Caderno E

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Inspirada na ficção Sarah Nikitin se inspirou no personagem Legolas para se dedicar ao tiro com arco

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NOVEMBRO 2013

Índios com arco Índios das tribos Baré, Kambeba e Karapãna tentam vaga na seleção brasileira de tiro com arco para as Olimpíadas de 2016

www.jornal.com.br

R$ 1,00

UFC: TUDO É PERMITIDO? REPORTAGEM ESPECIAL Conheça as regras do UFC

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Confira a programação dos próximos jogos do UFC PICTOGRAMAS

Conheça os pictogramas das Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016 Os símbolos que identificam as modalidades dos jogos pela primeira vez também abrangem as Paraolimpíadas

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FELIPE MASSA

ASSINA CONTRATO COM A WILLIAMS PARA 2014 Pág. 3


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OLIMPÍADAS

Conheça os pictogramas oficiais das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016 FOTO: ARTE ESPORTE

Símbolos que identificam as modalidades em disputa são anunciadas pelo Comitê Organizador dos Jogos. Pela primeira vez os esportes paralímpicos são lembrados Por Thierry Gozzer e Leonardo Filipo Rio de Janeiro

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nspirado nas belezas naturais e arquitetônicas do Rio de Janeiro, na Pedra da Gávea e nas curvas da Praia de Copacabana, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 apresentou oficialmente na manhã desta quinta-feira, no Espaço Lagoon, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, os pictogramas oficiais da competição. O trabalho durou 16 meses, envolveu 28 profissionais da área de design e estudou com profundidade o movimento dos atletas e a ginga do brasileiro. O resultado contempla pela primeira vez o paradesporto, somando no total 64 pictogramas, sendo 41 olímpicos e 23 paralímpicos, que usaram como fontes as letras da logomarca dos Jogos de 2016. O processo durou 16 meses e envolveu todas as federações internacionais, vários setores do Comitê Rio 2016, do COI e do Comitê Paralímpico Internacional. Nenhum produto tem

esportivo, a cadeira de rodas é exibida. No futebol de cinco, a venda usada pelos deficientes visuais também é destacada. A iniciativa de criar pictogramas também para as Paraolimpíadas foi pioneira. Segundo Beth Lula, a intenção foi mostrar a leveza dos movimentos dos atletas do paradesporto. Foi uma forma leve e lúdica de representar os esportes e criar uma identidade imediata. Procuramos representar os pictogramas paralímpicos da mesma forma natural que os atletas convivem com suas deficiências.

História

Os 41 pictogramas dos esportes olímpicos de 2016

tantas aplicações visuais como os Jogos. Formamos um time de 28 profissionais jovens e experientes do Pan de 2007. Queremos deixar um legado para o design brasileiro. Os esportes e o Rio serviram de inspiração. Suas curvas, a natureza exuberante, os movimentos dos atletas e a ginga do brasileiro e do carioca. Pictograma significa letra pintada e usamos as fontes do Rio 2016. O R lembra a Pedra da Gá-

Outros 23 pictogramas dos esportes paralímpicos foram feitos pela primeira vez

vea, as curvas das letras a praia de Copacabana - explicou Beth Lula, responsável pelo projeto e gerente de marca do Comitê. Nos pictogramas olímpicos, o do basquete exibe um atleta voando para a enterrada. A do judô mostra o momento do ippon. Na luta olímpica, que volta ao programa olímpico, os lutadores duelam pelo controle do combate. Os pictogramas tem um fundo azul,

escolha do Comitê brasileiro, e são feitos em formato vagamente triangular, lembrando muito uma palheta de violão. Os pictogramas dos esportes paralímpicos chamam a atenção pelos detalhes. No atletismo, o desenho mostra as próteses usadas por corredores como Alan Fonteles. No basquete, bocha, esgrima, rugby em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis, tiro com arco e tiro

Os pictogramas são símbolos que identificam cada modalidade que será disputada nos eventos. O primeiro conjunto de pictogramas surgiu em 1948, nos Jogos de Londres, mas não eram parecidos com os de hoje. Em 1964, em Tóquio, no Japão, pela primeira vez um conjunto de pictogramas foi apresentado, não apenas para identificar os esportes, mas também para alertar sobre instalações e serviços. Em Munique 1972, eles receberam as primeiras cores e traços marcantes. Os pictogramas de Londres 2012 teve dois formatos distintos, com a forma de silhueta e também inspiradas nas linhas de metrô da cidade.

