fazer uma visita à nossa escola para falar um bocadinho com os alunos sobre o “monstro” que conhecemos como o Ensino Superior. A associação montou alguns workshops, palestras e bancas sobre as universidades parceiras durante toda a manhã, tornando este projeto numa experiência bastante enriquecedora e conveniente para os alunos interessados. Tal como ouvi dizer nos corredores da escola – “Nós não vamos à Futurália, mas a Futurália vem até nós”. E foi de facto isto. A manhã preencheu-se rapidamente com sessões bastante informativas sobre diversos temas desde o acesso ao Ensino Superior até como “Sobreviver de Salto Alto e Gravata” no mercado de trabalho. A equipa da Inspiring Future foi sempre extrema-
mente colaborante com todas as questões que íamos colocando, criando, assim, um ambiente leve e descontraído onde o principal objetivo era mesmo esclarecer qualquer dúvida que pudéssemos ter sobre o assunto. Como aluna do 11.º ano, tive oportunidade de assistir a algumas palestras e workshops que estiveram disponíveis nessa manhã e devo dizer que adorei. Tinha imensas dúvidas pendentes, que rapidamente me foram esclarecidas sempre com grande disponibilidade e um gigantesco sorriso na cara. Na minha opinião, esta foi uma das melhores parcerias que a escola já fez com projetos exteriores e concluo dizendo que se não tiveram oportunidade de participar, recomendo bastante para o fazerem no próximo ano – será um “tempo” que não darão como perdido! Leonor Mariano, 11.° ano, turma 4, ESDPV
Faço isto por gosto e por amor à profis-
são, porque todos os anos sou mimada pelos alunos por causa desta feira. Ultrapassa as expectativas. Vou às turmas explicar-lhes o conceito da feira, na medida em que funciona simultaneamente em cinco espaços distintos na escola: auditório, sala de estudo, sala 211, sala 212 e, ainda, no pavilhão central. No início, a feira inclui a sessão plenária. Os alunos fazem as suas escolhas, optando pelas apresentações das faculdades que pretendem, ou pelos workshops, ou pelos expositores. Este ano batemos o recorde: tivemos 42 representações de estabelecimentos do ensino superior. Vale a pena todo este esforço, porque é essencial nesta fase da vida destes jovens. Todos nós sabemos, por experiência própria, o quão difícil é tomar decisões com esta idade, sobretudo quando essa decisão implica todo o nosso futuro, sair da "conchinha" da escola e entrar num mundo novo. Ana Teixeira, professora da ESDPV
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BEM-VINDA, PRIMAVERA, BEM-VINDA ÁRVORE! Para dar as boas-vindas à primavera e celebrar o Dia Mundial da Árvore, os nossos alunos do 1.º ciclo construíram uma linda árvore, rodeada de flores e
EFEMÉRIDES
borboletas, recorrendo a materiais diversos. Essa árvore encontra-se no átrio principal da nossa escola, desejando tam-
bém ela as boas-vindas a todos os que nos visitam! Teresa Santos, Coordenadora da EB1/JI Sarah Afonso
25 DE ABRIL Na semana de 18 a 22 de abril, os alunos do Jardim de Infância António Nobre realizaram trabalhos da área da Expressão e Comunicação relativos ao 25 de Abril, no âmbito da educação para a cidadania. Esperança Moreira e Maria Gomes, professoras da EB1/JI António Nobre
ONDE ESTAVA A TUA ESCOLA NO DIA 25 DE ABRIL DE 1974? Trabalho feito pelos alunos e encarregados de
educação da EB1/JI António Nobre, exposto no Parque Eduardo VII, integrado no projeto da CML "Onde estava a tua Escola no 25 de Abril de 1974?"
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1.º PRÉMIO DE POESIA
1º PRÉMIO DE CONTO - O PASSAGEIRO
Esta é a história dos rios. Poderão roubar a sua água até secarem. Mas não roubarão a sua história. Mia Couto, in Mulheres de Cinza
Como todas as manhãs o fizera, hoje voltava a passar a ponte. Todos os dias tinha de percorrer aquele longo e enfadonho caminho para chegar ao outro lado. Costumava ir sozinho mas sempre na companhia de um bom livro. Considerava-os melhor companhia que muitas pessoas que por vezes faziam questão de o acompanhar a qualquer lado. Ele fugia, pelo menos fazia todo o esforço que conseguisse para evitar esses momentos constrangedores. Não sabia o que haviam de falar, não tinha nada para dizer. Mas os outros, esses tinham sempre muito que conversar. Era nesses momentos que agradecia por todo o caminho que tinha de percorrer todas as manhãs. Mal entra no comboio é como se entrasse na sua bolha, encontrando a paz que procura. Senta-se, abre a página marcada e é levado para outro lugar. Ali, conhece outras pessoas, vive outras coisas e passa outras pontes percorrendo outros caminhos. Tudo é diferente e ora aí está. É isso que o faz adorar os seus livros. Passa o caminho todo concentrado, mal pisca os olhos e nunca os tira de cima daquelas páginas. Mas hoje, algo se passava. Como todos os dias, saiu de casa, caminhou cerca de oito minutos até à estação, chegou às 11h41 com quatro minutos de espera até à chegada do comboio. Entra na segunda carruagem, sobe até ao andar de cima e senta-se na terceira fila do seu lado direito junto à janela. Para sua surpresa o lugar estava ocupado. No último ano e meio em que percorrera aquele caminho e se sentou naquele preciso lugar nunca se tinha deparado com uma situação destas. Mas o lugar não estava ocupado por uma pessoa qualquer. No seu lugar estava sentada uma jovem nos seus vinte anos, aproximadamente a mesma idade que ele. Toda ela estava também levada pelo livro que carregava ao colo. E as mãos que o folheiam, que bonitas mãos. Dedos compridos, claros
e se te dissesse que fui água amar-me-ias? se soubesses que nos meus escombros se escondem as mais tristes histórias amar-me-ias? se te contar que andei sempre incerto como rio a quem faltavam os pilares para ser alguém esta é a história do meu rio é a verdade nua e crua dentro de ti ouvirias? todos os dias acordo com o bater da espuma na areia e deito-me com a maresia (seria de pensar que sou feliz) custa-me a ausência custa-me o peso do meu erguer e o amanhã olhas para trás nessa esperança queres-me querer-me-ias? mas tudo é água tudo se desvaneceu antes de encontrar a luz e se te dissesse que sou água e que me custa o respirar já não me reconheço que rio é este em que já não corre água mas sim o olvidar de um tempo em que fui serei ainda não sei sequei mas nunca roubarão a minha história.
Joana Rato, 12º L, ES Camões
http://www.escamoes.pt/ebook/#!/ page_SPLASH
SE NÓS PUDÉSSEMOS… Se nós pudéssemos Queríamos dar, A todo o mundo: Paz, pão, Muito amor, Alegria, habitação… Dar a todos O mesmo valor, Mesmo que não tenham A mesma raça, a mesma cor!
Poema coletivo do 3º B, EB1/JI das Laranjeiras
e delicados. Uma pele graciosa e suave. Tentava-lhe ver os olhos, mas estes caíem sobre as folhas que segura e estão tapados pelo cabelo que cai, igualmente, perfeitamente, sobre o livro e sobre ela. Todo o seu corpo cai na obra, estava a ser levada, tal como ele o era todos os dias naquele mesmo lugar. Mas hoje estava de pé, pretificado perante aquele espectáculo. Não sabia o que dizer ou fazer. Será que lhe fala ou diz para sair; que aquele é o seu lugar? Não será demasiado indiscreto? Talvez o melhor será mesmo sentar-se no lugar da frente e não incomodar a rapariga naquele momento tão solene. Mas já era demasiado tarde, mergulhado nos seus pensamentos, quando deu conta já estava ela pasmada a olhar para a sua figura atrapalhada. - Quer-se sentar? Sente-se bem? - Não, desculpe, estava só baralhado. Não se preocupe, eu sento-me aqui no lugar da frente. […] Mariana Almeida – 12º L, ES Camões
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O MOSTRENGO QUE ESTAVA NO MEU TELHADO Os alunos do 4.º A da EB1/JI António trengo bom. Então D. Afonso Henriques Nobre leram o poema O Mostrengo, de ordenou: Fernando Pessoa e inventaram e ilustra- Preparai um quarto para o nosso ram textos. convidado, o mostrengo! De repente, um guarda lembrou-se Há muitos, muitos anos, no tempo dos que o mostrengo era demasiado granreis, havia um rei chamado D. Afonso de para as camas que eles tinham, Henriques que foi o primeiro rei de Por- então declarou: tugal. -El rei D. Afonso Henriques, não Um dia, D. Afonso Henriques chegou ao temos neste castelo uma cama onde seu castelo, depois de uma grande caiba o mostrengo. batalha. Quando se ia sentar no trono -Então mandai vir de outro lado viu um mostrengo. O mostrengo era uma cama onde caiba o mostrengo!grande, castanho e muito assustador. O exclamou o rei D. Afonso Henriques. rei D. Afonso Henriques disse ao seu - Sim, sua majestade. guarda: No dia seguinte, quando o rei D. Afon- Mandai o mostrengo embora! so Henriques acordou, um guarda foi Quando o guarda se aproximou do ter com ele e disse-lhe: mostrengo ele abraçou-o, era um mos- O mostrengo desapareceu!
- Mandai os meus cavaleiros procurar o mostrengo!- respondeu muito preocupado D. Afonso Henriques. Passado algum tempo, encontraram o mostrengo a guardar o castelo. Nesse mesmo dia, D. Afonso Henriques declarou o mostrengo guarda do seu castelo. Leonor Freire – 4ºA, EB1/JI António Nobre
O MOSTRENGO QUE ESTAVA NO TRONO DE D. AFONSO HENRIQUES
Em meados de janeiro, por volta da meia-noite e meia, acordei sobressaltado. Ouvi um estrondo e nesse momento levantei-me, peguei numa lanterna e fui
ao telhado a correr. Lá vi uma criatura robusta, ágil, vigorosa, resistente e firme. Depois de a ver, fui chamar o meu pai e disse- lhe: - Pai, vi o mostrengo! - O quê? Aquele que aparece em Os Lusíadas e no poema de Fernando Pessoa?- perguntou o meu pai num tom ensonado. - Sim! - Ah, só tu para me fazeres rir, volta para a cama. Assim, voltei para a cama enquanto pensava numa maneira de resolver isto: “se o mostrengo é uma coisa que não existe, então é fruto da minha imaginação, ou seja, como em Os Lusía-
das, o mostrengo é o medo dos marinheiros e o medo é uma coisa que só nós vemos e sentimos, portanto, o mostrengo é o símbolo do meu medo. Nessa noite, adormeci feliz.
João Maria Anastácio, 4.ºA, EB1/JI António Nobre
ENTRE FORMAS E FORMATOS Trago na alma o tempo suficiente O conceito por apresentar… Condição esta… a da mente por estabelecer Princípios atómicos por onde me deixo dispersar… Condicional argumento o do meu sentir Contigo certamente não me importava de ficar. Condição de cor lilás, nome de Maria Segredo das imagens, escarlate do sonho O mundo cruzado de ruas… quem diria… Irmandade das coisas, sensação interior Este propósito, eu mesmo entre diversas luas E tudo fosse nada, até mesmo a forma do amor. Pupilas de mistério, inéditos formatos ocasionais Lugares de grande entrega, as águas vorazes!
A coluna de disfarce, os trechos, as cifras Qual armadura de um compasso mais sensual A magnitude deste fogo sagrado, os imortais E cantarei a cidade, o longo olhar imortal. Perco-me entre as mudanças e o céu canta! As cores que me desafiam no tempo infinito A luz é um estado de paciência infame… E fico no oceano do sexo sem grito Até que do tempo e de Deus alguém reclame E tomo na alma tudo o que te tenho escrito. Jorge Ferro Rosa, professor de Filosofia/ Psicologia da ESDPV
Tomka Sętowski
Nota: Este poema foi declamado no dia da Poesia, no Auditório da Escola Secundária D. Pedro V
http://bibliocolors.blogspot.pt/search/label/ somnis
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ISABEL ALÇADA Isabel Alçada, Leio os teus livros e fico pasmada! O Chico é forte e comilão, O Pedro é cá um espertalhão! O João tem um cão, Ninguém distingue as gémeas. Isabel, Isabel, Como é que tens tanta imaginação?! O Pedro não dorme sem desvendar os mistérios. Estou a falar a sério!
O Chico não descansa enquanto não meter os ladrões No lugar onde devem estar, nas prisões! O João é pequenino e adora cãezinhos. As gémeas conseguem enganar As pessoas com a sua beleza de encantar! Isabel, Isabel, Como é que tens tanta imaginação? Catarina Ramada, nº 3, 5º F, Escola EB 2, 3 dos Olivais
LEITURA, UMA PONTE NO TEMPO Seguindo o lema do nosso PAA Mudam-se os tempos, movem-se as pontes – e tendo em vista os novos programas de português do 10.º ano e as comemorações dos 500 anos do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, decidimo-nos focar esta semana na organização de um evento que festejasse a literatura medieval. No dia 15 de março, no Auditório Camões, fizemos uma exposição sobre livros antigos do espólio da biblioteca histórica; convidámos a Dr.ª Fátima
LEITURAS Gomes, da Biblioteca da Ajuda, que nos veio falar de leituras medievais (uma excelente preleção sobre a história do livro, os textos e sua conceção e o Cancioneiro da Ajuda); uma leitura da Crónica de Abril, de Manuel Alegre, feita pelo 10º Q; um concerto de música medieval realizado por um grupo de músicos de Tomar, liderados por Ana Raquel Roque; e finalmente uma dança medieval a cargo dos alunos do 10º L. Ainda no âmbito das efemérides, fize-
ram-se Leituras imprevistas, a cargo de vários alunos do 10º ano que, no início das aulas, leram em várias turmas contos de Vergílio Ferreira e Mário Dionísio, cujo centenário do nascimento se comemora este ano e que foram professores na nossa escola. Ainda houve tempo para uma Feira do livro usado cuja receita reverteu a favor da BE/CRE para a aquisição de algumas monografias. Teresa Saborida, PB da ES Camões
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LER PARA MIM, LER PARA TI Realizou-se no dia 12 de abril, na nossa biblioteca, uma atividade muito original. As professoras bibliotecárias organizaram um convívio de leituras entre os diferentes ciclos do nosso agrupamento. Falaram com as educadoras do Jardim de Infância das Laranjeiras e a educadora Madalena preparou uma leitura com os pequeninos. A professora Fernanda Matos do 4.º C, também das Laranjeiras, e os seus alunos prepararam algumas leituras. Na Escola Delfim Santos, a professora Elisabete Manata
e a professora Luísa Rodrigues colaboram com os seus alunos do 7.º A e 7.º E. Depois da parte logística estar toda organizada pelas professoras bibliotecárias, os alunos das Laranjeiras chegaram à Escola Delfim Santos no autocarro da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, que ofereceu o transporte. Os alunos das Laranjeiras visitaram a Biblioteca e prepararam-se para "atuar". Foi muito enternecedor para quem assistiu, ver tantas crianças a colaborar com tanta responsabilidade.
A SEMANA DA LEITURA NA NOSSA ESCOLA Mal começaram as aulas, tivemos na nossa escola muitas atividades para comemorar a Semana da Leitura sobre o tema Elos de Leitura. Pela escola, estavam espalhados elos de leitura que tinham sido escritos e ilustrados em casa por nós e pelos nossos pais. Estes elos continham mensagens sobre a importância da leitura e lembravam a todos que ler afinal não é uma “seca”. Houve um concurso chamado "Prova que sabes: Quem é o autor?", uma Feira do Livro e a presença de muitos convidados para lerem ou contarem uma história. À nossa sala, veio a vogal da educação da Junta de Freguesia, Dr.ª Isabel Fraga, que nos leu O Soldadinho de Chumbo de Hans Christian Andersen, uma história muito bonita, mas um pouco triste. Às salas das outras turmas, foram alguns pais e mães, uma tia, uma prima, o professor Manuel, coordenador do estabelecimento, a professora Zita, a D. Ana, a nossa conhecida e simpática auxiliar, e a professora bibliotecária da ESAD, prof.ª Lurdes Castanheira. A Semana da Leitura continuou com a vinda à biblioteca dos alunos do Clube de Leitura da EB 2, 3 dos Olivais, acompanhados pela respetiva professora bibliotecária, prof.ª Lurdes Grácio, que
vieram fazer uma leitura dramatizada aos alunos do 2.º ano do livro O Peixinho Dourado e o Lápis Mágico. A turma do 4.º C da prof.ª Cláudia Silva foi também ao Centro de Dia de Santa Beatriz, onde idosos e alunos leram e ouviram muitos poemas, num ambiente muito agradável. A Semana da Leitura foi uma grande festa em que participaram todos os alunos, mesmo aqueles que não liam e agora já leem. Todos são bem-vindos à biblioteca da nossa escola. Não deixem de ler! Viva a leitura!!! Beatriz Ferreira, 4.º B, EB1/JI Manuel Teixeira Gomes
É importante que os alunos percebam e demonstrem que a leitura também lhes dá prazer, que foi o que aconteceu ontem durante quase duas horas, Esta atividade está integrada no Projeto aLer+ e pretende desenvolver a leitura expressiva, sendo proposta pela equipa da Biblioteca para ser realizada este ano letivo. Foi uma atividade muito bem sucedida e apreciada por todos os que participaram e os que assistiram. As imagens comprovam… A equipa da BE da Escola Prof. Delfim Santos
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A NOSSA AVENTURA NA SEMANA DA LEITURA Somos alunos do Clube de Leitura! Por enquanto, ainda nos chamamos assim! Um belo dia, a professora Lurdes Grácio, coordenadora da nossa biblioteca, convidou-nos para iniciarmos um clube de leitura. Aceitámos o desafio! Iniciámos o clube. Definimos o nosso propósito e as atividades a desenvolver. É um bom pretexto para nos reunirmos com pessoas amigas, que apreciam o debate à volta dos livros. Gostamos de ler, gostamos de partilhar leituras mas, verdadeiramente, gostamos de as levar a outros colegas, a outras escolas, à comunidade envolvente. Na nossa escola, comemora-se a Semana da Leitura cujo tema é Elos de Leitura. Com o propósito de estreitar laços entre escolas, de criar elos de leituras,
fomos às escolas do 1º ciclo – Alice Vieira, Manuel Teixeira Gomes e Sarah Afonso - contar a história O Peixinho Dourado e o Lápis Mágico aos alunos do 2.º ano. O mais engraçado é que percorremos as escolas, onde, outrora, fomos alunos. Foi um dia em cheio! Mas não ficámos por aqui! Acompanhados pela nossa professora bibliotecária, no dia 28, fomos ao Centro de Dia Nossa Senhora da Conceição contar esta história, vejam só, para os nossos amigos seniores! Foi incrível poder partilhar experiências com pessoas tão sábias porque, na realidade, são pessoas que têm muito que contar. Apesar de lhes termos contado uma história para crianças, uma história infantil que nos trouxe conhecimentos tão importantes para enfrentar os dias de hoje, ela retratou, de uma
