A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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Nº104 ABRIL A JUNHO 2018 (TRIMESTRAL) ANO XXIX 3€ (IVA INCLUÍDO)
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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L
OLHOS POSTOS NO FUTURO Apraz-me ver que a indústria à qual pertenço orgulhosamente continua de olhos postos no futuro, em busca ativa de soluções para os desafios que se vão atravessando no nosso caminho. Isto ficou claro na Reunião Geral da Indústria, no passado mês de maio, na qual o foco foi a Inovação e a Competitividade da Indústria no Horizonte 2030, e onde o nosso Presidente, José Romão Braz, destacou os principais obstáculos que o setor enfrenta. Um dos mais pertinentes é a comunicação, especialmente os desafios colocados pelas redes sociais. Poder-se-ia pensar que um setor como o nosso, tradicional e talvez ainda com um caminho a percorrer no que respeita à comunicação, demostrasse alguma resistência a estas temáticas. No entanto, o que vejo é uma António Isidoro
abertura à discussão destes tópicos: como contornar a desinformação existente e a
Diretor da IACA
má imagem que os produtos de origem animal por vezes enfrentam, num mundo onde a globalização da informação nem sempre atua nos melhores interesses do consumidor, especialmente face às diferenças profundas a nível legislativo na produção animal na UE, quando comparada com outros mercados.
ÍNDICE 03 04 TEMA DE CAPA REUNIÃO GERAL 08 DA INDÚSTRIA (RGI) 38 INVESTIGAÇÃO 48 SPMA 52 NOTÍCIAS NOTÍCIAS 59 DAS EMPRESAS 62 AGENDA EDITORIAL
Julgo que a abordagem proactiva da IACA e dos seus associados é vital para a transformação positiva da nossa imagem. Devemos demonstrar que acreditamos no nosso trabalho, nos nossos produtos, com os quais nos alimentamos, a nós e às nossas famílias e, em última instância, alimentamos a população mundial, que tão insaciável se tem mostrado. A nossa Missão é alimentar o mundo. Isto ficou claro em Fátima, durante as apresentações do primeiro painel, em que se evidenciou a necessidade de visar os desequilíbrios na alimentação a nível mundial, o desperdício e obesidade nos países desenvolvidos e o contraste com os países em desenvolvimento. O foco da FEFAC na segurança alimentar, nutrição animal e sustentabilidade como visão da Indústria, assunto que tive o prazer de apresentar aqui, num Editorial passado, leva-nos de volta àquelas que são e serão as preocupações recorrentes da nossa Indústria: poder contar com matérias-primas de qualidade, em quantidade e com responsabilidade! Certamente que este caminho só será possível se nos aliarmos (e ao nosso saber) a quem faz investigação e desenvolvimento de vanguarda, sempre em parceria com a administração pública e os organismos legislativos, de modo a garantir que as decisões futuras são tomadas de forma informada e apoiada na melhor ciência disponível. Os diversos projetos apresentados na Reunião demonstram que já estamos avançados nesta estratégia que se me afigura de sucesso. Não posso deixar de destacar o projeto PEFMED apresentado pela FIPA, que aborda a análise do ciclo de vida dos alimentos compostos produzidos na Europa, e que conta com a participação entusiasta dos nossos associados. Julgo que este projeto é um passo essencial para a sustentabilidade ambiental do nosso setor. A opinião dos muitos associados presentes, que não tardou em chegar-nos, é que este
A Revista AA agradece à representação de Portugal nas Nações Unidas (UNRIC), a utilização dos símbolos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na Capa desta edição.
foi um dos melhores eventos que organizamos até à data. Fica assim levantada a fasquia e as expetativas para as VII Jornadas de Alimentação Animal, dia 27 de setembro, onde certamente continuaremos esta discussão, com muito gosto. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA
INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE: QUE INDÚSTRIA NO HORIZONTE 2030?
No dia 3 de maio teve lugar em Fátima, no Hotel Dom Gonçalo & SPA, o já tradicional Encontro anual temático da Indústria da Alimentação Animal, a Reunião Geral da Indústria (RGI 2018), promovida pela IACA, que contou com a presença de 140 participantes. Pensado com um evento “fora da caixa” e procurando agregar diferentes públicos e gerações – nota-se de facto, felizmente, muita gente jovem no Setor – , o tema em debate este ano foi “Inovação e Competitividade: Que Indústria no Horizonte 2030?”, com uma primeira parte mais dedicada ao contexto, envolvente e desafios que teremos de enfrentar num horizonte já muito próximo (no espaço de uma década) – Perspetivas e Desafios 2030 – e um segundo painel – Inovação e Soluções do Mercado – focado nas soluções e ferramentas, técnicas e inovadoras, que já existem ou estarão disponíveis no mercado para responder aos desafios colocados, pelos mercados e pela Sociedade. Na Sessão de Abertura, José Romão Braz, Presidente da IACA, deu as boas vindas e acolheu os participantes, salientando os principais objetivos do evento: refletir sobre o presente e o futuro do Setor, tendo em vista os principais desafios, de hoje, e da próxima década: o da comunicação, da reputação da agroindústria, perante as redes sociais, alguma desinformação e ignorância, da imagem negativa da carne e dos produtos de origem animal e o impacto no ambiente, o bem-estar e saúde animal, a resistência antimicrobiana, as alterações climáticas, exigências dos consumidores, muitas vezes tão contraditórias, a necessidade de novas matérias-primas, a competitividade num mercado aberto e o assumir de que a Alimentação Animal tem um papel a desempenhar e quer ser parte da solução. Um recentrar do Setor para um novo patamar de responsabilidade e de oportunidades, em que a inovação, a tecnologia e a alimentação de precisão são particularmente relevantes. 4 |
A LIMEN TAÇÃO AN IM A L
Seguiu-se o Professor Nuno Canada, Presidente do INIAV, que reforçou estes objetivos e abordou o papel da investigação neste processo, tendo em vista a competitividade e a sustentabilidade da produção animal. As ações de inovação, investigação e desenvolvimento serão centrais, relevando aquele responsável as centenas de projetos em curso, as parcerias com múltiplas organizações, entre as quais a IACA, de que se destacam o Projeto Mais Coelho, o GO Efluentes, o Clube Português dos Cereais Forrageiros de Qualidade e o Projeto InovFeed que foi apresentado muito recentemente e que deverá ser uma realidade no muito curto prazo, no âmbito dos designados Laboratórios Colaborativos. O objetivo central é definir com o setor privado, as prioridades dos Projetos de I & D, tendo em conta as necessidades das empresas e a orientação para o mercado, num novo paradigma, que constitui a orientação do INIAV. No primeiro Painel, moderado por Pedro Queiroz, Diretor-Geral da FIPA, intervieram o Professor Divanildo Monteiro, da UTAD, com uma palestra sobre os Desafios para a Zootecnia 2030, realçando os grandes desafios para os próximos anos e desde logo o da população, os seus desequilíbrios, as contradições, a obesidade e a fome no Mundo, os novos hábitos alimentares, uma abordagem que nos fez pensar e refletir para onde vamos, sobretudo na Europa, e a necessidade de mudanças para enfrentar ou mitigar as constantes alterações. Alexander Döring, Secretário-Geral da FEFAC, a Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos, falou da Visão 2030 da Indústria, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis das Nações Unidas e que tem 3 grandes pilares: segurança alimentar, nutrição animal e sustentabilidade, explicando cada um deles e a estratégia de proatividade que a FEFAC está a desenvolver em prol da sustentabilidade e
das ferramentas que procuram dar resposta,
Após o almoço, o segundo Painel, moderado
centrando-se nas soluções que já existem, a
por um lado, às exigências das empresas, por
por José Manuel Costa, responsável pela Divisão de Alimentação Animal, da DGAV, iniciou-se com a intervenção de Francisca Martins, da FarmControl, que abordou o
partir de plantas, como alternativas á desmedicalização em todas as espécies animais.
contributo da tecnologia na avaliação da eficiência alimentar nas explorações pecuárias
avicultura e as soluções disponíveis no mercado e a fechar, Aurore Pacini, da Phosphea, falou do fósforo, centrando-se nas questões mais ligadas à nutrição e tecnologia.
pressão dos mercados e dos consumidores, e, por outro, aos constrangimentos legislativos, com destaque para temas como as matérias-primas responsáveis (soja), a problemática da proteína, ou a medição da pegada de carbono na alimentação animal. Uma Visão a que a IACA já fez referência em anteriores edições da Revista “Alimentação Animal” e que está a ser corporizada no terreno, numa estratégia de envolvimento
em que, tecnologia e alimentação de precisão, são grandes aliados na competitividade e sustentabilidade. Olivier Clech, da Tecadi/Nor-Feed, falou na problemática da resistência antimicrobiana,
Arianna Bola, da Elanco, abordou o papel crucial da tecnologia na sustentabilidade da
Num evento que contou com um debate muito vivo, interessante e com um público interessado, ficou a certeza de que a Indústria
das suas associadas e numa lógica de disseminação. Ricardo Migueláñez, do GIS, abordou a inovação e a sustentabilidade em Espanha, que está no centro da agenda política e das empresas, com grande destaque ao nível da comunicação. Trata-se de um tema muito relevante para o setor agroalimentar, face à influência dos media e das ONG em praticamente todos os debates que se colocam hoje na sociedade em Espanha. Lola Herrera, da USSEC, falou da importância da soja dos EUA na alimentação animal e as questões ligadas ao mercado e à sustentabilidade (Protocolo SSAP) e, a encerrar este Painel, José Caiado, da Dairy Consultant, trouxe-nos uma visão sobre novas matérias-primas e o que nos espera no muito curto prazo com a utilização das microalgas na alimentação animal, designadamente as vantagens quer do ponto de vista da nutrição e saúde, quer da eficiência e redução do impacto ambiental. Uma alternativa a ter em conta certamente na próxima década. Durante o almoço, Tiago Rosado, em representação da FIPA falou do projeto PEFMED, que pretende medir a pegada ambiental numa
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empresa de alimentos compostos, tendo sido escolhida para o projeto a Sociedade Agrícola Herdade do Carvalhoso que gentilmente se ofereceu para este Projeto piloto que apenas terminou a sua primeira fase. Um tema que tivemos oportunidade de lançar, em primeira mão, na anterior edição da Alimentação Animal.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA
está consciente das dificuldades e dos desafios, complexos, da volatilidade e incerteza, e que conta com a tecnologia e com os seus fornecedores para os enfrentar. No entanto, porque a comunicação é essencial, é importante assumir uma parceria integrada entre todos os atores nas diferentes Fileiras da produção animal, numa estratégia de coresponsabilidade e sem perder de vista as restrições europeias que num mercado global e que irá crescer para fazer face á maior procura, já visível em muitas zonas do Mundo, nos retiram competitividade. Temos de ser mais eficientes e produzir com qualidade, assumir compromissos e ser proativos, mas necessitamos de tempo para essa transição e da cumplicidade da Administração Pública, nacional e europeia, para atingirmos esses objetivos. E a valorização da produção nacional é essencial. Numa altura em que a União Europeia discute acordos comerciais com inúmeros parceiros e que precisa das exportações para o equilíbrio do seu mercado interno, com eventuais restrições orçamentais na PAC e nos Fundos de Coesão que decorrem do Brexit e de outras prioridades que não a agricultura, é ainda mais urgente que sejam incorporados estes “valores europeus”, sendo de excluir visões fundamentalistas e sem bases científicas, no Mandato negocial. Por outro lado, sendo já conhecidas as propostas da Comissão sobre a revisão da PAC pós 2020 em que os objetivos ambientais,
de sustentabilidade e de mitigação das alterações climáticas estão muito claros, esta interligação entre inovação e competitividade ainda é mais evidente e necessária. De resto, estão previstos apoios adicionais num envelope de 10 mil milhões de €, no quadro do “Horizonte Europa” para apoiar as àreas da inovação e investigação específicas para a agricultura, alimentação, desenvolvimento rural e bioeconomia. Apesar das intervenções de cada orador poderem ser consultadas no nosso website, em www.iaca.pt, nesta edição da Revista, centrada no evento da IACA, pedimos a cada um deles que nos deixasse uma reflexão e as mensagens-chave das suas apresentações. Um importante dossier que pode ser lido nas páginas seguintes. Para a história e como memória futura, ficou um dos melhores programas dos eventos da IACA, pelo que agradecemos todas as mensagens de felicitações que recebemos (naturalmente que existem sempre aspetos a melhorar), com a noção (certeza?) de que valeu a pena terem estado connosco em Fátima. Um Muito Obrigado aos oradores, moderadores, patrocinadores, apoiantes e a todos os participantes. Até às VII Jornadas de Alimentação Animal, dia 27 de setembro, em Fátima. Jaime Piçarra
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PARCEIRO Project co-financed by the European Regional Development Fund • Apoio financeiro: Programa de Financiamento Interreg MED Programa de Cooperação Transnacional • Orçamento do projeto: 2,4 M €, FEDER 2,1 M € • Referência: Projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
COLABORAÇÃO
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
INVESTIGAÇÃO EM ALIMENTAÇÃO ANIMAL: A PERSPETIVA DO INIAV Este dia é mais uma demonstração da grande
desta área e vai elevar a inovação em produção
dinâmica deste setor, mas também revela bem a
animal em Portugal para um novo patamar.
forma moderna e competitiva como estas empresas desenvolvem a sua atividade, fazendo uma clara aposta na incorporação de conhecimento Nuno Canada Presidente do INIAV
e tecnologia.
animal, está o INIAV a desenvolver um trabalho articulado entre as equipas da Estação Zootécnica Nacional e da Estação Nacional de
vez mais para essa dinâmica de incorporação
Melhoramento de Plantas orientado para, por um
de conhecimento e tecnologia, tendo vindo a
lado se desenvolverem pastagens e forragens
ampliar de forma significativa a sua interação
melhoradas, do ponto de vista quantitativo e
com a IACA e os seus associados, e a reforçar
qualitativo, mas também na procura de fontes
o seu foco na adequação da sua atividade às
de proteína alternativas à soja, que permitam a
necessidades das várias fileiras da produção
sua substituição parcial. Neste domínio, todas
animal.
as possibilidades estão a ser exploradas, desde
recuperação da Estação Zootécnica Nacional do INIAV em Santarém, onde estão a ser criadas todas as condições para a investigação, experimentação e inovação nas áreas da produção
as mais tradicionais como a obtenção de novas variedades de leguminosas mais adaptadas às necessidades atuais, como as mais inovadoras de que é exemplo a produção de proteína a partir de insetos.
animal, mas também condições para a forma-
A criação do Clube Português dos Cereais Forra-
ção, demonstração e outras formas de apoio
geiros de Qualidade, onde o INIAV, a IACA e todos
à transferência do conhecimento. Tratam-se
os outros atores relevantes pensam as proble-
de infraestruturas especiais, especificas para
máticas destas fileiras é também de salientar.
estudos no domínio da Ciência Animal, como são exemplos a fábrica de rações experimentais, instalações próprias para experimentação animal com suínos, bovinos, pequenos ruminantes e aves, matadouro experimental, sala de provas, laboratórios, para além de instalações para demonstração e formação.
Vemos ainda com muito apreço a participação da IACA e dos seus associados em diversos outros projetos de que são exemplos a “Estratégia para a melhoria da Segurança Alimentar, Nutrição animal e sustentabilidade da alimentação animal na região do Alentejo” financiado pelo Alentejo 2020, o Grupo Operacional do
Faz nesta altura um ano que o INIAV assinou um
PDR 2020 “GOEfluentes”, ou o envolvimento
protocolo de cooperação com a IACA, com vista
no projeto “MaisCoelho” orientado para pro-
a envolver a indústria dos alimentos compostos
mover a sustentabilidade desta importante
para animais neste ecossistema de inovação em
espécie cinegética.
que se está a transformar a Estação Zootécnica Nacional.
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novas fontes de proteína para a alimentação
O INIAV está a acompanhar e a contribuir cada
Neste sentido está em curso um processo de
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No que diz respeito à necessidade de encontrar
Por tudo isto resta-me, em nome do INIAV, agradecer a boa colaboração que tem havido
Este ano deu-se mais um importante passo no
com a IACA e as suas associadas e reiterar o
sentido de reforçar este ecossistema de inovação
empenho do INIAV em continuar a trabalhar
orientado para a produção animal com a prepara-
ao lado das fileiras da produção animal, con-
ção do Laboratório Colaborativo Inovfeed. Este
tribuindo para a sua competitividade e sus-
importante consórcio reúne os principais atores
tentabilidade.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
OS DESAFIOS COLOCADOS PELO CONSUMIDOR Numa era em que os meios digitais tomam conta de muitas conversas, aceleram as trocas de opiniões, permitem partilhar comentários, likes, imagens, vídeos, diretos e muitos mais, facilitam como nunca antes visto a disseminação de informação e, no fundo, tomam muitas vezes conta do nosso dia-a-dia, questionamos cada vez mais a capacidade que as organizações terão de promover futuramente a presença física em sessões de debate. Para as organizações associativas, este desafio ganha Pedro Queiroz Diretor-Geral da FIPA
particular relevância pois no seu foco de atuação deve prevalecer a promoção da troca de conhecimento entres os setores da economia, as instituições de investigação e desenvolvimento, os organismos públicos e demais parceiros. Esta parece por agora uma aposta ganha
ponderado, mais sensível ao preço com práticas de consumo mais contidas, conscientes, responsáveis e sustentáveis. Estes comportamentos consistem sobretudo numa ponderação entre o necessário e o desejável, numa atitude mais cautelosa e refletida. Mais informado, mais participativo e mais exigente, o consumidor tem acesso rápido e fácil a uma grande quantidade de informação, sente que a sua voz tem espaço para ser ouvida e as suas expetativas evoluem, alterando-se rapidamente. A sua jornada de compra é ainda cada vez mais influenciada por fatores digitais particularmente na altura de pesquisar e de comparar alternativas.
Saúde e bem-estar
o seu encontro anual temático num espaço pri-
Os consumidores estão mais conscientes da impor-
vilegiado de ampliação do conhecimento, este
tância de hábitos de vida saudáveis e da adoção de
ano sob o tema da “Inovação e competitividade:
medidas que lhes possibilitem uma melhor qualidade
Que indústria no horizonte 2030”. Sala cheia é
de vida. A informação disponível permite maior
já uma imagem de marca deste setor e esta
conhecimento, sensibilidade e educação dos consu-
edição não fugiu à regra. Paralelamente e numa
midores, alguns dos quais estão dispostos a pagar
agendas leva-nos muitas vezes a ter de declinar convites e não conseguir dar as respostas que
mais por produtos que consideram mais benéficos. Desta tendência destacam-se três principais linhas com perspetivas de crescimento para o futuro:
gostaríamos. O convite para moderar o painel
• Segmentação crescente de necessidades, por
da manhã do evento teve, no entanto, resposta
condição médica ou por preferência, em evitar
imediata e positiva, pois a elevada qualidade
tipologias de alimentos com conotação menos
das intervenções e o debate esclarecedor estão
benéfica resultando num número crescente de
antecipadamente garantidos. E efetivamente
dietas com restrições;
foi assim! A conversa decorreu com um pé no
• Procura por alimentos biológicos, geralmente
futuro, projetando os desafios políticos, eco-
identificados como uma solução interessante
nómicos, sociais, ambientais e tecnológicos,
e geralmente aceite como fonte de benefícios
agregados na ótica da competitividade, ino-
para a saúde e bem-estar;
vação e sustentabilidade. Mas foi também na qualidade de moderador que, furando as regras tradicionais, me aventurei a partilhar uma perspetiva que pode parecer distante mas que tem de estar cada vez mais perto do setor da alimentação animal: o foco no consumidor. Foram
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O consumo é abertamente menos impulsivo e mais
pela IACA, que mais uma vez conseguiu tornar
dimensão pessoal, a falta de elasticidade das
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Smart Shopping
• Procura por alimentos com características específicas – os alimentos funcionais – que reforçam propriedades benéficas para a saúde (e.g. ómega 3, probióticos).
assim partilhadas as cinco grandes tendências
Confiança
que estão a definir os hábitos alimentares dos
O consumidor é cada vez mais consciente do
portugueses – que a Deloitte traçou para a FIPA
impacto social e ambiental que gera com as suas
em trabalho datado de 2017 – o, Smart Shopping
escolhas, valorizando as empresas que conseguem
a saúde e bem-estar, a confiança, a conveniên-
endereçar esta preocupação. Sente-se mais confor-
cia e a experiência. Sem qualquer intenção de
tável com empresas transparentes, apresentando
hierarquizar cada fator, lancemos um olhar a
exigências crescentes de acesso a informação rela-
cada uma destas tendências.
tiva ao tratamento dado aos produtos ao longo da
cadeia de valor, aos valores e padrões éticos
preparação rápida (e.g. alimentos congelados).
pelo produto em si e aumenta o valor glo-
das empresas e ao impacto que estas têm nas
Compra refeições take-away e complementa
bal percebido pelo consumidor. Espera uma
comunidades e no planeta. Face ao seu desejo
as compras realizadas em grandes superfícies
comunicação continuada e genuína alimentada
por uma maior transparência na origem e com-
com compras em lojas mais pequenas (e.g.
com conteúdos que mereçam a sua atenção e
posição dos produtos, espera que as empre-
lojas de bairro e supermercados pequenos).
preferência. Valoriza criatividade e inovação
sas trabalhem no sentido de garantir rótulos
Os segmentos mais informados e afluentes
nas interações. Os elementos de experiência
mais simples, mais fáceis de compreender e
optam com frequência pela compra online,
mais valorizados incluem o layout do ponto
que provem inequivocamente os benefícios
em particular as de maior valor. Valoriza a
de venda, o serviço de atendimento, a utili-
prometidos pelos seus produtos.
promessa e a consistência do serviço no
zação inovadora de canais de comunicação, a
momento de entrega já que para si é primor-
criação de novos momentos de interação com
Conveniência
dial garantir uma rotina diária sem disrupções
as marcas e a personalização do contato ao
não antecipadas. A conveniência ganha rele-
longo de toda a jornada de compra.
