XIII JORNADA S F ÓRU M II DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL
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A produtividade ao longo do ciclo impacta a rentabilidade das explorações de gado leiteiro e a sustentabilidade do planeta. Por isso, desenvolvemos o Hy-D®, que permite alcançar os níveis de vitamina D3 que os animais precisam para uma saúde e produtividade ótimas.
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Aumentar o rendimento na produção de leite
Equilibrar o metabolismo do cálcio e do fósforo Reforçar a imunidade
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João Barreto Presidente da SPMA e Diretor da IACA
SPMA – 30 ANOS AO SERVIÇO DA EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO E DA SUSTENTABILIDADE EM NUTRIÇÃO ANIMAL
A presença, nas XIII Jornadas de Alimentação Animal, que tiveram lugar no Convento de São Francisco em Santarém, no passado mês de setembro, de cerca de 400 participantes, técnicos, produtores e demais interessados nesta temática da alimentação e nutrição animal, juntamente com o II Fórum de Alimentação Animal do Feedinov, inspira-nos para uma responsabilidade acrescida e principalmente torna-nos mais confiantes que a partilha de informação e conhecimento, é um instrumento de desenvolvimento estrutural na arte de alimentar os animais, tanto de interesse zootécnico, bem como os de companhia.
É, pois, com grande gosto e honra que presido à Secção de Pré-Misturas e Aditivos, nos seus 30 anos de existência, que em 1994, foi criada, dentro da estrutura da IACA.
Foi, desde logo, um passo muito importante para a organização associativa da indústria da alimentação animal, podendo incorporar as empresas dedicadas ao serviço e ao fabrico de pré-misturas para as fábricas de alimentos compostos para animais, essenciais para a otimização da atividade zootécnica. Nos anos 80, as empresas de fabricação de alimentos compostos, adquiriam os seus premixes e serviços de nutrição e formulação às multinacionais instaladas no mercado de então, sendo assessoradas pelos seus técnicos. As primeiras empresas nacionais dedicadas a esta atividade, surgiram da necessidade dos produtores adquirirem essa assessoria técnica própria, tanto na área da nutrição, bem como no apoio veterinário, através do consumo dos premixes, que lhes permitia financiar esse serviço. Conseguiu-se assim, um compromisso “win,win”, tanto para os produtores bem como para as fábricas de alimentos compostos. Apoio veterinário, nutricional e de laboratório, foi conseguido com este modelo, muito bem-sucedido.
Constituída a Secção de Fabricantes de Pré-Misturas (SFPM), desde logo se afirmou como o "braço" técnico da IACA, no seguimento dos regulamentos comunitários, bem como no conhecimento de soluções nutricionais. Os diretores da primeira direção eleita da Secção, Dr. Carlos Cortes (Presidente), Engª Ingrid Van Dorpe e Sr. Vitor Cabeleira em representação da Iberil, Premix e Sanipec, respetivamente, iniciaram este caminho de sucesso ao serviço da alimentação animal, numa associação de 11 empresas.
A participação nos comités europeus de pré-misturas, FEFAC, e DGAV ao nível nacional, tem sido presença assídua da Secção, no intuito de manter informada a indústria, de toda a legislação comunitária e as suas tendências em curso, não deixando de participar ativamente e deixar propostas e opiniões que possam influenciar as decisões que afetem o nosso setor. A relação com as autoridades nacionais durante estes 30 anos, nomeadamente com a DGAV, foi de máxima importância para a partilha de informação legislativa e de mercado e a constituição de um processo de controlo de qualidade – QUALIACA, que foi em 2015 um passo muito importante na cadeia alimentar, dando maior segurança aos consumidores.
O espírito associativo tem de ser agregador de uma indústria que se quer dinâmica e renovada no seu conhecimento e no seu desenvolvimento.
Assim, em 2016, com a entrada de empresas de aditivos, alargou o espectro da secção, passando a designar-se Secção das Premisturas e Aditivos (SPMA), com 17 empresas. O acolhimento destes novos associados, permitiu enriquecer a nossa fileira com contributos sinérgicos, muito positivos.
Jornadas estas, da iniciativa da SPMA, que já vão nas XIII edição, evento anual que tem vindo a marcar, no mês de setembro, os temas atuais de interesse para a indústria, tendo vindo sempre esta organização, privilegiado especialistas nacionais, mas igualmente convoca personalidades internacionais com vista à partilha de experiência e conhecimento, enriquecedoras. Os temas que tem trazido, durante estes anos, tem-se provado de maior interesse, pela resposta sempre crescente de inscrições, atingindo este ano o seu record de presenças.
Nos 30 anos de existência da secção, optámos por recordar o que foi a nossa evolução como nutricionistas, industriais e produtores de alimentos para animais. Cada vez mais eficazes, indo ao encontro do interesse económico do produtor, mais seguros atendendo ao consumidor, e mais sustentáveis para um melhor ambiente, contribuindo para deixarmos um Mundo que recebemos, melhor, para as gerações vindouras.
Isto é Evolução, Nutrição e Sustentabilidade. Pilares sempre presentes para quem tem a responsabilidade de formular, comprar, fabricar e distribuir os alimentos para os animais de produção, bem como para animais de companhia, os PET.
Alimentamos quem alimenta a Humanidade em proteína animal e somos, nesse sentido, um elo fundamental para a sua preservação e continuidade. Não sejamos ingratos. Chegámos aqui porque a proteína animal foi um fator altamente contributivo para o nosso desenvolvimento como humanos e espécie dominadora do nosso planeta-Terra. Somos parte da solução e não do problema. Mais do que avaliar um problema é a força que colocamos na sua resolução. Sabemos como se faz e estamos a criar soluções para ajudar a sermos mais sustentáveis. A evolução que a nutrição animal tem tido nestes últimos 30 anos, tem orientado no sentido da melhoria dos seus índices económicos. Sustentável na busca incessante de matérias-primas alternativas obtidas através de uma economia circular Somos "economia circular" há muitos anos.
Fabricar pré-misturas é fabricar confiança. Confiança nos seus técnicos, nos seus processos e na credibilidade das suas empresas. A SPMA continuará, dentro da estrutura da IACA, a desempenhar o seu papel como parceiro da indústria da alimentação animal. Podem contar connosco.
XIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL E II FÓRUM DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL
A Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA e o FeedInov CoLAB organizaram em conjunto, nos passados dias 18 e 19 de setembro, no magnífico espaço do Convento de São Francisco, em Santarém, a décima terceira edição das Jornadas de Alimentação Animal e a segunda edição do Fórum de Alimentação Animal. Pretendeu-se, com esta organização conjunta, promover e potenciar o encontro e a discussão entre a indústria, a investigação e a academia, fortalecendo a ligação e a interface entre estes três pilares do conhecimento, preparando a inovação do Setor para responder aos desafios que temos pela frente e que não deixam de trazer novas oportunidades. Pensado pela organização como o Fórum privilegiado de apresentação, discussão e partilha das necessidades e sucessos da indústria bem como dos trabalhos de I&D na área da alimentação animal em Portugal, este evento, cuidadosamente organizado e preparado ao longo dos meses anteriores, contou com a participação de mais de 400 participantes, um total de 23 oradores convidados, e 32 trabalhos submetidos para apresentação no total dos dois dias, proporcionando uma valiosa oportunidade para a troca de conhecimentos e inovações na área da alimentação animal.
Primeiro Dia: As XIII Jornadas de Alimentação Animal
O primeiro dia foi inteiramente dedicado às XIII Jornadas de Alimentação Animal, que se concentraram na apresentação e discussão de temas relevantes relacionados com a nutrição animal. Foram passados em revista as últimas 3 décadas da alimentação e nutrição, ligados à comemoração dos 30 anos da criação da Secção de Pré-Misturas e Aditivos (inicialmente Secção de Fabricantes de Pré-Misturas), tendo-se abordado o passado e presente, projetando o futuro, em cada uma das espécies mais relevantes. Especialistas e investigadores de renome partilharam as suas perspetivas sobre os desafios e as oportunidades que o setor enfrenta atualmente. A diversidade de tópicos abordados incluiu a sustentabilidade, os desafios e as melhores práticas na produção pecuária. Sem esquecer a soja e a legislação relativa à EUDR, fazendo-se o ponto de situação de um dossier que pode ser bastante penalizador para a Fileira pecuária porque, para além de eventuais subidas dos custos
de produção, pode criar disrupções nas cadeias de abastecimento.
A Comissão já apresentou uma proposta de adiamento da entrada em vigor da legislação por um período de 12 meses – na sequência das pressões dos operadores, entre os quais a IACA, FEFAC e o COPA/COGECA, entre tantos outros, bem como dos Estados-membros e dos países exportadores – uma vez que tinham sido apontados inúmeros constrangimentos na implementação e controlo quer da parte das empresas, quer das autoridades oficiais. Vamos ter assim um período de diálogo e clarificação, tanto mais que somos a favor do combate à desflorestação, mas com as mesmas regras à escala global.
O ambiente foi enriquecido com debates e discussões interativas, permitindo que os participantes não só absorvessem novas informações, mas também interagissem e trocassem experiências com os seus pares. Depois da excelente Mesa-Redonda, o dia culminou num elegante jantar de gala, em celebração dos 30 anos da SPMA-Secção de Pré-Misturas e Aditivos, onde os participantes tiveram a oportunidade de celebrar as conquistas do setor ao longo das últimas três décadas. Como sempre acontece nas Jornadas, tiveram lugar as Homenagens a personalidades relevantes para a IACA e o setor da Alimentação Animal, tendo sido homenageados nesta XIII edição a Drª Ilídia Felgueiras e o Engº Jerónimo Pinto.
Segundo Dia: O II Fórum de Alimentação Animal
No segundo dia, o II Fórum de Alimentação Animal, trouxe uma abordagem aplicada e orientada para o futuro. Com 9 oradores convidados, e um total de 32 trabalhos submetidos, 13 dos quais apresentados oralmente e os restantes 19 em forma de poster, onde investigadores apresentaram os seus estudos mais recentes. Estas apresentações visaram mostrar diferentes pesquisas realizadas, abordando tópicos variados relacionados com a nutrição animal. Este foi um dia intenso de partilha e discussão focado no que de novo se faz em Portugal em Investigação e Desenvolvimento na área da nutrição e alimentação animal.
Na primeira sessão, o evento contou com a participação de Ana Granados, Vice-Presidente da Animal Task Force, que apresentou a Visão da ATF para os sistemas de produção animal do futuro.
Seguiu-se o Engenheiro Jaime Braga, Secretá-
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rio-Geral da Associação portuguesa de produtores de Bioenergia, que forneceu uma abordagem clara, sistémica e pragmática sobre o biometano. A estas duas palestras convidadas, seguiu-se a apresentação de 4 trabalhos orais.
A segunda sessão contou com a palestra convidada proferida por Tiago Aires, Diretor técnico de aquacultura da Soja de Portugal, que abordou a temática “30 anos de nutrição de peixes em Portugal”, à qual se seguiram a apresentação de 5 comunicações orais. Na terceira sessão, dedicada aos ruminantes, o Doutor Luís Pinho, consultor veterinário e Professor Convidado do ICBAS falou de Inovação e desafios do setor leiteiro em Portugal, a esta palestra convidada seguiu-se a apresentação de 4 comunicações orais.
Este dia foi marcado por debates intensos sobre as últimas tendências na área e também pela assinatura do Protocolo do Projeto Planeta Leite. Esta iniciativa, da Lactogal, em colaboração com o FeedInov CoLAB e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, visa responder às exigências ambientais através de um estudo abrangente envolvendo dezenas de explorações agrícolas em Portugal. O projeto pretende monitorizar práticas de gestão e utilização de recursos, emissões gasosas, e o uso eficiente de água e energia, permitindo o cálculo da pegada ambiental.
Além das comunicações orais, o II Fórum também incluiu uma exposição de pósteres, onde investigadores apresentaram os seus trabalhos. A organização do evento premiou os melhores trabalhos apresentados sob forma de comunicação oral e poster, tendo o Júri, constituído por um membro da Indústria e um Membro da Academia, avaliado os trabalhos apresentados e expostos. A comunicação oral vencedora foi de Daniela Leal, que apresentou a sua pesquisa sobre “Insect Hydrolysates for Dogs: Impact on Nutritional and Health Parameters”, evidenciando a relevância dos hidrolisados de insetos na nutrição canina. O póster vencedor foi apresentado por Carolina Ligeiro, com o trabalho intitulado “Characterization and Application of Defatted Black Soldier Fly Meal in Animal Feed”, que destacou a importância dos insetos na alimentação animal. Estes autores receberam a oferta de inscrição completa para o próximo Fórum de Alimentação Animal.
O evento não só correspondeu às expectativas, como também as superou, deixando todos os participantes enriquecidos com novos conhecimentos e práticas inovadoras. Agradecemos a todos os que contribuíram para o sucesso desta iniciativa.
Juntos, continuamos a moldar o futuro da alimentação animal em Portugal! Até 2026
PATROCINADORES
DISCURSO DE ABERTURA SECCÃO DE PRÉ-MISTURAS
As XIII Jornadas de Alimentação Animal têm 3 objetivos principais que passamos a citar.
Em primeiro lugar, pretendemos comemorar os 30 anos da Secção de Pré – Misturas e Aditivos.
Em segundo lugar, pretendemos fazer um histórico da evolução da nutrição ao longo destes 30 anos nas diferentes espécies pecuárias, incluindo a produção dos alimentes compostos e aditivos.
Em terceiro lugar, pretendemos mostrar (hoje e amanhã) como a Inovação joga um papel fundamental na Sustentabilidade e Eficiência Alimentar para responder aos desafios da Sociedade.
Sabemos que a população mundial está em ciclo de crescimento e irá superar os 9 biliões de pessoas em 2050. Mas tão ou mais importante que este dado, é o facto de se prever que mais 3 biliões de pessoas irão ingressar na classe média.
E que, segundo os estudos sociológicos, os seus hábitos de consumo levam a uma maior busca pela proteína de origem animal. Segundo os dados da FAO, estima-se que o consumo de proteína animal aumente cerca de 60% até 2050
Significa isto que o setor da Alimentação Animal joga um papel fundamental, mas que estará necessariamente condicionada para crescer com sustentabilidade, respondendo igualmente aos desafios ambientais que se colocam
Neste sentido, é importante realçar o papel pioneiro e a importância do nosso setor na Economia Circular.
E porque é importante fundamentar o que dizemos, irei repetir os dados apresentados nas nossas Jornadas do ano passado:
Mais de 80% dos constituintes da alimentação animal é obtida por produtos que não tem qualquer utilidade para alimentação humana.
Somente no setor da Alimentação industrial de alimentos compostos para animais, são utilizados mais de 60 biliões de toneladas de sub-produtos e co-produtos, que não têm qualquer outra utilidade senão o seu uso na alimentação animal, e que de outra forma teriam que ser destruídos, com os custos ambientais inerentes.
Apenas para dar uma ordem de grandeza, este valor 60 biliões de toneladas é superior a todo o desperdício alimentar na UE (que corresponde a cerca de 131 Kg /habitante/ano).
