Termino minha última etapa dos estágios obrigatórios, ainda no modo emergencial sem aquele incômodo de "estou perdendo algo em especial que só conseguiria no presencial?" mas o que poderia ser essa coisa que sentia tanta falta sem nunca estar ali como professora? A experiência no modo emergencial foi gradual, passei pelo mesmo ciclo de preparo que todos os professores estavam enfrentando e pelo entendimento sobre aulas síncronas e assíncronas. Tive a oportunidade de planejar aulas desde o estágio I e a forma como encarava os planejamentos refletiram em cada etapa.
Talvez, o maior desafio ainda seja a compreensão de quem são esses estudantes, a aproximação afetiva, a escuta seja ela no presencial ou virtual, ainda permanece como um ponto decisivo dentro desse processo formativo para meu entendimento dentro da minha própria formação enquanto aluna, futura-talvez-quem-sabeprofessora e cidadã. O entendimento que crianças dessa geração estão sempre conectadas é uma piada e totalmente fora de um recorte social, muitos alunos não possuem computadores e muito menos um aparelho celular. Alguns usam aparelhos dos pais para assistirem as aulas síncronas e para realização de tarefas assíncronas podem ser acumuladas devido a estes fatores. Casa, barulho, sem sinal wifi, queda de energia, irmão mais novo, irmão mais velho, vó, cachorro, periquito, gato. É um turbilhão de "congestionamentos educacionais".
Uma das abordagens pela qual mais me cativou (ate porque ainda não havia lido ou ouvido a respeito) foi a abordagem projetos, com o professor de música Evandro, no Centro Pedagógico UFMG, onde atuo como monitora de acompanhamento de turma no Programa de Imersão Docente. Para além da abordagem e didática, o prazer em construir com os estudantes me fez repensar o que é ser professor de artes, e em uma dos encontros de orientação ele me disse que o momento mais leve e sem preocupações era o momento que estava dando aula, e por dias fiquei inquieta sobre essa relação do espaço burocrático da escola, me vi novamente atuando nos espaços não tradicionais de ensino, como museus.
Também tive a oportunidade de acompanhar a professora propositora Iara Lages, da Escola Estadual Milton Campos sendo bolsista voluntária do Residência Pedagógica. O acompanhamento com a professora Iara foi de uma professora já "desacreditada e cansada" (palavras dela) para uma professora que voltou a sentir prazer em ensinar arte. Os encontros da RP as sextas a tarde nos períodos anteriores sempre me pareciam uma reunião de desabafo entre os professores da rede pública de ensino, eram momentos intensos e eu só pensava: