Revista ALVO ed 10

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R E V I S TA

DOS

CONDOMÍNIOS

Estado do Pará Um imperdível tour por lugares fascinantes.

Entrevista “Querem tirar nossa competência” diz o Juiz Heyder Ferreira, pres. da Amepa. Perfil

Thiago Castanho conheça o premiado chef paraense. Música

The Beatles,

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Revista Alvo - Ano V - Edição 10 ISSN 2179-9490

banda britânica que ainda influencia.

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Revista Alvo - Edição 10 Ipê

Curupixa

Branca

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26 Cartas Editorial Direitos e deveres

Inadimplente não vota, nem é votado por Dr. José Nazareno

Entrevista

Juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira Pres. da Amepa

Turismo

Muito particular

Saúde

Compra coletiva

Turismo religioso atrai peregrinos à Fátima

A saude feminina e o câncer de colo de útero - por Dr. Luis Eduardo de Carvalho

Capa

Lado B

Ditando o chic

Segurança

Decor O mercado premium da decoração paraense - por Pepeu Garcia

The Beatles

A banda dos anos 60 que revolucionou a música

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Clicar e pechinchar

Abrajet

Chef Thiago Castanho

Estado do Pará - Uma viagem apaixonante pelo coração da Amazônia

Diferença entre passeio e passeio completo - por Patrícia Bahia

Qual é o valor da dignidade? por Guilherme Mendes

Perfil

Traços e ideias

Arquitetura empresarial por Fernanda Farinazo

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O melhor amigo da segurança

XXVIII Congresso

por Apoena Augusto

Informe Grupo Concreta da ACIA

Em números

Capoeira

Conectado

Playground

As festas e os principais eventos da cidade por Gui Sampaio

Dicas de música, cinema e literatura

Divisão do Pará, a quem interessa? por Oberdan Duarte

A ginga que ganha o mundo


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Cartas

“Vale salientar que eu gosto muito de assuntos relacionados à Administração de Condomínios e da Indústria da Construção Civil e aproveito para parabenizá-los pela excelente coluna ‘direitos e deveres do presidente do SINDCON, José Nazareno Nogueira Lima e da matéria de capa O que pode levar um prédio a cair? por Timóteo Lopes. Hamilton Dias Bordalo, Belém-PA

Revista Alvo

“Olá. Quero parabenizar a todos que fazem a revista Alvo. Sou um leitor assíduo da revista. Sempre tento encontrar uma edição para eu poder ler e guardar. Adoro os bastidores dos programas que estão no ar. Ah, não mude nada da revista, não. Ela está com nota 10! Sucesso amigos... Luciano Pinto, Belém-PA

Informação

“Vocês estão de parabéns pela publicação, com conteúdo e informações sobre nossa região.”

Ana Gabrielle Maia, Manaus-AM

Divorce Party

“Onde nós chegamos? Dar festa para fim de relacionamento. Festajar o fim dos valores familiares.”

Mande sugestões, críticas e elogios para: Email: cartas@revistaalvo.com Twitter: @alexandrealvo Seu texto será publicado na próxima edição.

Marlene Soares, Belém-PA

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Alvo Serviços e Publicações LTDA Trav. WE 78, 922 - Ananindeua - Pará Fones: (91) 8122-0670 / 3275-0233

Editor Responsável Alexandre Rocha DRT/PA 2233 Produção: Elna Cabral Repórteres: Thiago Melo, Valena Oliveira, Catarina Barbosa e Timóteo Lopes Departamento Comercial: Lilian Comesanha e Marcos Chaves Fotógrafos: João Ramid e Marcos Barbosa Criação e Design: Max Design Studio Max Lima - (91) 8337-2827 / 8408-1424 maxlin@globomail.com

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Impressão: IBEP Gráfica - Papel originário de madeira de florestas renováveis de eucalipto. Tiragem: 13.000 exemplares

Fale Conosco Email do Editor alexandre@revistaalvo.com Atendimento ao Leitor: cartas@revistaalvo.com Cartas: Trav. WE 78, 922 - Coqueiro Ananindeua - Pará. CEP 67140-190 Site: www.revistaalvo.com Twitter: @alexandrealvo Para Anunciar: contato@revistaalvo.com Belém: (91) 8122-0670 / 3275-0233 Manaus: (92) 8117-6207 / 8229-8011

Foto capa João Ramid A revista Alvo (ISSN 2179-9490) é uma publicação bimestral da Alvo Tecnologia Serviços de Publicidade Ltda EPP Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos ou imagens sem prévia autorização do editor.


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Alexandre Rocha Editor Responsável alexandre@revistaalvo.com

Editorial

Caros Leitores! C

Foto Jean Barbosa

om a premente questão da divisão territorial tão evidenciada em nosso Estado, pretendemos mostrar com a matéria de capa dessa edição, as riquezas deslumbrantes e paradisíacas que permeiam o nosso Pará. A maioria dos paraenses desconhece esses lugares encantadores, ou por falta de oportunidade ou por opção de buscar fora daqui algumas maravilhas, supostamente, encontradas apenas em outras regiões, quando na verdade, tudo isso pode ser ‘desfrutado’ bem aqui, em nosso ‘quintal’. A revista mostra alguns desses lugares fascinantes, especialmente pra você. O economista Oberdan Duarte trás, em sua coluna “Em números”, informações para entendermos melhor o que pode acontecer com nosso Estado e quais os interesses econômicos envolvidos nessa questão, se, de fato, houver a separação. Em entrevista, o Presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará – Amepa, Juiz Heyder Ferreira opina sobre a federalização do crime agrário no Pará. Pede também, que sejamos ‘justos’ com os juízes que hoje trabalham, principalmente no interior do Estado, com um mínimo de infraestrutura. O premiado chef de cozinha paraense Thiago Castanho fala de sua ascendente trajetória, que culminou com o reconhecimento dos melhores chefs do país e impulsionaram seu talento nacionalmente. De como sua ousadia em utilizar os sabores exóticos da Amazônia, contribuiu para todo esse destaque. Certa vez, meu professor respondeu a um colega de classe, que havia questionado sobre o que seria dos Beatles após 50 anos. Ele respondeu: “Os Beatles assemelham-se a Mozart, Chopin e Vivaldi, que ainda hoje escutamos. Os Beatles serão para sempre”. Então para os fãs dessa banda dos anos 60, ‘que ainda hoje escutamos’, a revista ALVO faz uma homenagem contando histórias de pessoas que mudaram suas vidas por conta dessa banda, que sempre será, para muitos, a melhor banda do mundo. Temos ainda as estreias dos colunistas Pepeu Garcia e Dr. Luis Carvalho, que vão nos trazer informações importantes sobre o mercado de decoração e os cuidados que temos que ter com nossa saúde, respectivamente.

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Boa leitura!

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Deus seja louvado.

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José Nazareno Nogueira Lima Advogado.

Direito e Deveres

nazareno@nogueiralima.com.br Pres. do SINDCON e Vice-Presidente da FESECOVI

Inadimplente não vota, nem é votado.

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ecentemente, uma moradora e membro do Conselho de um Condomínio, me procurou preocupada com um outro morador que se encontrava inadimplente e queria disputar a eleição para síndico do edifício. Evidente que os moradores estavam apreensivos, pois seria muita irresponsabilidade, colocar a “raposa para tomar conta do galinheiro”, conforme mencionaram. Respondi clara e objetivamente que “não”. Em princípio, o condômino que se encontra em atraso nas suas taxas condominiais não pode nem participar das assembléias condominiais. Temos, no condomínio, duas figuras a salientar: uma é do Condômino/Proprietário do imóvel e a ele se assemelha o adquirente, promitente comprador e os que obtenham direitos sobre o imóvel, como no caso de herança e outros. A segunda é o Locatário/Inquilino, aquele que detém a posse do imóvel mediante contrato de locação, permissão, comodato, etc... Para votar e ser votado, o Condômino/Proprietário precisa estar em dia com suas obrigações condominiais. Nas Assembléias Gerais Ordinárias só quem pode votar é o Condômino/Proprietário, o locador somente poderá participar e votar com procuração outorgada pelo condômino, em alguns casos, reconhecida a assinatura em Cartório de Títulos e Documentos, de acordo como prevê cada Convenção Condominial. Nas Assembléias Gerais Extraordinárias, o Locatário/ Inquilino, por força da nova Lei do Inquilinato, poderá participar e votar, caso o proprietário não esteja presente e se estiver em dia com suas obrigações. Nem poderia ser diferente, em qualquer clube de esquina ou associações civis, inadimplente não tem direito a votar nem ser votado. Certa vez, num condomínio de Belém, uma moradora que era inadimplente habitual e contumaz, foi escolhida síndica. Pensavam os moradores que, com isso, dariam uma ajuda a essa pessoa, já que ninguém tinha tempo para assumir o condomínio. Como o sindico em geral tem a isenção da taxa condominial, essa moradora ao menos não ficaria inadimplente. A experiência foi um desastre, já que ela se revelou péssima administradora e ainda deu um golpe nas finanças do condomínio. Nesse caso a emenda foi pior que o soneto. Quando analisamos a figura do Inadimplente, Revista Alvo - Edição 10

verificamos que, pelo menos três se destacam mais: o primeiro é o devedor contumaz, habitual, aquele que tem prazer em dever, acha que a riqueza do homem está no montante que ele deve e não na sua capacidade de endividamento. Deve ter um desequilíbrio qualquer, pois simplesmente, não se importa com nada. Deve condomínio, água, luz, mensalidades escolares, prestação do veículo, anda em altas rodas sociais, vive viajando. É conhecido e não tem vergonha de dever, pelo contrário, sente-se orgulhoso e envaidecido. E, se você for cobrar dele, ainda se enche de razão. O segundo é o devedor sazonal, ou seja, por estação. Aquele que quando chegam os momentos de férias, fim de ano e outras viagens, geralmente deixa o pagamento do condomínio para depois, já que na sua cabeça as dívidas do condomínio podem esperar. Nesse período, a inadimplência de condomínio pode variar entre 20% a 30%. O terceiro é o que perdeu o emprego, a mulher que perdeu o marido, os filhos que perderam os pais, enfim, aconteceu alguma desgraça profunda e os moradores não tem condições de arcar com as despesas condominiais. Esse caso é o mais triste pelas histórias que vivenciamos. Merece nosso respeito. Entretanto os moradores sempre têm uma fórmula para solucionar esse problema até sua solução. O combate à inadimplência se torna muito mais difícil por falta de mecanismos que possam coagir o devedor, pois a única forma que temos atualmente, legal e indiscutível, é a cobrança judicial. A lei que alguns estados possuem de protesto de taxas condominiais é uma medida paliativa. O Tribunal de Justiça de São Paulo, em decisão recente, declarou a inconstitucionalidade da Lei daquele Estado que previa o protesto de Taxa Condominial, alegando, entre outros motivos, que essa taxa não é título de crédito, como também não é um titulo executivo extrajudicial, cuja competência para legislar sobre o assunto é da União Federal e dos Estados ou Municípios. Daí o devedor protestado poderá acionar judicialmente o condomínio com ação de danos morais. A única garantia que temos é que as dívidas de condomínio são de ônus reais, ou seja, elas acompanham o imóvel, sendo possível recebê-las mesmo que o imóvel esteja gravado como bem de família. Aí é só executar o débito, penhorar o imóvel e levá-lo a leilão para garantir a dívida.


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Entrevista

Juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira por Catarina Barbosa Foto Marcos Barbosa

Presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará - AMEPA

A Justiça Estadual soluciona os crimes de violência no campo O Estado do Pará tem dados preocupantes quando o assunto é violência no campo. Na tentativa de resolver esse problema, discute-se a transferência dos crimes da esfera da Justiça Estadual para a Justiça Federal. Contudo, o Presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), Heyder Ferreira, afirma que a mudança, além de não resolver o problema, irá piorar

a situação, uma vez que, segundo ele, a Justiça Federal é ainda mais morosa para julgar processos de crimes contra a vida e justifica a afirmação com dados da própria Justiça Federal. Depois da fase de debates, que ouve os que são favoráveis e os que são contra a proposta, ela será votada na Câmara dos Deputados e no Senado.

Alvo - Qual é a visão da Amepa sobre essa possibilidade de federalização dos crimes de violência no campo? Dr. Heyder - A AMB, que congrega todas as associações estaduais, assim como a Amepa, discordam totalmente da federalização dos crimes de violência no campo. O Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, afirma que os magistrados federais teriam condições de julgar os homicídios no campo de forma mais célere, inclusive dizendo que estão tecnicamente mais preparados. O colega juiz federal esquece de apontar a principal causadora da alegada morosidade: a falta de estrutura da justiça estadual. A forma como o representante dos juízes federais dirige-se a opinião pública dá a entender que eles teriam maiores conhecimentos que nós, os estaduais, que não é verdade. O concurso para ingresso na carreira, tanto lá quanto cá, é de extremo rigor, não havendo diferença alguma entre os federais e estaduais que não seja a definição de competência para julgamento. Neste particular, o campo de atuação dos juízes estaduais é infinitamente maior, ou seja, a nossa carga de trabalho supera em muito a deles.

