A COMUNICAÇÃO HUMANA
A COMUNICAÇÃO HUMANA A COMUNICAÇÃO HUMANA
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PROGRAMA EDUCATIVO - MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES COORDENAÇÃO GERAL Bia Jabor | COORDENAÇÃO EXECUTIVA Tatiana Assumpção Richard PROGRAMAS PARA MULTIPLICADORES Adriana Fontes | ARTE EDUCADORES Ana Rondon, Eduardo Machado, Hugo Richard, Keyna Mendonça e Roberta Condeixa ESTAGIÁRIOS Anita Sobreira, Carolina Cambará e Rosana da Silva ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO Pablo Matos | ASSISTENTE Carolina Prestes CADERNOS EDUCATIVOS EQUIPE EDITORIAL Adriana Fontes, Alexandre Guarnieri, Analu Cunha e Bia Jabor CONSULTORES Ethevaldo Siqueira, Francisco Régis Lopes Ramos, João Fonseca, João Modé e Luiz Guilherme Vergara | REVISÃO DE TEXTO Roseane Luz PROJETO GRÁFICO 32Bits™ CRIAÇÕES DIGITAIS Museu das Telecomunicações / Oi Futuro Direção/Curadoria Maria Arlete Gonçalves | Museologia Tatiana Laura Infra-estrutura/tecnologia Taissa Thiry | Centro de Pesquisa Bruna Queiroz Coordenação editorial Shirley Fioretti | Web Fernanda Sarmento MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES RUA DOIS DE DEZEMBRO, 63 - FLAMENGO WWW.OIFUTURO.ORG.BR/MUSEU TEL: 3131-3050
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>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> “infotenimento” Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, no Museu das Telecomunicações o visitante constrói seu próprio tempo. Para contar a aventura da comunicação humana, nosso programa educativo, ao mesmo tempo em que aprofunda informações técnico-científicas, não perde de vista seu caráter de educação informal. Aqui, se aprende brincando.
Assim, o Museu se destaca como espaço de diversão e conhecimento, onde a tecnologia da comunicação vai além de si mesma, expandindo-se como ferramenta para transformação do pensamento humano.
Numa visita customizada como esta, feita sob medida para estabelecer uma relação pessoal com a história, com os objetos e documentos expostos, cada visitante é, ao mesmo tempo, espectador e protagonista.
Prepare-se para selar um pacto com outro tempo, marcado logo na entrada por sua própria imagem refletida num jogo de espelhos. Na saída, o ciclo se fecha com uma última passagem que nos remete diretamente ao útero materno, sincopado pelo mais primitivo dos sons: a nada tecnológica batida do coração.
Conheça. Interaja. Pergunte. Experimente. Emocione-se. Divirta-se. E faça dessa visita de hoje, aquele momento inesquecível do futuro. Maria Arlete Gonçalves Diretora Oi Futuro
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Caro educador/multiplicador,
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Os museus e centros culturais são hoje, antes de qualquer coisa, espaços para o desenvolvimento da experiência e da educação. Um lugar para se pensar, fazer, discutir, interagir e aprender através da arte e dos objetos que compõem o seu acervo. O programa educativo do Museu das Telecomunicações, no espaço cultural Oi Futuro, elaborou este material especialmente para os professores, educadores e responsáveis pelos grupos que tenham interesse em visitar o museu e aprofundar seus conteúdos, assim como multiplicar sua abrangência pedagógica.
Mais do que nunca, professores e educadores buscam novas ferramentas de ensino, com o objetivo de dinamizar suas aulas e trazer outras formas de aquisição do conhecimento para seus alunos. O museu pode ser uma dessas ferramentas; e o professor/educador, um de seus mais importantes elos comunicativos. Por isso, elaboramos estes cadernos educativos que servirão de apoio e aprofundamento de conteúdos do museu e uma forma de dar continuidade à sua visita e criar desdobramentos futuros, pois é através de vocês que o Museu das Telecomunicações irá se transformar em material de ensino-aprendizagem. O Museu das Telecomunicações é pequeno, se considerarmos seu espaço físico, mas enorme em termos de conteúdo. É um espaço cultural que não se esgota em uma única visita e pode ser trabalhado a partir de diversos caminhos. E esta é, justamente, a proposta do museu: um museu em forma de hipertexto — ou seja, com muitas entradas e possibilidades de “conexões” –, onde você escolhe o que quer ver, tornando-se, ao mesmo tempo, espectador e protagonista. O programa educativo identificou quatro principais eixos temáticos que podem ser trabalhados a partir do museu: A História das Telecomunicações | Traça uma linha do tempo das telecomunicações, apresentando seus principais acontecimentos, inventos, descobertas e personagens. A Comunicação Humana | Apresenta o desenvolvimento da comunicação humana na história da humanidade e seus impactos no desenvolvimento das sociedades. Industrialização e Design | Focado na relação do homem e seus objetos, traçando o desenvolvimento do design no mundo e no Brasil. Redes e Rizomas | Discute sobre o conceito de redes e rizomas em diversos âmbitos da sociedade contemporânea, as relações com o hipertexto e a aplicação deste conceito na educação. Cada eixo temático pode ser trabalhado separadamente, de acordo com o interesse do multiplicador e com diferentes objetivos. Ao mesmo tempo, os eixos temáticos se intercomunicam, ampliando ainda mais as possibilidades de leitura e entradas educativas no museu.
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multiplicadores >>>>>>>>> >>>>> aos Para cada eixo temático, convidamos um consultor especial que vai contribuir, com sua visão e experiência profissional, para um melhor entendimento do tema em questão. Os textos de cada caderno (eixo temático) foram organizados sob a forma de hipertexto, tendo em vista o objetivo de seguir a mesma linha de pensamento do museu, trabalhando a idéia de página de internet, redes, rizomas, simultaneidade e convergência, questões tão presentes em nossa sociedade contemporânea. “Tudo ao mesmo tempo, agora. Em um único lugar.” A idéia de hipertextos é trazer informações complementares, glossário de termos e conceitos, diálogos com o acervo, vídeos e conteúdos do museu, referências bibliográficas e de pesquisa, sugestões de desdobramentos futuros em sala de aula, tópicos para reflexão e debate, além de instigações e curiosidades sobre o tema em questão. O objetivo de separar os conteúdos em eixos temáticos é uma forma de oferecer, ao multiplicador, uma pesquisa mais aprofundada sobre os principais temas que compõem o museu e que sirva de apoio para que você possa programar diversas visitas a este espaço, ao longo do ano e de acordo com os diferentes focos de interesse e objetivos a serem alcançados. A cada visita, um novo museu se abrirá para o grupo. É importante que o professor/educador tenha em mente que, apesar deste material educativo poder ser utilizado por todos os profissionais interessados em trabalhar com os conteúdos do museu (sejam professores da rede formal de ensino ou de universidades, educadores e profissionais de projetos sociais, professores de cursos profissionalizantes e de formação continuada), as adaptações para o perfil, faixa etária e interesse do grupo ficam a critério do próprio multiplicador responsável. Além deste material, oferecemos encontros especiais para professores e educadores, em que apresentamos cada um dos eixos temáticos, discutindo as diferentes possibilidades de leitura e entradas educativas. Esta é uma oportunidade para se discutir não só com os profissionais do projeto educativo, mas também com outros profissionais que fizerem parte do grupo, as formas de se trabalhar o museu a partir das especificidades e interesses de cada grupo. Não pretendemos ensinar receitas nem esgotar esses assuntos, mas sim apontar caminhos possíveis para se elaborar, refletir e debater sobre o mundo das telecomunicações, bem como as formas de conhecê-lo, interpretá-lo e, sobretudo, compreender a sua essência: promover o encontro com o outro. Bia Jabor Coordenação Geral | Programa Educativo
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comunicação e fenômeno humano, comunicação como condição humana Luiz Guilherme Vergara Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, é professor do Departamento de Artes e chefe de departamento do curso de Produção Cultural daUniversidade Federal Fluminense. É Mestre em Artes e Instalações Ambientais e PHD em Arte Educação, ambos pela New York University.
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COMUNICAÇÃO E FENÔMENO HUMANO,
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COMUNICAÇÃO COMO CONDIÇÃO HUMANA. “ A condição humana segundo os primórdios gregos estava ligada ao diálogo, zoon logon ekhon (“um ser vivo dotado de fala”), que fundava a polis, pois fora desta estavam os escravos e bárbaros, aneu logou, “destituídos, naturalmente, não da faculdade de falar, mas de um modo de vida no qual o discurso e somente o discurso tinha sentido e no qual a preocupação central de todos os cidadãos era discorrer uns com os outros”.
ARENDT, Hannah. A condição humana. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981.
“Não nascemos para sermos nomes e sim verbos.” >>> Agnes Martin
Se no início existia o verbo, estamos retornando a um reconhecimento fundamental de nossa história milenar — “nascemos para sermos verbos”, ações comunicativas! Mas, por que meios? Precisamos unir sujeitos e reinventar a objetividade do mundo. Em plena era da comunicação eletrônica em redes hiperespaciais, vivemos em um planeta cuja dimensão se reduz aos kbites e às bandas largas. A cada dia surgem inúmeras novas geografias das navegações por sistemas wireless, onde se confundem as contradições e celebrações em face das conquistas dos novos sistemas portáteis de comunicação. Estamos mais ou menos alienados do mundo? Mais ou menos incomunicáveis? Mais ou menos humanos ou humanóides? O fato concreto é o que Marshal McLuhan denuncia — certamente, entre vários outros críticos da cultura de massa — como um inventário de grandes mudanças que surpreendiam pela sua rapidez, sua escala global e, principalmente, por seu efeito direto em todas as relações sociais: “Você está mudando. Sua família está mudando. Sua profissão está mudando. Sua educação, seu bairro, seu governo, suas relações com os ’outros’ — tudo está mudando.” Mas depois de quatro décadas, ainda estamos perplexos diante da grande onda das redes de comunicação eletrônica: o que falar para as novas gerações que já nasceram no século XXI? Como atualizar os primeiros alertas da emergente aldeia global dos idos anos 1960 de McLuhan — como podemos rever suas afirmações sobre um curioso jogo de ambigüidades entre as mídias modeladas pelo “Homem”, que já deixavam de ser instrumentos transmissores de mensagens, para serem a total “extensão do Homem”? Isto é, os meios tornaram-se “massa-gens”, sem as quais (em um poder crescente) nosso corpo e mente coletiva não passa sequer um dia desconectado. Previsões como estas antecipavam realidades de uma cultura visual cada vez mais dominadora de alienação e redução do mundo, para uma dimensão de aldeia global completamente independente das distâncias e singularidades das geografias locais. A comunicação, como parte dos instrumentos adquiridos a um alto custo, ao longo do século XX, foi extremamente estudada através de diferentes pontos de vista. Mas por quê? Ora, atacada pelos cientistas sociais, como instrumento de dominação ideológica ou política; ora, por um outro viés, pelos filósofos e estudiosos da cognição, como culminância do fenômeno humano. O preço da revolução industrial, da modernidade e sua instauração forçada por novos meios de produção, controle e segurança, constituíram as moedas de troca entre o bem e o mal-estar da modernidade, onde os meios de comunicação serviram como portais das novas regras de comportamento e relações sociais. De Marx a Freud, a alienação era tratada ou pelos manifestos para uma reforma social, onde “tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e, por fim, o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações com sua espécie”; ou pelo divã — para muitos, culminância do desamparo comunicativo do indivíduo na sociedade –, na tentativa de se restabelecer uma interpretação ou realinhamento entre os elos reprimidos
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McLUHAN, Marshal e FIORE, Quentin. O meio são as massagens. Inventário de efeitos. Rio de Janeiro: Editora Record. Ibid.
MARX e ENGELS. O Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2006.
