Revista POP - Edição 1

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P o P $ 5,00

ho 2007 R

nº 01 . Jun

mc fly

o fenômeno adolescente conquista as platéias adultas

sgt peppers

a obra prima 40 anos depois

nx zero linkin park justin timberlake teatro mágico jrcomunicações

a2345556778 er6 o

mika

sombra de freddie mercury? nova febre da música POP? o que faz de Mika o artista do ano?




o gĂŞnio em palavras

jim hutt on


.............................. 7 drops

linkin park reiventa seu som, patti smith lança disco de covers, as novidades do mundo musical

11 garimpo

o teatro é mágico! a febre dos musicais nos palcos e conheça a MOJO BOOKS!

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nx-zero

de disco novo e franja nova

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habemus pop!

Anúncio de um novo canal de comunicação é sempre cercado de entusiasmo e empolgação.

Assim, exatamente assim, é que me sinto ao anunciar o lançamento e apresentar o primeiro exemplar da Pop! A revista é visceral. É fruto do amor pela música e do aumento de temperatura corporal que o assunto suscita em cada um. A música pop, a música de games, a música que fica e a que estávamos quase esquecendo! Os quarenta anos da música dos Corações Solitários do Sargento Pimenta, e os quatro meses de lançamento do fenômeno Mika. O Teatro de Revista e o teatro Mágico. Madonna e a música Gótica alemã. O emo nacional e o gringo.

É tudo Pop.

14 mc fly

all about they! conheça esta nova mania que conquistou a molecada

É o que a gente gosta de gostar e o que não pode nem ouvir... Eu adoro o que você odeia, e vice versa. E é assim mesmo. É música! É a música que se ouve escovando os dentes, no Ipod, no carro, no trabalho. A música que relaxa e excita.

16 sgt. peppers

o clássico completa 40 anos

A música que move e remove. A música que fecha e que abre. A que a gente faz e que jamais faria. O velho e o novo. Tudo aqui.

20 mika

a nova mania da música pop

25 guia

os novos de justin timberlake, ivete sangalo e gram

É maravilhoso apresentar uma revista nova, uma nova visão e nova audição, a nossa.

Pop.

Come together, enjoy the party!!!

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uma nova experiencia mp3 c창mera integrada bluethooth sony


...... ........ .... ............ Patti Smith bob marley PoP

akon

pato fu

eo velho hábito do cover páginas 8-10

DROPS

DIVULGAÇÃO

Tudo novo (de novo!)

Novo cd do Linkin Park mostra re-invenção da banda por rafael arbulu

Sempre dizem que uma trilogia tem tudo para ter enorme sucesso...na terceira e última produção de seja lá o que diabos for. Com certeza, o Linkin Park decidiu fugir de tais crendices e se mostrou reformulado em seu novo álbum. O vocalista / guitarrista / percussionista Mike Shinoda disse ter como intenção, no novo disco, “lançar um novo capítulo. À meia-noite é onde começa o próximo dia, e é exatamente onde nós estamos agora: no dia seguinte”. Não por menos, o novo cd foi batizado de Minutes to Midnight, o primeiro dos californianos em uma “trilogia” de anos, após os relativos sucessos de Live in Texas e Collision Course. Muito disso se deve à produção, comandada por nada menos que Rick Rubin, responsável, entre outras coisas, por Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Peppers, e cuida também do novo álbum do Metallica. A participação dele certamente dificulta o trabalho de qualquer crítico em tentar rotular o novo trabalho da banda liderada por Shinoda e Chester Bennington: Hands hold high parece um coro gospel com dedilhadas rock ‘n roll enquanto No more sorrow é heavy metal das antigas. “Esquizofrênico” seria uma palavra bastante adequada para essa produção. Ironicamente, por mais variado que o disco possa parecer aos olhos do público-fã, o Linkin Park ainda se considera o mesmo de sete anos atrás. “Este disco é uma combinação de diferentes elementos de inspiração e coisas que vivemos através dos anos”, filosofa Shinoda. O guitarrista Brad Delson assina embaixo, dizendo que “apesar de ter cem por cento de certeza de que os fãs vão concordar, nos sentimos satisfeitos e aliviados de que este é o melhor disco que podíamos ter feito”. Clichês à parte, Minutes to midnight é, antes de qualquer coisa, para quem tem paciência de escutar nu metal, caracterizado pelo começo aparentemente pouco trabalhado, mas com marcante evolução ao longo de seus discos. O disco é bom e soa agradável à audição mais exigente.

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............................... s p o ztunel do r d PO M TE paulo ricardo

d 1986

Um refrigerado restaurante em uma fornalha de tarde carioca. Este o local do crime, onde Tom Leão conseguiu reunir os vocalistas da Legião Urbana e do RPM, e também dois dos melhores letristas do rock brasileiro. Não foi preciso mais que uma pergunta para disparar o fogo cruzado. POP - O que vocês faziam antes de suas respectivas bandas?

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Renato - Eu dava aulas de inglês por dinheiro, mas adorava. Depois que terminar as coisas que estou fazendo, pretendo voltar a dar aula. Eu tentava ser para os alunos um mentor, alguém em que eles pudessem confiar, o que falta muito hoje em dia. Se eu não tivesse tido profes-

sores legais, talvez hoje estivesse trabalhando no Banco do Brasil. Paulo - Eu era crítico de música por trabalho, para ganhar dinheiro e sair de casa. Com 18 anos, saí e formei uma banda, na qual já tinha o Schiavon. Comecei no Canja e passei para a Somtrês, mas em 83 já tava de saco cheio de escrever. Então um dia simplesmente deixei de entregar as matérias.

Renato- O que você ouve atualmente? Paulo - James Brown e Marvin Gaye. Comprei todos do Hendrix, Cult... Renato - Você gosta de ler? Paulo - Sim, mas tenho problema com textos longos, tipo Ulisses. Acho que deveria ler mais os clássicos.

Renato - Como você compõem? Paulo - Normalmente coloco a letra em cima da melodia...

Renato - Antigamente eu escrevia as letras antes, e depois ia encaixando nas músicas. Atualmente já penso mais como é que vai ficar a letra na música e tento fazer junto. Qual a que você mais gostou de compor? Paulo - “Revoluções Por Minuto”. Foi a que me deu mais trabalho. Fiz umas cinco versões...

Renato - A que eu mais gosto é “A Cruz e a Espada”. Você é quem compõem todas? Paulo - Neste disco calhou de a maioria das músicas serem minhas. Mas existem algumas todas minhas e outras que o Schiavon fez a música e eu meti as letras...

Renato - E tua formação musical qual é?

Paulo - Minha primeira referência é a Jovem Guarda. Desde garotinho adorava contar as músicas, sabia todas as do Roberto Carlos da época Em Ritmo De Aventura. Na época, inclusive, eu fui manequim infantil, mas parei com oito anos porque comecei a achar coisa de veado... [desculpa a intromissão, mas imagina o Renato ter que ouvir esse tipo de coisa?!]

Renato - Eu não gostava de Jovem Guarda, de xerox, de coisa cantada em português. Com cinco aninhos eu já ouvia Beatles... Paulo - Eu adoro Beatles, mas com doze anos eu ainda ouvia muita trilha de novela, muito Elton John, Jackson Five, Stevie Wonder... Sempre fui apaixonado por música negra. Eu sou carioca, Beatles só foi pintar pra mim em Brasília...

Renato - Você morou em Brasília? Paulo - Eu odiava. Porque eu saí do Rio, aí fui morar em Florianópolis, maior paraíso, vida de moleque de rua, praia, mil gatinhas... Foi um horror. Tinha 12, 13 anos, era uma época de ajustamento social. Eu não gostava daqueles guetos, aqui só para filhos de militares, todo mundo é filho de alguém, não se misturam, não trocam idéias. Tinha acabado de sair do paraíso para o planalto central. Eu não acreditava. Sentia o ar seco. Não gostava da divisão, eixão, eixinho, todos os prédios iguais... Era uma cidade muito boa para velho ou criança. Era calmo, muito playground.

Renato - É gozado, pois a gente pegou isso e começou a trabalhar justamente em cima disso. Anarquizar mesmo. Você foi numa idade foda. Com 16, 17 você barbariza. As turmas são jóias. Paulo - E eu ainda usava óculos, os garotos maiores implicavam comigo.