Atualmente, estamos trabalhando para mostrar para a sociedade que a transferência do julgamento dos crimes de violência no campo, da Justiça Estadual para a Federal, não vai alterar em nada, e o pior, a tramitação será mais morosa, já que há vários casos da Justiça Federal que não chegaram a julgamento ou não procederam ao julgamento da forma célere com que estão nos cobrando. Posso citar, por exemplo, alguns casos: o primeiro referese a Justiça Federal do Maranhão, que julgou os quatro policiais rodoviários federais acusados de matar o motorista Vanderley Alves Pinheiro e seu filho, no dia 21 de julho de 2009 – detalhe: o crime ocorreu em 16 de maio de 1990 – no posto da PRF de Santa Inês. Ou seja, a agilidade da Justiça Federal foi de exatos 19 anos, dois meses e seis dias para realizar o primeiro tribunal do júri. Além desse, posso citar o caso do homem que atropelou fatalmente um policial rodoviário federal em Paraty, na Região Sul Fluminense, em 2000. A agilidade da Justiça Federal foi de nove anos, cinco meses e vinte dias. Depois de tanto tempo de espera, os familiares da vítima, ainda viram este julgamento ser anulado pelo Tribunal Revista Alvo - Edição 10

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Federal, por haver indícios de que o réu teria praticado homicídio doloso (quando há intenção de matar) e não culposo, como ficou decidido na sentença de primeiro grau, que o condenou a um ano e nove meses de prisão, em regime aberto. O caso dos acusados do assassinato da deputada Ceci Cunha, é outro exemplo, que ainda irá a júri popular. O crime aconteceu em dezembro de 1998 e desde novembro de 2010 foi incluído no “Programa Justiça Plena”, da Corregedoria Nacional de Justiça, que tem por finalidade monitorar os processos de grande repercussão social, cujo andamento esteja paralisado no Judiciário brasileiro. O nobre magistrado, em seu discurso meramente publicitário, demonstra desconhecer a realidade de seu próprio Tribunal. Deveria, antes de tentar “agilizar os processos”, que estão sob nossa responsabilidade, dar a agilidade cobrada aos “seus próprios processos”. A não ser que a Justiça Federal, que acho pouco provável, queira condenar a todos sem o devido processo legal e independente das provas, pois só assim teria condições de dar a “resposta eficaz”.

O que a Amepa está fazendo para inverter a situação? O judiciário paraense nos últimos anos tem se empenhado por demais na resolução dos delitos envolvendo os crimes no campo. E nós juízes temos tentado dar a celeridade não só a estes feitos, como também em todos os demais, tanto é verdade que nós alcançamos o primeiro lugar no relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no cumprimento da Meta 1, que consistia em julgar mais processos do que recebeu no ano passado. O judiciário paraense julgou 164,68% dos feitos que lhe foram apresentados durante o ano de 2010. A nossa única divergência com os movimentos sociais e a Ajufe é com relação à federalização dos crimes no campo. Concordamos, por exemplo, com a majoração das penas, com o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 438, que amplia pena a empregadores flagrados usando regimes de contratação similares ao trabalho escravo, e a atualização do índice de produtividade e a destinação de mais recursos para o campo. Essas ações, que têm por propósito coibir crimes de violência pela disputa da terra, recebem total apoio da Amepa e da AMB.

Esses casos descritos mostram certa demora da Justiça Federal para realizar julgamentos. Então, a que se atribui a possibilidade de se cogitar à federalização? Conveniência. Viés político. Esse tem sido o perfil do colega juiz federal. Acredito que o presidente da Ajufe, quer chamar a atenção dos meios políticos falando o que todos querem ouvir. Entretanto, o verdadeiro juiz não deve buscar “aplausos fáceis”, mas sim ter a coragem de fazer o que manda a lei e com base em fatos e não em falácias. Não devendo ter a preocupação se essa conduta vai agradar ou desagradar os envolvidos. No Pará, temos 143 municípios e 20 cargos de juízes federais, sendo que a maioria deles pede transferência para outro estado da federação assim que surge uma oportunidade. Ou seja, esses juízes não ficam por muito tempo em território paraense. E por isso pergunto: Como dar agilidade se a Justiça Federal não tem juiz em todos os municípios? Quando isso ocorre, a lei determina que o ato seja realizado por outro juiz, através de carta precatória. Ou seja, o juiz federal, que está “desesperadamente” querendo “tirar nossa competência”, em razão de não se fazer presente em todas as comarcas, irá pedir, que nós, os estaduais, ouçamos todas as testemunhas do processo que “era nosso”. Creio que qualquer pessoa irá chegar à conclusão óbvia de que o feito obrigatoriamente terá tramitação mais lenta, com o surgimento deste “novo intermediário”. O juiz estadual não serve para julgar, mas serve para colher informações? Sem contar que o juiz federal não tem a expertise do estadual, que tem contato diário com o Tribunal do Júri.

Como o Pará atua hoje na solução dos crimes agrários? O Pará foi o primeiro estado do Brasil a criar uma vara agrária. Todos os profissionais atuantes dessas varas possuem especialização em Direito Agrário, pois recebem “treinamento” para atuar especificamente nesta área. Além disso, os juízes passaram a atuar “para além dos gabinetes”. Os juízes das Varas Agrárias passaram a “ir até o problema”, a fazer audiências embaixo de árvores e tendas improvisadas, ou seja, no próprio local do conflito, assim procedendo como forma de melhor avaliar a prestação jurisdicional a ser aplicada ao caso em concreto. Recentemente, tivemos a invasão da sede do Incra de Marabá por mais de 3.000 moradores de assentamentos. O caso deveria ser resolvido pela Justiça Federal, mas foi uma juíza estadual que conseguiu dar fim a este impasse, pois tão logo aquele soube que esta tentava uma solução pacífica para o problema suspendeu a decisão liminar para depois do resultado desta iniciativa. A juíza da Vara Agrária de Marabá, Drª Cláudia Favacho , foi diretamente até o assentamento – sem escolta policial – para resolver o caso. Lá chegando, ouviu dos representantes dos movimentos sociais, que estes só desejavam um encontro com os ministros em Brasília para solucionar o problema de repasses de verbas. Com essa iniciativa, a Juíza não só conseguiu o encontro, como também participou da audiência que deliberou pela liberação dos valores exigidos pelos invasores da sede federal. Resultado: sem nenhum disparo de uma arma de fogo, os sem terras desocuparam pacificamente a sede do Incra, evitando além de perda de vidas humanas a depredação de prédios públicos.

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Além desse, cito o da magistrada Sara Augusta, no Caso do assassinato dos extrativistas de Nova Ipixuna. Ela estava em plena sessão de Júri quando recebeu um requerimento cautelar por parte da polícia civil, e por ser comprometida com a celeridade, e diante da gravidade do caso de violência aos direitos fundamentais da pessoa humana analisou e deferiu o requerido no mesmo dia. Neste mesmo caso, o Judiciário recebeu a denúncia e decretou a preventiva no mesmo dia em que o feito lhe foi concluso, passaram-se dois meses entre o crime e o recebimento da denúncia pelo Judiciário Paraense. E no passado, tivemos o julgamento dos autores do assassinato da missionária Dorothy Stang, que apesar dos inúmeros percalços jurídicos que ocorreram durante sua tramitação, aconteceu em menos de um ano. Ora, diante dessa postura não podemos aceitar a tese de falta de comprometimento dos juízes estaduais na resolução dos crimes no campo. Não é justo apontá-lo como responsável pela lentidão na tramitação dos feitos. Pelos exemplos, há certas limitações para que a Justiça Estadual exerça suas funções com excelência. Isso afeta no resultado dos casos julgados? Na divisão de competência para julgamento de feitos coube aos juízes estaduais a maior fatia, porém a menor no que se refere à dotação orçamentária. Ou seja, recebemos poucos recursos financeiros para muitos processos. Um juiz federal tem em seu gabinete pelo menos 20 funcionários, na justiça estadual nem Desembargador tem tudo isso à sua disposição. Não são poucos os juízes do interior que ainda convivem com funcionários cedidos pela Prefeitura, que tão logo recebe uma decisão contrária a seus interesses e solicita de volta todo mundo, ficando o juiz sozinho no fórum. O juiz federal tem direito a assessor, o juiz estadual não. As causas federais são “repetitivas”, as estaduais não. Em suma, os problemas do dia-a-dia da população quem resolve são os estaduais, sem que lhe dêem estrutura funcional mínima para isso. De acordo com relatório do CNJ, em números de 2009, a Justiça Estadual naquele ano, contava com 13 mil juízes, e custou aos cofres públicos cerca de R$ 23 bilhões, enquanto que a Justiça Federal, com apenas 1.500 magistrados, gastou R$ 6 bilhões. A estrutura dada a cada magistrado estadual custa R$ 1,5 milhões enquanto que o federal recebe por volta de R$ 4 milhões. Se tivéssemos apenas um terço dos funcionários que têm os federais nossa produtividade seria infinitamente maior do que é hoje. Quantos casos estão em tramitação hoje? Este é outro ponto que tem chegado de forma distorcida à sociedade. A tramitação para apurar um crime é a seguinte: após a polícia tomar conhecimento, instaura o inquérito,

que depois de encerrado deve ser encaminhado ao Ministério Público, que pode tomar três rumos: Devolvê-lo à delegacia para novas investigações, pedir arquivamento ou oferecer denúncia ao juiz. A sociedade tem que ter conhecimento que o Poder Judiciário não engloba Governo do Estado, Policia civil e militar, Defensoria Pública e nem Ministério Público. As deficiências destes não podem ser atribuídas ao Judiciário. Cada um deve arcar com o ônus de sua parcela na demora na apuração destes delitos. Explico: alguns casos que são apresentados na mídia referem-se a crimes praticados há cinco, dez, quinze anos, sem que a Polícia tenha instaurado inquérito policial para apurar o delito, ou se abriu, não conseguiu encerrar por ausência de testemunhas. Ora, se o inquérito sequer é aberto, por quem deveria fazê-lo, como o judiciário pode ser responsabilizado pela demora em sua apuração? A rigor a responsabilidade do judiciário pelo feito “começaria” com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. Na esteira deste raciocínio informo que de todos os casos apresentados pelos movimentos sociais somente 38,75% chegaram ao Poder Judiciário, os demais 61,25% não. E desses 38,75%, entre 80 a 90% foram julgados por nossos juízes. Aqui vem outro problema, para algumas pessoas o juiz só julga quando há condenação, o que não é verdade, pois um julgamento pode redundar em absolvição, condenação ou arquivamento do processo quando, por exemplo, os mandantes não são identificados. Dos 80 a 90% referidos, entre 3% e 4% resultaram em condenações. O que nos causa espanto é que este índice tem sido usado como se fosse os processos que foram julgados, o que não é verdade, já que, repita-se, julgamos quase 90% dos feitos que foram apresentados ao Judiciário. E quando se tem condenação ainda existe a possibilidade de recursos aos Tribunais Superiores. Outra culpa, equivocadamente, atribuída ao Judiciário Paraense: Recentemente o programa Fantástico da Rede Globo teceu severas críticas ao Tribunal de Justiça do Pará por não julgar o suposto mandante do assassinato do agricultor José Dutra da Costa. Ora, esta pessoa só não foi julgada até hoje por culpa única e exclusiva dos Tribunais Superiores que estão há alguns anos para julgar um agravo de instrumento interposto pelo advogado do acusado. Ou seja, nós fizemos nossa parte julgando o suposto mandante, mas este recorre ao STF e ao STJ, usando o seu incontestável direito de defesa, e estes demoram na apreciação do pedido e a culpa é do Tribunal do Pará? Santa paciência, temos a hombridade de assumir as nossas falhas, mas a dos outros não dá. Hoje, temos somente 76 processos em tramitação, o que demonstra que não somos morosos e estamos trabalhando. Além disso, a juíza do TJ/PA, gestora das metas junto ao CNJ, Kátia Parente Sena, acompanha esses processos de perto. Revista Alvo - Edição 10

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Fernanda Farinazo Arquiteta Urbanista

Traços e Ideias

fernandafarinazo@yahoo.com.br

Arquitetura empresarial: Projetando bem-estar e produtividade

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sucesso de uma empresa depende do empenho de seus colaboradores, da boa administração de seus dirigentes e do prestígio que possui junto aos seus clientes. Para tudo isso, a arquitetura empresarial é uma ferramenta fundamental que busca garantir estes fatores e outros que podem melhorar todas as relações dentro de um empreendimento, inclusive a relação com o cliente. Na Grécia Antiga, com a construção dos prédios públicos das metrópoles, a preocupação com a infraestrutura e a organização do espaço de trabalho já era uma realidade. De lá para cá, os projetos foram se desenvolvendo e ficando cada vez mais personalizados, funcionais, de acordo com o perfil de cada negócio. Um projeto desse tipo depende da função e do ramo de cada empresa no mercado. A escolha dos materiais, dos objetos e do conceito de decoração do ambiente vai depender do ramo empresarial da instituição. Um escritório de advocacia terá um ambiente diferente ao de um consultório de pediatria. Tudo parte deste princípio e, a partir daí, das necessidades de cada empresa. Pensamos na Revista Alvo - Edição 10

estrutura e no ambiente mais favorável para estimular a produtividade, a lucratividade e o crescimento da empresa. O público alvo também é levado em consideração na hora de planejar o ambiente empresarial. Não se pode fazer um ambiente muito sofisticado se a empresa busca atingir um público mais popular. Se for assim, o ambiente ao invés de atrair, irá inibir a clientela. Atualmente utilizamos muitos elementos no meio empresarial, entre eles os objetos ecologicamente sustentáveis, a luz natural e as cores – que podem transmitir emoções e são utilizadas de forma estratégica. Materiais nobres como a madeira, cores neutras como o branco e o cinza mesclados às cores institucionais em um layout inteligente e prático, geram sentido de organização aos ambientes. Um projeto corporativo também pode possuir traços dinâmicos, oferecendo ‘vida’ aos espaços, ao mesmo tempo em que ilustraram a dinamicidade característica da própria empresa.


