Revista ALVO #15

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Herança FRANCESA

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A influência francesa na construção da arquitetura e cultura da capital paraense.

Profissão

Três jovens contam como transformaram um hobby em negócio.

Arquitetura

Arquitetos mostram como agregar sustentabilidade à modernidade.

Turismo

PARIS - as nuances da capital francesa sob o olhar paraense.

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ISSN 2179-9490 I

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distribuição em condomínios

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alvo design

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06 Editorial 08 Direitos e Deveres

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22 Lorotas

44 Perfil

24 Capa

46 Profissão

Traços & Ideias

Playground

30

50 Turismo

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Exclusivo

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Utilidade Pública

54 Acelerar

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Ditando o Chic

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Comportamento

56 Eventos

Acessibilidade: um direito de todos. por Dr. Nazareno Nogueira Lima

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Entrevista

Ten. Cel. André Cunha.

Para entreter: música, cinema, aplicativos e literatura.

O que há de melhor no mercado mundial. A noiva entra com quem? por Patrícia Bahia

20 Informe

Max Domini - Velórios entram na era digital.

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Não dá mais por Antônio Carlos Lobato.

Belém - a francesinha das américas.

Natureza a um cômodo de distância.

Fogo: como prevenir incêndios e agir em casos de emergência

Antigomobilistas: a arte de colecionar carros.

42 Lado B

por Apoena Augusto.

Ophir Cavalcante Jr.

Profissão blogueiras.

Paris: sob um olhar apaixonado.

Crossfit: a nova moda das academias.

Posse da nova diretoria do SINDCON/ SECOVI.

58 Receita

Torta Bailado Lunar.


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Alexandre Rocha Editor Responsável alexandre@revistaalvo.com

Editorial

A chamada “Belle Époque” teve início no fim do século XIX e terminou em 1914, coincidindo com o começo da primeira Guerra Mundial. Foi uma época de expansão, progresso e de grandes transformações culturais e artísticas. Na Amazônia, a Belle Époque resultou do desenvolvimento da economia do látex no período de 1870-1910. Naquela época, Belém do Pará assumiu o papel de principal porto de escoamento da produção do látex para o mundo, além de se tornar vanguarda cultural da região. Observouse naquele momento um processo de transformações que proporcionou à cidade características urbanas europeias. A matéria de capa dessa edição retrata, justamente, a influência cultural da França nesta época em nossa capital e de como pensam os franceses que residem por aqui. Na rota inversa, fizemos um tour em Paris – a Cidade Luz e dos apaixonados. Dica interessante de viagem da seção “Turismo”, para suas próximas férias. Bon voyage! A tragédia em Santa Maria – RS, onde morreram 241 jovens sufocados em uma boite em decorrência de um incêndio, nos fez refletir sobre as condições de alguns locais públicos que frequentamos e de como agir nessas situações. A matéria “Fogo! Como prevenir incêndios e agir em casos de emergência”, traz informações importantes sobre o assunto. Você sabe o que é “Antigomobilistas”? São os colecionadores de carros antigos. Aqui em Belém eles formaram um clube e fomos ao encontro deles pra saber como começou essa brincadeira de gente grande. Entenda por que a superlotação é o principal problema enfrentado pelo sistema carcerário brasileiro, na entrevista do superintendente da SUSIPE, Tenente Coronel André Cunha. Além disso, Patricia Bahia, Apoena Augusto, Dr. José Nazareno, Antônio Lobato (Lorodadoca) e Rômulo Martins estão mais uma vez enriquecendo nossa revista com suas colunas, informações e opiniões sobre os mais variados assuntos. Boa leitura!

Expediente Credenciada

Gráfica: Halley Tiragem: 13.000 exemplares Editor Responsável Alexandre Rocha DRT/PA 2233. Produção: Gabrielle Rocha Editor de Conteúdo: Timóteo Lopes Repórteres: Bianca Teixeira, Brena Moreira, Catarina Barbosa, Liandro Brito, e Thiago Viana. Atendimento Comercial: Rejane Alencar e Robysson Canavarro Jr. Fotógrafo: Aislan de Paula, Bruno Pellerin e Joâo Ramid. Criação e Design: Marcelo Sousa.

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Fale Conosco Para Anunciar: contato@revistaalvo.com Belém: (91) 3351-8804 / 8122-0670 Atendimento ao Leitor: cartas@revistaalvo.com Cartas: Av. Conselheiro Furtado 1240. Sl. 102 Batista Campos - Belém - PA. CEP 66.035-350 Site: www.revistaalvo.com.br

A revista Alvo (ISSN 2179-9490) é uma publicação trimestral da Alvo Tecnologia Serviços de Publicidade Ltda EPP. Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos ou imagens sem prévia autorização do editor.


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José Nazareno Nogueira Lima Advogado.

Direito e Deveres

nazareno@nogueiralima.com.br Pres. do SINDCON e Vice-Presidente da FESECOVI

acessibilidade: Um direito de todos.

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tualmente, presenciamos constantemente na imprensa os abusos praticados por alguns cidadãos, empresas e até alguns entes públicos que dificultam o livre acesso de pessoas portadoras de deficiência. Segundo os dados estatísticos recentes mais de um milhão de pessoas no Brasil, sofrem de deficiência visual. No último Censo Estatístico, realizado pelo IBGE, 23,9% dos brasileiros declararam alguma deficiência, isso representa quase 15% da população. No dia 2 de dezembro de 2004, o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promulgou o Decreto n. 5.296, que regulamentou as Leis nº 048 de 8 de novembro de 2000, que “dá prioridade de atendimento as pessoas que especifica” e de nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que “Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências”, sancionadas na época pelo Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Essas Leis têm o objetivo de suspender as barreiras e os obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. Na regulamentação feita pelo Dec. n. 5.296/2004, em seu art. 18, diz: “A construção de edificações de uso privado multifamiliar e a construção, ampliação ou reforma de edificações de uso coletivo devem atender os preceitos de acessibilidade na interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao público, conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.” Logo a seguir, em seu parágrafo único, complementa: “Também estão sujeitos a disposto no caput os acessos, piscinas, andares, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras esportivas,

portarias, estacionamentos e garagens, entre outras partes das áreas internas ou externas de uso comum das edificações de uso privado multifamiliar e das de uso coletivo”. Os condomínios do Brasil tem uma função fundamental em fazer valer a lei da acessibilidade. Temos conhecimento que vários prédios antigos, não dispõem de o mínimo de condições estruturais para fazer uma reforma observando os princípios existentes nas leis e no decreto regulamentador, entretanto, não se trata somente do acesso principal, temos que levar em conta que existem outros requisitos invocados na lei, como acesso pelas escadas, elevadores, garagem, corredores e outros, que muitas vezes necessita apenas de uma adaptação do ambiente para atender ao portador de deficiência. Garantir acessibilidade aos deficientes, reconhecer seus direitos de cidadania e promover segurança ao seu dia a dia, além de mostrar solidariedade nos faz refletir que amanhã poderemos ser um deles e poderíamos estar privados dos mesmos direitos. Assim, você que é síndico ou morador de condomínio, lembre-se, ao fazerem uma reforma no edifício, chame um profissional competente, registrado no conselho de classe e solicite que analise a legislação de acessibilidade para apresentar seu projeto com as exigências previstas em lei, para tentar melhorar as entradas e saídas, com superfície regular, firme, contínua, estável e antiderrapante. Embutir junta de dilatação, grelhas e capachos, corrimão nas escadas e elevadores. Se houver banheiros no térreo que seja adaptado para pessoas deficientes. Assim vamos contribuindo para melhorar cada vez mais o respeito aos seres humanos que tem alguma espécie de deficiência, sem considerar que poderemos usufruir desses mesmos benefícios, num futuro próximo.

Os condomínios do Brasil tem uma função fundamental em fazer valer a lei da acessibilidade.”

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entrevista

André Luiz de Almeida e Cunha Superintendente da SUSIPE por Brena Moreira fotos: Aislan de Paula

Sistema Penitenciário do Pará: Uma gestão desafiadora.

O

Superintendente do Sistema Penitenciário do Pará, o Tenente Coronel André Luiz de Almeida e Cunha, abre as portas do gabinete e fala sobre a missão de administrar o Sistema Prisional Paraense. Aos 44 anos, André Cunha, é paraense, bacharel em direito, formado pela Universidade da Amazônia, e tem várias pósgraduações nas áreas de segurança pública, inclusive em Tratamento Penal e Gestão Prisional, pela Universidade Federal do Paraná. Na bagagem traz mais de 20 anos de carreira na polícia militar e cinco anos de experiência de atuação no Sistema Penitenciário Nacional. O currículo lhe rendeu o desafio do novo cargo, o convite, em novembro de 2011, foi

realizado pelo próprio Governador do Estado, Simão Jatene e pelo Secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes. Há quase um ano e meio na gestão, André Cunha, conseguiu um marco na história do Sistema Carcerário Feminino, e vem desenvolvendo um projeto de ressocialização que se tornou modelo de referência nacional, indicado pelo Conselho Nacional de Justiça. Ousado, André Cunha promete não parar por aí, e entre suas principais metas estão: zerar a superlotação das unidades prisionais, melhorar a qualidade de vida da população carcerária e investir na qualificação dos servidores.

Alvo – Como você avalia o sistema prisional do Pará com relação aos outros Estados brasileiros? André Cunha – O Pará não é diferente do Brasil, entre muitos aspectos. O Brasil enfrenta uma grave crise no Sistema Penitenciário que já dura mais de trinta, quarenta anos, que é a crise da superlotação. No Brasil, existem 1.420 unidades prisionais, pouco mais de 310 .000 vagas, com mais de 550 mil presos. Aqui no Pará, o problema é o mesmo: nós temos 40 unidades prisionais, 7.240 vagas e 11.124 presos. O maior problema do sistema carcerário brasileiro é a superlotação.

bastante elevado, e muito acima dos padrões nacionais, mas que já vem diminuindo gradativamente com os anos. Mas, o número de presos a espera de julgamento ainda é grande.

Esse problema realmente é antigo. Você acredita que a morosidade da justiça no julgamento dos processos contribui pra isso? Sim, nós temos um número de presos provisórios

Existe algum outro problema que influencia na superlotação das casas penais? Nos últimos 15 anos vem aumentando o investimento na atuação policial. Com isso, você acaba aumentando, na mesma proporção, o número de pessoas presas. É que a polícia fica mais eficaz. Um bom exemplo, é que se você aumenta o número de viaturas nas ruas, você aumenta o número de prisões em flagrante, ou seja, uma seqüência de fatores reflete diretamente no aumento da população carcerária.

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entrevista Qual a solução para resolver o problema da superlotação, então? É possível resolver esse problema? Nós temos um plano de combate à superlotação que está dividido em três estratégias, um delas que requer investimentos elevados, como a construção de novas unidades prisionais. Mas só isso não basta. É preciso atacar dois fluxos, o de entrada e o de saída de presos das casas penais. A redução do fluxo de entrada de novas pessoas presas, através do fortalecimento de políticas de prevenção ao crime e uma boa articulação com a justiça para que esse sistema trabalhe mais rápido e consiga julgar os presos provisórios, é essencial.

Como está a situação da reincidência no Pará? Esse é mais um problema nacional, hoje cerca de 51 % da população carcerária masculina responde a mais de um processo criminal, já 32% da população carcerária feminina tem mais de um processo. No Brasil, não existe um sistema interligado nacionalmente, e não sei se essa pessoa que responde um processo aqui não está sendo procurada no Rio Grande do Sul. Precisa-se criar essa integração. Por isso todo e qualquer dado que se fale de reincidência criminal é falacioso, pois não temos como afirmar com precisão, já que não existe um sistema integrado nem no judiciário e nem no executivo.