Outro exemplo de compromisso do nosso setor, incluindo no Pacto Ecológico Europeu, consiste na diminuição do uso de antibióticos na produção animal, considerado fundamental no combate à Resistência Anti-Microbiana: Portugal reduziu o valor de 150 mg de Antibiótico/Kg de Biomassa para 77,1 mg /kg Biomassa no último relatório do ESVAC, tendo sido o país europeu com a maior redução em 2022
Igualmente importante o facto do único antibiótico utilizado via alimento medicamentoso classificado como crítico em saúde animal, segundo a classificação da EMA, a colistina, ter reduzido nos últimos 5 anos de 12,4 mg/kg biomassa para 1,8 mg/Kg, abaixo da média europeia e muito abaixo do target 5 mg definido em termos nacional.
Mas o Green Deal levanta também muitos desafios ao apresentar objetivos e calendários que não se figuram como realistas . Exemplos podem ser encontrados na legislação sobre o bem-estar animal e no celebe EUDR, sobre a deflorestação, que não obstante o seu mérito aspiracional, encontram-se desajustados na forma e no tempo.
Um caso diferente para reflexão pode ser encontrado como exemplo na produção da carne de bovino, sempre muito criticado e escrutinado mediaticamente pelo seu potencial impacto ambiental pela emissão de gases de efeito de estufa.
Na Irlanda foi apresentado que, pela inovação tecnológica, se produz 6Kg CO2 equivalente para produzir um Kg de carne de bovino.
Para produzir o mesmo Kg de carne de bovino em vários países asiáticos, vamos encontrar valores superiores a uma emissão de 60 Kg CO2 equivalente
A questão que se coloca resulta das potenciais restrições e penalizações sobre a produção de carne de bovino na Europa, que poderiam levar a uma maior deslocalização e aumento das impor-
tações, quando o nosso objetivo é a auto-suficiência de uma forma sustentável e a autonomia estratégica, como recentemente foi apresentado pela Presidente da Comissão Europeia.
Assim, será legítimo perguntar:
O que ganharia o ambiente global com esta deslocalização na produção?
Mas também não temos a ingenuidade de aceitarmos narrativas que, por desconhecimento, ou por má-fé, ou por algum fundamentalismo, apenas pretendem denegrir o setor pecuário sem reconhecer o mérito do que tem sido feito, e da dedicação de milhares de produtores que todos os dias trabalham para garantir que a população continua a ter acessibilidade a uma proteína
O que ambicionamos nas nossas Jornadas, nos exemplos, na inovação e na tecnologia, é demonstrar o que fizemos e o que queremos fazer, porque fazemos o que fazemos, e, principalmente porque temos orgulho no que fazemos.
Por fim, queria apenas agradecer a vossa presença, desde os participantes, oradores, moderadores, patrocinadores, bem como geral@raporal.pt |
A vida faz-se do campo para a mesa, desde o primeiro dia. Produção verticalizada, para a fileira da carne de suíno e bovino, com total rastreabilidade e segurança alimentar, garantindo assim produtos de excelência. Tudo isto a pensar em si!
DISCURSO DO PRESIDENTE DA DIREÇAO DA IACA
José Romão Braz Presidente da IACA
Gostaria de agradecer a presença de todos vós neste importante evento para a Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais e da Secção de Pré-misturas na sua décima terceira edição. Estas Jornadas anuais têm reconhecimento pela sua qualidade técnica que fica bem demonstrado pela elevada adesão. Este ano coincide com a comemoração dos 30 Anos da Secção a quem aproveito para felicitar. Também queria agradecer de forma especial ao Município de Santarém na pessoa do seu Presidente todo o apoio que nos foi dispensado para a organização deste vento, com o qual estamos muito reconhecidos!
Queria aproveitar esta oportunidade para partilhar que considerando que temos um novo Governo da República, se renovam sempre as nossas expectativas de podermos dar a devida importância ao setor agroalimentar, e trabalhar para a soberania e autossuficiência alimentares do nosso país. Os inúmeros desafios que enfrentamos, muito por via da questão regulatória de Bruxelas, com o tema do momento referente à Deflorestação, conhecido com o EUDR, que se não for suspenso, adiado ou revisto, poderá causar-nos disrupções na cadeia de abastecimento e garantidamente implicará um aumento dos custos de produção. Valorizamos muito todas as vantagens da integração na UE, mas não podemos estar sempre à mercê desta política que procura destruir, ou pelo menos, ferir a capacidade de produção de alimentos na Europa e que são essenciais à Soberania Estratégica e Alimentar desta União, que não é capaz de se defender sozinha sem o apoio dos EUA, que não tem autossuficiência energética (antes sem a Rússia e agora sem os EUA e países do Golfo), não domina as atuais tecnologias de ponta e do futuro e que, está muito atrasada face aos EUA e China, e que agora pretende destruir algo em que ainda dá cartas a nível global – a produção de alimentos, com um percurso notável nos últimos 50 anos e que aqui falaremos hoje! Se a tudo isto juntamos a complexa situação geopolítica mundial e a crónica dependência (do nosso país) de cereais e oleaginosas, percebemos que todos nós – Empresas, Associações, Administração Pública e Governo, temos de dar mais e melhor! Neste ponto é importante realçar a importância dos stocks estratégicos e da importância das infraestruturas portuárias e temas como o da Silopor não podem ficar por resolver eternamente!
A importância dos produtos de origem animal na Sociedade, no Mundo Rural e ocupação do território, na criação de riqueza, nas dietas equilibradas a que se junta a Alimentação Animal como principal custo, mas com um papel essencial para a competitividade das explorações pecuárias e que garante o funcionamento e segurança da cadeia de abastecimento, para não falar da economia circular, devem ser relevas e realçadas, sempre com o equilíbrio entre o ambiente a produção de alimentos. E sobretudo bom-senso.
Tenho também que destacar o papel da inovação e da investigação, daí este evento, que é um duplo evento que junta as Jornadas da Alimentação Animal e o Fórum FeedInov também da Alimentação Animal, que procura divulgar e incentivar a investigação e a inovação, essenciais para que possamos encontrar soluções cada vez mais sustentáveis para que a produção de alimentos, por um lado, e, por outro, para possa desmontar e apresentar factos científicos como contraponto aos ataques de desinformação de que a pecuária é frequentemente alvo.
Não posso deixar de terminar sem uma palavra para o Senhor Ministro de que a Alimentação Animal tem um papel essencial no panorama agroalimentar e que por isso deve ser mais reconhecido na estrutura da DGAV e na eventual Lei Orgânica e manifestar as minhas profundas preocupações perante a provável constituição da futura Comissão Europeia. Um Comissário Agrícola que é proveniente do Luxemburgo e que foi relator do EUDR no Parlamento Europeu, bem como um Comissário responsável pela pasta da Saúde e Bem-estar animal, indiciam as contradições de uma Europa que, no discurso, prioriza a agricultura e a segurança alimentar, mas que na prática desvaloriza o que deve ser relevante num contexto de instabilidade e incerteza.
Queria também agradecer ao Engº Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, e à Diretora do FeedInov, Drª Ana Sofia Santos e aos demais colaboradores da IACA e do FeedInov todo o empenho e esforço para que este evento fosse possível. Também quero dar uma palavra de agradecimento aos vários patrocinadores.
Para terminar quero agradecer de forma especial a todos os oradores que aceitaram estar presentes neste nosso evento. Temos de saber construir o nosso caminho. Ninguém o fará por nós!
Obrigado a todos, umas boas Jornadas e um bom Fórum!
Imunidade e Desempenho.
O sistema imunitário dos animais recém-nascidos da maioria da espécie mamífera é transmi�do e desenvolvido apenas pelo colostro. O B.I.O.Ig, um producto concentrado de colostro bovino, consegue fornecer as substâncias bioa�vas necessárias como as imunoglobulinas e os fatores de crescimento.
Devido à nossa tecnologia avançada, todos os ingredientes são preservados ficando totalmente disponíveis. Cien�ficamente provado em diversos ensaios clínicos, o B.I.O.Ig ajuda a imunidade e o desempenho dos animais nos primeiros dias de vida.
Contacte-nos: João Maria Barreto · Technical Sales Manager · +351 910 884 754 · barreto@biochem.net
USO DE ANÁLISES DE DADOS PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS: EXEMPLOS EM FÁBRICAS DE RAÇÕES
O uso dos dados permite-nos realizar uma série de análises que deveriam ajudar-nos a tomar decisões (após obtermos insights) com o objetivo de melhorar a eficiência de qualquer tipo de sistema. No entanto, antes de começar qualquer tipo de análise, devemos primeiro perguntar-nos qual é o objetivo, ou seja, porque queremos analisar esses dados ou, melhor ainda, para quê. Depois de respondermos a essa pergunta, será hora de começar a recolher os dados e iniciar a fase que provavelmente é a mais importante, embora por vezes menos interessante: a limpeza de dados. Isso significa assegurar que os dados são de qualidade para podermos trabalhar com eles e verificar se faltam dados ou existem dados errados, para realizar análises corretas. Por vezes deparamo-nos com dificuldades acrescidas quando a origem desses dados está em diferentes autómatos ou em bases de dados distintas, dificultando a sua integração numa só base de dados. Ultrapassada a limpeza dos dados, começaremos a trabalhar para encontrar relações (análise estilo detetive) e, finalmente, tomar as decisões apropriadas (análise como juiz). No final, o que encontrarmos deve ser apresentado de forma que permita implementar uma ação concreta. Todos os insights que encontrarmos não servirão de nada se não puderem ser traduzidos em ações concretas.
Uma parte importante dos problemas que encontramos frequentemente são os “bias” (vieses ou padrões de análise tendenciosos) existentes. Esses vieses ocorrem porque muitas vezes nós mesmos os criamos de forma inconsciente. É fundamental lutar continuamente contra essas análises erróneas, e, para isso, é essencial desafiar tanto os dados, como os insights que pensamos ter alcançado, para garantir que não estamos a lidar com informações enviesadas.
Existem inúmeras análises que nos permitem obter informações para ajudar-nos a resolver um problema ou melhorar um desafio. Tendemos a usar apenas algumas delas, da mesma forma que usamos o controle remoto de uma televisão ou as aplicações de um telemóvel: utilizamos apenas uma pequena parte do potencial. Por isso, é altamente recomendável passar os nossos dados por diferentes análises e ferramentas, ajudando-nos a observar os dados (através da análise) de tantas perspetivas quanto possível. De qualquer forma, existem algumas análises que podemos considerar imprescindíveis:
(análise própria)
Fig. 2 – Control Chart que mostra o tempo médio de preparação numa fábrica de premixes ao longo do tempo. Na parte superior, apresenta-se a média mensal (a linha verde é a média de todo o período, e as linhas vermelhas são os limites superiores e inferiores, que variam em função da variabilidade dos dados). Na parte inferior, observa-se o desvio padrão desses dados ao longo do tempo.
1. Evolução ao longo do tempo através de gráficos, preferencialmente utilizando um Control Chart. Isso permitirá obser-
var se existe algum tipo de ciclicidade, sazonalidade, tendência ou variabilidade. Falando de variabilidade, o Control Chart ajuda a considerar essa variabilidade e a trabalhar com alarmes que indicam quando essa variabilidade não se deve ao acaso (Fig.2).
(análise própria)
Fig. 3 – Correlação entre os kW/Ton de ração e os kW/Hora em função dos intervalos de kg produzidos por hora numa fábrica de ração. Os pontos da reta com maior inclinação e círculos maiores mostram a zona de maior ineficiência dessa fábrica. Isso permite-nos identificar a existência de algum fator comum ou conhecido onde esses pontos se concentram, para verificar se é possível corrigir de algum modo essa ineficiência. Trata-se de um método rápido, visual e simples para chegar a um diagnóstico. E um bom diagnóstico, sem dúvida, ajudará na resolução do problema.
2. É muito interessante analisar diferentes intervalos de tempo. Assim, podemos visualizar a evolução por semana, mês, bimestre, trimestre ou até mesmo diariamente. Por isso, é essencial dispor dos dados no detalhe mais básico possível. Se tivermos dados
(análise própria)
Fig.4 – Neste exemplo de análise de partição, observam-se os minutos de paragens não programadas. Observa-se que é aos domingos que existem mais minutos perdidos, embora a diferença seja baixa. Nos outros dias, nota-se que o turno da manhã apresenta a maior ineficiência no tempo. Continuando, analisamos as variáveis disponíveis (que, muitas vezes, são poucas ou insuficientes) para compreender o seu impacto sobre o que está a ser avaliado.
diários, será sempre melhor do que tê-los agregados por mês. Podemos agregar para períodos maiores, mas, se só tivermos dados mensais, não conseguiremos observar a evolução semanal ou diária, por exemplo.
3. Analisar as correlações. Nunca devemos esquecer que correlação não é o mesmo que causalidade! Porém, observar as correlações entre diferentes variáveis pode ajudar-nos a gerar informações úteis e ideias que nos permitam aprofundar com análises mais detalhadas (Fig. 3).
4. Outro tipo de análise muito útil para identificar problemas e chegar a um diagnóstico é uma boa árvore de decisão (também chamada de análise de partição). Nesse tipo de análise, as diferentes variáveis são apresentadas em pares, de acordo com a sua importância para explicar a variabilidade daquilo que está a ser avaliado (Fig. 4).
5. Por fim, um exemplo de análise básico, mas muito importante, é a análise de screening, onde as diferentes variáveis são apresentadas ordenadas por importância, tendo em conta a interação entre elas, crucial para explicar a variabilidade dos dados.
(análise própria)
Fig.5 – Predictor Screening, avalia a importância de diferentes variáveis disponíveis envolvidas no Tempo Total necessário para a preparação de uma mistura numa fábrica de rações.
Essas são algumas das análises usadas no Machine Learning (ML). Para utilizá-lo de forma eficiente e útil na identificação de padrões, deveremos, pelo menos atender aos seguintes três pontos chave:
1. Deve existir um padrão nos dados. Normalmente, não conseguimos detetar esses padrões devido à grande quantidade de dados e à nossa dificuldade em lidar com variabilidade e incerteza. Por isso, precisamos de ferramentas como o ML.
2. O padrão não pode ser determinado por uma fórmula matemática simples, sendo necessárias análises mais variadas.
3. Dispor de dados e, com sorte, de muitos dados.
É igualmente importante recordar uma série de regras base na hora de analisar dados:
1. Nenhum dado tem sentido quando analisado fora do seu contexto
2. Todas as séries de dados contêm “ruido” (informação que não aporta nada, impedindo-nos de visualizar os “sinais” importantes dentro dos dados)
3. É muito importante saber separar o “ruido” dos sinais para não chegar a conclusões erradas.
(R) EVOLUÇÃO EM NUTRIÇÃO DE RUMINANTES do conhecimento empírico à inteligência artificial
Jerónimo Pinto SUSTENTINOV
No decurso das últimas 3 – 4 décadas temos vindo a assistir a transformações contínuas e sempre inovadoras, com impactos muito significativos em tudo na nossa vida e na nossa atividade profissional no âmbito da nutrição animal e/ou na sustentabilidade das explorações.
Este artigo pretende ser um “brainstorming” de onde vimos e sobretudo para onde já estamos a ir … mesmo sem que nos apercebamos disso.
Sobretudo a partir da década de 1980, temos vindo a assistir a uma constante evolução nos principais sistemas de nutrição animal para ruminantes
(INRA, NRC / NASEM, CNCPS / NDS, CVB, etc.).