Renato - Eu morei dois em Nova York, entre 67 e 69, com Monkess e Jimi Hendrix fazendo shows do lado e eu nem sabia. Então, quando fui para Brasília, cheguei “eu_adoro_Beatles,mas_com sabendo de tudo e aqui não tinha doze_anos_eu_ainda ouvia_muita_trilhadenovela, nada. Tinha esquecido como era o Brasil, como era feio esse lugar. Lá muito_EltonJohn, JacksonFive,StevieWonder...“ eu tinha tudo, TV a cores (aqui só chegou em 72). Aqui meu pai ligava

o rádio e vinha aquela coisa horrorosa, eu morria de medo. Eu não sabia o que tava rolando na época (70), mas sentia alguma coisa errada. Paulo - Ainda tinha o problema das meninas que eram inatingíveis, sempre propriedade dos caras mais fortes. Eu tinha um pouco de complexo de inferioridade, não era bom em nenhum esporte, detestava futebol. Eu só gostava de bicicleta, às vezes ia pedalando até o aeroporto...

Renato - Que é longe pacas. Ao invés de jogar futebol eu ia ao cinema ou ficava ouvindo discos em casa. Depois que ganhei a fama de roqueiro, passaram a me achar maior perigo, tipo assim, aquele ali é maconheiro. Paulo - Era gozado, pois, se você era diferente, era esquisito ou roqueiro.Eu não fui afetado pelo punk, pois era um puta perfeccionista. Na época eu delirei muito com o primeiro disco do Beto Guedes.

Renato - A gente precisa tomar cuidado com esses aí, que eles vivem pegando idéias da gente. Eu ia gravar “London, London” também... A gente tinha uma música chamada chamada “Revoluções por Minuto”... Paulo - Foi sem querer.

Renato - É super, né? Supercoincidência. (E por coincidência também, pintam no som ambiente, em seqüência, “A Cruz e a Espada”, do RPM, e “Soldados”, da Legião).

entrevista publicada originalmente na revista BIZZ em Junho de 1986

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.............................. games top DIVULGAÇÃO

Redescobrindo o Play

Sony se reorganiza na nova geração

u

Falha no lançamento. Fato inegável que aconteceu com o Play3, o que não tira sua massiva superioridade em relação aos demais, ao contrário do que possam achar. Muito se disse sobre muita coisa, mas é bom esclarecer uns tópicos: O PS3 não perdeu todas as exclusividades, somente GTA 4. Final Fantasy XIII e Metal Gear 4 são os mais esperados jogos sonystas. O console foi sucesso de vendas no seu lançamento, com 2 milhões de vendas entre EUA e Japão, sendo que, hoje, em cada 3 estadunidenses, um tem o aparelho. Todo esse ba-fá-fá se deu pelo simples motivo de que PSOne e PS2 não tinham concorrentes, o que mudou na nova geração, com a presença do Xbox360 e o Nintendo Wii. A Sony tem tudo para mais uma vez dominar o mercado. Vida longa ao PlayStation 3! RA

o comer chocolate é com sentir um orgasmo!

britney spears

filosofando

6 1

POP seleciona e recomenda as 6 melhores clipes do mês

grace kelly

Mika - Refrão grudento, vocais inspirados... o rapaz encarna o Freddie Mercury e transforma nossos dias mais felizes

2 alleine zu zweit 3

new york, new york Frank Sinatra - Nada melhor que olhar para o passado, para entender o presente e prever o futuro. Com um ótimo interprete cantando uma grande canção!

Lacrimosa - Boa sonori dade, arranjos bem feitos e som esteti camente belo. Precisa de mais o quê?

4 DIV UL GA ÇÃ O

mc fly

banda da semana

k

vida diet

Pato Fu - A sempre meiga Takai fala sobre como nos adaptamos a tudo. “me habituei ao pão light...”

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symphaty for the deJávil

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music

é de 68. Rolling Stones - A canção e... A letra film de foi trilha de novela, scarado, De or. eri int fala do demônio música é A utor. devasso, íntimo e sed um abuso de tão boa!

Madonna - Totalmente inspirada na house francesa, Mado nna cria mais um hino POP de refrão chiclete

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a

9

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.............................. PoP

Inspiração à moda antiga Patti Smith e o velho hábito do cover por rafael arbulu Bob Dylan, Rolling Stones, The Who, Jimi Hendrix. Todos grandes nomes do rock mundial que atravessaram a linha do tempo cada qual com sua influência. O que esses deuses da arte poderiam estar fazendo na seção de Drops? Não, os Stones não estão lançando um disco novo, nem tampouco Bob Dylan está sendo aqui transcrito em outra de suas polêmicas entrevistas. O foco aqui engloba todos esses nomes, mas gira em torno de outro nome: Patti Smith. “Fiz essa lista para um possível disco de covers em 1977”, diz a guerreira ao abri um livro de registros familiares. A idéia partiu enquanto Smith se recuperava de uma queda sofrida naquele mesmo ano. E, trinta anos depois, nós temos Twelve. Composto somente por covers dos nomes citados acima e muitos outros, o disco é um compêndio de raridades e pratas musicais que mar-

caram época, em que Patti Smith, hoje com 60 anos, acredita dar conta. “Eu era muito corajosa quando era jovem (...) mas me via como artista. Agora sou mais confiante como cantora.” diz a senhora roqueira. Contando com convidados como Richie Robinson (guitarra do Black Crowes) e Sam Shepard, ator, cineasta e tocador de banjo, Smith toca com sua banda de longa data e, não contente apenas com covers, incluiu no disco também faixas da Allman Brothers Band e Stevie Wonder, e por estarmos falando especificamente de Patti Smith, um cunho político não poderia deixar de estar presente: os fãs podem esperar Everybody wants to rule the world, do Tears for Fears. “Pop ou não, ela tem relevância política”. Smith acredita que cada faixa, independente da época em que foi escrita e composta, é bastante típica, mas

mesmo os roqueirinhos atuais podem enriquecer podem enriquecer o interesse na vovó-quebradeira quando ouvirem-na cantando Smells like teen spirit, do falecido ídolo-quasedeus Kurt Cobain e seu Nirvana. Somente para citar algumas pérolas do rock and roll (aquelas que fizeram história meeeesmo!). Vejam o que Patti Smith tem a dizer sobre elas: Jimi Hendrix – Are you experienced? “Ainda hoje vejo o local onde sentei com ele, na escada do seu estúdio, o Electric Lady. A primeira vez que a ouvi foi com o Isley Brothers em 1964. Nem sabia quem era o Jimi nessa época.” The Rolling Stones – Gimme Shelter “Nunca entendi o poder dessa música até cantá-la. Mick Jagger chama o povo de ‘filhos’ e expõe guerra e amor, coisas que são igualmente possíveis.”

curtas Coca-Cola é “top-of-mind”

k

Após jantar em um hotel alemão com a sua namorada, Justin Timberlake, foi alvo de uma discussão. O pop-star foi buscar algo no quarto quando teve um mal entendido com um hospede que jogou uma lata de Coca-Cola na cabeça de Timberlake. Depois do acidente Justin ficou bravo e foi frio com os fãns.

Is this Love

click

Neste ano (2007) o álbum “Exodus” de Bob Marley fez 30 anos e a gravadora que o lançou Island Record teve uma idéia diferente para a comemoração. Decidiram lançar o álbum no formato pen drive. Essa idéia já foi usada antes pela banda canadense a Barenaked Ladies.

pato fu

vila mariana 08.06

Novos Esportes

O cantor de musica black Akon está cada dia mais louco. Depois do seu ultimo incidente em shows (simular uma sena de sexo com uma menor no palco) o musico resolveu inovar. Desta vez resolveu jogar um fã do palco. Tomara que essa moda não pegue.

Download Festival on-line para os “brazucas” O Download Festival, evento que vai ser apresentado na Inglaterra de 8 a 10 de junho, terá transmissão on-line para os que não podem pegar um avião e ir até lá. Os interessados podem acompanhar os shows pelo site www. downloadfestival.co.uk. O festival contará com Korn, Linkin Park entre outros.

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Fala mal mas paga pau

Lobão depois de dez anos de criticas pejorativas à MTV muda o discurso. Após a gravação do seu acústico pela emissora, foi convidado para mediar o programa Debate MTV, onde substituirá “Cazé” que já apresentava o programa.

