Desmontado Stephan Schmidheiny magnata do amianto e fundador de AVINA

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Artigo postado originalmente em http://www.rebelion.org/docs/173088.pdf e traduzido por 'emerson' (http://www.blogger.com/profile/01469157448453017647)

Desmontado Stephan Schmidheiny, magnata do amianto e fundador de AVINA Agosto de 2013 “Há três anos, escrevíamos um texto intitulado “Desmontando Schmidheiny”, no qual utilizávamos o gerúndio em seu sentido de “ação em processo”, não concluída. Agora podemos dizer com toda certeza que o processo está concluído; que a imagem e a verdade sobre Stephan Schmidheiny, o magnata do amianto e fundador de AVINA, foram definitivamente estabelecidas: e não têm nada a ver com aquela outra imagem que ele se havia financiado com grandes meios para se fazer passar por um filantropo exemplar.”

Por Paco Puche

“As vítimas do amianto na Suíça nunca vão obter justiça? Disso ninguém sabe; mas a última página deste capítulo escandaloso da história industrial ainda não foi escrita” Maria Roselli[i] Posssivelmente continuará sendo escrita num país em que se espera, no ano 2020, o pico da hecatombe das vítimas do amianto Ruers y otros[ii] Em Casale Monferrato, os resultados mostram que as mortes não cessarão até 2031 Furlan y Mortarino[iii] A verdade avança e ninguém poderá contê-la. Émile Zola

Há três anos, escrevíamos um texto intitulado “Desmontando Schmidheiny”, no qual utilizávamos o gerúndio em seu sentido de “ação em processo”, não concluída. Agora podemos dizer com toda certeza que o processo está concluído; que a imagem e a verdade sobre Stephan Schmidheiny, o magnata do amianto e fundador de AVINA, foram definitivamente estabelecidas: e não têm nada a ver com aquela outra imagem que ele se havia financiado com grandes meios para se fazer passar por um filantropo exemplar, por um pioneiro do capitalismo compassivo, compartido e verde.


De Turim a Turim e “atiro porque chegou minha vez” O mais concludente, para demonstrar a afirmação de que o magnata Stephan Schmidheiny (S.S) foi definitivamente desmontado são os julgamentos de Turim relativos ao amianto e ao asbesto. Rememorando o primeiro dos julgamentos, temos de ressaltar que este começou em dezembro de 2009 e que em 13 de fevereiro de 2012 foi publicamente emitido o veredito final, condenando Stephan Schmidheiny e o barão de Cartier a 16 anos de prisão cada um e ao pagamento de indenizações milionárias. Mas a tragedia começou em 1906, quando se instala a fábrica de amianto em Casale Monferrato, um povoado cerca de Turim. Desde então, foram contaminados trabalhadores e habitantes do povoado até 1986, data em que Stephan Schmidheiny fecha a fábrica, abandona as instalações e ´sai fugindo´. Se alguém pensar que esse abandono resolveu os problemas se enganará de maneira tão fatal quanto os efeitos do amianto. Até hoje ainda morre um pessoa por semana em Casale em consequência de exposição àquela substância: na fábrica, em casa ou no povoado. E essa desgraça não se acabará até 2031. Todas estas mortes serão igualmente imputáveis àqueles sentenciados. Contra os dois responsáveis, se apresentaram pessoalmente mais de 6.400 partes civis em nome dos 2.191 mortos e 605 enfermos. O procurador Guariniello, que havia conduzido o caso, considerou diante disso que devia aumentar as penas solicitadas no primeiro julgamento e pediu 20 anos de cárcere para os imputados porque, disse ele: “Pude voltar a ler as sentenças do Tribunal Superior nos casos mais graves de desastre e mortes e percebi que aquilo não era nada em comparação com o que se voltava a viver durante este julgamento.” A procuradoria acrescentou que está investigando a morte de 117 italianos que trabalhavam nas instalações de Eternit Suíça e Alemanha e também mortes por amianto de italianos no Brasil e na França, que estiveram expostos àquela substância na Eternit, nome da empresa de propriedade de Stephan Schmidheiny. Um ano depois, em 3 de junho de 2013, no tribunal de apelação, foi ditada nova sentença em Turim. A sentença do magnata do amianto (Stephan Schmidheiny -S.S.) passava de 16 a 18 anos nessa instância de apelação. A morte do barão de Cartier, outro julgado, implicou sua absolvição. S.S, além disso, terá de pagar imediatamente o valor de 88 milhões de euros em indenizações. No transcurso dessa segunda instância, demonstrou-se como Stephan Schmidheiny se havia infiltrado nas fileiras das associações de vitimas. Com efeito, e como conta o jornalista Giampero Rossi [v], através da documentação sequestrada no processo, na empresa de relações públicas de Milão Guido Bellodi, pôde-se comprovar que Stephan Schmidheiny havia contratado esta empresa, de 1984 a 2005, para cuidar da contrainformação, e como havia infiltrado no movimento das vítimas a jornalista María Cristina Bruno, encarregada de enviar um relatório mensal a Bellodi em troca de 2.500 euros.


Mas o mais importante foi a descoberta de que Stephan Schmidheiny tinha pleno conhecimento da letalidade do trabalho com o amianto e que apesar disso continuou com seu negócio. Com efeito, o tribunal demonstrou como na Conferência de Neuss, celebrada na Alemanha em 1976, Stephan Schmidheiny, diante de cerca de 30 pessoas, todas elas gerentes de suas empresas Eternit na Europa, disse que sabia que o asbesto era nocivo e perigoso para a saúde, que eles deviam estar conscientes disso, mas que se outras pessoas também ficassem cientes, eles teriam de fechar as fábricas ou tomar medidas econômicas pertinentes. Assim sendo, advertiu seus diretores que era preciso medir com precisão o tipo de informação que se dava, dizer que o asbesto não era prejudicial e que, em qualquer caso, não causa a morte, já que o risco podia ser controlado. Por isso, obviamente, a sentença o acusa de desastre doloso. Pior ainda foram as manifestações do presidente do tribunal. Com efeito, durante a terceira audiência celebrada em 19 de fevereiro de 2013, o juiz Ogge comparou a estratégia de Eternit com a estratégia nazista de deportar judeus para Madagascar (de 1939 a 1941), um plano que mais tarde foi substituído pelas deportações para campos de extermínio. A imprensa era muito contundente e dizia: “paralelo entre Stephan Schmidheiny e Hitler”, como se pode ver a seguir.

Segundo o juiz, o plano de Madagascar, que Hitler havia elogiado naquela época, serviu para cumprir um propósito: ocultar as verdadeiras intenções de exterminar os judeus, o que foi discutido na conferência de Wansee, em 1942. Ogge argumentou que o veredito em primeira instância dever ser lido desde esta perspectiva. Como poderemos acertar as coisas com a justiça? Ficou claro: condenaram um assassino, que dava ordens a suas empresas, que conhecia perfeitamente o quão brutal era fazer com que as pessoas trabalhassem com o amianto, que tem muitos


