CULTURA POP JAPONESA Histórias e curiosidades
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1ª edição: março de 2011
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Alexandre Nagado (organizador) Michel Matsuda Rodrigo de Goes
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ÍNDICE
Introdução - Pág. 04 Prefácio (Marcelo Cassaro) - Pág. 06 Cap. 1: Mangá – Os quadrinhos mais populares do mundo – Pág. 10 Cap. 2: Animê – Mangá em movimento – Pág. 50 Cap. 3: Tokusatsu – O reino dos monstros de borracha – Pág. 121 Cap. 4: Variedades - Música, moda, games, coisas legais e seres bizarros – Pág. 177 Epílogo: O grande terremoto – Pág. 197 Bibliografia – Pág. 199 Os autores – Pág. 201
Projeto, organização e edição: Alexandre Nagado Texto e pesquisa: Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todas as imagens contidas neste livro foram utilizadas para fins de divulgação.
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- Esta obra é dedicada ao valente povo japonês.
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- Agradecimentos a Marcelo Duarte (Panda Books).
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INTRODUÇÃO O universo do entretenimento produzido no Japão tem criado séries e personagens que vêm conquistando admiradores no mundo há décadas. Indo além de grupos de aficionados, a chamada cultura pop japonesa se infiltrou na mídia, extrapolou as fronteiras da colônia japonesa e criou modas, manias e influenciou muita gente. Mangá, animê, tokusatsu, games, músicas, moda... O Japão virou pop. No Brasil, a popularidade de tais produções gerou fãs apaixonados, ávidos por informações vindas do outro lado do mundo.
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Agrupados em tópicos de fácil leitura até para um não-iniciado (a razão de ser desta obra), este trabalho não tem a pretensão de apresentar um tratado sobre cultura pop japonesa e nem de ser uma referência ou guia completo sobre o assunto.
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Este livro é para os fãs que adoram conhecer saborosos detalhes de produção que ajudam a entender melhor as coisas que tanto gosta. E também para aqueles apreciadores eventuais e nostálgicos que guardam perguntas em seu íntimo sobre assuntos que pouca gente domina. Indo além, este livro também apresenta a origem de vários termos recorrentes, curiosidades comportamentais e explicações conceituais que farão o leitor mergulhar num universo que abrange muito mais do que quadrinhos, músicas, desenhos animados, games e gente fantasiada.
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O que esperamos é que este livro possa se transformar em tema para muitas e animadas conversas. Aquele detalhe que ninguém tinha percebido, aquele boato que correu pela internet, aquele autor cujo trabalho todo mundo comenta mas que você nunca prestou atenção... E também despertar a atenção em assuntos que poderão ser melhor explorados em outras fontes. Os tópicos estão organizados ora por cronologia, ora por similaridade. Em outros casos, a opção foi falar primeiro do que é mais conhecido pelo público brasileiro não-iniciado, para depois, didaticamente, retroceder e explicar de onde vieram as ideias. Mas também tem muita coisa aleatória, curiosidades soltas que afloravam na memória e que precisavam ser registradas para não serem esquecidas.
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Boa leitura! - Alexandre Nagado Ilha Solteira (SP), 09 de março de 2011.
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Por isso, não se acanhe em começar a ler de qualquer ponto. Vai funcionar do mesmo jeito. Sinceramente, aposto que você vai acabar lendo esta obra muitas vezes sem perceber, cada vez prestando mais atenção em algum tema ou detalhe, estabelecendo suas próprias conexões entre os assuntos. E vai descobrir que este livro também conta um pouco de mitologia, história, religião, costumes, esportes, comportamento e cultura geral. Assuntos que farão você aprender muito sobre o Japão e perceber que a cultura pop japonesa é tão rica quanto divertida.
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PREFÁCIO Escrevi Holy Avenger por amar animê e mangá. Como eu, muitos brasileiros também amam animê e mangá. Era o final da década de 1990. O novo fenômeno nas bancas eram os mangás oficiais de Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z, alcançando vendas muito acima de quaisquer outros quadrinhos no Brasil. Muitos diziam ser ―moda passageira‖; hoje, dúzias de outros mangás enchem as bancas. Houve muito oportunismo na época. Autores e editoras nacionais tentando copiar o estilo. Quase nenhum desses títulos durou muito — os fãs sabiam reconhecer a diferença entre uma HQ oportunista, e o trabalho de alguém com amor verdadeiro por mangá.
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Por quê? Se os mangás eram sucesso comercial, porque não associar Holy Avenger a eles? Decidimos assim porque sempre houve polêmica
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Na mesma época, depois de algumas minisséries bem-sucedidas na antiga Editora Trama, recebi sinal verde para uma série longa. Holy Avenger tinha traço de Erica Awano, em estilo indiscutivelmente japonês (muito embora minha narrativa não fosse assim tão próxima dos mangás originais). A conselho dela, nunca usei o termo ―mangá‖ para tratar da Holy. Você pode procurar: nenhum texto, nenhum anúncio, nenhuma propaganda jamais disse que Holy Avenger era um mangá.
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sobre o que deveria ser considerado um ―mangá verdadeiro‖. Mangá é a palavra japonesa para história em quadrinhos — então, a rigor, toda HQ é um mangá? Ou talvez sejam apenas histórias dentro de certo estilo, com olhos grandes e speedylines (linhas de velocidade)? Ou ainda, somente histórias feitas no Japão, por e para japoneses? Por tudo isso, nunca chamamos Holy Avenger de mangá. O mesmo respeito e cautela podem ser vistos hoje na Turma da Mônica Jovem, não um mangá, mas uma revista em ―estilo mangá‖. Mais tarde, em 2007, o Ministério dos Assuntos Estrangeiros do Japão criou o Concurso Internacional de Mangás, para premiar trabalhos nesse estilo feitos em outros países. Das centenas de trabalhos inscritos, Holy Avenger foi o único finalista brasileiro. Eu e Erica Awano recebemos, em mãos, certificados do então Ministro Taro Aso (mais tarde ele se tornaria Primeiro Ministro do Japão). E ali diz que Holy Avenger é um mangá.
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Qualquer fã pode apontar dúzias de diferenças entre quadrinhos Orientais e Ocidentais. Eu, quando estou explicando para um leigo, em geral escolho a seguinte: na maioria dos quadrinhos de super-heróis, o protagonista recebe seus poderes de graça — já nascem com ele, ou chegam por acidente. Superman tem poderes por ser extraterrestre. O Homem-
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Se o Governo Japonês diz que é, quem sou eu para discordar?
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Aranha foi picado por uma aranha radioativa. Batman, milionário. X-Men, mutantes. Hulk, bomba gama. Nos comics, grande poder não vem com grande responsabilidade; ele vem com grande facilidade. Nos mangás e animês, quase nunca vemos isso acontecer — o povo japonês não acredita em conquista sem esforço, sem sacrifício. Street Fighters levam anos dominando seus estilos de luta e golpes especiais, como qualquer artista marcial. Cavaleiros do Zodíaco vivem o inferno em lugares terríveis antes de manifestar seu Cosmo. Ninjas das Vilas Ocultas estudam na escola e obedecem mestres. Mesmo para o eventual sayajin, nascido em outro planeta, o poder só vem com muito treinamento duro em gravidade pesada.
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Gente muito diferente de nós. Assim, é espantoso que suas histórias sejam tão amadas aqui nos trópicos.
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Enfim, mangás e animês são focados em seu público — o povo japonês. Gente disciplinada que valoriza o esforço, a determinação, a força de vontade. Levantar-se após cair. Ser arrasado por bombas atômicas, reconstruir a nação e tornar-se a segunda maior potência econômica mundial. Mas também gente tímida e introspectiva, com dificuldade para relacionar-se. Gente conformada com a vida rigorosa de trabalho e estudo. Gente que não chora ou reclama; procura conforto no mangá e animê.
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Conheci Alexandre Nagado no final dos anos 80, quando escrevíamos HQs licenciadas de Jaspion e Changeman para a Editora Abril. Mais tarde, quando me afastei da revista Street Fighter, eu o recomendei para assumir meu lugar como roteirista. E anos depois, quando a Editora Trama lançava novos títulos nacionais, um deles seria em estilo mangá; Nagado foi minha primeira escolha, com seu Blue Fighter. Nagado é, hoje, um dos maiores estudiosos de cultura pop japonesa no Brasil. E seu convite para escrever este prefácio foi um privilégio — porque as pessoas envolvidas neste livro amam animê, mangá e tokusatsu. Sobre isso não existe dúvida. Esses artistas agora trazem curiosidades e bastidores dessas obras japonesas que tanto apreciamos. Ajudam a desvendar coisas, a princípio, misteriosas. Nomes engraçados. Enredos estranhos. Personagens esquisitos. Histórias que nunca entendemos totalmente, mas mesmo assim amamos.
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— Marcelo Cassaro Roteirista de quadrinhos, escritor de livros de RPG, desenhista e editor.
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Graças ao esforço deles, você vai descobrir coisas especiais sobre aquela série, aquele herói, aquela aventura que marcou sua vida. E talvez, também descubra porque isso acabou acontecendo.
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1) O QUE SIGNIFICA MANGÁ? - Mangá é a palavra que define as histórias em quadrinhos e os gibis japoneses, que conquistaram leitores no mundo inteiro, tornando-se verdadeiro fenômeno editorial em vários países. Mas o que pouca gente sabe é que nem sempre foi assim. Quando a palavra foi usada pela primeira vez, lá pelo século XIX pelo artista Katsushika Hokusai, mangá tinha outro sentido. A palavra dava nome a desenhos engraçados, como as charges e caricaturas que já faziam parte da tradição japonesa de artes visuais voltadas ao consumo popular. A palavra mangá pode ser traduzida como ―desenho divertido‖ e o termo apareceu com os Hokusai Mangá, série de estudos figurativos cujo primeiro volume (de um total de 15) foi publicado em 1814. Hokusai, nascido em 1760 e falecido em 1849, é famoso no mundo inteiro, mas não por causa de mangá ou desenhos humorísticos. É dele uma série de xilogravuras ukiyo-ê chamada ―36 Vistas do Monte Fuji‖ e seu desenho mais famoso é o Vagalhão de Kanagawa, a onda gigante que ele retratou com
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CAPÍTULO 1: MANGÁ – OS QUADRINHOS MAIS POPULARES DO MUNDO
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2) MANGÁ EM ROLOS – Muito antes da palavra mangá ser usada pela primeira vez, já existiam ilustrações humorísticas e caricaturas no Japão, pelo menos desde o chamado Período Heian (7941185 d.C.). Um dos mais antigos exemplares desse tipo de trabalho que ainda existe em bom estado é o Chôjûgiga (―Desenhos engraçados de animais‖), uma série de ilustrações com animais humanizados em situações cômicas, comumente representando sacerdotes. O trabalho, com um traço leve e dinâmico, foi feito por um monge budista conhecido como Tôba (1053~1140), no século XII. Fazendo jus à denominação ―rolos de animais‖ (nome pelo qual pesquisadores ocidentais se referem), o material está distribuído em um rolo de papel com cerca de 10 metros de comprimento. A relíquia está preservada no Museu Internacional do Mangá, na cidade de Kyoto.
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muito estilo e virou sua marca registrada no mundo inteiro.
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4) POR QUE OLHOS GRANDES? – Primeiro, vamos esclarecer que nem todo mangá tem os famosos olhos grandes e brilhantes que tantos amam. Os primeiros mangás nem tinham essa característica, que acabou se tornando a mais facilmente reconhecível dos quadrinhos e animações japonesas. Quem começou isso foi o pioneiro do moderno mangá, Osamu Tezuka, na década de 1940. Os motivos foram vários.
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3) OSAMU TEZUKA - DE MÉDICO A DEUS - Osamu Tezuka, nascido em 1928 e falecido em 1989, foi considerado o ―Deus do Mangá‖, tamanha a revolução que ele promoveu. A partir dele, o mangá ficou mais expressivo no desenho, cinematográfico nos enquadramentos e mais segmentado. Mas ele também foi marcante em outras áreas. Seu personagem Astro Boy marcou época na TV e seu herói Magma Taishi (Embaixador Magma), conhecido no Brasil como Vingadores do Espaço, foi o primeiro seriado colorido da TV japonesa, em julho de 1966. Sua prolífica carreira inclui ainda as séries A Princesa e o Cavaleiro, O Menino Biônico, Don Drácula, Buda, Black Jack, Kimba, Adolf, Hi no Tori e muitas outras, totalizando mais de 700 criações. E ele quase não seguiu a carreira artística, pois estudou medicina, curso que fez ao mesmo tempo em que começava a ganhar fama publicando seus quadrinhos profissionalmente.
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5) O SOM DO SILÊNCIO - Onomatopeias são aquelas palavras que representam sons. Nos quadrinhos, são escritas com letras desenhadas para realçar seu efeito dramático numa história. Nos quadrinhos japoneses, as onomatopeias são usadas mais ostensivamente do que em qualquer outro lugar, sendo importantes até na composição visual e diagramação de uma página. Além das representações sonoras diferentes do ocidente (um latido é "wan wan", uma explosão é "dokan" e por aí vai), há também aquelas onomatopeias que reforçam estados de espírito, gestos ou dramatizam situações, criando atmosfera. E o exemplo mais marcante é que existe até uma onomatopeia para definir o silêncio: é "shiiin‖.
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Tezuka era fã de um teatro tradicional chamado Takarazuká, que é interpretado somente por mulheres (em contraposição ao masculino Kabuki) e no qual as atrizes usam fortes maquiagens para realçar os olhos. O criador do Astro Boy também adorava animações Disney, em especial o Bambi (de 1942) e seus olhos verticais e cheios de brilho e sentimento. Esses olhos dão muita expressividade às figuras e permitem que, mesmo num quadrinho pequeno em uma página, seja fácil identificar o que se passa com o personagem. A resposta para a questão inicial é que olhos grandes são expressivos e o mangá é um meio onde a expressividade é uma característica essencial.
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6) ANMITSU HIME: UM MANGÁ PARA TEMPOS DIFÍCEIS – Um traço comum às sociedades que passam por tempos difíceis é o de que quanto piores as coisas ficam, mais alegres e otimistas se tornam os conteúdos dos entretenimentos oferecidos ao povo. No Japão pós-segunda guerra mundial, um país arrasado onde a vida cotidiana era muito difícil, a coisa não era diferente. Nesse cenário, uma série de mangá para meninas de tom leve e despreocupado acabou ganhando destaque: Anmitsu Hime (Princesa Anmitsu) de Shosuke Kurakane. Publicada originalmente entre 1949 e 1955, a série se passa em uma versão fantasiosa do Japão feudal e narra as aventuras da princesinha Anmitsu, cujo nome significa doce de feijão com mel. Teimosa e rebelde, Anmitsu leva seus pais e professores à loucura com suas travessuras, já que se recusa terminantemente a comportar-se de maneira devida à alguém de sua posição. Tudo é levado em tom humorístico, sempre tendo como cenário o castelo de Amakara. Um lugar repleto de alegria cheio de festas com (principalmente) muita comida. Mesmo após o seu cancelamento, a série permaneceu com seu espaço conquistado no coração dos japoneses. Tanto que, de lá até os dias de hoje, já foram realizados dois filmes, três novelas e uma série de animação com as aventuras da princesinha. Houve até mesmo um remake do mangá, feito em 1986 por Izumi Takemoto. Sem dúvida, Anmitsu Hime foi o perfeito retrato dos sonhos de uma época muito dura.
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7) ASHITA NO JOE: MAIS QUE UM PERSONAGEM – Apesar desse fato parecer um tanto estranho ao modo de pensar ocidental, o mangá para os japoneses é muito mais do que um simples entretenimento. Ele está tão enraizado na cultura popular que, em alguns casos, chega a funcionar como agente transformador da sociedade, influenciando até mesmo a autoestima do povo. Um exemplo lapidar desse fenômeno é o lendário mangá Ashita no Joe (Joe do Amanhã), escrito por Asao Takamori (Ikki Kajiwara) e desenhado por Tetsuya Chiba. Publicado entre 1968 e 1973 na revista semanal Shonen Magazine, o mangá conta a história de Joe Yabuki, um delinquente juvenil revoltado e encrenqueiro que sai de uma origem pra lá de humilde para se tornar um dos boxeadores mais famosos do mundo. Isso, é claro, após passar por todos os sofrimentos e dificuldades possíveis e imagináveis. A série ganhou tamanha força, que os jovens das classes menos favorecidas do Japão passaram a adotar Joe como ídolo e modelo de esperança, tratando-o quase como uma pessoa real. Essa devoção transformou-o em um personagem folclórico, cuja figura é usada até hoje como exemplo de superação. Para corroborar esse
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8) FUNERAL PARA UM LUTADOR (DE PAPEL) – Um bom exemplo de até onde pode chegar o amor dos fãs por um personagem, ocorreu no Japão em março de 1970. Em um momento culminante do popularíssimo mangá de boxe Ashita no Joe, o protagonista Joe Yabuki enfrentou seu arquirrival Toru Rikiishi em um combate histórico, que terminou com a morte de Rikiishi. O fato causou tamanha comoção entre os leitores, que o polêmico artista de vanguarda Shuji Terayama, fã de boxe e da série, chegou mesmo a convocá-los para uma cerimônia funerária em homenagem ao morto. E assim, mais de 700 pessoas compareceram à tal cerimônia, devidamente trajados de preto e portando incensos e coroas de flores. Em um ringue de boxe montado nas dependências da editora Kodansha, um monge budista oficiou os ritos e encomendou a alma de Toru Rikiishi. Uma
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fato, a editora Kodansha iniciou em 2009 a republicação do mangá original nas páginas da revista semanal Gendain, título que tem como alvo um público masculino adulto formado em sua maioria por funcionários de empresas do meio corporativo, os famosos ―salaryman‖. O objetivo declarado da editora é usar o mangá para levantar o moral desses leitores, muito abalado após a crise econômica de 2008. Em fevereiro de 2011, uma versão live-action para cinema foi lançada, com o cantor e ator Tomohisa Yamashita como Joe e Yûsuke Iseya como o rival Rikiishi. Se é verdade que algo é real desde que se acredite em sua existência, pode-se dizer que Joe Yabuki está mais vivo do que nunca.
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9) FAZENDO TRABALHO DE MULHER - Shôjo mangá é o tipo de história em quadrinhos para meninas adolescentes, um gênero que já teve títulos como Guerreiras Mágicas de Rayearth, Peach Girl e Sailor Moon. Mas apesar de ter surgido a partir do trabalho de Osamu Tezuka com a série A Princesa e o Cavaleiro, o shojo manga logo se tornou um produto sempre feito de mulheres para mulheres. Ou quase sempre. Um certo quadrinhista chamado Akira Matsumoto começou a publicar profissionalmente com apenas 15 anos após vencer um concurso da revista Manga Shonen Magazine, em 1953. Mas apesar do começo promissor, ele teve dificuldade em se manter no mercado com trabalhos mais pessoais e acabou desenhando para revistas femininas. Como o nome Akira também pode ser usado para mulheres (apesar de ser menos comum do que para homens), muitas leitoras nem devem ter percebido que eram desenhos de homem. Quando ele conseguiu se desvencilhar das românticas e quase sempre adocicadas revistas shojo e teve a chance de publicar trabalhos mais densos e viris, passou a assinar Leiji Matsumoto, seu novo nome artístico. E foi assim que ele ganhou espaço entre os grandes nomes do mangá e do animê, com trabalhos como Patrulha Estelar, Capitão Harlock, Galaxy Express 999, Submarine Super 99 e os clipes em animê da dupla francesa Daft Punk, que formaram o DVD Interstella 5555: The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem.
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cerimônia verdadeira para um personagem de mangá.
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10) O HOMEM QUE PRODUZIU 770 MANGÁS! - Com revistas semanais ditando o ritmo no mercado de mangás, é comum que os desenhistas de ponta tenham que produzir quase 20 páginas de quadrinhos por semana. Isso dá quase 80 por mês, uma marca impressionante, mesmo considerando que os autores trabalhem com assistentes para fazer a ―parte chata‖ do trabalho, como pintar áreas de preto, completar cenários, aplicar tons de cinza, traçar linhas de movimento (speedylines), etc. Porém, no auge da fama e com encomendas de várias revistas ao mesmo tempo, o lendário Osamu Tezuka e sua equipe já tiveram que produzir cerca de 300 páginas num único mês. Mas o recorde absoluto foi de Shotaro Ishinomori, um discípulo de Tezuka e criador de títulos como Kamen Rider, Cyborg 009, Sabu to Ichi Torimono Hikae, Green Grass, Hotel, Patrine, Goranger (o precursor do gênero Super Sentai) e muitos outros. Ishinomori chegou à inalcançável marca de 500 páginas escritas e desenhadas em um único mês. Também entrou para o Guiness Book of Records, por ter produzido mais de 128 mil páginas de quadrinhos em 770 mangás ao longo de uma carreira de 45 anos. Se Osamu Tezuka era o Deus do Mangá, Ishinomori era o Rei.
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12) O FIM DO MUNDO, SEGUNDO SHOTARO ISHINOMORI - O consagrado autor Shotaro Ishinomori tinha uma crença: a de que o mundo não passaria do ano 2000. Essa convicção era tão arraigada que os enredos de suas histórias de ficção científica futurista – sempre com uma visão pessimista do mundo - nunca passavam do ano de 1999. No mangá original de Kamen Rider Black, por exemplo, o herói e seu irmão Shadow Moon travam seu duelo final nos escombros de Tóquio no ano 1999, uma data não muito distante da data de publicação dessa história, que foi em 1988 na revista Shonen Sunday. De certa forma, o mundo acabou mesmo pra ele antes do ano 2000. O venerado Sensei (mestre) Shotaro Ishinomori faleceu em 28 de janeiro de 1998, aos 60 anos, por problemas cardíacos.
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11) O REI DO MANGÁ E A NUMEROLOGIA Apesar de famoso por trabalhos no campo da ficção científica, Shotaro Ishinomori era um homem supersticioso. Nascido como Shotaro Onodera, assumiu o nome artístico inicialmente como Shotaro Ishimori. Influenciado pela numerologia que, no Japão, leva em conta o número de traços usado para escrever as letras do nome, ele passou a assinar Ishinomori. A mudança aconteceu em 1986, mas não parece ter feito muita diferença. Naquela época, ele já havia criado os mangás de Kamen Rider, Goranger, Inazuman, Esquadrão Arco-Íris (Rainbow Sentai Robin), Henshin Ninja Arashi, Cyborg 009 e muitos outros sucessos que foram adaptados para a TV. Em termos comerciais, seus maiores sucessos aconteceram antes da mudança do nome artístico.
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13) OS PRIMEIROS MANGÁS BRASILEIROS – Nos dias de hoje, é muito comum que dúzias de trabalhos realizados no estilo mangá surjam nas bancas e livrarias. Muitos acreditam que tamanha influência se deve à explosão dos animês ocorrida a partir da metade dos anos 1990, o que faria do chamado mangá brasileiro um fenômeno recente. Na verdade, os primeiros mangás brasileiros surgiram por volta da metade dos anos 1960, pelas mãos de um jovem roteirista, desenhista e editor chamado Minami Keizi. Nascido na cidade paulista de Getulina no ano de 1945, Keizi passou a infância e a adolescência consumindo mangás originais vindos do Japão. Em 1964 criou o personagem ―Tupãzinho, O Guri Atômico‖, fortemente baseado em Astro Boy. Entretanto, teve de modificar o personagem por imposição dos editores, que preferiam um estilo de desenho mais americanizado. Após a transformação, Tupãzinho foi publicado em tiras no jornal Diário Popular e chegou a ter revista própria, publicada em 1966 pela editora Pan Juvenil. No mesmo ano e editora, Keizi publicou o Álbum Encantado, um livro de fábulas escrito por ele e ilustrado (sob sua orientação) em estilo mangá por renomados artistas da época, com destaque para Fabiano J. Dias. Ambos os trabalhos, são considerados os pioneiros do gênero no Brasil.
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15) A VITÓRIA DA PERSISTÊNCIA - Nascido em 1945, o artista Go Nagai é conhecido por ter <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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14) MANGÁ NA UNIVERSIDADE - Histórias em quadrinhos – mangá incluído – se tornaram um tema recorrente em trabalhos e pesquisas em faculdades de comunicação. Trata-se de uma valorização dos quadrinhos como arte e cultura no mundo todo, mas sempre houve muita resistência para que o assunto fosse levado a sério, ainda mais no sisudo ambiente acadêmico. Nessa área, o trabalho pioneiro foi feito no Brasil, na Escola de Comunicações e Artes (ECA), da USP, em São Paulo. A professora Sonia Maria Bibe-Luyten fez sua tese de mestrado sobre mangá em 1971, uma época em que o tema era desconhecido da maioria das pessoas. Com o título Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses, o trabalho pioneiro em pesquisa acadêmica sobre mangás foi transformado em livro em 1991 pela editora Estação Liberdade. Em 2001, foi relançado pela editora Hedra.
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Além disso, como editor-chefe da editora paulista Edrel (sucessora da Pan Juvenil), Keizi abriu as portas para um talentoso grupo de jovens artistas que posteriormente viriam a se consagrar não somente no meio das HQs nacionais, mas também no das artes plásticas: Paulo Fukue, Fernando Ikoma e o lendário Cláudio Seto, o grande mestre do mangá brasileiro. Foram valorosos pioneiros em uma época distante. Cláudio Seto, autor de O Samurai e muitos outros personagens, faleceu em 2008, aos 64 anos. Minami Keizi faleceu em 2009, também aos 64 anos. Ambos deixaram suas marcas na história do mangá brasileiro.
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criado o clássico e revolucionário robô gigante Mazinger Z, em 1972. Mas também é considerado um autor profano, associado a trabalhos com forte teor de violência e erotismo, características que já lhe renderam muitas críticas por inserir elementos considerados inadequados para séries infanto-juvenis. Suas produções para adultos o fizeram um autor tão cultuado quanto polêmico devido aos limites que vive ultrapassando. Mas polêmicas à parte, é inegável sua importância na cultura pop japonesa, pois além de Mazinger Z, criou títulos como Cutey Honey, Devilman e muitos outros que ganharam legiões de fãs. Sua carreira é um exemplo de curiosa obstinação. Quando jovem, após contrair uma diarreia que durou mais de 3 semanas, ele temeu estar com câncer de intestino e passou a imaginar que ia morrer logo. Decidiu realizar seu sonho de criança e se tornar um autor de mangá. Logo descobriu-se que não tinha nada tão grave e ele foi medicado, mas já havia se decidido a não seguir os estudos e começou a mandar testes para editoras. Consta que ele já mostrava muito talento desde cedo mas sua mãe, secretamente, ligava para os editores e pedia que não chamassem seu filho, pois ela não queria que ele fosse um artista profissional e sim que seguisse uma carreira tradicional. Porém, um dia um desses testes que ele ingenuamente mandava foi visto pelo veterano Shotaro Ishinomori, que conseguiu convencer sua mãe a deixá-lo seguir seu sonho. De assistente de Ishinomori, Go Nagai logo alçou voo solo e se consagrou como um dos mais importantes autores de mangá. E tudo começou com uma grande dor de barriga...
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16) O SEGREDO DA SHONEN JUMP - Lançada em 1968 pela editora Shueisha, a revista Shûkan Shonen Jump (Salto Jovem – Semanal) é voltada ao público adolescente masculino (shonen) e se transformou no maior sucesso editorial da Terra do Sol Nascente. Com mais de 400 páginas em papel jornal e impressa na maior parte em preto-e-branco (um formato comum no país), a revista já teve picos de venda de mais de 5 milhões de exemplares por edição. De suas
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17) AFTERNOON: O MAIOR GIBI DO MUNDO – Muita gente acha os almanaques japoneses de mangá parecidos com listas telefônicas. Não existe mangá que mereça mais esse apelido que a revista mensal Afternoon, da Ed. Kodansha, com mais de 1.000 páginas por edição. A Afternoon publicou a série Ah! Megami Sama (Oh My Goddess!), de Kosuke Fujishima, de bastante repercussão no Japão e que teve seu animê já visto no Brasil. Outra série conhecida no Brasil é Mugen no Juunin (Blade – A Lâmina do Imortal), de Hiroaki Samura. A Afternoon foi fundada em 1987 e é também a revista de quadrinhos mensal mais ―pesada‖ do mundo, com cerca de 1 kg de papel por edição. Essa não
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páginas, saíram títulos como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Super Campeões, Naruto, Slam Dunk, Hikaru no Gô, Samurai X, Video Girl Ai, Dr. Slump, Gen – Pés Descalços, One Piece, Yu Yu Hakusho, Death Note, Yu-Gi-Oh, Shaman King e muitos outros. Parte do segredo da revista está em sua forte política editorial. Enquetes são feitas periodicamente perguntando a seus leitores 3 questões: 1- Qual a palavra que mais aquece seus corações, 2- O que eles sentem ser a coisa mais importante na vida e 3O que os deixa mais felizes. As respostas são, ―amizade‖, ―esforço‖ e ―vitória‖, respectivamente. Basta uma lida em duas séries campeãs de épocas diferentes, como Naruto e Cavaleiros do Zodíaco, para ver que essa política vem sendo seguida nas séries de maior apelo popular. Com diversos títulos derivados no Japão, a Shonen Jump estreou nos EUA com uma versão mensal em novembro de 2002, apesar da capa indicar ―janeiro de 2003‖.
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dá pra guardar no meio dos livros pra ler escondido na escola...
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19) O SENHOR DOS DESAFIOS – Muito mais do que um grande roteirista de mangás esportivos (gênero ainda pouco difundido no Brasil), ele foi um dos maiores da história do gênero. Sua capacidade sem igual de trabalhar com ação dramática e temas de superação, garantiram-lhe um lugar entre os grandes. Por isso mesmo, torna-se impossível contar a história do mangá moderno sem citar o nome de Ikki Kajiwara. Nascido como Asaki Takamori em 1936, ele chegou ao estrelato na segunda metade dos anos 60 produzindo para a revista Shonen Magazine aquelas que seriam as suas três obras primas: Kyoujin no Hoshi (A Estrela
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18) REI DO FUTEBOL POR ACASO – Não há como discutir que o nome mais representativo da história dos mangás ligados ao tema futebol é o do mangaká Yoichi Takahashi. Especialista em mangás esportivos, ele é considerado um dos grandes responsáveis pela popularização do futebol no Japão durante os anos 80. Tudo devido ao seu megassucesso Super Campeões (Captain Tsubasa, no original), série produzida em várias fases ao longo de mais de vinte anos e cujas versões em animê rodaram o mundo. Mas o mais engraçado dessa história é que, ao contrário do que se poderia imaginar, Takahashi não era fã de futebol. Segundo ele mesmo, a primeira vez que assistiu a uma partida foi aos 17 anos de idade, através de uma transmissão de TV enquanto jantava com amigos em um restaurante italiano. Foi só a partir daí que ele tomou conhecimento do que era o esporte.
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20) UM MANGÁ EM DOZE ASSALTOS – Famoso por seus mangás de guerreiros fantásticos, Masami Kurumada possui uma obra do gênero esportivo pouco conhecida no ocidente, mas muito famosa no Japão: Ring ni Kakero (Arrisque tudo no Ringue!). Publicada entre 1977 e 1981 na revista semanal Shonen Jump, a história fala da vida de três personagens: O jovem boxeador Ryuuji Takane, seu arquirrival Jun Kenzaki e a irmã de Takane, Kiku, que é também sua treinadora. Recheada de combates, dramas e histórias de superação, a série é considerada um dos exemplos mais representativos do que é chamado de ―Estilo Shonen Jump‖ de fazer mangá. Além disso, suas lutas épicas cheias de golpes especiais e referências a mitologia grega, serviram de base para Kurumada desenvolver Os Cavaleiros do Zodíaco. O próprio protagonista, Ryuuji Takane,
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dos Gigantes) desenhada por Noboru Kawasaki e que tinha como tema o beisebol, Tiger Mask ilustrada por Naoki Tsuji e que abordava a luta livre e a mais do que lendária obra sobre boxe Ashita no Joe, que teve o traço de Tetsuya Chiba e foi assinada por Kajiwara com o pseudônimo de Asao Takamori. Sua obra mais conhecida no Brasil é a versão em animê do mangá biográfico Kick no Oni (O demônio do Chute), desenhado por Ken Nakajô e que romanceava a vida do kickboxer japonês Tadashi Sawamura. Produzida pela Toei Animation em 1970, a série de animê fez grande sucesso no Brasil entre o final dos anos 70 e o início dos 80, sendo aqui exibida com o nome de Sawamu, o demolidor. No início de 1987, Kajiwara faleceu precocemente aos 50 anos, deixando atrás de si um legado imortal.
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21) RUMIKO TAKAHASHI: A RAINHA DO MANGÁ – Tudo começou em 1978, quando uma desconhecida estudante universitária ganhou um concurso de novos talentos promovido pela editora Shogakukan. Mais do que uma nova artista, nascia para o mundo não só o maior nome feminino da história do mangá mas também das HQs em geral: Rumiko Takahashi. Nas décadas que se seguiram, ela enfileirou um sucesso atrás do outro: Urusei Yatsura, Maison Ikoku, Ranma ½, InuYasha e mais recentemente, Kyokai no Rinne. Quase todos lançados na revista semanal Shonen Sunday, de quem se tornou uma das marcas, juntamente com Mitsuru Adachi e Gosho Aoyama. Sucesso de público sem precedentes, as coletâneas de seus trabalhos já venderam ao redor do mundo a absurda marca de mais de 170 milhões de exemplares, o que a tornou a artista de quadrinhos mulher mais bem paga do planeta. Os dados sobre sua fortuna são guardados a sete chaves, mas é fato de que desde os anos 90 ela se tornou uma das pessoas físicas que
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serviu de modelo para o cavaleiro Seiya. Anos mais tarde, após o fim de B’t X, o autor resolveu retomar a série. E assim, no ano de 2000, a revista mensal Super Jump iniciou a publicação de Ring ni Kakero 2, desta vez contando a história de outro boxeador: Rindo Kenzaki, filho de Jun e Kiku.