Governo do Rio inicia a contagem regressiva para as Olimpíadas

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início da contagem regressiva de mil dias para as Olimpíadas de 2016 foi marcado hoje (8) com a detonação de rochas para a abertura do túnel da Transolímpica e com a inauguração do Mirante do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital. A Transolímpica terá 23 quilômetros de extensão e ligará a Barra da Tijuca a Deodoro, também na zona oeste. Toda a perfuração do túnel será feita em 18 meses e a previsão é que a via fique pronta em dezembro de 2015. O investimento de custo da Transolímpica é R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 1,1 bilhão do município e o restante feito pelo setor privado. Já o Parque Olímpico da Barra sediará a maioria dos Jogos de

2016. O complexo contará com velódromo, arena de handebol, centro aquático, arena para provas de ginástica, centro de tênis, entre outras estruturas. As obras para a construção do parque começaram em julho de 2012 e tem previsão de término no primeiro trimestre de 2016. O investimento de R$1,35 bilhão é todo do setor privado. O ministro interino do Esporte, Luis Fernandes, que acionou o detonador junto com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são oportunidades para o crescimento do Brasil, principalmente do estado. “Estes dois grandes eventos são oportunidades para alavancar o desenvolvimento do Brasil, muito em particular do Rio de Janeiro, que será a sede da disputa

olímpica e paralímpica”, disse Fernandes. Ele acrescentou que o Rio de Janeiro passará por “uma revolução na infraestrutura, na mobilidade urbana. Uma variedade tão grande de obras que para estarem prontas para os Jogos Olímpicos causarão transtornos para a população da cidade. Luis Fernandes disse que a principal marca do início da contagem regressiva para as Olimpíadas de 2016 é o fato de as execuções de obras essenciais estarem com o calendário em dia. A Transolímpica terá duas pistas com duas faixas para veículos e uma exclusiva para o BRT (Bus Rapid Transit). A pista também contará com 18 estações e dois terminais de passageiros. A via cortará oito bairros e será administrada pela concessionária Viario, formada pelas empresas

Invepar, Odebrecht e CCR, pelos próximos 35 anos. De acordo com a prefeitura do Rio, cerca de 100 mil pessoas serão beneficiadas pelo BRT da Transolímpica e o tempo de

percurso será reduzido em duas horas. A previsão é que 55 mil veículos circulem diariamente pela via. Ela suportará o trânsito de até 90 mil veículos sem necessidade de obras de ampliação.

MARCELO BORGES

Por João da Silva Rio de Janeiro

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral acionam botão para detonar rocha


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FÓRMULA 1 FECHOU!

RAFAEL LOPES

Williams: “Felipe não é piloto pagante, nós o escolhemos pelo seu talento” Por Fábio Siqueira

A Felipe Massa ganhou uma festa de despedida da Ferrari neste domingo, na Itália

Felipe Massa assina contrato e é anunciado pela Williams para 2014 Por Paulo Mattos Grove, Inglaterra

Brasil não corre mais o risco de ficar sem representantes na Fórmula 1 pela primeira vez desde 1969. Um dia após ganhar uma festa de despedida da Ferrari, Felipe Massa foi anunciado em sua nova casa em 2014: a Williams. O contrato foi assinado na manhã desta segunda-feira em Grove e é válido por dois anos, com opção de renovação por mais um. O piloto brasileiro entrará no lugar do venezuelano Pastor Maldonado e fará dupla com o finlandês Valtteri Bottas. “A Williams é uma das mais bem sucedidas e importantes equipes de todos os tempos da Fórmula 1.Quando era criança, sempre sonhei em correr por Williams, Ferrari ou McLaren. Estou feliz em assinar com outro ícone do esporte, após minha sequência na Ferrari” – disse o piloto, destacando o passado glorioso da escuderia, uma das maiores campeãs da história da categoria, dona de nove títulos do Mundial de Construtores e sete de Pilotos. Desde que Maldonado manifestou o desejo de romper com a Williams, Massa viu no time de Grove uma boa oportunidade para

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a próxima temporada e iniciou os contatos. As negociações ganharam contornos decisivos durante o fim de semana do GP de Abu Dhabi, no início de novembro. Massa acertou as bases do acordo e finalmente assinou um pré-contrato com a equipe inglesa. Entretanto, a conclusão da negociação ainda dependia do distrato entre a Williams e a PDVSA, petrolífera venezuelana. A saída de venezuelano foi, enfim, acertada na última semana. “Estamos muito felizes em confirmar nossa dupla de 2014 e dar as boas-vindas a Felipe na família Williams. Ele é um talento

“Estou feliz em assinar com outro ícone do esporte, após minha sequência na Ferrari” excepcional e um verdadeiro lutador dentro da pista” – comemorou o chefe e fundador da equipe, Sir Frank Williams. No início de setembro, Massa anunciou que, após oito anos de Ferrari, não teria seu contrato renovado para 2014 pela escuderia de Maranello. O vice-campeão de

2008 passou então a negociar com equipes com potencial de construir um carro competitivo para a próxima temporada, que terá profundas mudanças de regulamento, com a entrada da nova geração de motores V6 turbo no lugar dos atuais propulsores V8. Além de Williams, Massa negociou com Lotus, McLaren, Force India e Sauber. Massa será o sexto piloto brasileiro a defender a Williams, dando sequência a uma história que contou com Nelson Piquet, Ayrton Senna, Antônio Pizzonia, Rubens Barrichello e Bruno Senna. O ex-piloto da Ferrari será o sétimo a trabalhar com Sir Frank, já que seu compatriota José Carlos Pace defendeu, em1972, a Team Williams Motul, da Frank Williams Racing Cars, time que precedeu a atual equipe Williams. “É muito bom lembrar que alguns dos melhores pilotos brasileiros correram pela Williams e cimentaram uma forte ligação nacional com o time” – destacou Massa. Antes de se juntar definitivamente à Williams, Massa terá ainda dois GPs para se despedir da Ferrari, sua casa por doze anos, oito como titular. O primeiro será no GP dos EUA deste fim de semana e o último, no dia 24 de novembro, diante da torcida brasileira em Interlagos.

pós o anúncio da contratação de Felipe Massa nesta segunda-feira, a vice-diretora da equipe, Claire Williams, deixou claro que o brasileiro foi escolhido pelo seu talento, e não por trazer possíveis patrocinadores. A Williams garantiu que a habilidade do experiente piloto de 32 anos nas pistas falou mais alto na decisão de fechar contrato por dois anos com opção de mais um. Por outro lado, a dirigente admitiu que a chegada de Massa tem potencial para atrair empresas do Brasil e lembrou que o país possui a maior audiência da Fórmula 1 no mundo. “Na Williams, a coisa mais importante é o talento. Isso sempre foi maior que qualquer benefício comercial que um piloto possa trazer para o time. Felipe não é um piloto pagante. Ele deixou bem claro que não era esse piloto. Nós o escolhemos pelo seu talento e pela certeza que ele tem de que pode nos trazer bons resultados. Agora depende de nós explorar o fato de ele ser brasileiro e, o Brasil, contar com a maior audiência do esporte” – revelou Claire à revista britânica “Autosport”. O piloto brasileiro chegará para o lugar do venezuelano Pastor Maldonado e fará dupla com o finlandês Valtteri Bottas. A saída de venezuelano foi acertada na última semana. No entanto, em FOTO: INSTAGRAM

Felipe Massa e Frank Williams: a nova casa do brasileiro na Fórmula 1

razão do rompimento precoce por parte de Maldonado, a petrolífera PDVSA que apoia o piloto terá que arcar com boa parte dos R$ 93 milhões (€30 milhões) devidos pelo contrato que vigoraria até o fim da temporada de 2015. A escuderia Williams confia no potencial do vice-campeão de 2008 e aposta que os novos ares trarão uma motivação a mais ao piloto que defendeu a Ferrari por 12 anos, oito deles como titular. “Neste ano ele desenvolveu um ótimo trabalho pela Ferrari. A performance de um piloto pode mudar com o passar dos anos, e nós olhamos toda a carreira do piloto para fazer esta avaliação. Este será um novo momento na vida de Felipe. Ele ficou bastante tempo na Ferrari, e quando você muda, isso pode despertar um ímpeto novo e as coisas acabam mudando para melhor” – analisou. A união de Felipe Massa e Williams não representa apenas uma oportunidade de reerguimento na carreira para o brasileiro. A contratação do piloto por duas temporadas, com opção de renovação por mais uma, faz parte também de um projeto de reconstrução da tradicional escuderia inglesa. Uma das equipes mais vencedoras da história da Fórmula 1, com nove títulos de Construtores e sete de Pilotos, a Williams atravessa uma de suas piores fases. Mas com a experiência de Massa e a estrutura que possui em Grove, a tradicional confia que pode dar a volta por cima em 2014, aproveitando a profunda mudança que passará a categoria a partir da próxima temporada, com a introdução da nova geração de motores V6 turbo no lugar dos atuais V8. Depois de usar as redes sociais para comemorar sua chegada à nova casa na Fórmula 1, “entrando com o pé direito”, o brasileiro postou uma foto com o chefe, Frank Williams, em sua conta no Instagram. “Um grande dia!! O primeiro de uma nova e boa fase! Aqui com o grande Frank Williams!! Estou muito feliz! O piloto será companheiro do finlandês Valtteri Bottas, de 24 anos, que fará sua segunda temporada pela escuderia britânica.


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VALE-TUDO? LONGE DISSO. Confira as regras usadas pelo UFC

Como funciona? Por Josefina Souza

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Os jurados têm que pontuar o round da seguinte forma: 10 a 9 quando um lutador ganhar por uma leve vantagem; 10 a 8 se o vencedor dentro dos cinco minutos tiver grande vantagem; e 10 a 7 caso de total domínio de um dos lutadores. Há também a possibilidade do empate (10 a 10), quando há completo equilíbrio, mas os jurados evitam ao máximo decretar a igualdade. Como o julgamento é subjetivo, lutas que vão parar nas mãos dos jurados muitas vezes terminam em polêmica, gerando discussões entre os fãs e dando ainda mais tempero ao esporte.

FOTO: MARIA DA SILVA

FOTO: JOSÉ SILVEIRA

e um dia foi chamado de valetudo, o MMA (sigla em inglês para artes marciais misturadas) hoje em dia tem várias regras que deixam impossível a utilização do antigo nome ao pé da letra. No conjunto de regras usadas pelo UFC, os competidores precisam usar luvas que pesam cerca de quatro onças (113g). Algumas um pouco mais pesadas podem ser utilizadas, mas desde que sejam aprovadas pela comissão. Os lutadores são proibidos de usar camisetas ou qualquer tipo de calçados durante as lutas. E os shorts também têm ser aprovados pela comissão atlética. Além disso, são obrigados a usar um protetor bucal e a coquilha, que protege a região genital. Também foi-se o tempo dos duelos Davi x Golias. Hoje em dia, há nove categorias de peso no MMA, que vão desde os moscas (até 56,7kg) aos superpesados (acima de 120kg). Entretanto, o UFC ainda não tem nem a mais pesada. Os lutadores precisam atingir o limite de suas categorias nas pesagens, que acontecem no dia anterior às lutas, e há uma tolerância de uma libra, cerca de 450g. Os combates no UFC são disputados em três rounds. A exceção fica por conta das disputas de cinturão e das lutas que encerram o evento, que podem ir até cinco. Do lado de fora, o combate é avaliado por três jurados, que não são do UFC, e sim das comissões atléticas. Eles devem ficar em lugares diferentes, avaliando a agressividade na troca de golpes, as tentativas de finalização e o controle da área de luta. O trio não pode levar em consideração, na hora de julgar o round, alguma punição, com a perda de pontos, que o árbitro avaliou ser desnecessária.


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Confira o que é considerado falta dentro das regras utilizadas pelo UFC:

Dar cabeçada Aplicar qualquer tipo de golpe que coloque o dedo no olho Morder Cuspir no adversário Puxar os cabelos Agarrar pela boca Atacar a região genital Manipular as juntas pequenas Golpear com o cotovelo de cima para baixo

Usar linguagem abusiva na área de luta Usar conduta antidesportiva que possa causar danos ao adversário Atacar um oponente no quando ele está sob cuidados do árbitro Atacar um oponente depois de o gongo ter tocado no fim do round

Bater nos rins com os calcanhares

Timidez, incluindo, sem limitação, evitar contato ou deixar cair o protetor bucal intencionalmente e consistentemente, ou simular contusão

Golpear ou segurar a garganta

Arremessar um rival para fora da área de luta

Agarrar, beliscar ou torcer a pele ou a carne

Desrespeitar as instruções dadas pelo árbitro

Agarrar a clavícula

Arremessar o oponente contra a lona sobre sua cabeça ou coluna

Golpear a espinha ou a parte de trás da cabeça

Chutar a cabeça de um adversário caído Aplicar joelhadas na cabeça de um rival caído Pisar em um oponente caído Segurar a grade

FOTO: MARIANA LIMA

Segurar as luvas ou os shorts do adversário

Ter ajuda de membros da equipe Aplicar qualquer substância estranha no cabelo ou no corpo para obter vantagem


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COMBATES “ANDERSON SILVA BRANCO”

Bilharinho é o novo oponente de Moicano no Jungle

FOTO: MARCELO DA SILVA

Por Adriano Albuquerque

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peso-galo Mario Israel, atual campeão da categoria no Jungle Fight, não poderá fazer a defesa de seu cinturão na edição 61 do evento, dia 23 de novembro, em Campos dos Goytacazes (RJ). Para seu lugar, a organização selecionou Jonas Bilharinho, que faria o coevento principal da noite contra Alberto Pantoja, para enfrentar Renato Moicano pela disputa do título interino da divisão dos galos. Aos 23 anos, Jonas Bilharinho possui cinco lutas como profissional de MMA, com quatro vitórias e um empate. Entre os triunfos, três foram por nocaute ou nocaute técnico, e um por finalização. Bilharinho é o principal sparring de Rony Jason, que o chama de

“Anderson Silva branco” devido ao seu estilo. “O Rony costuma me chamar assim porque eu gosto de golpear sem ser golpeado, entrando e saindo do raio de ação rápido ou esquivando. Então, ele falava: ‘Você é igual àquela criança que não quer compartilhar os brinquedos, né? Só você brinca, né? Quando eu vou te bater, você não deixa?’ Aí ele começou a me chamar de ‘White Spider’, e daí ‘Anderson Silva branco” conta Bilharinho, que diz ter lados positivos e negativos no apelido. “Eu gosto e desgosto. Gosto porque me espelho no Anderson Silva desde sempre. Claro que tenho outros ídolos, mas o Anderson sempre foi onde me espelhei. Para mim, é muito mais do que

Jonas Bilharinho vibra após uma vitória no Jungle Fight

uma honra ser reconhecido como algo que pelo menos o lembra. E desgosto do apelido porque, mal ou bem, existe uma ‘modinha’ de comparar todo mundo ao Anderson, está cheio de ‘o novo Anderson Silva’ por aí e eu não gostaria de ser mais um no bolo” - explica. Em Renato Moicano, Bilharinho terá um adversário invicto em oito lutas, com sete vitórias e um empate. Os dois já estiveram próximos de se enfrentar, mas uma lesão tirou o carioca do confronto. Ele demonstrou respeito ao adversário e espera um combate franco. “O meu estilo é bem parecido

Por Victor Simões

com o do Moicano. Somos longilíneos, rápidos, temos um bom gás, queixo duro, agressivos... O combate será bom e acho muito pouco provável que chegue ao final, por ambas as partes. Há muito tempo que me falam que uma luta muito boa de se ver seria ‘Bilharinho x Moicano”. “Fico feliz de falarem isso, pois ele é um excelente atleta e, comparado a mim, ele é um veterano, então me motiva muito pensarem que um combate entre nós será ‘um show’, como diz Wallid (Ismail, presidente do Jungle)” concluiu Bilharinho.

Confira a programação completa dos próximos eventos do UFC em 2013 UFC 167

16 de novembro de 2013 - Las Vegas (EUA) CARD PRINCIPAL Georges St-Pierre x Johny Hendricks Rashad Evans x Chael Sonnen Rory MacDonald x Robbie Lawler Josh Koscheck x Tyron Woodley Tim Elliott x Ali Bagautinov

CARD PRELIMINAR Donald Cerrone x Evan Dunham Ed Herman x Thales Leites Brian Ebersole x Rick Story Erik Perez x Edwin Figueroa Jason High x Anthony Lapsley Will Campuzano x Sergio Pettis Cody Donovan x Gian Villante

TUF 18 Finale

30 de novembro - Las Vegas CARD DO EVENTO Gray Maynard x Nate Diaz Serginho Moraes x Sean Spencer

Rani Yahia x Tom Niinimaki Akira Corassani x Maximo Blanco Jared Rosholt x Walter Harris

UFC: Hunt x Pezão

7 de dezembro - Brisbane (Austrália) Mark Hunt x Antônio Pezão Maurício Shogun x James Te Huna Pat Barry x Soa Palelei Dylan Andrews x Clint Hester Ryan Bader x Anthony Perosh Nick Ring x Caio Monstro Takeya Mizugaki x Nam Phan

Robert Whittaker x Brian Melancon Bruno Carioca x Krzysztof Jotko Alex Caceres x Mitch Gagnon Richie Vaculik x Justing Scoggins Andreas Stahl x Alex Garcia Julie Kedzie x Bethe Correia

UFC: Johnson x Benavidez

14 de dezembro - Sacramento (EUA) Demetrious Johnson x Joseph Benavidez Urijah Faber x Michael McDonald Carlos Condit x Matt Brown

Chad Mendes x Nik Lentz Court McGee x Ryan La Flare John Dodson x Scott Jorgensen

Abel Trujillo x Roger Bowling Sam Stout x Cody McKenzie John Moraga x Darren Uyenoyama

Danny Castillo x Edson Barboza Joe Lauzon x Mac Danzig Pat Healy x Bobby Green

UFC 168

28 de dezembro - Las Vegas Chris Weidman x Anderson Silva Ronda Rousey x Miesha Tate Travis Browne x Josh Barnett Gleison Tibau x Michael Johnson Dustin Poirier x Diego Brandão Chris Leben x Uriah Hall

Dennis Siver x Manny Gamburyan Jim Miller x Fabrício Morango Bobby Voelker x William Patolino Guto Inocente x Shane del Rosario Siyar Bahadurzada x John Howard Robbie Peralta x Estevan Payan

UFC: Ellenberger x Saffiedine 4 de janeiro de 2014 - Cingapura

Jake Ellenberger x Tarec Saffiedine Tatsuya Kawajiri x Hacran Dias Katsunori Kikuno x Quinn Mulhern

Kiichi Kunimoto x Hyun Gyu Lim Shunichi Shimizu x Kyung Ho Kang

UFC 169

1º de fevereiro de 2014, em Newark Dominick Cruz x Renan Barão José Aldo x Ricardo Lamas Frank Mir x Alistair Overeem

UFC

8 de março de 2014, em Londres Alexander Gustafsson x Jimi Manuwa

Rousimar Toquinho confirma retorno ao MMA: ‘Sei que estou empregado’

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pós o lance polêmico na luta contra Mike Pierce, a demissão do UFC e as negativas de contratação de grandes organizações de MMA como a americana WSOF e a polonesa KSW, parece que o lutador Rousimar Toquinho está prestes a ganhar uma nova chance. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, o lutador, que está na casa da mãe em Santo Antônio do Monte (MG), fez mistério sobre algumas companhias que o estariam sondando para fechar contrato. “Não posso dar muitos detalhes no momento, só sei que estou empregado” – revelou. Uma dessas organizações seria justamente a WSOF. O lutador disse que chegou a ouvir que o presidente da companhia, Ray Sefo, não estaria interessado em fechar contrato, mas que esse discurso teria mudado. “Me falaram que ele não estaria interessado, mas o que chegou aos meus ouvidos é que agora o Ray estaria arrependido do que falou e quer que eu lute pra ele – contou Toquinho. A WSOF não seria a única interessada no lutador. Sem citar nomes, Toquinho informou que tem recebido convites de outras companhias, mas que, por enquanto, não vai se pronunciar sobre elas. “Há outros eventos querendo que eu lute, mas, por enquanto, estou em Minas resolvendo alguns assuntos particulares. Na próxima segunda-feira vou encontrar com meu empresário e decidir por qual evento vou lutar” – anunciou. Toquinho se disse esperançoso por essa nova chance e por poder finalmente superar o episódio da demissão do UFC. “Coloco minha vida na mão de Deus e aquele episódio não me derrubou. A demissão me abalou sim, foi um susto, mas tenho uma nova chance de passar por cima disso. Afinal, minha vida sempre foi assim, superar um desafio a cada dia” – garantiu.


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TIRO COM ARCO

Índios que não conhecem Olimpíada tentam vaga no tiro com arco no Rio-2016 Até o final deste ano, seis indígenas de tribos do Amazonas serão selecionados para treinar por dois anos na Vila Olímpica de Manaus com a expectativa de participar da seleção brasileira de tiro com arco na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Por Mário de Sousa

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inédito projeto foi lançado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com apoio da Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco), para “caçar” talentos em sete aldeias indígenas. O trabalho de procura dos índios foi feito pelo arqueiro e técnico da Federação do Amazonas, Roberval Santos, em parceria com a treinadora Márcia Lot, contratada pela Fundação Amazônia Sustentável Lot passou cerca de dois meses para selecionar jovens com idade entre 14 e 19 anos das tribos Baré, Kambeba e Karapãna. Teve que mostrar imagenspor meio de um notebook para os indígenas entenderem o que era uma Olimpíada e como suas habilidades com arco e flecha poderiam ser usadas. “Eu morei com a família destes índios, vivi a rotina deles. Assisti aos Jogos Indígenas. E assim observei muitos jovens; aproximadamente 80. Na hora de escolhê-los, levei em consideração não só o talento, mas também a índole destes meninos e meninas. Escolhi menino que não bebe, que não fuma. Porque os que forem escolhidos ao final precisam ter uma cabeça muito boa para seguir”, explicou Lot. Dos 80 índios observados em suas aldeias, uma parte foi selecionada para o primeiro treinamento em Manaus, em junho deste ano. Depois, apenas oito treinaram até este mês e agora aguardam a resposta dos seis selecionados. “Até o final do ano, estes nomes precisam estar definidos para que possamos treinar seis deles a partir de janeiro na Vila Olímpica de Manaus”, disse Roberval Santos. Entre os indíngenas que concorrem às vagas para treinamento integral, há histórias curiosas.

Graziela ou Yaci, 18, cujo nome em “nheengatu” (língua local) significa Lua, faz parte da tribo Karapãna e é a única menina do grupo de oito jovens que tenta conquistar uma das seis vagas para o treinamento do ano que vem. Aluna do terceiro ano do ensino médio, Graziela mora em Cuieiras, no Rio Negro. Para chegar até a escola, que fica em outra aldeia, ela sai de casa duas horas antes e segue o trajeto de barco. No retorno, a jornada se repete. “Eu nunca tinha visto os Jogos na televisão. Eu não sabia a época que passavam porque na minha casa não tem luz direto. O gerador funciona apenas à noite”, justificou Graziela, ressaltando que só pôde conhecer um pouco dos Jogos Olímpicos pelas imagens que Márcia Lot mostrou em seu computador na aldeia. Graziela também teve de conciliar os treinos durante o período em que a “olheira” visitou a aldeia com as atividades domésticas pelas quais ela, a mãe e as irmãs são responsáveis. “Também sou responsável por fazer o pão para toda a aldeia. Mas sempre gostei de atirar. Eu aprendi a caçar com meu pai e meu avô”, explicou. Jardel, ou Wuanaiu (nome que significa pássaro caçador em nheengatu), 17, pertence à tribo dos Kambebas, é um dos oito finalistas, mas foi “pescado” um pouco mais longe: em Uarini (município a 560 quilômetros de Manaus).

“Sempre gostei de atirar. Eu aprendi a caçar com meu pai e meu avô” Além do sonho de participar de uma Olimpíada, ele traz consigo também a vontade de ser médico. Esta surgiu na cabeça do jovem como uma possibilidade de continuar com “a cura” que seu avô já faz na aldeia. “Meu avô é curandeiro e já salvou vidas”, explica. No último dia de treinamento na Vila Olímpica de Manaus, Jardel era um dos meninos mais concentrados. Com cuidado e atenção, ele manuseava o arco observando sua estrutura e detalhes, bem diferente tecnicamente dos que ele aprendeu a fazer na aldeia com palmeira. É que nos treinamentos realizados pelo téc-

ELENDREA CAVALCANTE

Índios entre 14 e 19 anos sendo selecionados dentro de tribos na Amazônia

nico Roberval Santos, os meninos precisaram deixar os instrumentos rudimentares de lado para pegar no arco profissional.

Chance para 2016 é difícil

Apesar da empolgação, a real chance de um índio desse grupo estar capacitado para 2016 é questionada até por quem capitaneia a ideia. Arqueiro há 19 anos, Roberval admite que o projeto de capacitação pode ser inviável para 2016, mas que pode pelo menos ser útil em longo prazo. “Eu, de cara, achei impossível. Sabia que não seria fácil. Por sorte, nós temos três vagas para homens e três para mulheres garantidas para o Brasil pelo fato de ser o país sede dos jogos, mas eles (índios) têm que competir com outros brasileiros para conquistarem vagas. Mas estamos trabalhando. Vamos elevá-los a um nível técnico competitivo. As pessoas acham legal, mas concordam que é algo possível apenas para 2020. Mas isso não nos desestimula. Tanto que estamos treinando três horas de manhã e três à tarde”, explicou o arqueiro. A Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco), apesar de alguns elogios, mostra preocupação e uma visão mais crítica. Eros Fauni, diretor técnico da entidade, disse não concordar com a forma com que a possibilidade destes índios ingressarem nas Olimpíadas é passada. “Pelo pouco que eu vi sobre este projeto, acho que a forma que ele vem sendo divulgado pode estar provocando uma ilusão nestes meninos. E não é por aí. Sabemos que além de treinarem em Manaus, eles vão ter que disputar competições, conseguir índices, disputar com

outros brasileiros as vagas disponíveis para os Jogos. Geralmente, um arqueiro só está preparado para ir a uma Olimpíada com seis, sete anos de treinamento, com raras exceções quatro, cinco anos. Ou seja é algo mais possível para 2020, mas isso não significa que é impossível. É uma boa iniciativa”, explicou. A visão de Fauni é endossada pelo diretor-técnico da Federação Paulista de Arco e Flecha (FPAF),

