ABC dos Direitos Humanos é um livro voltado para os estudantes do Ensino Fundamental, que ajuda o professor a abordar conceitos complexos e essenciais para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e feliz. Veja algumas dicas e sugestões dos autores, Dulce Seabra e Sérgio Maciel, para explorar o livro em sala de aula.
Cidadania, Direitos Humanos, valores, qualidade de vida, Justiça são conceitos difíceis de trabalhar no Ensino Fundamental. Difíceis, mas importantes e necessários. Não há educação completa sem abordarmos esses temas tão relevantes no cotidiano de uma sociedade complexa como a nossa. Quanto mais cedo iniciarmos a compreensão desses conceitos pelos nossos alunos, mais cedo teremos aliados na construção de um mundo mais justo e feliz. Veja algumas ideias para utilizar este livro com seus alunos. Vamos começar pela leitura e observação atenta de cada detalhe das ilustrações do nosso ABC.
Mostre para seus alunos o primeiro verbete: A de artigo. Chame a atenção para os diferentes personagens representando os 30 artigos da Declaração dos Direitos Humanos. Estimule seus alunos a localizar as várias etnias e nacionalidades ali representadas: o oriental, o africano, o árabe, o europeu e assim por diante. Aponte e pergunte para eles se sabem de que país vem o personagem do artigo 21. E o do 16, de onde vem? E o do 11? Chame a atenção sobre a quantidade de artigos e de representantes que aparecem no livro. Diga que isso acontece porque a Declaração Universal dos Direitos Humanos não pertence a um só povo ou país. Ela é de todos os povos de todos os países do mundo! Agora volte algumas páginas e mostre para seus alunos aquela em que está a dedicatória ; mostre para eles a ilustração em que aparece nosso planeta, a nossa casa sendo abraçada por todas as crianças do mundo.
Leia para seus alunos a letra B de Bem-estar e pergunte o que é bem-estar para eles. Procure identificar nas ilustrações as respostas de cada um. Se alguma resposta não estiver nas ilustrações, sugira que façam a ilustração de acordo com sua resposta. Por exemplo, o Zeca falou que para ele bem-estar é dormir muito! Ele não deixa de ter razão, por isso fez um desenho superlegal dele dormindo! E o Gustavo falou que bem-estar é jogar bola, e por isso fez um desenho ótimo de um jogo de futebol.
Leia agora o verbete da letra C de Cultura. Observe com seus alunos as festas representando a cultura popular. Mostre como no desenho a cultura do nosso povo é alegre e colorida. Fale sobre a festa junina que acontece na escola. Explique que é um exemplo de manifestação da nossa cultura, assim como a música, as roupas e até nossas comidas! Que delícia!
Na letra D de Direitos Humanos, mostre para seus alunos a imagem de concordância e plenitude do grupo. Um grupo variado de pessoas em harmonia entre si e tambÊm com a natureza. Reflita com eles sobre como seria bom vivermos em paz e harmonia respeitando os direitos de cada um.
Veja agora a letra E de Escravidão. Ilustramos esse verbete com uma imagem da nossa história. É importante que os alunos saibam que um dia houve a escravidão no nosso país e que todos temos de ficar atentos para que jamais aconteça novamente.
Observe agora a letra F de Fraternidade. Mostre para seus alunos que na imagem todos estão oferecendo e recebendo algo. Simbolicamente, todos estão oferecendo amizade e respeito de irmãos e recebendo em troca amizade e carinho de irmãos. Esse seria um mundo ideal em que todos se respeitam como irmãos. Esse é o mundo que temos de construir todos os dias e a cada momento.
Na letra G de Governo, fale para eles o quanto é importante participar das decisões da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade e do nosso país. Só assim poderemos construir juntos uma sociedade mais feliz. Por isso é tão importante votar no dia de eleição. Votar sabendo em que se está votando, é claro.
Leia a letra H de Honra. Mostre a imagem que a ilustra e explique o que está acontecendo. Um grupo está hostilizando uma menina. Isso não é correto. Não é justo. Peça que se coloquem no lugar da menina. Agora peça que identifiquem na escola situações parecidas e mostre que ninguém deve ofender o outro. Da mesma forma, não podemos assistir a ações desse tipo sem tomar uma atitude. É importante não nos omitirmos e ajudarmos os que necessitam de nosso apoio.
Na letra I de Igualdade estamos falando que todos são iguais perante a Lei. Não importa se a pessoa é rica ou pobre, feia ou bonita, se torce para este ou aquele time de futebol. Não importa. Somos todos iguais.
Na letra J de Justiça reforçamos o conceito da letra I de Igualdade e falamos que a Justiça garante tratamento igual para todos. Por isso é importante conhecermos as leis. Conhecer para fazer valer. Fazer cumprir.
Na letra K de Krenak mostre para seus alunos o quanto é importante trabalhar pelos Direitos Humanos. Fale sobre este líder indígena brasileiro reconhecido mundialmente por sua luta pelos Direitos Humanos. Dá até orgulho de ser brasileiro! Orgulho da nossa gente!
Na letra L de Livres, falamos de um bem precioso para todos os Seres Humanos. A Liberdade! Todos nascemos livres, isso é muito importante! Nascemos livres e com direitos iguais. Mostre para os alunos que ao nascer temos o direito a uma certidão de nascimento. É nosso primeiro documento e nossa primeira prova de cidadania. Mostre para eles uma cópia da sua Certidão de Nascimento. Fale que eles também têm uma certidão de nascimento e que ela fica guardada em casa junto a outros documentos importantes da família.
Na letra M de Matrimônio, falamos que todos temos o direito de casar e constituir uma família. A família é o ponto inicial de toda sociedade e é nela que aprendemos a conviver em harmonia. Mostre a ilustração dos noivos chegando a casa, mostre que também é assim no mundo animal. Os bichos, de certa maneira, também “casam” e têm filhotinhos que cuidam e alimentam até que fiquem grandes e possam eles mesmos casar e ter seus filhotes.
Agora leia para seus alunos a letra N de Nacionalidade. Parece óbvio dizer que todos nascemos em um lugar e por isso somos naturais desse lugar e portanto temos essa nacionalidade. Parece óbvio, mas não é assim para todos. Existem pessoas que nascem em regiões em conflito e por isso não têm nacionalidade definida. Não têm direitos assegurados. Não têm nem mesmo uma certidão de nascimento. Essas pessoas não são reconhecidas por nenhum governo e por isso não têm quem lhes garanta os direitos básicos de sobrevivência. Agora, como exemplo, conte para eles onde você nasceu. Diga de que nacionalidade você é e diga que viver sob essa bandeira é viver com a proteção das leis que regem este país. Fale da importância de ser brasileiro, de ser francês, italiano, canadense, sul-africano; que ser de um país é compartilhar a história, a cultura e as leis desse país. Agora mostre as bandeiras dos vários países e peça para cada um de seus alunos desenhar a bandeira do seu país. É
lógico que vai ser um festival de bandeiras do Brasil. Se você quiser variar um pouco, pode pedir para eles desenharem a bandeira de um país que gostariam de conhecer ou de algum parente ou amigo da família. Faça uma exposição com esses desenhos. Vai ser muito legal ver tantas cores e formas reunidas na Exposição das Nacionalidades!
Agora pergunte para seus alunos: qual é a sua opinião sobre os brinquedos do parque da escola? Deixe que falem o que pensam. Afinal, isso tem a ver com o verbete da letra O. O de Opinião. Leia para seus alunos o verbete. Mostre a ilustração com a sala de aula e os alunos opinando sobre algum assunto. Diga que todos têm o direito de ter opinião e que podem expressá-la livremente. É um direito de todos.
Agora leia para eles o verbete da letra P de Preso. Explique-lhes que ninguém pode ser preso sem um motivo legal. Ou seja, sem um motivo reconhecido pela Lei. Nem de brincadeira isso pode acontecer. Mostre para eles a ilustração e pergunte se conhecem a história de João e Maria.
Agora leia o verbete da letra Q de Questionar e diga que os Direitos Humanos são bons para todos e que quando não são respeitados todos devemos questionar, indagar e reclamar. Não podemos permitir que isso aconteça!