10 FOTOS: CAIO FOCHETTO

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.............................. indie-pop

PoP

A banda Wonkavision garante que não tem medo de ser POP. Numa alternância de vocais masculinos e femininos, cria uma identidade forte, arrebatando os fãs moderninhos

garimpo

DIVULGAÇÃO

a pedra mais alta por ariane mazza

Com doze músicos e três artistas circenses, o Teatro Mágico entra em cena. É um projeto multi-artistico que usa a música como instrumento principal para reunir poesia e circo, fazendo uma grande mistura de maracatu, rock, hip hop, música erudita, samba. Mistura esta que deu mais do que certo. Entre malabares e tecido a trupe do Teatro reúne um público que lota as apresentações no Brasil à fora. Coisa rara hoje em dia, principalmente pela ditadura musical que assola as rádios e televisões, e deixa pouco espaço para quem quer divulgar sua arte. Liderado pelo vocalista Fernando Anitelli, o Teatro Mágico surgiu com a idéia de levar aos palcos a estrutura de um sarau. E nesse clima, a banda foi ganhando um músico aqui, um trapezista ali formando a companhia, que no último dia 16, comemorou três anos de vida com muita arte e alegria. Em dado momento, o espectador simplesmente não sabe para onde

olhar. A banda está no palco, tocando com seus rostos pintados. Na platéia, garotas vestidas de bonecas correm de um lado para o outro. Na boca do palco, pessoas vestidas de palhaços e um rapaz que “brinca” num trapézio. Assim fica difícil, mas este é o diferencial que torna o Teatro mágico um fenômeno entre todos os públicos. A trupe apóia a ONG “Idéias em ação”, que tem o intuito levar conhecimento e colaborar no desenvolvimento de todos. Também tenta mostra as cicatrizes deixadas na sociedade com a omissão de atos simples que muda o dia-a-dia de muita gente. Saiba mais sobre a ong no blog: http://ideiasemacao.zip.net. Caso ainda não conheça a banda, o material está disponível na internet. Anitelli diz que o preço dos Cd’s são alarmantes. Pensando nisso, e em quem não tem internet, eles vendem seus Cd’s por R$5 nos seus shows. Já venderam mais de 40 mil cópias.

Lacrimosa Multimídia

Cds, Dvds... banda gótica quer dominar o mundo A Hall of Sermon, matendo a tradição de revelar à música de personagens do underground, anuncia o lançamento do CD Lichtgenstalt (Criatura da luz), do grupo suíço Lacrimosa, carro-chefe do selo da gravadora e, sensação entre os latinos americanos. O disco é constituído de 13 músicas inéditas, gravadas em 2005, na Alemanha e tem letras em alemão e inglês. A banda também conta com o apoio da orquestra sinfônica do país e todas as músicas, como nos antigos trabalhos, contém composições do vocalista Tilo Wolff. Aproveitando a onda do disco, vai ser lançado no mês que vêm um dvd de clipes inéditos da banda, todos com figurino de Anne Nurme e produção de Wolff. Os lançamentos serão no evento Ozzfest, dia 17 de junho, onde a banda fará uma performance aberta com a nova música de trabalho, que dá nome ao álbum. Dois dias antes do evento, haverá uma grande coletiva de imprensa no hotel Hilton.

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A febre do teatro musical Muito antes da febre, o gênero já fazia grande sucesso por claudia urbaniski Popular a partir do final do século XIX, o teatro de revista, assim chamado por ter seu texto focado na revista, ou seja, na recapitulação dos principais acontecimentos do país, se destacou por suas cenas de caráter cômico e de crítica política e social, com números musicais e muita excentricidade. A principal diferença entre o antigo teatro de revista e os musicais atuais é a legitimidade. As produções feitas hoje são, na sua maioria, cópias daquilo que se produz nos EUA, mais especificamente na Broadway. Não há uma identidade brasileira, nem tampouco um esforço nesse sentido. O conteúdo é ‘enlatado’, já vem pronto. Músicos, atores, cantores e bailarinos ensaiam exaustivamente para chegar a uma cópia fiel do original. A beleza e magnitude desses espetáculos são incontestáveis. “O Fantasma da

Ópera”, uma mega-produção composta por 17 músicos e 38 atores (sem considerar a equipe por trás do espetáculo), custou impressionantes 10 milhões de dólares aos produtores. Os mesmos que apostam agora em “Miss Saigon”, em cartaz no mês de julho no Teatro Abril, em São Paulo. Numa tentativa de resgatar a identidade cultural brasileira, algumas produções tupiniquins tentam fazer espetáculos com histórias pertinentes à nossa realidade. Um exemplo é o espetáculo “Rádio Nacional – As ondas que conquistaram o Brasil”, da Vigone Produções Artísticas. A peça, como o próprio nome já diz, conta a história da Rádio Nacional. Com um elenco composto por 11 atores cantores e 4 músicos, é uma alternativa brasileira aos ‘enlatados’. Com um orçamento infinitamente mais enxuto, a produção agrada, e muito,

a seus espectadores. Vencedor do Prêmio Shell (um dos prêmios mais importantes para o teatro brasileiro) na categoria direção musica. Os musicais chegaram para ficar e estão cavando seu espaço em todos os gêneros: desde comédias musicais até espetáculos infantis. A dica é não esperar pra ver e ouvir! V. GONÇALVES

Ouça o disco, baixe o livro

E se o seu disco predileto virasse literatura? por vinicius gonçalves

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O início do fim

De volta às telonas Elizabeth Swann, Keira Knightley; Will Tunner, Orlando Bloon, e o Capitão Barbossa, Geofrey Rush, estão dispostos a ir até o fim do mundo para salvar o anti-herói Capitão Jack Sparrow, Johnny Deep, da prisão de Davy Jones. O filme, Piratas do Caribe – No fim do mundo, dirigido por Gore Verbinski e produzido por

“I put the grrr in swinger, baby!”, responderia o personagem Austin Powers. Seria como um pacto demoníaco, apostaria Screamin’ Jay Hawkins. Mostraria como é uma visita à Louisianna, cantaria Muddy Waters. Jogaria um feitiço no leitor, repetiria Nick Cave. Três acordes, variações de ritmo, letras mágicas, escalas sob medida, virtuosismo dos músicos, não importa. They got their mojo working. O disco perfeito exala um tipo de magia que não entra só pelos ouvidos, mas toma sua alma emprestada pelo tempo de algumas faixas. E o pacto de encruzilhada, aqui, é feito citando nomes da cultura pop. Agora, esse feitiço poderoso transforma-se em literatura. Se um disco pudesse ser convertido em palavras, que história que ele contaria? Com essa proposta surge a coleção MOJO BOOKS, lançada pela revista

Jerry Bruckheimer é o ultimo de uma trilogia que conquista de adultos a crianças, juntando trapalhadas, romances e bons atores com um contexto aventureiro que o torna um sucesso de bilheteria no mundo inteiro. VG

Mundo Mágico

O épico conta a história de Eragon, um jovem que depois de sair para caçar uma

Speculum. Embebida em cultura pop, a coleção propôs um desafio a seus autores: extrair o mojo de um álbum musical e recontá-lo em ficção literária. Narrativas variadas, com amores, brigas, violência — por vezes tristes como algumas canções ou com o ritmo ágil de um bom rock n´roll — estão espalhadas pela coleção. A MOJO BOOKS tem edição mensal, totalmente gratuita, e foi criada para o ambiente digital — seus volumes podem ser baixados em formato PDF. “A internet é um dos espaços mais valiosos para a cultura pop. Então, foi um caminho natural escolher esse suporte para veicular o projeto”, diz Danilo Corci, organizador da MOJO BOOKS, sobre a escolha do formato para a coleção. “Além disso, sempre acreditei que um bom disco pode ser lido, em todos os detalhes, para além da óbvia alusão às letras. Com

noite acha um ovo de dragão. Com o desenvolvimento da leitura ovo se choca e dele surge Saphira, um dragão fêmea, que junto com Aragon vão passar por varias aventuras até enfrentarem Galbatorix, um tirano que governa o reino de Alagaësia. O livro escrito por Christopher Paolini é o primeiro de uma trilogia e para os fãns de histórias que misturam magias, seres encantados e grandes batalhas medievais. VG

isso, fizemos a proposta e os autores aceitaram o desafio de tentar capturar o mojo desses álbuns trabalhá-lo para se transmutar em boa ficção pop. Cabe ao leitor nos dizer se foi ‘fisgado’ pelos acordes literários ou não. Esperamos que sim.”, prossegue. Os primeiros quatro volumes serão lançados no próximo dia 2 de dezembro e trazem Technique, do New Order, revisto por Ricardo Giassetti, #1 Record, do Big Star, ficcionado por Luiz Cesar Pimentel, Black Celebration, do Depeche Mode, recriado por Danilo Corci e In It for the Money, do Supergrass, recontado por Delfin. Like a Prayer (clássico da cantora Madonna), re-contando por Alex Oliveira é um dos últimos lançamentos da MOJO e já está esgotado. Vale conferir! Para saber mais sobre a coleção MOJO BOOKS, visite o endereço www.mojobooks.com.br.

