Higienópolis: grandeza e decadência de um bairro paulistano, de Maria Cecília Naclério Homem

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prefeitura do municipio de sao paulo secretaria municipal de cultura



maria eeel1ia naclerio homem

higien6polis grandeza e decadencla de um bairro paulistano

departamento do patrimonio hist6rieo ,

divisao do arquivo hist6rieo

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serie: historia dos bairros de sao paulo volume 17: higienopolis



HISTORIA DOS BAIR ROS DE s Ao PAULO Vol.

Bairro .

1

Bras

2 3

Penha

4 5 6 7

Santo Amaro Jardim da Saude Santana Sao Miguel Paulista

8

Vila Maria na

9

Born Retire

10

Pinhe iros

S.

11

Ibirapuera

12

LUI

13

Nos sa Senhora do

14

Ipiranga

15

Be ta V ista

16 17

Uberdade Higienopolis

6



PRIMEIRO PAt-MIO DO xu CONCURSO DE MONOGRAFIAS SOBRE A HISTORIA DOS BAIRROS DE sso PAULO , PROMOVIDO PELA DIVISAO DO ARQUIVO HISTORICO DO DEPARTAMENTO DO PATRIMO NIO HISTORICO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA, OUTORGADO PELACOMISsAo JUL GAD ORA, CONSTlTUiOA PELOS PRO路 FESSQRES TITO uvio FERREIRA. MYRIAM ELLIS E NAN CI LEONZO.



a mem6ria de Mode sto Naclerio Homem Netto, meu Pai

a zuce.

rmnha Mae.


Agrad ecimento s a c ere Prado J unior Gust avo Neves d a Rocha Fil ho Ronei Bace lli peres sugest6es e pelo estimulo recebi d os. Helolsa Harue Card oso . pela coraooracao na pesq utsa de c ampo. Rica rdo Mende s Carlos Auggi

pera ccreoo racao na parte totoqratica Cteide Stan is Montanari Maria Cr istina Eca Maspe s que executa-am as plantas Marly Solanowski que datilografou 0 texto Bonei. Anton io, Tino, Paula c e Mar ly pela monlagem do Irabalho um agradec iment o especial a todos o s q ue ab riram seus arqufvos c u fomeceram d ep olm entos para esra pesq ulsa.


iNDICE lntrcducao

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Cap itulo I

A expa nseo urbana de Sao Paulo no ult imo quarto do secure XIXe o Balrro de Hig ien6polis

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Capitu lo II

o Bairra de Higien6poli s: ante cedentes

33

Capitulo III

o Ba irra de Hig ien6polis o emoreend imento de Martinho Burchard eVictor Nothmann

. :.....

59 59 71 74 80 84

A atuacao de PrefeituraMunicipaT em Higien6po lis Os pnmetros compradores Os anglo-sax6es e as prirneiras reside ncias A gente do c afe. novas resldencias e arq uitetos Mai s urna vez a Rua Maranhao onde se ergueu a Igre ja de Santa Terez inha do Menino Jesus 110 c coc rosae 114 Capitulo IV

o Bairro de Higien6potis e a "Belle Epoque" Pautista

117

Capitulo V o Bairro de Higien 6polis hole

145


Q prime iro momento: de 1930 a 1949 Q seg undo momento : de 1950 ate nossos d ias

150 161

Conclusao

181

Bib liog rafia Fontes pnmana s Depol mentcs Mapas

185 185 185 193

ADENDQ -

Plantas de quatro obras marcantes do Ba irro: restdenci a de D. Veridia na da Silva Prado , Antonio Alvares Penteado, Caio Prado e " Apartamentos Prudencta e Cap itali -

zacao ''.


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INTROOuCAo

Quem passa hole pela Avenid a Hig ien 6 po lis ou pelas rua s d o Bai rre d o me sma nome , pode ve t al gu ns casar6es antig os coe xistindo ao lad o d e mu me ros arranba-ceus. Tats casaroes ate stam 0 e sp lendordo Bairro e o tipo da crasse soc ial q ue 0 oc upou - paul ista s aba stad os da pa ssagem d o sec ulo e d ocumentam toda uma epoca d a hist6ria d o c afe q ue cc meca em fi nai s do Imper io e atra vessa a " Re pub lica Verna". Igua lmente evoca m uma etapa d e nossa evorucao urban a. quando a riqueza da bern sucedida cateicult ura propiciou 0 progresso mater ial de Sao Paulo . sua recc nstncac em pad roe s d iferentes e a e-

ediucacac de seus primeiros monumentos de maier envergad ura. conduzindo a c apital da Provinc ia Metr6pole do Cafe .

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Ainda pod e ser v ista a casa que to! de D. Veridiana da Silva Prad o, co nsrruld a em 1864 e ocupad a al ualmenle peta sed e do Clube Sao Pau lo. Foi um d os pr imeiros pa la c ete s de Sao Paulo. Em fren te, fazendo par co m a c asa de O. Verid iana, ficava a " Vila Pentead o" de 1902 , antiqa resldencla d o faz e ndei ro e industria l Anton io Alvares Penteado . depots sede da Faculdade de Arquttetura e Urbanis mo da Universid ad e d e sao Paulo, ab rig ando hoje um setor de ssa Escol a. De g rand es p ro oo rcces. em mete a vastos j ard ins, oc upav a toda a quae re d el imit ada pe la Ave nida e pe las Ruas ttambe. Maranhao e Sabara.. Ho] e esta e scond ida , separad a da Aven ida Hig ien 6polis par uma barreira de arranba-ceus. Ambas as residencies e stavarn j ustamente local izadas na entrada do Bafrro. co mo a anunc rar ao vt sitante q ue c heqava pela c cnscrecac ou subia a Rua Maj or Sert6rio, a opulencia d os palacete s e 0 luxe d os nabitantes. Ao eva ncar po r aquelas rua s, 0 vtsitente se d efro ntava co m um dos bai rros resid enc lais mais bo nitos


16 de Sao Paulo, orgul ho d a cidad e. tncrutoc nos guia s turistico s como passeio ob rig at6rio e d os mats aprazlvels que a capital oferec ia nos .comec;os do sec ulo e ate me sma no per iod o d e II Grand e Guerra. Mats ad tante vAem-se outros remane sc ente s de impo rtancia co mo 0 patacete que abr iga 0 Con sulado da ltali a. anttqa casa do Senador Rod rigues Alve s; a casa de outro Importante tazendefrc de cafe. Carlos LeOnc io Bapt ista de MagalMes. na esqutna com a Rua Albuquerque Lins, hoje ocupada pela Secretaria de Sequranca Publi ca , e 0 chale da familia Pereira Lima. de 0 .째 663 . Na Rue Maranhao ainda se encontram 0 pate cete d os Nickelsburg s, a casa mats aotiga d o loteemento de Martinho Burchard. e a vet ha c asa d e Edgard de Souza. Quante aos demats exe mpt are s de residencies. dtspersos .entre os ed itic los. estac bastante d esceractenzedos. oc up ados pa r instateCoos ban carias. co mo a c asa de Cassi e da Silva Prado projetada pete arq uiteto Victor Dub ugra s, na Avenida Htqtenop otls, hole sed e do Banco Prance s e Italiano, au pa r esc rit6rios come rciais. esccras e clfrucas medi cas. Agora a Avenida Higien6pali s atte rou-se co mpletamente. Esta sempre congesti onad a. Ira nsformad a em co rredor. tal a transite que pa r ali esc oa d ianamente . lig and o a c c oscra ca c Ang elica. red uzi da mesmo " simple s travessa d a Angelica" como a lccati zam os " c hauffeurs" de tax i. .

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Alvo da especulaca o imobilia na mtensa. q ue veto c co rrendc na ci d ad e d urante tod os estes ano s, 0 Bairro transformou-se em tlo resta de c onc reto arma da , de e)evada co nce ntracao d emoqrauc a. As nova s construc oes p rocuraram beneticiar-se d o ant igo pre stig io soc ial de q ue g ozaram os prtmeircs moradores. para content " stat us" c lasse med ia alta que 0 ocupa atuatmente .

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E. bem vero ad e q ue os arranba-c eus p routeraram par tod a a urbe. . denotando um novo pertod o eco nomicc e sccio-c utturat d a cicade. urn nov o modo de vid a para o s pa ulistas. Surg iu enta o uma nova etapa urbana para Sao Paulo, a d o seu c resc imento vertic al. Da mes ma forma 0 Ba irro evotuiu para uma area de tuncao escol ar mtensa. a segunda maier de Sao Paulo depot s da Cida de Umversitaria . Alg umas de ssas escctas ja extstlam desde a to-maca e d o Bairro. ma s a maicna chegou instalando-se quer em ve lhas casas quer em pred ios espec ialmente construidos. Com este trabalho objetivamo s tracar a hist6 ria d o Ba irro d e Hig ien 6potts. center. na med ida d o po sslv el. co mo e parque surgiu. co mo se vivia no Batrro. lugar d e resldencta de persona lidades tmpo rtantes de Sao Paulo. da cras se dominante economica e polfticamente. Dese ja mos ftxar urn tanto de sua memoria e d a nossa tradlcao ameacad as d e perda pe lo esquecimento ou pel a sanha da especutacao imobi flana .


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com vistas a cheqar ale nossas ralze s e nossa estrutura. Que ele possa contribui r para expli ca r um pouco d o presente e tran smittr as val ores esp irituais de qeracao para qeracao. Higie n6polis aqu i sera torn ado como um setor urb ano qu e se de stacou por dete rrninada s c arac terlsticas. por orig ens co muns e unidade econ cmico-social. Esta situ ado a Oeste d a cidade. nos uanc os do esplq ao da Ave nida Paulisla entre Santa Ce c il ia. Aven ida consoracao e Pa caemb u. Nasce u no lado impar da Aven id a Hig ien6polis para erma de um loteamento co mposto d e dez ott o ruas. a rnaicrta da s q uais levando top6ni mos nossos: ltambe. Sabara. Mato Grosso. ttacolo ml. Cubat ao. Aracaju. Rio de Janei ro, Pernambu co, Manga bei ra, Gola s. Para, Serqip e. Alagoas, Piau! e Maranhao.

No lado par da dtta Avenida, cornple mentou-se com outros loteamentee. os q uais obedeceram os mesmos obj envos. qu ais seiam; os de Bairto exctusivamente reside ncial. cl asse A, com todo servtco de infra-estrutura urbana, situacao q ue ain da hoje 0 torn a privil egi ado . Entretanto. 0 conjunto nao coi ncide com nenhum a das divisoes q ue the foram irnpostas. Do ponto de vi sta adrnintstratlvo . faz parte da Ac mlnlstracao Regional da Se: do ponto de vista jud ic iario, pertence 0 lado par ao Subdistrito de Santa Cecilia , e 0 impar ao Subdistrito da Consoracao: enqu anto que a Paroq uia do Sagrad o ccracac de Maria engloba 0 lado par e a de Santa Terezi nha do Meni no Jesus, o taoo irnpar. Assim sendo , serao cons iderados por n6s, Bai ne de Hig ien6poli s ambos os lado s, par e lmpar da Aveni da do mesmo nome , e 0 conjunto de w as que compuseram 0 lotea mento orig inal. Da mesma forma, trataremos dos contornos enqua nto se reracronem com 0 Bairro ou possa m exp lica r a sua formacao . pots q ue, pelo espl rtto que os animou ou os anima, vern muitas vezes com por a unidade.



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CAPiTULO I

A EXPANSAO URBANA DE SAO PAULO NO ULTIMO OUARTO DO SECUlO XIX E 0 BAIRRO DE HIGIENOPOLIS

" Hig ien6poli s!... As Ba bil6nias dos meus o esejo s baixos.. Casas nobres de esl ilo ... Enriquec eres em traqedtas .. Mas a noite e toea urn veu-oe -notva ao tuar! A p reamar dos brnbos-oas mansoes. Âť< 0 jaz z-ban d da co r... 0 areo ir is d os pe rfumes... o don o d os cotres abarrotaoos de vidas .. Ombros nus, om bros nus, rabtos oesaoos de aoutterto .. E 0 rouge - co gumelo oas po drid6es Exercito de cas acas eruditamente bern talha das .. - Cavalheiro... Sou conde ' - Perd ew . Sabe Que exlste urn Bras , urn Born Retire? - Apre ! respi re... Pense! Que era peotoo. 56 conheco Parisi" Tenho as pes c hagados nos esp inho s d as c arced as... Hig ien6p ol is!... As Babi l6nias dos me us desejos baixos... Casas nobres de e stilo... Enriq ueeere s em traqedias.. Mas a norte e toda urn veu-de-noiv a ao luar! A p reamar oos b rilhos d as mansoe s.. o jazz -band d a co r... 0 erco-ms do e perfume s.. o cl amor d os cot-es abarrotad os de vid as.. Ombros nus, omoros nus, tebto s pe sad os de adulter io.. E 0 rouge - c oaomero das podr id6es... Exercit os oe easaea s eruditamente bern tarbaoas ..


20 Sem c rimes, sem roubo s 0 ce rnava t dos t ltulcs...

Si nao lesse

0

ta lco ad e us sacos de tar tnha!

Impiedo samente...

- Cavatheiro... - Sou Conde! - Peroao Sabe que existe um Braz. um Bom Ret iro? - Apre! resp ire... Pense! qu e era pendo. 56 conr ecc Paris!

- ve nne co migo entao. . Esqueca um pouco os brecos da vtsfnha... -

Percebeu, hein ! Dou-rne go rge la e c are-se .

o sultao tern del

mu.; Mas eu sou conde!

- Ve? Estes paragen s treves de sttenclc... Nada de asas. nada de aleg ria ... A Lua.. A rua toea nua... As casas sem fuzes .. E a mirra des martirios inconsc ientes . - Debe-me par 0 renee no nar iz Tenho lodos os perfume s de Paris! -

Mas cine. em ba ixo da s portas. a escorre r...

- Para as esgotos ! Para os 8590t05! - a esco rrer um fie de lag rimas sem nome!... .

Mario de Andrade. Conoque Sentimental. PAULlCEIA DESVAIRADA sao Paulo, Livrana Alves, 1922. pag, 108.

Esse flagrante de Higien6poli s e de Sao Paulo nos versos de Mario de And rade. alem de torternente imbul dos de cntica social. trace-nos 0 perfil d os tipos q ue vivlarn em Higien6polis: a alta burguesia e as suas preterenclas cuttu rals . vottadas para a Europa: a separacao de classes em Sao Paulo e das zonas q ue compunham a ci dade.

o cc mportamento da burguesia do qual se refere 0 autor e a di versificacao urbana remontam ao ultimo qu arto do secure passad o, q uando, qracas expansao cafeeira em nosso Estado, le m origem 0 processo qu e co nduziria 0 pequeno burgo ai nda de aspecl o colonia l, metropole do cafe das pr imeir as decadas oeste seculo.

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As atividades cateelras tize ram da capital pauusta. em posic ao pnvi leg iada, no entroncamentc de caminhos e reunindo as prerrogalivas de centro co mercl at e sede adminlstrativa da Provinc ia. a grande subsid iaria de sua rtqueza. A terrovia . q ue tactntou otranspcrte do produto e deu a ci dade a concncac de centro redistribui dor de cafe. a superpocuraca o que 0 ouro verde atraiu . com preendendo a grande imigracao subvenci onada. e as de mais obras de intra-e strutura. como luz , aqua .


21 sistema d e 8sgo105, etc., fize ram de Sao Paul o urna gran de c idad e e p rop iciartam tambern urna nova tunc ao - a industrial.

Data de fins d o seculo a transtormacac mats rad ical ocorrida na hist6ria d e Sao Pau lo qua ndo a cidade passou de 2 8.000 habtte ntes em 1875 a 200 ,000 no lim ia r d o novo seculo. A mate ria dessa populaCaD era composta de est rangei ros. ltallanos. espanh6is, portugueses, arernaes. ingleses. franceses, eslavos. etc. , entre as quais sobressala o elevado nume ro d e ltall an os que servi ri am d e mao-de-obra nao 56 pa ra a lavoura como ind ustria nasc ente e transtorma rtam Sao Pa ulo no principia do sec uto em "cidade de ltallanos".

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A Abolicao da Escravatura em 1888, tlberara ca pitals e a nov a Repu路 tinea proporclonara autonomi a ao Estad o, qu e pede . assim, ad mi nistrar sua p ro pria riq ueza. Asststtu-se e ntao ao p rogresso materia l do Estado e de sua capital que passou de oecimo pa ra segundo lugar em irnportancta entre as oemare cidades brasileiras, somente superada t Rio de Ja neiro, a Capital Fed eral.

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A cidade rec ebe u uma ser!e d e benteitorias: alem d as ja mencionadas, foi arbortzada. foram fei tos passeios para pedestres . orga nizados sistemas de transportee coletivos (tftburis e bo ndes a tracao ani ma l) , suas ruas ala rgadas, surgindo novos ediflcios e novos bairros, restdenciais e ope rartos. As tecntcas construtlvas foram alteradas e novos mate ria is introduzi dos e vulqarizedos. 0 tijo!o substituiu a tal pa. material construtlvo este costumei ro no Plana Ito ate fi ns do seculo. 0 tijo!c se fez acompanhar de cut ros materia is: telha fr ancesa, Pinho de Riga, aroosla. etc. , valendo-se a cidade. para ta nto, da importaceo, ja que nossa industria ain d a era inctpiente . nao produzi ndo nem material d e c onstruc ao suficiente nem variado. Chegaram a ser importadas est rutu rae inteiras d e ferro , co mo a do viaduto do Cha que Ju les Martin, seu co nstrutor, enco mendo u em Duisburgo, Ale manha, ou casas pre-tab rtcadas a exemplo do cnale que 0 Dr. Domi ng os Jaguaribe import ou e mand ou mo ntar na Rua D. Veridiana, ou ainda estacoes de ferr o completas. A Estac ao da Luz, par exemplo, q ue e de 1900 , veto completa d a lnqtaterra . desde as ttjotos ate as pa ratusos. Com os novas matertais. a Sao Paulo d es anos 1860-1900 co nheceu novos esti los , os mats ve rtaocs. que estavam e m voqa na Euro pa pelo menos havia mei o secure. o seculo XVIII va lo rizara as rui nas da anttqufdade g reco-romana que 0 Romantismo mant eve . e. por sua vez , colcccu em mod a a vida na Idade Med ia, os seus castelos e cated rais. Os arquitetos procu rara m resta urar os antigos castelos, co nventos e igrejas, por o nde ressuscitaram os c hamad os esti los hist6r ico s, surgin do as "neos" d a Hist6r ia d a Arqultetura: 0 neoclassico. 0 neog 6t ico, neoblzantino ou reqlonals .


22 as quais, aliados aos novos materials e tecnicas da Bevolucao Ind ustrial, 0 ferro, a cristal , etc . co nsti tuf ram 0 chamado Ec letismo. Distinto do Rio de Janeiro q ue co nheceu a neoclassicismo desde as inlcios do seculo anterior, trazido diretamente da Franca pete missao de Le Breton (e de onde se irradiou para cidades mais importantes como Salvador e Recife), Sao Paulo apenas conheceu Qui ros estilos que nao o colonial portuques quan do enriqueceu. Nos fins do sec uto passou

dtretamente das singelas ccnstrucoes de taipa para as modernas const rucoes da Euro pa co ntemoora nea. eete em pleno Ect etismc . A existe ncta lad e a lado d e estilos di fe rentes d e arquitetura au a cone iuacao dos mesmas numa s6 o b ra toi possive! qracas rmpo rtacao de

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matenais ate enteo desconheci dos entre n6s e a rrnrtacao da Europa contemooranea. nosso ideal de cultura . Em 1870 Alfredo Moreira Pinto, que estudara na nossa Academia de Dtreito. deixou Sao Paulo de volta sua cldade. a Rio de Janeiro. Quando retornou, trtnta anos depcis. admirou-se de seu prog resso, e nao mala reconheceu a ctdade. Era uma nova creede. q ue assirn a

a

descreveu:

Sao Paulo, quem te vlu e q uem te v~! Naq uele s tempos usavas calces de brim, paletct. saco e chapeu de palha . hoje envergas casaca. usas cola rlnho Luis XIV, gravata de settm branco, boti nas de verniz e tens cabeca um vtstoso castor au debai xo do brace 0 anstoc ranco clague. Nao posso mais dar-te a tratame nto de tu ; fidalga como es. mereces hoje a tratamento de excelencia. Esta V. Ex. campi etamente transtorrnada. com proporcoes agiga ntadas, possuindo opulentos e unorsstrros predios . pracas vastas e arbortzadas. ruas todas ca tceoas. percc rridas par centenas de pessoas, par faustosos e ricos trens tirades por soberbas paretnas de cavalos de raca e co rtadas per diversas Hnhas de bondes; belas avenidas. como a denominada Paulista. encantadores arraba ldes como os Campos susecs. a Luz. Santa Cecilia, Santa Ifigllnia, Higi enooous e conscracac. com uma ooouracao alegre e animada, comerci o ativ tsstmo, tuxucsos estabelectme ntos banca rtos. centenas de casas de neg6cios e as loco motivas soltando seus sib ilos prog ressistas , dirmn utndo as distancias e estrettando em fraternal amplexo as povoacoes do interior ". (1)

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1) MOREIRA PINTO, Alfredo, A cid ad e de $30 Paulo em 1900. Col. Paunstica. Sao Paulo. Govem o do Eslad o, v, XIV, 19 79, p. 9-10


23 Sera exatamente d e ntro d esse proce sso d e expan sao d e Sao Paulo, cujos resultados lao bern desc reveu 0 autor, bauzao o grosso modo pere s Ires utti mas deca das d o secut o passad o. q ue nasceu 0 Bairro d e Hig len6pol is. Ale entao. 0 peq ueno nccreo ce ntral urbane ticara adstrito ell co una his tonca ern q ue se d era a tun d acao da ci dad e. li mitado pe los Vale s d o Ta mand ual ei e d o Anhangaba u e separad o po r vanes outros peq uenos nuct eos ou trequesia s. por q uit6m etros d e espacos vaz tos.

Ao red or do nuclec central ou d os demai s, estav am d ispo sto s uma serie de chac aras. sitio s ou fazendas que se aco modavam top ografia irreg ula r do Planal to aprove itando-se do s aci dentes qeoq raficos pa ra a oemercacao dos seus limi tes. Nestes como no cent ro, resrotam as tamilta s pau tl stas ma ts tm po rta nte s. As chaca tas eram a utosutic tentes. possuindo pomar, criacao e cuttivo de gene ros para a subsistencia d os moradores. Conforme demonstra 0 mapa da ctdade de 1881 (2) (vide mapa 1) e como [a 0 definira Teocloro Sampaio (3). as tenoenc las de expansao se norteavam peres antigo s caminhos tertesIres que arttcutava m 0 centro co m aq uele s nucleos e condu ztam os pauhsta s para 0 mar e 0 sertao: Ca minho do Mar q ue sara pela Liberdade ; a Leste da cidade. partia 0 camm ho chamado do Norte porq ue. co nduzi ndo ao Vale do Paralb a. c ava passagem para 0 Nordeste; 0 cammho do Sui de Minas chamado d o Guare saia pela Luz e 0 dos Goiazes peta Lape. passando par Jund iai e Campi nas; tmatme nte. para Oeste e SuI. as Caminhos de Pmneiros e de Santo Amaro.

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Ao longo desses caminhos. junto as saidas da cid ade. foram surgin do vendas. armazens de beira de estraoa. pousos de tropas. igrej as e chacaras. e. depots. casas poputare s peq uenas. pais a povo. co mo d isse Carlos Lemos. vivt a e viv eu sempre na periteria de Sao Paulo, enqu anto as aba stados vivtam em sobrados do centro. (4). Aqueles elementos constituiam 0 embnao de muitcs de nossos ba irros mais mode stos. como 0 Bras. Penna. Santana. Agua Branca, Lapa. Pinhei ros e tantos outros. A exptosao demoqratic a a part ir dos anos 1870 deterrru narta. assim como as novas ativi dade s economicas. a comoertrrnentacao da cidade par funcce s. Sao Paul o se de senvclvena na margem esq uerda do Rio Tlete. ba lizada ceres varzeas. enqua nto a Frequesta do 0 , do outre lac e. permaneceria isalada. A Cida de expanotu-se sabre as chaceras q ue a circ unc avam. surgind o novas bauros (consuftem-se os mapas 1. 2 e 3). 2) C ia Can lare,ra e Esgoto . teveota cc poor Henry B Joy ner t"t, l. 3) SAMPAIO . Teodoro Silo Paulo no secure XIX, Rex,sta d oIHGSP. v. VI. 1900-1901 . p . 159-205, 4) LEMOS. Carlos A, C 0 MIS e o s nccs. FQlha de sa o Paulo . 29 -7-1977 . p. 3


24

o antig o Iriangu to central. representando hol e pe las ruas Dtretta . Sao Bent o e XV d e Novemb ro. pe rd eu sua tuncao resld encta t e co nce ntrou a s atividades de ccmercto. ad rmrustrativ as. relig io sa e de lazer. Ali se ag lome raram banco s. roja s. cafes. restaurantes, hotels. teatros e ci neteatros, ao lado da s antigas igrejas(lgrej a do Ccleqlo. Se. S. Gonc a!o. Sao Franc isco. Santo Anton io, Miseric ordia. Rosar io, Sao Be nto. Boa Morte, Carma ) mal co mpo rtando tais ronc ces por se encontrar "e sp remido no espaco acanh ado que lhe reservaram as barrancos que 0 cercam de tree lades . val-s e alargando pelas erevecces tronteiras. do outro lad o daq ueles ba rranco s, gracas fac il idade de ace sso q ue Ihe porporc lonaram as viad utos ja referid os 0 primeiro dos q uais, 0 do CM, tel inaugu rado em 1892." (5)

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Os velhos sobrados onde residiam os grandes comerclantes e tazencetros de cafe ate 1880路90. se deter ioraram, ou toram transtormados em casas co rr erc tats. ou cederam lugar a novas const rucces .

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Assistiu-se saida do Barao de So uza Oueiroz. da Rua Sao Bento para a Rua Sao Luis, do Consethetrc Antcnio Pradoe de seu cunhado Elia s Chaves, qu e eram viz mhos na Rua Sao Bento, para resce cuvamente a Chacara do Carvalho (1891路3) e 0 Palaci o dos Campo s Ell secs (1898). enq uanto 0 sobrado do Barao de Tatul era d emolido para ceder lugar ao novo Viaduto do CM ; 0 vetbc scbrado de talpa do Barao de Iguape. fora atugado para casa de ccrnercro na parte baixa e os altos para a sucursar do Grande Hotel de Franca (1880). (6) A elite paulista ocuparia qradanvamente a zona Oeste da cidade . numa trajet6ria que inclulu Hig ien6poli s. Este vlrla a ser exatamente 0 primeiro degra u de sua ascensao rumo Avenid a Pauli sta. Primeira mente. desc eu do ce ntro em di recao ao Norte, chegando ate a Estacao da Luz. Ocu pou a Rua da Estacao (hoje Rua Maua) e outras ruas de Santa Ifigemia como Rua Alegre (atual Brigadeiro Tob ias), Rua Ttmbiras. Aurora, H orencio d e Abreu. etc., onde se instatou em residencies aristocrattcas jf! com torte tntluencia da modema arq uitetura europeia . Caminhou sempre, sem ultrapassar os trilhos da estrao a de ferro. cneqand o aos Campos EHseos ate a Barra Punda , onde 0 Ccnselheiro Antonio Prado fez construir a Chacara do Carvalho (189 1-3). Depots. evitando os terrenos de varzea do Rio Tfete. partiu nossa burguesia rumo ao Oeste. subi ndo pe las vertentes do espiqac mestre do macico central, em dtrecac ao Rio Ptnnetros. Enqu anto mats pr6ximo do centro, no sope do espiqao. anti gas chace ras cediam lugar a bai rros medics como a consoracao. Santa Cecilia. Vila Buarque e a Libe rdade, e no alto do espiqao. a Vil a Mariana. Hiqienopotis surgi u na

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5) PRADO J R , ca -o. 0 Iator geogra l,co na formacao e no ceseovoivnneotc oe croac e de sa o Pau lo. Evolucao Politica do Brasil e oulros esludos 9 ' ec . Sao Paulo, aresrliense. 1975, p. 127, 6) SOUZA, Pedro Luis Pereira d e Casa Barao de Iguape . Sao Paulo, 1959, p. 14


25 encosta do mesmo. numa sequenc ia d os Ca mpos Eliseos, " 8 procura d e terre nos ma is altos e saud aveis. E sub ind o se mp re. as residencies atc ancaram 0 ali a do espiqao. onde se instate. acompanhando-o uermente. a Aven id a Paulista. Ja entao a proq ressao cateeira se interrompera, as novas tortunas saem da indu stria e do comercro quase too o em mac e de estra nqeiro s. imi grantes enriq uec id os nesta Canaa americana : a Av enida Paufista sera 0 bai rro resi d enc iat dos muto nanos de sta nov a la se da econ omia paulista , eslrange iros ou d e rece nte orig em estrangeira quase todos. E a arqu itetura do bauro 0 di ra bem ctaramente." ( 7) De pots d e 1910 outro s batrros da b urg uesia surgi ram, as denominad os "j ard ins". Jard im Ameri ca , Jard im Paulista. Jardim Euro pa (est e ba irro mats rece nte) nas encostas d o e sptq eo. na ve rtente d o Pinheire s. o s q uais ia obe de certam a um novo tt po de tracado. d e tntlue nc ta ing lesa. Quanto aos bairros ind ustriai s e operanos formaram-se nas terras mais baixas. da s varzeas d os rios Tiete e Tamanduatel o que foi propiciado pe te c ustc infe rior da s tetras e pete pre sence da s ter rovias. as Qua is pr omoveram a orqa ntzaca o do espacc neq ueta parte. de ct d ad e. Assim . ao longo da s me sma s, surg iram os batrro s seg uint es : Pari, Bras, Mecca . Ip iran ga , Vita Prudente. este mar qeando a " Sao Paulo Railway " . Beten zmho e Penna. a Vila Gomes Ca rdim . ao longo da " sao Paulo-R io" (d epois Estrada de Ferro Centra l d o Bra sil). A Oe ste. constrtuhem-se as ma rge ns da " sao Paulo Railway " e d a Estrad a de Ferro Soroc abana. 0 Born Bettro. a Barra Funda. a Ag ua Branc a. a La pa . etc . Pmhetros. ant iga atdeia ind igena. na varzea d o rio d o mesmo nome , transformo u-se em ba irr o protetano. Grande parte des retertdo s batrros Que surg iram nesse pe rfodo fora m res ultantes d e urn novo procedimento. Que se pas sou a utilizar para a ocuoacao d o solo urbano - os loteamentos. O s lotea mentos foram re sultantes de uma nova mentalidade ca pitalista Que se fo rmou no Bras il urbane. propic iados pete alto tnd ice demoqratico d as c id ade s. o Que teve como cc nsec uencra . a varo rtzacao semp re c resc ente d os irnoveis. Nessa epoca . forrnaram-se e m Sao Pa ulo inume ras iniciativas particulares para procederem a lote amentos ou a rruame ntos. O s pr6 prios proprtetanos de chac ara. ccnsciente s da vetonzacao Que suas te rras atcanca ram nas zo nas urbanas, deram ml ci o a ta is atividades. c uja execuc ao oco rreria sempre a seu bel-prazer de sarti c uladas d as demats ati vidade s no glmero oc orrid as paralelamente. mu itas da s qua is eram ct an oestm as. 1) PRADO JR" Caio. o p. CIt. p . 121.


26 Hig ien6po lis nasce u em fins d o eecuto. merce d a esoeco tacac imobiliaria d e urn grupo es pecialmente to-mace para tal lim. co mposto de d ais atemaes. Martinho Burchard eVictor Nothma nn. As glebas recebertam como moradores ern primeiro lug ar. ancto-sexc es q ue, como Burchard e Nothm ann eram as pr6 spero s ccmercl antes au p roftsstonais liberals q ue S8 inc luia m entre as primeiros estrangeiros que Sao Paulo recebeu em meados do secure passado. A estes Sao Paulo de vau a instatacao do prime iro ccenerctc de luxe q ue a ci dade conheceu, co mo as rcj a s. Hvrartas. hotels. etette s de co stura. etc., slam de grand es casas importad oras.

o Bairto receberia, sob retud o. a gen te d o cafe. verd adeiros empresanos q ue d tstr tbutam se u tempo entre as colhe itas de cafe nas fazend as e as ci d ad es. onde mantinham restdencia e se oc upav am d o comercio do produto. de f inan c iamento au de cas as bancanes. de terrovias. e fun d avam as prime iras irccemas. muita s surg ida s de atividad es de co rrentes da cafetcuttura. Na s ci dades tarnbem exe rceram importantes ruocoes pounces e admtnistrativas. Pore m, a ma tor ta d os mc radore s de d estaq ue em Higien6pol is. como sera notado. haviarn deixado suas fazend as para tra s. isto esta s constituiam uma ocuoacao secund aria pa ra conferirem malor d edl c ac ao aos neg 6cios urbanos, como a industria, a comerc io. a admmistracao, etc.

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Seriam as pe ssoa s de maier p roie ce c na Sao Paulo d a epoca. pr6spero s ccmerc tantes estrangeiro s. orcuestcners liberals. tazendeiros e cormssanos de cafe e os prtme tro s grandes nomes da industria, a dizer, a elite pau tistana. que oc uparia Higien6poli s, E esta foi a sua princ ipal ca racterlstica : a de ter oc upado ccsrcac de ba irro ma ts elegante da ci da d e. Hig ien6polis serviu de cenenc para a etuacao de figuras que t fveram impo rtante papel em nossa s6cio-cullura, e nesse cenano sa sob res sairam cuase Que excl usivamente as fam il ias Sil va Prad o e Alvares Penteado, e sua imensa pa rentela extenslva . como as Pac hecos e Chaves. Mend onc es. Alve s de Lima. Ramos. Uchoas. etc.. o que teremos oca s iao d e demon strar.


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CAPiTULO II

o BAIRRO DE HIGIENOPOLiS, ANTECEDENTES Antes de passarmos 8 0 Bairro de Hig ien6polis propriamente d ito, proc uraremos da r as p ri mei ros eleme ntos de oc upecac local e aq uales que j a nesse periodo de expansao urbana de fins do secure passad o, co ncorreram para atra ir a atercao para a regiao. con stituind o 0 processo resuttante nos loteamentos originais do Batrrc , q ue se da riam a part ir dos anos 1890-95.

a Bairro de Higien6polis nasceu em d uas etapa s que sa pocIe preci-

sar: a pr tmeira. dos altos de Santa Cecilia, ligado a tres names temininos: D. Maria Ant onia da Silva Ramos . D. Verid iana Valeria da Silva Prado e D. Maria Ange li ca Souza Queiroz Ag uiar de Brros. cuja presenca eo evocaoa pe las ruas que levam seus names. A segun da parte, a mais alta , d o lado impar da Avenid a Hig ien6po lis para cim a. encon trando as Avenidas Peuli sta e Mun icipa l (bole Avenida Dr. Amald o), cujos terren os seriam totead os por Martinho Burchard e Victor Nothmann. Toda essa imensa area ja era oc upada por grandes propriedades de conheci dos membroa da socieda de pa ulista de fins do Impe rio e de tntclc da Rep ubl ica. Ouase conco mita nte mente, aco rreram muitos e strangeiros. entre outros motives. em bu sc a d o clime d a serra. d os mat s sauda veis e secos. Sttuado em ponto mais alt o, nas encosta s d o espiqao da Aven ida Pauli sta na face Norte, 0 lugar era tido como des mais aqraoeve ts. Dal i se descortinava uma bela paisagem composta


34

a

do cas ario esparso em rne!o vecetecao. no Morro do CM, Campos Eliseos e Santa Cecilia, bairros q ue apenas nasc tam. A Norte, dorntneva majestoso. 0 Pica do Jaraqua. Dadas as suas propriedades curnaucas. 0 local recebeu 0 nome de Hig ien.6polis, q ue quer dlz er "cidade ou lugar de hig iene" .

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A pri mei ra notrcr a referente ao lugar apareceu exatamente vtnc utada retertda elite ern 18M, co mentando-se q ue 0 " Arrabalde do Pacae mbu prosperava a otno s vistos pots que ali ja havre a prop riedade de D. Mari a Antonia " . ( 1) D. Maria Antonia da Silva Ramo s ( 18 15-1902) era filha do Batao de Antcn ina (2). prc sper o neg oc iante que chegou a Senador do Imperio. Fat casa da com Q Tenente-Corone! Mariano Jose Ramos . Emesto Mariano da Silva Ramos. urn dos filhos do casa l, loi Presidente d a Camara de Sao Paulo. A reler ida propriedade de D. Maria Antonia l icava entre as atuais Ruas da consctacao. Maria Antonia, Veridi ana e Maj or Sert o rto. Resid ia na Rua de Sao Joao. quase esqu ina com a Rua Ipi ranga (noi e transto rmadas em avenid as) e usava aquetas terrae para pomar e pasta de seus cevalo s. que eram levado s ate ali par seus escravos. (3) (Para acompanner methor a lei tura deste capitulo vide mapa 4).

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Mas nao ha d uvid a de que , pr imeiramente, a " subida para a Serra", co mo tambem se dtz ta com reracaoa Higien6polis , loi propiciad a pe1a extstenc ta de dai s antigos caminhos l icando Higien6pol is a certa altura do angulo lormad o peres mesmos: 0 ant ig o Caminho de Soroc aba ou Cam inho de Ptnheircs (atuat Aven ica Ocnsoracao). e 0 Camin ho de Jund iai. deoois Estrad a de Campin as. No Caminho de Ptnnetro s tran sitavern as tropes de bur ros vi ndas de Sorocaba. 0 Cam inho de Sorocaba era des mats movimenta dos perque nessa vila se realiza vam as le ira s de bestas de carga. onde eram vendi dos os animai s provenie ntes d o Rio Grande do Sui e de 103 eram cist rlbuloos para 0 resto do Brasil. Em fins do secure XVI, conforme Tecdoro Sampai o, era ~ " principal caminho para 0 sertao". (4) Alf onso de Freitas assim especi fic a 0 seu traje to: a atual Rua Dtretta. prtmetramente de Santo Antonio, depois da 1) Almanaqu e secue- para 0 ano 1880 , 2) Joao c e Silva MaChad o (178 2- 18 75 ). ae -ec de Antorena . 10 1oecocenre de trop as em sao Paul o. Ja. pr6spero. rcrroo-se c r ete da leg lao Im pe" al da Guarda Neetooat oecoree c Provinc ial pol" sa o Paulo. Seoao ce 00 10 Parana. em 1854 FOl d "elor d a Real Fabl'lc a de Ferro Ipanema 3) Depo imento d e Aug usl0 Ramos de FreItas. seu mso eto. dOldo .!II aurora em j aneiro 1978 4) SAMPAIO . reoco c sao Paulo de Poralln'nga no l im do secure XVI, Rev'sla d o t.!::!!lSe v, IV. 1900-1901 . p . 257


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FOIO 1 -

0 Mar,a Anton,a oa S,lve Ramos (1815 -1902) Al'QuiYO

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36 Miser icordia. era 0 antig o Cam inho q ue d o Cole gio d os Jesuita s con d uzia ao se rtao cera atual Ladeira Falcao. Ponte d o Lorena. Largo do Piqu es, Con sola cao e Pinheiro s. (5). o Caminho de Pinheiros foi reaberto pete engenhe iro mthta r Mal . Daniel Ped ro Muller, em 1814, 0 qual foi tambe m remod elador do Piques e autor do obel isco Que ale hoj e se encontra no loc al. (6) Postenormente no mesma seculo. a ald eia de Pin heiros passa ra a tcme cer legume s e ve rduras para a ca pita l. traz idos par carros de bois e levados diretarnente ao Largo d o Piques (at ual Ladeira da Mem6r ia). Nesse Largo se conc enl ravam as casas de neg6cios atacad ista s e era muito rrovtme ntac o oevtco tropas que para 1fI aco rrtam de lodas as part es d a Provinc ia. 0 Cam inho de Pinheiros tamoem toi rota religiosa a exemolo do Cam inho da Penna. A Igreja d a Oonsoracao recebia a imagern de N. S. do Monte Serrate da Capeta d e Ptnheiros. as peo nstas tinham grand e c evc ca o po r e ssa imagem que vinha de Pinheiros traslad ad a em orocr ssao. ( 7)

as

Pela sai da d e Soroc aba se expand iu parte d a ci dad e antecedid a havia multo pela ca pe la e d epots Igr ej a da Con sola cao (de 1853) e pete c emnenc da c onsorac ao (1854-8). Era d o Cam inho de Pinheir o s. pouco antes de ch eqa r ao Cem ite rio. que se biturcava. a Rua do Pacaemb e d e Cima (atu al Aven ida Hig ien6po lis), estra da d e terra que cortava os terrenos de D. Maria Antonia e coma em di reca o ao Vale d o Ribeira o Pacaembv. chegando ate as Perd izes. Antes p6 rem d e d esce r para 0 Vale , enc ontrava a Estrada das Boiada s, atuat Rua Rio de Janei ro. Em b reve 0 nome de sta senho ra estendeu-se ao trech o q ue pa ssava po r sua chac ara. den om inand o-se Rua Maria Antonia.

