Revista PORT.COM junho 2015

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2015 . Nº 8 . JUNHO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€

e l a g u t r o P e d Oos DSiaantos Populares an psocrotumguuneidsaadess SELEÇÃO SUB-20 À conquista do Campeonato do Mundo de Futebol

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PORTUGAL DOS PEQUENITOS FESTIVAL DO FADO Caixa Ribeira estreia no Porto

Há 75 anos a encantar miúdos e graúdos

V i s i t e o s i t e w w w. r e v i s t a p o r t . c o m e f i q u e m a i s p e r t o d e P o r t u g a l



SUMÁRIO 4 EDITORIAL

6 DESTAQUE 10 DE JUNHO

6. O dia em que milhões de portugueses celebram Portugal 8. Dia de Portugal comemorado a Ocidente e Oriente

14 TURISMO

26 CRISE NAS SARDINHAS PORTUGUESAS

14. Guimarães veste o traje medieval para mais uma Feira Afonsina 16. Portugal dos Pequenitos vai crescer

18 ON LINE

Sugestões de prendas made in Portugal para o Verão

20 COMUNIDADES

20. Santos Populares: Junho é festa à portuguesa em todo o mundo!

26 GASTRONOMIA

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Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

46

Campeonato do Mundo de Futebol Sub 20

26. Sardinha chega aos Santos Populares (ainda) mais cara 27. Receita de Sardinhas Assadas 28. A bolota apresenta-se à alimentação dos portugueses

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Vinho português

30 NEGÓCIOS

30. Têxteis lar setor tradicional a crescer acima da média 32. Exportações de vinhos portugueses continuam em crescimento 33. 5 conselhos para perceber de vinho

34 CULTURA

Festival Caixa Ribeira - Porto recebe talentos icónicos e emergentes do fado

38 PERFIL

A “fuga de cérebros” que vingam no estrangeiro

44 DESPORTO

44. Benfica bicampeão e o regresso dos clubes do interior 46. Seleção sub-20 à conquista do mundo 48. Mais uma vitória para o ultramaratonista João Oliveira

50 DISCURSO DIRETO Paris deu-me oportunidade de crescer

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Festival Caixa Ribeira www.revistaport.com

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EDITORIAL

FICHA TÉCNICA

REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES Edição Mensal - Junho 2015 www.revistaport.com Nº de registo na ERC: 126526

A

edição de junho da Revista PORT. COM mostra aos portugueses no hemisfério norte ou no sul, no ocidente ou no oriente, como é que os nossos compatriotas se juntam por todo o mundo para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A celebração da portugalidade não se esgota a 10 de junho, com os Santos Populares a merecerem semelhante atenção por parte dos portugueses emigrados. A Revista PORT.COM conta-lhe em que comunidades o caldo verde e a sardinha fazem parte da ementa.

Rua João de Ruão, nº 12 – 8º 3000-299 Coimbra (Portugal) Tel: (+351) 239 820 688 geral@revistaport.com www.revistaport.com DIREÇÃO Abílio Bebiano direcao@revistaport.com COORDENAÇÃO EDITORIAL Luís Carlos Soares (CP-9959) luis.soares@revistaport.com

LUÍS CARLOS SOARES Coordenador Editorial

Portugal e os portugueses continuam a dar que falar internacionalmente. Os investigadores científicos procuram fora de portas as oportunidades que escasseiam no país, e fazem-no bem. Ganham prémios e percorrem o mundo a apresentar as suas descobertas. A Revista PORT.COM acompanha a viagem ao Texas de uma jovem investigadora portuguesa radicada e premiada em Inglaterra. Depois de, na edição de maio, termos levado os leitores a Fátima, em junho focamo-nos nos outros dois éfes: fado e futebol. O Porto recebe a primeira edição do Caixa Ribeira, um festival exclusivamente dedicado ao mais português dos géneros musicais, com nomes como Camané, Carminho e Gisela João. A seleção portuguesa sub-20 viaja para a Nova Zelândia à conquista do terceiro título mundial da categoria, com jovens talentos como Gonçalo Guedes e Rony Lopes. Apresentamos-lhes estas e outras figuras que engrandecem o nome de Portugal. Aproveitamos ainda para saudar as mais de dez mil pessoas que seguem a nossa página Facebook, valor que ultrapassámos no mês passado. Se ainda não faz parte desta comunidade, que conta com representantes um pouco por todo o mundo, convidamo-lo a fazê-lo em www.facebook.com/revistaportcom Tenham um bom Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, aproveitem os Santos Populares para se aproximarem dos amigos compatriotas e das tradições tão portuguesas que levamos até si todos os meses.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira, Filipa Marques Colaboradores: Ana Portugal, Bruno Martins PLATAFORMA ONLINE Márcia de Oliveira - Edição de conteúdos marcia.oliveira@revistaport.com Carlos Gouveia DESIGN E PAGINAÇÃO BDMP, LDA www.bdmp.pt ASSINATURAS assinaturas@revistaport.com PUBLICIDADE AJBB Network Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal) (+351) 967 583 072 publicidade@ajbbnetwork.com EDIÇÃO PAPEL: Junho 2015 Tiragem: 20.000 Exemplares Impressão: StudioPrint Depósito Legal: 376930/14 Distrib. nacional e internacional: CTT

EDITOR E PROPRIETÁRIO

geral@ajbbnetwork.com www.ajbbnetwork.com NIF: 510 475 353 A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.


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DESTAQUE

10 DE JUNHO O DIA EM QUE MILHÕES DE PORTUGUESES CELEBRAM PORTUGAL Desde 1924 que o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é celebrado no dia 10 de junho, um pouco por todo o mundo, por todos os portugueses. POR MÁRCIA OLIVEIRA

O

Dia de Portugal comemora-se desde 1924, mas não foi sempre da mesma maneira. Até ao 25 de abril de 1974, o 10 de junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça – a raça portuguesa ou dos portugueses, e foi com o Estado Novo que a data ganhou especial dimensão. Nos anos 60, o 10 de junho começou a ser utilizado, também, como uma forma de homenagear as Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra e do poder colonial. Só depois de 1978 passa a designar-se Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e a ser comemorado nos moldes em que se mantém até hoje. Nesta comemoração alia-se a portugalidade com o génio do poeta Luís Vaz de Camões e com o espírito aventureiro

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dos portugueses, que, tal como nos tempos da expansão marítima, da grandiosidade portuguesa, em que Portugal “deu novos mundos ao mundo”, continuam espalhados pelos vários continentes, levando consigo o saber, a língua, a cultura e as raízes nacionais.

SÓ DEPOIS DE 1978 É QUE O 10 DE JUNHO PASSOU A DESIGNAR-SE DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS E A SER COMEMORADO NOS MOLDES EM QUE SE MANTÉM ATÉ HOJE

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Mas afinal o que é que faz de Luís Vaz de Camões uma figura tão marcante da história de Portugal? A história da vida de Camões continua, apesar dos vários estudos, envolta em algum mistério, mas pensa-se que o poeta terá nascido em Lisboa, no seio de uma família da pequena nobreza que lhe possibilitou uma educação clássica.

Depois de Guarda, a sede do Dia de Portugal volta a ser no interior do país

Alguns especulam que terá passado pela Universidade de Coimbra mas a vida académica do poeta não está documentada. Sabe-se que Luís Vaz de Camões terá tido uma vida boémia e apaixonada, características que também contribuem para uma certa identificação com a figura do poeta.

Lamego é o palco oficial das comemorações em Portugal As comemorações deste dia, dedicado a todos os portugueses, a todos os heróis e importantes personalidades nacionais, decorrem um pouco por todo o país, mas todos os anos o Presidente da República elege uma cidade para ser sede das comemorações oficiais, que englobam várias cerimónias militares, exposições, concertos, cortejos e desfiles, e uma cerimónia de condecorações feitas pelo Chefe de Estado. Este ano o Presidente da República designou a cidade de Lamego para sede das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. É a quarta vez que Cavaco Silva designa uma cidade do interior para sede do Dia de Portugal, depois de no ano passado ter escolhido a Guarda.

O presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, mostrou-se contente com esta escolha, esperando que chame a “atenção para a região e as suas potencialidades económicas”. O autarca sublinhou ainda que o concelho é uma “terra de emigração” e um elemento de união entre residentes e portugueses na diáspora. Luís de Camões, o poeta da portugalidade Luís Vaz de Camões representava o génio da pátria, representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial. Morreu há 434 anos mas continua a ser um dos maiores símbolos da Língua Portuguesa. É unanimemente considerado uma das maiores figuras da nação e um dos maiores poetas do Ocidente.

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Foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista “Os Lusíadas”. De volta à pátria, depois de publicar a obra, recebeu uma pequena pensão do rei D. Sebastião pelos serviços prestados à Coroa. Porém, nos últimos anos da sua vida parece ter enfrentado dificuldades para se manter. Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos. Sendo um dos mais importantes símbolos da portugalidade e da identidade nacional, uma referência maior para toda a comunidade lusófona internacional, a celebração de Camões no Dia de Portugal nunca levantou oposição por parte dos portugueses.

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DESTAQUE

DIA DE PORTUGAL COMEMORADO A OCIDENTE E ORIENTE De Nova Iorque a Macau, da Alemanha ao Brasil, a programação inclui eventos de cariz oficial e popular, das provas de vinhos aos festivais de folclore. Nuns pontos do globo as celebrações ganham força de ano para ano, noutros vão-se dispersando. A Revista PORT.COM leva-o a distintas formas de exaltação de portugalidade.

Luxemburgo

França

Folclore predomina nas dezenas de festas

Muita dispersão e pouca representatividade

Com Portugal a ser a segunda maior fonte de imigrantes no Luxemburgo, não é de admirar que a cultura portuguesa já se tenha imiscuído nos costumes locais. Exemplo disso é a existência de uma praça no centro da cidade do Luxemburgo chamada Camões, onde a cada 10 de junho entidades oficiais colocam uma coroa de flores no busto do poeta. Nas celebrações do Dia de Portugal abundam os festivais de folclore, com espaço também para exposições ou conferências ligadas a temas da história portuguesa. O presidente da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo, José Coimbra de Matos, gostava que “as cerca de 60 associações portuguesas por todo o país se juntassem numa festa comum, em vez do cada uma fazer à sua maneira”. Mesmo assim, o panorama luxemburguês é bem mais organizado do que o dos vizinhos franceses.

Apesar de França continuar a ser o país estrangeiro onde vivem e trabalham mais portugueses, as celebrações do Dia de Portugal parecem perder força de ano para ano. A Revista PORT. COM contactou representantes de associações portuguesas em três das mais populosas cidades francesas, Paris, Bordéus e Montpellier, e as respostas foram semelhantes.

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A Associação Portuguesa Cultural e Social de Pontault-Combault, criada há mais de quatro décadas nos arredores de Paris, não celebra o 10 de junho. O principal evento anual que organizam até costuma estar marcado para umas semanas antes, este ano teve lugar no fim de semana de 23 e 24 de maio, com concertos dos Xutos & Pontapés e Tony Carreira: “É a única festa organizada por uma associação com artistas deste calibre e entrada gratuita, mas a pro-

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ximidade ao Dia de Portugal é apenas uma coincidência”, confirmou à Revista PORT.COM o representante Cipriano Rodrigues. O mesmo acontece em Bordéus. Apesar de a Associação Alegria Portuguesa de Gironde conseguir organizar uma mostra de artesanato e gastronomia portuguesa visitada anualmente por mais de 35 mil pessoas, há quatro anos que não cria nenhum evento relacionado com o Dia de Portugal: “Em Bordéus até existe uma associação chamada Camões, da qual também sou presidente, mas como no 10 de junho cada associação puxava para seu lado, todas as festas foram perdendo força, até não ficar nenhuma”, explica José da Rocha Rodrigues. De uma cidade a poucos quilómetros do Atlântico para uma banhada pelo Mar Mediterrâneo, Montpellier, a indiferença mantém-se: “O 10 de junho não é comemorado, de todo. Para a generalidade dos portugueses em França


Bairro de Hamburgo onde vivem cerca de 11 mil portugueses e lusodescendentes

Em 2014 até o edifício da autarquia da cidade alemã exibiu a bandeira de Portugal Folclore típico das diversas regiões portuguesas é apresentado nas celebrações no Luxemburgo

a festa verdadeira é o 25 de abril, e nem tem nada a ver com ideologias políticas. No sul de França, em junho, já toda a gente começou a ir para a praia, não dá para reunir os portugueses. O mesmo acontece com os santos populares, que têm muito menos expressão do que, por exemplo, os magustos”, conclui o professor de língua portuguesa Tito Mota, representante da associação luso-francesa Casa Amadis.

Alemanha Festa benfiquista aberta a portistas e sportinguistas No ano passado, Hamburgo recebeu as comemorações oficiais do Dia de Portugal no estrangeiro, com organização

a cargo do governo português. Durante três dias, o populoso bairro lusitano de Hamburgo, cidade onde vivem cerca de 11 mil portugueses, recebeu concertos como o do músico Berg (vencedor do programa televisivo Fator X) e a visita de figuras como o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário. Este ano, a festa é organizada pelo Sport Hamburgo e Benfica, a 13 de junho, no sábado a seguir ao Dia de Portugal. A festa ao ar livre vai contar com cinco bandas de portugueses a viver em Hamburgo, para além da atuação de um grupo de concertinas, e dos grupos de rancho folclórico e Zé Pereiras (tocadores de bombo) do clube. “As associações portuguesas em

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Hamburgo combinam entre si a distribuição da organização de todos os eventos anuais, para que as pessoas não acabem divididas”, indica Bruno Martins, presidente da comissão de eventos do Sport Hamburgo e Benfica. Há caldo verde, broa e outros manjares portugueses para todos, mesmo para os portistas e os sportinguistas, que já estão habituados a conviver com a falange benfiquista. Só não se garante que, no final, o fogo-de-artifício não seja mais vermelho do que azul ou verde.

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DESTAQUE

Estados Unidos da América Desfile retrata regiões portuguesas No estado de Nova Iorque residem mais de 50 mil portugueses. A organização das comemorações do Dia de Portugal é a principal tarefa que compete ao New York Portuguese American Leadership Conference, a confederação que engloba as cerca de 50 associações portuguesas espalhadas pelo território estadual. O principal momento destas comemorações passa pela realização de um desfile ao jeito que os filmes americanos costumam mostrar ao mundo, normalmente associados ao Dia de Ação de Graças ou ao Saint Patrick’s Day. A principal diferença para estes desfiles passa pela temática, com cada uma das associações a criar um carro alegórico alusivo a uma das regiões portuguesas. O desfile deste ano teve lugar no último domingo de maio, dia 31, em Mineola, Long Island, uma das regiões metropolitanas da cidade de Nova Iorque. Na antecipação desta festa, Gabriel Marques, do New York Portuguese American Leadership Conference, perspetivou à Revista PORT.COM a presença de 10 mil pessoas a assistir ao desfile. No próprio dia 10 de junho, o Consulado-Geral de Portugal em Nova Iorque, sedeado em plena Quinta Avenida, em Manhattan, vai organizar uma receção aos líderes das organizações das comunidades portuguesas locais. O tema deste ano é “Portugal em Azul”, com o intuito de celebrar a presença marítima portuguesa, com destaque para gastronomia baseada nas pescas nacionais.

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A portugalidade das rendas de bilros, do galo de Barcelos e dos barretes de campino, nos EUA

Reino Unido

Dinamarca

Nova localização, igualmente perto de Little Portugal

Prova de vinhos no regresso das comemorações oficiais

Após um ano de ausência, as celebrações do Dia de Portugal em Londres estão de volta, marcadas para o domingo a seguir ao feriado português, ou seja, 14 de junho. O regresso implica a mudança de local do evento, para o parque de Clapham Common em vez do habitual Kennington Park. Tal como a anterior, a nova localização é perto de Stockwell, também apelidado de Little Portugal, por ali residirem muitos portugueses e estarem concentrados muitos negócios lusos. Além de tendas com comida e bebida, as celebrações incluem atuações de músicos portugueses locais e que viajam de Portugal.

Depois de vários anos sem assinalar a data, a Dinamarca retoma as comemorações oficiais do Dia de Portugal. Todos os portugueses residentes no país puderam inscrever-se no evento organizado pela Embaixada de Portugal na Dinamarca, cujo programa inclui apresentação e prova de vários produtos portugueses, particularmente vinhos, em colaboração com vários importadores para o mercado do país escandinavo. A banda portuguesa Lavoisier vai atuar no evento, no qual está prevista a presença de cerca de 200 portugueses. No próximo ano as comemorações oficiais devem ter lugar em Aarhus.

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Macau Sérgio Godinho e Moita Flores no cartaz comemorativo Depois do programa das comemorações ter começado no dia 28 de maio, com a inauguração de uma exposição de marionetas no Consulado-Geral de Portugal em Macau, o ponto alto é o concerto de Sérgio Godinho, a 9 de junho. Francisco Moita Flores vai ter duas intervenções no território: uma como escritor, no Instituto Português no Oriente, no dia 8 de junho, e outra como criminologista, no dia 11. Do dia 10 fazem parte as comemorações mais tradicionais, como o hastear da bandeira portuguesa no consulado e o colocar de uma coroa de flores na gruta de Camões, localizada no jardim com o nome do escritor. O dia termina com uma receção na residência consular, aberta à comunidade portuguesa.

Canadá Xutos & Pontapés no quarto maior desfile de Toronto A noroeste de Nova Iorque há um outro desfile alusivo ao Dia de Portugal. Em Toronto, uma das cidades mais populosas do Canadá, a organização das comemorações também cabe a uma confederação que reúne cerca de meia centena de associações de portugueses, a ACAPO (Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas de Ontário), que também organiza um desfile que atrai milhares e milhares de pessoas. Segundo Melissa Simas, diretora de cultura da Casa dos Açores do Ontário, “o desfile de portugueses é o quarto maior desfile organizado em Toronto”,

Milhares de portugueses em Toronto vão ouvir e cantar os temas de uma das maiores bandas rock nacionais

cidade com mais de dois milhões e meio de habitantes. A edição deste ano está marcada para o sábado após o Dia de Portugal, a 13 de junho. Para além dos carros alegóricos com representação de folclore e outros costumes portugueses, este ano os cerca de 200 mil portugueses que vivem no estado de Ontário poderão testemunhar um concerto dos Xutos & Pontapés.

onde o Centro Cultural Português local organiza jantares que incluem várias representações da cultura portuguesa, com destaque para o canto e para a dança.

Brasil

Vários operadores turísticos e jornalistas especializados em turismo vão visitar a Embaixada de Portugal na Irlanda, em Dublin, a 10 de junho, para ficarem a conhecer um pouco mais do nosso país. Para além dos portugueses a residir em solo irlandês, também foram endereçados convites a empresas portuguesas, como é o caso da Delícias da Estrela, que vai apresentar produtos gastronómicos originários da Serra da Estrela.

Celebrações de norte a sul, interior e litoral No extenso e populoso país-irmão há celebrações do Dia de Portugal de norte a sul, das localidades mais populosas às menos conhecidas. Exemplo disso acontece em Ijuí, pequena cidade no interior do estado mais a sul do país, Rio Grande do Sul,

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Irlanda Mostra de produtos e promoção turística de Portugal

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Breves Santuário dos Remédios inspira logótipo oficial A Câmara Municipal de Lamego inspirou-se no Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, monumento que é um dos principais ícones da cidade, para criar o logótipo das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O logotipo está a ser utilizado em todas as iniciativas de comunicação relacionadas com o evento.

Elvira Fortunato preside comemorações do 10 de junho

Bilhetes para EURO 2016 a partir de 10 de junho

O Presidente da República, Cavaco Silva, nomeou a investigadora Elvira Fortunato para presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal. A professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa ficou conhecida por ter criado o primeiro transístor (chip) de papel. Sucede ao político Silva Peneda, que esteve à frente da comissão em 2013 e 2014.

CTT e Vista Alegre criam edições especiais O município de Lamego e os CTT Correios de Portugal criaram um selo comemorativo da edição deste ano das celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A Vista Alegre criou uma bandeja alusiva à data, cujo primeiro destinatário será o Presidente da República, Cavaco Silva.

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O primeiro milhão de bilhetes para a fase final do campeonato da Europa de seleções de futebol é posto à venda a 10 de junho, na internet. Tratarse do Dia de Portugal é apenas uma coincidência, mas há milhares de portugueses à espera deste momento, tal a expetativa gerada pela provável presença da seleção nacional na competição que terá lugar em várias cidades francesas.



TURISMO

GUIMARÃES VESTE O TRAJE MEDIEVAL PARA MAIS UMA FEIRA AFONSINA Os primeiros capítulos da história de Portugal, com D. Afonso Henriques como protagonista, são todos os anos recriados no centro histórico da cidade minhota. Os visitantes até podem vestir trajes alusivos à época.

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Feira Afonsina, evento no qual Guimarães recorda e celebra períodos da história em que D. Afonso Henriques foi protagonista, caminha para a 5ª edição, que este ano se realiza em junho. Assim, em vez de setembro, a feira que faz a “Cidade Berço” recuar até ao período histórico da génese da nacionalidade portuguesa, recriando os usos, costumes e tradições vimaranenses da época medieval, vai acontecer nos dias 26, 27 e 28 deste mês. A alteração deve-se ao desejo da autarquia local, organizadora do evento, em fazer coincidir a realização da feira com um dos eventos mais marcantes da história de Portugal. “Como dia 24 de junho é o dia da Batalha de São Mamede, o dia 1 de Portugal, o dia da independência, para além de realizarmos a habitual sessão solene que evoca a efeméride, podemos celebrar a Feira Afonsina logo a partir do dia 26, que é uma sexta-feira”, conta Isabel Pinho, responsável pela Divisão de Cultura e Turismo da CM Guimarães, à Revista PORT.COM.

De 26 a 28 de junho, as ruas vimaranenses recuarão até 27 de abril de 1128

“A Feira Afonsina procura retratar o máximo possível a época de D. Afonso Henriques, sem recorrer a fundamenta-

Este retrato da época afonsina passa pela construção de espaços temáticos, com personagens que despertam o

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lismos. Não deixamos a cidade às escuras, mas muitas das luzes são desligadas e criamos cenários com velas, para que seja o mais aproximado possível”, explica a representante.

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imaginário coletivo dos visitantes, num palco privilegiado como é Guimarães. Recorde-se que os muitos monumentos que compõem o centro histórico (com destaque para o castelo) valem a essa zona da cidade, o título de Património Mundial da UNESCO.

Breves

Mais de 200 mil pessoas por edição

Segundo o ranking “Global Travel & Tourism Competitiveness Index”, produzido pelo Fórum Económico Mundial, Portugal é o 15º destino turístico mais competitivo do mundo, à frente de países como a Suécia, a Nova Zelândia, a Islândia, a Finlândia, a Bélgica e a Irlanda. “A melhoria da competitividade do turismo português deve-se à liberalização do setor, à redução das taxas e custos e à alteração da estratégia de promoção do destino”, lê-se no documento.

Desde que Guimarães foi capital europeia da Cultura, em 2012, os números turísticos na cidade “têm sido superiores aos verificados antes desse ano”, aponta Isabel Pinho. A Feira Afonsina tem motivado multidões de visitantes, sobretudo portugueses e espanhóis, a visitar a cidade durante esse fim de semana. Estima-se que a cada edição passem mais de 200 mil pessoas pela feira, entre habitantes e turistas. Todos estão convidados a encarnarem o espírito do evento, sendo até possível o aluguer de trajes alusivos à época recriada. O episódio da “Carta de confirmação do Foral de Guimarães”, outorgada pelo Infante D. Afonso Henriques a 27 de abril de 1128, será recriado este ano, com a carta a ser anunciada por arautos no decurso de toda a feira. A existência de uma temática principal é prática comum. No ano passado foi recriado o Cerco a Guimarães de 1127. Uma das principais cidades do Minho, de onde são originários muitos emigrantes portugueses, recorda assim os primórdios de Portugal. Se tiver curiosidade em recuar ao século XII, já sabe que a melhor máquina do tempo se encontra em Guimarães.

