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Ano 6 - 36ª Edição - agosto/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba
Jornada Mundial da Juventude atrai 3,5 milhões de jovens ao Rio
Superando as expectativas, a JMJ, que começou com alguns problemas de infraestrutura, terminou com êxito total. Os cálculos dão conta que 3,2 milhões de pessoas participaram da Missa de Envio, encerrando a Jornada. Nessa ceri-
mônia, o papa Francisco conclamou os jovens para irem evangelizar sem medo. Disse mais: a Palavra de Deus é para todos e para tanto, Cristo, a Igreja e o Papa contam com a alegria e a criatividade dos jovens. Páginas 06 e 07
Irmã Virgínia assume CDH A Arquidiocese de Uberaba espera dar novo estímulo à Comissão dos Direitos Humanos. Para tanto, elegeu nova diretoria com Irmã Virgínia Souza na presidência. Página 08
Papa Francisco deixa lições de humildade Pastoral do Podemos constatar no Brasil, tanto no Rio como em Aparecida, o quanto é real a simplicidade do papa Francisco. Em sua agenda dispensou uma série de regalias, carro blindado e fechado só para poder ter contato di-
reto com o povo. Se não bastasse, em suas palavras, a simplicidade falou mais alto, ressaltando inclusive que o padre precisa de um carro para a paróquia, mas de um carro popular. Páginas 06 e 07
Bispos elogiam jornal Metropolitano
Toca de Assis
De vários pontos do Brasil chegaram cartas, telefonemas e e-mails comentando o novo formato e as editorias do Jornal Metropolitano. Alguns enalteceram o primor do trabalho. Página 02
A Fraternidade em Uberaba foi fundada há mais de onze anos. O trabalho silencioso tem sido a porta da esperança para muitos irmãos de rua. Página 08
Dízimo
A Arquidiocese elegeu o mês de julho para uma tomada de consciência da importância do Dízimo. A pastoral demonstra como o dízimo é fundamental no trabalho de evangelização. Página 09
Depois de queimada e restaurada, a imagem de Nossa Senhora Aparecida voltou em julho para a praça São Judas Tadeu. O ato aconteceu durante visita pastoral de Dom Paulo. Página 04
A Igreja e o mundo que queremos A perpetuação do testemunho de Jesus depende de seu papel. O exemplo do papa Francisco pode ser um primeiro passo para uma nova Igreja e um novo mundo. Página 10
Festa de Nossa Senhora D’ Abadia em Uberaba Em nossa cidade a festa da padroeira, este ano, dará ênfase aos jovens. Outra novidade será a reza diária do Ofício de Nossa Senhora. Página 05
Romeiros reforçam fé mariana na região
Padre Geraldo reassume Seminário Doutor em Teologia, Padre Geraldo Maia assumiu a Reitoria do Seminário São José. Ele fala da responsabilidade e do amor à nova missão. Página 03
A caminho da beatificação
Dom Roque fala, nesta edição, sobre o processo de beatificação de padre Vítor. Ele viveu em Três Pontas – MG, na segunda metade do século XIX. Página 11
Imagem de Aparecida volta para a praça
Dom Lustosa: o bispo das escolas Já se tornou tradição para muitos fiéis de nossa região ir a pé até o Santuário de Romaria. Por ocasião da festa em agosto, a cidade recebe cerca de 300 mil visitantes. Página 05
Nosso segundo bispo, dom Antônio de Almeida Lustosa, é destaque na edição de agosto. Entre seus vários legados, a fama de criador de escolas pela região. Página 12
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artigos
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Francisco no Brasil Participando também da Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de Janeiro, e vendo a empolgação de milhares de jovens vindos de todo o Brasil e do mundo inteiro, nosso coração palpita de alegria e de muito contentamento. É a comprovação da força do jovem, como porta de entrada numa Igreja missionária, dizendo ao mundo o quanto são belas suas atitudes de vibração, como base na fé. A primeira motivação estampada na face de cada jovem é seu encontro pessoal e afetivo com Jesus Cristo. E isto foi bem trabalhado nos momentos de catequese, nos dias da Jornada. Mas também o encontro
dos jovens com outros jovens, todos com a mesma intenção e a mesma finalidade, tendo como ponto de referência principal a renovação do compromisso com a vida cristã. Esses encontros tiveram outro importante incentivo, que foi a presença do Santo Padre, o papa Francisco. Em tudo presenciamos a força e a importância do acolhimento, a convergência de olhares e o desejo de uma Igreja mais comprometida com a vida, com os jovens, com a cultura e com o bem comum. O jovem, a partir de suas potencialidades, é capaz de fazer isso acontecer. O papa realmente encantou a juventude, o Brasil e o mun-
Espaço do leitor do. Falou alto com palavras, mas também com simplicidade em seu modo de ser. Usou palavras cativantes, como: “Não trago ouro nem prata, mas trago Jesus Cristo”, a riqueza do coração humano. Tudo isto significa esperança e um novo momento para a Igreja, uma revitalização em sua caminhada de evangelização e de vida. Como ponto de unidade dos católicos e do chefe de Estado da cidade do Vaticano, o papa Francisco deu inúmeras lições de humildade e de acolhida a todos, sem distinção. Foram gestos de quem acredita que a força política e cristã da vida está na capacidade de doação e de testemunho autêntico de
quem “veio para servir e não para ser servido”, como diz Jesus no Evangelho (Mt 20, 28). Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.
Estimados amigos, Agradeço o envio do Jornal Metropolitano. Parabéns pelo bom conteúdo. Desejo sucesso à nova equipe que assumiu o jornal. Com meus renovados cumprimentos, Cordialmente,
Editorial
Tempo de Fé... Caros Leitores, Com as bênçãos de Deus, a equipe do Jornal Metropolitano concretiza mais uma edição. Depositamos neste Jornal a Fé, ou seja, mesmo que sem provas ou apresentações concretas, acreditamos que algo é verdadeiro pela forte confiança desta ideia ou informação. Nesta, em especial, temos o privilégio de escrever sobre a JMJ, conhecer um pouquinho da experiência daqueles que tiveram a honra de estar tão próximos do Papa Francisco e, por outro lado, não devemos negligenciar aqueles tantos cristãos que, mesmo a distância, se fizeram presentes em pensamentos e orações. Que esta visita mais que abençoada fecunde a Paz, a Fé e a Esperança de todo um povo. Entre tantos assuntos importantes, relatamos sobre a Semana Missionária, as Festas Santas, a Pastoral do Dízimo... Que possamos sempre caminhar com a Fé que Jesus nos ensinou, disseminando suas palavras. Assim, confiamos a todos uma ótima leitura! Miryam G. A. Pereira
Aos Membros da Equipe do Jornal Metropolitano Arquidiocese de Uberaba – MG Saudações de Paz! Agradeço o envio do Jornal Metropolitano. Bonita e louvável iniciativa de comunicação. Que o Jornal Metropolitano seja veículo para a Palavra de Deus e o testemunho da Igreja chegar em muitos lares. Com meu fraterno abraço para Dom Paulo Mendes Peixoto e toda a Equipe do Jornal, Dom João Justino de Medeiros Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte - Catedral Cristo Rei _____________________________________
D. Demétrio Valentini - Bispo de Jales/SP _____________________________________ Membros da Equipe do Jornal Metropolitano, Agradeço imensamente o envio do Jornal Metropolitano e felicito-os pelo novo formato do mesmo. Faço votos que esse jornal atinja sempre seus objetivos evangelizadores, com a inteligente e proveitosa comunicação, que manifesta em sua publicação. Desejo-lhes sempre êxito e bênçãos de Deus
Uma busca sem fim A vida do ser humano foi revestida de um prazer incomensurável, que é o de ter parte na fantástica obra da criação. A nenhum outro ser visível foi comunicada tamanha honraria. Essa existência humana tem um vínculo tão profundo com o Eterno e Amável Criador, que seu rompimento deixa a mente humana na maior confusão e flutuando no abismo do nada. Nós precisamos de Deus, sob pena de não entendermos o sentido da vida. Para o homem, sentir-se corresponsável pela saúde, pela sadia alimentação, pela educação das novas gerações, pela tecnologia, pela descoberta dos infinitos segredos da natureza, pela descoberta das leis da economia é sentir-se valorizado. Repito: isso causa no homem um enorme prazer e um crescimento na autoestima. Não vamos, no entanto, entregar-nos a delírios oníricos, fazendo crer que tudo é beleza pura. Não podemos esquecer a velha sabedo-
Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Miryam Pereira / 8819-5636 – e-mail: miryamgap@gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares
ria bíblica que nos alerta sobre a dureza da vida: “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gen 3, 19). Entretanto, um âmbito, dentro do qual o homem se move com dificuldade e às vezes até com incapacidade, é no reino da graça. Considerar a raça humana condenada a olhar o chão desta vida é intolerável. Somos destinados a uma vida eterna, junto a nosso bom Criador. Como esse campo é um labirinto, o Pai nos enviou seu Filho Jesus Cristo como norte seguro para nossa vida sobrenatural. Ele é o realizador de nossa salvação, o merecedor da ajuda divina. Não só isso. Ele ensinou através de palavras e exemplos para que “aqueles que andam nas trevas recebam a luz da vida” (Rom 2, 19). Para consolidar sua obra, deixou-nos dois maravilhosos presentes: o Espírito Santo e a Santa Igreja. Embora reconheçamos que Deus se vale de outras denominações religiosas para es-
Dom José Alberto Moura Arcebispo de Montes Claros
tender os benefícios de Cristo, o mundo haverá de reconhecer que a Igreja Católica é o verdadeiro Monte Sião, onde se reunirão todos os povos. Esta é a única organização deste mundo que recebeu a garantia da perenidade por parte de Cristo. Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG Endereço eletrônico: domroqueopp@terra.com.br
_____________________________________ À equipe do “Jornal Metropolitano” da Arquidiocese de Uberaba Agradecendo a gentileza pelo envio de sua carta do último dia 22 de junho, acompanhada de um exemplar da nova edição do Jornal Metropolitano. Cumprimento toda a equipe pelo primoroso trabalho desenvolvido nesse importante meio de comunicação da Arquidiocese de Uberaba. Com meus cordiais cumprimentos, envio as mais cordiais saudações. Em Cristo Bom Pastor, Dom Luiz Antônio Guedes Bispo Diocesano de Campo Limpo – SP
arquidiocese
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Bispo da Dinamarca visita Uberaba O bispo da Dinamarca, dom Czeslaw Kozon, está em Uberaba em visita às irmãs beneditinas, cujo mosteiro em Uberaba contou com a ajuda dos católicos dinamarqueses. Oportunamente, o bispo visitou dom Paulo Mendes Peixoto, juntamente com a abadessa e algumas religiosas do Mosteiro da Glória. Dom Czeslaw conheceu as dependências da Cúria Metropolitana e obteve informações detalhadas da Jornada Mundial da Juventude, da qual participará. Com 18 anos de bispado, dom Czeslaw Cozon disse ser o único bispo da Dinamarca, sendo ele res-
ponsável por um clero de 73 padres. Relatou que apenas 10% dos dinamarqueses são católicos, sendo a grande maioria, luterana. Sobre seu país, informou que, praticamente, não há analfabetos e quem mora na rua é por opção. Outro dado relevante é que na Dinamarca quase todo o lixo (96%) é tratado e reutilizado. A Dinamarca tem atualmente uma população de 5,5 milhões de habitantes.
