ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL
III JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL As III Jornadas de Alimentação Animal (AA), organizadas pela SFPM / IACA, realizaram-se a 28 de Maio, em Fátima, reunindo novamente cerca de uma centena de participantes entre fabricantes, fornecedores, produtores e administração pública (DGAV). O modelo organizativo foi semelhante aos anteriores, excepto: - os oradores e respectivos temas foram escolhidos pelas empresas de pré-misturas associadas da IACA, podendo este ano convidar uma empresa exterior para fazer a sua representação nas Jornadas. - o programa da reunião foi menos intenso, com duas paragens para convívio e troca de impressões entre os participantes.
ÍNDICE 03 EDITORIAL 04 TEMA DE CAPA JORNADAS 06 IIISFPM/IACA 26 INVESTIGAÇÃO 30 25º ANIVERSÁRIO 34 SFPM 36 NOTÍCIAS DAS 46 NOTÍCIAS EMPRESAS
Globalmente, a maioria dos presentes considerou as Jornadas como positivas em termos do número de participantes, organização, moderação e nível técnico das apresentações. Contudo, como nos anos anteriores, há pontos a melhorar para uma futura realização; este ano, a menor participação das empresas associadas da IACA (apenas estiveram presentes cerca de metade) merece uma reflexão, tendo a data (final do mês) sido apontada por algumas como a principal justificação para a sua não presença. Em contrapartida, saúde-se o grande número de jovens participantes, futuro da nossa actividade, para os quais estas Jornadas são importantes em termos de formação e de integração no sector e para a presença de vários produtores numa demonstração que a ligação entre alimentação e produção animal é fundamental. Vai ser objectivo da SFPM / IACA trazer as Universidades / Escolas relacionadas com a alimentação animal às futuras Jornadas. Neste sentido, na reunião plenária das empresas de pré-misturas, realizada no final de Julho, foi decidido criar um prémio monetário para o melhor trabalho relacionado com a AA, apresentado por aquelas instituições. As regras desta iniciativa serão brevemente apresentadas e divulgadas, com o trabalho selecionado a fazer parte do programa de apresentações das Jornadas. Independentemente das pessoas que estiverem na sua organização e da não participação / contribuição de todas as empresas de pré-misturas portuguesas na sua realização, as Jornadas de Alimentação Animal da SFPM / IACA estão consolidadas, estando criadas as condições para se afirmarem como uma reunião de referência da IACA e da Indústria de Alimentação Animal em Portugal. Pedro Folque SFPM / IACA
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA
JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL UMA REFERÊNCIA NO SETOR
O Tema de Capa desta edição da Revista “Ali-
tes Missões: fornecer informação às empresas,
mentação Animal” é dedicado às III Jornadas
formar os recursos humanos ao seu serviço,
de Alimentação Animal, realizadas no dia 28
introduzir e partilhar conhecimento, inovar na
de maio, que contaram com o patrocínio da
forma como trabalhamos e termos a ciência
USSEC e o apoio da Zoetis, parceiros habituais
como base das decisões, o que infelizmente se
da nossa Associação nos eventos que temos
não verifica em dossiers tão importantes como
vindo a realizar nos últimos anos, felizmente
os OGM que também merecem destaque nesta
com a adesão de muitos participantes, o que
edição da Revista.
demonstra a preocupação que existe e a dinâmica do Setor, pese embora as dificuldades que todos sentimos. E já agora, de salientar a presença de muitos técnicos, sobretudo jovens, o que significa que uma nova geração está a chegar à área da alimentação animal, o que não deixa de ser importante para o rejuvenescimento e para novos olhares sobre o Mercado, seguramente com maiores exigências. O evento, organizado pela IACA, mas da responsabilidade da Secção de Fabricantes de Pré-Misturas, foi pensado no sentido de colmatar a inexistência de reuniões com um carácter mais técnico – com exceção de encontros organizados por empresas, não existiam Jornadas com este formato – e para reunir os diferentes atores da
têm pugnado por uma avaliação científica dos eventos transgénicos; a Comissão Europeia tem-se batido por este objetivo, apesar das divisões dos Estados-membros. Essa foi uma linha de conduta do Presidente Barroso e uma das suas marcas na abordagem da política sobre a Biotecnologia, um tema ainda fraturante. No entanto, na fase final de aprovação de 8 novos OGM, com parecer científico positivo da parte da EFSA, o Colégio de Comissários não decide e adia uma posição que pode ter consequências importantes para todos nós: com eventos não autorizados pela União Europeia, os riscos de existirem bloqueios na importação
Aproximar operadores, compreender melhor
problemas de segurança alimentar, claramente
os problemas e os constrangimentos, partilhar
desnecessários, e no caso de derivados de milho
conhecimento, investigar e inovar. Aprender
como o corn glúten feed ou os DDGS, ainda é
para ser competitivo, com mais qualidade e
mais difícil a sua entrada no mercado europeu,
competência, criar valor para estar no mercado
aumentando as tensões sobre o consumo de
e fortalecer as empresas e o Setor. As reflexões
cereais e outras matérias-primas.
Chaveiro Soares e Dr. Luis Capitão Valente, que publicamos antes das apresentações de cada painel, são bem elucidativas quanto à importância dos temas e a validade da continuidade destas iniciativas para o futuro, projetando igualmente a Alimentação Animal junto de novos públicos
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em Bruxelas e um pouco por toda a Europa
Fileira da Alimentação Animal.
dos Moderadores das Jornadas, Prof. Manuel
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De facto, não só a IACA como outras organizações
de matérias-primas aumentam, podem criar-se
Tudo isto fizemos sentir ao Presidente Barroso, por diversas vezes, e esta mensagem tem sido amplificada a nível europeu pelos nossos colegas da FEFAC, COCERAL, FEDIOL, Europabio e COPA/COGECA, bem como dos representantes dos países exportadores ao mais alto nível. Em
e dos setores que dela dependem e interagem.
Portugal, não deixámos de informar e solicitar
No fundo, estas também são as premissas que
DGAV e do Secretário de Estado da Alimentação
moldam a IACA e que corporizam as suas diferen-
e Investigação Agroalimentar.
o apoio do Governo, designadamente junto da
Já na Feira da Agricultura, em Santarém, em
Finalmente, não podemos deixar de desta-
que aquilo que a dimensão do nosso País
junho, participámos num evento dedicado
car nesta edição a atribuição da Insígnia
poderá representar, com capacidade de
ao tema, em que nas conclusões, todos
de Ouro da CESFAC à Presidente da IACA,
liderança e profissionalismo.
são unânimes em considerar que a União
Engª Cristina de Sousa, reconhecendo o seu
Europeia precisa de uma outra política e
trabalho em Bruxelas, designadamente na
uma abordagem mais assertiva e mais
coordenação de dossiers (PAC, mercados,
de acordo com o que se passa a nível
de produtos animais e matérias-primas,…)
mundial, sem perder de vista, naturalmente
posições conjuntas no âmbito da FEFAC,
a avaliação científica dos riscos, quer para
aprofundando e fortalecendo as relações
o ambiente, quer para a saúde, humana
entre Portugal e Espanha, IACA e CESFAC,
e animal.
potenciando sinergias e conhecimento, com
Numa altura em que sentimos os efeitos do embargo russo aos produtos europeus,
vantagens para ambas as organizações e seus associados. Procurando ser maior do
É sem dúvida uma honra e um orgulho para a IACA esta homenagem que partilhamos com os nossos leitores e Empresas Associadas. E que teve lugar no Montijo, na Feira do Porco.
Jaime Piçarra
sobretudo na produção animal, a não aprovação destes eventos em Bruxelas e um eventual adiamento do processo para a nova Comissão, em finais do ano, só contribuirá para agravar a crise, a instabilidade e incerteza no mercado e na economia. Esperemos apenas que exista bom senso mas não desistiremos deste processo e da avaliação das decisões com base científica, evitando que as emoções prevaleçam, e pugnando para a despolitização urgente de um dossier que nada deve ter a ver com política e ideologias. Com uma presidência italiana que é relativamente hostil aos organismos geneticamente modificados, um novo Parlamento e uma nova Comissão, com propostas de “nacionalização” das aprovações para cultivo e a promessa do novo Presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, de abrir o debate sobre a metodologia seguida nos processos de avaliação pela EFSA, o tema da Biotecnologia promete ser uma questão que vai continuar a dividir os Estados-membros e as opiniões públicas à escala europeia e mais um elemento que distorce a competitividade dos mercados pecuário e da alimentação animal. Por outro lado, existem vozes do outro lado do Atlântico que consideram que este “status quo” não beneficia em nada as negociações entre os EUA e a União Europeia no quadro do TTIP ou acordo Transatlântico. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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PATROCINADOR
ALIMENTAÇÃO ANIMAL III JORNADAS SFPM/IACA
III JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL
APOIO
Fátima, 28 de maio de 2014
MODERAÇÃO – 1º PAINEL Foi com natural satisfação que aceitei o honroso convite que o Colega e Amigo Pedro Folque me dirigiu para moderar a sessão da manhã das III Jornadas de Alimentação Animal, em boa hora promovidas pela Secção de Pré-misturas da IACA. Nesta sessão tivemos a oportunidade de ouvir três apresentações. A primeira dedicada às fontes de proteína vegetal utilizadas em alimentação animal nos países da UE, com destaque para o bagaço de soja proveniente dos EUA. Trata-se de uma problemática da maior relevância para os fabricantes europeus de alimentos compostos para animais, nomeadamente em termos de segurança Manuel Chaveiro Soares
de abastecimento (food security), de qualidade nutritiva, de segurança sanitária (food safety), e de preço. A distinta oradora abordou não só a situação presente, mas também o futuro que antevê para tão importante fonte proteica. As duas comunicações seguintes revestiram-se do maior interesse e atualidade. Ambas trataram de questões atinentes à hígio-sanidade dos alimentos administrados aos animais – uma temática de crescente importância, mormente nos países da UE, onde as exigências naquele domínio são particularmente cada vez mais elevadas. E, em consequência, requerem designadamente um controlo adequado e atempado das matérias-primas utilizadas na indústria portuguesa de alimentos compostos para animais, à semelhança do que se verifica noutros países europeus, justificando assim plenamente, nomeadamente, a implementação do Sistema QUALIACA, no qual desejavelmente participam os principais intervenientes no aludido controlo.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL III JORNADAS SFPM/IACA
FARINHA DE SOJA
AS PROTEÍNAS, PRESENTE E FUTURO: A FARINHA DE SOJA DOS EUA AS FARINHAS OLEAGINOSAS NO MUNDO
FARINHA DE SOJA: FARINHA DE SOJA: PRODUÇÃO CONSUMO E PRODUÇÃO CONSUMO E STOCKS ESTOQUES
AS FARINHAS OLEAGINOSAS NO MUNDO
1000 MT 80.000
1000 MT 300.000
70.000
250.000
60.000
200.000
50.000
150.000
40.000 30.000
100.000
20.000
50.000
10.000
0
0
Production
Total Dom. Cons.
Ending Stocks
Fonte: Oil World
Lola Herrera
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA POR
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA ÁREAS POR ÁREAS
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA
Africa Subsaariana 1%
200
185,0
180
170,5
160
145,5
140 123,7
MMT
120
130,5
156,5
152,3
177,3
177,2
Sul da Asia 3%
160,7 152,7
Caribe 1%
136,7 128,5
116,2
Outros en Europa 1% Oceania 0%
100 80 60
America do Sul 12%
Uniao Europeia - 28 16%
20 2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
MAIORESMAIORES CONSUMIDORES DE DE SOJA CONSUMIDORES SOJADO DO MUNDO MUNDO China EU-27 Estados Unidos Brasil Mexico Tailandia Japao India Indonesia Viatnan Iran Russia Korea do Sul Egito Canadá Filipinas Taiwan Malasia Venezuela Colombia
Oriente Medio 3%
Antiga Uniao Sovietica - 12 2%
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA NA CHINA
O CONSUMO DE FARINHA DE SOJA NA CHINA 60
49,82
50
14,59 4,23 4,35 3,59 3,70 3,43 3,35 2,70 2,50 2,26 2,13 1,94 1,93 1,69 1,39 1,36 1,24
MMT
40 30
20 10 10
20
30 MMT
40
50
60
O MERCADO EUROPEU O MERCADO EUROPEU Tem um grande déficit de proteínas Produz entre 20 a 21 milhões de toneladas de proteínas 6 a 7 milhões de sementes de girassol Tem a possibilidade de certo abastecimento desde o Mar Negro Importa 23 milhões de farinha de soja ao ano e 13 milhões de grãos de soja
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Norte da Africa 2%
27,67 26,63
0
8 |
Leste da Asia 32%
Norte America 18%
40
0
America Central 1%
Sudeste da Asia 8%
0
1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012
O QUE É IMPORTANTE NO MERCADO DA SOJA? O QUE É IMPORTANTE NO MERCADO DA SOJA? Três países, EUA, Argentina e Brasil produzem mais de 80% da soja do mundo. Argentina, fornece 50% da farinha de soja que se exporta no mundo. Um país, China, importa mais de 50% de grãos de soja que circulam no mundo. Quatro operadores manejam 80% do mercado no mundo.
HISTÓRIA RECENTE
O MERCADO: GRANDES MUDANÇAS NOS ÙLTIMOS ANOS
O MERCADO: GRANDES MUDANÇAS NOS ÚLTIMOS ANOS
HISTÓRIA RECENTE Quatro anos com preços historicamente caros • Os grãos e a farinha de soja estiveram mais caros que nunca.
Os fatores fundamentais e em maior medida foram os fatores especulativos que deram uma grande volatilidade ao mercado. • Baixos estoques de soja nos EUA.; Logística no Brasil ; As políticas de impostos e monetárias na Argentina. • Os fundos com posições historicamente altos.