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mais paga imposto de renda no Japão... O que não é pouco. Se Tezuka é o Deus e Ishinomori o Rei, Takahashi merece ser chamada de Rainha.
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23) NA PORTA DO BANHEIRO – Na série de mangá e animê Ranma ½, o herói Ranma Saotome se transforma em mulher quando é molhado com água fria e só volta a ser homem quando é molhado com água quente. Porém, tão pitoresca quanto essa transformação é a história de como ela foi criada. Durante a elaboração do projeto, a autora Rumiko Takahashi estava quebrando a cabeça para encontrar uma transformação que fosse diferente e divertida. Enquanto mentalizava alternadamente imagens de homens e mulheres, ela acabou se detendo nas figuras colocadas nas portas dos banheiros masculinos e femininos. Como os banheiros lembravam água, foi daí que ela tirou a ideia. Quanto ao nome Ranma, ele não foi escolhido por acaso. Por ter a peculiaridade de poder ser
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22) FAMÍLIA DE SUCESSO? – Responda rápido: Além de serem renomados mangakás, o que Rumiko Takahashi (Ranma ½ e InuYasha), Yoichi Takahashi (Super Campeões) e Kazuki Takahashi (Yu-Gi-Oh!) tem mais em comum? A resposta é... Absolutamente nada. Sim, porque ao contrário do que se poderia imaginar à primeira vista, eles não são parentes. Apesar de parecer bem diferente e exótico para nós, Takahashi é um sobrenome extremamente popular entre os japoneses e juntamente com Sato, Suzuki, Tanaka e Watanabe, forma o grupo dos cinco sobrenomes mais utilizados pelos cidadãos do arquipélago. Como se pode ver, o Japão também tem os seus ―Silvas‖.
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utilizado tanto por homens quanto por mulheres, ele acabou se tornando a escolha perfeita para batizar o personagem.
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25) AYRTON SENNA, HERÓI DOS MANGÁS – Modelo de disciplina e determinação, o tricampeão mundial Ayrton Senna é talvez o brasileiro mais conhecido e reverenciado na Terra do Sol Nascente. Mas muito antes de sua
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24) INU-YASHA, O DEMÔNIO GUARDIÃO – Na mitologia hindu budista, Yasha é o nome que se dá a uma espécie de entidade sobrenatural que pode eventualmente ser domesticada para funcionar como um demônio guardião para casas e templos. Como Inu significa Cão, pode-se dizer em uma tradução bem livre que InuYasha é algo como Cão Demônio Guardião. Já a roupa do herói é vermelha devido ao costume de se colocar nas entradas dos templos estátuas de Yashas pintadas com esta cor. As mesmas estátuas também costumam apresentar dentes caninos proeminentes, o que nos remete à espada do herói, que é chamada de Tetsusaiga. Esse nome significa ―Canino de Ferro Destruidor‖, e vem do fato de que a espada foi feita a partir de um dos dentes caninos do falecido Cão Demônio, pai de InuYasha.
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26) O VERDADEIRO MANGÁ DE AUTOR – Em japonês, a palavra "doujinshi" designava originalmente qualquer publicação independente produzida por um ou mais escritores. Com o tempo, o termo se estendeu a outras formas de expressão artística e acabou incluindo o mangá. Mas, ao contrário de antigamente, estes são hoje muito mais do que simples produções caseiras. Em uma definição mais atual os doujinshi de mangá são revistas de pequena tiragem, produzidas pelos próprios autores e que graças à tecnologia, conseguem apresentar um acabamento gráfico de alto nível. Em vista disso, muitos autores que não desejam ver suas criações submetidas ao severo controle das grandes editoras publicam-nas como dojinshi, conseguindo inclusive sobreviver de suas vendas. Até mesmo profissionais consagrados chegam a lançar mão desse recurso como uma maneira de se expressarem mais livremente.
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morte trágica em 1994 lançar uma aura ainda mais heroica sobre o piloto, ele já era retratado como um grande herói através de alguns mangás. O principal foi F no Senkou – Ayrton Senna no Chousen (ou ―O Brilho da Fórmula – O Desafio de Ayrton Senna‖), onde o campeonato de 1991 foi retratado de forma emocionante graças ao trabalho de Koyuu Nishimura (conceito), Katsuhiro Nagasawa e Hirohisa Onikubo. A série foi publicada no mesmo ano, pela renomada Shonen Jump. O famoso carro de Senna na época, o McLaren 27, também estampou diversas capas da revista, ao lado de personagens de series famosas da Jump, como Dragon Ball, Video Girl Ai, City Hunter e outras.
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28) TOKIWA - UMA CASA LENDÁRIA - Já pensou visitar uma casa onde vivessem todos os seus autores de mangá favoritos? Esse ―lugar dos sonhos‖ existiu mesmo, e sua fama começou em 1952, quando o ainda jovem Osamu Tezuka se mudou para lá, sendo logo seguido por outros autores. Batizada Tokiwa-sô, a pensão foi, durante um tempo, lar e local de trabalho de mestres como Osamu Tezuka (A Princesa e o Cavaleiro, Buda, Kimba), Shotaro Ishinomori (Kamen Rider, Cyborg 009), a dupla Fujiko F. Fujio (Doraemon, Super Dínamo) e muitos outros. Os autores colaboravam entre si e trocavam ideias, ajudando a formatar a indústria
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27) COMIKET - O EVENTO GIGANTESCO – Se existe um paraíso para o doujinshi (os fanzines japoneses), esse lugar é o evento conhecido como Comic Market, ou simplesmente Comiket. Realizado duas vezes por ano (Nos meses de agosto e dezembro) no megacentro de convenções Tokyo Big Sight, o Comiket conta com cerca de 35.000 grupos de artistas que ali se reúnem para venderem os seus trabalhos. Durante três dias, os corredores do local ficam abarrotados de fãs, colecionadores, cosplayers e, é claro, caçadores de talentos a serviço das editoras, que estão sempre atrás de alguma estrela emergente. Sem equivalentes em nenhum outro lugar do mundo, o Comiket é visitado por um público médio de 500.000 pessoas, o que interfere até mesmo na logística da cidade de Tóquio, que é obrigada a criar esquemas de policiamento e transporte. Nada mal para um evento que começou em 1975 com 32 grupos de artistas e um público de apenas 600 pessoas.
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29) BURONSON: UM ROTEIRISTA DURÃO – Em 1969 ocorreu um fato inusitado: O técnico em manutenção de radares Yoshiyuki Okamura deu baixa de seu posto nas forças armadas japonesas para tornar-se... roteirista de mangá. Não só conseguiu o seu intento, como tornou-se um dos maiores. Adotando o pseudônimo de Buronson (homenagem ao ator americano Charles Bronson, de quem também adotou o vistoso bigode), ele rapidamente construiu uma sólida carreira no gênero dos mangás de ação e combate, atingindo a consagração entre 1983 e 1988 com a série Hokuto no Ken (Fist of the North Star). Realizada em parceria com o desenhista Tetsuo Hara, a série é considerada um dos maiores clássicos da história da revista Shonen Jump. Outro gênero que marcou a carreira de Buronson foram as histórias policiais, notadamente as criadas em parceria com o genial desenhista Ryoichi Ikegami: Strain, Heat e a obra-prima Sanctuary, publicada entre 1990 e 1995 na revista Big Comic Superior e lançada (incompleta) no Brasil pela Conrad Editora. Esta última foi assinada por Buronson com outro pseudônimo: Sho Fumimura. Seu mais recente sucesso é o mangá histórico LORD, que tem como cenário a China antiga. A série estreou em 2004 pela Big Comic Superior, ilustrada pelo velho parceiro Ikegami.
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dos mangás e tornando o lugar o mais importante estúdio (mesmo que informal) que já existiu no Japão. O local foi demolido em 1982 e em seu lugar, um monumento foi construído. Uma homenagem justa a uma geração que moldou o que seria a base da cultura pop japonesa.
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31) BATMAN E OUTROS HERÓIS AMERICANOS EM MANGÁ – Com todas as suas peculiaridades e toda sua força de comunicação perante o público local, o mangá não tem concorrentes em seu país de origem.
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30) FUJIKO F. FUJIO: UM AUTOR QUE VALEU POR DOIS – Quando os jovens mangakás Hiroshi Fujimoto e Motô Abiko resolveram formar uma dupla no início dos anos 50, adoraram um nome único: Fujiko Fujio, que tornou-se uma marca lendária ao assinar alguns dos mais populares mangás de todos os tempos. O curioso é que, apesar de assinarem como uma dupla, cada criação era feita por apenas um deles, já que os trabalhos de Fujimoto eram mais voltados para o público infantil e os de Abiko para o público infanto-juvenil e adulto. O auge dos dois ocorreu durante as décadas de 60 e 70, quando criaram uma avalanche de séries imortais: Ninja Hattori-kun, Kaibutsu-kun, Warau Salesman, Mangá Michi, Pro Golfer Saru e Shonen Jidai, criadas por Abiko e Obake no QTarô, Esper Mami, Kiteretsu Daihyakka, Paa-man (conhecida no Brasil como Super Dínamo) e Doraemon, criadas por Fujimoto. A parceria foi oficialmente dissolvida no final dos anos 80, mas ambos encontraram uma solução bem criativa para continuarem com o uso do famoso pseudônimo. Fujimoto passou a assinar como Fujiko F. Fujio, e continuou a trabalhar em Doraemon até a sua morte em 1996. Já Abiko tornou-se Fujiko Fujio (A) e, apesar da idade bem avançada, permanece na ativa até os dias de hoje. Em homenagem a Fujiko Fujio, foi anunciada em 2010 a construção de um grandioso museu na cidade de Kawasaki.
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Personagens estrangeiros são publicados lá, mas sem a grande força popular que os produtos locais têm. O grande mercado de leitores japoneses sempre atraiu os olhos das grandes editoras dos EUA, a Marvel e a DC Comics. Batman é o que teve mais versões em mangá. Entre 1966 e 67, uma divertida série de mangás da revista Shonen King e assinadas por Jiro Kuwata (desenhista do Oitavo Homem) mostravam Batman e Robin num clima que abraçava o estilo exagerado e espalhafatoso do live-action estrelado pelo roliço Adam West. Uma compilação foi publicada nos EUA com o título Batmanga em 2008. Em 2000, veio o mangá de Kia Asamiya (editado no Brasil pela Mythos), autor que também trabalhou com versões japonesas de X-Men e Star Wars. Batman também ganhou uma versão de Katsuhiro Otomo (de Akira) na série de especiais Batman – Preto e Branco (editado no Brasil pela Panini). O Superman foi o primeiro de todos os superheróis americanos a ser adaptado por um artista japonês para o público local, tendo tido sua versão mangá em 1960, por Tatsuo Yoshida, o
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32) CLAMP: A MÁQUINA DE FAZER SUCESSOS – Na metade dos anos 80, elas eram apenas mais um dentre milhares de grupos de garotas que se reuniam para criarem os seus fanzines. Anos depois, tornaram-se estrelas do primeiro time, conhecidas por emplacarem um sucesso após o outro. O nome do grupo roda o mundo como uma espécie de grife do mangá de qualidade, o que faz com que nenhum fã do gênero deixe de respeitar o trabalho do grupo CLAMP. Formado inicialmente por onze integrantes, o número desceu para sete e finalmente a quatro: A líder e roteirista Ageha Okawa e as ilustradoras Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi, e foi com essa formação que elas alcançaram o estrelato. Além da qualidade e da quantidade das obras produzidas, o que chama a atenção nelas é a sua versatilidade incomum. Já produziram mangás de praticamente todos os gêneros, trabalhando com aventura, drama e comédia. Isso para um público tanto masculino, quanto feminino. E de todas as idades. Por isso mesmo, não é de se estranhar que as encadernações de seus trabalhos tenham vendido mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo. Para completar ainda trabalham como ilustradoras e character designers de animês, como no caso do badalado Code Geass, da produtora Sunrise.
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criador do Speed Racer. Pelo lado da Marvel, ficaram famosas as versões de Homem-Aranha (por Ryoichi Ikegami) e X-Men (por Hiroshi Higuchi, Koji Yasue, Miyako Kojima, Reiji Hajihara). Ambos foram publicados também no Brasil pela Mythos Editora.
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34) BRINCANDO COM OS NOMES – Não se pode negar que o uso de pseudônimos é uma espécie de instituição entre os artistas de mangá. Muitos sabem brincar muito bem com isso, sendo um bom exemplo o das integrantes do grupo CLAMP. Quando explodiram no início dos anos 90, elas se chamavam: Mokona Apapa, Mick Nekoi, Satsuki Igarashi e Nanase Okawa. Entretanto em 2004, por ocasião do 15º aniversário do grupo, elas resolveram mudar os seus nomes. Mokona retirou o Apapa, por achar que soava muito infantil. Mick mudou para Tsubaki, porque não gostava de ouvir que o seu nome lembrava o de Mick Jagger. Satsuki Igarashi manteve a pronúncia mas trocou os caracteres, enquanto Nanase virou Ageha por motivo nenhum, ela só quis acompanhar as
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33) AS AUTORAS QUE SÃO BATATAS – Em inglês a palavra ―clamp‖ tem muitos significados, sendo ―braçadeira‖, ―fita‖ e ―grampo‖, alguns dos mais comuns. Só que as integrantes do grupo que leva esse nome, com a habitual irreverência que as caracteriza, preferem dar outra explicação para o sentido da palavra que escolheram para se batizarem. O clamp em questão é um termo que vem da agricultura norte-americana. Para não deixarem as suas colheitas de vegetais a céu aberto, os agricultores americanos costumam empilhá-las em um local preparado e cobri-las com palha e terra para que assim se protejam das intempéries. A esse tipo de pilha, se dá o nome de clamp. Como os vegetais mais utilizados nessa prática são as batatas, as artistas gostam de dizer que o CLAMP delas significa ―Pilha de Batatas‖.
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35) X: O FIM ESTÁ PRÓXIMO? – O poderoso Kamui Shirou tem quinze anos e carrega nos ombros um fardo digno de um deus: Decidir entre a sobrevivência ou da raça humana ou da Terra, sabendo que a escolha por uma implicará necessariamente na destruição da outra. É dessa premissa, que fala do apocalipse e do final dos tempos, que nasceu X, a mais forte e polêmica das obras do grupo CLAMP. Surgida em 1992 na revista Asuka, a série causou grande impacto ao misturar um roteiro pesado, carregado de dramas psicológicos e extrema violência, com um traço suave e delicado típico dos mangás para meninas. Mas, infelizmente para o CLAMP, não foi só o conteúdo que deu fama à X. Algumas suspensões que impediram a conclusão da série, que já deveria ter terminado há um bom tempo, também a deixaram famosa. Tudo começou em 1995, quando um devastador terremoto atingiu o Japão, deixando milhares de vítimas. Como o mangá mostrava muitos terremotos, a série ficou visada pelos leitores e a editora houve por bem suspendê-la por algum tempo. Logo após a volta, outro problema: Em 1997, um adolescente psicopata de quatorze anos assassinou brutalmente duas crianças em um crime que chocou o Japão. Apesar do fato não ter nenhuma relação com animês ou mangás, os políticos japoneses passaram a patrulhar a indústria do entretenimento e X, devido ao seu conteúdo, foi novamente suspensa. Finalmente em 2003, uma divergência sobre o conteúdo entre o CLAMP e a editora tirou novamente a série do ar, sem previsão de
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colegas. Acontecerão outras mudanças ainda? Só o tempo dirá...
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retorno. Pelo visto, apesar de as autoras afirmarem seguidamente que pretendem concluir a série, o final de X parece tão incerto quanto as profecias de Nostradamus. 36) SHURATO BY CLAMP? - Em seu começo de carreira, quando ainda faziam trabalhos profissionais conjuntamente com doujinshis, elas criaram duas obras com o então famoso personagem Shurato: ―Watashi no Himitsu Heiki‖ de 89 e ―Tenku Senki Shurato Original Memory: Dreamer‖ de 90, este último acabou sendo publicado na revista Newtype Comic Genki no Moto.
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38) SAILOR MOON E A LENDA DA ROUPA DE MARINHEIRO - Publicada entre os anos de 1992 e 1997 nas revistas Nakayoshi e Run Run
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37) LIDANDO COM PRAZOS - Produzir histórias seriadas semanais exige uma produção extensa. Mesmo com a ajuda de assistentes que se encarregam do acabamento, os autores estão sempre lutando contra prazos e sendo pressionados por seus editores para nunca atrasarem uma entrega. Isso já gerou situações que se tornariam embaraçosas, como o que aconteceu com o autor Yoshihiro Togashi. Durante a produção de Hunter x Hunter, para não atrasar a entrega de suas páginas semanais para a Shonen Jump, ele já teve que enviar para serem publicadas páginas inacabadas, até mesmo com esboços a lápis sem muita definição. Dentro do competitivo mundo do mangá, se ele fosse um autor menor ou iniciante, já teria sido demitido.
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da editora Kodansha, e transformada em um animê de 200 episódios pela Toei Animation (fora especiais de cinema, um musical estilo Broadway e uma série tokusatsu), Sailor Moon foi um dos ícones dos anos 1990. A história das 5 adolescentes com superpoderes, que misturava comédia e romance com batalhas épicas, acabou se tornando um dos grandes clássicos da história moderna do gênero animê e mangá, levando fama e fortuna à sua autora, Naoko Takeuchi. Entretanto, uma pergunta óbvia sempre pairou no ar: Porque as heroínas Moon, Mars, Mercury, Júpiter e Vênus receberam o curioso prenome Sailor? A explicação é a seguinte: A partir do final do século XIX, o Japão passou a adotar o sistema educacional inglês em suas instituições de ensino, o que incluía copiar o padrão dos uniformes escolares. Os uniformes para meninas eram uma estilização dos
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uniformes utilizados pelos marinheiros da Royal Navy (Marinha Real Inglesa) e, por este motivo, eram popularmente conhecidos como sailor fuku. O termo é uma mistura da palavra inglesa sailor, que significa marinheiro, e da palavra japonesa fuku, que significa roupa. Com o tempo, o termo sofreu uma contração, e o uniforme passou a ser conhecido como seifuku. Até os dias de hoje, a vestimenta é amplamente utilizada nas escolas e tornou-se uma espécie de marca registrada das estudantes japonesas, notadamente as que estão na faixa dos 13 aos 15 anos.
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40) SAILOR MOON - SIGNIFICADOS DOS NOMES - Durante a criação das Guerreiras Sailor, Naoko Takeuchi preocupou-se em dar às personagens nomes que tivessem um sentido relacionado às suas personalidades. Na versão original, Sailor Moon chama-se Usagi Tsukino (Pronuncia-se Ussaguí) ou, se adotarmos o hábito japonês de colocar o sobrenome antes do nome, Tsukino Usagi. Esse nome significa literalmente Coelho da Lua ou, se preferirmos,
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39) A PRECURSORA DAS GUERREIRAS LUNARES Foi pelo fato das heroínas de Sailor Moon usarem como uniforme estilizações do clássico seifuku, que elas receberam a designação de Guerreiras Sailor. O curioso é que este conceito não foi criado pela autora para Sailor Moon. Ele nasceu em sua obra anterior: Codename wa Sailor V, série publicada em 1991 na revista Run Run e que contava as aventuras de Sailor Vênus, a primeira das guerreiras a ser criada e que foi incorporada à equipe de Serena. Foi o sucesso dessa primeira série que impulsionou a criação de Sailor Moon.
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41) HERÓI DE SMOKING - Sem dúvida, Tuxedo Mask não pode reclamar da vida. Além de ter nascido bonito, inteligente e podre de rico, ele ainda tira uma de herói e é o namorado da Sailor Moon. Seu nome vem do original Tuxedo Kamen, que significa literalmente o Mascarado de Tuxedo. Mas, o que diabos é Tuxedo? Bem, esse é o nome que os americanos dão à roupa de gala que nós por aqui chamamos de Smoking ou Black-Tie. A origem do termo é bem pitoresca: Em 1860, o alfaiate inglês Henry Poole criou a tal roupa para o Príncipe Eduardo VII, futuro Rei da Inglaterra. Em visita ao país, o americano James Potter encantou-se com a roupa e pediu ao mesmo alfaiate que lhe fizesse uma igual. De volta aos Estados Unidos, a roupa nova de Potter fez grande sucesso entre os membros do clube chique que ele frequentava, tanto que todos começaram a copiá-la, tornando o seu uso muito comum em jantares e cerimônias. Como o tal clube chamava-se Tuxedo Park Club, foi daí que surgiu a denominação da roupa. Voltando ao
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Coelha da Lua, já que o idioma japonês não faz essa flexão de gênero. O sentido do nome está relacionado a elementos clássicos da mitologia japonesa, que apresentam a lua como a morada dos coelhos. Quanto às outras... Sailor Mercury é Ami Mizuno ou Mizuno Ami, que pode ser traduzido como Espírito da Água ou Amiga da Água. Sailor Mars é Rei Hino ou Hino Rei, o Espírito do Fogo. Sailor Júpiter é Makoto Kino ou Kino Makoto (Lita, para os ocidentais), a Verdade da Madeira ou Sinceridade da Madeira. Já Sailor Vênus é Minako Aino ou Aino Minako (Mina, no ocidente), a Bela Filha do Amor.
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personagem... Chamado no ocidente de Darien, na versão original, seu nome civil tem um significado bem imponente: Mamoru Chiba ou Chiba Mamoru, significa o Protetor da Terra.
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43) NASCIDO POR AQUI – Misturando ação, magia e erotismo, a série de mangá Greed Packet Unlimited, publicada na revista Dengeki Maoh, seria para nós apenas mais um bom título do gênero se não fosse uma peculiaridade: Seu autor, Kamiya Yuu é brasileiro. Sim, porque este é o pseudônimo de Lucas Thiago Furukawa, um mineiro de Uberaba que se mudou para o Japão aos 7 anos de idade. Autodidata, ele começou a desenhar por ser fã de mangás, animês e games. Foi em uma edição do Comiket que um olheiro da prestigiada editora Media Works gostou do seu trabalho e lhe ofereceu uma oportunidade, transformando-o no primeiro
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42) CASÓRIO NO MUNDO DOS MANGÁS Quando eles anunciaram que estavam apaixonados e pretendiam se casar, o mundo do mangá quase veio abaixo. Afinal de contas, não é todo dia que duas superestrelas do ramo como Naoko Takeuchi (criadora de Sailor Moon) e Yoshihiro Togashi (criador de Yu Yu Hakusho e Hunter X Hunter) resolvem juntar os trapinhos. E assim, no dia 6 de janeiro de 1999, eles contraíram núpcias em uma badaladíssima cerimônia digna de artistas pop. Desde então, Hime (Princesa) e Ouji (Príncipe), como gostam de se chamar um ao outro, vivem ricos e felizes e já tiveram até um filho, cujo nome não foi divulgado para a imprensa e a quem eles se referem apenas como Petit Ouji (Pequeno Príncipe).
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44) SAMURAI X: INVENTANDO NOMES – Criada em 1994 por Nobuhiro Watsuki para a revista Shonen Jump, a série Rurouni Kenshin (distribuída no ocidente como Samurai X) conta as aventuras do samurai Kenshin Himura, também conhecido como Battousai, o Retalhador. O curioso é que Rurouni é uma palavra que não existe na língua japonesa, sendo um neologismo criado por Watsuki. A nova palavra foi baseada em Rurou, que significa errante ou andarilho, para designar uma pessoa que anda pelo mundo sem destino. Outra palavra criada, foi o apelido Battousai. Ela foi inspirada em Battou, uma técnica samurai que consiste em sacar a espada e cortar o inimigo com apenas um único movimento. Já o
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mangaká profissional no Japão, nascido no Brasil. O que chama atenção em seu trabalho é que Kamiya dispensa o uso de lápis e papel, realizando o trabalho de arte diretamente no computador através do uso de um pen tablet, o que pode se tornar cada vez mais comum. Além dos mangás, ele também trabalha como ilustrador e designer de games.
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nome Kenshin foi criado a partir das palavras Ken (espada) e Shin (Coração), significando literalmente ―Coração da Espada‖. Quanto ao nome Samurai X, este foi baseado na cicatriz que o protagonista leva em seu rosto.
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46) ONE PIECE E O VERDADEIRO TESOURO – Criada em 1997 por Eiichiro Oda para a revista Shonen Jump, a série One Piece encantou o mundo contando as aventuras do destemido
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45) KENSHIN E O MODELO HISTÓRICO – Kenshin Himura, protagonista da série Samurai X, foi baseado em uma pessoa real: O samurai Gensai Kawakami. Nascido em 1834, ele abandonou os seus estudos de monge para se dedicar à arte da espada. Sua peculiaridade era a sua aparência frágil: Possuía traços delicados, cabelos compridos e era facilmente confundido com uma mulher. Mas, ao contrário do que sua aparência poderia indicar, Kawakami era um assassino brutal e implacável, talvez o maior de seu tempo. Trabalhou como samurai executor para o Ishin Shishi (Grupo de revolucionários que, durante a década de 1860, ajudou a derrubar o regime do Shogunato, substituindo-o pelo do Imperador) e matou tantos inimigos que ganhou o apelido de Hitokiri (Retalhador de pessoas), alcunha que também foi transportada para o personagem Kenshin. Seu destino, entretanto, não foi tão feliz quanto o do personagem. Suas ideias xenófobas e isolacionistas o colocaram em rota de colisão com as políticas do novo regime, que passou a vê-lo como uma ameaça. Por esse motivo, em 1871, ele foi preso e executado pelo mesmo governo que um dia ajudara a empossar.
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47) VAGABOND - UMA ESPADA E SEUS CAMINHOS - Publicada desde 1998 na revista Morning (da Editora Kodansha), a série Vagabond de Takehiko Inoue já se igualou em prestígio a grandes clássicos do gênero samurai, tais como A Lenda de Kamui, de Sanpei Shirato e Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima.
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pirata Monkey D. Luffy, que navega pelos mares de seu mundo em busca do One Piece, o maior tesouro de todos os tempos. Entretanto, mais de 60 volumes encadernados e mais de 490 episódios de animê depois, o verdadeiro tesouro revelou-se ser a própria série. Sim, porque ao bater em 2010 a marca de mais de 200 milhões de volumes encadernados vendidos, One Piece consagrou-se como o mangá de maior vendagem de todos os tempos. Só para se ter uma idéia, esse número chega próximo a vendagem de todas as obras de Rumiko Takahashi ou de todas as obras do grupo CLAMP. De fato, One Piece pode ser chamado de o maior tesouro de todos os tempos, principalmente pelo seu autor.
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Criada como uma versão em mangá do romance Musashi de Eiji Yoshikawa, a série extrapolou e ganhou luz própria. Tudo graças ao talento de Inoue, que soube preservar a estrutura básica da história e ao mesmo tempo reinventar personagens e situações de modo inusitado e surpreendente. Isso fez de Vagabond um épico de fantasia heroica inspirado na vida de Miyamoto Musashi, o maior samurai da história do Japão. O curioso é que o romance original, publicado em capítulos diários no jornal Asahi Shimbun entre os anos de 1935 e 1939, também teve um caráter muito mais fantasioso do que biográfico. Yoshikawa, na época um já consagrado escritor de romances históricos, trabalhou a biografia de Musashi de modo a torná-la o mais interessante possível. Em suma, romanceou tudo o que podia e inventou o que faltava. Isso foi feito de um modo tão brilhante, que sua obra acabou entrando no imaginário popular do Japão contemporâneo. De fato, o grande espadachim Musashi por si só já teve a sua glória, conquistada através de seus feitos. Mas é certo que a grande capacidade de mestres como Yoshikawa e Inoue de contá-los só serviu e ainda serve para aumentar cada vez mais o tamanho de sua lenda.
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48) DEATH NOTE BANIDO NA CHINA – Criado por Tsugumi Ohba (roteiro) e Takeshi Obata (arte), a série Death Note estreou na Shonen Jump semanal em dezembro de 2003 e gerou 12 volumes encadernados (chamados tankohon ou tankobon), que foram lançados no Brasil pela editora JBC. Conta a história do estudante Light (Raito) Yagami, que se torna um
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49) INSPIRAÇÃO OU PLÁGIO? - Em outubro de 2005, surgiu uma notícia inusitada no mercado de mangás. Yuki Suetsugu, que escrevia shojo mangá para a revista mensal Bessatsu Friend, da Kodansha, havia sido acusada de plagiar outras obras em suas
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serial killer ao encontrar um caderno de um Shinigami (Deus da Morte da mitologia japonesa), que permite matar alguém apenas escrevendo seu nome no caderno. Apelidado ―Kira‖ (uma corruptela japonesa para ―killer‖), Yagami é perseguido pelo detetive excêntrico ―L‖, numa trama cheia de suspense e reviravoltas. O sucesso gerou um romance literário, uma série em animê de 37 episódios (Studio Madhouse, 2006), games e longas em animê e live-action, além de uma aclamada peça de teatro brasileira chamada O Caderno da Morte – Death Note (Cia Zero-Zero de Teatro, 2008). Mas na China, a popularidade da série criou problemas com o governo local. Em 2005, autoridades da cidade de Shenyang, na província de Liaoning, proibiram a presença do mangá em suas escolas. Tudo porque estudantes estavam adaptando seus cadernos para parecerem com o caderno negro da série e estavam escrevendo nele nomes de inimigos e desafetos a quem desejavam o mal, incluindo professores. Foi dito que estavam protegendo seus jovens da má influência que a leitura de Death Note poderia trazer, mas também se combateu a pirataria editorial. A proibição aos mangás de Death Note se estendeu a outras cidades, como Shangai, Beijing e Lanzhou. Mesmo com esse incidente, Death Note foi publicado legal e normalmente em Hong Kong e Taiwan.
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50) BRITNEY HAMADA, UMA AUTORA EXÓTICA! – Britney Hamada é uma jovem autora de mangás que surgiu em 2006 e vem ganhando fama, mas não pelo seu trabalho em si, mas por seu lado exótico. Pra começar, Britney talvez seja a primeira autora de mangá estilo "gal" de Shibuya, aquele tipo de garota com visual extravagante, que habita os arredores do bairro da moda de Shibuya. As gals tem como características o cabelo loiro, pele
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próprias historias. Em Eden no Hana, Suetsugu utilizou varias cenas de basquete do cultuado Slam Dunk, de Takehiko Inoue. Suetsugu reconheceu o próprio erro e pediu desculpas aos leitores em seu blog, que fora encerrado posteriormente, junto com seu site oficial. Por causa disso, a Kodansha tinha determinado o recolhimento de todos os mangás encadernados do autor, assim como o cancelamento de sua obra mais recente, Silver (na revista Bessatsu Friend). Todo o material seria analisado para saber o quanto ela havia copiado. Além do Slam Dunk, há referências a outros mangás como Real, também de Takehiko Inoue, e Bastard, de Kazushi Hagiwara. Suetsugu também se aproveitou de fotos de modelos e ilustrações publicitárias.
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bronzeada, muita maquiagem e, principalmente, gírias incompreensíveis. Só que o mais interessante, ela não tem casa, escreve os mangás dentro de uma cabine tipo internet café, chamada de Manga Kissaten de Shibuya, inclusive, morando dentro dessa cabine. É que nesses lugares o cliente pode passar a noite, já que tem até chuveiro! Mesmo com o dinheiro começando a entrar, ela diz que prefere continuar morando na cabine porque Shibuya é o seu reduto, e tema das suas histórias. Na verdade, ela tem casa, mas prefere não morar com a mãe. Britney resolveu entrar para esse meio, quando entrou numa livraria apenas para se proteger da chuva, e acabou pegando um mangá do Fujiko Fujio (A) para folhear. O título era o Manga Michi (ou ―O Caminho do Mangá‖), uma historinha de autoajuda sobre dois garotos que sonham em ser autores de mangá. Ela ficou encantada e resolveu ali mesmo, comprar todos os 14 volumes de uma vez. Sua série mais recente é a Hamada Britney no Manga de Wakaru Moe Business (Negócios nos quadrinhos moe), pela Sunday Gene-X, sendo que “moe” é (geralmente) uma gíria para personagens de meninas fofas e adoráveis.
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51) ANIME OU ANIMÊ? - A palavra é uma contração à moda japonesa de ―animation‖, termo em inglês para definir animações de qualquer tipo. Animações experimentais já eram feitas no Japão na década de 1910, mas a indústria realmente decolou com a entrada do
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CAPÍTULO 2: ANIMÊ – MANGÁ EM MOVIMENTO
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52) ASTRO BOY E O MENINO BIÔNICO – UM CASO DE AUTOPLÁGIO? – Criado em mangá no ano de 1951 por Osamu Tezuka, o lendário personagem Astro Boy (Tetsuwan Atom, no original) foi o protagonista da
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estúdio Toei, que aconteceu oficialmente em 22 de outubro de 1958, com a estreia de Hakujaden, exibido por aqui como ―A Lenda da Serpente Branca‖. Quando a palavra começou a se difundir no ocidente para classificar os desenhos animados japoneses, usou-se a grafia ―anime‖, já que a romanização (transcrição para alfabeto romano) internacional da palavra não usa acentos. Mas a leitura sempre foi ―animê‖ para se aproximar mais da pronúncia japonesa. No Brasil, como a principal fonte de informações para as revistas que surgiram nos anos 90 eram publicações dos EUA, alguns redatores e jornalistas liam a palavra como anime e julgavam ser ela uma paroxítona. É o que aconteceu no Brasil com palavras como ―yakuza‖ e ―sakura‖, que deveriam ser lidas como ―yakuzá‖ e ―sakurá‖, mas em geral não são. A palavra animê não consta (ainda) em dicionários no Brasil, mas vários pesquisadores, jornalistas e redatores têm preferido grafar o acento circunflexo para uma pronúncia mais correta, assim como sempre foi feito com a palavra mangá.