Marlene A. Manzan Paiva
Padre Rinaldo fará mestrado em Roma A vida nos apresenta várias situações de vindas e idas. Em janeiro de 2009, Padre José Rinaldo da Silva assumiu a Área Pastoral de São Pio X e deu continuidade ao processo de transformá-la na atual Paróquia de São José – Tutunas, em agosto do mesmo ano. Após muita luta, fé e dedicação para melhorá-la, sem descuidar-se de seus paroquianos, nosso Pároco se deslocará, neste mês de agosto, para Roma, com o objetivo de atualizar seus estudos teológicos. Que Deus guie sua mente e coração na busca da concretização de seu sonho: o mestrado. Sentiremos saudades!!! Vá com Deus, Padre Rinaldo. Heloísa Helena da S. Araújo Pascom/Paróquia São José Tutunas
agosto
Início das atividades da ESTELAU - 2º semestre
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Reunião Geral do Clero, às 14h
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Confraternização dos Presbíteros, às 9h
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Visita Pastoral na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Fronteira-MG
Rubério Santos Assessor de Imprensa
gos de Gusmão e Área Pastoral Nossa Senhora Aparecida da cidade de Araxá, paróquias Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora Aparecida e Santo Antônio de Frutal, São Sebastião de Pedrinópolis, Nossa Senhora do Patrocínio de Sacramento, Santo Antonio de Planura, São José Operário de Ponte Alta, São Pedro de Conceição das Alagoas, São José do Prata, além de outras 22 paróquias da cidade de Uberaba. Para que haja mais integração entre as paróquias, esperamos para o próximo ano contar com a adesão daquelas que não participaram desse encontro. A inserção desse encontro na agenda pastoral arquidiocesana foi um pedido do Arcebispo Metropolitano, com a intenção de promover maior integração entre as secretárias e secretários, para que se conheçam mutuamente, de melhorar o atendimento e o acolhimento ao público nas secretarias paroquiais, bem como dinamizar comunicação e a ação pastoral.
Agenda 01
Encontro de Secretárias e Padre Geraldo reassume Secretários Paroquiais Seminário São José
A arquidiocese de Uberaba realizou pelo segundo ano, no dia 02 de julho, das 08h30 às 13 horas, o Encontro de Secretárias e Secretários Paroquiais. O evento aconteceu no Centro Pastoral João Paulo II sob a coordenação do Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto e de Padre Saulo Emílio Pinheiro Moraes, assessor da Pastoral da Acolhida. Também participou do encontro, o advogado Dr. Públio Emílio Rocha, que falou para os presentes sobre “A Ética na Sociedade”, dando ênfase às regras de comportamento jurídicas, morais, religiosas e de trato social, tão presentes em nosso cotidiano, seja na vida pessoal ou em nosso ambiente de trabalho. O encontro teve ainda o momento de animação e espaço para as informações da secretaria da Cúria Metropolitana, terminando com o almoço de confraternização. Entre os participantes do encontro contamos com representantes das paróquias São Geraldo Magela, Santo Antônio de Pádua, São José, Sagrada Família, São Domin-
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Tomou posse no dia 1º de julho, pela segunda vez à frente do Seminário de Teologia São José, padre Geraldo dos Reis Maia. A celebração foi na capela do Sagrado Coração de Jesus, na Cúria Metropolitana. A cerimônia foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto que empossou padre Geraldo nessa nova missão. O ato foi acompanhado por alguns padres e seminaristas de Uberaba e Uberlândia. O novo reitor completará em dezembro 25 anos de sacerdócio. Padre Geraldo, agora doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, passou os últimos quatro anos na Itália. Antes, porém, em dezembro de 2005, concluiu o Mestrado em Teologia na capital mineira e depois teve passagem rápida à frente do seminário São José, no período de 05 de agosto de 2007 a 26 de junho de 2008. Padre Geraldo disse que recebe a nova incumbência com o sentimento de muita responsabilidade. Afinal, o trabalho de formação é de grande importância para a vida da Igreja. "Ao mesmo tempo, completou, recebo com muito amor, garantindo dedicar intensamente minha
vida sacerdotal a esta missão”. O novo reitor também já atuou como pároco nas seguintes paróquias: Imaculada Conceição, em Conceição das Alagoas, São Sebastião, em Pedrinópolis e Santa Teresinha e Santíssimo Sacramento, ambas em Uberaba, além de ter sido reitor do Santuário da Medalha Milagrosa. Rubério Santos
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Reunião do INBRAC
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Solenidade de Nossa Senhora da Abadia
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Reunião com a Equipe da CAC , às 19h
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Reunião Pastoral da Região Sacramento, às 9h
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Concentração Arquidiocesana de Catequistas
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Semana Nacional da Família
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Reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP)
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Visita Pastoral na Paróquia de São José Operário, em Ponte Alta
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Reunião de Formação para os Diáconos Permanentes, das 8h às 12h
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Seminarista Fabiano será ordenado diácono Pela imposição das mãos de dom Paulo Mendes Peixoto, o seminarista Fabiano Gonzaga será ordenado diácono no próximo dia 16 de agosto. A cerimônia de ordenação vai acontecer na Catedral Metropolitana, a partir das 19 horas. O seminarista Fabiano Santos Gonzaga, 25 anos, é natural da cidade do Prata – MG. Foi lá, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, que ele deu os primeiros passos vocacionais como coroinha. De-
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Dia do Diácono
pois, fez Filosofia em Uberlândia e, por fim, Teologia no Seminário São José, em Uberaba. Há mais de seis meses, Fabiano Gonzaga cumpre Estágio Pastoral na Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Santa Juliana. A expectativa é que o seminarista possa ser ordenado sacerdote ainda neste ano, em dezembro. Rubério Santos Assessor de Imprensa
Oração e formação: Leigas Consagradas
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3º Encontro do EJC - Paróquia São José, na Gameleira
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Coleta Arquidiocesana para as Vocações
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Reunião de Professores do Instituto Teológico São José, às 14h
Dom Paulo no Peru De 04 a 09 de agosto, dom Paulo Mendes Peixoto estará em Lima, no Peru, representando a Comissão Bíblica Catequético da CNBB, em Congresso Latino Americano de Catequese. Dom Paulo estará acompanhado pelo padre Décio Walker, que também integra a referida comissão da CNBB. O evento, que espera reunir 22 países da América Latina, vai debater a Caminhada da Catequese dentro do novo conceito de animação Bíblico desta Pastoral. Rubério Santos
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paróquias
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Imagem de Aparecida retorna à praça São Judas A Paróquia São Judas Tadeu recebeu nos dias 28, 29 e 30 de junho a esperada visita pastoral de Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo Metropolitano. A caminhada de Dom Paulo na comunidade de São Judas iniciou-se na sexta-feira, com a recepção da imagem restaurada de Nossa Senhora Aparecida, a mesma que há mais de um ano fora vandalizada na Praça que leva o nome da Paróquia. Durante os dias que se seguiram, na companhia do Padre Juliano Evangelista do Nascimento, pároco local, Dom Paulo participou de reuniões com coordenações pastorais e de movimentos, bem como visitou instituições e lideranças civis do bairro onde está situada a Paró-
quia São Judas Tadeu. Todavia, o momento mais aguardado da visita de Dom Paulo somente se daria com o descerramento da placa e a reentronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida na Praça de-
Padre André passa a responder também por Veríssimo Em missa solene, no último dia 21 de julho, presidida por monsenhor Geraldo Magela (Vigário Geral) e com a presença de padre Saulo Emílio, padre André Camargos Araújo foi empossado à frente da Igreja de São Miguel Arcanjo, na cidade de Veríssimo. Padre André, em quatro anos de sacerdócio, serviu como vigário na Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, em Sacramento, sempre com muita competência e responsabilidade, levando a Palavra de Deus às comunidades rurais daquela região, onde deixou muita saudade. No entanto, Padre André ressaltou que o mais importante é servir onde for chamado com o mesmo desejo de anunciar o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. A missa foi bastante prestigiada pela população de Veríssimo, com
os paroquianos de Campo Florido, alguns familiares e amigos de Uberaba. Em sua primeiras palavras como novo Administrador Paroquial, Padre André agradeceu a todos os presentes e falou de sua alegria de estar assumindo uma nova missão e pediu a colaboração e a compreensão de todos seus paroquianos, tanto da cidade de Campo Florido como também da Cidade de Veríssimo, para que o ajudem nessa nova etapa de sua vida e tenham paciência. Disse também que, unido a todos pela fé e pela oração, com a proteção de Nossa Senhora das Dores e São Miguel Arcanjo, estará pronto para evangelizar, cumprindo os três ministérios básicos de uma Paróquia: Liturgia, Palavra e Caridade. Da Redação
fronte à Matriz de São Judas. A grande festa realizada após a última celebração do domingo, dia 30, marcou o retorno da imagem da Mãe Santíssima a uma praça que, graças ao incomensurável esforço do Padre
Juliano Evangelista e de toda a comunidade de São Judas, está toda revitalizada e cheia de novas esperanças com a volta de nossa Padroeira. Welder Andrade
Pirajuba celebra 106 anos da festa em louvor a Senhora da Abadia É o 106o ano de festa em louvor a Nossa Senhora da Abadia, no Município de Pirajuba/MG. Iniciou numa terra que antes pertencia a Dourados, Buritis e onde tempos atrás, os tropeiros que por ali passavam com o gado se reuniam e montavam barracas (por isso até hoje as barracas fazem parte da tradicional festa). Segundo a devota Patrícia, a Festa é mais que uma tradição no município, é um patrimônio. Este ano a festa teve início no dia 12 de julho, contou com a presença de voluntários participantes das missas e barraquinhas e, no decorrer dos dias de louvor, a Paróquia, que tem atualmente como sacerdote o Padre Roberto Franco de Oliveira, contou ainda com a participação e celebração de missas pelos padres dos municípios vizinhos, a exemplo do Padre Bruno Machado - Conceição das Alagoas, Padre Jaime Ribeiro – Planura, Dom Aloísio Roque Oppermann
(Arcebispo Emérito) e Dom Paulo Mendes Peixoto (Arcebispo Metropolitano) - Uberaba. Enfim, a abençoada festa teve o apoio e a participação de centenas de paroquianos que
contribuíram para que mais um ano Nossa Senhora da Abadia fosse louvada com extraordinária fé cristã. Miryam G. A. Pereira
FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Paróquia São Geraldo Magela - Araxá Em clima de alegria e muita oração, aconteceu de 14 a 23 de junho, na Paróquia de São Geraldo Magela de Araxá, sob a coordenação do Pároco Padre Manoel Romes da Silva e da Comissão de Festas, a festa em louvor ao Sagrado Coração de Jesus e a festa junina. Nossa comunidade aproveitou estas festividades para confiar o nosso Santo Padre o Papa, a nossa Santa
Igreja Católica, todo o clero, a nossa comunidade, a nossa família, o nosso coração, todo o nosso ser e nossa missão ao Sagrado Coração de Jesus. Durante os dias da novena, além da oração do terço e da celebração eucarística, aconteceram festividades juninas, como quadrilha, leilões e bingo. A participação e o empenho da comunidade, das pastorais e movi-
mentos da paróquia foram essenciais para o êxito da nossa novena. Agradecemos a todos que direta e indiretamente colaboraram para a realização da Festa do Sagrado Coração de Jesus e da festa junina. Que a paz de Cristo esteja com todos vocês! Vânia Silva de Paulo Pastoral da Comunicação
paróquias
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Festa da Padroeira de Uberaba reza por intenção da Juventude Com o tema: “Sob o olhar de Nossa Senhora, a juventude vive a missão de ser Igreja”, a festa da padroeira de Uberaba em 2013 reza pelos jovens. “A Igreja está vivendo o ano da Juventude. Tanto com a Jornada Mundial, como em nossa Arquidiocese que este ano direciona os estudos e atenção para eles, por isso o tema foi escolhido”, afirma Padre Adriano, pároco do Santuário de Nossa Senhora D’Abadia de Uberaba. Os jovens têm a responsabilidade de preparar a coroação que acontece
no dia de Nossa Senhora. Uma equipe foi formada com representantes das três frentes que trabalham com juventude no Santuário: Crisma, Grupo de Jovens Um Só Coração e o Segueme. Eles garantem muitas surpresas. A parte religiosa este ano traz uma novidade. Será rezado o ofício de Nossa Senhora de segunda a sábado, às 9h, aos cuidados das Congregações Femininas de Uberaba. No início do ano, a paróquia também esteve em reforma do pátio externo para acolher os fiéis.
