Jornal
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Ano 6 - 35ª Edição - junho/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba
Pastoral Social ganha novo impulso em Uberaba
Rainha da Paz Com o surgimento dos novos loteamentos, os missionários católicos avançam levando a Palavra de Deus e criam novas comunida-
Assessor da Cac vai até as paróquias
Um trabalho árduo, porém de bons resultados, está sendo feito por intermédio das visitas da Coordenação Arquidiocesana de Catequese às paróquias. O encontro, que cobra compromisso com a missão, envolve catequistas e catequizandos. Página 09
des. Uma delas é a Comunidade Rainha da Paz, que vai atender a duas mil famílias do Copacabana e Girassóis. Página 05
Terço dos Homens
Gripe Suína Diante do crescente número de casos de gripe H1N1 no Triângulo, o arcebispo Dom Paulo Peixoto publicou nota suspendendo temporariamente o abraço da paz nas celebrações eucarísticas na Arquidiocese. A ação é preventiva. Página 03
São Dimas em Monjolinho
Não é de hoje que os trabalhos sociais da Igreja Católica contribuem para o fortalecimento da sociedade brasileira. Já há algum tempo, a Pastoral Social foi criada visando dinamizar esta ação, sobretudo encontrar caminhos para que as famílias excluídas de nossas comunidades possam ter uma vida mais digna. Em Uberaba, desde o ano passado, a Pastoral Social tem experimentado novo momento em sua caminhada arquidiocesana. Prova disso é o envolvimento de várias paróquias e a sociedade civil para a realização da 5ª Semana Social Brasileira. De 25 a 27 de junho, na UFTM, o evento vai debater Estado “para que e para quem?”. Páginas 02 e 07
JMJ: últimos preparativos A Arquidiocese de Uberaba estima que cerca de 400 jovens da região irão à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, no
próximo mês. Os últimos preparativos já estão sendo agilizados, com os corações carregados de emoção. Página 11
Como já acontece há vários anos, a festa de São Dimas – “o bom ladrão” –, em Monjolinho, reuniu milhares de fiéis. A tradicional cavalgada também despertou a atenção dos devotos. Página 04
Corpus Christi e a Eucaristia Formação
Nesta edição, temos o início de duas séries especiais, dedicadas à formação dos católicos. Enquanto o Arcebispo Emérito Dom Aloísio Roque Oppermann aborda, em dois capítulos, os cinquenta anos do Concílio Vaticano II, Padre Saulo Emílio começa um estudo dedicado à Liturgia. Página 10
Já há muito tempo terço não é mais coisa de mulher. Em nossa Arquidiocese, é cada vez mais frequente o surgimento de grupos de homens presentes na oração do Terço, como na Paróquia Nossa Senhora das Graças. Página 09
Auscultando
Neste mês, o Arcebispo Emérito Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, 93 anos, lançou seu 22º livro, intitulado
“Auscultando o Coração” - trabalho que é uma verdadeira joia, fruto do lado humanista do autor. Página 11 No final de maio, a Igreja Católica celebrou a festa de Corpus Christi, neste ano, com a volta dos tapetes de serragem. O grande Mistério
Criação da Diocese de Uberaba
Em 2013, a Igreja comemora os 106 anos da criação da Diocese de Uberaba. Tudo começou com a chegada de Dom Eduardo.Confira no Espaço Memória. Página 12
Eucarístico, em que pão e vinho são transformados em Corpo e Sangue de Cristo, é um dos enfoques especiais desta edição. Página 06
Novo salão da matriz do Prata. O novo salão paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na cidade do Prata, ficou belíssimo. Conforto e bom gosto chamam atenção na nova obra. Página 04.
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artigos
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Editorial
Pastoral Social
Welder Castro P. Andrade
Dom Paulo Mendes Peixoto
Caros Leitores, Após entregar a vocês a primeira nova edição do Jornal Metropolitano, temos a satisfação de apresentarlhes a continuidade deste projeto de evangelização que, neste mês, marca o ingresso do povo cristão católico no tempo comum de nosso calendário litúrgico, tempo em que pudemos contemplar as festividades de Corpus Christi. A comunidade de nossa Arquidiocese rendeu grandiosa festa em louvor a Jesus Sacramentado no dia 30 do passado mês, nas dependências do ginásio do Colégio Marista Diocesano. A solenidade foi também oportunidade para que os Ministros Extraordinários da Eucaristia renovassem seu “sim” à missão grandiosa que assumem. A Igreja Santa, então, nos exorta a comprometer-nos com Jesus Cristo vivo na Eucaristia. Nessa festa, Sua presença terna nos convida mais uma vez a nos integrarmos a Seu projeto, colocando também nossas mãos a Seu serviço em favor da comunidade. E é por isso que damos especial atenção, nesta edição, às Pastorais Sociais de nossa Arquidiocese que, mergulhadas no serviço aos pobres e excluídos, promovem a missão que Cristo nos confiou como Igreja: a caridade ao levar ao “menor” o pão que é Vida e Alimento. É assim, em clima jubiloso, que entregamos a você, leitor, esta edição. Convidamos a todos para que continuemos a celebrar a presença do Deus vivo na Eucaristia, ao tempo em que repensamos nosso compromisso com Aquele que nos pede, além de joelhos para rezar, mãos para socorrer nossos irmãos! Boa leitura.
A Pastoral Social é empenho da Igreja para ajudar na solução de questões sociais na vida das comunidades. As Pastorais Sociais se voltam para atitudes concretas das pessoas em diferentes grupos ou facetas da exclusão social. Estas Pastorais Sociais são articuladas pela Pastoral Social em ações no campo sociopolítico. O foco principal da Pastoral Social é fazer com que todas as pastorais ligadas à ação social cumpram seu papel na defesa da população. Aí entram as questões relacionadas à saúde, habitação, trabalho, educação e qualidade de vida, seguindo o querer de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e em abundância” (Jo 10,10). Em todos os tempos convivemos com situações de marginalização. São pessoas anônimas com rostos que têm a predileção do amor de Deus. A Igreja procura ir ao encontro dessas pessoas, usando seus instrumentos de ação social, para recuperar a dignidade perdida em meio a uma cultura capitalista e excludente. Além de ir ao encontro dos excluídos, a Pastoral Social deve provocar transformação na sociedade. Assim estará contribuindo, à luz da Palavra de Deus, para a mudança dos corações insensíveis para com os mais fracos. Poderá também surgir daí uma nova maneira de ser. É por aí que passa a construção do Reino de Deus. Muitas atividades podem ser provocadas pela Pastoral Social,
Expediente
motivando as Pastorais Sociais em situações específicas, como no mundo do trabalho, na realidade das ruas, no campo da mobilidade humana, nos presídios, na situação de marginalização da mulher, dos trabalhadores rurais, dos pescadores, e assim por diante. Algumas condições devem estar presentes na Pastoral Social. Entre elas citamos a fé e o compromisso social, a oração e a ação, a religião e a prática de cada dia, a ética e a política. Não podemos ficar apenas na prática da oração sem ação social e política, fundamentais na vida dos cristãos. Por isto estamos preparando a 5ª Semana Social Brasileira, com o objetivo de motivar a ação das Pastorais Sociais na vida de nossas comunidades cristãs.
A democracia da fé
Jornalista Rubério Santos O Ano da Fé, lançado pelo papa emérito Bento XVI, continua sendo celebrado no mundo inteiro. Atividades paroquiais, encontros, debates e tantas outras ações procuram levar cristãos ao exercício pleno da fé. O que é mesmo a fé? Você tem fé? Teria já alcançado graças através deste dom sublime ou foi Deus, Pai misericordioso, que o atendeu, apesar da displicência de seu pedido? Na missa, melhor dizendo, no momento maior do rito eucarístico, quando o sacerdote ergue o pão e diz “comei, este é Meu Corpo”, todo cristão que se preze afirma: “Meu Senhor e Meu Deus, eu creio, mas aumenta a minha fé! Será que a fé pode ser medida, quanto maior a graça, maior a fé ou será que o certo seria dizer: “dê-me o dom da fé”? Mesmo
Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Miryam Pereira / 8819-5636 – e-mail: miryamgap@gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares
porque, parece ilógico medir a fé, pesá-la; se tem ou não se tem. Entretanto, a realidade não é bem assim; podemos, como sugere Bento XVI, exercitar a fé. Uma espécie de motivação, um despertar da fé. E para tanto, precisamos debater o assunto, ler mais e acreditar na força do Espírito Santo em nós. Lemos tantos livros de autoajuda e deixamos de lado o guia da salvação, a Sagrada Escritura, onde estão os maiores testemunhos da fé. Quando quero informação sobre doenças, leio um bom livro de medicina; sobre futebol, uma revista conceituada em esportes, e assim deveria ser com a fé. Para exercitá-la, para conhecer mais sobre ela o correto é ler a Bíblia, uma espécie de “enciclopédia da fé”. Pois é, sabemos de tudo isso, porém pesquisas demonstram que nós, católicos, pouco
Fonte Inesgotável de Sucesso Dom Aloísio Roque Oppermann scj É um prazer misturado com fadiga. O ser humano tem capacidade de pôr a natureza a seu serviço. E de uma maneira criativa e pouco repetitiva. As formigas são seres admiráveis pela sua laboriosidade e pela sua extraordinária organização, mas não são capazes de trabalhar com outro método, diverso daquele que já usavam há dois milhões de anos. O homem quer colocar toda a natureza a seu favor. Por isso, trabalha a cana para dela extrair o álcool e o insuperável açúcar de nossas mesas. Seus métodos de trabalho podem mudar, modernizar e simplificar. Tudo para alcançar melhores resultados, com menos esforço. “Do trabalho de tuas mãos comerás, tranquilo e feliz” (128, 2). O resultado do trabalho causa prazer aos humanos. É a alegria de sentir-se útil. Vendo o sucesso de seu trabalho, o homem e a mulher se sentem realizados e têm a sensação do futuro em suas mãos. Todavia, o trabalho não só causa satisfação, como também deixa um travo amargo de fadiga. É a convicção de que nada se recebe de graça. O progresso só vem com esforço. “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gen 3, 9). Para contornar o cansaço e se alimentar só de sobremesa, muitos homens, mais do que nos tempos passados, se apropriam do fruto do trabalho dos outros. O número de roubos, de assaltos e de mortes por causa de dinhei-
lemos a Bíblia. Estudá-la, então, é coisa para “carolas”, gente que tem tempo sobrando. Não é nosso caso: o tempo urge, a inflação não para e a vida segue no correcorre. Até... até que a doença nos surpreende e o leito de um hospital nos faz parar. Alguns ficam totalmente imóveis. Nesta hora, com a partida já nos acréscimos, nos lembramos de Deus. "Senhor, salve minha filha". "Senhor, cure-me e prometo que doravante serei outro, um cristão de verdade". Apesar da misericórdia divina, em alguns casos já é tarde demais. Mesmo porque fé não se consegue com um estalar de dedos. Afinal, é preciso vivenciá-la, o que ocorre na ajuda ao irmão, no temor a Deus, na oração e no sofrimento. Portanto, irmão, preparese para quando esses momentos chegarem. Exercite a fé que há dentro de você, deixe-a aflorar,
ro é coisa nunca vista. Nem nos tempos de decadência moral dos grandes impérios, nem na época em que as estradas estavam cheias de bandoleiros, nem nos tempos inseguros das guerras e revoluções se encontra paralelo com o que acontece hoje. Os que hoje querem ganhar a vida na moleza, sem trabalhar, e exigem somas valiosas, acresce a todas as suas injustiças o fato de serem cruéis, sem sentimentos para com seu semelhante. Isso de arrastar alguém, ainda vivo, amarrado num automóvel; de pôr fogo numa pobre vítima por não ter dinheiro; de torturar com requintes de sadismo é cena corriqueira. É tudo falta de fé e de temor reverencial para com Deus. E vêm ainda certos luminares de nosso governo pregar contra o crucifixo em salas de aula e querer ensinar à juventude um sexo seguro e sem responsabilidade. É intolerável. Quanto mais religião, melhor para todos. Só Cristo revela aos homens a beleza da humanidade. Para sermos plenamente humanos, olhemos o Salvador.
não tenha vergonha de amar a Deus sobre todas as coisas e tenha fé. Ela não é um tiro no escuro e talvez seja uma das práticas mais democráticas deste mundo. Negro ou branco, rico ou pobre, bonito ou feio, sábio ou rude, qualquer um pode vivenciá-la com mais ou menos intensidade. O que você está esperando?! Aleluia!
arquidiocese
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Leitorato e Acolitato A Arquidiocese de Uberaba, no último dia 06, acolheu os seminaristas Douglas Araújo e Ronan Belo Júnior, como novos leitores e acólitos. Os ministérios foram concedidos pelas mãos de nosso arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto. Estavam também presentes: Dom Celso, com os noviços dominicanos, padres formadores de nossa arquidiocese, seminaristas, amigos e familiares, além de uma porção expressiva do povo de Deus. A Celebração Eucarística, pela qual os seminaristas foram instituídos nos Ministérios Litúrgicos, aconteceu na Paróquia do Santíssimo Sacramento. Os ministérios são fundamentais para o serviço da Santa
Igreja de Deus e, como nos apresenta o Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo 2039, “os ministérios devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor”. Desta forma, os candidatos às Ordens Sagradas preparam-se para, no futuro, exercerem com maior dignidade o serviço da Palavra e do Altar. Às vésperas da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Arquidiocese de Uberaba, nossa Igreja Particular viveu um momento de oração e gratidão a Deus por todas as vocações sacerdotais - momento este de intensa unidade arquidiocesana.