O novo consumidor prefere diminuir o tempo
vância crescente à medida que a população
Existe assim um novo normal, definido por
envelhece e que as gerações nativas digitais
um consumidor mais “inteligente”, que exige
consumido na concretização da compra e do consumo, procurando desfrutar o tempo livre nos seus próprios termos, pelo que está disposto a pagar para evitar consumos de
ascendem aos mercados de consumo.
mais dos produtos que consome pelo mesmo preço e este novo contexto deve ser encarado pelas empresas como uma oportunidade de
tempo desnecessários. Para além de formas
Experiência
de pagamento mais convenientes e flexíveis,
O consumidor valoriza experiências de com-
sua posição a montante da cadeia de valor,
também quer ter escolha no momento da
pra e de consumo relevantes, customizadas
também o setor da alimentação animal deve
compra. Procura formatos pequenos, flexíveis
e entusiasmantes. O prazer retirado desses
encarar os desafios futuros com os olhos
e transportáveis (e.g. snacks) e produtos de
momentos acumula ao prazer proporcionado
postos no consumidor!
diferenciação e reposicionamento. Apesar da
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DESAFIOS PARA A ZOOTECNIA 2030 Demografia e Crescimento Populacional
nal estava apenas no seu início. Actualmente, a
Thomas Robert Malthus (1766 – 1834) foi um ilustre
necessários 2,5 anos para registar esse aumento.
economista britânico, considerado o pai da demografia pela sua teoria sobre o aumento populacional, conhecida como malthusianismo. O “Malthusianismo” foi a primeira teoria populacional a relacionar o crescimento da população com a fome, afirmando a tendência do crescimento populacional em progressão geométrica, e do crescimento da oferta de Divanildo Outor Monteiro UTAD – Departamento de Zootecnia
alimentos em progressão aritmética. Malthus acreditava que o crescimento demográfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da Terra gerando fome e miséria e, a única forma de evitar que isso acontecesse seria reduzindo a taxa
população humana aumenta mil milhões a cada 10 a 12 anos e, estima-se que em 2039 sejam apenas O descontrolo completo!... Em 1999 a ONU previa, numa estimativa optimista, caso fossem implementadas um conjunto de medidas preconizadas de controlo da população que, chegaríamos a 2050 com cerca de 7,9 mil milhões de habitantes. Estamos em 2018 e já atingimos os 7,6 mil milhões. Resta-nos a outra estimativa, mais sombria, mas aparentemente mais realista, que apontava para os 12 mil milhões, caso as medidas falhassem, como parece estar a acontecer! O espírito humano conseguiu concretizar uma infi-
de natalidade. Contudo, pouco crente no espírito
nidade de objectivos, mas ainda não conseguiu
humano para atingir este objectivo, considerava
moderar o crescimento populacional. Somos, como
que seriam desastres como a fome, as epidemias
já alguém disse, uma espécie “demasiado bem-su-
e as guerras os únicos meios de controlo do cres-
cedida”! Mas, as outras espécies, o planeta no seu
cimento populacional.
todo, são vítimas deste sucesso dos humanos e,
Estima-se que no início da domesticação dos
os próprios humanos serão vítimas, caso nada seja
animais domésticos (aprox. 10000 anos A.C.) a população humana rondaria os 5 milhões e seríamos cerca de 250 milhões no ano zero. Foram
feito, se acaso ainda formos a tempo!... Consideramos ser este o verdadeiro e único problema – O PROBLEMA – sendo todos os demais consequên-
assim necessários cerca de 12000 anos para
cias, efeitos colaterais!...
atingirmos mil milhões de humanos na Terra,
O aumento da população tem sobretudo lugar em
cerca do ano 1800.
países em vias de desenvolvimento onde a fome
A Figura nº 1 apresenta o crescimento popula-
persiste e é elevado o risco de acesso aos alimen-
cional desde o ano 1800 e estima a sua evolução
tos e à água. A situação na África sub-Sahariana
até 2039. A revolução industrial traduziu-se num
é particularmente grave. Também nesta geografia
aumento de mil milhões de habitantes em apenas
existem verdadeiras redes de tráfico humano, pelo
118 anos, ao atingirmos os 2 mil milhões em 1922.
que a pressão migratória sobre a Europa irá persis-
Contudo, a aceleração do crescimento populacio-
tir e agudizar-se.
Figura 1 – Estimativas da população humana: 1800 a 2039 (Fonte: victorshen366055.blogspot.com).
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Além das políticas de controlo demográfico, também as políticas conducentes à diminuição do êxodo rural parecem não estar a resultar. As Nações Unidas estimam que em 2050 cerca de 70% da população humana irá viver em meio urbano, em verdadeiras megalópoles.
Produção de Alimentos O aumento populacional e a melhoria das condições de vida e de acesso aos alimentos leva a FAO a pedir que se duplique a produção alimentar até 2050. Este é um enorme desafio. A fome generalizada pode acontecer e não pode, infelizmente, ser uma memória longínqua!... A abordagem convencional, que passou pelo aumento da área produ-
Figura nº 2 – Desperdício e perda de alimentos Per capita (kg/hab.ano) (Fonte: FAO, 2011b).
tiva, não parece já ser uma solução. Assim, teremos de ser capazes de
são hoje aquisições societais.
Diminuição do Desperdício e Moderação do Consumo de Alimentos
O pescado que foi uma fonte alimentar importante está em franco
O aumento de produção não é o único caminho. Deve-se também
produzir mais em menos área, usando menos recursos, assegurando a salvaguarda do ambiente e a protecção do bem-estar animal que
declínio dado o esgotamento das reservas piscícolas no globo. Assim, a aquacultura surge, naturalmente, como um sector da produção ani-
moderar o consumo e diminuir o desperdício. A FAO considera haver uma grave carência de proteína de origem animal em África e sugere
mal em franca expansão.
haver um excesso de consumo na Europa, América e Oceânia.
Novos alimentos parecem também surgir, quer para os animais quer
“Average consumption of livestock protein in Africa is less than a
para abastecimento directo às populações, como são disso exemplo os insectos e as algas que poderão no futuro ser alternativas interessantes. Também a carne sintética está a fazer o seu caminho e poderá a prazo constituir uma alternativa alimentar. Contudo, a alimentação desta população crescente só é possível através de sistemas produtivos intensivos, extremamente eficientes, que incorporem a protecção animal e ambiental como pressupostos essenciais. A FAO (2011) refere: “Intensive production holds key to feeding growing cities, but improvements in natural resource use and environmental performance are crucial”
quarter of that in the Americas, Europe and Oceania, and represents just 17 percent of the recommended consumption level for all proteins,” says FAO’s report. “By contrast, the consumption of livestock protein in the Americas, Europe and Oceania in 2005 was between 78 and 98 percent of the total protein requirement, suggesting that livestock products are being over-consumed (FAO, 2011a).” Também o desperdício deve ser minimizado. Este tem lugar quer nos países desenvolvidos quer nos países em vias de desenvolvimento (Figura nº 2). Nos primeiros ocorre em toda a fileira de produção e também ao nível do consumidor. Já nos segundos tem lugar sobretudo no circuito até ao consumidor devido a dificuldades várias ligadas às condições pós-colheita, aos circuitos logísticos, às condições de armazenamento e conservação (FAO, 2011b).
“As it stands, there are no technically or economically viable alternatives to intensive production for providing the bulk of the livestock food supply for growing cities”
Zootecnia de Precisão
“Even small amounts of animal source foods can improve the nutri-
O futuro da produção animal será seguramente diferente do que
tional status of low-income households. Meat, milk and eggs provide
hoje conhecemos e esse futuro já começou!... As novas tecnologias
proteins with a wide range of amino acids as well as micro-nutrients
e a digitalização também já chegaram à Zootecnia. A zootecnia de
such as iron, zinc, vitamin A, vitamin B12 and calcium, in which many
precisão será uma realidade quando se pretende produzir mais com
malnourished people are deficient”.
menos, ser portanto mais eficiente, de forma a suprir as necessida-
Actualmente, a produção intensiva é a única solução viável para con-
des alimentares da população, mitigando os impactos ambientais e
seguir o aumento necessário de produtos alimentares. Esta produção
considerando altos padrões de bem-estar dos animais.
intensiva, mais precisa, é compatível com maior protecção ambien-
Temos hoje explorações animais equipadas com tecnologia de
tal e melhor bem-estar animal. Os alimentos de origem animal são
ponta. Estações automáticas de alimentação, ordenha robotizada,
absolutamente vitais a uma adequada nutrição e alimentação das
controlo digital de programas de iluminação, abeberamento, ali-
pessoas. Assim, cada nação deve assumir a responsabilidade de obter
mentação, ventilação e aquecimento. A cada momento, em tempo
os alimentos necessários através de uma adequada produção, troca
real, é possível saber o consumo instantâneo de água e alimento,
ou aquisição, devendo as sociedades manter um nível tecnológico
corrigir temperaturas e ventilações, adequar diariamente a dieta
na agricultura capaz de fazer face a estes desafios (Thomas Field &
dos animais. Controlamos hoje os nossos animais 24 sobre 24horas.
Robert Taylor, 2008).
Registamos a sua actividade através de imagem, som e do seu movi-
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
Ovos
Ovinos/ Caprinos
Suínos
Bovinos
Aves
9,6
2,3
43,7
18,9
42,1
109,2
83,3
69,8
55,4
89,2
Carnes
Leite e lacticínios
Cereais
Frutas
Vinho (103hl)
Consumo total (103t/ano)
1178
1233
1329
1340
5248
Aprovisionamento (%)
76,7
90,9
20,5
68,3
106,5
Carne e ovos Consumo Per capita (kg/hab.ano) Aprovisionamento (%)
Alimentos
Quadro nº 1 – Consumos e aprovisionamento para alguns alimentos em Portugal (INE, 2017).
mento. Potentes algoritmos matemáticos permitem-nos conver-
até de novas fontes proteicas, no sentido de aumentar o nosso auto-
ter esse manancial de dados (Big Data) em informações úteis que
-aprovisionamento, verdadeiro garante de independência e estratégia
nos sustentam a tomada de decisões em tempo real. São exemplo
prudente relativamente a um futuro incerto.
disso a tecnologia já comercializada que através de microfones que registam a tosse dos animais nos permitem saber da prevalência desse sinal. Ou se a distribuição de frangos num pavilhão segue o
Em resumo
padrão normal ou revela indícios de frio, de avarias nas linhas de
Portugal terá necessidade de reforçar a sua agricultura e parti-
água ou alimento. Medimos a actividade de um animal ou o número
cularmente a sua produção animal. Urge o aumento da produção
de vezes que visita determinados locais e temos dessa forma infor-
alimentar aumentando o grau de aprovisionamento do país em
mação sobre a sua actividade reprodutiva ou as fases do seu ciclo
alimentos essenciais. Urge a aposta na aquacultura, quer marinha
reprodutivo. Temos já drones que na produção em extensivo podem
quer continental, neste caso produzindo novas espécies, tropi-
colher informação comportamental, alimentar, espacial e de saúde
cais e sobretudo herbívoras, ainda que alguns organismos esta-
relativamente aos animais.
tais insistam em não o permitir. Urge a actualização da estrutura
Seleccionar animais mais produtivos, alimentá-los em função das
fundiária do século XIX a uma agricultura do século XXI. Urge a
suas necessidades, evitando a sobre-alimentação ou a alimentação
renovação etária dos actuais agricultores por jovens com mais
desequilibrada será um forte contributo para minimizar os impactos
conhecimentos científicos e tecnológicos, preparados para a era
ambientais da produção animal. Seleccionar animais mais capazes
digital da zootecnia. Urge a aposta na digitalização do sector e no
e mais resistentes relativamente a determinadas patologias pode
aumento de eficiência e precisão da produção. Urge a renovação
diminuir a necessidade de recorrer ao seu tratamento e à utiliza-
etária do corpo docente das universidades e a sua actualização
ção de fármacos. Melhorar as instalações e os equipamentos para
para a era digital. Urge a ligação mais estreita entre universida-
corresponderem melhor às necessidades ambientais dos animais,
des e empresas. Urge uma investigação mais aplicada, centrada
minimizando os gastos energéticos e permitindo um controlo mais
nas instituições de ensino superior com corpo docente adequado
rigoroso, são desafios actuais dos sistemas produtivos.
e histórico de investigação em produção animal. Urge medir, com
A agricultura não é, não pode mais, mesmo em Portugal, continuar
precisão zootécnica, a todos os níveis, o investimento do país e
a ser considerada uma actividade que todos podem desenvolver.
os seus resultados!...
Trabalhar com seres vivos, com animais, é dos maiores desafios que existe e não pode ser feito ad hoc, com conhecimento empírico ou por tentativa e erro. Em termos globais, produzir menos carne e menos
Bibliografia
leite, como alguns advogam, apenas contribuirá para aumentar a fome
Thomas Field & Robert Taylor, 2008 – Scientific Farm Animal Pro-
nos países mais pobres (Mitloehner, 2010).
duction. An Introduction to Animal Science (9th Edition). Ed. Pearson. FAO 2011a – World Livestock 2011 – Livestock in food security. Rome,
Situação de Portugal Portugal não apresenta para a generalidade dos produtos alimentares de origem animal um grau de autossuficiência seguro (Quadro
FAO. FAO. 2011b. Global food losses and food waste – Extent, causes and prevention. Rome, FAO.
nº 1). A dependência nos cereais é absolutamente dramática e nas
INE 2017 – www.ine.pt
proteaginosas é quase total. Também a UE depende de forma exces-
Mitloehner, 2010 – Frank Mitloehner, University of California-Davis,
siva da soja de origem externa (EUA, Brasil, Argentina). Parece pois
239th National Meeting of the American Chemical Society in San
haver margem para o crescimento da produção animal em Portugal,
Francisco.
16 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
(www.andritz.com)
UN GRUPO PARA AFRONTAR EL FUTURO
(www.geelencounterflow.com)
(www.technipes.com)
Construtores / Instaladores Estruturas / Transportadores / Tubagens / Software Elétrico Moagem
Arrefecimento
El horizonte es claro, para 2050 serán 9.500 millones de bocas las que tendremos que alimentar, un número demasiado elevado para el modelo productivo actual. Pero no será suficiente
Granulação
Ensaque
con producir la cantidad de alimentos necesaria para alimentar a este número de personas, además tendrán que ser alimentos nutritivos, seguros y accesibles, y que se produzcan respetando y cuidando los recursos naturales que se verán afectados por la
LINHAS DE PROCESSO AGRO-INDÚSTRIA / ALIMENTO COMPOSTO ANIMAIS FERTILIZANTE ORGÂNICO / COMPOSTO ORGÂNICO BIOMASSA / PELLETS / ENERGIA
falta de agua y el calentamiento global. La única manera de conjugar todos estos factores es buscar nuevas soluciones y métodos de producción a través de la innoRicardo Migueláñez Coordinador del Grupo de Innovación Sostenible
vación. Innovar para que la cadena agroalimentaria sea más sostenible es uno de los desafíos principales del sector para poder hacer frente a los retos de futuro. Para perseguir este objetivo nació el Grupo de Innovación Sostenible para el sector alimentario (GIS) que ha creado un foro de trabajo capaz de acoger a todos los actores del sector alimentario que tienen algo que decir en esta materia. El GIS, con sus más de 80 socios y más de 100 colaboradores, constituye una herramienta al servicio de toda la cadena alimentaria para promover la I+D+i desde el campo a la mesa de manera sostenible económica, social y medioambientalmente. Los objetivos del GIS son claros, aunar los esfuerzos de todos los agentes del sector para conseguir colaborar, implicando a la administración, y despertar conciencias sobre la importancia de la innovación práctica para el sector. Esta labor se lleva a cabo mediante diferentes herramientas de comunicación como páginas web, entrevistas o reportajes y relaciones con los medios de comunicación, así como generando diferentes encuentros con agentes decisores tanto de ámbito nacional como internacional. Los miembros del GIS conforman comités de trabajo enfocados a temáticas concretas como la mitigación y adaptación al cambio climático y la nutrición que junto con los encuentros, permiten promover la alineación y la colaboración entre empresas, administraciones y centros de investigación. Toda esta intensa actividad permite al Grupo de Innovación Sostenible actuar como representante de los intereses de nuestros socios en materia de I+D+i. Pero no es solo este grupo el que apuesta por la innovación; el Comisario Phil Hogan ya ha destacado la importancia no solo de la innovación sino también de los jóvenes a la hora de renegociar la nueva PAC. Desde el GIS consideramos a los jóvenes como un elemento clave para crear un sector alimentario moderno y competitivo y apoyamos plenamente este enfoque por parte de la UE.
