Horta das Notícias (28)

4 de Junho de 2020

Nº28

HORTA DAS NOTÍCIAS Jornal da Comunidade da Escola Horta das Figueiras feito clique a clique por miúdos e graúdos O MEU COMÉRCIO EMPÁTICO COM O PARDAL-DE-TELHADO página 8

Meus dias em quarentena em Salvador BA – Brasil

Pelo direito de todos a andar a pé e de bicicleta

Pub institucional, Sarah Rodrigues

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HORTA DAS NOTÍCIAS

Artes à Escola leva Poemas Sonoros à Horta das Figueiras e Malagueira

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O projecto educativo do Município de Évora "Artes à Escola" levou Poemas Sonoros – Oficina de Expressão e Comunicação à aula de Atividades de Enriquecimento Curricular/Música, ministrada pela Prof.ª Patrícia Camelo.

O artista e musicoterapeuta Pablo Vidal foi o convidado para orientar esta oficina onde a música é perspetivada como uma contribuição para o total desenvolvimento do ser humano. Música que, quando utilizada em Musicoterapia com objetivos concretos e um plano específico, traz grandes benefícios, quer a nível de conteúdo, quer em termos do desenvolvimento intelectual, emocional, social, físico e estético.

Foi no dia 5 de Março de 2020 que realizei a primeira sessão da Oficina «Poemas Sonoros». Porquê poemas? Porque é um género textual dividido em estrofes e versos, geralmente curtos, que conseguem transmitir Ideias sentimentos e sensações. É uma forma fácil de ganhar gosto pela leitura de textos mais extensos.

Porquê sonoros? Porque cada palavra é um som, e cada som tem um ritmo, e cada som é uma potencial melodia, e com três elementos (som, ritmo, melodia) podemos experimentar criar novos poemas, e novas canções.

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Nesta primeira sessão levei poemas de diversos autores (Fernando Pessoa, Luís de Camões, Florbela Espanca, Clarice Lispector, Mia Couto etc). Reparti entre todos os alunos que escolheram uma frase que gostassem de cada poema. Com esta frase (um por aluno) e formados grupos de 5 alunos, voltaram a criar um novo poema com as frases escolhidas.

O passo seguinte foi escutar os nossos poemas novos, encontrar os sons, por exemplo: «O rio corre, bem ou mal, sem edição original…» . Como podemos representar estes versos, como sonorizar? Pega num saco de plástico e mexe lentamente nele, fecha os olhos. O que estás a escutar?

Cada novo poema poderá transformar-se naquilo que cada grupo decida, um canção, uma leitura acompanhada com sons, músicas com os sons criados com matérias que temos à nossa volta e que dão a ideia de algo.

Qual foi a imagem que veio à tua cabeça quando fechaste os olhos e mexias lentamente no saco de plástico: Chuva? Um ribeiro? Trovoada?

«Depois de eu cessar, o ruído…» foste capaz, com os teus colegas de turma, fazer muito ruído durante 5 segundos, depois de um deles ler este fragmento do poema de Fernando Pessoa.

E que tal tentar sonorizar uma frase assim: «A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil.» . O que significa Súbita? Procuramos no dicionário esta palavra nova? Como representamos uma dolorosa alegria com música? Cada poema novo nos traz sempre muitos desafios e muitas possibilidades. Sempre brincando com a música e os sons, não há nem bons nem maus músicos nestas sessões.

Todos os alunos têm a capacidade de fazer sons, declamar, cantar, tocar, experimentar sons com objetos não musicais.

Muito obrigado!

Abraço musical a tod@s.

Pablo Vidal

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A nossa cidade de Évora tem mais de 2000 anos de existência!

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Ela vem dos longínquos tempos dos romanos, antes de Jesus Cristo ter nascido.

E claro, a cidade foi crescendo e chegou à dimensão que hoje tem. Évora possui três muralhas, isso mesmo, muralhas construidas em três diferentes períodos da história da cidade. Vamos lá conhecê-las...

Quando Évora foi fundada, não existiu necessidade de construir uma muralha.

Mas o império romano, pelo séc. III, começou a ser invadido pelo povos bárbaros que vinham do Norte da Europa e então houve pressa em proteger a todos.