Outro problema é a questão da falta de infraestrutura O trabalho de ressocialização com os detentos é dentro das casas penais. O que vem sendo feito no fundamental, um dele é o projeto “Conquistando a Pará, superintendente? Liberdade”. Como funciona esse projeto? As unidades prisionais estão realmente deterioradas, É um projeto muito bonito, fácil de fazer e de iniciativa de com problemas no sistema elétrico, na rede de um juiz mineiro, o Deomar Barroso. No “Conquistando esgoto, na cozinha e nas celas. Mas, esses problemas a Liberdade”, levamos um grupo de internos todo mês não podem ser resolvidos da noite para o dia, mas para a rede de escola públicas, estadual e municipal, com planejamento e conhecimento do problema. posto de saúde, prédios públicos, praças e lá os Traçamos estratégias e priorizamos as mais graves. A presos fazem uma ação de cozinha, por exemplo, é uma recuperação do espaço, delas. Para resolver isso, nós dentre as quais: consertos, estamos migrando para um pintura, jardinagem, limpeza, novo modelo, terceirizando o reparos hidráulicos e serviço para que as empresas elétricos. Além disso, outros promovam as reformas das internos vão para a sala de cozinhas e sejam responsáveis aula para o “Papo de Rocha”, por uma alimentação de que é um conversa com os melhor qualidade. No contrato, alunos, mediada por técnicos 30% das pessoas que vão do sistema penal, pedagogos, trabalhar na cozinha são Ten. Cel. André Cunha psicólogos e assistentes presos. Outra prioridade é a sociais. Nesse momento os internos passam a sua reforma do sistema de esgoto nas unidades prisionais historia de vida, numa perspectiva de “contra-exemplo”, do Estado. Nós fizemos um levantamento e elegemos isto é, olhem meu exemplo e não sigam o mesmo as unidades mais graves: seis casas penais já estão caminho. Esse projeto trabalha com a prevenção e a reforma. E também estamos investindo na construção reinserção social. de vinte novas Unidades Prisionais no Pará, até 2014. Com as obras concluídas, nós poderemos não apenas Esse projeto se tornou modelo nacional de transferir os presos para o espaço novo, como também reinserção social, referenciado pelo Conselho trabalhar na melhoria das unidades antigas. Hoje, não Nacional de Justiça, o CNJ. Como você avalia esse tem como colocar uma empresa de engenharia dentro reconhecimento? de uma penitenciária, porque não temos onde realocar O projeto foi selecionando pelo Estado de Pernambuco esses presos. para ser apresentado no Seminário Nacional de Ações de Reinserção Social, em março deste ano. Dentre Existe previsão de inauguração de novas casas 80 projetos existentes no país, o Conselho Nacional penais no Estado? de Justiça que estava presente, procurou conhecer Dez novas unidades já estão em construção, uma de forma mais aprofundada o projeto “Conquistando unidade já foi licitada e temos a previsão de construir a Liberdade” e o referenciou como um modelo de outras 10 novas unidades. Então a meta é que até reinserção social a ser copiado para todo o Brasil. E 2014 todas sejam inauguradas. O que não for possível isso, claro, é um motivo de orgulho, alegria e satisfação inaugurar por alguma eventualidade, estará com a por saber que estamos fazendo um bom trabalho e no obra em andamento. Temos a meta de no mínimo vinte caminho certo. novas unidades prisionais. Vamos sair de quarenta para sessenta unidades prisionais no Estado, o que significa seis mil novas vagas a mais que o número existente hoje.

Nos últimos 15 anos vem aumentando o investimento na atuação policial. Com isso, você acaba aumentando, na mesma proporção, o número de pessoas presas. .”

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A educação é uma das prioridades da sua gestão? Sim, estou reforçando a rede de educação dentro das unidades prisionais. O Pará ampliou esse número, pois hoje, cerca de 14% da população carcerária no Estado está estudando. Estamos acima da média nacional que é de 9,27%. Entendo que a educação formal e profissionalizante é o principal alicerce de construção de qualquer projeto de reinserção social que se queira fazer com a população carcerária. Um ponto alto da sua gestão foi a inauguração de uma unidade materno infantil para as detentas do Estado. Esse foi um marco na história do sistema carcerário do Pará, não? A Unidade Materno Infantil da Susipe representa um avanço muito grande. Precisávamos resolver, de imediato, o problema das internas grávidas que quando tinham seus bebês, pelas condições do Centro de Recuperação Feminino, não podiam ficar com seus bebês e nem podiam amamenta-los pelo tempo mínimo de aleitamento materno determinado pelo Ministério da Saúde. Hoje, com a inauguração desse espaço, essa realidade mudou. Com relação a concursos públicos, para agentes prisionais, existe alguma previsão? O projeto de lei está ainda em fase de reestruturação de todo o sistema. É importante deixar claro que já há previsão do cargo de agente penitenciário, só que na lei atual os requisitos exigidos são apenas a escolaridade. Então não há como fazer um concurso exigindo só a escolaridade para um cargo dessa dimensão. É preciso que haja uma série de outros requisitos para ingresso, como avaliação psicológica, teste físico, avaliação médicas, etc., necessidades que a lei não contemplava, por isso foi descartada a realização de qualquer concurso com o normativo vigente. Mas, já existe a elaboração de um novo normativo que será enviado à Assembléia Legislativa do Estado, para a criação do cargo de agente de vigilância e escolta, que será o profissional que terá o porte de arma funcional, que poderá prover a segurança externa, a segurança de muralha e apoio ao transporte de presos. Os servidores que ingressarem nessa carreira nova substituirão, gradativamente, o apoio que hoje vem sendo prestado pela policia militar. A nossa meta é encaminhar esse projeto de lei ainda nesse primeiro semestre. Quais são suas outras metas para o Sistema Penitenciário do Pará? A minha principal meta é equalizar a população carcerária em todo o Estado adequando o número de vagas ao número de presos. Mas também pretendo aumentar o número de internos(as) estudando e se profissionalizando, atingindo a marca de 30% da população carcerária; aumentar os postos de trabalho aos egressos; aumentar a profissionalização do servidor que trabalha no sistema penitenciário com cursos de qualificação; reestruturar a Susipe mudando o formato organizacional e o modelo de gestão das unidades prisionais além de migrar para a prisão domiciliar com a vigilância eletrônica.

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playground

Para Assistir

ROCK BRASÍLIA - Era de Ouro

Faroeste Caboclo - O Filme

Direção: Vladimir Carvalho Distribuidora: Canal Brasil

Com imagens de arquivo, filmadas por Vladimir Carvalho desde o fim dos anos 1970, o documentário encerra uma trilogia sobre a construção cultural e ideológica da capital federal. Traz as bandas de Brasília – Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude – que fizeram a trajetória clássica do herói: vencer empecilhos e ir atrás de um grande desafio que era a conquista de um lugar na cultural nacional. Eles fazem parte da primeira geração de filhos de políticos, diplomatas e outros intelectuais que começou a surgir nos anos 1980.

Direção: René Sampaio Distribuidora: Europa Filmes

Adaptação da Canção de Renato Russo gravada pela banda Legião Urbana, conta a saga de João de Santo Cristo, desde sua infância, no interior da Bahia, até sua ida para Brasília no início dos anos 80 onde se envolve com o tráfico. Durante sua ascensão no crime ele conhece Maria Lúcia, uma menina linda, por quem se apaixona. Ele decide mudar de vida para viver ao seu lado, mas parece ser tarde demais pra ambos: suas antigas conexões os colocam em oposição a Jeremias, um rico traficante local que também quer o amor de Maria Lúcia.

Para Baixar

Infinite Flight

Flying Development Studio LLC (IOS e Windows Phone)

Somos tão Jovens

Direção: Antonio Carlos da Fontoura Distribuidora: Imagem Filmes e Fox Film do Brasil

O filme conta história da transformação de Renato Manfredini Jr. no mito Renato Russo, revelando como um rapaz de Brasília, no final da ditadura, criou canções como ‘Que País é Este’, ‘Música Urbana’, ‘Geração Coca-Cola’, ‘Eduardo e Mônica’ e ‘Faroeste Caboclo’, verdadeiros hinos da juventude urbana dos anos 80 que continuam a ser cultuados geração pós geração por uma crescente legião de jovens fãs.

Divirta-se com um simulador de voo completo na palma de suas mãos. O Infinite Flight oferece a experiência de simulação de voo mais completa para dispositivos móveis. Comande uma ampla variedade de aeronaves ricas em detalhes por diferentes regiões ao redor do mundo – durante o dia ou à noite – sob várias condições atmosféricas e com uma enorme gama de configurações de peso. Você pode aprimorar suas habilidades com o sistema de câmera e replay, que permite que você examine cada momento de seu voo.

MagicPlan Sensopia Inc (IOS)

Você vai se sentir um engenheiro ou arquiteto com esse app. Ele foi desenvolvido para criar uma planta baixa, para isso basta posicionar-se no centro do ambiente e apontar o dispositivo para cada um de seus cantos. Um conjunto de tutoriais ensina como tirar essas medidas com precisão, inclusive de portas e janelas. As plantas podem ser exportadas, compartilhadas ou enviados para o Floor Planner.

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Para Escutar

Milton Nascimento E a gente sonhando Emi Music

O trabalho que traz canções inéditas e algumas regravações de um dos maiores nomes da música brasileira, Milton Nascimento, foi lançado em 2010. Produzido por Marco Elízeo e Milton Nascimento, o disco conta com Wagner Tiso, ao piano, em onze das dezesseis faixas. Outro ponto interessante é a participação dos experientes Vittor Santos (trombone), Widor Santiago (sax), Nelson Oliveira (trompete) e Lincoln e Ricardo Cheib (bateria e percussão), que dividiram várias faixas com um coral de 23 jovens de Três Pontas selecionados pelo próprio Milton.

Ed Motta AOR Lab 344

Sem lançar disco de estúdio desde 2009 quando gravou “Piquinique”, Ed Motta lança seu novo álbum “AOR”. Tratase de uma abreviação do termo “Adult Oriented Tock” ou “ Ambum Oriented Rock”, bastante popular entre os anos 1977 e 1983, quando especialistas se referiam a um som de suingue morno, vocais melosos, instrumental com levada jazzística – acompanhados por piano e teclado – e com alguns eventuais solos de guitarra. Nesse trabalho de inéditas, Ed Motta é beneficiado por letristas que já trabalharam com Adriana Calcanhoto, Rita Lee, Chico Amaral e sua própria mulher, Edna.

Para Ler

Eu não consigo emagrecer Pierre Dukan Best Seller

Tendo conquistado uma legião de fãs por todo o mundo — entre os quais a famosa princesa Kate, o Dr. Pierre Dukan apresenta em “Eu não consigo emagrecer” a dieta mais popular da França. O autor propõe um plano de emagrecimento saudável e duradouro. Excluindo as características mais rigorosas de quase todos os métodos de emagrecimento — que, muitas vezes, são os motivos para as pessoas deixarem de realizá-los. Apresenta quatro passos simples para a perda de peso sem que seja preciso passar fome ou qualquer desconforto.

Danuza e sua visão de mundo sem juízo Danuza Leão Agir

Nesta obra, o leitor poderá encontrar crônicas alegres, melancólicas, tristes. Algumas desesperadas, divertidas, outras bem-humoradas, às vezes até amargas, mas todas verdadeiras. As pessoas mudam, no decorrer de uma vida, tudo muda - o rosto, as mãos, os desejos. A maneira de pensar, de ser; por isso a vida vale a pena, por isso é tão fascinante a aventura que é viver.

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exclusivo Vertu Ti VERTU Ti é o produto mais importante lançado pela inglesa Vertu. Com sistema Android 4.0 vem composto pelos melhores materiais, como a utilização de uma caixa em titânio, material reconhecido pela sua força, elegância e baixo peso, o VERTU Ti, é também constituído por pele e possui o maior écran de cristal de safira jamais visto. Preço: € 7.500,00

O vinho mais caro do mundo O famoso e tradicional produtor Penfolds colocou à venda o Penfolds Block 42 Cabernet Sauvignon 2004, por míseros 168 mil dólares australianos que é o equivalente a aproximadamente R$ 353.000,00. Mas não adianta fazer as contas e achar que este é o preço da caixa com 12. Este é o preço unitário!

Aquário Labirinto Composto por seis aquários conectados por “túneis”, os peixes podem passear de um aquário para outro, o que permite criar ambientes diferentes, por exemplo, em cada aquário. Naturalmente, ele já vem com bomba e filtro de água, além de um conjunto de lâmpadas que dão a iluminação perfeita. Preço U$ 6.500,00.