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Quant o ao Camin ho de Jund tal . rep resentado hole pela Rua d as Palmeiras. Partia na altu ra d o atual Larg o Santa Cecilia. em orrecac Agua Branca onde navia uma cnacara e urn pouso d e trop as descr tto po r Saint-Hila ire em 1819.(8) a Irafego fo ra avo fumao o nesse Caminno. Em Jund iai. no secuto XVIII, eram prepa radas as exrecncoes pa ra 0 Norte e aeta s. Em mead os do secure p assado cheqou a nao ter

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5) FREITAS, All onso. Plan' Hist6ria da Cidad e de Sao PauI0 - 1800 路 1874 in ; Tradi~ . lies e eerrumscenctas pautistanas . 2.' ec . Silo Paulo. Martins, 1955, p. 134路 135, 6) 0 Mal. Pedro Mull er e..ecuiou tambem as Pontes do Carma e 0 Campo dos Curros , Elabotou um mapa ccrccrence c a ceece de 1836, lOi aulor de EnsalO de um guad ro estat,shco da Provinci a d e SAo Paulo, 1837..:. 7) Anton IOEgyd io Martins laz reterene ia a uma dessas vind as. Que se teria dado a 12 de setembro de 1875, permanec endo a .mag em em SAo Paulo ale 7 de junho do ano seguinte in: MARTINS, Antonio Egyd lo , SAo Paulo anll9 0 1554路 1910. 5:10 Paulo. Oi8riO Ol,ci al, 2.0 v., 1912. 8) SAINT-HILAIRE. Auguste de . Viagem it Provinci a de sao Paulo. sa o Paulo, Marl Ins, p 213 e 215.


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Foto 2 - Rua D. venc nana na ultima dec ade do secure. ponto tin al de urna Imna de ooooes puxados a b urro. o a esq ce rca para a c trena 0 arvo reoc da chac ara d e D. Veridiana e c asas teneas com co-eo. no ali nhamento c e rua. e cbate. Co tecao ascrncno G, L. Burchard

co ndlcoes pa ra dar vazeo ao " avultad o nume ro de tropa s q ue etettvamente transttava m naq uela dlrecao." (9 ) Per eSSB epoca , a safda para Ju nd tai atra!u morad ore s e est es f izeram urn ab aix o assinad o Camara d e Sao Paulo. d atada d e 1860 para que cedesse terreno pa ra a co nstruc ao de uma ca pe!a com as o ragos de Santa Cecili a e de Sao Jose, junto " a sai d a para J undiat". " num larg o ala petado de gra minha." ( 10)

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Com a ex pan sao da cateicultura pe la s terra s roxas no Oe ste da entao Provinc ia de Sao Paul o, 0 Cami nho de Jund iai pa ssou a ser des ignado Estrada de Campinas. Surg ira m de sde mead os do sec ure pass ado inurneras chacaras na regi ao : Chac ara d o Arou che que perte ncia ao Mal. To led o Rendon, Chacara d as Palmetra s. Cnacara d o Cons. M art im Franc isco II, d o Dr, Do ming os Jose Nogue ira Jag uarib e, etc. 9) Betetonc do Governo oa Prov inc ia de 1852 in: BAUNO, Ernani oa Silva. c o. cit., p. 583. 10) SOUZA, Everard o Vali m Pereira de. A Paulic eia ha 60 anos. Revista do Arq uivo MuniCi rl, v. e XI, 1946, o. 58 e ARROYO. l eo nard o Ig rejas de Sao Paulo 2.a ec . Silo Paulo, d , Nacio nat. c. 235 e 237.


38 A Aua de Santa Cec ilia expandia-se como um raia par tr as da ca pela de Santa Cec il ia e atravessava aquetae cnac aras. Tud e indica q ue esse Cam inho tambem tivesse side utilizad o em toncao da aq ua mineral de Santa Ce cilia, explorada de sde 1867 per se us pr op rtetartos q ue a vend tam em bar ns . ale q ue se o rg ani zasse 0 sis te ma da anttqa Canlareira . Depots de vendfda a prcpnedaoe. c essou 0 come rcio. qu e no entanto. semp re atra iu muitos doenles, amand a do s med icos de Sao Paulo. Tornov-se propnetano do lug ar, na de cade de 1880, 0 Dr. Dom ing os Jaguaribe que tar la anallsar a aqua em 1898, co nfi rmando suas propnedades e reinlc iand o sua exor cracao com a nome de Vital i s. A Rua do Pacaernbu de Cima , ou stmplesme nte d o Pacae mb u. era uma desiqnacao tr adicional. Faz ia parte d o Baine d o Pacae mbu , Frequesia da consoracso (11), e certa mente evocava a g rande exte nsao de te rras Que inte g raram a ant iga Sesma na d o Pacae mbu Esta Sesmarta. doada por Martim Afon so de Souza aos padres j esu uas em 1561 (12), ti c ava a Oeste d o pequeno nocre o urb ane. no loca l denominad o Campo Largo. Em 1753, Quando os padre s arrendaram aq uelas terras a Joao Ferre ira Br aga, eram ass im espe c iticados os seus Iirrutes: " um sltio de terras no Pacaemb u. comecanoo na estrada q ue va l para os Pinhe iro s, a ente star com 0 ccrreoo d o de tuntc Joao D ias (C6 rre go Agua Bran ca ) e para a parte do Cam inho do Mb oa caba. ate a paragem d o c6 rrego chamad o Pacaembu por prec o d e 1.640$000 cad a ano..." ( 13) Dessa forma a Sesmaria oc upava uma area imensa q ue se estendla d o Caminho q ue levava a Ptnhetros. pe! o Caminho de Emboaceba . no alt o d o esptqao (14), (re p re sentedo pela Aven ida Dr. Arna ld o) ate 0 co r(eg o Agua Bran ca e da r par a ba ixo, abrange ndo as terras banhadas ceto Hibetrao Pacaernou. 0 q ual de u seu nome Sesrnarla. Esta co mp ree nd ia pois. a extenseo oc upad a alua lmente pelos ba irros da s Perd izes, Pacaembu e Hiqienooof!s .

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11) cnaoe po r lei Provinc ial de 1870 e oes membra oe de Santa Efigen ia. Penencram a Frequesra da Ccnsotacao as Parcqutas de Santa Cecil ia, Monte Serrate de Pinbeiros. Santa Cruz de N. S, da ccrcercec. de Perd izes e a Capela do c emueno Munic ipal. 12) Ct. notic ia no Arquivo Ag uirra, no Museu Pauli sta da USP. 13) 1.0 de marco 1753. ct. c6pia do d ocume nto no arquivo cnaco. 14) Carrunhodo gm boacaba era uma biturc acao co Carninho de Pinheiros Taunay oa como sencc um galho da via que levava a Parnaiba . "hoje a acompanhar terrenos d o Hospi tal do Isolam ento e do ce rmteto do Ar aca. servia de seoaraceo das teras do Pac aembu e do Mand ihy. propried ades d es jescne s. oee d o Embo acava. pe rtencente sao velho Afonso Sardinh a" . TAUNAY. Aftonso Escra gnolle. Sao Paulo no seculo XVI. Tours, E. Arrault e Ore.. 1921, p . 2 14. Teodo ro Sampaio escre rece que Emboaca va era urn tone cu tranquena que se mandou construir para a cet eee oe cioao e. no eecuto XVI as marge ns do Rio Tiete . p rcxnnc a Sao Paulo , na estrada do sertao. SAMPAIO , r ecc oro . tupi na geog rali a nacio nal, Bahia, 1928,3. 8 eo.. p. 198.


39 A topoq rafta irregu lar e a grande extensao da Sesmana determm aram o seu de smembramento em Ires parte s: Pacae mbu de Ct ma. de Baixo e d o Mete . e co mo ta l loram arrendadas pe los padres. Em 1767 a Fisco Real contiscou-a. assim como as demais be ns d os [esultas. expulsc s de Portuga l e de suas colcnias . Vend id a ern hasta publica em 1779. aqueta dl visao toi manl ida e as partes arre matadas respe ct ivamente por Gabr iel Antunes de Fon seca, Clem ente Jose Gomes Campo neses e Mance! Simoe s. (15) Foi ern parte da s terrae d o Pacaembu d e Cima qu e nasce u 0 Bairro de Hig ien6polis. A p rincipia. simpl es pa rage ns de ind ios. junto ao rtbe trae que se denominou Pacaemb u. nome compo sto de Paca - yem b6. que q uer dizer arroio das pacas. ( 16) No sec uto XVIII al i eram colocad os os esc -ave s q ue navl am contraido variola. 0 Pacaembu de Ci ma pertenceu a varies proprietarie s. entre os q uais 0 lend anc e tarmqerad o Tomas de Moli na, e spanhct rico e lidalgo d e Granada. A sede de sua casa ticava onoe e sta hoj e 0 Aslt o Sampalo Viana, ant igo Asilo Wanderley. (17) Em 1877 loi adq uirida por Joaq uim Ftcr tano Wanderley. mante ndo -se em suas maos al e 1895. quando. vtndc a Iale cer . os herdetros d o esp61io veno erarn uma pa rte para Martinho Burcha rd const itu indo " grosse modo" . metade d o Bairro de Hig ien6pol is. As terras de H ona no Wanderley eram cc berte s de matas virge ns, rtca s em madeira de lei. Chegaram ate 0 Caminho de Pinhe iro s. onde se limitaram co m as d o Batao de Ramalh o. Em 1889 a Preteit ura ad q uiriu uma pa rte d os terrenos de wancetev para a amonacao d o Cemiterto da coosorecao. (18) A oesrqnacao Pacaembu permanec eu em reteren cia s e em d ocumentos me srno ap6s a ab ertura do Bairro de Hig ien6polis, perd urando ate inl cioa do secu!o x x . Em 1899 uma planta da Prefeitura retena -se ao cruzame nto das Rua s ttambe. D. Mar ia Antonia. Major Sert6rio e D. Verid iana c omo Enc ruzilhada do Paca ernbu. enq uanto a Avenida Hig ien6po lis figurou como anti g a Rua Pac aembu . nas esc ritura s de comp ra e vend a dos terreno s do novo Beirto.

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15) Jornal do ccme-c:c. Rio d e Janeiro , 12-3-1960. 16) SAMPAIO, l eod oro . op . ci t., p. 279 17) D, l omas de Molina l ei pnrneno para a Argentina e, sobrevi ndo a independencia deste pals. veic para SAo Paulo. Sua vid a fora c heia de penpec ia s. Dlzla -se que raptara a noiva e que encontrara um tesouro. Mor reu ou assassinad o por roubo au de tebre amarela. Tomits Molina resid iu e 10i pro pr ietario d a Chac ara do Ipi ranga (ond e se abr iu a Rua Vlscond e do Rio Branco). Almanaq lle de HO Estado de sao Paulo 1940 , p. 193. Em ( l ~com prou a Chacara d o Pacaembu e veOdeu-a CInco anos d epo is, ao Cal. Frari4s~o de Paula Mac ed o. Esteve ta..... bein em mec s de Ral ael Tobia s de Aguiar, q ue a penh orou em 1833 , e ent re cctrcs. de Mariano Pires de Maced o (1837) e de D. Luis Simoes (1864). 18) Ct. mapa revantaoo par C. Reis, de 12-11¡1889. Arq uiv o Histcnc c Munic ip al "Washington Luiz ". M

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40 A pnmetra casa de Que t ivemos notlcta na RUB do Pac aemb u de Cima to ! a de Jolla Lucio, que em 1680 soticitava licence da Prefeitura pa ra a c onsnu c ao da mesma . (19) Conforme coccrreorecao da Prefe itura apareceu em 1889 novo pedido de construcao para a RUB do Pacae mbu . (20) . Mas em 1884 vanes fatos importantes iriam concorrer para a ocooecao daquelas te rras : D. Veridiana Prad o veto instalar-se nos altos de Santa Cecilia q ue sa transformaria no lad o par da Aven id a Higien6polis, na sua Chacara "V il a Maria ", enquanto a Santa Casa mud ana da RUB Glorta para a R UB de Santa Cecilia. Tai s iniciativ as torarn constderadas fora de oroocsuo na epoca porq ue o lugar era lid o com o dos mats distantes do cent ro, 0 proprio pessoal da Santa Casa assim criticaria a dectseo do seg undo Batao d e Ptraclcaba: " - Onde ja se viu. diz iam etes . querervoce seu Rafael. mandar nossos doentee .. la pa ra J undtal!'' " - Para la ja ternos trem , nao se assustem." (20) respondeu a Cel Rafael Tobias de Barros que adquiriu um terreno da Chacara do Dr. Rego Freitas, tazendc ooecao do mesmo Santa Casa . 0 terreno to! ampliado med iante outra doacao do Dr. Rego Freitas .

a

Na reenoece. a escorha do local pa ra as novas instatacoes da Santa Casa causou mufta controversia e parece ter stoo telta com segundas intencoes. Ja havia side rencaoa a ped ra fundamental no antigo Bexiqa. pelo proprio Imperador, e as mesano s ainda estavam a dtscutu das vantagens da ccnsnucao de um novo p red io pa ra 0 hospital nos tad os de Santa Cecilia. Alguns ponderaram que 0 luga r oferecia maier e spaco livre . outrosque os terrenos eram mats be rates . etc . 0 Dr. Rego Freitas que, como sabemos. era 0 procrtetarto daquetas terras. arqumentou que a ida da Santa Casa para Itl " signil icaria a atraceo do progresso pa ra 0 Bairro." (22) De tate. naquetes anos , as Hmttes da cidade mal toc avam os Largo s d o Arouche e dos Gu aian azes. ou apenas ch eqava m ao ccnvento da Luz. Estacao d o Norte , Larg o da Glcna para estancar na Rua Hiactwe! o. par tras d a Ac adem ia de Dire ito (ver rep rodu c ao d a Ptanta d a Ci da d e de Sao Paulo, Ci a. Cantarei ra e Esg otos, 1881, mapa 1).

a

o ulti mo

ponto de bo nde a trac ao animal era .em tren te

a Rua d a

19) Lwro de cores Particu lat es n,o 1 e 15, Arq uivo Hrstcnco MunICIpal " Washmgton Luiz". 20) Id Ib Y . 2.E 1-16 21) SOUZA. Eyerardo VaHim Pere ira de cp. cu.. P 58 Z2) Inlormal;Oesl omec idas por Larma Me sgra vl s. actoee de A Sanla Casa d e M ,sefl c6r 路 ;Iii de sao Paulo Con s Esladual de Ccltura. 1978


41 Cons otaca o " como S8 as tiers e passageiros temessem enveredar pete cami nho vermeth o e barrancoso qu e levava ao Cerntteno Municipal. (23) Este ftc ava fora da cidade, " no tlrn do munc o. be ira da Estrad a de Soroca ba. tade ada de ca pinzais e vac artas". (24) Pare ce. po rtanto . que a pre senc e do Cemiter!o da consoracao fo ra ale certo po nte rep uls iva para 0 lugar.

a

" - Tao lange" disseram os amigos e parentes d e D. Veridia na Prad o qua ndo esta resclveu mandar con struir seu " petit chat eau" (25) nos altos da Santa Ceci lia, estimulada tafve z par sua ami ga D. Mar ia Anton ia. ou pete qosto das Inovac oes e do s novas habito s europe us que acompanhava 0 progresso da cidade . Nao ha duvida nenhuma de que fai D. Verid iana Quem mats ccn tnbut u para a evidencia do loc al q racas nao s6 ao prestig io social de q ue gozava , mas tarnbern as suas inicj at iva ~ e ao seu mod o de vid a.

Era f ilha de Antonio da Silva Prado, Barao de Iguape, pr6spero come rcrante de acoc ar e de tropas. 0 q ual recebera do Govern o Imperial 0 d ireito da cob ranc a de imposto s sob re as tropas de mutas. (26) D. Veridiana casou-se em 1838 com seu meio-t!o. Martinho da Silva Prado , que se to rnou imp ortante cafe icultor. 0 casal teve sets flt nos. quatro dos q uais terlam grande atividade no mundo econcmtco e politico: Antonio Prado, Mtmst ro da Agricu ltura, Comercio e Obras Pubricas do Imperador, em 1885-88, ap6s ter side sucessiv amente vereado r. dep utado prov inc ial e nacion at; Ca!o da Silva Prado, seria Prestdente das Provln cias de Ala goas e Ceara (de 1887路89); enquanto Martinico Prado foi 0 pr tmetro Deputad o republ ic ano em Sao Paulo (1878-89), importante li der polit ico, urn dos conven cionals de It u e princ ipa is promotores da Ab oli c ao e da Imiq racao subvencionada (27): Eduardo Prado , 0 IiIho cacuta, multo extravagante, era rnonar231 CARVALHO, Alons o Jo se de, Sao Paulo antigo (1882-1886), Revisla do IHGSP, v, XU , 1942. P 47-64. 24) SOUZA. E vamm Pereira de. oc cil. , p. 57. 25) r eoooro Sampaio observo u 0 fato co m 0 significado do " pr imeiro passo dad o na vereda do prog res soe m Que nao tartaram imi tadores" SAMPAIO, 'r eccoro . Sao Paul o no sec ure XIX. Revista do tHGSP. 1900- 190 1, v. VI, p. 199. ' 26) Antonio d a Silva Prado (1790-1875), Banj o de Igu ape, foi em deterrnmad a eco c a uma das fig uras de proa em Sao Paulo, Foi 0 primeiro Presidente do Banco do Bras il. socu rsat de Sao Pauloe seu princ ipa l acio msta . Em 1858, cerca d e metade das acces d o Banco do Brasil estavam em maos de seus parentes. Amig o pa rticular dos Anc reo as e de D Pedro I, oequ em c nec ou a ser confid ente, tor em 18 19 nomeado Capitacda Milic ia de Sao Paulo e depots veread or em 1822. Em 1826tornou-se c ecnac-rcr ca c idade d e Sao Paulo e vlc e-Presid ente d a Prov inc ia de Sao Paulo em 1841. 27) Anton io e MartiniCO oe Silva Prad o to-am anvos cate tcuuores. Abriram mcmeras tazeoc as adculnd as co m 0 pai: a Santa ve ncnane. a Guatap ara e Sao Martmno. etc cons.oerao as estas duas as maicres fazendas de cafe em sua eooca . Com 0 temp o , vemos a lamilia oeorcar-se a co nstruc ao de terrc vtas e a indus tria , Em 1867. Inccr pora-a a Cia pauusta de Vias serreas e Fluviais ester c enoo a rec e d e Jooc -er ale a saaeoo a .s aota Veridian a. onde c hegou em 1880 .


42 q uista e escritor de projecao. Tornou-se con hecido como amigo de Eca d e Ouetroz e personagem do romance de sse escritor A Cidade e

as Serras. D, v ertcn ana vi nha de sua chac ara na RUB da Consolac ao. Morave nurn sob rado de talpa do sec u!o XVIII q ue ucava ao lade da Igreja. A c hac a ra S8 este ndta ate a allura da s atua!s Aven ida 9 de Julho e RUB Auq usta. Nessa casa vlvia desde 1848, e usava -a quando passa va temporad a em Sao Paulo au para dar a luz a seus tit hes. deixando a Fazend a Campo Alto onde resid ia com 0 mar tdo. Em 1877 separou-se do marid o e ticou oc upando a parte inferi or daquela casa cesttnanoo ao mesm a a parte superior. No ano seguinte adqui riu a terren o de Santa Cec il ia onoe con strui ria em 1884, urn palacete. formando a chacara Que de nom inou " Vila Maria ". Trouxe a planta d a Europ a, em estit o Pena scenca france s, a q ual toi co nst rutd a pe lo engenhe iro Lutz Liberal Pinto (28) com material todo importad o. Tro cara a ssi m seu sobrado de talpa pe la nova residencia . Repet ia porem, a sistema de sua chacara da Consolacao. onde mantinha [ardl m. pomar e c nac ao. ao mesmo tempo q ue dave contirwidade ao hab ito observado entre tamttlas abastada s em Sao Paulo , de re stdtrem em chacaras nas proximidades de um nucleo urbane. Esta forma de morar. como se notou ,constitufa meio c ami nho entre a casa-grande de fazend a e a ci d ade.

A casa de D. vertdtana , co mo uco u co nhecio a. ticava em rneto a jarotne espe cia lmenle desenhedos. entre bosques. lago e pomar. Para se cheg ar aos seus tund os . nos Hrnites com a tutura Avenida Ange lica. era pre cise atravessar urn mataqal. Tud e leva a crer q ue se tratou da p rtmetra casa no genera em Sao Paulo, com planta e matertats lrnportados. inaug urando a sene de palacete s trnportantes que existiu na c idad e na vlr ada d o secuto. as q uais eram im pl antad os com ca racteristicas d e cnac aras. A "Vila Maria" pode ser tambem constoeraoa um d osprimeiros exem orares de residenc ia d o Eclettsmo em Sao Paulo, once. mesmo as novas predios publicos de matores proo orcces. como a Teatro Sao Jose e 0 Gt nas to. a Real Gina stico Portuques. 0 Hosp ital da Benefice octa a temple doe Protestantes e 0 Serrunano Episcopal . "nao se haviam afaslado da arq uilelura pesada e monotona. quase tosca, que a mae patrta nos ensinou''. conforme ob servacao de Junius, fAita em

1882. (29) 28) tntormacao d o hisioriador J F. de Alme ida Prado (ou Van de Almeid a Pfado j a

autora. 29) JUNIUS, OU DINIZ. Firmo de Albuquerque Notas de vlagem 2,a eo . Cclecao Paunstic a. v, v. Govamo do Estado de Sao Paulo. 1978 p 56


43

Fete 3 -

0 vendrana Valer ia (cu v ares.aj da SIlva Prado (1826-1910 ).


44 A cidade entao mal conh ecia 0 estito neocl assico vi gnolesco : a " Grande Hote l", pr imeiro ed iticio no estilo. era recente . Proie tado pete arqutteto q erma nico Von Puttkamer por iruciattva de outrcs d ais aternaes : Frederico Glette eVictor Nothmann, fora concluido em 1878. E o ed ific io do Museu do Ip iranga , em neo classlco itallanlzante. projeto de Toma s Gaudenclo Bezzi, de 1881. somente seria construid o em 1885-95. pete arquiteto Luigi Puc ci. Quanta a Ramos de Azevedo, 56 iniciaria seus trabalhos os cid ade de Sao Paulo d epots de , 886. ano as sinalad o co mo 0 de inlcto de carreira d o [ovem arquitetc na capital, trazldc de Cam pi nas pete Dr. Antonio de Queiroz Telles, Presid ente interino de Provinc ia. (30)

as

Qua nta novas resid enci es. pare ci a predo mina r entre as elegante s as de tipo achalesado. gosto lntroduz fdo peres ing leses nos anos 1860, qu ando constru iram a Estrada de Ferro " Sao Paulo Railway" (31l, ou segu ndo mod a saida da Corte no Rio de Janeiro para as provincias (32), e desde entao se pronteraram pete cidade . Jun ius, em 1882 retenu- se aos batrtos da c tdade como "omados de boas casas, algumas de construcao eleqante. imitacao dos chales sulcos". (33)

a

Em pouco tem po nos bairros novos surgi ram pala cete s no ge nero da casa de D. v eridi ana. muitos na mesma moda lidade france sa, como nos Campos Etlseos e no pr6pr io Batrrc de Hig ienopol is, enq uanto se mauqurava um sistema que se tom ou cor rente entre as famil ias mats abastadas. a de tmoortacac de plantas da Europa. al gumas c atc adas em monumentos lamosos. Asstm, D. Maria Ange li ca de Barros. em 1891. ao Iazer constnnr seu novo palacete na Avenida Ange li ca esq uina co m Alameda Barros, procurou reo ucer 0 casteto de Charlotlemburg. medi ante pla nes. matertats e ate oe coracao encomendados pessoalmente na Alemanha. Na decade sequi nte. a casa de D. Veri di ana vir ia a tormar. co m a Chacara do Carva lho, a de D, Ange lica e 0 Palacete de EtlasChaves. 0 co njunto de residencie s mats irnportantes da cidade . A Chacara de D. ve ridiana ocupava uma grande area. delimilada pela anliga Rua de Santa Cecilia ale a allura da atual Avenid a Ange li ca. " vottaoa para Santa Cecilia, detron tava -se com a Chacara do Dr. Domingos Jose Nogueira Jaguaribe, da qua l se seoarava pela Rua Tuyassu entre a atual Rua Mart inico Prado. once navia a Icnte de Santa 30) LOBO. Pelagio A. Franc isco de Paula Ramos de Azeved o in. Velhas f"ifuraSd e Sao f1IL!2.. atouoreca de Ac adem ia Paunsta de t etras. v. 5. Silo Paulo, 1977. p . 255 31) rntoernacao d o h,slor lador Van de Alme ida Prado In : BRUNO, Ernan i da Silva , co Cit, y, III. p . 454 32) Como aind a sog ere 0 pr6p no Van de Atmerda Prado m Arquitetcs de Silo Paulo em 1880 Habit at 3. 1951. p. 50 33) JUNIUS. au DINIZ. Firma de Albuq uerq ue OD Cit D 35


45

F0104 - Casa de D, Verid ianada Silva Prado, na Rua da Consotacao. Sobrad o detetpa do sec ujo XVIII. demo lido na oeceoe d e 1940. Foto de Caio Prado Jr, de 1944,

Cecil ia e a Rua Marq ue s d e ttu. 0 portae de entrad a dava para a Aua Marques de lIu , de forma q ue as t.moos tarn ter no Caminho do Pac aembu .

Extremarnente refmaoa . vcttada para as moldes culturais europe us, e muito ava nca da com retecao mulher de sua epoca. D. Veridiana promoveu em sua casa 0 primei ro satao cultural aberto que a cidade de Sao Paulo teve , once rece beu figuras de proa do mundo intelectual e artlstico nacional e est ranqei ro.

a

D. Veridiana exerceria papel marcante tanto com reracao a ocupacao de Higien6po tis quanta 80 ti po de vida Que se oesenvcrveu nesse Batrro. Assumiu a Hderanca da vida social pau lista continuada per seus descendentes e pa rente la extensive ate oero menos a segunda qeracao. E essa lideranca lo i desenvolvioa em Hi qienopous . como teremos ocastao de narrar. D. vertdtana atnoa tarta construir as duas primeiras casas do lad o oposto da Aua de Santa Cecilia , na esquma com a Aua Marques de Itu. Encarregou 0 arqutteto Pucci do pro jeto e da construcao das mesmas ap roveitando material Que sobrara da construcao do palacete. Na verdade eram quatro casas, pois Que cad a pred!o possufa duas ala s Que alugou e depois vendee a pa rentes .


46

Foto 5 - Perecete d e O. Veridi ana da Silva Prado . oa Rua 0 v eoneoe. esauma com Avenid a Hig ienbpol is. Conslrui doem 1884 med iante pl anta e mater iais importad OS d a Franca FOlo de lim de seco:c. mostrando os jardlns or'9,n a'$ . scor e parte dos qu a's evenc cu 8 RUB General Jardiffi . Arq uivo de Maria Helena Prad o games.


47 D. vertdtana deu nome a dua s rua s: a d e Santa Cecil ia que em bre ve pa ssou a chamar-se Rua D. v endtana. Ne ssa epcce. co inc idind o c om o toteam ento da Chac ara do Dr. Reg o Freitas, a atua l Rua General Jard im tambem se c hamou Rua D. Veridi ana tatve z porque fo sse 0 cami nho ideal para quem sal sse do Largo do s Curr os (hole Praca da Rep ub li c a) e q utse sse aling ir sua ca sa (34). Conq uanto, no f uturo , a Rua Marq ue s de Itu assum iria a funcao de passagem para 0 centro pa ra as morad ores de Higien6po lis. Tud o indica que as tetras Que seg uiam pete tad o par d o Caminho d o Pacaembu tivessem pe rtenc ido a Jose Pedro Galvao d e Moura Lacerda e a D. Maria Angeli ca Aguiar de Barros. As de D. Angelica

vinham da Estrada de Campinas e sub iarn pela atual Rua Martim Franc is co ente stando com as d o Or. Jag uaribe e de O. Ver idiana e seg uiam ac ima d o lad e esq uerd o da atuat Rua Veiga Fttho. onde encontrariam as de Pedro Galvao. e d ai co nttn uava m a subi r ate 0 Cam inho do Pacaembu. A segu ir. de sc iam pe ta hoie Rua Conselheiro

Brotero. Essas terras tiz eram pa rte da ant ig a Cnacara d as Palmeiras. A Chaca re d as Patmeir as tinha 25 atquetre s e ate 1874 pete menos . quando esteve em hasta pub lica , possuia casa grande. senzata. ccchelra. armazens e terra s c uttiv ad as com cba. pomar e mandloca . conforme as notlcias do ed tta t de prac a. Pertenc era ao Brig. Franc isco Jose r.erte Perei ra d a Gam a Lobo e d epo is ao med ico Frederico Borghoff. 0 Or. Franc isco Ag uiar de Barro s. casad o com O. Angelica, arrematou-a em haste p ub lica e proc urou ampuar seus limites para 30 alqueires. O. Ang elica vtnha da Rua Sao Luis ond e restd ia num a c bacara de seu pai, 0 Barao d e Souza Oue trcz . Na sceu em 1842. e caso u-se em 1862. co m 0 Or. Ag uiar d e Ba rro s q ue era fil ho d os Baroe s d e Il u. 0 ca sal ab riu nos prtmetro s tempo s uma taze nd a de c afe. Ao retornarem para Sao Paulo, e ap rec ian d o mu ito a vida de tazenda . D. Angelica quis residir fora da cidao e. Conta- nos seu netc . Paulo de Barros Ul hOa Cintra (3 5) q ue a id a da Rua Sao Luis cha cara de D. Ange lica era urna verd ad el ra viaqem tal 0 mau estado d os caminhos e a tatt a d e rec ursos na eo oc e.

a

A fam il ia Barros co mposta de oez fi lhos, restdt a na casa grand e, de talpa. que ucava na altura da Alameda Barros (pa rte de ssa c asa abriga a atua t sec e ca Casa Pia Sao Vicente d e Paulo). Possuia um

nc t 9 de 18 de dezembrc de 1894 "d enomina Aua General Jardim, n8 Vila aoercoe. a rua carerere a d o MarQues de ltu. antes cenoennaoe Veridi ana par ex istir

34) Ato

outre com igual de ncemnaceo". l'i) Depoimento a autora em 22 de junho de 1979.


48

Fato 6 - Rua 0 , v ertotaoa po r volta de 1894, vendo-se as casas que D, venotana mandou construir. na esq uina com Rua Gene ral Jardim, contorme projelo e constru cao do erqcneto L Pucci. Cclecao Escntc nc G, L. Burchard

renq ue de palme ira s q ue tarn ate a Estrad a d e Ca mp inas as qu ais con tinuavam a lad ear essa est rad a. d e onde 0 nome da Rua da s Patmeira s. Par votta d e 1893, D. Ang elica deixou a casa grande pa ra resid ir no pat ecete d a Avenida Ang elica . do ando-a reterfd a Cas a Pia. (36)

a

a

Fronte tros casa de D. Veridiana I lcavam as terrenos do Ba rao de Ramalho. 0 lug ar denominava-se Campi nho. 0 q ual, fazendo f rente com 0 Caminho do Pacaembu . subta na altu ra da atua l RUB ttambe. Hmitando-s e ao Sui e a Oeste co m as lerras de Fforiano w anoertev. d os quais se separa va por um vale.

Joaq uim Ignacio Ramalho, nascido em Sao Paulo, em 1809, era bachare! em Cienctas Jurid icas e Socials cera Academia de Direito de Sao Paulo, onde le cio nou d urante lon gos anos . Em 1845 lo i Presic ente da Provinc ia d e Gola s. tend o sroo memb ra do Conselho d e S. Malestad e. Fo! casado com D. Paula da Costa Ramalho e de pots de rece ber inumeroa titu lo s to! agraciad o com 0 de Barao de Aqua Branca e. em 1887, co m 0 de Barao de Ramalho. 36) to. in.


49

FOIO 7 - D . Maria Angelica Souza Oueecz Ag uiar de Bar ros ( 164 2-192 2). Arq uivo Paulo

de Barros urroa Cinlr8


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Foto Antiga sede da Chile ara das Palme iras. onde residiu D, Maria Ange li ca de Barros. doada Casa Pia d e S. Vicente de Peuresem 1894. Em parte oe ste pred io de terce do secu jc XVIII, func iOna ainda ho,e a sed e da C asa P,a. na Alameda Barros

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Feto 9 - Petecete de O. Mar ia Angelica Aguiar de Barros (199 1-3). (inspi rad o no Palacio de Chalottenburg . Alema nha) hoje oesecerec o c . snc eve-se n8 Avenida Angelica com Al amed a Barros . Arq u ivo Paulo de Barros urree Cintr a


51

•

Rarllo de Ramalho Fete 10 -

Joaq uim llla c io Ramalho (1809-1902)


52

o Bat ao de

Bamatho resto re na R UB da Consolacao em c asa ter rea. com gr and e patio, Era uma chacara viain ha a de D. Veridi ana e de Martinho Prado . pas suindo pomar e rruntas [abutlcabetras. Usava as terrenos do Peca embu como p asta pa ra seus cav atos . Encravado nas te rras de w ano ertey. no Caminho d o Pacaemb u (no atual Cole qi o N, S. Sian), navta um chate em meio ao arvoredo . alu gada para 0 Hotel da Franca e ad mtntstrado pela Cia. Hig ien6polis.

o

cttma ap raztve! e 0 ar ameno da s encoslas haviam motivado a instatac ao no chafe de um Hotel ou c asa de repouso. den ominada, Sanatoria ou Hol el Hig ienopolis. Par volta d e 1884, Gui lherme Lebe !s. prospe ro cornerctente alemao, adqui rir no centro, nos "O uatro Cantos" (contl uencia d a Rua Dtretta com Rua Sao Bento) 0 Hotel de Franca . atuqou tambem aq uele chale. ono e os seus noeoeoe s g ostavam de passar 0 tnverno em bus ca d o cli ma mais ameno e do ar pure.

80

Conta Armand o Leb eis . neto de Gu ilherme (37), que durante a temporad a Hrtca ap resentada no primeiro Teatro Sao Jose, qu e ticava atras da velha cat edra t da S8, os h6spe des satem de coc he para ass.stu as operas. Ale m d o cochetro. tarn em companhia de um empregado arrnado. preparad o portanto para entrentar a verdaoeira avent ura q ue siqnificava che qar ate 0 centro, noit e. Segund o lemb ra Armando Lebeis. 0 trajeto q ue 0 coc he segu ia era: Ruas Pacaembu e Maria Anto nia, depots Rua da Oonsotac ao ate 0 Piq ues, de onde subiam pete Lad eira de Sao Franci sco ate 0 Largo da Se.

a

Postertorrnente. no lugar d o Sanat6rio instalou-se uma escota - 0 tnstttutc Braz ilia Buarq ue - em predios ba ixos de made ira. Era 0 Instituto prep arator!o Escota Normal. Seu mentor tot 0 Prof. Cyr tdiao Buarq ue, rencmado ped agog o da antiga Esc ola Normal d a Praca. 0 Instituto levou 0 nome de sua mulher, D. Brazuta. tamb ern protessora.

a

Enq uanto se proc urava 0 lugar pe!o c li ma sa uc avel. os nort eamenc ano s subia m as enc ostas para enqtr uma esccta . Iratava-se d os mis sionarie s presbtteria nos. Iiderados pete Beverendo George Chamberl ain, os quais pretend lam construi r uma suc ursal para a Escola Ame rica na, que haviam fundad o em Sao Paulo em 1870. Antes d o clima aqracaver. 0 que esttrnulou a vinda d es " yankees" foi a idoneid ade d os tltulos das propriedades d o lugar. Chambe rlain se havia ante s voltado para os lade s da Liberdade , q uando pel a prtmetra vez nece ssttou d e local para Esco!a e a Igreja. Aq uele bairro, sttuad o em zona anti ga d a cidade, proximo saida d o Ca minho d o Mar e da terrovta. era multo p rocur ad o, estando suas terras por lsso. mats vuln e-

a

37) Depo ime nto

a autora em ma io de

1979,


53

Fat c 11 - Rua nambl! po r voila de 1894 Em pri meiro pla no a linha de bood e a tr~lIo animal q ue servia a Vil a Buarq ue A esq uerea, 0 Pr6d iO Mac kenz ie em const~Ao e os pred ias mars antigos da f sco la Americana. arem de uma sebe de bamb us. rema nes een te de prlm lliva c erc a viv a. A d ire ita a queo ea onde sene conslru ld a a ""Vila Pentead o"

e o cnete do Or. sa , cciecsc ESCfit6riO G L Eklrchard .

sctc 12 - Vista de Sanla Cec il ia e da Vil a BuarQue em 'I"S do secuio. No pr imeiro p lano a Rua D. Verid ia"" e af'tlOl'edo da "vue M8 ri 8 ~. ceiecee Escri16no G. l. Burchard .


54 ravels a gr ilagem. Chamberla in de scob riu que nac erarn de boa proc edencta as tlt ulos reterentes aos terrenos pelos quais se intere ssara. vi nd o a perder aquantiaque ad tantara como entrada d o neg6c io. (38)

Sabedor do insuce sso de Chamberlain, 0 Prete tto Jolla Teodoro aconselbou-o a votter-se para a "ci d ade nova" pois acred itava serem aquetas terra s. ja que e stavam Intacta s. em macs de genIe de grande fortuna, (39) De tate. fora Joao Teodoro 0 incentiv ad or de expansao de cidade para Oeste . Seu plano urbanlsttco de 1874, procurou estrmufar as prop rietanos a lotearem sus s cha caras . Para tanto. autonzara 0 lit6grafo trances Jules Martin a proieta r e a const ruir 0 Viaduto do Cha que un ir ia ao velha centro 0 Morro d o e M ja oc upa do por um nucleo urban e. Este. por em. ccnttnuava separado do centro , pelo Vale do Anhanga bau, lugar tem ido como mal assombrado por abrigar em suas matas q uilomb os de esc ravos fugi dos. A noite. os negros sala m assalland o hortas e quintals . Chamberlain co mprou 0 primeiro terren e para sua Escol a e Igreja no loteamento da Cbaca ra do CM, na esq uina da Rua de Sao Joac com Rua Ipiranga . Em pouco tempo, aq uele espac o tot tnsutict ente para abrigar 0 numerc crescente de cnancas q ue proc uravam estuda r na Escola Americana dada a novidade do seu metod o. inteiramente vettado pratica. aos esportes e eoocacao mis ta. Desta vez necessi tava de espaco para tnsraracao do internato masculi no.

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Chamberlain lembrou-se do consetnc do Preteit c Jcec Feoo oro e d irig iu-se para a Con soracao. Mas the foi dif icit encontrar terrenos avutsos exatamente de vid o existencta de grandes cnacaras. Per infl ulmc ia do gramatico Eduardo Carlos Pereira, q ue ta mbem era pastor pre sbiteriano. O. Maria Antonia acab ou por doar Ig reja Presbtteriana c erca de 27.000 m2 , na esq uina da Rua Mari a Antonia com Rua rtambe . (40)

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Na verdade ocor reu uma venda simb6lic a, rsrc e. O. Maria Antonia recebeu apenas 600 mil rei s. quantia necessaria para abrir um vale d lvisor io. em cui a extensao se ptantartam bamb us. (41 ) Assim nascla 0 embnec do futu ro Mackenzie. Nessa area edi ticaram-se em 1850 0 Predio "Couto de Maqat haes''. internato para meninos e, dez anos depots. 0 Predio Mack enzie, na esq uina da Rua Mari a Anto nia . Como vimos . dur ante os anos 1880,0 local em que nasceu 0 Bairro de Hig ien6polis era ocupado por grand es chacaras pertence ntes elite paulistana: uma dessas chac aras. de Joaquim Ftor tanc Wanderley

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38) GARCEZ. Bened icta Ncvaes. 0 Mackenz ie. 1970. p. 56-57 . 39) oc. CII.. 57. 40 1 op . cn.. p . 78 e s 41) Depoimento de Augusto d e s-eues

saoPaulo. Casa Edllora Presb nena na.