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BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2005.
do inconsciente pelo consciente, da pressão civilizatória de fora sobre os instintos. Zigmunt Bauman inverte o mal-estar da modernidade proposto por Freud, para as novas negociações e perdas da pós-modernidade. “Líquido-moderna” é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir […] Numa sociedade líquido-moderna, as realizações individuais não podem solidificar-se em posses permanentes porque, em um piscar de olhos, os ativos se transformam em passivos e as capacidades, em incapacidades.” Entre o mal-estar de Freud e a visão de Bauman, se insere uma nova geração de agitadores e apóstolos da nova ordem que se ergue, sustentada pela potência crescente de alienação e modelação dos meios de comunicação. As vozes de Guy Debord e McLuhan se complementam repletas de perplexidades críticas, respectivamente, junto a uma sociedade de espetáculo, do evento e da impermanência de valores, que se alimenta e se torna alimento de uma cultura visual de comunicação para as massas, de circulação mundial imediata de imagens eletrônicas passageiras, da mídia global “massageando” novos padrões ou rótulos de ordem e liberdade, com modelos de comportamento e sucesso, não mais pela disciplina civilizada. Mas como ultrapassar esta barreira da comunicação visualizada apenas como rede mecânica, instrumento de controle e alienação de massas? Seguramente, o mundo se tornou uma aldeia, sim; porém, um lugar onde simultaneamente se faz valer a coincidência de extremos opostos coexistindo entre o mais radical pessimismo filosófico niilista e as forças de ação e vontade construtiva geral, como bem declarou o artista Hélio Oiticica, nos anos 1960. Entre estes extremos, existe uma terceira margem que defende a dimensão processual da comunicação como elos orgânicos entre consciência, comunidade e história. Comunicação, então, pode ser vista como instrumento de poder e violência, sim; mas também como parte de uma trajetória de buscas e redenção libertadora, como Hannah Arendtbem colocaria em seu ensaio sobre a condição humana, em 1958. Pois, neste tratado, Arendt dá início à sua apresentação com uma argumentação sobre o “Homem: animal social ou político”. É juntamente com o surgimento do estado-nação, que se identifica a polaridade do conceito que Aristóteles chamou de “bios politikos: a ação (práxis) e o discurso (lexis)”. O que une o homem em suas primeiras formas sóciopolíticas, caminha lado a lado com sua capacidade de ação e discurso (comunicação). Na relação comunitária embrião da polis — compartilhar, negociar e colaborar –, o pensamento grego dava também uma dimensão pragmática a dois componentes das principais capacidades humanas: o “autor de grandes feitos” e o “pronunciador de grandes palavras”. A comunicação, então, se projetava como uma capacidade humana da mais alta sabedoria, ao ser capaz de “emitir grandes palavras (megaloi logoi) em resposta a rudes golpes”. Talvez, possamos aí também repensarmos sobre a síntese da gênese bíblica — “no início era o verbo”. Ação e discurso se somam como criação (inaugural) e comunicação (união). É do avanço para a polis que a ênfase maior se desloca da ação para o discurso, porém, o discurso é uma ação comunicativa que não se impõe pela violência, mas que se coloca como estratégia de persuasão.
ARENDT, Hannah. A condição humana. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981.
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Seguindo a abordagem de Arendt, toda a tecnologia que compõe nossa era moderna é da comunicação a distância, do aumento das velocidades e redução dos espaços — a alienação ou desmaterialização do planeta Terra, pois tudo o que está preso à superfície dos acontecimentos terrestres, assim como a vida dos nossos sentidos atrelados aos nossos corpos, está prejulgado como relativo. Porque somente as dimensões relacionadas com o universo poderiam ser tomadas como pontos de referência para todas as medidas — de tempo absoluto, espaço absoluto, movimento absoluto...
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Estamos em meio a um grande momento de mudanças que podem ser vistas como desafios da comunicação — da polifonia de Bakhtin, de muitas vozes contrastantes simultaneamente se falando, preenchendo nossas pequenas aldeias globais de noticiários. Uma sabedoria, talvez totalmente aristotélica, recuperada por Bakhtin, ou das redes rizomáticas propostas por Deleuze e Guattari, ou da pedagogia existencial de Paulo Freire, as ações e os discursos se espalham como as gramas (grassroots — Appadurai), de baixo para cima.
> BAKHTIN, Mikhail (1895–1975, teórico russo da linguagem.
Para construir esta visão ”polifônica”, sobre a emergência da comunicação como desafio humano, acordamos por enfocá-la como caminho essencial para a superação dos principais impasses que atingem a humanidade em sua escalada (pré-moderna/medieval, moderna/ industrial e pós-moderna/globalizada). Pois a consciência do seu inverso — a alienação e incomunicabilidade; o isolamento e a exclusão social — nasce, simultaneamente, com o princípio comunicativo da humanização, cultura e civilização moderna. Ao mesmo tempo que crescem, aceleradamente, os instrumentos de transporte em massa, pela velocidade e pelos sistemas de visão e comunicação a distância, um mundo paralelo de relações horizontais, de bases, emerge de baixo para cima, demandando contatos diretos e uma ética dialogal entre sujeitos, de esforços pela desalienação do mundo, de resgaste da polis nas grandes “metro-polis” de arranha-céus. Somos convocados, por todas as vanguardas, a experimentar o mundo pela dinâmica comunicativa dialogal (vivencial) do corpo, como o coração que move e nos faz mover com o mundo e no mundo. Por todos os caminhos, a comunicação dialogal se estabelece como base existencial do conhecer o conhecimento como construção recíproca de sujeitos — entre sujeitos — e mundo. Daí, esta formulação é também construtivista, como um dialogismo entre Piaget e Vygotsky. Se passa pela esfera tripartida da experiência proposta por Piaget — a humanidade, como um todo, percorre simultaneamente e, obrigatoriamente, três estágios: no primeiro, o encontro, o estranhamento (Paulo Freire) pré-operacional; no segundo, o relacionalconcreto; e no terceiro, o conceitual, o sistêmico ou a admiração transformativa. Da mesma forma, é também construtiva, como propõe Vygotsky: toda a construção da mente é relacional/social. Nessas heranças dos estudos da mente e estados de aprendizagem pela recuperação do sujeito, em pleno século XX, os estudos se deslocaram da esfera de uma busca por novos saberes, para uma ética de como esses saberes emergem do caos para uma vivência compartilhada, para uma nova ordem da condição humana.
APPADURAI, Arjun. Globalization. London: Duke University Press, 2003.
Chegamos a uma nova era de grande complexidade, pois seu avanço também (des)encapsula raízes e vírus adormecidos, novas e velhas epidemias, respondendo a aberturas de antigas fendas arqueológicas. Todo o planeta é também uma consciência e um corpo revestido de infinitas camadas de memórias. Estamos igualmente próximos da Idade Média, ao caminharmos por dentro de rachaduras das grandes metrópoles, onde encontramos favelas e calçadas habitadas por sombrias figuras sem oportunidade de agir e falar. Ao mesmo tempo, todas as camadas acumuladas de memórias e mentalidades são revestidas da mais alta tecnologia, com diferentes usos e para as mais diversas ideologias. Da mesma forma que os comandos do tráfico entram na grande rede da Internet e passam a fazer parte de uma estranha trama do progresso-comunicação e tecnologia. Os maiores avanços das tecnologias da comunicação nos assustam tanto quanto a apresentação do telescópio para Descartes. Seu poder de alienação da realidade é simultaneamente o mesmo para nos unir na visão de uma nova geografia das redes humanas. Sem dúvida, podemos concluir com Agnes Martin, assim como começamos: “Não nascemos para sermos nomes e sim verbos.” Nossa condição como fenômeno humano está totalmente ligada a esta afirmação, condição poética e ética, pois toda a vida humana, pela arte-ciência-filosofia e educação, só se faz por uma ética viva das ações comunicativas.
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a comunicação humana ALEXANDRE GUARNIERI Tecnologista do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Arte-educador habilitado em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Poeta, artista e Mestre em Tecnologia da Imagem pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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A COMUNICAÇÃO HUMANA
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1. PARA INÍCIO DE CONVERSA... “Num dia de ventania, dois monges discutiam sobre uma bandeira que tremulava ao vento. O primeiro disse: “Acho que a bandeira é que se move, não o vento.” O segundo disse: “O vento é que se move e não a bandeira.” Um terceiro monge passou e disse: “Nem o vento nem a bandeira se movem, suas mentes é que não param!” >>> Parábola budista
Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o Universo? Qual o nosso Foto : Taod
papel nele? Estamos sozinhos, afinal? Eis algumas das questões que cientistas e filósofos vêm se perguntando, há séculos. Alguns diriam que estas são, com certeza, questões fundamentais que seres como nós, inteligentes e desenvolvidos, deveriam se dedicar a responder. Mas qual a importância de recolocar, de fato, essas questões ao longo dos séculos? Diferentes épocas têm sugerido diferentes respostas? É possível responder a essas questões? Há apenas um ponto de partida para buscar as respostas? Qual motivação há por trás das pessoas que transformaram suas vidas tentando respondêlas? É certo que filósofos, cientistas e religiosos têm olhado para essas questões sob diferentes perspectivas. Mas se existe algo realmente fundamental, anterior a elas, o que seria? Eis um outro ponto intrigante que nos remeteria àquele notório impasse filosófico sobre a origem do ovo e da galinha; ou mesmo às elucubrações envolvendo o sucesso comercial de um famoso e gostoso biscoito: “É fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?” Desde quando o Homem tem sido capaz de se formular essas questões tidas como fundamentais? Por que, afinal, as consideramos fundamentais? Enfim, foi o aparecimento da linguagem — como a entendemos hoje — que possibilitou ao Homem a consciência de tais questões ou foram, antes, essas questões, como uma
O CÉREBRO HUMANO O cérebro humano, que requer 25% do sangue que o coração bombeia, é particularmente complexo e extenso. É um conjunto distribuído, de milhares de milhões de células, que se estende por uma área superior a 1 metro quadrado. É constituído por cerca de 100 bilhões de neurônios, que parecem organizados em agrupamentos chamados fibras nervosas, cada uma com 80 a 100 neurônios. Calcula-se que existam 200 milhões de ligações entre ambos os hemisférios cerebrais. A neurociência é um termo que reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso, especialmente a anatomia e a fisiologia do cérebro humano. >>> www.wikipedia.org
centelha, que propiciaram e instigaram o aparecimento de uma linguagem cada vez mais sofisticada, mais desenvolvida? Para os cientistas, as respostas não são tão simples. Muitas vezes há uma combinação Foto : Julia M Cameron
tão íntima de fatores, dos mais distintos, que separar o que vem antes e o que vem depois é praticamente impossível. Parece mais interessante considerarmos esses avanços como fruto de uma rede complexa de variáveis e eventos não exatamente hierárquicos, mas cooperativos. Dentre as inúmeras teorias sobre o aparecimento da linguagem, muitas delas apontam para a evolução de nossa fisiologia cerebral, motivada pela capacidade de usarmos nossas mãos de modo único, dependentes do desenvolvimento de áreas específicas do nosso cérebro — isto porque passamos a andar eretos –, para construir coisas, das mais simples às mais sofisticadas; e depois, de máquinas que operadas pelas mãos iriam construir coisas em escalas não-manuais, das microscópicas às gigantescas. É claro que a sobrevivência e evolução da espécie humana sempre — e sobretudo para os biólogos — assume um papel central nas mesas de discussão. “Somos arquivos ambulantes de uma sabedoria ancestral. Nossos corpos e mentes são como monumentos vivos dos raros sucessos de nossos antepassados. Darwin ensinou-nos isso.” >>> A formiga e o Pavão, Helena Cronin.
Entre permanecer existindo ou entregar-se à extinção pelas mais variadas causas imagináveis (catástrofes naturais, escassez de alimentos, fome, doenças, predadores etc.), o Homem aparentemente optou pela primeira alternativa — ou não estaríamos aqui! Parece estar em Charles Darwin, autor da teoria da evolução e da seleção natural, um potente vetor das pesquisas sobre o surgimento do Homem na face do planeta e, para muitos cientistas, os impactos de suas idéias no senso comum ainda estão por vir.