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primeira série de animê com personagem fixo exibida pela TV japonesa, e que veio a estrear na Fuji TV em 01/01/1963. Na história, Astro Boy é um garoto robô dotado de sentimentos humanos e que usa seus grandes poderes para proteger a humanidade. Produzida pelo próprio autor, a série teve 193 episódios e foi um grande sucesso em vários países do mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde até ganhou uma versão em quadrinhos feita por artistas locais em 1965, pela editora Gold Key. Essa serie original permanece inédita no Brasil. O público brasileiro entretanto, veio a conhecer um personagem bem parecido através de um animê exibido pela TV Record na década de 1980: O Menino Biônico (Jetter Mars, no original). Na história, Jet Marte é um garoto robô dotado de sentimentos humanos e que usa seus grandes poderes para proteger a humanidade. Um plágio? Na verdade não... Criado pelo próprio Tezuka em 1977, Jet Marte era uma versão modernizada do Astro Boy. Infelizmente, a ideia não emplacou e a série teve apenas 27 episódios. Mas, os fãs brasileiros não ficaram sem conhecer o personagem original, cujo remake foi exibido no Cartoon Network e TV Globo, além de ter sido lançado em DVD. Realizada em 2003 pela Tezuka Productions, esta série contou com 50 episódios e ajudou a renovar o interesse mundial pelo personagem, o
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53) OS PRIMEIROS ANIMÊS TELEVISIVOS – Antes mesmo do famoso Astro Boy, a emissora TBS exibiu Manga Calendar. Tratava-se de uma serie de curtas sobre datas comemorativas e históricas dirigida por Ryuichi Yokoyama. A produção, do estúdio Otogi, estreou na emissora TBS em 1 de maio de 1961. Em sua primeira fase, com vinhetas de 3 minutos, a série foi chamada de Instant History. O título Otogi Manga Calendar veio em 25 de junho de 1962, quando as vinhetas passaram a ter 5 minutos. A primeira fase teve 312 episódios e a segunda, 54. Por ter tido o formato de documentário, com exibição de fotos e até algumas filmagens de locais históricos, muitos pesquisadores desconsideram esse trabalho como pioneiro das séries de TV em animê, colocando-o num patamar diferente, o que também não está de todo errado. E antes de tudo isso, a produção Mittsu no Hanashi (―Três Histórias‖) foi uma antologia de meia hora com animações experimentais de Keiko Kozonoe, exibida em 15 de janeiro de 1960 no canal estatal NHK. Essas produções – Manga Calendar e Mittsu no Hanashi – podem ser consideradas cada uma delas a seu
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que culminou na produção de um ambicioso longa-metragem em computação gráfica realizado nos EUA (2009). De todo modo, o Menino Biônico deixou a sua marca aqui no Brasil, e muitos ainda confundem Jet Marte com Astro Boy. Para encerrar, uma curiosidade trash food: Durante muitos anos, Jet Marte apareceu na embalagem de uma popularíssima pipoquinha doce. Lembram-se? Era uma daquelas de saquinho vermelho.
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modo (série e especial) como um ―marco zero‖ para os animês exibidos na TV.
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55) KIMBA X SIMBA – Um pequeno leão branco é criado para ser o Imperador da Selva e vive muitas aventuras com seus amigos animais e também humanos enquanto aprende valiosas lições sobre a vida. Criado em
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54) MESTRES DO ANIMÊ E A PIRATARIA - A luta contra a pirataria remete ao inicio da indústria da animação. Por volta da década de 1950, havia no Japão um mercado negro de filmes estadunidenses e europeus contrabandeados. Os filmes eram vendidos em rolos (já que na época nem o VHS havia sido inventado) para serem vistos com projetores. Entre os que procuravam por animações ocidentais, havia três jovens que acabaram sendo até investigados pela polícia, já que os filmes que eles compravam eram fruto de contrabando e seus nomes estavam na lista de clientes de um vendedor que fora pego pelas autoridades. Eram eles Osamu Tezuka, Shotaro Ishinomori e Leiji Matsumoto, que depois se tornariam três dos nomes mais importantes da história do mangá e do animê. Ironicamente, eles – e toda a indústria do animê – sofreriam grandes perdas financeiras com o mercado de pirataria.
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56) OITAVO HOMEM: HERÓI MAU EXEMPLO – Acostumados a explodir ou desmembrar inimigos, super-heróis japoneses podem não ser lá um bom exemplo de
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1950 por Osamu Tezuka, a saga de Kimba (Leo, no original) foi publicada na revista Manga Shonen (ed. Gakudosha) e gerou posteriormente um animê (1965~66), visto em vários países, inclusive no Brasil, onde foi exibido na extinta TV Tupi (canal 4). Outras versões animadas foram produzidas, fazendo de Kimba um personagem bastante reconhecido no Japão e em vários países do mundo. Quando a Disney lançou o longa-metragem O Rei Leão (The Lion King, 1994) foi lançado, as semelhanças entre os personagens de Simba e Kimba chamou a atenção dos japoneses. Logo, mais de mil profissionais de mangá e animê assinaram uma petição exigindo que a Disney reconhecesse que seu longa fora inspirado pelo trabalho de Tezuka. A Disney alegou que nenhum de seus profissionais jamais havia assistido a série de Kimba, o que é bastante duvidoso, visto que a série original foi exibida com sucesso nos EUA. A controvérsia não envolvia o roteiro, mas personagens e situações, o que a Disney declarou serem apenas coincidências. Apesar de todo o barulho que foi feito na época, nada aconteceu com a toda poderosa Disney.
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57) ROTEIROS PERDIDOS, HISTÓRIAS INÉDITAS - Hoje em dia, a negociação dos direitos de exibição de um animê no Brasil acontece depois de longas reuniões empresariais e envolve uma organização que não existia 30 anos atrás. Por causa disso, mancadas ocorreram. Uma delas foi
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politicamente correto, conceito estadunidense que se espalhou pelo mundo. Mas um personagem específico teria que ser alterado para existir no mundo contemporâneo. Estamos falando de Eito Man (de 1965), conhecido também como Eight Man e que foi lançado no Brasil como O Oitavo Homem. A trama revolucionária e pioneira para a época mostrava um policial que era assassinado e revivia como um robô superpoderoso (alguém se lembrou do Robocop?). De aparência humanoide e dotado de super-velocidade (como o herói Flash, da DC Comics), o Oitavo Homem recarregava suas energias de um modo inusitado: ele fumava um cigarro especial. O hábito pouco recomendável foi mostrado também na versão em minissérie de 3 partes para vídeo nos anos 1990 (exibida no canal pago Multishow) e na versão live-action para cinema produzida na mesma época. Nestes tempos de conscientização e campanha global contra o tabaco, é inimaginável que essa inusitada fonte de energia seja mantida em alguma nova versão que venha a ser produzida.
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58) SPEED RACER? GO MIFUNE? METEORO? - Com uma série clássica reprisada centenas de vezes em vários países, séries derivadas feitas nos EUA, versões em quadrinhos e uma badalada versão live-action produzida em Hollywood pelos criadores de Matrix, Speed Racer talvez seja o herói japonês mais conhecido no mundo. Criação de Tatsuo Yoshida, que produziu a versão em mangá, Speed Racer
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com a série A Princesa e o Cavaleiro (no original, Ribbon no Kishi – ou ―O Cavaleiro da Fita‖), criação imortal de Osamu Tezuka, o Deus do Mangá. A série, de 1967, foi trazida da maneira como todas as demais: vieram rolos de filme com os episódios sem as vozes (somente a trilha musical e efeitos sonoros), para que a dublagem brasileira fosse inserida. Junto, vinham os roteiros originais para serem traduzidos. No entanto, por algum descuido, os textos de cerca de 20 episódios foram perdidos. Sem internet na época, com dificuldades em se contatar os responsáveis no Japão e com a série tendo que estrear, restou ao diretor de dublagem Gilberto Baroli criar diálogos que fossem coerentes com as imagens que assistia. O trabalho foi impecável, tornando as histórias brasileiras tão boas quanto as originais, sem que ninguém percebesse nada de estranho. Na série, Baroli também era o vilão Satã. Anos depois, Baroli ganharia fama entre fãs de anime ao interpretar outro vilão, o poderoso Saga de Gêmeos na série Os Cavaleiros do Zodíaco.
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59) MAZINGER Z: NASCIDO NUM ENGARRAFAMENTO – Em um movimentado dia na primeira metade da década de 1970, o autor de mangás Go Nagai estava preso em um congestionamento. Grande fã de Astro Boy e Tetsujin 28 Goh (conhecido no Brasil como O Homem de Aço), ele vivia às voltas com ideias para criar uma historia com robôs sem copiar conceitos de seus heróis favoritos. Foi quando ele imaginou como seria bom poder passar sobre os carros que
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estrelou um animê em 1967 com 52 episódios, em uma série que ganharia o mundo ainda no final da década de 1960. Mas o nome Speed Racer foi uma criação da distribuidora Trans Lux, que lançou a série no ocidente, a fim de usar um nome mais sonoro. O herói na verdade se chamava Go Mifune – por isso o ―G‖ em sua camisa e o ―M‖ em seu capacete. Mas o astro da série era mesmo o carro Mach (―Maha‖, em japonês) 5, afinal o título original em japonês era Maha Go Go Go, um trocadilho bilíngue intraduzível que usava a palavra ―go‖ como o número 5 em japonês, o termo em inglês para ―avante‖ e também o nome do piloto. Com seu nome original, o audaz esportista só é conhecido mesmo no Japão. No mundo inteiro, ele é Speed Racer. Ou melhor, exceto na Argentina, onde o nacionalismo obrigou a criação de um novo nome: Meteoro.
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60) O PINÓQUIO JAPONÊS E O FANTASMA DO GRILO FALANTE - Tradicionalmente, . mangás e animês sempre foram produções mais violentas e com mais concessão a cenas picantes que suas contrapartes ocidentais. Produções infanto-juvenis, especialmente até os anos 1980, traziam cenas
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estavam na frente dirigindo um robô gigante! Tempos depois, ele lançaria no mangá e animê as aventuras de Mazinger Z. Até então, os robôs eram dotados de vida própria ou então eram controlados à distância por humanos. Mazinger Z tinha um piloto dentro de sua cabeça, uma ideia que influenciou profundamente o mercado japonês, que veria reflexos da ideia de Go Nagai em séries e franquias de grande sucesso. Extremamente popular e icônico no gênero, voltou às TVs do Japão em 2009, com uma série chamada Shin (novo) Mazinger Z. O que pouca gente lembra ou comenta é que a ideia de um robô gigante com cabine de controle na cabeça havia aparecido na série Muteki Gouriki (1969), de Mitsuteru Yokoyama (autor de Robô Gigante). O recurso foi usado pelos vilões da serie e ficou meio esquecido, não sendo possível afirmar que tenha inspirado – consciente ou inconscientemente – Go Nagai. Antes deles, porém, o brasileiro Messias de Melo havia criado Audaz (1939), um dos primeiros robôs gigantes dos quadrinhos e que já era operado por humanos em seu interior. Ainda assim, voltando à indústria japonesa, é certo dizer que Go Nagai revolucionou os robôs gigantes japoneses.
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consideradas muito fortes para o público ocidental, onde quadrinhos e animação são mais associados com o público mais infantil. Isso motivou (e motiva até hoje) cortes e edições em vários momentos de diversas séries, a fim de não "chocar" as crianças ocidentais (na visão dos censores das emissoras e distribuidoras). Um caso marcante ocorreu com a versão japonesa de Pinóquio, o conto de Carlo Collodi que ganhou adaptações no mundo inteiro, sendo a mais famosa o longa animado da Disney, de 1940. Batizado de Kashi no Ki Mokku (ou Mokku do Carvalho), o "Pinóquio japonês" era uma história dramática e violenta, com mortes trágicas acontecendo em meio a histórias cheias de monstros horripilantes e pesadelos surreais – cortesia de Yoshitaka Amano, que se tornaria famoso com os designs do game Final Fantasy e do animê Vampire Hunter D. Uma cena marca bem a diferença entre a visão ocidental e a oriental. Logo no primeiro episódio, assim que ganha vida, Pinóquio anda desajeitadamente pela oficina de Gepeto e, sem querer, derruba um martelo em cima do Grilo Falante. O bichinho sai cambaleante e cai morto, de olhos abertos e com a boca se enchendo de espuma. Depois, ele reaparece como fantasminha a acompanha Pinóquio durante toda a série. A cena da morte, realmente violenta, foi vista no Brasil quando Pinóquio foi exibido na extinta TV Tupi, durante toda a década de 1970. Muitos anos depois, no canal pago Fox Kids, Pinóquio foi exibido com cópias novas, adaptadas pela Saban Entertainment e com nova dublagem e nova trilha sonora. Entre as muitas alterações, a cena da morte do grilo teve seu desfecho cortado, o que deixou meio sem sentido ele aparecer como
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62) DON DRÁCULA, O MENOR SERIADO EM ANIMÊ! – Oriundo do mangá de Osamu Tezuka, a série Don Drácula ficou conhecida por ser o <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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61) O PEQUENO PRÍNCIPE - UMA ÚNICA VISITA À TERRA! – As Aventuras do Pequeno Príncipe foi uma série em animê exibida pelo SBT no final da década de 1980. Mesmo sem uma animação de grande qualidade, a série compensava com histórias muito legais e cheias de lições de moral. Baseada na obra original de Antoine de Saint-Exupéry, de 1943, contava a história do Pequeno Príncipe, um garotinho órfão que vivia em companhia de sua Rosa, no pequenino asteroide B612. A cada episódio, ele agarrava a cauda de um cometa e partia em direção a diversos planetas, em especial à Terra. Entretanto, no anime, diferente do romance original, o Príncipe veio à Terra apenas uma única vez e decidiu ficar vivendo no nosso planeta. Aquelas cenas repetidas, do Príncipe agarrando os cometas, foi uma adaptação da versão americana, e nos episódios em que ele dizia estar em outro planeta similar, era na verdade a Terra. Hoshi no Ôjisama Petit Prince (título em japonês), foi produzido em 1978, e contou com 39 episódios (35 exibidos e 4 inéditos). A versão americana teve apenas 26 episódios, todos exibidos no Brasil. A série foi licenciada em vídeo pela Hotvideo, entre 86/87, e posteriormente exibida no programa Show Maravilha, em 1988. Depois, ela voltaria a ser reprisada em setembro de 1999.
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fantasma depois. A série foi produzida em 1972 pela Tatsunoko Productions e rendeu 52 episódios.
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animê a ser cancelado com o menor número de episódios exibidos - apenas 4 - na região de Tokyo, isso em 1982. Algumas províncias chegaram a ter 7 episódios exibidos, e para exportação, foram vendidos todos os 8 episódios produzidos. No início da extinta TV Manchete, a breve série era exibida diariamente, com intermináveis reprises dos mesmos 8 capítulos. Nunca houve uma explicação plausível para o cancelamento da série. Na única fonte disponível, a Wikipédia, consta que foi por causa da falência da agência de publicidade que cuidava do seriado. A produção teria começado um ano antes da estreia, e 21 dos 26 episódios já teriam sido escritos. E havia uma boa quantidade de histórias, já que o mangá, publicado na revista semanal Shônen Champion (da Akita Shoten) teve três volumes encadernados. Em 1988, uma única fita de vídeo foi lançada, compilando 5 episódios em 90 minutos. Em 2002, todos os 8 episódios foram lançados em DVD, e em 2007, disponibilizados pelo site Yahoo! Dôga. Numa declaração do roteirista Takao Koyama, que escreveu 19 dos 21 episódios encomendados originalmente, a tal agência andou dando calote, e não havia pago à TV Tokyo o valor da transmissão referente ao mês de maio. Sem trabalho, sem receber por
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63) PATRULHA ESTELAR E O NAVIO VOADOR – O animê Patrulha Estelar foi um grande sucesso na época da estreia da extinta TV Manchete, na década de 1980. O nome foi adaptado de Star Blazers, título que recebeu nos EUA o seriado Uchuu Senkan Yamato (ou ―Encouraçado Espacial Yamato‖). Na saga apresentada aqui, jovens militares vivem no Cruzador Espacial Argo, a maior arma das Forças de Defesa da Terra contra invasores espaciais. A mudança de nome – comum em adaptações feitas nos EUA – matou a ideia original do autor Leiji Matsumoto. Com 263 metros de comprimento e pesando mais de 70 mil toneladas, o Yamato foi o navio mais importante da Marinha Imperial Japonesa durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido afundado pela aviação estadunidense em 1945. Na concepção original, o navio era retirado do leito seco do Oceano Pacífico em 1999 e transformado em uma poderosa espaçonave que aproveitava a estrutura de artilharia original. Com as mudanças feitas na adaptação ocidental, todas as referências ao navio foram retiradas, seja
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Don Drácula, com um filho recém-nascido e sem dinheiro, Koyama acabou indo trabalhar na Toei, onde ganharia prestígio com as séries Dragon Ball e Os Cavaleiros do Zodíaco.
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65) DERROTA NA TV, VITÓRIA NO CINEMA O Yamato foi o desenho animado que detonou o <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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64) OS OUTROS ―YAMATOS‖ VOADORES – A ideia de mostrar um renascido Yamato como um navio voador apareceu em um mangá de 1961 chamado Denkou Ozma, do próprio Matsumoto. No caso, era uma espaçonave batizada em homenagem ao antigo navio. No mesmo ano, a revista de ficção científica Hi no Maru publicou um conto de Ikki Kajiwara (de Ashita no Joe) intitulado Shin Senkan Yamato, onde aparecia o Yamato reconstruído como um navio voador e com um capitão chamado Okita. Em 1963, a história ganhou versão em mangá assinada por Tetsuya Dan para a revista Shonen Gaho. Quando o animê e mangá de Matsumoto vieram a público em 1974, Kajiwara acusou um suposto plágio, mas nada aconteceu.
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com mudanças no roteiro ou edição de imagens, já que na primeira temporada da serie, apareciam imagens do navio em combate contra os Aliados. Certamente a motivação maior para a alteração foi o Japão ter sido aliado do nazismo na Segunda Guerra Mundial.
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primeiro "anime boom", e a história é bastante peculiar. A série de TV original (1974) teve audiência modesta e seus 26 episódios não repercutiram muito. Porém, em agosto de 1977, um compacto da serie foi exibido em cinemas. Mesmo que a animação em si fosse tecnicamente limitada, o roteiro épico, os cenários espaciais e a imponente trilha sonora pareciam ter nascido para serem apreciados na tela grande e o sucesso foi enorme, dando início ao chamado ―Yamato Panic‖. O público ultrapassou 2,5 milhões de pessoas. Isso impulsionou a produção de um novo longa, o Sarabá Uchuu Senkan Yamato ~ Ai no senshi tachi (ou ―Adeus, Encouraçado Espacial Yamato Guerreiros do Amor‖), onde a tripulação enfrentava o inimigo supremo, o Cometa Império. Tendo estreado em agosto de 1978, teve 4,3 milhões de público. Produzido pela Toei Animation, a obra gerou uma verdadeira febre pelo país. Mas a febre que começava a tomar conta do Japão tinha um gosto amargo, pois o final do longa era trágico, com a morte dos protagonistas e a destruição da espaçonave, sem margem para continuação. A opção para os produtores não matarem sua ―galinha dos ovos de ouro‖ logo no início foi anunciar que aquela era uma história alternativa. Assim, meses depois, estrearia a série Yamato 2, com uma nova versão da batalha contra o Cometa Império. Essa foi a versão que conquistou muitos fãs no Brasil, com o nome de Patrulha Estelar. A respeito da relativamente baixa audiência da primeira série no Japão, cerca de 4 a 8%, foi por causa da concorrência com a série Heidi (―Alps no Shôjo Heidi‖, ou Heidi - A garota dos Alpes), exibida no mesmo horário e que fez sucesso
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66) YAMATO E A BATALHA NOS TRIBUNAIS - O Yamato foi alvo de uma batalha judicial que se estendeu por anos. O produtor Yoshinobu Nishizaki e o mangaká Leiji Matsumoto se desentenderam sobre os direitos autorais da série e foram para os tribunais. Veio de Nishizaki o conceito original de uma série com temática espacial que utilizasse o famoso navio de guerra Yamato como base para uma espaçonave em aventuras épicas. Até a chegada de Matsumoto ao projeto, outros artistas tentaram em vão desenvolver o conceito original para algo funcional. Quando Matsumoto chegou, fez roteiro, design dos personagens, cenários, espaçonaves, uniformes, dirigiu a série e até
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também no Brasil, ao ser exibida nos anos 1970 durante o programa Silvio Santos, aos domingos. Sucesso consagrado, Heidi (que tinha um iniciante Hayao Miyazaki em sua equipe de criação) estava em seus episódios finais quando começou o Yamato, não dando muita chance à nova e ainda desconhecida produção.
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mesmo produziu metade dos story-boards usados como base pelos animadores. E ainda fez um mangá simultaneamente à série de TV. Certamente, o Yamato só decolou graças à sua genialidade. Mas o fato é que os dois sempre dividiram os créditos de direção ao longo da saga. Em 1994, Nishizaki promoveu o lançamento da minissérie para vídeo Yamato 2520, com novos personagens e uma nova espaçonave, projetada pelo renomado Syd Mead, o designer estadunidense de Alien - O Oitavo Passageiro, Blade Runner e Tron. Isso motivou uma briga com Matsumoto, que processou Nishizaki por quebra de direitos autorais. Os dois entraram em desacordo sobre a divisão dos direitos e iniciaram disputa na justiça para ter exclusividade sobre a obra. Num primeiro momento, Matsumoto venceu. Produziu o mangá Great Yamato, novas animações foram anunciadas, mas tudo acabou ficando posteriormente paralisado por ações judiciais. Nesse meio tempo, Nishizaki foi preso, por envolvimento com drogas e comércio ilegal de armas. A situação chegou a final em 2008, com a vitória de Nishizaki, que logo anunciou a produção de um novo longa, retomando a história original. E assim, Yamato Re-Birth estreou nos cinemas japoneses em 12 de dezembro de 2009. Não teve grande repercussão, pois concorreu diretamente com longas de One Piece (o grande sucesso da temporada), Kamen Riders e os Ultras. Ainda assim, mal o filme saiu de cartaz e foi anunciada uma grandiosa versão live-action, estrelada pelo famoso ator e cantor da banda Smap, Takuya Kimura, que estrearia em dezembro de 2010. Produção badalada e de sucesso, teve direito até
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a uma canção solo de Steven Tyler (da banda Aerosmith), a balada "Love lives".
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68) ROBOTECH: UMA SÉRIE QUE VALEU POR TRÊS - Robotech, conhecida como a versão norte-americana da série Macross, foi criada a partir da junção de três séries distintas, todas da Tatsunoko Pro: Super Dimension Fortress Macross (1982, com 36 episódios), Super Dimension Cavalry Southern Cross (1984/23 episódios) e Genesis Climber Mospeada (1983, 25 episódios). A razão desta fusão é porque as redes de televisão americanas exigiam um mínimo de 65 episódios, para transmitir programas de animação cinco dias por semana, e nenhuma delas tinha a quantia necessária. A responsável pelo feito foi a licenciante Harmony Gold, que criou um episódio adicional (37 - A História de Dana), mesclando cenas de Macross e Southern Cross, a fim de criar o elo de ligação entre ambas as séries. As três produções foram renomeadas da seguinte forma: Robotech The Macross Saga, Robotech Masters e Robotech The
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67) DESTINO TRÁGICO – O produtor e idealizador do Yamato, Yoshinobu Nishizaki, faleceu em novembro de 2010, aos 75 anos, dias antes da estreia da versão live-action nos cinemas japoneses. Foi encontrado morto por afogamento após ter, possivelmente, caído de seu barco ancorado. O nome da embarcação não podia ser mais emblemático: Yamato. Ele não viveu para presenciar o sucesso de seu projeto, que foi visto por quase 800 mil pessoas e arrecadou mais de 11 milhões de dólares em apenas 5 dias, uma marca excelente para o mercado cinematográfico japonês.
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69) ROBOTECH VS GUERRA NO GOLFO! - Se há uma coisa que prejudicou, e muito, a exibição de Robotech, assim como outros desenhos da Rede Globo, sem dúvida foi a Guerra no Golfo Pérsico (1990/91). Inicialmente, Robotech estreou em 1989, através do longa Codinome Robotech, no Sessão da Tarde. No ano seguinte, a série de TV passaria a ser exibida no programa Sessão Aventura, de segunda à sexta, às 17 horas, após o desenho COPS. A exibição chegou
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New Generation. No Brasil, a Rede Globo exibiu até próximo do fim da fase Robotech Masters, apesar da fase The New Generation ter sido dublada pela Herbert Richers.
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70) QUEM VEIO PRIMEIRO - ROBOTECH OU A GUERRA DAS GALÁXIAS? – Embora a série A Guerra Das Galáxias (versão original de Macross) tenha estreado depois de Robotech, ela havia sido dublada bem antes, e pelo mesmo estúdio, a Herbert Richards. GDS foi trazido ao Brasil pela licenciante Network, juntamente com O Pirata do Espaço (Groyzer X, no original) e Don Drácula, mas apenas estas duas séries acabaram sendo exibidas pela Rede Manchete. Curiosamente, dois dubladores participaram de ambas as versões: Marisa Leal (conhecida pela voz do Baby, de A Família Dinossauro), fez a Miriya em GDG, e depois, a Minmay em Robotech. Garcia Junior (dono de vozes como a do He-Man e MacGyver) dublou o Roy Focker nas duas versões. Complementando, GDG estreou em 1991, no programa Casa Mágica, juntamente com a série Thunderbirds 2086, mas não foi pra frente. Seria exibido às terças e quintas, mas ficou só no primeiro episódio. Em 1994, estreou definitivamente no programa Tudo Por Brinquedo, da CNT-Gazeta, emissora na qual passou completo.
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até o episódio 25. Em janeiro de 91, passou a ser transmitido pelo Xou da Xuxa, de segunda à sábado, a partir do episódio 26, mas devido as inserções sobre a Guerra no Golfo, o episódio 27 teve o final cortado e a série foi interrompida por mais de duas semanas. Retornou no início de fevereiro, a partir deste mesmo episódio, mas o 31 e 32 não foram exibidos, e o episódio 35 só passou na TV Colosso, na semana do Natal de 1993. Inclusive, essa era uma mania estranha da Globo, a de segurar os episódios natalinos.
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71) OS BASTIDORES DA CRIAÇÃO DE MACROSS – A série Macross começou a ser idealizada em agosto de 1980. A história básica e os personagens foram sendo definidos aos poucos. O nome provisório era Battle City Mega Road, em referência a nave espacial, que depois foi nomeada de Macross. Battle City era em relação à cidade contida dentro da nave, e Mega Road seria algo como o ―gigantesco caminho de sobrevivência da raça humana‖. O título Macross
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72) ESQUIAR, UMA FONTE DE INSPIRAÇÃO – Antes da criação de Macross, o Studio Nue vinha trabalhando num projeto chamado ―Genocydos‖, um anime de ficção científica cujo mecha principal seria um robô que se moveria em duas pernas, com articulações invertidas
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foi dado pelo presidente da Big West, empresa detentora dos direitos da franquia Macross. Seria a junção de Macro (Gigante) com Makubesu (pronúncia japonesa de Macbeth, obra de William Shakespeare). Posteriormente, o nome Mega Road seria utilizado no especial de vídeo Macross Flashback 2012 (de 1987), como o nome da nave da primeira imigração espacial. Planejada pra ter 52 episódios, por problemas na parte da produção, o roteiro foi enxugado para 48, 39 e finalmente, 23 episódios. Um mês após a estreia, veio a notícia de que a série poderia ser estendida até 36 episódios. O caça Valkyrie se chamaria Breast Fighter (Breast Soldier, na forma robô), e o visual não seria, como acabou ficando, baseado no F-14 Tomcat (famoso caça da marinha dos EUA). Misa Hayase se chamaria Aki Hayase. A aspirante a ídolo Lynn Minmay se chamaria Sai Minmay e, inicialmente, seria apenas a garota propaganda de um restaurante chinês. Nessa etapa, ainda não havia sido pensado o triângulo amoroso com Hikaru Ichijô e Aki Hayase. E o mais interessante, na sinopse de 39 episódios, no final, Hikaru se casaria com Aki e teriam um filho (ou filha). Hikaru morreria num teste de Valkyrie e Aki se tornaria comandante da Mega Road II. Muita coisa teve que ser cortada, como por exemplo, a vida afetiva do comandante da Mega Road, Gôsuke Nagumo (renomeado depois para Comandante Gloval).
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73) DRAGON BALL: A JORNADA LENDÁRIA Surgido na China no final do século XVI, o romance épico Hsi Yu Chi (ou ―Jornada Para o Oeste‖) tornou-se ao longo dos últimos séculos uma das histórias mais populares da Ásia. Conhecida no Japão como Saiyuki, a história narra as aventuras do Rei dos Macacos Son Goku, uma criatura imortal dotada
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(como as patas traseiras de um cachorro). Tal mecha, batizado de Gerwalk, acabaria sendo utilizado em Macross, como a fase intermediária entre Fighter (caça) e Battroid (robô). Entretanto, esse projeto ―G‖ não vingou, pois para agradar os patrocinadores, seria necessário ter um robô humanoide. Shôji Kawamori, designer e coautor de Macross, juntamente com seu companheiro do Studio Nue, o designer Kazutaka Miyatake, começaram a desenvolver o projeto de criação do Gerwalk. Após um ano e meio, nada tinha saído do papel, então Kawamori resolveu respirar novos ares, indo esquiar durante três dias. Foi daí que ele teve a ideia das pernas do Gerwalk, baseado na posição de esquiar, com os joelhos dobrados. Curiosamente, Miyatake teve a mesma idéia, mas a versão dele era quadrúpede, enquanto a do Kawamori era bípede. A do Kawamori foi a escolhida.
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74) A FAMÍLIA CUECA - No universo de Dragon Ball todos conhecem a família Breefs, os donos da Corporação Cápsula. Eles são o Dr. Breefs e sua esposa, a Sra. Breefs. A filha do casal, Bulma, e os filhos desta com o sayajin Vegeta: O casal Trunks e Bra. Tudo normal, se não fosse um pequeno detalhe: Quem conhece a língua inglesa sabe que breefs quer dizer... cueca. Isso mesmo, eles são o Dr. Cueca e a Sra. Cueca. Já o nome Bulma, vem do original japonês buruma, que por sua vez vem do inglês bloomer, uma designação para roupa íntima. Só que no Japão, o nome tem um significado diferente. Ele é usado para denominar um tipo de short usado pelas estudantes japonesas em
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de grandes poderes e de armas mágicas que, em um acesso de arrogância, desafia Buda pelo domínio dos céus. Derrotado e aprisionado, Son Goku tem a chance de se redimir ao ser escalado para um grupo que pretende viajar para o oeste até a Índia, com a missão de recuperar o livro sagrado de Buda. E assim, acompanhado de um monge, um porco e um kappa (ser mitológico aquático), ele deverá enfrentar toda a sorte de monstros e desafios para alcançar o seu objetivo. Fonte inesgotável de inspiração para tudo o que se possa imaginar: Livros, peças de teatro, filmes, séries de TV, games, etc... A história também foi base para diversas séries de mangá e animê. A mais óbvia e famosa é naturalmente Dragon Ball, de Akira Toriyama, onde o protagonista quando criança é praticamente uma cópia humana do macaco lendário, herdando-lhe até mesmo o nome, os poderes e as armas mágicas.
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suas aulas de ginástica. Já os filhos, bem... Trunks significa ―calção‖ e Bra significa ―sutiã‖.
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76) CENSURA DIGITAL EM DRAGON BALL – Nos EUA, existe uma censura bastante rígida que ―adapta‖ roteiros e imagens para que não ofendam as rigorosas associações religiosas e de educadores. Cenas maliciosas ou picantes (comuns em Dragon Ball), bem como imagens violentas e mortes, são simplesmente apagadas da trama. No universo adaptado ao gosto dos programadores norte-americanos, ninguém morre, mas é ―enviado para outra dimensão‖. Em meio a tanta vigilância, até as inocentes cenas em que o Goku quando criança aparece nu foram retocadas em computador, já que as cenas eram importantes para serem apenas apagadas. O pequeno saiyajin então passou a aparecer com uma sunguinha preta. Retoques digitais para o mercado estadunidense também foram feitos em One Piece e Pokémon, entre outras produções.
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75) COM A AJUDA DA PATROA - Muitos fãs de Dragon Ball seguramente desconhecem o quanto devem à Yoshimi, esposa de Akira Toriyama, pela criação da série. Quando terminou a série Dr. Slump, Toriyama não fazia a menor idéia do que iria fazer em seguida, e foi a paixão da esposa pela cultura chinesa que levou o artista a embarcar no visual e nas lendas da terra do dragão. Foi assim que ele chegou a Jornada Para o Oeste e, por conseguinte, a Dragon Ball. Também foi Yoshimi quem batizou o golpe energético de ―Kamehameha‖. Não que significasse alguma coisa em particular, ela apenas gostava do som da palavra.
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77) UM TROCADILHO DOS DIABOS - Não é raro que as grandes diferenças culturais entre oriente e ocidente acabem causando problemas na adaptação de séries. Vejamos por exemplo, o caso do fanfarrão Mr. Satan de Dragon Ball. No original, o personagem se chama Satan Claus. Akira Toriyama, que adora fazer trocadilhos, quis fazer um brincando com os nomes Satan e Santa Claus (Papai Noel, em inglês). Os problemas começaram quando a série chegou aos Estados Unidos e os licenciantes americanos ficaram de cabelos em pé com esse trocadilho. Afinal de contas, era inadmissível que um personagem voltado para as crianças misturasse o nome do Diabo com o do Papai Noel, praticamente uma instituição americana. E assim, ele foi rebatizado como Hercule Heracle, um nome bem mais palatável. Enquanto isso, do outro lado do Pacífico, Toriyama pareceu não se importar com a história, tanto que colocou um belo 666 na chapa do carro de Mr. Satan e batizou a filha do personagem de Videl, um anagrama de Devil (demônio, em inglês). No Brasil, felizmente adotaram o nome Mr. Satan. Já pensaram se ele tivesse sido chamado de Satan Noel?