Durante a semana, missas às 6h, 12h, 15h e 19h e aos domingos às 7h, 9h30, 12h, 15h, 18h e 19h30. Padre Adriano comemora a participação de diversas paróquias nas celebrações da Santa Missa. A expectativa é que diariamente o Santuário receba cerca de duas mil pessoas e, no dia 15, com missas de hora em hora, chegue a dez mil fiéis. Bárbara Caretta Pastoral da Comunicação
Romeiros mantém tradição na cidade de Romaria Romaria do Paizinho Caminhando, de carro, ônibus de diversas cidades do Brasil. nhando, mas desde o ano passado e até cavalgando, não importa o meio, a cidade de Romaria (MG) recebe cerca de 300 mil pessoas durante a Festa de Nossa Senhora da Abadia. São romeiros vindos de várias cidades do Brasil, a maioria de Minas Gerais, que mantêm a tradição que deu nome à cidade. É o caso da Família Laurindo, tradição de fé nascida com o patriarca Antônio e que já dura mais de 100 anos. Ele, inclusive, ajudou a carregar as madeiras para a construção do Santuário e em vida participou de todas as comemorações em louvor a Nossa Senhora da Abadia. Com seu exemplo ensinou os onze filhos a visitar o Santuário. Atualmente, seus descendentes (filhos, netos e bisnetos) vêm
Quando têm alguma promessa ou agradecimento, realizam parte do percurso a pé. A família comprou um lote na cidade de Romaria, onde foram construídas catorze casas com quartos, cozinha e banheiros, que acomodam em média 100 pessoas nos quinze dias de festa e tentam manter ao máximo a tradição, incluindo as comidas que são preparadas. Outro grupo que também não deixa de agradecer as bênçãos da mãezinha são os filhos da Dona Augusta. Todos os anos eles saem de Perdizes (MG) e percorrem 95 quilômetros caminhando, parando apenas para se alimentarem. Gastam em média quinze horas para realizar todo o percurso. Por sete anos Gustavo Garcia foi de Uberaba a Romaria cami-
resolveu fazer o percurso a cavalo. Ele diz que, embora pareça menos cansativo cavalgando, sentiu mais o desgaste físico, porém não se arrepende e nesse ano já está com tudo programado para participar novamente. Padre Márcio Ruback, Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, afirma ser uma alegria imensa receber tantos romeiros e deixa o recado para os peregrinos: “Amados romeiros, nosso Santuário está de portas abertas para vocês que vêm caminhando, de carro de boi, de bicicleta, de moto ou de carro. Venham louvar conosco e sintam-se acolhidos no coração da Mãe Abadia!”. Bárbara Caretta Pastoral da Comunicação
Há 32 anos fazendo o mesmo percurso, a Romaria do Paizinho ficou conhecida na região pelo número expressivo de participantes. Para 2013, a organização espera de 450 a 500 romeiros. João Francisco Ferreira, um dos
atuais organizadores, acredita que a adesão de tantos fiéis se deu pela estrutura de apoio que é oferecida durante o trajeto. Os participantes contam com duas barracas estrategicamente dispostas com água, frutas, caldos, lanches, leite etc .
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especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Esta es la juventud del Papa!
Foi assim – a juventude do Papa – que mais de 3 milhões de jovens de todas as partes do mundo se autodenominaram na 28ª Jornada Mundial da Juventude na cidade do Rio de Janeiro. A JMJ assemelha-se ao Papa Francisco: contagiante! O Brasil e o mundo estiveram diferentes por uma semana inteira. O comentário de todos, católicos ou não, era que o Papa Francisco estava no Brasil, e milhões de jovens estavam com ele! Do Papa ficam as palavras fortes de encorajamento na fé e o testemunho de um autêntico homem de Deus – ele ensina dando o exemplo. E quantos foram os exemplos deixados! Da juventude, o vigor da fé que se reacende e a esperança de tempos melhores na Igreja e na sociedade. “A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo (...), por isso nos impõe grandes desafios”. Nesses dias, Sua Santidade possibilitou-nos momentos de grande alegria, aprendizado e testemunho de fé. Como sucessor daquele a quem foram confiadas as chaves da Mãe Igreja, o Santo Padre veio ensinar-nos a ser Igreja. Insistiu (e muito) que vivamos uma fé autêntica, sem máscaras, de verdadeiro encontro com Jesus Cristo e com os irmãos. Ele veio ensinar-nos a ser família – com todas as responsabilidades a que este termo abarca. Muitos de nós, por diversas razões, havíamos perdido este norte: de que a Igreja só é Igreja de Cristo se houver amor real, de fato, entre as pessoas (e não de palavras), amor de entrega até as últimas consequências, como Jesus ensinou! UMA SEMANA HISTÓRICA 22/07/13 (segunda-feira) – Chegada: Papa Francisco chegou ao Brasil e foi recebido pela presidente Dilma Rousseff. Ainda
Jornada Mundial rumando ao Palácio Guanabara, o pontífice impressionou por escolher um carro simples e por manter o papamóvel aberto, sem vidros de proteção. Era nítido seu desejo de estar próximo, tocar as pessoas. Em seu primeiro discurso (como chefe de Estado), mostrou o objetivo que o trouxe ao Brasil: “Vim para a JMJ para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo atraídos pelos braços abertos pelo Cristo Redentor. [...] Cristo bota fé nos jovens. E também os jovens botam fé em Cristo!” 23/07/13 (terça-feira) – Missa de abertura: Junto aos símbolos da JMJ (a cruz e o ícone mariano), o arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, presidiu a missa de abertura. 24/07/13 (quarta-feira) – Visita do Papa ao Santuário Nacional de Aparecida/SP e ao Hospital São Francisco de Assis (RJ): Cerca de 200 mil fieis aguardavam o Papa Francisco no Santuário Nacional de Aparecida (onde ele já esteve em 2007, na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe), para a celebração da manhã. Ele confiou a JMJ à proteção de Nossa Senhora Aparecida, e em sua homilia, dirigiu-se, sobretudo, aos jovens e destacou três aspectos essenciais para a vida cristã: “Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.” O Papa também visitou o Hospital São Francisco de Assis (Bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro), e participou da inauguração de um centro de recuperação de dependentes químicos. Ele ouviu testemunhos de jovens em recuperação e falou sobre o amor ao próximo, citando trechos de sua
primeira encíclica (Lumen Fidei). 25/07/13 (quinta-feira) – Visita a Comunidade De Varginha, em Manguinhos: O Papa Francisco fez questão de estar com o povo, de modo especial os mais carentes, pois sabe que as discrepâncias sociais ainda existentes em nossas terras são as grandes vilãs do sofrimento humano. Exortou os brasileiros a “dar para o mundo uma grande lição de solidariedade” e pediu aos mais abastados, às autoridades públicas e às pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social que “não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário”. Acolhida do Papa Francisco em Copacabana: “Esta es la juventud del Papa!” – era som que vinha de Copacabana. Com euforia e carinho a ‘juventude papa’ recebeu Francisco em seu coração. E as palavras do pastor deram ânimo e sabor à caminhada dos peregrinos. “Bote fé, bote esperança, bote amor!” 26/07/13 (sexta-feira) – ViaSacra: contemplamos a magnífica encenação da Via-Sacra, em que o Papa associou a Paixão de Nosso Senhor aos sofrimentos e desafios da juventude. O Santo Padre pediu que os presentes rezassem pelos mais de 200 mortos no incêndio da Boate Kiss (Santa Maria/RS). Ele também criticou a intolerância religiosa e a falta de fé nas instituições. “Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco.” 27/07/13 (sábado) – Vigília em Copacabana: os discursos do quinto dia da JMJ foram marcados pelo tom efusivamente político e reflexivo, em que o Papa criticou a desigualdade social, e enquanto exortou os jovens a serem os “protagonistas da mudança”, alertou os sacerdotes: “Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar.” 28/07/13 (domingo) – 6º dia e encerramento da JMJ: Na missa de envio, que reuniu mais de 3 milhões de pessoas em Copacabana, o Papa Francisco chamou os jovens à responsabilidade.“[...] Façam discípulos em todas as nações e transmitam a experiência vivenciada na Jornada Mundial da Juventude a outras pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes. A experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês.” Gustavo Cortez Fernandez Confira o Diário completo, com as principais mensagens do Papa, no site: www. arquidiocesedeuberaba.org.br
Partilhando a Jornada Mundial da Juventude: Perseverança! “A alegria do encontro supera o cansaço...” (Papa Francisco, ao retornar a Roma). Nosso pai e pastor tem plena razão: a experiência que fizemos ao longo desses dias supera qualquer cansaço. Destaco algumas experiências: a proximidade do Papa com o povo, demonstrando que a Igreja precisa chegar ao coração do povo, no dia a dia dos fiéis e a troca de experiências nas catequeses realizadas em 300 paróquias do Rio de Janeiro. Só a Paróquia Nossa Senhora das Graças (Campo Grande/RJ – Vila Nova), que acolheu nosso Grupo Santíssimo Sacramento (42 peregrinos), recebeu 1.500 peregrinos entre 22 e 28 de julho. Lá realizamos três catequeses com três bispos diferentes. Enfatizo também a FRATERNIDADE e a CARIDADE presentes no encontro e que marcaram o diferencial da JMJ: povos diversos, línguas diferentes, costumes, raças, SEM CONFLITO e com muita HARMONIA. Além disso, a vigília e a missa de envio foram os pontos altos da JMJ. Nunca vou me esque-