55 repreeentara a evotuca c d e antiga sesmaria do Pacaembu q ue de u

nomeaquetastetras e ao Batrrc do Pacaembu. na Freguesia de Oonso-

racao.

As dema is forme s de oc upacao eram 0 Hotel Higien6poli s e as predios da Escola Ameri ca na. e toram motivada s au pete cli ma ou peta exi stencla de grandes prcprtedades. e peta id oneidade dos titu los de posse des tetras. -



LEGENDA

III ~

AREA INICIAL DO CEMITERIO DA CON SOLA~AO •

MARIA ANTONIA DA SILVA RAMOS

~ CIA HIGIENOPOLIS

(HOTEL OU SANATORI O HIGIENOPOLIS)

~

VIR/DIANA PRADO

DR. DOMINGOS J. N. JAGUARIBE •

FONTE SANTACEciu A R TUYASSU, APOS R VITAlIS,OEF'OIS R MARTIMCO PRADO

!li\'iil CHACARA ~O DR. REGO FREITAS

~ ANTIGA CHACARA MARECHAL AROUCHE RENDON •

SANTA CASA

MARIA ANGELICA QUEIROZ AGUIAR DE BARROS

~ PRESUMIVEL PROPRIEDADE DE ~ JOSE PEDRO GA LVAO DE MOURA LACERDA

III

CONSELHEIRO MARTIM FRANCISCO

_ . _._ ESTI' AO*-()£ C AM PI NA,S

••..... ..• CANI NHOS DO PACAEMBU _____ CAMINHO DE PINHEIROS E SOROCABA

ill IGREJA DE SANTA CECILIA

III IGREJA DA CONSOLA~Ao BASEADO iliA PLAIIITA GERAL DA CAPITAL. DE SAD PAULO (GOMES CARDIN' DO ANO OE 1897

MANCHAS DE OCUPACAO QUE ANTECEDE. RAM 0 BAIRRO DE HIGIENOPOLIS NOS ANOS

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CAPi TULO III

o BAI RRO DE HIGIEND POLIS 1. 0 EMPREENDIMENTO DE MARTINHO BURCHARD E VICTOR NOTHMANN o Ba irro d e Hig ien6pol is somente S8 to-ma rta na d ecade segu inte pa r Imc tanva de dois comercia ntes aremaes. M&.rtinho Burchard e Victor Nothmann que lotearam a area que val do race impa r da Rua do Pacaemb u. para cima. em direcao Avenida Paul ista. Consisliu na co mp ra e no roteamentc das d uas glebas sem b enfe itori a atq uma. localiz adas entre a Rua da Consol acao e 0 Vale do Ribeirao Pacaembu . a saber: as te rrenos d o Barao de Ramalho e uma oorc ao d a anttqa p ropri edad e de Joaq uim Ffortano Wand er ley.

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As lerras do Barac de Ramalho foram adq uirtdas par Burchard , em 1890, em socieda de co m Nothmann . A area med ia 360.611 m2, 45 em. ( 1) Nol hmann adquiriu tambem uma area ao Sui entre a Consoracao e a Estrada do A raca. em forma triangular. Em 1895 Burchard comprou. sob a denlq nacao de Pacae mb u. 0 lerre no do esp61io de Wander ley, que med ia 206,800 m2. (2) 1) sscntora cconceee 17 de setembro de 1890. 1.o Tab. d e SlIo Paulo. Elias Machad o de Oliveira. reg.strada sob n c 4 425. livro d e nol as n,o 2 11s. 20 2) Esc ntera pUblica de 17 de junho d e 1895. lendomelade dolerrenoemcomumcom Ale_ander & Cia


60 Bur c hard ja se navia as soc taco a Nothmann em outro ramo de cornercia. Em 1890 ap are ceu com pa rte d a firma "V . Nolhmann e Cia .... que tot a prime ira firma impo rtad ora de tec id os d e Sao Pa ulo. fund ada pe rc pr 6p rio Nothm ann. em 1870 . Victor Nothmann terla co mecaoo sua vida no Bra sil co mo maseate , protissao bastante utit izad a pelos estrangei ros recem-cneqados. (3) Na decade de 1880. lancou-se no ramo imo billar!o. tornando-se scc !o d e outro co merci ente alemao. Frederico Glette. Quanta abertura do Bairro dos Campos Ensecs. Gtette trvera a intc lativa de adquirir em 1879 . a Cha ca ra d o Ca mpo Redond o (4) q ue foi lotead a em 1886. Era uma g rande area, Que ab rang ia parte da Luz, d o Born Ret iro e d a Barra Funda . Nela. as s6cios ab ri ram as Alame d as Glette. Nothmann , Ribeiro d a Silva , as Aver ud as Duq ue d e Caxtas e General Osorio. e as Ruas dos Gusmoes. d es Andradas, Helvetia, etc .. constttuindo-se dessa for ma , 0 Ba irro dos Campo s Eli seos .

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Glette e Nolhmann naviam qa stadc 100 COfltOS com a abertura dos Campo s Eli seos , e apuraram 800 co ntos ! (5)

o

ramo irn o b i ti ar io to ma ra -s e pots um excete nte ne g 6 c io . Orqa nizara m-se inumeras iniciativas particulares votta das nesse senl id o. Martins (6) o a co mo motive d e interess e sub ito dos paufistas peta es pec uta cao Imobnia na a quebra d o Banco MaUB.. ocomdae m 1875, 0 que ter ia ca usado panico entre o s capita fistas. e 0 co nseq uente receio de g uardar d inhe iro em ca sas bancarias . Raffard. que tambem se admtrou da teb re esoeccteuva que ocoma em Sao Paulo em 1890 (7) , atr tb uiu -a Hberacao d os ca pitals do s taz eno erro s. ante s e mp rega dos na co nstrucao de terrovia s. enq uanto muitas oesta s red uztarn seus dlvidendos. assi m co mo ao te mo r de d e precta cao da s pr opriedades agricolas e d e q uaisquer outros titulos. em consequencia da Ab o lica o da Esc ravatura e da Proclamacao d a Repub lica.

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Sej a como for , a e spe culacao imobiliaria se mo strava agora um

neco-

etc rendoso. pots a creede c resc te a olhos vts tos. Em 1875 a c idade possul a menos d e 3,000 p red ios. On ze anos d ep ots e stava com mai s 3) OEFFONTAINES. Pierre., Mascates au pequencs neg oc ianle s amte taotes do Brasil. Geograll a II. 1936. p . 1. 4) Tam bem d~lnada Ch.iicara Maua e d o Charpe pe eteoc e u ao Brspo 0 , lino oeccerc RodrIQues de Carvalho. onde se msratara 0 corecc Ipi ranga. de Ferd inand acescrenstem e de Oaniel H , Ullma nn 5) MARTIN S. A, Egyd iO. Sao Paulo antigo. 1554-19 10. Sao Paulo. Oiilrio Ol ic ial. 1912. If , 2. p . 14 e 15 6) op , ci t . p. 9 1. 7) RAFFARD. Henr iQue, Alg uns d ,as na ce onc e.e Relflstad o lHGB . R,o d e Jaoeeo . If , tv, 1892. p 159-258.


61 de 7.000 . (8) Naq uete ana. uma casa no centro da cidade ainda nao val ia nada. Basta remora- q ue qua ndo a Barao d e Iguape tale ceu (1875) sua neta Ana Brand ina da Sil va Prado (conhecida co mo Chuchute) . que se c asou com Anton io Pereira Pinto J r., a ccntraqosto d a famil ia, loi dese rdada med iante rececc ao da casa d o avo. q ue ficava nos "Ouatro Cantos". tsto e. na Rua Sao Bento esquina com Rua Dtretta. enquanto sua irma Anesia . neta predileta. to ! contemptada com uma c errcca t Uma c asa em Sao Paulo, portanto. chegou a varer menos do q ue um mover. A pr6pr ia Preteitura estrmutav a as propnetartos a rotearem suas tetras isentando-os de im pastos. 0 Consethetro Antonio Prado quan d o Preteit o de Sao Paulo (1899 -19 10) , isentaria vartos deles de tats obrigaCoos durante os p rimei ros cin c o ou sets anos . "exce to se torern vend idos os terren os ou pa ssarem para rnaos de terceir o s". Vemos assim , a divt sao sucessiva de cnac aras em Sao Paulo. e em especial a Oeste ca c jdaoe. Em 1899, loram isentas d e impostos pete retendo prazo. a Barone sa de Umetra que ao rta ruas em sua Chacara do rua cnuero (no prctonqamento da Rua de Sao Jo aoj e a familia Dulley , no Bom Retiro. Aind a nos anos d e 1880. os beroeiros d o Or. Rego Freitas vende ram a sua Chacara a empresa constitulda pete Senador Rod oll o Nogue ira d a Rocha Miranda e pelo engenheiro Manuel Buarq ue de Mace do . filho do Conselheiro Buarque de Maced o (9) . que prcmoverarn 0 arruamenlo d a Vila Buarque. Em 1890, Joaqu im Eug enio de Lima ir nciou lotea mentc da Cbacara Bell a Ctntra, que deu origem a Avenid a Pautis ta. aberta ao trateqc em 1891. e a s ruas paral elas e perpend ic ulares a mes ma. Em 1901. seriam isentas de Impostos O. Maria Angel ica de Barros e O. Veridiana Prado quanto ao arruamento respe cnvamente. das Cha ceras das Patmeiras e da Con sotacao. Tai s loteamentos e outros mats surg iram prattca mente nos uttt mos anos do sec ulo pa ssado. Ba sta compa rar entre si os map as de Jules Martin, de 1890 e 0 de Gome s Cardi m, de 1897 (mapas 2 e 3 de ste trab alho). Neste ult imo mapa vemos a cl dade expanclr-se em qua se toda s as rnrecoes. A Leste, marg ean do a te rrovta d o Norte, tci acres cida d o lotea mento d o Hip6d romo, da Quarta e Qui nta Parad es (esta ult ima Vila Gomes Cardim) e d a Vil a Bernard ino de Cam pos . Nas proxtmtdade s da terrovia ingl esa estac a Vila Prudente , em p reen dimento dos 8) MARTINS. Anlonio Egyd io, cp . cn.. p. 122. 9) rntoemacces toneceras a 31Jlora cere hislorad or serg io Bcerq ue de Holl anda


62 Irmaos Falchi e 0 loteamento do Bairro do Ip iranga. Mala ao sut. surgi ram as Vila s Mariana e Clementi ne.

o mapa de Gome s Card im jil inclui a Oeste . alem d a Vi la Cerqueira

Cesar, 0 lotea mento de Higien6polis. pe riodo em que Burchard e Nothman n trabathavam em Qui ros em preendimentos. tambern presentes nesse map a: a da ve reee d o Salles. na Barra Funda. 0 da Chacara Cadette. nas Perd lzes. alem do Hip6dromo, acima reteno o. As terrae ono e se desenvotvena a Bairro de Hi gien6p ol is toram descobe rtas ao mesma tempo. FicQU na mem6r ia d es pau li stas a ca rrida que ess es espe cut ad ores travaram pa ra a aq uisicao d os terreno s d o Ba tao de Ramalho, 0 qua l ainda ignorava 0 valdr d os mesmos.

o Barac vi u as dais comp rado res desfilarem em seu esc rttorto. em questao de meta nora. Numa manhe . rec ebeu a visita de Burchard que Ihe olereceu 200 contos , soma ccnslderada tabulosa na epoca. 0 Barao aceitou a ote rta. Iecbando 0 neg6c io na base da p alavra. Pouco depois, para assombro d o Batao chegou Nothmann oterecen do-t be 250 contos. " - Afinal de contas que tustcna e essa. os senhores descob ri ram mina de cu re naqceres past os? E sem espe rar resposta. acresce ntou po sinvo: " Mas nao ace ito a otert e. ja oet minha pa lavra e as terrenos estao vendid os." (10)

o loteamento de

Hig ien6pol is foi consideradc em seu tempo a de maior exteneac territorial e de Impo rtancia econbmica e soc ial.

A area fo i adquir ida e loteada para formacao de um b airro de classe A, exclusivamente reslcencial . Tratava-se da tercena area resld encial urbana de elite na ci dade de Sao Paulo, antecipada , como dlssemos. pela Santa Efiglm ia e Campos Eltseos. P ara tanto, trata ram Burchard e Nothman n d e dota-la de tod a sorte de be ntettortas. d e d ivid i-Ia em grandes lotes e de obter junto CAmara Municipal regul amen to Que asse gu rasse seu uso exc tusiva mente restde nclal, a exemplo do Que fora fei to com retacao Avenida Paul ista . (11)

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Assim , em 3 de junho de 1898, 0 Dr. Pedro A. Gom es Card im, Intendente de Ob ras da Camara Municipal , ass rnou a le i n.c 355, se gundo a 10) Esla hist6f ia e contada ainda hoje po r antig os ceoneree. Pedro Luis Pere ira de Souza em seu livro Casa Barllode I~e , Slio Paulo, 1959. p. 173-4, transcreve a versac do Dr. Antonio C. Vicen te d e Ai o. Este inclui Glette como acompanhan te d e Nothmann. mas acnarros 0 lata impoSsivel vtstc qu e Glette . perc que pudemos apurar, la receu antes de 1890. 11) Ouatro anos antes, Joaqu im Eugenio de Lim a conseguira uma lei para a nova Avenid a Pecusta. obrigand o as luturas consnu cces a respe tterem urn rec uo de 10m. com relaello ao alinhamento das ca lcadas, bern como de zm . lateralmenle,


63 q ual eram ob riga d as " as co nstrucoes d e c asas nas Avenid as Higiencpclis e lIatiaia (atual Avenida Angelica) a resp eit arern 6 metros entre o attnha mentc e a frente da casa , oero menos, para jard irn e arvoreoos.

e bem assim, um espaco nao menor d e 2 metros de cada lado''. Essa lei siqnificava uma alteracao nos nabitos d e viv er em Sao Paulo, Que se tornou multo mats complexo e sofis ticado : a libertac ao da s casas e sobrados conslruidos sab re 0 alinhamenlo da s vias publicas e sabre as Iimile s laterals d os terrenos, con to rme trao tcao colonia l po rtuguesa. Ao mesmo te mpo que , conjugada com grand es 101es, po serbntta r!a a tusao das chaca ras reside nc iais co m as sob rados urba nos . ( 12) Subentendia-se ainda a re-europ eizac ao de nossa c uttu ra, que buscava manter-se a pa r d os mode los europeus d a epoca di tad os pelos palses mais prog ress istas, como a Franca. Ing laterra, A leman ha, Suica . Betqica. etc. Oeo rreria em Sao Paulo a vulqanzacao dos jard in s a ponte de , tuturament e. toda easa que se preza sse ir ia ter seu j ardi m tronteiro. Junius em 1882 , observou a g rande novroa oe . ou seia. 0 gosto q ue se ap oderou dos pauustas, pela " c ult ura de fl are s e plantas exoncas." Continuava 0 autor: " Antigamente co nheeiam-se c ravos . ro ses. saud ades . canes, perpetuas. jasmins e mais uma ou out ra muit o co mum". (13) Nessa mod a ineluia-se 0 c ultivc ta nto d e plantas europeres qu anta exoticas e trcplcats.

o loteamento to! reanzado sob a d esiqnaca c de Boulevard s Burchard , cor respond endo as duas areas que 0 co mp useram: os terreno s que pe rtence ram ao Barao d e Ramalho constit uiam 0 Boule vard Burcha rd n.o I, bern co mo aq ueles co mp rados dos herdeiros d e Jo aqu im Wand er ley, 0 Boulevard Burch ard n.e II. o retathamento ob ed ec eu ao traca d o ueornetrtco d e tabuleiro d e xadrez, conforme tradicao latina proven iente do acampament o romano, que os loteamentos proc uraram segui r, embora acomodandose a suas possi bi lid ades top oqraticas. semp re trreq ulares. Quan to ao tra c ado d e Hig ien6 poli s, adaptou-se para o s lados do Hibeirao Pac aemb u as difi c uldades do terreno que encontra os barran cos do Vale d esse Rio, A c ida d e so conhece ria na d ecada d e 1910 uma outra form a d e traca do urban e, at-aves d o trabalho do urban ista ingles Barry Parker , qu e veto co ntratad o pel a Cia. City para prol etar as loteementos d os Batrros-Jardtn s e d o Pacaembu.

o lote ament o de

Hlqtenc polls ficou il hado co m retac ao as c haca ras q ue 0 clrcund ava m me smo ap6s a abert ura de outros b atrros cujas 12) Vide a resceno : REIS FILHO, Nestor Goulart , Quadro de Arguitetura no Brasil , 4.8 ec.. Sao Paulo, Pereoecuve. 1978. 13} JUNI US, op, ci t., p. 35,


64 ruas toram tracada s sem arti cutacao atqu ma entre cada conjunto, donde a al ual descontinui dad e q ue se obs erve entre as mesma s, sem p re inte rrompid as - tate alias q ue S8 repetiu em lod a ci d ad e q ue S8 dese nvolveu. a part ir de enta o. estr ulurad a em loleamentos de sarl iculados prod uzidos pa r tntclatfv as partlc utare s sucessivas sem obe decer q ualq uer planej amento da Pretettura. Nenhum emp reendi mento de Burch ard e de Nothman n recebe u 0 tratamento q ue dia penderam a este . Dotaram-no de todas as bentettona s urbanas : aq ua, esq oto. Humtnacao (8. gas), arbo rtzacac e linha de bonde. Tais mel horamentos constttu fam uma aq utstca o recente . de ce rtos bairro s privileg iad os, en contrand o-se grande parte d a ci d ad e espera de mater co nforto.

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As novas ruas foram arborizada s com uma variedade de ttp os de arvore s. A Avenida Hlqlenopctts recebeu platanos, especte recem Introd uzlda no Brasil , e Hcustres. A Rua Sahara era toda plantada de mag nolias. Nas dema is ruas. catal pas, carvalhos e licust res. Consegu iram junto anti ga Cia. vracao Pauflst a. uma linha de bondes a tracao anima l que tazta 0 segu inte perc urso: subta peta Rua Maj or Sertc r!c e dai para a Rua ttambe. entrano o pel a Rua Maranhao. e retornava pela Avenida Hiqienop olis em toda sua extensao.

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Alern dreso. beneficiaram- se da existencia de escolas pr6ximas. Atem do Mackenzie, no antig o Sanat6rio Hig ienopolis tuncionava 0 Instituto Brazilia Buarque. Como hospit als co ntariam alem da Santa c ase. co m 0 Hosp ital Samaritano, existente desde 1892, no local onde ainda Avenida hoje se enc ontra. na Rua Conselh ei ro Brotero. proximo Hi gienopolis. 0 Samaritano foi fundado com recursos deixados por Jose Pereira Acha u, de origem chinesa, q ue fale ceu em 1884, delxando seus ben s para ta ts fins; 0 Hosp ital , co nstruldo peta firma " Krug $ Filho''. resultou da tnlclatlva de d iversos homens de neg6cios, naclonais e estranqe tros. entre os q uais figura vam os pr6pr ios Victor Nothmann e Burcha rd. unid os aos presbttertanos do Mackenzie, ao Dr. Horaclc Lane, a Henrique Schaurnann. William Gordon Speers, wuHam A. Lee, Fernand o Lee, etc., sobressaindo alnda nessa inic iativa 0 . nome de D. Maria Paes de Barros. Segund o costumava contar esta senhora, a Ideta de se fundar 0 Hospital Samaritano nasceu do fato de q ue nos hospitai s pauli stas era vedado aos pacientes protestante s exerceram sua retiqla o. (14)

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De tais vantagens se prevaleciam os nego c iante s, aliad os bele za do tuqar e ao c1 ima salubre , como se Ie num disc rete e peq ueno anuncfo de jorn al co nservado ainda hoje no Escr it6rio Germa ine Burchard (15): 14) Depoimento a Jovina Pessca. • 15) Com vasto e precios o material rccocc -eucc reterente a abertura do Bairro.


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Foto 13 -

Marti nho Burchar d (1851-1 903) , contorme 61 eo assinado S, Paupt. 190 1

ccre cac Escntono G: L Burchard.


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Pete 14 - V,tor Nothmann Reproducao de MO URA, Paulo Curs.no de saQ Paulo de Outrora Sao Paulo. Marlins: 1943,


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Foto 15 - Abertura d a Rua Para. em flnais do secuio. cestacanco-se Mannho Burchard montado a ceveio. de chapeu e barbas c -eres ccrecec G. L Burch ard ,Folo 20- Grupo

"Boulevard Burcha rd Sao estes es orencrccs terrenos sit uao os no ponto mats alto e mats saudav e! c esta ctoa ce . com linha de bonde em toda Aven ida Hig ien6po lis, servid o tambem pe los b onde s que per correm a Rua D. Verid iana. bem como j a servio os com agu a, gas e 85g0105. Ccnt em este a prazive l b airro 14 rua s tod as arborizada s. com urn aspecto de lt cio so. Ali se acharn situa oo s as coteqtos - qtn asios intantts. 0 Gmas !o Americ ana (Cole qto Mackenzie) e em construc ao. o Semtnario Sinoba l da Ig rej a Presb iteriana de Sao Paulo, bem co mo em co nstrucao diversos orecnos de muito posto. o q ue tuda va! caoa vez mats aumenta ndo 0 valor ali as reccnhecio o daqueles terre nos. Peta ele vacao desses terrenos em uma boa altu ra ac ima da cid ade, ve-se (sic) de todos as po ntos os mais ris onhas e encantadores panorama s. Ficam a ssim p revemo os as srs. capttaft stas de bom gos to para um bam em p rego de c apit al. Para tntormacoe s. tratar na A. S. Bento, 59,"

o loteamento to ! reauzao o em dua s etapa s. comeca ndo pete Boulevard Burchard n.c l. te ndo sloe este a prtmetra parte ocu pa da . onoe se rc c anaaram as ca sas mais antiga s,

o Bau ro estru turou- se em d uas artenas p nnci pais. Avenida Higien6polis q ue li garia a c coscracao ao Pacae mou e Perdizes. e a Aver nda


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,...,,,- - - ....,;.;..... 1'010 16 - Avenida Hig ien6poli s (Boulevard Burc hard ) recem-aberta e arbonz ece . venc o-se em pnrnetro pla no 0 bc nd e puxado a burro. aquadra onde seria erg uida a "Vila Penteado" e a crec e ind ic ativa do Instituto Brasil ia Buerq ue. na esq uina com Rua D, v enetana Ao l und a ja aparecem as pnmee as ccoswc eee do banro Foto de fins do secuic . Col ec;:ao Escntonc G L. SuChard

Fete 17 - Abefl ura da Aven,da rtatiaia (Avenid a Ang e lica ), em 1898 . Coiec ac Esc nto no

G L Buc haen


69 ltatiata. que S8 trata va de parte da atual Aven ida Ang elica. Aberta a 8 de marco de 1889, a ttatiai a arti cularia a Avenida Hig ien6polis Avenida Munici pal, hoje Aven ida Dr. Arnalda. A Hqaceo da Aveni da Hig ien6polis c om a rua das Palmeiras toi poster ior e recebeu primeiramente, a nome de Avenida Ci rcu lar. Esta mats a ttatiaia. co nstitufram a fut ure Aven ida Ange lica.

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As ruas foram abertas a part ir de 1893, expe nsas dos nec oc tante s. com excecao da Aven ida Ci rc ular, que se realizou com a auxll io da Prefeitura . (16) No loteamento nao constava local especlfico pa ra igreja nem estava prevista a Praca Bueno sA ires. Esta s6 serta realizada muito depois. de 19 13 a 1916, por inici ativa da Prefeit ura Municipa l. Qua nta Ig rej a de Santa Terez tnha d o Menino Je sus, atual pa rcqula do Bairro. serta tevantada apenas em 1926-28. Ate la, Hlq tenop oti s dependeria da Paroquia do tmac ulad o Coracao de Mar ia, ed ificada ern 1887, em tertas que perten c iam ao Or. Jag uarib e, na rua d o mes mo nome, em substituicao Ig reja do Paleo do Coleqio de rnctida em 1896. (17).

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A Avenida Htqtenop otts unauzava com um belvedere que Burchard denom inou Ter race Germa ine, de ono e se avtstavam as Bai rros da s Perd ize s, Fregue sia d o 6 , Santana, e a Serra da Cantaretra. e, muito prcxtmos. uma sene de morro s qu e se re co stavam uns sabre os out ros . Eslava pre vista tarnbem a Prac a de Santa Luc ia, na anliga Encruz iIhad a do Pacaembu . a q ual, no enlanlo, nao foi exe c utada. Ambos os names Germ aine e l uc ia foram insp irad os no de sua filha qu e se c bamava Germa ine Lucie , nasc fda e crt ada na Franca , e de sua sobrinha Lucia , filha de Hermann Burc hard . Nos mfc fos deste seculo. Hiqienopol!s lornara-se um dos lugares mars apraz tveis de Sao Paulo. De ssa forma reteriu -se Moreira Pinto ao Boulevard Burchard : "Esptendido. magnif ico , beHssimo, tars foram as excramacces que irromperam dos meu s Iab fos ao visilar esse boulevard, c reac ao recente do infatiq avet Sr. Martinho B urc hard . um teuto paulista. um empreendedor arrojado, um verdadeiro yankee." (18) Com a morte de Burchard , ocorrida aos 42 anos , em 1903, to! d estetto por sua filha e herdeira a soci ed ad e co m Victor Nolh mann , assim co mo a que manteve com a firma " Alexand er $ Cia. " , no toc anle ao Bou levard Burc hard n.c II. Germai ne Bu rcha rd , sucesstvamente Condessa de Gontanl-Biron e Princ esa Sanguzko , passou a respond er pete ad mi 16) A lei 0,째 343. d e 11 de marco de 1898. autonz eva a Prefeitura a otso enoer 17' 168$900 para "auxifiar Martinho Burc hard a ligar a R nanete a R cas Paimetra s." Do mesmo modo . alguns reparos rtao eececmc ecce to-am renee na Av. Hig ien6polis as expe nsas oa Preteitura 17) ARROYO. Leonardc.to reja s de Sao Paulo. Sao Paulo. Ed. Nac ional. 1966. p. 247-9 18) PINTCt. Alfredo More ira. op crt.. p. 251.


70

Foto 18 Burchard

Abertuta da Aua MaranM o. em l ,na,s do sec ujc cctecec Escrll6r io G L

r ete 19-Corte ca pnmerra q uadre da Aua lta rnbe. em 1898.veeco-se os ueoaman oes Maf1 lnho BurChard aparece montado a cavato Ao tono c 0 cnere d o Or Sa Ccrec ao ESCfl16no G L. Burchard


71 mstrac ao d os imoveis o eixados por seu oa t no esc ntcno da Rua Sao Bento, hoje em mao s de seu viuvo. 0 Princ ipe Roman Sanguzko. O s totes restantes do Baine d e Hig ien6polis continuaram a ser vend idos pete Escr it6rio. Ate por vo lta de 1920. ainda se vendeu a maio ria d os te rrenos das ruas sup eriores.

2. A ATUAC;AO OA PREFEITURA MUNICIPAL EM HIGIENOPOLIS

o nome Bou levard Burchard entretanto. nao vi ng ou para a Batrro. Em 1894. a prop ria Camara Muni cipal ad otava Hig ien6p oli s pa ra e spe clnca r as arrab aldes qu e li cavam junto a sexta secao urbana ( 19), as quai s iruciavam alem d a b if urca ca o com as ruas ttamb e. D. v erid ia na. D. Mar ia Anto nia , Maj or Sert6 rio e Avenida Hi gien 6p otis.

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Quanta ave nfda princ ipa l, aberta com 0 nome pretenc toso d e Boulevard Martinho Burchard . pa ssou . po r mdicacao de Jo se Vic ente d e Azevedo a cnamar-se Aven id a Hig ien6po li s. nome alias. qu e ja vinha senc c unfi zado of ic iaimente pela Pretett ura (confo rme tambem se ve na cu acao su pra). Entret anto. 0 Antigo Cami nho d o Pacae mb u co nheceri a mats uma d estq nacao: Avenida Martinho Prad o Jr.. dado pete Pretett ura em 1906. em hom enagem ao Convenc tonat d e ltu . recem falecid o. (20) Contu do. es sa oenommac ao sena per tempo breve. Em 1913 toi restabelecida a ante rior. segundo lei d o pret eito Raim und o Dup rat (2 1), a qual tamb em oticiaftzav a a Avenida Hig ienopo lis. Nesse mesmo ano. d enominava Rua Dr. Martinico Prad o a Rua Vital is , situ aoa proxima divisa da anti g a cnacara de D. venotaoa com a d o Dr. Jaguaribe . (22)

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No inlcio d o sec u!o 0 lotearnento ja se en con trava merce d a Prele itura. q ue se encarre ga ri a d o alinhamento e d o calcamento da s ruas , 0 qu e so se rta teit c pau latinamenle (com pa ralete plped os . como era 0 ttabfto) . ao lange d e d oze anc s. A p rtmetra rua a ser calcad a tel a Rua Sergipe (1902). seguid a da Rua Plau t, esta em etapas (190 6 e 1912), a Averud a Ange lica , em varfas etapas (1907, tre cho Avenid a Mart inho Prado Jr. - Rua Jag uaribe , e 1908, trec ho Avenid a Mun ic ipal - Rua Ma ce i6 ) e d ar per diante.

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19) Coenpcnbam a 61 secac urbana Lgo. ca ccr ecrecac. R. ca Consctacao. R c eo Pradc ate e Cermtenc. em volta oeste. R. nambe. R Ver id iana . 19o. santa c ecu.a. R da s Palme iras a AI. Glene , 20) lei n,o 906 de 4 de junho de 1906, 21) lei n.o 1.134 de 25 de agoslode 1913. par iniciat,va doveread or Allred o Pentead o 22} A 18 de seiemtso.


72 As ruas do Ba irro 56 senam oticiattzadas a partir de 19 12. A p rtmeira tot ' a R UB Rio de Janeiro (antiga Estrad a da s Boiadas), (23) segu ida da Averuoa Hig ien6polis (19 13). Em 1916 seriam oficiafizadas a ma ioria das ruas d o Bairro d e Higien6po lis juntamente com ruas da V. Buarq ue e Santa Cec il ia. (24) Da mesma fo rma a Prete itu ra se enca rrega ria da de saproprtacac de terrae para benteitonas co mo alargamenlo de certas v ias etc.. alg umas vezes co m vistas articutac ao entre anti gos loteamentos. Assim, em 1912. d esapropnou terrenos na Rua Rio de Ja neir o, nec essa rie s conservacao da vista sab re 0 Vale d o Pacaem b u e adqui riute rrenos d o Dr. Jag uaribe pa ra a lig ac ao d a Aven ida Martinho Prad o Jr . co m a Rua Albuquerq ue Lin s e para 0 prolongam ento da Rua Sabara ate a Rua Aureliano Couttnho.

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Nesse mesmo ano. comprou terrenos da herde ira de Martinho B'urchard, Germa ine Luc ie Burchard, para construir uma area ajaro tnada , entre as Ruas Ptaul. Ataq oas. Bahia e Avenida Angeli ca , com a nome de Praca Hi qtenopotts . Somente a 18 de setembro de 1913 e q ue recebeu a oenomm acac atual de Praca Buenos Aires. Esta prac a loi terra segun do proietc do arquitetc paisagista france s Bouvard . q ue toi convi dado para proietar as jardins do Vale do Anhangabau e do Parque D_Ped ro II, na mesma epoca . A Praca Buenos Aires possui uma erevacao central oooe se construiu um mirante . Na parte inferior junto Avenida Angel ica recebeu um espetho c'aeoa bern como eram distribuida s vanas escutt uras peres jardm s. Em cad a esq uina da Avemda eocontram-se as esc ulturas em bronze "v eadc atacao o'' e "reao ataca do" executadas na Franca oetas ronones d 'Art ou Val D'Cane . Na parte inferior, proxima a Rua Bahia, uma copia de " Herc ules e a Leao" de S, suteocr s. levanoo a d ata de 1682 e no centro do esoetnc d'aqua. a "escuttu ra do laqo". ambas ern conc reto. Em epoca mais recente tot coroca oo a nosic de Firmiano Pinto, ex-pre teito de Sao Paulo. Em 1945, ana do Centenanc d e Rivadavra a colonia brasileira em Buenos Aires inaug urou 0 busto do pensador argen tino, colocado proxim o Rua Piaui. A escuttura " Mae" de Caetano Fraccarof de 1964. venc eoo ra de urn concurso nacional teito sab re esse tema, promovi da peres Dia ries Assoc tao os. Estes pretend iam realizer na Praca Buenos A ires a lesta anual em homenage m as maes. A obra de Fraccarol i tot escolhida entre 150 projetos d o Brasiltoo o. escu lpi da num s6 blocc d e marrncre

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23) Ate n O 449 de 16 de tevererrc de 1912 , 24) Ato n 0972de za ee ec cs cee 19 16. cnctatu ava as Auas Mace ,O. Araca )u. Serg lpe Itaca lom i. Sabara. ttarnbe . P,aui Em Santa as Ruas 0 Ver,d lana. Coo setbeec Brcteeo. Jagu ll robee Fortunato Na vrra Buatc ue . as Ruas Mar,a AntOni a. Major Ser16r 'o e Rego t-eee s

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73

soto 20 - A Pral;a a ceecs A ires por veta de 1918 A capi tal pa ulista comemmorand o 0

ceot ena"o da lndependeflc,a sao Paulo Soc , Ed lndependen c,a. 1922

FOIO 21 - 0 mesmo local rore r otc oa auto-a


74 que pe sava 40 tone tadas. cte recido pelo Governo do Estad o do Parana. A escultura de pots de pronta , teve urn peso reduz ido para 24 tonelada s. Segun do conta 0 artiste. 0 d ifi eil to i sairda id eia crass rca oa " Madana", tendo side idealiza da p ara 0 espelho d'ag u8. (25) A Praca Bueno s A ires era toda cerca da e foi inaugurada em 1916. Centro do mirante to i instalado um telesc6pi o, co nstituin do-se d os prime iros observat6rios da ci da de. Fci uma inic iativa de Lucio Martins Rodrig ue s. professor de Mecani ca Cele ste da Esc ola Potit ecruc a. q ue o utitizava ern suas aulas curric utarea.

A Praca Buenos Aires, a parti r de entac. cons li tuiu 0 lugar pretendc pelas crtancas d o Baine. que la iam br incar como ate hole 0 tazem. aos cutdados das babes ou patens. Cornp artil ha seus espacos des de 1952 c om a escola de 1.0 Grau da Preteltu ra. a Escol a de Educacac Infantil " Monteiro Lobato", montad a junto rua Bahia, com 137 crtancas . Exi ste ainda uma area com br inq uedos lnta nti s. exclusive de seus peq uenos usuaries.

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A Prac a Villa boim toi a oestc nac ao q ue recebeu a conttuencla das ruas Ptaul. Aracaj u e Ao talecer 0 jurista e deputado Manuel Ped ro vutabctm, em 1937, a CAmara Munic ipal conc edeu-Ihe a homenagem (ate 1.298 de 9 de outubro de 193 7).

naocus.

No que d iz respe tto ao t errace Germ aine ou Saint Germa in , con hecido popularmenle e depois de signado Terrac e Higien6po lis. seu ajar d iname nto data de 1940, quando era pretetto Francisco Prestes Maia. Hoje, invadi do pete rnato. encont ra-se reduz ido a verdadei ro merca do de trutas. abrigan do enorme banca que enccbre 0 busto do engenheiro Adolfo Aug usto Pinto, ant igo chefe do esc rit6rio central da Cia. Pautista d e Estradas de Ferro e da Sao Paulo Railw ay, e um d os primei ros moradores da Avenida Hig ien6poli s.

o Bai rro de Htqiencpous. para ete ttos de ad mims tracao. encontra-se

d ividido entre as subd istritos d e Santa Cecilia e conscracac. sendo a li nha demarc at6r ia a Aven ida Hig ien6polis (vide map a 5). Essa d ivisao dat a de 1899 , quando foi crtado 0 subd istrito de Santa Ceci li a.

3. OS PRIMEIROS CO MPRADORES

AS primeiros co mp radores de terrenos do loteam ento d e Burchard e Nothmann foram competnotas sees ou descendentes eslim ulad os p elos pr6prios negoc iantes, ale m c os presbttertanoa da Esc ol a Ame ric ana. 25} Depoimento de Caetano Fracc aroli .ll autora. em maio de 1978.


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Os lotes mats pr6ximo s Avenida Higien6poli s Ioram as primeiros a serem vendfdos bern como a area mais p r6xima a Oonsote ca o. 0 que corresponderi a ao Boulevard Burchard 0,째 I. con forme comp rovadc pete mapa 6 (26), q ue devera acompan har a leltu ra do item 3.

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Iais terrenos, q ue to-am adqu iridos em 1890 it razao de 550 reis 0 m2, estavam no ftm da oecada va tendo po r votta de 900$000 0 m2 nas ruas superiores e 1.150$ 0000 m2, na Ave nida Hig ien6poli s. Os lotes medram em media 35 m de 'rente x 47,50 m de fund ce, e as casas iam sendo implantadas com caracterlstic as de chacaras. em mai o a jar. di ns. pomares, horta s e logar pa ra a criac ao. A RUB Mara nhao loi a rua pr etertda pelo s anq lo-saxoes . as quais tamb em seria m as pri meiros conslrutores e mcrad ores do Bairro. 0 mapa citado forne c e entre os prop netarios de lotes nessa rua nome s como Henry wemetn. Julio B. Nicketsb urq. J. Thorn, A. Wagner, Ernesto Steindel. Franz MOiler, H. Trost , A. Farwig , Cha rles thom kins, alem do prop rio Martinho Burc hard e de uma area desti nada ao SemiSinodal da Igreja Presbiteriana.

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Na Avenida Higi en6poli s, aparece meter numerc de names nacionais. Ao lado de lotes co mpradcs per Max Hehl, J. Maria SChaumann, Dr. SChulmann. Charles Walker, J. Gara Baumgardner, figuram com o co mprador es Antoni o Alvares Penteado. Caio Prado. Paulo Machado. Mello e Sousa, Fernando Chaves, Antonio Pereira de Ouetrc z. Plini o Prado, Joaquim Mendonca Filho, Salvador Toledo Ptza. etc. Com retacao aos presbit er tanos dofuturo Mackenzie. desde rntcros o a decad e de 1890, adqulrtram terrenos de Burchard para amptt ar a area consttt uida nos anos anteno res. Lauton Amnesley, sogro do Rev. Cham berlain , comprou 14.800 m2 na esquina das ruas rtambe e Plaut , dos qu ais 7.300 m2 lora m doad os pelos seus herdeiros Escota American a. tica ndo os restante s par a sua residen cla na consotacao. oeccrs Cbaca ra do med ico Horacio Lane. A area tota l que oc uparam, entre restdencia s partrcutare s e ceoeocencra s escolares to! de 45 .470 m2 (2 7). alem do te rreno da Rua Maranhao, destinado ao Semmano.

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Ja nos pnmeiros tempo s, 0 Bairro era comentaoo tanto por suas quell dades paisa qlstt cas q uanta par ser area pretertda oeros anglo-sax6e s. Em 1893.0 Diario Pop ular oescreveu Hig ienopoli s "com sua atmosfera de "cotaqe squa res" inglesa. urn dos mats bonitos lu gares da cidace e local prediletc dos ingleses e dos amertca ncs yankees". (28) 26) somecioo cere Escntonc " Germaine Luci e Burc hard" . 27) GARCEZ. Benedrct o Novees. c p. c it. 28) 1.0 d e abril de 1893 in: MORSE, Richard, Forma8ao hist6ric a de SlIo Paulo: d e comunidade a melr6pole , sa o Paulo. DIFEL, 1970. p. 57.


