Jornal
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Ano 6 - 53ª Edição - Março/2015 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba
Igreja debate a violência contra as mulheres
Segundo pesquisa realizada pela ONU, na década passada, uma em cada três mulheres no mundo foi espancada ou violentada sexualmente. No dia 08 de março, a sociedade comemora o Dia Internacional da Mulher. Diante de tantas agressões explícitas e veladas contra as mulheres, esta edição do Jornal Metropolitano discute o assunto, aponta os direitos da mulher, muitas vezes não respeitados, e os avanços e mecanismos para buscar alcançá-los. Página 07
Campanha da Fraternidade: o Agir Com o tema Igreja e Sociedade, a CF deste ano convoca os cristãos a participarem ainda mais na promoção do BEM COMUM entre os povos. Apesar das diversas ações pastorais da Igreja em creches, asilos e grupos de reflexão, entre outros, sabemos que podemos colaborar mais para a JUSTIÇA SOCIAL em nossa comunidade. Dentro disto, qual será seu AGIR? Página 06
Padre Alaor Porfírio Administrador da Catedral no começo da década de 1930, a ele é atribuída uma das primeiras reformas da Matriz de Uberaba e em tempos de crise econômica mundial. Página 12
Igrejinha de Tapira A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é uma espécie de marco zero da cidade de Tapira. Recentemente, ela foi restaurada. Página 05
Quase Paróquia em Frutal
Em breve a Comunidade de Frutal deverá ganhar uma nova paróquia. No mês passado, dom Paulo Mendes Peixoto elevou a capela de Menino Jesus de Praga à condição de Quase Paróquia. Página 04
Ano da Comunicação Congresso Eucarístico
Assim definido pelo PAPIU DE 2012, o ano de 2015 em nossa Arquidiocese será dedicado especialmente às comunicações. Há um documento da CNBB 99, que versa sobre a Comunicação da Igreja no Brasil, tendo como tripé a promoção da comunicação dialógica, desafios e possibilidades das pastorais a partir da mídia digital e formação do censo crítico. Em nossa diocese, temos uma Pastoral da Comunicação ativa com trabalhos em rádio, jornal e site. Página 03
Apresentado na reunião do clero, o Congresso Eucarístico começa a ganhar vida entre os paroquianos de nossa Arquidiocese. Seu lançamento será em abril. Página 03
Oficina de Oração Aconteceu neste final de semana, na Cúria Metropolitana, mais uma etapa da Oficina de Oração. Você, que já participou, sabe como acontece na prática. Página 11
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artigos
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
Editorial Tempo de conversão. O período quaresmal nos convida à conversão do coração. Momento de reconhecer a presença sublime de Deus, no tempo e na história da humanidade. Tempo de reflexão, retiro e preparação para a grande festa da Ressurreição, motivo de nossa alegria e fé na vida eterna em Deus. No início do século XX, os desafios sociais mudaram a perspectiva da ação evangelizadora da Igreja que, a partir da metade do século passado, passou a intervir diante de uma sociedade que começou a clamar por justiça e igualdade social. Assim, percebemos por meio das necessidades da humanidade nossa missão: “Eu vim para servir”, lutando pela dignidade do ser humano. O Papa Francisco nos alerta: “a indiferença e o egoísmo estão sempre à espreita”. Desse modo, a CF 2015 nos convida a verdadeira conversão do coração em que nossas ações devem ser testemunhadas por nossos atos. No início do século XXI, a participação política e social de nossa Igreja prosseguiu e, desde então, nos convida a prosseguir nos organismos e pastorais destinados a uma ação social, marcada pela compaixão diante do sofrimento do outro, a fim de servir e testemunhar o amor de Cristo, que se entregou na cruz por nós. E nos indica “Meu mandamento é antigo e tão novo: Amar e servir como faço a vocês. Sou mestre que escuta e cuida de seu povo, um Deus que se inclina e que lava seus pés” (cf. Jo 13). Sejamos nós, a exemplo do Papa Francisco, missionários de todos, contudo atentos aos excluídos e marginalizados, que sofrem e anseiam pelo olhar misericordioso de Cristo através de nós. E que assim possamos imitar nosso papa que, no ano passado, abraçou e beijou um homem deformado por tumores, atitude que dispensa qualquer comentário. Estamos vivendo um tempo forte de nossa Igreja. A exemplo de Cristo, que possamos suportar as dificuldades que aparecerem em nossa caminhada definitiva rumo à pátria celeste. Que as fraquezas da vida sejam transformadas em esperança, por meio da ressurreição que nos conduz a uma nova vida e que ainda sejamos ressurreição na vida de nossos irmãos. Cristo nos convoca a sermos uma Igreja solidária, servidora e missionária, que anuncia e sabe ouvir, a lutarmos por dignidade, por justiça e igualdade, pois “Eu vim para servir” (Mc 10,45). Seja esta ação nossa verdadeira conversão. Feliz e profícuo tempo quaresmal.
Por onde caminhar
O jornal Metropolitano continua a pleno vapor. Com tiragem mensal, ele vai deixando seu rastro sólido e com muita propriedade, enriquecendo a caminhada de nossa arquidiocese. Parabenizamos as equipes de trabalho, coordenadas por Mons. Valmir, pároco da Catedral Metropolitana de Uberaba, dando solidez a essa importante área da comunicação em nossa arquidiocese. Nesta edição damos destaque à Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, falando também do Ano da Comunicação, conforme nosso Plano de Pastoral, e da primeira Reunião do Clero deste ano. Tudo marca a caminhada arquidiocesana e ajuda na con-
dução dos trabalhos pastorais que envolvem todas as pessoas comprometidas com a Igreja. A Campanha da Fraternidade de 2015, com o lema “Eu vim para servir” (Mt 10,45), acompanhando principalmente o tempo da Quaresma, sugere em todos os cristãos o cumprimento de seu papel na construção de uma sociedade marcada pelos valores do Reino de Deus. A justiça, a honestidade e o amor fraterno não podem ser descartados. A Campanha oferece subsídios ricos de conteúdo para abastecer o ambiente da comunicação. Ela destaca a presença da Igreja na vida da sociedade e seu desejo sincero de construir um mundo de paz e de compromisso com a causa do bem comum. O objetivo da Igreja é a re-
Escala de Confissões Semana Santa
Rui Melo Magalhães Neto
Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba Praça Dom Eduardo,56, bairro Mercês, Uberaba - MG, CEP-38.060.280 E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Carlos Carvalho / 9151-0431 – e-mail: carvalhocunha66@ gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares
alização da vida humana em todas as etapas de sua existência. O mudo está globalizado ou conectado, interligado pelos fios da comunicação na era digital. A Internet veio potencializar a capacidade humana para fazer ressoar seu poder de chegar às grandes distâncias. Isto vem desafiando todas as pessoas, criando exclusão para os que vivem desconectados e fora desse ambiente. Na primeira reunião do clero deste ano, um dos temas foi justamente a comunicação. As abordagens foram para mostrar que a Igreja não pode ficar alheia e distante desses instrumentos que ajudam na propagação da Palavra de Deus. Temos que investir na comunicação, formar pessoas para
atuar com conhecimento para que os meios sejam bem utilizados no trabalho missionário da Igreja. Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba
arquidiocese
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
Reunião Geral do Clero - 2015
No último dia 03 de fevereiro, no Centro Pastoral João Paulo II, das 8h30 às 16h, foi realizada a primeira Reunião do Clero da Arquidiocese de Uberaba de 2015. Essa reunião não contou apenas com a presença de sacerdotes, mas também dos Diáconos Permanentes, Religiosos (as), Leigas Consagradas, seminaristas do Curso de Teologia e representantes de pastorais, movimentos e serviços da arquidiocese. Sob a presidência do senhor Arcebispo, a reunião foi iniciada com o acolhimento de todos os presentes, seguido da oração inicial. A proposta do Plano de Pastoral Arquidiocesano, em sua atenção preferencial para 2015, é a COMUNICAÇÃO. Como o Diretório da Comunicação é um documento recém-lançado pela CNBB, Doc. 99, foi realizado o estudo do mesmo, assessorado pelo Padre Gustavo Cortês, que é Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo em Frutal - MG, apresentando uma síntese de todo o documento aos presentes. Esta reunião também foi oportunidade de apresentar os encaminhamentos pastorais para 2015, de acordo com as perspectivas de ação pastoral contidas no Plano de Pastoral (PAPIU). Foram elas: 1 - Favorecer a atualização bíblica para o clero nos encontros de estudo e atualização teológica; 2 - Incentivar o conhecimento e a prática da leitura Orante da Bíblia; 3 - Criar e ou fortalecer as Escolas da Fé ou Escolas Bíblicas Paroquiais; 4 - Direcionar os grupos de reflexão para o aprofundamento na Palavra de Deus, por meio do Caderno Popular;
