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existentes

2.9.a. Importância de urbanizar para comunidades existentes

Uma comunidade é um conjunto de indivíduos que apresenta uma determinada caracterís�ca comum. Esta denominação pode se referir aos moradores de um determinado local, aos comerciantes que vivem em determinada condição de trabalho, às pessoas que compar�lham um interesse em comum, entre outros exemplos. Neste contexto de urbanização, observamos que cada comunidade apresenta um conjunto de necessidades dis�ntas, que pode ou não, estar sendo atendido pela infraestrutura do local onde ela reside.

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Para que se possa fazer uma proposta de modificação urbana em uma área, de maneira sustentável, é de suma importância estudar as comunidades existentes e inclui-las nos debates e nas tomadas de decisão acerca das mudanças que serão realizadas, para que possam ser tomadas medidas diretas e asser�vas quanto a real necessidade das pessoas que irão usufruir do espaço. Desse modo, fortalece-se na comunidade o sen�mento de pertencimento àquele lugar onde vivem. Com isso, ao final do processo, é possível perceber a espontaneidade com a qual as pessoas se apropriam do espaço e incorporam as mudanças no próprio es�lo de vida com o obje�vo de garan�r para que os bene�cios alcançados sejam man�dos a longo prazo.

Para que isso se concre�ze, são necessários profissionais urbanistas sustentáveis que estejam comprome�dos com os princípios que regem o Urbanismo Sustentável e que tenham uma compreensão profunda acerca destes, para que seja capaz de liderar, persuadir e envolver todos os envolvidos no processo.

Também se faz necessária a conscien�zação da população sobre as possíveis alterna�vas de intervenção em contraposição à realidade presente, que pode ser feita através da realização de uma Pesquisa de Preferências de Imagens (IPS). Essa não só educa a população acerca das possibilidades de intervenção, mas também permite que a população deixe claro suas preferências e expecta�vas.

Uma metodologia que pode ser seguida para a inclusão das comunidades nos processos de urbanização é a chamada charrette. Segundo Farr (2008, p. 71), as charrettes “São feitas in loco e incluem todas as partes afetadas pelos tópicos importantes de decisão. [...] Seu obje�vo é juntar todos os envolvidos nas tomadas de decisão por um período limitado de tempo para a criação de uma solução na qual todos saem ganhando [...] Além disso, e igualmente importante, permite que os envolvidos se tornem coautores do plano, assim é mais provável que o apoiem e o adotem.”

Exemplos de Charre�e

O bairro planejado Cidade Pedra Branca em Palhoça (SC) foi um dos primeiros a adotar a charrette para o desenvolvimento de seu plano diretor. Para a coordenação das reuniões, a incorporadora contratou um escritório norte-americano de arquitetura especializado na dinâmica.

Dilnei Silva Bi�encourt, diretor de engenharia do bairro, relata as diretrizes do projeto, concluído em 2007, direcionam o desenvolvimento de outros projetos do bairro até hoje. Bi�encourt fala que entre 80 e 90 pessoas fizeram parte de todo o processo.

Ao final de cada dia, todas as partes interessadas eram reunidas para a apresentação dos desenhos, feitos à mão e espalhados em cavaletes. A par�r daí, surgiam novas contribuições que eram incorporadas para serem trabalhadas no dia seguinte.

Depois da dinâmica que gerou o masterplan do bairro, outras charre�es foram realizadas. Uma delas foi a que definiu a personalidade da arquitetura de todo o bairro.

O projeto Arte Studios, que será realizado em Jacarepaguá (RJ), era para ser apenas um residencial com serviço de quarto. Mas, a par�r da charre�e realizada pela Rossi Residencial, transformou-se em um empreendimento com conceito de hotel-bu�que. A par�r das ideias postas à mesa, o salão de festas passou a ter caracterís�cas de uma sala de eventos, adaptada para receber exposições. A lanchonete, que era para ser apenas um refeitório, virou um bistrô e a piscina passou a contar com serviços de SPAR.

A par�r da reunião que definiu as caracterís�cas de arquitetura como um todo, cada novo empreendimento do bairro passou a contar com charre�es de dois a três dias de duração, com o obje�vo de conceituar os prédios e definir o arquiteto responsável.

Uma dessas charre�es foi a que definiu o conceito das ruas do bairro. Juliana Castro, paisagista responsável pelo desenvolvimento do projeto, conta que a concepção que ela �nha das ruas, que já estava desenhada, mudou completamente após a dinâmica.

O gerente de desenvolvimento de produtos da Rossi, ressalta que sem a dinâmica mul�disciplinar, o projeto demoraria cerca de um mês para ficar pronto. No entanto, levou apenas um dia para ser definido. Além dos proje�stas, as áreas de marke�ng, comercial, de incorporação e de produtos da Rossi também par�ciparam da dinâmica.

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