Jornal Metropolitano - Fevereiro 2015 - Arquidiocese de Uberaba/MG

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Jornal

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Ano 6 - 52ª Edição - Fevereiro/2015 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba

Fraternidade: Igreja e Sociedade Este é o tema da Campanha da Fraternidade 2015, promovido pela CNBB no Brasil. Seu lançamento será na Quarta-feira de Cinzas, dia 19 de fevereiro. A campanha, que tem como lema “Eu vim para servir”, irá focar no diálogo e nas relações da Igreja com o mundo moderno. Deste modo, pretende reforçar a vocação e missão de todo cristão, que é a promoção do bem comum. Para dom Paulo Mendes Peixoto, falar de fraternidade é dar destaque ao princípio da doação, do voluntariado e do amor ao próximo. Páginas 02, 06 e 07.

Quaresma Em 19 de fevereiro, terá início o período da Quaresma. Para o cristão, é tempo de reflexão, perdão e mudança de vida. Página 06

Carmelitas Missionárias: 50 anos de caminhada

Em janeiro deste ano, as Irmãs Carmelitas Missionárias celebraram 50 anos de sua presença em Uberaba. Elas comemoram também os 25 anos da criação da Província brasileira, com sede em nosso município. Página 05

Beatificação de Zilda Arns

Quase Paróquias Nos últimos três meses, o arcebispo dom Paulo Peixoto instalou três Quase Paróquias em Uberaba, que poderão ser elevadas à condição de paróquia no final de 2015. Todas já contam com sacerdotes como Administradores paroquiais. Página 04

Ano dos Consagrados De novembro de 2014 a novembro de 2015, a Igreja Católica fará uma série de ações em alusão ao Ano dos Consagrados no Brasil. O Jornal Metropolitano estará em cada edição enfocando o assunto. Página 02

Um documento com mais de 130 mil assinaturas pede à Arquidiocese de Curitiba a abertura do processo de beatificação da médica sanitarista Zilda Arns. Começa agora a coleta de testemunhos sobre sua vida. Página 11

Diácono Renato assume CMAS

Desde o final de 2014, o diácono Renato é o presidente do Conselho Municipal da Assistência Social – CMAS. Além de sua caminhada na Igreja, ele é também o administrador da Casa São Pio. Página 03


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artigos

Jornal Metropolitano - Uberaba, fevereiro de 2015

Editorial O início de um novo ano é um dos momentos em que as pessoas aproveitam para rever conceitos e experiências e traçar novos projetos. É a hora de emagrecer, dedicar-se a um hobby, reaproximar-se de familiares, buscar um emprego melhor, etc. Assim, o início de um novo ano também é uma excelente oportunidade para refletirmos sobre nossa relação com Deus. É inquestionável que nós, os cristãos, somos julgados em nossas crenças e ações. Somos constantemente observados, com nossa fé sendo considerada a todo momento e nossa religião sempre é lembrada quando erramos. O motivo: não se espera que um cristão adote determinadas posturas e comportamentos. Precisamos lembrar que ser católico é muito mais que assistir à missa e ajudar os pobres, esporadicamente. Ser cristão é um “estilo de vida”, que parte da entrega da própria existência ao Pai, da aplicação dos ensinamentos do Filho e da aceitação do agir do Espírito Santo. E, a partir dessa comunhão com a Trindade, vivenciando a doutrina do Evangelho, permitir que Deus aja através de nós. Não é uma meta fácil de alcançar. Ao contrário, é extremamente árduo vivenciar o exemplo do Cristo; é uma escolha que exige dedicação e foco constantes, mesmo dos mais fervorosos católicos. Cada um possui seus próprios “demônios”, que precisam ser enfrentados e vencidos diuturnamente, sem esmorecer. Temos os Santos para mostrar que o caminho para a santidade, para a proximidade com Deus é uma luta, mas que permite as mais gloriosas graças. O que nos torna verdadeiramente cristãos é ser instrumentos de Deus no mundo, é permitir que nossa vida se transforme em ação divina. Porque “bendito é o que vem em nome do Senhor” (Sl. 118, 26). Francine Moura

Campanha da Fraternidade 2015

Vamo-nos debruçar, mais uma vez, como Igreja no Brasil, sobre preocupações que afetam toda a população. O tema deste ano é desafiante: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, tendo como sustentação bíblica o lema: “Eu vim para servir” (Mt 10,45). Teremos que olhar, numa dimensão de fé, a capacidade de convivência entre as pessoas na sociedade. Falar de fraternidade é dar destaque ao princípio da doação, do voluntariado e do amor ao próximo. Tudo isso tem sido muito difícil numa cultura individualista e sem critério de relacionamento. O “outro” não tem sido respeitado como um “outro eu”, como irmão e com os mesmos direitos e deveres que temos, mesmo não sendo iguais. O sentido de um mundo para todos

não parece ser verdade. A Igreja sempre procurou atuar na sociedade, levando a Palavra de Jesus Cristo. Palavra de paz, de harmonia, de convivência fraterna e de valorização da vida. Com erros e acertos, tem procurado fazer o bem, indo ao encontro das pessoas. É o que o papa Francisco tem dito: “Igreja em saída”. A instituição Igreja nem o cristão podem ser vistos como estorvos, empecilhos para o relacionamento social e, muito menos, para o desenvolvimento da cultura moderna. Com a Campanha da Fraternidade, a intenção é ser propositiva no sentido de ajudar no bem e na fraternidade entre os cidadãos, de fé ou não. No Brasil, existem muitas convergências e divergências entre

Igreja e Sociedade. São duas entidades distintas, mas formadas pelo mesmo povo, que constrói sua história com a contribuição das riquezas que cada uma possui. Não podemos simplesmente descartar o bem que a Igreja tem feito para a sociedade brasileira. Uma das grandes riquezas da Quaresma é a Campanha da Fraternidade. É esforço de sensibilização para o processo de conversão e de renovação dos compromissos para com o bem do povo brasileiro. É também oportunidade de discussão, de debates e de afinidade com o tema proposto para que ele possa atingir os objetivos próprios da Campanha. Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba

O logotipo do Ano da Vida Consagrada

Vita consecrata in Ecclesia hodie. Evangelium, Prophetia, Spes

Uma pomba sustenta levemente sobre a sua asa um globo poliédrico, enquanto plana sobre o fluir das águas de onde surgem três estrelas, protegidas pela outra asa. O Logotipo para o Ano da Vida Consagrada expressa por intermédio de símbolos os valores fundamentais da Vida Consagrada. Nela se reconhece a “obra incessante do Espírito Santo, que vai explanando, ao longo dos séculos, as riquezas da prática dos conselhos evangélicos através dos múltiplos carismas, e que, também por este caminho, torna o mistério de Cristo perenemente presente na Igreja e no mundo, no tempo e no espaço” (VC n.5). O sinal gráfico que desenha o perfil da pomba corresponde em árabe à palavra Paz: um chamamento à vocação à Vida Consagrada para que seja exemplo de reconciliação universal em Cristo. Os símbolos no Logotipo A pomba sobre as águas A pomba pertence à simbologia clássica para indicar a ação do Espírito Santo, fonte de vida e inspirador de criatividade. É uma referência aos inícios da história: no princípio, o Espírito de Deus pairava sobre as águas (cf. Gn 1,1). A pomba, que plana sobre um mar cheio de vida sem a exprimir, recorda a fecundidade paciente e confiada, enquanto os sinais que a rodeiam revelam a ação criadora e renovadora do Espírito. A pomba evoca também a consagração da humanidade de Cristo no Batismo. As águas formadas por peças de mosaico indicam a complexidade e a harmonia dos elementos humanos e

Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba Praça Dom Eduardo,56, bairro Mercês, Uberaba - MG, CEP-38.060.280 E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Carlos Carvalho / 9151-0431 – e-mail: carvalhocunha66@ gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares

cósmicos que o Espírito faz “gemer” segundo os misteriosos desígnios de Deus (cf. Rm 8,27), para que convirjam no encontro, acolhedor e fecundo, que leva a uma nova criação, ainda que estejam ameaçados por um mar de hostilidades – a pomba voa sobre as águas do dilúvio (Gn 8,8-14). Os Consagrados e as Consagradas no sinal do Evangelho – desde sempre peregrinos entre os povos também através do mar – vivem a sua diversidade carismática e diaconal como “bons administradores das várias graças de Deus” (1Pd 4, 10). Marcados pela Luz de Cristo até o martírio, habitam a história com a sabedoria do Evangelho, levando a Igreja a abraçar e curar todo o gênero humano em Cristo. As três estrelas Recordam a identidade da Vida Consagrada no mundo: como confessio Trinitatis, signum fraternitatis e servitium caritatis. Expressam a circularidade e a relação do amor trinitário que a Vida Consagrada procura viver todos os dias no mundo, no sinal da fraternidade. As estrelas indicam também o tríplice selo dourado com que a iconografia bizantina honra Maria, a toda Santa, primeira Discípula de Cristo, modelo e patrona de toda Vida Consagrada. O globo poliédrico O pequeno globo poliédrico significa o mundo com a variedade de povos e culturas, como afirma o Papa Francisco (cf. EG 236). O sopro do Espírito o sustém e o conduz ao futuro. É convite aos Consagrados e Consagradas para que sejam “portadores do Espírito (pneumatophóroi), homens e mulheres auten-