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CHARLES DARWIN, 1809-1882 Charles Robert Darwin foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado paradigma central para a explicação de diversos fenômenos na Biologia. SELEÇÃO NATURAL O conceito básico de seleção natural é que as condições ambientais (isto é, a “natureza”) selecionam quão bem uma determinada característica de um organismo ajuda na sobrevivência e reprodução desse organismo. À medida que as condições ambientais não variem, ou permaneçam suficientemente similares, essas características continuam a ser adaptativas e elas tornar-se-ão mais comuns na população. >>>www.wikipedia.org
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“ A vida inteligente em um planeta torna-se amadurecida quando, pela primeira vez, compreende a razão da sua própria existência. Se criaturas superiores provindas do espaço algum dia visitarem a Terra, a primeira pergunta que farão, a fim de avaliar o nível de nossa civilização, será: “Eles já descobriram a evolução?” >>> O Gene egoísta, Richard Dawkins.
Os cientistas não negam que a capacidade humana de se comunicar seja um dos fatores vinculados diretamente ao sucesso de nossa permanência sobre a face do planeta. Como ela terá surgido? Atualmente, o bioquímico e matemático austríaco Martin Nowak é um dos cientistas que tem levado adiante o evolucionismo de Darwin, ao estudar o papel da linguagem articulada na evolução humana. Segundo ele, “a linguagem articulada humana é o traço evolutivo mais interessante surgido nos últimos 600 milhões de anos. Sua eclosão seria um evento tão importante para a história da vida na Terra quanto o surgimento dos eucariotes ou dos organismos multicelulares”. Além disso, Nowak procura destacar de que forma a seleção natural teria propiciado o surgimento da linguagem articulada, no campo da comunicação animal. “ O homem (ou a mulher) das cavernas grunhe. De grunhido em grunhido, vai se fazendo entender pela mulher (ou homem) de seu convívio, os filhos, os demais companheiros da tribo. Na medida em que cada som especializa um sentimento ou uma intenção está construindo, por simples repetição, a gramática sem a qual já não sobreviverá, inteligível unicamente para o reduzido núcleo social de que faz parte integrante. Inicialmente se dirige a alguém próximo, que só aos poucos o vai entendendo. O primeiro som emitido é solto no espaço, com direção, embora sem tradução para quem o escuta. Em seguida, lentamente, se vai tecendo entre ambos, e os demais habitantes da gruta primeva, a linguagem originária. Do não-significante para o significado.” >>> Um inferno de espelhos [apres.] Antonio Bulhões.
2. “FAÇA-SE!”: A POTÊNCIA CRIADORA E UNIFICADORA DA FALA
FALA Fala é a capacidade ou o uso dessa capacidade de emitir sons em algum padrão. Para falar ou cantar, movimentamos cerca de uma dúzia de músculos da laringe, bem como as cordas vocais. O ar que sai dos pulmões percorre os brônquios e a traquéia chegando até a laringe, os músculos se contraem regulando a passagem do ar. Nossos movimentos fazem as cordas vocais vibrarem e produzirem sons. Chegando à boca, o som laringiano é articulado graças à ação da língua, dos lábios, dos dentes do véu palatino e do assoalho da boca. A voz é uma característica humana intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. À emissão de uma voz saudável damos o nome de eufonia; a uma voz doente, ou seja, com alguma de suas características alterada, denominamos disfonia. >>>www.wikipedia.org
“Para mim, o mundo se constitui de indivíduos que estão sempre em busca de parceiros, de amantes, de um guru, até mesmo de Deus. Os acontecimentos mais importantes e transformadores da vida são os encontros entre esses indivíduos. [...] Foram muitas as ocasiões em que os seres humanos mudaram o mundo mudando a maneira como conversavam. Certas revoluções da conversação tiveram um efeito tão importante quanto muitas guerras, rebeliões e graves crises de escassez. Em várias ocasiões em que problemas pareciam insolúveis, em que a vida parecia não ter mais sentido, em que os governos perdiam o poder, as pessoas conseguiram encontrar uma saída mudando o tema das suas conversas, mudando a maneira como falavam ou passando a conversar com outras pessoas. No passado, foram mudanças assim que produziram a Renascença, o Iluminismo, a modernidade e a pósmodernidade. É chegada a hora de uma Nova Conversa.” >>> Conversação, Theodore Zeldin.
Falar parece tão fluente e natural, para nós, quanto se coçar. Dificilmente ocupamos nossos pensamentos cotidianos com formulações sobre o aparecimento de uma infinidade de palavras que usamos no dia-a-dia. Elas simplesmente fluem da nossa mente à boca, porque nos foram ensinadas através da repetição e imitação. Mesmo sem entender o significado de uma frase em japonês, por exemplo, seria possível repetir palavras com uma pronúncia razoável, se nos esforçássemos simplesmente em imitá-las. Através da fala, não só se abrem possibilidades infinitas de comunicação com nossos semelhantes, como também a construção das redes de afinidade, a satisfação dos mais simples prazeres que dependem, muitas vezes, de pedidos banais, articulados em poucas palavras: “quero água”, “sinto frio”, “vamos conversar?”, “do que você precisa agora?”, “você está tão linda!” São frases simples, mas que podem alterar diretamente nossa vida diária ou, até mesmo, o curso da nossa história. A fala nos parece hoje tão fundamental quanto o ar que respiramos. Chega a ser
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estranho pensar que ela nem sempre esteve conosco, numa perspectiva biológica e de nossa história enquanto espécie sobre a face da Terra.
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Antes de prosseguirmos, é preciso estabelecer as devidas distinções entre linguagem e língua. A faculdade da linguagem (comunicação articulada) é anterior à organização atual das línguas. Ou seja, enquanto a primeira diz respeito às capacidades humanas de simbolização e abstração, a segunda tem relação com os conjuntos de palavras e expressões usadas por povos e nações. Munida de regras próprias, cada língua possui sua gramática específica. Esta é uma das maneiras de pôr em prática a linguagem, mas existem outras. As artes visuais, por exemplo. Ou a música instrumental. Muitas narrativas míticas e cosmogônicas referem-se à fala como um atributo inerente aos deuses e a forças sobrenaturais. “No início, era o Verbo.” Na Bíblia, Deus cria o mundo através de palavras, de sua própria fala divina primordial. Ele disse: “Faça-se a luz!” — e a luz se fez. Para a Ciência contemporânea, essa luz poderia traduzir-se pela expressão “Big Bang” (o grande estouro). Para os estudiosos do cosmos, o Big Bang é estado extremamente denso e quente, do qual emergiu o universo há cerca de 13,7 bilhões de anos. Na Antiguidade, magos acreditavam em seu poder de materializar objetos e alterar o curso de fenômenos naturais através de frases e palavras mágicas. Quem não lembra de “Abracadabra” ou “Alakazam”? É claro que o cinema e a literatura têm caricaturizado esses misteriosos personagens há décadas, com destaques recentes para o jovem mago Harry Potter; ou o velho e experiente Gandalf, da trilogia O Senhor dos Anéis; ou mesmo
COSMOGONIA E MITOLOGIA Cosmogonia é o termo que abrange as diversas lendas e teorias sobre a origem do universo, de acordo com as religiões, mitologias e ciências, através da história. Um mito é o relato em forma de narrativa, com caráter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião. Acontecimentos históricos podem se transformar em mitos, se adquirem uma determinada carga simbólica para uma dada cultura. Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas, lenda ou saga. >>>www.wikipedia.org
o clássico Merlin, das lendas do Rei Arthur. Por que não citar também o mago brasileiro Paulo Coelho, que através do uso das palavras, em seus livros (traduzidos para 59 idiomas), fizeram-no alcançar fama mundial e até colocá-lo entre os “imortais” da nossa Academia Brasileira de Letras? Mas que poder é esse, por trás das palavras e da fala? Por que certas palavras e discursos têm tamanho poder de aglutinar pessoas, consolidar sociedades ou mesmo criar países?
“Um pensamento se realiza tornando-se palavra; esta se realiza pelos sinais, sons e figuras dos sinais: é este o primeiro grau de realização. Depois ela se imprime na luz astral por meio dos sinais da escrita ou da palavra; ela influi sobre outros espíritos, refletindo-se neles; se refrata atravessando o diáfano dos outros homens, aí toma formas e proporções novas, depois se traduz em ato e modifica a sociedade e o mundo; é este o último grau de realização. Os homens nascem num mundo modificado por uma idéia, trazem consigo sua impressão e é assim que o verbo se faz carne.”>>>Dogma e ritual de alta magia, Eliphas Levi.
O “pensamento mágico”, a despeito dos aspectos teológicos, desempenha uma função de memória nas sociedades sem escrita. Os mitos encarnam, através dos deuses, das histórias de heróis e ancestrais, as principais representações de uma comunidade. Através da fala — desde os discursos dos grandes líderes carismáticos, capazes de influenciar multidões e mudar a história das nações, até nossa corriqueira troca de palavras cotidianas –, nos conectamos ao mundo, aos outros, num eterno jogo de sentido e transformação. Jogo capaz de reconfigurar contextos locais, sociais e políticos, fortalecendo laços, mudando rumos, (re)significando tudo aquilo que nos cerca, sem nos darmos conta desse complexo mecanismo de espelhamentos e refrações. Quando nossa fala encontra a fala alheia, se mistura a ela, ambas se transformam levando adiante, no entanto, parte das centelhas que as originaram.
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MAGOS Mago ou magi, plural da palavra persa antiga magus, significando tanto imagem quanto “um homem sábio”, que vêm do verbo cuja raiz é “meh” (grande) e, em sânscrito, “maha”. Os magi originais eram a casta sacerdotal da Pérsia Sassânida, além de químicos e astrólogos. Seus trajes consistiam de um manto escuro decorado com astros, chapéu alto, triangular e pontudo, e suas demonstrações públicas envolviam o uso de substâncias químicas para geração de fumaça que causavam grande impressão entre o povo; observadores europeus trouxeram sua imagem para o folclore do ocidente. Na Bíblia, os magos se traduzem como homens sábios. O termo também tornou-se familiar com os magos que visitaram o menino Jesus, no Evangelho de Mateus, capítulo II. >>>www.wikipedia.org
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No início dos tempos, as palavras podem ter surgido da tentativa de homens e mulheres imitarem o som das coisas, da natureza, dos animais; hoje, elas nos inspiram a transformação e a criação, o movimento da renovação. Para o filósofo da informação Pierre Lévy, “o jogo da comunicação consiste em, através de mensagens, precisar, ajustar, transformar o contexto compartilhado pelos parceiros. Ao dizer que o sentido de uma mensagem é uma “função” do contexto, não se define nada, já que o contexto, longe de ser um dado estável, é algo que está em jogo, um jogo perpetuamente reconstruído e negociado. Palavras, frases, letras, sinais ou caretas interpretam, cada um à sua maneira, a rede das mensagens anteriores e tentam influir sobre o significado das mensagens futuras. O sentido emerge e se constrói no contexto, é sempre local, datado, transitório. A cada instante, um novo comentário, uma nova interpretação, um novo desenvolvimento podem modificar o sentido que havíamos dado a uma proposição (por exemplo) quando ela foi emitida. [...] Os atores da comunicação produzem, portanto, continuamente, o universo de sentido que os une ou que os separa”. >>> As tecnologias da inteligência, 1993.