FARINHA DE SOJA, HISTÓRICO
FARINHA DE SOJA, HISTÓRICO
- Global - Volátil - Errático - Mas, afetado por fatores externos que pelos próprios do mercado. - Os produtos agrícolas estão entre os manejados pelos fundos de investimentos.
POSIÇÃO DOS FUNDOS POSIÇÃO DOS FUNDOS
EVOLUÇÃO DAS POSIÇÕES DOS FUNDOS EVOLUÇÃO DAS POSIÇÕES DOS FUNDOS
PREVISÕES PARA 2014 PRODUÇÃO DAS 10 MAIORES OLEAGINOSAS PRODUÇÃO DAS 10 MAIORES OLEAGINOSAS
MUDANÇA NA PRODUÇÃO MUDANÇA NAVERSUS PRODUÇÃO 2013/2014 2012/2013 2013/2014 VERSUS 2012/2013 •Cresce na maior parte dos países produtores •China necessitará mais importação de grãos •2014 68 MT •2015 72.5 MT
Fonte: Oil World
Fonte: Oil World
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PRODUÇÃO MUNDIAL DE OLEAGINOSAS
PRODUÇÃO MUNDIAL DE OLEAGINOSAS
NOVO RECORDE NA PRODUÇÃO DE GRÃOS DE SOJA AMÉRICA DO SUL NOVONARECORDE NA PRODUÇAO DE
GRÃOS DE
SOJA NA AMÉRICA DO SUL • Brasil e Argentina melhor que o esperado • A produção cresce em todos os países ISSO É A QUEDA DOS PREÇOS
Fonte: Oil World
Fonte: Oil World
MUDANÇAS NO CONSUMO MUDANÇAS NO CONSUMO
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO TRIGO E DO MILHOEVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO TRIGO E DO MILHO
Fonte: Oil World
Fonte: Oil World
OS GRÃOS E A FARINHA DE SOJA SOBRE
OS GRÃOS E A FARINHA DE SOJA ATRIBUIÇÃO DE VALOR. SOBRE ATRIBUIÇÃO DE VALOR
VISÃO DE RISCO PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE 2014
VISÃO DE RISCO PARA O SEGUNDO SEME DE 2014
BASEANDO-NOS NO FUNDAMENTAL,
RISCOS • O Comportamento dos Fundos • A Colheita nos Estados Unidos 2014/2015 • O Comportamento dos Agricultores na Argentina
Fonte: Oil World
ARGENTINA
ARGENTINA Vendas dos agricultores Desvalorização Margens de moagens
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ISSO SIGNIFICA
ISSO SIGNÍFICA PELO MENOS QUEDA DE PREÇOS!
PRÉMIOS
CHICAGO
PRÊMIOS MAIO/SETEMBRO • A origem mais barata Brasil e Argentina
OUT/FEV • A origem mais barata Estados Unidos. - Disponível - Alto nível de proteína
AS PROTEÍNAS NA PENÍNSULA IBÉRICA AS PROTEÍNAS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Necessitamos importar mais de 90% das proteínas que necessita a fabricação de ração animal. A desvantagem com relação ao Norte da Europa é que produzimos canola. A vantagem é que podemos importar girassol de alta proteína e canola desde o Mar Negro a preços competitivos. A soja é imprescindível, a chave é aproveita-la com todo seu valor • Os aminoácidos não são iguais em todas as sojas • A digestão tão pouco
• Diferentes tábuas para as diferentes origens (mais informação o estudo do Dr. Gonzalo G.Mateos)
CHICAGO Grande inverso Os fundos lideram o mercado A grande pergunta é:
SE A FARINHA DE SOJA FARÁ ESTE ANO O MESMO PERCURSO A QUEDA DE PREÇOS QUE FEZ O MILHO NO ANO PASSADO?
OPORTUNIDADES PARA MELHORAR AS COMPRAS DE FARINHA DE SOJA E OUTRAS PROTEINAS PARA OPORTUNIDADES PARA MELHORAR AS COMPRAS OS FABRICANTES DE RAÇÃO ANIMAL DE FARINHA DE SOJA E OUTRAS PROTEINAS PARA OS FABRICANTES DE RAÇÃO ANIMAL Operação a longo prazo Tomar a iniciativa Seguir o mercado das diferentes origens Ferramenta de cobertura Decidir em base a margem no lugar do conceito caro ou barato Informação.
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ACIDIFICANTES E OUTROS ADITIVOS QUE FORNECEM HIGIENE À RAÇÃO E MELHORAM A SAÚDE INTESTINAL
Jesús Pérez Muñoz Veterinário AND-Nutrition
O intestino delgado de todos os animais é bastante longo relativamente à sua superfície corporal e apresenta inúmeras protusões em forma de dedo (com um comprimento de 0,5 mm) chamadas vilosidades. Estas vilosidades proporcionam ao intestino uma enorme superfície de contacto. Durante os primeiros dias de vida é comum que existam algumas lesões intestinais nomeadamente ao nível da união entre as células intestinais (Smith et al. 2010). Este espaçamento entre as células intestinais (enterócitos) permite a passagem de toxinas e bactérias (como o Streptococus) através da parede intestinal para a corrente sanguínea alcançando os órgãos ondem causam lesões (Kim et al., 2012). Recentemente, investigadores na Holanda testaram um método para medir o espaçamento entre as células intestinais. Os leitões receberam uma dose oral de lactulose – um açúcar que não é digerido ou absorvido e por isso em condições normais não chega à corrente sanguínea. Caso o intestino esteja comprometido, a lactulose irá ser absorvida para a corrente sanguínea e excretada pelos rins para a urina. A quantidade de lactulose na urina é utilizada para medir o grau de lesões intestinais. Foi demonstrado que um maior consumo de alimentos em leitões leva a um intestino mais saudável e que o torna menos permeável a substâncias indesejadas. O objectivo do nutricionista deve ser muito claro: diminuir tanto quanto possível as lesões nas vilosidades durante as etapas iniciais de crescimento. Um intestino saudável, permite uma melhor absorção intestinal, logo existirão menos nutrientes não aproveitados que servem de substrato para as bactérias. Relacionado com o objectivo anterior, a gestão da microflora intestinal é também muito importante, e uma ferramenta útil para a melhoria da saúde intestinal e da performance dos animais. Esta gestão deve ser conduzida para atingir dois objectivos: o primeiro é diminuir o número de bactérias Gram – negativas, e o segundo é o de aumentar o número de bactérias Gram-positivas. Ao atingirmos este segundo objectivo, também estamos a atingir o primeiro. Actualmente investigadores (nas áreas de
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medicina humana e veterinária) estão encorajados pelo efeito benéfico das bactérias produtoras de ácido butírico. Ao desempenharem um papel muito importante no controlo de bactérias Gram – negativas e pelo efeito benéfico na parede intestinal, ajudam a atingir os dois objectivos mencionados (que estão relacionados). Os investigadores descobriram que existem menos lesões ao nível da parede intestinal em animais onde a ingestão de alimento é maior (Verdonk et al. 2007). Uma ingestão superior de matéria seca está relacionada com um aumento do tamanho das vilosidades intestinais. Pensamos que ambos os aspectos estão relacionados: quanto mais saudável for o intestino, maior vai ser a ingestão alimentar e quanto maior for a ingestão mais saudável o intestino. Também está comprovado que um dos factores chave para aumentar o consumo alimentar é a digestibilidade do alimento (FEDNA). Por esta razão quando formulamos, temos de decidir que matérias-primas e que aditivos queremos incorporar, uma vez que não existe espaço nas fórmulas para colocar tudo o que gostaríamos e também pela condicionante económica sempre presente. Neste artigo gostaríamos de destacar algumas ideias para implementar a nossa estratégia: Promover uma melhor saúde intestinal e uma microflora mais saudável, através da incorporação de alguns conceitos antigos modificados em simultâneo com algumas novas ferramentas nutricionais disponíveis. Aditivos: O uso de aditivo é necessário e comum. O ponto fulcral é escolher os produtos certos e utilizar as doses corretas. – Acidificantes: Os acidificantes poderão ser uma alternativa à incorporação de antibióticos na ração com o objectivo de melhorar as performances. É globalmente reconhecido que os acidificantes diminuem o ph gástrico, aumentando a actividade de enzimas proteolíticas, melhorando a digestão proteica e inibindo a proliferação de bactérias patogénicas no intestino grosso. Também se pensa que poderão exercer efeitos na velocidade do trânsito gástrico, como fonte energética
ao nível intestinal, na ligação a minerais, estimulação enzimas digestivas e metabolismo intermédio. Contudo, o exacto modo de acção ainda é alvo de algumas dúvidas. A utilização de ácidos orgânicos nas primeiras idades é aceite há várias décadas e os acidificantes mais comuns contêm ácido fumárico, cítrico, fórmico e/ou láctico. Muitos investigadores comprovaram que a sua incorporação na dieta melhora as taxas de crescimento e a saúde nos animais. Vários investigadores introduziram a utilização de sais de ácidos pela sua facilidade de aplicação e efeitos superiores relativamente ao uso de ácidos puros. Os efeitos variáveis da aplicação de ácidos pode estar relacionado com a palatibilidade do alimento, origem e composição das matérias-primas utilizadas, dose de incorporação e idades dos animais, (Y.Y. Kim, 2005).
Foi descrito que uma maior capacidade tampão (ABC) estimula o crescimento de microrganismos patogénicos no trato digestivo de leitões. Em ensaios realizados a uma maior capacidade tampão correspondiam desordens digestivas (diarreias) mais severas que em casos de baixa capacidade tampão. Esta capacidade tampão é influenciada pelo grau de alcalinidade, pela capacidade buffer das matérias-primas utilizadas e pela inclusão de ácidos orgânicos na dieta. Pesquisas recentes relacionam o efeito do uso de acidificantes com o comprimento das vilosidades.
Resumidamente podemos dizer que o butirato (sódio ou cálcico) é um aditivo que melhora a saúde intestinal, principalmente a dois níveis: integridade celular (vilosidades intestinais) e flora intestinal (favorecendo a colonização por bactérias Gram positivas). Esta melhoria na saúde intestinal conduz a menos problemas digestivos e a melhorias zootécnicas. A escolha do melhor butirato é muito simples, devemos ter em atenção a concentração inicial, a percentagem de dissociação no estômago e o preço. Com estes três parâmetros em consideração, garantimos uma escolha acertada.
Butiratos: Existem vários artigos e referências acerca da utilização de butirato na alimentação animal. Basta realizar uma simples pesquisa na Internet, para ter uma ideia da importância deste aditivo, não apenas na alimentação animal, mas também em medicina humana. Neste artigo mencionamos algumas dessas referências e alguma informação compilada.
– Outros aditivos podem ser utilizados: óleos essenciais (sinergia muito interessante com ácidos orgânicos), taninos naturais e polifenóis, probióticos, componentes de parede celular de leveduras (beta-glucanos e mananoligossacarídos – MOS).
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CAMBIOS SANITARIOS EN PRODUCCIÓN PORCINA LA IMPORTANCIA DE LA ALIMENTACIÓN Con el paso del tiempo, a medida que se han conseguido diferentes metas la forma de producir ha variado. En un principio se trataba de criar cerdos. Las instalaciones y el alimento eran herramientas para hacerlo. Más adelante se trato de aprovechar al máximo las instalaciones. En esta situación los animales y el alimento eran las herramientas. José Casanovas Granell Veterinario Consultor Porcino.
Actualmente se trata de aprovechar al máximo el alimento. Los animales y las instalaciones son las herramientas para conseguirlo. El objetivo siempre ha sido el mismo: aprovechar al máximo los animales, las instalaciones y el alimento. Pero la importancia de cada uno de los factores ha ido cambiando. La alimentación siempre ha sido el parámetro más importante en producción porcina. Pienso y agua son los recursos que entran en las explotaciones en mayor volumen y los que mayor coste suponen. En los últimos años, las mejoras sanitarias y productivas junto con la globalización del mercado de las materias primas, han hecho que la alimentación haya pasado de ser IMPORTANTE a ser DECISIVA.
A nivel de reproductoras la tendencia que se impone es cubrir primerizas con menos peso. La intención es trabajar con cerdas de menos peso con menos consumo al tener menos necesidades de mantenimiento. Antes el objetivo era 48 kilos de pienso de reproductoras cerda por lechón producido, ahora es menos de 40. POR RAZONES PRODUCTIVAS. Las tendencias han cambiado, los cerdos de cebo se sacrifican con más peso y las cerdas producen muchos más lechones. Para producir más leche y más lechones es fundamental alimentar correctamente a la cerda a lo largo de todo su ciclo productivo. Hay que conseguir aportar todos los nutrientes necesarios evitando que las cerdas se engrasen. Una cerda grasa demuestra que está aprovechando mal los nutrientes ofertados y tiene su capacidad de producir leche comprometida. Queremos ubres voluminosas, pero el tejido de la ubre debe ser glandular, no graso.
Por varias razones: POR PRECIO. El aumento de precio de las materias primas ha obligado a intentar utilizar mejor este recurso. Actualmente la tendencia es utilizar más tipos de pienso. En el momento en que la capacidad productiva de un animal cambia se puede incorporar un nuevo pienso para aportar las necesidades especificas requeridas sin que haya desaprovechamiento.
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Base Produc5va
Herramientas
Cerdo
Instalación y Alimentación
Instalación
Cerdo y Alimentación
Alimentación
Instalación y Cerdo
Pienso Cerdas Único Gestación y Lactación Primerizas Cubrición Gestación Periparto Lactación …
En producción animal una de las mejores ubres, sin duda alguna, es la dela cabras. Animales muy magros, con mucho tejido glandular mamario.