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Or. Samuel Ma ll atti Or. Me llo e Souza Max He hl Or, Samue l Mall atti Charle s Wa lke r

Or, Bento Barret o J , Krug

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JoaQuim Eugenio do Amaral Pinto VictO( Nothman

Semin ario Sinodal da Ig reja Presb iter iana Jose Mart ins Fonle s Joaqurm Augusto de Souza Franz MOile r He inri Ch Trost A. Farwig Igna cia MesQuita Mart inho Burchard

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Cha rles C. Thomk ins

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Edilicado Caro lina B urc hard Helena Burc hard Hermann Levy

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Marg uer ita Mag nus Richard Mag nus Rod rig ues dos Santos

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Or, Antonio Pereir a de Quei roz PUnio Prado Or, Joa Quim d e Mend on ca Fil ho Salvador de Toled o Piza e Alme ida Vic to r Nolhmann

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80 • 4. OS ANG LO¡SAXOES E AS PRIMEIRAS RE SIO ~N CIA S A primei ra casa do totea mento d e q ue ttvem os notlcta to! a de Franz Muller, construid a e m 1895, segui da d as de Henriq ue Trost, v iz inha d a pr lmeira. e de Henr iq ue Scha umann, na Aven id a Htqienop olis. (Acompanhe-se a leitura oos itens 4 e 5 com 0 mapa 7.) MUlier e Tro st eram socios. Possuiam urna c asa irnportadora co merciat na Rua d a Quita nda c ha mad a " M ull e r and Trost" q ue vendta d e tuo o. desde li nhas ale ferragens e maq uinar ia. Com praram d ais totes vtzl nhos na Rua Maranhao esq uina c om ltaco lo mi tazendo fundos co m Rua Piaul. Conta Joaqu im Muller Canoba. neto d e Franz Muller, q ue as c ot s as soc ia d o s havi a m acna oc 0 loc al muito b onito e entusia sma ram-se ac abando par co mp rar as totes. "- Naq ue!e te mpo tudo ali era pa sta. d tztam. e q uand o c hovia as ca nocoes atolavarn no barro vermetho". Franz Muller residia ante s. na Rua d os Bamb us. atuat Avenida Rio Branc o e 0 Largo Paissand u. Quand o ta ins pec ionar as o b ras da casa nova avisava : " - Vamo s subir a se rra" Em 1898 Mulle r sa iu do Batrro de Htq fencp ol!s. para resid ir em Americana. onde adq uiftu uma tabn ca d e tectoos (Cario ba). A c asa da Rua Maranhao aln da noi e la se encont ra, tend o sro o resio encia da famil ia N ickelsbu rg d urante mutt c s anc s. Fo i de He nriq ue Scnaumann . co nceituado med ico d e Sao Paulo e tilho d ofundad orda Boli ca Vead o D'O uro. a p rime ira casa do lado lmpar d a Averud a H ig ien6 po li s. Foi co nst rui da pet e ana de 1897. d e tend encia neoct assica. mas nest a nao residiu. pretertnd o aluqa-ta Ape sar d e a s ca sas d e Muller e d e Schaumar mterem stdo d e teno enci a neoclassica. p redo min aram os cnares entre as pnmeiras construcces d o Ba irro de Hig ien6po lis. ten do sid e os arquttetos saxoe s e norte-amertcanos. d e p rete renc !a. os p rimei ros protis sionais a construlrern no Ba irro. Ja em 1893. O scar Kle in sc hmid t. projet ou os pre dios da Fac ulda d e de Eng enhar ia Macke nzie. na esqut na d a Rua ttamb e c om Maria Anton ia.

a ano de 1897 pare ce ter marca o o 0 tntc! o da s editicacoes ststernatica s do Batrro. Nesse ana a Preteit ura rec ebeu pete me nos ci nco pedi dos d e nce nca para ccosnucces. a maiorta d os quais pa ra ch afe s. Entre estes contaram-se tres pedid os para a Aventd a Hrqienopol!s. 0 d a co nstruca o da casa d e Martinho Burch ard , p rojetad a em "estuo campestre" no n.o 20 d a Avenida. cere s arquiteto s norte-amertcan os Gu ilh erme e Jorge Krug , oetentcres da firma Krug & Filho. 0 d o arq uitet o ale mao Maximilian He ht. futu ro autor d o prorero da Catedrat de Sao Paulo. par a a co nstrucac de uma casa co m entre-sol para J . Machad o d e Olive ira. na esq uma co m Av en ida Circ ul ar. enq uanto


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FOIO 22 - Casa de Franz Mij ller. na Aua Maranhao Folo d a autora

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Casa de Hen"Que Scn aumane. co c e y,veu a lamilla Phmo ce Silva Prad o

i I89 7-1922) E ccosee-eoa a pflme,ra casa ca Aven'da Htg'en 6po lis. lado impa r. escu.oa ca Rua Itacolom. FOIO Paulo Pli n,o da Suva seaoo. de 1913 ,


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Fete 24 - cnates de Marnono Burchard . na Avenid a Hiqre nopohs. orojetaoos pelo arq urteto Gui lherm e Krug $ Fithc em 1897 . No ter eaco. entre cot-es. Marti nho Burc hard Fete de nns do sec uio. Cclecao Fsc ntc no G L. Burchard

Foto 25 - A Rua Maranhao. porvolta de 1905. vendo- se c asas Itall ani Fanlulla 1907.

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Pcto 26 - Avenid a Hig ,en6pohs nos comecos do secosc. A d ,fe,la ccc e-se ver os pnmenos rerec etes nos terrenos que pertencra m ill c haC8r8 -vua Mana ". II Bras ilee g li

ilaglianL sao Paulo. Fanlulla. 1907 .

Joao Lourenco Martins assmava como arquiteto soticitendo licence para a con strucao d e urn c hate para 0 Dr. Ad olfo Augusto Pinto, na Aven ida Hig ien6poli s. 0 .0 19. Gu ilherme Krug faria ainda urn chaf e para usa pr6prio e outro em terreno pertencente a Martinho Burchard . na RUB Aracaju co m fundos para 0 COh3g;O Braz tlla Buarq ue (antecessor do Coteqio N. S. Sian) para Antonio Prcost Rod ovatho. Nessa mesma epoc a foi construico outre ch ale para Burchard . na Avenid a Htqie nopctts. ao tado d o primetro .

A constru cao de chafes predominaria ai nda entre as dema is nesse f inal do secure, fettos sobretudo para os morao ores de origem angloqermenica e norte-america na. Em 1898 0 de nttsta norte-amer ica no Dr. T. G. Baumgardn er encomendava a Guuhe rme Krug Filh o a construca o de uma casa em estno cam pestre na Avenida Htqtenopous. n.o2 2. e o Dr. Jose Weissohn, leria seu chale const ruld o na Avenida Higien6polis n.o 15, com cccheira. per um rnestre-oe -obra ttafia no. Calloni Anmo. Ainda em fmats do secure. 0 med ico Dr. Sa (29) co nstrutu um 29} CI. Van de Alme Id a Prad o

a autora em 1974


84

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c nate na RUB Maranhao, esq uina com ltambe e frente quadra d a futura "Vil a Pentead o " enqu anto na RUB D. Veridi ana era montado 0 c hate d o Dr. Jagua ribe, importad o da Suec ia. Em 1901 , veri amos 0 pr6prio Ramos de Az evedo construi r um c hale em Hig ien6poli s para residenc ia d o Dr. Car los Gomes Shatders . entre a RUB ltacoto mi e a ltatiaia. futuramentecom saida para a RUBMaranhao, enquan to Max Heht p rocu rou construir em estilo neoctasstco q uatro casas geminadas, terreas com porao. na RUB Mar an hao 0.째 10 , e outra casa terrea com parae, hib rido, rnistu ra de neoclasstco e ch afe. para o Dr. Hotting er, na RUB Maranhao, 24. (30)

Assim sendo. ate f ins d o secuto 0 Bair ro d e Higien6polis teve co mo marorta de seus moradores as angl o-sax 6es ou de sc end ente s. e p redomina ram os c hafe s ao lad o de algumas poucas resldenclas com e lementos neoc lassicos e de Iinhas severa s, tend o side tam bem d e origem saxonica e norte-americana os primei ros arquitetos. Aq ueles moradores concentraram-se, de p reterencia. na Aua Maran hao, ma s tam bem houve os q ue se instataram na Ave nida Hig ien6p oli s. Nesta, sob ressala isotad a que r pelo estilo quer pete espaco. a casa de D. ve rtd tana, ainda q ue voltada para Santa Cecilia. Quanto as d emats ruas, conservavam-se totatmente vaz las.

5. A GENTE DO CAFE, NOVAS RESIDENCIA S E ARQUITETOS

o Batrro de

Higien6po tis s6 to ! tctatmente oc upad o na pr imeira decada d o sec ure. quando sub iram os tazendetros de cafe e primeiros lndustriais. e quando tam b em se desmemb ravam as cha ca ras do lade par da Aveni da Hig ien6p oli s. Bepetia m-se o s estuos conhecidos da c ldade : cha fes, ca sas neoct e s-

srcas. as te rreas co m po rao e ptatibandas (geralmente casas gem inad as e d e atuguet ), e de Innu encta francesa (com tethados de ard osia. e mansa rd as), ou a mistura destes na mesma ob ra. arem das q ue se poderia dizer an6di nas, lermo qu e expressa multo be m as de estuo indef inido e que Alfredo Mesq uita usou para explicar aqueles sob rado s co m escadtnha de rnarmores e marquise co m colunas d e ferro ptnt ad as. em ge rat. de prateado. Esse tipo de casa prouferou po r Sao Paulo e aind a hoje se enc cn tra facilmente . Mas surgi ria um outro esti!o traz ido pela nov a ce recao. importado d ireta mente de Paris - 0 " art nouveau " - que , d e Hiqienopofi s se estendeu aos bairros viai nhos: 30 ) Livros de Obr as Particutares da Prerettu ra, no Arq uivo Hist6ric o Munic ip al "Washington Luiz".


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Foto 27 -

"Vila Penle ado", 0 gran d e vesuec to. II Brasile e g li itaq tiam. sao Paulo,

Fanlulla. 1907.

Vila Buarque. Santa Cecilia. etc. e oar a toea a cidade, em bcra de forma impura. pais acabana per se mesclar aos anter iores .

Entre as pr tmetrcs moradorea nactonats d o Bairro de Hig ien6poli s, estavam membros da familia de D. Veridi ana q ue co mec aram a c hegar desde fins do sec u!o. as Silvas Prad os e seus parentes se instalar iam de orererencra no Boulevard Burchard n.e I, a ponto de Hig ien6poti s tran stcrm ar-se. pouco depois, num reduto quase que exct usivo dos Prados e de sua imensa parentela . Ap enas 0 ramo do Conselh eiro Antonio Prado menteve- se na Chacera Carvalho. excecac teita a algun s de seus utho s. q ue tarnbem moraram em Higien6polis. (3) 31) 0 ccoeerrenc Anton iO Prado resid iu na c nacere do Carvalho com unce. nora s. genres . atem ca imensa c riad ag em. Chegaram a residi r na cbace ra c e-c a de I SO pe ssoas de uma 56 ve t:


86 Fernando Pacheco e Chaves (32), ao qu e tudo indica, fol um dos prime iro s a sub ir. Em 189 7. adq uir iu a " Vil a Ge rma ine" antigo chale de Martinho Burchard . e er permane ceu ate por volta de 1904 q uand o foi resid ir no Palac io d os Ca mpos Eliseos, recem const rulco por seu pal . No chafe de Hig ien6polis nasceu 0 jomausta e escritor Elias Chaves Neto. Ain da entre as primeiros Prados a resid irem no Baine figurou outro neto de D. Veridiana. Ptlnio da Silva Prado (33), casado com sua pr ima Luctta Chaves. Em 1898 Henriq ue Schaumann eluqou-lhe a casa da Avenid a Hig ien6polis na esqu ina co m Rua ltacolomt, onde 0 casal viv eu ate por volta de 1922. oc asia o em q ue a ca sa to i vendtda.

a

Outra parte da famili a Prado residlu junto Avenida Hi gienopoli s. na Rua D. Veridiana. nas casa s geminadas construidas por essa senhora. na esq uina com Rua Marq ues de ttu. Desde pelo menos 1899 , sua neta Lavin ia. casada com Alberto de Oliveira, morou numa das 4 alas. Outra ala foi habi tada por Em esto Ramos (34) e sua mulhe r Marteta Pacheco e Chaves. Quando 0 verne Elias Chaves vendeu 0 Palac io dos Campos Eli seos para 0 Governo d o Estado, veto residi r na casa da esquma. Na seg unda ala desta casa restd tram pr tmetro Eponina Chaves do Amaral e seu marido Dr. Erasmo do Amara l, e depot s Artur Speng ler, casado com Albertina Prado de Oli veira, filha de Alberto de Ol ive ira. Ainda resid iram numa de ssas casas Corina Prado de Mendonca e Joaquim Mend onc a. antes de construfrem a casa de Hig ien6polis do red o par. (35) Em 1902 , deu-se um aconteciment o que senao e suma impc rtancia para 0 prestig io do Bairro de Burchard. Subi a para Hig ien6poli s provenie nte de Santa lfigenia. Antonio Alvares Leite Penteado. tazende cafe e indus tri al; oeteotor de uma da s maiores to -tunas da epoca . Ad quirtra a pr imeira qua ere do lado impar da Avenida Hig ieneoons onc e fez construir uma rica residencia. a " Vila Pentead o". Esta, par suas proporcoe s. pelo luxe e oer o prestiqic soci al de seus moredcres. co nsnt utu um dos patacete s exce pcionai s da cidade e 0 mal a Impcrtante do loteamento de Burchard .

cerro

Antonio Alvares Leite Penteado era possuidor de uma das maiores fazenda s de cafe, a Fazenda Patmares. que tormara em Santa Cruz da s Palme iras, e que chegou a ter 750.000 pes de cafe. 32) Neto de D. vencreoe. hlho c otezende.rc Elias c r-aves e de Anesia Prado Pacheco e Chaves. ere rnesmo um des sccios oe taeeec a ce ca re-Santa Lid ia", em RibeirAo Prete . co m 235.000 c eteeiros . 33) Filho d e Ma rfln ho da Silya Prado 34) oescereewe de D. Maria AntOnia 35) Os cucc s esue nros a tamiha Q,ue alt residrram te-am 0 Indus trial Kowarick e Fra nc ISCO d a Suva Telle s


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Foto 28 -

"Vila Penteaoc ", sera de janter. II Brasile e g li ,Iagli a ni. 5:10 Paulo, Fantulla .

1907.

Fai plone lro de ind ustri a de aniapens no Brasil, tendo fundado a Fab rtca Penteadc em 1899. (36) Alvares Penteadc casou SUBS I re s ti lhas Ant onieta, Stella e Eglantina com netos de D. v endlana: Cato. Martinho e Antonio Prado Jr. (37) as q uai s acabaram par resid ir no Bairro . nas proxim idade s da "Vila Pentead o''. dand o grande estlmulo soc iedade local. .

a

Em 1901 , incumbiu 0 arqutt eto sueco Carlos Ekman do proleto de cons trucao de um gr ande palacete em Higien6polis, a q ue ch amarta " Vila Pentead o". Este palacete fal 0 lanc ad or d o estilo " art nouveau" em Sao Paulo, enq uanto Victor Dub ugras c onstr uta no estilo. a casa de 36) Dados ecreseoteooe no artig o de nossa aul ona A Vil a Pentead o como res-ceoc ta Calal~ o Vil a Penteado Secret ana da Cullura. Cienc ia e Tecnolog ia do Estad o. Faculda d E" e ArQU,lPtura e ureemsrro da UniverSld ad e de sa o Paulo. 1976. p. 70-76 37) Os 60 ,s pnme trcs eram lilhos d e Martlnico Preoo . e 0 tercenc. do Ccose the.ro AnloniO Prado


BB Hora cia Sabi no na Avenida Paulista. (38) Esl ivera 0 futu ro Conde de Alva res Penleado na Feir a tnte maclona! de Paris, de 1900, oc asrao em qu e entro u em cantata com esse estilo. em grande vog a na Europa. Entusiasmad o, escolhe u-o para a sua resldencia de Hig ien6polis ond e co mp rou atnd a terrene de Burchard , junto ao Pacaemb u. no q ual havia uma nascente q ue gar anl ir ia 0 ab asteci mento de aq ua de sua resid enc ta. Fez calca r a RUB Maria Antonia para tac ttttar 0 ac esso " Vil a Penlead o", pois naq ue!e tempo a Avenid a Hi qtencpol!s ain da estava par cal car, enc ontrand o-se cobe rta de satb ro.

a

a

A " Vila Pentead o" fic ava em terrene ligei ramente sob rancet ro Avenida Htqienopcns. De grandes proporc oe s co m dais and ares e porao pare cla metade palacio . metade chac ara. Situava -se em mete a jardins, horta, cochelras. c omer . taqo artif icial e e stuta com plantas exoti ca s. Junto Aven id a Hiqiencpol! s um renq ue de [abu ttc abeiras levavam ate uma quadra de tenia construfda no Mg ulo forma do com a Rua Sabara . Era tudo multo bem cu idado por cri adagem estrange ira e verdadetro exercito de jardi nei ros (cerca de dez), que moravam numa casa especialmente co nstrui da no terrene d o Pacaernbu.

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o

pata cete possula dua s ala s: na p rimei ra da esqu erda re sid!a 0 indu str ial com sua mulher Ana Lac erda Alvares Pentead o e d ois de seus tith es. Sil vio e Arma nd o Alv ares Pentead o. Na ala d tre tta. Eglanti na e Anton io Prad o Jr.

Em 1903, sua f ilha Ant onieta e Caio Prad o toram reetdtr na "Vila Antoniet a''. no n.c 3 da Aven tda Hig ien6p oli s, esquina com Rua Sabar a. Essa casa, teita tambe m po r Carlos Ekman, possuia forte tenoencta " art nouveau" . Na " Vila Antcr ueta" nascer am 0 esc rito r Caio Prad o Jr. e 0 pintor Carlo s Prad o. Dais anos depois 0 te rreno ao lado da "Vila Ant onieta" seria ocu pado per outra vila feila nos moroes da pr tmeira. pelo cas al Stell a e Mart inho da Silva Prad o. A part ir de cntao. 0 taco impar da Ave nida Hig ien6p olis ticana estruturado da seg uinte forma: entre as cas as d e Stella Penlead o e d e Paulo Ptlnlo. 0 arquiteto Maxim il ian Emiliano Hen! construru sua resid encia . mistura de cas tero med ieval, com ameias. e " art-nouveau". Essa arq uitetura com plicad a motfvou ao palacete a exctamecao "Chateau de Franc e", No q uartetrao seguinle os terrenos subi am c om mate r acnve . Na esqu ina da Rua ttacolcmt. Toled o Malta, comtesar!o de cafe, fez cons trui r 38) BRUAND. Yves, Arc hitecture COnlem poraine au Bresil. Lute. 1973, lese de c outoramentc aoreseoteo a 11 UniverSlda de d e PariS, b , datllogra fad o na Bib liole ca da FAUUSP.


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Pete 29 - "Vila Antometa'', na Avenid a Higie n6po lis. antigo n.03. Projeto e conetrucao de Carlos Ekman. de 1903, para 0 casal Antoniela e c are da Silva Prado. Arquivo c ere Prado Jr.

a

a ectetica e luxuosa "V ila Nina " nome dado em homenagem sua mulher, Nina Cerquinho Toled o Malta . Seguiam-se as casas de 3 engenheiro s, prote ssores da Escota Poutecntca . 0 chale de Gomes Shatders e duas casas geminadas de Ataliba Pereira do Vall e e de Fonseca Rodrigues. ond e hoje fun cionam respectivamente 0 Externato Nuno de Andrad e e a Cullura Ing lese. Na esqutna co m Avenida Anqe lica res id iu em c asa c om tor re, D. An inha Penteado e posterrormente 0 jornalisla Julio Mesqu ita co m a famil ia. Se u 809ro , Cerqu ei ra Ce sa r, ra visita-lo tod as as lardes. Nes sa casa nasceu e passou parte de sua inten cia Alfred o Mesquita , a qua l co nta que a j ornal ista acabou nao c omprando a casa a consetno de Ramos de Azevedo, q ue afirmava nao vet futuro pa ra 0 Ba irr o de Hig ien 6pol is. Depo is da Aven ida Angeli ca , as ca sas eram em geral de co nstrucao rnals modesta. A primeira era a ca sa de um Siq ue lra. irrnao deJoaq uim Miguel Srquetra , Secre tar!o da Aq rtcutt ura d o G ovemo do Estado. Era uma casa simp les co m marq ui se, e co tun as de fer ro e vidro tosc o. Ao . lado residtam os Mattos Barret oe em casa IEHrea co m pora o habttavel. A tercetra c asa er a a de Fernand o Ch aves, habi tad a a part ir de 1921 par Mar ia Helena Prad o Ramo s, casada co m Ed uard o d a Silv a Ramo s. Ao lado, 0 oul ro ch ale de Burc hard , a " Vila Olg a " q ue pa rece ter srdo constru ld o pet e mesmo arq uiteto dada a g rande se metbanc a extst ente entre os d ois c hales. Pertenc ia ag ora ao escntor Pa ulo Prad o, filh o d o


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Fete 30 -

-vna Anlonieta ", salade janl ar. ArquiyoCaio Ptad o Jr.

Cc nselh eiro. Nessa c asa nasceu a ideia da Semana de 1922 e nera hospeo ou-se 0 poeta fran ce s Bla ise Cend rars. Vinha d epo is a casa de Aymo re Pereira Lima que arnda se encontra de oe. em estno senatesaoc. com escada e ter race tronte tros. em rneio a tarta veoetacao. A seg uir, tic ava a primitiva restoen c ta de Jciaq uim Mendonca. casado co m Cornelia Prad o, sua pr ime ira mulher. Era mais uma das an6d ina s. mas multo rica e Iicava em terren e erevaoo . Seu viz inho. Augusto Mendonca ucnoa. irrnao de Flavia Mend onca ucnce . morave num chale. onde post eriormente re sto tna a familia de Stnha ztnha Sall es. Do outro raoo da Rua Aracaju, deools do chafe do dent ista norteamericana Baumga rdner, vl nha 0 Coleqio N. S, do Sfon ergui do nos terrenos do antigo Hotel Hig ien6pol is, vend idos em 1902 pela Cia . Htqtencpotis as relig iosa s de Sion. Per Inicia tlva da Irma Maria Angelina. nesse mesmo ano (39) Ramos de Azeved o adaplou 0 antigo orectc do Sanat6rio para acolher provisoriamente as relig iosas. No 39) Cl. se lie em pec .oo de ncence l ello d o c roc nc punho de Ramos de Azeved o. no livro de O bras Partic uta-es da Pre!ell ura. rete-erne a tetra H oeccere anc , no Arq uiv o Hlsl6rico Munic ipal 路'Washington unz".


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Potc 3 1 -

"Vila Anto nieta". interior, Arquivo

care Prad o Jr.

recmcc e

ano seg uinte, 0 Escritono " Ramos de Aze ved o" co nstruru 0 orenc princi pal com 3 pavime nto s mats sub so!o. que con st itui ocorpo central d o Coleq io. c ujo p rcj eto atri bu ido ao arquiteto italiano Domic iano Rossi, fili ad o ao Escr il6ri o. (40)

as

Quanta oema!s d epend encras d o Coteqt o. d atam d e 1910 e 1926, e a capeta de 1941. As relig iosas trataram de amptiar a area inicial adq uirind o as le rrenos q ue ucava m na esq ulna da Rua Rio de Janeiro e na Rua Maranhao. Eram as terrenos que Martinho Burchard doara a seu s atuha c os Ga stao Noth man n. Luc ia Burch ard d e Revored o e Alice Ferreira Cerqui nho, alern de um terrene de sua ttlha. Germaine Burc hard . Enq uanto as terreno s se etevavam nos d ais utti mos q uarteiroe s. d o lado oposto afundavam em forte de c live, ond e se estendiam cap inzais verd e ang ola, em torno d e c asa s ba txas. Em uma d elas, d urante alg um tempo, uma vet ha nob re belga arruinada , co m 0 nome bem flamen g o de vicq Cump itch , c na va b ich o da sed a, na procura talv ez de me lhorar ÂŤII SALMONI, A, e DEBENEDEITI. E. Arc h,Uetura ,tali ana a $an Paolo, SlIo Paulo, Ins1JlulO Cultu ral narc-eeesneuo , 1955.


92 a sua sorte. Plantara numerosas amoretras. orige m da s q ue S8 estenderam pelo Batrro. d isseminad as pelos [ardtn eiros portugueses que tratevam dos iardins. (41) Em contt nuac ao. elevava-se a cas a des Proc6pios e 0 cnale do engenheiro Ad olfo Aug usto Pinto, irmao do construto r d a casa de O. Verfdiana. que foi diretor d a Cia. Paullsta de Estrada de Ferro. (42) A ultima casa da Aventda Higien6polis esquin a da Rua Conselh eiro Brote ro era de aparencia rusttc a e ficava em mete a vasta chac ara. Pertencia ao Ingl es Dr. G. H. Ford , d iretor do Lond on Bank of South Ameri ca, 0 q ual cc stu mava passear too as as tardes a cavato. co m seus tit hes. pete de serto Pacaembu. Esta casa permaneceu fe chad a per muito tempo. Oizia-se qu e nela tateceu um mortetico. razao pela qual ninquem se interesscu em com pra-l a. ate ser adquirida par Julio Mesq uita, que nao chegou a nela residi r, vende ndo-a a Cassie Muniz. Entretanto. boa parte do lade par da Avenida Hig ien6p otis ai nda serta pautati namente ccup ada. permanecendo os totes vagos ocu p ados c om chac aras de flores ou hortas. Em 1901, ao tarecer 0 esc ritor Eduardo Prad o, sua mae, D. Veridia na assum iu suas d lvidas. cano e tnlclo ao roteamentc de sua prcprtedade . realizado p ela Casa Prad o e Chaves. (43) Muit os totes toram cornp rados por membrc s de sua familia, inclui ndo os da parte de Santa Cecil ia, onde houve 0 prolongamento das Ruas General Jard im e Marqu es de rtu ate a Rua Aurel iano Coutm ho. q ue por sua vez passou a artic ula r-se co m a Aven ida Hig ien6polis, de modo que nessa parte inferior Avenida se co nstit uiu um apendice de Hig ien6polis. A partir de 19120 casal Cortna Prado e Joaqui m Mend onca construiram uma reside ncia na esquina da Higien6p ol is com Rua Sabara. 0 terreno inferior, no angul0 formad o pela s Ruas General Jard im e Marq ues d e It u to! adqu trido per Cato Prad o q ue 0 ul ilizou como pomar e horta par a o abaste ctmentc de sua casa , aos cuida dos de jard ineiros portug ueses. Nete. q uand o cria nca . Caio Prad o Jr., chego u a crlar gati nhas. Posterio rmenle, foi construld a nesse lote uma casa para Yolanda da Silva Prad o que se casou com um prime. Flavio Uchoa Filh o. Ao lad0, na Marq ues de ttu, Cicero Prado resid tu em casa q ue depots vendee a Rob erto Simonsen.

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Ainda na Rua D. Veridiana, D. Vito ria Ctnc lnato Alme ida Lima comp rou tree totes onde consl ruiu resid encta para sr e duas f ilhas. 41) rntormacao d o htstcna c or Van' de Almeida Prado a aurora em 1974, 421 Adolfo Aug usto Pinto escreveu entre outras ob ras: Hist6ria da vrecac ~ubli c a de sao Paulo, em 1903 , e Minha vid a mem6rias de um en enheiro auli sta, tic Paulo, Conselho Estad ual de ultura. rmorensa rcra d o staoo. 1 43) Depoimenro de Maria Helena Prado Ramos a aurora em 1978.


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Fete 32 - aestoencra de Max irn il ia no Heh I. na Ave n id a " 'gien6polis.


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Fote 33 - A Avenida Higi en6poli s nos comecos do eecuto. veooo-se em prime iro plano a res .oencra de Toledo Ma lta e parte da racnaoa do oetacete de Joaq uim Miguel Sique ira Campos. Adrante . as terrenos rernanesc er aes d a Chacara de 0 v encrena Prado ainda ptan tadcs de eucanptcs . Ao fund o. urn bande eletnco. Fete de Paulo PUnio da Silva Prado.

Fotc 34 - Palacete de Ste l la e Martinho da Silva Prad o, na Ave nida Hig ien 6polis . Proj elo do erq uueto frances Jo seph G ire e coostrucao do Escril6r io r ecnrcc Ramos de Azevedo.

Fete de Paulo Plin io da Silva Prado.


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Foto 35 - Paracete de Stella e Mart inho da Suva Prad o: grande eecec e de marmo ra. Arqu ivo Alta da Silva Prado.

Fotc 36 - Petecete de Stella e Martinho ce Sil va Prado : sala roxa . Arq uill QAlta de Sil va

Prado.


96 Na outra e sq uina d a Avenida Hig ien6poli s com Rua Sabara. Antonio Alves de Lima e sua mulhe r Julita da Silva Prado cc nstrulram casa em estno Luis XVI, ccnforme proieto d o arquiteto Dacio d e Morae s. Ao lado destes, Cassia da Silva Prad o, trmao de Caio. fez co nstnn r. ao qu e t ude ind ica, a pr ime ira cas a de concreto da Avenid a Hiqie ncpclis. proietaoa e con struica por victor Dub ugra s. Mudo atterada . noie

abriga as rnsraracce s d a aqenci a do Banco Frances e Italiano. Ja pe los ano s 1920, a fa mil ia de Joao Bapt ista Pereira de Almeida instalou-se em c asa terrea co m porao babitavel. na esqutna co m Rua Martim Francisco. antigo n.c 12 da Avenida Hig ien6po lis. No raoo oposto. alua l n.c 308 . era a casa d o d elegado Rudge Ramos. de estno anoomo. verc. a seguir, 0 patacete de Martinho e Stel la Prado, constde-ada a ca sa mats lux uosa da averuda, estno Lui s XVI mas com te rrace f ronteiro. Plin io Prad o mand ou co nstrui-la la pel os anos 1910, de ac oroc co m a ptanta que trouxe da Franca. de autona d o arqu ilet o franc es Jo seph Gire 0 mesmo q ue projetou 0 Hotel Esptanaoa em Sao Paulo e 0 Copa cabana Palace , d o Rio d e Janei ro. A co ostruc ao esteve a c argo do Escntono Fe cmc o Ramos de Aze ved o. que utttizou boa parte d e materia l import ado , de stacand o-se a esc adaria interna em marmor a de Car rara. .Joaq utm Migue l Siqueira co nstruiu a casa ao taco. atual n.c 370 posteri ormente ocupad a pela lamil ia Barros Loureiro. Nesse local. se enc ontra hoje um orecro "n eoclassico" d e Adol lo Lin den be rg . Os quatro ultirnos terrenos permane ceram 'lagos ate os anos 1920 , plantados co m ali os eu cauotos. rema nescentes da Chaca ra de D. Verid iana, loc al qu e fora ocupad o petas suas cavala ricas. A c asa once esta hoje 0 Consulado da ttaha . tot in sp irad a no " Petit Trianon" e pe rtenceu it fami lia Oscar Rodrigues A ~v~s. filho do Pre side nte. dena. minado 0 Princ ipe Caca oA pen utti ma Cf}{lstruc;:ao. ond e se encontra atualmente 0 Ba nco Itau fo i de Raul Cunh a Bueno. Uma vil a ttorentina da familia de Alc ides Ribeiro de Barro s, ric o tazendeiro d e cafe em Jau . to ! a ulti ma easa d a Aven ida Hig ien6p olis esq uina com a Avenida Angel ica. co nstruld a por Ramo s de Azeved o em 1927, e mobi l iad a com rnoveis teit os no Liceu d e Arte s e Of fcios. A part ir de entao. os pata cetes rarea vam nesse lado . e vi nham entremeados d e casas ge minadas de alug uer. Ainda podem ser vistas algumas d estas c asas , asso brada das ou terreas c om po rao. ia co m tntlu enct a " art nouveau " nas p latiba nda s e qradt s de ferro. de corados c om Iinhas sinuosas. A pnmeira casa . de pret ensoe s neoc olomais. que ainda ali se encontra , loi proietaoa pete engen heiro Alexand re Marcondes Mac had o, conhecido ltterana mente sob 0 ps eud 6n imo d e " Juc Bananere". A segun da casa. propriedad e d o Banco Brao esco parec e estar prestesa ser demolida Betm ha Sodre restdtu na ca sa segui nte. ao lao o d e seu oat. Aug usto RodrigUes. ric o co mercia nte


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Fete 37 - Casa de ,nllu l!nc,a uo rantma na Avenid a AngelICa Foto Gustavo Neves da Rocha Ftl ho. Arquivo FAU -USP.

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t.

Foto 38 - Casa ca AveOid a Ange lica, exemplar q ue reoete p' .uerea da s casas que se rnantem no ahnhamento das ruas ecresctca s de [aro.m resore Gustave Neves da Rocha f l lho , Arq uovo FAU-U$P .


98 port uques. Vinha a segu ir uma serie d e q uatro c asas de aluguel , a primeira das qua is habltada por Joana Salles , cunhada do Presidenle Campos Salles. o rico tazendeiro NhonhO Maqathaea viveu no 0 ,掳 40. em casa simples. ccnstrccac de Ra mos de Azevedo, ale fins d a decade de 1920 . Nessa eooce. adquirtu as totes da esq uina. e encar regou a firma Sicil iano e snvaca construc ac d o patacete de fns pir acao france sa no exte rior e no interior port uguesa , com tetos e paredes de intl uenc ia manue lina. Hoje abriga as instatac oes da Secretana d a Sequranca Publica. Ent retanto. 0 velho fazende iro idealista. que num dta de 1902 ch eqou a proclarnar a restau racac da mona rquta no Brasil, nee veio a resid ir na nova casa. tendo falecid o ern 193 1. (44) A fami lia Pinto Serva restdlu no lado opos to ao de NhonhOMagat haes. num sobrado co m porao habi tavel. 0 terreno do tado permaneceu sempre vaqo ale ser ocu pado recentemente por um arranha-ceu . Da mesma forma . hcana vase 0 terreno onoe esta hcie a residencta de n.e 870. q ue s6 foi const ruida em 1947路52 pete casal Cmtra Gord inho, amda inspi rada no "Pent Trianon". qua l retornaremos no c apitulo correspondente segunda fase do Bairro. asslm como residencia que Alfred o Mesquita construtu ao tac o.

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Ap 6s 0 pata cete de Augusto de Otivetra Camargo (45) que pertence agora Curia Metropolitana. um do s unicos de acentuada tnftue ncia florenl ina da Avenida . vin ham casas geminadas, substituidas hoi e pelo Ediffci o Bretagne, ale chegar a casa meio "art nouvea u" de Maria Junq uelra. bern co mo depots desta ate 0 cnale da famili a Libe ral Pinto e a casa de Mr. Ford.

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Ainda nos tma is da decade de 1920, ante s de termine r 0 per iodo " aureo" d o Bairro. a Avenfda Hiqienopotts serta em Sao Paulo uma das lancaooras do estilo "art deco ". trazido por uma nova geral;aO. 0 casal Ca !o Prad o ma ndou de molir a " Vil a Antonieta" e fez edificar em seu lugar uma residencia ao c oste dos mooermsta s. a c argo da Cia . Comerc tal e Constr utora. e co nto rme orojet o do arq uiteto da firma, Ehsiar to Bahia na. Que foi tarnbem autor dos prcj etos do atua t Viaduto do CM. e da Casa Mappin, e de tanto s outros de impor ta nc ta.

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Com reracao Rua ltatiata. em seu Irecho superi or. somente ccmecou a ser ocupado pete meno s a partir do ano em que toi abert a. Tratava-se 44} Nhonh6 Magalhaes ou Carlo s t.ecoc.c aa onsta de Magalhaes era propfle tano ee Fazencla Cam bol. nos munlcip,os de Matao e Catanduv a. cona c eraoa neste secuic a ma.oelaz enda c e ca te d ::>E stad o vercec-a em 1922 a uma com panrna IrlQlesa e monlou a Usina de A ~ Uca r ttequ e-e . em Nova Euro pa Em 1902. com seu pa l, Carlos Baptista de Magalhaes. lund ad or da Cia. Estrada de Perro Araraq uarense, proc lamou a Mona' Qula no Bras" , a ce amec a "aevctuc ac de R,be lraoz lOho", em Santa Emesnne 45) tntomacac tom ecrda por Silvio Maced o


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Fete 39 - Vil a "art nouveau" com terrace . restcencta de Mario Rod rigues Hoje demolida. Fe i proj elada e con strulca per Victor Dubugras em 1903. e se rocanzava na Rua Maranhao esquina com Rua Sabara. Arq uivo FAU-USP.

Fete 40 - Interior da resiceocta Mario Rodrig ues, com m6veis "art nouveau ". Arq uivo FAU-USP,


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e.

co-ern . das chamadas casas de operarlos. tsto de planta cac-ao com apenas quarto, seta e cozinha. articufadcs por um corredor lateral estreito. Poram em maioria. casas construtdas por itallanos. c omo S8 pade ver nos pedidos de ticenca extstentes na Prefettura (46), que vern

assinados par names como Slntscalco . Amico , Masetti, Monaco, Scardapana. Ottoftno. Mucc illo, etc . Eram terreas . com porao e lardim fronte iro , de mod o que a lei 344 acabou sendc revog ad a (47) com retacao a Avenida ltattaia.

n.v

A primeira casa de matores orooorcces. nesse trecho, data de 1903, de Dom ingos Monica , possu indo cocheira . com salda pela RUB Minas Gerais.

No trecho inferior, attemavam-se casas tEnre8s com ocrao no aftnhamente da rua. com o a ronco grupo de c asas de propriedade de Ferreira d a Rosa, no quartetrao que ia da Avenida Hiqienopolis ale Rua Veig a Filho, com alguns po ucos palacetes como a de D. Angel ica , que posleriarmente teve sua vtsao lo lhida pete "castero storzesco'', que Lupercto Camargo fez conslru ir, encomendado a Domlc lano Rossi ap 6s viagem que empreendeu a Ftorenca . A Aven ida Itatiaia ainda permaneceria estrada de terra verrnetha ate 1906, no trecho Rua Maranhao - Avenida Municipa l, par onde trans itavam as chamados "enterros de ttatianos'', em direcao ao Cemiterio do Areca, precedidos de band as de mus ica e de patr tcios em grupos rumorosos, cujos berros e gargalhadas eram mantidos par copiosas paradas em botecos ao ronco do traieto tntctaoo na Barra Funda. (48) Em 1907, Asdrubal do Nascimento. enteo v tce-Prefeito. oenominou Angelica a que va! da Rua das Palme iras ale a Aven ida Municipal. termtnando em trente ao Hosp ital do Isolamento. A part ir desse ana , cobrtu-se de palacetes "achalesados''. de vilas uorentrnas inspiradas na arqultetura da Aven ida Paufista ou de casas neo-colomais . veltend o. ass im, a vigorar para a Aven ida Ange lica a lei n.c 355 . Com retacao as ruas supenores. foram ocupadas pela alta burguesia ou pela ctasse med ia ate por volta de 1920. as pa laceles mist uraram se as pequenas casas de aluguel , algumas das qua is constitufarn sobrados no al inhamento das ruas . Na s Ruas Ptauf. ttac otom! e Mato Grosso ainda podem ser vistas carretras de so brad os deste ttpo . Na Rua Maranhao esqutna com Rua Sahara. Victor Dub ugras projetou e construiu uma vila " art-nouveau" para Mar io Rodr ig ues , senad or. fazendeiro e Mtnistro da Agricu llura. Na Rua ttambe. Dubugras constnnu um sobrado " art nouveau" para Soares de Barros, uma casa para Did io 46} Livrcs de Obras Partic ulates d o Arquivo Munic ipal "'Washing ton u l'1a. Q lJ l ~ 47) Lei n.v 587 de 6 de j unho de 1902, ) 46} Bemmrscen c tas d o histonad or Van de Alme id a Prado ,


101

Poto 4 1 - Casa de Influ~nci a "art c eco". do casal Antcnieta e cere da Silva Prado na Avenid a Hig ien6po li s esquina da Aua Sabare. Prcjet ac a pe te arquiteto Elisiario Sahiana, nos fins da c ececa de 1920. pa ra a Cia comercta t e Construtora. c crecac Caio

Prado Jr.

Fcto 42 -

A rnesma res.oeoc.e: satao ccrecac Care Pra do Jr .


102

Fete 43 -

A mesma reeroencre: ccmumo das escadas. Colecao Caio Prado Jr.

Valieng o na Rua Pernambuco , e outra para Vic ente Di as na Rua Sabars .

Poucas plantas de restdenc ta permaneceram fie ls as tradicoes iberic as. Ric ard o Severo construiu em 1909 , urna casa p ara a familia d e Crtstovao Buarq ue de Hollanda ju nto ao alin ham ento da rua Piaul, n.e 10 1. Passuia are a interna p ara onde davam salas e Quartos. Nessa casa passou sua ac olescencla 0 tustonador Serqio Bua rque de Hottanc a e seus Irmaos Jaime e Cecil ia Buarque d e Ho ll ands .


103

Fato 44 - Id em: Quarto do cas al. ceiecac Caio Prado Jr.