Foram sendo lançados modelos com cada vez maior robustez e precisão técnica e científica, mais multifatoriais, mais dinâmicos e cada vez mais acessíveis a muitos mais utilizadores, incluindo muitos produtores pecuários (já não só académicos e nutricionistas).
Têm vindo a ocorrer impressionantes (r) evoluções nas tecnologias digitais, a ritmos nunca imagináveis. Quase sem nos apercebermos, fomos passando de formas físicas e muito limitadas de armazenamento (primeiro o "cartão perfurado" e depois a revolucionária disquete / floppy disk nos anos 80), para soluções digitais com cada vez maior capacidade (internet/cloud), acessíveis e conectadas globalmente, que alteraram radicalmente a nossa capacidade de acesso e de gestão da imensa informação de que hoje podemos dispor e potenciam o atual desenvolvimento exponencial da inteligência artificial, em todas as áreas de atividade incluindo a da nutrição animal.
Em suma, vêm ocorrendo evoluções em novos sistemas de nutrição, em novas tecnologias e equipamentos industriais, em novas capacidades analíticas e laboratoriais in loco/in time, em hardware & software para gestão de dados e de equipamentos nas explorações, ...etc.
Tudo isto tem vindo a (r)evolucionar a precisão e rigor com que podemos gerir os ingredientes e os nutrientes, para podermos atingir altos níveis de eficácia/eficiência, hoje possíveis na nutrição e no maneio da alimentação, na gestão global/ holística das explorações e na sustentabilidade atual e futura dos sistemas de produção animal em geral e dos ruminantes em particular.
VOCÊ TEM A AMBIÇÃO DE CRESCER
NÓS TEMOS OS RECURSOS
PARA
O APOIAR
Estamos aqui para o ajudar a concretizar a ambição de crescer.
Temos um conhecimento profundo de nutrição e produção animal, sustentado em 100 anos de experiência, na presença em 75 países e numa forte aposta em Investigação.
Como seu parceiro de negócio, queremos ser a força motriz do seu crescimento, através das melhores soluções nutricionais e mais sustentáveis práticas de maneio.
Desta forma, cumprimos a nossa missão de alimentarmos animais saudáveis com responsabilidade.
De Heus, ao serviço da nutrição dos seus animais.
OPORTUNIDADES & DESAFIOS
“olhar em frente e não pelo retrovisor”
A evolução tecnológica tem vindo a chegar à agricultura e à pecuária. Hoje já temos GPS em máquinas e em equipamentos, NDVI das parcelas/culturas, drones, variadíssimos sensores, etc. que nos fornecem cada vez mais dados – que, se não forem bem trabalhados, não só são inúteis, como até podem originar confusão.
É fundamental que estes imensos dados sejam integrados em sistemas de gestão para as tomas de decisões e a otimização de recursos na atual agricultura e pecuária de cada vez maior precisão.
Depois de termos passado pelas eras do vapor, da eletricidade, da eletrónica e das tecnologias de informação e comunicação, hoje estamos na era da produção inteligente baseada em dados, internet das coisas (IoT), robótica e inteligência artificial (IA).
Sistemas automatizados e otimizados por tecnologias digitais realizam a integração de dados, em tempo real, permitindo “olhar em frente” e trabalhar com dados atuais (e não “olhar pelo retrovisor” ao usar dados do passado).
A inteligência artificial vem provocar uma completa mudança de paradigmas.
Alteram-se os tradicionais modelos de gestão, ao permitir análises mais rápidas e precisas baseadas em dados reais e atuais, que possibilitam ajustes dinâmicos, no sentido de maximizar a rentabilidade económica (IOFC).
MAXIMIZAR o IOFC constitui o principal objetivo a atingir em cada momento.
Sinalizam-se os indicadores mais relevantes e as suas variações, sugere-se ao/à nutricionista ajustamentos aos arraçoamentos sempre que se alterem pressupostos, ajusta-se a alimentação às condições reais verificadas em cada momento, indica-se o momento para mover animais entre grupos, etc.
Take Home Message:
A Inteligência Artificial é uma realidade cada vez mais presente em todas as áreas. Na nossa atividade é um novo instrumento que vai contribuir muito significativamente para uma nova era na nutrição animal, na gestão global das explorações, nas eficiências e na sustentabilidade da produção animal.
A integração automática e em tempo real dos dados das explorações permite que modelos de inteligência artificial possam prever, com impressionante fiabilidade, as respostas produtivas e as necessidades nutricionais específicas de cada grupo, otimizando a sua alimentação e a oportuna integração de animais no grupo de produção mais adequado, com o objetivo de maximizar, em cada dia, as eficiências / eficácias que mais determinam a sustentabilidade de cada exploração:
Folque Eurocereal, SA
30 ANOS DE NUTRIÇÃO DE SUÍNOS
Parte 1: Breve história da nutrição de suínos
Falar sobre a evolução da nutrição de suínos nas últimas décadas é contar a história da minha vida profissional, iniciada nos finais dos anos 80. Nesse tempo, a maioria dos licenciados na área da alimentação animal tiveram como base da sua formação, livros como "Nutrição Animal" (Macdonald's et al), "Tecnologia do Fabrico de Rações" (Simmons et al) ou "Os Minerais na Nutrição Animal" (Underwood et al).
Profissionalmente, dominavam as publicações de duas "escolas" de nutrição: a USA (NRC, 1988) e a francesa (L’ Alimentation des Animaux Monogastriques, INRA, 1989 + Tabelas AEC, Rhone Poulenc, 1987).
Curiosamente, é a altura em que a Universidade de Nottingham (UK) publica dois livros muito importantes: “Fats in Animal Nutrition” (Wiseman, J., 1988) e sobretudo “Pig Nutrition” (Cole, D. e Haresign, W., 1988), pela sua contribuição para a nutrição proteica.
Também no final da década de 80 começa a ser comercializado o 1º aminoácido industrial, a L-Lisina, a que se seguiram a Metionina e a Treonina, dando origem a muitos trabalhos de empresas como a Degussa, a Evonik ou a Ajinomoto-Eurolysine, no desenvolvimento do conceito de "proteína ideal".
Em 1994, o Prof. Jean Noblet apresenta nas 26ª JRP – Journées de Recherche Porcine, em França, a tese que se tornou num marco da nutrição energética dos porcos, a "Énergie Nette des Aliments Chez le Porc". Começa um ciclo de domínio da nutrição francesa, expresso pela publicação das "Tables de Composition et de Valeur Nutritive des Matiéres Premiéres Destinées aux Animaux d' Élevage" (INRA, 2002), a realização de várias JRPs, a revista "Productions Animales", o modelo de cálculo de necessidades dos animais "InraPorc" e várias publicações como "L" Alimentation du Porcelet / du Porc Charcutier / de la Truie" (ITP). Atualmente continuam a ser importantes as tabelas "INRAE-CIRAD-AFZ" e em particular a sua contribuição para a base de dados "Feedpedia".
Em simultâneo, registe-se as publicações em 1998 e 2012 do NRC (USA) e os trabalhos da Universidade de Wageningen (Países Baixos), expressos em publicações como as "CVB – Feed Tables" ou Booklets das necessidades dos suínos.
Mas é em Espanha, acompanhando o grande crescimento da produção suína, que se começa destacar a FEDNA – Fundação Espanhola para o Desenvolvimento da Nutrição Animal, projeto envolvendo universitários, empresas e profissionais da indústria de alimentação animal.
Primeiro com a publicação das "Normas FEDNA para la Formulación de Piensos Compuestos" (1999), depois com as 2ª (2003), 3ª (2010) e 4ª (2019) versões das "Tablas FEDNA de Composición e Valor Nutritivo de Alimentos para la Fabricación de Piensos Compuestos" e também das “Necessidades Nutricionais para Ganado Porcino – Normas FEDNA” (2006), atualizadas em 2013 e com nova atualização prevista para 2025.
Com toda esta dinâmica e também a organização anual dos "Cursos de Especialización", à semelhança das JRPs francesas, a nutrição espanhola ganha uma importância mundial e em particular, em Portugal.
Neste percurso temporal várias publicações e empresas merecem ser referenciadas, como na nutrição vitamínica (Roche, Rhone-Poulenc, DSM) e mineral (Enfema, Alltech), ou relacionadas com substâncias indesejáveis como as micotoxinas (Lucta, Alltech, Biomin).
Não esquecendo o contributo das empresas de genética (PIC, Topigs, DanBred) através da publicação de "Manuais de Alimentação", das várias revistas divulgadoras de trabalhos e informação técnica (Porc Magazine, L' Alimentation Animale, Suis, Albéitar, NutriNews), da Internet (3tres3, Pig Progress) e de variados eventos que se vão realizando regularmente (NutriForum, Pig Research Summit, Anaporc)
Em Portugal, destaque para as "Tabelas de Composição de Matérias Primas para Alimentação Animal", do LNETI / IACA (1987), atualizadas recentemente através das "Fichas
Técnicas – Caracterização das Matérias-Primas para Alimentação Animal", num trabalho conjunto do INIAV / IACA (2023).
E para a revista de "Alimentação Animal", da IACA, que desde de 1990 é uma das principais fontes de divulgação da nutrição em Portugal; para as Jornadas de Alimentação Animal (13 Edições) organizadas pela SPMA / IACA; para os Congressos da SCS – Sociedade Científica de Suinicultura (8 Edições); para as Jornadas Internacionais de Suinicultura (12 Edições), da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; e para muitos outros eventos e publicações de várias empresas, universidades, escolas agrárias e organismos públicos, que contribuíram para melhorar o nosso conhecimento da nutrição dos suínos.
Parte 2: Nutrição de Suínos em 2024
A nutrição dos suínos no Séc. XXI é, na minha opinião, marcada pela "Re-Evolução" genética das linhas comerciais, caracterizada por um aumento da produtividade numérica das porcas reprodutoras e da eficiência alimentar da sua descendência.
Estas alterações genéticas, normalmente chamadas de Hiperprolificidade, alteraram as necessidades nutricionais dos suínos, obrigando o setor da alimentação animal a responder a novos desafios alimentares:
– nas porcas reprodutoras, com alimentos para as diferentes fases da gestação, para os períodos de péri-parto e desmame e para lactações mais exigentes.
– nos leitões, mais pequenos e imaturos, com programas alimentares diferentes e alimentos de iniciação mais apetentes e seguros em termos digestivos.
– nos porcos de engorda, com maiores necessidades nutricionais, mas mais eficientes em termos alimentares.
Em paralelo, dentro da política na UE de "Uma Só Saúde", as alterações legislativas da proibição / limitação do uso de promotores de crescimento e alimentos medicados alteraram o quadro sanitário das explorações, conduzindo a uma formulação de alimentos mais seguros.
Em particular, a proibição do uso terapêutico de óxido de zinco nos leitões (junho 2022), provocou importantes alterações nos alimentos para estes animais, com destaque para:
– redução dos teores de proteína bruta
– aplicação do conceito de "Fibra Dietética"
– utilização de variados aditivos com diferentes objetivos, muitos deles no limiar entre nutrição e saúde (nutracêuticos ?)
Esta situação de relação entre nutrição e saúde, avaliando o seu efeito, por exemplos, em termos de imunidade, resposta anti-inflamatória ou saúde intestinal, tem conduzido à passagem de uma Nutrição de Precisão para uma Nutrição Funcional.
Recentemente, com a alimentação animal a ter em conta a Sustentabilidade Ambiental, entrámos numa nova era da nutrição suína, com as formulações a terem de refletir estes objetivos, através da utilização de parâmetros ambientais, fornecidos por bases de dados como a GFLI –Global Feed LCA Institute (Países Baixos).
A AVICULTURA NOS ÚLTIMOS 30 ANOS, UMA RETROSPETIVA!
A indústria avícola tornou-se o principal fornecedor de proteínas animais eficientes e de alta qualidade para o mundo, por representar uma excelente fonte de proteína magra, economicamente acessível e com baixo teor de gordura e calorias. Os ovos fornecem um excelente perfil de aminoácidos, uma boa fonte de energia, ácidos gordos essenciais e níveis elevados de muitas vitaminas e minerais (Bohrer, 2017).
Nos países em desenvolvimento, a pequena dimensão dos aviários, os custos baixos iniciais e as necessidades simples de alojamento exigem um menor investimento inicial, pelo que esta atividade representa uma mais-valia, estando sujeita a menos restrições religiosas do que a carne de outras espécies.
A indústria avícola tornou-se o principal fornecedor de proteínas animais eficientes e de alta qualidade para o mundo.
Breve evolução do setor – Produção global de ovos Consumo de ovos per capita/ano – 1990 – 2020 (toneladas)
O mercado de ovos tem crescido fortemente nos últimos anos. Passou de 269,48 mil milhões de dólares em 2023 para 289,9 mil milhões de dólares previstos em 2024, a uma taxa anual composta (CAGR) de 7,6%. E crescerá para 386,75 mil milhões de dólares em 2028, a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 7,5%.
Prevê-se que a produção mundial de carne de frango aumente de cerca de 103,5 milhões de toneladas em 2023 para cerca de 104,2 milhões de toneladas até 2024.
A avicultura cresceu e como tal novos desafios foram encontrados, os quais diferencio em externos e internos:
Externos:
– a legislação regional e as pressões dos consumidores relativamente à redução da densidade animal
– a imposição de taxas de crescimento lentas aos frangos de carne e a eliminação de antibióticos promotores de crescimento na produção de frangos de carne.
– alterações benéficas para o bem-estar animal e a redução da resistência antimicrobiana mas também limitantes para produtividade.
Internos:
– a seleção genética desequilibrada em detrimento de características metabólicas ou fisiológicas pode levar ao aumento da incidência de doenças metabólicas (Julian, 1998, Rauw et al., 1998, Dinev, 2012, Biswas, 2019, Hossain e Akter, 2022)
– a taxa de crescimento rápido associada a uma maior ocorrência de defeitos de qualidade da carne
– a seleção genética de frangos e perus resultou em maiores ganhos de peso corporal usando menos alimento, com maior rendimento de carne e redução da gordura de carcaça.
Principais períodos críticos apresentados na Avicultura: “Crise dos Nitrofuranos”:
A UE proibiu a utilização de nitrofuranos em produção animal e animais aquáticos desde 1995 e a decisão 2003/181/CE da Comissão limitou a presença do medicamento ou metabolito nitrofurano em aves, carne e produtos de animais aquáticos abaixo de 1.0 μg/kg (Liu et al., Citation2013). (Em 2004, a FDA,
EUA, proibiu a nitrofurazona e furazolidona em alimentos de origem animal e alimentos para animais, regulação federal 21CFR530.41.)
Dioxinas: O caso das dioxinas foi uma crise política que atingiu a Bélgica durante a primavera de 1999. Foi detetada a contaminação da matéria-prima com bifenilos policlorados (PCB) em produtos alimentares de origem animal, principalmente ovos e galinhas, alterando os anexos do Regulamento (CE) n.º 1881/2006 no que respeita aos teores máximos de dioxinas em géneros alimentícios. (1,0 pg/g de gordura para a carne de aves e 2,5 pg/g de gordura para os ovos de aves domésticas e ovoprodutos)
A utilização de proteínas animais transformadas (PAT) na alimentação de aves foi proibida na União Europeia (UE) em 2001. (a partir de 17 de agosto de 2021, a UE alterou o regulamento de proibição de alimentos para animais, permitindo o uso de certas proteínas animais para alimentar animais de criação não ruminantes, como suínos e aves de capoeira.)
