publishing AJBB Publishing Arnado Business Center Rua João de Ruão, n.º 12 - 1.º Escritório 49 3000-229 Coimbra (Portugal) T. (+351) 239 716 396 geral@revistaport.com
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revista PORT.COM nasce para fomentar a identidade nacional entre os portugueses espalhados pelo mundo. Porque há um imenso Portugal, desconhecido, que saiu das fronteiras da pátria e se espalhou pelo globo. Vamos falar para esse Portugal, sobre a nação lusófona e o que significa pertencer-lhe. Vamos falar do caldo verde, pastéis de nata, azeite e vinho, pronunciando cada palavra com sotaques do Minho ao Algarve e com os sotaques dos luso-descendentes. Vamos falar do território: das cidades, aldeias, vilas e lugarejos. E dos Jerónimos, da Batalha e dos Clérigos: contamos-lhe os seus segredos e perdemo-nos, juntos, nos corredores longos e cheios de histórias. De memórias e de sonhos. Vamos viajar, mundo afora, à procura de cada casa portuguesa, com certeza, com raízes lusas em solo estrangeiro. Vamos a Barcelos pintar galos, e marcar golos ao lado do Cristiano. Vamos a Coimbra aprender, vamos ler Saramago, e passear na Ribeira do Porto, carago! Vamos ao passado
e ao futuro, à investigação, à ciência e à tecnologia feita na Língua de Camões. Vamos às ilhas. À planície alentejana e à lezíria ribatejana. À beira-mar e à beira-rio. Vamos mergulhar, apanhar sol e encher os pés de areia. Cá dentro e lá fora. Onde houver um português. Vamos consigo visitar o nosso país – cada rua, cada praça, cada travessa - e os bocadinhos dele espalhados pelo mundo. E levaremos até si, e aos quatro cantos do globo, as vozes, os rostos e os corações da portugalidade. Venha connosco. Vamos caminhar, ao som do fado, do corridinho e do vira, sem tempo, entre as raízes mais antigas e o amanhã mais prometedor. E contamos consigo nesta viagem.
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APRESENTAÇÃO REVISTA
Com um design contemporâneo e arejado e dividida em nove secções diferentes - Destaque, Política, Comunidades, Negócios, Cultura, Rotas, Raízes, Deporto e Opinião - a revista pretende dar a conhecer o que fazem os portugueses que vivem no estrangeiro, nas mais diferentes áreas, mas também o que Portugal faz de melhor para se manter próximo dos portugueses espalhados pelo mundo. Numa altura em que a situação económica mundial coloca em mobilidade milhares de cidadãos, Portugal não é exceção e assiste diariamente à partida de milhares de jovens.
UMA ROULOTTE COM TEMPERO PORT UGUÊS
Ficha Técnica Diretora: Martha Mendes Projeto: AJBB Publishing
CULTURA
A correr as estradas da Nova Inglaterra (EUA a Portu-Galo é já um ) há quase um ano, incontestável êxito que atrai centenas de cliente por dia, e não apenas s portugueses. POR MARTHA MENDES
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DIETA MEDITERRÂNICA PORTUGUESA
li, tudo é nacional: “os papos secos vêm de uma padaria café que faz as delícias portuguesa, as carnes dos clientes. “Tede um mos tantas encomen talho português e das desse doce que Património imaterial da Humanidade a maior já é raro consegu ir apanháparte dos restante lo para venda na s produtos da Portugália”, roulotte”. um exportador de artiPOR MARTHA MENDES gos naciona is. Quando O segredo do sucesso ? O tempero. “Usaao final da manhã Levi liga a roulotte mos muito alho, cebola leva a mala rechead e pimenta nos coa de iguarias . Mas também zinhados e as pessoas adoram”, conta Levi. da sua própria identidade. Porque “Mas há alguém que não goste do sabor ali cabe um bocadin ho do de Portugal. alho?”. A Portu-G alo circula, essencia lO sonho de ter um negócio mente, pelo estado de Rhode Island, na de restauração era antigo. “Sempr cidade e nos arredore e quis ter um negócio s de Providence mas na área da aliment está disponível para ação e há alguns anos alargar o perímetro de comecei a pensar na circulação: “querem os levar os sabores possibilidade de um de ‘restaurante móvel’ Portugal pela América porque não havia nefora”. nhuma roulotte de Mas não é só na estrada que o sucesso comida portuguesa em se Rhode Island”, explicou faz sentir. A roulotte recebe cada vez mais , em conversa com a Port.Com. “Eu sinto-m convites para particip ar em festas e festie cem por cento português e a comunid vais. “Temos feito desde pequenas festas ade gueses ajudou-me muito local de portum casas particulares, com 50 convidados, Legenda aqui a uma na divulgação do linha apenas meu trabalho”. De até festivais com dez facto, a tendência para mil pessoas”. Ponto de elevar as roulottes-restau paragem obrigatório são as comemorações CULTURA rantes é hoje uma realidade nos EUA, adeptos. Seguem-se do Dia de Portugal, desde que um grupo “que atrai milhares os “pastéis de chouride ço” e os rissóis de restaurantes de reconhe pessoas”. Aí, a roulotte de camarão na lista preta decorada com cida qualidade de das pre- as cores Los Angeles (Califór ferência s. Nas sobreme do galo de Barcelos nia) decidira m abrir sas, a preferência roulottes, desmistificando vai para um doce à base pre. Com aquela familiar estaciona semde bolacha maria e sensação de ter assim a ideia de pouca qualidade destes chegado a casa. negócios. A Portu-Galo é um ótimo exemplo: já tem tantos clientes portugu eses, como de ouUM LUSO-AMERICA tras naciona lidades NO “100% PORTUGU e é um sucesso. "Depende muito do lugar ÊS” Levi Medina é onde estamos estafilho de açorian os que cionados. Às vezes chegara m aos ele que cozinha Maios ea dere solesectium netur mod ciet porerep uditatem ratempel esequos uditis quossim olorest omnite estacionamos perto EUA no final dos tudo o que é servido da anos Universidade de Brown 70 para se dedicar na roulotte. “Fui quatemp orepra plabo. Sequi ne volestiam es dus quam estiam aborro omnitat. eu que criei todasvolupta vel molor aut expliem à constru ção e nesses dias seras occuptatio vendi dit civil. Apesar de qui consend ebitis est, sit velit fuga. EbiEnt fugitatius dolorem. Sequis unt optabusciet receitas; mesmo vimos a clientes de ter nascido nos nas mais tradicio várias nacionalidades. EUA, nais tass imincto ritatur epuditaeptae cuptatia tec tiusapieni ut volorep udignim aionser aut entionsediat optatem Levi garante que modifico sempre Especia lmente a asiático se sente “100% alguma coisa”. Quans que, apesar de prae commolu pitatet et odis debisquossi poritasita verrovid quid quos everspictur reosandit ant ma endi aditis tuguês” do lhe perguntam e que na casa Medina não estarem familiar se gosta asimilla do trabalho izados com o tempero doluptas moluptaqui ut adis sinis aut etus perovit quodi dolupta tintibearum sedit, voluptas porpos ea dernata cum sempre reinaram , à mesa, que faz, a respost português, adoram os a sai-lheetpronta: sabores naciovolorum nonsequ odipisciis acest fuga. ulpa veligenda exerspis ipsum doloriorum aut quis et“é aborero mi, ut optati dolupti os nossos petiscos nais. Levi tinha preciso muito trabalho OPINIÃO ”, apenas 12 anos contou o empresário. Bis accatum quo que nobit, sitat mos et ut excepta tiaspic tatias nimil int. stiaepe sit od endunt unt. Xim para gerirnatistius quanbem do começo u a uma empres a destas. cozinha r e nunca everspe rspieni musant laut licae nonsed Ra velles ulparum et ut imus ist, suntur? volupta tinus. Magnat ulluptio doA bifana e o prego no Nãoquae é nada mais fáparou. “Sou um cil. Mas chego ao pão são as sanduich et lab ipsaes quamet aceaquam, ommoOmnis quiatistem ad erunt autesseque luptate nis minvend aecuptatem faccupverdade fim es do dia iro “foodie ”. com mais saída. As Com uma licencia feliz porque amo “batatas bravas” – uma lor rehenihit laborum que maximetum comnime providerum erunt et voluptam tatur apiendit, sunt. Is esci animin consed tura em Marketi o que adaptação da receita ng que, faço. segund o o próprio E estou semoriginal espanhola volorem consentorpor ad eossunt dit aut eosamentio que et adit, et parciis itatur? endero ommost quid magnam rate volut , “foi fundaao tempero português mental para criar pre ansioso para magnis volupta veratur? Ris atur, nistin At rem corpori destio enis accus. accus, nem quaturi onsequod quiam nus– também têm muitos a marca”, o sonho ir de se dedicar trabalh FOTOS: LV / JV