TRADIÇÃO Tradição (do latim, traditio ou tradere, que significa entregar) é a transmissão oral de lendas, narrativas ou valores espirituais que são passados de geração a geração. Diz respeito à crença de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações (recordações, memórias ou costumes). A tradição e sua presença na sociedade baseiam-se em dois pressupostos antropológicos: 1. as pessoas são mortais; 2. a necessidade de haver um nexo de conhecimento entre as gerações. Tem-se, por tradição, no sentido amplo, tudo aquilo que uma geração herda das suas precedentes e lega às seguintes. Os aspectos específicos da tradição devem ser vistos em seus contextos próprios: tradição cultural, tradição religiosa, tradição familiar e outras formas de perenizar conceitos, experiências e práticas entre as gerações. >>>www.wikipedia.org
3. DA LÍNGUA À LETRA: DOMANDO SONS, CRIANDO ALFABETOS “Os nomes dos sons não são os sons. Os sons são. [...] Os nomes dos bichos não são os bichos. Os bichos são: plástico pedra pelúcia madeira cristal porcelana papel. Os nomes das cores não são as cores. As cores são: tinta cabelo cinema céu arco-íris tevê. Os nomes dos sons.” >>> Tudos, Arnaldo Antunes
Ao longo da história humana, não foram poucas as pequenas revoluções que transformaram a maneira de ver o mundo. A princípio, são locais e pontuais as mudanças e inventos catalisadores das mais fantásticas conseqüências do porvir. A criação de uma variedade de alfabetos, por exemplo, propiciou ao Homem compartilhar seu conhecimento, organizar o mundo ao seu redor, registrar fatos e histórias, movimento sem o qual os avanços teriam permanecido escravos de suas próprias civilizações — e é possível que muitos tenham, de fato, permanecido dessa forma. Podem ter sido infindáveis as coisas e os locais fabulosos que não sobreviveram à História e se perderam — parte, alimentando lendas e narrativas míticas que acabaram sendo incorporadas à literatura ou às tradições orais; parte, alimentando o abismo ancestral do esquecimento absoluto. A transmissão ou tradição oral foi a principal fonte de saber durante milênios,
IDEOGRAMA Ideograma é um símbolo gráfico utilizado para representar uma palavra ou um conceito abstrato. Os sistemas de escrita ideográficos originaram-se na Antiguidade, antes dos alfabetos. Como exemplos de escrita ideográfica, podemos citar os hieróglifos do antigo Egito, a escrita linear B de Creta e a escrita maia, assim como os caracteres utilizados em chinês e japonês. Em certas línguas, pode ser lido como denotando o próprio objeto ou as respectivas conotações; assim, o ideograma pode encerrar uma ou mais unidades de sentido. PICTOGRAMA O pictograma é um símbolo que representa um objeto ou conceito, por meio de ilustrações, não transcrevendo nem tendo relação explícita com a língua oral. Pictografia é a forma de escrita pela qual idéias são transmitidas através de desenhos. Ela é a base da escrita cuneiforme e dos hieróglifos. >>>www.wikipedia.org
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até que se organizassem meios para que as idéias pudessem ser registradas em forma de desenhos (ideogramas e pictogramas) e, mais tarde, que as palavras faladas pudessem ser registradas foneticamente sobre suportes físicos. “Notas de compra e venda não podem ser registradas oralmente. Por essa razão tão prosaica nasceu a escrita.” >>> A escrita: memória dos homens, Georges Jean.
É justo supor uma evolução da linguagem, dos primeiros grunhidos imitativos, aos primeiros sons mais especializados, que pudessem descrever ações e coisas. A essa linha evolutiva se seguiria uma relação construída entre desenhos e sons, entre pictogramas e palavras: primeiro, surge o desenho, enquanto representação de idéias e coisas; depois, desenhos representando sons específicos, como as letras de nossos alfabetos atuais. Estas últimas mudanças podem ter ocorrido simultaneamente, em lugares diferentes do globo, como sugerem muitas pesquisas. A atividade da escrita ficou restrita a quem detinha o poder nas sociedades desenvolvidas, desde seu aparecimento. Só no final da Idade Média, com a Reforma protestante, a alfabetização em larga escala começou a ser instituída. Outra forte mudança viria ocorrer a partir do século XVIII, quando
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os tipos móveis de Gutemberg seriam utilizados na impressão de jornais. Muito embora o aparecimento da escrita, durante muito tempo, tenha marcado a
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passagem da Pré-história para a História propriamente dita — pela possibilidade de registrar, através da escrita, fatos, eventos e datas relevantes a determinada cultura –, muitos estudiosos das sociedades ágrafas, isto é, sem sistemas de escrita, vêm contestando essa divisão. Eles argumentam que muitas das ciências sociais e da natureza (Arqueologia, Paleontologia, Geologia etc.) têm fornecido pistas tão importantes quanto as fornecidas pelos textos escritos mais antigos do planeta. Apesar do incontestável marco cultural do advento da escrita e seu impacto nas culturas humanas, isto não quer dizer que as sociedades ágrafas deixaram de armazenar e transmitir conhecimentos. Mas é compreensível que exista um jogo de forças constante no mundo das ciências, já que estamos falando de fontes que não cessam de gerar informações e estão, portanto, sujeitas a contextos sociais, econômicos e culturais dos mais variados, bem como a revisões incessantes. Isto, sempre propondo novas formas de entender o que já se julgava suficientemente esclarecido pelo senso comum, reexaminando constantemente o nosso passado. Tem sido uma aventura e tanto! Dos suportes maiores e mais pesados, da pedra à argila, do tecido ao papiro, do papel ao livro, da base material ao suporte digital, as informações migraram das mais densas matérias às mais voláteis e, hoje, navegando nos elétrons das redes e nas ondas de rádio, libertaram-se. Da escrita cuneiforme às mais novas tecnologias digitais, o Homem tem se reinventado através das formas mesmas que inventou para entender e organizar seu próprio mundo.
IMPRENSA / GUTEMBERG O termo imprensa deriva da prensa móvel, processo gráfico criado por Johannes Guttenberg no século XV e que, a partir do século XVIII, foi usado para imprimir jornais — então, o único veículo informativo existente. Em 1440, Guttenberg desenvolve esta tecnologia utilizando os tipos móveis: caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, que eram rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto. Na Baixa Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais e econômicas eram muito comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas. Em Veneza, essas folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais publicados na Idade Moderna e na Idade Contemporânea. >>>www.wikipedia.org
“A escrita foi inventada diversas vezes e separadamente, nas grandes civilizações agrícolas da Antiguidade. Reproduz, no domínio da comunicação, a relação com o tempo e o espaço que a agricultura havia introduzido na ordem da subsistência alimentar. O escriba cava sinais na argila de sua tabuinha, assim como o trabalhador cava sulcos no barro de seu campo. É a mesma terra, são instrumentos de madeira parecidos, a enxada primitiva e o cálamo distinguindo-se quase que apenas pelo tamanho. O Nilo banha com a mesma água a cevada e o papiro. Nossa página vem do latim pagus, que significa o campo do agricultor.” >>>As tecnologias da inteligência, Pierre Lévy
4. BABEL/CIDADE: DA TRADUÇÃO À TRANSCRIAÇÃO “O teto tem seu tato e o pêlo áspero da espera se desdobra na carícia deslizante na cal empoeirada e é lixa, pedra, língua aguda e quente passeando seus bordos salivosos nos rebordos do lustre [...].” >>>Sintaxe invisível, Gilberto Mendonça Teles
As cidades têm sido, desde a Antiguidade, o palco central das transformações das sociedades humanas. É a arena das trocas de informação, da circulação de bens e patrimônios culturais capazes de estruturar comportamentos e organizar o trabalho. Nas cidades, também se encontravam indivíduos pertencentes a diferentes culturas; viajantes vindos de terras longínquas; mercadores cruzando desertos e alcançando seus destinos, carregados de produtos desconhecidos que eram negociados e incorporados ao imaginário e à cultura locais. Para a comunicação humana, as cidades propiciaram a aproximação necessária aos contatos nos quais ganhos mútuos eram obtidos, relatos eram compartilhados, enfim, local de entendimentos recíprocos, negociados e praticados irrestritamente. Ainda assim, restrições econômicas sempre foram um fator de limitação, visto que regras emanavam daqueles que detinham o poder: os reis,
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ESCRITA CUNEIFORME Designação geral dada a certos tipos de escrita feita com auxílio de objetos em formato de cunha. É o mais antigo tipo conhecido de escrita, tendo sido criado pelos sumérios, por volta de 3.500 a.C. Inicialmente, a escrita representava formas do mundo (pictogramas); mas por praticidade, foram se tornando mais simples e abstratas. Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas de argila, em seqüências verticais de escrita, por meio de um estilete feito de cana que traçava linhas verticais, horizontais e oblíquas. Então, duas novidades tornaram o processo mais rápido e fácil: as pessoas começaram a escrever em seqüências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo) e um novo estilete, em cunha inclinada, passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos. Inventada para registrar a língua suméria, a escrita cuneiforme foi adotada, subseqüentemente, pelos acádios, babilônios, elamitas, hititas e assírios, sendo por eles adaptada para seus próprios idiomas. Foi extensamente usada na Mesopotâmia, durante cerca de 3 mil anos.
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a igreja, os ricos. Referências a cidades fantásticas, ideais às práticas da comunicação e da convivência humanas, não são escassas na literatura e na História. Na Bíblia, por exemplo, encontramos referências a eventos (míticos?) que, do ponto de vista teológico, acarretaram o aparecimento das diversas línguas sobre a face da Terra: a construção da Torre de Babel. As cidades podiam funcionar como imensos armazéns de informação, de riqueza cultural, porque eram atravessadas e vivenciadas por muitos. Mesmo que as cidades mais desenvolvidas tenham alavancado a alfabetização iniciada com a Reforma protestante, simplesmente pela vontade (de alguns) de romper os laços com a Igreja Católica — permitindo àqueles que desejassem (e que antes eram apenas ouvintes das interpretações bíblicas lançadas por clérigos), pudessem ler por si as palavras por muito tempo lidas por outros, verdadeiros detentores das chaves para o entendimento da religião –, não foi rara a convivência de alfabetizados com a população iletrada. Um interessante exemplo dessa interação migrou para o Brasil, trazida pelos portugueses: a literatura de cordel. Era costume comprar os livretos, mesmo quem não soubesse ler.