Nissan Esportivo Durante o Salão de Detroit

Andy Palmer, vice-presidente da

Nissan, anunciou que a gigante japonesa desenvolveu um pequeno cupê de temperamento esportivo para ficar abaixo do 370Z. Palmer não quis entrar em detalhes, mas confirmou que o carro terá um design “ame ou odeie” e poderá adotar o sistema de propulsão elétrica do Leaf. Além disso, ainda segundo o executivo, o modelo não concorrerá diretamente com os japoneses Subaru BRZ / Toyota GT 86, pois será direcionado ao público mais jovem, tal qual o crossover Juke. Nas fotos o conceito ESFLOW, apresentado em 2011. Fonte: Car and Driver USA

Hotel Avião O Hotel Teuge, localizado em aeroporto homônimo, na Holanda, trouxe nada menos que uma suíte de luxo dentro de um avião. Mas não é um avião compartilhado entre voo comercial, mas uma aeronave inteira transformada em uma suíte. Não há mais poltronas, apenas o espaço com uma super cama de casal, mesa, frigobar, poltronas confortáveis e muitas janelas com vista para a pista do aeroporto. Para os mais ousados, pode-se pagar um “voo” pela cidade. Ponto negativo: não é um passeio para a família, porque só há espaço para duas pessoas. Preços da hospedagem US$ 454,83 por noite.

La Nuit de L’Homme Um dos melhores aromas já fabricados nos últimos 10 anos. O tipo de perfume que se recomenda de olhos fechados para uso noturno, independente da ocasião que seja (desde uma visita a um parente até um casamento ou festas black-tie). Por ser um perfume com uma proposta comercial, ele usa notas mais agradáveis e coringas para não causar tanto espanto ou guerras olfativas nas pessoas ao seu redor. Mas de uma coisa você pode ter certeza: é perfume para a vida toda! Preço: R$ 365,00.

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Patrícia Bahia Promoter de Eventos bahiapatricia@hotmail.com

Ditando o Chic

a noiva entra com quem?

P

or mais informal que seja a cerimônia de direito. Ao subir ao altar, no entanto, o noivo lhe casamento tanto na igreja, quanto num salão dará o braço esquerdo para que ela fique à sua de festas ou mesmo na sua casa, cada um dos esquerda no altar. participantes deve saber a ordem de entrada, o A questão aqui é que nunca entendi a entrada seu lugar no altar e na saída da cerimônia. desse casal: pai do noivo de braços dados com Sempre que houver a mãe da noiva. Dizem que cortejo, é preciso marcar isso acontece para simbolizar dia e hora para ensaiar. a aproximação das famílias. Isso deve acontecer poucos Eu, particularmente, acho isso dias antes do casamento, desconfortável, pois a ideia que evitando esquecimentos. Os passa é que sobraram os dois: noivos, seus pais e padrinhos pai do noivo e mãe da noiva e ensaiam o papel que cada um que por isso se convencionou desempenhará, seguindo um deles entrarem juntos. roteiro feito pelo cerimonial do Não satisfeita com essa evento, que coordenará tudo condição resolvi inovar e no no tão esperado dia. casamento dos meus clientes Gosto muito de colocar Raquel e João Daniel, em os padrinhos dos noivos setembro de 2012, após muitas foto: Clarté por primeiro. Eles entram negociações decidimos que a Raquel Ferraz a caminho do altar intercalados, indo para a noiva entraria com seus pais. com seus pais, Eliza e Reginaldo. direita os padrinhos do noivo e Afinal se a mãe gera a filha esquerda os da noiva, no altar. durante nove meses, porque Dessa maneira eles receberão as honras desse tão sonhado o noivo. Entretanto, costumadia ficam somente para o pai se também fazer o noivo entrar da noiva? primeiro com sua mãe, seguido Da mesma maneira optamos dos padrinhos do noivo. Depois para que o noivo entrasse entrará o pai do noivo com a na igreja cercado pelos seus mãe da noiva, seguidos pelos amados pais. padrinhos da noiva. O resultado foi uma entrada Outra opção usada é entrar noivo com sua que provocou expressões surpresas nos mãe. Em seguida o pai do noivo acompanhado convidados e mostrou o real sentido da família. da mãe da noiva, seguidos de todos os Afinal, regras são para serem seguidas, padrinhos do noivo e da noiva. Todas as porém nada nos impede de rompê-las, caso o maneiras descritas são corretas. bom senso permita. A tradição é a noiva ser a última a entrar, conduzida por seu pai que lhe dará o braço

Se a mãe gera a filha durante nove meses, porque as honras desse tão sonhado dia ficam somente para o pai da noiva?.”

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informe

por Liandro Brito fotos: Aislan de Paula

velórios entram

na era digital Velório virtual chega a custar até US$ 300,00 nos EUA. Em Belém, o serviço exclusivo já pode ser encontrado na Max Domini.

A

A partir de uma solicitação da família, o serviço notícia do falecimento de um parente próximo é disponibilizado e as imagens do velório são ou um amigo abala o emocional de qualquer pessoa. Ainda mais se você estiver longe, em outra transmitidas, ao vivo, pelo site da empresa através cidade, Estado ou até mesmo outro país. A primeira de câmeras instaladas no local, permitindo que o reação de muitos é correr para o aeroporto e velório seja acompanhado à distância, em qualquer pegar o primeiro vôo, que na parte do mundo e em tempo maioria das vezes, custa muito real. “Para dar mais segurança caro. Pensando em amenizar e comodidade, o serviço tem esse sofrimento causado acesso restrito. O cliente recebe pela distância, a Max Domini uma senha para distribuir decidiu oferecer a seus clientes aos amigos e familiares para o velório virtual: um serviço Weber Melo - Empresário acompanharem o velório gratuito e pioneiro no Pará. virtual”, conta Weber. Quem assistir on line também Para quem não pode estar presente no momento pode enviar mensagens eletrônicas que serão de despedida, mas quer prestar suas últimas entregues aos familiares presentes no velório. homenagens, o velório virtual pode se tornar uma boa opção. “O serviço foi criado para atender os que O serviço funciona em um prédio com 12 capelas querem compartilhar com os parentes o momento recentemente inauguradas para até 600 pessoas. de uma despedida a um ente querido”, diz Weber Os espaços são individuais, com salas reservadas Melo, sócio proprietário da empresa. para familiares e adaptadas aos portadores de

O cliente tem a opção de solicitar ou não a transmissão online dando total privacidade durante o velório.”

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necessidades especiais, floricultura, cafeteria 24h, estacionamento, elevador exclusivo para a urna funerária e mais de 10 pontos de wi fi. “O cliente tem a opção de solicitar ou não a transmissão online, como total privacidade, durante o velório. Idealizamos o serviço para dar maior comodidade aos clientes”, enfatiza Weber. As câmeras são de alta resolução e controladas em uma central de monitoramento completamente equipada.

Moderna estrutura funerária.

No Brasil, os velórios virtuais ainda não são tão populares quanto nos Estados Unidos, que chegam a custar de US$ 100 a US$ 300 (até R$ 600,00). Mas, segundo números da FuneralOne, uma das empresas

responsáveis

pela

popularização

e

sofisticação do serviço online nos EUA, o número de velórios transmitidos por streaming aumentou mais de 700% em apenas dois anos, passando de 126, em 2008, para 1.053, em 2010.

CURIOSIDADES Já imaginou um cemitério virtual em que todos os perfis cadastrados são de pessoas mortas? O site francês Le Cimetiere www.lecimetiere.net conta com mais de 10 mil tumbas virtuais. A ideia surgiu

Interface do programa online.

quando o proprietário, Coing-Daguet, decidiu criar uma página virtual para homenagear seus artistas preferidos já falecidos. O site ganhou fama e ele percebeu que podia ganhar dinheiro com isso. Para incluir uma foto em um perfil é preciso pagar cerca de 1 euro por imagem. Com o cartão de crédito, é possível postar essas imagens e comprar flores virtuais para depositar no túmulo. O serviço não é único no mundo. Na mesma linha, sites como o português Campa Virtual

Interior da Capela.

www.cemiteriosportugal.com e o equatoriano Jardin

celestial

www.jardincelestial.com

também oferecem serviços do tipo. Já para quem pretende encontrar onde um ídolo está enterrado pode fazer a pesquisa em sites como o Find a Grave www.findagrave.com, uma espécie de “Google dos jazigos”.

Sala reservada para familiares. Serviço: Max Domini - Serviços Póstumos Av. José Bonifácio, 1378 - São Braz (91) 3249-5700 / 3249-6600 www.maxdomini.com.br Revista Alvo - Edição 15

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Antônio Carlos Lobato antoniocpls@gmail.com

Lorotas

nÂO DÁ MAIS.

U

m par de olhos se fixa, outro se desvia como a cena de matrix. O abraço não envolve e o beijo não deseja, abre-se um clima de terça-feira entre os dois. O céu se fecha e um “precisamos conversar” confirma a teoria de Einstein aumentando o espaço e o tempo entre os dois. Segundos transformam-se em horas e a pessoa que parecia estar junto permanece ao lado, mas a sentimos como se estivesse na Cidade Nova mais distante. Como uma retrospectiva, a jovem até imita o Sérgio Chapelin narrando os bons momentos juntos, as tensões e os momentos de vergonha. O namoro que andava com gosto de miojo frio sem tempero até volta a ter sabor quando uma frase nos deixa tontos, como um “FINISH HIM” no Mortal Kombat ela diz: “Não dá mais...”. Tontos, mergulhamos em um silêncio, pensando no significado do “não dá mais”. O lado pessimista pensa: “Lá vem mais uma daquelas “DR’s” intermináveis na qual ela fica falando o que sente e eu fico imaginando quanto tá custando a arroba do boi gordo”. Mas logo a realidade samba na nossa cara, pois ela está terminando tudo. Fomos largados e, enquanto tentamos argumentar com a moça, nossa testosterona grita internamente “É TETRA! Vou pegar todo mundo!”. Ela está irredutível e tenta nos dar razão enquanto algumas lágrimas correm no seu rosto. Vemos lacrimejar esperanças. Ajoelhamos, imploramos, choramos juntos em uma cena típica de um programa vespertino do SBT, fazemos promessas mais absurdas que a eleição do Conselho de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Prometemos mudar, casar, tatuar, fazer concurso, tudo para não sermos largados. Deparamo-nos de repente sozinhos, com planos desfeitos, sem ninguém para acompanhar nossos sucessos ou consolar nossos fracassos, mas principalmente para dar satisfação. “O subconsciente festeja enquanto mudamos o status de relacionamento do Facebook e passamos a chama-lo de “Face”. Um mundo de mulheres bonitas parece surgir diante de vários perfis, em milhares de abas do nosso navegador. Conhecemos uma infinidade de pessoas que mostram o nosso nível de desatualização, paramos no tempo e precisamos recuperá-lo. As coisas e as música também mudaram, e as mulheres da nossa idade sumiram. A comparação

com a ex se torna inevitável e nos pegamos hora ou outra olhando o perfil do nosso ex-relacionamento sério. Ela emagreceu, pintou o cabelo, tá mais bonita. Droga, Quem é esse cara escrevendo “Linda” debaixo da foto dela? Clicamos no perfil dele, transformamos qualquer característica em um defeito. COMO ELA FOI ME TROCAR POR UM CARA QUE COMPARTILHA FOTO DANDO FELIZ SEXTA-FEIRA? ELE É AVIÃOZEIRO! Damos dois cliques com o mouse no nome dela. Fechamos a janela. Abrimos de novo o perfil. TEM DUAS FOTOS DELE COM ELA! NUMA BOATE! ELE USA BONÉ DE NOITE! Entre refrões de músicas grunge, de Creep do Radiohead e versos do Raça Negra nos afogamos em copos de cerveja. Não tínhamos percebido como os refrões dessas músicas fazem sentido, são bonitas. No nosso último esforço pra não aceitar derrota colocamos fotos e mais fotos nossas na internet no álbum “Viva la Vida” em estado de semi embriaguez com um sorriso no rosto e um pensamento fixo. As farras vão ficando mais caras, conforme a sensação de vazio das noitadas. Pelo menos não stalkeamos mais a pessoa todo dia, agora apenas três vezes na semana ou quando nos lembramos. O tempo nos afasta da ex a um nível de se tornar apenas uma conhecida. Um dia o status de relacionamento dela é atualizado para sério. Ficamos curiosos. O cara é advogado, ganha bem, frequenta a Assembleia Paraense.Ela parece feliz ,em Salinas, ao lado dele. Entre sorrisos saídos de um cinismo que aprendemos a desenvolver com solteirice, achamos o cara digno e sussurramos entre os dentes: “por esse, tá valendo ser trocado”. O ciclo está completo, fomos substituídos por alguém melhor. A vida de solteirice, beirando a glória ou vergonha alheia, leva a uma instabilidade, uma ansiedade. Queremos manter a liberdade conquistada, mas não dá pra aguentar sair todas as noites e encontrar pessoas que parecem ter as histórias iguais até no teor de diferença. Entre a proeza de uma noite de sábado divertida e um anoitecer triste de domingo ao som da voz do Faustão, repetimos pra nós mesmos enquanto pensamos na vida e tentamos encaixar ainda bêbados, a chave na fechadura: - “Não dá mais ... não dá mais”.