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LUÍS VASCONCELOS / © UNIDADE INFINITA PROJECTOS
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Para a artista "o luxo é uma forma de fazer as coisas com exigência, sejam elas feitas com talheres de plástico, tampões ou frascos de perfume". Ao lado, a obra "Coração Independente Vermelho" integralmente executada com talheres descartáveis.
eres quia ipic tor mo inciis et unto es mosant ulpa nis es moluptat et opta vent as eos maximol endae. Es dis de nes is renihillupta quibeaq uuntur, eumquis am, commo inum in cum andi nat mo testo et ene volupic aborumet pores moluptatem que quiducil ma sapidus, omnimagnias etur? Mendige nitatat ibusciis soluptatem expe conecae peribus et explabo. Ut et harum re elique nestibus ipsam rerum ilit que pro vel ipsanditate nihilis elecae volorrovid et officiendis ma sus, eveles evel erunt eum des min pa necus utemporest dolut aut dolorestia dissitas dolest, sitiur sequiam fuga. Borrum que excepe nesequate nonsequia volupid ebitio earias qui remo quo
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quid et quiam velique qui dolupta tiistec uptatquost qui derro magnis sus, nonsed qui vernatur, iumquid ebitibus explant iusapit, conseque sus, occab imolupitiam qui delenias consequi rem hic tempori recus. Henihil illab ides aut aut venis autatur moles erferiassus maximpe llatatio il ipsus as nat. Otatibus. Atinven emposam aut derovid qui corem fugit pello essedio. Adite venis est, in cum exernat eum, ipsam iniendiam, solessu ntiberum nulpariam que etur apelenest aut fugit etur? Tur? Quias moluptatur, temolest ius et omnis quiberu ptaturiorum consequia et officia que voluptatiae volor atem dolorep erionse
to con porempe moditin essincia comniminis ium ipsunt volenis si ut milit, si natque sum exceate nos sitatque quidelita non pa velitet modis et, tempos solorrovitis niscidusapis sam, sitiis vit, ommodici rerum fugit elent. Adis quiam quos aut reiurem illiae cones aut faccus ulpa imossim voluptate plitiones quia coris moluptat que ea dit, samendit, cuptiis moluptin poris utas doloreic temodi reritatem none vellore mpedit landandem et que volluptat apis arum qui alitaepuda inisto to quatur? Qui
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Onésimo Teotónio Almeida
10 PERGUNTAS A JOANA VASCONCELOS “Os portugueses têm-me apoiado muito a levar a minha obra para o mundo” POR MARTHA MENDES
Podia ter sido profissional de Karaté, arte marcial que praticou durante muitos anos, “de forma séria e competitiva”, mas a primeira obra que assinou deu-lhe “a certeza de que era possível ser artista e viver desse trabalho”. Estávamos em 1996: Joana pediu pediu 240 euros [na altura, 48 contos] ao pai, fotógrafo profissional, para comprar 280 espanadores com penas lilás. Foi com este material que construiu a obra “Flores do Meu Desejo”, que logo na altura fez furor, tendo sido comprada pelo escultor Pedro Cabrita Reis. Dezasseis anos depois, em 2012, Joana Vasconcelos consagrou-se como a primeira e mais jovem mulher a expor no Palácio de Versalhes, em França, onde superou recordes de visitas. No ano seguinte, a mostra que concebeu para
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o Palácio Nacional da Ajuda tornava-se na exposição individual mais vista de sempre em Portugal. Pelo meio, criou várias obras, fortemente marcadas pela portugalidade e pelo orgulho nacional, e gerou algumas polémicas no meio artístico que não lhe perdoa a fama. Nasceu em Paris, onde os pais estavam como exilados políticos, e da experiência de emigração destaca um bem maior: a língua francesa e o estatuto de bilingue que, garante, tem sido uma grande mais-valia profissional. A ambição do momento é expor no Guggenheim de Nova Iorque com uma obra especificamente criada para o espaço e a artista garante-nos que, na sua cabeça, a obra já existe. A Port.Com foi ouvir Joana Vasconcelos. Em dez respostas.
