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P E R NA M B U C O DIARIOdeP
Te le fo ne : 2122.7512/7513 e-mail : local.pe@dabr.com.br
Editor: Gabriel Trigueiro Editores-assistentes: Jaílson da Paz e Tânia Passos Editora-assistente de produção: Ana Paula Neiva
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Recife, DOM - 26/04/2015
LOCAL
O ninho de sabiás que interditou o orquidário PAULO TRIGUEIRO/ESP.DP/D.A PRESS
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Enttenda a erosão erosão cos costteir iraa mais En + saibamais ■ É a perda perda de sediment sedimento os da praia praia pela ação do mar ■ Com a força força das ondas, ondas, corr orrent entees e marés, marés, carr arreg egaa
os sediment sedimento os (par (paraa outras outras praias praias ou par paraa áre áreas em alto alt o mar) mar)
TAMANDARÉ
JABOATÃODOS GUARARAPES
da praia praia e a diminuição de falésias falésias e co costõe tõess rocho ochossos na região região litorâne litorâneaa
GOIANA
■ É um proc proceesso natural natural e que ocorr ocorree na zona zona
costeir eiraa de todo todo o mundo
ITAMARACÁ IGARASSU
1º Ponta de Pedras (Sul) e Barra de Catuama (Goiana) - 30 metros
1º Maria Farinha (Paulista) - 200 metros
2º Praia do Porto (Barreiros) - 25 metros
2º Mamucabas (Barreiros) - 110 metros
3º Várzea do Una (São josé da Coroa Grande) - 25 metros
3º Ponta de Pedras (Norte) - (Goiana) - 100 metros
4º Toquinho (Ipojuca) - 20 (enviei email)
4º Piedade (Jaboatão dos Guararapes) - 70 metros*
Vuln lner erabi abillida idade de à erosão erosão
RECIFE
CABODESANTO AGOSTINHO
PAULISTA OLINDA
Ranking de Variação da Linha da Costa entre 2005 e 2014
Quem mais ganhou
1877 km de costa 18
■ Assim ocorr ocorree a variação variação na largur larguraa da faix faixaa de areia areia
IPOJUCA
Quem mais perdeu
Perna ernambuc mbuco mbuc
SETOR NORTE
NÚCLEO METROPOLITANO
SIRINHAEM
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Recif ecife, e, DOM - 26/ 26/04/ 04/2015 2015
SETOR SUL
BARREIROS
DIARIO d e P E R N A M B U C O
local
Leia em nosso site a matéria sobre o ninho de sabiás que mudou a rotina do Jardim Botânico: diariode.pe/sabias.
A no nova co costa de de Pernamb Pernambu uco SÃOJOSÉ DACOROA GRANDE
a4 e a5
Oásis em Boa Viagem A maior parte dos 7 km de praia urbanizada do Recife tem vulnerabilidade moderada. Mas um trecho de 1km entre as ruas Professor José Brandão e França Pereira, em Boa Viagem, é um oásis. O espaço é o único com baixa ou nula vulnerabilidade. Entre a areia e o calçadão, há dunas e vegetação, que junto aos arrecifes tornam-se barreira natural ao mar.
Por setor setor
litoral litor al têm baix aixa a 38% do vulnerabilidade vulner abilidade
Núcleo Metropolitano Metr 43% do têm alta vulnerabilidade vulner
litoral litor al têm 49% do vulnerabilidade vulner abilidade moderada moderada
14%
13%
Setor Sul 04% do têm alta vulnerabilidade
do litoral têm vulnerabilidade alta
do Set Setor or Norte Nort têm alta vulnerabilidade vulner
Impactos visuais da erosão do Núcleo Metropolitano (Costa da RMR) 40% têm aspectos visíveis dos efeitos da erosão Ex: Trechos de obras rígidas de contenção na orla de Boa Viagem e de Olinda
do Setor Norte (litoral norte) têm 52% aspectos visíveis dos efeitos da erosão
do Setor Sul (litoral sul) têm aspectos 12% visíveis dos efeitos da erosão
Ex: obras improvisadas por populares na praia de Ponta de Pedras para conter avanço do mar
Ex: destruição de casas de veraneio na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho
Impactos visuais = obras de proteção costeira, coqueiros caídos, imóveis destruídos, etc
*Ganho artificial, com engorda ALICE DE SOUZA/DP/D.A PRESS
FOTOS: NANDO CHIAPPETTA/DP/ D. A PRESS
O futuro do litoral pernambucano Em Pernambuco Em 30 anos, a altura das ondas poderá aumentar até
0,75 m
1,773 m* 1,
1,50 m
Faixa de areia vem encolhendo em Maria Farinha
Desatualizada há 184 anos, linha que norteia construções no litoral foi redefinida por estudo da UFPE. Pesquisa aponta perdas de 30 m e ganhos de até 200 m na faixa de areia ALICE DE SOUZA alicesouza.pe@dabr.com.br
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esatualizado desde o século 19, o traçado dos 187 km do litoral pernambucano foi redefinido por pesquisadores do Departamento de Oceanografia da UFPE. O estudo indicou que só nos últimos dez anos algumas praias perderam 30 metros de faixa de areia, enquanto outras ganharam até 200 metros. Até o fim do semestre, o resultado da pesquisa será publicado em decreto e determinará o novo limite para construir imóveis na beiramar, que devem respeitar um recuo de 33 metros em relação à maré mais alta do ano. O antigo traçado da linha de costa em Pernambuco datava de 1831. O vácuo de 184 anos abriu espaço para a ocupação irregular na costa e caminho para que o processo na-
tural de erosão se tornasse uma ameaça turística e econômica. Em comparativo com imagens de satélite de 2005 e dados coletados em visita de campo em 2014, o mapeamento mostrou que o setor norte (litoral norte) assistiu às maiores variações de área de praia ao longo dos últimos dez anos. Ponta de Pedras, em Goiana, é reflex ef lexo do que acontece ao longo do litoral. No trecho onde a urbanização avançou sobre a faixa de areia, a perda foi de 30 metros. Quando Oziel Carmo, 55, decidiu investir em um bar na beira-mar, há 20 anos, o oceano nem dava sinal do que estava por vir. A solução foi se juntar com o vizinho para construir um terraço de concreto em frente ao Bom Bar. “Foram 75 sacos de cimento e R$ 6 mil só de mão de obra.” Mesmo assim, nem sempre a intervenção segura as ondas. “Vou ficar enquanto a natureza deixar”. Já na área norte da praia, onde as construções são mais afastadas, bancos de dunas e vegetação se formaram ao longo dos anos e o areal se estendeu por mais de 100 m. Em Maria Farinha, Paulista, ocorreu o inverso do restante do município. Enquan-
Ponta de Pedras teve ganho de 100 m em um trecho
é a alturaa atual de 90% das ondas que atingem a costa ta de Pernambuco
A mesma praia também perdeu areia em outra área
Proprietários de casas de veraneio tentam proteger seus imóveis da força das ondas em Toquinho, mas nem sempre as barreiras artificiais são suficientes
Erosão ameaça metade da orla
to Janga e Pau Amarelo recebem obras emergenciais de proteção, no pontal, a doméstica Luiza Lira, 60, viu a areia levar o mar para mais de 200 m de casa. “Meu marido vivia buscando a cerca carregada pela água. Precisou até construir uma rampa de concreto para evitar prejuízo. Hoje, o mar está tão longe que impressiona”. Com aumento estimado de nível do mar de 0,5 cm ao ano e a perspectiva de as ondas atingirem a costa com mais
de 2 m em 30 anos, Pernambuco usará o estudo como principal norteador da política de gerenciamento costeiro. “A linha foi atualizada com equipamentos digitais e ampliará o poder de fiscalização das construções irregulares”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier. A ideia é planejar as ações em função dos cenários de mudanças para evitar erros do passado. “A direção das correntes aqui leva os sedi-
mentos ao Norte. As obras no Porto do Recife e os espigões de Olinda produziram efeito cascata e transferiram a erosão para o norte”, lembra a pesquisadora Karoline Martins. “As obras rígidas do nosso litoral não dimensionaram as consequências”, acrescenta o professor de oceanografia Pedro Pereira. O recomendado seria barrar construções em 200 metros da linha de costa em áreas não urbanizadas e 50 metros em áreas urbanizadas.
Praia do Porto, localizada no município de Barreiros, perdeu 25 metros de faixa de areia
Os ganhos e perdas são decorrentes do processo de erosão, que ocorre em qualquer zona costeira, mas é acentuado pela ocupação desenfreada das praias. Em 2006, a erosão era evidente em 30% do estado, apontou estudo anterior da UFPE. Menos de dez anos depois, o número subiu para 50%. O reflex ef lexo são áreas vulneráveis a novos avanços do mar. Cerca de metade do litoral pernambucano tem vulnerabilidade moderada à erosão, a maior parte no núcleo metropolitano ou no perímetro norte, as zonas mais urbanizadas. Em 13% da costa, a vulnerabilidade é alta, ou seja, caso o mar continue avançando os imóveis sofrem o risco de desaparecer, prejudicando a população e causando prejuízos econômicos maiores, explicou a pesquisadora Karoline Martins. Se a previsão climática se confirmar e a construção à beira-mar estagnar hoje, um terço do litoral será altamen-
te vulnerável à erosão no futuro e menos de 10% estarão em situação confortável. “É preciso investir no conceito de construção com a natureza. A engorda de Jaboatão, por exemplo, favorecerá a engorda natural de Boa Viagem”, lembra Pedro Pereira. Atualmente, Paulista, Recife e Olinda têm projetos executivos de engorda prontos, aguardando captação de R$ 200 milhões. Ipojuca e Itamaracá estão em fase de elaboração de estudo.
acréscimo Ou seja, o acréscimo em altura será erá de até
1,773 m* 1,
50%
* 1,73 m é a altura média do pernambucano segundo o último censo do IBGE (2010) No mundo O nível médio do mar poderá aumentar até 0,82 m em 100 anos Nesse cenário
9%
do litoral ficarão com baixa vulnerabilidade à erosão
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1/10 do litoral
34%
ficarão em alta vulnerabilidade 1/3 do litoral
assista Urbanização em área costeira As construções só são permitidas a
Videorreportagem mostra
33 metros da linha de costa
a
erosão no litoral pernambucano
Fotografe o QR code ao lado com o software leitor do seu celular
O que seria ideal 50 metros para áreas já edificadas
Varanda de casa se transformou em uma plataforma por cima da água do mar em Barra de Catuama, uma das praias que perderam faixa de areia
200 metros para áreas não edificadas
Fonte: Departamento de Oceanografia da UFPE e prefeituras de Paulista e Jaboatão dos Guararapes
> linha do tempo das obras de proteção costeira na RMR
1914
1917
1948
1950
1953
Construção de um molhe no Istmo de Olinda
Conclusão das obras de ampliação do Porto do Recife
Conclusão da Base Naval de Recife
Início das obras de proteção em Olinda
Construção de três espigões em Olinda
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1974 Conclusão dos espigões da praia de Bairro Novo, em Olinda
1980
1995
1996
2011
2013
Construção de um quebra-mar de Casa Caiada, em Olinda
Quebra-mares em Rio Doce
Construção de quebramar nas praias do Janga
(interrompido) Construção de enrrocamentos (paredes de rochas) na Praia do Janga, Paulista
até agora Implantação do bagwall em Pau Amarelo, Paulista
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2013 Engorda das praias de Piedade e Candeias, em Jaboatão dos Guararapes