Fate 45 -

A rnes

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resid enc ia- urn dos ee nneecs Cole~ao

ce:c Prado Jr.


104

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Fete 46 - A cczmna Colel;:ao Caio Prado Jr



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'07 LEGEND" 00 MAPA 7 AVENIDA HIG1EN¢POUS

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LADO PAR

"Vila Mar'a" D. vencta na Valer ia d a Silva Prad o I Herm ifl '8 da Silva Prado e Car los Monteiro de Barros II Familia Pacheco Jordao III Anton io Prado Jr. IV

Jorge ce Silva Prado V crcce sao Paulo VI

2. -

Sobradona Rua D. Veridiana oode re senre m as lamilias Elias ChAves , Alberto de Oliveira. Em esto Ramo s. Corms da Si lv a Prad oe JoaQuim MendOOl;a. Nos lundos da c asa d& esquina . os fi lho s d e E1'8 SChaves. entre os quais 0 aviad or

Edu Chaves. ccostnnram 0 MChale c os Apache s" , ooc e residiram, corn serc a para a Rua Ma rq u~s de uu.

4 -

4. -

4._

Corina da suv a Prado e Joaq uim Mendonca

Yolanda da Sil va Prado e Flavio ucnce

Cic ero Prado I Roberto Simonsen II

6-

Juli ta da Silva Prad o e Antomc Alve s de Lima

8-

Amblia e ceeeic da Silva Prado 1 Fernando Nooee II

10 -

Jolla Bapt ista PereIra de Almeida

12 -

Rudg e Ramos

e Martinho ca

14-

Stella

18 -

Joaq uim M iguel Siqueira Campos I Barros Loure iro II Mancel Barros Loure iro III

18

Oscar Rod rig ues Alves

20 22 -

Virgilio Rodrigues Al ves

24-

Familia Ribe iro de Barros

26 28 -

In ura e Franc isco de Camargo Uma

30 -

eennre e Eurico Sodre

32-

Augusto Rod rigues I (atual n.o 518) Cl emenl e Pinto II

Silva Prado Jr.

Raul Cunha Buen o

Casa de aluguel

34-

Jeane e Alberto Campos saues

38 3844

Vicq Cumpitch I -

4648-

Famil ia BerTini Pacheco e Silva

so -

pnme.ra casa de NhonhO Maga lMes

Colegio Maria Jos e II

Sobtados de aluguel de inf luAncia " en-rccveau" Famil ia Bicudo


108 52-

'ter reoc de Reynaldo Porchal

54 -

Segunda casa (d a fam ilia ) de Nhonh6 MagalM as (arusl fl.o 758)

50 56 60-62

Familia Pinto se rve

64-

Casa terrea I Sobfado Alfred o MeSQUita II (1946 ), atua t fl.O846

66-

CMeafa de noes casas tereas com pottlo

t e rre ne onde sene conslruida a reserencra de Antoniela e AntoniO c -r ura Gordinho (1947-52), atuer

66-

fl . O

870

Aug usto de Oliveira Camargo I

Coleg io Santa Cruz n Curia Metro politana III

70-74

Casas de aluguel cooe hoje se enco ntra 0 Condominia Ed'ific io Brelagne. atual

7. _

n.O938 Maria Ju nque ira

78-80

Casas pequenas (atual Colegio Rio Branco . " .째996) uma cere se e Maria Anlo-

mete Fenez 82-

Familia de Ad ollo Aug usto Pinto

84 -

G H. Ford I Julio MeSQuita II CtIos siO Muniz III

AVENIOA HIG IENO PO lIS

,35-

-vna Pemeeoo" Ana Lacerd a Atvares eeeteec c e Anlon lO Alvares Penlead o Eg lanl 1ll8 Al vares Penlead o e Anlonio Prado Jr., ala d ire,la 'V ila Anlo mela" - A ntore eta Penleado da save Prado e ceo da Silva Prado

srena Penteaoo d a Sllya Prado e Mar1lnho d a Silva Prado JI. Flayio Mendonl;a Uch oa II

7

M a ~ i m i l i an

9

Luc ila Chaves e Plini o da Silva Prado I Familia Viana II Sampaio Viana III

Emthanc Hehl

11

"Vila Nrna" -

13

-vne Jac nata"

Toled o MalIa e Nma Cerquinho Malta

Carlo s Gomes Shalder s I DaYld Ribe iro II

15 17

Eng . Pereira d o Vale

"

Julio Mesquita

2' 23 -

LAOO IMPAR

Eng . Fonseca RocIflg ues Familia s.c oeee Famiha Ma"os Barreto


109 25 -

" Vila Germaine " Fernando Chaves I Maria Helena Prado Ramos e Edua rdo da Silva Ramos II

27

"Vila O,gs " -

29 31 37

e omore Pereira lima

39414345 47

a 53

Marinette e Paulo oe Silva Prado

Casas de enquer Cornelia oa Silv a Prad o e Jo aquim Mendonca Evangelina da Silva Prado e Augusto Uchoa I Stnhazinha senee II

J. G. Baumgar d ner Colegio N. S. Sian Terrenos de crccneoece de Germaine Burchard. e astao Nothmann. Ali ce Ferreira e Lucia Burchard adq uirid os pe!o Colegio N S. Sian RUA MARAN HA O

LADOI MPAR

sa

1

Med ico

3

Franz Mull er (c epois Franz Muller Canoba) Alice Nicke lsburg II

5-

He inri Ch Trost I

Wisardt II Samuel Ribe iro III

7-

Alfried w em stloq I Ab raao Ribeiro II

9 -

Edg ard de Souza I Richter II

11 -

Lourdes e Cicero Prado I Pllmc Loure iro II Jorge c e Silva Prad o III

13 -

19reja de Santa Terezin na do Menino Jesus

15 -

Supermtendenci a da " sa o Paulo Railway" .

,

RUA MA RANHAo 2 -

Vanhord en Shaw

4 _

Yan de Almeida Prado

LADO PAR


110 6. MAIS UMA VEZ A RUA MARANHAO. ONDE SE ERGUEU A IGREJA DE SANTATEREZINHA DO MEN INO J ESUS

Nos ccmecos do secure a Rua Maranhao cont inuaria rec ebenoo algun s names importantes da colcrua anqto-saxomca em Sao Paulo. Subslituiram as morad ores MOil er e Trost as familias Nicketsburq e Wisardt , e Weinsf log rnstarou-se ao tac o. Ao mesmo temp o. Edg ard de Souza, pre sidente da Lig ht, veio res fdir num dos patacetes mars entrees da rua . o nd e ha p oucos enos taleceu o ind ustrial Jorg e Prado. Numa da s casas que 0 engenheiro Max Hehl edificou para renda , passou sua intancta 0 escntor Yan de Alme ida Prado. Mats ad tante , oeoots d a Ave nida Ange l ica . em ep oca bern poste rior,

serta ediftcado

0

Santuano de Santa I erezmhe.

A Igr ej a d e Santa Terezmh a nasceu numa c asa part ic ular , atuat n.c 617 da Rua Maranhao e tol erguida as expense s de donatrvos dos paroqulanos. Em 1924, os padres da Ordem dos Carmeutas Desc elc os l iderad os par Frei Seratim . Vigario Provinc ial, adquinram a casa d e Cornel ia Jaffe Ribe iro, que to i adaptada para restden c ta dos sacerootes . de stmando- se uma sala para capeta. Nesta se cotocou a imagem da Santa. As obras da reforma estiveram a cargo do enqe nttei ro Fiorello Panetti e ccnstd era-se oficia lmente como sua tundacao 0 o ta 13 de oezernbro de 1925 , em qu e esteve presente 0 Bispo D. Duarte Leopotd o e Silva.

e

A construcac do templo se iniciou no ano segui nte. 0 projet o de autona do arqurt eto Antonio Vicente, que toi 0 autor d o projeto do Santuano da Santa no Rio de Jane iro, e as obras de co nstrucao estiveram a c argo do mesmo engenhei ro PanelIi. A ig rej a da Rua Maranhao, pos sui planta rel angular e Ires naves. Pcrem. sua o .soc stcao tntema esta a suger ir a cruz lati na. A imagem de Santa Tereainba loi doada por Sofia Neves Torres que a mandou buscar em Lis ieux . Franca. enqua nto 0 Conde Franc isco Matarazzo farta 0 presente do sino, em 1927. A ig rej a toi inaugurada em 31 d e marc o de 1928, em rneio a fe stivida de s sct enes. mas tol co nct uic a meses oepois . ep oca em que se term fnaram os trabathos de revestimen to Interne (maio) e foram col oc adas as tree imagens de rna-mor e d e tacnada (setem bro). () ac abamenlo praticamente to t todo executado per artesaos rtauancs que tanto atuaram em sao Paulo a part ir de fins do secu lo passado. Ao escut tor Attn!o Clenc ! oe vem-se as retendas esc ulturas q ue representam sao Joac da Cruz, Santa Terezmn a e Santo Elias. A Casa Alliegr o executou os trabalhosde madeira: ooton o. peravent o. ce ntes-


111

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s ere 47 _ Repol'1agem score a maugu' C1cao ce Ig' e,a do Sant uane de Santa Terez ,nha do Memno Jesus ccee.c Paunstaoo de t s ee ab nl de 1929, p. 7.


112

Fete 48 - Aspecto atuat da Igreja de Santa Tereztnha do Menino Jesus. na Rua Maranhao. n.v 617. Foto da aurora.


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~RdQUIA SANTA TEREZINHA uo maronhdo, 617 - higienapolis - tone 51·4641 i

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114 sionanos e porta artlstica . Em fins daquete ano ffcararn prontos as trabalhos de marrnore . tais como as pitastras e colunas . e as molduras das portas . todas de autoria do artifice Angelo Tuntsl. A lq reja to! acresc lda de urn editlcio para convento em 1958, e para 0 Coleqio de Santa Tereztnha que ate entao funcionava na Rua Plaut. (49) 7. CONCLUSAo Vimos , portanto. que a ocupacao do Baine de Htqienopofis. intciada em fins do secu!o passa do. se completou nas pnmetras decadas do atual. quando chegaram as nac ionats detentores de grandes tortuous do cafe, da industria e do comercio . aos quais dev ido em maior parte a prestlqio de que gozou a Batrro . Os elementos da alta burg uesia paulista Instalaram-se em rtcas e p retencfosas res.oeoc.as. em me te a tarta veqetacao. As casas em geral eram implantadas em lotes qrandes . maneira das chacaras. Nao hav!a sistema generalizado de abastectmento de trutas. verdu ras e cernes. de modo que as es pacos eram destin ados nao s6 para os jarcnns como tambem para 0 cutttvo de hortalicas. arvores frutiferas e criacao. Houve muitos casos em que tambem se utilizaram terrenos vazios mais proximos para esse lim tanto ceres particulates quanto pelos chacareiros portugueses que 'aziarn 0 comerc!o desses produtos . o lugar preferido pa ra moradta ocs nacionais fo i a Aven ida Hig ien6p o- us . ficanoo as restd enc tas mars ric as na primeira parte da Averuda . no trecho Que segue ate a contluencta com a Avenida Ange lica. A partir cal . eram mats escassas . e f icavam entremeadas com casas menores de renda. Entre os moraoores da Aven ida predorn tnaram as tamllias Prado e Penteado e sua imensa parentela extenstva Encontramos no Baine uma verdade ira rmsceranea de estilos. expressao do Ecletismo vtqente . real izados peres arquttetos mais Importantes da c ldade . 0 conjunto era , porem. dos mats aqradaveis . tendo side comparad o a sim ilares europeus . Depots da pr imeira decade do secu! o, Higien6pol is rfvauzou com a Aven tca Paulista . Entretanto . em bora esta ainoa nao esttvesse inte iramente ocupada , era multo mais long a e com maior numero de patac etes. portanto rnats requtarrnente constitu fda. Apesar da dtscrepancia tambem extstente entre os estuos da Aven ida Paulista. 0 espi -

e

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49) A Par6quia d e Santa Terez mtta e nore das mais nc aa de Sao Paulo; -eauz a obras de asststencia soc ial na pentena . j il tenoocoosuutoc com ccoenvos oo s seus paroquranos ce rca d e cr- cueota e c ues casas de o peranos em Vil a Brasilan dra


115

rotc 49 - Vista parc ial de Hig ien6po lis tirada da Prao; a Buenos Aires em 1922. A c aprter paulisla ccmerroraoc o 0 ceotenano da lodependencra. Sao Paulo. sccieoece Ed Independenc ia.1 922.

rtto era bern dtterente. A maiona possuta estilos ind ic ativos da origem dos seus mcreocre s. antiq os irmqrantes. Eram vilas pom peta nas. neoctess fcos. uorentina s. bizantinas. etc . que oste ntavam um luxe exces sivo propr io d o comporlamento d os novos rtco s. Enquanto Gattre. em 1912, co mp arava a Avenid a Paul ista a c erta s averucas d e Nova torq ue (SO), Erneslo Bertarell i retenu-se Aven ida Hig ien6polis como pod endo "comp etir co m as mats betas vias pub tic as das ci dad es eurooeras ''. (5 1) Alg uns anos antes, Maria Wright cescre vera Hiqienopoti s c omo loc al de "restd encias patacianas. cujo esp tenoor as gr andes mansoes nao conseg uiam uttrapassar". (52)

a

Partamente service pela rede de bond es eletricos - toi 0 segundo batrro paulislano a contar c om esse uoc de velcutc (53) - Hig ienopoSO) GAFFRE, L A y ,s.onsdu BfeSIL Pans . Ailla ud. 1912 , In : BRUNO, Ema ni da Silva. c it. c . 983, 51) BERTARELLI, Emesto II Braslle Mend ionaie In: BRUNO. Ernani da Silva. op .

co

en.

p, 983 . 52 ) WRIGHT, Marie Robinson, The New Brazil Its resources and atlrac\lOns Hrstoneat de scr iptive and mdustnal. 2.8 eo meo eme. George Baffl e Sons, 190 7, p 2 12 53) Aoos a mauqur acao ce unna oe Barra Fund a. em 1900 , eram msteraoes as li nhas ca Vil a Buarque. Bom genre e Santo Am aro. A linha Vila Buarque foi lnaugur ada a 27 de maio daq uere ano A pr inc ipio ch ega va acen as ate a Rua Marqul1! s de ltu. mas, a 14 d e seternbro comesmc ano. estendeu-se ete a Rua Maranhao, oenon.oerco-se Maranhao, em 1901 . Saia oe Preca Anto nio Prad o e pass ava ceres Ruas Silo aeotc e Duena. vra octc d o Cha, Rua Xavier de Toled o, ccoecrecac. Mana Anton ia, Avenid a MartinhO Prado {Avenid a Hig >en6polls ), Ruas d a Bciada (Rua R,o de Janeiro) e Maranhao sere aoc s ceccrs toram cons tituidos os ceutares n....meres 25 e 27 q ue tanam aq vele earetc em senne o rove-so. mctumdc Santa Cecilia via Ruas Mart,m FranCISCO e cas Patmeua s A Avenlda Ange ilc a 56 con tou com as unnas de ccooee em 1912 . q uando foram inaugu rados os ceccre-es nUmeros 36 e 38. q ue tanem seraec mverso a Rua das Pan r euas. Avenld a Angelica e Cc osoracao . via Rua Mac9 16 In : STiEL Walde mar ccer ea HistOr,a dos l ran ~olet 'vo s em sa o PaulO sao Paulo. Mc Graw-Hill d o Brasil L1da e EOUSP. 1978. p. 208-216


116

li s integ rava 0 mteiro turistico recomendad o peres guias. ao lado da Aveni da Pautist a. Parque Antartica. Cantaret ra, Bosque d a Sauc e. Vila Monumento e Parq ue do Ipiranga , Represa Santo Amaro. Butanta. Hip6d romo, Jar d im Acnmacso. etc .: "Elegante e arlstocratico bairro da c apital" co mo des crevia urn atmanaque da eooce. " proporci ona ao excursfonista a vista das mars rices e p ttorescas viv endas. rodeadas de bel issimo s [ard tns. formando urn conjunto deticioso e ininterrupto. d o rnais variad o e apurado 90sl0 artl sttco l .;" Mais ad iante, d ava indicecao des bonde s que servla m a Bairro: ale m do 25 e do 27 que passavarn pela Avenid a Hig ien6poli s e RUB Maranhao, ern sentido co ntrarto. beneticiava-se dos circul ares 9, 11. 15. 17.36 e 36. (54) " Ponto de reun tao do q ue a ci dac e e 0 Estado pos suiam de mats rico e de mat s d tstinto". diz Paul Walles, " noteb ttiz ava-se por elevadc numere d e casas suntuosas, patacetes tuxuosos e c c ntortaveis. em bcra alg unsdeles fossem d e um gosto duvidoso, pelo menos bizarre". (55) Ao assumir a oo stcao de bairro mais elega nte de Sao Paulo, a vida al . nao tra nscorreu de mod o drterente. como veremcs a seguir.

54) AlmanaQue de 0 Estado de Silo Paulo para 0 ano d e 1916, pag 280 55) WAlLE, Paul Au Bresil - De L'Urug uay au AI() Silo Franc isc o. Paris . Ed E. Guilmolo. 1910 , p. 160


117

CAPiTULO IV

o BAIRRO

DE HIG IENO POLIS E A " BELLE EPOQUE" PAULISTA

o Ba irro d e Hiqiencp olis nasc eu no pe rtodoq ue S8 pad e classifiear da " Bell e epoque" de Sao Paulo, que S8 estendeu a partir dos ultim os anos do sec uto passad o ale a " I Gran de G uer ra" q uand o as pa ullsta s usufrui ram a riq ueza acumulada d o c afe. " Bell e epoq ue" signifiea entre no s 0 ing ressode Sao Paulo na moderna civtltzacao euro peia. d a aevorucao Industrial, a rmoortac ao do prog resso e, co m ele. a im ila9aO do modo de vida europeu . Com ' 0 c afe assistiu-se ao pr imeiro gran de surto do progresso de Sao Paulo, c id ade que nasc era pobre e se ma ntive ra p obre ale me ad os do secu re XIX. Al e a l 0 pa ulista sempre sar ra par a exercer SUBS ativfdad ea economlc as e bel leas. a oc up ar ou a p ovoar outras tetras. em detrimento d e sua pr6pria vtle . ou ci dade. qu e cn eqou . p or vezes. a ucar ao aba nd ono. Pesava-Ihe tambem 0 seu isola mento com rela cao ao litorat, cujo aces so era dif ic ultado pelas esca rpa s abruotas da Serra do Mar.

a c afe, como l icou d ito anterio rmente.ttr oux e nqu ez a e ooootacao a c apital e. com estes, ch eqavam novos equtpamentos e materials . novas forma s de vive r. de morar, ou de ser. Tudo vinh a de lora. Dtaia-se q ue em Sao Paulo imp ortevam -se desde agulha ate locomotiva . De taro, os trens da " Inglesa" oesc tam a Serra d o Mar levance c ete e vottavam trazend o. ale m dos imi grantes europeus , maquinas para as nossas pouca s industna s. materiais de con strucao . livros, arte . moda, decorac ao e glmeros atimen tlcios. os quai s iam desde beb ida s at-


118 co 61icas ate mante iga . ja que quase nada produ ztamos aqui. 0 paulista tomava agua minera l " Vichy", cornia que ijo frances au surco e co zi nhava co m ma ssa de toma te italiana.

Como co nsec uencra. as nabn cs dos paul ista s e sua c ultura S8 atteraram. A vida tom ou-se mai s co mpl exa, perdendo a stmpl icidade e a uster idade que c aracterizararn as familias paul istanas, para gan har em oreocupacao com a qualidade da vi da, a viv er bern, a vestir-se eleqente. 0 ref inamento de mane tras e d o esorrnc. Oonstituiu -se assim . 0 "qra-tir usmo" em Sao Paulo, que teve a Franca como seu prin c ipal modele, per tradicao herdada dos portugue ses , dada a tmp ortan cia potltica e c ultur al de q ue g ozou em toda Europa no secu lo XVII, estendendo-se c ulturalmente p elos sec utos XVIII e XIX.

o progresso c hega ra: alteraram-se as plantas d as cas as que, apesar d e va riad as c ontorme ob servac eo de Kidder na primeira metade d o sec ure pa ssad o. possuiam o u uma area interna para arej ar o s d ormit6nos. ou 0 andar infer ior par a co rnerc io e 0 superior para residencia. est a semp re co m seta d e j anlar e de vis ttas " entre as quai s exis tem. invariave lmente, alc ove s qu e servem d e d ormitc no s." (1) Para as c lasses mais rice s amouou-se 0 numero de cb mo do s e de runcoes: surgiram salas de estar, satoes . satetas. co pas. seta de bilhar, qu artos de vestlr ao lade d os de d ormir, escruorros. etc . Desaparece ram os esc-avos que outrora faz iam os services c orne sucos. 0 negro, co mo o bservou Luc io Costa . faz ia as vezes de to rnelr a, do encanarnento. d o esqoto . etc , Co nslrulram-s e Instala coes hidrauticas. service d e esgoto s. os banhe iro s, Hurnin ac ao a ga s e eletrica . e empreq ou-se c ri adage m estrange ira: g overnant e s arema s e fran ce sas que ed uc aram as c rtanc as. paien s. rnord omo s. c riado s de fibre . jard ineiros portuqueses, alemaes e italiano s. A c id ad e se remod e lara em moldes europeus. Uma populaca o co nstituida na sua maioria de europ eus recem-cheq ados co nstruiu com ttjotos a Metr6p ole d o Cafe. Esquecera-se a talpa. esquecera-se a insp tracac loc al. 0 tr ac ado da s avenidas. d as pra cas e jard in s c ooncos , a arbor tz acao da s rua s e spe cie s im p orta d a s c o mo p o r exemp lo os platano s. as c asas grandes e as cas as de o perance. tud o era eu rop eu .

a

A c id ad e o roc urava a ind a segu ir 0 Vel ho Mundo quanto ao ens ino. sua admtnistracao otictat. medico-hospitala r e ate mutter. Aqu i tambern a Franca cc nttn uava a ser nossa pri nc ipal insp irad ora. George Clem enceau. q ue nos vis itou no c ome co d o seculo. " c heg ou a afi rmar q ue a cidade de Sao Paulo era tao c uriosamente francesa em algun s

1) KIDDER. Daniel P. ReminiscAncias devia ens e ermanencia no Brasil. Btouoteca . v, v, a I .otecaj . p. 1 88~1 89 , Histonca ereeneea. Sao Paulo, arnns. 1


119 d e seus as pectos que, no deco rrer d e tod a uma sema na, esqu eceu -se ele de que S8 ac hava no eslrang eiro." (2)

o c afe c rtou co ndicoes para a form acao de uma elite qu e p roc urou retm ar-se perc estud o e pete cultura, petas mane tras e pela moda conforme as modelos europeus. Importou govemanles d o estra ngeiro para a edu cacao de seus tunes. eslud ou na Europa enos Estad os Umdos. nao 56 0 curse media quanta superior. A Sutce. a Franca. a Alemanha e tnq teterra eram as palses ideals para a ed ucacao d es brasueiros. De forma que essa elite era tri liog ue, fa land ocomo seg und a e tercena ling uas 0 Frances e 0 Aterneo. Eram receb idos Internecionatmente: em lodo s as palses por ond e and avam. a alia sociedad e e a anstoc rac ia ab riam-Ihes as sarces. a exem p lo des grandes indu strials ou c nete e d e grupos econc micos que hoie sao recebid os no mund o tod o. Tanio que as noricias d e jarnal sob re 0 tatec imento de Anton io Alvare s Penteado, acorrid o em Paris em 1912, trazem entre os que com pa rec eram, nomes c a ma ts alta nobrezada Franca. Da mes ma forma , um ramo Prado, da Condessa Pereira Pinto , ac abou por misturar-se nobreza de sse pais.

a

Eram . por sua vez . e sses verda deiros europ eus que recebiam em Sao Paulo os visitantes de maier impo rtancl a. poli ti co s e notxes. 0 Princ ip e Albert o d a Betq tc a ficou nosoec aoo na Chac ara d o Carvalho, a Prince sa Mari a Pia, na " Vila Penteado" , ond e tamb em se hospe d ou 0 Presioe nte Jul io Roc a d a Argent ina, e as sim po r d iante. . 0 qruoo trequentava. em Sao Paulo, 0 Automcvet Ctu be . 0 Ctu be Paufistaro. as estacces d e aqu as. etc . e teve p resti g io suticiente para mtroc uztr novo s bebitos e tanca r moda s na cidade. Higienop oli s, onde se enc ontrava essa el ite. ou a ma ior parte d a mesma. foi 0 palco ma is importante da " Bell e epoque". onoe as pe rsonagen s se mo vim entaram no senti do de introduzir a mod erna vid a europeia e 0 "q ra-tmis mo" em Sao Paulo. D, vendlan a o a Silva Prad o toi talvez q uem mais co ncorreu para renovar os verhos cos tumes paulistas. auxil iand o a c heg ad a d o prog resso de mod o entustasnco e bnthante. de sde Imais d o Imperio, qu and o passou a atua r em Hig ien6poli s. Na "Vi la Maria" resld tu d urante vmte e cinco anos d ed ic ad os nesse sennco. no que foi proced ida d a acmiracao d os paulistas, pa ra as qua is muite coisa atnca era nov rdace. Ebern verdade qu e Sao Paulo ja reun ia condicce s matertats 2) C1. sao Paylo e seus hOmens no CeoteOittrlQ v, 1. p. 67. Slo Paulo. Ind epe nd ~ ia Editora. 1922 cu. ,n PETRONE. Pasquale, Silo Paulo no secutc XX m: AZEVEDO . Aroldo e cctros A eidad e de Sao Paulo- evol Uljaourbana Sao Paulo. Ed Nac ional. v, II. 1958. P 113.


120 e c utturais q ue olaziam apto a renovar-se. Mas o movimento soc ial fora tardio e d ifi cil oevido ao acanhamento d o meio. ao retraimentodc pave e quietude d a cid ad e estirnutada perc fr io e pet a qaroa .

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Ape sar d o prestiq io polit ico d a fam ilia Prado ler decaid o depots d o Imp erio (3), d o ponte de vista socio-cul tural 0 periodo mai s interessante toi. a no sso vet , 0 d es uttimos anos do Imp erio ava ncando petos p rtmei ros tempos d a Rep ub lic a. quando D. Verid iana e d epois seus de scendentes ate pela menos sua seg unda qeracao. as sumiram a tic eranca da vid a elegante d e Sao Paulo. ob servand o-se forte dose de rebeic ta em alguns casoe. Como 'li mos no c apitulo II. era f ilha d o Batao de IQuape que tel uma d as pr inc ipa is l iguras de proa de Sao Paulo d e meado s d o sec uto p assad o. tant o d o ponto de vista ec onormc o quanto politico. D. veridiana era dotada de forte personatidad e, esplrttc lnd epend ente e d e imc tattva. Tod as as suas acoes foram voltadas no sent ido de traeer prog resso para Sao Paulo, em franco de sco mpa sso com reraceo no mundo moderno europeu , preocupando-se co m a s mats variad cs as路 pectos . desde art e e tec nica ate aq ncuttura e pa isagismo . Nasc eu em 1825, e segun do un s. no sobraoo da Praca Patriarca. Em menma nao estud ara multo. tatvez par nao ser este 0 habito co m rerecac muther. Frequentcu a Corte tevad a por seu pat. onde, cump rln oc as boas manetras exig idas por su a edu cacao.'era notada pe la Marquesa de Santos que a ela a ssim se retena: " - Gosto de ver esla men ina rnesureir a." (4)

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Em breve pc rem . demonstrou vertotana avidez em ap rende r. Com vmte e se ts ano s e mae de c inco f ilhos, assts tta as aulas dos mesmos, pretexland o acompan ha-ios. Nesse part ic ular , eram ebastecid os co m mestres estranqe tros. Possuiam tambem qovemantes e professores d e musica e de danca. Foi em sa o Paulo a prime ira a contratar q ovem ente estrange ira, " Mad emoiselle Eli z abeth" , que veto da Franca em 1854. (5)

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Para se ter uma ld ela d e seu estorco e d e sua origi nalid ad e prec iso nolar a ambi enle em que viveu . p abr e e aca nhado, com o qu at co ntrastana e que foi de scrito por seu neto Luis Prad o: " A eequena c id ad e provmc iana de 1850, com pouco ma is de 30 mil almas e de aspe cto colonial, era c ertamente tnste. lncontortavel e te ia. As suas rua s mal c arcac as. sem escoamento de aguas. com pobre 3) LEVI. Darrell , A temtua Prado Sao Paulo. Culture 70. 1971. 4) PINHO. Wano erley. Saloes e uames oo sec onoc aem ec o. SlIo Paulo, Marl ins. 1942. 5) Depormento de AnlOnleta Anno s nos aponlamen los de Cerqueira Mend es score D, veno.aoe. msututc de s srccos Bra sile iros da Univers id ad e de SAo Paulo.


121 iluminecao a azette. serpenteavam entre casas baixas de largos belrats e janelas d e rotut as. Atem da s iqreias. d os co nventos, d e urn au outre edific io publ ic o, grandes c asartos assobradad os abrigaram a q ente abas tada da lerra . Ao c ai r da noite tudo mergulhava na g aroa p aulista e 0 suencro era some nte perturbado par serenatas de ca p ao octos au de algum estudante roma ntic o. No entanto, pa r detras deste aspecto seve ro e tr tste js ex lsna uma inc ipi ente vid a soc ial e mtelec tuat bern ap reciave! para lao pequ ena ci da de ..." (6) Lui s Prado lemb ra que a existencia da Academia de Diretto foi a resp onsave! nee 56 peta for mac ao d e grande s vultos d o Imperio , mas pel a vid a intelectual a qu e se reter e. mars terti! e di spo sta a ec lodi r quando se viu em condicce s tavorave!s. isto quando as at ividades career -as propi c iaram grandes to rtunas e 0 co ntato direto dessa genie com o s grandes cen tro s europeus. Por outro taco, d esd e mead os d o secure Sao Paulo atraia pc putacao de fora. notando-se a presence de estrangeiros, protis stona!s Hberais . arte sac s. co merc iantes, livretro s. j a nos acenand o co m 0 progresso que ia la fora .

e.

A el ite d o c afe pa ssou a ler um p rofundo envolvimento c om a c ultura eurcpeia mooema. Comecaram as long as viag ens pa ra passelo ou estud os. e sempre para "toma r seu banho d e c lvtttz acao'', c omo dlziam , ou " para de sp ir 0 [equismo ." Em b reve os Prad os adolaram es se r rebrto. que foi d os ma is c o nsta nte s. Emendava-se uma esteca o a outra. Pari s era a meta ou a Meca: " Paris! 0 resto paisaqem !" Dtz !a 0 Conselhe iro Antonio Prad o. (7) E taxavam de "caipiras" aqueles q ueassim oao proced iam . tormand o-se nftida distincao na soc fed ad e enlre estes e o s europeizados que nao se treq uentavam embora se conhec ess em. Nos ccmeco s do secuto essa sep aracao tot bem assina lada pete exlstenc ia de dois crubes d e

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6) PRADO. Luis . Ensaio sobre D. Veridia na Valer ia da Silva Prado, C6pi a d o manusc ntc no arquwo d e Ana Candida Sampalo Ferraz. 7) Hevia 0 cos tume d e se levar para a Europa toe a a famili a. cnada qem e ale animais o consernetrc par exemplo, tevava tambem uma vaca leiteira. cc ntorme cc nte sua nete. Alice Pac heco Silva. seu med ico part icular a mars d ois amigos, Val de Oliv eira e Bento Canab arro, este muito aleg re e dfverndc . que terra 0 pap el de "fou d u ror'. A bagage m era ÂŤrenee. levava-se as vezes uma c amis a em c aoa mala, cheia d e pape is de seda para nao amassar. Em Paris, 0 Consalh eiro alugava um " hOtel pa rncuteier'' nos Champs Elyses. o vetro Elias Chaves tambem teveva tooa a fami lia entre fil hos, genres, noras e netos, arem de cria dos. Uma vez alugou um andar inleiro do Hole l Majestic para ecc mooe r a

todos .

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A presence de brasnetros na Europa era tao constants. onc e. d iziam, a vida era mais beret a do qu e no Brasil. Um pec uenc ecrsccrc uusteaa lac itidad e com que se eocontrevam bresiteiro s. Anton io Prado estanec nas corne as de Derby em companhia de uma amigo . este desca rrou-se do Consel heiro em mete a multid ao. MuilOaflit o d irig iu-se a onmetra pessoa q ue enconlrou : "- Onde esta 0 Ccnsetheiro?" "- Ac aba de ccerar aquete esquina", respc nderarn-lhe prontame nte am portug u~s ,


122 el ite em Sao Paulo, 0 Automovel Ctube. d os refinados Clube Oomerct at. dos chamados " c aip iras".

a europeia. e 0

Em 1862 0 jovem Antonio Prado loi estudar Ec onom ia na Europa . De la escrevta para seus pa is cartas terteis em cbservacees. ora sabre a g rande Exposic ao de Loncres. que vtsitou vanes vezes. peta qual nao e scondeu seu entus iasmo (8), ora sobre a s banes da Corte de Napoteao Ill , no Pal ac io das Iutlteries. ou sabre as patmacce s no Lago do " Bois de Boutoq ne" (9) , etc .

Essa correspondencia teria concorrido para motivar sua mae que p assou a vi sitar co m assid uida de 0 Velho Mundo, hebito a que deu Infclo ap6s separar-se do martdo. co m quem casa ra aos treze anos de idade. Mcuos d ao como sua pr imeira via gem 0 ano de 1884 , mas ludo indica que tiv esse oco rrido antes , pais em 1882 ao regr essar a pinto r Alm eid a Junior de sua viagem a ltalla e a Franca ja vctteva com enco menda que D. Veridiana Ihe Iizera para que pi ntasse a " piafond " circular do sateo de sua futura restdenc !a. ( 10) obra esta executada no ana segu inte. Em Paris. a pretexto de co ntrolar ce peno as extravaq anc ias ce seu tnrccaccte Eduardo Prad o. D, ve nd iana manteve urn satao trterano na Rue de Rivc li, frequentad o per mterectoar s bra sueuos e portug ueses como Ec a de Oueiroz . Ramalho Ortigao. 0 Barao do Rio Branco, Dom ietc da Gama . Joaqu im Nabuc o. etc. Que pese br ilha ssem os tatentos de seu filho Eduardo e do seu neto Paulo Prad o, D. Veridiana de ixou forte impressac em Ec a de Oue troz. ceusando- rre aqrad avet surprese: " A D. Verid iana qu ts que eu [antasse co m eta tod os os d ias e muito c arinhosamente me tern nutr ido. Talvez mesmo too rich ly. porque ha sempre scbremesas de magnifica s truta s. escolhidas par era (que gu losa) e eu nao reststc a entrar protusamente nesse verda de iro pomar!" au: " A D. venotane ainca mai s esperta , e aqradavet . e pitoresc a. e fina do q ue nbs tmaqmavamos e to ! pena nao a cu ltivar com intimidade''. (11)

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e

E ainda atraves de Eca que fic amos saben do de mats algun s cos tumes seus na segunda cidade des Prad os: " A D. Verid iana p artiu ontem. Fui acompanha-la a Gare d'Orteans -c-o que me obrigo u a levantar as 7 da manha. la um imen so comboio ch eio de Prad os. A D. Veridiana ate levava caes de f ila em jau las. Cotta da . fo! lav aca em lil gr imas" . (12) B) LEVI, Darrell , op . cit. 9) PRADO, Luis . oo. ci t. 10) SOLANOWSKY. Marly . Almeida Juniot :um eeeccc bi ograflco-iConogrill lCO RiO de Jaeeirc, MEe-INAP-FUNARTE. 1977 (,nectIIO). ~r 11) E a de QuelrOl entre os seus. a resentado sua filha Cartas inhmas Porto e Lisboa. e 0 e rmeo. , p. 12) ClP路 ci t. p . 356 ,


123 Nao eo de admirer po rtanto. qu e tivesse Querid a a brtr uma p ar assim dizer. sucu rsal p aulista da matnz pa naie nse. Sua nova residenc ia ern Sao Paul o erg uia- se nos moldes de urn peq ue no casterc fra nces do Henasc im ento. Co m Ires and ares ale m d o subsolo. possuia um a sene de c eoeoc eocre s. No andar terreo. " hall ", bibliotec a. sel a de ...isitas . sara de [enter. " logg ia" , co pa. e w.e. No p nmeiro anda r, q uatro d ormit6rios m ats vestiarfo. ro uparia. benheiro. bi btioteca . tanq ues e tenac o. No ulti mo and ar ma is q ualro qu arto s. du as rou per la s. banho, malelro e cozinha. No sub solo Iicava a area d e service, outra co mm a. dt spensa. ade g a, sara de armoco e sani taria. (13) Na eooca em q ue ne la viveu Anton io Prad o J r. havia elevado r. No terre d o teto d e seu sal ao . um a aleg ori a leil a por Almeida J un ior representa 0 Sonho pa ra a lguns, 0 Sono p ara o utros. e a inda a Atvorada . A l igu rafe fTI inina teria sid e in sp irada em Sinha Munhoz. amig a de lamil ia que to! d e rara be leza. Para o utros 0 mode lo tot mesmo Mar ia Laura, o g rand e amo r do artista. dad a as sem elh anc as que se ob serv ou ex isti r entre esta e a aren ccte. med iante compe rac ao c om uma foto d e Maria La ura. (14)

o interior d a resroencta. ao ccntrarfo d o q ue se tem esc nto. p arec e ter side d os mats simples e ate me smo austere. Con tam de scend ente s seus q ue a q ue havia d e mais precioso e ram as loecas da Companhia cas Iocnas. heranca de familia. Prata nac as havta pais aq ueta s q ue estiveram na familia vieram postenormente. traz ida s por Mar ia Catarina d a Costa Pinto, mulher do Co nsetheiro. Segu ndo c bs ervou Luis Prad o, " 0 interior da ca sa tmp ressionava a tod os n6s, seus netos , pelo seu aspec to g rave e silenc ioso. Nao navia c stentac ao de riqueza s. M6vei s simples. contortaveia e uma metrcutosrdec e ext rema quanto ord em e l impeza ..." ( 15)

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Externamente os jard ins eram d os ma is belos e aq rad aveis. dese nhad os pelo pa is ag ista franc es Gtaz jou. q ue ve to ao Rio de Ja neiro par a remod etar 0 Passeio Public o. Eduard o Prad o 0 co nhecera no navio e 0 ind ic ou sua mae. A c hac ara estava ce rc ad a p or euca uptos . arvore q ue , co nforme se ccnta, fo i introdu z ida p or Inlciattva de D. Verid iana . (16 ).

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Havia um poma r em q ue eram fe itas excenencre s co m esoec .es novas. um bosque de quapmvu . um espelh o de agua ond e bu coficame nte nad avam c tsnes e algun s d iaposltfvc s q ue enc erravam surpre13) As depeedencias c itad as nos l oram torecc ee em planta da casa q uando propnedade de AntoniO Prad o Jr. tafvez com alg umas ene-ecees Quanta as fl.m(;6es or ig ina is. peste Que este a mand ou retcemar em 1924 14) SOLA NOWSK I, Marly. op . ci t , p . 40. 15) PRADO. l ui s. c p. CII., p. 11. 16) PRADO. luis. op . c it P 11.


124 sas para a s vi sitantes. sabretude a cr rencaoa da famil ia e do bairro que vinha ai br inear. Luis Prado nos fornece tambem a descrtcao dos ja rd tns: "0 seu nobre portae de entrada achava-se exatame nte em trente a atuat Rua Marqu es d e ttu , que al terrmnava . Do portae at ing iaS8 a c asa por urns alamed a arbo rizada que margeava um p eque no lago artificial onoe cis nes e marrecos dlstralam e aleg ravam a rneninada que ai vfnha obr igatoriamente ao beijar..mao da Av6." (17)

Eduardo Prado trouxe de uma de suss viagens um rel6g io solar q ue toi instaladc oa Chacara. 0 q ual anunclava 0 meio d ia ao Ba irro tode com uma salve de tires de canhao. (18) A Chac ara c hamou-se " Vi la Mar ia" , nome dado em homenagem a Maria das Dares uma atithada prediteta sua que sempre lhe tez ta companhia. ( 19) Entretanto. a Chacara tic ou conhec id a simplesmente como casa de D. v eridlana.

D. vend tana que jtt reatlzava saraus na ca sa da ccnsotacac. manteve em Hig ien6p oli s 0 primeiro satao intelec tua! de Sao Paulo. abrindo-o gente Hustr ad a da epoca sem distincao de credo politico, de nacional id ade ou de raca. Vinham monarq ulstas. republicanos e positivistas. estranqet ros e negros nustres ebolfclontetas.