Portugal classificado 15º destino turístico mais competitivo

Porto supera Nova Iorque no turismo de negócios A Cidade Invicta subiu três posições no ranking mundial da indústria de reuniões e eventos internacionais (International Congress and Convention Association), passando a ocupar o 43º lugar desta tabela anual, que engloba mais de 400 cidades. Enquanto destino para realização de congressos, conferências, reuniões e eventos internacionais, o Porto está atualmente à frente de cidades de referência como Dubai, Nova Iorque, Montreal, Oslo ou Florença.

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Comboio histórico do Douro aumenta número de viagens O comboio que une a Régua à estação do Tua, puxado por uma locomotiva a vapor e com vista para rio Douro e para as vinhas em socalco, em pleno Património Mundial da UNESCO, tem 30 circulações agendadas para 2015, um número superior ao do ano passado, devido ao aumento de passageiros que tem sido registado nos últimos anos.

Guia desafia turistas a percorrer o país de bicicleta A Ecovias de Portugal lançou o primeiro guia turístico das rotas cicláveis por Portugal, disponível em formato digital e exclusivamente em inglês, com o objetivo de atrair os estrangeiros a visitarem o país através da circulação em bicicleta. No total, o documento propõe 870 quilómetros de percursos, de norte (Chaves) a sul (Lagos), do interior (Elvas) ao litoral, onde estão a maior parte dos troços georreferenciados. Por 17,50€ pode ser descarregado em: www. sellfy.com/p/3bcS .

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TURISMO

PORTUGAL DOS PEQUENITOS VAI CRESCER O parque de Coimbra festeja o 75º aniversário e irá receber novos monumentos, que irão representar mais de um terço do que atualmente está edificado. A meta é continuar a mostrar a história de Portugal aos mais novos e ajudar os adultos a reviver os tempos de criança. POR MÁRCIA OLIVEIRA

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Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, festeja o 75º aniversário no dia 8 de junho. O momento vai ficar marcado por uma sessão comemorativa com várias entidades convidadas, e um momento especial dirigido a todas as crianças com um bolo de aniversário e uma largada de balões, a par de muita animação, como música, palhaços e personagens históricas que vão interpelar os visitantes. O parque não sofre intervenções há 50 anos, mas a Fundação Bissaya Barreto, que gere o espaço, promete avançar entre 2015 e 2016 com a construção de novos monumentos representativos do Portugal Contemporâneo, porque não quer “deixar o parque parado no tempo”, conta a presidente da fundação, Patrícia Viegas Nascimento.

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Quem não se lembra de brincar, pelo menos uma vez, nas casas regionais portuguesas, nas províncias ultramarinas ou nos monumentos dos países de língua portuguesa em miniatura? Portugueses de todo o mundo já tiveram esta oportunidade. É por isso que, segundo a responsável, o Portugal dos Pequenitos “ocupa um lugar especial no coração de todos os portugueses, quer em Portugal quer nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, na medida em que nutrem um verdadeiro sentimento de pertença e orgulho pelo parque, que a maior parte visitou em criança”. O Portugal dos Pequenitos é a expressão da “portugalidade ao realçar e dar a conhecer os aspetos mais emblemáticos de cada região, como as casinhas tradicionais e as réplicas de monumentos, proporcionando um verdadeiro encontro de gerações”, afirmou Patrícia Viegas Nascimento à Revista PORT.COM.

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Novos tempos, novos monumentos A escolha dos monumentos ainda é incerta, mas o objetivo está definido: replicar edifícios portugueses pósdécada de 1960, altura da última intervenção no Portugal dos Pequenitos, estando também prevista a introdução de mais casas regionais, esclarece a responsável pela comunicação da Fundação Bissaya Barreto. A Fundação está a trabalhar neste projeto com uma equipa multidisciplinar, garantindo que decidirá sobre aquelas representações arquitetónicas que, “sendo inegavelmente emblemáticas do Portugal contemporâneo, possam também simbolicamente, ajudar a veicular valores, símbolos e conteúdos pedagogicamente enriquecedores da cultura portuguesa contemporânea”.


A criança na imagem não é gigante, a Universidade de Coimbra é que encolheu… no Portugal dos Pequenitos

Os novos monumentos, que apesar de respeitarem a filosofia do parque vão ter introdução de alguma tecnologia e audioguias, irão representar mais de um terço do que já está edificado. Para além da criação de novos monumentos, todo o parque vai sofrer uma remodelação, sobretudo ao nível de novas abordagens e conteúdos identitários da cultura de cada uma das regiões e países nela representados, mas também nas infraestruturas de apoio do parque. Prevê-se assim a criação de um espaço de restauração, esplanadas, zonas de sombra, bem como intervenções na loja e no recinto destinado ao serviço pedagógico. Número de visitantes aumenta de ano para ano O Portugal dos Pequenitos tem vindo, nos últimos dois anos, a aumentar o número

de visitantes, tendo verificado 228.500 entradas em 2014. A expetativa para este ano é que o número continue a crescer, e, para isso, o parque tem apostado num vasto programa de animação lúdico-pedagógica, com particular enfoque nos conteúdos ligados à História de Portugal e às tradições e costumes portugueses. No âmbito das comemorações dos 75 anos, o Portugal dos Pequenitos estabeleceu ainda parcerias com os municípios, permitindo que estes desenvolvam animação e conteúdos pedagógicos no parque, “contribuindo com uma maior oferta para os visitantes”. As casas e monumentos vão continuar a desafiar a visita dos mais novos, enquanto os mais velhos esperam à porta. O Portugal dos Pequenitos vai crescer, mas sempre em formato miniatura.

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OS NOVOS EDIFÍCIOS PORTUGUESES A REPLICAR SÃO PÓSDÉCADA DE 1960, ALTURA DA ÚLTIMA INTERVENÇÃO NO PARQUE

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ON LINE

Sugestões

O MELHOR LUGAR AO SOL

Verão made in Portugal Almofadas para a areia, toalhas reclináveis e biquínis praticamente artesanais são algumas das sugestões que nasceram em Portugal, mas que podem ser vendidas em qualquer parte do mundo. O que têm em comum? Estilo e orgulho nacional.

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COMUNIDADES

Sardinhas assadas, manjericos, fogo de artifício, caldo verde, música, martelinhos, fogueiras, balões, tudo isto faz parte do simbolismo das celebrações dos Santos Populares. Desde o Santo António ao São Pedro, sem esquecer o São João, de Lisboa ao Porto, passando por Nova Iorque, em junho não falta festa bem popular, bem portuguesa. POR LUÍS CARLOS SOARES

EM PORTUGAL…

Santo António Depois dos casamentos, marchar pelo título de Alfama Aljustrel, Amares, Cascais, Estarreja, Ferreira do Zêzere, Lisboa, Proença-a-Nova, Reguengos de Monsaraz, Vale de Cambra, Vila Nova da Barquinha, Vila Nova de Famalicão, Vila Real e Vila Verde. Estes 13 concelhos assinalam o seu feriado municipal no dia do seu santo padroeiro, o Santo António, ou seja, a 13 de junho.

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As celebrações são várias, a maior parte com início na noite da véspera. Para além das sardinhas e dos manjericos comuns a todos as festas dos santos populares, há muitos outros elementos que as caraterizam, com destaque para os vários acontecimentos que se tornaram crónicos em Lisboa. Os pontos altos das Festas de Lisboa englobam os casamentos de Santo António, na Sé de Lisboa, o desfile das marchas populares, na Avenida da Liberdade, e os arraiais de rua nos bairros típicos da capital, com destaque para Alfama, mas também para Graça, Bica, Mouraria ou Madragoa. Este ano não é exceção.

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A iniciativa dos casamentos de Santo António teve início em 1958, pela mão do jornal Diário Popular, que na altura a intitulou Noivas de Santo António. Depois de ter sido interrompida em 1974, ano da revolução 25 de abril, foi retomada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1997, na altura presidida por João Soares. No dia 12 de junho realiza-se assim a 19ª edição dos Casamentos de Santo António, que terá também a presença de “casais de oiro”, ou seja, o casais que se uniram em 1965 nas Noivas de Santo António, e celebram agora 50 anos de matrimónio. Para aplaudir os noivos, todos os anos concentram-se junto à Sé de Lisboa centenas de populares, para além dos familiares e amigos dos protagonistas.


Os grelhadores repletos de sardinhas, fêveras e chouriço saem à rua nos bairros históricos de Lisboa, na noite de 12 de junho

Os noivos de Santo António desfilam à noite na Avenida da Liberdade, depois do desfile das marchas populares. Todos os anos há 20 marchas a concurso, representativas do trabalho ensaiado durante várias semanas em alguns dos principais bairros e freguesias lisboetas.

Terminadas as marchas, os milhares de lisboetas e de visitantes afluem aos bairros tradicionais, quase todos antigos bairros mouros, para festejarem e participarem nos arraiais, com muita música popular e onde não falta a tradicional sardinha assada.

As Marchas Populares de Lisboa realizam-se pela 83ª vez, com Alfama à procura do terceiro título consecutivo, depois de ter ganho em 2013 e 2014. No ano passado foi acompanhada no pódio pelas marchas de Alcântara e do Bairro Alto, respetivamente segunda e terceira classificadas.

Entre as novidades da programação deste ano, que se estende até 4 de julho, consta o desafio aos lisboetas para recriarem os tronos de Santo António, uma tradição antiga que se foi perdendo ao longo dos anos. Desta forma, a própria autarquia disponibiliza pequenas estruturas que podem ser recriadas enquanto tronos.

A avaliação do júri engloba as categorias coreografia e figurino, melhor letra, melhor musicalidade e melhor composição original. O desfile deste ano terá como temática a celebração dos 500 anos da Torre de Belém.

Um conjunto de concertos com entrada gratuita, junto à Torre de Belém, encerra as Festas de Lisboa 2015. Um vasto reportório de música portuguesa dos últimos 30 anos vai ser interpretado, a 3 e 4 de julho, por músicos como Sérgio

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Godinho, Vitorino, Tim, António Zambujo, Luís Represas, Gisela João, Jorge Palma, David Fonseca, Luísa Sobral, Mafalda Veiga, Olavo Bilac, João Pedro Pais, Miguel Araújo e Sara Tavares. Não faltarão festejos a celebrar Portugal, Lisboa e o “Santantoninho”.

São João

Balões, martelinhos e epicentro nas Fontainhas Das três grandes festas populares portuguesas em junho, o São João é aquela que origina o maior número de feriados municipais. São mais de 30 os concelhos que lhe prestam devoção de forma oficial a 24 de junho, seja no norte (Porto, Vila Nova de Gaia, Braga,

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COMUNIDADES

Guimarães, Vila do Conde, Gondomar, Vizela, Castelo de Paiva ou Terras de Bouro), na região centro (Figueira da Foz, Tabuaço, Nelas, Aguiar da Beira, Lousã, Moimenta da Beira, Sertã ou Figueiró dos Vinhos), no sul (Alcácer do Sal, Mértola, Moura, Castro Marim ou Tavira), nos Açores (Angra do Heroísmo, Horta, Lajes das Flores ou Santa Cruz da Graciosa), na Madeira (Calheta e Porto Santo) e até na Grande Lisboa (Almada e Alcochete).