Salmonela – Em 2003, a UE estabeleceu um programa de controlo das doenças zoonóticas, centrado no controlo das salmonelas nas aves de capoeira, fixando objetivos para a sua redução em galinhas poedeiras, frangos de carne e perus.
Remoção de antibióticos
O principal fator para a remoção de promotores de crescimento de antibióticos tem sido a preocupação com o desenvolvimento de
resistência a antibióticos no microbioma das aves e a transferência de agentes patogénicos resistentes para humanos, ou a transferência de genes de resistência de micróbios associados a aves para agentes patogénicos humanos (Shah et al., 2017, Voss-Rech et al., 2017, Van Boeckel et al., 2019).
Uma meta-análise de 174 artigos revistos por pares, cobrindo 183 experiências envolvendo mais de 121.000 frangos de carne estimou que a remoção de antibióticos promotores de crescimento das dietas de frangos de carne aumentou a taxa de conversão alimentar (kg de alimento composto : kg de ganho) de 1,66 para 1,72. (Cardinal et al., 2019).
Esta mudança na aplicação de antibióticos pressupõe:
• Uso racional e mais terapêutico de antibióticos
• Soluções alternativas. Prevenção. Aditivos?!
• Maneio mais consistente
Evolução nas poedeiras
A seleção genética de galinhas poedeiras resultou em maior produtividade e eficiência na indústria de ovos.
Esses ganhos incluem maior pico de produção, maior longevidade do bando sem muda, uma curva de tamanho de ovo mais plana e redução da incidência de doenças metabólicas.
Atualmente é comum em muitos países que as galinhas poedeiras sejam mantidas até às 100 semanas de idade e que se produzam mais de 500 ovos por galinha durante o ciclo de produção.
Além disso, a mudança para criação no solo, devido à legislação em muitos países (por exemplo, na União Europeia) e à pressão dos consumidores (por exemplo nos Estados Unidos e no Canadá) teve como consequência mais perdas por lesões e doenças. Hoje, a galinha poedeira está ligeiramente mais leve, produz mais massa de ovo e reduziu o consumo de alimento. Ciclos de produção mais longos conduzem a uma maior acumulação de potenciais problemas, tais como a reabsorção óssea excessiva para a formação da casca do ovo (Toscano et al., 2020) e o surgimento de problemas hepáticos (Muir et al., 2023).
Desenvolvimento nos frangos
• Na década de 1990, a ênfase excessiva da seleção para características de produtividade sem a devida consideração pela saúde metabólica levou a altos níveis de doenças metabólicas (por exemplo, síndrome da morte súbita, ascite, celulite, etc.) e estruturais.
• Há limites biológicos até onde esse progresso pode continuar!
• Em 1992, um frango comercial atingia 2,26kgs em cerca de 52 dias; em 2018, cerca de 2,26kg em apenas 41 dias e em 2022, apenas 35 dias para atingir 2,29kgs.
• Reduzimos cerca de 0,66 dias por ano para atingir esse peso nos últimos 30 anos. O ganho de peso vivo de 1985 para 2001 foi de 63% e a redução de IC de 61%.
Impacto do aumento da produtividade na saúde dos frangos de carne e na qualidade dos produtos
• Um desses problemas são as miopatias. Embora a etiologia exata seja desconhecida, compreende-se que a insuficiência circulatória e o aumento do stress oxidativo nos músculos do peito de frangos de carne resultam em degenerescência das fibras musculares e consequentes miopatias como o peito de madeira, a carne com textura de esparguete ou as estrias brancas.
• A condronecrose bacteriana com osteomielite (BCO) tornou-se mais prevalente em frangos comerciais nos últimos anos (Wideman, 2016). As taxas rápidas de crescimento e o peso corporal elevado propiciam microfraturas nas placas de crescimento das zonas de maior tensão mecânica, como nas articulações fémuro-tibial ou da coluna vertebral (5ª /6ª vértebra), agravadas pela translocação de várias espécies de bactérias através da parede intestinal ou menos frequentemente, os pulmões, que pela corrente sanguínea, chegam aos tecidos cartilagi nosos pouco vascularizados nas placas de crescimento dos ossos. Dada a fraca vascularização e portanto o alcance limitado do sistema imunitário, as bactérias podem crescer e comprometer a integridade da cartilagem, levando eventualmente á necrose (Wideman, 2016). O impacto é maior nos pintos em crescimento, com uma microflora não estabelecida, permitindo a translocação de patógenos para a circula ção sanguínea, atingindo as zonas de microfraturas.
• A Disbacteriose não é uma doença específica, é resultante de um desequilíbrio na microbiota intestinal como consequência de uma perturbação intestinal. Resulta numa má absorção de nutrientes no intestino, levando a uma pior conversão alimentar e a uma redução do peso vivo, muitas vezes associadas a coccidiose subclínica e/ou clostridiose. Hoje em dia apresentam-se várias soluções com resul tados positivos:
Conclusão
Nos últimos 30 anos, a indústria avícola enfrentou vários desafios.
A confiança dos consumidores, a qualidade e a segurança dos produtos bem como o impacto ambiental continuarão a ser desafios importantes para a situação atual e para o futuro estratégico da indústria.
A indústria avícola depende de criaturas biológicas, com limitações fisiológicas inerentes, pelo que, a certa altura, o ritmo de progresso na produtividade diminuirá e eventualmente as limitações fisiológicas serão atingidas!
A colaboração e o comércio globais farão com que os governos de todo o mundo sincronizem a sua legislação atual ligada ao mercado, ao controle de doenças, à nutrição de aves e ao licenciamento de medica mentos e vacinas para a prática veterinária.
EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO DE PEIXES NA PENÍNSULA IBÉRICA: 30 ANOS DE INOVAÇÃO E DESAFIOS
A aquacultura intensiva, especialmente de peixes e crustáceos, tornou-se a atividade zootécnica de maior crescimento anual desde os anos 90, ultrapassando a pesca de peixe selvagem e algumas espécies terrestres. Em contrapartida, as capturas de produtos marinhos oriundos da pesca industrial estagnaram a partir de meados dos anos 80 e não é expectável que cresçam, sob pena de esgotamento de recursos naturais.
Tabela 1 – taxa de crescimento nos últimos 10 anos por espécie
metodologias e espécies cultivadas muito diversas. Assim, este crescimento foi alicerçado na produção extensiva – ou pouco intensiva – de espécies piscícolas de baixo nível trófico ou crustáceos, tradicionalmente localizadas em países asiáticos. Noutros pontos do globo, nomeadamente Europa, América do Norte ou extremo oriente, o foco foi colocado na produção intensiva de espécies de elevado nível trófico. O melhor exemplo que podemos encontrar é a produção intensiva em jaulas em mar aberto de salmonídeos tipicamente realizada na Noruega ou nas ilhas Britânicas, ou ainda o cultivo de peixes planos, quase em exclusivo no noroeste da Península Ibérica.
Fonte: Our World in Data
A produção aquícola inicia um crescimento muito acelerado em meados da década de 80, fruto do crescente interesse neste tipo de produtos, mas, e em oposição às restantes espécies animais, com
Na Península Ibérica, a produção industrial mais antiga que encontramos é a produção de salmonídeos em tanques de água doce, que remonta à década de 60, tendo ainda nos anos 80 existido alguns projetos de produção intensiva de salmão, que não tiveram sucesso. Igualmente encontramos alguma produção artesanal de espécies marinhas, associadas à produção de sal, mas de pouca relevância económica. Na década de 90 tiveram início diversos projetos de produção intensiva de robalo e dourada em mar aberto, sobretudo em Espanha. Simultaneamente em Portugal e na Andaluzia desenvolveram-se projetos de produção semi-intensiva baseadas nas antigas áreas de produção de sal e cultivos tradicionais. Igualmente, e em toda a bacia mediterrânica, foram instaladas diversas maternidades de peixes marinhos para suportar este desenvolvimento, que até então se baseava na recolha de juvenis na natureza.
Sendo a atividade zootécnica mais recente, também é verdade que era aquela em que as lacunas de conhecimento eram as mais acentuadas. No início da década de 80 tudo estava por fazer. Pouco se conhecia dos requisitos nutricionais básicos por espécie, as dificuldades metodológicas eram (e ainda
são) enormes, fruto da necessidade de cultivar estas espécies em meio aquático com todas as dificuldades que esse facto acarreta, mas também não havia dificuldade em aceder a um conjunto de ingredientes que hoje podemos considerar de luxo. As fórmulas eram simples, mas muito seguras, tendo por base essencialmente farinhas de peixe inteiro e óleos de peixe. A disponibilidade era total (anos houve em que, por excesso de quantidade, se queimou óleo de peixe no Perú para obtenção de energia, algo impensável aos dias de hoje), e o foco era maximizar crescimentos e otimizar fatores de conversão alimentar (FCR). Os trabalhos iniciais em salmonídeos demonstraram rapidamente a possibilidade de utilizar gordura como fonte de energia, poupando proteína. É importante, neste ponto, realçar o papel dos aminoácidos como fonte de energia em espécies piscícolas, sendo este aumento de energia por via da incorporação de gordura vital para aumentar a eficiência proteica. Esta técnica foi depois alargada a outras espécies, com diferentes taxas de sucesso.
Tecnologias como a extrusão e o recobrimento de líquidos assistido por vácuo substituíram as prensas tradicionais, melhorando
a qualidade dos alimentos, permitindo a utilização de quantidades crescentes de gordura das fórmulas e aumentando a digestibilidade. Podemos afirmar que a inovação nutricional foi acompanhada pela inovação tecnológica, e rapidamente se atingiram níveis de inclusão de gordura impensáveis uns anos antes, assim como FCR extremamente reduzidos, com uma grande consequência no impacto ambiental desta atividade.
Mesmo melhorando notavelmente a eficiência de utilização da proteína, a tipologia de espécies (alto nível trófico), obrigou a indústria a recorrer a concentrados proteicos em quantidade elevada. Assim se justifica o impacto tremendo que a crise da BSE em 1999 e o consequente Feed Ban imposto aos produtores de alimentos para animais tiveram na indústria europeia de alimentos compostos para animais. A proibição da utilização de farinhas proteicas animais aumentou dramaticamente a procura da farinha e óleo de peixe. Este facto associado ao crescimento exponencial da atividade e a um “El Niño” particularmente forte em 1998 resultou em preços elevados e à necessidade de procurar alternativas.
Para reduzir a dependência de ingredientes marinhos foi necessário procurar alternativas. Este foi o grande tema científico dos primeiros 20 anos deste século. O que parecia a princípio simples rapidamente demonstrou ser um problema complexo, sobretudo pela inadaptação das espécies carnívoras a matérias-primas com proteína baixa e pouco balanceada, níveis elevados de fibra insolúvel, carbohidratos complexos e factores anti-nutricionais. Este facto associado ao desconhecimento de requisitos básicos, já referido anteriormente, rapidamente conduziu à constatação de que a substituição de proteína de peixe não seria um problema de fácil resolução. Diversos projetos europeus financiados por fundos públicos e privados revelaram questões importantes, nomeadamente que os requisitos nutricionais até então conhecidos não poderiam ser considerados absolutos, mas variariam em função das dietas e matérias-primas utilizadas, particularmente quando se efetuavam substituições extremas por vegetais. Após alguns revezes, a indústria começou a incorporar proteínas vegetais, como concentrados de soja, embora sempre enfrentando desafios como enterites de origem nutricional em salmões. É muito importante referir, até pelo impacto económico que tal decisão acarreta, que as matérias-primas vegetais utilizadas em aquacultura são, ao contrário da restante produção animal, livres de OGM. Alternativas como insetos, algas e proteínas unicelulares surgiram mais tarde, no entanto com custos elevados.
Tabela 2 – Principais diferenças entre espécies aquáticas carnívoras e terrestres
Apesar da reautorização em 2005 da utilização de proteínas hidrolisadas e farinhas de sangue em espécies de aquacultura, os tempos que se seguiram foram conturbados. As regras implementadas a nível europeu para regulamentar esta utilização conduziram a inúmeros problemas de contaminação, consequência da inadaptação do setor de processamento de coprodutos animais a esta nova realidade. Igualmente, foi sentida uma enorme resistência por parte do consumidor à reutilização destes ingredientes, em consequência do alarme social gerado pela crise da BSE. Finalmente, em 2013, as farinhas de carne de aves e suíno foram reautorizadas, mas enfrentando igualmente uma grande resistência, que perdura até aos dias de hoje. Poucas foram as empresas que mantiveram um interesse neste tipo de matérias-primas, podendo ser afirmado que as mesmas foram esquecidas por quase 15 anos, facto realçado pela quantidade de artigos científicos publicados sobre estes temas na Europa. Portugal constitui uma notável exceção, e podemos afirmar com segurança que Portugal foi um dos primeiros países europeus a considerar a
utilização destes ingredientes, encontrando-se diverso trabalho publicado por investigadores nacionais que é hoje considerado trabalho de referência.
Figura 2 – Evolução da formulação de dietas para salmão – Noruega
Nos últimos anos, e em consequência da maior perceção pública da importância dos ácidos gordos essenciais oriundos dos óleos de peixe na alimentação humana, da limitação das quantidades disponíveis de óleos de peixe e dos volumes produzidos de alimentos para peixes, o foco passou da proteína para a gordura. O custo do óleo de peixe aumentou drasticamente e obrigou à incorporação de outro tipo de óleos (vegetais ou animais) nas dietas, baixando o conteúdo de ácidos gordos essenciais no alimento e, em consequência, no peixe cultivado. A otimização dos perfis de ácidos gordos, recorrendo a um mínimo de óleo de peixe é atualmente um dos maiores desafios desta atividade.
Atualmente, a sustentabilidade é o novo paradigma. Atualmente não faz sentido falar em substituição de farinhas e óleos de peixe. Mais do que substituir a palavra-chave é suplementar. Existem quantidades limitadas de farinhas e óleos de peixe certificados que provêm de estoques geridos de forma sustentável, e a utilização de coprodutos (quer de peixe selvagem, quer de produtos aquícolas) tem aumentado, o que levará a uma substituição das primeiras pelas segundas. É inexorável que o conteúdo em farinha e óleos de peixe nas fórmulas reduza em termos médios (a produção de alimentos para peixes continua a aumentar e as quantidades disponíveis são limitadas), mas o futuro não é a exclusão, como se imaginava no início do século. O desafio futuro é desenvolver receitas tendo por base não só princípios nutricionais, mas também métricas de sustentabilidade, mantendo a performance nutricional e minimizando a pegada ambiental. Como tal, conceitos como economia circular e aproveitamento de recursos locais são conceitos chave na nutrição aquícola moderna.
Finalmente, não podemos esquecer o esforço em inovação contínua, incluindo a pesquisa de novos ingredientes, pré-tratamentos enzimáticos e técnicas de nutrição de precisão, assim como novas metodologias (in vitro, in silico) que permitam substituir ensaios in vivo, caros e difíceis de organizar Este esforço de inovação é fundamental para tornar a aquacultura mais eficiente e sustentável, alinhada com as necessidades ambientais e económicas globais.
A APEZ – Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica organizou com sucesso o ZOOTEC’24, XXIV Congresso Nacional de Zootecnia, que decorreu ao longo de três dias (7 a 9 de novembro) no espaço AGROS. O evento contou com a participação de 238 congressistas, entre estudantes, profissionais e investigadores da área, sublinhando a importância da Zootecnia na atualidade e o compromisso da comunidade Zootécnica com os desafios e avanços do setor. Nesta edição foram submetidos 71 trabalhos, 21 foram apresentados sob a forma de comunicação oral e 45 no formato poster (físico e digital), tendo sido debatidos e analisados nas oito sessões temáticas ao longo do evento. O ZOOTEC’24 contou ainda com a contribuição de 22 oradores convidados, que abordaram temas de vanguarda e partilharam perspetivas inovadoras para o futuro da zootecnia.
Realizaram-se duas mesas redondas dedicadas a temas de grande relevância para o setor: “Comunicação no Setor Agropecuário” e “PEPAC
e a Produção Animal”. Adicionalmente, foram proporcionados aos congressistas dois roteiros de visitas técnicas que possibilitaram aos participantes conhecer cinco locais distintos de referência na Zootecnia da Região. Estas visitas fortaleceram a ligação com os agricultores e os técnicos do setor, ligando a teoria à prática e promoveram o contacto direto com instalações de referência.
Antes da sessão de encerramento, realizou-se uma cerimónia de assinatura de protocolos, na qual se formalizou uma parceria de longa data entre a APEZ e a IACA, reforçando a cooperação e o compromisso de ambas as entidades com o avanço da alimentação animal e da Zootecnia. O Jantar do evento, teve como momento alto a Cerimónia de Entrega de Prémios, onde foram atribuídas as seguintes distinções:
Menções Honrosas: Ana Sofia Santos e Idalino Leão
Prémio APEZ-IACA: Isabel Santos, com o trabalho “Efeito da suplementação da dieta com ácidos resínicos em parâmetros Zootécnicos de frangos de carne”
Prémio Melhor Aluno de 1.º Ciclo: Catarina
Ramos (Universidade de Évora)
Prémio Melhor Aluno de 2.º Ciclo: Ana Silva (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)
Prémio Zootécnico do Ano: Maria João Bonito
Prémio Joaquim Lima Pereira: José Lopes de Castro
Um agradecimento especial às mais de 40 empresas e instituições que apoiaram o evento, realçando o Grupo AGROS, permitindo à APEZ proporcionar uma experiência de excelência aos participantes e reforçar o compromisso com o desenvolvimento técnico e científico da Zootecnia.
A APEZ agradece a todos os envolvidos – participantes, patrocinadores, media partners, oradores, comissões científica e organizadora (incluindo a dedicada equipa de voluntários) e Órgãos Sociais da Associação – pelo sucesso do ZOOTEC’24
Aproveitamos para relembrar que o próximo ZOOTEC terá lugar em Lisboa, no Instituto Superior de Agronomia (ISA), de 23 a 25 de outubro de 2025
Esperamos por todos lá!
Direção da APEZ
soluções inovadoras em nutrição
animal
Serviços
Laboratoriais
Análise Nutricional
Serviços de Diagnóstico
Produtos
Pré-misturas
Alimentos Complementares
Serviços Técnicos
Veterinários
Serviços de Formulação
Assistência Veterinária
Apoio Técnico a Explorações
Qualidade
Controlo de Especi cações:
- Matérias-primas
- Pré-misturas
- Alimentos para Animais
Avaliação de Processos de Fabrico:
- Homogeneidade de Misturas
- Avaliação de Contaminações
- Monitorização de Matérias primas
- Monitorização de Alimentos para Animais
EFEITO
DA SUPLEMENTAÇÃO DA DIETA DE FRANGOS DE CARNE COM ÁCIDOS RESÍNICOS DE COLOFÓNIA EM PARÂMETROS ZOOTÉCNICOS
E NA QUALIDADE DA CARCAÇA
Isabel Santos 1*, José Manuel Costa 1,2, Morgana Weber Macena 2,3, António Pinto 1,2,4, Catarina Coelho 1,2, Carla Garcia 1, Maria José Gomes 5, Dulcineia Wessel 1,2,6, Jorge Oliveira 1,2 e Cláudia
INTRODUÇÃO
A produção global de carne enfrenta o desafio de alimentar 9 mil milhões de pessoas até 2050, num cenário de competição por recursos alimentares e insegurança na obtenção de nutrientes que afeta grande parte da população. Por outro lado, a segurança alimentar exige uma gestão integrada da produção de alimentos para humanos e para animais, garantindo que a produção de proteína animal seja ambientalmente sustentável. A avicultura destaca-se como setor crucial, fornecendo proteínas de alta qualidade e liderando a produção global de carne, com previsão de crescimento anual de 6,8% até 2030 (Korver, 2023; Kouvedaki et al., 2024).
A preocupação da comunidade científica com a resistência bacteriana e possível impacto na saúde humana levou a União Europeia a proibir, em 2006, o uso de antibióticos como promotores de crescimento, seguindo o exemplo de países como a Suécia e a Dinamarca (Granstad et al., 2020). Apesar disso, mais de 40 países continuam a utilizar esses medicamentos para fins produtivos (Martínez et al., 2022). Além disso, o controlo de patologias comuns, como a coccidiose e a enterite necrótica, permanece
um desafio, principalmente devido às limitações ao uso de coccidiostáticos ionóforos (Kettunen et al., 2017). A intensificação da produção avícola e a ausência de contacto entre pintos e galinhas adultas também impactam negativamente a resistência a infeções, destacando a importância de novas abordagens produtivas para melhorar a saúde e o bem-estar das aves (Krauze, 2021).
As exigências do setor avícola por práticas mais responsáveis e sustentáveis na nutrição animal têm levado à busca por alternativas naturais eficazes que possam ser utilizadas como suplementos na alimentação animal. Entre estas, destacam-se os compostos naturais derivados de plantas, conhecidos como fitobióticos (figura 1), cuja ação sobre a microbiota intestinal desempenha um papel crucial na resistência a infeções (Rychlik, 2020). Nos últimos anos, os ácidos resínicos, compostos naturais presentes na resina de coníferas, têm sido considerados promissores devido às suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias (Lipinski et al., 2021). Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação da dieta com derivados de ácidos resínicos, em parâmetros zootécnicos e na qualidade da carcaça de frangos de
Figura 1. Promotores de produção, propriedades e efeitos dos ácidos resínicos em frangos de carne (adaptado de Gadde et al., 2017 e Lipinski et al., 2021).
1 ESAV, IPV, Viseu, 2 CERNAS, IPV, Viseu, 3 ESTGV, IPV, Viseu, 4 CITAB, UTAD, Vila Real, 5 CECAV, UTAD, Vila Real, 6 LAQV-REQUIMTE, UA, Aveiro
carne. Para tal, foi utilizada a colofónia (figura 2), um resíduo sólido obtido após a destilação da resina, que apresenta uma composição de 90 a 95% em ácidos resínicos.
Este estudo foi realizado no âmbito do projeto BioFeed: “Antimicrobianos de base natural na alimentação de aves para melhorar o desempenho e a saúde animal”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
METODOLOGIA
O ensaio experimental decorreu nas instalações da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (ESAV-IPV), ao longo de 35 dias, com um total de 192 pintos (machos sexados Ross 308). Os animais foram distribuídos aleatoriamente por 16 parques (figura 3), correspondendo a quatro tratamentos (dietas), com quatro réplicas cada (48 pintos por tratamento e 12 por réplica).
Figura 3. Instalações do ensaio experimental.
Os tratamentos incluíram um controlo [C], que consistiu numa dieta com alimento comercial em migalha para frangos de carne, sem aditivos experimentais, e três tratamentos experimentais com dietas aditivadas com derivados de ácidos resínicos provenientes da colofónia natural. No primeiro tratamento experimental, o alimento comercial foi suplementado com colofónia natural sem transformação [COL], com uma concentração de 90 mg/kg. Nos outros dois tratamentos, foi adicionada colofónia transformada em duas concentrações diferentes, 90 mg/kg [COLT1] e 180 mg/kg [COLT2]. O programa de alimentação foi dividido em duas fases: nos primeiros 14 dias foi usada uma dieta de arranque; dos 15 aos 35 dias, os animais receberam uma dieta de crescimento. A composição nutricional das dietas comerciais está apresentada na Tabela 1. Em cada uma foram criados os quatro tratamentos, com as incorporações e formas de tratamento da colofónia referidas no delineamento experimental. Água e o alimento foram sempre disponibilizados ad libitum ao longo de todo o ensaio.
Composição da dieta de arranque (semanas 1 e 2)
Proteína Bruta
Composição da dieta de crescimento (semanas 3 a 5)
Os parâmetros avaliados incluíram o peso vivo (PV), a ingestão média diária (IMD), o ganho médio diário (GMD), a pesagem e análise dos excrementos produzidos (média diária na 3ª semana), o coeficiente de utilização metabólica aparente (CUMA), a energia metabolizável aparente (EMA), os rendimentos de carcaça (quente e fria), os pesos ponderais dos órgãos e peças anatómicas, a composição química do peito e da coxa e a sua cor. A figura 4 representa algumas das etapas dos trabalhos desenvolvidos neste estudo.
A análise estatística foi efetuada utilizando o software IBM SPSS Statistics, versão 29.0.1.0 (IBM Corp., Armonk, NY, EUA). Para comparação de médias foi utilizada a análise de variância (ANOVA) de um fator e teste de Tuckey, com o nível de significância de 0,05
Figura 4. Diferentes etapas do desenvolvimento dos trabalhos deste estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como se pode verificar na figura 5, o peso vivo final (PVf), o ganho médio diário total (GMDt) e o índice de conversão alimentar total (ICAt) não mostraram diferenças significativas entre os tratamentos (P>0,05). Por sua vez, a ingestão média diária total (IMDt) evidenciou os valores mais baixos do estudo para COLT2, sendo mesmo significativamente inferior em relação a COL (P<0,05).
Figura 5. Peso vivo final, ingestão média diária, ganho médio diário e índice de conversão alimentar, no período total (média ± dp).
Tabela 1. Composição nutricional das dietas de arranque e acabamento (%).
Em relação ao CUMA, este não sofreu qualquer efeito dos tratamentos na maioria dos nutrientes analisados (P>0,05), exceto no caso do amido, que teve um CUMA superior em COLT2 relativamente a todos os restantes tratamentos e de forma significativa (P<0,05) em relação a C (figura 6). O facto da dieta COLT2 ter proporcionado um peso vivo final
Micotoxinas mais prevalentes
Aflatoxinas (AFB1,AFB2,AFG1, AFG2,STC)
Fumonisinas (FB1,FB2,FB3)
Zearalenona (ZEA)
Toxina (T2)
HT2
Ocratoxina (OTA)
Micotoxinas emergentes
Micotoxinas mascaradas
Zearalenona 14Glucoronida (ZEA-14G)
Endotoxinas
Salmonella Typhimurium
Escherichia coli
Figura 6. Coeficiente de utilização metabólica aparente do amido, medido na terceira semana (média ± dp).
idêntico aos restantes tratamentos, mas com uma menor ingestão, nomeadamente em relação à dieta COL, pode dever-se à maior eficiência na utilização metabólica do amido, aqui verificada. O facto de o amido ser o nutriente em maior percentagem na dieta, reforça a importância desta eficiência metabólica acrescida.
A melhor utilização metabólica do amido em COLT2 pode dever-se, quer a uma melhor digestibilidade, quer a um metabolismo mais eficaz, nomeadamente por utilização de vias metabólicas da utilização da energia para o crescimento mais eficiente. A EMA e a energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço azotado (EMAn), não foram afetadas pelos tratamentos (P>0,05).
Após o abate dos frangos e a pesagem dos órgãos, verificou-se que os tratamentos não afetaram os pesos ponderais da bolsa de Fabrícius, baço, coração, fígado e moela (P>0,05).
Também no caso dos rendimentos da carcaça quente e fria, não se verificaram quaisquer efeitos dos tratamentos (P>0,05).
Relativamente ao peso ponderal das peças anatómicas (figura 7), enquanto na coxa, na perna e na asa, os tratamentos não afetaram os pesos ponderais destas peças (P>0,05), no caso do peito, houve diferenças significativas, tendo o C sido superior aos tratamentos COL, COLT1 e COLT2 (P<0,05). Pode ter contribuindo certamente para esse facto o seu maior teor em humidade. Nos restantes tratamentos, as dietas COL, COLT1 e COLT2 podem ter motivado alterações na composição e propriedades dos tecidos musculares, provocando menor retenção de água e mais baixo peso ponderal do peito.
Quando avaliámos a composição química do peito e da coxa (figura 8), verificou-se que o pH não foi afetado pelas diferentes dietas (P>0,05) mas, pelo contrário, houve influência dos tratamentos, quer ao nível da humidade, tanto no peito como na coxa, como também nos teores em gordura e proteína da coxa (P<0,05). Em relação ao menor teor em gordura da coxa em COLT2, por um lado, poderá ser motivado pela colofónia transformada na dose mais elevada poder estimular
vias metabólicas que priorizam o uso de gordura como fonte de energia, reduzindo assim o teor lipídico da coxa. Por outro lado, a melhor eficiência na utilização do amido neste tratamento e a redução da ingestão verificada, podem estar a proporcionar uma menor acumulação de reservas energéticas de gordura na coxa.
Quanto ao teor em proteína da coxa mais elevado em COLT2, este pode ser devido a uma maior quantidade de aminoácidos ficarem disponíveis para a síntese de proteínas musculares, em vez de serem utilizados para fins energéticos. Este efeito, conhecido por protein-sparing effect pode ter sido potenciado pela utilização mais eficaz do amido como fonte de energia.
No caso da humidade do peito, o valor mais elevado foi o da dieta C, sendo mesmo de forma significativa em relação a COLT1. Já na coxa, a humidade foi inferior em C (com P<0,05 relativamente a COLT2).
A gordura do peito não foi afetada pelos tratamentos (P>0,05), mas na coxa foi inferior em COLT2 relativamente a todos os tratamentos (P<0,05). No que concerne à proteína, no peito não foi afetada pelos tratamentos (P>0,05), mas na coxa o tratamento COLT2 permitiu o maior teor em proteína, sendo mais evidente em relação a C e COL (P<0,05).
A avaliação da cor do peito e da coxa pelo sistema CIELAB, evidenciou os resultados constantes na figura 9. No peito, os parâmetros b e L mostraram diferenças significativas, enquanto na coxa, só houve diferenças no parâmetro b. As cores das peças anatómicas peito e coxa para os quatro tratamentos, quando convertidas para o espetro do visível, estão apresentadas na figura 10.
10.
do peito e da coxa, segundo o sistema CIELAB, convertidas para o espetro do visível.
Tendo em conta estes resultados de cor avaliados no peito e na coxa, apesar de se verificarem algumas diferenças significativas entre tratamentos, todos se enquadram nas variações de cor aceitáveis para estas peças anatómicas de acordo com as preferências do consumidor no mercado europeu.
CONCLUSÕES
• A colofónia transformada a 180 mg/kg (COLT2) reduziu a ingestão de alimento sem comprometer o crescimento, o que pode ser interessante do ponto de vista económico.
• Em COLT2, a maior eficiência na utilização do amido, principal componente da dieta, permitiu uma menor necessidade de ingestão voluntária, devido à mais eficaz satisfação das necessidades energéticas.
• O tratamento COLT2 foi favorável à formação de coxas com uma menor deposição de gordura e maior teor em proteína, parâmetros que melhoram a qualidade nutricional da carne.
REFERÊNCIAS
Gadde, U., Kim, W. H., Oh, S. T., & Lillehoj, H. S. (2017). Alternatives to antibiotics for maximizing growth performance and feed efficiency in poultry: A review. Animal Health Research Reviews, 18(1), 26–45. https://doi. org/10.1017/S1466252316000207
Granstad, S., Kristoffersen, A. B., Benestad, S. L., Sjurseth, S. K., David, B., Sørensen, L., Fjermedal, A., Edvardsen, D. H., Sanson, G., Løvland, A., & Kaldhusdal, M. (2020). Effect of Feed Additives as Alternatives to In-feed Antimicrobials on Production Performance and Intestinal Clostridium perfringens Counts in Broiler Chickens. Animals, 10(2), 240. https://doi. org/10.3390/ani10020240
Kettunen, H., Van Eerden, E., Lipiński, K., Rinttilä, T., Valkonen, E., & Vuorenmaa, J. (2017). Dietary resin acid composition as a performance enhancer for broiler chickens. Journal of Applied Animal Nutrition 5, e3. https:// doi.org/10.1017/jan.2016.10
Korver, D. R. (2023). Review: Current challenges in poultry nutrition, health, and welfare. Animal 17, 100755. https://doi.org/10.1016/j.animal.2023.100755
Kouvedaki, I., Pappas, A. C., Surai, P. F., & Zoidis, E. (2024). Nutrigenomics of Natural Antioxidants in Broilers. Antioxidants, 13(3), 270. https://doi. org/10.3390/antiox13030270
Krauze, M. (2021). Phytobiotics, a Natural Growth Promoter for Poultry. Em L. Babinszky, J. Oliveira, & E. Mauro Santos (Eds.), Veterinary Medicine and Science (Vol. 8). IntechOpen. https://www.intechopen.com/books/advanced-studies-in-the-21st-century-animal-nutrition/phytobiotics-a-natural-growth-promoter-for-poultry
Lipiński, K., Vuorenmaa, J., Mazur-Kuśnirek, M., Sartowska-Żygowska, K., & Kettunen, H. (2021). Dietary Resin Acid Concentrate Improved Performance of Broiler Chickens and Litter Quality in Three Experiments. Animals, 11(11), 3045. https://doi.org/10.3390/ani11113045
Martínez, Y., Paredes, J., Avellaneda, M., Botello, A., & Valdivié, M. (2022). Diets with Ganoderma lucidum Mushroom Powder and Zinc-Bacitracin on Growth Performance, Carcass Traits, Lymphoid Organ Weights and Intestinal Characteristics in Broilers. Brazilian Journal of Poultry Science, 24(1), eRBCA-2021-1474. https://doi.org/10.1590/1806-9061-2021-1474
Rychlik, I. (2020). Composition and Function of Chicken Gut Microbiota. Animals, 10(1), 103. https://doi.org/10.3390/ani10010103
AGRADECIMENTOS
FCT/MCTES, pelo financiamento do projeto BioFeed: Antimicrobianos de base natural na alimentação de aves para melhorar o desempenho e a saúde animal (2022.02102.PTDC, http://doi.org/10.54499/2022.02102. PTDC) coordenado por Cláudia Neves da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu, e pelo financiamento das unidades de investigação CERNAS (UIDB/00681/2020, http://doi.org/10.54499/ UIDP/00681/2020) e LAQV-REQUIMTE (UIDP/50006/2020, http:// doi.org/10.54499/UIDP/50006/2020). CECAV – UTAD.
Os autores agradecem à ESAV-IPV, pelo apoio no desenvolvimento nos trabalhos práticos do projeto BioFeed, à UTAD, pela colaboração na realização das análises da energia no Laboratório de Nutrição Animal, ao Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV – UTAD) e à empresa Pinopine, Produtos Químicos, S.A., pelo fornecimento da colofónia natural e colaboração.
A APEZ e a IACA agradecem à Nutrinova o apoio a este Prémio.
YOUR GLOBAL SUSTAINABILITY SOLUTION.
Sustainable farming practices are foundational to the growth and production of U.S. Soy. Recently, the U.S. Soybean Export Council (USSEC) mapped U.S. Soy’s strategic objectives directly to the U.N. Sustainable Development Goals (SDGs) – 17 goals that aim to end poverty, protect the planet, and ensure all people enjoy peace and prosperity by 2030. With the strategic objectives tied directly to specific SDGs and the targets under those goals, the U.S. Soy industry has identified areas where we can have the greatest impact in supporting progress toward global sustainable development.
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EFEITO DA APLICAÇÃO DE CLOSTAT® NA ÁGUA DE BEBIDA SOBRE O DESEMPENHO DOS FRANGOS DE CARNE NUM INTEGRADOR AVÍCOLA INFLUENTE NO MERCADO EUROPEU
Autores: Paulina Bukowska-Rzezak, Valentine Van Hamme, Susanne Kirwan, Eric N’guetta
Introdução
Tendo em conta os atuais desafios relacionados com a segurança alimentar, a atenção ao bem-estar animal e a sustentabilidade, a indústria avícola deve ser inovadora, flexível e orientada para o longo prazo, a fim de satisfazer as expectativas dos consumidores e da sociedade.
Para responder às crescentes exigências, a integração de vários segmentos da produção avícola numa única empresa, conhecida como integração avícola, apresenta alguns desafios. O principal desafio é assegurar um controlo de qualidade consistente. É fundamental manter a elevada qualidade dos produtos avícolas em todas as fases da produção, desde a criação até à transformação e distribuição, para garantir a segurança alimentar e a consistência.
O controlo de qualidade é fundamental na produção de aves de capoeira, especialmente quando se trata de reduzir ou eliminar a utilização de antibióticos. As elevadas taxas de produção e fatores como a qualidade dos alimentos compostos, o material de reprodução, a biossegurança e a gestão das explorações podem tornar este processo desafiante. Para apoiar este objetivo, existe uma tendência crescente para a utilização de aditivos especializados nos alimentos compostos e na água que ajudam a manter o ciclo de produção e a manter as aves saudáveis.
Material e métodos
Um grande e influente integrador europeu de frangos de carne da Polónia abordou a Kemin com um pedido de apoio e desenvolvimento de um
programa probiótico para frangos de carne (Ross 308). O cliente está focado na produção de aves sem antibióticos e a exploração caracteriza-se por elevados padrões de gestão e biossegurança. Foram incluídos no estudo dois galinheiros: o galinheiro 3 (grupo CLOSTAT, H3) e o galinheiro 2 (grupo de controlo, H2). 60 970 aves da linha genética Ross 308 foram colocadas no H3 e no H2, respetivamente. O ciclo completo de produção durou 38 dias. Não interferimos com as práticas de produção do produtor e com a gestão do efetivo pelo veterinário. O objetivo principal foi melhorar a saúde das aves, prevenir enterites bacterianas e influenciar o resultado final da produção, através da adição da estirpe de Bacillus PB6 na água de beber das aves.
Foi utilizado o protocolo de aplicação CLOSTAT, considerando os momentos mais críticos da produção. Devido à elevada intensidade de produção, foi decidido incluir uma dose mais elevada do probiótico, em comparação com o aconselhamento padrão.
• Dia 0-10 CLOSTAT HC SP dry 100g/1000 litros de água
• 14-28 dias CLOSTAT HC SP dry 75g/1000 litros de água
Os resultados foram recolhidos após a conclusão do ciclo de produção.
Resultados
A suplementação com CLOSTAT conduziu a uma mudança positiva, especialmente se olharmos para
.
a mortalidade do bando, que reflete a saúde das aves e a sua suscetibilidade a agentes patogénicos. As aves que receberam o probiótico na água de beber tiveram um peso vivo superior de 2,63 kg em comparação com o grupo de controlo – 2,61 kg (Tabela 1). O resultado da produção total expresso pelo Índice Europeu de Desempenho EPI ((Média de gramas ganhas/dia X % taxa de sobrevivência)/Conversão alimentar X 10) no grupo CLOSTAT foi de 438 e no grupo de controlo de 425 (Diagrama 1).
diversificada. O PB 6 tem igualmente uma capacidade bem demonstrada de reduzir a inflamação durante desafios intestinais, uma caraterística útil para aliviar os sintomas de doenças intestinais e substituir os
antimicrobianos. Tudo isto contribuiu para uma melhoria significativa do estado de saúde na exploração do integrador, para a redução da mortalidade e para um melhor lucro económico.
1. Índice EPI
Discussão
A abordagem holística para melhorar com sucesso o estado de saúde das aves baseia-se em práticas de gestão fundamentais. Estas, por sua vez, baseiam-se na biossegurança, na prevenção de doenças através da vacinação, numa gestão otimizada da exploração, em boas práticas de criação, assim como numa boa gestão dos alimentos e da água para otimizar a utilização dos nutrientes e controlar a proliferação microbiana. Os aditivos para a saúde intestinal – adicionados através dos alimentos compostos ou da água de beber – são parte integrante desta abordagem.
O ingrediente ativo da estirpe CLOSTAT® do Bacillus PB 6 pode impedir o crescimento excessivo de populações bacterianas potencialmente patogénicas no trato intestinal, como o Clostridium spp. Também tira partido da sua capacidade de produzir moléculas de supressão do quorum , como a fengicina, que pode impedir a produção de toxinas indesejadas pela Clostridia. Para além do controlo da Clostridia, o PB 6 atua positivamente no microbioma, estimulando uma microbiota bem desenvolvida e
NOTÍCIAS
União pela Sustentabilidade na Produção
Animal: O Projeto STEP UP
O projeto STEP UP, financiado pelo programa Horizonte Europa, está a transformar a produção pecuária europeia, promovendo práticas mais sustentáveis. Entre janeiro de 2024 e dezembro de 2027, 16 parceiros de 10 países, incluindo instituições de renome como a Teagasc, a Wageningen University & Research, a Queen’s University Belfast, entre outras, que juntamente com o FeedInov CoLAB trabalham para criar soluções práticas e baseadas em evidências que melhorem os sistemas de produção, o bem-estar animal e reduzam os impactos ambientais.
Primeira Reunião Aberta do Projeto STEP UP
No dia 2 de outubro de 2024, o projeto organizou a sua Primeira Reunião Aberta, um evento online coordenado pelo European Forum for Farm Animal Breeding (EFFAB) e pelo Foodscale Hub (FSH) Este encontro reuniu uma ampla variedade de stakeholders de toda a Europa para debater o futuro dos sistemas de produção pecuária.
A abertura foi conduzida por Ana Granados Chapatte, Diretora do EFFAB, seguida de uma intervenção de Valerio Abbadessa, da Direção-Geral de Agricultura da Comissão Europeia (DG-AGRI), que destacou a importância do projeto na promoção da sustentabilidade pecuária e na necessidade de produzir dados concretos para fundamentar decisões políticas. Durante o evento, o Coordenador do STEP UP, Prof. David Kenny, da Teagasc, apresentou a visão e os objetivos do projeto, sublinhando o papel da colaboração entre todos os setores da cadeia alimentar na formulação de sistemas de produção mais sustentáveis para a União Europeia.
O programa inclui a participação de outros oradores, como: Milica Kovač (FSH), Arnd Bassler (BLE), Aine Macken-Walsh (Teagasc), Ryan McGuire (Queen’s University Belfast), Laurence Smith (SLU, Suécia), Viktoriya Sturm (Thünen Institute), Claire Rogel-Gaillard (INRAE).
Foco e Abordagem do STEP UP
O STEP UP está centrado na análise dos Sistemas de Produção Pecuária Europeus (ELPS), integrando Sistemas Inovadores de Produção Pecuária (ILPS), que utilizam tecnologias avançadas para:
• Aumentar a eficiência produtiva;
• Reduzir o impacto ambiental;
• Melhorar o bem-estar animal.
A abordagem “Multi-Actor” (MAA), fundamental para o projeto, promove a colaboração ativa entre agricultores, investigadores, decisores políticos e cidadãos, assegurando que as soluções desenvolvidas sejam práticas, eficazes e adaptadas às necessidades reais do setor.
Resultados e Benefícios Práticos para o Setor
Para os profissionais do setor de alimentação animal, o STEP UP oferece:
• Maior eficiência produtiva, reduzindo custos e melhorando o rendimento.
• Bem-estar animal como prioridade, promovendo boas práticas na produção.
• Cadeia de valor mais sustentável e transparente
• Base científica sólida para decisões políticas e estratégicas, contribuindo para o futuro da pecuária na Europa.
Linha Cronológica do Projeto
Mais Informações
O STEP UP não é apenas um projeto; é uma iniciativa que está a moldar o futuro da produção pecuária europeia. Em Portugal, o FeedInov CoLAB desempenha um papel central, contribuindo com a sua experiência técnica para soluções adaptadas ao contexto nacional. Para mais detalhes, visite: horizon-stepup.eu.
FeedInov CoLAB e IACA: Educação, Solidariedade e Bem-Estar Animal em Destaque
O FeedInov CoLAB, em parceria com a IACA, reafirmou o seu compromisso com a sustentabilidade, a educação e o bem-estar animal através de ações impactantes que integram inovação, responsabilidade social e solidariedade. Tanto na celebração do Dia Mundial do Animal, como na resposta aos incêndios que devastaram o Norte e Centro de Portugal, destacaram-se pelo impacto positivo no setor pecuário e nas comunidades envolvidas.
Dia Mundial do Animal: Educação e Inclusão em Santarém
A celebração do Dia Mundial do Animal, realizada no dia 4 de outubro na Escola do Agrupamento Alexandre Herculano, em Santarém
(organizada pela IACA), reuniu diversas entidades e parceiros. Contou com a presença do Município de Santarém, da Sorgal Pet Food, da ASPA – Associação Scalabitana de Proteção Animal, do CROAS – Canil/Gatil Municipal de Santarém, do Smiledog – Cães Terapeutas, da Direção do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano e do FeedInov CoLAB. Este evento destacou a importância da educação para as práticas sustentáveis e a inclusão social no setor pecuário. No âmbito do projeto FeedInov Vai à Escola, Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, apresentou a iniciativa como uma ferramenta essencial para sensibilizar os jovens sobre as boas práticas agrícolas. Eva Fronteira, colaboradora do FeedInov, detalhou o projeto, apresentando o jogo educativo “A Quinta do Vale”, que cativou os jovens participantes ao ensinar, de forma interativa, práticas inovadoras e sustentáveis na produção animal. Shirley Motta, também investigadora do FeedInov, sublinhou o papel da nutrição responsável na sustentabilidade e no bem-estar animal.
O evento destacou ainda a inclusão social através do projeto Smiledog, que demonstrou como cães são utilizados em Intervenções
Assistidas por Animais (IAA), promovendo benefícios físicos e emocionais para crianças e incentivando a empatia e a integração social.
