SEXTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2012
DIÁRIO DO GRANDE ABC
SETECIDADES
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Três meses depois, UPA Zaíra ainda está sem aparelho de raios X Nario Barbosa
Equipamento deve entrar em operação hoje Maíra Sanches
A
UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Zaíra, em Mauá, que foi inaugurada em dezembro, ainda não tem aparelho de radiologia em funcionamento. A Prefeitura, no entanto, prometeu que o equipamento finalmente será instalado na tarde de hoje. Em janeiro, o Diário publicou denuncia sobre o problema. Naquela época, a administração alegou que técnicos teriam de verificar se havia vazamento de radiação na sala. Desta vez, a explicação foi de que “o funcionamento exigiu readequações que atrasaram sua utilização.” Nesse período, os pacientes que precisaram tirar raios X foram encaminhados, principalmente, para o sobrecarregado Hospital Nardini. Só que a proposta das UPAs é justamente desafogar a rede de emergência. Nesta semana, a equipe do Diário voltou ao local e a própria atendente informou, na
terça-feira, que a situação permanecia. A sala de espera estava lotada e apenas um clínico geral atendia aos pacientes. O desempregado Marcelo Gomes, 26, levou a mulher em outros dois prontos-socorros antes de chegar à UPA. No PA (Pronto Atendimento) Central de Santo André e no Hospital Nardini. Ambos estavam cheios. A paciente reclamava de fortes dores abdominais e aguardava a consulta há três horas. “Não sabemos quando será atendida. Mas se ela precisar de alguma radiografia, já sei que terei de procurar o quarto hospital. Todos sabem dessa situação no bairro (Zaíra)”, desabafou Marcelo. A ex-funcionária da UBS (Unidade Básica de Saúde) Zaíra 2 Isabel Sales, 47, conhece a situação de perto. É líder comunitária do bairro e lida com as necessidades dos usuários da rede pública. Segundo ela, há insatisfação do corpo médico da unidade por conta do excesso de trabalho. “Eles não têm condição de trabalhar como querem. Vários pediram demissão. Por enquanto, a UPA é carcaça de enfeite”, reclamou. A Secretaria de Saúde informou que está firmando convênio com a Fundação do ABC para ampliar a equipe
Paulo Eugenio garante ter zerado fila para mamografia
de profissionais da UPA. A unidade custou R$ 2 milhões e foi implementada em parceria com o governo federal. A capacidade de atendimento da UPA tipo 2 é de 300 pacientes por dia. NOVAS UNIDADES Essa foi a primeira UPA inaugurada na cidade. A cerimônia
contou com a presença do ministro Alexandre Padilha, que volta a Mauá amanhã para entregar, na companhia do prefeito Osvaldo Dias (PT), a segunda unidade, na Vila Assis. A terceira UPA está prevista para ser entregue dia 31, na Vila Magini. A última será erguida no Jardim Maringá, ainda sem data definida. ▲
▼ DESAPARECIDOS
te para frequenar bares. “Ninguém dá atenção para um pai, por isso, larguei tudo o que tinha aqui (em Mauá) e fui para o Espírito Santo.” Inicialmente, foi indeferida liminar que pedia a guarda provisória de Vinicius. A juíza da 1ª Vara Cível de Mauá, Maria Eugênia Pires Zampol, entendeu que o menino não sofre ameaça física na casa dos avós. O Ministério Público informou que não pode comentar casos que envolvem crianças. ▲
▼ DE NOVO Orlando Filho
As fortes chuvas da tarde de ontem provocaram alagamentos em pontos de Santo André. Um deles foi na Avenida Manoel da Nóbrega, no bairro Capuava. A enxurrada dificultou a passagem dos carros e isolou pedestres que tentavam cruzar a via; até as calçadas ficaram cobertas de lama.