4 - Modernizar e profissionalizar o Sistema de Comunicação Arquidiocesano e Paroquial, utilizando melhor os recursos disponíveis (Rádio, Jornal, Internet) para auxiliar no anúncio e no conhecimento da Palavra de Deus. Na oportunidade do Ano da Comunicação em nossa Arquidiocese, Mons. Valmir, responsável pelos meios de comunicação arquidiocesanos, apresentou como estão encaminhados esses órgãos de comunicação. Outro assunto tratado na reunião foi sobre a Campanha da Fraternidade. Padre José Edilson, coordenador arquidiocesano de pastoral, relatou que há na Arquidiocese uma Comissão para a Campanha da Fraternidade, criada a partir do encontro de formação e capacitação ocorrido em dezembro passado. Essa comissão estará articulando o trabalho frente à Campanha não só na Quaresma, mas durante todo o ano, em toda a Arquidiocese, e que algumas ações concretas já estão planejadas, como: Formação e Capacitação para a CF-2015 nas Regiões Pastorais durante a Quaresma; Encontro para repasse do conteúdo da CF-2015 para a sociedade civil de toda arquidiocese no dia 10/03, na cidade de Uberaba, com local ainda a definir. Numa perspectiva pastoral, no que se diz respeito ao Sínodo sobre a Família, realizado em outubro do ano passado, em Roma, Mons. Célio Pereira Lima Assessor da Pastoral Familiar Arquidiocesana apresentou algumas orientações sobre o mesmo, falando do Questionário que a Comissão Sinodal enviou para todas as dioceses do mundo, visando a uma maior integração das comunidades na reflexão sobre a família. Falou também sobre o Congresso Provincial da Pastoral Familiar que acontecerá em 2016, como prevê o Plano de Pastoral, destacando que a Abertura se dará já neste ano, no
dia 31 de maio, com uma Celebração Eucarística, em que será entregue às dioceses da Província um quadro da Sagrada Família para que percorra todas as paróquias pertencentes a esta província. A missa acontecerá na Igreja de Santa Terezinha, em Uberaba, às 9h. Durante este ano, também será vivenciado o Congresso Eucarístico Arquidiocesano. O assessor dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECE) Padre Vanderlei Izaumi apresentou a proposta para esse Congresso, mostrando o cartaz, informando o tema e os encaminhamentos dos trabalhos a serem desenvolvidos, como reuniões preparatórias nas regiões pastorais, pré-congresso também nas regiões e concentração no dia 29/11 com oficinas e Celebração Eucarística. A abertura desse Congresso se dará no Domingo de Páscoa, 05/04, em âmbito paroquial. Todo material necessário será preparado e enviado às paróquias. Outros assuntos foram tratados no período da manhã, como apresentação do Calendário Pastoral 2015, informações sobre o Anuário, entre outros. Na parte da tarde, sob a coordenação do Padre Gilberto Carlos e equipe de Administração da Arquidiocese, foi apresentado o relatório anual de prestação de contas e discutidos outros assuntos pertinentes à Administração. Que este ano de 2015 seja pastoralmente produtivo. E isto só será possível com a colaboração de todos que formam a Igreja Particular de Uberaba. Que Nossa Senhora da Abadia, Mãe de Deus e nossa Mãe, interceda por nossos trabalhos, ajudando-nos sempre a fazer a vontade do Pai, como ela o fez. Coordenação Arquidiocesana de Pastoral
Ventos põem abaixo o telhado da Quase Paróquia de São Paulo Apóstolo Uma forte ventania, seguida de chuva, no sábado de Carnaval, provocou a queda de boa parte do telhado da Quase Paróquia de São Paulo Apóstolo, no bairro Jardim Maracanã. Segundo o administrador paroquial padre Ronan Belo, o temporal danificou também o gesso da igreja que, junto com as telhas, caiu sobre os bancos da paróquia. “Por sorte, naquele momento, o templo estava fechado e os danos foram mesmo só materiais,” disse o sacerdote. A Quase Paróquia de São Paulo Apóstolo foi recém-instalada e não dispõe de recursos próprios. Por esta razão, o arcebispo deve lançar nos próximos dias campanha junto às paróquias irmãs para que auxiliem na restauração do telhado e gesso da igreja. Devotos de São Paulo e demais interessados também podem colaborar. Basta entrar em contato com a Cúria Metropolitana, pelo telefone 3312-9565. Da Redação
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AGENDA DE MARÇO 01 – Formação Catequética – Região Frutal Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Prata – 14h Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Conceição das Alagoas – 14H Retiro da Pastoral da Criança – das 8h às 16h 02 – Reunião para implantação da Pastoral dos Empresários Cristãos – Centro Pastoral – 20h 03 – Reunião Região Pastoral Ressurreição – Santa Maria Mãe de Deus – 19h30 Reunião da Pastoral Vocacional – Centro Pastoral – 20h Formação Litúrgica – Centro Pastoral – 19h30 03 e 04 – Formação para o Clero – Pastoral Familiar – Regional Leste 2 – Itabira / Coronel Fabriciano 04 – Reunião Região Pastoral Catedral – São Domingos – 19h30 Reunião do Conselho Arquidiocesano de Leigos – 19h30 05 – Reunião Região Pastoral Araxá – Sagrada Família – 19h30 07 – Reunião Região Pastoral Sacramento – N. Sra. Abadia (Sacramento) – 9h Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Frutal Reunião do Setor Juventude 07 e 08 – Retiro anual para os Diáconos Permanentes e suas esposas, da Arquidiocese de Uberaba Formação de Coordenadores do Grupo de Oração da RCC 08 – Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Araxá Capacitação e Ascensão para capacitador no Guia do Líder da Pastoral da Criança 09 – Reunião do INBRAC – São Paulo 10 – Reunião do Conselho Arquidiocesano do EJC – Paróquia Santa Cruz – 20h30 Repasse sobre a CF-2015 para a Sociedade Civil – 19h (local a definir) 11 – Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Nossa Senhora das Graças – 19h30 12 – Reunião Região Pastoral Nossa Senhora das Graças – Nossa Senhora de Lourdes das Torres – 19h30 Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Catedral – 19h30 13 – ANIVERSÁRIO DA ELEIÇÃO DO PAPA FRANCISCO 13 a 15 – Visita Pastoral – Paróquia de São Benedito – Uberaba Escola de Música – Setor Música (Cantando a Semana Santa) – Centro Pastoral 14 – Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região N. Sra. Abadia – 19h30 14 e 15 – Retiro das Lideranças do Ministério Jovem da RCC Encontro Formativo com agentes da Pastoral Vocacional – CEDSTA 15 – Formação e capacitação sobre a CF-2015 – Região Ressurreição 15 a 22 – Cerco de Jericó em Pirajuba (RCC) 17 – Reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP) – Centro Pastoral – 19h30 19 – SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ ANIVERSÁRIO DE INÍCIO DO MINISTÉRIO DO PAPA FRANCISCO 20 – Reunião Região Pastoral Frutal – Nossa Senhora de Fátima (Fronteira) – 19h30 20 e 22 – 112º Cursilho para Homens – Centro Pastoral 21 – Reunião Região Pastoral Prata – São Sebastião (Comendador Gomes) – 9h Reunião Pastoral da Educação – Centro Pastoral – 14h Formação Setor Juventude – Região Prata Formação Diáconos Permanentes – 8h 22 – Formação Catequética – Região Romaria Formação para Equipes Dirigentes de 1ª Etapa e para Palestrantes do ECC em Uberaba 21 e 22 – Formação para agentes da Pastoral Vocacional 24 – Reunião Conselho Arquidiocesano para Assuntos Econômicos – Centro Pastoral – 19h30 26 a 29 – Visita Pastoral – Paróquia Nossa Senhora da Abadia – Romaria 27 – Reunião da Comissão Bíblico-Catequética – Centro Pastoral – 19h30 27 a 29 – 103º Cursilho para Mulheres – Centro Pastoral Encontro de 2ª Etapa do ECC da Região Conceição das Alagoas, na cidade de Conceição das Alagoas 28 – Formação para o Conselho Arquidiocesano do EJC – Paróquia São José – 16h 29 – DOMINGO DE RAMOS (Coleta da Solidariedade para a CF-2015)
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paróquias
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Festa de Lourdes atrai muitos enfermos
Milhares de fiéis participaram em fevereiro, na paróquia do bairro de Lourdes, do encerramento da festa em louvor à padroeira Nossa Senhora de Lourdes. No decorrer do dia foram celebradas quatro missas: às 6, 12, 15 e 19 horas. A cerimônia das três da tarde atraiu centenas de devotos, sobretudo, pessoas com algum tipo de enfermidade. Na oportunidade, os padres Manoel Messias e Selmo Mazetto fizeram a unção dos enfermos e ao final, distribuíram água benta para todos. Nossa Senhora de Lourdes é a protetora dos enfermos, de modo especial das pessoas com câncer. Após a construção do salão, já utilizado na festa deste ano (evitando despesas com tendas), os próximos passos na obra da matriz da Paróquia de Lourdes em Uberaba são o piso e a pintura. Rubério Santos
Frutal ganha Quase Paróquia do Menino Jesus de Praga Foi instalada no último dia 11 de fevereiro, na cidade de Frutal – MG, a Quase Paróquia do Menino Jesus de Praga. Padre Fabiano Gonzaga é seu administrador paroquial. A missa solene de instalação da Quase Paróquia foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto. Centenas de fiéis participaram da celebração na capela da Comunidade Menino Jesus de Praga, criada desde 1985. A Quase Paróquia do Menino Jesus de Praga é fruto do desmembramento da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida. Ela está localizada no Ipê Amarelo, abrangendo os loteamentos Flamboyant, Nova Frutal, Jardim Brasil, Residencial Plaza e Valdemar Marques. Ainda integram a futura paróquia quatro comunidades rurais, sendo que duas estão nos distritos de Vila Barroso e Garimpo do Bandeira. A Quase Paróquia Menino Jesus de Praga tem população estimada de 16 mil habitantes.