forma simples e fácil de entender, uma coisa tão importante - a poluição! Na verdade, todos nós temos uma criança dentro de nós que gosta de ouvir histórias. Acabámos por cantar, rir e também por nos divertimos. Realmente, é comovente o facto de vermos que podemos chegar ao coração das pessoas com tão pouco! Ali, naquele espaço, aquelas pessoas têm a oportunidade de aprender e de ocupar os tempos mortos que teriam, se ali não estivessem. Foi inesquecível, pois foi um momento de partilha e de troca de experiências sobre leitura e sobre a Vida. Aproveitámos a oportunidade de estamos ali e convidámo-los para integrarem o projeto Ler-de-Mar da iniciativa da biblioteca escolar. Mafalda Santos, Manan Solanki, Mariana Teixeira, 7º ano, Turma C
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O MUNDO EM QUE VIVI Na minha opinião, é uma história triste, que nos fala como é a vida dos judeus nessa época, os seus costumes, as distinções feitas entre judeus e o resto da sociedade, a discriminação. A história passa-se nos finais da 1.ª Guerra Mundial na Alemanha e fala-nos sobre uma menina que se chama Rose e é judia, que vive com os avós paternos, mas mais tarde vai viver com os pais e os irmãos, porque o avô estava doente. O avô de Rose era uma pessoa muito amável e calma, que mais tarde morre, assim como a avó e dois tios dela. Rose passa a viver numa cidade e entra numa escola, onde há muita discriminação por ela ser judia. Mais tarde, quando ela já estava no Secundário, o seu pai morre e a sua mãe teve de vender a casa onde viviam. Para conseguir sustentar a mãe
LIVROS e os irmãos, Rose decide ir para Berlim à procura de trabalho, mas com a vitória dos nazis Rose corria perigo de vida por ser judia. Ela arranjou um namorado, mas a irmã dele não gostava do facto de Rose ser judia e estava sempre a falar mal dela ao irmão. Como tal, ele deixou de falar com Rose. Um dia, dois homens da Polícia de Hitler entraram no quarto dela e disseram-lhe para aparecer no dia seguinte na esquadra. Quando Rose foi à esquadra, um polícia que falou com ela durante o interrogatório, esteve o tempo todo a insultá-la por ela ser judia e disse-lhe que dentro de cinco dias iria decidir o destino dela, pelo que deveria deixar o país. Rose assustada aproveitou e fugiu do país, conseguindo escapar-se dos campos de concentração. O livro faz-nos refletir pelo que passaram os judeus nessa altura e as injustiças que sofreram e de como esses erros nunca mais se devem repetir. De como a discriminação não deve existir, “por fora somos todos diferentes, mas por dentro todos iguais”. Nunca devemos julgar uma pessoa pela sua aparência, nem pela sua religião. Este
livro é uma autobiografia de Ilse Losa que através da personagem Rose Frankfurter nos conta a história da sua vida, tendo sido em Portugal que a escritora se refugiou para continuar a escrever as suas obras. Mafalda Pinto Magalhães n.º 15, 8.º 2, ESDPV
AS VIAGENS DE GULLIVER A obra “As Viagens de Gulliver” foi escrita por Jonathan Swift, um autor inglês do século XVIII que representou numa ficção os dilemas e as contradições da sua época. A obra foi publicada em 1726 e é narrada em quatro viagens. O autor transmite, através do texto, um olhar sobre o homem, as suas instituições e o seu apego irracional ao poder. A narrativa inicia-se com o naufrágio do navio onde Gulliver seguia. Gulliver foi arrastado para uma ilha chamada Lilliput. Os habitantes desta ilha, que eram extremamente pequenos, estavam constantemente em guerra por futilidades. Foi através dos lilliputianos e dos habitantes de Blefusco que Swift demonstrou a realidade inglesa e francesa da época. Na segunda parte, Gulliver conheceu Brobdingnag. Em contraposição a Liliput, na terra de Gigantes é que Gulliver percebe a dimensão da mediocridade da sociedade inglesa diante da "grandeza" dos habitantes. Já na terceira parte, na ilha Flutuante de Laputa, Swift criticou a Royal Society, a administração inglesa na Irlanda e a imortalidade, através da descrição dos habitantes dos países por onde Gulliver passou. Trata-se de uma feroz crítica ao pensamento científico que não traz benefícios para a humanidade.
Na última viagem, Gulliver encontrou os Houyhnhm, uma raça de cavalos que possuía muita inteligência, que representavam os ideais iluministas da verdade e da razão. Os Houyhnhm temiam os Yahoos, uma raça imperfeita de um tipo de "humanos", movidos por instintos primitivos, Satirizando a raça humana, Gulliver vê a humanidade como yahoos e toma repulsa pelo ser humano. Por fim, Gulliver regressou a Inglaterra para ensinar aos outros as virtudes que aprendera com os Houyhnhm. Na minha opinião o elemento mais valioso que se encontra nesta obra é a visão da humanidade sob vários pontos de vista. Ao contextualizar a obra com o presente, percebemos que, de facto, os vícios morais apontados nas “Viagens de Gulliver” ainda se aplicam aos dias de hoje. No geral gostei da obra e das temáticas abordadas, apesar de ter achado alguns capítulos um pouco aborrecidos e confusos, como os da 4ª viagem, recomendo a sua leitura pois apresenta descrições minuciosas e diálogos, o que alimenta a imaginação do leitor e faz com que a ficção se torne tão convincente quanto um fato real. Esta obra destina-se também a um público leitor disposto a explorar o contexto histórico e político em que tanto a obra como o seu autor se inseriam na
Inglaterra no final do séc. XVII e início do séc. XVIII. Encontramos em “ As Viagens de Gulliver” uma sátira que ridiculariza e denuncia a incoerência e hipocrisia do comportamento humano, proporciona uma leitura reflexiva, na qual o leitor auto avalia o seu comportamento, os seus valores e ações. Luana Vicente, 10.º ano, ESAD
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UM OLHAR CRÍTICO SOBRE O ÚLTIMO CABALISTA DE LISBOA
O Último Cabalista de Lisboa, obra escrita por Richard Zimler, um autor de origem judaica, nascido nos Estados Unidos da América, aborda temáticas intemporais, abrangendo toda uma sociedade e as suas diferentes gera-
ções. Para além disso, o escritor, demonstra um conhecimento profundo sobre a religião judaica, nomeadamente a cabala e a história do povo judeu. Este último aspeto é visível na apresentação da problemática da perseguição aos judeus na Páscoa de 1506, em Lisboa, conduzida por um fio de cariz policial, o que não só cria um suspense próprio deste género como propicia a apresentação de relações humanas entre pessoas de raças e crenças diferentes. O livro está recheado de interpelações, realizadas pelo protagonista ao leitor, levando este último a refletir, não apenas sobre a obra em si mas também sobra a própria Lisboa manuelina, ignorante, preconceituosa e intolerante. A primeira indagação surge no título da obra que preconiza um genocídio e que nos faz querer descobrir a identidade deste cabalista e a razão por que é o ultimo. Logo nas primeiras páginas da obra inteiramo-nos de que Berequias Zarco, o protagonista da história, nos relata, na primeira pessoa, como era a vivência das minorias nesta Lisboa e como foram perseguidos os judeus em 1506. A escrita simples, mas detalhada, de
Richard Zimler transporta-nos para um mundo totalmente novo e diferente, sendo que nos sentimos em 1506 a vivenciar todas as experiências pelas quais o protagonista passou, criandonos um sentimento de estranheza face às circunstâncias da morte do último cabalista de Lisboa e um desejo de acompanharmos o protagonista, calcorreando as ruas estreitas e íngremes dessa Lisboa Seiscentista, repletas de gentes de origens e credes tão diversificadas. A ação ligada à intriga policial é fechada, mas o percurso do protagonista, que acaba por abandonar Lisboa, poderá continuar em hipotéticos volumes seguintes como nos é dado a entender logo no início em que ele se encontra em Istambul, espaço da escrita desta narrativa. Assim, a par do suspense suscitado pela intriga policial, o narrador convida -nos a participar no conflito religioso da época, lançando um olhar crítico que poderá estimular uma relfexão sobre a sociedade atual, em que a problemática da intolerância religiosa e da xenofobia estão ao rubro. Deste modo, junto-me a Richard Zimler e convido-vos a ler esta obra. Gonçalo Castelo, 10º, ESAD
TIA GUIDA No dia 8 de março de 2016, na biblioteca escolar da Escola Secundária D. Pedro V, teve lugar uma apresentação no âmbito do Dia da Mulher. O escritor André Fernandes, em conjunto com o tio, vieram à escola apresentar o livro escrito pelo mesmo, A Tia Guida. Com palavras tão eloquentes como comoventes, o autor partilhou com os alunos a sua experiência na luta contra o cancro e apresentou o seu livro. A Tia Guida narra, do ponto de vista do autor, a luta da tia contra o cancro do estômago. A história começa quando a doença é descoberta e acaba pouco antes de a tia falecer. O final, escrito poucos meses depois da morte da tia, foi explicado pelo escritor como sendo uma promessa feita à tia nos estágios finais da doença, de que não falaria da sua morte, deixando assim como última memória uma versão alegre e esperançosa. Segundo o autor, o pedido da tia fora que o livro não vendesse a morte e a falta de esperança, como tantos outros do género, mas sim a airosidade e preciosidade da vida enquanto a vivemos. Tal como o autor tão bem disse na apresentação, “O que o cancro nos faz é exibir essa realidade que é a morte.”. E, realmente, após ter também lido o livro, concordo com o escritor. Ao longo do enredo vemos a evolução