milhares de mortos nas costas e tantas outras pessoas enfermas para o resto de suas vidas. Esse assassino dedicava parte de seu dinheiro a lavar sua imagem e a espionar movimentos de vítimas de suas empresas. Stephan Schmidheiny: uma falsa biografia apoiada por seus beneficiados e colaboradores. Sabendo melhor do que ninguém o que significava a indústria do amianto, sendo responsável do império familiar, em 1976, preocupou-se em proclamar que se havia erigido como pioneiro no abandono deste mineral. Era seu principal problema (e sua mais importante herança) e tentou convertê-lo em uma ocasião para se apresentar como um benfeitor da humanidade. Disse de si mesmo: “Quando olho atrás e levo em conta o conhecimento que hoje temos das muitas vítimas trágicas do asbesto, sinto-me orgulhoso pelas medidas tomadas pelas empresas do Grupo (Eternit) para proteger os trabalhadores dos riscos do asbesto” [vi]. E acrescenta, em tom de denúncia: “esta situação é profundamente deplorável, considerando que nem os governos nem outros membros da indústria reconheceram as implicações do problema nem tomaram, durante muito tempo, as medidas de proteção necessárias” (p.9). Levando em conta que, segundo sua autobiografia (p 8), em 1981, anunciou publicamente que o Grupo deixaria de fabricar produtos com asbesto, chama a atenção o fato de que antes, em 1978, havia sido criada na Suíça uma associação de industriais do amianto chamada Arbeiskreis Asbest (Grupo de Trabalho Amianto), presidido por Eternit (o grupo de Stephan Schmidheiny) com a tarefa principal de impedir a classificação do amianto no grau 1 de toxicidade. Porque se o amianto fosse classificado neste grupo, os produtos com este mineral não poderiam ser destinados ao uso privado, mas unicamente ao uso industrial e, além disso, teriam de ser marcados com uma caveira, advertindo quanto a suas propriedades cancerígenas. Conseguiram atrasar esta classificação até 1987, nove anos mais tarde [vii]. Em 1989, proibia-se o amianto na Suíça para os materiais de construção. Eternit não tinha pressa, nem Stephan Schmidheiny estava tão preocupado. Ainda assim, Stephan Schmidheiny só abandonou, por quebra, a fábrica de Casale, na Itália, em 1986, e deixou os restos das instalações espalhados e sujos os depósitos históricos; ainda assim, em 1989, vendeu a maior parte das empresas de amianto, mas só se desfez das fábricas e minas da África do Sul em 1992, quando do fim do apartheid, ao vendê-las, 16 anos depois de assumir a direção do negócio. E até 1994, não se deixou de importar amianto na Suíça, onde 90% do negócio era de Eternit e, segundo a SUVA (Caixa Suíça de Seguros de Acidentes), até 1998, Eternit não deixou de ser considerada uma empresa utilizadora de amianto [viii]. Mas isso não é tudo, na transcrição oficial das audiências do Comitê Especial da Câmara Federal de Deputados, em que se debatia o projeto de lei N º 2186/96 relativo à “substituição gradual da produção e da venda de produtos que contêm amianto”, no Brasil, em 8 de maio de 2001, o presidente Élio Martins, de Eternit S/A, explica a estrutura da propriedade da empresa nos seguintes termos: “Eternit é uma empresa de propriedade pública brasileira, cujas ações são negociadas no mercado de valores


de São Paulo (…) Os principais acionistas são os seguintes, (e entre eles figura): 5. Amindus Holding AG: 6,81%. Mas se vemos a sentença do tribunal de apelações de Turim, de 3 de junho, constatamos que se “condena o imputado S. Schmidheiny e os responsáveis civis Anova Holding AG, Becon AG e Amindus Holding AG, in solidum entre si, ao ressarcimento de danos patrimoniais e não patrimoniais derivados do delito…” Ou seja, que em 2001, o arrependido S. Schmidheiny se mantém ainda no negócio do amianto. Foi em 1981 que decidiu deixá-lo…; é só fazer as contas, são 20 anos depois. Apesar de suas boas intenções de abandonar o amianto, manifestadas em 1981, o negócio não deixou de acompanhá-lo, daí que não dá para saber em que sentido tomar o “sentir-se orgulhoso pelas medidas tomadas pelo Grupo para proteger os trabalhadores”, se literalmente ou simplesmente porque era um bom negócio. Também se presta à confusão o que ele relata em sua autobiografia de que “além de estar preocupado com os riscos para a saúde dos empregados das empresas do Grupo, cheguei à conclusão de que esse negócio em que estava não era muito promissor” (sic) (p.7). Em outubro de 2003, ao apresentar ao mundo sua doação de 1 bilhão de dólares para filantropia na Costa Rica, junto ao então presidente do Banco Mundial James Wolfensohn [iX], Stephan Schmidheiny cria um fideicomisso, o Viva Trust, que se nutre dos lucros de três empresas que operam na América Latina: Masisa, Amanco e Plycem. Com esses lucros são financiados os empreendimentos da Fundação AVINA. Mas em 2007 ele vende duas dessas empresas: Amanco a Mexichem (uma grande empresa Em que pé estamos hoje m dia? Eis o que mostram essas fotos:


Mais de 800 toneladas de asbesto que permanecem ao ar livre desde há 8 meses (setembro de 2012) na central de abastecimento do porto de Veracruz e que representam um risco sanitário para a população. Como se vê, o mineral é muito friável e cada polegada libera um milhão e meio de fibras invisíveis. Quem fez essa importação? A empresa Mexalit (que pertence a Mexichem). No México, o asbesto não está proibido. O que Schmidheiny tem a ver com tudo isso? Muito. Ele criou a Fundação AVINA, como ele mesmo afirma, para fomentar o desenvolvimento sustentável e o que chama o “triple bottom line” (o triple resultado): ou seja, favorecer as empresas latinoamericanas que além de rentáveis são ecológicas e socialmente sustentáveis, com a ajuda dos líderes dos movimentos sociais. Em 2003, cria a fonte permanente de financiamento de AVINA, com base nas três empresas mencionadas: em 2007, vende duas delas ao mesmo grupo mexicano, Mexichem; em 2012, há 800 toneladas de amianto, de Mexcalit-Mechichem, abandonadas em Veracruz. Quer dizer então que vendeu suas empresas a outras que residem num país que permite o uso do amianto e a empresas que trabalham com amianto! O apóstolo da sustentabilidade ambiental e social nada mais é que um sinistro negociante. Aquilo que deixou dito em sua biografia, que “levando em conta o conhecimento que hoje temos das muitas vítimas trágicas do asbesto me sinto orgulhoso” eram lágrimas de crocodilo. Em suma, continou com o pó de amianto bem depois de 1989, data oficial do abandono do mineral. Com que mais nos deparamos? Já indicamos antes: muitas vítimas mais e pelo menos ainda durante 20 anos. E também muito amianto instalado em lares, colégios, hospitais, indústrias, lugares públicos, etc. Que são perigosos com o tempo e cuja desamiantização segura e posterior depósito controlado têm altíssimo custo. Por exemplo, depois de vender amianto na África do Sul, em 1992, deixou este legado: “Duas terceiras partes dos tetos ondulados que há em Soweto provêm de Everite (fábrica dos Schmidheiny). Muitas delas têm mais de 40 anos e se encontram em péssimo estado, mas seus habitantes não sabem que a manipulação destes telhados supõe um risco para eles (…y) foram detectados índices de amianto dez vezes superior ao que permite a lei” [Xi] . Não é só isso. Aproveitando-se das leis racistas do apartheid, empregaram crianças “em tarefas manuais perigosas de classificação do asbesto, sem proteção das mãos, pisando o material com pés descalços[Xii], lidando com amianto azul, o mais perigoso. Mas o filantropo fugido está mais preocupado com outras coisas. Ele declarava: “Mas há cosas muito preocupantes, como a pergunta sobre o que vai se passar com o chavismo e até que ponto ele será contagioso para outros países. O que pretende


fazer Chávez, muito além da Venezuela, é uma grande questão” [Xiii]. Numa carta aberta ao magnata suíço datada de 15 de dezembro de 2011, Ban Asbestos França e a Associação Henri Pezerat o interpretava dessa maneira: “Quando a proibição do amianto na Europa se tornou inevitável, o senhor retirou seu dinheiro desta mui lucrativa indústria (entre 1984 e 1999, o valor de seus ativos foi duplicado de 2 a 4 bilhões de dólares americanos). Parte dessa riqueza, o senhor reinvestiu no setor florestal da América Latina. Segundo dados suíços, o senhor havia começado a comprar terrenos florestais chilenos em 1982 e atualmente possui mais de 120 mil hectares no sul do Chile, cerca de Concepção, terras que os Mapuches reivindicam como deles desde tempos imemoriais. Os Mapuches o acusam de ter comprado muitas terras que haviam sido expropriadas com práticas de intimidação, tortura e assassinato usuais durante a ditadura de Pinochet. Esse império florestal já se estende a 4 países da América latina (Chile, Brasil, Argentina e Uruguay).” Mais vítimas na conta do magnata (ou larápio – mangante, em espanhol -, palavras não apenas muito parecidas mas sinônimas). Responsabilidade moral de devolver os fundos recebidos de AVINA às vítimas de Schmidheiny Sua fortuna, tanto aquela herdada da família quando aquela acumulada por ele mesmo procede em grande parte do negócio criminoso do amianto no mundo. Por isso, os fundos com que AVINA/Ashoka[Xiv] financia movimentos sociais estão cheios de sangue, são fundos criminosos, e por isso não paramos de pedir aos beneficiados que devolvam esse dinheiro recebido –eles e suas associações- às milhares de vítimas que pululam pelo mundo. Seria um sinal inequívoco de que ignoravam o que aconteceu. Devem ainda desligar-se definitivamente destas fundações e somar-se a todas as condenações que já foram publicadas e às que estão em espera. Senão, será preciso continuar escrachando-os até que cumpram o seu dever moral de devolver estes fundos, ainda que se trate de movimentos sociais aos quais pertencemos. A título meramente representativo, não exaustivo, assim o fazemos com a Fundación Nueva Cultura Del Agua, com CIFAES de Amayuelas, com a Universidad Rural Paulo Freire, com a SEO, com Fé e Alegría, dos jesuítas, com Pedro Arrojo, com Jerónimo Aguardo, com Xavier Pastor, com Víctor Viñuales y com Ecodes, todos eles contaram com a estreita colaboração de AVINA e com fundos da citada fundação. Legitimidade e últimas lavagens de imagem Willis Harman tece umas considerações da maior importância para o tema que nos ocupa – e para muitas outras situações-; diz ele: “a gente confere legitimidade ou a retira, e o questionamento da legitimidade talvez seja a força mais poderosa da história [Xv]. É por isso que AVINA e Ashoka buscam continuamente legitimidade. Para consegui-la é preciso ir muito além da propaganda e das mentiras com que se fabricam, que caem