Empossado na missa de instalação como administrador paroquial, padre Fabiano Gonzaga entende que a nova missão é um desafio. “A área é bastante grande e com uma diversidade de situações,” ressaltou ele, confiante nos avanços da Quase Paróquia. Ordenado em dezembro de 2013, padre Fabiano Gonzaga passou antes por Comendador Gomes e Nossa Senhora Aparecida, em Frutal. Os horários das Missas na região são os seguintes: Matriz do Menino Jesus de Praga – quarta feira, às 19h30, sábado, às 7 e 19 horas, domingo às 9h30 e 19 horas. Comunidade Santa Teresinha Jardim Brasil – domingo, às 17 horas Nova Frutal - sábado,às 17 horas Valdemar Marques – domingo, às 8 horas Nas demais localidades, a missa é celebrada uma vez por mês. Rubério Santos
A cidade de Conquista sob o coração de Maria Com imensa alegria comunicamos a todos a realização da belíssima Festa de Nossa Senhora de Lourdes, Padroeira de Conquista MG. O coração de Maria, fincado no seio de nossa cidade, manifestou sua ternura na atitude dos fiéis (embora o horário das missas fosse talvez pouco oportuno devido ao calor intenso, houve intensa participação de fiéis); ou seja, uma dedicação profunda de nossa cidade a Maria, sua protetora. Assim, durante os festejos, essencialmente religiosos, tivemos a tradicional Novena com grande acompanhamento do povo; nessa ocasião, foi possível entender porque a festa atrai tantas pessoas: trata-se de uma excelente oportunidade para renovação de nossos votos de fidelidade a Nossa Senhora e a seu Divino Filho. Animados pelo zelo que os caracterizam, os fiéis se empenharam na organização da festa, promovendo a cada dia, no final da Santa Missa, coroações da Virgem Maria marcadas pela simplicidade, porém, ao mesmo tempo, pela mais profunda emoção e sincero desejo de manifestar a fé católica. Percebemos com satisfação o interesse geral em torno dessas coroações: nelas, as crianças já se sentem iniciadas na catequese, ou seja, numa educação cristã; os jovens cultivam a semente do Evangelho que já receberam, produzindo os primeiros frutos; e todos, adultos e crianças, entendem a importância de uma vida em comum, onde todos recebem e oferecem o amor fraterno representado por Cristo, cabeça da Igreja. Destacamos ainda a representação teatral lembrando as aparições da Virgem Maria a Santa Bernadete. Sabemos o quanto o teatro representa na história da catequese e no reavivar do zelo cristão.
O ponto alto da festa, entretanto, foi a soltura de balões na porta da igreja matriz, formando a figura de um rosário: um modo inédito de expressar nossa fé, adotado a partir de experiência realizada em Israel e jamais vista antes em nosso país. A visão do imenso rosário que subia aos céus, e parecia mesmo empunhado por mão invisível, causou emoção nos fiéis que, em seguida, participaram com ardor da Missa de encerramento. Mais treze Filhas de Maria foram consagradas, formando um grupo de trinta e seis auxiliadoras. Agradecemos a presença de nosso pastor, o Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, durante a Novena. Ele soube encantar a todos com sua homilia que falava da intercessão de Nossa Senhora por todos seus filhos. Agradecemos ainda aos padres que não mediram esforços a fim de abrilhantar e enriquecer nossos festejos com sua presença: Padre Fabiano Gonzaga, Padre Hélio, Padre Lucimar, Padre Leandro Santos, Padre Zezinho e Padre Douglas. Renovamos nossos
votos de felicidade e manifestamos nossa gratidão. Na parte social, tivemos uma clara demonstração de que “a fé conduz à ação”; porque nossos fiéis mostraram zelo especial em sua realização. Tivemos um dia dedicado à Festa do Milho Verde, que surpreendeu a todos pelos resultados exibidos: a partir de uma intensa participação, tivemos a oportunidade de verificar o quanto todos se interessaram em oferecer sua contribuição. Recebemos ainda doação de um devoto destinada à Igreja de São Jorge. Fique aqui nosso mais sincero agradecimento, e que todos aqueles que se sintam inclinados a nos visitar possam sentir-se sempre bem-vindos: que Deus abençoe a todos. Aproveitamos ainda o ensejo para apresentar nosso convite quaresmal: venham todos assistir à representação teatral da Semana Santa - “Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Conquista - MG Padre Sandro Dalmolin
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paróquias
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História da Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário
Além de referência religiosa de Tapira, a Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário é também oficialmente o primeiro prédio da cidade. Essa construção motivou muitos fazendeiros da região a terem casas de temporada no entorno da obra, para que pudessem hospedar-se em Tapira em dias de celebração católica. O grande e saudoso historiador de Tapira Sr. Waldomiro Rosa de Oliveira escreveu no livro História de Tapira: “corria o ano de 1901, quando vários agricultores, alegres com a vida pelas abundantes colheitas, iniciaram a construção de uma igreja na localidade”. Nessa época a Igrejinha – que hoje é dedicada a Nossa Senhora
do Rosário –, levava o nome do padroeiro dessas terras, São Sebastião. Foi erguida em uma colina “de onde pudesse contemplar todos os moradores do povoado que surgia, graças à fertilidade das terras nos arredores”. Ainda segundo o Sr. Waldomiro, a obra demorou menos de um ano, sendo que muitos cidadãos ajudaram na construção: “lá do alto, tal qual uma garça branca, contemplando a imensidão, estava erguida a primeira igreja de Tapira, para alegria e orgulho de todos”. O fato é que muitas versões giram em torno da construção da Igrejinha. Alguns afirmam que isso ocorreu muitos anos antes, visto que o prédio traz algumas carac-
terísticas de construções anteriores ao fim da escravidão no Brasil, que ocorreu em 1888. O antigo pároco de Tapira Padre Sérgio Márcio de Oliveira é um dos que defendem essa tese, “pelo fato da Igrejinha ter em sua estrutura a divisão de madeira que servia para separar os negros e os brancos para as celebrações”. Além disso, o piso das laterais da igreja era rebaixado, característica de espaço reservado aos negros, o que fazia com que os senhores brancos ficassem em destaque, num patamar mais alto. As cores originais da Igrejinha, agora recuperada, eram branca e azul, cores típicas dos séculos XVI e XVII, cores que remetem a Nossa Senhora, sobretudo sob
o título de Imaculada Conceição, cujo dogma foi proclamado em 1854. Os padroeiros da capela, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, eram santos de devoções fortes dos negros. Tudo isso sugere uma pergunta: se a igrejinha foi construída em
1901, por que ela teria em sua estrutura características das capelas anteriores à abolição? Acredita-se ser este um grande indício de que a construção seja anterior a 1901. Herculis Higor de Rezende Padre Alvimar Santana Bhering
Capela Nossa Senhora Aparecida – Delta/MG
A comunidade de Nossa Senhora Aparecida foi fundada pelo Padre José Carlos Fernandes, em 2000, a partir de um grupo de reflexão. Os padres que o sucederam providenciaram a continuidade da construção. Hoje, Padre Adailton Carlos da Silva Ribeiro, Administrador
Paroquial da Paróquia de Santa Maria dos Anjos, junto com a comunidade Nossa Senhora Aparecida, agradece a todos a colaboração e o incentivo para a realização deste grande sonho, que ainda está acontecendo. Deus abençoe a todos.
Santuário da Medalha Milagrosa Holocausto e Aborto Em janeiro de 2015, completaram-se setenta anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, pelo exército vermelho soviético. Relatos da época demonstram a perplexidade dos soldados soviéticos, que estavam acostumados com as atrocidades da guerra, ao entrarem em Auschwitz e presenciarem a insanidade demoníaca que ali ocorria. Havia sobreviventes seminus em pleno inverno, desnutridos ao extremo, com nítidas marcas das mais variadas torturas físicas e de supostos “experimentos médicos” que se realizavam nos prisioneiros judeus, desde crianças até adultos e idosos. Os sobreviventes estavam trancados
em galpões inóspitos junto com cadáveres em decomposição e sangue espalhado por todos os lugares. Câmaras de gás, fornos crematórios gigantescos e covas coletivas completavam o insensato cenário. Há cartas de oficiais do exército vermelho que evidenciam que os sobreviventes em Auschwitz não pareciam ter vida, devido à nefasta e diabólica experiência no campo de concentração. Auschwitz não era o único campo de extermínio dos nazistas, porém há estimativas de que um milhão de judeus foi assassinado em Auschwitz, sendo o mais expressivo em números de pessoas que ali padeceram. Muitos se perguntam como pôde ocorrer tamanha crueldade nos campos de extermínio, na época da ocupação nazista. Para termos a resposta, precisamos recorrer à história. Quando o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – O Partido Nazista – foi fundado, havia como programa um antissemitismo, um nacionalismo exacerbado e uma dura crítica ao capitalismo internacional.