Arquidiocese suspende abraço da paz como prevenção à gripe suína Rubério Santos O arcebispo dom Paulo Mendes Peixoto está orientando o clero de Uberaba para que suspenda provisoriamente o abraço da paz nas celebrações eucarísticas e demais eventos da Igreja, como prevenção à gripe suína. A decisão foi tomada durante missa na quinta-feira, dia 06 de junho, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, após o arcebispo tomar conhecimento da terceira morte por gripe H1N1 na cidade. Dom Paulo pede ao clero que seja suspenso, temporariamente, o tradicional abra-
ço da paz. Ele orienta também para que a hóstia seja colocada na mão e não na boca do fiel. E complementa que, nesse período, seja evitado o Pai Nosso de mãos dadas. De acordo com o arcebispo, todas estas medidas são de caráter provisório, de forma a prevenir as pessoas contra a gripe suína. “Entendo que todos precisam colaborar no sentido de acabar com a doença em Uberaba e a medida mais urgente é tomar os devidos cuidados de higiene. Estamos fazendo nossa parte,” ressaltou dom Paulo, tranquilizando os cristãos.
Atualização Teológica
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Agenda
junho 19
Aniversário natalício de Dom Roque
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Reunião de Professores do Instituto Teológico São José – às 14h
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Término das atividades da ESTELAU
Padre José Edilson da Silva A Arquidiocese de Uberaba, nos dias 12 e 13 de junho, no Centro Pastoral João Paulo II, realizou sua Atualização Teológica, destinada ao presbitério da Arquidiocese e também aos religiosos, diáconos permanentes, seminaristas e leigos das diversas pastorais e serviços da Igreja Particular de Uberaba e de nossas paróquias. O tema abordado nessa atualização foi a Revitalização das Paróquias, apresentado pelo Padre Manoel Godoy, Mestre em Teologia Pastoral e professor na PUC-MG. Para entrar propriamente no assunto proposto, o conferencista fez uma abordagem histórica da Igreja desde o Concílio de Trento (1545-1563), passando pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) até nossos dias. A primeira inquietação apresentada foi a de que, frente ao pluralismo religioso e diante de duas eclesiologias marcantes que foram os dois últimos concílios, “passados 50 anos do último, percebe-se, mesmo em terras latino-americanas, que Trento continua com sua força. Mesmo de maneira diferente, o Vaticano II ainda não foi totalmente implementado”. Após apresentar o panorama histórico da Igreja de Trento até nossos dias, o conferencista apresentou a preocupação atual da Igreja do Brasil, trazendo uma reflexão sobre o Documento de Estudos da CNBB, nº 104: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, destacando suas principais ideias e contribuições. Como última reflexão, visando a uma verdadeira revitalização paroquial, foram apresentadas 10
pistas pastorais, tendo como iluminação o Documento de Aparecida (2007) e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), como motivações para articulação de nossas comunidades paroquiais neste novo modelo eclesial. São elas:
1ª pista: Insistir na prática de uma Igreja de comunhão-participação; 2ª pista: Favorecer o surgimento de novas comunidades; 3ª pista: Atender às demandas que emergem da subjetividade, a partir de Jesus Cristo; 4ª pista: Avançar na construção de uma Igreja inculturada; 5ª pista: Prosseguir na missão de profetismo social da Igreja; 6ª pista: Recuperar as raízes espirituais e místicas do cristianismo; 7ª pista: Investir na formação sistemática e de qualidade do laicato; 8ª pista: Promover uma nova Pastoral com os olhos voltados para a cidade; 9ª pista: Dar atenção especial à dimensão ecumênica e ao diálogo inter-religioso; 10ª pista: Buscar a conversão pastoral e renovação missionária das comunidades. Com estes caminhos, é hora de pensarmos a vida de nossas comunidades eclesiais e favorecermos uma verdadeira revitalização das mesmas. Isto só acontecerá quando, de fato, abraçarmos a causa e nos tornarmos instrumentos de Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido. Coloquemonos todos a serviço do Reino e da revitalização de nossas comunidades paroquiais.
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Visita Pastoral na Paróquia de São Judas - Uberaba 3º Módulo da Escola Catequética
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Aniversário sacerdotal de Dom Roque Confraternização dos Diáconos Permanentes e famílias
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SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO (Coleta do Óbolo de São Pedro)
julho 02
Encontro de Secretárias das Paróquias – às 9horas
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Formação de Catequistas – Região Sacramento
16 a 20
Semana Missionária para a JMJ
23 a 28
JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
16 a 20 de julho
Semana Missionária Missa de abertura na Catedral, Vigília na Adoração, Missa de envio em São Benedito, Momento Jovem no Santuário da Abadia e Noite Cultural na praça da Concha Acústica. Participação de 20 jovens da França. Juventude participe!
Posse de padre Aloizio
Aos 27 dias do mês de maio de 2013, a Comunidade da Área Pastoral Nossa Senhora da Conceição Aparecida acolheu seu novo administrador Padre Aloizio José Nunes de Azevedo Junior, que foi empossado pelo coordenador da Região Araxá, Marino Molina. A coordenadora de catequese da Área Pastoral dirigiu, no final da celebração, algumas palavras, acolhendo o novo administrador, mostrando que o povo está aberto ao trabalho pastoral e ansioso pela criação da nova Paróquia. Padre Aloizio, em suas palavras iniciais, ressaltou que toda a comunidade, juntamente com o padre, deve estar como os servos nas bodas de Caná, preparados para obedecer ao Senhor Jesus e deixar que Ele transforme nossa vida e missão. Disse também que na Igreja somos todos servos, e como servos devemos testemunhar com nossa vida em Comunidade a Ressurreição de Jesus e a Vinda do Espírito Santo sobre nós.
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paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Comunidade do Monjolinho celebra com Dom Paulo visita Pedrinópolis Louvor e Devoção a festa de São Dimas Nos dias 31 de maio, 1º e 2 de junho, a Comunidade de Nossa Senhora do Rosário do Distrito de Monjolinho celebrou solenemente a tradicional festa em louvor a São Dimas. Seminarista Douglas Araújo São Dimas, como o Evangelho nos ensina, é o “bom ladrão” que se arrepende na cruz ao lado de Jesus e pede que o Senhor se lembre dele. “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino". Respondelhe Jesus: "Em verdade te digo que ainda hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23, 42-43). Pela tradição cristã, São Dimas é o protetor dos pobres agonizantes, sobretudo daqueles cuja conversão na última hora parece mais difícil. Entregam a São Dimas a proteção das casas e propriedades contra os ladrões. Invocam-no nas causas difíceis, sobretudo nos negócios financeiros, para a conversão e emenda dos bêbados, dos jogadores e ladrões. É protetor dos presos e das penitenciárias, dos carroceiros e condutores de veículos. Todas as noites as celebrações estavam repletas de fiéis do Dis-
trito de Monjolinho, das fazendas vizinhas, das cidades do Prata e Campina Verde, bem como de romeiros vindos até do estado de São Paulo. Também foi realizada a tradicional cavalgada com participação de mais de 200 cavaleiros, e todas as noites, no salão de festas, houve a quermesse e o forró. Nossa
gratidão aos festeiros Tony Robson, Sandra e todos seus familiares que não mediram esforços para a realização dessa bonita e piedosa festa de São Dimas.
Nos dias 24, 25 e 26 de maio, o arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto esteve na paróquia de São Sebastião e N. S. Aparecida, em Água Comprida, em visita pastoral. Na ocasião, Dom Paulo reuniu-se com lideranças, visitou órgãos públicos como a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores; esteve com alunos, professores e diretores das escolas do Município e do Estado, visitou
doentes, conheceu a área rural e a população flutuante que vive nos ranchos. O arcebispo conheceu também toda a estrutura da paróquia e pôde constatar as melhorias e as reformas que estão sendo feitas no interior da Igreja e no salão que abrigará a catequese. Para encerrar a visita, Dom Paulo celebrou a Eucaristia e conferiu o sacramento da Crisma a dez jovens da comu-
nidade. Para o Padre Rone Carlos, a visita de Dom Paulo foi um momento muito importante na vida pastoral da paróquia de Água Comprida, pois o povo teve oportunidade de conversar, tirar dúvidas, partilhar experiências e conhecer melhor nosso arcebispo. “Todos ficamos felizes com sua presença no meio de nós e esperamos colher bons frutos dessa visita.”
Arcebispo faz Visita Pastoral em Água Comprida
Entre os dias 07 e 09 de junho, foi realizada na Paróquia São Sebastião de Pedrinópolis a Visita Pastoral do Arcebispo Metropolitano de Uberaba Dom Paulo Mendes Peixoto. A Visita Pastoral é uma instrução canônica e tem como objetivo o reconhecimento do que está sendo realizado em termos de missão e evangelização. Também é uma oportunidade para que o pastor tome consciência da realidade onde estão inseridas as ovelhas de seu rebanho. Durante os dias de visita, foram realizados diversos encon-
tros com o poder público (executivo e legislativo), com empresários e agricultores, e também com as pastorais e movimentos paroquiais, sempre precedidos de orações e missas. Entre esses encontros, destacamos o encontro com os jovens e a recepção da Cruz Missionária e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude. No dia 09 de junho, após percorrer o trajeto proposto pela paróquia, Dom Paulo encerrou a visita com missa na Matriz de São Sebastião.
Antigo Salão Comunitário da Paróquia Nossa Senhora do Carmo será inaugurado e recebe nome de Salão de Eventos “Monsenhor Célio Pereira Lima” Miguel Soares
A iniciativa de utilizar o espaço na parte baixa da Igreja Nossa Senhora do Carmo foi do Monsenhor Célio. Com muita criatividade, soube fazer daquele espaço até então de pouca utilidade um cartão postal para nossa cidade e que servirá para eventos, festas, seminários, encontros, etc . O término do salão de festas da Paróquia Nossa Senhora do Carmo foi anunciado no dia 28 de maio de 2013, nas celebrações que aconteceram no domingo, quando os participantes da missa foram convidados a conhecer o novo salão de eventos. Só visitando o local para se ter uma dimensão da obra, que veio resolver uma antiga reivindicação da sociedade pratense em ter um local para grandes eventos. Tudo ficou perfeito, a começar pela entrada principal, visto que ganhou um novo visual, com arquitetura moderna, jardinagem, cativando todas as pessoas pela nova roupagem de um espaço antes sem utilidade, hoje totalmente revitalizado. E o principal: mais uma fonte de receitas para a paróquia. Adentrando as dependências, depara-se com amplo salão climatizado: cozinha, banheiros internos e externos, camarins e serviços. O nome proposto para o salão foi o do Monsenhor Célio, pela iniciativa, criatividade e também pelos relevantes serviços que vem prestando como evangelizador nesta cidade e pelo trabalho na ad-
ministração que envolve todo o patrimônio da paróquia. Como democrata, não aceitou; sugeriu, então, que fosse feita uma votação com os nomes do Cônego Ângelo Casagrande e o seu. A votação foi feita em escrutínio secreto. A apuração aconteceu no final da última celebração do domingo, na presença de membros do Conselho Administrativo e outros leigos, sendo o nome do Monsenhor Célio Pereira Lima, escolhido com mais de noventa por cento dos votos. Uma justa homenagem para quem teve a ideia, a criatividade, lembrando que já existem na cidade outras obras que levam o nome do Cônego Ângelo Casagrande. Parabenizamos Monsenhor Célio por seu dinamismo e trabalho, sua capacidade administrativa e gentileza de presentear a comunidade pratense com um grande investimento para palestras, encontros, seminários, festas de casamento, aniversários, encontros, etc . Prata precisava de uma obra dessa magnitude há muitos anos. Agora podemos dizer que temos uma excelente estrutura para abrigar centenas de pessoas para grandes eventos. Onde existe uma vontade, existe uma possibilidade; aquilo que no passado foi um sonho, hoje é uma realidade. Parabéns a Monsenhor Célio, ao Conselho Pastoral Paroquial e Administrativo, Pastorais, Grupos de Reflexão, sociedade pratense, comércio local. Parabéns pelo trabalho incansável dos festeiros de nossa comunidade, sem o qual não seria possível concluir essa importante obra de cunho social.
paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
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Comunidade batalha por templo dedicado a Nossa Senhora Rainha da Paz Paulo Ferreira Na Uberaba que construiu novos e distantes conjuntos habitacionais, nos últimos anos uma comunidade batalha, tenta reunir forças e apoio da sociedade para edificar o seu espaço de louvor a Nossa Senhora, como um monumento de promoção da paz – numa comunidade que, visivelmente, precisa de muita paz. Assim pode ser descrita a batalha de um grupo de moradores dos Bairros Pacaembu e Parque dos Girassóis, há anos tentando erguer ao menos um galpão – os primeiros passos para a construção da Igreja de Nossa Senhora Rainha da Paz. O bairro clama pela pre-
sença forte da Igreja. Há mais de 10 anos esperando, os fiéis contam há três meses com o apoio espiritual do Padre José Edilson da Silva, coordenador de pastoral da Arquidiocese e titular da Paróquia Cristo Bom Pastor. Segundo ele, a intenção da comunidade é começar — em breve — a edificação de um galpão metálico, com capacidade para abrigar de 150 a 200 pessoas. “Estamos aguardando para o mês de junho a ligação da água e da energia elétrica no local e, em seguida, começaremos o galpão, favorecendo a vida e a participação da comunidade, que já tem Grupo de Texto, Grupo de Reflexão e de
Obra da nova matriz de Santa Bárbara Rubério Santos Os paroquianos de Santa Bárbara, em Uberaba, estão construindo novo templo para a matriz. A obra é uma realidade graças ao apoio da comunidade. A capela de Santa Bárbara, entre os bairros Valim de Melo e Chica Ferreira, existe há mais de 20 anos. Em 2009 foi elevada à condição de paróquia e, com isto, em 2011, a comunidade deu início à construção do novo templo. Até agora foram feitos a fundação, o contrapiso e a alvenaria, que está em fase de respaldo. O paroquiano Wilson Valério acompanha a obra de perto e ajuda no que pode. Ele conclama a comunidade para que continue contribuindo com a construção. Com as paredes sendo levantadas, padre Fábio Meira Santos diz que as atenções se voltam agora para a terceira etapa da obra, que inclui estrutura metálica e telhas. “Para o telhado, é bem provável que faremos novos carnês,” diz ele. Com metade da obra concluída, já é possível vislumbrar a futura matriz de Santa Bárbara. Ao todo, são 500 m² de construção, contando a nave da igreja, capelas do
Santíssimo e do batismo, e a sacristia. Dona Vanice Camargo fala com orgulho da construção do novo templo: “É um sonho que a comunidade está transformando em realidade”, afirma a coordenadora do Grupo de Oração de Mães. A construção, confirma o pároco, é fruto da força da comunidade, que não mede esforços para realizar eventos e festas com a finalidade de angariar recursos. No entanto, como ainda há muitas obras pela frente, o sacerdote espera receber contribuições de devotos de Santa Bárbara espalhados por todo o Brasil. Se você quiser ajudar, pode depositar qualquer quantia na Conta Corrente nº 70190-4, agência 0015-9, Banco do Brasil, em nome da Arquidiocese de Uberaba.