HRV
e G R O U P
www.hrv.pt :: hrv@hrv.pt Rua da Finlândia, Lote 46 :: Zona Industrial Casal da Lebre 2430-028 - Portugal A N I M A L AMarinha LI MEGrande N TAÇÃO TLF:+351 244 830 180 :: FAX:+351 244 830 189
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
USSEC CONSTRUYENDO PREFERENCIA POR LA SOJA DE ESTADOS UNIDOS Y CÓMO OPTIMIZAR LA UTILIZACIÓN DE LA HARINA DE SOJA EN LA FÓRMULA DE PIENSO USSEC es un dinámico colaborador de las asociaciones que representan a los productores de soja, a los exportadores , a los comerciantes y transitarios. Estas asociaciones son el ASA (American Soybean Association) y USB (United Soybean Board). USSEC Posee oficinas en todo el mundo que son un gran soporte para los agricultores de Estados Unidos y que estimulan la preferencia para las habas y los productos de soja que se Lolla Herrera
producen en ese país, tanto para la industria de pienso como para la alimentación humana. La misión de USSEC e maximizar el uso de soja procedente de Estados Unidos a nivel internacional apoyando las necesidades de los productores y de los clientes a nivel global. La actividad de USSEC en el mundo tiene como eje principal dar a conocer las propiedades de la soja y enfatizar en la calidad y el servicio del suministro de habas de soja y productos que
la tierra en U.S.A, participan anualmente un 95% de los agricultores, con auditorías de terceros y con mediciones seguidas y cuantificadas, hay que producir más reduciendo el área sembrada, el consumo de agua, el consumo de energía, la emisión de gases y la erosión del suelo. Los pilares del certificado de sostenibilidad SSAP son, biodiversidad y huella de carbono, prácticas de producción; salud y bienestar y por último mejora continua. Este certificado está a disposición de los consumidores de forma gratuita. Los agricultores americanos por otro lado son conscientes de su responsabilidad para abastecer al mundo de alimentos y en ello ponen su esfuerzo. Las necesidades de soja y de otros productos agrícolas aumentan año a año como se puede ver en el gráfico de abajo.
se originan en Estados Unidos para ello colabora a nivel científico y técnico con los mejores expertos a nivel mundial y hace una gran labor de difusión a través de las organizaciones de fabricantes de pienso y productores de carne. Otro de los focos de actuación de USSEC es la difusión del sistema de sostenibilidad que los productores de soja desarrollan en sus explotaciones agrícolas tutelados con el USDA, que tiene como objetivo producir de forma sostenible para salvaguardar la tierra para las generaciones futuras. Siguiendo la demanda de los consumidores, USSEC ha desarrollado un certificado de sostenibilidad SSAP, (U.S. Soybean Sustainability Assurance Protocol) que está basando en el sistema de conservación de 18 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Por lo que respecta a la soja en Estados Unidos 300.000 agricultores se dedican a su producción, que este momento ocupa 34 millones de Ha, con una producción que supera los 120 millones de toneladas, de las cuales un 56/60% se dedican a la exportación como habas de soja y sus productos, harina y aceite de soja.
Áreas de Producción de Soja
Habas de soja
¿CÓMO OPTIMIZAR LA UTILIZACIÓN DE LA HARINA DE SOJA EN LAS FÓRMULAS DE PIENSO? La harina de soja es una materia prima estratégica en la fórmula de pienso, su utilización es imprescindible en la producción animal moderna, por tanto el perfecto conocimiento del producto y de su mercado es muy importante para su utilización con un aprovechamiento total de su potencial. A nivel técnico la soja se ha estudiado en profundidad y son muy clarificadores los estudios realizados a nivel global sobre las diferentes analíticas de la harina de soja en función del origen de las La demanda de los productos agrícolas a nivel global ha aumentado de forma significativa desde el año 2000, pero ha sido la de la soja la que ha liderado este aumento con un 214%. Para abastecer esta demanda los agricultores americanos están contribuyendo de forma significativa.
Evolución de la producción de habas de soja en Estados Unidos desde el año 2000
habas, sean de Brasil, Argentina, Estados Unidos o India. Las harinas no son iguales y los nutricionistas y formuladores de las fábricas de pienso tienen que actuar en consecuencia utilizando una matriz distinta para cada uno de los orígenes. El perfil de aminoácidos, el fósforo, los azúcares tienen valores distintos por lo que una buena matriz garantiza el buen uso de este producto. El estudio realizado por el Dr. Gonzalo G Matos de la Universidad Politécnica de Madrid y otros importantes científicas a nivel mundial así lo demuestran. El mercado de la soja también es peculiar pues hay que tener en cuenta que se produce en tres países, y que desde estos países se exporta a nivel mundial, por otro todo el comercio se realiza a través de cuatro grandes operadores, y hay un mercado de futuros con un participación de fondos especulativos muy pronunciada lo que significa que el mercado es más complejo que el de otras materias primas con producción más universal y con muchos más participantes. En cualquier caso el mercado de la soja es mucho más transparente que otros, el comprador de soja siempre sabe a qué atenerse pues todos los factores que componen el precio son publicados, sea el futuro, las bases en origen, el flete o el dólar. Una característica del mercado de la soja es la volatilidad por lo que es básico disponer de herramientas de cobertura que minimicen los
En definitiva, el objetivo de USSEC es propiciar que el esfuerzo de los agricultores americanos en producir de un modo sostenible productos de calidad llegue a los consumidores de todo el mundo.
efectos de esta volatilidad en el precio final de la fórmula de pienso. Los compradores de soja tienen una tarea difícil pero en cualquier caso con una buena información tanto del producto como del mercado se puede conseguir optimizar el valor de la soja en la fórmula de pienso. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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19
ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
UTILIZAÇÃO DE MICROALGAS EM ALIMENTAÇÃO ANIMAL – O ESTADO DA ARTE Numa entrevista concedida ao Jornal Expresso
Na realidade os chamados “Ómega-3” existentes
em Janeiro de 2016, Josef Stieglitz, consagrado
na gordura do peixe não é sintetizada pelo seu
académico e prémio Nobel da Economia afirmou
organismo mas sim fornecida ao peixes através
categoricamente que o mundo se está a mover
das microalgas de que se alimentam ricas neste
inexoravelmente para uma Economia Verde. A
tipo de nutrientes.
este modelo económico está associado o conceito incontornável da sustentabilidade ambiental. A produção de microalgas é um processo biológico altamente sustentável na medida em que se
José Caiado
fundamenta na utilização da fotossíntese por
Todos sabemos como tem vindo a diminuir ao
parte das microalgas resultando na produção de
longo dos anos a quantidade de peixe capturada
biomassa vegetal com características nutritivas
nos mares e oceanos. Os stocks mundiais de
muito variadas e em muitos casos com alto valor
peixe baixam e simultaneamente aumenta a
nutraceutico com um universo muito diversificado
procura de ingredientes ricos em ácidos gordos
de aplicações possíveis tanto em alimentação
essenciais cada vez menos disponíveis e progres-
humana como animal.
sivamente mais caros. A procura crescente destes
As microalgas são organismos unicelulares. Elas
ingredientes e nutrientes de origem marinha
estiveram de forma determinante na génese da
coloca em risco a sustentabilidade da captura
vida na Terra, ao terem desenvolvido a maravilhosa
de pescado. As microalgas, como verdadeira
capacidade fotossintética a partir da captura do
fon te de lípidos marinhos ricos em Ómega-3,
carbono terrestre por acção da radiação solar.
perspectivam-se como a grande alternativa de
Na realidade as microalgas são os organismos
futuro e totalmente sustentável; ainda por cima
vegetais mais eficientes no sequestro do carbono
isenta de metais pesados e outros contaminantes
antropogénico. Existem centenas de milhares
poluentes. Esta é a primeira grande oportuni-
de diferentes espécies de microalgas das quais
dade de afirmação das microalgas no sector
apenas conheceremos razoável mente a biologia
da alimentação animal. Convencidos do valor
de poucas dezenas delas. As microalgas mari-
das microalgas produzidas à escala industrial
nhas constituem o conjunto daquilo que quando
como oportunidade viável de negócio grandes
estudámos biologia na escola dava pelo nome
empresas mundiais fornecedoras da indústria dos
de “fitoplãncton”. É este material vivo que serve
alimentos compostos para animais lançaram-se
de alimento ao “zooplâncton” e ambos estão na
em grandes projectos industriais destinados à
origem da cadeia alimentar dos peixes. Estando
produção economicamente viável de biomassas
na base da alimentação dos peixes e sendo o
de microalgas destinadas ao fornecimento de
seu único alimen to muitas das características
nutrientes de alto valor acrescentado. O foco deste
constitutivas dos peixes resultam dos nutrien-
projectos tem estado associado à produção em
tes que lhe fornecidos através do fitoplâncton
grandes fermentadores de biomassas ricas em
ingerido. Os chamados ácidos gordos essenciais
DHA, normalmente usando uma microalga que
de cadeia longa, de tipo Ómega-3, como o DHA e o EPA, são o exemplo mais ilustrativo desta realidade e da sua importância em termos da utilização das farinhas de peixe em alimentação
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
dá pelo nome de “Schizochytrium“. São exemplo a DSM, a Alltech e a TerraVia.
para o uso de farinhas e de óleos de peixe em
Características Nutricionais das MicroAlgas
alimentação animal tem que ver com a cobertura
A grande diversidade morfológica e bioquímica
das necessidades nutricionais dos animais em
conferida por uma gigantesca biodiversidade
lípidos Ómega-3.
natural permitirá progressivamente disponibilizar
animal. Na verdade uma das mais fortes razões
20 |
A primeira aplicação prática das microalgas
ao mercado biomassas com uma riqueza nutricional muito variada. As microalgas são muito ricas em nutrientes de alto valor económico e biológico, a saber: – aminoácidos essenciais – ácidos gordos essenciais de cadeia longa como o DHA e o EPA – fosfolípidos – vitaminas e minerais naturais e orgânicos – pigmentantes (carotenoides) muito
• Reduzem a incidência de anomalias do esqueleto nas formas juvenis dos peixes • Nutrientes funcionais muito utilizados hoje em aquafeeds para larvas, juvenis e reprodutores •U tilização de diatomáceas na alimentação de larvas de ostra durante as primeiras 4 semanas de vida
timulantes e anti-oxidantes Todos estes nutrientes assumem caracte-
As microalgas de géneros designados como Chlorella, Nannochloropsis, Schizochytrium e Spirulina e Haematococus são as mais trabalhadas até agora e objecto de comercialização por diferentes empresas à escala mundial.
• Tecnicamente possível a substituição
Tetraselmis, Scenedesmus , Phaeodactylum,
das farinhas de peixe por idênticos
Isochrisis são outros géneros de microalgas
nutrientes de origem marinha
cuja divulgação e comercialização julgamos
variados – compostos bioactivos como imuno-es-
Quais as microalgas mais trabalhadas até agora
crescerá em breve. Petfoods • Suporte de alegações de melhorias do estado da pele e da pelagem
É interessante notar que muitas empresas se especializaram na produção em menor ou maior escala de um único tipo de
rísticas muito adequadas às necessidades
• Suporte de alegação de melhoria das
microalgas. O que se por um lado lhes
da Indústria de ACA e às novas tendências
funções cognitivas em cães velhos
poderá conferir uma maior especialização,
de mercado. A sua grande digestibilidade permite uma excelente assimilação metabólica, muitos constituem-se como nutrientes “dual-purpose”, de tipo nutracêutico, substitutivos da utilização de aditivos sintéticos. São ingredientes totalmente naturais, vei-
escala, e, por essa via, competitividade Cavalos • Suporte de alegações de melhorias do estado da pele e da pelagem • Nutrição clínica aplicada em situações de natureza inflamatória crónica
culam apenas proteínas de origem vegetal e muitas vezes de origem marinha, não são
económica no mercado, por outro lado retira-lhe variedade de soluções capazes de aportarem diferentes tipos de nutrientes e soluções compósitas de diferentes microalgas com um maior leque de benefícios metabólicos.
Avicultura
OGM´s, não são irradiadas, com caracterís-
• Microalgas ricas em DHA e EPA são
ticas físicas e químicas que as tornam muito
muito eficazes no enriquecimento de
Perspectivas de Utilização a Curto e Médio Prazo
adequadas ao fabrico de aquafeeds e à
ovos destinados à alimentação humana
inclusão em alimentos como potenciadores
• Microalgas ricas em pigmentantes natu-
organolépticos melhoradores da apetência
rais são muito eficazes na coloração
e da ingestão de alimento.
natural da gema podendo substituir o
mais consistente e importante se utili-
Em resumo podemos afirmar que a qualidade
uso de aditivos sintéticos
zam microalgas para fins nutricionais e
da nutrição animal em que de uma forma
nutraceuticos.
dos seus nutrientes melhora a imunidade, a fertilidade, a saúde e a performance zootéc-
A aquacultura é neste momento o sector
Suinicultura
A curto prazo prevê-se a expansão cres-
nica dos animais. O conjunto de “virtudes”
• Melhoria da fertilidade em reprodutoras
cente de uso das microalgas em petfoods
nutricionais acima descritas perspectiva
• Imunoestimulação do epitelio intesti-
de gamas prémio e superprémio, bem como
um grande potencial futuro em alimentação
nal em leitões poderá conduzir à sua
em suplementos nutricionais e alimentos
animal cujas perspectivas a curto e a médio
incorporação em produtos contra as
especiais para cavalos.
prazo serão mais adiante objecto de reflexão.
diarreias e que constituam alternativa
Existem já em comercialização no mercado
á utilização de antibióticos
microalgas ricas em DHA destinadas a
Exemplos das suas funcionalidades em alimentação animal
Existem muitas outras aplicações que ainda
aplicações em avicultura e suinicultura,
carecem de comprovação quanto à sua
seja para enriquecimento dos ovos para
eficácia real e por isso ainda em diferentes
consumo humano seja como melhorador da
fases de investigação. Um exemplo muito
fertilidade. É perscrutável que no futuro,
promisor à luz de resultados recentemente
à medida que o preço de comercialização
objecto de publicação científica é a possibi-
destes produtos baixe consideravelmente,
• A utilização de microalgas ricas em
lidade de utilização de microalgas ricas em
eles venham a constituir soluções eco-
pigmentantes naturais melhora a
ácidos gordos essencais de tipo Ómega-3
nomicamente viáveis no enriquecimento
resposta ao stress e a pigmentação
no enriquecimento e valorização nutricional
de outros alimentos de origem animal,
natural dos peixes
do leite.
nomeadamente no leite de vaca.
Aquacultura
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
INOVAÇÃO E SOLUÇÕES DO MERCADO: A PERSPETIVA DA DGAV
José Manuel Costa
22 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Gostaria de congratular a IACA pela realização
hoje). Os níveis de rendimento serão múltiplos
da Reunião Geral da Indústria subordinada ao
do que são agora. Para alimentar esta população
tema “Inovação e Competitividade: Que Indústria
maior, mais urbana e mais rica, a produção de
no Horizonte 2030”, reiterando a importância
alimentos deve aumentar em 70%. A produção
destes eventos na atualidade e disseminação dos
anual de cereais terá que subir para cerca de
temas abordados e que tanto contribuem para a
3 biliões de toneladas, de 2,1 biliões hoje, e a
sustentabilidade de um sector cujo presente e
produção anual de carne deverá aumentar em
futuro apresentam desde já desafios importantes
mais de 200 milhões de toneladas para atingir
de reconhecer, debater e solucionar.
470 milhões de toneladas.
Tendo sido convidado para moderar o Painel
O aumento da produção pecuária obrigará
II relativo a Inovação e Soluções do Mercado,
consequentemente ao aumento da produção de
desde já agradeço a possibilidade que me foi
alimentos para animais, obrigando a ultrapassar
concedida para a desejada cooperação entre
os desafios que atualmente já se apresentam ao
o sector público e o sector privado. Mais pre-
setor, como a escassez nutricional em proteína
tendo manifestar o reconhecimento por parte
para a formulação das dietas dos animais
da Administração da importância da Indústria
decorrente da disponibilidade condicionada em
de Alimentos Compostos para Animais no
fontes proteicas de eleição, a sua dependên-
sector da Agro-Indústria nacional, para além
cia de mercados internacionais, e não menos
de disponibilizar o apoio institucional para a
importante, a indesejada flutuação de preços.
manutenção e desenvolvimento de estratégias
Na realidade a auto-suficiência a nível da UE
que permitam a desejada subsistência e
de proteína vegetal para alimentação animal
apropriada dinamização, mediante suporte
está condicionada por fatores relacionados
na aplicação dos requisitos e obrigações
com a sua importação de países terceiros,
regulamentares e sustentação técnico-cien-
alterações climatéricas como as decorrentes do
tífica na procura das soluções que permitam
aquecimento global e desertificação, questões
estabilização e inovação, não esquecendo a
ambientais relacionadas com a desflorestação,
satisfação e reconhecimento pelos utiliza-
consumo de água e poluição de superfícies
dores finais da qualidade e segurança dos
aráveis, não esquecendo o debate social rela-
produtos a produzir, processar e colocar no
cionado com o recurso a alimentos para animais
mercado.
geneticamente modificados.
Tomo assim a liberdade de relembrar alguns
Nesta perspetiva, importa desde já considerar
dados, factos e conceitos que marcam a actua-
estratégias necessárias para o combate à depen-
lidade do sector, e que podendo condicionar o
dência nutricional de proteína em alimentação
seu futuro, importa desde já considerar para
animal, mediante a redução do seu recurso e
tomar as medidas adaptadas à sobrevivência
aumento da sua produção.
e dinamismo da fileira pecuária.
A redução do uso de proteína pode ser obtida
Assim não nos podemos esquecer das esti-
por possível alteração dos hábitos alimentares
mativas da ONU que prevê que em 2050 a
dos consumidores segundo restrições no
população mundial atingirá 9,1 biliões (34%
consumo de géneros alimentícios de origem
a mais do que a de hoje). Quase todo esse
animal, diminuição do desperdício alimentar e
aumento populacional ocorrerá nos países em
fomentação da economia circular que permite
desenvolvimento. A urbanização continuará em
a utilização e rentabilização em alimentação
ritmo acelerado e cerca de 70% da população
animal de géneros alimentícios que já não são
mundial será urbana (em comparação com 49%
encaminhados para a alimentação humana,
para além da melhoria da eficiência alimentar por recurso a formulações específicas e uso de novas matérias-primas e aditivos que permitam aos animais a apropriada conversão e rentabilização das dietas. O aumento da produção de proteína passa por amplificação da produção de soja e de cereais alternativos na UE, recurso a outras fontes proteicas decorrentes de processos tecnológicos emergentes (proteínas aquáticas e proteína de insectos),
PRODUTOS
para além da necessidade em I&D na área da alimentação animal, não só a nível da tecnologia alimentar, bem como na área da gestão e monitorização da distribuição dos alimentos. Após estas considerações introdutórias deixo a palavra aos oradores deste painel que abordando temas relacionados com a inovação tecnológica na avaliação da eficiência alimentar nas explorações pecuárias, o recurso a produtos à base de plantas que para além dos seus efeitos a
SERVIÇOS
QUALIDADE
AMINOÁCIDOS Lisina HCL sólida e líquida Lisina Sulfato 70 Metionina Treonina Triptofano Valina CreAMINO® ÁCIDOS ORGÂNICOS PROBIÓTICOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEREAIS EXTRUDIDOS COM SORO DE LEITE BRANDBOND® (aglutinante) FARINHA DE PEIXE Aerobac DT (50 e 500 ml) Insecticida 1001 DT
nível da eficiência alimentar, podem ainda ter impacto na redução de terapêuticas com o desejado controlo na disseminação de resistência antimicrobiana, a importância da tecnologia na sustentabilidade do setor avícola e o papel do fósforo nas questões mais diretamente relacionadas com a nutrição e a tecnologia, permitirão desde já equacionar soluções para as desejadas competitividade e sustentabilidade da Indústria dos Alimentos Compostos para Animais.
SEGURANÇA
REPRESENTAÇÃO MANGRA, SA. Recepção e armazenamento Dosificação de líquidos Controlos de processo Controlos de humidade Sistemas de vapor Bombas e caudalímetros Nutrifeed – misturadores verticais Aplicadores pós-pelleting Transportadores pneumáticos de fase densa
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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ALIMENTAR: O CONTRIBUTO DA TECNOLOGIA
Francisca Martins DVM, Diretora Comercial
A evolução da produção motivada pelo aumento da necessidade de produtos de origem animal e o aumento da preocupação dos consumidores conduziu à necessidade de aprofundar a ligação entre a zootecnia e a tecnologia. Assim surgiu o conceito de zootecnia de precisão, com o objetivo de criar um sistema de maneio baseado na monitorização contínua automática e em tempo real (Berckmans, 2014) da produção agropecuária. O relatório da FAO (2012-2021) estima o aumento da população mundial em 34%, considerando 9.1 biliões de habitantes em 2050. Este incremento, que terá que ser acompanhado por um aumento da produção, terá lugar maioritariamente nos países em vias de desenvolvimento, verificando-se ainda uma migração da população para as áreas mais urbanas. No que diz respeito à produção animal, assistem-se a dois fenómenos distintos: por um lado, as grandes empresas, que se agrupam e que têm uma cada vez maior necessidade de centralização e, portanto, de tecnologia; por outro, uma população agrícola envelhecida, na qual apenas 6% tem uma idade inferior a 35 anos. O rejuvenescimento da população agrícola deve ser acompanhado da evolução dos sistemas de produção, criando a necessidade de instrumentos tecnológicos com os quais estão familiarizados. Através da utilização de sensores e recolha de informação, a zootecnia de precisão contribui para a monitorização e controlo das explorações, influenciando o maneio, sanidade e bem-estar animal e melhorando a eficiência da produção.
variáveis enquanto funciona como uma importante ferramenta de trabalho. A eficiência do sistema tem também a ver com a eficiência no uso dos recursos; por isso, outros parâmetros são fundamentais. O consumo de energia, o consumo de água e, claro, sendo o maior custo, o consumo de ração. Por um lado, a verificação destes dados traz consigo melhores resultados, não só pela sua análise constante, como também pelos alertas gerados em situações anormais. Por outro, uma completa análise de dados permite, em qualquer caso, fornecer valores objectivo para diversos momentos. Assim, será possível não só conhecer os valores reais e ideais para cada situação, como realizar comparações, detectar e corrigir problemas e contribuir como ferramenta de trabalho, por exemplo, para formulações. As balanças de silo apresentam diversas vantagens que incluem a monitorização do consumo médio diário; a melhoria do maneio dos silos e pedidos de ração; a verificação do correto funcionamento da alimentação automática e o controlo de roubo.