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Patrícia Bahia Promoter de Eventos bahiapatricia@hotmail.com

Ditando o Chic

Diferença entre passeio e passeio completo Trabalhando com eventos percebo o desespero das pessoas quanto ao traje que usar ou como se comportar em eventos sociais. Saber as regras e ter as armas é essencial até para saber desobedecer. Se for uma opção sua vestir jeans em uma festa onde todos estão de smoking e se você estará seguro, certamente irá se sentir bem. Mas se você vai de jeans e todos estão de smoking e você não sabia disso, sem dúvida se sentirá péssimo. Ou seja, se você foi informado do traje e decidiu se vestir de forma diferente, deve assumir as conseqüências.

A diferença entre estar bem vestida e ser chique Conheço pessoas muito ricas que se vestem de maneira horrorosa. E pessoas com pouco dinheiro que

se vestem com bom senso. Não importa se você repete o vestido mais de cinco vezes, se ele lhe dá segurança e está de acordo com a ocasião, estará confortável. Tem gente que até de chita fica chic. Já vi roupa de grife não cair bem e não ter durabilidade na primeira lavagem. Estar bem vestida é questão do dia, naquele dia em especial. Algumas mulheres compram vitrines inteiras, como a modelo está: a bolsa, o sapato, a roupa. Ser chic está além disso, é questão de aparência com conteúdo. Você pode comprar um produto pela embalagem, mas se não tiver conteúdo não comprará a segunda vez. Assim sendo, com pessoas não é diferente. O mais importante é ter bom humor e conversa atualizada. Sem isso, a beleza cai por terra.

TRAJE ESPORTE - Simples e informal. Eventos que envolvem lazer, almoços, exposições, churrascos, batizados, festas de crianças. Mulheres: Saia ou calça jeans ou da estação, camisetas, saias, vestidos de alcinhas (hoje muito usado), legging com um blusão colorido e calça capri. Nos tecidos rústicos, crepes, algodão, linho, stretch, malhas. Acessórios descolados, bolsas grandes. Homens: Esportivo sim, mas não bagunçado. Sempre calças de brim, gabardine, jeans com camisas esportivas, calças capri esportivas. Sapatos esportivos, mocassim, sapatênis, tênis desde que não seja o da ginástica, surrado. E lembre-se: jamais use tênis em batizados.

TRAJE PASSEIO, ESPORTE FINO OU TENUE DE VILLE Requer certa informalidade. Algumas experts no assunto condenam e não consideram esse termo “esporte-fino”. Um famoso e despojado cantor paraense, amigo meu, usava bermuda esporte e camisa de mangas. Dizia ele: “Estou esporte pra baixo e fino pra cima”. Não é bem assim! Mulheres: Calças pantalonas e blusas mais caprichadas, vestidos, tailleurs ou terninhos em algodão, microfibra, jérsei, sedas e até malha, dependendo do modelo. Saltos médios e altos, acompanhados de bolsas médias para o dia e pequenas para noite - antes sem brilho, hoje se permite brilho sem exageros. Capriche nas bijoux e acessórios. Homens: Blazer ou jaqueta. Sempre calça e camisa social, com ou sem blazer. Terno dependendo do horário, até as 18h, cores claras como bege, marrom ou cinza. Não precisa gravata. Pode ser algo mais informal. Hoje a juventude sempre. Nunca jeans. Somente se vier no convite tênue de ville use gravata.

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PASSEIO COMPLETO - Formalidade Jantares coquetéis, casamentos, formaturas, 15 anos mais chiques, comemorações oficiais. Mulheres: Vestidos curtos com detalhes de brilho, decotes, fendas, transparências e vestidos longos. Sapatos e sandálias de salto, bolsas pequenas, jóias e bijoux. Dica: em casamentos, branco só pra noiva. Madrinhas evitem o preto, não é de bom tom. E lembrem-se: quem tem que aparecer é a noiva. Homens: Terno escuro e mais formal (preto, risca de giz, marinho bem escuro ou grafite - para a noite é sempre chique) com gravata de estampas discretas sempre, seja de dia ou de noite. Dica: tenham sempre três camisas na cor azul-claro e algumas brancas, extremamente elegantes. É preferível um único terno com bom corte a vários mal talhados. Invista nisso e lembre-se nada é mais cafona que terno ou blazer claro à noite.

A roupa da festa não é mais importante que a festa, mas é fundamental”. TRAJE BLACK-TIE - Formalidade total Noites de gala, grandes bailes, noites do comandante nos navios, bailes de debutantes, festas de oficiais, festas do Itamaraty e grandes premiações como o Oscar. Mulheres: O brilho é permitido. Vestidos de baile, saias enormes, transparências, caudas, decotes ou fendas pronunciadas - mas nunca os dois, porque é demais - pantalonas largas em tecidos nobres são corretos. Em resumo, vestidos longos não são obrigatórios. Podem ser curtos, mas sofisticados, trabalhados. Tafetás, brocados, sedas, shantungs, rendas, zibelinas e georgettes. Sapatos e bolsas finos com pedrarias. E jóias, hoje é difícil usar com segurança, mas existem cópias poderosas. Homens: Não tem erro. Smoking com Tie tradicional ou não, dependendo da ocasião. Em eventos informais, como de moda, são permitidas algumas personalizações despojadas para os “pingüins”, mas excetuando-se nas festas do Itamaraty ou do mais alto escalão. Nesse caso nunca esqueça o Tie, dê preferência à borboleta, rigor é fundamental. Cuidado: variações nas cores das faixas e gravatas são perigosas.

E na dúvida, se não vier no convite, pergunte à anfitriã, não ofende”. TRAJE GALA - Formalidade total Mulheres: Vestidos longos são obrigatórios abaixo do tornozelo, somente eles. Nem pensar nos conjuntos de saias e blusas, por mais trabalhados que sejam, muito menos pantalonas. Homens: Casaca (que é o paletó preto com cauda bipartida), gravata borboleta branca e camisa de colarinho alto com pontas viradas. Fraque também é traje de gala, sendo mais usado em bodas e casamentos por padrinhos e noivo.

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Pepeu Garcia Economista pepeu@scabelem.com.br

Decor

Empresário e Presidente do UNICO -Núcleo de Decoração

O mercado premium da decoração paraense

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constatação já é de domínio comum: não precisa mais sair de Belém para comprar qualquer tipo de produto diferenciado, tanto para acabamento na construção quanto na decoração. O que mais anima e incentiva a arquitetura local é justamente esse novo momento vivido pelo mercado de produtos Premium. Dia desses recebi a visita do Osvaldo Mendes, fundador da Mendes Publicidade, que com a sabedoria acumulada de um octogenário que se encontra permanentemente na ativa à frente de sua agência, com uma experiência de quem completa bodas de ouro, algo para poucos em nosso país. Essa visita ocorreu em uma de nossas lojas, inaugurada recentemente e seu Osvaldo testemunhava essa minha afirmação inicial, de que realmente não precisamos mais sair de Belém em busca de diferencial, de melhor acabamento e de melhor preço. Temos trocado experiências fantásticas entre os núcleos de todo o país, inclusive o de São Paulo e a cada dia notamos que o avanço nesse segmento tem ocorrido praticamente em todas as capitais, mas a terra das mangueiras tem, com absoluta certeza, ganhado um destaque maior nesse setor. As últimas feiras nacionais e internacionais de material de construção e acabamento que ocorreram ao longo do primeiro semestre de 2011 apresentaram

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novidades maravilhosas, que já estão em nossas lojas locais. As tendências de substituição de produtos que, segundo os ambientalmente corretos, podem acarretar agressões à natureza, já estão fazendo parte de nosso dia a dia, com um exemplo muito claro dos porcelanatos que substituem as pedras com um acabamento muito superior a essas e com uma produção com o selo ISO 14001, que comprova o comprometimento dessas indústrias com a gestão ambiental correta. Da mesma forma, esses porcelanatos estão substituindo as madeiras de demolição, que conferem um requinte inquestionável aos mais belos projetos do momento. Também é importante salientar o crescimento profissional no mercado da arquitetura e designer de interior. Hoje podemos afirmar, com toda convicção, que contamos com grandes nomes disponíveis para executar os mais arrojados projetos. Prova disso é a presença de cinco profissionais da arquitetura local entre os TOP 100 da revista KAZA, evento que promovemos em parceria com a editora ação. Diante disso, só nos resta dizer da alegria de viver em Belém, de reafirmar o compromisso assumido pelos empresários do segmento Premium de construção e decoração, em fazer dessa cidade um lugar cada vez melhor para se viver, além de buscar a sustentabilidade como um dos alicerces de nossos negócios.


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The Beatles por Catarina Barbosa Foto Marcos Barbosa

A banda dos anos 60 tem uma legião de fãs espalhados pelo mundo, que colecionam álbuns e até lançam bares em nome da admiração

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Love, love me do, You know I love you, I´ll always be true…”. É possível, mas pouco provável, que você nunca tenha escutado “Love me do” ou “Please Please Me“, dos Beatles, mas além de você ser uma incrível exceção, ambos os hits citados foram os responsáveis por tornar a Banda de Liverpool – uma cidade portuária do condado de Merseyside, na Inglaterra – uma das mais conhecidas e admiradas do mundo. O sucesso que o quarteto formado por Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr fazia na Europa foi propagado nos Estados Unidos, quando a música “I Want to Hold Your Hand” conquistou a terra do Tio Sam. Enquanto a América do Norte se rendia ao talento dos meninos de Liverpool, na América do Sul, mais especificamente na Ilha de Mosqueiro – localizada a pouco mais de uma hora da capital do Estado do Pará, Belém – um menino de 12 anos também escutou “I Wanna Hold Your Hand” no rádio e se encantou. “Fiquei em êxtase, jamais tinha escutado algo tão original e impactante a nível sonoro e melódico”, relembra o jornalista Edgar Augusto, hoje com 60 anos. A admiração de Edgar pela Banda cresceu junto Revista Alvo - Edição 10

com ele. Hoje, o jornalista se considera um fã dos Beatles e até “beatlemaníaco” – caso você julgue, assim, as pessoas que têm todos os discos oficiais da Banda e mais um leque interminável de músicas piratas. “Como jornalista musical me habituei aos rótulos. Eles vão e depois desaparecem. Nada tenho contra. Acho até que traduz uma época, mas que ainda dispõe de espaço até os dias atuais”, comenta sobre o título do qual não pode abster-se. Se você, assim como o jornalista, gosta de Beatles sabe que é difícil ser categórico e dizer: “A minha música preferida dos Beatles é...”. Entretanto, ele conta que no seu processo de descoberta, se impressionou com os acordes em dissonante de “It Won’t Belong”, do álbum “With the Beatles”. “As respostas de Paul e George para o solo de John, a base do yeah yeah, eram fantásticas”, explica, afirmando que é difícil dizer o que mais lhe agrada na Banda, pois ora são as melodias redondas, ora os acordes bem combinados, ora o toque de sofisticação. “Eles sempre geraram tudo isso, às vezes tenho até a pretensiosa ideia de supor que as músicas foram feitas só pra mim”, declara Edgar.


Edgar Augusto Proença Jornalista

... às vezes tenho até a pretensiosa ideia de supor que as músicas foram feitas só pra mim”

João Cardoso Souza Empresário

Mesmo sem conhecimento musical algum, o ritmo, a melodia, os arranjos e harmonia do conjunto, chamavam muito a minha atenção” Revista Alvo - Edição 10

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Bar dos Amigos

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A música dos Beatles transita do protesto social a temas como a amizade e você com certeza tem um amigo, aquele com quem você pode contar, dividir seus sonhos, fraquezas, alegrias. Mas será que você consegue explicar o que sente por um amigo ou o que faria por ele? A música “With a Little Help From My Friends”, do álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” fala justamente sobre isso. Nela, John Lennon e Paul McCartney cantam que mesmo “cantando desafinado” ou “longe de seu amor”, Ringo – que interpreta a canção – tem o apoio dos amigos. E foi com o apoio dos amigos que o empresário João Cardoso Souza, 42, dono do bar “The Beatles” montaria o seu negócio em homenagem à Banda. “A princípio convidei alguns amigos e falei da ideia. Eles acharam muito boa e hoje faz onze anos que tenho o empreendimento”, comenta, dizendo que as pessoas sentem necessidade de ter um espaço onde possam ouvir as músicas do quarteto, logo, a aceitação foi grande. João gosta de Beatles desde que tinha 17 anos. O contato com os meninos de Liverpool começou em 1978, quando ele ia para a casa de dois amigos escutar os discos de vinil e LP’s da Banda. “Lembro que ao colocarem os discos pra rolar, minha paixão foi imediata. Mesmo sem conhecimento musical algum, o ritmo, a melodia, os arranjos e harmonia do conjunto, chamavam muito a minha atenção”, destaca. João é enfático ao dizer que quando uma pessoa deixa apenas de admirar e torna-se fã, é muito difícil evitar a comparação ou deixar de perceber a influência dos Beatles nas bandas que surgiram posteriormente ao grupo. “Nessa inevitável comparação é difícil encontrar uma pessoa que não goste dos Beatles de verdade e não diga que eles são a melhor banda do mundo”, afirma. Entretanto, apesar de o empresário considerar os Beatles a melhor banda existente, o bar é eclético e o critério para que as músicas toquem no ambiente é, exclusivamente, a qualidade. “Nunca digo que o bar é dedicado aos Beatles. É claro que a razão de ele existir é a Banda, mas outros músicos “tocam” no local, como The Rolling Stones, Creedence, The Door, Bob Dylan, U2, sem esquecer, claro, nossos grandes músicos nacionais”. Contudo, peço desculpas em nome de todos os fãs das outras bandas, mas os Beatles têm uma forma particular de nos transportar para algum lugar do passado, onde escutar, gritar ou dançar uma música não se detinha ao simples ato em si. Cantar uma canção de protesto era, literalmente, protestar. Dançar evocava todos os sentimentos bons, que a década de 60 oferecia. Hoje, o quarteto – infelizmente – se desfez, mas através de bandas covers, bares e também de filmes, discos e LP’s, você que é fã, ou não, pode voltar no tempo e compartilhar a história de uma das bandas mais queridas do mundo. Se você gosta de Beatles e gostaria de conhecer um pouco mais sobre a Banda e seus integrantes assista aos filmes ao lado. Revista Alvo - Edição 10

aos Assista

filmes!