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78) O CARDÁPIO DRAGON BALL - Em mais uma da série ―Nomes Malucos de Dragon Ball‖, vamos agora aos nomes dos personagens que estão relacionados com comidas: Gohan, significa arroz ou refeição em japonês. Lunch, é almoço em inglês. Garlic significa alho em inglês, portanto o vilão Garlic Jr. é o Alho Jr. Os nomes
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dos sayajins são corruptelas de nomes de legumes e verduras. Por exemplo, Kakaroto (o nome sayajin de Goku) vem do inglês carrot (cenoura) enquanto Vegeta, vem do inglês vegetable (vegetal). Yamcha, Pual e Oolong são tipos de chá chineses, enquanto Chaos não tem nada de caótico. Seu nome original é Chaozu e vem da palavra chinesa jiaozi, um tipo de pastelzinho que é muito apreciado no Japão e em todo o mundo com o nome de gyoza. Mas o campeão é o sofisticado Tenshinhan, um prato típico chinês que consiste em uma tigela de arroz coberta por uma omelete feita com carne de caranguejo e vegetais. Tudo coberto com molho agridoce.
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80) BATIZADOS PELA FADA-MADRINHA Tudo bem que Akira Toriyama seja conhecido por usar nomes malucos para batizar seus personagens. Mas essa foi demais... No final da série Dragon Ball, ele criou três personagens: Os magos Bibidi e Babidi e o demônio (Majin) Boo. Ele tirou os nomes do clássico longa de animação da Disney, Cinderella. Todos conhecem a cena
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79) AKIRA TORIYAMA E OS ULTRAS - Na primeira fase de Dragon Ball, a jovem Chichi aparece usando um capacete que emite um raio da joia na altura da testa e possui uma lâmina bumerangue acoplada no topo, com o formato de um penteado ―moicano‖. O tal capacete reproduzia os poderes de Ultra Seven, um dos principais heróis da Família Ultra, de quem Akira Toriyama é grande fã. Tanto que incluiu pequenas aparições de uma versão infantil de Ultraman em várias passagens de sua segunda série mais famosa: a comédia Dr. Slump.
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em que a Fada Madrinha usa seus poderes para preparar Cinderela para o baile, transformando a abóbora em carruagem, os ratos em cavalos, etc... Lembram-se das três palavras mágicas que a Fada Madrinha usava? Bibbidi-Bobbidi-Boo! Isso mesmo, os nomes foram baseados no som das palavras mágicas.
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82) UMA SENHORA QUE É UM HERÓI - Na versão original do animê Dragon Ball, a voz do personagem Goku foi feita por uma senhora, a veterana atriz Masako Nozawa. Em 1986, prestes a completar 50 anos, ela assumiu o personagem e ficou com ele durante os 11 anos de produção da série. Esbanjando versatilidade, ela não só fez as vozes de Goku criança e adulto como também as de seus filhos Gohan e Goten. Pelo seu trabalho em Dragon Ball, ela acabou ganhando dos fãs o apelido pitoresco de Eternal Boy ou ―Eterno Garoto‖.
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81) UM JUIZ INFERNAL - Figurinha retirada da mitologia budista e devidamente carimbada em séries como Yu Yu Hakusho e Dragon Ball Z, o Rei Emma (Emma-O ou Emma Daio) é a entidade encarregada de receber e julgar as almas dos mortos na sua chegada ao outro mundo. Ele analisa todos os atos do morto em vida e, de acordo com eles, decide qual destino lhe será atribuído. Absolutamente implacável com os perversos, Emma costuma mandá-los aos infernos de fogo e de gelo para sofrerem punições horríveis. Essa severidade transformou o Rei Emma em uma criatura folclórica, muito utilizada pelas mães japonesas para amedrontar seus filhos desobedientes.
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83) ZILLION: A PISTOLA RECICLÁVEL Quatro meses após o término da série Akai Kôdan Zillion (Raio de Luz Vermelha – Zillion, 1987), a pistola que dava o título a série viria a ser reaproveitada num outro animê, o Chôon Senshi Borgman (―Guerreiro Supersônico Borgman‖), em abril de 1988, também pela Nippon TV. Chamada apenas de pistola Borgman, era apenas uma das armas do herói, e não tinha a mesma importância do que na série original. Isso foi possível por se tratar do mesmo patrocinador, a SEGA. Curiosamente, a série Zillion foi criada para vender a pistola, lançada bem antes do animê. E alguém se lembra da antiga Zillion, aquela com a caixa preta? Na série, foi usada do capítulo 1 ao 11, quando deu lugar a outros modelos. Apesar dela jamais ter sido comercializada em brinquedo, serviu de modelo para a criação da pistola do Master System, a Light Phaser. Entretanto, esta Light Phaser não foi lançada no mercado japonês, já que nenhum dos jogos compatíveis com a pistola saiu por lá
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84) ZILLION: IDEIAS E MAIS IDEIAS... – Como toda e qualquer obra, Zillion passou por diversas etapas até chegar a sua versão definitiva. No início, só existia a pistola da SEGA, e a Tatsunoko teria que criar uma história que realçasse ao máximo as características da arma. Pra isso, três vertentes da história foram elaboradas. A primeira seria uma história de guerra real, protagonizada por soldados, e a Zillion, uma arma militar. A segunda seria uma história de fantasia estilo Rei Arthur, sobre um viajante que receberia uma pistola dos deuses. A terceira ideia seria de uma equipe estilo Sentai, em que adolescentes se transformariam ao colocar o Zillion Badge no peito (um alvo que vinha no brinquedo). Pode-se dizer que o resultado final foi um misto de todas as ideias. A princípio, os heróis utilizariam armaduras, mas desistiram da idéia, tanto pela mobilidade, como pela proteção ―ineficaz‖. Essa idéia acabou sendo utilizada em Borgman. Com capacete, a distinção dos personagens seria mais difícil. Então mudaram para óculos, mas aí continuaria ocultando a expressão facial. A solução então foi o Red Guard, um visor colocado no olho direito. Na primeira sinopse do último episódio, Apple formaria um casal com o J.J., assim como o Champ se daria bem com a Emi. E na última cena, Apple daria um beijinho no J.J., o que acabou sendo substituído por uma cena cômica
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também. Nos jogos Phantasy Star Online Episode 1&2, para o Game Cube, era possível escolher uma arma muito parecida com a Zillion, chamada de Ruby Bullet. Em tempo: Zillion estreou no Brasil em 1988 e era exibido inicialmente aos domingos, pela Rede Globo.
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com J.J. e Champ caindo da moto. E o mais interessante, os Nozas eram para ter a aparência humana (algo utilizado posteriormente no especial de vídeo Zillion Burning Night). Entretanto, não pegaria bem mostrar seres humanos sendo desintegrados pela Zillion...
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86) O CASAL INESPERADO E O SIMPÁTICO MONSTRINHO - Alguém conseguiria imaginar os personagens de Zillion, J.J. e Apple, caidinhos de amor um pelo outro e com direito a mãos
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85) ZILLION: 31 OU 35 EPISÓDIOS? Originalmente, a série Zillion havia sido planejada apenas até o episódio duplo ―Vivo ou Morto? Confronto do Destino‖ (episódios 15 e 16), exibido nos dias 19 e 26 de julho de 1987, e para preencher o horário enquanto um novo lote de episódios não ficava pronto, a Nippon TV colocou no ar uma seleção de episódios intitulada ―Zillion Kessaku Sen‖ (Zillion Seleção Obra Prima), respectivamente os episódios 1, 6, 7 e 16. Após o intervalo de um mês, a série voltaria com episódios inéditos no dia 6 de setembro, e com o subtítulo ―Gekitô Hen‖ (Fase Dramática) adicionado na abertura. A partir dessa fase, houve a mudança de horário e a série passou a ser exibida às 10h30 de domingo, e não mais às 10hs. Comenta-se que foi uma estratégia da Nippon TV para não bater de frente com a série Kamen Rider Black, que estrearia às 10hs pela TBS. Curiosamente, por causa dessa breve reprise, a renomada revista especializada Animage catalogou a série contando 35 episódios, confundindo fãs e colecionadores que conheceram Zillion em reprises ou exibições fora do Japão.
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87) COMANDO DOLBUCK: MORTE A PEDIDO DO PATROCINADOR! - No animê de robôs, Comando Dolbuck (Powered Armor Dorvack, no original em japonês), a morte de um dos heróis, Pierre Bonaparte, no episódio 21, havia sido planejada a pedido de um dos patrocinadores da
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dadas? Não??? Bom, essa cena inusitada aconteceu no episódio 18 da série de animê Binsky, que foi exibida no Brasil pela TV Globo no programa Xou da Xuxa a partir de 1989. J.J. e Apple, vestidos com seus uniformes tradicionais, aparecem de relance, namorando num banco de um parque. É claro que deram uma escrachada no character design, deixando similar aos dos outros personagens de Binsky. Tá certo que rolava um clima entre os dois, em vários episódios, mas não passava disso. A saber... Binsky, cujo nome original é Oraa Guzura Dado (algo como "Ei, eu sou Guzula") , é um remake feito em 1987 pela Produtora Tatsunoko de uma antiga série sua de mesmo nome feita em 1967. O tal episódio também existia na versão original mas, é claro, sem a presença de Apple e J.J. Tudo não passou de uma brincadeira da produtora, já que o início da exibição de Binsky no Japão coincidiu com o final da exibição de Zillion. Quanto ao simpático monstrinho comedor de ferro e cuspidor de fogo que protagonizava o animê, ele já era bem conhecido no Brasil muito antes disso, já que a série de 1967 foi exibida por aqui com muito sucesso pela TV Record na década de 1970. Na época ele não era conhecido como Binsky, e sim como Guzula, um nome bem mais próximo do original. Seu bordão, aliás, marcou época: "Guzula está aqui!".
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88) OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – UM DIVISOR DE ÁGUAS – No dia 1º de setembro de 1994, a hoje extinta Rede Manchete de Televisão colocava no ar, quase que de modo despretensioso, um desenho animado produzido
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série, no caso a fabricante de brinquedos Takatoku Toys. O patrocinador queria um personagem mais ativo como piloto do tanque Tulcas, e para isso, foi introduzido no episódio 24 o Stanley Hilton, que vivia batendo de frente com o protagonista Masato Mugen. Curiosamente, a Takatoku Toys faliu em maio de 1984, dois meses antes do témino da série, mas talvez a crise tenha sido gerada por outros motivos, como a diminuição do número de animes de robôs. Originalmente, Dorvack era para ser um anime sobre corrida de carros acrobáticos, com o título de Mad Machine. No Brasil, a série foi lançada em vídeo pela extinta Everest Video, mas apenas 13 volumes (até o episódio 26).
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89) NÃO SE PODE GANHAR TODAS – Sucesso absoluto em vários países do mundo, a série Os Cavaleiros do Zodíaco já enfrentou os seus problemas. Em 1992 a série foi exibida em Portugal pelo canal estatal RTP mas, ao contrário do que se poderia esperar, foi retirada do ar após a exibição de apenas 36 episódios. O motivo é que um grupo de conservadores pais portugueses, protestou com veemência junto à
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no Japão. A série surpreendeu logo de cara, ao tornar-se quase que instantaneamente um fenômeno de audiência. Mais do que isso, tornou-se um fenômeno de cultura pop, do tipo que era discutido nas ruas e comentado na grande imprensa. Rendeu milhões de reais aos seus licenciantes e deu uma boa sobrevida à combalida Rede Manchete, então já afundada em dívidas. Acendeu no Brasil a chama dos quadrinhos e desenhos japoneses, popularizando os termos mangá e animê. Relembrou aos velhos fãs, e ensinou aos novos, as maravilhas do jeito japonês de contar histórias. Fez da revista Herói (Ed. ACME/ Nova Sampa), lançada em dezembro de 1994, o maior fenômeno editorial da década, com picos de vendas de mais de 500 mil exemplares e circulação bissemanal. A redação recebia milhares de cartas por semana e telefonemas de fãs enlouquecidos querendo saber novidades sobre o seriado. Dubladores da série viraram popstars e passaram a ser assediados na porta dos estúdios. O clima era de histeria coletiva, algo jamais visto por aqui. E é por isso que pode-se dizer que existem dois momentos do gênero no Brasil: Antes e depois... de Os Cavaleiros do Zodíaco.
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emissora alegando que a série era muito violenta. Anos mais tarde, em 1999, a série retornou às terras lusitanas pelo canal SIC, sendo desta vez exibida na íntegra.
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91) O BATISMO DOS CAVALEIROS – Chamamos de zodíaco (Que significa ―roda da vida‖, em grego antigo) o símbolo que consiste de uma roda dividida em doze seções iguais, que representam doze constelações, e alguns sinais
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90) O SANTO QUE É UMA FLECHA – Seria uma série de mangá chamada ―Rin das Galáxias‖. Ela contaria as aventuras de Rin, o Cavaleiro de Pégaso, dono de uma armadura mística e protetor da deusa Atena. Parece familiar? E é mesmo... Pois esse seria o nome original da série que hoje conhecemos como Os Cavaleiros do Zodíaco. As coisas começaram a mudar quando o autor Masami Kurumada resolveu rebatizar o personagem como Seiya (flecha das estrelas), uma alusão direta a constelação de sagitário (o mitológico centauro arqueiro), que é o signo do personagem e também do autor, nascido em 06 de dezembro de 1953. A partir daí, surgiu o nome original da série: Saint Seiya, que significa ―Santo Seiya‖ ou mais precisamente ―Seiya, o Santo‖, sendo a designação usada para salientar a dignidade do caráter do herói.
92) SAINT SEIYA: ONDE ESTÃO OS 88 CAVALEIROS? - Quem já assistiu a série Os <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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gráficos que representam o sol, a lua e os planetas do nosso sistema solar. Um dos poucos símbolos realmente universais da história da humanidade, o zodíaco é conhecido há milênios e aparece na história de várias culturas tanto no ocidente quanto no oriente. Bem... não precisamos nem dizer qual série de mangá e animê é a mais ligada a este símbolo. Mas, muitos sempre fazem a mesma pergunta: Como foi que Saint Seiya tornou-se Os Cavaleiros do Zodíaco? Isto aconteceu na França, o primeiro país do ocidente a receber a série e a fazer dela um grande sucesso. Para conseguir um nome mais apropriado, os licenciantes locais aproveitaram a óbvia ligação das armaduras dos cavaleiros com as constelações, principalmente as dos doze Cavaleiros de Ouro com as da roda zodiacal. E assim, em 1998 a rede de televisão TF1 colocava no ar a série Les Chevaliers du Zodiaque, marcando o nome que seria traduzido para diversos idiomas.
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93) SAINT SEIYA: CONSTELAÇÕES INEXISTENTES! – Mesmo os fãs mais apaixonados sabem que o animê de Os Cavaleiros do Zodíaco é uma série cheia de furos, se comparada à sua obra original, o mangá. E um detalhe que chama a atenção no anime é a grande quantidade de Cavaleiros inexistentes no manga. Alguns, com armaduras sem constelação definida, casos de Dócrates e Spartan, e outros com constelações inexistentes, casos de Aracne (Tarântula) e Agora (Lótus). Docrates já chegou a ser relacionado como Cavaleiro da constelação de Hércules, devido ao seu golpe, mas já existe o Argeti de Hércules. O
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Cavaleiros do Zodíaco, mesmo sem ser fã, já deve estar cansado de ouvir dos tais ―88 Cavaleiros do Santuário‖. Mas afinal de contas, esses 88 Cavaleiros existiram mesmo? Alguém já parou pra contar? Bom, na verdade, o que existe mesmo são 88 armaduras, cada uma com uma constelação protetora, e não 88 Cavaleiros propriamente. Ou melhor, existiram, pois muitas armaduras foram perdidas na última Guerra Santa contra as forças de Hades, e pouco se sabe sobre a existência delas. Ao que se sabe, a divisão é feita da seguinte maneira, 12 de Ouro, 24 de Prata e 48 de Bronze. Perceberam algo de estranho na contagem? 12+24+48=84! Quatro armaduras têm a origem desconhecida, e não há ninguém no Santuário que saiba algo a respeito. Seriam elas, armaduras divinas? Daí entra a participação da Fundação Graado, que trabalha na pesquisa e recuperação das armaduras perdidas. Os próprios Cavaleiros de Aço foram baseados em constelações de armaduras perdidas.
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94) SHURATO: CÓPIA SIM, MAS COM ESTILO – Surgida em 1989, a série Tenku Senki Shurato (―Crônicas da Guerra Celestial de Shurato‖) foi produzida simultaneamente em animê pelo estúdio Tatsunoko, e em mangá por Hiroshi Kawamoto para a revista Shonen Gahosha. Usando a fórmula de jovens com armaduras de Os Cavaleiros do Zodíaco, a série baseou-se na mitologia hindu-budista, principalmente na lenda dos Tenryu Hachibushu, os oito guardiões dos ensinamentos de Buda. Na história, o jovem Shurato Hidaka é transmigrado da Terra para o Mundo Celestial, onde se torna o Rei Shura, um dos oito guardiões celestiais encarregados de proteger a deusa Vishnu e o povo de Deva da ameaça do povo maligno de Asura. Apesar de não ter sido um sucesso estrondoso, a série chamou a atenção principalmente pelo excelente
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Spartan chegou a ser mencionado como Cavaleiro de Prata, na dublagem brasileira, algo que não consta no original. Apesar de não existir constelação de Tarantula ou Lótus, o próprio autor Masami Kurumada criou o Dante de Cerberus, constelação que também não existe. Ou melhor, existiu e foi abolida. Vale lembrar que as armaduras possuem centenas de anos, e as tais 88 constelações só foram oficializadas em 1930.
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trabalho de adaptação da mitologia hindubudista na construção dos personagens, dos mantras de transformação e dos golpes mágicos, isso sem falar no belíssimo design das armaduras. Isso fez com que Shurato ganhasse fãs muito fiéis, sendo alguns até ilustres, como as integrantes do grupo CLAMP.
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96) CROSSOVER ENTRE SHURATO E ZILLION? - No episódio 18 da série Shurato, intitulado ―Em busca da Memória Perdida‖ (Ushinawareta Toki o Motomete), é possível encontrar os personagens centrais da série Zillion (J.J., Champ e Apple) escondidos num determinado trecho. Na história, Shurato acaba sendo transmigrado de volta ao seu mundo, durante a luta contra a vilã Trailo, da Tríade do Demônio. O herói acaba perdendo a memória
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95) UMA ARMADURA ESTUPIDAMENTE GELADA – Em um momento crucial do animê Shurato, o herói parte para encontrar e vestir a armadura sagrada de Brafma, o Deus da Criação, para assim poder tornar-se o seu sucessor. Até aí tudo bem, só que na versão original japonesa o nome do deus Brafma é... Brahma. Sim, pois não vamos nos esquecer que Shurato é baseado na mitologia hindu-budista, que tem como seus principais deuses: Vishnu, Shiva e Brahma. A mudança de nome na versão brasileira ocorreu por um motivo pitoresco, o licenciante local não queria associá-lo a famosa e popular marca de cerveja. Uma precaução que teve um certo sentido, afinal frases como: ―Eu sou o sucessor de Brahma!‖ ou ―Com a força de Brahma eu serei invencível!‖, poderiam soar um tanto quanto engraçadas.
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97) OS SAMURAIS DE MUITOS NOMES – Produzida no Japão em 1988 e considerada a melhor das cópias de Os Cavaleiros do Zodíaco, a série Yoroiden Samurai Troopers (Os Guerreiros das Lendárias Armaduras Samurai) contava as aventuras de cinco guerreiros dotados de armaduras místicas que defendiam o mundo da ameaça do milenar super-vilão Arago. Realizado pelo estúdio Sunrise, o mesmo da franquia Gundam, o animê apresentava a habitual qualidade de produção acima da média tão característica dos trabalhos da produtora: Roteiro bem construído, character design de primeira e animação elaborada. Tudo isto fez
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recente, e tem que se lembrar que é o Rei Shura, para poder voltar ao Mundo Celestial. A cena é bem rápida, no momento que Shurato está correndo pela cidade, ele passa pelos três, que estão vestidos com roupas civis. Dificulta um pouco reconhecer, mas nada que um ―pause‖ não resolva. Num outro episódio mais adiante, podemos notar a presença da Emi, secretária do Mr. Gord. Personagens escondidos é bem típico da produtora Tatsunoko. Curiosamente, os dubladores japoneses de J.J., Champ e Apple são os mesmos de Shurato, Leiga e Rakesh, respectivamente Toshihiko Seki, Kazuhiko Inoue e Yuko Mizutani.
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com que a série fosse um sucesso não só no Japão, mas também em outros países. O que chama a atenção, entretanto, é a grande variedade de nomes com que ela foi batizada. Nos Estados Unidos, para não ser confundida com Super Human Samurai Cyber Squad e VR Troopers, a série se chamou Ronin Warriors. Na Espanha, em alusão ao nome do lendário filme de Akira Kurosawa, chamou-se Los Cinco Samurais. Na França, onde eles adoram um nome imponente, foi batizada como Les Samouraïs de l’Éternel (Os Samurais da Eternidade). Já na América Latina, inclusive no Brasil (Onde foi exibida pela extinta Rede Manchete), ficou como Samurai Warriors. Quanto aos nomes dos personagens por aqui, eles seguiram uma exigência do licenciante, que optou por padronizar os nomes da versão espanhola por toda a América Latina. O objetivo era facilitar a distribuição e a venda dos brinquedos. E foi assim que os nomes originais dos guerreiros: Ryo, Seiji, Shin, Syu Lei e Touma, viraram Hector, César, Jorge, Tristan e Tommy, enquanto o vilão Arago era rebatizado como Scorpion.
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98) SAILOR MOON E AS MUDANÇAS DOS NOMES - Talvez por acharem que os nomes originais japoneses eram típicos demais para um animê que (na opinião deles) era só para crianças, os licenciantes de Sailor Moon preocuparam-se em ocidentalizar os nomes dos personagens. Que o resultado disso não tenha respeitado o sentido original dos nomes é até aceitável, já que transcrições conceituais são muito difíceis. O problema é que não se seguiu padrão nenhum, permitindo-se que cada país ou região adotasse os seus próprios nomes, o que gerou uma verdadeira salada. O Brasil adotou a versão para os Estados Unidos e América Latina: Serena para Moon, Amy para Mercury, Raye para Mars, Lita para Júpiter, Mina para Vênus e Darien para Tuxedo Mask. A diferença é que a América Latina manteve os sobrenomes originais enquanto a versão estadunidense americanizouos. Moon por exemplo, ficou Serena Winston. A curiosidade aqui está no nome Darien que, apesar de parecer normal, tem uma origem um tanto bizarra: Ele foi baseado na pronúncia
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99) STREET FIGHTER II-V: CHEGADA VELOZ - Quando um animê passa no Japão, às vezes demora um bom tempo (às vezes, anos) para que seja exibido em outros países. Séries muito extensas são vendidas por lotes, e séries mais curtas, com menos de 50 capítulos, são compradas em pacotes fechados após seu final. Contrariando essa regra, em 1995, Street Fighter II-V se tornou o animê que mais rápido foi exibido em outro país, no caso o Brasil.
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fonética que os japoneses fazem da palavra inglesa darling, que significa querido. Já na Europa, Moon foi chamada de Bunny, que em inglês significa coelho. Uma tentativa, até feliz, de se preservar o sentido original do nome. Infelizmente, a coerência e a uniformidade pararam por aí... Mars virou Rita em Portugal, enquanto Mercury virou Molly na França. Júpiter foi Maria em Portugal, Patrícia na Espanha, Marcy na França e Morea na Itália. Vênus não ficou atrás, tendo sido Carola na Espanha, Mathilda na França, Marta na Itália e Joana Lima em Portugal. Sobrou até para Tuxedo Mask, que foi batizado como Armando na Espanha, Bourou na França, Marzio na Itália e Gonçalo em Portugal.
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100) PASSANDO A TESOURA EM SAKURA – Ao abrir um livro mágico, a pequena Sakura Kinomoto espalha pela sua cidade um grupo de cartas mágicas conhecidas como as Cartas Clow. Daí em diante, ela tem como missão recuperar
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A série, de apenas 29 episódios, ainda estava sendo veiculada no Japão quando seu primeiro episódio foi visto nas manhãs de domingo no SBT, no ano de 1995. Acontece que o contrato de Silvio Santos com a Capcom (detentora da marca) era referente à exibição da série animada Street Fighter Game, criada nos EUA. Como a tal produção (animada porcamente no Japão) estava atrasada e a data de estréia estava próxima, restou à Capcom do Brasil oferecer ao SBT como ―tapa-buraco‖ a série SF II-V. Muito melhor produzida que a série que substituiu, foi um presente e tanto para o público brasileiro, que nunca havia assistido a uma produção japonesa tão rapidamente na TV. Infelizmente, assim que ficou pronta, a capenga série SF Game também passou no Brasil. Em tempo: o ―V‖ do título japonês não é o número 5 em algarismo romano, e sim uma referência às palavras ―Victory‖ (vitória, o objetivo maior dos lutadores), ―Voyage‖ (uma alusão às viagens pelo mundo de Ken e Ryu) e ―teleVision‖ (Porque era uma série de TV, oras...).
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101) SAKURA: CARTAS NA MESA – Conhecidas por usarem e abusarem de temas místicos em suas histórias, as integrantes do CLAMP também já deram a sua contribuição para
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todas as cartas, contando com a ajuda de vários amigos: A criaturinha mágica Kero, a esperta Tomoyo e o valente Shaoran Li. Misturando aventura e magia no melhor estilo conto de fadas, a simpática série Sakura Card Captors foi criada em mangá pelo grupo CLAMP para a revista Nakayoshi em 1996, e posteriormente animada em 70 episódios pelo estúdio Madhouse em 1998. Sucesso de público e de licenciamento, a série ganhou o mundo e tornou-se uma das mais marcantes da virada do milênio. Mas, com o perdão do trocadilho, nem tudo foram flores para a pequena Sakura (cujo nome significa ―flor de cerejeira‖). Quando o animê chegou aos Estados Unidos em 2000, o licenciante local achou que a série, criada originalmente para meninas, teria mais apelo comercial se fosse ―transformada‖ para o público masculino. Desse modo, em um ato bizarro, os episódios foram reordenados e reeditados de modo a tornar Shaoran Li o personagem principal. Os 70 originais viraram 39, e a série foi rebatizada como apenas Cardcaptors. Isso sem falar na censura de conteúdos considerados inadequados para o público infantil norte-americano. O que parece ridículo se levarmos em conta que no Japão, a série foi bancada e exibida pelo canal estatal NHK, conhecido por ser ultraconservador no conteúdo de sua programação. No final das contas (e de modo previsível), Cardcaptors foi um fracasso retumbante e acabou sendo retirada do ar poucos meses após a sua estréia.
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102) COWBOY BEBOP: UM ANIMÊ PARA VER E OUVIR – No ano de 2071, três caçadores de recompensas: Spike Spiegel, Jet Black e Faye Valentine, perambulam pelo espaço a bordo da nave Bebop, vivendo todas as aventuras e desventuras comuns àqueles que ganham a vida correndo atrás de criminosos. Com esse enredo aparentemente simples, porém desenvolvido de maneira brilhante, a série de animê Cowboy Bebop tornou-se uma das mais cultuadas da história do gênero. Realizada em 1998 pela produtora Sunrise, a série teve uma forte influência da música ocidental, notadamente americana e inglesa, em sua concepção. Isso se deve ao fato de seu criador, o produtor e diretor Shinichiro Watanabe, ser um grande aficionado do assunto. Tudo começa pelo nome da série, já que Bebop é um gênero do Jazz que se caracteriza pela rapidez do andamento e liberdade de improviso em seus temas, o que se
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o mundo dos oráculos. Inspiradas em X, elas criaram um baralho de tarô em que cada um dos 22 arcanos maiores é representado por um personagem da série. Também criaram em Sakura Card Captors as mágicas Cartas Clow, criadas por sua vez na história pelo poderoso mago Clow Reed. Inicialmente uma peça de ficção, o baralho virou uma coisa real e acabou se tornando um item de licenciamento bastante popular. Muitos fãs da série que gostam de ocultismo, costumam vez por outra tirar a sorte com as Cartas Clow. Aliás, o nome do mago Clow Reed é um anagrama do sobrenome de Aleister Crowley (1875-1947), um renomado mago britânico que dedicou muito de sua vida ao estudo do tarô.
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103) TOM JOBIM E COWBOY BEBOP PAIXÃO PELA BOSSA NOVA – No elenco de apoio da série Cowboy Bebop, há três simpáticos velhinhos que aparecem com frequência e que atendem pelos nomes de Antonio, Carlos e Jobim. Esta foi uma inusitada e feliz homenagem dos criadores ao nosso Maestro maior: Tom Jobim (1927-1994), um dos pais da Bossa Nova e o músico brasileiro mais conhecido e respeitado em todo o mundo. Aliás, a paixão dos japoneses pela Bossa Nova é notória. Temas do gênero são ouvidos pelo arquipélago em toda sorte de trilhas sonoras, sejam de comerciais, filmes, novelas e programas de TV. É comum ver
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encaixa bem no estilo de vida dos caçadores de recompensas que são chamados de Cowboys. Cada um dos 26 episódios é chamado de ―Session‖ (Sessão), como se fosse uma apresentação musical. Além disso, os títulos dos mesmos são ou relacionadas a música, tais como ―Asteroid Blues‖ e ―Jupiter Jazz‖, ou mesmo retirados de famosas canções. Há para todos os gostos, desde o clássico do Jazz ―My Funny Valentine‖ até ―The Real Folk Blues‖, título de uma histórica coleção de álbuns que retrata as lendas do Blues americano. O Rock’n Roll também não fica de fora com ―Toys in the Attic‖ do Aerosmith, ―Hard Luck Woman‖ do Kiss e ―Bohemian Rhapsody‖ do Queen. Sendo os Rolling Stones os campeões desta parada com ―Honky Tonk Women‖, ―Sympathy for the Devil‖, ―Wild Horses‖ e o álbum ―Jamming with Edward‖. O show se completa com a magnífica trilha sonora composta pela pianista e arranjadora Yoko Kanno, uma das melhores já feitas para um animê. Para ver, ouvir e aplaudir.
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104) COWBOY BEBOP E BOB DYLAN, BATENDO NA PORTA DO CÉU – A série Cowboy Bebop teve um longa-metragem de animação produzido para os cinemas: O excelente Cowboy Bebop: Knockin' on Heaven's Door. Lançado em 2001 e realizado pela mesma equipe da TV, o longa mostra a tripulação da Bebop correndo atrás de Vincent Volaju, um bioterrorista que pretende disseminar um vírus mortal que pode acabar com a população humana do planeta Marte. Para não fugir à regra da série, o subtítulo ―Knockin' on Heaven's Door‖
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as lojas de CDs dedicarem sessões inteiras à Bossa Nova, e muitos artistas brasileiros costumam gravar álbuns especialmente para o mercado japonês, levando a reboque outros gêneros nossos como o Choro, o Samba tradicional, o Baião e o chamado Instrumental Brasileiro. Curiosamente, a música brasileira parece encontrar do outro lado do mundo um espaço e um respeito muito maiores do que em sua terra natal.
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105) ALÉM DA MÚSICA – As curiosidades da série Cowboy Bebop não se limitam a assuntos ligados a música, senão vejamos: Mestre em combate corpo-a-corpo, Spike Spiegel é praticante do Jeet Kune Do, arte marcial criada pelo ator e lutador Bruce Lee (1940-1973). Aliás, no episódio ―Stray Dog Strut‖ há uma luta entre Spike e o vilão Abdul Hakim que presta homenagem a célebre luta entre Bruce Lee e o gigante Kareen Abdul Jabbar no filme O Jogo da Morte (Game of Death), lançado postumamente em 1978. Apesar da série se passar no final do século XXI, os personagens utilizam pistolas reais do século XX: A de Spike é uma israelense IWI Jericho 941, a de Jet é uma alemã Walther P99 e a de Faye é uma austríaca Glock 30.45. No episódio ―Wild Horses‖, Spike reencontra o seu velho amigo Doohan, um renomado mecânico de astronaves. Esta foi uma homenagem ao ator James Doohan (1920-2005), que ficou famoso interpretando o personagem Montgomery Scott,
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é o mesmo da famosíssima canção de Bob Dylan, composta por ele em 1973 para a trilha sonora do filme de faroeste Pat Garrett and Billy the Kid. Mas a ligação de Dylan com o longa vai um pouco mais longe, já que o cantor e compositor serviu de modelo para a criação do personagem Vincent. Além disso, o longa foi lançado nos Estados Unidos sem o subtítulo, chamando-se apenas Cowboy Bebop: The Movie. O motivo foi que a distribuidora Columbia Tristar, devido a semelhança dos nomes, ficou com receio de ser processada pelos agentes de Bob Dylan. A versão brasileira seguiu a americana e o longa saiu aqui como Cowboy Bebop - O Filme.
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106) U.S. MANGA, A INTRODUÇÃO DO OVA NO BRASIL (E TAMBÉM DA CENSURA) – U.S. Manga era o nome de uma distribuidora americana de animês, que através do programa U.S. Manga Corps do Brasil (Rede Manchete), apresentou ao público um novo gênero ainda não muito explorado, o OVA (Original Video Animation). O programa estreou no dia 8 de novembro de 1996, e era exibido todas às tardes de sexta. Os animes exibidos foram os seguintes: Detonator Orgun (3 partes), Project Zeorymer (2 partes), Genocyber (3 partes), M.D. Geist, M.D. Geist II, Gall Force-Fase Terra (3 partes), Gall Force-Nova Era (2 partes), Fatal Fury, Fatal Fury 2 (2 partes), Samurai Shodown (2 partes), Iczer 3 (3 partes) e Battle Skipper (apenas 2 das 3 partes exibidas). Muitos fãs chegaram a pensar que U.S. Manga Corps do Brasil fosse um único seriado, e o que ajudou a confundir mais ainda é que o character design de Detonator Orgun e Zeorymer era o mesmo. A música de abertura foi extraída do anime Project A-KO, também da mesma distribuidora. Project A-KO foi lançado em vídeo no início da década
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engenheiro-chefe da nave Enterprise na série Jornada nas Estrelas. O caça espacial Swordfish II, nave particular de Spike, retirou o seu nome de um verdadeiro avião de guerra do século XX: O torpedeiro Fairey Swordfish, um aparelho de uso anti-navio e anti-submarino que foi largamente utilizado pela aviação britânica durante a Segunda Guerra Mundial. Curiosamente, este Swordfish original também deu as caras na série, fazendo uma pequena aparição no longa Cowboy Bebop: Knockin' on Heaven's Door.
