Trívio n.º 8, março 2018

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Escola Secundária de Camões Agrupamento de Escolas das Laranjeiras Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais Edição N.º 8 Março de 2018

Programa “Cientistas no Palácio de Belém” O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, juntou, uma vez por semana, cientistas e alunos do ensino secundário, de escolas públicas e privadas, à conversa, no Palácio de Belém. O programa "Cientistas no Palácio de Belém" contou com a participação de cientistas de várias áreas, incluindo as ciências sociais, e teve como tema principal "o papel da ciência na sustentabilidade do planeta", disse à agência Lusa Isabel Alçada, assessora do chefe de Estado para a educação. O oitavo e último encontro do programa “Cientistas no Palácio de Belém” teve como convidado o cientista Alexandre Quintanilha que conduziu uma sessão de apresentação e debate com alunos do ensino secundário. Pág.: Fonte - no site da presidência: http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi =140436

com Alexandre Quintanilha. Pág.: 4


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EDITORIAL

Maria José Vitorino, Professora. Bibliotecária. Formadora. Consultora - Laredo Associação Cultural, mariajosevitorino@gmail.com

Espelhos e janelas à altura dos nossos olhos Bibliotecas escolares, aqui e em toda a parte, pelo futuro que desejamos Há um ano, em Óbidos, no FOLIO Educa, Katy Manck, Presidente da IASL, partilhou connosco uma saborosa metáfora – a biblioteca é ao mesmo tempo espelho e janela. Cada biblioteca pode e deve ser ao mesmo tempo um espelho para que cada um se conheça, reconheça e desenvolva interiormente, promovendo o autoconhecimento, a reflexão sobre nós mesmos, como espelhos, e janelas para o mundo, apoiando a descoberta, a ciência e as artes, o enriquecimento cultural, a imaginação, o pensamento crítico. Em todas as dimensões, e através de transformações sociais e tecnológicas que nos parecem cada vez mais velozes, a biblioteca mantém no seu coração a leitura e a literacia, e a educação ao longo da vida. As bibliotecas escolares são bibliotecas, e não escaparão a esta dualidade. Nas últimas décadas, têm vindo a afirmar-se por todo o mundo, em diferentes ritmos de crescimento e visibili-

dade, desenhando um rumo promissor – até 2050, como nas décadas anteriores, fazem diferença no capital humano de um mundo cada vez mais consciente dos desafios da sustentabilidade ambiental e económica, numa sociedade que afirme os Direitos Humanos. Em 1999, há 19 anos, bibliotecas escolares de todo o mundo exprimiram um propósito comum, no Manifesto da IFLA/Unesco, com o título Manifesto das Bibliotecas Escolares : a biblioteca escolar no ensino e na aprendizagem para toda a gente. Quem nelas trabalha assume os valores de alguns documentos fundamentais1, base dos valores da IFLA: a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Declaração dos Direitos da Criança (1950) e a Convenção das Nações Unidos sobre os Direitos da Criança (1989), e a Declaração de Direitos dos Povos Indígenas das Nações Unidas (2007). No texto do Manifesto de 1999, que atualizou a versão anterior, de 1978, as bibliotecas escolares assumem-se de novo como uma força no desenvolvimento e na melhoria do ensino e da aprendizagem para toda a comunidade educativa – alunos, mas também educadores. Para apoiar as práticas em cada biblioteca escolar, a IFLA vem produzindo Orientações, que registam compromissos entre o que nos propomos realizar e que podemos esperar conseguir, de forma razoável. Estes documentos – o último é de 2015, e está traduzido em português pela RBE2 - reconhecem que, mesmo em países em que as bibliotecas escolares são apoiadas e dotadas de recursos, os profissionais das bibliotecas escolares e quem toma as decisões na Educação devem pugnar para que as bibliotecas escolares sejam relevantes para as necessidades educativas de toda a comunidade escolar e respondam de forma ponderada ao contexto informacional em que trabalham, e que está em constante transformação. A multiplicação de desafios na área dos suportes digitais e da comunicação todos os dias

nos mostra como esta tarefa está longe de ser simples. Em 2018, o comité conjunto IFLA-IASL disseminará 6 módulos que aprofundam recursos para a apoiar.3 Qualquer biblioteca escolar tem como finalidade contribuir para que os alunos desenvolvam a sua literacia, e sejam membros responsáveis e éticos da sociedade. Crianças e jovens que desenvolveram a literacia da informação são pessoas capazes de aprender, de forma autónoma, que têm consciência das suas necessidades de informação e que se envolvem ativamente no mundo das ideias. Confiam na sua competência para resolver problemas e sabem onde encontrar os dados úteis e pertinentes. Utilizam com à vontade os instrumentos tecnológicos necessários para aceder à informação e para comunicar a outros o que aprenderam. Sentem-se confortáveis a lidar com situações em que há respostas múltiplas, ou não respostas. Procuram cumprir padrões exigentes no seu trabalho e criam produtos com qualidade. São flexíveis e conseguem adaptarse à mudança, funcionando bem tanto individualmente como em grupos. As bibliotecas escolares nunca são uma entidade isolada – integram sempre um quadro definido por autoridades locais (na escola, por exemplo, ou no município), regionais ou nacionais estruturado para garantir igualdade de oportunidades na aprendizagem e no desenvolvimento de competência reContinua na página seguinte

FICHA TÉCNICA Conceção e implementação do projeto: Professoras bibliotecárias Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões). Coordenação do projeto: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida. Revisão de artigos: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida, docentes do grupo 300. Colaboração das professoras bibliotecárias: Ana Vilela (Ag. das Laranjeiras), Lucinda Marques (Ag. das Laranjeiras), M.ª de Lourdes Martins (Ag. Santa Maria dos Olivais) e M.ª de Lurdes Grácio (Ag. Santa Maria dos Olivais). Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Rodrigues, docentes de Informática da ES D. Pedro V. Periodicidade: um por período letivo Email: ligia.arruda@ael.edu.pt - teresasaborida@escamoes.pt - lurdes.castanheira@aeolivais.pt - jornaltrivio@gmail.com


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Cont.

EDITORIAL queridas para participar na sociedade do conhecimento. Para poderem responder de forma contínua e sustentável a um contexto educativo e cultural em evolução, precisam de ser apoiadas por legislação e fundos financeiros adequados. A atitude, a qualificação e o empenho dos profissionais são fundamentais, mas de forma alguma bastam para que estes “espelhos e janelas” cumpram a missão que se deseja, e que o Manifesto exprime.

res da escola, tais como os membros da Direção, os professores especializados numa determinada área ou os Coordenadores de Departamento. As áreas operacionais das bibliotecas escolares são desempenhadas de forma mais satisfatória por pessoal de apoio, técnico ou auxiliar – só assim cada professor bibliotecário terá o tempo necessário para os papéis profissionais que lhe competem – formação, gestão, colaboração e liderança.

Tecnologia e legislação, recursos materiais, financeiros, e humanos, precisam ainda de uma outra dimensão para se mobilizarem de forma plena – a dimensão dos valores, ou ética, considerando os direitos e as responsabilidades (ou deveres) dos alunos, e também dos outros membros da comunidade educativa. Qualquer pessoa que trabalhe numa biblioteca escolar – mesmo que o faça a título voluntário – tem a responsabilidade de cumprir padrões éticos exigentes na sua relação com cada outra pessoa, e com todos os membros da comunidade escolar. Devemos dar prioridade aos direitos dos utilizadores da biblioteca, antes das nossas próprias conveniências, e procurar evitar ser influenciados no serviço que prestamos pelas convicções e crenças pessoais. Convivemos diariamente com todas as crianças, todos os jovens e todos os adultos da mesma forma, sem discriminação de qualquer tipo, com a obrigação de assegurar o seu direito à privacidade, e o seu direito ao conhecimento.

As soluções encontradas para o pessoal das bibliotecas escolares variam muito, conforme o país, a região, o sistema educativo, a legislação, o desenvolvimento económico e cultural de cada contexto. No entanto, os resultados da investigação realizada há mais de 50 anos, a nível internacional, confirmam que os professores bibliotecários devem ter uma formação específica em biblioteconomia escolar e também para docência em sala de aula – de modo a que desenvolvam competências profissionais adequadas à complexidade das suas funções: educação, formação, promoção da leitura e da literacia, gestão da biblioteca escolar, colaboração com o corpo docente, e envolvimento com a comunidade educativa.

Sendo facilitadores do ensino e da aprendizagem, os serviços e as atividades das bibliotecas escolares precisam de ser conduzidos por profissionais com o mesmo nível de qualificação e formação que os professores que trabalham nas salas de aula. Contamos que os professores bibliotecários, ou os bibliotecários escolares, assumam um papel de liderança na escola? Então, eles precisam de ter o mesmo nível académico e de formação que os outros líde-

As coleções das bibliotecas escolares são um ponto essencial da sua qualidade – as políticas de criação e também de desenvolvimento das coleções com recursos educativos são um trabalho exigente, que deveria envolver os professores bibliotecários, os diretores das escolas e agrupamentos e os docentes. A gestão das coleções deve fundamentar-se no curriculum e nos interesses, desejos e necessidades da comunidade escolar e refletir a diversidade da sociedade atual, fora da escola. Tem de ser uma tarefa colaborativa, com a participação de docentes – no entanto, é muito importante o papel que podem desempenhar na construção das coleções da biblioteca especialistas em diferentes áreas do conhecimento, pertinentes para as necessidades dos alunos daquela escola, ou agrupamento de escolas. Também não deve ser esquecida a aquisição de recursos (criados localmente ou internacionalmente) que espelhem as identidades únicas dos membros da comunidade escolar, do ponto de vista nacional, étnico, cultural e linguístico, de comunidade de origem ou de pertença, ou outro. Para estar à altura destes desafios, as bibliotecas escolares portuguesas contam com expetativas positivas, mas também com constrangimentos significativos. Muitas coisas nos contrariam, mas também muitos outros sinais nos

animam, confirmando a vitalidade e a importância de cada biblioteca escolar de qualidade no crescimento das novas gerações e de toda a sociedade. Animam-nos a persistência de atitudes críticas e proativas na formação e na problematização do papel das bibliotecas escolares e dos profissionais nelas envolvidos, incluindo os professores bibliotecários, o pessoal não docente, os docentes das escolas, os responsáveis pela gestão educativa e os parceiros nas redes municipais, e outras. Todos os dias as redes sociais nos devolvem notícia de iniciativas em todo o país, e por cada história real menos feliz há sempre duas ou três que dão conta de correntes positivas, num labor tantas vezes invisível de criação de espelhos e janelas mais poderosos, transparentes e brilhantes. Respostas como o Trívio4, um projeto original, rigoroso e tenaz, e um exemplo de frutuosas parcerias, são sinais animadores. É um prazer e uma honra poder colaborar nele. Muito obrigada pelo convite. Os documentos referidos consultáveis aqui https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/ documentos/ (acedido em 20180228) 2 Disponível em PDF e em E-PUB aqui https:// www. ifl a . o rg /fil es /ass e ts /sc ho o l -l ib ra rie s resource-centers/publications/ifla-school-libraryguidelines-pt.pdf (acedido em 20180228) 3 Recursos disponíveis ainda em versão provisória (em inglês) em https://www.ifla.org/schoollibraries/projects (acedido em 20180228). 4 A publicar desde 2015, envolvendo bibliotecas escolares de dois Agrupamentos de Escolas de Lisboa – Olivais e Laranjeiras - e uma escola secundária da mesma cidade – ES de Camões. URL: http://esdpedrov.blogspot.pt/p/trivio.html?q=tri vio (acedido em 20180228) 1


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PROGRAMA “CIENTISTAS NO PALÁCIO DE BELÉM” COM ALEXANDRE QUINTANILHA

O incentivo científico pela Presidência da República Portuguesa No dia 12 de dezembro, decorreu o último encontro do programa "Cientistas no Palácio de Belém", programa este que se focava no papel da ciência na sustentabilidade do planeta, segundo a assessora do chefe de Estado para a educação, Isabel Alçada. Neste último dia, alunos de várias turmas da Escola Secundária de Camões passaram várias horas em discussão com o famoso físico Alexandre Quintanilha. Algo a notar logo desta visita foi a simultânea formalidade e informalidade do encontro. Mesmo estando no Palácio de Belém, aposento do Presidente da República, em presença de figuras portuguesas famosas, como Isabel Alçada e Alexandre Quintanilha, este último conseguiu transmitir-nos um sentimento de informalidade durante a discussão. Não estávamos apenas a ouvir um senhor a falar durante duas horas, estávamos a ouvir os seus pensamentos, a transmitir os nossos de volta, a pôr questões querendo saber as opiniões dele. E ele não era um homem sem personalidade apenas a lecionarnos, era uma pessoa a partilhar histórias da vida dele, a falar sobre os seus vários interesses para além da física. Discutiu-se como se pode, a partir de um certo número de likes, prever os gostos de alguém melhor que os amigos dessa pessoa, falou-se de práticas alimentares e de como estas podem afetar o futuro do planeta, falou-se da genética e dos avanços médicos desta e dos direitos das mulheres durante os anos. A sua informalidade numa situação que aparentava ser tão formal levou a um maior interesse na discussão da minha parte. Julgo que esta forma mais pessoal de discussão é vital para aumentar o inte-

resse na ciência. Em vez de grandes palestras em que apenas o professor fala só de um tema monotonamente, como se tivesse memorizado um guião, sem nunca se ouvir uma palavra de parte do público, é da minha opinião que devíamos passar a focar mais em discussões livres, em que o professor pode falar sobre os temas que quiser, encorajando os espetadores a colocar questões, a adicionar comentários próprios. Assim passamos a ter um público ativo, que está ativamente a ouvir, a questionar, a comentar, e não apenas um passivo que se limita a ouvir e escrever notas, que retém muito menos informação da discussão que o ativo. João Frederico Rivera, nº12 11ºA, ES de Camões

No mês de dezembro tivemos, juntamente com outros alunos da Escola Secundária de Camões, a oportunidade (e que oportunidade!) de assistir a uma palestra sobre a influência da tecnologia e da ciência na sustentabilidade do planeta Terra, no âmbito do projeto “Cientistas no Palácio de Belém”, proferida pelo professor Alexandre Quintanilha, físico teórico reconhecido. A verdade é que o tema da sessão não nos pareceu muito original uma vez que, enquanto alunos de ciências e cidadãos do mundo, já havíamos tido a oportunidade de o debater em variadas ocasiões. Todavia, decidimos que nada teríamos a perder ao participar e fomos. Acontece que o assunto acabou por não ser o que esperávamos, situação que, por um lado, criou alguma descontinuidade quando se colocaram questões (previamente escolhidas) e por outro, conferiu uma maior diversidade à palestra. Deste modo, foram

tratados temas como tecnologia, medicina (sobretudo genética), sustentabilidade e até literatura. Em relação ao professor, faltam-nos as palavras. Alexandre Quintanilha é um magnífico orador que domina diversas matérias não só na área das ciências, mas também no domínio das artes e das letras, insistindo na importância de todas elas na formação do indivíduo. Sempre de modo atrativo, o professor deu uma inovadora frescura ao que inicialmente nos parecera um pouco árido. Foi, por isso, uma deliciosa manhã, tanto pela possibilidade de ouvir o professor Quintanilha, - e agora desculpem a nossa franqueza! - como pelos pastéis de Belém, servidos posteriormente, durante um momento de convívio. Consideramos que iniciativas como estas devem continuar a ser promovidas, sendo fundamentais na formação dos alunos. Esperamos ter oportunidade de voltar a participar em momentos semelhantes porque palestras como estas dificilmente esqueceremos, guardá-las-emos na memória ao longo da vida. A todos os que às vezes estão indecisos entre o assistir e o não assistir, o participar e o não participar em atividades desta natureza, aconselhamos o benefício da dúvida. Pode ser que saiam surpreendidos… Nós saímos! Helena Fonseca e João Pestana,12.º B, ES de Camões

https://www.dn.pt/lusa/interior/ marcelo-junta-cientistas-e-alunos-dosecundario-a-conversa-no-palacio-debelem-8866717.html Fotografias – fonte. http:// www.presidencia.pt/? idc=10&idi=140436


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VI ENCONTRO RBE

Realizou-se na Fundação Portuguesa de Comunicações, no dia 29 de janeiro, o VI Encontro da Rede de Bibliotecas Escolares de Lisboa subordinado ao tema Literacias na Educação, Educação para a Literacia. Para o evento foram convidados os professores bibliotecários, os diretores dos agrupamentos de escolas, os presidentes dos conselhos executivos das escolas secundárias e outros profissionais da área da educação e reuniu cerca de 130 participantes provenientes de escolas de Lisboa e zonas envolventes. O objetivo foi sensibilizar e dotar os profissionais para a importância do desenvolvimento de competências a nível das literacias, considerando a biblioteca escolar em particular e a escola em geral um espaço privilegiado de educação e formação para a vida. A mesa de abertura contou com a presença de Manuela Pargana Silva, Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares, Francisco Neves, Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, Catarina Vaz Pinto, vereadora do pelouro da cultura e Ricardo Robles, vereador do pelouro da educação. Manuela Pargana Silva, coordenadora da RBE, começou por referir a regularidade anual destes encontros da Rede de Bibliotecas Escolares de Lisboa com programas que refletem questões pertinentes, fortalece a Rede e, deseja-se, estimula e lança novas pistas para o trabalho das bibliotecas escolares. Não obstante a singularidade de cada bibli-