Foi esse tripé, juntamente com o eloquente poder de oratória de Hitler, que alienou a população alemã com vários embustes ideológicos, entre eles; a eugenia, a supremacia da raça ariana e a teoria sórdida de que judeus, ciganos, eslavos e homossexuais não eram seres humanos, mas uma raça inferior. Essa ideologia que desumanizou determinados membros da raça humana, juntamente com a busca do homem ariano perfeito foi o pano de fundo que preparou o terreno para os campos de concentração. No entanto, esses campos de extermínio não eram acessíveis aos civis alemães. O exército americano, após ocupar regiões alemãs onde havia campos de concentração, fez com que civis alemães, que moravam ao lado desses campos, entrassem e vissem por si próprios o que seu governo estava fazendo atrás dos muros. Imagens de documentários sobre essas visitas demonstram uma nítida tristeza, vergonha e assombro da população civil alemã. O governo enganou a população alemã ao esconder as atrocidades do holocausto, porém, o partido nazista chegou ao poder de forma legal e legítima e com o consentimento da população, apesar de sua ideologia que desumanizava os judeus. Nisso, a população alemã não foi enganada. E o aborto, o que tem a ver com isso? Pois bem, a militância abortista desumaniza o feto, utilizando vários subterfúgios falaciosos, cha-
mando o concepto de um “punhado de células”, afirmando que não são seres humanos, podendo, pois, ser eliminados. Desta forma, promovem uma campanha baseada em trapaças pseudo-intelectuais para legalizar o assassinato de seres humanos indefesos no ventre materno. Querem legalizar outro holocausto! Nem tudo que é legal, é moralmente correto ou, então, se baseia no bem. Por isso, precisamos ficar atentos e dizer sempre NÃO ao aborto. O feto é um ser humano como eu e você e merece todo nosso respeito. Se nos distanciarmos moralmente desta evidência científica e nos deixarmos ludibriar pela campanha abortista, seremos cúmplices passivos de outro holocausto, que poderá ocorrer em nossas cidades, em nossos bairros, quem sabe ao lado de nossas casas. Talvez fosse
interessante levar as pessoas até uma clínica de aborto legal para que pudessem presenciar o que acontece ali. Seria uma boa forma de evidenciar a verdade, pois nessas clínicas ocorre a morte de um ser humano, de forma cruel, com técnicas de deixar qualquer um perplexo! Quem se interessar, recomendo o documentário “Blood Money – Aborto Legalizado”, de 2013, que evidencia como funcionam as clínicas legalizadas de aborto nos Estados Unidos da América. Peçamos sempre a intercessão de Nossa Senhora para afastar de nosso país o aborto legalizado! Dr. Anderson Marcos Pagani Diácono Permanente do Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Uberaba-MG
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especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
Campanha da Fraternidade 2015: O Agir Esperançosos, iniciamos este tempo especial de reflexão e oração que todos os anos a Mãe Igreja nos propõe, tendo sempre em vista nosso crescimento humano, afetivo e comunitário. Desde que se iniciou esse processo de evangelização no tempo quaresmal, chamado Campanha da Fraternidade, em 1964, com o tema Igreja em Renovação, com o lema Lembrese: você também é Igreja, a Igreja vem iluminando-nos com temas pertinentes à vida humana e que têm como objetivo trazer luzes a nosso caminhar, para assim expressarmos nossas ações e convicções no que se refere à Igreja e à sociedade em seus diversos setores.
Neste ano de 2015 a Igreja, auxiliada pela Campanha da Fraternidade, traz como tema o aprofundamento do diálogo e a necessária colaboração entre Igreja e Sociedade. Todos somos convidados a exercer um protagonismo para a construção de uma nova sociedade. Para isso, precisamos realizar uma análise da realidade à luz da Palavra de Deus, dos pronunciamentos do Magistério da Igreja e de tantos documentos eclesiais. O Concílio Ecumênico Vaticano II recordou que a Igreja é Reino de Deus, Povo de Deus. “Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na terra o Reino dos céus, revelou-nos Seu mistério e, por Sua obedi-
ência, realizou a redenção. O Reino de Deus, já presente em mistério pelo poder de Deus, cresce visivelmente no mundo”. Lumen Gentium nº 3. Sabemos que a Igreja, com seus diversos carismas e serviços, em unidade com todas as comunidades de fé, exerce papéis na sociedade. O bem de todos deve ser o objetivo de nossas discussões e as propostas devem fazer crescer o compromisso cristão entre nós, Igreja e sociedade. Precisamos ser uma Igreja que acolha o outro, mas que, sobretudo, seja consoladora e misericordiosa, participando das dificuldades que matam as esperanças presentes nos corações humanos, pois todos formamos a sociedade, filhos e filhas
de Deus. Como ser uma Igreja que trabalhe para que as estruturas, as normas e, sobretudo, a organização da sociedade esteja a serviço de todos? “Eu vim para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Portanto, à luz das diretrizes do Concílio Vaticano II, encerrado 50 anos atrás, a Campanha da Fraternidade 2015 quer aprofundar e estender os laços da Igreja com a sociedade. Espera-se que cada um sirva, a sua maneira, para contribuir de forma mais eficaz para melhorias na comunidade e na sociedade. Se porventura a Igreja não estiver para servir, então perderá a unidade com Cristo e, assim, não será de Cristo.
IGREJA E SOCIEDADE: serviço, diálogo e cooperação
A Igreja atua sempre a favor de tudo o que eleva a dignidade humana, consolida a coesão social e confere sentido mais profundo à atividade humana. Critério indispensável para que possamos atuar na sociedade é a atenção aos pobres e sofredores, às “periferias existenciais”, como as denomina o Papa Francisco. As urgências se estendem ao cuidado e à proteção da dignidade humana em todas as etapas de sua existência: o cuidado com a família, com as crianças, os adolescentes e jovens, com os trabalhadores, os migrantes, os idosos e enfermos, os indígenas e afrodescendentes, combatendo assim toda espécie de preconceito ou discriminação. Conclui-se, assim, que existe uma profunda ligação entre evangelização e promoção humana.
OS CRITÉRIOS: dignidade humana, bem comum e justiça social Estes são critérios a partir dos quais a Igreja discerne a oportunidade e o estilo de seu diálogo e colaboração com a sociedade. O serviço prestado pela Igreja à vida compreende a proteção ao ser humano, especialmente aos mais fragilizados e a seus direitos, universais e inalienáveis, como expressa a doutrina social. Sabemos que ainda há muito que se caminhar no Brasil para alcançarmos esses direitos básicos, tais como direito à água potável, alimentação, moradia, liberdade, manifestação política, educação, manifestação religiosa publicamente. O Concílio Vaticano II afirma que a fé obriga os fiéis a cumprirem seus “deveres terrenos” e a colaborar, com boa vontade e competên-
cia, nos mais variados campos da vida social, promovendo assim o BEM COMUM. O Papa Francisco chama todos os batizados a uma conversão missionária. Trata-se de uma Igreja em saída, que tenha capacidade sempre vigilante de estudar os sinais dos tempos ou mesmo ver o que Deus nos pede. Hoje, como no decorrer de toda a História, a Igreja Católica também participa efetivamente da sociedade por meio das pessoas que atuam nas pastorais sociais. Por meio delas, a Igreja expressa sua solicitude e o cuidado com os marginalizados, o que vem gerando a construção de propostas e metodologias de trabalho adequadas às circunstâncias desses grupos. Onde atuam as pastorais sociais? Estas pastorais se tornam expressão da Igreja nas populações de rua, vítimas do tráfico humano, quilombolas, grupos indígenas e outros. Existem grandes campos de atuação pastoral na Igreja onde se engajam os cristãos para trabalhar pelo bem comum, tais como: creches, orfanatos, casas de apoio, lares e asilos para idosos, casas de acolhimento a prostitutas, biblioteca comunitária, mutirões de ajuda, educação da família na conscientização de seus deveres, encontros de formação para as famílias e jovens, promoção cultural, serviços prestados por movimentos eclesiais, tais como Apostolado da oração, Legião de Maria, RCC e tantos outros afins. A JUSTIÇA SOCIAL está intimamente ligada ao bem comum. Dessa forma, percebemos que a Igreja vem prestando grandes serviços à sociedade, trazendo temas e serviços que colaboram com a construção da paz e a superação de tantas violências. As pessoas anseiam viver em paz e segurança. Podemos ainda realizar muitas ou-
tras coisas, inserindo em nossas liturgias mais concretamente o tema da Paz; conhecendo realidades próximas às nossas comunidades que apresentem conflitos; realizando acompanhamentos de famílias e jovens; inscrevendo a participação nos Conselhos Paritários no plano pastoral da diocese ou paróquia; participando ativamente na Reforma Política. A Igreja integra a “Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas”.
Vamos, enfim, viver a Campanha da Fraternidade. Tratase de um grande momento de comunhão eclesial e uma oportunidade para fortalecer os laços comunitários e animar a pastoral de conjunto. O tema é instigante, pois os fiéis da comunidade são membros da sociedade e chamados a evangelizá-la em suas várias dimensões. Eis nosso agir. Mons. Célio Pereira Lima
Análise É chegado o tempo propício. Enfim, estamos diante de nosso deserto quaresmal e, nesse período, como cristãos, nos incumbe a busca pelo aperfeiçoamento do espírito e a lapidação da alma. Somos chamados a transgredir a teia mundana e entregar em exílio à liberdade do amor de Cruz daquele que se encarnou para servir. A Igreja, em sua unitária comunhão nos propõe – há muitos séculos – a postura reflexiva do serviço durante este tempo. Sob o tripé da oração, do jejum e da caridade, caminhamos rumo à paixão, morte e ressurreição do Cordeiro Imolado de Deus. É nesse contexto que se encontra a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo lema “Eu vim para servir” nos leva a refletir sobre a relação entre a Igreja e a sociedade. Aos fiéis, durante todas as celebrações deste tempo tão caro e precioso, serão propostas as reflexões da Campanha que pretende envolver o povo como fermento da Igreja que constrói uma sociedade justa. Todavia, é preciso, antes mesmo que a Igreja saia em missão, que se fermentem nela as virtudes e a espiritualidade necessárias para tal tarefa. Trata-se de fermentar o próprio fermento, isto é, fazer crescer no coração dos cristãos os sentimentos que nos propõe a Quaresma, antes mesmo daqueles propostos pela Campanha da Fraternidade. Trata-se, pois, de nos tornarmos firmes em oração, jejum e caridade, para só então lançarmo-nos a serviço da sociedade como um corolário, uma vez que só assim exalaremos o perfume do Cristo e deixaremos uma marca verdadeiramente cristã nos setores civis tão carentes desta mística. Desta feita, formados e de coração abastecido de graça, poderemos servir ao mundo dando o que ele mais precisa: testemunho cristão. Eis nossa maior ferramenta de transformação e eis o imperativo do agir diante da proposta quaresmal da Igreja, ratificada pela CNBB, pois certo é que a caridade constitui o maior mandamento social, respeitando-se o outro e seus direitos, exigindo-se a prática da justiça, que nos torna capazes e nos inspira uma vida de entrega (CIC 1.889). Welder Andrade
especial
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A mulher e a violência
Historicamente, a mulher foi subordinada pela preponderância masculina, recebendo basicamente a função de procriação, de manutenção do lar e de educação dos filhos – uma compreensão que a acorrentou culturalmente. A partir de meados do século XX, e principalmente depois das grandes guerras mundiais, a mulher passou a reivindicar maior espaço na sociedade a partir do reconhecimento de direitos, principalmente da igualdade de gênero. Não obstante a legislação de diversos países tenha avançado no sentido de conceder às mulheres igualdade formal e material – com políticas afirmativas de acesso à educação, direito de voto e oportunidade de inserção no mercado de trabalho –, mulheres do mundo inteiro ainda enfrentam grandes dificuldades para serem tratadas como sujeito de direitos igualitários. Segundo pesquisa realizada pela ONU, na década passada, uma em cada três mulheres no mundo foi espancada ou violentada sexualmente. Recentemente acompanhamos, estarrecidos, as notícias
de estupros coletivos na Índia e a captura de mulheres yazidis iraquianas pelas milícias do Estado Islâmico, mantidas em cativeiro na condição de escravas sexuais. Os abusos, no entanto, também estão próximos de nós. Os números da violência de gênero no Brasil são alarmantes. A cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país e, em cerca de 70% dos casos, o agressor é o marido ou namorado, de acordo com relatório do Ministério da Justiça (2012). A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno histórico-cultural muito presente em todas as classes sociais, quase sempre de forma velada,visto que a maioria dos casos é escondida da sociedade, em silencioso conformismo, humilhação e vergonha. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) é um marco na luta contra a violência doméstica e destina-se a conferir proteção à mulher em situação de vulnerabilidade, auxiliando-a a libertar-se de uma situação de risco a sua integridade física, psíquica e moral.