Os Reis do Iê Iê Iê A Hard Day’s Night, Inglaterra 1964

Yellow Submarine Inglaterra/EUA 1968

Let It Be Inglaterra 1970

Febre de Juventude I Wanna Hold Your Hand, EUA 1978

Os Cinco Rapazes de Liverpool Inglaterra/Alemanha 1994

Across The Universe EUA 2007

O Garoto de Liverpool Inglaterra/Canadá 2009


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Turismo religioso atrai peregrinos de todo o mundo à Fátima. por Timóteo Lopes

Por ano, cerca de 5 milhões de católicos visitam o Santuário de Fátima, em Portugal.

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Santuário de Fátima, localizado na Cova da Iria, perto de Ourém (distrito de Santarém), em Portugal, é um dos templos religiosos mais visitados de todo o mundo. Por ano, cerca de cinco milhões de fiéis católicos passam pelo local. Estima-se que só na peregrinação internacional do dia 13 de maio, mais de 200 mil devotos e quase 35 mil peregrinos, de 25 países, façam vigília no Santuário. Em Portugal, o turismo religioso já se tornou um dos setores da economia que mais crescem no país, com uma receita anual estimada em 10% do movimento turístico total, algo em torno de 700 milhões de euros. Dados da Associação Mundial de Turismo revelam que o turismo religioso movimenta cerca de 300 milhões de pessoas todos os anos e gastos da ordem de 18 bilhões de dólares. Fátima é hoje um dos principais destinos do turismo religioso na Europa. Segundo números do Santuário,

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em 2010 foram celebradas cerca de sete mil missas, que levaram mais de quatro milhões de fiéis ao templo da Virgem. No ranking dos peregrinos estrangeiros, os espanhóis aparecem em primeiro lugar, seguidos dos italianos, norte-americanos e brasileiros. Este ano, na tradicional procissão das velas (no dia 12 de maio) que antecede a missa internacional do dia 13 de maio (dia da aparição da Virgem aos três pastorinhos), cerca de 55 mil fiéis participaram da peregrinação. Para o reitor do Santuário, nem mesmo a crise econômica que atinge o país tem afastado os devotos. “Mesmo com a crise em Portugal, os fiéis continuam demonstrando seu amor e devoção à Virgem”, afirma o padre Virgílio Antunes. A aparição de Nossa Senhora de Fátima é um dos poucos milagres reconhecidos pela Igreja Católica. No dia 13 de maio de 1917 (ano da revolução soviética), três pastorinhos - Lúcia de Jesus e os irmãos Jacinta


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e Francisco Marto - tiveram o primeiro contato com a Virgem, que lhes pediu que rezassem pela paz no mundo e pelo fim da guerra. De acordo com a Igreja, a Virgem revelou às crianças três segredos: a segunda guerra mundial, a queda do comunismo e um atentado que o Papa João Paulo II sofreria no dia 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro, no Vaticano. As duas primeiras mensagens foram reveladas em 1942. Já o terceiro segredo só foi divulgado pela Igreja no ano de 2000.

O “Milagre do Sol” No dia 13 de outubro de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco relataram que a Virgem teria prometido um milagre ao meio dia, na Cova da Iria (local das aparições), para que todos pudessem acreditar nas visões dos pastorinhos. Cerca de 70 mil pessoas presenciaram após uma forte chuva, a formação de uma auréola de luz que permaneceu girando em torno do sol durante 10 minutos. O fenômeno ficou conhecido como o ‘Milagre do Sol’. De acordo com a Igreja, no total foram seis as aparições da Virgem, entre 28 de abril e 15 de junho de 1919. Numa delas, Nossa Senhora de Fátima pediu aos pastorinhos para que fosse construída uma capela de oração no local das aparições, que se tornaria uma dos principais centros de peregrinação católica do mundo. Francisco morreu em 1919, com apenas 11 anos, vítima de problemas respiratórios. Jacinta faleceu no ano seguinte, aos 9. Lúcia se tornou religiosa e revelou os segredos de Fátima somente ao Papa João Paulo II. A religiosa morreu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos. Francisco e Jacinta foram beatificados pelo Papa João Paulo II, no ano de 2000, na última visita do Sumo Pontífice à Fátima.

Fé e devoção O Santuário de Fátima tem uma área total duas vezes maior que a Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma. Um dos locais mais visitados pelos peregrinos, além da Capelinha das Aparições, é a Basílica do Rosário, onde estão os túmulos dos três pastorinhos. O templo de pedra, em estilo neobarroco, mede 70,5 metros de comprimento e 37 de largura e começou a ser construído em 1928, pelo arquiteto neerlandês Gerard Van Kriecken. Uma coroa de bronze de sete mil quilos, colocada no topo da torre de sinos de 65 metros de altura, confere um ar imponente à construção, que tem ainda, na fachada, anjos esculpidos em mármore pelo escultor Albano França e um relógio criado pelo artista português Bento Rodrigues. Além da Capelinha das Aparições e da Basílica do Rosário, a estátua do Papa João Paulo II, obra do artista polonês Czeslaw Dzwigaj, também atrai milhares de devotos ao Santuário de Fátima. “João Paulo II é um santo. Tenho muita fé nele e em Nossa Senhora de

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Cerca de 70 mil pessoas presenciaram ‘Milagre do Sol’ em 1917.

Irmã Lúcia, em um dos três encontros, com o Papa João Paulo II.

Fátima”, afirma a portuguesa Florinda Pereira. “Ele foi muito importante para nós. Um exemplo para a humanidade”, ressalta o italiano Euro Bardi. No monumento em bronze de 3,5 metros de altura, localizado no exterior da Praça Santuário, junto à Igreja da Santíssima Trindade - a 4ª maior do mundo, projetada pelo grego Alexandros Tombazis -, estão gravadas as palavras que o Papa proferiu em sua primeira visita à Fátima, no ano de 1982. Falecido em 2 de abril de 2005, João Paulo II foi beatificado por seu sucessor, o Papa Bento XVI, no dia 1º de maio deste ano, no Vaticano, o que aumentou consideravelmente o número de visitas à estátua erigida em memória do Pontífice, em Fátima. Para o reitor do Santuário, os peregrinos tem uma devoção muito grande por João Paulo II, assim como ele tinha por Nossa Senhora de Fátima. “Nunca um Papa tinha sido tão conhecido e tão amado. A Igreja e o mundo tem muitas razões para agradecer a Deus o dom de João Paulo II, um homem fiel a sua fé e totalmente dedicado à humanidade. O seu respeito e gratidão por Nossa Senhora tornaram o Santuário de Fátima um dos mais importantes templos marianos do mundo”, conclui o padre Virgílio Antunes.

Maiores informações Acesse: www.santuario-fatima.pt


nogueira e lima

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Dr. Luis Eduardo de Carvalho

Saúde

Médico dreduardocarvalho@oncologica.com.br

A saúde feminina e o câncer de colo de útero

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a humilde pretensão de seguir a linha editorial de meu amigo e professor, Dr. Dráuzio Varella, com quem tive a alegria de reencontrar-lo mais uma vez, em Chicago, discutirei, inaugurando minha coluna nessa conceituada revista, um assunto especialmente importante para as mulheres. Ora leitor, falamos de um dos tipos de câncer mais previsíveis de que se tem notícia e que oferece maior chance para o doente, nesta queda de braço que intermedio diariamente, em minha atividade profissional. Notadamente este mês, em que o Governo Federal e a nossa presidente (insisto em falar como antigamente, simplesmente pela falta de sonororidade do termo presidenta) lançaram, em Manaus, um programa federal de rastreamento e detecção precoce do câncer de colo de útero, na tentativa de aproximar os serviços de saúde preventiva da população. Atitude, aliás, que deveria, em minha opinião, ser seguida por outras especialidades. O câncer de colo de útero coloca as mulheres do Estado do Pará num recorde negativo, que há anos tentamos afastar: uma das maiores incidências do Brasil e uma indigesta posição entre os maiores do planeta. Apesar das recomendações oficiais, sugiro como médico que as consultas ao ginecologista comecem a partir do início da atividade sexual, não só para prevenir o câncer, como também para manter e orientar os pacientes sobre as condições hormonais e outras patologias relacionadas ao aparelho reprodutor feminino. A importância do exame Papanicolau se fortalece cada vez mais, devendo ser realizado em intervalos regulares, dependendo dos resultados anteriores, de acordo com critérios de seu médico assistente. Em tempos de novos paradigmas, falando um pouco sobre a tão comentada vacina contra a infecção pelo HPV, que se dá invariavelmente no início da atividade sexual, compartilho com você alguns pontos importantes:

1) A vacina hoje aplicada somente no serviço privado e com custo elevado previne a infecção por alguns tipos de HPV, mas não por todos; 2) A vacina, ao menos em tese, já que este assunto ainda é muito controverso e necessitamos

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de dados mais maduros, não deve ser utilizada somente por indivíduos (aqui incluo homens e mulheres de 9 a 26 anos, conforme última aprovação do FDA e da ANVISA) ainda sem infecção pelo HPV, e sim por todos os individuos-alvo deste grupo, uma vez que, novamente em tese, a vacina poderá conferir proteção contra infecção por uma cepa diferente, mesmo que o indiví duo já seja portador de infecção por HPV em curso. 3) O mais importante: a vacina, por si só, NÃO isenta a mulher de sua consulta anual com o profissional especialista. Ou seja, justamente por não contemplar todas as variantes do HPV, que está diretamente envolvido na gênese do câncer de colo de útero, não impede, de maneira nenhuma, que uma pessoa imunizada venha a desenvolver silenciosamente a doença, inclusive por outros mecanismos carcinogênicos. Como diariamente converso com meus pacientes, ansiosos pela prevenção e por uma vida saudável, a estratégia utilizada deve ser da vigilância e não da hipocondríase. Saúde não se faz somente de ausência da doença, saúde é um estado de espírito. Saúde é estar bem consigo mesmo, é praticar e desejar o bem, vibrar com as vitórias coletivas em detrimento da individualização cada vez maior do modo de vida. É, sobretudo, vida saudável, alimentação, lazer, conhecimento, amor e carinho. E aí? Quantos de nós estamos realmente saudáveis? Na próxima coluna elucidaremos as principais dúvidas sobre câncer da próstata, provavelmente o que mais assusta os homens em função do aumento recente de sua incidência. Enviem seus questionamentos por email e faremos deste espaço um local de discussão informativa. Dr. Luis Eduardo Werneck de Carvalho é médico, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da ESMO (European Society of Medical Oncology), médico da Clinica Oncológica /BRASIL, com Doutorado em andamento em São Paulo/ FMABC. Atualmente, dedica-se à pesquisa no campo da genética e biologia molecular para prevenção do câncer.


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Thiago Castanho encanta o país com os sabores da Amazônia. por Valena Oliveira Foto Marcos Barbosa

O premiado chef paraense é considerado a atual revelação da culinária brasileira.

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ascido em uma família onde o amor pela comida é compartilhado com pais e irmão, o chef Thiago Castanho, 23 anos, percebeu logo que o seu caminho seria trilhado na arte da gastronomia. Desde pequeno, estava sempre na cozinha e gostava de fazer bolo e pão. “Quando era criança dizia para a secretária que trabalhava em casa de que forma queria a minha comida”, afirma. Mas o que era diversão para todos, acabou virando um negócio sério. O pai saiu da empresa onde trabalhava em 2001 e resolveu praticar o que mais gostava na época: cozinhar. Começou preparando pratos apenas para amigos, que foram indicando o lugar para outras pessoas e a casa acabou se transformando no restaurante da família, o Remanso do Peixe. O número de clientes aumentou bastante devido ao sucesso dos pratos servidos. Com tanta gente procurando o local, Thiago Castanho teve que auxiliar a família no atendimento aos clientes e anotava os pedidos. “Tinha apenas 12 anos quando iniciamos o restaurante. Chegava da escola e já ia ajudar os meus pais. Confesso que não era bom, até porque criança não gosta de trabalhar. Fui obrigado no início, mas agradeço a meu pai, pois isso fez muito bem para o meu crescimento pessoal”, assegura. A rotina do restaurante influenciou a vida do chef, que passou a ler sobre gastronomia e vinhos. Chegou a cursar por três meses Ciência da Computação, em 2005, mas percebeu que o seu interesse era maior nos livros sobre culinária, que carregava junto consigo quando ia para a faculdade.

Formação

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A pesquisa pelo assunto ganhou proporções ainda maiores, quando Thiago Castanho participou do 6º Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, idealizado pelo falecido chef paraense Paulo Martins. Durante o evento, conversou com profissionais de vários lugares do Brasil, que o incentivaram a seguir a carreira. “Foi o gatilho para ser um profissional e hoje sou apaixonado por cozinha”. Apoiado pelos pais, decidiu fazer o curso de Revista Alvo - Edição 10

Gastronomia no Senac de Campos do Jordão (SP), considerado o melhor do país pelos profissionais da área. “Queria mudar a vida, mas não sabia como. E uma das melhores formas era viajar. Desejava uma vida nova e estava aberto para isso. Passei dois anos estudando lá e me adaptei facilmente. Acho que, por ser novo, a vontade de conhecer tudo era grande”, explica. Os dois anos de curso foram de total imersão e aprendizado com professores e colegas de classe, dos quais ganhou o apelido de “zen” por estar sempre com um sorriso no rosto. “Felipe Oliveira foi um dos que me ensinou muito sobre liderança e recursos humanos. Ele já trabalhava como chef do Grand Hotel de Campos do Jordão e era bem experiente”, destaca. Surgiu então a oportunidade para Thiago Castanho estagiar fora do país, em um dos restaurantes do famoso chef português Vitor Sobral. Ficou por seis meses atuando no restaurante Terreiro do Paço, em Lisboa, onde se encantou com a paixão das pessoas pela boa comida e a valorização da culinária tradicional de Portugal. “De todas as experiências que tive fora do Pará, acabei criando um conceito próprio sobre a gastronomia. Acredito que as pessoas inteligentes levam filosofia e os cozinheiros copiadores só a receita. Prefiro a primeira”, avalia.