não só da tia, mas também das pessoas que a rodeavam e a amavam, e continuam a amar, e as suas diferentes reações à doença. E vemos também que, por mais difícil que tivesse sido, as pessoas que mais a amavam fizeram tudo, para que ela fosse o mais feliz possível, até ao último momento. A capa do livro, duas pessoas a dar as mãos, foi escolhida pela tia no Dia da Mulher como um sinal de esperança. O livro transmite as melhores memórias deixadas por ela, procurando emocionar as pessoas através da alegria e do amor contido nas suas palavras, e não da dor subjacente às mesmas. Após a apresentação do livro, perguntas foram feitas e emoções vieram ao de cima. Os alunos e os professores partilharam as suas próprias experiências com a doença, oferecendo assim outros pontos de vista sobre o assunto. Numa das histórias partilhadas, a vitória contra o cancro foi descrita como um acordar, um novo despertar para os pequenos prazeres da vida e a beleza do que nos rodeia, como o renascimento de uma fénix das suas próprias cinzas. No fim da apresentação ficámos com uma ideia gravada a fogo na nossa memória. A ideia de que, no fim, quando tudo aquilo que nos parece importante durante a vida desaparece, o que realmente importa é aqueles que
nos amam e estão sempre lá para nós. “O amor é o nosso legado” diz o autor. O amor é realmente o nosso legado, e tudo aquilo que deixamos vale a pena ser recordado, mas apenas importa se o que deixamos para trás toca aqueles que nos são próximos e muda as suas vidas. Afinal de contas, as pessoas só morrem se as deixarmos morrer no nosso coração. Matilde Vicente n.º 20, 11.º 3, ESDPV
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A TÁBUA DE FLANDRES A Tábua de Flandres, romance histórico de mistério escrito por Arturo PérezReverte, foi um dos maiores sucessos da carreira deste autor. Trata-se de uma narrativa ficcional, focalizada na representação pictórica de uma partida de xadrez que, ao ser restaurada por Júlia, a personagem principal, revela a chave para um assassinato acontecido há meio milénio. A jovem, em conjunto com um antiquário homossexual e um génio do xadrez, tenta resolver este interessante enigma e vê-se envolvida numa teia empolgante de assassinatos e mistérios, que exploram a ligação entre o passado e o presente e as conexões entre
várias artes, como a Pintura e a História. Esta obra foi muito bem recebida tanto pelo público como pelos críticos, o que se justifica pela sua qualidade. A progressão da narrativa é habilmente construída, assim como o desenho das personagens, o que, em conjunto com o rigor histórico, complementado com alguma originalidade e liberdade criativa por parte do autor, torna este livro num incrível e fascinante romance, quase impossível de deixar de ler. Podemos, também, encontrar inúmeras citações e referências históricas que, para além da sua dimensão filosófica, provam a vasta cultura do autor,
características que tornam ainda mais evidente a qualidade deste livro. Por tudo o que fica exposto, podemos concluir que estamos perante uma obra de excelência, a recomendar a todos, por se tratar de um incrível exemplo de um texto literário bem tecido e bem escrito (para além de bem traduzido, no caso da versão aqui analisada), que enriquecerá qualquer leitor. Thomas Childs, N.º 28, 10ºC, ES Camões
NA PATAGÓNIA
“Na Patagónia” é uma narrativa de viagem escrita e publicada na década de 70 pelo escritor e viajante inglês Bruce Chatwin. Este autor é considerado por muitos o mais importante dos escritores de viagens, de sempre, sendo este o seu livro mais célebre. Para realizar a viagem à Patagónia que deu origem a esta obra, Chatwin demitiu-se de um importante trabalho como jornalista da Sunday Times Magazine, deixando apenas uma famosa carta de demissão que dizia “Fui para a Patagónia”. Este livro começa com Bruce Chatwin a relatar que desde muito cedo se interessou por esta região que, para quem não sabe, é uma região sul-americana que inclui o sul da Argentina e do Chile. No 1º capítulo o autor explica que este interesse foi despertado primeiramente, quando era ainda muito pequeno e a sua avó lhe mostrou um pedaço de pele de o que ela dizia ser brontossauro, proveniente precisamen-
te da Patagónia, pelo qual o escritor ficou fascinado, mas que se perdeu quando a avó do escritor morreu. Mais tarde veio a saber-se que, o pedaço de pele vinha mesmo da Patagónia, mas não era de brontossauro, pois este animal não era proveniente daquela região mas do norte da América. O pedaço de pele era afinal de uma preguiça-gigante. O escritor depois desta explicação começa então, no 2.º capítulo, a relatar a viagem propriamente dita, começando em Buenos Aires, a capital da Argentina, atravessando de seguida o deserto até chegar finalmente ao Rio Negro (parte negra do rio Amazonas), local onde começa a Patagónia. Nos restantes capítulos, o escritor vai intercalando a descrição das variadas cidades e vilas por onde passa ao longo de toda aquela região, com histórias fascinantes repletas de intriga, aventura, por vezes alguma ficção misturada com muitos factos históricos e científicos e até algumas anedotas, o que o acaba por o ir atrasando no seu caminho. A sua viagem de 6 meses acaba em Punta Arenas, uma cidade portuária localizada na Terra do Fogo (a terra na extremidade sul da América) onde ele apanha o navio de regresso ao seu país. Num dos últimos capítulos, o autor vai a uma gruta onde encontra um pedaço de pele de preguiça-gigante para substituir a perdida, que ele tanto admirava na infância, considerando assim cumprido um dos objetivos da sua viagem. Esta obra aborda as mais diferentes temáticas, sendo as mais claras, a geografia, a história e a biodiversidade dos locais que o autor visita, como é normal numa narrativa de viagem. Mas, dentro das histórias que Chatwin vai contando ao longo dos 96 capítulos, podemos encontrar muitos mais temas, tais como paleontologia, guerra, crimi-
nalidade - Butch Cassidy, violência, machismo, biografias das mais variadas pessoas, lendas locais quase esquecidas, suicídio, emigração galega, cultura e escravatura indígena, entre muitos outros. Um dos temas que eu achei mais interessante foi este último, a cultura e a escravatura indígena, um dos temas que é mais falado no livro. A história das várias tribos de índios sul americanas é riquíssima e no livro isso é claro, a descrição dos costumes completamente diferentes dos nossos e as linguagens únicas foram duas das coisas que mais me fascinaram sobre este tema. A nível da escravatura existem também no livro vários exemplos explícitos da forma horrível como os índios eram tratados nesta região. No início considerei a obra um pouco cansativa de ler por esta conter muitos nomes e factos históricos e científicos, que me exigiram uma pesquisa constante para perceber completamente as várias histórias, e, sendo que as narrativas de viagens são um tipo de livro completamente diferente daquele que eu estou habituada a ler, estranhei um pouco, principalmente por não ser uma história com uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Mas acabei por gostar bastante do livro. No final da leitura, posso dizer que fiquei com vontade de visitar a Patagónia e ver por mim mesma todas as coisas que Bruce Chatwin descreveu nesta obra. Recomendo a leitura deste livro a todas as pessoas que gostam de história, geografia e de biodiversidade no geral, que gostem de mistérios e lendas ou, simplesmente, a todos os que gostam de viajar, pois através da leitura das descrições pormenorizadas que Chatwin faz, qualquer pessoa se sente como se tivesse realmente acabado de explorar “a terra no fim do mundo”. Catarina Caseiro, 10.º ESAD
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EXPERIÊNCIA ANTÁRTICA No dia 4 de março, o professor José Xavier veio à nossa escola no âmbito do círculo de palestras “Quatro Livros, Quatro Debates”. A palestra iniciou-se com uma breve explicação do seu percurso académico e como se tornou um dos mais jovens cientistas polares. Ao longo da palestra, focada na sua expedição de 2009 à Antártica, retratada no livro apresentado, o investigador contou histórias das suas jornadas na Antártica, desde o relacionamento entre colegas na base até ao trabalho com pinguins e albatrozes. Estas histórias permitiram compreender o árduo, mas gratificante trabalho realizado nas
expedições. Para além dos apoios multimédia utilizados, como fotografias, vídeos e o som de pinguins em background o cientista trouxe também penas de pinguim e dispositivos GPS, utilizados para saber a localização dos animais, para que pudéssemos ver. Esta foi mais uma interessante palestra organizada pela escola, quer pelo tema, quer pela maneira como o professor a conduziu. A quem não teve a oportunidade de assistir recomendo a leitura do livro em questão. Leonor Alves, 12º A, ES Camões
O JARDIM DE INFÂNCIA DAS LARANJEIRAS TAMBÉM LÊ
VERDADE DE LA PALISSE
CURIOSIDADES
Significado: Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é uma evidência tão grande, que se torna ridícula. Origem: O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), nada fez para denominar hoje um truísmo, ou seja, uma verdade banal, evidente, trivial. A fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação. Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em sua honra uma canção com versos ingénuos:
"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia." O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência. Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que não lhe dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa. Nota: Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse.
AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL As Vantagens de Ser Invisível é um filme americano lançado em 21 de setembro de 2012. É protagonizado por Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller. Foi inspirado no livro homónimo de Stephen Chbosky, que também foi o realizador do filme. A história é sobre Charlie, um rapaz de 15 anos, que começa o seu percurso no Ensino Secundário. O seu passado é muito pesado e no início do filme está a recuperar de uma depressão, com a ajuda de dois alunos mais velhos que lhe mostram um novo mundo, fazem
CINEMA
com que ele se sinta especial. Contudo, nem tudo é bom, pois as portas que se abriram na vida de Charlie, não só trouxeram aspetos positivos, como também as drogas, as bebidas alcoólicas e muitos outros perigos. Num enredo brilhante, mostram-nos os lados radiosos e os podres da adolescência, num debate sobre a droga, a vida, o amor, os vícios e a homossexualidade, que, de certeza, fará os espectadores reverem as suas atitudes. Ricardo Baptista, 11.º 13, ESDPV
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UM REFÚGIO PARA A VIDA Um refúgio para a vida ou Safe Heaven é um filme americano de suspense dirigido por Lasse Hallström, baseado no romance homónimo do autor Nicholas Sparks. O filme é protagonizado pelas atrizes Cobie Smulders e Julianne Hough, pelos atores Jonh Duhamel e David Lyons, sendo que este interpreta Tierney, um homem inconformado com o seu divórcio. O filme conta a história de Katie, uma mulher recém-chegada a Southport, uma pequena cidade piscatória no estado da Carolina do Norte (EUA) que traz consigo um passado obscuro de violência doméstica do seu último casamento, mas decidida a deixá-lo para trás. Com o passar do tempo, apesar de obstinada em criar laços seja com quem for, acaba seduzida pela generosidade de Alex (Jonh Duhamel), um jovem viúvo com dois filhos pequenos, que teima em manterse por perto. Katie, agora, com uma vida que parece ter tomado um novo rumo, sente-se feliz e cada vez mais ligada a Alex e às duas crianças. Porém, o passado obscuro que durante anos tentou esquecer parece ter voltado para a assombrar, quando
Tierney (interpretado por David Lyons) o seu ex-marido obcecado, chega a Southport. Eu gostei muito deste filme, pois Nicholas Sparks traz-nos uma protagonista fragilizada e que tem de aprender a lidar com os seus mais profundos receios, se quiser voltar a amar. E nessa altura ela irá reconhecer que o amor é a única coisa que poderá salvá-la. O filme foi amplamente denegrido pela crítica especializada. Eu não concordo com essas críticas especializadas, porque considero que o filme passa uma mensagem forte, mesmo que não seja a desejada pelos críticos. Acredito fortemente que esta mensagem é passada de forma muito real e viva, muito graças ao desempenho que David Lyons depositou na interpretação da sua personagem Tierney, um detetive bem sucedido, que ronda a casa dos 40 anos, que, no início do seu casamento era feliz e romântico, mas que, com o passar do tempo se torna num possessivo, ciumento e controlador (...) e chega a praticar violência doméstica na sua esposa Katie. Esta personagem demonstra a realidade ainda muito presente de várias
mulheres que sofrem de tais atos. Se és fã de um bom romance com uma pitada de suspense aconselho a assistir a Um refúgio para a vida. Taima Carvalho, 10.º 11, n.º 25 ESDPV
O RENASCIDO
O Renascido (The Revenant), baseado em factos reais, é não só um dos melhores filmes do ano, como também aquele que ficará para a história como aquele que concedeu a Leonardo DiCaprio o seu primeiro Óscar. O ator conseguiu, finalmente, depois de seis nomeações, obter o título que muitos acreditavam já merecer há anos. A sua prestação foi, sem dúvida, de um alto nível de excelência e merecedora de um Óscar. DiCaprio fez o papel de Hugh Glass, um caçador de peles que se encontra com o seu filho e um grupo de outros caçadores numa floresta americana, quando são inesperadamente atacados por uma horda de nativos. O enre-
do do filme foca-se nas dificuldades que Glass terá de enfrentar para sobreviver sozinho na natureza, bem como na sua vingança perante John Fitzgerald (interpretado por Tom Hardy), outro caçador que o abandona deixando-o à beira da morte. Glass, apesar de ser a personagem principal, fala muito pouco, sendo por isso caracterizado quase exclusivamente pelas suas interações com os elementos circundantes. Das várias cenas em que testemunhamos Glass enfrentar a natureza, a mais notória é, sem dúvida, aquela em que é atacado por um urso, vendo-se obrigado a lutar pela sua vida e em que quase morre. Existe muita violência e realismo, fator
que aumenta o envolvimento e a imersão do espetador na trama. A cinematografia é de prestígio. Muitas cenas são extremamente longas e filmadas em apenas um take. O diretor, Alejandro González Iñárritu, decidiu também que todas as cenas seriam filmadas apenas com luz natural. Estes dois fatores somados ao facto de que as filmagens foram feitas em condições muito adversas, tanto para os atores, como também para a equipa técnica, elevam a qualidade do filme, pois fica evidente a quantidade de esforço e trabalho necessário para concretizar as ideias do Iñárritu. Um dos poucos pontos fracos do filme, é, na minha opinião, o facto de este ser mais longo do que aquilo que necessita, tendo perto de duas horas e meia. Para além disso, algumas partes tornam-se um pouco repetitivas e desnecessárias. O Renascido acaba por ser um excelente filme, que nos mostra o confronto de um homem contra a natureza, envolvendo o espetador na sua trama através de cenas espetacularmente bem filmadas, com suspense e com realismo. Emanuel Martins, n.º 7, 11.º 3, ESDPV
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O TEATRO VEIO À ESCOLA – À CONVERSA COM SIMÃO RUBIM E JOÃO MARTA No dia 14 de março, tivemos a honra de receber os atores Simão Rubim e João Marta, no auditório da Escola Secundária António Damásio, para uma pequena representação sobre a vida e obra do príncipe dos poetas, Luís Vaz de Camões. O espetáculo recebeu o título de “Camoinz”. Recorrendo a vários tipos de cómico, os atores conseguiram transmitir fácil e percetivelmente, os valores renascentistas camonianos, explicando, também, o seu enquadramento histórico e literário. Quando a sua preferência pelos trabalhos de Luís de Camões foi questionada, ambos referiram a elevada qualidade dos mesmos, o que tornava a decisão ainda mais complicada, porém apontaram para dois poemas específicos: Simão selecionou o soneto “Um mover d’olhos brando e piadoso” enquanto que João, por sua vez, referiu ludicamente o poema recitado por si durante a representação (sendo o
TEATRO
momento da recitação deste poema, um produto de uma alteração original e divertido), “Descalça vai para a fonte”. Seguidamente, foi-lhes perguntado o porquê da escolha de Camões para esta representação e a resposta foi de consentimento mútuo. Ambos mostraram um especial afeto pela forma como lhes foi incutido o gosto pela poesia, através de meios menos sérios e maçadores, como por exemplo, pequenos “teatros” na sala de aula. Sublinharam, também, a importância do professor na implantação do amor pela poesia, especialmente quando, finalmente, questionados de onde provinha a sua adoração pela lírica. João Marta começou por referir que, quando a poesia foi introduzida na sua vida, não foi algo que lhe chamasse particularmente a atenção. No entanto, quando observou melhor no que realmente consistia, juntamente com
as interpretações de Mário Viegas e do parceiro Simão Rubim, o amor pela poesia despoletou. Simão Rubim, por seu lado, sublinhou a influência que a família e as carreiras dos seus familiares tiveram no seu amor pelo teatro e pela poesia. Por exemplo, o autor do suporte escrito desta peça foi o seu irmão, Gustavo Rubim. Em conclusão, para além de se mostrarem disponíveis para falar com as alunas que os entrevistaram, mostraram também que os objetivos marcados para esta peça foram alcançados. Para eles a receção desta representação, por parte dos alunos, foi bastante positiva, demonstrando assim um público esclarecido e interessado, com um especial carinho pelas interações com o mesmo.
um excesso de alunos face ao número de personagens da peça, dividiu-se a turma em dois elencos. A Gaivota é uma peça com alguma dificuldade em ser interpretada devido à contenção a que obriga os atores. A encenação colocou os bastidores à mostra, de
modo a que os espectadores estavam sempre a ver o “dentro” e o “fora” da peça. A turma teve muito gosto e empenho na realização do espetáculo, dado que constituiu uma nova experiência e aprendizagem.