O Dia Internacional da Mulher
, celebrado em 8 de março, tem como origem as lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto, desde o início do século XX. A proposta da data comemorativa foi feita em um congresso de mulheres socialistas de 1910. A data é associada a um fato histórico: em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque entraram em grande greve para reivindicar melhores condições de trabalho. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada, e aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. A data e o número de mortes, porém, são controversos.
Em termos de política criminal, seu objetivo tem alcance mais amplo: transformar mentalidades. A aludida lei pretende “educar” esta e as próximas gerações, mostrando-lhes que problemas familiares não podem ser resolvidos sem que haja respeito à parceira; que a superação de conflitos passa pelo diálogo e não pela violência – criminalizada e intolerável. Percebe-se que sua luta pela conquista de direitos e igualdade ainda não atingiu um patamar aceitável, pois a mulher continua sendo discriminada, à margem do poder e exposta a altos índices de violência. Um tratamento de especial proteção à mulher, na forma almejada pela Constituição Federal, é essencial para que ela possa viver a plenitude de sua individualidade e dignidade como pessoa e sujeito de direitos iguais. Francine Moura Limírio (Oficiala do Ministério Público) Juciara Moura Limírio (Coordenadora do Centro de Referência da Mulher)
A Lei Maria da Penha
A Lei 11.340/06 foi batizada em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, biofarmacêutica cearense, que foi casada com o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros e, por vinte anos, lutou para ver seu agressor preso. Em 1983, ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. O marido foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados
por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica. A segunda tentativa de homicídio ocorreu meses depois, quando o marido empurrou a esposa da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro. A demora no julgamento e punição do ex-marido fez com que Maria da Penha recorresse à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA). Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois
anos de prisão. O processo na OEA condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. A Lei 11.340, sancionada em 2006, define as formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres, estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, e prestar assistência às vítimas.
Em Uberaba, os casos de violência doméstica devem ser encaminhados ao Centro Integrado da Mulher (CIM), órgão da Prefeitura Municipal em que a Delegacia de Proteção à Família e o Centro de Referência da Mulher trabalham em cooperação para garantir apoio às vítimas e buscar a adequada repressão dos agressores. O CIM fica na Rua Amaro Ferreira, nº 221, Bairro Fabrício (tel: 33129161).
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pastorais e movimentos
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
Arquidiocese de Uberaba sedia Encontro Movimento Jovem de Emaús de Coordenadores Diocesanos de Pastoral do Regional Leste 2
Vários bispos prestigiaram o Encontro que teve padre José Carlos como assessor
muito marcante, que agradou a todos os encontristas, foi a participação dos bispos da Província, especialmente nosso Arcebispo Metropolitano Dom Paulo que, além de fazer uma belíssima acolhida aos participantes, falando da temática do acolhimento, esteve presente em todo o encontro. Ele também presidiu a Eucaristia na Catedral Metropolitana, no dia 10/02, às 19h, com a presença de todos os padres encontristas, padres de nossa arquidiocese e fiéis representantes das diversas comunidades paroquiais e pastorais arquidiocesanas. Dom Cláudio, bispo de Patos de Minas, colaborou com uma reflexão de abertura na primeira noite (09/02), tratando o tema “Acolhida na vida e no ministério do Presbítero”. Dom Francisco Carlos participou também de forma significativa de
vários momentos da exposição do Padre José Carlos e presidiu uma das celebrações eucarísticas do encontro. A organização ficou sob a responsabilidade das dioceses pertencentes à Província Eclesiástica de Uberaba. Particularmente, somos gratos às pastorais e movimentos de nossa Arquidiocese que muito nos auxiliaram em diversos setores para que esse encontro acontecesse, como também muitas pessoas que não mediram esforços para que o mesmo se tornasse tão agradável como foi. Que Deus, pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, derrame suas copiosas bênçãos sobre todos os que participaram desse encontro e possibilitaram sua realização.
Ano da vida consagrada
lho que podemos narrar... fraternidade sem alegria é uma fraternidade que se apaga”... Com certeza, a literatura gerada a partir dos textos sagrados que contribuem para o nosso crescimento espiritual é ampla. Olhando a partir do nosso grupo de Consagrados na Arquidiocese de Uberaba – MG, quantos estudos sobre os textos da Sagrada Escritura, documentos da Igreja, formação permanente, cursos, assembleias, atualização teológica... Há quase 36 anos realizamos anualmente o retiro de aprofundamento-orante da Sagrada Escritura. Os textos bíblicos deste ano, apresentados por Padre Vanderlei Izaumi da Silva – Reitor do Seminário São José, da Arquidiocese de Uberaba, foram relacionados à Eucarístia. Iniciamos com alguns capítulos do Gênesis, Êxodo, Salmos, Jeremias até os textos essenciais sobre a Eucarístia de Marcos,
A Arquidiocese de Uberaba sediou, do dia 09 a 12 de fevereiro, o Terceiro Encontro de Coordenadores Diocesanos de Pastoral do Regional Leste 2 (Estados de Minas Gerais e Espírito Santo). Esse encontro visa formar os presbíteros em sua função nas dioceses, como também favorecer a partilha de experiências vividas nas diversas realidades diocesanas, além de ser momento de confraternização entre o grupo. A formação desse encontro foi sobre o tema “Planejamento Pastoral e Acolhimento”, tendo como assessor Padre José Carlos Pereira, da Diocese de São Carlos-SP. Sua realização se deu no Centro Pastoral João Paulo II, em Uberaba. O Encontro contou com a presença significativa de vários coordenadores de pastorais das diversas dioceses do regional. Algo
Começou oficialmente no dia 30 de novembro de 2014 (primeiro Domingo do Advento) e vivenciaremos seu encerramento na Semana Mundial da Vida Consagrada, prevista para o período de 24 de janeiro a 2 de fevereiro de 2016. Antes,a Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica enviaram uma Carta datada de 2 de fevereiro de 2014 e assinada pelo seu Prefeito, Dom João Braz de Aviz,com o tema “Alegrai-vos”, Carta Circular aos consagrados e às consagradas do Magistério do Papa Francisco. A carta é uma apresentação dos principais questionamentos que o Papa Francisco dirigiu aos Institutos de Vida Consagrada que fortalecem ainda mais a opção diária pelo Cristo: “Gostaria de dizer-vos uma
palavra e a palavra é alegria. Onde estão os consagrados, há sempre alegria... não há santidade na tristeza... A fonte do testemunho da alegria está na escuta fiel e perseverante da Palavra de Deus, no contato diário com o Mestre porque a fecundidade da missão se dá a partir da oração, assumindo pela fé a práxis da fração do pão... quando falta um olhar de fé, a própria vida vai perdendo gradativamente o sentido... hoje as pessoas precisam certamente de palavras, mas sobretudo têm necessidade que testemunhemos a misericórdia, a ternura do Senhor, que aquece o coração, desperta a esperança, atrai para o bem. Os consagrados, como também todos os batizados, são chamados a levar o sorriso de Deus e a fraternidade. É o primeiro e mais credível Evange-
O Movimento Jovem de Emaús da Arquidiocese de Uberaba nasceu em 1992, do esforço do casal Glauce e Lúcio Naves, auxiliados por D. Benedito de Ulhoa Vieira (Arcebispo Metropolitano na época), em promover em Uberaba um encontro que reunisse jovens de 18 a 25 anos e proporcionasse a eles condições de ter um encontro pessoal com Cristo. O Encontro Jovem Estrada de Emaús surgiu a partir da necessidade sentida pelos que já participavam do Encontro de Emaús de “arrebanhar” também os adolescentes de 13 a 16 anos, criando um encontro católico destinado a eles, pois não havia, na Arquidiocese, uma atividade específica para adolescentes. Então, José Eustáquio Barbosa e Dalva Aparecida Guarato Barbosa (Coordenadores do Movimento na época), fizeram uma adaptação no roteiro do encontro já existente (Emaús), sob a orientação do Padre José Lourenço da Silva Junior e da Irmã Maria Abadia C. Melo. Em 13 de março de 1999, realizou-se o Primeiro Estrada de Emaús, contando com 144 pessoas participando de cinco equipes de trabalho e 73 encontristas. Na oportunidade,
também foi alterada a faixa etária para 14 a 17 anos. O objetivo do movimento, definido após uma avaliação dos primeiros encontros realizados, foi o despertar nos jovens da importância de encontrar na família sua igreja doméstica, fazendo deles agentes de transformação em todos os lugares em que estivessem, principalmente em seus lares. A vivência cristã desses jovens deveria, então, focar-se na observância de procedimentos cristãos, levando-os a praticá-los no dia a dia. Desse momento em diante, percebeu-se que, uma vez na estrada, não poderíamos deixar de caminhar, e conforme o calendário do movimento, estabeleceu-se que seriam dois encontros do Estrada de Emaús por ano, sendo estes intercalados com dois encontros destinados a jovens de 18 a 30 anos. Hoje, nos dois movimentos trabalham cerca de 500 pessoas, que se reúnem de dois a três meses para a realização dos encontros, orientados pelo atual diretor Espiritual Padre Ronan Belo Junior, com o único fim de evangelizar jovens e conduzi-los a uma vida cristã, tornando-os semeadores da Igreja na sociedade, em sua paróquia e em sua família.