POR SANIDAD. Los cuadros patológicos también han cambiado. Desde que podemos controlar las enfermedades víricas inmunosupresoras la patología respiratoria ha disminuido, mientras que la digestiva va en aumento. La mejor sanidad y las mayores exigencias productivas, tanto en reproductoras como en la fase de crecimiento, están provocando que los animales coman mucho más y que la mayoría de problemas
que se presenten estén asociados a cuadros digestivos; blandeos, diarreas, disbiosis, prolapsos, hernias… La situación que estamos viviendo es parecida a andar en bicicleta, para un padre que enseña a su hijo a andar en bicicleta se presentan dos tipos de situaciones problematicas: • Al principio conseguir que arranque y consiga ir solo con seguridad.
Las posibles soluciones pasan por: • Evitar excesos / cambios de bruscos de consumo. Esto es muy difícil en sistemas ad libitum, diseñados para que los animales arranquen a consumir de la forma más fácil posible. –R estringir a base de ofrecer menos cantidad de alimento en estos sistemas implica que haya peleas.
• Al poco de conseguir una buena arrancada el sufrimiento pasa por que su hijo no vaya demasiado rápido. La velocidad del tránsito digestivo influye en el aspecto de las heces. • Si es rápido, por ejemplo por una mayor ingesta, las heces son más blandas. • Si es lento las heces son más duras. Causas que hacen que el consumo sea menor son: presencia de enfermedad, restricciones de agua y mal sabor. La situación actual con las cerdas gestantes alojadas en grupo, para cumplir con las recomendaciones que propone la ley de Bienestar Animal, va a complicar el control de enfermedades digestivas y todas aquellas que se trasmiten vía oro fecal; parasitosis, salmonelosis, parvovirosis, leptospirosis...
–L a alternativa para modular el consumo puede venir a partir de: • La presentación del alimento (harina / granulo). •C oncentración sal en la dieta. La presencia de sal aumenta el consumo de agua y da sensación de saciedad. • Las curvas de crecimiento han cambiado lo que implica trabajar con más piensos, los cambios deben hacerse en el momento oportuno para mejorar la eficiencia y evitar problemas. • Hay que considerar el agua como un alimento básico. No debe faltar ni en cantidad ni en calidad.
El control de enfermedades telúricas, como las parasitosis intestinales, se complicara al tener a las reproductoras alojadas en grupos.
• Es muy importante conseguir una flora digestible estable para mejorar la estabilidad del aparato digestivo y poder evitar las disbiosis. Habrá que: – Utilizar acidificantes, flora láctica…
La epidemiologia de las diferentes enfermedades en las reproductoras será más parecida a la de los cebos donde hay contacto directo con heces y orina de diferentes individuos.
– Evitar en la medida de lo posible los tratamientos anti-
La obligatoriedad de tener una superficie de suelo solido continuo, en principio como zona de reposo, hará que en los países con climas más cálidos los animales se mantengan más sucios, lo que aumenta la presión de infección de todo este tipo de enfermedades.
• Es necesario asegurar las mejores condiciones ambientales y de manejo posibles. Hay que hacer lo posible para evitar los cambios bruscos de temperatura. El calor hace que la pauta de alimentación de los animales cambie, disminuye el consumo diario porque los animales comen menos veces al día, pero más cantidad de alimento cada vez.
Uno de los problemas más importantes, que se puede asociar a la globalización de los mercados, es el de las micotoxinas. El problema de las micotoxinas es un problema complejo cada vez con mayor influencia; se trata de un problema infeccioso, de un problema alimentario y de un problema de manejo a la vez.
bióticos de amplio espectro vía oral. – Evitar en la medida de lo posible el Oxido de Zinc.
• Hay que mantener los animales lo más limpias posible. Es necesario ddefinir de forma clara la zona de defecación. • No se debe olvidar la importancia de mantener unas buenas medidas de Bioseguridad. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL III JORNADAS SFPM/IACA
COMO SELECIONAR A MELHOR FITASE PARA A SUA FORMULAÇÃO EXISTEM 5 CARACTERÍSTICAS A CONSIDERAR QUANDO PRETENDEMOS QUE AS FITASES SEJAM MAIS RENTÁVEIS E EFICAZES
Rafael Durán Giménez-Rico Veterinário DuPont
O impacto ambiental e a redução de custos através da inclusão de fitases são amplamente reconhecidos na indústria da alimentação animal. Assim, a concorrência no mercado das fitases aumentou drasticamente nos últimos anos. Com o número crescente de fitases no mercado de aditivos, pode ter sido criada alguma confusão sobre qual será a melhor opção para a formulação de alimentos para animais. A seleção pode ser aleatória ou simplesmente optar-se pela alternativa mais barata. No entanto, tendo em conta as condições particulares do sistema digestivo dos monogástricos e as necessidades específicas do mercado de alimentos para animais, é evidente que nem todas as fitases aportam o mesmo valor.
Fitato como Fator Anti-Nutricional (FAN) O mercado global de fitases é estimado, actualmente, em aproximadamente 253 milhões de euros por ano (Abril 2014). A penetração das fitases no mercado dos suínos está estimada em 70% e na indústria avícola estima-se que cerca de 90% utilize fitases. O crescimento do mercado das fitases foi impulsionado principalmente por dois factores: i) a necessidade de substituir o fosfato inorgânico nas dietas, devido ao seu alto custo e ii) a crescente preocupação com o impacte poluente dos níveis excessivos de fósforo na urina e nas fezes, devido à sua baixa digestibilidade nos alimentos para animais. Esta redução da digestibilidade deve-se ao fato de o fósforo dos ingredientes se encontrar ligado à molécula de Fitato, que é considerada um FAN (fator anti-nutricional). Nos últimos anos, tem-se aprofundado o conhecimento da molécula de fitato e a sua capacidade anti-nutricional. Existem diversos trabalhos publicados que revelam como as fitases proporcionam benefícios para além da mera liberação de fósforo fítico. Tem sido demonstrado que a fitase reduz os efeitos anti-nutritivos do fitato, pela sua hidrólise, mais ou menos completa e que este processo leva a uma maior disponibilidade de energia e aminoácidos para os animais. Este efeito que pode ser considerado adicional, concede às fitases um maior potencial para reduzir o custo dos alimentos, utilizando valores de matriz adequados. O uso de fitases em formulação, permite também incluir 16 |
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alimentos como fontes alternativas de energia e de proteína – com níveis mais elevados de fitatos – sem comprometer o valor nutricional da dieta. Os fitatos são capazes de formar complexos com as proteínas, o cálcio e outros catiões minerais, em diferentes secções do aparelho digestivo, reduzindo a disponibilidade dos mesmos. A um pH ácido (pH <4,5) na parte superior do trato digestivo – estômago no caso dos suínos e moela no caso das aves – os fitatos têm uma afinidade para se ligar às proteínas endógenas (e do alimento), formando complexos que são inacessíveis aos processos digestivos normais. Tais complexos afetarão negativamente a digestibilidade das proteínas e dos aminoácidos, como no caso da pepsina (protease endógena secretada no estômago). Numa tentativa de melhorar a digestibilidade dos nutrientes, o organismo irá reagir aumentando as secreções gástricas, nomeadamente do ácido clorídrico, num mecanismo de compensação. Essas secreções gástricas adicionais representam um gasto de energia e de nutrientes, que levam a um aumento das necessidades de manutenção e que geralmente se traduzem em piores resultados produtivos.
5 Características ideais da fitase O tipo de fitase a escolher dependerá, entre outros fatores, da poupança que se queira obter mediante a melhor absorção de nutrientes. A partir de um grande número de investigações, realizadas em diferentes partes do mundo, são encontradas diferenças significativas entre as fitases e a sua eficácia como enzima, tanto na melhoria da digestibilidade dos minerais como no seu efeito redutor da natureza anti-nutricional do fitato. Em seguida, são sugeridos e detalhados alguns dos critérios que devem ser considerados primordiais para obtenção dos melhores rendimentos e da maior rentabilidade com a fitase selecionada. 1. Atividade fitásica elevada a um pH baixo (ácido) As fitases, como qualquer enzima, têm um pH óptimo no qual oferecem o seu máximo rendimento. Para conseguir a maior absorção de fósforo (P) e ao mesmo tempo reduzir os efeitos anti-nutritivos do fitato, a fitase deve ser muito eficaz a um pH baixo (situação que encontramos na parte superior do trato digestivo). A figura 1 reflete
Figura 1. Atividade da fitase Buttiauxella vs outras fitases a diferente pH.
as diferenças entre as fitases bacterianas, uma originaria de E.coli e uma nova fitase originaria de Buttiauxella, em termos de atividade relativa, a um pH baixo, onde esta última, revela uma clara vantagem. 2. Afinidade elevada e comprovada frente ao fitato, IP6 O fitato, na sua estrutura integral, é um anel de inositol ligado a seis grupos de fosfato (= IP6). Numerosos estudos publicados têm evidenciado que o efeito anti-nutritivo de
IP6 é reduzido, consideravelmente, logo que a fitase “liberta” um grupo fosfato do anel original. Os ésteres com menor peso molecular (IP5, IP4) não têm a mesma capacidade de ligação às proteínas e minerais como têm as moléculas do IP6. Assim, uma fitase que liberte rapidamente um grupo fosfato do IP6 e “procure” outra molécula IP6, para novamente a libertar, acabará sendo muito mais eficaz na redução dos efeitos anti – nutritivos do fitato, ao mesmo tempo que torna o fósforo mais disponível para o animal. 3. Velocidade de libertação do P integrado no fitato A velocidade com a qual a fitase liberta um grupo fosfato do anel de inositol (IP6) no estômago (moela nas aves) é um fator determinante da bioeficácia desta no animal. Quanto mais rápido ocorrer a reação enzima – substrato, maior será a redução do efeito anti-nutritivo do fitato nos animais e mais nutrientes estarão disponíveis para
serem absorvidos pelo animal no trato digestivo. Esta diferença na velocidade de digestão pode traduzir-se numa menor necessidade da fitase para contrariar o efeito anti-nutricional do fitato, sem reduzir a absorção de P (inclusive sendo maior), mas sendo a sua aplicação mais benéfica economicamente. 4. Termoestabilidade elevada, até 95ºC A perda significativa de atividade fitásica durante o armazenamento e posterior granulação dos alimentos para animais é um fator limitante no uso de fitases. Existem duas maneiras de tornar as enzimas mais resistentes ao calor. A primeira será utilizando um revestimento que proteja a enzima contra as temperaturas excessivas durante o fabrico dos alimentos para animais, mas ao mesmo tempo que permita a sua libertação no sistema digestivo. A segunda será a modificação da sequência de aminoácidos das enzimas (engenharia genética) para a obtenção de uma molécula
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Danisco Animal Nutrition
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com as mesmas propriedades mas mais termoestável. Ambas as tecnologias estão atualmente a ser utilizadas no mercado da alimentação animal. 5. Ensaios realizados com animais Ensaios in vivo, com animais, com o objetivo de avaliar a bioeficácia de uma fitase e medir a resposta a diferentes doses são muito dispendiosos e nem sempre têm os resultados pretendidos. No entanto, se se pretende estabelecer valores de confiança da matriz de um produto, não existe outra forma se não a sua realização. É com esta base científica, com inúmeros ensaios realizados e uma grande quantidade de dados relevantes, que se pode recomendar o uso de uma matriz, com garantias. Os ensaios de rendimento produtivo, mas acima de tudo, os ensaios que medem a digestibilidade íleal para os distintos nutrientes, são fundamentais para construir valores de matriz de confiança e que permanecem em cada um dos mercados em que o produto é utilizado, sem modificações.
ensaios diferentes, que darão lugar a valores de matriz diferentes. Portanto, não parece ser correto ter matrizes de fitases idênticas, para aves e suínos. Com base nos ensaios de digestibilidade íleal em ambas as espécies, é possível calcular as melhorias obtidas com dosagens variáveis. A partir deste ponto pode ser estimado o real benefício da fitase e concluir dados verdadeiramente sólidos da matriz. Figura 2. Fitase E.coli vs fitase Buttiauxella. Demonstra-se a diferença na libertação do fósforo disponível (g/kg de alimento) numa adição de 500 FTU / kg de alimento.
Os suínos e as aves respondem de forma diferente às fitases e às outras enzimas, existindo por isso a necessidade de realizar
Uma nova fitase de Buttiauxella apresenta maiores benefícios do que a fitase de E.coli. Este é um exemplo recente das melhorias tecnológicas neste sector.
MODERAÇÃO 2º PAINEL
prazer de moderar, abordaram-se assuntos de extraordinária importância que nos alertaram para três tipos de problemas que tanto nos preocupam: • O da eficiência alimentar (utilização de enzimas) • As situações pouco comuns que causam grandes preocupações e prejuízos económicos (Datura stramonium) • Os problemas de saúde pública e veterinária (micotoxinas)
Luís Capitão Valente Em boa hora a Secção de Pré-Misturas da IACA promoveu mais uma Sessão de cariz exclusivamente técnico, que foi correspondida por numerosa e interessada assistência. As atualizações de conhecimentos são, cada vez mais, uma ferramenta indispensável num mundo que progride – tanto em benefícios como em problemas – a uma velocidade por vezes surpreendente. Na sessão que tive o 18 |
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A utilização de enzimas (qualquer que seja a sua origem), fúngicos ou bacterianos, tem permitido (a par da seleção animal, novas regras de maneio, melhoria da genética animal por exemplo) enormes e seguros aumentos surpreendentes de produtividade, alguns com a enorme vantagem adicional sobre a qualidade dos efluentes no ambiente (exemplo das fitases). O controlo das micotoxinas, para além da sua importantíssima componente na saúde animal – e por arraste, na saúde humana – é uma preocupação mundial na utilização de matérias-primas e produção de alimentos seguros. Deixei para último o segundo ponto da sessão! Quantas vezes não são os técnicos surpreendidos por problemas que não fazem parte do seu
Podemos ter tudo? A resposta curta e rápida é, sim. As fitases e o seu desenvolvimento estão em constante evolução, no que toca à sua eficácia e ao benefício que podem aportar para as formulações de alimentos. Graças ao nosso compromisso com a busca de ferramentas que melhoram os resultados dos produtores e promovem o respeito pelo meio ambiente, estamos constantemente em desenvolvimento, procurando novas moléculas, mais eficazes e que sejam rapidamente introduzidas no mercado. O investimento na investigação e no desenvolvimento ajuda-nos a continuar a melhorar a eficiência da fitase e, portanto, permite-nos satisfazer as necessidades de hoje e de amanhã, dos produtores. O seu futuro é o nosso.