Regresso A volta a Belém aconteceu em 2007, marcada por uma readaptação um pouco conturbada para o chef paraense. Havia perdido o contato com boa parte das amizades na cidade e o próprio horário de trabalho no restaurante dificultava os encontros. “O meu domingo acaba sendo a segunda-feira. Hoje já lido melhor com isso, mesmo tendo uma rotina bem diferente dos amigos”, pondera. As idas à feira do Ver-o-Peso entraram também para o dia a dia do chef, que vai ao local frequentemente e é recebido com festa pelos vendedores. “Costumo comprar na barraca da Carmelita. Só ela comercializa certas frutas que outras não têm. Já o Davi me vende


Perfil

Thiago Castanho

Chef revelação pela revista Prazeres da Mesa Chef do ano da Veja Belém

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especiarias e o Cavalo fornece os peixes para o restaurante”, comenta. O Remanso do Peixe exige muita dedicação da família, mas Thiago Castanho encontrou no tênis um meio de aliviar um pouco da rotina do restaurante. “É um esporte que exige concentração, o que me faz tirar o pensamento do trabalho e ajuda a espairecer”, explica. Fora do restaurante, o chef busca estar sempre com os pais, principalmente nos almoços de segundafeira. “Apenas o meu irmão Felipe Castanho não está participando desse momento em família, pois também faz o curso de Gastronomia no Senac de Campos do Jordão. Em breve, estaremos novamente reunidos, os quatro e à frente do restaurante”, diz.

Reconhecimento Thiago Castanho, recentemente, dividiu o Prêmio Melhores do Ano Prazeres da Boa Mesa/Bohemia, na categoria chef revelação 2011, com Ivo Lopes do restaurante Due Cuochi de São Paulo. Além disso já havia sido escolhido na mesma categoria pelo Guia 4 Rodas e o Remanso do Peixe considerado o melhor restaurante da Região Norte pela publicação, neste ano. “Fiquei muito surpreso e feliz com os prêmios. Quando a parede de um restaurante está limpa, sem prêmios pendurados, o cliente não espera nada e vem por indicação de alguém. Mas quando há uma referência significante como esse, a cobrança é maior. E os prêmios significam pra mim o reconhecimento do meu trabalho, porém, trazem também mais responsabilidade”, analisa.

Influências

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Thiago Castanho se considera um cozinheiro de terruá (de região), que adapta o conhecimento adquirido com chefs de fora aos ingredientes locais. A intenção do chef é renovar e deixar a culinária local mais leve, mas sempre com bom senso e respeitando a tradição. Tudo isso poderá ser experimentado no restaurante que sua família irá inaugurar em Belém, no segundo semestre. “O Remanso do Bosque será voltado para cozinha brasileira, mas também com muita coisa da nossa culinária”, anuncia. Na opinião de Thiago, os segredos de um bom chef são a humildade e a força de vontade, pois o aprendizado é constante e consiste em fazer com que uma receita fique ainda melhor. “A minha grande influência no trabalho é o meu pai. Mas tem o chef Alex Atala, proprietário do restaurante D.O.M, em São Paulo, que me inspira do ponto de vista profissional e por ser uma pessoa que pesquisa incessantemente, e o chef português Vitor Sobral, com quem estagiei. Essas são as minhas inspirações no momento”, ressalta. Assim como Atala, o jovem chef paraense também vem desenvolvendo pesquisas de ingredientes, com ervas e as sementes aromáticas da Amazônia. Alguns Revista Alvo - Edição 10

foram parar na cozinha. É o caso do cumaru, uma semente aromática usada para perfumar gavetas. “Seu cheiro é bem adocicado e lembra a baunilha. Após estudos, criei a receita de pudim de cumaru com tapioca caramelizada. Essa é uma das sobremesas mais pedidas em nosso restaurante”, finaliza.


ecoforte

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Estado do Pará por Benigna Soares, Thiago Figueiras e Adna Figueira

Uma viagem apaixonante pelo coração da Amazônia

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Amazônia é, sem dúvida, um dos destinos mais desejados e procurados do mundo. E no coração desse território-continente está o Pará, estado que encanta pelas ricas manifestações culturais, gastronomia exótica, belezas naturais e um vasto potencial que vem sendo alvo de investimentos intensivos destinados a consolidar sua vocação turística. Dos passeios indispensáveis pelos pontos turísticos da capital, Belém, porta de entrada da ‘Metrópole da Amazônia’, aos tours programados ao gosto do cliente – ecológico, de aventura, esportivo, religioso, gastronômico – são muitos os atrativos que tornam o Pará um roteiro inesquecível. Formado por 143 municípios, o Estado tem seis polos turísticos: Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia-Tocantins e Xingu.

Polo Tapajós No pólo Tapajós, o município de Santarém se destaca pelas belezas naturais, o artesanato, a gastronomia baseada no pescado de água doce e uma excelente estrutura hoteleira. Da orla da cidade vê-se o fascinante encontro das águas do rio Tapajós com o Amazonas. Há 38 quilômetros dali está a vila de Alter-do-Chão, balneário margeado por praias de águas em tom verde-esmeralda que lhe renderam o título de “Caribe brasileiro”. Em setembro, quando as águas baixam e revelam belas praias de água doce, a vila é invadida por centenas de turistas que vem prestigiar o Sairé, principal manifestação cultural local. Como chegar: A viagem de barco entre Belém e Santarém dura dois dias e é uma verdadeira aventura. As empresas aéreas oferecem vôos diários, são 980 km em linha reta. Chegando em Santarém, Alter do Chão está situada aproximadamente 38 km, com ligação por estrada de asfalto. Onde Ficar: Beloalter Hotel Contato: (93) 3527-1230 / 9131-7677 http://www.beloalter.com.br/ Hotel Mirante da Ilha Contato: (93) 3527-1110 / 3527-1268 www.hotelmirantedailha.com.br

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Foto Geraldo Ramos

Capa

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Foto Israel Pegado Foto Paulo Santos

Mangal das Garças

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Ilha de Algodoal


Foto Jean Barbosa

Capa

Polo Belém Com quase 400 anos, Belém é marcada por forte hibridez cultural e arquitetônica. No centro histórico, o antigo e o novo convivem harmoniosamente nos casarios e monumentos revitalizados, herança da colonização portuguesa. Aí estão também o Complexo Feliz Lusitânia (que reúne a Catedral da Sé, Museu de Arte Sacra e Forte do Presépio), o Complexo Ver-o-Peso e a Estação das Docas. Quem vem à capital paraense não pode deixar de conhecer, ainda, espaços como a Basílica de Nazaré, Theatro da Paz, Mangal das Garças, Pólo Joalheiro, Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, Museu Paraense Emílio Goeldi e o Bioparque Amazônia. No entorno da cidade, mais de 70 ilhas oferecem ao visitante a oportunidade de vivenciar o cotidiano ribeirinho das comunidades tradicionais. E ainda na região metropolitana, os balneários de Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba, muito procurados por veranistas.

Complexo Feliz Lusitânia

Foto Luiz Braga

Polo Amazônia Atlântica Localizado na “Zona do Salgado”, ao nordeste do Pará, o polo Amazônia Atlântica oferece cultura, folclore e belíssimas praias, como Salinópolis, Marapanim, Ajuruteua e Algodoal. É também rota do turismo religioso e de lazer, atraindo milhares de pessoas aos municípios de Vigia – onde acontecem o Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Vigia e o famoso carnaval - e Bragança – que sedia a tradicional Festa de São Benedito e a Marujada, ritual que deu origem a um dos ritmos mais marcantes dessa parte do Estado: o “retumbão”. Ainda na Zona do Salgado, outro ritmo marca fortemente as manifestações culturais: o carimbó de Marapanim. Eventos que também vem ganhando cada vez mais adeptos são o desfile do bloco Pretinhos do Mangue, em Curuçá e o boi de máscaras de São Caetano de Odivelas, que reúne personagens caricatos como os ‘mascarados’, os ‘cabeçudos’ e o ‘Boi Tinga’. Como chegar: O Trajeto de Belém à Marudá é de 163 quilômetros pelas rodovias BR-316, PA-136 e PA-318 (todas em bom estado de conservação) até o porto. De lá, toma-se um barco que leva cerca de 40 minutos para chegar à ilha. Onde Ficar: Pousada Mythologia Contato: (091) 3854-1118 / 8127-6447 www.pousadamitologia.com Praia do Ataláia - Salinópolis

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Polo Marajó O porto de Camará, em Salvaterra, é a porta de entrada para uma das mais belas regiões do Estado. O arquipélago do Marajó é composto por aproximadamente três mil ilhotas distribuídas por mais de 50 mil km², banhadas pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Pará. Aqui, o visitante encontra um roteiro completo que satisfaz tanto a quem busca pelo lazer quanto por relaxamento. São dezenas de praias de águas mornas, como a do Pesqueiro, em Soure - onde é possível fazer trilhas no mangue, passeios de canoa - e muitas vilas acolhedoras onde se encontra a tradicional cerâmica marajoara e os produtos feitos a partir da carne, couro e leite do búfalo, animal que também serve de montaria para a polícia local. Como chegar: Por via fluvial o percurso é de 3 horas, com saídas diárias do Porto em Belém. É possível chegar também por aviões mono e bimotores fretados. Onde Ficar: Pousada Ponta de Pedras Contato: (93) 9123 0789 / 8111- 6856 http://www.pousadapontadepedras.com.br

Polo Araguaia Tocantins O pólo Araguaia Tocantins é formado por 52 municípios localizados, em sua maioria, às proximidades dos rios Araguaia e Tocantins, a exemplo de Marabá, que em meados de junho revela praias como as do Tucunaré e do Geladinho, acessíveis e ideais para quem gosta de sol e água doce. Já em Tucuruí a pesca esportiva é o grande atrativo e vários lagos oferecem opções para essa prática. O turismo histórico é alternativa em Conceição do Araguaia, onde é possível conhecer o cenário da “Guerrilha do Araguaia”. Como chegar: O Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas fica no município de São Geraldo do Araguaia à 650 Km de Belém. O deslocamento pode ser realizado por via rodoviária ou aérea até Marabá e depois mais um trajeto de aproximadamente 160 km que só pode ser feito por via terrestre. Onde Ficar: Hotel Cidade Contato: (94) 3331-1588 / 3331-1588

Polo Xingu Com cenários intocados pelo homem, rios sinuosos e selva fechada,o polo Xingu oferece um excelente ambiente para aqueles que gostam de se aventurar em rallys ou querem um contato maior com a natureza. Altamira, maior município em extensão do mundo, é referência na pesca esportiva e guarda riquezas arqueológicas. Concentra também as maiores reservas indígenas do Estado, além das florestas nacionais (Flonas) e outras áreas de proteção e conservação ambiental, que guardam cachoeiras, corredeiras e lagos de águas claras.

Maiores informações: http://www.paraturismo.pa.gov.br

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Foto Ana Mokarze

Foto Jean Barbosa

Capa

Praia das Mangabeiras - Ponta de Pedras

Foto João Ramid

Foto Octavio Cardoso

Búfalos da Ilha do Marajó

Foto Hely Pamplona

Cachoeira do Arari - Serra das Andorinhas

Foto Luiz Braga

Praia de Rio - Marabá

Pesca esportiva - Rio Xingu

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O melhor amigo da segurança por Thiago Melo Foto Marcos Barbosa

Cães de guarda voltam ao trabalho nos condomínios da capital

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Hoje em dia, além de todos esses modernos instrumentos de segurança: alarmes eletrônicos, câmeras digitais ou cercas elétricas, os condomínios estão voltando a utilizar cães de guarda para combater assaltantes cada vez mais ousados e bem menos ingênuos que os de antigamente. Doberman, rottweiler, pastor, dogue alemão e fila brasileiro são algumas das raças mais procuradas em vários estados do País na tentativa de manter os criminosos afastados dos grandes condomínios. Em Belém, esse tipo de segurança voltou a ser uma realidade nos condomínios. Segundo o empresário e consultor em segurança Lauro Casagrande, a procura por cães de guarda está cada vez maior na capital. Grande parte das solicitações vem de prédios dos bairros nobres da cidade, como Umarizal e Nazaré. A aposta agora é nos cães. “Este tipo de serviço já é bastante utilizado em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Nesses locais, a segurança armada nos condomínios deu lugar à presença do cão”, afirma Lauro, explicando de que forma a segurança feita por cachorros é mais eficiente e barata, em relação à feita por seguranças armados. De acordo com ele, a maioria dos guardas não possui experiência prática de combate e durante uma abordagem a tendência é que eles sejam rendidos pelos bandidos. Além disso, Lauro ressalta que a manutenção de um guarda tem um custo alto. Já na segurança com cães, o custo cai quase pela metade e a garantia de segurança é maior, pois o animal é adestrado e treinado para ficar o tempo todo em alerta. Junto com ele fica um segurança, também treinado, para comandar o cão, além de ter posse de armas não letais, como spray de pimenta, por exemplo. Segundo Casagrande, a presença de cães de guarda reduz em cerca de 50% as tentativas de invasão em condomínios residenciais. Na opinião do consultor, porém, a grande vantagem do animal é substituir a arma do vigia. “Um bandido dificilmente consegue dominar um cão adestrado para segurança”, acrescenta. Síndico de um condomínio de luxo no Umarizal, João Pires acredita que o cão de guarda tem um potencial maior na segurança do prédio onde vive. “O Revista Alvo - Edição 10


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cachorro transmite mais segurança em função de não haver uma arma de fogo com o vigilante. O treinamento dos guardas armados não é confiável”, enfatiza, lembrando um incidente ocorrido em um banco de Belém, onde um guarda, durante o carregamento do caixa eletrônico, sem querer disparou a arma que empunhava. Apesar de todas as vantagens que o cão de

SEGURANÇA COM CACHORRO

SEGURANÇA SEM CACHORRO

CUSTO

Mais barato 30%.

