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DESTAQUE

21 de março a 3 de abril de 2012

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BRE VE EN CON TRO JOÃO RUI DE SOUSA

O poeta, ensaísta e crítico literário João Rui de Sousa, 83 anos, foi distinguido com o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores/Caixa Geral de Depósitos. O galardão, no valor de 25 mil euros, é atribuído de dois em dois anos, e já foi entregue a autores como José Saramago, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny ou Vítor Aguiar e Silva.Nascido em 1928, em Lisboa, João Rui de Sousa formou-se em Agronomia e em Ciências Histórico Filosóficas. Estreou-se na escrita na revista Cassiopeia, da qual foi um dos fundadores. Circulação (1960), A Hipérbole da Cidade (1960), Corpo Terrestre (1972), O Fogo Repartido (1983), Enquanto a Noite, a folhagem (1991) são alguns dos seus livros de poemas. Mais recentemente, em 2008, editou Quarteto para as próximas chuvas. Fez crítica literária no JL, integrando o ‘quarteto’ composto por Fernando Guimarães, Manuel Frias Martins e Ernesto Mello e Castro. No ensaio publicou, entre outros, Fernando Pessoa empregado de escritório e António Ramos Rosa ou o Diálogo com o universo. Editou ainda Antologia e Poesias Completas, de Adolfo Casais Monteiro. JL: O que significa este prémio? Como o sentiu? João Rui de Sousa: Fiquei muito surpreendido e ‘embatucado’, até por causa dos nomes dos meus antecessores. É um incentivo, uma palavra de ânimo para alguém que não tem por hábito andar nas parangonas. Julgo que é um reconhecimento de um trabalho de mais de meio século, tanto na poesia como na crítica literária e no ensaio. O prémio é também para aqueles que, sossegada e silenciosamente, me têm apoiado e incentivado ao longo dos anos. Partilho-o com eles. Deve-se muito aos outros. É poeta, ensaísta, crítico e investigador. Para si, ao longo dos anos, qual destes papéis tem sido o principal? Sem desprimor para as outras artes, julgo que é o papel de poeta. A poesia é mais espontânea, a mais criativa das artes. Embora considere que há muita criatividade na crítica e no ensaio. O prof. Jacinto Prado Coelho dizia isto muitas vezes. Mas creio que a poesia, postas as coisas nos pratos da balança, é a que pesa mais no meu percurso.

Mas pesa sem pesar... Sim. Dá-me liberdade. Num ensaio há um condicionalismo. Fala-se sobre qualquer coisa, ao passo que na poesia fala-se sobre nós próprios, sobre o que vem à ca beça, à alma. Está a trabalhar num novo livro? Tenho um livro de poemas em preparação, mas não está fechado. Ainda estou hesitante quanto ao título. Será algo sobre Lisboa a que chamarei Um roteiro sentimental ou Uma cartografia sentimental. Trata-se da Lisboa que eu tenho vivido e que me tem tocado aqui ou ali. É Aquele que está mais próximo de ser editado.


ATELIER UTOPIA, DE MIGUEL PALMA, NO PORTO

6º FESTLATINO Linguas e culturas latinas: dos riscos da incompreensão ao desafio da intercompreensão é o tema do 6º Festlatino, Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas, que se realiza em Recife, no Brasil. A 29 de Março, a partir das 9, na Residência André de Gouveia da Cité Internacional Universitária de Paris, decorre um dos seus seminários preparatórios. Esta iniciativa conta com organização de Ana Paixão e José Manuel Esteves, da Universidade de Paris e Saulo Neiva, da Universidade de Clermont. O Festlatino tem como objectivo principal contribuir para o reforço das ligações entre culturas latinas.

DIA EDUARDO PRADO COELHO Eduardo Prado Coelho será homenageado a 29 de Março - data do seu aniversário - na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. A partir das 14:30 (e até as 19horas) serão lidos textos da sua autoria. Haverá uma seleção disponível para os participantes - organizada por Maria Manuel Viana e Margarida Lages - mas cada um poderá ler qualquer texto que trouxer. Nascido em Lisboa, em 1944, filho do prof. catedrático Jacinto do Prado Coelho, Eduardo licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa. Deixou uma vasta bibliografia universitária e ensaística - também em inúmeros jornais - destacando-se um longo estudo de teoria.

Um conjunto de trabalhos preparatórios de diversas obras de Miguel Palma, numa exposição que é uma espécie de prolongamento do seu próprio atelier. Chama-se justamente Atelier Utopia, inaugura-se a 25 de Março, na Galeria da Fundação EDP, no Porto, e tem curadoria de Bruno Leitão. Permite desvendar, nas suas várias fases e em diferentes peças, o próprio processo criativo do artista, nascido em 1964 e que começou a expor nos anos 80. Tem realizado numerosas exposições no país e no estrangeiro, entre as quais a recente Linha de Montagem, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian. Patente até 1 de Julho.

PORTUGAL NO BRASIL Portugal no Brasil: pontes para o presente é o título do 6º colóquio internacional que o Polo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras, vinculado ao Centro de Estudos do Real Gabinete Português de Leitura, promove de 9 a 13 de Abril, no Rio de Janeiro, para assinalar o Ano de Portugal no Brasil. No próximo JL daremos o devido destaque a esta iniciativa que conta com a participação de investigadores e professores universitários de ambos os países. A comissão organizadora é constituída pelos profs. doutores Gilda Santos, Luciana Salles, Mônica Genelhu Fagundes e Roberto Loureiro.

VAI ACON TE CER

DESCONTOS PARA DESEMPREGADOS

Os desempregados vão entrar gratuitamente em museus e monumentos, e beneficiar de descontos nos teatros nacionais e na Cinemateca Portuguesa. É uma medida da Secretaria de Estado da Cultura que entra em vigor a partir de dia 27. Para beneficiar dos descontos basta a apresentação de um comprovativo de inscrição no Instituto de Emprego e Formação Profissional ou qualquer outro documento emitido pela Segurança Social. Na Cinemateca Portuguesa, o bilhete fica a 1,35euros, no Teatro D.Maria II, a 6 euros. No São João o desconto é de 50%, e nos espectáculos da Companhia Nacional de Bailado e do São Carlos é de 25%.


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Ano XXXII •­ Número 1082 De 21 de março a 3 de abril de 2012 Portugal (Cont.) €2,80 • Quinzenário Director José Carlos de Vasconcelos


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