ticamente espirituais, capazes de em segredo fecundar a história” (VC 6). O Lema Vida consagrada na Igreja hoje. Evangelho, Profecia, Esperança O lema dá relevo à identidade e horizontes, experiência e ideais, graça e caminho que a Vida Consagrada viveu e continua a viver na Igreja como Povo de Deus, no peregrinar das pessoas e das culturas, rumo ao futuro. Evangelho: indica a norma fundamental da Vida Consagrada que é “o seguimento de Cristo proposto no Evangelho” (PC n. 2a). Primeiro como “memória viva da forma de existir e atuar de Jesus” (VC n. 22), depois como sabedoria de vida à luz dos múltiplos conselhos que o Mestre propõe aos discípulos (cf. LG n. 42). O Evangelho da sabedoria orientadora e da alegria (EG n. 1). Profecia: indica o caráter profético da Vida Consagrada que se configura “como uma forma especial de participação na função profética de Cristo, comunicada pelo Espírito a todo o Povo de Deus” (VC n. 84). É possível falar de um autêntico ministério profético, que nasce da Palavra e se alimenta da Palavra de Deus, acolhida e vivida nas diversas circunstâncias da vida. A função explicita-se na denúncia corajosa, no anúncio de novas “visitas” de Deus e na “busca de novos caminhos para atuar o Evangelho na história, na perspectiva do Reino de Deus” (ib.). Esperança: recorda o cumprimento último do mistério cristão. Vivemos tempos de muitas incertezas e de escassez de projetos de horizonte amplo: a esperança mos-

tra a sua fragilidade cultural e social, o horizonte é obscuro porque “parecem ter-se perdido os vestígios de Deus” (VC n. 85). A Vida Consagrada tem uma permanente projeção escatológica: testemunha na história que toda a esperança terá acolhimento definitivo e converte a espera “em trabalho e missão, para que o Reino se torne presente já desde agora” (VC n. 27). Sinal de esperança, a Vida Consagrada torna-se proximidade e misericórdia, parábola de futuro e liberdade de toda a idolatria. “Porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5), os Consagrados e as Consagradas abraçam o universo e convertem-se em memória do amor trinitário, mediadores de comunhão e de unidade, sentinelas orantes nesta onda da história, solidários com a humanidade nos seus afãs e na busca silenciosa do Espírito. D. Hugo C. da S. Cavalcante, OSB Vigário Judicial da Arquidiocese e Presidente do TEI – Uberaba - MG


especial

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Um passado atualizado: uma história de fé e devoção. Paróquia N. S. das Dores / Santa Jliana - MG

EDITORIAL. A Paróquia de Nossa Senhora das Dores, completa neste ano de 2015, 140 anos de ação evangelizadora junto à Comunidade de fiéis. Isto é motivo de festa e júbilo para todo o povo! É motivo de render graças a Deus por toda a história que se desenvolveu ao longo destes 140 anos... O objetivo deste ano celebrativo é conduzir o povo a vários momentos de

EntREgA tOtAl A DEUs Somente quem se esvazia de si mesmo numa entrega total a Deus é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente um pai sabe fazer. Sabe-se que a missão do sacerdote é árdua, mas nota-se que também que a alegria do servir é maior do que todos os desafios! Por isto, nestes quase 140 anos de Vida Pastoral de nossa paróquia, queremos lembrar de todos estes homens, embora humanos porém consagrados para os Homens e para o Altar. Párocos: Paróquia de nossa senhora das Dores - santa Juliana – mg. • Pe. Manoel Dantas Barbosa – 1847 a 1868 • Pe. José da Silva Camargos – 1869 a 1870 • Pe. Joaquim Félix Rodrigues Fraga – De Abril a novembro de 1870. • Pe. José Camargos – De 1870 a 1871 de 1872 a 1873 • Pe. José Martins Carrijo – De 1871 a 1872, de Março a Agosto de 1873 • Pe. Vicente Ferreira Estrella – De setembro a dezembro de 1873 • Pe. Ventura Carneiro de Mendonça – 1873 a 1874 • Pe. Pedro Pezzuti – 1874 a 1875 • Pe. Alonso Ferreira de Carvalho – 1875 a 1880 • Pe. David José Pereira – 1882 a 1883 • Pe. Francisco José da Silva – 1883 a 1885 • Pe. Joaquim Severino Ribeiro – Maio a Dezembro de 1885 • Pe. Artur Samuel da Apresentação – 1885 a 1887 • Frei Ângelo Maestro do Rosário – 1897 a 1898 de 1899 a 1912 • Pe. Arsênio Pessolano – 1898 a 1899 • Pe. Sandálio Manjuelo – 1912 a 1916 • Pe. Domingos Marques da Silva – De Fevereiro a Julho de 1916 • Pe. Luiz Soriano – 1916 a 1919 • Pe. Albino Figueiredo Martins de Miranda – 1919 a 1925 • Pe. Antonio Dias Moreira Ribeiro – De Fevereiro a Abril de 1926 • Pe. Miguel Soler Diego – 1926 a 1930 • Pe. Antônio Marcegaglia (apenas encarregado) – 1930 a 1931 • Pe. Henrique Izquerdo Oliver – 1931 a 1933, 1940 a 1941, 1947 a 1948 • Pe. José Pardini – De Julho a Dezembro de 1933 • Pe. José Magalhães de Souza – 1934 a 1940 • Pe. Cristóvam Porfírio – Alguns meses em 1940 • Pe. Lázaro Menezes – 1941 a 1947 • Cônego Isaias Lagares – 1948 a 1950 Pe. Sebastião Bernardes Carmelita – 1850 a 1951 • Pe. Antônio Tomaz Fialho – De Fevereiro a Junho de 1952 • Pe. João Batista Balke – 1952 a 1954 Pe. Adriano G. Francisco Bayngs – 1955 a 1958 • Cônego Lázaro Noel de Camargo – 1958 a 1986 • Pe. Paulo Aparecido Porta – 1986 a 1989 • Pe. Luiz Cláudio da Silva Santos – 1989 a 1990 • Pe. José dos Reis naves – 1991 a 1997 • Pe. Elcimar Benedito da Silva – 1997 a 2012 • Pe. Edson José nogueira (Atual pároco desde Janeiro de 2013)

oração, louvor, súplica e, especialmente, de comunhão, vivendo verdadeiramente como uma Comunidade de Comunidades, construindo e reconstruindo nossa paróquia. O momento final de todas as comemorações se dará em 15 de Novembro do corrente ano, de acordo com a data de instalação. Todas as celebrações especiais, e outros momentos durante o ano deverão se fundamentar no passado

vivido, com toda a experiência e contribuição que cada leigo e religioso trouxe a esta Comunidade Paroquial; celebrar o momento presente com a consciência de que somos missionários e evangelizadores como nos convida o Papa Francisco e vislumbrar o futuro com esperança e com o desejo de servir a Deus, seguindo o exemplo do maior servidor, o próprio Jesus Cristo.

HISTÓRIA. É pouco conhecida a história da fundação de Dores de Santa Juliana. Contudo, segundo parece, o início do povoado se deu com a construção de uma modesta capela, sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, lá pelo ano de 1842. A Padroeira e o Ribeirão de Santa Juliana inspiraram o nome do povoado nascente que passou a chamar-se Dores de Santa Juliana. Segundo contavam os antigos moradores do povoado, morava à beira do ribeirão uma senhora chamada Juliana, a qual tinha o apelido de Santa. Presume-se que a criação da paróquia tenha ocorrido em 1847, quando foi nomeado seu primeiro vigário, o Padre Manoel Dantas Barbosa. Entretanto, o livro das Paróquias da diocese de Uberaba registra para a sua criação a mesma data da elevação do arraial a distrito de paz, ou seja, 15 de novembro de 1875. Elevada a Paróquia e Distrito, a localidade tomou grande impulso, recebendo em 17 de dezembro de 1938, o título de Cidade. No ano de 1863, levantaram-se os esteios da nova Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores. Igreja que passou e continua passando por várias reformas. A história de nosso povo católico se divide em duas partes, antes e depois de Cônego Lázaro Noel de Camargo. Cônego Lazinho foi durante quase 40 anos o maior líder religioso que tivemos. Outra figura que não pode ser esquecida é Dona Ambrosina Rodrigues do Carmo. Tia Ambrosina, nome carinhoso da população Sanjulianense em respeito a seu testemunho de vida, leiga consagrada da Ordem Terceira dos Dominicanos, a qual viveu plenamente a serviço de Deus. Foi em seu tempo a catequista mais velha da América Latina. Atualmente a Paróquia está dividida em três comunidades urbanas: Matriz, São Judas Tadeu e Santa Juliana de Falconieri. Também as rurais: Distrito de Zelândia, Bom Jardim e Pires. Para a celebração das festividades dos 140 anos de caminhada pastoral, durante vários meses no decorrer deste ano, destaca-se a visita da Imagem da Padroeira a todas as comunidades rurais, a partir, da divisão setorial das três comunidades rurais que estão na ativa. A peregrinação da imagem visitará as seguintes comunidades: Peão, Ponte Preta, Coivara, Capão Grande, Córrego do Lobo, Samambaia, Córrego Grande, Cipriano, Pires, Escorregado, Veados, Lagoa Dourada, Barra, Zelândia, Bom Jardim e Salto. Maria que foi e será sempre a Mãe Rainha, causa de nossa alegria sempre será modelo de fé. Nesta perspectiva queremos nos colocar como caminhantes, diante da proposta pastoral pelo pároco. De acordo com a iniciativa, foram convidados nove casais (sendo chamados de Festeiros) das comunidades rurais, os quais irão acolher juntamente com outros casais (tidos como Novenários) a imagem em suas propriedades. Na ocasião haverá a Santa Missa e acolhida com máxima alegria e entusiasmo de acordo com cada região. Toda a peregrinação da imagem da padroeira favorecerá, de acordo com o planejamento, um maior entrosamento e unidade entre os moradores rurais. O entusiasmo, a emoção juntamente das ideias para a acolhida da imagem de Nossa Senhora, já resplandece no rosto das famílias, porque, como nas bodas em Caná da Galiléia, Maria precisa estar presente entre nós, para que a água se transforme novamente no vinho da alegria. Alegria que nos vem de pertencermos ao seu Filho, Jesus, nosso rei. BRASÃO: Para a grande Celebração Jubilar, a paróquia elaborou um brasão ilustrativo a partir de todo um contexto mariológico. O brasão na tradição europeia medieval é um desenho especificamente criado - obedecendo às regras com a finalidade de identificar, é normalmente colocado num suporte em forma de escudo, o desenho pode ser representado sobre outros suportes. O termo brasão passou a aplicar-se não só à descrição, mas, também ao próprio objeto descrito: o escudo ou o conjunto completo. COROA E OS 07 CRAVOS: A coroa vem logo acima do escudo juntamente para denotar que Maria, além de ser mãe, recebeu o titulo de rainha do céu e da terra, os sete cravos na cor roxa relembram as principais dores que a Virgem Maria sofreu em sua vida terrena, culminando com a paixão, morte e sepultamento de Seu Divino Filho. E junto à Cruz torna-se Mãe de todos os homens e do corpo Místico de Cristo: a Igreja Católica. Unir-se às dores de Maria é unir-se também às dores de Nosso Senhor Jesus Cristo. AS 12 ESTELAS, PARTE, PORTAnTO DO PLAnO DE SALVAÇÃO: Nós temos uma mãe na terra e uma Mãe na eternidade. No Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Maria de São Luís de Montfort, no final, ele diz que nós precisamos nos consagrar a Santíssima Virgem de maneira absoluta, de modo que tudo seja feito por Maria, em Maria e com Maria para tudo ser feito para Jesus, em Jesus e com Jesus. São Luís propõe que nós rezemos 12 Ave-marias contemplando os mistérios, fazendo a coroa de glória a Nossa Senhora, que são as doze estrelas. A primeira é o mistério da maternidade divina. Deus desde toda a eternidade a predestinou para ser a Mãe do Salvador, mas Ele não a obrigou. A segunda é a Imaculada Conceição, pois foi concebida sem o pecado original, o demônio não pode tocar nela, Maria era cheia de graça, nela não havia nada, a não ser graça. A terceira estrela é Maria sempre Virgem: antes, durante e depois do parto, não há explicação da ciência. A quarta estrela é Maria, Filha predileta do Pai: o Pai escolheu entre todas as mulheres a Maria, ela foi escolhida pela sua humildade, como diz no “Magnificat”. A quinta estrela é Esposa do Espírito Santo: ela concebeu por obra do Espírito Santo, ela é a Esposa mística do Espírito Santo. O que essa Mulher não consegue tirar de Deus? Só o que ela não quis, o que não convém.

