Padrao comentado Fila Brasileiro 2016

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FILA BRASILEIRO

PadrĂŁo Comentado Por:

Antonio Roberto Sene (Canil Sena Sene) Julio Cesar Hoyos A (Canil Hacienda La Soledad) 1


F IL A

B R AS IL E IR O

PAÍS DE ORIGEM: Brasil DATA DE PUBLICAÇÃO DO PADRÃO OFICIAL VÁLIDO: 29/09/2016. UTILIZAÇÃO: Guarda e boiadeiro. CLASSIFICAÇÃO F.C.I.: Grupo 2 - Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses Suíços e raças assemelhadas. Seção 2.1- Molossóides, tipo Mastife. Sem prova de trabalho. 2

NOME NO PAÍS DE ORIGEM: Fila Brasileiro


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Prefácio

Editora Diretoria Antonio Roberto Sene Julio Cesar Hoyos A. Composição y Desenho Gráfico Julio Cesar Hacienda La Soledad Foto Capa Juan Rodrigo Hernandez DATA DE PUBLICAÇÃO 2017

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Com certeza absoluta, o Fila Brasileiro é um dos cães mais apaixonantes e recompensadores de se possuir ou criar, além de ser, em nossa opinião, o melhor cão de guarda e também o mais dócil e apegado ao seu dono, não hesitando em dar a vida por ele. Foi pensando em divulgar a raça e também procurar mostrar aos futuros proprietários e criadores suas características, que nós decidimos por fazer este trabalho, pautado na nossa ótica e verdade. Sabemos que a raça é muito polêmica, existindo muitas frentes que pensam diferente, porém acreditamos que este trabalho irá ilustrar e eliminar muitas dúvidas e despertar nos mais apaixonados o desejo de pesquisar e ir mais fundo neste universo da Raça Fila Brasileiro.


Antares EN Sena Sene

Reproductor Hacienda La Soledad

REVISTA PADRAO 2017

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O fila brasileiro é utilizado nos dias atuais como cão de guarda, mas já foi também um cão pastoreio usado na lida com os gados. A origem deste canino está atrelada à colonização do país, quando os europeus trouxeram para cá os seus cães de trabalho . De vários cruzamentos entre raças do tipo molosso, surgiu um cão que herdou a grande e forte estrutura óssea dos mastiffs ingleses, a pele solta e as orelhas baixas dos bloodhounds e a resistência dos an­ tigos buldogues. O fila brasileiro é ainda considerado um personagem anônimo da História do Brasil desde os tempos do descobrimento, quando ajudou os colonizadores na conquista do território, protegen­ do as comitivas dos Bandeirantes de ataques de nativos e onças ou suçuaranas; e até mes­mo sendo usado pelos colonizadores para recap­ turar escravos fugitivos. FILA-BRASILEIRO . Robusto, é descrito como animal de faro excelente, bem como de tempe­ramento forte, que requer o pulso firme de donos experien­ tes. Conheci­do por sua intensa aversão a estranhos, teve o seu inicial padrão modi­ficado para mostrar um rosto "menos intimidante". Em contrapartida, é visto como um canino tolerante com crianças, com­ portado e seguro. ETIMOLOGIA . A palavra "filar" em português significa literalmente "agarrar, segurar, prender". Portanto "Cão de fila" ou "Cão de filar"(lembrando que ini­ cialmente a raça também era chamada de "Cão de fila brasileiro") dá a entender de que se trata de um "cão de agarre", um cão que "mor­de e não solta". Nome semelhante é encontrado também em duas raças de origem portuguesas(possivelmente parentes do fila brasilei­ro): o Cão de Fila de São Miguel e o extinto Cão de Fila da Terceira. FILHOTE FILA BRASILERO 6


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HISTÓRIA Obra apresentada pelo príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied no início do sécu­lo XIX. Se trata de cães da raça fila brasileiro auxiliando vaqueiros a capturar um boi bravio.

Primeira raça brasileira a ser reconhecida internacionalmente pela FCI, em 1940 o fila brasilei­ro é um perso­ nagem anônimo da História do Brasil desde os tempos do descobrimento, quando ajudou os colonizadores na conquista do território brasileiro, seja protegendo as comitivas dos Bandeirantes de ataques de nativos e de onças ou suçuaranas, e até mesmo foi usado pelos colo­nizadores para recapturar escravos fugitivos. Temos Gravura de cães fila de orelhas cortadas (­que podem ser o brasileiro, ou o cão de fila de são miguel) acuando uma onça-pintada. Historicamente, os filas sempre estiveram presentes em todas as regiões do território brasilei­ro nas rota dos tropeiros (levando mercadorias do interior do território para o litoral) influen­ciou entre outras coisas a maior presença desta raça em determinadas regiões. Os tropeiros sem­pre tinham suas comitivas protegidas por filas, com isto sua incidência sempre foi maior nas regiões centro-oeste e sudeste, principalmente em Minas Gerais e em Mato Grosso. Mas, al­gumas gravuras do início do século XIX, apresentadas pelo príncipe Maximilian só Wied-Neu­wied, atestam que esta raça já estava presente também no nordeste brasileiro desde esta época. Uma destas gravuras mostra vaqueiros vestidos com chapéus e roupas de couro (característi­cos desta região) perseguindo um boi sendo auxiliados por um fila, que na época eram chamados de "cabeçu­ dos", "onceiros" ou "boiadeiros". Em outra gravura, o príncipe relata o fato no sul da Bahia, onde segundo ele, quatro cães de orelhas cortadas, com grande porte e formato corporal retangular (característico do fila) estão acuando uma onça em cima de uma árvore. O fila brasileiro teve seu apogeu nas décadas de 1970 e 1980, quando era uma das raças com maior número de registros. Nesta mesma época, criado­res ten­ taram mudar o padrão oficial da raça para abrandar o temperamento agressivo contra estranhos que, de certa forma, era exaltado no padrão anterior. Uma escolha que hoje em dia é polêmica, já que alguns criadores acreditam que o fila é um cão necessariamente com ojeriza a estranhos, mas muito dócil com a família e crianças. Outros também concordam que ele é muito dócil com a família e crianças, mas preferem um temperamento de guarda, mas brando, onde o cão não aceitaria uma invasão territorial, mas aceitaria uma visita acompanhada de seu dono. O fato é que nesta época a palavra "ojeriza" foi substituída por "aversão", mantendo o mesmo significado na expressão "possui aversão a estranhos" em seu padrão oficial. O fila brasileiro é conhecido pela fidelidade e devoção extremas ao dono, características que criaram um provérbio brasileiro secular que diz, "fiel como um fila", tais características comportamentais foram apreciadas durante os séculos de desenvolvimento da raça, o que ajudou a popularizá-la.

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Muito se fala sobre as raças que deram origem ao fila brasileiro, mas a intervenção do homem no aperfeiçoamento da raça dividiu igual impor­ tância com a seleção genética natural a que estes cães foram submetidos, devido as árduas condições encontradas pelos primeiros filas brasileiros em nossa história. Eles desempenhavam as mais variadas funções junto aos colonizadores, como guarda, caça, proteção contra animais selvagens, pastoreio de bovinos, faro para localizar e capturar escravos fugitivos, e até como cão de guerra, nos ataques a tribos nativas e posteriormente a quilombos. Mas o "Grande Livro do Fila Brasileiro" nos dá algumas hipóteses mais prováveis do surgimento desta raça, e devido haverem tantas versões de seu surgimento, mas nenhuma cabalmente comprovada, o padrão oficial da raça omite qualquer versão histórica para o surgimento da raça, por não haver consenso entre os criadores sobre qual versão é a verdadeira. 1ª - MASTIFF - CÃO DE SANTO HUMBERTO (BLOODHOUND) - ANTIGO BULDOGUE INGLÊS A teoria mais antiga e difundida sobre sua origem, é a que reconhece que o fila brasilei­ ro é descendente de cães trazidos ao Brasil durante todo o período de colonização portuguesa, nesta época muitos cães foram trazidos pelos co­ lonos ao Brasil, raças de cães que eram comuns em toda a Europa ocidental no período do Brasil colônia. Quando da vinda de Dom João VI ao Brasil, muitos cães da raça mastiff, que já haviam sido trazidos ao Brasil, desta vez teriam vindo em massa junto com a classe média portuguesa da época, deste cão teria herdado o grande porte e a aptidão nata para a guarda, já do cão de Santo Humberto, lhe foi transmitido o excelente faro e do antigo buldogue inglês(raça já extinta), herdou a agressividade, a aptidão para o combate (caça) a grandes animais, o talento para o trabalho com o gado e a insensibilidade a dor acima da média canina. Os filhotes de cães que reuniam todas estas características, eram os mais procurados por capitães-do-mato, bandeirantes, tropeiros, caça­dores

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2ª - ENGELSEN DOGGEN OU DOGUE DE FORT RACE

A segunda teoria mais aceita, e com mais base bibliográfica, diz que a partir de 1631, em Pernambuco, por oca­ sião da invasão neerlandesa ao Brasil, os neerlandeses teriam trazido cerca de trezentos cães para ajudar a prote­ ger as novas terras conquistadas dos portugueses e para realizar incursões contra a resistência dos indígenas lide­ rados por Felipe Camarão, e para se protegerem de onças nestas incursões. Estes cães seriam Bandogges ingleses já extin­tos, chamados engelsen doggen ("Dogge inglês" em holandês), também conhecidos como dogue de fort race, estes cães rapidamente se espalharam pelo Nordeste, acompanhando as tropas neerlandesas. Posteriormen­ te, já após a expulsão dos neerlandeses, ao longo dos anos, os descendentes dos primeiros dogues de fort race trazidos ao Brasil, teriam sido submetidos a um aprimoramento genético devido ao novo clima, alimentação, as novas atribuições recebidas no Brasil, como a caça, o pastoreio de bovinos e a perseguição a escravos, então aquela raça que chegou ao Brasil com os neerlandeses teria evoluído através da seleção genética natural, e com isto surgia uma nova raça, o fila brasileiro. Estes cães teriam posteriormente chegado até Minas Gerais através da colonização às margens do rio São Francisco, em Minas Gerais foram muito apreciados devido a sua aptidão para o trabalho com o gado, este estado da federação brasileira teve forte vocação para criação de gado leiteiro, e os filas eram usados para pastorear e proteger o rebanho de onças e ladrões de gado, devido as suas qualidades foram difundidos em Minas Gerais, e conservaram seu grande porte e musculatura graças a alimentação com lei­ te e angu de milho, que era farta na região, e com o escoamento da produção mineira sendo feito pelos tropeiros, que levavam estes cães em suas comitivas para proteção e ajuda para conduzir o gado, a raça se espalhou pelo país. Por descendência genética, esta teoria também explicaria a cor preta nos filas brasileiros, já que sabidamente o dogue de fort race tinha entre ou­ tras, a cor preta sólida, muito contestada por alguns criadores de filas brasileiros por ser inexistente nos mastiffs, cães de Santo Humberto e anti­ gos bul­dogues ingleses, ascendentes do fila brasileiro segundo a versão histórica mais difundida, e inclusive também faz cair por terra a teoria que tornou décadas atrás o fila brasileiro de cor malhada como impuro, segundo seu padrão oficial, já que como podemos ver na ilustração ao lado, feita por De Sève no século XVIII, o dogue de Fort race também tinha exemplares malhados, assim como os inteira­mente brancos, que normalmente nasciam em nin­hadas geradas por filas malhados

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3ª - CÃO DE FILA DA TERCEIRA - CÃO DE FILA DE SÃO MIGUEL

Cão de Fila de São Miguel Cão de Fila de São Miguel Fila da terceira, do tipo “bull”esta teoria diz que os filas brasileiros

são descen­dentes de seus homônimos Cão de fila da terceira e o Cão de Fila de São Miguel. O Cão de fila da terceira ou terceirense, atualmente extinto, era uma raça portuguesa oriunda da Ilha Terceira, do arquipélago dos Açores, e que possuía duas variedades o tipo "mastim", e o tipo "bull". O primeiro, possível descendente do Mastim espanhol e antigo Dogue de Bordeaux; e o segundo seria a junção do original, com inserção do Antigo bulldog inglês.

MASTIN ESPANHOL

Já a raça hoje conhecida como o Cão de Fila de São Miguel descende dos mastins inicialmente levados para a Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores pelos primeiros colonos (portugueses e espan­hóis), vindos do continente. Mais tarde, e através do contato com outros povos que aportavam e se es­tabeleciam nos Açores, o patrimônio gené­ tico da raça foi enriquecido com cruzamentos feitos com mastins ingleses, antigos buldogues e antigos dogues de Bordeaux, até ao culminar do aparecimen­to da nova raça, de características morfológicas e temperamentais próprias plenamente definidas. Para além das mencionadas, outras raças, raças poderão fazer parte da ancestralidade do Fila de São Miguel, como o Bloodhound, e o Presa Canário, raça espanhola oriunda das Ilhas Canárias, mas não há confir­mações. Estes cães teriam sido trazidos pelos portugueses durante a vinda (fuga) da corte portuguesa para o Brasil, onde após a adaptação ao clima local surgiu uma nova raça, bem utilizada como cão de boia­deiro, guarda de fazendas, caçador de onças, etc. E que acabou herdando o nome de seus ancestrais.

4ª - MASTIFF - PERDIGUEIRO BRASILEIRO

Outra teoria bem menos difundida, e também relatada no livro, diz que o fila brasileiro se formou com cruzamentos ocasionais de mastiffs ingleses trazidos na época da colonização portuguesa com cães do tipo Perdigueiro encontra­ dos em todo o Brasil, mas especificamente o perdigueiro brasileiro, raça com forte instinto de caça e faro, com isto manteve o temperamento para a guarda do mastiff e ganhava a aptidão para a caça do perdigueiro brasileiro. A mistura destas raças geraria excelentes cães de caça e com forte instinto de guarda, o que levou a popularização desta mistura de raças e do perpetuamento do sangue de seus descendentes, nascia aí o fila brasileiro.

5ª - RAÇAS EUROPÉIAS - ARACAMBÉ – GUARÁ

Outra hipótese bem mais remota diz que o fila brasileiro seria resultado de cruzamentos ocasionais entre as raças de cães euro­ peias citadas an­teriormente, o mastiff, o Cão de Santo Humberto, o antigo buldogue inglês, o engelsen doggen, também chamado de dogue de fort race e o fila de terceira ou terceirense, que foram trazidas ao Brasil pelos colo­nizadores portugueses e neerlandeses, 11


e seus descendentes teriam cruzado com canídeos encontrados no Brasil, especificamente o lobo-guará e também com outra raça canina brasileira, o cão aracambé, na época do Brasil-colônia, este cão era muito comum entre os indígenas da tribo tapuia, estes acasalamentos teriam ocorrido de maneira oca­sional e com influência da região, clima, alimentação e atribuições que recebiam dos colonos, e ao longo dos séculos esta mistura de raças perdida com o tempo teria gerado o fila brasileiro. Porém é pouco provável que o lobo-guará seja um dos ancestrais do fila brasileiro, porque ape­sar de com­ provado que o lobo-cinzento (Canis lupus) pode gerar descenden­ tes sadios ao cruzar com cães, existindo até algumas raças caninas originárias desta mistura, como o cão lobo checoslova­co, esta comprovação científica ainda não foi feita por parte do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que apesar de ser um canídeo, sequer é uma subespécie do Canis lupus, é uma espécie extremamen­te dife­ rente geneticamente do lobo-cinzento, ao ponto de até ser questionado se é realmente um lobo por alguns especialistas. O lobo-guará é considerado por muitos como sendo mais próximo da raposa 6ª - CÃO DE CASTRO LABOREIRO - CÃO DE GADO TRANSMONTANO - RAFEIRO DO ALENTEJO - BULLY KUTTA - MASTIM ESPANHOL - CÃO DE SANTO HUMBERTO

Outra hipótese é que o fila brasieiro descenda diretamente de seis raças caninas, o cão de gado transmonta­ no, cão de Castro Laboreiro, rafeiro do Alentejo, Bully Kutta, cão de Santo Humberto e o mastim espanhol. Esta hipótese é do ponto de vista histórico do Brasil, a mais plausível. Durante o Século XVI, pratica­ mente o único fluxo de navios que chegavam ao Brasil era proveniente de Portugal, e não havia elevado

Antigo bulldog 12

Mastiff

Lobo guará

Aracambé


intercâmbio cultural e econômico entre as nações europeias que justi­ ficasse a presença massiva de raças caninas estrangeiras em Portugal. .Partindo deste princípio deduzimos que os primeiros molossos a che­ gar no Brasil tinham necessariamente a origem em Portugal. Os molos­ sos portugueses Cão de Castro Laboreiro, Cão de Gado Transmontano e Rafeiro do Alentejo tem aptidões de trabalho idênticas ao fila brasileiro, especialistas em proteger rebanhos de predadores e salteadores, além de um tipo físico bastante semelhante, por isso não nos resta dúvida de que a ancestralidade mais distante do fila brasileiro é oriunda destas três raças. Mais do que a coragem e instinto de proteção de propriedades rurais, os atuais cães de fila brasileiro herdaram destes primeiros molossos por for­ jados na labuta da selva algumas características físicas bem marcantes, a cor preta sólida e o tigrado escuro, tão contestados por alguns criadores é herança do cão de Castro Laboreiro. As luvas e o colar branco são he­ rança do cão de gado transmontano e do rafeiro do Alentejo, assim como um tom de tigrado que já foi muito comum na raça em décadas passadas. E a cor branco malhado que está extinta no fila brasileiro é muito co­ mum nestas duas raças portuguesas, o CAFIB (Clube de Aprimora­ mento do Fila Brasileiro) aceita em seu padrão racial a cor branco com malhas baias ou rajadas pois já houve filas puros assim no passa­ do, já a CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia) não aceita tal cor. Também herdou das raças portuguesas uma peculiar característica, a agilidade, qualidade que não é comum entre os molossos de tal porte, além de garupa mais alta que a cernelha, e dimorfismo evidente, com isto havendo grandes diferenças de tamanho entre machos e fêmea

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Outro molosso com grande contribuição genética no fila brasileiro é a raça indo-paquistanesa sindh mastiff, também conhecida como bu­ lly kutta, desde o século XVI, após descobrir a rota comercial marítima para a Índia, no retorno da viagem, os navios portugueses quase sempre passavam pela colônia do Brasil, para abastecer o navio com pau-Bra­ sil, água potável e suprimentos que os permitisse voltar a Portugal. Cão muito popular na Índia, o sindh mastiff foi levado por marinheiros portugueses em suas viagens até o Brasil, cão muito feroz e que já foi utiliza­ do pelo Império Persa em suas campanhas militares, era muito apreciado pelos senhores de engenho e bandeirantes brasileiros ao se embrenharem na mata para combater e capturar indígenas. pois não havia cães molos­ sos nas novas terras descobertas na América, do sindh mastiff o fila bra­ sileiro herdou o temperamento bravio e um fenótipo muito semelhante. Em território brasileiro estas raças começavam a participar de um pro­ cesso antigo e gradual de formação do fila brasileiro, os cães mais ferozes nas tarefas de cão de guerra nos ataques a indígenas e quilombolas e no combate às onças para proteger estes homens de vida muito rústica, eram acasalados para se obter filhotes com as mesmas qualidades, os rafeiros do Alentejo, cães de Castro Laboreiro, de gado transmontano, sindh mas­ tiff e principalmente as gerações mestiças posteriores adaptadas às árduas condições de vida dos bandeirantes nas selvas brasileiras durante o Sécu­ lo XVI, foram o embrião, o estágio inicial da raça Fila brasileiro. Outra raça que também contribuiu claramente na formação do Fila brasi­ leiro foi cão de Santo Humberto, por ter herdado deste um faro excepcio­ nal e um fenótipo extremamente semelhante, mas como esta raça belga originária das colinas Ardenas teria chegado ao Brasil ainda durante os primeiros séculos de colonização? O cão de Santo Humberto sempre foi muito popular na região das co­ linas Ardenas pela sua impressionante capacidade olfativa nas caçadas, esta região é de fronteira entre três países, Bélgica, Luxemburgo e França, sendo este último país um grande formador e apreciador de raças de faro, a fama de hábil caçador do Cão de Santo Humberto chegou a ul­ trapassar as fronteiras destes três países ainda no Século XI, e chegou 14

a Inglaterra quando Guillaume O Conquistador, levou estes cães para o país britânico, sendo lá chamado de bloodhound, ou cão de sangue. Famoso por sua habilidade de faro na região das Ardenas, os militares franceses utilizaram o cão de Santo Humberto em suas incursões fora da Europa, assim como hoje em dia a raça é muito utilizada por instituições policiais e de bombeiros mundo afora. A França tentou seguidamente in­ vadir e colonizar sem êxito o território brasileiro por várias oportunidades durante o Século XVI até ao Século XIX, chegando no Rio de Janeiro em 1555 e somente sendo definitivamente derrotados em 1567. Várias esqua­ dras francesas também aportavam com freqüência no litoral da Paraíba ao Ceará, sobretudo no Rio Grande do Norte para negociar pau-brasil com índios potiguares, e atacavam as embarcações que vinham de Portugal e navegavam por lá. Entre 1594 os franceses invadiram e colonizaram a ci­ dade de São Luís no Maranhão, a sua mais duradoura tentativa de invasão, quando foram derrotados somente em 1615 por tropas luso-brasileiras. Posteriormente a isto, mais alguns ataques frustrados ao território brasi­ leiro aconteceram, como em Fernando de Noronha em 1700, no Rio de Janeiro em 1710 e 1711 (este com êxito), quando mais de cinco mil fran­ ceses atacaram a cidade, e ao Amapá em 1895, quando a França ocupou militarmente cerca de 260.000 km², devolvendo-os ao Brasil posterior­ mente após julgamento em corte internacional. Após todas estas tentati­ vas de ocupação do território brasileiro pela França, é natural e único fato histórico que explica como uma raça franco-belga possa ter entrado no Brasil ainda no Século XVI e ajudado na formação do nosso Fila brasileiro. Bloodhound (Cão de Santo Humberto Os filas que carregavam os genes do cão de Santo Humberto eram os melhores farejadores, e esta qualidade se tornou primordial para a per­ petuação desta característica e consequentemente das demais carac­ terísticas físicas do cão de Santo Humberto no fila brasileiro, já que os melhores farejadores eram muito apreciados por capitães-do-mato quando saíam no encalço de escravos indígenas ou africanos fugitivos, e esta atividade era primordial ao sucesso econômico dos primeiros


integrantes da elite da sociedade luso-brasileira daquela época, os sen­ hores de engenho, porque era mais barato recapturar um escravo fu­ gitivo do que comprar outro junto aos mercadores de escravos. Com isso, lucravam mais os capitães-do-mato que possuíam filas ferozes e rústicos para encarar a selva e seus perigos, mas principalmente os que também possuíam um bom faro, habilidade principal para con­ seguir recapturar os escravos fugitivos. Assim os genes do cão de San­ to Humberto também se perpetuaram na formação do Fila brasileiro, e hoje em dia é possível notar grande semelhança física entre as raças, especialmente em algumas características como barbela, cabeça e orel­ has, sendo estas últimas um pouco maiores no cão de Santo Humberto. Também é importante salientar a participação da raça Mastim Espan­ hol no processo de formação do Fila brasileiro, ambas as raças são fi­ sicamente muito semelhantes, sendo a cabeça, a barbela e o corpo ro­ busto as característica mais parecidas, além de um temperamento bravio e a cor baio sendo a mais comum em ambas. Durante a época da União Ibérica, que durou de 1580 a 1640, com os portos brasileiros abertos aos navios espanhóis, assim como também abertas as frontei­ ras com as colônias espanholas vizinhas, os mastins espanhóis teriam chegado em massa ao Brasil, exímios protetores de rebanhos que vin­ ham trabalhar com gado, trazidos por colonos espanhóis e que também foram levados as colônias espanholas vizinhas pelo Exército Espanhol para o combate à indígenas e separatistas. A Guerra Guaranítica, onde tropas do Exército Espanhol adentraram no sul do Brasil, é outro fato histórico que pode ter contribuído com a chegada do mastim espanhol ao território brasileiro. Os mastins espanhóis pela sua robustez, tem­ peramento bravio e principalmente pelo sucesso no uso por tropas es­ panholas em suas colônias, pode ter sido amplamente utilizado quan­ do bandeirantes e tropas do governo resolviam atacar os quilombos, contribuindo assim também com seus genes ao cão de fila brasileiro. Já a partir do Século XVIII, o mix de genes formador do Fila brasileiro já estava por assim dizer terminado, e os tropeiros, que levavam reban­ hos e mercadorias rurais do interior do território brasileiro aos grandes

centros urbanos, foram os responsáveis por disseminar e popularizar a raça pelo país, já que os filas eram ferramentas indispensáveis na pro­ teção das comitivas, e "produtos" cobiçados por fazendeiros criadores de gado, para garantir a segurança das propriedades rurais e seus rebanhos. AGILIDAD FELINA

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em todas as suas tonalidades, desde os cremes, passando pelos tons de amarelo até chegar nos castanhos ou avermelhados, como cor de barro, em vários tons; Tigrado/ rajado, esta cor pode ou não ser rajado com pouca ou muita inten­ F ÍSIC A . sidade, com raias finas ou grossas, e os rajados podem ser claros ou escuros, Uma de suas características físicas mais marcantes, e que chegam a identificar passando por todas as variações. E em menor escala, temos os filas de cor preta. a raça frente ao público em geral, certamente é o seu tamanho, filas machos possuem entre 65-75 centímetros na altura da cernelha e pesam no mínimo 50 FILA BRASILERO DOURADO kg.[6] Sendo uma das maiores raças caninas, apesar de existirem outras mais altas, também é um gigante entre os cães quando medido o comprimento da ponta do peitoral até o final do dorso, e tem uma das maiores e mais pesadas cabeças entre as raças caninas, características dos molossos, mas o que verda­ deiramente reforça a impressão de grande porte, é a sua estrutura física com uma impressionante massa muscular, os machos pesam em torno de 65 kg,[7] havendo vários exemplares que ultrapassam esta faixa de peso, apenas a nível de comparação, a maioria dos exemplares da raça pit bull, com sua impressio­ nante musculatura, não passam dos 28 kg.[8] Muitos criadores de fila brasilei­ ro, são unânimes ao afirmar que a raça tem uma característica singular entre as raças de grande porte, atingem em galope uma velocidade insuspeita para cães de tal tamanho,[6] esta velocidade aliada ao seu porte dão ao fila brasileiro um dos mais potentes ataques entre as raças de cães, podendo derrubar um ho­ mem com um mínimo de esforço, sua velocidade, inclusive o auxilia a superar obstáculos de até dois metros de altura com certa facilidade.[7] Quando está andando, sua movimentação lembra à dos felinos,[6] movimentando os dois membros do mesmo lado do corpo ao mesmo tempo,( passo do camelo) o que lhe dá movimentos muito largos,[6] a sua movimentação é influenciada pelas suas articulações frouxas, o que lhe permite rápidas mudanças de direção.[6] CARACTERÍSTICAS

C OR ES

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Atualmente, os filas brancos ou brancos e malhados são considerados atipi­ cos, porém no passado, já houve filas brancos ou malhados considerados ti­ picos e inclusive sendo campeões de exposições caninas e usados na caça.[6]. Atualmente, São permitidas as cores tigradas, dourados, baios e pretos, po­ dendo apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem. Na prática, os filas brasileiros são de três cores, Foto Suchada Momgklchaipak Tailandia e em todas as suas variedades, a mais comum é a cor dourada ou amarelada Zipa HA Hacienda La Soledad 16


PSÍQUIC AS .

O fila brasileiro possui um dos temperamentos mais paradoxos do rei­no cani­ no, primeiro porque possui uma característica praticamen­te única entre todas as raças caninas, e que inclusive está descrita em seu padrão oficial, a aversão à estranhos, na prática, esta carac­terística impede que o animal seja enganado por um conhecido mal intencionado, já que a grande maioria dos filas brasi­ leiros não acei­ta a visita de pessoas de fora da família em seus domínios, mes­ mo que acompanhado pelo seu dono, esta característica é única entre to­das as raças reconhecidas pela Federação Cinológica Internacional, Por outro lado, é proverbial a sua fidelidade ao dono e aos mem­bros de sua família, procurando com insistência a companhia de seu dono, como um gigante carente, é muito grande a sua tolerân­cia com as crianças da família, geralmente deixando os peque­nos até mexerem em sua vasilha de ração. Por ter um comportamento avesso à estranhos, se torna um cão muito fiel aos de sua convivência. . Aptidão para o trabalho Fila brasileiro hoje e usado na guarda de propriedade urbana, porém Suas habilidades para o trabalho também são marcantes, além de sua pré-dis­ posição natural para a guarda, inclusive sem precisar de adestra­mento para isto o fila brasileiro, por seu porte, agressividade quando necessária, e princi­ palmente pela sua coragem, já que não devem recuar diante de tiros e bom­ bas, é ideal para tropas de choque policiais, que tem a missão de acabar com distúrbios causados por multidões enfureci­das, e devido a esta última carac­ terística, também é utilizado por tropas de combate das forças armadas. Por descender do cão de Santo Humberto, famoso cão farejador britânico, o fila brasileiro possui um faro apuradíssimo, que inclusive, em séculos passados, já foi utilizado por capitães-do-mato para recapturar escravos fugitivos. Na área rural é onde tem excelente destaque, onde nos primórdios foi usado para caçar onças que ameaçavam as mulas e o gado das comitivas dos bandeiran­ tes e até hoje protege rebanhos de gado contra ataques de onças e ladrões nas áreas rurais brasileiras, inclusive também desempenhando papel de cão boia­ deiro, trabalhando para reunir o gado e acompanhando as comitivas quando necessário, e inclusive devido a esta aptidão, foi chamado duran­te séculos de

boiadeiro, entre as atividades de um cão boiadeiro, enume­ram-se o pastoreio e a guarda dos rebanhos, desempenha bem as duas funções, mas sua especia­ lidade certamente é a guarda dos rebanhos, seja no pasto, nas comitivas ou no curral, e realiza também a proteção das se­des das fazendas, enfim, sua princi­ pal característica no campo é a guarda. Vale lembra-los que o Fila e um cão destemido, ou seja, corajoso e não agres­ sivo e esta coragem que fez ele ser usados pelo exército colombiano e |brasi­ leiro no combate as guerrilhas e nas patrulhas das fronteiras, eu defino como coragem a capacidade de enfrentar o desconhecido e não agressividade.

Honey Zipa e filhos Foto Suchada Momgklchaipak Tailandia 17


FORÇAS ARMADAS E POLICIAIS

PERFIL CLÍNICO

Fila brasileiro adulto

Algumas doenças podem acometer está raça devido a seu porte. São elas:

O Exército Brasileiro e o Exército Israelense realizaram, separada­mente, testes e estudos com diversas raças para escolherem o cão mais apto ao trabalho de cão de guerra (muito mais complexo do que o trabalho do cão policial). Estas organizações chegaram a conclusão de que o fila brasileiro é a melhor raça de cão para as forças armadas.

• Displasia coxofemoral Alteração física de caráter hereditário na articulação entre o fê­mur e a ba­ cia do cão, que causa problemas de locomoção, dor e in­cômodo ao animal. Afeta alguns indivíduos da maioria das raças de grande porte, observar se os pais são saudáveis é um bom meio de adquirir filhotes que não venham futuramente a ser portado­res de displasia coxofemoral, já que se trata de uma doença genética.

O Exército Brasileiro, através de seu reconhecido internacionalmen­te CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva, realizou testes du­rante 5 anos com cães das raças dobermann, pastor alemão e o próprio fila brasileiro, levando estas raças a situações extremas, próximas de um real conflito na selva. Che­ garam à conclusão que o fila bra­sileiro é a raça mais apta ao trabalho na selva. Os estudos apontaram que o fila brasileiro teve melhor adaptabilidade às condições inós­pitas da floresta amazônica e em ambiente hostil. Teve melhor des­empenho na maioria das qualidades testadas, como olfato, resistên­cia, força, coragem, silêncio, entre outras características. O Exército Israelense fez testes semelhantes em campos de treinamento em Israel, mas em um período menor e com um número muito maior de raças, e também elegeram o fila brasileiro como a melhor raça para a guerra mo­derna. Segundo o relatório, a característica mais marcante da raça é a cora­gem, pois não recuam diante do barulho das bombas e dos tiros. No Brasil foi uma das utilizadas pelo Exército Brasi­leiro, onde, além de seu uso pelo Comando Militar da Amazônia, foi também usado como cão de gue­ rra paraquedista pela Brigada de Ope­rações Especiais. Tem também destaque como cão farejador ou cão de tropa de choque na polícia do exército, porém, seu uso por outras forças policiais ou pelos corpos de bombeiros militares ainda é muito restrito.\ No exterior, foi amplamente utilizado por várias organizações poli­ciais esta­ dunidenses, inclusive a K9. Também é sabido de seu uso por forças de segu­ rança do Peru, Nigéria, Colômbia, Israel e Chile. 18

• Torção gástrica Afeta alguns indivíduos da maioria das raças de grande porte, caracte­riza-se pela torção do estômago, causando compressão da circulação na região abdo­ minal. Pode levar à morte, se o cão não for operado o mais rápido possível. Dividir a ração em pelo menos duas porções diárias mi­nimiza muito as chan­ ces de o cão ser acometido pela torção gástrica. Estes males não chegam a ser considerados endêmicos na raça. No mais é uma raça rústica e saudável, já que seu desenvolvimento se deu naturalmente, apenas puderam perpetuar o sangue da raça os exemplares mais fortes e aptos à auxiliar seus proprietários nas diversas tarefas rurais de que foram encarregados durante os séculos de seu desenvolvimento, com isto adquiriram genes de resistência que tornam a raça bastante saudável


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Tudo o que já se publicou sobre o fila brasileiro situa o ano de 1946 como data do primeiro padrão isto é um erro. No ano de 1951, Adolpho encomendou a Paulo Santos Cruz o primeiro padrão para a raça Fila Nacional. Sabemos agora que o dr. Paulo Santos Cruz não escreveu este padrão até 1951. Este padrão foi aprovado pelo doutor Erwin Waldeman Rathsam e pelo doutor João Ebner (criador de fila, proprietário do canil Rancho Alto). Em janeiro de 1952, o KCP editou um boletim comemorativo dos seus vinte anos de existência, nele publicando o Primeiro Padrão da raça que passou a ter a denominação de Fila Brasileiro. Em 1954, Adolpho Rheingantz conseguia do Brasil Kennel Club o reconhecimento oficial para ela, encerrando seu trabalho e seu sonho de legar à sua pátria sua primeira raça canina. A primeira publicação do padrão foi no famoso boletim 20 ANOS DO KENNEL CLUB PAULISTA, em janeiro de 1952. PADRÃO OFICIAL DO BKC PARA O FILA BRASILEIRO, ELABORADO PELOS DRS. PAULO SANTOS CRUZ, ERWIN WALDEMAR RATHSAM E JOÃO EBNER

APARÊNCIA GERAL: O Fila Brasileiro é uma raça típica da família dos Molossói­des: grande porte, ossatura e musculatura muito fortes. Corpo mais comprido do que alto, porém, bem proporcionado e simétrico. TEMPERAMENTO E QUALIDADES: De notável 20

valentia e coragem; caracteriza-se pela ojeriza a estranhos, no entanto, de tradi­cional fidelidade ao dono e familiares, para os quais é extrema­ mente afetuoso, meigo e obediente. Em con­ sequência, é inexcedível guarda de proprieda­ des, sendo também utili­zado, com sucesso, na lide do gado, onde de­monstra plenamente sua coragem e bravura. Como resultado do seu temperamento, muitas vezes o Fila Brasileiro ataca o juiz, e, via de regra, não permite que este o toque. Tal ati­ tude apenas confirma suas características de temperamen­to, não devendo ser considerada como falta. MOVIMENTOS: Passos largos, compassados e elásticos, aparentemente pesados, lembrando o dos felinos. Como principal característica, no­ ta-se serem os movimentos gigantes e ondulan­ tes. A passo lento e com a cauda erguida, está acompanha o gingar do corpo, balançando-se da esquerda para a direita. Estando de cauda baixa, o gingar deve ser perfeitamente percep­ tível na garupa e costelas. O trote é fácil, suave, com grande alcance das pernas dianteiras, cobrindo bastante terreno com poucos movimentos. Quando a passo, em regra, o Fila Brasileiro, mantém a cabeça em posição abaixo da linha do dorso. PELE E PELAGEM: Pele grossa e solta, principal­mente no pescoço e tronco. Na gar­ ganta deve formar barbelas. Pelo baixo, macio, espesso e bem deitado. COR: Todas as cores e suas combinações são permiti­das. Nos unicolores e rajados, são co­ muns as manchas brancas no peito e garganta,

extremidade dos mem­bros e ponta da cauda. CABEÇA: Sempre grande e pesada em relação ao cor­po, de aspecto quadrado e maciço, tipicamente bra­quicéfala. Crânio grande e largo, estreitando, um tanto abrupta­mente, ao iniciar-se o focinho. Depressão frontal (stop), visto de frente, é pratica­ mente inexistente, continuando, em sulco, que se estende, longitudinalmente, até, mais ou menos, a metade do crânio. De perfil, a depressão frontal é bas­tante nítida, formada que é pelas arcadas superci­ liares. Protuberância occipital bem pronunciada. Focinho forte, largo, mais curto do que o crânio, mas sempre em harmonia com este. De grande profundi­ dade em toda a extensão, terminando em linha quase perpendicular. Lábios superiores grossos, flácidos e penden­tes, so­ brepondo-se aos inferiores, dando ao fo­cinho aspec­ to quadrado, típico dos molossóides. Lábios inferiores firmes na ponta do maxilar, po­rém soltos nos lados, onde têm bordos denteados. Dentes fortes, brancos. Caninos bem afasta­dos. In­ cisivos superiores largos na raiz e es­treitos na ponta. Mordedura em tesoura. Narinas largas, bem desenvolvidas, ocupando gran­ de parte da frente do maxilar superior. De cor ne­gra. Exceto nos cães de pelagem chocolate, marrom, ou de fundo branco com malhas dessas cores, nos quais o nariz de coloração marrom é permitido. OLHOS: Tamanho médio, ligeiramente amendoados, bem afastados e profundos, de coloração escura. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considera­ do falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar,


típico da raça. ORELHAS: Grandes, em forma de "V", inseridas na parte mais posterior do crânio. Em consequência da pele solta, a inserção de sua raiz é variável. Quando o cão em atenção, a inserção é alta, atingindo a linha superior do crânio; estando o cão em repouso, a raiz é baixa, dobrando-se a orelha para trás, de modo a ver-se seu interior. São permitidas as orelhas caídas de cada lado ("orel­ has de molosso") e as dobradas para trás e para cima ("orelhas de rosa"). PESCOÇO: De diâmetro extraordinariamente des­ envolvido, com fortíssima musculatura. Mais curto do que comprido. Nuca suavemente curva. Garganta provida de barbelas. CORPO: Forte, coberto de pele grossa e solta. Coste­ las bem arqueadas. Peito largo e profundo, atingindo, no mínimo, a ponta do cotovelo. Peitorais (antepei­ to) bem salientes. Ventre pouco encolhido. Ombros bem angulados. As pontas das omoplatas, ao formarem a cernelha, não se juntam, manten­ do-se, ao contrário, bastante separadas, resultando em cer­nelha baixa e plana. Dorso forte, em linha as­ cendente da cernelha para a garupa, que é mais alta. Da ponta anterior do ilíaco, a garupa desce suave­ mente, confundindo-se com a raiz da cauda. Cauda de raiz muito larga, afinando rapidamen­te, para terminar em ponta que deve alcançar a ponta, dos jarretes. Na extremidade é a cauda ligeiramente curva. Quando o cão excitado, a cauda eleva-se, pro­ nunciando-se mais a curva da extremidade. Porém não deve a cauda cair sobre o dorso ou enroscar-se.

MEMBROS: Anteriores colocados de cada lado do corpo, bem separados pela largu­ra do peito. Uma linha perpendicular, par­tindo da cernel­ ha, deve atingir a ponta do cotovelo. Pernas de forte ossatura. Me­tacarpos levemente inclina­ dos para trás. Membros posteriores de ossatura menos forte; mais altos do que os anteriores. De angulações não muito pronunciadas. Pontas dos jarretes pouco projetadas para trás. Pés providos de dedos bem arqueados e for­ tes, apontando para a frente. Unhas pretas, poden­do ser brancas, quando for essa a cor do respec­tivo dedo.

4 — Leves: Todo e qualquer desvio do padrão. 5 — No julgamento deve o juiz preferir o exemplar com várias faltas àquele com apenas uma ou duas, po­ rém muito pronunciadas.do que a cernelha.

FALTAS: 1 — Desqualificantes: mono e criptor­quidismo. Orelhas ou cauda operadas. Brancos sem qualquer mancha de outra cor. Nariz cor de carne. Prognatismo inferior com dentes à mostra, es­ tando a boca fechada. 2 — Graves: cabeça pequena; andar sem gin­ gar; Pele não solta; lábios superiores curtos; sinais de albi­nismo; olhos salientes; timidez; covar­ dia. 3 — Sérias: prognatismo inferior ou superior; passos curtos, amizade a estranhos; ossatura leve; peito pou­co profundo; garupa mais baixa do que a cernelha.

Candy Do Paiaguas 21


CLASSIFIC A Ç Ã O

F . C. I. :

GRUPO 2PINSCHER, SCHNAUZER, MOLOSSOS E BOIADEIROS SUIÇOS SEÇÃO 2.AMOLOSSOS DO TIPO DOGUE PADRÃO FCI Nº225 – MAIO DE 1976 PAÍS DE ORIGEM BRASIL NOME NO PAÍS DE ORIGEM FILA BRASILEIRO UTILIZAÇÃO GUARDA E BOIADEIRO PROVA DE TRABALHO PARA O CAMPEONATO, EXIGE PROVA DE TEMPERAMENTO

Aprovado pelo I Simpósio da Raça Fila Brasileiro, e Referendado pelo Consel­ ho Federal do BKC, em reunião realizada em 14.5.1976

ASPECTO GERAL — Raça tipicamente molossóide, talhe grande, forte, apre­ sentando massa considerável, poderosa ossatura. Figura retangular mas com­ pacta, dando impressão de grande concentração de força. Todavia não deve carecer de harmonia e proporcionalidade, sendo que as fêmeas devem exi­ bir feminilidade bem pronunciada, destacando-se nitidamente dos machos. CARÁTER E TEMPERAMENTO —Dotados de coragem, determinação e valen­ tia notáveis. Via de regra não ocultam sua ojeriza a estranhos, nem sua meigui­ ce aos donos e seus familiares, em relação aos quais é proverbial sua fidelidade e obediência. Em consequência, é inexcedível guarda da propriedade, dedican­ do-se também, e instintivamente, à caça de animais de grande porte e às lides de gado. Como resultado de seu caráter, fora dos limites de seu domicílio e conduzido por seu dono, mostra-se indiferente aos transeuntes. MOVIMENTOS — Passos largos, elásticos lembrando os dos felinos. Como principal característica, movimenta os dois membros de um lado para só de­ pois acionar os do outro ("passo de camelo"), o que lhe dá movimentos gingantes com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda quando está erguida. Quando a passo, em regra, mantém a cabeça em posição abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso no qual alcança velocidade insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila é sempre influenciada por suas articulações, típicas dos molossóides, o que lhe dá não só a impressão, mas efetivamente lhe permi­ te súbitas e rápidas mudanças de direção. CABEÇA — Sempre grande, pesada, maciça, de aspecto trapezoidal. O crânio aproxima-se do quadrado. O comprimento do focinho é de 40% do compri­ mento total da cabeça, ou seja, 1 por 1 e meio. Face enrugada. CRÂNIO — Grande, largo, estreitando-se ao iniciar-se o focinho, o qual deverá ser poderoso e largo. DEPRESSÃO FRONTAL (STOP) —Visto de frente, muito pequeno, praticamente

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inexistente, prosseguindo em sulco até o meio do crâ­ nio. Visto de lado apresenta-se bem marcado, forma­ do que é pelas arcadas superciliares. Occipital protuso, notadamente nos filhotes, destacando-se bem da nuca.

Quando o cão em atenção, a inserção é alta, atingindo a linha superior do crânio; estan­ do o cão em repouso, a raiz é baixa, dobran­ do-se a orelha para trás, de modo a ver-se seu interior. São permitidas as orelhas caídas FOCINHO — Forte, largo, muito profundo, sempre de cada lado ("orelhas molosso") e as dobra­ em harmonia com o crânio. Linha anterior próxima das para trás e para cima ("orelha de rosa"). da vertical, com ampla curva dos lábios superiores que, flácidos, grossos e pendentes, sobrepõem-se aos OLHOS — De tamanho médio a grande, em inferiores, dando ao focinho sua sempre grande pro­ formato amendoado, bem afastados; de in­ fundidade e definindo-lhe a linha inferior. serção média e profunda; coloração do cas­ Lábios inferiores firmes na ponta do maxilar, porém tanho escuro ao amarelo, sempre em relação soltos na região da comissura labial, onde terão bor­ à cor da pelagem. Devido a pele solta, muitos das denteadas. exemplares apresentam pálpebras caídas, de­ A linha superior é reta, admitindo-se ligeiro desvio talhe que não deve ser considerado falta, pois descendente no trecho do septo ("nariz romano"). aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça. Visto de frente, deve o focinho apresentar curva am­ pla e suave, garantindo boa implantação das raízes PESCOÇO — Extraordinariamente forte, pro­ dentárias. vido de poderosa musculatura. Mais curto do que comprido. Nuca em suave curva. Garganta NARIZ — Narinas largas, bem desenvolvidas, ocu­ provida de barbelas. pando grande parte da frente do maxilar superior. De cor negra LINHA SUPERIOR — Ombros bem angulados. ceto nos cães de pelagem chocolate, marrom ou de As pontas das omoplatas, ao formarem a cer­ fundo branco com malhas dessas cores, nos quais o nelha, não se juntam, mantendo-se, ao con­ nariz de coloração marrom é permitido. trário, bastante separadas, resultando em cer­ nelha baixa e plana. Dorso forte sem apresentar MORDEDURA — DENTE — Os dentes do Fila não qualquer sela. Visto de trás, a linha superior são altos, destacando-se porém na largura. Incisivos deverá ser ligeiramente descendente da garupa superiores de pontas afiladas, caninos, pré e mola­ para a cernelha. res muito fortes. Mordedura em tesoura ou torquês. GARUPA — Forte, larga, descendo suavemente ORELHAS — Grandes, em forma de "V", inseridas da ponta anterior do ilíaco para a raiz da cauda, na parte mais posterior do crânio. Em consequên­ com a qual se confunde. Ligeiramente mais alta cia da pele solta, a inserção de sua raiz é variável. que a cernelha.

TRONCO — Forte, coberto de pele grossa e sol­ ta. Seu comprimento, medido das omoplatas ao ísquio, equivale a altura da cernelha mais 10%. TÓRAX — Costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição dos ombros, pei­ to largo e profundo, atingindo no mínimo a pon­ ta do cotovelo. Peitorais (ante peito) bem salientes. LINHA INFERIOR — Peito (esterno) longo e paralelo ao solo em toda a extensão. Ventre suavemente ascen­ dente, nunca esgalgado. CAUDA — De raiz muito larga, afinando rapidamente, para terminar em ponta que deve alcançar a ponta dos jarretes. Na extremidade é a cauda ligeiramente curva. Quando o cão excitado, a cauda eleva-se, pronunciando-se mais a curva da extremidade. Porém não deve a cauda cair sobre o dorso ou enroscar-se. ANTERIORES — Ombros de ossos largos, de igual tamanho, formando ângulo próximo de 120°. Uma perpendicular imaginária partindo da cernelha deve atingir o cotovelo. Membros anteriores de ossatura forte, perfeitamente vertical quando visto de lado; carpos fortes e com destaque; metacarpos curtos e li­ geiramente inclinados. O comprimento dos membros anteriores dos cotovelos ao chão deve igualar-se ao do cotovelo à cernelha. Vistos de frente, devem ser para­ lelos. POSTERIORES — De ossatura não forte como a dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em re­ lação ao todo. Angulação do joelho e jarrete não mui­ 23


to pronunciada, sendo sempre ideal uma moderada meas e de 50 kg para os machos. angulação. Tarsos fortes; metatarsos mais altos que os metacarpos. Visto por trás, devém ser paralelos. FALTAS — Muito Graves — Cabeça, pequena; andar sem gingar; pele não solta; lábios superiores cur­ tos; sinais de albinismo; olhos salientes; timidez; covardia; jarretes de vaca; falta de 1 p-3 e 1 p-4. PÉS — Grandes, dedos muitos fortes, não muito jun­ tos, arqueados; almofadas plantares e digitais grossas. Graves — Prognatismo inferior ou superior; passos curtos; ossatura leve; peito pouco profundo; garupa Em sua posição ideal devem os pés apontar para frente. mais baixa do que a cernelha; falta de 1 p-4. PELE — Grossa, solta em todo o corpo, principalmen­ Menores — Tudo que se afaste da descrição acima. No julgamento deve o juiz preferir o exemplar com te no tronco e no pescoço, onde deve formar barbelas várias faltas àquele com apenas uma ou duas, porém muito pronunciadas. bem pendentes. DESQUALIFICAÇÕES — Orelhas ou cauda operadas; nariz cor de carne; prognatismo com dentes à mostra, estando a boca fechada; falta de 4 ou mais dentes molares ou pré-molares; olhos azuis louça­ PÊLO-Baixo, macio, espesso e bem deitado . dos; brancos sem qualquer mancha de outra cor; cripto ou monorquidismo. Uso de artifícios (tintas, COR — Com exceção dos totalmente brancos, to­ pós etc.) para induzir o julgador a erro. das as demais cores e suas combinações são per­ mitidas, recomendando-se, todavia, os cães de PROVA DE TEMPERAMENTO —Obrigatória em exposições nacionais, a critério do juiz a forma de cor mais uniforme e de melhor pigmentação. executá-la, sendo expressamente proibido bater no animal. ALTURA — Mínimo de 60 cm para as fêmeas e de 65 cm para os machos. PESO — Mínimo de 40 kg para as fê-

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Sosinho Filhotes um adulto


Zimba HA Hacienda La Soledad Foto Montagem Analogia com a dinâmica do esqueleto felino e Fila Brasileiro Quando a musculatura abdominal se contrai, a espinha vertebral se arqueia.

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APARÊNCIA GERAL: raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa muscular, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se, nitida­ mente, dos machos.

PADRÃO FCI Nº225

COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO : dotado de coragem, determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. Caracteriza-se pela aversão a estranhos. De comportamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da propriedade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte.

Grupo 2

Pinscher, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suiços

Seção 2.A

Molossos do Tipo Dogue

Padrão nº

225 – 01 de janeiro de 1984

País de Origem

Brasil

Nome no País de Origem

Fila Brasileiro

Utilização

Guarda e boiadeiro

Prova de Trabalho

Para o campeonato, exige Prova EXPRESSÃO: em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, refletida num de Temperamento

MOVIMENTAÇÃO: passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A ca­ racterística principal é a movimentação dos dois membros, de um mes­ mo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos qua­ dris, acentuados na cauda, quando está erguida. Na passada, a cabeça é por­ tada abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocida­ de insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Brasi­ leiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção.

olhar firme e penetrante.

(*) atualmente a prova de temperamento esta suspensa pela CBKC

CABEÇA: grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de perfil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio. Crânio: (3) de perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, am­ plo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem

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em curva, quase vertical, estreitando-se para o focinho, sem fazer degrau. to. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passagem do crânio Stop: (2) visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave ascen­ para a nuca. Garganta provida de barbelas. dência até, aproximadamente, a metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, incli­ nado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares muito desenvolvidas. LINHA SUPERIOR: cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das es­ cápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha supe­ Focinho: (1) forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto de rior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência a sela cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alar­ ou carpeamento. gando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha su­ perior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase GARUPA: angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; larga, longa, de­ perpendicular à linha superior, com ligeira depressão logo abaixo do nariz, e lineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cernelha. Vista por trás, a seguindo para a linha inferior por uma curva perfeita dos lábios superiores, garupa deve ser ampla, de largura aproximadamente igual à do tórax, podendo que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores, definindo a linha ser ainda mais larga nas fêmeas. inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura TRONCO: forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais labial sempre aparente. Lábios inferiores: bem ajustados ao maxilar, da ponta longo que o abdomên. O comprimento do tronco, medido do antepeito à do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Foci­ parte posterior da nádega, é determinado pela altura da cernelha, mais 10%. nho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclu­ são dos lábios, a rima labial se delineia em forma de “U” invertido, profundo. TÓRAX: costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Peitorais (ante­ Trufa: narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda a lar­ peito) bem salientes. gura do maxilar. FLANCOS: menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a separa­ Olhos: de tamanho médio a grande, em formato amendoado e bem afas­ ção de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desen­ tados, de inserção média a profunda; a coloração vai, do castanho escu­ volvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, ro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem. Devido à pele sol­ sem marcar cintura. ta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça. LINHA INFERIOR: peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ven­ tre suavemente ascendente, nunca esgalgado. Orelhas: grandes, grossas, em forma de “V”. Largas na base, estreitando-se na ex­ tremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que ANTERIORES: ombros idealmente estruturados por dois ossos de igual tama­ o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, nho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a horizontal e apro­ quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. ximadamente 90º com o úmero. A articulação escápulo-umeral, que forma a Portadas caídas de lado (1) ou dobradas para trás (2), mostrando o seu interior. ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta Dentes: caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São fortes e cla­ do ombro se situe à meia altura dessa distância. Uma perpendicular, baixada ros. Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta. Os caninos são pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. A altura do cotovelo poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesoura, sendo ao chão é igual à do cotovelo à cernelha. Braços paralelos, de ossatura podero­ admissível a mordedura em torquês. sa e reta, carpos fortes e aparentes, metacarpos curtos, levemente inclinados. PESCOÇO: extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de cur­ 27


Filhotes da mesma idade, porĂŠm de pais diferentes, sempre guardando a mesma homogeneidade. A cor nĂŁo influi no fenotipo.

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Patas: formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoia­ dos em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo. POSTERIORES: de ossatura forte, ligeiramente mais leve que a dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo. Coxa larga, de contorno abaulado, formada pelos músculos que descem do ílio e do ísquio, que deli­ neiam a curva da nádega, razão de exigir-se o ísquio de bom comprimento. Pernas: paralelas, tarsos fortes, metatarsos levemente inclinados, mais altos que os metacarpos. Angulações do joelho e jarrete, moderadas.

peito e abdomên. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas fa­ ces laterais da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o ombro. Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais. PELAGEM: formada de pêlo baixo, macio, espesso e bem assentado. FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade. FALTAS GERAIS: tentativas por meios artificiais de alcançar determinados efeitos; albinismo; deficiência de tipo; etc.

Patas: iguais às anteriores, apenas, um pouco mais ovaladas. Não devem apre­ sentar ergôs.

FALTAS LEVES: tudo que se afasta da descrição do padrão.

CAUDA: de raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a pon­ ta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acen­ tuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dorso ou enroscar-se.

• Focinho curto;

ALTURA: Machos: 65 a 75 cm. Fêmeas: 60 a 70 cm. PESO: machos, mínimo de 50 kg. fêmeas, mínimo de 40 kg. COR: o branco, cinza rato, malhado, manchetado, preto e canela e azul são cores não permitidas. São permitidas todas as cores sólidas, tigra­ das de fundo nas cores sólidas, com rajas de pouca intensidade até os for­ temente rajados, podendo ou não apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nos pés, peito e pon­ ta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem. PELE: representa uma das características rácicas mais importantes. É grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se for­ mam pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo 30

FALTAS GRAVES

• Orelhas pequenas; • Orelhas de implantação alta; • Olhos excessivamente claros; • Presença de rugas no crânio, estando o animal em repouso; • Prognatismo inferior; • Falta de 2 (dois) dentes; • Papadas; • Dorso selado; • Garupa muito estreita; • Cauda portada enroscada, acima da linha do dorso; • Peito pouco profundo;


l Desvios acentuados de metacarpos ou metatarsos;

• Olhos redondos;

• Posteriores muito angulados;

• Figura quadrada.

• Passos curtos.

FALTAS ELIMINATÓRIAS

FALTAS MUITO GRAVES

• Agressividade para com seu dono;

• Cabeça pequena;

• Covardia;

• Lábios superiores curtos;

• Nariz cor de carne;

• Stop pronunciado, visto de frente;

• Prognatismo superior;

• Olhos protuberantes;

• Prognatismo inferior com dentes à mostra, estando a boca fechada;

• Falta de 2 (dois) dentes, exceto os P1;

• Falta de 1 (um) dente canino ou 1 (um) molar, exceto o 3º (terceiro);

• Falta de barbelas;

• Olhos azuis, louçados;

• Apatia e timidez;

• Orelhas ou cauda operadas;

• Sensibilidade negativa ao tiro;

• Garupa mais baixa que a cernelha;

• Dorso carpeado; • Linha superior plana;

• Todos os cães brancos, cinza-rato, malhados, manchetados e os pretos e cas­ tanhos;

• Linha inferior excessivamente esgalgada;

• Abaixo do mínimo de altura;

• Jarrete de vaca;

• Ausência de pele solta;

• Ausência de angulações dos posteriores (perna de porco);

• Ausência do passo de camelo.

• Ossatura leve;

NOTAS:

• Falta de substância;

· os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

• Acima do máximo de altura; • Marcações em branco que excedam ¼ (um quarto) do geral;

· todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.

• Despigmentação nas pálpebras; 31


Anguire Hernandez 32


Abnara EN Sena Sene

Três gerações 33


CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Filiada à Fédération Cynologique Internationale Classificação F.C.I.: Grupo 2 - Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses Suíços e raças assemelhadas. Seção 2 - Molossóides 2.1 - Tipo Mastife Padrão FCI no 225 - 10 de março de 2004. País de origem: Brasil Nome no país de origem: Fila Brasileiro Utilização: Guarda e boiadeiro Sem prova de trabalho Sergio Meira Lopes de Castro Presidente da CBKC Roberto Cláudio Frota Bezerra Presidente do Conselho Cinotécnico APARÊNCIA GERAL: raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatu­ ra, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa muscular, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, di­ ferenciando-se, nitidamente, dos machos. COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: dotado de coragem, deter­ minação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. Caracteriza-se pela aversão a estranhos. De comportamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da propriedade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte. MOVIMENTAÇÃO: passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é a movimentação dos dois membros, de um mesmo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o 34


que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda, quando está erguida. Na passada, a cabeça é portada abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas lar­ gas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando veloci­ dade insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Bra­ sileiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção. EXPRESSÃO: em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, refletida num olhar firme e penetrante. CABEÇA: grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de per­ fil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio. Crânio: de perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando- se para o focinho, sem fazer degrau. Stop: visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave ascendência até, aproximadamente, a metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares muito desenvolvidas. Focinho: forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Vis­ to de cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha superior, com ligeira de­ pressão logo abaixo do nariz, e seguindo para a linha inferior por uma

curva perfeita dos lábios superiores, que são grossos, pendentes, so­ brepõem-se aos inferiores, definindo a linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparen­ te. Lábios inferiores: bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de U invertido, profundo. Trufa: narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda a largura do maxilar. Olhos: de tamanho médio a grande, em formato amendoado e bem afas­ tados, de inserção média a profunda; a coloração vai, do castanho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça. Orelhas: grandes, grossas, em forma de V. Largas na base, estreitando-se na extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas caídas de lado ou dobradas para trás, mostrando o seu interior. Dentes: caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São for­ tes e claros. Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta. Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesou­ ra, sendo admissível a mordedura em torquês. PESCOÇO: extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior: levemente arqueada, destacando bem a passagem do crâ­ nio para a nuca. Garganta provida de barbelas. 35


Excelentes barbelas paralelas 36


Argos Soledad Sena Sene 37


LINHA SUPERIOR: cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamen­ to das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cer­ nelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência a sela ou carpeamento.

altura dessa distância. Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. A altura do cotovelo ao chão é igual à do cotovelo à cernelha. Braços paralelos, de ossatura poderosa e reta, carpos fortes e aparentes, metacarpos curtos, levemente inclinados.

GARUPA: angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; lar­ ga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cer­ nelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproxima­ damente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas fêmeas."

Patas: formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo.

TRONCO: forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais longo que o abdome. O comprimento do tronco, medido do antepeito à parte posterior da nádega, é determinado pela altura da cernelha, mais 10%. TÓRAX: costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a po­ sição dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Peitorais (antepeito) bem salientes. FLANCOS: menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a separação de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura. LINHA INFERIOR: peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua ex­ tensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado. ANTERIORES: ombros idealmente estruturados por dois ossos de igual tamanho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a ho­ rizontal e aproximadamente 90º com o úmero. A articulação escápu­ lo-umeral, que forma a ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta do ombro se situe à meia 38

POSTERIORES: de ossatura forte, ligeiramente mais leve que a dos ante­ riores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo. Coxa larga, de contorno abaulado, formada pelos músculos que descem do ílio e do ísquio, que delineiam a curva da nádega, razão de exigir-se o ísquio de bom comprimento. Pernas: paralelas, tarsos fortes, metatarsos levemente inclinados, mais altos que os metacarpos. Angulações do joelho e jarrete, moderadas. Patas: iguais às anteriores, apenas, um pouco mais ovaladas. Não devem apresentar ergôs. CAUDA: de raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a ponta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dor­ so ou enroscar-se. ALTURA: PESO:

machos: 65 a 75 cm. fêmeas: 60 a 70 cm. machos, mínimo de 50 kg. fêmeas, mínimo de 40 kg.

COR: o branco, cinza rato, malhado, manchetado, preto e canela e azul


são cores não permitidas. São permitidas todas as cores sólidas, tigradas de fundo nas cores sólidas, com rajas de pouca intensidade até os for­ temente rajados, podendo ou não apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem.

• papadas. • dorso selado. • garupa muito estreita. • cauda portada enroscada, acima da linha do dorso. • peito pouco profundo. • desvios acentuados de metacarpos ou metatarsos. PELE: representa uma das características rácicas mais importantes. É • posteriores muito angulados. grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se for­ • passos curtos. mam pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo peito e abdomên. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas faces laterais FALTAS MUITO GRAVES da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o ombro. Com o cão em • cabeça pequena. repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração • lábios superiores curtos. para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas • stop pronunciado, visto de frente. longitudinais. • olhos protuberantes. • falta de 2 (dois) dentes, exceto os P1. PELAGEM: formada de pelo baixo, macio, espesso e bem assentado. • falta de barbelas. • apatia e timidez. FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser consi­ • sensibilidade negativa ao tiro. derado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade. • dorso carpeado. • linha superior plana. FALTAS GERAIS: tentativas por meios artificiais de alcançar determina­ • linha inferior excessivamente esgalgada. dos efeitos; albinismo; deficiência de tipo; etc. • jarrete de vaca. • ausência de angulações dos posteriores (perna de porco). FALTAS LEVES: tudo que se afasta da descrição do padrão. • ossatura leve. • falta de substância. FALTAS GRAVES • acima do máximo de altura. • focinho curto. • marcações em branco que excedam ¼ (um quarto) do geral. • orelhas pequenas. • despigmentação nas pálpebras. • orelhas de implantação alta. • olhos redondos. • olhos excessivamente claros. • figura quadrada. • presença de rugas no crânio, estando o animal em repouso. • prognatismo inferior. FALTAS ELIMINATÓRIAS • falta de 2 (dois) dentes. • agressividade para com seu dono. 39


• covardia. • trufa cor de carne. • prognatismo superior. • prognatismo inferior com dentes à mostra, estando a boca fechada. • falta de 1 (um) dente canino ou 1 (um) molar, exceto o 3º (tercei­ ro). • olhos azuis, louçados. • orelhas ou cauda operadas. • garupa mais baixa que a cernelha. • todos os cães brancos, cinza-rato, malhados, manchetados e os pretos e castanhos. • abaixo do mínimo de altura. • ausência de pele solta. • ausência do passo de camelo. • todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado. NOTA: • Os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

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Cansaço de uma mãe com a missão cumprida.

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A importância de uma boa mãe na cria

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Tigrado araçá se define pelo tipo do tigrado, o qual apresenta poucas rajas em toda sua pele, pode existir em várias tonalidades de dourado. Akira AM Hacienda La Soledad 45


CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Filiada à Fédération Cynologique Internationale PAÍS DE ORIGEM: Brasil. DATA DE PUBLICAÇÃO DO PADRÃO OFICIAL VÁLIDO: 29/09/2016. UTILIZAÇÃO: Guarda e boiadeiro. CLASSIFICAÇÃO F.C.I.: Grupo 2 - Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses Suíços e raças assemelhadas. Seção 2.1- Molossóides, tipo Mastife. Sem prova de trabalho. NOME NO PAÍS DE ORIGEM: Fila Brasileiro. Sergio Meira Lopes de Castro Presidente da CBKC Roberto Cláudio Frota Bezerra Presidente do Conselho Cinotécnico Atualizado em: 21 de febreiro de 2017. I

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FILA BRASILEIRO APARÊNCIA GERAL: Raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa muscular, grande agilidade concentra­ da e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se, nitidamente, dos machos.

REGIÃO CRANIANA Crânio: De perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitandose para o focinho, sem fazer degrau.

Stop: Visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave PROPORÇÕES IMPORTANTES ascendência até, aproximadamente, a metade do crânio. Visto de perfil, • O focinho é ligeiramente mais curto que o crânio. é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares • O comprimento do tronco - medido da ponta do externo à ponta muito desenvolvidas. da nádega • excede a altura da cernelha, com 15%. REGIÃO FACIAL Trufa: Narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: Dotado de coragem, a largura do maxilar. determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obe­ diente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fide­ Focinho: Forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto lidade, procurando com insistência a companhia dos donos. De com­ de cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o portamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da proprie­ perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. dade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de A linha anterior é quase perpendicular à linha superior, com ligeira animais de grande porte. Caracteriza-se pela aversão a estranhos, sendo depressão logo abaixo da trufa. de manejo controlado particularmente em pista de exposição. Lábios: Os lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepõem-se EXPRESSÃO: Em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta aos inferiores olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, e seguem por uma curva perfeita, da linha inferior do focinho, quase refletida num olhar firme e penetrante. paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre apa­ rente. Os lábios inferiores são bem ajustados ao maxilar, da ponta do CABEÇA: Grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de perfil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de “U” inverti­ do, profundo. 47


Antares EN Sena Sene

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Atack Do Paiaguas

Pescoรงo poderoso

Kaka Sena Sene


Wharhol Hacienda La Soledad Filhote 5 meses

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Maxilares / Dentes: Caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São fortes e claros. Os incisivos superiores, largos na base e afi­ lados na ponta. Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesoura. Olhos: De tamanho médio à grande, em formato amendoado e bem afastados, de inserção média à profunda; a coloração vai, do castanho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem, preferencial­ mente os olhos mais escuros. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça. Orelhas: Grandes, grossas, em forma de “V”. Largas na base, estreitan­ do-se na extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas caídas de lado ou dobradas para trás, mostrando o seu interior. PESCOÇO: Extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passa­ gem do crânio para a nuca. Garganta provida de barbelas. TRONCO: Forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tó­ rax mais longo que o abdome. Linha superior: Cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência à sela ou carpeamento. Flancos: Menos longos e menos pro­ fundos que o tórax, mostrando a separação de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura. 50

Garupa: Angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; larga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cernelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproximadamente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas fêmeas. Tórax: Costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a po­ sição dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotove­ lo. Peitorais (antepeito) bem salientes. Linha inferior: Peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado. CAUDA: De raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a ponta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dorso ou enroscar-se. MEMBROS ANTERIORES Aparência geral: O comprimento da perna, do solo ao cotovelo, deve ser a metade da altura do solo à cernelha. Ombros: idealmente estruturados por dois ossos de igual tamanho (es­ cápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a horizontal e apro­ ximadamente 90º com o úmero. A articulação escápulo-umeral, que forma a ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta do ombro se situe à meia altura dessa distância. Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. Braços: Paralelos, de ossatura poderosa e reta.


Carpos: Fortes e aparentes. Metacarpos: Curtos, levemente inclinados. Patas: Formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo. POSTERIORES Aparência Geral: De ossatura forte, ligeiramente mais leve que a dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo. As pernas posteriores são paralelas. Coxas: largas, de contorno abaulado, formadas pelos mús­ culos que descem do ílio e do ísquio, que delineiam a curva da nádega, razão de exigir-se o ísquio de bom comprimento. Tarsos: fortes. Metatarsos: levemente inclinados, mais altos que os metacarpos. Angu­ lações do joelho e jarrete, moderadas. Patas: Iguais às anteriores, apenas, um pouco mais ovaladas. Não devem apresentar ergôs. MOVIMENTAÇÃO: Passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é a movimentação dos dois membros, de um mesmo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda, quando está erguida. Na passada, a cabeça é portada abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocidade insuspeita em cães de tal porte e peso. A movi­

mentação do Fila Brasileiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção. PELE: Representa uma das características rácicas mais importantes. É grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se formam pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo peito e abdome. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas faces laterais da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o ombro. Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais. PELAGEM Pelo: Formada de pelo baixo, macio, espesso e bem assentado. COR: São permitidas as cores tigradas, dourados, baios e pretos, podendo apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem. TAMANHO / PESO Altura na cernelha: Machos: 65 a 75 cm. Fêmeas: 60 a 70 cm. Peso: Machos, mínimo de 50 kg. Fêmeas, mínimo de 40 kg. FALTAS: Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considera­ do como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão. 51


FALTAS • Mordedura em torquês. • Focinho curto. • Orelhas pequenas. • Orelhas de implantação alta. • Olhos excessivamente claros. • Presença de rugas no crânio, estando o animal em repouso. • Prognatismo inferior. • Papadas. • Dorso selado. • Garupa muito estreita. • Cauda portada enroscada, acima da linha do dorso. • Peito pouco profundo. • Desvios acentuados de metacarpos ou metatarsos. • Posteriores muito angulados. • Passos curtos. FALTAS GRAVES • Apatia e timidez. • Figura quadrada. • Cabeça pequena. • Stop pronunciado, visto de frente. • Lábios superiores curtos. • Olhos protuberantes. • Falta de pigmentação nas pálpebras. • Olhos redondos. • Falta de 2 (dois) dentes, exceto os P1. • Falta de barbelas. • Sensibilidade negativa ao tiro. • Dorso carpeado. • Linha superior plana. • Linha inferior excessivamente esgalgada. • Ossatura leve. Falta de substância. 52

• • • •

Jarrete de vaca. Ausência de angulações dos posteriores (perna de porco). Marcações em branco que excedam ¼ (um quarto) do geral. Acima do máximo da altura.

FALTAS ELIMINATÓRIAS • Agressividade para com seu dono. • Todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado. • Covardia. • Trufa cor de carne. • Prognatismo superior. • Prognatismo inferior com dentes à mostra, estando a boca fecha­ da. • Falta de 1 (um) dente canino ou 1 (um) molar, exceto o 3º (ter­ ceiro). • Olhos azuis, louçados. • Orelhas ou cauda operadas. • Garupa mais baixa que a cernelha. • Ausência do passo de camelo. • Ausência de pele solta. • Todos os cães brancos, cinza-rato, malhados e manchetados, preto e castanho (black and tan) e os azuis. • Abaixo do mínimo de altura. • Uso de métodos artificiais para produzir determinados efeitos; albinismo; deficiência de tipo; etc. NOTAS: • Os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal. • Somente os cães clinicamente e funcionalmente saudáveis e com conformação típica da raça deveriam ser usados para a reprodução.


Jeronimo Soledad Sena Sene

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TIPICIDADE: tipicidade. ( substantivo feminino qualidade do que é típico)

mas estes defeitos não podem intervir no tipo. Se um cão tiver cabeça Trapezoidal, orelhas longas, largas com bordas arredondadas, porém com o implante ou alto ou baixo, que não seja o proposto do padrão, que é a linha média dos Na forma jurídica temos: A TIPICIDADE é um juízo de verificação se o fato é olhos, este cão tem um defeito, o mesmo se aplica se um cão tiver o focinho um ou não é típico. O fato tem que se encaixar no modelo previsto no tipo penal, pouco curto ou stop mas acentuado etc. Porém, se em um mesmo cão encontracomo uma figura geométrica. . mos cabeça não trapezoidal, orelhas não longas e bordas arredondadas, Para juízes, tipicidade é o primeiro item para julgamento! O juiz, ao olhar focinho curto, ai já não classificamos de defeito, mas sim atipicidade, e o cão para um cão, deverá saber qual raça que o mesmo pertence antes de ver na deve ser excluído de pista e mesmo da criação. súmula o nome da raça. Isso é fundamental para que a raça continue com Não podemos nos deixar influenciar por nossas preferências, mas sim sermos suas características básicas principais! fiéis zeladores do Padrão, mesmo que isto vá de encontro com o nosso gosto Um cão e considerado típico quando conforme vimos na definição jurídica ele pessoal, se encaixa em um modelo previsto, ou seja, o PADRÃO DA RAÇA. Vejamos a definição da cabeça e crânio do Fila: Vamos falar sobre a Raça Fila Brasileiro. Temos visto muitos juízes, e também CABEÇA: Grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. Vista criadores, querendo que a raça Fila Brasileira seja julgada como outras raças de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de perfil, o crânio sem ferir o seu padrão, pois a raça Fila é bem clara quando diz que o Fila tem e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiraaversão (ojeriza) a estranhos, então quando um estranho, no caso um juiz, mente menor que o crânio. quer tocar no fila, ou mesmo abrir a sua boca para verificar sua mordedura, ele está indo contra o padrão e tornando um cão atípico, pois esta atitude é contrária ao que pede o Padrão da Raça. O fila jamais deve ser tocado por estranhos, e se ele reagir agressivamente, apenas está mostrando que atende ao modelo, ou seja, o padrão proposto pelo seu idealizador. O fila tem um padrão muito extenso e muito detalhado, dando pequenas margens de particularidade para quem o julga. A cabeça de um cão é a sua identidade, ela determina a raça, a única parte do corpo do animal que quando olhamos identificamos a que raça pertence. Evidentemente tipicidade não é apenas ter uma cabeça típica, mas sim obedecer ao padrão em sua totalidade. Sabemos que alguns criadores trabalham diferentes as linhas de sangue, dando ênfase a determinados atributos de um cão, alguns focam na cabeça, outros no seu corpo e alguns em seu temperamento, mas não podemos nos esquecer que o cão é um todo, e que este todo deve obedecer seu padrão. Se um cão estiver abaixo da sua altura, ele não faz parte do tipo, ou seja, está fora do padrão determinado, e desta maneira deve ser excluído, assim como sua forma de cabeça que pede TRAPEZOIDAL , e não obedecer a esta geometria também deve ser excluído por falta de tipicidade. Não podemos confundir defeito com atipicidade, defeitos todos os cães os têm, 54


o padrão dá uma linha a seguir, o cão deve estar em harmonia, ou seja, a sua cabeça tem que ser proporcional ao seu corpo. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Em nenhum momento, o padrão da raça pede uma largura maior que o seu comprimento, e alguns insistem em seus julgamentos, e penalizam cães dizendo que tem crânios mais longos que curtos, precisamos estudar melhor o padrão da raça, pois gosto pessoal não pode ir no sentido contrário ao padrão. Dentro da lei, conforme vimos, A TIPICIDADE é um juízo de verificação se o fato é ou não é típico. O fato tem que se encaixar no modelo previsto no tipo penal, como uma figura geométrica. Desta forma, não existe margem a especulações, tudo que não obedece ao padrão, deve ser considerado ATÍPICO.

REGIÃO CRANIANA Crânio: De perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando se para o focinho, sem fazer degrau. Dois pontos a destacar. Cabeça Grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco, veja que

Abnara En Sena Sene 55


Oludelus Etre quit 2014

Voloribusae sum Etre quit 2014

Consenderume Volendunto 2014

Ray JA Hacienda La Soledad Thea AJ Hacienda La Soledad

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Quando o crânio se abre, e isto acontece na fase joven - adulta do fila, as orelhas deixam de se ver tão largas. É uma mudança na relação de orelhas e cabeça. Filha do Antares EN Sena Sene Jazz Guardia Dorada 2015 57


Leo MA Hacienda la Soledad Filhote 5 meses 2016

HARMONIA FILHOTE 5 MESES ARAÇÁ VERMELHO

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Algumas pessoas quando olham para um filhote querem ver um adulto em miniatura, acreditamos que estas pessoas cometem um grande erro de avaliação, um filhote deve se parecer com um filhote, ser alegre, brincalhão, arteiro etc., mas isto não impede de vermos

neles características já facilmente perceptíveis, como temperamento, linhas e movimentação. Se observarmos nestas fotos, poderemos encontrar um filhote muito harmonioso, destacando-se em linhas, aprumos, posteriores fortes

e excelente cabeça e, evidentemente, muitas coisas ainda vão mudar, mas com certeza já temos um bom parâmetro para sabermos que se trata de um ótimo filhote.


Simon Hacienda la Soledad Filhote 4 meses 2015 Podemos ver claramente o andar típico da raça, filhote com muito alcance e cabeça postada bem abaixo da linha do dorso, típico de um Felino.

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Paracambi Sena Sene Canil Ricale 2016 60


Laskmi BA Hacienda La Soledad 2014 61


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Filhote de excelente tipicidade e já mostrando o andar em passos largos, uma das características da raça.

Joao Ma Hacienda La Soledad Moises Hacienda La Soledad X Abnara En Sena Sene

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Padrão FCI No 225 04/10/2016 COMENTADO Como julgar o Fila brasileiro segundo o novo padrão FCI No 225 04/10/2016 Em uma Exposição, o Árbitro deverá confrontar o exemplar com o padrão da raça, jamais com o plantel em pista. Pois o mesmo poderá estar punindo um cão típico por ele ser o único diferente em pista. O padrão é absoluto em um julgamento, e não podemos ter preferência sobre tipo de cães. APARÊNCIA GERAL: raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se nitidamente, dos machos.

Feminilidade em fêmea de 7 a13 meses Comentários: Observem no quesito aparência gerais, algumas coisas Macho esquerda são empíricas, pois não se determina o quanto deverá ser esta ossatura Fêmea direita poderosa no Fila vai do bom senso do juiz. Figura retangular compacta: o exemplar não poderá parecer quadrado e também muito comprido, mais uma vez isto deverá ser julgado pelo juiz usando o bom senso. Vale lembra-los que o fila tem que ser COMPACTO jamais parecer LONGO. Aliada a uma massa grande agilidade: bom aí já temos um parâmetro para um julgamento. Observem que o padrão faz referência a GRANDE AGILIDADE DO FILA e não a sua massa. Vamos ver definição da palavra ALIADA: Aliada e o mesmo que dizer COLIGADO sendo assim não se pode ser julgado separados, se o cão tiver muita massa que prejudique a sua agilidade o cão deverá ser penalizado, pois o padrão pede uma agilidade facilmente perceptível. 64


Fêmeas devem exibir feminilidade: O padrão pede que a fêmea seja bem feminina, portanto nunca deverá ser e nem parecer masculinizada, com muita massa, muita ossatura e cabeça muito pesada, pois o padrão diz claramente que ela deva ser nitidamente diferenciada dos machos.

Fêmeas devem exibir feminilidade

PROPORÇÕES IMPORTANTES • O focinho é ligeiramente mais curto que o crânio. Comentário: Ligeiramente não e ¼ menor mas sim alguns centímetros. • O comprimento do tronco - medido da ponta do externo à ponta da nádega - excede a altura da cernelha, com 15%. Comentário: Quanto ao seu comprimento que foi acrescido de 10% para 15% não alterou a aparência geral do Fila ele continua sendo uma FIGURA RETANGULAR COMPACTA e, portanto, não deve parecer ser um cão LONGO, como exemplo, basta ver o ROTTWEILER, que tem as mesma proporções do FILA agora.

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Nesta figura, queremos mostrar como deve ser a estrutura óssea do Fila Brasileiro, suas angulações, comprimento do externo que garantirá uma boa sustentação das costelas, inclinações corretas de carpos e tarsos, bons comprimentos do Ílio e ísquio, crânio, etc. Veja crânio genuíno página 72

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COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: Dotado de coragem, determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa, é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. De comportamento sereno, revelando segurança e con­ fiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da propriedade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte. Caracteriza-se pela aversão a estranhos, sendo de manejo controlado particularmente em pista de exposição. Comentário: Quando do seu julgamento, o juiz deverá estar atento a conduta do cão em pista, verificar se o cão está confiante, se não está com a cauda entre as pernas, e no seu julgamento o juiz deverá confirmar se o exemplar que está sendo julgado realmente é possuidor desta aversão a estranhos. Obs. sendo de manejo controlado particularmente em pista de exposição. Comentário: O criador da raça que queira participar de uma exposição geral da CBKC deverá condicionar muito bem o seu cão, dando a todos no recinto segurança, isto não significa que o cão deverá ser covarde, tímido, medroso, pois cães de guarda de outras raças como Boxer, Dogo Canário entre outros também são cães de forte temperamento e se portam tranquilos em pista uma vez bem condicionados.

Comentário: A parte do corpo que identifica a raça do animal é a cabeça, sendo assim ela deve ter um peso significativo no julgamento do animal. Cabeça grande e pesada: para um bom julgamento, a cabeça do animal sempre deve estar em harmonia com o seu corpo, ou seja, jamais parecer pequena ou grande demais para o animal em questão, agora o julgamento deixa de ser empírico e deve ser aplicado o padrão como é descrito, a cabeça deve ser inscrito num trapézio, o juiz que não é conhecedor de figuras geométricas deverá pelo menos conhecer o que vem a ser um trapézio. O fila não pode ter uma cabeça quadrada, redonda ou outra que não seja a que o padrão pede. Ao olhar para o exemplar, o juiz deve ver um Fila Brasileiro e não uma mistura de raça em um mesmo exemplar REGIÃO CRANIANA Crânio: De perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem mar­ cado e saliente, notadamente nos fil­ hotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arquea­ da. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando-se para o focinho, sem fazer degrau.

Stop: Visto de frente, é, praticamente, EXPRESSÃO: Em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta inexistente. Sulco sagital em suave ascendência até, aproximadamente, a olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, forrefletida num olhar firme e penetrante. mado pelas arcadas superciliares muito desenvolvidas. Comentário: O stop do fila deve ser praticamente inexistente, mais uma vez o padrão é bem CABEÇA: Grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. claro neste quesito, assim sendo deve ser aplicado rigorosamente, um fila Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de per­ jamais deverá ter stop acentuado. fil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio. 68


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REGIÃO FACIAL Trufa: Narinas de cor preta, largas, bem desenvol­ vidas, sem ocupar toda a largura do maxilar.

" É muito importante Saber que o crânio do Fila brasileiro não é paralelo ao seu focinho, como muitos acreditam "

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De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando-se para o focinho, sem fazer degrau. Stop visto de frente, é praticamente inexistente. Sulco sagital em suave ascendência até, aproximadamente, a metade do crânio.

De perfil, mostra sua curva, do stop ao occiptal, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes.

Stop: Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares, muito desenvolvidas.

Bordas denteadas

A seleção e preservação da raça, é responsabilidade de todos os criadores do mundo 71


Crânio genuíno de fila brasileiro Nota-se o occiptal pronunciado no crânio 72


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FOCINHO (1) Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. (2) A linha anterior é quase perpendicular à linha superior, (3) Com ligeira depressão logo abaixo do nariz, e seguindo para a linha inferior por (4) uma curva perfeita dos lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores, definindo a linha inferior do focinho, (5)quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparente. Focinho Adulto (veja mais pag 75-79 Focinho: Forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto de cima, é cheio sob os olhos, es­ treitando-se, muito levemente, até o meio, alar­ gando-se, também levemente, até a curva an­ terior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha supe­ rior, com ligeira depressão logo abaixo da trufa.

do com a comissura labial sempre aparen­ te. Os lábios inferiores são bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os ca­ ninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se deli­ neia em forma de “U” invertido, profundo.

Lábios: Os lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores, e se­ guem por uma curva perfeita, da linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminan­

Comentário: A linha anterior é quase perpendicular à linha superior com ligeira depressão logo abaixo do nariz, e seguindo para a linha inferior por uma curva perfeita dos lábios superiores que são grossos, pendentes, sobre-

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Moises AJ Hacienda La Soledad

Focinho visto em várias idades e ângulos, com a proporção de crânio e focinho quase de 1:1. Trata-se do mesmo cão em todas as fotos. Rima labial em U invertida.

põem-se aos inferiores. A linha do focinho, para aqueles que não sabem o que vem a ser perpendicular, deve formar um angulo próximo a 90 graus, como um esquadro, e deve no seu extremo possuir uma curva muito bem inscrita, veja que o padrão ainda diz uma curva perfeita. Outro ponto bem abordado pelo padrão é que o focinho deverá ter uma boa profundidade na raiz, sem jamais ultrapassar o seu comprimento, ou seja, o focinho do fila deverá parecer retangular, jamais quadrado ou retangular invertido. 75


Focinho com relação quase de 1:1, sendo ligeiramente inferior ao tamanho do crânio, com boa profundidade, sem ultrapassar o comprimento.

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Caima AM Hacienda La Soledad 40 meses


Focinho retangular

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Vamos falar sobre um assunto bastante polêmico que tem gerado muitas discussões e dúvidas de como deve ser o focinho do Fila: Como todos sabem, o padrão pede que o focinho seja ligeiramente menor que o crânio, mas não é sobre isto que vamos falar, é sobre o focinho visto de lado (perfil), e como deve ser. Antes de falar do focinho propriamente dito, falaremos sobre uma palavra que é: Convencionar Significado de Convencionar v.t. Estabelecer por convenção; ajustar, pactuar, combinar: convencionaram a forma de pagamento. Sinônimos de Convencionar Convencionar é sinônimo de: estipular, pactuar, ajustar, acordar, combinar, contratar, acertar. Como todos sabem, o cão é medido na sua altura da cernelha ao solo, e por que não se mede no seu extremo, da cabeça ao solo? 78

Da mesma forma, o cão no seu comprimento se mede da ponta do esterno até as nádegas, e por que não se mede da ponta do nariz a ponta da cauda? Por convenção, mas você pode nos dizer, mas a cabeça não faz parte do cachorro? Responderemos, sim, mas por convenção mede na cernelha. O Focinho do cão. No manual de estrutura e Dinâmica do cão 4ª Edição Conselho Cinotécnico da CBKC Elaboração: Claudio Nazaretian Rossi Revisão: Jayme Martinelli 2013 Diz: 3.2. FOCINHO é, na avaliação de cães, a parte da cabeça que se projeta do crânio e anatomicamente denominada de focinho propriamente dito. Assim como o crânio, é recoberto por pele com as suas mesmas características; entretanto, é constituído por pelos especiais, táteis, denominados popularmente de bigodes ou, segundo a nomina anatômica, vibrissas, as quais, geralmente, são removidas para fins de exposição, entretanto, tal prática constitui em falta quando realizada em algumas raças, Afghan Hound e no Samoieda, entre outras. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Manual de Estrutura e Dinâmica do Cão 63 O focinho constitui a porção mais anterior da cabeça e projeta-se adiante do crânio, possuindo três eixos: - Eixo longitudinal ou comprimento do focinho: é a medida que vai da raiz do focinho (“stop”) à ponta do mesmo; Eixo transversal ou largura do focinho: é a medida determinada na altura dos caninos, constituindo a distância entre os caninos; Eixo vertical ou altura do focinho: é a medida que vai


da cana nasal à parte inferior da mandíbula, na sua região mais volumosa. Da mesma forma que a cabeça faz parte do corpo e não se mede na altura, e no comprimento também não se mede a cabeça e a cauda ,os lábios dos cães, embora faça parte do focinho, não é medido. Agora vejamos o padrão : Focinho: Forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto de cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha superior, com ligeira depressão logo abaixo da trufa. Lábios: Os lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores e seguem por uma curva perfeita, da linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparente. Os lábios inferiores são bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de “U” invertido, profundo. Conclusão, após analisar o padrão da raça e o manual de estrutura, é que se o comprimento do focinho vai do stop até a ponta do focinho, e sua altura vai da cana nasal até a parte inferior da mandíbula, sendo que esta medida, como diz o padrão, não pode ser maior que o comprimento, só nos resta duas alternativas, ou seja : se for igual, o focinho terá um formato quadrado, e se for menor, será retangular. Em probabilidade, para ser quadrado só existe uma única alternativa, já para ser retangular várias . Sendo assim, concluímos que o focinho do Fila visto de Perfil é RETANGULAR, com uma pequena chance se alguns serem quadrados. Depressão em direção ao lábio 79


Maxilares : Dentes: Caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São fortes e claros. Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta. Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesoura. Prognatismo - [do grego pro, ‘movimento para a frente', + gnathós, ‘mandíbula'] desalinhamento da mordedura, resultante de uma hipotrofia óssea da maxila ou hipertrofia óssea da mandíbula; a mandíbula é mais longa que a maxila.

Mordedura em tesoura Mordedura em torquês - na oclusão, na oclusão, os incisivos superiores os incisivos superiores tocam de topo tocam, com a face interna, a face os incisivos inferiores. externa dos incisivos inferiores. Mordedura em tesoura invertida - na oclusão, os incisivos superiores tocam, com a face externa, a face interna dos incisivos inferiores

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Prognatismo inferior - na realidade, pro (grego) significa ‘movimento para a frente', e gnathós, significa ‘queixo', ‘mandíbula'; assim, prognata é sempre inferior, mas, por vício de linguagem, talvez para maior clareza, a cinofilia mundial adotou este termo tanto para a maxila quanto para a mandíbula, definindo-o como superior quando a maxila é maior que a mandíbula, e inferior, para a situação inversa

Prognatismo superior - desalinhamento da mordedura por hipotrofia óssea da mandíbula ou hipertrofia óssea da maxila. Micrognatismo.


Mesmo sentado em um banco dos rĂŠus, ĂŠ sempre interessante ouvir falar da gente.

Albert Camus

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Olhos: De tamanho médio à gran­ de, em formato amendoado e bem afastados, de inserção média à pro­ funda; a coloração vai, do castan­ ho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem, preferen­ cialmente os olhos mais escuros. Devido à pele solta, muitos exem­ plares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser conside­ rado falta, pois aumenta o aspec­ to triste do olhar típico da raça. Comentário: Aqui se diz PREFERENCIALMENTE AOS CÃES DE OLHOS MAIS ESCUROS, se em um julgamento tivermos dois ou mais cães em condições IGUAIS aí neste caso poderá usar a cor dos olhos para desempate, caso contrário não deve ser considerado falta.

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Olhos: De tamanho mĂŠdio Ă grande, em formato amendoado e bem afastados Gitate sitae Doluptamus eaquati diant. 2014

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Os olhos azuis vão mudando até adquirir a cor amarela Notem a mudança da cor cinza do pêlo para dourado Filhota Rumba JA Hacienda La Soledad 84


IrmĂŁo de Rumba Ray JA Hacienda La Soledad 85


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Pálpebras caídas, típicas do olhar triste da raça

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Orelhas: Grandes, grossas, em forma de “V”. Largas na base, estreitando-se na extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas caídas de lado ou dobradas para trás, mostrando o seu interior. Comentário: Observe que o padrão aqui também estabelece parâmetros, a orelha deve ser larga, grandes, grossas e em forma de V e possuir na sua extremidade a forma arredondada, ou seja, não devera formar pontas, outro fato é que ela deve ter a sua implantação na altura média dos olhos orelhas muito baixas, tipo hound deve ser penalizada tanto quanto orelha alta. OBS: O Fila tambem pode ter as orelhas em ROSA

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PESCOÇO: Extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passagem do crânio para a nuca. Garganta provida de barbelas. Comentário: Gostaria de destacar, garganta provida de barbelas. As barbelas do Fila Brasileiro têm que ser paralelas e verticais, lembrando o gado Nelore, porém duplas. Não deve ter papadas, que são as rugas transversais, e que não fazem parte da raça Fila.

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Rima Labial en U invertida

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TRONCO: Forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais longo que o abdomên. Linha superior: Cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das es­ cápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendên­ cia à sela ou carpeamento. Comentário: Linha superior: Cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência à sela ou carpeamento. Algumas pessoas e juízes tem dificuldade de entender o que é este APÓS, A CERNELHA A LINHA SUPERIOR MUDA DE DIREÇÃO, a linha superior do fila, para melhor se entender, é formada por duas retas, sendo uma descendente, que vai da cernelha até o ponto de inversão (DOBRADIÇA), que é o ponto mais baixo da linha superior, e a partir daí, segue ascendente ATÉ A PONTA DO ÍLIO, portanto não sai da Cernelha já ascendente, como alguns acreditam, conforme ilustração abaixo, de forma equivocada do padrão. (fig A) OBS: A nomenclatura usada pelos fileiros do ponto mais baixo da linha

superior do FILA é DOBRADIÇA (1)

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(A) Vejam como o cão ficaria:

A linha correta do Fila na ilustração abaixo:


Linha Superior Carpeada:

Linha Superior Selada:

LINHA SUPERIOR tendendo a PLANA: Falta muito grave Falta grave 93


Algumas faltas de estrutura influenciam na linha superior do cão. Exemplo: PATA CURTA. Onde a medida do chão ao cotovelo é menor que a medida do cotovelo a cernelha, e que faz com que o cão tenha uma garupa muito alta, conforme ilustração abaixo: (1)

(1) 94

Por fim, abaixo o que seria um bom fila brasileiro, com respeito as suas linhas e angulações: Sendo a angulação desejada de escápula e úmero de 90 graus, e os dois ossos de mesmo tamanho.

Cernelha ligeiramente mais baixa do que a garupa.


LI N H A

SU P E R I O R A D U L T O

D E

U M

.

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Estrutura Anterior e posterior Ângulos

Conforme falamos anteriormente, veja que mesmo em filhotes já podemos observar algumas características da raça, nesta foto temos mais exemplo delas.

Anterior Úmero Escápula

Andar Desde filhotes com elasticidade

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As linhas inferiores da raça Fila Brasileiro conforme padrão: Linha inferior: Peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado. Ilustramos algumas linhas inferiores para que vocês possam melhor visualizar e entender o padrão, na figura 1 temos uma linha inferior muito esgalgada onde classificaríamos como sendo BOA, já na segunda figura temos uma linha inferior que classificaríamos como sendo MUITO BOA, e a figura 3, EXCELENTE. Já sobre as linha superiores, temos: li nha superior: Cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência à sela ou carpeamento. Na figura 1, onde se fala da linha superior, temos um cão com a linha superior EXCELENTE , já na segunda figura, temos uma linha superior apenas MUITO BOA, pois o cão é selado, e por fim, a linha superior 3 tem uma linha superior apenas BOA, pois é um cão carpeado.

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O perfil da linha superior, praticamente, define a qualidade da movimentação: a dos cães galopadores é arqueada (3) e a dos trotadores é reta, de nível ou levemente descendente como é o fila. (1) O Fila brasileiro não é um cão galopador, se define mais por seu andar a passo em longas jornadas e trote, por isso sua linha superior é ascendente, sem apresentar sela ou carpeamento.

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O fila ĂŠ um eximio nadador 100


Filas Brasileiros en fazendas Guarda e proteção 101


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A agilidade do fila brasileiro vai de acordo com a sua massa. Exemplares exageradamente pesados tendem a ser menos รกgeis do que exemplares que apresentam peso adequado para sua altura, Exemplares exageradamente pesados perdem sua funcionalidade como boiadeiros. 103


Flancos: Menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a se­ paração de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura. De raiz muito larga inserção Comentário: Nos cães muito obesos o flanco não é perceptível, sendo assim o média, afinando rapidamente juiz deve levar em conta no seu julgamento o estado de obesidade do animal. Garupa: Angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; lar­ ga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cer­ nelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproxima­ damente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas fêmeas. Comentário: Mais uma vez o padrão faz referência da garupa com a cernelha, e usa a palavra pouco mais alta, que é o sinônimo de ligeiramente. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva Tórax: Costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição da extremidade dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Pei­ torais (antepeito) bem salientes. Linha inferior: Peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado. Comentário: Mais uma vez, o cão obeso transforma a linha inferior como uma grande reta, onde fica quase imperceptível visualizar onde começa a linha ascendente. CAUDA: De raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, Não deve cair sobre o dorso ou com a ponta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, enroscar-se. eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dor­ so ou enroscar-se. Comentário: A cauda do cão mostra o estado em que o cão se encon104


tra, se está confiante, eleva a cauda, e se está medroso, coloca a cauda entre as pernas, o padrão diz que a cauda não deve cair sobre o dorso ou se enroscar, já vi muitos juízes penalizando o cão por elevar a cauda, isto é incorreto, principalmente quando o cão em movimentação. MEMBROS: ANTERIORES Aparência geral: O comprimento da perna, do solo ao coto­ velo, deve ser a metade da altura do solo à cernelha. Comentário: Há que se prestar atenção nos cães patas curtas. Ombros: idealmente estruturados por dois ossos de igual tamanho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a horizontal, e aproximadamente 90º com o úme­ ro. A articulação escápulo-umeral, que forma a ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o es­ paço da cernelha ao esterno, e a ponta do ombro se situe à meia altura dessa distância. Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. Braços: Paralelos, de ossatura poderosa e reta. Carpos: Fortes e aparentes. Metacarpos: Curtos, levemente inclinados. Comentário: O Fila tem o carpo levemente inclinado e, portanto, cães com defeitos vulgarmente conhecido como perna de mesa devem ser penalizados, a perna de mesa nada mais é que a falta de inclinação do carpo. Continua pagima 106 105


Roy AA Hacienda La Soledad Propiedad Familia Zamorano Altura 75 cm + 20% comprimento Edad 3 aĂąos 106


Dimensões principais: O padrão da raça Fila Brasileiro coloca algumas medidas que devem ser muito bem observadas, quer por juízes ou selecionadores de reprodutores, desta forma o processo seletivo irá contribuir na melhoraria do plantel da raça, entre elas destaco as seguintes medidas: ALTURA A altura do Fila Brasileiro medindo da sua cernelha ao solo deve ser para os machos de 65cm a 75cm e para as fêmeas de 60cm a 70cm sendo que a medida do cotovelo ao solo deve ser igual ao cotovelo a sua cernelha (C=D) desta forma cães com patas curtas devem ser punidos rigorosamente em uma análise de exposição, e de preferência descartados no processo de seleção para criação.

Altura Machos 65 cms - 75 cms Femeas 60 cms - 70 cms

Comprimento do cão. A medida vai da ponta do esterno a ponta do Ísquio (A) e deve ser aproximadamente em 15 % maior que a sua altura da cernelha ao solo (B), temos que evitar cães muito longos que ultrapassam estes valores e também cães com aparência de quadrado, o Fila deve se parecer com uma figura retangular, mas sem perder a sua compactação.

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Patas: Formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo. Comentário: Dependendo da experiência do Handler, o animal será armado para corrigir estes defeitos, portanto o árbitro poderá pedir que o animal dê um passo a frente e que não seja tocado para verificar se realmente o cão tem pisadura correta. POSTERIORES: Aparência Geral: De ossatura forte, ligeiramente mais leve que a dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo. As pernas posteriores são paralelas. Coxas: largas, de contorno abaulado, formadas pelos músculos que des­ cem do ílio e do ísquio, que delineiam a curva da nádega, razão de exi­ gir-se o ísquio de bom comprimento Tarsos: fortes. Metatarsos: levemente inclinados, mais altos que os metacarpos. Angu­ lações do joelho e jarrete, moderadas. Comentário: Este é interpretativo, quando se diz angulações moderadas, quer dizer que um Fila não pode ter as angulações de um boxer e muito menos de um Chow Chow. Patas: Iguais às anteriores, apenas um pouco mais ovaladas. Não devem

apresentar ergô.

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O posterior do fila deve apresentar paralelismo em suas patas, mostrando uma leve angulação dos metatarsos para a frente.

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MOVIMENTAÇÃO: Passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é a movimentação dos dois membros, de um mes­ mo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda, quando está erguida. Na passada, a cabeça é porta­ da abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocida­ de insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Brasi­ leiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção. Comentário: Depois da cabeça, este para mim é o quesito mais importante, pois é na sua movimentação que iremos ver se o cão realmente está bem equilibrado, o fila deve ser apresentado com a guia frouxa. E estas características raciais devem estar presentes no animal analisado, passos largos, elásticos lembrando os felinos, o fila não é um cão show que se apresenta com cabeça alta e todo saltitante, lembre-se que o porte da cabeça em sua andadura deverá estar na linha do seu dorso ou levemente abaixo. Outro ponto importante é que o fila tem longo alcance, e alguns handlers tentam compensar a falta desta característica correndo com os filas para impressionar o juiz. O fila não tem movimentação de boxer, rottweiler ou dobermann, ele tem a sua movimentação característica da sua raça, mesmo porque o fila, entre estes cães citados, é o único que possui a linha superior ascendente e articulações frouxas.

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Adulta

Foto Montagem Felinos Analogia do passo de camelo Lembrando os dosfelino 112

Na dupla, a tigrada clara faz um perfeito passo de camelo e bom posicionamento da cabeça. A tigrada escura não, pois tem a cabeça levantada, depois a vemos na foto sozinha com o passo correto e a cabeça por debaixo da cernelha, com passos largos e elásticos, o passo curto é considerado falta grave


Filhote Edinho Do Ricale

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Antares EN Sena Sene 9 meses


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PELE: Representa uma das ca­ racterísticas rácicas mais im­ portantes. É grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se formam pronunciadas barbelas, esten­ dendo-se, em muitos casos, pelo peito e abdomên. Alguns exemplares apresen­ tam uma dobra nas faces late­ rais da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o om­ bro. Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais. Comentário: Algumas pessoas confundem o que vem a ser esta pele solta em todo o corpo, o Fila Brasileiro é um cão de trabalho e de guarda, portanto ele não deve ter abundância de pele. Alguns acreditam que quanto mais pele melhor, isto a meu ver é uma distorção do padrão, pois a pele solta do Fila tem função de defesa quando o mesmo entra em embate com animais felinos, por exemplo, a sua pele grossa e solta age como 116


defesa, desta maneira em nossa opinião, o exagero também deve ser punido. Outro ponto: o fila jamais deverá formar papadas no pescoço ou rugas na testa quando o animal estiver em repouso e também não possuir nenhuma ruga no sentido horizontal. PELAGEM Pelo: Formada de pêlo baixo, macio, espesso e bem assenta­ do. Comentário: O pêlo do Fila Brasileiro se assemelha muito com os boxers, buldogues e Dobermanns, portanto cães com pêlos compridos devem ser penalizados. COR: São permitidas as co­ res tigradas, dourados, baios e pretos, podendo apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. In­ desejáveis as manchas bran­ cas no restante da pelagem.

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Olhos azuis Nao Permitidos Olhos mudando para amarelo

COR CINZA JAGUARA TIGRADO ARAÇÁ

Entre as cores sólidas, encontramos o CINZA JAGUARA. Esta cor aparece na raça fila brasileiro desde o seu início, era mais comum encontrá-la na região de Minas Gerais. É uma cor muito procurada, tanto por sua beleza quanto por sua escassez. Esta cor passou a ser chamada de Cinza Jaguara devido a se encontrar com mais frequência no canil do Sr William F. Chalmers, que popularizou e preservou esta cor, logo após ter comprado um cão desta cor do Sr. Pedrinho do Engenho (que tinha numerosos cães desta cor), O Cinza Jaguara na realidade é sombreamento sobreposto à cor básica (dourado ou amarelo). Esta cor, quando exposta ao sol, pode se ver claramente o dourado ou amarelado nos cães.

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Nos dias atuais, encontramos muitos cães denominados Cinza Jaguara mas na realidade não são, inclusive alguns tem registrados cães como sendo CHAMPANHE, que na realidade e uma cor inexistente no padrão FCI 225.


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Filhotes mascara preta

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Oddie AJr Hacienda La Soledad 5 meses


Morfeo SS Hacienda La Soledad 5 meses

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Estes desenhos foram feitos baseados nas características da raça, simulando cores que podem não ser exatas. No nosso trabalho batizamos eles com o nome de Frankstein, e hoje se encontra como figura representativa no padrão 225 / 2016. Assim mesmo, de igual maneira, como logotipo do Conselho da Raça Fila Brasileiro.

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Fila Brasileiro preto – História, virtudes e problemas Por Renato Ferreira da Rocha (Canil Matamouros) André An-

tunes Coltre e Mariana R. Dudeck (Canil Onceiro Paulista)

Ao analisarmos atentamente a história do Fila Brasileiro fica evidente que devido as vicissitudes da história e características coloniais muito pouco é possível desenterrar com propriedade, ficando a maior parte das conclusões baseadas apenas em conjecturas, algumas delas apesar da grande fama parecem sinceramente aos autores apenas uma forma de se ganhar maior amplitude comercial, como por exemplo a teoria Mastife-Buldogue-Bloodhound, não que tenha sido impossível a entrada de cães destas raças no fundo gênico da raça, mas por singulares dificuldades logísticas e culturais daquele tempo. Ainda assim pode-se dizer que o Fila Brasileiro se originou de um tipo de cão europeu, mito provavelmente ibérico, que trazido pelos colonos adaptou-se ao clima e enfermidades brasileiras e este ao longo do tempo veio a ser conhecido principalmente no estado de Minas Gerais como Cão Cabeçudo, Cabeçudo Boca Negra, Cabeçudo Boiadeiro, Onceiro e por último Fila. Muito disto se deve ao fato de que fluidamente durante os séculos da história da nação o que existia eram pessoas que tinham cães para que fossem utilizados em vários trabalhos da lida rural tais como a lida da boiada, a guarda, a caça e as investidas contra as populações indígenas. Esses cães pertenciam a quaisquer raças que os colonos tivessem a mão e cruzavam com pouco ou nenhum controle. O que realmente interessava ao colono era ter e manter apenas os cães que fossem capazes de levar adiante as funções desejadas com o maior possível de maestria em conjunto com o menor dispêndio possível de alimentação e tratamento já que os cães eram dentro da fazenda os animais com o menor valor monetário, não havendo ainda interesse em criar-se ou preservar-se uma raça ou preservar quaisquer tipo canino sendo a criação do fila unicamente em razão da criação 126

não intencional baseada nas funções mutáveis do Fila, que em dado momen to incluiu a caça de animais bravios em mata fechada e em outro percorrer longas distâncias protegendo e auxiliando o transporte de gado entre as regiões do país. Só este fato, a mutabilidade das funções do fila, por si só torna difícil imaginar a não existência de cães de diversas cores e raças, mesmo que aparentadas, na formação do Fila Brasileiro incluindo-se aí cães pretos que nas brumas da história estão nas genealogias não escritas de todos os cães de Fila do nosso imenso Brasil. Da criação inicial e o que é o mais importante: Desde o início dos registros do Fila Brasileiro na BKC e posteriormente na CBKC o total de cães pretos nunca representou uma quantidade significativa, não chegando nem mesmo aos 10% do total de cães registrados e no período entre 1955 a 1965 foram registrados apenas seis cães pretos existindo um cálculo maior em que


há a suspeita de termos na verdade cães tigrados incluídos que por qualquer razão aparecem como pretos no pedigree, isto ainda na época em que a polêmica entorno da cor nem tinha se iniciado demonstrando certa confusão de parte dos criadores com relação aos cães aceitos ou não pelo padrão e na perseguição posterior com relação a cor. De qualquer forma, sempre é possível ver que diante de cães pretos, os observadores lançam sobejamente críticas ao cão quanto as suas faltas diante do padrão, como se fosse necessário que o cão preto para ser um bom exemplar fisicamente tenha que ser perfeito e quando se trata de filas de outras cores as análises dos criadores sempre tendem a ser mais brandas e realistas com o animal avaliado. Assim sendo muito mais raro e portador de tantos estigmas não é estranho haver menor qualidade e isso ocorre por conta de um trabalho na maioria das vezes menos apurado e dedicado para os cães desta cor com relação ao fenótipo rácico. Exemplos em outras raças de bom trabalho com colorações raras abundam como o ocorreu com o Bull Terrier no início do século XX, para este pequeno e valente cão havia apenas a cor branca, depois foram feitos cruzamentos com um de seus ancestrais, o Staffordshire Bull Terrier no intuito de se obter novas cores e buscar um caminho para livrar a raça de uma crescente quantidade de exemplares surdos. No início os cães coloridos eram de menor qualidade dentro do padrão, mas com seleção rigorosa já não existem hoje mais diferenças de qualidade. Assim é simples entender que para melhorar devemos selecionar padreadores e matrizes com cada vez melhor qualidade, uma tarefa que não é mais difícil do que o trabalho ocorrido com cães de outras cores. Mas se o intuito principal é considerar o Fila Brasileiro como uma raça funcional, mais especificamente como guarda territorial, o que devemos ter como o mais importante? Seja nas linhas de Pastor Alemão de Schutzhund, de Pit Bull de Game, de Border Collie de pastoreio, de Galgo de corrida, ou de Foxhound de caça, absolutamente todos seguem o mesmo molde para se obter cães de trabalho, embora o físico e o temperamento mudem nessas raças de acordo com as especifidades da tarefa a ser cumprida. Ao se avaliar um cão de trabalho, preocupações com detalhes isolados, tais

como, uma mancha num local onde não deveria estar, como é a inserção de orelha são simplesmente análises de menor importância, para quem quer qualidade de trabalho numa raça de cães, a cor do animal entra nesta categoria, pois o que interessa é que o animal cumpra com sua função. Não que estas preocupações não devam ter importância ao juiz, que deve-se ater aos melhores cães fenotipicamente, mas ao criador em primeiro lugar, o que importa é o temperamento, pois o Fila Brasileiro como um guardião territorial de excelência, função atual, deve ser naturalmente corajoso, combativo, resiliente e tenaz. Bem como equilibrado, leal e apegado à família a quem pertence, descrevendo de modo básico isto é o mais importante. Em segundo, deve ser o conjunto total de sua morfologia, não para unicamente ficar ganhando exposições, mas para ter em conta as características físicas da raça que são importantes para a função que desempenha. Lembremos que estrutura física é o meio pelo qual o cão pode mostrar suas qualidades mentais, sua constituição física deve ter equilíbrio entre tamanho e peso, ser apta a proporcionar agilidade, força e boa movimen127


tação, sem exageros para mais ou para menos nestas características, pois o exagero seja no muito ou no pouco retira eficiência. São estas as coisas que se configuram como as mais importantes e que são as consideradas pela prática na seleção em qualquer raça de trabalho ao redor do mundo. Não existindo motivo nenhum para que com o Fila seja diferente, enquanto isto não for objeto de filosofia de criação de uma raça funcional sempre haverá preferência por discutir sobre cores. Quando a raça for avaliada de modo mais sério em seu aspecto funcional, isto não terá mais interesse e o que vai valer são apenas os cães fisicamente e mentalmente capazes de cumprir suas tarefas. Dificuldades na criação? Muito se fala sobre as dificuldades da criação de cães pretos mas a grande verdade é que a criação não é muito diferente de cães de outras cores, havendo a necessidade apenas do reforço da seletividade de matrizes e padreadores que vão ser utilizados em conjunto com o cão preto. Devido a pequena quantidade de cães pretos, o que causa inequivocamente uma falta de qualidade no plantel atual como proceder? É do nosso entendimento que a seleção prioritária neste momento deve ser realizada com o cão que será usado em conjunto, havendo seletividade nos cães utilizados no conjunto. Cães medíocres cruzados com cães medíocres poderão criar cães muito abaixo da média e se o intuito é de obter cães de alta qualidade no plantel de pretos a seleção dos companheiros de cruza deve ser a procura de exemplares de alta qualidade, permitindo assim que os resultados ao longo do tempo seja uma melhora significativa do plantel de cães pretos permitindo inclusive a cruza entre pretos. Das vantagens do preto. Mas por que o preto? Qual a razão além da histórica de se manter no plantel animais que supostamente teriam menor qualidade? A resposta é simples. Animais pretos ainda que na lida com o gado possam ser inferiores o mesmo não ocorria com a caça e a guarda/pro128

teção. Cães pretos são significativamente mais assustadores ao olhar humano que associa a cor na maioria das culturas com o mal e a morte assim sendo um animal preto de boa qualidade é mais efetivo na guarda porque a cor somasse aos outros fatores na hora de afugentar o meliante. Se durante o dia, sob o sol inclemente o animal preto pode ser avistado a grandes distâncias e ser menos efetivo na perseguição o mesmo também não ocorre durante a noite, em que Filas pretos e Tigrados Escuros tem maior capacidade de se mesclarem ao ambiente, permitindo uma aproximação maior ao invasor e uma capacidade reativa menor. Somente isso já torna o exemplar preto mais desejável e efetivo e numa raça de cães de guarda tudo o que o dono de Fila quer é efetividade na deseja de sua família e de seu lar. Fotos Cortesia Marisa Kanap (Canil Ricale)


Homer do Sidersul

Xica Da Silva

Macaco do Orla Do Fila

Xica irmaos

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Neste tópico, também queremos falar de uma particularidade no padrão da raça fila brasileiro, que são as marcações em branco. COR: São permitidas as cores tigradas, dourados, baios e pretos, podendo apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem. O padrão é bem claro quando se refere a marcações em branco. Ele diz: admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem. O padrão também diz: FALTAS: Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão. Nesta caso, onde o cão possa ter uma marcação em branco no focinho, ou na cabeça ou em qualquer parte do cão que não seja a ponta da cauda , peito e patas, ele deve ser punido com uma falta leve. Agora vamos falar de cães com mais marcações em branco, ou seja, que tenham até a quarta parte do seu corpo coberto por esta cor. Vamos ver a penalidade do Padrão. FALTAS GRAVES • Apatia e timidez. • Figura quadrada. • Cabeça pequena. • Stop pronunciado, visto de frente. • Lábios superiores curtos. • Olhos protuberantes. • Falta de pigmentação nas pálpebras. • Olhos redondos. • Falta de 2 (dois) dentes, exceto os P1. • Falta de barbelas. • Sensibilidade negativa ao tiro. • Dorso carpeado. • Linha superior plana. 130

Nativa Sena Sene


• Linha inferior excessivamente esgalgada. • Ossatura leve. Falta de substância. • Jarrete de vaca. • Ausência de angulações dos posteriores (perna de porco). • Marcações em branco que excedam ¼ (um quarto) do geral. • Acima do máximo da altura. De acordo com o padrão da raça Fila Brasileiro os cães que excedem ¼ do geral do seu corpo com marcações em branco deverão ser punidos com uma falta grave e não determina em que parte do corpo elas tem que estar. Vejo alguns criadores e juízes interpretando de maneira equivocada o padrão, dizendo que cães que excedam ¼ de branco deve ser desqualificado, como pode ser se ela esta enquadrada junto com outras nº faltas na mesma gravidade, nunca ouvimos alguém dizer que um cão com stops pronunciado ou que um cão com perna de porco ,olhos redondos ,carpeados etc devem ser desqualificados. O preconceito por determinadas faltas do padrão ou gosto pessoais não podem ser levados para as pistas cabe ao juiz punir no rigor do padrão pois não esta a critério do juiz escolher a punição mas sim cumprir. Esperamos com este comentário elucidar vários criadores e juízes , pois este assunto não deveria ser tão polemico quanto é afinal não passa de mais uma falta grave assim como as outras 18 que estão enquadradas nesta mesma gravidade. Lady Gaga Sena Sene

Xuxa Sena Sene

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Macho 5 meses 134


Fêmea 5 meses 135


Rumba JA Hacienda La Soledad Gaia e Gretta 136


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Leo MA Hacienda La Soledad. Filhote tigrado araçá vermelho. COMO ESCOLHER UM BOM FILHOTE DA RAÇA FILA BRASILEIRO.

