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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL
REDUÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS, UMA DAS PRIORIDADES DO SETOR Este número da Alimentação Animal é dedicado a dois importantes eventos organizados pela IACA: Os Comités de “Pré-Misturas e Minerais” e de “Nutrição” da FEFAC, reunindo em LisPedro Folque
boa as principais associações europeias da indústria de alimentação animal. Além da
SPMA - IACA
discussão dos principais problemas legislativos e operacionais do sector (resumidos na área da SPMA), tivemos também a oportunidade de organizar em colaboração com a DGAV e a FMV de Lisboa, um Workshop sobre “Soluções em Nutrição Animal Contra a Resistência aos Antimicrobianos”, refletindo a atual preocupação da luta contra a “RAM – Resistência aos AntiMicrobianos”, numa estratégia integrada de “Uma Só Saúde” em que necessariamente a produção animal está implicada e em particular, a indústria de alimentação animal. As VII Jornadas de Alimentação Animal, que nasceram na reunião da SPMA de Março de 2018 e que tiveram inicialmente como tema a “Redução do uso de antimicrobianos em produção animal”, depois corrigido para um título mais adaptado à nossa atividade de “Estratégias para a promoção da saúde intestinal em alimentação animal”. O pro-
ÍNDICE 03 VII JORNADAS DE 04 ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL
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SPMA
– Comités – Workshop FEFAC/IACA
46 49 NOTÍCIAS NOTÍCIAS 50 DAS EMPRESAS 54 AGENDA EMPRESAS
grama resultante das apresentações propostas procurou demonstrar que este tema complexo da “Saúde Intestinal” deverá ter i) uma abordagem multifatorial (genética, ambiente, maneio, sanidade, alimentação,…), ii) que a qualidade das matérias primas é fundamental (fatores antinutricionais, alimentos funcionais,…), iii) a formulação dos alimentos deve ser adaptada a novos objetivos (controlo dos teores de proteína ou cálcio, poder tampão dos alimentos, uso de fibras dietéticas,…) e iv) que a utilização de “novos” aditivos (ácidos orgânicos, óleos essenciais, monoglicéridos, probióticos, prebióticos, enzimas,…) passa por compreender melhor a sua funcionalidade e forma de aplicação, possivelmente numa lógica de “Novos Promotores de Crescimento”. Foi revelador que numas jornadas de “Alimentação Animal”, 6 das 8 apresentações tinham no seu título “redução do uso de antibióticos”, demonstrando o atual objetivo destes “novos” aditivos. Como notas finais, uma enorme satisfação pela grande adesão das empresas associadas e não associadas da SPMA para participarem nas jornadas (infelizmente nem todas puderam) e para o número de participantes (com o maior número de inscrições de todas as jornadas, estando presentes quase todas as empresas da IACA). Um agradecimento para todas as empresas da SPMA, participantes ou não participantes, a todos os patrocinadores (em particular à USSEC) e oradores, aos moderadores (Profs. Chaveiro Soares e Divanildo Monteiro) e a toda a equipa da IACA. No próximo ano, com a celebração dos 50 anos da IACA, a responsabilidade da organização deste evento aumenta, pelo que deixo desde já o desafio às empresas da SPMA para tentarmos fazer umas grandes VIII Jornadas de Alimentação Animal. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
VII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL PROGRAMA 9:00 – 9:30 H Receção dos participantes 9:30 – 10:00 H Abertura e Apresentação das Jornadas – João Barreto, IACA e Pedro Folque, SPMA
1º Painel – Moderador: Prof. Manuel Chaveiro Soares
2º Painel – Moderador: Prof. Divanildo Monteiro
10:00 – 10:35 h Qualidade dos produtos derivados da soja: controlo dos fatores antinutricionais Lourdes Cámara, UPM/ USSEC 10:35 – 11:105 h Ácidos orgânicos, monoglicéridos e óleos essenciais na redução do uso de antibióticos Mário Garcia, 3F/ Eurocereal 11:10 – 11:305 h Coffee-Break 11:30 – 12:055 h Redução do uso de antibióticos em explorações pecuárias – uma estratégia multifatorial J.J. Sousa Nunes, TNA 12:05 – 12:405 h Formulação de alimentos para animais para a redução do uso de antibióticos Ignasi Riu, Avena/ Tecnipec 12:40 – 13:155 h Alternativas à produção com antibióticos Fernando Trajano Lima, Biomin/ Vetlima 13:15 – 13:305 h Discussão 13:30 – 15:005 h Almoço
15:00 – 15:355 h Estratégias para a redução de antimicrobianos mediante a utilização de probióticos e prebióticos David Saornil, Lallemand/ Tecadi
COLA B ORAÇÃO
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16:10 – 16:455 h Alimentando a saúde: Estratégias para a redução do consumo de antibióticos Saúl Escobero, A. Pintaluba/ Vetalmex 16:45 – 17:005 h Discussão 17:00 – 17:305 h Sessão de Encerramento
A P OIO
PATR OCIN A D O R
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15:35 – 16:105 h Melhor digestibilidade dos alimentos tratados com enzimas, melhorando saúde intestinal Márcio Ceccantini, Adisseo/ Indukern
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
SOBRE A REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS EM PRODUÇÃO ANIMAL Sinto-me particularmente honrado com o convite
de fotoperíodo crescente e com forte intensidade
que o Eng.º Pedro Folque teve a amabilidade de
luminosa. Na referida fase é comum registar-se uma
me dirigir para moderar o primeiro painel das pre-
percentagem elevada de ovos de duas gemas, situa-
sentes Jornadas. Em especial porque as mesmas
ções de prolapso, picacismo e colibacilose – tendo
têm como temática principal a saúde intestinal
como consequência uma mortalidade elevada e um
e a redução da utilização de antimicrobianos em
desempenho reprodutivo medíocre.
produção animal – tópicos do maior interesse e actualidade no que tange à zootecnia e à saúde pública. Esta a razão por que vem mobilizando a atenção em particular dos técnicos com responsabilidades na produção animal, nomeadamente na Manuel Chaveiro Soares Grupo Valouro
Europa. Primeiro na sequência da supressão em 2006 dos antimicrobianos como promotores de
foi decidido efectuar alguns ensaios com diferentes probióticos e prebióticos para modular a microbiota intestinal, e num núcleo avícola recorreu-se também à vacinação contra E.coli. Todavia, os resultados não se revelaram plenamente
também o uso dos antibióticos a título terapêutico,
satisfatórios, designadamente nas condições espe-
tendo em conta os riscos decorrentes da resistên-
cíficas por nós consideradas, tendo-se então equa-
cia aos antimicrobianos no tratamento de infecções
cionado a possibilidade de recorrer à auto-vacina
dos seres humanos e dos animais. Recentemente,
de E.coli, inclusive obteve-se autorização oficial
também nos EUA emergiu uma tendência para
para o efeito.
a denominação NAE ( no antibiotics ever).
Entretanto, por iniciativa do Dr. Miguel Fontes, do Grupo Valouro, foi conduzido um trabalho de inves-
Mas, cumpre acrescentar, a problemática das bac-
tigação com o objectivo de tipificar os serotipos de
térias multirresistentes está também amplamente
E.coli predominantes, bem como os seus factores
relacionada com a medicina humana, com sublinhado
de virulência, tendo-se para o efeito contado com a
para os riscos de contaminações nosocomiais,
colaboração prestimosa da Universidade de Évora,
dificilmente controláveis, na medida em que nos hospitais não é possível implementar as práticas preventivas correntemente adoptadas nas modernas explorações pecuárias, incluindo a realização corrente de vazios sanitários. Ainda mais honroso será caber-me a oportunidade de apresentar os distintos conferencistas que participam na primeira parte destas Jornadas de Alimentação Animal.
nomeadamente do Professor Luis Martins e da Dr.ª Ana Paixão, e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, designadamente da Investigadora Inácia Corrêa de Sá. Os resultados, publicados em 2016 na revista Poultry Science [95(7):1646 – 1652], revelaram que a vacina por nós usada não possuía de forma completa todos os APEC (Avian Pathogenic Escherichia coli) identificados, o que colocou de novo o interesse
Antes, porém, e por se tratar de uma matéria que
em recorrer à auto-vacina.
me preocupa há já algumas décadas, seja-me per-
Porém, concomitantemente, vários Técnicos do
mitido relatar sumariamente algumas iniciativas tomadas nos últimos anos – e que tenho vindo a acompanhar – tendo em vista minimizar a administração de antibióticos a galinhas reprodutoras pesadas, mormente durante as primeiras semanas após a transferência para os aviários de reprodução.
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jável e também nem sempre se revelava eficiente,
crescimento e, subsequentemente, considerando
criar aves sem antibióticos, comercializadas com
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Como a administração de antibióticos não era dese-
Grupo Valouro, com responsabilidades no maneio das galinhas reprodutoras, sob a coordenação do Eng. Bruno Roque, identificaram meticulosamente os cuidados que importa dedicar ao bem-estar das aves. E, durante a recria, como sincronizar o desenvolvimento corporal com a maturidade sexual, e
Efectivamente, na referida fase, a que se segue o
também na fase inicial da postura, como controlar
início da postura e até ao pico, as galinhas estão
rigorosamente os principais factores que afectam
sujeitas a forte stress – especialmente quando
a ovoposição, tais como a evolução do peso vivo, o
se trata de pavilhões abertos e durante a época
fotoperíodo e a intensidade luminosa – um equilíbrio
delicado, mas indispensável para se optimizar
dade anormal, exigindo uma intervenção com
A terminar estas breves notas sobre a redu-
o desempenho reprodutivo. Efectivamente,
antibiótico, após realização de antibiograma.
ção do uso de antibióticos em produção ani-
os resultados zootécnicos decorrentes das melhorias ocorridas no maneio têm-se revelado auspiciosos. O uso de antimicrobianos passou a ser despiciendo e pontual – sempre administrados apenas em consequência de uma falha no maneio – designadamente na aludida fase, subsequente à transferência das frangas para os aviários de reprodução, até ao pico de postura – correspondendo justamente ao período onde habitualmente se registava maior mortalidade. A título de
Tenho vindo a tratar, evidentemente, de uma situação particular – galinhas reprodutoras pesadas em início de postura – certamente nem sempre replicável noutras condições. Mas, todavia, claramente demonstrativa da importância do maneio no bem-estar das aves e, portanto, na promoção da sua imunocompetência, e, consequentemente, também na redução da administração de antibióticos e na obtenção de bons resultados zootécnicos.
mal e antes de dar a palavra à Eng.ª Lourdes Cámara, será talvez oportuno sublinhar também a importância da qualidade hígio-sanitária da água de abeberamento e as condições de higiene da tubagem, nomeadamente no que toca ao biofilme, e dos bebedouros, para se minimizar a ocorrência de problemas do foro intestinal nas aves. Para o efeito recomenda-se um tratamento adequado da água, designadamente com cloro, sendo que por via de regra utiliza-se o hipoclorito de sódio
exemplo de uma situação excepcional, devo
A problemática é certamente diferente nou-
a 13%, nomeadamente na água de consumo
assinalar que, no decorrer da recente vaga de
tros tipos de produção, onde são reconhecidos
público que bebemos. Mas, infelizmente, o
calor, ocorreu uma rotura no abastecimento
momentosos problemas atinentes à integri-
aludido biocida ainda não está registado na
de água num aviário, o que veio causar um
dade intestinal, cabendo frequentemente à
entidade oficial competente no âmbito do
forte stress em galinhas no início de postura
nutrição e à alimentação um papel particular-
sector pecuário, o que não favorece o pro-
e, consequentemente, verificou-se um caso
mente relevante, nomeadamente em ordem
pósito de reduzir o uso de antibióticos em
de colibacilose, conducente a uma mortali-
a minorar as desbacterioses.
produção animal.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
CALIDAD DE LOS PRODUCTOS DE LA SOJA: CONTROL DE LOS FACTORES ANTINUTRICIONALES Introducción La harina de soja es una fuente vegetal de pro-
Calidad de la proteína de las harinas de soja
teína y aminoácidos (AA) de calidad para anima-
Las harinas de soja contienen cantidades variables
les monogástricos con una composición química
de factores antinutricionales entre los que desta-
menos variable que otras fuentes proteicas lo que
can los IT que reducen la actividad de la tripsina
favorece altos niveles de inclusión en la dieta. Sin
y la quimotripsina, afectando negativamente a la
embargo, debido a su alto nivel de utilización, la
digestibilidad de los AA. Estos compuestos anti-
falta de uniformidad de esta materia prima es
trípsicos son termolábiles, por lo que su contenido
mucho más relevante que la del resto de mate-
y actividad se reduce tras un correcto procesado
rias primas. El control de calidad de las harinas
térmico. A tener en cuenta que el sobrecalenta-
Lourdes Cámara
de soja y sus derivados se reduce a analizar su
miento reduce la presencia de IT pero aumenta
Departamento de Producción Agraria, UP Madrid
contenido en humedad, fibra bruta, proteína bruta
las reacciones de Maillard, lo que resulta en una
(PB) y actividad ureásica. Estos parámetros no son
reducción severa de la digestibilidad de la pro-
suficientes para determinar su valor nutricional.
teína, especialmente en el caso de la lisina y la
Productos de soja Dependiendo del tipo y nivel de procesado podemos encontrar en el mercado diferentes productos derivados del haba de soja cruda en función del. El haba entera con un 36% de PB se descascarilla para reducir los costes del proceso y el resto de la semilla, una vez preparada, se somete a calentamiento térmico con el fin de reducir el contenido en factores antinutricionales. Posteriormente se extrae el aceite del haba mediante solventes, obteniéndose la harina de soja (48% PB). A menudo, se añade parte de la cascarilla que se separó al principio del proceso, originando
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cisteína (Fontaine et al., 2007; González-Vega et al., 2011). Por el contrario, un calentamiento insuficiente dejaría activos gran parte de estos IT. Por tanto, para conocer la calidad real de la proteína de las harinas de soja no basta con determinar el nivel de IT presentes sino también medir la cantidad de Lys que permanece activa al final del proceso de calentamiento. A nivel comercial, existen 3 métodos principales para el control de calidad de la proteína de las harinas de soja: test de la ureasa, solubilidad en KOH y el índice de dispersión de la proteína (PDI).
harina de soja 44%. En ciertos países, la grasa no
Test de la ureasa
se extrae del haba mediante solventes sino por
La ureasa es una enzima termolábil presente en
procesos de presión acompañados de tempera-
el haba de soja cuya destrucción mediante trata-
turas elevadas. En este caso, el producto que se
miento térmico sigue una dinámica similar a la de
obtiene es la soja expeller, cuyo contenido en PB
los IT (Balloun, 1980; Waldroup et al., 1985). Este
está en torno al 40-44% y el de grasa en torno
test se basa en la medición del incremento del pH
a un 8-11%. A partir del haba procesada y desen-
como resultado de la producción de amoniaco a
grasada se pueden generar productos de valor
partir de urea por parte de la ureasa, enzima
añadido mediante eliminación de los factores
presente en la harina sin procesar o inconve-
antigénicos, la desactivación de los IT y la reduc-
nientemente procesada. La utilización de este
ción de los oligosacáridos mediante fermentación
método mide indirectamente el grado de proce-
o procesado enzimático (harina de soja fermen-
sado térmico que se ha aplicado a una harina y
tada: <55% PB) o mediante extracción alcohólica
por tanto, el grado de destrucción de los factores
(concentrado proteico de soja: >65% PB).
antinutritivos. La sencillez y el bajo coste de este
método hacen que sea el más utilizado por
mente (Anderson-Haferman et al., 1992).
cenaje tiende a reducir los valores de PDI
la industria aunque su principal limitación es
El índice de KOH se ve menos afectado
mientras que el efecto es escaso sobre los
que no tiene valores negativos. Un valor de
por el tiempo de almacenaje que otros
valores de KOH y prácticamente nulos para
cero no nos permite saber si el procesado
métodos tales como el PDI (Serrano et
los IT. Por ello, los valores de PDI tenderán
térmico ha sido “perfecto” destruyendo
al., 2013). Debe tenerse en cuenta que el
a ser menores al analizarlos en el país de
todos los factores antinutritivos o si el
manejo de las muestras durante su análi-
destino que en el país de origen.
calentamiento ha sido excesivo.
sis en el laboratorio (molienda, agitación, temperatura, pH de la solución, tiempo,
Solubilidad de la proteína en KOH
etc.) pueden influir en el resultado (Whi-
En su estado natural, sin procesar, la pro-
ttle y Araba, 1992).
teína de las habas es muy soluble y el
Conclusión A pesar de su precio, la harina de soja es la fuente proteica de elección en alimentación de especies monogástricas. Debido a
test de solubilidad en KOH nos permite
Índice de dispersión de la proteína (PDI)
medir la solubilidad de las proteínas de
El PDI mide la solubilidad del nitrógeno de
lar los diversos parámetros nutricionales,
la soja en una solución 0,2% KOH y así
la muestra de soja en un medio acuoso y
especialmente aquellos relacionados con
determinar indirectamente el grado de
permite determinar de forma más precisa
el perfil aminoacídico, la digestibilidad de
desnaturalización de la fracción proteica.
el nivel óptimo de procesado de un haba o
los AA y el contenido en azúcar y energía.
Se trata de un procedimiento efectivo para
harina de soja que los test de la ureasa o la
La planta de procesado, el tipo de suelo y
la determinación del sobrecalentamiento
solubilidad en KOH (Hsu and Satter, 1995;
la conservación y el lugar de origen del haba
pero es menos eficaz en la detección de
Batal et al., 2000; Dudley-Cash, 2001). Se
(latitud) son parámetros que afectan a su
habas o harinas procesadas deficiente-
debe tener en cuenta que el tiempo de alma-
valor nutricional.
valor KOH estará por encima del 90%. El
sus altos niveles de uso es preciso contro-
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
ÁCIDOS ORGÂNICOS, MONOGLICÉRIDOS E ÓLEOS ESSENCIAIS NA REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS ALTERNATIVAS: Mudanças estruturais
Antibióticos em ALIMENTAÇÃO ANIMAL
stratégias Melhoria em biossegurança . om maneio da água, e sobretudo
Segunda Transição
gua potável
Maior importância das vacinaç es Melhorias no maneio e bem estar animal . Comprimento de comedouro adequada
. vitar obstruç es
stratégias nutricionais erfil de nutrientes e fases n de raç es
Matérias primas strutura física
ualidade amanho de partícula e tecnologia de fabricação
Aditivos
Mudanças nutri i nais
Mário Garcia 3F Feed & Food
Aditi s: Eu i ti s ubi ticos
roteína Diminuição geral de níveis de proteína, em simultâneo com uso de
rodutos que a udam a manter um adequado balanço entre bactérias
genéticas muito magras ou com grande prolificidade porcas
dese áveis e patogénicas no trato digestivo dos animais, ou eubiose evitam as disbioses ou desequilíbrios
reprodutoras
Diferentes mecanismos de ação
Fontes de proteína mais digestíveis
Ação directa e selectiva a microrganismos patogénicos
Matérias primas Digestibilidade, palatabilidade
romoção de populaç es dese áveis que estabelecem um controlo sobre
Fibra insol vel como potenciadora do peristaltismo
populaç es patogénicas
Fibra sol vel para promover fermentaç es dese áveis formadoras de
or adição directa de microrganismos dese áveis
or promoção de populaç es end genas
butírico Aspectos físicos tamanho de partícula, raç es em farinha, trigo inteiro
Eu i ti s
Fortalecimento dos sistemas de proteção end gena do animal
ci os o e anis os de ação
nicos
idos org ni os adeia ur a
ro oção de o u aç es dese eis ue es a e e e u on ro o so re o u aç es a og ni as
ção dire a e se e i a a a og ni os
or a e i en o dos sis e as de ro eção end gena do ani a
i inuição dos a ores an inu ri ionais
s adeia
dia
odo de ação ange e a
i idade an i i ro iana da or a não disso iada ração ei e a erno
a
ri a de ração
a gran a o ra o diges i o edu
diges i o
e oria do a anço energ i o das
u as in es inais
e orando a in egridade e a unção da
u osa
cidos orgânicos de cadeia curta SCFA H-COOH
cidos orgânicos de cadeia curta SCFA ro e as de aneio e orrosi idade so de
H+ + COO-
idos a
i
ia de
onados idos a
ação u
ido sa on ugado
onados
ou o enor ue os uros
i
ia s
orrosi idade ni a igua
ois os sais assa a or a o não
disso iado no es
ago
ro eção ni e e ei o na ração ins a aç es rans or e ni e o e ei o no ro en r u o e oe a uando
cidos orgânicos de cadeia curta SCFA is uras o
i er ado o
não e er i e er u e ei o
Os ácidos orgânicos de cadeia curta • Nos diferentes troços do sistema digestivo, o p varia provocando a dissociação dos ácidos, diminuindo a sua eficácia antibacteriana
e en aridade e Sinergias
egu ação de i ro ora nu rição de en er i os redução de Salmonella
rodução de en i as igiene de raç es gua e ins a aç es i i es
ei o
de enden e a enor
aior e ei o
sorção no in es ino
orrosi idade
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idos sais on ugados
ro
, 201
Mono, di e triglicéridos
Os ácidos orgânicos de cadeia média
sterificação de glicerina com 2 ácidos gordos
sterificação de glicerina com 3 ácidos gordos
Monoglicéridos de MCFA
Monoglicéridos de MCFA
• Reação de esterificação
• MCFA, tal como os ácidos orgânicos de cadeia curta, mostram um potente poder antibacteriano bacteriostático ou bactericida, dependendo da dosificação .