A sexta estrela: Maria é a mais humilde a quem Jesus se submeteu, o nome “Maria” vem de “mar”, o mar é esplendoroso, pois aceitou ficar abaixo alguns centímetros, por isso, Deus a escolheu olhando para a humildade de Sua serva. A sétima é que recebeu o poder de esmagar a cabeça do inimigo de Deus; ela aparece em toda a Bíblia, de Gênesis até Apocalipse, alguns teólogos dizem que Deus fez com que ela permanecesse virgem porque Eva também o era [virgem] quando pecou. A oitava estrela é a “Medianeira de todas as graças”, os santos doutores da Igreja dizem que todas as graças passam pelas mãos de Maria, mesmo as que você pede aos santos, é ela quem as distribui. A nona estrela é “Maria aos pés da cruz”, Jesus, com lábios cheios de sangue, disse a última coisa: “Filho, eis a tua mãe. Mãe, eis aí o teu filho”, João naquele momento representa todos os filhos da Igreja. A décima estrela é “Maria, assunta ao céu”, aquele corpo, que gerou o Filho de Deus, não poderia ser destruído. Papa Pio XII proclamou que ela foi assunta de corpo e alma. Os santos não estão no céu com o corpo, somente quando Jesus voltar, na parusia, é que eles se unirão ao seu corpo e irão para o céu. Assim, a glorificação acontecerá somente no último dia, mas a Virgem Santíssima já é glorificada no céu com o corpo e alma. A décima primeira estrela é: “Maria, coroada no céu como Rainha”, Maria foi coroada como Rainha pela Santíssima Trindade, ela é a Rainha dos santos, dos anjos, do céu, da terra. A última estrela é que “Maria é aquela que recebeu de Deus todas as graças, honras e méritos”, que não são apenas 12, são todas as outras. O Todo-poderoso não precisa de nada nem de ninguém, mas Ele quis precisar de Maria, assim como Ele quer precisar de nós querendo que sejamos evangelizadores; Ele não precisava, mas Ele quis precisar de nós. CORAÇÃO TRAnSPASSADO E AS ROSAS: No Evangelho de São Lucas, encontramos o versículo que diz Simeão: “Uma espada traspassará a tua alma e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações”. O coração transpassado pela espada significa o amor de Maria Santíssima pela Santíssima Trindade e por seu Filho, o Verbo Encarnado. O coração de Nossa Senhora ardia tanto de amor por Deus que Ele se dignou encarnar nela. E ela aceitou plenamente a vontade de Deus. Esse coração é a caridade de Nossa Senhora com relação a Deus. Mas esse coração é também seu amor por nós, pobres pecadores. Nossa Senhora tinha, basicamente, dois objetivos em sua vida: a glória de Deus e a salvação da alma dos homens, nós. Todavia, no coração doloroso de Maria nós vemos também flores, rosas. Maria ama e sofre, mas com serenidade. No meio dos espinhos e das espadas, estão também às flores. Essas rosas, essas flores, são as graças que Deus nos dá para suportarmos os sofrimentos. Amar e sofrer com serenidade, apoiados na graça de Deus. Eis o que deve ser nosso plano de vida aqui nesse mundo, para podermos chegar ao céu. A FÂMBOLA: Por fim, a faixa decorativa que se aloja abaixo do escudo, trazendo a grande mensagem comemorativa e condecorando todo o brasão, nos certifica no Latim sUb PRAEsiDiUm mARiAE – quer dizer: Sob a proteção de Maria.


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paróquias

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Arcebispo instala Quase Paróquia de Santo Antônio de Pádua

O arcebispo dom Paulo Mendes Peixoto instalou no final de novembro último, no bairro Elza Amui, a Quase Paróquia de Santo Antônio de Pádua. Na oportunidade, em missa solene na capela de Santo Antônio, situada à rua Odite Antunes de

Abreu, no Elza Amui II, foi lido o decreto de criação da Quase Paróquia de Santo Antônio de Pádua. Ela abrange os bairros Elza Amui I, II, III e IV, Cidade Nova, Mangueiras, Titã Rezende, Belo Horizonte, Antônio Cândida e Josa Bernardino, que conta com a comunidade

A Quase Paróquia de São Miguel Arcanjo O trabalho na Quase Paróquia de São Miguel Arcanjo, no Residencial 2000 e em suas comunidades – Comunidade Nova Jerusalém, Comunidade São João Paulo II está sendo muito bom e frutuoso. Estamos dando grandes passos, como, por exemplo, a construção da casa paroquial, que deve começar em breve. O processo de evangelização está indo bem e acontecendo tanto no Residencial 2000 como no Jardim Itália, com visitas às famílias, bênçãos nas casas, celebrações da Santa Missa, terço de São Miguel, entre outras ações. As pastorais estão crescendo cada dia mais e fortalecendo a vida paroquial. Algumas mudanças em relação aos horários de missas e de batizados foram feitas para melhor acolher os fiéis. Temos missas nas quintas-feiras às 19h30, nos domingos, às 9h na Comunidade São João Paulo II – Jardim Itália – e às 19h, na Matriz de São Miguel Arcanjo. No segundo domingo de cada mês, acontece a missa na Comunidade Nova Jerusalém e, no

terceiro domingo, realizamos os batizados na Igreja de São Miguel Arcanjo. Esperamos por você para rezar conosco em algum desses dias citados acima. Será motivo de grande alegria poder receber você e sua família em nossa Comunidade Paroquial de São Miguel Arcanjo. Da Redação

de Nossa Senhora Aparecida. Ainda na celebração, dom Paulo empossou padre Carlos Alexandre de Souza como primeiro administrador da Quase Paróquia de Santo Antônio. Ele ressaltou que, com a mudança, a comunidade deve criar o arquivo

paroquial, registrar os principais acontecimentos no livro de Tombo e desenvolver atividades de uma futura paróquia. O administrador, junto com os fiéis, pretende construir um salão para abrigar as celebrações solenes da comunidade, assim como

propiciar a promoção de eventos visando arrecadar recursos para a construção da matriz de Santo Antônio de Pádua. A comunidade existe há 15 anos. Rubério santos Assessor de imprensa

A Quase Paróquia de São Paulo tem o desa�io de levar a Palavra de Deus ao povo dos novos loteamentos Em celebração solene, no dia 25 de janeiro, dom Paulo Mendes Peixoto instalou a Quase Paróquia de São Paulo Apóstolo e empossou padre Ronan Belo como seu administrador paroquial. Centenas de fiéis prestigiaram o ato, inclusive, paroquianos de São José Gameleira à qual por vários anos pertenceu a Comunidade São Paulo Apóstolo. A Quase Paróquia é resultado do desmembramento da antiga matriz e também de parte da Paróquia de Santa Luzia. Assim, além da comunidade São Paulo Apóstolo, do bairro Jardim Maracanã, a Quase Paróquia contará também com as comunidades de São Pedro, no Recreio dos Bandeirantes e de São Joaquim e Sant’Ana, nos conjuntos Alvorada I e II. Ao primeiro administrador, padre Ronan, caberá a tarefa de levar a Palavra de Deus também aos moradores dos bairros Damhas I e II, Terra Nova e Rio de Janeiro, módulos A, B e C. Este último, com 2.101 famílias, será inaugurado a partir de junho próximo. Padre Ronan Belo encara a missão com muita esperança e disposição de servir a comunidade a ele confiada. Ao mesmo tempo, acrescenta que é um desafio levar

a Palavra de Deus aos novos loteamentos e construir ali espaços para a evangelização. Aos 30 anos, padre Ronan foi ordenado em 12 de dezembro último. É natural de Araguari – MG.