Padre José Edilson da Silva Coordenador Arquidiocesano de Pastoral Mateus, Lucas, João, Atos dos Apóstolos e Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios. Percebe-se que a Eucarístia é um desejo de Deus; é Deus que vem ao nosso encontro como fez com Abraão, Moisés, Jeremias... É uma construção na Fé, na Esperança e no Amor. O desejo de Salvação para a Liberdade não é para uma pessoa, um grupo, mas
sim para todos. A Eucarístia não é abstrata; pelo contrário, é concreta. A nossa vida de oração deve ser o nosso testemunho de vida. A celebração do Ano da Vida Consagrada, a nossa vida na comunidade, no trabalho, na família deve ser sempre o Esplendor de Cristo. Irmã Abadia
evangelização e religiosos
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Formação dos Cristãos: Missionários conscientes de sua Missão Evangelizadora A Igreja particular de Uberaba vive o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral, que tem por finalidade ações evangelizadoras, as quais buscam vivenciar as “marcas de nosso tempo”, respondendo às transformações civis que, muitas vezes, desconstituem os valores e, consequentemente, a responsabilidade com
a vida humana e social. E, assim, o processo do relativismo, do individualismo e do egoísmo imperam, fazendo com que os cristãos percam o olhar de compaixão do próprio Cristo crucificado. Do encontro com Cristo, somos chamados à missão. Neste ano, o PAPIU nos convida a dar
atenção especial ao setor da comunicação e tem como urgência “Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da Pastoral”. O discípulo missionário, para exercer sua missão evangelizadora, necessita conhecer a realidade que o envolve para que, aos olhos da fé, possa servir e anunciar a boa nova de
Jesus. Realizamos entrevistas com agentes de pastorais e um seminarista para melhor compreensão da importância de nossa formação e “do encontro com Cristo ao compromisso com a missão”. Rui Magalhães Neto
Tânea Aparecida Prata
Pedagoga com 30 anos de experiência na área de educação de crianças e adolescentes. Participa na Paróquia de São Benedito da Pastoral da Comunicação e da MECE (setor São Marcos); é coordenadora da Pastoral da Catequese e participa do Curso de Bíblia daquela Paróquia. Integrou a primeira turma da Escola Bíblico-Catequética e é membro da Coordenação Arquidiocesana de Catequese. Qual a importância da formação do discípulo missionário no tempo contemporâneo? Na contemporaneidade, as coisas estão mudando muito rápido. Se não buscarmos aprimoramento pessoal, leituras constantes e, principalmente, não vivenciarmos a Palavra de Deus, não poderemos ser uma presença viva e forte na fé, capaz de contagiar o outro. Como é a formação recebida no curso de Bíblia e qual sua relevância para o trabalho pastoral? O Curso de Bíblia do qual participo em minha paróquia possibilita conhecer melhor a Palavra, não só como obra literária, mas também como aplicação a nossa vida. E conhecer a Palavra de Deus é algo necessário para nós, discípulos missionários, porque ela é como um combustível em nossa vida: alimenta-nos, fortalece-nos e revigora-nos. Ela nos indica caminhos e fórmulas para sermos seres humanos melhores e mais felizes. Estudar a Bíblia nos dá maturidade espiritual para podermos testemunhar Cristo na comunidade. Como agente da Escola Bíblico-Catequética, aponte os desafios da educação cristã e a importância da formação que a Escola oferece para seus discentes (discípulos missionários). Os desafios enfrentados hoje pela educação cristã são inúmeros. Acredito que têm origem na crise familiar: ausência de valores, distanciamento e desinteresse dos pais pela prática religiosa. Os interesses materiais estão acima dos espirituais. E a Escola Bíblico-Catequética vem trabalhando com os catequistas propondo novos horizontes, novas es-
Marcos Vinícius Alves de Campos
Filósofo pela PUC-MG, Estudante do 1º ano do curso de Teologia pelo Instituto São José da arquidiocese de Uberaba, seminarista da Arquidiocese de Uberaba. Qual a importância da formação do discípulo missionário no tempo contemporâneo? Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja reconheceu e valoriza a presença dos leigos, dando essa grande abertura para seu trabalho. Daí a importância de se terem leigos bem formados e preparados para serem evangelizadores missionários, desenvolvendo cada vez mais um protagonismo que leve a Palavra de Jesus em toda sua essência. Qual a importância da palavra de Deus em sua vida e na comunidade laical? Na palavra de Deus, encontramos base sólida para nossa espiritualidade, para nossa vivência comunitária e também para a vivência social. É no que insiste a Campanha da Fraternidade de 2015: “Eu vim para servir”, sempre inspirada na palavra de Deus. Conte-nos um pouco de sua formação recebida no Instituto e a relevância para sua vida pessoal e o trabalho pastoral. Tenho cinco anos de caminhada na vida da diocese, consegui com a graça de Deus concluir o curso de Filosofia, e os anos vividos no seminário, mais o estudo filosófico e vivência comunitária, fizeram-me atingir uma certa maturidade. Hoje percebo que o seminário oferece justamente esse equilíbrio entre estudo, missão (pela pastoral), assim como a vivência comunitária. Isso tudo faz parte de nossa formação e é totalmente relevante para o bom desempenho ministerial. Fica a cada um nós a seguinte reflexão: somos uma Igreja a serviço da vida plena de todos; aprendemos com o Mestre nossa missão, serviço. Entretanto, precisamos estar preparados para que nossa evangelização se torne consciente e eficaz. Vamos todos procurar em nossas paróquias momentos de formação. Quando não houver, vamos propor a nossos pastores uma formação constante e atual.
Marly Aparecida Spadotto Balarin
Doutora em genética pela UNESP, bióloga, professora de genética humana da UFTM; Membro da Paróquia da Ressurreição, na qual exerce os seguintes ministérios: MECE, Liturgia e Dízimo. Em nível diocesano: coordenadora da Liturgia e vice-coordenadora da ESTELAU. É leiga sacramentina com promessa de vida e faz parte da coordenação provincial de leigos e leigas sacramentinos da Província Nossa Senhora de Guadalupe. Qual a importância da formação do discípulo missionário e o conhecimento da palavra de Deus no exercício de seu ministério? A partir do Concílio Vaticano II e da Sacrosantum Concilium, que deu abertura para o povo participar da assembleia litúrgica (celebração eucarística), a formação laical é fundamental para sua participação efetiva, consciente e frutuosa. E, para isso, nos dias atuais na arquidiocese, temos várias oportunidades de formação e a ESTELAU é uma delas. A palavra de Deus em minha vida pessoal, religiosa e comunitária é o fio condutor para a convivência fraterna, orante e servidora. É salutar participar das diversas formações disponibilizadas pela arquidiocese e paróquias, para que assim o leigo possa atuar diante das adversidades apresentadas pela contemporaneidade, bem como conhecer a realidade e viver a palavra na família, na comunidade e na sociedade. Qual a importância da ESTELAU e sua relevância para os leigos? A Escola de Teologia para Leigos da Arquidiocese de Uberaba tem contribuído com a formação efetiva de muitos leigos de diversas paróquias. Entretanto, vejo que é necessário maior envolvimento dos membros das pastorais e, principalmente, dos catequistas para a formação teológica, bíblica e pastoral. Esta motivação deveria partir do pastor paroquial, para que o leigo ocupe seu papel e vivencie sua vocação laical na comunidade, servindo a Deus na pessoa do próximo.