Blefe ou verdade?

k

Era uma vez, há mais de 12 anos, um rockstar chamado Axl Rose, prometeu lançar um álbum chamado Chinese Democracy, a promessa não vingou, apesar de quase todo o albúm já ter cáido nas mãos dos internautas. Um outro boato, é a possibilidade de sua banda vir ao Brasil fazer um show, no Mineirão, no dia 2 ou 17 de novembro.

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PoP

explosão

EM O

por vinícius gonçalves

Melodia, atitude e desilusões amorosas marcam o novo disco da banda NX Zero Existem duas maneiras de se encarar e apresentar uma banda: pelos fatos ou pela impressão que esta causa. No caso dos paulistas NX Zero, que têm idades entre 18 e 19 anos, ambos importam. Vamos primeiro aos fatos, contra os quais não há discussão. O conjunto existe há cinco anos, tempo suficiente para lançarem dois discos, sendo que este, homônimo, é o primeiro por uma gravadora grande, Arsenal, e já com as quatro mãos de dois midas do gênero na mesa de som, Rick Bonadio e Rodrigo Castanho. O clipe da música que abre o disco, “Além de Mim”, tem alta rotação na MTV e já chegou ao topo do programa “Disk”. No embalo, o quinteto já rodou do Sul ao Centro-Oeste do país, tocando com bandas como Dead Fish, CPM22 e Cachorro Grande. No ano passado, levaram de uma tacada os prêmios de melhor banda e música (“Além de Mim”) em votação popular no site Zona Punk, à frente de big shots com carreira já sedimentada nas rodas de pogo. NX Zero é uma banda que trafega com a cabeça erguida no subterrâneo do rock, em mistura suculenta do poder de ataque do hardcore sovada em vocal e camadas instrumentais de melodia. As letras trafegam menos pela emoção (ou falta de) e mais por viagens interiores. Introspecção que ganha dramaticidade em camadas de guitarras e sustentação vigorosa da cozinha bateria e baixo. “Tarde Demais” é uma bela balada que abre a porta e estende o tapete para a bate-cabeça e bilíngüe “Uma Chance”. “Mentiras e Fracassos” soa heavy metal no riff inicial dos guitarristas Gee Rocha e Fi Ricardo até Dani espancar seu kit e reconduzir o som para o trilho HC. E “Um Outro Caminho” é o desfecho que condensa todos os elementos acima – melodia vocal, peso, quebradas, boas letras, guitarra potente, baixo preciso. Você pode até duvidar de tudo o que foi dito. Por isso proponho um desafio: que coloque o CD para rodar e tire as próprias conclusões. No final, pode até não concordar comigo, mas não há como ignorar a trupe de fãs que endossa as conquistas do NX Zero dos primeiros cinco parágrafos.

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PoP

all about they!!!

MCFLY por elaine gomes

Imagine uma banda inglesa que começa com dois integrantes que compõem muito bem juntos, que depois recebe os outros dois integrantes e entra pro livro dos Recordes como a banda mais nova a ficar, por duas vezes, em primeiro lugar no topo das paradas britânicas. Quem pensou nos Beatles errou! Esse é o McFly. O maior fenômeno musical inglês dos últimos tempos... Os meninos mandam muito bem, fazem uma música que é uma delícia e ainda tem letras de enlouquecer. Aaah eu disse que eles são super gatos? Eles são sim... As fãs do grupo aqui no Brasil são super dedicadas e organizadas. Os sites e as comunidades deles no Orkut têm tu-do!!! Um pouco de toda atividade é pra compensar a falta de lançamentos nacionais... queremos McFly!!!!! McFly (que tem esse nome por causa do filme “De volta para o futuro” – era o sobrenome do personagem principal Marty McFly, feito pelo Michael J. Fox) começa quando Tom Fletcher fica sabendo que estão fazendo testes pra uma vaga naquela que viria a ser a banda Busted. Ele não consegue a vaga, mas fica amigo do empresário, que resolve formar também outra banda, agora com ele!

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Em seguida veio Danny Jones (exatamente de qual planeta ele caiu, ainda é um mistério), que já tinha experiência em bandas e compunha bastante. Nessa época, (meio do ano de 2004) a Universal coloca outro aviso na NME- New Musical Express, uma revista inglesa especializada em música e pelo anúncio, aparecem Doug e Harry! O McFly está completo! Os quatro se mudam pra uma casa no norte de


do, a s s i m o r p scom e d k c o r m lico co b ú p m u a quist banda con scente e l o d a o d além

Londres onde começam a gravar suas músicas e a conquistar fãs devotadérrimas! Um tempo depois, eles fazem uma participação superespecial num filme de ninguém menos que a Lindsay Logan... (dizem as boas e as más línguas que ela teve um caso com Harry. Essas estrelas de Hollywood sofrem né?).Nesse mesmo ano, eles faturaram o prêmio Banda Revelação do Disney Channel Kid’s Awards 2004. Quem achava que o McFly era “só mais uma bandinha” está hiper mega blaster enganadoooo. Os caras trabalham muito, além dos muuuitos singles (que saem com DVDs, coisa fiiina); eles regravaram Lola (do grupo inglês Kinks – que está numa lista da Rolling Stone entre as 500 músicas mais importantes da história) e Dont stop me now do Queen, o que mostra que os caras sabem e-xa-ta-men-te o que estão fazendo. Melhor pra nós. Além de fofos e antenados, o McFly é uma banda engajadérrima: tocam no Comic Relief (evento britânico para angariar fundos pras crianças carentes do mundo todo), participam de uma campanha pra incentivar as crianças a freqüentar escolas (de qualidade) e vivem de olho em projetos sociais bacanas!

just my luck é o segundo disco da banda

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PoP

Quatro dĂŠcadas a nos brindava com Rufem os tambo Sargento Piment

quarent

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atrรกs um quarteto uma obra-prima. ores. A banda do ta estรก em festa!

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anos 3 d z b m 17


Há 40 anos

os Beatles lançavam seu oitavo Lp. Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi uma opção aos Beatles por quem as fãs arrancavam os cabelos e perdiam a voz! Eles estavam cheios dessa histeria. Depois de Revolver, que já trouxe ares de mudança e é considerado por muitos o melhor disco dos Fab 4, Sgt Pepper’s levou a arte ao máximo da experimentação. Quando antes eles se arriscavam apenas na música, esse LP era conceitual na capa, no modo de ouvir, nas propostas e também na música. Numa época e que o mundo vivia movimentos isolados- morria Che Guevara, Gabriel Garcia Marques lançava seus 100 anos de Solidão, e o Brasil aprovava a constituição da Ditadura com o cerceamento de todos os meios de comunicação- eles colocaram cores na paleta do futuro. John, Paul, George e Ringo voltaram de uma turnê cheia de dores de cabeça. Em Tóquio, eles não conseguiram se apresentar porque o esquema de segurança era tão maluco que os deixou presos no Hotel na hora do show... De lá, seguiram para as Filipinas pra descobrir que foram contratados, não para cantar, mas para participar de uma recepção da primeira dama Imelda Marcos. É claro que eles não apareceram na festinha da rainha dos sapatos, mas é uma dica do quanto a idolatria pessoal tinha cansado nossos heróis. De lá, após duas semanas de descanso, seguiram para os EUA para, segundo George “serem massacrados”. John havia feito um pouco antes ao Jornal Evening Standard a célebre menção á popularidade deles comparada à de Cristo. Na verdade, ele estava fazendo uma crítica à idolatria exagerada aos Beatles, mas é claro que a interpretação foi oposta!!!!! Depois de tanta