Solidariedade Pós-Incêndios: IACA
em Ação
Em setembro de 2024, a IACA, associada maioritária do FeedInov CoLAB, liderou uma intervenção solidária após os incêndios devastadores que atingiram o Norte e Centro do país. Foram distribuídas cerca de 30 toneladas de ração a pequenos produtores pecuários em localidades como São Pedro do Sul, Castro Daire, Penalva do Castelo, Tábua e Arouca, garantindo a subsistência de mais de 1.500 ovinos e bovinos afetados pela destruição das pastagens.
Esta ação, realizada em articulação com o Ministério da Agricultura e Pescas, a DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e entidades locais, foi essencial para apoiar produtores em crise.
Balanço da Iniciativa IACA Solidária
Desde 2017, a IACA Solidária tem sido uma referência em ações de emergência, promovendo solidariedade, educação e responsabi-
lidade social. Durante o Dia Mundial do Animal, reforçou o seu papel ao conectar empresas associadas, comunidades e instituições em torno do bem-estar animal e da sustentabilidade.
Innovación y confianza, la esencia de Lucta
Além do impacto imediato, a iniciativa foi integrada no âmbito do FeedInov Vai à Escola, levando atividades educativas às comunidades rurais, reforçando a resiliência e a sensibilização para o bem-estar animal e práticas sustentáveis
FeedInov CoLAB no Congresso
Inovação Sustentável com Insetos
InsectERA:
Marcamos presença no I Congresso InsectERA, realizado a 23 de outubro de 2024, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). Organizado pela P-BIO, em parceria com a EntoGreen, Thunder Foods e o próprio FeedInov CoLAB, o evento, sob o tema “Os insetos como ferramenta de sustentabilidade”, reuniu especialistas, investigadores e líderes do setor para explorar o papel inovador dos insetos na alimentação e na bioindústria sustentável.
Tópicos Relevantes do Congresso
Cristina Monteiro, Gestora para a Ciência do FeedInov CoLAB (líder do eixo InFeed na Agenda Mobilizadora InsectERA), participou numa mesa-redonda ao lado de especialistas como Divanildo Monteiro (UTAD), Pedro Folque (Eurocereal), António Isidoro (Soja de Portugal), Jaime Piçarra (IACA) e Joana Pereira (petMaxi). A discussão abordou avanços no uso de insetos para a alimentação animal e humana, sublinhando o seu potencial como solução inovadora para a sustentabilidade. O congresso contou ainda com intervenções de João Teixeira Leite (Presidente da Câmara Municipal de Santarém), Carlos Carreiras (Presidente da Câmara Municipal de Cascais) e do comentador político Luís Marques Mendes, que realçaram a importância das políticas públicas na promoção da sustentabilidade e partilharam reflexões sobre as perspetivas futuras para o desenvolvimento da bioindústria.
Contributos Científicos do FeedInov No âmbito do projeto InsectERA, o FeedInov CoLAB apresentou três posters que destacaram avanços na utilização de insetos na nutrição animal:
1. Desempenhos Zootécnicos com Farinha de Mosca-Soldado-Negro (BSF): Estudo sobre a inclusão de farinha de BSF na dieta de galinhas poedeiras, demonstrando a sua viabilidade sem comprometer a qualidade dos ovos.*
2. Potencial da Farinha de BSF na Nutrição de Frangos: Ensaios com frangos de carne confirmaram a segurança e eficácia da farinha de BSF, destacando-a como fonte proteica sustentável.*
3. Barreiras à Bioindústria de Insetos em Portugal: Análise das dificuldades e oportunidades para a cadeia de valor dos insetos, sublinhando a importância da estabilidade de preços e do fortalecimento do mercado nacional e internacional.*
Impacto e Compromisso
Com uma sala cheia e grande interação, o congresso reafirmou o papel central da Agenda Mobilizadora InsectERA na construção de soluções sustentáveis. O FeedInov CoLAB destacou-se como um dos principais promotores de inovação neste setor emergente, consolidando o seu compromisso com a sustentabilidade. + Informações em: www.insectera.pt.
Cooperação Nacional e Europeia no Projeto EUnetHorse
O FeedInov CoLAB reafirma o seu papel estratégico na promoção de práticas sustentáveis através da sua participação ativa no projeto EUnetHorse , uma rede europeia dedicada à inovação e equilíbrio na produção equina. Financiado pela União Europeia, o projeto reúne especialistas de vários países para desenvolver soluções que melhorem a gestão, o bem-estar animal e a eficiência das explorações.
Em outubro de 2024, Coimbra acolheu o 3.º Workshop Nacional do EUnetHorse, organizado pelo FeedInov CoLAB. O evento contou com a presença de produtores, investigadores e especialistas que debateram temas cruciais para o futuro do setor equino em Portugal. Entre as solu-
* Autoria dos Posters:
• Posters 1 e 2: Tiago Mariano, Ana Cristina Monteiro, Rui Pereira (FeedInov CoLAB); Maria João Mota, José Vieira (Sorgal).
• Poster 3: Bruna Faria, Ana Isabel Costa, Rute Moreira (UCP); Tiago Mariano, Ana Cristina Monteiro (FeedInov CoLAB); Ana Ribeiro (Blue Bioeconomy CoLAB).
ções apresentadas, destacaram-se o uso de animais guarda contra predadores, o pastoreio em sob coberto e a escolha de raças mais adaptadas às condições locais.
Os resultados deste encontro foram levados para o 3.º Workshop Europeu, realizado posteriormente, entre 15 e 18 de outubro em Varsóvia (Polónia). Representantes de nove países, incluindo Portugal, avaliaram as soluções apresentadas pelos diferentes parceiros, avaliando o seu custo-benefício, desempenho e resiliência. O objetivo é integrar essas soluções na listagem do projeto e selecionar as mais promissoras para a fase que se segue, demonstrações e dias de treino.
Os representantes portugueses, Marcelo Leitão e Maria João Fradinho (FeedInov CoLAB e Faculdade de Medicina Veterinária – ULisboa), participaram da análise e adaptação das soluções às necessidades específicas identificadas em Portugal.
O próximo Workshop Europeu EUnetHorse, em 2025, já tem local definido: Portugal será o anfitrião. Este evento dará continuidade ao nosso compromisso com a sustentabilidade e inovação no setor equino. + info: www. eunethorse.eu
ZOOTEC’24:
Avanços Científicos
e Sustentabilidade em Debate
Entre 7 e 9 de novembro de 2024, o FeedInov marcou presença no ZOOTEC’24 – XXI Congresso Nacional de Zootecnia, iniciativa organizada pela APEZ, e que este ano decorreu no espaço AGROS, na Póvoa de Varzim. O
congresso consolidou-se novamente como uma plataforma essencial para debater e partilhar conhecimentos sobre o futuro da zootecnia, reunindo especialistas, académicos e profissionais do setor.
A participação do FeedInov foi marcada por dois momentos de destaque:
• Reconhecimento: Ana Sofia Santos, a nossa Diretora para a Inovação e Ciência, foi distinguida com uma Menção Honrosa pelo seu contributo inovador durante o período em que presidiu à direção da APEZ.
• Contribuição Científica: Apresentámos o poster “Avaliação da qualidade do ovo de galinhas poedeiras alimentadas com farinha de Mosca-Soldado-Negro”, desenvolvido por Tiago Mariano e Rui Pereira, investigadores do FeedInov, em colaboração com outros coautores. Este trabalho, realizado no âmbito do projeto InsectERA, despertou grande interesse pela sua abordagem inovadora na alimentação animal.
A MELHOR
SUPEROU-SE
As regras de ouro de uma fitase:
• Resultados superiores devido a uma maior atividade a pH muito baixo: poupança superior nos custos de formulação e na produção animal.
Melhorar a sustentabilidade: a sua utilização permite formular dietas sem P inorgânico.
O produto de maior termoestabilidade do mercado, que resiste a condições extremas de processamento dos alimentos.
• Disponibilização de serviços de valor acrescentado, para uma melhor otimização dos alimentos.
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O congresso proporcionou ainda discussões de elevado impacto, abordando temas como: “Inteligência artificial e desafios na produção de bovinos”; “Comunicação no setor agropecuário”; “Nutrição sustentável, genética, qualidade da carne e inovações em raças autóctones”.
O ZOOTEC reafirmou, nesta edição, a importância de aliar inovação, sustentabilidade e colaboração para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades no setor agropecuário, em Portugal e na Europa.
FeedInov/Ceva: Artigos sobre Inovação na Produção Animal
A parceria com a Ceva Ruminants tem impulsionado a análise e divulgação de temas de relevância estratégica para o setor da produção animal. Através da elaboração de artigos técnicos pela equipa de investigadores do FeedInov, esta colaboração promove a partilha de conhecimento e práticas inovadoras e sustentáveis. Explore as últimas publicações, disponíveis para leitura online:
• Monitorização da Saúde do Rebanho : Estratégias preventivas que reduzem custos veterinários, aumentam a produtividade e melhoram o bem-estar animal.
Saiba +: ruminants.ceva.pro/herd-health
• Mercado de Carne Bovina : O consumo global de carne bovina deverá crescer 10% até 2032, impulsionado por mercados emergentes, criando desafios na gestão sustentável.
Saiba +: ruminants.ceva.pro/beef-market
• Ultrassom em Gado Leiteiro : Ferramenta tecnológica que otimiza a reprodução, identificando anomalias precocemente e reduzindo os intervalos entre partos. Saiba +: ruminants.ceva.pro/cattle-ultrasound
• Stress Térmico em Vacas Leiteiras: Estratégias inovadoras mitigam o impacto do aumento das temperaturas, garantindo produtividade e bem-estar animal. Saiba +: ruminants.ceva.pro/cattle-heat-stress
• Seguros Pecuários: Solução essencial para mitigar riscos e garantir a continuidade das explorações. Saiba +: ruminants.ceva.pro/ livestock-insurance
BREVES
Cristina Monteiro nomeada Presidente da Comissão Técnica 37
Cristina Monteiro, Gestora para a Ciência do FeedInov CoLAB, foi nomeada Presidente da Comissão Técnica 37, órgão que se dedica à produção de alimentos compostos para animais. A sua liderança foca-se na promoção de normas que incentivem práticas mais sustentáveis e competitivas, alinhadas às exigências do setor agroalimentar.
Workshop SCAR-SAP WG 2024
O Workshop SCAR-SAP WG 2024, realizado em novembro no INIAV, em Oeiras, reuniu especialistas europeus para alinhar estratégias nacionais com uma visão comum para a pecuária. Tiago Mariano, do FeedInov CoLAB, foi relator na sessão sobre biodiversidade, destacando práticas inovadoras e sustentáveis em consonância com os objetivos do Green Deal.Com mais de 4 anos de atividade, continuamos a afirmar-nos como um motor de inovação no setor agroalimentar, promovendo um futuro mais competitivo, eficiente e sustentável. Saiba mais sobre nós em: www.feedinov.com
Conferência USSEC/IACA – Qualidade, Sustentabilidade e Mercados
A Conferência USSEC/IACA debateu os principais desafios e oportunidades nos mercados globais de alimentação animal. Entre os destaques, estiveram soluções inovadoras para garantir qualidade e sustentabilidade, além de análises sobre tendências de mercado e estratégias para responder às exigências de consumidores cada vez mais conscientes.
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em avicultura:
• Melhor desempenho
• Melhoria da qualidade da cama
• Menos lesões de patas
• Melhoria da qualidade da casca do ovo e menos ovos sujos em poedeiras
leitões:
• Melhor ganho de peso e e eficiência alimentar
• Viabilidade melhorada
• Menos diarreia pós-desmame
• Menos agentes patogénicos
• Modulação benéfica das respostas imunitárias sistémicas
• Respostas comparáveis a doses elevadas de ZnO na dieta
em porcas:
• Menos stress no parto
• Menos leitões natimortos
• Maior rendimento e qualidade do colostro
• Leitões com maior vitalidade e robustos
• Até 1 leitão desmamado extra por ninhada
• Até mais 0,5 kg de peso ao desmame
SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS
UM BREVE OLHAR POR 40 ANOS DE NUTRIÇÃO ANIMAL EM PORTUGAL
As Fábricas de Alimentos Compostos que compravam Premixes às grandes multinacionais, instaladas elas próprias como fabricantes de alimentos, e que por estas até eram assessoradas, ganham a sua "independência" nos finais dos anos 80
Estamos nos anos 80:
– caem as referências alimentares definidas por Decreto Lei (ex 801 porcos em crescimento; 115 frangos acabamento, etc) no que à designação, características nutricionais e preços diziam respeito, embora pela força do hábito ao longo de anos, muitas fábricas mantivessem as mesmas designações.
– Os Premixers instalados em Portugal importavam as Pré-Misturas que vendiam às Fábricas de Alimentos Compostos careciam de autorização de preço dado pelas Atividades Econó-
micas e estas ao responderem tardiamente, face à inflação, quando o preço era autorizado já estava desatualizado.
– Poucas matérias-primas se utilizavam, sobretudo milho, soja, sêmea de trigo, farinha de peixe, e, por vezes bagaço de girassol, trigo ou cevada; muita da formulação era feita com máquina de calcular e tabelas nutricionais; surge o Spectrum, computador de jogos de crianças ligado a uma TV, que utilizando um programa gravado numa cassete de música, lá permitia fazer uma fórmula em uma hora se não houvesse enganos a introduzir os dados, pois a sua digitação era cega e não aparecia no écran. Uma vez, tendo-se avariado o disco externo que carecia de ambiente refrigerado, do computador da empresa em que trabalhava, tive que me servir dum Spectrum: para fazer uma fórmula de perus e tentar otimizá-la por
erro e tentativa. Levei 5 horas, e, valeram as imperiais que o cliente e eu bebemos enquanto o computador se “arrastava “…!!!!
– Pelo menos um Premixer independente das multinacionais investe (na compra de time sharing de formulação) e mais tarde num computador de 20 Megas, sim, 20 Megas, não, não é engano, e, monta uma fábrica de pré-misturas que comprara em segunda mão: a importação de premixes dá lugar ao fabrico local em que todas as pesagens são feitas manualmente, pois a fábrica constava de uma misturadora, ensacadora e balanças; O "20 Megas" permitia fazer em tempo record bastantes fórmulas, e uma otimização de custos que não existira antes. Foi um salto enorme em termos de prestação de serviços, que, como contrapartida, fazia escoar os produtos da fábrica recém instalada.
– Em 1983 Portugal é intervencionado pelo FMI, e 1983 e 1984 são anos de forte reces são: a inflação dispara, não há divisas para aquisição de matérias-primas e, as fábricas de alimentos compostos reduzem e rateiam a sua produção e chegam a vender alimentos a pré pagamento para garantirem aos clien tes o seu fornecimento o que ainda assim muitas vezes não eram capazes de cumprir.
– Começa a busca de matérias-primas alter nativas como DDG, Corn Glúten Feed, Man dioca; a falta de milho levou a fabricarem-se alimentos para poedeiras com de Mandioca, o que obrigava a granular/ migalhar esses alimentos para poderem ser ingeridos pelos animais; teores altos de Mandioca e Carbonato de Cálcio do ali mento para poedeiras pela sua abrasividade destruíam muito rapidamente os martelos dos moinhos. Julgo que poucas fábricas tinham noção do enorme custo adicional desta situação.
montando um laboratório e adquirindo um NIR. Hoje tem 12 NIR ligados em rede.