Figura 2 Stock de ração no silo (azul) vs funcionamento da linha de alimentação (verde) nas últimas 24 horas. Cada ponto representa um intervalo de 15 minutos.
Figura 1 Monitorização Ambiental: Temperatura, CO2 e Humidade Média nas últimas 24 horas. Cada ponto representa o valor médio de uma hora.
O impacto das variáveis ambientais, como a temperatura, CO2 e humidade, na sanidade e bem-estar encontra-se já reportado. Desta forma, conhecer estes valores em cada momento, observar valores máximos, mínimos e variações, assim como receber alertas e atuar com a maior celeridade quando estão fora dos limites desejáveis, contribui para uma maior eficiência da produção ao mesmo tempo que garante o bem-estar animal. Paralelamente, a tecnologia permite também integrar regras de automação que asseguram uma mais precisa manutenção destas 24 |
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Já o controlo do consumo de água permite a avaliação do consumo, verificação da relação consumo de água/consumo de ração, assim como utilização do consumo de água como um sistema de alerta para situações de sanidade (Fig. 3). A análise de dados apresenta ainda uma outra vertente: os investimentos. A realização de investimentos deve contribuir para aumentar a eficiência das explorações, sendo o seu retorno no prazo estabelecido. No entanto, colocam-se duas questões pertinentes: a necessidade de realização do investimento e o período de retorno do mesmo. A correta análise dos dados permite não apenas a identificação de problemas, e, portanto, a eventual necessidade de investimentos, como também a sua rigorosa avaliação. Paralelamente, a comparação entre dados de diversas explorações auxilia na validação dos investimentos a realizar. Finalmente, mas não menos importante, a gestão de eventos, fichas de assistência de produção e verificação dos diversos alarmes, incluindo a con-
traz por isso enormes vantagens não só para a produção como também para o consumidor. Em conclusão, é essencial verificar o conceito de “Smart Data” que considera a importância de os produtores receberem informação de qualidade com dados objetivos para tomar decisões e ações que melhoram a gestão da produção animal. A tecnologia no sector é assim fulcral e, com certeza, muito relevante para o desenvolvimento das empresas.
Figura 3 Exemplo de curva de consumo médio diário de água numa engorda de suínos.
ferência estatística dos mesmos, permitem identificar situações inadequadas de forma atempada e preconizar a sua resolução de uma forma proactiva. As várias questões identificadas acima contribuem decisivamente para a sustentabilidade das explorações agropecuárias – desde logo, pela sua contribuição para um melhor desempenho económico, mas também pela possibilidade de gerir mais eficientemente o uso dos recursos, resultando numa maior sustentabilidade ambiental. Um outro tema com forte presença da tecnologia é a rastreabilidade. A importância do controlo do consumo do “prado ao prato”, a confiança do consumidor e a apresentação das condições de todo o processo são cada vez mais fundamentais. O controlo da produção
Figura 4 SmartData: Exemplo de e-mail enviado para os produtores com base na informação recolhida através dos sensores. Este permite controlar entradas e saídas de ração, consumos, fluxo de sem-fim e ainda saber, considerando o consumo dos últimos 7 dias, quando é que o silo ficará vazio.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
A NUTRIÇÃO DE AMANHÃ
Soluções à base de plantas contribuem para a desmedicalização na indústria de produção animal A desmedicalização: uma preocupação global A desmedicalização corresponde à diminuição do uso de medicamentos nos processos de produção de produtos animais (leite, ovos, carne e peixe). O Olivier CLECH
tema não interessa apenas aos profissionais das
Diretor-Geral, Nor-Feed
cadeias do setor das produções animais mas também aos consumidores e aos legisladores (exemplo do Regulamento Europeu n°1831/2003). Há uma crescente atenção e interesse por parte dos consumidores pelas práticas de produção e de consumo sustentáveis, refletindo-se na exigência por produtos alimentares mais saudáveis e com menor fatura ambiental.
O processo foi iniciado há 20 anos na Europa com a restrição do uso de antibióticos como fatores de crescimento na alimentação dos animais. A indústria europeia teve tempo para se adaptar e desenvolver soluções interessantes e adaptadas às necessidades dos sistemas de produção modernos. Recentemente, a preocupação sobre este tema tornou-se mais global. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO), as resistências bacterianas alcançaram níveis alarmantes em várias partes do mundo. Os esforços globais incluem o plano de acção da WHO em 2015 e a declaração política das Nações Unidas em 2016, que subsequentemente foram adotadas pela Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), numa abordagem abrangente para fazer face à resistência antimicrobiana que coloca sérias ameaças à saúde humana, animal e ao ecossistema global. Nos mercados, pode-se ver que a exigência por carne proveniente de animais desmedicalizados já 26 |
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não é só uma tendência europeia: alargou-se a todo o mundo. O processo acelerou particularmente nos últimos 4 anos. Empresas como a Tyson ou a Mac Donald’s comunicam nos Estados Unidos sobre a sua vontade de vender carne livre de antibióticos. A Cooperl, o sétimo maior integrador de suínos à escala global, promove o presunto orgânico livre de antibióticos até na China. Tais factos destacam claramente que o desafio da desmedicalização se tornou uma preocupação central e cada vez mais importante à escala global.
É necessária uma abordagem abrangente da qual fazem parte os produtos à base de plantas Para a redução da necessidade de utilização de antimicrobianos e outros tratamentos sintéticos é necessária a implementação de medidas e “ferramentas” que promovam a saúde e o bem-estar animal através de técnicas de melhoramento do maneio, prevenção de doenças e medidas de controlo. A European Medicines Agency e a EFSA publicaram recentemente um documento conjunto sobre o tema da redução do uso de antibióticos nas cadeias de produção animal na União Europeia. Os autores deste documento focam-se na prevenção e apresentam uma abordagem deste tema a três níveis: – Reduzir a propagação de microorganismos entre unidades de produção, – Reduzir a propagação de microorganismos dentro das unidades de produção, – Melhorar a capacidade dos animais para viverem com os patogénicos Neste terceiro nível entram temas como a seleção genética, a nutrição e a redução do stress. Assim, os produtos à base de plantas fazem parte das ferramentas que ajudam os produtores neste assunto.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
Como avaliar a eficiência de tais produtos? Há hoje uma quantidade impressionante de produtos no mercado e não são todos equivalentes. Os resultados de pesquisas recentes de mercado realizadas com veterinários e nutricionistas de vários países do mundo demonstram que tais produtos têm uma boa imagem mas que existem também muitas questões sobre a eficácia e/ou o modo de ação dos mesmos. Os profissionais procuram soluções confiáveis, que tenham uma composição estável e cuja eficácia seja comprovada cientificamente. A questão do preço e da rentabilidade económica do uso do produto também faz parte dos critérios para a sua avaliação. O desenvolvimento de soluções com tais características necessita de uma abordagem científica rigorosa. Com este objectivo, a Nor-Feed desde 2003 escolheu: – Focar os seus esforços num pequeno número de extratos (quatro linhas de produtos); – Partilhar os esforços de pesquisa e desenvolvimento com organizações e instituições reconhecidas;
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– Adoptar um processo de inovação com três escalas complementares (in vitro, ex vivo e in vivo). A abordagem mais robusta é unir os vários métodos de avaliação da atividade e eficiência, ou seja, in vitro (rápido e económico, mas com resultados concretos limitados), ex vivo (materiais biológicos estudados em laboratório) e com ensaios in vivo.
Para ilustrar esse processo, Olivier CLECH apresentou três exemplos de desenvolvimento bem-sucedido de produtos para o mercado da nutrição animal: – um extrato de uva com atividade antioxidante; – um extrato de citrinos com actividade prébiotica;
– um produto com saponinas diferentes das contidas na yucca. Para cada produto, a Nor-Feed seguiu uma abordagem que combina ensaios in vitro, provas ex vivo e demonstração de eficiência com animais, tudo isto em colaboração com parceiros institucionais. Os botânicos representam uma grande oportunidade para o amanhã da Indústria da Alimentação Animal desde que uma série de requisitos sejam preenchidos: – Garantia da composição, de forma transparente (incluindo uma descrição dos métodos de análise utilizados) – Descrição do modo de acção – Benefícios documentados – Posição regulamentar clara, com sustentação das alegações. E estes são os compromissos da Nor-Feed. Bibliografia disponível a pedido
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
SUSTENTABILIDADE DA INDÚSTRIA AVÍCOLA: TENDÊNCIAS GLOBAIS Um dos compromissos passa por clarificar as questões relativas a administração de antibióticos e participar no processo colectivo de recomendações científicas sobre o seu uso responsável.
Arianna Bolla Market Access Manager para Portugal, Espanha, Italia e Israel
A Elanco é uma das principais companhias no
Elanco Animal Health
melhoram a sanidade e bem-estar animal. Fun-
desenvolvimento de produtos e serviços que dada em 1954 como uma divisão de Eli Lilly and Company, tem a sua sede em Greenfield, Indiana (próximo de Indianápolis), USA e emprega mais de 3.500 pessoas a nível Global. No seu portfolio, possui mais de 80 produtos em 78 países O mundo actual está conectado e globalizado. Actualmente existe uma crescente procura de comida e de companhia de pequenos animais. Reconhecemos o impacto que a saúde animal tem na saúde das pessoas e do planeta. Tudo está ligado, e tudo contribui para o êxito e a sustentabilidade do nosso ecossistema partihado hoje e pelas gerações seguintes.
Nossa missão: colocar os clientes em condicões de responder aos crescentes desafíos globais criados pela crescente importância dos animais nas nossas vidas Nossa visão: alimentos e animais que enriquecem a vida. Com este sentido, a Elanco participa em projectos sobre a Sustentabilidade do sector zootécnico em colaboração com instituições, associações e organizações não governamentais (ONG’s). 30 |
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
Nesse contexto, na Elanco iniciámos
e responsabilidade social. Tem de existir
(Knapp, J. and Cady, R. Elanco Animal
as Jornadas acerca da One Health com
um equilibrio entre estes três pilares da
Health. 2013 Food Forward Report. 2013.
especial foco nos temas das resistên-
sustentabilidade. O desempenho insufi-
Data on File)
cias antimicrobianas e a necessidade
ciente em qualquer pilar, é suficiente para
É de igual modo fundamental comuni-
declarar algo insustentável, não importa
car ao consumidor o que o sector faz.
o quão elevado seja a função dentro dos
Segundo uma recente investigação efec-
outros dois pilares.
tuada pela Elanco em Abril de 2013, o
de preservar a eficácia dos antibióticos na produção animal: desenvolvendo a nossa política global de antibióticos de 8 pontos; convocando líderes mundiais para criar prioridades para ajudar a com-
O conceito de One Health e a Susten-
bater a resistência aos antimicrobianos
tabilidade estão interligados. Animais
como parte dos esforços para produzir
saudáveis, pessoas sãs e um planeta
alimentos da forma mais sustentável.
saudável apenas são possiveis se forem
Para além disso, expandimos os nossos
sustentáveis. Os animais saudáveis têm
esforços e colocámos o animal no cen-
um impacto na sustentabilidade das pes-
tro do debate, analisando como abordar
soas e do planeta, do ponto de vista
temas mais proactivos que afectam a saúde dos animais, bem como a saúde das pessoas e do planeta.
económico, de responsabilidade social e ambiental.
importante não é o que dizemos, mas sim o que nos escutam. O foco desta investigação foi sobre os antibióticos e identificámos claramente a importância de reconhecer o problema, aceitar responsabilidades, criar contexto e alinhar a linguagem. Os consumidores actualmente querem saber mais sobre de onde vêm os seus alimentos. No caso específico da utiliza-
O aumento da população mundial conduz
ção de antibióticos, temos a responsabi-
necessariamente a um aumento da pro-
lidade de responder às suas perguntas.
cura de leite, carne e ovos (FAO. “How
Os antibióticos são uma ferramenta,
rar as percepções dos consumidores
to Feed the World in 2050” Roma.12-13
disponível pelo sector da Produção Ani-
quando abordamos o tema da saúde
Octubre 2009. pg. 1-6 http://www.fao.
mal, para manter o estatuto sanitário
animal veterinária.
org/fileadmin/templates/wsfs/docs/
dos animais e o seu uso como medida
expert_paper/How_to_Feed_the_World_
única ou em excesso não é de todo o
in_2050.pdf).
objectivo deste sector. Existem outras
Este diálogo sobre a “One Health” é necessário para falar com uma só voz como indústria da saúde animal e alte-
O que necesitamos para satisfazer esta crecente procura?
medidas prioritárias utilizadas por produtores e veterinários, tais como manter uma nutrição de qualidade, manter o sis-
Mais aves: sem inovação, necessitaremos
tema imunitario forte, utilização de boas
de 131 biliões de aves en 2050 para satis-
práticas de higiene e ambientais, entre
fazer as necessidades. É um aumento
outras. Estas actividades são a base das
de 134%. Maior inovação: manter a con-
medidas da Fileira de Produção Animal,
fiança na inovação (actual e futura) permitir-nos-á satisfazer as necessidades com aproximadamente menos 32 biliões
que juntamente com o uso responsável dos antibióticos ajudam a melhorar a qualidade e segurança dos alimentos.
de aves (Knapp, J. and Cady, R. Elanco Ani-
Como resumo, a Produção avícola con-
mente aceite, estabelecida em 1987 pela
mal Health. 2013 Food Forward Report.
vencional é sustentável e pode contribuir
Comissão de Brundtland das Nações Uni-
2013. Data on File).
para a segurança dos alimentos a nível
A definição de sustentabilidade global-
das é a seguinte: “Satisfazer as necessidades das pessoas hoje sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades”. Um objeto, função ou política é considerada como sustentável se obtiver o “triplo resultado final” de viabilidade económica, responsabilidade ambiental 32 |
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O Uso da inovação, no sector do frango permitiria poupar: – 146.9 milhões de toneladas métricas de alimento – 39.45 milhões de Hectáres de terra – 293.8 Biliões de Litros de água
mundial. Necessitamos de inovação como parte da solução, devemos reconhecer as preocupações dos consumidores, aceitar responsabilidades e comunicar de maneira a que o consumidor entenda que a indústria é uma parte fundamental na manutenção da segurança dos alimentos a nível global.
o aminoácido essencial para minimizar os níveis de proteína em dietas para frangos?
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
FOSFATO… MAIS QUE FÓSFORO: NUTRIÇAO E TECNOLOGIA
Aurore Pacini Gestora de Produto
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Hoy en día los hábitos de la agricultura han cambiado mucho, han pasado de ser una tarea meramente artesanal para convertirse en una de las principales actividades económicas del mundo y esto es posible gracias al desarrollo y a la tecnología aplicada a ello. A la vez la sociedad ha evolucionado de forma muy rápida y las necesidades actuales son muy dispares, con el cambio en los comportamientos de los consumidores, la agricultura tuvo que adaptarse. La investigación ha sido la herramienta clave para poder contestar a esos cambios. Desde el inicio del siglo XIX la población mundial se ha incrementado en porcentajes exponenciales. Esta expansión mundial origina consecuencias muy importantes para la agricultura. El objetivo ahora es alimentar a la población, por lo tanto, necesitamos incrementar las proteínas animales para cumplir el reto. Esto ha hecho que se presenten nuevas necesidades para las explotaciones agrarias: – La práctica: los agricultores gestionan un volumen mucho más elevado de animales y por este motivo las técnicas han evolucionar, gracias a la modernización de las granjas. Mejorar el aspecto sanitario: las técnicas deben cumplir con los requisitos sanitarios para evitar una contaminación de su explotación y por lo tanto de sus animales (ej: Influenza aviar) – La genética: las cepas genéticas se han desarrollado para mejorar su rendimiento y para producir más en menos tiempo. – Las materias primas: los piensos deben tener una combinación de ingredientes disponibles para cumplir con las necesidades nutricionales de esas nuevas cepas. Se requiere analizar su materia prima para saber exactamente el contenido en nutrientes y ajustar su fórmula. – Reducir su impacto en el medio ambiente: una de las preocupaciones más importantes de nuestro siglo. Gracias al alto contenido en nutrientes disponibles, se mide una baja de los residuos en el medio ambiente, por lo tanto, un mejor uso por el animal. Mediante esa constatación, apareció un nuevo concepto: la nutrición de precisión. Regula la optimización del rendimiento animal con el mínimo coste y con el menor impacto ambiental. Estas técnicas mejoradas de alimentación generan una reducción del nivel de proteína en la dieta, asociada con la utilización de aminoácidos de síntesis, que cubre todos los requerimientos. Una buena composición del pienso es el resultado del potencial nutricional.
Por eso, se necesita un conocimiento preciso de todas las materias primas que entran en fórmula, como el fosfato. Es más conocido como un producto de comodities y no se toman en cuenta sus ventajas nutricionales y tecnológicas. 1) Volver al punto de fósforo: El fósforo forma parte principalmente del esqueleto que a su vez hace la función de reservorio de este mineral. En el caso de los monogástricos, el porcentaje de fósforo en los huesos aumenta con la edad del ave de corral mientras que el porcino se mantiene cerca de los 75% durante su vida. El fósforo se lleva mediante las plantas en forma de fitatos. Para liberar este fósforo fítico se necesitan fitasas ya que los monogástricos tienen muy pocas endógenas. Por lo menos 3 parámetros deben estar tomando en cuenta sobre las fitasas:
Debido a una variación a veces importante en las plantas (entre 50% y 80%), una fuente de fosfato inorgánico siempre debería estar incluido en las dietas. Por tanto es de vital importancia conocer los parámetros para elegir su fosfato. En el caso de los rumiantes, el esqueleto contiene más de 80% del fósforo en sus huesos. Pero si el rumiante necesita fósforo para su mantenimiento, son las bacterias ruminales que lo necesitan mucho más, por tanto es necesario el doble de fósforo. 2) Los fosfatos: no solo un nutriente Conocer un fosfato significa aprovechar todos los elementos que contiene el producto. Pueden ser macro elementos como el calcio o el magnesio, pero también los micro elementos (zinc, azufre ). En función de las especies y de sus necesidades, se elegirá un fosfato u otro. Otros parámetros a tener en cuenta es la capacidad de ingesta de los animales. Por ejemplo en las gallinas, un bicálcico tiene una alta densidad nutricional con un alto contenido en calcio favoreciendo la calidad de las cascaras.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL RGI
También la combinación del sodio con el fósforo optimiza la formulación de las dietas. Además, una fuente de sodio sin cloro impacta positivamente el balance electrolítico aumentando el rendimiento en los animales. En las fórmulas, este parámetro es un indicador en la eficiencia alimentaria. Efecto del aumento del BE de la dieta sobre la ingesta de materia seca (APPER-BOSSARD et al, 2009)
A la hora de medir su efecto en el medio ambiente, la digestibilidad permite una mayor eficiencia en los animales: a través de las tablas nutricionales como FEDNA o INRA, o de los datos propios al proveedor mediante ensayos científicos aprobados. Los datos técnicos están a la disposición de los fabricantes. Son disponibles para ajustar su matriz y por lo tanto, favorecer una nutrición de precisión. También es importante comprobar la estabilidad de los elementos en el tiempo mediante análisis, al entregar los fosfatos en las plantas.