Custo operacional mais elevado.

ALERTA

Cães adestrados ficam em permanente atenção durante o turno.

Vigilante pode se distrair e perder o foco do trabalho.

Efeito psicológico é muito maior.

O bandido pode estar armado.

Dificulta abordagem do criminoso.

Facilidade de aproximação do bandido.

Por causa da intimidação do cão, o vigilante consegue fazer uma ronda.

O vigilante pode ser rendido e se tornar um refém.

INTIMIDAÇÃO

RENDIÇÃO RONDA OSTENSIVA EXTERNA

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guarda oferece, Lauro lembra que quanto mais aparatos, maior a segurança. “É preciso desenvolver uma tática de segurança para cada local e assim, verificar os melhores sistemas, sejam eles eletrônicos ou não”, afirmou. Com os cães de volta ao trabalho na segurança, as câmeras, cercas elétricas e outros dispositivos tendem a ficar em segundo plano.

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o

se V us is N u o G rest aliz v i ui a e ad ur c da aman ard d es tes áp e a. fa io co vo s d m tit os .b os r n

Os melhores restaurantes do Pará estão aqui Revista Alvo - Edição 10 Anuncie seu restaurante. Ligue: (91) 8277 1458 / (91) 8341 6844

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Oberdan Pinheiro Duarte Economista oberduarte@ig.com.br

Em números

Divisão do Pará, a quem interessa?

A

divisão do Estado do Pará, nunca tão evidenciada, é um assunto da mais alta relevância, uma vez que se tornará, caso a separação realmente aconteça, um marco histórico tanto para aqueles que são pró (separatistas) quanto para os que são contra (situacionistas) à ideia. Antes de abordarmos o assunto propriamente dito, vale destacar, com base em fontes oficiais, alguns dados a respeito do Estado do Pará, da forma em que se encontra atualmente: 1- É a 2ª maior unidade federativa do Brasil em extensão territorial, com 1.247 milhões de km², com uma população de 7,5 milhões de habitantes distribuídos em 143 municípios, segundo IBGE. 2- Contribui com aproximadamente 2% na formação do PIB. Em 2010 esse indicador foi na ordem de R$ 70,3 bilhões, representando um per capita por volta de R$ 9.273,00/ano. 3- Sua balança comercial em 2010 gerou superávit de US$ 4,396 milhões. 4- As exportações estão assim distribuídas: a) Recursos naturais não renováveis (principalmente minério de ferro) - 77%, b) Madeira e celulose - 17%, c) Demais produtos - 6%.

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Pelos dados acima, concluí-se que o Pará é um grande produtor e exportador de commodities – mercadoria, em inglês. Se por um lado o Estado se beneficia do comércio destas mercadorias, por outro se torna dependente dos preços estabelecidos internacionalmente. Vale ressaltar que a região produtora dessas riquezas está localizada na porção sul e sudeste da atual área do Pará. Portanto, se a divisão se concretizar, passará a pertencer ao Estado do Carajás. Esse pleito não é de hoje. Há muito que a divisão do Estado do Pará é almejada e defendida pelos habitantes das regiões oeste e sudeste sob os mais diversos argumentos que são, na ótica de seus defensores, pertinentes, fundamentados e justos. É justamente sob a égide desses argumentos que foi aprovado na Câmara, o plebiscito com a finalidade de legitimar, através do voto popular, a criação ou não de mais dois Estados: Carajás e Tapajós. O plebiscito para criação do Estado do Carajás já foi promulgado. Quanto ao Estado do Tapajós, embora aprovado pelo Senado, o projeto ainda depende de Revista Alvo - Edição 10

promulgação. A ideia dos defensores da divisão do Pará, em mais dois Estados, é juntar as duas propostas em apenas um plebiscito, que será realizado pelo TRE-PA, num período de até seis meses a contar da promulgação. Se confirmada a divisão os novos Estados ficarão da seguinte maneira: Habitantes

Estado

Área Territorial (%)

Municípios

Tapajós

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27

1,2

Carajás

25

39

1,6

Pará

17

77

4,6

(milhões)

Os opositores argumentam que essa divisão demandará gastos desnecessários à União e que não passa de uma estratégica política dos partidos e líderes das duas regiões, pois mais três novos cargos de senadores, oito deputados federais, 24 deputados estaduais deverão ser criados para cada um desses novos Estados, além de ambos requererem mais dois governadores e dois vice-governadores, sem contar as centenas de cargos públicos que serão criados para atender a demandas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Outro argumento negativo alegado pelos contrários a divisão do Estado, refere-se a economia das possíveis novas unidades federativas, haja vista que a região do Tapajós possui vasta área de floresta e seu desmatamento é proibido, o que engessa a sua exploração com fins econômicos. Há também diversas reservas indígenas e grandes áreas de preservação ambiental. Nesta condição, o Estado do Tapajós dependeria da ajuda federal para arcar com a nova estrutura administrativa que seria instalada. Os defensores da divisão, contrapondo-se a alegação de que o novo Estado do Tapajós seria economicamente inviável, argumentam que a região, por possuir vasta extensão territorial e terras férteis, é provida de um grande potencial econômico, fomentado através da expansão da fronteira agrícola. A divisão de um Estado, a exemplo de Mato Grosso e Goiás, envolve uma série de interesses - seja sentimental ou de cunho político, social, econômico, financeiro e tantos outros mais - e invariavelmente resulta em benefícios para uns e não tanto para outros. Com o Estado do Pará, caso se concretize sua divisão e a criação desses dois Estados, certamente não será diferente. Muita água ainda vai rolar...


Vero

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Gui Sampaio www.guisampaio.com.br @guisampaiocom

Conectado

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01. Nilson Chaves e Chimbinha - 02. Renata Gemaque - 03. Miriam Portugal - 04. Gabriela Pinheiro, Ademar Neto e Ronaldo Porto - 05. Elvira e Jorge Portugal - 06. Arthur Vieira, Tathiana Martins, Vania e Alipio Martins - 07. Pedro Dias e Frederico Esteves 08. Milene, Neguinho da Beija-flor e Farid - 09. Luciana Sales, Juliana Sales e Carina Serruya - 10. Juliana Sales e Igor Castro 11. Lucio e Patricia Colares - 12. Sabrina e Paulo Gomes - 13. Ricardo e Marcele Santos - 14. Vanessa Cei e Cynthia Soares - 15. Jeferson Hoenich, Willyane Araújo, Rodrigo Bendelack e Nadila Karime - 16. Alessandra Vianna e Tom Portela.

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Guilherme Mendes Jornalista

Muito Particular

guilhermemendes.jor@gmail.com

Qual o valor da dignidade?

T

odos os dias dona Francisca chega em casa com uma reclamação. São os bancos quebrados, fiação exposta, superlotação, o calor durante o trajeto e como se isso não fosse o suficiente, também da falta de respeito e educação dos funcionários das empresas de transporte coletivo. Moradora do bairro das Águas Lindas, aos 43 anos a empregada doméstica precisa pegar, em média, quatro ônibus por dia. São dois de manhã, na ida para o trabalho, e dois à tarde, para voltar pra casa. Até o dia 16 de maio ela tinha uma despesa diária de R$ 7,40. Pode parecer pouco, mas multiplicando este valor por todos os dias em que precisa sair para trabalhar, ao final do mês esse montante chega a R$ 222,00, mais de um terço do salário mensal, de seiscentos reais. Desde a data referida, quando foi publicado em Diário Oficial o reajuste da tarifa, as despesas de Francisca, como as de milhares de outros trabalhadores, aumentaram. Porém, as condições do transporte público continuam as mesmas. Vamos deixar isso um pouco de lado. Primeiro vamos falar sobre o valor da passagem. O aumento para R$ 2,00 foi autorizado após um estudo feito pela Companhia de Transportes de do Município de Belém (CTBel), aprovado pelo prefeito Duciomar Costa (PTB). Antes disso a CTBel já havia recusado a proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Belém (Setransbel), que apontava para um valor ainda mais alto, de R$ 2,21. O problema todo é que a nova tarifa vinha sendo cobrada apenas pelas empresas com sede em Belém, já que as concessionárias das linhas que circulavam em Ananindeua não foram autorizadas a acatar a

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decisão, pois a prefeitura do município argumentava não ter sido consultada para a elaboração da nova tabela. Na prática, o que ocorria é que os passageiros que tomassem um ônibus em qualquer ponto do município vizinho precisariam pagar apenas R$ 1,85. Mas se apanhassem o mesmo ônibus em um perímetro localizado dentro dos limites da capital já seria cobrada a tarifa vigente, de R$ 2,00. Com isso, muitos usuários dos coletivos acabavam se amontoando no espaço que precede as catracas, para economizar os R$ 0,15 da diferença e só passavam a roleta quando o ônibus ultrapassava aos limites municipais. Esse imbróglio só terminou com uma liminar expedida pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belém, Elder Lisboa Ferreira da Costa, que classificou a situação como “vexatória”. A decisão obrigou as empresas de transporte a retomarem o preço antigo, mas apenas enquanto os dois municípios chegassem a um acordo. O engraçado de toda esta história é que no final, conversando com dona Francisca, minha diarista, ela disse que não ligava se o valor da passagem fosse de dois reais, desde que os veículos fossem novos, tivessem qualidade e todos os motoristas e cobradores passassem por cursos de capacitação. Ela, assim como eu, concorda que não há nada de errado em pagar um valor justo, desde que se tenha um atendimento de qualidade. O que não se pode é continuar com todos estes problemas, e dia após dia chegar exausto ao trabalho. Senhores empresários, lembrem-se sempre: “Respeito é bom e com certeza todo mundo gosta”.


Colares Empreendimentos premia o Proprietário e Inquilino

Nota

10

N

Proprietários Nota 10

Danniely, Jaci, Eliete e José Colares Filho

O casal José Colares e Eliete e José Torres Brito

o dia 25 de maio a Colares Empreendimentos homenageou os vencedores da 3ª edição do “Proprietário e Inquilino Nota 10”. A premiação aconteceu na sede da empresa com a presença de clientes e de Jaci Colares, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PA/AP). Foram selecionados 10 Proprietários e 10 Inquilinos diante de uma gama de clientes. Todos os premiados estão com a Colares Empreendimentos há mais de 10 anos e nunca atrasaram o pagamento de suas mensalidades, estão com o condomínio e impostos em dia e também conservam os imóveis. Durante a solenidade um cliente foi duplamente premiado, como Proprietário e Inquilino nota 10. José Torres Brito é cliente da Colares há uma década. “A confiabilidade que o Grupo Colares passa a seus clientes me faz inquilino e proprietário nesta empresa há tanto tempo. Pode ter certeza que todas as pessoas que recebem consultoria pela Colares saem felizes por que eles trabalham com muita seriedade”, finaliza José Torres Brito.

Inquilinos Nota 10

Nota

10

Equipe da Colares

Eliete e José Colares Filho

Equipe da Colares

10 proprietários e 10 inquilinos Nota 10

Os vencedores ganharam:

Proprietários Nota 10 - Não seráo cobrados da taxa de 10% de administração, durante o período de 10 meses; Inquilinos Nota 10 - Ganharam 10% de desconto durante 10 meses.

Danniely Colares

A

A 4ª edição promete mais prêmios e se você não quiser ficar de fora, faça parte da família Colares e entre em contato com um de nossos corretores.

jovem advogada e diretora de relacionamento da Colares Construtora Incorporadora, Danniely Colares, assim como os pais Eliete e José Colares Filho, ama trabalhar nos negócios da família. Durante a premiação dos proprietários e Inquilinos Nota 10 (25/05), a jovem aproveitou para comemorar ao lado da família e amigos mais um aniversário.

Serviço: Colares Empreendimentos Rua dos Pariquis, 3123 – Belém - PA Informações: (91) 4008-6100 / (91)3249-6100 / Fone-fax: (91)3249-4140 colares@colaresimoveis.com.br / www.colaresimoveis.com.br

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por Thiago Melo Foto Marcos Barbosa

Clicar e Pechinchar Nova febre da internet, a compra coletiva, oferece descontos atraentes e busca agradar empresários e consumidores.

Q

uem nunca fez uma compra sem pensar muito, apenas para aproveitar um bom desconto? A mais nova modalidade de oferta de produtos e serviços pela internet, conhecida como compra coletiva ou clube de compras, é a prova de que aproveitar promoções e pechinchas é praticamente irresistível. Ao vender por R$ 9,90 um prato de estrogonofe de filé mignon que custa originalmente R$ 25,40, por exemplo, um badalado restaurante de Belém conquistava, em pouco mais de 24 horas, mais de 1.500 consumidores. Bom para o cliente, que paga mais barato, e para o empresário, que investe em uma propaganda alternativa, mas que funciona: a do boca a boca. Um negócio que começou em 2008, nos Estados Unidos, e está ganhando o mundo, este tipo de venda baseada no conceito de oferecer preço muito menor para ganhar no volume de compradores pegou o internauta brasileiro, e mais recentemente o paraense. Charles Paixão, coordenador comercial de um grande site nacional de compra coletiva, explica que essas páginas são uma oportunidade para consumidores que desejam produtos e serviços que até então não conheciam ou acreditavam ser caros. “É uma forma de conhecer novos estabelecimentos na sua cidade – restaurantes, spas, hotéis e teatros, entre outros. Os descontos, que podem chegar até 90%, servem como incentivo para que os clientes experimentem novos produtos, serviços e atividades”.