“dia-a-dia normal”? Foi o caso da intoxicação por “Datura”, relatado pelo Dr. Sousa Nunes (no qual tive também o privilégio de colaborar, incluindo as angústias…) que se mostrou um verdadeiro quebra-cabeças até se encontrar a causa do problema. Mas… situações raras/ novas, felizmente pouco frequentes (daí a dificuldade no seu diagnóstico), por vezes repetem-se. Tal como foi o caso de diarreias profusas em frangos, por todos nós vivido aqui há uns anos. Diarreias, naquele caso, muitas vezes diarreias profusas e aquosas – “são de esguicho, ok Dr.” – levaram-nos a pensar em problemas alimentares. O resultado das análises, necrópsias, exames, alterações de formulação, feitas por veterinários portugueses, ingleses, holandeses, espanhóis foi… zero! No final e passado algum tempo, “aprendemos” todos, que a causa de tantos problemas, zangas e prejuízos foi a passagem de uma nova estirpe de bronquite infeciosa aviária e não uma causa alimentar ou desequilíbrio alimentar que parecia (tão ???) óbvio PS: Um obrigado grande ao Pedro Folque por me ter desafiado para esta “aventura”
EFEITOS DA “DATURA STRAMONIUM” NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS E PERUS Antes de me referir ao tema principal da minha apresentação, vale a pena relembrar algumas particularidades produtivas dos animais de interesse pecuário e que estão bem patentes nas aves. Considero as aves como verdadeiros atletas de alta competição. Num atleta de alto rendimento, três características têm de existir em simultâneo:
José João Sousa Nunes Veterinário TNA – Tecnologia e Nutrição Animal, S.A.
1. Compleição física para a modalidade em causa; 2. P rograma alimentar de acordo com o esforço competitivo; 3. Treino exaustivo e constante para desenvolver as suas capacidades. Em termos práticos, em relação ao ponto 1, imaginemos o que daria um atleta de Sumo a correr uma maratona; ou pelo contrário, um maratonista num combate de Sumo… Os resultados alcançados não seriam certamente os melhores. E se um atleta só ingerir metade da quantidade de energia e proteína requerida para o esforço físico de despende? E se apesar de fisicamente estar apto e de se alimentar correctamente, o nosso atleta não treinar o suficiente, ou se não o fizer do modo mais eficaz? Verificamos que estas três condições têm de existir em simultâneo, sob pena de estarmos perante um atleta com prestação medíocre. O mesmo se passa com os nossos animais de produção. Galinhas poedeiras nunca serão frangos de carne, por exemplo (a selecção genética dá-lhes desde logo essas aptidões), e todas as aves têm de ter uma alimentação e um maneio adaptado à maximização das suas performances produtivas. Se as três condições também não existirem em simultâneo, tal como nos atletas, não teremos animais capazes de “ganhar medalhas”. Por outro lado, a evolução genética das nossas aves não tem sido equilibrada no desenvolvimento dos vários órgãos e sistemas. Explicando melhor,
e focando-nos num exemplo simples em relação aos frangos de carne: Os frangos de carne têm um crescimento “alucinante” da sua massa muscular. Esse crescimento não é acompanhado por igual incremento da capacidade de digerir cada vez maiores quantidades de alimento, de ter um sistema ósseo que “aguente” a cada vez maior massa corporal, e de ter um sistema respiratório e cardiovascular que suporte toda essa enorme massa orgânica que aumenta tão rapidamente. Pode parecer que esta introdução não tem muito a ver com o assunto Datura. Mas na minha opinião, qualquer abordagem feita a temas de produção animal, deve à partida contar com estes pressupostos.
“Datura stramonium” – Classificação e identificação • Família: Solanaceae (onde existem cerca de 3.000 espécies) • Ordem: Solanales • Sub-classe: Lamiidae • Classe: Magnoliopsida • Sub-divisão: Magnoliophytina (Angiospermae) • Divisão: Spermatophyta • Tipo Fisionómico: Terófito Também conhecida como: Trombeta, trombeteira, estramónio, erva dos bruxos, figueira-do-demo, figueira-do-diabo, figueira-do-inferno, figueira-brava ou zazumba. Em inglês é conhecida por Jamestown weed ou Jimsonweed, na sequência de um episódio de intoxicação das tropas inglesas na guerra da independência dos Estados Unidos, após ingestão em massa desta planta pelos soldados, no ano de 1676 em Jamestown, Virgínia. Na história existem várias referências relacionadas com ingestão e uso desta planta. Desde o Odisseia de Homero, bem como a sua utilização em numerosos rituais místicos e religiosos por A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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povos da Europa, Ásia e Novo Mundo. Os efeitos alucinogénicos que provoca, faziam crer na comunicação com deuses e entidades divinas.
No entanto pode por descuido ser incluída nas silagens para alimentação de ruminantes, e as suas sementes facilmente contaminam os grãos de cereais ou soja.
Existem inúmeros relatos da sua utilização por curandeiros e feiticeiros, com intuitos medicinais ou criminosos.
A planta contém doses elevadas de alcalóides tropânicos, nomeadamente a Hiosciamina e a Escopolamina.
A planta nas nossas latitudes tem um período de floração entre Junho e Outubro, e é uma contaminante dos terrenos cultivados. Encontra-se frequentemente nas plantações de cereais e soja.
São produtos anti-colinérgicos que bloqueiam a acetilcolina e são usados como fármacos anti-espasmódicos. Fig. 1 – Campo de milho contaminado
A “Datura stramonium” apresenta uma forte toxicidade para animais e pessoas, e todas as partes da planta, desde a raíz às sementes são tóxicas. Os animais em pastagem raramente a ingerem pelo seu cheiro e paladar desagradáveis. Logo, o consumo espontâneo só será feito em condições de forte escassez alimentar.
Em termos muito gerais, bloqueiam a acção da acetilcolina ao nível dos receptores muscarínicos. Produzem por isso alterações no funcionamento das terminações do sistema nervoso parassimpático, do músculo liso, glândulas e sistema nervoso central. Aumentam o rendimento cardíaco, diminuem a secreção das glândulas e antagonizam a acção da serotonina. No Homem os efeitos secundários mais comuns são: • Secura de boca • Perturbações de visão • Agitação • Enjoos • Arritmias • Dispneia • Desmaio Igualmente na espécie humana, por sobre dosagem provocam: • Dor de cabeça • Vómitos • Diarreia
Fig. 2 – Aspecto geral da planta
• Desorientação • Alucinações e euforia • Alterações nas manifestações afectivas • Perda de memória • Coma A “Datura stramonium” faz parte da lista das substâncias indesejáveis, conforme anexo da Directiva 2002/32/EC.
Fig. 3 – Aspectos das flores, frutos e sementes
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Estabelece um teor máximo de 1000 mg/Kg para todos os alimentos.
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Vários estudos consultados referentes a um período temporal alargado, apontam resultados contraditórios no que diz respeito à toxicidade da Datura estramonium em aves. No geral são referidos poucos efeitos adversos por ingestão das sementes. Como seria de esperar, esses efeitos dependem da dose e tempo de exposição ao tóxico. Referem a recusa de alimento, diarreia e quebra das performances produtivas. A bibliografia refere contaminações que vão de 1 a 9000 sementes/Kg de alimento ingerido. No entanto, a administração de extratos de sementes a ovos embrionados, provoca efeitos tóxicos expressivos, com morte dos embriões. Observações pessoais em casos confirmados de contaminação (caso da figura n.º 5 – foto pessoal) demonstram em frangos e perus: Fig. 4 – Distribuição em Portugal
• Forte diminuição do consumo de alimento; • Diarreia profusa;
Efeitos da “Datura stramonium” em aves A figura 5 representa o principal perigo da “Datura” em relação às aves.
Fig. 5 Grãos de milho contaminados com sementes de “Datura stramonium”
Se existirem plantas em número significativo em terrenos de cultivo de cereais ou de soja, uma contaminação importante pode ocorrer. Uma única planta de Datura pode produzir até 30000 sementes. Essas sementes são extremamente resistentes e podem ser viáveis por períodos superiores a 40 anos. O risco pode vir através de um campo contaminado, ou por acumulação de sementes no fundo dos silos de armazenamento (em secadores de milho, por exemplo) em casos em que os preceitos básicos de higiene e de boas práticas não são cumpridos com rigor. De acordo com Werner e Brehmer (1967), as aves possuem uma enzima (hidroxilase) que inactiva os alcalóides tropânicos,
• Sintomatologia nervosa – apatia ou hiperexcitabilidade; • Morte súbita sem lesões significativas na necrópsia. As situações de campo de intoxicação por “Datura estramonium“ têm geralmente um diagnóstico difícil. Há uma falta de sensibilização e de informação dos técnicos para o problema. Por outro lado, a sintomatologia presente é comum a outras patologias, tidas como mais frequentes. Na prática pode existir uma intermitência dos lotes de alimento contaminados, por maior concentração de sementes em alguns desses lotes ou partes de lote – efeitos do diferente peso específico das sementes de Datura, face aos outros componentes da ração. Na prática pode existir o problema num pavilhão, enquanto que no pavilhão vizinho da mesma exploração tudo corre bem, ainda que tenha sido o mesmo carro a fornecer o alimento. Estamos perante um problema que nos oferece mais interrogações do que respostas. A patologia avícola raramente segue um padrão linear, uma simples relação causa – efeito. Pergunto: Qual o real efeito, a responsabilidade de uma ração contaminada por “Datura estramonium” em conjunto com um ou vários problemas frequentemente diagnosticados em avicultura. Por outras palavras: Datura + disbacteriose + mau maneio + infecções virais ou bacterianas + outras causas alimentares + problemas a montante nos reprodutores + incubação deficiente + … etc…???
tornando-as menos expostas aos efeitos da toxicidade, em comparação com outros animais de interesse pecuário. 22 |
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Deixo a pergunta no ar…
MICOTOXINAS – O QUE SÃO, COMO LIDAR COM ELAS ? Na última década as micotoxinas assumiram uma pesada responsabilidade nos prejuízos económicos da actividade pecuária, em todas as espécies. O objectivo de este pequeno artigo, é chamar a atenção para a necessária e rápida mudança de atitude em relação às micotoxinas, a qual terá de ser semelhante à que temos para a microbiologia: temos que saber identificá-las individualmente ou por grupo, de acordo com as suas características físicas, químicas, modo de acção, sintomas e lesões e, acima de tudo, saber a que produtos existentes no mercado, são sensíveis. completamente diferente da há 10/15 anos atrás; isto devido às alterações climáticas que se
Rui Cascais
produziram no planeta.
Veterinário Vetlima – Soc. Distribuidora de Prod. Agro-Pecuários, SA
Temos pois, que aprender a viver com esta realidade, do mesmo modo que o fizemos com o Mycoplasma, Circovirus etc., porque não temos no sistema solar outro planeta que produza cereais. COMO? Primeiro – saber como levanEstes fungos são produzidos durante o crescimento da planta e produzem micotoxinas que perduram durante o armazenamento, independentemente de existir tratamento fungistático. Se houver contaminação por várias estirpes de, por Ex. Fusarium, a produção de micotoxinas aumenta drásticamente. Pensa-se ser uma forma de defesa entre os próprios fungos.
tar a suspeita. Para isso temos que saber detectar os sintomas e lesões das diferentes micotoxinas (Quadro 2). Acontece que, frequentemente os sintomas / lesões que temos, enquadram-se noutras patologias, víricas ou microbianas tendo os técnicos a tentação para de imediato descartar a hipótese de micotoxinas; Atenção, temos que ter em conta que as micotoxinas, em maior ou menor grau são
Como poderão ver no quadro 1, a situação mundial
IMUNODEPRESSORAS, o que justifica o apare-
a nível de micotoxinas, não deixa muitas alter-
cimento de outras doenças ,mesmo em animais
nativas aos importadores nacionais de matérias
vacinados, mas a causa primária e desencadeante
primas, e fábricas de ração. Esta “fotografia“ é
são muitas vezes MICOTOXINAS.
Fonte: Biomin Survey
Quadro 1
Quadro 2
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Segundo – saber que micotoxinas pesquisar nas diferentes matérias primas (quadro 3)
Quadro 5
3. Presença de micotoxinas mascaradas – micotoxinas que se ligam a nutrientes do cereal, por exemplo Vomitoxina conjuga-se com os glicósidos do milho – e que não são detectadas pelos métodos convencionais (HPLC), sendo depois libertadas no tracto intestinal devido à rotura da ligação pelos enzimas endógenos do animal. Estima-se que representam, dependendo da micotoxina, entre 30 a 45 %, pelo que teremos de ter isto em conta quando interpretamos as análises.
Quadro 3
Terceiro – identificação e quantificação através de analítica. Aqui começa uma das problemáticas deste tema. As análises muitas vezes não traduzem a realidade (serão apenas orientativas) devido a: 1. Colheita deficiente da amostragem – as amostras deverão ser representativas e obedecer a um plano sequencial (Quadro 4).
4. Interpretação das análises: Quero sublinhar que não existem resultados Negativos, mas sim abaixo dos níveis de detecção do método analítico, estando os laboratórios neste momento ocupados em baixá-los. Foi desenvolvido entretanto um método (LC – MS /MS) que para alem de identificar 380 micotoxinas e seus metabolitos, permite quantificar as micotoxinas mascaradas. Infelizmente este método é dispendioso e não está de momento generalizado pelos laboratórios existentes. Chamo a atenção para a multicontaminação (Matérias primas e / ou alimentos com mais de uma micotoxina). Se observarem o Quadro 2 com atenção, verificam que existem vários efeitos negativos COMUNS a várias micotoxinas: imunossupressão, heptotixicidade, hemorragias, depressão do crescimento, e a não esquecer, resíduos em vários órgãos, ovos leite e carne (saúde pública). Se aparecerem duas ou mais micotoxinas os seus efeitos serão aditivo/sinérgicos. Por outro lado os níveis mínimos de segurança que aparecem nas tabelas, abaixo dos quais não temos problemas, baixam drasticamente devido a este efeito aditivo / sinérgico… Quarto – À semelhança do que acontece na microbiologia existe uma classificação das micotoxinas quanto às suas características e modo de actuar. ( Quadro 6 )
Quadro 4
2. Irregular distribuição das micotoxinas na matéria prima. O quadro 5 revela, a diversidade de valores em ppb numa frente de uma silagem de milho; Isto ocorrerá seguramente num barco, camion, ou silo de matéria prima. 24 |
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As aflatoxinas são o grupo com maior capacidade de serem sequestráveis devido à sua polaridade e fácilmente se tornarem planas para serem sequestradas. As Ocratoxinas e Fumonisinas são parcialmente sequestráveis. Os Tricotecenos (o maior grupo onde se incluem a Vomitoxina, T-2) e a Zearalenona NÃO SÃO sequestráveis pelo que a sua
inactivação foi investigada e provada ser apenas possível por via enzimática, através de enzimas específicos: B – Epoxidase para os Tricotecenos, e Estearase para a Zearalenona.
1–C lassificados como Sequestrantes: Maioritáriamente minerais (Bentonites, Alumino Silicatos, Caolinites, Argilas, Carvão mineral), Fósseis (Terra de Diatomáceas). Indicações: Indicado exclusivamente para Micotoxinas SEQUESTRÁVEIS. (ver quadro 6) Observações – Alumino Silicatos, Argilas Organofílicas, e Carvão, apesar de terem elevada capacidade de fixação e baixo preço, sequestram também o que não devem sequestrar: nutrientes e antibióticos. 2–C lassificados como Inactivadores: Produtos que na sua composição possuem enzimas específicos para inactivar Tricotecenos e Zearalenona. Indicações: indicados exclusivamente para Micotoxinas NÃO SEQUESTRÁVEIS. (ver quadro 6)
Quadro 6
3 – Mistos ( Amplo Espectro): Produtos que na sua composição tem sequestrantes e enzimas.
de micotoxinas temos que eleger um produto, não por preço,
Indicações: Indicados para Aflatoxinas, Ocratoxinas, Fumonisinas, Alcaloides de Ergot, Tricotecenos, Zearalenona.
mas por eficácia relativamente às micotoxinas presentes. E
4 – Outros: MOS, FOS, Glucanos, Leveduras.
Na hora de escolhermos um produto para a prevenção e controle
a nossa realidade desde Novembro de 2013, está retratada (Quadro 7) nos resultados analíticos Nacionais de micotoxinas, cujo principal responsável é o milho e seus destilados, com assustadora percentagem de amostras com Multicontaminação… E maioritáriamente por Micotoxinas não sequestráveis (Vomitoxina, Zearalenona e Toxina T-2).
Observações: Conforme publicado em “Food Aditives and Contaminants“, 2011, por vários investigadores, este grupo tem uma eficácia variável, mas sempre muito reduzida no controle de Micotoxinas sequestráveis e não sequestráveis, tendo no entanto uma acção importante na modulação da flora intestinal. Face ao exposto, aconselharia os seguintes procedimentos quanto à utilização de matérias primas contaminadas: 1. Identificar a matéria prima contaminada 2. Identificar e quantificar as micotoxinas 3. Classificar as micotoxinas quanto à sua “família“ 4. Utilizar um produto eficaz para as micotoxinas identificadas e na dose correcta, relativamente ao valor da contaminação. Utilizar “sub-dose “, na tentativa de poupar dinheiro, é prolongar os prejuízos, pela simples razão de que (ao contrário do que acontece com bactérias e vírus) o organismo animal não consegue produzir anticorpos específicos para as micotoxinas, as quais vão tendo um efeito acumulativo em diversos órgãos com os consequentes efeitos negativos.
Quadro 7
Produtos / Princípios activos: Esta descrição refere-se apenas aos compostos com actividade Anti-Micotoxinas, sempre baseada na classificação do Quadro 6, e não a outros princípios activos presentes em muitos produtos sem qualquer acção directa nas micotoxinas (Vitaminas, Betaina, Ác. Gordos, Aromatizantes, Edulcorantes, etc).
5. Baixar na fórmula a percentagem de inclusão da matéria prima de risco, dentro de parâmetros económicos aceitáveis. 6. Limpar regularmente os circuitos, e o silo de armazenamento da matéria prima contaminada logo que esta termine. 7. No caso de melhoria evidente nos sintomas e performances, não retirar de imediato o produto eleito; baixar a dose em 25 %, e permanecer atento aos alertas (sintomas, analítica), porque nunca sabemos o que vem aí ………!! A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
SERVIÇO TESTAGEM EM VACAS LEITEIRAS/FORMULAÇÃO C.E.N.A.V.L. O Centro de Experimentação de Nutrição e Alimentação da vaca leiteira (C.E.N.A.V.L.) é um projeto que está a ser desenvolvido por dois estudantes do Mestrado em Engenharia Agronómica, da Faculdade de Ciências, da Universidade do Porto, com o apoio de instituições como o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), a Universidade do Porto Inovação (UPIN), o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS-UP), a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) e a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) no âmbito do “Passaporte para o Empreendedorismo”, um incentivo do progama estratégico para o empreendedorismo e inovação do estado. Com o expectável aumento da população (nove biliões de pessoas em 2050) será necessário aumentar a produção de alimentos, em geral, e da produção animal e seus subprodutos, em particular. De acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FA0), espera-se que o consumo mundial de carne aumente de 233 (2000) para 300 milhões de toneladas (2020), e que o de leite passe de 568 para 700 milhões de toneladas. Para atingir estas metas, os produtores têm algumas opções, nomeadamente o aumento do efetivo animal e/ou a melhoria da eficiência de produção. A primeira opção é possível caso as explorações ainda disponham de infraestruturas e de terrenos para acomodá-los e haja disponibilidade de terra para produção de forragens. Esta opção poderá ser, com efeito, um bom recurso para países emergentes, com elevada disponibilidade de área, que começam a ter relevância na produção de leite mundial. Contudo, no nosso País, e em particular na bacia leiteira do Entre-Douro e Minho e Beira Litoral, as explorações leiteiras têm já um encabeçamento elevado por hectare, sendo a disponibilidade de terra muito escassa e/ ou a elevado custo. Assim sendo, a solução mais racional para paises desenvolvidos com carência de área agrícola, será a melhoria da eficiência de produção das explorações, nomeadamente a melhoria da eficiência de conversão do alimento em produto animal. 26 |
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Nos países desenvolvidos, a rentabilidade económica de uma unidade de produção de bovinos de leite está estritamente dependente da eficiência de utilização dos recursos alimentares, visto que estes representam a maior fatia dos custos da exploração. Com o objetivo de obter uma maior eficiência na conversão dos alimentos em produtos animais, têm vindo a ser estudadas diferentes estratégias de alimentação e o uso de novos ingredientes nas dietas. Tendo, também, em conta que não se pode negligenciar os efeitos nefastos desta atividade económica no ambiente, principalmente no que concerne às emissões de gases com efeito de estufa (e.g., CH4, N2O) e à poluição azotada das águas, este é também um ponto que terá que continuar a ser estudado. Em rotina, a avaliação de regimes alimentares por parte dos nutricionistas de campo resume-se, frequentemente, à análise da composição química dos ingredientes e/ ou das dietas, que, apesar de muito útil, não satisfaz as necessidades de formulação para animais de alta produção. Com efeito, atualmente, em Portugal Continental não existe qualquer unidade de produção com capacidade de realização de ensaios experimentais, em condições controladas, com vacas leiteiras de alta em produção, disponível para ser utilizada por instituições de ID&T e por empresas nacionais ou internacionais. Neste contexto, o projeto C.E.N.A.V.L. propõe a criação de um centro de experimentação de nutrição e alimentação de vacas leiteiras, constituindo-se um serviço único, na medida em que disponibiliza condições para a realização de ensaios de alimentação em animais em produção. Nestes ensaios poder-se-ão avaliar os efeitos do alimento, da dieta ou da estratégia alimentar na ingestão voluntária, na fermentação ruminal, na produção e na composição do leite, em parâmetros metabólicos (e.g., parâmetros sanguíneos), relacionados, entre outros, com o estado imunitário do animal, na redução dos gases resultantes dos dejetos , assim como outra informação que seja pertinente para o estudo em questão. Assim, serão disponibilizadas as infraestruturas e a mão-de-obra qualificada
necessárias ao ensaio e, se conveniente, as forragens de base da dieta dos animais, produzidas na própria exploração. Considera-se que este serviço será extremamente útil para as fábricas de alimentos compostos, para as empresas de aditivos alimentares e para as cooperativas agrícolas permitindo-lhes a testagem de novas fórmulas alimentares e de novos ingredientes, nomeadamente para a homologação de novos ingredientes que têm sempre que ser testados in vivo. Com as suas novas formulações e/ou novos ingredientes testados em animais em produção em condições práticas de alimentação, as empresas produtoras de alimentos compostos vêm valorizados os seus alimentos e aumentam a confiança dos clientes nos seus produtos e serviços. A nível das instituições de ID&T, a realização de ensaios in vivo consistirá uma mais-valia para o avanço do conhecimento na área, contribuindo para a credibilidade e a notoriedade destas instituições a nível internacional. Até agora, a realização de ensaios in vivo pode, apenas, ser equacionada em explorações comerciais, mas estas não asseguram o controlo das condições experimentais, nem tão pouco permitem a obtenção de informação básica como a ingestão voluntária individual. Com o conhecimento adquirido em estudos não confidenciais poder-se-á desenvolver um serviço de consultoria aos produtores de leite com o objetivo de melhorar a produção e a qualidade dos seus produtos e aumentar o poder do leite como pilar da economia local (na região do Entre-Douro e Minho). A médio/longo prazo algumas das opções de escalabilidade são o alargamento das áreas de ensaio e de investigação (e.g., Medicamentos, Programas de Fertilidade, Níveis e Qualidade do Produção de Leite em Novas Raças ou Híbridos), a possibilidade de criar parcerias com outras explorações, possivelmente em climas diferenciados para maior diversidade de estudos e a testagem de estratégias e de aditivos alimentares para vitelos e novilhas (cria e recria de fêmeas leiteiras). Os autores agradecem o apoio da IACA na oportunidade de apresentar este projeto aos seus associados. Para qualquer esclarecimento devem contactar cenavl1@gmail.com.
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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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27
ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO PARA MINIMIZAR A CONTAMINAÇÃO DO MILHO POR MICOTOXINAS Ainda que a presença de micotoxinas não seja nada
e armazenamento. No caso do milho, as principais
de novo, e até certo ponto inevitável, a melhoria dos
micotoxinas que podemos encontrar são:
métodos de deteção e o incremento dos padrões de qualidade dos alimentos e concentrados, tem feito com que nos últimos anos haja um crescente interesse no tema por parte de todos os sectores envolvidos na produção, comercialização e consumo de cereais. Não obstante, e apesar da presença de micotoxinas se associar aos cereais, há outras culturas e ingredientes na alimentação animal e humana que são suscetíveis de as conter. Focando-nos na cultura do milho, na campanha de colheita de 2013, detetaram-se localmente valores de micotoxinas mais altos, devido às condições meteoro-
• Fumonisinas. Produzidas por Fusarium verticilloides. (Foto 1) • Desoxinivalenol (DON) e Zearelanona (ZEA). Produzidas por Fusarium graminearum. (Foto 2) • Aflatoxinas. Produzidas por Aspergillus flavus y A. parasiticus. (Foto 3)
Fumonisinas O fungo produtor das fumonisinas (F. verticilloides) é aquele que com maior frequência se pode isolar da cultura do milho. Pode afetar as raízes, caules e grãos, e neste último caso, a infeção pode produzir-se
lógicas que favoreceram a sua presença. Em concreto,
através das sedas (com o máximo de eficiência aos
a pedido da Comissão Europeia, a EFSA (European
10-15 dias depois do seu aparecimento) assim como
Food Safety Authority) apresentou recentemente
pelas feridas na maçaroca causadas por insetos. O
um relatório técnico sobre o aumento do risco de
fungo pode sobreviver sobre os resíduos de plantas
saúde pública em função da suspensão temporária
afetadas, e a dispersão dos esporos é feita através do
dos níveis máximos estabelecidos de algumas mico-
vento (disseminação a curta distância). Uma vez que se
toxinas para o uso em alimentação humana. Nesse
desenvolve sobre o grão de milho, tanto a temperatura
relatório utilizaram-se valores provenientes de várias amostragens levadas a cabo durante o ano de 2013 (basicamente proveniente de França), resultando em valores de 1,3 a 6 vezes mais altos que os valores médios procedentes de estudos anteriores. Tal como etimologicamente a palavra “micotoxinas” explica, tratam-se de produtos tóxicos (“toxinas”) produzidos por várias espécies de fungos (“mico”) que colonizam algumas culturas no campo e durante
como a água livre no grão, determinarão as taxas de crescimento do fungo e a produção de fumonisinas. Recentemente há um interesse crescente nas chamadas “fumonisinas escondidas”, que se tratam de formas químicas não detetadas pelos métodos analíticos acuais mas que uma vez no trato digestivo podem libertar substâncias tóxicas.
DON, ZEA O F. graminearum, produtor destas micotoxinas requer umas condições de desenvolvimento mais
o transporte ou armazenamento dos mesmos. São nocivos tanto para os animais como para os seres humanos, e no caso da produção animal, inclusive níveis muito baixos podem ter um impacto na produção da exploração. É óbvio que a sua presença está associada a uma infecção fúngica, mas a presença de micélios do fungo não equivale à presença de micotoxinas, já que essas substâncias são o resultado de processos metabólicos complexos resultantes da adaptação do fungo a condições e stress e a sua produção nem sempre coincide com as condições óptimas de temperatura e humidade para o desenvolvimento do fungo em questão. Desta forma, podem desenvolver-se tanto no campo, como durante a colheita, transporte 28 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Foto 1. Infecção da maçaroca por Fusarium verticilloides (Gibberella fujikuroi).
mais largos, aproveitando o seu maior potencial produtivo e situar o processo de secagem do grão nas condições climáticas que nos assegurem uma secagem mais rápida, e consequentemente, uma colheita antecipada. Atualmente não há variedades resistentes a infeções de fungos causadores de micotoxinas e para uma mesma variedade há um claro efeito ambiental na maior ou menor presença de micotoxinas no grão, ainda assim, há certas diferenças físico-químicas do grão que podem ter alguma influência, ainda que nem sempre seja fácil encontrar uma relação
Foto 2. Infecção da maçaroca por Fusarium graminearum (Gibberella zeae).
Foto 3. Infecção da maçaroca por Aspergillus flavus.
temperadas que o F. verticilloides, pelo que a
(Recomendação da Comissão 2006/576/CE
sua presença normalmente está associada a
de 17 de Agosto de 2006, sobre a presença de
zonas ou anos com temperaturas mais suaves
DON, ZEA, OTA, T-2 y HT-2, e fumonisinas em
e com maior precipitação. O principal ponto de
produtos destinados à alimentação animal).
entrada do fungo são igualmente as sedas, de
Nem todas as estirpes de Aspergillus flavus são
uma forma geral, durante a primeira semana
capazes de produzir aflatoxinas e atualmente está
de aparecimento das mesmas. Ambas são
a ser investigado o uso e dispersão de estirpes
de grande importância pelos seus efeitos no
atoxigéncias ao nível da parcela para competir
sistema digestivo dos monogástricos. A ZEA
e afastar as estirpes toxigénicas. Nos Estados
em particular, pode ter consequências sérias
Unidos já existem estirpes atoxigénicas registadas
em suínos, e especialmente fêmeas produtoras
para o seu uso como biopesticidas em culturas
já que actua como o estrogénio.
como o algodão, milho, pistácio e amendoim.
Aflatoxinas
O que faz as micotoxinas particularmente perigo-
Apesar de existirem quatro tipos principais de
sas é o facto de serem resistentes a tratamentos
Aflatoxinas (B1, B2, G1, G2), a B1 é a mais tóxica
físicos, químicos e biológicos.
e durante o seu processo de metabolização dá
Contudo, certos processos podem reduzir o
lugar à aflatoxina M1 que pode encontrar-se no
seu conteúdo.
leite. A contaminação por aflatoxinas nos grãos
No caso das aflatoxinas, a utilização de agentes
pode dar-se, igualmente, antes como depois da
adsorventes ou sequestrantes como argilas e
colheita. No primeiro caso, o fungo roduz toxinas
aluminosilicatos nas rações têm-se mostrado
em condições de stress (alta temperatura e
efetivos na redução do conteúdo para níveis
baixa produz humidade). No segundo caso,
mais seguros. Para outras micotoxinas cuja
• Colher o grão com teores de humidade
produzem-se toxinas devido a um incorreto
origem está mais associado ao desenvolvimento
não demasiados baixos reduzindo o tempo
manuseamento e conservação do produto.
do fungo durante o crescimento da cultura, é
causa-efeito clara. Em qualquer dos casos, a boa adaptação de uma determinada variedade à zona de cultura associada a corretas operações culturais para minimizar as condições de stress (densidade de sementeira, rega, fertilização, etc.) são as principais ações de prevenção. Vale a pena referir os ataques de broca, dado que neste caso se identificou uma importante correlação entre os níveis de ataque e a presença de micotoxinas em geral, e especialmente no caso das fumonisinas. Daí depreendemos a importância do uso de milhos geneticamente modificados resistente à broca, os chamados milhos Bt, para prevenir elevados níveis de micotoxinas à colheita. Nos casos em que não se pode ou não se quer optar por esta opção, o controlo da broca deverá ser feito mediante inseticidas. Por último, deveremos prevenir o desenvolvimento de infecções após a colheita. Para isso, recomenda-se: • Evitar o aparecimento de grãos partidos durante a colheita.
no campo.
importante tem em conta algumas medidas
• Reduzir ao máximo o tempo entre a colheita
Atualmente a aflatoxina B1 é a única micotoxina
de prevenção que minimizem a possibilidade
e o secador. É de vital importância que
presente no milho que tem os limites máximos
de colonização do grão por parte do fungo e
se programem as colheitas com base na
regulamentados para o seu uso em rações por
minimizem o stress da cultura.
capacidade de trabalho do secador. • Ventilar e arrefecer rapidamente o grão para
uma normativa europeia (20 ppb para o milho
Nesse sentido, e tendo em conta que a principal
cujo destino seja os concentrados). Em função
fonte de inóculo do solo são os resíduos de
da espécie de animais para a qual se destina o
culturas anteriores, parece lógico que se realize a
concentrado, também há limites estabelecidos,
sua incorporação no solo. De qualquer forma, dada
variando desde os 50 ppb para concentrados
a grande capacidade de dispersão dos esporos,
completos para bovinos, ovinos e caprinos,
o impacto das mobilizações e incorporação dos
Um dos princípios gerais para a regulação de
até aos 5 ppb para concentrados destinados à
resíduos torna-se pouco relevante para reduzir
micotoxinas é o objectivo de assegurar um
alimentação de vacas leiteiras (Directiva 2002/32
os níveis de micotoxinas. Talvez mereça maior
elevado nível de proteção da saúde humana
e Regulamento da Comissão 574/2011 de 16 de
atenção a escolha da data de sementeira e o
e animal, e nesse sentido, desde o agricultor
Junho de 2011). No caso das fumonisinas, foram
ciclo da variedade. As primeiras sementeiras
produtor da matéria prima até ao último
estabelecidos valores de referência para a
permitem um melhor desenvolvimento radicular,
manipulador de alimentos e concentrados
aceitação ou recusa de lotes, pelo que a nível
minimizando as possíveis situações de stress. Adi-
devem ser tomadas as medidas necessárias
prático se consideram os valores mais baixos
cionalmente, permitir-nos-ão a utilização de ciclos
para assegurar a desejada proteção.
evitar a presença de humidade. • Controlar a presença de roedores, aves e insetos nos armazéns.
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 25º ANIVERSÁRIO
25º ANIVERSÁRIO DA REVISTA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Homenagem de Ruud Tijssens à Revista Alimentação Animal por ocasião do seu 25º Aniversário Ruud Tijssens 25th IACA anniversary homage to IACA Magazine
Ruud Tijssens Presidente da FEFAC
30 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Enquanto Presidente recém-eleito da FEFAC, tenho o
As newly elected President of FEFAC, it
grande prazer de felicitar a IACA pelo 25º aniversário
gives me great pleasure to congratulate IACA
da sua revista “Alimentação Animal”. Desde que se
for its 25 year anniversary of its magazine
tornou membro da FEFAC, em 1986, a IACA tem
“Alimentação Animal”. Ever since it took up
demonstrado um forte e contínuo compromisso
FEFAC membership in 1986, IACA has shown
para com a FEFAC através de uma representação
a strong and continuous commitment to
eficaz no Praesidium da FEFAC, uma função atual-
FEFAC through effective representation in
mente desempenhada por Cristina de Sousa. O
the FEFAC Praesidium, a role currently per-
extraordinário contributo português para a nossa
formed by Cristina de Sousa. The outstand-
federação europeia culminou com a Presidência da
ing Portuguese contribution to our European
FEFAC por Pedro Correa de Barros, que entre 2007
federation culminated in the FEFAC Presi-
e 2010 ocupou o mesmo cargo que eu ocupo agora.
dency of Pedro Correa de Barros, who from
Em nome do atual Praesidium da FEFAC, gostaria,
2007 to 2010 held the very same position I
portanto, de partilhar o nosso apreço pelo empenho
hold now. In the name of the current FEFAC
pessoal de todos os membros da IACA e dos seus
Praesidium I would therefore like to share
representantes eleitos, incluindo o Sr. Araújo de
our appreciation for the personal commit-
Campos e o Sr. Lança de Morais que serviram nas
ment of all IACA members and their elected
anteriores Praesidia da FEFAC.
board representatives, including Mr Araujo
É com imenso orgulho que a FEFAC olha para os
de Campos and Mr Lança de Morais who
últimos 25 anos de representação da indústria
have served in previous FEFAC Praesidia.
europeia de alimentação animal. Muitas conquistas
It is with great pride that FEFAC can look
foram obtidas, conquistas essas que permitiram que
back on the last 25 years of representing the
os fabricantes de alimentos compostos aumentassem
European animal feed industry. Many achieve-
as suas oportunidades de mercado com regulamentos
ments have been obtained that have allowed
de base científica e um quadro político da PAC
compound feed manufacturers to increase
orientado para o mercado.
their market opportunities on science-based
Gostaria de recordar alguns marcos memoráveis que
regulations and a market-driven CAP policy
os membros da FEFAC alcançaram através de uma
framework.
ação comum ao nível da UE e ao nível nacional, por
I would like to recall some memorable mile-
exemplo, quando os fabricantes de alimentos com-
stones FEFAC members achieved through
postos defenderam os seus direitos de propriedade
common action at EU and national level, for
intelectual em relação às formulações dos alimentos
example when feed manufacturers defended
compostos em ações inovadoras em frente ao Tribunal
their intellectual property rights with regard
de Justiça Europeu que, em última análise, levaram à
to feed formulations in ground-breaking
remoção da rotulagem obrigatória das taxas percen-
actions in front of the European Court of
tuais de inclusão de matérias-primas em alimentos
Justice which ultimately led to the removal
compostos. Os membros mais antigos da IACA talvez
of the compulsory labelling of percentage
se recordem de uma ação semelhante no TJE que
inclusion rates of feed materials in com-
levou à retirada da taxa de corresponsabilidade para
pound feeds. Older IACA members may recall
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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31
ALIMENTAÇÃO ANIMAL 25º ANIVERSÁRIO
o processamento de cereais, precisamente quando a Espanha e Portugal
a similar ECJ court action which led to the withdrawal of
entraram no mercado comum. Na sequência de várias crises, a FEFAC
the co-responsibility levy for the processing of cereals just
supervisionou o estabelecimento da harmonização da legislação europeia
when Spain and Portugal entered the common market. In the
sobre os alimentos compostos, que teve início em 1970 e terminou em
aftermath of several crises, FEFAC oversaw the establish-
2009 com a adoção e publicação de nova regulamentação relativa à
ment of the harmonisation of the EU feed law, which began
colocação no mercado e à utilização de alimentos compostos. Ligada
in 1970 and ended in 2009 with the adoption and publication
a essa questão, estava a Regulamentação de Alimentação e Higiene
of the new regulation on the placing on the market and the
183/2005 que constituiu a base legal para o setor europeu da indústria de
use of feed. Linked to that instalment was the Feed Hygiene
produção de alimentos compostos e pré-misturas para animais destinados
regulation 183/2005 which provided the legal basis for the
a consumo humano desenvolver o guia da comunidade EFMC (European
EU industrial compound feed and premixtures manufactur-
Feed Manufacturers’ Guide) de boas práticas de fabrico. Este guia tem
ing sector for food-producing animals to develop the EFMC
vindo a ser utilizado até ao presente como documento de referência
community guide to good manufacturing practices, which has
em mais de 20 códigos nacionais da indústria de alimentos compostos.
so far already been used as a reference document in more
Outro momento inovador foi a criação de uma solução técnica para
than 20 national feed industry codes. Another breakthrough
os traços de OGM em culturas que aguarda autorização oficial, o que
moment was the establishment of a technical solution for
significou o fim de uma insustentável política de tolerância zero. Esta
GM crop traits awaiting official authorisation, which meant
foi uma conquista fundamental da Presidência da FEFAC pelo Sr. Pedro
the end to an untenable zero tolerance policy. This was a key
Correa de Barros, que não parou a campanha enquanto não conseguiu
achievement of the FEFAC Presidency of Mr Pedro Correo de
explicar o caso diretamente ao Presidente da Comissão, José Manuel
Barros, who did not stop the campaign before he was able
Barroso. A passagem de lobbying reativo a lobbying proativo, após
to explain the case directly to Commission President José
a gestão de uma série de crises de segurança alimentar, abraçando,
Manuel Barroso. The switch from reactive to proactive lob-
por exemplo, a nova agenda política Europa 2020 sobre Eficiência de
bying following the series of feed safety crisis management,
Recursos e uma economia mais inteligente e mais verde, provou ser
for example by embracing the new EU 2020 policy agenda on
um passo necessário e eficaz no sentido da reconstrução da imagem
Resource Efficiency and a smarter, greener economy, proved
da nossa indústria como um parceiro fiável que oferece soluções para
to be a necessary and effective step forward to rebuild the
os problemas da sociedade.
image of our industry as a reliable partner offering solutions
Não tenho qualquer dúvida de que a indústria europeia de alimentos
to society’s problems.
compostos para animais continuará a enfrentar muitos novos desafios,
I have no doubt that the European compound feed industry
mas também irá realizar novas oportunidades económicas. Prevê-se, para
will continue to face plenty of new challenges but will also
os próximos 25 anos, que o crescimento global na procura de produtos
realise new economic opportunities. For the next 25 years
de origem animal irá impulsionar os mercados nas próximas décadas.
the global growth in demand for animal products is expected
Como este crescimento terá quase inteiramente lugar fora da UE, é
to drive the markets the coming decades. As this growth will
evidente que, para os fabricantes de alimentos compostos europeus,
almost entirely take place outside the EU it is clear that for
a chave para o crescimento é a exportação dos nossos produtos de
EU manufacturers of compound feed the key to growth is
origem animal. Ouvimos o Presidente da EDA, Sr. Michel Nallet, afirmar
export of our animal products. We heard the EDA President
na nossa 57ª Assembleia Geral, realizada este ano em Liège, que o
Mr Michel Nallet stating at our 57 th General Assembly in
setor dos laticínios da UE será o primeiro exportador mundial dentro
Liège this year that the EU Dairy Industry will become the
de 10 anos. Assim, devemos continuar a apoiar as oportunidades de
number one world exporter within 10 years, therefore we
crescimento lideradas pelas exportações do nosso setor pecuário
should continue to support the export-led growth opportuni-
para não perdermos o comboio. Num mundo onde as matérias-primas
ties of our livestock sector so we do not to miss the train.
se tornam cada vez mais escassas, é óbvio que se deve assegurar um
In a world where raw materials are becoming ever scarcer,
fornecimento estratégico de matérias-primas no longo prazo.
it is clear a strategic raw material supply for the long term
O aspeto da sustentabilidade nesse fornecimento de matérias-primas
must be secured. The sustainability aspect to that sourcing
tornar-se-á ainda mais importante à medida que as exigências societais
of raw materials will only become more important, as soci-
relativamente aos aspetos sociais, ambientais e económicos continuarão
etal demands regarding social, environmental and economic
a aumentar. Espera-se que a indústria de alimentos compostos apresente
aspects will continue to increase. It is expected of the
parte das soluções para as questões futuras da redução do impacto
feed industry that we present part of the solutions to the
ambiental da produção pecuária. Tal como aconteceu com o nosso plano
future’s questions of reducing the environmental impact of
de ação de lobbying, o momento é ideal para a indústria de alimentos
livestock production. As has been done with our lobbying
compostos fazer a passagem de uma comunicação reativa para uma
action plan, the moment is right for the feed industry to
comunicação proativa no sentido de garantir que a nossa mensagem
make the switch from reactive to proactive communication
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
é compreendida por todos os nossos parceiros da cadeia, bem como
to ensure that our message is understood by all our chain
outros grupos de interesse e decisores políticos. Deveremos continuar
partners, as well as other stakeholder groups and policy
a trabalhar em conjunto com os produtores do setor pecuário com vista
makers. Together with livestock farmers we will need to
a diminuir a distância entre a exploração agrícola e o consumidor e a
keep working on closing the gap between the farm and the
resolver problemas de perceção que dificultam a aceitação societal do
consumer and tackle perception issues that stand in the
fabrico industrial de alimentos compostos e dos sistemas modernos
way of societal acceptance of industrial compound feed
de pecuária. Na minha opinião, os momentos de crise da BSE estão
manufacturing and modern livestock farming systems. As
há muito ultrapassados e nada temos a esconder. Conseguimos,
far as I’m concerned, the times of the BSE crisis are well
com o apoio do Conselho da FEFAC, dar início a um novo capítulo
behind us and we have nothing to hide. We managed with
nas nossas relações com a sociedade, com os parceiros da cadeia e
the support of the FEFAC Council to open a new chapter in
com os decisores políticos da UE. Com a ajuda da IACA e dos nossos
our relations with society, chain partners and EU Policy mak-
outros membros, iremos continuar a nossa campanha para um quadro
ers. With the help of IACA and our other members we will
regulamentar robusto que garanta a segurança jurídica necessária para
continue our campaign for a robust regulatory framework
os fabricantes de alimentos compostos para animais, especialmente no
that guarantees the needed legal certainty for compound
que diz respeito à segurança alimentar e às importações de OGM. Já
feed manufacturers, especially when it comes to feed safety
é tempo de os decisores políticos deixarem as nossas empresas de
and GM imports. It is time for policy makers to let our
alimentos compostos aproveitarem as oportunidades que podem permitir
feed companies seize the opportunities that can allow EU
que a produção pecuária da UE se torne um motor da recuperação
livestock production to become a driver of EU economic
económica da UE. Estou confiante de que posso contar com o apoio
recovery. I am confident that I can count on the support of
dos membros da IACA para ajudar a FEFAC a alcançar os seus objetivos
IACA members to help FEFAC achieve its goals in the next
nos próximos 25 anos!
25 years!
AF_raporal_anuncio_148x210mm.pdf
1
14/04/14
18:26
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SFPM
SECÇÃO DOS FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS
SFPM NOTÍCIAS DA SFPM • Reunião da Secção de Pré-Misturas da IACA, Lisboa. 29 de Julho de 2014 Com a presença das principais empresas do sector, foram discutidos os seguintes assuntos: • Novo
1. Avaliação das III Jornadas de Alimentação Animal. 2. Quotizações das empresas de pré-misturas na IACA. 3. Participação no projecto QUALIACA. 4. Eleições para a SFPM em Outubro de 2014. 5. Temas em discussão na política europeia de Alimentação Animal. Regulamento para o Alimento Medicamentoso
Foi publicada no dia 10 de Setembro uma nova proposta para o Alimento Medicamentoso, para substituir a actual Directiva 90 / 167 / CEE. O novo Regulamento encontra-se em consulta pública em: htpp://ec.europa.eu/food/animalnutrition/labelling/medicated_feed_en.htm
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
IV ENCONTRO INTERNACIONAL “AGRICULTURA E BIOTECNOLOGIA: O FUTURO É AGORA” EUROPA TEM QUE TOMAR UMA DECISÃO CLARA
O IV Encontro Internacional “Agricultura e Biotecnologia: O Futuro é Agora” inserido na 51ª Feira Nacional de Agricultura, reuniu este ano sete oradores nacionais e internacionais para refletir sobre a adoção da Agrobiotecnologia em Portugal e na Europa. O apoio dos governos, o esclarecimento de agricultores, uma perspetiva mais equilibrada dos meios de comunicação e da opinião pública e o “sim” da Europa foram considerados essenciais para o sucesso da adoção da tecnologia neste lado do Atlântico. O IV Encontro Internacional de Agricultura e Biotecnologia foi organizado pelo Centro de Informação de Biotecnologia (CiB Portugal) e realizou-se durante a 51ª Feira Nacional de Agricultura, no dia 11 de Junho de 2014 em Santarém. Contou com 170 participantes entre agricultores, decisores políticos, técnicos agrícolas, investigadores, professores e estudantes universitários, técnicos da Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo. Destacou-se ainda a presença do Presidente da CAP – Confederação Nacional de Agricultores e do Presidente da ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo. O encontro foi encerrado pelo Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Prof. Doutor Nuno Vieira e Brito. A resistência da União Europeia em adotar a Agrobiotecnologia contínua a levantar dúvidas 36 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
e a originar reflexões e debates, o que levou CiB a convidar sete oradores – de Portugal, Brasil, Espanha e África do Sul – a partilharem
de variedades produtoras de castanheiro
experiências no uso e gestão desta tecnologia. Os defensores da Agrobiotecnologia apoiam a utilização de organismos melhorados com o recurso à engenharia genética (OGM) para melhorar a qualidade das culturas, aumentar a produção agrícola e, em consequência, a sustentabilidade e o lucro das explorações. E lembram que, em 2050, com o crescimento da população, será necessário aumentar em
revela a investigadora Rita Lourenço Costa (INIAV). Também na floresta a biotecnologia pode melhorar as características vegetais e aumentar a produtividade. Na Agricultura, para quem diariamente se confronta com a falta de opções, a sensação é a de ficar aquém de outros países e do potencial que se poderia alcançar com esta
cinquenta por cento a produção atual. Os agricultores e investigadores presentes no evento
primeiros agricultores em Portugal a utilizar a Agrobiotecnologia e outro dos oradores do
foram unânimes ao afirmar que isso só será possível com a adoção da Agrobiotecnologia.
evento, considera que o milho Bt MON 810 “está gasto” e, assim, “é impossível competir com o Brasil e os Estados Unidos porque estamos em campeonatos diferentes”.
Se assim é, o que leva a União Europeia a manter-se tão resistente (quando muitos dos
resistentes à doença da tinta e do cancro com especificidades para cada zona do país“,
tecnologia. José Maria Rasquilha, um dos
produtos da Agrobiotecnologia são aprovados para rações animais) e a autorizar apenas o cultivo de milho Bt com o evento MON 810? Na sua intervenção, Pedro Fevereiro, presidente da Direção do CiB e professor e investigador de biotecnologia de plantas, referiu que a aprovação das novas variedades para cultivo tem sido condicionada por “questões
No ano passado ao nível global, 90% dos agricultores que usaram a Agrobiotecnolo-
socioeconómicas, pois não existem razões científicas que sugiram riscos acrescidos quer
pouco disto já é verdade e faz sentido”, diz Pedro Fevereiro (CIB), para quem a
para a saúde humana e animal quer para o ambiente, tendo sido até agora travadas ao nível político”. Na sessão de abertura, João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), referiu que vivemos momentos em que, muitas vezes, “a política e os desígnios da tecnologia não andam em conjunto e este é um desses momentos, que se anda a prolongar há muito tempo”. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), Luís Vasconcellos e Souza, reconheceu que não se tem evoluído e que “a opinião pública e os poderes institucionais europeus continuam sem sensibilidade para esta matéria”. A Biotecnologia também está a ser aplicada ao melhoramento de árvores de floresta. Neste caso, por exemplo, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) está a desenvolver “um conjunto de clones
manutenção dos negócios familiares passa pela capacidade de utilizar o máximo de
gia como um dos processos de produção foram pequenos agricultores e agricultores familiares. Em Portugal, a agricultura familiar “é vista como uma agricultura de subsistência, dos pobres, como garante da tradição, mas muito
tecnologia possível de forma a reduzir custos de produção e maximizar as produtividades. Veja-se o exemplo brasileiro, o segundo maior produtor de culturas OGM. Flávio Finardi Filho, ex-presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança do Brasil (CTNbio), salienta como vantagem da utilização desta tecnologia o aumento da produtividade na agropecuária brasileira e lembra que há mais produtos que em breve serão lançados no mercado (feijão, arroz, cana de açúcar, eucalipto, laranja, alface ou maracujá, entre outros). Também da África do Sul chega um exemplo de sucesso, com os agricultores a alcançarem maiores níveis de produção. A agricultora Eve Ntseoane reconhece que há sempre riscos e benefícios para o que é novo no mercado, mas as culturas geneticamente modificadas são
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS ALIMENTAÇÃO ANIMAL
necessárias porque “aumentam a qualidade e quantidade de alimento, aumentam os lucros e a estabilidade financeira e acabam com a fome no nosso tempo de vida”. Outro dos pontos importantes para este sucesso é a ajuda do Governo. No caso da África do Sul, salienta Eve Ntseoane, além das empresas de sementes, os agricultores são apoiados “pelo governo e pelo departamento de ciências e tecnologia, que desenvolveu uma estratégia sobre biotecnologia para informar os agricultores e fazer divulgação”. Na opinião da agricultora, “o problema, na Europa, é fazer os governos entenderem os benefícios desta tecnologia”. Uma das causas dessa falta de entendimento, de acordo com o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, que participou na sessão de encerramento do encontro, é a investigação em Portugal ser “pouco assertiva naquilo que são os interesses dos diferentes debates”. O governante garante que “uma investigação mais aplicada poderia ser uma fonte de suporte de decisão aos governos”.
Uma controvérsia que deixa a opinião pública de “pé atrás” é o facto de o sector das sementes ser controlado por companhias privadas. Pere Puigdomènech, biólogo e investigador do Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC) de Espanha, reconhece que é uma matéria de preocupação, mas “é como é, as grandes companhias é que têm o dinheiro para o desenvolvimento e certificação destas variedades”. E as diferenças estão à vista. Por causa da limitação de recursos, a capacidade de uma instituição pública desenvolver e colocar no mercado este tipo de variedades é sempre mais lento e limitado. Assim como tem sido o caminho para a aprovação do uso de transgénicos na Europa. Jaime Piçarra, secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), fala em “via sacra” para a aprovação de variedades vegetais transgénicas na Europa e defende processos de aprovação mais rápidos e “uma visão global de harmonização desses processos, em simultâneo na União Europeia e nos países exportadores à escala mundial”.