• Glicerina e ácidos gordos •
igação covalente. Muito estável 23 C
• ndependente do p
sterifica de glicerina com 1 ácido gordo
2-
• Amplo espectro de microrganismos
• Dispersíveis em água
• Ação dependente de
• Facilidade de aplicação na água de bebida
• Microrganismo
• Dispersíveis em água ração
• Concentração
• Não produ odores desagradáveis
• p
• Não são corrosivos
MCFA e MCFA monoglicéridos
muito maior eficácia a p abai o do p a
• Se p
p a sem dissociar
• Se p
p a dissociado
Atividade antimicrobiana de Monoglicérido e cidos Gordos de cadeia média
• Os monoglicéridos de MCFA demonstraram poder antibacteriano contra espécies tais como Clham dia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, elicobacter p lori Staph lococcus aereus ergsson et al., 1 1,1 2,2 13,2 24 • De facto, na maioria dos casos os monoglicéridos de MCFA têm maior poder antimicrobinano que o seu equivalente de MCFA 1 3
ergsson, G. et al., 1 . Antimicrob. Agents Chemother. 42 22 22 4. 2 ergsson, G. et al. 1 . Antimicrob. Agents Chemother. 43 2 ergsson, G., et al., 2 1. A M S 1 . 4 ergsson, G., et al., 2 2. nt. . Antimicrob. Agents 2 25 2 2.
2 2.
Monoglicéridos de ácidos gordos de cadeia média Modo de ação
Atividade antimicrobiana sinergias
• • i o as a • e rana e u ar
co i
actéria e posta a Monocaprilato produ poros em membranas, que tornam inviável a célula, morrendo t h o coccus osus
AR C ldgaard et al., 2 12
AS COM NA S S O MA S O OS MG ND D A S
N
S
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
Sinergias MG- cidos orgânicos
MCFA e Monoglicéridos de MCFA • Diferenças MCFA e MG de MCFA. Resumo 1. Os MG têm maior poder antimicrobiano 2. Não têm mau odor 3. Necessitam-se em menores doses, pelo que não afetam a palatabilidade 4. São dispersíveis em água o que permite tratamentos na água 5. Misturados com ácidos orgânicos, melhoram o seu maneio em líquidos e atuam sinérgicamente na água, ração e animal
Ração
st mago
. delgado
. grosso
. orgânicos MG MCFA • Sinergias devido ao seu diferente mecanismo de ação • Dissociação no interior da bactéria • nterferência com as membranas • Combinação • Maior eficácia • Menor possibilidade de aparição de resistências • ficácia na ração e água de bebida biofilm
Modo de ação das fontes de butírico
cido
• Nutrição específica de enter citos • stimulação da proliferação e diferenciação das células saudáveis e efeito contrário nas células malignas • ncremento da capacidade imunitária • Metabolismo gordo
•
utírico protegido ligação éster
cido butírico • nibe apoptose • romove as uni es entre enter citos, pois aumenta a e pressão do mRNA para a síntese de proteínas das tight-junctions • Melhora a morfologia digestiva • Maior superfície de absorção, produção en imática
• Fomenta fator de crescimento epidérmico • Redu e pressão - e NF-α • Menor inflamação
feito do ácido butírico
OS
SS NC A S
• Componentes voláteis de vegetais ou seus análogos sintéticos • Atividade antimicrobiana especialmente pelos grupos fen licos que contém. • Atividade antimicrobiana letr es deslocali ados e presença do grupo hidro ilo no anel fen lico.
• Alteram a permeabilidade da membrana, dificultando o controlo do p e seu equilíbrio. •
tratos vegetais variabilidade na sua composição, inter partida, inter anual. Multitude de interaç es.
• Compostos puros certe a na composição e rique a, maior controlo de interaç es
OS
SS NC A S Modo de ação
leos essenciais
Nazzaro et al., 2013
CONC
oss e
S
S
rodu ir rodu os ani ais S
i in
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e a en e não
T
T
oss e
or
S ode os er u
seu uso e
Ser ne ess rio
e orias no
udanças na nu rição
aneio e iossegurança e
erna i as re en i as ro i i os re i i os
idos org ni os
onog i ridos de
eos ssen iais
Se ues ran es de …. e o
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inaç es
idos org ni os i o o inas
oda a adeia a i en ar
usi a en e era
ui o
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS EM EXPLORAÇÕES PECUÁRIAS – UMA ESTRATÉGIA MULTIFACTORIAL Por que razões devemos diminuir o uso de antibióticos nas nossas explorações? As razões são várias: 1. Em primeiro lugar porque a legislação assim o exige, e essa legislação será cada vez mais rigorosa no futuro; 2. Um uso mais criterioso de antibióticos nos animais de produção permitirá a manutenção do seu efeito terapêutico por períodos mais longos; José João Rainho de Sousa Nunes Médico Veterinário
3. Temos de combater as resistências a estes fármacos que tantos problemas têm dado na espécie Humana, nomeadamente pelo aparecimento de bactérias multirresistentes. Ao mesmo tempo, nos últimos anos não temos assistido ao desenvolvimento de novas famílias de antibióticos por parte das empresas farmacêuticas. Podemos afirmar que neste momento as bactérias evoluem mais depressa do que os fármacos que estão ao nosso dispor para as combater. Se não forem tomadas medidas, em 2050 a resistência aos antibióticos pode custar 10.000.000 de vidas. Causará mais mortes do que o cancro. São vários os exemplos que conhecemos por esse uso indevido tanto nos humanos como nos animais. No entanto, a “Royal Pharmaceutical Society” (UK), afirma o seguinte: • Ao utilizarmos AB nos animais, podemos criar resistências e que essas resistências podem ser transmitidas aos Humanos; • No entanto, num balanço geral, a contribuição da atividade pecuária para o aparecimento dessas resistências, é muito menor do que a quota-parte causada pelo uso indevido em humanos; • Mesmo assim, temos de garantir que o risco na área da produção animal é o menor possível.
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Apesar das evidências presentes nas afirmações (seguramente fundamentadas) da Royal Pharmaceutical Society, o sector Veterinário também tem de contribuir para a resolução deste problema. Desde logo, modificando a sua postura face à prescrição e utilização destes produtos: • Promotores de crescimento – não usar • Uso profilático – não usar • Uso terapêutico – usar sim, mas com critério. Um dos critérios pode passar por fazer rotineiramente testes de sensibilidade aos antibióticos (TSA). Mesmo que por questões de logística ou de tempo, esse teste possa ter uma valia baixa para os animais que pretendemos tratar naquele momento, dá-nos sempre uma ideia concreta sobre as estirpes bacterianas prevalentes numa dada exploração. É sempre preferível usar um produto mais específico para controlar a bactéria em causa, do que um AB de largo espectro, que acaba por “matar o que deve e o que não deve”. Uma “microbiota” segura, estável e adaptada ao hospedeiro é um importante critério para a existência de animais saudáveis. Numa verdadeira estratégia para reduzir o uso de Antibióticos, mais importante do que administrar qualquer produto alternativo, é necessário pôr em prática um programa com base na prevenção e nas boas práticas de produção. Por outras palavras, para que os antibióticos não sejam necessários como promotores de crescimento, profiláticos ou até curativos, é imprescindível “respeitar” os animais, oferecendo-lhes todas as condições de bem-estar e conforto. Assim, essa estratégia passa por: • Qualidade das matérias-primas utilizadas no fabrico dos alimentos Qualidade no sentido alargado do termo. Isto é, em relação aos parâmetros nutricionais, químicos e microbiológicos.
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• Cumprimento rigoroso das necessidades nutricionais Formular de acordo com a espécie e fase do seu desenvolvimento. Independentemente do preço das matérias-primas, as necessidades nutricionais dos animais são as mesmas. • Genética – eficiência produtiva versus rusticidade A evolução genética tem sido direcionada para a maximização da produção, muitas vezes à custa de uma maior sensibilidade dos animais face às agressões externas. Um acréscimo de rusticidade e resistência seria bem-vindo. • Profilaxia Médica – Programas de vacinação Ferramenta indispensável para uma boa sanidade. • Qualidade da água de bebida As explorações pecuárias devem fornecer aos animais água de bebida cujos parâmetros de qualidade sejam sobreponíveis aos parâmetros utilizados para água de consumo humano. Não nos esqueçamos que os animais consomem geralmente uma quantidade de água que corresponde ao dobro (ou mais) do que o alimento que ingerem. • Maneio geral É um conceito muito amplo, mas que diz respeito a toda a envolvente dos animais. O maneio pode ser definido como “o conjunto de procedimentos levados a cabo pelo Homem na sua relação com os animais de produção”. Os animais devem ser criados com o máximo bem-estar e conforto. Deste modo têm mais condições, tanto para crescer saudáveis, como para maximizar o seu potencial produtivo. • Biossegurança É também um conceito que tem a ver com o maneio, mas diz respeito sobretudo à higiene e ao isolamento das explorações. Atrevo-me a dizer que sem um bom programa de Biossegurança, o sucesso de uma exploração em termos zootécnicos será um mero acaso. 16 |
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O cumprimento rigoroso destas regras é a verdadeira alternativa ao uso de antibióticos. No entanto, e dado que não conseguimos controlar efetivamente todos os parâmetros, existem alguns produtos alternativos que de um modo mais ou menos eficaz nos auxiliam a produzir melhor. Pelas experiências do passado (com o uso de AB promotores de crescimento, por exemplo), todos estes produtos têm uma relação custo-benefício menos favorável. No entanto, são excelentes auxiliares de produção e baseiam-se na modelação positiva da interface intestinal. Controlam a microflora, diminuem a carga microbiana contaminante dos alimentos, assim como aumentam a digestibilidade. Não nos esqueçamos que a interface intestinal é a razão de ser da produção pecuária. Isto é, se estiverem salvaguardados os parâmetros de bem-estar e conforto, os animais produzem melhor ou pior através da qualidade e quantidade do alimento que consomem.
Algumas alternativas Probióticos De acordo com a definição da OMS, os Probióticos são (numa tradução livre) “microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem benefícios para a saúde da pessoa ou animal que os receba”. São bactérias ou leveduras que atuam no tubo digestivo, através de mecanismos de ação variados, frequentemente em associação. Desses mecanismos de ação destaco: • Exclusão competitiva (face a outros microorganismos potencialmente nocivos); • Inativação de toxinas; • Promoção do efeito de barreira do muco intestinal; • Regulação do desenvolvimento e permeabilidade do epitélio intestinal; • Síntese de bacteriocinas;
• Atividade enzimática com melhoria da digestão e absorção de nutrientes; • Modeladores da imunidade. Os Probióticos aceites e registados na UE são: • Bactérias: Clostridium, Bifidobacterium, Lactobacillus e Enterococcus • Leveduras: Saccharomyces.
Prebióticos Gibson e Riberfroid definiram-nos como: “Ingredientes alimentares não digeríveis que estimulam de forma positiva o hospedeiro, estimulando seletivamente o crescimento e/ou atividade de um número limitado de bactérias no intestino” Obrigatoriamente deverão: • Não ser hidrolisados ou absorvidos no estômago ou intestino; • Devem ser fonte seletiva de alimento para as “bactérias boas”; • A sua fermentação deve induzir efeitos locais e sistémicos que sejam benéficos para o hospedeiro. São carbohidratos ou oligossacarídeos com diferentes estruturas moleculares: • Frutoligossacarídeos (FOS, oligofrutose e inulina) • Galactoligossacarídeos (GOS) • Transgalactoligossacarídeos (TOS) • Lactulose. • Mananoligossacarídeos (MOS) – transportadores de bactérias patogénicas (E. coli, Salmonella…) Existem no mercado produtos que associam Probióticos e Prebióticos. São os denominados Simbióticos.
Enzimas Existem três razões principais que justificam o uso de enzimas: 1. Uma ajuda externa aos sistemas enzimáticos endógenos que não têm por si só capacidade para digerir as
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grandes quantidades de alimento ingerido;
nutrientes da célula (dissociação dependente do pKa do ácido).
2. Permitir que nutrientes presentes em algumas matérias-primas que integram os alimentos compostos possam ser digeridos, apesar dos animais não possuírem sistemas enzimáticos endógenos que permitam a sua digestão;
Para além do efeito antibacteriano, promovem o aumento das vilosidades, assim como a descida do pH favorece a digestão proteica. Existem vantagens na associação de vários ácidos, pois em função das diferentes estruturas químicas, também diferem no seu mecanismo de ação.
3. Melhoria Ambiental.
Fitobióticos
Atualmente para uso nos nossos animais estão disponíveis no mercado as seguintes enzimas: • ß-glucanase • Xilanase • Amilase • Protease • Lipase • Fitase Como é evidente, a escolha das enzimas deve ser feita de acordo com o alimento em causa. Cada enzima só atua especificamente em relação a um determinado substrato.
Ácidos Orgânicos Os ácidos orgânicos apresentam efeitos positivos na saúde intestinal, com melhoria das performances. Os principais ácidos orgânicos utilizados são os ácidos:
São produtos de origem vegetal, caracterizados pela atividade antimicrobiana e estimulação do sistema imunitário. Yang et al. (2009) propuseram uma classificação em quatro categorias: • Herbáceos • Botânicos • Óleos essenciais • Oleorresinas Muitos estudos caracterizam a ação dos fitobióticos como semelhante à dos antibióticos promotores de crescimento: • Interferência na construção e manutenção das membranas celulares dos microorganismos, levando à sua rutura; • Alteração da virulência dos microorganismos por contacto na membrana celular;
Parece-me simplista demais afirmar que só pelo facto de um produto ser de origem vegetal tem desde logo a aura de produto seguro, face a um produto de síntese, por exemplo, que muitos desde logo classificam como algo de “maléfico” e potencialmente negativo para pessoas e animais. Mais uma vez afirmo que a investigação certamente que trará luz sobre o tema. Todos estes produtos que referi como alternativas aos antibióticos podem ser encaixados no conceito de produtos “Nutracêuticos”. Definem-se como Fontes alimentares que para além dos aspectos nutricionais, possam trazer benefícios adicionais para a saúde de quem os ingere. O seu uso tem como objetivos o bem-estar animal, melhores produções e segurança para o consumidor. Correndo assumidamente o risco de me repetir, afirmo que as verdadeiras e mais eficazes alternativas ao uso de Antibióticos em produção pecuária são: • Qualidade das matérias-primas usadas no alimento • Cumprimento rigoroso das necessidades nutricionais • Genética – eficiência produtiva versus resistência e rusticidade
• Benzoico
• Estimulação do crescimento e multiplicação de bactérias favoráveis, nomeadamente Lactobacillus e Bifidobacterium;
• Higiene geral
• Láctico
• Estímulo imunitário;
• Água de bebida
• Acético
• Estímulo à produção de enzimas digestivas;
• Maneio e Biossegurança
• Fumárico • Propiónico • Caprílico Difundem-se através das membranas celulares para o citoplasma das células bacterianas que habitam o intestino. Ligam-se através da estrutura lipídica da parede celular da bactéria. No meio intracelular, e já na forma dissociada, o ácido vai anular o sistema enzimático e de transporte de 18 |
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• Proteção da mucosa intestinal ao ataque dos microorganismos patogénicos; • Aumento da palatibilidade do alimento – maior consumo. Seguramente que a investigação esclarecerá algumas dúvidas em relação a estes produtos, nomeadamente no que diz respeito à eficácia, segurança, resistências, possíveis efeitos adversos nos Humanos, etc., para além do fator preço.
• Profilaxia Médica (programas de vacinação)
Para terminar direi que: Uso de antibióticos… seguramente que sim. São instrumentos indispensáveis para a produção pecuária. Na minha perspetiva, e para além de qualquer critério economicista, um animal doente não é um animal que apresente bem-estar. É preciso tratá-lo. Devemos usar sempre os Antibióticos com critério.
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FORMULAÇÃO DE ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS PARA A REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS Resumo
Ignasi Riu Avena Nutrició s.l./Tecnipec, SA
O desmame, para o leitão, pressupõe um importante desafio, com substituição da mãe e do leite materno, transporte, mudança de ambiente e reconstituição de novas hierarquias entre leitões provenientes de outros lotes, o qual determina uma importante situação de stress que provoca alterações marcantes na morfologia e funcionalidade intestinal, o que por sua vez facilita a colonização de microrganismos intestinais patogénicos. O objetivo de um programa de nutrição deve ser a melhoria da saúde intestinal, porque deste modo se reduzem os riscos de distúrbios digestivos e de doenças. No presente trabalho pretende-se abordar o modo de atuação previsto para os diferentes parâmetros nutritivos na fórmula dos alimentos compostos para o desmame (hidratos de carbono, lípidos, proteínas, vitaminas e minerais) com o objetivo de os adequarmos às exigências do leitão recém-desmamado e melhorar a sua saúde intestinal e, por conseguinte, os parâmetros produtivos.
Introdução Na natureza, o desmame dos leitões é um processo gradual que termina ao final das 10-12 semanas de vida, o que coincide com a maturação completa do epitélio gastrointestinal, do sistema imune e do sistema nervoso entérico. Porém, atualmente, em condições comerciais, o desmame dos leitões é realizado entre os 14 e os 30 dias de vida (Moeser et al, 2007). Nestas circunstâncias, o desmame pressupõe uma importante modificação na vida do porco, a qual inclui alterações nutricionais (eliminação do leite materno), psicológicos (mistura com leitões de outros lotes), ambientais (mudanças de temperatura, de localização e de condições sanitárias) e, em muitos casos, transtornos provocados pelo transporte desde a maternidade até à zona ou exploração de desmame. Todas estas alterações conduzem a uma situação de stress, frequentemente acompanhada de uma redução de consumo (Bruininx et al., 2002; Jayaraman et al., 2017). Esta redução no consumo, imediatamente depois do desmame, provoca modificações morfológicas 20 |
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e funcionais no intestino (Dong y Pluske, 2007). As principais alterações observadas na morfologia do intestino incluem o encurtamento das vilosidades intestinais, a hiperplasia das células da cripta e um aumento da mitose das células epiteliais (Nabuurs, 1998, Van Beers-Schreurs, 1992). De facto, no desmame ocorrem alterações nos três sistemas da barreira gastrointestinal: epitelial, com a destabilização da barreira de permeabilidade regulada pelas uniões estreitas por falta de nutrientes luminais (Stoll et al, 2000), sistema imunitário, com imunossupressão e ativação excessiva de citoquinas pró-inflamatórias (McCracken et al, 1999) e sistema nervoso entérico, por mediadores endócrinos do stress tais como catecolaminas e hormonas adrenocorticotrópicas (ACTH) (Moeser et al, 2017). É importante realçar a transcendência do sistema nervoso entérico, o qual regula a mobilidade, secreção, absorção e permeabilidade epitelial bem como a resposta sistémica e local do sistema imunitário gastrointestinal. Adicionalmente, por efeito direto da redução das vilosidades intestinais, ocorre uma redução da atividade das enzimas da bordadura em escova intestinal e a diminuição da capacidade de absorção dos enterócitos (Jayaraman et al., 2017). Pluske (2001) mostra uma atrofia de 75% das vilosidades intestinais nas primeiras 24 horas pós-desmame e até 50% no quinto dia pós-desmame e a redução da relação longitude da vilosidade/ profundidade da "cripta" com uma redução específica na produção das enzimas lactase e sacarase da bordadura em escova intestinal, marcadores da maturação dos enterócitos. A atividade da lactase, situada nos enterócitos mais apicais e mais maduros das vilosidades, já não se recupera enquanto que a atividade da sacarase é recuperada em 11 dias (Pluske, 2001). Por outro lado, a maturação e a diferenciação dos enterócitos determina a expressão intestinal da fosfatase alcalina (AP), enzima essencial na detoxificação dos lipopolissacáridos, endotoxinas de bactérias patogénicas, manutenção do pH intestinal e digestão e absorção do fósforo orgânico e das gorduras (Lackeyram et al, 2010). A atrofia das vilosidades e a presença de enterócitos imaturos nestas vilosidades condiciona a atividade da fosfatase alcalina e o que isso implica no controlo da
O aminoácido essencial para minimizar os níveis de proteína em dietas para frangos?