Da Ribeira até à Foz, as margens do Douro enchem-se de milhares de portuenses e visitantes

No norte é onde se assinala a data com mais intensidade, principalmente no Porto e em Braga. Na Cidade Invicta até lhe chamam “a noite mais longa do ano”, com ponto de comparação possível apenas com o réveillon. Em Braga acabam de anunciar uma candidatura das festas locais ao inventário nacional do Património Cultural Imaterial. Quando a noite de 23 de junho dá lugar à madrugada de 24, à meia-noite, ocorre o ponto alto das festas no Porto, com o fogo de artifício lançado em iniciativa conjunta com os vizinhos de Gaia, e leva dezenas de milhares de pessoas a olharem para o céu junto ao Douro, já que o fogo é lançado a partir da Ponte D. Luís I e de plataformas instaladas no rio. Este espetáculo de cor costuma durar cerca de um quarto de hora. Mas nem só de fogo de artifício se enchem os céus da capital do norte. Assim que cai a noite, os primeiros balões de papel começam a ser lançados por pequenos e graúdos, uma tradição que não perdeu força com o passar dos tempos. Numa das novidades deste ano, na Avenida dos Aliados será feita a largada de 120 balões, alguns com 10 metros de altura. O maior de todos tem cerca de 11 metros de diâmetro.

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Da tradição também faz parte o chiar dos milhares de martelinhos coloridos, com que se bate na cabeça dos outros transeuntes, sejam ou não rostos conhecidos. Há quem prefira utilizar o alho-porro, igualmente divertido, mas mais desagradável para os visados, tal o cheiro que deixa na pele e na roupa. Este ataque de martelinhos e alhos-porros estende-se da Ribeira até à Foz, onde se multiplicam as fogueiras, as cascatas de São João e a sardinha assada, sem esquecer os Aliados ou mesmo a Boavista. Não há noite de 23 para 24 junho que não contemple as Fontainhas, bairro histórico junto ao Douro onde há várias décadas começaram as celebrações. Na apresentação das Festas de São João do Porto 2015, o autarca Rui Moreira quis deixar bem claro que é nas Fontainhas que começa a acaba

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o programa das festividades, onde incluiu eventos como os festivais de música NOS Primavera Sound e Caixa Ribeira Fado, assim como a tradicional Corrida de São João, prova de atletismo com uma extensão de 15 quilómetros ao longo da cidade. Excluindo os festivais, a Avenida dos Aliados continuará a ser o palco maior dos grandes concertos do São João 2015. Os D.A.M.A. tocam a 19 de junho, Rui Veloso no dia 20, comemorando 35 anos de carreira, os Deolinda no dia 21, António Zambujo a 22. José Cid é rei na dita noite de São João, tarefa que já se habituou a desempenhar noutros anos. Depois da “noite mais longa do ano”, no dia 24 os mais resistentes podem assistir à 31ª Regata dos Barcos Rabelos das grandes marcas de Vinho do Porto, regata que termina na Ponte D. Luís I.


serve de palco para as rusgas de bairros como Mariadeira, Regufe, Belém, Norte, Sul e Matriz, desde as apresentações dos infantis aos participantes seniores. Os habitantes destes bairros poveiros torcem fervorosamente pelos seus, que nem as claques de futebol que visitavam este estádio aquando dos tempos áureos do clube local.

Os martelinhos de São João atrevem-se a chiar na cabeça de todos os transeuntes

Na manhã seguinte, aqueles que conseguirem tirar o pé fora da cama podem deslocar-se à tradicional Missa de São Pedro, na Igreja da Lapa. A tarde é ocupada por vários concertos de entrada gratuita, até que a Majestosa Procissão de S. Pedro saia da Igreja Matriz.

Tal como as Festas de Lisboa, as Festas de São João do Porto 2015 culminam a 4 de julho. O ponto final é colocado pelas Rusgas de São João, concurso em que dezenas de representantes de várias freguesias portuenses competem entre si, através de cânticos e danças, para demonstrarem toda a alegria e orgulho por se pertencerem à zona da cidade que representam. Este ano as rusgas exibem-se também nas Fontainhas, onde tudo começou.

São Pedro Não há bairro poveiro que dispense uma boa rusga O dia 29 de junho, dia de São Pedro, é celebrado um pouco por todo o território nacional, de concelhos a norte como Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé,

Celorico de Basto e Felgueiras, a outros a sul, como Sintra, Montijo, Évora e Castro Verde. Por ser conhecido como santo dos pescadores, celebra-se também em municípios piscatórios, como o nortenho Póvoa de Varzim, o algarvio Lagos, o madeirense Ribeira Brava e o açoriano Lajes do Pisco. São estes últimos que lhe mostram mais devoção através de festividades. A Noitada de S. Pedro leva todos os anos milhares de pessoas à Póvoa de Varzim, localidade onde muitos emigrantes originários do norte de Portugal têm uma casa para passar férias. Para além das sardinhas, dos manjericos, da música popular e do fogo de artifício, que chega a prolongar-se por períodos próximos dos 20 minutos, destaca-se o fervor com que as rusgas são encaradas. O estádio do Varzim Sport Club, onde por norma se disputam jogos de futebol,

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O fim da programação associada ao São Pedro está marcado para alguns dias após o feriado municipal, com o Grande Prémio de Atletismo de São Pedro, que este ano vai para a 27ª edição.

NAS COMUNIDADES…

Luxemburgo Todas as associações organizam uma festa As festas dos Santos Populares no Luxemburgo são do mais semelhante que se pode encontrar à realidade portuguesa. Festas ao ar livre, dezenas de portugueses e lusodescendentes a dançarem música popular, outros tantos agarrados a um bocado de pão coberto por uma sardinha ou uma fêvera. “Os Santos Populares no Luxemburgo são muito animados, quase todas as cerca de 60 associações de portugueses organizam uma ou mais festas, seja no Santo António, no São João ou no São Pedro”, comprova José Coimbra de Matos,

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COMUNIDADES

presidente da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo, que indica ainda uma particularidade: “Dada a existência de vários importadores portugueses no Luxemburgo, temos facilidade em encontrar os produtos alimentares adequados às festas populares, praticamente tudo ainda mais barato do que em Portugal”, garante o representante associativo.

França Em Bórdeus não falta nada, nem mesmo folclore Tal como no Luxemburgo, em muitos pontos da geografia francesa os Santos Populares são celebrados com o máximo possível de similaridade à realidade portuguesa. Exemplo disso acontece em Bordéus, onde uma associação chamada Alegria Portuguesa de Gironde organiza uma grande festa perto da data do São Pedro, com o objetivo de celebrar

também o Santo António e o São João. Para além da comida típica da data, esta festa inclui atuações de grupos de folclore e de bandas que interpretam música popular portuguesa. Esta associação de Bordéus inclui mesmo uma banda deste género, chamada Lua Cheia.

Alemanha São João à minhota… em Hamburgo Em Hamburgo, as várias associações portuguesas combinam entre si as festas que lhe cabem organizar a cada ano, para que umas não tirem pessoas às outras. A organização dos Santos Populares cabe a uma associação chamada Juventude do Minho, que todos os anos se esmera na realização das festas de São João, não fosse este o padroeiro de cidades como Braga e Guimarães. Este ano não vai fugir à regra, com o arraial a saber e a soar tal e qual como as celebrações por terras minhotas.

Estados Unidos Dezenas de festas em Newark e Mineola Em Nova Iorque há mais de uma dezena de festas relacionadas com os Santos Populares, organiza-

BENTO GONÇALVES, BORDÉUS E HAMBURGO VESTEMSE DE LISBOA, PORTO OU BRAGA

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das pelas diversas associações, num estado onde residem 50 mil portugueses. Newark e Mineola são as zonas mais ativas neste aspeto, com festas marcadas em honra de Santo António, de São João e de São Pedro.

Canadá O Espírito Santo também é celebrado, por influência açoriana As sardinhas, a broa e os ingredientes para o caldo verde chegam com facilidade a diversas zonas canadianas, com destaque para o estado de Ontário. Para além de Santo António, São João e São Pedro, também há quem faça festa à portuguesa em honras do Espírito Santo, no final de maio. De origem portuguesa, foram implementadas por açorianos em várias regiões do Brasil e da costa leste dos Estados Unidos e do Canadá. A Casa dos Açores de Ontário, sediada em Toronto, é uma das várias associações que se encarregam da organização de festas do Divino Espírito Santo.

Brasil Santo António de Lisboa, padroeiro de Bento Gonçalves Todos os municípios no Rio Grande do Sul, o estado brasileiro mais a sul, têm um santo como referência, como padroeiro do município. Na cidade de Bento Gonçalves, o padroeiro é o Santo António de Lisboa, pelo que o feriado municipal é a de 13 de junho. O dia é assinalado por diversas comemorações, como missas, uma procissão e almoços festivos com bailaricos à portuguesa. Nestas festas não faltam sardinhas e caldo verde.



GASTRONOMIA

SARDINHA CHEGA AOS SANTOS POPULARES (AINDA) MAIS CARA A quota de sardinha atribuída a Portugal, em 2015, equivale a menos de um quarto da pescada há quatro anos. No ano passado, o quilo de sardinha rondou os dois euros, bem mais do que os 76 cêntimos de 2011. Isto faz com que chegue ao consumidor a custar dez euros, em média, podendo até ultrapassar os 15 euros.

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sardinha é rainha na mesa dos portugueses, sobretudo quando chegam junho e os Santos Populares, mas é de prever que este ano esteja mais cara, apesar de em 2014 o quilo de sardinha ter chegado a valores inimagináveis. Há 20 anos estimava-se que o stock do Atlântico albergasse cerca de 800 mil toneladas de sardinha, mas este valor foi reduzido para 500 mil em 2007, e não vai além das 150 mil toneladas atualmente. Isto contribui para que a quota do stock ibérico para 2015 seja muito pequena, apenas 19 mil toneladas até ao final do ano. Os portugueses têm direito a 68% da quota ibérica, ou seja, 13 500 toneladas. Este valor equivale a um quarto da que tinha sido atribuída em 2011 (58 mil toneladas); a menos de metade das capturas de 2012 (31 mil toneladas); e a menos 10% do que a sardinha pescada em 2014 (15 mil toneladas até setembro). Para além disso, as embarcações portuguesas e espanholas não puderam pescar sardinha do stock ibérico entre 20 de setembro de 2014 e final de fevereiro

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deste ano, como medida de proteção da espécie. A escassez faz os preços disparar. Em 2011, o quilo de sardinha na lota custava, em média, 76 cêntimos. Em 2014, com um quarto dos desembarques, o quilo passou a custar dois euros, mas com casos a chegar aos cinco euros. Isto faz com que num supermercado o quilo atualmente custe, em média, dez euros, podendo até ultrapassar os 15 euros. A rainha do Santo António, do São João e do São Pedro chega assim aos consumidores a valores pouco populares. Amiga do coração Rica em ómega-3, a sardinha ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Os ácidos gordos polinsaturados que nela abundam potenciam a aprendizagem e a memória, e previnem situações inflamatórias como a artrite reumatoide.

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Dicas para o momento da compra Escolher sardinhas numa lota ou num supermercado não tem um grau de imprevisibilidade tão grande como o de, por exemplo, escolher melões. Há alguns fatores que o comprador deve ter em conta, como: pele brilhante; textura firme, em que o corpo não dobra; não estar “engravatada”, ou seja, não ter sangue por fora da cabeça; e ter olhos brilhantes, claros, com aspeto vivo.

A sardinha fresca não tem sangue na guelra


RECEITA

SARDINHA ASSADA

A nossa sardinha goza de boa reputação dentro e fora de portas. O reconhecimento é antigo, como comprova o recenseamento de peixes do litoral do desembargador

Ingredientes Sardinhas (seis a dez por pessoa) • •

Sal Batata cozida

Duarte Nunes de Leão, no século XVI: “No mesmo mar de Setúbal e no de Sesimbra, sua vizinha, há a sardinha mais saborosa que se pode dar”. Consta que, em 1855, as sardinhas de Setúbal alcançaram menção honrosa na Exposição Internacional de Paris.

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Azeite Pão (Para a salada) Pimentos verdes e vermelhos Tomate Pepino Cebola Azeite Vinagre Sal Pimenta

Associada à alimentação popular, mas cada vez mais utilizada por grandes chefs, é iguaria indispensável nas festas populares de junho: Assada na brasa, sobre o pão e com pimentos assados, como manda a tradição.