As farras vão ficando mais caras, conforme a sensação de vazio das noitadas.”

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capa

belém a francesinha das américas

por Thiago Viana fotos: João Ramid

Mesmo colonizada por portugueses, Belém teve grande influência da burguesia francesa desde meados do século XVIII e, mais fortemente na época do Ciclo da Borracha, quando também tivemos nossa Belle Époque.

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Revista Alvo - Edição 15

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capa

Q

uem já visitou a cidade de Cametá, no nordeste

tudo, da mudança de um estilo de vida, em negação

paraense, deve conhecer a expressão ‘Já me vú’

ao passado colonial, garantido pelo crescimento

(já me vou), que mistura o sotaque paraense a

econômico do ciclo da borracha. As residências

uma lembrança do idioma francês. O que muita

mais ricas passam a atender à demanda social,

gente desconhece é que a semelhança não é uma

com salões de música, de visita, onde ocorriam

mera coincidência e pode ser sim, uma herança

saraus. O Paris N’América é mais que uma edificação

da grande influência francesa que tivemos desde

comercial: os pavimentos superiores abrigavam a

os meados do século XVIII. Originalmente

colonizada

por portugueses em 1616, a

chegada

da

comitiva

de Francisco Caldeira de Castelo

Branco

a

então

Santa Maria de Belém do Grão-Pará, se deu a partir da conquista dos franceses no estado do Maranhão, fundando

a

cidade

de

residência onde, a partir

As influências francesas são, antes de tudo, da mudança de um estilo de vida, em negação ao passado colonial, garantido pelo crescimento econômico do ciclo da borracha.” Claudia Nascimento, - Mestre em patrimônio, arquitetura e urbanismo

São Luís. Em Belém, os

era possível vislumbrar a paisagem de Belém da época, sentir a brisa e circular pela casa”, destaca. A PARIS N’AMÉRICA DE ANTÔNIO LEMOS Até a primeira metade do século XIX Paris vivia todos os problemas de

franceses começaram a se fazer presentes a partir

uma cidade que crescia de forma desordenada

do século XVIII, primeiramente pelas grandes

até

expedições europeias pelas Américas e, logo

Georges-Eugène Haussmann, a cidade ganha

depois, pela imigração incentivada por causa do

um replanejamento urbano e vive o auge do seu

Ciclo da Borracha. Nesta época, Belém chegou a

desenvolvimento na época, sendo um referencial

ser considerada a cidade mais desenvolvida de

da Belle Époque europeia.

todo o Brasil e uma das mais prósperas do mundo. Segundo

26

de suas janelas e mirantes

Claudia

mestre

pelas

mãos

do

arquiteto

francês

O cônsul honorário da França em Belém, Sérgio

em

Galvão, destaca este auge do desenvolvimento

patrimônio, arquitetura e urbanismo, a influência

francês com a feliz coincidência da ascenção

francesa em Belém se deu muito mais em uma

exponecial do ciclo da borracha, em Belém. “Os

mudança de mentalidade e na relação de uso do

traços mais marcantes da influência francesa

espaço. “As influências francesas são, antes de

em Belém podem ser percebidos na arquitetura

Revista Alvo - Edição 15

Nascimento,

que,


e no urbanismo daquela época, que deixaram

e arquitetos que foram buscar inspiração na

fortes marcas até os dias atuais. Assim como

reforma urbanística da capital francesa.

Paris, Belém sofreu um crescimento desordenado

A elite paraense acompanhou esta tendência

por conta das pessoas que vinham de fora

importando o modo de vida francês para a nova

usufruir do bom momento

Belém que estava sendo

econômico. Antônio Lemos,

construída. “Por conta da

então, importou o modelo

grande força econômica,

urbanístico

muito

de

Paris

e,

da

produção

junto com ele, a apreciação

artística francesa de arte

pelos usos e costumes da

decorativa

cidade-luz”, explica.

Lamentavelmente,

Foi

nesta

Belém obras hoje

época

ganhou e

que

como

Theatro da Paz, o Palacete Bolonha;

o

Palácio

Antônio Lemos, Sede do Municipal;

o

Mercado de São Brás, o Bosque

Rodrigues

Alves

e as Praças da República e

Batista

abastadas

o

Campos,

fortemente inspiradas nos

importada.

decréscimo

econômico

edificações

históricas

Governo

o

diversas

foi

com

do

das no

poder famílias

início

do

século XX, muito do acervo “Moro em Belém há cinco anos e me sinto tocado pela sua cultura, e, sobretudo, pela música. Fiquei fascinado pelo seu charme. As ruas pavimentadas são muito parisienses. Vários imóveis possuem os nomes de ruas, avenidas, de lugares famosos de Paris.”

Bruno Pellerin (Fotógrafo Francês)

jardins europeus. Além do traçado de largas avenidas

mobiliário e de elementos decorativos

de

várias

procedências se tornaram moeda aqui e em vários outros lugares no Brasil e no mundo, em leilões e

antiquários.

destacar da

Podemos

os

família

casarões

Facíola

que

mostram, em suas fotos mais

antigas,

a

riqueza

e boulevards, margeadas por mudas plantadas

em elementos decorativos, havendo registro que

nos corredores da cidade que deu origem aos

pertencia ao antigo intendente Antônio Faciola a

nossos tão famosos túneis das mangueiras.

mais rica coleção de louças, lustres, vasos e outros

Tudo isso foi inspirado nos modelos franceses,

objetos Art Nouveau. Belém perdeu e vem perdendo

em especial Paris, e executado por engenheiros

suas riquezas”, lamenta Claudia Nascimento.

Revista Alvo - Edição 15

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capa

idioma. “Você sabia que aqui em Belém o ensino da língua francesa era obrigatório nas escolas públicas até metade do século XX? A burguesia da época ainda mantinha grande apreço por usos e costume do velho continente, por isso o modelo de vida europeu significava status. Infelizmente um novo modelo econômico a partir da revolução industrial fez com que o idioma francês perdesse o seu espaço em alguns segmentos, como o de “A conservação da parte colonial de Belém deixa muito a desejar, não somente por causa do governo, mas principalmente do povo que não tem conhecimento sobre o valor do que possui e, por isso, não dá a devida importância e cuidado.”

Franck Amaddio (Proprietário do Le Massilia)

negócios, mas ainda está fortemente ligado ás artes como a pintura e o cinema”, comenta.

O Theatro da Paz tinha um entorno cheio de pubs e cafés e era o centro da apreciação da arte, onde se apresentavam companhias de diversos lugares do mundo.” Sérgio Galvâo - Cônsul Honorário

Já Sérgio Galvão, vislumbra a poderosa cultura da época. “O Theatro da Paz tinha um entorno cheio de pubs e cafés e era o centro da apreciação da arte, onde se apresentavam companhias de diversos lugares do mundo, inclusive francesas, que viajavam até o Brasil para se apresentarem especialmente no Theatro da Paz, algumas vezes esticando a temporada até Manaus, no máximo. As senhoras da sociedade importavam seus tecidos e vestidos diretamente de Paris, e caso fosse necessário fazer algum ajuste, ou até mesmo lavar, as peças eram enviadas até à capital francesa, para que o serviço fosse feito lá”, conta o cônsul.

Hoje,

segundo

Morando em Belém há mais de 20 anos, Franck Amaddio é proprietário de um dos mais famosos restaurantes franceses da cidade. Para ele, a culinária paraense e francesa tem muito em comum pelo uso refinado de condimentos e especiarias. “A culinária paraense é muito rica, assim como a francesa. O uso de especiarias e ingredientes diversos dá o toque de requinte e sofisticação aos pratos”, comenta o empresário. E é por toda essa influência quer seja na língua, na cultura, ou da revolução que a cidade sofreu nos tempos áureos da borracha que Belém é até hoje considerada a

CONTEMPORANEIDADE

Uma outra semelhança que faz de Belém, a “Francesinha das Américas” está na culinária.

o

consulado

francês,

“Francesinha das Américas”.

cerca de 800 franceses vivem em Belém. Entre eles está Myriam Mugica, diretora executiva da Aliança Francesa de Belém, uma Instituição sem fins lucrativos que tem o objetivo de promover a língua e a cultura francesa no mundo. Há sete meses morando na cidade, Myriam já se sente sensivelmente em casa e já se familiarizou com as memórias francesas. “Objetos e elementos de decoração, como as estátuas em pedra francesa, e os espelhos e lustres em bronze e cristal do Theatro da Paz, me remetem rapidamente à França. Vi também o órgão da Catedral da Sé, do francês Aristide Cavaillé-Coll, que foi adquirido pela Arquidiocese de Belém em 1882, sendo o maior órgão da América Latina. Na restauração do templo, em 2009, o órgão foi enviado à França novamente, para

que

também

recebesse

a

manutenção

adequada”, lembra Myriam. Dirigindo a Aliança Francesa, ela também fala sobre a valorização do

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Revista Alvo - Edição 15

“Belém é uma cidade muito acolhedora e simpática. Cheguei aqui há pouco tempo, mas já havia estado de passagem, quando batizei a cidade de ‘País dos Sorrisos’. Gostei do calor, das pessoas e da comida.”

Myriam Mugica (Diretora Executiva da Aliança Francesa Belém)


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29


por Bianca Teixeira

TRAÇOS & IDEIAS

Natureza

a um cômodo

de distância Que tal unir um espaço sustentável ao conforto e modernidade?

A

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No meio de toda essa turbulência, arquitetos

vida agitada do dia-a-dia muitas vezes, ou quase

sempre, representa uma verdadeira tensão cotidiana:

e

trabalho, compromissos, reuniões, escola dos filhos...

ambientes com propostas sustentáveis, diferentes

É um esforço e tanto administrar tantas coisas! Além

e relaxantes. “Já que as pessoas passam cada vez

disso, é cada vez mais comum passarmos muito

mais tempo nas ruas, o pouco tempo que passam

tempo “trancados” em ambientes fechados e cada

em casa deve ser agradável e prazeroso”, explica

vez mais longe das paisagens naturais.

a arquiteta Ana Perlla.

Revista Alvo - Edição 15

paisagistas

buscam

cada

vez

mais

criar


Perlla, juntamente com o arquiteto José Junior, inovaram mais uma vez. Em parceria com a paisagista Márcia Lima, eles criaram um projeto sustentável

unindo

conforto

e

modernidade

para atender o desejo de um casal de jovens empresários

paraenses,

apaixonados

pela

natureza, e que queriam ter no apartamento, um espaço que lembrasse o frescor e bem estar proporcionados na fazenda da família.

Já que as pessoas passam cada vez mais tempo nas ruas, o pouco tempo que passam em casa deve ser agradável e prazeroso.” Ana Perlla- Arquiteta Nesta proposta criada pelos arquitetos, quem é apaixonado por natureza e se vê cercado de arranha-céus sem muita alegria, agora pode ter, dentro de casa, um espaço que proporciona uma sensação de tranqüilidade e o frescor do campo. “O que criamos não chega a ser tendência e sim um estilo, pelo simples fato da maior parte da decoração da sacada ser com ornamentação natural. Os detalhes em madeira e paisagismo são um toque a mais no acabamento final”, resume José Junior.

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traços & ideias

A mesa de jantar e suas charmosas poltronas ressaltam o ar familiar do ambiente, que tem uma vista panorâmica da cidade. O revestimento do espaço é feito a partir de ripas de madeira, dando um ar rústico que, junto com os vasos vietnamitas e as plantas ornamentais dispostas verticalmente, retratam o aconchego da natureza por todo canto. Os detalhes que fazem a diferença são os pequenos vasos e gaiolas que completam a ideia conceitual do espaço. Quando cai a noite, a piscina com cascata torna-se exuberante, por conta de uma discreta fita de LED azul que faz qualquer um perder horas admirando a beleza do ambiente. Como Belém é uma cidade que alterna bastante o clima, os arquitetos criaram um pergolado (peças formadas por pilares e vigas paralelas e vazadas, utilizados

como

decoração

em

jardins)

em

madeira com vidro preto que fica sobre a mesa, para protegê-la do sol e da chuva.