Catequese”, salienta o sacerdote. Ao lado do padre, há moradores ansiosos pelo espaço, como a secretária da Paróquia Cristo Bom Pastor e moradora do Pacaembu, Maria Suelene de Medeiros. Em busca de recursos, a comunidade programou para 22 de junho sua 2º Festa Junina. “Nós temos muita fé em Deus que vamos conseguir o nosso galpão, porque hoje pagamos aluguel para as nossas celebrações. As missas são celebradas em salão alugado. Está difícil, mas estamos rezando e pedindo a Nossa Senhora”, manifesta Maria Suelene. Telefone de contato para doações: (34) 3314-1355.
Criação da Paróquia de Santa Edwiges Marsônio José Ferreira Sob as luzes de Deus, em 1998, no dia 16 de outubro foi lançada a pedra fundamental para a edificação da Capela do Divino Espírito Santo e Santa Edwiges. Tivemos na época a presença de nosso Arcebispo Dom Aloísio Roque Oppermann, do Arcebispo Emérito Dom Benedito de Ulhôa Vieira, autoridades locais deste Município e também o povo de Deus. A exemplo de Santa Edwiges, uma igreja humilde e cheia de vida numa comunidade carente nasce para o povo de Deus professar sua fé. A Capela foi criada dentro do território da Paróquia São Judas Tadeu, tendo como seu Pároco Padre José Lourenço da Silva Júnior. Seguiu-se um longo período de construção do templo sob a coordenação de Dona Alfa Maria Furtado, na liderança de campanhas para a edificação. Várias outras pessoas também ajudaram nessa caminhada. No início, as Celebrações Eucarísticas aconteciam aos sábados, e durante o ano foram realizadas duas festas: a Festa do Titular Espírito Santo, sempre às vésperas de Pentecostes, e a Festa da Padroeira, em 16 de outubro. Ao longo de sua caminhada, a Comunidade teve
em sua Administração a presença do Vigário Paroquial Padre Carlos Alexandre de Souza, que a levou a um amadurecimento em suas necessidades pastorais, em comunhão com a Paróquia São Judas Tadeu. Aumentaram as Celebrações Eucarísticas e também a presença dos fieis com um Sacerdote morando na Comunidade e presente na vida do povo. Com o amadurecimento da Comunidade, foi-se criando o desejo de sermos uma Paróquia independente, principalmente com o nascimento de dois blocos residenciais: Nenê Gomes e Tancredo Neves. A partir daí, apresentamos nossas aspirações ao Arcebispo Dom Aloísio Roque Opperman. Com a vinda de Padre Juliano Evangelista Nascimento como Pároco da Igreja São Judas, conseguimos ter nossos desejos atendidos. O novo Pároco da São Judas entendeu nossa necessidade e, junto com o novo Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, decidiu levar nossa reivindicação ao Conselho de Presbíteros, que a acolheu e aprovou, com unanimidade. Com a transferência do Padre Junior
para a cidade de Veríssimo/MG, o Padre João Dairton Fernandes Amaral foi designado Coordenador Comunitário, mas dessa função precisou se afastar por questões de saúde. Assumiu, então, a pedido de Dom Paulo Mendes Peixoto, Monsenhor Valmir Aparecido Ribeiro, para estruturar e preparar toda a Comunidade para seu novo status de Paróquia. Hoje, na condição de Quase Paróquia Santa Edwiges, estamos a passos largos num processo de estruturação pastoral para, então, recebermos o tão sonhado título de Paróquia de Santa Edwiges, na festa dedicada a essa santa em 16 de outubro de 2013: a igreja dos pobres e endividados.
Santuário da Medalha Milagrosa e Mosteiro Concepcionista – Um pouco da história...
Com grande empenho das Irmãs Concepcionistas Franciscanas, foi fundado em Uberaba/MG o Mosteiro da Imaculada Conceição, da Divina Providência e de São José, em 1949. Elas chegaram em Uberaba/MG no dia 21 de junho de 1949. No dia 26 de julho do mesmo ano, foi inaugurado o pequeno Mosteiro. A trasladação das Irmãs do Mosteiro, na Rua Gonçalves Dias para o Mosteiro na Rua Afonso Rato foi no dia 23 de maio de 1951 e para o Mosteiro atual (Rua da Medalha Milagrosa), no dia 07 de janeiro de 1961. Por meio da presença do Mosteiro Concepcionista em Uberaba, deuse início à propagação da devoção à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. A Novena Perpétua de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa teve início no dia 07 de maio de 1955 e logo começou a atrair grande número de pessoas. Na festa de 08 de dezembro de 1957, a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa foi coroada na Catedral como RAINHA DA DIOCESE DE UBERABA, pelo Exmo. Revmo. Bispo Dom Alexandre Gonçalves Amaral, Em 1957 foi lançada a pedra fundamental da Igreja Conventual, o Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. O Mosteiro atual foi inaugurado no dia 07/01/1961 e o Santuário em 26/11/1961, sendo sua ornamentação concluída em 08/08/1975. A Dedicação do Santuário ocorreu em 08 de Junho de 2002. Ao longo dos últimos três anos, o Santuário tem passado por uma ampla restauração em seu interior, marcando assim as comemorações dos 50 anos de inauguração. As obras estão sendo finalizadas, com grande satisfação por parte das Irmãs Concepcionistas e dos fiéis que formam a Comunidade do Santuário.
Abrindo o empoeirado Velho livro do passado Que nunca mais voltará Porque tudo é passageiro Só a crônica do Mosteiro No Arquivo ficará. Com profunda emoção Recordei a fundação Deste Mosteiro sagrado Que sofrera muitas vezes Contradições e reveses Sendo quase exterminado. A Divina Providência Velou por sua existência Nesta cidade bendita Reveses, lutas cessaram E nela se instalaram... ...Foi então que uma grande alma O bom Professor Djalma Teve uma inspiração De instalar solenemente Com caráter permanente Uma bela devoção. Fora, pois, iniciada Aos pés da Imaculada
Uma perpétua novena Que se tornou grandiosa E mesmo miraculosa Resolvendo os seus problemas. Foi a Virgem gloriosa Da Medalha Milagrosa Que estendeu as mãos benditas Amparou maternalmente E protegeu visivelmente As filhas Concepcionistas. As filhas da Imaculada Agradecem à Mãe Sagrada A oferta grandiosa Que sorrindo docemente Lhes dera então de presente A Medalha Milagrosa... ...Neste último Mosteiro Tiveram, então, o paradeiro As Monjas Concepcionistas Três vezes se transladaram. Agora, enfim, descansaram Graças à Virgem Bendita. Irmã Maria Antônia de Alencar, OIC
Reeleição Abacial no Mosteiro Concepcionista No dia 24 de março deste ano, Madre Maria dos Anjos do Santíssimo Sacramento foi reeleita Abadessa do Mosteiro Concepcionista por mais um triênio. O Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa está localizado no Mosteiro; portanto, está sob a administração da Madre Abadessa. Desejamos a Madre Maria dos Anjos que a graça divina a fortaleça e ilumine em sua missão junto às Irmãs Concepcionistas e conduza suas ações na administração do Santuário.
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especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Corpus Christi - O Corpo que se entrega Frei Helton Barbosa Damiani Mestre de noviços da Ordem dos Pregadores; vigário da Paróquia São Domingos Tantas vezes coisificado ou em linguagem filosófica, “reificado”, o corpo, dimensão humana de comunicação, é tratado como um objeto. Tipificado num aleatório bonito, feio, esbelto, obeso. Está o corpo tão em voga que é até mesmo cultuado nas tantas academias a proliferar pelas cidades. O fato imediato é que o corpo está sempre tão presente que vivemos um tempo de atenção centrada no corpo. E nesse caldo cultural hodierno, a própria Igreja evoca o corpo. Celebramos a grande solenidade de Corpus Christi. Uma solenidade do corpo. Qual corpo a Igreja evoca? Mesmo que falemos de um corpo determinado como de Cristo, isto define tudo? Eis a questão que precisamos aprofundar.
O desejo manifesto no corpo
A festa do Corpo e Sangue de Cristo ou, em seu título clássico, Corpus Christi, é a celebração da consequência mais direta do movimento da vinda de Deus à humanidade, que sai de Si, de sua vida intradivina ou intratrinitária, e vem morar conosco. Não obstante, cantemos na vigília pascal “ó pecado de Adão indispensável, pois o Cristo o dissolve em seu amor; ó culpa tão feliz que há merecido a graça de um tão grande Redentor”, estamos em “águas mais profundas”, como nos diz Jesus. Essa estrofe da Proclamação Pascal é a marca litúrgica de uma antiga discussão. Perguntava-se: se Adão não tivesse pecado, o Verbo se teria encarnado? Se para alguns a resposta é não, pois a encarnação do Verbo é estritamente para (a)pagar o pecado, há também quem divirja. Vozes discordantes captam o movimento profundo e contínuo da Sagrada Escritura que vê a expressão permanente de Deus que ama apaixonadamente o ser humano. E este amor faz emanar o desejo irrefreável de aproximar-se da humanidade, a fim de entregar-se a ela e redimi-la. Redimir é trazer de volta o ser humano incondicionalmente a Ele, ao próprio Deus. É o Deus apaixonado de Oseias, voltado a sua amada ou, podemos entendê-la de modo lato, a toda a humanidade sedenta do verdadeiro amor, a declamar: “eu mesmo a seduzirei, a conduzirei ao deserto e falarei a seu coração” (Os 2,16). E no mais intenso desejo uníssono promete: “Eu te desposarei a mim para sempre, eu te desposarei a mim na fidelidade e conhecerás a Iahweh” (Os 2, 22). Em razão de tantas passagens bíblicas – e não cabe aqui esgotá-las –, tornase especialmente forte o cântico presente
na Carta aos Efésios (Ef 1, 3 – 14), hino que canta o plano salvífico de nosso Deus Trino: o Pai a atrair-nos pelo “Amado”, o Filho, selando-nos pelo Espírito Santo desde a origem dos tempos. E assim dizer que Deus desejou realmente encarnar-se para tornar-se próximo de nós. E o teria feito, mesmo se pecado não houvesse, em razão do amor que provocava o desejo de experimentar a vida humana a fim de elevar a dignidade de sua criatura, fazendo-a participante da vida divina. E de fato o fez, deixará registrado para toda a posteridade a tradição patrística! O Filho toma a natureza humana, o corpo. E o Verbo passa a habitar entre nós (Jo 1,14). É o Deus Conosco, Emanuel (Mt 1,23). Deus doravante é visto na humanidade do homem, Jesus de Nazaré. E os profícuos e tremendos – concomitantemente simples e humanizadores – gestos de Jesus são gestos de Deus. Essa habitação de Deus nos foi preparada ao longo de toda nossa história humana, a fim de fazer de nossa história a história divina, história da salvação.