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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confusão, George cansado, resolve abandonar a banda. Com a notícia, os quatro se reuniram e resolveram o impasse não fazendo mais apresentações ao vivo. O que diminuía em muito a pressão e mantinha o time jogando “tranquilo” e unido! Ainda assim, criaram uma banda alter ego, a Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Duas faixas importantes acabaram ficando de fora: Penny Lane e Strawberry Fields . John lamentou por muito tempo a inclusão de Good Morning Good Mornig, segundo ele uma das maiores porcarias que ele compusera na vida! Era a época das drogas recreativas. John negou até a morte que Lucy In The Sky with Diamonds tenha sido uma alusão ao LSD, que tratava-se de um desenho que Julian (seu filho) fizera de uma amiga de escola. Mas a canção é completamente lisérgica e está aí pra quem quiser ouvir e tirar suas próprias conclusões! When I’m Sixty

Four e A Day in the Life. O introdução instrumental para A Day in the Life é impensável, a orquestra, o melotron, os sons indianos... numa gravação de apenas duas faixas de quatro canais! Uma nota triste do álbum é que dos quatro, apenas dois chegaram aos sessenta e quatro anos, cantados e planejados em When I’m Sixty Four, já que John foi morto aos quarenta e George morreu com cinqüenta e oito. Paul tem hoje sessenta e cinco e Ringo, sessenta e sete (a mesma idade que John teria se Chapman tivesse tomado seus remédios naquele dia). O disco recebeu 4 Grammys (melhor álbum, capa, álbum de música contemporânea e engenharia de som), mas curiosamente perdeu a disputa de introdução instrumental de A Day in the Life para a caretíssima Strangers in the Night. O mundo não estava assim tão preparado para a Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta. ELAINE GOMES


a capa Na capa,os quatro fotografados de uniformes militares multi coloridos cercados da maios salada social da história! Marlene Dietrich, Bob Dylan, Freud, Aleister Crowley, Marylin Monroe, Edgar Alan Poe, Oscar Wilde, Karl Marx, Marlon Brando, Lenny Bruce, Stuars Sutcliffe (antigo baixista da banda) entre outras personalidades que só com os Beatles foram capazes de juntar. Diz a lenda que John insistiu para que Hitler e Jesus Cristo fossem incluídos na capa, mas não foi ouvido.

“Quando eu ouvi Sgt. Pepper foi um soco no estômago, porque a concepção de disco, de música, não existia nada que chegasse perto. É o Dark Side of the Moon dos Beatles.” (Sergio Dias, dos Mutantes)

“A primeira fita cassete que eu tive na vida foi uma compilação dos Beatles. Eu copiava os vinis de uma amiga minha, tinha tudo em cassete, e depois eu fui perceber a quantidade de música boa que tinha em Sgt. Pepper.” (Fernanda Takai, Pato Fu)

“Sgt. Peppers é maravilhoso. Está fazendo quarentinha, mas com a maior categoria, com carinha de 18.” (Roberto Frejat, do Barão Vermelho)

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PoP

a r up ssumo do POP

IrreverĂŞncia e som deliciosamente POP, fazem de Mika o artista de 2007

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“uma porrada de P o P entusiasmo” por elaine gomes

M

ika é uma porrada de sonoridade e entusiasmo. É de assustar tanto talento, tanto ritmo, tanta pilha... Impossível ouvir sua música e não se empolgar com riff’s, letras ou batidas (Love Today é um fenômeno de Super Bonder cerebral). Até os clipes são bons! Concorrente poderoso para a cata lização de atenções que seguia naturalmente para Amy Winehouse, Mika encanta e hipnotiza. Ele costura tendências, e passa por cima das regras musicais regentes, como se fossem simples banalidades (que realmente são). A felicidade é urgente e a afetação é na medida certa. Mika empolga e traz esperanças no talento livre, no dom e na vontade de cantar por prazer! É a dulcíssima vingança. A última risada da Música Pop, temperada com um profundo e genuíno dar de ombros pra quem se incomodar. Esse “não to nem aí” acompanhado dos rendimentos inimagináveis que essa careira promete, soam mais que irônicos.Mascombinamperfeitamente com ele. Cazuza adoraria ouvir Mika. Nem Morrissey nos (poucos) momentos de felicidade e descontração, seria capaz de imaginar a catarse que esse menino magro e cheio de idéias faria Europa afora.

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ichael Holbrook Penniman nasceu em 18 de Agosto de 1983 em Beirute, no Líbano. Filho de mãe libanesa e pai americano. Quando ele tinha apenas um ano, a família foi forçada a mudar-se para Paris ,fugindo dos conflitos internos (pra quem não sabe, Freddie Mercury -nascido Farrouk Bulsara em Zanzibar- também fugiu para a Europa pelos mesmos motivos). Mika escreveu sua primeira música aos sete anos, uma instrumental

para piano chamada “Angry” (raiva), que ele hoje classifica como horrível. Quando tinha nove anos, a família mudou-se para Londres onde ele sofreu muito na escola com o bullyng dos colegas. Os ingleses são famosos e mundialmente conhecidos pela “tolerância” com imigrantes, principalmente libaneses disléxicos... Tanto que ele acabou estudando em casa por um ano inteiro.

M

ais tarde, estudou arte em Londres (na mesmíssima escola onde Freddie graduou-se), depois foi para o Royal College of Music, de onde saiu para gravar seu primeiro álbum(depois de penar cinco longos anos de porta em porta de gravadora). Aos 23 anos, e duas semanas após lançar o 1º single do ábum “Life in Cartoon Motion”, Mika alcançou o topo da parada britânica. O single em questão é Grace Kelly que só no MySpace foi ouvido por meio milhão de internautas. A BBC fez uma pesquisa que apontou o rapaz como o artista mais promissor de 2007 (é incrível com os ingleses vão-se tornando mais e mais tolerantes...)

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eu trabalho já foi comparado ao de David Bowie, Scissors Sisters, Robbie Williams e principalmente Freddie Mercury (já tem comuni-

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“a BBC o apontou como o artista mais promissor de 2007”

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dade no Orkut suplicando pelo Mika no Queen...). Mika diz que cresceu ouvindo mu-si-ca, todo o tipo de música, mas não esconde sua admiração por ídolos específicos como Elton John (o balanço ao piano entrega) e (adivinhem) Freddie Mercury! As peculiaridades e especificidades do cantor e compositor, que foram uma enorme pedra no caminho musical e de aceitação pelas gravadoras, são hoje seu maior trunfo. Alguém pode, por favor, me explicar a indústria fonográfica? Drops libanês: Sua banda: Martin Waugh (guitara e backing vocal) Michael Choi (baixo e backing vocal) Cherisse Osei (bateria) e Luke Juby (teclados, guitarra e backing vocals) . Sua irmã Yasmine, que trabalha com

o nome artístico de Dawack ilustrou a capa e os encartes do álbum. Prato preferido: Batata frita com Maionese (quem não tiver uma única preferência gastronômica trash que atire a primeira pedra) Bandas: The Gossip, Tom Waits e da banda sueca Body Without Organs. Sonho de consumo: Roupas do estilista Walter van Beirendonck (só tem uma loja desse cara em San Francisco, ele é o máximo, e tem um pé na nossa Vide Bula) Maior medo: água. Nunca entrou no mar (nem pretende). Mika por Mika “Eu nasci no Líbano e viajei pra Paris e Londres, pulando de país em país como um hippie com meus quarto irmãos e irmãs. Vindo de lugares e experiências diferentes das demais crianças, não

“he

tried to be grace kelly”

me encontrei na escola e me escondi na música, ainda bem novo. Comecei a escrever músicas quando ainda era criança, não por ambições artísticas, mas por ser uma forma fácil de contar uma história, uma brincadeira e principalmente as verdades. Diga uma boa verdade através da música e as pessoas não ficarão tão chateadas com você como se tivesse dito cara a cara. Eu baseio minhas histórias em todos, e em alguns. Quanto mais eu me envolvia com a música mais eu me dedicava a ela. Fiz a escolha final ano passado e decidi ir atrás do meu sonho. Life in a Cartoon Motion é meu primeiro disco. E veio com o tema da idade, e dos acertos com minha transição da infância até hoje. Como é meu som? É o que diz a letra.