por seu próprio peso facilmente (Schmidheiny desmontado, por exemplo). Tem a ver com a imagem que as pessoas associam a estas fundações. Se as emparenta com colegas mui respeitáveis dos movimentos sociais e, melhor ainda, com alguns de seus líderes mais destacados, têm um enorme caminho percorrido, às vezes dificilmente desmontável. (Como você pode me dizer isso desse personagem, um dos melhores oradores do país? Por exemplo) Avina voa alto. Na Espanha, já nomeamos alguns de seus legitimadores, quase todos de muito renome e, obviamente, isso nos causou problemas. Na

América Latina, o prestígio dos legitimadores é, se quisermos, ainda maior. Nos referimos a Leonardo Boff e a Marina Silva, entre os mais destacados. Não é preciso apresentá-los: o primeiro é um teólogo da libertação muito reputado e muito sancionado pelo Vaticano; a segunda é uma ex-ministra do ambiente de Lula e a terceira força mais votada no Brasil para a presidência com seu Partido Verde (NT- o presente texto foi publicado em 2 de setembro de 2013). Na seguinte imagen vemos Boff em Cancún, em 2010, na COP sobre o câmbio climático. Depois dessa conferencia, foi quando o Grupo de Reflexão Rural argentino disse a frase lapidar: “entidades como AVINA e Ashoka são o inimigo da Mãe Terra e das populações oprimidas[Xvi]

Em 2012, voltamos a vê-lo abrindo a Conferência organizada por AVINA por ocasião da Rio+20. O que aconteceu foi que a legitimidade prosperou e, nesta ocasião, AVINA conseguiu levar à citada conferência gente de muito prestígio entre a esquerda e o movimento ecologista, como Boaventura de Souza Santos, Tim Jackson e Marina

Silva.


Marina Silva é apresentada desta forma no website da fundação: “ex-candidata presidencial e aliada da Fundação AVINA, (…)[XVII] O recente livro de Abramovay (Más allá de la economía verde, 2013 – Para além da economía verde), patrocinado por AVINA, com logo na capa, tem prólogo de Marina Silva e de Biondi-Morra, o número 2 de AVINA. As últimas lavagens de imagens correspondem a duas iniciativas que já comentamos em outras ocasiões: numa, depois da primeira sentença condenatória, os próximos de Schmidheiny lançam um manifesto apoiando o personagem. Dizem: “Assinamos em apoio a sua pessoa… e com a intenção de outorgar-lhe toda a honra que merece”. E a última invenção para melhorar sua deteriorada imagem, que avança à marcha forçada, é a instauração de um prêmio com o nome do magnata do amianto: “prêmio Stephan Schmidheiny de inovação em sustentabilidade”. Anunciado em abril de 2013, pretende conceder a primeira série antes do fim do ano. Ele tem pressa. Finalmente AVINA e Schimidheiny estão concentrados na América Latina, onde estão muito mais infiltrados. Na Espanha, que só serve de ponte, graças às contínuas denúncias, manifestos, artigos e conferência revelando a verdadeira cara de Schmidheiny-AVINA, foi possível deter o esburacamento de muitos movimentos sociais e, em alguns casos,


reverter o entreguismo à AVINA. Agora temos de estabelecer pontes com a América Latina para tentar impedir que AVINA continue semeando a confusão e a divisão por onde passa. Como foi o caso do manifesto promovido por Ecologistas em Ação, advertindo quanto à verdadeira natureza de AVINA/Ashoka, e que já foi assinado e apoiado por 217 organizações de 23 países, principalmente latino-americanos. Nessa luta continuamos.


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