Nelson Rodrigues marcou um lugar indiscutível, revolucionário no teatro. No entanto, o Nelson cronista, o comentarista de futebol, não é menos importante. Nelson Rodrigues foi o escritor brasileiro que “leu”, “releu” nosso país pelo campo, pela bola, pelos craques. Ele viu e compreendeu, antes de todos, a grandiosidade da nossa pátria. Defendeu a nação com uma paixão pura. “Anunciou”, “promoveu”, “profetizou” a força do Brasil.
CHUTEIRAS
“Já descobrimos o Brasil e não todo o Brasil. Ainda há muito Brasil para descobrir. Não há de ser num relance, num vago e distraído olhar, que vamos sentir todo o Brasil. Este país é uma descoberta contínua e deslumbrante.”
Patrocínio ISBN 978.85.209.3312-1
Imagem de capa: Marcos Semola/Getty Images Imagem de orelha: Espólio de Nelson Falcão Rodrigues
A PÁTRIA DE
9 788520 933121
A PÁTRIA DE CHUTEIRAS
maturgo brasileiro de todos os tempos. Vestido de noiva, de 1943, numa montagem dirigida por Ziembinski, diretor polonês refugiado da Segunda Guerra Mundial, é considerada o marco zero do Teatro Moderno no Brasil. Muitas de suas peças tiveram problemas com a censura, pois eram consideradas ousadas demais para a época. Nelson Rodrigues foi também um grande romancista, e muitos de seus textos em prosa foram adaptados para cinema e televisão, o que reforça a vitalidade de sua obra e o interesse que ela desperta há várias gerações. No entanto, foi no jornalismo, como cronista e comentarista esportivo, que ele ocupou para sempre um lugar de destaque entre os grandes intérpretes do Brasil, tendo no futebol a sua grande metáfora.
Nelson Rodrigues nasceu em 1912, em Recife, e morreu em 1980, no Rio de Janeiro. Com sete anos de idade, foi com a família para o Rio de Janeiro, a então capital federal, e, ainda adolescente, começou a exercer a profissão de jornalista, que era a profissão de seu pai também, vivendo numa cidade que, metáfora do Brasil, crescia e se urbanizava rapidamente. Com tantas mudanças, o jovem escritor acreditava que era preciso criar um novo teatro para espelhar um novo país. A partir de 1942, Nelson Rodrigues lança 17 peças, se inscrevendo como o maior dra-