N.º 111 JANEIRO A MARÇO 2020 (TRIMESTRAL) ANO XXXI 3€ (IVA INCLUÍDO)
PERSPETIVAS E REFLEXÕES PARA 2020...? A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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A LIMEN TAÇÃO AN IMAL
ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL
PERSPETIVAS
António Santana Diretor da IACA
ÍNDICE 03 EDITORIAL 04 TEMA DE CAPA 06 PERSPETIVAS 2020 24 OPINIÃO 28 INVESTIGAÇÃO 34 PARCERIAS 36 SPMA 40 NOTÍCIAS DAS EMPRESAS 42 NOTÍCIAS 50 AGENDA
No início do mês de março, o Secretário-Geral da IACA lançou-me o desafio de escrever um texto nesta Revista, com uma palavra chave – PERSPETIVAS. A sua intenção era a de que eu partilhasse a minha visão sobre o futuro do setor da alimentação animal num quadro em que o mesmo se via confrontado com uma série de nuvens tempestuosas como a poluição causada pelos animais, o aumento das tendências para o veganismo e a consequente diminuição de consumo de produtos de origem animal ou, ainda, a produção de carnes sintéticas ou de laboratório. Estava eu a digerir o desafio e a converter a ideia em palavras quando, vindo do lado para o qual se deslocou Marco Pólo, nos chegou um determinado “senhor” a quem chamaram coronavírus, porque tem coroa de rei, mas que rapidamente denominaram de algo mais científico-COVID-19. A chegada deste “senhor” mudou tudo e em muito pouco tempo. Calou as preocupações anteriores à sua chegada, colocou os Países em estado de emergência, obrigou Donald Trump, Boris Jonhson, Jair Bolsonaro, este na altura em que escrevo este texto ainda resistente, a engolir em seco (como os sintomas da doença) e meterem ao bolso a sua arrogância. Quem diria? Pois, mas esse “senhor” também me apanhou a mim no meio de uma integração de empresas, obrigou-me a alterar formas de trabalhar, mas não eliminou a minha e nossa determinação em conseguir que este projeto seja um sucesso para nós e para os nossos parceiros. Mas, mesmo assim, obrigou-me a refletir se queria mesmo falar das perspetivas 2020/30, ou se isso neste momento não nos obriga a repensar muitas coisas. Comecemos pela interligação da economia mundial. Será que a globalização é suficientemente equilibrada e nos permitirá produzir de forma sustentada em todo o mundo? Ou será que estamos a deslocar produções para áreas que deveríamos proteger em nome de uma economia mais rentável? Será que é justo comprar mais barato quando o que se compra mais barato depende de países que não respeitam os direitos humanos, ou as crianças, ou a igualdade de género, ou as raças e como consequência enfrentamos os desequilíbrios que provocam as migrações em massa? Justifica-se tudo isso porque podemos comprar roupas mais baratas, comida mais barata, carros e gadgets muito mais baratos, etc.? Será que se justifica abandonar as nossas terras deixando-as a criar mato a potenciar incêndios e, como consequência, mais poluição e mais desequilíbrio, em nome de uma produção mais barata na Amazónia ou em países com regras sanitárias diferentes para produzir em clara concorrência desleal? Não será tempo de olhar para os nossos agricultores e dar-lhe o valor que realmente têm? Não será tempo de assumir que a produção de alimentos deve ser uma prioridade nacional? Não será tempo de perceber que uma nova economia mais científica, onde os avanços permitem produzir mais e mais seguro, com menos terra e menos uso de água e produtos indesejáveis para o ambiente, possa ser uma realidade positiva? Não será tempo de pensar que o ensino à distância pode potenciar mais retenção de jovens no interior e menos deslocações para os grandes centros, para além de menos gastos para as famílias e um ensino mais democrático? Não será tempo de pensar que se podem usar mais os meios eletrónicos para facilitar a vida dos cidadãos na relação com o estado? Não será tempo de dar prioridade ao conhecimento científico e ultrapassar os medos daqueles que se recusam a perceber que não podemos continuar no modelo que temos? Se há um dado, entre muitos que serão escalpelizados, seguramente, que fica claro, e que este vírus provocou também, é que a poluição diminuiu e muito com as paragens das economias, menos viaturas a circular, menos barcos, menos aviões em suma menos uso de combustíveis fosseis. Basta ver os mapas de Itália e China sobre os níveis de poluição durante os períodos de emergência. Se antes as vacas eram culpadas pela poluição e as mesmas continuam a produzir e comer como sempre, já podemos dizer Aleluia!! as vacas não são as culpadas da poluição. Outro dado extremamente relevante foi a impossibilidade de parar o que é essencial, a produção de alimentos para o ser Humano. A cadeia alimentar, onde estamos inseridos foi, é e será determinante para o bem-estar de todos os cidadãos sejam eles urbanos ou não e essa realidade é inegável e inquestionável. Esperemos que todos sejam capazes de o entenderem e que todos aplaudam, também, os heróis deste setor, que na frente da batalha, correndo riscos de serem contaminados pelo maldito vírus, trabalharam e trabalham dia e noite para que nada falte nas nossas mesas. Temos agora uma oportunidade única de demonstrar o valor incomensurável do setor primário e comunicar com os consumidores para que tenham a certeza de que somos responsáveis e nos aplicamos diariamente para fazemos bem o nosso trabalho. Caro Jaime Piçarra, se tenho que terminar com a palavra perspetivas, termino dizendo: perspetivo que depois desta emergência mundial teremos que construir um mundo onde o conhecimento científico, o respeito pelos direitos do homem, a igualdade de género e raças e a sustentabilidade, se sobreponham aos medos e aos receios daqueles que gostam de cavalgar o lucro fácil, o populismo barato e a ignorância. A L I ME N TAÇÃO A NI M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA
N.º 111 JANEIRO A MARÇO 2020 (TRIMESTRAL) ANO XXXI 3€ (IVA INCLUÍDO)
PERSPETIVAS E REFLEXÕES PARA 2020...?
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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L
PARA ALÉM DO COVID-19 Nos 31 anos de publicações da Revista “Alimentação Animal” nunca produzimos uma edição que, antes de ir para a gráfica, já estivesse desatualizada no seu Tema de Capa e naquilo que pretendia ser a sua essência. De facto, em apenas um mês, – durante o mês de março – , tudo mudou e travamos, hoje, a batalha das nossas vidas (pelo menos a grande batalha da minha geração). Se pensávamos que tudo estava garantido e adquirido, a pandemia colocou o nosso modo de vida em causa: a forma como vivemos em Sociedade, fazendo-nos lembrar os filmes e séries de ficção científica, numa realidade que pode ultrapassar os piores cenários se não enfrentarmos a pandemia com coragem, coerência e numa cooperação global, com particular enfase, para a estratégia da União Europeia. Com efeito, tivemos de alterar um pouco o título da Revista, deixando no ar muitas reticências e interrogações, porque as perspetivas são algo sombrias e irão para além dos próximos dois anos. Por isso, esta nossa reflexão vai ser orientada numa outra direção porque vai haver (tem de existir) Vida para além do COVID-19. Nestes tempos estranhos, impõe-se recordar duas frases muito utilizadas por alguns “mentores” do nosso Setor: “Vossa Excelência sofre de fartura”, de Eça de Queiroz – referenciada pelo Prof. Chaveiro Soares – , e “uma pessoa com fome, só tem um problema” do Prof. Divanildo Monteiro, para ilustrar os grandes desafios de uma era pré-COVID 19. Mas o que ficará depois desta pandemia? Que lições deveremos tirar? Nas excelentes reflexões que deixamos nesta edição da “AA”, António Santana, no Editorial, centra-se em muitos aspetos importantes da Sociedade em que vivemos, nas suas múltiplas dimensões, políticas, sociais e económicas, e Pedro Folque, nas notas da SPMA, relembra que estamos numa “vida em suspenso”, em que nada faz sentido, nem a FEFAC, a IACA, os dossiers do Pacto Ecológico Europeu entre outros. Na verdade, o que está em causa é a vida humana, a nossa sobrevivência, aquilo que temos de mais essencial e que urge ser preservado. A Saúde é um valor de que só nos lembramos quando estamos verdadeiramente em perigo, numa Sociedade que, infelizmente, tem avançado para o individualismo, falta de solidariedade e em que esquecemos as consequências do pós-guerra, – o grande pilar da construção da União Europeia. Isto para além das respostas (ou falta delas) ao investimento nos sistemas de saúde.
Mas as reflexões levam-nos igualmente a uma outra nota relevante: a importância da agricultura, do agroalimentar, da alimentação humana e animal, que nós sabíamos que era importante, mas que a crescente população urbana desconhecia ou ignorava (queria ignorar ou fechar os olhos), criticando, ou pondo em causa, o contributo da Alimentação para o equilíbrio social e económico. E, não menos importante, a soberania alimentar. Os incêndios florestais já nos tinham alertado para os desequilíbrios em Portugal, com o abandono do Mundo Rural, das populações que vivem no interior, da desertificação e diminuição de explorações e efetivos, da importância da atividade pecuária na preservação do ambiente e da paisagem, porque não podemos abandonar o combate às alterações climáticas, mas talvez agora encará-lo numa outra perspetiva. Afinal, as vacas continuam por cá (como todos sabemos), mas as medidas tomadas pelos diferentes Governos – à escala europeia e global – têm conduzido a uma quebra significativa na poluição e nas emissões de GEE. Onde está o verdadeiro problema? Por outro lado, os sistemas que têm sido postos em causa por alguns media e alguma opinião pública ou publicada “de barriga cheia”, que olham (olhavam?) para o mundo rural de uma forma edílica ou romântica, afinal são esses mesmos sistemas que estão a levar a comida aos portugueses para que a cadeia alimentar funcione. Urge ainda refletir sobre mais duas questões importantes: o comércio internacional e a ciência. No primeiro, será importante salientar uma evidência que todos sabíamos e que pouco era colocado em causa, pela necessidade de sermos competitivos à escala global. Há quanto tempo assistimos a encerramentos de empresas europeias e à sua deslocalização para outras regiões do globo, em particular para a China? E olhemos para a dependência europeia da China, por exemplo ao nível de aditivos e oligoelementos e uma série de produtos para a alimentação animal e humana? Aqueles que precisamente são os que têm registado casos de alerta no RASFF. E as regras de segurança alimentar, ambientais, condições de trabalho, bem-estar animal e outras? Esta dependência e atropelos às regras da livre concorrência não podem ficar sem resposta no pós-COVID 19. Finalmente, a Ciência, que sendo sistematicamente recusada em muitos dos temas ligados à alimentação ou aos sistemas agroalimentares, em nome do princípio da precaução, – tantas vezes politizada em nome do populismo e da democracia – como a biotecnologia ou as novas técnicas de melhoramento de
plantas – , pode ganhar uma nova relevância e atualidade, quando se colocaram (e bem) os médicos e cientistas a definir os melhores caminhos e soluções, para que os decisores políticos possam tomar as melhores opções: proteger a saúde pública e preservar a economia, mesmo sabendo que é um equilíbrio bem difícil de se atingir, sobretudo numa economia global e interdependente. Contudo, significa que deverá existir uma maior cooperação à escala global. E é por demais evidente que a Ciência e o Conhecimento têm de estar na base da construção das políticas públicas. Deixei aqui quatro notas para reflexão: Saúde, Alimentação e Agroalimentar, Comércio Internacional e Ciência. Porém, muitas outras haveria como a forma como nos organizamos em Sociedade, a ligação com os mais velhos, o teletrabalho, as escolas e universidades, as pequenas lojas e pequeno comércio, de bairro, a relação de proximidade, os stocks estratégicos (abandonados nos últimos anos, com exceção do petróleo), o funcionamento da União Europeia e as suas incoerências, o consumismo, o que é verdadeiramente essencial. Na altura em que escrevemos este texto, temos 28.000 mortes em todo o mundo e 1/3 da população mundial em isolamento, com mais de 600 000 pessoas infetadas e nos próximos dias estes números irão aumentar rapidamente. Itália e Espanha vivem uma situação dramática, os EUA e Brasil, infelizmente, para lá caminham, e em Portugal, com o Estado de calamidade pública em Ovar, e de emergência em todo o País, com a possibilidade de ser prolongado, já sabemos que o pico da doença se vai atingir em maio, o que significa que vamos ter mais mortos e casos a lamentar, não sendo de excluir mais zonas de isolamento e cercas sanitárias e mais tempo de paragem. Mais impacto económico negativo, que pode atingir uma quebra até 8.5% do PIB e um desemprego até 13%. Depois das perspetivas de 2019 e as previsões que tínhamos para 2020, apesar de tudo… inimaginável. Afinal, é tudo relativo! Durante este período a indústria da alimentação animal não tem parado, não irá parar. Pese embora as dificuldades de assegurar o funcionamento de normalidade, com toda a pressão e stress, os trabalhadores e as empresas têm sido verdadeiros heróis na linha da frente e aqui lhes deixamos a justa Homenagem, juntamente com os profissionais de saúde, da logística, de limpeza e higiene,
todo o Agroalimentar e os que lutam diariamente para que não faltem bens essenciais nas nossas mesas e possamos viver ainda com alguma normalidade, neste forçado isolamento mas essencial para travar esta batalha. A IACA também não tem parado e os nossos Associados sabem bem o que temos feito, onde estamos e como os temos ajudado a enfrentar estas dificuldades. Em linha aberta com o Governo, com a DGAV e GPP, com os nossos parceiros de Fileira, e em Bruxelas,
com a FEFAC e os colegas europeus, a quem também agradecemos. Força, Coragem, Resiliência e Determinação… As vidas que o coronavírus ceifou têm de valer a pena para que o Mundo possa mudar e nós com ele. Tenho a esperança de que nada ficará como dantes, porque a pior pandemia é a que nos tolhe a capacidade de agir, pensar e não aprender com as crises. Jaime Piçarra
#industriaalimentarporsi Obrigado a todos os profissionais que estão na linha da frente deste combate e continuam todos os dias a produzir a alimentação humana e animal
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
INDÚSTRIA AGROALIMENTAR – PRIORIDADES PARA A LEGISLATURA No momento em que lemos esta revista o nosso
de várias categorias de produtos alimentares,
futuro está de certa forma suspenso, com todas
tendo sido assinado um compromisso alargado
as energias centradas no combate ao COVID-19,
que envolve a redução progressiva dos teores de
com foco prioritário na saúde pública, mas também com a dura tarefa de manter vivas a economia e as nossas empresas. Os próximos anos não Pedro Queiróz
irão certamente fazer abrandar a complexidade dos desafios que se têm vindo a colocar a toda a economia nacional e em particular à indústria agroalimentar. Foi com o objetivo de sublinhar as
açúcar, sal e gorduras trans em várias categorias de produtos alimentares. DESAFIOS • Adoção de uma política nacional, num clima de diálogo e sustentação científica, para a
prioridades do setor que a FIPA fez uma ronda
promoção de estilos de vida saudáveis, com
pelos partidos políticos atualmente com assento
particular enfoque nas dietas alimentares e
parlamentar, alertando que é prioritário promo-
no exercício físico;
ver um compromisso nacional em torno da nossa indústria, envolvendo todos os decisores políticos, parceiros e sociedade civil, que permita: • Promover estilos de vida saudáveis e a mudança de perceções sobre a indústria agroalimentar, com vista ao reforço da confiança dos consumidores e da reputação do setor; • Reforçar a competitividade industrial, apostar na investigação, desenvolvimento e inovação e alavancar o crescimento externo, para fomentar o emprego; • Assegurar um enquadramento legal simples, estável e não discriminatório, que tenha por base as evidências científicas;
• Dar a devida evidência ao trabalho que a indústria alimentar já vem desenvolvendo há vários anos e que se tem refletido numa oferta alimentar cada vez mais diversificada e adaptada às novas exigências dos consumidores e da sociedade em geral; • Promoção de uma abordagem holística no combate à obesidade e às doenças não transmissíveis; • Valorização do papel da indústria agroalimentar como parte da solução e reconhecimento do caráter evolutivo dos vários compromissos de autorregulação;
• Mobilizar para uma abordagem sensata à relação
• Dar enfoque ao facto de estilos de vida saudáveis
única que a indústria agroalimentar tem com a
serem compatíveis com o consumo adequado da
sua envolvente, garantindo a preservação dos
generalidade dos alimentos.
recursos e a sustentabilidade numa perspetiva económica, social e ambiental.
PROMOÇÃO DE ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS A indústria agroalimentar tem sido pioneira no lançamento de iniciativas que visam a permanente inovação e adequação dos produtos alimentares, uma melhor comunicação com os consumidores e, acima de tudo, a promoção de escolhas diversificadas e de uma alimentação saudável. Em 2019 a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, a APED – Associação Portu-
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
EQUILÍBRIO NA RELAÇÃO ENTRE FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES A FIPA tem sido parceira muito ativa no âmbito da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar, tendo contribuído para a revisão do diploma legal que regulamenta as Práticas Individuais Restritivas do Comércio, e uma das principais promotoras da criação, implementação e monitorização do Código de Boas Práticas Comerciais para a Cadeia de Abastecimento Agroalimentar. Tem acompanhado as diferentes
guesa de Empresas de Distribuição e um conjunto
iniciativas europeias, nomeadamente o processo de
de associações setoriais chegaram a um entendi-
adequação do quadro legal comunitário e o meca-
mento com o Ministério da Saúde para o estabe-
nismo de autorregulação desenvolvido no âmbito
lecimento de metas de reformulação nutricional
da Supply Chain Initiative.
DESAFIOS • Afirmação da posição no seio da PARCA com vista à discussão e implementação de medidas focadas na promoção da transparência, equidade e não discriminação de marcas; • Promoção da transposição da Diretiva (UE) 2019/633, relativa a práticas comerciais desleais nas relações entre empresas na cadeia de abastecimento agrícola e alimentar, de forma adaptada à realidade do tecido empresarial nacional e de forma a não prejudicar o atual quadro-legal; • Participação ativa nas iniciativas de revisão do quadro-legal sobre práticas individuais restritivas do comércio; • Acompanhamento da implementação e monitorização eficaz do Código de Boas Práticas Comerciais para a Cadeia de Abastecimento Agroalimentar.
SUPORTE À EXPORTAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO O caminho para a exportação e a internacionalização das empresas nacionais, como forma de conquista de novas oportunidades, tornou-se uma inevitabilidade. A qualidade dos nossos produtos, associada a um reforço das redes de contactos dentro e fora da União Europeia, revela, por si só, um enorme potencial de sucesso junto de outros mercados e permitirá, em vários casos, um ganho de dimensão do setor e da economia nacional. Durante as últimas legislaturas, a FIPA tem sido parceira incontornável na definição das políticas nacionais para a internacionalização do setor agroalimentar, tendo apresentado aos sucessivos Governos os seus “Contributos para uma Visão Estratégica”. DESAFIOS • Utilização de Portugal como plataforma de exportação em articulação com o crescimento e sustentabilidade do mercado interno; • Desenvolvimento de políticas económicas e diplomáticas de incentivo à exportação com vista à afirmação das marcas;
ADEQUAÇÃO DA POLÍTICA FISCAL À COMPETITIVIDADE Desde o início das primeiras discussões sobre Planos de Estabilidade e Crescimento que a FIPA tem procurado munir os decisores políticos com informação credível e apoiada na realidade do mercado para evidenciar o efeito negativo que o aumento desajustado da carga fiscal tem sobre o consumo, as
DESAFIOS • Adequação dos programas de apoio à atividade transformadora, colocando o foco em atividades de investigação e desenvolvimento com caráter aplicado e inovador; • Focalização dos incentivos públicos no apoio às empresas, para compra de serviços às Entidades do Sistema Científico e Tecnológico;
empresas e o emprego. Nos últimos anos,
• Consolidação da articulação com outras enti-
tem surgido, de forma mais ou menos evi-
dades de reconhecido interesse estratégico
dente, a ameaça de impostos especiais ao
para o setor, com enfoque no apoio a proje-
consumo, cujos efeitos práticos não têm
tos de IDI e de cooperação empresarial.
grande sustentação, e que acabaram por vir a discriminar negativamente alguns produtos e a colocar em causa, de forma generalizada, a reputação de um setor estratégico para a nossa economia, promotor de altos padrões de segurança dos alimentos e com constante investimento na inovação. DESAFIOS • Liderança de iniciativas que contraponham a implementação de impostos especiais ao consumo e discriminatórios de categorias de produtos alimentares; • Enquadramento dos produtos alimentares na taxa reduzida ou intermédia
TRANSIÇÃO PARA A ECONOMIA CIRCULAR A promoção da Economia Circular é um tema da maior importância e atualidade, fundamental para garantir a sustentabilidade ambiental e reforçar a prioridade de conciliar o respeito pelo ambiente com as necessidades dos consumidores e da indústria agroalimentar. Em 2018, a FIPA estabeleceu com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente um Acordo Circular, visando a colaboração institucional no âmbito do processo de transição para a economia circular, considerando formas concretas de cooperação e coordenação.
do IVA, pugnando por uma tributação equilibrada;
DESAFIOS
• Promoção da discussão da envolvente fis-
• Promoção dos conceitos de economia cir-
cal do setor com o Governo e o Parlamento,
cular e de ecodesign das embalagens de
em articulação com os compromissos de
alimentos e bebidas;
reformulação.
• Identificação das barreiras à reciclabilidade e à circularidade das embalagens;
CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA PÚBLICA DE INCENTIVOS À INOVAÇÃO Há mais de uma década que a FIPA se tem posicionado como interlocutora da indústria agroalimentar no que respeita quer à participação na definição de políticas de incentivo e apoio à investigação, desenvolvimento e inovação, quer à disseminação do conhecimento
• Informação e dotação dos técnicos das empresas do setor com ferramentas de apoio à tomada de decisões; • Promoção do esclarecimento de conceitos e definições para suporte à comunicação ambiental e orientação no uso de alegações ambientais harmonizadas e/ou certificadas; • Defesa do cumprimento das metas fixadas na Diretiva Europeia relativa aos resíduos, bem
• Colaboração ativa nas iniciativas de identificação de barreiras e mercados-alvo e de promoção externa;
técnico-científico. A participação no consórcio ção de vários projetos em áreas como a segu-
na Estratégia Europeia para os Plásticos;
• Promoção de linhas de financiamento de apoio à exportação, privilegiando as empresas capacitadas e evitando o desperdício de recursos.
rança dos alimentos, inovação nos alimentos
• Apoio à implementação de um Sistema
tradicionais, nutrição, eficiência energética e
de Depósito-Reembolso (SDR) aprovado
pegada de carbono, com apoio dos sucessivos
pelas autoridades competentes e gerido
programas comunitários.
pela indústria.
europeu SPES tem permitido a implementa-
como para o alcance das ações estabelecidas
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
PERSPETIVAS DA SUINICULTURA PORTUGUESA PARA O ANO 2020 Sempre que o calendário muda de ano é hora de balanços, prognósticos e desejos. 2019 chegou ao fim com um setor valorizado, atingindo os 620 milhões de euros de contribuição para o PIB português, só no setor da produção, sendo o setor da produção animal que maior rendimento gerou em 2019. Esta valorização deveu-se ao aumento de preços e não ao aumento da produção, que se manteve estável. Outra alteração notável na caracterização da suinicultura portuguesa tem a ver com o top de países João Bastos
com os quais temos relações comerciais. Até 2016 a Venezuela era o principal destino das exportações portuguesas, seguida de Espanha, Angola e Reino Unido. Devido às circunstâncias conhecidas, em 2017 e 2018 o top-5 passou a estar ocupado, nesta ordem, por Espanha, Angola, França e Japão, com estes mercados a renderem à produção nacional cerca de 60 milhões de euros em cada um dos dois anos. Em 2019 o ranking alterou-se significativamente com a entrada direta da China para o segundo lugar do top, somente superada por Espanha, para onde se continuam a exportar bastantes animais vivos para abate. A evolução do mercado sugere que em 2020 a China superará amplamente Espanha fazendo com que o valor arrecadado dos cinco principais destinos de exportação mais que duplique. Este é um indicador importante que convence inclu-
ção, mas é aqui que residem as principais limitações ao crescimento do setor. O setor enfrenta um garrote administrativo cada vez mais sufocante personificado por uma tutela ambiental norteada por uma agenda radical de combate à produção. Se no capítulo ambiental a Europa se rege por leis, Portugal rege-se por opiniões, como é exemplo a recente nota interpretativa emitida pelas CCDR e APA sobre a definição de capacidade instalada de uma exploração, que é tão abusiva do ponto de vista legal, como do ponto de vista institucional, levando a Comissão Europeia a questionar o Governo Português sobre o cumprimento dos compromissos em matéria de bem-estar animal e de redução do uso de antibióticos. O problema ambiental será o desafio que a produção de proteína animal enfrentará nos próximos anos, como ficou patente nos objetivos traçados pela administração Von der Leyen, plasmada no Green Deal. A produção suinícola portuguesa só tem um caminho possível: liderar a sua própria transição para modelos produtivos que tendam para a neutralidade carbónica e desenhar um plano que acomode três eixos: crescimento económico, eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental. Para que possamos continuar a prosperar no(s) próximo(s) ano(s) novo(s).
sivamente os mais céticos sobre a necessidade de o país exportar… até um país deficitário em carne de porco, coisa que Portugal não é, se entendido no contexto ibérico. A fileira nacional da carne de porco começa a dar os primeiros passos na sua significativa afirmação internacional e o horizonte não se esgota na China. As exportações continuam a aumentar para o impor-
| 1% Açores
com a Coreia do Sul continuarão a ser desenvolvi-
• 1,74 Euros/kg preço médio pago ao produtor
É nestes procedimentos que a FILPORC – Associação Interprofissional da Carne de Porco – emerge como um elemento facilitador e potenciador da
A LIMEN TAÇÃO AN IMAL
• 203 195 Reprodutoras (45% Centro | 39% Alentejo | 10% Grande Lisboa | 4% Norte | 1% Algarve • 5 605 628 Suínos abatidos | 364 419 toneladas
mercado das Filipinas.
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• 2 220 534 Suínos
tante mercado do Japão, as relações comerciais das e aguardamos a possibilidade de abertura do
Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores
Síntese 2019 Portugal
• 4 953 Explorações com declarações de existências de Suínos (em atividade) • 619,05 Milhões de euros – volume de negócios da produção
internacionalização do setor.
• 124 Milhões de euros de exportações
Dado o desempenho da atividade no último ano, o
• 70% Autoaprovisionamento
seguinte passo lógico seria o aumento da produ-
• 43,7 kg per capita de consumo
11.. SSíínnttee2ss220 ee 2200534 1199 PPSuínos oorrttuuggaall
203 195 Reprodutoras (45% Centro | 39% Alentejo | 10% Grande Lisboa | 4% Norte | 1% Algarve | 1% Açores 22 220 220 534 534 Suínos Suínos 5 605 628 suínos abatidos | 364 419 toneladas 203 203 195 195 Reprodutoras Reprodutoras (45% (45% Centro Centro || 39% 39% Alentejo Alentejo || 10% 10% Grande Grande Lisboa Lisboa || 4% 4% Norte Norte || 1% 1% Algarve Algarve || 1% 1% Açores Açores 1,74 Euros/kg preço médio|pago ao produtor 5 605 628 suínos abatidos 364 5 605 628 suínos abatidos | 364 419 419 toneladas toneladas 4 953 Explorações com declarações de existências de suínos (em actividade) 1,74 1,74 Euros/kg Euros/kg preço preço médio médio pago pago ao ao produtor produtor 619,05 Milhões de com eurosdeclarações - volume dedenegócios da produção 4 953 Explorações 4 953 Explorações com declarações de existências existências de de suínos suínos (em (em actividade) actividade) 124 Milhões de euros de exportações 619,05 619,05 Milhões Milhões de de euros euros -- volume volume de de negócios negócios da da produção produção 70%Milhões Autoaprovisionamento 124 124 Milhões de de euros euros de de exportações exportações 43,7 kg per capita de consumo 70% 70% Autoaprovisionamento Autoaprovisionamento 43,7 43,7 kg kg per per capita capita de de consumo consumo
2. EEfetivo fectivo suinsuinícola ícola | Evoluç|ãoEvolução dos principaidos s indicprincipais adores nacionaindiis . 22.. EEcadores ffeeccttiivvoo ssuuiinníínacionais ccoollaa || EEvvoolluuççããoo ddooss pprriinncciippaaiiss iinnddiiccaaddoorreess nnaacciioonnaaiiss 3 3 Reprodutoras (2011 - 2019) 3.. RReepprroodduuttoorraass ((22001111 -- 22001199))
205000 200000 205000 205000 195000 200000 200000 190000 195000 195000 185000 190000 190000 180000 185000 185000 175000 180000 180000 170000 175000 175000 170000 170000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2011 2011 2012 2012 2013 2013 2014 2014 2015 2015 2016 2016 2017 2017 2018 2018 2019 2019 Futuras Reprodutoras (2011 - 2019) FFuuttuurraass RReepprroodduuttoorraass ((22001111 -- 22001199))
25000 25000 25000 20000 20000 20000 15000 15000 15000 10000 10000 10000 5000 5000 5000 0 00
2011
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2011 2011 2012 2012 2013 2013 2014 2014 2015 2015 2016 2016 2017 2017 2018 2018 2019 2019 Porcos em engorda (2011 - 2019)
2100000
PPoorrccooss eem m eennggoorrddaa ((22001111 -- 22001199))
2100000 2000000 2100000 2000000 1900000 2000000
1900000 1800000 1900000 1800000 1700000 1800000 1700000 1600000 1700000 1600000 1500000 1600000 1500000 1500000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2011 2011 2012 2012 2013 2013 2014 2014 2015 2015 2016 2016 2017 2017 2018 2018 2019 2019
Produção suinícola | Evolução dos principais
PEm roduPortugal, ção suiníoconúmero lanacionais | Evolde uçãreprodutoras o dos principais indicadores nacionais indicadores Ptem-se rro d u ççã o ssu iin íícco lla || EEvvo llu ççã o d ss p mantido estável, perto o d u ã o u n o a o u ã odas do o200.000 prriin ncciip pa aiiss iin nd diicca ad do orreess n na acciio on na aiiss PEm Portugal, o número de reprodutoras Em Portugal, o número de reprodutoras reprodutoras, considerando as raças tem-se 200.000 tem-se mantido mantido estável, estável, perto pertoAbdas das ates200.000 (cabeças) industriais (92,5%) e as autóctones es ((7,5%); caraças beças) reprodutoras, reprodutoras, considerando considerandoAAbbaattas as es (caraças beças) Em 2013 há a registar um pico mínimo 6000000 industriais industriais (92,5%) ee as as autóctones autóctones (7,5%); (7,5%); 6000000 (92,5%) 6000000 relacionado com a adaptação às normas Em 2013 5800000 Em 2013 há há aa registar registar um um pico pico mínimo mínimo 5800000 de bem-estarcom animal na fase deàsgestação 5800000 relacionado aa adaptação relacionado com adaptação às normas normas 5600000 (porcas em grupo), que levou a 5600000 de bem-estar de bem-estar animal animal na na fase fase de de gestação gestação 5600000 intervenções nas explorações e 5400000 em grupo), (porcas (porcas que levou levou aa 5400000 em grupo), que 5400000 consequente vazios sanitários em muitose intervenções nas explorações 5200000 intervenções nas explorações e 5200000 casos; 5200000 consequente vazios sanitários em consequente vazios sanitários em muitos muitos 5000000 casos; O5000000 indicador “futuras reprodutoras” é casos; 5000000 4800000 para avaliar a taxa de importante O indicador O4800000 indicador “futuras “futuras reprodutoras” reprodutoras” éé 4800000 futura 2011 2012 2013 a 2014 2015 2016 2017 2018 2019 reposição das explorações, bem importante para avaliar taxa de 2013 a 2014 2017 2018 2019 importante 2011 para2012 avaliar taxa 2015 de 2016 2011 2012 2013número 2014 2015 2016 2017 2018 2019 como o crescimento do das reposição reposição futura futura das das explorações, explorações, bem bem unidades produtivas. Verifica-se uma como como oo crescimento crescimentoPreçdo do número das o ménúmero dio (€/kg - podas rco classe E) estabilidade pelas Pr20.000 eço médio (efectivos, €/kg - porco classe E) unidades o médio (€/kg - puma orco classe E) unidades produtivas. produtivas.PreçVerifica-se Verifica-se uma 1.80 € observando-se pelas a mesma efectivos, excepção estabilidade 1.80 € estabilidade pelas 20.000 20.000 efectivos, 1.80 € verificada para as reprodutoras em observando-se observando-se aa mesma mesma excepção excepção 1.60 € produção nos anos 2012 e 2013; verificada para as reprodutoras 1.60 € verificada para as reprodutoras em em 1.60 o € ano 2020 Para perspectiva-se um ligeiro produção produção nos nos anos anos 2012 2012 ee 2013; 2013; 1.40 € aumento do número de reprodutoras Para 1.40 o € ano 2020 Para 2020 perspectiva-se perspectiva-se um um ligeiro ligeiro 1.40 €o ano no declaradas país; aumento aumento do do número número de de reprodutoras reprodutoras 1.20 € Os dados aos porcos em engorda declaradas no 1.20 € relativos declaradas no país; país; 1.20 € respeito ao efectivo presente na dizem Os Os dados dados relativos relativos aos aos porcos porcos em em engorda engorda 1.00 € exploração em Dezembro de cada um dos dizem respeito ao efectivo presente na 1.00 € dizem respeito ao efectivo presente na2017 1.00 €não 2014 2015 2016 2018 2019 anos, reflectindo o número de um abates. exploração em Dezembro de cada dos 2015 2016 2017 2018 2019 exploração 2014 em Dezembro de cada um dos 2014 2015 2016 2017 2018 2019 anos, Apesarnãoda estabilidade no deefectivo reflectindo o número abates. anos, não reflectindo o número de abates. reprodutor, o número de porcos em Apesar no Volume de N egóciefectivo o s (Milhões de Euros) Apesar da da estabilidade estabilidade no efectivo Volumeàdetaxa Negóde cios (Milhões de Euros) engorda tem oaumentado reprodutor, número Volumede de Neporcos gócios1,83% (Miem lhões de Euros) reprodutor, o número de porcos em 700.00 por ano,temindicando umà taxa aumento da engorda aumentado de 1,83% 700.00 engorda tem aumentado à taxa de 1,83% 700.00 600.00 produtividade e eficiência da aumento produção da por ano, indicando um 600.00 por ano, indicando um aumento da 600.00 produtividade O500.00 Alentejo é ae NUTII com maior efectivo produtividade e eficiência eficiência da da produção produção 500.00 500.00 (45%), seguida da região Centroefectivo (40%), 400.00 O Alentejo é a NUTII com maior O400.00 Alentejo é a NUTII com maior efectivo grande Lisboa (11%), NorteCentro (2%), Açores 400.00 seguida (45%), da região (40%), 300.00 (45%), seguida da região Centro (40%), 300.00 (1%) e Algarve (1%). Norte (2%), Açores 300.00 grande Lisboa grande Lisboa (11%), (11%), Norte (2%), Açores 200.00 200.00 (1%) ee Algarve 200.00 (1%) Algarve (1%). (1%). 100.00 100.00 100.00 0.00 0.00 0.00
• Em Portugal, o número de reprodutoras tem-se mantido estável, perto das 200.000 reprodutoras, considerando as raças industriais (92,5%) e as autóctones (7,5%);
2015 2015 2015
2016 2016 2016
2017 2017 2017
2018 2018 2018
2019 2019 2019
• Relativamente ao número de abates, o mesmo tem sido relativamente constante nos últimos 4 anos, ao redor de 5,6 milhões de • Em 2013 há a registar um pico mínimo relacionado com a adaptação às normas de bem-estar animal na fase de gestação (porcas em4. Cocabeças mércio inabatidas; ternacional 4. Com rrcciio rrn cciio méénúmero o iin ntteede na aabates on na all estão refletidos os abates de animais naciogrupo), que levou a intervenções nas explorações e1 consequente4. • CoNo nais e os abates de suínos para vazios sanitários em muitos casos; 2009 vivos 201importados 0 2011 2012abate 20em 13 terri2014 1 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 tório nacional; • O indicador “futuras reprodutoras” é importante para avaliar a taxa Exportações (M€) Exportações (M€)
70,3
67,8
77,6
96,3
108,4
141,8
rtações (M€) 70,3 67,8 77,6 108,4 141,8 de reposição futura das explorações, bem como o crescimento do EImxppo• 74,7% animais 96,3 nacionais no total ortaNo çõesano (M€)2019 foram abatidos 70,3 67,8 de 77,6 96,3 108,4 141,8 396,4 401,5 407,3 413,6 461,3 481,6 Importações (M€) I m p o r t a ç õ e s ( M € ) 396,4 401,5 407,3 413,6 461,3 481,6 número das unidades produtivas. Verifica-se uma estabilidade pelos Saldo Bdas de suínos alança5.550.682 Comercial (M€cabeças ) 396,4 401,5abatidas; 407,3 413,6 461,3 481,6 -326,1 -333,7 -329,7 -317,3 -352,9 -339,8 Saldo Balança Comercial (M€) S a l d o B a l a n ç a C o m e r c i a l ( M € ) -326,1 -333,7 -329,7 -317,3 -352,9 -339,8 20.000 efectivos, observando-se a mesma exceção verificada para • O preço médio atingido -326,1 -333,7 -329,7 -317,3 -352,9 -339,8 no ano 2019 foi de 1,74€/kg carcaça; as reprodutoras em produção nos anos 2012 e 2013; • Os anos de 2015 e 2016 caracterizaram-se como anos de forte crise • Para o ano 2020 perspetiva-se um ligeiro aumento do número de para o sector com preços médios de 1,41€/kg (2015) e 1,31€/kg (2016), reprodutoras declaradas no país; havendo uma retoma evidente nos anos subsequentes, perspectivan• Os dados relativos aos porcos em engorda dizem respeito ao efedo-se a estabilização dos preços pagos ao produtor no ano 2020; tivo presente na exploração em Dezembro de cada um dos anos, • No ano 2019 o setor da suinicultura atingiu um volume de negócios não refletindo o número de abates; de 619 milhões de euros, considerando apenas o setor2da produção,
• Apesar da estabilidade no efetivo reprodutor, o número de porcos em engorda tem aumentado à taxa de 1,83% por ano, indicando um aumento da produtividade e eficiência da produção; • O Alentejo é a NUTII com maior efetivo (45%), seguida da região Centro (40%), grande Lisboa (11%), Norte (2%), Açores (1%) e Algarve (1%).
2 2
ascendendo aos 2 mil milhões de euros se considerada a fileira (rações + indústria de abate); • A produção de suínos representa 31% do volume de negócios total da produção animal portuguesa, sendo a carne que mais contribui para o PIB nacional; A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
|
9
Relat Relat Relat mesm mesm mesm const const const de 5, de 5, de No 5, n No n No os an os a os a abate abate abate abate abate No a No aa No anim anim anim 5.550 5.550 5.550 O pre O pre O depre 1, de 1, dean 1, Os Os an Os an se com se com se com com p com p com 1,31€p 1,31€ 1,31€ eviden eviden eviden persp persp persp preço preço preço No an No an No an atingi atingi atingi milhõ milhõ milhõ o sect o sect o milsect m mil m mil m fileira fileira fileira A prod A prod A prod volum volum volum anima anima anima mais c mais c mais Após c Após Após sector sector sector consis consis consis negóc negóc negóc em 20 em 20 em 20 O aum O aum O aum sido sido sido preço preço preço via do via via do do
2015 2015 2015 143,5 143,5 143,5 422,2 422,2 422,2 -278,7 -278,7 -278,7
ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
• Após o período de crise, em 2015, o setor tem aumentado consistentemente o seu volume de negócios, prevendo-se novo aumento em 2020; • O aumento do volume de negócios tem sido provocado pelo aumento dos preços pagos aos produtores e não pela via do aumento do efetivo.
de metade do efetivo mundial. É, simultaneamente, o maior consumidor e maior importador mundial; • No seu conjunto, a União Europeia representa cerca de 22% do efetivo mundial. Espanha é o país com o maior número de suínos da Europa, seguido da Alemanha, França, Dinamarca, Holanda e Polónia. Portugal é o 14º maior produtor entre os
Comércio internacional
28 países da União Europeia;
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Exportações (M€)
70,3
67,8
77,6
96,3
108,4
141,8
143,5
164,1
112,5
98,2
123,9
Importações (M€)
396,4
401,5
407,3
413,6
461,3
481,6
422,2 376,8 424,8 377,3
391,3
Saldo Balança Comercial (M€)
• A China é, de longe, o maior produtor do mundo detendo cerca
-326,1 -333,7 -329,7 -317,3 -352,9 -339,8 -278,7 -212,7 -312,3 -279,1 -267,4
• Como resultado da concentração e verticalização do setor, existem menos produtores, mas a deter um maior número de efetivo per capita; • As economias de escala resultantes desta concentração permitiram que os maiores suinicultores reforçassem os seus investimentos, nomeadamente em sistemas tecnológicos de zootecnia de precisão. Da mesma forma, os maiores produtores
PRINCIPAIS DESTINOS DE EXPORTAÇÃO 2019 (M€) 33
ganharam escala para poder responder à procura de mercados
25
terceiros; 16
• Fora do contexto europeu, o Brasil apresenta-se como o país há uma forte pressão para diminuir o efetivo animal, uma vez
4.5
5
4.7
com maiores possibilidades de crescimento enquanto na China
CABO VERDE
JAPÃO
FRANÇA
CHINA
ANGOLA
ESPANHA
que a sua produção não é competitiva com os concorrentes
• O saldo da balança comercial da fileira da carne de porco estava a evoluir positivamente até ao ano 2017, altura em que a Venezuela deixou de importar carne de porco portuguesa; • No ano 2019, Angola, Espanha e China foram os três principais destinos da exportação portuguesa; • As importações de carne de porco e animais vivos provêm quase em exclusivo de Espanha (98%).
mundiais por escassez de recursos.
Perspetivas de produção à escala global • O principal fator de volatilidade dos mercados para o ano 2020 é a propagação da Peste Suína Africana pelo mundo. Em 2019 os efeitos sobre a produção asiática, nomeadamente chinesa, foram devastadores, dizimando cerca de 40% da produção da China (20% do efetivo mundial); • Na Europa a proximidade da PSA à fronteira da Polónia com a Alemanha é o fator de maior preocupação para os mercados internos;
Produção suinícola no mundo
• Outro fator de incerteza no mercado é a eliminação das taxas adicionais na exportação de produtos norte-americanos para
NÚMERO DE ANIMAIS (MILHÕES) 440.6
a China e os efeitos consequentes; • Na perspetiva portuguesa, depois de um primeiro ano completo de exportações de carne de suíno para a China, no ano 2020 prevê-se que estas venham a duplicar em valor, com a aprovação de 5 novos operadores nacionais com autorização para exportar para o país asiático; • Além da China, os mercados da Coreia do Sul e Japão continuarão com perspetivas de crescimento, sendo cada vez mais
12.6
13.7
14.3
• A reorganização da indústria de abate com vista a satisfazer 22
25.9
27.4
30.8
41.1
73.4
relevantes na balança comercial portuguesa; novos mercados impulsionará o crescimento da produção. No
10 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
DINAMARCA
FRANÇA
CANADÁ
RÚSSIA
ALEMANHA
VIETNAME
ESPANHA
BRASIL
EUA
CHINA
acompanhamento desta estratégia, destaca-se a o papel da Organização Interprofissional FILPORC que desenvolverá a sua atividade principal nas áreas de promoção e internacionalização.
Tendências de mercado internacional
Perspetivas de produção em Portugal
• Apesar de ser notória a diminuição do consumo de carne de porco
• O crescimento da produção nacional tem sido fortemente condi-
no espaço europeu, a nível mundial o consumo tem aumentado, impulsionado sobretudo pelos países emergentes, de onde se
cionado pelo crescimento das áreas urbanas, criando-se conflitos territoriais e sociais. O plano de desenvolvimento para o setor passa
destacam os países asiáticos; • Depois de nos últimos anos os principais destinos da exportação
por deslocalizar as fases de criação com maior carga poluente (animais em engorda) para regiões carentes de matéria orgânica e com
portuguesa terem sofrido crises económicas e políticas (Angola, Venezuela e Reino Unido), Portugal encontrou mercados alterna-
recursos para a produção animal, nomeadamente zona de Alqueva e lezíria ribatejana;
tivos para onde pode escoar a carne de porco, perspetivando-se um forte aumento das exportações no ano 2020, nomeadamente
• Os processos de licenciamento têm também obstaculizado sobremaneira o crescimento da produção suinícola em Portugal.
para a China, Coreia do Sul e Japão; • As importações continuarão a ser uma inevitabilidade para um
O PEPAC concede aos Estados-Membros, a partir de 2020, uma abordagem sectorial mais autónoma, sendo uma oportunidade
país deficitário em carne de porco, mantendo-se a Espanha como praticamente a única origem destas importações, quer em carne,
para flexibilizar o processo burocrático associado ao licenciamento da atividade;
quer em animais para abate; • Para equilibrar a balança comercial será necessário aumentar a
• Em termos de mercado, prevê-se para 2020 um ano de continuidade em relação ao verificado em 2019, com o mercado em alta
produção nacional, nomeadamente nas regiões com capacidade e necessidade de instalação de pecuárias.
impulsionado pela forte procura chinesa.
A LI ME N TAÇÃO A NI M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
MAIS SUSTENTABILIDADE EXIGE MAIS PRAGMATISMO
Pedro Pimentel
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
O tema da sustentabilidade tem-se vindo a tornar absolutamente incontornável na agenda dos políticos, da sociedade, das empresas e, claro, das marcas. É um tema fundamental, tratado hoje de uma forma muito apaixonada, com uma grande componente de ativismo militante, que gera forte ruído em torno dos problemas que a sustentabilidade visa mitigar. Esse ativismo tem vindo a conquistar uma ampla atenção da comunicação social, das redes sociais e de outros meios de divulgação e, em simultâneo, tem vindo a ajudar a despertar a consciência de cada vez mais cidadãos, de todas as franjas etárias e estratos sociais. A questão das alterações climáticas, o slogan mil vezes repetido de que ‘não existe um Planeta B’, o problema da deposição dos plásticos ou a poluição dos mares, estão a colocar uma pressão muito forte para que sejam – com carácter de urgência – encontradas soluções que visem prevenir e resolver esses problemas. Esta pressão é complementada pelo discurso, muitas vezes simplista, mas nem por isso menos eficaz, daqueles que dão a cara por este tema, e por imagens, muitas vezes absolutamente chocantes, que nos mostram as consequências de atitudes descuidadas e penalizadoras para o ambiente e para o planeta. É verdade que não há zonas do globo imunes a estes problemas ou onde estes problemas não assumam uma dimensão relevante e que a ideia de uma sociedade com zero emissões e zero resíduos não passa, nesta altura, de uma mera utopia. Mas é também verdade que essas imagens mais chocantes são colocadas perante os nossos olhos, muitas vezes sem informação nem enquadramento. Dados recentes mostram, por exemplo, que mais de 75% dos plásticos que poluem actualmente os oceanos são para lá arrastados pelas águas de 10 rios – dois em África e oito na Ásia – que neles desaguam. Por isso também se percebe que a parte de leão das fotos que nos agoniam provêm das águas do Pacífico ou do Índico e, reconheça-se, resultam da ausência de infraestruturas e de atitudes comportamentais que se distanciam dos padrões que, felizmente, fomos incorporando ao longo de décadas. Contudo, sustentabilidade tem um espectro bastante mais amplo, que não se confina apenas às matérias de matriz ambiental. O seu triângulo tem outros dois catetos: o económico e o social. As soluções que se vão definindo têm que considerar o ser humano e as suas necessidades prioritárias.
Têm que considerar os investimentos e custos que geram, não se podendo esquecer a forma como serão financiadas pela sociedade (seja o Estado ou as organizações) e suportadas (em termos de apoio e contributo) pelos cidadãos. E nunca se deve esquecer que se não existirem os meios financeiros necessários, isto é, se a sustentabilidade económica não estiver assegurada, a sustentabilidade ambiental e social ficarão seriamente comprometidas. Por outro lado, sendo colocadas com um carácter de emergência, estas soluções têm que ser entendidas pela sociedade como parte de um esforço coletivo que tem que fazer, mas o ser humano tem que nelas ser devidamente enquadrado, não como uma parte do problema, mas como uma parte da solução. E é fundamental que esse esforço seja realizado, de forma solidária, no seio de cada nação ou região, mas também à escala planetária. A pressão colocada pela emergência em encontrar soluções para estes problemas, está também a ter impacto nos próprios processos de decisão. A necessidade de reagir ao ruído da opinião pública (e da opinião publicada), das sucessivas manifestações e das indignações das redes sociais, tem em alguns casos levado à adoção de medidas por vezes mais mediáticas do que efetivas, mais efémeras do que consistentes. Medidas tomadas sem a necessária preparação, consolidação, escrutínio e definição de parâmetros de controlo. No mundo das Marcas e no universo do Grande Consumo, este tema está a ser encarado com preocupação e algum sentimento de injustiça, mas também com muita seriedade e um forte sentido de responsabilidade. O nosso padrão de consumo, reconheça-se, resulta na aquisição e consumo de um elevado número de produtos, sendo também elevado o volume de embalagens que introduz no nosso dia-a-dia e que, no final do seu ciclo-de-vida, implicam uma solução de deposição, de tratamento e, sempre que possível, de valorização. No entanto, porque a deposição nem sempre é feita da forma mais adequada e porque as imagens, mesmo que de parte incerta, se repetem perante os nossos olhos, gera-se uma crescente antipatia em relação à embalagem dos produtos e, muito especialmente, às embalagens plásticas. E essa antipatia contamina os produtos e as marcas que as utilizam. Neste ‘percurso’ tende a esquecer-se a função da embalagem e a sua importância para o incremento da qualidade de vida a que assistimos nas últimas décadas. Basta pensar nos produtos alimentares
e de higiene ou nos medicamentos para perceber que a embalagem é muito mais do que um mero invólucro exterior de utilidade duvidosa. A embalagem – lembre-se – protege o produto, mas, em muitos casos, protege-nos também do produto (pensem, por exemplo, numa lixívia). Permite garantir a inviolabilidade do produto (e evitar a sua adulteração mal-intencionada). Permite informar o utilizador (evitando, por exemplo, as consequências de intolerâncias e alergias ou permitindo a adoção de regimes alimentares que cada um entenda como mais adequados) e permite ao consumidor o direito de reclamação, caso entenda que o produto embalado não está nas condições devidas. Mas há muito mais. Permite dar tempo de vida útil a produtos que, de outra forma, se degradariam muito rapidamente. Permite o acesso de produtos que, no seu estado natural, não seriam consumidos se não em momentos muito pontuais no tempo. Evita o desperdício. Aumenta a nossa liberdade de escolha. Permite o consumo de produtos a outros que não ape-
nas os privilegiados por estarem mais próximo dos respetivos locais de produção. Qualquer responsável pela colocação de um produto no mercado, não poderá, nem quererá nunca, abdicar de que ele chegue nas melhores condições às mãos dos seus utilizadores. Os consumidores, por seu lado, nunca permitirão que o produto lhes seja disponibilizado em condições desadequadas. E a embalagem é uma parte fundamental desta relação. A sua escolha não é um processo meramente estético ou economicista. A seleção de materiais é um fator crítico para a manutenção da qualidade do produto e nem sempre existe a perceção de que a sua substituição é complexa e, em muitos casos, é, pelo menos nesta altura, ainda materialmente impossível. Para além, claro, da necessidade de insistir na consciencialização de todos para o devido encaminhamento no final do ciclo-de-vida. Como todos sabemos as embalagens não surgem, por si mesmas, nas nossas ruas, nas bermas das estradas, nas praias, nas margens dos rios, nos cursos de água ou nos mares. E as obriga-
ções que produtos e marcas têm relativamente às embalagens que colocam no mercado, não podem ser utilizadas para desresponsabilizar o comportamento de quem não lhes dá o destino adequado depois de as utilizar. Julgo, apesar disso, ser da mais elementar justiça referir que, a este nível, a União Europeia e os países que a compõem, incluindo, obviamente, Portugal, estão na dianteira. Na priorização do tema, na consciencialização dos consumidores, na definição e implementação de soluções. As metas definidas são muito ambiciosas, mas têm paulatinamente vindo a ser alcançadas. Mas há também a convicção de que muitos dos objetivos que nos impomos enquanto sociedade não primam pelo pragmatismo. E se nos colocam na liderança no campo da sustentabilidade, não deixam de nos causar engulhos quando somos obrigados a competir, num mundo globalizado, com produtos e serviços que têm por trás de si uma ampla cultura de "dumping", não apenas económico, mas também social e ambiental.
A L I ME N TAÇÃO A NI M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
OS DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Jaime Piçarra
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No panorama agroalimentar nacional, o principal setor da indústria transformadora em Portugal, a alimentação animal é uma das mais relevantes, com uma faturação de 1,4 mil milhões de €, representando 11% do volume de negócios da agroindústria. Com 111 empresas e 3 500 trabalhadores, é responsável por 1,3% do universo empresarial e 4% do volume de emprego do Agroalimentar. As “indústrias pecuárias” (i.e. alimentação animal, leites e carnes) têm um peso de cerca de 45%, assumindo-se no seu conjunto como a principal atividade da agroindústria nacional. Registe-se ainda que os alimentos para animais têm um peso de mais de 1,8 milhões de € na economia agrícola, representando 41% do total dos consumos intermédios e 60 a 70%, em média, dos custos totais das explorações pecuárias. Pela importância que a alimentação animal tem na produção pecuária, seja ao nível dos custos de produção, seja pelo impacto no maneio, saúde e bem-estar animal, na qualidade e segurança dos produtos de origem animal, é fácil concluir que a competitividade da Fileira Pecuária depende, em grande parte da capacidade competitiva e da qualidade dos produtos colocados no mercado pela nossa Indústria. A sociedade é cada vez mais urbana, com a consequente perda da ligação à terra, à produção de alimentos e o conhecimento do território e do Mundo Rural. Os circuitos de transformação e distribuição de alimentos são longos e complexos e muitos jovens desconhecem a origem dos alimentos. A ignorância é amplificada nas redes sociais e nos media, e não raras vezes em alguns manuais escolares, que fornecem visões distorcidas da realidade. Exemplo disso foi, em 2019, o ataque cerrado e quase diário à produção e consumo de produtos de origem animal como nunca tinha acontecido. Colocando em causa o Mundo Rural, na sua multifuncionalidade, de guardião da paisagem e do equilíbrio do território, mas também na sua função principal que é a produção de alimentos, para diminuir a nossa dependência do exterior e vulnerabilidade. A questão que cada vez mais se coloca atualmente é a da Sustentabilidade, que, não raras vezes, é resumida à parte ambiental, quando só existe verdadeira sustentabilidade quando os setores são viáveis social e economicamente, além de ambientalmente. As principais preocupações e desafios societais que enfrentamos são: alimentação saudável, impacto no ambiente, mitigação das emissões de GEE, alterações climáticas, saúde e bem-estar animal, resistência antimicrobiana, economia circular, produções ecologicamente eficientes. Como responder a estes desafios, sabendo que os recursos são escassos, que não existe um Planeta B, e que vamos ter de alimentar uma população crescente a nível mundial? Sem esquecer que o mundo avança a diferentes velocidades e as regras terão de ser harmonizadas a nível global.
Por isso, a nível europeu e no quadro da FEFAC, adotámos uma estratégia proativa e lançámos, em 2016, a Visão 2030 e estamos a trabalhar com a FAO na melhoria do impacto ambiental da alimentação e produção animal (LEAP). A Visão 2030 é uma estratégia em linha com os ODS das Nações Unidas, está a ser implementada nos diferentes países, em Portugal pela IACA, e consiste em 3 grandes pilares estratégicos: • a segurança alimentar, no qual existe uma grande responsabilidade dos operadores ao longo da cadeia alimentar em garantir a utilização de matérias-primas e ingredientes seguros, com uma parceria estreita com as autoridades oficiais; em Portugal, contribuímos com a criação do QUALIACA, em cooperação com a DGAV; • a nutrição animal e o seu papel na saúde e bem-estar animal, com o recurso a alimentação de precisão (satisfazer as necessidades especificas de cada animal) e uma aposta na redução da utilização de antibióticos; em Portugal, com um acordo assinado entre a IACA e outros parceiros, nomeadamente na suinicultura, estando prevista uma estratégia idêntica nos coelhos; • a sustentabilidade, tendo em vista uma produção de alimentos compostos para animais mais sustentável e amiga do ambiente, em que ferramentas como a medição da pegada ambiental (PEF), a análise do LCA (ciclo de vida) e a utilização de matérias-primas responsáveis, com destaque para a soja, irão ser cada vez mais utilizadas, com várias iniciativas promovidas pela IACA. Outras estratégias passam pela gestão dos efluentes das explorações pecuárias, a redução dos teores de N e P nos solos e a economia circular. Esta última consiste na utilização de matérias-primas provenientes de outras indústrias agroalimentares (moagem de cereais, extração de oleaginosas, açúcar, lacticínios, bolachas, biocombustíveis…) que de outra forma seriam desperdiçadas, gerando um impacto ambiental negativo. Em Portugal, estas matérias-primas representam mais de 30% do consumo total. Ainda temos a vertente da certificação ambiental dos alimentos que representam 30% da produção, mas que tenderá a aumentar com a utilização das normas ISO, e a utilização das Melhores Técnicas Disponíveis (MBT). Acolher favoravelmente o Pacto Ecológico Europeu, os compromissos, apostar na ligação investigação-academia e empresas, conhecimento, tecnologia, inovação e compromissos, com políticas públicas coerentes, serão a chave e o sucesso para se atingir a neutralidade carbónica em 2050. O Setor saberá estar à altura das suas responsabilidades, em nome de uma sociedade mais sustentável!
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PLANO DE AÇÃO DA IACA I – Breve análise de 2019 Num ano marcado a nível internacional pelas tensões comerciais entre os EUA e a China – mais recentemente entre os EUA e a União Europeia – e tentativas de protecionismo face ao tradicional multilateralismo, com grande instabilidade em diferentes partes do mundo, na linha do que aconteceu em 2018, o cenário europeu também foi relativamente conturbado, dominado pelo Brexit, pela discussão do Quadro Financeiro Plurianual e as negociações para uma nova PAC, numa altura em que as prioridades de Bruxelas são, para além das migrações e da segurança, um grande foco nas alterações climáticas que irão ser transversais a todas as áreas da governação, e desde logo na economia e agricultura. Uma Comissão e um Parlamento Europeu em final de Mandato, também não permitiram grandes alterações nos principais dossiers, esperando-se uma nova visão para esta Legislatura, pelo alinhamento político que emergiu das eleições europeias, em que se destacam o crescimento dos “verdes” e de partidos “anti-sistema” e dificuldades nos partidos ou blocos mais tradicionais. Tal significa a necessidade de entendimentos mais alargados e a procura de consensos para a aprovação de legislação importante e com impacto no nosso Setor, com maior relevância para a situação e posições nos Estados-membros, em que estes tenderão a ganhar importância política para as decisões em Bruxelas. Veja-se o que está previsto, por exemplo, na PAC, com os Planos Estratégicos Nacionais, ou que já acontece com a aprovação de OGM para produção (não ao nível na importação), o que poderá por em causa, entre outros aspetos, a afirmação do Mercado Único. Numa altura em que os movimentos de cidadania ganham maior importância, com as petições para os mais variados dossiers, sem Mandatos fortes da parte do Conselho (Estados-membros), a Comissão terá muitas dificuldades em implementar a sua estratégia, perante um Parlamento Europeu agora “menos alinhado” e com um menor peso de representatividade, lá como cá, nas questões agrícolas e agroalimentares. Um outro fenómeno, talvez mais do que nunca, face à amplificação da denominada “emergência climática”, acentuada pelas crescentes preocupações ou olhares mais atentos para a situação no Brasil e a floresta da Amazónia, os fenómenos climatéricos extremos a nível mundial, foi o ataque à produção e consumo de produtos animais, quer na vertente da nutrição e saúde (carnes vermelhas ou produtos transformados), quer no impacto sobre o ambiente 16 |
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e mitigação do combate às alterações climáticas, sobretudo no setor dos bovinos. Em Portugal, esteve em foco o RNC 2050 (Neutralidade Carbónica), o qual, se pode ter trazido para o debate algumas inverdades e desinformação, em particular no setor dos bovinos (leite e carne) teve a vantagem de nos permitir intervir e estarmos mais atentos a estes dossiers, para além da aposta na comunicação e um trabalho de parcerias e de coligações, seja em Portugal, ou em Bruxelas, com a criação de plataformas, de grupos de trabalho ou estratégias de mais inovação, investigação e desenvolvimento nos diferentes sectores e desde logo na área da Alimentação Animal. Mais do que nunca, temos de ter dados e elementos, de forma a construir a nossa própria narrativa. Comunicar, com factos e dados concretos, uma vez que a tradicional forma de comunicação, com base no peso económico e social dos diferentes setores, sendo importante, já não é suficiente para convencer os decisores políticos e opinião pública, sobretudo o que é veiculado através das redes sociais. É esta alteração de paradigma que a Direção da IACA interiorizou em 2019, no quadro da Comemoração dos seus 50 Anos de existência, na linha da Visão 2030, e irá continuar para 2020, neste último ano do seu Mandato. Aliás, o estudo de reputação do Setor contem elementos muito importantes para o que deverá ser a estratégia da indústria da Alimentação Animal para o curto e médio prazo, sendo reconhecido, em Portugal e no plano global, que somos parte da solução. A nível nacional, tivemos um ano de final de Governo, com eleições legislativas em outubro, sem grandes novidades ou reformas estruturais, com os receios de que os bons resultados económicos venham a ser postos em causa pela elevada divida pública, pelo funcionamento de alguns serviços públicos ou falta de investimento, com as empresas a serem penalizadas por uma carga fiscal muito pesada, excessiva burocracia, uma legislação laboral demasiado rígida ou uma justiça demasiado morosa. Finalmente, é justo salientar os 50 Anos da IACA e todas as atividades que integraram as Comemorações e que mereceram os maiores elogios de todos, associados e não associados, parceiros, nacionais e internacionais, e decisores políticos: desde a Reunião Geral da Indústria ou as Jornadas de Alimentação Animal, nos 25 anos da SFPM/SPMA, dedicadas ao tema do ambiente e sustentabilidade, ao Dia do Animal e o Dia da Alimentação Animal, culminando com as reuniões da FEFAC em Lisboa e o grande evento de 25 de outubro de 2019.
De destacar ainda a atribuição da Medalha de Honra da Agricultura à IACA pelo então Ministro Luis Capoulas Santos, que representa um tributo e uma Homenagem a todos os Associados da IACA e aos que nela trabalharam e deram o melhor de si, dirigentes ou colaboradores, desde a sua fundação, em 1969. Estes foram os principais aspetos que condicionaram o desempenho da nossa Indústria e da Fileira pecuária em geral, dos quais se destacam:
também relevante uma maior atenção dos EUA ao mercado europeu, quer da parte dos produtores de cereais, de soja e de outras matérias-primas, com o nosso mercado a ganhar maior dimensão e interesse; • A situação da Peste Suína Africana na China e noutros países asiáticos, em que se registam abates de milhares de animais e menor oferta de suínos ou redução da procura de soja, com impacto quer nos preços das matérias-primas, quer nos suínos a nível do mercado mundial;
• O alinhamento com a Administração Pública em muitos dossiers, designadamente da parte dos Ministérios da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e o do Mar, indo ao encontro de algumas das necessidades e reivindicações do Setor, sobretudo ao nível do QUALIACA e em alguma agilização no funcionamento das operações portuárias;
• Apesar de situações de seca em Portugal e noutros países europeus, em que registámos no nosso País, o mínimo histórico na área de cereais, o mercado europeu e mundial esteve relativamente bem abastecido;
• A continuada resposta por parte da Comissão Europeia, num quadro de instabilidade no comércio internacional, de promover os produtos europeus em novos mercados, bem como a negociação de novos acordos de comércio livre, como foi o caso mais recente de Singapura;
• Destaque igualmente para o processo de revisão das Práticas Individuais Restritivas do Comércio (PIRC) e a adoção da Diretiva relativa às chamadas práticas comerciais desleais (UTP) que permitirão, no curto/ médio prazo, reequilibrar o funcionamento da cadeia alimentar e as relações entre a produção, indústria e grande distribuição, com novas regras a partir de 1 de janeiro de 2020;
• As tensões comerciais entre os EUA e a China continuaram a marcar instabilidade e volatilidade, mas de um modo geral, os preços das principais matérias-primas estiveram relativamente “contidos”, sendo
• O esforço continuado da parte das autoridades nacionais, no sentido da abertura de mercados externos para os produtos agroalimentares e muito em particular na relação com a China;
• A presença da IACA nos principais momentos e discussões no quadro da FEFAC e noutros fóruns internacionais, em matérias tão diversas como a revisão da Política Agrícola Comum (PAC), o Plano Europeu
Pela positiva,
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da Proteína, os alimentos medicamentosos, a resistência antimicrobiana, o dossier da soja sustentável e a Visão 2030, em particular o dossier da Sustentabilidade; • A realização de eventos internacionais em Portugal (Preasidium e Comité Diretor da FEFAC) e os 50 Anos da IACA, com todas as múltiplas atividades, que muito prestigiaram a Associação, com destaque para a Medalha de Honra da Agricultura; • A aposta na comunicação e o Dia da Alimentação Animal em mais de uma centena de escolas, que trouxe maior visibilidade à IACA e ao Setor da Alimentação Animal; Pela negativa, • Contrariamente ao ano anterior, em que se registou uma melhoria das condições climatéricas, regressámos à situação de seca e aos incêndios, relembrando que as alterações climáticas são um fenómeno a que urge dar respostas; • A continuidade do embargo russo, com as questões em torno da carne de porco, limitando as exportações de leite e carne de suíno, situação a que o mercado já se habituou, encontrando alternativas, mas sem esquecer que a Rússia também está a caminhar para a sua autossuficiência; • A volatilidade dos preços do petróleo, com impacto nos custos da energia, na logística e igualmente no agravamento dos preços de algumas matérias-primas para a alimentação animal, em particular os cereais e DDGS; • A relação euro/dólar, muito volátil devido à relativa desvalorização da moeda europeia, pese embora a promoção das exportações, não permitiu acomodar na sua totalidade, sempre que tal se verificou, a baixa dos preços das principais matérias-primas na origem; • A continuidade da existência de surtos de Peste Suína Africana, em particular no Leste Europeu, mas também com focos na Bélgica, com as consequências negativas para o mercado da carne de suíno e o reforço das medidas de biossegurança em toda a Europa; • A continuada estratégia de “destruição de valor” e as práticas abusivas da Grande Distribuição, com sucessivas promoções e baixos preços dos produtos de origem animal e, não raras vezes, sem cumprirem as regras de rotulagem e com falta de informação clara ao consumidor; 18 |
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• A acentuada desinformação, sem qualquer base científica, quanto às consequências do consumo de leite, carnes vermelhas e de produtos transformados, na saúde dos consumidores, considerando estes produtos como potencialmente cancerígenos ou simplesmente aludindo ao seu consumo como constituintes de dietas pouco saudáveis, conjugado com o impacto da atividade pecuária no ambiente e nas alterações climáticas, sendo de destacar as preocupações e limitações em torno do RNC 2050, ou as infelizes declarações do Reitor da Universidade de Coimbra e as medidas de proibição da utilização de carne de bovino nas cantinas da Universidade a partir de janeiro de 2020; • Os contínuos ataques ao Mundo Rural, sejam nas produções intensivas (azeite e olival, pecuária) ou no modelo existente em Portugal e que tem conduzido a aumentos de produções e na sua capacidade de exportação; • A insuficiente resposta na abertura de alguns mercados externos e os elevados custos de contexto, essenciais para que as empresas se possam consolidar e ultrapassar as dificuldades criadas pelo mercado interno e pela competição internacional; • As pressões de partidos que apoiam o Governo em proibir as importações de OGM ou a rotulagem de produtos com ingredientes de natureza transgénica, acompanhado de um continuado debate a nível da UE, e agora em torno das NBT, mas que os detratores da biotecnologia defendem que se tratam de novos produtos geneticamente modificados; • A reputação do sector agroalimentar em geral, numa altura em que as entidades governativas, sobretudo a Direção-Geral da Saúde que tem reforçado a aliança com a Ordem dos Nutricionistas e outras entidades, que voltaram a “eleger” o açúcar, o sal e as gorduras como “inimigos públicos”, ignorando o esforço das empresas em fornecer produtos saudáveis aos consumidores e a aposta no compromisso e na autorregulação; • As greves, nos Portos e dos camionistas (materiais perigosos), com consequências nefastas no Setor, quer no aprovisionamento de matérias-primas, quer no abastecimento de milhares de explorações pecuárias.
Em conclusão, apesar de algumas melhorias conjunturais, designadamente no sector dos suínos, com a situação na China e o aumento das exportações e dos preços de mercado, 2019 foi mais um ano complicado e difícil, com ausência de respostas concretas, maiores limitações impostas pelo Ministério do Ambiente, em desarticulação com o Ministério da Agricultura, ao problema da burocracia e custos de contexto – que nos retiram competitividade interna e nos mercados internacionais, para além de alguns constrangimentos no aprovisionamento de matérias-primas para a alimentação animal, em quantidade ou qualidade. Deste modo, com a continuada tendência de baixos preços de produtos animais na produção, em que a Indústria teve de absorver os agravamentos de custos, apesar de alguns ajustamentos de preços dos alimentos compostos ao longo do ano, os dados disponíveis da nossa amostra apontam para uma estabilidade da produção global, com os alimentos para aves relativamente estáveis, os bovinos (carne e leite) e os outros animais em alta (em torno dos 2% e dos 5%, respetivamente) e os suínos em quebra (3 a 4%), estes sobretudo devido a alterações de posicionamento nas empresas que atuam no mercado, cada vez mais concentrado e integrado. Temos assim uma relativa estabilidade da produção de alimentos compostos em Portugal, na linha das previsões avançadas pela FEFAC para o conjunto da União Europeia.
II – Ações previstas para 2020 No Projeto de Plano Orçamental enviado para Bruxelas em 15 de outubro, o Governo estimou que a economia portuguesa desacelere de um crescimento de 2,4% em 2018, para os 1,9% em 2019 e uma aceleração em 2020, para 1,9%. Conhecidas as previsões de outono da Comissão Europeia, esta avança com perspetivas mais otimistas, designadamente em 2019 (+0,1%), com Portugal a continuar a convergir com a União Europeia. De facto, a Comissão Europeia projeta para Portugal, crescimentos do PIB de 2,0% em 2019, e de 1,7% em 2020 e 2021, acima da média da zona Euro e da Espanha. Quanto à inflação, os 0,3% previstos para 2019 poderão ir até 1,1% em 2020 e 1,4% em 2021 e na taxa de desemprego, mantêm o País numa trajetória positiva, diminuindo de uma taxa de 6,3% para 5,6% em 2021. O deficit será de –0,1% em 2019, de 0% em 2020 e de – 1,0% em 2021, o ano da presidência da União Europeia (primeiro semestre).
No entanto, considerando as grandes linhas relativas a proposta de Orçamento de Estado para 2020, já conhecidas, tal como o do ano anterior, não parece que este seja o orçamento que o País precisa para que as empresas e a economia se fortaleçam, apostando no entanto em maior investimento publico e, aparentemente, na promoção da Economia, em detrimento da austeridade e das cativações. Preocupa-nos a rigidez no emprego e a promoção da contratação coletiva e a questão da caducidade dos CCT, bem como a fixação do salário mínimo, não tanto a questão dos 635,00 €, mas a indexação aos outros salários em termos de aumentos percentuais, entre os 5 a 6% e, sobretudo, o objetivos dos 750,00 € até final da legislatura, sem cuidar se as empresas e a economia tem capacidade para suportar estes níveis salariais e em particular no sector agrícola e agroalimentar, para além da divida pública e da elevada fiscalidade.
Um orçamento que parece não promover a competitividade das empresas e o travão à desertificação e ao abandono do interior, numa altura em que se regista um abrandamento das exportações e aumento das importações, quando é sabido que a economia internacional, cada vez menos previsível, dá sinais claros de abrandamento e recessão em muitos dos nossos clientes, desde logo a Alemanha, a eventual instabilidade política e social em Espanha, França ou Itália. Tudo isto para além do Bréxit e das divisões em torno do Orçamento da União para o período 2021/2027 e a contribuição de cada Estado-membro em termos de percentagem do PIB, o que afetará os fundos para Portugal, seja na coesão, na agricultura ou no desenvolvimento rural. Preocupa-nos igualmente a orgânica do novo Governo e a formulação das políticas setoriais, designadamente a saída das florestas para o Ambiente e a perda da “Alimentação” no novo Ministério da Agricultura, receando-se uma
perda de importância de quem nos “tutela”, em detrimento de outras áreas da governação, com destaque para o Ministério do Ambiente e das Ações Climáticas, o que significa que o ambiente e o combate às alterações climáticas, para além dos compromissos assumidos no quadro da neutralidade carbónica, irão ser transversais a todas as áreas da governação. De Bruxelas, as tendências são as esperadas e certamente que a nova orgânica da Comissão Europeia terá influenciado o nosso modelo governativo. O Acordo Verde que será lançado pela Presidente da Comissão Europeia nos primeiros 100 dias do novo executivo e uma PAC mais verde, um Comissário para as Ações Climáticas, com capacidade e poder de intervenção em todas as pastas da Comissão, desde a agricultura até aos acordos comerciais, bem como a saúde e proteção dos consumidores, indiciam uma estratégia clara e desafios a que o Setor tem de dar resposta, mas igualmente cujas características e impac-
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tos os decisores também têm de conhecer e compreender. Para já, a FEFAC enviou cartas de congratulações aos Comissários indigitados e as suas preocupações e estratégias que está a desenvolver tendo em vista compatibilizar ambiente, sustentabilidade e competitividade, na alimentação animal e no futuro da produção pecuária na União Europeia. As preocupações face aos desafios existem, mas também a consciência de que se abrem novos caminhos de oportunidades. Deste modo, numa linha de continuidade em relação a 2019, mas com reforço das parcerias que são a nossa matriz, os principais objetivos da IACA passam pela consolidação e reforço da atividade de representação da Indústria a nível nacional e internacional, e na divulgação das nossas propostas para o exterior, centrados nos seguintes eixos: 1. Reforçar e agilizar a ligação entre a IACA e os seus associados, ao nível dos contactos diretos (Grupos de Trabalho com técnicos das empresas associadas), para acompanhar dossiers relevantes para o Sector e preparar posições junto das autoridades nacionais e em Bruxelas), da informação disponibilizada (Informação Semanal, Revista “Alimentação Animal”, Anuário IACA, Newsletter, Notas de Conjuntura, INFO IACA, Circulares, o website, com novas funcionalidades e a simplificação da consulta da legislação) e na resolução de problemas que se colocam a cada empresa, com temas da atualidade. Daremos continuidade, sobretudo num plano mais técnico, ao Programa de visitas às fábricas, integrando-as nos Projetos que temos em curso, para um melhor conhecimento dos problemas e das expetativas das empresas associadas, com a comunicação e difusão das conclusões destas reuniões através da Revista “Alimentação Animal”. Procuraremos abordar com mais frequência as empresas, com vista a perceber com que dificuldades e constrangimentos se deparam, por forma a dirigirmos a nossa ação com maior eficácia. 2. Reforço da Cooperação com as autoridades oficiais, designadamente ao nível da Agricultura, Economia, Ambiente, Saúde, Mar e Emprego, principais áreas com impacto para o nosso Sector, com destaques para o GPP, a DGAV e a APA. No quadro da investigação, desenvolvimento e inovação, serão privilegiados os contactos com o INIAV e as Universidades (ISA, 20 |
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UTAD, FMV, ESA Santarém, ESA Coimbra, Universidade de Évora, Universidade do Porto), para fazer a ponte entre a investigação e as empresas, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos. A presença da IACA, enquanto representantes da FIPA em Comissões de Acompanhamento no quadro do Ministério da Agricultura, designadamente do PDR 2020 ou da Revisão da PAC pós-2020, potenciam essa lógica de cooperação e articulação, procurando resolver ou mitigar os problemas/ estrangulamentos da nossa Indústria. 3. Reforço da articulação entre a IACA e as organizações a montante e a jusante do nosso Sector, ao nível das associações agrícolas (ANPOC e ANPROMIS – de que é exemplo a constituição do Clube Português dos Cereais Forrageiros de Qualidade ou o Centro de Competências CEREALTECH), de comerciantes e importadores (ACICO), pecuárias (representantes dos sectores das carnes, do leite e dos ovos) e da FIPA, consolidando a relação de Fileiras e criando um maior lobby e “massa crítica” junto das autoridades nacionais e internacionais na defesa dos interesses comuns: a defesa da sustentabilidade da produção nacional e do Mundo Rural, o equilíbrio no relacionamento com as cadeias de distribuição, a promoção da alimentação animal, da produção pecuária e do consumo de produtos de origem nacional, nos mercados interno e externo. Teremos o envolvimento na Estratégia de Promoção da Produção de Cereais, ou no Grupo Operacional “Efluentes”, entre outros, com a FPAS, FEPASA e INIAV, ou o Projeto Mais Coelho, em colaboração com o INIAV e Associações de Caçadores ou proprietários agrícolas e florestais, dando igualmente início ao Protocolo de Cooperação com o INIAV para que o Polo de Santarém seja efetivamente colocado ao serviço da Alimentação Animal. Na área mais ambiental, teremos em atenção as conclusões e orientações do PEFMED (medição da pegada de carbono) e a participação no RNC 2050 (Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica), promovido pela APA e as Melhores Práticas Disponíveis (BAT). No plano da Investigação, Desenvolvimento & Inovação (IDI) teremos o envolvimento no Projeto InovFeed, potenciando o Protocolo da IACA com o INIAV e o “delegar” no Setor a liderança das iniciativas de IDI na área da Alimentação Animal. Destaque ainda para a aprovação da candidatura ao Alentejo 2020, em que vamos promover o conhecimento e
a sustentabilidade das empresas na região do Alentejo, como trampolim para todo o País, com destaque para as Fichas Técnicas e procura de matérias-primas alternativas e de produção nacional, valorizando igualmente o território. 4. Consolidar a imagem da IACA e as suas posições no plano internacional, em particular junto da FEFAC e da FoodDrinkEurope – potenciando a representação da Indústria em fóruns de interesse para o Setor e em Grupos Consultivos da Comissão Europeia (Grupos de Diálogo Civil), e no Parlamento Europeu – e junto da opinião pública, através dos media e do meio académico e universitário, intervindo em Jornadas, workshops, Seminários e Conferências, promovendo os interesses dos associados, a inovação e o conhecimento, tal como tem acontecido nos últimos anos, em que a IACA, para além de ter assento no Praesidium e Conselho da FEFAC, coordena Grupos de Trabalho relevantes. Refira-se o novo modelo de governação da FEFAC, a partir de junho de 2020, com a criação do Board, em substituição do Conselho e o reforço de órgãos como o Colégio dos Diretores-Gerais. 5. Reforçar o controlo das matérias-primas importadas de Países Terceiros, pese embora a Ação em Tribunal interposta pela ACICO, em representação dos comerciantes/ importadores, pelo que continuaremos a apostar no QUALIACA visando a sua consolidação no mercado, com os custos a serem suportados parcialmente pelos aderentes (o restante será assumido pela Associação), tal como já aconteceu em 2019. Reitera-se que este Projeto, bem acolhido pela Indústria e pela Fileira da produção animal, tem em vista o reforço da qualidade das matérias-primas, complementando o Plano de Controlo Oficial, e uma estratégia que permita potenciar uma nova relação com os nossos fornecedores, com maiores exigências contratuais. 6. Continuidade no processo de filiação de novas empresas e atividades no universo da alimentação animal, na sequência da alteração dos Estatutos de 2016, que se confirmou nestes últimos 3 anos, com a entrada de mais associados, sobretudo para a Seção de Pré-Misturas e Aditivos (SPMA). Esta estratégia reforçará o peso e o papel da Instituição como parceiro e a sua capacidade de intervenção na Sociedade, nos próximos anos, preparando-a melhor para os desafios do futuro.
Para atingir estes objetivos, o Plano de Ação, que se reflete naturalmente na proposta de Orçamento para 2020, contempla um conjunto de iniciativas, das quais destacamos as seguintes: • Realização de eventos temáticos ao longo do ano, designadamente as Reuniões Gerais da Indústria e Workshops, mantendo o modelo de convites a representantes das autoridades oficiais que acompanham os diferentes dossiers, de forma a compreenderem melhor as posições e necessidades da Indústria e dos seus associados. • Face ao sucesso das edições anteriores, sobretudo a de 2019, que marcou os 25 anos da Secção, realizaremos, em colaboração com a SPMA, as IX Jornadas de Alimentação Animal, uma iniciativa que já se assumiu como uma referência e um ponto de encontro anual do Setor. • Presença da IACA nos fóruns nacionais e internacionais a que está diretamente ligada, designadamente no âmbito da FIPA, GPP, DGAV, APA, FEFAC, FoodDrinkEu-
rope e Comissão Europeia (DG AGRI, DG SANTE) e contactos ao nível da REPER, Parlamento Europeu e Comissão de Agricultura da Assembleia da República. • Continuidade e reforço do papel do FeedMed, grupo de pressão constituído pela IACA/EUROFAC/ASSALZOO/CESFAC, representando Portugal, França, Itália e Espanha, constituído em setembro de 2017 e perfeitamente consolidado, cujo objetivo é defender em Bruxelas, nomeadamente no quadro da FEFAC, os interesses e especificidades dos países do Sul, face a pontos de vista, muitas vezes, divergentes dos blocos do Norte ou de Leste. • Continuamos a assegurar a vice-presidência do Comité “Produção Industrial de Alimentos Compostos” e a representação da Indústria europeia nos Grupos de Diálogo Civil “Culturas Arvenses”, “PAC”, e “Acordos Internacionais da Agricultura”, no quadro da DG AGRI/Comissão Europeia, bem como a coordenação do Grupo PARE (Política Agrícola e Relações Externas) da FIPA, com participação nos Comités da FoodDrinkEurope, em particular o da Competitividade.
• Para além da presença nos Comités específicos da FEFAC, ao qual acresce a participação no Comité “Sustentabilidade”, a IACA continuará presente ao mais alto nível na estrutura dirigente da nossa organização europeia, agora num novo modelo de governação, para o qual muito contribuímos. A partir de junho de 2020, o Presidente da Direção fará parte do Board. • No quadro da Contratação Coletiva de Trabalho, não tendo sido possível qualquer evolução, em termos de acordos com os Sindicatos ou a publicação da caducidade, com a ausência de resposta da DGERT e a Ação em Tribunal, temos uma proposta de acordo com alguns Sindicatos e que harmoniza os Contratos, acabando com os CCT regionais, simplificando e agilizando a contratação coletiva, aproximando-a, o mais possível, do Código do Trabalho. • Acompanhamento do processo legislativo relativo à aprovação de OGM, quer para importação, quer para cultivo e a questão das Novas Técnicas de Melhoramento de Plantas (NBT).
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• Acompanhamento das negociações da PAC, sobretudo a elaboração dos Planos Estratégicos Nacionais, bem como a proposta de negociação ou implementação de acordos comerciais • Colaboração no Programa “Uma Só Saúde”, quer para ajudar a atingir o grande objetivo de redução ou utilização prudente de antibióticos na alimentação animal, quer na promoção da receita veterinária eletrónica, na defesa da utilização dos alimentos medicamentosos como um serviço de inegável valor prestado aos clientes, mas igualmente como uma ferramenta eficaz no controlo e redução do consumo de medicamentos, como uma das medidas de combate ao problema da resistência antimicrobiana. Destacamos igualmente a promoção da “desmedicalização” no setor da cunicultura, em que queremos assinar um acordo voluntário, tal como já assumimos com os suínos, que pretendemos monitorizar, promovendo uma discriminação positiva nos operadores que estiverem disponíveis e conseguirem atingir as metas definidas. • Participação no Grupo Operacional do INIAV “Efluentes pecuários” e na Rede Inovar, no sentido de valorizar e divulgar a inovação e a investigação criando mais-valia e conhecimento para os seus associados. • Criação de Grupos de Trabalho “ad-hoc” para a discussão de dossiers importantes para o futuro do Sector, em estreita ligação com a FEFAC, tendo em conta os interesses nacionais. • Lançamento do Guia de Rotulagem de alimentos compostos para animais, tendo em conta as últimas alterações legislativas. • Relançamento do curso de legislação aplicável ao setor da alimentação animal, em conjunto com a DGAV. • Atualização e lançamento de uma nova versão do Manual de Boas Práticas “Testes de contaminação cruzada e de homogeneidade no fabrico de alimentos compostos para animais” da DGAV. • Acompanhamento em conjunto com a DGAV e o INIAV, para além da cooperação com a FPAS e APIC, do dossier da Peste Suína Africana, face aos casos que continuam a ocorrer em diferentes países da Europa e tomada de medidas para evitar a sua disseminação para Portugal. 22 |
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• Continuação da dinamização da CT 37 com participação em Congressos e diferentes grupos de trabalho, tendo em vista um melhor conhecimento da sua atividade e da importância para a credibilidade da alimentação animal. • Acompanhamento da revisão da legislação sobre os vários temas relacionados com a alimentação animal em discussão na UE, nomeadamente o Regulamento sobre higiene nos alimentos para animais (Regulamento (CE) nº 183/2005), aditivos (Regulamento (CE) nº 1831/2003), com especial atenção às restrições de aditivos produzidos a partir de microrganismos geneticamente modificados, novos aditivos para alimentação animal e discussão da constituição de um novo grupo de aditivos (“melhoradores da condição de saúde”). • Ação com a DGAV junto dos associados produtores de alimentos medicamentosos, no sentido de verificar os níveis de contaminação cruzada das diferentes substâncias farmacologicamente ativas no sector, com vista a estabelecer Limites Máximos admissíveis das mesmas, a nível nacional. Para além deste aspeto, importa promover e abordar a futura legislação sobre os alimentos medicamentosos junto dos associados, com Sessões de divulgação, autónomas ou integradas nos eventos da IACA. • Continuação da colaboração no Projeto Mais Coelho. • Implementação da Visão 2030 para a Alimentação Animal. • Desenvolvimento do InovFeed & do Projeto no âmbito do Alentejo 2020, consubstanciando a aposta na inovação, investigação e desenvolvimento, como pilar essencial do Setor nos compromissos perante os desafios da Sociedade e na Comunicação. Nesta perspetiva, atenta às dificuldades e aos desafios que têm caracterizado a evolução da indústria de alimentos compostos para animais, sobretudo nestes últimos anos, em que são constantes os ataques aos produtos de origem animal, com impacto negativo na Fileira pecuária e desde logo na nossa atividade, neste último ano de mandato, a Direção da IACA está consciente das dificuldades e das exigências, tendo como principal objetivo a aposta continua e reforçada nas parcerias e na dinâmica da nossa Organização, alargando a sua base de apoio e capacidade de inter-
venção, quer na Fileira, quer junto dos responsáveis, políticos e Administração Pública. Em Portugal e na cena internacional. Na certeza de que, pela sua história e experiência de cinco décadas de existência, pela constante adaptação, capacidade de nos adaptarmos às diferentes realidades que foram surgindo e pela relação com as empresas associadas, bem vincada em 2019 com as iniciativas que lançámos, somos uma Associação com visibilidade, credível e respeitada, quer pelos nossos parceiros, quer pelas autoridades, seja em Portugal ou no quadro internacional, sobretudo na UE, no Brasil ou nos EUA, com quem temos excelentes relações institucionais, nomeadamente através da USSEC (soja) e do USGC (cereais). Por isso temos sido chamados a intervir em inúmeras missões internacionais, colaborando igualmente no documento que a FEFAC aprovou em 2016, no seu Congresso, na Turquia, e que continuará a ser o nosso motor: a Visão 2030 da Indústria da Alimentação Animal, em que a segurança alimentar, o papel da nutrição animal e a sustentabilidade são os principais eixos na adaptação aos novos tempos, enquanto parceiros de confiança e gerando valor e conhecimento na cadeia alimentar. É ainda de referir a Carta de Sustentabilidade que vai ser proposta para 2020 e que vai ser consubstanciada no Congresso da FEFAC, o que representa um patamar de compromissos ainda mais exigente. Neste quadro de incerteza global em que vivemos, no último ano do nosso Mandato, para além do reforço e consolidação dos Projetos estruturantes (Alargamento e QUALIACA), e centrados na Comunicação, Formação e Informação, com uma vertente também estrutural, centrada na inovação, investigação e desenvolvimento (InovFeed), o que continuamos a garantir aos nossos Associados é ambição e vontade, de fazer mais e melhor, com coerência e espírito de Missão, tendo em vista a coesão da Indústria e a sustentabilidade da IACA, como grandes orientações estratégicas no médio e longo prazo. De facto, os variados e prestigiados prémios que distinguiram a IACA em 2019, com destaque para a Medalha de Honra da Agricultura, por todas as razões que justificaram tão elevada distinção, mais do que um reconhecimento, representa uma responsabilidade acrescida e um nível de exigência que temos de manter perante os desafios da Sociedade que também nos abrem novas oportunidades. Hoje e como sempre, na defesa dos legítimos interesses dos nossos Associados.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL OPINIÃO
SE EU COMER UM BIFE, ESTOU A MATAR O PLANETA?
Juan Pascual Médico Veterinário MBA em Gestão e Marketing
Quase todos os dias vemos títulos que nos alertam
seguem decompor a celulose, mas nenhum animal
para o perigo que os Gases com Efeito de Estufa (GEE) produzidos pelas vacas representam para a
é tão especializado como os ruminantes. Quando a celulose é digerida no rúmen, um dos subprodutos
Terra. De acordo com esses títulos, comer carne de vaca é uma das principais causas do aquecimento
libertados é o gás metano (CH4) que as vacas eliminam através dos arrotos.
global; portanto, para o parar ou mesmo reverter, todos devemos parar – ou, pelo menos, reduzir – o consumo de carne de vaca (e leite). Mais uma razão apontada pelos meios de comunicação para desistir da carne de vaca é a quantidade de água necessária para a produzir que, normalmente, se diz estar perto de 9.000 litros de água por 500 gramas ou quase 3.000 litros por hambúrguer. Mas estes números são verdadeiros? Vamos verificar os factos para ficarmos com uma ideia da repercussão do comportamento dos meios de comunicação que, muitas vezes, simplificam num título curto e, frequentemente, alarmista assuntos que são bastante complexos. Os ruminantes (vacas, ovelhas, cabras) têm um sistema digestivo único. Estes animais têm um estômago com 4 compartimentos diferentes, dos quais o maior, o rúmen, é um laboratório cheio de bactérias, fungos e protozoários que digerem celulose (o polissacarídeo que forma a parede das células vegetais, aquilo a que vulgarmente chamamos fibra) e obtêm da mesma os principais açúcares e ácidos gordos voláteis de que os ruminantes necessitam para viver.
E é aqui que as coisas começam a complicar-se para as vacas, porque este gás tem um potente efeito estufa e é um dos principais fatores que impulsionam o aquecimento global. Antes de mais, temos de esclarecer que os ruminantes não são, de forma alguma, a única ou até mesmo a fonte mais importante de metano; existem outras, tais como as florestas, os pântanos, os ruminantes selvagens, os combustíveis fósseis, o gás natural, a "fracking", os arrozais e até as térmitas (que também são capazes de decompor a madeira e digeri-la). Colocando tudo em perspetiva, também devemos referir que das emissões totais de GEE, o metano é responsável por 16% e, deste total, os ruminantes contribuem com 17%, como podemos ver no gráfico abaixo:
Figura 2: % da fonte do total de emissões de metano provocadas por diferentes fontes. A digestão do gado representa 17% do total Figura 1: O rúmen é um laboratório cheio de microrganismos que decompõem a celulose e fornecem elementos nutricionais essenciais que permitem ao animal crescer e produzir leite.
A celulose é a molécula orgânica mais frequentemente encontrada no planeta. 50% da composição da madeira baseia-se na celulose. 90% da composição do algodão também é celulose. Alguns outros herbívoros, tais como cavalos e coelhos, têm bactérias no ceco que também con24 |
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Mas, qual é o contributo do metano para o aquecimento global? Existe uma classificação aceite pela comunidade científica chamada Potencial de Aquecimento Global (PAG) que compara a quantidade de energia absorvida por um determinado gás durante um determinado período de tempo e a compara com a mesma quantidade de energia absorvida pelo CO2. Geralmente, o PAG é medido durante um período de 100 anos. O PAG de CO2 é 1 e, a partir dele, podemos calcular o CO2 dos restantes gases.
Com base no anteriormente referido, o PAG de metano em 100 anos é 28. Isto significa que a capacidade do metano de absorver calor da atmosfera é 28 vezes maior do que o CO2. É por isso que seria realmente interessante reduzir o metano para mitigar o aquecimento global e, como tal, reduzir o consumo de carne de vaca poderia ser considerado uma boa estratégia para esse fim.
Figura 3: Molécula de metano: um carbono central com quatro hidrogénios.
No entanto, as coisas são um pouco mais complicadas. O metano é um gás muito particular e compará-lo com o CO2 durante um período de 100 anos pode levar-nos, tal como um estudo recente da Universidade de Oxford prova, a conclusões erradas. O CO 2 libertado permanece na atmosfera durante mais de mil anos, ao passo que o metano permanece cerca de 10. É por isso que medir o metano num período de 100 anos não é apropriado. Quando metano arrotado pelas vacas é libertado, sofre algumas
ção no aquecimento global é zero. Por outro lado, se o metano atmosférico for produzido por combustíveis fósseis, tais como o gás natural ou pela "fracking", este metano não faz parte do ciclo do carbono, gera um aumento líquido da quantidade total de metano e contribui para o aquecimento da atmosfera. Mas há mais: Os ruminantes pastam e, ao fazê-lo, contribuem para sequestrar o carbono no solo. Os pastos e os ruminantes evoluíram juntos e influenciam-se mutuamente. Está tudo interligado: a quantidade de carbono no solo determina a capacidade de retenção de água que o mesmo possui. Isto determina o crescimento das plantas nesse local. Estas plantas determinarão o ritmo da transpiração e eliminação do vapor de água. Isto afetará a formação de radicais OH na atmosfera e ditará a oxidação do metano e a sua conversão em CO 2. As plantas pegam neste gás e transformam-no em matéria vegetal através do processo da fotossíntese. Muitos estudos provam que a gestão correta do gado e dos pastos aumenta o sequestro de carbono, reduzindo os GEE da atmosfera. Além disso, os ruminantes produzem estrume, o que reduz a necessidade de fertilizantes químicos, com a consequente redução das emissões de GEE. As emissões de metano do gado variam drasticamente entre as diferentes regiões. Atualmente, nos EUA, existem menos vacas leiteiras do que nos anos 40 – 9 milhões hoje contra 25 milhões naquela altura – embora a produção de leite seja 6 vezes superior hoje: cerca de 23 kg/dia por vaca.
reações químicas com os radicais OH e transforma-se em CO2, mas esse CO2 será utilizado pelas plantas para completar a fotossín-
Por outro lado, as vacas num país como a Índia, onde não fazem parte da dieta local devido a motivos religiosos, produzem em média 3 kg/dia. Existem cerca de 300 milhões de vacas naquele país.
parte integrante do tecido das plantas. Portanto, se um rebanho de gado não aumentar o seu tamanho, o impacto desta popula-
Seria então possível reduzir significativamente o número de animais e produzir quantidades iguais ou superiores de leite e carne de vaca, implementando programas de genética, nutrição e saúde melhores e mais modernos, como as economias desenvolvidas fazem.
tese, ou seja, este CO 2 é rapidamente sequestrado, retirado da atmosfera para ser novamente transformado em celulose, como
Figura 4: Ciclo do carbono: O metano, ao contrário de outros GEE, degrada-se na atmosfera em CO2. O CO2 originado do metano faz parte de um ciclo natural e não é aditivo porque as plantas o irão utilizar para o seu próprio crescimento. Por outro lado, o metano originado dos combustíveis fósseis não faz parte deste ciclo natural e as plantas e os mares não têm capacidade para o absorver.
Figura 5: À esquerda, o gráfico mostra o nível e a evolução dos GEE (CH4 e N2O) nos países em desenvolvimento. À direita, os mesmos dados nos países desenvolvidos.
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os especialistas chamam água verde). Isto significa que esta água não será perdida, faz parte do ciclo da água, será sempre recuperada quer exista ou não gado que a utilize.
Figura 6: À medida que a produtividade aumenta, graças a uma melhor saúde, genética e nutrição, o número total de animais necessários diminui.
Além disso, cerca de 90% do que uma vaca come não é comestível pelos seres humanos. Portanto, sem ruminantes, uma enorme quantidade de subprodutos vegetais, tais como pés de milho, sementes de algodão, cascas de frutas ou polpa de beterraba, seria destruída. Isto também resultaria em emissões de GEE que evitamos graças às vacas.
Figura 7: As vacas comem essencialmente subprodutos vegetais que não são comestíveis pelo homem.
Com efeito, se toda a produção pecuária for eliminada nos EUA, a redução líquida de GEE será apenas de 2,6%, de acordo com um estudo realizado na Universidade do Arizona. No início deste artigo, aludi a outra controvérsia relacionada com a produção de carne de vaca: a utilização da água. Os meios de comunicação apontam isso com frequência, com títulos alarmantes nos quais se afirma frequentemente que são necessários quase 9.000 litros de água para produzir 500 gramas de carne de vaca. Vamos ver um relato detalhado da utilização da água na produção pecuária. Isto dá-nos uma ideia da situação real que não é fácil de resumir. De acordo com o Instituto UNESCO –IHE de Educação relativa à Água, a pecuária utiliza 29% da quantidade total de água utilizada em todos os processos agrícolas. E, de acordo com esta mesma instituição, 87% da água utilizada pelos animais provém da chuva (aquilo a que 26 |
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Figura 8: A água da chuva faz parte do ciclo da água. Não se perde, volta sempre.
Os 13% em falta são provenientes de água azul, água dos rios e água cinzenta, que é água contaminada após a utilização industrial e urbana. Faz parte da reciclagem de água.
Figura 9: Utilização de diferentes tipos de águas num país europeu e a nível global.
Com base no acima referido, existem evidências sólidas de que a utilização real da água para produzir 500 g de carne de vaca está entre 5 e 700 litros de água, dependendo das regiões e dos sistemas de produção. Obviamente, a indústria pecuária deve continuar a melhorar para reduzir as emissões de GEE e a utilização da água. Existem medidas técnicas a serem implementadas e já vimos as diferenças entre os países mais e menos desenvolvidos. Qualquer atividade tem um impacto ambiental e a agricultura e a produção animal não são exceções. Os dados mostram que a campanha mediática contra a carne de vaca não se baseia em ciência sólida. As vacas já cá estavam muito antes de nós e o seu impacto no ambiente é relativamente baixo e pode ser melhorado. Nem todas as indústrias podem afirmar o mesmo. Portanto, se decidir comer um bife, a única coisa que posso dizer é: Bom apetite!
Nós temos os recursos para o apoiar
Estamos aqui para o ajudar a concretizar a ambição de crescer. Temos um conhecimento profundo de nutrição e produção animal, sustentado em 100 anos de experiência, na presença em 75 países e numa forte aposta em Investigação. Como seu parceiro de negócio, queremos ser a força motriz do seu crescimento, através das melhores soluções nutricionais e mais sustentáveis práticas de maneio. Desta forma, cumprimos a nossa missão de alimentarmos animais saudáveis com responsabilidade.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
MELHORAR A EFICÁCIA DA VACINAÇÃO MEDIANTE A ALIMENTAÇÃO, UMA ABORDAGEM AINDA NÃO GENERALIZADA, MAS COM UM FUTURO IMENSO O papel da vacinação
Valentine Van Hamme Business Manager Intestinal Health, Kemin Europa
David González Sánchez Technical Service Manager Monogastric Nutrition, Kemin Europa
A vacinação desempenha um papel vital na gestão da saúde de todas as espécies de aves, com importância crescente desde a proibição do uso de antibióticos promotores de crescimento; e é uma ferramenta importante para reduzir o uso de antibióticos para uso terapêutico. O principal motivo para a vacinação de aves é minimizar as perdas devido à morbilidade e mortalidade causadas por todos os tipos de patogénicos. Uma vacina ajuda a prevenir uma doença, estimulando o sistema imunitário dos animais para produzir anticorpos que, por sua vez, combatem o patogeno invasor, protegendo-o contra a doença causada por este invasor específico. Certas doenças são muito comuns ou difíceis de erradicar e requerem um programa de vacinação de rotina. No entanto, a vacinação nunca consegue fornecer 100% de proteção contra doenças infeciosas. É apenas parte, mas muito importante, de uma complexa política de prevenção, da qual os programas de biossegurança, higiene e nutrição são componentes essenciais. Infelizmente, a vacinação nem sempre significa uma proteção eficaz. Existem muitos fatores que determinam a eficácia da vacinação. Uma falha de vacinação é definida como: “Quando os animais não desenvolvem níveis adequados de títulos de anticorpos e/ou são suscetíveis a um surto de doença de campo, após a administração da vacina”. Atribui-se frequentemente a culpa à vacina, mas muitas coisas podem correr mal entre o desenvolvimento e a preparação da vacina e a produção de anticorpos protetores pelo animal, pelo que se devem considerar outros fatores, tais como: • O programa de vacinação não se adapta à situação de saúde do bando. • Má administração ou manuseio da vacina. • Interferência de anticorpos maternos na estirpe da vacina. • Administração deficiente. • Estado de saúde: as aves já estão infetadas. • A qualidade da vacina ou a estirpe não está atualizada. • Deterioração da resposta imune do animal devido ao stress/doença/... • Imunossupressão nos grupos populacionais mais fracos (jovens/idosos/grávidas/imunodeficientes). Gerir estes fatores envolvidos não é fácil, mas é viável. Uma ferramenta para melhorar a eficiência da vacinação, que ainda não se utiliza sistematicamente, é a utilização de um suplemento na alimentação que module o sistema imunitário. A pesquisa
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demonstrou que a resposta à vacinação pode ser melhorada utilizando ingredientes moduladores do sistema imunitário, como os beta-glucanos administrados através dos alimentos.
Vacinação e beta-glucanos Os beta-glucanos são estruturas polisacarídicas encontradas em bactérias, fungos, algas e plantas. Estas estruturas podem ser reconhecidas por um recetor localizado nas células imunológicas. Após o reconhecimento, um efeito adicional de modulação imune é induzido. Consequentemente, as respostas imunes inatas e adquiridas são fortalecidas. Para a vacinação em espécies de aves, em geral, administra-se à ave, por via oral, um patogénico ligeiramente desativado, mas vivo. Este antígeno é reconhecido pelo sistema imunitário e, em resposta, produzem-se anticorpos contra esse patogeno que protegem o animal contra uma ameaça futura deste invasor. Como a vacinação se baseia no funcionamento adequado do sistema imunitário, a utilização de uma substância moduladora do referido sistema, que reforça tanto a resposta imune inata como a adquirida, será benéfico para melhorar a eficácia da vacinação. Um candidato perfeito a suplemento alimentar é um novo beta-(1,3)-glucano de origem excecional: uma alga chamada Euglena gracilis. Na prática, foram realizados vários ensaios para adquirir experiência na eficácia destes beta-(1,3)-glucanos derivados de algas como potenciadores dos títulos de anticorpos em resposta à vacinação.
Melhorar a eficácia da vacinação contra a doença de Gumboro Uma das infeções virais mais comuns nos frangos é a doença bursite infeciosa (IBD) ou a doença de Gumboro. Causada pelo vírus IBD, destrói os linfócitos B na bolsa de Fabricio, causando imunossupressão e piora dos resultados produtivos, o que leva a perdas económicas significativas. A vacinação é muito importante para ajudar a prevenir e controlar a IBD, pelo que vale a pena tentar qualquer solução que possa melhorar a sua eficácia. Assim, realizou-se um ensaio científico para testar o efeito de um beta-glucano de algas na vacinação contra a IBD. Dividiram-se 96 frangos ROSS 308 machos por 3 tratamentos: • Controlo negativo: sem vacinar contra a IBD • Controlo positivo: vacinado contra a IBD • Beta-glucano de algas marinhas (Aleta™): vacinado contra a IBD e suplementado com Aleta a 50 g/t de ração.
Gráfico 1. % de aves positivas após a vacinação contra a IBD ao 35º dia de vida
A vacina foi suplementada por via oral no dia 18 com uma vacina viva de IBD liofilizada. Para controlar a eficácia da vacinação, recolheram-se amostras de sangue nos dias 18 e 35 para medir os títulos de anticorpos (IgG) contra a IBD. A medição dos títulos de anticorpos no dia 18 é importante para detetar se ainda existem anticorpos maternos, que podem interferir na vacina, o que faz com que a ave não seja suscetível à vacinação. Durante este ensaio, foram observados 16% mais títulos de anticorpos específicos para a IBD (IgG) e 52% mais aves positivas, em resposta à vacinação, no grupo suplementado com beta-glucanos de algas em comparação com grupo vacinado não suplementado (controlo positivo). O grupo controlo negativo, embora não tenha sido vacinado, também apresentou algumas aves positivas (como se tivessem sido vacinadas), mas com títulos médios de anticorpos mais baixos, pois foi possível impedir completamente a disseminação do vírus da vacina na exploração experimental. O grupo de beta-glucanos de algas mostrou que 52% de todas as aves suscetíveis no momento da vacinação (sem anticorpos maternos) reagiram positivamente, com um título médio de IgG de 4564 unidades ELISA. O grupo controlo positivo resultou em apenas 25% de todas as aves suscetíveis no momento da vacinação, com uma resposta positiva com um título médio de IgG de 3906 unidades ELISA. Consequentemente, o suplemento de beta-glucanos de algas pode melhorar a eficácia da vacinação contra a IBD (Gráficos 1, 2 e 3).
Gráfico 1. % de aves positivas após a vacinação contra a IBD ao 35º dia de vida 52%
52%
52%
52%
25%
24%
25%
24%
NEG CONTROL
POS CONTROL
BETA(1,3)-GLUCANO ALETA -50
BETA(1,3)-GLUCANO ALETA -50 Gráfico 2. Titulação média de anticorpos contra a IBD (unidades ELISA) ao 35º dia NEG CONTROL
POS CONTROL
Gráfico %Titulação de aves positivas após a vacinação contra a IBD(unidades ao 35º diaELISA) de vida ao 35º dia de Gráfico1.2. média de anticorpos contra a IBD 5000 5000 4500 4500 4000 4000 3500 3500 3000 3000 2500 2500 2000 2000 1500 1500 1000 1000 500 500 0
Neg control
Neg control
Pos control
Pos control
GLUCANO BETA-(1,3)Aleta 50
GLUCANO BETA-(1,3)Aleta 50
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16%
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Gráfico 2. Titulação média de anticorpos contra a IBD (unidades ELISA) ao 35º dia de vida
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO Gráfico 3. Nível de IgG no soro sanguíneo e limiar de imunização. vacinação foram, respetivamente, 36% e 32% mais altos no grupo suplementado com beta-glucanos de algas em comparação com o grupo não tratado (Gráfico 4). Devido à melhoria do estado imunológico e resistência à doença, a mortalidade foi reduzida em 32% no pavilhão suplementado em comparação com o pavilhão controlo (Figura 5). Como consequência, esta exploração implementou a suplementação com beta-glucanos de algas como parte do seu programa de vacinação.
Melhoria da eficiência da vacinação contra a doença de Newcastle (ND)
Gráfico 3. Nível de IgG no soro sanguíneo e limiar de imunização
A doença de Newcastle (ND) é uma doença viral muito contagiosa que afeta diferentes Melhorar a eficiência da vacinação contra o vírus da enterite hemorrágica (HEV)espécies de aves. Os sinais clínicos dependem
Melhorar a eficiência da vacinação contra o vírus da virulência da estirpe e do estado de saúde da ave. A vacinação Outra doença importante na produção de aves é a enterite hemorrágica (HEV). É causada é obrigatória nos por países europeus para evitar os surtos e a proda enterite hemorrágica (HEV) um adenovírus e manifesta-se em perus pequenos, causando doençapagação gastroenterológica da doença. Os perus são vacinados com 2 ou 3 semanas Outra aguda doença (clínica), importante na produção aves é a enterite hemorhemorrágica mas também de deprimindo o sistema imunitário (subclínica). A de idade e com 8 semanas de idade com uma vacina inativada. rágica É causada porrealizam-se um adenovírus e manifesta-se em prevenção e o(HEV). controlo da doença principalmente por vacinação. Monitorizou-se Infelizmente, a vacinação nem sempre fornece o nível de proteção pequenos, causando doença o efeito perus de beta-glucanos provenientes de gastroenterológica algas na vacinaçãohemorrácontra a HEV numa exploração desejado. Como consequência, exploram-se todas as ferramentas gicaAaguda (clínica), mas também deprimindoum o sistema imunitá-com o beta-glucano de comercial. exploração consistia em 2 pavilhões, suplementado para apoiar os perus durante os programas de vacinação intensiva. rio (subclínica). prevenção e o controlo da doença algas (100g/t Aleta) e oAoutro não. Todos os animais foramrealizam-se vacinados por via oral no dia 28 A eficácia da vacinação com uma vacina viva atenuada, e os títulos de anticorpos em resposta à vacina foram contra a ND foi monitorizada em 2 exploprincipalmente por vacinação. Monitorizou-se o efeito de betarações de perus comparáveis, medindo os títulos de anticorpos monitorizados aosprovenientes 53 e aos 100 ambos oscontra controlos, títulos de anticorpos (IgG) -glucanos de dias. algas Em na vacinação a HEVos numa específicos (IgG) em resposta à vacinação contra a ND. em resposta à vacinação respetivamente, e 32% exploração comercial. Aforam, exploração consistia em 236% pavilhões, um mais altos no grupo Uma exploração suplementou o beta-glucano de algas na ração suplementado com beta-glucanos de algas de emalgas comparação com o grupo suplementado com o beta-glucano (100g/t Aleta) e o não tratado (Gráfico durante todo o ciclo de produção e a outra exploração não. Rea4). Devido à melhoria do estado imunológico e resistência à doença, a mortalidade foi reduzida outro não. Todos os animais foram vacinados por via oral no dia lizou-se um 5). programa em 32%28 nocom pavilhão suplementado em comparação o pavilhãoem controlo (Figura Como de vacinação padrão em ambas as explorauma vacina viva atenuada, e os títuloscom de anticorpos ções. Recolheram-se consequência, esta exploração implementou a suplementação com beta-glucanos de algas amostras de sangue aos 100 dias de idade, resposta à vacina foram monitorizados aos 53 e aos 100 dias. Em como parte do seu programa de vacinação. as quais foram analisadas para determinar os títulos de IgG do ambos os controlos, os títulos de anticorpos (IgG) em resposta à vírus da doença de Newcastle (NDV). Mais uma vez, a exploração 8000 fornecida com beta-glucanos de algas apresentou títulos de antiP… Control 7092 7000 8000 corpos médios mais altos em comparação com a exploração não P… Beta-glucan 32%mais mostrando P… médios altos em comparação com a exploração suplementada, mostra Control 6000 7092 suplementada, que os beta-glucanos de algasnão poderiam 7000 P… Beta-glucan beta-glucanos de algas poderiam utilizar-se como ferramenta de apoio aos pro 32% utilizar-se como ferramenta de apoio aos programas de vacinação 6000 5000 vacinação 5362 na produção comercial de perus. na produção comercial de perus. 5000 5362 4000 Gráfico 6. Titulação média de anticorpos (IgG) contra a ND.
4000
3000
3000
2000 2000 1000 1000 0
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1358
36% 36% 999 999
Day 53
Day 53
Day 100
Day 100
Gráfico.4.5Título Mortalidade (%)(IgG) no fim do período de isca (diaELISA). 115). Gráfico médio acumulada de anticorpos contra HEV (Unidades
Gráfico. 5 Mortalidade acumulada (%) no fim do período de isca (dia 115).
Gráfico 4. Título médio de anticorpos (IgG) contra HEV (Unidades ELISA).
Gráfico 6. Titulação média de anticorpos (IgG) contra a ND. Conclusão
A vacinação está a ganhar cada vez mais interesse no controlo e prevenção d Todas as ferramentas que possam melhorar a eficácia da vacinação desper Conclusão interesse. Uma ferramenta que ainda não se utiliza sistematicamente, mas deve consideração, suplementação beta-glucanos derivados A vacinação estáéaa ganhar cada vezdemais interesse no controlodee algas na ração; a modular o sistema imunitário, preparam-no para uma resposta à imu prevenção de doenças. Todas as ferramentas que possam melhorar consequentemente, aumentam a eficácia da vacinação. a eficácia da vacinação despertam grande interesse. Uma ferramenta que ainda não se utiliza sistematicamente, mas deve ser tida em consideração, é a suplementação de beta-glucanos derivados de algas Melhoria da eficiência da vacinação contra a doença de Newcastle (ND)na ração; pois ajudam a modular o sistema imunitário, preparam-no A doença de Newcastle (ND) é uma doença viral muito contagiosa que afeta diferentes uma resposta à imunização e, consequentemente, aumentam a espécies de aves. Os sinais clínicos dependem da virulência da estirpe e do estadopara de saúde da ave.5.AMortalidade vacinação é acumulada obrigatória (%) nos no países europeus evitar os (dia surtos e a propagação Gráfico fim do períodopara de produção 115). eficácia da vacinação. da doença. Os perus são vacinados com 2 ou 3 semanas de idade e com 8 semanas de idade com uma vacina inativada. Infelizmente, a vacinação nem sempre fornece o nível de proteção Melhoria daconsequência, eficiência da vacinação a doença de Newcastle (ND) desejado. Como exploram-se todas contra as ferramentas para apoiar os perus 3durante 0A |doença ALIMEN TAÇÃO AN os programas deIMAL vacinação eficácia viral da vacinação contra a ND que foi afeta diferentes de Newcastle (ND)intensiva. é uma Adoença muito contagiosa monitorizada emaves. 2 explorações declínicos perus comparáveis, os títulos anticorpos espécies de Os sinais dependemmedindo da virulência dade estirpe e do estado de saúde específicos (IgG) em resposta à vacinação contra a ND.
da ave. A vacinação é obrigatória nos países europeus para evitar os surtos e a propagação
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
A SAÚDE COMEÇA NO INTESTINO: MELHORAR A PRODUTIVIDADE DAS PORCAS UTILIZANDO PROBIÓTICOS A produtividade das porcas é o fator mais impor-
redução de bactérias tais como os coliformes e a
tante para uma produção económica e eficiente de
salmonela. A outra estirpe, Bacillus licheniformis DSM 5749, reportada pela sua grande capacidade
uma exploração. Além do tamanho da ninhada e da mortalidade na lactação, os parâmetros como fertilidade, consumo de alimento e a taxa de reposição têm de ser incluídos na avaliação dos custos gerais da exploração. A longevidade da porca, a condição
de supressão de agentes patógenicos importantes na suinicultura tais como Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus ou Streptococcus suis. As mencionadas estirpes de Bacillus demonstram
mamente relacionados com uma menor perdida de
produzir diferentes tipos de enzimas extracelulares incluindo diversas carboidrases e protéases,
peso durante a primeira lactação, havendo assim
contribuindo efetivamente para decomposição do
uma maior hipótese em reduzir o número de dias desmame-cio e um aumento do tamanho da ninhada
alimento e, consequentemente, numa melhoria da digestibilidade e absorção da proteína e/ou outros
nos ciclos reprodutivos subsequentes.
nutrientes no intestino.
corporal e o desempenho reprodutivo estão inti-
Probióticos: Um aditivo útil para Que tipo de probiótico consegue melhorar o desempenho da porca melhorar o desempenho da porca? Os probióticos são usados em dietas por forma E como? a suportar a produtividade das porcas. São organismos vivos que têm sido descobertos para conferir benefícios à saúde do hospedeiro quando administrados em quantidades adequadas (FAO/ WHO, 2002). Podem ser encontrados em forma de Bacillus, bactérias acido-láctico ou leveduras. Tradicionalmente, foram usados como ferramenta para estabilizar o desenvolvimento do intestino dos leitões nas primeiras idades. Nos dias de hoje, começaram a ser utilizados em porcas através do alimento ou via água. Os efeitos dos probióticos são
A inclusão de probióticos à base de Bacillus tem sido demonstrado como um suporte claro no balanço positivo da microbiota das porcas (Knap et al., 2010). Como os microrganismos esporulados são excretados pelas fezes, estes conseguem ser posteriormente ingeridos pelos leitões na maternidade. Desta forma, os Bacillus conseguem ter um efeito positivo permitindo uma redução da incidência e intensidade das diarreias pré-desmame. A vantagem em administrar probióticos às porcas em lactação não passa apenas por leitões mais pesados com uma
realizados através de diversos modos de ação tais como a modulação da microbiota intestinal beneficiando de forma direta, o hospedeiro i.e., a competição por exclusividade de agentes patogénicos e antagonismos bacterianos. Os produtos à base de Bacillus diferem na sua capacidade de beneficiar o hospedeiro, dependendo da espécie e estirpe utilizadas. Desde abril de 2017, o probiótico BioPlus® YC, tendo como base duas estirpes de Bacillus, está autorizado pela UE para ser usado, não apenas em porcas em lactação, mas também nas porcas em gestação. Uma das estirpes do BioPlus® YC, o Bacillus subtilis DSM 5750, é conhecido por aumentar significativamente a diversidade microbiana. O suporte no crescimento de bactérias acido-láctico específicas com supostas propriedades de confe-
Feed Safety for Food Safety® rir uma melhor saúde ao hospedeiro conduz a uma 32 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Fig. 1: BioPlus® YC nas porcas tem um efeito positivo no desempenho dos leitões
melhor integridade intestinal ao desmame, mas também por suportar a porca a ter uma melhor condição corporal ao desmame. Outras grandes vantagens em administrar probióticos às porcas em gestação são: 1) proporcionar uma melhor integridade do intestino resultando numa melhor utilização do alimento, 2) num melhor estado sanitário e 3) num melhor desempenho reprodutivo devido ao aumento da fertilidade. A suplementação de probióticos durante a gestação assegura uma condição corporal estável com um menor consumo de alimento resultando num benefício económico.
Efeito do BioPlus ® YC nas porcas em lactação – ensaio de campo Material e Métodos O efeito ao alimentar as porcas em gestação e lactação com um probiótico à base Bacillus sobre o desempenho das porcas foi anteriormente estudado (Alexopolous et al., 2014). Num ensaio realizado na Alemanha, um total de 116 porcas (DanBred) foram divididas em 10 grupos de 11-12 porcas. Quer o grupo controlo quer o grupo tratamento contavam com 58 porcas. Todas as porcas receberam a mesma dieta basal à base de trigo, cevada, e bagaço de soja. Os valores nutricionais estão disponíveis na tabela nº1. O grupo tratamento foi suplementado com a dose mínima recomendada de Bioplus YC (1,3 x 10^9 CFU/Kg). As porcas foram alojadas individualmente com as suas ninhadas. O ensaio começou aproximadamente 7 dias antes das parições e estendeu-se até ao desmame perfazendo um total de 5 semanas tendo sido alimentadas duas vezes por dia de acordo com a curva de alimentação. Todos os leitões (DanBred x Piètrain (BHZP, 77)) receberam o mesmo starter sem a adição de nenhum probiótico. Efetuou-se as trocas entre ninhadas de forma a que cada ninhada ficasse com 13 leitões homogéneos, tendo as trocas sido feitas entre ninhadas de cada tratamento e durante as primeiras 24 horas. Valores nutricionais das dietas de lactação Proteína bruta, %
16,5
EM, Kcal/kg
3150
Lisina, %
1,05
Tab. 1: Valores nutricionais da dieta de lactação da porca
Resultados Resultados zootécnicos das porcas A tabela 2 mostra um resumo do desempenho das porcas. As porcas de ambos os grupos começaram o ensaio em condições muito similares relativamente ao número de partos e peso vivo (Ø334 kg). Os números de dias em lactação foram igualmente similares. O tamanho das ninhadas foi idêntico para todas as porcas, com 13 leitões. Após o período de lactação, todas as porcas pesavam uma média de 293 kg representado uma perdida de 42 kg sem nenhuma diferença estatística entre os grupos. Não houve diferença estatística significativa relativamente ao desempenho produtivo das porcas entre os dois grupos, um resultado espectável uma vez que apenas se começou a suplementar com Bioplus YC 7 dias antes do parto.
nificativa (Tab. 3). Além disso, o ganho médio diário foi igualmente superior com diferença significativa (P=0,006) no grupo tratamento. Estado sanitário dos leitões De uma forma geral, o nível de incidência de diarreia foi baixo. O numero de dias de diarreia foi superior no grupo controlo. Cinco ninhadas do grupo controlo e duas ninhadas do grupo Bioplus YC tiveram de ser tratadas, de forma individual, contra a diarreia (Fig. 2).
COM
BPYC
5,03 (2-8)
5,02 (2-9)
Fig. 2: Nº de tratamentos frente a diarreia por grupo, %
Leitões nascidos vivos, n
15,66
16,57
A mortalidade pré-desmame após as adoções
Nados-mortos, %
16,51 a
12,77 b
foi reduzida de forma significativa de 10,1% para 6,8%. Também se pôde observar um
Mumificados, %
1,29
1,95
aumento de leitões nascidos vivos.
Peso ao nascimentos (kg)
1,41
1,39
Estado sanitário das porcas.
Dias de lactação
25,3
25,7
Nº de partos, (intervalo)
Tab. 2: Desempenho produtivo das porcas, P>0,01
Resultados zootécnicos dos leitões Devido à grande similaridade entre os grupos controlo e tratamento, foi possível focar no efeito da suplementação das porcas com BioplusYC sobre os parâmetros produtivos dos leitões.
As fezes foram observadas durante todo o ensaio, três vezes por semana. O sistema de pontuação das fezes é composto por: 1 = fezes normais e 2 = muito duras (obstrução). Pode-se observar uma correlação significativa entre as fezes não normais (pontuação ≠ 1) na semana após o parto e a percentagem de leitões nados-mortos (Correlação de Pearson).
COM
BPYC
Conclusão
Peso após adoções (kg)
1,41a
1,37b
Peso ao desmame (kg)
7,20a
7,46b
Peso da ninhada ao desmame (kg)
83,7a
90,8b
Os resultados do ensaio demonstraram que o Bioplus YC suplementado na dieta de lactação leva a:
GMD (g)
0,228b
0,236a
Mortalidade pré-desmame, n (%)
1,31a (10,1%)
0,88b (6,8%)
Tab. 3: Desempenho dos leitões (n=754)
O desempenho geral do ensaio foi alto. Os leitões tinham um peso médio inicial após as adoções de 1,4 kg e um peso médio ao desmame de 7,3 kg, tendo sido o grupo tratamento superior com diferença sig-
1. Uma melhoria do desempenho e da saúde dos leitões 2. Uma maior viabilidade e vitalidade dos mesmos 3. À redução da incidência de diarreia indicando um melhor estado sanitário 4. Menos problemas digestivos durante a lactação e a uma subsequente redução da mortalidade A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PARCERIAS
ENTREVISTA FÓRUM ESTUDANTE AO PRESIDENTE DA IACA
José Romão Braz
Tendências como o bem-estar animal ou a sustentabilidade ambiental são hoje mais próximas dos jovens portugueses. Sente que essa proximidade se reflete também no interesse dos jovens pelo setor da alimentação animal? Porquê? Não temos dúvidas de que os jovens se interessam hoje pelas questões ligadas à saúde e bem-estar animal, e à sustentabilidade. Esses são também temas prioritários para o nosso Setor e por isso lançámos a Visão 2030, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Para atingirmos os objetivos é necessária a energia, a inteligência, a criatividade e a irreverência destas novas gerações para nos ajudar a encontrar soluções, que nos permitam harmonizar a concretização de objetivos, aparentemente tão distintos. Este é um desígnio que devemos ter, pois é um facto que vamos continuar a ter a necessidade de produzir comida para animais e humanos e é um facto que vamos ter de o fazer de forma sustentável. Contamos com os mais jovens para nos ajudarem a encontrar esse caminho e essas soluções. De que forma tem vindo a evoluir este setor, ao longo do tempo? A indústria da alimentação animal é essencial para o funcionamento de milhares de explorações pecuárias, no espaço rural, sendo o seu principal custo de produção. A qualidade da alimentação tem um impacto direto na saúde e bem-estar dos animais e na competitividade das produções de carne, leite e ovos, mas igualmente na sua segurança alimentar. É um dos principais setores da agroindústria nacional, com cerca de + 12% do volume de negócios, cerca de 1 432 milhões de € e uma produção de 4 milhões de toneladas, empregando 3 500 pessoas. As unidades fabris têm-se modernizado e apostado cada vez mais na certificação, ambiental e na segurança alimentar, em produções sustentáveis e amigas do ambiente, competindo com o que de melhor se faz no espaço europeu e a nível mundial. A segurança e a credibilidade na alimentação animal são muito importantes para a confiança nos produtos de origem animal produzidos em Portugal, de excelente qualidade. Durante o ano de 2019, a IACA esteve presente em dezenas de escolas portuguesas. Qual a importância de, desde cedo, sensibilizar os jovens para as questões relacionadas com a alimentação animal? A sociedade é cada vez mais urbana, perdeu-se a ligação à terra, à produção de alimentos e o conhe-
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
cimento do território e do Mundo Rural. Por outro lado, os circuitos de transformação e distribuição de alimentos são longos e complexos e muitos jovens desconhecem a origem dos alimentos. Temos ainda um grande desconhecimento, que é amplificado nas redes sociais e não raras vezes alguns manuais escolares fornecem visões distorcidas da realidade. A nossa preocupação foi e é a de formar e informar; dar a conhecer o que fazemos, que a alimentação animal é parte da alimentação humana e que os animais têm de ser alimentados de forma equilibrada para serem saudáveis e em condições de bem-estar. E que a agroindústria e a atividade pecuária são determinantes para o equilíbrio do território, da paisagem e do Mundo Rural, ou seja, muito relevantes no plano social, económico e ambiental. Tivemos fundamentalmente duas ações ao longo do ano em colaboração mais direta com a Fórum Estudante, o Dia do Animal, a 4 de outubro, em que estivemos com 4 empresas a doar 12 toneladas de alimentos para cães e gatos, em conjunto com crianças e Associações de Defesa e Proteção dos Animais, e a 16 de outubro, no Dia Mundial da Alimentação Animal, em 115 escolas, para um público de milhares de alunos, com professores e técnicos das nossas empresas, em que focámos todos os aspetos ligados à alimentação animal, desde a escolha das matérias-primas até à produção dos alimentos e a distribuição nas explorações pecuárias. Que balanço faz deste conjunto de ações realizadas, durante o ano de 2019? E quais poderão ser os próximos passos? O balanço foi muito positivo. Da ligação com as escolas, quer no Dia do Animal, quer no Dia da Alimentação Animal, tivemos um excelente feedback, professores e alunos querem repetir a experiência e da parte das nossas associadas, foram estabelecidos contactos para visitas a empresas de forma permanente. Os milhares de alunos que participaram nestas iniciativas conhecem hoje melhor a nossa realidade e o Setor e os desafios que temos pela frente. No entanto, a cooperação com a Fórum Estudante não se limitou a estas iniciativas: todos os meses tivemos publicações na Revista, que foram divulgadas depois na nossa publicação “Alimentação Animal" sobre temas tão variados e atuais como “Os jovens e a alimentação animal", em que apresentámos este Projeto de parceria, “conhecer o que chega ao prato", com as boas práticas alimentares, Economia Circular, a importância da nutrição animal na saúde e bem-estar animal, bem como entrevis-
tas a jovens técnicos de empresas ligadas à indústria. Outros temas foram a nutrição de precisão, a inovação, sustentabilidade ambiental ou a polémica em torno da carne de bovino e o impacto nas emissões de GEE. Nas entrevistas, a principal conclusão é que estamos perante um universo de enormes possibilidades e oportunidades. Contribuímos para alimentar o Mundo. Outro dos temas de interesse, para os estudantes, é o seu futuro profissional. Quais poderão ser alguns dos atrativos do setor, enquanto potencial área profissional? Esta é uma atividade multidisciplinar, que envolve muitas áreas científicas e da tecnologia, engenharia industrial, ambiente, veterinária, agronomia, zootecnia, informática, bio-
logia, química, novas tecnologias, marketing … Os grandes desafios que temos pela frente, que é o de saber como vamos alimentar cada vez mais pessoas com menos recursos, que têm de ser otimizados, produzir alimentos seguros e de qualidade, garantir uma população com acesso a uma alimentação saudável e diversificada, protegendo ao mesmo tempo o Planeta, vão exigir um espirito aberto, conhecimento, trabalho de equipa e uma aposta forte na investigação, desenvolvimento e inovação. Ciência e tecnologia são fundamentais para que tenhamos sucesso. Há alguma mensagem que gostaria de deixar aos estudantes portugueses? Este setor, como vimos na Parceria com a Fórum Estudante, é muito mais do que ali-
mentar animais. Esperamos que em 2019, o “Ano da Alimentação Animal", tenham ficado a conhecer melhor o que fazemos e que não se esqueçam da importância da alimentação, animal e humana, que procurem aprofundar as ideias e o conhecimento e dar uma maior atenção aos problemas do Mundo Rural, do território, da sustentabilidade. Sobretudo que estejam disponíveis para questionar, mas com conhecimento, e procurem definir as vossas posições, com base na informação científica. Esta é certamente uma área em que poderão trabalhar no futuro. O Setor irá acolhê-los, certamente, de braços abertos.
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS
Caros amigos e colegas – Escrevo estas linhas no momento em que o nosso mundo “parou” e enfrentamos um futuro de grandes indefinições e incertezas. Depois desta crise nada será igual, os tempos que se avizinham serão extremamente difíceis. Registo apenas que o setor Alimentar onde a Indústria de Alimentação Animal está inserida, muitas vezes esquecido e desprezado pela nossa sociedade, afinal é vital para a nossa sobrevivência. Para todos os que mantém a Produção Alimentar em funcionamento, a minha homenagem, extensiva evidentemente a todos os profissionais de saúde, segurança, higiene e limpeza e outros serviços, que tem sido fundamentais para podermos ultrapassar este desafio. – Falar na Reunião da SPMA em 14 de fevereiro, deixou de fazer sentido: temas como o “European Green Deal”, Comités da FEFAC, IX Jornadas de Alimentação Animal, Eleições para a Secção, etc, passaram a ser insignificantes perante a dimensão do problema que estamos a viver. Como falar do excelente Seminário organizado pela IACA e a USSEC sobre “A Sustentabilidade: um Desafio e uma Responsabilidade, a 19 de fevereiro”, possivelmente será passado, pois a sua temática muito dificilmente se manterá nas principais preocupações futuras da nossa Indústria. – Espero que no próximo número da RAA todos nós possamos voltar ao nosso mundo seguro, por muito diferente que ele fique após esta crise mundial. Pedro Folque
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
RESUMO DO 117º COMITÉ DE NUTRIÇÃO ANIMAL O 117º Comité de Nutrição animal decorreu em Copenhaga, a 9 de outubro de 2019, tendo sido aprovado o plano de trabalho para 2020. Parte dos assuntos transitaram do plano de trabalho de 2019.
1 – Legislação sobre pesticidas O estudo sobre a adequação da legislação da UE em matéria de pesticidas apontou, entre outros, para: • disposições pouco claras para substâncias que ocorrem naturalmente e substâncias de uso múltiplo, o que dificulta o comércio entre os Estados-Membros; • insuficiente duração e transparência dos procedimentos para estabelecer tolerâncias na importação; • diferentes procedimentos dos Estados-membros quanto à aplicação ou não de teores máximos de resíduos para alimentos para animais e produtos transformados, criando assim entraves ao funcionamento do mercado interno. Espera-se que a Comissão proponha uma atualização da legislação e não uma revisão.
2 – Novos limites para substância indesejáveis (dioxinas e PCBs e toxinas produzidas por fusarium) Num estudo efetuado pela EFSA, esta agência propôs a redução do valor de ingestão semanal tolerável de dioxinas e PCBs, visto que, atualmente a exposição a dioxinas e PCBs através da alimentação ultrapassa, em todas as faixas etárias, os novos valores recomendados, o que representa uma preocupação a nível de saúde pública. Os especialistas de vários comités da FEFAC concluíram que, a base de dados não é representativa dos níveis de contaminação existentes na prática, pelo que foram recolhidos dados para fornecer à EFSA, sendo identificadas como principais prioridades a recolha de dados de Óleo de peixe, farinha de peixe e alimentos compostos para peixes (1ª); argilas minerais (bentonite e outras), óleos e gorduras vegetais e destilados de ácidos gordos (2ª); Compostos de oligoelementos (3ª). Os membros do Comité concluíram que os novos limites propostos pela Comissão não seriam viáveis para compostos de oligoelementos e aglutinantes/antiaglomerantes, e concordaram em apoiar a abordagem da Comissão da UE com base na regra do percentil 95 para a revisão do limite máximo existente. A EFSA lançou uma consulta pública sobre aflatoxinas em alimentos, que conclui que existe uma exposição muito elevada dos consumidores da UE. No que diz respeito às toxinas do fusário, a Comissão e o SCoPAFF começaram a discutir a revisão dos limites máximos/valores de orientação existentes para a DON, ZEA, T2 e HT2. Entre as questões a serem levantadas estão: terminar com o conceito de valores de orientação para toxinas de fusarium nos alimentos para animais e definir limites máximos.
3 – Catálogo/registo de matérias-primas para a alimentação animal O grupo de trabalho da cadeia dos alimentos para animais europeu aprovou a reestruturação do site do registo das matérias-primas para a alimentação animal, com as seguintes novidades: • Conceder o acesso das autoridades ao nome do candidato/operador da matéria-prima no site; • Fornecer às autoridades uma lista das entradas consideradas ilegais; • Excluir entradas com instruções claras das autoridades da UE; • Mais restrições ao requerente (várias etapas de validação); obrigação de passar pela árvore de decisão da FEFANA; identificação da empresa que faz a submissão. No que diz respeito ao catálogo de matérias-primas foi feita uma proposta de atualização. O capítulo 12, sobre os produtos da fermentação, foi completamente remodelado, com o objetivo de reduzir o número de entradas e trazer alguma consistência entre os diferentes tipos de microrganismos.
(www.andritz.com)
(www.geelencounterflow.com)
(www.technipes.com)
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Arrefecimento
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4 – Agricultura biológica – lista de matérias-primas e aditivos autorizados A DG AGRI lançou um processo de atualização da lista de matérias-primas e aditivos para a alimentação animal que podem ser utilizados na agricultura biológica. O grupo de trabalho da UE sobre o catálogo, concordou em aproveitar a oportunidade da mudança para as novas regras da produção biológica, para identificar as matérias-primas e os aditivos para a alimentação animal de origem não biológica, para os quais seria útil obter a autorização de utilização, antes da entrada em vigor das novas regras em 2021.
5 – Formação de um grupo de especialista em nutrição animal A DG SANTE lançará em breve um convite às autoridades/partes interessadas, para formação de um grupo de especialistas em nutrição animal. Este novo órgão consultivo deve prestar consultoria à Comissão da UE para a elaboração de atos delegados, os quais não necessitarão da aprovação pelo SCoPAFF. A regra geral, aplicável pelo menos a atos secundários vinculados ao Regulamento (CE) n.º 1831/2003, relativo aos aditivos para a alimentação animal, à Diretiva 2002/32/CE sobre substâncias indesejáveis e ao Regulamento (CE) n.º 183/2005, sobre higiene dos alimentos para animais, é que essas medidas sujeitas ao procedimento de regulamentação com controlo (o chamado PRAC) ficarão sujeitas a atos delegados, enquanto outros (como as autorizações de aditivos) ficarão sujeitos a atos de execução sujeitos a votação em Comitologia. Tal já aconteceu com a revisão da legislação relativa aos alimentos medicamentosos, em que a definição dos limites de contaminação cruzada das substâncias ativas (p.e. antibióticos) nos alimentos não visados estará sujeita a um ato delegado.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA
RESUMO DO 36º COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS E ALIMENTOS MINERAIS DA FEFAC O 36º Comité de Pré-Misturas e Alimentos Minerais decorreu em Copenhaga, na Dinamarca a 8 de outubro de 2019. Nesta reunião foi aprovado o programa de trabalho para 2020, sendo grande parte dos temas do programa de trabalho de 2019 reconduzidos para 2020. Foram discutidos os principais assuntos em avaliação pela Comissão Europeia, os quais serão de seguida apresentados.
1 – Implementação da legislação sobre aditivos para a alimentação animal (Regulamento (CE) nº 1831/2003) A FEFAC alertou a Comissão para os seguintes problemas decorrentes da avaliação da legislação dos aditivos para a alimentação animal: • Menos aditivos autorizados resulta em potenciais problemas de abastecimento; • A produção de aditivos tem sido deslocada para fora da UE; • Autorizações específica para cada estirpe microbiana – no caso de aditivos essenciais – enfraquece a posição dos utilizadores de aditivos da UE e expõe-nos ao risco de fraudes (não há forma de controlar quais as estirpes utilizadas). As estirpes devem ser rotuladas; • As regras de rotulagem dos aditivos para a alimentação animal ao longo da cadeia devem ser mais consistentes. Os textos legais para autorizações individuais devem ser de forma a que não implique mais do que duas alterações no rótulo por ano; • Deveria ser possível fazer alegações nos rótulos das pré-misturas; • Os procedimentos de autorização atuais não encorajam à inovação, resultando na perda de oportunidades de beneficiar de soluções nutricionais; • Não há suporte para a extensão da autorização específica do titular de aditivos genéricos, devido à restrição na variedade de fornecedores e potencialmente a situações de monopólio (alteração dos rótulos cada vez que o fornecedor muda).
Vitaminas B2 e B12, lisina e etoxiquina A vitamina B2 foi submetida a re-autorização, com apenas duas estirpes autorizadas nesta fase. Na ausência de medidas de retirada específicas (como do KCCM 10445), o B2 produzido por outras estirpe ainda pode ser colocado no mercado. Está em discussão um regulamento de retirada e pode ser adotado no início de 2020. 38 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Continuam as discussões ao nível do SCoPAFF sobre o estatuto da biomassa de Ashbya gossypii rica em vitamina B2, com França a defender o estatuto de aditivo e a Alemanha (apoiada por outros Estados-membros) a defender o estatuto de matéria-prima. A Comissão inclina-se para o estatuto de aditivo, visto que contém essencialmente vitamina B2 e nenhum outro nutriente em proporções significativas. O Regulamento de autorização da lisina já foi publicado, tendo o detentor da autorização de fornecer informação detalhada sobre o genoma completo da estirpe produtora. Os laboratórios nacionais estão a trabalhar no desenvolvimento de métodos de análise para deteção de rADN da estirpe específica produtora da lisina. Quanto ao processo de reautorização da vitamina B12, apenas um dossier foi submetido, vitamina B12 produzida por Ensifer adhaerens SCM 2034. Outros foram retirados e permanecem três submissões pendentes. As empresas chinesas permanecem relutantes em fornecer toda a informação genética da estirpe utilizada. O EURL-FA emitiu uma nota técnica estabelecendo critérios mínimos de desempenho, para a sensibilidade dos métodos destinados a verificar o cumprimento da tolerância 0 da presença de rADN (método de deteção de fragmentos de rADN até 150 pb, LOD de 20 cópias). Por outro lado, o painel FEEDAP estabeleceu os seus próprios critérios de sensibilidade para os métodos a serem utilizados pelo solicitante para provar a ausência de rADN para fins de avaliação de risco (comprimento do fragmento de ADN de 700-1.000 pb – máx. 10 ng de comprimento total de DNA / g do produto). A indústria de fermentação considera a abordagem EURL-FA impossível de implementar. As discussões começaram entre o FEEDAP e o EURL-FA. No que diz respeito à etoxiquina, a Comissão referiu que “a adoção do parecer da EFSA está prevista até ao final do primeiro trimestre de 2020, sendo depois apresentado um projeto ao FEEDAP, para avaliação.” Enquanto isso, a derrogação para matérias-primas para alimentação animal de origem marinha terá expirado, o que significa que nenhum alimento composto produzido a partir de 1 de abril de 2020 pode conter etoxiquina.
2 – Atualização da legislação sobre substâncias e preparações perigosas Notificação aos centros de venenos O Regulamento (CE) n.º 2017/542 prevê regras harmonizadas para a notificação de misturas perigosas a centros antivenenos de todos os
países onde a mistura é comercializada, em particular, que a responsabilidade pela notificação é do utilizador a jusante (p.e. o fabricante da pré-mistura) para os seus produtos e também para os colocados no mercado pelos distribuidores, mesmo que com outra marca. A implementação deste Regulamento pressupõe a transmissão de dados sobre a composição detalhada do produto ao longo da cadeia. A Comissão encomendou um estudo sobre a exequibilidade das medidas, com base em estudos de caso, referindo-se às informações fornecidas pelo FEFANA e às possíveis medidas para aliviar a carga dos fabricantes de pré-misturas.
Restrições da utilização dos sais de cobalto A ECHA continua a elaborar uma proposta para o estabelecimento de restrições de exposição para 5 sais de cobalto (incluindo sulfato de cobalto, diacetato de cobalto e carbonato de cobalto). Inicialmente a ECHA propôs o estabelecimento de um valor de exposição de referência de 0,01 µ Co/m3, mas com uma derrogação à utilização de sais de cobalto como aditivos para a alimentação animal. Este valor de referência foi rejeitado na reunião do SEAC. A ECHA está agora a considerar valores de 1 µg de Co/m3 ou 10 µg de Co/m3. No entanto, a derrogação inicialmente considerada para o setor da alimentação animal foi contestada pelos comités RAC e SEAC da ECHA, com base na incerteza no nível de proteção conferido pela regulamentação da alimentação animal ((CE) nº 429/2008 e (CE) nº 1831/2003).
Fator M O Regulamento (CE) nº 1179/2016 altera a lista de classificação harmonizada de substâncias e estabelece um fator M de 10 para o sulfato de cobre classificado com perigosidade persistente para o ambiente aquático. Na prática pré-misturas com uma taxa de incorporação de cobre de 0,25% seriam classificadas como perigosas. Em março de 2019, o RAC reduziu os fatores M do óxido de cobre para 10 e de sulfato de cobre para 1, o que deverá ser incluído no 16º regulamento que adapta o CLP ao progresso técnico. Este Regulamento conterá todos as substâncias com classificações harmonizadas, novas ou modificadas, com base em todos os pareceres do RAC em 2019 e será discutido pelo CARACAL no início de 2020. O Regulamento assumirá a forma de um “ato delegado”, ou seja, não é necessária votação para a sua aprovação.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
ESTUDO DA ALLTECH REVELA QUE PRODUÇÃO MUNDIAL DE RAÇÕES PARA ANIMAIS ESTÁ PELA PRIMEIRA VEZ EM QUEBRA DESDE 2010
O 9º Estudo Global sobre Alimentação Animal (Alltech Global Feed Survey 2020), realizado pela Alltech e divulgado esta semana, estima que a produção mundial de rações para animais diminuiu 1,07% em 2019, atingindo um total de 1.126 mil milhões de toneladas, uma quebra motivada em grande parte pelo surto de peste suína africana (ASF) e pelo declínio da produção de rações para suínos na região Ásia-Pacífico. Os nove principais países produtores de rações são os EUA, China, Brasil, Rússia, Índia, México, Espanha, Japão e Alemanha. Juntos, estes países representam 58% da produção global de rações e detêm 57% das fábricas de rações. Alguns factos relevantes do estudo são: Portugal é um dos países onde a produção de rações para animais de estimação cresceu; na Europa a produção de rações para bovinos de leite e bovinos de carne diminuiu 4% e 3%, respetivamente, mas a produção de rações para aquicultura cresceu 7%. A China caiu da 1ª para 2ª posição mundial como produtora de rações, atrás dos EUA. «O ano 2019 apresentou inúmeros desafios para a indústria de rações, o maior dos quais foi a peste suína africana. O impacto é visível no declínio da produção mundial de rações, bem como à escala regional, conforme mostra o nosso estudo», afirmou Dr. Mark Lyons, presidente e CEO da Alltech, que apresentou os resultados do estudo numa emissão em direto na web a partir da sede da Alltech no Kentucky, EUA. «Se por um lado a produção de rações para suínos diminui nos países afetados, notamos um aumento da produção de rações para outras espécies animais e em países não afetados (pela ASF), e um crescimento das exportações. Os prejuízos causados pela ASF terão implicações a longo prazo e estimamos que as principais fontes 40 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
de proteína continuarão a mudar à medida que a nossa indústria se adapta à escassez (de matérias-primas)». Os dados globais deste estudo, recolhidos em 145 países e cerca de 30.000 fábricas de rações, apresentam o seguinte retrato da produção mundial de rações por espécie animal em 2019: frangos 28%; porcos 24%; galinhas poedeiras 14%; bovinos leite 12%; bovinos carne 10%; outras espécies 6%; aquicultura 4%; e animais de estimação 2%. O maior crescimento ocorreu nos setores das galinhas poedeiras, frangos, aquicultura e animais de estimação. Resultados regionais do Alltech Global Feed Survey 2020: •A mérica do Norte: os EUA são o maior produtor mundial de rações com um total estimado em 214 milhões de toneladas, das quais 61,09 MT para bovinos, 48,525 MT para frangos e 44,86 MT para porcos. A América do Norte registou um crescimento constante de 1,6% em relação a 2018. O Canadá produziu 21,6 MT. • América Latina: registou um crescimento de 2,2%, para 167,9 MT. O Brasil lidera a produção de rações nesta região e é o terceiro a nível mundial, predominam as rações para frangos (32,1 MT) e porcos (17,0 MT). Brasil, México e Argentina continuam a produzir a maior parte das rações (76%) na América Latina. •E uropa: a produção na Europa permaneceu relativamente estagnada, com um ligeiro aumento de 0,2% em relação a 2018. Os três principais países produtores de rações na Europa são Rússia (40,5 MT), Espanha (34,8 MT) e Alemanha (25,0 MT), as rações para suínos lideram nos três países. O setor das rações para ruminantes foi o mais afetado, estima-se que a produção de rações para bovinos de leite e bovinos de carne diminuiu 4% e 3%, respetivamente. Quebra que foi compensada principalmente pelo forte crescimento nas indústrias de rações para aquicultura (7%) e galinhas poedeiras (3%). • Ásia-Pacífico: a região Ásia-Pacífico viu a produção de rações diminuir em 5,5% em 2019, principalmente devido à peste suína
africana e a grandes quebras na produção de rações para suínos. A produção de alimentos para animais na China diminuiu quase 20 MT no total, para 167,9 MT, passando a China da 1ª para 2ª posição mundial como produtora de rações, atrás dos EUA. Índia e Japão permaneceram nos nove principais países produtores de rações, com uma produção semelhante em comparação a 2018 – 39,0 MT e 25,3 MMT, respetivamente – enquanto o Vietname caiu 7%. •Á frica: a África continuou em forte crescimento com um aumento de 7,5% na produção de rações, e uma evolução positiva em todas as espécies. Os cinco principais países produtores representam 75% da produção de rações de África: África do Sul, Egito, Nigéria, Marrocos e Argélia. Resultados por principais espécies animais do Alltech Global Feed Survey 2020: • A produção de rações para suínos foi bastante impactada pela peste suína africana, com uma redução de 11%. A principal região produtora de rações para suínos continua a ser a Ásia-Pacífico, mas também sofreu o maior declínio – 26%. China (-35%), Camboja (-22%), Vietname (-21%) e Tailândia (-16%) sofreram grandes descidas. Europa, América do Norte e América Latina permaneceram relativamente estáveis em comparação com o ano anterior, com um ponto percentual em ganho ou perda. Embora África seja um pequeno produtor em volume de rações para suínos, registou um grande significativo de 29%. • No setor das rações para aves, a região Ásia-Pacífico lidera em rações para frangos (115,2 MT) e galinhas poedeiras (73,1 MT). Na América Latina, a produção total de rações para frangos foi de 60,8 MT, com o Brasil a liderar (32,1 MT), seguido do México (10,5 MT), que aumentou 11% para 7,05 MT a produção de rações para galinhas poedeiras, superando o Brasil. Na Europa, a Rússia lidera com 10,86 MT de rações para frangos, de um total de 56,3 MT na região, e com 5,3 MT de rações para galinhas poedeiras, de um total de 33,5 MT na região. Na América do Norte, os EUA representam 94% das rações para
frangos com 48,5 MT, enquanto a produção de rações para galinhas poedeiras aumentou em 460.000 toneladas no Canadá. • A Europa lidera a produção global de rações para bovinos de leite com 34%, seguida pela América do Norte (21,8%), Ásia-Pacífico (17,6%) e América Latina (15,3%). Os principais países produtores são Turquia (6,5 MT), Alemanha (5,2 MT), Rússia (4,2 MT), Reino Unido (3,8 MT), França (3,4 MT), Holanda (3,3. MT) e Espanha (3,2 MT). • A América do Norte continua a liderar a produção global de rações para bovinos de carne com 62,3 MT, seguida pela Europa (21,9 MT) e América Latina (13,9 MT).
• No geral, as rações para aquicultura apresentaram um crescimento de 4% em relação a 2018. A Ásia-Pacífico foi a região que mais cresceu com um aumento de 1,5 MT. Os principais contribuintes foram China, Vietname e Bangladesh. A diminuição da produção na Europa deve-se sobretudo à redução do fabrico na Rússia, devido ao aumento das importações neste país. • O setor das rações para animais de estimação registou um crescimento de 4%, com os maiores aumentos na Ásia-Pacífico (10%), Europa (3%) e América Latina (6%). Por país, foram observados aumentos na
China, Indonésia, Portugal, Hungria, Equador e Argentina. Para aceder ao estudo detalhado e à gravação do painel de comentadores do estudo, realizado na sede da Alltech, consultar o website: alltechfeedsurvey.com. O Alltech Global Feed Survey avalia a produção e os preços das rações através de informações recolhidas pela equipa comercial da Alltech a nível mundial e em parceria com associações locais de indústrias de rações no último trimestre de 2019. Este estudo é uma ferramenta de análise relevante para decisores políticos e todas as partes interessadas do setor agropecuário.
ALLTECH INAUGURA LABORATÓRIO QUE ANALISA DIGESTIBILIDADE DAS RAÇÕES DOS BOVINOS
O Laboratório Alltech IFM, localizado na Universidade Harper Adams no Reino Unido, ajudará a desenvolver rações de elevada digestibilidade para bovinos e outros ruminantes, reduzindo o desperdício e mitigando o impacto ambiental (emissões de metano) das explorações pecuárias. A Alltech, empresa global especializada em nutrição animal, acaba de inaugurar o seu primeiro laboratório especializado em fermentação in vitro – Alltech IFM – na Europa, em parceria com a Universidade Harper Adams, no Reino Unido. Esta nova unidade científica simula a fermentação que ocorre no rúmen dos bovinos, avaliando a digestibilidade das rações e forragens. Os produtores de gado e os fabricantes de rações podem recorrer ao Laboratório Alltech IFM™ para otimizar a formulação das rações, com base na disponibilidade de nutrientes, o que permitirá reduzir perdas de energia e desperdício de rações.
As amostras de ração (concentrados, forragens frescas, silagens ou rações mistas) são incubadas com líquido ruminal durante 48 horas e, em seguida, analisadas quanto ao seu teor em ácidos gordos voláteis (AGV) e biomassa microbiana. O Alltech IFM mede a produção de gases durante todo o processo, permitindo calcular a quantidade de energia perdida, ou seja, as emissões de metano geradas por cada animal. Validado pelo Carbon Trust, o Alltech IFM é uma ferramenta eficaz para prever as emissões de metano geradas nas explorações pecuárias. Este é o sétimo laboratório do género que a Alltech inaugura a nível mundial. «O lançamento do nosso laboratório Alltech IFM na Europa é um avanço significativo, pois agora temos a capacidade de analisar rações na Europa e dar mais apoio técnico aos nossos clientes», afirma Matthew Smith, vice-presidente da Alltech. «Em parceria com a Universidade Harper Adams vamos gerar novos conhecimentos sobre a correlação entre a dieta dos ruminantes e a produção de leite e de carne de bovino na Europa. Acreditamos que o Alltech IFM pode contribuir para ajudar a resolver as enormes preocupações ambientais e a reduzir o desperdício nas explorações pecuárias, contribuindo para um Planeta de Abundância (Planet of Plenty)», acrescentou Matthew Smith.
Sobre a Alltech: Fundada em 1980 pelo empresário e cientista irlandês Dr. Pearse Lyons, a Alltech é uma empresa de tecnologia de ponta num setor de atividade tradicional, a agricultura. Os nossos produtos melhoram a saúde e a nutrição de plantas e animais, resultando em alimentos mais nutritivos para as pessoas, com menos impacto sobre o meio ambiente. Com experiência em fermentação de leveduras, fermentação em estado sólido e nas ciências da nutrigenómica e metabolómica, a Alltech é líder na produção de aditivos de levedura, oligoelementos orgânicos, ingredientes para rações, pré-misturas e rações. Com mais de 5.000 colaboradores talentosos em todo o mundo, acreditamos no lema “Trabalhar Juntos para um Planeta de Abundância”. Com a adoção de novas tecnologias, das melhores práticas de gestão agrícola e do engenho humano acreditamos que o mundo de abundância pode ser uma realidade. A Alltech é uma empresa privada, de propriedade familiar, o que nos permite uma rápida adaptação às necessidades dos nossos clientes e manter o foco na Inovação avançada. Sediada nos arredores de Lexington, Kentucky, EUA, a Alltech tem forte presença em todas as regiões do mundo.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
PRODUTORES DE MILHO DEBATEM EM COIMBRA PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES DA FILEIRA O 10º Colóquio Nacional do Milho reuniu, a 19 de fevereiro, no Convento São Francisco, em Coimbra, agricultores, cientistas e responsáveis políticos num debate sobre o papel da agricultura nos grandes desafios da atualidade: coesão do território, neutralidade carbónica e megatendências agroalimentares. A escolha de Coimbra para a realização da 10ª edição do Colóquio Nacional do Milho justificou-se pela importância socioeconómica da cultura do milho no Vale do Mondego, onde a produção deste cereal se tem mantido muito estável ao longo dos últimos anos. Por outro lado, «a opção por Coimbra é uma justa homenagem à tenacidade e resiliência dos agricultores da região Centro, especialmente afetada pelos incêndios de 2017, pela tempestade Leslie em 2018, e, mais recentemente, pelas cheias que causaram avultados prejuízos no Vale do Mondego, trazendo à evidência a necessidade e urgência de mais investimento na modernização das infraestruturas hidroagrícolas da região», afirma Jorge Neves, presidente da ANPROMIS, entidade que organizou o Colóquio. O apoio da Câmara Municipal de Coimbra e o seu empenho em receber o Colóquio na cidade demonstra bem a relevância desta iniciativa para a região. O programa do Colóquio diversificado, e abordando temas mais técnicos da produção de milho, como a importância do solo na sustentabilidade da cultura ou o papel das Superfícies de Interesse Ecológico no controlo de pragas agrícolas, e outros temas mais políticos, como a importância da agricultura no desenvolvimento e na coesão do território; as megatendências no setor agroalimentar: visão global e possível resposta política do ponto de vista da UE e o Roteiro para a Neutralidade Carbónica: condicionante ou oportunidade para a agricultura portuguesa? No dia de 20 de fevereiro o programa foi dedicado a visitas técnicas a entidades muito relevantes da região: o BIOCANT Park, em 42 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Cantanhede, primeiro centro empresarial de Biotecnologia em Portugal, e a duas agroin-
Sendo também um dos objetivos da ANPROMIS inovar na forma de comuni-
dústrias – a fábrica da SIA – Sociedade Industrial de Aperitivos, em Tentúgal, um
car e de fazer chegar aos seus associados a informação que julgamos mais relevante,
dos principais transformadores de batata em Portugal, e a fábrica de produção de
não podemos deixar de realçar o recentemente criado grupo de WatsApp, cons-
tissue da The Navigator Company, em Cacia, um dos maiores operadores mundiais da
tituído neste momento por cerca de 300 parceiros, que se quer uma plataforma
indústria de papel. Recorde-se que o amido de milho é uma das matérias-primas usadas
dinâmica e interativa, contribuindo para o intercâmbio de conhecimento entre os
no fabrico do papel.
produtores nacionais.