Por ora, o sacerdote continuará morando em São José da Gameleira, a convite de padre Rogério Consentino de Aguiar. Da Redação


paróquias

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Irmãs Carmelitas Missionárias celebram Jubileu de Ouro e Prata

A Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus celebrou nos dias 10 e 11 de janeiro, os 50 anos de presença da Congregação na Cidade de Uberaba, 25 anos de instalação canônica da Província Santa Teresa de Lisieux e 25 anos de Vida Consagrada de Ir. Zélia da Conceição Dias, atual Superiora Provincial. Para bem celebrar tais datas significativas, foi realizado o Ano Vocacional Missionário, por um período de um mês em cada comunidade, com a visita do Quadro Peregrino de Santa Teresinha, nas 12 comunidades onde estamos: Comunidade Elizabeth da Trindade, Paracatu - MG; Comunidade Santo Elias, Sobradinho - DF; Comunidade Beata Maria Crucifixa - Guajeru - BA; Comunidade Santíssima Trindade - Santa Maria da Boa Vista - PE; Comunidade Nossa Senhora do Carmo, Iguatu - CE; Comunidade Nossa Senhora de Fátima, Vila Sabrina - SP; Comunidade Flos Carmeli, Mairiporã - SP; Comunidade Nossa Senhora das Graças, Vila Medeiros - SP, Comunidade São José, Paranavaí - PR; Comunidade Padre Lourenço, Frutal - MG, Comunidade Rainha da Paz e Comuni-

dade Santa Teresinha, Uberaba MG. Em cada comunidade foram realizadas diversas atividades: encontros com crianças, jovens, adultos, movimentos pastorais, celebrações, visitas às paróquias e até mesmo a outras cidades dos Estados onde estamos presentes. Celebramos os 50 anos de presença em Uberaba e os 25 anos de instalação canônica da Província, lugar de referência para todas as irmãs. A pedido de Dom Alexandre, as Irmãs se instalaram no Bairro da Abadia, ao lado do Santuário Nossa Senhora da Abadia. Com o passar dos anos, as Irmãs foram para o Bairro Mercês, onde residem até hoje. Comemorando esse momento solene, foi realizado na Paróquia do Santíssimo Sacramento o tríduo em preparação aos jubileus de Ouro e de Prata. No dia 10 de janeiro, a cidade despertou com a Missa no Santuário Nossa Senhora da Abadia, louvando e agradecendo a Deus pelos 50 anos de chegada das Irmãs. Após a missa, realizou-se a Caminhada Missionária pelas ruas da cidade, em oração e louvores a Deus, pelo dia de graça. Culminou com a instalação do marco dos 50 anos e a

entronização da imagem de Santa Teresinha na sala principal da residência das Irmãs na Rua Afonso Rato, Bairro Mercês. À tarde realizou-se um aprofundamento sobre a Vida, Vocação e Missão de Santa Teresinha, assessorado por Ir. Cecília Tada (carmelita missionária). À noite houve um momento cultural, com apresentações das comunidades e

a participação dos ministérios de música Padre Pio, da Paróquia Santa Edwiges e Brisa Leve, de Araxá- MG. No domingo, realizou-se a Celebração Eucarística em ação de graças pelos 50 anos da presença da Congregação em Uberaba, pelos 25 anos da Província e pelos 25 anos de Vida Religiosa Consagrada de Ir. Zélia da Conceição Dias

que, na presença de seus familiares, religiosas, leigos e sacerdotes de nossas comunidades, renovou sua Consagração Religiosa, com o firme propósito de continuar servindo a Deus e aos irmãos na Vida Religiosa a que foi chamada. Ir. Sônia Angélica Lima Oliveira Promotora Vocacional da Província


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especial

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Campanha da Fraternidade 2015 Celebrando os cinquenta anos da finalização do Concílio Vaticano II (CVII), realizado de 1962 a 1965, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe uma Campanha da Fraternidade (CF) bem dentro do espírito conciliar. Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), a CF/2015 buscará recordar a vocação e missão de todo cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade. A grande inspiração para a CF/2015 vem de um documento importantíssimo que trata do diálogo e das relações da Igreja com o mundo moderno: a Constituição Pastoral do CVII, Gaudium et Spes (GS). Seu conteúdo expressa que a Igreja se volte, com novo olhar para o mundo e busque estabelecer com ele uma relação nova e fecunda. Por isso, apresentamos uma visão geral

dessa Constituição Pastoral. Gaudium et Spes – visão geral A GS, documento elaborado no decorrer de todo o período conciliar e aprovado na última Sessão solene do CVII, expressa bem a nova mentalidade eclesial como esforço da Igreja para dialogar com o mundo moderno, como novo eixo pastoral. Várias dimensões foram assumidas neste diálogo: o ser humano, com sua dignidade; a comunidade humana; a atividade humana no mundo; a função da Igreja no mundo presente; matrimônio e família; o mundo da cultura; a vida econômico-social; a comunidade política; a construção da paz e a promoção da comunidade dos povos, tratando da eliminação da guerra e da construção da comunidade internacional. Partindo de novo paradigma existencial, o diálogo na GS apresenta-se como instrumento para despertar a dignidade humana, em

MATERIAL DA CF/2015 O texto-base da CF/2015 reflete a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de conduta, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”. Segundo o Secretário-Geral da CNBB D. Leonardo Steiner, esta Campanha “será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”. O cartaz da CF 2015 retrata o Papa Francisco lavando os pés na Quinta-feira Santa de 2014. O lava-pés é expressão de amor capaz de levar a pessoa a entregar sua vida pelo outro. Ao entregar-se à morte de cruz e ressuscitar, Jesus leva em plenitude o ‘Eu vim para servir’ (cf. Mc 10,45). A Igreja participa das alegrias e tristezas do povo brasileiro. Ao servir, ela participa da constru-

vista da comunhão e do respeito à diversidade, expressando a catolicidade da Igreja em comunhão com os diversos segmentos. A Igreja assume a realidade do ser humano inserido na história: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (GS, 1). Gaudium et Spes – principais temas Partindo da leitura dos sinais dos tempos, o mundo é considerado como “teatro da história da humanidade”. E é neste teatro que são encenados os grandes paradoxos da condição do ser humano atual entre esperanças e temores. Foi constatado que o movimento da história avançou

ção de uma sociedade justa, fraterna, solidária e de paz, edificando o Reinado de Deus. O hino faz uma reflexão sobre a Igreja em missão para servir seu povo, e é indicado especialmente para ser cantado nas missas, nos momentos de encontro, debates, seminários, palestras e estudos sobre a temática em questão. Ele foi escolhido por meio de concurso e aprovado pelos bispos do Conselho Episcopal Pastoral. A letra do Hino traduz bem, à luz dos documentos, que cenário de Igreja Jesus Cristo pede de nós neste tempo atual: “Quero uma Igreja solidária, servidora e missionária, que anuncia e sabe ouvir, a lutar por dignidade, por justiça e igualdade, pois ‘eu vim para servir’”. Há vários subsídios que ajudam o Povo de Deus a aprofundar esta temática: via-sacra, encontros com jovens, encontros com catequizandos, vídeos etc. Há, também, material que ajuda a preparar a grande coleta, que acontecerá em todas as comunidades no Domingo de Ramos, como gesto concreto desta campanha. Padre Geraldo Maia

tão rápido que o destino da humanidade se tornou um só, superando a divisão entre histórias independentes. Daí surge nova e imensa problemática exigindo novas análises e novas sínteses. Trata-se da passagem “de uma concepção predominantemente estática da ordem das coisas para outra, preferentemente dinâmica e evolutiva [...]”. São apresentadas mudanças constatadas na ordem social; transformações psicológicas, morais e religiosas; desequilíbrios pessoais familiares e sociais. O objeto preciso da GS não se refere a um elenco de fenomenologias ou de sociologia do mundo moderno, nem mesmo à demonstração do destino sobrenatural do ser humano, considerado em si mesmo. Trata-se de criar as condições que permitam o pleno desenvolvimento do ser humano. É o dever de se construir a cidade terrestre que procede diretamente das exigências da consciência

cristã. “Servir seus irmãos e salvar sua alma não são duas coisas que se opõem, mas uma só e mesma coisa. O cristão pode, então, redescobrir a unidade de sua vocação, a unidade de seu ser, a unidade de sua pessoa”. Concluindo As grandes linhas teológicas da GS podem ser elencadas como sendo substancialmente três. A primeira é o ser humano como protagonista, numa visão completa e realisticamente otimista. A segunda é a teologia das realidades terrenas, considerando o mundo em seu atual estágio de desenvolvimento, e a história humana que tem Jesus Cristo como seu centro e seu fim, sendo que Deus a modela, servindo-se da Igreja e da sociedade civil. Por fim, a terceira é a teologia das ações temporais, englobando o mundo do trabalho e a ação social. Padre Geraldo Maia


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O tempo da Quaresma “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela Penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (Sacrossanctum Concilium, n.109).

A celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja, não tinha um período de preparação. Limitava-se a um jejum realizado nos dois dias anteriores. A comunidade cristã vivia tão intensamente o empenho cristão, até o testemunho do martírio, que não sentia a necessidade de um período de tempo para renovar a conversão já acontecida com o batismo. Ela prolongava, porém, a alegria da celebração pascal por cinquenta dias (Pentecostes). Após a Paz de Constantino, quando a tensão diminuiu no empenho da vida cristã, começou-se a perceber a necessidade de um período de tempo para admoestar os fiéis sobre uma maior coerência com o batismo. Nascem, assim, as prescrições sobre um período de preparação para a Páscoa. Somente a partir do fim do século IV, a estrutura da Quaresma é aquela dos “quarentas dias”, considerados à luz do simbolismo bíblico. Celebrar a Quaresma é, portanto, reconhecer a presença de Deus na vida e na história de seu povo. Como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida, terra da promessa onde corre leite e mel. Como Jesus, que passou quarenta dias de retiro no deserto antes de anunciar a vinda do Reino e subiu a Jerusalém para cumprir a missão que

o Pai lhe confiou: dar sua vida e ser glorificado. Durante os quarenta dias, os Cristãos católicos se unem intimamente aos sofrimentos e à morte do Divino Salvador, a fim de ressuscitarem com Ele para uma vida nova, nas grandes solenidades pascais. Nos primeiros tempos do Cristianismo, esta ideia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por toda a liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No Sábado Santo mergulhava-os nas fontes batismais, de onde saíam para uma vida nova, como o Cristo, do túmulo. Por sua vez, os fiéis, gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas (Quarta-feira de Cinzas) para acharem uma vida nova em Jesus Cristo. Convém reparar nestes dois elementos para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados. O Papa São Leão Magno, no século V, dirigiu-se ao povo, explicando a liturgia da Quaresma: “Sem dúvida, diz ele, os Cristãos nunca deveriam perder de vista estes grandes Mistérios... porém, esta virtude é de poucos. É preciso, contudo, que os Cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu esse tempo propício de quarenta dias, a fim de que nossas almas se pudessem purificar e, por meio de boas obras e jejuns, expiassem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam, porém, os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações não se desapegassem do pecado”. Lendo estas palavras, parece-nos assistir à abertura de um retiro. Com efeito, a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristã, sob a direção mater-

nal e segundo o método da Santa Igreja. Este retiro culminará com a confissão e comunhão de todos seus filhos, associados, assim, realmente à Ressurreição do Divino Mestre e ressurgindo, por sua vez, para uma vida nova. As práticas exteriores que devem configurar-nos a Cristo e unir-nos a seus sofrimentos são o jejum, a oração e a esmola. O jejum é prescrito pela santa Igreja a todos os fiéis, depois de 21 anos completos até atingirem os 60 anos. Seria um engano não reconhecer a utilidade desta prática penitencial corporal. Seria menosprezar o exemplo do próprio Cristo e pecar contra o ensinamento da Igreja. Um dos prefácios da Quaresma nos descreve os efeitos salutares do jejum, e aqueles que, por motivos justos, são dele dispensados não o estarão do jejum espiritual, isto é, de se privarem de festas, cinemas, recreações, entretenimentos, meios de comunicação, etc. Assim como a palavra jejum abrange todas as mortificações corporais, da mesma maneira compreende a palavra Oração todos os exercícios de piedade feitos neste tempo, com um recolhimento particular, como sejam: a participação na santa Missa, a Comunhão frequente, a leitura de bons livros, a meditação especialmente da Paixão de Jesus Cristo, a Via Sacra, encontros, retiros e pregações quaresmais. A esmola compreende as obras de misericórdia para com o próximo. Já no Antigo Testamento está dito: “Mais vale a oração acompanhada do jejum e da esmola do que amontoar tesouros” (Tob. 12, 8). Praticando essas obras, se preparavam antigamente os catecúmenos para o æBatismo que iam receber no Sábado Santo, enquanto os penitentes públicos se submetiam a elas com espírito de dor

e arrependimento de coração. Convém, entretanto, evitar que nossa piedade seja exercida por compaixão sentimental ou tristeza exagerada. Sim, é um combate, uma morte terrível que vamos contemplar, mas é, também e sobretudo, uma vitória, um triunfo. Em verdade assistiremos a uma luta gigantesca do homem novo; ouviremos seus gemidos, seguiremos seus passos sangrentos, contaremos todos seus ossos; mas isso é apenas um episódio de sua vida; o desenlace é um grito de vitória, um canto de triunfo. A cor do tempo quaresmal é

roxa. Omite-se completamente o Aleluia, e o Glória só se canta nas festas dos Santos. Os altares são despojados de seus enfeites. No Domingo Laetare, pode-se usar o róseo, ornar o Altar com flores e utilizar instrumentos musicais para sustentar o canto. O tempo quaresmal se estende até a tarde da Quinta-feira Santa. Com a Missa da Ceia do Senhor, tem início o Tríduo Pascal. (cf.: Diretório da Liturgia 2015 – CNBB, pág. 62). Padre Ricardo Alexandre Fidelis Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

A participação da Igreja na promoção da justiça social

A Igreja compreende a participação na vida social como um empenho voluntário e generoso da pessoa nas questões sociais. A participação na vida comunitária não é somente uma das maiores aspirações do cidadão, mas também uma das pilastras de todos os ordenamentos democráticos, além de ser uma das maiores garantias de permanência da democracia. É necessário que todos os cristãos e demais cidadãos tomem parte, cada qual segundo

o lugar que ocupa e o papel que desempenha, na promoção do bem comum. Este é um dever essencial à dignidade da pessoa humana. O respeito pela pessoa humana é uma obrigação que vem da condição de ser filho e filha de Deus. Esses direitos são anteriores à sociedade e devem ser cultivados. Eles estão na base de qualquer autoridade: quando a autoridade política os despreza ou se recusa a reconhecê-los na sua lei pública,

uma sociedade atenta contra a sua própria força moral. O serviço prestado pela Igreja à vida compreende a proteção ao ser humano, especialmente aos mais fragilizados, e aos seus direitos, universais e inalienáveis, como expresso na doutrina social. No Brasil, alguns direitos básicos ainda carecem de avanços para serem disponibilizados a toda a população e, sem eles, não se verificam as condições indispensáveis para a pessoa chegar à plenitude da vida.

A fé cristã deve incidir em todas as dimensões da vida e não só no âmbito privado. Ela deve chegar à expressão política, que apresenta entre suas finalidades principais a promoção do bem comum e da justiça social. O próprio Concílio Vaticano II afirma que a fé obriga os fiéis a cumprirem seus “deveres terrenos” e a colaborar, com “boa vontade” e “competência”, nos mais variados campos da vida social. O Papa Francisco chama todos os batizados a uma conversão

missionária. O mandato missionário recebido de Jesus Cristo (cf. Mt 28,19-20) pede uma Igreja em saída para testemunhar a alegria do Evangelho, da vida em Jesus Cristo. Diz o Papa: “Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro”; e ainda: “Mais do que temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção”. (Excertos do Texto-Base da CF 2015)


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pastorais e movimentos

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Arquidiocese beneficia Hospital do Câncer com R$ 97 mil

O arcebispo dom Paulo Mendes Peixoto repassou à gerência do Hospital Dr. Hélio Angotti, em meados de dezembro de 2014, cheque no valor de R$ 97.309,18 (noventa e sete mil trezentos e nove reais e dezoito centavos) referentes à Campanha “Dia de Salvar Vidas”, realizada em 23 de novembro último. A coleta foi feita nas 60 paróquias, incluindo matrizes e capelas, nas 20 cidades que integram a área de abrangência da Arquidiocese de Uberaba.

Padres mudam de paróquias Desde 03 de janeiro de 2015, padre Ricardo Luiz é o novo pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento. A provisão é para um período de seis anos. Já padre Fabiano Roberto assumiu, em 18 de janeiro último, a Paróquia de São Geraldo Majela, no Alfredo Freire. Após alguns anos como administrador paroquial na antiga Adoração, esta é a primeira paróquia do sacerdote cantor. A outra novidade é padre Gilberto Araújo. O ecônomo da Cúria Metropolitana, a partir de 1º de fevereiro, responde pela Comunidade de São João Batista, no bairro Deolinda Freire. Em breve, a comunidade poderá ser elevada à condição de Quase Paróquia. Da Redação

A gerente de Relacionamento Corporativo do Hospital Dr. Hélio Angotti Geise Degraf Terra agradeceu a doação e elogiou a liderança de dom Paulo Mendes Peixoto que, num curto espaço de tempo, conseguiu significativo envolvimento dos padres e fiéis na campanha “Dia de Salvar Vidas”. Ela afirmou que os R$ 97 mil serão utilizados, exclusivamente, para a compra de medicamentos. Dom Paulo Mendes Peixoto entende que o valor alcançado é significativo, mas pode melhorar.

Apesar de terem definido o quarto domingo de novembro para repetir anualmente a campanha, o arcebispo entende que em outra data, no começo do mês e distante das campanhas das Missões e de Evangelização, a arrecadação será ainda melhor. O arcebispo aproveitou para agradecer as doações generosas dos católicos, ressaltando que a ajuda ao irmão necessitado é um gesto de amor ao próximo que devemos exercitar sempre. Rubério Santos

Diácono Renato assume presidência do CMAS Em meados de novembro de 2014 o diácono Renato Afonso Vinhal assumiu a presidência do Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS. O seu mandato vai até o final de 2015. O Conselho Municipal de Assistência Social, explica o diácono Renato, é um órgão superior e tem poder normativo, consultivo, deliberativo e fiscalizador da Política de Assistência Social, vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. É a instância local de formulação de estratégias e de controle da execução da política de assistência social, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Como destaca Renato, o conselho atua também na formulação e controle da execução da política de Assistência Social; delibera sobre o planejamento local de assistência social resultando no Plano Municipal de Assistência Social; fiscaliza o Fundo Municipal de Assistência Social; propõe medidas para o aperfeiçoamento da organização e funcionamento dos serviços prestados na área; acompanha e avalia os serviços prestados, a nível local, na área da assistência social; além de fiscalizar os órgãos públicos e privados com-

ponentes do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Segundo o diácono a meta é fazer uma gestão compartilhada com os representantes das instituições afins. O representante da Igreja Católica, agora presidente do CMAS, é também dirigente da Casa da Acolhida São Pio X, antiga Toca de Assis. Da Redação

Mestre em Direito Canônico No final de 2014, padre Alessandro Bobinton, atualmente pároco de Santa Edwiges, em Uberaba, tornou-se Mestre em Direito Canônico pelo Instituto de Direito Canônico de São Paulo. Ao todo, foram cinco anos de curso no Instituto, até então agregado à Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Com a aprovação da dissertação de mestrado com o tema “Simulação do Consentimento Matrimonial”, o sacerdote recebeu o título de Mestre em Direito Canônico, com reconhecimento pontifício. Para padre Alessandro, a importância de pessoas formadas na área do Direito Canônico é muito grande. “Como mestre nessa área, o principal trabalho será junto aos Tribunais Eclesiásticos, mas não só. Também nos trabalhos de administração junto às cúrias diocesanas, na forma-

ção e no magistério, lecionando não só o Direito Canônico, assim como todas as disciplinas a ele conexas,” destaca o padre, complementando estar apto também a prestar assessoria canônica às dioceses, bispos e clérigos, bem como aos fiéis leigos, além de poder advogar para as partes, em processos eclesiásticos. Na dimensão pastoral, também a ajuda do canonista é vasta, pois toda a vida sacramental e pastoral da Igreja é orientada por leis canônicas. De maneira particular em Uberaba, padre Bobinton disse que se coloca à disposição do senhor arcebispo para servir a Igreja. Atualmente, ele atua no Tribunal Eclesiástico como Auditor e como Juiz. Também é professor no Instituto de Teologia São José. Com a conclusão do curso, o sacerdote afirma que tem vários projetos, sendo alguns na área

formativa do povo de Deus. Ele cita, por exemplo, a proposta de desenvolver na Arquidiocese um curso de formação canônica voltado aos secretários e secretárias paroquiais. “Percebo que esta é uma grande lacuna. Noções canônicas relativas a cada sacramento, como instruir canonicamente um processo de habilitação matrimonial na paróquia, noções de arquivos e livros paroquiais etc. Tudo isso será englobado no curso. Para este projeto já tenho o aval do senhor arcebispo, faltando apenas os

encaminhamentos práticos por parte da administração da Cúria,” relata padre Alessandro. Questionado se pretende ampliar os estudos nesta área, o sacerdote ressalta que, como atualmente faz pós-graduação em Direito de Família, o doutorado em Direito Canônico é um projeto para mais adiante. Padre Alessandro Bobinton formou-se em Direito Civil em 2008, pela Uniube, estando inscrito na OAB desde essa data. Rubério Santos


evangelização e religiosos

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DoencontrocomoCristoaoCompromissocomaMissão A nossa Igreja Arquidiocesana vivencia, desde 2013, essa realidade missionária a partir dos indicativos do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral. E, no desejo de estar neste encontro pessoal com o Cristo, convida todas as dimensões eclesiais arquidiocesanas ao compromisso com a missionariedade. Durante o quadriênio do nosso Plano de Pastoral, estamos buscando executá-lo a partir das Urgências apresentadas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, contemplando-as a partir das atenções preferenciais da nossa Igreja Particular, levando a nossa Arquidiocese a um maior comprometimento com o Reino de Deus. No ano de 2013, a urgência

focada foi “Igreja em estado permanente de missão e comunidade de comunidades”, com atenção preferencial para a “juventude”, por ocasião do Ano da Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial. Então, as prioridades que conduziram as perspectivas de ação pastoral foram o fortalecimento do COMIDI e implantação dos COMIPAS, e o fortalecimento do Setor Juventude e sua dinamização paroquial. Apesar dos desafios, procuramos contemplar as perspectivas de ação apresentadas, mas algumas precisaram ser postergadas. Além de dar continuidade à execução das perspectivas de ação do ano anterior, em 2014 buscou-se dar maior atenção à Dimensão Catequética, uma

vez que a Urgência trabalhada seria “Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã”. Foi realizado um trabalho intensificado no que diz respeito às prioridades, particularmente a formação dos agentes de pastoral. Para que realmente tenhamos uma igreja missionária, é necessário que o processo catequético sofra uma verdadeira reestruturação, e isso se tornou também uma prioridade para o Ano Pastoral. Acompanhamos de perto o desempenho da Comissão Bíblico-Catequética, juntamente com a Escola Bíblico-Catequética, para tornar essa reformulação visível, levando à nossa Igreja Particular a necessidade de renovar a catequese, a partir de uma inspiração catecumenal.

Pelo 12º Plano Pastoral, no quadriênio mencionado, ainda temos duas etapas nestes próximos anos, com trabalhos pastorais visando dinamizar a nossa Igreja Arquidiocesana neste encontro com o Cristo através de um compromisso com a missão. Neste ano de 2015 temos em vista algumas ações que já estão sendo programadas, mediante a formação bíblica e cristã, utilizandose dos meios de comunicação disponíveis para que muitos fiéis possam ser alcançados. E, no próximo ano – 2016, ano da Família –, seremos convidados, como Igreja, a nos tornar mais servidores, gerando vida para todos – vida em plenitude. Para 2015, como Urgência Pastoral somos impelidos

a buscar a “Igreja: Lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Para que isto aconteça, dar-se-á uma atenção preferencial à comunicação, meio eficaz para que a Palavra de Deus possa ser expandida e acolhida por muitos. Será necessário enfocar os momentos formativos a partir da Palavra de Deus, em todas as instâncias eclesiais, utilizando-se dos diversos recursos existentes – de forma especial os meios de comunicação existentes nas paróquias, arquidiocese, e também na sociedade. Para dinamizar as perspectivas de ação de 2015, alguns caminhos foram sugeridos, os quais contemplarão tanto a urgência quanto a atenção preferencial, a partir de suas prioridades.

São cinco as perspectivas de ação propostas para 2015: 1

Favorecer a atualização bíblica para o clero nos encontros de estudo e atualização teológica:

ao longo do ano, o clero arquidiocesano terá momentos próprios para a formação na dimensão intelectual. A formação que acontecerá em 05 e 06 de maio terá como tema central a “Atualização Bíblica”. Sabemos que, durante a formação para o sacerdócio, existem diversas disciplinas sobre as Sagradas Escrituras, mas sempre somos chamados a nos atualizar, pois nunca devemos nos considerar totalmente conhecedores desta grande biblioteca que é a própria Bíblia;

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Incentivar o conhecimento e a prática da Leitura Orante da Bíblia:

a Igreja tem solicitado continuamente que a Palavra de Deus possa ser conhecida não apenas por intermédio de formação por conteúdos expositivos, mas também pela prática da Leitura Orante, oportunidade em que conhecemos mais a Palavra de Deus, e permitimos que ela penetre o interior humano. Assim, em todas as nossas Regiões Pastorais serão realizados exercícios para a Prática da Leitura Orante da Palavra de Deus, possibilitando a participação de fiéis das paróquias

em suas respectivas regiões, nas oficinas que serão ministradas por pessoas experientes nesta área, o que também poderá ocorrer no âmbito das paróquias que desejarem. Na atualização em maio, os padres também seremos convidados a vivenciar esta experiência.

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Criar e/ou fortalecer as Escolas da Fé ou Escolas Bíblicas Paroquiais:

sabemos que em muitas de nossas paróquias já têm essas escolas implantadas. Em 2015, buscaremos oportunizar a criação de novas escolas e fortalecer as já existentes, sendo que uma comissão arquidiocesana será criada para viabilizar tal projeto. A Comissão e a Escola Bíblico-Catequética são ferramentas essenciais para que este trabalho se realize, lembrando que a comissão bíblico-catequética, nas formações realizadas em âmbito de Região Pastoral, apresentará temas ligados às Sagradas Escrituras, que serão ministrados nas regiões.

a reflexão nas casas, grupos, etc. Neste ano, o Caderno Popular dará especial atenção à reflexão sobre a Palavra de Deus. Sabemos que esse material – por meio dos Grupos de Reflexão – é uma ferramenta de grande importância para as famílias, porque possibilita, em linguagem acessível, os conhecimento de assuntos diversos de nossa Igreja arquidiocesana, do Brasil e do Mundo. Necessitamos de uma valorização, pelos párocos e coordenadores, dos Grupos de Reflexão, a fim de que a Palavra de Deus possa ser mais conhecida e praticada pelos nossos fiéis.

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Modernizar e profissionalizar o Sistema de Comunicação Arquidiocesano e Paroquial, utilizando melhor os recursos disponíveis (Rádio, Jornal, Internet, TV) para auxiliar no anúncio e Direcionar os no conhecimento da Grupos de Reflexão Palavra de Deus: para o aprofundamento na Palavra de Deus, por meio é de conhecimento de todos que nossa Arquidiocese dispõe de meios pródo Caderno Popular: prios de comunicação. Há cerca de

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anualmente, são apresentadas duas edições às comunidades/setores, para

dois anos o Jornal Metropolitano circula mensalmente, disponibilizando espaço para formação e comunicação

em todos os âmbitos da nossa Igreja. O Site, ainda em processo de construção, permite que conheçamos tudo o que diz respeito à nossa Arquidiocese, sua criação, história dos Bispos e Arcebispos, endereços do clero e pastorais, artigos e notícias dos acontecimentos arquidiocesanos e paroquiais. A Rádio Metropolitana disponibiliza, diariamente, mensagens de formação e tantos trabalhos desenvolvidos na Arquidiocese, com transmissão da Santa Missa às 7h, e que passou a ser disponibilizada na internet para que alcance longas distâncias. Além dessas entidades arquidiocesanas, muitas paróquias também dispõem de jornais e informativos, sites próprios e rádios. A equipe arquidiocesana para Comunicação, em trabalho conjunto com a Pastoral Arquidiocesana, está desenvolvendo um trabalho de levantamento das paróquias que já dispõem de algum destes meios, a fim de colaborar para a criação de novas ferramentas de comunicação onde elas ainda não existam. Que neste ano de 2015 sejamos capazes de fazer acontecer em nossa realidade arquidiocesana e paroquial as propostas apresentadas nestas perspectivas de ação, pois só teremos uma igreja renovada se todos se comprometerem na sua execução. Pe. José Edilson da Silva Coordenador Arquidiocesano de Pastoral


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formação

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Sacramento do Matrimônio: que sejam felizes para sempre! Começou com uma troca de olhares, algo chamou a atenção naquela pessoa; seu jeito, seu olhar, seu sorriso... De repente, uma palavra bonita, uma brincadeira, um abraço, um beijo, e a vontade imensa de estarem juntos, de se verem novamente, de buscarem juntos a felicidade. E assim, renunciaram a alguns aspectos da vida, mas ganharam outros, e decidiram casar. Quem se casa não perde: ganha presença, cuidados, carinho, filhos, companhia, apoio, ternura. Mas é claro que também terá seus momentos de tensão, crises, conflitos, renúncias, em nome de um enorme amor. Assim, Deus lança o seu olhar sobre aquele casal que decidiu começar uma nova vida, uma vida pautada no amor, no conhecimento e na vivência fraterna. E, por meio do sacramento do Matrimônio, consagra e abençoa o novo casal. O sacramento torna-se um sinal eficaz constituído por Deus como sinal do amor entre Cristo e a Igreja. A relação entre Cristo e Igreja comunica o amor incondicional que deve haver na vida dos casados, amor que leva a dar a vida pelo outro, assim como Cristo deu a vida para salvar a sua Igreja. “Ó Deus, santificastes

misteriosamente a união conjugal, desde o princípio, a fim de prefigurar no vínculo nupcial o mistério do Cristo e da Igreja” (Rito do Matrimônio).

