DIÁRIO DO GRANDE ABC
SEXTA-FEIRA, 20 DE ABRIL DE 2012
4 SETECIDADES
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Famílias de área de risco serão abrigadas em ginásio
Essa é a alternativa dada por Sto.André aos que recusarem auxílio Tiago Silva 17/1/11
Cadu Proieti
A
Prefeitura de Santo André colocou à disposição o Ginásio de Esporte Sacadura Cabral para servir de abrigo provisório às 318 famílias que serão removidas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbana) das áreas de risco do Jardim Santo André. O local será utilizado até que os moradores sejam transferidos para alojamentos. O anúncio foi feito após CDHU e Prefeitura entrarem em acordo e estabelecerem cronograma de remoções. A Justiça concedeu liminar autorizando que a reintegração de posse no Jardim Santo André seja feita de forma gradativa. Das 357 famílias que constavam na lista, 39 já foram retiradas - parte delas foi abrigada no ginásio da Sacadura Cabral. A previsão é de que as ou-
No ano passado, desalojados pela chuva ficaram no mesmo complexo esportivo
tras 318 sejam desalojadas em seis fases até novembro. Até 30 de abril, 145 famílias terão de deixar suas casas. As desocupações são necessárias para dar andamento ao projeto de urbanização do bairro, que prevê investimentos de R$ 400 milhões.
Os moradores retirados dos imóveis terão a opção de receber bolsa-auxílio pago pela estatal, no valor de R$ 380, ou serem encaminhados pela administração municipal de forma provisória ao complexo esportivo. O benefício será repassado até
que as moradias populares fiquem prontas no bairro. Procurada, a Prefeitura não esclareceu qual estrutura que será oferecida aos munícipes no ginásio e quanto tempo eles ficarão hospedados. Atualmente, cerca de 120 famílias vivem em alojamentos construídos pela Prefeitura, à espera de unidades habitacionais. O advogado de parte das famílias do Jardim Santo André Taiguara Del Rio defende famílias afirmou que os futuros desalojados estão descontentes com o local oferecido como abrigo provisório. “Isso é decepcionante. Sabemos como funciona. No começo até dá para viver. Com o passar do tempo, as condições vão piorando. A maioria das pessoas não consegue aluguel por R$ 380 e acabam tendo de ir para estes locais, que considero impróprio”, completou. ▲
▼ DIADEMA
Justiça decide sobre corte de energia pela Eletropaulo
Tiago Silva
Elaine Granconato ▼ Em Diadema, duas famílias em situação de vulnerabilidade social aguardam decisão da Justiça para ter restabelecido o fornecimento de energia em suas residências do Núcleo Habitacional Inverno e Verão, no Jardim Ruyce. A AES Eletropaulo cortou a luz, na segunda-feira à tarde, de famílias inadimplentes, conforme o Diário registrou no local – a ordem era de 60 cortes. Entre eles, Vanessa dos Santos Banzatti, 29 anos, mãe de seis filhos – o mais velho tem 11 e a mais nova sete meses, Bianca, com deficiência física no braço esquerdo. O marido está preso. “Não tenho como pagar”, afirmou. Ela mora em três cômodos de aluguel (R$ 200) há oito meses, na Travessa Poente, 52. Vanessa contou que a renda provém apenas dos programas Bolsa Família e auxílio reclusão (benefício aos dependentes do segurado previdenciário de baixa renda recolhido à prisão). Situação semelhante é de Cosme Inácio dos Santos, 61 anos, residente na Rua do Inverno, 150 (casa 1), com sérios proble-
Vanessa com Bianca no colo: sem rumo
mas de saúde. “Trata-se de serviço público essencial. Existem outros meios para a companhia cobrar. Não com coação. A mãe precisa dar banho quente nessas crianças”, afirmou a defensora pública autora das duas ações, com pedidos de liminares, protocoladas no Fórum. Até ontem, os juízes não haviam decidido. A Eletropaulo justificou que os cortes de energia a clientes do núcleo foram por não pagamento e que houve aviso prévio – existe renegociação das dívidas. Hoje à tarde, em São Paulo, reunião ocorre no Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública para discutir o problema de forma coletiva. ▲
▼ RELIGIÃO
Fiéis homenageiam Santo Expedito Milhares de pessoas participaram de missas, quermesses e procissões
Marina Brandão
Alexandre Calisto Especial para o Diário ▼ Cerca de 5.000 fiéis participaram ontem das onze missas realizadas na Paróquia de Santo Expedito no Jardim Itapark, em Mauá. Velas, flores e pingentes foram os meios materiais que os religiosos encontraram para agradecer ao santo pela graça alcançada e aproveitaram a oportunidade para fazer novos pedidos. Conhecido por resolver causas urgentes, o santo é procurado para solucionar questões financeiras, conseguir trabalho e amenizar conflitos familiares. Foi justamente por ser devoto do santo que o aposentado Arnaldo Ferreira, 61 anos, acredita ter conquista-
do o sonho da compra de um imóvel. “Eu rezo há 15 anos. Há 10, eu tenho minha própria casa”, conta. Além de alcançar bens materiais, fiéis atribuem ao santo a resolução de brigas. Segundo a aposentada Tereza do Carmo, 80, foram as preces que acalmaram o filho, que passava por momentos conturbados. Para homenagear o santo, reservou lugar na casa para montar um altar. “Todo o dia 19 eu rezo. Nesta data eu participo da comemoração na igreja”, conta a religiosa que não sai de casa sem a pequena imagem que carrega do santo em sua bolsa. Além das missas e da procissão, a igreja também promoveu a quermesse para reunir a comunidade.
Religiosos agradecem e fazem pedidos ao santo das causas urgentes
▼ MAUÁ
Motoqueiro morre e quatro ficam feridos em acidente Rafael Ribeiro ▼ Um motociclista morreu e outras quatro pessoas ficaram gravemente feridas em acidente na madrugada de ontem na Avenida Barão de Mauá, altura do número 2.599, Centro de Mauá. Paulo Sérgio Soares de Oliveira, 23 anos, trafegava com a namorada na garupa de sua Suzuki Bandit vermelha e não conseguiu evitar o choque com um Verona cinza que cruzava a via. Segundo depoimento de testemunhas à polícia, por volta das 23h30, a motorista do veículo fez conversão
proibida em alta velocidade, sem olhar com atenção para os lados. Pouca coisa sobrou dos veículos acidentados, tamanha a violência do impacto. A moto praticamente se fundiu à lataria do carro. Dentro do carro estavam duas pessoas. Todos os quatro acidentados foram encaminhados ao Hospital Nardini, na cidade, mas Oliveira não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois. Segundo familiares, as outras três pessoas permaneciam internadas até o fim da tarde de ontem e o estado de saúde era grave, apesar de não correrem risco de mor-
rer. Ocaso foi registrado no 1º DP (Centro). É o terceiro acidente envolvendo morte em Mauá em menos de 15 dias. Na última quarta-feira, um menor de 17 anos teria atropelado um engenheiro após roubar um carro. O caso mais grave, no entanto, foi registrado no último fim de semana, quando seis pessoas da mesma família morreram após uma Kombi bater em um poste e em um muro. Um total de 11 pessoas estavam no veículo e apenas duas tinham recebido alta médica. Uma mulher precisou amputar as pernas. ▲