BABEL A origem bíblica para a multiplicidade de línguas no mundo residiria num castigo imposto por Deus. Pelo texto bíblico, no princípio dos tempos, a humanidade compartilhava uma única língua. Quando os homens resolveram construir uma torre que pudesse alcançar o céu, para ficarem mais próximos de Deus, foram castigados por seu criador e destinados a falar diferentes idiomas. Não havendo mais entendimento entre eles, tiveram que parar a construção da torre de Babel. >>>www.wikipedia.org
Ficavam guardados à espera de um visitante letrado, que podia então ler seu conteúdo àqueles que não o sabiam, numa espécie de fusão das antigas tradições orais com uma cultura literária já instituída. Na multiplicidade étnica das cidades, floresceram meios de transportar realidades culturais distintas a uma mesma arena comum. As linguagens artísticas foram também propiciadoras desse caldeirão cultural de união e convívio; da mistura dos mais diferentes traços se fundindo a elementos trazidos de todas as partes, em jogos de tradução de diferenciados códigos lingüísticos e culturais, que eram então compartilhados por viajantes, aventureiros, habitantes locais e mercadores. Na impossibilidade das traduções simultâneas no passado, as linguagens artísticas lançaram luz sobre as possibilidades de “transcriar” livremente traços estrangeiros, misturando-os a traços locais, sobre uma multiplicidade de culturas e acolhendo interpretações menos pragmáticas, recriando particularidades, recolhendo características de muitos e devolvendo-as a muitos, numa possibilidade de integração em que as barreiras das línguas pudessem ser sublimadas e esquecidas na construção de um
A LITERATURA DE CORDEL NO BRASIL A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para venda, pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Escritos em forma rimada, alguns poemas são ilustrados com xilogravuras (gravuras em madeira), seguindo o estilo usado nas capas. Os autores, ou cordelistas, recitam seus versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola. A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas e temas religiosos. No Brasil, é uma produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará. >>>www.wikipedia.org
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imaginário comum. Eis o nascimento do cosmopolitismo urbano. Que tal uma viagem no tempo? Saltemos para o futuro. Nas cidades contemporâneas, não temos a impressão de habitar uma colméia de abelhas? Pessoas se deslocando de um lado a outro, ininterruptamente, carros cruzando avenidas, coisas sendo transportadas e necessitadas em algum lugar, a todo momento. Há urgência nas cidades. Ao mesmo tempo em que a oferta de interação com outros indivíduos diferentes de nós aumenta, há o risco da demasiada especialização do tempo e do espaço. É necessário organizar um espaço tão complexo, que tenderia ao caos sem as regras do tempo e do trabalho modernos. “Ao lado das transformações no povoamento humano devidas à domesticação do fogo, da água e do vento, ao lado das transmutações do ambiente natural e construído provocadas pelas novas energias, não deveríamos acrescentar aquelas que têm sua origem na informação?... as transformações desta súbita teledistribuição metropolitana? Conhece-se a evolução da paisagem rural causada pela distribuição da eletricidade, pela organização ferroviária e rodoviária, assim como as mutações da paisagem urbana provocadas pelo elevador e o metrô e percebe-se ainda a influência das energias alternativas sobre a moradia..., não seria agora o momento de nos perguntarmos sobre as relações existentes entre estas novas energias e estes novíssimos meios de comunicação de massa? Podemos ainda legitimamente distinguilos entre si?” >>>O espaço crítico, Paul Virilio
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Ao risco constante da burocratização da nossa vida cotidiana, se opõe a promessa de que essas fantásticas tecnologias da informação, que já estão entre nós, possam nos conectar qualitativamente a outros seres humanos, numa rede vivencial e cooperativa, de ganhos e trocas mútuas, aproximando-nos daqueles com quem guardamos traços de afinidade. A que se deve o sucesso das páginas eletrônicas de relacionamentos e afinidades disponíveis na Internet, os diários digitais (blogs e flogs), o Orkut? As cidades e a escrita compartilham semelhanças em suas evoluções ou seriam, a evolução da cultura e o advento da consciência, comuns a toda a história das manifestações humanas? Da própria pedra (o interior das cavernas), o Homem ganhou os espaços abertos, murou-se com gigantescos blocos de pedra ao seu redor — domando a matéria para sua proteção –, estabeleceu trocas, sobreviveu a guerras, até que não fossem mais necessárias as muralhas e pudesse trocar livremente informações com seus vizinhos. Estes, enfim, cresceram, se expandiram, cidades próximas fundiram-se e alimentaram o nascimento de nações inteiras. O Homem, então, atravessou oceanos, fazendo do mundo um lugar maior, até que fossem derrubadas todas as fronteiras do desconhecido. Agora, em pleno século XXI, as cidades se liquefazem na virtualidade das redes, apesar de cada vez mais resistentes — resistem, inclusive, aos terremotos! — e ao mesmo tempo transparentes, de vidro e estruturas metálicas, parecem querer alçar vôo e ganhar a órbita do planeta. Os novos meios eletrônicos de comunicação fazem encurtar as distâncias através da transmissão de voz e vídeo; e pessoas, em pontos extremos do planeta, podem facilmente se comunicar, de posse das tecnologias — cada vez menores — necessárias. As informações multiplicam-se vertiginosamente. Cada vez mais e mais pessoas comunicam-se em uma mesma língua, o inglês, não apenas por razões econômicas
>17 BLOG E FLOG Um weblog ou blog é uma página da Web (Internet), cujas atualizações (posts) são organizadas cronologicamente, de forma inversa (como um histórico ou diário). Estes posts podem ou não pertencer ao mesmo gênero de escrita, se referirem ao mesmo assunto ou terem sido escritos pela mesma pessoa. Já o flog (também fotolog ou fotoblog), é um registro publicado na Internet, com fotos e respectivas legendas colocadas em ordem cronológica, ou apenas inseridas pelo autor aleatoriamente, de forma muito parecida com os blogs. ORKUT O Orkut é uma rede social digital filiada ao Google (famosa página de busca na Internet), criada em 19 de janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome tem origem no projetista-chefe Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google. A teoria dos seis graus de separação diz que todas as pessoas no mundo podem ser conectadas a qualquer outra por uma rede de, no máximo, cinco intermediários. Alguns estudiosos do fenômeno dizem que o Orkut é suficiente para provar que essa teoria é verdadeira. O sistema possui, atualmente, mais de 50 milhões de usuários cadastrados. O Brasil é o país com o maior número de membros superando, inclusive, os Estados Unidos. >>>www.wikipedia.org
e culturais, mas também como exigência de um segundo idioma no mercado de trabalho e na informática. Entretanto, o sonho de uma língua universal já fora anteriormente compartilhado pelos idealistas, por razões humanitárias menos agregadas a valores econômicos e pela crescente hegemonia cultural norte-americana, ao término da Segunda Guerra Mundial. Para onde irão as cidades e como será seu aspecto, no futuro? As cidades têm sido, hoje, lugares seguros e ajustados à nossa vida? Ou nossas vidas simplesmente se ajustam à realidade das cidades? Quais relações ainda surgirão entre os espaços urbanos e as estratégias de comunicação humanas?
5. CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: A RELAÇÃO HOMEM-MÁQUINA “Demorou para que as pessoas se dessem plena conta do impacto do aeroplano nas relações internacionais e nas condições da vida humana. O efeito da energia atômica sobre a humanidade e o futuro está ainda para ser avaliado, embora muitos observadores insistam em que se trata apenas de uma nova arma, semelhante a todas as armas anteriores. O caso da válvula eletrônica é parecido. No princípio, ela foi considerada meramente um utensílio adicional para suplementar as técnicas de comunicação telefônica já existentes.” >>>Cibernética e sociedade, Norbert Wiener
Com a complexão dos espaços e das trocas nas cidades, as tecnologias de ponta ganham terreno, multiplicam-se. À primeira Revolução Industrial, muscular e mecânica por excelência, ligada à vontade humana de sobrepujar sua capacidade física, somam-se novas e descentralizadas revoluções microscópicas — estas, mais voltadas à inteligência e capacidade intelectual. À medida que o Homem se expande para fora de si mesmo — os carros expandem seus pés e pernas; o telefone e o rádio, seus ouvidos; as tecnologias da imagem, sua visão; a arquitetura, sua pele –, surge a necessidade de novas interfaces.
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ESPERANTO O ideal da universalidade, que também aparece no mito bíblico da torre de Babel, chegou a inspirar, no final do século XIX, a criação de línguas artificiais, como o esperanto. Seu iniciador, Ludwik Lejzer Zamenhof, oftalmologista e filólogo, publicou a versão inicial do idioma em 1887, com a intenção de criar uma língua de muito fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para substituir todas as outras existentes). Como língua construída, o esperanto não é relacionado, genealogicamente, a nenhuma língua étnica. Os fonemas são essencialmente eslavos, assim como boa parte da semântica; enquanto o vocabulário é derivado, primordialmente, de línguas românicas.
INTERFACE HOMEM-MÁQUINA Uma interface, em ciência da computação, é a fronteira que define a forma de comunicação entre duas entidades, através da separação dos métodos de comunicação externa dos detalhes internos da operação, permitindo que uma entidade seja modificada sem afetar as entidades externas que interagem com ela. Uma interface também pode promover um serviço de tradução para entidades que não falam a mesma linguagem, como no caso de humanos e computadores.A interface existente entre um computador e um humano é conhecida como interface do usuário e as interfaces utilizadas para conectar componentes de hardware são denominadas interfaces físicas. >>>www.wikipedia.org
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As máquinas do nosso dia-a-dia estão cada vez menos associadas à força muscular e mais ligadas ao intelecto. Chips podem ser inseridos em chaves de automóveis. Máquinas se comunicam entre si, estabelecem “conversações”, transformando aparelhos — outrora independentes e aprisionados em si mesmos — em uma vasta rede de dados que atravessa todas as coisas. Como ensinar linguagem às máquinas? Como criar linguagens comuns entre nós e elas?
CIBERESPAÇO É um ambiente virtual, criado através dos meios de comunicação modernos — destacando-se, entre eles, a Internet. Esse fenômeno se deve ao fato de haver, nesses meios de comunicação, a possibilidade de pessoas e equipamentos trocarem informações das mais variadas formas, sem preocupações. O termo cyberespace (junção, do inglês, de cybernetics e space: espaço cibernético) foi projetado pelo escritor canadense, de ficção científica, William Gibson, em seu livro Neuromancer (1984). Pierre Lévy coloca o ciberespaço como uma grande rede interconectada mundialmente, com um processo de comunicação “universal sem totalidade”. A “universalidade sem totalidade” segue uma linha interativa de comunicação, possibilitando a todos os navegantes da grande rede participarem democraticamente, num modelo interativo “de todos para todos”, consolidando a idéia da “aldeia global” profetizada pelo teórico Marshall McLuhan, na década de 1960. >>>www.wikipedia.org
NANOTECNOLOGIA A nanotecnologia está associada a diversas áreas — Medicina, Eletrônica, Ciência da Computação, Física, Química, Biologia e Engenharia dos materiais — de pesquisa e produção na escala nano (escala atômica). Tem como princípio básico a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos, tijolos básicos da natureza. Esta é uma área promissora, mas que dá apenas seus primeiros passos mostrando, contudo, resultados surpreendentes na produção de semicondutores, chips, entre outros. O termo nanotecnologia foi utilizado, pela primeira vez, pelo professor Norio Taniguchi em 1974, para descrever as tecnologias que permitem a construção de materiais a uma escala de 1 nanômetro. Para se perceber o que isto significa, imagine uma praia com mil quilômetros de extensão e um grão de areia de 1 milímetro. Este grão está para esta praia, como 1 nanômetro está para o metro. >>>www.wikipedia.org
É a emergência do ciberespaço. As cidades se informatizam, se digitalizam, e as máquinas assumem papéis centrais na administração urbana. Hoje, só o fato de colocarmos nossos pés na rua significa que estaremos prestes a interagir com uma infinidade de sistemas eletrônicos e computacionais: dos semáforos aos caixas eletrônicos bancários, das câmeras de vigilância às roletas do metrô.
Já familiarizados com as possíveis sínteses evolutivas da linguagem e da cidade, certas máquinas também passaram de enormes, pesadas e caras a microscópicas, leves e baratas. Das válvulas aos transistores, e destes aos circuitos impressos (CIs) e chips avançados, as máquinas caminharam da mais densa materialidade à mais discreta existência, graças à miniaturização dos processos de produção e, agora, rumo às promessas atuais da nanotecnologia do futuro próximo.
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Com o advento das novas — e nem tão novas assim! — ciências da informação, como a Cibernética e a Semiótica, os meios de comunicação vêm sofrendo um fenômeno gradual, atualmente denominado “convergência”. Em parte, pelo grau de especialização que atingimos no entendimento das redes de informação, desde a invenção do código binário; em parte, pela demanda cultural e política de uma espécie de centralidade descentralizada, a possibilidade de realizar cada vez mais tarefas com um número cada vez menor de dispositivos, até que, finalmente, tenhamos sempre conosco um único aparelho capaz de realizar uma infinidade de tarefas, da comunicação com outros à aquisição de informações, dos problemas domésticos às transações financeiras de países inteiros. E já não tem sido assim com os computadores e os telefones celulares? Bem, talvez quase! Vejamos a forma curiosa e pragmática com que o fundador da Cibernética, Norbert Wiener, nos anos 1950 tratava a questão da interação homem-máquina: “Quando dou uma ordem a uma máquina, a situação não difere essencialmente da que surge quando dou uma ordem a uma pessoa. Por outras palavras, tanto quanto alcança minha consciência, estou ciente da ordem emitida e do sinal de aquiescência recebido de volta. Para mim, pessoalmente, o fato de o sinal, em seus estágios intermediários, ter passado por uma máquina, em vez de por uma pessoa, é irrelevante, e em nenhum caso altera significativamente minha relação com o sinal.” (Cibernética e sociedade, 1954). Wiener se dedicou, ainda, a estudar e propor o entendimento de máquinas que pudessem aprender, registrando situações passadas e, ao registrá-las, tornarem-se capazes de usar a experiência registrada para resolver problemas futuros! A indústria eletrônica parece estar nos preparando, há tempos, para conviver com máquinas muito parecidas conosco. Ou simplesmente devemos deixar estas especulações e visões para o campo da arte e da ficção científica?