O corpo dimensão de comunicação
Exatamente por ser Deus, Amor, que deseja relacionar-se intensamente com o ser humano, a fim de fazer com que ele possa realmente desabrochar, como uma semente desabrocha na flor – flor da vida divina –, o Filho assumiu o corpo humano. Dizemos, Ele se fez carne ao fazer-se um de nós. No corpo e com o corpo, o Filho, Jesus, comunica o imperscrutável e inesgotável amor de Deus. Ele vive no meio de nós. Comunica a vida do Pai. Dá-nos a sabedoria do Espírito Santo. Toda a Palavra de Deus é agora sua vida, sua pessoa. Pois se dá na perfeita coerência de que amar é mais que o sentimento de gostar de alguém. Amar é atitude de entrega (agape, do grego). Amar é dar a própria vida. Jesus Cristo, o Filho de Deus, dá sua vida inteiramente, vivendo-a e ensinando-nos a viver em seu corpo histórico, bem como morrendo na cruz, a fim de que, numa entrega tão absoluta, pudesse unir-se àqueles que, em seu existir, passaram por situações de privação na vida pelas múltiplas formas de opressão. O corpo de Cristo, portanto, não é um simples corpo. É um corpo que expressa toda a corporeidade humana sedenta de realização. Corpos sedentos de vida – sem embargo, muito mais que a vida biológica (bios, do grego) manifesta em órgãos vitais funcionando –, vida que é cheia de sentido. Por conseguinte, vida que busca a verdadeira felicidade, capaz de ser encontrada somente no encontro do verdadeiro amor que está dentro de nós mesmos, pois é
Jovens de Uberaba prepararam os tapetes para a celebração deste ano. Os tapetes de rua são uma tradição e manifestação artística popular realizada por fiéis da Igreja Católica, confeccionados para a passagem da procissão de Corpus Christi. A tradição surgiu em Portugal e veio para o Brasil com os colonizadores. Os desenhos são variados, mas enfocam principalmente o tema da Eucaristia. Diversos materiais são utilizados, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia, flores, etc.
aquele amor que vem de Deus. E Deus se revela “mais íntimo a nós, que nós a nós mesmos”, nos ensinará Santo Agostinho. Esta é a vida humana de verdade, porque se trata da vida no modo humano de ser. Esta vida que reúne todas as dimensões de nosso ser, realizando-as ao máximo possível em nossa história (zoe, do grego, donde vem a palavra “zoológico”, como forma de vida própria). Tão frutuosa comunicação não poderia extinguir-se. E como quem sinceramente ama, não deseja partir, Jesus deixa seu memorial. O sacramento da eucaristia, em seu corpo e em seu sangue perpetua sua presença e respectiva comunicação de Deus a nós.
Eucaristia: memorial de Jesus
As fontes bíblicas da eucaristia são encontradas na tradição dos apóstolos registrada nos evangelhos “sobretudo nos chamados evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. Ali, esse depósito está preservado em dois aspectos: como memória da vida de Jesus culminada em sua paixão, morte e ressurreição e como um mandato de que preservemos aquilo que Jesus fez, a fim de nós o seguirmos em suas atitudes em nosso cotidiano. A vida de Cristo, como total entrega de amor e no amor, revela o supremo amor do Pai que permite a intransponível e repetida afirmação: “Deus é amor” (I Jo 4,8.16), que atinge seu clímax na paixão, morte e ressurreição. Essa totalidade vital foi celebrada na chamada última ceia quando, celebrando a páscoa judaica, Jesus se revelou definitivamente como o Messias, isto é, o Cristo. É esplendoroso notarmos que no momento em que se faz o brinde da esperança, visto que o Messias esperado naquela noite não foi anunciado, Jesus tomou o pão em suas mãos. E conforme a memória guardada, Jesus deu graças e disse: “isto é meu corpo”. Na ceia judaica, esse pão partido é como a sobremesa reservada. Trata-se de um pedaço de pão escondido (como a brincadeira conhecida como “biscoitinho queimado”). Era a maneira de entreter as crianças, a fim de que não dormissem e pudessem escutar as passagens fundamentais da memória da libertação da escravidão infligida no Egito pelo faraó. É nessa hora fundamental de renovação da máxima esperança de que o Messias estará presente no próximo ano, que Jesus disse: “é meu corpo”. E com o cálice – cujo brinde era feito com as palavras “até Jerusalém no ano que vem”, manifestação da esperança de que o Messias viria e a comunidade estaria com ele na Cidade Santa – foi dito: “este é o cálice de meu sangue”. Imediatamente, os olhos se abrem: Jesus é o Messias esperado e agora no meio de seus discípulos. Assim, o Cristo é mesmo o Jesus de Nazaré que estava e continua comendo e vivendo conosco – porém, aquele que seria, em breve, entregue. Morreria, pois seu corpo seria, como deveras foi, pregado na cruz, e seu sangue vertido, por não haver deixado sua missão. Jesus recusou voltar atrás; foi até o fim. Por isso exprimem João e a Oração Eucarística de número IV: “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Na cruz, a forte impressão do corpo todo chagado e marcado de sangue de tal maneira impressionou os discípulos, que este memorial da ceia e do calvário, sob a égide da Palavra de Jesus, o Cristo (“fazei isto em memória de mim”), jamais deixou de ser realizado (I Cor 11,25). Ele é mesmo o Cordeiro Pascal. O indelével memorial celebrado na última ceia e agora perpetuado em cada eucaristia celebrada, desde os tempos primevos, conforme o texto mais antigo presente na Primeira Carta aos Coríntios
Celebração reuniu milhares de fiéis. Mais de quatro mil pessoas participaram da celebração de Corpus Christi, em 30 de maio, no ginásio Marista de Uberaba, que foi presidida por Dom Paulo Mendes Peixoto e contou com a presença de Dom Fr. Celso Pereira de Almeida, OP (Bispo Emérito de Itumbiara/GO), e 30 sacerdotes da cidade. Na oportunidade, cerca de 600 ministros da Comunhão Eucarística renovaram seus compromissos perante Deus. No final, o clero realizou procissão sobre o tapete de serragem feito pelas comunidades, relembrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Dom Paulo encerrou, abençoando o povo de forma especial com o Santíssimo Sacramento exposto no ostensório. (Rubério Santos – Assessor de Imprensa) (I Cor 11, 17 – 34), nos lança nessa entrega de Jesus. Não somente porque está na base da ceia nos evangelhos, diretamente em Lucas (Lc 22,19-20), mas também por estar presente numa outra tradição, posterior certamente, em Marcos (Mc 14, 22 – 25) e Mateus (Mt 26, 26 – 29). Em suma, porque participar da eucaristia é inserir-se num contexto vital. A eucaristia nas comunidades primitivas era feita impreterivelmente em torno de uma ceia. Afinal, o alimento comum partilhado é uma das formas mais concretas de reafirmar a partilha de vida. Ninguém tem vida se não tem alimento. Não é sem razão que a oração que marca os discípulos de Jesus seja exatamente o Pai-nosso que Ele nos ensinou. Aprendemos a reconhecer Deus como nosso pai, o pai comum de todos nós, e de quem todos, consequentemente, somos filhos. E assim, o pão que o Pai dá deve ser igualmente partilhado. Incapaz de esgotar aqui todas as consequências, nossa participação no mistério eucarístico exaltado em Corpus Christi insere-nos diretamente na vida de Jesus e lança-nos na vida em comunidade com todas as responsabilidades políticas e sociais. Daí que a Eucaristia se tornou também missa, isto é, missão. Nesse seu entregar a vida, doravante sacramentada no pão e no vinho, Jesus fez da ceia pascal judaica a Ceia da Páscoa da Nova Vida.
Corpos entregues
Um cântico conhecido, mas de remota memória, advindo da popularização da oração composta por Santo Tomás de Aquino, em virtude da origem da Festa de Corpus Christi, a pedido do Papa Urbano IV, leva-nos a rezar: “no calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se esconde tua humanidade...” Por sua vez, conduz para percebermos que na unidade do mistério de Cristo toda a criação, começando pela humanidade, está unida indissoluvelmente com Deus. E da mesma forma que um alimento sorvido faz parte de nosso corpo, o corpo e o sangue de Jesus que tomamos impregnam nossa vida. Importante é, com absoluta abertura, deixarmos que esta graça seja efetiva em nós – talvez seja isto o que nos falta. E assim, não por virtude, mas por vício, vivemos uma sociedade aparentemente evangelizada, mas cujo corpo de Jesus ainda é encontrado profundamente chagado e ensanguentado naqueles que ainda não têm o pão para viver, bem como os demais bens básicos indispensáveis para uma vida minimamente saudável (saúde, escola, habitação, trabalho, lazer...).
A festa de Corpus Christi é, assim, a festa de todo o corpo. Não do corpo esteticamente exaltado, mas do corpo sofrido de tantos irmãos que pede redenção, bem como do corpo que, em virtude de sua dignidade própria, já está glorificado e respeitado em todas suas expressões capazes de revelar a entrega de amor e no amor. O corpo que foi divinizado por Jesus quando o Verbo se fez corpo. Coerentemente, ainda não celebramos a completa e absoluta realidade do sacramento do corpo e sangue do Senhor enquanto temos reações que desprezam o corpo presente no dia a dia – o nosso e daquele que, por força de oração, é nosso irmão. Esse corpo que se faz presente numa única história humana que é história divina de salvação, pois é no hoje que Deus deseja que promovamos a justiça, e que seja devolvido a cada um aquilo de que necessita. Por esse motivo, a justiça promove o encontro de almas cujo fruto é a paz (Sl 85,10). A evidência conscientizadora do corpo coloca o imperativo de corrigirmos as distorções socioeconômicas que segregam. Notemos como tem sido injustamente partilhada a riqueza mundial, a começar pelos próprios alimentos. Somente com o que desperdiçamos, aplacaríamos a fome mundial. E a iniquidade da queima dos estoques reguladores do governo – quantas bocas fora do mercado não poderiam ser alimentadas? Afinal, está sendo queimado o “pão nosso”. Podemos lembrar, ainda, os desequilíbrios que atrapalham a alma que ama a expressar seu amor no corpo através da vivência da sexualidade. Ora, não se valoriza o outro transformando-o num mero objeto de prazer. A sexualidade ficou tratada como algo inapropriado ao cristão, fonte de pecado. O corpo e sangue do Senhor nos fazem tomar consciência da expressão de Erich Fromm, que afirma que o sexo é a expressão mais íntima do amor entre duas pessoas. Enfim, que o Pai, pela graça do Espírito Santo que habita em nós, faça com que cada dia mais conformados ao Filho, Jesus Cristo, possamos segui-lo e fazê-lo presente no mundo, pelo muito que podemos, mesmo que no pouco que nos empenhamos. E assim, sermos capazes de, impulsionados pela força do Espírito de Jesus, empenharmos um pouco mais. Não nos esqueçamos de que Deus se revelou a nós fazendo-se corpo, dando-se a nós por meio da comunhão em seu corpo, a fim de que seu amor – que para nós é sempre terno “ nos faça eternos.
especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Pastoral Social Padre José Antônio Fontes (Pároco da Paróquia de N. Senhora do Rosário - Uberaba; assessor das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Uberaba)
Pastorais na Igreja
A palavra “pastoral” deriva de Cristo Pastor, modelo do saber cuidar (Jo 10, 10). Assim, pastoral é serviço, ação, conjunto de atividades pelas quais a Igreja realiza a sua missão evangelizadora. As Pastorais podem estar mais voltadas às necessidades “internas” da Igreja (ex.: Pastoral do Batismo, Pastoral Litúrgica) ou a desafios relacionados à vida do povo (ex.: Pastoral do Povo da Rua, Pastoral do Menor).
Identidade e missão das pastorais sociais
As Pastorais Sociais expressam a atenção, a sensibilidade da Igreja para com as questões reais de marginalização social. São ações voltadas concretamente para os diferentes grupos ou diferentes realidades de exclusão, a exemplo das pastorais Operária, Afro-brasileira, Carcerária, do Povo da Rua, dos Nômades, da Mulher Marginalizada, do Menor, da Saúde, dos Migrantes, da Terra, da Sobriedade, da Pessoa Idosa, da AIDS... Para cada face da exclusão, deve existir uma pastoral social específica. A fé cristã tem necessariamente uma dimensão social. Muitos textos bíblicos revelam esse aspecto. Exemplo: “Assim também a fé, se não tiver obras está morta” (Tg 2,17). Nessa mesma linha estão inúmeras passagens dos evangelhos: Mt 25, 31-46; Lc 4, 18-19; 10, 29-37; Jo 13, 34-35. Assim, pode-se afirmar que o compromisso sociopolítico não é apêndice, mas exigência da própria fé. As Pastorais Sociais devem pautar sua missão em quatro aspectos complementares e indissociáveis: 1) Sensibilidade: coração samaritano e ecumênico diante do sofrimento individual e/ou coletivo; 2) Solidariedade: ação efetiva, gestos concretos, apoio às lutas por melhores condições de vida (saúde, terra, moradia, trabalho, educação...); 3) Profetismo: postura crítica diante do sistema sociopolítico-econômico que concentra poder, saber e riqueza, e condena à exclusão social amplos setores da população; 4) Espiritualidade libertadora: compromisso com a transformação da sociedade, à luz do Projeto de Deus, que é vida e liberdade para todos. Portanto, a missão das Pastorais Sociais não se limita ao assistencialismo. Busca contribuir na superação das estruturas injustas, em vista da cidadania plena, e assim percorre o caminho da organização dos excluídos, das mobiliza-
ções sociais, do comprometimento político. Isso, consequentemente, implica risco – o assassinato de Irmã Dorothy é emblemático. Urge assumir esses conflitos como consequências inevitáveis do anúncio e construção do Reino (Mt 10,16a). Como se vê, as Pastorais Sociais ajudam a Igreja a cumprir sua missão de “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5,13-24), sendo pastora junto à humanidade, colocando-se na dinâmica do seguimento de Jesus, que veio “para servir e não para ser servido” (Mt 20, 28).