cer do silêncio diante do Santíssimo Sacramento. Poderia destacar mais coisas; porém, creio que estas resumem bem que a JMJ não foi um evento com 3,5 milhões de pessoas reunidas e sim um encontro fraterno de cristãos de 185 países com um único objetivo: fazer discípulos entre todas as nações. Qual o grande desafio pós-JMJ? Na minha opinião, o entusiasmo amadurecido na perseverança gera muitos frutos. Se desejamos frutos da JMJ, é necessário que incentivemos os jovens participantes a perseverarem no entusiasmo desses dias em favor de nossas comunidades, a fim de que muitos jovens se animem e reanimem a partir de nós e voltem a concordar conosco: Jesus Cristo é nossa alegria! A JMJ é viciante, portanto, já estamos nos preparando para 2016 na Polônia... Perseverança! O entusiasmo amadurecido na perseverança gera muitos frutos! Padre Fabiano Roberto
Franceses na Semana Missionária Segundo padre José Bezerra Pereira, assessor Espiritual do Setor Juventude, mais de 200 missionários participaram da semana em preparação para a JMJ em Uberaba. A programação incluiu Celebrações Eucarísticas, Vigília, Noite Cultural e visitas à Comunidade Terapêutica Nova Jerusalém, Hospital do Pênfigo e famílias dos bairros Copacabana, Girassóis e Residencial 2000. Essas visitas contaram com a participação de um grupo de 21 jovens franceses, da Diocese de Mende, localizada no sul da França. Também vieram dois padres e três freiras. Juntamente com os uberabenses, eles conheceram de perto algumas realidades de nossa cidade, como a luta para recuperar-se das drogas e a pobreza das famílias da periferia, que buscam com dignidade dias melhores.
O Jovem Mateus Vieira, de Santa Bárbara, considerou a experiência positiva, ressaltando a necessidade de que esse tipo de ação aconteça com frequência. Léa Jasikovic, francesa, aproveitou para elogiar a juventude e o dinamismo da igreja em Uberaba. Alexandre Chevalier sugeriu a evangelização ecumênica, de maneira a atingir maior número de irmãos. A Semana Missionária foi encerrada com Missa de Envio de 300 jovens uberabenses para a JMJ, no sábado (20), na Paróquia São Benedito. Dom Paulo Mendes Peixoto presidiu a celebração e desejou a todos uma proveitosa jornada e que os jovens ocupem de fato seus espaços na igreja e na sociedade. “Eles têm força extraordinária, sendo as redes sociais uma delas,” frisou. Rubério Santos
especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
da Juventude
Opinião
Juventude em Jornada
Padre José Bezerra avalia JMJ como novo Pentecostes Cerca de 500 jovens da Arquidiocese de Uberaba participaram da Jornada Mundial da Juventude, de 22 a 28 de julho, no Rio de Janeiro. Padre Bezerra, assessor arquidiocesano do Setor Juventude, entende que a infraestrutura montada pelos governos estadual e municipal do Rio foi satisfatória. “Em eventos desse megaporte sempre há falhas, mas que se tornam pequenas diante da grandeza e dos objetivos almejados. Faltaram melhores informações, os ônibus e metrôs lotados; também pudera, éramos quase quatro milhões de pessoas. Mas nada que não se possa suportar e seguir adiante,” enfatiza. O grupo foi recebido por famílias cariocas. “Ali apenas dormíamos, mas foi uma acolhida gostosa e nos deram total apoio,” disse o padre, lembrando que, na noite de
sábado, a turma optou por dormir na praia de Copacabana, como tantos outros jovens. “Foi uma experiência inusitada. Enquanto uns dormiam, outros faziam vigília. Assim fomos revezando até amanhecer o dia quando, diante de um telão, pudemos acompanhar com detalhes a Missa de Envio do Santo Padre”. Padre José Bezerra disse que o mais perto que conseguiu aproximar-se do papa Francisco foi uns dois metros, na missa na Catedral. Para o sacerdote, valeu só de estar ali, no mesmo ambiente que o papa. “Foi algo extraordinário, divino, você ali ao lado daquele que foi eleito pelos cardeais para comandar os católicos em todo o mundo, o primeiro representante de Jesus na terra,” suspirou, complementando que o Santo Padre é alegre e faz questão
de ficar no meio do povo. Para os jovens do grupo liderado por Padre José Bezerra, estar com o papa e participar da JMJ foi um momento único e ficará para sempre em suas vidas. Todos se sentiram tocados e transformados, e muitos
já cobram em suas redes sociais os ensinamentos do papa, como por exemplo, que os padres sejam mais pastores e abram verdadeiramente espaço para os jovens na Igreja. Segundo o sacerdote, todos voltaram animados e cheios de ideias. Por tudo isto e tantos outros relatos, o assessor do Setor Juventude entende que a JMJ valeu como experiência única de ver o Espírito Santo de Deus agindo sobre aquela multidão de jovens. “Um novo Pentecostes aconteceu,” afirma. “Agora vamos nos preparar para o DNJ em outubro. Oportunidade para passar adiante toda aquela gama de ensinamentos e lições deixadas pelo papa Francisco aos povos de todo o mundo,” avalia Padre José Bezerra. Jornalista Rubério Santos
O que vivi na Jornada Mundial da Juventude Estar tão perto do Santo Padre, o Papa Francisco, e ver a multidão de jovens tomando conta da praia de Copacabana, gritando ao Papa: “esta é a juventude do Papa”, foi uma emoção indescritível. Como representante da arquidiocese de Uberaba e, consequentemente, de nossa querida Sacramento, rezei por todos, pedindo graças e bênçãos! Livia Cristina Melo Pereirinha
O que falar dessa experiência? Sinceramente, é muito difícil conseguir expressar em palavras tudo o que se sente ao vivenciar esse momento. São milhares de pessoas por onde passamos, filas enormes, idiomas parecidos com o nosso e outros completamente diferentes e, por incrível que pareça, conseguimos nos comunicar. A experiência da JMJ foi algo único em nossas vidas. Com certeza, quero muito estar na próxima. Lauana Pedrosa Foi um momento de intenso amor... um amor que a gente nunca pensou em sentir, pois lá, junto com várias pessoas que nunca vimos, pudemos ver seus corações e o quanto de fé que trazem. Fé e esperança de um mundo renovado. Pessoas que querem evangelizar, que querem mostrar ao mundo o amor de Deus. Foi uma graça muito grande poder estar em oração junto a tantas pessoas. Carol Crosara
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Banhos gelados (congelantes), chuva, frio, correria, tumulto o tempo todo, trem, metrô, ônibus sempre lotados, dormindo mal... E o que isso tem de bom? TUDO! Foi na JMJ que eu aprendi a viver com o pouco, na dificuldade, por mais que o cansaço chegue e o corpo não aguente mais, o moral e a nossa sede de Deus nos sustentavam e nos sustentam até hoje e nada mais gratificante do que ver aquela juventude toda reunida numa só fé e num só amor e, nada mais lindo que o sorriso do nosso querido e amado Papa Francisco. Ailton Junior O que mais me tocou nessa JMJ foram as palavras de Francisco, especialmente quando ele disse em uma entrevista que visitar pessoas e querer se comunicar com elas dentro de uma caixa de vidro não vale a pena. Todo esse contato próximo que tive com o Papa me lembra uma música do Gil Monteiro: “Tão perto de mim”. E foi algo transformador em minha vida, porque eu nunca senti Deus tão perto de mim quanto senti nessa JMJ... E mais uma vez, as palavras do nosso Papa: “Bote fé, bote esperança, bote amor”. Ana Luísa Andrade Como é bom saber que não estamos sozinhos, que existem no mundo muitos jovens como nós que lutam para levar a bandeira de Cristo, a bandeira do Evangelho a todos os lugares. Lindo foi ouvir a voz do nosso pastor Papa Francisco, que nos animou e encorajou os nossos corações, nos convidando a cada momento a sermos discípulos missionários do mestre, protagonistas de um novo tempo, sentinelas do amanhã. Leandro Melo
Chegou ao fim a Jornada Mundial da Juventude Rio2013, ao mesmo tempo em que se iniciou a maior Jornada Missionária que houve desde a descida do Espírito Santo em Pentecostes. Com o lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, a Jornada foi o berço onde nosso Santo Padre, o Papa Francisco, deitou a sua esperança na juventude cristã. Uma nova cruzada está diante de nós, jovens católicos, uma cruzada muito mais severa do que aquela estudada no colégio. A nós é imposto o dever de assumir a cruz de Cristo e ir pelo mundo, tremulando a bandeira dos valores cristãos, dos ensinamentos do Evangelho, da boa nova do Reino de Deus entre os homens. Aos jovens foi confiada, por Cristo, esta missão, pois, nas palavras do nosso Santo Padre, os jovens “não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos”. E não seremos, pois já vencemos o maligno (1Jo:2,13) e estamos marcados como a infantaria de Cristo. A presença de três milhões de jovens durante os principais eventos da Jornada foi um anúncio ao mundo do poder que está nas mãos de uma juventude santa, que não teme mais a ridicularização da fé, martírio do século XXI, assim como exclamou nosso amado Papa emérito Bento XVI. Não se pode “excluir” uma multidão, não se pode ridicularizar aqueles que estão imersos na Graça Divina. Nosso Pai Santíssimo usará a juventude para falar ao mundo, seremos todos como a sarça ardente no monte Horeb (Ex: 3,2), através da qual Javé falou a Moisés. Por meio do jovem, a salvação por Cristo será anunciada ao mundo. Por meio da juventude, campo da fé e terreno santificado de Deus, o mundo irá ouvir a Boa Nova. Eis, pois, que durante essa semana foi apresentada ao Brasil e ao mundo a verdadeira juventude católica, que não quer revoluções teológicas, não espera rupturas e “reboliços” em sua Igreja, mas, ao contrário, exige o respeito e quer guardar o maior patrimônio do homem de Deus, o mistério da fé na pessoa do Cristo, aquele que, pela intercessão da Santa Mãe, é o único fundamento sólido a embasar as ações humanas. Welder Castro P. Andrade
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pastorais e movimentos
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Irmã Virgínia assume Comissão de Direitos Humanos Notícias da Coordenação