– Em 1994 a IACA altera os seus estatutos e acolhe os Produtores de Premixes, decisão de suma importância porque além de fortalecer a organização junta partners cujos interesses se complementam. Após um início algo conturbado, esta situação acabou por ser sanada e trazer um valor acrescentado da maior importância. Fora criada a Secção das Pré-Misturas que mais tarde nela integra os fabricantes/distribuidores de aditivos fechando-se um importante e frutuoso círculo, passando agora a chamar-se Secção de Pré-Misturas e Aditivos (SPMA).
– Com a enorme evolução do setor Agro-Pecuário hoje não existe mais o quadro refe-
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rido nos anteriores parágrafos: as matrizes nutricionais valorizadas em aminoácidos digestíveis, a disponibilidade de um maior número de a.a de síntese, Isoleucina, Arginina que se vêm juntar aos já existentes Valina, Triptofano, Treonina, Metionina e Lisina, o uso de Fitases permitindo a utilização de Fósforo ligado a fitatos, as carbohidrases aumentando a digestibilidade das matérias-primas, a utilização de minerais quelatados, entre outros, permite-nos fazer uma formulação de precisão sem prejuízo das performances animais, reduzindo a excreção de azoto, fósforo, cobre, zinco, ou seja uma PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL.
Luís Baptista Antigo Dirigente da TNA e da SPMA
– Foram anos negros, mas ganhava-se dinheiro no frango, no peru, nos ovos, nos porcos, no leite, nos bovinos.
– Multiplicam-se os fabricantes locais de Pré-Misturas, pelo menos 7 que me lembre, continuando a serem importados premixes.
– Em 1989 é criada em Portugal a primeira Fábrica de Premixes com dosagem automática de vitaminas, minerais e excipientes. A empresa que a instala toma também a dianteira na prestação de serviços laboratoriais
I CONGRESSO INSECTERA – CONGRESSO DEBATEU SUSTENTABILIDADE DOS INSETOS E OPORTUNIDADE DE UM NOVO SETOR BIOINDUSTRIAL
No passado dia 23 de outubro, nas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, realizou-se o I Congresso InsectERA, com o tema dos Insetos como Ferramenta de Sustentabilidade.
O Congresso contou com 50 posters, resultado da submissão de 56 abstracts, de autores internos e externos da Agenda. A qualidade dos trabalhos em curso é muito elevada e poderão ser consultados em Posters – Insectera – Agenda Mobilizadora. Para abrir a sessão do Congresso, foi orador convidado o Presidente do Município de Santarém, João Teixeira Leite, entidade que também integra a Agenda Mobilizadora InsectERA.
Na sua intervenção João Leite realçou a importância da Agenda e os seus objetivos referindo que, aderiram, desde a primeira hora, a este projeto, uma vez que se enquadra na ambição de Santarém: potenciar o crescimento económico de base empresarial. Esta ambição está patente num conjunto de investimentos em curso no Concelho, que ultrapassam os 210 milhões de euros, e outros já anunciados. Referiu, ainda, alguns dados que merecem a nossa atenção, como por exemplo, o crescimento das exportações das empresas do Concelho que, em 2023, cresceram mais de 16%, quando comparadas com ano anterior (2022).
Para a segunda intervenção o orador convidado foi o Presidente do Município de Cascais, Carlos Carreiras.
Salientou que este tipo de atividades, inovadoras e geradoras de conhecimento, têm sido a sua aposta, pois afirma ser importante estar disponível para novos desafios. Apesar destes, muitas das vezes, representarem um risco elevado, afirma que só assim se consegue diferenciar e criar riqueza para os territórios.
Carlos Carreiras, realçou a importância do PRR no apoio a projetos estruturantes para os territórios. Referiu e analisou, ainda, o Relatório Mario Draghi. Na sua opinião, pode e deve-se permitir um conjunto de instrumentos para potenciar a inovação e contrariar a trajetória da linha europeia atual de crescimento, quando comparada com as trajetórias da China e dos EUA. Terminou referindo que Cascais é um “Território Laboratório”, o que tem permitido ao concelho muitos ganhos no que toca à competitividade, através do apoio concedido a projetos disruptivos, liderando processos sociais, económicos e ambientais.
De seguida, foi dado início ao 1º painel do Congresso: Insetos: Fonte de Saúde, Sabor e Sustentabilidade
Diogo Palha, CEO da Thunder Foods e líder do Eixo InFood, apresentou os objetivos e desenvolvimentos do eixo e destacou a importância da sustentabilidade económica das empresas e da necessidade da agilidade das entidades públicas para levar as agendas a bom rumo.
O Congresso incluiu uma mesa redonda moderada por Simão Lima, Diretor de Qualidade da Thunder Foods e que contou com a presença de notáveis representantes de vários setores da cadeia de valor dos insetos, como a Dra. Vera Fernandes (Project Manager da Direção de Inovação e Novos Conceitos, na Auchan Retail), Norton Komora (Gestor de Projetos Cofinanciados na Casa Mendes Gonçalves), Eng. Pedro Queiroz (Diretor-Geral da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares), Eng. Ana Paula Bico (Diretora de Serviços de Nutrição e Alimentação da DGAV) e Dra. Flávia Santos (Nutricionista e formadora na área alimentar).
Luís Marques Mendes, também orador convidado, iniciou a sua intervenção referindo que, apesar de não ser um “conhecedor” da temática dos insetos, ficou surpreendido com o seu estudo sobre o tema. Salientou o grau de utilidade dos mesmos nas mais variadas aplicações. Reconheceu, ainda, que este projeto tem uma dimensão estratégica dada a sua inserção no Mundo Global mas, especialmente, na União Europeia. Recordou, também, o mau momento de competitividade da União Europeia, como ficou claro no Relatório Mario Draghi. Ao longo da sua intervenção, Luís Marques Mendes, afirmou ser muito preocupante que a Europa não esteja a conseguir inovar e transformar-se tecnologicamente, para a competitividade.
Sublinhou que Portugal vive, nos últimos 2 anos, momentos de oportunidades muito positivas, muito devido à aplicação do PRR mas, também, à forma como ele foi concebido. Concluiu considerando que, no essencial está bem estruturado, e o programa das Agendas Mobilizadoras foi uma decisão extraordinária, pois permitiu, pela 1ª vez em 50 anos, colocar as empresas a cooperar com o sistema científico nacional. Ana Monteiro, líder do Eixo InFeed, apresentou os objetivos e desenvolvimentos do eixo e os objetivos a que se propõe chegar. O Congresso incluiu uma mesa redonda moderada por Ana Monteiro, para o painel Muito Mais do que Proteína, que contou com a participação de individualidades empresariais e académicas do setor, Professor Divanildo Monteiro (Docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), Dr. António Isidoro (Administrador da Sorgal), Engº Jaime Piçarra (Secretário-Geral da IACA) e Engª Joana Pereira (Diretora Técnica da empresa petMaxi).
A apresentação da nova Sociedade de Entomologia Industrial, esteve a cargo da Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias, Maria dos Anjos Pires. Assistimos, também, à intervenção de Alexandre Trindade, que explanou os objetivos da Sociedade que se pretende criar, desafiando os doutorandos a juntarem-se a esta estrutura. Para o encerramento do Congresso, O Secretário-Geral da Agenda, António Campos, agradeceu a presença de todos e do apoio dos 42 parceiros da Agenda. Foi momento para se destacar os níveis de confiança que se tem alcançado, fruto de um claro esforço e empenhamento de todos.
Concluiu que só assim é possível acalentar a criação de um novo setor bioindustrial. Afirmou, ainda, que esta é uma Agenda que tem, na sua constituição, várias competências, que respondem a desafios concretos: ter unidades de I&D a colaborar com empresas, acelera o desenvolvimento e a transferência de tecnologia, permitindo testar soluções inovadoras. É importante destacar, tal como fez, que a Agenda possui 209 membros integrados nos 42 parceiros, e que a taxa de execução do projeto já atingiu os 40%.
Para terminar a sua intervenção, António Campos, agradeceu ao Município de Santarém, ao Município de Cascais, à Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, à Caixa Agrícola, Auchan, Mendes Gonçalves, à Agromais, Agrotejo, à FeedInov, à Faculdade Egas Moniz, InnovPlant Protect e P-Bio, que apoiaram esta grande iniciativa.
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Seguiu-se um momento de convívio, em que foi possível degustar um conjunto de produtos com adição de farinha de Tenébrio molitor e Grilo doméstico, produzidos pela Auchan e a Casa Mendes Gonçalves.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
IACA HOMENAGEIA PERSONALIDADES DO SETOR
Como tem sido habitual desde a primeira edição das Jornadas de Alimentação Animal, a IACA tem homenageado personalidades do Setor que se notabilizaram pelos serviços prestados à IACA e à Alimentação Animal, reconhecendo o seu mérito, colaboração, empenho, a missão de serviço e que nos inspiram a fazer mais e melhor.
Este ano não fugiu à regra e nas XIII Jornadas de Alimentação Animal, que coincidiram com o II Fórum de Alimentação Animal, a IACA/SPMA homenageou a Drª Ilidia Felgueiras e o Engº Jerónimo Pinto, cujas carreiras foram dedicadas à promoção, conhecimento técnico-científico e valorização da atividade pecuária, onde nos inserimos. Uma vez que estava ausente de Portugal, a Drª Ilidia não esteve presente, com o seu irmão, Professor Manuel Chaveiro Soares a ser o portador do Prémio.
Ilidia Felgueiras trabalhou no INETI e substituiu a Drª Armanda Severo na ligação à IACA, quer ainda nas funções ligadas ao Laboratório e assumiu a presidência da CT 37 desde 2008, terminando o Mandato
já este ano, por sua vontade, passando esse testemunho para a Engª Ana Cristina Monteiro.
Jerónimo Pinto é especialista em Sustentabilidade e Inovação Agroalimentar com uma vasta experiência no setor. Ao longo da sua carreira desempenhou diversos papéis de liderança e gestão. Atualmente, é Sócio-Gerente da SUSTENTINOV, LDA, uma empresa focada em sustentabilidade e inovação agroalimentar, onde começou a atuar em 2024. Antes disso, trabalhou na Eurocereal de 2004 a 2024, especializando-se em nutrição de ruminantes, incluindo premix’s, rações e arraçoamentos. Representa a IACA no Comité de Sustentabilidade da FEFAC, sendo membro do GFLI.
A Revista “Alimentação Animal” felicita os homenageados e agradece tudo aquilo que fizeram em prol da IACA e do setor que, orgulhosamente, representamos.
FICHA TÉCNICA
ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC- 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXXV Nº 130
Outubro / Novembro / Dezembro 2024
DIRETOR
José Romão Braz
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO
Ana Monteiro
Jaime Piçarra
Pedro Folque
Manuel Chaveiro Soares
Rui Gabriel
COORDENAÇÃO
Jaime Piçarra
Amália Silva
Serviços IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE
(incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos)
IACA - Av. 5 de Outubro, 21 - 2º E 1050-047 LISBOA
TEL. 21 351 17 70 (Chamada para a rede fixa nacional)
iaca@iaca.pt iaca.revista@iaca.pt
SITE www.iaca.pt
EDITOR
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA EXECUÇÃO DA CAPA
Salomé Esteves
EXECUÇÃO GRÁFICA
Sersilito - Empresa Gráfica, Lda.
Travessa Sá e Melo, 209 4471-909 Gueifães - Maia
PROPRIETÁRIO
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA Av. 5 de Outubro, 21 - 2º E 1050-047 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO
EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA
Data
01
03
04
07
08 a 10
11
OUTUBRO
• Reunião de Direção da IACA, Lisboa
• Reunião Eixo InFEED – Projeto InsectERA, Online
• Entrega de Ração na região Centro com o Ministro da Agricultura (IACA Solidária).
• Comemoração do Dia Mundial do Animal, Santarém
• Reunião da Proteção Civil, Carnaxide
• Reunião do Comité da Alimentação para Peixes da FEFAC, Bruxelas (híbrido).
• Reunião do Colégio dos Diretores-Gerais da FEFAC e com a Presidência da Hungria, Budapeste
• Reunião do Comité de Premix e Minerais da FEFAC, Online 16
• Reunião Direção FIPA, Lisboa (híbrido) 17
18
21 e 22
23
25
28
05 e 06
07
07 a 09
13
14
18
19
20
22
25
• Reunião Direção FeedINOV, Online
• Reunião Direção SPMA, Lisboa (híbrido)
• Reunião da Comissão de Acompanhamento do PDR 2020, Braga.
• 1º Congresso InsectERA, Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, Cascais
• Reunião Comissão Técnica – CT 37, Lisboa, híbrido
• Reunião “Ad-hoc” FEFAC Comité Segurança Alimentar – Aflatoxina, Online
• Conferência do Projeto Internacional SCAR, INIAV
• Conferência USSEC, Hotel Myriad Oriente
• XXIV Congresso Nacional de Zootecnia, Espaço AGROS, Póvoa de Varzim
• Reunião Direção FIPA, Lisboa (híbrido)
• Reunião FEFAC Board, Bruxelas, Híbrido
• Conferência da CORTEVA, Santarém
• Reunião Técnica TECADI/Lallemand, SAPOR, Cartaxo
• Reunião do Comité Segurança Alimentar da FEFAC, Online
• Conferência dos 35 Anos da AGROGÉS, Lisboa
• Webinar IACA/Valorfito – Esclarecimento relativo ao Sistema de Gestão de Resíduos de Embalagens VALORFITO, Lisboa, Online
• Reunião de Direção da IACA, Lisboa
• Reunião Eixo InFEED – Projecto InsectERA, Online 26
27
Data
01
03
• Reunião Projecto HubRAM – Aves, Online
• Prémio Inovação Agricultura 2024, SIC, Paço de Arcos
• Reunião Conselho Fiscal IACA, Híbrido
DEZEMBRO
• Conferência sobre Agricultura e Mundo Rural, Ferreirim
• Reunião do Conselho Consultivo e de Presidentes da FIPA, Lisboa 04 a 06
• Assembleia-Geral da CAP Network, Bruxelas 05
• Reunião EUDR Information System training, Online 09
• Reunião EUDR Information System training, Online 10
• Assembleia-Geral InsectERA, Online 11
• Reunião do Comité de Nutrição Animal da FEFAC, Online
• Audiência IACA/ACICO no Ministério das Infraestruturas sobre o dossier SILOPOR, Lisboa
• Reunião de Direção IACA, Lisboa, Híbrido
12
• Assembleia-Geral IACA, Lisboa, Híbrido
• Assembleia-Geral FeedInov, Santarém, Híbrido 13
• Assembleia-Geral CIB, Lisboa, Híbrido 16
• Reunião da Comissão de Acompanhamento do PEPAC Continente, Lisboa, Híbrido
• Reunião Projecto HubRAM, Online 17
• Assembleia-Geral FIPA, Lisboa, Híbrido 18
• Reunião do Conselho Consultivo dos Cereais, GPP, Híbrido
De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt
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