Adriana Vizinha, Lara Pico, Sara Pereira, alunas do 10º de Humanidades, ES António Damásio
A GAIVOTA A peça A Gaivota de Anton Tchekov foi ensaiada no contexto do módulo “Laboratório Teatral 03” pela turma do 12.º13 do Curso de Artes de Espetáculo - Interpretação orientado pelo Prof. Carlos Melo. Escolheu-se esta peça através de votação. Devido a
Tânia Martins, 12.º13, ESDPV
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OUVIR A MÚSICA EM SILÊNCIO No dia 24 de fevereiro decorreu na Escola Secundária de Camões a atividade Ouvir a Música em Silêncio, das 10h45min às 11h30min. Durante este período em que decorreu o momento simbólico pretendia-se mostrar aos alunos a importância de parar e ouvir música. A ação decorreu por toda a escola. Na biblioteca realizou-se o recital de violino e piano com Luís Pacheco Cunha, antigo aluno da escola, ao violino, e Mafalda Pernão, diretora do Conservatório Nacional, ao piano. Na sala 32, os convidados eram o Grupo de Percussão da Escola Superior de Música de Lisboa, grupo jovem que mostrou aos alunos uma maneira diferente e interessante de fazer música. No auditório, os presentes foram um grupo de sopros da Escola de Música do Conservatório Nacional e um grupo de Metais da Escola Superior de Música de Lisboa. Já nas caves, a Escola de Jazz Luíz Villas-Boas Hot Clube Portugal preencheu o ambiente com a sua música. No pavilhão, a Orquestra Metropolitana tocou para um maior número de pessoas incluindo, entre alunos da escola, a presença de uma turma do 1.º ciclo da freguesia. Para terminar, os alunos presenciaram, no Pátio Sul, a atuação do professor de educação física e do seu grupo que tocaram gaita de foles e percussão. Neste período de 45 minutos, as aulas pararam e todos os alunos e professores foram encaminhados para ouvir a música em silêncio. Inês Santos, 11.º H, ES Camões
MÚSICA
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ÓPERA NOS CASTELOS DE D. AFONSO HENRIQUES ANTES DA FESTA … ANTES DA ÓPERA …
A escola está em festa e a música ecoa por todos os cantos. Este ano, prepara-se a apresentação de uma ópera – Nos Castelos de D. Afonso Henriques. Somos alunos do Clube de Leitura e fizemos algumas perguntas aos organizadores e responsáveis por este evento. Entrevistámos a professora Teresa Nunes, o professor Carlos Barroas e a subdiretora do Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais, a Dra. Rosa Carvalho. A primeira entrevistada foi a professora Teresa Nunes. Clube de Leitura (CL): Como surgiu a ideia de fazer a ópera? Professora Teresa (PT): Surgiu da vontade de unir a escola à volta de um projeto comum. E nada melhor do que a música! Ela traz alegria e anima-nos nas dificuldades. Há várias óperas que são compostas por um colega professor de Educação Musical e que foram pensadas para serem cantadas pelos alunos nas escolas. Usámos uma dessas óperas, cujo tema foi pesquisado nos currículos do 5.º e 6.º anos, porque só há Educação Musical no 2.º ciclo. CL: Os alunos mostram interesse pelo projeto? PT: Parece-me que sim. À partida, houve alguns muito entusiastas, mas muitos outros também estavam muito céticos, mas agora, neste momento, parece-me que estão todos sensibilizados. CL: Em que consiste a ópera? PT: Consiste no recontar da história da conquista de vários castelos de Portugal por D. Afonso Henriques e também sobre a formação de Portugal. CL: É constituída por quantos elementos? PT: Os intérpretes envolvidos, no total, parece-me que serão cerca de 300 pessoas. CL: O que faz para cativar os alunos na participação da ópera? PT: Ensaiar, ensaiar, ensaiar e falar... (risos) CL: Onde foram arranjados os fatos da ópera? PT: No Ministério da Educação, no espólio que o Ministério tem, vindo dos eventos dos 500 anos dos descobrimentos e não tinham onde guardar
aqueles fatos depois dessa comemoração e foi o Ministério que ficou com eles e agora põe à disposição das escolas para usar. CL: Porque é o tema sobre os castelos de D. Afonso Henriques? PT: O tema! Porque tem a ver com o tema curricular, neste caso da aula de História, na disciplina de HGP e foi essa a razão. Também nos pareceu ser um projeto que podia ser transversal a todas as disciplinas. Na Educação Física ensaiam-se as coreografias, na educação musical, claro que é a música, desenvolvem-se os conteúdos da disciplina de História devido à formação de Portugal, em Ciências da Natureza, a fauna e a flora dos castelos intervenientes, em Matemática, fizeram o cálculo dos perímetros e das áreas dos castelos, em Educação Visual e Tecnológica a construção dos cenários e adereços que os alunos levam, em Inglês vimo-nos aflitos para encontrar os conteúdos por causa do nível de Inglês dos alunos. CL: Como surgiu a “Traquinas”? PT: A Traquinas foi num processo criativo de pensar como é que poderia ficar engraçada a narração da ópera. Então, em vez de haver um narrador passivo, a professora Zélia pensou numa Traquinas, ou seja, um diálogo entre D. Afonso Henriques e a Traquinas que seria uma menina do povo e entre os dois se contaria um bocadinho do processo da conquista dos castelos. Não foi só a professora Zélia, pois houve vários outros professores também envolvidos, mas foi a Zélia que fez o texto para esta narração onde a Traquinas vai entrar. CL: Onde arranjou disponibilidade para realizar este projeto tão composto e trabalhoso? PT: Eu acho que é no coração, porque acho que é um trabalho muito giro. Quando nós gostamos e nos identificamos com cada um dos trabalhos, vai tudo à frente mesmo que haja mil e uma dificuldades. CL: É preciso muita força de vontade. Qual é o seu lema? PT: Primeiro, tem que haver uma identificação com a ópera e com o projeto. Depois ir buscar (risos) a energia e a alegria que é necessária para contagiar tudo e todos à volta. CL: Como foram feitas as coreografias das músicas? PT: Foram feitas nas aulas de Educação Musical e de Educação Física. Umas baseadas na letra dos castelos de cada uma das canções, outras apenas no movimento. CL: Qual a mensagem que pretende transmitir? PT: Eu gostaria de transmitir que vale a pena o trabalho bem feito e o esforço e, por outro lado, interessa-me imenso
a possibilidade de criar situações em que os alunos se sintam valorizados e como cada um vai ter de atuar no palco, no final, depois de vencidos todos os medos que são 1001, ficam com a sensação: “Fui capaz e estive bem e todas as pessoas gostaram de me ver e de ver o trabalho que eu fiz!” (risos) CL: Os ensaios são muito trabalhosos? Porquê? PT: (risos) Foram muitos! (risos) Porque temos de lidar com a situação de haver alunos motivados, mas depois há sempre um ou dois que não estão muito motivados e é preciso continuar a batalhar e a batalhar para que sintam a necessidade de perceber a importância que tem cada um dos gestos e da maneira de estar de cada um dos alunos. Basta haver um aluno que faça uma coisa mal e estraga o trabalho dos outros e é preciso fazer e criar a consciência em cada um. Há alunos que estão muito motivados e, portanto, os ensaios correm muito bem logo à partida. Há outros que ainda não perceberam isto! Acham que é indiferente se fazem bem ou mal. CL: Por que foi selecionado o Fórum Lisboa para apresentar a ópera? PT: Estivemos à procura de várias salas de espetáculos e o Fórum pareceu-nos que tinha um equilíbrio entre o preço do aluguer que era pedido e a capacidade do público que nós queríamos. CL: Para finalizar, para si o que significa ópera? PT: (risos) Ópera é contar uma história cantando, é um teatro cantado, no nosso caso, não é uma ópera lírica. Vamos chamar-lhe opereta, porque tem um couro juvenil a cantar e não um de profissionais; por outro lado, as árias não têm um caráter dramático; daí, que não possamos chamar-lhe ópera ligeira. O professor Carlos é outro dos elementos organizadores desta ópera que juntou as vozes da escola. Cont. na pág. seguinte
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ÓPERA NOS CASTELOS DE D. AFONSO HENRIQUES ANTES DA FESTA … ANTES DA ÓPERA … CONT.
Disse-nos: Foi uma agradável surpresa verificar que os alunos aderiram muito bem ao projeto! É claro que há sempre uns mais entusiastas do que outros! A ópera conta a história de todos os castelos que foram conquistados ou mandados construir por D. Afonso Henriques. Conta, também, histórias dentro das histórias dos próprios castelos, particularidades e factos que não são menores, mas são muito importantes também, como, por exemplo, o castelo de Beja entre o lidador e o Almoleimar. Em palco, estarão à volta de 300 pessoas. São bastantes! Professores, pais, funcionários e alunos. Os alunos gostam do trabalho que estão a realizar, cativando-se uns aos outros. Quando começam a perceber o quão importante é o canto, como se trabalha a voz…, faz com que se motivem a participar e a mostrar os seus dotes vocálicos! (risos). Depois sabendo que é para os pais, ainda mais se motivam. Numa tarde em que o sol rompia envergonhado depois da chuvada da véspera, entrevistámos a professora Rosa, a subdiretora do Agrupamento. Quisemos saber como é que o Agrupamento se organizou para realizar um evento que, para nós, nos parece de difícil gestão. Clube de leitura (CL): Como surgiu a ideia de fazer a ópera? Professora Rosa (PR): A ideia da ópera foi da professora Teresa e do professor Carlos de música apresentada aos membros da Direção que estão aqui nesta escola, na EB 2,3 dos Olivais. Seria bom fazermos algo de diferente, que envolvesse a comunidade educativa e escolar, que entusiasmasse e mostrasse boas práticas da escola, simultaneamente, que fossem trabalhados determinados conteúdos do currículo de várias disciplinas do 2.º ciclo. Este projeto envolve todos os alunos do 2.º ciclo, as turmas de PCA (Percursos Curriculares Alternativos). Ainda alunos que, apesar de não estarem diretamente envolvidos na ópera, vão participar, ajudando na logística, a fazer coisas, inclusive, o clube de música. Os alunos das Unidades Educativas Especiais, bem como a maior parte dos professores: uns participam diretamente na
ópera, outros, no acompanhamento dos alunos, na organização e na construção de adereços. Somos uma equipa, pois só em equipa podemos fazer acontecer as coisas! (risos) CL: Foi fácil gerir todo este projeto? PR: Foi muito difícil, pois dá muito trabalho. (…) CL: Qual a mensagem que pretendem transmitir? PR: Quando pretendemos a mudança, quando pretendemos alcançar determinados objetivos, com persistência, unidade e entusiasmo, conseguiremos alcançar esses objetivos. Por vezes, a nossa escola não é bem vista. Considero que o que se diz não é verdade, pois somos uma escola igual a tantas outras, onde se fazem coisas construtivas e muito positivas, e vós sois um testemunho vivo disso. Desenvolvem-se muitas atividades. Às vezes, a imagem que passa lá fora é que esta não é uma escola muito boa. Deixa-nos tristes, esta imagem! Quem cá anda, sabe que não é assim! Neste projeto, temos os pais a colaborarem connosco, envolvidos na ópera. Passámos por períodos difíceis, no passado, mas esse tempo, como referi, é passado. Agora, é tempo de fazer diferente numa escola onde todos nos sintamos bem! Três professores, três testemunhos de um objetivo comum. Esta é a nossa escola! É aqui que aprendemos, é aqui que crescemos, é aqui que nos transformamos num amanhã mais sorridente e promissor. Mafalda Santos, Manan Solanki, Mariana Teixeira
DESPOIS DA FESTA … DEPOIS DA ÓPERA …O QUE SENTIMOS, O QUE DISSEMOS O dia 22 de abril chegou finalmente! O nervosismo pairava no ar! Risos de alguma timidez, de medo e de ansiedade sentiam-se em cada canto do espaço Fórum Lisboa. Que azáfama! A maquilhagem não tinha mãos a medir! A hora da estreia aproximava-se a galope. E agora? O ensaio geral nem por isso tinha corrido muito bem! Paulatinamente, a sala enchia-se de calor humano. 700 pessoas estavam ali para nos verem. … O som das palmas calorosas e entusiasta encheu-nos de orgulho e de um sentimento de vitória! Repetir? Quem sabe… restou a recordação de um dia que, dificilmente, será esquecido. Restaram as palavras, de alguns, bem sei, pois havia tantos outros, para retratar aquele dia… Teresa Nunes: E agora? Que fazer com aqueles abraços esfusiantes dos alunos, antes desconfiados, à saída do palco, depois de acabado
o espetáculo: -“Correu bem! Correu bem! “ E aquelas lágrimas de felicidade e beleza do público que, já não contendo tanta emoção, deixou sair uma brutal ovação a meio do fado “Lisboa”, quando se tinha pedido que não batessem palmas durante a ópera e muito menos a meio de uma música? E a última ária que acabou com todos os cerca de 250 participantes em palco a cantar e a que se juntaram em pé, a cantar e balançar, os restantes 700 do público? E a emoção da chefe de produção do Fórum Lisboa que sentiu necessidade de retribuir de alguma forma o empenho e a boa atitude daqueles jovens que tiveram a missão de STAFF. Acabado o espetáculo, tinha elaborado um diploma de mérito para ser entregue a cada um! E o elogio do compositor, também emocionado, dizendo: -“Foi a melhor ópera!” e “O menos bom foi não poder bater palmas durante a ópera!” E as afirmações convictas do Dr. João Nunes, Inspetor do Ministério da Educação: -“Um espetáculo digno de ser mostrado a toda a Lisboa!” E aquele abraço emocionado dado à subdiretora da escola pela vogal da educação da junta de freguesia Anabela Silva: -“Que maravilhoso espetáculo!” E agora? Que faremos? Com o brilho nos olhos e a alegria de todos os participantes que, transbordando para todos, a ninguém deixou indiferente! Com certeza teremos melhores alunos, melhores pais, melhores professores, melhores pessoas, dispostas a dar-se para o bem comum, pois a alma encheu-se daquele sentimento de pertença e partilha que transbordou e nos faz sair da nossa zona de conforto para um bem maior. E agora… Sílvia Gomes: Não consigo descrever o que senti! Foi muita emoção de uma só vez! Achei que os alunos estiveram todos impecáveis. Sei que é possível fazer boas coisas, boas práticas, quando nos envolvemos num propósito comum. Cont. na pág. seguinte
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ÓPERA NOS CASTELOS DE D. AFONSO HENRIQUES ANTES DA FESTA … ANTES DA ÓPERA … CONT.