6. ÚLTIMA ABERTURA: COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO “Qualquer reflexão sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura deve ser fundada em uma análise prévia da mutação contemporânea de relação com o saber. Em relação a isso, a primeira constatação diz respeito à velocidade de surgimento e de renovação dos saberes e savoir-faire. Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no início de seu percurso profissional estará obsoleta no fim de sua carreira.” >>>Cibercultura, Pierre Lévy
Hoje, grande parte do nosso tempo não está voltada exclusivamente para a absorção da carga infinita de informações que nos rodeia, pulverizada pelas telecomunicações, mas para encontrar meios de fazê-lo adequadamente, escolhendo as informações que são realmente relevantes e as que devem ser simplesmente descartadas. Mesmo porque, com as tecnologias atualmente disponíveis, nós também somos importantes geradores de informação, verdadeiros vetores na impulsão desses avanços. Que tipo de informação estamos gerando e lançando ao mundo através da Internet, dos telefones celulares, dos mais diversos canais de comunicação que estabelecemos com os outros? A educação, hoje, já enfrenta o problema da gestão da atenção, visto que é fisicamente impossível estarmos atentos a todas as informações a um mesmo tempo. Então, como aprender a selecioná-las? É um aprendizado possível (o proposto pela mídiaeducação)? Podemos treinar técnicas de atenção? Ou elas são simplesmente apreendidas subjetivamente? Como escapar dos constantes boatos surgidos na rede mundial de
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>19 SEMIÓTICA OU SEMIOLOGIA Semiótica é a ciência geral dos signos, que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas de significação. Ocupase do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da idéia. Em oposição à lingüística, que se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico (artes visuais, fotografia, cinema, música, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência etc.). Dentre os iniciadores desta ciência, estão o filósofo e matemático norte-americano Charles Sanders Peirce (1839-1914) e o lingüista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913). CIBERNÉTICA Cibernética é uma tentativa de compreender a comunicação e o controle de máquinas, seres vivos e grupos sociais, através de analogias com os autômatos cibernéticos que se desenvolviam nos anos 1940 e 1950. Para tanto, a Cibernética procura entender o tratamento da informação no interior desses processos, como codificação e decodificação, retroação (feedback), aprendizagem etc. O estudo desses autômatos trouxe inferências para diversos campos da ciência. A introdução da idéia de retroação, pelo matemático norte-americano Norbert Wiener (1894-1964), conhecido como o “pai da Cibernética”, rompe com a causalidade linear e aponta para a idéia de círculo causal, onde A age sobre B que, em retorno, age sobre A. Tal mecanismo é denominado regulação e permite a autonomia de um sistema (seja um organismo, uma máquina, um grupo social). Será sobre essa base que Wiener discutirá a noção de aprendizagem. É comum a confusão entre cibernética e robótica, em parte, devido ao termo ciborgue. >>>www.wikipedia.org
CÓDIGO BINÁRIO / ÁLGEBRA DE BOOLE Em 1854, o matemático britânico George Boole publicou um artigo fundamental, detalhando um sistema lógico que passaria a ser conhecido como Álgebra Booleana. Este sistema tornou-se essencial para o desenvolvimento do sistema binário — particularmente, sua aplicação a circuitos eletrônicos. O sistema binário é um sistema de numeração posicional, em que todas as quantidades se representam utilizando como base o número dois, com o que se dispõe das cifras: zero e um (0 e 1). Os computadores digitais trabalham internamente com dois níveis de tensão, pelo que o seu sistema de numeração natural é o sistema binário (aceso/ apagado). Com efeito, num sistema simples como este, é possível simplificar o cálculo com o auxílio da lógica booleana. Em computação, chama-se um dígito binário (0 ou 1) de bit, que vem do inglês Binary Digit. Um agrupamento de 8 bits corresponde a um byte (Binary Term). Um agrupamento de 4 bits é chamado de nibble. O sistema binário é base para a Álgebra booleana, que permite fazer operações lógicas e aritméticas usando-se apenas dois dígitos ou dois estados (sim/não, falso/verdadeiro, tudo ou nada, 1 ou 0, ligado/desligado). Toda a eletrônica digital e a computação estão baseadas nesse sistema binário e na lógica de Boole, que permite
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>20 representar, por circuitos eletrônicos digitais (portas lógicas), os números e caracteres, bem como realizar operações lógicas e aritméticas. Os programas de computadores são codificados sob a forma binária e armazenados nas mídias (memórias, discos etc.) sob esse formato. >>>www.wikipedia.org
computadores e que têm o poder de abalar mercados financeiros ou de atrapalhar nossas decisões cotidianas? Como não tomar uma brincadeira por um fato? Como descobrir em quais informações podemos confiar? Por que não desenvolver novas tecnologias educacionais que possibilitem, cada vez mais aos novos indivíduos, posicionamentos críticos e conscientes face ao mundo em que vivemos? Qual a relação entre um relato da verdade e a maneira de narrá-lo: da informação em si e do meio em que ela circula? Será que a forma escolhida para comunicar as histórias, hoje, não afeta o que está sendo contado? A comunicação humana sempre viveu impasses. Na verdade, os aparatos usados para viabilizar as telecomunicações hoje são a própria materialização desse impasse fundamental. Até que ponto podemos tornar claras as conexões com nossos semelhantes? Quais as bases dessas conexões? Um médico, de posse de informações desencontradas, pode arriscar a vida de um paciente; um operador de tráfego, ao apertar botões errados, pode causar grande caos no trânsito de veículos nas cidades e até graves acidentes. Enfim, informações adequadas, usadas adequadamente, podem mudar tudo o que nos rodeia, reorganizando o planeta! No universo dos líderes mundiais e das grandes decisões internacionais, informação e poder se conjugam mutuamente. Se for certo que muitas das tecnologias da informação que dispomos hoje são fruto de pesquisas bélicas e foram criadas para garantir a
TECNOLOGIA EDUCACIONAL Desde os primórdios da educação sistematizada, são utilizadas diversas tecnologias educacionais, de acordo com cada época histórica. Ainda hoje, se usa a tecnologia do giz e da lousa, que antigamente eram feitas de pedra (ardósia); usa-se a tecnologia dos livros didáticos e, atualmente, os diversos estados mundiais debruçam-se sobre os currículos escolares mais adequados para o tipo de sociedade pretendida. No mundo ocidental, um dos grandes desafios é adaptar a educação à tecnologia moderna e aos meios de comunicação atuais, como a televisão, o rádio, os suportes informáticos e outros que funcionem também como meios educativos, a um nível informal. A tecnologia educacional reflete sobre a aplicação de técnicas para a solução de problemas educativos. No início do século XXI, as tecnologias começam a ser vistas e usadas numa outra perspectiva, no processo educativo. Deixam de ser encaradas como meras ferramentas que tornam mais eficientes e eficazes modelos de educação já sedimentados, passando a ser consideradas elementos estruturantes de “novas” educações (no plural), com o objetivo de expressar a diversidade das culturas e dos processos pedagógicos. Nesse sentido, a TV, o vídeo, o rádio, a Internet e o material impresso possibilitam a articulação de novas linguagens e novas racionalidades na escola. Mais e mais instituições de ensino e centros de educação estão usando ferramentas on-line e colaborativas para aprendizado e busca de informações. >>>www.wikipedia.org
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hegemonia militar e consolidar a vitória nos campos de batalha das guerras de antes e de agora, é habitando o HOJE que, mais do que nunca, devemos nos esforçar para que o uso dessas tecnologias proporcionem a união e possam construir uma paz possível entre os povos e as pessoas. “O ponto principal aqui é a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem. Procura-se menos transferir cursos clássicos para formatos hipermídia interativos ou “abolir a distância”, do que estabelecer novos paradigmas de aquisição dos conhecimentos e de constituição dos saberes. A direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa.” >>>Cibercultura, Pierre Lévy.
Será que conseguiríamos imaginar um mundo sem o telefone e as facilidades contemporâneas das telecomunicações? Como seria viver sem todo esse aparato que facilita a comunicação entre as pessoas e organiza a circulação das informações na nossa sociedade? Será que essas tecnologias estão suficientemente democratizadas nos dias atuais? Todos têm acesso a elas? Qual a importância disso? Estas são apenas algumas das mais diversas questões envolvendo temas tão complexos quanto os da Comunicação Humana e da Educação. Este caderno representa um esforço, não no sentido de esgotar ou fornecer quaisquer respostas absolutas acerca desses temas e seus desdobramentos possíveis. Mas constitui-se de um exercício interpretativo das conexões e ramificações, das direções e possibilidades, de um trabalho de pesquisa constante a ser enriquecido dentro e fora da sala de aula, na escola e na vida. Para expandir o universo de informações aqui disponível, é possível utilizar ferramentas de busca livres e gratuitas na Internet, dentre elas, o Google [www.google.com.br] e a Wikipedia [www.wikipedia.org]. E tomara que possamos continuar nos comunicando sempre: aprendendo, compartilhando, expandindo-se!
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PROPOSTA DE ATIVIDADES
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01. Para Início de Conversa... Faixa etária sugerida: a partir de 10 anos
Aula 1 Perguntas Fundamentais. Forme grupos (*1) e indague quais seriam, na opinião de seus alunos, as mais relevantes perguntas que os seres humanos gostariam de ver respondidas. Qual a importância de algumas questões comparadas a outras? Todas as perguntas são igualmente importantes? Qual a diferença entre “que horas são?” e “Deus existe?”? Converse sobre isso com os seus alunos. Durante séculos, homens e mulheres se dedicaram a fazer perguntas tidas como fundamentais: eles eram os pensadores ou filósofos. Muitos deles, através de suas idéias, mudaram completamente a maneira de as pessoas verem e entenderem o mundo! (*2) Mas como as idéias mudam o mundo? Peça que os grupos discutam o assunto e apresentem suas idéias. Compare os resultados das perguntas sugeridas pelos grupos. Alguma se repete? Por que são importantes tais indagações? O que decorrerá de suas respostas? Terão algum impacto sobre como está organizada a vida no planeta?
...................................................................................................................................... NO MUSEU: para complementar esta atividade, após uma visita guiada ao Museu das Telecomunicações,
não deixe de assistir com seus alunos a alguns dos vídeos em “Profetas do futuro”, com depoimentos — na primeira pessoa — de grandes pensadores da História, ora dramatizados por atores conhecidos, ora apresentados pelos próprios “profetas”.
...................................................................................................................................... Dicas para formar grupos em sala: (*1) Procure agrupar alunos por afinidade, mas também “tempere” os grupos com os que não costumam estar sempre juntos, possibilitando uma interação maior entre aqueles que têm pouco contato, integrandoos e estimulando as diferenças de opinião. Quando alunos com visões diferentes se encontram, os debates enriquecem, geram polêmicas, possibilitam o surgimento de sínteses. Quando afastamos totalmente os grupos de afinidade (às vezes, com o intuito de coibir “bagunças”), as tarefas costumam não ser assumidas com muito entusiasmo. O risco, no entanto, é que seus assuntos recorrentes acabem roubando a atenção e o interesse na conversa, para além do debate apresentado, diluindo a discussão, dispersando a concentração. Quando promovemos grupos só com alunos que não costumam estar juntos, o grupo “esfria”, por falta de afinidade e proximidade. Logo, use sua intuição e bom senso para formar os grupos da forma mais interessante possível. O tempo é muito importante, em tópicos de debate em grupos: não deve se estender muito, mas deve permitir que os assuntos fluam. Novamente, use o seu bom senso!
Para enriquecer a discussão : FILOSOFIA (*2) Filosofia (do grego, philos = amor, amizade + sophia = sabedoria), modernamente, é uma disciplina ou área de estudos que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental. Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitos sobre a sua própria realidade. Essas interpretações constituem, inicialmente, o embasamento de todo o conhecimento e foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração a geração. A partir da Filosofia, surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações que assolam o campo das idéias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agregadas ao conhecimento humano. Entre os povos que desenvolveram escritas fonéticas ou ideogramáticas, as principais tradições filosóficas estão nas filosofias hindu, chinesa e ocidental. >>>www.wikipedia.org
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Aula 2 A importância da Comunicação Discuta com seus alunos a importância da Comunicação em suas vidas e as dificuldades advindas de seus problemas. Forme grupos em sala de aula e peça para listarem, em poucos segundos, todos os meios de comunicação atuais que lhes venham à cabeça. Compare as respostas com as de outros grupos. Como terá sido a vida do Homem sem esses aparatos atuais? Estaria, dentre as causas das guerras, a dificuldade de comunicação entre os seres humanos? Qual a raiz da intolerância humana? (*3) Como terão sido os primeiros ensaios da fala articulada? Como foram resolvidos os problemas cotidianos da Pré-história e suas questões básicas, sem a articulação de frases? Quais as vantagens da revolução da fala? Podemos interpretá-la como “ferramenta” ou “tecnologia”? Por outro lado, para além da intolerância humana, qual será a contribuição das novas tecnologias da comunicação para aproximar membros de culturas distintas e construir, de forma positiva, uma relação mútua e pacífica entre eles? Não será essa tecnologia uma ponte entre distâncias não só físicas, mas também culturais? Não será através dela que aprenderemos a respeitar as diferenças entre indivíduos, a celebrar a multiplicidade humana de culturas tão distintas?