Lamento e me desculpo às pessoas cujas histórias e personagens eu tenha tomado emprestadas. Mas lembrem, é apenas uma brincadeira caricata!” Trecho de Grace Kelly: I try to be like Grace Kelly But all her looks were too sad So I try a little Freddie Ive gone identity mad! I could be brown I could be blue I could be violet sky I could be hurtful I could be purple I could be anything you like Gotta be green Gotta be mean Gotta be everything more Why dont you like me? Why dont you walk out the door!

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guia

H.I.M gram mika

ivete sangalo

páginas 25-28

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Justin Timberlake FutureSex/Love Sounds por alex oliveira k

Antes de tudo um apelo. Dê férias para o Sgt. Peppers, Thriller, Like a Prayer... imagine que você renasceu musicalmente. De acordo? Pois agora coloque o FutureSex/LoveSounds pra tocar. Não tem como não gostar. Dando nomes aos bois. No ano passado, em meio a um marasmo no mainstream POP, Justin Timberlake lança o seu segundo albúm. Fruto de uma esperta parceria com o produtor Timbaland, o ex-Nsync provou que a afirmação “estou fazendo um novo Thriller” não era um mero devaneio. Ao invés de copiar as fórmulas do (ex?) Rei do Pop, Timberlake sacou que era preciso captar o espirito do clássico de 82: o comprometimento com a diversão – e fez, para espanto de todos, com excelência. Os singles “SexyBack”, “ My Love” e “What Goes Around” cumprem bem a função de abre-alas. A primeira revisita alguma sonoridade perdida nos anos 80, “My Love” é genial por unir vertentes tão distintas: o hip hop, a soul music e o bate-estaca atual (o falsete é um charme a mais). A balada popgrudenta “What Goes Around” usa uma improvável cítara como base para Justin (em uma letra bobinha) destilar suas frustrações amorosas. Uma tríade de canções certeiras para arrebatar seus ouvidos.Mas não para por aí. Um disco quando clássico, precisa de unidade musical. E Future Sex se ouve de cabo a rabo.Experimente ouvir a jóia “Damn Girl” e não sentir vontade de cantarolar no ônibus. “LoveStoned” é funk, é soul, é...um lampejo de criatividade ausente à anos no POP comercial. Reinventar a roda é um clichê válido ao ouvir “SexyLadies”: você nem se importa que é um cover descarado do Prince com produção requintada. Que Justin pode não passar de um farsante com bons contatos. O rapaz é bem intencionado, inteligente. A dinastia POP clama por um novo Rei.

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.............................. saltar a qualidade musical da “Banda do Bem”, que acompanhou Ivete no show. Com intervenções excelentes conseguiu destacar as qualidades musicais de cada um de seus integrantes. A banda alcançou uma harmonia tão exata que é impossível não atentar para isso. Quem ouvir o CD vai correr para comprar o DVD. Impossível deixar os gritos alucinantes dos 65 mil expectadores só na imaginação. É ouvir pra querer ver. CLÁUDIA URBANISKI

PoP k Pop! kkkkExcelente kkkBom kkRegular kRuim

Ivete Sangalo

Ao Vivo no Maracanã Warner

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Life in Cartoon Motion Atlantic

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E você se depara no ápice dos problemas. Na faculdade milhares de trabalhos a serem entregues e, estaticamente, a probabilidade de você entender estatística é zero. Não há pontos médios, você é mediano. Daí liga-se o som. Um cara com um falsete grita constantemente “relax, take it easy” e você sai do seu estado de catarse... para entrar em outro! Mika não é só a nova sensação do POP, é a terapia em forma de música. A sessão começa com “ Grace Kelly”. É daquelas músicas que insistem em não sair da cabeça. Os vocais a lá Freddie Mercury, o refrão em escala progressiva (tente imitar é impossível) – um grude. Segue a safada “ Lolipop” e você vai cantarolar sem constrangimento “suck too high to my lolipop...” “My Interpretation” é a balada mágica. Se o libanês (que mora em Londres) não te cativou neste começo apoteótico, preparese para... “Love Today” e a já citada “Relax, Take it Easy” que até segunda ordem é a música do ano. Na canção Mika pede descontração: “relaxe, não há nada que podemos fazer”. Se é pra ser alienado com estes acordes, sou o primeiro da fila! Não contente de transformar tudo em festa ainda tem “ Stuck in The Middle” e “Happy Ending” que ironicamente termina o disco de forma “séria”, mas aí você já está tomado pela alegria. Mika é considerado um pastiche de ícones do rock. Ele leva você de volta pra voz do Freddie Mercury, pro Piano virtuoso do Elton John e depois te arremessa com toda força pro futuro do Rock’n Roll. ALEX OLIVEIRA

J. MONDINO

Mika

Ivete Sangalo – “Juntei o mundo inteiro, Rio de Janeiro e Salvador” “Ao vivo no Maracanã” de Ivete Sangalo chegou ao mercado brasileiro com estardalhaço. Em um dia o álbum já ganhou disco de ouro e caminha a passos largos para receber o de platina. O disco, produção lançada pela Universal Music, priorizou as músicas inéditas e desconhecidas da maior parte do público. A primeira faixa do disco, começa com o grito da galera (só 65 mil pessoas) num arrepiante “Ah, ah, uh, uh, o Maraca é nosso”. Depois de 3 músicas agitadíssimas, o CD dá uma quebrada de ritmo com, a não menos interessante, “Coração Partio”, que abre a primeira participação especial do álbum: o espanhol Alejandro Sanz. Aliás, os duetos foram a característica mais marcante do show. Além de Saulo, da Banda Eva, e Durval, do Asa de Águia, habituados com o axé, Ivete recebeu as presenças de Samuel Rosa, do Skank, e do funkeiro Buchecha. É preciso res-

banda e duas (hoje não mais) inéditas: Solitary Man e And Love Said No.Lançado em 6 de abril de 2004, esse trabalho faz aquele tipo “guardo em local seguro pra ouvir quando quiser espinafrar alguém”.H.I.M, para quem não sabe, é o precursor e inventor do ainda desconhecido rótulo Love Metal, que mistura as tragédias e felicidades do amor com temáticas religiosas (o nome da banda denuncia: H.I.M = His Infernal Majesty, ou Sua Majestade Infernal), influenciado emparte por Type O-Negative e um pouquinho de Lacrimosa, tudo isso embalado em rock gótico / progressivo e muita sombra nos olhos.Enquanto alguns torcem o nariz só porque existe muita maquiagem na cara e pinceladas românticas na música, H.I.M vem angariando fãs e ganhando relativa (e crescente) fama aqui no Brasil. RAFAEL ARBULU

H.I.M

And Love Said No The Greatest Hits Warner

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Parece emo, mas não é. Por mais que as músicas envolvam tragédias amorosas e o vocalista Ville Valo tente se mostrar forte naquele corpo anêmico com uma tatuagem no caminho da felicidade (não é lá, mas ta quase!), H.I.M é algo entre o gótico e o hard rock. And love Said no é a coletânea que traz os maiores sucessos da

NOVA

roupa

Pop Sofisticado

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Com Back to Black, Amy Winehouse traz sangue jovem ao soul

Amy Winehouse Back to Black kkk Columbia

Confesso que quando ouvi a inglesa Amy Winehouse imaginei uma diva black das “antigas”, de voz potente que havia lançado um disco contemporâneo. Mas assim como Whitney Houston não usa cocaína, as aparências enganam. Recorro ao insepáravel Google e quase caio da cadeira quando vejo uma branquela bocuda e peituda. Mas nada disso importa... o som aqui é o destaque, Hip hop mesclado com jazz, soul... É a Motown ressurgida! O disco em questão é “Back to Black” que como o nome sugere, revisita a black music dos anos 60. Canções como “Rehab”, “You know I´m no Good” são exemplos perfeitos de como as gerações e influências musicais se fundem. “Love is a Losing Game”, é uma balada tão potente que traduz o sofrimento mesmo antes de você senti-lo. Um sério candidato a disco do ano. A produção musical hoje pode parecer cínica e estas homenagens podem soar pretensiosas, mas (em tempos de Paris Hiltons e afins) são extremamente bem-vindas. ALEX OLIVEIRA