Rosa Carvalho: No dia do espetáculo, após o ensaio, fiquei tranquila porque tenho ideia de que quando este não corre na perfeição, o espetáculo corre bem. Ultrapassou todas as minhas expectativas. Foi de uma beleza! Hoje, ainda estou contagiada pela onda de harmonia, felicidade e bem-estar que me encheu. Apetecia-me eternizar tal espetáculo. Maria João Valle: Palavras para quê?! Vejam as fotos! João: Superou as minhas expectativas, a princípio tinha dúvidas que conseguissem fazer isto com qualidade. Hoje, vejo que com a ajuda de todos conseguimos fazer coisas bonitas. Os participantes estão de parabéns. Carlos Barros: Senti um enorme cansaço (risos). Agora a sério! Foi uma sensação ótima de dever cumprido. Os objetivos foram alcançados, os alunos responderam muito bem. As expectativas foram superadas. Paula Marques: Senti uma grande emoção. Saber que os meus alunos quando chamados correspondem. A escola unida… Uma emoção! Ivo Bragança: Senti-me sentado (risos). Ultrapassou as minhas expectativas, uma vez que não fiz nenhum ensaio do conjunto devido à preparação dos exames dos alunos do 9.º ano. Foi muito bom! Não fazia ideia de como seria a ópera. Conceição Alves: Um grande orgulho por pertencer à escola. A sensação de dever cumprido, de conseguirmos alcançar os nossos objetivos. Rosa Costa: Senti um grande entusiasmo e alegria. Hoje todas estamos de parabéns. Reconheço que existiu um diálogo interdisciplinar. Conseguiu-se que a atividade tivesse reflexo em toda a comunidade educativa, que
abriu portas ao exterior. Estamos todos orgulhosos com o resultado final. Lisete Pires: Foi sem dúvida um dia inesquecível. Estamos todos de parabéns, somos uma bela equipa. Senti muita alegria, nervosismo e entusiasmo, mas um grande orgulho nos nossos meninos que foram espetaculares. Lurdes Filipe: Sinto um grande orgulho por fazer parte desta escola e deste projeto. Superou as minhas expetativas. Alunos das várias turmas disseram: - O meu tio ficou com uma cara ziiimmm… com um sorriso de orelha a orelha. - O meu avô disse que esta ópera foi mais divertida do que as outras a que ele assistiu. - Quando pisei o palco tinha o coração a bater a mil à hora. Mas comecei a ficar mais tranquilo quando o meu colega entrou no palco. Foi um momento muito bonito, estiveram todos muito bem. Queria repetir esta experiência. Tive um trabalho árduo de preparação com os meus colegas. Ensaiámos, ensaiámos e foi ficando cada vez melhor. - O que gostei mais foi a música final, porque parecia ser a música com mais espírito que todos estavam a cantar com muita alegria e felicidade. Era a música final, mas ao mesmo tempo não queríamos que acabasse. - Voltemos atrás no tempo, professora! - A minha família disse “bué de fixe” e eu senti-me orgulhoso. - Acho que foi um espetáculo muito bonito, com muita qualidade, tanto a nível do som como luzes, cenário, guarda-roupa. Acho que o público aplaudiu, gostou muito, porque estava de pé! Os meus pais disseram que este espetáculo valia muito, mais do que alguns a que eles assistiram. Acho que a Traquinas gostou muito de estar no palco a falar com o rei e o escudeiro à frente daquela gente toda. A Catarina também gostou muito de lá estar. Aprendi a ser responsável e mais descontraída. O meu pai disse, apontando para o palco: “Foi uma grande lição de história!”. - Deu muito trabalho, mas para sermos alguém na vida temos que trabalhar. -Quando entrei no palco, estava muito nervosa, mas quando vi os meus pais no público, despontou-me uma alegria! Quando cantámos a nossa música, arrepiei-me toda! Eu adorei! Os meus pais adoraram, não estavam à espera de que fosse tão bonito! Tão bonito! Até os meus pais não conseguem parar de cantar as músicas! - Foi uma experiência única! Voltava a fazer o que fizemos, porque valeu o esforço. A minha família achou que foi mais do que estavam à espera. - A ópera foi linda! Correu lindamente! Estou muito feliz! A princípio, um pouco
nervosa, mas correu super bem no final. Ao ver o meu pai na plateia, quase chorei! Assim que o vi, enchi a cara de alegria e não parei de sorrir! No fim, todos gostaram! A caminho de casa, o meu pai não se cansava de elogiar a ópera. Sem dúvida, um dia incrível e memorável. Gostaria de repetir. - Mostrámos o que valemos! Senti-me importante! - E agora, o que faremos sem ópera? As felicitações chegaram também dos pais/encarregados de educação: Felicito a escola pelo trabalho desenvolvido. Disponibilizo-me para colaborar em futuras atuações. Temos que levar isto para a frente. (Ana Valério Mendes). O nosso diretor, o Dr. António Cruz, também deixou o seu testemunho: A ópera ligeira intitulada “Nos Castelos de D. Afonso Henriques” e encenada pela comunidade escolar da EB 2.3 dos Olivais foi um acontecimento transdisciplinar e transgeracional perfeito devido à sua pertinência histórica, à sua qualidade coreográfica e à sua dimensão teatral. Os Professores, os alunos e os funcionários conferiram ao espetáculo uma sequência espantosa que, para além de um conjunto harmonioso, acabou por revelar alguns talentos musicais. Está de parabéns a comunidade educativa da EB 2.3 dos Olivais pelo complexo trabalho de organizar o evento e de o encenar de modo tão aplaudido e energético. As palavras da subdiretora do Agrupamento, a Dra. Rosa Carvalho, espelham a emoção sentida: Por muitas palavras que se possam dizer ou escrever, elas não serão suficientes para elogiar este espetáculo maravilhoso e agradecer a todos os participantes, que foram brilhantes e excelentes. Foi um momento de grande emoção e muito orgulho! Tenho a certeza que este acontecimento ficará para sempre na nossa memória. Articulação do texto: Maria de Lurdes Grácio, AESMO
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LIVROS ANTIGOS
EXPOSIÇÕES
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AMOR ENTRE PELOS, PENAS E ESCAMAS Fizemos trabalhos para a disciplina de Ciências Naturais, sobre rituais de acasalamento de animais à nossa escolha. O desafio foi lançado a todas as turmas do 8.º ano da EB 2, 3 Professor Delfim Santos, e os trabalhos estiveram expostos na nossa escola. Com trabalhos cheios de corações, lá demos a conhecer à comunidade escolar como é o Amor entre pelos, penas e escamas… Texto coletivo do 8.ºG da EB 2, 3 Professor Delfim Santos
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UM PINCEL, UMA TELA E UMA OBRA Um pincel, uma tela e uma obra. O trabalho concluído no âmbito da disciplina de Oficina de Artes foi realizado pelos alunos da turma 12º J, visando a pintura moderna e contemporânea. O tema era livre e de escolha individual, mas o objetivo era comum – adaptar e reinventar uma pintura, explorando ao máximo a volumetria da imagem. Os materiais foram variados – tintas de óleo ou acrílico, tecido
ou trapo, cartão ou algodão – as possibilidades foram todas aquelas que a criatividade permitiu. E os resultados? Traduzindo deste modo cada personalidade distinta, assim foi a respetiva obra. As mais variadas vertentes artísticas foram abordadas, desde o realismo, o cubismo, o abstracionismo, entre outros, salientando novamente a exploração do volume.