INOVALYS, 2015
3) Elegir un fosfato como solución nutricional El aumento de aminoácidos en las dietas puede proporcionar una acumulación de ácidos en el rumen provocando una acidosis subaguda. Esta situación perjudica la productividad de la vaca e impacta directamente con los resultados económicos de la granja. Por tanto, es importante elegir un fosfato para influir en este parámetro y así optimizar la formulación del pienso. Un fosfato de magnesio gracias a su capacidad tampón más alta que la del bicarbonato de sodio, mantiene el pH del rumen estable y asegura el funcionamiento del rumen. Mientras que un fosfato de calcio y de sodio, con un balance electrolítico positivo y una fuente de fósforo soluble en agua, llevará a las bacterias del rumen lo que necesitan para su productividad. Un fosfato también puede ayudar a los rumiantes durante las fases sensibles de su vida: – El parto: reduce las fuentes externas de calcio antes del parto para favorecer la movilización de los recursos óseos. Para ayudar a las contracciones del animal y favorecer la expulsión de la materia biológica, se puede añadir una fuente de magnesio de alta disponibilidad. – Transición alimentaria: cuando los animales vuelven a pastorear después del periodo de secado, en ocasiones aparece una deficiencia que puede ser producida por una ingesta insuficiente o por interacciones de otros elementos de su dieta. Para evitar la tetania hipomagnesémica, en la dieta, se debería incorporar también una fuente de magnesio – En este caso, un fosfato con magnesio y bajo en calcio es la solución.
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4) Desde el punto de vista tecnológico? Un fosfato puede corresponder al nivel nutricional requerido sin embargo, en la planta puede causar algunos problemas. Por ejemplo el pH, la granulometría o también la reactividad son tantos parámetros que permiten elegir una materia prima en función de su planta. Retomando el ejemplo de los lechones, un momento clave es el destete con la acidificación de las formulas. Pero a la vez, bajar el pH de la dieta puede impactar algunas matrices en el reactor. La acidez de un producto se relaciona con la corrosión y por lo tanto el riesgo de que se deteriore con antelación sus equipos. Cuando se tratan de premezclas, es importante proteger contra el calentamiento de los componentes más sensibles: el perfil del fosfato se indicara mediante su nivel de reactividad.
No solo existe una única respuesta para el futuro sino varios tipos de fosfatos. Cada animal tiene sus propias necesidades y le corresponderá una solución. Con el cambio en la sociedad, nos adaptamos a los nuevos hábitos. Por lo tanto, un fosfato evoluciona en cada momento con los retos de la nutrición animal. Además de su parte nutricional, ahora un producto debe traer un valor añadido: está la base de la rentabilidad de las explotaciones ganaderas y es la eficiencia alimentaria, de esta, para los animales. ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Temos por objetivo apoiar os criadores da Raça Frísia e a produção de leite em Portugal. Pelo melhoramento da raça realizamos e apoiamos: • Registo e certificação genealógica • Classificação morfológica dos efetivos • Emparelhamentos corretivos • Informação e formação profissional... e as solicitações dos associados Av. Egas Moniz, nº 6 - 2º • 2135-232 SAMoRA CoRREIA Tel: 263 651 229 / 31 • Fax: 263 651 228 • E-mail: geral@apcrf.pt
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
PICHIA GUILLIERMONDII NA CAPTAÇÃO DE PATÓGENOS FIMBRIADOS Autor: Paul W. Cardozo, Ph.D.1, Ana Maria Gaspar2
Especificidade das leveduras
Paul W. Cardozo
No que respeita a questões de saúde e desempenho animal, a procura de alternativas aos antibióticos em produção animal ainda está a fazer o seu caminho. Os produtos de levedura específicos podem desempenhar um papel importante neste contexto, uma vez que o intestino e o sistema imunológico dos animais podem ser modulados positivamente por mananos e ß-glucanos. Nos últimos anos, foram utilizados, principalmente, produtos de Saccharomyces cerevisiae (Sc), vulgarmente conhecidos como levedura de cerveja ou de panificação. No entanto, produtos baseados noutras estirpes de levedura também estão disponíveis, como é o caso da Pichia guilliermondii (Pg). Esta é uma estirpe de levedura da mesma família, mas diferente no género e na espécie. Esta estirpe é utilizada há cerca de 20 anos na fermentação para produzir ácido cítrico e diferencia-se morfologicamente e funcionalmente da Sc. Produto
Ana Maria Gaspar
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Largura média (µm) Comprimento médio n= 50 (µm) n= 50
Área média (µm2) n= 50
P. Guillermondii (Pg)
2.68
4.19
158,9
S. Cerivisae (Cs)
7.39
8.55
257,8
A Pg tem menor tamanho de célula, portanto, com a mesma quantidade de produto adicionado à ração, o número de células de levedura adicionadas é quase 4 vezes maior fazendo com que a área de superfície para a adesão patogénica seja cerca de 5 vezes maior em comparação com a Sc. Isto pode explicar a superior capacidade de ligação do patógeno em relação à Sc. A estrutura da parede celular também difere. Os mananoligossacáridos (MOS) e ß-glucanos fazem parte das paredes das células da levedura. Apresentam estruturas complexas de carbohidratos e exercem funções específicas no apoio ao sistema imunológico para afastar a invasão de patógenos no intestino dos hospedeiros. As imagens ao microscópio eletrónico da Pg e da Sc, mostram que a superfície celular e a estrutura da parede celular das duas espécies de leveduras são diferentes. Junto dos resíduos dos Mos Pg observam-se maiores concentrações de 1,3-β-glucano na periferia celular em comparação com a Sc. Isto 1
Andrés Pintaluba S.A.
2
Vetalmex-Aditivos Químicos, Lda.
pode explicar o maior efeito em termos de estímulo do sistema imunológico nativo do hospedeiro.
Ligação aos patógenos no intestino A capacidade de certas bactérias patogénicas se ligarem à superfície da célula da levedura é uma característica já bem documentada. A sua ação central consiste no bloqueio competitivo das lectinas bacterianas, isto porque, as fímbrias tipo 1 da superfície das bactérias patogénicas reconhecem especificamente as glicoproteínas da parede celular e as aglutinam ( Fig. 1).
Figura 1. Ação dos MOS nas lectinas bacterianas fimbriadas tipo 1
Determinar a capacidade de captação de um prebiótico / probiótico pode ser um fator importante na avaliação da sua eficácia, já que o bloqueio das lectinas de bactérias fimbriadas pode prevenir ou eliminar a infeção Os simuladores de processos digestivos, amplamente utilizados em investigação pela rapidez de tempo e pelas altas correlações com as digestibilidades “in vivo” são ferramentas úteis para dar respostas rápidas e confiáveis na hora de tomar uma decisão na escolha de um produto no mercado. Recentemente, um estudo “in vitro” desenvolvido pelo Departamento da APSA Specialties, mostrou que nem todas as leveduras comerciais têm a mesma capacidade para capturar patógenos fimbriados, especialmente se considerarmos a ação de digestão enzimática ao longo do trato digestivo
Capacidade de captação de patógenos fimbriados O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de Citristim® (Pichia guilliermondii) para captar patógenos fimbriados do tipo 1.
Campo Grande , 30-4ºA 1700-093 LISBOA telf. 217 815 620 vetalmex@vetalmex.com A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
Lugar do teste O ensaio foi realizado no Laboratório de Microbiologia Aplicada e Ambiental da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB). Tratamentos Os tratamentos foram 3: – Produto 1 (Concorrente A) – Produto 2 (Concorrente B) – Produto 3 (Citristim®) Estirpes testadas Seis estirpes de Escherichia coli fimbriadas foram selecionadas da ATCC: American Type Culture Collection (duas estirpes principais em aves, duas estirpes em suínos e duas estirpes em ruminantes). Também foram utilizadas seis estirpes de Salmonella enterica fimbriadas selecionadas da ATCC: American Type Culture Collection (duas estirpes principais em aves, duas estirpes em suínos e duas estirpes em ruminantes). Metodologia A partir de culturas “over night” (o/n) de cada uma das estirpes, foram inoculados em 100ml de meio de Luria, com o objetivo de favorecer a produção de fímbrias nas estirpes bacterianas. As estirpes foram incubadas a 37oC durante 24 horas e em pH próximo de 7 (dependendo das estirpes). Simulando as condições “in vivo” de quando estes aditivos são incluídos na alimentação, foi realizada uma digestão dos produtos. Para isso, foi efetuada a suspensão de 400 mg de cada produto em 13,5 ml de solução tampão e ajustado o pH para 2,5 com HCL 1M. Em seguida, adicionaram-se 1,5 ml de solução de pepsina (1 mg / ml) e incubou-se a 37 ° C durante 2 horas. Após a digestão, foram preparadas diluições de 0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1%, estas concentrações são equivalentes a 0, 250; 500; 750 g/ton e 1 Kg/ ton em testes “in vivo”. As diluições foram misturadas com a suspensão dos microrganismos na proporção 1: 1 e mantidas em contacto durante 24 horas, à temperatura ambiente. Posteriormente, procedeu-se à leitura das suspensões com microscópio ótico, comparando sempre com as culturas controlo às quais não foi adicionado qualquer produto. Do mesmo modo, preparou-se manose purificada a 0,05 M, que foi tomada como controlo positivo (o máximo valor de captação possível e transformada a 100%) para comparação com os tratamentos. Resultados
Gráfico 2 – Capacidade de captação (%) de 3 produtos, submetidos a digestão gástrica, frente a estirpes de Salmonella enterica selecionadas por espécie, onde a Manose 0,05 M representa 100% de captação.
Conclusões Os produtos 1 e 2 após serem submetidos à digestão gástrica apresentaram menor capacidade de captação que o controlo positivo Manose 0,05M, nas mesmas condições de teste. Citristim® após ser submetido ao processo de digestão, mostrou-se superior aos dois produtos do mercado e até superou (até 73%) o controlo positivo (manose purificada). O processo digestivo sugere uma ativação do Citristim®. Este processo expõe e liberta mananoligossacáridos presentes no produto, aumentando a sua capacidade de captação das bactérias fimbriadas.
Modulação do sistema imunológico O alto desempenho metabólico (taxa de crescimento, produção de leite, etc.) é considerado por alguns especialistas em ciência animal como um “estado constante de inflamação metabólica”. Isto significa que o sistema imunológico está em constante estado de alerta. Um sistema imunológico em alerta constante, desvia nutrientes destinados ao crescimento para a síntese de anticorpos. Em particular, a resposta imunitária celular por parte dos linfócitos é considerada um fardo para o animal. Foram realizados dois ensaios para estudar o efeito do CitriStim sobre as percentagens de Células T Reguladoras (linfócitos T reguladores), CD4 + e CD8 + e o conteúdo de ARNm de interleucina 10 (IL-10) e interleucina 1 (IL-1), do baço e amígdalas cecais. Os animais não foram submetidos a um desafio imune. Os pintos de um dia foram alimentados com dietas de milho – soja suplementadas com 0, 0,1 ou 0,2% de CitriStim durante 35 dias. • No dia 21 (P = 0,03) e no dia 35 (P = 0,02), a suplementação de CitriStim a 0,2% aumentou a percentagem de células T Reguladoras nas amígdalas cecais em comparação com o grupo suplementado com CitriStim em 0% • A suplementação de CitriStim a 0,2% aumentou o conteúdo de ARNm de IL-10 nas amígdalas cecais em comparação com o grupo suplementado com 0% de CitriStim. Aos 21 d (P = 0,13) e 35 d (P <0,01) de idade, a suplementação de CitriStim a 0,2% diminuiu o conteúdo de ARNm de IL-1 em comparação com o grupo suplementado a 0 % de CitriStim.
Gráfico 1 – Capacidade de captação (%) de 3 produtos, submetidos a digestão gástrica, frente a estirpes de Escherichia coli selecionadas por espécie, onde a Manosa 0,05 M representa 100% de captação.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
• A suplementação com CitriStim não modificou (P> 0,05) o conteúdo de ARNm de IL-10 e IL-1 do baço. A suplementação com CitriStim não modificou (P> 0,05) as percentagens de CD4 + e CD8 + no baço e nas amígdalas cecais nos dias 21 e 35 do ensaio.
• A suplementação com CitriStim aumentou a percentagem de células T Reguladoras e o conteúdo de ARNm de IL-10 e diminuiu o conteúdo de ARNm de IL-1 nas amígdalas cecais produzindo um meio claramente anti-inflamatório. O efeito imunomodulador da suplementação com CitriStim foi de tipo local mais que de tipo sistémico. • Células T Reguladoras = Linfócitos T Reguladores = Células Treg =Células T especializadas na supressão imune – Protegem o hospedeiro de uma resposta imune excessiva, mantendo a própria tolerância bem como a da mucosa. Produzem citoquinas anti-inflamatórias, como a IL-10, que reduzem ou tornam menos óbvias as respostas imunes. A resposta imune é um equilíbrio entre as células Treg e outras células do sistema imunológico. Os prebióticos, como o CitriStim, demonstraram ser eficazes modificando a população de células Treg em humanos e ratos. Em frangos, os órgãos imunes das mucosas, tais como pulmões ou amígdalas cecais, têm uma maior percentagem de Tregs que outros órgãos imunes, como o baço, a bursa de Fabricius ou o timo. Este elevado número de Tregs na imunidade mucosa sublinha a importância das Tregs para a manutenção da tolerância da mucosa no animal. O trato gastrointestinal é o órgão através do qual o corpo se encontra com os antigenes exógenos. As Tregs regulam a resposta imune local para evitar uma resposta imune contra os antigenes do alimento e a microbiota. Através da suplementação de CitriStim a 0,2% aumentou-se a percentagem de Tregs nas amígdalas cecais (Figura 1), mas não se viu modificada no baço. O baço é um órgão imunológico sistémico, por conseguinte, a alteração da percentagem de Tregs nas amígdalas cecais mas não no baço, indica claramente que o efeito imunológico do CitriStim é um efeito local, em vez de um efeito sistémico. (Fig. 1)
• Interleucina 10 = IL-10 = Fator de inibição da síntese de citoquinas= Citoquina produzida por várias células imunitárias, incluindo Tregs – Em particular, em frangos as Tregs têm 29 vezes mais ARNm de IL-10 que as células T. É uma citoquina com propriedades anti-inflamatórios capaz de inibir a síntese de citoquinas pró-inflamatórias pelos linfócitos T e macrófagos. A suplementação com CitriStim aumentou a percentagem de Tregs nas amígdalas cecais. O aumento do ARNm de IL-10 nas amígdalas cecais é consequência do aumento da percentagem de Tregs. Um dos principais fatores que afetam o número de Tregs é a presença de bactérias lácticas. Em frangos a suplementação com mananoligossacaridos aumenta a carga de
bactérias láticas. Portanto, CitriStim poderia ter um efeito sobre os Tregs e IL-10, pela alteração da população microbiana intestinal. Um aumento na percentagem de Tregs e do conteúdo de ARNm de IL-10 sugere que o CitriStim favorece um meio anti-inflamatório. ( Fig.2)
• Interleucina 1 = IL-1 = citoquina do tipo pró-inflamatória – A resposta imune consiste num equilíbrio entre respostas anti-inflamatórias e pró-inflamatórias. O objetivo final do sistema imunológico é eliminar patógenos com o mínimo dano do hospedeiro e o sistema imunológico alcança esse objetivo usando uma combinação única de diferentes componentes do sistema imunológico. Como prebiótico que é, o CitriStim poderá aumentar a carga de bactérias benéficas (tipo láticas) e diminuir a carga de bactérias patogénicas, o que levará a uma redução dos sinais imunológicos pró-inflamatórios e a uma redução na produção de IL-1.( Fig 3)
Conclusões A suplementação com CitriStim aumentou a percentagem de Tregs e o conteúdo de ARNm da IL-10 e diminuiu o conteúdo de ARNm da IL-1 nas amígdalas cecais para dar lugar a um meio claramente anti-inflamatório. O CitriStim mostrou-se eficaz na regulação do sistema imunológico através de um equilíbrio que permite encontrar a resposta imune apropriada no caso de um desafio externo. O uso constante do Citristim® irá melhorar o estado imunológico e sanitário do animal, especialmente em situações de risco (animais jovens, lactação, etc.). A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
CONTROLO DE QUALIDADE NIR 3.0
Artur Melo CEO Ambifood
A tecnologia NIR tem sido utilizada ao longo dos anos pela indústria de rações para análises de com-
Com estas opções a indústria pode escolher qual a melhor e mais adequada à sua própria
posição e outras, tendo-se tornado uma ferramenta rápida para medições de parâmetros como, proteína,
realidade.
humidade, dureza, cinza, em vários produtos. As vantagens do NIR são óbvias: rapidez – múltiplos parâmetros em segundos – , fácil de usar – podem ser realizadas por pessoal não qualificado – , baixo custo de operação – depois do investimento inicial os custos são baixos. Tecnicamente o NIR é baseado numa vibração molecular espectroscópica, que num determinado comprimento de onde emite luz, medindo quanta luz é absorvida e relacionando o espectro resultante desta absorção com um parâmetro analítico. Vejamos o caso da nossa perceção das cores. Os nossos olhos vêm azul, mas na verdade o que é absorvido é o amarelo. O azul é o complemento do amarelo e é o que é emitido e visualizado. O mesmo se passa com o verde, vemos vermelho mas o que é absorvido é o verde. Quando vemos uma pintura ou escolhemos um tecido estamos a utilizar a mesma tecnologia que o NIR. Usamos a luz para analisar a amostra – quadro ou calça – e interpretamos os resultados – as diferentes cores. Isto porque os pigmentos de cor absorvem luz de forma diferente. Na verdade, o que fizemos foi uma medição ótica, usando os olhos como detetores e o cérebro como processador, onde temos as calibrações das nossas interpretações anteriores. Até à geração atual de sistemas de leitura NIR – por matriz de díodos – , os equipamentos eram usados em ambiente laboratorial. Dependendo da tecnologia utilizada, de filtros ou por monocromador, os equipamentos eram mais lentos, menos robustos e o espectro mais limitado para a caracterização das amostras. Atualmente observa-se uma tendência para a colocação nos locais de produção dos equipamentos NIR. Seguindo a terminologia anglo-saxónica, poderemos distribui-los em 3 categorias de acordo com a operacionalização: At-line
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
On-line
In-line
A opção at-line permite ter na fábrica um equipamento manual que é utilizado pelo trabalhador, em qualquer momento, bastando para isso recolher uma amostra do processo e colocando-a no prato de análise, escolhendo o produto em causa e o resultado é apresentado em segundos. Estes equipamentos são os mesmos que os de laboratório, mas construídos em aço inoxidável de forma a cumprirem a norma IP67. O avanço no desenho dos computadores permitiu evitar o uso de ventoinhas a promover o arrefecimento, algo que torna exequível a utilização de um equipamento sensível e dispendioso num meio industrial sem qualquer risco. Os dados ficam armazenados no computador do equipamento e podem ser enviados posteriormente, impressos ou armazenados e colocados em rede. Os equipamentos on-line são colocados por cima de tapete de transporte de produto e analisam continuamente tanto a matéria-prima como o produto final, permitindo um controlo em tempo real e de forma contínua dos parâmetros mais importantes para cada matriz. Cumprem a norma IP69K. Integram um computador e emitem resultados em forma numérica ou gráfica, como se pode ver na imagem abaixo.