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formação
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Sacramento da Ordem, para testemunhar a esperança Era um garoto como todos os outros de sua rua, de seu bairro, de sua escola. Tinha amigos, brincava, estudava, participava da vida da vizinhança; sua casa e sua família eram como todas as outras casas e famílias da rua. Vivia sem muito luxo, numa casa simples, onde o amor era sentido na vida de cada um: pai, mãe, irmãos, todos juntos entre lutas e cansaços, entre esperanças e alegrias buscavam viver de forma digna. O pai e a mãe trabalhavam de sol a sol para que não faltasse nada na vida dos filhos, e os filhos, vendo o exemplo daquele casal, se esmeravam para realizar bem as tarefas escolares, os trabalhos de casa. No entanto, como todo jovem e criança, nunca sem reclamar. O tempo foi passando e aquele menino começou a nutrir sonhos que motivavam sua vida e, nas rodas de conversas com os amigos sobre o que queria ser quando crescesse, dizia: quero ser gente! Talvez quisesse ele ser aviador, motorista, professor, médico, quem sabe até astronauta, porém, para que pudesse ter qualquer uma dessas profissões, era preciso primeiro ser gente, comprometida com a vida, com as esperanças e a liberdade do povo. O menino cresceu, querendo ser gente, e com isso indagava, busca-
va respostas, lugares e meios para encontrar respostas às questões inerentes ao ser humano. E encontrou na Comunidade Paroquial um lugar acolhedor, que aos poucos foi respondendo a suas dúvidas, suprindo suas necessidades e ensinando que a vida é feita de partilhas, de preocupação com o outro e, principalmente, com a vivência do amor, dom total que vem de Deus. Até o dia em que esse amor se tornou tão grande em sua vida, que precisou dar um passo além. Precisava testemunhar aos outros a esperança de buscar viver segundo esse mesmo amor. E decidiu ser padre, testemunha da esperança e da vida. Ser padre é colocar-se a serviço, seguindo o exemplo de Jesus, que lavou os pés dos discípulos naquela refeição derradeira e disse: ”Façam o mesmo” (Cf. Jo 13,1217). Os presbíteros são chamados a servir de maneira mais abrangente. São líderes, animadores, pastores, pais, orientadores, catalisadores, pontes, elo na comunidade. E tal serviço se torna sacramento. A ordem sagrada é um sacramento, um sinal eficaz da Páscoa de Cristo, para o serviço da comunidade. O serviço próprio dos ministros ordenados – bispos, presbíteros e diáconos – é o de: “ser pastores da
Igreja com a palavra e com a graça de Deus” (Lumen Gentium, 10). Mas por que um sacramento de serviço recebe o nome de ordem? Esse sacramento extraiu seu nome de situações civis; em contrapartida, os outros sacramentos conservaram o nome grego, latinizado, sendo chamados pelo gesto ou pela ação do sacramento. Em português, a palavra ordem faz referência a diversas noções, como norma ou mandato; assim, dizemos “o chefe deu uma ordem”; ou também indica organização, por exemplo, “é uma senhora organizada, que mantém sua casa em ordem”. “A palavra ordem designava, na antiguidade romana, corpos constituídos em sentido civil, sobretudo o corpo dos que governam. Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja, há corpos constituídos que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura (cf. Hb5,6; 7,11; Sl 110,4), denomina desde os tempos antigos taxeis (em grego), de ordines (em latim). Assim, a liturgia fala do ordo episcoparum, do ordo presbyterorum, do ordo diaconorum. Outros grupos também recebem o nome de ordo: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas[...]” (Catecismo da Igreja, 1537). Assim, ordo no uso antigo tem
sempre um significado coletivo, não se trata receber uma ordem quanto de entrar, de ser recebido numa ordem. O termo ordinatio designa, pois, o momento ritual, litúrgico, sacramental durante o qual ocorre uma investidura sacra. Com o nome de sacramento da ordem se designou na Igreja latina o sacramento da “imposição das mãos”, nome mais bíblico e mais significativo. O ministério ordenado, como nós o conhecemos hoje, tem sua origem no sacerdócio da Primeira Aliança. O povo eleito foi constituído por Deus como “um reino de sacerdotes e uma nação consagrada” (Ex 19,6). Todavia, no quadro do povo de Israel, Deus escolheu doze tribos e a de Levi ficou responsável pelo serviço litúrgico (Nm 1,4853), com a missão de anunciar a Palavra de Deus (Ml 2,7-9) e para restabelecer a comunhão com Deus por meio dos sacrifícios e da oração. Entretanto, o sacerdócio da Primeira Aliança era incapaz de realizar a salvação, razão pela qual precisava repetir sem cessar os sacrifícios e não podia atingir uma santificação definitiva (cf. Hb 5,3; 7,27; 10,1-4), só conseguida pelo sacrifício de Cristo. Assim, todas as prefigurações do sacerdócio da Primeira Aliança
encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, “único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5). Melquisedec, “sacerdote do Altíssimo” (Gn 14,18), “é considerado pela Tradição Cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5,10), santo, inocente, imaculado (Hb 7,26), que “mediante uma única oblação levou à perfeição para sempre os santificados” (Hb 10,14), isto é, mediante o único sacrifício de sua Cruz. O sacrifício redentor de Jesus é único, realizado de uma vez por todas. E por isso torna-se presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo ocorre com o único sacerdócio de Cristo: faz-se presente pelo sacerdócio ministerial sem que, com isso, rompa a unicidade do sacerdócio de Cristo: “E por isso só Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são ministros seus” (S. Tomás de Aquino, In ad Hebraeos. 7,4). Participar do sacerdócio ministerial de Jesus é colocar-se à disposição do outro, motivando a vida e o testemunho comunitário. É esperar que venha o Reino de Deus e aconteça em nossa história. É ser testemunha da esperança. Padre Saulo Emíliio
Estudos Bíblicos
Visão geral sobre a Carta de São Paulo aos Romanos
O tema central da carta está presente em Rm 15, 7-13, onde o Evangelho veio para todos, para os judeus e os gentios. Jesus é o Salvador da humanidade. O prólogo da carta revela esta verdade em três aspectos: cristológico, querigmático e soteriológico. O anúncio sobre quem é Jesus Cristo se torna o anúncio do próprio Evangelho que conduz à salvação (soterion). A carta também aborda a fidelidade de Deus para com Israel na realização das promessas feitas a Abraão e descendência. Contudo, Paulo salienta que a centralidade da salvação se encontra na fé e não na simples observância da Lei. A justificação se dá pela fé como livre iniciativa de Deus para com os homens. A salvação é dom gratuito de Deus e não vem por méritos da humanidade. .A Carta aos Romanos não busca ser um tratado de teologia sistemática, mas sim o anúncio do Evangelho concretizado pela vida e pela obra de Paulo. É o Evangelho anunciado aos gentios (romanos). As antíteses apresentadas no texto aos romanos não opõem o cristianismo ao judaísmo, como se o judaísmo fosse algo que não deu
certo e o cristianismo viesse para suprimi-lo. Paulo escreve sobre graça e pecado, vida e morte, fé e lei, Espírito e carne, não na ótica do falimento do judaísmo, mas apresentando o cristianismo como expressão de gratidão pela iniciativa da graça divina entre os judeus e plenificada nos cristãos. Paulo critica o judaísmo da Lei, mas não o judaísmo em sua origem, que também foi uma religião da graça de Deus (eleição de Abraão, o Pai da fé). A Carta aos Romanos reflete sobre o Evangelho de Deus, existente na pessoa de Jesus Cristo, o realizador das profecias da Sagrada Escritura, iniciadas na eleição e aliança feitas com Abraão. A centralidade da história da salvação está em Jesus, o Filho de Deus nascido da estirpe de Davi. A Ressurreição de Cristo abre una nova época escatológica, franqueada a todos. Por isso, Paulo assume o compromisso de ser anunciador desse Evangelho de vida a todos os gentios, que constituirão agora o Povo de Deus eleito e amado. Para facilitar a compreensão da Carta aos Romanos, proponho uma abordagem por unidade textual. Rm 1,1-17 – Aborda o tema
central apresentado em meio a ações de graças e orações. Também cita dados do contexto histórico da composição e culmina na declaração principal, Rm 1,16-17: o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos os que creem, judeus e gentios. A justiça de Deus é obtida através da fé – texto de apoio do AT: Hab 2,4. Rm 1,18-3,20 – Paulo descreve o pecado como a depravação, a torpeza e o egoísmo do orgulho e das relações rompidas. O pecado conduz ao colapso da sociedade humana. As pessoas de boa vontade devem rejeitar tais atitudes. Esse pecado recorda o eco das histórias de Adão, em Gn 2-3: a criatura humana não vive segundo sua condição de criatura, não reconhece sua dependência do Criador. Desejando ser igual ao Criador, com o pecado o homem desce de posto, passando a ser controlado pela idolatria, práticas sexuais contra a natureza e pela torpeza nas relações e decisões. Os judeus, no combate a essa realidade, afirmavam que a observância da Lei garantiria a justificação. O judaísmo tenta justificar-se e, ao mesmo tempo, condena o pecado
nos outros (Rm 2,1-11). Paulo ataca a presunçosa confiança dos que pensam que, por terem a Lei, serão favorecidos no julgamento final em relação aos gentios. Paulo reforça que pôr em prática a Lei é mais importante do que simplesmente possuí-la. Para Paulo, toda a humanidade é pecadora. Sobre a eleição de Israel da parte de Deus, Paulo não a contesta. Deus é fiel ao povo que escolheu, mas é superior ao simples papel de partner na aliança, Ele também é Criador e Juiz. Se Deus está para Israel como Senhor na Aliança, Ele está para o mundo todo como Criador na criação. Portanto, a Aliança, na criação, indica a abertura da salvação a toda a humanidade. Rm 3,21-5,21 – Diante do pecado da humanidade, Paulo apresenta a resposta do Evangelho. A morte de Cristo é a resposta ao pecado humano; a fé em Cristo é a resposta dada por Deus. A morte de Cristo é vista como sacrifício (segundo a teologia judaica) pelos pecadores, mas um sacrifício único e eficaz para toda a humanidade passada, presente e futura, tanto para os judeus como para os gentios. Jesus se torna o meio pelo qual o relaciona-
mento humano com Deus é restaurado (justificação). Abraão é conhecido no judaísmo como modelo de piedade, paradigma de fidelidade à Aliança (Gn 15,6; 1Mac 2,52; Tg 2,22-23). Abraão teve fé em Deus. É a fé que conduz à aceitação de Deus e do Evangelho. As consequências da fé para os fiéis são paz com Deus, experiência da graça e esperança para o futuro (Rm 5,1-11). A iniciativa é de Deus, Pai de bondade cujo amor supremo se manifesta na morte de Jesus e no dom do Espírito Santo. A morte de Cristo assinala um começo completamente novo para toda a humanidade (Rm 5,12-21). A história de Adão (tragédia e pecado) é suplantada pela história de Cristo. Pela desobediência de Adão o pecado e a morte entraram no mundo. Pela obediência de Cristo abriu-se um caminho novo para a humanidade. O pecado e a morte não têm mais a última palavra. A história humana se resume na passagem de Adão a Cristo. No próximo mês, continuaremos refletindo sobre a Carta aos Romanos, a partir do capítulo 6. Padre Marcelo Pinto
notícias da igreja
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
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Declaração do Papa Francisco RCC promove sobre educação infantil Oficina de Oração provoca polêmica Jesus está vivo. Este era o alegre anúncio dos primeiros cristãos, cheios do Espírito Santo.
“Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14, 26).
A palmada do papa ganhou repercussão. Na audiência geral no começo de fevereiro, Francisco falava aos fiéis do papel dos pais na educação dos filhos, que deve ser de doçura e proximidade, mas também de firmeza, quando necessário, disse ele. Francisco citou como exemplo o caso de um pai que disse que às
vezes batia no filho, mas nunca no rosto, para não humilhá-lo. O papa acrescentou que aquele pai tem dignidade. Depois de algumas reações contrárias nas redes sociais, um padre da Santa Sé perguntou: quem nunca bateu num filho ou apanhou dos pais? O Vaticano respondeu aos co-
mentários afirmando que o papa não estava falando sobre violência contra uma criança, e sim sobre como ajudá-la a crescer e amadurecer. A Comissão de Direitos Humanos da ONU já criticou o Vaticano no passado, por não adotar uma posição dura contra o castigo corporal das crianças nas escolas católicas.
Reunião da Província Eclesiástica de Uberaba
Os Bispos pertencentes à Província Eclesiástica de Uberaba, as dioceses de Ituiutaba, Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia, estiveram reunidos no último dia 19, na Cúria Diocesana de Uberlândia. Participaram também da reunião os Coordenadores Diocesanos de Pastoral, os Representantes de Presbíteros e representantes do Tribunal Eclesiástico Arquidiocesano e das Câmaras Eclesiásticas. Após a acolhida do Bispo Dio-
cesano de Uberlândia Dom Paulo Francisco Machado. A reunião iniciou-se com a oração de dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba. Em seguida, o Bispo Secretário da Província Dom Francisco Carlos da Silva leu a ata da reunião anterior. Depois de retomar alguns pontos, Dom Paulo apresentou a pauta com os assuntos a serem tratados: Pastoral Carcerária; Congresso Provincial da Pastoral Familiar; Encontro dos
No período de 20 a 22 de fevereiro, aconteceu no Centro Pastoral a primeira Experiência de Oração do ano de 2015. Como não poderia ser diferente, Deus realizou maravilhas manifestando seu grande amor por nós, amor incondicional. Foi um derramamento de graças do Espírito Santo. Eram 105 participantes e 15 servos, com a presença de muitos jovens, participantes de todas as idades. Nesses três dias fomos convidados a nos deixar conduzir pelo Espírito Santo e vivenciar a verdadeira experiência de um encontro pessoal com Jesus Cristo. O Espírito Santo era o centro de vida das primeiras comunidades cristãs e deve ser o centro de toda renovação espiritual hoje. O que acontecia no início do cristianismo repete-se hoje na vida da Igreja. Nossa Missão é “promover a cultura de Pentecostes” e levar as pessoas a viverem verdadeiramente o Batismo do Espírito Santo para um encontro pessoal com Jesus Cristo, que transformará suas vidas. Nossa fé ganha vida, nossa crença é fortalecida através do conhecimento e da vivência da Palavra de Deus. A experiência de oração nos leva a viver o profundo amor de Deus por nós, a ter Jesus como nosso Salvador, o Espírito Santo que nos conduz, Nossa Senhora como nossa mãe. Em resumo, Jesus Cristo torna-se uma pessoa real para nós, presente em nossas vidas, que
cuida de nós. A oração e os sacramentos tornam-se verdadeiramente nosso pão de cada dia. Vivenciamos o amor pela Eucaristia, pela Sagrada Escritura, pela Igreja. Passamos por uma transformação em nossas relações com os outros; temos necessidade de testemunhar o amor salvífico de Jesus por todos. Desde essa experiência com Jesus, tudo isso passa a fazer parte de nossa vida. Em 1998, O Santo Padre João Paulo II, falando aos líderes da Renovação Carismática Católica, disse: “A Renovação Carismática ajudou muitos cristãos a redescobrirem a presença e a força do Espírito Santo em sua vida, na vida da Igreja e no mundo. Essa redescoberta despertou neles a fé em Cristo repleta de alegria, um grande amor pela Igreja e uma generosa dedicação à missão evangelizadora. Uno-me a vós no louvor a Deus pelos frutos preciosos que Ele quis fazer maturar em vossas comunidades e, através delas, nas Igrejas particulares”. Isto é a vivência da Experiência de Oração: colocar-nos a serviço da Igreja, com muita oração e a condução do Espírito Santo. AMÉM. Maria Aparecida Ferreira – membro da equipe de serviço da RCC – Paroquiana da Igreja São Benedito – Grupo de Oração – Sagrado Coração de Jesus e Comunidade Nova Jerusalém Pedagoga e Assistente social.
Seminaristas da Província Eclesiástica, em Patos de Minas, de 27 a 29/07; Atualização Teológica de Presbíteros da Província, de 22 a 24/09; Avaliação do Encontro de Coordenadores Diocesanos de Pastorais do Regional Leste 2, realizado em Uberaba, de 09 a 12/02; Ano da Vida Consagrada. Foram discutidos ainda outros assuntos como a Pastoral do Dízimo, Religiosidade Popular e Pastoral da Comunicação.
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9151-0431
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paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, março de 2015
Padre Alaor Porfírio de Azevedo É importante introduzirmos este artigo ressaltando a inseparável associação que se estabelece entre o que podemos chamar de história da Igreja particular de Uberaba com a própria história desta cidade e, por conseguinte, de todo o Brasil. Analisar como os diversos sujeitos se influenciam e transformam as realidades nas quais se inserem é nosso desafio ao olhar para a vida desses padres e religiosos que marcaram, cada qual a seu modo, mas todos movidos pelo mesmo amor cristão, nossa trajetória social. Os acontecimentos específicos que fun-
damentam o alvorecer da Igreja uberabense, como a construção da primeira ermida no começo do século XIX, confundem-se com o processo de povoação desta cidade, bem como o desenvolvimento da Igreja com a fundação de um bispado e a chegada de D. Eduardo, nosso primeiro bispo, coincide com a expansão econômica e política de Uberaba. É preciso, assim, compreender que o exercício de lembrança da vida de homens piedosos como a de Padre Alaor servem, para além de exemplo de uma vida dedicada a Deus e à Igreja, como instrumen-
Homenagens a Dom Paulo
Uma missa em Ação de Graças no dia 25 de fevereiro, no Santuário da Abadia, marcou as homenagens pelo aniversário natalício de Dom Paulo Mendes Peixoto, que completou 64 anos. Foram celebrados também os 35 anos de vida sacerdotal e nove de episcopado do arcebispo de Uberaba. A maciça participação de fiéis e padres na missa da Abadia alegrou o arcebispo que afirmou não estar sozinho. “Isto motiva e fortalece a missão,” observou ele. Ao longo do dia, Dom Paulo também recebeu homenagens na Cúria e durante entrevistas em emissoras da cidade.
to de compreensão de nossa fé, de nossa Igreja e de nossa cidade. Antes de assumir a administração do Curato da Sé – denominação que então se usava para se referir à Catedral –, Padre Alaor Porfírio destacou-se no auxílio prestado em Patos de Minas na condição de coadjutor de Mons. Manoel Fleury Curado. Foi, então, convidado pelo Vigário Capitular da Diocese Cônego José João Perna para assumir a Catedral de Uberaba o que aconteceu por provisão do bispo uberabense D. Frei Luiz Maria de Santana, em 17 de dezembro de 1929. É preciso pontuar que foi durante o mesmo ano que a quebra da bolsa de Nova York impôs uma gravíssima crise econômica ao Brasil, gerando como consequência a falência de muitos, o encarecimento geral dos produtos, a carestia de alimentos e um desemprego acentuado. A atuação caridosa por parte de Padre Alaor, num período em que a circunscrição eclesiástica da Catedral abrangia as capelas de Santa Terezinha, São Sebastião (em Itiguapira), Nossa Senhora da Conceição (na Baixa) e São Sebastião (em Ponte Alta), foi certamente decisiva, e sua capacidade para arrecadar a excepcional quantia de quatrocentos contos de réis num momento de crise e dificuldades para o início da reforma da Catedral que, segundo Padre Prata, em seu livro Memória da Arquidiocese de Uberaba, de acordo com “testemunhas da época, era ‘o maior pardieiro da cida-
de’. O reboco caía das paredes, as colunas de madeira, como também as grades e o assoalho, tudo estava roído pelos cupins”. Deste modo, o cumprimento de seus deveres sacerdotais num momento de acentuada crise e a capacidade de, apesar disso, alcançar resultados extraordinários são dignos de nota. Permaneceu como cura da Catedral de Uberaba até o dia 10 de maio de 1934, sendo substituído interinamente pelo cônego Joaquim Tiago dos Santos. Seguiu, então, para Uberlândia, onde em 1935, por conta de seu envolvimento político, foi vítima
de evento assim descrito por inquérito policial: “os comunistas prenderam-no, certa noite, despindo-o completamente e pixando-lhe o corpo, o amarraram em praça pública, para escárnio e desprestígio da Igreja Católica”, demonstrando assim o clima de tensão política que se vivia na época entre forças políticas antagônicas e o inevitável envolvimento da Igreja em ambos os lados desse enfrentamento. Finalmente, Padre Alaor Porfírio retirou-se definitivamente para a cidade de Araxá, a partir de 1936. Vitor Lacerda – Historiador