Era também necessário explorar a utilização da cor e fazer uma mudança na composição original da obra – o aluno teve que alterar aspetos significativos do seu respetivo ponto de partida, para poder criar uma tela original, única e característica. E assim nasceu esta coleção – Um Pincel, Uma Tela e Uma Obra. Os alunos do 12º J, ES António Damásio
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UM PINCEL, UMA TELA E UMA OBRA
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CLUB DE FOTOGRAFIA
Alguns dos novos projetos executados pelos alunos do Clube de Fotografia (10.º5, 10.º11 e 9.º1) RECEITAS LITERÁRIAS Dobrada à moda do Porto Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo, Serviram-me o amor como dobrada fria. Disse delicadamente ao missionário da cozinha Que a preferia quente, Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria. Impacientaram-se comigo. Nunca se pode ter razão, nem num restaurante. Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta, E vim passear para toda a rua. Quem sabe o que isto quer dizer? Eu não sei, e foi comigo... (Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim, Particular ou público, ou do vizinho. Sei muito bem que brincarmos era o dono dele. E que a tristeza é de hoje). Sei isso muitas vezes, Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram Dobrada à moda do Porto fria? Não é prato que se possa comer frio, Mas trouxeram-mo frio. Não me queixei, mas estava frio, Nunca se pode comer frio, mas veio frio. Álvaro de Campos*, in Poemas
CULINÁRIA Ingredientes 1 kg de feijão branco 1 orelheira 2 kg de dobrada 1 mão de vaca grande 1 chouriço 1 salpicão 1 tira média de toucinho fresco 4 pés de porco 1 tira de presunto 1/2 frango 250 gramas de carne de vaca 1 chouriço de sangue 1 tira de bacon 1 tira de linguiça 1 toco de porco fumado 2 tomates maduros 1 ramo de salsa 1 cebola média 3 alhos colorau pimenta sal azeite Modo de preparação Coza o feijão e aproveite a água. Coza a orelheira, os pés de porco e a dobrada e o toco em águas diferentes. Faça um refogado com a cebola, os alhos, os tomates, o colorau e a salsa. Refogue aqui o chouriço de colorau, o presunto e o frango. Parta as carnes que cozeu e a dobrada aos bocados e acrescente ao refugado. Junte e feijão branco já cozido e coloque o chouriço de sangue por cima para
não se desfazer. Deixe refogar lentamente para engrossar o molho. Veja os temperos e ponha a pimenta. Quando pronto sirva com arroz seco. FERNANDO PESSOA (1888-1935) Ao lado de Camões, Fernando Pessoa é o mais celebrado dos poetas portugueses. A sua vasta obra está em grande parte distribuída por vários heterónimos: o mestre panteísta Alberto Caeiro, o classicista Ricardo Reis, o sensacionalista Álvaro de Campos e o semiheterónimo, Bernardo Soares. *Álvaro de Campos foi o mais futurista dos discípulos de Alberto Caeiro. Engenheiro graduado em Glasgow, foi o cantor da máquina, da velocidade, da cidade. O poeta dos magistrais poemas Ode Marítima ou Tabacaria, define-se, nas próprias palavras de Fernando Pessoa, como um Walt Whitman com um poeta grego dentro de si. Há nele toda a pujança da sensação intelectual, emocional e física que caracterizava Whitman; mas nele verifica-se o traço precisamente oposto - um poder de construção e desenvolvimento ordenado de um poema que nenhum poeta depois de Milton jamais alcançou. Teresa Saborida, PB da ES Camões
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TIRO COM ARCO
DESPORTO
No dia 13 de Abril, o Grupo equipa de Tiro com Arco do Desporto Escolar, participou no 3º Torneio na Esc. D. Dinis. Participaram alunos de várias escolas e a EB 2,3 dos Olivais também lá estava, em representação do Agrupamento, tendo obtido dois primeiros lugares. Segue a classificação por escolas: 3º Lugar- Escola básica2,3 dos Olivais Infantis A masculino: - 1º lugar- Steven Ma (5ºC) Infantis A feminino: - 1º lugar - Bárbara Rio (5ºD) Infantis B feminino: - 3ºlugar - Margarida Rodrigues (7ºA) Iniciados feminino; - 3ºlugar - Núria Lomba (8ºC) A aluna Núria Lomba do 8ºC (iniciados femininos) ficou apurada para ir aos Regionais do Desporto Escolar, no próximo dia 27 de Abril, no Agrupamento de Escolas de Alvide em Cascais.
3.ºlugar - Núria Lomba (8ºC)
1º lugar - Steven Ma (5ºC)
1º lugar - - 1º lugar - Bárbara Rio (5ºD) 3ºlugar - Margarida Rodrigues (7ºA)
BENFICA FAZ BEM
No sentido de promover a interação de atletas de alta competição, mais de 100 alunos de várias turmas do 9.º ano viveram um dia diferente, com atletas do Sport Lisboa e Benfica. Os nossos alunos receberam e conviveram com grande entusiasmo recolhendo os devidos ensinamentos.
Ao abrigo do projeto da Fundação Benfica, Benfica Faz Bem, os jogadores de Futsal, Ré e Chaguinha, e da equipa B de Futebol, Francisco Ferreira e João Lima, marcaram presença no 2.º período, na Escola EB 2,3 Prof. Delfim Santos. Todos os atletas se mostraram agrada-
dos com a iniciativa destacando a forma calorosa como foram recebidos e o interesse manifestado por todos os presentes. No final da sessão o público foi surpreendido com a presença da águia Vitória. Grupo de Educação Física do AEL
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REAÇÕES
TRÍVIO N.º 2
Gostei imenso! Continuem com a divulgação da realidade das escolas.
Rosário Vergamota, subdiretora do AEL
Muito obrigado pelo envio. Escreverei sobre o Trívio, que melhorou em vários aspetos. Eduardo Jorge Madureira Lopes, Dirigente do projeto Público na Escola, um projeto de educação para os media do jornal Público
À equipa do Trívio, Parabéns pela iniciativa. Ainda mais se pensarmos que trabalho de colaboração, entre escolas, não é coisa fácil. Julieta Silva, professora bibliotecária da ES António Arroio
O Trívio é um Jornal diferente, com artigos interessantes e de grande qualidade; elaborado com gosto, desperta o interesse de todos os leitores. Grande oportunidade para que os alunos possam colaborar e, assim, verem os seus trabalhos publicados, valorizados. O ensino também passa por aqui, por despertar a atenção para algo que se torna público. É um acordar para a vida. Dar conta daquilo que acontece no mundo escolar... e não ser apenas um número entre os esquecidos. O Trívio é digno de sair além fronteiras... Do ponto de vista gráfico, está bastante apelativo. Fica aqui a minha saudação a quem de bom agrado se dedica desde a redação à paginação e a todo o processo editorial. Bem hajam. Sempre a continuar porque cada vez é mais desejado por todos. Jorge Ferro Rosa, professor de Filosofia/ Psicologia, ESDPV
Muito bom! Venha o próximo!
M.ª José Vitorino, ex-CIBE da RBE
Trívio mas não trivial. Uma escola e dois agrupamentos que deram as mãos para mostrar (e mostram!) o que de Bom nelas se faz. Adriana Remédio, professora de Português da ES Camões
O jornal Trívio é, primeiro que tudo, como qualquer jornal escolar, uma ferramenta para alunos e professores terem um conhecimento do que se vai passando no meio escolar e é, fundamentalmente, uma ferramenta cultural. O Trívio, na minha opinião, tem conteúdos bastante diversificados e com muita qualidade. Fátima Santos, Auxiliar de ação educativa na ESAD
A cooperação entre os vários estabelecimentos de ensino será uma mais valia para todos os intervenientes e leitores, na aquisição de novas ferramentas, através do conhecimento de outras realidades.
Três visões potentes de grande qualidade jornalística. Três grandes expressões, um verdadeiro meio de comunicação. Vale a pena exponenciá-lo à dimensão da sua cidade (Lisboa). Um trabalho jornalístico em triplicado.
Paulo Gomes, professor bibliotecário do AE Baixa-Chiado
Se uma Biblioteca é o espaço onde nos encontramos, a sós, com todos, o Jornal TRÍVIO é a criação que nos permite atravessar as diferenças que nos distinguem, para nos encontrarmos mais fortes e soberanos numa identidade maior. Teresa Aparício, professora de Filosofia da ES Camões
Um exemplo da mais valia da colaboração entre agrupamentos escolares. Leonor Alves, 12º A, ES Camões
Alexandra Rocha, Auxiliar de ação educativa da BE/CRE da ES Camões
Pedimos desculpa por não termos emitido a nossa opinião sobre o 2.º número do Jornal Trívio, mas é evidente que é um veículo de informação primordial, aborda questões muito pertinentes e para a Junta de Freguesia é muito aliciante ter este meio de comunicação ao nosso alcance, por forma a divulgarmos os nossos projetos e atividades. Dr.ª Vera Mendes, Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica
Vi e li com gosto. Atendendo ao seu cariz, simplesmente espetacular! Parabéns à equipa. Continuem com a mesma força! Melhores saudações. António Candoso, Coordenador do Serviço de Saúde da ESDPV
ESCOLA SECUNDÁRIA
DE
CAMÕES
Escola Secundária de Camões
Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa.
direcao@escamoes.pt
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS Escola Secundária D. Pedro V
Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa
direcao@ael.edu.pt
Escola Básica 2,3 Prof. Delfim Santos
Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa
eb23delfimsantos@mail.telepac.pt
EB1/JI Frei Luís de Sousa
Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa
escola.freiluis49@gmail.com
EB1/JI António Nobre
Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa
eb1antonionobre@gmail.com
EB1/JI Laranjeiras
Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa
eb1daslaranjeiras@gmail.com
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS Escola Secundária António Damásio
Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-178 Lisboa
direcao@aeolivais.pt
Escola EB 2,3 dos Olivais
Rua Cidade de Bolama 1800-077 Lisboa
eb23olivais@gmail.com
EB1/JI Alice Vieira
Rua Vila Catió
alicevieira.eb1ji@gmail.com
EB1/JI Sarah Afonso
Rua Almada Negreiros
EB1/JI Manuel Teixeira Gomes
Rua Manuel Teixeira Gomes 1900-000 Lisboa
1800-000 Lisboa 1800-000 Lisboa
eb1183olivais@gmail.com eb1mtgomes@gmail.com