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107) EVANGELION: O ANIMÊ DE UMA NOVA ERA – Produzida em 1995 pelo estúdio Gainax, a série de animê Neon Genesis Evangelion (Shin Seiki Evangelion, no original) conta as aventuras de três adolescentes: Shinji, Asuka e Rei, que pilotam robôs biológicos conhecidos como Evas e defendem a humanidade de seres bizarros chamados de Anjos. A série tornou-se um marco da história do gênero ao conseguir uma mistura perfeita entre um roteiro ―cabeça‖ e cenas de ação alucinantes, proeza que acabou por consagrar seu criador, o diretor e roteirista Hideaki Anno. Um dos charmes da série foi utilizar em sua concepção elementos da mitologia judaico-cristã, com muitas referências a passagens bíblicas e a ciência mágica judaica conhecida como Cabala. Os robôs Evas, por exemplo, tem esse nome por terem sido feitos a partir de um Anjo conhecido como Adão. Já os Anjos, por sua vez, tem quase todos os seus nomes retirados dos anjos da Cabala. O supercomputador Magi, palavra em italiano para magos, é composto de três unidades: Melchior, Gaspar e Baltazar, justamente os nomes dos Três Reis Magos que foram ao encontro do menino Jesus. A arma conhecida como a lança
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de 90, pela Top Tape, com o título de Super Nova. Mas o que marcou mesmo foi a ―tesourada‖ que a maioria dos animes sofreu, repleto de cortes. Genocyber, por exemplo, ficou inassistível. O mais engraçado é que uma cena de nudez do personagem Tomoru Shindo, no terceiro capítulo de Detonator Orgun, havia sido editada colocando-se uma tela estática, mas a mesma cena aparecia nas chamadas comerciais do programa.
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108) DEPOIS DOS ANJOS, OS NAVIOS – À parte de suas referências mítico religiosas, a série de animê Neon Genesis Evangelion apresenta uma curiosidade bem inusitada. Os sobrenomes de seus protagonistas são todos ligados a assuntos náuticos. Um primeiro grupo, apresenta sobrenomes ligados a elementos de uma embarcação: Ikari (âncora), Kaji (leme ou timão) e Rokubungi (sextante). Já um segundo,
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de Longinus é uma alusão à lança de São Longinus (São Longuinho, aquele que ajuda a encontrar objetos perdidos), o soldado romano que trespassou Jesus crucificado com sua arma para certificar-se de sua morte e que, após isso, acabou se convertendo. Finalmente, o próprio nome da série tem o seu significado especial. Em japonês, Shin Seiki significa ―nova era‖ (Daí a versão ocidental se chamar Neon Genesis), enquanto Evangelion é uma palavra em grego antigo que conhecemos latinizada como evangelho, e que significa ―mensagem‖ no sentido de ―boas novas‖. Sendo assim, o título pode ser traduzido como: Mensagem de Uma Nova Era.
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apresenta sobrenomes retirados de navios da Marinha Imperial Japonesa utilizados na segunda guerra mundial: Os porta-aviões Katsuragi e Akagi, e os destróieres Ayanami e Fuyutsuki. A privilegiada nesse caso foi a personagem Asuka Langley Soryu, que teve seus sobrenomes retirados de dois porta-aviões, um americano e o outro japonês.
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110) MUDANÇA DE SEXO NA DUBLAGEM – Nem sempre a dublagem acerta na hora de adaptar uma produção em outra língua. Errar vozes é até comum, mas bizarro mesmo é quando acabam trocando o sexo de um personagem. Dependendo do caso, não chega a
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109) CERVEJA, CARRO, CANÇÃO... – Em Evangelion, a cerveja Yebisu, que Misato Katsuragi tanto gosta de beber, realmente existe e é uma das marcas mais populares do Japão. O carro da beldade também é real: Trata-se do modelo esportivo francês Renault Alpine A310, produzido entre 1971 e 1984. O tema de encerramento da série, ―Fly Me To The Moon‖, é um dos clássicos do jazz norte-americano e foi composto em 1954 por Bart Howard. Por ser um protótipo, o Eva unidade 00 de Rei ayanami possui a cor amarela, que é universal para veículos de teste. O campo AT ou AT Field, fonte de poder dos Anjos e dos Evas, significa ―Absolute Terror Field‖ ou ―Campo de Terror Absoluto‖. Os nomes das organizações NERV, SEELE e GEHIRN, são palavras em alemão que significam respectivamente nervo, alma e cérebro. Quanto a agência Marduk, esta retirou seu nome do Deus Supremo da civilização Babilônica.
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111) SAMURAI X: AQUI FOI COM VOZ DE MACHO – Na versão brasileira do animê Samurai X, o protagonista Kenshin Himura foi dublado pelo ator Tatá Guarnieri, que interpretou o personagem com uma voz grave e heróica. Entretanto, quem acompanhou a série na versão original encontrou uma interpretação bem diferente. Feita especialmente pela renomada atriz Suzukaze Mayo, a voz original de Kenshin era muito mais suave e delicada. O motivo para se usar uma mulher foi deliberado: Como a figura de Kenshin foi baseada na do samurai
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interferir no desenrolar da trama, mas que fica estranho, isso fica. Principalmente quando se conhece a versão original. Na série Sailor Moon, o vilão Zoisite (Ziocite, na dublagem brasileira) acabou virando mulher, devido ao visual afeminado, sendo dublado pela Noeli Santisteban. No anime, Zoisite tinha uma quedinha pelo Kuntsite (Malachite, na dublagem brasileira), um romance homossexual que acabou desaparecendo. No OVA Gall Force-Fase Terra, exibido pelo programa U.S. Manga Corps do Brasil (Manchete), a oficial Fortin acabou virando homem na dublagem da Gota Mágica, na voz de Hermes Baroli. Apesar do visual pouco feminino (toda camuflada), Fortin havia sido inspirada na Eluza, líder do primeiro Gall Force. Normalmente isso acontece por falta de acompanhamento ―técnico‖ na hora da dublagem. Porém, isso não é uma exclusividade do Brasil. Na série Transformers Beast Wars, a Maximal Air Razor virou ―o‖ Air Razor na dublagem japonesa. Como não há nenhuma cena que explore a feminilidade de Air Razor, a mudança foi possível.
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histórico Gensai Kawakami, conhecido por ser tão bonito que podia ser confundido com uma mulher, acreditou-se que uma voz feminina se encaixaria melhor nos traços delicados com os quais o personagem foi construído.
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113) AKIRA: UM MARCO DOS ANIMÊS – Em 1988, apareceu nas telas japonesas um longametragem de animação diferente de tudo o que já havia sido visto antes. Mostrando uma alucinada Tóquio pós-apocalíptica, onde gangues de motoqueiros dividiam as ruas com mutantes paranomais, Akira de Katsuhiro Otomo já nascia como uma obra-prima. Surgido da idéia de se realizar no Japão uma animação para cinema no mesmo patamar técnico dos estúdios Disney, Akira foi o resultado da união de oito grandes empresas japonesas do ramo do entretenimento. Em um esforço conjunto, elas conseguiram viabilizar o então absurdo orçamento de 10 milhões de dólares, o que permitiu o acesso a
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112) BLADE: UMA FELIZ ADAPTAÇÃO Quando uma produção japonesa é adaptada para o ocidente (geralmente, os EUA), é comum que nomes sejam alterados. Mas também já aconteceu o caminho inverso. Quando o mangá Mugen no Juunin (ou "Habitante do Infinito") foi adaptado no ocidente pela Dark Horse Comics, com o título de Blade of The Immortal. O autor Hiroaki Samura gostou tanto da sonoridade do título estadunidense que passou a adotá-lo como subtítulo do animê no Japão. O mangá estreou no Japão em 1993 na revista Afternoon (Ed. Kodansha) e, no Brasil, foi lançado pela Conrad Editora em 2004 como Blade - A Lâmina do Imortal.
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114) FALA SINCRONIZADA - A despeito da sofisticação de seus efeitos gráficos e arrojo cinematográfico nos enquadramentos, as limitações de orçamento sempre impediram que os animês tivessem o mesmo detalhamento de movimentação de figuras que era encontrado nas animações Disney. Akira, entre muitos outros méritos, foi o primeiro animê a apresentar figuras com movimento labial sincronizado com
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todos os recursos técnicos necessários para a consolidação do projeto. O produto final ficou tão bom, que o longa acabou sendo exibido nas telas do mundo todo, superando todas as expectativas dos produtores. Mais do que um grande sucesso de bilheteria, Akira tornou-se um marco na história da animação japonesa e mundial.
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as falas dos dubladores, uma técnica que a Disney já usava há décadas. Conhecida como Pre-Scoring, essa técnica consiste em gravar as vozes dos dubladores antes do início da animação, de modo a oferecer aos animadores uma referência perfeita para o sincronismo.
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116) ULTRAMONSTROS DE BOLSO – Treinados para intensas batalhas ao comando de seu dono, poderosos monstros de batalha são guardados em uma forma energética dentro de cápsulas levadas no bolso. E não estamos falando de Pokémon. Décadas
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115) A VOZ DO PIKACHU - Não importa o país onde Pokémon (Pocket Monster, no original) seja dublado, a voz do ratinho elétrico Pikachu é sempre a mesma. Conseguindo passar emoção apenas com diferentes inflexões do nome do personagem, a dubladora Ikue Ootani conseguiu um feito comparável ao de Mel Blanc, o autor da inconfundível risada do Pica-Pau. Já uma veterana dubladora quando Pokémon começou, ela estreou como Pikachu desde o primeiro episódio da série, exibido em novembro de 1997, quando tinha 32 anos. A graciosa artista ainda fez a voz de outros pokémons vistos ao longo da série, como Corsola e Glameow. Piii ~ Pikachuuuuu!!!!!
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117) POKÉMON SHOCK!!! – O dia 16 de dezembro de 1997 ficou marcado por um acontecimento inusitado na história da televisão japonesa. O desenho Pokémon havia sido responsável por causar convulsões e mal-estar em centenas de crianças e adolescentes, que assistiram o episódio daquele dia. Neste episódio, o de número 38 (Dennô Senshi Porygon – ―Guerreiro Eletrônico Polygon‖), Ash e os demais entrariam em um computador para resolver anomalias causadas pelo monstrinho Polygon. A causa do mal-estar coletivo foi uma série de efeitos intermitentes de luz, como um flash estroboscópico, emitida pelo Pikachu durante alguns segundos. A série acabou sendo temporariamente suspensa e só retornou em 16 de abril, porém, a ordem de vários episódios acabou tendo que ser alterada. O episódio 39 (Rougela no Christmas – ―O Natal de Rougela‖) acabou virando um especial de TV, exibido em
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antes de Pikachu e seus amigos conquistarem o mundo, o herói Ultra Seven combatia monstros e alienígenas malignos. Sempre que precisasse de ajuda, Dan Moroboshi (alter ego de Ultra Seven) sacava de seu bolso uma caixinha com pequenas cápsulas que ele arremessava, liberando monstros gigantes que atendiam aos seus comandos. Não foi a única referência a um herói Ultra em Pokémon. A treinadora Misty, especializada em Pokémons aquáticos, tem em seu arsenal uma curiosa estrela-do-mar voadora: É Staryu, uma singela homenagem ao famoso Ultraman. Não bastasse a luz piscante em seu peito para indicar nível baixo de energia, Staryu tem um grito igual ao de seu inspirador: Schwaaatch!!
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118) ―KETSUBAN‖ - OS EPISÓDIOS EXCLUÍDOS – ―Ketsuban‖ é o termo utilizado para indicar um número que foi retirado de sua sequência, e é assim que são tratados os episódios excluídos dos seriados. Além de casos conhecidos como Ultraseven (Episódio 12) e Pokémon (Episódio 38), outras séries passaram por situação semelhante. Na primeira série de Cyborg 009 (1968), o episódio 15 causou problemas pela descrição de um personagem vindo do futuro, que seria a evolução do ser humano atingido pelos efeitos da bomba nuclear. A exclusão do episódio em sua reprise foi decidida pelo próprio criador Shotaro Ishinomori. Na série Tiger Mask (1970), o episódio 19 foi impedido de ser re-exibido, devido ao vocabulário de cunho discriminatório. Na série
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outubro, por já ter passado o Natal. Mas é claro que a reação varia de pessoa pra pessoa, principalmente pra quem assiste em ambientes escuros e de perto. Por causa desse incidente, todas as séries em anime/tokusatsu passaram a trazer a seguinte mensagem, ―Quando for assistir TV, clareie o quarto e afaste-se da tela‖, até mesmo em reprises de séries antigas. E quanto ao episódio 38, ele acabou sendo excluído da série, pois julgaram ―não ser possível refazer a cena‖. Um membro do staff de Pokémon chegou a dar a seguinte declaração no evento Jisedai World Hobby Fair, de 1998: ―Façam de conta que esse episódio não existe, nunca existiu!‖
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119) AS SÉRIES EM ANIMAÇÃO MAIS LONGAS DO MUNDO - Ao contrario do que muita gente acredita, as séries em desenho animado mais longas do mundo vêm do Japão, e não dos EUA. O gatinho azul Doraemon já teve mais de 1.000 episódios desde 1979, enquanto a dona-de-casa Sazae San já passou da casa dos 2.000, com sua série iniciada em 1969. Eles deixam comendo poeira a série ocidental mais longa, Os Simpsons, com seus mais de 400 episódios.
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Gakkô no Kaidan (2000) [Histórias de Fantasmas, na versão brasileira], uma entidade que cuida de crianças com deformidade na boca conseguiu impedir a exibição do 3º episódio (Atashi Kirei? Kuchisake Onna), após verem o preview deste episódio na semana anterior. O motivo é que poderiam associar as crianças com tal deformidade à vilã do episódio, Kuchisake Onna (Mulher de Boca Rasgada), uma lenda urbana japonesa sobre uma mulher que assombrava crianças, mostrando a boca rasgada (tipo a do Coringa). No lugar, foi exibido um resumo dos episódios 1 e 2. Em outros casos, os episódios não precisaram ser banidos, mas tiveram que passar por modificações, como o episódio 21 de Magma Taishi (1966) [Vingadores do Espaço, na versão brasileira]. No tal episódio, aparecia um mendigo carregando uma placa com dizeres ofensivos. A placa foi retocada digitalmente quando o título foi lançado em LD, formato que antecedeu o DVD, no início da década de 1990.
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120) DORAEMON, O EMBAIXADOR DO ANIMÊ – Ele é um gato-robô que veio do futuro para tomar conta de um menino atrapalhado chamado Nobita. Para tanto, ele costuma lançar mão de um arsenal quase infinito de artefatos malucos os quais, invariavelmente, mais aumentam os problemas do que os resolvem. Ele é azul, cabeçudo, não tem orelhas e é o personagem infantil mais popular do Japão, uma figura que está para os japoneses assim como a Turma da Mônica está para os brasileiros. Estamos falando, é claro, de Doraemon. Nascido para o mangá no final de 1969 pelas mãos de Hiroshi Fujimoto, um dos membros da dupla Fujiko Fujio, suas histórias geraram uma coleção de 45 volumes que já vendeu cerca de 100 milhões de exemplares. Mas a popularidade do personagem extrapolou mesmo em suas três séries de animê: A primeira, feita em 1973, rendeu 52 episódios. A segunda, feita entre 1979 e 2005, rendeu 1095. Já a terceira, iniciada em 2005 e ainda em produção, já passou dos 350. No Brasil, alguns episódios foram exibidos, sem repercussão, na
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A série estadunidense entrou para o Guiness Book of Records como a série de animação de maior longevidade por se manter em produção desde 1989. Sem dúvida, uma grande injustiça com a senhora Sazae, a verdadeira recordista.
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121) ON YOUR MARK: PAGANDO AS CONTAS - O diretor Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar 2003 por A Viagem de Chihiro, é uma das figuras mais veneradas no cenário do animê. De extensa carreira e com uma postura extremamente crítica em relação a seus colegas e ao lado mais comercial dos animês, Miyazaki já anunciou diversas vezes sua aposentadoria, mas sempre aparece com um novo longa, para a alegria dos
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década de 1990, na extinta TV Manchete. Mas para se ter uma idéia do prestígio de Doraemon, basta dizer que em 2008 o governo japonês resolveu nomear Doraemon como o ―Embaixador do Animê‖. Para promover o fato, o longa Doraemon e O Dinossauro de Nobita (Nobita no Kyouryu, de 2006) teve exibições gratuitas em cineclubes e eventos de animê no mundo inteiro, inclusive em várias cidades brasileiras entre 2008 e 2009. A honraria partiu do princípio de que a exibição da série em outros países poderia ajudar outros povos a terem uma melhor compreensão não só do animê em si, mas também do próprio Japão.
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122) NARUTO - UMA FORÇA INCONTROLÁVEL - Símbolo por excelência da série Naruto, a espiral aparece de maneira recorrente e sob as mais variadas formas ao longo da história. Mesmo o nome do protagonista, Naruto Uzumaki, foi deliberadamente construído para reforçar esse simbolismo. Naruto é uma espécie de bolo de peixe com recheio em espiral que costuma ser servido como acompanhamento de lamen, um tipo de macarrão que é o prato preferido do herói. Naruto também é o nome de uma pequena cidade litorânea da província de Tokushima, conhecida por apresentar em sua
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seus fãs. Mas em 1995, as finanças de seu Studio Ghibli iam mal e ele acabou aceitando, pela primeira e única vez, a encomenda para produzir um videoclipe. Lançada um ano antes, On Your Mark era uma canção da dupla Chage & Aska, com 6min40s de duração. Para acompanhar a música escrita por Aska, Miyazaki concebeu um enredo original com um futuro pós-apocalíptico onde dois policiais (os cantores em questão) salvam uma garota-anjo das garras do governo. O resultado foi primoroso. Para os fãs de Miyazaki, um curta-metragem do mestre com fundo de J-Pop. Para os fãs de Chage & Aska (em atividade desde 1979), um video-clip em animê. A obra foi exibida em cinemas antes de Mimi wo Sumaceba (ou ―Se ouvir bem...‖), longa de Isao Takahata produzido pelo Studio Ghibli e também era vista em telões antes dos shows da dupla. Em entrevistas, a dupla se declarou fã de Miyazaki. Já o mestre deixou claro que não tinha o menor interesse em música pop ou rock.
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123) BOBÃO! BOBÃO! – Na série de animê Naruto, é comum que em algumas cenas em que um personagem (Normalmente o Naruto ou o Jiraiya) faça ou fale alguma bobagem, apareçam alguns corvos arrulhando o seu ruído característico: ―Ahô! Ahô!‖. O que ocorre é que, além de ser a representação fonética do ruído dos corvos, a palavra japonesa Ahô é um adjetivo que significa tolo ou bobão. Ou seja, a aparição dos corvos em cena tem como objetivo
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costa um singular fluxo de marés que causa grandes redemoinhos marítimos. Já o sobrenome Uzumaki, significa literalmente ―espiral‖ ou ―redemoinho‖. O motivo de tanta repetição foi a intenção do autor de associar o personagem a interpretação do redemoinho pelo feng shui, o de símbolo de uma força incontrolável. Alusão direta ao poder gigantesco da raposa de 9 caudas, o demônio que Naruto guarda selado dentro de seu corpo.
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125) A SERPENTE GIGANTE – O ninja maligno Orochimaru, um dos grandes vilões da série <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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124) JIRAIYA: UM NOME HERÓICO - Quando pensamos em um ninja de nome Jiraiya, logo dois personagens surgem em nossas mentes: O poderoso guerreiro de Naruto (Studio Pierrot, 2002) e o senhor da espada olímpica da famosa série de tokusatsu Jiraya: o incrível ninja (Toei Company, 1988). Seria isso uma mera coincidência? Na verdade não... O que ocorre é que ambos os personagens foram baseados no protagonista de uma obra literária do século XIX denominada Jiraiya Goketsu Monogatari (A lenda do Herói Jiraiya). Na história, Jiraiya é um jovem aventureiro que é transformado em um ninja místico por um sábio imortal que lhe ensina a poderosa magia dos sapos. Escrito por vários autores entre 1839 e 1868, o personagem fez tanto sucesso que acabou incorporando-se ao imaginário popular japonês, o que ajudou muito na criação de suas versões posteriores. Uma curiosidade sobre os nomes dos heróis é que, apesar de serem pronunciados da mesma maneira, eles são grafados com ideogramas diferentes, o que acaba mudando o seu significado. Sendo assim, o nome do Jiraiya original significa ―Jovem Trovão‖, enquanto o do tokusatsu (Que aqui foi grafado incorretamente como Jiraya, sem o segundo ―i‖) significa ―Flecha do Trovão Magnético‖. Já o nome do Jiraiya de Naruto não significa nada em especial, tendo sido construído apenas para compor a expressão fonética.
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fazer uma gozação com o personagem: ―Bobão! Bobão!‖.
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Naruto, não é uma criação original de Masashi Kishimoto. Assim como Jiraiya e Tsunade, os outros ninjas lendários, ele é uma versão de um personagem oriundo do romance épico Jiraiya Gôketsu Monogatari (ou ―A Lenda do Valente Jiraiya‖), publicado no Japão no século XIX. Nesta história, Jiraiya é casado com Tsunade e possui um fiel discípulo chamado Yashagoro. Tudo vai bem até o dia em que Yashagoro é corrompido pela magia das serpentes e muda o seu nome para Orochimaru, voltando-se contra Jiraiya e tornando-se o seu arquiinimigo. O nome do vilão tem sua razão de ser, já que Orochi significa ―serpente gigante‖, enquanto ―maru‖ é um sufixo comum para nomes masculinos.
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127) O PODER DO ANIMAL LENDÁRIO - Não foi por acaso que o autor Masashi Kishimoto escolheu a raposa de 9 caudas para representar o demônio aprisionado no corpo do herói Naruto. Essa criatura em especial, é uma das mais representativas do folclore japonês. Símbolo de
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126) CARA DE UM, FOCINHO DO OUTRO - O autor de Naruto, Masashi Kishimoto, tem um irmão gêmeo que também é mangaká, Seishi Kishimoto. Assim como o irmão, ele também produz mangás de ação com temas fantásticos já tendo emplacado várias séries, com destaque para 666 Satan e Blazer Drive. O que chama a atenção nos irmãos é que os seus estilos de desenho são muito parecidos, tanto que já foram acusados de ficarem copiando um ao outro. Os Kishimoto se defenderam alegando com justa razão que, como cresceram juntos e tiveram as mesmas influências, é natural que seus trabalhos tenham tantas similaridades.
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força e sabedoria, está associada ao fogo, a magia e as florestas. Conta a lenda que, quanto mais uma raposa mágica envelhece, mais poderosa ela fica. Esse processo é representado pelo aparecimento sucessivo de mais caudas. Quando elas atingem o número de nove, a raposa chega ao auge do seu poder. Mas, a associação do animal com o fogo revela um poder instável e difícil de controlar, que tanto pode servir com fidelidade aos humanos quanto voltar-se em fúria contra eles.
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129) A ENERGIA EM ESPIRAL – Entre os hinduístas e budistas, chacra é o nome que se dá a cada um dos centros de energia espalhados pelo nosso corpo. A função desses centros é a de regular e equilibrar a nossa energia vital. Na
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128) O MESTRE ESPANTALHO - Se um personagem possui um nome peculiar, esse personagem é o mestre ninja Kakashi Hatake da série Naruto. Kakashi significa ―espantalho‖, enquanto Hatake significa ―plantação‖. Sim, isso mesmo... Ele é o mestre ninja ―Espantalho da Plantação‖. Mas a coisa poderia ter sido pior... Durante o processo de criação da série, ele quase chegou a ser batizado de Kuwa, que significa ―enxada‖. Para reforçar a brincadeira do nome escolhido, o autor costuma inserir figuras de espantalhos nas cenas em que o personagem aparece. Os corvos que se cuidem.
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131) ONE PIECE: COMO ACABAR COM PIRATAS – Contrastando com suas tantas glórias, a série One Piece ostenta uma triste <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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130) O PODER ESTÁ NAS MÃOS – Na série Naruto, os Selos são gestos mágicos feitos pelos ninjas cuja função é concentrar a energia vital para o uso de suas técnicas. Tais gestos representam os doze animais do zodíaco chinês e são realmente utilizados por várias escolas de artes marciais, já que se acredita que eles tem o poder de ajudar a concentrar e controlar a energia vital do corpo. Curiosamente, eles não são originários nem do Japão e nem da China. Esses gestos nasceram na Índia onde são chamados de mudrá, palavra em sânscrito que significa selo. Surgidos nos ensinamentos da religião hinduísta, os mudrás acabaram sendo praticados por membros de outras religiões e escolas de pensamento, com destaque para os budistas. Aliás, foram estes últimos os responsáveis por disseminar tal conhecimento pela China e pelo Japão, tornando os gestos parte da cultura e do folclore destes países.
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série Naruto, em alusão direta a esse conceito, chacra é o nome que se dá a própria energia vital dos ninjas. Mas, porque Masashi Kishimoto preferiu usar chacra, uma palavra de origem indiana, para representar a energia vital ao invés de ki, sua correspondente em japonês? O que acontece é que a palavra chacra, em sânscrito, significa ―roda em movimento‖. Movimento esse que faz a energia vital fluir em vórtices, criando espirais de energia que se espalham pelo nosso corpo. Ou seja, foi mais uma bela jogada do autor no sentido de reforçar o símbolo da espiral.
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marca: A de ser o animê mais digitalmente alterado de todos os tempos. Não no Japão, onde a série produzida pela Toei desde 1999. Estamos falando de uma questão relacionada a exibição da série nos Estados Unidos. Tudo começou em 2004 quando a distribuidora americana 4Kids comprou os direitos de exibição das primeiras temporadas. Especializada em produtos para o público infantil, a distribuidora não mediu esforços para transformar One Piece, uma série feita originalmente para o público juvenil, em uma obra considerada mais palatável para o seu público alvo. O objetivo principal da 4Kids era o de descaracterizar os chamados maus hábitos dos piratas, transformando-os em bons rapazes. Para isso, a computação gráfica correu solta como nunca antes: Os primeiros 143 episódios foram reeditados em apenas 104, com grupos de episódios transformados em somente um e vários arcos de história totalmente suprimidos. Cenas consideradas violentas e com a presença de sangue foram totalmente eliminadas ou transformadas a ponto de perderem o sentido. Charutos e cigarros foram desintegrados ou, como no caso do personagem Sanji, transformados em pirulitos. Todas as bebidas alcoólicas tiveram as suas cores
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alteradas para que pudesse ser dito que elas eram... suco de laranja. Armas de fogo foram transformadas em engenhocas ridículas ou em armas de brinquedo, daquelas com rolhas nas pontas dos canos. Nem as famosas bocarras dos personagens, uma das marcas do estilo do autor, escaparam da edição, sendo inexplicavelmente substituídas por expressões faciais normais. Terminado o serviço, a versão da 4Kids foi ao ar nos Estados Unidos no final de 2004, recebendo as previsíveis críticas dos fãs. Aliás, foi justamente esta versão que desembarcou no Brasil para ser exibida no Cartoon Network e no SBT. Uma série como One Piece merecia um tratamento melhor.
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132) EFEITOS E DEFEITOS ESPECIAIS - De todos os tipos de entretenimento que compõem o universo pop japonês, talvez o de nome mais difícil para os ocidentais seja o tokusatsu (leia ―tokussátsu‖). Anterior ao animê, se refere a filmes com atores (chamados genericamente live-action) mas que tem, como característica, o uso ostensivo de efeitos especiais para contar uma história, geralmente de ficção científica e fantasia. A palavra veio da contração de ―tokushuu kouka satsuei‖, ou ―filmagem de efeitos especiais‖. O gênero aflorou e teve grande evolução na década de 1950, quando se destacou o diretor Eiji Tsuburaya, aclamado
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CAPÍTULO 3: TOKUSATSU – O REINO DOS MONSTROS DE BORRACHA
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133) TOKUSATSU OU LIVE-ACTION? Se tokusatsu é o nome dado às produções japonesas de efeitos especiais, por quê muita gente usa o termo live-action para designar as produções? Live-action, ou ―ação ao vivo‖ é um termo usado mundialmente (e não só na cultura pop japonesa), para diferenciar produções feitas com atores daquelas feitas em animação. Resumindo, toda produção tokusatsu é, obrigatoriamente, também um live-action. E nem todo live-action japonês é um tokusatsu.
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depois o Deus do Tokusatsu. Sem o dinheiro e os recursos dos produtores estadunidenses, Tsuburaya buscava soluções criativas e baratas para seus filmes. Com o Godzilla original (o qual desenhou e fez os efeitos), inaugurou a era dos ―monstros de borracha‖, ao utilizar um ator fantasiado para o monstro. Com a TV cada vez mais presente na vida dos japoneses a partir da década de 1960, seriados de tokusatsu com herois e monstros começaram a padronizar efeitos especiais baratos, para produção em serie. Basicamente, maquetes de prédios (parecendo de papelão), fantasias emborrachadas de monstros (muitas com zíperes à mostra) e maquetes de naves (frequentemente com fios de sustentação visíveis). Fora efeitos óticos de raios e efeitos pirotécnicos com pólvora. Isso viraria a marca registrada do tokusatsu pra muita gente: efeitos especiais capengas em histórias ágeis e divertidas.
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134) DE GOJIRA A GODZILLA - Em 1954, o filme Gojira, do diretor Ishiro Honda, se tornou um megassucesso ao apresentar um dinossauro mutante que desperta devido a testes nucleares no Japão. Menos de 20 anos após as bombas atômicas que arrasaram Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra, o tema provocava medo nas pessoas, que lotaram os cinemas da época. Menos de dois anos depois, o filme se tornou um sucesso nos EUA. Para o lançamento, o nome original foi deixado de lado para dar lugar a um mais sonoro e imponente aos ouvidos ocidentais: Godzilla. O elenco de Godzilla tinha à frente o ator Raymond Burr, que depois ficaria famoso por conta do seriado policial Perry Mason (de 1957). Só que ele não havia participado das
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135) NOME DE MONSTRO - O nome Godzilla (―Deus Zilla‖, seja lá o que isso for) é uma invenção estadunidense, mas o monstro em si é 100% japonês. No original, o dinossauro mutante radioativo chamava-se Gojira, um nome criado com a junção das palavras ―gorira‖ (gorila) e ―kujira‖ (baleia), para dar a idéia de uma criatura grande e forte. Idéia parecida acabou batizando outro famoso monstro japonês, o Gamera, que vem de ―kame‖ (tartaruga) e ―kujira‖. Sem contar inúmeras outras criaturas do cinema e TV do Japão com nomes exóticos derivados de combinações semelhantes.
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filmagens originais. Suas cenas interpretando um repórter que investiga e persegue a criatura foram escritas e filmadas nos EUA e ele obviamente não interage com os atores da película original. Em uma das ―novas‖ cenas mais estapafúrdias da versão made in USA, um bando de japoneses foge assustado do monstro, enquanto o valente repórter não só fica parado, como encara o monstro, numa demonstração de macheza totalmente descabida. A montagem antecipou em mais de 30 anos o que seria feito com seriados Super Sentai para transformá-los em Power Rangers. Ícone pop nos EUA, Godzilla ganhou versões em quadrinhos, desenho animado pela Hanna-Barbera (1977) e um grandioso filme em 1998, produzido pela mesma dupla responsável por Independece Day, os cineastas Roland Emmerich e Dean Devlin. Nesse filme, que depois deu origem a uma série em animação, o design do monstro foi bastante modificado, ficando mais com jeito de dinossauro.
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137) RATOS GIGANTES! – Em 1963, no auge dos kaiju eiga (filmes de monstros), a Daiei Eiga desenvolveu um projeto chamado Dai Gunju Nezura, onde ratos gigantes atacavam o Japão. As filmagens utilizavam ratazanas de verdade que corriam sobre maquetes. Além das dificuldades de se organizar as filmagens, uma grande infestação de pulgas causada pelos bichinhos (argh) assustou o elenco e equipe técnica e as filmagens foram abandonadas às pressas. Em seu lugar, a Daiei produziu um legítimo concorrente de Godzilla, a tartaruga gigante voadora Gamera. Um remake de Nezura (ou Nezulla) foi produzido em 2002, mas sem relação alguma com o original e apresentando um rato mutante gigante e bípede, não muito
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136) JAPÃO X EUA – A BATALHA DOS GODZILLAS - O Godzilla americano e o japonês se enfrentaram no filme Godzilla Final Wars, lançado no Japão em 2004 para comemorar os 50 anos do personagem. Na aventura, invasores espaciais lançam uma horda de monstros sobre a Terra a somente o aprisionado Rei dos Monstros pode conter as feras. É aí, em meio a tantos monstros invasores, que entra a versão gringa, rebatizado de Zilla. Feito em computação gráfica como a versão de Hollywood (mas sem a qualidade da mesma), o bicho trava com o Godzilla emborrachado nipônico uma ―grandiosa‖ batalha que durou somente 15 segundos. Ganhou o original, com apenas um golpe de cauda e uma clemente baforada nuclear. A película custou mais de 19 milhões de dólares, o que fez de Godzilla Final Wars, dirigido por Ryuhei Kitamura, o filme de monstros mais caro já produzido no Japão.
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diferente de tantos outros monstros do tokusatsu.