“Viver com estilo faz parte do bem estar

de todos. Um simples cômodo de casa pode nos permitir uma fuga da monótona rotina urbana e trazer harmonia para a vida. Manter a sintonia com a natureza não é simples em meio a tanto progresso nas cidades, mas com ideias sofisticadas como essas, fica mais fácil vivenciar esse contato”, conclui Ana Perlla.

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Revista Alvo - Edição 15


Revista Alvo - Edição 15

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por Bianca Teixeira

utilidade pública

fogo!

como prevenir incêndios e agir em casos de emergência. Na hora de construir ou reformar é preciso ficar atento a alguns cuidados e procedimentos necessários pra prevenção de acidentes. A Revista Alvo dá dicas de como evitar e o que (não) fazer durante um incêndio.

A

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tragédia em uma boate, na cidade de Santa

registrados na Região Metropolitana de Belém.

Maria, no Rio Grande do Sul, em janeiro deste ano,

A maioria sem gravidade. Um dos mais recentes

chamou atenção de todo o país para um perigo

casos foi o incêndio na praça de alimentação de

muito comum: o tipo de material utilizado nas

um shopping no centro da cidade. O fogo, que

construções em casos de incêndio. Mais de 240

teria começado na cozinha de um restaurante,

pessoas morreram na boate Kiss, a maioria delas

assustou pela quantidade de fumaça.

asfixiadas pela inalação de gases tóxicos. Se o

Na hora de construir ou reformar é importante

local tivesse um revestimento acústico adequado,

a supervisão de um arquiteto ou engenheiro de

isto é, com material não inflamável, as vítimas

segurança para prevenir sinistros, como o da Boate

teriam mais chances de sobreviver ao incêndio.

Kiss. Esses profissionais irão identificar as áreas de

De acordo com levantamento do Corpo de

risco da residência ou do prédio e verificar o local

Bombeiros do Pará, só nos três primeiros meses

mais apropriado para serem instaladas portas de

do ano, mais de 80 casos de incêndios foram

emergência, rede de hidrantes, extintores (com pó

Revista Alvo - Edição 15


Síndico a mais de um ano, José Chama se preocupa com a segurança dos moradores do edifício , e agora? á pegando fogo Minha casa est e pensar manter a calma O importante é pessoas na rifique se há mais antes de agir. Ve local seguro, minhá-las a um casa e, após enca ovidências: tome algumas pr desligue o nenhuma luz e - Não acenda cia. energia da residên fornecimento de o da zona do e retire o botijã - Feche o gás

incêndio. olhado m um cobertor m - Abafe o fogo co produzidas ra apagar chamas - Não use água pa por óleos. ncia (193) ar para a emergê - Lembre-se de lig

químico, água e CO2), rotas de fuga sinalizadas e até mesmo equipamentos como sonorização de alarmes, em caso de pânico. Cuidados com a casa O jornalista Carlos Ferreira foi surpreendido com um incêndio em seu apartamento. O episódio aconteceu em novembro de 2005. Ninguém estava na residência no momento do incêndio, quando as chamas destruíram praticamente dois quartos e a cozinha. Na época, a perícia do Corpo de Bombeiros apontou que um curto circuito em um dos quartos provocou o fogo. “Hoje em dia, quando saímos desligamos os aparelhos da tomada. No prédio, passou a haver maior atenção com equipamentos. E na reforma do apartamento, trocamos toda a fiação, usando fios de maior capacidade”, completa Carlos, explicando que as atitudes no lar mudaram após o incêndio. O major do Corpo de Bombeiros Jaime Oliveira orienta que, para evitar esse tipo de situação, é necessário revisar frequentemente a fiação elétrica a cada pelo menos seis meses. “É preciso verificar se os disjuntores não estão aquecendo, se as tomadas não estão sobrecarregadas. É importante também dar preferência, se possível,

que administra e mora. Todos os anos há verificação do estado de condições das mangueiras de incêndio e extintores do prédio, sendo sempre vistoriado, e, quando vencidos, recarregados por uma empresa especialista na área. Para José, um dos maiores desafios em termos de prevenção contra incêndio é manter o pessoal que trabalha no condomínio sempre atento as medidas de prevenção. “Graças a Deus nunca tivemos nenhum problema, até hoje, e temos buscado através da prevenção que nada aconteça e se por ventura acontecer algo que seja minimizado ao máximo”, completa.

Cuidados básicos que devem ser tomados Saiba como evitar proble mas e prevenir incêndios . - Faça a manutenção dos extintores de incênd io periodicamente e sob sup ervisão de especialistas - Os extintores devem ser apropriados em locais pro tegidos e devem ser distribuídos con forme orientação dos Bom beiros - Sai ba se o AVC B (Au to de Vis tori a do Cor po de Bom bei ros ) do con dom ínio est á vál ido . A ren ova ção dev e oco rrer a cad a três ano s - Não obstrua a passag em de emergência com vasos, tambores ou saco de lixo s. Jamais use esse espaço como depósito, principalmente de produtos inflamáveis - Observe se a porta cor ta-fogo do seu prédio abr e no sentido de saída das pes soas e se o seu fechament o está completo. Nunca use cad eados ou trincas nestas por tas. Verifique periodicamente o estado das molas, trin cos e folhas da porta - Chame sempre um pro fissional da área para rea lizar serviços que envolvam ele tricidade ou instalações de gás - Nunca sobrecarregue um a extensão, também não faça tomadas improvisadas - Fique atento para a volt agem da sua casa e veja se elas são iguais as voltagens dos seus aparelhos - Produtos de limpeza com base de álcool, cigarros mal apagados e óleos são gra ndes disseminadores de cha ma s, mantenha-os afastados prin cipalmente do fogão

para as mobílias feitas de materiais com densidade alta, como é o caso da madeira que dificulta a propagação do fogo”, conclui.

*Anote aí

O telefone do Centro de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros é 3231-0717 ou 3231-0737 Revista Alvo - Edição 15

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a lei ão há um o Brasil n n e u q ia venção Você sab gras de pre re s a a ç le e e estab estaduais nacional qu ? As leis são io d n ê c in a lei contr lece uma e proteção rno estabe ve o g a d a , c cidas e, por isso u estabele as locais o rm o n m e Técnicas com base e Normas d a ir le si ra iação B o das Leis pela Assoc onsolidaçã C la e p o mesm do, (ABNT) ou ABNT, ao to egundo a S ). LT (C o nça de Trabalh de segura endações m o c re 4 não têm existem 6 mas elas , ís a p o n êndios r seguidas contra inc ou não se m e d o p s i. Ela valor de le duais. lações esta pelas legis

Uma casa de festa segura conta com:

- Pelo menos duas saídas de emergência em paredes distintas com portas corta-fogo; - Extintores distribuídos de forma adequada; - Sinalização nas paredes, indicando a rota de fuga; - Alarmes de incêndio nas paredes; - Revestimento com material não inflamável; - Splinkers (pequenos chuveiros) distribuídos no teto do local. Grandes incêndios que aconteceram em Belém 26/08/2012: o prédio da Receita Federal, localizado na Av. Presidente Vargas, pegou fogo. As chamas atingiram cerca de 7 andares. Não houve feridos. O prédio está interditado até hoje. 01/08/2010: incêndio destruiu pelo menos 5 andares do prédio do INSS, em Belém. Felizmente, ninguém ficou ferido. O prédio continua interditado. 13/10/2002: durante a procissão do Círio de Nazaré, uma casa comercial no centro de Belém pegou fogo horas antes da berlinda de Nossa Senhora de Nazaré passar pelo local. O fogo teria começado por causa de um foguete disparado dentro do estabelecimento. Atualmente, o empreendimento opera normalmente. 18/12/2001: o fogo destruiu a invasão Riacho Doce, no bairro Guamá, em Belém, deixando pelo menos mil pessoas desabrigadas. Não houve feridos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado com um curto-circuito provocado por uma instalação elétrica clandestina. 18/08/1999: quatro pessoas morreram em um incêndio seguido de explosão na loja Bechara Mattar, localizada no bairro da Cidade Velha, em Belém. A loja era tradicional em vendas de fogos de artifício. O espaço onde era a loja está desativado hoje em dia. 21/12/1999: Uma pessoa morreu em um incêndio na boate Mystical, em Belém. O fogo teria começado depois que uma atração da festa tentou improvisar um show pirotécnico. As chamas atingiram o teto que era coberto de espuma para fazer o isolamento.

*SAIBA MAIS

Quer saber quais são as recomendações da ABNT para combate a incêndios? Acesse: www.abnt.org.br

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Revista Alvo - Edição 15

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comportamento

por Catarina Barbosa

antigomobilistas a arte de colecionar carros

Na infância, os carros fazem parte do mundo de fantasias e sonhos da maioria dos meninos. Alguns, transformam a brincadeira em uma paixão para a vida toda. E o que era uma coisa de criança, se transforma em papo sério de colecionador.

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N

o universo masculino, é difícil encontrar alguém

Para um antigomobilista, ou seja, alguém

que não goste de carro. Logo na infância, essa é a

que tem admiração por carros antigos, um dos

brincadeira favorita da maioria dos meninos. Mas,

mais importantes troféus é a tão sonhada placa

com o passar do tempo, a história muda, alguns

preta. De acordo com a regulamentação do

transformam sonho em realidade. São os que não

Contran, para adquiri-lo, é preciso ter um veículo

se contentam – assim como as crianças – com um,

com mais de 30 anos, que mantém 80% de suas

dois, três, quatro ou cinco automóveis na garagem.

características

Então, o hobby torna-se colecionar e se tornar um

apresentar um certificado de originalidade do

“antigomobilista”.

automóvel, expedido por um clube reconhecido

Nos EUA e Europa, essa é uma prática bastante

originais.

É

necessário

ainda

pelo Departamento Nacional de Trânsito.

novidade, mas

Criada em 1997, a placa preta foi uma forma

já começa a atrair a atenção de muita gente. O

de garantir a segurança dos donos de veículos

comerciante Antônio Monteiro Neto tem apenas

antigos que circulavam na cidade. Devido ao rigor

21 anos, mas já possui na garagem de casa cinco

do Código Brasileiro de Trânsito de 23/9/1997

comum. Aqui no Brasil, ainda é

carros antigos e assume que assim como a maioria dos garotos, cultiva o hábito desde a infância. “O meu pai adorava carros antigos. Quando eu era pequeno já sonhava em ter vários modelos. De certa forma, acredito que essa minha

O meu pai adorava carros antigos. Quando eu era pequeno já sonhava em ter vários modelos. De certa forma, acredito que essa minha paixão por carros é hereditária.” Antonio Monteiro Neto - Comerciante

paixão por carros é hereditária”, brinca. Essa hereditariedade faz parte também da

(Lei

9.503),

quem

fosse

dono de um carro antigo teria

grande

dificuldade

de circular com as suas relíquias, pois a legislação exigiria e

modificações

adaptações,

descaracterizariam

que os

veículos. Logo, a categoria

“de coleção” é identificada por veículos com placas de fundo preto e letras cinza.

história do primeiro carro do Antônio, um Opala

Para Antônio adquirir a primeira placa preta do

Diplomata 1992, presente do pai aos 15 anos. “O

seu veículo, ainda faltam seis anos e mais alguns

carro estava meio parado, mas como meu pai

gastos. Isso porque ele precisará se associar a

sempre cuidou muito bem dos seus veículos, eu

algum clube filiado à Federação Brasileira de

só precisei fazer uma revisão para começar a usá-

Veículos Antigos (FBVA) para poder realizar a

lo”. Além do Opala, o pai dele tinha também um

vistoria do carro. O problema é que em Belém

Landau 1982.

não há nenhum clube desse tipo. Então será

Apaixonado por seus veículos, Antônio mantém

necessário procurar um em outra cidade do

todos os carros até hoje e não pensa em vendê-los.

país. “É impossível que um carro com mais de 30

Depois do Opala Diplomata 1992 vieram a Caravan

anos tenha todas as peças originais. Os peritos

Diplomata 1990; o Opala Diplomata 89; o Ômega

vão tirando pontos conforme as alterações

Cd 95; e a Blazer Executive 2000. Todos com as

feitas. Só exigimos que o veículo mantenha

suas características originais – um diferencial para

as características de fábrica, como pintura,

qualquer colecionador.

estofamento e motor, que devem preservar o

Revista Alvo - Edição 15

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comportamento padrão original. Depois da vistoria é necessário o

família, filhos e a vida. “Há muitas pessoas com

pagamento de uma taxa de licenciamento anual,

interesse em carros antigos na cidade, mas o

como de qualquer veículo”, explica o especialista

nosso grupo deveria se chamar ‘Desunidos Car

Thiago Songa, da FBVA.