Em 06 de julho foi realizada a eleição da nova diretoria da Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de Uberaba. Dom Paulo Peixoto ressaltou a importância de reestruturar o órgão, dar publicidade e torná-lo ativo, assim como foi no passado. Os eleitos para a diretoria da Comissão foram: presidente: Irmã
Virginia Helena de Souza; vice: Elisângela Alves Mariano; secretário: Dalvo José de Souza. Ainda integram a comissão: Marlene Manzan Paiva, como 2ª secretária, Cláudio Gonçalves Oliveira, como 1º tesoureiro e Márcio Henrique Souza, como 2º tesoureiro. Para irmã Virgínia a nova missão é um desafio, mas também um
trabalho bonito e necessário dentro da sociedade em que vivemos. Nas próximas reuniões, segundo ela, serão discutidas questões internas da comissão, como regimento e estatuto, para em seguida começar a analisar os casos que se fazem necessários em Uberaba e região. Rubério Santos
Toca de Assis
o Cenáculo com Maria (RCC), permanecendo assim até 16 de novembro de 2001, com a chegada de quatro religiosos da Toca para fundar a missão de fato, no cuidado e acolhimento dos pobres sofredores de rua. Em 03 de março de 2002, com a construção da Capela, Nosso Senhor Sacramentado foi entronizado para ser amado e adorado todos os dias. Os primeiros anos foram difíceis, pois foi a fase da divulgação da obra e de sua estruturação, mas com a graça de Deus, com a ajuda da Igreja e de pessoas generosas a missão aos poucos se organizou, se desenvolveu e hoje acolhe cerca de 20 exmoradores de rua. Atualmente, com quase 12 anos
de missão, conseguimos com a Providência Divina um terreno doado pela prefeitura de Uberaba para a construção da sede própria e também todo o projeto de construção doado pela ETEC-Engenharia. Estamos trabalhando na divulgação e captação de recursos para podermos concretizar esse projeto. Somos gratos a todos aqueles que acreditam nesse trabalho e junto conosco colaboram para que os pobres de rua tenham cada dia mais dignidade e Nosso Senhor Jesus Cristo seja cada vez mais adorado. Bendito seja Deus por todo o bem que Ele tem feito a essa obra.
A Fraternidade de Aliança Toca de Assis, fundada em 1994 pelo Padre Roberto José Lettieri, então seminarista dos padres estigmatinos, tem como carisma a Adoração ao Santíssimo Sacramento e o cuidado dos “Irmãos de rua”, como chamamos os moradores de rua. Hoje contamos com 66 casas no Brasil, duas no Equador e uma em Portugal. A Toca de Assis é formada por religiosos e religiosas, com dois institutos de vida consagrada: os Filhos e as Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. É formada também por leigos que, fazendo uma experiência com o carisma, acompanham de perto os trabalhos da Toca de Assis e pelos Irmãos de Rua que acolhemos e que são parte fundamental dessa família. Nossa missão: Fazer Jesus Sacramentado conhecido e amado, e revelar ao mundo essa presença escondida de Jesus nos pobres mais pobres. Amar e fazer amada a Santa Igreja, amando os pelos sacerdotes, rezando por eles e zelando pela sagrada liturgia. Jesus Sacramentado, nosso Deus amado! A missão em Uberaba teve início com as pastorais de rua feitas por leigos a partir de outubro de 1999, com a vinda do Padre Roberto para
Renato Afonso Vinhal Administrador da Toca Uberaba
PASTORAL DO MENOR:
Como muitas pastorais sociais, a Arquidiocese está articulando o trabalho com a Pastoral do Menor. Já foram realizados dois encontros e o próximo passo será contatar as instituições sociais, na cidade de Uberaba, para organizar a Equipe Arquidiocesana. Um próximo encontro será comunicado às paróquias para que também enviem pessoas que estejam interessadas em participar desse trabalho pastoral.
PASTORAL DA CRIANÇA:
No desejo de dinamizar a Pastoral da Criança como era em outros tempos, contamos agora com uma nova Coordenação Arquidiocesana, com o Sr. Valadir Pereira à frente. Além das atividades pastorais de que participa nas comunidades de sua paróquia, ao vivenciar a 3ª etapa do E.C.C. (Encontro de Casais com Cristo), manifestou interesse em desenvolver um trabalho na dimensão social junto à Arquidiocese. Acolhendo o convite para essa missão, está preparando um projeto visando fortalecer a Pastoral da Criança onde está ativa, reanimar onde está adormecida, colocando em funcionamento o Setor (Diocese) em comunhão com as Áreas (Regiões Pastorais). Considera importante fortalecer e criar os Ramos (Paróquias e suas comunidades), com maior interação dos coordenadores e capacitadores.
PASTORAL DA SOBRIEDADE:
Instituto Anti-Drogas é ligado a Paróquia São Judas O IMAD (Instituto Municipal Anti-Drogas – Associação Civil de Interesse Público com fins nãoeconômicos) compõe-se de duas casas de acolhimento: a primeira, criada em 2006, Casa Madre Teresa de Calcutá, localizada na Rua Castanheira, 75, Jardim Espírito Santo, e a segunda, Casa Gianna Beoretta Molla, criada em 2011, com sede na Rua Arthur Machado, n. 1201, Bairro Centro, em Uberaba – MG, ambas presididas pela socióloga e professora MARTA DE OLIVEIRA, cuja inspiração para escrever os projetos de fundação dessas instituições, podemos dizer, foi
de Pastoral Arquidiocesana
obra do Divino Espírito Santo. Afirmamos isso porque, a princípio, não existiam, na região de Uberaba, locais de tratamento para dependência química, destinados ao público feminino, e a necessidade para solução de tal problema era visível. Quando da fundação do IMAD, a Paróquia São Judas Tadeu abraçou a causa juntamente com Marta de Oliveira e toda a diretoria da Casa de Acolhimento Madre Teresa de Calcutá. Ali foram recebidas senhoras, jovens e adolescentes dependentes de várias espécies de substâncias químicas. Logo depois, a Paróquia também se colocou a serviço da Casa de Acolhimento
Gianna Beoretta Molla, visto que foi necessário separar as adolescentes de 12 a 18 anos, algumas grávidas e outras em situação de risco, das jovens de maioridade e das adultas. Trabalhar com o público feminino por faixa etária foi imprescindível para que o resultado do tratamento surtisse o efeito desejado. Atualmente, as Casas sobrevivem da ajuda da comunidade, de projetos universitários, do auxílio municipal, da caridade de pessoas comprometidas com a ajuda ao próximo e da força da Paróquia São Judas Tadeu. Da Redação
Na Arquidiocese de Uberaba, desde 2002, foi implantada a Pastoral da Sobriedade. Por um período, a ação dessa pastoral esteve desarticulada. Como perspectiva de nosso PAPIU (Plano Arquidiocesano de Pastoral da Igreja de Uberaba), somos convidados a ajudar a juventude na prevenção e superação dos graves problemas sociais que nos cercam. Dois deles são a droga e o álcool. Com a intenção de colocarmos em prática o que nos pede o Plano de Pastoral, estaremos rearticulando a Pastoral da Sobriedade. Convidamos as comunidades, paróquias e demais serviços arquidiocesanos para participar de uma capacitação de novos agentes dessa pastoral, como também um convite para que retomem os trabalhos aqueles que já foram capacitados em outras ocasiões. Essa capacitação ocorrerá nos dias 03 e 04 de agosto, na Paróquia de Cristo Bom Pastor. Posteriormente, serão encaminhadas as informações necessárias.
Irmã Ronilse continua na Itália
A Irmã Carmelita Missionária Ronilse Mendes da Silva, uma das representantes brasileiras no Conselho Geral da Congregação em Roma, esteve visitando o convento de Uberaba neste mês. Eleita conselheira em 2008, tendo trabalhado muitos anos em nossa cidade, veio ao Brasil para a celebração do Capítulo Provincial das Irmãs Carmelitas. Ao Metropolitano ela falou de sua experiência no Conselho Geral da Congregação. “Estou aprendendo bastante e com certeza há muito que fazer para levar o Rei-
no de Deus a todos,” enfatizou. Atualmente, são 273 irmãs carmelitas missionárias espalhadas por 46 casas em sete países. Itália e Brasil são os que concentram o maior número de freiras da Congregação. Segundo Irmã Ronilse, o Conselho trabalha agora para levar a congregação para a Indonésia e o Vietnã. “Também há perspectiva de chegar até a Índia,” relatou. A carmelita brasileira permanecerá no conselho até meados de 2014. Da Redação
evangelização
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Novas Pastorais do Dízimo A Pastoral do Dízimo, iniciando sua caminhada em nossa Arquidiocese, promoveu no primeiro semestre nas dez regiões pastorais o primeiro “Encontro de Formação” para lideranças paroquiais, diáconos, religiosos e presbíteros, à luz do 12° PAPIU, que propõe “implantar a Pastoral do Dízimo em toda a Arquidiocese como suporte necessário ao trabalho evangelizador das Comunidades”. Num primeiro momento, a intenção foi oferecer orientações às equipes da Pastoral do Dízimo das paróquias e comunidades para ajudá-las a implantar, organizar e planejar a pastoral, mostrando que não há dúvida de que a contribuição do dízimo paroquial é fruto da consciência de pertença a uma Igreja que, à luz do mistério da Santíssima Trindade, é essencialmente comunhão. Em segundo lugar, apresentar os subsídios – cartazes, panfletos, folders e o livro de orientações para lideranças para a formação dos agentes de pastorais e a realização da primeira Campanha do Dízimo em nossa Arquidiocese, ocorrida no mês de julho. Em agosto, uma nova etapa será iniciada, com a organização de material missionário para que cada paróquia possa fazer sua Missão do Dízimo. Nosso objetivo é implantar a pasto-
Opinião
Por que contribuir com o dízimo?
ral em toda a arquidiocese como suporte necessário ao trabalho evangelizador, para suprir as despesas ordinárias, materiais e pastorais, contemplando as três dimensões (Estudos da CNBB oito, Paulinas, 1978, p.54-56), que abrangem todas as atividades da Igreja: religiosa, social e missionária.