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139) OS ULTRAS E AS DATAS DESENCONTRADAS - Filmado e exibido entre 1966 e 67, o seriado do primeiro Ultraman se passava originalmente no distante (para a época) ano de 1993. Isso foi revelado no episódio 22, que mostrava uma lápide com a data de falecimento do personagem Jamilla, e o ano era visto claramente. A ideia foi abandonada posteriormente, a exemplo de muitas outras ocasiões. A história de Ultraseven se passaria em 1987, vinte anos após a criação da série.
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138) GODZILLA X ULTRAMAN – A LUTA DO SÉCULO (OU QUASE) – Dois dos maiores ícones do tokusatsu na verdade nunca lutaram formalmente. Porém, no episódio 10 do Ultraman original (1966), o monstro Jillars foi feito a partir do reaproveitamento de um traje usado em um filme do Godzilla. Foi acrescentada uma grande membrana em forma de leque ao redor do pescoço, tons esverdeados foram aplicados e pronto! Um novo monstro surgia. No confronto, Ultraman logo arranca a membrana da criatura e os telespectadores puderam ter um vislumbre da sonhada ―luta do século‖.
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140) QUANDO HAYATA TROCOU A CÁPSULA BETA POR UMA COLHER... - Na série Ultraman, há uma cena cômica que virou clássica, em que Hayata ergue uma colher ao invés da Cápsula Beta, ao tentar se transformar. Isso ocorreu no episódio 34, intitulado Sora no Okurimono (―O Presente do Céu‖), com um monstro de 200 mil toneladas chamado Skydon. Na tomada anterior, Hayata e os demais membros da Patrulha Científica estavam comendo curry na paz e tranquilidade, quando recebem uma ligação do exército, avisando que o monstro Skydon, que havia sido mandado para o espaço como um balão (depois de muitas tentativas de se livrarem dele) começou a ser atacado e ia despencar de novo dos céus. Há um erro de continuidade, pois Hayata larga a colher no prato e sai de mãos vazias até a cobertura da base, a fim de se transformar. Esse erro foi uma das revelações feitas pelo ator Susumu Kurobe, intérprete do Hayata, durante um especial em comemoração aos 40 anos do Ultraman, exibido no dia 8 de agosto de 2006, antes de Ultraman Möebius, série que inclusive trouxe o velho Hayata de volta à ação.
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Talvez acreditassem que o mundo já estaria bem evoluído nessa época. A serie Ultraman Moebius, de 2006, era relacionada com os Ultras clássicos, mas estabelecia que cada série era contemporânea ao seu ano de produção. Ou seja: Ultraman teria vindo à Terra em 1966, Ultra Seven em 1967, Ultraman Jack em 1971 e assim por diante. Cronologia nunca foi o forte das séries Ultra.
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142) ULTRASEVEN E O EPISÓDIO BANIDO O episódio 12 de Ultraseven é considerado perdido, um branco na numeração das histórias da série. Muitos dizem que o episódio em questão, que mostrava aliens que distribuíam um relógio que sugava o sangue das pessoas, jamais teria passado no Japão, o que não é
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141) A CANTORA EUROPEIA E O HOMEMLAGOSTA ESPACIAL – Sylvie Vartan é o nome de uma cantora nascida na Bulgária que fez sucesso no França e de lá para o resto do mundo principalmente na década de 1960. No Japão, vendeu mais de um milhão de discos entre 1964 e 65 e foi recebida como uma estrela quando visitou a Terra do Sol Nascente. Para o sistema fonético japonês, o sobrenome Vartan era normalmente pronunciado como Barutan. E foi essa curiosa adaptação que acabou inspirando a Tsuburaya Productions a batizar um dos maiores inimigos do Ultraman, em 1966. Quando a série começou a ser exportada e o nome de Barutan era vertido para o alfabeto ocidental (ou seja, fazia o caminho inverso), a tradução mais normal era Baltan, pois ninguém desconfiava que Barutan era só a pronúncia japonesa para Vartan. E o monstro é conhecido assim até hoje. A propósito: a letra ―V‖ foi incluída no alfabeto katakaná (usado para nomes e termos estrangeiros ou não-naturais do Japão).
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verdade. Passou sim, e por duas vezes: na exibição original de 1967 e na primeira reprise, em 1969. A polêmica toda começou em outubro de 1970, não propriamente por causa do episódio, mas pela edição de novembro da revista educativa Shogaku Ninensei (da ed. Shogakukan), que trazia de brinde uma coleção de cards de monstros. Dentre eles, havia o do alienígena que aparecia, o Spell Seijin, acompanhado da legenda ―Hibaku Seijin‖ (Alienígena Vítima da Bomba Nuclear), sendo este fato o estopim do incidente. Hibaku é um termo utilizado para denominar as vítimas das bombas de Hiroshima e Nagasaki, e da forma como havia sido publicada, poderia ser encarada no sentido pejorativo, pois o monstro era humanóide, com o corpo cheio de manchas escuras, o que muitos viram como uma alusão às queimaduras nucleares que marcaram muitos sobreviventes. Vale lembrar que, por muitos anos após as bombas atômicas, existiu muito preconceito por parte do povo japonês contra os cidadãos de Hiroshima e Nagasaki, por medo de se contaminarem com radiação e ficarem doentes só por chegar perto ou se relacionarem com eles. Muitos jamais se casaram por
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143) ULTRASEVEN E OS ROTEIROS INÉDITOS – Como qualquer seriado, Ultraseven teve vários roteiros finalizados, mas que por diversos motivos, acabaram não sendo filmados.
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causa disso e as histórias terríveis que se seguiram ao bombardeio marcaram gerações inteiras. Uma garota, percebendo o tal card, mostrou ao pai, que justamente era um membro de um grupo em prol das vítimas da bomba e enviou uma carta de oposição à editora Shogakukan. Outros grupos, de Nagasaki e Hiroshima, entraram no meio, batendo de frente com a Tsuburaya Pro. Não tendo outra saída, a produtora excluiu o episódio já na reprise de 1970. Entretanto, na exibição do capítulo 45 do programa Ultra Fight 130 (TBS), em abril de 1971, mais uma oposição do grupo em prol das vítimas, já que mostrava o Spell Seijin. Ultra Fight 130 era um programa de 5 minutos de duração, apenas com cenas de luta do Ultraman e Ultra Seven. Mamoru Sasaki, que escreveu o episódio 12, disse que jamais havia criado esta legenda (Hibaku Seijin), jogando a culpa para a revista. Este episódio, que trazia a participação especial da atriz Hiroko Sakurai (a Akiko Fuji, de Ultraman), passou normalmente no Brasil, com o título ―Presente Nocivo‖.
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144) ULTRASEVEN x 15 ALIENÍGENAS+35 MONSTROS – Dentre os roteiros não utilizados para o cultuado heroi, sem dúvida o melhor seria o episódio intitulado ―Uchuujin 15+Kaijû 35‖ (15 Alienígenas + 35 Monstros), no qual Ultraseven
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Ao todo foram nove histórias, sendo que duas delas, não se sabe em que período foram escritas. Das outras sete histórias, destaque para o episódio piloto, ―Hikari to Kage no Chousen‖ (Desafio da Luz e da Sombra), da época em que o seriado ainda levava o nome provisório de Ultra Eye, e o herói se chamaria Redman ao invés de Ultra Seven. Vale lembrar que Redman foi um dos nomes rejeitados para o primeiro Ultraman. Dan Moroboshi (Redman) seria um rapaz com poderes extra-sensoriais, filho de um pai alienígena ―R‖ e uma mãe terráquea. Dan seria apenas um motorista da Ultra Guard, e sua namorada Anne Yuri, apenas uma oficial do Centro Médico. Em outras palavras, membros secundários da Ultra Guard, conhecido aqui como o Esquadrão Ultra. Na idéia original, ele não teria nenhuma ligação com a Nebulosa de M78, mas em contraparte, poderia utilizar em suas cápsulas, monstros de Ultra Q e Ultraman. As filmagens tiveram início em agosto de 1967, numa ordem aleatória, primeiro o episódio 2, depois o 3, 4, 6, pra só então filmarem o episódio 1. Em agosto, o título oficial, Ultraseven, fora anunciado para a imprensa. Originalmente, esse título seria utilizado pela Tsuburaya numa comédia sobre 7 homens das cavernas, seriado que jamais chegou a ser produzido. O nome Ultra Seven viria bem a calhar, afinal ele seria uma espécie de sétimo membro do Esquadrão Ultra.
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enfrentaria monstros das séries Ultra Q e Ultraman, criando assim, um elo de ligação entre as três séries. Esse episódio havia sido escrito em conjunto pelo roteirista Shôzo Uehara e o diretor Akio Jissôji (sob o pseudônimo de Kô Kawasaki). Durante a perseguição ao Alien Baltan (inimigo do primeiro Ultraman), Ultra Seven é atacado por 6 monstros (Keronia, Gigas e outros), derrota todos eles, mas fica muito ferido. Na base, vendo atentamente o horóscopo, Soga começa a sentir que algo de ruim estaria por vir. De repente, chega a informação de que vários monstros estão reunidos no sopé do Monte Fuji. Telesdon, Skydon, Neronga, Pester...mais de 20 monstros. O alto comando da TDF forma uma linha de frente, e eis que surge o monstrinho amigo Pigmon (amigo de Ultraman). Utilizando um tradutor de línguas, Pigmon revela que os monstros foram revividos pelos alienígenas da Liga Espacial, que pretende utilizá-los para invadir a Terra. Os tanques e mísseis do exército não são páreo para os monstros e, ao mesmo tempo, a base das Forças de Defesa é atacada por discos voadores. No momento, Dan está internado no centro médico e não pode se transformar. Seguindo a orientação de Pigmon, a Ultra Guard joga a substância Afetamina nos monstros para torná-los ferozes e lutarem entre si. Tokyo se transforma num verdadeiro ringue. Escorado por Pigmon, Dan consegue escapar da base, ativa seus monstros Windom e Agira, e se transforma. Mesmo fraco, consegue fatiar o Baltan com o bumerangue Eye Slugger, mas não é páreo para os 5 monstros restantes: Red King, Pegira, Jeronimon, Neronga e Eleking. Num grito de sofrimento, Seven desaba e é salvo por um
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monstro alado chamado Gord, que elimina facilmente os monstros e desaparece misteriosamente no céu. Por motivos de custo, esse episódio não pôde ser viabilizado e, em seu lugar, foi rodado o episódio de número 43 (Pesadelo do Quarto Planeta), que curiosamente não tinha monstro.
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146) ULTRAMAN JACK E O REGRESSO QUE NÃO ERA – Uma dúvida que acometia muitos fãs de Ultraman na década de 1970 era o título da série O Regresso de Ultraman, ou Kaettekita Ultraman (produzida em 1971). Afinal, quem assistia sabia que o protagonista era um segundo Ultraman que vinha para a Terra, entrando em simbiose com o humano Hideki Goh (vivido pelo ator Jiro Dan). Na primeira sinopse escrita para a série, a história se passaria 30 anos após Ultraman. A Terra voltaria a ser atacada por monstros, depois de um longo
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145) O SEGREDO DO BUMERANGUE ESPACIAL – A mais famosa arma do herói Ultra Seven é seu bumerangue cortante alojado em sua cabeça. A icônica arma surgiu por acaso, durante as filmagens da serie original, em 1967. A crista, originalmente apenas um elemento de design, ficava caindo toda hora, atrapalhando as gravações. Até que tiveram a ideia de transformar o acessório numa arma de arremesso. Nascia assim o Eye Slugger, que já decapitou inúmeros monstros e alienígenas malignos. O efeito da lâmina em ação ficou incrível e, após a morte do diretor Eiji Tsuburaya, levaria décadas até que a produtora conseguisse acertar novamente o efeito de animação para mostrar a arma em movimento.
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tempo, quando já não existiria mais a Patrulha Científica. Muramatsu, ex-capitão da Patrulha, faria uma participação no primeiro episódio, já bem velhinho. Uma nova equipe seria criada, a MAT (Monster Attack Team, no Brasil GAM – Grupo de Ataque aos Monstros), um jovem Hayata daria as caras, e o protagonista se chamaria Hideki Ban (membro do MAT). A jogada era criar um suspense pra saber quem era o Ultraman, Ban ou Hayata, algo que seria revelado apenas no terceiro episódio. A ideia foi abandonada pelo coordenador de produção Hajime Tsuburaya, que optou por encomendar à sua equipe de criação um novo personagem e ampliar a franquia, introduzindo o conceito de Família Ultra. Com a negociação da serie já fechada com a emissora TBS, optaram por manter o nome original e chamar o heroi apenas de Ultraman. Ou seja, apesar do título, não era uma volta do primeiro Ultraman, mas sim a estreia de um sucessor. Ao longo dos anos seguintes, o herói seria chamado de Shin (novo) Ultraman ou mesmo de Kaettekita Ultraman, apesar de, como nome
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147) ULTRAMAN X SAWAMU, O DEMOLIDOR - No episódio 27 da série O Regresso de Ultraman, há uma sequência que causou furor entre o público japonês na época. Acompanhando um amigo que praticava kickboxe, o alter ego do herói, Hideki Goh (vivido pelo ator Jiro Dan), sobe ao ringue para um rápido treino com o lendário Tadashi Sawamura, conhecido aqui como Sawamu, o Demolidor. Foram só alguns segundos, e Goh beijou a lona depois de um chute do grande mestre. Muito popular na época, Sawamura teve série em mangá e seu animê havia acabado de ser exibido na TV, com produção da Toei Animation e história do consagrado autor de mangás Ikki Kajiwara. No Brasil, o animê de Sawamu – O Demolidor (Kick no Oni, ou ―O Demônio do Chute‖, de 1970) ajudou a popularizar academias de kick boxe. Sawamura é tão reverenciado no Japão que tem até um Pokémon em sua homenagem, o Sawamuraa, adaptado no ocidente como Hitmonlee.
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próprio, soar estranho o título. Na década de 1980, o personagem começou a ser chamado de Ultraman Jack, um nome aparentemente escolhido de forma aleatória apenas para diferenciá-lo do Ultraman original.
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148) ULTRAMAN TAILANDÊS? - Em 2002, a Família Ultra enfrentou sua maior crise, ao ser alvo de uma disputa judicial entre a Tsuburaya Productions, e a empresa tailandesa Chaiyo Productions, que alegava possuir os direitos sobre o herói e de várias de suas séries derivadas. Em 1974, a Chaiyo e a Tsuburaya se uniram para realizar um filme capenga sobre uma aliança dos Ultras clássicos com a divindade tailandesa Hanuman, o Ultra Roku Kyodai vs Kaiju Gundan (Seis Irmãos Ultra vs Exército de Monstros). O filme não deixou saudade e parecia que nada mais associaria o Ultraman com a Tailândia. Porém, segundo Sompote Saengduenchai, presidente da Chaiyo Productions, existia um acordo formal entre as duas empresas, assinado há mais de 20 anos. O tal contrato foi divulgado somente em 1996, algumas semanas depois do falecimento de Noboru Tsuburaya, então presidente da Tsuburaya. A Chaiyo mostrou uma carta supostamente assinada por Noboru em 1976, na qual ele transferia os direitos internacionais (exceto para o território japonês) dos personagens da Família Ultra criados até 1973 (ano de Ultraman Taro) à empresa tailandesa. Segundo a Tsuburaya, a carta era uma fraude, pois até o nome da empresa estava grafado errado. Outro erro elementar foi terem escrito o nome de Ultraseven (um dos heróis envolvidos na disputa) como sendo ―Ultraman Seven‖. O presidente da Tsuburaya jamais erraria os nomes, é o que alegaram os advogados japoneses. Mesmo assim, a Chaiyo criou seus próprios Ultras, colocando-os em fotos promocionais e shows ao lado dos heróis
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149) ULTRAMAN E O FIM DA GUERRA JUDICIAL A briga entre produtores japoneses e tailandeses sobre a marca Ultraman também teve implicações no mercado ocidental, pois pelo contrato apresentado pela Chaiyo, todo o licenciamento internacional da marca Ultraman deveria que ser renegociado com eles na época. A Chaiyo também alegava ter tomado parte na criação de Ultraman nos anos 60, o que já beirava o surreal. Tudo porque, em uma visita do fundador Eiji Tsuburaya à Tailândia, ele teria conhecido uma série de estátuas raras de Buda através de Sompote, e a imagem de algumas estátuas lembraria a figura do primeiro Ultraman. A Chaiyo realmente teve permissão oficial para negociar merchandising dos Ultras em seu país e em outras cinco nações asiáticas, mas seu presidente alega ter sido prejudicado pela Tsuburaya durante a disputa e exigiu certa vez uma carta de retratação, que foi usada nos tribunais. Finalmente, em 2007 o caso foi resolvido, com a vitória da Tsuburaya Pro sobre a concorrente, que já havia se intitulado Chaiyo Tsuburaya. Aos tailandeses, foi reconhecido somente o direito de comercialização de alguns filmes e séries negociados legalmente junto à Tsuburaya nos anos 1970, mas não o direito sobre produtos licenciados ou permissão de criar algo derivado. O filme Project Ultraman, estrelado pelo astro chinês Ekin Cheng, chegou a ter trailers divulgados, mas teve que ser arquivado, talvez para sempre.
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japoneses, além de anunciar um grandioso filme. Mas a história estava longe de terminar.
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150) O DIA EM QUE ULTRAMAN FOI PRESO – Em 2002, o ator Takayasu Sugiura, que na época interpretava o heroi Musashi Haruno em Ultraman Cosmos (2001~2003), foi preso, causando grande escândalo em seu país. Acusado de espancar e extorquir dinheiro de um rapaz, o astro ficou alguns dias na cadeia, o que causou um estrago sem precedentes. Quando o incidente se tornou público, o episódio 50, que estava previsto para ser exibido no dia 15/06/2002 não passou, e no lugar, colocaram um especial em animação infantil dos Ultras. Ao final, veio a mensagem de que o ator (sem citar o nome) havia sido detido para averiguações de atos criminosos que ele teria cometido quando ainda era menor, cerca de dois anos antes. Entretanto, no mesmo dia, tanto a Tsuburaya como a emissora TBS começaram a receber mensagens de fãs pedindo por um final na série. Com todos os 16 episódios restantes já gravados, a Tsuburaya editou as cenas, criando um final em duas partes, exibidas nos dias 22 e 29 de junho. Assim, nesses dois últimos episódios, misteriosamente Musashi não aparecia (somente era mencionado) e apenas o heroi transformado entrava em ação. Em seguida, a intenção da TBS era preencher o
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151) O ESCÂNDALO QUE TRANSFORMOU UM FILME EM DOIS Quando seu astro foi preso, estava para estrear o filme Ultraman Cosmos 2 The Blue Planet e a Tsuburaya tomou a iniciativa de montar uma nova versão sem o Sugiura, pois não pretendia cancelá-lo, devido a venda antecipada de ingressos. Pra isso eles criaram o Ultraman Cosmos 2 The Blue Planet~Musashi (13 Anos). Para interpretar o Musashi, foi chamado novamente o ator Kônosuke Tôkai, que havia feito esse mesmo personagem no primeiro filme. Esta versão chegou a ser exibida em alguns cinemas. Um terceiro longa (Ultraman Cosmos vs Ultraman Justice – The Final Battle, de 2003), aí com tudo já de volta ao normal, foi produzido, encerrando a saga. O ator, que depois do incidente mudou o nome artístico para Taiyô Sugiura, voltaria a interpretar Musashi em apresentações teatrais dos Ultras que a Tsuburaya realiza, provando que, ao menos em público, não ficou rancor do incidente. E também participou (sem se transformar) no longa de
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horário com a série criada para vídeo Ultraman Neos (apenas 2 episódios exibidos de um total de 12), até a data de estréia da série seguinte, Mobile Suit Gundam Seed, no dia 5 de outubro. O caso acabou sendo resolvido rapidamente, Sugiura – que tinha um álibi convincente, logo foi solto, mas o estrago ficou, tornando a mais extensa série da franquia Ultra, uma mal resolvida colcha de retalhos. A série, que estava programada para ter 65 episódios, voltou ao ar no dia 20 de julho, mesmo tendo tido um final já exibido. Mas por causa do cronograma da emissora, cinco episódios ficaram inéditos na TV, sendo lançados em DVD.
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152) O ULTRA MINISTRO - Em dezembro de 2009, estreou nos cinemas japoneses o filme Dai Kaiju Battle - Ultra Ginga Densetsu (ou "A Batalha dos Monstros Gigantes - A Lenda da Galáxia Ultra - O Filme), com uma aventura reunindo diversos heróis e monstros da franquia Ultra. No elenco, que trouxe de volta atores consagrados como Susumu Kurobe (Hayata) e Koji Moritsugu (Dan Moroboshi/ Ultra Seven), havia também um estreante trabalhando como dublador. Em Ultra Legend (nome alternativo, pra facilitar), o sábio Ultraman King teve a voz de ninguém menos que Junichiro Koizumi, que foi Primeiro Ministro do Japão entre 2001 e 2006, numa jogada de marketing sem precedentes. Apesar de soar curioso para quem via Koizumi em noticiários internacionais, tal empreitada não surpreendeu tanto o povo japonês. Vaidoso e dado a estrelismos, o exministro, nascido em 1942, chegou a publicar um livro de fotos estilo book de modelos, com uma dedicatória às mulheres japonesas. Koizumi
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2009 dos Ultras, o Dai Kaiju Battle - Ultra Galaxy Legend The Movie. Tudo porque, para a discreta mídia japonesa, um escândalo tem um efeito muito mais devastador do que para o ocidente.
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153) O ASTRO ERA O VILÃO - O seriado Spectreman foi um grande sucesso em seu país, tendo sido popular também nos EUA, França e Brasil (onde foi visto na Record e SBT). Mas no começo, não era ele o astro da série. Quando estreou no Japão, em março de 1971, a série se chamava Uchuu Enjin Gori, ou ―Homem-Macaco Espacial Gori‖. O personagem-título da produção era o vilão histérico, alegórico e cheio de tiques nervosos Dr. Gori, o cientista maluco que usava monstros que se alimentavam de lixo para tomar a Terra dos humanos. Visionário, Gori previa que os humanos iriam destruir seu próprio mundo com a poluição ambiental. No meio da série, o título mudou para Uchuu Enjin Gori x Spectroman e só na reta final o título ficou sendo Spectroman – com ―o‖ mesmo, já que Spectreman foi só o nome com o qual a série foi exportada para o ocidente. E antes de tudo isso, no piloto da série o herói se chamava Element Man e tinha um visual bem diferente. Mesmo com tantas mudanças e concorrendo com produções mais badaladas como O Regresso de Ultraman (Tsuburaya Pro) e Kamen Rider (Toei Company), o seriado da P-Productions emplacou nada menos que 63 episódios, uma
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também já se comparou, por causa da cabeleira grisalha, ao ator estadunidense Richard Gere.
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154) DE LIONMARU PARA LION MAN – Com o sucesso da série Spectreman, uma nova produção começou a ser planejada pela PProduction, já no final de 1971. A base seria o filme piloto ―Jaguarman‖, um projeto de série de TV da P-Production que acabou não vingando em 1967. Seguindo os moldes de um herói com características felinas, surgia Lion Man, que se passaria em 1480, na Era Muromachi, e contaria a história de um jovem que buscava vingança contra ―Dai Maoh‖, pela morte de seu mestre. Após algumas mudanças no conceito, mudaram a época para um pouco mais adiante, durante o período da Guerra Civil (Sengoku Jidai), e o título da série, para Kaiketsu Lionmaru (Heróico Lion Maru, conhecido no Brasil como o Lion Man
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excelente marca para qualquer seriado, seja em animê ou live-action. Nota de falecimento: O ator que interpretou o herói Kenji (Johji Gamou, no original), Tetsuo Narikawa, faleceu no dia 1 de janeiro de 2010, aos 65 anos, vítima de câncer.
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155) CAVALGANDO PARA O ESTRELATO Selecionado para o papel principal de Lion Man, Tetsuya Ushio soube que seu personagem iria montar um cavalo, coisa que ele nunca havia feito. O ator teve que aprender a andar a cavalo na marra, em apenas cinco dias. Além disso, para compor o fiel parceiro de Lionmaru, o pégaso Hikari-Maru, foi utilizado um cavalo de
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branco). Por mera coincidência, Lion Man acabou sendo o título adotado no Brasil. A princípio, Lion Man se passaria nos dias atuais, ideia que acabou sendo utilizada na série Lion Maru G, de 2006. Para buscar um diferencial com outras obras, a época foi mudada a pedido da Fuji TV. Passada a audição (seleção de elenco) para ser o intérprete do herói, o ator Tetsuya Ushio. Ele se deu muito bem com o elenco, principalmente com a Akiko Kujô, intérprete da Saori, que se tornaria sua esposa na vida real. Ushio fez tanto sucesso que estrelou a série seguinte, Fuun Lionmaru (Tempestuoso Lionmaru), não exatamente uma sequência. Foi essa versão que ficou mais famosa no Brasil, quando de sua exibição na TV Manchete. O Lion Man original acabou sendo exibido depois, e ficou pouco tempo no ar.
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156) TRAGÉDIA EM LION MAN – Uma terrível tragédia abalaria as gravações da série Kaiketsu Lionmaru (o Lion Man branco). O jovem ator Kôji Tonohiro, 25 anos, intérprete do rival Jônosuke Tora (Tiger Joe), viria a falecer durante as filmagens na locação de Hikone, província de Shiga. E uma morte de forma totalmente estúpida. Numa das raras oportunidades, Kôji e Tetsuya Ushio (intérprete do Dan Shishimaru/ Lionmaru) estavam bebendo sakê na hospedaria da locação. Depois de esvaziarem mais de 10 garrafas, Tetsuya se retirou, pois tinha gravação no dia seguinte. Como Kôji estaria de folga, continuou enchendo a cara até altas horas da noite, junto com o pessoal do staff. Já bêbado, ao procurar pelo banheiro, ele entrou num corredor escuro, acabou tropeçando e caiu sobre a porta-corrediça de vidro da banheira. Kôji sofreu um corte profundo no abdômen e acabou falecendo. Avisado do incidente, Souji Ushio (criador
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corridas! Por ironia do destino Ushio, que nunca teve intimidade com cavalos, anos mais tarde, em 1987, viria a se tornar o primeiro apresentador do programa de Jockey, Super Keiba (da Fuji TV).
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157) O MOCINHO NEM SEMPRE SE DÁ BEM NO FINAL – No mundo cheio de provações, superação e sacrifícios dos mangás, animês e tokusatsu, os heróis não apenas lutam pelos seus objetivos e ideais. Às vezes, até morrem por eles. O obituário de personagens é extenso, incluindo até mesmo protagonistas ou coadjuvantes de peso. Em Robô Gigante (1967), o colosso metálico demonstra possuir vontade própria e, contrariando as ordens de seu mestre, o garoto Daisako, se sacrifica para destruir o inimigo, o Imperador Guilhotina. Em Lion Man (1974), Jaguar, o honrado rival do protagonista, morre lutando contra a Família de Mantor do Diabo. A cena é de uma violência
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da série) foi correndo ao local, assim como a noiva de Kôji. Tonohiro atuou do episódio 27 ao 40, sendo substituído pelo ator Tomotake Fukushima, do episódio 42 ao 54. Fukushima ainda apareceria na série seguinte, Fûun Lionmaru, como Tiger Joe Jr. Por ironia do destino, Tiger Joe estava previsto para ficar até o episódio 30, mas com a popularidade ascendente do personagem, que chegava até a ofuscar o herói, o produtor da Fuji TV, Kôji Bessho, pediu para que ele se tornasse fixo.
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158) HOMEM-ARANHA E A REVOLUÇÃO NO TOKUSATSU – De todos os super-heróis estadunidenses produzidos sob licença no Japão, o que teve a trajetória mais distinta foi o famoso escalador de paredes. Em 1970, Ryoichi Ikegami, que ficaria famoso anos depois com Crying Freeman, Mai e Sanctuary, assinaria a mais distante adaptação de uma criação made in USA. Mudou o protagonista de Peter Parker para Yu Komuro e situou a trama no Japão, alterando toda a rede de personagens secundários, mas preservando os vilões principais. Com uma dramaticidade típica do mangá dos anos 1970, a série teve seu público fiel e rendeu 5 volumes. Mas foi na TV que o Homem-Aranha deixou sua marca. Uma versão tokusatsu estreou em maio de 1978, com uma trama ainda mais distante da original, desenvolvida agora por Saburo Yatsude. Surge então Takuya Yamashiro o escalador de paredes, que enfrenta monstros e ciborgues malignos para proteger o Japão, como um bom herói japonês. Mais adaptado para o público
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poética digna de um bom filme de samurai. Na fase III da Patrulha Estelar (1981), os jovens oficiais Ageya e Domon perdem a vida em combate, depois de terem roubado a cena durante quase toda a serie, dando um gosto amargo ao último episódio. Em Metalder (1987), o robô com sentimentos humanos pede a seu melhor amigo para lhe tirar a vida, a fim de que seu corpo não explodisse como uma bomba atômica. Isso sem contar os inúmeros casos de amores frustrados, que nunca se concretizam. Na ficção japonesa, mesmo nas mais escapistas e fantasiosas, nem sempre os finais são felizes, assim como na vida real.
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159) OS SUPER-HEROIS MARVEL E A PRIMEIRA SÉRIE SUPER SENTAI - No final de 1978, a Toei encarou o primeiro período de instabilidade de seus super-heróis [Nota: o segundo período foi em 1981, que culminou com o surgimento de Space Sheriff Gavan]. Normalmente, a Toei mantinha entre 5 a 6 séries em exibição simultânea, mas naquele ano, ela tinha apenas dois seriados no ar, Spiderman e Ganbare! Red Vickies, e ambas estavam com os dias contados. Urgentemente a Toei precisava de uma nova série para, digamos, não ficar no vermelho. Então veio a idéia de criar um herói nos moldes do Spiderman (japonês), ainda dentro da parceria com a Marvel Comics. Ele se chamaria Captain Japan, e seria uma versão japonesa do Capitão América. Masao Den (Captain Japan) seria uma espécie de cyborg, e lutaria contra uma organização secreta chamada Beta. Ele teria um robô gigante, o Nelson (é sério!), que nada mais era do que a sua nave, a Captain Baser. Além disso, Captain Japan teria uma ajudante, a Miss America, baseada na Miss Marvel. Entretanto, o desenvolvimento tomou outro rumo e aconteceram várias mudanças.
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local, impossível. A grande inovação da série foi pegar um conceito do animê Mazinger Z, que pela primeira vez mostrava um robô gigante pilotado por um humano dentro de sua cabeça. E o Aranha tinha seu robô gigante, o Leopardon, que de aracnídeo só tinha umas teias desenhadas em seu tórax e braços. O sucesso do robô pilotado pelo super-herói foi tão grande que a ideia logo se espalhou por outras séries, mudando a cara dos seriados japoneses para sempre.
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160) GORANGER, O ANCESTRAL DOS POWER RANGERS - Em 1975, o autor Shotaro Ishinomori criou o quinteto Himitsu Sentai Goranger (Esquadrão Secreto Goranger), que saiu simultaneamente em mangá e como seriado tokusatsu produzido pela Toei Company. Cheio de ação e monstros estapafúrdios (com cabeça de piano, cabeça de TV e por aí vai), fez enorme sucesso. Em seguida, Ishinomori criou JAKQ Dengeki Tai (Jakkar – Equipe Relâmpago), com tom mais dramático e menor sucesso. Com seus heróis coloridos, Ishinomori lançou as bases para o que seria conhecido como Super Sentai, um gênero que ganhou o mundo ao ser adaptado nos EUA como Power Rangers. No Brasil, foram vistos Goggle V (1982), Changeman (85), Flashman (86) e Maskman (87). No Japão, o pioneirismo de Ishinomori demorou a ser reconhecido pela Toei Company, como
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Foram adicionados mais três guerreiros; o robô, que seria inspirado no Leopardon (Spiderman), virou uma espécie de samurai; a organização secreta, de Beta, mudou para Egos e o nome do herói mudou de Captain Japan para Battle Japan. Nascia assim a série Battle Fever J, em 1979, que por muitos anos, foi considerada pela Toei como a primeira série do gênero Super Sentai – ou Super Esquadrão.
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162) SUPER SENTAI, A CONSAGRAÇÃO DE UM GÊNERO – Com o sucesso de Battle Fever J, veio a segunda série, Denshi Sentai Denziman (Esquadrão Elétrico Denziman, de 1980), com <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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161) GORANGER & JAKQ, SUPER SENTAIS OU NÃO? – Goranger e JAKQ são equipes criadas por Shotaro Ishinomori no mesmo esqu, mas originalmente não foram incluídas como Super Sentai por causa dos direitos autorais. Até aí, nada de mais, mas a história envolve o surgimento de Battle Fever J, que foi o protótipo da franquia Super Sentai. A questão é que ela não nasceu para ser um Sentai, isso foi uma casualidade. Originalmente, ela foi baseada em Spiderman (criação de Saburo Yatsude), e não em Goranger (Shotaro Ishinomori), daí o motivo de todo esse impasse. Não havia a necessidade de dar os créditos ao Ishinomori, simplesmente porque não fazia parte do projeto dar continuidade à Goranger e JAKQ. Entretanto, talvez para antecipar o 20º aniversário da franquia em 1995, Goranger e JAKQ acabaram sendo incluídas sem maiores explicações. Porém, algumas coisas ficaram estranhas. O aniversário de 10 anos de Super Sentai, que era comemorado em Turboranger, ―ficou‖ com Changeman. E se Goranger passou a ser reconhecido como a origem, o nome de Shotaro Ishinomori deveria ser creditado nas séries atuais como autor da obra original (gensakusha), e não mais o pseudônimo da Toei Company, Saburo Yatsude. É fato: Goranger tornou-se o primeiro Super Sentai, e Battle Fever J passou de primeiro a terceiro dentro da franquia.
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veremos a seguir.
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163) BATTLE FEVER J: MUDANÇAS DE ELENCO – A série Battle Fever J foi a recordista na troca de atores centrais, três no total. A primeira foi do veterano ator Kenji Ushio, que interpretava o vilão Hedder, um dos cabeças da organização Egos. Conhecido por papéis marcantes como Jigoku Taishi (Kamen Rider) e Doctor Q
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um visual mais próximo ao de Goranger. Porém, ainda não havia a consciência de uma linhagem, e tão pouco era utilizado o termo Super Sentai. Isso só veio a acontecer em meados de 1981, com Taiyô Sentai (Esquadrão Solar) Sun Vulcan, quando o gênero já estava estabilizado (ou quase). É que na época o gênero ainda era uma incógnita e dependia muito do sucesso. Hoje sabemos que cada série nova terá duração de um ano, mas antigamente, se não desse audiência, poderia ser cancelada de uma hora para outra. Para se precaver a isso, a Toei fazia contratos menores com os artistas, cerca de 6 meses, pelo que disse o ex-ator Ryûsuke Kawasaki, o primeiro Vul Eagle (Ryûsuke Oowashi) de Sun Vulcan. Como ele não renovou o contrato, teve que ser substituído pelo ator Takayuki Godai. Com a franquia se estabilizando, os contratos logo começaram a ser feitos para a temporada completa.
164) O ASTRO QUE CHEGOU ATRASADO – Uma das exigências dos produtores em <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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(Bicrosser), Ushio havia sido preso pela polícia por porte de drogas, logo na semana de estréia da série. Pelas leis japonesas, apenas o porte já é considerado crime. Ushio ficou até o episódio 6 e em seu lugar entrou o Masashi Ishibashi, intérprete do Iron Claw, em Jakq Dengeki Tai. Para a reprise e o lançamento em vídeo, a maioria das cenas do Ushio foram substituídas pelas do Ishibashi. Depois, houve a troca da Miss America no episódio 24. Saía a modelo ―americana‖ Diane Martin para a entrada da atriz Naomi Hagi. Diz-se que ela teria optado pela carreira de modelo, mas parece que Diane não conversava muito com o restante do elenco, por entender pouco japonês. Por isso mesmo ela tinha que ser dublada pela atriz Risa Komaki (a Momoranger, de Goranger). Risa também foi a dublê da Miss America. Por fim, o último a deixar o elenco foi o Yukio Itô, intérprete do Battle Cossack (Kensaku Shiraishi), morto no episódio 33. O motivo teria sido casamento. Entretanto, dizem que ele não se dava bem com o ator Kôki Tanioka, intérprete do Battle Japan (Masao Den). Em seu lugar entrou o Naoya Ban, já conhecido na época por ter sido o intérprete do herói Kikaider (1972), outra famosa criação de Shotaro Ishinomori.
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Battle Fever J era a presença de um robô gigante, que seria o atrativo principal do seriado. Independente de como seria a aventura, tinha que ter um robô. Entretanto, o tão aguardado Battle Fever Robo só veio a aparecer mesmo no episódio 5, ―Robot Dai Kûchû Sen‖ (A grande batalha aérea do robô). Então, criou-se todo um enredo de mistério, envolvendo o projeto de criação do robô, com a organização Egos tentando descobrir os planos secretos. Mas na verdade, o motivo da demora foi porque o renomado designer da Bandai (patrocinadora da série), Katsushi Murakami, atrasou na escolha do visual definitivo, o que prejudicou a confecção do traje do robô, não dando tempo de colocá-lo no primeiro episódio.
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165) DO JAPÃO PARA OS EUA (E O MUNDO) - A série estadunidense Power Rangers é derivada de uma das franquias mais famosas do Japão: o Super Sentai. A onda começou em 1975, com o quinteto colorido Goranger, criação
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166) UMA GUERREIRA NADA CURVILÍNEA Na primeira temporada dos Power Rangers, como optaram por incluir duas mulheres – ao invés de seguir o original, que tinha somente uma mulher – ficou criada uma situação bem curiosa. A franzina Trini (a atriz Thuy Trang), ao ―morfar‖ para Ranger Amarela, ganhava um corpo mais robusto até que o dos demais homens da equipe. É que no original japonês, a cor amarela era vestida por um homem, o chamado Tiger Ranger, interpretado pelo ator
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de Shotaro Ishinomori. Changeman, Flashman, Maskman e Goggle V, séries vistas no Brasil, pertencem a essa franquia, que lança uma nova equipe por ano há décadas. Em 1993, a série Zyuranger (lançada em 1992) iniciou a mais ambiciosa incursão dos Super Sentai no ocidente: a série foi adaptada nos EUA e virou Power Rangers. Com produção da Saban Entertainment em parceria com a Toei, a série foi refilmada com atores que mostravam um elenco multi-racial, mais palatável ao gosto do público norte-americano. Mas as cenas com robôs e monstros gigantes, bem como dos Rangers transformados, eram as mesmas da série original. As edições eram bizarras e incluíam cenas em que os monstros atacavam a cidadezinha americada de Alameda dos Anjos e, quando aparecia uma multidão correndo do monstro da vez, eram os figurantes japoneses de Zyuranger. Com o tempo, as filmagens foram ficando melhores e quase não há mais esse tipo de situação. Inclusive, alguns diretores japoneses foram trabalhar na produção dos Power Rangers, que atualmente não deixa nada a dever aos originais.
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167) A RANGER ROSA ORIGINAL: DE ÍDOLO A EMPRESÁRIA BEM SUCEDIDA Reiko Chiba foi a primeira atriz a causar sensação no mundo tokusatsu, ao participar da série Super Sentai de 1992, Kyôryû Sentai Zyuranger (Esquadrão Dinossauro Zyuranger, adaptado nos EUA como a primeira temporada dos Power Rangers), no papel da integrante rosa, a Ptera Ranger-Mei. Ela também é conhecida como a primeira ídolo virtual, já que ficou muito famosa no início da era Internet, sendo uma das modelos japonesas mais clicadas na metade dos anos 90. Apesar de toda fama, repentinamente ela resolveu abandonar o meio artístico em 1995, para então se dedicar a área da informática. Chibarei, como também é chamada, se reciclou e estudou informática e, em novembro de 95, fundou sua
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Takumi Hashimoto, o Manabu da série Jiraya – O Incrível Ninja. Era fácil perceber não apenas o corpo masculino, mas também a expressão corporal masculina, o que aparentemente não foi motivo de constrangimento algum para os produtores. Nota triste: a atriz Thuy Trang faleceu em 2001, aos 27 anos, vítima de um acidente de moto.
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168) UM POLICIAL DO ESPAÇO EM KILL BILL – Dentre os muitos homenageados no filme Kill Bill (2003), de Quentin Tarantino, um em especial já cansou de salvar a Terra. É Kenji Ohba, ator principal de Space Cop (Policial do Espaço Gavan, de 1982) e grande nome da história do tokusatsu, tendo participado de diversos seriados e filmes. Ele interpreta o careca ajudante de Hattori Hanzo, que por sua vez foi vivido pelo lendário Sonny Chiba, precursor dos filmes de artes marciais no Japão e criador do Japan Action Club, a primeira escola de dublês em seu país. Professor e aluno na vida real, Sonny Chiba e Kenji Ohba já trabalharam juntos outras vezes. Em 1982, Chiba interpretou Voicer, ninguém menos que o pai de Gavan na série de TV. Também vale citar a participação de ambos no filme A Lenda dos Oito Samurais (Satomi Hakkenden, 1983), lançado no Brasil em VHS e DVD. Neste filme, inclusive, eles contracenaram com Hiroyuki ―Henry‖ Sanada, que anos depois faria Kenji, o antagonista de Jackie Chan em A Hora do Rush 3 (Rush Hour 3, 2007).
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própria empresa, Cherrybabe, que produz softwares para computador e jogos para celulares. Ela investiu 10 milhões de ienes, grana proveniente de sua carreira de modelo e atriz. Hoje, ela é uma bem sucedida empresária, sem aquela imagem de ―ex-modelo burra‖, tendo publicado vários livros de auto-ajuda sobre informática. Reiko também estudou ioga na Índia e adquiriu o título de instrutora, tendo aparecido num programa da NHK.
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169) OS POLICIAIS DO ESPAÇO E A ORIGEM DOS NOMES – Uma lenda que correu no meio dos fãs especulando que as três séries dos Policiais do Espaço (Uchuu Keiji) - Gavan, Sharivan e Shaider - tiveram seus nomes inspirados em personalidades estrangeiras famosas, é verdadeira. Gavan, o qual os japoneses pronunciam como Gyaban, foi inspirado no renomado ator francês Jean Gavin. Pela pronúncia japonesa, Gavin (―Gavan‖) fica algo como ―Gyaban‖. Sharivan, pronunciado pelos japoneses como Shariban, foi inspirado no apresentador americano Ed Sullivan. Ele foi o responsável por lançar o pequenino Michael Jackson na banda Jackson 5, dentro de seu programa The Ed Sullivan Show, em 1969. Também é famoso por ter apresentado pela primeira vez nos EUA os Beatles, num programa que bateu todos os recordes de audiência em 1964. Como a pronúncia de Sullivan em japonês fica ―Sâriban‖, daí a semelhança com o nome do herói. Por último, Shaider foi inspirado no ator americano Roy Scheider. Scheider (lê-se Shaider) ganhou notoriedade através do filme Tubarão (direção de Steven Spielberg), e pela continuação, Tubarão 2. Também fez fama nos filmes Trovão Azul, Carruagens de Fogo, All That Jazz – O Show Deve Continuar e na série de TV Sea Quest.
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170) POLICIAIS DO ESPAÇO: DUBLAGENS DIFERENTES, NOMES DIFERENTES – As três séries dos Policiais do Espaço desembarcaram no Brasil fora de ordem e cada uma delas foi dublada num estúdio diferente. O resultado foi uma enxurrada de nomes e vozes diferentes, para os personagens que apareciam ou eram citados nas três séries. O primeiro a desembarcar foi Sharivan, em outubro de 1990, dublado pela Álamo. Depois veio Shaider, em novembro de 90, dublado pela Herbert Richards. E por último, Gavan, com o título de Space Cop, em março de 91, dublado pela VTI Rio. Um dos mais ―prejudicados‖ foi o Gavan, que fora chamado de Gaban (VTI Rio), Gyaban (Álamo) e Gabin (Herbert Richards). Não dá pra considerar nenhuma delas totalmente errada, já que de certa forma, remetem ao nome que serviu de inspiração, o do ator Jean Gavin. Embora a tradução oficial em inglês de Uchû Keiji seja ―Space Sheriff‖, o termo Space Cop chegou a ser utilizado na coleção de LDs de Sharivan e Shaider, lançados na metade da década de 1990. Em Sharivan, cuja
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171) DUPLA ESTREIA EM SHARIVAN – Em 1983, o seriado Sharivan (Uchuu Keiji Shariban – Policial do Espaço Sharivan) marcou a estreia como ator principal de um dos astros daquela década, o dublê Hiroshi Watari. Ele já havia aparecido rapidamente como o personagem Den Iga na série Gyaban antes de ganhar sua série própria. Do outro lado do mundo e alguns anos depois, a mesma série marcou a estréia como protagonista principal em um seriado japonês do dublador Élcio Sodré, que ficaria famoso entre fãs de animê como o Shiryu de Os Cavaleiros do Zodíaco, o Issamu Minami de Black Kamen Rider e Kamen Rider Black RX e o Kakashi Hatake em Naruto. Watari e Sodré se encontraram pessoalmente em 2003, no palco do evento Anime Friends em São Paulo, capital. Na ocasião, Watari foi dublado ao vivo pelo colega brasileiro perante uma multidão emocionada.
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matriz parece ter vindo da Itália, a tradução do termo ficou como Detetive Espacial. Uma adaptação errada, já que ―Keiji‖ é Policial, e não Detetive (Tantei). Em Shaider, apesar da pronúncia correta, a romanização ficou como ―Sheider‖, tanto na legenda da TV Gazeta, como nos guias de programação dos jornais da época.
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173) ―VAMOS REVER NOVAMENTE O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO!‖ – A idéia de ficar explicando o processo de transformação dos Policiais do Espaço partiu do designer da Bandai, Katsushi Murakami, durante uma conversa com o produtor da Toei, Susumu Yoshikawa. A inspiração partiu de uma antiga série da Toei, Nippon Kengakuden, de 1968, também do produtor Yoshikawa. Em Nippon
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172) ―O MUNDO DA ALUCINAÇÃO É UMA ESPÉCIE DE SALÃO CLARO...‖ – Esse era a o início da frase de introdução para a explicação do Mundo da Alucinação (Genmukai), local para o qual o herói Sharivan era enviado para enfrentar os monstros Beasts, que ficavam 4 vezes mais fortes nesse mundo. Essa ideia, de mudar o local da batalha, surgiu na série anterior, Gavan, através do Espaço Maku (Makû Kûkan), e utilizado também em Sheider, com o Mundo de Fûma (Fushigi Jikû). Mas esse recurso não foi usado por causa de falta de locações. O problema é que as armaduras dos Policiais do Espaço, começando pelo Gavan, refletiam muito o brilho do sol, nas filmagens externas, notadamente na famosa pedreira que a Toei alugava para seus seriados. Então a solução encontrada foi enviar o Gavan para o Espaço Maku, onde parte das cenas era gravada em estúdio, e para as tomadas externas, a imagem era escurecida através de filtros. E atenção para a locução completa sobre o lugar: "O Mundo da Alucinação é uma espécie de salão claro. As inúmeras materias que decompuseram-se em átomos e levadas ao salão escuro são o brilho e o calor do mundo maligno do espaço." Alguém entendeu?
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174) HIROSHI WATARI: TUDO PARA SER DUBLÊ – Uma coisa que nunca faltou ao ator Hiroshi Watari foi a força de vontade e a perseverança de nunca desistir dos sonhos. Desde pequeno ele curtia heróis como Ultraman e Kamen Rider, e foi através da admiração que ele sentia pelo Shinichi Chiba, que ele resolveu tentar a carreira de ator. Quando estava no 3º ano ginasial (1977), Watari saiu da província de Niigata rumo a Tokyo, de madrugada, afim de procurar pelo escritório da escola de dublês JAC – Japan Action Club, mas o endereço já havia mudado. No verão de 1980, já no 3º colegial, Watari veio novamente à Tokyo, mas mentiu para seu pai, dizendo que ia para uma excursão de uma semana, a pedido do técnico do time de ginástica da escola. Desta vez, munido do endereço certo, ele encontrou o escritório, mas no momento, o JAC não estava recrutando ninguém. Ele saiu, mas deu meia volta e perguntou novamente se não tinha jeito, aí responderam para ele voltar em março do ano seguinte, quando seria realizado um teste. Ainda
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Kengakuden, eram 4 historinhas em uma hora de duração, representado através de célebres espadachins como Musashi Miyamoto ou Jubei Yagyu. Depois de uma luta frenética, o inimigo era derrotado num piscar de olhos, mas o telespectador só entendia o que aconteceu na cena através do narrador, com o ―vamos rever mais uma vez!‖ Seria algo mais ou menos como o tira-teima em slow-motion, em torneios de luta. Entretanto, a mesma explicação em todo santo episódio chegava a ser irritante, ainda mais que no Brasil as exibições costumam ser diárias e não semanais como no Japão!
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175) HIROSHI TSUBURAYA, O NETO DA LENDA – Neto do renomado Eiji Tsuburaya, o ―Deus do Tokusatsu‖ e idealizador do Ultraman e Ultra Seven, Hiroshi não teve muitas dificuldades em entrar para a carreira artística, por causa do sobrenome. Nos tempos em que praticava vôlei no colegial, ele resolveu prestar um teste para o filme ―Nogiku no Haka‖ (1981), para fazer par com a cantora pop Seiko Matsuda, mas foi eliminado próximo da etapa final. A experiência serviu para ele passar na audição para Shaider, mas ele contou com um certo apoio do Shôzô Uehara, como uma retribuição ao pai de Hiroshi, o diretor Hajime Tsuburaya, por ter começado a carreira de
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restavam 6 dias da excursão, então Watari ganhou a permissão para pelo menos, assistir ao treinamento do JAC, que seria realizado dois dias depois. Sem ter onde ficar, ele se escondeu no terraço do prédio onde se localizava o JAC e passou as noites lá. No dia do treinamento, ele reconheceu o ―Kenya‖ (Kenji Ohba) e a atriz Etsuko Shihomi, a qual foi tentar dirigir a palavra. ―Quero entrar para o JAC!‖, disse ele, e obviamente ela respondeu, ―Venha para o teste do ano que vem‖. O teste de 1981 não foi nada fácil, participaram cerca de 4200 candidatos para apenas 40 vagas! E ele conseguiu, fazendo história na TV japonesa como Sharivan, Spielvan e outros heróis.
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176) REPETIÇÃO DE ATORES – No final da década de 1970 e durante os anos 80, era comum a repetição de atores em papéis principais em produções da Toei, alguns até, engatando séries seguidas, casos de Kenji Ohba (astro de Battle Fever J/ Denziman) e Junichi Haruta (de Goggle V e Dynaman). Um ator, que já havia interpretado um herói, voltar numa outra produção, novamente como herói, trazia um certo atrativo a essas séries. Entretanto, essa repetição não era algo ao acaso, havia um responsável direto, o ex-produtor da Toei, Susumu Yoshikawa. Contrário aos auditions (seleção de candidatos normalmente vinculados às agências de talentos), o próprio Yoshikawa
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roteirista na Tsuburaya Pro. Por coincidência, o diretor do filme Nogiku no Haka era o Shinichirô Sawai, o mesmo dos episódios 1 e 2 de Shaider. Diferente de seus antecessores Kenji Ohba (Gavan) e Hiroshi Watari (Sharivan), Tsuburaya não tinha formação na parte de ação, por não ser membro do JAC. Pra isso foi introduzida a atriz Naomi Morinaga, como sua parceira Annie, numa espécie de contra-peso, já que o herói principal visivelmente não se movimentava como um lutador. Em várias ocasiões ele teve que ser substituído por seu dublê, Kazuyoshi Yamada, mesmo para cenas banais. Em algumas delas, a edição era tão mal feita, que dava pra notar a diferença de físico entre ator e seu dublê. Em sua última entrevista, ao livro Uchû Keiji Taizen, antes de falecer em julho de 2001 vítima de insuficiência hepática, Hiroshi enaltece a importância da Naomi Morinaga e seus dublês, Kazuyoshi Yamada e Takanori Shibahara. Sem eles, Shaider jamais teria tido êxito.
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177) JASPION OU JUSPION? - Os mais observadores devem ter percebido, ao assistir o seriado Jaspion (de 1985), que na pistola do heroi aparecia escrito ―Juspion‖. Essa é a forma correta de se romanizar o nome do personagem, mas no Brasil optaram por usar ―Jaspion‖ para evitar erros de pronuncia. A escrita revela como o nome foi bolado. Juspion nada mais é do que uma contração, à moda japonesa, de ―Justice Champion‖. A propósito, a música-tema do heroi, cantada com estilo pelo falecido Ai
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era quem indicava os atores às novas séries. Ele tinha o seguinte pensamento: ―Realizar um audition (seleção de elenco) com 2 ou 3 meses antes do início das gravações, não vai fazer aparecer um cara bom.‖ Yoshikawa empurrou à força o nome de Kenji Ohba, para o papel de Gavan. Haviam pessoas contrárias dentro da Toei, e por isso ele costumava dizer o seguinte: ―Se você não gosta do Ohba, ok. Então me traga uma outra pessoa.‖ No fim das contas, acabavam não trazendo ninguém. E Yoshikawa tinha uma certa predileção pelos membros do JAC (Japan Action Club), devido a sua longa amizade com Shinichi Chiba (atualmente, JJ Sonny Chiba), fundador desse grupo de dublês.
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178) BOOMERMAN, UM HERÓI TAPABURACO - No seriado do Jaspion, havia o herói coadjuvante Boomerman, vivido pelo ator e dublê Hiroshi Watari, que tinha sido o ator principal em Sharivan, dois anos antes. O Boomerman (no original, Boomeran) foi criado pelo roteirista da série, Shôzô Uehara, para suprir a falta de tempo de Hikaru Kurosaki, o Jaspion. Na época da série, Kurosaki estava muito ocupado com teatro, e nem sempre conseguia conciliar os dois trabalhos. Como a história tinha que ser conduzida na maior parte do tempo por personagens humanos, entrava em cena o Boomerman, contracenando com o Jaspion de armadura. Boomerman acabou ficando pouco na série, pois o ator Hiroshi Watari teve que tirar uma licença para extrair pinos que tinha na perna por conta de um acidente de moto que sofrera durante um passeio em setembro de 1984. Depois de apenas 6 episódios, ele se afastou, mas conseguiu voltar para mais dois episódios e encerrar sua participação na série. Como uma compensação, os produtores ofereceram a ele o papel principal em Spielvan, a série que iria suceder Jaspion na TV.
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Takano, é ―Ore ga seigi da! Juspion‖ (ou ―Eu sou a Justiça! Juspion‖). E pensar que por pouco o heroi não foi batizado como Deniro, em homenagem ao ator Robert De Niro. Sucesso sem precedentes quando exibido na extinta Rede Manchete no final da década de 1980 ao lado de Changeman, Jaspion teve repercussão mediana em seu país.
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179) JASPION E O EPISÓDIO JAMAIS FILMADO – Dos 46 episódios da série Jaspion, 42 foram escritos pelo veterano Shôzô Uehara (roteirista principal das séries Uchû Keiji) e os outros 4, pelo roteirista de animes Haruya Yamasaki (falecido em 2002). O que muita gente desconhece é que houve uma história inédita, escrita por Shigemitsu Taguchi, que estava cotado para fazer parte do staff. Taguchi foi o roteirista principal de Ultraman Taro (1973) e Ultraman Leo (1974). O título provisório era ―Kimi wa kyojû o mita ka‖ (ou ―Você viu o monstro gigante?‖), mas não se sabe ao certo quando foi escrito e porque não foi aprovado. Na história, o menino Tetsuo, que vivia mentindo para chamar a atenção de seu pai, acaba presenciando o monstro Brackie, que só mostrava sua forma verdadeira quando sugava eletricidade. Como Tetsuo havia descoberto o segredo do monstro, MacGaren (Mad Galant, no original) acaba assassinando o pai do garoto, através de um acidente. Entretanto, pela fama de mentiroso, ninguém acredita no que ele fala (sobre o monstro e a morte de seu pai), a começar pela polícia. Mas Jaspion é o único que acredita no garoto e começa a investigar os planos de MacGaren. Brackie, originalmente, era um monstro dócil, até ser enfurecido por Sata Goss... Com suas terríveis presas, ele morde o braço do Daileon, soltando descargas elétricas (até isso estava no script...). O desfecho parecia ser bem triste, com o Tetsuo, perdendo o pai, e com o apoio do Jaspion, ganha forças para continuar a vida... Pela sinopse, já dava pra sentir um certo toque das séries Ultra, ainda mais com o tema do ―garoto mentiroso‖,
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180) JASPION 2 – A MISSÃO (DE FATURAR MAIS) - No Brasil, a série do Guerreiro Dimensional Spielvan (Jikuu Senshi Supiruban, 1986) recebeu o título de Jaspion 2 - Spielvan. Fora o visual semelhante, não havia relação alguma entre as séries e o recurso foi puramente uma estratégia de marketing, já que Jaspion havia sido o herói mais popular jamais visto até então na TV brasileira. O título somente era usado nos materiais de merchandising, já que na série era usado o nome verdadeiro do herói. Mas nem de longe o sucesso se repetiu, pois o público logo percebeu que era outro herói, sem relação alguma com o Jaspion. Spielvan teve o nome inspirado no diretor Steven Spieberg. É que a grafia ―mais correta‖ do nome seria Spielban, e não Spielvan. Já sua companheira de luta era uma homenagem mais óbvia: Lady Diana, a famosa princesa britânica que, na época da série estava bem viva e casada com o Príncipe Charles.
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utilizado em outras produções.
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181) CONTINUAÇÕES QUE NÃO ERAM - O recurso de vender uma produção como continuação de outra faz muito fã torcer o nariz, mas isso já foi feito muitas vezes no mundo. O seriado Policial do Espaço Gavan, de 1982, foi sucesso na França com o nome de X-Or (leia ―Ekzor‖). Seu sucessor, Sharivan, acabou sendo lançado na terra de Napoleão com o título de XOr II. Pelo menos neste caso, os heróis eram realmente relacionados, havendo inclusive crossover entre as séries. Ainda na França, o sucesso da equipe Bioman (de 1984) acabou influenciando o lançamento de Bioman II, na verdade um nome usado apenas lá para a série Maskman (1987) e Bioman III, a denominação na França para outro Super Sentai, o Liveman (1988).
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182) JIRAIYA, O NINJA OLÍMPICO - Jiraya – O Incrível Ninja foi um dos seriados tokusatsu
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183) TETSUZAN YAMASHI – UM NINJA DE VERDADE - No seriado, o pai adotivo do Jiraya foi interpretado por Masaaki Hatsumi, um ninja verdadeiro. Discípulo de Toshitsugu Takamatsu, o último ninja profissional, Hatsumi é o criador da escola Bujinkan, que mantém viva as tradições da arte ninja. Nascido em 1931, o veterano ninja também foi consultor de artes marciais em Jiraya e até em um filme de James Bond, o clássico Com 007 só se Vive Duas Vezes (You only live twice, de 1967), com Sean Connery como o famoso espião.
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mais populares no Brasil no começo da década de 1990. Produzido no Japão em 1988 com 50 episódios, mostrava as aventuras da simpática família de ninjas do clã Togakure. O herói da série, o Jiraya (vivido pelo ator Takumi Tsutsui), usava a tradicional Armadura Olímpica e a poderosa Espada Olímpica, fora a pistola Olympic Laser. Mas o quê os guerreiros japoneses cujos feitos se tornaram lendas têm a ver com o evento esportivo que se originou na Grécia antiga? Absolutamente nada. A série, dublada na Álamo e trazida pela Top Tape, ganhou esse nome aparentemente de forma aleatória. Entretanto, como o seriado foi produzido em 1988, ano da Olímpiada de Seul, os Ninjas do Império (Sekai Ninja, ou ―mundo dos ninjas‖) foram realmente inspirados no evento esportivo, já que em sua grande maioria, cada ninja representava um país diferente. No original japonês, a Espada Olímpica se chamava Jikoushinkuuken, ou ―Espada de Vácuo Luminoso Magnético‖. Não ia dar tempo de falar tudo isso no meio de uma luta.
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184) O JIRAIYA QUE NÃO FALAVA JAPONÊS – Além do guerreiro da Espada Olímpica, existe um outro personagem de tokusatsu que leva o mesmo nome: É o Ninja Black Jiraiya, personagem da série Ninja Sentai Kakuranger (Esquadrão Ninja Kakuranger), produzida pela Toei em 1994 e que contou com 53 episódios. Nesta série, cinco descendentes de ninjas lendários enfrentam um youkai maligno que já havia sido inimigo de seus antepassados. Aqui, Jiraiya é um voluntarioso ninja nipo-americano que, por ter sido criado em Los Angeles, não sabe falar direito o japonês. Coincidentemente, o herói foi interpretado por um verdadeiro nipo-americano de Los Angeles: O ator Kane Kosugi, filho do famoso ator japonês de filmes de ação Sho Kosugi. Com 20 anos na época, Kane ainda não dominava bem o idioma natal de seu pai, o que acabou influindo diretamente na caracterização do personagem. Ainda assim, apesar de suas dificuldades de expressão, ele se consagrou como o primeiro nipo-americano a protagonizar uma série da Toei. Uma curiosidade é que papai Sho fez uma participação especial em dois episódios, interpretando um vilão que é derrotado pelo Ninja Black Jiraiya. Quanto a série Kakuranger, ela acabou chegando ao ocidente pelas vias tortas da Saban, já que serviu de base para
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185) BLACK KAMEN RIDER E SHADOW MOON: IRMÃO SOL, IRMÃO LUA – Em Kamen Rider Black (1987~88), os malignos sacerdotes do Império Gorgom chamavam o heroi (vivido por Tetsuo Kurata) de ―Senhor Black‖. Em japonês, a palavra ―san‖ é usada como ―senhor‖ ou ―senhora‖, uma forma de tratamento respeitoso. Mas não era essa a intenção do autor Shotaro Ishinomori. Na história original, o protagonista Issamu Minami (Kohtaro Minami, no original) recebeu um codinome dos Gorgom
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parte da terceira temporada de Power Rangers (Fase dos Alien Rangers). Alguns elementos da série original também foram aproveitados em Power Rangers: O Filme.
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que o criaram, que era Black Sun, tradução do inglês para ―Sol Negro‖, irmão de Shadow Moon, que se traduz como ―Sombra da Lua‖. Os nomes eram relacionados e tirados do inglês. Como a pronúncia para a palavra japonesa ―san‖ e o termo em inglês ―sun‖ é igual, a tradução feita no Brasil cometeu esse erro, que poderia ter sido evitado consultando o script em japonês. Após o final da série, os dois rivais voltariam a lutar na série Kamen Rider Black RX (1988~89),
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186) KAMEN RIDER: HERÓIS MAIS HUMANOS - Black e Black RX pertencem a uma das maiores franquias de heróis japoneses: Kamen Rider. Personagem de Shotaro Ishinomori, autor de Cyborg 009 e muitos outros personagens, Kamen Rider nasceu como um projeto feito para concorrer diretamente com os heróis gigantes superpoderosos da época. Um ciborgue criado pela organização maligna Shocker, o motoqueiro Takeshi Hongo se volta contra seus criadores e luta pela própria sobrevivência e pela salvação do mundo. Sem raios ou poderes exagerados, usava socos e chutes contra monstros de tamanho humano. A fórmula agradou em cheio, bem como o carisma do ator Hiroshi Fujioka. Porém logo no episódio 13 ele sofreu um acidente feio de moto que o obrigou a deixar a série. Entrou o ator Takeshi Sasaki, que interpretou Hayato Ichimonji, o sucessor do Kamen Rider como protetor do Japão. A justificativa dada foi o herói viajar para fora do país para enfrentar o inimigo em outras frentes. Usando o mesmo visual, o segundo Rider deu continuidade à série, que definitivamente se distanciou do mangá original.
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continuação direta de Black, novamente com Tetsuo Kurata. Depois, Black, Black RX e até Shadow Moon viriam a aparecer no longa Kamen Rider Decade - All Riders vs Dai Shocker (2009) e Let´s Go Kamen Riders (2011). Em tempo: Kamen Rider Black foi lançado no Brasil, na extinta TV Manchete e também em fitas VHS da Intermovies, com o título ―Blackman‖. Na série, ele era chamado mesmo de Black Kamen Rider. Felizmente, Kamen Rider Black RX foi lançado no Brasil com seu nome original.
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Depois da recuperação do ator, o Rider original acabou voltando durante a série e o final mostrou os guerreiros vencendo os inimigos como uma dupla. Para serem diferenciados, o original passou a usar luvas e botas brancas e o segundo, vermelhas. Sua série teve 98 episódios e ganhou derivadas, como o Kamen Rider V3, X, Stronger, Super-1 e outros. Após a morte de Ishinomori, a Toei continuou a produzir novos Riders, alguns totalmente distantes dos
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conceitos originais do criador. Vieram os Kamen Riders Kuuga, Agito, Ryuuki (adaptado nos EUA como Kamen Rider – O Cavaleiro Dragão), Kiva, Den-O, Decade, W (Double), OOO (leia ―Oozu‖) e diversos outros.
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187) KAMEN RIDER DECADE E A POLÊMICA EXIBIÇÃO NOS CINEMAS - Em 12 de dezembro de 2009, estreou no Japão a produção Kamen Rider vs Kamen Rider - W & DECADE MOVIE Taisen 2010, com os dois mais recentes heróis da franquia Kamen Rider. O filme, com duração de cerca de 90 minutos, foi dividido em 3 partes. Primeiro, o episódio final (Kanketsu Hen) de Kamen Rider Decade . Em seguida, o episódio zero de Kamen Rider W (Begin’s Night). E por fim, um crossover entre os dois personagens (MOVIE Taisen). A jogada de marketing de fazer com que o público vá ao cinema para ver o final de Decade, não caiu muito bem, e foi muito criticada. O problema se originou logo após a exibição do preview do
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188) SABURO YATSUDE, O ―PAI‖ DOS HERÓIS DA TOEI COMPANY - Saburo Yatsude é o nome creditado como o criador de Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya, Jiban, Maskman e algumas dúzias de séries similares da Toei Company. Como um cara sozinho conseguiu criar tantas séries e estar no topo há tanto tempo? Simples, ele não existe! Saburo Yatsude é o pseudônimo do estúdio Toei Company, que organiza equipes de criação rotativas, com interferência direta dos fabricantes de brinquedos que patrocinam – e viabilizam – as aventuras dos seus coloridos heróis. Nos anos 70 e 80, a maior parte do trabalho de criação conceitual era feito pelo produtor Tohru
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filme, no último episódio (exibido em 30/08/2009), com a frase "A Rider War é para o cinema". Isso criou um mal-estar no público, que se viu obrigado a ir para o cinema se quisesse ver o final da série. O problema não estava no fato do filme ter ligação com a série (afinal é até comum uma série gerar um ou mais longas no cinema) ou ser o verdadeiro final, mas pela série em si não ter tido um final. Numa coletiva de imprensa regular, após a exibição do último episódio, o presidente da TV Asahi, Hiroshi Hayakawa reconheceu o erro. E esse problema chegou aos ouvidos da BPO (Broadcasting Ethics & Program Improvement Organization), uma organização que controla a ética televisiva, que não poupou críticas a essa jogada de marketing. A atitude foi criticada por muitos internautas, alguns deles pedindo o cancelamento do filme, e que este fosse transformado num especial de TV. A ideia até que não seria ruim, mas improvável, devido a venda de entradas antecipadas.