LISBOA oteca, há uma articulação que se consolida e que é fundamental que aconteça nesta relação colaborativa: rede concelhia; bibliotecas municipais, bibliotecas dos agrupamentos de escolas e bibliotecas de cada escola. Um dos pressupostos mais recorrentes no exercício pessoal e profissional prende-se com as mudanças aceleradas em que estamos mergulhados e com as suas implicações na nossa atividade, neste caso, sobretudo no trabalho que acontece nas escolas e nas bibliotecas. A imprevisibilidade constante, marca dos nossos tempos, suscita a necessidade de se procurar o equilíbrio entre os ajustes que se impõem e a conjugação de práticas de continuidade, sistemáticas e regulares, que permitam a transformação, mas também a consolidação de aprendizagens nos domínios da leitura e das literacias. Nos últimos anos desta década têm ocorrido mudanças significativas no nosso modo de ler, de escrever e de interagir que exigem adequações e alterações no nosso modo de operar. Surgem desafios perante alguns paradoxos como os criados pela dificuldade de separar o real e o virtual, pelas alterações da noção entre o próximo e o longínquo, entre o que distingue e separa a esfera pública do que tem sido considerado pertencente à esfera privada. Convivemos com inúmeros artefactos para aceder à informação e à leitura. Esses artefactos, esses equipamentos armazenam livros, imagens, vídeos, música, jogos, etc. Implicam novas formas de diálogo e incentivam os leitores à participação e à partilha. Enquanto agentes de formação, trabalhamos em escolas e em bibliotecas. Temos à nossa guarda crianças e jovens durante uma parte significativa das suas vidas, que corresponde à sua formação de base. Somos responsáveis por capacitá-los

para desenvolver o pensamento, compreender e interpretar melhor o que os rodeia, para interagirem e conhecerem os outros e terem uma ação transformadora e interventiva. Temos, pela frente, muito trabalho em torno da leitura e do saber. Neste processo devemos surpreendê-los, desafiando o seu interesse, a sua curiosidade, exercitando e estimulando a interrogação porque questionar é fundamental na aprendizagem. Temos que valorizar mais o que o aluno consegue construir do que o que consegue reproduzir. Para isso é importante é compreender os processos construtivos do conhecimento pois, estes jovens, não podem ser nem não são já passivos. A escola e a biblioteca têm de fomentar práticas que estimulem a participação, a criatividade, a colaboração a interação. Alguns estudiosos referem a escola do séc. XXI como a que tem de trabalhar, para além do ler, escrever e contar do séc. XX, o que designa pelos 4 C: Comunicação, colaboração, criatividade e crítica. Para além destes 4C lembrou a importância do fazer, do ser performativo, do aprender fazendo. Da leitura e escrita de distintos tipos de textos. Da capacidade de explorar a multimodalidade como nova prática de produção de sentido que contém diferentes modos de expressão e representação da experiência humana. Disse que temos de ter presente que a contemporaneidade é sinónimo de leitura e de escrita que acontecem em ambientes repletos de textos visuais, eletrónicos e digitais. Lemos, escrevemos, olhamos, escutamos e respondemos quase de forma simultânea. Algumas questões para as quais os estudiosos destas mudanças e das bibliotecas nos têm chamado a atenção: A biblioteca cuida da qualidade da sua presença no mundo? Continua na página seguinte


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VI ENCONTRO RBE

LISBOA

Incorpora uma parte do mundo com critérios de qualidade? Incorpora novas práticas de leitura e de escrita? Constitui-se como lugar de diversidade e de referências culturais? Contribui para a construção de respostas sobre os modos e contextos em que hoje circulam e se produzem saberes? Para um uso competente e crítico dos novos meios e suportes com que interagimos?

Juntas de Freguesia, bem como o trabalho paralelo e de proximidade com as bibliotecas escolares numa relação que se tem traduzido através de apoio técnico, apoio à catalogação, empréstimos e outras valências. Reforçou a importância do potencial transformador do espaço das bibliotecas e referiu o exemplo da biblioteca de Marvila enquanto elemento transformador do território onde está implementada e de relação direta com a comunidade.

Perante a nova relação máquina versus homem e a eventual alteração do lugar do homem no mundo aproveitou para terminar com uma afirmação de Zigmunt Bauman: A reflexão e o pensamento permanecem obstinadamente partes inevitáveis da nossa condição.

Ricardo Robles deixou um cumprimento especial aos professores bibliotecários presentes começando por reforçar a prioridade deste mandato no investimento na educação, afirmando “quando melhoramos as condições onde as crianças aprendem, melhoramos o futuro”. Salientou o investimento feito na requalificação das escolas da cidade e o que será alocado na melhoria das condições das bibliotecas escolares referindo que “é emocionante entrar em bibliotecas porque é um local de partilha de conhecimento, e, por isso, as bibliotecas escolares terão de ser as melhores possíveis”.

Francisco Neves mencionou a maisvalia da biblioteca e que não podemos deixar de a ter presente no dia-adia dos nossos jovens. As bibliotecas são espaços de aquisição de conhecimentos onde se formam leitores não descurando o espaço de produção, de convívio e de socialização que promove a equidade. Catarina Vaz Pinto referiu a existência de 16 bibliotecas geridas pela CML e

A sessão continuou com as intervenções de Maria Emília Brederode, Presidente do Conselho Nacional de Edu-

7 DIAS COM OS MEDIA

VENHA PARTICIPAR!

O Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM), de que fazem parte diversas instituições públicas com responsabilidades na educação para os media, entre as quais a Rede de Bibliotecas Escolares, o Plano Nacional de Leitura e a Direção-Geral da Educação, lança mais uma iniciativa 7 Dias com os Media de 3 a 9 de maio de 2018. Todos os que se queiram associar – grupos de pessoas e instituições – são convidados a prestar especial atenção ao papel que os media e as redes sociais ocupam, hoje, nas nossas vidas. Se a importância e o impacto destes é

crescente, também há um conjunto de preocupações ligadas ao seu uso que surge de forma cada vez mais nítida. Por exemplo: “Como nos podemos tornar mais capazes de um uso inteligente e criativo das máquinas e dos conteúdos e ser mais exigentes naquilo que partilhamos e de que gostamos? Como podemos enriquecer-nos culturalmente com as redes sociais e outras plataformas digitais? A que ferramentas e métodos recorrer, para ser capaz de distinguir entre o que tem valor e o que é mentira ou mesmo charlatanice? De que modo gerir o tempo, para não ficarmos demasiado dependentes dos ecrãs e, antes, os utilizemos para enriquecer os encontros diretos e explorar o mundo em que vivemos?” Entre 3 e 9 de maio, ou numa data próxima mais conveniente, as escolas e

Cont. cação, de Vítor Tomé, da Universidade do Algarve, de Elsa Conde, do Plano Nacional de Leitura e de Sofia Pinto, em representação das Bibliotecas Municipais de Oeiras. Às 14h00, efetuou-se uma Visita à Exposição Cabos Submarinos, premiada como melhor exposição APOM 2017. O dia prosseguiu com painéis sobre literacia e medias contemporâneos, workshops, visitas a exposições e terminou com um momento musical, após uma jornada intensa de trabalhos. Lígia Arruda (PB ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (PB ES António Damásio), Teresa Saborida (PB ES de Camões)

RBE muito especialmente as bibliotecas escolares são convidadas a associar-se aos 7 Dias com os Media. Todas as atividades e projetos visando refletir e capacitar para um uso mais competente e crítico das redes sociais podem ser enquadrados nesta iniciativa. A informação disponível pode ser consultada na página 7 Dias com os Media, onde também se encontram Materiais de Apoio e um formulário próprio para registo das atividades. Qualquer pedido de esclarecimento pode ser solicitado através do endereço <7diasmedia@gmail.com>. Participe! Margarida Toscano, CIBE da RBE


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COMO SE SOCORRE NA SECUNDÁRIA D. PEDRO V “residente” e pronta a apoiar com mais celeridade, quer a nossa escola, quer toda a população da zona envolvente à escola. António Candoso, ES D. Pedro V

Visita às instalações

 Professores assistidos = 10  Funcionários assistidos = 5

Abrangendo o nosso jornal onze escolas, cabe agora dar a conhecer aos nossos leitores a existência numa delas, na Secundária D. Pedro V, de um Posto de Socorros em funcionamento quase permanente, durante o tempo letivo. Desde 1980 que se instituiu, na nossa Escola, um serviço de prestação de primeiros socorros. À data, o serviço funcionava com o apoio voluntário de alunos do 12.º ano que no seu 11.º ano tinham frequentado a disciplina de Socorrismo. Posteriormente, o serviço evoluiu para a prestação de cuidados de Emergência Médica e manteve-se em funcionamento até 1995, ano em que o professor António Candoso, responsável pelo serviço, foi convidado e requisitado à nossa Escola, para, entre outras, também exercer funções de formador no INEM, onde esteve até 2006. Após os vários anos de inoperacionalidade do nosso Posto de Socorros, e tendo o professor regressado à Escola, foi o serviço reativado a 15 de setembro de 2006. Nesse âmbito, e no ano letivo de 2006/2007, foram feitos 597 atendimentos, 424 dos quais de caráter urgente. Destes, 46 foram situações, que pela sua natureza, careceram de observação médica/hospitalar, sendo os indivíduos abrangidos: 44 alunos, 1 professor e 1 funcionário não docente. Nos últimos anos, o número de atendimentos tem vindo a decrescer, mercê, talvez, de uma maior consciência de toda a população escolar para o cumprimento de elementares regras de segurança na escola. Com efeito, se cumpridas, o acidente surge menos vezes e com menor gravidade! De tal forma, que, no ano de 2017, o número total de episódios baixou: foi de apenas 498, distribuídos do seguinte modo:  Alunos assistidos = 327

Para um melhor entendimento, refira-se que os números anteriores não se referem ao total de atendimentos, mas sim ao número de indivíduos atendidos, já que alguns foram alvo de vários episódios ou de episódios que careceram de assistência repetida por vários dias. Após observação no Posto de Socorros, o desfecho final de cada episódio, deu-se do seguinte modo:  Retomaram a sua atividade normal, na escola, 412 indivíduos;  Foram encaminhados para o serviço de urgência hospitalar, 48 indivíduos;  Foram encaminhados para o serviço de urgência do Centro de Saúde, 2 indivíduos;  Foram encaminhados para o seu médico assistente, 2 indivíduos;  Foram encaminhados para a sua residência, 32 indivíduos. De referir, que até há cerca de cinco anos, o número de casos enviados aos vários serviços de urgência hospitalar, foi sempre superior a 50 e que, embora se verifique agora, uma ligeira diminuição dos casos encaminhados para o hospital (48 este ano), isso não é sinónimo de uma menor gravidade nas situações atendidas, antes pelo contrário… A verdade é que progressivamente e com esforço e empenho das diversas direções do agora AEL, o Posto de Socorros tem vindo a ser dotado de novos equipamentos, que têm contribuído para que a sua operacionalidade se revele sempre superior, contribuindo para o descongestionamento das urgências hospitalares e, sobretudo, para que os alunos não estejam muito tempo fora da Escola, o que se traduz numa menor perda de aulas. É já considerado, por várias entidades, um serviço único e modelar, de que nos orgulhamos de manter. A evolução do nosso Serviço de Saúde tem sido um objetivo em permanente crescendo, ao ponto de, em 2015, se t e r f i r m a d o u m p r o t o c o l o com o Instituto Nacional de Emergência Médica, para ser colocada, na nossa escola, uma base de ambulância INEM. Desde então, temos contado também com a colaboração dos técnicos do INEM, sempre que esses estão disponíveis e a isso solicitados, no apoio aos nossos alunos sinistrados. Somos, assim, a única escola com uma ambulância

A turma do 10.º 15 (alunos dos cursos profissionais TAS e TGPSI) efetuou uma visita ao INEM (junto ao Saldanha), no âmbito da disciplina de técnica 2 – Gestão e Organização dos Serviços e Cuidados de Saúde, acompanhados pelos professores Susana Cascais, Florbela Elias, Nuno Fernandes, Carmo Martins e Alexandre Rodrigues. Houve uma sessão de esclarecimento sobre os métodos de socorro existentes no INEM, assim como alguns procedimentos de primeiros socorros a vítimas alcoolizadas. Ainda visitámos o CODU, que é a parte onde os operacionais atendem as chamadas que são feitas para o 112. Para além disso aprendemos como funciona o INEM e as funções das várias pessoas que nele operam. Conseguimos perceber o quão importante é a postura e a forma como falamos com os profissionais durante a chamada do 112, e como é importante responder a todas as perguntas que se fazem para o operacional conseguir perceber tudo e de modo claro. O rastreio telefónico é essencial para que seja realizada a boa seleção dos meios de emergência a deslocar ao doente. Nós achámos que esta visita foi importante para percebermos melhor a importância que o INEM tem para as pessoas que mais necessitam, contribuindo para o nosso conhecimento sobre a Emergência Médica em Portugal. Alunos do 10.º 15 – Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde


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EDUCAR PARA O DIREITO Nos dia 23 de novembro do corrente ano, decorreu, no Auditório da Escola Secundária D. Pedro V, uma palestra orientada pela Dr.ª Paula Varandas, advogada, muito habituada a defender jovens delinquentes. Foram abordados vários temas de interesse para os adolescentes. Temas como a agressão no namoro, diferentes tipos de crimes, como o tráfico de droga ou o homicídio, cyberbullying e stalking foram alguns dos assuntos tratados na palestra. A advogada explicou, de forma clara e com uma linguagem muito próxima dos alunos, as consequências que advêm quando se praticam determinadas ações que, afinal, são crimes. Deu, também, exemplos de casos concretos, alterando os nomes das pessoas envolvidas, por uma questão de privacidade das mesmas. No final, os alunos presentes puderam esclarecer algumas dúvidas. Foi bastante elucidativa e esclarecedora e, no geral, os alunos gostaram. Duarte Matias 10.º 11, ES D. Pedro V

Nos dias 23 de novembro de 2017 e 9 de março de 2018, na Escola D. Pedro V, houve sessões sobre Educar para o Direito, apresentada pela advogada Dr.ª Paula Varandas. Foi muito interessante. Falou sobre muitos assuntos, dando exemplos, alguns mais difíceis de ouvir e outros mais fáceis, para mostrar alguma realidade sobre o que acontece, nos dias de hoje, com os adolescentes. A advogada disse uma coisa que me ficou na cabeça que foi

se um de vós ouvir o que eu digo, já fico contente, porque, na minha opinião, é muito triste saber que as pessoas depois de terem ouvido e terem ido para casa não refletem sobre os assuntos abordados, como o namoro, os estudos, a vida. Devíamos parar uns minutos e refletir sobre o que estamos a fazer ou o que vamos fazer, e, por isso, gostei muito do debate da advogada Paula Varandas e devíamos ter mais pessoas como ela a ensinar aos estudantes estas problemáticas. Federico Pretese 10.º1, n.º 11, ES D. Pedro V

A educação é a arma mais poderosa que tu podes usar para mudar o mundo”, assim começa a sessão “Educar para o Direito”, uma das melhores sessões a que já assistimos. A Dr.ª Paula Varandas percorre todo o país a dar estas sessões sem receber nada em troca, e comporta-se como nossa amiga, uma amiga que procura ajudar-nos a compreender e a resolver os nossos problemas. Interage connosco e capta a nossa atenção através do uso da nossa linguagem o que, de facto, não poderia ter um melhor resultado. Leva-nos a um conhecimento abrangente em simples hora e meia, mas de forma leve e compreensível. Uma sessão que aos olhos de muitos poderia ser considerada algo interminável e aborrecido, tornou-se num encontro entre amigos que passou num instante. A Dr.ª Paula Varandas começa a sessão mostrando uma cela, quantas pessoas vivem lá dentro e o tempo que têm fora dela, o que capta a atenção

de todos, pois a cela é muito pequena. De seguida, dá dois exemplos de casos que a mesma teve de defender, só que utilizando outros nomes e, por fim, fala dos diversos crimes mais frequentes nas nossas idades e qual a sua pena. O facto da Dra. Paula ter três filhos poderia ser considerado um prejuízo, mas não parece ser esse o caso. Compreendemos que este trabalho implica muita dedicação, portanto não devemos deixar de admirar o apoio que a doutora deve receber em casa por parte da sua família, principalmente do seu marido. Aliás, isto revela ainda mais a sua dedicação perante o seu trabalho. De todas as opiniões pedidas, todas se basearam no mesmo: “ultrapassou completamente as nossas expectativas”. Apesar de, a nosso ver, ser considerado pouco, só nos resta agradecer à doutora por esta fantástica sessão. Antónia Covaci n.º 2, Carolina Mira n.º 3, Joana Ferreira n.º 17, M.ª Beatriz Ribeiro n.º 21, Marta Borralho n.º 23, Raquel Pécurto n.º 25, 11.º 5, ES D. Pedro V