Especial para o Diário
▼ BACIA DE CAMPOS
Natália Fernandjes
cou em lista de crianças e la”, diz Almeida. Segundo o pai, desde o adolescentes desaparecidos fim do casae só foi enconmento de dois trado graças à ‘Ninguém dá anos com Jadenúncia, após atenção para naina, quando a mãe ter proVinicius tinha curado emissoum pai, por 3 meses de vira de televisão isso larguei da, as autoridapara mostrar o des de Mauá caso. “Eu não tudo o que são alertadas mantive meu fitinha aqui’ sobre problelho em cativeimas ligados à criaro como a avó dele (Maria de Fátima Arru- ção do menino. Almeida diz da Paz) disse. Ele ia à praia, que Janaina não acompanha tinha amigos e estava para o rendimento escolar do fi-
Alexandre Calisto
▼ MORTE NA ANTÁRTIDA
Pai luta na Justiça pela guarda do filho Um ato impulsivo gerado pela falta de respaldo dos órgãos públicos. Assim o autônomo Marcelo Marques de Almeida, 29 anos, analisa a atitude tomada há um ano e cinco meses, quando levou o filho Vinicius da Paz Almeida, 6, para o Espírito Santo sem o consentimento da exmulher. Vinicius retornou para a casa dos avós, onde vive com a mãe, Janaina Arruda da Paz Almeida, em janeiro. Du-
Centro de Santo André fica 4 horas sem energia
A dificuldade para realização do exame de mamografia fez parte da vida de milhares de mulheres de Mauá por, pelo menos, um ano. Em janeiro, a fila tinha 3.000 pessoas e a Prefeitura assumiu o problema. Ontem, o vice-prefeito e secretário de Saúde Paulo, Eugenio Pereira, informou que, conforme previsão estipulada, a fila foi zerada neste mês. O diagnóstico por imagem é utilizado para identificar nódulos não palpáveis que podem resultar em câncer de mama. Na época, o vice-prefeito alegou que o acúmulo foi causado por causa do período de cinco meses em 2011 em que Prefeitura ficou sem contrato com a empresa prestadora do serviço. Os testes são realizados na Imamed – Diagnóstico Médico, na Vila Bocaina. Por lá, cerca de 1.000 exames são feitos por mês. No ano passado, 572 casos de câncer de mama foram diagnosticados em Santo André, São Bernardo e São Caetano. MS
Corpos de militares são Autônomo afirma ter levado menino para o Espírito Santo em ato impulsivo enterrados no Rio e na Bahia rante 15 meses o garoto fi- começar a frequentar a esco- lho e deixa ele sozinho à noi-
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▼ TEMPORAL
▼ Casas e comércios no Centro de Santo André ficaram cerca de quatro horas sem energia elétrica na tarde de ontem. Por conta do temporal, três cabos romperam-se da cruzeta, pedaço horizontal de madeira que sustenta a fiação no alto do poste, por volta das 14h15, na Rua Álvares de Azevedo. A explosão assustou quem passava pelo local. Ruas no entorno da Oliveira Lima foram atingidas pela falta de energia. Semáforos, próximos à Prefeitura ficaram desligados. Os trólebus deixaram de circular por cerca de 20 minutos. Quatro equipes da AES Eletropaulo foram acionadas para realizar os reparos. A comerciante Adriana Pieralini, 33 anos, que trabalha em frente ao poste onde ocorreu o estouro, relatou que três explosões, com barulho intenso e faíscas, assustaram quem passava pelo local. “Havia alguns clientes e todos correram para o fundo da loja, com medo do que estava acontecendo lá fora.” O fornecimento de energia foi restabelecido por volta das 18h30. ▲
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Unidade tem capacidade para atender 300 pacientes por dia
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Com honras de heróis nacionais, os militares mortos no incêndio na base brasileira na Antártida foram sepultados na tarde de ontem no Rio de Janeiro e em Vitória da Conquista, na Bahia. O subtenente Roberto Lopes dos Santos, 45 anos, e o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, 47 anos, morreram enquanto tentavam debelar o fogo na estação Comandante Ferraz, em fevereiro. Oito oficiais conduziram os caixões e três salvas de tiro de festim foram feitas no momento do sepultamento. Após as cerimônias, as bandeiras do Brasil que cobriram os caixões durante os velórios foram entregues às famílias. No Rio de Janeiro, pesquisadores e militares que serviram ao lado de Roberto Lopes dos Santos na Antártida acompanharam o velório no Cemitério do Caju. Santos serviu à Marinha por 27 anos. Ele era casado e deixou dois filhos, Aline, 18 anos, e Allan, 14. O corpo de Carlos Alberto foi levado na manhã de ontem para Vitória da Conquista. Por volta das 14h, o corpo chegou à cidade natal do militar e foi velado em uma cerimônia com autoridades locais na Câmara municipal. Os sepultamentos aconteceram 16 dias após a chegada dos corpos ao Brasil. Segundo a Marinha, os exames de identificação nos corpos (DNA) só foram concluídos no sábado. (da AE)
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Ibama e ANP investigam vazamento de óleo da Chevron ▼ Técnicos do Ibama (Institu-
to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) analisam se o vazamento da Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, tem alguma ligação com o derramamento de 10 mil litros de óleo em novembro. A Chevron Brasil confirmou ter identificado “pequena mancha e uma nova fonte de afloramento” de óleo, durante o monitoramento do Campo Frade, operado pela petroleira na Bacia de Campos. A fissura era até então desconhecida. Segundo a companhia, dispositivos de contenção foram imediatamente instalados para coletar o que a empresa classificou como gotas pouco frequentes. “Hoje (ontem), algumas pequenas bolhas foram vistas na superfície. A Chevron Brasil está investigando a ocorrência”, disse. A ANP confirmou o vazamento de óleo. O diretor de assuntos corporativo da Chevron, Rafael Jaen, informou ontem que suspendeu temporariamente as operações de produção no Campo Frade. A decisão foi tomada por precaução e já protocolada nos órgãos reguladores. A produção total no Campo de Frade é de 61,5 mil barris. Jaen informou também que o novo vazamento foi identificado no dia 4. (da AE)