Club’, porque nunca conseguimos reunir um

Mas, enquanto esse momento não chega, Antônio

número considerável de pessoas”, afirma aos

se diverte ao cuidar e dirigir seus carros. “Pra mim,

risos, dizendo ainda que a capital paraense

é uma terapia. Os carros me dão a oportunidade

não tem um espaço que suporte e promova um

de voltar no tempo e a sensação é muito boa. Não

encontro de carros antigos, o que eles fazem é

tem como explicar. Você passa com o seu carro, as

mais um encontro de alguns quarenta amigos,

pessoas olham, comentam, perguntam e elogiam.

que dificilmente se unem no mesmo dia.

Gosto de todo tipo de carro, mas os antigos são os que eu mais aprecio”, finaliza.

Carros e Mulheres Quem disse que mulher e carro não combinam?

Colecionador sim, ciumento não Quando você pensa em alguém que coleciona

colecionadores de carros antigos não gostam

algo, logo vem à mente a imagem de uma pessoa

muito desse hobby, principalmente, por ele ser um

que não deixa você tocar no seu objeto de

pouco dispendioso. A esposa do administrador

coleção por nada nesse mundo, certo? Bom, esse

Mauro Corrêa, de 54 anos, já deu um veredito.

não é o caso do empresário Marcel Amazonas

“Se comprar mais um carro, peço o divórcio”. O

Campolungo, de 40 anos.

lado bom disso, afirma Corrêa, é que ela nunca

Dono de três carros antigos: um Shelby Cobra,

cumpre suas ameaças, diz aos risos.

uma Caravan 78 e um Ômega 98, ele afirma que

Dono de três carros, um Fusca da primeira

se alguém pedir seus carros, ele empresta sem

série 86; um Fusca Itamar 93; e uma Caminhonete,

nenhum problema. E mais: ainda aluga seus

ele sonha em comprar mais carros (se a esposa

veículos. Acredite!

permitir, claro). Contudo, Mauro aponta algumas

Marcel conta que começou a “mexer” em

dificuldades que um colecionador de carros

automóveis aos 17 anos, mas que desde criança

antigos enfrenta aqui em Belém. “Além de ser

gosta de carros, como é de praxe. O primeiro, ele

um hobby caro, a questão do estacionamento

comprou aos 18, porque era um ótimo negócio e

também é um empecilho. É preciso ter um local

na época ele não tinha muitos recursos. Depois

para guardá-lo, coberto e fechado. O registro de

de dois anos com o veículo, ele o vendeu – em

colecionador, então, nem se fala. É preciso ir pra

perfeito estado – e comprou um Cadete 1994, com

outras cidades”, comenta.

o qual ele ficou por um tempo um pouco maior: cinco anos, mas também acabou vendendo.

40

Piadas à parte, as esposas e namoradas dos

Além de carros, Mauro coleciona também carrinhos em miniatura e revistas de automóveis.

Marcel e outros colecionadores de carros

Ele tem todas as edições da Revista Quatro Rodas,

antigos se reúnem informalmente aos domingos

lançada em agosto de 1960. “Tudo conectado ao

na Casa das Onze Janelas, em Belém, para

universo automotivo me fascina, é algo que me

conversar obviamente sobre automóveis, peças,

instiga e faz muito bem”, assume.

Revista Alvo - Edição 15


Amigos de “garagem”

peças no exterior, porque do contrário, a pessoa

Hoje em dia, é cada vez mais comum encontrarmos carros modificados, com peças e

vai ter mais dor de cabeça do que alegria com o carro”, defende.

acessórios pra lá de extravagantes. Os jovens,

A Honda possui um fórum nacional formado por

em particular, são os que mais gostam de “tunar”,

pessoas que possuem o veículo no Brasil inteiro.

ou seja, aprimorar motor e acessórios dos seus

Em 2008, foi feito o mesmo em Belém, por quem

veículos.

O

empresário

Leonardo Barreto, 23 anos, é um deles. Dono de dois Civic: um VTI 1993 e um 1994, ele afirma que além da paixão pela uma

marca, “queda”

tem por

também carros

pretos – seus dois veículos são dessa cor. A sua menina dos olhos é o VTI 1993, ao qual ele dedicou

Além de ser um hobby caro, a questão do estacionamento também é um empecilho. É preciso ter um local para guardá-lo, coberto e fechado. O registro de colecionador, então, nem se fala. É preciso ir pra outras cidades.” Maur Corrêa - Administrador

um ano inteiro para deixar

possui o carro. “O Honda Club Belém, na verdade, é um grupo de amigos que se uniram por causa do cuidado que temos com o carro, mas que foi muito além”, afirma o jovem que diz ter feito bons amigos, por meio do grupo. De

uma

simples

brincadeira de criança ao papo de gente grande, os antigomobilistas

mostram

do seu jeito. Por trabalhar em uma empresa que

que o hobby pode manter viva não só a história

vende peças automotivas, ele afirma que tem uma

dos automóveis, mas de uma época, fazendo com

certa facilidade em cuidar dos seus veículos, mas

que cada veículo antigo traga um saudosismo

que, apenas, isso não é o suficiente. “Para ter um

extraordinário da infância, além de manter viva a

carro antigo, por mais que ele seja modificado, é

paixão pelas quatro rodas.

importante conhecer fóruns e sites que vendem

Revista Alvo - Edição 15

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Apoena Augusto

Administrador de empresa apoena13@hotmail.com

Lado B

Lado A

Muy amigo

Redenção

Torcida

Direto do Olimpo

Zebra

O fotógrafo americano Matt Blum é o pai do instigante The Nu Project, que tem o objetivo de mostrar que todas as mulheres são bonitas. Através de suas lentes, voluntárias – já foram mais de 100 - são mostradas nuas, com pouquíssima maquiagem e sem nenhum retoque digital. A equipe estará no Brasil para produzir ensaios no Rio, Sampa e BH e as inscrições podem ser feitas através do site thenuproject.com/participate/ A ideia é ótima, mas acreditar que ninguém precisará, digamos, de um retoque parece um tanto quanto utópico.

Chorão, líder da banda roqueira Charlie Brown Jr., falecido em abril deste ano, era reconhecidamente uma pessoa de temperamento difícil, acabou musicalmente comparado ao icônico Renato Russo que, se vivo fosse, estaria se sentindo como Daniel na cova dos leões. Já o dublê de ditador Hugo Chávez, em sua partida desta para uma pior, arrancou lágrimas de crocodilo dos líderes mundiais, que o destacaram como “uma voz diferenciada na América latina”. Não é de hoje que a morte faz do defunto um quase anjo...

Após a tão badalada fumaça branca anunciar a chegada de Francisco, o novo Papa, veio a enxurrada de piadas, gracejos e afins com a nacionalidade hermana da santidade. Algumas de gosto duvidoso, outras carentes de sal, outras até bastante inspiradas. Mas a melhor mesmo foi a frase dita pelo sempre polêmico Maradona que, do alto de sua eterna modéstia, disparou: “O Deus do futebol é argentino. O Papa também”. Daí haver concordância geral é outra história...

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Revista Alvo - Edição 15

Para quem ainda não considera bom negócio pegar um táxi após se afogar em água que passarinho não bebe, o perfil @blitzbelem, primo do carioca @leisecarj e “al caguete” das blitzes da cidade, funciona como aquele amigo que, mesmo percebendo que você encontrou a coragem no fundo da garrafa, permite que vá embora dirigindo. Só não espere vêlo chorando em seu funeral.

Por falar no assunto, do jeito que a coisa vai para a cova, só nos resta torcer para que, no meio artístico, não nos sobre apenas a nata do lado B (ou “Z”, para muitos) como Restart, Belo e Cia. que continuam aí, vivinhos da Silva.

Após assistir ao empate dos canarinhos contra a Itália e saber que a folha de pagamentos da Seleção Brasileira gira em torno de R$ 15 milhões/mês só com os salários dos jogadores, torcedor brazuca acredita que é melhor não comprar ingressos para a final da Copa. É mais seguro arriscar até as quartas. Vai que...


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Revista Alvo - Edição 15


perfil

Ophir Cavalcante

Júnior

“O grande segredo para você ter reconhecimento é buscar fazer as coisas de forma correta.” por Liandro Brito foos: Aislan de Paula

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Revista Alvo - Edição 15


S

abe aquele ditado popular que diz “tal pai, tal filho”? Ophir Cavalcante Júnior é filho do ex-presidente nacional da OAB, Ophir Filgueiras Cavalcante, que exerceu o mandato entre os anos de 1989 a 1991. A paixão pelo Direito parece ter sido uma herança de família. Coincidentemente (ou não), Ophir também se tornou presidente nacional da OAB. Com 30 anos de carreira, Ophir Cavalcante Júnior entrou na Universidade Federal do Pará (UFPA), com apenas 17 anos para cursar Direito. Pensou em ser engenheiro, antes. Mas, na escola apesar de gostar de matemática, não ia muito bem em física. Então descartou o curso de engenharia e decidiu ser advogado. “Escolher uma profissão nessa idade é muito complicado. Eu tinha muitas duvidas como a maioria dos jovens. Eu gostava da área de humanas, o meu interesse era cuidar do ser humano. Mas, não da sua saúde. A liberdade do ser humano foi o que sempre me tocou para trabalhar da advocacia”, explica Ophir. “O grande segredo para você ter reconhecimento é buscar fazer as coisas de forma corretamente. É cumprir os seus deveres e obrigações. É trabalhar. Trabalhar com seriedade, honestidade e transparência, não querendo alcançar a riqueza a qualquer custo ou crescer a custa dos outros. Isso vem de uma forma natural e títulos reconhecimento do trabalho que você desenvolve. O mais importante é você trabalhar para si e devolver para a sociedade, aquilo o que ela investiu em você. Estudei a vida toda em escola pública”, conta. Depois da graduação, Ophir continuou os estudos no mestrado e logo em seguida se tornou professor da UFPA. Em 2010, ele foi eleito presidente nacional do Conselho Federal da OAB, até janeiro deste ano, repetindo os passos do pai. “Não me arrependo e Deus me encaminhou de forma correta a partir dos exemplos que eu tive em casa”, ressalta relembrando a influência da família durante a adolescência. Hoje, depois de 3 meses após o fim do mandato, a agenda ainda continua cheia. Os compromissos surgem nos quatro cantos do país. “Se aceitasse todos os convites eu passava o tempo todo fora de casa e até da sede da Ordem em Brasília, só viajando”, brinca. Muito ligado a família, ele confessa que não foi nada fácil quando teve que se mudar para Brasília. “Eu não queria deixar meus filhos. Nestes casos, a família acaba sendo a mais prejudicada, mas eu espero que eles tenham compreendido esse período, pelo meu trabalho”, afirma. Ophir vem a Belém, pelo menos uma vez por mês, para administrar o escritório de advocacia que tem na cidade com outros sócios. Mesmo após o fim do mandato na presidência da OAB, ele deve continuar morando na capital federal onde possui outro escritório de advocacia, além de ocupar o cargo de Procurador do Estado do Pará. “Na OAB procurei fazer com que a advocacia fosse como um instrumento de defesa do cidadão e defender o combate à corrupção e a