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Antes pc rem. rece bera 0 Impe rad or em sua ultima vis ita a Sao Paulo, em 1887. oterecendo-l be recepcao esplend ida . Conta-se q ue nessa oc asiao. alinhou seus netos na alameda pri nc ipal da casa para sauda rem 0 itu stre visltante com petalas de rosas. No momento que sua maj estade pa ssou por Martinho. recebeu em pleno rosto um mace de petetes. talvez de mod o proposital. Iatoque ter ia provocado a seg uinte ouservacao do Imperador: "- Tao pequeno e j s com Instmtos revolucionarios como 0 pa l." Essa versao porem . era negada por Caio. irmac de Martinho que co stumava attrmar que lal tncidente oco rteu durante a visita que 0 Impe rador fez ao "Seminario". coteqio onde estudavam os tilh os de Martimc o. Sua Majestade vinha assessorada pe lo ConseIhei ro Antoni o Prad o que. ao ver seus scbr tnnc s. parou p ar a apresenta-los ao lmperador. Este pe rquntou-the: " - Filh os de que m?" "- De Martinlco". resoonceu 0 Consel heiro. D. Pedro fez entac uma careta e atastou-se visivelmenle co ntrarlado. (20) Em breve a Chacara de D. Veridiana tomou-se 0 ponte de reunfao da vida social e tntelec tuat d e Sao Paulo. Conversava -se scbre counce. Hteratura e ciencla e abnam-se suas portas para amigos ou estrann os desde q ue fossem de valor. Recebia regu larmente Teodoro Sampaio. 17} op . cit. 18} Paolo Plimo da SlIva Prado II autora em junho de 1979 19} LEVI, Darrell . ep. cit. p . 98-99 20) Dectaracee s do I'IISlo riad or Caio Prad o Jr. II aul ora.


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a s med ic os pos ttivis tas Luis Pereira Barretto e Dom ingos Nogueira Jag uaribe, 0 ge61090 norte-ame ricana Orville Der by, 0 arquiteto itauano Luigi Puc ci . 0 botantco Loefg reen, etc . alem dos abol icionistas negros Jose do Patrocl nfo e Luis Gama, enq uantc as f ilhos de D. Veridiana co nstitutam uma qe racao d as mais ativ as pounc e e intetec tuatmente: Antonio Prado como Min lstro do Governo Imperial e Oa!o co mo Preside nte da Prov incia do Ceara , enqu anto Martinico e Eduard o se rebelavam. cada um a seu mod o. 0 prtmelro. trtbuno . incansavel e propagan d ista da Republ ica e da lmiqr acao. corersmaya as hab itante s do Novo Mund o. "u nicos povo s livres" da terra, a ouebrar as taco s que as uruam ao Velho Mund o, ucarcc sa o Paulo como Hder desse movime nto no Brasil." (21) Eduard o Prado era admi nistrador para a Europa, do Jornal do Comercio. Partic ipou de uma ccte tanea teita na Franca sobre a suuecao do Brasil na tran sica o do Imperio para a Republ ica , para a qual preparou estudo sobre a Imig racac (22)

Em 1890 publ icou " Fastos da d itadu ra m il itar no Brasil" , coletanea de artigos ja publicad os. once tazta severas entrees aos republ ica nos e aos militares. Ires enos depots tancou a -nosac Americana" , onde questionava os cresce ntes tacos da Republica do Brasi l co m os Estados Unid os. A obra causou 0 rec ruoesclmento da oer sec urcao polltica de que 0 eseritor vinha sendo arvo devido a seus escritos panttetanos. A ocncra censurou este ultimo livro e expe diu mandado de pnsao co ntra Eduardo Prado q ue se vtu rcrcac o a fugir de Sao Paulo para a Bahia e de la, para 0 exter ior. no que tot ac ompanhado de Bento Canabarrc . Em mete it onda de .m ttacao ce outros parses. questt onavem as Irmaos ate que pont o se de vta acettar a transtormaca o da s idetas e dos cos tumes no pais sem prejui zo de nossa orrgina lidade, e dos costumes evoenqos. (23) Freq uentavam tamb em 0 setae de D. Veridi ana [oven s da qe racac segu inte, como Diogo de Faria, Baptista Pereira, Navarro de Andrade, etc. A todos estava D. Verid iana semp re atenta. procura ndo inteirar-se dos assuntos tratados sobre os q uais sabia emittr opi ni6es. t bern conhec ida a rmoressao que Hamalno Ortigao teve sobre D. Verid iana, expressa em carta que escreveu a Eduardo Prado ap6s uma vis ita feita a Chacara. em 1887: " A casa d e sua mae e urnaioia e sem ir mais longe al tern voce um bern singular tip o de mulher esperta . Que fina babili-

,

2 1) LEVI. Darrell . c p. crt.. p. 151. 22) Le Bres,l en 1889 Synchc at d u COimle Franc:o-&esihen pour l"EJo:pos'l!on Un iversell a de Pans Pans, Lrbrame Charles Oelagrave, 1889 . cnapu re XVI, p. 473-509 23) AntonIOPrado js em 1862 levantou essa Questao em sua eonespondlfficia in: LEVI, Da rrell , op ctt. p. 141.


126 dade na arte de ser amav eu Que natura l per spic ec ta na o bservacao d os hcm en s e da s cousas : q ue quanl id ade de id eta s pr ec tsas e justa s de ixadas 80 aeaso na convers acao mars sim pl es, mas sem c ertmc nta! que suti l d iscern imento de certas nuance s e enfim, que perteito born 90510 na escol ha dos movers e na escolha das pala vras..." Os resultados d o satao d e D. Veridi ana toram d os mars truttte rcs . 0 Dr. Jaguaribe ali introduz tu Capis trano de Abreu , seu particu lar am igo , 0 qual costumava hospedar-se na Chacara Jaguarib e anual mente trazenda ind ios co nsigo. Desses con tatos surgiu a grande amizade q ue li gou Capis trano de Abre u a Eduardo e a Paulo Prado, reg islrada em terti! correspcndenc! a trocad a entre as amigos.

Luis Pereira Barreto, estuc noso dos problemas ag ricol as entre nos. foi quem const atou as proprtedades que as terras da zona de Rib eirao Prete possuiam para a cafei tultura, e passou a ser 0 propag and ista entus iastico da reqi ao. Esse fato levou entre outros, Mart inic o Prado para aq ueta zona, onde abrtu a Fazend a Guatapara que c heqo u a ser das mars prcsperas. Pereira Barreto trouxe trambem dos Estados Uni dos as pr imeiras muda s de uva Niagara, que foram introdu zidas em Sao Paulo, por iniciativa de D. v ertdtana e de seu jard ine iro italiano, Franc isco Mareng o. Este fez as pr imeiras experienc las co m a espec ie na Ohacara " Vila Maria" . Bem sucedido D. Veridi ana passou a prod uzl-ta em larg a escata numa chacara que possula em Santa Efigenia, enq uanto Marengo levaria mudas para a sua chacara do Tatuape que f icou famosa pela producao desse t ipo de uva. Assim, essa especie de uva acab ou ucando ccnhec tda entre n6s com 0 nome de Marengo. D. ve rto tana tarnbem real izou exoertenc tas com outras frutas estrangeiras como 0 caqui. manqu stao. lit-ich i (uma fruta chinesa que nasce dentro de uma capsula e qu e era muit o do agrado da Imp eratri z) e outras que se divulgaram posteriormente adqu irindo Importancl a naclonal. (24) Trabatn aram com eta lardtn ei ros que se tornaram famos os em Sao Paul o. Atem de Mareng o, estiveram a servtco de D. Verid iana, Die berge r (toi 0 seu segundo emprego em Sao Paulo, recem chegado da Alemanna) e 0 austriaco Etzel. Avida de novid ades D. Verid iana fez importar uma serte de apare lhos ain da de sconhecid os entre n6s. Dizem que mandou buscar a primeira maquina de sorvete e que constitut a grande acontecimento ir toma r sorvete em suacasa. Teve 0 pr ime iro carro a rooa s de borracha em Sao Paulo co m 0 qua l passeava pere s arredores. com um coc nerro scree. (25) tmitava a Rainha Vit6ria, sua cc ntemooranee. Cc stumava saircom 24) PRADO. Luis . op. ci t. 25} Anotacoes de Cerqueira Mende s sobre D. Veridiana Valeri a da Silva Prad o. Arqu ivo do tnsntoto de Estudos Brasue .rc s da Universidade de sao Paulo.


127 uma som bnnna d e rend a pr eta . num la nd au c om d ais cccneiro s arras e outro na frente . (26)

A negrinha Rita acom pa nhava D. Veridiana em seus longo s pesset c s q ue Inctul arn a Chacara d o Carval ho. Rita tambem c ostumava c a ntar pa ra as con vida d os de D. Verid iana . 0 que tazia acompanhada d e mus fca d urante as rete tcoes. Entre as seus proteg id os co ntava um indio botoc udo que exerc ta as tuncoes de qa rco n. D. Veridi ana rodeava- se de mumeras atnhad as ou pr otegidas, entre as qu ais, Sinha Pereira Mun hoz, anteriormente reteno a. e a s f il ha s d e Rubin o de Olive ira. As ativ idades d e D. Veridi ana ainda toram variad as. Orq antzava expostcoes. testae benetic ente s, vende ndo trutas em lail ao , pat roctnava co mp anhias teatrais . proteg ia artistes. Mante ve grande interesse pelo s esportes q ue apenas comecavam entr e n6s. lnc entivou as co rrid as de brct cretas e 0 " foot ball " , es portes d a al ta burg ues ia e d os estra ngei ros. Nesse sentido. mand ou co nstnnr 0 Vel 6dromo em p arte d e sua Chacara d a c cn sorecao. a prime ira praca de esportes ao ar livre d o pa is. c om p ista para cictistas nos motd es europeus. co nstrui d a p nmelrc em terra e depoi s em conc reto armado. Inaug urou-se 0 Ve!6 d rom o em 1896, con forme proietc d o arquiteto itatia nc Tom as Gaud encio Bezzi.

l: be rn verd aoe q ue D. vertcta na esca ndatizou. e 0 fez d e for ma d etiberad a. Constituiu uma reacac ao p ao rao de vid a feminino lnstituido po r nossa socied ad e. A mulher viv eu no Brasil colonial e no Imperio sempre sob a autorid ad e au a tut ela do hom em. tant o d o p al. q uantc d o rnancc , ou d e subst ituto na ause ncia d e ambo s. Trata va-se d e uma socieda de patnarcat nao s6 c rista roma ns . ma s herd eira da s n edrcees mediterraneas. Essa soc tecsce - fortemen te bierarq uizad a, q ue separava 0 sexc forte do sexo trace . 0 pa l d os f il hos . 0 senhor d o esc-avo. op rimind o 0 mai.... frac o - reduzta a mulher reclu sao e ao subju g o. Eflmlnava -se de ssa forma, a co moeucac com 0 homem , a qu em fic avam as infclattvas ec oncmicas, polfticas e socials. Para a mulher, re stavam as service s e as arte s o cmesncas. 0 co ntato com as tithes. co m a parentela, as ame s, os velhos e os escravos domesticos. Bestava-lhe, no dizer de Gilberto Freyre . a umnacac sexual, parir e mo rrer de parto. (27)

a

Nos comecos d o secure pa ssad o atnda era not6r ia a tatta de ecc ce ca o da mulher, d estituid a d os rec ursos espintuais . da vid a ao ar livre, d os 26) Inlormal;6es d e Ana C.t.nd ida sampa io Ferraz .. autora.

27) FREYRE. Gilbe rto de Mello. Sobt ados e mocambo s: decadltncia do !Tlriarcacto rural e desen voJyimenlo do w oeno. 21 ea. RIO d e J aneIro , JOSli OlYmpIC. 19 • 1.0 v.• p.

25'4.


128 exerclc ios flsicos. (28) Dispe nd ia 0 seu tempo em se entetter ou a jogar. John Mawe, que vrsttou Sao Paulo nessa mesrna epo ca . reg istrou que a mu lher das classes mais abastadas nao ep arecia para 0 vls ltante. Contentava-se em orna-te pelas frestas. Vivi a rec lusa, ded icada ccs tura. a bordar e a tazer ttores. Sabia danc ar ou tacava algum instrumento musical.

a

No decorrer do sec ure. quando S8 intensttic ou a vida urbana a mulher comeca rja a romper com as quat ro parede s. Na c idade ela passou a otha as ruas, a trequ entar o l ealro, as ba iles de mascaras. As mats rtc as e retiqio sas ded icaram- se obras pia s. Alg umas apren derarn a ler, liam romance s, aprendiam Franc es e pi ano.

as

Gild a d e Mel lo e Souza obs erva que a d ese nvolvimento da ind ustri a liberta ra a mulher em geral d e uma eerie de atividades produtivas ate entao c aseiras, como 0 c ao. 0 tecro o. a renda . 0 vesti do fe ito, 0 c hapeu. etc ., orla ndo novo s emp regos que foram preench idos ceres mutheres d o novo proletariad o. De um momento p ara 0 out re a rnul her burguesa vi u-se sem ter 0 qu e tazer e seu "unfco obietivo - ag ora que nas c lass es medias e altas pe rdera 0 valo r economic o. transtormand ose em grup o dep ender rte - era c asar. " (29) Assim sendo , s6 Ihe restava tavore cer os rec ursc e para 0 alc anc e d e seus obletivos . tats co mo sabe r ag radar e enc antar. Dedicava-se aprend izagem d e mustca e da s maneir as. ao interesse pe los vestidos. vivendo na expect ativ e d a c hega da d o mar ido.

a

Nos saloes d os d ois rmnenos hc uve 0 br ilho esporadtcc d e alg um talento femin ino. No entant o, a c ernctoacao intel ectua l da muther to! minima nesse p ertod o. Freyre obse rvou mesmo que, aos polit ic o s e tntele ctuais brasileiros d a era p atriarc al tattc u a co raooracao franca e d ireta d a mulher, observada na s socied ades d e coront aacao inglesa. (30) Em f ins d o Imp erio surqia 0 interesse peta ed ucac ao teminin a e p ete pap el d a mulher co mo ed ucadora . Vemos muitas exerc end o 0 mag isterto. Ho uve as que cola bo rassem na lrnprensa. mas q uase tod as trata ram da mod a. A maioria acabava pe r cas ar-se, ab andonando quat q uer lnfclativa tntelectual. Pod e-se portanto, avali ar 0 contraste entre 0 co mporta mento de D. Veridiana Prad o e da socieda d e d a epoca. Em meados d o sec ulo XIX, na peq ue na e aca nhada Sao Paulo, Interessava-se por c ultura, pe lo 28) GRAHAM. Maria. Diane de uma viaqem ao Brasil e de uma estada nesse pa is d urante parte des anos de 1821 1822 e 1823, Sao Paulo. Ed. Nactona t. 1959. 29) SOUZA. Gilda Rocha de Meli o e. A moce no sec uto XIX: ensaic de soc torocra estenca Sao Paulo, Separate da Hevista d o Museu Paulista N, S. v:V, p. 4 1, 30) FREYRE. Gilbe rto, oo c it. p. 277 e s


129

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Foio 50- D. vend-ana Valeria da Silva Prad o entre utro s. ge nros e noras. Oa esq uerda para a di reil a: sentaca s: Anesia Pacheco e Chaves , D. v enotana e Alb ertina Pinto da Silva Prado. No segun do plano: Mart inho (Martini co) da Sil va Prad o, totooe Antonio Ca ia da Si lva Prad o. Ana Brand ina (Chuc huta) Perei ra Pin to, Mar ia c atarin a da Cost a Pi nto da Silva Prado e Maria Sophia Rudge d a Silva Prad o. Em ulti mo pl ano: 0 consemetro Antonio Prad o, Elias Pachecoe Chaves e Eduard o Prad o, Fete de cerc a de 1890. Arquill O

c etc Prado Jr.

estudo , fazend o impc rtar uma governante francesa para seus filhos e aulas. Nos anos 1870 assumiu detiberadaera mesma assrstrnoo mente a seoaracao de seu marido em troca da tndep endenci a. que passou a usutrul-ta da ma neira q ue mai s Ihe aprouve.

as

Multo ativa e tnteressa da nos neg6c ios, nao sendo bonita mas lnte!lgente, assumiu at itud e de matrlarc a. Nucle o do cla dos Prados, esteve sempre ao corrente da s attvioades ec on6m ica s e dos problemas tami Hares ale m da grand e ascend encia que possui u sobre seus fi lhos aos q uais cneuou a escolher-Ihes os parc eiros para os casamentos ou a determtnar-thes a orotrssao. (3 1) Demonstrou, no entanto. ser co ns3 1) Apoiou 0 casamento de sua filha, a Con d es sa Pere ira Pinto , 0 q ue lhe valeu 0 desgosto de seu mar ido e a separacac do rnesmo : o bri gou seu lilho Edu ardo a c asar- se c om sua prima Caro lina da Si lva Prad o Para seu filho cere. usou de suas lntlu enc tes para arranj ar-Ihe os oostos de Pres tc ente da Provincia de A lagoa s e do Ceara,


130 ciente da c onc ncaofemin ina de depend encia d o homem. assim como da p rofunda mcnncacao q ue ocorr ia no m und o em oposicao ao aca - . nharnento do me io pa utista em q ue vivia. Ao talecer em 19 10. D. Ver idiana pr oveu g enerosamente em seu te stament o mutheres de sua familia e suas amiga s au prole g ida s de quantias razoa ve is ern d inbeiro . res salvand o. por vezes. a cconcao de que nao parti lhassem tats bens co m even tuais ma ncos.

Tude rsso Ihe to! posslvel gracas ao code r econcmfco e soc ial que dennha. pais tratava-se da -" Mae d os Graces" no dtzer d e ace de Que iroz . (32) Basta lem brar que 0 Imperad or a vist tara. em 1887. Porem D. v end lana. co nstitu indo um a reacao ao s pad roe s terr unmos institui d os por nossa soc tedaoe. escand atiz ou. Em seu testamento demon stra uma vez mars ter ag id o de forma consciente: " A todas as pessoas a quem possa ter ofend ido ou escar ceuzeoc. peco humil d emente pe rda o ." (33) Entreta nto , ma nteve naouos aus tero s. ves tta-se sob riam ente , d ispensava 0 tratam ento de Mad ame. Freq uentava a igreja , soc o rrendo ob ras pias au paroq ula !s. Fez c cac ces a Santa Ca sa de M iseric 6rd ia, as Ig rej as da Ccnsctacac. d e Santa Cecil ia, d o Sag rado Coracao de Maria e do Corecac de Je sus . Ao tatecer . deixou ped id o um enterro de segund a cl as se. Soube tambem ser severe e demon strou ce rta rig id ez mora l. Manti nha arr uzade co m a Marq uesa de Santos mas nao a receb ia socialmente. Ce rta vez. enco ntrando-se em pte nos preparatives pa ra oferec er uma recep cao. no sobrado d a Consotacao. rec e beu a vtslta da Marq ue sa d e Santo s q ue eslava d e pa ssagem. Ja entao multo id osa e reparand o as arranjos dos saloes. exclamou : " - Esta tudotac bern, faz recordar o s tempos do prime iro Imp erio! " No entanto, D. Verid iana nao a c onvid ou. (34) q ue demonstra que a socied ad e pa utista nao rec ebia a Marq ue sa . nao perdoand o 0 retacionamentc flagrant e mantide co m 0 lmp erador. As honras d e matriarca q ue rec ebera na Corte, q ue in c lui ram as mesuras da m en ina Veridi ana, du raram enq uan to Dom itil a fora a tavcrtta de D. Ped ro I.

a

Transtc rmara-se . co ntudo. num m ito. Ha q uem d ig a q ue po ssuia um tro na d o q ua l se d ir ig ia aos p resentes. (39) Para a c rtancada d o Bairro . d eixara marcada profund amente sua intancia. Assim 0 tot para o s escritores Cand ido Motta Filho e Yan de Almeida Prad o que pa ssaram sua menin ice na Vil a Buarq ue 0 prime ira, e 0 segundo na Rua Mara 32) A expressaoc e Eca de ocecce e coreect c a pottrad ic;ao oral na l amilia Silv a Prad o. 33 ) cecre mar uecrue no erouwc de Ana CAnd id a Sampaio Feeraz. 34) Pemimscencre s d e ce:c Prad o Jr. 35) 0 Que nac e co nfirmado c or seus descendentes .


, 31

Potc 51 - Barao de Silvio Alvares Perrteadc em Paris no inici o de secure. aparecendo Silv io e sua irma Antcmeta Arqujv o Hcncncc Alvares Penteedc.


132

Foto 52 - Bala o de Antor uc Prado Jr , em Pans. nos co meco s do secure. Arq uivo Maria Helena Prado Ramos

nhao . a u para Lau ra Rodr ig o Otavio. que viv eu na RUB General Jardim , as quais deixa ram SUBS imp ress6es a e sse respe ito. Para esta a maier

atracao dos jardins da Chacara era urn teeo de pedra que existia dentro de uma cr eta. Ao taoo d o animal , estava esc rita uma his toria "co rnec ano o co m tetras g ran de s q ue, ao s pouco s, tarn dimi nulnd o. d e forma que 0 le iter precisava ap roximar-se para pod er de cifrar a fina l, e e ste era , nad a mats nada menc s. d o q ue uma d uc ha de aqu a que sata da boca do reao ! Para as c n ances era urn divert im ento sem nome . [a ntnquem ia te r. ra 56 proc urer 0 ponte que taz ia [orrar a auua." (36)

Yan de Almeida Prado ternbra-se que bnncava na chacara. co m as c nancas da fam ilia Prad o e do aanro ma s que a certa altura O. 36) OCTAVIO. l aura Olive ira Rodrig o_ EIQS de uma co rrente RIO de Ja neiro. Liv r.

s.acse.

1974. p ,J I-32.


133

Poto 53 - Grupe de fami lia, o enoo-se em segun do plano Aeman ; do Penlea do . Antonio Prado Jr. e Alberto Santos Dumont, Arquivo Maria Helena Prado Ramos.

Veridiana protbtu as brincade iras na cha cara . porque urn grupo de seus netos. (connectd os futuramente c omo " boror6s"), erarn muito Iravessos e quebravam tude. Entretantc nao teve ela muita pac iencia com c riancas. cujo contato proc urava abrevtar ao maximo au resguardar seu sossego e int imidade mandando cer car as proxim idades da casa para impedir a aproxirnacao das mesmas au dos estranh os a quem tambem costumava tranq uear as jardins aos dom ingo s. (37) Para a pequeno Motta Filho fora D. Verid iana a pessoa ma is poderosa sabre a face da terra . Quando a Light inaugurou a pr ime ira linha de bon des eremcos. to! com 0 pa i ver os novos velcufos que dispensavam 37} Deco.mente d e Van de Alme ida Prado

a aurora em 1974.


134 a trac ac an imal. Quem seri a eSSB Light? Entao "pooena eta mais qu e

D. Veridiana? Pais D. Verid iana nao ttnha carros de roda de borracha ?' Pensou intrigado 0 qaroto. q ue perquntou ao pa i: "- Dig a. meu pal. quem e ma is rica, O. Verid iana ou a Lig ht?" (38) Tod oo apa rato montad o por D. Verid iana. aparentemente ostentatc no . carruagens. te stes. salces. ctu bes. etc. encerrou uma atitude consc tente co m vistas a uma ecac c ivil izadora e ale revot uc ionana. em c oc srcao a uma soc ied ade aca nhada e provmc tana.

Nos inlc ios d o novo secure , vernc s uma sequ encia do c omportamento soc ial e progr essista d e D. v enotana. at-aves de seus oescenoentes e parentes em Hig ien6p oli s. ember a lalvez menos providos da rnesma rni encao de civiltzar e mals vcttados arte d e bem vlve r. co nfo rme atnd a as uczes ap rend id as no verne Con tine nte .

a

Nao resta d uvid a d e que eram a gen te mats refinad a e eteqante da c ic ao e. As mul heres eram multo bo nita s e os homens da d os a espo rtes. No entanto. vivta m ilhad os, constitu ind o um g rupo pa rte. Fizeram d a Avenid a Hig ien6p olis a Avenid a d o Bois d e Boulog ne pa ulista. Os encontro s e pa ssetos par essa via eram d tarfo s e parece que tamb em eram tettc s pete manna. (39) Salam as da mas com suas sombrinha s d e bo rd ad o ingles a c aminhar pe la Avemd a. j a c erceca d e paralelepfpe dos par onde pas savam landaus ou c narretes. d irigida s per moc as eleg antes que vin ham de outro s bairros para usutrulrem d o ambrente aq rad avel. Cheq avam tambem em c arrinhos "tcnneaux" d e vime. c omo uma jo vem que vinha toda s as manhas d os Camp os Eli seo s dirig ind o a sua ch arrete. tend o atr as um " groom" fardad o. (40)

a

As c na nca s eram inumeras. Somente d a famil ia Prad o. netos de Martinice. navia setenta e duas, qu e bnn c avam co m a s outros primo s ou f ilhos da s famil ias vizi nhas nas calcad as da avenid a. na c asa d e O. ve rto tana ou na Vi la Pentead o. Peta man na lam mvanavetmente a pe ale 0 Terrace Germaine . co nhect dc slmplesmente c omo Terrac e. lam acompanhadas d as pa jen s (b rasueir aal ou ca s govern antes (estrang eira s) enq uanto as c ria ncas d o "povo'' ficavam c onttn ad as Prac a Buenos Aires. Do terr ace. se p od ia d escer para 0 Pacae mbu . par uma trilha que co nd uzia ate as Perdizes. p assand o pe lo rnataq al que ai nd a cob rla 0 Vale . Neste. uma vacaria rom ect a leite ordenhad o na hora.

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A none as rua s eram Humlnac as a g as ape sar d e j a have r Iuz etetr fca nas c asas. 0 Bairro. trarcnuc e isotaco. Iicava enl regu e a vig ias notum os portugu eses que Iez tam a ronda armad os d e porret es. 38) MOnA FILHO. Candido. D Ver id iana e 0 ma Io aldea o pa uhsta ManuscnlO de co eteeeocte no arq . de Ana C. sa mpa lo Ferr8Z,

39) Oeooun ento de AlfredO MeSQuita a aulor a em junho de 1979 40) io . ibi d em,


135

soto 54- Grupe de auto mobil ismo nurna excorsac da qua ! carttc tpo u Antonio Prado Jr. Arq uivo Maria He lena Prad o Ramos

Fete 55 - Maria Helena e seu par, Antonio Prado Jr. Saindo a passeio da "Vila Pentead o''. oecec e de 1920 , Arquivo Maria Helena Prado Ramos.


136 Passeava-se multo a cavaro pela Aven ida Hiqtenopol!s e dat pel a consotaeao ou Angelica , iam ate a Aven ida Paulista . Da mesma forma o Bairre viu as bi c fc tetas e tric icl os entrarem em grande voga a partir de 1895, pr imeiro esp orte que aqu i se vulg arizo u. u ma da s p rlmetras blcicletas de Sao Paulo foi a de Fortunato Camargo, enteado do Dr. Jaguaribe, que la escota num dos mode los mais antigo s. de rada frc ntetra imensa. A elite pa utista. as tnqleses e rtauanos toram as primeiros cic listas. As grandes co moettcoes eram feitas no velodram a.

a

Edgard da Conceicao Nogueira, Dr. Jagu aribe, Antonio Prado Jr. Pedro Lui s Pereira de Souza. A E. Tangl el, A. Parangon tund aram 0 Veloce Club Ol impico Paul ista q.ue inaug urou 0 Vel6d romo no d ia 2 1 de j unho de 1896. Com 0 incremento do " foot ba ll", d o habito d e j og a路lo, Antonio Prad o Jr. funo ou 0 Ctu be Atretrco Peuustano em 1900 e dotou 0 Vel6dromo de um ca mpo aprcprtado. E este pa ssou a ser a pr incipa l praca d e esportes em Sao Paulo, ond e se faziam as compeucces entr e os ctubes Ja existentes : 0 Sao Paulo Athletic Clu b, a Assoc lacao Athlettca Macken zie, Esport e Clu be Germania. Esp orte Ctube Internac ional eo Ctu be Athl ettc o Paulfstan o. Os " matc hes" no Vel6dromo eram um grand e ac ontec imento, nao s6 esportiv o como elegante, pretexto para a eoor cao de mode . Nessas oc asices. as Prad os lancavam mode los franc eses. Sentavam-se em parte reservada que D. Verid iana de stin ou famil ia. Mu itas mulheres lam mai s cede para tomar lug ar log o atras d a d ivi sao perten cente famil ia Prad o, co m 0 objetivo exc fusivod e exam inar os trajes em tod os o s pormenores. (4 1)

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a

Mas 0 mete de tran sporte dos pau l istas erao bonde. Ja entao a Light os espa lhara p ela cid ad e toda. Cada linha possula seus motorneiro s e co bradores que ja conhec iam os pa ssage iros e o s c umpri mentavam. Os d e Hig ien6p o tis aguardavam as dam as sai rem de suas ca sas para toma-le s. Eram os c riad os que esp eravam 0 bonde c heq ar. pa ravamnos e d epots lam c hamar as senhoras. 0 bonde retletia as ce ractertsti ca s d o bairro que servia. Havia bondes c om reboq ues. de stinad osaos c peranoa c ujas pa ssagen s eram mais baratas. Estes nao lam para Hig ien6poli s. Uma c ronic a apresentada no Dlarlo Nacionat co mentava que 0 bond e de Higien6p oli s era c beiroso . de gen te tina. bem edu cada e asseada: 0 d o Bras era d e marcrtao os. briguentos e rude s onde se ouv iam patavroe s: Vil a Buarque possula um bonde tri ste que ia para a Santa Ca sa enquantc que os da c onsot acao e Pinhe iros eram tunebres de vido ao Cem lterto. e 0 d os Campos Elfseos , brilhante e rumoroso. (42) 41) Depoimento de Alfredo Mesq uita a aulora em junho de 1979. 42) Diario Naconar, 29 de janeiro de 1928. p . 7.


137

Dep o is co mecaram a c heg ar as autcmo veis e urn co rso diane passou a ser teito na Aven ida Hig ien6polis. O s ca rros tam e vottavam levanoo g rupos de mOQ8S e rapazes. Poster iormenl e 0 co rso d e Hiq tenopol!s loi d eslocad o para a Aven ida Paufi sta. pelos anos 1920,

Chegou a vez dos Penteados br ttharem ao tado dos Prados. oos Dum ont s e ma rs uma vez d os Pere iras de Souza . Anto nio Prado J r. e seus c unhados Silvio e Armand o Alvare s Pentead o e ram aticcionados aos esport es automo btnsticos e aereos. (43 ) Em Par is tin ham urn a partamento perto d o Saint-Cloud e c heg aram a etetu ar varies voos em balces e aeroplanos. scores do Aeroct ub da Franca . eles pr6p rios desenhavam seus apare l hos que enco mendav am a Lach ambr e, 0 mesmo co nstrutor d os evloes de Santos Dumont Em 1908 , Arm and o exec s co m sucesso um de seus avioes na Expostc ao do Grand Patats de Paris. Silvio e c on siderado um d os prim eiro s homen s qu e viu Sao Paulo do alto. Em 1905 vago u d urant e tre s ho ras sob re a ct oaoe num bat ao esterico q ue to! descer em Mog i da s Cruzes. Anton io Prado Jr. e Eglantina em Paris voaram num batao em co rnpanhta d e Santos D umont. que to! parer na Betqtca . Esse mesmo qrupo toi pio netro d o autornovel. Um d os prirneiros cartes que entrou em Sao Paulo veto co nd uzi do por Silvio e An tonio Prado Jr .. em c ompa nhi a de am ig os, em 1903. Ires anos de pots Silvio venceu 0 circuito de ltapecertca ao votante de um Fiat e em 1908, Anto nio repetiu a tacanha d irig ind o um " Delag e" , e reattzou a tamos a excu rsao a Santos. Em 1916, ele, Silvio. Arm and o, Santos Dumont. Lu is Fonseca e Pedr o Lui s Pereira de Souza faz iam a via gem de auto a Ribeirao Preto. As coc hetras de Hiqiencpol!s toram aoaptaeas pa ra receberem os aut om6ve is mas os co upes e tllbur is resistir am por um born pe-Ioo o d e tempo enquanto que 0 hablto de se fazer equ itacao pe la s ruas d o Bairro sobrevtverta ate ftnats da oecada 1920, Maria Helena Prad o Ramo s e seu pa l Antonio Prad o J r. toda via satam a c avato da Vila Pentead o nessa epoca . e da c asa de D. Vertdiana o nd e Anton io Prado Jr. residiu depots de 1922.路

o grupo mantlnha-se Isotado . mesmo da s famil ias pa utista stradic ionata . Cerq uetra Ce sar po r exemplo . ou Alme ida Prad o e Lara Campos, que eram tamltias tlpic as pa uusta s. nao possulam 0 p restig io social d os Prad os que , multo men os. se mls turava m a outras ca tegorias socials. 0 co stume que D. Verid iana tevo de franq uear os seus ja rotns ao publico e q ue tot seg uido pet e Co nd essa Alvares Pente ad o nao ca ssava dlsso. A caridade se tazia de p reterenc ia, na Santa C asa qu e 43) A respeito. serac cuaoas Intormac ces apresenladas no artigo de nossa autcna A Vila Peraeaoo ccmo reeoercre in: cp . c it.


138 recebia legades par herancas. assim como as Igrej as e orde ns rel iql osas. As senhoras tricotavam 0 ano todo . preparando as roupas q ue distribuiriam na Santa Casa pel o Natal , com biscoitos e brinquedos. oc asiao em que co ntavam c om a assessor ia de suas filhas e netas. enquanto as homens ocupavam c argos d irigente s e honorfucos. embora c ste ult imo costume decalsse bastante com a Republ ica . Durante a I Grande Gue rra mtensftic ou-se a vid a soci al no Batrro e na c idade em qeral. porque os pau listas nac podiam ir Europa . Eassim que estecce s de aqu a adqui riram urn novo impulso e 0 Guaruja surgi u como estacao batn earta de pri me ira grand eza, co m jogo e 0 " Grand Hotel de la Plage " , adm inistrad o par gerente especlatmente trazld c da

a

Sulca . Htqlen cp otis como loc al mais ele qa nte e tuxuoso observou 0 habitc de nospedar nas casas mais importantes os vtsttantes nustres que a ci dade acolhia. hospedagem essa muita s vezes solicitada pelo Governe que careci a de lugar adeq uad o. A Vila Pentead o, alem de ler recebido 0 Genera l Jul io Rcc a. em 1907 em melc a grandes festejos e recepcoes, recebeu tambem a Princesa Maria Pia de Bourb on e Parma, muther de D. Lui s de Orleans e Braqanca co m seus dois f ilhos, D. Pedro e D. Lui s. 0 Presidente Epttacf o Pessoa hosped ou-se no palac ete de Martinho e de Stella da Silva Prado, no lade par da Aven ida Hiqiencpotis . quand o acompanhou 0 Rei Alberto da Belqica , em sua vis ita a Sao Paulo, 0 qu at per sua vez. se hosped ou na Chacara do Carvalho. Em 1935, 0 Gener al Justo, outro Presidenle da Argentina, hospedou-se tambem naquela resid encla.

o termtno da I Grande Guerra marcou tambem

0 final da " Belle eponacao vitortosa, emerg iam da que " entre nos. Os Estad os guerra co mo a malor potencia. arvo da adm iracao do mundo tod o. A heg emon ia econ omt ca da l ng laterra ficou co mpro met id a para sempre. substituida pel a des Estado s Unido s que, simbolicamenle cheqaram a Sao Paulo em 1920, ano assinalado pela tnstaracao da Camara de Come rcio Ameri can a. Culturalmente, qraca s ao seu avanco tecn ol6g ico e vutqarizacao dos novos meios de cornunicacac d e massa. os norte-ame rican os passa ram a gozar tambem de prestiqio entre nos. Foi a vez da moda "charleston" , do vestido saco. da pite ira, do chapeu de abas c urtas enterrad o na cabeca. Lembra- se Alice Pacheco que par a subir de sua casa, na Rua Aurel iano Coutinho ale a esqulna da Avenida Hig ien6pol is em visfta aos Prados. punha chapeu e com ere ftcava 0 dia inteiro. Os ma ts [ovens principiavam a tomar apentivos.

umoos.

a

Co ntorme co ntam membros da fam ilia Prado, a can ca "charleston" teria side tntroduz ida no Brasil pete grupo de Hiqiencp otis. em 1926. Caio Prado Jr. e Jo rge Pacheco voltavam de Paris, em c ujos "caba-


139

Ao

rets'' const ituia 0 ultimo grito. c heg arem ao Rio oancaram pa ra a soc led ad e c arioc a que se intere ssou em aprende-lo imediatament e. Al ice Pacheco por sua vez . traz ta-o dos Estados Unid os e, com se u lrmao Jorge , co nstitu iu em Sao Paulo, urn excelente par de cancar fnoa primeiros vi rtuo ses da nova dance. (44) Ante s porem . d o "c harleston" , fora a vez da valsa, do tang o argentino, d o " fox-trot" e d o " rag -time". A jovem Yvonne Dommery, de origem tran ce sa. dava aula s de viot ao e d enca para a ju ventude do Batrrc . Em sua c asa. na RUB Maranhao, esqui na c om a Avenida Angelica havia um sarac adequado.

as

moca s d o Bairro. receb iam tnsnucao em c a sa rntnistrada Qua nta par profe ssores particulares ou estudavam no Coteqio N. S. d o Sion para onde eram co nduzi d as pel as govern antes que ainda devtam aq uard a-la s na sa id a da s aulas. Os rapazes, que tambem se faziam acompanhar da s qovemantes. estudavam no Coleqio Sao Luis. ja entao insta lado na Aven ida Paulista, ou no Coleqlo S. Bento. 0 Mackenzie , c ujo c urse superior era mats importante d oque 0 c urse medic. ttnha a sua " Escola Ame ric ana " treq uentada per e stranqetro s na sua maior ia. Visto ser 0 Sion um d os c oleqios mai s gra-fi nos de Sao Paulo , recebia as [ovens vind as d e outros ba irros. Algumas usavam 0 trole l c omo mei o d e tran sp orte. co nduzido por coc heiro de botas e potatnas. Os automc veis ainda nao pa ssavam de novidade. As irma s Cal fats foram das prime iras a uti lizar 0 autom 6vel como meio de rocomoc ao para freq uenter as aulas. Por volt a de 1918, c heg avam ao Sion num Renaul t que as tra zla da Avenid a Paul ista. (45) Nesses mesmo s ano s ja se notava grande ansiedade p or uma renovacao tant o oounca quanto c ultural que se refl et iu na pr6pr ia bu rguesia. Sao Paulo era aroda a metropole do cafe mas tornara-se 0 ma iorcentro indu strial da Amer ica Latina qracas ao impulso que a industrtalizac ao recebera, decorrente , sob retudo . da s necessidades ditadas pel a Guerra Mundia!. Estava com me io milhao de hab itantes e chegava ao Centenano da rnoeoenoaoct a ma is do que nunca nac ionalista e c hela de fe em seu progresso.

o pautista . c ad a vez mats ab scrvido pel o trabalho e apressado, ia alterando seus hab ito s de vid a. Por outro lado a rnsattsracao e a ans iedade por mudancas nas base s soc ials e potitr ca s era qerat . Eram ind icadoras da tensao soc ial re fnante . as greves e luta s operana s. a tundacao do Partido Comumsta, 0 Tenentlsmo e a Hevotu ca o de 1924, e a runoe cao do Part ido Democrattc o. care

44) Deooimentos de Al ice Pac heco e de Prad o Jr. a autora. 45) Depoim ento s de Jaime Buarq ue de Ho llana a a Butera, em r ovembrc de 1979.


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t: tempo tambem dos modern istas. As prime ira s tentatlvas de renovacao c ult ural foram as Iniciativa s d o grupo "modem ista''. compos to por uma el ite de intelecluais saldcs da burguesia do cafe e da c lasse med ia. Essa nao d eixou de prop orc ionar mecenato co nc reuz acao de seus obietiv os. Almejavam tod os a rupture d o s comp romissos assumid as com as academias ultrapassadas pete progres so do mundo cc ntemporaneo. Pc sterlormente. defin iram- se pel a busea de nossa identidade c ultural, peta ab ertura ralzes etnlcas e, co m estas, aos temas poputeres.