Mas como surgiu esse sacramento? Nos primeiros tempos da tradição greco-romana (séculos VII-V a.C.), o matrimônio tinha como fundamento o fogo sagrado do lar. Havia na casa um lugar especial onde brilhava constantemente o fogo sacro; entendia-se que na casa onde ele não ardesse não havia a presença das divindades. Esse fogo era o centro da liturgia familiar. Ali recitavam as preces, e a família estava unida se no lar ardesse o fogo sagrado. A responsabilidade de manter as chamas acesas era do pai de família, ele era uma espécie de sacerdote dessa liturgia doméstica, e transmitia seu ofício por geração ao filho mais velho. Portanto a procriação era consequência, não a finalidade do matrimônio; devia-se procriar para garantir que o fogo sagrado ficasse aceso. Mas o casamento cristão vai buscar suas origens no rito judaico, que tem algumas peculiaridades. Antes do rito os noivos cumprem algumas obrigações: na véspera

do casamento, os noivos costumam jejuar para fazer penitência ao começar uma nova etapa importante em sua vida; no sábado anterior ao casamento, o noivo faz uma das leituras bíblicas na sinagoga; se for orfã, a noiva deve visitar o cemitério dias antes do casamento; no Marrocos, na véspera do casamento os noivos comem pescado, como símbolo de fertilidade; é costume jogar sobre os esposos trigo, arroz, nozes e bombons. Depois do rito do matrimônio, geralmente realizado na sinagoga, são recitadas bênçãos nupciais durante os sete dias seguintes à celebração. Para os cristão dos primeiros séculos, o matrimônio é “coisa

terrena com alma cristã”, o que indica um ato litúrgico. “Como não se alegrar com a felicidade desse matrimônio? A Igreja o une, a oblação o confirma, a bênção o sela, os anjos anunciam, o Pai o santifica”, afirma Tertuliano. Assim ele tece um elogio ao matrimônio cristão, diante dos matrimônios mistos. E, assim, o sacramento do matrimônio foi evoluindo e chegou aos nossos dias como sinal de amor e bênção, e não meramente um ato social. Por esse sacramento, o casal busca forças para construir a sua família, mantendo acesa a chama do amor, que nunca deve ser apagada – mesmo com os erros e as dificuldades, porque não há

casamento perfeito; existe um casal que consegue um casamento quase perfeito. Um casal chega a isso quando praticamente tudo entre os dois é harmonioso; um sabe o que machuca o outro e, por isso, evitam palavras, gestos ou atitudes que ferem o cônjuge. Os dois se esforçam para errar o mínimo possível, mas quando o erro acontece, por menor que seja, quem o cometeu sabe pedir perdão e quem foi vítima sabe perdoar. Tudo leva ao diálogo. Não há artificialismo, não há fingimento, não há faz-de-conta. Seu amor é tão claro que tudo o que ajuda o amor a crescer torna-se lógico e natural. Padre Saulo Emílio

Estudos Bíblicos

Carta de São Paulo aos Romanos A Carta de São Paulo aos Romanos pode ser dividida de diferentes modos quanto à estrutura, de acordo com a ótica como ela é abordada, seja na temática pastoral, missionária ou teológica. Aqui propomos uma divisão no aspecto mais hermenêutico, considerando as apresentações sobre o perfil que Paulo dá a si mesmo. 1) Rm 1-11 - A salvação se dá em Jesus Cristo. A teologia central de Paulo revela que a salvação acontece por iniciativa de Deus, que nos envia Jesus Cristo, e não pelos méritos humanos. Esta parte da carta pode ser redividida: I – Rm 1,18-5,11: Paulo se apresenta como um jurista. Nem gentios nem judeus se justificam, ou seja, a salvação não vem pela sabedoria nem pela Lei (Torah). A sabedoria meramente humana conduziu à ruína, à busca de poder, ao mal (Gênesis), conduzindo à angústia, ao peso do fardo (Êxodo e Levítico). Paulo diz: A salvação vem gratuita-

mente, é um dom de Deus (3, 21-5,11). II – Rm 5,12-6,23: Paulo se apresenta como um teólogo, mostrando que a humanidade é solidária com Adão no pecado e na morte (5,12-14), comungando da mesma natureza marcada pelo pecado, pela negação da vontade divina e, como consequência, a morte. Entretanto, no desejo de Deus pela salvação dos homens, a humanidade é solidária com Cristo, participando da morte de Jesus no batismo e com Ele ressuscitando (5,15-6,23). III – Rm 7,1-8,39: Paulo se apresenta como um psicólogo, apresentando que muitas experiências humanas são de angústia (Rm 7), de escravidão da Lei e dilaceramento interior, mas o homem é reunificado interiormente pelo Espírito Santo (Rm 8), que o torna filho de Deus. IV – Rm 9-11: Paulo se apresenta como um historiador. Paulo recorda a história de Deus

e Israel (9,1-11,36) mostrando que Deus amou sempre seu povo e que a eleição depende da misericórdia de Deus. Mas Paulo mostra o erro e a miséria de Israel por estar separado de Cristo, apresentando que, embora Deus jamais rejeite Israel, o amor de Deus é para todos que estiverem reintegrados em Cristo, na constituição de um novo Israel. A segunda parte da carta aos Romanos aborda a vida cristã (Rm 12,1-15,13), tanto em sua natureza como na prática da vivência cristã. V – A diversidade na comunidade: dons e desafios (12,121). Paulo aborda a nova liturgia, celebrada na própria vida do Cristo presente na comunidade, recordando o sacerdócio comum que todos os batizados possuem. Nesta dimensão, apresenta os sete dons da diversidade dentro da comunidade, dons que devem ser vividos como serviço: da Profecia (de acordo com a

fé), do Serviço (colocando em prática o amor ao próximo), do Ensino (atual catequese), do Aconselhamento (os bons conselhos e orientações de vida), da Partilha (os donativos feitos pela comunidade em favor dos necessitados), da Presidência da comunidade (uma liderança com zelo por amor a Jesus) e o dom da Prática da misericórdia (sempre manifestada com alegria). Paulo elabora praticamente um novo Decálogo para a construção da comunidade cristã (Rm 12, 9-21). Segundo Paulo, a comunidade deve viver dez dimensões: Amor fraterno – Zelo – Alegria – Paciência – Perseverança – Solidariedade – Hospitalidade – Amor aos inimigos – Partilha – Harmonia. VI – O cristão e o poder político (Rm 13,1-7). Paulo recorda a importância da consciência sobre o poder dentro da sociedade. Deve-se sempre recordar que o poder vem de Deus e que a auto-

ridade deve ser exercida como um instrumento de Deus, sempre a favor da vida. VII – A única dívida é o AMOR (Rm 13,8-15,13). Na penúltima parte da carta, Paulo recorda a grandeza do amor de Deus e a importância do amor entre os membros da comunidade. Não visto como ordem, mandamento, mas como característica principal da natureza cristã. Ser de Cristo é viver a dimensão do amor de Deus. VIII – Ministério de Paulo (Rm 15,14-16,27). A carta aos Romanos encerra, apresentando os projetos futuros de Paulo na missão e as recomendações finais à comunidade de Roma. Paulo mostra que a missão deve sempre continuar, assumindo o compromisso de levar o Evangelho a todos os povos. Na linha da missão, Paulo louva, agradece a Deus e se despede na confiança do Senhor. Padre Marcelo Lázaro


notícias da igreja

Jornal Metropolitano - Uberaba, fevereiro de 2015

38º Encontro de Folias de Reis em Romaria Estima-se que mais de 15 mil pessoas tenham participado, no último dia 11 de janeiro de 2015, em Romaria – MG, do 38º Encontro de Folias de Reis promovido pelo Santuário de Nossa Senhora da Abadia. O evento estendeu-se das 7 às 18 horas, tendo reunido cerca de 60 companhias de Reis de cida-

des do Triângulo Mineiro, Goiás e São Paulo. As apresentações aconteceram em três momentos: passagem pelos arcos, no palco principal e dentro do santuário, aos pés da Virgem Santíssima. A exemplo de anos anteriores, foi possível constatar o nível das companhias, tanto no que se refe-

re à melodia como nos arranjos. A cada ano é visível também o crescimento do número de mulheres integrando os grupos de folia. Outro destaque ficou por conta do almoço. Como sempre, farto e apetitoso. Da Redação