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patogenicidade e a capacidade de absorção de nutrientes. Paralelamente ao dano induzido nos enterócitos e ao aumento da permeabilidade da barreira epitelial, ocorre um processo inflamatório, no qual podemos observar um aumento das citoquinas inespecíficas mediadoras da inflamação (aumento da produção de IL-1β, IL-6, TNF-α e IL-8 mRNA) durante os dois primeiros dias pós-desmame (Pié et al., 2004). O stress crónico e os elevados níveis de hormonas glucocorticoides estão associados com a diminuição dos níveis da proteína claudin-1 (CLDN1) das uniões estreitas do epitélio intestinal e uma diminuição, com um aumento da permeabilidade epitelial paracelular (Zheng et al., 2017). Da mesma forma, o desmame súbito e precoce provoca um desequilíbrio no balanço oxidativo e provoca dano oxidativo nos leitões envolvido no desenvolvimento de doenças (Yin et al, 2017). Com todas as alterações descritas anteriormente devidas ao stress do desmame e a redução do consumo, juntamente com a imaturidade do aparelho digestivo e do sistema imunitário do leitão desmamado precocemente, ocorre uma predisposição para o aparecimento de transtornos digestivos (Síndrome de Pós-Desmame), com uma estreita relação causa-efeito com a infeção por E. coli (Van Beers-Schreurs, 1992), incluindo a diarreia pós-desmame, a doença dos edemas e o choque por endotoxinas, já que em condições normais a superfície das mucosas intestinais está coberta por secreções com anticorpos e enzimas antibacterianas que impedem a aderência dos microrganismos patogénicos à parede intestinal, condição imprescindível para que o microrganismo desenvolva a sua enteropatogenicidade, proliferação e colonização do intestino. Nas condições do desmame comercial habitual tem sido utilizada a incorporação de antibióticos e/ou de aditivos com atividade microbiocida ou capazes de controlar a patogenicidade de microrganismos como a E. coli, tais como óxido de zinco em doses elevadas para fazer frente a essas alterações da patologia entérica. Recentemente, a política definida pela UE tem prevista uma redução do uso dos antibióticos e a eliminação do seu uso com caráter preventivo (2014/0255 (COD) art. 16.2), assim deveremos reconsiderar os aspetos do maneio que determinam a aparição do stress 22 |
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pós-desmame, percursor destas alterações e, do ponto de vista nutricional, ajustar a dieta dos leitões recém-desmamados para evitar as alterações morfológicas e fisiológicas ocorridas. Para a formulação de um alimento composto para leitões em desmame, sem utilizar antibióticos, é imprescindível conhecer as alterações morfológicas e funcionais que surgem a nível entérico. No entanto, não devemos perder de vista que o aspeto mais importante para assegurar uma boa saúde intestinal e um ótimo aproveitamento dos nutrientes depois do desmame, é um consumo adequado (Alle y Touchette, 1999) e que as alterações anteriormente descritas iniciam-se desde o primeiro dia de desmame.
Apresentação da dieta Uma das principais alterações alimentares que sofre o leitão no desmame é a transição de uma dieta líquida, 80% de água no leite, para uma sólida, 13% de água num alimento composto convencional. Zijlstra et al. (1996), alimentando os leitões com um substituto lácteo em apresentação líquida durante os primeiros 4 dias pós-desmame juntamente com um alimento composto sólido conseguiu, um aumento no consumo total de 38% comparado com a alimentação sólida convencional, o que consequentemente estimulou um maior crescimento. Também observou uma menor agressão da mucosa intestinal, com maiores longitudes das vilosidades e menores profundidades das criptas no intestino delgado proximal e distal.
Composição da dieta As características nutricionais da dieta, do leite ao alimento composto, também se modificam radicalmente. Há uma redução drástica dos níveis de gordura e lactose ingeridos, de uns 38 e 28% na matéria seca a aproximadamente 7 e 8%, respetivamente. Além disso, a gordura no leite está na forma de emulsão e cujas partículas têm um tamanho que varia entre 1 e 10 µ. Os níveis de proteína não se alteram substancialmente, de 29 a 21% na matéria seca aproximadamente, mas sim a sua característica, albumina e caseína em suspensão coloidal no leite e maioritariamente proteínas de origem vegetal nos alimentos compostos. Também aparecem novos constituintes provenientes das matérias-primas
vegetais, os amidos e os polissacáridos não-amiláceos, entre ambos são responsáveis por mais de 50% do extrato seco do alimento composto para desmame. Assim, e a priori, isto significa pelo menos a necessidade de uma adaptação a um novo substrato nutritivo pelo leitão. De acordo com uma citação de Pérez y Nofrarías (2008), a presença de PNA e de amido resistente no alimento composto está relacionada com uma maior incidência de diarreias por E. coli ou B. hyodisenteriae após o desmame (Pluske et al, 1998; McDonald et al, 2001). A presença de maior quantidade de PNA solúveis em alguns cereais de inverno, como a cevada, podem originar variações na viscosidade digestiva e este é considerado um factor desencadeante da proliferação de E. coli no intestino delgado e de B. pilosicoli no intestino grosso. A desaceleração da viscosidade digestiva que cobre o epitélio intestinal pode reter substratos e uma população crescente de bactérias potencialmente patogénicas. A incorporação de cevada descascada em quantidades crescentes incrementa a viscosidade e reduz a digestibilidade do amido após o desmame (Hopwood et al, 2004) e isto permite a ocorrência de uma maior quantidade de substrato suscetível de ser utilizado pela flora patogénica. Logo, reduzir a viscosidade é considerado positivo para reduzir a incidência da patologia digestiva. A seleção de ingredientes com um reduzido nível de β-glucanos e de arabinoxilanos solúveis, ou a incorporação de enzimas no alimento composto, pode melhorar a digestibilidade do alimento composto e reduzir o índice de diarreias (Omogbenigun et al., 2004). O arroz cozido, devido ao seu reduzido conteúdo em PNA (solúvel e insolúvel) e à sua elevada digestibilidade, pode contribuir para reduzir a incidência de diarreias. Com a incorporação de arroz cozido no alimento composto foram observadas descidas na proliferação de E. coli no trato digestivo (McDonald et al, 2001). Contudo, em ensaios posteriores (Kim et al, 2008), com uma dieta à base de arroz extrudido observaram um maior índice de diarreias do que com a dieta controlo, com trigo como ingrediente maioritário. Ao adicionar a casca da aveia reduziu-se o índice de diarreias, o que levou os autores a sugerir que com o arroz cozido se produzia uma elevada % de amido retrodegradado resistente, o que não acontecia com o arroz extrudido. O
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amido retrodegradado pode exercer um efeito antidiarreico, compensando o reduzido nível de fibra. No ensaio, a incorporação de casca de aveia fornece fibra e compensaria o efeito da falta de fibra da dieta inicial. É por este motivo que determinados autores (G.Mateos et al., 2006) recomendam níveis mínimos de fibra (6% FND) ou níveis reduzidos de PNA (10,9%) e relativamente elevados na sua fração insolúvel (8,7%) (Hogberg y Lindeberg, 2006),para assegurar um determinado trânsito intestinal e uma melhor saúde intestinal.
Hidratos de carbono A dieta deve ser escolhida para favorecer as condições do intestino que favoreçam um equilíbrio entre o hospedeiro, a microbiota e o ambiente, prevenindo a alteração da estrutura e funcionalidade intestinal (Bach-Knudsen, 2012). Os hidratos de carbono, devido à sua grande participação na dieta dos leitões e porque representam um substrato acessível para a fermentação bacteriana, têm um importante papel no controlo deste equilíbrio. A fração fermentável dos hidratos de carbono não digeríveis, definida como a soma de polissacáridos não-amiláceos (PNA) fermentáveis, oligossacáridos indigeríveis fermentáveis e a fração amilácea indigerível no íleon, pode vir a ser degradada por fermentação microbiana e por isso considerada com efeito pré-biótico. O uso de uma dieta rica em hidratos de carbono fermentáveis (CHF) pode contrariar os efeitos negativos resultantes de uma dieta com uma elevada percentagem de proteína em leitões recém-desmamados. Uma dieta com teores elevados de proteína provoca, pela sua fermentação bacteriana, um aumento na concentração de amónia no intestino delgado e facilita a proliferação de bactérias patogénicas no tracto gastrointestinal. Com a incorporação de CHF há um aumento do número de lactobacilos (p=0,047), uma diminuição dos coliformes (p=0,063), um aumento da produção de ácido láctico (p=0.080), uma redução do amónio no intestino delgado, um aumento da concentração de AGV totais (p=0,009), ácido acético (p=0,003) e butírico (p=0,018) e uma redução do amónio (p=0,075) no colón (Bikker et al., 2006). O desmame está associado a um aumento no conteúdo intestinal de mRNA de citoquinas pro-inflamatórias (Pié et al., 2004). Uma dieta rica em hidratos de carbono fermentáveis, 24 |
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com a produção de ácidos gordos de cadeia curta e em especial ácido láctico, está diretamente correlacionada com a sobre-expressão de IL-6 mRNA e o incremento de IL-6 no intestino. Esta citoquina tem um papel importante na diferenciação das células B para a produção de anticorpos e dos linfócitos T CD4+ como apresentadoras de antigénio. Também tem atividades anti-inflamatórias tais como a inibição de TNF e a libertação de IL-1 (Pié et al., 2004). Eles demonstram que uma dieta rica em hidratos de carbono fermentáveis pode modelar o conteúdo de IL-6 mRNA durante o desmame, regulando a resposta inflamatória e favorecendo a resposta imunitária. Por outro lado, a maioria dos polissacáridos hidrossolúveis originam soluções viscosas que podem interferir com a digestão e os processos de absorção intestinal (Bach-Knudsen, 2012). Quando se incluiu carboximetilcelulose (CMC), um polissacárido de síntese indigestível de alta viscosidade a uma dieta baseada em arroz, houve uma redução significativa da altura das vilosidades intestinais e da relação altura das vilosidades/ profundidade das criptas, o que sugere uma redução na capacidade digestiva e de absorção de nutrientes (McDonald et al., 2001). A presença de CMC na "digesta" parece providenciar um ambiente favorável ao estabelecimento de bactérias, em especial E. coli, reduz a absorção de sódio e água, e aumenta a osmolaridade, o que acelera o desenvolvimento da diarreia clínica (van der Klis et al., 1993). Por todos estes motivos é desejável a incorporação de hidratos de carbono fermentáveis e um fornecimento limitado de polissacáridos não-amiláceos solúveis na dieta do leitão recém-desmamado.
Lípidos O intestino, sendo o local de intercâmbio entre o organismo e o ambiente luminal, está continuamente exposto aos oxidantes exógenos derivados da dieta bem como pelas espécies reativas oxidantes de origem endógena, em especial as geradas por um elevado consumo de ácidos gordos polinsaturados (AGPI), os quais podem contribuir para a acumulação de hidroperóxidos no lúmen intestinal e a consequente peroxidação dos lípidos que induzirão stress oxidativo e desequilíbrio oxidativo, contribuindo para o desenvolvi-
mento de patologias intestinais (Giovannini et al., 2008). A glutationa (GSH) é o principal antioxidante celular e o rácio GSH/GSSH (glutationa reduzida/ glutationa oxidada) é utilizado como marcador do stress oxidativo. Num estudo de Giovannini et al. (2008), é demonstrado como os lípidos peroxidados induzem o desequilíbrio redox nas células intestinais, com produção de peróxido de hidrogénio, radicais livres superóxido (O2-) e a diminuição dos depósitos de glutationa reduzida (GSH) e do rácio GSH/ GSSG, ao mesmo tempo que se observa uma redução da atividade enzimática das enzimas antioxidantes SOD, CAT e GSH-Px, e um aumento na expressão de mRNA reguladores de GSH-Px e γ-GCS (gama-glutamilcisteína sintetase), enzima responsável pela síntese de novo do GSH. Porém, e apesar dos riscos de peroxidação dos ACPI, é importante uma correta incorporação destes lípidos na dieta dos leitões devido à sua implicação nos processos inflamatórios. Os ACPI-n6 são precursores de mediadores da inflamação e da proliferação celular, incluindo a prostaglandina PGE2, metabolito da ciclo-oxigenase (COX-2) através da via do ácido araquidónico (AA). A incorporação de AGPI-n3 na dieta reduz a concentração de PG da série 2 e aumenta a síntese de PG da série 3, o que regula em menor grau a transcrição de COX-2 por forma a que não é induzida nem a resposta mitogénica nem a resposta inflamatória. Bagga et al. (2003), em ensaios in vitro nos quais enriqueceram culturas celulares com ácido araquidónico (AA) ou ácido eicosapentaenóico (EPA) e após a estimulação com PMA (Phorbol-Miristate-Acetate) para determinar a síntese de PG2 COX dependente, observaram que a síntese de PGE 2 foi significativamente maior nas células tratadas com AA. Assim, considero importante a incorporação de AGPI da série 3 nos alimentos compostos de leitões recém-desmamados, já que reduzem o risco de inflamação intestinal, embora seja imprescindível o controlo da sua peroxidação lipídica dada a sua sensibilidade especial à oxidação.
Proteínas O pH do estômago dos leitões aumenta gradualmente durante a lactação, desde 2 a 3,5 aproximadamente às 3 semanas de vida,
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enquanto que no momento do desmame sofre um aumento brusco, até um pH próximo a 5 (Efird et al., 1982). A quimosina, enzima específico para a caseína do leite e por isso sem capacidade de inativar outras proteínas lácteas, tais como péptidos, fatores de crescimento e imunoglobulinas, nem de origem alimentar, é obtida a partir do seu precursor pro-quimosina com um pH ótimo de atuação menor que 4,6. Durante o desmame, e com a alteração da dieta, é necessária a atuação do pepsinogénio, o qual necessita de pH menor que 3,5 para a sua conversão em pepsina e poder degradar as proteínas da dieta. Porém, a produção de ácido clorídrico para conseguir um pH adequado no estômago é claramente insuficiente durante a primeira semana pós-desmame (Boldman et al, 1988). Num trabalho de revisão sobre o uso de acidificante em dietas de desmame (Tung y Pettigrew, 2006) observaram que o pH da dieta sofre uma clara redução com a incorporação de ácido ( de 5,95 a 4,71), enquanto que praticamente não se observa uma redução do pH do estômago (de 3,73 a 3,66), o que parece indicar que a acidificação da dieta tem pouco efeito no pH gástrico, apesar de se terem observado importantes melhorias no crescimento durante as duas primeiras semanas com a incorporação de ácidos orgânicos nas dietas. Os autores sugerem rever a capacidade tampão das dietas, já que uma dieta com elevada capacidade tampão gera um maior desafio à capacidade de secreção de ácido do leitão. Os requerimentos nutricionais para os leitões, também no caso dos aminoácidos (AA), são estabelecidos em função da obtenção do máximo rendimento, deposição de proteína e eficiência alimentícia. Alguns AA também atuam como precursores de neurotransmissores, moléculas de sinalização ou como moduladores do sistema imunitário, por este motivo os requerimentos reais também devem ter em conta a inclusão de estes AA nas vias metabólicas, o próprio metabolismo dos aminoácidos e a fisiologia animal (Le Floc'h et al., 2012). Em condições de resposta imune ativa, a síntese proteica ocorre principalmente no fígado ou no sistema imunitário, destinada à defesa ou resposta aguda, com uma participação proporcional distinta à do tecido muscular. Existe, portanto, uma distribuição diferenciada nos requerimentos proteicos nestas situações de desafio imunológico (Pérez, 2013). 26 |
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Os AA provenientes dos depósitos proteicos corporais são redirecionados para os tecidos e funções envolvidas no sistema defensivo (Klasing, 1988). Em situações de necessidade para fazer frente a uma resposta antigénica, uma contribuição limitada de um determinado AA pode não ser totalmente compensado pelas contribuições endógenas, com uma redução na disponibilidade para a deposição proteica, o sistema de defesa ou ambos. Quando falta um AA específico a nível celular para manter as funções intestinais, origina um aumento do catabolismo proteico (Yang et al., 2016) e, portanto, um aumento de proteína no lúmen intestinal. Assim podemos ver como num desafio inflamatório ocorre um aumento de determinadas necessidades em aminoácidos, tais como de Cisteína (Cys), como principal limitante para a síntese de glutationa que é o antioxidante celular de maior importância, de Glutamina (Gln), como principal fonte energética de enterócitos e linfócitos, e de Triptofano, diretamente implicado na resposta inflamatória (Le Floc’h et al., 2012). Na resposta inflamatória ocorre uma depleção do Triptofano plasmático atribuída à síntese de proteínas de fase aguda, com elevado conteúdo em triptofano e/ou a um incremento do catabolismo do triptofano, induzido pelo Interferão-γ (IFN-γ), para a produção de quinurenina, com propriedades antioxidantes (Le Floc’h et al., 2008). Em relação à composição da camada defensiva da mucosa intestinal, a Treonina (Thr) é o AA com maior participação na constituição da mucina (de 13 a 26% do total de AA da mucina) e a sua deficiência na dieta de leitões determina não só uma limitação na síntese de mucina mas também uma redução na síntese proteica (Le Floc’h et al., 2012). O aumento da expressão de gene envolvidos em funções de defesa e imunitárias associados a um aumento da permeabilidade paracelular, relacionada com a falta de Thr, sugere que a Thr é essencial para preservar a integridade intestinal (Le Floc’h et al., 2012). Jayaraman et al., (2015) propõem uma relação ótima para Thr/Lys digestível ileal padronizada para leitões desmamados em más condições de higiene de 66,5%, em vez dos 65% recomendados habitualmente comtemplando apenas a deposição proteica. De igual modo, Siegert y Rodehutscord (2105), referem uma limitação na produção da mucina quando há deficiência
de Glicina (Gly) e Serina (Ser) na dieta de um estudo realizado com frangos. Devemos, definitivamente, melhorar a capacidade digestiva das proteínas dietéticas e contribuir para o equilíbrio de aminoácidos de acordo com as necessidades em função do impacto ambiental, já que a proteína não digerida no intestino delgado é um substrato de fermentação da microbiota intestinal, a qual pode ser a causa de alterações morfológicas no intestino e favorecer o crescimento de microrganismos patogénicos. De facto, observa-se uma correlação positiva entre os produtos finais da fermentação proteica, tais como os ácidos gordos ramificados e o amónio, com a libertação de citoquinas pró-inflamatórias (IL-8, IL-12p40 e IL-18 mRNA) (Pié et al., 2007).
Minerais As enzimas catálase (CAT), superóxido dismutase (SOD), mitocondrial e citoplasmática e glutaniona peroxidase (GSH-Px), são um grupo de metalo-enzimas (que contêm Fe, Mn, Zn e Cu e Se respetivamente) que catalisam a dismutação do superóxido em oxigénio e peróxido de hidrogénio. Estas enzimas são os principais sistemas de defesa endógeno contra os radicais livres superóxidos de carácter citotóxico e, consequentemente, os minerais que as compõem são elementos essenciais nos sistemas antioxidantes celulares. Devemos controlar, porém, qualquer excesso nas contribuições de minerais com capacidade pró-oxidante. Por exemplo, o Fe não ligado a proteínas é um pró-oxidante potente, capaz de estimular a peroxidação lipídica, condição especialmente relevante no tracto digestivo, onde causa danos nos enterócitos e provoca redução da capacidade de absorção de nutrientes (Surai et al., 2003).
Vitaminas A vitamina E é o principal antioxidante celular, embora precise da colaboração da GSH-Px que elimina os hidroperóxidos produzidos, convertendo-os em produtos não reativos (Surai et al., 2004). Os leitões mantêm uns elevados níveis plasmáticos e tecidulares de α-tocoferol enquanto estão com a mãe, enquanto que poucos dias pós-desmame sofrem uma drástica redução dos mesmos (Malm et al., 1976; Mahan and Moxon, 1980, citados por Wilburn et al., 2008).
Wilburn et al., (2008) observaram uma maior efetividade no aumento dos níveis plasmáticos de α-tocoferol ao adicionar vitamina E à água dos leitões recém-desmamados durante os primeiros dias após desmame comparando com adições equivalentes na dieta convencional. Os autores especulam que como o consumo de água é mais consistente do que o do alimento composto durante o pós-desmame precoce, obtêm-se melhores níveis plasmáticos com a adição da vitamina E à água nessas fases iniciais. De facto, nas fases mais tardias, aos 7 dias pós-desmame, não se observam diferenças nos níveis plasmáticos de α-tocoferol entre a adição à água (100 UI/l) ou ao alimento composto (300 UI/l). Nos leitões recém-desmamados, as necessidades de vitamina E têm como objetivo principal a proteção antioxidante e o desenvolvimento de funções imunitárias, assim parece que a distribuição de vitamina E na água de bebedouro durante os primeiros dias do pós-desmame pode ser de interesse para assegurar esses mecanismos de defesa.