Preparação: Temperar cada camada de sardinhas com sal grosso e colocar sobre uma rede ou caixote, inclinando para es-

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correr a água do sal, que pode estragar as sardinhas do fundo. Acende-se o fogareiro a carvão e deixa-se arder até ficar sem lavareda e sem fumo. Coloca-se a grelha sobre as brasas e deixa-se aquecer bem. Assam-se as sardinhas de um lado e do outro. Com a gordura que delas escorre, o lume tem tendência a incendiar-se pelo que se deve ter perto um pouco de areia. Entretanto cozem-se as batatas com a pele em água temperada com sal. Prepara-se a salada. Tira-se a pele e as pevides aos pimentos já assados, lavam-se e cortam-se às tiras. Lava-se o tomate e corta-se às rodelas finas, bem como a cebola. A sala de tomate serve-se com a cebola e tempera-se com azeite, vinagre, sal e pimenta. À parte servem-se os pimentos temperados.

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GASTRONOMIA

A BOLOTA

APRESENTA-SE À ALIMENTAÇÃO DOS PORTUGUESES Todos os anos mais de metade da bolota existente em Portugal é desperdiçada, o que pode estar para mudar. Uma equipa de investigadores nacionais apresentou um conjunto de características nutricionais que valorizam o fruto abundante no Alentejo e no norte do país.

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epois de muitas décadas a ser vista apenas como comida para porcos, a bolota está a ser introduzida na alimentação dos portugueses. Uma equipa de investigadores da Universidade Católica do Porto (UCP) divulgou, em março, os resultados de um estudo sobre as características nutricionais da bolota, que indicam que esta pode ser uma alternativa para celíacos (intolerantes ao glúten) e protege contra a oxidação do ADN.

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Os benefícios são comprovados à Revista PORT.COM por Manuela Pintado, a investigadora que conduziu o estudo: “Além da riqueza em fibra e proteína, a bolota apresenta um perfil de lípidos semelhante ao do azeite e ausência de glúten, exibindo uma riqueza destacável em compostos antioxidantes. Apresenta também a capacidade de promover o crescimento das bactérias benéficas presentes na nossa microbiota intestinal”, destaca.

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Trocando por linguagem de fora do laboratório, quando utilizada na alimentação humana a bolota pode contribuir para a criação de energia, para prevenir o envelhecimento das células e reforçar o sistema digestivo. Nos estudos realizados pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica foram utilizadas bolotas de azinheira do montado alentejano, em diferentes formatos, como farinha, bebida de bolota fresca e até café de bo-


lota (a denominação de café é apenas para facilitar, porque deriva também de um processo de torra). Utilizável na confeção de pão, bolos e até iogurtes A farinha de bolota, que atualmente já existe no mercado, pode ser utilizada na confeção de pão, bolos, biscoitos e até pastéis de nata de bolota: “A bolota é um produto que tem cerca de 80% de hidratos de carbono, com cerca de 55% de amido e o restante fibra, e não contém glúten, pelo que pode ser interessante como fonte de hidratos de carbono em pessoas que por alergia ou opção não consomem glúten”, explica Manuela Pintado.

Até lá, não faltam possíveis utilizações para este alimento, “como as recomendadas num livro do chef Pedro Mendes, chamado “O renascer da Bolota”, onde há mais de vinte receitas que exploram o seu valor gastronómico”, propõe a investigadora. Da produção anual média de 400 mil toneladas de bolota em Portugal, mais de metade tem sido desperdiçada. Transformar este desperdício em rendimento pode resultar não só em interessantes proveitos económicos, como numa mais-valia para a já de si tão rica e completa gastronomia portuguesa.

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Na generalidade dos países tem havido uma crescente procura de produtos sem glúten, pelo que o potencial económico da bolota, que existe em grande quantidade no Alentejo e no norte de Portugal, pode tornar-se bastante atrativo para algumas empresas de produtos alimentares.

A UCP convidou uma empresa portuguesa ligada à produção de iogurtes a englobar as caraterísticas benéficas da bolota nos seus produtos. A Frulact apresentou recentemente três formatos de iogurtes diferenciados, “todos eles de elevada originalidade e sabor, que tiveram elevada aceitabilidade quando foram apresentados”, conta Manuela Pintado, que está expectante para saber se produtos deste género serão lançados no mercado.

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NEGÓCIOS

TÊXTEIS LAR SETOR TRADICIONAL A CRESCER ACIMA DA MÉDIA Portugal é o maior produtor europeu e o quinto maior exportador mundial da família de produtos que engloba as toalhas, as mantas, os lençóis, entre outros. O reconhecimento da qualidade e inovação destes gera recordes de vendas, que vão da vizinha Espanha à tão distante Nova Zelândia.

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ano 2014 foi o melhor dos últimos 11 para as exportações da indústria têxtil. As vendas de colchas, mantas, lençóis, toalhas e outros produtos do subsetor dos têxteis lar tiveram um importante contributo para este registo positivo. O governo português está ciente deste aspeto, com o vice-primeiro-ministro Paulo Portas a caraterizar, no mês passado, os têxteis lar como “um setor tradicional que hoje em dia está a contribuir acima da média para o crescimento de exportações”. O crescimento deste subsetor não só foi “acima dos 4% de crescimento médio das exportações nacionais”, como superou “o melhor ano de sempre de 5,8%”, reforçou Portas, na visita a uma empresa têxtil em Guimarães. O concelho minhoto é um dos em que a indústria deste setor mais contribui para as vendas para o estrangeiro, particularmente para Espanha, França e Alemanha.

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Mais de 60 empresas portuguesas marcaram presença na edição da Heimtextil, em Frankfurt, a maior feira do mundo ligada aos têxteis lar

Os Estados Unidos e o Japão são os mercados mais relevantes fora do espaço comunitário, mas também já há quem venda para a Rússia, para a China, para a Coreia do Sul, para a Austrália ou até para a Nova Zelândia. As palavras do vice-primeiro-ministro fizeram eco noutras do ministro

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da Economia, António Pires de Lima, que no início do ano havia apontado “o crescimento de 3% das vendas para exterior” dos têxteis lar e outros artigos têxteis confecionados. Ao exportarem 656 milhões de euros passaram a responder por 14% do total das exportações da indústria têxtil e vestuário nacional.


Contribuir para superar os cinco mil milhões de euros Têxteis lar é um subsetor em que a indústria portuguesa é a maior produtora europeia e a quinta maior exportadora mundial. Grande parte da produção das empresas portuguesas é vendida às principais marcas mundiais, para quem trabalham em regime de private label, ou seja, produzem e depois as marcas colocam os seus símbolos. Na altura, Pires de Lima previu que o setor têxtil podia fechar 2014 com um crescimento próximo dos 9% face a 2013, nos 4,6 mil milhões de euros, com os têxteis lar a faturar 650 milhões. O ministro demonstrou também acreditar que poderá passar a barreira dos cinco mil milhões de euros até 2016. O objetivo definido no plano estratégico para chegar a 2020 com vendas de cinco mil milhões de euros, recuperando o valor recorde registado em 2001, ficará assim desatualizado com bastante antecedência: “É por boas razões”, comentava o ministro a esse respeito. Afinal, poucos são os setores portugueses que conseguem antecipar-se a previsões governamentais. Pelo menos às positivas.

ESPANHA, FRANÇA E ALEMANHA SÃO OS PAÍSES QUE IMPORTAM MAIS TÊXTEIS LAR PORTUGUESES, MAS RÚSSIA, CHINA E ATÉ NOVA ZELÂNDIA TAMBÉM JÁ SÃO CLIENTES

Conjuntos de cama e edredons fazem parte da oferta nacional

Produzir toalhas 3D e tecidos luminosos Tal só é possível graças à inovação, design e à qualidade que as empresas nacionais colocam nos seus produtos. Exemplo desta inovação é visível, por exemplo, na “Bom Dia”, de Vizela, que criou toalhas 3D, para as quais até são precisos óculos especiais, como se se estivesse a ver um filme a três dimensões. Outro exemplo de inovação reside na vizinha “Mundo Têxtil”, a maior produtora de felpos da Europa, que também é de Vizela. Entre os seus produtos mais recentes consta a Candy, uma toalha

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Toalhas em algodão egípcio produzidas em Vizela

que pesa apenas 280 gramas, praticamente metade das toalhas normais. E que dizer da “Têxteis Penedos”, de Guimarães, empresa que exporta 98% da produção, números que também englobam a comercialização de tecidos de decoração luminosos. Parece que a imaginação não tem limites na região do Alto Ave.

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NEGÓCIOS

EXPORTAÇÕES DE VINHOS PORTUGUESES CONTINUAM EM CRESCIMENTO Cerca de metade das vendas para o estrangeiro correspondem a vinho do Porto. O mercado europeu continua a ser o mais importante, com destaque para França e o Reino Unido.

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s exportações de vinhos portugueses cresceram 1,1% em 2014, face ao ano anterior, rondando os 730 milhões de euros. Um trabalho sobre o setor do vinho em Portugal, realizado pela consultora Informa D&B, realça “o crescimento contínuo das vendas de vinho português nos mercados externos”, lembrando que as exportações se situaram perto dos 582 milhões de euros em 2009. O comportamento anual das exportações entre 2009 e 2014 tem originado um “aumento significativo do saldo positivo da balança comercial do setor”, salienta o estudo. Cerca de 65% das exportações correspondem a vinhos com Denominação de Origem Protegida (DOP), com destaque para o vinho do Porto, com uma participação sobre o valor total próxima dos 45%. Mais de metade das vendas (55%) para

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mercados externos corresponderam ao mercado europeu, com destaque para a França, onde reside a maior comunidade portuguesa no estrangeiro, e para o Reino Unido, o principal destino de emigração nos últimos anos. Mais empresas, menos produção O trabalho especifica ainda que o volume de produção provisório de vinho na colheita de 2014-2015 se situou em 5,9 milhões de hectolitros, menos cerca de 5% em relação à colheita de 2013-2014. A superfície vitivinícola em Portugal tem também seguido nos últimos anos uma tendência de redução. Em 2013 situou-se em 224 mil hectares, o que representa um retrocesso de 6% face a 2005. O número de empresas com atividade no setor, por seu lado, cresceu no período de 2010 a 2013, situando-se nas 823 no último ano, enquanto o volume de emprego gerado se manteve na casa dos milhares de trabalhadores.

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Cerca de 75% das empresas produtoras de vinho em Portugal emprega menos de 10 pessoas e apenas cerca de 25 têm mais de 50 trabalhadores.

O SETOR DOS VINHOS EMPREGA MILHARES DE TRABALHADORES EM PORTUGAL


Não escolher apenas pelo preço Não é o preço que define a qualidade, tal apenas tem a ver com as regras do mercado. Logicamente todos os vinhos topo de gama têm um preço acima da média, mas há vinhos excelentes a preços imbatíveis e vinhos que não justificam o preço.

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Servir à temperatura certa

conselhos para perceber de vinho

A Revista PORT.COM partilha uma mão cheia de truques para apreciadores de uma bebida que faz parte do património histórico, cultural e económico de Portugal.

Vinhos brancos, rosés e espumantes devem ser bebidos frescos (entre seis e 13 graus), porque o frio aumenta a perceção dos aromas perfumados e da acidez. Tintos entre os 15 e 19 graus, para acentuar a intensidade dos aromas e o impacto do doce e do álcool.

Decantar os Porto muito velhos

Utilizar copos adequados

Muitos vinhos do Porto não necessitam decantação e podem ser servidos diretamente da garrafa para o copo. No entanto, os tawny muito velhos ou os vintage têm tendência para criar depósito.

Os copos para beber vinho devem ser leves, de pé alto, vidro fino e com uma boca estreita, para afunilar os aromas. Experimente beber o mesmo vinho em copos grossos e rasos, e sentirá a diferença.