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as

Em Higien 6pol is se ccnstltuiu um novo sane cultural, par Iniciativa do escritor Paulo Prado. Ali se reuntam intelectuais e artistes c onhecidos como "modernistas": Mario de Andrade, Oswald de A ndrade , Di Cavetcan u. Grace Aranb a. Tarsfta do Amaral, Anita Malfatti, 0 escrttor Paulo Duart e, etc. Era oferec ido urn aimoco aos sab adoe que termin ou quando Paulo Prado ofic iali zou sua uniao com D. Marinette, propic iando entao a substttulcao d os amigos pela de seus parentes. (46) Ja ag ora a ci dade co ntava co m vartos salc es. 0 d o Prof. Freitas Vail e na Vil a Mariana e de D. Ol ivi a Guedes Pentead o nos Camp os Eliseos, vottad os para 0 mesmo obje tivo do pr frnetro. No de Higi en6p oli s, porem . nasceu a ideia da Semana de 1922, atr ibuida p or Paulo Duarte e por outro s. a D. Mar inette. A ca nctpacao de Paulo Prado fora das mai s at ivas no "modernismo" pault sta. Po! 0 mecenas da Semana, pcis qraca s sua prod iga lidad e a tdeia foi levada avante , tend ofinanci adooaluguel do Teatro Mun ic ipa l onde a mesma se realizou . Paulo Prado pro curou tambem traz er da Franca figuras do interesse dos nossos lntetecfuai s. como 0 poeta Blai se cenorars. que veto vanes vezes, as expenses daquele e se ncsoeceva na casa de Hiqiencpot!s .

a

Do ponto de vista da arquttetura. surg iram no Bairro alguma s ca sas " art oeco ''. co mo a ja mencronada de Anton ieta e Calc Prado que tot um dos palacetes mats notavei s no estito em Sao Paulo. Projetada, como ja di ssemos anterio rmente. pel o arquiteto Elistarto Bahiana e co nstruida pela Cia. Comerc ial e Construtora, pete ano 1928路 1929, a residencia procurava internamente ser coerente com a fachad a, nao s6 quanto ao tratamento do espaco com o com retacao a o ecoraceo. Muit os mcvels. tapetes e oatner s foram teit os no estilo. e assinados ao que tudo indi ca, pel o casal Gomide - Graz ou pete plntor Anton io Gomide .

o arquiteto Ja ime Pereira d o Valle tambem procurou retormar internamente a casa de sua intancta na Avenida Higien6po li s, hole Cuttura Ingl esa, culo aaquac mantem ate agora elementos "a rt dec o'', no 46) Depoime nto de Paulo Duarte

a aurora em

1978


141 tratamento q ue rec ebeu 0 pe direito . a esc adaria e 0 piso trab alhado em marmore. Quanta ao neocolonial , rancado praticamente na Avenida Pauttsta com a resioencia de Numa de Oliveira. projetada por Ric ardo Severo, teve pouc a reperc ussao no Balr ro d e Hig ien6polis. Lim itou-se it ca sa da Avenida Hig ien6p olis. cujo proieto to! de autcna d o engenhei ro Alexandre Marc ond es Mach ado e a alg umas vilas na Avenida Ang elica. . Surg ido como reac ao ao Ec let ismo, a neoco loni al encontrana mater ori gi nal idade e ccerenct a co m seus obl etiv os nac ionatistas nas obras de Vic tor Dubuqra s. Em breve. por em. ocorreri am acontec imentos que afetari am a nos sa socio-economia e no ssa pol it ica . Grand es fortuna s do c afe e 0 prestl gio politi c o dos paul istas ticaram abatados co m a crtse de 1929. e a aevcrucao de 1930. Hiqtencp ous. entretanto. p erman ec eu ligada ell td eta do burgues tlplco de uma epoc a. Tanto assim que aparece numa sene de ob ras de nossa l iteralu ra como lug ar de resldencia do fazen de iro d e c afe e proprtetario de indus tria no Bras (Amar, verbo intrans it ivo de Mario de Andrade) (47), ou do comlssaric de c afe em Santos atingido senamente pet e cr tse d e 1929 (Raiz Amarg a d e Maria de Lourdes Teixeira) (48) etc . e sobretudo nas duas obras expon enct ats da nossa tite ratura mocernista: Mem 6rias Sentimenta is de Joao Miramar, de Oswa ld de Andr ade d e 1923 (49) e Macu naima de 1928, de Mari o de Andrade (50), q uase todas irnbuidas de forte dose de crftica socia l.

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Na obra de Oswald, que se pa ssa em 19 12, Joao Miramar urn [ovem de vida boerma . possuidor de veleidades literanaa e l igado c ulturalmente ell Europa e aos Estados u ntoos. p ara once viaia constantemente. Casa-se com uma prima rica. proprteta na de tazenda e reside num palac ele de Higi en6p oli s. Freq uenta 0 Aulom 6vel Ctube. a Hlpica . 0 Clube Paulistano. Santos e Guaruja. Era na ult ima ca sa da Rua Maranhao, na " Noruega do Pacaembu" q ue restore vence srau Pietro Pietra . ini mig o mortal de Macunaima. Mario funde na pe rsonagem as c aracterrettc as dos varies t ipos da burguesia paul ista dos anos de 1920: " fazendei ro e balud o" , estrang eiro , era " g iganle comedo r de qente''. No seu palacl o ou "t ei upar maravi lhoso , 47) ANDRADE, Mario de , Amar, verbo inlransilivo , Id ilio, 7a ec . Silo Paulo. Martins, 1978. 48) TEIXEIRA, Mafia de Lourde s. Rail amarca za . ed sa o Paulo. Martins, 1961. 49) ANDRADE. Oswald de , Mem6,.,as SenhmentalS de Joa o Mirama r e Seral lm Ponle Grande Obras cc mcreras II. RIo de Janeiro. Civ. Brasilelra. 1978. 50) ANDRADE. MariOde Macuoaima 0 her6i sam nenhom car aler. 16a ed Silo Paulo. Marlins. 1978


'42 rodeado de mato". entre estatuas de cera de c amaeba. Pietro Pietra esco ndeu 0 muiraq uil a perd ido por Macunaima. Na casa do g iganle vat Macunaima e al i se trava 0 co mtc c episod ic da d isput a p els pedra (5 1). Mas a burguesia trad ic ional, jil na dec ade de 19 20 dera mostras d e perda de pre sti g io para as pr6 speros com erciantes e mdustrtats d e origem im igrante. Grandee fortunes pe ssoais havi am sido construldas surgi ndo uma nova burgue sia. A Avenida Paulista onde resldla a genIe ma ts expre ssive de ssa nova clas se fica va exatamente no to pe do esptqa o. evidenciando a preterenct a do paulista pelas c olinas e petos esp ig6es p ara a instalac ao d e seus bairro s ma is f inos. A partir da I Guerra Mund isr as vanes da Avemda toram pree nchid os e os palac etes qu e se c ons trui ram sig nif i. caram a meta aspirada pete pequena burgue sia. Na Avernda Pauli sta se p assou a lazer 0 corso diario que reun ia d e tarde as c ama das ma is altas da sociedade paulisla , inc luindo 0 pes soar de Hig ien6polis e os politicos de pr estlqio. Numa de ssas tard es. 0 jov em Caio Prad o Junior , ao avtstar Ju li o Prestes , entao Presid ente do Estad o e di sputand o com Varga s a Presioencta da Republica , grilo u um viva a Get ulio Vargas. Seu gesto, que causou 0 espanto dos pre sentee. estava como que a anunctar a tatenci a pr 6xima das mstrnncoes ocuuces e socials da Republic a verna . Pchticamente a autonomia de Sao Paulo se perdeu com a subida de Vargas ao poder, sign ificand o par a mui tos 0 inco ntormtsmc dos pau Hstee a Hevclucao de 1932.

o povo. cuj os direitos toram

em parte atendidos pelo novo Govemo. pa ssava a ser ccnstoeradc como a maier forma de poder no proc esso ele itorat.

Consoli dado 0 poder ec onomico da nova burguesia, esta procurarta aliar-se antiga classe do c afe, quer por altencas cornerciats. quer por casamentos . Soct atment e. porem. esta mantmha 0 maier prestig io, apesar da s tentativ as dos nc os-de -repente teit as par a se prcietare m au par a conseguirem um nivel eme nto.

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Durante a decada de 1940, per si stia a distm cao entre os noes de . burgueses. Em 1945, Joe l Silveira. em memcrave! reportag em (52) , 51) Os pl"oblemas d e sobreviveoc ia da peq uena burguesia eosteote na Aven d a Ang e-

nee e grav itando ao redOtca poderosa burgue sia Que ire uc ava p roxima. aparecem no lamoso romance d e Maria Jose Dupre. Eramos sets. zsa . ed., sa o Paulo. Atic a. 1978 Para Plinio serc ecc.num ep is6di o de Cavalelro de Itarare, crOniea da vida brasileira 2a ed., Rio de Janeiro , Jose Olymp io, 1937, Hig ien6poli s e tralado como espu acac d e eecensac social da peq uena burguesia. 52) SILVEIRA, Jose , Gra-l inos em sse Paulo in: Duemz es. 1945.


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retratou as d iterentes camadas que co mpunham a alta socie daoe pautiste. as "qra-tinos''. Hevi a. ale m do grupe de Intelectuais liderados por Alf redo Mesquita e Roberto Moreira, as pauli stas de q uatrocentos anos. a gente do " ped ig ree": " em sao Paulo ser pauusta de quatrocentos anos ma is tmp ortante d o Que ter uma estanra em praca publ ica" , Constttu la 0 gr up o da " reserve" a genie d o d inhe iro. as industrtets de origem imig rante. as quais tinham seus ctnos vottados para 0 gru pe do " pedi gree". Havl a ainda aquetes que qra vttavam em lorna da alta burguesia, as " penacbos'' ou "e stnbos''. Convem notar que as na mes c itados e ntre os p rime iros grupos eram fi g uras co nheci das de Hig ien6pol is e da Avenida Paulisla .

e

A industria proplciara a cnverstncacaoce funcoes . Entre as atividades au oosrcees lateral s. Istc e, entre 0 patrao e 0 operanc. cc nstitui a-se uma classe formada peres tecmccs e artesa os. de origem im ig rante e que se tomara mais prosper a. engrossand o as fileiras des prous sfonals liberals. d os tuncionanoa e dos comerc lantes. Iratava -se de eeoa nsac da crasse med ia. composta por camadas preoominantemente urbanas, e ago ra. motivada pete con sumo e petas aspiracees ascen sao soci al, procuraria segui r os caminhos dos mais bem suced idos. Nao se f ixaram num 56 bai rro mas partiram ao encalco tanto da especu tacao imobiliarla q uanta da aqu tsrcao de " status" , Seria essa cta sse med ia. cada vez ma is beneticiada com os estimul os recebidos pela industria, que pouco a pouco se volt ana para Hig ien6p oli s acabando por instatar-se definitivamente no Bairro ap6s a II Grande Guerra. A part ir de entao. e das consequencias que as grandes alteracoes econ omicas da decada de 1920 trouxeram para 0 urbanis mo. ucert am co mprometidas as carac terlstic as d e ba irro e le~ ga nte e certos pr ivileqios de Hiqienc polis . Mot ivaram, mesmo, a prazo nao multo longo a extraordin ana metamortose pela qual p assana 0 Ba frrc dos anos 1950 para ca .

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Assim senc c. 1929 e 1930 podem sigruttcar 0 fim do periodo que se considera " aurea" de Hig ien6p olis, bern como 0 inlcio de uma nova era que se vera a segu ir. q uando a malone dos ba irro s pautistancs con stituidos na I Republica comecaram a de scaracterizar-se.



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CAPiTULO V

o BAIRRO DE HIGIENOPOLIS /

HOJE

A eooca co mpreendid a entre 1930 e 1945 marcad a pela II Grande Guerra Mund is l const ituiu urna nova la se d e progresso para sao Paulo. q ue taria fi nal mente j us ao "stoc an'' de Chic ago Sui-Americ ana. em -

bora preservando certcs aspectos de c idades europ eias. As revofucoes. crises e outras agnacce s do s ancs entenore s. bern como a Bevolucao de 32. nao interromperam ocresc imento da capi tal, q ue sa processava ern rttmo c ad a vez ma is acelerado. Mantinha-se a cldade como metropole cosmopolita, dada a vanedade de povoa que compunham a populacao (1) e permanecia co mo metr6pole do cafe, ainda Que as interesses econentcos estivessem dirigidos nestes anos. para cul turas d iversas (atq odao, cana-oe-ecucar. etc .). Quan to a rnoustrtatrzaeao ampuava-se a sua capac idade ded icada , todavi a em tarqa escata. a orodocao de bens de con sumo imed iato.

Em apena s dez anos duplicara a oooutacao pauli stana . Sao Paulo entrava na nova decade co m um milhao de hab itantes . A intensrticacao do cr esctmento dem oqratico ocorrido devido as cri ses suces slvas da lavoura, e a oferta d e trabatho representada pete capacidade de seu parq ue industrial, levaram grande demanda de moradia e a uma

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1) PETRONE, Pasquale 0 ecereceneotoca mega l6polis in FERNANDES. Floreslan et alii. Comun idade e Socied ad e no Brasil. leituras basi cas de introd lio so eslud o mac rO-SOCIOI6g iCO do f8Sll. 0 aulo. d , acional e •1 • p. e s.


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nova expansao da malha urbana. Esta se deu pela ccooacao d os vazics cond uzi noc conurberuzacao d es nucleos extem os antes isotac os. como Lapa. Penha, tpi rang a. Santo Amar o e Ptnhetro s. OU p erc surgi mento de novos ba irro s pentenc os cujo ace sso era propiciado cer e s tre ns e b ondes, e ag ora tambem pet e c r ubus e p ete autom 6vel.

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Ne sse periodo notou- se que a area urbana S8 expand iu de um a sup erHere de 130 km2 urban izad os para 420 km2, 270 km2 dos quais f ic aram amerce d os espec utad ores. sem qualquer d tretnz e meta que nao 0 luc re. Dentro desse co ntexte presen c iou -se nao um c res c irnento regular e oranmcaco de cidade, mas sim a ocorrenc ia de um " inc haco" , provocad o pete tatta de infra-estru tura e de ptane jamen to. A c id ad e pe rmane cia desccn ex a. corn partimentaoa por funcoes e classes socials. pe la pre senc e d as ferrovtas e pelos ob staculos geog raficos e sob retudo . pe las va rzeas . Urbanizados no c c mec o d o sec u to 0 Vale do Anhang aba u e a Varzea do Carm o (Parq ue D. Ped ro II), partia-se para a conq ut sta da s varzeas d o Tiete. Eram teito s os prime iro s services de returca ca o deste rio. as cores d e d ren agem de 17 km de varzea (2) e aterramento. Enq uant o a pop utacao op erana proc ura va aq ueles ba irros periter ic o s ou o s suburbics. a alta burg uesla d ava seq uenc ia sua marcha para Oe ste. Ja esta vam ocu p adosos Batr rc s-Ja rd tns: Jard im America , Jard im Euro pa e oJard im Paullsta. 0 Paca embU e 0 Alto da Lapa. enq ua nto Hiq tenop otis se encontrava de tmitivamente scperado por este s e pela Av. Pautista .

a

Com exce cao da alta burg uesia que vivia em ca sa prcprta. as ca sas eram na ma loria de al ug ue l, resid ind o as pobres em vil as operanas ou corti Cos . Dada a prcc ura de mo rad ia e nao navend c cc ntrcre sabre a s imp ostos. a co nstrucac ci vi l tornar-se-ta neg6cio dos mal a rend osos. Esta sene agora rec ept ora d os ca p tta ts Hbe rados da tavo ura. da lnd us- . tria e de outras form as de co mercio. sob retudo os luc ros da guerra d ar iam g rande incremento esoe c utacao Imotntiana. co nstit utnd o-se nessa epoca a ind ustria de co nstnrcao em Sao Paulo.

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Ao mesmo tempo, surg iram as primeiras form as d iferent es d e rnorar. A Introd ucao d e out ras tecnicas d e co nstrucao co mo 0 co ncreto armad o, de c ite rentes matertats. e d o uso do ele vado r. a tnsuucfencta d os transportes coletivos. q ue pa ssava m o brig atori amen te pete centro co ng estionado , pode m exp licar a expansao verttc a' da ci d ad e ao tad o da sua ex pan sao horizonta l. A c id ad e entrava assim na era d o con c reto arm ado. tendencla o bse rvad a na cecada anter ior no ce ntro da

cidade. 2) PETAON E, Pesc care. sao Paulo no seccie XX. in AZEVEDO. Arold o et alii. A cid ad e de 5:10Paulo Estud os de geog rali a urbana : EVO luli30 urbana 5:10 Paulo. Ed. Nac iona l.

1958. 2.0 1/.•

p.

152 e s.


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Feto 56 - Cha le com terrace fronteiro que pert enceu a Ayrnore Pereira Lima. na Av. Hig ien6 po lis. n.v 663. Fato da autora.

soto 57 - Hemanescentes de casas de aluquel. de intlu enuia "art no u.... eau", na Av. Hi gien6po lis. soto era aurora.


148

Fotc 58 - Petecete de Antonieta cmue Gord inho (em oomeiro plano) e d a Curia Metropo lilana Ao tcnoc 0 Cond omi nia aretec oe. Fete da autora.

r ete 59 - Remanescente d e Cunha Bueno. Foto da actc ra

res.cere.a da

Av. Hig ,en6pol is Que oertencec a Raul


149

Fate 60 - Antig a resjdencra de Nhonhc Magalhaes. hoje Secretana de Securance Pub lica , na Av. Hig ien6po li s. Fete da autcra

Fete 61 -

Predic " D. Ped ro II", 1938, 0 onmerro da Avenida Hig ien6po lis.


150

Para a arqu itetura pauli sta a eo oca tot denominada "t ase herofc a". luta travada p or urn grupo de arqultetc s com porque assistimo s tmptantacao da chamada arquttetura moderna ou tntem avistas clo nal, co ntra 0 prec onceito da p oputacao e da vet ba qeracao de profiss ionais .

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o Bairrc de Higien6polis pod e ser situado nessa

realidade . Dad a a sua Iccauzec ao. pr6xima a zona central. e ao ant igo pres tlqio. sotrerta o assecro da cl asse med ia. da espe curacao imobil ia ria e dotrateqo. 0 que aeabar ia por compro meter de forma trreversfvel a q ual idade de vi da e 0 conj unto urbanlstico primitive e/ou sua pa isagem. Par isso mesmo sera vista ap6s 1930 multo mai s do ponto de vista socio l6gico e urbanlstico do que prop riamente blstor tco.

Eposslve! situar a transtorma eao espa clal d o Baurc de Hig ien6pol is em dois momentos: d e 1930 a 1949 e de 1950 ate nossos dias. PRIMEIRO MOMEN TQ, DE 1930 A 1949 Esse period o pode se r ctassiticado c omo de "descaracterlz ace o" de Higi en6p olis, pots que veriticamos 0 mlcio da perd a d es trace s que toram pecul iare s ao Ba irro, rep resentantes de um estllo d e vi d a marcante na cidade. Hiqlenop oll s perdeu 0 antigo prestig io pa ra a Avenida Pauli sta , 0 Jardlm America e 0 Pacaemou . Durante esse momento, deram mo stra s os prime iros sinais que atuariam intensarnente ap 6 s 1950, conduzindo exp ansao vertic al e a pe rd a de sua exctuslvidade resldenc tat. a saber: surgiram alg uns p redios d e apartamentos pioneircs e intensiucaram-se as anvid ad es co merciais de prestacac de services.

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Como con seq uencia. comp rometeu-se a homog eneidad e do conjunto urbane original, que apresentava um pe rteit o eq uillbnc entre a area c onstruid a e o s espaco s de stinad o s veo etec ao.

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Sob 0 aspe cto de perda de qualidade de vida , se pode talar em decadencla d o Bairto. me smo porque houve deterioracao de algum as areas. As mucancas reg istradas, no entanto. nao c heg aram a eer freq uentes. con siderando-se ainda qu e as cons truc ces d os ediffcios eram moro sas. verenos qu e, em 1940 , Higien6po lis aind a fazia j us a c erto prestig io entre os ba trtcs d a alta burguesia paulistana . Falec imentos de personali da d es impo rtantes, sald as de algumas familias par a ba irros mats afa stad os. ou d ivisao d e tortunas entre herdeiros toram alg uns d os ac ontec imentos q ue atteraram a vid a d o Bairro e as roncoes de alg un s palacetes que, quando nao permaneceram techados por c erto tempo, transt crmaram -se em esc olas, censzes e


151 al e em co rti cos. Outras pouca s restdencias foram derrubadas para cederem luga r aos primei ros pre cios. Notou -se tam bem que algun s 100es tor am retathados entre her dei ros e vendidos separadamente.

Nessas eneracees l icariam p atentes as pr tmeieas tentat ivas de penetra cao da ct ass e med ia. ansiosa de usufruir d os lug ares entao privativas da elite paulista . ca mad a soci al esta que c onhecia Pari s mas nao co nheci a Sao Paulo. Foram prime iro s sintomas de "de scaractenzacao'' de Hig ien6po lis a toncaca c de esc ota s. forma nao aqressiva. tam pouco ostensive d e comercic e que. ao mesma tempo, encontrava clienteta dentrc do propr io Bairro. Talvez se aproveita sse da tradicao escolar do Bairro sug erid a pela pre sen ce d o Mackenz ie e d o Sion. Ao que tudo ind ic a a primeira esc ora se formou no porac da " Vila N ina" por tnlciativ a da viuva de Toled o Ma lta .

Na decada seguinle fo i a vez das resid encies des Perei ras do Vale e des Fonsecas Rodrigues, que se tran sform aram, respecti vam ente , no Coleqlo N unc de Andrade e na Soc iedade de Cut tura Ing lesa . A tacnad a da seg und a foi tota lmente atterada. porem seu interio r. ainda q ue ad aptado para receber a escota. preservou 0 saq uao 'art deco". Alg un s patacetes tren stormeram-se em pens6es. Anton io C1tndid o no s fala d e um a p ensao . si fuad a naAvenida Angelica . n.0842, nos anos de 1930. e da "Pen sao Sol ans'' na Aven ida Higien6poli s, em frente a case de Paulo Prado, que pertenceu a um atemao. e ondeo [ovem estu dante cheg ad o de M inas Gerais tel vive r. Reg i stramo s tarnbem a sai d a da fam ilia d e Franc isco Camargo li ma do palac ete de Hi gi en6polis e a instat ac ao no me smo de uma p ensao. Essa casa , em 1949 foi adq ulrida pelo Dr. Rube ns de Brito onde inatato u sua cllnica med ic a, a q ual al e hoj e ali se encontra. Ne sse perfodo. out ras c asas da Rua Maranhao tambem abrigavam pensces. Po. outre taco. ocorreu a construcao de novo s paracetes. revelando todos per sistencia cultu ral. Em 1931 ticou pronto 0 ultimo patecete do periodo "aureo" d e Hiqlenooous . situado na Ave nid a Hig ien 6poli s, esq ulna co m a Rua Albuquerque lins. Que m iniciou a sua co nstruc ao fo i 0 ric o tazendetrc NhonhO Mag alhaes. que residia ao redo . num a ceca p eq uena editica da por Ramo s de Aze vedo. 0 palacete foi co nstruido num terren o vago acrescid ode parte d o terreno que pertenceu a Reynaldo Pc rc hat. Externamente sotreu inuu encia d o neoclassic o e no seu interior, d o estilo manuelino. ostentand o uma pr orosac de ornamentos em made ira, insp irados numa vis tta que 0 tazendeiro tizera a Port ug al. Este tatece u antes d o terminoda nov a ca saque foi habitada por sua fam ili a.

o

arq uite to franc es Jac qu es Pil on, rec ebid o scc tatmente pel a alta bur gu esia d o Bauro . ma rcou sua pre sence nao s6 reauz and c um d os


152 p -enes pion eiros - 0 que veremos mats ad ianle - como proietou e construiu residencies ou fez retormas lmportantes. A casa de Anton io Prad o Jun ior. a nti ga " Vila Mari a" to ! retorrnad a p or Piton em 1941 , apes uma retorma sofrida em 1924 , a c argo d o Escrttorio Tec nico " Ramos de Azeved o". Oe sta vez ia reeeber 0 c asal Mari orie e Jorg e d a Sil va Prad o no andar terreo . e Anto nio Prad o Ju ni or no superior. Da is anos depots. Pil on co nstruta nos jarc nns da " Vila Pentead o" um a ca sa para Honoria Alvare s Penteado. Em 194 7. insp irand o-s e no " Petit Trianon" , c onstruiu a residencta do casa l Antonieta e Antonio Ctntra Godinho. na Avenid a Hiqie nopo lis. n.c 870. A casa 56 ficou pronta quatro anos depots e 0 casal resldlu multo pouco tempo. de onde saiu para a Avenida Pauusta. 0 paracete permanece ate hoie tecnao o co m parte de sua decoraca o origi nal , apenas abert o esporadicamente. nas oc asi6es em q ue D. Antonieta oterece seu satao para recitals benef icentes. D. Anton ieta pretende futuramente instalar na casa um museu hist6rico de sua familia.

Pilon rernanel erta p ara 0 neocrassrco nacto nal. em epoca mars receote. a tachada do cbale rnats antigo d a Rua Maranhao, que p ertenceu a Lourdes e a Cicer o Prado . Em contrap arnd a. em 1946, Alfredo Mesquita retomou ao Batrro. co nstruind o na Av en ida uma casa c ujo espir ito e v idenci a a busca da s ralzes de uma arqurtetu ra genu inamente brasileira. Portanto, de modo ge ral, continuou a hav er pre ocup acao estetic a e urn tanto uniform tzante do Ecletismo quanto construcao das casas, tanto das residenclas mars nca s q uantc das "casas de aluquel''. Os quint al s e jardins com suas[abottcabeiras. hortalicas e flares contin uaram a ter o seu lugar e os pcroes alt os e habitaveis ain ca servlam de adegas ou de refug io para a cr iancada quando esceoona da vig ilfmci a das go-vernant es. Os poucos terren os vanes. nao at ing idos pela especu taceo. serviam de chacaras de flores.

a

A " Vila Pentead o" aln da abria seus [ardms uma vez per semana par a as cnancas das redondezas br tncarem. A Condessa Penteado. D. Nicota, Ihes ofereci a os brtnq ued os. Durante 0 Natal a familia conserv ava 0 hab tto de d istribuir presentes e biscoitos aos padenle s da Santa Casa. Tai s atitudes reflet iam resquicios de patnarcansrno e de mental idade burguesa que caracterizou os habitantes do Bair rc . A Condessa. entretanto, vi v ta s6 no ca sarao . ce rcada de crtadaqem portug uesa. A cochelra d a " Vila Penteado" Iransformara-se em atel ier par a seu neto, a pi ntor Cartes Prado e depots em resid encla e biblto teca de Caio Prado Jr.


153

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Foto 62 - 0 "Edrucio Ccndo rruenc Alaqoes". pnm etro predio do Bai rro d e Hig ien6po lis. erg uido em 1933, pa ra Abe l Drumond . cera Ccnstnnc ra "Barreto Xand i e Cia. na rua do mesmc nom e. esc moe co m A~ en ida Ang elic a

A Cond essa Pentead o tarec eu em 1938 e a " Vila Penteaco" pe rmanec eri a lecha d a d urante oe z anos. A parti r d e entao as ja rd ins nao toram ma;s abertos as cue ncas oas red ondezas. mas tao somente aos descendentes das antiga s famltias que ai nda . imp ed id os pel as govem antes. nao oodiam mtstu rar-se aos meni nos que trequentavam a Praca Buenos Aires.


154

a

No q ue S 8 retere exp ansac vertical, as primeiras tntct ativ as parli ram d os morad ores au d os prop netartos em Hiqienopolis, tanto visan do a exploracao par a rend a quanta para usa da s pr6p rias tarnlttas. Os p red los para g rand es famflias foram varto s e da vam seq uenc ia ao cos tum e q ue se o bservav a entr e as mesmas de resid irem em tome d a autori da de patrt arcal. constitui ndo-se verd aoetros ellis. Enco ntra va-se a cidade em sua tercena lase d o ponte d e vista construtivo . a d o concreto arma da . Mu ito s oreo tos de ujotos d o velho centro [a havtarn ce dido lug ar aos predios com satas p ara escntortos q ue serviam aos fazend ei ros d e c afe, industria is, banquei ros e comerciantes .

o vet ho c entro reunta

lojas, ig rejas. bancos. casas de modes. enos seus ento rnos ant igas resld encia s e out ros services . Nos anos 1930 , vem o s a cuatacao d o ve lho centro estimulad a pete novo Viaduto d o Cha en quanto a tuncao resi de ncial ao seu red or era exputsa para os batrtos. Abr ia-se a Rua Marc oni. amp liava-se a Barao d e Itapeti ning a ou se rernod etava a Praca da Repu blic a, ccnstituindo 0 " c entro novo" q ue se co bnu d e predio s d e d ez ou mats and ares.

Cc ncorrutanteme nte. nos batrtos co ntig uos ao c entro apareceram os pr tme tros orecnos de apartamentos para resid enc tas. os q uais sotreram , no inicio, pre co ncett o da parte dos pauustas que os oe nomina vam "cort ic es de ouro''.

o prtmetro pre dlo de

H ig ien 6po lis toi

0

Pred io Alag oas, erguido em

1933, na esquina da rua do mesm o nom e co m a Aven ida Angel ic a. ano em que surgi a 0 pr tmetro pre dio da Avenida Paullsta . na esqu ina da Rua Fret C anec a. eo "Edific io Co lumb us" na Brfpadetro LU Is Anton io, este ult imo obra de Rino Levi.

o Ediflclo Co ndomin!o A lagoas co mo se denom tna hole. encontra -se Intetrarnente atte rad o co m retecao ao projeto o rigi nal. Foi co nstrufdo para Abel Drum ond , pe la firm a "Barreto Xand i e Cia. ", e possuia ci nco andares e duas teras no terre o. Lernbr a 0 engenhe iro Paulo de Mattos Barret o (3) q ue esse predio tot 0 pr tmetr c em Sao Paulo a ter um apartament o por andar. co m q uatro dormit orfos. tend o side atvo. co ntud o, de entre es tei tas atrave s da tmprensa. co ntrartas co nstruc ao de ed itl c los em ba irro s restden clais . Porern. se u exito co merctal fOI imeo tato. os apartamentos logo tcram alug ad os e uma da s loias oc upa d as nor um satao de c abeleireiros.

a

Pouco depots. Andre Matarazzo encarregava ri firm a " Matarazzo e Pilon" co nstttul d a p or seu tit ho . 0 enge nhei ro Franc isco Matar azzo Netto e 0 arquiteto fran ce s Ja cq ues Pilon, d a construcao d o "Pred to 3) Depcimento Ii euto ra em dezembrc de 1979.


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Foto 63 - Os Predios "Santo And re" e 0 "Aug usto Barreto" , na Avenida Ange lica , respec uvameote seg undo e terce iro editicros de Hig ien6p o li s, 1935 e 1937.

a

Santo And re" na esq u tna da Avenid a Ang eli ca co m a Rua Plau t, j unto Praca Buenos A ires. Possu i sete and ares e as ap artamento s tarn bern eram de luxe e fora m prontamente atu qa dos. No terreo havia urna loja onde tunctonou de Imed tato urna bar bear ta.

Dais anos depois , q uand o era co nstr ufdo o Ed iffc io Esther, na Praca da Repu blica, era ergui do 0 tercet ro ediftcfo do Baine de Hiqienopol!s por tmctativa de Aug usto Barr eto, tazend elro de cafe em Mococ a e no Municipio de Cam bara. Sua famil ia resid ia na Avenida Angeli ca em du as casas q ue ncavam viz inhas ao Predfo Santo And re . Seus ffthos . engenhei ros da fi rma " Barreto Xand i $ Cia. " loram os eonstrutores d o " Augusto Bar reto " , erguido para mo radia d o tazendet ro. e numerosa d esce ndencta. Trata-se d e um predio de interesse para a arquttetu ta paulista em puro estilo "art oeco''. qu e se cons ervou origi nal ate nossos d ias . Sig nil ic ativa sua altu ra, d ez and ares, d e ond e os mor adores pudera avistar 0 Zeppe li n em evotucce s sc ore 0 Cam po d e Marte . Da li se v iam tambern 0 Pac aem bu e 0 Centro. (4)

e

4) A firma " Barreto xa nr n'' amd a con struir ia ma is um ediftcio, na esquina da Rua Aracaju com a Avenid a Hig ienop o lis_ Em Iirtais d a decade de 1930 surg ia 0 ed ific io " Angelica II"' em frente ao" Augusto Barreto" , Este co nstnura um a sequen c ia ao" Angelica r'. ergui do em 1935. na esq u.na da avemo a do rnesmo nome com a Peace Mal. Deod orc .


156 Quanta a Avenida Hig ien6poli s 56 terra 0 seu prime iro orectc no ano segui nte, 0 "D. Pedr o II" , com ape nas dois anderes. Prestes Mala . enteo Prefetto d a cid ade neg ara ncenca para a ed tticacao de um pre o to mais alto. A intciativ a partiu da famil ia de Nhonhc Maq athaes que fez dem ol ir a aol iga c asa que possula na Avenid a e enc arregou a firma " Sic il iano e Sil va" do proieto e da construcao. Os preo fos continuariam a ser ed if ica dos esporadicamente na dec ade sequ inte. Surg iram de pr eterenci a nas proxi midades da Praca Buenos Aires e na Avenida Hig ienopol is. Destetta a sociedade com Pilon. Franc isco Matarazzo Netto construiu em 1943, mats um edific io para a sua fam il ia, a "Santa Amal ia" , ao lado do " Santo Andre" , enquanto se erg uia a Predio Hiqienopons. na avernd a d o mesmo nome , no lugar em queresid iu a lam ilia Al vesde Lima. Mas a exp oente d as construcoes da deca de to! 0 ediflcio "Pru dencta e Capitatizaca o''. de 1944. Proj etado pet e arquitetc Rino l evi, c om j ard ins d e Butte-Marx. conside rado um dos marcos da arquitetura em Sao Paulo, e a ed ific io mais importante do Bai rro.

e

Mais urna vez se procu rava lever para os oreno s 0 tuxo e 0 con forto das restd enc tas. com rerac ao as d ime ns6es e ao acab amento. Os " Ap artarnentos Prud encia" foram do s primetros a oferec er aos morac ore s opc ao para a crq aniz acao dos espacos e tnstetacac cen tral de ar refrig erado com co ntrole indi vid ual. Os doze and ares do ed itlcio co mportam quat rc apartamentos par anda r e dots espec tais. nos ultimos and ares com jardins. A garagem sem i-enterrada e 0 terteo fica em "pilotis'' entre os [arum s e 0 " pray-g round ". (5)

e

Portanto. o Bairro de Hiqienopolis. " orgulho dos paufistas". c ertao de visitas da cidade. pa ssei o obr igat6rio dos morad ores e vtsit antes de Sao Paulo, possuino o um oos pont es panora mic os mats belos. de onde se avi stevam as mates do Pac aem bu ate 0 Jaraqua. torn ou-se expressao de outre lase rernodetad ora da cidade . tend o sid e d os pr imeiros a romper com a horizontal idade p aul istana e a ent rar na era d o co nc reto armado. Os pr imeiros apart ame ntos nac pa ssavam de artigos de luxe. Seus aluqueis eram c adssimos. Enquanto uma c asa gr ande em Hig ien6p olis se atuqava per oltocentos e cinquenta mil reis ao mes. a atuque ! de um ap artamento nao vatta men os de um co nto de reis. Higien6po lis . no s anos 1940 aind a era sene cc ncc rrente do Pacaembu e do Jard im Amer ic a, apesar de se encontrar abatado 0 seu antig o prestig io. Urna pe squisa reatiz eda sob a c ooroenacao de Donald 5) Amo l evi IntroduzlOne d l Roberto Berte Mar. e Nestor Gou lart Re,S F,lho MIlano. Ed lz ion, d l Comun,ta. c. 1974 'p 70- 73


157

Pete 64 - " Apartamentos Prude ncia e Cap ttauzacao ". pro jetadcs per Rino Levi em 1944. com jard ins de Burle- Marx. Aspectc atuat de entrada Pete da aurora.

Pierson (6) com para entre s f esses Ire s bairros resi denc lais ctasse A. Verificamosque Hiqtencoot!s . apesa r de estar perdend o sua prima zia ,

ainda mantem urn "status" elevadlssimo: em 25 casas de sua ctrcunscricao sao manuoos 120 cria dos dornestic os. em contrapo nto a 80 no Jardim Ame rica e 60 no Paca embu: em media havre vmte c 6modos em cada residencia. cont ra dezessets no J ard im Americ a e quatorae no Pacaembu . Enquanto que . para se ter uma toeta do ac irramento das desig ualdades socials em Sao Paulo. ob servamos que nos bairros da Mec c a. Bexiga e Canlnde a medi a de c cmooos por resioenct a nao ullrapassava a c ifra de 2,3 a 5. Tooa via . co m reracao aos Ires pr ime iros batrros . Hiqienopof!s sa! venced or com 206 movers . o Jard im Amer ica com 11 6 e 0 Pacaembu co m 95 : e co m 70 sanitarios para 57, no Jardirn Americ a e 62 no Pacaembu. 0 que dernonstra 0 elev ado pa drao de vida dos moradores de Htqien opoti s.

Os mores de transports tambem evidenci avam a enrtaacao que ainda a essa epoca oermeava 0 Bairro . 0 bond e con tinu ava a ser larga mente utili zado lernbrenoo a observacao que Mario de And rad e fizera poucos anos antes . " Em Hiqienopous. os bond es passavam com bul ha 6) PIERSON , Donald a abrta cees de Sao Paulo Estudo com paratrvo. in: Re\lista do \I . LXXXI, Sao Paulo. 1942.

~ui\l o M u n i ÂŁ!.ÂŁ.~.


158 quase g rave sob erbos a. ma caquean d o 0 bem-estar dos autos par ti c ulare s. E o mimetismo ar isco e ir6nico das co lsas c ttas tnantrnadas . Sao bonde s que nem bad aJam ..." (7) De lato as "camaroes" e as bonde s co m reb oques segui am ausentes de Htqienop olis. transitand o ape nas

pel a Aven id a A ng el ic a. 0 co brador ccnn ec !a seus us ua rtos . cumprtmentava-os. t irava 0 chapeu as senhoras e se preocupava com as cri ancas q ue tarn para a escola e q ue tomavam a b onde andand o. No contin gente de estrange iros em Hig ien6pol is peq ueno mas importante. aind a era mats sig nificativa a pre sence alema . pete que se oeoreenoe do episo d ic a nos de scrit o par Rene de Lim a Yazaki. q uand o da pa ssagem par Sao Paulo do d irigivel Hindenburg . Este, ostentando a insig nia suastica, foi entusiasticamente saudado pelos qe rmanic os do Bairro, que salram as ruas aos gritos de " Viva a Alemanna" e " Viva Hitler", Poucos nucle os co merciais loca liz aram-se no Bairro durante esse c ertooo : apenas um arrnazern e uma tarrnac ia na Praca Buenos Aire s, tr uciativa d e um ccmercle nte p ortuq ues: ma is um boteq uirn na Avenida Ang el ica esqutna da Rua Sergipe , e uma sorveterta e co nte ttarta nesta ult ima rua podem ser presumfve!s da ultima decad e. arem da s loja s nos predios cftados. A tentatfva de pre servacao da cateqo rla estrttament e resfden cta l de Hig ien6polis determ inar ia a crtecao de pequenos nacleos de com ercio satelites do Bairro. inserindo-se nesse quadro, as pequ enas oncrnas de artesanato pertencentes a imi grantes Italta nos. vindos ap6s a I Guerra Mund ial. Residentes nas circ unbizin hancas dotrecho inici al da Avenida Ange lica, taztam ornamentos em ge sso a serem ap licados nee casas do Bairro, enquanto suas mulhere s servi am de lavede lras para a reqla o. Fe! igualmente de senvolvid o 0 comerc lo em Santa Ceci l ia, notada mente na Rua s e basuao Pereira, tomeceno o artig os de luxe e pretexto para passeic aos co rnpradores. em sua rnatona reside ntes em Hig ien6poli s.