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Experimentar. É o que tem feito a analista de sistemas Renata Cardoso nos últimos meses. Desde o surgimento do primeiro site de compra coletiva na capital paraense, ela já adquiriu mais de 20 promoções. “Comprei desde pacotes em centros de estética, com tratamentos faciais e corporais, até um pacote de cinco dias em uma pousada no Ceará”, revela a analista, que criou uma agenda para não perder o prazo e usufruir das suas compras. Renata, que já comprou também pacotes em uma academia, lavagens de carro e jantares em restaurantes, diz que os sites são uma boa forma de os clientes conhecerem os estabelecimentos e os serviços que eles oferecem, podendo assim, voltar novamente, mas pagando o preço normal do estabelecimento. Assim como a analista de sistema, o publicitário Yan Fernandes também aderiu à febre do consumo coletivo. Por meio das redes sociais da internet ele conheceu o serviço e hoje em dia está cadastrado em quatro sites. “Eu já comprei assinatura de revistas, jantares, lanches e até uma partida de paintball para mim e os meus amigos”, conta. O que mais impressiona o publicitário nesta modalidade de compra são os descontos oferecidos. “As promoções que chegam ao e-mail chamam mais atenção do que o próprio produto ou serviço em si”, assegura Yan. Ele confessa que embora o produto possa não ser atraente pra ele, como uma sessão em um centro de estética, a queda de preço lhe atrai bastante.


Quanto maior o desconto, mais clientes

Comprando com a razão, e não com a emoção

Além de oferecer oportunidades aos usuários, com super descontos, os sites de compra coletiva buscam incentivar o fluxo de clientes nos empreendimentos que anunciam promoções. Funciona assim: o empresário anuncia no site uma grande promoção, com desconto de 60% a 90%. O site, por sua vez, encaminha esta promoção para todos os seus internautas cadastrados. A aposta é que o desconto incentive o cliente a comprar, mesmo que seja por impulso (o que acontece na maioria das vezes). Partindo deste princípio, os especialistas em compra coletiva afirmam que quanto maior o desconto, maiores são as chances de movimentar o negócio com um bom fluxo de clientes. Flávio Ferreira, representante do primeiro site de compra coletiva de Belém, ressalta que esta é uma forma de publicidade para o empreendimento. “O site funciona como uma grande ferramenta de publicidade para as empresas. Uma vez que o cliente conhece o produto, geralmente se torna cliente”, enfatiza Ferreira. Para ele, as promoções beneficiam principalmente o cliente, que tem a oportunidade de consumir produtos de qualidade a um baixo custo. “O consumidor é quem mais ganha nessa modalidade de venda. Mas nós, empresários, também lucramos com a conquista de novos clientes. Para isso é imprescindível atendê-los bem”, reforçou.

Além de ter descontos “imperdíveis”, aos olhos dos clientes, os sites de compra coletiva mexem com um fator que é fundamental na hora da aquisição do produto ou serviço: o tempo. O relógio está correndo e o consumidor faz a compra por impulso. Muitas vezes, ele não precisa tanto daquilo que está levando, mas compra. A promoção está lá, vai durar muito pouco e, na dúvida, muitos escolhem aproveitar. A psicóloga e professora da Universidade da Amazônia, Ana Cristina França, explica que há vários fatores que influenciam o consumidor a efetuar uma compra. Mas no caso dos sites de compra coletiva, o principal é a emoção. “Apesar de nos considerarmos seres racionais, somos movidos pela emoção, pelos sentimentos, e comprar aumenta a sensação de prazer e felicidade, pois aumenta os neurotransmissores do prazer, como a serotonina e a dopamina”. De acordo com Ana, que é mestre em Psicologia, as pessoas acabam comprando coisas que não precisam.

Yan Fernandes

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“São produtos ou serviços que satisfazem desejos e nem sempre as necessidades. Ou seja, as pessoas compram pelo valor simbólico agregado ao produto, e não pelo valor funcional. É simples assim: uma mulher compra em um destes sites um tratamento anti-ruga, mas na cabeça dela não é um simples tratamento o que ela está adquirindo, mas a juventude e a beleza”, pontua a psicóloga. Desta forma, a compra realizada pela maioria dos consumidores nos sites é impulsiva, pois são movidas pela emoção e não atendem as necessidades reais do indivíduo. Ana faz um alerta para que a compra não se transforme em algo frustrante. “devemos aproveitar esses descontos racionalmente, comprando comedidamente, com uma freqüência que não atrapalhe as tarefas do dia a dia e as responsabilidades financeiras”. Pensando assim, já dá para imaginar um descontão em um bom restaurante, já que a regra é aproveitar e não comprometer o bolso com coisas “supérfluas”, não é?

Comprei desde pacotes em centros de estética, com tratamentos faciais e corporais, até um pacote de cinco dias em uma pousada no Ceará”. Renata Cardoso

Os descontos, que podem chegar até 90%, servem como incentivo para que os clientes experimentem novos produtos, serviços e atividades”.

Charles Paixão

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O site funciona como uma grande ferramenta de publicidade para as empresas. Flávio Ferreira


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XXVIII Congresso da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo Participe e descubra por que o Pará é A Obra-Prima da Amazônia!

ABRAJET A ABRAJET é uma entidade fundada há mais de 50 anos no Rio de Janeiro e que tem representação em todas as capitais brasileiras. No Pará foi fundada em fevereiro de 2006 e iniciou seus trabalhos oficialmente em junho do mesmo ano, por ocasião da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA). No Pará é realizadora, em parceria com a Companhia Paraense de Turismo (Paratur), do I Prêmio de Jornalismo em Turismo “Comendador Marques dos Reis. A entidade tem representação no Conselho Municipal de Turismo de Belém (Comtur), Fórum Estadual de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará (Fomentur). A AbrajetNacional integra o Conselho Nacional de Turismo (CNT), ligado ao Ministério do Turismo. CONGRESSO

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O XXVIII Congresso da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), acontece de 22 a 27 de setembro de 2011. É uma oportunidade única para os profissionais de comunicação, turismo e outras áreas que desejam conhecer o Pará, um dos destinos turísticos mais procurados do mundo. Oportunidade Revista Alvo - Edição 10

também ao Pará, que vai receber cerca de 250 formadores de opinião, em busca de pautas positivas sobre o turismo: gastronomia, eventos, cultura, artesanato, negócios, economia e outros assuntos vão garantir ao Pará ampla divulgação simultânea em todo o Brasil, Portugal, França, Guiana Francesa, Suriname, e outros países convidados. TEMA O XXVIII Congresso da Abrajet terá como tema “O legado turístico dos megaeventos esportivos” e “A importância das mídias sociais para o turismo”. O evento vai ter sabor, aroma e o colorido da Amazônia. Participe! QUANDO O Congresso acontece 22 e 23 de setembro, no Hangar-Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, de 24 a 26 com press trip em municípios paraenses e dia 27, Dia Mundial do Turismo, em Belém. Os participantes vão ter uma oportunidade impar de conhecer os principais roteiros turísticos do Pará: Belém, Marajó, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins e muito mais.


PROGRAMAÇÃO Dia 22 - Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. 20h00 - Jantar de Abertura com: Desfile de Jóias do Pará, Show de Carimbó de Marapanim, Auto do Círio, Exposição de Mantos do Círio. Dia 23 - Palestras - Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. 9h00 - “Legado Turísticos dos Megaeventos Esportivos”. Debates, exposições, oficinas 14h00 - “A Importância das Mídias Sociais para o Turismo”. Debates, exposições, oficinas

Pólo Tapajós • Visitação ao município de Santarém + Vila de Alter do Chão – 25 vagas Inclui hotel, transfer, programações sociais, guia.

Obs: este press trip não inclui o bilhete aéreo BelémSantarém-Belém. Somente para quem se dispor a comprar o bilhete aéreo. Pólo Amazônia Atlântica (Tracuateua) • Visitação à Fazenda Hotel Vitória - 25 vagas) • Visitação ao município de Salinas para pesca esportivas e praia oceânica (25 vagas) Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.

Pólo Belém • City tour, river tour, passeio em ilhas próximas à Belém (Outeiro, Mosqueiro e Cotijuba), compras, etc. para jornalistas que querem permanecer em Belém de 22 a 27, Dia Mundial do Turismo – 25 vagas). Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.

Pólo Araguaia Tocantins (Paragominas) • Visitação ao município de Paragominas (pólo industrial - 25 vagas) • Visitação ao município de Barcarena (praias do Caripy e pólo industrial - 25 vagas) • Visitação ao município de Marabá e Conceição do Araguaia - 25 vagas) Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.

Pólo Marajó (Soure e Salvaterra) • Restrita aos associados da Abrajet (Conselho Nacional - 60 vagas). • Visitação em Soure e Salvaterra Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.

Pólo Xingu • Visitação ao município de Altamira, maior município do mundo. Opção de turismo de pesca vivência da cultura indígena Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.

Dia 24 - Press Trip

INSCRIÇÕES Preencha a FICHA DE INSCRIÇÃO e envie com o comprovante de DEPÓSITO IDENTIFICADO para o mail:abrajet.congresso2011@gmail.com ou para o Fone/ FAX: (91) 3223-9736

DADOS BANCÁRIOS Banco do Brasil Agência: 2946-7 / Conta: 39324-x Boeing Viagens e Turismo Ltda. CNPJ: 00.824.384/001-67

VALORES: R$ 400,00 para associados da Abrajet R$ 500,00 para não associados. R$ 300,00 profissionais de comunicação e turismo de Belém (somente programação em Belém). R$ 150,00 estudantes de comunicação e turismo de Belém (somente programação em Belém).

INFORMAÇÕES abrajet.congresso2011@gmail.com Fone (91) 3223-8193 (Ascom Paratur) Fone/FAX: (91) 3223-9736 / (91) 8842-8129 / 8239-7757 www.abrajetpara.blogspot.com www.jornalistasdopara.com.br

REALIZAÇÃO O XXVIII Congresso da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo é uma realização da ABRAJET Nacional e corealização da Abrajet Pará e Companhia Paraense de Turismo (Paratur).

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Apoena Augusto Administrador de empresa apoena13@hotmail.com

Lado B

Estratégia

Quem achou que já havia visto de tudo em termos de mendicância outdoor, melhor rever seus conceitos. Cansado de ter que fazer o hercúleo exercício de levantar e andar até os carros a cada fechar de sinal, este morador de rua, que elegeu o sinal da Benjamim Constant com Conselheiro Furtado como local de trabalho, instalou um banquinho no meio da pista e lá fica até que a polícia o retire, o que invariavelmente acontece todos os dias. Também pudera: observadores da região informam que a estratégia ajudou a triplicar o faturamento do incauto.

Tá explicado

É interessante observar até onde pode ir o limite da criatividade humana. Na Suiça, uma companhia de preservativos se chama nada menos do que Harry Popper, numa clara alusão ao famoso mágico mirim hollywoodiano. Tudo indica que será processada pela gigante Warner Brothers, detentora dos direitos de uso da marca. Mesmo assim, depois de ver a embalagem, é impossível não achar a brincadeira, no mínimo, gozada.

Vaca lambeu

Gene Simmons, o linguarudo vocalista do Kiss, assumiu em entrevista à Barbara Garcia, da Folha, que seu cabelo é ruim e que já teve relações com mais de 4.000 mulheres. A explicação para tanto sucesso com o público feminino talvez esteja na ponta da língua.

Deu no blog Erros de Marketing: em Manaus, nossos vizinhos nortistas desfrutam do sorvete que leva o simpático nome de “Vaca Lambeu”. Considerando que a base de todo sorvete é o leite, pode fazer muito sentido usar uma vaca na marca desde que, claro, ela deixe sua língua bem longe dele.

Solteiro nunca!

Orkutcídio

sim,

sozinho

Um dos lançamentos da última Erótika Fair, a feira erótica que acontece todos os anos em São Paulo, foi este lençol. Com ele, solteiros inveterados jamais se sentirão sozinhos novamente. A questão é que não só não resolve o problema da ausência de uma companhia para, digamos, estripulias noturnas como, para os mais criativos, ainda pode causar um baita prejuízo na lavanderia.

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Faz mágica?

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O outrora bombado Orkut, precursor das redes sociais para muitos brazucas, definitivamente virou uma espécie de feira da 25 do mundo virtual. É tanta propaganda que a função inicial do negócio - promover a integração entre as pessoas - ficou para escanteio, abrindo alas para o Facebook. Tomara que o novo queridinho da rede não cometa o mesmo erro, senão...