Encher o copo a metade ou a dois terços Só assim poderá apreciar devidamente os aromas de cada vinho, que assim têm espaço para subir, libertar-se e conservarse dentro do corpo do copo o maior tempo possível.

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CULTURA

PORTO RECEBE TALENTOS ICÓNICOS E EMERGENTES DO FADO O Caixa Ribeira é um festival exclusivamente dedicado ao mais português dos géneros musicais, uma das principais marcas identitárias do país. A primeira edição está marcada para os dias 12 e 13 de junho, na baixa ribeirinha da “Cidade Invicta”, durante os quais reúne ícones como Maria da Fé e Camané, e talentos emergentes como Carminho e Gisela João.

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Maria da Fé Regresso às origens de uma figura incontornável Nasceu no Porto há 72 anos, onde gravou o seu primeiro disco, em 1959, numa cave de uma loja de eletrodomésticos. Depois de cumpridas as 18 primaveras, mudou-se para Lisboa, onde se tornou numa figura incontornável do universo do fado. Atualmente soma dezenas de discos e centenas de temas editados, percurso que já a levou a ser distinguida oficialmente tanto pelos municípios do Porto e de Lisboa, como pelo antigo Ministério da Cultura. No regresso às origens, marcado para a noite de 13 de junho, certamente não deixará de interpretar canções que imortalizou, como “Cantarei até que a Voz me Doa” e “Vento do Norte”.


Camané Novo disco de originais, meia década depois Não lançava um álbum de canções inéditas desde 2010, quando “Do Amor e dos Dias” entrou diretamente para o número do top de vendas nacional. O feito foi agora repetido por “Infinito Presente”, o que comprova a popularidade de um dos nomes maiores do fado. Para além do novo lançamento, este ano assinala o 20º aniversário do primeiro disco, “Uma Noite de Fados”. As principais canções destes três álbuns, assim como dos outros quatro que deram fama a este lisboeta de 48 anos, estarão certamente em destaque na segunda noite do festival portuense.

Carminho Consagrada a solo e em colaborações Apesar de ter apenas 30 anos, tem uma voz, um nome e um rosto sobejamente conhecidos em Portugal, no Brasil e em Espanha. O reconhecimento resulta não só dos discos de fado que interpreta a solo, como também das colaborações com artistas estrangeiros (em outros géneros musicais ligeiros), como o espanhol Pablo Alborán e os brasileiros Caetano Veloso, Chico Buarque e Milton Nascimento. Depois de ter lançado o álbum “Canto” no final do ano passado, disco que em abril levou a palcos no Rio de Janeiro e em São Paulo, prepara-se para o exibir na cidade Invicta, na noite que inaugura o festival.

Ricardo Ribeiro Referência do fado em Portugal, da world music fora de portas O fadista foi um dos quatro finalistas para “Melhor artista” nos prémios anuais atribuídos pela Songlines, uma revista inglesa especializada em world music, ou seja, géneros musicais caraterísticos de determinadas regiões do planeta, no qual o fado é muitas vezes incluído. Ricardo Ribeiro foi nomeado pelos leitores da publicação devido a “Largo da Memória”, um disco de 2013. Os jornalistas da revista acabaram por atribuir o prémio ao veterano nigeriano Tony Allen, o que em nada desprimora o fado de voz grave deste lisboeta que atua no Caixa Ribeira a 12 de junho.

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Gisela João A revelação mais recente O primeiro disco a solo desta barcelense de 31 anos foi lançado em 2008, com o nome “O Meu Fado”, mas foi o álbum homónimo de 2013 que lhe garantiu a profissionalização. Começou por escalar lugares na tabela de álbuns mais vendidos em Portugal até chegar ao topo e ao primeiro disco de platina, correspondente a mais 15 mil unidades vendidas. Também já teve honras de atuar a solo nos coliseus de Lisboa e do Porto, os quais lotou no início deste ano. A mais recente revelação do fado chega ao Caixa Ribeira a 13 de junho, dois dias após protagonizar o primeiro concerto da edição deste ano do festival Chantiers d’Europe, em Paris.

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CULTURA

Azulejos na Estação de São Bento no Porto

Bob Sinclar encabeça cartaz do Dancefloor Leiria

Livro de Sophia de Mello Breyner Andresen premiado no Brasil O livro “A menina do mar”, da escritora portuguesa que faleceu há pouco mais de uma década, foi considerado uma das melhores obras literárias publicadas no mercado brasileiro em 2014, dirigidas a jovens e crianças. A distinção foi feita por uma instituição brasileira chamada Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Jorge Barreto Xavier

Português radicado em França publica livro sobre emigração

Azulejo português candidato a património da Humanidade

Luis Coixão, um português a viver em França, apresentou o livro “Mon Père, ce Héros - Petite Histoire de l’Immigration Portugaise”, no Consulado de Portugal em Paris. O autor nasceu em Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, de onde partiu para França com cinco anos de idade. Na obra, escrita em francês, conta a história da emigração clandestina do seu pai para o país gaulês.

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, confirmou recentemente a candidatura do azulejo português a património mundial da Humanidade, que será apresentada no início de 2018. A iniciativa foi justificada pelo crescente destaque que este produto tem vindo a granjear a nível internacional.

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O DJ francês Bob Sinclar e o músico português David Carreira vão atuar, no próximo dia 7 de agosto, no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, evento com que a organização espera transformar o estádio numa discoteca gigante. O perfil dos dois artistas em destaque no Dancefloor Leiria permite antecipar uma grande afluência por parte de milhares de portugueses, tanto os que residem em Portugal como os que regressam ao país para desfrutarem das suas férias.

Músico português Noiserv regressa a Paris David Santos, jovem músico lisboeta que atua a solo sob o alter-ego Noiserv, vai atuar no Thêatre de la Cité Internationale, em Paris, num concerto inserido no festival Chantiers d’Europe. A atuação está marcada para 14 de junho, naquela que será a terceira presença em palcos parisienses em pouco mais de um mês, depois de a 9 de maio ter atuado no festival Fête de l’Europe e numa sala chamada Le Truskel.


DIANAVILA

POUCA. MAIO

2015

Porto recebe seminário internacional sobre fluxos migratórios entre o sul da Europa e a América do Sul

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CEPESE (Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade) organiza o X Seminário Internacional “Entre a Europa do Sul e a América do Sul – Os Fluxos Migratórios na Época Contemporânea”, entre os dias 8 e 10 de junho, no auditório da Douro Azul, no Porto. Mais de duas dezenas de investigadores de Portugal, Espanha, Itália e Brasil vão abordar problemáticas relacionadas com o fenómeno migratório. Questões sociais, identitárias e laborais, associativismo, trajetórias familiares e legislação estarão sobre as mesas entre o início da manhã de 8 de junho e o final da manhã do dia 10. O principal objetivo passa por “aprofundar, problematizar e divulgar a investigação científica numa área que se revela fundamental para a compreensão da herança cultural comum às duas regiões, matriz incontornável da sociedade, economia, cultura e mentalidade dos países da Europa do sul e América do Sul”, revela a organização, em comunicado. Entre os intervenientes, destaque pa-

ra o português Fernando de Sousa (presidente do CEPESE e professor catedrático da Universidade do Porto, coordenador de diversos projetos de investigação e autor de diversos artigos sobre a temática migratória), para o espanhol Juan Andrés Blanco (diretor da Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED) e professor catedrático da Universidade de Salamanca) e para o italiano Mattia Vitiello (investigador do Istituto di Ricerche sulla Popolazione e le Politiche Sociali). O maior contingente de participantes provém do Brasil, como são os casos de: Maria Arminda Arruda (pró-reitora da Universidade de São Paulo; Ismênia Martins, professora emérita da Universidade Federal Fluminense), Lená Medeiros de Menezes (sub-reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), José Jobson Arruda (professor titular da Universidade de São Paulo) e Maria Izilda Matos (professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Todos estes investigadores contam nos seus currículos com numerosos li-

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ENTRE A EU E A AMÉR ROPA DO SUL IC

A DO SUL OS FLUXOS NA ÉPOC MIGRATÓRIOS A CONTEM PORÂNEA

LOCAL

AUDITÓRIO DOURO AZ UL

DATA

8_10 JUNH

O 2015

ORGANIZAÇÃO

APOIO

CEPESE

vros sobre a temática das migrações transatlânticas na época contemporânea e largas dezenas de trabalhos científicos sobre estas e outras questões. A entrada é gratuita. Mais informações disponíveis através do telefone: 226 073 770.

PARA ALÉM DE ESPANHÓIS E ITALIANOS, O MAIOR CONTINGENTE DE INVESTIGADORES ESTRANGEIROS PROVÉM DO BRASIL. A ENTRADA É GRATUITA

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PERFIL

A “FUGA DE CÉREBROS” QUE VINGAM NO ESTRANGEIRO Joana Branco dos Santos foi ao Texas apresentar o projeto científico com que venceu um concurso britânico. A emigração de investigadores não tem fim à vista, para benefício de países como Inglaterra, onde os portugueses gozam de excelente reputação. Aproveitá-los fora do laboratório pode contribuir para a fixação em Portugal. POR LUÍS CARLOS SOARES

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nglaterra é o país para onde têm emigrado mais portugueses nos últimos anos. Muitos destes são investigadores científicos, como é o caso de Joana Branco dos Santos, que integra a equipa que recentemente venceu um concurso britânico de ideias biotecnológicas e biomédicas comercializáveis, chamado BiotechnologyYES. Esta jovem, nascida há 27 anos nas Caldas da Rainha e a viver em Leicester desde setembro de 2013, personifica a “fuga de cérebros”. A expressão é utilizada pela própria Joana, no regresso de uma viagem aos Estados Unidos, onde apresentou o projeto premiado no Reino Unido, que passa pela idealização da produção

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natural de grãos de café sem cafeína, de forma a substituir o processo de descafeinação: “Normalmente as equipas concorrentes desenvolvem ideias relacionadas com a produção de novos medicamentos ou novos equipamentos médicos. Nós pensámos num produto que nos permitisse desenvolver um plano fácil de explicar e atrativo para os investidores. Afinal de contas, quem é que não bebe café ou descafeinado?”, questiona Joana. As vantagens do produto desenvolvido notam-se no sabor e na eficácia da descafeinação: “As pessoas intolerantes à cafeína podem sentir os seus efeitos colaterais com apenas 10 mg, que é a quantidade mínima de cafeína que se

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pode encontrar numa chávena pequena de descafeinado. O nosso produto passa por grãos de café naturalmente sem cafeína, sem qualquer alteração genética envolvida, obtidos através de uma série de cruzamentos específicos entre plantas”. Este processo “garante todo o sabor e aroma natural do café, com 0% de cafeína”, conclui a investigadora. As reações suscitadas na cidade texana de Houston foram semelhantes às de Nottingham e Londres, onde foram superadas a eliminatória e a final do concurso britânico: “Várias pessoas pensaram que o nosso produto era de facto real e até perguntaram em que fase de produção estaria, tal o realismo proposto pela nossa apresentação, ao


incluir até um estudo de mercado e financeiro”. O projeto recebeu mesmo algumas ofertas de financiamento, que não puderam ser aceites, por o produto ainda não ser real. Nos próximos tempos não vai conhecer desenvolvimentos, uma vez que os seus autores têm que se focar em terminar os doutoramentos. Ingleses preferem portugueses aos compatriotas Para além de Joana, a equipa é composta por duas jovens investigadoras britânicas, um britânico e uma nepalesa. Mas esta não costuma ser a proporção mais frequente nos laboratórios

ingleses. “Basta olhar para se perceber que a maioria dos investigadores são estrangeiros e vêm do sul da Europa”, repara Joana: “Os estudantes portugueses, espanhóis e italianos têm uma excelente reputação em Inglaterra, tanto que o meu chefe já me chegou a dizer que geralmente prefere aceitar alunos vindos de Portugal do que do Reino Unido”. Então o que leva ao êxodo dos investigadores portugueses? “O problema em Portugal é o pós-doutoramento. Somos excelentes a formar pessoas, mas depois não oferecemos oportunidades em número suficiente ou suficientemente atrativas para fixar as pessoas. Somos uma fábrica de peque-