Igualmente, a informação obtida pode ser usada para controlo de funções produtivas, tais como correção automática de nutrientes, ajuste de temperatura de secagem, mistura de farinhas, correção de misturas, etc.. Quanto aos equipamentos in-line, estes colocam-se em qualquer ponto do processo, como na figura ao lado, no controlo de matéria-prima à entrada da fábrica. Estes equipamentos cumprem as normas IPA65, ATEX e IECEx. Para além dos resultados serem apresentados como no caso dos equipamentos on-line, os in-line possuem uma câmara de vídeo que efetua a análise de cor, pig-
Na figura ao lado um exemplo de imagem capturada por um equipamento in-line com câmara de vídeo incluída. A opção por estas soluções de leitura em fábrica, dentro, por cima e na linha, ao fornecerem resultados em tempo real, apresentam características únicas que contribuem para a melhoria da qualidade do processo e se traduzem em poupanças efetivas.
mentos, pontos negros, granulometria e estado de conser-
Se analisarmos um exemplo do retorno do investimento num equipamento desta natureza, veremos que os produtores de rações podem
vação e infestações nos grãos de cereal.
melhorar as margens de segurança, por exemplo em parâmetros como proteína e humidade, o que induz valores consideráveis de poupança e
Além disso e como as imagens são captadas em tempo real, estas servem também para uma monitorização do caminho do processo, bem como permitem detetar qualquer sujidade que possa afetar as medições.
cumprimento das especificações, aumentado o valor do produto final. A análise NIR é uma tecnologia comprovada com bons resultados na indústria de rações e outras. Tendo evoluído, e muito, ao longo dos anos as suas bases mantém-se. Recentemente, a opção por equipamentos junto da produção coloca o NIR no patamar de controlo de qualidade do futuro.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
PAREDES DE LEVEDURA COMO UMA FERRAMENTA NUTRICIONAL NO CONTROLO DE SALMONELLA A Salmonela continua a representar um dos maiores agentes de infeção alimentar na Europa. Os ovos e produtos derivados de ovos, assim como carne avícola, ainda são vistos como uma das maiores fontes de salmonelose. Embora as medidas aplicadas nos matadouros, nos retalhos ou ao nível do consumidor sejam de alta importância, é ao nível da produção que a bactéria entra na cadeia dos alimentos.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
É ao nível das explorações que os animais são infetados com Salmonela sem demonstrar os respetivos sintomas (infeções subclínicas). As bactérias podem ser facilmente propagadas entre animais dentro de um pavilhão sem se conseguir detetar tornando-se assim portadores saudáveis. De tal modo que, a prevalência de Salmonela em populações avícolas saudáveis é considerada um dos maiores riscos na contaminação de Salmonela de diversos tipos de alimentos (Barrow et al., 2012; Hugas & Beloeil, 2014; Cosby et al., 2015). Embora a prevalência de Salmonela em bandos de aves ter sido reduzida de forma significativa durante os últimos anos devido aos programas de controlo europeu, continua a haver espaço para melhorias. De acordo com o último relatório da EFSA (European Food Safety Authority), a prevalência de Salmonela é, em média, inferior em bandos de galinhas reprodutoras (1,42%) e superior em bandos de perus de engorda (3,60%), havendo alguma variação entre países europeus. Além disso, uma tendência da expansão de serotipos menos comuns, frequentemente resistentes a antibióticos, é reportado e visto como um desafio para a indústria avícola (Antunes et al., 2016; EFSA & ECDC, 2016). De forma a reduzir esta pressão infeciosa de agentes zoonóticos é necessário um conjunto de atividades ao longo de todos os níveis da cadeia produtiva. Um uso combinado de medidas é essencial de forma a maximizar as hipóteses de reduzir a
colonização de Salmonela. Medidas relacionadas com o alimento, incluindo a formulação, higiene, tratamento, assim como o uso de aditivos, constituem um importante grupo de medidas, que conseguem melhorar o controlo de Salmonela nas explorações. Este último pode ter efeitos antibacterianos ou proporcionar mudanças na microbiota intestinal limitando a colonização do trato intestino e finalmente reduzindo o risco de multiplicação da Salmonela. Diferentes tipos de aditivos foram investigados no passado de forma a apoiar o controlo de Salmonela (Van Immerseel et al., 2002). Os suplementos mais testados com um potencial de redução de Salmonela no intestino são os ácidos orgânicos, probióticos e pré-bióticos. O uso experimental e comercial de paredes de levedura – pré-bióticos – na redução da pressão de Salmonela serão discutidos de seguida.
Pré-bióticos à base de leveduras Uma das últimas definições de pré-biótico: “Um ingrediente selecionado fermentado que permite mudanças específicas, ambas na composição e/ou atividade da microbiota intestinal que beneficia o bem-estar e a saúde do hospedeiro” (Gibson, 2008). Os pré-bióticos podem de forma positiva afetar os organismos dos animais ao estimular a atividade e o crescimento de bactérias benéficas nativas (lactobacilos, bífido-bactérias) no trato digestivo e/ou reduzir os patógenos (Salmonela, E. coli) juntamente com outros produtos de fermentação favoráveis no trato intestinal (Lalles et al., 2007). Vários estudos demonstraram os efeitos benéficos dos pré-bióticos quando são utilizados sozinhos ou em combinação com probióticos ou ácidos orgânicos obtendo efeitos sinergéticos positivos (Van Immerseel et al., 2002; Patterson & Burkholder, 2003; Heo et al., 2012).
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
Os pré-bióticos à base de levedura provêm das paredes das leveduras do Saccharomyces cerevisiae. São ricas em mananoligossacarídeos (MOS) e ß-1.3-1.6-glucanos. Os pré-bióticos à base de leveduras com a componente MOS são capazes
Além disso, está relatado que pré-bióticos à base de leveduras ajudam a diminuir a inflamação no intestino melhorando a integridade do mesmo, refletido por uma melhoria na altura da vilosidade intestinal devido ao uso de MOS (figura 2).
de aglutinar especificas fímbrias de bactérias gram-negativas tais como E. coli e Salmonela (Borowsky et al., 2009; Vahjen et al., 2015). Além disso, o MOS ajuda a prevenir a adesão dessas bactérias à parede intestinal inibindo-lhes o seu desenvolvimento. Os efeitos positivos do MOS sobre a microbiota dos frangos relativamente à colonização de Salmonella enteritidis estão bem descritos na pesquisa. Suplementar com MOS pode reduzir concentrações de salmonella spp. no intestino de frangos e de galinhas poedeiras (Spring et al., 2000; Jahanian & Ashnagar, 2015). Além da redução de salmonella spp., foi observado um efeito positivo sobre os lactobacilos da consequente inclusão de um produto comerFigura 2: A suplementação de TechnoMos® melhora a integridade do intestino ao aumentar a altura das vilosidades (Abudabos et al, 2015).
cial MOS (figura 1).
Aspetos de qualidade dos produtos MOS P < 0.05
P < 0.01
Diversos produtos MOS estão disponíveis no mercado diferindo em qualidade, especialmente na sua capacidade de se ligar aos patógenos. Quanto mais mananoligossacarídeos contém o produto, mais forte é o efeito de ligação. Para além disso, o conteúdo em amido deverá ser o mais baixo possível de forma a assegurar a pureza do produto. Há também diferenças na origem da levedura. A atividade da parede de levedura de crescimento primário (fermento de padeiro) é vantajosa em comparação aos subprodutos da produção de cerveja ou etanol. Outra característica importante é o tamanho de partícula. Partículas mais pequenas têm uma maior capacidade de ligação devido a uma maior superfície de contacto.
Figura 1: Suplementar TechnoMos® em galinhas poedeiras reduz a contagem de Salmonella spp. no ileum e aumenta a contagem de lactobacilos ao longo de 70 dias (Jahanian & Ashnagar, 2015)
Estudos comparativos demonstraram uma grande variedade entre os produtos MOS na sua capacidade de inibir a atividade dos patógenos ligados às células epiteliais intestinais (Vahjen et al., 2015).
Os β-1.3-1.6-glucanos derivados das paredes de levedura são polissacarídeos de alto peso molecular sendo conhecidos por ter um efeito de estimulação do sistema imunitário não específico activando os macrófagos e aumentando a produção de citoquinas, que são o iniciador da resposta imune. De tal modo que, os β-1.3-1.6-glucanos conseguem reforçar as defesas naturais contra as bactérias, vírus e parasitas. É sabido que as infeções por salmonela têm efeitos negativos sobre a resposta imune dos animais ao reduzir o crescimento dos órgãos imunitários, ao alterar o perfil das células imunitárias e ao reduzir a produção de anticorpos. A inclusão de um produto MOS (TechnoMos®) a 0,1% tem
Conclusão O uso de pré-bióticos à base de leveduras é recomendável de forma a estimular a saúde e a imunidade dos animais de forma natural. Produtos com maior concentração de MOS podem ser vistos como uma ferramenta nutricional valiosa na gestão da Salmonela na produção de frangos e ovos. Ao lado da positiva modulação da microbiota, o sistema imune natural pode ser reforçado por ß-1.3-1.6-glucanos provenientes das paredes das leveduras permitindo uma melhoria da integridade intestinal e
demonstrado ter um efeito positivo sobre frangos infetados com
uma primeira defesa contra os patógenos. Por último as características de qualidade dos respetivos produtos MOS têm de ser
salmonela ao melhorar a resposta imunitária e o estado sanitário
consideradas uma vez que é determinante para a sua efetividade
dos mesmos (Sadeghi et al., 2013).
e para o seu consequente benefício.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS
SPMA 1. Terminou o curso de “Alimentação de Suínos” organizado em conjunto pela FMV / SCS / IACA e que teve a colaboração de várias empresas / técnicos desta Secção. No próximo número da Revista apresentaremos uma reportagem sobre este tema. 2. Em relação a eventos, estão confirmados as VII Jornadas de Alimentação Animal para dia 27 de Setembro e o curso “Legislação Aplicável ao Setor dos Alimentos para Animais”, organizado pela DGAV / IACA e apoiado pela nossa associada ELANCO, a realizar nos Açores e Continente a partir de Setembro. 3. Uma palavra muito particular para o falecimento do antigo presidente desta Secção Vítor Cabeleira, que conheci nos anos 80, quando comecei a minha vida profissional. Recordo-o como um amigo, com uma experiência de vida invulgar e uma boa disposição sempre presentes. Profissionalmente, como uma pessoa que marcou uma época do setor das pré-misturas em Portugal. Fica a sua saudade. Um abraço de amizade a toda a sua família, em particular ao seu filho João Cabeleira. Pedro Folque
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
RESUMO DO COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS E ALIMENTOS MINERAIS DA FEFAC No dia 20 de Março, a IACA esteve repre-
de “corante durante a preparação técnica
quanto a um grupo funcional deste tipo
sentada na 33ª reunião do Comité de pré-
para garantir a necessária identificação
e concordaram com a necessidade de um
misturas e alimentos minerais da FEFAC,
durante o fabrico”, outra função para a qual
lobbying activo a nível nacional nesses
pela Engª Ingrid van Dorpe, a qual decorreu
o óxido de ferro foi autorizado ao abrigo
Estados-membros.
em Bruxelas. Resume-se neste texto o que
da Directiva 70/524 / CEE.
Reviram e validaram as prioridades da
foi discutido nesta reunião onde participam
Queixaram-se da falta de cooperação dos
FEFAC quanto à revisão legislativa dos
técnicos das associações de vários Esta-
fabricantes de pré-misturas de aromas para
aditivos (fitness check of feed additives),
dos-membros.
permitir a aplicação harmoniosa e juridi-
isto é, a adaptação técnica das regras de
Os membros do Comité de Pré-misturas
camente garantida do conceito de limites
rotulagem existentes, a revisão de certas
reviram as recentes autorizações em curso
máximos recomendados para substâncias
definições, a capacidade de fazer alegações
de aditivos para alimentação animal e
aromatizantes; notaram que os métodos de
nas pré-misturas e a base jurídica para
saudaram os avanços alcançados com
análise não são suficientemente precisos, na
as tolerâncias da rotulagem; apoiaram
o cobre, com boas hipóteses de manter
quantificação de aromatizantes em matrizes
igualmente a retirada, pela EFSA, da ava-
níveis elevados nos alimentos para leitões,
complexas, tornando também difícil para
liação da eficácia e o estabelecimento
pelo menos provisoriamente. Observaram
as autoridades o controlo da aplicação
de uma base jurídica clara que permita a
igualmente que o parecer da EFSA sobre a
do conceito. No entanto, observaram que
exportação de alimentos para animais que
etoxiquina é esperado para o final de junho
algumas autoridades iniciaram controlos
contenham aditivos não autorizados na
de 2018 e, referiram que a experiência até
documentais ao nível dos produtores de
UE na alimentação animal; consideraram
então com os antioxidantes alternativos à
misturas aromatizantes, embora até então
que o estatuto das matérias-primas para
etoxiquina indica uma menor estabilidade
não tenha sido comunicada nenhuma não
alimentação animal não deve ser afetado
das vitaminas, uma vez incorporadas nas
conformidade.
pela revisão da legislação relativa aos
pré-misturas.
Concordaram quanto aos pontos chaves a
aditivos e indicaram como linha vermelha
Em relação aos compostos de ferro, a mais
serem focados no workshop a ser organi-
o estatuto de aditivo dos coccidiostáticos.
recente proposta da Comissão Europeia
zado pela FEFANA sobre antioxidantes, a
Reviram e validaram o conteúdo e proce-
inclui uma nota de rodapé relativa à bio-
20 de abril de 2018, isto é que os antioxi-
dimento para a atualização do Catálogo de
disponibilidade, em que as formas de ferro
dantes são importantes não só do ponto
matérias-primas para alimentação animal
inertes não devem ser contabilizados no
de vista económico, mas também para
da UE. Pelo contrário, reconheceram que
valor total de ferro. Os serviços da Comissão
preservar a qualidade dos alimentos para
as tentativas para garantir ao registo de
indicaram aos membros do SCoPAFF que
animais, nomeadamente, são essenciais
matérias-primas a confiabilidade mínima
os controlos deverão ser documentais. A
na proteção dos alimentos com elevado
falharam e, portanto, recomendaram às
Comissão de Peritos solicitou à Secretaria
teor em gorduras e que deve ser pesado
organizações da cadeia alimentar da UE que
da FEFAC que perguntasse à Comissão
o risco de alimentar animais com gorduras
parassem de desperdiçar tempo e recursos
como implementar na prática estas medidas,
oxidadas; A EFSA deve também avaliar o
para a sua manutenção e deixar isto claro
durante a reunião do Comité de Nutrição
risco de segurança alimentar de não haver
na página do site do registo.
Animal, no dia seguinte.
um aditivo re-autorizado.
Reconheceram as novas regras aplicadas
Em relação ao óxido de ferro, observou-se
Confirmaram a necessidade de estabelecer
às prémisturas relativamente à legislação
que a sua autorização como oligoelemento
um quadro jurídico para as substâncias
CLP, que implica o registo de mistu-
foi retirada e o parecer da EFSA sobre o
que ajudam os animais a lutar contra
ras perigosas nos centros nacionais de
óxido de ferro, como corante para todas as
agentes patogénicos através do alimento
venenos. Neste sentido recomendaram
espécies animais, ainda não foi entregue.
e que uma nova categoria específica ao
à FEFAC que juntamente com a FEFANA
Enquanto isso, a única opção para a utili-
abrigo da legislação dos aditivos para a
pedissem à Comissão Europeia, para
zação de óxido de ferro é a sua presença
alimentação animal seria a solução mais
quando redigirem as orientações para
veiculada através de anteriores géneros
adequada. No entanto, reconheceram que
a notificação aos centros de veneno,
alimentícios. A Associação Belga informou
isto levaria vários anos e, portanto, neste
terem em conta as especificidades da
que as autoridades Belgas consideram
meio tempo, um grupo funcional específico
indústria de fabricantes de pré-misturas,
que a utilização de óxido de ferro como
“melhoradores do bem-estar animal” seria a
que tem um grande número de diferentes
marcador nos alimentos complementares
solução mais apropriada; lamentaram que
formulações, as quais, por sua vez, estão
é legal, visto que, se enquadra no conceito
vários Estados-Membros estejam relutantes
em constante alteração. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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RESUMO DO COMITÉ DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA FEFAC No dia 21 de março, decorreu em Bruxelas a 114º Reunião do Comité de Nutrição Animal, na qual a IACA esteve representada pela Engª Ingrid van Dorpe da empresa Premix. Pretende-se neste texto resumir os assuntos discutidos na referida reunião composta por técnicos das Associações de diferentes Estados-membros. Os peritos do Comité reiteraram seu apoio à FEFAC no sentido de prosseguir a campanha para promover a Nutrição Animal como parte da solução contra a resistência antimicrobiana (RAM) e, relataram progressos lentos mas encorajadores em muitos países. Congratularam-se com os contactos positivos com as Federações de Veterinários da Europa, salientando, no entanto, a dificuldade de estabelecer um diálogo construtivo com os veterinários em vários países. Realçaram as diferentes iniciativas tomadas a nível internacional (FAO, IFIF), no sentido de promover soluções de nutrição animal e recomendaram a FEFAC para continuar o seu lobby junto do Codex, para evitar que o alimento seja percebido apenas como parte dos problemas (os antibióticos ainda são usados como promotores de crescimento em muitos países terceiros), e manter como principal foco das Boas Práticas contra a RAM o uso de antibióticos,mantendo de fora os outros antimicrobianos. Endossaram a decisão da FEFAC de se associar, como membro, a um consórcio Horizonte 2020 um projeto de investigação destinado a identificar os impulsionadores que influenciam as decisões dos agricultores em termos de gestão de saúde (ou seja, prevenção, vacinação, nutrição, etc.). Evidenciaram com especial interesse o desenvolvimento de um grupo focal sobre “Novos alimentos para suínos e aves”, pela DG AGRI, e recomendaram garantir a participação de especialistas da indústria de alimentos para animais neste grupo focal, com vista a trazer conhecimento de campo e manter o grupo em faixas realistas e pragmáticas. Concordaram com a recomendação do Comité de Pré-misturas e Alimentos Minerais ao Secretariado da FEFAC, para parar de investir tempo e recursos na manutenção do registo de matérias-primas para a alimentação animal e incluir mais isenções de responsabilidade no site do Registo, para deixar claro que a FEFAC 50 |
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e outras organizações da cadeia alimentar da UE não assumem qualquer responsabilidade quanto ao conteúdo do mesmo. Validaram a avaliação da legislação sobre aditivos para a alimentação animal, realizada pelo Comité de Pré-misturas e Alimentos Minerais. No entanto, consideraram que a validação da eficácia de um aditivo, por uma terceira parte, era útil, especialmente para fins comerciais, perante os agricultores ou as autoridades de controlo e, por conseguinte, manifestaram interesse em manter os critérios de eficácia para a avaliação dos aditivos para alimentação animal, embora de uma forma mais proporcional. Reviram, melhoraram e endossaram os aspectos nutricionais da posição da FEFAC sobre o “plano de proteínas” para a UE. Congratularam-se com a orientação tomada na tríloga sobre alimentos medicamentosos e aprovaram a estratégia da FEFAC de se posicionar à disposição das três autoridades, para propor opções de compromisso sobre as regras de gestão de contaminação cruzada (por exemplo, 3% da dose máxima específica autorizada). Validaram a estrutura da avaliação técnica da FEFAC sobre o impacto da re-autorização de PATs de suínos e insetos em alimentos para aves anunciada e, consideraram que os dados coletados pela FEFAC em 2010, quanto ao nível de especialização das linhas de produção na UE (ou seja, 29% sem dedicação, 42,5% dedicadas a alimentos para monogástricos, 8,5% a alimentos para ruminantes, 1,5% a alimentos para peixes, 12,5% a alimentos para suínos e 6% a alimentos para aves domésticas) ainda eram válidos; Partilharam pontos de vista com representantes da Unidade “Nutrição Animal e Produtos Veterinários” da DG SANTE e observaram em particular que: •O s representantes da DG SANTE confiam em assegurar uma maioria qualificada a favor dos novos limites máximos propostos para o cobre que mantêm, pelo menos provisoriamente, teores máximos de cobre nos alimentos para leitões num nível relativamente elevado (150 ppm até 8 semanas de idade, 100 ppm até 10 semanas de idade e depois 25 ppm);
•A consulta das partes interessadas para o REFIT da legislação relativa aos aditivos para a alimentação animal terá início em abril de 2018, com o objetivo de avaliar a forma como as presentes regras funcionam, mas isso não impede que as partes interessadas proponham soluções para melhorar o quadro jurídico; •O SCoPAFF aguarda a adoção pelo FEEDAP das orientações atualizadas da avaliação da eficácia, antes de adaptar as diretrizes da UE. Os serviços da Comissão registaram apenas ligeiras melhorias nas orientações da EFSA e, consideraram que seriam necessárias melhorias suplementares em termos de indicadores e parâmetros para a avaliação da eficácia de aditivos para alimentação animal inovadores, como os melhoradores do bem-estar animal, cuja eficácia não pode ser avaliada através dos indicadores zootécnicos habitualmente utilizados, i.e. índice de conversão alimentar, rendimento, crescimento, etc.; também confirmaram que pedirão à FEEDAP uma opinião sobre a formação do novo grupo funcional “Melhoradores do bem-estar animal”, antes de retomar as discussões no nível do SCoPAFF; •O s representantes da DG SANTE confirmaram que os bacteriófagos foram considerados pelos Estados-Membros e pela Comissão Europeia como aditivos para a alimentação animal e que o primeiro dossiê foi entregue à EFSA; •O s representantes da DG SANTE são positivos quanto a, no âmbito da tríloga em curso sobre alimentos medicamentosos, o Conselho Europeu renuncie ao seu pedido de impor a rotulagem da quantidade de uma substância resultante do carry over entre lotes consecutivos, quando usada também como aditivo; •O s representantes da DG SANTE indicaram que, na sua opinião também partilhada pelos membros do SCoPAFF, os gestores do Registo Europeu de matérias-primas para alimentação animal têm poderes para rejeitar pedidos que não consideram legais; o que poderá ser discutido numa próxima reunião do SCoPAFF.