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189) QUE FIM LEVARAM? – Geralmente de baixo orçamento, seriados tokusatsu costumam dar chance a novos atores para mostrar seu trabalho. Alguns seguem firmes na carreira, mas outros vão caindo no esquecimento e acabam se dedicando a outras atividades para sobreviver. Veja o que andam fazendo alguns atores de seriados: Tetsuo Kurata (Issamu Minami, o Black Kamen Rider e KR Black RX) administra um restaurante, mas ainda trabalha como ator, tendo interpretado novamente Black e Black RX na série Kamen Rider Decade (2009). Shohei Kusaka (Naoto Tamura, o Policial de Aço Jiban) virou empresario de artistas e esportistas. Masaru Yamashita (Ryuma Ogawa, o Fire de Winspector e Knight Fire em Solbrain), trabalha como instrutor de beisebol para crianças. E Seiki Kurosaki (Jaspion), virou instrutor e dono de uma escola de mergulho.
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Hirayama, que deu grande impulso ao gênero dos heróis do tokusatsu, mas seu trabalho foi sendo cada vez mais diluído e poucas vezes reconhecido. No final, os personagens são criações corporativas, feitos para promover brinquedos, mesmo que o sucesso ou fracasso desses personagens dependa do carisma dos atores e da criatividade de roteiristas e diretores. O ―autor‖ Saburo Yatsude (também chamado algumas vezes de Saburo Hatte) apareceu pela primeira vez nos créditos da série The Kagestar, que estreou em abril de 1976. Na área das anime songs, até algumas letras de músicas de seriados também já foram creditadas a Saburo Yatsude, talvez porque seus compositores preferiram o anonimato.
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190) JÁ OUVI ISSO ANTES... - A Toei Company sempre produziu seus seriados em esquema de linha de produção, com muitas soluções descuidadas que acabaram contribuindo para o charme das séries tokusatsu. As séries são produzidas para serem exibidas à razão de um episódio por semana e reciclagem muitas vezes é a palavra de ordem. Cenas de explosões de carros e prédios em chamas foram aproveitadas em diversos seriados, um recurso que ficou fácil de ser percebido no Brasil, onde várias dessas obras foram exibidas diariamente e na mesma época. Em alguns casos, até músicas de fundo foram reutilizadas. Em Winspector (1990), o compositor Seiji Yokoyama foi autorizado a reaproveitar temas instrumentais que ele havia criado para Metalder (1987). Da mesma forma, em Jiban (1989), o compositor Michiaki ―Chumei‖ Watanabe reaproveitou alguns temas que ele já havia utilizado em Sharivan (1983) e Jaspion (1985). Ou seja, alguns detalhes não são apenas parecidos entre as séries. São os mesmos!
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191) SUKIYAKI, UM PRATO MUSICAL – J-Pop é a palavra que o ocidente usa desde a década de 1980 para definir a música pop e o rock nipônicos de forma geral. Mas ela surgiu e começou a ganhar forma muito antes, logo após a meteórica passagem dos Beatles pelo país em
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CAPÍTULO 4: VARIEDADES MÚSICA, MODA, GAMES, COISAS LEGAIS E SERES BIZARROS
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1966, o que influenciou muitos jovens músicos a embarcarem no pop-rock. E antes mesmo disso acontecer, em 1963, uma canção alegre, suave e otimista fez o país (e depois o mundo) assobiar sua melodia. Era ―Ue wo muite arukou‖ (ou ―Caminhando e olhando para o alto‖), interpretada por Kyu Sakamoto, o primeiro grande astro da música pop japonesa. Pertencente ao chamado gênero ―kayoukyoku‖ (música popular, o pop daquela época), a música foi rebatizada como ―Sukiyaki‖ e acabou fazendo sucesso no mundo inteiro, ficando três semanas no topo da parada da Billboard, nos EUA. Ganhou versões até no Brasil, onde foi regravado ao longo dos anos como ―Olhando para o céu‖ pelo Trio Esperança, As Patotinhas, Daniela Mercury (esta, cantando em japonês) e Jair Rodrigues. Sakamoto morreu em agosto de 1985, no acidente aéreo do vôo 123 da Japan Airlines, um dos maiores desastres da aviação mundial, mas sua música é reverenciada até hoje. E afinal, qual o motivo para terem escolhido o nome do prato tradicional Sukiyaki como título internacional para a música, sendo que ela nem fala sobre comida? Motivo nenhum, pois os produtores da Capitol Records (EUA) apenas queriam um nome simples que tivesse
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192) STREET FIGHTER E A CIRANDA DOS NOMES – Criado em 1991 pela empresa Capcom, o game Street Fighter II apresenta algumas histórias interessantes sobre os nomes de alguns dos seus vilões. Na versão original japonesa o grande chefe era Vega, o toureiro era Balrog e o boxeador era M. Bison. Entretanto, não foi com essa relação entre nomes e personagens que eles ficaram conhecidos no ocidente, tudo por conta da chegada do game aos Estados Unidos. Como o personagem M. Bison havia sido criado tendo como modelo o então campeão mundial de boxe Mike Tyson, os executivos da Capcom ficaram com medo de serem processados pelos agentes do campeão por uso indevido de sua imagem. A solução, para aliviar as coisas, foi misturar alguns nomes. E foi assim que Vega virou M. Bison, Balrog virou Vega e M. Bison virou Balrog, que confusão... Mais tarde, o rebatizado chefe M. Bison ficou conhecido apenas como Bison. Outro vilão que teve o nome mudado nos Estados Unidos foi Akuma. Seu nome original: Gouki, o mesmo de um conhecido demônio da mitologia japonesa, não era considerado pela Capcom
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sonoridade japonesa. Podia ter sido ―Sashimi‖, ―Arigatôu‖ ou qualquer outra coisa...
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americana como suficientemente sinistro para batizar um vilão desse porte. E foi por esse motivo que ele foi chamado de Akuma, que em japonês significa ―mau espírito‖ ou ―demônio perverso‖.
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194) ICHIROU MIZUKI, O HOMEM DAS MIL MÚSICAS - Anime songs ou anisongs são as canções de animês, mas também incluem os temas de tokusatsu, séries inspiradas em mangá e até games. Maior batalhador pelo reconhecimento das anime songs como um segmento de mercado a ser respeitado (inclusive
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193) KAZUO KOIKE, UM INTELECTUAL DOS MANGÁS NO MUNDO DAS ANIME SONGS Nascido em 8 de maio de 1936, o roteirista Kazuo Koike ganhou fama e prestígio no mundo inteiro com seu mangá Lobo Solitário (Kozure Okami, 1970), uma poderosa aventura de samurais voltada a adultos. Também escreveu Crying Freeman (ilustrado por Ryoichi Ikegami) e Yuki (com arte de Kazuo Kamimura), todas obras densas, intelectuais, violentas e de conteúdo totalmente adulto, com protagonistas sanguinários e implacáveis. Mas Kazuo Koike também deixou sua marca no vibrante – e quase sempre pueril - mundo das anime songs. É dele a letra das músicas de abertura de Goggle V (de 1982, já visto no Brasil) e Dynaman (1983), seriados da franquia Super Sentai. Também escreveu letras para as músicas ―Bokura no Mazinger Z‖ e ―Ore wa Great Mazinger‖, dofamoso robô gigante Mazinger Z. A primeira, inclusive, foi pirateada em português em 2010 para a campanha de um candidato a deputado federal de São Paulo, Carlos Henrique, do PP.
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195) ISAO SASAKI, O ―ELVIS JAPONÊS‖ – Nascido em maio de 1942, o cantor, ator e dublador Isao Sasaki se tornou um dos maiores cantores de anime songs. É dele a voz ouvida no imponente tema da Patrulha Estelar (Uchuu Senkan Yamato), além de canções Metalder, Goranger, Machine Man, The Ultraman (animê de
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artisticamente), o cantor, ator e dublador Ichirou Mizuki é conhecido como Aniki (―ani‖ é ―irmão mais velho‖), também uma abreviação para ―anison king‖. É dele a voz ouvida nos temas originais de Capitão Harlock, Mazinger Z, Metalder (encerramento), Spielvan e vários outros. Como ator, Mizuki interpretou em 1986 o Dr. Paul, pai do heroi Spielvan. Foi membro fundador do grupo JAM Project em 2000, e desligou-se oficialmente em 2002. Seu maior feito aconteceu em agosto de 1999, quando cantou ao vivo nada menos que 1.000 anisongs em sequência (cada uma tendo em média 1m15s), numa impressionante maratona que durou cerca de 24 horas. Haja fôlego!
196) CORPINHO DE DUBLADORA – O título usado aqui pode parecer bem estranho à primeira vista. Afinal, o que interessa para uma <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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1979), Galaxy Express 999, Dekaranger e tantos outros. Como ator, foi visto aqui interpretando o arqueólogo Prof. Nanbara, em Jaspion. No Japão, seu vozeirão grave e imponente o tornou o dublador oficial de Sylvester Stallone e Christopher Reeve. Mas foi gravando covers de Elvis Presley nos anos 1960 que ele chamaria a atenção como músico. A imagem de cover do Elvis ficou para trás na medida em que ele consolidou seu trabalho tanto como cantor de anime songs, quanto como ator e dublador. Em março de 2010, ele reviveu seu início de carreira no evento Honolulu Festival, no Havaí.
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197) O MUNDIAL DE COSPLAY - Cosplay é uma das formas de entretenimento da cultura pop japonesa que vem ganhando mais adeptos pelo mundo. A modalidade começou nos EUA, na <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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dublagem é que o ator ou atriz tenha uma boa interpretação vocal e que ela seja adequada ao personagem. Mas em nenhum outro lugar do mundo os dubladores (ou seiyuu) têm um tratamento tão reverenciado quanto no Japão. Além de gravar músicas para os animês que dublam, os seiyuu de maior sucesso acabam sendo convidados para dar entrevistas e posar para ensaios fotográficos, especialmente as dubladoras, claro. Em alguns casos, é necessária uma pesada produção para que a artista escolhida para o ensaio pareça bonitinha como a personagem que embala os sonhos de muitos otakus. Também, ao gravar alguma música, sua presença passa a ser mais requisitada para shows e eventos, e para isso uma boa aparência passa a ser cada vez mais importante. Mesmo assim, em geral as dubladoras surgem das escolas de dublagem. Um caso diferente foi o de Megumi Nakajima (Ranka Lee, em Macross Frontier), que venceu uma audição (via carta) feito pela gravadora Victor. As candidatas tinham que mandar duas fotos, sendo uma de rosto e outra de corpo inteiro, mais uma gravação da própria voz, fazendo cover de alguma música. Ela foi apresentada num evento de Macross em 2008, que reuniu vários cantores, como Mari Iijima (a eterna Lynn Minmay do Macross original), Yoshiki Fukuyama (de Macross 7 e membro do JAM Project), entre outros. Depois disso ela seguiu firme na carreira de cantora e dubladora.
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198) ANIME SONGS COM UM TOQUE BRASILEIRO - Em 2005, o conjunto japonês de anime songs JAM Project (de Japan Animationsongs Makers) lançou uma audição internacional para escolher um "membro honorário‖. O concurso foi vencido pelo redator e tradutor brasileiro Ricardo Cruz, que logo gravou
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década de 1970, com a primeiras convenções dedicadas ao seriado Jornada nas Estrelas (Star Trek), mas foi no Japão que ganhou mais popularidade. Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas vestir a fantasia de um personagem que faz de seu praticante um cosplayer. A palavra veio da contração dos termos "costume" ("traje") e "play" ("brincar"), logo, o cosplayer deve interpretar seu ídolo, fazer uma performance. Desde 2003, existe no Japão o World Cosplay Summit, que reúne duplas de cosplayers de diversos países. O Brasil começou a participar em 2006, através da editora JBC, que promove eliminatórias em várias cidades, dentro de eventos temáticos de mangá e cultura pop japonesa. Já na primeira tentativa, o Brasil levou o primeiro lugar, com a dupla formada pelos irmãos Maurício e Mônica Somenzari, que se caracterizaram como personagens da série Angel Sanctuary. Depois, voltou a vencer em 2008, com a dupla Gabriel Niemietz e Jessica Campos, que encarnaram personagens de Burst Angel (Bakuretsu Tenshi). As vitórias do Brasil - o primeiro país a vencer dois mundiais - não devem ter surpreendido muito os estrangeiros. Afinal, nosso país é famoso em todo o planeta por seu Carnaval, onde uma das formas de expressão mais reconhecidas é exatamente brincar fantasiado.
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vocais para a música Gong, tema do game Super Robot Wars Alpha 3, da plataforma PlayStation 2. Outras gravações vieram e Ricardo cantou em diversos shows do JAM, aumentando cada vez mais sua participação. Estreou como compositor escrevendo, junto com o líder da banda Hironobu Kageyama, a música "Sempre sonhando", incluída no álbum Get Over the Border, de 2008. O JAM Project, liderado por Hironobu Kageyama (cantor de Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco, Changeman e Maskman, entre outros), se esforça por manter vivo o espírito das animesongs clássicas, que falam sobre os personagens em melodias vibrantes, em oposição ao pop mais genérico empurrado pelas gravadoras.
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200) TERRORISMO OTAKU – Em março de 1995, uma série de ataques com gás venenoso no metrô de Tokyo fez doze vítimas fatais e milhares de feridos. O ato terrorista foi atribuido à seita AUM - Verdade Suprema, liderada pelo fanático religioso Shoko Asahara. Considerada de alta periculosidade, a seita teve seus templos fechados e seus membros presos ou interrogados pela polícia japonesa. Um fato que chamou a atenção é que muitos de seus integrantes – incluindo seu lider – tinham amplo conhecimento de mangá e animê, e usavam
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199) OTAKU - ENCAPSULADOS – Com a invasão mundial de mangás, animês, games e afins, o termo otaku tem se popularizado muito no ocidente para identificar os fãs de cultura pop japonesa, como uma moderna tribo urbana. Só que no Japão a palavra não é tradicionalmente vista com bons olhos. A palavra foi usada pela primeira vez em 1983 pelo pesquisador Akio Nakamori para nomear os jovens (homens, geralmente) que se isolam do convívio social e se dedicam de modo obsessivo a algum hobby, como jogar games, colecionar itens de alguma cantora ou banda de rock ou ainda idolatrar personagens de animês e mangás. No idioma japonês, ―otaku‖ é a palavra que define a casa de uma pessoa. Grafada em alfabeto katakaná (usado para termos e nomes estrangeiros ou não naturais da língua japonesa), a palavra otaku no sentido pop indica pessoas que vivem fechadas em si mesmas, como num casulo. Nos EUA e especialmente no Brasil, o termo foi apropriado pelos fãs de mangá e animê, que formam animadas turmas que em nada se assemelham a suas contrapartes nipônicas.
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201) DENSHA OTOKO: LIMPANDO A BARRA DOS OTAKU - Presentes na sociedade japonesa mas geralmente considerados párias, os otaku ganharam ares de simpatia com um dorama (ou drama), o equivalente japonês às nossas novelas. Geralmente curtos, com no máximo 12 ou 13 episódios, um J-Drama (nome pelo qual as novelas japonesas são conhecidas no ocidente) conta historias tristes e de superação. Algumas são inspiradas em mangá e a maioria tem apostado no público jovem, trazendo astros da música pop e modelos para interpretar suas lacrimejantes histórias. E uma de grande sucesso foi Densha Otoko (literalmente, ―O Homem do Trem‖), a simpática história de um otaku que se apaixona e é correspondido por
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termos e definições próprios desses universos. Asahara sonhava com armas iguais às que via na TV, mencionava muito sobre robôs e armas espaciais e até um trecho da música do herói Kamen Rider foi usada como lema da seita.
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202) MAURICINHOS OTAKU - O universo de Densha Otoko também mostrou para o grande público a existência de uma subdivisão do gênero otaku, o "Akiba 2.0‖, composto por rapazes bem apessoados, longe do estereótipo preconceituoso do otaku desleixado com a aparência e jeito de nerd desajeitado. Akiba é uma referência ao bairro de Akihabara, o paraíso dos otakus repleto de lojas para todo tipo de gosto. Já o ―2.0‖ não é nenhuma alusão a uma ―versão upgrade‖ de um otaku. O nome veio porque eles só curtem personagens 2D (feitos com traços não tridimensionais) e tem ―experiência zero‖ com mulheres, além de serem o chamado "nimai-me", uma gíria pra definir mauricinhos. Outra característica dos Akiba 2.0 é que eles ―têm‖ que se manter virgens, para se transformarem em ―Mahô-Tsukai‖ (Feiticeiros),
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uma garota normal, que além de tudo, é mais alta e madura que ele e tem uma beleza exuberante. Ao longo dos episódios, o protagonista Yamada vai tentando conquistar a doce Saori, enquanto tenta esconder seu lado ―vergonhoso‖ e vai pegando conselhos de outros otakus que frequentam uma BBS, que é como uma ancestral dos fóruns de internet e ainda popular no Japão. Isso é o gancho para aparecer todo tipo de otaku, todos bem intencionados, o que criou uma aura de simpatia em torno da tribo. Exibido em 2005, ainda teve um longa (com outro elenco) e um especial de TV dando continuidade à novela. Mas a moda passou e, depois de tanta exposição na mídia, o modo de vida otaku voltou a causar total estranheza e antipatia perante a maior parte da população japonesa.
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ou algo assim. Eles dizem que não têm namorada por opção, preferindo as garotas 2D.
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204) KAZU, ASTRO DOS GRAMADOS, DOS GAMES E DO ANIMÊ – Nascido em 1967, Kazuyoshi Miura, ou simplesmente Kazu, foi o primeiro jogador de futebol japonês a fazer carreira fora de seu país, especificamente no Brasil. Jogou pelo Palmeiras, XV de Jaú, Matsubara, CRB, Juventus, Coritiba (onde foi campeão paranaense em 1989) e sagrou-se ídolo no Santos FC. No game baseado no mangá
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203) COMPRANDO AUTÓGRAFOS! – Talvez muitos desconheçam, mas no Japão, as sessões de autógrafos são pagas, ou seja, você não ganha os autógrafos, e sim as compra. Pode parecer uma prática antiética, ainda mais levando-se em conta que os artistas dependem do público para existirem, mas é totalmente legal, ou melhor dizendo, necessário, já que os organizadores precisam pagar o cachê pela presença dos artistas, além é claro de tirar um pequeno lucro. Mas o mais importante, apenas quem é realmente fã vai se sujeitar a pagar o preço. Isso evita aquela prática de pegar um autógrafo só porque é de graça. Os interessados precisam chegar cedo e entrar na disputa de um tíquete limitado, ou em alguns casos, comprar algum produto relativo ao artista. Não são permitidos autógrafos em produtos que não tenham a ver com o artista. Isso evita aquela situação constrangedora do convidado ter que autografar um pedaço de papel qualquer. Devese ter em mente que o que está sendo cobrado não é o autógrafo em si, mas o fato de você poder estar frente a frente com o artista.
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205) YOKO KANNO E A BRASILEIRA JOYCE: O ENCONTRO DAS GRANDES – Produzida em 2003 pelo Estúdio BONES e contando com 26 episódios, a série de animê Wolf’s Rain chamou a atenção
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e animê Captain Tsubasa IV – Pro no Rival Tachi (―Rivais Profissionais‖), da plataforma Super Famicon, Kazu apareceu como atacante de destaque, interagindo com personagens da série Super Campeões. Além disso, ele e seu irmão Yasu (também jogador profissional) foram os astros do animê de longa-metragem Kazu & Yasu – Hero Tanjou (―O Surgimento do Herói‖), lançado em 1995 pelo estúdio Triangle Staff. Em uma das cenas, Kazu aparece saboreando em um barzinho um legítimo Guaraná Antárctica, um refrigerante quase desconhecido no Japão daquela época. Recordista de gols pela seleção japonesa (55 gols em 89 jogos) e considerado uma lenda viva, anunciou que pretende continuar jogando profissionalmente até os 50 anos para conseguir quebrar o recorde mundial de longevidade pertencente ao atacante inglês Stanley Matthews (1915-2000), que se aposentou aos 50 anos na liga inglesa, mas ainda competiu até os 55 anos, na pequena República de Malta. A ligação de Kazu com o Brasil é sempre lembrada, pois seu site oficial (www.kazu-miura.com) estampa a frase ―Boa sorte, Kazu!‖
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206) O FENÔMENO MAID CAFE – Um Maid Café é um tipo de lanchonete onde os clientes são atendidos por lindas garotas vestidas de empregada (maid) e falam como personagens de animê. Oriundo da subcultura otaku, o que chama a atenção é como esse tipo de estabelecimento tem se proliferado nos últimos anos, tomando conta do bairro Akihabara, que outrora já fora conhecido como o bairro dos
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não só pela qualidade de sua produção, mas também por ter contado em sua trilha sonora com duas renomadas musicistas do cenário internacional: A pianista e arranjadora japonesa Yoko Kanno, responsável pela trilha do animê, e a cantora e compositora brasileira Joyce. Foi durante um show da brasileira em Tóquio que as duas se conheceram e, tempos depois, Kanno convidou Joyce para uma parceria em três canções que seriam inseridas na trilha de Wolf’s Rain. E assim, nasceram ―Dogs and Angels‖, ―Run, Wolf warrior, Run‖ e ―Coração Selvagem‖. A primeira cantada em vocalização, a segunda cantada em inglês com participação do grupo vocal brasileiro Boca Livre e a terceira cantada em português, com letra da própria Joyce. Anime songs para ouvidos refinados.
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207) UM HERÓI QUE É A SUA CARA - Já imaginou ter um boneco ou estatueta de superherói, mas com a sua cara estampada? É isso que a Bandai fez com sua linha de figuras ―Jibun Damashii‖ (Próprio Espírito). A primeira figura foi do Kamen Rider 1, conforme reformulado no filme Kamen Rider THE NEXT, lançado em junho de 2009. Para ilustrar a amostra, foi utilizada uma foto do redator da revista Hyper Hobby, que divulgou o lançamento. Bastava fazer o pedido pelo site do produto, preencher os dados e fazer o upload de apenas uma única foto frontal do rosto, pra eles transformarem em 3D. O primeiro
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eletrônicos. Hoje, ela é chamada de ―Otaku no Sechi‖ (ou ―A Terra Santa dos Otakus‖). Existem dezenas de estabelecimentos que trabalham com garotas vestidas de ―maid‖, e pelo menos a metade é de Maid Cafe. O restante engloba outros tipos de serviço como massagens, relaxamento e até mesmo tirar cera do ouvido de clientes. Para atrair os clientes, várias garotas vestidas de cosplay, ficam espalhadas por Akihabara distribuindo panfletos e até posando para fotos. Os clientes são sempre recebidos com um gentil ―Okaerinasaimase goshujinsamá‖, que literalmente quer dizer, ―Bom retorno, meu amo‖. E a coisa não fica só na refeição, elas tentam empurrar de tudo um pouco como CDs, figuras e tantas outras ―inutilidades‖. Quem nunca esteve em Akihabara pode estranhar esse tipo de comportamento. Mas basta ver os animês atuais para encontrar uma personagem empregadinha (maid), um dos símbolos do chamado Moe-Character, um tipo de personagem que tem uma aura de doçura e que exerce atração em parte do público japonês.
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208) AS EMBAIXADORAS DA FOFURA Dentro da chamada cultura pop japonesa, a moda acabou ocupando uma posição de destaque, levando exóticos vestuários a serem imitados por jovens de várias partes do mundo. Dentre as várias tribos urbanas, destaca-se a das gothic lolitas, garotas que combinam um ar virginal de lolita (título extraído do famoso romance do russo Vladmir Nabokov) com roupas góticas (em geral, trajes vitorianos) a adereços
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lote foi de apenas 3.000 unidades, ao preço de 13.650 ienes (quase 150 dólares). As figuras têm cerca de 18cm e vêm com 4 opções de mãos e duas máscaras. E mais, a embalagem, em formato blister pack, também traz o nome que o cliente desejar, assim como na base (stand). Mas vale lembrar que apenas o rosto é moldado no boneco, e isso exclui o cabelo. Depois do Kamen Rider, foi a vez de Char Aznable, carismático vilão da série original da franquia Gundam. Infelizmente, o site www.jibundamashii.com somente aceita encomendas dentro do território japonês.
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variados, muitos inspirados em mangá e animê. Com olhares e modos delicados, elas refutam completamente qualquer rótulo ou apelo sensual, atraindo ainda mais grande parte dos olhares do público japonês Tal movimento ganhou tanta força entre jovens antenados do mundo inteiro que o governo japonês, que já havia criado o "Embaixador do Animê" para o gatinho Doraemon, resolveu nomear três Embaixadoras do Kawaii (termo que define coisas fofas, meigas), encarregadas de viajar pelo mundo mostrando diferentes tendências da moda urbana japonesa. Uma delas, Misako Aoki (especialista na moda Gothic Lolita, que mescla roupas antigas como vestidos vitorianos e um
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aspecto de fofura infantil), esteve no Brasil em 2009, passando por São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Brasília.
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210) CASANDO COM UMA PERSONAGEM – Que no Japão o termo otaku tem um sentido pejorativo para indicar gente isolada e viciada em algum hobby, é um fato que expõe um lado preconceituoso da sociedade japonesa. A novela Densha Otoko amenizou um pouco esse sentimento, mas apenas por um tempo. Porém, tem otaku que realmente ultrapassa os limites do bom senso e acaba piorando ainda mais a imagem dos demais. Em 2009, um japonês, conhecido na internet pelo apelido Sal9000,
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209) ASTRONOMIA OTAKU – Em 1995, o astrônomo japonês Akimasa Nakamura descobriu dois cinturões de asteroides e os batizou como 12796 Kamenrider e 12408 Fujioka. As escolhas foram, respectivamente, em homenagem ao famoso personagem de mangá e tokusatsu e ao ator Hiroshi Fujioka, que interpretou o Kamen Rider original em 1971.
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anunciou que iria se casar com uma personagem de game, a estudante do terceiro colegial Nene Anegasaki, do jogo de estratégia Love Plus, da plataforma Nintendo DS (da Konami). O jogo é do tipo aventura, onde o jogador pode simular encontros e paqueras com as personagens virtuais. Voltado a otakus, esse título é um exemplo de quão diversificada e segmentada se tornou a gigantesca indústria dos games, superando em cifras a dos mangás, animês e música. Sal9000 levou tão a sério o amor platônico oferecido pelo jogo que resolveu se casar com a personagem Nene, com direito até a um sacerdote para oficializar a união. O casamento aconteceu em 22 de novembro de 2009, foi transmitido pela internet e depois o ―casal‖ desfrutou (sabe-se lá como) uma romântica lua-de-mel em Guam, paradisíaca colônia estadunidense ao sul das Ilhas Marianas. Não foi o primeiro caso no Japão de um cidadão declarando publicamente preferir amar uma personagem de ficção do que uma mulher de verdade, mas sem dúvida esse foi o caso que foi mais longe. Pelo menos, até o momento em que a pesquisa para esta obra foi encerrada.
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EPÍLOGO: O GRANDE TERREMOTO No dia 11 de março de 2011, um devastador terremoto de magnitude 9 atingiu o Japão. O tsunami que se seguiu matou milhares de pessoas na província de Sendai, noroeste do país. E com tudo isso, a usina nuclear de Fukushima foi danificada e desencadeou um acidente grave, espalhando o medo da contaminação radioativa. O coautor desta obra, Michel Matsuda, vivendo na cidade de Oizumi, próximo de Tokyo, sentiu pouco os efeitos do terremoto, felizmente. Nas regiões mais atingidas, o pesadelo e as dificuldades ainda em andamento comovem e preocupam o mundo. A reconstrução será demorada, cara e dolorosa, mas já está em andamento.
Em meio a tanta tragédia, a esperança, disciplina e garra de um povo que sempre soube superar as adversidades.
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Desta vez não será diferente.
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Além de governo, autoridades e empresários, os artistas se movimentaram em um grande número de manifestações. Concertos musicais, publicações, vídeos, canções e muitas iniciativas foram feitas, seja para angariar fundos para as vítimas, seja para encorajar as pessoas.
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Ganbarê!! (―Esforcem-se!‖) - Ilustração de Akira Toriyama com seus personagens Goku (de Dragon Ball) e Arale (de Dr. Slump) feita para encorajar os sobreviventes da tragédia de 11 de março de 2011. Ela resume bem o espírito japonês de luta e determinação.
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BIBLIOGRAFIA ANDÔ, Mikio (editor). Space Sheriff Chronicle. Tokyo: Futabasha, 2000 BARRAL, Etiénne. Otaku – Os filhos do virtual. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000. DAITOKU, Tetsuo (editor). Macross Perfect Memory. Tokyo: Minori Shobo, 1983 GUEDES, Roberto. A saga dos super-heróis brasileiros. Vinhedo: Editoractiva Produções Artísticas, 2005. IWASA, Yôichi. Secret Force Goranger Chronicle. Tokyo: Futabasha, 2001 JONES, Gerard. Brincando de matar monstros: Por que as crianças precisam de fantasia, videogames e violência de faz-de-conta. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2006. LEDOUX, Trish (editora). Anime Interviews – The first five years of Animerica Anime & Manga Monthly (1992-97). San Francisco, California: Cadence Books, 1997.
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LUYTEN, Sonia M. Bibe. Mangá – O poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo: Ed. Hedra, 2000.
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LUYTEN, Sonia M. Bibe (organizadora). Cultura pop japonesa: Mangá e animê. São Paulo: Ed. Hedra, 2005.
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KASHIWAGI, Makoto (editor). The Space Battleship Yamato Chronicles. Tokyo: Takeshobo, 2001 KASHIWAGI, Makoto e Riichi Tomita (editores). Masked Rider Chronicles. Tokyo: Takeshobo, 2001 KURATA, Yukio (editor). Zillion Perfect Version. Tokyo: Gakken, 1988 KURUMADA, Masami. Saint Seiya Encyclopedia. Tokyo: Shueisha, 2001 LOPES, João Henrique. Elementos do Estilo Mangá. Belém: 2010 McCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: M Books do Brasil Editora Ltda, 1995. MOLINÉ, Alphons. O grande livro dos mangás. São Paulo: Editora JBC, 2005. MONTE, Sandra. A presença do animê na TV brasileira. São Paulo: Editora Laços, 2010.
SCHODT, Frederik. Manga! Manga! The World of Japanese Comics. Tokyo: Kodansha International, 1983. <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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SCHODT, Frederik. Dreamland Japan – Writings on modern manga. Berkeley, California: Stone Bridge Press, 1996.
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NAGADO, Alexandre. Almanaque da Cultura Pop Japonesa. São Paulo: Ed. Via Lettera, 2007
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OS AUTORES Alexandre Nagado Nascido em São Paulo (capital), em 8 de março de 1971. Aos 17 anos começou a publicar profissionalmente, desenhando cartuns para jornais de empresas.
Tem produzido ilustrações para agências e estúdios, desenhos para comunicação <<< ÍNDICE >>> © Alexandre Nagado, Michel Matsuda e Rodrigo de Goes Todos os direitos reservados.
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Em março de 2008, esteve no Japão como um dos 25 selecionados para o programa de intercâmbio Jovens Líderes entre Japão~Brasil, atividade comemorativa do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, patrocinado pelo MOFA - Ministry Of Foreign Affairs do Governo Japonês.
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Em 1990, começou a trabalhar com quadrinhos, tendo estreado com um roteiro para Flashman, na Editora Abril. Assinou também HQs para Maskman (Ed. Abril), Goggle V (EBAL) e Street Fighter (Ed. Escala). Criou os personagens Blue Fighter (Ed. Escala e Trama), Dani (Ed. Escala e Via Lettera), além de diversos trabalhos de HQ institucional. Em 2003, foi o organizador e um dos autores do álbum Mangá Tropical (Ed. Via Lettera). Desde 1992, atua também como redator, tendo escrito para diversas revistas e sites, como a revista Herói (ACME, depois Conrad) e o site Omelete. Parte de seu material de pesquisa sobre mangá, desenhos e seriados japoneses foi compilado no livro Almanaque da Cultura Pop Japonesa (Ed. Via Lettera).
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empresarial e caricaturas em eventos. Apresentou palestras em São Paulo, Santos, Osasco, Ribeirão Preto, Sorocaba, Ilha Solteira (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Recife (PE), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE) e diversas outras cidades. Site: www.nagado.com Blog: www.nagado.blogspot.com Twitter: www.twitter.com/ale_nagado
Blog: www.universo-otaku.blogspot.com
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Desde agosto de 2000, reside no Japão, trabalhando como operário e podendo conferir, in loco, os grandes eventos da área, além de conhecer diversas personalidades do mundo pop japonês e comprar, em primeira mão, muitas novidades relacionadas ao seu hobby. Tudo fica registrado em seu blog.
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Michel Matsuda Nascido em 21 de novembro de 1977, em São Paulo (capital), começou a vida de otaku em 1994, ao passar a frequentar exibições de vídeo do grupo ORCADE, na Gibiteca Municipal Henfil. Meses depois, no final de 95, junto com alguns amigos, montou o seu próprio grupo, o Neo Animation, permanecendo até 98 (o grupo continuou suas atividades até 2008, no Centro Cultural São Paulo). Também colaborou com diversas revistas por um breve período. Dentre elas, a Heróis do Futuro (da Press Editorial, a convite do próprio Alexandre Nagado), ficando do número 31 até o 41, quando foi cancelada.
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Rodrigo de Goes Escritor e roteirista. Nasceu em São Paulo em 1º de setembro de 1967. Iniciou sua carreira de roteirista em 1988 nos estúdios de Maurício de Sousa. Nos anos que se seguiram, prestou serviços para as principais editoras do país assinando roteiros para HQs para diversos títulos, tanto do gênero infantil quanto infantojuvenil, incluindo Jaspion, Turma da Mônica, Street Fighter, Change Kids, Astral da Turma e outros, além do álbum Mangá Tropical. Ainda na área de quadrinhos, trabalhou para agências de propaganda criando peças promocionais e institucionais.
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Também atuou como escritor de livros infantis e na produção de artes para livros didáticos e paradidáticos. Aficionado de animê, mangá e tokusatsu desde a infância, dedica boa parte de seu tempo não somente a apreciar mas também a pesquisar sobre o assunto, já tendo atuado como articulista em revistas especializadas, incluindo a Henshin (Ed. JBC).
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