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“O PROBLEMA EM PORTUGAL É O PÓSDOUTORAMENTO. SOMOS EXCELENTES A FORMAR PESSOAS, MAS DEPOIS NÃO OFERECEMOS OPORTUNIDADES ATRATIVAS” nos génios, mas são os outros países que tiram o proveito”. Particularizando as diferenças entre os dois velhos aliados, “em Portugal ainda há aquela ideia que os

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PERFIL

“OS PORTUGUESES DEVEM ENCARAR COM NATURALIDADE O SUCESSO DE INVESTIGADORES NACIONAIS NO ESTRANGEIRO, UMA VEZ QUE PORTUGAL É UMA FÁBRICA DE MENTES BRILHANTES” investigadores só têm competências para trabalhar em laboratório, com pouca abertura das empresas para a contratação de cientistas doutorados, enquanto os britânicos veem-nos como alguém que pode aplicar a sua ciência noutras realidades”. O doutoramento de Joana vai ser concluído em Portugal, já que é fruto de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e a Universidade de Leicester. Mas apesar de admitir que “gostaria de fazer carreira em Portugal”, prevê que possivelmente terá que sair novamente do país, até porque confessa que “gostaria de fazer carreira no setor da indústria farmacêutica, um mercado de trabalho ainda pouco desenvolvido, competitivo e atrativo em Portugal”. Enquanto não houver uma evolução no panorama científico, “os portugueses devem encarar com naturalidade todo o sucesso de investigadores nacionais no estrangeiro, uma vez que Portugal é uma fábrica de mentes brilhantes, altamente motivadas e trabalhadoras”. Com a fuga de cérebros a desenrolar-se permanentemente, os cientistas portugueses continuarão a dignificar o nome do país, tal como tem feito Joana Branco dos Santos.

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JOANA INTEGRA ASSOCIAÇÃO DE INVESTIGADORES NO REINO UNIDO “Não faço ideia de quantos somos, mas sei que somos muitos e cada vez mais”. Joana Branco dos Santos faz parte da crescente comunidade de investigadores por terras britânicas, seja em Leicester ou em tantas outras cidades. Este fenómeno já levou à criação da Associação Portuguesa de Investigadores e Estudantes no Reino Unido (PARSUK), com o objetivo de aproximar este nicho de portugueses. “Todos os anos são organizados encontros e congressos onde temos oportunidade de conviver e discutir o estado da ciência em Portugal, e outros temas da atualidade relevantes para a nossa comunidade de cientistas a trabalhar além-fronteiras”. Não fosse a palavra saudade a mesma para investigadores ou profissionais de qualquer outra área.

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Apesar de se ter ambientado rapidamente ao laboratório e ao grupo de trabalho, Joana estranhou as diferenças notadas pela generalidade dos portugueses em Inglaterra, como a alimentação e o clima: “Também tive que aprender rápido o que é ou não politicamente correto para os britânicos, o que não é tão óbvio como se pensa”, recorda. Atualmente já está “totalmente ambientada” à vida de emigrante e até acha que até vai ter algumas saudades quando regressar a Portugal. A recente viagem ao Texas aguçou-lhe “ainda mais a curiosidade sobre outros países e culturas”, pelo que admite de bom-grado a possibilidade de “viver por uns tempos na Austrália ou Estados Unidos”.


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BREVES

NÚMEROS DA EMIGRAÇÃO PARA O BRASIL A Revista PORT.COM isola os principais dados referentes à emigração de portugueses para o país irmão nos últimos anos, com base no estudo “Portuguese Emigration Factbook 2014”, recentemente publicado pelo Observatório da Emigração. Cerca de um quarto (23%) dos imigrantes que residiam no Brasil em 2010 eram portugueses. Percentagem maior só no Luxemburgo, em que os portugueses eram 30% da população imigrante em 2011;

Se se isolar o período desde 2008, ano em que teve início a crise económica internacional, até 2013, o Brasil regista a variação positiva mais acentuada das entradas (+34%), à frente da Noruega (+25%), da Alemanha (+22%) e do Reino Unido (+18%).

Festival literário junta escritores de Bragança de Trás-os-Montes e Bragança do Pará A cidade transmontana de Bragança junta, entre 4 e 6 de junho, autores portugueses e brasileiros num festival literário, evento que substitui o formato tradicional da feira do livro local. O principal objetivo é procurar novas formas de envolvimento dos munícipes, particularmente dos cerca de 4 400 alunos que estudam no concelho português desde o primeiro ciclo ao secundário. Assim, durante os três dias, para além da feira do livro, terá lugar uma exposição de ilustração e a apresentação de livros,

Os portugueses foram a quinta nacionalidade mais representada entre os novos imigrantes que entraram no Brasil, em 2013;

Carla Flores partiu da Póvoa de Varzim para o Rio de Janeiro em setembro de 2011. Atualmente é assessora de imprensa na Confederação Brasileira de Taekwondo

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com escritores portugueses e brasileiros a fazer leituras dos seus textos nas escolas e nas bibliotecas do concelho. Entre 2003 e 2013, a variação dos fluxos de entrada foi positiva em todos os principais países de destino da emigração portuguesa. A segunda maior variação registou-se no Brasil (+22%), apenas superada pela Noruega (+31%) e à frente da Bélgica (+10%) e do Reino Unido (+9%);

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Entre os escritores portugueses destacam-se os nomes de Júlio Magalhães, Fernando Dacosta e de Francisco José Viegas (na foto). Curiosamente, a maior parte dos autores do país irmão são provenientes de Bragança, não a cidade transmontana, mas sim a brasileira situada no estado do Pará.

Francisco José Viegas


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DESPORTO

BENFICA BICAMPEÃO E O REGRESSO DOS CLUBES DO INTERIOR A temporada futebolística 2014/2015 fica marcada pelo bis encarnado, o que não acontecia há 31 anos. Para além dos “Três Grandes”, os outros lugares europeus terminam ocupados por Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e Belenenses. O Gil Vicente e o Penafiel trocam de escalão com Tondela e União da Madeira.

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Benfica acrescentou o 34º título de campeão nacional ao seu historial, reforçando o epíteto de clube com maior sucesso no futebol português, à frente do FC Porto e do Sporting, com 27 e 18 campeonatos, respetivamente. Há 31 anos que a equipa encarnada não se sagrava bicampeã, pelo que a conquista foi celebrada efusivamente por benfiquistas em todo o mundo, em cidades como Lisboa, Paris, Hamburgo, Newark, Luanda ou Maputo.

conquistas, não celebram a conquista de um troféu desde agosto de 2013.

O FC Porto fez melhor do que na temporada 2013/2014, e terminou em 2º classificado, o que não deixa de ser um amargo de boca para os adeptos portistas. Apesar de nas últimas décadas se terem habituado a acumular

O Moreirense (11º) e o Boavista (13ª) foram as principais surpresas da prova. Na época em que regressaram à Primeira Liga, terminaram bem longe dos lugares de despromoção à Segunda Liga, ocupados pelo Gil Vicente

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O Sporting garantiu o último posto que pode dar acesso à próxima edição da Liga dos Campeões, ao acabar em 3º, à frente do Sporting de Braga (4º). Os minhotos ficam assim com a primeira das três vagas portuguesas para a Liga Europa, com as outras duas a pertencerem ao Vitória de Guimarães (5º) e ao Belenenses (6º).

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Os encarnados festejaram em Guimarães o 34.º título de campeão nacional, quando ainda havia uma jornada por cumprir

O Tondela celebrou o primeiro lugar na Segunda Liga após um empate em Freamunde

(17º) e Penafiel (18º). Em sentido inverso, o Tondela e o União da Madeira subiram do segundo ao primeiro escalão do futebol português. Trata-se de uma estreia por parte do conjunto tondelense, que garante assim o regresso dos clubes do interior do país ao “convívio dos grandes”, o que não acontecia desde 2001.


DEPOIMENTO

BRUNO MARTINS

Presidente da comissão de eventos do Sport Hamburg e Benfica

“EM PORTUGAL SOFRE-SE PELOS CLUBES DE QUE GOSTAMOS, MAS POR CÁ O SOFRIMENTO AINDA É MAIOR”

Bruno Martins visitou Portugal no início de abril a convite da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e aproveitou para assistir ao Benfica Penafiel e tirar fotografias com Júlio César

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CELEBRAR O TÍTULO DO BENFICA EM HAMBURGO

ronia do destino ou talvez coincidência, no ano em que completei o meu 33º aniversário, em 2014, o meu Benfica também se sagrou pela 33ª vez campeão nacional. Este ano já se adiantaram de novo e lá vão 34, que eu daqui a poucas semanas, se Deus quiser, igualarei. Espero que andemos assim lado a lado por muitos e longos anos. Fazendo um balanço desportivo e sereno ao que foi a época do Benfica, digo que não tendo começado da melhor forma, reagiu extremamente bem. Assumiu a liderança à 5ª jornada do campeonato, liderança essa que nunca mais largou até se sagrar campeão nacional no dia 17 de maio. Tudo graças a um trabalho árduo e capaz desta excelente equipa técnica, jogadores e direção, que no meu ponto de vista caminharam sempre unidos e lado a lado por um objetivo e uma causa que todos nós ansiávamos há mais de 30 anos: o bicampeonato. Em Portugal sofre-se pelos clubes de que gostamos, mas por cá, e refiro-me a Hamburgo em especial e aos benfiquistas que por cá residem, o sofrimento ainda é maior: É o sentir que mesmo sendo sócios não podemos pegar no carro e ir ao estádio ver qualquer jogo, ou quando nos sagramos campeões ir para o Marquês festejar como tanto gostávamos... Mas temos o nosso bairro português em Hamburgo (Landungsbrücken) e as nossas associações e clubes, como o nosso Sport Hamburg e Benfica, para ver pela televisão e festejar também em grupos menos numerosos mas de grande qualidade. Viva o associativismo e viva o Benfica. Saudações desportivas de Hamburgo e bem hajam.

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DESPORTO

SELEÇÃO SUB-20 À CONQUISTA

DO MUNDO

Portugal chega com fortes ambições ao Mundial sub-20, competição que já venceu por duas vezes. Se na altura se exibiam nomes como Luís Figo e João Vieira Pinto, agora são talentos como Rony Lopes e Gonçalo Guedes. Os portugueses estão de olhos postos na Nova Zelândia. POR LUÍS CARLOS SOARES

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A confiança numa participação positiva é inerente a quem tem prestado atenção a esta seleção portuguesa, como é o caso do secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro: “Acredito que podemos fazer um belíssimo Mundial, sem querer impor expetativas demasiado altas. Creio que a passagem de grupo vai acontecer naturalmente e depois é ir jogando jogo a jogo”, perspetivou em declarações em exclusivo à Revista PORT.COM.

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FPF/Diogo Pinto

s melhores futebolistas portugueses com 20 ou menos anos de idade viajaram para o país mais distante geograficamente, a Nova Zelândia, para defender as cores nacionais no campeonato do mundo. As expetativas são altas, dado que esta geração é a mesma que, em julho do ano passado, chegou à final do campeonato da Europa de sub-19.