O que é o dízimo?
Na dimensão religiosa, o dízimo é destinado à manutenção da igreja, energia elétrica, limpeza, material, água, telefone, catequese, liturgia e tudo que diz respeito ao culto divino, da casa paroquial, dos padres e funcionários, assim como suprir as necessidades pastorais. A dimensão social consiste na promoção e assistência de nossos irmãos menos favorecidos — empobrecidos, excluídos e marginalizados —, sejam eles conhecidos ou desconhecidos. Na dimensão missionária, o dízimo é utilizado para ajudar o anúncio da Palavra de Deus, manter pessoas para isso, sustentar a atividade missionária, o envio de missionários, o ensino e a formação de agentes e lideranças. Disseram os bispos do Brasil, reunidos na XIV Assembleia Geral da CNBB, em 1974:“O dízimo é meta a ser atingida. Não é mera exortação ou
um objetivo desejável. As Igrejas particulares devem buscá-la. A superação do sistema de taxas pelo dízimo adquire um sentido pastoral essencial. Ele é muito mais autêntico e verdadeiro para expressar a verdadeira ligação do cristão com a Igreja, onde vive o ministério da salvação”. A Pastoral do Dízimo precisa ser assumida por todos os fiéis como compro-
misso de vida e experiência de Deus para prover os recursos de sua comunidade. A Igreja carece de recursos financeiros para enfrentar os desafios da evangelização, mas de nada adiantará se eles não forem frutos de métodos cristãos, éticos e coerentes com a Palavra de Deus e o Magistério da Igreja. Padre Marino Molina
Estágio Pastoral dos Seminaristas Todos os anos, nós, seminaristas, somos agraciados com uma nova etapa de estágio pastoral, ou seja, no decorrer do processo formativo, temos a oportunidade de conhecer por um período de um ano uma comunidade paroquial. Nessa vivência fraterna com os paroquianos nos finais de semana, aprendemos e transmitimos os frutos de nosso aprendizado. Somos convidados a colaborar com algumas atividades da paróquia, seja no acompanhamento e formação dos coroinhas, dos grupos de jovens, catequistas; enfim, convidados a estar em contato com o povo santo de Deus. Essa interação muito nos faz bem, pois observamos a realidade das pessoas e assumimos nossa responsabilidade de anunciar o Evangelho de Cristo. Para nossa caminhada vocacio-
nal, trata-se de um momento de grande valia, pois, antes de tudo, estamos aprendendo com o padre responsável e seus paroquianos, pessoas estas que são corresponsáveis com nosso desenvolvimento e preparação para a vida sacerdotal. Nesses anos em que me preparo para o sacerdócio, tive a grande alegria de passar por importantes realidades pastorais, que contribuíram para meu amadurecimento pessoal e certamente me ajudam a viver a vocação. Em 2007, exerci o estágio na Paróquia de Santa Luzia; em 2008, estive na cidade de Comendador Gomes, na Paróquia de São Sebastião; nos anos de 2009 e 2010, na Paróquia de São José - Gameleira; em 2011, na Paróquia do Santíssimo Sacramento - Adoração; em 2012, no primeiro semestre, estive na Paróquia de Santa Bárbara e no segundo, na Comu-
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nidade Santa Fé. Já em 2013, tenho a graça de conhecer outra realidade, estando na cidade de Conceição das Alagoas, na Paróquia de São Pedro. Por essas riquíssimas e marcantes experiências, agradeço a Deus, Autor de nossa vida, todos aqueles que dire-
ta ou indiretamente contribuem com minha formação pastoral. O Cristo Bom Pastor os guarde todos em seu infinito amor! (Republicação) Seminarista Luiz Carlos Parra Dias Júnior – 3° ano de Teologia
Considerando o 12º PAPIU, nossa Arquidiocese implantou oficialmente a Pastoral do Dízimo, sendo Padre Molina o encarregado de promover todas as orientações necessárias para o melhor desenvolvimento e conscientização do que seja o dízimo paroquial. Através dos folhetos e panfletos distribuídos em todas as paróquias da Arquidiocese, os paroquianos – dizimistas ou não – puderam compreender melhor as três dimensões básicas da Pastoral do Dizimo: a religiosa, a social e a missionária. Isto vai de acordo com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, nº 154: “As paróquias têm um papel fundamental na evangelização e precisam tornar-se sempre mais comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus Cristo”. Quando tem uma sensibilidade correta sobre o Dízimo, o fiel o entrega não como uma coisa imposta, mas como um gesto de ação de graças pelos dons e bens recebidos diretamente de Deus. Ser igreja é ser comunidade. Sendo comunidade e contribuindo com o dízimo, tem-se consciência da pertença a essa Igreja, formando uma comunidade viva e ativa de discípulos missionários. O dízimo é fruto vivo da fé e do amor; é um compromisso do cristão que ama Deus e sua comunidade. Écomo se vivencia a partilha e com isso se vence o egoísmo do coração. Dízimo não é taxa, comércio, lei ou esmola; é oferta espontânea, livre e familiar. Nenhum trabalho comunitário caminha bem sem a participação fiel e concreta de todos. Portanto, os fiéis precisam aprender a partilhar seus dons com os outros – viver em ‘comum união’. Que os frutos do dízimo produzam em nossa Arquidiocese: fé, partilha, consciência, compromisso, paz, generosidade, harmonia, entrosamento, fraternidade, unidade e fidelidade ao plano de Deus. Maria Nilce Martinelli Pontes
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formação
Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2013
Eucaristia: alimento para o caminho Nesse grande caminho que nos leva a Deus, que é a Liturgia, percorrido por muitos ao longo dos tempos, faz-se necessário entender o percurso que já fizemos para compreendermos como chegaremos a nosso destino, que é a felicidade plena e a realização do Reino de Deus. Assim, a liturgia nos compromete com esse reino e faz de nós não meros expectadores da ação litúrgica, mas participantes de forma plena, consciente e ativa (cf. SC, 10). A Celebração Eucarística nem sempre foi rezada da forma em que conhecemos hoje. Por muito tempo a missa foi “cantada” em latim. Et introibo ad altare Dei: ad Deum qui laetificat juventutem meam: – com essas palavras o padre começava a missa ao pé do altar, enquanto o povo assistia, quieto, observando e, às vezes, rezando o terço ou as orações devocionais para serem rezadas durante a missa, diferentes das
orações rezadas pelo padre. O momento mais solene da missa era o da consagração, quando o padre se curvava sobre o altar, sobre a hóstia e sobre o cálice e dizia as palavras de Jesus: Hic est enim corpus meus(...) Hic est calix sanguinis mei(...). Tudo isso acontecia em voz baixa e com o padre de costas para o povo. Não havia comunhão para o povo durante a missa, só depois do final da missa. Conta-se que o Papa João XXIII, ainda antes do início do ConcílioVaticano II, ao terminar uma celebração litúrgica em uma igreja de Roma, disse: “Como sofro ao pensar nas belas orações que acabo de rezar e que vocês não entenderam... É preciso que um dia estes tesouros se tornem acessíveis a todos” (GELINEAU, 1964).
O rito eucarístico após o Concílio Vaticano II
Com o Concílio Vaticano II, hou-
ve uma renovação da liturgia e um retorno às fontes, um retorno à forma como as primeiras comunidades cristãs celebravam a Eucaristia, tendo o altar como centro de nossa vida eclesial, além do resgate dos textos bíblicos utilizados nas cele-
A Igreja e o mundo que queremos Recentemente, vimos o jovem ser alçado à posição de personagem fundamental, chamado a fazer escolhas que podem mudar paradigmas. No Brasil, após duas décadas de uma letargia política que cinge perigosamente os jovens que não vivenciaram as lutas políticosociais da geração anterior, uma manifestação contra o aumento de tarifa de transporte público desencadeou uma onda de protestos em todo o país que assistiu, atônito, à juventude nas ruas, exigindo a efetivação de direitos fundamentais, políticas públicas de qualidade, o fim da corrupção, etc. Na Igreja, inopinadamente, foi escolhido um Pontífice que, inspirando-se em São Francisco de Assis, adotou um estilo de vida mais simples e um discurso que sinaliza a possibilidade de um novo tempo para a instituição. Papa Francisco veio ao Brasil falar à juventude e representa a esperança de que a Igreja, tida como o corpo místico de Cristo, se transforme, se humanize na necessidade de transcender seu aspecto humano.
Jesus modificou as estruturas de uma sociedade
Jesus também vivenciou um importante momento de ruptura histórico-religiosa. Criado nas tradições milenares do Judaísmo e vivendo num território subjugado pelo Império Romano, Jesus levantou-se
contra a situação posta, exortando o povo a abandonar costumes e comportamentos que contrariavam a palavra de Deus. Ele não se omitiu diante da injustiça. Os Evangelhos mostram um Cristo que traz o milagre da vida: olhos cegos que passam a ver (Mt 9, 27-29); membros paralisados que voltam a funcionar (Lc 6, 6-10); o sangue que torna a fluir (Mt 9, 1826); Deus que se revela a seu povo, fazendo-se homem (Jo 1, 1-17; 12, 44-50). Como aquela sociedade não pôde aceitar a revitalização trazida por Jesus — as autoridades judaicas, cujos corações estavam fechados ao Amor do Pai, não conseguiram compreender que Deus se manifestava através do Cristo (Mt 13, 10-17) — , fez-se necessária uma nova igreja, fundada no Amor e no dom da vida, para acolher as boas novas de Jesus (Mc 2, 18-22).
A postura do cristão na Igreja e no mundo
Hoje, é papel dos jovens garantir a perpetuação do testemunho de Jesus, preparando a Igreja e a sociedade para o futuro. E precisamos, aqui, questionar-nos a respeito da Igreja e do mundo que queremos. Como Igreja, não podemos agir como os doutores da lei, fariseus, saduceus, herodianos e escribas judeus que, presos ao rigorismo da Torá e à figura de um Javé que castiga, incapazes de compreender a
mensagem de amor de Jesus, atuavam principalmente como patrulha levítica, permanecendo indiferentes à realidade do povo, transformando sua religião em instrumento de controle social e de exclusão. E como cristãos, em nossas ações e relações não podemos abster-nos de dar testemunho do amor de Deus, revelado por Jesus no Evangelho e traduzido cotidianamente pelo amor, caridade, respeito e compaixão pelo próximo, na luta pela justiça – nunca pela indiferença. Uma postura coerente com os princípios do Evangelho é a principal ferramenta de mudança social e institucional de que dispõe o católico. A missão de Jesus se estende a todos; cabe a nós aceitarmos sua oferta de vida. A exemplo do novo Papa, convém refletirmos sobre o modo de vida de São Francisco de Assis e seus primeiros seguidores, retratados por Frei Tomás de Celano (OFM) como homens que tinham os olhos na terra, mas o pensamento no céu, dando testemunho “não só com palavras e doutrina, mas em verdade e com o exemplo” (1Cel 15,41). O reino dos céus começa aqui, na Terra, no coração de cada um que consegue mudar os rumos de sua existência. Francine Moura Limírio Bacharel em Direito; Oficiala do Ministério Público/MG
brações, ressaltando a importância das duas mesas: a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia. Participamos, assim, de duas mesas onde nos é oferecido o Pão da Vida - Jesus no mistério total de sua Páscoa, alimento de nossa ca-
minhada. Na Liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo. Ele nos oferece sua vida e realiza a transformação pascal. O Verbo de Deus, Palavra Divina, nos alimenta, suscita conversão, dá sentido à vida e nos propõe uma nova aliança. Todo o rito da Palavra se dá em torno da estante da Palavra. A mesa eucarística, o altar, deve ser usado somente para o rito da Eucaristia. Todo o rito eucarístico é, portanto, uma resposta imediata, a profissão de fé na pessoa de Jesus e em seu projeto, sacramentalmente proclamada. E, ao mesmo tempo, já é oferta de salvação. Assim, a comunhão eucarística torna-se também comunhão com a Palavra. Ambas nos alimentam, nos amadurecem no seguimento de Jesus e nos levam a uma identidade cada vez maior com Ele. Padre Saulo Emílio
O Templo de Jerusalém e a sociedade de Jesus Na época de Jesus, o Templo de Jerusalém era o centro religioso, político e econômico da Judeia, porque reunia a prática dos ritos judaicos obrigatórios, a coleta de impostos e a administração do tesouro do Estado, e um intenso comércio para suprir as necessidades dos peregrinos e manter o sistema de sacrifícios e ofertas do próprio Templo, além de gerar muitos empregos com as obras de restauração, idealizadas por Herodes I. A partir do Templo, agia toda a cúpula governamental da época: o sumo sacerdote, autoridade máxima, era assessorado pelo Sinédrio, supremo tribunal político, criminal e religioso, composto
por 71 membros. Havia, ainda, uma classe social – os saduceus – que reunia a elite sacerdotal da época e controlava o sistema judicial da Judeia. Quando Jesus se levantou contra as práticas tradicionais do lugar e do Judaísmo, escandalizou a alta sociedade (Mc 11, 1519) e passou a representar uma ameaça não apenas à tradição de uma religião, e sim a toda uma estrutura social e, principalmente, econômica. Daí a urgência e a forte disposição das autoridades judaicas em capturar e eliminar Jesus (Mc 14, 1-2; 15, 1-15). Fonte: Bíblia Sagrada – edição pastoral. Paulus, 1990, p. 1174-1179.
Jesus expulsando vendilhões do templo (Jacob Jordaens, 1650)
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notícias da igreja
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Padre Vítor: da cor do ébano Há poucos dias estive novamente em Três Pontas, cidade próxima de Varginha, no Sul de Minas. Seu povo, como é da alma do mineiro, mostrou-se muito acolhedor e amigo. Fui para agradecer a Deus a vida de seu mais ilustre cidadão, jamais surgido naquela região: Padre Francisco de Paula Vítor. Entre o povo é simplesmente conhecido como o “Santo Padre Vítor”, ou o “anjo tutelar de Três Pontas”. Sua biografia é realmente notável, com permanente dose de simplicidade, misturada com rasgos de fulgor. Sua longa vida como pároco (dirigiu a Paróquia D’Ajuda por 53 anos), chama a atenção para a glória do Onipotente, de quem procedem todas as raças humanas e todos os dons. O desenrolar de sua vida reveste-se de características próprias de um santo. Teve extraordinária vida de fé e de amor ao próximo. Soube como ninguém estimular o povo para uma firme esperança. Para ele não deve ter sido fácil vencer, sendo da raça negra (nasceu escravo),
filho de mãe solteira, sem nem saber o nome de seu pai. Sua presença abençoada na Paróquia se deu nos últimos 50 anos do século XIX. No dia 23 de setembro de 2005 as comunidades católicas celebraram o centenário de sua morte, ocorrida em 1905. O que chama demais a atenção é que o povo, nos dias atuais, mantém essa devoção, que já dura 100 anos. Eu, que acompanhei um pouco essa trajetória, percebo que tal devoção tem uma referência derradeira voltada ao Pai Celeste, criador e doador de todos os dons. Ela vai além do Padre Vítor. Quer assimilar a vida de santidade desse sacerdote, obter do Eterno a coragem para enfrentar as dificuldades da vida e alcançar a graça de superar tantos problemas de saúde que afligem nosso povo. Mas o que mais cai na vista é que o fluxo de peregrinos aumenta ano a ano. No começo o povo afluía só nos dias 23 de setembro. Tendo-se tornado o atendimento muito pesado, esse dia foi antecedido por um tríduo,
para os fiéis terem maior escolha para praticar suas devoções. De uns anos para cá, já foi preciso antecipar a data com uma novena. Os peregrinos – grande parte deles caminhantes – se distribuem pelos nove dias. Assim mesmo, a cidade de Três Pontas se tornou pequena para acolher tanta gente, que provém das cidades vizinhas, do oeste e leste de Minas, de Belo Horizonte, da cidade de São Paulo... Para mim, esse fato já é uma prova da santidade de vida, pois o povo cristão tem um “faro” para descobrir as verdadeiras virtudes dos homens de Deus. Se os peregrinos tivessem percebido qualquer pista de fraqueza ou de ausência de virtudes teologais, esse movimento já estaria extinto e relegado ao esquecimento. Assim como está, a devoção tem aspectos de explosão. Por ocasião de uma das visitas que fiz a Roma, entreguei em mãos do Papa João Paulo II uma biografia do Padre Vítor, escrita pelo saudoso Monsenhor José do Patrocínio Lefort. No dia seguinte, encontrando-me de
Província Eclesiástica de Uberaba realiza o Primeiro Encontro de Seminaristas Nos dias 8 e 9 de julho, aconteceu na casa de retiros Oásis, na cidade de Uberlândia, o primeiro encontro de seminaristas da Província Eclesiástica de Uberaba, formada pelas dioceses de Uberaba, Patos de Minas, Uberlândia e Ituiutaba. Mais de 50 seminaristas dos cursos de filosofia e teologia se reuniram para refletirem sobre o tema da Dimensão Humano-afetiva, ministrado com grande sapiência pelo Padre psicanalista Antônio Carlos, da Diocese de Oliveira-MG. Estiveram presentes também nesse encontro nosso Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, o bispo de Uberlândia Dom Paulo Francisco, Padre Rogério, diretor espiritual do Seminário São José e outros padres formadores das dioceses de Uberlândia e de Patos de Minas. O propósito desse encontro provincial, além do momento de oração, estudos e reflexão, foi também criar interação entre os seminaristas, futuros padres de nossas dioceses que partilham as mesmas realidades e dificuldades quanto à evangelização e à missão. Foi muito trabalhado pelo Pa-
dre Antônio Carlos o documento 93 da CNBB sobre a formação presbiteral. Destacamos: “A formação inicial exige dos formandos disposição e abertura, aprendizado, crescimento e discernimento, passo a passo, sobre sua vocação como projeto existencial. Como tal, é afirmação original de si mesmo no assumir a causa de Jesus de Nazaré e de sua Igreja, em nome do amor de Deus e do amor a Deus. Um formando livre e feliz aprende a trabalhar a si mesmo, resgatando sua história e burilando as asperezas do próprio mundo interior, e a assumir uma disciplina que o habilite a praticar os valores e princípios desejados,
expressão do caminho vocacional que percorre. O formando deve ter os olhos fixos em Jesus de Nazaré que, ‘sendo o Senhor, se fez obediente até a morte e morte de cruz’; sendo rico, escolheu ser pobre por nós, ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários” (D.Ap., n. 31).(Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil - DOC 93) No fim do encontro houve avaliação positiva, ficando definida a data para o próximo ano: de 28 a 30 de julho e em nossa Arquidiocese, com o tema Espiritualidade. Seminarista Douglas Araújo
relance com o Pontífice, este me sussurrou: “Já li o livro. Prossigam no processo de beatificação, e estando tudo em ordem, terei prazer em beatificá-lo, por ser um santo nascido entre o povo pobre do Brasil, um homem da raça negra e um representante legítimo do clero secular”. Quando foi iniciado o processo de beatificação, parecia que todas as lembranças e objetos pessoais do santo Pároco tivessem desaparecido. Entretanto, a Comissão de Leigos,
nomeada para estimular o conhecimento da biografia do “santo negro”, começou a procurar seus pertences, espalhados entre os fiéis. O que se reencontrou foi espantoso. Com o enorme acervo localizado e com a doação desprendida dos fiéis, aos poucos foi sendo ajuntado um material surpreendente, com o qual foi criado o “Memorial Padre Vítor”. Quem visitar tal organização poderá ver desde seus óculos de uma lente só e a dentadura (uma gracinha de construção), fotografias suas, vestes litúrgicas por ele usadas e sua batina. No entanto, o que mais vale a pena ver é a confiança com que o numeroso povo, vindo de perto ou de longe, reza a Deus. Para todos, o exemplo mais acabado de perfeição cristã é a pessoa de Cristo, nosso Salvador, refletido na admirável vida de fé e de amor ao próximo do Padre Francisco de Paula Vítor. Este é um digno representante de santidade da raça negra. Seguramente, São Benedito tem companhia no céu. Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba- MG. E-mail: roqueopp@aol.com
Zamar é sucesso
Aconteceu nos dias 29 e 30 de Julho 2013, no Santuário da Abadia, o Primeiro Congresso de Música Católica ZAMAR, idealizado por Frederico Oliveira (Deus Pede Mais) e João Victor da Silva (Comunidade Homem Novo e Selo de Deus) em conjunto com o Setor de Música da Arquidiocese de Uberaba, assessorado por Padre Fabiano. O evento reuniu mais de 80 músicos católicos das dioceses de Uberlândia, Patos de Minas e de Uberaba-MG. As inscrições foram feitas de forma ousada, pela internet, e foi um sucesso. Formadores de renome foram convidados para ministrar formações e workshops, entre eles André Bolela, ex-Banda Taus,
uma das precursoras da música católica no país. Além de Vínicius Del Bianco, de Franca-SP, a Produtora PAX e Bruna Farias, de São PauloSP, Marcelo Adriano de CamburiúSC e nosso querido Padre Fabiano, que falou sobre música litúrgica. Foi um momento único de partilha e formação. Padre Fabiano destacou que outros congressos ocorrerão, no mínimo duas vezes por ano. Vários novos projetos deverão ocorrer no Setor de Música da Arquidiocese e o ZAMAR é um deles. Todos os músicos de nossa Arquidiocese e das outras regiões são convidados a participar dos projetos. Da Redação
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espaço memória
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Dom Antônio de Almeida Lustosa Antônio era o décimo filho de uma numerosa família. Logo que nasceu, em 11/02/1886, o pai agradeceu a Deus: “Foi o presente do ano. A virgem mãe de Deus o proteja”. Menino inteligente e de boa índole, logo se revelou educado e possuidor de visíveis sinais de vocação para o sacerdócio. Ingressou na Congregação Salesiana e, em 28/01/1906, emitiu seus votos religiosos. Em Turim, Itália, estudou Teologia. Foi ordenado sacerdote em 28/01/1911, na cidade de Taubaté/SP. Sacerdote zeloso e educador segundo a Pedagogia Preventiva de Dom Bosco, amigo dos jovens, foi Mestre de Noviços e professor em Colégios Salesianos. Quando era Mestre de Noviços, dizem que o bispo de Taubaté que o ordenara, o indicou para o episcopado. Padre Lustosa pediu aos superiores salesianos para “recolher-se” bem longe. Assim mesmo, seu nome foi lembrado. Era Diretor de um Colégio, em Bagé/RS, quando foi nomeado bispo de Uberaba, em 04/06/1924. Escolheu para si o lema episcopal: Sub umbra alarum tuarum (Debaixo da sombra de tuas asas, ó Deus). Sua ordenação episcopal ocorreu em 11/02/1925. Tomou posse em nossa Diocese de Uberaba em 1º/03/1925.