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Manteve-se a tendencta instataceo de escota s tambem nas red onoezas. do que se beneficia riam enormemente os habttantes d o Bairro: a Fuodaca o Escola de Sociolog ia e Pctt trca de 1933, funciona ate hoje na antiga casa da Rua General Jardim ; 0 Coleqio Ctaretian o. insntu fdo em 1939, na Rua Jaguaribe , ao lado da lq rela d o Sag rado coracao de Maria, e 0 Cole qio Rio Branco, transterido da Vila Mariana para a Rua Dr. Vila Nova, de onde se estenderta par a a Rua Maria Anton ia. Na Rua c atc Prado havia 0 Ooleqio " Des Oiseaux''. instal ado na ant iga Vila uc nca. onoe toi fundada a Faculdade de Fifosofia e Letras "S eoes Sapientiae". Higien6pol is co ntava co m a pr ime ira bt bttoteca escora r 7) ANDRADE, Mll rio de. Amar, verbo intransitivo. Idi lio Sao Paulo. Mart ins. 1978. p 9


159 de vulto em Sao Paulo. pertence nte ao Coteqto Mackenzie desde 1876. Em 1935 era inaug urada na Vila Buarq ue a Biblioteca lntantit " Monteiro Lobato" . quan do era Pretetto Fabio Prado. Editicou-se tambern. junto a mesma. 0 Teatra Leopold a Frees. ambos situados na quadra em que exl stiu 0 palacete do Senador Aod olfo Miranda . A tnstatacac de uma esco ta de nlvel superior dentro do Bairro de Higien6p olis, na casa mats imp ortante. a "vlta Pentead o''. pode sig ni. uc ar 0 marco final do primeiro memento. Em 1947, as jard ins da " Vila" toram div idi dos enl re as herde iros . Os Irmaos Silvio e Armand o Alvares Penteado adqulnram as partes relati vas ao predio. que cabtam aos de mais nerc e.ros. e ftzeram a ooacao d a casa a Universidade de Sao Paulo, co m a ccndicao expressa de que nela funcfcnasse a Faculdade de Arqu itetura e Urba nismo, recem-tund ada na Escol a Potitecnfca . A FAU mudou-se para 0 patac ete em 1949 e os fundos do palacete, que davam para a Rua Maranhao, pas saram a ser a frente da Escola. Noque se retere aos jard ins da " Vil a Pentead o" enquantc aguardavam novo destino, sofreram abandono e 0 mato mvad iu a area. 0 parque tro nteiro transtormou- se em terren o bald io onde havia um barra cac de madeira, e a estuta. tambem aband onada , vtu-se invad id a pe la crtancada da viz inhanca da Rua Maran hao. Nesta, por sua vez. se havi am constituldc corticoa. no irech o junto Rua ttambe . 0 arqultetc Gustavo Neves da Roc ha Filho, entao estudant e d a FAU. rec orda qu e 0 gr ande chate de ssa esqu ina, outrora perte nce nte ao Dr. Sa, transformara -se em ccrncc . assim como as d uas casas vizm has. Pod iam ser vistas da rua os quartos imensos d ivid idos por tabiq ues e um numero exce ssive de ocu p antes.

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Nessa me sma epoca a firma construtora " Artac ho Jurado" eomprava a casa de Antonieta da Silva Prado que ademol lu para con struir no lugar o Edifici o " Brasil Republica" . Essa firma seria a tancado ra dos grandes co njuntos hab itaci onais d e luxe no Balrrc . numa eocca em que se gene ral izara 0 sistema de co ndo mini o. Mas os anos de 1940 f inaliz avam tambem com a ecstcacao de orecros d e apa rtamentcs a pr eccs m6dicos, 0 " Rubayat" e 0 'Teresopotis" ambos na Avenida Hig ien6p olis, inici atfvas este s que prometia m uma nova era para 0 Bairro. A parti r de entao. serra freq uents 0 exod o de element os da alta burquesia. os quais de ixavam seus pala eele s em busea de lugares ma is aprazfvets. cedendo luga r aos arranha-ceu s. ao co merc io e. com estes, c lasse media. Sobretud o na decade de 1960 se generalizar ia a utitizaceo do apartamento para reslde rc ta. ocastao em que Hig ien6poli s estarta pratic amente tran stormad a numa uoresta de concreto armado.

a


160 Exemptcs da transtc rrnac ao de res-cencres

Foto 65 autora.

Extem ato Nuno de And rade e Cuu uea Inglesa. na Av. Hig ien6polis . Foto da

Potc 66 - 0 Pe staurante Roma e a Cant ina Piazza Colonna. na Aua Maranhao . Fotc da

autcra.


161

sore 67 - Remanes cente de resid encta na Av. Higien6polis. a uncc Socre loi seu primeiro me-ad or. Foto da actora

Evidenc iou-se , portanto. no per too o a q ue denom inamos de " desc aracte rtzacao" do Bair ro. a superposlcao de novos ele mentos em con trapostcao ao estaq to anterior. iniciando-se 0 processo de interrupcao d o rnesmo . ora rente e qrad ativ o para prectpttar-se d e forma intens a na etapa sequtn te.

SEGUNDO MOMEN TO, DE 1950 AOS NOSSOS DIA S

Apes a II Grande Guerra. assis te-se a reviqorizacao da nossa indus tria. As d ivisas que S8 acum ularam d urante a guerra torarn utiliz adas em parte para a imoo nacao de matertas-p rirnas e 0 aperteicoamento dos bens de producao. Enquanlo tambem eram beneticiad os as precos d o cafe, a producao industri al aumenlara 122%, de 1946 a 1-955. Sem d uvid a nenhum a mdusmeuaacao era prop ic iada pela ampua cao do merc ado interne. p ots a ooour ac ao cresci a numa per c entag em de 3% ao ano. (8)

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8) CANAORAVA. AP. Esbocc da hist6ria econcrmca de Sao Paulo in: BRUNO , E,S. at alii. Sao Paulo, ten a e povo, Porto Alegre , Grobe. p. 38 e e.


162

a.

Eleito em 1951, Get ufic Varga s p roc urari a dar maier eslimu to industria que p ermanecla vottada proc oc ac d os bens de co nsume . agora urn tanto mars complexes. incluindo prod utos qufrmcc s. metalurgicos e aparethos etetrod onestlc c s.

a

Mas a industria rece beria 0 maier impul se no Governo de Juscelina Kubitschek (1956-1961) q ue promoveu a rnstatacac da indu stria automobilfstlca em Sao Paulo, a qual garanli ria a prod ucac de bans de capital no pais, ainda que com pesado Onus para as nossas d fvfsas. A nova indus tria benef ic iou internamenle as indu stries paralelas e med ias bem como 0 cc merc ic. tavorec end o sempre a expansac da cl asse med ia e a tomac ao de uma crass e constituid a por tecmcos bra sileiros.

o parque indu str ial paulista, excelente mereado de trabalh o, pa ssou a atrair para a ca pital migrantes vindo s em massa do Nord este e de Minas Gerai s. principalmente. Sao Paulo. no quart o centenario de sua tundacao estava co m 3.000 .000 de hab ttante s e assumia detinitivamente 0 aspecto da s mod ernas ci d ades ind ustrials norte-americ anas. Seu " slogan" tomou-se " a ci dade qu e mais cresce no munc o''. Perdia seus mcnumentc s da civilizac;:ao do c afe e co bna -se de arranha-ceu s. Estes agora invad tam os bairros. co mo a Liberdade. Cc nsotac ao. Santa Cecilia. Higien6poli s. Vil a Buarque e a Avenida Pa utiata. Rasgada po r avenidas e viadutos recem-c onstrufdos. sugeri a uma "colcha d e retalhos", co nforme expressao de Pasqua le Petrone, tal sua dfve rsfdade de aspectos e a fatta de harmonia ou entrosamento. (9)

As varzeas porem. permaneciam vazl as e amptiou-se 0 numero das rod ovia s em c uj as m arg e ns se ins tal aram as industri es . apr oveitando-se da fac ilidade do transporte. Nos antigo s bairros operanos de imigrantes estrange iros aportaram os m igrante s norde stinos, enquanto os menos pr ivileg iad os f oram re sidi r na periferi a con stituin do-se as taveta s. A rede urbana deu sequencia ao seu processode ouatecao. orteotaoo nao s6 pela ferrovia como pe las rodovlas. Com excecao do Norte. onde encontra as co ntrafortes da Serra da Cantareira . co ntinuou sua march a expan sive em toda s as d irecces. Ao SuI. eng lobou os munlclpios d o ABC. Maua e Ribeirllo Pires; a Le ste. ultrapassou sao Miguel Paulista c heqe ndo ate Moj i das Cruzes: a Oe ste. Osasco. Caraptcuiba e ltap evt. Os pr6ximos suburblos da Grande Sao Paulo serao Santos . Jundial e Sao Roque. 9) PETRONE, Pasc uare. c o. cit. c. 153 e s.


163 Os bairr os resldenciats cont inuaram rumo ao Oeste e saltaram 0 Rio Ptnhetrcs: tormou -se a A venida Cid ad e .rarcnm. totec u-se 0 Morum b i; e construiu-se a Cidad e Uruversitana.

o

ritmo das ccnstrucoes cfvls tornou-se sempre mais intenso. As estatlst fcas acusaram a construcao de uma casa em ca da ano para a media de 102 hab itantes. ao passe que em Buenos A ires , cc nstruta-se uma casa para 134, e em Nova York para 123 habitanles por ano. Em 1954 havia 410.000 pred lcs na cidade. dos quai s 90 .000 toram c onstrufdos em apenas quatro anos. (10) Generalizou-se 0 habito de residi r em casa ou apartamento pr6pri os. Com excecao do migrante ou do operarto que ate hoie co nstroi sua pr6pria casa ou barraco , a c idade ficou a merce da especotaca o imobiliar!a. industria que se apoiou na classe media ou mesmo na pequena burg uesia , as quai s pod iam adq uirir sua casa pr6pria pelo sistema de Itna ncia rnento a longo prazo au em pre stacoes mensais. Os espe cialistas bal izaram com a ana de 1954 0 inlci o do descontrole do urbanismo paufista. quando 0 luc ro individual dos imob il iaristas supla ntou as interesse s da co letividade. ( 11)

e

Para Hlqtenopons 0 mom enta de renovacao no sentido de q ue se inic ia uma nova era construtfva. a d o concreto armada . e com esta novos morad ores: prof issiona is li berals . tecn lcos . funclonarlos . iu deu s enriq uec idos do Born Retiro, diplomatas estrangeiros , comercl antes e tndu strta!s. etc . A industria Imobillarta vottou- se definit ivame nte p ara Hiqienc polis de sfrutand o de certa s vantagen s oferec idas: lotes ampto s, proxim idade s co m a centro. farta conducao. etc. No entanto. sob dete rminados aspecto s persis tiu a decadencia do Batrro. Perderam-se as caracteristicas pri mitivas d o conjunto urbane, assim como 0 alto pad rao de vida que Higien6p olis proporc ionou, evol uind o para a "saturacao'' tala numero de artanna-ceus que hoje co brem a area.

a

Perdeu -se ainda , sua exc lusividade resid encial. ja que assistiu-se maier oenetracao das atividades comerc iais e de prestacao de servicos. Como cc nsequenci a temos um batrrc de alta densidade demograf ica , que nao va! alem de urn batrrc secundarlo de Sao Paulo, oeo rao cras se med ia. Apesar de que , verdade, sotreu methor sorte se comp arado a Santa Ef igenia e Campos anseos. par exemplo. os

e

10} ARROYO. Leonard o, Sao Paulo antigo e Sao Paulo mcd emo. sa o Paulo. Melhora-

mentes. 1953.

s.o.

11) SAIA, Luiz. Morada paulista, Cole cao Debate s. sa o Paulo, Perspectiva, 1972, p . 223

"


164 quais S8 havi am det eriorado co moreta mente . sofrendo a proximida de dos esoacos terro viarios. da varzea e dos batrr c s op erarios como Born Retiro e Barra Funda , e hoje S8 renovaram co mo areas comerc iais . A imag em artstocr atica Que Hiqienopotis ostenlou seria usada pelas construloras co mo ch amariz par a suas vend as atraves de uma propagan da exubera nte da s incorpor acoes dos predfos de ac artamentos . Ac enavam c om a posstbitid ade de que um maior numero de pessoas poder ia residir num dos rna!s nobres pontes da ci da de . As fac ili d ades prop orci onad as pel os f inanc iamenlos a ronc o prazo atrairiam ma is d o que nunca uma classe em asc encao eco norr uca . c esejosa de aparen-

la r.

.

A sousncacao que se pro c urou imprimir nee tacn aoas e entradas dos predios de apartamentos. co nstruid os em sua matorta com element os neoc lassicos e de outros estuos tu stoncos. dar iam a procurada sensa<;80 de opulenc !a aos compra oores: mesmo os apa rtamentos menos luxuosos ou espacosos. j a q ue situ ados em um bairro fino, foram capazes de tornec er a imagem de prestigio buscada p elos novos rnoradores de Hlqlencpotts . No inicio da dec ada de 1950, deram-se os gr ande s projetos comercta !s de conjuntos resto enc tais em forma de co ndomi nto. A pr ime ira grande lanca do ra d esse tipo de empreend imento foi a "C onstrut ora e lrnobiliana Moncc es". segu ndo a q ual os ed ific ios devem ter vida soc ial propr ia e os apartament os, mats ampl os, co m areas de tazer c omuns, 0 " Condominio Bretaqn e'' e 0 "Parque das l-lortensias". respe ct ivamente na s aver ud as Hiqie nopcu s e Angelica , ambos proietados pel a "J. Artacho Jurado Soctedade Tecn tca Ltda." e edi fic ados pet e "M oncoes''. co nstituem vivos exemplos dessa an-mac eo. Pessuem seroes de teste s. de j ogos e piscinas. depend enc tas e rnet horamentos esses que supr iam os ansel os de apresentacao e de tazer de uma ctasse em franc o progr esso fina nceiro. Adollo Li ndenberg co nstruiu um ed'ttcio " est ilo neoclassico" no lugar em que esteve 0 pal ace te de Martinho Prado. 0 nome escolhid o para 0 predio - D. J080 V - denota a pretensao e aretac ao dessa Jinha de emp reendimentos. Suc ess ivamente vemos erquerem- se as "mansees" nos terrenos dos antigos patacet es: Mensae "O rtandina Rudge Ramos ", " Mansao Verlai ne" , " Mansao Mich elang elo" , etc . Outras ant igas resid encie s passaram a escoras ou pensoes. Nesse memento . as q ue escapar am d as p tc aret as tornaram-se pr ontosoco rros. ctl rucas medicas . restaurantes e banc os. Pouca s persistiram com sua tuncao resid encl al. Encontra-se em oem ouca o 0 ult imo remanescent e de chate da Aven ida Hiqienopolis. onde acabou de talecer Aymore Pereira Lima, com seus 97 anos . Alg uns palacete s, transfermados em sedes co nsutares atnda puderam abr ir seus satoes em era s


165 de testes. A (mica c asa que preserva sua funcao residenc ial na Avenida Hiqtencpolls a de Alfredo Mesquita.

e

Dim inuiram as esp ac os d edic ad os aos [ard tns mas a arbor tzacao d as ruas. que tanto d eslumbrava as pautlstas em suas ca m inhadas, se manteve . pr tvile q! c d entro de uma c idade ca da vez mats ca renle de verde .

Urna tarta red e de transportes c o'e tivoa c onti nuou a servir 0 Balrro: em 1952 foi acresc idodos trcletous. nome q ue recebeu 0 bnibu s mov ido a etetrtcidad e. DUBS tinnas serviam Hig ien6polis: a " Cardoso de Alme ida ", que sara c ccemro para as Perdizes e a " Machado de As sis". articutand o Higien6pol is co m a Acl imacao. Em 1966 os bondes eletric os foram retirad os c edendo lugar aos automovets . As Aven idas Hig ien6polis e Angelica transformaram-se em corred ores de movtmento intenso. 0 cornerct c tomou -se cad a vez mais d iversiticado. surqindo na regiao supermercados. restaurantes, bares, acouques. lanc honetes. bout iques,tarmacias. tloricutturas. qulosques de jornais e revistas. loj as nos terreos dos editlcios . attatetes. sapateiros, cabeteiretros etc . Os pequ enos services localizaram-se nas ruas superlores. func ionand o nos sob rado s enquanto a vizinha Vila Buarqu e transtormou-se em zona do alt o me retrtci o. co m ba res, hotels. boate s etc . de ca tegoria luxo . A atividade escorar no Bairro e nos arredores se intens if icou a p onto de se poder considerar a area e adjacenc ies. como sendo 0 segu ndo c ampus unl verslter io de sao Paulo . Os c ots pnmetros eco ntecimentos impo rtantes nesse momento, do ponto de vista cultu ral datam de 1950, com a instatac ao da Faculdade de Filosofia, Cie ncias e Letra s da U.S.P. na Rua Maria Antonia. no ant ig o pred io do Coleqio Rio Branco e a Pro-Arte que se organizou numa c asa da Rua Sergip e, sem duvida um dos imp ortantes ce ntros d ivulgad ores da erte musi ca l, ao qual se de ve a renovacao do ensino da music a no pais . Uma das figu ras exponenciais. 0 maestro H. J . Koell reutter, leci onou na Pro-Art e. introduzind o um metodo q ue te l 0 resp onsaver pela form acao dos gra nde s nomes da no ssa muslc a erudi ta modern a. tnstel aram-se ainda nessa dec ada , os segu intes cursos auperfcres: a Esccla Paulista de Ag rimensura (ate entao cu rso medlo). na Rua Bahia, em c asa que pertenceu a Mar io Sedow e que foi adaptada par a esc ola; a Faculdade de Artes Plasticas " Armando Alvares Pentea do " em predio proietaco por Armando Alvare s Penteado. na Rua Alagoas, 903, ocupandoa d iretoria a c asa da Rua Ceara. once restdiu o patrono. Hoje, a FAAP abr iga tambem 0 Museu de Arte Brasiteira. e seus cursos supenores de Engenharia, Admtn tsna cao de Empresas e de cement-

caeoes.


166 Em 1952 as padres ca nadenses de Santa Cruz fundaram 0 "Ccleqlo Santa Cruz " na anti ga residencia de Augusto Ca ma rgo. Ne sse me smo ano to! co loc ada a pedra fundamenta l d o Edttt cio Rotary , ne Avenida Hig ien6poli s 0 .째 996, onde existi u a resl d enc ta de Maria Antonieta Ferraz. 0 proj eto esteve a ca rgo do arqutteto Leand ro Dupre e 0 ored lo terrninou em 1960 . Jose Erminia d e Mora es doou-o ao Co legi o Rio Branco q ue saiu d a Rua D r. Vila Nova para mstalar-se nesse editlcl o.

Em 1970 a restdenct a de lzabe! Maria de Lim a ne Av. Ang elica, foi adqutrida por Henrique Lip szyg e nel a se in sta tou a Escola Panamerlca na d e Arte. Interess ante notar que 0 pre dlo pra tlcam ente nac sofreu ref orm as. A Aven id a Ang el ic a hoie rep leta de esc olas , c ursi nhos, ban c os, clinicas , co ntou d esde a decad e d e 1940 , em sua area de Santa Cecilia, co m escolas co mo 0 Ooleqio Piratini nga e 0 O swaldo Cruz. Em 1963, ano da tcnoacao da Facu ldade de Medicina da Santa C asa d e Mi seri c 6rd ia, as Instalacces d o SESC toram inaugu rad as na Rua Dr. Vila Nova, 228, co mportan do em suas depend enc tas diversos setores d e atend ime nto. recreecao . esportes e c uttura aos come rcrartos . No mesmo predio. em 196 7, to ! inaugurad o 0 Teat ro An chieta, uma das melhores salas d e es petaculo d a ci dad e. preenchend o em term o s a lacu na d eixada pe la oem oncso d o anti go Teatro Leop old o Fr6e s, situado ao lade da Bibliote ca Infantil " Mo ntei ro Lob at o", atual Praca Rotary, c ujas atividades foram inte rromp idas no tim d a decade de 1960 por total d esca so e tatta de co nservac ao d o pre dio. Por Isso, na area se form ou amb iente tertii para uma sene d e prom oc ce s c u lturais, algu mas das quais se retletiram na nossa must oe erud ita e p opu lar. Os estuda ntes da Fac ul dad e d e Arquftetura e Urbanismo d a Un iversid ade de Sao Paul o tran sformaram 0 pre cioso saq uao " art nouveau " da Vila Penteado em sala de co nc ertos . Apresentararn-se orq uestras sintc orcas e cc niu ntos d e earners e d e jazz. 0 Mac kenzie, por sua vez, serviu co mo di vul g ad or da rec ern-crtad a bossa nova em finais da decad a de 1950. Rea liz ou es pe tac ulos mem o ravels d os qua is pe rticlparam as fig uras ma rc antes do novo rttm o . Po ster iormente 0 Bairro amblentou a boemta d os estud ante s, destac and o-se Chi c o Buarque de f-iollanda e Antonio Carlos Man ini, elunos da FAU, que salem pelas d emais "escol as" e ceres bares da Rua Mar ia Ant onia fazend o ouvlr suas pr imeiras cc m ocercces. Em ccntrap artid a, a period a 1964-1968 co nsti tui u pal co de lutas entre estudantes das diferentes entidades. Algumas dessas lutas c heg aram a ser sang rentas ne sse ultimo ana, mot ivadas pelaa duerencas ideo-


167 100icas. ac irradas com a viqoracao do Ata lnstnuci onal n.O 5. Esse lato hist6rico ter ta prec ipitado a saida da Faculdade de Filosotia. Ctenci as e Letras da Rua Maria Antonia para a Cidade Unlvers ftaria. Na tentative de S8 exp lorar c ad a pedaco disponlve! d e terrene. Hig ienopotis tom ou-se superpovoado. Hole. as edi tlcios ag lomeram-se em espac os reaproveitado s. Ha casosde totes ncs quaisia se construiram Ires edif.cacoes d iterentes . como par exemplo a terrene pertencenle a Caio Prad o onde loram erguidos sucesstvamente a " Vila Anton iel a" , a casa "a rt-deco " e 0 "Editlc io Brasil Rep ub lica". Algumas medi das recentes adotada s pete governo demonstraram que , embora tard iamenle , S8 adqui riu em Sao Paulo uma consc ientizaca o do problema . A lei de zoneamento de 1972, e as leis de uso do solo de 1977, as pnmeiras a atribuire m as areas urbanas uma ou varia s tcncces . sao tentativaa de disciplinar a long o prazo as construcoes da capital. Aqu eta le i divid iu Hi gien6polis em tres zonas di stintas: 4, 3 e 2, tendo como denommad oe comum 0 uso misto. lsto e. residencia e comerc to. A zona 4, que vai da Avenida consoracao ate a Rua ttacotomi. de scendo p ela Rua Barao de Tatui ate a Avenida Sao Jose. chegou a adm tur a presence de inc ustrias: a zona 3 parte da Rua ttac otom i. inc lui a AvenidaAnqelica e Rua Sao Vicente de Paula ate a Praca Marec hat Deodoro. adm itind o of ic inas sob con trcle espec ial. A zona 2. que engloba 0 trecbo ad jacente ao Pacaembu. e predom inantemente residenciat . ( 12). No decorrer da decada de 1970 0 Bairto. um dos poucos ainda arbonzad os e dotado de pra cas . continua a ter grande procura par a fins restden cte!s. dada a sua boa rccauaecao e conf orto prop iciado pelo bom alend imento dos meios de trans portes cotet tvos e dt sponibuld ad e de servtcos terci anos. Nesse momento, poucos sao os remanescentes da s antigas tamllias : a ma ioria da poputacao e de orige m vari ada , havendo grande inci dencia de mulheres desquitadas au d ivorc lad as. Quanto aos judeus, e tao marcante a sua presence qu e possuem si nagogas e escol as nas proximidade s. e chegam mesmo a ter um centro social e recr eative. 0 Circulo Macab i, na Avenld a Angel ica. Ha c asas atnda de resloencl as em estad o de ab andono que se tornaram cortices. (13) 12) Novo map a de zoneamen to c a co ac e de Silo Paulo. Folha d e Silo Paulo Ed espec ial, novembro de 1912 . 13) Tres contos de Eliza Barreto, reunidos sob a desig nao;ao " Hlg,en6polls" , proc uram retretar a ceceeeec te ca burg uesia trad ic iQnal d o Ba irro e seus ccntatcs co m uma l"IOIIa reeu c ece. in: BARRETO, Eliz a A Redoma RIO de janeIro, Cated ra. 1974 . p. 82路100 .


168

Fete 68 - '" Le M etacaeo". escultura da Prece Buenos Aues Foto ca autore. 1979


169

Fete 69 -

" Mae" . Monumento de Caetano st acc arou d e 1964 Fete da aurora. 1979.


170

Foto 70 - t e rrace Germaine . aspecto alua l. Fete da aulora .

Fete 71 -

A Avenida Ange lica. hcje. Fete da auto-e.


171

Foto 72 -

Rua Maranhao boie Fore da aurora.

o tmprovisa oo . 0 pretensioso. a aoaotacao de velhas construcoes.VaG conslituir um a co nstante. As retormas d e interiores e fachadas, alg umas visan co mod em tzacao. outr as buscan do e atenoo-se apenas a elementos Kitsch tats como estatuas. qa rqula s. lcocs . nao passam de arremedo de urn passado ja longinquo e de retralo de urn imp onente mau g0510, pr6prio de uma cul lu ra massificante. Ternes atnda 0 exemplo das ape nci as banearias q ue se rnsteraram nesses velhos p alacetes na o alterando suas estruturas. mas vfole nla ndo sua ling uagem visual atraves do acresctmc de elemen tos como letrei ros e cores contttt antes com seu estuo e epoca. Os pr6pr ios log rado uros publicos sofrem da rnaoeooacao de apr ovetlamenl o do seu pa isagismo natural au mtcla l c omo fot a caso oco rttd o


172

Fete 73 - Aspecto atuat o e Rua uamoe. escum a com Rua Veridi ana, Foto ce aurora

na Praca Buenos A ires retativo ao monumento " Mae", de Caetano Fracc arott, transtorma do mde vtdamente em obe lisco . Altam-se ainda a esses tatores a d epred acao e 0 vanda l ismo d a popu tacao que . par falta de esclarecim ento nao conse gue partict p ar da sua propr ia htsto-

ricio ade. Asslm. sem qualquer criteria au movimento de inici ativa governamental ou po pular, d esaparec eram sob as p icaretas algumas obras arquilet6n icas de valor inestim avel. como as do arquiteto Victo r Dubug ras e de Carlos Ekman, e oulras boas representantes doesti lo " art nouveau" , "art-oec o" ou d o ectettsmo . tatvez pete tate de se acreditar que tude isso e proqresso. OU q ue ja esta parctatm ente deteriorado nao mereca ma iores estorcos pa ra tenta r se prese rvar que resta, e aind a


173

p orque as pe ssoas q ue hoj e co mpram a sua reser ve de verde ututa arn-se d os d emai s bairro s co mo passagem . Prob lemas como a pOJU iC;80 do ar, vis ual e sonora, bem co mo a prostituicao q ue, atraida pelo movimento de vias de ac esso, da Avenida Consolacao penetrou pel a Rua Malo Grosso e agora ja S8 encon tra nos fin s da Rua ttacofcm f. acarretaram uma desvalorizacao do im6vel residencia l; 0 futuro do 8airro fica pendente dos rumos que 0 sistema econ6m ico e urban o venna a tomar. Vemos assim neste ul timo momento a tntensttlcacao da pa ssagem de Hig ien6poli s de area unifamil iar para pluritamular . co nstituindo uma zona de all aden sidade oemocrattca d e Sao Paulo . Porem uma area de reetoencte edas pr ime ira s de cade s do seculo se mantem na Rua Bah ia e proxtmidades. junto ao bairro do Pacaernbu . a espere talvez de urrra nova fase especulativa. Ho]e , ai nda se mcorp ora em Hig ien6pol is, em bora em menor qu antid ade do que no s anos anteriore s. Porem a ind ustria tmo biliaria conti nua a explorer 0 ant igo "s tatus ". Por exernpro . acaba de ser incorporad o na Aven ida Hiqiencp olis . n.c 968, " no techad o e aristocratico Bairr o de Hig ien6p ol is, um eteq ante ed iffci o esti!o med tterrane o". tend o nas prox im idades " exc elentes c oteqlos e 0 verde encant o da Prac a Buenos Aires". :: amda. essa situ ac ao se extrapola . Basta d izer que se preced e d um toteamento residencial com 0 nome de "Nova Hig ien6p olis", no km 28,5 da Rodovia Raposo Tavare s. ( 14) As pouca s residen cias que restam em Hig ien6poli s sao tnexpressivas em sua maio rla porq ue sao exatamente as que oc upararn loles menores e porta nto sem grandes possibi lidades de transtormarem-se em arrarma-c eus . Milagrosamente os paracete s exponenciai s. a " Vila Maria" e a "Vil a Pentead o" sobrexis tem. A pnmetra, bastante atterada com rereca o ptan ta primitiv a, com dots anexos. 0 co rpo c entral rnantern sua tac had a prtmitiva: enc onl ra-se ainda ambtenteoa em mete a j ard ins bern cuidado s e pre servados co ntorme parte dos orig inate. muito em bora tenham sotrldo a gr ande reou cao do co meeo do seculo. epoca em que a cb ac ara de D. Verid iana toi lotead a. Em 1955, nela faleceu Anto nio Prado Jr . e seus herd eiros vend eram-na dois anos dep ots ao Clu be Sao Paulo.

a

A Vi la Pentead o, felizmente tombada pe lo Conselho de Dete aa do Pat rim onio Hi stor lc o do Estad o - CO ND EPHAAT - em 1978, encontra- se sem a s j ard ins primit ivos, sufoc ada entre as mumeroa editic tos que a circund am. Todav!a . ambas ainda se de stacam pelo seu valo r hist6r ic o e arquitetcnico, pete que signific aram para a ci dad e e pelas reminiscencias que evocam. 14) Vide sene evorouve de reco rtes de Ioma-s score eococce nn ooutanc s em Hig ien6polis. inseridos no tinaI oe ste c apitulo .


174

Foto 74 -

Asoectc atuar ca ca sa de D. v encrana da Si lva Prado. Foto da aurora

Fato 7S -

Aspec lo atual da c asa de D. Verid ,ana da Silva Prado Falo oe aurora


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3 dorms. (1 suite)¡ pronto para morar. Nem sempre 0

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aristocWtjeg bajao de HjgjenOpolis

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.1Jll dememirio. • Rcdedc"potjYd.

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P........ enlnlda e 50 presta\iles a partirde

5.800



181

CONCLusAo A tomacao do Bairrc de Higien6pol is vin cut a-se a 'urn per iodo da nossa hist6ria do "cate''. quand o as fazendeiros passaram a oc up ar-se das primeiras ind ustries e do c omercio. 0 Bairre surg iu quand o a cidade S8 tornou a grande subsid iana da riq ueza ceteeira. Data de entao 0 pr ime iro surta mats importante de exp ansao da rede urbana motivada perc cresc tmentc oemoncenco e pete mstetecac d e el ementos indicatives da cheg ada do progresso: terrcvta. uomtoacao . sistemas hidrauticos. energla eletric a. bande a nacao animal e depois a elemcidade. etc. A lnic latfva partua de um g rupo de anqto-saxoes que se incfulam entre as primeiros estrang eiros aqu i radi cad os a pa rtir de mead os do secuto passado. Eram comerc tentee e profi ssional s liberals . que formaram uma nova cta sse recem enrlqu ectda nessas attvidades. Foram atra fdes pel as condrcces privilegiadas que 0 local oferec ia: tranquftidade e isotamento . em snoacao mais eleva da , nas encostas do espiqao mestre d o maci co. face Norte, tatores qu e Ihe conced iam um c1ima mats ameno - de onde 0 nome Hiqienop otis.

Em breve, 0 empreend imento tot prestiqtado pela nova geracao da elite do cafe, e os outros elementos de projecao em Sao Paulo, que vieram lnstalar-se no Bairro, em continuidade marc ha q ue a burgues ia paultsta empreendeu pela cidade ao de scer a celina lustonc a. marc ha esse repre senla da po r seus bairrcs mais ca racterlsticos: Santa Efigâ‚Źmia e Campos Ell seos; e, depois de Hig ien6po tis e da Avenida Paullsta, 0 Jardim America e Jard im Europa, cheq andc. . atualmente, ao Morumbi.

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182

Hig ie n6p olis to t revetado r de um momento de nossa europeizecao cuftu rat. em q ue se sub stttulr arn a msonacac local e nossas trac tcces colonials portug ue sas petos modelos importad os diretamente das gr and es c api tais eurcpei as e cent res industri als . A Franc a retomava como a g rand e inspi radora cutturat enquanto a fnqtaterra. Atemanna e Sutca. sobretud o a pr imeirs. tinham seu ma ior papel no setor econcmica e tecmco. Chega vam alim entos. mate ria is de construcao. tivros. revista s. moda , tec r nc as cc nstrutrvas e estno s de arq uit etura e ate consnucoes co m pi etas. Os vel has sob rados e c asas lerres s de talpa. passararn um a urn, a ser subs tttufdos petas c on strucc es de

tiiotos. A co ntiq uracao d o Ba irro denotar ia antes de mat s nada a opule nci a de seus morad ores. bem com o retletma a aneracao de no ssos pad roes de vid a cob rindo- se de p atacetes nos mats vanad os estuo s da arq uitetura d aqueles parse s eurcpeu s. eooca q ue co rresponoeu ao Ectetismo. Portanto, Higien 6p oli s rep resenla Sao Paul o europeizad o. Foi essa elite d o c afe da pa ssagem d o sec ure q ue promoveu 0 gra路 tmismo em Sao Paulo e a vida eleg ante que a ci dade conhecta pel a prime ira vez. Hlqtenop cns servma. exatamente de cenanc par a 0 desenvotvim ento de sse pe riod o de no ssa Hist6ria Soc ial . Sua tnftuencia se estendena a c ertas ruas de Santa Ceci lia e d e Vila Buarque que constttutram verd ad etro s eoeocnces de Hiqtenopotts. Ap6s a I Guerra Mund ial, Hig ien6p olis comecou a sotrer a concorrenci a d a Avenida Pautista. cuios patacetes mats numero so s e d e maie r luxe. atestave m a consoncacao de um novo poder ec onermco: a indus.tri a, qua setod a em maos daq uetes imigrantes que prosperaram. Nessa epoca. perd e seu corso diaric para a Aven ida Paulista. 0 0 ponto de vista da oc ooeca o. a area nistoncamente liga- se a uma a institulcao cas da s formas mats antigas da posse da terr a, isto sesmartas. Evohnu da d ivis ao de uma p rtmitiva sesma rta dos padr es [esultas . a co mec ar por tres gr andes exte nsoes. e sua subd fvtsao poster ior em chac aras. pa ra cheg ar fase urbana.

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Ao momento d a to-maca e d o Ba irro de Higien6poli s denominamos perlod o vaureo" porq ue nete se evid enc taram as c aract erlsticas de um do s capi tulos rnais Impo rtantes d e nossa historia . quando Sao Paulo lnlci ava a traiet orla que 0 tevaria de sua po b reza secul ar a Estado Uder d o p ais, e sua c api tal , ao posta de pr ime ira c tdade em lmpcrtanci a ecc nomtc e. trajet6ria que teve no "ouro verde" sua mota mest ra. A partir de 1930. ano assmare oc petos eteitos q ue 0 " crack" d e 1929 se tazta m sentir no Brasil e pe la ae voruca o. cujas ccnsequ enc ias foram protu ndas na nossa socio-eccnomta e counce. teve mfctc uma segun da etapa da vid a de Hiqiencpolis . em que a p rimazia de Baine d os muto nano s de Sao Paulo e d os mais eleqantes da cap ital toi perd ida


183 detrmtivamente para a Avenid a Pautista. as Bairros-j ard ins da zona

Oeste eo PacaemM . Enquanto se exp and ia a classe med ia e a c idade co nhec ia novas formas d e morar, d eu -se inlcio ao p rocess o q ue levaria " d esc aracteriZ8l;:80" de Hig ien6pot is. a! comp reendi d as a chegada d os primeiros eleme ntos d essa crasse e as mar utestec oe s pi onetr as d e seu cresc imento vert ical. Ne sse momento ficaria patente a d ec adenc ia d o Bairro. Sairam familias irnportantes. houve di visao de alguns totes entre herdeiros. muitos palacetes ficaram fechados. enquanto outros se transformavam em escotas. pens6es ou ate em cortices. Perd ia-se

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aeslm a sua exc lustvidad e residencial padrao A. Nessa epoca cbservou- se destq naceo " travessa da Angeli ca" para a Aven ida Higien6p oli s. Na etap a atual q ue pode se- balizada peres anos 1950 ale nossos d las. a eec ecoracac tmobitiarta vottou-se para 0 Batrro. usutrutndc de sua tradtcao. Sign ifica a "renovaca o" para Hig ien6polis, 0 inlcio d e um a nova era de revalorizacao dos espaccs. Aquelas alt eracoes obse rved as no estaqto anterior, se precipitaram. 0 q ue determinou a metamortose sofrida pel o Bairro e tevcu saturac ao da area, ou sera. 0 espac o aca bcu senc o ocupaoo per arranha-ceus. em prejuiz o de sua memoria, apenas esporadicamente evoca da atraves de um ou outre remanescente residencial. Se. por um lad e. os privilegios de que era detentor benettctam nos d ias de noie urn nume ro maier de rrcredcres. por outre deu -se a perda da quauc aoe de vida , tenoneno que , arias, se observou com reracao a toda a ct dade.

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185

B IBLIOGRAF IA Fonte s pr imaria s -

"aO publ ica das

Arq ui vo s particulares

Ana Cand ida Ferraz Sampalc Escrit6rio Germa ine Luc ie Burchard Lalma Mesgravis -

Argu ivos publicos Arqui vo Historfco Munic ip al " Washington Luiz": livros de obras partic ulates 1890- 1905 Institute de Estudos Brasileiros . Universid ade de sao Paulo: d oc umentos e notas reun id as por Artur Cerq ue ira Mend es em pasta designada " 0 . Veridiana Prad o" Museu Pauhsta: arqufvc Agui rra

-

Depoimentos: Anto nio Cand id a de Me llo e Souza Armando Lebets Alf red o Mesquita Ali ce Pacheco Guimaraes Ana CAnd ida Ferraz Sampa io Aug usto Freitas (falec ido) Caetano Frac c arol i Calc Prado Junior Ciro de Freitas


186 Calc Ramos Danc a Prado Gustavo Neves da Rocha Filho J aime Buarque de Hottand a Joaqu im Muller Carfoba Jovina Pessaa Maria Helena Prado Ramo s (fatectda) Maria Luc ia Marc ondes de Mattos Olg a Ekman Simo es Paulo Duarte Paulo de Barros tnnoa Cintra Paulo de Matto s Barreto Paulo Ptlnlo da Silva Prad o Rene de Lima Yazak i Serg io Buarque de Hona nda J. Fernando de Alme ida Prad o (au Yan de) -

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2 -

PLANTA DA CAPITAL DO ESTADO DE s Ao PAULO E SEUS ARRABALDES Jules Mart in, 1890.

3 -

PLA NTA GERAL DA CAPITAL DE sAo PAULO, sob a direcac d e Gomes Cardim, 1697 .

4 -

MANCHA S DE OCU PACAo QUE ANTECEDERAM 0 BAIRRO DE HIGIENOPOllS, no s anos 1880 - da autora.

5 -

PARTE DO MAPA NOVA SAO PAUL O Geomapas. 1979 .

6 -

PLANTA DO BOULEVARD BURCHARD Escrit6rio Germa ine Luc ie Burc hard .

7 -

MANCHA S REFERENTE S As PRINCIPAlS RESID£N CIAS E OU TROS ELEMENTOS DE OCUPACAO DA AVENIDA HIGIENQPOLIS E PRO XIMIDADE S ate 1930 - da autora.

8 -

PARQQUlA SANTA TEREZINHA Fonte: Ig rej a d e Santa Te rezinb a.



ADENDO Tr~s

residencies e um ed ilf ci o co mo obras marc antes do Sairra

Colocamos em de staque as resfdencta s de D. Veridiana da Silva Prad o, de Antoni o Al vares Penteado e de Caia da Silva Prado, que representaram 0 periodo "aureo" do Baine de Hig ien6p olis, bem como o edfffcto " Apartamentos Prudencia e c apnauzaeac'', do perf odo atual. as quais tiveram seu papal denl ro da Historta da Arquttetura. Nesses terrnos. apre senlam caracterlstices relativaa a uma seq uencia nit ida: neoclassiamo . " art nouveau" e "art deco'', respect ivamente, e arqutt etura moderna .



" VILA MARIA" Avenida Higien6pol is, 18 Arqutvc FAU-USP.



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PROGRAMACAO GRAFICA Secac Tecnica de Divulgacao e Pubtic acoe s CAPA: Avenida Hig ien6po lis Arte Final: Ronei Bacell i




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