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A deslumbrante vista do morro da Lagoa da Conceição, em Floripa, torna-se ainda mais colorida com a presença dos parapentes
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Por Alex
Markito (Divulgação Santur)
SHOW ME 91 Fotos: Markito (Divulgação Santur)
Q
uem gosta de aproveitar o tempo livre para ficar perto da natureza e sentir a adrenalina fluindo em seu corpo encontra em Santa Catarina o lugar perfeito para a prática de várias atividades ao ar livre. A geografia do Estado proporciona não apenas paisagens deslumbrantes, mas também condições ideais para caminhadas em costões e montanhas, rafting nas corredeiras dos rios, escalada e rapel em paredões e cachoeiras, entre outras aventuras. Para completar, há excelentes rampas para voo livre e cânions onde é possível juntar várias modalidades – além de estabelecimentos com circuitos de arvorismo em meio à mata nativa e tirolesas de tirar o fôlego. E se de baixo é tão bonito, imagine este cenário visto lá de cima, no silêncio de um parapente ou asa-delta. Nem precisa ser um praticante do esporte, há o serviço de voo duplo e cursos para iniciantes em quase todos os locais onde é praticado. Segundo a Federação Catarinense de Voo Livre (FCVL), em todo o Estado existem rampas em atividade, administradas pe-
As corredeiras do Rio Cubatão, na Grande Florianópolis, são ideais para a prática do rafting
los clubes locais – algumas estão cadastradas no site da instituição (www.fcvl.com.br). A rampa de Tangará, no Meio Oeste, é considerada a melhor delas. Localizada no Morro Agudo, de 1.142 metros de altitude e 350 metros de desnível, possui térmicas fortes que proporcionam ótima decolagem natural e voos de longa distância: o recorde é 260 quilômetros. De acordo com o Clube Voo Livre de Tangará, a melhor época é de setembro a março.
Em Tangará, a 1.142 metros de altitude, fica a melhor rampa de voo livre de Santa Catarina
Para quem está na praia aproveitando o verão, o Litoral e o Vale do Itajaí apresentam ótimas condições. Em Florianópolis, os melhores pontos estão na Praia Mole, na Praia Brava, no Rio Vermelho e no Morro da Lagoa. No Litoral Sul, há a rampa do Morro do Ferraz, em Garopaba. No Litoral Norte, o Morro do Careca, em Balneário Camboriú; a Praia do Atalaia, em Itajaí; e a Praia Vermelha, em Penha. No Vale, destacam-se o Morro São José (900 metros), em Guabiruba, e o Morro da Cruz, em Gaspar – o voo oferece um visual da cidade, do Rio Itajaí-Açu e do litoral. No calor da estação, no entanto, a preferência pode ser ficar na água. Para não deixar a emoção de lado, a opção é o rafting (descida de corredeiras em botes). Duas regiões destacam-se no Estado, ambas com trechos para iniciantes (inclusive crianças de três anos) e veteranos: Grande Florianópolis e Vale do Itajaí. Na primeira, a atividade é realizada no Rio Cubatão e no Rio Braço do Norte; na segunda, no Rio Itajaí-Açu e afluentes – este é considerado um dos melhores do Brasil para a prática do esporte, de-
92 SHOW ME ROTEIROS Markito (Divulgação Santur)
As trilhas que dão acesso à Praia da Lagoinha do Leste estão entre as mais procuradas pelos praticantes de trekking na Ilha de Santa Catarina
vido aos diferentes níveis de corredeiras em seu percurso. Os passeios acontecem o ano todo, inclusive nas noites de lua cheia, com toda a segurança. Caminhos da natureza Mais democrático ainda é o trekking. Trilhas de diferentes níveis de dificuldade permitem a participação de crianças a idosos, de inexperientes a caminhantes calejados. A caminhada pode levar de menos de meia hora a alguns dias. Por todo o litoral, são comuns essas ligações entre as praias, e geralmente não é necessário o acompanhamento de um guia. Muitas vezes, levam a lugares onde não se chega de carro, e oferecem vistas dignas de cartão-postal. Na Ilha de Santa Catarina, destacam-se os caminhos para a Praia da Lagoinha do Leste, uma das mais belas e selvagens da cidade: um deles parte da
Praia do Matadeiro, uma caminhada de duas a três horas pelo costão e pela mata; o outro da Praia do Pântano do Sul, exigindo cerca de 90 minutos entre a Mata Atlântica. A dica é sair do Matadeiro e voltar pelo Pântano, onde é possível matar a fome nos restaurantes à beira-mar.
Programa semelhante pode ser feito na trilha da Costa da Lagoa. Uma caminhada de duas horas liga o Canto dos Araçás à comunidade de pescadores, passando por ruínas e uma cachoeira de águas refrescantes. No final, dá para se refazer nos restaurantes do vilarejo e voltar de barco, curtindo o visual. Quem Juan Rivas Beasley (Divulgação Santur)
Os paredões do Rio do Bispo, em Urubici, atraem praticantes de rapel em busca de desafios
SHOW ME 93 Markito (Divulgação Santur)
vence o trecho de uma hora entre a Caieira da Barra do Sul e a Praia de Naufragados tem como prêmio uma refeição simples, além de uma vista espetacular – o retorno também pode ser feito de barco. Quem busca desafios maiores pode fazer a trilha da Praia da Solidão à Praia de Naufragados, que exige quase um dia de caminhada entre matas e costões. Ou, no Parque da Lagoa do Peri, subir o caminho que leva ao Sertão do Peri, passando por cachoeiras, engenhos de farinha e alambiques, até chegar ao ponto mais alto da Ilha. No topo do mundo Chegar ao cume de uma montanha é um objetivo muito comum de quem pratica trekking. Na Grande Florianópolis, as melhores opções estão na Serra do Tabuleiro. Do Pico do Cambirela, de 960 metros de altura e a menos de um quilômetro da costa, avista-se toda a Ilha de Santa Catarina. Mas, durante o verão, devido à ocorrência frequente de chuvas, essa caminhada não é recomendada, assim como a subida ao Pico do Tabuleiro (1.260 metros). Uma opção na região é o passeio à Cachoeira do Rio Vermelho, realizado pela TDA Rafting durante o ano todo. Mas se a intenção é chegar aos pontos culminantes do Estado, o destino é a região de Urubici, na Serra Geral. A Corvo Branco Expedições oferece desde passeios de poucas horas até travessias de três a quatro dias – como a do Campo dos Padres, que leva ao morro da Boa Vista, de 1.827 metros de altitude, o mais alto de Santa Catarina. De difícil acesso, a área permanece quase intocada, e o avistamento de grandes mamíferos, como o leão-baio (puma), não
Grupo de trilheiros cruza o Rio do Boi, no interior do cânion Itaimbezinho, em Praia Grande
é raro. Independente de ser verão, vá preparado para o frio. Na base da operadora há serviço de hospedagem em pousada e albergue. Cânions e paredões Não menos emocionantes são as caminhadas na base dos cânions formados pela Serra Geral. Uma das mais famosas e procuradas é a trilha do Rio do Boi, pelo interior do cânion Itaimbezinho, em Praia Grande, no Sul do Estado. O percurso de sete a oito horas começa pelo meio de florestas, atravessa rios, passa por piscinas naturais e cachoeiras que se precipitam dos
paredões, que no fim do caminho possuem aproximadamente 700 metros de altura. As operadoras oferecem diferentes roteiros e pacotes em associação com hospedarias locais: a Rota dos Canyons é parceira do Costão da Fortaleza Lodge, localizado aos pés do cânion Churriado; e a Verdes Canyons, da Pousada Pacatatu, que se situa na cidade, mas oferece vista das encostas da Serra Geral. O trekking muitas vezes é combinado à prática de outras atividades de aventura – em geral é necessária uma caminhada até chegar a um ponto de rapel (descida de pare-
94 SHOW ME ROTEIROS Markito (Divulgação Santur)
Tirolesa do Adventure Park, em Lages, no Planalto Catarinense
dões com o uso de cordas e equipamentos adequados). No Norte do Estado, são necessárias cerca de duas horas para chegar ao cume do Castelo dos Bugres, montanha de quase 1 mil metros em Joinville. A vista da cidade, da mata e do litoral é imperdível. O local é procurado para escalada e descida de rapel em uma parede de 35 metros formada por rochas sobrepostas. No Sul, em Praia Grande, o Refúgio Ecológico Pedra Afiada, localizado bem aos pés do cânion Malacara, oferece um programa de rapel em um paredão de 30 metros, após 25 minutos de caminhada, considerada de nível “fácil corajoso”. Já no Vale do Itajaí destacam-se as descidas de cachoeira. A Base Ativa Rafting Vale Europeu trabalha em quedas que variam entre 10 metros (em que o requisito mínimo é ter 1,20 metro de estatura) e 80 metros na cachoeira do Zinco, recomendada para quem tem experiência.
Marcos Schaefer (Divulgação Sectur BC)
Percurso de arvorismo no Parque Unipraias, em Balneário Camboriú
Às vezes não tem como chegar ao topo caminhando. Então o jeito é subir o paredão. Segundo o instrutor de escalada Daniel Casas, São Francisco do Sul é um dos lugares mais completos para a prática, com muita variedade de estilos, desde pequenos blocos (boulders) a grandes paredes. Outro ponto de destaque é o Parque Natural Braço Esquerdo, na divisa entre Corupá e São Bento do Sul, um dos locais de escalada esportiva mais importantes do Brasil. A Salamandra Escola de Montanha, de Joinville, oferece um curso de 20 horas para quem deseja se iniciar na modalidade. Por entre as árvores Aventuras mais acessíveis, mas também de tirar o fôlego, são o arvorismo e a tirolesa. Em Florianópolis, no Costão do Santinho Resort há um circuito com 29 atividades acrobáticas suspensas a 10 metros de altura: pontes, cabos aéreos,
redes, tambores e tirolesas de até 100 metros de comprimento. No Litoral Norte, o Parque Unipraias, de Balneário Camboriú, oferece um percurso de arvorismo com 130 metros de extensão, finalizado com uma tirolesa de 32 metros de comprimento a 15 metros de altura. Na região Norte, destaque para o Parque 23 de Setembro, de São Bento do Sul – circuito de 400 metros sobre araucárias de até 22 metros, com 18 atividades, duas delas tirolesas. Em Lages, na Serra, o Adventure Park tem uma das maiores tirolesas do Brasil, com 1.200 metros de extensão e 150 metros de desnível, atingindo uma velocidade de até 80 km/h. Em Ibirama, a Raf ting Radical opera a maior tirolesa urbana do país – 1 mil metros de extensão, passando sobre árvores, rodovia e ruas, rio, prédios e casas. Até crianças de quatro anos podem viver essa aventura. E você, já escolheu a sua?•