Na letra R de Religião procuramos ilustrar as principais religiões do mundo. São seis personagens representando cada um uma religião e todos juntos na mesma ilustração. É essa harmonia que devemos manter e cultivar. Fale para seus alunos que todos temos o direito de seguir uma religião que nos traga conforto espiritual e que temos também o direito de manifestá-la livremente. Isso é importante para que todos tenhamos paz e conforto em nossa fé. Não importa qual.
A letra S de Segurança está bem ilustrada no nosso livro. Mostre para seus alunos a travessia da rua sendo feita pela faixa de pedestres, o guarda acompanhando e protegendo as pessoas. Tem a ambulância, os bombeiros, o hospital, a sinalização, tudo é feito para que se tenha segurança plena. Isso é mais um direito nosso. Todos temos o direito de viver com segurança. E quem deve nos garantir esse direito é o Estado.
Agora leia para seus alunos o verbete da letra T de Tolerância. Uma maneira ótima de ilustrar esse verbete é o futebol e suas torcidas. Todos torcemos por algum time de futebol. Alguns torcem para o time lilás e outros para o time roxo. Às vezes o time lilás vence e outras vezes o time roxo vence o jogo. Podemos comemorar nossas vitórias sempre respeitando o direito de cada um de torcer por seu time do coração, sabendo que na verdade não tem um melhor do que o outro. Quem ganha hoje pode perder amanhã. Afinal o que é legal mesmo é um bom drible, um gol de placa, é o espetáculo do futebol! Ser tolerante com os outros é saber apreciar a multiplicidade de pensamentos. Isso é uma beleza!
Unidos venceremos! Sim, a União faz a força e essa união está na letra U do nosso ABC. Mostre para seus alunos a ilustração em que aparecem os profissionais unidos. Diga que isso é um direito e que, unidos, fica mais fácil garantir seus direitos. Direitos que lhes tragam dignidade e respeito em seus trabalhos.
Agora leia para eles o verbete da letra V de Vida. Está lá na Declaração dos Direitos Humanos. Todo ser humano tem o direito à vida. Agora aprecie com seus alunos a ilustração. Quanta vida há nessas páginas. Vida em toda sua beleza e força. Vida de gente e da natureza. Sim, porque sem uma natureza viva e saudável nós, seres humanos, não sobrevivemos. Por isso, viva a vida!
Na letra W procuramos uma palavra que tem tudo a ver com os Direitos Humanos, só que em outro idioma. Isso porque os Direitos Humanos são direitos de todas as pessoas do mundo, ou world, que é como falamos mundo em inglês. Pergunte para seus alunos quais outras palavras eles conhecem em inglês. Monte com eles um banco de palavras em inglês. Vai ser superdivertido localizar no dicionário o significado das palavras que eles já conhecem.
E, por falar em inglês, leia para eles essa palavra grandona e engraçada que não tem graça nenhuma: xenofobia, o verbete da letra X. Fale que isso é como dizemos quando alguém não gosta de pessoas e coisas de outros países. Geralmente são pessoas intolerantes e fechadas demais para respeitar os outros. Bom mesmo é conhecer e respeitar todas as pessoas de todas as nacionalidades.
Agora chegamos à letra Y e usamos uma língua indígena para demonstrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos já foi traduzida para mais de 350 línguas em todo o mundo. Ah, a palavra é Yvypóra e quer dizer “Seres Humanos” na língua dos índios guaranis. Agora pergunte aos seus alunos que outras palavras indígenas eles conhecem. Ajude-os a identificar algumas presentes no nosso cotidiano no Brasil. Nomes de estados, cidades, ruas e até produtos, que fazem parte da nossa cultura.
E, finalmente, chegamos à letra Z. Pra ela reservamos a palavra Zangados. É assim que devemos ficar quando os Direitos Humanos não são respeitados. Mostre para seus alunos as caras dos personagens da ilustração. Agora pergunte para eles: o que deixa você zangado? Peça que escrevam palavras ou desenhem situações que os deixam zangados. Isso pode ser uma ótima oportunidade para compreenderem esse sentimento tão difícil de lidar: a zanga.