Exercício do Ministério Episcopal
Para seu trabalho pastoral traduzia livros do alemão, espanhol, francês e italiano. Exerceu seu
abençoado pastoreio ao longo de 38 anos, sendo quatro anos em Uberaba/MG, dois anos em Corumbá/MS, dez anos em Belém do Pará e 22 anos em Fortaleza/CE. Em Belém, contraiu beribéri, que é uma doença degenerativa, o que lhe causou grandes sofrimentos. Para esta doença, a medicina aconselhava uma vida à beira-mar, por isso a Santa Sé o transferiu para Fortaleza, em cuja Arquidiocese trabalhou com santa fidelidade à Igreja. Viveu pastoreando o povo cearense, de 05/11/1941 a 11/05/1963. Tornando-se emérito, passou a residir no Seminário salesiano da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil, em Carpina/ PE, aí permanecendo até sua morte no dia 14 /08/1974. Amigo dos pobres, viveu intensamente a sorte do povo cearense, chegando até a pedir esmolas para socorrer seu povo torturado pelo flagelo da seca: “assim vivem também os nossos pobres flagelados, ora sob o clarão luminoso de uma esperança ilusória, ora sob a luz sombria de uma decepção dolorosa” (D. Lustosa, “Terra martirizada”, p. 44). Para ajudar os pobres e seus seminaristas necessitados, roubando horas de sono, escreveu vários livros. Lecionou Latim e línguas estrangeiras a seus seminaristas.
Testemunho de santidade
O final de sua vida foi marcado por um grande silêncio transcorrido na dor feita oração, sem recla-
As Escolas do Sagrado Coração de Jesus Como eram raras as escolas estaduais, por sugestão de Dom Lustosa foram fundadas escolas primárias cuidadas por católicos, com a finalidade de ensinar o catecismo e noções de cidadania. Apesar de não haver, no livro de Tombo, registro sobre a criação das Escolas do Sagrado Coração de Jesus por Dom Lustosa, as Irmãs dominicanas mencionaram a existência dessas Escolas quando foram passadas para a responsabilidade delas (1936/1937): École du Sacré Coeur, située sur la place Carlos Gomes ... Cette école dépen-
dait à la fois de l’évêque et de la préfecture (Escola do Sagrado Coração [de Jesus], situada na Praça Carlos Gomes, dependia tanto do Senhor Bispo como da Prefeitura). Escolas como esta foram criadas em toda a Diocese; atualmente, só a cidade de Patrocínio conserva a lembrança dessa solicitude do benemérito Dom Lustosa. Está na Rua Afonso Pena 600, Bairro São Vicente. Hoje é uma Escola Estadual. Em Uberaba, nada restou que possa recordar a sabedoria e a santidade de Dom Lustosa.
mar jamais, nem de nada nem de ninguém. Enquanto pôde, dispunha-se a atender a quem a ele se dirigisse solicitando, sobretudo o serviço do ministério da confissão, atendendo o povo, seminaristas e sacerdotes. Bispo desapegado de quaisquer privilégios e honrarias aguardou, na dor suportada com paciência, fé e oração, a hora de Deus. Faleceu santamente em 14 de agosto de 1974, no seminário salesiano de Carpina/PE e aí foi velado. Fortaleza pediu que os solenes funerais fossem celebrados na sede de sua ex-Arquidiocese, entre seus sacerdotes, seminaristas e seu povo amigo, seus diocesanos, a quem ele, ao longo de 22 anos, serviu com grande amor e zelo de pastor, sendo sepultado na Catedral que ele construíra em Fortaleza.
Legado Social
Em todas as Dioceses onde trabalhou foi um bispo social, sempre promovendo as Conferências Vicentinas. Entusiasmou as “Legionárias de Santa Teresinha”, que em uma casa fundaram uma enfermaria para doentes pobres. Trabalhava em favor da instrução primária do povo, criando em todas as paróquias as chamadas “Escolas Populares do Sagrado Coração de Jesus”, onde havia estudo do catecismo.
Atuação na Diocese de Uberaba
Em Uberaba, reformou a Matriz da Praça Rui Barbosa para ser transformada na segunda Catedral, conseguindo do Papa Pio XI, em 20/05/1926, o decreto de transferência da antiga catedral das Mercês (Igreja da Adoração) para o centro da cidade. Logo após a canonização de Santa Teresinha, quis construir em Uberaba um Santuário a ela dedicado. Essa sua ideia foi muito combatida. O célebre pintor uberabense de fama nacional José Maria Reis Júnior, escreveu para o jornal “Lavoura e Comércio” um artigo afirmando que já havia igrejas demais. Propôs a construção de um leprosário. Fiscais municipais perseguiam as quermesses. Recebeu várias cartas ofensivas. A pedra fundamental do pequenino Santuário, na Praça Santa Terezinha, foi abençoada por D. Lustosa, em 27/12/1927. Em 12/05/1925, autorizou o início do novo Santuário de Nossa Senhora d’Abadia, em Romaria/ MG. Gostava de Uberlândia. Por achar desonroso o nome “Uberabinha”, aproveitando a rejeição daquele povo aos propostos novos nomes de “Santa Maria” ou “Gardênia”, influenciou católicos e venceu a sugestão de D. Lustosa de Uber + Landia = Terra fértil. Em 1927 conseguiu Padres dos Sagrados Corações para trabalhar em Araguari. Aos padres salesia-
nos, em 12/11/1927, confiou a paróquia de Araxá. Com doações de uberabenses, comprou uma casa em Araxá, para residência temporária dos padres. Quando a vendeu, entregou o dinheiro à Diocese de Uberaba, como “Bolsas” para os seminaristas, dizendo: “Que se conserve oculto o nome do doador”.
Outras Sedes Episcopais
Em Circular de 01/08/1928, recomendou que se realizassem, nas paróquias da Diocese, as Missões dos Redentoristas. Não querendo envolver-se em desavenças com influentes opositores, premido por comentários e cartas desairosas, D. Lustosa conseguiu da Santa Sé sua transferência para Corumbá/MS (1928 a 1931). Era um bispo penitente. Ao longo de sua vida, em seu escritório de despachos episcopais, nunca se sentava. Em alta e inclinada mesa com tinteiro, caneta e lápis trabalhava em seu gabinete, escrevendo e lendo, mesmo doente, durante horas de trabalho, também altas horas da noite. Durante toda a vida jejuou às sextas-feiras. No nordeste, jejuava rigorosamente em solidariedade ao povo que sofria os horrores da seca. Era rigoroso consigo mesmo e misericordioso com seus pobres e padres que viviam no sertão e sofriam as agruras da seca. Era simples e transparente. Certa vez, em uma sexta-feira santa quando todos jejuavam com o bispo, D. Lustosa, depois das orações iniciais, co-
mentou: “Todos nós vamos jejuar, mas eu dispenso do jejum o Padre (apontou), pois ele jejua propriamente todos os dias da vida nordestina, vítima da seca”. Na arquidiocese de Fortaleza, fundou dois Institutos religiosos: a Congregação das Josefinas, para o auxílio à catequese paroquial, valorizando a virtude da Fé, e as Filhas do Coração Imaculado de Maria, para a ação social, valorizando a virtude da Caridade. Percebemos, assim, sua santidade e sabedoria.
Testamento Espiritual
Era pobre. Toda vez que se transferia de uma Diocese, levava consigo somente uma pequena mala com suas pobres roupas. De livros só levava quatro volumes do breviário. Nenhum outro. Em 1968, em uma queda, sofreu dolorosa ruptura do fêmur que o obrigou a permanecer numa cadeira de rodas o resto da vida. Em 1993, a Arquidiocese de Fortaleza abriu o processo canônico para sua canonização. Em Belém/PA, no dia 1º/01/2006 o Arcebispo Dom Orani Tempesta assinou o processo arquidiocesano, remetendo-o para Roma. Eis seu testamento: “Não tenho nada. Tudo o que está em meu nome pertence à Arquidiocese de Fortaleza. A cruz peitoral, ao Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora de Bagé”, porque a referida cruz tinha sido doação do povo de Bagé. Carlos Pedroso - Historiador