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Gram

Seu Minuto meu segundo

marcantes de seu trabalho. A mistura entre musicas leves e pesadas sem perder a fluidez do disco. Começam atacando com a luxuria de Welcome to the Jungle, passando por Nightrain chegam algumas mais leves, com Paradise City e, Sweet Child O’ Mine, e terminado com Rocket Queen. O resultado dessa obra prima do HardRock é nada mais que uma coleção de prêmios como: o de álbum de estréia mais vendido da história do rock, colocar três musicas no top10 sweet child o’ mine (1º), paradise city (5º) e welcome to the jungle (9º), ficou em primeiro lugar com CD mais vendido por cinco semanas foi 15 vezes disco de platina nos EUA entre outras coisas. VINICIUS GONÇALVES

discografia

comentada DAVID LACHAPELLE

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Warner

kkk Depois de um ano e meio de espera a banda paulista Gram lançou o seu segundo cd “Seu minuto meu segundo”. Ao contrário da música do gatinho, eles deixam de lado o rótulo de “cópia dos Los Hermanos” e fazem um maravilhoso trabalho com letras fantásticas que falam sobre amor e problemas sociais. O fato de deixarem de lado a fase “hermanica”, abalou os nervos dos hermaníaco, pois mudaram para hits que lembram muito os famosos “Beatles”. Mesmo com o sumiço de alguns “fãs” eles crescem a cada dia. A responsabilidade que assumiram com os beatlesmaníacos está sendo muito bem conservada, já que a banda, antes de formarem o Gram, ganhou vários prêmios em festivais de covers. Foram até Londres e ganharam um concurso que os consideraram como a banda cover oficial dos Beatles no Brasil. Vida longa ao Gram! ARIANE MAZZA

Guns and Roses

Appetite for Destruction Sony

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Poucas bandas na história conseguiram fazer uma façanha como essa. No disco Appetite for destruction – Guns N’ Roses – álbum que abre as portas do mundo musical para a banda que é liderada pelo frontman Axl Rose, e regida por Slash, Duff e companhia entram para a história da musica. Neste álbum a banda começa a definir uma das características mais

Ne-Yo

Because of You EMI

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O mais novo trabalho deste festejado nome do R&B norte-americano infelizmente comprova mais uma vez que toda a bajulação em torno do artista não é justificável. “Because of You”, como o outro álbum de Ne-Yo, “perde o gás” (que já não é tanto) antes da hora. O repertório, como de costume, é fraco, repleto de faixas repetitivas e monótonas e como manda sua tradição, uma equipe reunindo nomes de peso (leia-se grife) foi recrutada para tentar salvar o álbum do fiasco. O resultado final é um R&B equivocado, puxando muito mais para um Hip-Hop burocrático e previsível, em que os prestigiados profissionais não justificam sua fama. O marketing promocional deve falar mais alto novamente para “empurrar” o álbum. Destaques para a faixa de abertura e que dá título ao álbum, “Because of You”, para a seguinte “Crazy”, com participação especial de Jay-Z, “Leaving Tonight”, com a vencedora do Oscar , Jennifer Hudson, “Ain’t Thinking About You” e para “Go On Girl”, faixa que encerra o ‘track list’. “Because of You” é mais um álbum de Ne-Yo que dependerá certamente de uma estratégia pesada de marketing para alavancar suas vendas. Porque em termos de qualidade, o débito só aumenta. Ne-Yo tenta desesperadamente soar Michael Jackson sem ter um terço do talento do primeiro. ELAINE GOMES

Fórmula?

Linkin Park tenta re-invenção. Deu certo? Por Alex Oliveira

Linkin Park

Minutes to Midnight k Warner

O segredo de uma banda de sucesso é não descobrir a tal “fórmula do sucesso”. O Linkin Park , em seu terceiro disco de inéditas, parece não ter aprendido a lição “Minutes to Midnight” soa como uma banda de... três anos atrás. Não houve evolução.Pra quem não sabe o Linkin Park despontou no cenário musical como expoente do new/nu metal. Era febre e não era dificíl: nem de escutar e nem fazer o som. Bastava um vocalista revoltado com agudos indignos de ópera, um “mano” do gueto capaz de fazer umas rimas bobas e outros caras sem expressão que soubessem tocar algum instrumento ou dominassem as ferramentas de um bom software musical. Some clipes bacaninhas cheios de efeitos especiais, megas-turnês... e o conceito de boy band havia evoluído. O new tinha pouco de novo e muito de escapismo. Hybrid Theory (2000) era bacana pela novidade. O som era “modernoso”, as letras gritadas e o álbum teve a sorte de chegar num momento de recesso dos grandes gênios do rock. Resultado: estourou. “ In the end” e seu refrão meloso virou hit. A expectativa pela prova de fogo, Meteora (2003) provou que estávamos errados. Melodias ruins, letras ruins... disco ruim. Sucesso de vendas lógico. Mas foi um sucesso fugaz, já que a moda passou, os emos chegaram e agora Linkin Park? Nesta nova tentativa a banda tinha três caminhos: continuar com a fórmula anterior, seguir a vertente “emo” ou converter seu som em algo original. Como a última opção, em se tratando de Linkin Park, é muito remota, o resultado final não é nenhuma destas opções. Os rapazes não encontram caminho nenhum. Em Given Up a banda falha em ser new metal - no novo single “What I´ve Done” falham ao tentar não soar como tal. Aliás os raps de Mike Shinoda foram diminuídos ao extremo – ele aparece em uma ou outra música. Quando tentam ser emos (“ Shadow of the Day”),se esquecem que a turma do My Chemical Romance fazem isto com genialidade ímpar. Um lampejo de criatividade surge na pretensiosa “The Little Things Give You Away”, mas aí já estamos no final do disco e o estrago, requisito mínimo do rock, não foi feito.

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...... ........................ ........ livros

Anne Rice

O Vampiro Armand Rocco

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Uma história legal, cheia de detalhes, bem escrita. Como todos os outro livros de Anne Rice “O Vampiro Armand” é assim. A biografia de um vampiro. A minha maior dúvida é saber, afinal, qual é o nome do vampiro? Opção a – Armand, nome do livro, por isso tem o ar de mais certo. Opção b – Amadeo, nome dado pelo Marius do vampirinho camarada. Ou seria a opção c – Andrei, nome dado pelos pais do menino. Outro fato curioso dos livros de Rice e que não podia faltar neste é o fato de que os vampiros são homossexuais. A personagem principal protagoniza uma forte história de amor com seu “mestre”, banhada de muito amor, traição, sofrimento e luta. ARIANE MAZZA

jogos de pensamentos, do paradoxo de Zenão à teoria de Nietzche do eterno retorno, a caverna de Platão, entre outros, usando menções familiares de filmes como Minority Report e Laranja Mecânica. O livro em si é um compêndio de famosos devaneios e surtos dos mais famosos à sociedade, pondo em xeque as idéias mais mundanas do nosso cotidiano.(Phew!) Depois dessa viagem, só mesmo se propondo a brincar como o livro sugere: coloque duas palavras antagônicas, como poder e impotência, e formule uma filosofia, tipo “Só o impotente conhece o verdadeiro poder”. Viu como é simples? Foi baseado nessas idéias que o nome do original inglês dessa obra também se tornou referência de um desses jogos: “O Porco que quer ser Comido”. O Porco Filósofo pode ser encontrado nas grandes e pequenas livrarias, alguns sebos especializados e em seu maior foco de compras, a Internet, através das compras on-line, e seu preço varia de trinta a quarenta reais RAFAEL ARBULU

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O Porco Filósofo Melhoramentos

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Engraçado, metódico, interessante e envolvente, são apenas alguns dos muito adjetivos que cabem nesse trabalho de Julian Baggini. O autor coloca à disposição do leitor vários

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Cult do ano Por Alex Oliveira

Peter Hayden Produção independente

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do cinema...

