Editorial Considerado a salvação no Produto Interno Bruto(PIB) brasileiro, o agronegócio, é o carro chefe na economia do Mato Grosso. Com probabilidade de ser responsável pela maior produção de milho, o MT tem expectativa de produzir 25% da produção de grãos no Brasil e ser o líder nacional, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No primeiro trimestre de 2017 a safra de grãos foi responsável por reverter a economia nacional que vinha de oito trimestres seguidos em queda, dando mais importância à este setor. Destaque na pecuária, Mato Grosso, é o estado com maior rebanho nacional, possuindo hoje pouco mais de 29,6 milhões de cabeças conforme o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), e o maior em participação no número de cabeças abatidas. O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, ficando atrás apenas da Índia. O país é o segundo em exportação, consumo, abates e produção de carne bovina. Considerando a importância que Mato Grosso tem para o agronegócio brasileiro e a carência que se tem em informações, notícias e novidades direcionadas ao setor, sentimo-nos desafiados a produzir uma revista que leve a você leitor tudo de relevante na agropecuária estadual, nacional e internacional. Desenvolvemos esta revista para que você fique sempre atualizado em relação aos produtos de empresas do nosso estado e informado sobre o que está acontecendo no Mundo Agro. Confira nesta edição a importância de aplicação de defensivos e o uso de avião agrícola, sendo que MT tem a maior frota de aviões agrícolas do país. Leia as projeções da próxima safra, valorização de terras, reforma trabalhista e a história de um consultor agronômico e sua empresa na região médio-norte. O comércio de legumes, verduras e frutas é algo corriqueiro, aqui você irá conferir um comerciante que conta com a confiança do cliente através do autoatendimento. E ainda você poderá conhecer o trator que não precisa de operador. Boa Leitura
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Sumário
AGENDA CENÁRIO EM FORMAÇÃO DIA DE CAMPO AGROCAT
NOVOS TEMPOS NO AGRONEGÓCIO REFLORESTAMENTO NOVIDADES NO CAMPO REFORMA TRABALHISTA O CHÃO MAIS CARO CARNE MAIS SAUDÁVEL CENÁRIO GERAL CAPA – PAULO ASUNÇÃO À BASE DA CONFIANÇA CENÁRIO POSITIVO COPRODIA UNIÃO QUE GERA RESULTADOS PRIMAVERA DO LESTE – FARM SHOW A VOLTA DA FLOR SOFTWARE PARA O AGRONEGÓCIO PARECIS SUPERAGRO PIRACEMA SEPOTUBA MAIS LIMPO MILHO - SUPERSAFRINHA APLICAÇÃO AÉREA TIRANDO DÚVIDAS CRÉDITO PRESUMIDO EM DESTAQUE
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FOTOS Celso Fotografias Nolêto produtora
ENDEREÇO Rua João do Prado Arantes, 262 S - Centro Tangará da Serra-MT - CEP 78.300-000 JORNALISTA RESPONSÁVEL Leani Ruppel - DRT 1935/MT REDAÇÃO | REVISÃO | EDIÇÃO Leani Ruppel Vandréia de Paula
Circulação Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campos de Júlio, Brasnorte, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Denise, Arenápolis, Nortelândia, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Primavera do Leste, Campo Verde e Cuiabá
AGENDA 25ª Expoeste
25ª Expovale
4 a 12 de agosto
12 a 20 de agosto
O evento já se tornou tradicional na região oeste de Mato Grosso. Na programação, atrações artísticas com show nacionais e o Campeonato de Rodeio. O Sindicato Rural de Pontes e Lacerda realizará, durante à exposição, o 1º Shopping Zebu do Vale, estarão à venda durante os dias 8 e 9 um total de 120 animais, uma oportunidade para negociar reprodutores puros de origem. Local: Parque de Exposição Osvaldo Aranha Marques, Pontes e Lacerda (MT) Informações: 65 3266-3725
A Exposição Agroindustrial do Vale do Arinos é promovida pela Associação dos Criadores do Vale do Arinos (Acrivale). Neste ano, a associação programou shows nacionais, rodeio profissional, prova de laço, leilões e eventos técnicos sobre genética bovina. Local: Parque de Exposição, Juara (MT) Informações: 65 3556-1892 ou pelo e-mail: acrivalejuara@ hotmail.com
45ª Exposul 7 a 12 de agosto
Conforme informações do Sindicato Rural de Rondonópolis, organizadores do evento, a próxima edição da Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial do Sul de Mato Grosso (Exposul), o formato desta edição da feira traz novidades, como a maior valorização da agricultura familiar e uma programação menos extensa, com seis dias de duração. Paralela à exposição, ocorre a Agropec, uma feira voltada à realização de negócios, com programação nos três primeiros dias, entre 7 a 10 de agosto. Local: Parque de Exposições Wilmar Peres de Farias, Rondonópolis (MT) Informações: 66 3323.2990 ou pelo site sindrural.org.br
Crédito: Divulgação
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Encontro de Ciência e Tecnologias Agrossustentáveis e VI Jornada Científica da Embrapa Agrossilvipastoril 8 a 10 de agosto
XX Congresso Brasileiro de Sementes 7 a 10 de agosto
Promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), o congresso abrange também o XIV Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes Florestais e o III Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras. Sob o tema Sementes: Novos Desafios e Inovações Tecnológicas, a programação terá palestras, painéis, sessões-pôster com trabalhos científicos. Haverá ainda exposição de empresas do segmento de sementes, insumos, máquinas e equipamentos, tecnologias e áreas afins. Local: Rafains Palace Hotel & Convention Center, Foz do Iguaçu (PR) Informações: 43 3025-5223
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O evento é uma organização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Agrossilvipastoril. O encontro contará com apresentação de trabalhos com pesquisas realizadas em integração lavoura-pecuária-florestal IILPF) e em outros sistemas produtivos sustentáveis. Local: Auditório da Embrapa Agropastoril, Sinop (MT) Informações: 66 3211.4220 ou pelo e-mail: agropastoril.eventos@embrapa.br
A 13ª Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Proteína Animal é considerada a mais completa do setor. No evento, os principais players do mercado de proteína animais do Brasil e do exterior se reúnem em busca de parcerias.
Crédito: Divulgação
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13ª TecnoCarne 8 a 10 de agosto
Local: São Paulo Expo, São Paulo(SP) Informações: 11 3598-7800
II Workshop Brasileiro de Ferrugem da Soja
2º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
Leilão Grupo Monique & Convidados 11 de agosto
24 de agosto
17 a 18 de outubro
A primeira edição do evento ocorreu há 13 anos, e neste ano volta para discutir sobre a doença que ainda permanece atual. A organização do workshop propõe discutir a ferrugem asiática a partir de apontamentos para manejo sustentável na cultura de soja, incluindo dados sobre os danos diretos e indiretos na cadeia, causados pela doença. Local: Center Convention Plaza Shopping, Urberlândia (MG), Informações: 19 3243-0396 ou pelo e-mail: eabramides@terra. com.br
Este ano, o tema central do congresso será a Liderança Globalizada, Empreendedora e Integrada e trará 15 workshop práticos, palestrantes e conteúdo atualizado nos dois dias do evento. O congresso é destinado à mulheres agricultoras, pecuaristas, profissionais da indústria, executivas de corporações do setor, sucessoras, produtoras integradas e cooperadas, assim como toda a cadeia do agronegócio. Local: Transamerica Expo Center, São Paulo (SP) Informações: 11 5643.3056 ou pelo e-mail: mulheresdoagro@ transamerica.com.br
Os leiloeiros colocarão uma oferta de 4 mil animais de corte para cria, recria e engorda. A vendas dos bovinos pode ser acompanhada pelo canal Terra Viva, às 14 horas. Local: Parque de Exposições Wilmar Peres de Farias/Recepção no estande da Sementes Monique, Rondonópolis (MT) Informações: 66 3422.7572 | 66 9 9984.6194
Leilões
13 de agosto
Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação
Cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Administração de pequenas propriedades rurais 14 a 18 de agosto
Cidade: Porto Estrela (MT) Informações: 65 3384.1300 ou pelo e-mail: sindportoestrela@ famato.org.br
Aplicação de agrotóxicos utilizando pulverizador autopropelido
10º Leilão Nelore Bonfim 6 de agosto
Serão 50 touros puros de origem da raça nelore e 10 animais da raça crioula à venda. Os arremates poderão ser acompanhados pelo Agro Canal, às 13 horas. Local: Parque de Exposições, Juína (MT) Informações: 65 3056.9050 Crédito: Divulgação
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Leilão Virtual Criadores de Juína Serão ofertados 3 mil animais de corte para cria, recria e engorda. Os lances serão transmitidos a partir das 14 horas (Brasília), pelo canal erra Viva. Informações: 65 3266.5288 (Soma Leilões) | 65 9 99663.1395 | 9 9907.1001
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imagem ilustrativa
7 a 11 de agosto
Cidade: Campo Novo do Parecis (MT) Informações: 65 3382.2491 ou pelo e-mail: sindcnparecis@ sistemafamato.org.br
Cantina Rural 7 a 9 de agosto
Cidade: Tangará da Serra (MT) Informações: 65 3325.0142 ou pelo e-mail: sindtangara@sistemafamato.org.br Crédito: Divulgação
1000 Touros Nelore Grendene 6 de agosto
Serão 1000 touros puros de origem da raça nelore colocados à venda. Os arremates serão transmitidos ao vivo pelo Canal Terra Viva, as 12 horas. Local: Fazenda Ressaca, Cáceres (MT) Informações: 66 3468.6600 | 65 9 9982.7516 | 65 9 9983.3420 Crédito: Divulgação
Leilão Virtual Parceiros da Acrivale 22 de outubro
Estarão em oferta animais de corte para cria, recria e engorda. Os bovinos serão filmados. Os arremates começarão às 14 horas. Informações: 66 3532.0222 | 66 9 9988.7820 | 66 9 9988.8031 Crédito: Divulgação
Safra 2017/2018
Cenário em formação
Foto Agência Brasil
Projeções referentes à próxima safra ainda são tímidas. Mercado será configurado a partir dos resultados obtidos nas lavouras norte-americanas e início do plantio no Brasil
Demanda firme da China favorece o setor
A
Texto Vandréia de Paula
safra 2016/2017 de grãos foi marcada, principalmente, pela alta significava em volume, mas também pelas oscilações negativas dos preços. À espera de cotações mais elevadas, muito produtores recuaram na venda antecipada da soja, cultura que ocupa maior área plantada no Brasil e quando houve a necessidade de abrir espaço para a entrada da safrinha de milho, os valores de comercialização da oleaginosa estavam em declínio. Nos anos anteriores, Mato Grosso - principal Estado produtor do País - chegou a negociar quase 70% de toda safra, mas na temporada 2016/2017, beirou a 55%, conforme informações do corretor de grãos Clóvis de Paula, da AG Ceres. “O sojicultor esperava preços mais atrativos, porém acabaram se deparando com uma acentuada queda”. A sede da AG Ceres fica em Tangará da Serra (MT), na região, conforme o profissional, alguns empresários rurais comercializaram à saca de 60 quilos de soja entre os meses de junho e julho com recuo de 25%, frente ao mesmo período de 2016, com poucos registros em que a saca ultrapassou R$ 55.
O cenário da safra anterior pode influenciar no comportamento do mercado na próxima temporada, aponta De Paula. “O produtor está mais cauteloso, já é possível observar um avanço nas negociações futuras. Nas duas primeiras semanas de julho, por exemplo, houve uma ligeira melhora na Bolsa de Chicago e os eles aproveitaram o período para vender”. A próxima temporada, seja em projeções de mercado, assim como de produção, conforme explica o De Paula será configurado a partir dos resultados iniciais da colheita de grãos nos Estados Unidos, seguido do início do plantio da safra brasileira. “Ainda é muito cedo apontar como estará o mercado na próxima temporada, é preciso aguardar e avaliar o desenrolar da colheita norte-americana. De antemão, reforço, é possível perceber que o produtor retorna à prática de comercializar a produção antecipadamente, na segurança de manter melhores patamares”.
Apontamentos do Imea De acordo relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa de oferta e demanda da safra 2017/2018 é de uma quantidade ofertada ligeiramente menor, de 0,7%, no comparativo com a anterior, devido a previsão de um recuo na produção. Mesmo assim, é aguardada uma demanda mais elevada que a safra atual, o que pode impactar diretamente nos estoque finais da nova temporada. A princípio, segundo o Imea, espera-se quantidades elevadas de exportação, de 17,5 milhões de toneladas em 2018. A importação de soja por parte da China permite maior estabilidade ao mercado, mesmo diante de tantas oscilações políticas, como tem sido no Brasil, bem como do clima. “A procura constante mantém o mercado”, diz o corretor da AG Ceres.
Apontamentos do Imea O governo federal, por meio do Plano Agrícola e Pecuário, destinou para os agricultores brasileiros R$ 190,2 bilhões para custeio, comercialização e investimento para safra 2017/2018. O plano foi lançado em julho e disponibilizado crédito
em linhas com recursos obrigatórios, livres e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O produtor interessado deve verificar se seu banco oferta linhas de crédito do plano. Em 2017 o governo reduziu em um ponto percentual ao ano as taxas de juros das linhas de custeio e de investimento e de dois pontos percentuais ao ano, as dos programas voltados à armazéns e à inovação tecnológica na agricultura. Já no crédito de custeio e investimento, os juros recuaram de 8,5% ao ano e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5%, respectivamente. Exceção do Programa de Construção de Armazéns (PCA) e do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), nos quais a taxa será 6,5% ao ano. O crédito para custeio e comercialização disponível é de R$ 150,2 bilhões, sendo R$ 116,2 bilhões com juros controlados e R$ 34 bilhões com juros livres. O valor total para investimento é de R$ 38,1 bilhões, com aumento de 12% em relação à safra anterior.
Dia de Campo
F
oi realizado no primeiro semestre do ano o 12º Dia de Campo - Fazenda Rio Alegre. O evento atraiu mais de 150 pessoas, entre produtores, estudantes e outros visitantes relacionados à atividade agropecuária dos Estados de Mato Grosso e Rondônia. O Dia de Campo ocorreu na Fazenda Rio Alegre, em Diamantino (MT) e foi organizado em parceria com a Agrocat. Na ocasião, o público pôde conhecer as novas variedades de sementes de soja desenvolvidas pela Sementes Rio Alegre. As tecnologias que a sementeira desenvolve são em parceria com a Nidera e Monsoy. Neste ano foi lançada a NS 8383 RR, uma variedade de semente com alta produtividade e com destaque para a excelente sanidade. Palestras técnicas e sobre o mercado de commodities, realizadas pela FCStone e Associação dos Produtores de Sementes de Soja de Mato Grosso (Aprosmat), também fizeram parte da programação do dia que apresentou novas tecnologias
para o aumento de produtividade no campo. Para o próximo ano a organização pretende realizar durante o 13º Dia de Campo – Fazenda Rio Alegre demonstrações dinâmicas de máquinas e implementos agrícolas, uma novidade que pretende aumentar a disponibilidade de conhecimento ao produtor rural. Na Fazenda Rio Alegre são cultivados 5,7 mil hectares com soja e 2,5 mil hectares com milho safrinha. Na propriedade também são plantados 500 hectares com milho tipo pipoca, 900 hectares de girassol e 100 hectares de arroz. A sementeira tem capacidade produção de 120 mil sacas de grãos anual e a projeção desse número é aumentar a capacidade para 200 mil sacas. Devido à localização estratégica que a fazenda possuí, concentra-se também na propriedade o Centro de Distribuição da Agrocat.
Tecnologias nas fazendas
TECNOLOGIA DA PORTEIRA PARA DENTRO Texto Da Redação
C
om o aumento de área cultivada e produtividade, vemos a evolução no uso da informática e sistemas de informação no campo. A agricultura de precisão é prova de que a tecnologia é uma grande aliada nas lavouras. Controlar as aplicações de calcário, gesso ou fontes de adubos não é apenas pensar em custo ou produção, a qualidade do solo também é um dos benefícios desta prática. Na hora de pulverizar também temos benefícios com o uso de GPS, ainda mais numa época em que os produtos utilizados tem custo tão elevado, evitar amassamento excessivo, diminuir transpasse com o aproveitamento total da largura das barras e controle da eficiência em cada ponta de pulverização são algumas das vantagens. Comodidade também para os operadores de colheitadeiras, que controlam a produção e regulam toda a máquina sem precisar levantar do banco. Isto não é só conforto, é eficiência no trabalho, diminuindo as perdas e monitorando a produtividade. Os mapas gerados são
grandes aliados na hora de planejar a safra seguinte, eles servem de base para a agricultura de precisão, dando respaldo nas decisões tomadas referente a manejo de solo e correção de nutrientes. Ainda é possível contar com imagens de satélite, que pontuam manchas na área plantada. Ao analisar esse aspecto, o responsável poderá identificar in loco possíveis focos de doenças ou manchas de fertilidade, e em alguns casos atuar imediatamente para evitar perdas. Coletando estas informações e gerenciando num banco de dados do talhão, o planejamento da próxima safra se torna muito mais eficiente. Com a evolução da agricultura, o produtor rural de antes se tornou um Empresário Rural. Além de toda essa tecnologia em equipamentos, a propriedade rural, como qualquer outra empresa necessita de uma gestão cuidadosa. Para isto tem sido ofertado muitos sistemas integrados de gestão, para controlar os custos de todas estas operações. A evolução é o ponto chave para o sucesso na hora da colheita.
Artigo
NOVOS TEMPOS NO AGRONEGÓCIO
S
imples seria, o produtor ter como única preocupação plantar e colher ou alimentar o gado e tirar o leite, assim era a décadas atrás! No entanto, é muito mais complexo esse sistema, onde a cada dia aumentam as situações de instabilidade e insegurança que prejudicam o crescimento equilibrado. Lembremos a tão almejada decisão do STF, que acreditava sepultar em definitivo a cobrança FUNRURAL e trouxe mais inquietação do que pacificação. O produtor rural é o grande responsável pelo sucesso da economia brasileira e pelo clima favorável na maioria dos ramos de produção, que faz fomentar a geração de emprego, onde somente esta fatia da economia é responsável por 37% dos empregos no Brasil. O agronegócio a cada ano tem grande impacto no PIB e se destaca como força motriz que alavanca o crescimento brasileiro e, paulatinamente, exige tecnologias avançadas, não somente em maquinários, como também em tudo aquilo que vem proporcionar maior produtividade e maior rentabilidade. E para toda essa grande engrenagem girar de maneira saudável, o direito não pode ficar de fora, furtando-se de regulamentar esta ligação jurídica que une o direito e o produtor rural, fazendo, assim, surgir o Direito do Agronegócio. O profissional advogado necessitou adaptar-se para esta realidade que congrega vários ramos do direito. O agronegócio enfrenta questões de infraestrutura e logística, imobiliário e fundiário, compliance, societário, garantias contratuais, recuperação judicial, seguros, ambiental, tributário, entre outras. Neste contexto de necessidades em tecnologias inovadoras para aumento de produção
com redução de prejuízos, o direito permeia todas as relações buscando amparar e ajudar a desenvolver a agricultura, protegendo a produção de matéria prima, fomentando a industrialização dos produtos, resguardando o comércio destes, seja com parcerias ou financiamentos, pois o agronegócio é um complexo de normas jurídicas, que disciplinam suas transações, tais como produção, industrialização, armazenamento, transporte, entre outros. O posicionamento do agronegócio como setor demandante de serviços jurídicos é relativamente recente. Fatores importantes para esse fenômeno foram o incremento de investimentos estrangeiros, a intensificação da regulação e da fiscalização em áreas como relações de trabalho, meio ambiente, fiscalizações (sanitárias), a presença cada vez mais intensa da tecnologia, a ampliação das alternativas de financiamento e até mesmo a necessidade de suprir carências cujo atendimento cabia, em tese, a outros setores, como o desenvolvimento de infraestruturas de transporte. Portanto, o suporte jurídico ao produtor rural e a toda cadeia de ramificações neste segmento, cada vez mais, é essencial para o acompanhamento especializado e de forma preventiva. O retardo em ter o suporte jurídico traz insegurança e prejuízos, por exemplo, na contratação de financiamento e seguro ou na negativa do prêmio do seguro, bem como na falta assessoramento nas questões tributárias e blindagem patrimonial (holding), etc. Além de demandas como Salário Educação (empregador rural), Plano Collor nos financiamentos rurais, ICMS na energia e tantas outras. Assim, quanto mais complexo tem se tornado o agronegócio mais mecanismos são imprescindíveis para seu aperfeiçoamento, começando no produtor até o fim da cadeia produtiva. O auxílio jurídico é indispensável para dentre tantas medidas, avaliar os riscos e minimizar custos.
INOVAÇÃO NA ADVOCACIA
O
escritório Corrêa & Plestch Advogados iniciou 2006 nesta cidade de Tangará da Serra (MT), hoje possui filial na capital deste Estado de Mato Grosso, atuando com assessoramento, consultoria e contencioso, com foco nos setores do agronegócio, empresarial público/político. A empresa jurídica neste ano de 2017, atingiu 11 anos de atuação, com desenvolvimento constante, marcas do empreendedorismo de seus sócios WILKER CHRISTI CORRÊA e JUCELI PLESTCH, que contando também com equipe de profissionais especializados, onde objetivam fornecer aos clientes atendimento pautado na excelência.
Corrêa & Plestch tem se destacado na área em função das inovações implantadas no escritório, desde a atuação técnica até a gestão da empresa, quando a partir de 2011 iniciou a atuação com empresas multinacionais, a exemplo de assessoramento das Unidades TME, ETEM, ETVG e cooperação em outras unidades da Multinacional de Energia Alupar, onde ampliou sua percepção para atuação no mundo jurídico de alta exigência, o que tornava imprescindível diferenciar-se. Seus advogados seguem uma linha de atuação que visa a permanente renovação e a busca de novos métodos de trabalho que vão ao encontro das necessidades de cada cliente. Neste contexto buscando maior aprofundamento no setor agropecuário, os advogados estiveram em maio em Porto Alegres/RS participando do curso Direito Rural. Wilker Corrêa além de Bacharel em Direito, complementa seu currículo com diversas
formações na área, como Direito Eleitoral; Direito Público; Direito Administrativo e Lei de Responsabilidade Fiscal; Lavagem de Dinheiro; e ainda é Coach. E Juceli Plestch é bacharel Direito e Administração de Empresas, e acrescido de outras formações em Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Direito Civil, Processo Civil, bem como também tem formação em Coaching. Ressaltam, que a advocacia está em constante evolução e nesta visão buscam, além do aprimoramento constante, aplicar técnicas e métodos novos, para que o escritório possa oferecer soluções atuais e especializadas.
Reflorestamento
Pesquisa apresenta as melhores espécies para Mato Grosso Conforme dados da Empaer, o Estado possui mais de 200 mil hectares plantados com eucalipto, teca e seringueira
dessa questão, Rondon sugere que as espécies com problemas fitossanitários, exigentes em condições de solo com alto índice de mortalidade, não devem ser cultivadas em larga escala. Conforme o estudo, foram identificadas as espécies com maiores índices de mortalidades a: guapuruvu, teca, cinamoma, ipê roxo, pinho cuiabano, cerejeira, E. citriodora, E. frandis, Pinus caribaea, mogno, freijó, mogno africano, parapará, gmelina e sumaúma. As árvores como a seringueira, angelim saia, pau ferro, louro preto, aroeira, marupá, cedrinho, amescla e champanhe em plantio heterogêneo apresentaram comprimento em torno de 3 metros. Para que haja retorno financeiro com o cultivo dessas espécies é preciso uma supervisão dos plantios anualmente, orienta Rondon. Por outros lado, caso o índice de mortalidade ultrapasse 50% é importante fazer o corte raso em todo plantio. O reflorestamento com espécies de rápido crescimento pode permitir a exploração da apicultura, produção de sementes, sequestro e venda de carbono, madeiras para cercas, mourões, postes entre outros.
Texto Vandréia de Paula
A
o longo de 20 anos, o pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Eliazel Vieira Rondon, pesquisou quais espécies obtêm melhores resultado no Estado para reflorestamento e produção de madeira. Durante esse período, Rondon analisou 30 espécies, sendo 23 nativas e sete exóticas. O trabalho do pesquisador da Empaer revela que o número mais expressivo de madeira foi obtido com as árvores Fava barrigudo, Peroba mica, Tatajuba, Bajão e Castanheira. Conforme informações da empresa, foram plantadas 2.250 árvores, sendo 75 plantas. Foram avaliados por Rondon, a Altura do Peito da Planta (DAP), altura total, volume de madeira, índice de mortalidade e ocorrência de pragas e doenças, e também a interferência do solo (pH, fósforo e saturação de base baixa), clima e ataque de fungos. O Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer, que fica em Sinop (MT), foi o campo da pesquisa. De acordo com os dados mais recentes da Empaer, divulgados em novembro de 2016, Mato Grosso possui mais de 200 mil hectares de reflorestamento com espécies de eucalipto, teca e seringueira. Para surpresa do pesquisador, o comportamento das espécies mais plantadas no Estado, mostraram um comportamento abaixo do esperado. Diante
Mesmo não se tratando de uma espécie muito conhecida, a fava barriguda (Pakia gigantocarpa) tem grande potencial para fabricação de móveis, brinquedos e compensados. Para o pesquisador da Empaer, em um plantio comercial deve-se sempre ficar atento com o volume das espécies a serem plantadas visando o fator financeiro. Os resultados obtidos com o experimento ao decorrer de duas décadas servem para direcionar os futuros reflorestamento no Estado.
Fava Barriguda Pode ser utilizada para fabricação de compensados, móveis, caixotaria e brinquedos e possui potencial para produção de polpa celulósica e papel
Tatajuba Tem utilidade na construção civil, para viga caibro e tábua
Castanha do Brasil Pode alcançar 15 metros de altura e detêm amêndoa, que é fonte de proteína e sais mineiras. Trata-se de uma madeira protegida por lei e é muito requisitada pelos madeireiros para construção civil
Peroba Mica Pode ser usada para confecção de cabos de ferramentas *Com informações da Empaer
NOVIDADES PARA O CAMPO D
Resistente ao glifosato
esenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Algodão, e parceiros, a BRS 368 RF é uma cultura transgênica resistente ao herbicida glifosato, com rendimento de fibra de 40% e potencial produtivo entre 4,2 mil a 4,5 mil quilos por hectare, indicada para o cultivo em primeira safra (sequeiro) nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, e Bahia e segunda safra (irrigado) no Estado da Bahia. A variedade é de porte baixo e ciclo de médio a precoce, com abertura da primeira flor aos 55 dias e ciclo total de 165 a 170 dias. Por ser resistente a aplicação em qualquer fase do desenvolvimento, sem necessidade de utilização de pulverização com herbicidas não seletivos sem jato dirigido. A cultura ainda é resistente ao mosaico comum e bacteriose de algodoeiro e moderadamente resistente a doença azul.
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Registro no Brasil
Dow Agroscience registrou no Brasil o herbicida Enlist Duo (2,4-D + Glifosato) para controle de plantas daninhas em soja e milho transgênicos. De acordo com a fabricante, a combinação dos dois modos de ação do produto eliminam daninhas de folhas largas de difícil controle e resistentes. A Dow recomenda o uso do produto para controle em pós-emergência de plantas daninhas na área total de pré-semeadura/pré-plantio da cultura e pós-emergência das plantas daninhas. Sendo também indicado no sistema de plantio direto, para manejo de dessecação para cultivo de milho e soja geneticamente modificados resistentes ao 2,4 D e glifosato.
Crédito Divulgação
Divulgação Raimundo Braga/Embrapa
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Arroz antioxidante
oi desenvolvido por cientistas chineses uma variedade geneticamente modificada de arroz transgênico rico em antioxidantes. O cereal é da cor roxa e altamente rico em betacaroteno e folatos (ácidos fólicos e sais). No momento, o cultivo do arroz é experimental na universidade Agrícola do Sul da China. Essa é a primeira iniciativa bem-sucedida a desenvolver uma espécie com antocianinas, que são substâncias que evitam possíveis danos causados pelo excesso de radicais livres no organismo. O projeto é liderado pelo professor Yao-Guang Liu.
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Ihara lançou o Fusão EC (Metominostrobin +Tebuconazole), que, segundo a empresa, apresenta molécula inédita para controle de ferrugem asiática. O novo fungicida é formulado com metominostrobina, um princípio ativo exclusivo e inédito no Brasil. Conforme o fabricante, o Fusão EC traz como diferencial sua ação sobre toda a planta, fator que aumenta a proteção. Outro ponto ressaltado é que o produto não atua apenas no controle da ferrugem asiática, sendo indicado para o controle de fungos em milho, trigo, feijão, algodão e arroz.
Mercado de sementes
empresa Nortox, maior fabricante nacional de agroquímicos, com atuação há 63 anos, anunciou em julho sua entrada no mercado de sementes de milho, com o lançamento de uma linha de híbridos licenciados e de genética própria para safra 2017/2018. A Nortox começará com um volume pequeno de sementes de milho, aproximadamente 50 mil sacas, mas a expectativa é ampliar a oferta na próxima safra.
Novo fungicida
Crédito Embrapa
Milho
Temer sanciona Reforma Trabalhista e setor produtivo rural avalia positivamente as mudanças que entrarão em vigor a partir de novembro Texto e foto Vandréia de Paula
D
epois de tantas discussões e da polêmica que foi gerada em torno da Reforma Trabalhista, o presidente Michel Temer sancionou o projeto que foi aprovado no mês de julho pelo Congresso Nacional. As novas regras entram em vigor em novembro. Principalmente para o setor produtivo rural, a reforma moderniza a legislação, uma vez que, na visão do setor, permite maior flexibilidade nas modalidades de contratação e demissão, assim como dar mais poder para a negociação entre sindicato e empresa. Assim que foi sancionada, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) emitiu uma nota a favor da mudança, enfatizando a posição da entidade quanto as novas regras. Em uma publicação da federação, a gestora do Núcleo Jurídico, Elizete Ramos, declarou que a aprovação da reforma foi um grande avanço para o setor empresarial, considerando que essa é a primeira grande reforma desde a edição da Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, “foi uma modernização e equilíbrio da relação de trabalho entre empregador e empregado”, diz um trecho da declaração de Elizete. Para o presidente da Famato, Normando Corral, as leis trabalhistas “não estavam em conformidade com os tempos atuais”. Embora a reforma não trate especificamente do trabalhador rural, trará alguns reflexos à categoria como, a homologação da rescisão contratual, que não precisará mais da avaliação do sindicato; equiparação salarial, principalmente para o empregador que tem mais de uma propriedade em municípios diferentes que antes da reforma era obrigado a equiparar os salários de maneira igual para todos os trabalhadores com o mesmo cargo independente de logradouro – a equiparação somente se dará para funcionários da mesma propriedade.
Os pedidos de danos morais nas ações trabalhistas também se tratam de outra questão ressaltada pela gestora como de suma importância para as atividades no campo. Até a reforma, não havia parâmetros de valores, podendo chegar a ações milionárias. Agora, ficou fixado dano mínimo, médio, grave e gravíssimo. Sendo que o mínimo não poderá ser superior a dois salários contratuais e o gravíssimo não pode ser maior que 50 salários. Outras questões que mudaram e beneficiam o setor rural, tratam-se da jornada de trabalho e dos intervalos, o pagamento das horas de deslocamento entre casa e trabalho mediante valor fixo ou outra forma de benefícios também refletem diretamente no setor rural.
Gratificação No campo é comumente realizado o pagamento de prêmios e outras formas de bonificação. Para elucidar a prática, a partir da Reforma Trabalhista os pagamentos de prêmios, bonificações e gratificações, que antes eram incididas sobre todas as verbas trabalhistas, agora não vai mais integrar. O produtor poderá efetuar o pagamento desse bônus sem que isso venha incidir nas suas verbas trabalhistas. A partir de novembro, as negociações vão prevalecer sobre a CLT quando tratar de temas como jornada, intervalo para almoço e planos de cargos, salários, funções e outros. Ficou definido também a não obrigatoriedade da contribuição sindical. Com informações da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)
Reforma Trabalhista Como era
Como ficou
Demissão Quando o trabalhador pede demissão ou é demitido por justa causa, ele não tem direito à multa de 40% sobre o saldo do FGTS nem à retirada do fundo. Em relação ao aviso prévio, a empresa pode avisar o trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou pagar o salário referente ao mês sem que o funcionário precise trabalhar
O contrato de trabalho poderá ser extinto de comum acordo, com pagamento de metade do aviso prévio e metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O empregado poderá ainda movimentar até 80% do valor depositado pela empresa na conta do FGTS, mas não terá direito ao seguro-desemprego
Contribuiçao Sindical A contribuição é obrigatória. O pagamento é feito uma vez ao ano, por meio do desconto equivalente a um dia de salário do trabalhador
A contribuição sindical será opcional
Negociação Convenções e acordos coletivos poderão prevalecer sobre a legislação. Sindicatos e empresas podem negociar condições de trabalho diferentes das previstas em lei, mas não necessariamente num patamar melhor para os trabalhadores
Convenções e acordos coletivos podem estabelecer condições de trabalho diferentes das previstas na legislação apenas se conferirem ao trabalhador um patamar superior ao que estiver previsto na lei
Terceirização Haverá uma quarentena de 18 meses que impede que a empresa demita o trabalhador efetivo para recontratá-lo como terceirizado. O texto prevê ainda que o terceirizado deverá ter as mesmas condições de trabalho dos efetivos, como atendimento em ambulatório, alimentação, segurança, transporte, capacitação e qualidade de equipamentos
O projeto de lei que permite a terceirização para atividades-fim foi sancionado anteriormente
Gravidez Mulheres grávidas ou lactantes estão proibidas de trabalhar em lugares com condições insalubres. Não há limite de tempo para avisar a empresa sobre a gravidez
É permitido o trabalho de mulheres grávidas em ambientes de baixa ou média insalubridade, exceto se apresentarem atestado médico que recomende o afastamento. Mulheres demitidas têm até 30 dias para informar a empresa sobre a gravidez
Terras Agrícolas
Força do agronegócio reflete na supervalorização do hectare agricultável em Mato Grosso Texto Vandréia de Paula
N
as últimas décadas o Brasil tornou-se sinônimo de grandes produções agropecuárias no cenário internacional. O País vem liderando o ranking de embarques de soja, superando o gigante Estados Unidos, assim como deve superar os norte-americanos em volume da oleaginosa colhida no País, conforme relatório Perspectivas Agrícolas 2017-2026, divulgado no início de julho pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Dados da Companhia Nacional Abastecimento, apontam uma superprodução de 237,2 milhões de toneladas na safra 2016/2017, crescimento de 27,1% frente ao que foi registrado na temporada 2015/2016. Em área plantada, a expectativa final é de 60,4 milhões de hectares, alta de 3,7% na mesma comparação. Do lado do mercado, a balança comercial do agronegócio, segundo relatório do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre janeiro e junho, acumulou 48,1 bilhões de dólares em exportações, variação positiva de 19,3% em relação ao mesmos meses de 2016. Diante de resultados tão positivos, as terras agriculturáveis em Mato Grosso, Estado que concentra o maior volume de grãos colhidos no País, apresenta valores crescentes. O corretor e proprietário da Ideal Imobiliária, Paulo Eduardo Sanches Rosa, relata que a expansão agrícola permitiu às áreas mato-grossenses uma supervalorização ao passar dos anos. “Aqui em Mato Grosso, por exemplo, fatores que definem muito a valorização de um hectare estão relacionados aos aspectos climáticos, altitude, localização, logística, infraestrutura e ao teor de nutrientes contidos no solo, claro. São elementos que atraem investidores”. Rosa lembra que, além da agricultura, a pecuária também é responsável
por preços elevados. “Também possuímos o maior rebanho bovino do País. Na região de Tangará da Serra, por exemplo, há terras excelentes para essa atividade, a região do Distrito Triângulo e São Jorge pode ser mencionando também nesse sentido”.
Avaliação O corretor explica que certos fatores devem ser avaliados antes fechar um negócio, eles são: produtividade; qualidade do solo; infraestrutura da propriedade (quantidade de silos, armazéns, etc.) e localização, se a fazenda está próxima a cidade para facilitar o escoamento da produção. Atualmente, segundo Rosa, o hectare mais valorizado do Estado se concentra nos município de Campo Novo do Parecis, Sapezal, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop. “O teor de argila registrado em terras nesses lugares é excelente, isso faz com que o preço seja mais elevado”. Nesses lugares também é possível verificar terrenos planos, que favorecem a mecanização, disponibilidade de cultivares adaptadas, água e extensas áreas com equilíbrio hídrico. Questionado sobre os valores, o profissional não arrisca: “o preço de uma hectare vai ser definido por inúmeros aspectos, logo é complicado apontar uma prática. Mas é possível dizer que nesse município existe uma valorização maior”. Apesar da predominância ‘sulista’ dos campos de Mato Grosso, hoje o investidores interessados no Estado estão em São Paulo, afirma o corretor, que chama atenção para uma futura mudança no mercado. “Com a abertura do mercado estrangeiro para compra de terras brasileiras, as propriedades rurais no País inteiro sofrerão uma variação positiva altíssima”. E nesse cenário, “os chineses são os mais interessados nas terras brasileiras”, relata o corretor.
Negócios
Waldecy Souza e Sandra Rocha: casal abate mais de 24 mil aves por ano.
Carne mais saudável Criação diferenciada faz do negócio um sucesso no mercado local de Tangará da Serra (MT) Texto e Fotos Vandréia de Paula
É
comum encontrar desde as pequenas até as grandes propriedades rurais uma horta, uma criação de carneiros ou ovelhas e, claro, a tradicional criação de frangos caipiras. A atividade para alguns é apenas para subsistência, mas para outros, a criação desse tipo de ave é a principal fonte de renda da propriedade.
1,5 mil a 2 mil animais.
Souza relata que começaram a vender os frangos para os amigos e anunciaram o negócio na escola onde Sandra dava aulas na época. Mas não levou muito tempo para a qualidade do produto ficar famosa. “Hoje abatemos aproximadamente 2 mil frangos caipiras por mês, com média de 90 a 120 É o caso do Waldecy Barros de Souza e da Sandra dias”. Os animais são abatidos com média de 2,5 a Rocha, eles moram num sítio a 20 quilômetros da 3 quilos. zona urbana de Tangará da Serra (MT), já no DisCom o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) trito de Progresso. O casal, que até alguns anos de produtos de origem animal, expedido pela Semorava e trabalhava na cidade, decidiu voltar às cretaria de Agricultura de Tangará da Serra, as raízes e assumiu as atividades do sítio do pai de aves são abatidas no sítio, num lugar específico Sandra. para o trabalho, seguindo as normas técnicas. O A criação começou em 2008, mesmo ano da mu- Frango Caipira da Serra é vendido em supermerdança deles para o campo. O início foi modesto, cados e, principalmente, na Feira do Produtor, apenas 200 frangos. Hoje são quatro lotes de aves, ocorrida às quartas-feiras e domingos na cidade. sendo que cada um tem aproximadamente entre
Ministério da Agricultura determina que são necessários 3 metrôs quadrados livres por animal para ciscar e pastar
Características
S
Produtor pretende implantar um biodigestor no sítio, utilizando dos dejetos de suínos
Alimentação
egundo uma publicação do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), há inúmeras diferenças entre os frangos criados em sistemas intensivos, popularmente conhecidos como frangos de granja, e o frango caipira, aquele criado em áreas mais amplas que possibilitem ao animal ‘ciscar no terreiro’.
Os criadores recebem orientação técnica das empresas que fornecem à granja insumos para a ração das aves. “A base alimentar dos frangos é composta por milho, soja e um núcleo, que contém minerais, além daquilo que eles encontram no terreno”, diz Soares, ressaltando que a ração é fabricada na propriedade.
Normalmente come-se mais frangos produzidos em regime de confinamento, no qual a ave cresce e engorda rapidamente. Vivem aproximadamente 40 dias numa gaiola, praticamente não anda e só comem. Por outro lado, o frango caipira possui uma criação mais saudável, ele normalmente tem à sua disposição muito verde para se alimentar, tendo acesso a restos de frutas, insetos e minhocas. Ou seja, uma alimentação muito mais variada.
“Comprávamos a ração pronta, mas para manter a qualidade e todos os nutrientes que os frangos precisam para se desenvolverem bem investimos na fábrica de ração”, relata Soares.
Esses cuidados permitem um sabor mais acentuado e dão a consistência firme da carne. O frango caipira, segundo um estudo da Universidade de Brasília (UnB), possui 22% de proteínas, contra 16% do de granja; e o teor de gordura é de 13% mais baixo que o de granja (17%); o frango caipira tem 76% de matéria Na propriedade de Souza e Sandra, os pintinhos são seca, diante de apenas 34% do de granja; o teor de legitimamente caipiras, afirma a criadora. “Compraágua é de 24%, bem menor do que os 66% do frango mos os pintinhos em Cuiabá [MT]. Durante os pri- industrializado. meiros 30 dias eles ficam presos e depois nós o soltamos”, relata Sandra. As aves, da raça berruge, ficam numa área reservadas a elas, onde possuem espaço para ciscar e caminhar livremente, como determina à criação do tipo. “Nós temos uma cerca de arame que limita o espaço dos frangos, isso para mantê-las longe de doenças e das demais atividades que temos no sítio”, relata Souza. Ele ainda explica que a determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é de que cada ave tenha 3 metros quadrados para ciscar e pastar. “O espaço que os frangos têm aqui é bem superior a essa determinação”.
Outras culturas
Além da criação de frangos caipira, Soares e Sandra mantém outras atividades na propriedades para diversificar a renda. No local há uma horta com várias hortaliças, uma pequena plantação de pimentas do tipo bode e cumari. Outra cultura que chama atenção no sitio é a plantão de maracujá, o fruto é comercializado nas barracas que ficam às margens da rodovia, no distrito de Progresso. Recentemente o casal começou a criar suínos caipira. “O plano é que futuramente tenhamos no sítio um biodigestor com os dejetos dos porcos”.
Milho
Endrigo Dalcin, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) durante 12º Circuito Aprosoja realizado no Sindicato Rural de Tangará da Serra (MT). No momento, Dalcin falou sobre as ações associação aos produtores rurais da região.
Carlos Alberto Júlio, requisitado palestrante nas áreas de gestão, estratégia e liderança, durante o 12º Circuito Aprosoja, ocorrido no Sindicato Rural de Tangará da Serra
Giovana Velker, presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis recebendo autoridades estaduais e municipais durante a abertura da 10ª Edição da Parecis SuperAgro.
Produtor rural e escritor Rui Wolft e Aido Mattijie, durante lançamento do seu livro “Reflexões de um Alemão Cuiabano” ocorrido paralelamente ao 12º Circuito Aprosoja, no Sindicato Rural de Tangará da Serra.
Antonio Geraldo Wrobel e João Coelho Pinheiro do Sicredi acompanhando a abertura da 10ª Edição da Parecis SuperAgro.
O engenheiro agrônomo e conselheiro do Senar - MT Ricardo Arioli presente no Dia de Campo da PA Consultoria.
As clientes da PA Consultoria Cidalia Miranda com as filhas Amanda Diavan Martelli e Caroline Miranda, prestigiando o evento do amigo Paulo Asunção.
Máquinas
Sem cabine e sem operador Foto Case IH Agriculture/Divulgação
Case IH inova e apresenta trator autônomo com design futurista
Modelo se torna ‘estrela’ em feiras agro no Brasil, Estados Unidos e França Texto Vandréia de Paula
E
m 2017 a CNH Industrial America LLC revolucionou o conceito de tratores autônomos ao apresentar na Feira Internacional de Tecnologia Agrícola (Agrishow), o Case IH Magnum. O modelo foi primeiramente lançado na Farm Progress Show, nos Estados Unidos, e no Sima, salão de máquinas agrícolas, realizado em Paris, em todos foi a ‘estrela’ do evento. O Case IH Magnum se diferencia dos demais tratores autônomos pois não possuí cabine. O trator foi projetado com motor a diesel de 380 cavalos, mas o que chama mais atenção é seu design futurista. O modelo é capaz de executar operações como preparo do solo e plantio sem operador, uma vez que possui sistema de telemetria e compartilhamento de dados, podendo trabalhar automaticamente dia e noite. O operador pode supervisionar as tarefas que foram pré-programadas de maneira remota, usando um tablet ou computador. Já os radares e câmeras instalados no trator possibilitam que a máquina detecte obstáculos e pare sozinho. A proposta da CNH, o Case IH Magnum foi testado apenas com produtos da própria montadora, mas a intenção é adotar uma plataforma aberta, considerando que cada vez mais diferentes marcas se comunicam. A proposta da Case é que o trator trabalhe 24 horas quando for necessário.
Evolução Até chegar a um equipamento totalmente autônomo, a companhia projetou um processo com 5 etapas. A primeira já foi superada, a direção, que faz a máquina ir sozinha de um ponto a outro. A quinta seria automatização total, que seria um equipamento que se movimenta sozinho e gerencia o trabalho no campo sem supervisão externa. O Case Magnun estaria, conforme a empresa, no quarto estágio, uma vez que faz automaticamente tarefas, contudo ainda depende de um controlador. O lançamento comercial do trator ainda não tem lançamento previsto. Neste ano serão realizados dois projetos-piloto nos Estados Unidos, quando será verificada a aceitação da tecnologia.
Telemetria na agricultura Há três anos a agricultura começou a receber a telemetria. Trata-se de uma tecnologia que tem acrescentado à agricultura de precisão. Remotamente, é possível acompanhar tudo que acontece no campo, o produtor visualiza on-line todos os parâmetros do veículo. A telemetria é integrada a outras ferramentas da agricultura de precisão, como mapas de produtividade, monitor de colheita, barra de luz (sistema de navegação), piloto automático e aplicadores de taxa variável.
Capa
Um homem, uma história de sucesso Evento promovido pela PA Consultoria explanou sobre manejo adequado no combate de doenças que acometem a soja e milho, por meio de palestras e campos de experimentação Texto Vandréia de Paula
O
paranaense de Alvorada do Sul - ao norte do Estado -, Paulo Asunção, desde criança teve o campo como referência forte dentro de casa, seu pai e avô eram agricultores. Quando adolescente foi estudar no Colégio Técnico Agrícola da Fundação Shunji Nishimura, em Pompeia (SP). Já com a formação de técnico agrícola, iniciou a graduação pela Faculdade de Agronomia Fundação Luiz Meneghel, em Bandeirantes (PR). Assim que se formou em Agronomia, Asunção foi trabalhar em uma multinacional, mas depois de algum tempo na empresa sofreu um acidente, que o levou a ficar afastado. Nesse período, seu pai, que estava adquirindo uma propriedade rural em Mato Grosso, o convidou para fazer parte dessa história. Em 1993 Asunção e a família começaram a dar os primeiros passos rumo ao sucesso que tem hoje com a Fazenda São Paulo e PA Consultoria. Nos anos 2000 um grande grupo empresarial, focado no cultivo de algodão, estava arrendando a maioria das propriedades na região de Deciolândia (onde fica a Fazenda São Paulo), mas Asunção não tinha pretensão de arrendar suas terras, até ser surpreendido por uma proposta irrecusável. Foram duas safras sem plantar, mas o início do que viria no futuro ser a PA Consultoria. Naquele momento o produtor ainda morava em Londrina (PR) e só vinha para Mato Grosso durante o período plantio e colheita. Nos anos que não esta-
va plantando manteve a mesma rotina, prestando serviço de colheita aos seus vizinhos. Asunção lembra que ao final das tardes sempre passava na Fazenda Camagril, do também paranaense Jacy Miguel Scanagatta. Durante uma dessas tardes, o amigo pediu para que ele fizesse o planejamento da safra de grãos dele, pois estava com problemas na colheita e manejo de mato. “Mas senhor Jacy, nem aqui eu moro, como o senhor sabe!”, respondeu, e foi surpreendido: “Ah! Quando você vier ver a sua lavoura aproveita e vê a minha também”. E assim, numa conversa entre amigos nasceu a PA Consultoria. Scanagatta é, até hoje, cliente de Asunção, “os dez primeiros clientes da PA permanecem conosco”.
Consultoria, segurança no campo Com mais de 30 clientes distribuídos em 14 municípios, a empresa possui uma trajetória que acompanha a evolução da agricultura brasileira do mesmo período. “Quando comecei era fácil conseguir aumentar 10 a 20 sacas por hectare de produtividade de uma lavoura, pois as correções eram pontuais, erros de estratégias e manejo. Hoje não é bem assim, não digo que é impossível, porém é mais difícil”, afirma Asunção. O consultor ainda explica que seu trabalho está muito aliado a identificação de tecnologias viáveis para cada propriedade. “Há uma imensa quantidade de tecnologias e microtecnologias
disponíveis no mercado. Nós fazemos um filtro e indicamos aquela que acreditamos ser melhor para cada cliente”, ressalta. Asunção enfatiza que a PA Consultoria, assim como outras empresas do segmento, oferecem uma segurança ao agricultor. “Com a consultoria não podemos afirmar que haverá aumento de produtividade, mas oferecemos mais segurança e evitamos erros nas lavouras. O planejamento pode evitar uma quebra de safra”. Em 2009 a PA deu um salto e começou a oferecer serviços de agricultura de precisão. Dois anos mais tarde, outra inovação: um campo de pesquisa na Fazenda São Paulo. Hoje os 1,8 mil hectares destinados ao cultivo de grãos da propriedade dividem espaço com 50 hectares reservados à pesquisa com soja, milho, defensivos, solo, entre outras. “Dois agrônomos pesquisadores são dedicados somente à área, onde também mantemos parcerias com empresas nacionais e multinacionais”. Além dos pesquisadores, a equipe técnica da PA consultoria é composta por mais 12 profissionais, entre engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Atualmente a consultoria oferece o serviço de compra dos materiais necessários para à safra. “Como somos em mais de 30 produtores, conseguimos, é claro, adquirir tudo a preço muito menor”.
TÉCNICAS ALIADAS AO CONTROLE DE PRAGAS Evento promovido pela PA Consultoria explanou sobre manejo adequado no combate de doenças que acometem a soja e milho, por meio de palestras e campos de experimentação
Colaboração especial Sérgio Roberto
Produtores rurais, engenheiros agrônomos, empresas do setor produtivo e universitários fizeram parte do público no 6º Dia de Campo da PA Consultoria, realizado na Fazenda São Paulo, em Deciolândia (MT). O evento proporcionou uma grande exposição de técnicas de manejo no controle de doenças e pragas que atacam à cultura da soja e do milho, tais como a mosca branca, fungos, cigarrinha do milho, entre outras. As técnicas foram apresentadas por meio de especialistas de renome no cenário produtivo nacional. A primeira palestra do dia foi ministrada pelo agrônomo e professor Rui Scaranamella Furiatti, da Fundação Faculdade de Agronomia “Luiz Meneghel”. Furiatti falou sobre Manejo da Mosca Branca na Soja. O palestrante também é mestre e doutor em Entomologia Aplicada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em seguida, Carlos Alberto Forcelini, especialista em Microbiologia e mestre em Fitopatologia da Universidade de Passo Fundo (RS), discorreu sobre Desafios no Manejo de Doenças na Cultura da Soja. A terceira e última palestra teve como tema Desafios no manejo da cigarrinha do milho Dalbulus maidis. A ministrante foi a pesquisadora e professora Jurema Rattes, graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade de Rio Verde (GO), com mestrado em Produção Vegetal pela mesma instituição. Após as apresentações dos especialistas, o engenheiro agrônomo e empresário rural Paulo Asunção,
apresentou trabalhos realizados pela PA Consultoria, abordando técnicas voltadas à produtividade, práticas de manejo e conceitos de gestão da produção. Fechando a programação, os presentes seguiram para visitação no campo e em estandes de empresas. De acordo com Paulo Asunção, o 6º Dia de Campo da PA Consultoria foi um evento de grande êxito, que pode ser comprovado pelo grande público, pelos assuntos abordados nas palestras e pelas variedades e suas respectivas peculiaridades apresentadas na visitação ao campo. “É um momento de reflexão para nós, produtores, para as empresas e aos profissionais que atuam no setor. É fundamental por estas questões em discussão. O encontro foi muito proveitoso e já estamos projetando o nosso 7º Dia de Campo ano que vem”.
Jurema Rattes
Rui Scaramella Furiatti
Carlos Alberto Forcelini
“Fiquei encantada com a presença e participação maçante das pessoas no 6º Dia de Campo da PA Consultoria. Quem participa percebe que a qualidade das palestras oferecidas ao público no evento vai de encontro à proposta dos serviços prestados pela PA Consultoria”.
“A magnitude que o Dia de Campo da PA Consultoria atingiu é uma excelente oportunidade para nós, palestrantes, divulgarmos as ideias e trabalhos que estamos desenvolvendo. Além de ser um espaço onde os produtores podem absorver informações que vão contribuir no manejo de pragas”.
“Fiquei imensamente surpreso com a grandiosidade que o 6º Dia de Campo da PA Consultoria conseguiu. Para mim foi um privilégio poder palestrar no evento, e falar sobre as doenças na cultura da soja”.
Negócios
À base da confiança Viverista inova e monta uma banca de frutas, legumes e verduras com modelo de autoatendimento. O consumidor escolhe os produtos que deseja e coloca o dinheiro no caixa Texto e foto Vandréia de Paula
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epois de 30 anos dedicados ao serviço público, atuando na extensão rural, campos de validação e melhoramento genético na Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Luiz Nascimento expandiu seus horizontes e trabalhou por um tempo em Angola, posteriormente passando também pelos Estados Unidos. As suas experiências, seja na Empaer ou no período em que esteve fora do País, permitiu ao Nascimento novas ideias de negócios, além de um amplo conhecimento sobre a flora. Com essa bagagem, ele está há quase dois anos com um viveiro em Tangará da Serra (MT). O local, instalado em uma das principais avenidas da cidade, Tancredo Neves, desde a primeira vista chama a atenção pelas diferenças dos demais estabelecimentos comerciais do ramo. Com uma “rua” interna, o visitante pode passear entre tantas variedades de plantas que são cultivadas no estabelecimento. Em cada canto do viveiro, uma história de como aquela espécie foi trazida. Contudo, o que mais chama atenção no viveiro é o tipo de comércio de legumes, verduras e frutas
implementado por Nascimento. Construída na frente do estabelecimento, uma banca de madeira reutilizada e cuidadosamente montada. O inusitado fica por conta da ausência de um atendente, desde a escolha do produto, até o pagamento é realizado pelo consumidor, tudo à base da confiança. Nascimento diz que se inspirou num modelo de negócio visto nos Estados Unidos. “Enquanto estive fora tive a oportunidade de efetuar uma compra em barraquinhas que ficam à margem do Rio Potomac, em Washington. Foi quando eu conheci esse tipo de comércio confiante e quis instalar o mesmo modelo aqui no Brasil”. Luiz relata que no início, há 1 ano e 4 meses, sentiu falta de dinheiro, considerando o número dos ganchos vazios. “Assim como nos Estados Unidos, eu deixava o caixa aberto, para o consumidor pegar o troco, quando necessário”. Hoje, com o caixa lacrado, ao final de cada dia Nascimento recolhe o dinheiro gerado a partir da venda de seus produtos. “A barraquinha movimenta em torno de R$ 150 por semana. Esse dinheiro é depositado numa conta poupança dedicada à ela. Nesse dinheiro eu não mexo”, diz Nascimento que reforça a importância de se implantar projetos assim
na cidade, “nós precisamos confiar mais nas pessoas e estimular a verdade em cada um, e os tangaraenses estão respondendo muito bem com o Comércio Confiante”. O cliente entra na barraca, retira dos ganchos os produtos que deseja e ainda tem à disposição uma balança, para saber o peso do produto que pretende comprar. As opções variam entre banana (maçã, ourinho e da terra), abóboras, cajá, maracujá, fibra de coco e terra vegetal, tudo orgânico e proveniente da
produção feita no viveiro. Depois é depositar o dinheiro na caixinha e sair. Cada pacotinho custa apenas R$ 3. A ideia deu tão certo que Nascimento pretende ampliar a área do viveiro para, assim, aumentar a produção. “Já estamos negociando com o vizinho para poder arrendar a sua área, pois a intenção é ter mais opções disponíveis para o cliente”. Outra novidade é a reforma que a banca deve receber, “quero estruturar melhor o espaço. Isso com o dinheiro que ela mesmo ganhou”, diz o viverista.
Citros para o Centro-Oeste
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Viveiro Nascimento também abriga um campo de validação de 18 materiais de copa, entre laranjas, tangelas, limas ácidas, pomelos e quatro porta-enxertos, doados pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Mandioca e Fruticultura, Orlando Passos. Segundo Nascimento, a longo prazo, é possível pensar numa produção expressiva de citros no Centro-Oeste, a partir dos materiais que trouxe de Cruz das Almas (BA). “Essas 18 variedades de laranja que o Passos nos disponibilizou foram desenvolvidas para serem cultivadas aqui no Centro-Oeste, isso em termos de clima, luminosidade, precipitação, altitude, textura do solo, entre outros parâmetros”, explica Nascimento, reforçando a possibilidade de uma produção em maior escala em Mato Grosso sustentada, também, pela ausência de doenças que acometem à cultura de citros. Já fazem 2 anos desde que esses matérias foram disponibilizados pelo pesquisador da Embrapa e já é possível verificar quais variedades melhor se adaptaram as condições do Estado. “No viveiro já é possível observar material com fruto, igual o tangelo minneola, demonstrando precocidade, considerando que variedades similares costumam levar mais de 3 anos para produzir. Outra que apresenta excelente desenvolvimento é a laranja cona”. As plantas, segundo Nascimento, são cultivadas de maneira orgânica, desde o solo, até a pulverização, por meio de óleo de neen. Todos esses materiais possuem sanidade garantida, com certificado de origem genética, assinado pelo pesquisador Passos. O viverista explica que para o ‘batismo’ dessas variedades leva-se alguns anos, “durante o crescimento da planta será observado qual material se desenvolveu melhor, quando será separada a variedade ‘top’ e as demais. Depois disso haverá uma visita técnica de algum pesquisador da Embrapa, para demais procedimentos”, finaliza Nascimento.
Agropecuária
Cenário positivo
Mato Grosso ocupa 3º lugar no ranking de saldo de empregos total e da agropecuária Texto Da Redação
“A pecuária é extremamente importante para a economia de Mato Grosso. O comprometimento dos produtores, mesmo diante da crise instalada na pecuária, por exemplo, com a operação Carne Fraca, o caso JBS e outros fatores que comprometeram o setor, a agropecuária se manteve equilibrada, garantindo rendimento e sustentabilidade na produção e geração de emprego e renda no País”.
No primeiro semestre de 2017, os empregos na agropecuária, apresentaram resultado positivo de 110,9 mil, contribuindo com saldo geral de 35,05 mil empregos no País. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), considerando apenas os outros setores (indústria, comércio, serviços, administração pública e outros), sem a agropecuária, o saldo de empregos seria de menos 75 mil, ou seja, o agronegócio foi o responsável pela geração de empregos no Brasil. Nesse cenário, Mato Grosso ocupou a quinta posição no ranking nacional da agropecuária, registrando 5,9 mil contratações.
Fonte: Cadastro Geral de Empregos e Desempregados
Para o diretor de Relações Institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) José Luiz Fidelis atribui o cenário positivo a dedicação dos produtores rurais com setor agropecuária e com economia do Estado.
De acordo com o Caged, a maioria dos novos empregos gerados em Mato Grosso são em municípios onde se concentram grande atividade econômica proveniente da agropecuária. Acompanhe na tabela abaixo os municípios e o número de empregos gerados no primeiro semestre de 2017.
Município
Empregos
Primavera do Leste Sinop Sorriso Rondonópolis Nova Mutum Campo Verde Lucas do Rio Verde
616 465 376 255 252 226 207
Com informações da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)
Foto Divulgação/John Deere
M
ato Grosso está em 3º lugar no ranking de saldo de empregos total e da agropecuária em junho de 2017. A informação foi divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged). O Estado ficou atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo. No Brasil, os empregados na agropecuária totalizam saldo positivo em 36,8 mil contratações, resultando no saldo geral de 9,8 mil empregos no País.
Cooperativismo
UNIÃO QUE GER
A COPRODIA está presente no setor sucroenergético há mais de 30 anos. A usina e seus cooperados plantam aproximadamente 35 mil hectares de cana, com média produtiva de 2,8 milhões de toneladas por safra Texto Caroline Ferrando
A
Cooperativa Agrícola de Produtores de Cana de Campo Novo do Parecis MT, foi fundada em 24 de novembro de 1980, localizada na época no município de Diamantino (MT), cerrado mato-grossense numa região sem nenhuma infraestrutura, formada por produtores e suas famílias, originárias do sul do País. Movidos pelos seus anseios, apostaram na força do trabalho, na cooperação e transformaram o sonho em realidade, com muita coragem e determinação enfrentaram as dificuldades e hoje colhem resultados.
A COPRODIA está presente no setor sucroenergético há mais de 30 anos, composta inicialmente por um pequeno grupo de pessoas. A cooperativa alcançou seus objetivos iniciais e prossegue evoluindo a cada safra, colhendo bons frutos de suas sementes cuidadosamente cultivadas, por todos os envolvidos com os valores da empresa.
Hoje são produzidos etanol, combustível e açúcar. Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos álcoois e caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH), obtido por meio da fermentação de açúcares, como a sacarose existente na cana-de-açúcar. O Açúcar Doce Dia produzido pela Localizada na região mais cultivável do mundo, a Coprodia, é classificado como açúcar especial, usina e seus cooperados plantam aproximada- pois atende todas as especificações descritas na mente 35 mil hectares de cana, uma média de 2,8 norma EB 2042/1990, da ABNT. milhões toneladas, fornecidos a uma única cooAtualmente o açúcar é fornecido para o Mato perativa. Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre, Roraima Situada na BR 364 quilômetro 864, zona rural na e Pará e o etanol para Mato Grosso, Rondônia, cidade de Campo Novo do Parecis (MT) - muni- Amazonas e Acre, tendo seu produto para comercípio este que surgiu aproximadamente 8 anos cialização o ano todo, e sua fabricação no período depois da fundação da Usina - localizada a 380 de mais ou menos sete meses (período de safra). quilômetros da capital do Estado, a COPRODIA A usina Coprodia contribuiu e ainda contribui tem colaboradores e cooperados, que sempre obmuito para o desenvolvimento da cidade de Camtiveram ótimos resultados de trabalho, produção po Novo do Parecis, podendo assim gerar trabae comercialização. lho e contribuir para a economia do município.
RA RESULTADOS A Usina preocupa-se com o papel socioambiental, para isso conta com uma série de práticas que visa uma produção mais sustentável, dentre elas: o reuso de água no setor industrial, coleta seletivas de resíduos, uso da vinhaça e torta de filtro como fertilizantes, cogeração de energia utilizando bagaço de cana, controle biológico de pragas, dentre outras. O maior avanço ambiental ocorrido na Cooperativa se refere a colheita de cana em 2015, quando a partir de então 100% da cana colhida pela usina é realizada de forma mecanizada crua, sem queima de palha, com isso a Coprodia está contribuindo com o meio ambiente, com balanço positivo de fixação de carbono, visto que deixou de emitir CO2 na atmosfera. “A queima da palha equivale a emissão de 9 quilos de CO2 por tonelada de cana, enquanto a fotossíntese retira cerca de 15 toneladas por hectare de CO2. Assim, a cultura da cana de açúcar mostra-se extremamente eficiente na fixação de carbono, apresentando um balanço altamente positivo já que absorve muito mais carbono do que libera na atmosfera”. A cooperativa fez um trabalho ao longo de 15 anos com o investimento em máquinas e capacitação de mão-de-obra para diminuir de forma gradati-
va a queima da palha e o corte manual. Foi muito importante nesse processo capacitar a mão-de-obra, através de escola de alfabetização e de cursos de operadores de tratores e colhedoras de cana. É comum hoje encontrar antigos trabalhadores do corte de cana operando máquinas na colheita mecanizada, sendo uma forma de minimizar o impacto social que tal mudança acarretaria na vida desses trabalhadores. Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que nele habitam. Proteger a natureza não é só cuidar da Mata Atlântica, mas sim preservar cada lugar por onde passamos. Nesses 36 anos de histórias e conquistas a COPRODIA se mantem sólida e promissora, apostando em novas gerações, tecnologias e trabalho de qualidade, sendo os cooperados, gestores e colaboradores capazes de fazer o desenvolvimento e crescimento da cooperativa concretizando sonhos que se iniciaram na década de 80.
Foto Sindicado Rural PV
Farm Show
O evento inicou em 2015 e a cada edição surpreende a todos com formato dinâmico que agrega todas as cadeia produtivas do campo à cidade
Feira registra 1 bilhão de reais em negócios Exposição atrai mais de 35 mil visitantes e se consolida como uma das mais importantes feiras de agropecuárias de Mato Grosso Texto Vandréia de Paula
P
rimavera do Leste (MT) tornou-se nas últimas décadas polo de desenvolvimento agrícola e pecuário da região sul e leste de Mato Grosso. Conforme dados do Sindicato Rural, o município planta 287,3 mil hectares de soja; 167,5 mil hectares de milho; 31,8 mil hectares de algodão; 31,6 mil hectares de feijão e 400 hectares de arroz. Na pecuária, são 45 mil cabeças de gado, somados a 17,4 mil suínos e 4,2 milhões de aves. E para abastecer esse mercado com informações e tecnologia que fomentem o setor na região, o Sindicato Rual realiza há três anos nas dependências do Parque de Exposições a Farm Show. Neste ano a feira agropecuária ocorreu entre os dias 29 a 31 de março no Parque de Exposições da cidade e atraiu mais de 35 mil visitantes, superando as expectaivas iniciais do presidente do sindicato, José Nardes, que era de manter público de 2016, de 30 mil visitantes, e gerou mais de 1 bilhão de reais em volume de negócios.
Com 60 canteiros experimentais, a Farm Show é uma vitrine tecnológica que abrange indústrias de produtos químicos e de adubação, de macro e micro, radicular e foliar e novas variedades de todas as cultivares da região. A feira também possui expositores de máquinas e implementos agrícolas de leves a pesadas, assim como caminhões, veículos, equipamentos de irrigação, entre outros. Nardes explica que o sucesso da feira, que nesta edição se tornou a maior do Estado na geração de negócios, deve-se ao modelo da organização, que abrange agricultura, pecuária e as áreas que estão concentradas na zona urbana. “Questionamos porque não abrir a Farm Show para todos os setores da sociedade. Esse é o segredo da feira, que já na sua terceira edição é a maior feira agropecuária de Mato Grosso. Nós tivemos essa visão de unir a agricultura e pecuária e trazer todos os setores da cidade, como o comércio, entidades, prefeitura e câmara municipal”, afirma o presidente do Sindicato Rural.
Segundo o produtor Fábio Sabó, o evento tem se superado. “Eu tenho notado que a cada ano o evento está mais organizado, mais profissional, e para o produtor a Farm Show está cada vez melhor”. Otávio Palmeira, também produtor rural completa dizendo “a região de Primavera do Leste é fantástica, com mais de 1 milhão de hectares destianadas à agricultura, a Farm Show veio para ficar e hoje se consolida como a melhor feira agrotécnica de Mato Grosso”.
ca de informações e um espaço para negociação, fatores essenciais para o avanço do setor”, disse Maggi. Durate a sua passagem pela feira, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, apontou o município como um dos principais na geração riqueza e lembrou sobre discusões importantes que cercam o agronegócio. “Em Primavera do Leste, temos um exemplo de desenvolvimento com sustentabilidade. Nós reconhecemos as necessidades do setor, como no caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do boi em pé, que tínhamos proposto elevar a alíquota de 7% para 12%, mas conversamos com os produtores e entendemos a importância da manutenção da alíquota nesse momento de crise”, reforçou Taques. Ainda durante o evento, o governador assinou um termo de compromisso para pavimentação de trechos das rodovias MT 448 e MT 336.
Foto Sindicado Rural PV
“Questionamos porque não abrir a Farm Show para todos os setores da sociedade. Esse é o segredo da feira, que já na sua terceira edição a maior feira agropecuaria de Mato Grosso”
Participação O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) foi um dos palestrantes da feira. “O agronegócio é a locomotiva da nossa economia, reconhecida no mundo inteiro. Esse evento, obviamente, que recebe visitantes do País inteiro para conhecer novas tecnologias, a Farm Show é um ‘shopping’. A feira permite a troca de infomações que gera aumento de produtividade e mecanismos de driblar os problemas que hoje são enfrentados pelos brasileiros”, ressalta Bolsonaro. A Farm Show também foi visitada pelo Ministro a Agricultura, Blairo Maggi, que na oportunidade afirmou que a feira ganhou forma e tradição nessas três edições. “A feira se tornou um ponto de encontro entre agricultura e pecuária para tro-
Indicadores Econômicos
Foto Divulgação/Governo de MT
Para 2018 Para a 4ª Edição da Farm Show espera-se que se mantenha o formato dinâminco da feira, assim como a apresentação das grandes novidades que tornam a atividade no campo mais produtiva. Conforme informações do Sindicato Rural, o número de expositores da feira deve crescer 30%, o que pode contribuir para comercializações mais intensas, fonte de renda para aquecer o mercado da região.
Importância Econômica de Primavera do Leste (2016) Soja
Algodão
Milho
Feijão
Arroz
Reb. Bov.
287,3
31,8
167,5
31,6
400
45,0
área/ha
Primavera do Leste
Pedro Taques assina termo de compromisso para pavimentação de trechoes das rodovias MT 448 e MT 336
área/ha
área/ha
área/ha
área/ha
Cabeça/ano
Reb. Suin.
Reb. Aves
17,4
4.299,4
Cabeça/ano
Cabeça/ano
A volta da flor A área destinada à oleaginosa saltou de 25,6 mil hectares para 31,8 mil hectares
Depois de registrar duas safras em queda, a produção do girassol deve saltar 40,7%, estima a Conab Texto Vandréia de Paula
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epois de duas safras amargando resultados ruins, a produção de girassol mato-grossense deve registrar alta de 40,7% na temporada 2016/2017, chegando a produzir 50 mil toneladas. Conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área destinada a oleaginosa saltou de 25,6 mil hectares para 31,8 mil hectares. A produtividade, por sua vez, estima-se ficar em 1,5 tonelada por hectare, alta de 13,2%. Mato Grosso concentra 54% da produção nacional de girassol. O Estado teve dois saltos na cultura, antes da queda bruta. Dados da Conab mostram que foram produzidas 84,7 mil toneladas de girassol em 2012/2013, registro que elevou para 203,3 mil toneladas no ciclo seguinte. O balanço 2014/2015 da planta recuou e chegou a 116,5 mil toneladas e em 2015/2016 atingiu 35,6 mil toneladas. A maior produção estadual da oleaginosa fica em Campo Novo do Parecis. O município foi o primeiro a cultivar girassol no Estado, isso há 20 anos com o engenheiro agrônomo e produtor Sérgio Costa Beber Stefanelo. Ele relata que o início foi a pedido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Fundação Mato Grosso, que gostariam de fazer em sua propriedade uma pesquisa com a planta. “Durante 10 anos fui praticamente o único produtor a cultivar girassol na região”. Nesta safra Stefanelo plantou 2,7 mil hectares da oleaginosa em sua fazenda Porto do Céu, e espera que o recuo visto na cultura em Campo Novo seja superado.
O produtor ainda explica que as quedas registradas na cultura estão relacionadas à questões macro. “O girassol, diferente do milho, não precisa muitas de chuvas durante seu florescimento. Há dois anos tivemos uma incidência pluviométrica alta e isso interferiu na produtividade. Como o girassol ainda não é uma cultura consolidada, isso em termos de pesquisa e melhoramento genético, os agricultores na safra seguinte ficaram receosos em investir na oleaginosa e migraram para o cereal, que no período estava com preços mais atrativos”. Diante desse cenário, Stefanelo relata que ele e demais produtores da região, juntos, contrataram um técnico para efetuar pesquisas relacionadas à cultura. “A partir das observações que o profissional fez já tivemos ganhos significativos de produtividade nesta safra. A expectativa é de que o rendimento médio fique em 33 sacas por hectare”.
Indústria A logística do girassol se diferencia da soja e demais culturas predominantes na região. Isso, pois um caminhão que leva 30 toneladas de soja carrega apenas 18 toneladas da oleaginosa, que é mais leve e volumoso – o que torna o pagamento e o frete oneroso. Para resolver essa questão, Stefanelo e outros produtores se uniram e fundaram em 2008 a Parecis SA. “Como era inviável destinar a produção de girassol para fora, vimos a necessidade de beneficiar a oleaginosa aqui mesmo na região”. A Parecis SA possui capacidade para 600 toneladas diárias de processamento de girassol.
Foto Banco de Imagens
Campo Novo do Parecis
CENÁRIO GERAL Mais crédito
O
Banco do Brasil vai destinar R$ 9 bilhões para o Plano Safra 2016/2017 em Mato Grosso. Do total, R$ 748 milhões serão destinados à agricultura familiar, R$ 523 milhões para o médio produtor e R$ 7,8 bilhões para a agricultura empresarial. No Brasil, a instituição vai disponibilizar R$ 103 bilhões em recursos, 30% a mais do que na safra anterior. Entre os destaques está a redução das taxas em um ponto percentual para linhas de custeio, investimento e comercialização para a agricultura empresarial. O Plano de Construção e Ampliação dos Armazéns (PCA) e o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) tiveram redução de dois pontos percentuais.
A
A Crédito: Famato
N
PIB pode recuar
a avaliação do primeiro trimestre de 2017, estima-se que o Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro recue 0,4% no ano, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) feitos em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De modo geral, esse resultado foi influenciado pela queda no PIB do segmento industrial no mesmo período. De 9% da agroindústria, tanto para o ramo agrícola quanto para o pecuário, pesquisadores do Cepea destacam a queda de preços reais médios ponderados no segmento, de 4% e 3,3%, respectivamente. Já no segmento primário, a expectativa de produção no ramo agrícola segue em alta. No entanto, a média de preços real ponderada por segmento recuou 1,4% no ramo agrícola e 1,8% no pecuário, na comparação do primeiro trimestre de 2017 com o de 2016.
Renegociação de dívidas
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou em caráter terminativo o Projeto de Lei do Senado 354/2014, que cria um procedimento menos burocrático para a renegociação do crédito rural. O projeto estabelece regras para que agricultores que contraíram empréstimos e estejam inadimplentes possam renegociá-los de forma mais ágil e diretamente com instituições financeiras que integram o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). A autora, senadora Ana Amélia (PP-RS), explica que muitos produtores rurais são levados a contrair novos empréstimos para quitar débitos anteriores, sendo frequente a necessidade de renegociação.
Trabalho análogo ao escravo
COFCO Brasil, multinacional chinesa que atua no processamento de produtos agrícolas assinou no início de julho um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso (MPT). O acordo entre a multinacional e o MPT prevê pagamento de R$ 2 milhões em indenização pelos danos causados à sociedade e a adequação da conduta da empresa à legislação. A multinacional foi alvo de ação conjunta promovida pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Gerência de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil na cidade de Nova Maringá. A fiscalização resultou no resgate de 31 trabalhadores que estavam em condições análogas as de escravo.
O
Regularização fundiária
presidente Michel Temer sancionou a Medida Provisória 759 de 2016, convertida na Lei 13.465, de 11 de julho de 2017, que dispõe sobre a regularização fundiária urbana e rural e torna possível regularizar áreas rurais contínuas até o limite de 2,5 mil hectares. Para o diretor de Relações Institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) José Luiz Fidelis, a MP 759 representa uma conquista e um avanço no que diz respeito à titulação de terras, adotando critérios mais objetivos e transparentes. Segundo dados do Terra Legal, em Mato Grosso há mais de 540 glebas federais que somam 7 milhões hectares. Deste total, 2,8 milhões de hectares ainda serão destinados pelo governo federal.
Crédito: Banco de imagem Crédito: Banco de imagem
E
Crise na JBS
m visita à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, propôs ao presidente da entidade, João Martins, a criação de um grupo para acompanhar a atividade do setor frigorífico, que vive uma situação de crise desde a delação premiada do empresário Joesley Batista, acionista controlador do grupo JBS. Também participaram do encontro o presidente do Instituto CNA, Roberto Brant, e os presidentes das Federações da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso, Normando Corral, de Mato Grosso do Sul, Maurício Saito, e de Goiás, José Mário Schreiner. Basicamente, o presidente do BNDES e os representantes do Sistema CNA propõem que a JBS volte, o mais rapidamente possível, a um quadro de normalidade econômica e de excelência em governança empresarial. Como se sabe, o BNDES é o segundo maior acionista da empresa, com 21,32 % de participação acionária.
À espera
T
rês meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela constitucionalidade do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), o setor agropecuário brasileiro ainda aguarda a publicação da decisão para uma melhor avaliação dos seus efeitos e propositura dos recursos cabíveis. Em 2010, o Supremo reconheceu a inconstitucionalidade da cobrança do Funrural, o que motivou muitos produtores e entidades de classe a ajuizarem ações próprias com pedido de liminar para interromper o pagamento do fundo. Foram mais de 15 mil ações tramitando na justiça brasileira, nas quais muitos produtores rurais do País obtiveram decisões judiciais favoráveis. A Medida Provisória deve trazer a redução dos juros, o abatimento das multas e encargos de sucumbência e a opção de parcelamento para aqueles produtores que deixaram de contribuir amparados por uma liminar.
Crédito: Sílvio Ávila/Mapa
‘Superbanana’
esquisadores da Universidade de Tecnologia de P Queensland (QUT) desenvolveram bananas geneticamente modificadas enriquecidas com vitamiCrédito: Famato
E
Liderança mundial
stimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) apontam que o Brasil deve exportar na safra 2017/2018 63 milhões de toneladas de soja, equivalente a 42,5% de tudo que é exportado mundialmente. E para os Estados Unidos, o departamento prevê aumento nos embarques de 5%, passando de 55,7 milhões de toneladas em 2016/2017 para 58,5 milhões de toneladas em 2017/2018.
na A. O objetivo, de acordo com os cientistas, é “salvar milhares de vidas na África que estão em risco” pela deficiência desse micronutriente. O professor James Dale, líder do projeto, explica que eles aumentaram a concentração da vitamina A na banana em até quatro vezes. Inicialmente, testaram as modificações genéticas na banana de Cavendish, em Queensland, Austrália. Depois introduziram as mudanças em outras variedades, com a colaboração de pesquisadores da Organização Nacional de Pesquisa Agropecuária. As bananas modificadas devem começar a ser cultivadas na Uganda em 2020. O projeto tem a participação de 5 doutorandos da Uganda e é financiado pela Fundação Bill e Milanda Gates. Espera-se que o projeto possa ser aplicado em outros países, como Ruanda, Quênia, Tanzânia e república Democrática do Congo.
Crédito: Sistema Faep Crédito: Banco de imagem
Tecnologia
Software para o agronegócio Empresários rurais aderem ao uso de sistemas para gestão de suas propriedades Texto Vandréia de Paula
A
ideia de que se administra uma fazenda de maneira alheia as práticas de uma empresa urbana foi ultrapassada pelas tecnologias, que a cada ano torna a gestão de uma propriedade rural mais eficiente. A evolução tecnológica no campo tem acompanhado os recordes de produção que são vistos no Brasil, mesmo diante de vários aspectos a serem melhorados em termos de conectividade via internet, assim como disponibilidade de sinal de celular. O gerente comercial da Econt Sistemas Sandro Bianchini, explica que o produtor está cada vez mais antenado às novidades que podem tornar a fazenda mais produtiva e com custos menores. “O empresário rural não se diferencia dos gestores de outras áreas, desejam empregar em suas propriedades tecnologias e novidades que vão facilitar o trabalho e obter maiores lucros”. O gerente explica que a princípio, o uso de softwares eram implantados nas empresas rurais como ferramenta fisco-contábil. “Mato Grosso é um dos Estados com a legislação mais rígida. É necessário um sistema para esse fim”, explica Bianchini. Além de buscar uma ferramenta fisco-contábil e que faça folha de pagamento, o empresário rural busca um sistema que ofereça funcionalidades de gerência. “O perfil do produtor rural é de um empresário que não tem muito tempo, devido a todos os fatores que definem o negócio dele. Desse modo, o produtor quando vem até nós, quer um sistema que seja capaz de oferecer opções para gestão”. Biachini relata que a Econt Sistemas, em parceria com a Viasoft, dispõe do sistema Agrotitan.
“A nossa ferramenta atende a toda cadeia do agronegócio, desde cerealistas, fábrica de ração, revenda de insumos, propriedades rurais, entre outras. Procuramos desenvolver um produto que atendesse as demandas fiscais, mas que também fosse capaz de auxiliar na gestão do negócio”, ressalta o gerente que acrescenta: “o Agrotitan fornece informações de quando uma máquina precisa de manutenção, preços dos commodities, além de possuir atualizações sempre que o mercado evolui”.
Ainda falta conexão Um estudo do Centro Regional de Estados para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), mostra que de 2008 a 2014, o número de usuários que acessam a internet móvel passou de 4% para 24% no campo e de 17% para 51%, na cidade. No Brasil, conforme o estudo, são 81,5 milhões de usuários, sendo que 20 milhões de pessoas acessam a internet no celular na zona rural. O uso eficiente de tecnologias como o Agrotitan, reforça o gerente comercial da Econt Sistemas, se esbarra na falta de conexão disponível em várias regiões do Estado. “Às vezes o empresário rural quer a ferramenta, tem recursos para investir na implantação de internet na propriedade, mas não tem o serviço para ser contratado, seja em banda larga ou sinal de celular. Essa é uma realidade recorrente no Estado. Ainda necessitamos de melhorias nesse sentido”. O Agrotitan pode ser acessado pelo celular, computador e tablet.
Feiras
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Desafios e enfrentamento da crise foram destaque “O segmento do agronegócio atravessa um momento crítico em relação às suas legislações e requer um olhar atento para que possa continuar se desenvolvendo”. Foi o que disse Giovana Velke na abertura comemorativa da Parecis SuperAgro, que contou com as presenças do vice-governador Carlos Fávaro e de representantes da classe política do estado, como os senadores Cidinho Santos e José Medeiros e os deputados federais Nilson Leitão e José Augusto Curvo ‘Tampinha’. Além dos representantes da bancada federal de Mato Grosso, marcaram presença na abertura do evento o prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado; o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte; e os presidentes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, e da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Endrigo Dalcin. Ainda em seu discurso de abertura, Giovana abordou as dificuldades enfrentadas pela classe produtora, que ao longo de cada ano se depara com novidades que afrontam os interesses do carro-chefe da economia nacional. “Nós, produtores rurais, estamos sempre numa montanha russa. Atualmente, medidas políticas e judiciais trazem insegurança jurídica ao nosso setor. O FUNRURAL [Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural], por exemplo, antes era considerado constitucional, agora não é. Estamos quebrados, mas não podemos culpar os produtores rurais, que compõem o único setor da economia brasileira que ainda não quebrou para pagarmos a corrupção alheia”, disparou.
A presidente enalteceu a força e determinação da classe produtora que, apesar das dificuldades, sempre primou pela qualidade na produção e pela sustentabilidade, nunca deixando de avaliar de maneira crítica o que já está sendo feito no setor. “Qual foi o ano em que nós não tivemos que superar e vencer os desafios que nos foram impostos? Este ano não está sendo diferente”, disse, acrescentando, ainda, que as atividades produtivas que ocorrem da porteira pra dentro contrastam com os descaminhos verificados da porteira pra fora, atingindo diretamente e de uma forma injusta a credibilidade do setor.
Época de subir o rio Em Mato Grosso o período de defeso inicia dia 1º de outubro e encerra em 31 de janeiro de 2018 Texto Vandréia de Paula
D
urante alguns meses do ano diversas espécies de peixes nadam rio acima, para fazer a desova no período de reprodução. Esse intervalo é denominado Piracema, palavra que vem do tupi e significa algo como ‘saída de peixes’. Os cardumes nadam contra a correnteza e desovam nas cabeceiras dos rios, onde a possibilidade de sobrevivência dos recém-nascidos é maior. Em várias regiões do País, a Piracema coincide com as chuvas de verão, quando a temperatura da água aumenta e o nível do rio sobre até 5 metros. Fatores que fazem os peixes perceberem que é tempo de se reproduzem. Desde 1988 é proibido pescar no período da Piracema. Em Mato Grosso, o Conselho Estadual de Pesca (Cepesca), definiu que o intervalo de defeso no Estado em 2017/2018, inicia no dia primeiro de outubro e encerra em 31 de janeiro de 2018, nos rios e seus afluentes das bacias hidrográficas do Rio Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins. Fica permitido durante o período da Piracema a pesca de subsistência, aquela praticada artesanalmente por populações ribeirinhas ou tradicionais, para garantir a alimentação familiar, sem fins lucrativos. Para tanto, fica estabelecida, a cota diária de 3 quilos por pescador para fins de subsistência, respeitando os tamanhos mínimos de captura. Conforme o diretor regional da Secretaria de Meio Ambiente, Jefferson Zucki, obedecer a Piracema é
contribuir para manutenção das espécies de peixes. “O descumprimento aquele que não cumprir o período de defeso terá que responder administrativamente e criminalmente. É importante reforçar que a pesca no período na Piracema implica na diminuição de peixes no futuro”. O diretor ainda lembra que os estabelecimentos comerciais que têm pescado deve informar ao órgão ambiental estadual seu estoque de peixes in natura, resfriados ou congelados. “A declaração pode ser entrege até o segundo dia que iniciou a Piracema”.
Mudança no calendário Esse será o segundo ano da Piracema com o calendário alterado. O início permanece o mesmo, outubro, porém o fim, que nos anos anteriores era em fevereiro, agora encerra no último dia de janeiro. A mudança foi estabelecida pelo Cepesca após uma pesquisa realizada pela professora doutora Lúcia Mateus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A antecipação do fim da Piracema se baseia no padrão observado nas três bacias do Estado. Nos meses de outubro, novembro e dezembro 80% dos peixes estão em atividade reprodutiva. No mês de fevereiro a possibilidade de reposição dos cai para menos de 20%.
Meio Ambiente
Sepotuba mais limpo ................................................................................................................................................................................................ Projeto do Rotary Tangará Centro retira mais de 350 quilos de lixo de pesqueiros e das margens do rio ................................................................................................................................................................................................ Texto e Fotos Vandréia de Paula
C
om o tema ‘O Rio é Nosso, o Lixo é Seu’, o Rotary Tangará Centro promoveu em maio a 13ª Edição do Projeto Preserve o Rio Sepotuba. Mais de 100 voluntários estiveram envolvidos na ação que recolheu aproximadamente 350 quilos de lixo nos pesqueiros e das margens do Rio Sepotuba. Foram 30 quilômetros de rio descidos. Por onde os voluntários passaram os donos de pesqueiros e ribeirinhos receberam orientação sobre a importância de se preservar os rios e não jogar lixo na água e nem às margens. “Durante todo o percurso as equipes fizeram trabalho de conscientização, distribuindo material didático e de coleta de lixo”, diz o presidente do Rotary Tangará Centro.
A largada ocorreu na Fazenda Tangará, assim como na primeira edição do evento. O idealizador e coordenador do projeto, Juarez Jorge Leite, ressalta que a iniciativa nasceu da necessidade de se levar informações as pessoas que estão próximas ao Rio Sepotuba. “Inicialmente pretendíamos fazer 10 edições, hoje já estamos na 13ª. Precisamos conscientizar as pessoas sobre a importância de se não jogar lixo nos rios. Peixe não come plástico e esse material leva mais de mil anos para se decompor”. Leite ainda lembra que no primeiro ano do projeto, 4 toneladas de lixo foram retirados de pesqueiros e do rio.