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Discurso de Vitor Menino Presidente da FPAS Em nome da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS) e da Associação Livre dos Suinicultores Portugueses (ALISP) quero agradecer a todos pela Vossa presença nesta cerimónia oficial de Abertura da 24ª Feira Nacional do Porco. A presença maciça de tão ilustres representantes da administração e do movimento associativo português são para nós suinicultores, a confirmação da importância que o setor tem para o país. Agradecimento especial ao Sr. Ministro da Agricultura, não apenas pela presença, mas em especial pela forma como tem sabido defender e gerir a agricultura e a pecuária portuguesas, aquém e além-fronteiras, o que se reflete no superior crescimento destes setores relativamente aos restantes no contexto da nossa economia. Também um agradecimento especial à Câmara Municipal do Montijo e ao seu Presidente, o amigo Nuno Canta, pela disponibilidade e meios que continuamente tem colocado ao dispor deste certame, bem visível na melhoria da imagem deste recinto, reconhecendo este setor como um dos principais motores da economia local, quer em termos de produção, quer em termos de transformação e abate. A nossa feira, este ano é dedicada ao “Porco. PT”. Este projeto nasceu para responder à intensa crise que nos assolava há dois anos atrás e
esta é a feira de um setor que soube sair dela, unindo esforços, delineando estratégias, e desenvolvendo um projeto. De um setor que soube diferenciar e que soube apresentar aos portugueses uma carne de porco, com qualidade superior certificada. A melhor carne do mundo, a carne PORCO.PT. Quero agradecer a todos os que estão com o projeto “PORCO.PT, produtores, industriais, distribuição e comércio tradicional. Juntos defendemos o que é nosso. Este é um projeto que oferece aos portugueses mais qualidade, mais emprego e mais sustentabilidade. Estamos, neste momento, nas 4 insígnias da grande distribuição, estamos em talhos de rua da maior qualidade, mas queremos mais. Queremos ver as prateleiras dos supermercados repletas desta carne que sabemos que o consumidor quer. Amigos da Distribuição este projeto é por nós, é por vós e é pelo consumidor. Este projeto é para crescer. E porque quisemos ir ao encontro de todos, informo que a partir da presente data, a carne de porco.pt, será apresentada sob as siglas PORCO.PT e PORCO.PT Premium. Estaremos atentos aos novos desafios. Nesta feira teremos um vasto programa de jornadas técnicas. De entre os temas a apresentar, destaco dois, a “Razão e futuro da carne sintética”, palestra a ser proferida pelo Prof. Carlos Buxadé, ou “Ponto da situação dos mercados abertos”, palestra que será apresentada pela Dra. Graça Mariano, subdiretora Geral de Alimentação e Veterinária. Queremos que esta Feira seja demonstrativa de um setor que sabe fazer, que quer fazer mais e melhor. Queremos reafirmar o nosso propósito de querer crescer com sustentabilidade, respeitando o ambiente e o território. Queremos que esta Feira traga a oportunidade para o setor definir estratégias, estabelecer parcerias e alargar laços que nos permitam continuar a crescer enquanto setor importante da economia nacional.
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Sabemos dos desafios que teremos de enfrentar. Com determinação avançaremos para eles e em parceria com a administração saberemos ultrapassá-los. Enuncio alguns: Competitividade – num mundo global e sem fronteiras, saberemos produzir ao nível dos melhores, como temos vindo a demonstrar nos resultados que os suinicultores portugueses têm vindo a revelar e que são anualmente escrutinados num evento que organizamos: a Gala do Porco. Nos custos para produzir estamos melhores que uns e piores que outros. Não é por aqui que há limitações para não sermos competitivos. Aujesky – Temos de continuar unidos nesta luta, produtores, administração e médicos veterinários. Rapidamente teremos de apresentar o nosso Plano a Bruxelas. Alerto que já está a ser limitativo para a necessária e imprescindível internacionalização em curso. Ambiente – Sempre foi das principais preocupações da FPAS ao longo dos anos. Nos nossos Planos de Atividade sempre priorizamos a sensibilização da classe no desenvolvimento de práticas de produção respeitadoras do meio ambiente. Refiro que ainda recentemente trouxemos a Portugal para o seminário que promovemos “Suinicultura e Ambiente”, alguns dos maiores peritos europeus na matéria, que nos explicaram as melhores práticas em curso nos seus países. Realçamos que cerca de 93% dos efluentes produzidos em países com menor área e muito mais efetivo pecuário, têm como destino a valorização agrícola. Prática, aliás, defendida e reconhecida no BREF documento de boas práticas que decorre, por sua vez, de uma imposição da diretiva comunitária 2010/75/UE. Senhoras e Senhores, nós somos proprietários de um recurso, desde que adequadamente utilizado. No nosso seminário surgiu a ideia de defender junto dos decisores políticos nacionais e europeus, a majoração nas ajudas dos direitos dos agricultores que efetuem valorização agrícola no próximo QCA. Deixa-
ríamos de ter um problema, passaríamos a ter um produto procurado, com ganhos para ambiente e para as contas públicas. Espanha, França e Dinamarca informam-nos que corroboram a iniciativa.
da China a “Semana Internacional do Porco Espanhol”. 80% do valor desta promoção da carne de porco espanhola, é pago pela comunidade europeia, através do interprofissional de Espanha.
Senhor Ministro precisamos da sua ajuda. O senhor sabe que queremos fazer bem. No seu Ministério a defesa da valorização agrícola é praticamente generalizada ao que se nos é dado a observar, mas precisamos que o Ambiente nos ouça, nos receba e que connosco procure as soluções que sirvam os interesses nacionais.
Nós assistimos.
E porque é o Senhor que nos tutela, permita que lhe solicite, intervenção junto do Sr. Ministro do Ambiente para que nos ouça e para que venha a reconhecer esta, como uma prática sustentável e amiga do ambiente. Concentração da procura – responderemos com novos mercados. Precisamos duma Fileira unida em torno deste objetivo, muito há a fazer, o que está feito não chega. Teremos de nos saber entender, única forma de defender o setor em Portugal. Lembro que neste momento o INTERPORC, Interprofissional da Fileira do porco em Espanha, está a promover em Xhanghai, na Republica Popular
Também temos oportunidades, descrevo algumas: Temos um baixo nível de autoaprovisionamento. Temos terra disponível e carente de matéria orgânica. Temos água. Temos uma climatologia propícia. Produzimos tão bem como os melhores. Temos as matérias-primas perto das nossas explorações. A Lusofonia marca presença em todo o mundo, mas temos de saber dar as mãos enquanto Fileira, de saber ultrapassar divergência e de lutar conjuntamente pelo bem comum. Temos neste momento em curso uma visita das autoridades chinesas à nossa indústria com vista à finalização das credenciações necessárias para a tão almejada exportação. Um bom exemplo das parcerias necessárias, é o trabalho que está a ser feito para a viabilização das exportações para a China, onde é bem visível a cooperação entre administração, produção e indústria. Quando assim se semeia, haverá colheita, naturalmente.
Uma palavra de reconhecimento ao Diretor desta Federação Nuno Correia pela determinação e empenho que envolveu nesta missão, que esperamos faça história. Mas também temos sonhos. E eu tenho um sonho, um sonho que queremos ver realizado. Começamos a sentir que temos as condições financeiras necessárias à sua realização. Sabemos quem são os parceiros que queremos convidar para o mesmo. Precisamos do acordo e do apoio político para dar os primeiros passos. Trata-se do Centro de Investigação e de Formação Suinícola. Meus caros e minhas caras, daqui a pouco mais de 30 dias, teremos a Gala PORCO D’OURO no Convento de Mafra. Não paramos. Permitam-me só que agradeça a toda a equipa, dirigentes e colaboradores, que comigo tem vindo a defender os interesses da suinicultura portuguesa, e que distinga de entre todos, o saber, dedicação e entrega à causa comum do David Neves, bem como a juventude, determinação e tenacidade do Simões Monteiro. Todos. Vamos todos “dar o porco ao manifesto”. Muito obrigado
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FEIRA DO PORCO – CONHECIMENTO, VALOR E INOVAÇÃO PARA UMA FILEIRA COMPETITIVA E SUSTENTÁVEL Solicitou-me o meu bom amigo António Simões Monteiro que, em nome da IACA, parceiro histórico da FPAS, reflita sobre o que de bom e de menos positivo marcou a 24ª edição da Feira do Porco, um espaço de referência na Fileira da carne de porco e no setor da produção animal em Portugal, um ponto de encontro obrigatório que, a partir deste ano, passou a ser uma Feira para os profissionais. Desde logo e independentemente da avaliação e das críticas, sempre construtivas, os Parabéns da IACA à capacidade de organização, de mobilização, o empenhamento e o profissionalismo dos “rostos” da Feira, Vitor Menino, David Neves, Simões Monteiro e João Bastos, naturalmente extensivos a todos os que pensaram e concretizaram o evento, quer na vertente mais profissional, quer na parte lúdica. Parabéns a toda a Equipa! Permitam-me que “regresse” aos finais da década de 80, inicio de 90, quando a Feira era simultaneamente do Porco e da Salsicharia, em que na altura, enquanto representante do IROMA, com o Jorge Pablo, fazíamos parte da Organização, então liderada pelo António Tavares, na qualidade de vereador da Câmara Municipal do Montijo, presidida por Jacinta Ricardo. Eu responsável pelas Jornadas Técnicas e o Jorge Pablo pelos concursos de carcaças, numa cooperação que sempre existiu entre as Autoridades Oficias e as Associações. Um tempo muito diferente, num Setor que era tradicionalmente marcado pelos problemas da Peste Suína Africana (sanitários versus económicos) – e que volta a estar novamente nas preocupações, agora na Europa Central e de Leste - a ser influenciado pela integração na então Comunidade Económica Europeia, um mercado ainda relativamente fechado e uma Feira que era realizada nas condições possíveis, com muitos contactos ao longo do ano, muito público, claramente virado para uma Festa da Cidade, em que o Setor se envolvia e de que era parte integrante. É evidente que muita coisa mudou. Hoje são outros os protagonistas, realidades completamente diferentes, o Setor concentrou-se, mas a Feira soube resistir e adaptar-se aos novos tempos, desde logo no espaço e infraestruturas, renovou-se e esse foi um desafio ganho pela Organização: Câmara Municipal do Montijo, FPAS e ALISP em prol do Setor e da Fileira, que continua a ser muito relevante no panorama agroalimentar nacional. Com o foco na promoção do Porco.pt, a Feira tornou-se completamente dirigida a visitantes profissionais, encheu-se de stands e de público jovem. Da experiência da IACA, com um stand institucional, foi uma experiência gratificante ao nível da visibilidade e da comunicação, sobretudo pela divulgação das nossas publicações (Revista “Alimentação Animal” e Anuário IACA) e pelo Protocolo QUALIACA. Enquanto parceiro e porque também acreditamos no Porco.pt não poderíamos deixar de estar presentes. Como pontos de destaque, para além da confiança no futuro do Setor e numa nova dinâmica, a interação entre os participantes, a grande participação de empresas associadas da IACA, a assinatura do compromisso para a redução dos antibióticos na suinicultura, algumas palestras como a do Prof. Carlos Buxadé, sobre a carne sintética que nos permitiu pensar “fora da caixa”, validando a ideia de que vale a pena organizar Jornadas Técnicas com temas inovadores e que nos desafiam, para além dos eventos organizados pelas empresas na sua vertente mais comercial ou de inovação. 54 |
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Como pontos a melhorar, o horário de funcionamento, demasiado longo para uma Feira marcadamente profissional, sobretudo com um programa lúdico que se quer igualmente com público; o cumprimento dos horários, com destaque para o evento da entrega dos diplomas aos expositores; a realização da corrida, no horário de realização da Feira, que pode ser repensada por exemplo para a noite de quinta-feira; finalmente, vale a pena equacionar se a Feira deverá realizar-se durante a semana ou ter o mesmo período deste ano, terminando no sábado. Talvez deva também ser repensada a promoção e divulgação do evento para aumentar o número de visitantes, caso este seja um dos objetivos prioritários. É evidente que o Inquérito de Satisfação aos Expositores determinará as melhores opções a tomar, mas estes são os únicos aspetos a afinar. Em conclusão, o balanço é amplamente positivo e esperamos que a próxima Feira do Porco, que irá celebrar os seus 25 Anos, possa ser um polo de união de toda a Fileira, uma verdadeira afirmação da suinicultura em todas as suas dimensões, que seja mais internacional, e com maior participação da indústria de carnes e um espaço de inovação, de conhecimento e de criação de valor. A Feira Nacional do Porco continuará certamente a ser uma referência para vencermos os Desafios do Futuro, para os quais todos somos chamados a participar. Podem contar com a IACA e os nossos Associados para a 25ª Feira Nacional do Porco. Jaime Piçarra
PORTUGAL APRESENTA ESTRATÉGIA PARA RELANÇAR PRODUÇÃO DE CEREAIS O Ministério da Agricultura apresentou, a 15 de Maio, em Elvas, num evento que reuniu mais de 350 agricultores, a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, que prevê 20 medidas, a implementar até 2022, com vista a tornar o país menos dependente da importação de cereais, estratégicos para a soberania alimentar de Portugal. «Temos que criar as condições para que a cerealicultura em Portugal venha a ocupar o espaço que entendemos que deve ter. Estamos a trabalhar para que a esmagadora maioria das 20 medidas da Estratégia seja consolidada numa Resolução do Conselho de Ministros», afirmou o Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, presente no Dia do Agricultor, celebrado no INIAV, em Elvas, onde a Estratégia foi apresentada. O objetivo da Estratégia é atingir um grau de autoaprovisionamento em cereais de cerca de 38% – correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos. Portugal apresenta atualmente um dos mais baixos níveis de auto-aprovisionamento do mundo (cerca de 25%). Luís Souto Barreiros, coordenador do grupo de trabalho que definiu a Estratégia, destacou algumas das 20 medidas previstas: a criação da marca “Cereais de
«A nossa vontade é que este seja um docu-
No âmbito deste painel tiveram lugar duas
mento para levar à prática e que contri-
homenagens, uma a título póstumo ao Prof.
bua para equilibrar a balança comercial
Raúl Miguel Rosado Fernandes, recente-
alimentar em Portugal»,referiu José Luís
mente falecido, na qual o Dr. Fernando Car-
Lopes, presidente da ANPROMIS.
pinteiro Albino, na qualidade de seu amigo
«Este é um dia histórico para a fileira dos
e de vice-presidente da CAP no período de
cereais, que quer modernizar-se e produzir
1984 / 1997, testemunhou a importância
mais e melhor», afirmou José Palha, pre-
do Prof. Raúl Miguel Rosado Fernandes
sidente da ANPOC.
como figura histórica e incontornável da
«Esta Estratégia é fundamental para a
Confederação dos Agricultores de Portu-
sustentabilidade do setor do cereais e a equipa que a elaborou está muito empenhada em concretizar as medidas nela expressas», acrescentou Joaquim Cabeça, presidente da AOP. A indústria manifestou o seu apoio à Estratégia: «a IACA está disponível para constituir com a restante fileira uma Orga-
gal, do movimento associativo agrícola e da agricultura portuguesa. À Isabel Martins, Directora da Revista Rural, foi prestado um sentido tributo pelo empenho, coragem e determinação que sempre demonstrou na defesa dos interesses dos agricultores portugueses e da sua agricultura.
nização Interprofissional dos Cereais e considera urgente a definição de um modelo de contratação entre indústria e produtores de cereais», afirmou Jaime Piçarra, secretário-geral da IACA-Associa-
Portugal”; a constituição de uma Organi-
ção Portuguesa do Industriais de Alimen-
zação Interprofissional e de uma Agenda
tos Compostos para Animais.
de Inovação para o setor e a promoção da
Por parte da grande distribuição, Ondina
capacitação técnica das organizações de
Afonso, presidente do Clube de Produtores
produtores de cereais, com vista a aumen-
Continente, garantiu que «o Continente quer
tar a transferência de conhecimento para
estar ativamente envolvido na implemen-
os agricultores.
tação da Estratégia, porque nos revemos
Este documento contou desde a primeira
completamente nos seus objetivos», dando
hora com o envolvimento da Anpoc, Anpro-
o exemplo do projeto “Pão com cereais do
mis e AOP, em representação dos produ-
Alentejo”, à venda nas lojas desta cadeia de
tores de cereais.
supermercados desde 2017. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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A IACA EM VÁRIAS FRENTES Neste trimestre, a IACA e os seus representantes estiveram particularmente ativos, seja em Portugal ou no estrangeiro, como é visível nesta edição da “AA” nas diferentes Notícias que publicamos. De resto, já em março, nos dias 8 e 9, estivemos em Madrid (Diretora Cristina de Sousa e o Secretário-Geral), na segunda reunião do FeedMed, juntamente com as congéneres CESFAC, EUROFAC e ASSALZOO, na frente europeia dos países do Sul da Europa para analisar e delinear posições comuns em matérias tão relevantes como o aprovisionamento de matérias-primas, a revisão da PAC, o Plano Europeu para a Proteína, a revisão da legislação relativa aos alimentos medicamentosos, resistência antimicrobiana, os aditivos, OGM, sustentabilidade, resíduos de pesticidas e as alterações estatutárias ao nível da FEFAC, designadamente o seu modelo de governação e o pós-Brexit. Tivemos ainda a oportunidade de trocar impressões com a eurodeputada Pilar Ayuso sobre temas que estão em discussão ao nível do Parlamento Europeu, nomeadamente os alimentos medicamentosos e resíduos de pesticidas, na sequência de uma reunião da CESFAC com a também eurodeputada Clara Aguillera. A próxima reunião do FeedMed deverá realizar-se em Itália no segundo semestre de 2018.
A nível internacional, estivemos em Bruxelas, nos dias 20 e 21 de março, nos Comités da FEFAC, “Pré-Misturas” e “Nutrição Animal”, representados pela Engª Ingrid Van Dorpe, e em 10 de abril, em Dublin, no Comité “Gestão da Segurança Alimentar”, com a presença da Assessora Técnica Ana Monteiro. São ainda de referir os convites formulados à IACA pela USSEC para estar presente, através do seu Secretário-Geral, em dois eventos relevantes para o futuro do Setor: dia 10 de abril num Seminário sobre Sustentabilidade, coorganizado com a CESFAC e dias 10 e 11 de maio, em Tarragona, no 2º Congresso Internacional AGRIFOOD, organizado pelo Porto de Tarragona. Em ambos os eventos, focámos o contexto do setor e da pecuária em Portugal, os desafios que temos pela frente e a nossa Visão 2030, em linha com a FEFAC e o que estamos a fazer nas diferentes vertentes e 56 |
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nas parcerias, para desempenhar um papel de proatividade, quer na relação com a administração pública, quer com os nossos Associados. Sustentabilidade, economia circular, questões ambientais, sem esquecer os constrangimentos e as soluções que preconizamos. Temas que também são prioritários para os nossos principais fornecedores de matérias-primas, com programas de sustentabilidade e objetivos bem definidos. De referir, sobretudo em Tarragona, no debate, as perguntas centradas no QUALIACA, na sua estrutura, funcionamento e articulação com as autoridades oficiais, tendo sido acordado que iremos estabelecer uma parceria com os sistemas que existem em Espanha, com destaque para o QualimaC, o modelo da Catalunha, numa rede ibérica.
Ainda no plano das relações internacionais, é de referir a presença da IACA em representação da FEFAC, no Brasil, de 6 a 9 de maio, sobre o tema da Sustentabilidade e a soja sustentável, designadamente a implementação do Projeto Soja Plus no Mato Grosso e que tenderá a alargar-se a todo o Brasil.
No plano nacional, para além das reuniões no quadro da CT 37, do Projeto Mais Coelho ou das iniciativas específicas da IACA, estivemos no 8º Encontro da OMV (15 de abril), em Lisboa, numa Mesa Redonda para falar de Intervenção Veterinária em situações de catástrofes, com a experiência do nosso envolvimento nos incêndios de 2017; em Elvas no Dia do Agricultor na apresentação da Estratégia da Promoção dos Cereais (15 de maio); na Feira do Porco e, na sequência da assinatura do compromisso da redução da utilização de antibióticos, na Mesa Redonda do Seminário sobre Resistência aos Antibióticos, organizada pelas OMV e DGAV, em Lisboa, no passado dia 26 de maio.
SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CIÊNCIA AVÍCOLA No passado dia 16 e 17 de Maio, realizou-se em Coimbra, no Convento de São Francisco o I Simpósio da Associação Portuguesa de Ciência Avícola (A.P.C.A.) Este I Simpósio teve como objetivo partilhar conhecimentos científicos, transversais em toda a fileira avícola. Desde o início da sua formação, que a A.P.C.A. se propôs partilhar informação e conhecimento, com o objetivo de a disponibilizar como forma fundamental de sustentar o crescimento e competitividade da indústria avícola em Portugal. A A.P.C.A. pretendeu igualmente ao realizar estas primeiras jornadas, criar e consolidar laços com as associações internacionais e promover intercâmbios científicos com entidades estrangeiras de renome mundial, em suma, promover a ciência avícola nacional além-fronteiras. Tivemos o privilégio de receber a Dra. Sónia Miranda, em representação do Sr. Bastonário da OMV, para proceder à abertura do dia 16. Iniciamos as sessões com um tema sempre atual em Avicultura, a Bronquite infeciosa, o seu contexto, epidemiologia, diagnóstico e controlo na atualidade; pelo Dr. Guilhermo Zavala, fundador da Avian Health International. Seguimos para uma componente mais geral relacionada com a nutrição e metabolismo das aves, apresentada pelo Dr. Rafael Lera (ISA-Hendrix Genetics).
Neste primeiro bloco tivemos a honra de receber como moderador o Dr. Rui Sereno. No segundo bloco foram abordados temas de interesse principalmente vocacionados para poedeiras: Patofisiologia do Fígado Gordo pelo patologista de renome, Dr. Tahseen Abdul-Aziz (laboratório de diagnostico veterinário do Estado da Carolina do Norte nos EUA) e Maneio em sistema alternativo de produção de ovos pelo o Engº Raul Rodriguez Garcia (Ibertec,SA). Estes dois temas foram moderados pelo professor Engº Chaveiro Soares. Na parte da tarde e moderado pelo Dr. João Cotta ouvimos o tema da osteomielite e necrose da cabeça do fémur por Dr. Tahseen A. Abdul-Azis e seguimos para as doenças imunossupressoras muitas vezes silenciosas, pelo Dr. Guillermo Zavala. Concluímos a parte cientifica com as palestras de Dr. Jorge Pinto Ferreira, (OIE) que nos veio falar de um tema cada vez mais presente e importante que não podemos esquecer: A resistência a antibióticos e a produção animal sem eles, seguimos com a recolha de amostras para diagnóstico veterinário para Laboratório pela Dra. Roser Dolz Pascual (Poultry Technical Specialist, MSD Espanha). Este último bloco foi moderado pelo Dr. João Raposo.
No segundo dia realizou-se o workshop teórico-prático de necropsias de aves na Escola Superior Agraria de Coimbra. O feedback geral foi muito positivo e a APCA está já a pensar nos próximos eventos que deverão passar pelas habituais reuniões de sócios, a primeira já em Outubro deste ano, um workshop prático em 2019 e o II Simpósio da APCA em Maio de 2020. A A.P.C.A agradece a todos os participantes.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
WORKSHOP “IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO ALIMENTOS PARA ANIMAIS” Decorreu no passado dia 19 de junho, nas instalações da DGAV, Direção de Serviços de Nutrição e Alimentação em colaboração com a IACA, o Workshop sobre importação e exportação de alimentos para animais. A sessão de trabalho foi aberta pelo Senhor Diretor Geral de Alimentação e Veterinária, o Professor Fernando Bernardo, contando também com a presença da Engª Paula Bico, Diretora de Serviços de Nutrição e Alimentação e do Eng. Jaime Piçarra, Secretário Geral da IACA. Este Workshop teve como origem a divulgação do Manual de Boas Práticas “Importação de alimentos para animais provenientes de países terceiros: Obrigações dos operadores do setor”, da autoria da DGAV, com o apoio da IACA, e pretendeu assim dar a conhecer os procedimentos e obrigações dos operadores do setor dos alimentos para animais no que diz respeito quer à importação, quer à exportação de e para países terceiros, respetivamente. Foi dado ainda a conhecer quais os procedimentos dos controlos oficiais na importação de alimentos para animais provenientes de países terceiros. Durante a sessão de trabalho foram ainda dados a conhecer os resultados do projeto QUALIACA nos anos de 2016, 2017 e 2018, até então, assim como
Manual de Boas Práticas
as perspetivas para o ano corrente. Importação de alimentos para animais provenientes de países terceiros :
As apresentações estiveram a cargo do Dr. José Manuel Costa Chefe de
Obrigações dos Operadores do Setor
Divisão de Alimentação Animal da DGAV, da Drª Sónia Saraiva também da DGAV e da Doutora Cristina Monteiro, Assessora Técnica da IACA.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
1º SIMPÓSIO DA PRODUÇÃO DE LEITE A alimentação e a nutrição da vaca de leite enfrentam desafios
– Perspetivas para a nova PAC pós 2020
permanentes.
Dr. Arlindo Cunha – Professor da Universidade Católica do Porto.
A Nutrinova – Nutrição Animal, S.A., em parceria com a Neagril, Lda, quis contribuir para o debate desta temática no seu 1º Simpósio da Produção de Leite.
– Workshop
O evento realizou-se no dia 26/01/2018, no Espaço Agros, em Argivai,
Diferenças entre o sistema convencional e “Shedrlage” no processamento da silagem de milho.
e contou com a presença de cerca de 300 convidados. Os oradores do evento apresentaram os seguintes temas: – O efeito dos Polifenóis na Imunidade das Vacas Leiteiras – Relação com a contagem de células somáticas no leite e nos índices reprodutivos da vaca de leite. Apresentação de dados obtidos em explorações da Alemanha e do norte de Portugal. Dr. Juan C. González – Miavit Nutrición Animal – Atualizações práticas do uso de silagem de milho para a alimentação das vacas de leite. Apresentação de dados do novo processamento “Shedrlage” da silagem de milho. Eng.º Javier López – Kemin Ibérica
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
SIMPÓSIO ONE: THE ALLTECH IDEAS CONFERENCE 2018 Celebra o poder das ideias e homenageia Dr.
Dr. Majid Fotuhi, neurologista e neurocien-
inovador, o Dr. Lyons utilizou o seu conheci-
Pearse Lyons, um homem que revolucionou a
tista, compartilhou a sua incrível história de
indústria da agro-pecuária.
crescer como um jovem com “sede de conhe-
mento científico na fermentação de levedura e a sua visão para os negócios para revolucio-
cimento” enquanto tentava escapar do Irão
nar a indústria da alimentação animal através da introdução de ingredientes naturais. Nos últimos 10 anos, as suas realizações científicas foram listadas em mais de 300 patentes.
Fiel ao seu nome, ONE: The Alltech Ideas Con-
durante a Guerra Irão-Iraque. Especialista no
ference 2018 começou com a apresentação de
campo da memória, da doença de Alzheimer,
algumas das ideias mais inovadoras da atuali-
da Concussão, TDAH e do aumento da vitali-
dade, desde o nível genético até às mudanças
dade cerebral na vida adulta, Dr. Majid Fotuhi
disruptivas no futuro dos alimentos e como nós
detalhou como a sua jornada na Universidade
os produzimos. Descritas frequentemente como
Johns Hopkins e na Universidade de Harvard o
a principal conferência de negócios na região,
capacitou a ensinar os outros a cuidar melhor
as apresentações instigantes do dia estabele-
dos seus cérebros.
ceram firmemente o simpósio ONE18 como a
“Nós é que controlamos”, disse Fotuhi. “Preci-
Além disso, o Dr. Pearse Lyons foi reconhecido com o Alltech Humanitarian Award por ter um espírito filantrópico sem limites. O prémio é atribuído anualmente a personalidades de caráter forte, que usam a sua visão para influenciar positivamente e inspirar os
fonte das ideias que mudam a vida.
samos assumir a responsabilidade pelo facto
que estão ao seu redor. Para o Dr. Lyons e
Dr. Rodolphe Barrangou, especialista em CRISPR
do nosso cérebro estar saudável ou não”.
e professor na Universidade da Carolina do
Em particular, explicou que ter uma vida moti-
para a Sra. Deirdre Lyons, fazer a diferença no mundo tornou-se no fio condutor das suas
Norte, explicou o potencial da polémica tec-
vada por propósitos e sentirmo-nos apaixo-
nologia de edição genética para revolucionar a
nados pelos nossos objetivos pode se refletir
produção de alimentos e a agricultura.
num cérebro mais saudável.
“Na minha opinião, CRISPR pode ser a única
“Ter um propósito na vida pode ter um impacto
tecnologia que é inovadora, inovadora e trans-
no seu cérebro”, disse Fotuhi
formadora o suficiente para mudar e definir a
Dr. Mark Lyons, presidente da Alltech, condu-
origem da próxima geração de produtos em
ziu o simpósio para um passo mais à frente,
toda a indústria de alimentos e bebidas”, disse
e proporcionou uma reflexão sobre o valor
Barrangou.
de uma ideia e o seu potencial na influên-
Não só esta tecnologia está a mudar a sua vida
cia do futuro dos nossos negócios, vidas e
como cientista de investigação, mas também
até mesmo do planeta. Para alcançar essa
como cidadão e pai. Esse “bisturi molecular que
mudança inovadora, Mark Lyons disse, é pre-
corta o DNA” tem o potencial de editar, alterar
ciso que os líderes tenham a capacidade de
e reescrever o DNA com facilidade e acessibili-
ver o que os outros não conseguem, algo que
dade sem precedentes para criar novas terapias
Leonardo da Vinci e o Dr. Pearse Lyons, fun-
genéticas, órgãos sintéticos e vacinas naturais.
dador da Alltech, tinham em comum.
Tem também o potencial de criar antibióticos
“O Dr. Pearse Lyons estava constantemente
programáveis que seletivamente matam agen-
a encorajar-nos para sermos o melhor que
tes responsáveis por doenças, como Salmonella.
poderíamos ser para aqueles ao nosso redor,
“Cientificamente, existem 10 novos estudos
para que eles pudessem florescer e torna-
CRISPR publicados todos os dias em 2018.”,
rem-se no melhor que poderiam ser”, disse
disse Barrangou.
Mark, numa reflexão sobre a meta do Dr.
Apesar do recente fervor sobre CRISPR na
Lyons de que a Alltech deveria ser baseada
comunicação social, Barrangou comentou que
na excelência e diversão. “O Dr. Pearse Lyons
com este novo poder vem uma grande respon-
queria que eles vivessem com os valores que
sabilidade, e o mundo da agricultura é bastante
ele possuía e com essa excelência, algo que
crítico. Barrangou acredita que a verdadeira
ele e a minha mãe compartilhavam - talvez
revolução está a acontecer nas Administra-
ela ainda mais”, explica Mark Lyons, filho do
ções das empresas que estão a aproveitar
Dr. Pearse Lyons.
esta tecnologia.
A Medalha de Excelência Alltech, a mais alta
“Essa grande ideia está a tornar-se uma reali-
distinção da Alltech, foi concedida ao Dr. Lyons
dade”, disse Barrangou. “E essa grande ideia vai
pelo seu trabalho como cientista visionário.
salvar o planeta.”
Como um empreendedor e um incansável
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
vidas tanto ao nível pessoal como profissional. “Não podemos substituir o Dr. Pearse Lyons, ninguém pode”, disse Mark Lyons. “Mas se começarmos a pensar como o Dr. Pearse Lyons, se conseguirmos 10 pessoas, 100 pessoas, 1.000 pessoas a pensar como ele, imaginem o que podemos conseguir juntos.” O Simpósio ONE18: Alltech Ideas Conference aconteceu de 20 a 22 de Maio de 2018, com 100 palestrantes e recebeu 3.504 participantes de 76 países, tendo sido o 34º Simpósio que a Alltech realizou. Para saber mais informações sobre o ONE18, visite one.alltech.com. O Simpósio ONE19 já tem data marcada, irá realizar-se de 19 a 21 de Maio de 2019.
In Memoriam Porque a IACA é uma Instituição que foi
Destaque ainda para a FIPA, onde repre-
O seu trabalho, dedicação e a sua Memó-
construída, desenvolvida e “moldada”por
sentou a nossa Associação naquela organi-
ria, estarão eternamente ligados a esta
todos os que por ela passaram e se empe-
zação representativa da indústria agroali-
Instituição.
nharam, com o seu tempo, dedicação e
mentar nacional, que ajudou a fundar e a
determinação, nas mais variadas lutas em
fortalecer, sendo hoje uma organização
prol da Indústria da Alimentação Animal,
credível e respeitada no panorama asso-
porque fizeram parte dos Órgãos Sociais,
ciativo.
é justo lembrar nesta edição da Revista “Alimentação Animal”, dois antigos dirigentes e duas personalidades com uma característica comum: conciliadores.
Foi igualmente um dos fundadores, impulsionadores e grande entusiasta da Revista “Alimentação Animal” que, aliás contou com o seu importante testemunho
Referimo-nos aos Dr. Jaime Lança de
e contributo na edição número 100 que
Morais, Presidente da IACA entre 1991
comemorámos em 2017, recuperando o
e 2000, e o Sr. Vitor Cabeleira, Diretor
Editorial que redigiu para o número 1, em
da IACA e Presidente da então Secção
1989, “Ousamos ter esperança”. Amante
de Fabricantes de Pré-Misturas (SFPM),
da leitura, da dança, cinema, desporto,
entre 2000 a 2005.
era um verdadeiro “gentleman”, um conversador por excelência, amigo, tendo deixado uma inegável marca e muitas amizades que extravasaram o Setor, em toda a Sociedade. Da sua admiração por Fernando Pessoa, que citava nos seus escritos ou reflexões, aqui deixamos, em jeito de homenagem, aquela que acompanhou o Editorial e que melhor define o Jaime Lança de Morais “ Saber que será má a obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca
Jaime Abel Kreissmann Lança de Morais,
se fizer. Aquela que se faz, ao menos,
nascido em 29 de novembro de 1934,
fica feita. Será pobre, mas existe tanto
faleceu no dia 5 de abril, com 83 anos.
me basta, ou me não basta, mas serve
Desempenhou inúmeras funções a nível
de alguma maneira”.
nacional e internacional, designadamente no quadro da FEFAC, como Tesoureiro, e
E a Obra fez-se.
No dia 30 de maio, fomos surpreendidos com o falecimento do Sr. Vitor Cabeleira, com 73 anos, que também ficou ligado a um momento marcante da Associação: a constituição da Secção de Fabricantes de Pré-Misturas, em 1994. Nascido em 20 de julho de 1944, na Mata, em Torres Novas, Vitor Manuel Assis Cabeleira, participou em reuniões com a IACA, sobretudo em 1993, fazendo parte da delegação que haveria de criar a Secção de Pré-Misturas, sendo seu membro ativo, em representação da empresa SANIPEC. A partir de 1994, foi dirigente da Secção, então presidida pelo Dr. Carlos Cortes, sendo Diretor da IACA no período de 2000 a 2005, tendo representado a Associação em muitas reuniões e responsável por dossiers de inegável relevância para o Setor e em particular para
na IACA, tendo sido seu Presidente entre
A IACA e os seus Associados, dirigentes
as empresas de pré-misturas.
1991 e 2000.
e colaboradores, agradecem-lhe.
Durante aquele período, foi igualmente Presi-
Para além da Presidência da IACA, desem-
Na Assembleia Geral da IACA de 6 de
dente da Secção de Fabricantes de Pré-Mis-
penhou importantes e relevantes cargos
abril foi votado um voto de profundo
na FEFAC e em alguns dos seus Comités,
pesar e de sentidas condolências pela
prestigiando a Indústria e a Associação,
sua partida, que também é uma perda
A IACA agradece o seu trabalho e dedicação
nas múltiplas tarefas para as quais foi
para a Associação, que ajudou a construir
à Associação, aqui deixando esta sentida
eleito ou designado.
e a desenvolver.
Homenagem!
turas, que evoluiu, entretanto, para a atual Secção de Pré-Misturas e Aditivos.
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC‑ 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXIX Nº 104
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA
Abril / Maio / Junho
DIRETOR José Romão Braz
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Serviços da IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ‑ Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87
EMAIL iaca@iaca.pt
www.iaca.pt
EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO DA CAPA Eduarda Loureiro
EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471‑909 Gueifães ‑ Maia
PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
ABRIL
6
• Reunião de Direção • Assembleia Geral Ordinária
10
• Comité “FEED SAFETY MANAGEMENT “ em Dublin • Conferência USSEC sobre Sustentabilidade em Madrid
15
• 8º Encontro de Formação da Ordem dos Médicos Veterinários (EFOMV)
16
• Reunião na DGAV
17
• Reunião CT 37 • Workshop Agroalimentar para apresentação do RNC 2050 – APA
Data
MAIO
3
• Reunião Geral da Indústria “Inovação e Competitividade: Que Indústria para o horizonte 2030?” em Fátima
6a9
• Deslocação ao Brasil Missão FEFAC sobre Soja Sustentável (Sojaplus)
10 e 11
• 2º Congresso Internacional Agrifood em Tarragona
15 17 a 19
SITE
62 |
Data
22 23 e 24 30
• Dia do Agricultor em Elvas • Feira Nacional do Porco • Reunião GoEfluentes • Ação de formação RGPD-Proteção de Dados • Comités da FEFAC “Sustentabilidade, Alimentos Compostos e Alimentos para Peixes” • Assembleia Geral do CIB
Data
JUNHO
1
• Comissão Executiva
6
• Reunião de Direção • Sessão de esclarecimento sobre Embalagens na APA
8
• Conferência Internacional: Os grandes desafios para a Agricultura no Futuro – FNA 2018
19
• Workshop DGAV/IACA sobre Importação e Exportação de Alimentos para Animais
20 e 21
• 63ª Assembleia-Geral da FEFAC em Lyon
22
• 3ª Gala Porco D’Ouro – FPAS
29
• Comissão Executiva • Reunião com Índice
De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt
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Lilly Portugal Torre Ocidente – Rua Galileu Galilei, nº 2, piso 7, fracção A/D 1500-392 Lisboa – Portugal – www.elanco.pt A L I ME N TAÇÃO A N I M A L | 6 3
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL