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NOTAS DA AGENDA DE UMA ANIMADORA
Notas da agenda de uma animadora
Lina Cláudia de Oliveira Santos
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Dar voz aos animadores torna-se imperativo e para isso, é fundamental que estes sejam
os atores principais desse grito.
O que vão ler não é mais, que uma opinião ou roteiro de uma escuta ativa de uma
animadora, que procura alimentar a inquietude que vive nos animadores.
ANIMAÇÃO
Muitos desconhecem o trabalho dos animadores, então transformam-se em cineastas,
fantasiam e fazem grandes filmes, por isso, importa explorar um pouco a
ação/intervenção destes profissionais.
A UNESCO (1977) define animação por “um conjunto de práticas sociais que visam
estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu próprio
desenvolvimento, e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integradas.” (Lopes, 2006, p.95)i.
Estamos perante uma profissão que assume o compromisso de desenvolver uma
participação ativa na transformação da comunidade/sociedade, envolvendo todos os
atores locais, desenvolvendo estratégias e metodologias para estimular o processo de
interação. Neste sentido, estes profissionais são possuidores de uma formação
adequada, capaz de elaborar, executar e avaliar um plano de intervenção, numa
comunidade, instituição ou organismo, utilizando recursos culturais, sociais, educativos e lúdicos (APDASC)ii
i Lopes, M. S. (2006). Animação sociocultural em Portugal. Chaves: Editora Intervenção Associação para a Promoção e Divulgação Cultural
ii
Conforme nº4 do artigo 3º da Proposta de Estatuto do Animador Socioculturalhttp://www.apdasc.com/info/ver_pagina.php?id=20
Perante a pertinência de escrever acerca da dignificante profissão de animador, ainda
que, não seja reconhecida como tal, proponho-me escrever sobre ação de uma
animadora, a partir das suas notas de campo perdidas na agenda e que refletem a
inquietude de uma animadora, que se envolve em prol de uma comunidade/sociedade.
COMUNIDADE PRÁTICA
Segundo Wenger (1998)iii, a Comunidade de Prática é um grupo de pessoas que partilham uma preocupação, paixão, interesse acerca de um assunto/tema, ou
problemática, específica, aprofundando o conhecimento e a competência acerca da
mesma, através de uma interação contínua. São espaços de aprendizagem, com uma
visão centrada na perspetiva social e na conexão com o mundo. Nas comunidades de
prática, os novos membros (aprendentes) aprendem com os membros mais velhos,
permitido uma interação nas tarefas relacionadas com a prática da comunidade.
Letras Prá Vida & Teclas Prá Vida (…) prá vidaiv
Iniciamos esta caminhada com dois projetos que desenvolvo a partir do coração: o
Letras Prá Vida e o Teclas Prá Vida, projetos que promovem a literacia dos adultos, a
inclusão social e o empoderamento de quem não teve a oportunidade de aprender na
escola.
A alfabetização de adultos, em diferentes contextos, acontece por meio de oficinas onde
todos são convidados a participar. O projeto vai ao encontro da comunidade, para
trabalhar com a comunidade as questões da literacia. Estamos, portanto, diante de
projetos de intervenção comunitária.
Relativamente às pessoas envolvidas, entendo que são um exemplo ímpar de empenho
e dedicação. Formam uma equipa multifacetada e interdisciplinar, que integram
iii
Wenger, E. (1999). Communities of practice: Learning, meaning, and identity. Cambridge university press. http://www.linqed.net/media/15868/COPCommunities_of_practiceDefinedEWenger.pdf
iv Letras Prá Vida - https://www.esec.pt/investigar-transferir/transferencia-de-conhecimento/letras-pravida | https://www.facebook.com/letraspravida/
estudantes e diplomados de Animação Socioeducativa, reconhecidos pela sua
capacidade de interagir com a comunidade, mas também voluntários e docentes, das
diversas áreas do saber, com diferentes graus académicos. Juntos caracterizam um
cenário intergeracional pautado pela adaptabilidade, onde todos são convidados a
juntarem-se à equipa, carinhosamente apelidada por Equipa Maravilha, que abraça o
lema “alfabetizar com o coração”.v
Após a contextualização, carece a abordar ainda que de modo breve, a comunidade
prática, onde se inserem os projetos descritos, que envolve parceiros e voluntários. As
oficinas (espaços de reencontro) acontecem, em horário laboral e pós-laboral, durante
a semana e ao fim de semana. Participantes e Equipa Maravilha criam um espaço
intergeracional, numa simbiose de interação, formando, assim, uma comunidade de
aprendizagem, numa ânsia de aprender e conviver.
“Ancorada teoricamente na Pedagogia da Autonomia e no Método de Paulo Freire, na Andragogia e Aprendizagem Autodirigida, esta abordagem prima pela valorização dos
afetos na promoção da literacia, naquilo que denominámos alfabetização com o coração”. vi
Ainda a propósito do projeto, importa fazer alusão às reuniões de equipa e à formação
da equipa. Nas reuniões planificamos a edição, organizamos o cronograma das oficinas,
identificamos a disponibilidade dos voluntários e restante equipa que são distribuídos
pelos diferentes contextos, sendo fundamental, avaliarmos o trabalho desenvolvido,
para que assim se possa melhorar e valorizar na próxima edição.
v
Revista Sempre Aprender premio-semana-alv-2017 https://www.semanaalv.net/content/letras-pra-vida-mencao-honrosa-do-
vi Soeiro, D., Silva, I., Silva, J., Silva, M., Parreiral, S. C., & Carvalho, V. (2017). Letras prá Vida: alfabetização de adultos com o coração! Revista de estudios e investigación en psicología y educación, (14), 68-71. https://www.researchgate.net/profile/Silvia_Parreiral/publication/321891968_Letras_pra_Vida_alfabet izacao_de_adultos_com_o_coracao/links/5a4d871aaca2729b7c8b43be/Letras-pra-Vida-alfabetizacaode-adultos-com-o-coracao.pdf consultado em 10 de novembro de 2020.
PNLA (Plano Nacional de Literacia de Adultos)vii
Os animadores devem acolher uma natureza interventiva, abraçar e adaptar-se aos
desafios, por isso, quando surgiu oportunidade de participar na apresentação nacional
do PNLA, na Casa dos Direitos Sociais em Lisboa, não hesitei. Este projeto poderá vir a
ser uma oportunidade de empregabilidade para os animadores.
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” . viii
Audição Pública - Fundação Cuidar do Futuroix
A convite da Helena Reis abracei mais um projeto. Como pode um animador não aceitar
um bom desafio?
Agraciada pelas harmoniosas tertúlias na Casa Renascer, onde tudo começou a ter
sentido, onde a luz começou a iluminar caminho e a minha participação acabou por se
pautar na escuta das comunidades residentes. Focada nas zonas periféricas do concelho,
onde a identidade do local se desvanece, entre as promessas em ano de eleições e o
esquecimento do direito a infraestruturas básicas, onde a vida se faz num concelho e se
pertence a outro, onde são de todo o lado e não se sentem de lado algum.
Eu e a Helena também abordámos a gestão do tempo e estratégias de ação definidas
além das ruralidades. Duas temáticas soberbas, a primeira, é um reflexo dos dias de
hoje. A ausência de tempo que nos obriga a selecionar prioridades, valorizar o diálogo,
vii Plano Nacional Literacia Adultos
https://www.anqep.gov.pt/np4/314.html#2 https://epale.ec.europa.eu/pt/content/plano-nacional-de-literacia-de-adultos - Consultados em 30/11/2020
viii
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Pedagogia-do-Oprimido-Paulo-Freire.pdf Consultada em 08 /11/2020
ix
https://fundacaocuidarofuturo.pt/projeto-ouvir-o-presente-cuidar-o-futuro-homenagear-maria-delourdes-pintasilgo/ | http://www.graal.org.pt/pt/noticia/ouvir-o-presente-cuidar-o-futuro- - Consultadas em 01/12/2020
especialmente nas dificuldades. A segunda, levou-nos às várias aldeias e às amenas
conversas com as suas gentes.
Depois da recolha dos dados, há que elaborar textos para serem lidos no dia da audição.
A conversa passava pela recolha da opinião das suas perspetivas relativas à qualidade
de vida que sentiam ter e do que reconheciam precisar para usufruírem desta.