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É autora da exposição indivi1 dual mais visitada de sempre em Portugal. Como é que explica este interesse das pessoas pela sua obra? JV: Recorro frequentemente a objectos e símbolos familiares, capazes de activar a memória colectiva e também por isso, mas não só, é natural que as obras se assumam próximas do público. Aproprio-me, subverto e reapresento esses elementos de forma a permitir um novo olhar sobre a realidade. As pessoas reconhecem de imediato certos elementos que compõem as minhas peças. Mas também são obras muito sensoriais, que convidam à proximidade física entre o espectador e a obra. O meu trabalho tem um forte carácter interactivo, tornando o papel do público muito importante. Mais do que um mero receptor, o público é um interveniente no discurso da obra. E é sempre muito interessante ter a percepção de como as pessoas reagem às peças e de compreender as diversas leituras que podem ser feitas. Apesar do seu sucesso, a escolha 2 para representante de Portugal na Bienal de Veneza não foi consensual. Como é que encara isso?
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Revista Port.Com nasce a pensar no novo emigrante português
JV: Encaro a crítica, de um modo geral, com muita naturalidade porque nunca é possível agradarmos a todos. O convite veio do antigo secretário de estado da Cultura, Francisco José Viegas, e eu nunca iria recusar representar o meu país numa das maiores plataformas internacionais de arte contemporânea. A verdade é que apesar da minha obra poder não ser uma escolha consensual entre o meio da arte nacional, é-o pelo público português (e não só). Basta pensar nos números atingidos pela minha exposição no Palácio Nacional da Ajuda que se tornou na exposição temporária individual mais vista de sempre, com mais de 235 mil visitantes. Mais: a minha obra é suficientemente reconhecida junto da cena internacional e é uma obra de impacto certo, como ficou provado pelos resultados da exposição em Versailles. Por isso, este convite faz todo o sentido. O que responde aos que lhe cha3 mam uma “artista-empresa” ou “pop star” e a acusam de se preocupar demasiado com o marketing? JV: Sou uma artista que tem tido a sorte de conseguir expandir de forma bastante autónoma. Quando iniciei a minha carreira,
há cerca de 18 anos, éramos 3 pessoas a trabalhar neste projecto – eu, o meu marido Duarte Ramirez, arquitecto, e a Clara Vicente, uma pessoa excepcional em trabalhos manuais, especialmente em crochet. Agora somos 45 pessoas de diversas áreas, todas a trabalhar para o mesmo objectivo: levar a minha obra a bom porto. Arquitectos, costureiras, artesãs, carpinteiros, restauradores, engenheiros, electricistas, produtores; pessoas formadas em História de Arte, Comunicação, Gestão, Contabilidade, etc. Apostei na constituição de uma equipa e em condições logísticas de excelência, que proporcionassem a capacidade de produção. Ao atingir o reconhecimento do público sou, de certo modo, rejeitada pelo sistema da arte porque este deixou de conseguir gerir a minha carreira e, assim, fixar o meu valor. Criei um modelo alternativo de produção e distribuição das minhas obras, tornando-me independente desse sistema da arte dominante. Há muito tempo que qualquer artista com circulação de obras a nível internacional tem um atelier com uma equipa. Alguns PERFIL até têm atelier em várias cidades/países. Desde sempre que a arte se faz assim. Não compreendo a polémica. ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA nasceu em 1946 nos Açores. É doutorado em Filosofia pela Brown University e dá aulas nessa mesma universidade 27 desde 1975, no Centro de Estudos Portugueses e Brasileiros, que ajudou a criar. É autor de vários livros e artigos científicos. Fundou e dirige a editora Gávea-Brown, que edita obras de literatura e cultura portuguesas em inglês e a revista Gávea-Brown – a Bilingual Journal of Portuguese American Letters and Studies, que fundou e co-dirige. É co-editor do e-Journal of Portuguese History e da revista Pessoa Plural. É colaborador regular da revista LER, da PNETLiteratura e do Jornal de Letras. É membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa.
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(...) A VERDADE É QUE PORTUGAL AINDA HOJE, (...) VIVE OBCECADO COM A SUA DIMENSÃO E COM A SUA VISIBILIDADE.
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ortugal não é um país pequeno”, gritava alto na minha meninice escolar um mapa faustoso dependurado na parede diante de nós. Nele, as províncias ultramarinas ocupavam grande parte da Europa e a intenção surtia efeito porque o objectivo era mesmo incutir na pequenada a sensação de pertença a algo que ultrapassava largamente o diminuto rectângulo na cauda da Europa. Para não falar dos minúsculos pontos que no mapa representavam as ilhas onde me diziam que eu estava. No mapa, parecia até que o mar nos afogava, mas na realidade ele ficava bem longe da minha casa e da escola. Não sei se é algum duradouro efeito dessa educação, mas a verdade é que Portugal ainda hoje, perdido o que restava das aventuras ultramarinas de Quatrocentos e Quinhentos, vive obcecado com a sua dimensão e com a sua visibilidade. Põe-se em permanentes bicos de pés, não propriamente para contemplar o mundo, mas para ver se o mundo está a reparar nele. Deve ser algo humano (ou nacional) que nasce com as nações e se incrusta mais fortemente nas pequenas, porque as grandes, essas nem reparam nas demais. É assim com os EUA, com o Brasil, com a China. Sim, têm nações à volta, mas é quase como se não tivessem. Um país como Portugal acar-
reta um paradoxal problema de imagem. Ninguém dá nada por ele devido à sua pequenez, à sua história longínqua e pouco conhecida, e que agora até nem cai bem nas febres pós-coloniais dos tempos de hoje. Nem ajuda nada o enxovalhamento resultante da associação recente aos PIGS e aos países às trelas com a Troika. Daí as comparações perenes com a Grécia - essa ao menos teve um período histórico que, se foi bem mais remoto que o nosso, salva-se por não se ter dado a colonialismos. Quer dizer, mesmo com a actual publicidade adversa, a Grécia (e até a Itália), soam atraentes, charmosas. Na Ibéria, charmosa é, apesar de tudo, a Espanha, que também fabricou conquistadores e inquisidores, mas tem garbo, aquele hombre! que agarrou Hemingway. Portugal não tem. E no entanto o paradoxo é este: toda a gente que, por acaso, por erro, ou por qualquer razão fortuita lá vai, fica apanhado. É assim: visto e sentido de dentro, o país tem mel que deixa os olhos dos visitantes docemente pegajosos de modo a sairem de lá tocados por aquilo de que há muito os portugueses se querem libertar – a saudade. Lançam-se então a espalhar a boa nova da sua descoberta, a de um belo cantinho à beira-mar plantado. Ou seja, acabam cantando a letra da música que me ensinaram na minha infância escolar. Um raio de paradoxo jaz no âmago do meu país!