O lixo é o troco A Vida na Ponta dos Pés

Julian Baggini

NO ESCURINHO

“A Europa vivia sob o julgo alemão quando o menino nasceu. Um detalhe físico incomum – um dentinho preto no meio da boca – era como um presságio da vida dura que ele teria até concretizar o sonho de ser bailarino.” É assim que começa a narrativa de “A Vida Na Ponta Dos Pés”, um livro com situações amargas, às vezes trágicas, mas que relata, de maneira irreverente, todos os percalços sucedidos ao longo da vida de Peter Hayden, desde a infância na pequena cidade alemã Aschaffenburg Am Main, até a vinda para o Brail. Entre desilusões, sofrimentos e preconceitos – principalmente após a revelação de sua homossexualidade – Peter sempre encarou as dificuldades, por mais instransponíveis que pudessem parecer. Regado de muita emoção, é um livro com muita força, indispensável também para quem precisa de um estímulo para superar as adversidades CLAUDIA URBANISKI

O Cheiro do Ralo Com Selton Mello, Lourenço Mutarelli Brasil, 2007

Conseguiu destronar Pequena Miss Sunshine da minha lista de melhor do ano. Cheiro do Ralo (idem, Brasil, 2007) uma produção nacional com orçamento mínimo, é aquele filme indie, para um público indie e baseado num livro... indie. Ou seria cult? Danem-se os rótulos. A história de Lourenço (Selton Mello) e sua loucura progressiva, só poderia ter saído da cabeça insana do homônimo Lourenço Mutarelli, gênio incompreendido das HQS brazucas. O desenhista que em suas tiras flertava com o submundo e personagens saídos do mais imundo lodo, transpôs este universo para a literatura, e acabou virando filme. O diretor Heitor Dhalia (Nina) transforma em imagens não menos decadentes, esta esfera auto-destrutiva do ser-humano. As reações durante toda a projeção são contraditórias. As risadas vêm com o sentimento de desconforto pela desgraça gradual do rapaz, que ao comprar objetos estimados de seus (desesperados) vendedores, tenta encontrar uma identidade própria. É assim com o “olho” (o pai ausente) e a “bunda” (como forma de uma afirmação sexual mal resolvida). E ainda temos o ralo como símbolo incelébre daquele lugar, daquele homem. “O cheiro estranho? É do ralo?” explica Lourenço. “Não o cheiro é seu, a merda é sua” – retruca um dos personagens num ponto chave da trama. A lógica é perversa: o lixo é o troco.

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............................... saideira a virgindade e a música POP

Há mais ou menos 25 anos atrás o cenário era um grande bolo e de dentro dele saía uma jovenzinha vestida de noiva. Uma “quase virgem”. O hit Like a Virgin consagra a carreira de Madonna e traz à tona um tema que já estava se tornando um tabu antes da canção: a virgindade. Se os anos 80 em decorrência da descoberta da AIDS pregava a castidade ou ao menos o sexo seguro, não seria forçoso afirmar que a canção foi o estopim da associação da música POP com este tema até então “cavernoso”. A letra é cínica. A primeira impressão é que uma mocinha boba e virgem está falando sobre esta condição. Mas só pelos versos iniciais “Didn’t know how lost I was Until I found you” já dá pra ver que de casta a moça não tinha nada! Madonna continuaria associar os problemas da jovem adolescente com “Papa don´t Preach” sobre gravidez precoce, mas este já é outro assunto. Pulando duas décadas e a música ainda continua apostando na castidade como sucesso. Britney Spears que antes de parir dois rebentos numa única tacada, era a defensora da causa “faça sexo só depois do casamento”. Ao contrário da sua musa inspiradora, a garota forjou uma carreira ensinando passo a passo como provocar sem chegar às vias de fato. A máscara caiu 2 discos depois já que as vendas pediam por algo mais ousado, e do ex-namorado Justin Timberlake ter declarado num programa de rádio, que como virgem ela era uma ótima cantora. No Brasil temos casos diferentes. De um lado a ex- “quase madre teresa de calcutá” Sandy e seus indefectíveis (pra não dizer insuportáveis) bons modos. Sandy só faltou lançar uma auto-biografia sobre sua virgindade. Não que isto seja relevante, mas a partir do momento que se é obrigado a conviver com revistas estampando coisas do tipo “Papai não deixa, mamãe não quer” é revoltante! O clássico “Abre a porta Mariquinha” já era uma metáfora escancarada do que se resumiria a vida da moça.

Wanessa Camargo representa aquelas filhas que deixam a dúvida no ar. Pra desespero das mães que são obrigadas a tentar identificar aquela cara estranha (pra não dizer safada) de suas filhas. A moça nem negava, nem confirmava. Até que um belo dia (e todas as filhas que apresentam este comportamento ambiguo fazem isto) ela escancara em plenas páginas amarelas da Veja, que sua Mariquinha já abriu a porta faz é tempo. Dá-lhe a declaração seguida de mais um cd lançado e temos a nossa velha e amiga música POP, lançando mais uma vez deste artificio pra se manter em evidência. Ou você acredita que quem consumiu Madonna, Britney, Sandy e Camargo eram realmente virgens?

Like a viiiiiirrgin!

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.............................. PoP

S A T R CA

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deixem ela em paz! Bom,em primeiro lugar gostaria de dizer que não quero passar a imagem de fã reclamão que não agüenta uma critica,até porque acho isso totalmente idiota.Mas o motivo que me fez mandar esse e-mail foi o modo pouco profissional como vocês “desceram a lenha” na Britney Spears.Concordo com vocês de que ela não está na sua melhor fase(longe disso),mas acho que suas criticas deveriam ser baseadas em fatos que realmente aconteceram.porque vocês não verificaram de onde surgiu tanto bafafá?A resposta é simples:De algum tablóide escandaloso sem o mínimo de credibilidade.Pegar carona no que eles escrevem pode até ajudar nas vendas,mas custaria a credibilidade da publicação de vocês e acho que esse preço ninguém do meio jornalístico estaria disposto a pagar,não é?Poxa! a imagem dela já está tão manchada e nós fãs temos que nos segurar e ficar aqui quietos lendo tudo isso dêem um tempo!Pra encerrar gostaria de dizer que não sou contra quem a critica,sei que ela às vezes sai um pouco da linha,mas se essas criticas forem baseadas em fatos verídicos e que venham a gerar uma discussão saudável e não um ringue de xingamentos Marcos Roberto São Paulo Olá, estou surpreso com o conteúdo das notícias da revista e gostaria de parabenizá-los pelo projeto que a primeira vista parece singelo, mas que revela uma amplitude cósmica no que diz respeito ao conteúdo musical, uma única sugestão que faria seria a de focar certos conteúdos no nome do compositor, uma vez que os meros interprétes são demasiadamente valorizados. Abraços... Abner Fortunato Novo Horizonte/SP

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E aí pessoal! Gosto muito da revista, as matérias abordam vários assuntos que despertam o interesse do leitor, algo difícil de se encontrar nas revistas atuais. Apesar do foco ser mais pop, gostaria de ver matérias sobre bandas alternativas, aposto que existe um grande público esperando por isso. E também poderia ser criada uma seção

para divulgação de bandas novas, tanto de gravadoras quanto independentes. É isso. Abraço a todos! Caue Veroneze São Paulo

o É com felicidade, muita alegria e curiosidade pelos novos números, que teste munho a chegada de POP a nova revista de música da praça. Como publisher, vejo que a chegada de um novo veículo, rtaz sangue novo ao Merado Editorial brasileiro. Parabéns e até o próximo número! Caio Figowitz São Paulo

q fale com a POP! cartaspop@jrc.com.br www.revistapop.com.br

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CONSELHO EDITORIAL: Eduardo Rocha, Tânia Sandroni, José Alves Trigo e Marcos Moretti EDITOR-CHEFE: Alex Oliveira EDITORES: Vinicius Gonçalves e Elaine Gomes

PRODUÇÃO EDITORIAL: Claudia Urbaniski REPÓRTER: Rafael Arbulu REVISÃO: Ariane Mazza

DIRETOR DE ARTE: Alex Oliveira

DIRETOR COMERCIAL: Caio Cassinelli

jr comunicações POP

Uma publicação da JR Comunicações Ltda. Redação: Rua Dom Theodósio, 345 Vila Abertina

PARA ASSINAR Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 20h Contato: 55 11 7896-9806 E-mail: pop@teletarget.com.br Números atrasados poderão ser adquiridos diretamente com o seu jornaleiro, havendo estoque disponível, pelo preço da edição anterior

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