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Concreta fortalece indústria de pré-moldados no Pará Grupo de empresários se une em busca de parcerias e grandes projetos

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riado há pouco mais de um ano, o grupo Concreta já reúne 16 empresas que atuam na fabricação de concreto pré-moldado no estado do Pará. O objetivo é buscar parcerias e projetos que fortaleçam as associadas, promovendo o desenvolvimento do setor, responsável pela geração de centenas de empregos no Estado. O presidente da Concreta e proprietário de uma das empresas do grupo, a Premol, Alberto Cardunes, afirma que o grupo surgiu da ideia dele e de outros fabricantes de prémoldados. “A nossa intenção era criar um grupo forte que pudesse representar toda a categoria e, assim, buscar melhorias para o nosso setor”, revela. Com a criação da Concreta, as 16 indústrias de concreto uniram forças e já conseguiram a isenção de impostos, melhores investimentos com fornecedores e a captação de projetos, como a parceria no consórcio que fornecerá material de construção para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com Ricardo Santos, integrante do Departamento Administrativo da Concreta, os gastos das empresas do grupo já foram reduzidos em 20% desde que a associação passou a comprar em conjunto as matérias primas para os pré-moldados. “Compramos mensalmente uma grande quantidade de cimento, ferro, seixo, areia, e com a formação do grupo conseguimos um alto poder de barganha junto aos fornecedores. O resultado é que conseguimos reduzir custos das nossas empresas”, comemora Ricardo. Revista Alvo - Edição 10

por Thiago Melo Foto Marcos Barbosa

Paralelamente à redução de custos e à captação de projetos junto a órgãos públicos e empresas privadas, como construtoras, a Concreta vem se estruturando para ampliar a sua atuação para o interior do Estado. Alberto informa que dentro do grupo foram criados diversos departamentos para melhor desenvolver as diretrizes empresariais, como o de compras, marketing, serviços, administração, entre outros. A partir desta estrutura, a intenção dos dirigentes da Concreta é fundar o Sindicato das Empresas de Prémoldados, a fim de fortalecer ainda mais as políticas públicas para a categoria. Segundo Ricardo, a partir desta legitimidade, a Concreta está formatando o seu regimento interno e pretende criar, em breve, um selo de qualidade. A empresa contemplada pelo selo dará garantia ao consumidor de que ele estará adquirindo um produto de alto padrão. Mas se o objetivo é buscar melhorias para as empresas, a Concreta firma inúmeras parceiras para alcançá-lo. A primeira delas é com a Associação Empresarial de Ananindeua (ACIA), que há 25 anos atua na defesa e fomento do setor e também apóia as atividades do novo grupo. Além da associação, a Concreta conta com o apoio do Sebrae/PA, por meio do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF). Assim, o grupo busca também a qualificação dos seus funcionários, que participam de cursos de capacitação técnica regularmente.


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A ginga que ganha o mundo por Thiago Melo Foto Marcos Barbosa

A capoeira vence preconceitos e se afirma como ferramenta de promoção social e bem-estar

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capoeira - mistura de música, dança, encenação e arte marcial - é uma arte centenária surgida no auge do período escravocrata da história brasileira como um instrumento de resistência e luta dos negros africanos contra a violência e repressão desse regime. Proibida durante muito tempo no Brasil por ser considerada uma prática violenta e subversiva, na década de 30 foi transformada pelo então presidente Getúlio Vargas em esporte nacional brasileiro, pelas mãos de “mestre Bimba”, e hoje, mais de 300 anos depois, é reconhecida como patrimônio cultural do país. Pela disciplina que exige de seus praticantes, é utilizada principalmente como ferramenta de formação do caráter pessoal, capacitação profissional e promoção de bem-estar, ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e pelo mundo afora. “Essa arte sempre foi um sinônimo de resistência cultural. Era discriminada por causa da origem escrava. Mas atualmente, como arte, floresce com muitos ensinamentos para quem a pratica”, diz o mestre capoeirista Antônio Rodrigues, batizado como Cobra. Adepto há 33 anos da capoeira, ele enfrentou a oposição da família e cresceu praticando essa modalidade. Hoje faz parte da Abadá-Capoeira, uma associação sediada no Rio de Janeiro, responsável por espalhar essa arte nos demais estados e pelo mundo. A capoeira é praticada em todo o Brasil e em

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mais de 150 países. Há quem diga que ela é até mais valorizada no exterior do que aqui. Segundo o mestre Cobra, não é difícil encantar-se pela capoeira. “Sempre fiquei fascinado com a agilidade, a música, as palmas, com todos os elementos do jogo”. Esses componentes, acredita, é que fazem com que essa genuína arte brasileira ganhe cada vez mais espaço no mundo. Por meio da música, da dança e da encenação, a capoeira conta o folclore de cada Região do país, engrandecendo a cultura dos participantes. A prática contumaz promove equilíbrio, flexibilidade, força, coordenação motora e visão periférica, funcionando também como instrumento de defesa pessoal. A intenção da capoeira, diferente das outras artes marciais, em geral, não é atingir o oponente, mas fazer um jogo capaz de mostrar todas as habilidades de cada um, como a agilidade, velocidade, ginga, destreza e expressão corporal. Estas características atraem cada vez mais pessoas, cada uma por objetivos diferentes. Mestre Cobra, que no Rio de Janeiro dá aula em cinco escolas, diz que é comum que os jogadores da capoeira sigam na arte o que mais lhe desperta interesse. “Tenho alunos que entram na capoeira para cantar, outros para aprender a luta em si e outros para ganhar expressão corporal, como estudantes de teatro, por exemplo”, revela Antônio, que entre os muitos benefícios da prática da capoeira, assegura que ela é excelente condicionante


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físico, ajudando na definição do corpo. Ricardo Macedo, de 31 anos, também cresceu jogando capoeira e hoje representa em Belém a Abadá-Capoeira. Aos 14 ele foi influenciado pela irmã, que já praticava a arte. “Fui participando das aulas, de competições, até que eu tive certeza de que gostaria de ter a arte como profissão”, conta o professor capoeirista, que é campeão do Norte e Nordeste na modalidade. De acordo com ele, em Belém a capoeira é cada vez mais apreciada. “Temos alunos de todas as idades, desde crianças até idosos. Ela não impõe limites”, assegura o professor, que tem alunos com mais de 70 anos praticando a arte e em plena forma. A consultora de marketing Solange Cunha, de 50 anos, é um exemplo de superação de preconceitos e resistência física por meio da capoeira. Há cinco anos como praticante, por intermédio da filha, ela deixou de marginalizar a modalidade e caiu na ginga. “Não gostava de capoeira, mas foi por influência da minha filha, que largou o balé para jogar (a capoeira), que eu me encontrei nessa prática. Por ser mulher e já ter certa idade, pensei que fosse ter alguma dificuldade, mas percebi que na capoeira todos somos tratados de igual para igual”, afirma Solange, que recebeu o apelido de “Batatona” na roda de capoeira. Desde que começou a jogar, a consultora diz ter aprendido muito. Segundo ela, “a capoeira tem a disciplina do branco, a força do negro e o conhecimento histórico dos índios”. Ela destaca que aprendeu a ser mais humilde, disciplinada, além de ganhar mais resistência física. Com a destreza de um adulto, quem também pratica capoeira na turma de “Batatona” é o pequeno Felipe Martins, de 7 anos, batizado de “Cai-cai” em função dos tombos que tomava logo quando começou a jogar. Junto com a irmã, de 8, a mãe e o pai, aprendeu que capoeira é muito mais do que um esporte, uma atividade recreativa. “Capoeira é disciplina e atenção”, diz o garoto, mostrando alguns passos da ginga.

A ginga é para todos Os professores capoeiristas têm por obrigação desenvolver algum projeto social junto a comunidades carentes, ensinando a arte principalmente para crianças e jovens que moram nessas áreas. Esta é uma missão repassada a todos aqueles que são formados pela Abadá-Capoeira e ministram aulas. No Rio, mestre Cobra dá aulas nos morros e favelas da cidade. Nesses locais, as aulas funcionam como uma oportunidade de inclusão social e capacitação. Pessoas de todas as idades são beneficiadas. “São pessoas que não têm muitas oportunidades na vida e a capoeira acaba trazendo essa oportunidade. Já formamos grandes mestres nas favelas”, revela Antônio.

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Segundo ele, muitos mestres capoeiristas formados nas comunidades cariocas estão atualmente na Europa e na América do Norte, dando aula para os estrangeiros. “No exterior a nossa profissão é bem valorizada. Os estrangeiros têm curiosidade e buscam muito esse esporte”. A capoeira também funciona como instrumento de reabilitação física. “Pessoas portadoras de necessidades especiais praticam a arte, que pode ser adaptada conforme as necessidades de cada jogador”, explica o mestre. “Já dei aula para cadeirantes, pessoas sem os membros inferiores e um ex-aluno meu, que hoje dá aula na Europa, desenvolveu uma técnica para cegos, o que é muito interessante”, ressalta o professor.

Curiosidades sobre a Capoeira: • A palavra capoeira tem alguns significados, um dos quais se refere às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Alguns registros indicam também que a arte era praticada em terreiros próximos às senzalas, chamados de capoeira ou capoeirão, para aliviar a tensão e o cansaço do trabalho árduo nas propriedades rurais que usavam mão de obra escrava. • As músicas cantadas nas rodas de capoeira retratam o folclore, os mitos e as lendas do Brasil. Muitas foram compostas pelos antigos mestres da arte e são cantadas até hoje, passando de geração em geração; • Os nomes de batismo na capoeira são escolhidos de acordo com características do jogador, podendo ser representado por um animal da fauna brasileira; • Assim como em outras artes marcais, na capoeira o jogador conquistas níveis diferentes, conforme a sua habilidade. No lugar de faixas, a exemplo do Judô ou Karatê, aqui são cordas coloridas, que vão desde a branca até a vermelha, passando por outras seis cores; • Depois de muitos anos de discriminação, a capoeira foi reconhecida, em 1937, por Getúlio Vargas, como um “esporte genuinamente brasileiro”. Antes disso havia um decreto que proibia a prática da arte. • A capoeira é um dos 14 patrimônios culturais do Brasil, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros.


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Playground

SUPERTRAMP

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Lourenço Santiago Professor e publicitário direcao@dz9design.com.br

ra a banda favorita da Princesa Diana, que tem um marco brasileiro em sua história: foi em São Paulo, no Estádio do Morumbi, em 16 de janeiro de 1988, que o SUPERTRAMP fez seu maior concerto, com 100.000 pessoas presentes. O grande sucesso do álbum “Breakfast In America” (1979) foi um dos responsáveis pelas 181 semanas nas paradas. “Breakfast In America” é o sexto álbum da banda, ficando no 1º lugar nas paradas de álbuns em todo o mundo. Os líderes, Roger Hodgson e Rick Davies, que, para este álbum, escreveram canções sobre o que era ser um britânico que vive nos EUA, mais ou menos, era o que toda a banda estava fazendo naquela época. Hodgson e Davies escreveram canções maravilhosas, como os hits “The Logical Song”, “Goodbye Stranger” e “Take The Long Way Home.” Mas mesmo os não-hits são belezas cintilantes, como “Gone Hollywood”, “Oh Darling” (não deve ser confundida com a canção dos Beatles), “Lord Is It Mine” e um final exuberante, “Child Of Vision”, todos feitos com perfeição por Hodgson e Davies, que, diga-se de passagem, ambos faziam um trabalho vocal contrastante e incomparável. Esta edição remasterizada de “Breakfast In America” soa sensacional, com uma clareza audível que eu jamais tinha ouvido antes. Desfrute de todos os clássicos de Supertramp e de uma maneira que foi feita para ser ouvida. Saboreie este delicioso café da manhã com o SUPERTRAMP.

Cinema ‘quente’

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Alexandre Baena Publicitário, diretor audiovisual e de fotografia multiabprodutora@gmail.com

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hegado o verão, isso no Pará, é um período muito particular de culto ao ócio, um período onde tudo leva seu sensorial para um desacelerar natural e entre as milhares de coisas que se pensa em fazer nesse período, uma que nunca pode faltar é assistir um bom filme, afinal o que seria da vida sem aqueles minutos em que você consegue ser espectador de um sonho (ou pesadelo)? em particular as salas de cinema estão cheias de lançamentos bem aguardados como “Transformers 3”, com tudo para recuperar-se de uma sequência considerada por muitos fraca, “Capitão America – O Primeiro Vingador” também outro titulo que criar uma nova identidade ao herói que só teve produções em cinema de baixo orçamento e de qualidade duvidosa, “Smurfs O Filme”, animação que traz as criaturinhas que embalavam as manhãs de outrora, que hoje saudosista, apresenta para seus filhos aquele desenho que passava na TV. Não posso esquecer também o Harry Potter com a segunda parte das relíquias da morte. Outro destaque que pela sinopse e trailer realmente cria uma vontade bem grande de assistir é “Cilada.com” com Bruno Mazzeo, ver as confusões que um vídeo constrangedor colocado na internet por vingança pode fazer a uma pessoa é impagável, pimenta nos olhos dos outros sempre é refresco, como você pode ver cinema ainda é a maior diversão e uma ótima pedida!


Playgraund

Lisboa em Pessoa

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nspirador é o mínimo que se pode dizer de Lisboa em Pessoa: guia turístico e literário da capital portuguesa, de João Correia Filho (Editora Leya, 2011). O livro promete e cumpre sua missão de contar e encantar com as belezas e segredos de Lisboa. Baseiase no roteiro turístico criado por Fernando Pessoa para mostrar ao mundo o que sua amada cidade teria de melhor. Mas, conta também com itinerários extras, baseados nas obras de Eça de Queiroz, em visitas a livrarias e charmosos cafés, e aos mais recentes museus e espaços lisboetas. Em um trabalho gráfico e editorial primoroso, é possível encontrar uma combinação de informações turísticas, contextualizadas histórica e culturalmente, e citações de escritores portugueses sobre a capital. As belas fotografias completam a atmosfera poética que perpassa o livro do início ao fim. O autor acredita que uma viagem é um momento de emoção e aprendizado, e deve ser vivenciada em todos os seus aspectos, ao contrário do que ocorre com o ritmo acelerado das excursões em grupo, passando apressadamente por monumentos. Nas palavras de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa: “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”.

Daniele Santos Nogueira Livreira livrariarosadosventos@ yahoo.com.br

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