...................................................................................................................................... NO MUSEU: um interessante panorama intercultural e multiétnico está disponível em vídeo, no 3o nível do Oi Futuro, num painel complementar aos conteúdos do Museu das Telecomunicações. São depoimentos de indivíduos pertencentes às mais variadas culturas ao redor do planeta. Não deixe de assisti-lo com seus alunos, a fim de enriquecer ainda mais a discussão em torno do multiculturalismo e da superação da intolerância humana. É interessante observar as sonoridades tão diferentes das línguas faladas por pessoas de diferentes países, num verdadeiro mosaico universal de vozes e línguas! Também no Museu (6o nível), assistam ao vídeo “Grandes Comunicadores: Um povo musical, dançarino e teatral” (nº 29), que trata da importância da Comunicação em nossas vidas, citando alguns dos maiores comunicadores da TV brasileira! Como será que eles, cada um a seu modo, estimularam a comunicação entre seus espectadores? Não deixem de conhecer, também, um pouco mais sobre as ”Telefonistas e suas histórias” (vídeo nº 14) e vejam “Com a Internet, o fim das distâncias” (nº 27).
...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : INTOLERÂNCIA (*3) Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças de credos e opiniões. No sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas que tenham pontos de vista diferentes. Como um constructo social, isso está aberto a interpretações. Por exemplo, alguém pode definir intolerância como uma atitude expressa, negativa ou hostil, em relação às opiniões de outrem, mesmo que nenhuma ação seja tomada para suprimir tais opiniões divergentes ou calar aqueles que as têm. Tolerância, por contraste, pode significar “discordar pacificamente”. A emoção é um fator primário que diferencia intolerância de discordância respeitosa. A intolerância está baseada no preconceito e pode levar à segregação. Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social, como racismo, sexismo (o machismo é um tipo de discriminação, por sexo, de homens contra mulheres), homofobia (discriminação de homossexuais), edaísmo (discriminação por idade), intolerância religiosa e política. Todavia, não se limita a essas formas: alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias, de qualquer pessoa. O colonialismo foi baseado, em parte, na falta de tolerância para com culturas diferentes daquelas das metrópoles dominantes. >>>www.wikipedia.org
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“Faça-se!” : A Potência Criadora e Unificadora da Fala Faixa etária sugerida: a partir de 10 anos
Aula 1 “TELEFONE SEM FIO” Para exemplificar metaforicamente a recolocação constante de sentidos na fala, sugira aos seus alunos o jogo “Telefone sem fio” (*4) , em que raramente a mensagem inicial se equivale à mensagem final. Pode-se, ao término do jogo, propor a discussão em torno do tema “A comunicação e o sentido”. Por que, muitas vezes, quando as pessoas estão querendo nos dizer alguma coisa, acabamos entendendo outra? As relações entre as palavras nos são ensinadas? Todos nós imaginamos as mesmas coisas, ao ouvirmos as mesmas palavras, ou as carregamos de significados diferentes, que mudam conforme nosso estado de espírito, nosso humor, ora com afeto, ora com desafeto? Qual a relação entre a linguagem e as nossas emoções?
...................................................................................................................................... NO MUSEU: sobre os conteúdos emocionais agregados à nossa comunicação cotidiana, especialmente ao telefone, não deixe de assistir com seus alunos os vídeos na Cabine Telefônica! Descubra também as vozes de algumas das mais influentes personalidades de todos os tempo em “Vozes da História”!
...................................................................................................................................... (*4) A O “telefone sem fio” é uma tradicional brincadeira popular que funciona assim: numa roda de muitas pessoas — quanto mais pessoas, mais engraçada ela fica –, a primeira inventa, secretamente, uma palavra ou frase e sussurra no ouvido da próxima (à direita ou à esquerda), sem que ninguém mais ouça. Assim, a próxima pessoa fala para a próxima e, assim por diante, até chegar à última. Quando a corrente chegar ao último participante do grupo, este deve falar o que ouviu, em voz alta. Geralmente, o resultado é desastroso e engraçado, a palavra (ou frase) se deforma ao passar de pessoa para pessoa e, na maioria das vezes, chega totalmente diferente ao seu destino final. Podem competir dois grupos, para ver qual deles consegue reproduzir mais fielmente o que foi dito no início. Costuma-se também fazer referência a essa brincadeira, em qualquer situação que possa haver falha de comunicação num ambiente em que as pessoas dependam de um passar a informação ao outro, sucessivamente, até alcançar seu destino. Pode-se fazer crítica a alguma hierarquia numa empresa, por exemplo, dizendo que a ordem do chefe passou como um “telefone sem fio”, até chegar ao último empregado que a executou de forma totalmente diferente. >>>www.wikipedia.org
Aula 2 COMUNICAÇÃO E POLITÍCA Forme grupos e organize em sala uma votação simulada em que os alunos possam propor melhorias tanto para a escola, como para as aulas, ou mesmo a hora do recreio, por exemplo. Os grupos apresentarão suas propostas e a melhor será votada. A atividade pode encaminhar uma discussão acerca de como, na nossa sociedade, as idéias de alguns são postas em prática para atender a muitos, através de projetos de lei e ações de políticos ou figuras públicas. Mas quais seriam as características de uma boa idéia? Como ela é transmitida aos outros? Por que votar? O que significa votar? O que é democracia?(*5)
...................................................................................................................................... NO MUSEU: em relação ao tema “como as idéias de alguns são postas em prática para muitos”, não deixe de conhecer, juntamente com seus alunos, os vídeos que falam sobre como Rondon uniu o Brasil através do telégrafo (nº 11) e os visionários que inauguraram uma nova era (nº 4)!
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...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : DEMOCRACIA (*5) Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de seus representantes eleitos — esta é a forma mais usual. Numa famosa frase, democracia é o “governo do povo, pelo povo e para o povo”. Democracia opõese à ditadura e ao totalitarismo, cujo poder reside numa elite auto-eleita. A democracia pode ser dividida em diferentes tipos, baseados em um número de distinções. Dessas, a mais importante acontece entre a democracia direta (algumas vezes chamada de “democracia pura”), quando o povo expressa sua vontade por voto direto, em cada assunto particular; e a democracia representativa (também conhecida como “democracia indireta”), em que o povo se expressa através da eleição de representantes que, por sua vez, tomam decisões em nome daqueles que os elegeram. Outros itens importantes na democracia incluem, exatamente, quem é o “povo”, isto é, quem terá direito ao voto; como proteger os direitos de minorias, contra a “tirania da maioria”; e qual sistema deve ser usado para a eleição de representantes ou outros executivos. >>>www.wikipedia.org
03. Da Língua à Letra: Domando Sons, Criando Alfabetos Faixa etária: a partir de 8 anos
Aula 1 ALFABETO ARTIFICIAL Proponha aos seus alunos a criação de alfabetos pessoais, utilizando caracteres criados por eles próprios. Cada um desenvolverá um pequeno texto sobre o seu cotidiano ou um fato que tenha presenciado recentemente, usando esse alfabeto artificial. Para faixas etárias de 8 a 10 anos, sugira a criação de palavras e não de textos. As palavras criadas pelos alunos podem ser usadas para formar frases, numa segunda fase da atividade, misturando os “alfabetos”. Depois, forme grupos que receberão os textos com suas respectivas matrizes — ou seja, com os códigos de correspondência utilizados –, para que façam a tradução dos mesmos, numa espécie de laboratório de arqueologia de antigas línguas imaginárias(*6). Você pode enriquecer a atividade exibindo imagens de antigos alfabetos e escritas, como a babilônica, a egípcia, a maia etc.
...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : DECIFRANDO A ESCRITA EGÍPCIA (*6) A decifração do sistema de escrita dos hieróglifos egípcios é geralmente atribuída a Jean François Champollion, conhecido como o “Pai da Egiptologia”. Nascido na França em 1790, desde muito jovem Champollion mostrou um grande interesse pelo estudo das línguas orientais e, aos 16 anos, já conhecia o hebreu, árabe, persa, chinês e várias outras línguas asiáticas. Concluiu que o cóptico, língua falada pelos cristãos egípcios ainda existentes, correspondia ao último estágio da antiga língua egípcia. Esta foi a sua grande vantagem sobre o médico inglês Thomas Young, que também investigou o significado dos hieróglifos, embora com menos sucesso. Inicialmente, Champollion estava convencido, tal como Young, de que os hieróglifos eram puramente simbólicos, sem qualquer valor fonético. No entanto, após estudar várias inscrições hieroglíficas contendo nomes reais, como o Obelisco de Bankes e a Pedra de Roseta, Champollion descobriu que, afinal, muitos hieróglifos possuíam o efeito fonético comum aos ideogramas. O estudo da antiga língua egípcia — vinculada aos seus hieróglifos — avançou bastante durante o século XX, com o trabalho de lingüistas como sir Alan Gardiner e Hans Jakob Polotski, que permitiram uma melhor compreensão da gramática e do sistema verbal. >>>www.wikipedia.org
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Aula 2
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TEXTO E SUPORTE Proponha aos seus alunos a criação dos mais variados suportes e formatos (triangulares, dobráveis, rígidos, circulares etc.) para um texto (pode ser o mesmo texto produzido na atividade acima, numa proposta integrada). Depois, organize um debate sobre como seriam guardados e transportados esses suportes, tendo em mente a evolução dos diferentes meios de escrita e de tal diversidade de culturas ao longo dos tempos. Qual a diferença entre transportar textos escritos sobre pesadas e enormes pedras e deslocar textos desenhados sobre tecidos? Será que a escrita encontrada em pedras foi feita para ser transportada? Por que foram necessários suportes cada vez mais leves? O que difere os leves pergaminhos (*7) das inscrições em pedra?
...................................................................................................................................... NO MUSEU: proponha aos seus alunos uma investigação na “Linha do tempo”, em exposição no Museu! O que lá encontraremos sobre os primórdios da linguagem? Além da “Linha do tempo”, outros painéis oferecem panoramas da evolução de tecnologias agregadas à revolução na área das telecomunicações: “O telefone chega ao Brasil” (nº 5), “Uma história de moedas, fichas e cartões” (nº 9) e “Dos cabos aos satélites e às fibras ópticas” (nº 10).