Conclusões Com o desmame súbito e precoce originam-se umas alterações metabólicas e anatómicas muito incipientes derivadas da situação de stress provocada pelo próprio desmame, à qual devemos adicionar as dificuldades metabólicas que possam derivar das modificações que representa uma nova dieta, tudo isto pode provocar uma desestabilização da microbiota e alteração da morfologia intestinal e a possibilidade de desenvolver patologias entéricas. Até há pouco tempo tem sido prática habitual o controlo destes desequilíbrios entéricos com a adição, de modo preventivo, de antibióticos no alimento composto. Na situação atual, com uma legislação europeia que nos adverte da futura eliminação dos antimicrobianos em modo preventivo nos alimentos compostos, devemos pensar em abordar a formulação dos alimentos compostos de acordo com a situação que se origina com o desmame ou então modificar os modelos produtivos em uso.
No que se refere à formulação de alimentos compostos, necessita-se de utilizar ingredientes de máxima digestibilidade, que favoreça o desenvolvimento de uma microbiota benéfica, com a adição de enzimas exógenos e aditivos tecnológicos para facilitar a digestão dos distintos nutrientes, com uma reduzida capacidade tampão para facilitar a atuação do suco gástrico incipiente, reformular o perfil de aminoácidos pensando no possível impacto imunológico e assegurar a máxima proteção antioxidante, com antioxidantes exógenos e potenciando os sistemas de antioxidantes endógenos, tais como metalo-enzimas e vitaminas. Considerando que o principal limitante para uma boa resposta e a redução do impacto do desmame exige o aumento do consumo o mais precocemente possível, deveremos utilizar as matérias-primas mais apetecíveis e o uso de novas práticas de maneio que facilitem o máximo consumo. * Bibliografia a pedido
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ALTERNATIVAS À PRODUÇÃO COM ANTIBIÓTICOS Fernando Trajano Lima, DVM Biomin Poultry Technical manager
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Neste artigo pretende-se questionar a situação presente quanto à produção animal isenta de antibióticos, neste caso focando mais na avicultura como exemplo. É um facto que a intensificação da produção, o desenvolvimento genético e a biosegurança tornaram os animais mais sensíveis aos desafios de campo e a medicação metafilática generalizou-se. No entanto e, em simultâneo com a interdição dos promotores de crescimento em 2006, os produtores também se defrontam com dificuldades de garantir a saúde intestinal e imunitária dos animais. O recorrimento consecutivo aos medicamentos antibióticos quer por motivos profiláticos quer terapêuticos, levou a uma situação hoje em dia de resistências que põem em causa o sucesso do tratamento quer na produção quer na sociedade humana. Deste modo as autoridades sanitárias mostram cada vez mais uma preocupação crescente e a possibilidade de avançar com medidas mais drásticas de controlo no uso devido e racional dos antibióticos. Em simultâneo a ciência e a investigação permitiram compreender melhor a patologia animal e nomeadamente a digestiva, pois não sendo casos infecciosos de natureza respiratória e/ou vírica, a maior parte dos problemas existentes acontecem ao nível digestivo. Na sua maior parte são as disbacterioses as patologias mais frequentes, e embora possam ter causas multifactoriais são muitas vezes de difícil diagnóstico etiológico e acabam levando ao tratamento antibiótico. Coloca-se então aqui a questão se será possível criar animais sem o recurso constante ao antibiótico. A indústria tem produzido à escala internacional aditivos que actuando em vários níveis permitem controlar a maior parte das causas predisponentes e assim evitar a antibioterapia. É aqui que cabe aos profissionais reconhecer no maneio existente e em cada caso específico onde actuar. Desde longa data se tem recorrido aos antibióticos, e se há 70 anos demorariam uns anos até ser reportada alguma resistência, nos últimos anos em poucos meses surgiam logo resistências. Ou seja, o uso abusivo e indevido estaria a enca-
minhar-nos para uma situação de resistência irreversível e a maior descoberta na ciência ser posta em causa. As grandes farmacêuticas abrandaram completamente com o desenvolvimento de novas moléculas. O reconhecimento de que alguns antibióticos usados em medicina veterinária são também usados em medicina humana, que não são sempre completamente metabolizados e acabam sendo libertados para o ambiente, só aumenta o risco de saúde humana. De facto dos 41 antibióticos que são aprovados para uso em animais de produção, 31 são categorizados como sendo medicamente importantes para uso humano. Num estudo nos EUA a criação dos antibióticos permitiu nos anos 40 uma redução de cerca de 220 mortes por cada 100 000 em apenas 15 anos, nos anos 60 apenas uma redução de 20 mortes em cada 100 000 nos 45 anos seguintes. Beta-lactâmicos, cefalosporinas, quinolonas, tetraciclinas têm vindo a ser usadas em simultâneo em animais e pessoas, e se nos segundos como terapêutico nos primeiros na maior parte dos casos metafilaticamente. A título de exemplo as fluoroquinolonas passaram de 0% resistências em 2000 para 25% de amostras resistentes em 2012. Estão entre elas enterobacteriaceas como E.Coli, Klebsiela, Salmonela, Enterobacter. Com isto apenas duas classes de medicamentos foram criadas nos últimos 40 anos como Cyclopeptides e oxazolidinones. Sabendo como os AB actuam, nomeadamente ora prevenindo a reprodução da bactéria ora eliminando a bactéria. Como é sabido os beta-lactâmicos actuam ao nível da síntese parede celular, tetraciclinas ao nível dos ribossomas inibindo a síntese proteíca e as quinolonas intervêm ao nível da síntese de DNA pelo que pressupõem a transmissão vertical e horizontal interminável de resistências cruzadas e daí o perigo crescente! Para agudizar o problema verificam-se resistências superiores nos paises mediterrânicos versus paises nórdicos, e, níveis de consumo internacional que variam entre 4 mg/kg a 400 mg/kg. Paises escandina-
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vos têm consumos inferiores aos mediterrânicos entre 50-100 vezes menos. Havendo diferenças climáticas e de densidade animal e biosegurança, tome-se o exemplo da Holanda que pós abolição dos promotores de crescimento, teve um acréscimo de receituário nos anos seguintes vindo a decrescer imenso após 2009. Isto prova que com um maneio mais "afinado", alimentação mais digestível, planos controlados de prevenção vacinal, aplicação de aditivos se consegue sem dúvida pelo menos salvaguardar as causas predisponentes à Disbacteriose e toda a panóplia de processos de imunodepressão que levam à falha do sistema de produção e consequente doença. Em frangos de carne, a título de exemplo 31% dos casos de tratamento são por causas digestivas, 19% medicação 1ªsemana (prevenção/ tratamento ??), 32% por motivos locomotores ( BCO, pododermatite, metabolismo mineral, perosis, etc.) e apenas 21% por causas respiratórias. Ou seja, cerca de 79% podem bem ser controlados ou mesmo minimizados por aditivos, na actualidade já bem diversificados e estudado seu modo de ação. E, se pensarmos na imunosupressão causada por micotoxinas, muitas vezes causa mais que suficiente para imensas patologias, reduzimos uma fatia enorme de causas de morbilidade. Hoje é reconhecido a prevalência crescente de micotoxinas nos cereais ao nível internacional, que são ubiquitárias, de presença inconstante e maior parte das vezes subclinicas. Valores bem abaixo dos níveis oficiais têm efeitos de aumentar a permeabilidade instestinal, efeitos prejudiciais na digestibilidade, na absorção de glicose e sódio ( Deoxinivalenol ), efeitos cumulativos no rim e fígado, e o facto de terem como orgão alvo os orgãos do sistema imunitário. Daí que os sequestrantes e desactivadores de micotoxinas se tornaram prática comum de aplicação nas rações e preventivamente dada a inconstância de contaminação. São motivos suficientes e predisponentes à disbacteriose e outras perturbações imunológicas e metabólicas. Também
se entende que as aves nascem sem uma flora benéfica constituída e que é fundamental como primeira linha de defesa, sendo uma das formas de controlar o crescimento de bactérias nocivas por exclusividade competitiva para as estirpes específicas, a passagem de germes para a circulação sanguínea, e por sua vez as disbacterioses constantes e os riscos de coccidiose e enterite necrótica. O ritmo de crescimento e/ou produção leva a uma "sobrecarga" em que o sistema tem as suas limitações pois o potencial genético sobrepôs-se à capacidade digestiva e metabólica e daqui mais um motivo de disbacteriose. Os fitogénicos são usados mais frequentemente para auxiliar a digestibilidade, apetência, redução da inflamação intestinal e integridade intestinal. A busca incessante de matérias-primas alternativas para a alimentação animal podem desencadear igualmente fenómenos de inflamação intestinal e disbiose daí os fitogénicos combinados ou não com probióticos. A multiplicação de bactérias gram negativas, quer do ambiente quer pela água ou alimento e a quebra de tolerância dos animais, um sistema imunitário que é pressionado e limitado pelo ritmo de produção pressupõe patologias que podem ser controladas por acidificantes que deste modo e por criarem condições adversas aos patógenos evitam doenças emergentes pois mais uma vez controlam a causa predisponente. Deste modo sucintamente entenda-se que a produção moderna tem hoje uma gama de aditivos como ferramentas primordiais na luta contra causas predisponentes e que cabe aos técnicos reconhecer e avaliar os riscos e o diagnóstico para encontrar a melhor estratégia. Prevenir é hoje não apenas uma necessidade, mas sim um imperativo dadas as consequências e dificuldades da sua falta e deste modo salvaguardamos o uso dos preciosos antibióticos para os casos clinicos preservando a sua eficácia. Deste modo e cumpre-me dizer “Sim”, é possivel produzir sem antibióticos reconhecendo os riscos e tomando medidas preventivas atempadamente!
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E ST R AT É G I AS PA R A A R E D U Ç ÃO D E ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS
David Saornil Product Manager – Swine Applications, Lallemand Animal Nutrition
É necessário reduzir a quantidade de antibióticos que utilizamos em produção animal, caso contrário, a quantidade de resistências antimicrobianas que geramos globalmente será tão elevada que possivelmente dentro de uns anos não disporemos de moléculas efetivas para tratar as doenças humanas. Muitos governos, incluindo países como a China e o Vietname estão a implementar regulamentos para limitar o seu uso. O papel que desempenha neste sentido a indústria da alimentação animal é fundamental. De acordo com a última publicação da ESVAC (Figura 1) em Portugal, aproximadamente 70% dos antibióticos veterinários administrados aos animais produtores de alimentos são-no via pré-misturas, ou seja, são incluídos nos alimentos compostos.
Embora não seja fácil, é uma tarefa possível. Como exemplo, podemos ver a redução que se tem registado em Espanha em antibióticos como a colistina e a neomicina. Em 2015, 44 das maiores empresas que representam 70% da produção suína do país acordaram reduzir o uso de colistina voluntariamente, conseguindo uma redução de 80% em 2 anos.
APRECIAÇÃO GLOBAL A questão é: como podemos fazê-lo? É aqui que o papel dos nutricionistas é fundamental. Produzir com antibióticos é mais fácil, pelo que se deve fazer um esforço e trabalhar em diferentes campos conjuntamente para conseguir resultados similares sem a sua utilização. Alguns dos aspetos a ter em conta são: – Preservar a saúde dos animais mediante medidas de segurança e vacinações preventivas. – Extremar as medidas de higiene nas explorações e proporcionar aos animais alojamentos adequados que reduzam o seu nível de stress. – Otimizar as condições em que desmamamos esses animais, procurando melhorar a idade e o peso ao desmame.
Marta Revuelta Monogastric Country Manager, Espanha & Portugal, Lallemand Animal Nutrition
Figura 1. Soluções orais, pós orais e pré-misturas em percentagem das vendas totais, em mg por unidade corrigida da população, de agentes antimicrobianos veterinários para animais produtores de alimentos, em 2015 (7º Relatório ESVAC).
Mas reduzir os antibióticos que utilizamos em leitões não é uma tarefa fácil. Em leitões durante a transição, utilizam-se antibióticos principalmente para o controlo de 3 tipos de patologias (Lorenzo Fraile, www.3tres3.com): – As patologias respiratórias habitualmente causadas por agentes como Pasteurella multocida ou Bordetella bronchiseptica. – As patologias digestivas, de elevada incidência, cuja principal bactéria implicada é a Escherichia coli. Desde há muito que o seu controlo se vem baseando no uso de antibióticos e óxido de zinco na ração durante praticamente toda a transição. – As doenças sistémicas, como por exemplo as infeções por Streptococcus suis.
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– Trabalhar na nutrição, desenhando fórmulas que reduzam o risco entérico e portanto limitem o risco de que o alimento favoreça o aparecimento de diarreias ou fezes moles.
Desafios ao desmame Ao desmame, o leitão é imaturo, tanto do ponto de vista do aparelho digestivo como do sistema imunitário. Além disso, está submetido a stress, já que se misturou com novos companheiros, mudou de alimentação, de alojamento, etc. Todas estas alterações provocam uma modificação da microbiota intestinal (Figura 2) e portanto uma disbiose. Esta disbiose implica problemas digestivos ligados a uma baixa dos rendimentos e possivelmente ao aparecimento de sintomas clínicos e à morte de alguns leitões. O consumo de ração é muito variável durante os primeiros dias após o desmame; alguns leitões podem demorar 3 ou 4 dias a começar a comer ração. O sistema imunitário imaturo, com níveis de imunoglo-
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EFEITOS MACROSCÓPICOS !
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bulinas procedentes do colostro a diminuir, juntamente com a disbiose intestinal, origina um círculo vicioso cujo resultado é o aparecimento de diarreia.
realizado por Francesc Molist observou-se que, quando adicionaram ambos os tipos de fibra, aumentava a concentração de ácidos gordos voláteis produzidos no intestino e, talvez mais importante, reduzia a população de enterobactérias presentes.
PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS É importante distinguir entre os diferentes tipos de produtos derivados da fermentação que podem utilizar-se, com diferentes funções, na alimentação de leitões. Assim, podemos diferenciar entre os probióticos, “microorganismos vivos que quando se administram em quantidades adequadas, são benéficos para a saúde do hospedeiro” (FAO), e os prebióticos, que se definem como “ingredientes alimentares Figura 2. Microbiota do leitão no dia do desmame e 4 dias depois (Elizabeth King, 2012).
não digestíveis que afetam beneficamente o hospedeiro, estimulando de forma seletiva o crescimento e/ou a atividade de uma ou de um número limitado de bactérias no cólon" (Gibson e Roberfroid, 1995). Dentro dos probióticos, podemos distinguir entre leveduras, bacté-
Estratégias nutricionais para prevenir a diarreia De acordo com o Prof. Lauridsen (Universidade de Aarhus, Dinamarca) há vários mecanismos que nos podem ajudar a prevenir a diarreia produzida por Escherichia coli enterotoxigénica. Alguns destes mecanismos podemos classificá-los como ações preventivas, que reforçarão a função de barreira intestinal, enquanto que outros mecanismos poderíamos classificá-los como reativos, já que interatuam com o agente patogénico quando esteja já presente (Tabela 1). AÇÕES PREVENTIVAS
AÇÕES REATIVAS
– Prevenção da adesão intestinal de E. coli.
– Bloqueio das fímbrias de ETEC.
– Conservar uma microbiota intestinal equilibrada.
– Inibição do crescimento de ETEC no intestino.
– Melhoria da morfologia/estrutura do intestino delgado. – Controlar as respostas inflamatórias excessivas. – Melhorar a resposta imunitária. – Reduzir a sensibilidade dos recetores de fímbrias dos enterócitos. Tabela 1. Mecanismos de prevenção de diarreias produzidas por E. coli enterotoxigénica em transição (C. Lauridsen, Universidade de Aarhus, Dinamarca).
Entre as primeiras coisas que temos que ter em conta, figura a alimentação da porca, já que desmamar leitões de boa qualidade é um bom ponto de partida. Pensando nos leitões, um ponto a ter muito em conta é a quantidade de proteína da dieta que é um dos maiores componentes das dietas de leitões. Ao desmame, dá-se uma redução da atividade das enzimas digestivas. Com níveis elevados de proteína, produz-se uma má digestão e aumenta a proteína por digerir, que é fermentada no intestino grosso, produzindo compostos tóxicos azotados. Também devemos prestar atenção ao cálcio, um mineral que, juntamente com o óxido de zinco, é um dos ingredientes da ração que apresenta maior capacidade tampão. Pelo que pode interferir na adequada acidificação do estômago e exercer um efeito negativo sobre os resultados produtivos. Outro aspeto a ter em conta é o aporte de fibra. Recomenda-se utilizar tanto fontes de fibra solúvel como insolúvel. Num trabalho 32 |
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rias láticas e bactérias esporuladas. Cada grupo e estirpe apresenta características e modos de ação diferentes. Tomamos como exemplo de probiótico Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079 (LEVUCELL SB) para estudar como um probiótico pode ajudar a desenhar alimentos para leitões com menos antibióticos. Este probiótico é uma estirpe de levedura viva selecionada especificamente pela sua eficácia em animais monogástricos (Figura 3). Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079 O seu modo de ação baseia-se na atuação sobre 3 linhas de defesa principais: 1. Manutenção do equilíbrio microbiano intestinal. 2. Manutenção da saúde e integridade intestinais. 3. Modulação das respostas pro – e anti-inflamatórias. Em leitões pós-desmame, centramo-nos no efeito que este probiótico tem sobre a saúde e integridade intestinal, com as seguintes ações: – Incremento do comprimento das vilosidades intestinais (Bontempo et al., 2002), e por conseguinte, da superfície intestinal apta para a absorção de nutrientes. – Reforço da função barreira intestinal através de um funcionamento mais eficiente das Zonula Occludens (estruturas que criam uma barreira de impermeabilidade impedindo o livre fluxo de substâncias entre células) (Universidade de Nottingham, 2012). – Regulação da expressão genética dos colonócitos em leitões recém-desmamados, mostrando uma situação de homeostase e manutenção da integridade intestinal face às enormes alterações provocadas na expressão genética dos leitões sem levedura (Le Bon et al., 2015). – Prevenção das lesões tecidulares provocadas por uma alta contaminação de micotoxinas na ração (Oswald et al., 2015) Figura 3. Modo de ação do probiótico Saccharomyces cerevisiae boulardii I-1079.
A suplementação com levedura viva diretamente na ração de leitões mostrou ser uma ferramenta eficaz tanto para melhorar o rendimento dos leitões como para realizar uma redução parcial dos antibióticos incorporados na mesma (Agazzi et al., 2015). As ações específicas do probiótico tornam interessante a sua utilização tanto nas porcas como nos leitões. Hoje em dia, graças à evolução
das análises genéticas, podemos confirmar com técnicas laboratoriais modernas alguns dos aspetos anteriormente observados através de provas de campo. Deste modo, num estudo realizado administrando a levedura viva a porcas (final da gestação e toda a lactação, Figura 4), pudemos constatar o seguinte: – Na microbiota intestinal das porcas produzem-se grandes alterações em redor do momento do parto: uma redução na proporção dos Firmicutes (filo de bactérias mais abundante em porcas) e um grande aumento do grupo das Proteobactérias (este grupo inclui algumas bactérias patogénicas como a Escherichia coli). – Quando administramos o probiótico às porcas, estas alterações mencionadas reduzem-se e a microbiota intestinal fica muito mais estável. Além disso, podemos determinar o perfil microbiano dos leitões (diferente dos leitões controlo) inclusivé até 20 dias depois do desmame. – Os leitões procedentes de porcas alimentadas com o probiótico são desmamados com um peso significativamente maior e apresentam um maior crescimento pós-desmame.
estirpes com estruturas específicas. Esta técnica permitiu observar que as diferentes estirpes de levedura apresentam diferentes estruturas biofísicas e que existem zonas concentradas de maior adesão de patogénicos, denominadas interface de adesão. Por outro lado, utilizou-se uma combinação de estirpes com o objetivo de interagir com o sistema imunitário através de diferentes recetores intestinais e não através de um só tipo de recetor, evitando desta maneira a saturação de um mesmo recetor e conseguindo uma imunomodulação ampla e equilibrada. Em alimentação de leitões, este novo conceito foi utilizado com êxito em casos em que há uma pressão infecciosa muito elevada de Escherichia coli, como ocorre nos alimentos pós-desmame dos leitões, ou quando perseguimos uma estratégia de redução de óxido de zinco e/ ou antibióticos (Figura 5).
Índice de conversão 2 1.8 1.6 1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0
1.65
1.75 1,55* 1.34
1,49*
1.3
Controlo Prebiótico
IC prestarter
IC starter
IC Global
Figura 5. Prova de campo realizada na Hungria na qual se comparou o prebiótico (YANG, 2 kg/ton) com o óxido de zinco (3 kg/ton) durante todo o período (* p<0.001).
Combinação de probióticos e prebióticos A combinação de ambos os tipos de produtos é totalmente complementar, já que o objetivo que perseguem ambos os tipos de produtos é o mesmo, se bem que através de diferentes modos de ação. No caso dos probióticos, concretamente da levedura viva, a sua ação está dirigida à prevenção mediante o reforço da função barreira intestinal. No caso da combinação de leveduras inativadas prebióticas, a sua ação pode considerar-se como mais reativa, mediante o bloqueio ou a inibição da ação de bactérias indesejáveis, principalmente de Escherichia coli. Figura 4. Abundância relativa de diferentes populações microbianas nas fezes de porcas 5 dias antes do parto e 24 horas depois do parto (Lallemand Animal Nutrition, R&D).
A nova geração de derivados de levedura Dentro do campo dos produtos de fermentação, um novo e revolucionário conceito (YANG) consiste na utilização de uma combinação de 3 estirpes diferentes de leveduras inativadas mediante processos de produção específicos para cada estirpe. Neste caso a seleção de estirpes realizou-se com dois objetivos concretos: – Aumentar a capacidade de adesão de patogénicos à superfície da levedura. – Conseguir uma imunomodulação sinérgica, ampla e equilibrada. Para o desenvolvimento deste novo conceito foi utilizada a microscopia de força atómica, uma potente ferramenta para selecionar
CONCLUSÃO Devido à necessidade de reduzir a utilização de antibióticos na alimentação de leitões com o objetivo de diminuir a geração de resistências antimicrobianas, é necessário pensar em estratégias globais de produção, contemplando diferentes campos de atuação. Entre as ferramentas que podemos utilizar, dispomos de uma série de aditivos que têm como principal função ou o reforço do hospedeiro, fazendo com que este seja menos suscetível à contaminação por patogénicos; ou então uma ação direta sobre esses patogénicos, inativando-os ou bloqueando-os, mas em qualquer caso reduzindo as suas possibilidades de adesão à mucosa intestinal. A utilização tanto de probióticos (Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079, LEVUCELL SB) como de prebióticos (YANG), demostrou-se ser uma ferramenta eficaz na qual nos podemos apoiar na hora de desenhar programas de redução do uso de óxido de zinco ou de antibióticos nos alimentos compostos para leitões. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
COMPLEXOS ENZIMÁTICOS COLABORAM NA SAÚDE INTESTINAL
Marcio Ceccantini STS Manager on Feed Digestibility
Com a restrição ao uso de antibióticos, a busca por soluções que os substituam passou a ser o principal tema das discussões sobre a performance produtiva na criação de frangos de carne. Devido à alta eficiência dos antibióticos no controle da microbiota intestinal, e por conseguinte, na manutenção das funções intestinais, acostumamo-nos a utilizar esta ferramenta, sem precisarmos fazer uso de outras opções de controle de microbiota. Porém, estes produtos já não estão disponíveis como antes, e nenhuma opção única tem se mostrado tão eficiente e barata. Isto não quer dizer que não tenhamos nada a fazer, ao contrário, a substituição de antibióticos passa por uma série de ações que devem ser tomadas a fim de mantermos a optimização do controle da microbiota. Algumas destas ferramentas estão conectadas, mas atuam independentemente de outras, e tem um valor além de colaborem neste controle. Este é o caso das enzimas digestivas adicionadas à ração. As enzimas têm sido adicionadas nas rações há muitos anos com objetivo específico de melhorar a digestibilidade dos alimentos, aumentando a capacidade de absorção dos nutrientes, mas como é que isto pode contribuir para manutenção de uma boa saúde intestinal em frangos? Em 2004, realizámos um primeiro estudo interno, avaliando a alteração da microbiota em dietas à base de milho e soja ou em dietas à base de trigo e soja e com ou sem a adição de um complexo multienzimático à base de xylanases e glucanase, e o efeito deste sobre a população microbiana nas duas dietas. Já naquela época, vimos uma alteração positiva importante na microbiota. Assim, o uso de nosso complexo multienzimático passou a ser mais detalhadamente estudado em relação ao seu efeito na saúde intestinal, já tendo sido tema de teses e diversos estudos de pesquisa. Neste sentido, primeiramente avançámos no conhecimento dos ingredientes e na forma da sua avaliação. Entendemos hoje que tomar em consideração apenas a fração digestiva dos ingredientes para a formulação de ração, não é mais suficiente. É preciso também levar em consideração a fracção indigestível dos ingredientes vegetais, pois ali
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
estão os fatores anti-nutricionais, e os nutrientes não absorvidos que podem vir ou não a ser libertados pelas enzimas exógenas, e que poderão vir a abastecer a microbiota, modulando-a de um modo ou de outro. Esta fracção contém cerca de 10% dos aminoácidos, mais de 30% do fósforo dos alimentos, e mais de 20% da energia não metabolizável da ração, além de diversos fatores que alteram a viscosidade do alimento, retêm parte dos nutrientes ou que podem causar um certo grau de inflamação das paredes intestinais. Em função deste efeito evidente de um complexo multienzimático tornou-se ainda mais importante analisar a variabilidade das matérias-primas vegetais, qualificando e quantificando estas frações indigestíveis de cada lote, tanto no que se refere ao Fósforo-fítico, e nos aminoácidos indigestíveis (que podem ser calculados pela diferença de aminoácidos totais e aminoácidos digestíveis de cada ingrediente), quanto nos polissacáridos não amiláceos (especialmente arabinoxilanos solúveis e insolúveis, e as ramificações de arabinofuranose e ácido ferulico, Bidlack J.E. et al, 1992). Inclusive conhecer os tecidos com maior retenção de nutrientes, e de cada tipo de ingrediente. Assim, a aleurona do trigo contém 80% do fósforo fítico, enquanto no milho é o gérmen que concentra 60% deste substrato (Medic et al, 2004). Estas análises permitem-nos mais precisamente avaliar a ação das enzimas exógenas adicionadas às rações, determinando a energia que virá a ser libertada, por um lado, e prever o aminoácido, fósforo e outros nutrientes que serão disponibilizados para absorção, por outro. Assim: – as fitases, especialmente em altas dose (superdoses) atuam libertando fósforo, e evitando o efeito quelante dos fitatos sobre certos nutrientes – as carbohidrolases, especialmente as xylanases que atuam sobre os xylanos solúveis diminuído a viscosidade do alimento e melhorando a ação das enzimas endógenas na digestão dos alimentos (Cozannet, P. et al, 2017) – os complexos de carbohidrolases, que além de conterem as xylanases, são capazes de agir
sobre o efeito jaula (de paredes celulares que restam intactas), desestruturando-as e libertando um aporte extra de nutrientes retidos. Isto ocorre de modo mais eficientemente com complexos enzimáticos que contenham enzimas desramificadoras como arabinufuranosidases.
Mas como é que isto contribui para a saúde intestinal de frangos de carne? A presença de nutrientes não absorvidos na digesta intestinal aumenta as perdas endógenas e da produção de muco. Assim NSP podem causar inflamação no GTI (que requer mais AA), diminuir o fluxo da digesta, mas podendo aumentar a motilidade intestinal (Silah et al., 1991), o que contribui para maior secreção endógena de nutrientes, com alto custo metabólico, e ainda promovem a fermentação excretas húmidas. Tudo isto modula a população microbiana e a diversidade desta população no trato gastro-intestinal. (Van der Meulen, J., H. Panneman, and A. J. M. Jansman. 2010). Portanto, as enzimas exógenas supracitadas atuando na melhoria da digestibilidade dos alimentos, alteram a disponibilidade de nutrientes no trato intestinal, seja diminuindo a quantidade, seja alterando as proporções destes nutrientes. Com isto, alteram a microbiota de um modo positivo, como sugerem os resultados encontrados
por Yacoubi, N et al., ISIGH, 2017, avaliando a infiltração de células T no tecido intestinal de frangos alimentados com dietas normais a base de trigo, ou acrescidas de frações de polissacáridos não amiláceos, contra esta mesma dieta contendo um complexo multienzimático (figura 1).
Figura 2 Concentração de acido lático e ácidos gordos de cadeia curta (medidos diretamente na digesta)
Figura 1
Fonte: Yacoubi, N et al., ISIGH out2017
Fonte: Yacoubi, N et al., ISIGH out2017
Mas do que isto, mostram que um complexo de carbohidrolase pode ser capaz de atuar sobre certos polissacáridos não amiláceos, criando fragmentos destes, que produzem esta ação prebiótica. Todas estas ações diminuem a inflamação das paredes intestinais, e alteram positivamente a fermentação, aumentando a produção de ácido acético e ácido butírico. (Yacoubi, N et al., ISIGH, 2017) – ver figura 2. Assim, um novo modo de se tratar as enzimas é partir das frações indigestíveis dos ingredientes que serão utilizados em dietas de frangos de carne. Afinal esta é de facto
a fração onde atuarão as enzimas exógenas adicionadas na dieta. Uma vez tomando as variações dos ingredientes no dia a dia, e atuando para corrigir o efeito esperado das enzimas exógenas, conjuntamente com uma 6-fitase, os complexos multienzimáticos, podemos melhor prever os ganhos nutricionais, e contribuir significativamente para uma melhor saúde intestinal. Tendo sido este um resumo do que foi apresentado, congratulo a IACA, que nas suas VII Jornadas Técnicas não se absteve de colocar em discussão esta e outras soluções, para a substituição de antibióticos no mesmo painel, de uma forma muito interessante, onde fica claro que não existe uma solução única, mas várias práticas que devem ser adotadas conjuntamente, e que têm-se demostrado eficientes, e onde o uso de complexos multienzimáticos tem um papel importante.
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
ALIMENTANDO A SAÚDE: ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DO CONSUMO DE ANTIBIÓTICOS
Saúl Escobero Andrés Pintaluba S.A. / Vetalmex
De vez em quando, o nosso setor, da produção ani-
disponíveis com o potencial de fornecer no todo
mal, é confrontado com novos desafios que mudam
ou em parte, direta ou indiretamente, o efeito que
os cenários estabelecidos e nos obrigam a reposi-
fazem os antimicrobianos.
cionar os tradicionais modelos produtivos. Estes
Centrando-nos nesta segunda parte, a experiência
desafios, uma vez superado o impacto inicial, tor-
e as evidências experimentais dizem-nos que, infe-
nam-nos mais eficientes, sustentáveis e seguros,
lizmente, não existe nenhum produto milagroso que
quer para as pessoas quer para o meio ambiente.
resolva todos os nossos problemas decorrentes da
Atualmente a indústria está envolvida na redu-
retirada da medicação, mas, felizmente, há muitos
ção do uso de antibióticos, pois são factos
bons produtos à disposição dos nutricionistas e
comprovados que a aplicação de antibióticos
fabricantes de ração, cujas combinações têm efeitos
em avicultura e suinicultura tem sido gene-
sinérgicos capazes de os aliviar em grande parte.
ralizada até agora e nem sempre para trata-
Esta estratégia de desmedicação, poderia basear-se
mento de patologias. Além disso, os antimi-
em quatro grupos principais de aditivos:
crobianos vão começando a perder eficácia e podem gerar bactérias resistentes em humanos. A Organização Mundial de Saúde, estabeleceu, durante o seu congresso de 2011, três diretrizes claras sobre o uso de antibióticos: • A proibição como promotores de crescimento. • Evitar o uso de antimicrobianos como profiláticos. • Limitação do uso de antibióticos de importância crítica. Em paralelo, o consumidor está cada vez mais consciente sobre a segurança alimentar e, influenciado por correntes de pensamento, tenta evitar, na sua alimentação, carne de animais medicados. Isto abriu novos nichos de mercado que os produtores vão tentando aceder, criando linhas livres de antibióticos que permitam rotular a carne como tal, obtendo valor acrescentado pela diferenciação.
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
– Melhoradores da qualidade da dieta e da sua digestibilidade, tais como as enzimas xilanases, beta-glucanases e fitases. – Melhoradores do sistema imunológico do animal, no qual encontramos os prebióticos e probióticos. – Os antitoxinas, tais como sequestrantes ou captadores de micotoxinas que minimizam ou eliminam o impacto negativo destas, ou ainda aqueles desintoxicantes que previnem das endotoxinas, tais como são os compostos ricos em superóxido dismutase, capazes de eliminar os radicais livres gerados pelo próprio metabolismo. – Produtos com ação sobre as bactérias patogénicas, tais como, ácidos orgânicos e ácidos gordos de cadeia média.
Não obstante, a redução de antibióticos na pro-
Os ácidos gordos de cadeia média estão a ganhar
dução animal, não é uma tarefa fácil que passe
relevância especial nos últimos tempos, embora já
simplesmente por deixar de usar ou substituir
em 1972, alguns autores como Kabara e colabora-
um antibiótico por um produto ou por um aditivo.
dores tenham estudado a sua relação estrutural
A redução de antibióticos é um processo que
com as suas propriedades bactericidas sobre
começa numa análise profunda do sistema de
bactérias Gram + e Gram – . Um ácido gordo de
produção. Esta análise deve levar em conta, em
cadeia média (AGCM) é um composto orgânico
primeiro lugar, fatores diretamente relacionados
que possui um grupo funcional carboxilo (-COOH)
à produção; os animais, a exploração, as medidas
e uma cadeia hidrocarbonada com um compri-
de biossegurança que estão implementadas, o
mento de cadeia de 6 a 12 átomos de carbono.
maneio, o controlo de matérias-primas e os níveis
Nestes estudos iniciais, determinou-se que o ácido
nutricionais da ração. Uma vez aplicadas as medi-
caprílico (C8) e o ácido cáprico (C10) tinham um
das corretivas necessárias nesses pontos onde há
potente efeito antibacteriano contra bactérias
risco para a saúde animal, a análise seguinte que
Gram – , enquanto que o ácido láurico (C12) exercia
devemos fazer é que produtos ou aditivos estão
o mesmo efeito sobre os Gram +. Investigações
posteriores definiram um mapa bastante completo da atividade
Enquanto que na literatura não é atribuída qualquer capacidade
que os diferentes AGCM exercem sobre os patógenos, tornando-os
bactericida ao ácido mirístico na forma livre (FA), a sua atividade
excelentes aliados na redução das medicações. (Quadro 1)
contra bactérias Gram + é importante quando se apresenta na forma de lactilato(Lac).
Nome comum
Nº de carbono
Estrutura
Ponto de fusão, ºC
Gram –
Gram +
E. coli Salmonella
Staphylococcus Streptococcus Clostridium
Ácido caproico
6
CH3(CH2)4-COOH
-3
+++
-
Ácido caprílico
8
CH3(CH2)6-COOH
17
++
+
Ácido cáprico
10
CH3(CH2)8-COOH
31,5
+
++
Ácido láurico
12
CH3-(CH2)10-COOH
44,2
-
++++
Ácido mirístico
14
CH3-(CH2)12-COOH
54
-
-
Ácido palmítico
16
CH3-(CH2)14-COOH
63
-
-
Gráfico 1
Quadro 1 – Ácidos gordos naturais mais importantes e a sua eficácia contra bactérias patogénicas
No entanto, a aplicação destes ácidos não está isenta de particularidades. Os AGCM, na sua forma livre, libertam um odor desagradável, o que faz com que seja difícil de manusear durante a adição no fabrico de ração. Para resolvê-lo, os fabricantes desenvolveram sistemas que o minimizam, como apresentá-los sob a forma de sais sódicos ou cálcicos, ou revestindo-os com gorduras e óleos. Estas soluções industriais, embora sejam eficazes em relação ao problema de manuseamento, não cobrem totalmente outra limitante, que é o facto de conseguir que os AGCM cheguem aos locais onde as bactérias patogénicas do intestino proliferam e que são geralmente as partes mais distais do trato gastrointestinal. Os sais revelam-se muito dependentes do pH, pelo que
FA: AGCM na forma livre Lac: AGCM na forma de lactilato
se dissociam nas partes proximais do tubo digestivo, libertando
Para a implementação eficaz dos AGCM na redução antimicro-
os AGCM. Logo que o ácido gordo se encontra na forma livre, é
biana, devemos considerar o trato gastrointestinal como um
rapidamente absorvido, reduzindo a sua concentração efetiva
ecossistema, com as suas condições de temperatura, pH, e a
para prevenir o crescimento de patógenos. Os AGCM na forma
proporção entre bactérias patogénicas e benéficas. Além disso,
revestida são capazes de avançar mais e ser menos dependente
o tempo de trânsito intestinal marcado pela própria fisiologia
do pH, mas, a natureza da cobertura ou a tecnologia de aplica-
do animal também condicionará a eficácia destes produtos.
ção, determinará quão estável é, e se a libertação do ácido gordo
Em geral, a escolha dos AGCM mais adequada baseia-
atinge as Concentrações Mínimas Inibitórias (MIC) requeridas.
-se em ensaios “in vitro” que demonstram a Concentração
Como alternativa aos dois sistemas acima mencionados, come-
Mínima Inibitória (MIC) dos produtos contra certos agen-
çou-se a implementar processos de esterificação com glicerol,
tes patogénicos, mas, infelizmente, não considerando que,
dando lugar aos Glicéridos de AGCM, os quais apresentam aro-
por vezes, a informação disponível é uma informação ten-
mas agradáveis que estimulam o consumo dos animais, e a sua
denciosa, porque não se sabe as condições de tempera-
eficácia é praticamente independente do pH, já que a libertação
tura, pH ou de tempo em que os resultados são alcançados.
do AGCM se realiza pela ação da lipase sobre o glicérido (é uma
Como exemplo, podemos observar no gráfico seguinte, como
enzima digestiva produzida principalmente no pâncreas e tem
diferentes concentrações do mesmo produto expressam a sua
como função quebrar a gordura da alimentação em moléculas
capacidade de inibir o crescimento de Clostridium. O eixo Y
menores, para que assim possam ser absorvidas pelo intestino). Em
representa o crescimento bacteriano e o eixo X representa o
desenvolvimentos posteriores, foram utilizados outros compostos
tempo. Se não considerarmos o tempo ou tomarmos tempos
para realizar a esterificação em vez do glicerol, como é o caso do
inferiores às 10 horas, poderíamos tirar conclusões erradas
ácido láctico, dando lugar aos lactilatos. O mais destacável destes
quanto à MIC já que estimaríamos que se atinge a valores de
lactilatos, é que atuam de maneira sinérgica com o ácido gordo,
0,25 ppm; no entanto, aumentando o tempo de estudo, vemos
potenciando a atividade bactericida do mesmo. O exemplo mais
que o crescimento bacteriano só se inibe quando a concentra-
pertinente dessa sinergia é o Lactilato do ácido mirístico (C14).
ção é 4 vezes maior. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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Controlo: ZnO em prestarter e Amoxicilina no starter Tratamento 2: ZnO em prestarter e combinação de AGCM para Gram + em starter Controlo: ZnO em prestarter e Amoxicilina no starter Tratamento 3: Combinação de AGCM para prestarter e Amoxicilina no starter
ALIMENTAÇÃO ANIMAL VII JORNADAS SPMA / IACA
Tratamento 2: ZnO em prestarter e combinação de AGCM para Gram + em starter Tratamento 4: Combinação de AGCM para prestarter e combinação de AGCM para Gram + em starter Tratamento 3: Combinação de AGCM para prestarter e Amoxicilina no starter
Tratamento4:5:Combinação Tanto em prestarter em startereaplicou-se uma Tratamento de AGCM como para prestarter combinação de combinação AGCM para de AGCM de starter amplo espectro Gram + em
Os resultados deste ensaio são descritos nos gráficos abaixo.
Gráfico 2
�������������������������������������������������������������� Tratamento 5: Tanto em prestarter como em starter aplicou-se uma combinação de
AGCM de amplo espectro
Gráfico 3
Gráfico 3
��������������������������������������������������������������
Efeito da substituição de ZnO por AGCM na fase prestarter
Gráfico 3
10.69 11.1
Efeito da substituição de ZnO por AGCM na fase prestarter
6.42 6.42
5.29 5.4
4.28 4.68
5.29 5.4 Consumo (kg)
4.68 4.28 Kilo repuesto
10.69 11.1 6.42 6.42 PV Inicial
1.27 1.11
Peso Vivo 16d ZnO
PV Inicial
Peso Vivo 16d
FCR 1.27 1.11
AGCM para Prestarter Consumo (kg)
Kilo repuesto
FCR
é que nos preocupa, este pode estar associado a outros, que facilitam ou
�������� ��������� ���� �������� �� ��������� �������� �� ������������� ��� ���� ����� �������� ��� ����� AGCM para Prestarter Podemos observar queZnO durante o primeiro período a substituição do ������������������������������������������������������������������������������������������������ �������������������������������������������������������������� ZnO pela mistura de AGCM especialmente desenhada para a fase pres�������� ��������� ���� �������� �� ��������� �������� �� ������������� ��� ���� ����� �������� ��� ����� �tarter, reporta melhorias de 4% no peso vivo, de 10% na reposição ������������������������������������������������������������������������������������������������ ��������������������������������������������������������������
atuam como potenciadores (Quorum Sensing). Como resultado, a redução
�
dos antimicrobianos por meio de AGCM, não deve cair sobre um único
Gráfico 4 4Efeito da substituição de Amoxicilina por AGCM na fase Gráfico
Por outro lado, os problemas entéricos não são sempre causados por um único agente patogénico e, embora seja incontestável que o maioritário
ácido, mas sim numa combinação dos mesmos ou em associação com
de peso Gráfico 4
starter Efeito da substituição de Amoxicilina por AGCM na fase 20.1 19.03 starter 13.5 12.7 10.8 10.09
outros aditivos que permitam controlar este complexo grupo de bactérias. Além disso, a saúde intestinal depende de um delicado equilíbrio entre
9.2 8.4
a flora e os patógenos, equilíbrio esse que podemos alterar em nosso produtos com ação antimicrobiana, tais como os antibióticos, também
AGCM
14 ppm
200 ppm
Vetalmex e Andrés Pintaluba S.A. estão conscientes de que a escolha de alternativas ao uso de antibióticos é uma tarefa difícil e dispendiosa para o fabricante de alimentos compostos para animais, devido à análise exaustiva que estes têm de realizar para discernir qual o produto é o mais adequado, bem como pelo aumento de trabalho dos operários de fábrica para a sua aplicação. Por essa razão, desenvolveram pro-
tivas eficazes aos antibióticos comumente usados na produção animal. Recentemente, foi realizado um ensaio para confirmar a eficácia destes produtos para a substituição da Amoxicilina e ZnO durante o período de transição após o desmame de leitões, em condições comerciais. Considerando 220 leitões, foram estabelecidos cinco grupos com diferentes estratégias de medicação ou alternativas de substituição desta por produtos especialmente desenvolvidos para tal. Controlo: ZnO em Prestarter e Amoxicilina no Starter Tratamento 2: ZnO em Prestarter e combinação de AGCM para Gram + em Starter Tratamento 3: Combinação de AGCM para Prestarter e Amoxicilina no Starter Tratamento 4: Combinação de AGCM para Prestarter e combinação de AGCM para Gram + em Starter Tratamento 5: Tanto em Prestarter como em Starter aplicou-se uma combinação de AGCM de amplo espectro 38 |
ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
FCR 1.5 1.5
Amoxicilina AGCM para Starter Peso Vivo 16d Consumo (kg) Kilo repuesto
FCR
���������������������������������������������������������������������������������� � No Gráfico 4, podemos ver como a substituição da Amoxicilina ������������������������������������������������������������������������������������� �
pela mistura de AGCM especialmente desenhada para tal, não ocasionou deterioração do índice de conversão.
Gráfico 5
Gráfico 5
Efeito de diferentes tratamentos na aplicação de substitutos de ZnO e amoxicilina 19.32 19.55 20.7 19.4
17.72
19.75 17.9 17.75 18.4
15.75
dutos baseados na combinação de diferentes aditivos, testados em explorações e que são propostos como soluções específicas e alterna-
1.5 1.5
9.2 8.4 Kilo repuesto
Amoxicilina AGCM para Starter ���������������������������������������������������������������������������������� �������������������������������������������������������������������������������������
para que, aqueles que estão a ser aplicados contra patógenos não eliMIC Lactobacilus spp.
13.5 12.7 Consumo (kg)
Peso Vivo 16d
PV Inicial
podem ter esse efeito sobre a flora. Portanto, temos que ter cuidado
MIC C. perfringes
20.1 19.03
10.8 10.09 PV Inicial
benefício combatendo apenas os nocivos. Devemos ter em mente que os
minem ou reduzam os que favorecem a saúde intestinal.
e uma redução de 7% no índice de conversão.
Peso Vivo32d
ZnO + Amoxi
AGCM PS + AGCM G+
Consumo (kg)
12.9 13.1 14.3 12.95
11.3
Kilo repuesto
ZnO + AGCM G+
AGCM Amplio espectro
1.38 1.4 1.39 1.38 1.4
FCR
AGCM PS + Amoxi
���������������������������������������������������������������������������������������������� Finalmente, quando estudamos diferentes estratégias de apli������������������������������������������������������������������������������������������������ �������������������������������������������������������������������������������������������������� cação de AGCM, tanto em combinação com o uso de antibióti�������������������������������������������������������������������� � cos, como substituindo-os completamente (Gráfico 5), vale a ���������������������������������������������������������������������������������������������� pena observar como o uso da mistura de ácidos, especialmente ����������������������������������������������������������������������������������������������� ������������������������ formulada para este propósito, tem um efeito sobre o desem� ��������������������������������������������������������������������������������������������������� penho dos animais, semelhante ao obtido com antimicrobianos. ��������������������������������������������������������������������������������������������������� Como conclusão, podemos dizer, e os ensaios assim o con�������������������������������������������������������������������������������������������������
firmam, que a substituição ou redução do uso de antibióticos por misturas de AGCM especialmente formuladas é possível, sem prejudicar o desempenho dos animais. No entanto, para implementar essas estratégias com sucesso pelo nutricionista ou pelo veterinário, é particularmente importante uma análise profunda das características dos produtos alternativos, a fim de selecionar aqueles que são mais eficazes nas próprias condições das unidades de produção.
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Alternativas à utilização tradicional de tratamentos preventivos em suinicultura, avicultura e cunicultura
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS
SPMA NOTÍCIAS
- A atividade da SPMA nos últimos meses esteve ligada às organizações das VII Jornadas de Alimentação Animal e dos Comités de Pré-Misturas e Minerais e de Nutrição da FEFAC, em Lisboa, incluindo o Workshop sobre “Soluções em Nutrição Animal Contra a Resistência aos Antimicrobianos”, em colaboração com a DGAV, FMV de Lisboa e APISA e o apoio da Empresa LUCTA, cujos resumos publicamos nas páginas seguintes. - Participámos em representação da IACA, nos eventos realizados pela SCS e FILPORC, sobre o problema da PSA – Peste Suína Africana e mais recentemente na apresentação do projeto InovFeed (INIAV). - Registámos no âmbito do QUALIACA, o indeferimento da providência cautelar da ACICO. - Desejamos a todos os associados da SPMA e da IACA umas Boas Festas e um Bom Ano Novo de 2019.
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
RESUMO DO 34º COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS E MINERAIS
Lisboa, 9 de outubro de 2018
Esta reunião apresentou algumas diferenças relativamente ao modelo habitual do Comité, pois para além da sessão de trabalho normal, teve também uma sessão conjunta com o Comité de Nutrição Animal, a qual decorreu igualmente em Lisboa, mas no dia 10 de outubro. Resumimos os assuntos principais discutidos neste Comité sendo a sessão conjunta e o Comité de Nutrição Animal igualmente resumidos nesta edição da Revista. O Comité adotou o programa para o ano de 2019. Para além da continuidade no acompanhamento dos processos de reautorização dos diferentes aditivos para a alimentação animal, criação de novos grupos funcionais, revisão de guias para a avaliação dos aditivos para a alimentação animal, prevê-se que no próximo ano entrará em discussão o estatuto de aditivos para a alimentação animal vs. auxiliares tecnológicos. No âmbito das substâncias perigosas o acompanhamento do transporte e rotulagem (fator M), a notificação aos centros de venenos e a monitorização dos aditivos para a alimentação animal relativamente ao estatuto de substâncias que suscitam elevada preocupação candidatas a autorização vs. REACH, estão também na agenda de trabalho.
dade de produtos no mercado seja limitada e cause constrangimentos de abastecimento, principalmente no que diz respeito à produção biológica. No que diz respeito à vitamina B2, o processo de não reautorização de Vitamina B2 produzida pelo B. subtilis KCCM 10445 está fechado. Devido à demora do processo de não reautorização, os operadores tiveram tempo de se precaverem e escoarem os produtos que continham o aditivo produzido por esta estirpe, o que permitiu menores constrangimentos no mercado do que inicialmente se temia. No entanto, o problema da disponibilidade limitada de fontes de vitamina B2 no mercado mantém-se e é preocupante para os fabricantes.
1 – Aditivos para a alimentação animal
Selenato de sódio O registo de um aditivo pode ser limitado à espécie animal, mas não ao modo de utilização. A EMFEMA pretendeu submeter um dossier em que limitava a utilização do selenato de sódio através de bolus alimentares, o que não foi possível. A EFSA acabou por pedir uma série de dados adicionais, o que fez com que acabassem por retirar o dossier.
Reautorização da vitamina B2 e B12 Começou recentemente a discussão do processo de reautorização da vitamina B12 e espera-se que se verifiquem os mesmos problemas que se estão a sentir relativamente à reautorização da vitamina B2. Inicialmente tinham sido submetidos três dossiers diferentes, mas duas das empresas desistiram e retiraram a submissão (aditivo produzido por microrganismos não geneticamente modificados). A empresa que mantém o dossier apresenta um aditivo produzido por um microrganismo GM. Neste caso, foi pedido pela EFSA à empresa detentora do dossier, mais informação sobre a estirpe em questão e o processo de produção. Esta situação causa alguma preocupação de que a disponibili-
Molibdénio Relativamente ao molibdénio o fabricante do aditivo (molibdato de sódio) colocou um dossier considerando apenas a sua utilização em ovinos, deixando as restantes espécies animais de fora. Além de que as evidências científicas apresentadas são muito pobres o que limita a possibilidade da sua aprovação. Compostos aromatizantes São cada vez mais pedidas autorizações de aditivos aromatizantes com fins zootécnicos.
Lisina A lisina é o único aminoácido que ainda não foi reavaliado e cujo processo de reavaliação tem sido de alguma forma travado na Comissão. O problema está relacionado com a disputa legal entre os produtores devido às patentes das estirpes produtoras do aditivo. A autorização com base na estirpe não serve as necessidades e os interesses da Indústria, visto que passa a ser autorizada apenas a forma
do aditivo produzida pela estirpe autorizada e de um determinado fabricante, o que pode limitar a disponibilidade de lisina no mercado, causando grandes constrangimentos para os Operadores/Indústria de alimentos compostos.
2 – Etoxiquina Das informações fornecidas pelo Consórcio ANTOXIAC, os estudos adicionais requeridos pela EFSA e pela Comissão Europeia devem ser fornecidos de forma a permitir a publicação da opinião da EFSA no início de 2019 e consequentemente antes do termo do prazo de transição para a etoxiquina na farinha de peixe. No último Comité de alimentos para peixes, os especialistas aí reunidos reportaram a procura no mercado de antioxidantes naturais para a estabilidade oxidativa da farinha de peixe, referindo também a diminuição da estabilidade das preparações de vitaminas A e carotenoides devido à substituição da etoxiquina por outros antioxidantes. Regulamento (UE) 2017/962 Ù Medidas de transição As questões relativas à etoxiquina podem ainda colocar-se nas fábricas que a continuam a utilizar em produtos destinados a exportação, mas que produzem também para o mercado da UE. Neste caso, a principal preocupação prende-se com as contaminações cruzadas.
3 – Grupo dos melhoradores do bem-estar animal Alguns Estados-membros têm grandes reservas quanto à constituição deste grupo funcional, visto considerarem o nome dúbio ou porque consideram que um aditivo não pode substituir as boas práticas de produção, de acordo com a legislação da União Europeia. Consideram ainda que já existem grupos funcionais, nos quais estes aditivos poderiam ser inseridos, nomeadamente dentro do grupo funcional "aditivos zootécnicos" e a constituição deste novo grupo poderia gerar duplicações. Existe ainda o problema de algumas substâncias poderem ter atividade farmacológica. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
Outro problema que se põe é a prova da eficácia do aditivo, visto que, a eficácia tem de ser provada num animal saudável, o que se torna muito mais difícil. Atualmente já existem aditivos no mercado que são utilizados com funções para as quais não estão autorizados. A posição da indústria deve ser de colaborar com as autoridades, mas opondo-se à constituição deste novo grupo. No entanto, o foco deve ser sempre a luta contra a resistência antimicrobiana e a questão do estatuto legal deve ser secundária, o que significa que a indústria deve ter ao seu alcance todas as opções possíveis desde que sejam seguras, eficientes e que não substituam as boas práticas agrícolas.
4 – Utilização de aditivos na produção biológica A DG AGRI lançou um processo de revisão da lista de aditivos autorizados na produção biológica.
Da perspetiva da indústria dever-se-ia perguntar à Comissão quais as condições específicas que um aditivo deve respeitar para que, quando autorizado, o seja também para utilização na produção biológica. De alguma forma, deve-se alertar a produção biológica para o risco de não conseguir alimentar os animais adequadamente devido à falta de produtos autorizados e que devem incentivar a produção primária a produzir os alimentos pretendidos.
5 – Fator M O Regulamento (CE) 2016/1779 altera a lista harmonizada de substâncias classificadas no âmbito do Regulamento (CE) nº 1272/2008 (CLP). O fator M aplica-se apenas aos perigos ambientais relativamente à toxicidade aguda. No que diz respeito ao cobre, o Regulamento (CE) 2016/1779 introduz que se aplica o fator M de 10 a determinados compostos de cobre, nomeadamente ao sulfato de cobre, o que
pode significar a classificação das misturas como perigosas dentro do CLP, a partir de taxas de inclusão de 2500 ppm. Apesar de fora do âmbito da legislação CLP, a nível de legislação ADR o fator M aplica-se e pode classificar os alimentos minerais como mercadorias perigosas. A aplicação desta legislação vai também ter implicações a nível de armazenamento dos alimentos minerais o que causaria constrangimentos para a Indústria. Houve um período de consulta pública para definir valores para o fator M, no entanto, a Indústria não se apercebeu da importância deste assunto e não a valorizou devidamente. Reagir nesta fase implica um tempo de espera de 3 a 5 anos, o que apesar de tudo não é o pior deste cenário, visto que o mesmo implica submeter um dossier e consequentemente estudos sobre este assunto, para defender qualquer pretensão que a Indústria possa ter. Este tema tem de ser estudado pelo Comité com maior detalhe, mas está a criar alguma agitação no Setor.
RESUMO DO COMITÉ MISTO DE PRÉ-MISTURAS E ALIMENTOS MINERAIS E NUTRIÇÃO ANIMAL Lisboa 10 de outubro de 2018
Reautorização da vitamina B2 Ocorreu recentemente um caso na Bélgica em que foi detetado ADN do microrganismo no aditivo, o que levou a que o produto fosse retirado do mercado (aditivo e pré-misturas e alimentos compostos com ele produzidos). O novo método para deteção de microrganismos OGM foi publicado em 2017 (Food Chemistry). No entanto, este método de “screening” não foi desenvolvido para os controlos oficiais e não está validado, pelo que se questiona a sua validade. Mais, o método de “screening” não é específico para a estirpe em causa. A metodologia por PCR tem como princípio a replicação do ADN, o que implica que, caso a replicação seja continua, poderá dar sempre um resultado positivo. Não está definido quantas replicações são feitas. No caso que ocorreu na Bélgica, as autoridades ficaram com dúvidas. A indústria defende que deve haver um método bem definido para que esta situação 42 |
ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
não se repita. O método não tem capacidade de detetar a presença de organismos GMO nas pré-misturas e alimentos compostos. Não se pode aceitar o argumento das autoridades belgas para a retirada das pré-misturas e alimentos compostos do mercado com base na rastreabilidade, até porque o que está em causa é uma questão de não conformidade com a legislação em vigor e não de segurança alimentar. A indústria tem acesso ao método, mas não ao material de referência para validação do método, o que a impede de o utilizar e, consequentemente, saber se o aditivo que compram está em conformidade com a legislação em vigor. Até porque não sendo obrigatório pela legislação aplicável referir na rotulagem qual a estirpe que produz o aditivo, os operadores não têm como saber se este foi produzido por uma das estirpes autorizadas ou não. Outra situação que se verifica prende-se com as diferentes interpretações quanto ao que é uma modificação genética. O tipo de modifi-
cação genética (5ª) que está em causa e que levantou toda esta questão relativamente à vitamina B2 é o que designa por “self cloning”, o que segundo a legislação europeia é uma modificação genética, mas noutras partes do globo (China, EUA) não é assim considerada. Esta dualidade causa ainda mais problemas à indústria europeia e à disponibilidade de produtos no mercado da UE. O Comité considera que a ordem de importância dos diferentes critérios de avaliação deve ser o seguinte: • Segurança; • Bem-estar animal e abastecimento; • Impacto ambiental; • Conformidade. Antes da opinião da EFSA ser oficial e ser publicada, a indústria não tem como saber se os aditivos submetidos vão ou não ser aprovados, o que implica, tendo em conta a pouca variedade de fornecedores existente no mercado (em alguns casos 2 ou 3), que
facilmente possam existir constrangimentos no abastecimento. Esta situação varia de aditivo para aditivo, pelo que não é possível estabelecer uma regra comum. A estratégia da FEFAC para lidar com esta situação e outras que venham a ocorrer no futuro deverá ser no sentido de os operadores pedirem ao fornecedor do aditivo que indique qual a estirpe que foi utilizada na produção do mesmo.
Troca de opiniões com a DGAV (Dr. José Manuel Costa) O representante da DGAV referiu que as autoridades portuguesas e a indústria têm uma relação de cooperação em que são discutidos antecipadamente entre as duas entidades os diferentes assuntos de interesse para o setor. Foram analisados os seguintes dossiers: Reautorização de aditivos para alimentação animal José Manuel Costa referiu que as decisões do SCoPAFF dependem muito das opiniões emitidas pela EFSA. Representantes de alguns Estados-membros questionam as orientações/recomendações da EFSA, no entanto, a sua maioria apoia a implementação de medidas de gestão de risco baseadas na opinião da EFSA.
Relativamente ao dossier para aprovação de vitamina B12 a situação não é a presença de ADN recombinante, mas sim em termos de saúde no trabalho, isto é, a presença de uma endotoxina que tem um efeito prejudicial no manipulador do aditivo. Em relação às autorizações de aditivos para alimentação animal resultantes de processos de fermentação e que são dependentes da estirpe, Dr. José Manuel Costa lembrou uma situação passada há alguns anos relativamente à importação de aditivos para a alimentação animal produzidos por estirpes não autorizadas. Na altura o procedimento das autoridades foi no sentido de ter informação por parte dos produtores de qual a estirpe em causa. Na ausência de um método de análise, a única via de controlo é através da rastreabilidade. Exportação de produtos não autorizados na UE Este assunto está perto de ver o fim e as autoridades portuguesas têm uma opinião positiva em relação ao mesmo. No entanto, a Unidade de Nutrição Animal da DG SANTE precisa ainda de convencer os serviços legais da Comissão Europeia e, para tal, estão a recolher e tratar dados de volume dos movimentos transfronteiriços e processamento adicional num Estado-membro diferente do de origem, para avaliar a necessidade de harmonização.
Diretrizes para a higiene de alimentos para animais Os serviços da Comissão Europeia estão a trabalhar em diretrizes para a aplicação da regulamentação sobre a higiene nos alimentos para animais, com foco na clarificação do início da cadeia dos alimentos para animais (i.e., quais os operadores que precisam de registo como operadores do setor da alimentação animal). Tal terá grande utilidade para as autoridades nacionais para gerirem os registos/aprovação de operadores, em particular para operadores com diversos registos. Aplicação da legislação CLP Um elevado número de Estados-membros (Portugal não) pressionou a Comissão Europeia para esclarecer se as pré-misturas estavam no âmbito da legislação CLP. A presente discussão prende-se com a aplicação do fator M ao sulfato de cobre penta-hidratado, o que pode levar a uma extensão do âmbito das pré-misturas abrangidas pela legislação CLP e ADR. Revisão dos anexos da Diretiva 2002/32/CE José Manuel Costa salientou a possível revisão dos limites do endossulfão em alimentos para peixes. Referiu ainda uma eventual reconsideração dos valores de recomendação para as diferentes micotoxinas. Uma opção será integrar estas micotoxinas na Diretiva 2002/32/CE.
RESUMO DO 115º COMITÉ DE NUTRIÇÃO ANIMAL
Lisboa 10 de outubro de 2018
A IACA esteve representada pela sua Asses-
o que o Regulamento será publicado (iní-
cruzada nas fábricas, mas sim o risco da pre-
sora Técnica, Cristina Monteiro. Pretende-se
cio de 2019). Este Regulamento entrará
sença de um medicamento de uso veterinário
neste texto resumir os assuntos discutidos na
em vigor 3 anos após a sua publicação,
em certa concentração.
referida reunião composta por técnicos das
i.e., no início de 2022. Relativamente às
Ficou clarificado que até ao momento em que
Associações de diferentes Estados-membros.
contaminações cruzadas as duas partes
a Comissão defina limites máximos harmoni-
Foi aprovado o programa de trabalhos para
concordaram que as tolerâncias serão
zados, as autoridades nacionais são livres de
2019, o qual poderá ser consultado pelos
definidas a nível nacional e que serão
impor os seus limites nacionais. Espera-se que
Associados no site da IACA.
mantidas até que a Comissão defina
Itália mantenha o valor de 1 ppm qualquer que
valores através de atos delegados, com
seja a substância.
Revisão da legislação sobre os alimentos medicamentosos
base na opinião da EFSA.
A nível nacional, a DGAV com a colabora-
A DG SANTE começou a discutir com a EFSA
ção da IACA, vai efetuar um estudo nas
a natureza do mandato para a definição do
empresas que fabriquem alimentos medi-
O Conselho e o Parlamento chegaram a
risco da presença de resíduos de antibióti-
camentosos com vista a estabelecer os
acordo a 19 de junho de 2018. O proce-
cos em alimentos não alvo. A intenção da DG
limites de contaminações cruzadas. A ideia
dimento administrativo formal deverá
SANTE não é atribuir à EFSA a avaliação do
é que os limites definidos sejam praticá-
estar completo até ao final do ano, após
que é aceitável como nível de contaminação
veis e realistas. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
Revisão da legislação sobre os pesticidas Após a consulta dos operadores de mercado, a Comissão lançou a segunda fase do projeto de revisão da legislação sobre pesticidas. As principais mensagens da FEFAC foram: a necessidade de rever as regras para os alimentos para animais e para peixes, com clarificação da nota de rodapé 1; a definição de limites máximos específicos de resíduos para a segurança dos alimentos para animais e para peixes; e a harmonização de fatores de processamento. A FEFAC também insistiu na necessidade de clarificar os casos de dupla utilização (etoxiquina utilizada como aditivo, mas não autorizada como pesticida, apesar
A FEFAC estudou o impacto técnico da re-au-
palha e silagens deve ser tido em conside-
torização de proteínas animais transformadas
ração, visto serem matérias-primas sem
de suínos em aves. Estima-se que atualmente
qualquer tipo de processamento.
estejam disponíveis no mercado cerca de 300 mentos para aves produzidos contendo PAT
Catálogo/registo de matérias-primas
são produzidos em linhas dedicadas; a taxa
A Comissão informou que o limiar de
de inclusão máxima de PAT de suíno em ali-
0,1% definido no Catálogo Europeu de
mentos para aves é de 5%; pode existir uma
matérias-primas para a presença de resí-
redução de 50% na potencial utilização destas
duos nas matérias-primas sujeitas a um
fontes proteicas quando autorizadas, devido
processamento ou de um auxiliar tecno-
a relutância social.
lógico não deve ser considerado como
Estas proteínas são atualmente utilizadas
uma tolerância a aplicar transversalmente
000 toneladas de PAT. Cerca de 10% dos ali-
nos alimentos para animais de companhia (Petfood) que estão dispostos a pagar mais por elas.
em todas as situações, mas sim caso a caso e dependendo da matéria-prima em causa. Tal vem no decorrer da discussão havida a nível do SCoPAFF relativamente
mas não na legislação dos aditivos para a
Papel da alimentação animal na transmissão do vírus da peste suína africana
alimentação animal).
Considerando a extensão das regiões da
Os especialistas do Comité referiram os
Europa afetadas pelo vírus da peste suína
desafios que a indústria terá de enfren-
africana e da necessidade de acautelar qual
tar com a diminuição dos limites máximos
o possível papel dos alimentos para animais
admissíveis, no decorrer da diminuição
na transmissão do mesmo, foi criado na
do número de pesticidas autorizados na
FEFAC um grupo de trabalho para a PSA/
UE, como resultado do critério de cut-off
Biossegurança.
e recomendaram às Associações-mem-
A conclusão geral é que o risco da trans-
Atualização sobre as iniciativas internacionais (CODEX/ FAO/IFIF) – Soluções de Nutrição Animal
bro a colaboração com os importadores/
missão do vírus via ingredientes utiliza-
A reunião da "Task Force" sobre resistência
comerciantes com vista a alertar para os
dos na alimentação animal para o fabrico
antimicrobiana do CODEX demonstrou que
possíveis impactos no comércio de maté-
de alimentos compostos é muito baixo.
ainda há um longo caminho a percorrer a
rias-primas.
É muito importante, no entanto, garantir
nível global face à luta contra a resistên-
uma adequada informação aos produto-
cia antimicrobiana. Apesar dos esforços da
Revisão do “feed ban”
res suinícolas e medidas de biossegurança
A Comissão Europeia confirmou que come-
afetadas, visto que o transporte e as pes-
de definido um limite máximo admissível com base na legislação dos pesticidas,
çará as discussões relativas à aprovação da utilização de proteínas animais transformadas (PAT) de suínos e insetos em alimentos para aves no segundo semestre de 2018. A
apropriadas, principalmente nas regiões soas permanecem a principal forma de propagação do vírus. Se o vírus sobrevive mais tempo em alimentos ricos em proteína também é um facto
ao estatuto legal dos auxiliares tecnológicos versus aditivos para a alimentação animal, isto é, se permanecem resíduos no alimento ou se lhe são propositadamente adicionados.
Comissão Europeia para incluir a nutrição animal como parte integrante das boas práticas contra a resistência antimicrobiana, a delegação dos EUA argumentou contra, devido à falta de justificação científica. O debate prende-se ainda com a proibição da utilização de antibióticos como promo-
EFSA, a pedido da Comissão elaborou um
que o tempo de transporte de países tercei-
parecer relativo às consequências de defi-
ros para a Europa é muitas vezes suficiente
nir uma tolerância técnica para a presença
para o inutilizar.
de ADN de ruminantes em alimentos para
A FEFAC convidou as Associações de forne-
não ruminantes. Concluiu que, definir uma
cedores das matérias-primas originárias de
tolerância 0 para o controlo da presença de
suínos, a EAPA (produtores de matérias-pri-
ADN de ruminantes em alimentação animal
mas à base de sangue) e a GME (produtores
no método por PCR, irá reduzir o grau de
de gelatinas), as quais confirmaram que os
vigilância para a deteção de material de
processos de produção das matérias-primas
enquanto a sua contribuição para a resis-
origem de ruminantes em alimentos para
em causa matam o vírus e como tal os seus
tência antimicrobiana não for comprovada.
animais e que se tal tolerância técnica tiver
produtos são seguros.
A posição da Comissão mantém-se na res-
de ser definida deverá ser para o alimento
O perigo da contaminação de matérias-pri-
trição da utilização não só de antibióticos,
final e não para as PAT.
mas para a alimentação tais como o feno,
mas de todos os antimicrobianos.
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
tores de crescimento, assunto mais do que resolvido a nível da UE onde estes foram proíbidos em 2006. Ainda que pareça haver entendimento quanto à proibição da utilização de antibióticos críticos com este fim, alguns países ainda defendem a utilização dos restantes
WORKSHOP CONJUNTO DA FEFAC E IACA SOBRE SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO ANIMAL PARA A REDUÇÃO DO USO DE ANTIMICROBIANOS
A FEFAC e a IACA organizaram a 9 de outubro de 2018 um Workshop sobre Soluções de Nutrição Animal contra a RAM, na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, com a colaboração da DGAV, FMV, APISA e o apoio da LUCTA. A sessão começou com a apresentação do Dr. Rui Gabriel, representando a Indústria de Saúde Animal Portuguesa, o qual sublinhou o compromisso da Indústria de Saúde Animal em investir em estratégias alternativas aos antibióticos, em particular abordagens preventivas como o uso de vacinas. No entanto, lembrou que os animais doentes precisam ser tratados, se necessário por meio de antibióticos e que o uso prudente de antibióticos significa usar o medicamento certo, na quantidade correta, pelo meio adequado e durante o correto período de tempo. José Manuel Costa, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (do Ministério da Agri-
animal pode ter para ajudar os animais a
ainda há muito a fazer para modelar a micro-
lidar com os agentes patogénicos, conforme
biota ideal. Também insistiu na importância
enfatizado pela EFSA e pela EMA no seu
de todas as partes interessadas (indústria
relatório conjunto (RONAFA), de janeiro de
de saúde animal, indústria pecuária, indús-
2017. Salientou que vários ingredientes dos
tria de alimentos para animais, agricultores,
alimentos compostos podem desempenhar
veterinários, autoridades, etc.) contribuírem
um papel positivo no maneio da saúde ani-
e cooperarem em simbiose para estimular o
mal, na prevenção da ingestão de patóge-
progresso na melhoria do status de saúde
nos, na modulação da microbiota intestinal,
dos animais nas explorações pecuárias.
na melhoria da integridade intestinal e na promoção da imunomodulação. No entanto, o atual quadro jurídico da UE impõe aos produtos inovadores uma série de obstáculos antes de poderem ser colocados no mercado como aditivos para a alimentação animal e, uma vez autorizados, a comunicação sobre as suas funcionalidades é limitada pelas
Durante o debate, esta questão da cooperação das partes interessadas foi enfatizada várias vezes. A questão do estatuto legal e das restrições legais ao acesso a mercados para determinadas substâncias também foi destacada, assim como a importância de se garantir uma justificação adequada para as
restrições às alegações de saúde.
alegações.
Predrag Persak, Presidente do Comité de
O Professor Manuel Chaveiro Soares da
Nutrição Animal da FEFAC, lembrou que a
IACA, enfatizou o sério desafio global da
nutrição animal é mais do que apenas alimen-
RAM e manteve a visão de que a eficiência
tar animais para que cresçam mais rápido.
dos antibióticos que temos hoje deve ser pre-
Desenvolveu o conceito de alimentação ami-
servada, uma vez que o desenvolvimento de
gável para o intestino, isto é, as caracterís-
novas classes de antibióticos é improvável.
ticas dos alimentos, tais como a fibra ou o
Destacou que a principal recomendação à
tamanho de partícula, que têm impacto na
produção animal para o uso mínimo de anti-
saúde intestinal. Referiu o enorme progresso
bióticos é manter os animais em situações
feito na caracterização da microbiota intesti-
que tenham um impacto positivo na saúde
nal dos animais, salientando, no entanto, que
e bem-estar animal.
cultura de Portugal), lembrou o desafio global da RAM e enfatizou os progressos já alcançados em Portugal em termos de redução do uso de antibióticos em animais de produção, durante o período 2010-2015 (-24%), como resultado da implementação do Plano de Ação Nacional sobre a redução do uso de antibióticos na pecuária. Insistiu na necessidade de implementar instrumentos de monitorização adequados e no compromisso entre as diferentes partes interessadas, ilustrado com a assinatura de acordos sectoriais, incluindo com a indústria de alimentos para animais. Reinder Sijtsma (Presidente do Comité de Pré-misturas e Alimentos Minerais da FEFAC) lembrou o papel fundamental que a nutrição A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EMPRESAS
CONHECER OS FORNECEDORES
Jaime Piçarra em entrevista com os responsáveis do Grupo Pintaluba
No âmbito da rúbrica que lançámos na edição anterior e enquadrada nos 50 Anos da IACA – Conhecer os Fornecedores – nesta segunda entrevista, tivemos o prazer de viajar até Réus, na Catalunha, Espanha, e falar com os responsáveis do Grupo PINTALUBA que, em 2018, comemoraram os 40 anos de atividade. Acompanhou-nos o Diretor-Geral da Vetalmex, nossa empresa associada, António Arnaut, que permitiu dar a conhecer um pouco melhor a filosofia do Grupo e a abordagem ao mercado português.
“Estamos comprometidos com a Indústria para substituir a utilização de antibióticos, colocando à disposição do mercado as alternativas comprovadamente mais eficientes” Andreu Pintaluba Mitjà
“A persistência tem sido, e continua a ser, a base de sucesso do Grupo Pintaluba” Andreu Pintaluba Esporrin
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
De resto, Portugal seria a primeira experiência de internacionalização de uma empresa que deu os primeiros passos em 1978, numa zona de grande relevância na atividade pecuária. Para melhor conhecermos o universo do GRUPO PINTALUBA, qual o posicionamento estratégico face ao que é a nossa Visão 2030, aqui deixamos as linhas gerais da entrevista ao seu fundador Andreu Pintaluba Esporrín e atualmente o CEO, e o filho, Andreu Pintaluba Mitjà, Diretor-Geral do Grupo. Mais do que um percurso pela empresa, foi uma incursão pela história e evolução do setor da alimentação animal e os constantes desafios que a Sociedade (nos) tem exigido. Da nossa parte, também tivemos a oportunidade de falar da IACA, do que pensamos sobre os dossiers da actualidade, da FEFAC e do nosso papel, a nível nacional e internacional. Nos projectos que temos em conjunto com a nossa congénere CESFAC, do QUALIACA ao FeedMed. Os nossos interlocutores ficaram também a conhecer-nos melhor, IACA e Revista "Alimentação Animal". Uma conversa com dois sentidos! O início do Grupo remonta a 1978, quando o então jovem Andreu Pintaluba, com 33 anos e depois de uma experiência numa sociedade que não correu como desejava, formou a sua própria empresa, que naturalmente passou por inúmeras dificuldades económicas e financeiras em tempos nada fáceis. Hoje, com 73 anos e uma ligação de
53 anos a este Setor, Andreu refere-nos que não é possível comparar aqueles tempos com o que é a Indústria actualmente: “nada pode ser mais distinto”. Naquela altura, recorda, “a avicultura e a suinicultura industrial estavam a dar os primeiros passos”. O mercado era essencialmente rural. Depois, foi uma evolução relativamente tranquila e hoje, com regras muito restritas e particular exigência, temos explorações de uma dimensão considerável e "inimaginável à época". Andreu relembra a dimensão da pequena empresa que fundou no Polígono Industrial de Reus, onde ainda hoje se situa. "Iniciámos a actividade com 1 camião e hoje temos uma frota de 23 camiões". Continuando o historial do Grupo PINTALUBA, fundador e sucessor, recordam-nos que em 1988 foi criada a ALIFARMA, que se dedica à comercialização de aditivos para a alimentação humana, tendo sido um factor muito relevante para o desenvolvimento da empresa, conjugando o “feed & food”. Esta empresa também está presente em Portugal, em parceria com a Vetalmex, há cerca de 10 anos. Em 1995, com a aposta no mercado Ibérico, entram em Portugal e expandem-se a nível internacional com a VETALMEX , com um dos nossos anfitriões, António Arnaut, a trabalhar na empresa há 21 anos. A Vetalmex tem assim 23 de anos de actividade, um volume de negócios de 20 milhões de € e emprega 12 pessoas. Este também foi um ano relevante na evolução do Grupo. Para além da entrada no nosso mercado, com novos aminoácidos, novos conceitos e desafios, foi criada a ADIVETER, que está presente em Portugal na parceria com a Vetalmex, e cuja atividade passa pela higienização e controlo no fabrico da ração e pelas preocupações com a higiene e segurança alimentar no setor das matérias primas e no produto final (controlo de salmonella sp e outros agentes patogénicos) , sendo uma das empresas pioneiras na implementação do sistema HACCP / APPCC em 1998. Paralelamente, é também uma referência no assessoramento do processo de granulação das rações, visando a obtenção de granulados de melhor qualidade com uma optimização dos custos e melhoria de performances nutricionais. Estes foram aliás os tempos da integração no espaço europeu, na então Comunidade Económica Europeia, com a adoção de legislação muito diferente da espanhola (ou a que existia em Portugal), com as regras a serem harmonizadas e com novos conceitos e exigências de fabrico. Os produtos "puros" passam a pré-misturas, tendo sido abandonada a comercialização de alguns produtos, em nome da saúde e do bem-estar animal. A entrada no espaço europeu foi uma grande mudança e determinante para a evolução e crescimento do Grupo, de uma forma sustentável. O registo de muitas pré-misturas medicamentosas por reconhecimento mútuo, tais como colistina, óxido de zinco e oxitetraciclina, entre outros, abrem novos e importantes horizontes e desafios. Em 2001, é adotado o GMP+, com a inauguração de uma unidade de fabrico de pré-misturas medicamentosas, a mais moderna em Espanha e na Europa à época, sendo visita frequente de colegas do Setor, pela sua inovação. Com o GMP+ e o FAMI-QS, passam para um conceito de saúde e nutrição mais seguros. Nessa altura, apostam na segunda incursão internacional, com a inauguração de uma Empresa na Argentina situada em Buenos Aires, um mercado muito diferente de Portugal e Espanha. A estratégia da empresa tem sido a de alianças com sócios locais e tal como com a Vetalmex, na Argentina optaram pela mesma lógica de negócio. Hoje a Organização é dotada de fábrica de correctores e medicamentos, e
tem um volume de faturação de 40 milhões de $ com 80 colaboradores, estando projectados novos investimentos para ampliar a unidade, pese embora as dificuldades do País. Em 2006, ainda na América do Sul, abrem um escritório no Brasil em Piracicaba, apenas na vertente comercial na gama de especialidades, como enzimas e fitases. Agora, há que esperar pelos desenvolvimentos sociais e políticos do País para ver qual o melhor caminho a seguir. Por esta altura, a empresa tem uma nova abordagem, consciente de que teriam de penetrar no mercado das explorações pecuárias. Até então, os canais comerciais da Pintaluba eram as fábricas de alimentos compostos e os fabricantes de pré-misturas, e que ainda hoje representam os principais clientes. Compram então duas empresas em Espanha (Mya e Polichem), ampliando o portfólio, ao nível das enzimas e produtos para venda às explorações. A Polichem seria determinante na exportação para inúmeros países. Em 2016, asseguram a presença na Itália e em 2019 deverão entrar na Roménia, permitindo a diversificação em mercados relevantes como são os do Leste da Europa, para além da Grécia e dos Balcãs. Rússia e Turquia são também objectivos mas de mais médio e longo prazo, pelas dificuldades e constrangimentos. Para já, exportam para 74 países e as diferenças de regras e exigências criam, muitas vezes, problemas adicionais. Andreu Pintaluba Mitjà refere ainda a preocupação respeitante à origem de algumas matérias-primas, face às exigências cada vez maiores da União Europeia, à volatilidade e à instabilidade dos mercados. Cita dois exemplos: os preços da Vitamina A subiram de 27,00 € para 400,00 € e temos a Vitamina B2 e os aditivos de fermentação, com exigências muito severas para os fornecedores na China, pelo tema dos OGM ou da resistência aos antibióticos, dossiers muito sensíveis na Europa. A União Europeia exige agora certificados aos fabricantes chineses e esta vai ser uma questão a seguir com particular atenção em 2019. Feita a história do Grupo PINTALUBA, no seu universo empresarial trabalham 320 pessoas, dos quais 116 em Espanha e 12 em Portugal. Com um volume de negócios de 240 milhões de €, é uma das principais empresas do sector agroalimentar em Espanha. Na visão e posicionamento no mercado português, pensam que se trata de um mercado maduro e onde ainda há muito a fazer. Estão a crescer e para além de aspectos relevantes como a higienização e a granulação – muito importantes ao nível da segurança alimentar e da eficiência nutricional – , estão a desenvolver produtos alternativos aos antibióticos e este é um compromisso muito claro do Grupo, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da FAO e Nações Unidas (SDG), o das preocupações com a resistência antimicrobiana.
António Arnaut, Jaime Piçarra, Andreu Pintaluba Esporrin e Andreu Pintaluba Mitjà
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EMPRESAS
Existe já trabalho feito no campo e os resultados são muitos satisfatórios. A redução das artrites nos leitões é um bom exemplo. Existe a preocupação em contribuir para soluções ao nível da melhoria da gestão das explorações pecuárias e das regras de biossegurança, para reduzir a utilização de antibióticos e melhorar a saúde e bem-estar animal. Outra preocupação tem a ver com o circuito desde a produção até ao produto final, uma vez que existe um controlo da produção da parte do retalho e grande distribuição. A Vetalmex faz esse trabalho, por exemplo, no sector dos ovos, pelo que têm evidentes preocupações com a alimentação humana. É, cada vez mais, o nosso Setor como parte integrante da cadeia alimentar. António Arnaut recorda que a empresa foi pioneira na implementação do SAP, em 1989, e que hoje é determinante, como uma ferramenta indispensável na gestão e rastreabilidade...na altura olhado com desconfiança! Para 2019, a aposta é nas provas de eficácia "in-vivo" e apoiar os clientes na transição para uma produção com menos antibióticos. As micotoxinas são outra área chave para a empresa em Portugal, nomeadamente a pesquisa de metabolitos secundários que se podem encontrar nos órgãos alvo de toxicidade sistémica dos animais, avaliando assim o impacto real na produção animal, e optimizando soluções personalizadas para cada uma das realidades das explorações pecuárias, na linha de uma alimentação de precisão. Quando falamos do mercado europeu e o comparamos com o resto do Mundo, constata-se que de um modo geral, temos um mercado relativamente estagnado, a Espanha depende muito da exportação de carne e no Leste denota-se alguma tendência de crescimento. No entanto, muito longe das realidades da Rússia, Turquia, ou da América do Sul. As regras restritivas que temos na União Europeia e muitas vezes em Espanha, constituem um claro travão à expansão da pecuária e do Setor. Faltam normas harmonizadas ao nível dos Estados-membros e entre estes e os nossos principais concorrentes de Países Terceiros. Para quem exporta para diferentes países no mercado mundial esta é uma questão relevante e nos acordos comerciais, as regras relativas ao ambiente, saúde, segurança alimentar e questões sociais deveriam ser harmonizadas ou com regras equivalentes para que as empresas europeias possam ser competitivas e não penalizadas. Os acordos SPS ganham assim maior importância. Mas recordam ainda que precisam que as autoridades espanholas sejam mais cúmplices com os operadores, referindo o exemplo da exportação de produtos não autorizados na UE para Países Terceiros, em que Estados-membros como a Holanda são muito mais flexíveis, o que acaba por ser um factor de competitividade. Quanto à imagem da pecuária e a "promoção de determinados tipos de alimentação" como os vegetarianos ou os vegans, os nossos interlocutores pensam que se "trata de uma moda" mas não deixa de haver uma grande ignorância e um enorme ruído. No fundo, os detractores são uma minoria. No entanto, tal não deixa de ser preocupante para o futuro: o efeito "mascote", o abate dos animais, a perceção negativa quanto à forma como produzimos carne ou alimentamos animais, os antibióticos e promotores de crescimento – que não utilizamos, mas os consumidores não sabem ou não acreditam – tudo isso requer mais informação e melhor comunicação. A comunicação é muito importante e depende de todos na cadeia alimentar. Criar confiança e falar com verdade. 48 |
ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
Provavelmente vamos ter na Europa uma redução no consumo de produtos animais mas, por outro lado, o mercado mundial e o crescimento da procura de proteína animal abre-nos novos desafios e oportunidades, pelo que os mercados externos são muito importantes para o crescimento da empresa e daí as apostas em novos mercados e Continentes. Se é verdade que um pouco por toda a Europa temos assistido a tendências para os produtos bio ou não-OGM, questionando-se a produção convencional, na Pintaluba defendem a aprovação de produtos com base científica e a preparação das empresas para fornecer ao mercado o que ele pretende. Mas o legislador não tem de criar restrições e fundamentalismos, seja por ideologias ou outros argumentos. Tem de haver bom senso e razoabilidade e muitas vezes é o que falta. Quando temos pela frente um mercado global, estas são questões importantes para o desenvolvimento sustentável das produções animais na União Europeia, o acesso às mesmas ferramentas e há que promover a inovação, investigação e desenvolvimento. Caso contrário, as empresas deixam de apostar na investigação e inovação e tendem a investir noutros países como os EUA ou Brasil e é um pouco o que temos assistido na área da biotecnologia agrícola. Relembram em Espanha, há uns anos, a moda da homeopatia e agora a Agência Espanhola de Segurança dos Alimentos considera que não existe base científica para a utilização desses produtos. E com as redes sociais criam-se estes mitos e preconceitos, tendo como base a ignorância. São tempos difíceis, em que os consumidores têm preferências muito contraditórias, instáveis e muito voláteis. A Sociedade coloca-nos igualmente perante novos e complicados desafios mas o Grupo Pintaluba tem objectivos e um posicionamento muito claro, que se resume nas declarações finais que solicitámos para enquadrar a entrevista: para Andreu Pintaluba Mitjà, estão "comprometidos com a Indústria para substituir a utilização de antibióticos, colocando à disposição do mercado as alternativas comprovadamente mais eficientes". Já para o fundador, Andreu Pintaluba Esporrin, recorda o seu perfil de vendedor, como começou há 53 anos e reafirma que "a persistência tem sido, e continua a ser, a base de sucesso do Grupo Pintaluba". E com uma postura de confiança, estão aí para os desafios dos próximos 40 Anos. A Revista "Alimentação Animal" agradece aos nossos interlocutores, Andreu Pintaluba, Pai e Filho, e António Arnaut, o acolhimento e a forma como fomos recebidos, a entrevista e a disponibilidade de partilha de todas as informações com os nossos leitores. Jaime Piçarra
ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
SEMINÁRIO SOBRE A PSA – PESTE SUÍNA AFRICANA No passado dia 3 de Outubro, realizou-se
boundary shipment models”), tem pro-
animais, evitarem trazer nesta altura
no auditório da FMV de Lisboa, um semi-
vocado alguma polémica em setores
produtos para Portugal provenientes
nário organizado pela SCS – Sociedade
académicos e políticos, pois levanta a
de países com casos de PSA.
Científica de Suinicultura, sobre a "PSA
hipótese a hipótese de alguns alimentos
– Peste Suína Africana".
para animais poderem ser agentes de
Com a presença de cerca de uma centena de participantes e a moderação do Sr. Diretor Geral de Alimentação e Veterinária, Prof. Fernando Bernardo, foram intervenientes na 1ª parte, a Drª Yolanda Vaz (DGAV) – "Situação da PSA na EU
A nível dos seus associados, a IACA
transmissão de doenças víricas, como
recomenda um reforço do nível de Bios-
a PSA. Considerando que na prática
segurança nos transportes de alimen-
esta possibilidade é muito reduzida,
tos para as explorações pecuárias de
por um "principio de precaução", a IACA
suínos e dos empregados que tenham
resolveu solicitar junto da organiza-
estado recentemente em países com
ções importadoras de alimentos para
casos de PSA.
e no Mundo" e a Drª Patrícia Clemente (DGAV) – "Plano de Contingência da PSA em Portugal". Seguiu-se uma mesa redonda com representantes de várias organizações (FPAS, APIC, ICNF, DGAV, FMV e IACA) que principalmente destacaram: – a necessidade do reforço da Biossegurança ao nível das explorações pecuárias. – a tomada de medidas de fronteira e nos locais de trabalho, relativos a pessoas e alimentos entrados no país, provenientes de países com casos de PSA declarados. – o controlo do número e movimentos de javalis selvagens, perigosos vetores de transmissão da doença na Europa, em particular nos sistemas extensivos de produção como os porcos alentejanos ou os bísaros. A IACA fez-se representar através do Engº Pedro Folque (Eurocereal) que reforçou o facto de os alimentos para animais não serem normalmente con-
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A FITASE DE RÁPIDA ÁPID ATUAÇÃO Ã QUE PERMITE FINALIZAR PRIMEIRO
siderados vetores de transmissão.
Maior atividade da fitase a baixo pH
Contudo, um trabalho do Prof. Scott
Duplicação da taxa de destruição do fitato
Dee et al (USA) apresentado no último
Recomendações de dosagem baseadas em ensaios
ESPHM em Barcelona, (“Evaluation of the survival of viral pathogens in contamined feed ingredientes using trans-
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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
SOCIEDADE AGRÍCOLA QUINTA DA FREIRIA INAUGURA CENTRO DE INCUBAÇÃO DE TONDELA EM 16 DE OUTUBRO*
Bom dia, Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimos Senhores Assessores, Excelentíssimas Autoridades, Minhas senhoras e meus senhores, Muito obrigado por nos honrar com a sua presença nesta data de grande significado para nós. Um grande reconhecimento a Vossa Excelência por nos ter agraciado com a sua presença. É uma grande honra que nos dá estar hoje aqui presente nesta visita de inauguração, pois sabemos que a agenda de Vossa Excelência está sempre muito preenchida. Por isso mesmo estamos muito reconhecidos. Obrigado! Senhor Presidente: fez hoje, às 4h30 da manhã, um ano que em cerca de 1 hora esta fábrica se tornou num amontoado de ferros torcidos, mas felizmente não houve nenhum acidente humano. Mais uma vez a presença da Vossa Excelência dá-nos a coragem e a força para sermos um Portugal melhor, com mais empregos e melhor tecnologia, para que os portugueses que cá trabalham tenham um melhor nível de vida. Muito obrigado Sr. Presidente da República. Bem haja. Estimadas Senhoras e Caros Senhores, muito boa tarde. Obrigado por terem vindo. Queremos agradecer em especial as seguintes presenças: Ex.mo Sr. Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Dr. Luis Vieira Ex.mo Sr. Secretário de Estado das Autarquias Locais, Dr. Carlos Miguel Ex.mo Sr. Secretário de Estado do Emprego, Dr. Miguel Cabrita, Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Dr. José António de Jesus, Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lourinhã, Eng.º João Duarte de Carvalho Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Dr. Carlos Bernardes Ex.mo Sr. Presidente da Câmara de Bombarral, Dr. Ricardo Fernandes Ex.mo Sr. Presidente da Câmara de Cadaval, Dr. José Bernardo Ex.mos Srs. Vereadores de Tondela e Lourinhã e de outras autarquias Ex.mos Srs. Presidentes de Junta de Freguesia Ex.mas Autoridades Religiosas Exmo. Sr. Comandante dos Bombeiros Voluntários de Tondela Ex.mo Sr. Comandante da GNR Queremos muito e em especial agradecer ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Dr. José António de Jesus, 50 |
ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
que tudo fez para tornar possível a construção desta obra em tempo recorde. Queremos agradecer também aos senhores Vereadores Pedro Ferreira Adão e Engª Carla Dias Antunes e a toda a equipa técnica da Divisão de Planeamento e Urbanismo da Câmara Municipal de Tondela. Sem essa Vossa compreensão, cooperação e ajuda, não era possível erguer esta obra em tão curto espaço de tempo. A todos o nosso muito obrigado. Ainda a propósito da Câmara Municipal de Tondela, seja-nos permitido dirigir um cumprimento particular à Senhora Engª Marina Amaro, por nós considerada a “madrinha” deste Centro de Incubação, pois há duas décadas envidou os maiores esforços para também acelerar os procedimentos necessários à sua construção. Desejamos igualmente manifestar o nosso reconhecimento a todas as outras entidades oficiais que revelaram a maior compreensão e celeridade nos procedimentos administrativos com destaque para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária e, em particular, à Senhora Dr.ª Ana Melo. Agradecemos igualmente o apoio dispensado pela Secretaria de Estado do Emprego. Faz hoje um ano que uma enorme tragédia se abateu sobre nós. Tragédia essa que, por onde passou, dizimou casas, animais, terras e até vidas humanas. Mas como se costuma dizer, “depois da tempestade, vem a bonança” e ultrapassado este período conturbado, com a ajuda e colaboração de todos, conseguimos reerguer este centro em tempo record. Tal como uma fénix que renasce mais forte das cinzas, este centro de incubação foi reconstruído, ampliado e equipado com a melhor tecnologia do mercado, assegurando assim um maior rendimento dos nossos ovos e uma melhor qualidade dos nossos pintos. Agradeço reconhecidamente solidariedade manifestada por todos os nossos colegas, proprietários e administradores dos centros de incubação instalados em Portugal: Lusíaves – Sr. Avelino Gaspar Pintobar – Sr. José Manuel Cachadas Sopil – Eng.º Pedro Mota Aviprado – Sr.ª Zita e António Morais Aviliz – Dr.ª Amália Duarte e Engª Lucília Duarte Que desde o primeiro minuto disponibilizaram as
suas instalações no que lhes era possível para incubar os nossos ovos, e assim minimizando os nossos prejuízos e, ao mesmo tempo, podermos servir as nossas integrações e os nossos clientes. A todos Vós o nosso muito, muito obrigado. Queremos expressar aqui a nossa gratidão a todos os nossos fornecedores, que tudo fizeram para que esta obra se realizasse em tempo recorde, permitindo-nos destacar os seguintes: Pas Reform, Sr. Gregory Vanputte, Floponor – Eng.º Nuno Rua, Eng.º Marcelo e Eng.º David Forcefer – Eng.º José Carlos e Eng.º João Vaz AL Correia – Sr. Augusto Correia e Eng.º André Botelho TondelClima – Sr. Carlos Simões Mário Vilarinho – Eng.º Mário Vilarinho Purever – Engº. Paula Santamaria Extincêndio – Sr. Fragata Dias Tondelenergy – Sr. António Ladeira Rumosério – Eng.º Nuno Pereira Coordenador de Obra – Eng.º Luis Lucas Coordenadora de Obra – Engª Carla Lucas. Agradecemos igualmente o apoio logístico, que nos foi dispensado durante as obras, pela empresa Bodum, na pessoa de Sr. Fernando Monteiro, e pela empresa Joaninha, na pessoa do Sr. Joaquim. Por último, mas não menos importante, gostaríamos de distinguir o empenho, paciência, esforço e dedicação de todos os nossos colaboradores, que foram essenciais para que hoje estejamos aqui a inaugurar oficialmente o novo Centro de Incubação de Tondela. Permitam-me que destaque, em particular, o Sr. Alfredo José Sarreira, administrador do Pinto Valouro, e também os Engenheiros Carla Marques, Pedro Oliveira, Pedroso, Teles Feio e, ainda, a Dr.ª Helena Isidoro e o Professor Chaveiro Soares. Em nome da Administração do Grupo Valouro MUITO OBRIGADO! * Discurso proferido pelo Sr. José António dos Santos
1º SIMPÓSIO PEQUENOS RUMINANTES NUTRINOVA, SA.
A Nutrinova – Nutrição Animal, SA. realizou no dia 28/02/2018, nas instalações da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Leite do Concelho de Mafra, o 1º Simpósio dedicado aos Pequenos Ruminantes. As boas vindas e apresentação da Nutrinova, SA. foi feita pelo Eng.º José Filipe Martins, seguindo-se posteriormente apresentações dos seguintes temas: – Principais Patologias dos Pequenos Ruminantes Dr. Tiago Ferreira – Nutrinova, SA. – Os Diferentes Regimes Alimentares em Lactação Dr. Daniel Hernandez – Miavit A Nutrinova, SA. agradece a presença e o interesse demonstrado pelos 40 convidados ligados à produção de pequenos ruminantes e enaltece a disponibilidade e total colaboração da Cooperativa de Mafra na concretização deste evento. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
PETMAXI RENOVA A CERTIFICAÇÃO IFS – COM 98,54% Em
todo
o
representa a certificação da Segurança
de arranque a elaboração da 2ª linha de
mundo existem
e Qualidade dos nossos produtos e pro-
produção, para conseguir satisfazer as
apenas 23 fábri-
cessos de produção. Demonstra o nosso
necessidades do mercado nacional e inter-
cas de rações
compromisso com a Qualidade de todo o
nacional, em continuo crescimento. Perto
para cães e
processo produtivo".
de 40% da produção atual é destinada ao
gatos que possuem esta certificação exi-
Inaugurada em Fevereiro de 2015, a petMaxi
mercado externo.
gente de qualidade.
está vocacionada para o fabrico de alimen-
Com o slogan “Feeding Happiness”, a pet-
"É com orgulho que informamos que após
tos premium e superpremium, para animais
Maxi tem como principal preocupação aju-
uma auditoria internacional de 3 dias às nos-
de companhia. É um projeto pioneiro em
dar a garantir a saúde e bem – estar dos
sas instalações e produtos, obtivemos uma
Portugal, com tecnologia de vanguarda a
animais e dos seus donos.
classificação de 98,54% em 100%, o que
nível mundial, com capitais e sócios 100%
Marcas: happyOne MEDITERRANEUM,
demonstra todo o nosso esforço para que os
nacionais.
happyOne Premium pet Food, happyOne,
nossos amigos de 4 patas tenham as melho-
Com apenas 3 anos no mercado, já exporta
Domus, Campeão e Rufia
res e mais seguras marcas do mercado.
para mais de 20 países e conta com 36
Desde Outubro a empresa passou a ser
98,54% foi a melhor pontuação conhe-
colaboradores. Já está também em fase
denominada petMaxi S.A.
cida em todas as fábricas mundiais que
www.petmaxi.pt
obtiveram esta certificação à data do envio desta nota. A certificação IFS FOOD – International Feature Standards é um referencial de Qualidade e Segurança Alimentar reconhecido mundialmente para auditar fabricantes de alimentos. Estar certificado pela IFS FOOD
30 ANOS DA DIN AO SERVIÇO DO SETOR Honraram-nos com a sua presença clien-
cional, condição que pretende perpetuar
tes, fornecedores, entidades nacionais do
através do trabalho diário da sua equipa
setor, antigos colaboradores, represen-
em prol da Nutrição Animal. Pretendemos
tantes da Direção do GRUPO CCPA e os
continuar a levar a nossa missão até aos
nossos colaboradores. O estatuto atual
nossos clientes, desenvolver soluções
da DIN deve-se ao trabalho desenvol-
inovadoras e sustentáveis, suportadas
vido através das sinergias criadas entre
pelo contínuo empenho das entidades
todos. Viveu-se o passado, relembrando
que se fizeram representar neste dia
30 anos passaram desde a fundação da
os alicerces que sustentaram a DIN para
comemorativo.
D.I.N Desenvolvimento e Inovação Nutri-
que no presente nos possamos orgulhar
Formalizamos o nosso sincero agradeci-
cional, SA. A data foi comemorada a 13 de
do trajeto percorrido até aos dias de
mento, em nome da equipa da DIN, a todos
outubro, numa celebração intimista que
hoje, mas sempre com os olhos postos
os presentes neste marco da história da
contou com a presença de parceiros que
no futuro. A DIN ocupa uma posição de
empresa que certamente ficará para a
contribuem para o sucesso da empresa.
relevo no mercado nacional e interna-
posteridade.
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ALIMEN TAÇÃO ANIMAL
INVIVONSA Portugal, SA COM CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL É com grande satisfação que informa-
respeitem os mais exigentes padrões de
mos que a InVivoNSA Portugal S.A. sob
qualidade e segurança alimentar.
a marca WISIUM passa a ser uma das primeiras unidades industriais do país, destinada ao fabrico de produtos para a nutrição animal, a deter a Certificação Internacional GMP+ B1 Feed Safety Assurance Scheeme (GMP+ FSA). A certificação internacional GMP+ é conferida por empresa certificadora independente, que visa garantir a segurança alimentar dos alimentos para animais ao longo da sua cadeia de produção.
Aproveitamos a oportunidade para referir que, para além desta nova certificação a nossa empresa garantiu simultaneamente a renovação da ISO 9001:2015, certificação esta que mantemos desde 2001. Consideramos que esta nova realidade demonstra ainda mais o nosso empenho no compromisso da segurança alimentar e, consequentemente na garantia do padrão de qualidade dos produtos Wisium Portugal, sendo este o resultado de um trabalho
Esta certificação assegura a integridade dos
de melhoria contínua que visa a oferta de
nossos processos de fabrico, com o objetivo
cada vez melhores produtos e serviços
de disponibilizar produtos que garantam e
aos nossos clientes.
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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC- 500835411
TRIMESTRAL - ANO XXIX Nº 106 Outubro / Novembro / Dezembro
DIRETOR José Romão Braz
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA Data 3 9 e 10
OUTUBRO • Seminário sobre Peste Suína Africana na FMV • Comités Pré-Misturas e Nutrição Animal da FEFAC (Lisboa)
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO
9
• Workshop FEFAC/IACA sobre Resistência Anti-Microbiana (Lisboa)
13
• 30 Anos da DIN
Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
15
• Curso Legislação Alimentos para Animais (Santarém)
16
• Inauguração do Centro de Incubação da Soc. Agrícola Quinta da Freiria (Tondela)
17
• Conferência do CIB sobre novas Técnicas de Melhoramento de Plantas
19
• Conferência Agrimer sobre Cereais Franceses • Jornada Técnica da Fundación Instituto Teconológico del Pienso (Santiago Compustela)
22
• Curso Legislação Alimentos para Animais (Santarém)
22 a 26
• Missão aos EUA a convite da US Feed Grains Council
29
• Curso Legislação Alimentos para Animais (Santarém)
30
• Comité Alimentos Compostos da FEFAC (Bruxelas)
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Serviços da IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA - Av. 5 de Outubro, 21 - 2º E 1050-047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87
EMAIL iaca@iaca.pt
Data 7 8e9 16 20 e 21
SITE www.iaca.pt
23
EXECUÇÃO DA CAPA Eduarda Loureiro
EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito - Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471-909 Gueifães - Maia
PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA Av. 5 de Outubro, 21 - 2º E 1050-047 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO
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• Grupo Diálogo Civil sobre a Reforma da PAC – DGAgri (Bruxelas) • Reunião Feed Med (Roma) • Curso Legislação Alimentos para Animais (Porto) • Reuniões com Delegação do Brasil e Comité Diretor do MoU – Soja Plus (Bruxelas) • Curso Legislação Alimentos para Animais (Porto) • Conferência Internacional do PEFMED (Lisboa)
EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
NOVEMBRO
28 29 e 30 30
• Reunião na Direção (Racentro) • 6º Encontro do Clube Português dos Cereais Forrageiros de Qualidade (Racentro) • Conferência da USSEC (Barcelona) • Curso Legislação Alimentos para Animais (Porto)
Data
DEZEMBRO
3
• Reunião da CT37
4
• Reunião do Conselho Fiscal • Reunião GoEfuentes (Estação Zootécnica)
13
• Reunião da Direção (INIAV – Santarém) • Apresentação do InovFeed (INIAV – Santarém) • Assembleia Geral da IACA (INIAV – Santarém)
14
• Visita à Associada “Empresa Industrial de Pimentão, Ldª” (Ponte de Sor)
18
• Assembleia Geral do CIB
19 e 20
• Entrevista ao Grupo Pintaluba/Vetalmex (Réus-Espanha)
De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt
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