impunidade no país. Conversamos muito sobre estes dois assuntos na minha gestão. Participei ativamente na votação do projeto ficha limpa. Empreendemos uma visão critica a postura de políticos públicos que fazem de seu cargo interesses particulares e não representam o cidadão. Nestes casos fomos extremamente duros na cobrança por parte de punição. Isso foi muito bom para o Brasil”, ressalta. Críticas ao MEC Durante seu mandato na presidência nacional da OAB, Ophir também criticou veementemente o crescimento no número de cursos de Direito, no país. “Em 1990 eram cerca de 300 cursos superiores. Hoje são mais de 1.300 em todo o país, totalizando cerca de 850 mil vagas. Estamos formando um exercito de profissionais qualificados do ponto de vista do ensino. E isso, na verdade, tem proporcionado uma indústria de profissionais muitas vezes, sem qualificação”, diz. Para Ophir, a questão se trata de um estelionato educacional. “Quando o aluno entra na universidade é prometido que ela sairá de lá com a carteira da OAB, pronta para advogar. Quando se chega ao final do curso, ele precisa fazer a prova. Ai é que você vê que foi enganado. Eu lamento muito, mas todas as pessoas que ficam reprovadas, na grande e esmagadora maioria, são vitimas de um sistema. Um sistema nefasto que o governo Federal implementou como uma forma de se justificar perante a opinião publica internacional de que tinha no país uma nova classe de nível superior com a possibilidade de ascender socialmente. Hoje, a maioria dos advogados formados não são aproveitados no mercado de trabalho porque não possuem a devida qualificação”, denuncia. “O grande inimigo do estudante não é a OAB. Eles devem cobrar do MEC em fiscalizar e fechar cursos desqualificados. “Se ela (Universidade) cobrar do aluno perde a matricula do estudante que deixa de ter acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) que é oferecido pelo Governo. Então ela tem que aprovar. Se o professor desafiar esse sistema é colocado para fora”, garante. Segundo Ophir, o MEC ainda precisa dar respostas à sociedade sobre o assunto. “Ficamos três anos batendo nessa mesma tecla, sendo bastante exigentes, e não fomos ouvidos como gostaríamos de ser. Agora há uma quantidade muito grande de alunos reprovados que estão fazendo pressão sobre o Governo”, comenta. Dividido entre o trabalho e a paixão pela família, Ophir já tem planos para o futuro. “Agora eu quero voltar a estudar pro doutorado e ter mais tempo pra minha família. Aprendi com meu pai saber à hora certa de sair. É muito bom entrar, fazer o que deve ser feito, com a certeza de que se fez o melhor, mas também temos que ter a consciência de que a alternância do poder é essencial em qualquer democracia”, finaliza.

Em 1990 eram cerca de 300 cursos superiores. Hoje são mais de 1.300 em todo o país, totalizando cerca de 850 mil vagas. Estamos formando um exercito de profissionais qualificados do ponto de vista do ensino.”

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profissão

profissão: Blogueiras por Bianca Teixeira fotos: Aislan de Paula

Quando um hobby vira business. O que antes era usado como um “diário virtual”, onde se postava sobre qualquer assunto, hoje em dia é visto como um novo meio de divulgação de marcas e produtos.

M

Maquiagem?

por dia e, de acordo com o ranking mundial 2011

Sapato e bolsa? Uma infinidade de assuntos

do site Signature 9, o “Garotas Estúpidas” está em

é discutida principalmente pelas mulheres na

21º na lista dos 99 blogs de moda mais influentes

internet. O que faz de um blog uma ferramenta de

do mundo. Em 2010, o blog da pernambucana foi

sucesso é a interação que ele possibilita ao leitor.

o único brasileiro citado pela Vogue Paris, como

E isso, as mulheres “tiram de letra”.

um dos 45 blogs de estilo que mais valem o clique.

oda?

Beleza?

Bem

estar?

A pernambucana Camila Coutinho é designer de moda por formação, mas blogueira por profissão. Criadora

do

site

“Garotas

Estúpidas”, Camila conta que a ideia de ter um blog surgiu de um “surto” criativo, durante uma madrugada de insônia,

46

Em

Belém,

três

blogueiras

também

estão

encarando a aventura de transformar o “diário

Já me identificava por completo com a atmosfera da moda.” Rebeka Alves - Blogueira

virtual” em algo prazeroso, comercial Blogueira

e

lucrativo.

assumida

desde

2009, a publicitária Gabrielle Malato, 23 anos, é uma das

ainda em 2006. “A intenção sempre foi dividir com

pioneiras em ter um espaço na internet dedicado

as minhas amigas as novidades de moda, beleza

à discussão sobre moda, beleza e bem estar. “Falar

e celebridades, sem ligar pra quem falasse que

de moda me ajudou a quebrar vários paradigmas

aquilo era tudo bobagem ou futilidade”, relembra.

que eu tinha. Mas, o meu blog não fala só disso

O blog é acessado por internautas com uma faixa

não, falo também sobre saúde, maternidade, entre

etária entre 18 e 35 anos. As cidades de São Paulo,

outros assuntos”, completa da dona do “Blog da

Recife e Rio de Janeiro, respectivamente, são as que

Gaby Malato”.

registram a maioria dos acessos. Atualmente, o site

Em 2011, a publicitária Ste Costa, 27 anos,

conta com uma média de 70.000 visitantes únicos,

criou o “Conteúdo Fútil”. O blog conta com dicas

Revista Alvo - Edição 15


influência das internautas nesse processo cresceu tanto que já motiva a criação de diferentes modelos de negócio e, como consequência, abre espaço para empreendedoras que conhecem a lógica de funcionamento das redes. Recentemente, Gaby Malato e Ste Costa se juntaram a blogueira paraense, Rebeka Alves, dona do blog “Tulês e Paetês” para organizar o primeiro evento de “moda virtual”, em Belém. Escrevendo há mais de um ano para o blog, Rebeka se diz apaixonada pelo mundo da moda. “Já me identificava por completo com a atmosfera da moda e a partir do momento que me encontrei na profissão de arquiteta isso passou a ser ainda mais evidente. Como trabalho com design de interiores, sempre senti a necessidade de buscar o que tinha de mais novo sendo lançado. Cores, tecidos, formas, querendo ou não está diretamente atrelado à moda”, completa a blogueira.

e editoriais de moda. Segundo Ste, a ideia surgiu em um momento casual. “Sempre trabalhei com audiovisual em produtora de Vídeo, assumi a MTV Belém por dois anos, mas na época estava trabalhando com uns serviços mais burocráticos e isso me incomodava. Já lia blogs de moda e beleza há uns três anos e foi aí que resolvi sair do status de “leitora” e me tornar uma blogueira”, lembra. E no meio de tantas dicas de moda e de beleza, parece que não foram só as adolescentes e mulheres que ligaram os holofotes para este tipo de fonte de informação. Várias marcas e empresas brasileiras, e até paraenses, já estão vendo os blogs como uma nova ferramenta de marketing. A

Já lia blogs de moda e beleza há uns três anos e foi aí que resolvi sair do status de “leitora” e me tornar uma blogueira.” Ste Costa- Publicitária As três juntas organizaram o “#MulherNaModa”. O talk show sobre moda, tendência, mercado, beleza e bem estar contou com 14 marcas patrocinadoras, além de reunir diversas mulheres apaixonadas pelo assunto. O evento reuniu um público formado, na sua maioria, por mulheres e adolescentes ligados nas tendências, além de estilistas e estudantes de moda e foi um sucesso. “Nós não esperávamos tamanha repercussão. O evento atraiu os olhares do público para uma tendência que também já começa a despontar em

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profissão Belém”, avalia a blogueira Ste Costa.

As responsabilidades com o “diário virtual”

Para Gaby Malato, em outras cidades do Brasil,

Um blog pode trazer muitas vantagens e

os blogs já são vistos como uma ferramenta

benefícios

de marketing e informação. “Aqui em Belém, o

presentes, ser convidada para festas, semanas

mercado, no geral, está começando a ter essa

de moda nacionais e internacionais, dentre outros

visão. Acredito que estamos em um ponto que

eventos. Ste Costa acredita que um dos lados

agora o nosso hobby virou trabalho e está sendo

positivos de ser blogueira é o reconhecimento dos

bem visto”, destaca.

seguidores. “As leitoras viram fãs, você conhece

Donos de uma franquia de relógios, os jovens Camila Cavalcante e Rogério Reghin são exemplo de empresários que acreditaram e apostaram no

potencial

mercadológico

blogs. Logo quando lançaram a franquia em Belém, eles firmaram, de

como

marketing,

com

algumas

Inicialmente

estratégia parcerias blogueiras.

avessos

às

redes sociais, os empresários confessam que se renderam

oferecido

pelos

para

as

criadoras,

como

ganhar

muitas pessoas novas e recebe um carinho muito grande! Tudo isso é muito bacana”, ressalta. Mas, por outro lado, nem tudo é glamour, sofisticação e festa. Ter um blog é sinônimo

Pra quem quiser se tornar uma blogueira de sucesso a dica é gostar, se dedicar e sempre se manter atualizada em tudo o que rola na internet.” Gaby Malato - Blogueira

de

muita

responsabilidade.

Como as páginas virtuais tem ganhado um destaque maior na internet é preciso redobrar os cuidados na hora de postar os conteúdos. “É preciso estar atento ao que se publica. Se as pessoas acessam sua página,

ao mundo virtual por culpa do trabalho. “Até

é porque de alguma forma elas se identificam com

seis meses atrás não se ouvia falar em blogs da

o que você pensa”, explica Camila Coutinho, do

maneira como está se falando atualmente. Hoje

blog “Garotas Estúpidas”.

todo mundo está conectado e as estratégias de

“Pra quem quiser se tornar uma blogueira de

propaganda estão seguindo o mesmo caminho,

sucesso a dica é gostar, se dedicar e sempre se

em busca desse mundo de consumidores virtuais.

manter atualizada em tudo o que rola na internet”,

É uma ferramenta que quando associada às redes

conclui Gaby Malato.

sociais, como Facebook, Instagram e Twitter gera uma visibilidade instantânea e retorno imediato”, opina Camila Cavalcante. A resposta do investimento em blogs veio nas vendas do natal do ano passado. Segundo os empresários, ao realizar uma ação mercadológica

Você conhece a rede F*Hits?

com as blogueiras semanas antes das festas de

Criada em 2010, a rede F*Hits reúne 25 blogs.

fim de ano, a franquia conseguiu superar 60% das

Ela é “a primeira prime network de moda do

vendas previstas para a época.

Brasil”, com conteúdo, produtos e serviços destinados a um público feminino de alto poder aquisitivo. A rede se desenvolveu e

O #Mulhernamoda começou a ser pensado no final do ano passado, mas só depois de muito amadurecimento e planejamento saiu do papel. A ideia inicial era criar um evento que pudesse propiciar um contato mais direto com uma blogueira profissional que vive unicamente dos blogs para uma troca de experiências. Em menos de 72horas, as inscrições para o evento esgotaram. O talk show deu tão certo, que as blogueiras Gaby Malato, Rebeka Alves e Ste Costa já anunciaram a segunda edição. Em Junho, Belém recebe a blogueira Lalá Noleto, que já vai antecipar as tendências para o verão.

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conta, desde janeiro, com uma plataforma própria de comércio eletrônico, o F*Hits Shops, cujo acesso é restrito. Ela funciona da seguinte forma: para acessá-la, a consumidora deve preencher um cadastro com informações sobre seu manequim. Se usar roupas menores que o tamanho 46, a candidata tem chances de ser aceita. As ofertas do F*Hits Shops são todas temporárias e sempre compõem um “look” diferente.