Escutámos atentamente os aldeões e as suas histórias, questionando também sobre a
rede de água e da recolha do lixo, se tinham a visita do padeiro e do peixeiro durante a
semana e ainda se havia acesso a transportes públicos.
Muito havia a partilhar deste projeto! Foi uma oportunidade única de ouvir do coração
das pessoas, os seus desabafos que, depois de transcritos, tornaram-se em valiosas
narrativas apresentadas pelos intervenientes na cerimónia da Audição Pública.
Projeto LigAçõesx
Um agradável convite surge para participar no projeto "LigAções que reúne um grupo
de pessoas e de organizações da sociedade civil da Grande Lisboa e da Região Centro
para uma reflexão-ação sobre as assimetrias existentes no território nacional. Uma
oportunidade imperdível de aprender novos conceitos, novas realidades e conhecer
pessoas lindas e preocupadas com o bem-estar da comunidade.
Reunimos, com vista em desenvolvermos um trabalho colaborativo, a fim de construir
um país mais equilibrado, participativo e democrático. Obviamente que uma animadora,
enquanto mediadora interventiva na comunidade, não podia deixar de participar, mais
não fosse pela aprendizagem resultante.
A Família e a Escola
Quando somos adultos responsáveis e tomamos a decisão de ter ao nosso encargo uma
família, devemos ter consciência que, antes de mais, deveríamos saber ser exemplo. Se
juntarmos a isso o facto de termos alma e coração de animador, somos obrigados a estar
x Projeto LigAções
http://www.graal.org.pt/pt/noticia/i-encontro-do-projeto-ligacoes https://sites.google.com/view/projetoligacoes - Consultadas em 30/11/2020
presentes e atentos, também na comunidade escolar, participando nas reuniões de pais,
sabendo escutar e discernir.
Lembro-me de ouvir a Professora Lucília Salgado, na sua ligação aos RVCCxi a comentar
que muitos pais não participavam nas reuniões porque, ou não entendiam o que ouviam,
ou porque tinham dificuldade no preenchimento dos impressos ou simplesmente porque
não se sentiam bem pelas possíveis advertências públicas que poderiam estar sujeitos.
Cabe-nos a nós, portanto, ser pontes.
A tecnologia coabita connosco, tendo passado a ser uma sombra nos nossos dias.
Precisamos de assumir que somos capazes de fazer a diferença também no seio escolar
e defender uma cultura de interdisciplinaridade onde a tecnologia e o ambiente,
deveriam ser disciplinas obrigatórias para pais e filhos, com um carácter transversal de modo a dinamizar aquilo que se pretende também com a flexibilidade curricularxii .
Fazer entender que os apoios não são centros de explicações, mas uma mais-valia por
isso não devem faltar e não devem usar os apoios como uma muleta permanente. Os
animadores devem contribuir e encontrar soluções para bem da comunidade escolar
fazendo sugestões como, por exemplo, os alunos mais velhos ajudarem os mais novos,
criar desde início do percurso escolar, o conceito de interajuda na comunidade escolar.
Na minha opinião, a sociedade ainda não concebeu a possibilidade de integrar os
animadores nas escolas, com uma função para além de monitores de atividades.
Quando a mim me parece óbvia a nossa capacidade de fazer a diferença nas “aulas” de Cidadania e Desenvolvimento.xiii
xi Salgado, Lucília (coord.) (2010), A Educação de Adultos uma dupla oportunidade na família, Lisboa, ANQ.
xiiDecreto-Lei n.º 55/2018 de 6 de julho https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/AFC/dl_55_2018_afc.pdf xiii artigo 15º do Decreto-Lei 55/2018
Aqui e ali – onde precisamos de estar!
Neste ponto e na continuidade de tudo já escrito anteriormente é fundamental qualquer
profissional investir na sua formação.
Muitos têm a prática (competência) e não sentem necessidade de complementar com
o conhecimento (novas aprendizagens), mas é fundamental perceber a simbiose que
existe entre os dois conceitos e a sua empregabilidade no dia a dia com as pessoas e as
comunidades.
Assim, numa das primeiras reuniões da Equipa Maravilha do ano, abordámos a temática
das literacias e como é fundamental explorá-las nas oficinas, nomeadamente a literacia
para a saúde, sem nunca descurar o foco. Importa ir ao encontro dos interesses e gostos
dos participantes, valorizando todo o saber adquirido no caminho ao longo da vida, não
fossem estes saberes adquiridos, que fazem deles mestres da vida.
A formação da Equipa Maravilha é um marco do projeto, porque é um espaço de partilha
e conhecimento, uma porta aberta a todos, que estiverem interessados. Os temas são
diversificados e integradores, abordando os princípios teóricos da alfabetização de
adultos, da prática ao digital, sempre por base no legado de Paulo Freire.
Summit Apadascxiv
Este evento deveria fazer parte da agenda anual de atividades do animador. APDASC é
o aliado dos animadores, existe para defender e enaltecer a profissão do animador,
disponibiliza formações, apoia e defende os interesses dos animadores, pelo que têm
todo o sentido o animador se associar. Neste encontro a conversa passou pela eterna
controvérsia em torno da competência e da prática do animador, bem como das
denominações dos cursos, dado que cada vez abrem menos, verificando-se uma
tendência a anexar tudo à Educação Social.
Os animadores presentes no encontro continuam a identificar a ausência da
componente prática nos cursos e a situação da empregabilidade dos animadores. Alguns
xiv http://www.apdasc.com/info/ver_pagina.php?tab=lista_noticias&id=44 - Consultado em 01/12/2020
adiantam ainda que, no seu entender, os cursos não são pensados na necessidade e no
que precisam de colmatar como fim último. Urge, assim, a construção da identidade de
uma profissão e abrir caminho para que acabe a precariedade.
Após um levantamento de necessidades e potencialidades, possíveis intervenções se desenham e a próxima palavra de ordem é planificação participada. É fundamental ouvir
os participantes e atores sociais, conhecer quais os seus interesses, gostos e necessidades, através das suas ideias e sugestões para planificar as atividades/ações.
(…) estar cientes da necessidade de ouvirmos para construirmos mais conhecimento pela pertinência que
é saber escutar na Educação de Adultos. Devemos ter presente a necessidade de nos reinventar e
reinventar aquilo que já foi feito, o mundo vive em constante mudança e precisamos adaptarmos a esta
constante evolução, precisamos de ser otimistasxv .
O que guardas no teu coraçãoxvi
Que tema bonito para uma formação!
Alertam-nos para a importância na nossa vida de três verbos: centrar, consertar e
concentrar, bem como para a toxicidade do planeta e a necessidade de desintoxicação,
a qual poderá ser feita com um antídoto: a fé e a cultura, os quais lavam a alma.
Educamos para a valorização do ter, temos demasiadas coisas, reclamamos por tudo,
queremos viajar rapidamente, mas não gostamos do barulho dos aviões… não precisamos do céu, porque a publicidade já o promete, precisamos de ter consciência
do nosso limite. Todas as coisas boas forçadas, tornam-se contra si próprias. Urge cuidar
do coração e da humanidade. Quanto bastará para termos o necessário, ou melhor,
quanto e quando bastará para que se entenda o que basta para ter o necessário!
xv Gonçalo Xufre - https://www.forma-te.com/component/content/article/226-noticias/em-foco/556-ofuturo-da-educacao-e-formacao-profissional-desafios-e-propostas
xvi https://pontosj.pt/especial/fe-e-cultura-um-dia-para-encontrar-o-essencial/
Uma qualquer visita guiada, exige um olhar, um ver atento, um saber escutar para com quem já olhou duas vezes. É importante escutar o silêncio e entendê-lo!
Temos um excesso de tudo, condição que nos conduz à opressão porque, nos dias que
correm, não fazer nada é a uma forma de criatividade... precisamos de mais caixas do
nada.
Em tudo na vida devemos ser nós mesmo, seja qual for o cargo que se ocupe, cientes de
uma verdade onde se cimentam as relações de confiança, sem promessas impossíveis.
Procuremos ser gestores de uma honestidade que faça de nós justos e não justiceiros.
Com o fim último de alcançar a felicidade coletiva que será a satisfação da felicidade
individual, juntos trabalhemos para o Bem-Comum.
AgenortC xvii
… Animação, também foi até Viana do Castelo.
Escutámos a necessidade de haver uma maior aposta no envelhecimento, sobre a
proteção de um Estado social e que a sociedade não foi educada para o lazer.
Salienta-se a importância da literacia e a imprescindibilidade do poder local cuidar das
suas comunidades. As estatísticas ajudam a conhecer a comunidade e os níveis de envelhecimento bem como as suas causas. É um facto que o envelhecimento veio para
ficar, mas quanto mais níveis de escolaridade, mais qualidade de vida têm as pessoas
mais velhas, quanto mais rendimento, mais qualidade de vida, e os outros? Como
proporcionar-lhes qualidade de vida? Como afirmar a posição dos cuidadores? Como já
mencionámos anteriormente, é fundamental valorizar as necessidades das pessoas, no
entanto a qualidade de vida ainda varia muito relativamente à territorialidade. Importa
que sejam desenvolvidos programas de intervenção, com as pessoas mais velhas com
foco nos mais desfavorecidos.
xvii https://agenortc.eventqualia.net/pt/2019/inicio/organizacao/entidade/
Ageingxviii
Abordagem à alteração da lei que poderá envolver mudanças relativas aos maiores
acompanhados e à sua capacidade jurídica. Abordou-se o conceito de andrologia
(especialidade que aborda a vida sexual do homem) e idadismo (associação de atitudes
negativas, relativamente à idade), a tendência que existe em infantilizar os mais velhos,
quando deveríamos enaltecer que o facto de que envelhecer é uma das maiores
conquistas da humanidade.
Ouvimos dos cuidadores informais e da probabilidade de encontrarmos
maioritariamente mulheres, porque também essa é a condição da mulher – Cuidar,
contudo, também precisa de ser cuidada, tal como todos os cuidadores. Entendo que o
cuidar contém uma conexão à fé, como símbolo de esperança, uma vez que, ninguém
dá o que não tem logo, é importante fomentar a terapia da esperança e de cuidar de
quem cuida.
Não se pode continuar a falar nas qualificações dos recursos humanos e na formação
contínua em trabalho, sem que exista uma interdisciplinaridade com humanismo.
Estamos a ficar naturalmente desumanos e insensíveis ao desconforto do outro.
AFSxix
E da agenda este é o último apontamento relevante, a AFS é uma associação sem fins
lucrativos, cujo principal objetivo é contribuir para a Paz e Compreensão entre os povos
através de intercâmbios de jovens e famílias, para uma aprendizagem Intercultural e
Educação Global.
É, sem dúvida, esta aprendizagem intercultural que nos cativa, desafiando-nos em ir à
descoberta do desconhecido. Num ápice, acolhemos outra nacionalidade e alguém
totalmente desconhecido. Permitamo-nos a abrir a porta do coração e acolher, ainda
que as diferenças culturais subsistam, aprendemos sempre!
xviiihttps://2020.ageingcongress.com/
xix https://www.intercultura-afs.pt/quem-somos/#afs-nav-quem-somos
Conclusão
A agenda neste ano, como muitas outras, foi intensa e assoberbada de momentos de
aprendizagem, imperativos de intervenção onde a inquietude toma conta de nós,
envolvendo-nos em ações e projetos com a convicção de que somos agentes de
mudança. Avancemos sem medo, somos animadores por isso, envolvamo-nos,
comprometamo-nos a participar ativamente na mudança.
O animador deve desenvolver um trabalho colaborativo, onde a interajuda e a entrega
pessoal são fundamentais para atingir objetivos a que nos propomos, assentes na
responsabilidade e sem nunca excluir uma empatia assertiva de modo agir com o
coração e com afeto. Acredito que em tudo o que façamos devemos colocar afeto, isso
irá fazer de nós mais solidários.
Não deixem de pesquisar qualquer um dos projetos
diferença. Envolvam-se! apresentados e marquem a
Quero agradecer aos oradores ou qualquer outro interveniente, que de diversas formas,
formaram o contexto destes encontros, porque juntos construímos espaços de
aprendizagem. Acolhi frases, palavras, pensamentos que ouvi de vós e que aqui os
adicionei às minhas palavras e pensamentos, resultando neste texto.
Bem-Haja