...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : PERGAMINHOS (*7) Pergaminho (do grego pergaméne e do latim pergamina ou pergamena), é o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever. Designa ainda o documento escrito nesse meio. O seu nome deriva do nome da cidade onde se terá fabricado pela primeira vez: Pérgamo, na Grécia. Foi largamente utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média, até à difusão da invenção chinesa do papel. Os mosteiros cristãos mantinham bibliotecas de pergaminhos no período, onde monges letrados se dedicavam à cópia de manuscritos, devendo-se a essa atividade monástica a sobrevivência e divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente à época do Império Bizantino. >>>www.wikipedia.org
04. Babel | Cidade: Da Tradução à Transcriação Faixa etária: a partir de 12 anos
Aula 1 VIAGEM IMAGINÁRIA NO TEMPO Converse um pouco com a turma sobre o “tempo”, instigando-a. Todos sofrem, igualmente, os seus efeitos? Que efeitos são esses? Todos nós sentimos, da mesma forma, a passagem do tempo? Como se dá isso? Seria possível, um dia, conhecermos o futuro? Já viram filmes sobre viagens no tempo? Quais? Agora, peça aos alunos para fecharem os olhos e proponha uma viagem no tempo, imaginária (*8). Conte até dez e, a cada segundo, ainda de olhos fechados, seus alunos terão viajado dez anos no futuro. Ao final da contagem, terão avançado um século. Peça que imaginem esta cidade, ou uma cidade fictícia, daqui a cem anos. Incentive-os a imaginar detalhes que julguem relevantes e novas tecnologias vastamente difundidas. Vá dirigindo a atenção dos alunos nessa viagem imaginária, até o momento do retorno. A contagem regressiva os trará de volta ao nosso tempo. Forme grupos, cada grupo escolherá um relator que vai produzir um pequeno texto, costurando os diferentes relatos dos outros colegas e o seu próprio. Os grupos
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debaterão suas próprias visões do futuro, discutindo problemas e soluções para a cidade fictícia e a nossa, no presente. Quais as diferenças e semelhanças? Que novas tecnologias surgirão? Esta atividade pode ser seguida de um estudo sobre a Ficção Científica como categoria literária e sua ligação com o cinema da atualidade. DICA: para trabalhar com temas de ficção científica, organize debates seguidos às sessões de filmes do gênero! Algumas sugestões: Metrópolis, de Fritz Lang; 2001 - uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrik; THX 1138, de George Lucas; a trilogia Matrix (Matrix, Matrix Reload e Matrix Revolutions), dos irmãos Wachowski; Tron, de Steven Lisberger; Blade Runner, de Ridley Scott; ou mesmo desenhos animados dos Jetsons e Robôs, entre outros. Para mais dicas, o link abaixo remete a uma lista de filmes na Wikipédia, em português:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filmes_de_fic%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADfica
...................................................................................................................................... NO MUSEU: um interessante vídeo explora este universo: “Como o passado previu o futuro” (nº 25). Assistao com seus alunos! Para investigarem o que está se tornando ou já se tornou real — mas que parece ter saído do mundo imaginário da ficção científica –, confiram os vídeos “A conquista do espaço 1, 2 e 3” (nº 24), “Biotecnologia” (nº 26), “Computadores” (nº 28) e “A rede” (nº 30); ouçam, também, “O mundo num pequeno aparelho” (nº 13)..
...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : É POSSÍVEL VIAJAR NO TEMPO? (*8) Viagem no tempo se refere ao conceito de mover-se para trás e para a frente, deslocando-se para diferentes épocas, de modo análogo à mobilidade pelo espaço. Algumas interpretações sugerem a possibilidade de viajar através de realidades paralelas. A possibilidade real de uma viagem no tempo é, hoje em dia, praticamente nula. Isso, devido ao fato de que as partes responsáveis pela descoberta de meios para se efetuar tal viagem não terem ainda conseguido produzir uma tecnologia capaz de viabilizá-la. O conceito é constantemente abordado na ficção científica, sendo que o mais famoso autor de obras sobre o tema é H.G. Wells. Nos meios científicos, o assunto merece uma circulação bastante discreta. Supõe-se que, ou os cientistas são ridicularizados por pesquisarem seriamente um assunto considerado, por muitos, como infértil; ou os avanços na área — se existentes — são tão secretos que ninguém fala a respeito. No entanto, o estudo das viagens no tempo e de outras conseqüências das teorias da Física é muito interessante, porque pode mudar nossa perspectiva sobre o universo. Atualmente, os cientistas estão convencidos de que as viagens no tempo são muito improváveis. De fato, o físico e cosmólogo Stephen Hawking sugeriu que a ausência de turistas vindos do futuro é um excelente argumento contra a existência dessas viagens. Já no campo da imaginação e da arte, o tema tem sido abordado livremente há muitas e muitas décadas; e não há quem não se sinta instigado com a possibilidade fantástica de visitar seu próprio passado ou até mesmo o futuro! >>>www.wikipedia.org
05. Ciências da Comunicação: A Relação Homem-Máquina Faixa etária: a partir de 12 anos
Aula 1 OBJETOS E PROCESSOS Converse com seus alunos sobre a importância das máquinas e dos robôs que atuam nas fábricas em nossa sociedade. O que é uma linha de montagem? (*9) Para que servem as máquinas? O que elas são capazes de fazer hoje? Peça para seus alunos escolherem qualquer objeto industrializado (lata, aparelho, prato etc.) e desenharem, em cinco fichas, uma espécie de passo a passo da linha de produção (para cada etapa, uma ficha).
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Ou seja, nessas fichas eles farão um esboço de como imaginam o processo de fabricação do objeto escolhido. Que máquinas foram utilizadas nessa produção? Em quais etapas atuaram?
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Depois de recolhidas as fichas, elas serão misturadas — como cartas de baralho — e redistribuídas aos alunos. Cada um receberá, novamente, cinco fichas, agora produzidas por diferentes colegas. Peça aos alunos que misturem as etapas, a fim de criarem um novo objeto ou uma máquina imaginária combinando, a partir de suas etapas de fabricação, um novo resultado. Esta atividade pode ser seguida de um debate sobre como as pequenas descobertas e invenções são capazes de gerar, mais tarde, outras invenções mais complexas. Os cientistas não partem do nada, mas de todo o conjunto do saber acumulado por indivíduos e sociedades que produziram coisas e induziram comportamentos. Muitas vezes, são os próprios processos de fabricação — igualmente frutos de pesquisas científicas e de descobertas — que induzem à criação de novos objetos e máquinas (*10) . Será que as máquinas alteram o comportamento social em nossa sociedade? Como somos afetados por elas? Para trabalhar o impacto da mecanização na sociedade (pós-Revolução Industrial), assista com seus alunos ao filme Tempos modernos, de Charles Chaplin.
...................................................................................................................................... NO MUSEU: descubra e investigue com os alunos os processos e etapas, nem sempre aparentes, do que veio a se tornar o fenômeno “telefone” em escala mundial. Esta pesquisa pode ser feita através de alguns vídeos, entre eles: ”Telefone, a revolução de Graham Bell” (nº 2), “O telefone chega ao Brasil” (nº 5), “Como funciona o telefone” (nº 6) e “Satélites no espaço ligam a Terra” (nº 18); ouça, também, “O mundo num pequeno aparelho” (nº 13).
...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : PRODUÇÃO EM SÉRIE (*9) Linhas de montagem são utilizadas no processo de produção em série, para que o produto em fabricação seja deslocado ao longo dos postos de trabalho, até os trabalhadores encarregados para desempenhar uma etapa específica no processo de produção. O uso da linha de montagem ajuda a aumentar a eficiência do processo de produção em série, pois permite que cada trabalhador se especialize em sua tarefa e por tornar desnecessária a sua movimentação. >>>www.wikipedia.org
Para enriquecer a discussão : MÁQUINAS (*10) Uma máquina é um dispositivo qualquer que converte energia em trabalho. Por exemplo: “do ponto de vista da termodinâmica, uma máquina é um equipamento destinado a transformar calor em trabalho, existindo dois tipos principais: máquinas de combustão interna (motores) e máquinas de combustão externa. ” As máquinas podem ser divididas em automáticas e não-automáticas ou manuais: As máquinas nãoautomáticas ou manuais são todas as máquinas que precisam da energia permanente do operador para executar o trabalho. Um bom exemplo disso é uma furadeira manual em que o operador tem que girar continuamente uma manivela para que ela execute o trabalho, esta é uma máquina manual ou nãoautomática. As máquinas automáticas são aquelas onde a energia provém de uma fonte externa, como energia elétrica, térmica, etc. Uma furadeira elétrica em que o operador tem que somente apertar um botão para que a mesma execute o trabalho, é uma máquina automática. As máquinas automáticas podem ainda ser dividas entre máquinas automáticas programáveis e máquinas automáticas não programáveis: A máquina automática não programável executa sempre o mesmo trabalho ao receber energia.A máquina automática programável tem como característica o fato de que o seu trabalho depende de instruções dadas pelo operador. A ineficiência de uma máquina é o grau ou a porcentagem a que uma máquina não realiza o trabalho que poderia fazer sem as limitações da fricção (atrito). >>>www.wikipedia.org
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06. Última Abertura: Comunicação e Educação Faixa etária: a partir de 14 anos
Aula 1 TELEJORNAL: EXPERIÊNCIA COM MÍDIA-EDUCAÇÃO Será possível usar um telejornal como instrumento pedagógico no futuro? Com a quantidade de informações — de infinitas procedências — que hoje nos cerca, como estar preparado para filtrar aquilo que vale a pena ser apreendido? Como julgar o que pode ser descartado? Será que podemos preparar a atenção dos jovens, para que eles possam lidar com conteúdos midiáticos específicos? As informações transmitidas são imparciais? Estas atividades experimentais pretendem sensibilizar os alunos para a produção da mídia televisiva, mais especificamente, dos telejornais. Converse sobre a importância das notícias na sociedade atual. É importante manter-se atualizado? A TV é a única mídia capaz de fornecer notícias? Qual a diferença da TV para as outras mídias? Todas as notícias são confiáveis? Por que decidimos confiar mais em determinadas fontes do que em outras? O que define a credibilidade de um jornal de TV? Grave trechos de telejornais exibidos em diferentes emissoras e tente desvendá-los com seus alunos, em sala de aula. (*11) A linguagem empregada será a mesma? Como é essa linguagem? Qual a duração das matérias? Quem decide essa duração? Quem escolhe o que noticiar e por quê? Divididos em grupos, os alunos vão analisar e relatar suas impressões sobre determinado trecho/emissora. Juntos, poderão comparar os resultados e, prosseguindo com esta atividade, organizar um debate sobre a importância da mídia televisionada hoje. Qual o seu poder? Qual o seu potencial para a educação? Este potencial tem sido explorado? Outra possibilidade é construir um telejornal em sala de aula. Serão escolhidos os “âncoras”, as matérias e o estilo de apresentação das notícias. Os cenários do telejornal também podem ser construídos pelos alunos. Devem ser apresentados desafios como, por exemplo, convencer o restante da turma sobre a veracidade de uma determinada matéria que diga respeito ao universo da escola e da própria turma. Esta atividade pode se estender por várias aulas e agregar conteúdos de diferentes disciplinas. (Além de proporcionar muita diversão!) Será que depois dessas atividades os alunos conseguirão assistir a um telejornal como assistiam antes? E se não assistiam, passarão a assistir? Uma sugestão de aquecimento para esta atividade — ou mesmo a atividade em si, por ser mais simples de se organizar e implementar –, possivelmente integrada a outras disciplinas, pode consistir em uma análise das manchetes de diferentes jornais impressos, veiculados num mesmo dia. Os alunos serão convidados a contribuir, cada um, com um periódico diferente (O Globo, JB, O Dia, Extra etc.). Será que todos apresentarão as mesmas manchetes? Algumas notícias se repetirão? Quais e por quê? Como são escolhidas as matérias? Serão, de fato, os acontecimentos mais cruciais noticiados por todos? Alguns assuntos podem ser “evitados” pelos jornais? Dê exemplos e justifique. Como costumam se estruturar as primeiras páginas dos jornais impressos? Onde estão as manchetes? Como aparecem as imagens? Qual será o critério para a sua escolha?
...................................................................................................................................... NO MUSEU: assista, com seus alunos, a vídeos que reflitam sobre duas mídias bastante conhecidas, também dedicadas à informação e ao entretenimento (o rádio e a TV): “Nas ondas do rádio” (nº 22), “Ver à distância” (nº 23) e “Grandes comunicadores” (nº 29).
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...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : TELEJORNALISMO
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(*11) Telejornalismo é a prática profissional do jornalismo, aplicada à televisão. Os telejornais são programas que duram entre segundos e horas, e divulgam notícias dos mais variados tipos, utilizando imagens, sons e, geralmente, narração por um apresentador (chamado “âncora”, no jargão profissional). Os canais de televisão podem apresentar telejornais como parte da programação normal transmitida diariamente ou, mais freqüentemente, em horários fixos. Às vezes, outros programas podem ser interrompidos por plantões de notícias (news flashes), em casos relevantes e urgentes. Um newscast normalmente consiste de uma cobertura de várias notícias e outras informações, produzidas localmente por uma emissora ou por uma rede. Pode também incluir temas adicionais, como esportes, previsão do tempo, boletins de trânsito, comentários e outros assuntos. Segundo normas canônicas praticadas no Brasil e em outros países, o texto para telejornalismo deve ser ainda mais curto e objetivo do que o texto jornalístico de mídia impressa, com vocabulário mais próximo do coloquial. Cabe ao “âncora” narrar, anunciar ou comentar as notícias que serão exibidas, ou mesmo chamar os repórteres que entram ao vivo na programação. >>>www.wikipedia.org
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