Nesses tempos construiu-se a primeira muralha, que tinha de perímetro cerca de 1080 m.

Mas, com o passar dos séculos, a população, que foi aumentando, já vivia fora da muralha romana, nos chamados arrabaldes. Então, e pela mesma razão – a protecção de pessoas e seus bens – o rei D. Afonso IV (séc. XIV) mandou construir uma nova muralha, a “cerca nova”, que necessitou de à volta de 90 anos para ficar terminada. Media mais de 3 km.

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A nossa cidade de Évora tem mais de 2000 anos de existência!

Porém, se a partir dessa altura não voltaria a existir falta de espaço protegido na cidade, para acomodar novos residentes, o caso é que um importante facto histórico haveria de acontecer, obrigando a grandes mudanças – a utilização da pólvora em armas de fogo de boca larga, os canhões.

Estávamos nos finais do ano de 1640, aquele ano em que se restaurava a independência em Portugal.

Sabia-se então que iríamos entrar em guerra com Espanha, que de lá viriam ataques ao nosso reino e desta vez com peças de artilharia.

Por isso se levantaram mais muralhas, construindo-se agora baluartes e fortes (séc. XVII).

Lindo passeio se faz pelas muralhas: as exteriores que delimitam o centro histórico e a romana.

Vamos lá...

José Francisco Banha

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O MEU COMÉRCIO EMPÁTICO COM O PARDAL-DE-TELHADO

(continua protagonista chama-se SILVESTRE) _______________________________________

tenho agora como certo: o meu amigo come as migalhas que lhe ponho na janela - de alvo pão de trigo e deixa-me de presente ao lado uma palhinha este pardal amigo oferece-me a prova maior do seu carinho: palhinhas - de cada vez que me visita para também eu fazer meu próprio ninho -------------------------------------------------António Saias

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Meus dias em quarentena em Salvador BA – Brasil A minha quarentena no começo foi legal porque eu achei que não ia fazer nada, só ficar “à toa”.

Depois começou o stress com as aulas online, mas o lado bom era ver os amigos no chat.

Além disso, é bom dançar com minha mãe, ler revistinhas de banda desenhada, brincar de boneca, jogar roblox... fazer tiktoks, conversar e fazer chamadas de vídeos com meus primos e amigos daqui e de Portugal.

Adoro cantar! Daí de Portugal gosto do Fernando Daniel.

Também tem a parte dos deveres que não é tão empolgante, como arrumar a cama e o quarto.

Sinto falta das minhas amigas e de andar de patins.

Segue um beijinho pra minha amiga Lara e Luisa Maia do 6º ano da Escola André de Resende!

Saudades de Portugal Rebeca

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Sarah Rodrigues (HF4)

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Arca de Noé para um tempo novo Sai o menino pelos fundos do quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce o rio e depois por ele abaixo. [...]O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava já um pouco farto, tanto que o via desde que nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais, ladeando misteriosas sebes cobertas de campainhas brancas, e outras vezes metendo pelos bosques de altas árvores onde havia clareiras macias sem rasto de gente ou bicho, e ao redor um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de caule fresco.

José Saramago, A Maior Flor do Mundo

DESCONFINAMENTO NA ALDEIA DA MÓ A Mó é uma pequena aldeia da Beira Baixa que normalmente tem apenas três moradores permanentes. Ela só ficou famosa em março passado quando passou a ser conhecida como a primeira aldeia de Portugal a fazer a reconversão de área de floresta em agricultura, com o projeto-piloto da autarquia local para a prevenção de incêndios. Quem tem terrenos na Mó, esteve no inicio do mês de março a plantar árvores.

A pandemia aumentou a população local para dez pessoas, eu dentre elas. Nunca imaginei que ficaria tanto tempo na Mó. O que eu mais gostava de fazer era andar de bicicleta e ir à horta. Na nossa horta havia favas, couves, cenouras, alface almeirão, tomates e dois pés de laranja, e um de marroquinas.

Durante este confinamento nós nos unimos para ajudar uns aos outros e para que o confinamento fosse mais divertido e fácil. Para isso fazíamos o que podíamos uns pelos os outros. Por exemplo, para não irem todos às compras, revezávamo-nos e comprávamos o que uns e outros precisavam. Quem tinha hortas dava legumes e verduras para quem precisava. Além de ajudarem os menos experientes a montarem as suas próprias hortas.

Agora com o desconfinamento também não mudou muita coisa. Nós continuamos a ajudar-nos em tudo o que podemos.

O que mudou é que já podemos sair. Eu e a minha família fomos até ao Alentejo e à praia da Vieira.

Ainda vou estar uma boa parte do tempo na Mó mas acho que agora vai ser mais fácil porque construímos coisas juntos.

Maia Campos

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SECÇÃO HISTÓRIA HF

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Foi há um ano. Pais, crianças, professores, funcionários, o município de Évora, convidados, amigos da Escola e a Rádio Zig Zag da Antena 1, juntaram-se e organizaram-se umas eleições muito a sério para crianças.

Isso aconteceu depois das eleições dos adultos, que também aconteceram na nossa escola.

Gostámos tanto que, em Outubro de 2019, voltámos a repetir as eleições. Como os adultos também fizeram, dois dias antes.

HORTA DAS NOTÍCIAS MEME HFENEANO

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HORTA DAS NOTÍCIAS 15 IMAGENS FANTÁSTICAS HF ELEIÇÕES MAIO 2019 Foram uma eleições que contaram com a ajuda de muita gente. E as crianças foram ouvidas pelos adultos.

HORTA DAS NOTÍCIAS

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LISTA DE MIMOS QUE CHEGARAM AO HORTA DAS NOTÍCIAS O jornal feito clique a clique por miúdos e graúdos já vai na 26ª edição. Ao longo destas edições já brincámos, já nos preocupámos, já mimámos e já fomos mimados. Lista incompleta das pessoas que nos mimaram até agora.

Adel Sidarus Ana Batalha Soares Ana Paula Candeias Anjo Grilo Ana Soares Bruno Pessoa Carlos Reforço Celida Salume Dulce Damas Elisete Sepanas Elsa Oliveira Ema Pires Esther Portela Eva Leal Fabienne Pessoa Filipe Sousa Francisca Fragoso Gloria Alhinho Helena Figueiredo Helena Zuber Henrique Sim-Sim Ilda Coelho José Carlos Santos José Francisco Banha José Russo Lino Bicari Ludovina Padre Manuel Malheiros Manuel Piçarra Maria Galego

Mariana Emídio Mário Alves Nelito Orlanda Alhinho Paula Soares Pedro Branco Sara Fernandes Susana Lopes Teresa Tiago Porteiro Takis Tó-Zé Bexiga Túlio Cunha Wouter Delée

E outros cujo nome não nos lembramos agora.

Bem hajam todos.

Quem faz o jornal?

FICHA TÉCNICA Crianças: Breno Pessoa (HF4), Carlota (HF3), Duarte Roque (HF4), Filipe Cid (HF4), Gael (Uberlândia), Guigui (HF2), Inês Sepanas (HF2), João Moital (HF4), Madalena (HF2), Laura (HF4), Madalena Casquinha (HF4), Madalena Romero (HF2), Manuel (HF1), Maria Casquinha (HF4), Mariana Baião (HF4), Matilde (HF3) Martim Macau (HF4), Rebeca S. Mendonça (Salvador, Brasil), Rita Borges (HF4), Sarah Brabec (HF4), Sarah Rodrigues (HF4), Xavier (HF1) e Vasco Cunha (HF4).

Adolescentes: Maia Campos (Escola Básica Luís de Camóes, Lisboa) e Tobias Rodrigues (EB Santa Clara) E pelos adultos: Ana Soares, António Saias, professor Campeão, Eugénia Alhinho, Fernando Moital, professora Ilda Coelho (HF2), Joana Portela, José Francisco Banha, professora Maria José Percheiro (HF4), Pablo Vidal, Patrícia Tira-Picos, Sofia Batista, Sandra Gazzoni , Túlio Cunha e Vasco Serrenho.

Design gráfico e paginação (com canva.com): Fernando Moital, Filipe Cid, João Moital, Mariana Baião, Rebeca, Sarah Rodrigues e Tobias Rodrigues .

Olhos de lince (revisão dos textos): Joana Portela