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Edição Especial AGOSTO que será a peça central para oferta às famílias de emigrantes nas ações a realizar em Vilar Formoso e Fátima. • • •
Edição: AJBB Pubishing Direção Editorial: Martha Mendes Tiragem especial: 75.000 Exemplares
Edição que se carateriza por os seus conteúdos informativos e publicitários serem totalmente preparados para o target emigrantes, procurando que a informação que se disponibiliza os possa ajudar e orientar no reencontro com o nosso país.
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s emigrantes portugueses caracterizam-se por uma forte ligação às suas origens, como se comprova pelo volume de remessas que enviam para Portugal e pelo alargado consumo de produtos marcadamente nacionais nos seus países de acolhimento. Numa altura em que a situação económica mundial coloca em mobilidade milhares de cidadãos, Portugal não é exceção e assiste diariamente à partida de milhares de jovens. O perfil do emigrante português no mundo tem vindo a transformar-se e atualizar-se, sendo hoje muito diferente dos que deixaram o país em meados do século XX. Hoje, tem formação superior e é, na sua maioria, jovem (na faixa etária dos 21 aos 35 anos), informado e culto, entendendo a emigração como uma forma de abrir horizontes e se valorizar profissionalmente, através de novas experiências e conhecimento. Emigram, muitas vezes, sem bilhete de regresso a Portugal devido à frustração de não encontrarem trabalho e à falta de perspetivas.
Da nova vaga de saídas fazem parte jovens qualificados, motivados pela globalização
A Europa conta atualmente com quase dois milhões de emigrantes portugueses espalhados por todos os países da União, sendo França, Suíça e Alemanha os principais países de acolhimento com maiores núcleos de emigração. No entanto, o Reino Unido, segundo informação consular de 2013, já conta atualmente com mais de 500.000 portugueses a residirem e a trabalhar em todos os seus territórios. Canadá, EUA, Brasil e África do Sul são núcleos importantes da emigração nacional, albergando as maiores comunidades fora da Europa. Angola, face à situação que o país está a atravessar é, atualmente, um destino de forte emigração, contando já com mais de 250.000 portugueses que aí residem e trabalham.
5 milhões
de consumidores As comunidades de emigrantes são um importante nicho de mercado para o desenvolvimento de negócios das empresas exportadoras. Uma abordagem publicitária a este importante público - que representa um potencial mercado mundial de 5 milhões de consumidores, recetivos ao consumo de produtos marcadamente nacionais – com a utilização das publicações mais relevantes e influentes nas diferentes comunidades de portugueses em todo o mundo, impacta e dá uma grande visibilidade às Marcas, gerando um excelente goodwill que valoriza e reconhece o seu prestígio, através da consolidação de um maior grau de confiança e proximidade com as pessoas.
Bélgica 38.801
Alemanha 172.920
A NOVA EMIGRAÇÃO
Suíça 680.734
Espanha 129.901
De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, no relatório de 21.02.2014, as remessas de emigrantes em 2013 atingiram os 3.015.777 milhares de euros, cujo valor já não se verificava desde os anos 2000 e 2001.
França 867.906
Reino Unido 105.314
Luxemburgo 67.848
EUROPA
Mais de metade deste valor continua a chegar de emigrantes em países da União Europeia e, deste valor, mais de metade chega por sua vez de França que representa um quarto do total mensal.
Principais origens de remessas de emigrantes Milhares euros / Fonte: BP
França 867.906 Suíça 680.734 Alemanha 172.920 Espanha 129.901 Reino Unido 105.314 Luxemburgo 67.848 Belgica 38.801
Remessas de emigrantes Euro – Milhares
4.000.000 3.736.820
3.500.000
3.458.121
3.000.000
3.011.412
2.500.000
3.015.777 2.817.885 2.433.777 2.442.164 2.277.248
2.000.000
2.749.461
2.588.417 2.420.267
2.484.680
2.281.866
2.425.899
2.430.491
1.500.000 1.000.000 500.000 0
731.183
104.623
+1975 +1980 +1990 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Banco de Portugal Última atualização: 2014-02-21
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