O PARADOXO DE FERMI O paradoxo de Fermi iniciou-se nos anos 50 durante uma discussão sobre os extraterrestres. Enrico Fermi, vencedor do prémio Nobel da Física em 1938, pergunta: - Onde estão todos. Não foi o primeiro a pensar nisso, mas foi o primeiro a falar e a descrever sobre esse tema, e como ainda não encontrámos nenhuma prova de existência de vida extraterrestre, então este paradoxo foi batizado com o nome do homem que o propôs. Mas se na terra há tanta abundância de vida, qual a razão de não vermos isso no universo? Façamos um pequeno cálculo. Há mais ou menos 300 biliões de estrelas na nossa galáxia e há também mais ou menos 2 triliões de galáxias no universo observável. Ainda não há certeza de quantas estrelas possam ser iguais ao sol pelo seu tamanho, temperatura e luminosidade, mas é entre o 5% e o 20% para ser mais rigoroso. Pegamos no valor mais baixo, os 5%, e restam 500

biliões de biliões de estrelas parecidas. Agora pegamos naquelas que têm um planeta que orbita à volta como o nosso sol, que têm temperaturas parecidas; que tenha água nos três diferentes estados. Ou seja, 1% das estrelas parecidas ao sol tem um planeta parecido à terra. Se fizermos as mesmas contas para a Via Láctea há 1 bilhão de planetas parecidos ao nosso e 100 000 civilizações inteligentes como a nossa. Estes cálculos são baseados nas equações de Drake. O SETI é um programa dedicado à procura de vida inteligente no espaço, mas ainda não recebemos nenhum sinal. Mas como é possível? Em teoria há planetas mais velhos do que o nosso de bilhões de anos. O que nos leva à pergunta inicial: Onde estão todos? Se há tantas civilizações inteligentes, porque ainda não recebemos alguma prova de vida extraterrestre com trans-

missões de sinal rádio, sondas. Onde estão? Não temos respostas, mas podemos propor hipóteses como pensar que somos os únicos no universo ou pensar que se autodestruíram, ou eles já estão entre nós e observam. As probabilidades podem ser muitas, mas o que sabemos ao certo é que estamos a navegar em mares desconhecidos sem pensar nas consequências. Federico Pretese 10.º1, n.º 11, ES D. Pedro V

FRABETTI, Carlo (2017) - O paradoxo de Fermi: por que nenhum extraterrestre entrou em contato conosco? Disponível em 12 de janeiro de 2017 em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2017/07/12/ ciencia/1499856047_142958.html Significado do Paradoxo de Fermi. Disponível em 22 de dezembro de 2017 em: https:// www.significados.com.br/ paradoxo-de-fermi/


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UM MENINO Era uma vez um menino muito, mas mesmo muito pobre. Tão pobre que, em vez de comer a comida, cheiravaa. Apenas vivia do cheiro da comida. Um dia, estava à porta de uma padaria. O cheiro do pão acabadinho de fazer era muito apreciado pelo rapazinho. Nisto, reparou numa porta pequenina. Estava decorada com símbolos inexplicáveis, que, na verdade, eram letras, mas, infelizmente, o menino não sabia ler, pois nunca fora à escola. «Como é que ninguém reparou nesta

porta?», perguntou-se a criança. Encheu o peito, fez-se corajoso e abriu a portinha. Lá dentro tresandava a bafio, mas isso não lhe fez qualquer diferença. Entrou e começou a trepar. Trepou, trepou e trepou. Trepou durante tanto tempo, que já lhe pareciam horas dentro daquela conduta minúscula, suja e malcheirosa. Finalmente, apercebeu-se de que havia uma outra porta. Encostou o ouvido e ouviu música, música alegre. Então, abriu a porta.

O rapaz estava incrédulo. Naquele momento estava em cima das nuvens. E na sua frente estava um dragão verde. -Olá! Como te chamas? – perguntoulhe o dragão. -Não tenho nome. Sou demasiado pobre. - Queres voar pelo céu fora? - Sim! E o dragão levou o menino pelos céus. E ele foi feliz para sempre.

Tentou atirar-se para lá e foi sugado pela Natureza. Já estava de novo em terra, mas de outra forma. Quando se tentava mover, nascia uma árvore, aparecia uma onda ou abria-se uma fenda no chão. César pensou um bocado: «Como hei de ajudar?» Formou uma montanha, bloqueando a passagem dos guerreiros. Cresceram

árvores protegendo os habitantes da aldeia e assustando os guerreiros que fugiram. Os aldeões agradeceram, sem entender o que se tinha passado. César passou a ser conhecido e amado como um deus, controlando a Natureza e sendo recordado pelos aldeões.

que já estava farta! Sempre sonhou saber de que cor é o céu, o mar e a erva, e ter vestidos coloridos Certo dia, ofereceram-lhe um livro que falava de uma joia mágica. Esta encontrava-se no topo da montanha do país dos neutros. Essa joia tinha a propriedade de tornar colorido tudo o que tocasse, por isso, Margarida Colorida decidiu ir em expedição à procura dela. Partiu de madrugada. Escalou a montanha até chegar a uma planície onde havia uma gruta. Ao entrar nela, ficou parada e surpreendida, pois lá era o seu mundo, um mundo de cores, onde tudo era colorido. Até um dragão de duas cabeças! Sentiu-se encurralada mas não desistiu. Contornou o dragão e ali estava a magnífica joia colorida! Pegou nela e, nesse momento, o dragão acordou. Margarida Colorida começou a correr, a fugir, a correr e a fugir! Para seu grande espanto, assim que saíram da gruta, o dragão voltou

lá para dentro, pois tinha medo das cores neutras. Margarida Colorida tocou com a joia no chão e tudo à sua volta ganhou cor: o mar era azul, a erva era verde, o céu era azul e o seu vestido era vermelho. Desde esse dia, o país dos neutros, triste e sem vida, passou a ser o país arcoíris, cheio de vida e alegria.

António Miguel Freitas, 7.º G, ES António Damásio

ANTES DOS DEUSES Há muito tempo, quando não se sabia o que era um deus, vivia numa pequena aldeia um rapaz chamado César. Essa aldeia não era grande, mas sim pequena e humilde. Era pobre e, em caso de ataque, não se podia proteger. César não era muito alto nem forte, mas era hábil e inteligente. Todos na aldeia o adoravam e ele passava o dia a imaginar-se a ultrapassar grandes aventuras. Até que um dia, a paz acabou e a guerra passou pela aldeia, levando César com ela. Aí ele fez uma longa viagem até ao paraíso, encontrando muito gente que vivia na aldeia. No paraíso não existiam paredes, nem chão nem teto. César pairava por onde queria, mas, ao olhar para baixo, via a sua aldeia devastada. Uma terrível paisagem vista do céu! E os sobreviventes eram levados pelos guerreiros. Ele queria ajudar, mas não sabia como, pois estava preso naquele mundo.

Patrícia Cirne, 7.º F, ES António Damásio

MARGARIDA COLORIDA

No início da primavera, nasceu uma menina chamada Margarida. Ela era especial, pois era uma menina a cores. A cores? Como assim?... Bem, ela tinha nascido no país dos neutros, onde tudo era preto, cinzento e branco, mas mesmo tudo! As maçãs eram cinzentas, o sol era branco, a relva cinzenta, as casas pretas e brancas e as roupas brancas… Por isso, chamavam-lhe Margarida Colorida. Ela cresceu naquele país triste. Se bem

Sara Melancia, 7.º G, ES António Damásio


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UM DEVANEIO… Sentado, estático, imóvel mas em movimento… Aqui viajo… Faço a caneta deambular por entre as linhas do caderno enquanto escrevo sem propósito algum... O aparo vagueia sem rumo, sem um sentido: vai deambulando! Fecho os olhos em busca de um destino para este objeto perdido, mas não encontro… Os meus neurónios vão transportando mensagens, vontades, pensamentos soltos… De nada servem, pois não fazem parte desta história sem destino marcado… Já Fernando Pessoa escrevera no Livro do Desassossego que há quem viaje sem nunca ter embarcado objetivamente e que esses são os verdadeiros viajantes… Então, sou um viajante... Tantos foram os ares por onde já voei! Penso que uma viagem destas, das que fala o nosso grande Poeta, tem as suas vantagens… Elas proporcionam um autoconhecimento fantástico e, certamente, criam-nos planos, descobrem-nos desejos, sonhos!

Sou viciado em viajar… Adoro a liberdade do meu voar sem asas, do meu planar de olhos fechados… Mas para que tudo isto se desenrole, para que eu consiga levantar voo, preciso de algo! Algo que me ajuda a desaparecer do mundo por uns instantes: a música! Tal como o combustível está para um avião, a música está para as minhas viagens! A minha caneta, agora, dança… balança-se pelas linhas deixando sempre

um rasto da sua elegância… É uma boa companhia de viagem, diria inclusive que é a melhor! Fecho os olhos… Estou numa ilha… A areia é fina e o mar translúcido… O sol reflete-se na ondulação… Os pássaros cantam e uma pequena brisa, quente, faz as folhas vibrarem … Que tranquilidade… É tudo tão natural… Não há mão humana… Aqui a natureza brilha e acolhe-nos! Abro os olhos… Uau! Desapareceu tudo … Onde está o verde das árvores? O azul translúcido do mar? Já esteve, mas já não está! Aqui o sol reflete nas janelas dos grandes prédios e não na água! Aqui há mão humana… E que feia que ela é! Ah! As minhas viagens utópicas! Se pudesse voltar atrás, não tinha aberto os olhos… Gonçalo Castela, 12.º, ES António Damásio

ABANDONO Hoje em dia deparamo-nos com situações preocupantes e o abandono é uma delas. A sociedade vive em constante preocupação com animais famintos na berma da estrada, mas esquece-se que idosos passam dias inteiros entre quatro paredes. Os supostos “Anos de Ouro”, que deviam ser passados junto da família, passam a “Anos das Trevas” à espera da morte. Pessoas cultas que já passaram por tudo e mais alguma coisa, não deviam sequer pensar neste absurdo. Não! Evitar o abandono não é enviar

um familiar para um lar e apenas comparecer no funeral, mas sim cuidar dele. Diz-se que mais tarde os nossos pais passarão a “crianças” e nós faremos o papel que os mesmos fizeram e cuidaremos deles. Num sentido lírico, os mais velhos são enciclopédias que transbordam conhecimento e valores necessários para a educação de futuras gerações. Logo, na minha opinião, devemos mesmo desprezar pessoas tão cultas e interessantes ou “estimá-las” e fazê-las

felizes?

via, foi quando vivi aqueles momentos de uma tempestade rainha de todas as coisas e seres, que vi que o mar que me governava era também servo das vontades de uma força mais poderosa e muito superior à força das águas. Essa força enegrecia o céu e fazia desabar lancinante chuva, tão forte que, de certo modo, me limitava a locomoção. Ventos soltos devastadores provinham de todos os pontos cardeais. Vinha com os ventos o frio penetrante que, com a roupa totalmente encharcada pela grossa chuva, me gelava os ossos e me prendia os músculos. Era tão forte temporal que me lembro, por tempos breves, ter assumido na altura tratar-se de toda a eternidade, de desistir de combater forças mais poderosas que eu e abandonar-me no convés do barco. Assumi a minha humanidade efémera e quando baixei os

braços desistentes das tarefas sobrehumanas a que fora sujeito uma vida inteira, deixei de ser marinheiro. O mar, agora irado e indomável, nunca mais seria sereno para mim. Já não era a primeira tempestade que enfrentava, mas aquela era de tal modo poderosa que me fazia desistir do mar e dos portos que ele me oferecia. Vi-me rodeado apenas pelo oceano e por um destino amargo. E isso, naqueles momentos, parecia o reflexo de todo o meu futuro. A chuva grossa e imparável, os ventos gelados penetrantes, a visão obscurecida e sem esperança, a negritude do céu, a violência da Natureza tomaramme por inteiro. E fizeram-me o que sou hoje.

Baltazar de Carvalho Pimentel Delgado Antunes, N.º 4, 8º G, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

TEMPESTADES E CAMINHOS Na linha do mar, apareceu por momentos rápidos uma alva luz cegante. Ouvi o mundo rugir. O seu ronco gutural engolia todo o oceano. Fui por longos anos, infindáveis, nos momentos de agonia, servo leal dos oceanos. Toda-

João Horta Pino Custódio – 10.º N, ES António Damásio


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DE LISBOA A GOA

A noite já ia longa, naquele dia de junho, e eu estava no meu quarto, de janela aberta, a fazer as malas. Arrumava roupa, máquinas fotográficas, carregadores e protetor solar. No dia seguinte, ia viajar de cruzeiro para a Índia. Estava tão entusiasmado! O Taj Mahal, a comida, a cultura! Mal podia esperar pelo dia seguinte. De manhã, apanhei o barco e, duas semanas depois, chegámos ao porto de Goa. Dali viajaria de comboio até

Nova Deli. Entrei no comboio e começámos a andar. De repente, ouvi um estrondo vindo da parte da frente do comboio. Levanteime, olhei pela janela e vi meia dúzia de homens a entrar numa carruagem e a saquear o vagão principal. Como tantos outros, fugi. Consegui esconderme atrás de uns arbustos ali perto. Queria ajudar as pessoas que não tinham conseguido sair, mas não pude fazer nada. Passei noites e noites a imaginar e rever o acontecimento na minha cabeça. Não conseguia dormir depois de ver aquele massacre. Decidi que a viagem não podia continuar comigo assim. Voltei para Goa, para tentar arranjar transporte para voltar a Portugal, mas o próximo barco era só no dia seguinte.

Apanhei-o e lá me levou até Ravena, na Itália. A partir daí, iria de avião para Lisboa. À noite, uma terrível tempestade abateu-se sobre a região. O aeroporto ficou devastado. Decidi ir de carro. Aluguei um e consegui viajar até Nice, na França. Lá, adoeci e tive de esperar uma semana, até me sentir melhor. Arranjei boleia até Madrid, de onde saí navegando no Tejo. Finalmente, três semanas depois de ter partido, voltei a Lisboa. Aí lembrei-me da beleza de Nice, dos edifícios lindos, as ruas serpenteantes, as catedrais e os monumentos. Apercebi-me de que tinha adorado os museus e tudo o resto. Naquela altura, pus-me a pensar: onde vou no próximo verão?

que preferia esquecer. À medida que cresço apercebo-me de como a vida é curta, por um lado injusta, por outro surpreendente. Irei arrepender-me mais do que não fiz do que dos erros que cometi. Mas crescer é mesmo assim, aprender a decidir o que fazer com o tempo que nos é dado. O meu nome é Margarida e isto é uma parte apenas da minha história.

pode ser domado com o tempo. Definitivamente, um defeito que devo amenizar. A máscara faz transparecer uma figura jovem, de espírito livre, que esconde um interesse substancial por problemas que invadem a vida daqueles que se consideram “adultos”. Domina-me, frequentemente, uma necessidade desmedida de intervir e colocar o meu ponto de vista perante assuntos primordiais. Não me considero a típica rapariga banal e, por vezes, fútil, que exibe pensamentos navegantes nas redes sociais. Percebo que, para a maioria, isso seja uma via para o seu próprio reconhecimento público, mas por que não perdurar a interação pessoal? Nesse aspeto, identifico-me com aqueles que ostentam a sabedoria, questionando, constantemente, o vício e a obsessão que se instalam nos tempos modernos. De certo modo, considerome uma pessoa que supera a superficialidade da vida, ao visionar a essência de inéditos momentos que constroem o percurso que guia o destino, podendo ser incerto e instável, mas definitivamente ascendente de felicidade e satisfação.

André Meirinho, 7.º F, ES António Damásio

AUTORRETRATO

Sou apenas uma rapariga que, a cada dia que passa, tenta descobrir o seu papel a desempenhar neste mundo tão misterioso, que julgo grande quando todos me dizem que é pequeno. Vivo com os sentimentos à flor da pele. Sou tímida e sensível, emociono-me com facilidade. Consigo também ser bastante teimosa. Por vezes, não ouço os conselhos daqueles que me desejam bem. Quem me conhece diz que sou ansiosa, que devo viver sem pensar no que o futuro me reserva. Tenho medo de revelar as minhas emoções e sinto que esse medo desgasta as memórias felizes, assim como o mar desgasta as falésias. Tenho um milhão de sonhos no meu coração que acredito que se irão realizar. Todos os minutos passados junto da minha família são mágicos. Afinal é ela que me estende a mão quando tudo parece escuro e me dá força e coragem para seguir em frente e encontrar a luz. Gosto muito de ajudar quem precisa e consigo oferecer sem esperar nada em troca. Acredito que a verdadeira beleza de uma pessoa é invisível aos olhos e o seu valor está na generosidade do seu coração. Gosto de apreciar um bom livro ou filme, especialmente quando a chuva cai e o vento bate furiosamente na janela. Não há nada como estes momentos em que a fantasia nos abre as portas e a realidade se fecha atrás de nós. Muitos acontecimentos marcaram a minha vida, uns felizes e outros

M. Ruiva, 11.º ano, ES António Damásio

Será que a minha existência sobressai neste mar de gente indiferente e alheada da realidade? Bom, embora seja importante ter uma boa reputação perante a visão dos que me rodeiam, prefiro caminhar pela sombra dos pensamentos que vagueiam pelas mentes alheias, mantendo a minha discrição. Apesar do olhar dos outros codificar uma figura com personalidade vincada, esta contrasta com a aparente fragilidade que emana do meu ser. Os nervos que me corroem por dentro, incessantemente, debilitam o meu sistema de defesa, ao testar os meus limites nunca antes explorados. Percebo, agora, a essência das ações que nos definem. Talvez, a adesão à psicologia me tenha auxiliado a crescer, proporcionando-me uma experiência invulgar, possivelmente a mais marcante. De facto, essa evidente preocupação sempre andou de mãos dadas com a rapariga franzina, embora determinada, que se reflete todos os dias no espelho. Os olhos penetrantes, que buscam uma verdade, e a tez pintalgada ressaltam nessa precisa imagem, assim como o breve relevo que percorre a vasta estrada, escondida por largas ondas apagadas, vítimas de um incessante calor intenso. Impressionante, certo? Como algo tão difícil e teimoso,

Inês. G. 11.º ano, ES António Damásio


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ENSAIOS FILOSÓFICOS

No dia 22 de fevereiro procedeu-se à fase de seleção dos alunos representantes da ES D Pedro V para as Olimpíadas Nacionais da Filosofia, que este ano se realizarão em Alcácer do Sal nos dias 13 e 14 de Abril de 2018. Apesar das expetativas iniciais relativamente baixas do grupo disciplinar, conseguimos uma participação de 8 alunos, o que nos parece um número muito razoável para um primeiro ano em que dinamizamos a atividade. Passam à fase nacional os alunos João Miguel Murteira (11.º 4) e Ricardo Amaro (11.º 4). Como suplente, com menção honrosa fica a aluna Maria Inês Franco (12.º 3). Este texto será publicado na edição do 3.º período. Todos os restantes ficaram em 4.º lugar, e todos estão de parabéns pela participação na atividade. O grupo de Filosofia da ES D. Pedro V

Quais são as condições necessárias e suficientes para que uma sociedade possa ser justa? O ser humano, como animal social, desde de há muitos milhões de anos que vive em sociedade, tendo desde sempre estabelecido regras e princípios que a organizam. A justiça perpetua-se no tempo como um conceito de eleição para estas regras. O indivíduo, por natureza, rejeita injustiças contra a sua pessoa. Por este motivo, sempre desejou inserir-se numa sociedade justa e na qual não as sofra. Muito claramente, tal como acontece em diversas outras áreas não exatas do saber, isto despontou um número considerável de pontos de vista diferentes. O ser humano afasta-se naturalmente da anarquia, sendo que até nos mais pequenos grupos um líder é, ainda que inconscientemente, apontado. Em grupos de pessoas tão desenvolvido e

complexos como os que são necessários e presentes na sociedade atual, existe sempre um Estado. Este governa as pessoas do país (construção artificial limitado por barreiras físicas ou virtuais na qual se insere um certo número de pessoas sobre um mesmo governo autónomo e reconhecido), sendo que a questão da justiça na sociedade se prende fundamentalmente com o papel e interação do Estado com o indivíduo. Existem diversas abordagens acerca desta relação. Estas reconhecem e elevam diferentes direitos do indivíduo nas quais se baseiam para governar. Eu concordo com a perspetiva de John Rawls sobre a sociedade. Este autor cria três princípios que definem a sua teoria: o princípio da igual liberdade, da igualdade de oportunidades e no da diferença. O primeiro afirma que todos os indivíduos inerentes à sociedade em questão devem ter igual liberdade, sendo que nenhum, independentemente do seu estatuto social ou económico, ou das suas condições inerentes, ou qualquer outra característica, possui a mesma liberdade básica que todos os outros. A liberdade de expressão, de opinião, de movimento, de ter saúde, etc… são todas inerentes ao indivíduo. O segundo princípio afirma que qualquer indivíduo tem o mesmo direito à mesma oportunidade e não deve ser limitada, por exemplo, pelo seu estatuto socioeconómico ou outra característica, e declara que o facto de conseguir ou não concretizar a hipótese em causa (oferecida pela oportunidade) deve somente depender do seu trabalho, de si mesmo. O terceiro princípio recai sobre facto de nenhum indivíduo ser igual, pelo que aqueles que mais abençoados foram na “lotaria genética” ou pelas suas aptidões devem ajudar aqueles que não o foram. Através destes três princípios, John Rawls cria uma sociedade baseada na equidade, onde todos começam pelo menos acima de um certo nível de vida, sendo-lhes possível melhorá-lo. Tudo isto é ilustrado no famoso e deveras esclarecedor exercício mental proposto pelo autor. Neste, diversos indivíduos têm que criar uma sociedade para aí residirem, no entanto não sabem qual vai ser o seu papel ou posição inicial nessa sociedade. Todo o ser humano deseja ter certos direitos. Se lhe negarmos a escolha do seu estatuto na nova sociedade, este vai alargar estes direitos fundamentais para a toda a extensão da população. Estes direitos irão, logicamente, de acordo com os três princípios antes referidos, visto que estes garantem sempre a liberdade e a possibilidade de uma vida confortável e

digna a todos, condições naturalmente desejáveis e necessários à pessoa. É claro e lógico que os criadores vão desejar que exista um ponto inicial suficientemente alto para que não sejam prejudicados na ascensão na vida ou para possuírem uma minimamente digna, pois podem possuir as capacidades para tal e não lhes ser possível pela falta de oportunidades consequente do seu estatuto socioeconómico, ou podem ser prejudicados na lotaria genética (por exemplo, possuir uma deficiência motora que os impeça de trabalhar). A meu ver, este cenário no qual caiu um “véu de ignorância” sobre os criadores da nova sociedade ilustra clara, perfeita e explicitamente o porquê de este ser um modelo a seguir. Uma teoria opositora a esta tese é da autoria de Nozick. Ele considera como um direito inviolável e necessário a posse de propriedade. O Estado, para permitir a existência dos princípios anteriormente referidos, necessita de cobrar impostos e utilizá-los na medida de diminuir a diferença socioeconómica. Na perspetiva de Nozick, isto constitui uma violação dos seus direitos e, por este motivo, não pode ser considerado justo. A propriedade deveria permanecer na posse do seu dono e só ser distribuída voluntariamente e não forçosamente pela ação do Estado, sendo que os impostos apenas serviriam para o manter a funcionar. No entanto, eu considero não só pouco prática uma sociedade na qual temos que confiar na natureza humana daqueles com posses e poder para garantir um nível de vida minimamente possível mas como considero que a dignidade da vida humana se eleva à posse de propriedade, ainda que não de forma radical. Eu desejo naturalmente adquirir mais posses e considero-as necessárias ao meu conforto e felicidade, no entanto não encontro problema algum em que parte destas, desde que não seja substancial (perda da habitação, por exemplo), seja empregue não só no funcionamento do Estado e dos seus serviços mínimos como na diminuição da diferença socioeconómica e na manutenção de uma vida minimamente digna daqueles que não a conseguem ainda autonomamente. Continua na página seguinte


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ENSAIOS FILOSÓFICOS Cont. ser punida), equidade e não nega a propriedade. João Miguel Murteira, 11.º 4, ES D. Pedro V

A imagem de um bebé nascido numa casa séptica, sujo e no seio de uma família na pobreza extrema, pessoa que terá com certeza que ter um trabalho de baixo salário por não poder adquirir mais qualificações devido ao sacrifício monetário, como decerto acontecia no período do famoso capitalismo selvagem que Rockfeller tanto adorava, muito mais me enoja e custa a ver, pelo facto de eu, juntamente com os outros membros da sociedade, doarmos ao Estado dinheiro sobre a forma de impostos, para que este garanta os míninos necessários à dignidade. A empatia, a meu ver, fala, naturalmente, mais alto que o egoísmo, ainda que não sobre ele. Nunca renunciaria de todas as minha posses, pois também eu as considero como um direito necessário à pessoa e à sociedade, pois a máquina do capitalismo, controlado em parte pelo Estado, constitui uma maravilha que cria e proporciona tanto bens de grande conforto, como também de necessidade. Numa sociedade justa, então, o Estado deve governar o ser humano de forma a garantir a sua liberdade, dignidade e oportunidade, sendo que só o indivíduo é que dita através do seu trabalho e escolhas a sua posição na sociedade (apesar de, claramente, ser em parte utópico devido a outros fatores como o acaso, estes que devem ser tidos em conta por parte do Estado – princípio da diferença). A propriedade não deve ser negada, mas pode e deve ser, em parte, utilizada pelo Estado para garantir os direitos a todos os cidadãos, como, por exemplo, o seu uso para a ação social. Desta forma, todos os cidadãos são tratados de forma igual pelo Estado, sendo-lhes proporcionado um nível mínimo de vida ao qual podem ascender. Uma sociedade justa é aquela que proporciona liberdade, dentro de certos limites (liberdade de matar dever

O homem sofreu uma profunda evolução ao longo da história. Aprendeu a adaptar-se à Natureza, a descobrir a melhor forma de se poder sustentar e como se proteger das ameaças à sua sobrevivência. Para tal, desde cedo que se organizou em sociedade, vivendo em grupo com uma finalidade muito clara: viver com a melhor qualidade de vida possível. As sociedades sofreram profundas alterações ao longo da história. A constante procura da melhor qualidade de vida possível levou ao desenvolvimento de novas técnicas e à descoberta de novos utensílios. Deste modo, o ser humano progrediu a nível de meios para sobreviver e focou as suas atenções principalmente para o modo como os que o rodeavam viviam. Uma sociedade é, na sua essência, um conjunto de pessoas que coabitam no mesmo espaço geográfico e que devem cooperar entre ambas em prol do bem-estar de cada membro, do grupo e do bem-estar do espaço onde habita. É uma realidade bastante complexa, na qual a sua existência seria impossível sem o estabelecimento de diversas regras e normas. Estas normas são uma componente fundamental numa sociedade. Sem elas haveria uma total anarquia na mesma. Na verdade seria insustentável a sua existência sem um conjunto de normas. Para além de normas a sociedade é caracterizada por um elemento igualmente importante: a hierarquização. Seja em sociedades que muitas vezes podem ter proporções inimagináveis ou em sociedades com um número mais limitado de membros, é necessário uma entidade de referência, um membro que a possa representar. Esse membro deve, a meu ver, servir de exemplo a qualquer pessoa. Deve ser capaz de, em conjunto com membros da sua confiança, conceber e fazer cumprir as normas que estabelece. E deve, através quer da sua palavra quer das suas atitudes, dignificar a sociedade que representa e inspirar os seus membros seja nos bons ou nos maus momentos. Esta hierarquização da sociedade resulta frequentemente de um fator que se assume cada vez mais como algo indispensável: a propriedade. Um indivíduo com grandes e variadas posses é um indivíduo com grande importância numa sociedade. Não só pelos espaços que detém e que pode colocar (ou não) ao dispor dos demais membros, mas também pelo impacto que tem na vida de quem o rodeia. Um dono de uma loja, ao contratar pessoas para trabalharem nesse local, cons-

trói uma hierarquia dentro da mesma: no topo está a sua pessoa e no fundo os seus subordinados. A hierarquização ocorre em muito maior escala, e engloba não só a propriedade, mas de igual modo a proximidade com quem a lidera. Nas sociedades atuais existe um líder que a governa em conjunto com pessoas que confia e nomeou; depois existem os restantes membros que devem seguir as normas definidas pelo governo. Os membros do governo trabalham com uma dada equipa; cada membro dessa equipa terá subordinados. E nesta cadeia gigantesca verifica-se que a hierarquização é evidente nas sociedades. Uma sociedade justa preza pela existência de normas e de hierarquização. Sem estes elementos cada indivíduo poderia agir em função das suas vontades e desejos e o caminho mais provável seria a existência de uma anarquia completa. Perante a necessidade evidente da existência de normas, é necessário fazer com que sejam cumpridas. Assim sendo, a que devem dizer respeito estas normas para que uma sociedade seja justa? O filósofo norte-americano John Rawls sustentou três aspetos sobre os quais as normas se devem debruçar para que uma sociedade possa ser mais justa: liberdade, oportunidades e riqueza. No meu ponto de vista, estes três princípios são necessários para a construção de uma sociedade onde se viva em harmonia e com os mesmos direitos entre todos os seus membros. As pessoas devem ser livres. Numa sociedade, a meu ver, as pessoas devem, por exemplo, ter o direito à liberdade de expressão, uma vez que se as pessoas não forem inibidas de se expressarem quando não estão de acordo com uma dada regulamentação/ situação permitirá encontrar aspetos a melhorar na mesma e, desse modo, melhorar a qualidade de vida dos seus membros. Continua na página seguinte


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ENSAIOS FILOSÓFICOS Cont.

Caso a palavra não chegue para mudar uma situação, as pessoas devem ser livres de adotar comportamentos que possam fazer prevalecer a sua palavra de forma pacífica e sem recurso a violência, como, por exemplo, o direito à greve. Se as normas de uma dada sociedade apelarem para que as pessoas tenham liberdade acredito que uma dada sociedade poderá ser mais justa. A igualdade de oportunidades deve ser outro fator a ter em conta. Uma sociedade em que os seus membros não tenham acesso às mesmas possibilidades vai levar a que alguns deles possam não ter acesso ao que outros terão. Se numa dada sociedade a escola for limitada apenas a membros do sexo masculino o leque de oportunidades para os membros do sexo feminino será substancialmente menor do que para os do sexo oposto. Desse modo, considero que é importante que qualquer membro, independentemente das suas características físicas e do contexto social onde possa estar inserido deve poder aceder às mesmas oportunidades que os demais. Para tal, devem ser implementadas normas para que tal aconteça, como por exemplo, a escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Numa sociedade quem tem mais propriedade terá teoricamente maior riqueza. Como referi anteriormente, uma sociedade deve zelar pelo bemestar do grupo, e associada à hierarquização que deve, a meu ver, existir, vem associada a ideia de que pessoas mais próximas da liderança terão mais recursos económicos que as menos próximas da liderança. E, se numa sociedade a entreajuda é importantíssima, todos devem contribuir com o máximo que puderem. Acredito que quem tem mais meios deve partilhar mais com quem o rodeia do que os que têm me-

nos meios. E o modo mais eficaz de o fazer consiste nos impostos. No meu ponto de vista, os impostos são a forma mais eficaz de aglomerar riqueza e usá-la para o bem-estar da sociedade e aqueles que detém maior poder económico estão em melhores condições de contribuir para melhorar a sociedade. Contudo identifico uma situação importante: para que um dado membro mereça parte dos meios disponibilizados à sociedade este deve contribuir com algo e merecer pelos mesmos. Não considero justo um indivíduo que trabalhe 6 dias por semana obter os mesmos meios que um indivíduo que se recusa a trabalhar e que vive à custa dos seus pais. Se quer ter direito aos meios gerados por uma sociedade, deve «fazer pelos mesmos», ou seja, esforçar-se por contribuir para a sociedade. Assim sendo, o Estado deve criar normas que permitam aos seus membros contribuir para a sociedade, sendo que compete a quem lidera geri-los com critério e procurar com eles melhorar a vida dos contribuintes O último aspeto que considero fundamental para a criação de uma sociedade justa é a justiça. As sociedades devem ter na sua constituição indivíduos responsáveis por averiguar se as ações dos demais são corretas ou incorretas, justificáveis ou injustificáveis, morais ou imorais. Sem a justiça qualquer indivíduo agiria de acordo com as suas crenças e valores, e acabaríamos por ter uma sociedade mergulhada numa anarquia onde qualquer membro procura «fazer justiça pelas próprias mãos». Se existem normas, devem ser cumpridas. Quando não são cumpridas, compete à justiça julgar quem não as cumpre e punir devidamente os infratores. Nada deverá escapar á justiça e a necessidade da existência da mesma torna-se visível através, por exemplo, do próprio desenvolvimento das leis que regem uma sociedade. Se não existisse uma entidade exterior a averiguar se as normas são ou não justas, quem governa teria a liberdade de impor aos contribuintes tudo o que pretendesse, originando uma sociedade sufocada pelo Estado e a viver num clima de opressão e submissão perante a vontade do mesmo. Um exemplo disso consiste na taxa de proteção civil aplicada aos contribuintes do município de Lisboa. Com a riqueza gerada pelos cidadãos compete ao Estado a gestão eficiente dos recursos e a necessidade de proteger aqueles que contribuem para a harmonia da socie-

dade é imprescindível. Logo, no meu ponto de vista, sem a justiça os habitantes de Lisboa seriam forçados a pagar por aquilo que o Estado deve garantir. Este é um de muitos exemplos pelos quais a justiça deve atuar. A justiça deve julgar os membros de uma dada sociedade com imparcialidade e no sentido de apurar a total veracidade dos factos, de modo a garantir o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e de garantir que a mesma não cai naquilo que considero ser a maior ameaça de uma sociedade, sendo capaz de a conseguir destruir completamente: a anarquia. O ser humano, embora inserido numa sociedade, procura o seu bem-estar. Contudo considero muito difícil um dado indivíduo depender apenas de si próprio para sobreviver, e por isso mesmo desde muito cedo o ser humano se organizou em sociedade. Máximas como «a união faz a força» enquadram na perfeição no que o ser humano pretende com o estabelecimento de uma sociedade. Se os seres humanos juntos são mais fortes devem procurar em conjunto atingir o bem-estar, e tal será impossível a menos que na sociedade existam um conjunto de elementos que tornem esse bem-estar mais fácil de ser alcançado. A perfeição até agora nunca foi alcançada. Existirão sempre situações menos justas numa sociedade, ou situações tão injustas que parecerão irremediáveis. Apesar de tudo isso, com os elementos que referi acredito que o ser humano pode viver numa sociedade mais justa. E uma sociedade mais justa vai, com toda a certeza, culminar no principal objetivo das sociedades: o bem-estar de cada membro, do grupo e do espaço onde habita. Ricardo Amaro,11.º 4, ES D. Pedro V


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DIA DO PORTUGUÊS No dia 29 de janeiro de 2018, comemorou-se o Dia do Português no nosso Agrupamento. Na Escola Básica dos Olivais foi com muito entusiasmo que professores e alunos inauguraram a exposição do Dia do Português. Nesta mostra de trabalhos, no átrio principal da escola, houve a oportunidade de apreciar belíssimos trabalhos elaborados pelos alunos do 2º ciclo, desde a declamação de poemas à audição de poemas musicados. Não faltaram maquetes, com a recriação de cenas das obras analisadas, jogos diversos inspirados nas mesmas obras e biografias de escritores portugueses apresentadas com toda a criatividade dos alunos. Surpresa foram ainda as “Latas da Poesia” e os “Presentes Poéticos”, que encheram os leitores com o sonho e a magia da Poesia. Depois do sucesso deste evento, professores e alunos reforçaram energias para nos surpreender ainda mais no próximo ano letivo, com o seu entusiasmo e criatividade. Aguardemos! Rosário Oliveira Soares, professora de Português da EB 2.3 dos Olivais

Na António Damásio, celebrámos o Dia do Português com várias iniciativas. No átrio da escola e na Biblioteca foram afixados cartazes com a origem e a explicação de algumas Expressões Idiomáticas, como “Falar pelos cotovelos” ou “O conto do vigário” ou “Ouro sobre azul”, e Ditados com Erro, como “Quem tem boca vai a Roma”. Expostos na Sala de Estudo e no átrio estiveram cartazes que reproduzem um magnífico trabalho desenhos de Luís Manuel Gaspar a ilustrar poemas e pedaços de prosa de consagrados autores portugueses. Este trabalho foi originalmente publicado na revista LER e no jornal Viva Voz, na década de 1990, e nós recuperámo-lo para o mostrar à nossa comunidade escolar. Durante a manhã, os alunos tiveram oportunidade de ver cinema português, vendo o filme Silvestre de João César Monteiro. Pertinho da hora do almoço foi a Hora da Poesia – juntámonos na biblioteca para dizer poemas dos nossos poetas de coração, professores a alunos partilhando o gosto pela palavra poética. Também havia para distribuir a toda a gente marcadores de livros com poemas de poetas portugueses e de língua portuguesa. A celebração terminou com uma sessão de divulgação literária. O livro A casa das tias, editado em junho de 2017, foi escrito por uma das nossas professoras, Cristina Serôdio. Pois a verdade é que outra das nossas professoras, a Dra. Célia Pinto, leu o livro, analisou-o e veio falar-nos sobre ele. E nós ouvimos deliciados! Como o início e o fim das nossas aulas são marcados pela música, nesse dia e durante o resto da semana, fomos embalados pela poesia transformada em som e cantada pelas vozes dos nossos artistas. Foi bom e, com a experiência ganha este ano, de certeza que para o ano será ainda melhor. Maria Coelho, Professora de Português na ES António Damásio


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OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Há dois anos, quando frequentava o décimo ano de escolaridade, a minha professora de português, a professora Ana Enes, desafiou a minha turma dessa altura a participar nas Olimpíadas da Língua Portuguesa. Eu fui um dos poucos alunos que se interessou pela iniciativa e decidi participar. Apareci na sala que me indicaram, à hora que me indicaram, sem ter qualquer ideia de como seria a prova. Rapidamente descobri que era uma prova apenas constituída por itens de escolha múltipla, assentes na interpretação de texto e em conteúdos de gramática. Foi uma experiência muito interessante, não só por ter sido desafiante, mas, principalmente, por me ter deixado curioso e me ter levado a procurar as respostas certas para os exercícios que não sabia resolver. No ano passado, decidi voltar a participar, porque tinha boas recordações da prova do ano anterior, mesmo não tendo passado à 2ª fase, a fase final. E não saí de lá desapontado. Voltei a ter imenso prazer em fazer a prova da primeira fase e, desta vez, passei à final. Nesta segunda fase, a prova já incluía também, para além dos itens de escolha múltipla (interpretação de texto e gramática), um texto de desenvolvimento a partir de um tema dado, que, neste caso, foi a importância da literatura, e deu-me especial gozo escrever este texto, por se tratar de um tema que me diz muito. Depois desta experiência, acabei por ter o bónus de conseguir o primeiro lugar a nível nacional na minha categoria, a do secundário, com o reco-

nhecimento e o prémio que tal acarreta. No entanto, não posso deixar de sublinhar que, mesmo sem esta recompensa extra, teria tido todo o gosto em participar e espero poder participar de novo este ano. Assim sendo, não posso deixar de recomendar a todos os meus colegas que gostam de estudar e escrever a língua que falamos que participem nas edições das Olimpíadas da Língua Portuguesa que se seguem! Thomas Childs, 12.º B, ES de Camões (texto lido na cerimónia de entrega de prémios - no Mosteiro de Alcobaça)

Vivemos num mundo cada vez mais definido pelo raciocínio frio e lógico das ciências, um mundo no qual um número vale mais do que uma palavra. Numa sociedade assim limitada pelo que é dito objetivo e numérico, como poderá o Ser Humano atingir a sua plena concretização? É este o dilema que, a meu ver, se apresenta, atualmente, como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de um ser que é, por excelência, marcado pela intersubjetividade e por valores qualitativos (e não quantitativos). Afigura-se-me um caminho que permite ultrapassar esta encruzilhada: a aposta na arte e, em particular, na literatura, enquanto dimensão humana que deve orientar a nossa vida individual, intelectual e social. Olhemos para o papel que a literatura tem desempenhado no passado da nossa espécie, começando pelas cantigas transmitidas oralmente, de geração em geração. Podemos verificar que, de um modo geral, tem sido uma

NEURÓNIOS CURIOSOS No dia 16 de janeiro de 2017, tivemos a visita dos Neurónios Curiosos, na nossa Escola, uma empresa de Educação e Comunicação Científica. A monitora Patrícia trouxe à escola alguns animais muito peculiares. Uma cobra pequena chamada Laranjinha, um casulo de borboleta Caveira e

das vertentes que definem o expoente máximo de cada cultura, através da qual podemos aceder ao passado e a outros modos de vida díspares, relativamente ao nosso próprio. Mas também notamos que a literatura tem sofrido uma crescente desvalorização, que terá começado, por ventura, com a ascensão da ciência e com a sua progressiva pretensão do valor de validade única e inabalável. Pretendo mostrar que a desvalorização da literatura que se verifica nos nossos tempos contrasta com a importância que quase sempre teve para os nosso antepassados. Não poderíamos argumentar que a desvalorização das obras literárias surge associada à ignorância e à decadência da nossa própria humanidade? Termino com um apelo no sentido do reconhecimento da importância da literatura, que me parece constituir um dos pilares centrais que suportam toda a nossa civilização. Thomas Childs, 12º B, ES de Camões (texto vencedor na prova final da V OLP)

PROJETOS um escaravelho. Estes animais estavam vivos. Foi muito divertido tocar neles e sentir a sua pele. Vimos outros animais dentro de frascos com álcool para ficarem conservados e não cheirarem mal. Estes animais não estavam vivos. Foram resgatados pela Patrícia para estudos de Ciência. Uma iguana, uma rã, uma raia e um ovo de raia, escamas e ovos de tartaruga e uma centopeia. Aprendemos muitas coisas novas sobre

estes animais. Alguns meninos tiveram medo da cobra, mas ela não fez mal a ninguém.

EB1/JI António Nobre – texto coletivo – 1.º A e 4.º B


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MARCADORES DE LIVROS que receberam os seus. Uma troca muito gratificante! Turmas 1.º B, 2.º B e 3.º A, salas 1 e 2 da EB/JI Frei Luís de Sousa

Este ano letivo, várias turmas do Jardim -de-Infância e do 1.º Ciclo realizaram marcadores de livros para enviar a turmas de escolas dos quatro cantos do mundo, numa iniciativa no âmbito do projeto International Assossiation School Librarian. Inspiraram-se em diversas temáticas, todas elas relacionadas com o nosso país e a nossa cidade. Um cheirinho das nossas tradições e da nossa cultura para despertar, nas crianças que os receberam, a curiosidade e o interesse pela nossa pátria. Estas turmas foram surpreendidas pelos marcadores enviados pelas crianças

ESPAÇO EUROPA

No dia 31 de janeiro, a turma 12. º2 visitou, no âmbito da disciplina de Geografia C, o Espaço Europa localizado no Largo Jean Monet, em Lisboa. O Espaço Europa é gerido pelo Gabinete de Informação do Parlamento Europeu e é a Representação da Co-

missão Europeia em Portugal. A visita teve como objetivo a maior integração dos alunos na realidade europeia, acompanhando, por isso, a matéria lecionada em aula. Na palestra, foram abordados e aprofundados temas do contexto europeu tais como: - A Cidadania Europeia; - Os idiomas oficiais dos estadosmembros da EU, bem como a constatação da língua europeia: o Inglês; - A Moeda Única: o Euro; - Os Tratados Europeus; - Os alargamentos sofridos pela EU; - A geografia das instituições da EU; - Cargos na União Europeia; Aquando do início da palestra, pudemos observar e aprender um pouco mais da História da União Europeia,

MUSEU DE TEATRO E DANÇA jogos. Por fim, visitámos o museu e os seus jardins. Maria Gomes e Zélia Reis docentes da EB1/JI das Laranjeiras

No dia vinte e quatro de janeiro, os alunos da turma 1 e 2 do Jardim de Infância das Laranjeiras foram visitar o Museu de Teatro e Dança. A visita teve como objetivo descobrir que o corpo também fala através de

através de uma exposição por painéis existentes na sala onde se deu a intervenção. No final, houve tempo de diálogo com o professor que realizou a palestra, a fim de nos integrarmos a 100% na realidade que nos havia sido apresentada. Foi-nos ainda oferecido um pequeno saco com folhetos e livros informativos, que reforçaram o poder educativo da visita. A visita ao Espaço Europa foi, na minha opinião, de extremo interesse e riqueza, por nos proporcionar uma melhor visualização e interiorização da realidade em que todos nós, cidadãos europeus, nos encontramos na atualidade. Beatriz Fernandes, N.º4, 12.º 2, ES D. Pedro V


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SERRA DA ESTRELA

Imaginemos que, em 2068, um mamífero pertencente à espécie humana, denominada Espertina, consulta o plano anual de atividades da Escola Secundária de Camões, referente ao ano letivo de 2017-2018. A páginas tantas depara com um tópico: Visita de Estudo à Serra da Estrela: 15, 16 e 17 de janeiro de 2018. Impelido pela curiosidade, clica no link que lhe dá acesso à informação relativa ao evento. Essa informação está contida num ficheiro, que inclui uma multiplicidade de documentos com formatos diversos: fotografias, textos, registos de vídeo e áudio. Espertina abre um documento ao acaso, correspondente ao nome de um dos 73 mamíferos pertencentes à espécie humana que integraram o evento. Uma sequência de fotografias dispostas cronologicamente desfila diante os seus olhos. A primeira e a última registam a partida e a chegada nas viaturas de transporte. As intermédias misturam paisagens naturais lindíssimas com cenários de sã convivência comprovada pelo brilho nos olhos e pelo sorriso franco e aberto dos jovens que posaram para o instantâneo. Algumas tinham legendas como “O vale glaciar”, “Covão d’Ametade”, ou “Centro de Interpretação da Torre”, ou ainda “Bestial!”. Nesta última figurava um mamífero juvenil do sexo feminino pertencente à espécie humana a descer, sobre os skis, uma ladeira coberta de neve. Podia-se captar, do instantâneo, as sensações conjugadas de leveza e de velocidade. Outros documentos permitiam a Espertina construir uma visão de conjunto do evento ocorrido há cinquenta anos. Pequenos filmes, sequências de imagens, textos colocaram-na na presença diferida da vivência daqueles jovens: a cozinhar no interior das casas de montanha, a esculpir o ritmo da música com coreografias de dança na discoteca, não faltando mesmo duas idas ao hospital da Covilhã por duas jovens (Madalena e Soraia), a quem o infortúnio bateu à porta naquele ambiente saturado de boa disposição. Era como se fizesse, em imaginação, uma viagem no tempo, e de repente se apresentasse àqueles jovens, dizendolhes: «Olá, eu também quero participar da vossa alegria. Também eu quero ter colegas e professores como os vossos, e aprender para além do que se ensi-

na no interior da escola. Deve ser isso a que os pedagogos chamam “curriculum oculto” – aquele que se constrói em função das experiências relevantes que vamos vivendo e partilhando com os nossos semelhantes.» José Madureira, professor de Filosofia da ES de Camões

Neve pela primeira vez No dia 15 de janeiro, partimos para a Serra da Estrela com o objetivo de praticar snowboard e ski. Fomos de autocarro, separados por elementos do chalé. A viagem demorou mais ou menos 5 horas. Fizemos várias paragens para comer e também para apreciar as paisagens. Eu nunca tinha visto neve na vida, enquanto o meu colega Miguel Veiros já estava habituado a olhar para aquelas vistas. Foi uma experiência única, algo que normalmente vemos numa revista ou na TV – mas neste caso foi possível viver o momento. A minha mãe sempre me disse que a neve era algo horrível, desde criança, e por isso sempre fiquei com uma má impressão acerca dela mas a minha vontade de ver neve nunca mudou. A neve, o clima, o vento, o frio entre outros era totalmente diferente do que a minha mãe descreveu. Quando chegámos aos chalés eu fiquei encarregue do controlo e organização da minha casa. Tinha como dever dizer aos meus camaradas o que fazer de acordo com as regas de arrumação. Foi também uma experiência diferente, pois eu nunca tinha ficado encarregue de uma casa. Tinha uma maior responsabilidade pois se acontecesse alguma coisa, a culpa seria minha. Quando acabámos de arrumar as malas nos respetivos sítios da casa já era noite. Tivemos tempo de visitar os outros chalés e conviver um pouco com os outros colegas. Depois disso, perto das 21, fomos para uma espécie de auditório, perto dum hotel, para ouvir uma palestra acerca das regras de segurança do snowboard e do ski. Já perto da meia-noite, decidimos ir dormir para sermos capazes de acordar no dia seguinte. Partilhei o quarto com o meu colega

Miguel Veiros. Como era uma cama de casal, tivemos que dormir os dois juntos, o que não foi um problema pois temos bastante confiança um com o outro. Ao princípio foi estranho mas depois começámos a falar sobre a vida. Ambos dissemos coisas que nunca tínhamos dito a ninguém. Eu disse coisas que nunca pensei ser capaz de dizer a outro ser humano. Senti-me confortável com a presença dele perto de mim. Acabámos por adormecer ao fim de algum tempo a falar. No dia seguinte acordámos com o despertador do Miguel. Preparámo-nos e fomos para o autocarro por volta das 8 da manhã. Quando chegámos à estância de ski foi-nos dado equipamento e começámos a praticar. Nunca tinha feito snowboard na vida portanto foi um pouco difícil ao início, mas passado um pouco habituei-me às quedas e às posições na prancha. Por volta das 5 da tarde chegámos ao chalé. Estava bastante cansado e tinha feito uma micro rutura de ligamentos na perna. Os meus colegas Dinis, Tiago, Rafael, Diogo e Miguel ficaram preocupados e decidiram ajudar-me. Foi bom estar com amigos assim. Por volta das 10 da noite, decorreu uma festa no bar do hotel. Eu estava um pouco em baixo e não me apeteceu dançar com os meus colegas. Simplesmente fiquei num dos bancos a pensar na vida. Por volta da meia-noite fui-me deitar enquanto os meus colegas se divertiam num dos chalés. Não me estava a apetecer conviver com eles. Para minha surpresa o Miguel não apareceu e eu tive de dormir sozinho. Não pensei que o facto de ele não ter aparecido me ia afetar, mas afetou. Senti-me como se me faltasse alguma coisa. No dia seguinte, fiquei um pouco mais calado. Ainda fizemos snowboard e regressámos a Lisboa. David Pelado,11.º B, ES de Camões


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LITERACIA 3DI gues (97.5%).

Ana Vilela, Lígia Arruda e Lucinda Marques, PB do AE das Laranjeiras

A Escola Secundária D. Pedro V foi selecionada pela Porto Editora para a fase distrital da iniciativa Literacia 3Di. Assim, no dia 28 de fevereiro de 2018, acolhemos mais de 477 alunos provenientes de mais de 200 escolas públicas e privadas do conselho de Lisboa. É uma iniciativa nacional dirigida aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, envolvendo os respetivos professores e estabelecimentos de ensino, com o propósito de avaliarem as suas competências em quatro dimensões do saber: Matemática, Ciência, Leitura e Inglês e patrocinada por S. Ex.ª o Senhor Presidente da República. Este desafio decorre durante o ano letivo em três fases – local (nas instalações escolares inscritas), distrital (26 de fevereiro a 2 de março) e final nacional (11 de maio de 2018, no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva em Lisboa), com base em provas interativas disponibilizadas através da plataforma online Escola Virtual. Serão premiados os alunos apurados/ vencedores em cada uma das três fases do LITERACIA 3Di. Na fase local, os participantes vencedores da Escola 2, 3 Prof. Delfim Santos nas diferentes categorias foram: Leitura - Mafalda Maruta Grazina Marques (69.9%). Matemática - João Diogo Santos (52%). Ciência - Vasco Damião Lagarto Ferreira Petinga (85.4%) e Inglês Matilde Sampaio dos Reis Cavaca Gil (97.5%) e Guilherme Carvalho Rodri-

BREVES EM IMAGENS DO 5.º A Em janeiro, fomos visitar a RTP. Vimos imensas coisas, entre elas o Museu da RTP, assistimos a um telejornal, vimos o estúdio do Preço Certo, a Rádio Zig Zag, uma rádio online para crianças e…. Participámos no Dia do Português, declamando poemas e cantando poemas musicados. Participámos ativamente no desfile do Carnaval. Estivemos presentes no primeiro ensaio da ópera que se irá realizar em abril. Somos o 5.º A, da EB 2,3 dos Olivais

A Porto Editora tem vindo a desenvolver o concurso Literacia 3D. Mais uma vez, os alunos da Escola Básica dos Olivais participaram neste desafio. As áreas de literacia em competição foram: 5.º ano – Matemática, 6.º ano – Ciência, 7.º ano – Leitura, 8.º ano – Inglês. Neste ano letivo, pela primeira vez, os alunos puderam avaliar as suas competências de Inglês, fruto da parceria do LITERACIA 3Di com a Cambridge English Assessment. Foram selecionados pelos professores, os seis melhores alunos de cada turma para participarem nas áreas referidas acima. A primeira fase do concurso decorreu ainda durante o 1.º período, tendo sido apurados para a segunda fase do desafio pelo conhecimento os seguintes alunos: Daniel Duarte Dionísio (73,5%) 5º Ano – Matemática; Rodrigo dos Santos Figueiredo (82,2%) – 6º Ano – Ciências; Catarina Bonito (98,8%) – 7º Ano – Leitura; Guilherme Lamego (97,5%) - Inglês No dia 28 de fevereiro, lá fomos nós, bem cedinho, acompanhados pela professora Lurdes Grácio, coordenadora da Biblioteca Escolar. Mais de2.600 alunos deslocaram-se a Lisboa, vindos de vários pontos do país, para participar na segunda fase da Literacia 3D, que decorreu na Escola Secundária D. Pedro V. Quando lá chegámos, fomos distribuídos pelas áreas onde estávamos inscri-

tos e levados para uma sala com outros alunos. Finalizadas as provas, viemos para o anfiteatro onde nos foi atribuído um prémio de participação. Agora, aguardamos pela terceira fase. Será que alguns de nós ficarão apurados? Aguardemos para ver! Daniel, Rodrigo, Catarina e Guilherme, EB 2,3 dos Olivais

O meu testemunho Eu gostei da minha participação no concurso Literacia 3D. Conheci novos colegas da minha escola e também fiquei a conhecer a escola D. Pedro V. No início, estava muito nervoso, mas depois foi passando. Na prova, não percebi uma pergunta e, por isso, não a consegui fazer. O resto, fiz tudo. No fim da prova, fomos lanchar com a professora Lurdes. Gostei muito desta experiência e adoraria passar à última fase. Daniel Dionísio,5.º A, EB 2,3 dos Olivais


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O ANIVERSÁRIO

LYCEU PASSOS MANUEL

No dia 9 de janeiro de 2018, a turma do 1.º ano da EB1/JI Maria Barroso foi à escola sede do agrupamento celebrar dois aniversários… Oferecemos uma canção feita com o coração e um grande bolo cheio de velas!! Contámos… e depois soprámos

as 107 velas pelo aniversário da Escola Passos Manuel e mais 13 velas pelo aniversário do agrupamento. Na Escola Passos Manuel também fizemos outras coisas que gostámos muito: explorámos tarefas no tablet, cantámos as Janeiras, passeámos pela esco-

EFEMÉRIDES la e abrimos portas secretas! Foi uma manhã inesquecível… Nós adorámos! Quando crescermos queremos estudar lá! Alunos e Crianças, EB1/JI Maria Barroso, Agrupamento de Escolas Baixa-Chiado

CONVENÇÃO DA ONU PARA OS DIREITOS DAS CRIANÇAS No dia vinte de novembro, o aniversário da convenção da ONU sobre os direitos da criança, as crianças fizeram ouvir as suas vozes em solidariedade para com as crianças mais desfavorecidas e vulneráveis do mundo. As turmas do 4.º A e do 4.º B uniram esforços para um trabalho conjunto sobre esta temática. Tiveram presente os valores representados neste dia como conquistas, defesa incessante e irrelutante da infância, não só por um

futuro que ainda virá a ser, mas pelo seu direito ao presente, ao acesso, à qualidade, às vivências e às experiências que venham cheios de sentidos e significados, por um tempo que é o agora e não somente o amanhã. Não faltou animação na construção deste placard que envolveu um diálogo sobre artigos que salvaguardam a saúde, a educação, a igualdade e a proteção para todas. Os alunos escreveram e ilustraram sobre os Direitos da Crian-

EXPERIÊNCIA DO OVO SALTITÃO Olá, nós somos a turma do 1.º A da escola Alice Vieira. Todas as semanas, à quarta-feira à tarde, fazemos experiências. Até já as fomos mostrar às turmas do 2.º ano, na semana das Ciências! Gostávamos muito de partilhar convosco a experiência do ovo saltitão. Esperamos que todos gostem. Material necessário: - 2(duas) caixas - 2 ovos - vinagre Como fizemos? 1.º - Cozemos um ovo; 2.º - Escrevemos a data nas caixas e o tipo de ovo – cru ou cozido; 3.º - Colocámos os ovos dentro das caixas; 4.º - Deitámos o vinagre até tapar os ovos; 5.º - Fechámos as caixas e deixámo-las ao sol; 6.º - Esperámos sete dias e tirámos os ovos do vinagre. O que observámos? - A casca do ovo parece que desaparece e o ovo fica mole e saltita.

Depois, ainda elaborámos cartazes que mostram a nossa experiência e que podem ser vistos por todos os alunos da escola. Não foi uma boa ideia? Turma A do 1.º Ano, EB/JI Alice Vieira

ça, trabalhos expostos na escola. A energia foi contagiante na montagem deste placard. Por fim, quem tem direitos também tem deveres. A vontade de partilhar mais experiências como esta ficou presente no coração de cada participante. Turmas 4.º A e 4.º B, EB1/JI Frei Luís de Sousa


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ESCRITORES NA ESCOLA ANTÓNIO DAMÁSIO casal e é acompanhada de um recurso áudio (um CD de originais referente a uma determinada parte da história) e um livro de pinturas e colagens executado pelos mais diversos artistas portugueses e internacionais. O livro aborda os temas de uma forma madura, apresentando ao leitor mais do que um ponto de vista em relação a uma situação, permitindo ainda ao mesmo criar o seu próprio. O tema da procura por algo ou alguém é muito frequente, ao lado de temas como o amor, a insatisfação, o ódio e confrontos de uma vida. Nas sessões de apresentação do livro, os alunos tiveram ainda oportunidade de colocar questões à autora, assim como espreitar alguns exemplares dos três elementos que compõem a abra.

vência para a qual ninguém a preparou. Na palestra, o autor falou-nos sobre o livro e o que inspirou a escrevê-lo. Falou-nos do tempo do Hitler e de Auschwitz ,que são partes importantes deste livro. Tivemos a oportunidade de fazer algumas perguntas acerca do livro e também dos motivos que o levaram a escrevê-lo. Tivemos oportunidade de ver alguns vídeos sobre Auschwitz e sobre um desafio que ele lançou a uma escola secundária no Porto. Foi uma sessão interessante e também muito educativa. O livro está à venda em qualquer livraria e nós também o podemos requisitar na biblioteca na escola. Aconselho muito a sua leitura. Curiosamente, na véspera de estar connosco, o autor João Pinto Coelho tinha recebido a notícia de que o seu novo romance, “Os loucos da Rua Mazur!, tinha ganho o prémio Leya 2018. Parabéns para ele! Catarina Henriques, nº 9, 11.º N, ES António Damásio

Francisco Gil, 11.º de Humanidades, ES António Damásio

No 1.º período, a escritora Pat R (nome artístico de Patrícia Ribeiro), veio à Escola Secundária António Damásio apresentar o seu mais recente romance – Os Homens Nunca Saberão Nada Disto.

Em duas sessões praticamente lotadas, a escritora de Évora apresentou a história de Ian e Jeannette, que se conheceram numa noite que mudou as suas vidas para sempre. A história é contada por dezoito hipotéticos filhos que podiam ter sido gerados por este

No mês de Novembro, a turma do 11.º N teve a oportunidade de assistir à palestra sobre o livro "Perguntem a Sarah Gross" de João Pinto Coelho, pelo autor. O livro é um romance cuja ação começa no ano 1968, quando uma jovem professora de Literatura atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa com o nome de Sarah Gross. Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevi-

LEITURAS NA ES D. PEDRO V Para comemorar a semana da leitura, os alunos de Português Língua Não Materna, da docente Joaquina Pós de Mina, leram textos nas suas línguas maternas, na biblioteca da Escola Secundária D. Pedro V, no dia 7 de março pelas 10h. Assistiram os alunos do 12.º ano, turma 1, com a professora Leonilde Timóteo. Ouvimos textos de alunos do Nepal, China, Cabo Verde, Inglaterra, Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau. O assunto dos textos foi explicado aos presentes pelos respetivos alunos. Foi um momento de salutar convívio e demos voz a alunos provenientes de outros países. Esperamos prosseguir no próximo ano com esta atividade. Lígia Arruda, PB da ES D. Pedro V

Um dos alunos de PLNM escreveu e disse o seguinte poema: Tens noção? Tens noção do que significaste pra mim? Diz-me se tens noção Nem o mundo tem noção Da emoção quando te via Mesmo com as coisas que fazias eu não ia E quando tu sorrias fazias o meu dia! Sem querer me envolver eu já me tinha envolvido Nem com tudo vivido pudeste dar-me valor Meus amigos disseram: “F, vai com calma”

Mas… Mas também era impressionante com o teu olhar Sugava tão rapidamente a minha alma. Contigo o tempo passava a voar E enquanto o tempo passava Eu ficava parado no tempo só a procurar Os teus lábios. Tens a boca tão perfeita! Tens noção de quanto te foste embora transformaste Os meus dias de arco-íris para dias cinzentos?

Fábio Carapinha, 11.º 4, ES D. Pedro V


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A PROPÓSITO DE CESÁRIO

Cesário Verde, na primeira secção do poema “Sentimento dum Ocidental” intitulada “Ave-marias”, deambula pela cidade de Lisboa ao anoitecer (cerca das cinco horas da tarde) e descreve-a através das suas impressões e sensações visuais. Encontra uma vida e uma cidade onde as pessoas trabalham em péssimas condições e são infelizes. Considero que o sujeito poético se sente melancólico ao percorrer aquele espaço e que, de certa forma, “absorve” a tristeza das pessoas: ”Despertam-me um desejo absurdo de sofrer”. Tanto que, por dois momentos, procura a evasão: espacial e temporal. A espacial ocorre quando vê pessoas prestes a partir para outras cida-

des e que conseguem fugir da confusão e “respirar um pouco”. A temporal relaciona-se com a evocação dos Descobrimentos e de Luís Vaz de Camões, “as crónicas navais”, quando o povo português era glorificado e respeitado. Embora tenha a plena consciência que esse período já passou e que a realidade da época descrita (segunda metade do séc. XIX) seja bastante diferente. Nas primeiras duas quadras do poema é revelado o estado de espírito do poeta, descrito como deprimido. De imediato surgem as, já abordadas, evasões. A partir do vigésimo quinto verso é retomada a descrição da vida ao seu redor e da tristeza que a caracteriza. Neste caminhar sem destino, o poeta encontra vários trabalhadores como as varinas, os calafates e os carpinteiros. Todos eles são retratados como citadinos cujas profissões são extremamente duras e que chegam ao final do dia muito cansados e sujos, devido às precárias condições de trabalho a que estiveram sujeitos. É de salientar que na poesia de Cesário, as mulheres deixam de ser descritas como o belo e o ange-

lical e passam a ser trabalhadores comuns com profissões pesadas e até difíceis. Em suma, retomo a minha opinião inicial e reforço-a com o facto de o poeta ter sido um citadino e por isso mesmo sente-se oprimido, tal como a restante população. Cesário Verde apercebese dos males do mundo ocidental, onde as pessoas estão enclausuradas e sem rumo, acabando por se revoltar com a miséria e a degradação social, em resultado da revolução industrial. João Bonacho, 12.º B (Científico-Humanísticos), ES António Damásio

A GIRAFA QUE COMIA ESTRELAS Os meninos da turma do 2.º ano A da Escola António Nobre trabalharam o livro “ A girafa que comia estrelas”. Faz parte das obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura. O seu autor é José Eduardo Agualusa e o ilustrador é Henrique Cayatte. Os meninos gostaram da história e acharam-na divertida. Assistiram a algumas dramatizações

que estão no Youtube e foram realizadas por outros alunos de outros agrupamentos de escolas. Entusiasmados, os meninos do 2.ºano A fizeram ilustrações muito engraçadas! Toda a turma gostou muito deste livro e recomenda a sua leitura. Trabalho coletivo do 2.º ano A EB1/JI António Nobre

POETIZANDO A CARTA A carta viaja Devagar e descansada Escrita com amor Felicidade ou amizade. Tem muita paixão Amor e união Vem de tão longe E do coração! Mariana, 5º A, EB23 dos Olivais

A AMIZADE O meu nome é Letícia E vou explicar o que sinto. Para mim a amizade é tudo! Acredita que não minto! Não interessa a idade Numa boa amizade.

Ela é significante, Mesmo numa amiga irritante. Letícia – 5º A, EB 2,3 dos Olivais

A AMIZADE Amigo é aquele que brinca, Que me proporciona momentos Perfeitos. Amigo é aquele Com quem partilho Segredos e sorrisos. Alegrias e tristezas. Amigo é aquele Que me compreende E que me aconselha Quando é preciso. Amigo é aquele Com quem partilho Os meus sonhos e As minhas conquistas, As minhas vitórias,

Os meus fracassos E as minhas deceções E mesmo assim, Está lá para me apoiar. A amizade é algo Que nos é oferecido Por alguém que Acredita em nós... Isto é O sentido Da amizade…

Daniel Duarte Dionísio, 5ºA, EB 2,3 dos Olivais


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O MEU DESASSOSSEGO Publicado postumamente, o Livro do Desassossego revela os sonhos do seu autor, Bernardo Soares. Sendo, no entanto, parte de Fernando Pessoa, parece-me correto afirmar que um dos maiores poetas da atualidade o foi devido à sua prosa. Contactei com este livro pela primeira vez aos 16 anos. Ofereceram-mo. Ainda que a curiosidade espreitasse, decidi esperar e hoje, mais do que nunca, agradeço essa decisão: não teria conseguido compreender a natureza da obra. A verdade é que não é um livro fácil de entender. Não há um fio condutor que nos leve de um sítio a outro nem personagens a conhecer; existe apenas um narrador que sonha depois de ver e que faz disso o sentido da sua vida. Mas é um livro que muda vidas. Primeiro, porque não chega a ser um livro, é uma série de fragmentos escritos no calor de um qualquer momento que conhecemos na leitura. E segundo, porque nos embala num cântico de sonho ao qual é difícil escapar. Não ficarei por aqui, gostei demasiado

para o manter na estante por mais tempo. Estou decidida a entrar no sonho e a permanecer pelo tempo que me for permitido e acho que todos o devíamos fazer pelo menos uma vez na vida. Helena Fonseca, 12.º B, ES de Camões

Através da mutilação de Pessoa, nasce um semi-heterónimo, Bernardo Soares, que aparece nos momentos sonolentos e de cansaço do seu criador. Afastando-se deste por ser menos racional e afetivo, Soares herda de Pessoa a necessidade de refletir e de ver para além do real. A compilação das suas reflexões em prosa gerou, por diferentes motivos, uma obra única: o Livro do Desassossego. Para muitos estudiosos, a forma correta de ler esta obra seria retirar, aleatoriamente, de uma caixa, os fragmentos escritos por Soares, ora em recibos, ora em folhetos, sem qualquer tipo de ligação. Creio que é notável o caráter deambulatório que antecede a ação racional deste observador acidental "coevo de Cesário Verde". Talvez seja por estas razões que a obra nos trans-

porta para o mundo de Bernardo Soares, que nos leva diretamente à Rua Nova do Almada, à Rua da Alfândega ou ao elétrico, e que não fica por aí. Eleva-nos ao patamar do sonho e do imaginário, não só quando lemos, mas principalmente no quotidiano, deixando-nos com a sensação de termos, de facto, "vivido a vida inteira", várias vezes ao dia. O Livro do Desassossego é, por tudo isto, uma obra única, mas é-o principalmente por deixar na memória durante dias e dias, as duas ou três linhas lidas antes de adormecer. Exatamente por ter essa capacidade, cumpre, efetivamente, a sua função: desassossegar. Ana Pimenta, 12.º D, ES de Camões

SEMANA DA LEITURA - LIBERTA O LEITOR QUE HÁ EM TI este dia e continuar o seu projeto de leitura ou mesmo de escrita. Lápis de um verde bem vivo e marcadores de livros foram distribuídos pelos alunos que podem, assim, continuar a libertar letras por onde passaram. O convite foi lançado pela coordenadora da BIA – biblioteca Isabel Alçada – e imediatamente aceite! Fazer uma breve notícia sobre uma das atividades integradas na semana da Leitura. "Liberta o Leitor que Há em Ti" - é este o mote para a Semana da Leitura que se assinalou nas Bibliotecas Escolares entre 5 e 9 de março. A Escola Básica dos Olivais, entre outras iniciativas, ficou a conhecer o dilema amoroso de A Rainha e os Dois Maridos e as aventuras de um amigo especial de quatro patas, O Cão Pião. Estes e outros contos foram lidos pelos alunos durante os intervalos nos espaços comuns da escola, levando a leitura para fora da sala de aula e da biblioteca. Os livros escolhidos fazem parte da coleção "Quem Conta um Conto", da autoria de Alexandre Honrado, e a atividade foi dinamizada pela representante da Raiz Editora na escola. Quem passou pela banca de leitura teve ainda a oportunidade de receber uma lembrança para assinalar

Alexandra Correia da Silva, Representante Editorial raiz EDITORA

Gostámos muito de participar nesta atividade. Ainda por cima, ganhámos prémios! Foi diferente! Lemos para outros alunos que estavam ali. No princípio tivemos vergonha, mas depois… tudo correu bem! Os alunos do 5.º A, EB 2,3 dos Olivais

Uma Viagem até à Cidade dos Livros Integrado nas comemorações da Semana da Leitura, os alunos do 3º ano da Escola Alice Vieira participaram numa atividade lúdico-didática a propósito do livro A Rua dos Sinais Diferentes. Estava montado o cenário! Da entrada da Escola Básica dos Olivais até à Cidade dos Livros, a Biblioteca, os alunos tiveram que percorrer um caminho sinalizado com vários sinais de trânsito. A observação e atenção foram essenciais para chegarem à Cidade dos

Livros. Aos alunos foi distribuído um documento – Peddy Paper – ao qual estavam associadas perguntas/tarefas correspondentes a diferentes etapas de execução, que determinavam a passagem à etapa seguinte. Já na Biblioteca, os alunos tiveram que identificar os diversos sinais diferentes que se encontravam neste espaço. Não pôde faltar a leitura do livro A Rua dos Sinais Diferentes, de José Fanha. Para os alunos, o mais divertido foi a produção de sinais personalizados. Num ambiente caloroso e acolhedor, cada aluno apresentou o seu sinal, dando o seu parecer. Até a professora Filomena fez um “sinal de trânsito” para colocar na sua sala de aula. Lurdes Grácio, PB da EB 2,3 dos Olivais


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130 ANOS

FERNANDO PESSOA

A LIBERDADE QUE NOS UNE origami. Aguardemos pelos próximos desenvolvimentos e ótimas participações pessoanas.

O Agrupamento de Escolas BaixaChiado é constituído pela escola sede, EBS Passos Manuel, e por 5 Escolas Básicas de 1.º Ciclo, com Jardim de Infância, cujos estabelecimentos têm os nomes: Gaivotas, São José, Padre Abel Varzim, Luísa Ducla Soares e Maria Barroso. No presente ano letivo, as cinco escolas básicas e os seus respetivos jardins de infância aderiram ao projeto da biblioteca escolar Helena Vaz da Silva, da escola Gaivotas, para celebrar os 130 anos do nascimento de Fernando Pessoa, em parceria com a Biblioteca Camões, da Câmara Municipal de Lisboa. Este projeto deve-se à existência de estátuas nas ruas próximas das nossas escolas, quer representando o lugar de nascimento, no Largo de São Carlos, quer o lugar de passagem, no Chiado, assim como referências a um café, na Praça do Comércio. Todos estes lugares de passagem e de atração turística não nos podem deixar indiferentes, tal como a sua presença física descrita como magra, esguia e franzina, vestido de tons escuros, de chapéu algo amachucado, de face pouco sorridente com um bigode à americana. O seu legado é impressionante e universal. Apesar de escrever maioritariamente em Língua Portuguesa domina na perfeição a Língua Inglesa, destacando-se os “35 Sonnets” e “English Poemas”. Mas foi em Português que nos envolvemos e demos a conhecer a grande figura que foi Fernando Pessoa, destacando às crianças o seu poema “Liberdade”, 16-03-1935, que o exploraram com os diferentes sentimentos, a imaginação e a criatividade. Ai que prazer/Não cumprir um dever/Ter um livro para ler/E não o fazer! … Durante o mês de outubro, integrado

na comemoração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar, as 20 turmas envolvidas neste projeto passaram pela Biblioteca Camões, criando a curiosidade nas crianças pelo reconhecimento das características físicas de Pessoa e realçando as suas capacidades de imaginar e criar personagens com base numa obra de Richard Zimler, com o título “Se eu fosse” e o uso das suas mãos. Com base nesta sessão, as crianças exploraram as suas capacidades desenvolvendo diferentes trabalhos que foram expostos durante o mês de janeiro. Contudo, no mês de novembro, as turmas regressaram à Biblioteca Camões para uma sessão sobre a vida e obra de Fernando Pessoa, visualizando fotografias da sua vida familiar e conhecendo o seu primeiro poema “À minha querida mamã” (26/07/1895): Eis -me aqui em Portugal,/Nas terras onde eu nasci./Por muito que goste delas,/ Ainda gosto mais de ti. Continuando com a declamação de outros poemas de Fernando Pessoa utilizando o corpo e a voz das próprias o lemos o poema Pial (publicado em 1965) Toda a gente que tem as mãos frias/Deve metê-las dentro das pias… Durante o mês de janeiro, as crianças continuaram a (re)conhecer Fernando Pessoa. Desta vez, na sua dimensão pessoal: os sentimentos, a intelectualidade e os gostos pessoais, desenhando uma figura que melhor o representaria, na perspetiva de cada aluno, tendo em conta as 30 etnias e nacionalidades existentes entre a nossa população escolar. Os trabalhos realizados serão expostos durante o próximo mês de abril, na Sala Palmo e Meio da Biblioteca Camões. Durante o terceiro período, preveem-se novas exposições e atividades nas ruas do centro de Lisboa, assim como o envolvimento de um painel coletivo entre alunos de 5 agrupamentos escolares diferentes, com a utilização da técnica de

Paulo Gomes, PB da EB1/JI Gaivotas, AE Baixa-Chiado


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CONTADOR DE HISTÓRIAS Eu adorei a sessão, o Rodolfo Castro conta histórias muito bem. Eu acheio divertido, expressivo, alegre, simpático. Eu adorei todas as histórias, aprendemos espanhol, ouvimos histórias de terror, entre outras. Apesar de ele se intitular como “O Pior Contador De Histórias Do Mundo” achei que ele é o melhor contador de histórias do mundo. Adorei mesmo muito, espero voltar a ouvi-lo, com novas histórias ainda mais divertidas e engraçadas. Da próxima vez, acho que deviam vir menos turmas, para todos estarmos confortáveis, eu e quase toda a minha turma ficámos sentados no chão e ficou-nos a doer um pouco as costas. Mas valeu a pena. Madalena Lopes n.º14, 6.ºC, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

No dia 30 de janeiro, aconteceu na Biblioteca da nossa Escola uma atividade intitulada - “Contador de Histórias”. Em nome dos alunos do 5º B, queremos salientar o quanto gostámos da atividade apresentada pela atriz Ana Paiva. Encantou-nos a maneira como se expressou, deu “cor” ao Conto Tradicional e ainda como nos captou a atenção. Um muito OBRIGAD0 por estes contos maravilhosos. Os alunos do 5.º B, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

No dia 30 de janeiro do corrente ano, alguns oral: “O macaco e o jacaré” e “Os dois amigos”. Achámos aquelas histórias interessantes, pois foram contadas com emoção, de uma forma envolvente, permitindonos “entrar” nas mesmas. Foi muito bom…

Os alunos do 5.º J, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

Os alunos do 5.º D, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

FELIZMENTE HÁ LUAR!

No dia 16 de fevereiro, no Auditório Chaves Santos da Escola Secundária D. Pedro V, a turma de 12.º ano do Curso Profissional de Artes do Espetáculo apresentou a peça de teatro “Felizmente há Luar!” de Luís de Sttau Monteiro, com a encenação de Victor Sezinando. Nós, turma do 11.º 5, fomos assistir nesta data com a professora de Português, pois já tínhamos lido a peça e já tínhamos apresentado um trabalho oral. No entanto, houve mais sessões. Na representação que fomos ver, os atores interpretaram-na muito bem, com exatidão e com emoção. Na nossa opinião, a turma do curso profissional de Artes do Espetáculo conseguiu fazer com que as nossas expectativas fossem superadas. Estruturaram bem as personagens, porque se expressaram de uma maneira tão verdadeira que conseguiram até emocionar alguns membros do público. No final da peça, surpreenderam-nos com uma bela canção, cujos cantores eram os membros da turma em questão. Como aspeto negativo podemos apontar o facto de não nos apresentarem uma

No dia 30 de janeiro, nós, alunos da turma do 5.º J, acompanhados pela professora de Português, participámos na atividade promovida pela Biblioteca da nossa Escola - “Contador de Histórias”. A nossa turma gostou muito da história narrada pela atriz, Ana Sofia Paiva. A história foi contada com muita imaginação. Os alunos da turma D do 5.º ano participaram na atividade – “Contador de Histórias”. A apresentadora/atriz, Ana Paiva, cantou-nos uma canção alentejana e narrou-nos duas histórias de tradição , representação e animação. E ainda, conseguiu captar/”prender” e envolver-nos na ação da história. Nós gostaríamos de ter mais atividades como esta.

TEATRO peça de teatro da obra “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, porque, sendo uma obra da educação literária de leitura integral obrigatória do 11.º ano, o seu visionamento ajudar-nos-ia a percecioná-la e a entendê-la melhor. Fica aqui a sugestão para um futuro próximo! A peça de Luís Sttau Monteiro foi representada com perfeição pela turma de 12.º ano do Curso Profissional de Artes do Espetáculo e com uma encenação muito bem conseguida de Victor Sezinando. Deixamos o nosso agradecimento por nos trazerem a uma representação de uma obra que consta do projeto de leitura do 11.º ano e que nos ajudou a compreender melhor alguns detalhes impercetíveis apenas com a leitura da obra. Diana Pires, n.º 6 e Joana Ferreira, n.º 17, 11.º ano, turma 5, ES D. Pedro V


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O QUE PODE A ARTE?

O que pode a Arte? Foi mesmo o título que me fez olhar duas vezes para a oferta de formação que apareceu um dia no ecrã do meu computador, vinda do CFAS. Isso e o facto de ter lugar na Gulbenkian fizeram-me olhar com atenção para o programa. Gostei do que li e fui. Pensar a Arte, a um nível em que, feita aluna, estou aberta à receção de novas perspetivas, pronta para aprender outras formas de olhar, numa ocasião privilegiada em que oiço falar e falo de coisas que amo, sem ver à minha frente caras de enjoo ou mãos entretidas a teclar mensagens nos ipads e iphones desta vida, agradou-me para lá da conta. Em três meses, tive três fins de semana (todo o sábado e a manhã de domingo) dedicados a aprender, a pensar, a ver coisas bonitas (ou nem tanto) e a tentar compreender onde estava a Arte nelas. Desde já, devo dizer que amei. Foi o que estava a precisar, para me despegar um pouco do sarro dos dias repetidos a ensinar coisas lindas a quem pouco gosto tem em aprendê-las (há exceções, claro, e ainda bem!). Mas, passado um tempo, apetece-me

OPINIÃO-ARTE pensar um bocadinho sobre tudo o que ouvi e aprendi. O que pode a Arte? Que questões se levantam para responder a esta outra: o que pode a Arte? Antes de mais, o que pode a arte na minha individualidade? Ou então, também pertinente, que espaço lhe dou para que me transforme? Que hipóteses lhe dou? Como me deixo modificar pela contemplação do Belo? Eis que dou de caras com o primeiro busílis da questão: ressaltou desta formação que Arte não é sempre sinónimo de Belo. Se bem entendi, cada vez mais o Belo dá lugar ao Útil trazido para a Arte. E a obra de Arte passa a trazer consigo uma intenção social, às vezes política, que pede ao seu “leitor” que vá para lá do imediatamente visível e que se disponha a ler uma maneira de estar no mundo, uma intenção crítica, uma vontade de ir para lá do óbvio. Como aluna primeiro e como professora de Português do Secundário depois, sempre foi claro para mim que a compreensão de um poema, de uma narrativa, se torna muito mais fácil quando os conseguimos enquadrar nas suas circunstâncias – quando foi escrito, por quem, que realidade se vivia na época. Ou seja, faz todo o sentido para mim a ideia de que a arte precisa de contextualização. Só que esta contextualização pode ir bem mais longe, e ter a ver também com quem a observa, como a expõe, quando e quem somos quando olhamos para cada uma das obras que se oferecem diante dos nossos olhos. Parece-me que ficamos assim diante

de duas verdades – a da obra e a nossa. A individualidade de cada um de nós e a de cada obra por si, e é da conjugação destas duas realidades que se faz o nosso enriquecimento pela Arte. Nesta perspetiva, aceito que a Arte também vive em algumas peças da arte do nosso tempo que, há primeira vista, eu teria dificuldade em classificar como obras de arte. Se não tivesse tido mais nenhum efeito, esta formação serviu para me dar ferramentas (ou para me recordar que as tinha) e para me lembrar que o espanto inicial sobre as coisas é o caminho para a descoberta dos seus sentidos e significados. Sei de certeza que sou capaz de olhar para as obras da contemporaneidade mais despida de alguns dos preconceitos que me acompanhavam. Continuo a preferir Van Gogh ou Monet, sem dúvida, mas tenho agora mais predisposição para me acercar duma instalação moderna aberta à descoberta de novos sentidos. O que pode a Arte? Dou por mim a pensar que, afinal, a Arte tudo pode, se lhe dermos espaço e tempo e a deixarmos respirar.

dantes e seres humanos. Renovar o mural - que inicialmente era simples, branco, sem vida - não foi uma tarefa fácil, pois foi necessário o interesse e o talento de todos aqueles que desenharam e, mais tarde, pintaram as saudades de um tempo que sempre recordarão. A conclusão do projeto escolar resultou num enorme sentimento de felicidade e orgulho, presente em todos os alunos que nele participaram e se entregaram de coração. O “renovado mural das Artes” foi a nossa prenda para o Liceu Camões. Não só para a escola enquanto instituição, mas para todos aqueles que a representam. É o nosso “Obrigado” aos professores, aos funcionários e a todos aqueles que durante anos nos inspiraram a perseguir os nossos sonhos e a olhar para o futuro sem medos e inseguranças. A escola não é apenas um

local de aprendizagem, é um lugar onde cultivamos as nossas aspirações e interesses, e onde formamos laços importantes nas nossas vidas. E, para além disto, queríamos deixar a mensagem aos futuros alunos que pela escola passassem: “têm tempo”. Tempo para aproveitarem a vida, a juventude… mas sem nunca se esquecerem da importância que a escola tem nas suas vidas.

Maria Coelho, Professora de Português, ES António Damásio

MURAL DAS ARTES “Tu tens tempo” é a frase que se pode ler no topo do mural pintado pelo antigo e o atual 12.° F, da Escola Secundária de Camões. A ideia para o projeto – assim como grande parte dos preparos para a sua realização - partiu de Adriana Quinkardete, a aluna finalista do curso de Artes Visuais, no passado ano letivo. Deixar a marca dos alunos na escola era o objetivo deste projeto, que se baseou em obras artísticas como “O Baloiço” de Fragonard, “A Persistência da Memória” de Salvador Dali, “A Criação” de Michelangelo, ou até em leves detalhes de “Golconda” de René Magritte. Como alunos finalistas, era fundamental para nós abandonar o Liceu Camões com o sentimento que tínhamos deixado a nossa pegada na escola, da mesma forma que a escola deixou a sua pegada em nós, enquanto estu-

Miguel Santos N.º 16, 12.º F, ES de Camões


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EXPOSIÇÕES DE ARTES Os alunos do Curso CientíficoHumanístico de Artes Visuais E Ciências E Tecnologias, na disciplina de Oficina Multimédia B, construíram composições de imagens digitais com recurso à imaginação e criatividade. O projeto desenvolvido pelos alunos centra-se na compreensão do potencial comunicativo e expressivo das imagens digitais. Na experiência e utilização de diversos programas apropriados para a conceção e conjugação de imagens, como Photoshop, Gimp, Illustrator ou até mesmo Paint, os alunos tinham como objetivo saber diferenciar o nível da resolução de imagem para impressão ou para monitor, os diferentes contextos analógico e digital, bem como a compreensão e clarificação dos conceitos pixel/bit e vetor. A realização de trabalhos práticos para desenvolver estas competências pressupunha uma pesquisa sistemática dos alunos, com base nas sugestões apresentadas no projeto a realizar, utilizando a maior diversidade possível de programas na conceção dos mes-

mos trabalhos. Assim, os alunos criaram uma imagem que conjugava várias imagens digitais, ou partes de imagens, transformando a mesma numa composição livre (sem tema obrigatório) que deveria constituir um universo real ou ficcional, através de um banco de imagens disponibiliza-

do para o efeito. Apresentam-se alguns exemplos de imagens criadas pelos alunos da turma 12ºN. Luciana Gregório, professora de Artes Visuais da ES António Damásio


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EXPOSIÇÃO DE ARTES Estes trabalhos foram realizados pelos alunos do 12.º F, turma de Artes, no âmbito da disciplina de Oficinas de Arte da ES de Camões. Foram realizados no 1.º período. O tema era “linguagem plástica”, ponto e linha. Os alunos escolheram representações a partir de referentes de Arte. ES de Camões Continua na página seguinte


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EXPOSIÇÃO DE ARTES Cont.

EXPOSIÇÕES DE ARTES


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EXPOSIÇÕES DE ARTES Cont.


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EXPOSIÇÕES DE ARTES Cont.

O primeiro conjunto de trabalhos foi realizado pelos alunos do 10.ª ano de Artes, e desenvolve a ideia contida no título: “Flores Multiplicadas”. Desenvolveu-se em duas etapas. A 1.ª consistiu no desenho de análise de formas naturais, tendo sido selecionadas algumas flores: astromélias, cravos, dálias, gerberas e rosas; numa 2.,ª fase, procedeu-se à escolha de uma flor e à realização de uma composição em formato A3, com aplicação de uma técnica mista de lápis aguarelável e caneta. No segundo conjunto vemos trabalhos dos alunos do 12.º ano de Artes, com o título “4 Cálices”. Também ele elaborado em duas etapas: na 1.ª houve dese-

nho de análise de formas artificiais, tendo sido selecionados quatro cálices de vidro. Foram realizados vários estudos com os cálices agrupados em diferentes posições. Posteriormente, na 2.ª fase, fizeram-se os desenhos finais com ampliação para o formato A3, com aplicação de uma técnica de carvão com exploração das transparências e brilhos que caracterizasse as propriedades texturais do material vidro. Procurou-se a criação de um contexto/ ambiente no âmbito do que se entende por figura/fundo e suas propriedades de claro-escuro. O terceiro conjunto de trabalhos, “Olhos Surreais”, também do 12º ano, passou pela análise de uma imagem

monocromática da pintura surrealista de Magritte: “O Espelho Falso”, representando um olho humano. De seguida, fez-se a ampliação do olho e aplicação de uma técnica mista à escolha do aluno com o objetivo de dar cor à composição. A intenção era buscar inspiração no movimento surrealista para a invenção de um espaço, sugerindo profundidade na região da íris e substituindo o espaço original, céu com nuvens na imagem observada. Virgínia Pereira, Professora de Desenho, ES António Damásio


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EXPOSIÇÕES DE ARTES Cont.


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EXPOSIÇÕES DE ARTES Cont.

Estes trabalhos foram realizados pelos alunos do 12.º ano de Artes, na disciplina de Oficina de Artes. A ideia principal era que cada aluno escolhesse uma emoção ou sentimento e executasse uma composição não figurativa que transmitisse esse sentimento, explorando os valores simbólicos da cor, as texturas e que tentasse também explorar os limites da bidimensionalidade das telas (por isso aparecem rasgões nas telas, por exemplo, para transmitir a raiva ou o sofrimento); tudo partiu de uma curta-metragem chamada "Alike", que pode ser vista aqui, www.youtube.com/watch? v=UATPH44jRSw e que recomendo vivamente a todos. Cada aluno escolheu também um texto poético ou em prosa para complementar e ilustrar o seu trabalho. No momento em que fizeram este trabalho, os alunos estavam a estudar Fernando Pessoa, daí que muitos escolheram textos dele. Margarida Rego, professora de Desenho, ES António Damásio

Fotograma de ALI-


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NOTÍCIA GASTRONÓMICA Ingredientes Massa 1 chávena e meia de farinha; 1 chávena de leite; 2 ovos; 3 colheres de sopa de azeite; Sal. Esta partilha surge através do desafio da Professora Lígia, durante o trabalho de pesquisa dos alunos de NEE, que desenvolvemos na Biblioteca da nossa escola. Foi-nos proposto que descobríssemos uma receita internacional para publicar, uma vez que a diversidade e a multiculturalidade nos trazem a riqueza de novos sabores e novos mundos. Depois de pesquisarmos, escolhemos uma receita brasileira, tal como o pai de uma aluna deste grupo. Esperemos que gostem! RECEITA DE PANQUECAS DE CARNE PICADA (Brasil) (6 pessoas)

Recheio 300g de carne picada; 1 Cebola ralada; Salsa; Alho picado; Azeite; 1 pacote pequeno de polpa de tomate; Queijo ralado. Modo de Preparação Massa Juntar todos os ingredientes e amassar bem. Com uma concha coloque um pouco de massa numa frigideira antiaderente com um fio de azeite. Quando a massa estiver a soltar-se da frigideira, virar para o outro lado até a panqueca ficar totalmente cozinhada.

Recheio Numa panela com um fio de azeite, coloque a cebola, o alho, a salsa e a carne a refogar durante 3 a 5 minutos. Acrescentar um pacote pequeno de polpa de tomate e sal a gosto e deixar envolver tudo durante 1 a 2 minutos. No final rechear uma a uma as panquecas. Colocar queijo ralado por cima, a gosto. Yolanda 12.º ano, João 11.º ano e Leonor 10.º ano, ES D. Pedro V

RECEITAS LITERÁRIAS as preferências de todos, embora só o gâteau savoie se destine a ser passado por chocolate. Caro diz que não consegue comer absolutamente mais nada mas serve-se de fatias de roulade bicolore de chocolate branco e preto. Arme prova de tudo, agora corada e cada vez mais expansiva. Joséphine explica a Blanche por que é que deixou o marido. Georges lança-me um sorriso devasso por detrás dos dedos manchados de chocolate. Luc implica com Anouk que está quase a dormir na sua cadeira. O cão mordisca divertido a perna da mesa. Zézette, muito naturalmente, começa a amamentar o seu bebé.» Chocolate © Edições Asa (7.ª ed.), Porto, 2001, traduzido por Teresa Casal

JOANNE HARRIS FONDUE DE CHOCOLATE A sobremesa é fondue de chocolate. Fazê-lo num dia claro - o tempo nublado embacia o brilho do chocolate derretido - com setenta por cento de chocolate preto, manteiga, um pouco de óleo de amêndoa, natas espessas adicionadas mesmo no fim e levar tudo a lume brando. Colocar nacos de bolo ou fruta num espeto e molhá-los na mistura de chocolate. Estão aqui hoje

Ingredientes [6 pessoas] Cobertura 300g de chocolate preto 150g de manteiga 3 gotas de óleo de amêndoa 200g de natas Parta o chocolate em bocados para dentro de um tacho e adicione o óleo de amêndoa. Deixe ferver em banhomaria até o chocolate derreter. Num outro tacho, derreta em lume brando a manteiga com o açúcar. Tire do lume e adicione ao chocolate. Acrescente as natas e mexa muito bem. Biografia HARRIS, JOANNE [1964 -] Joanne Harris, filha de mãe francesa e

pai inglês, publicou o seu primeiro romance, Chocolate, que se tornou imediatamente um best-seller. A originalidade desta "doce história de sabores e afetos", que prima pela descrição e o pormenor espacial, cativou leitores por todo o mundo e levou Hollywood a comprar os direitos para adaptação da obra para cinema. O seu segundo romance, 0 Vinho Mágico, que também tem por cenário Lansquenet-surTannes, uma aldeia imaginária no Sul de França, revela uma maior profundidade e coesão na caracterização das personagens, sem perder no entanto o estilo cheio de humor e vivacidade que é característico desta autora. Obras principais Chocolate (Edições Asa, Porto, 1999); 0 Vinho Mágico (Edições Asa, Porto, 2000). Teresa Saborida, PB da ES de Camões


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DESPORTO ESCOLAR

O Desporto Escolar é o conjunto de práticas de atividades desportivas desenvolvidas como complemento curricular e ocupação de tempos livres num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano anual de atividades da escola, sendo desenvolvidas pelo grupo disciplinar de Educação Física. E missão do Desporto Escolar contribuir para a formação integral e realização pessoal de cada aluno, cumprindo o compromisso com o que se consagra no artigo 79.º da Constituição da República Portuguesa: “todos têm direito à cultura física e ao desporto”. A Escola Básica dos Olivais tem vindo, ao longo dos anos, a participar com os seus alunos nos eventos do Desporto Escolar. Este ano não foi exceção. Os alunos do 5.º ano participaram no dia 14 de dezembro, no Torneio Interturmas de Jogos Pré-Desportivos. A equipa / turma vencedora deste torneio foi o 5.º A.

Ao longo da semana, compreendida entre o dia 11 e o dia 15 de dezembro, decorrem vários torneios Inter-turmas, no ginásio da Escola Básica dos Olivais. No dia 13, realizou-se o Torneio de Salto em Altura para as turmas do 5.º e 6.º anos do 2.º ciclo. Foram vencedores nesta prova a aluna Zena Santos do 5.º C (feminino) e o Rodrigo Jorge do 6.º F (masculino). Já em fevereiro, no dia 1, decorreu, no Parque da Bela Vista, o corta-mato concelhio da cidade de Lisboa onde participaram 12 alunos da nossa escola. Os nossos alunos estão de parabéns pela excelente participação. Podemos, ainda, salientar o apuramento da nossa aluna Luna Neves para o CortaMato Nacional 2017/18 que se vai realizar no próximo dia 23 e 24 de Fevereiro 2018, na Pista das Açoteias (Albufeira). Prof. Catarina Novais e Cristina Escada, EB 2,3 dos Olivais

À CONVERSA COM JOÃO GOMES ... Entrevista feita pelo aluno Federico Pretese (FP) do 10.º ano, turma 1 da ES D. Pedro V ao treinador de atletismo juvenil João Gomes (JG), do Clube Novas Luzes, premiado em 2016 e 2017 pela Federação Portuguesa de Atletismo. FP - Qual a razão para ser treinador de atletismo e há quanto tempo o faz? JG - Sou treinador de Atletismo há 42 anos, comecei por acaso a convite de uma Associação de moradores e tinha 16 anos! Um ano depois formei o meu próprio clube, a que depois se juntaram mais pessoas. Esse clube tem hoje 41 anos e eu já não exerço qualquer função no mesmo. FP - Como se sente por ter sido premiado em 2016 e novamente em 2017? JG - Receber o prémio de Treinador do Ano em 2016 foi uma total e agradável surpresa, pois nem sabia da existência

desse Prémio. Relativamente ao deste ano, estou muito satisfeito pela nova atribuição do título, que se deve, tal como no ano anterior, às excelentes prestações dos meus atletas, que se dedicam com consciência e consistência ao treino regular! Foi a primeira vez que um treinador repete a atribuição deste honroso Prémio! FP - Além de treinador o que faz nas restantes horas e qual o motivo? JG - Sou professor de Educação Física no Agrupamento de Escolas Maria Keil em Apelação, logo tenho horas semanais a cumprir na Escola. FP - Acha que os jovens se sentem motivados para o desporto havendo tanta solicitação para a informática? Há alguma diferença entre os jovens atuais e os anteriores? JG - Há grandes diferenças entre o comportamento dos jovens de ontem e de hoje. Antes, os jovens viam no desporto uma via para sair das rotinas diárias, quer familiares, quer profissionais (pois começavam a trabalhar cedo) ou escolares. Também a capaci-

dade de sofrimento, tão necessária a certas áreas do treino, era superior! FP - Como eram os alunos de atletismo/ educação física no seu tempo de aluno? JG - No meu tempo de aluno, a disciplina de Educação Física não tinha muita importância, nem tinha avaliação! Apesar disso, os professores ensinavam de forma muito próxima dos dias de hoje. Ao nível disciplinar, a exigência era muito maior, pois hoje, em muitas escolas públicas, reina a indisciplina e indiferença face à cadeira de Educação Física.


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PARCERIA TRÍVIO

ESCOLA SUPERIOR

As três professoras bibliotecárias responsáveis pelo Trívio foram contactadas, no dia 26 de fevereiro de 2018, pela Coordenadora do Curso de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), em nome da equipa de investigação do projeto TJAME (Transliteracia Jornalística: até que o mundo fique tal como ele é), formada por 10 professores e profissionais da área do jornalismo e da comunicação da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) para uma colaboração, tendo como objetivo um projeto de parceria de literacia jornalística. O objetivo principal deste projeto é munir os jovens de ferramentas para descodificar as notícias, questionar o consumo passivo de informação e alimentar uma postura crítica e construtiva adequada aos desafios da cultura contemporânea informativa.1 No dia 28 fevereiro, pelas 9h30m, reuniram-se na biblioteca da ES D. Pedro V para conhecerem de um modo global a proposta. A ideia é desenvolver diferentes atividades entre março e maio de 2018 com alunos das escolas secundárias envolvidas e monitores, alunos finalistas do curso de jornalismo, para discutir a

importância do jornalismo para uma sociedade consciente, responsável e democrática. As reuniões entre os alunos do secundário e os monitores, com a duração de 2h, serão semanais, de índole variada, como visitas de estudo à LUSA, visita à redação da RDP, entre outras, em dia a combinar entre o par de alunos e o monitor, com a concretização final de um trabalho prático desenvolvido pelos discentes envolvidos. Estas reuniões também visam várias tarefas e experiências jornalísticas, como a observação do jornalismo atual, nas suas diferentes vertentes: a multimédia, a rádio e a televisão. O objetivo final desta parceria enriquecerá a edição do 3.º período do Trívio, ao mesmo tempo que pretende criar um suplemento jornalístico multimédia, a ser incluído no Jornal 8.ªColina da ESCS, criado em 2013, em formato digital, e apresentado publicamente na ESCS, no Dia do Jornalismo, 3 de maio 2018. A parceria será formalizada entre a ESCS e os agrupamentos /escola não agrupada. No dia 7 de março, haverá uma sessão na ESCS subordinada ao tema O poder do comentário no jornalismo que terá

COMUNICAÇÃO SOCIAL

início às 14h00 e terminará pelas 17h45, onde, em princípio, já estarão presentes os alunos voluntários envolvidos das Escolas Secundárias António Damásio, Camões e D. Pedro V. Esperamos a continuação desta parceria nos próximos anos letivos para podermos ter a colaboração de outros alunos de diferentes anos e turmas. Agradecemos o convite feito pela Professora Doutora Fernanda Bonacho, Coordenadora do Curso de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social. Lígia Arruda (PB ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (PB ES António Damásio), Teresa Saborida (PB ES de Camões)

1

Fonte:

(in

https://www.escs.ipl.pt/investigacao/projetos-de-

investigacao, acesso em 04/03/2018).

Receção aos alunos intervenientes no projeto, 07/03/2018, e apresentação dos professores da ESCS envolvidos.

Escola Secundária de Camões

Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa.

direcao@escamoes.pt

Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeiras, 122 1600-136 Lisboa

direcao@ael.edu.pt direcao.delfimsantos@ael.edu.pt

Escola Básica 2,3 Prof. Delfim Santos EB1/JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1/JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1/JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com

Escola Secundária António Damásio

Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-178 Lisboa

direcao@aeolivais.pt

Escola Básica 2,3 dos Olivais

Rua Cidade de Bolama 1800-077 Lisboa

eb23olivais@gmail.com

EB1/JI Alice Vieira

Rua Vila Catió

alicevieira.eb1ji@gmail.com

EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

Rua Manuel Teixeira Gomes 1900-000 Lisboa

eb1mtgomes@gmail.com

EB1/JI Sarah Afonso

Rua Almada Negreiros

eb1183olivais@gmail.com

1800-000 Lisboa 1800-000 Lisboa


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