IACA APRESENTA ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA EUROPEIA SOBRE SUSTENTABILIDADE
Como tem acontecido noutras situações, pela parceria que mantemos com a USSEC desde há muitos anos, aquela organização de exportadores de soja norte-americanos convidou uma delegação da IACA para estar presente em Frankfurt, nos dias 4 e 5 de dezembro, para mais um evento internacional: US Soy Trade Exchange – Europe & Mena. Este encontro, que reuniu não só europeus, mas também representantes de empresas e organizações do Médio Oriente e Norte de África, cerca de 400 participantes, marcou as comemorações dos 50 anos da USSEC e contou com uma intervenção do Secretário-Geral da IACA, Jaime Piçarra, que abordou, em nome da FEFAC, a estratégia da indústria europeia em matéria de sustentabilidade. No dia 4 o evento começou com as boas vindas de Jim Sutter (CEO da USSEC) e Brent Babb, Diretor regional para a Europa & Mena, vestido a rigor para os 50 anos da USSEC, tendo sido apresentado um vídeo sobre o historial da organização que, tal como a IACA, nasceu em 1969, e teve em Hamburgo a sua origem. Tivemos neste primeiro dia vários temas em debate, nomeadamente uma intervenção sobre as exportações dos EUA e a sua visão do comércio internacional, destacando naturalmente a importância da soja e as relações com a União Europeia, sem esquecer a China e os MENA; os mercados globais da soja e das oleaginosas de um modo geral, onde estamos? pelo Diretor do Oil World, e uma Mesa Redonda sobre mercados e soluções para a soja sustentável. Ainda neste primeiro dia, tempo para apresentações e debate sobre Logística e Transportes a nível global, o mercado não-OGM de soja, bem como, a Inovação no mercado, perspetivas e futuro. A finalizar o dia, um conjunto de empresas exportadoras apresentaram as suas visões e estratégia. Como sempre, decorreram vários encontros de networking entre potenciais vendedores e compradores.
O segundo dia, 5 de dezembro, teve uma abordagem mais técnica numa primeira parte, até ao intervalo para café, e política e prospetiva antes do final da Conferência. Um conjunto de oradores, com destaque para o nosso amigo e conhecido Gonzalo Mateos, falaram de como maximizar o valor da soja US e, noutros painéis, outros temas não menos relevantes: os mercados futuros, perspetivas da indústria no Médio Oriente e Norte de África, e naturalmente, as perspetivas da indústria na Europa, este tendo como moderadora, Lola Herrera. Antes do Encerramento da Conferência, Jaime Piçarra falou da estratégia da indústria em matéria de sustentabilidade – o que viria a fazer novamente em Portugal, a 19 de fevereiro, em Lisboa, no evento USSEC/IACA, e no dia 5 de março, em Madrid, no Seminário sobre Sustentabilidade USSEC/CESFAC – e Sérgio Dettmer,
da economia em termos globais, onde estamos e para onde vamos. A Conferência, de grande nível e marcada pela excelência, foi encerrada por Brent Babb, que apresentou as notas finais e conclusões. A Revista “Alimentação Animal" agradece o convite à delegação da IACA (representada por José Romão Braz, Cristina de Sousa e Jaime Piçarra) a Jim Sutter, Brent Babb e Lola Herrera e a sua presença em Frankfurt – juntamente com os portugueses João Roda e Ana Bastos – , e felicita a organização pela elevada qualidade do evento.
Logística • Comercial • Imobiliário • Renováveis
Farinha de soja extrusada - Fullfat
Maizlac
Trigolac
60 anos ao serviço do sector agroalimentar
A LI ME N TAÇÃO A N I M A L Marín | Vilagarcía | Cee | A Coruña | Ferrol | Ribadeo | Cartagena | Madrid | Viana do Castelo | São Paulo | Paracas
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
IACA PROMOVE SUSTENTABILIDADE DA FILEIRA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL da performance ambiental. A “Estratégia da FEFAC para uma Produção Sustentável” foi abordada por Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, instituição federada na FEFAC.
Setor preparado para responder aos desafios da Sociedade O seminário “Sustentabilidade: um Desafio e uma Responsabilidade” realizado pela IACA - Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – discutiu novas metas de Sustentabilidade para a Alimentação Animal disponibilizada em Portugal. No dia 19 de Fevereiro, quarta-feira, juntaram-se à mesma mesa, em Lisboa, os principais atores, a montante e a jusante desta cadeia de valor. Fornecedores de matérias-primas, nomeadamente de soja, empresas de rações e representantes da grande distribuição, que disponibiliza os géneros alimentícios já produzidos ao consumidor final, abordaram os desafios do setor na transição para uma economia verde.
A propósito do encontro Jaime Piçarra afirmou “a realização deste seminário, o terceiro da IACA dedicado ao tema da Sustentabilidade, demonstrou não só o compromisso do setor com o tema, como também a intenção desta Associação de ser uma entidade que desafia e instiga os agentes da sua própria cadeia de valor a serem líderes na transição para uma economia verde, indo ao encontro dos desafios e exigências da Sociedade”. Jaime Piçarra sublinhou, ainda, “é igualmente importante que o mercado remunere os produtos finais, ou seja, é importante que os consumidores valorizem as apostas nesta estratégia de Sustentabilidade.” As novas tendências de consumo, as novas exigências legais introduzidas pelo Pacto Ecológico Europeu e a consequente necessidade de intensificar os sistemas e metas de produção sustentável, tal como o seu financiamento foram, também, temas em discussão.
No terceiro encontro setorial sobre Sustentabilidade, a IACA pretendeu motivar associados e agentes da cadeia de valor a adotarem a questão da Sustentabilidade como um desígnio estratégico. Neste âmbito, um dos temas em destaque foi a utilização de Soja Responsável, ou seja, oriunda de produções ambientalmente apropriadas, socialmente adequadas e economicamente viáveis. A seguir ao milho, a soja é a matéria-prima mais utilizada na produção de Alimentos Compostos para Animais. Na primeira intervenção dos oradores convidados pela IACA, destaque para António Saraiva, da Syngenta, que abordou a perspetiva do agronegócio, ficando-se nos problemas do solo, das sementes e dos fitofármacos, ou produtos de proteção das plantas. Nas intervenções do seminário destacaram-se, também, no âmbito do tema “Objetivos de Sustentabilidade na Cadeia Alimentar (Do Prado ao Prato)” a intervenção de Ana Paula Marques, da empresa portuguesa Rações Valouro, que falou da experiência deste grupo no que respeita à implementação da sua política de Sustentabilidade, e de Ondina Afonso, responsável pelo Clube de Produtores do Continente, que centrou a sua intervenção nas tendências de consumo e nas políticas e projetos de Sustentabilidade em curso nesta cadeia de distribuição. O encontro também serviu para a apresentação da “Estratégia da FEFAC para uma Produção Sustentável” na qual se incluem, enquanto objetivos que a Federação dos Fabricantes Europeus de Alimentos Compostos para Animais pretende ver cumpridos num horizonte 2030 – 2050, temas como a diminuição das emissões de carbono e a medição sistemática 44 |
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Lola Herrera e José Romão Braz
Ondina Afonso
Antonio Saraiva
Ana Paula Marques
Jaime Piçarra
Mariano Gorrachategui
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IACA PRESENTE NO SEMINÁRIO USSEC/CESFAC É urgente encontrar um equilíbrio entre as dimensões ambiental, social e económica Tal como aconteceu em Frankfurt e em Lisboa, também estivemos em Madrid, no dia 5 de março, numa altura em que já se faziam sentir, de uma forma ainda muito incipiente, as preocupações com o coronavírus (na altura apenas 100 casos ) para apresentar a estratégia da FEFAC sobre Sustentabilidade, com os enquadramentos e contextos que se perspetivavam, desde logo a reforma da PAC, o Pacto Ecológico Europeu, os Sistemas Alimentares Sustentáveis, o Plano de Ação contra a Desflorestação, o Guia para o aprovisionamento de soja responsável, os compromissos e ambições da FEFAC tendo em vista o Congresso de Antuérpia em junho 2020 (entretanto adiado), tendo sido cancelados ou suspensos todos os eventos nos quais estava prevista a nossa intervenção, quer em Bruxelas, nos Grupos de Consulta e de Diálogo Civil, quer noutros locais como a República Checa onde estava prevista uma intervenção na qualidade de representação da Indústria europeia. Tudo suspenso e veremos como irão ficar ou evoluir esses dossiers: se a PAC não vai ter de ser adiada pelo menos mais 2
Regressando ao Seminário de Madrid, foi
sula Ibérica e da Sustentabilidade de uma
aberto por Brent Babb, Diretor da USSEC
forma geral.
para as regiões da Europa & Mena, que deu as boas vindas, com um discurso introdutório de Jorge de Saja, Diretor-Geral da CESFAC sobre a importância do tema na indústria em Espanha, e Jennifer Clever, conselheira agrícola da Embaixada dos EUA para Espanha e Portugal, que falou nas relações comerciais entre os EUA e Espanha, situando a relevância da soja no contexto ibérico. O evento foi moderado por Lola Herrera e foram abordados o meio ambiente, recursos e sustentabilidade por Mariano Gorrachategui, que esteve também em Portugal, a promoção da sustentabilidade pela CESFAC (Sebastia Arnau) e Matteo Crovetto, da Universidade de Milão, que desde Itália (via Skype) nos falou da sustentabilidade e produção animal, tentando desmistificar algumas ideias erradas que infelizmente vão fazendo o seu caminho e que urge erradicar. A nossa intervenção foi inserida num painel sobre o que a Indústria da alimentação animal está a fazer efetivamente e qual a estratégia, juntamente com Enrique Cabello, que apresentou os pontos de vista da Cargill, e Rafael Llamas, da Bunge, os 3 alinhados no essencial. Da parte da Administração Pública, interveio Leonor Algarra que explicou o que está a ser desenvolvido ao nível da produção pecuária em Espanha, com Gonzalo Matteos a falar
anos (um já era seguro), como vai ficar o
da Economia Circular e de um olhar sobre
orçamento da União Europeia, porque vai
"outras" matérias-primas ou a necessidade de
haver a necessidade de injetar milhares de
analisarmos as habituais numa outra perspe-
milhões de € na economia, como vai ficar
tiva, terminando com a visão dos consumido-
todo o plano legislativo da Comissão pre-
res, numa análise de Maria Martinez-Herrera,
visto para 2020 e 2021, como vai ser a pre-
em representação das cadeias de distribuição
sidência de Portugal a partir de janeiro de
alimentar. Brent Babb falou da soja sustentá-
2021, como vai ser o nosso futuro coletivo.
vel da USSEC e o compromisso e certificação
Certamente que a seguir a esta crise sanitária, vamos ter uma crise económica e social, profundas e em muitos países uma crise política que, esperemos, não atinja o coração e as instituições europeias, numa altura em
SSAP, também muito falado em Portugal e que é reconhecida pela FEFAC, a par de 18 outros sistemas, tendo o Seminário sido encerrado por Esperanza Oreliana, Diretora-Geral de Meios de Produção, do MAPA.
que a União Europeia é essencial ao nosso
Conjugando os dois eventos, foi uma exce-
funcionamento enquanto sociedade.
lente promoção da soja responsável na Penín-
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Uma indústria que quer assumir as suas responsabilidades e que está consciente dos desafios. Sabendo desde logo que para ser sustentável, tem ser viável, ou seja, é urgente encontrar um equilíbrio entre as dimensões ambiental, social e económica. Sem fundamentalismos.
ESTADO DE EMERGÊNCIA EM PORTUGAL NOTA INFORMATIVA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DIRIGIDA AO SETOR Caros parceiros, O Conselho de Ministros aprovou o Decreto que estabelece os termos das medidas excecionais a implementar durante a vigência do estado de emergência declarado pelo Decreto do Presidente da República n.º 14-A/2020, de 18 de março, em resposta à pandemia da doença COVID-19. No seguimento desse mesmo Decreto e certos de que temos, em todos vós, parceiros fundamentais para vencermos esta batalha, queremos transmitir-vos, desde já, as seguintes mensagens: 1. É prioridade do Governo prevenir a doença, conter a pandemia, salvar vidas e garantir que as cadeias de abastecimento fundamentais de bens e serviços essenciais continuam a ser asseguradas. 2. É importante realçar a imprescindibilidade do funcionamento, em condições de norma-
lidade, da cadeia de produção alimentar, em prol da manutenção da regular atividade da sociedade, devendo ser asseguradas as condições de abastecimento de bens nos setores agroalimentar e do retalho, em virtude das dinâmicas de mercado determinadas pelo COVID-19. 3. São cometidas, à Ministra da Agricultura, as devidas competências para a adoção das medidas e para a prática de todos os atos que permitam garantir as condições de normalidade na produção, transporte, distribuição e abastecimento de bens e serviços agrícolas e pecuários, bem como os essenciais à cadeia de produção agroalimentar, incluindo a importação de matérias-primas e de bens alimentares. 4. No mesmo Decreto são estabelecidas regras aplicáveis ao funcionamento ou suspensão de determinados tipos de instalações, estabelecimentos e atividades,
incluindo aqueles que, pelo seu carácter essencial, devam permanecer em funcionamento. 5. São mantidas as atividades necessárias, da produção à distribuição agroalimentar, não estando prevista qualquer suspensão do seu funcionamento. Para tal e para que seja garantido o bem-estar das famílias, são imprescindíveis todos os profissionais do setor agroalimentar. E, por isso, queremos terminar deixando, desde já, a todos os agricultores e a todos os profissionais do setor agroalimentar, uma palavra de reconhecimento e gratidão por todo o trabalho, esforço e dedicação, num contexto que nos desafia e coloca à prova. Um contexto que, estamos certos, iremos superar, graças também ao trabalho de todas e de todos que integram este setor que tanto orgulha o nosso país, inspirando confiança no futuro e na vitória.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PARCEIRA NO PROJETO EUROPEU BovINE solução para os vários problemas e necessidades identificadas.”
2 milhões de euros financiados pela UE para desenvolver uma Rede de Inovação de Carne de Bovino na Europa (Beef Innovation Network across Europe) Uma nova rede transeuropeia de apoio à produção de carne bovina, chamada BovINE, destinada a enfrentar os desafios de sustentabilidade do setor, foi lançada a 21 de janeiro na Irlanda. Esta rede pretende agregar investigadores, consultores, agricultores e outras players relevantes de nove estados membros da UE para estimular o intercâmbio de conhecimentos e ideias a nível internacional em quatro temas: resiliência socioeconómica, saúde e bem-estar animal, eficiência da produção, qualidade da carne e sustentabilidade ambiental. A Faculdade de Medicina Veterinária faz parte do consórcio que concorreu com sucesso e recebeu um financiamento de 2 milhões de euros da União Europeia para desenvolver este projeto, que será compartilhado com outras 17 instituições parceiras da UE. O projeto BovINE envolve criadores de carne de nove Estados-Membros, cobrindo 75% do efetivo de vacas aleitantes na Europa e 70% da produção de carne bovina. Focada em responder às necessidades identificadas pelos agricultores, a rede BovINE fornecerá aos criadores de carne bovina acesso a informação sobre inovações destinadas a melhorar a sustentabilidade das suas explorações agrícolas e de toda a indústria. Prof. Magda Aguiar Fontes do Departamento de Produção Animal e Segurança Alimentar da Faculdade de Medicina Veterinária e coordenadora do parceiro FMV no Projeto BovINE refere: “o projeto BovINE tendo vários objetivos procura, nas suas fases iniciais, identificar as necessidades dos agricultores tendo em conta o grande desafio de hoje de promover uma produção mais sustentável. Isto será feito por um conjunto diversificado de parceiros, incluindo Universidades, Empresas e Associações, procurando uma ligação forte com os produtores, mas também com os vários agentes da cadeia de valor da carne de bovino. Com uma rede de 17 parceiros da UE, tentaremos encontrar a 48 |
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Prof. José Pedro Cardoso Lemos, do Departamento de Produção Animal e Segurança Alimentar e, atualmente, vice-Presidente da Faculdade de Medicina Veterinária, diz-nos “que é um enorme prazer integrar a equipa que participa nesta iniciativa. Face aos desafios que o setor da carne de bovino enfrenta, iniciativas como o BovINE são de enorme importância. Os produtores portugueses acreditam que a inovação é, de facto, uma parte importante da solução para os desafios do setor. Este projeto criará uma estrutura que nos permitirá aprender mais com os produtores e os investigadores da Europa, assim como partilhar as nossas experiências com os produtores europeus de carne de bovino. Prof. George Stilwell do Departamento de Clínica e do Laboratório de Comportamento e Bem-estar Animal da Faculdade de Medicina Veterinária, afirmou “num momento em que a criação de bovinos enfrenta alguma contestação, ao mesmo tempo que novos mercados se têm aberto, é importantíssimo que a ciência e os agricultores discutam e estudem três granNo.
des vertentes da produção: o impacto ambiental, o bem-estar dos animais e a qualidade do produto final. Apenas com a garantia de que essas vertentes são abordadas com rigor e transparência, será possível assegurar a sustentabilidade, a aceitação e o futuro do setor da produção de carne de bovino". No centro do projeto está a atividade de comunicação aos produtores de carne de bovino na UE. Junte-se à mailing list para receber notícias sobre o projeto em bovine@minervacomms.net. Para mais informação, por favor contactar, Professora Magda Aguiar Fontes (magdaaguiar@ fmv.ulisboa.pt), ou Professor José Pedro Cardoso Lemos (jpclemos@fmv.ulisboa.pt) ou Professor George Stilwell (stilwell@fmv.ulisboa.pt) Notas: 1. Produtores agrícolas de nove Estados-Membros – Bélgica, Estónia, França, Alemanha, Itália, Polónia, Portugal e Espanha – estão envolvidos do Projeto BovINE. 2. Mais informação disponível em https://cor dis.europa.eu/project/id/862590 3. Teagasc é a instituição coordenadora do projeto. Detalhes dos outros parceiros podem ser consultados no quadro abaixo:
Nome da Organização participante
País
Atividade
1 (Coordinator)
Teagasc – Agriculture and Food Development Authority
Irlanda
Investigação aplicada/ extensão
2
Feirmeoiri Aontuithe na h-Eireann Iontaobiathe Teoranta LBG
Irlanda
Associação de produtores
3
Centro Ricerche Produzioni Animali – C.R.P.A. s.p.a.
Italia
Investigação aplicada
4
Unicarve – Associazione Produttori Carni Bovine
Italia
Associação de produtores
5
Institut de l’Elevage
França
Investigação aplicada/consultoria
6
Fédération Nationale Bovine
França
Associação de Produtores de Bovinos
7
Universidad de Zaragoza
Espanha
Investigação
8
Instituto Navarro de Tecnologias e Infraestructuras Agroalimentarias SA
Espanha
Investigação aplicada/consultoria
9
Szkola Glowna Gospodarstwa Wiejskiego
Polónia
Investigação
10
Polish Beef Association
Polónia
Associação produtores de bovinos
11
Faculdade de Medicina Veterinaria
Portugal
Investigação
12
Promert – Agrupamento de Produtores de Bovinos Mertolengos S.A.
Portugal
Asociação de produtores de bovinos
13
Eigen Vermogen van het Instituut voor Landbouw – en Visserijonderzoek
Bélgica
Investigação aplicada
14
Boerenbond
Bélgica
Associação produtores
15
Friedrich Loeffler Institut – Bundesforschungsinstitut fur Tiergesundheit
Alemanha
Investigação
16
Bundesverband Rind und Schwein e.V
Alemanha
Associação produtores
17
Minerva HCC Ltd
UK
SME
18
NPO Liivimaa Lihaveis
Estonia
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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC‑ 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXXI Nº 111
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA
Janeiro / Fevereiro / Março 2020
DIRETOR
Data
JANEIRO
José Romão Braz
10
• Reunião da Comissão Consultiva Setorial de Leite e Lacticínios GPP, em Lisboa
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO
16
• Assembleia Geral do FeedInov, no INIAV, em Santarém
17
• Reunião sobre Manual de Substancias Indesejáveis, no ISA
Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
23
• Reunião da CT 37, na IACA
28
• Reunião com Forum Estudante
Data
FEVEREIRO
04
• Reunião CEREALTECH , Oeiras
05
• Reunião da Direção • Reunião com CONSULAI
07
• Grupo de Diálogo Civil sobre a Reforma da PAC – DG-Agri (Bruxelas)
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE
12
• Reunião da Direção da FIPA
14
• Plenário da SPMA, na IACA
(incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ‑ Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70
17
• Reunião com o Ministério da Agricultura, em Lisboa
19
• Seminário IACA/USSEC “A Sustentabilidade: Um Desafio e uma Responsabilidade, em Lisboa
21
• Colégio dos Diretores-Gerais da FEFAC em Zagreb, Croácia
28
• 5º FeedMed Meeting na EuroFac, Paris
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços IACA
EMAIL iaca@iaca.pt
Data
MARÇO
05
• Reunião do Praesidium da FEFAC, realizado por vídeoconferência • Seminário CESFAC/USSEC sobre Sustentabilidade em Madrid
06
• Comité Diretor da FEFAC, realizado por vídeoconferência
09
• Reunião da Direção da FIPA, Lisboa
10
• Comité de Pré-Misturas e Alimentos Minerais da FEFAC, realizado por vídeo conferência
11
• Comité de Nutrição Animal da FEFAC, realizado por vídeoconferência • Reunião da Direção da IACA • Reunião da Direção do FeedInov
Sersilito ‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471‑909 Gueifães ‑ Maia
13
• Reunião do Conselho Consultivo da FMV, FMV Lisboa
16
• Reunião da Direção realizada por videoconferência com o tema único COVID-19
18
• Reunião do Conselho Fiscal realizada por vídeoconferência
PROPRIETÁRIO
30
• Reunião da Direção
SITE www.iaca.pt
EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO DA CAPA Salomé Esteves
EXECUÇÃO GRÁFICA
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO
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