As Pastorais Sociais na Arquidiocese de Uberaba
Em agosto de 2012, foi realizada uma reunião objetivando conhecer as Pastorais Sociais existentes em nossa Arquidiocese, com a presença do Sr. Arcebispo e do Coordenador Arquidiocesano de Pastoral. Na ocasião, os participantes (quase 50) puderam relatar atividades e desafios encontrados, e elegeram uma comissão para articular os trabalhos, sob a coordenação de Padre Fontes. Já em dezembro passado, realizou-se um encontro de aprofundamento para estudo sobre a identidade e missão das Pastorais Sociais, com a presença de mais de sessenta pessoas das cidades de Uberaba, Araxá, Delta, Conquista e Campo Florido. Neste ano, a pedido do Sr. Arcebispo e da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese, a referida comissão apresentou uma reflexão sobre Pastorais Sociais em todas as Regiões da Arquidiocese, ocasião em que se pôde mostrar a urgência dessas pastorais na Igreja de Uberaba – frisando que não se trata de opção, mas de exigência da própria fé, que tem essa dimensão social.
Projetos das Pastorais Sociais
Em nível nacional, as Pastorais Sociais têm 02 (dois) grandes projetos: o Grito dos Excluídos e as Semanas Sociais Brasileiras (SSBs). O Grito dos Excluídos acontece na Semana da Pátria, culminando no dia 07 de setembro, denuncia o modelo político econômico que, ao concentrar riqueza e renda, condena milhões de pessoas à exclusão social. Assim, propõe caminhos alternativos a esse modelo, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com participação ampla de todos os cidadãos. Já as SSBs são uma tradição da Igreja. Fazem parte de seu trabalho evangelizador, e no Brasil acontecem desde o início dos anos noventa. Nasceram com o objetivo de refletir sobre a sociedade em que vivemos, sugerir caminhos possíveis de mudança em vista de um Brasil com mais igualdade social. Embora sendo uma iniciativa da CNBB, as SSBs são realizadas com a partici-
pação das “forças vivas da sociedade” (eclesiais e não eclesiais). A 5ª SSB já está sendo construída, com o tema “A participação da sociedade no processo de democratização do Estado – Estado para que e para quem?”. A proposta é lançar um olhar crítico sobre o Estado que temos, em vista do Estado que queremos, pautado no critério do “Bem Viver”. Não se pretende apenas criticar o atual modelo de Estado, mas ser um momento propositivo, contribuindo para o avanço das conquistas sociais, abrindo novos caminhos e retomando a construção de um Projeto Popular para o país. O encerramento da 5ª SSB, em nível nacional, está marcado para o período de 02 a 05/09, em Brasília/DF.
5ª SEMANA SOCIAL BRASILEIRA – UBERABA
Em nossa cidade, a 5ª SSB – fruto da iniciativa da Arquidiocese e apoio da UFTM e da UNIPAC -, conta com dois momentos: Oficinas de Sensibilização e Evento de Encerramento. As Oficinas de Sensibilização, que aconteceram na primeira quinzena de junho em algumas paróquias da Arquidiocese, UFTM e UNIPAC, objetivaram divulgar a 5ª SSB e, no diálogo com a comunidade, registrar o modo como vemos o Estado que temos, as transformações e mudanças já alcançadas para propormos o Estado que queremos. Já o Evento de Encerramento acontecerá em Uberaba, nos dias 25, 26 e 27 de junho, no Anfiteatro B – CEA, da UFTM - Rua Frei Paulino, 30 - sempre às 19h: - 25/06: Palestra do Padre Nelito Dornelas (assessor da CNBB junto às Pastorais Sociais e articulador da 5ª SSB) – “O Estado que temos e o Estado que queremos”; - 26/06: Mesa Redonda – memória das práticas da 5ª SSB em Uberaba, a partir dos debates ocorridos nas Oficinas de Sensibilização, e redação da “CARTA DO SERTÃO”, nossa contribuição para o processo nacional; - 27/06: Leitura e discussão da “CARTA DO SERTÃO”, seguida de Celebração da Palavra de Deus. Será um momento para denunciar,
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Opinião
Sou social? Fúlvio Ferreira
à luz da fé, as estruturas injustas de nossa sociedade e, ao mesmo tempo, anunciar os avanços na conquista de um Estado mais democrático, inspirado no conceito do “Bem Viver”. Sinal do Reino que alimenta nossos sonhos, compromissos e esperanças.
Considerações finais
Diante de tantos desafios e da fidelidade ao projeto de Jesus, entra a urgência das Pastorais Sociais. Evidentemente que estas – nem mesmo a Igreja Católica – não detêm o monopólio da transformação social. Milhares de iniciativas também são forças vivas na construção de um tempo novo. E, na busca de soluções concretas, é preciso envolver o maior número de atores sociais e de parceiros na luta por uma nova sociedade – para o que a 5ª SSB está sendo exemplo, além de constituir oportunidade de construção de uma Igreja libertadora. Iluminados pela fé, acreditamos que o mundo como está não é o fim. Outro mundo é possível: “Vi então um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). Nesse sentido, a história continua aberta ao Projeto de Deus. Juvenal Arduini, o profeta maior da Igreja de Uberaba, nos ensina: “Ainda há esperança porque a história não terminou”. “Embora seja noite”, é preciso caminhar. Alimentar sonhos. Recuperar utopias. É assim que o Reino de Deus vai sendo construído na história: com a teimosia de nossos passos e a esperança de nossas lutas.
Encontro sobre Pastorais Sociais em 2 de dezembro de 2012
Numa rápida consulta ao dicionário, vemos que social é “relativo à organização e à satisfação dos indivíduos em sociedade”. Já caridade é “bondade, benevolência, ato de beneficência”; ainda: “virtude teologal que consiste em amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo por amor de Deus”. Nossa região possui como característica a prática da caridade e da benevolência – talvez a história explique que isso se deva à vontade de diminuir diferenças sociais, de abrandar a fome e o frio que cercam o nosso irmão carente. E todo esse servir deve ser discreto e desinteressado, sem o mínimo alarde. Em outras palavras “Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita”. Entretanto, a carência nem sempre é de pão, de cobertor. Neste século de tanta evolução tecnológica surgiu uma nova carência que assola ricos e pobres, com ou sem estudo, velhos e novos: a falta de diálogo, a falta de amigos. Se fome de pão se resolve com pão, a fome de amigos e de diálogo se resolve com palavras, carinho e amor – o que só pode dar quem tem e cuja maior fonte é a família, verdadeira célula da igreja. Ultimamente, o lado social está sendo muito trabalhado nas empresas. Todos já perceberam que, quanto menos diferenças houver, melhor será a vida de todos; quanto mais respeito existir, maior compreensão, melhor para todos. Na prática, é apenas aplicar o que Jesus viveu e pregou. Nada além! Trata-se de uma questão extremamente ampla, que envolve a sociedade como um todo, família, empresas, Igreja, política – mais um motivo para que tenhamos coragem de participar, cobrar ações que tragam melhorias indistintas, porque moramos no mesmo planeta, estamos no mesmo barco e queremos o melhor. Para todos! Essa capacidade de mudança é inerente ao ser humano, ao cristão, ao católico. O Papa Francisco recentemente afirmou que, quando o cristão não é sal de fé, esperança e caridade para os outros, quando não é o sal de Jesus se torna insípido e se converte em um ‘cristão de museu’ que não faz nada. Isso é mais que um recado, é uma lição, um ensinamento e um convite, não mais à reflexão, e sim à ação! É hora de trabalho, de luta para diminuir as diferenças sociais. E também é hora de levar oportunidade e respeito ao irmão menos afortunado, de cobrar quem mais pode fazer por eles e por todos nós. Exatamente como fez Jesus!
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pastorais e movimentos
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
Santuário da Medalha Milagrosa Realiza 2º Encontro de Casais “Nova Aliança” Roseli Gomes Assis e Mário Miguel Com o objetivo de evangelizar famílias cristãs e proporcionar a elas uma vida pautada em Deus, em 19/05/13 foi realizado o 2º Encontro de Casais “Nova Aliança”, do Santuário Medalha Milagrosa, sob a direção espiritual do Padre Ricardo Fidelis e com a presença de vinte e quatro casais participantes. O mesmo número de casais, distribuído nas diversas equipes de serviço, trabalhou em prol do encontro e, através do irmão, serviu a Deus. Após a acolhida, Padre Ricardo fez a abertura do Encontro para que, em seguida, os casais pudessem refletir sobre vários aspectos da vida espiritual, conjugal e familiar. A primeira reflexão foi sobre o Plano e a Palavra de Deus, seguida de análise sobre paternidade e maternidade. Enfatizou-se que o casal deve ter uma convivência harmoniosa com o Pai criador para transmitir a seus filhos paz, fé, esperança e exemplo de um lar feliz e voltado para as coisas divinas. Os casais conversaram e discutiram seus relacionamentos pessoais e como pais e família. Compreenderam que um verdadeiro casal cris-
tão é aquele que se coloca a serviço da evangelização. Ao final do encontro, Padre Ricardo Fidelis falou sobre a espiritualidade cristã. Deixou claro que é preciso estar sempre em sintonia com Deus, para o que é preciso conviver e se relacionar com o outro, confiar na amizade, no amor e na fé, ter esperança de um mundo melhor, porque só assim construiremos verdadeiras famílias cristãs, visto que “Família que reza unida permanecerá unida, e uma nova aliança se fará”. Encerrando, todos os casais se dirigiram ao Santuário da Medalha Milagrosa, onde participaram
Paróquia de Santa Bárbara realiza o IV EJC Matheus Oliveiira No começo do mês de maio, a Paróquia de Santa Bárbara realizou nas dependências da Cúria Metropolitana de Uberaba o Encontro de Jovens com Cristo (EJC). Boa parte da Arquidiocese já aderiu ao encontro, que está sendo realizado por várias paróquias de Uberaba e região. O objetivo é engajar os jovens nas atividades da Igreja. A paróquia de Santa Bárbara já realizou quatro encontros, dos quais participaram cerca de 160 jovens, com idade entre 16 e 25 anos. O IV EJC, cujo tema foi “Um jeito jovem por uma igreja viva”, teve 24 encontristas. Participaram ainda 90 pessoas, entre jovens e adultos – estes, carinhosamente chamados de tios –, com a presença efetiva de nosso Diretor Espiritual Padre Fábio Meira, que, com sua fé e competência, nos conduziu para que o encontro fosse um sucesso. No primeiro dia de evento, fez-se uma recepção animada aos jovens que ali estavam para um encontro pessoal com Cristo. Foram apresentados testemunhos de fé, de vida e aquilo que buscamos mostrar a cada momento: a importância de ser e estar em uma família. No final do segundo dia, os jovens, já repletos pelo Espirito Santo e renovados no amor de Cristo, voltaram para suas casas levando consigo o verdadeiro sentido do EJC e espalhando para toda sua fa-
da Santa Missa na solenidade de Pentecostes, juntamente com seus familiares e a comunidade. Certamente, essas famílias não serão as mesmas após vivenciarem tal experiência de amor e comunhão. Em clima de alegria e fraternidade, realizou-se um reencontro em 21/05/2013, em que os casais tiveram oportunidade de expressar seus anseios e alegrias, comprometendo-se a participar de grupos de reflexão e ajudar nas pastorais, colocando-se, assim, a serviço do outro. Que as bênçãos de Maria Santíssima recaiam sobre nossas famílias, tornando-as santas e pacificadoras.
Movimento Jovem de Emaús Bárbara Caretta Com mais de 20 anos de história, o Movimento Jovem de Emaús já contou com a participação de mais de três mil jovens. Criado em 1992 por Glauce e Lúcio Naves, e com o apoio do então Arcebispo Dom Benedicto Ulhôa Vieira, o Emaús tem por objetivo um encontro pessoal do jovem com Deus. Dois encontros anuais são realizados com a participação de jovens com idade entre 18 e 30 anos. Neste ano, nos dias 05, 06 e 07 de julho acontecerá a 42ª edição, cuja expectativa é a participação de 65 jovens nesse momento especial.
Terceira etapa do Encontro de Casais com Cristo Glória Beatriz Souza Santos e Gilson Baltazar (casal regional setorial da província) e Pe. José dos Reis Naves
mília que Cristo vive dentro de cada um de nós. Na semana seguinte ao encontro, foi realizado o Pós-encontro, com a participação de 20 dos jovens que participaram do evento. Ali foram propostos novos encontros de fé, descontração e animação. E, com muito amor, já demos o pontapé inicial para a realização do V EJC Santa Bárbara. Se você também quer fazer parte dessa família e tem idade entre 16 e 25 anos, procure o padre de sua paróquia e manifeste o desejo de ali realizar esse encontro. Ele, então, pode entrar em contato com a equipe arquidiocesana responsável pelo EJC.
O Encontro de Casais com Cristo (ECC) é um movimento da Igreja em favor da evangelização das famílias que procura construir o Reino de Deus, aqui e agora, a partir da família, da comunidade paroquial, mostrando pistas para que os casais se reencontrem com eles mesmos, com os filhos, com a comunidade e, principalmente, com Cristo. Para isto, o ECC busca compreender o que é “ser Igreja hoje” e seu compromisso com a dignidade da pessoa humana e com a justiça social. O objetivo da terceira etapa do ECC é propor aos casais uma reflexão profunda, séria e adulta do
homem que vive numa sociedade cheia de injustiças, de opressão, de miséria, de egoísmo, de dominação e de marginalização, levando-os a refletir sobre a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, e seu relacionamento com os outros homens; as injustiças sociais que o impedem de ser “pessoa” e viver como cristão; e a preparação dos filhos para a realidade do dia a dia, para o “ser” e não o “ter”. Em nossa Arquidiocese, a terceira etapa do ECC foi implantada nos dias 18, 19 e 20/10/2002. Essa etapa é arquidiocesana, e sua equipe dirigente – com o Diretor Espiritual – é ligada diretamente aos trabalhos sociais da Arquidiocese. Até hoje 290 casais já passaram por essa fase do encontro e estão
A Renovação Carismática Católica (RCC) é uma expressão eclesial que, por vocação, precisa ser na Igreja e no mundo rosto e memória de Pentecostes, um canal efetivo de transformação de vidas, de famílias e até de serviço às realidades sociais. A experiência de Pentecostes, na RCC, tem como Centro de irradiação o Grupo de Oração, ao qual devemos sempre dar prioridade de enfoque no novo planejamento bianual. O Espírito Santo nos conduz a investirmos na formação dos servos dos grupos de oração espalhados por toda a Arquidiocese.
Assim, percebemos que uma nova unção se derrama sobre a RCC e que, obedecendo à voz do Senhor no tocante à valorização dos grupos de oração, daremos consistência às inúmeras e necessárias atividades missionárias que têm sido suscitadas em nossa Igreja. Glória a Deus! Seminários de Dons, Seminários de vida no Espírito, Experiência de Oração, Incendeias, Carnavirada, Cercos de Jericó, Encontro Nacional de Formação (ENF), Congressos Nacionais, Estaduais e Regionais e missão do Ministério Jovem pré- Jornada Mundial da Juventude. Um Grupo de Oração cumpre bem
sua missão quando seus integrantes vivem plenamente a vida de oração, pessoal e comunitária, aliada à formação, guardiã dos carismas. A partir de grupos de oração fortalecidos e de uma formação ungida e permanente, nossas atividades missionárias serão um grande instrumento nas mãos de Deus e, sem dúvida, levarão muitas e muitas vidas a uma experiência verdadeira com Jesus, à efusão do Espírito Santo que gera arrependimento, conversão e busca de santidade. Queremos, enfim, responder ao apelo de V Conferência do Episcopado Latino- Americano e Caribenho. No
Renovação Carismática Católica
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As fichas do encontro estão sendo distribuídas por pessoas que trabalham no encontro, chamadas de padrinhos, que convidam o jovem por conhecer sua história e necessidade. No entanto, também há a opção de falar com o padre de cada paróquia e manifestar vontade de participar do encontro. Atualmente, o Movimento Jovem de Emaús da Arquidiocese de Uberaba conta com a orientação espiritual do Padre Fábio Meira. E apesar de não estar ligado a nenhuma paróquia específica, o encontro tem como intenção arrebanhar jovens para que participem ativamente da Igreja Católica.
inseridos nas pastorais paroquiais arquidiocesanas e na coordenação da província VII. No passado, os casais dessa etapa estavam engajados no curso pré-vestibular da Paróquia Nossa Senhora da Abadia e na distribuição de sopa em outras paróquias de Uberaba. Esse trabalho foi desenvolvido até o início deste ano na Comunidade Divino Pai Eterno. Infelizmente, poucos casais se engajaram nas pastorais sociais, seja por comodismo, seja por falta de apoio. Agora, temos expectativa de atuar de modo intensivo nas pastorais sociais, não apenas em Uberaba, mas também na cidade de Conceição das Alagoas, onde já está sendo construída a casa do Pão, trabalho que será totalmente voltado para a assistência social.
Documento de Aparecida, nossos bispos afirmam: “Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atraente testemunho de unidade ‘para que o mundo creia’ (Jo 17,21)”.
evangelização
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CAC realiza visita catequética em paróquias Seminarista Leandro Santos De acordo com o 12º PAPIU – Plano Arquidiocesano de Pastoral da Igreja de Uberaba – o ano de 2014 terá como urgência a catequese e voltará sua atenção preferencial para a temática: Igreja, Casa da Iniciação à Vida Cristã. Uma das prioridades dessa ação é a reestruturação do processo catequético, tendo como princípio a inspiração catecumenal, que é um grande desejo de nossa Igreja. Em suas perspectivas de ação para 2014, o PAPIU apresenta a necessidade de haver um melhor aproveitamento do Estudo da CNBB sobre a Iniciação à Vida Cristã (nº 97); o estudo e a implantação do RICA – Ritual da Iniciação Cristã de Adultos – e a intensificação das formações de catequistas nas Regiões Pastorais. Diante dessa realidade futura, a CAC, na pessoa de seu Assessor Eclesiástico Seminarista Leandro Santos, teve a iniciativa com o apoio de nosso Arcebispo Dom Paulo e dos
Padres da Arquidiocese de realizar um trabalho de visitação catequética às paróquias a fim de conhecer a dinâmica do ato catequético de cada comunidade. As visitas estão acontecendo com dias e horários agendados entre o padre da paróquia a ser visitada, a coordenação da catequese paroquial e a assessoria da CAC. Essas visitas têm como objetivo principal o conhecimento de como está a catequese arquidiocesana em seus diversos níveis: formações diocesanas, paroquiais; necessidades dos catequistas e catequizandos; tempos de preparação para a recepção dos sacramentos; materiais que estão sendo utilizados, entre outros. Em segundo lugar, após conhecer toda essa realidade, apresentar uma proposta de trabalho que corresponda aos anseios de nosso PAPIU para o próximo ano, buscando sempre atender ao maior número dos catequistas de nossa Arquidiocese. Conhecendo um pouco da estrutura das visitas
Estágio Pastoral dos Seminaristas Seminarista Luiz Carlos Parra Dias Júnior – 3° ano de Teologia
Todos os anos, nós, seminaristas, somos agraciados com uma nova etapa de estágio pastoral, ou seja, no decorrer do processo formativo, temos a oportunidade de conhecer por um período de um ano uma comunidade paroquial. Nessa vivência fraterna com os paroquianos nos finais de semana, aprendemos e transmitimos os frutos de nosso aprendizado. Somos convidados a colaborar com algumas atividades da paróquia, como o acompanhamento e formação dos coroinhas, dos grupos de jovens, catequistas; enfim, somos convidados a estar em contato com o povo santo de Deus. Essa interação nos faz muito bem, pois observamos a realidade das pessoas e assumimos nossa responsabilidade de anunciar o Evangelho de Cristo. Para nossa caminhada vocacional, trata-se de um momento de grande valia, pois, antes de tudo, estamos aprendendo com o padre responsável e seus paroquianos, pessoas estas que são corresponsá-
veis com nosso desenvolvimento e preparação para a vida sacerdotal. Nesses anos em que me preparo para o sacerdócio, tive a grande alegria de passar por importantes realidades pastorais, que contribuíram com o meu amadurecimento pessoal e certamente me ajudam a viver a vocação. Em 2007, exerci o estágio na Paróquia de Santa Luzia; em 2008, estive na cidade de Comendador Gomes na Paróquia de São Sebastião; nos anos de 2009 e 2010, na Paróquia de São José - Gameleira; em 2011, na Paróquia do Santíssimo Sacramento - Adoração; em 2012, no primeiro semestre, estive na Paróquia de Santa Bárbara e no segundo, na Comunidade Santa Fé. Já em 2013, tenho a graça de conhecer outra realidade, estando na cidade de Conceição das Alagoas, na Paróquia de São Pedro. Por essas riquíssimas e marcantes experiências, agradeço a Deus, Autor de nossa vida, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuem para minha formação pastoral. O Cristo Bom Pastor os guarde todos em seu infinito amor!
O encontro que aqui chamamos de visita, sempre acontece em dois momentos particularmente significativos para todos os envolvidos. No primeiro momento há uma breve conversa com os catequizandos, quando são convidados a um diálogo sobre como está a catequese hoje, o que eles têm prazer em fazer nos encontros, quais atividades desejam que sejam inseridas ou se precisam de maior tempo para realizá-las, etc. O segundo momento é com os catequistas, quando podem relatar como está a atividade catequética em sua paróquia. Eles são chamados a um bate-papo para que tenhamos condições de perceber quais as mais urgentes necessidades formativas, sejam do campo teórico ou prático da ação catequética em suas comunidades. O trabalho realizado através das visitas é árduo, porém muito gratificante e enriquecedor para a Arquidiocese. Até o presente momento, oito paróquias foram visitadas e ain-
da outras várias serão contempladas neste semestre, ficando as demais para o segundo semestre. Os resultados alcançados com essas primeiras visitas são surpreendentemente positivos e motivadores para que se continue na caminhada rumo aos objetivos propostos. “Do encontro com o Cristo ao compromisso com a missão”, eis o lema do 12º PAPIU, que reflete di-
retamente nesse esforço, uma vez que se pode entender que as visitas catequéticas como missão só estão sendo possíveis porque houve verdadeiramente um encontro pessoal com o Cristo vivo na Eucaristia que nos impulsiona à missão. Evangelizar e promover o encontro pessoal com Cristo em todas nossas comunidades, este é o desejo de nossa FAMÍLIA CATEQUÉTICA ARQUIDIOCESANA.
Graças e Nossa Senhora de Fátima. O Senhor Ricardo Marisguia Mendes, residente no Bairro Fabrício, iniciou a participação no “Terço dos Homens” a partir do convite de um amigo da Paróquia São José, no bairro Tutunas (terçasfeiras, às 19horas). Com o passar do tempo, pensou: “Eu estou longe de minha Paróquia. Minha Paróquia também tem que ter o Terço”. Buscou informação e ficou sabendo que na Paróquia de São Judas Tadeu já existia um grupo de homens que rezava o Terço às terças-feiras, às 20horas e começou a participar, sendo atualmente nomeado coordenador do Terço dos Homens em sua Paróquia. Os grupos são pequenos nas duas paróquias: na São José são dez participantes e na São Judas, doze, o que não diminui a valor do encontro. Ricardo ressaltou a importância de o pároco convidar os homens para participarem da oração do Terço, informando dia e horário, ao
fim de cada Missa. “Analisando os valores, é muito bonito ver os muçulmanos se ajoelharem e louvarem Alá quatro vezes por dia, voltados para Meca”. Os budistas com seus artefatos sagrados e nós, católicos, devemos valorizar nossa religião e o Terço é nosso instrumento sagrado. “Com o Terço dos Homens sinto satisfação de rezar, é um compromisso transcendental com Nossa Senhora” ressalta Ricardo que foi convidado por Monsenhor Valmir para também iniciar o “Terço dos Homens”, na Paróquia de Santa Edwiges. Em 23 de fevereiro deste ano foi realizada a Quinta Romaria Nacional do Terço dos Homens em Aparecida do Norte – São Paulo. Compareceram 20.000 homens de todo o Brasil. Fica aqui o convite para que os homens participem do “Terço dos Homens” em suas Paróquias, ampliando sua fé e a devoção a Nossa Senhora.
O Terço dos Homens Miryam G. A. Pereira
O Terço, segundo a Santa Igreja, é mais que uma oração, é uma contemplação dos mistérios de Jesus e de nossa Mãe Santíssima, sendo de intangível importância para aqueles que querem encontra-ser com Deus e consigo. “Eu vos digo isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,19-20). Em diversas Paróquias de Uberaba/MG, encontramos grupos de homens que se reúnem semanalmente com devoção e fé para rezarem o Terço. Esse encontro de oração e louvor a Deus e a Nossa Senhora é o “Terço dos Homens”, que vem tornando-se uma prática e incentivando outras Paróquias a adotarem a mesma iniciativa. Na Paróquia de Nossa Senhora das Graças, o encontro acontece todas as segundas-feiras, às 20 horas, coordenado pelo Senhor Donizzete dos Reis Pegorare que afirmou: “Quando o grupo começou, éramos apenas quatro homens e somos trinta e seis (foto). O Terço é contagiante, quem participa dificilmente abandona o grupo. É uma benção de Nossa Senhora”. Para ampliar a participação, foi feito um cartãozinho, que é distribuído aos homens, sobre o Terço dos Homens realizado nas paróquias de Nossa Senhora das
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formação
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Concílio Vaticano II – Cinquenta anos depois Dom Aloísio Roque Oppermann scj Um requentado? Retomar os Documentos do Vaticano II não seria um enorme desperdício? Nós temos de nos debruçar sobre assuntos modernos, dizem, e não engatar a marcha a ré. Entretanto, a História sempre foi mestra de grandes ensinamentos. Por ela conseguimos fazer de fatos pretéritos assuntos contemporâneos. Revisitar os grandes conteúdos do Concílio é tomar parte numa história das mais empolgantes que a Igreja já viveu. Para nos situarmos, é preciso recordar que os 16 documentos tiveram recepções diversificadas. O primeiro grupo, o mais numeroso, acolheu com alegria o magistério do Colégio Episcopal. Imediatamente, houve estudos e esforços para aplicar concretamente seus ensinamentos. Talvez nem sempre a implantação tenha transcorrido numa rígida disciplina prudencial. Alguns não esperaram as necessárias regulamentações e a palavra de ordem do Bispo Diocesano. Sem perda de tempo, começaram a agir e não poucas vezes tiveram que retroceder em sua criatividade. Intérpretes ousados O segundo grupo esperava muito mais. Não faltou decepção. Como suas expectativas não foram contempladas totalmente, então surgiu um exercício de tirar água da pedra. Fizeram o Concílio dizer o que ele não disse. As esgrimas intelectuais consumiram muitas energias que foram desperdiçadas para impor pontos de vista pessoais. Citemos dois exemplos. Como a Liturgia tomou rumos
O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII, e iniciado em 11/10/62, com o objetivo de promover o “incremento da fé católica e a saudável renovação dos costumes no povo cristão e para a disciplina eclesiástica se adaptar melhor às necessidades dos nossos tempos” (Encíclica Ad Petri Cathedram), mas sem olvidar a redescoberta das riquezas espirituais, doutrinárias e litúrgicas dos primórdios da Igreja.
de unidade mundial, houve várias iniciativas de “melhorar o Concílio”, compondo Anáforas de própria lavra. É conhecida a Oração Eucarística, composta por dois Ministros Sagrados (e espalhada “urbi et orbi”) que nem tinha a palavra Espírito Santo... Outra criatividade para suprir as “falhas” (?) conciliares foi a interpretação do Ecumenismo. Em nome da unidade entre os cristãos surgiram verdadeiros entreguismos – propriamente, fraquezas na fé. Por isso, a Instrução “Dominus Jesus”, que procurou restabelecer as verdades sobre Cristo e a Igreja, despertou uma iracúndia tão grande como poucas vezes se viu. Não perderam as esperanças Um terceiro grupo, pouco organizado, mas amargurado, entregou-se a devaneios futuristas. Querendo ler corretamente o que disse o Concílio,
Liturgia: caminho para Deus Pe. Saulo Emílio
A vida humana é feita em caminho. Caminhamos a cada dia buscando por meio de nossas relações a felicidade. Nesse caminho, Deus está conosco, faz-se estradeiro no caminho da vida. Não nos deixa sozinhos, está sempre com a gente, em todos os momentos, nas alegrias e tristezas, nas angústias e esperanças. Assim, tornamos célebre esse caminho. Celebramos a ação de Deus na história; e não fazemos isso sozinhos. Celebrar é uma ação comunitária que, de forma festiva, ressalta o sentido profundo de um acontecimento ou pessoa que é importante, inesquecível e merece destaque. Celebrar é uma necessidade humana, assim como temos necessidade de pensar, agir, estreitar relações; enfim, faz parte da personalidade humana. Gostamos de celebrar nascimentos, aniversários, conquistas, momentos felizes e extraordinários em nossa caminhada. Entretanto, como celebrarmos a ação de Deus na história? Na caminhada de fé do povo da Bíblia, encontramos muitos momentos celebrativos. Ao celebrar, o povo de Israel
O que foi o Concílio Vaticano II?
fazia memória das ações realizadas por Deus em seu favor no passado, as reconhecia no presente e alimentava a certeza de sua fidelidade no futuro. Como celebrarmos, no tempo presente, nossa fé? Por meio da ação litúrgica. Pois como salienta o Concílio Vaticano II, que completa 50 anos: A Liturgia é “o cume e a fonte” de nossa vida. Mas o que é mesmo liturgia? A palavra LIT - URGIA vem do grego: LAOS (povo) e ERGON (ação, trabalho, serviço, ofício). Unindo os dois termos que formam a palavra encontramos a raiz mais profunda do significado de Liturgia, ou seja, ação, serviço do povo em favor do povo, um serviço público. O sentido original da palavra nos ajuda a entender a Liturgia Cristã. Celebramos a ação de Deus em favor da vida. Uma ação que atinge não só a humanidade, mas toda a criação. Pois a ação de Deus é sempre criadora, libertadora, transformadora e santificadora que não apenas nos alcança como também nos envolve, nos torna caminhantes nas estradas da vida e nos torna agentes, participantes dessa ação, desse caminho, numa aliança de amor e compromisso.
viram suas reivindicações descartadas. O que fazer diante desse quadro que não respondia a seus anseios? Não queriam ser infiéis à Igreja. Optaram, então, pelo futuro. Começaram a falar com muita força a respeito de um tal Concílio Vaticano III. Segundo o parecer deles, não se deveria esperar muito. Um Papa corajoso deveria entregar aos Padres Conciliares várias definições sobre moralidade cristã, sobre a identidade do Presbítero no mundo de hoje, sobre um ecumenismo mais aberto, uma nova definição do papel do leigo...
O que a Igreja incorporou do Concílio Quem, como eu, teve a graça de conhecer a Igreja antes do Concílio e também depois dele, sabe que o corpo de doutrina não foi modificado, mas ampliado. Cinquenta anos depois, nos aproximamos melhor da Igreja de Jesus. Tivemos nítido progresso na praxe eclesial. Não cabe em minhas reflexões de hoje destacar o que ainda falta equacionar (e é muito), mas realçar o que já foi conquistado.
• Tomamos consciência da vocação eclesial de todo batizado; • Agora sabemos que não só o Padre é missionário, mas todos; • O Bispo conquistou uma importância essencial na Diocese; • A autoridade eclesial, de cima até embaixo, é um serviço; • Todo ser humano é revestido de uma dignidade inviolável; • A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais de todos; • Estamos encarando o mundo moderno e não fugindo dele; • A Sagrada Escritura é um recurso assíduo em toda Pastoral; • A ideia do que seja a Igreja é a melhor de todos os tempos; • A Liturgia, pela participação, tornou-se muito mais compreensível; • Fomos encorajados a considerar os irmãos separados como amigos; • Adquirimos posição de respeito diante de religiões não-cristãs.
O Concílio, que contou com a participação de mais de dois mil prelados de todo o planeta, foi encerrado somente em 08/12/65, já sob a condução do Papa Paulo IV, com a outorga de 16 importantes documentos que trouxeram definições de ação para a Igreja Católica em diversos temas.
Ainda nos resta um longo aminho A mensagem do Concílio tem a força explosiva de uma bomba. Ninguém vai contê-lo. Por isso, estudar, à luz do Espírito, esse imenso potencial só nos pode enriquecer.
Pastoral Familiar treina agentes Rubério Santos
O Instituto Nacional a Pastoral Familiar (INAPAF) realizou, no último dia 09 de junho, no salão do Santuário da Abadia, treinamento para formação de novos agentes paroquiais. Cerca de 40 casais de Uberaba, Araxá e Conceição das Alagoas participaram dessa primeira fase do treinamento do INAPAF da Arquidiocese de Uberaba. No encontro, que inaugurou uma nova sistemática de formação dos agentes em apenas um dia, foram abordados oito módulos, como vida em grupo, união conjugal, sacramentos, entre outros. Entre diversos temas, a psicóloga Maria Isabel Oliveira falou dos diversos tipos de família no mundo moderno, ressaltando que a Pastoral Familiar existe para agregar e não pode discriminar nenhum tipo
de união, ainda que entre pessoas do mesmo sexo. O objetivo do treinamento foi a formação dos casais participantes, no sentido de que eles se tornem agentes multiplicadores em suas paróquias. Para o casal Carlos Augusto e Silvânia Guardiero (Paróquia Santa Luzia), o curso foi muito proveitoso. “Vamos agora repro-
duzir esses ensinamentos junto aos demais casais da nossa comunidade, para que eles levem adiante a proposta de uma pastoral que defende a família como o principal alicerce da sociedade,” realça. A expectativa do INAPAF/Uberaba é que a próxima fase do curso seja ofertada ainda no segundo semestre deste ano.
notícias da igreja
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Alegria no retorno Padre Geraldo maia Parece que foi ontem... As lágrimas teimavam em rolar em nossos rostos, ao andar para lançar as sementes. Era o dia 24 de agosto de 2009, quando deixava o Brasil para ir em direção ao Velho Mundo, buscando aprimorar os conhecimentos teológicos em meio ao impacto cultural. Mais de três anos já se passaram... Foi um tempo de muitas sementes lançadas e muito suor derramado em meio às consolações da graça divina. É hora de apresentar os feixes, entre canções de alegria e louvor a Deus. Chegando a Roma, passei a habitar no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, um pedacinho do Brasil no coração da Itália. Ali é a residência dos padres diocesanos do Brasil que procuram aprofundar-se em áreas variadas de estudos. Há possibilidade de opções entre diversas universidades e institutos em Roma que oferecem cursos de mestrado e doutorado. Matriculei-me para o doutorado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. A delicadeza de Deus presenteou-me com verdadeiros irmãos, num encorajador ambiente de fraternidade presbiteral. Realizei uma pesquisa muito interessante, tendo como orientador Padre Joseph Carola, um jesuíta norte-americano. Tive a alegria de defender a tese de doutorado no último dia 10 de maio, cujo título é “A soteriologia ireneana e seu influxo na Constituição Gaudium et spes como relevância para a acolhida da salvação na Alta Modernidade”. A tese foi composta em três grandes partes. A primeira delas foi um levantamento da realidade cultural
em que vivemos, chamada por alguns de “pós-modernidade”. Seguindo um autor inglês, Antony Giddens, em diálogo com outros autores, preferimos denominar essa fase cultural de “Alta Modernidade”. Tratamos de recolher algumas provocações sobre o sentido de salvação. Na segunda parte da tese apresentamos o pensamento de Santo Ireneu, grande bispo, teólogo e mártir da cidade francesa de Lyon, do final do século II. Na terceira e última parte procuramos mostrar como o pensamento de Santo Ireneu influenciou a Gaudium et spes, documento importante do Concílio Vaticano II, perfazendo o diálogo entre passado e presente. Outro nome para a tese seria: “A salvação em perspectiva de diálogo”. Na verdade, a tese coloca em diálogo três momentos importantes da compreensão de salvação na história: o momento presente (fim do XX século e início do XXI), o pensamento de Santo Ireneu (fins do II século) e o momento da Constituição pastoral do Concílio Vaticano II (anos 60). Foram nove capítulos, com mais de 400 páginas, escritas com a mais rigorosa metodologia científica. Sendo redigida em português, a tese apresenta citações em sete línguas diferentes: grego, latim, italiano, francês, espanhol, inglês e alemão. Bem apreciada pelos examinadores da banca, a nota final foi Summa cum laude, a mais alta avaliação da Universidade, não obstante alguns limites apontados. “Além da dimensão pessoal e comunitária, a soteriologia tem alcance socioeconômico-político. O engajamento histórico da pessoa tem força salvífica, tomando parte na missão de Jesus Cristo no meio do mundo. Daí decorre
a participação do ser humano na continuidade da obra criada, a transformação do mundo, na acolhida do Reinado de Deus já presente na história. Para tanto, o ser humano é chamado a buscar, em primeiro lugar, as realidades desse Reinado de Deus: ‘verdade e vida, santidade e graça, justiça, amor e paz’. Este engajamento se abre à perspectiva cósmica, envolvendo o respeito, o cuidado e a responsabilidade para com a natureza como obra de Deus” (Tese, p. 374). É certo que a proposta salvífica não se esgota na história, mas se encaminha para a plenitude, no profundo mergulho em Deus... Resignei-me a permanecer na Europa e não retornar ao Brasil durante mais de três anos, o que me rendeu a oportunidade de realizar algum trabalho pastoral, viagens e frequentar outros cursos, além do doutorado: língua italiana (proporcionado pelo Colégio Pio Brasileiro, 2009); língua alemã (Zentrum für Internationale bildung und kulturaustausch, Bonn, Deutschland, 2010), Doutrina Social da Igreja (Katholisch-soziales Institut, Bad Honnef, Deutschland, 2011); Foro Interno (Penitenzieria Apostolica, Vaticano, 2011); língua francesa (Alliance Française, Lyon, France, 2012); Paulo, João e seus ambientes (Pontificia Università Gregoriana, Turquia, 2012). Tive, ainda, a oportunidade de visitar outros países, além daqueles relacionados a esses cursos (Alemanha, França e Turquia): Portugal, Suíça, Inglaterra, Áustria, República Checa, Eslováquia e várias partes da Itália. Foi um longo período de graça sobre graça, o que me fez vencer os inúmeros desafios e vicissitudes, superando as aparentes demoras de Deus. Ao findar este percurso, só tenho coração para agradecer. Assim, finalizo este ar-
numa cúmplice intimidade, por isso escreve e fala na segurança de quem é servo da Verdade – próprio de um exímio auscultador. Do latim auscultare, o verbo auscultar refere-se ao exercício habilidoso de escuta dos sons internos do corpo. O poeta escuta o interior, ausculta o coração. E para essa tarefa não há tempo, não há pressa. Auscultar o coração é ter a coragem de olhar para si e prosseguir o empenho constante de buscar-se. Conhecer-se, saber-se senhor de seus passos e consciente de suas escolhas. É o despojar-se das máscaras e das prisões da alma. Que belo exemplo auscultador o
de Dom Benedicto, ao cumprimentar o nosso arcebispo emérito Dom Roque - seu sucessor no pastoreio da Igreja uberabense - com terna amizade e gratidão. E fez questão de acentuar que se trata (Dom Roque) de um homem que em seu silêncio e prontidão sempre está rezando. Que gesto nobre de obediência ao reportar-se a nosso arcebispo Dom Paulo com a devida reverência e respeito, e desejando-lhe a mesma felicidade que conquistara para si. Tanto amor assim só pode ser divino. Estávamos mais perto de Deus naquela noite. Foi possível senti-lo. Nosso eterno muito obrigado, Dom Benedito!