Reinaldo Nunes, que não crê no sucesso do projeto para os Jogos do Rio. “Há um estudo da federação internacional de tiro com arco que mostra que de 1996 para cá, todos os atletas da modalidade que conseguiram medalhas em Jogos Olímpicos tinham pelo menos cinco anos de treinamento profissional, o que não condiz com a realidade e prazo que estes índios têm.”

Índio mostra suas tentativas após treinamento dentro de sua aldeia


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TIRO COM ARCO

Inspirada em “O Senhor dos Anéis”, arqueira brasileira mira pódio em 2016 Após conquistar resultado inédito para o Brasil no Mundial da Turquia, Sarah Nikitin começa a sonhar com voos mais altos nas Olimpíadas Por Lydia Gismondi

U

m dos principais heróis do filme e do livro “O Senhor dos Anéis”, o elfo Legolas usava sua habilidade com o arco para enfrentar os inimigos. Na vida real, a brasileira Sarah Nikitin utiliza esse mesmo talento para tentar virar uma heroína. Praticante de um esporte sem tradição no Brasil e carente de investimento, a paulista de 24 anos, que se inspirou na obra de John Tolkien para praticar o tiro com arco, tem encontrado incentivo nos últimos bons resultados para buscar a difícil e inédita medalha nas Olimpíadas de 2016. Assim como tantos jovens da sua idade, a atleta do Palmeiras sempre foi fã da história de “O Senhor dos Anéis”. A obra fictícia de John

Tolkien, que conta a disputa entre diversas raças em tempo e espaço imaginários, acabou fazendo a paulista se interessar por um esporte pouco praticado no Brasil. Foi lendo uma matéria relacionada ao tema que a menina resolveu, aos 14 anos, conhecer o mundo do personagem Legolas. “Vi uma reportagem em uma revista sobre ‘O Senhor dos Anéis’, que falava sobre a prática do arco e flecha e indicava um clube que tinha aulas de tiro com arco. Achei interessante e resolvi ir lá conferir. Era para eu fazer uma aula experimental de 30 minutos e acabei ficando uma hora e meia. Logo já decidi que queria aprender a atirar” - lembrou. A ideia inusitada deu tão certo que hoje a arqueira de 24 anos mal tem tempo de ler histórias inspiradoras como as de Tolkien. Há dois anos, Sarah deixou Osasco, cidade onde vivia com sua família, para se dedicar integralmente ao tiro com arco em um dos centros de treinamentos do Brasil, em Campinas. Tanta dedicação vem dando frutos. O mais recente e importante foi na semana passada, quando terminou

em oitavo lugar no arco recurvo do Mundial de Antalya, na Turquia. “Foi um resultado até melhor do que eu esperava. Fiquei muito feliz por ver que o trabalho está sendo bem feito. Esse foi o melhor resultado do Brasil em mundiais em todos os tempos” – contou, orgulhosa. Mesmo ainda um pouco distante do pódio das grandes competições internacionais, Sarah sente que está no caminho certo. Enquanto dribla as dificuldades de praticar um esporte sem tradição no país, a também estudante de Letras sonha agora com a medalha nos Jogos Olímpicos do Rio. “O meu objetivo é chegar em 2016 em condições de disputar medalhas. Quero ir como uma potencial ganhadora de medalhas e não apenas para competir. É claro que é complicado por não ter apoio, não ter tradição. Mas estamos melhorando, estamos aprendendo. Acho que nós temos conquistado bons resultados desde 2011 e temos condições de melhorar até 2016” - disse Sarah, que não tem patrocínio, mas recebe uma ajuda de custo da confederação e recursos do programa Bolsa Atleta.

FOTO: WORLD ARCHERY

Sarah Nikitin terminou em oitavo lugar no Mundial de tiro com arco

Tiro com arco não é perigoso Muita gente acha que o tiro com arco oferece muitos riscos, mas pelo contrário, é um dos esportes mais seguros que há.

Os dados são todos referentes aos EUA, fornecidos pelo National Electronic Injury Surveillance System (NEISS), da Consumer Product Safety Information (CPSC).


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