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Milho
‘Supersafrinha’
Com clima favorável, segundo ciclo do cereal deve registrar recorde em Mato Grosso
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Texto e foto Vandréia de Paula
safrinha de milho em Mato Grosso deverá, mais uma vez, bater recorde de produção. Conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devem ser colhidas no Estado mais de 25,2 milhões de toneladas do cereal, salto de 67,9% na comparação com a segunda safra de milho registrada ano passado (de 15 milhões de toneladas) e 39,8% do total produzido no País (63,5 milhões de toneladas).
rendimento médio de 95 sacas de milho por hectare. O produtor esclarece que para ele, assim como para a maioria dos produtores, o tamanho da área destinada à cultura é definida pela safra verão. “Quando consigo colher bem a soja e posso cobrir a mesma área com safrinha, ótimo. O que vai determinar isso é a janela de plantio. Tive experiências boas e ruins quando plantei fora do período ideal, o risco não compensa”, afirma.
A acentuada elevação no volume está atrelada ao aumento de 18,2% na área destinada à cultura (4,4 milhões de hectares), assim como o ganho de 42% na produtividade (5,6 toneladas por hectare), em relação à safrinha. Contudo, é preciso lembrar que os números finais do 2015/2016 foram frustrados pela falta de chuva em grande parte das regiões produtoras do Estado. Com uma projeção de colher aproximadamente 115 sacas de 60 quilos de milho por hectare, o produtor Carlos Alberto Pasquini, que cultiva soja verão e milho safrinha nos municípios de Tangará da Serra (930 hectares) e Deciolândia (1070 hectares), relata que neste ano o clima foi aliado ao cultivo do cereal. “Conseguimos plantar o milho na janela ideal, entre janeiro e fevereiro, logo após a colheita da soja. A lavoura recebeu as chuvas necessárias para que tenha excelente produtividade”. Na safrinha de 2016, Pasquini plantou apenas em Tangará da Serra, região que não sofreu muito com a ausência de chuva, e chegou a registrar
Carlos Alberto Pasquini: produtividade estimada em 115 sacas de 60 quilos por hectare
Preço em declínio O presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Endrigo Dalci, reforça que o cenário atual é contrário ao de 2016. “Com chuvas até junho, algo visto em praticamente todas as regiões do Estado, até mesmo as áreas que foram plantadas por último terão uma produtividade muito boa”. Por outro lado, na contramão da oferta que será muito maior, as comercializações do cereal estiveram em baixa, com poucos contratos futuros firmados. “O produtor não vendeu devido à quebra de safra do ano passado que ‘roubou’ mais de 7 milhões de toneladas de milho em Mato Grosso. Com isso, o agricultor retraiu e agora temos que avaliar os leilões da Conab que estão ocorrendo, o que pode aquecer o mercado. Precisamos que esta safra seja escoada”, diz Dalci. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base nos relatórios divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês)-divulgados no final de junho-, mesmo com uma exportação de 1,2 milhão de tonelada de milho por semana nos portos brasileiros, que pode refletir num acumulado de 56,5 milhões de toneladas a serem exportadas-na previsão do departamento-, os estoque finais serão os maiores desde a safra 1988/1989, de 58,3 milhões de toneladas. Caso as projeções se confirmem, os preços do milho, que já estão em declínio no comparativo com igual período anterior, devem recuar ainda mais. A saca de 60 quilos de milho encerrou o primeiro semestre comercializada a R$ 13,6, valor bem abaixo da cifra de R$ 27,2 registrado em 2016. No mesmo período, o contrato julho/2017 da Bolsa de Valores de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) apresentou recuo de 3,3%, em função, ainda com informações do Imea, de clima favorável à safra norte-americana.
Armazéns em falta, frete em alta A indisponibilidade de armazéns em Mato Grosso é um agravante que se repete safra após safra, assim como o problema logístico que, somados, tornam o escoamento da produção de grãos no Estado necessária e onerosa.
Números do Imea mostram que no final no sexto mês de 2016, o preço do frete praticado em Sorriso, um dos maiores municípios produtores de Mato Grosso, chegou a R$ 16,1 por saca de 60 quilos até o porto de Santos (SP), enquanto a saca era comercializada a R$ 34,2, o que refletia uma diferença de R$ 18 por saca. Mas, no igual intervalo deste ano, essa diferença chega a apenas 81 centavos. O valor reforça que o custo para escoar o cereal logo poderá sobressair seu preço. Conforme levantamento do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso tem um déficit de armazenagem de grão igual a 16,9 milhões de toneladas, o que representa 29% da produção total do Estado. Pouco mais de 1,2 mil estabelecimentos que foram cadastrados em dezembro do ano passado, possuem capacidade de armazenar 41 milhões de toneladas, entre as culturas de soja, milho, algodão em caroço, arroz, feijão e café. Mas, ao observar que a produção do Estado entre as oleaginosas, leguminosas e fibras na safra 2016/2017, estimada em 58,6 milhões de toneladas, conforme dados da Conab, fica evidente o problema que os produtores do Estado enfrentam para estocar a produção. Evolução da 2ª safra em Mato Grosso em 10 anos Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
Aplicação Aérea
A maior frota de aviões agrícolas se concentra em Mato Grosso Avanços tecnológicos permitem maior segurança e precisão no campo Texto Vandréia de Paula
A
aviação agrícola no Brasil, nestes 70 anos de existência, tem acompanhado o setor agropecuário, ganhando força e expandido cada vez mais, com índice de crescimento superior 5% em 2017. Sua expressividade é tamanha que chega ser a segunda maior do mundo, perdendo apenas para o gigante na produção de alimentos, Estados Unidos. Conforme uma publicação do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), o Brasil possui atualmente 2.062 aviões agrícolas. Os números constam no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Desse total, 1.387 aviões estão em empresas aero agrícolas. Os agricultores ou cooperativas que têm seus próprios aviões, somam 654 aeronaves. O restante, são aviões pertencentes aos governos federal, estadual e Distrito Federal. Mato Grosso, entre as empresas ou produtores que detém aeronaves, é o Estado com maior frota, 454.
mato-grossenses, onde o algodão é a cultura em que se predomina o uso desse tipo de aplicação. Brandolt explica que a aviação agrícola envolve aspersão de defensivos e de fertilizantes, além do lançamento de sementes nos campos. “Para a realização desse trabalho, nos é exigido muito conhecimento e estarmos totalmente corretos com as normas que regem o setor. Em nenhum outro tipo de aplicação, a terrestre, por exemplo, há tanta fiscalização assim, é tudo muito bem controlado”, afirma o piloto e empresário, fazendo menção à falsa ideia de que o uso de aviões na agricultura é prejudicial ao meio ambiente. Atualmente, 25% das aplicações ocorridas nas lavouras de Mato Grosso é aérea e 75% terrestre. Além da agilidade no trabalho, o avião é altamente indicado no controle de praga. “Com a aviação agrícola o produtor não perde com o amassamento da planta. Outra vantagem é no combate à doenças que se alastram rapidamente, caso da ferrugem asiática, assim como aquelas que são espalhadas por vetores”.
Piloto há 19 anos, Iran Brandolt iniciou a atividade nas plantações de arroz do Rio Grande do Sul, mas nos anos 2000 as trocou pelas lavouras
A esquadrilha é a segunda maior do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos
Eficiência na aplicação Os avanços tecnológicos contribuíram para os ganhos que o agronegócio vem adquirindo, registrando seguidas safras recordes de produção. No caso da aviação agrícola, a chegada do GPS, isso em 1997, possibilitou ao setor um salto na precisão do trabalho do campo. Outros avanços foram os fluxomêtros: aparelhos que controlam o fluxo de defensivos, independente da velocidade dos
aviões. É possível que piloto decole com planejamento do voo pronto. “O avanço tecnológico tornou o trabalho mais eficaz e seguro não só para quem opera, mas também para o produtor rural e consumidor”, diz o profissional ao enfatizar que “a aplicação aérea é de pouco risco, algo importante para ganho de produtividade no campo”.
Como faço mudas de graviola? Hilda Moraes
Lavar as sementes com solução de cal, deixando-as imersas por 24 horas. Secar à meia sombra. Depois, semear em sacolas plásticas com terra adubada, usando duas sementes por muda, na profundade de 1 centímetro.
Minha laranjeira parou de produzir frutos, o que posso fazer? Lucimar Carvalho
O mais indicado neste caso é uma análise foliar e de sol para verificar o índice nutricional. Pode ser nutrição.
Moro em apartamento e gostaria de fazer uma horta suspensa na sacada. Como faço? Carina Arcari
Pode ser feita utilizando garrafas pets, bambus grossos, fibras de coco e substrato, onde serão alojadas as mudas.
Consultor: Luiz Nascimento, técnico agrícola e especialista em melhoramento genético.
Bovinocultura
Crédito presumido A Leiº 10.568/2017 reduz o ICMS do boi em pé para 4%
Texto Da Redação
O
governo do Estado de Mato Grosso regulamentou no dia 26 de julho a Lei º 10.568/2017 que concede crédito presumido no Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) nas saídas interestaduais de bovinos em pé criado no território mato-grossense. Ficou definido que os produtores rurais que fizerem comercialização interestadual de bovino podem utilizar o crédito presumido de 66,67% que equivale à alíquota de 4% de ICMC. A decisão do Estado tem efeito retroativo a 1ª de julho deste ano. Após o dia 30 de setembro, a alíquota volta a ser a de 7%. Conforme a analista de Assuntos Tributários da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Maíra Safra, para utilizar o crédito presumido fica vedado o aproveitamento de qualquer outro crédito relativo ICMS pertinente à entrada de animais ou respectiva criação. Para que o produtor tenha direito a recolher 4% de ICMS, é preciso atender alguns requisitos, como: estar ativo no Cadastro de Contribuintes de Mato Grosso; contribuir com o Fundo Estadual de Transporte e Habilitação (Faethab) e com o Fundo
de Apoio à Bovinocultura de Corte (Fabov), entre outros. A analista da Famato informa que para o recolhimento do imposto e utilização do crédito presumido, é necessário que conste na nota fiscal o valor do ICMS devido. O produtor também deve inserir na nota a seguinte informação: crédito presumido concedido com base no artigo 1º da Lei 10.568/2017. Ressaltando que o crédito presumido não incide no cálculo do frete ainda que a operação seja realizada com preço CIF, quando o frete é pago na origem. Para que haja a comprovação a base de cálculo nas operações com preço CIF, o produtor deverá demonstrar a formação do preço na nota fiscal informando o valor do frete no campo próprio, separado do valor da mercadoria. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Mato Grosso possui um rebanho de 30,2 milhões de cabeça de bovinos e bubalinos, o maior número do Brasil.
Com informações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Milho
Paulo Asunção com a esposa Flávia e o filho Luiz Felipe, durante o evento de sua empresa PA Consultoria.
Evento FAMATO: Deputado Estadual Zeca Viana, agro empresário Clóvis Felix de Paula, vice governador Carlos Favaro e presidente da FAMATO Normando Corral.
Estande da Basf presente na 10ª Edição da Parecis SuperAgro.
Guilherme Schenkel e a equipe da Nutrisolo na Parecis Super Agro.
Leani Ruppel diretora da Revista Styllo Mato Grosso, no evento da PA Consultoria, junto com a palestrante e pesquisadora, Dra. Jurema Rattes e a anfitriã do evento Flávia Meneghel Asunção.
Carlos Alberto Pasquini e a esposa Alessandra durante a reportagem sobre o milho safrinha.
Os empresários Alceu Grapégia e José Crestani participando de um evento da FAMATO, em Cuiabá.
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“A População vai entender” Presidente Michel Temer, acerca do aumento dos impostos cobrados sobre os combustíveis
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“Só nós para aguentarmos esses últimos seis meses” Antônio Carmadelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), durante mesa-redonda sobre a cadeia produtiva da carne na atual conjuntura político-econômica
Foto Famato
“Temos total interesse em extirpar do corpo de funcionários do Mapa, os servidores que mancham a imagem do órgão, não honram o compromisso de trabalhar pelo bem público e servir à sociedade” Blairo Maggi, Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
“O agronegócio já se descolou da crise e do que acontece em outras áreas, e tem sido importante para induzir crescimento em setores como o de máquinas”
Cláudio Contador, diretor executivo da Silcon Estudos Econômicos e do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES)
“A lei trabalhista não estava em conformidade com os tempo atuais” Normando Corral, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)
“Mato Grosso tem quase 65% da área preservada” Diz levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)