Os defesas Domingos Duarte e João Nunes, o guarda-redes André Moreira e o médio Tomás Podstawski fazem parte da equipa que viajou para a Nova Zelândia

Na frase de grupos, Portugal defronta as seleções do Senegal (na madrugada de 30 para 31 de maio, às 05h00), do Qatar (a 3 de junho,

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também às 05h00) e da Colômbia (a 6 de junho, às 02h00). Têm acesso aos oitavos de final os dois primeiros classificados de cada um dos seis


grupos, e os quatro melhores terceiros classificados. Na última edição do Mundial sub20, em 2013, a seleção portuguesa chegou até aos oitavos de final, onde caiu aos pés do Gana. A presença anterior, em 2011, foi bem mais duradoura, com a chegada à final, em que perderia com o Brasil, por 2-3, após prolongamento. Recorde-se ainda que Portugal venceu as edições de 1989 e 1991, no despontar da “geração de ouro”, com talentos como Luís Figo, João Vieira Pinto ou Vítor Baía. Emídio Guerreiro acredita que as comunidades portuguesas na Nova Zelândia e até da Austrália vão apoiar os jovens sub-20, “como acontece em qualquer local em que as seleções portuguesas vão jogar”. Milhões de portugueses por todo o mundo esperam bons resultados por parte da equipa em que despontam valores como Rony Lopes, Gonçalo Guedes, Raphael Guzzo, André Silva e Rafa Soares. Depois do segundo lugar no Europeu sub-19, rumo ao título no Mundial sub-20. Rafa Este jogador do FC Porto, onde evolui na equipa B, ocupa uma posição na qual

O LATERAL RAFA É FREQUENTEMENTE CHAMADO A TREINAR COM A EQUIPA PRINCIPAL DO FC PORTO, O EXTREMO GONÇALO GUEDES É O JOGADOR COM A MAIOR CLÁUSULA DE RESCISÃO EM TODO O PLANTEL DO BENFICA

as seleções portuguesas costumam apresentar algumas carências, a de lateral-esquerdo. Difícil de ultrapassar no um para um, por ser um futebolista veloz e fisicamente compacto, tem um pé esquerdo invejável, que lhe vale preciosas assistências para os elementos mais avançados. Raphael Guzzo Depois de ter sido um dos motores de formações que chegaram a duas finais europeias (da seleção portuguesa no Europeu sub-19 e do Benfica na UEFA Youth League), esta temporada o médio luso-brasileiro aceitou um desafio que lhe proporcionou sentir responsabilidade numa equipa principal, ao ser emprestado pelo Benfica ao Desportivo de Chaves. O desafio permitiu-lhe aliar experiência e maturidade às evoluídas caraterísticas técnicas que evidencia desde tenra idade. Rony Lopes Este médio-ofensivo, também luso-brasileiro, chega à Nova Zelândia etiquetado como a principal figura desta seleção. Era ainda um adolescente quando o seu futebol motivou os milionários do Manchester City a ir buscá-lo às formações jovens do Benfica. Esta época, os ingleses emprestaram-no à equipa principal dos franceses do Lille, onde pôde demonstrar toda a criatividade que o carateriza, em competições como a liga francesa e a Liga Europa. Gonçalo Guedes Tem apenas 18 anos, mas é o jogador com a maior cláusula de rescisão em todo o plantel do Benfica, a par do

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“ACREDITO QUE PODEMOS FAZER UM BELÍSSIMO MUNDIAL, SEM QUERER IMPOR EXPETATIVAS DEMASIADO ALTAS” EMÍDIO GUERREIRO, SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESPORTO E JUVENTUDE

consagrado Salvio, colocada nuns estonteantes 60 milhões de euros. Esta temporada dividiu exibições entre a equipa B e a formação principal, com Jorge Jesus a dar-lhe perto de duas mãos cheias de oportunidades para mostrar todo o seu virtuosismo, que lhe permite atuar em qualquer posição do ataque da seleção sub-20. André Silva Este ponta de lança vinculado ao FC Porto despertou a atenção dos olheiros internacionais no Europeu sub-19, competição da qual foi o segundo melhor marcador, com cinco golos. A veia goleadora não se extinguiu desde então, como comprovou no recente jogo de preparação frente à seleção do Uruguai, em que assinou os três golos da vitória portuguesa.

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DESPORTO

MAIS UMA VITÓRIA PARA O ULTRAMARATONISTA JOÃO OLIVEIRA O flaviense, que já levou a bandeira de Portugal ao lugar mais alto do pódio em três continentes, foi o mais rápido a correr 285 quilómetros entre Milão e Sanremo, no norte de Itália.

J

oão Oliveira iniciou o mês passado a vencer mais uma ultramaratona. O português, natural de Chaves, foi o primeiro a cortar a meta na Ultramaratona Milão - Sanremo, ao percorrer 285 quilómetros em 30 horas, 15 minutos e 22 segundos, o que constitui um novo recorde da prova. Esta ultramaratona une as duas cidades italianas que dão nome à prova, passando ainda por Génova e Imperia. Trata-se do mesmo trajeto percorrido por uma das mais emblemáticas provas do ciclismo internacional, a “clássica” Milão - Sanremo. “É a prova de estrada mais longa da Europa, o que possibilita uma grande concentração dos melhores ultramaratonistas de cada nação”, explica João Oliveira, em declarações à Revista PORT.COM. A Milão - Sanremo foi a 35ª ultramaratona de um atleta que já venceu provas em três continentes. A primeira foi em Marília, no Brasil, em março de 2013. Essa prova tinha 75 quilómetros, bem menos do que os 246 da Spartathlon, na Grécia, ganha em setembro de 2013. No início de 2014 venceu a TransOmania, em

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João Oliveira exibiu as bandeiras de Portugal e do município de Chaves no lugar mais alto do pódio

Omã, prova com 300 quilómetros, a maior parte dos quais no deserto. Feitos como estes fazem com que portugueses emigrados no Luxemburgo e em França se encham de orgulho com o compatriota, o que demonstram “através de mensagens que me enviam para o Facebook”, conta João Oliveira.

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“A ULTRAMARATONA MILÃO - SANREMO É A PROVA DE ESTRADA MAIS LONGA DA EUROPA, O QUE POSSIBILITA UMA GRANDE CONCENTRAÇÃO DOS MELHORES ULTRAMARATONISTAS DE CADA NAÇÃO”


Esforço físico e… financeiro De todas as vitórias, a conquistada em solo italiano foi a primeira em que contou com um carro de apoio, que assim o livrou de fazer a prova com uma mochila carregada com material como água, comida, roupa e medicamentos. “Tive o privilégio de contar com a bondade de colegas de trabalho, que se disponibilizaram, apesar de não terem qualquer experiência”, indica o ultramaratonista. A equipa de apoio foi assim composta por funcionários do Estabelecimento Prisional de Chaves, onde João Oliveira trabalha. Nos tempos livres, o treino inclui corridas diárias de aproximadamente 40 quilómetros, perto de uma maratona por dia. A “dose” semanal é de 300 a 350 quilómetros. Para além do desgaste físico, a devoção à corrida também é “bastante dispendiosa”, apesar da boa vontade de alguns patrocinadores, desde uma marca de roupa a um ginásio em Chaves. Entre viagens e alojamento, Oliveira gastou cerca de 600 euros para participar na Milão - Sanremo. Este valor exclui a inscrição na prova, de 300 euros, ainda assim um valor bem abaixo dos 1790 euros para se inscrever na TransOmania. Neste momento já esta a pagar, em prestações, a participação na prova Transpirenaica, que se vai desenrolar em junho 2016, que num percurso total de 895 km, pelo Pirinéus. O esforço financeiro e sobretudo o esforço físico titânico têm recompensa quando João Oliveira cruza a meta exibindo as bandeiras de Portugal e da cidade de Chaves, como aconteceu em Sanremo.

Breves

Vieirinha distinguido na Alemanha

Paulo Sousa campeão na Suíça, Villas-Boas na Rússia

O futebolista português de 29 anos, que atua no Wolfsburgo, foi eleito o melhor defesa direito do campeonato alemão, logo na primeira temporada em que ocupou esta posição no terreno de jogo. A votação foi realizada por adeptos e decorreu no site oficial da competição.

O Basileia, treinado por Paulo Sousa (na foto), sagrouse hexacampeão suíço de futebol, o segundo título do técnico português em dois clubes diferentes em duas épocas consecutivas, depois ter conseguido o mesmo feito em Israel, ao serviço do Maccabi Telavive. André Villas-Boas conduziu o Zenit de São Petersburgo à conquista do campeonato russo, com o contributo dos futebolistas portugueses Danny e Luís Neto.

Cristiano Ronaldo melhor marcador em Espanha O craque português sagrouse novamente “Pichichi” da liga espanhola, ou seja, acabou a competição como o jogador com maior número de golos marcados 48 em 35 jogos, o que perfaz uma incrível média de 1,37 tentos por partida disputada. CR7 marcou assim mais cinco golos do que Messi.

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Português com síndrome de down termina meia maratona Um jovem conhecido como Paulinho tornou-se no primeiro atleta com síndrome de down a terminar uma meia maratona. Ao concluir os 21,1 quilómetros da Meia Maratona do Alto Douro Vinhateiro, tornou-se no recordista mundial da distância.

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DISCURSO DIRETO

PARIS DEU-ME OPORTUNIDADE DE CRESCER Ana Portugal é dentista na capital francesa há quatro meses, depois de se ter licenciado há dois anos na Faculdade de Medicina Dentária do Porto. Nasceu há 28 anos em Lamego, a cidade que este mês recebe as comemorações oficiais do Dia de Portugal.

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empre quis emigrar, talvez por querer conhecer um pouco o mundo, mas também por ter uma grande vontade de me tornar independente financeiramente. Arranjar um trabalho como recém-licenciada foi complicado. Quando acabamos o curso temos sempre o coração cheio de sonhos e expetativas, que não condizem nada com a realidade. Em Portugal ainda tive oportunidade de aprender mais na clínica de um amigo, mas precisava de meter a “mão na massa”. Falei com uma amiga dentista que trabalhava em Paris, e com a ajuda dela decidi vir e tentar. Depois de ter feito um curso de francês, vim cheia de sonhos, mas no início foi bastante complicado, sobretudo por não dominar a língua, o que me criou alguns obstáculos para passar no exame da Ordem dos Médicos Dentistas em França. Mas não desisti. Fiquei em Paris três meses, melhorei o meu francês e tive a sorte de ser chamada na primeira clínica onde entreguei currículo, onde fiquei dois meses em observação, até passar no exame oral da Ordem dos Médicos Dentistas.

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Comecei a trabalhar em janeiro de 2015 e tem sido uma experiência muito enriquecedora, tanto a nível pessoal como profissional. Trabalho quatro dias por semana e monetariamente é verdadeiramente compensador para quem entra no mundo do trabalho sem nunca ter ganho um salário. Tenho a sorte de ter mais três amigas portuguesas a trabalharem comigo. Nunca me sinto desapoiada. Os laços que criei são, sem dúvida, o melhor de tudo. Felizmente tenho um grupo de cerca de 20 amigos, que considero como minha família, sendo a maior parte portugueses que, como eu, emigraram em busca de uma vida melhor. Estamos juntos todos os fins de semana. Sinto mesmo que as ligações que se criam aqui são diferentes. Mas por muitos amigos que tenhamos, nunca é como ter a mãe, o pai ou o irmão por perto. Entrar em casa aqui não é a mesma coisa que entrar em casa em Lamego: os cheiros são diferentes, o conforto é diferente, os hábitos aqui são diferentes. O Facebook e o Skype ajudam a matar saudades, mas não é a mesma coisa.

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

Preconceitos face aos portugueses Paris é uma cidade maravilhosa. Nunca fico entediada, descubro sempre um cantinho novo e lindo para visitar. No entanto, os franceses são pessoas mais frias, mais distantes e um pouco xenófobas, com bastantes preconceitos em relação aos portugueses. Muito se admiram quando digo que sou dentista. Nunca fui maltratada, mas sinto algum desdém quando digo que sou portuguesa e algum rancor quando digo que sou formada. Talvez porque existam muitos emigrantes. Mesmo os meus colegas dentistas franceses se queixam que agora é mais complicado arranjar emprego. Mesmo assim, não me arrependo nem um pouco de ter vindo. Sou feliz. Quando a saudade aperta, vou visitar os que mais amo e penso em tudo o que conquistei em tão pouco tempo: trabalho, independência financeira e amigos novos. Não sei se me vejo a viver em Paris para sempre, porque é uma cidade com demasiado movimento. Mas também não me vejo a voltar para Portugal tão cedo, pois não sinto que me deem as oportunidades de crescer que aqui tenho.


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