Não se esqueça de visitar: -

www.blogdagabymalato.com/ www.conteudofutil.com/ www.tulesepaetes.com/ www.garotasestupidas.com/


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Turismo

paris sob um olhar apaixonado

A “Cidade Luz” é um dos destinos mais procurados por turistas de todo o mundo. Berço de movimentos artísticos e culturais que influenciaram o mundo inteiro, Paris já foi o lar de artistas e intelectuais renomados como Jean-Paul Sartre, René Descartes, Monet, Renoir, Dumas, entre muitos outros. por Brena Moreira fotos: Bruno Pellerin

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F

alar sobre Paris é mais que um desafio, afinal, sempre quem deixa a capital francesa fica com a sensação de que ainda falta muito para conhecer. É muito difícil passar pela mágica, sedutora e encantadora, “Cidade Luz”, como Paris também é conhecida e não se apaixonar. E por falar em sentimento, Paris costuma despertar aquele amor que conhecemos nos contos infantis, o amor a primeira vista, que de tão perfeito, acaba se transformando em um romance para toda a vida. O ator Rodrigo Feldman morou por quase 5 anos na França e se diz apaixonado pelos costumes, tradições e clima da cidade parisiense. “Paris respira paixão. Ir a Paris e não se apaixonar é quase impossível. E que tal assistir ao pôr-do-sol e passar algumas Eu morei pouco mais de 4 anos na cidade e ainda horas do entardecer tomando um café no Quai acho que foi pouco. Paris é um dos melhores d’Orsay? O cais na margem lugar do mundo para a vida esquerda do Rio Sena, é artística. Paris é aquela um lugar que merece um cidade que fica pra sempre passeio (de preferência na lembrança”, afirma. acompanhado), e é de tirar o Considerada um dos fôlego! principais símbolos da cidade, Outra atração a parte de a Torre Eiffel impressiona Paris, é o Montmartre, uma pela imponência. E será que área boêmia, cheia de artistas, há alguém que discorde?! A bares, cafés, estúdios e clubes cidade iluminada também noturnos. É lá que está um hipnotiza os turistas que dos cabarés mais famosos passam pela a avenida mais do mundo: o Moulin Rouge. larga do mundo, a ChampsO antigo cabaré que divertia Élysées; pelo Arco do Triunfo, a alta sociedade francesa já construído por Napoleão fez sucesso nas telinhas do Bonaparte, como forma de cinema e hoje é parada mais eternizar as vitórias francesas e que obrigatória para os turistas homenagear os que morreram Rodrigo FeldmanAtor de todo o mundo. no campo de batalha; pela Em Paris há também famosa Catedral de Notremilhares de museus. Os mais conhecidos são o Dame ou pelo Panthéon (uma antiga igreja), que Museu da Arte e História do Judaísmo, o Museu de abriga os restos mortais de vários franceses famosos. Orsay, o Museu Nacional da Idade Média de Paris e, claro, o Museu de Louvre, uma das 50 atrações mais visitadas do planeta por cerca de 10 milhões de turistas anualmente. Quem já visitou o Louvre, sabe que um dia apenas é pouco para conhecer o espaço. Nem precisa gostar de arte para se encantar com o lugar, aliás quem não gosta, passa a gostar. É um mundo a parte para se descoberto, cheio de obras famosas de artistas renomados, como “A Gioconda”, a indecifrável e misteriosa Monalisa, de Leonardo da Vinci, ou ainda a Vitória de Samotrácia e a Vénus de Milo. É o conjunto da arte antiga, moderna e contemporânea. Não é pra menos que o Museu, é considerado uma das maiores riquezas da França. Que tal um passeio a bordo de um ferry boat pelo Rio Sena? A todo o momento as embarcações deixam os trapiches, para um dos momentos mais inesquecíveis que se pode vivenciar.

Paris respira paixão. Ir a Paris e não se apaixonar é quase impossível. Eu morei pouco mais de 4 anos na cidade e ainda acho que foi pouco. Paris é um dos melhores lugar do mundo para a vida artística. Paris é aquela cidade que fica pra sempre na lembrança.”

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Turismo Paris tem muito mais! Você não pode deixar de conhecer o Hotel dès Invalides, o Palácio de Versalhes, a Disneyland Europe, a Basílica de Sacré Coeur, o famoso Cemitério do Père-Lachaise (onde entre as mais de 70 mil sepulturas estão personalidades como o roqueiro Jim Morrison, os escritores Molière e Oscar Wilde, além do músico Frederic Chopin e o espírita Allan Kardec; o cemitério atrai mais de 2 milhões de visitantes todos os anos), o L’Hôtel de Ville (sede da prefeitura de Paris), o Pont Saint-Michel, os Jardins de Luxemburgo, a Praça da Concórdia e a Mesquita de Paris.

A capital parisiense é arte, cultura, gastronomia, glamour (Paris é sede da Louis Vuitton, a marca mais valiosa do segmento de luxo do mundo), beleza, romantismo, e muito mais. A psicóloga Adriana Meira já visitou a cidade por 4 vezes e não esconde também sua paixão pela cidade. “Paris é encantadora, tem sempre algo novo pra conhecer. Não canso de ir nunca. Já estou programando a próxima viagem a Europa, e Paris, claro, é parada obrigatória”, finaliza.

Paris é encantadora, tem sempre algo novo pra conhecer. Não canso de ir nunca. Já estou programando a próxima viagem a Europa, e Paris, claro, é parada obrigatória.” Rodrigo Feldman- Ator

Diário de Bordo Nome: André França Idade: 28 anos Profissão: Jornalista Destino: Paris “A França é o tipo de lugar que é feito para encantar. Paris concentra nela alguns dos pontos turísticos mais desejados no roteiro de viagem de qualquer viajante, do mais conservador aos mochileiros. Paris é bonita, mas é cara. E se a cidade é linda pelas fotos, você perde o fôlego ao avistar pela a primeira vez de perto a torre Eiffel. Um dos principais símbolos da beleza da capital parisiense se impõe e cria um cenário perfeito para casais apaixonados, ou mesmo aumenta a saudade da pessoa amada (minha namorada ficou no Brasil). Uma visita ao museu do Louvre é uma verdadeira viagem no tempo e na história da arte. Sabe aquela sensação de já ter visto tudo aquilo, de ter estudo e sonhado assim “um dia vou conhecer tudo isso”? O Museu é próximo da Praça Concórdia, aonde aconteciam às execuções de condenados a morte na guilhotina. De lá é possível avistar o Arco do Trunfo. Não sei porque, mas quando vi o monumento lembrei da comemoração francesa na final da copa do Mundo de 1998, quando eles nos derrotaram por 3x0 e o Arco foi colorido com as luzes da bandeira nacional e o placar histórico. Mas isso, deixa pra lá... Paris é simplesmente indescritível.”

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Rômulo Martins

Personal Trainer CREF 001769-G/PA

Acelerar

Crossfit: a nova moda das academias!

T

odo ano surge uma grande novidade, nas academias, que chamam atenção até dos mais conservadores. Treinamento funcional, TRX e agora o comentado Crossfit, que promete mais força, mais rapidez, mais gasto calórico e menos rotina. O crossfit é um programa utilizado inicialmente por grupos de operações táticas (como SWAT), pelo exército americano, passando por alguns atletas de MMA (Mixed Marcial Arts) e por outros atletas de alta performance. O americano Greg Glassman, formatador do modelo para academias, alega que faltava uma modalidade esportiva que tivesse a força dos levantadores de peso, a capacidade cardiorrespiratória dos corredores, o aprendizado rápido dos ginastas e a habilidade para saltar e arremessar dos praticantes de atletismo. A base do treinamento do crossfit utiliza movimentos básicos como saltar, abaixar, arremessar, e essa proposta já chegaram às academias de todo o Brasil, seduzindo aqueles que alegam que a musculação é chata. Em uma só aula, o aluno realiza movimentos intensos que demandam força, potência, resistência cardiovascular, agilidade, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e precisão. Não utiliza máquinas, apenas pneus, cordas, barras, anilhas, elásticos e kettlebells (uma espécie de bola de ferro com alça para erguer do chão até acima da cabeça). Os defensores alegam que é o programa de condicionamento físico mais exigente do mundo e o lema é treinar até cair de cansaço, além de estimular a competitividade. Aí nos perguntamos: E o treinamento que existe hoje quem tem uma comprovação científica totalmente embasada? E a preocupação com a segurança dos alunos? E o maior risco de lesões músculo-esquelético que atividades de alta intensidade provocam? Vale a pena gerar estímulos máximos para não atletas? Enfim, há razões para desconfiar que nem todo mundo se beneficia de um trabalho físico tão intenso. Em 2005, Glassman, o precursor americano, teve de se pronunciar sobre casos de “rabdomiliólise” envolvendo seus treinos. A rabdomiliólise é uma lesão muscular severa que libera pedaços de células

musculares para dentro dos vasos sanguíneos e pode levar a uma insuficiência renal aguda. Glassman publicou um artigo em seu jornal on line que diz que as vítimas eram pessoas fisicamente treinadas, mas ainda despreparadas para os altos níveis de intensidade que o crossfit exige dos mais experientes. Especialistas ainda não estão convencidos sobre as vantagens da nova modalidade de exercícios. O fisiologista e professor de educação física Raul Santo, da Universidade Federal de São Paulo, explica que a variação constante na duração e na intensidade dos exercícios, embora positiva, mexe com o metabolismo de uma forma que pode sobrecarregar o sistema cardíaco em algumas pessoas. “Para buscar performance é preciso ter saúde primeiro”, diz ele. Para Julio Serrão, professor de biomecânica da Universidade de São Paulo, os resultados são mais rápidos quando se aumentam o volume e a intensidade dos exercícios, mas o risco de lesão aumenta proporcionalmente. Outro ponto importante é baixa individualização das montagens de treinamento, visto que as aulas são pré-formatadas, possuindo exercícios padrões, além de utilizar movimentos explosivos para pessoas pouco preparadas e sem força para movimentos básicos. Embora cada um dos participantes trabalhe com pesos, tempos e número de repetições adequados a seu condicionamento, a regra básica de prescrições de treinamento é “não se usa exercícios de potência antes da fase de aumento de força”. De qualquer forma é uma modalidade que desperta o interesse pela atividade física, que quando realizada com segurança e domínio nas prescrições, colabora para mais saúde, qualidade de vida e quilos a menos na balança. Vale ressaltar que essa modalidade deve ser prescrita por profissional de educação física especialista, atentando que ela não é uma atividade para pessoas com restrições de saúde e com baixa coordenação motora. Antes de ter mais força, velocidade ou potência, o mais importante é ter saúde. Que não seja mais uma nuvem passageira nas academias.

Em uma só aula, o aluno realiza vários movimentos intensos que demandam força, potência, resistência cardiovascular, agilidade.”

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receita

foto: Aislan de Paula

torta bailado lunar O cake designer paraense Patrick Dias revela uma de suas mais novas criações à Revista Alvo: a torta Bailado Lunar. O nome do doce é uma homenagem ao poeta paraense Bruno de Menezes, por sua obra “Bailado Lunar”. O livro é considerado o primeiro na linha da poesia modernista na Amazônia, e retrata a estética Art Noveua nas linhas sinuosas da natureza. O chef optou por uma mistura de sabores: o pêssego do sul da Ásia, o Damasco da Turquia, as nozes muito utilizadas no Líbano e o açúcar oriental. Confira a receita!

Torta Bailado Lunar Ingredientes:

- 2 pães de ló branco (tam 25cm) - 1 pão de ló preto (tam 25cm) - 1 lata de pêssego fresco

Recheios

(1º recheio) Creme de Gema

- ½ litro de leite - 1 lata de leite condensado - 3 gemas - baunilha a gosto - 1 lata de creme de leite - 3 colheres de amido de milho Modo de preparo: Leve todos ingredientes ao forno médio até engrossar. Por último adicione o creme de leite, com o fogo médio.

(2º recheio) Creme de Manteiga

- 100g de manteiga sem sal - 1 xícara e ½ de açúcar de confeiteiro - 2 latas de creme de leite sem soro Modo de preparo: Bata a manteiga e o açúcar na batedeira até ficar com a consistência de um creme. Acrescente o creme de leite e mexa com uma colher.

(3º recheio) Geléia de Damasco

- 250g de Damasco fresco Modo de preparo: Cozinhe em água os damascos até amolecer e depois bata no liquidificador.

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(4º Recheio) Crocante de Nozes

- 200g de nozes - 2 xícaras de açúcar Modo de preparo Triture as nozes. Depois leve ao fogo médio e adicione o açúcar até a calda ficar caramelizada. Despeje em um tabuleiro untado com manteiga e deixe descansar por 15 minutos e depois quebre em pequenos pedaços pequenos pra confeitar a torta.

Montagem da Torta:

1- Coloque o pão de ló preto na base da torta. 2- Molhe com leite e coloque o Creme de Gema (1º recheio) com os pêssegos picados. 3- Cubra com o pão de ló branco e coloque o Creme de Manteiga (2º Recheio) mais o Crocante de Nozes (4º recheio). Por fim coloque o último pão de ló branco e deixe na geladeira por 3 horas. 4- Depois retire e cubra a torta com o restante do Creme de Manteiga. 5- Decore com a Geléia de Damasco (3º recheio) e com o Crocante de Nozes. E está pronta a Torta Bailado Lunar!

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