Auscultando o Coração... seminarista Gustavo Cortez Fernandez Auscultando o coração é o título do novo livro de Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, lançado no dia 12 de junho, na Paróquia do Santíssimo Sacramento. Uma noite memorável para nossa Uberaba, há trinta e cinco anos tão bem rezada nos lábios e no coração desse incrível pastor que traz consigo “a pressa dos homens que não sabem parar”. Os admiradores de sua vida poeticamente ministerial sabem que ele não pode parar, porque sua vida sempre será seu maior registro. Éramos ali sua família, seus filhos na fé, seus educandos: bispos, padres, escritores, amantes da boa leitura, senhores e senhoras a amar Dom Benedicto até o fim. Queríamos falar-lhe de nossa alegria. Éramos uma só voz entoando Gloria In Excelsis Deo! – que belíssimo ‘religare’ nos proporcionou o Coral Mater Salvatoris, ajudando-nos a fazer daquele ato público uma oração. O senhor ainda tem muitos recados para nós, Dom Benedito! – proferira a Academia de Letras do Triângulo Mineiro a seu membro maior em emocionantes palavras vindas da querida Terezinha Hueb. Realmente, estávamos ansiosos, pois queríamos escutá-lo. Elegante e de fino trato com as palavras, ele as tem
tigo com as palavras que pronunciei no final da minha defesa de tese, diante da banca examinadora e dos convidados ali presentes: Agradeço a Deus este trabalho de pesquisa sobre o diálogo atual da teologia da salvação com o mundo moderno. A luz do Espírito Santo me orientou para que eu pudesse aprofundar o mistério do Verbo encarnado para a salvação da humanidade. A meus pais, Antonio e Benedita (in memoriam), que me geraram para o mundo e me educaram na fé cristã, eterna gratidão. A meus familiares e amigos agradeço o carinho e acompanhamento, mesmo que a distância, fazendo-me acreditar que podemos avançar sempre para águas mais profundas, no mergulho do mistério de Deus. À Arquidiocese de Uberaba, na pessoa do Senhor Arcebispo, Dom Paulo Mendes Peixoto, e dos Senhores Arcebispos eméritos, Dom Benedito de Ulhôa Vieira e Dom Aloísio Roque Oppermann, assim como todo o presbitério da Arquidiocese, aqui representado por Padre Sebastião Ribeiro e Padre Saulo Moraes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, agradeço porque me ajudaram a acreditar na importância
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desta pesquisa. Ao Pontifício Colégio Pio Brasileiro, na pessoa do Senhor Reitor, Padre João Roque Rohr e equipe de direção, assim como a seus funcionários e funcionárias, agradeço a acolhida generosa e apoio constante durante o período de meus estudos em Roma. Com afeto cordial, agradeço aos meus irmãos presbíteros com os quais compartilhamos alegrias e angústias na laboriosa jornada de estudos. A todos quantos me possibilitaram este projeto de estudos: os cristãos da Alemanha, através da ADVENIAT, benfeitores da Universidade Gregoriana, comunidades da Itália e do Brasil, agradeço a confiança e a generosidade do investimento, que espero retribuir através do serviço a ser prestado à Igreja. Agradeço por fim à Pontifícia Universidade Gregoriana, através de sua direção, seus funcionários e funcionárias, professores e professoras, especialmente Padre Joseph Carola, SJ, que me orientou com segurança, disponibilidade e gentileza nesta longa jornada de estudos e pesquisas, a Don Giuseppe Bonfrate, censor da tese, e P. Joseph Xavier, SJ, que presidiu os trabalhos desta sessão solene. Muito obrigado a todos.
Jornada Mundial da Juventude
Jovens de sta. teresinha também vão a JmJ Jofre rodrigues setor Juventude É com o coração ansioso que a juventude mundial aguarda a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) Rio 2013, e não poderia ser diferente com os jovens da nossa Arquidiocese. Estamos contando os dias para embarcarmos para o Rio de Janeiro, termos a graça de receber nosso Santo Papa Francisco e sentirmos a experiência de viver a vida de um peregrino missionário. Para isso, os jovens de nossa arquidiocese estão organizando-se cada um de seu jeito, para arrecadar fundos para a viagem. Muitas paróquias têm organizado almoços, rodízios de pizza, festival de sorvete, galinhadas, etc., como é o caso da paróquia de Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, da qual participo. Com a ajuda de nosso pároco Padre Alex Santos e dos tios coordenadores do EJC, que é o movimento jovem de nossa comunidade, muitos jovens estão envolvendo-se em campanhas para poder
arcar com as despesas da viagem. Segundo o diretor do SAJ (Setor Arquidiocesano da Juventude) Padre José Bezerra, nossa arquidiocese levará aproximadamente 400 jovens, que é um número expressivo para nossa realidade. Isso significa que nossa juventude não está perdida como muitos julgam. Muitos desses jovens sairão de viagem no sábado dia 20/07/2013 e permanecerão a semana toda; entre eles estarei eu com o coração transbordando de alegria para vivenciar essa bênção. Outros irão sair no dia 25/07/2013 para participar da vigília e da Santa Missa que será celebrada pelo Papa Francisco. Com tudo isso, gostaria de pedir à comunidade católica uberabense que reze e peça ao Espírito Santo de Deus que ilumine e abençoe todos os jovens que lá estarão, pois esse evento poderá ser único, visto que desde sua criação em 1984 pelo então Papa João Paulo II, hoje Beato João Paulo, é a primeira vez que é realizado no Brasil. Paz e Bem a todos e Deus os abençoe.
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espaço memória
Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013
A Criação da Diocese de Uberaba Historiador Carlos Pedroso Foram várias as dificuldades na criação da Diocese de Uberaba. Naquela época em que a viagem de navio durava vinte dias, Dom Eduardo foi quatro vezes à Europa. Uma para estudar; outra quando nomeado bispo de Goiás e na terceira para conseguir missionários para sua Diocese. Na quarta vez, por tratar da saúde, abalada por neurastenia, na França, o fato lhe deu a oportunidade de contratar Irmãos Maristas para o Colégio de Uberaba, e trazer consigo Redentoristas alemães. Um detalhe: de passagem por Lisboa, Dom Eduardo foi preso por portar dois pacotes de rapé, espécie de tabaco em pó para inalar, cujo consumo era bastante comum no Brasil até o início do Século XX, mas explicou-se e foi solto. Ele já tinha sido preso por indígenas, por ocasião de uma visita pastoral aos selvagens Javés, em Goiás (Autobiografia, Goiânia, 2007, pag. 154). Dom Eduardo foi eleito Bispo de Goiás pela Bula de 22 de janeiro de 1890. Em 08 de fevereiro de 1890, em Roma, foi sagrado Bispo pelos cardeais Parochi e Rampola del Tindaro — este, Secretário de Estado do Papa Leão XIII — que, por sua vez, atuava como protetor de Dom Eduardo em Roma e praticamente o absoluto coordenador de tudo o que se referiu à criação da Diocese de Uberaba.
Por que uma nova Diocese no interior do Brasil?
A Diocese de Uberaba foi criada como forte sinal de reparação ao ultraje republicano que prejudicou a Diocese de Goiás e humilhou seu Bispo Diocesano. Interpretando bem o Apocalipse, a Igreja reconheceu Dom Eduardo como perseguido e o reconduziu à condição do justo vencedor perante a Justiça Eterna. Não foi só uma revanche, foi uma atitude de fé em Cristo Nosso Senhor, Cabeça da Igreja, o Divino Criador e Eterno Estabilizador de sua Igreja. Dom Eduardo foi um herói; mesmo já tendo missionários e missionárias da Ordem Dominicana, muitas paróquias em Goiás e no Triângulo Mineiro estavam acéfalas e providas unicamente de padres idosos. Ele, então, procurou na Europa congregações religiosas que o ajudassem na evangelização. Com auxílio do Cardeal Rampola, conseguiu os Irmãos Maristas franceses e
Palácio Episcopal, reforçando as generosas ofertas das paróquias.
Enfim, a diocese de Uberaba
Palácio Episcopal - 1950
os Redentoristas alemães. Certa feita, Dom Eduardo, a contragosto, mas por determinação do Cardeal Rampola, cedeu dois Redentoristas para o Santuário de Aparecida/SP, e teve de contar somente com os Redentoristas de Barro Preto (hoje Trindade/GO) para cuidar da Devoção do Divino Pai Eterno. Na viagem até Goiás, os padres alemães só podiam conversar com Dom Eduardo em latim. Já em Uberlândia, Padre Speelt e Dom Eduardo foram homenageados com as danças do Congado Moçambique. Ao fim da apresentação, Dom Eduardo perguntou a Padre Speelt: - Qui tibi videtur? (Que tal te parece?) - Admirabilia. (Admirável folclore).
A vinda de Dom Eduardo para Uberaba
Em razão da perseguição religiosa republicana, Dom Eduardo resolveu sair de Goiás e vir para Uberaba, onde chegou em 10 de agosto de 1896 e foi recebido festivamente com discursos, banda de música e desfiles, após desconfortável viagem em lombo de burro, com seminaristas, cabido diocesano, livros, biblioteca, paramentos e arquivos. Daqui, Dom Eduardo visitava sempre as paróquias de Goiás e do Triângulo Mineiro. Em 1907, no povoado de Água Suja (hoje Romaria-MG), ele elevou a humilde capela a Santuário Episcopal de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja — hoje frequentado por milhares de romeiros —, entre julho e agosto. Em homenagem à cidade que o acolheu tão bem, Dom Eduardo conseguiu do Cardeal Rampola a
promessa da criação da Diocese de Uberaba, desmembrando-a da Diocese de Goiás, sob duas condições: conseguir um grande patrimônio destinado a garantir a subsistência diocesana e a construção de uma nova igreja de cimento armado, que seria alçada ao status de Catedral. O cimento armado já tinha sido introduzido em Uberaba por construtores italianos, em 1900, na restauração das duas atuais torres da Matriz, na Praça Rui Barbosa. A exigência do cimento armado foi para que não se reproduzissem as péssimas condições de conservação da antiga Matriz, vetada por Roma para ser a futura Catedral e que era praticamente um pardieiro de ripas despencando do telhado em um simplório salão de paredes de pau a pique. Por isso, a primeira Catedral de Uberaba não seguiu a regra geral de todas as outras novas Dioceses brasileiras, que sempre escolhem a Igreja Matriz no centro da cidade para ser Catedral. Uberaba tem o dia 02 de março como festiva data municipal em memória à criação da Paróquia, em 1820, por ato do Rei de Portugal (e não por ato de um Bispo) Até a instituição dos atuais cartórios civis (republicanos), todo pároco era praticamente um funcionário de cartório a serviço do Império, que usava os registros paroquiais como listagem de possíveis contribuintes de impostos. Durante o Império, todos os bispos e párocos recebiam vencimentos, as "côngruas". O livro paroquial tinha três colunas: batismo, casamento e óbito. As côngruas estavam atrasadas. Assim, Dom Eduardo as requereu e empregou sua verba na construção de sua Catedral e do
Pronta a Catedral e garantido o patrimônio diocesano, com terrenos no Alto das Mercês a partir do Largo Cuiabá (hoje Praça Dom Eduardo), em 29 de setembro de 1907, pela Bula Goyaz Diamantina Brasiliana Respublica, do Papa São Pio X, foi criada a Diocese do Sagrado Coração de Jesus, desmembrada das Dioceses de Goiás e Diamantina, sufragânea da Arquidiocese de Mariana. A posse de Dom Eduardo na Diocese de Uberaba foi complicada, em razão do extravio do "Breve" Apostólico Apostolatus Officium, de 8 de novembro de 1907, que o desligava de Goiás e o nomeava Bispo de Uberaba – tudo isso porque, naquele tempo, a comunicação postal com Goiás era impossível em época de enchentes de rios. A correspondência de Roma se extraviou porque endereçada a Goiás, e não a Uberaba, onde morava Dom Eduardo. Assim, a posse dele ocorreu somente em 24 de maio de 1908 (oito meses após sua nomeação). Quase três anos antes da criação da Diocese, a Catedral já estava pronta; foi terminada com festa na colocação da última telha, com direito a rojões e cervejada, em 30 de setembro de 1905. Tempos depois, já bem
Catedral Metropolitana - 1940
ornamentada para o Culto Divino, foi inaugurada como Catedral, em Missa Solene realizada em 27 de janeiro de 1907. Em 17 de outubro de 1908, Dom Eduardo assinou o Decreto de instalação do Curato da Sé (transferido para a Praça Rui Barbosa no ano de 1926), com licença papal para a recíproca transferência entre os respectivos padroeiros da Igreja das Mercês e a Igreja da Praça Rui Barbosa – esta, a partir de 1926 até hoje, nossa Catedral no centro da cidade de Uberaba. Dois fatos históricos em 1923: em 7 de março de 1923, Dom Eduardo renunciou à Diocese de Uberaba e se retirou para o Rio de Janeiro, para tratamento de saúde. Já em 6 de abril de 1923, foi nomeado Bispo de Uberaba Dom José Tupinambá da Frota (Bispo de Sobral/CE desde 1916). Outros dois fatos históricos em 1924: em 1º de fevereiro de 1924, a Diocese de Uberaba foi desligada da Arquidiocese de Mariana e adida à Arquidiocese de Belo Horizonte. Por seu turno, em 04 de junho de 1924 foi tornada sem efeito a nomeação de Dom José Tupinambá da Frota para Uberaba, proclamando-se a nomeação do padre diretor do Colégio Salesiano de Bagé/RS, Dom Antônio de Almeida Lustosa. Ele recebeu a sagração episcopal em 11 de fevereiro de 1925, com posse na Diocese de Uberaba, em 1º de março de 1925.