Para se escolher um bom filhote da raça Fila Brasileiro é muito importante conhecer as características raciais dos pais e também dos seus antepassados. Para o leigo, quando se depara com uma ninhada, seus olhos são atraídos para o cão mais forte e mais bonito entre todos, e tomam suas decisões baseadas pelo impulso. A escolha não e tão simples assim, pois cães que aparentam maior desenvolvimento futuramente podem vir a se tornar cães muito pesados, lentos e dorminhocos, não sendo bons guardas. Recomendamos descartar os maiores e também os menores, ficando com os cães médios, reduzindo agora a quantidade de filhotes , procure então o mais desinibido e mais confiante. Em poucos minutos, colocados no gramado ou em qualquer outro lugar, logo eles mostrarão sua confiança, procure provocar pequenos barulhos e observe o comportamento do filhote, Ele pode a princípio se assustar, mas o bom filhote logo irá procurar a origem do barulho, enquanto que os mais fracos de temperamento se afastarão. É evidente que as características dos cães devem ser analisadas.Olhem a mordedu138


Xuxa MA Hacienda La Soledad Filhota Vermelha BARBELAS, FOCINHO COM RIMA LABIAL EM U INVERTIDA.

ra, se for macho, os testículos, formato dos olhos, pelagem e formato da cabeça. O filhote devera ter a cabeça bem abóbada e as orelhas bem longas, dependendo da idade já dá para notar suas linhas e angulações., Não vá atrás de cães por sua cor, certifique-se que a cor do filhote esta em conformidade com o padrão. Primeiro cuidado do filhote ao chegar a sua casa, fique atento ao seu apetite e nas fezes, observe sempre os olhos, se não estão remelentos e nem as narinas com secreções, Mesmo que o vendedor tenha dito que fez limpeza de verme, dê vermífugo ao seu filhote e repita a dose dentro de 15 dias. Alimentação, não dê nenhum suplemento alimentar e muito menos cálcio e vitaminas, as rações hoje em dia são bem balanceadas, procure uma ração Premium para filhote e siga a recomendação do fabricante, evitando deixar o filhote muito pesado, o que pode prejudicar futuramente suas articulações. Não deixe comida na bacia e troque a água várias vezes ao dia, procure exercitar o seu filhote colocando em lugar amplo para que se movimente. 139


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Desenvolvimento de uma filhota, dos 21 dias aos 3 anos de idade.


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Tanto a mãe quanto o pai são importantes na cria, ter genética verdadeira para que as cruzas gerem excelentes filhotes. A genética não mente, como diz o ditado popular, "a fruta não cai longe do pé".

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Cauana Hacienda la Soledad Sena Sene 143


Zandor HA Hacienda La Soledad 144


Bandolero HL Hacienda La Soledad 145


Antares JR Hacienda La Soledad Marcações brancas no peito, patas e ponta do cauda.

O Fila Brasileiro é uma raça que, por ser boiadeiro, se sente feliz nas grandes fazendas, mas também se sente confortável em casas. Eles solicitam constantemente a atenção e carinho de seus amos, para quem também expressam seu amor e total proteção. Desde filhotes mostram sua ojeriza ou aversão a estranhos. Inicialmente, quando chegam a um novo lugar, são tímidos com os novos donos, os quais devem ter paciência até que eles assimilem seu novo lugar. Gostam de rios e lagos, onde se divertem, mais ainda se estão na companhia da família.

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Fila tigrado Sem marcaçþes brancas

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MOMENTOS DE REVISÃO

Devemos revisar permanentemente os filhotes, nos machos, os testículos, em ambos o céu da boca. Os filhotes tendem a brigar, por isto a importância do corte de unhas desde os 13 dias de vida, pois podem ferir os olhos de seus irmãos, além das feridas produzirem infecções que, se não tratadas a tempo, podem acarretar problemas maiores como bicheiras.

Filhotes Facula AF Hacienda La Soledad 148


Jako (qepd) 2014

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Barbelas paralelas Rima labial en U invertida

Shakira Sena Sene 151


Facula Antares JR e Atenas 152


Os filhotes da raรงa fila brasileiro adoram brincar com seus donos. 153


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Loto AJ Hacienda La Soledad


Zipa HA Hacienda La Soledad En Tailandia 2015

Este filhote tem uma das cores mais bonitas em 155 nossa opiniĂŁo, dourado cor de cobre.


Adulta Facula AF Hacienda La Soledad Dezembro 2015 DE FILHOTA A ADULTA , FACULA AF HACIENDA LA SOLEDAD

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Nesta foto, podemos ver um cão e seu desenvolvimento, desde filhote, passando a jovem e, finalmente, adulto. Esta fêmea em particular, queremos destacar suas características desde filhote e, finalmente, como matriz. É uma fêmea muito típica, sem excessos, que pode ser usada em cães mais pesados e carregados, onde com certeza seus filhotes se destacarão.


Filhota Facula AF Hacienda La Soledad Outubro 2013

É muito importante na criação poder extrair dos exemplares suas melhores qualidades, no caso desta fêmea não existe a preocupação de cruzar também com macho de baixo estatura, uma vez que ela tem 70cm de cernelha e não perdeu a sua feminilidade.

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Madona SS Hacienda La Soledad Filhota 3 meses

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R Tequila JA Hacienda La Soledad Filhote 6 meses Mexico

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Este filhote em particular já apresenta excelentes linhas e angulações e não demonstra nenhum excesso, mostrando toda a tipicidade da raça.

Antares JR Hacienda La Soledad 160

Bilara Do Paia


Tigrado escuro, uma cor que deverĂ­amos resgatar e preservar.

aguas 161


Momentos de alegria quando percebemos um bom filhote na criação. 162


Uma fêmea jovem, em crescimento, mostrando excelentes características da raça. Nihilique Pro et que volupit uta sit 2014

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Taira AM Hacienda La Soledad

Filhotes Hacienda La Soledad 164


Jeronimo JC Soledad Sena Sene 165


Shakira Sena Sene Mudanças físicas no desenvolvimento de um cachorro até a idade adulta Muitas vezes vemos lindos filhotes, pesados e com excesso de pele, alguns até parecem adultos, um filhote deve ser e parecer um filhote, temos que dar tempo a seu crescimento e desenvolvimento, que pode tardar nas fêmeas até os 30 meses e nos machos até os 36 meses.

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Filhote tigrado vermelho 2014

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IMPORTÂNCIA DO CONTROLE GENÉTICO DA DISPLASIA NA CRIAÇÃO GRAUS DE DISPLASIA A- Normal Congruência da cabeça do fêmur e acetábulo e ângulo de Norberg (AN) >105º. Bordo craniolateral do acetábulo bem definido e ligeiramente arredondado, nos casos excelentes envolve mesmo a cabeça do fêmur cranio lateralmente. Espaço articular pouco vasto e regular. B- Transição A cabeça do fêmur e acetábulo são ligeiramente incongruentes e AN >105º ou congruência da cabeça do fêmur e acetábulo e AN <105º.

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C- Displasia Ligeira A cabeça do fêmur e acetábulo são incongruentes e AN >100º e/ou há um ligeiro aplanamento do bordo craniola-

teral do acetábulo. Podem estar presentes irregularidades ou ligeiros sinais de alterações osteoartríticas nas margens dorsal, cranial ou caudal do acetábulo, ou na cabeça e colo do fêmur. D- Displasia Moderada Incongruência entre a cabeça do fêmur e acetábulo óbvia, com subluxação. AN >90º, alisamento do bordo craniolateral do acetábulo e/ou sinais de osteoartrite. E- Displasia Grave Evidência de alterações displásicas graves na anca, como luxação ou subluxação, AN <90º, aplanamento óbvio do bordo cranial do acetábulo, deformação da cabeça do fêmur (tipo cogumelo) e outros sinais de osteoartrite


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Abnara EN Sena Sene


Grande agilidade concentrada e facilmente perceptĂ­vel, mostrando toda a sua funcionalidade. 170


Aqui vemos um filhote da cor baio, para aqueles que não tem experiência este filhote com o tempo perderá esta névoa negra e se tornara num lindo cão baio.

Naruto NF Hacienda La Soledad

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Adulta 172

Filhota Abnara EN Sena Sene


Antares EN Sena Sene Abnara EN Sena Sene hermanos de camada 173


In Memorian EXCALIBUR KAC SENA SENE

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In Memorian KAISER DA SENA SENE

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Candy Do Paiguas 176


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Xac MA Hacienda La Soledad Zimba HA Hacienda La Soledad 179


Forte Sena Sene

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Kaiser KAC Sena Sene

Forte EN Sena Sene

Kaka Sena Sene


Urion UD Sena Sene

Amelia Loma Linda

Albedaran Medio Igne

Facula Do Itanhandu

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Nina Sena Sene

182

Shadow AA Hacienda La Soledad

Cacau Sena Sene

Mambo Sena Sene


Mamouth Sena Sene 183


RecĂŠm nascidos E quatro anos depois

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Nico BA Hacienda La Soledad

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Prova de sistema nervoso de filhotes

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Filhota Amalia loma Linda

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Adulta Amalia x Moises Filha Atenas 2.5 anos parida


Loto AJ Hacienda La Soledad

Filho Bandolero

Loto e Moises Irmaos

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Lobo MA Hacienda La Soledad

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Pacara Sena Sene

Lua MA Hacienda La Soledad


Caima Hacienda La Soledad

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Em

atenção,

e x p r essão

é

su a de

d e ter m inação, r e fle tida fir m e

e

olhar

penetr an te

FI LHOTE ARAÇÁ

num

TIGR AD O

VER MELH O

Na página 125, destacamos as qualidades do filhote na cor dourada cobre e dissemos que ele seria muito importante na cruza de cães dourados x baios. No caso de tigrados, eles poderão tirar cães com esta coloração, que achamos linda nos tigrados.

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Criação da raça Fila e as escolhas de seus reprodutores. Queremos falar agora com você que quer ser um criador da Raça Fila Brasileiro ou mesmo um proprietário, caso você venha optar trabalhar com linha de sangue, infelizmente você não irá possuir as informações corretas, pois é sabido que muitos cães não tem os pedigrees corretos, não por culpa da CBKC , é sabido que muitos criadores inescrupulosos e alguns até arrogantes e vaidosos alteram as filiações dos cães, o que torna o trabalho dos criadores inválidos. Dedique-se a conhecer canis e cães de diversos criadores e linhas de sangue, juntando assim um grande aprendizado, e depois de se certificar com quais linhas de sangue você mais se identifica, também procure conhecer a história do criador. Somente depois de muita pesquisa, compre um casal ou, se puder, duas fêmeas e um macho que não te nham muito parentesco, mas que possuam o mesmo fenótipo. Desta forma, monte um tronco onde irá tirar algumas crias. Com o tempo, você terá que procurar cães e não linhas de sangue que possam contribuir para eliminar e apurar os cães que você criou, sempre voltando ao tronco escolhido. Este não é um trabalho fácil, pois junto com algumas características desejadas, outras indesejadas acompanham os filhotes, e este processo de seleção é longo e não se consegue impor uma linha de sangue com as características que você pretende em um tempo menor que 16 anos, ou oito gerações. Existem algumas características que devemos 194

procurar eliminar em nosso plantel, que uma análise em qualquer dos clubes citado e reinfluem na qualidade de vida dos cães. ceberam o selo de aprovação passam a receber a denominação do clube, o resto é apenas MarkeCães que apresentem prolapso vaginal e pro- ting, onde cada um procura valorizar a sua enlapso uterino, sarna demodécica, olhos com tidade. . terceira pálpebra, com entropia e ectrópio, Criar não é fácil, mas é muito prazeroso, o imdisplasia coxo femoral e de cotovelo, e tam- portante é a sua opinião, e se está contente com o bém cães instáveis, sem contar com as mor- cão que possui, pois você irá viver com ele grandeduras incorretas, devem ser descartados. de parte da sua vida. Se quiser se aconselhar, procure uma pessoa em quem você confie, e que Quando você traz um cão para o teu plan- teve bons resultados. tel é evidente que você escolhe ele pelo fenótipo, mas o genótipo do animal é o que você Neste trabalho, que colocamos à sua disposição, busca, desta maneira é preciso usar pelo tratamos de mostrar de maneira global exemmenos em 3 fêmeas diferentes e verificar plares que, mesmo não sendo perfeitos, dão uma quais são as características encontradas idéia do que é a raça, damos ênfase nos filhotes nestas 3 ninhadas que possa ser atribuí- para quem não tem idéia de como são desde a da ao cão usado, e aí tomar uma decisão mais tenra idade e possam facilmente identificar se continua com o cão no plantel ou não. um exemplar. Não tenha entre seus padreadores cães que lhe tragam mais defeitos que qualidades . Cada tema ou fotografia sempre será um tema de Temos que lembrar que o fenótipo e mui- debate, a isto tem direito todos os que criam ou adto importante, mas qualidade de vida do quiriram esta raça originária do Brasil, nos grucão, ao nosso ver, é tão importante quanto. pos de Facebook encontram vários lugares para aprender, ensinar e debater sobre o fila brasileiVamos falar sobre clubes, eles não criam ro, os convido a ingressar nestes grupos para que cães, eles apenas avaliam e então dão o seu gerem e respondam inquietudes que possam ter. selo de qualidade , somos de opinião que a Cada página deste ebook, que temos feito com nomenclatura usada é incorretamente pois grande esforço, estará disponível no grupo de não existe cães CAFIB, UNIFILA, AMFI- Facebook GENUÍNO FILA BRASILEIRO PABRA , SPFB etc. Em nossa opinião, todos os DRÃO FCI 225, que estará aberto a todos, a cães registrados na CBKC são cães padrão nível mundial, para debates e compartilhamenFCI 225, e todos os cães que passaram por to de conhecimentos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS E AGRADECIMENTO Esperamos que você leitor tenha aproveitado esta trabalho que foi realizado com muito carinho pensando em você, se nos permite como criadores selecionadores, gostaríamos de dar alguns conselhos: A cinofilia, como todo lugar tem pessoas de bom caráter e mau caráter, procure associar-se a pessoas do bem, aprenda a ouvir, principalmente as que pensam diferente, pois eles farão com que você aprenda mais, se não com eles ,pesquisando e tirando dúvidas, lembre-se, ninguém tem a verdade absoluta. Quando estiver a frente de teu computador ou celular, passeando pelas páginas, não seja crítico, já tem críticos demais, procure ser positivo, se gostar, curta, se não gostar, siga em frente, nunca julgue um cão por foto ou vídeo, com certeza você poderá incorrer em muitos erros. Faça amigos e compartilhe a sua experiência, não subestime os mais novos , eles poderão te surpreender. Agradecemos a Deus pela vida e pelo seu infinito amor, e também agradecemos a Cinofilia, que nos possibilitou a conhecermo-nos e nos tornarmos grandes amigos. Se não fosse por ela, não teríamos escrito este trabalho, pois sozi nhos com certeza não teria sido possível. 195


Bibliografia (em português) do Vale, Procópio & Monte, Enio, Grande Livro do Fila Brasileiro Quatro Séculos da História do Brasil, Editora Ver Curiosidades, 1981, ISBN 852130059X. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição especial Fila Brasileiro, ISSN 1413-3040. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 155, ISSN 1413-3040, reportagem Europeus o incluem na lista de cães com criação proibida, opiniões sobre os motivos. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 171, ISSN 1413-3040, reportagem O estilo de fazer guarda e de ataque, a relação com a família, cuidados. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 205, ISSN 1413-3040, reportagem Expansão nos EUA e Europa, cores e marcações não aceitas, escolha. Padrão oficial, saúde. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 222, ISSN 1413-3040, reportagem Redução da agressividade, temperamento CBKC x CAFIB. Padrão oficial, saúde. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 241, ISSN 1413-3040, reportagem Certo x errado, estrutura, mordedura, cabeça, altura, barbela, etc e padrão oficial. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 258, ISSN 1413-3040, reportagem Como é conviver com ele; o depoimento de 4 donos. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, mensal, Edição nº 280, ISSN 1413-3040, reportagem Superguia: Temperamento, saúde, higiene e bele­ za, físico ideal. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, 2004, mensal, Edição nº 297, ISSN 1413-3040, reportagem Fila Brasileiro: Experts opinam. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, 2005, mensal, Edição nº 319, ISSN 1413-3040, reportagem Fila Brasileiro e Mastiff: Com qual você fica?. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, 2007, mensal, Edição nº 337, ISSN 1413-3040, reportagem Fila Brasileiro: Certo x errado do filhote. • (em português) Cães & Cia, Brasil:Editora Forix, 2009, mensal, Edição nº 356, ISSN 1413-3040, reportagem 5 Guardiões em destaque: rottweiler, dogue alemão, fila brasileiro, pastor alemão e boxer. • (em português) Andrea Calmon (jornalista responsável), Almanaque Cães & Raças 2009, Editora On Line, 2009 (reportagem Made in Brazil fala, entre outras, sobre a raça Fila brasileiro).

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Canil Sena Sene (Brasil ) http://www.canilsenasene.com.br/ canilsenasene@gmail.com Facebook https://www.facebook.com/roberto.sene

A História do seu cão começa aqui. http://www.dogfamily.com.br/

Criadero Hacienda La Soledad (Colombia). http:// www.filasbrasileiros.com Email juliocesarhoyos@hotmail.com Facebook https://www.facebook.com/juliocesarhoyos

Agradeço a oportunidade de realizar este trabalho, exercitando conhecimentos pela minha gran­ de paixão, o fila brasileiro. Estou aprendendo constantemente e buscando excelentes resultados pela raça, a mais apaixonante de todas. Que este ebook seja uma fonte de informação e consulta frequente para quem cria, e seja recebido com o mesmo entusiasmo e alegria com que fui feto. Agradeço também a todos os criadores que me facilitaram a genética indicada de seu trabalho de muitos anos, especialmente a Antonio Roberto Sene 199


Anguire Hernandez (mae) Shadow AA Hacienda La Soledad (filho)

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