Comunidade do Olinda celebra Santos Reis Centenas de fiéis participaram de missa campal ao lado da capela do bairro Olinda, em 06 de janeiro, no encerramento dos festejos em louvor aos santos Reis em Uberaba. A celebração foi presidida por monsenhor Paulo Porta, apontando que também nós devemos seguir a luz que guiou os três reis magos. O pároco ressaltou o fortalecimento da comunidade e

os projetos de melhoria das instalações do prédio e, quem sabe, futuramente, a construção de uma nova igreja em área cedida pela Prefeitura Municipal. Ao final da missa, foi feita a coleta e queima dos pedidos dos devotos. Por fim, ao som da Folia do Placa, realizou-se a tradicional cerimônia de passagem das coroas, oportunidade em que fo-

ram conhecidos os festeiros que representarão os santos Gaspar, Baltazar e Belchior nas celebrações de 2016. Ao todo, foram quatro dias de festejos com missas à noite e quatro celebrações (às 7, 11, 15 e 19 horas), no dia dos Três Reis Santos. Da Redação

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Fevereiro 02 – Reunião dos Coordenadores de Regiões Pastorais – 9h Reunião do Conselho de Presbíteros – 14h Início das aulas no Instituto de Teologia São José 03 – Reunião Geral do Clero – 8h30 – Centro Pastoral 06-08 – Visita Pastoral – Paróquia São Pedro – Conceição das Alagoas Encontro Regional dos Diáconos Permanentes – Leste 2 – Montes Claros-MG Retiro Espiritual das Leigas Consagradas Assembleia Estadual da RCC – Belo Horizonte 07 – Reunião da Comissão dos Direitos Humanos – 9h Reunião Pastoral da Educação – Centro Pastoral – 14h 09-12 – Encontro dos Coordenadores Diocesanos de Pastoral – Regional Leste II - Uberaba 10 – Reunião do Conselho Arquidiocesano do EJC – Paróquia Santa Bárbara – 20h30 13 – Reunião do Conselho de Formadores – Centro Pastoral – 9h 14-17 – Retiro de Carnaval - Carnavirada 18 – QUARTA-FEIRA DE CINZAS – Abertura da CF-2015 19 – Reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Uberaba – Uberlândia-MG 21 – Reunião Região Pastoral Romaria – Santa Juliana – 9h Formação para Equipes Dirigentes do EJC – Paróquia São Judas Tadeu – 15h30 Conclusão do Curso de EJA – Pastoral da Educação – CESUBE – 14h 21-22 – Experiência de Oração Arquidiocesana da RCC – Centro de Pastoral 22 – Formação Catequética – Região Prata Formação para Equipes Dirigentes de 1ª, 2ª e 3ª Etapas do ECC em Araxá 23 – Reunião do INBRAC – São Paulo 24 – Reunião da Pastoral Vocacional – Centro Pastoral – 20h Reunião Região Pastoral N. Sra. Abadia – Santa Bárbara – 19h30 25 – Aniversário Natalício e Episcopal de Dom Paulo Peixoto – Arcebispo Metropolitano 26/02 – 01/03 – Reunião do GREBICAT – Brasília-DF 28 – Pós-Carnavirada Avaliação do Curso de EJA – Pastoral da Educação – CESUBE – 14h 28-29 – Escola de Fé e Política Mons. Juvenal Arduini – Centro Pastoral 28/02-01/03 – Encontro Nacional de Pregadores da RCC

Ato pede abertura de processo para beatificação de Zilda Arns

A moedinha da viúva (Lc 21,1-4)

Nem sempre o cofre das esmolas estará devidamente preenchido. Mas os corações das pessoas de boa vontade devem ser generosos. Com a viúva do Evangelho, isto aconteceu. Em nossa Paróquia, nestes dois últimos anos, tomamos a resolução de continuar com as festas tradicionais, mas fizemos algumas inovações. O aspecto religioso, sendo central. Nem poderia ser diferente. A face social, tendo o relevo que merece. Acrescentamos o lado caritativo. O resultado financeiro tem sua destinação específica. Não vai entrar no caixa da Paróquia. É “transformado” em fraldas geriátricas e infantis e entregue a instituições sérias da cidade, para serem doadas às pessoas carentes. Nestes dois anos, foram arrecadados R$

65.618,40 e adquiridas 64.007 fraldas, entregues ao S.O.S. (Serviço de Obras Sociais), Recanto dos Idosos, Santa Casa de Misericórdia, Casa Ebenezer, Casa Lar.

Esta é a moeda da viúva que quer fazer alguma diferença. Paróquia Salesiana São Domingos de Gusmão de Araxá Padre Duile de Assis Castro

Fiéis de todo o Brasil se reuniram em 10 de janeiro último, na Arena da Baixada, em Curitiba, em ato que marcou o início do encaminhamento do processo de beatificação da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, que morreu em 2010, após um terremoto no Haiti, onde prestava serviços humanitários. Durante o ato, foi feita a entrega à Arquidiocese de Curitiba de uma moção que solicita o pedido de abertura do processo de

beatificação da médica. O documento conta com mais de 130 mil assinaturas. Zilda nasceu em Santa Catarina, estudou medicina na Universidade Federal do Paraná, especializou-se em pediatria, saúde pública e sanitarismo. “Começaremos agora a coletar os testemunhos, que são imensos, casos de salvação de vidas e também todos os ensinamentos e práticas da doutora Zilda”, disse dom Aldo Pagotto, presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança. Da Redação


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paróquias

Jornal Metropolitano - Uberaba, fevereiro de 2015

MADRE CECÍLIA VASCONCELOS, OSB Maria Zélia de Vasconcelos nasceu no dia 27/11/1920 em Agrestina/PE, e estudou no internato no Colégio das Damas Cristãs, em Recife, onde se formou em Contabilidade. Aos 22 anos, passou em primeiro lugar em Concurso da Caixa Econômica Federal, fazendo carreira, tornando-se Gerente. Frequentava o Mosteiro Beneditino de Olinda, e certo dia deslumbrou-se com a beleza das celebrações litúrgicas, passando a desejar ser monja. Transferida para o Rio de Janeiro, continuou freqüentando o Mosteiro Beneditino, e logo solicitou sua entrada no Mosteiro de São Paulo. Foi aconselhada a esperar mais um pouco, e soube da fundação de um Mosteiro em Uberaba, sendo a segunda a candidatar-se – as fundadoras dinamarquesas do Mosteiro chegaram em Uberaba em 13/05/1948. Em 1950, chegou Maria Zélia, em companhia de seu pai, e durante 02 anos residiu no antigo prédio do Externato Cristo Rei, residência provisória das monjas. Em 10/04/1951, adotando a alcunha de Irmã Cecília Vasconcelos, recebeu o hábito beneditino, na companhia de Irmã Maria, e, em 14/04/1952, fez votos de estabilidade, conversão dos costumes e obediência – estabilidade é prometer que sempre vai morar no mesmo Mosteiro; por isso, Irmã Cecília sempre viveu no Mosteiro da Rua Visconde do Rio Branco. Em 14/03/1983, foi eleita abadessa do Mosteiro Nossa Senhora da Glória, e recebeu a bênção abacial em 24/04/1983, permanecendo no cargo até 02/12/1991. Madre Cecília faleceu em 06/04/2010, aos 89 anos. Carlos Pedroso, historiador Depoimento sobre a vida monástica Na Igreja Católica há freiras de vida ativa dedicando-se a orfanatos, asilos, hospitais ou escolas. As monjas beneditinas, em vida monástica, só se ocupam de Deus, na solidão e no silêncio de uma vida simples e escondida de contínua oração e intensa penitência pela intercessão em prol da Igreja e do mundo. As monjas do Mosteiro Nossa Senhora da Glória levantam-se às 4h40 e ficam em recolhimento e oração até às 9h, momento em que iniciam suas atividades ocupacionais. Vivem do próprio trabalho de ateliê, hospedarias, horta, cerâmica, prestação de vários serviços e obra social. Por ocasião de seu aniversário de 80 anos, Madre Cecília revelou o seu entusiasmo pela vida monástica: Costumo dizer que uma jovem pode perceber se tem vocação para a vida monástica se seriamente se entusiasmar pelo desejo de viver uma vida de contínua vigilância para, com lealdade e equilíbrio, conseguir a maturidade humana, sempre se reeducando na capacidade de adaptação a uma dócil e simpática convivência em comunidade. As virtudes indispensáveis a toda jovem

vocacionada para a vida religiosa são: otimismo, alegria e inteligente senso de crítica. Mesmo que tenha tais virtudes em grau mínimo, assim mesmo a jovem pode fazer experiência de vida monástica, pois o Espírito Santo, como bom Educador de almas, vai ensinando aos poucos. No mundo moderno da técnica e da informática, não há contradição alguma em uma jovem escolher a vida monástica, porque o desejo de sempre se colocar, em primeiro lugar, o plano de Deus e os valores espirituais da vida cristã, é uma verdadeira bênção. O silêncio, a vida disciplinada e a vida de oração fazem muito bem não só ao espírito, mas são umas ótimas terapias também para a saúde física. Não me pesa o voto de obediência, pois o voto é feito a Deus. São Bento repetia que “a obediência prestada à pessoa da superiora é endereçada a Deus.” Sempre para uma religiosa pode haver crises de obediência, mas todo dia, em coerência ao que se prometeu, deve ser atualizado aquele “sim” dado no dia da profissão religiosa. O voto de pobreza é o despojamento total e livre de todo e qualquer bem material. A monja

nada possui de próprio. Tudo é comum. Tudo da comunidade. A monja não pode dar ou receber presentes sem licença. Presta conta de tudo que lhe for entregue e contenta-se com um teor de vida simples, na alimentação e nas vestes. Pelo voto de pobreza, nada se pede porque, de quem está à frente da comunidade, a consagrada espera receber tudo o que precisa. Vivendo assim, toda monja vive imitando a vida de Cristo que se fez pobre por Amor. Nos meus 80 anos não quero perder a oportunidade de afirmar que sou uma monja muitíssimo feliz. Agradeço muito a Deus pela graça de vocação religiosa. Sinto toda alegria do mundo ao me ver consagrada a Deus e em contínuo crescimento humano, comunitário, moral e espiritual.


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