Do encontro saíram várias conclusões, todas elas suportando a adoção da Agrobiotecnologia. Parece não haver dúvidas, como defende o investigador espanhol Pere Puigdomènech, que “estamos na era dos genomas” e que a informação deles retirada, pode e deve ser utilizada no melhoramento vegetal. E todos são unânimes ao afirmar que a Agrobiotecnologia pode permitir uma melhor gestão ambiental, mas também pode permitir um maior equilíbrio económico e social dos próprios produtores agrícolas. Pedem, por isso, uma decisão rápida da União Europeia que dê liberdade de escolha aos agricultores e promova a confiança de consumidores e produtores nos sistemas de regulamentação.
• A Agrobiotecnologia permite acelerar
o uso de variedades melhoradas com
desvantagem relativamente ao mercado
e aumentar a precisão dos processos
recurso a esta tecnologia para a pro-
global de produtos agrícolas.
de melhoramento das culturas, estando
dução de alimentos para as populações
também a ser aplicada ao melhoramento
humanas, sendo um exemplo recente
das árvores de floresta. Esta tecnologia
a aprovação de variedades de feijão
produz variedades vegetais utilizáveis em
resistentes ao vírus do mosaico dourado
todas as formas de agricultura: agricultura
no Brasil.
CONCLUSÕES
familiar e pequenos agricultores, grandes agricultores e empresas agrícolas. É uma componente necessária para a redução dos custos nas contas de cultura e um tema incontornável nas negociações do
aprovisionamento de matérias-primas, em que a Europa e Portugal são deficitários. • Esta situação é particularmente preocu-
tomar uma decisão clara sobre a adoção
pante no que se refere à importação de
da Agrobiotecnologia, provocando custos
matéria-prima proteica, na qual a Europa
acrescidos e falta de competitividade
é deficitária em 70%.
em toda a cadeia agroalimentar. Esta incapacidade de decisão induz a perda de
Partnership). A Agrobiotecnologia permite
confiança no sistema de regulamentação
ainda aumentar a sustentabilidade das
que deveria basear-se em evidências
explorações agrícolas, tendo impactos
científicas.
social, económico e ambiental.
ções de eventos cria constrangimentos no
• A União Europeia mostra-se incapaz de
TTIP (Transatlantic Trade and Investment
positivos ao nível global nos três pilares:
• O imenso atraso existente nas aprova-
• Esta indecisão impede os agricultores
• É necessária uma harmonização internacional dos processos de aprovação dos novos eventos, de forma a evitar ruturas no mercado. • É necessário que o governo Português
Portugueses de acederem a esta tecnologia
mantenha a disponibilidade para apoiar
• O s países emergentes estão a utilizar a
e o direito à livre escolha das variedades
os agricultores que pretendam optar por
biotecnologia como base para aumentar
mais adequadas às suas condições de
utilizar as variedades resultantes da apli-
a sua produtividade e riqueza e a aprovar
produção, colocando-os numa posição de
cação da Agrobiotecnologia.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
APROVAÇÃO URGENTE DE OGM
IACA PRESSIONA PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA Preocupados com a problemática da discussão da biotecnologia no seio da União Europeia e com o impacto do processo das aprovações de OGM na cadeia agroalimentar através da nossa Federação Europeia (FEFAC), sobre 8 eventos transgénicos com parecer positivo da EFSA e que aguardam aprovação da parte do Colégio de Comissários, a IACA dirigiu uma carta ao Presidente Barroso, no sentido de rapidamente se desbloquear este assunto. Na exposição da IACA referimos que “é necessário e urgente que se tome uma decisão de aprovação destes eventos o mais brevemente possível, caso contrário, se a decisão for adiada para final do ano, as consequências serão particularmente gravosas para o setor da alimentação animal em Portugal e para toda a Fileira Pecuária, com eventuais problemas de aprovisionamento de matérias-primas e potenciais aumentos nos custos de produção, num contexto socioeconómico muito difícil e exigente. Nesta perspetiva, a IACA (Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais), enquanto organização representativa da Indústria da alimentação animal em Portugal, vem reiterar a Vossa Excelência, a importância da adoção destes dossiers na próxima reunião dos Comissários. Para mais informações, permitimo-nos indicar os eventos, relativamente aos alimentos para animais importados, que são de particular importância para a indústria de alimentos compostos portuguesa:
• LUN 88 708 (RR evento de soja resistente à Dicamba da Monsanto) • Milho T25 (renovação da aprovação)
contactos e reuniões com os Gabinetes dos Comissários Dacian Ciolos, Tónio Borg e o Gabinete do Presidente Barroso. Os Comissários da Agricultura e da Saúde e
• Algodão TC 1-T304 40
Proteção dos Consumidores pretendem
• TC 1507 (milho para cultivo)
resolver este assunto e aprovar os eventos
A não aprovação destes eventos antes do final de junho, uma vez mais, põe em perigo a importação de matérias-primas para alimentação animal em Portugal e na União Europeia, para o mês de setembro,
mas existem outros Comissários que estão de saída e cujos países estão a pressionar para que a decisão seja adiada para a próxima Comissão liderada pelo Presidente nomeado Jean-Claude Juncker.
pondo em causa a competitividade do Setor.
Entretanto, para além dos comunicados de
A indústria de alimentos compostos em
COCERAL e das pressões do COPA, a IACA
Portugal depende das importações de países terceiros em cerca de 75-80% e a UE é deficitária em proteína em cerca de 70%.
imprensa conjuntos da FEFAC, FEDIOL e enviou mais 2 comunicações ao Presidente Barroso no sentido de desbloquear esta situação, tendo-se realizado igualmente uma
A negação em aceitar a opinião científica
reunião dos Embaixadores dos países expor-
da EFSA (favorável a todos estes eventos)
tadores (Estados Unidos, Brasil, Argentina)
e atrasar as aprovações prejudica grave-
com o Comissário Borg.
mente os próprios produtores pecuários e as
O dossier afigura-se difícil tanto mais que
exportações dos produtos de origem animal, que têm vindo a mostrar uma crescente aceitação, quer no mercado interno, quer nos mercados externos, no âmbito do esforço de internacionalização das empresas.
temos uma Presidência italiana que é relativamente hostil às questões dos OGM e um novo Presidente da Comissão Europeia que já manifestou publicamente ser favorável a um debate sobre a metodologia utilizada
É lamentável que apesar da crescente
na aprovação de eventos transgénicos na
investigação na UE, por parte de orga-
União Europeia.
nismos independentes, relativamente à
Com novos Comissários responsáveis pelas
segurança dos OGM, tal como estabelece o Regulamento 1829/2003, o processo de aprovação continue tão lento e, como tal, se configure como um bloqueio comercial do aprovisionamento de matérias-primas
pastas diretamente ligadas a esta temática (Phil Hogan, da Irlanda, será o novo Comissário para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, enquanto a Lituânia (Vytenis Andriukatis) terá o pelouro da Saúde e
• Lun 84 760 (milho tolerante à seca da Monsanto)
para a produção de alimentos compostos.
comprometer-se com qualquer decisão. O
• OSR-GT 73 (evento de sementes de colza da Monsanto)
Certos de que partilhará destas nossas preocupações e conscientes da relevância
que não significa que não continuemos a
da próxima votação, agradecemos a sua
pugnar pelos nossos interesses, tanto mais
• DP-305423-1 (evento de soja de elevado teor em ácido oleico da DuPont/Pioneer conhecido comercialmente como Plenish)
melhor atenção para este assunto, estando a
que não existe necessidade de acrescentar
IACA, como sempre, disponível para fornecer
e agravar a crise que já decorre do embargo
mais informações.”
russo aos produtos de origem animal. Não
• BPS-CV127-9 (evento de soja tolerante a herbicida da BASF)
Em resposta à Presidente da IACA, o Pre-
• LUN 88 705 (RR evento de soja de elevado teor em ácido oleico da Monsanto conhecido comercialmente como Vistive Oro) 40 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
sidente Barroso remeteu o assunto para o Comissário Borg, responsável pelo pelouro da Saúde e Proteção dos Consumidores.
Segurança Alimentar), ninguém parece querer
é de excluir que as organizações europeias (FEFAC, Europabio, COCERAL…) possam levar este assunto ao Provedor de Justiça da União Europeia, considerando as consequências negativas de tal decisão e o não
Para além da IACA, a coligação “Feed
cumprimento dos prazos previstos pelos
and Food”, que integra a FEFAC, manteve
Tratados Europeus.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
PORTUGAL AGRO CHEGA À FIL EM NOVEMBRO COM O ALTO PATROCÍNIO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO MAR
Com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e representantes de 45 entidades ligadas maioritariamente aos sectores da agricultura das várias regiões do País, realizou-se em 9 de julho a apresentação oficial do PORTUGAL AGRO 2014. O evento, que levará à FIL a maior representação de sempre da produção nacional do sector, decorrerá entre 20 a 23 de Novembro. PORTUGAL AGRO é o novo projecto da Fundação AIP, organizado através da AIP – Feiras Congressos e Eventos, para os sectores ligados à agricultura. De 20 a 23 de Novembro a 1ª edição do evento vai dar a conhecer, para profissionais e público, a essência de Portugal e o que de bom se produz por cá, do campo até à mesa. Na apresentação a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, revela que acarinhou a ideia deste projecto desde da primeira hora ‘por ser um evento que nasce da terra e a homenageia, porque mostra a agricultura portuguesa na sua diversidade e na sua riqueza e porque tem uma forte vocação empresarial a que não é alheia a dimensão internacional’, enaltecendo igualmente o facto da Fundação AIP, através da AIP – Feiras Congressos e Eventos, ‘trilhar novos caminhos, juntando actores de várias proveniências e abrindo ao público uma mostra que convida a várias experiências para todas as idades e perspectivas’. Mais do que um evento de produtos agrícolas das regiões, o PORTUGAL AGRO trata-se de um projecto transversal a todas as fileiras do 42 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
sector, que promove a capacidade produtiva nacional, os vários operadores económicos, a excelência dos produtos, dos recursos nacionais, e da tradição aliados à inovação e dos vários eventos sectoriais dispersos pelo país. O PORTUGAL AGRO tem como objetivo aumentar a visibilidade de um sector que apresenta um enorme potencial de internacionalização e que é hoje fundamental para a da economia do país, pretendendo ser um reflexo do país tal como pode ser projectado internamente e para o exterior, com todas as suas regiões, características, potencialidades e raízes. O evento promoverá a mostra e venda dos produtos e raças autóctones das várias regiões de Portugal distribuindo-se em espaços como o Passeio dos Sabores, Passeio da Horta, Espaços Pedagógicos, e Gastronomia, onde serão realizadas diversas degustações, provas e divulgação dos vários eventos do sector espalhados pelo país. O evento contará também uma completa programação lúdico-cultural, com a realização de diversas animações e espectáculos. O público profissional terá a oportunidade de participar em diversos eventos técnicos e conhecer no espaço de Exposição produtos e serviços para a fileira agro, máquinas, equipamentos e tecnologias. O PORTUGAL AGRO conta com o Alto Patrocínio do Ministério da Agricultura e do Mar, o patrocínio oficial da Caixa de Crédito Agrícola e o envolvimento operacional de meia centena de entidades e organismos regionais e sectoriais.
Sector agroalimentar português com forte potencial de crescimento As exportações do agroalimentar cresceram 7,8% em 2013 e no período de 2007 a 2013 em média também acima dos 7%, mais do dobro do total da economia em matéria de exportações. De sublinhar o facto da taxa de cobertura das importações pelas exportações ter vindo a progredir sustentadamente ao longo dos últimos anos, de 53,3% em 2011, para um valor acima dos 60% em 2013. De salientar que Espanha, Angola, Rússia, África do Sul, Brasil, Holanda, Estados Unidos, são alguns dos vários mercados que se têm revelado mais atrativos na procura de produtos agroalimentares portugueses. Mais informações em http://portugalagro.fil.pt/
ORGANIZAÇÃO:
COM O ALTO PATROCÍNIO DO:
PATROCINADOR OFICIAL:
Entidades Parceiras do PORTUGAL AGRO ACOPE – Associação dos Comerciantes de Pescado • ACOS – Agricultores do Sul • AEBB – Associação Empresarial da Beira Baixa • AEP – Associação dos Escanções de Portugal • AERLIS – Associação Empresarial da Região de Lisboa • AGIM – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial • AGROBIO – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica • AGROCLUSTER – Agrocluster Ribatejo • AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal • AICC – Associação Industrial e Comercial do Café • AIHO – Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste • AIP-CCI – Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Industria • AJAP – Associação de Jovens Agricultores de Portugal • ALIF – A Associação da Indústria Alimentar pelo Frio • ANCIPA – Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares • ANIPLA – Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas • ANP – Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha • CASA DO AZEITE – Associação do Azeite de Portugal • CCIPD – Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada • CIP – Confederação Empresarial de Portugal • CNA – Confederação Nacional de Agricultura • CNJ – Confederação dos Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural • CONFAGRI – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal • COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional • DOCAPESCA – Portos e Lotas, SA • EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra – estruturas do Alqueva Sa • FENADEGAS – Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal • FENAREG – Federação Nacional de Regantes de Portugal • FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares • FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal • IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais • INOVCLUSTER – Associação do Cluster Agro-Industrial do Centro • INOVISA – Pólo de Tecnologia e Empresas • NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve • NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança • NERBE – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral • NERC – Associação Empresarial da Região de Coimbra NERE – Associação Empresarial da Região de Évora • NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda • NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria • NERPOR – Associação Empresarial da Região de Portalegre • NERVIR – Associação Empresarial de Vila Real • PORTUGAL FRESH – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal • UNAC – União da Floresta Mediterrânica • VINIPORTUGAL – Associação Interprofissional do Sector Vitivinícola
MEDIA PARTNERS:
REPRESENTAÇÕES
TRANSPORTADOR OFICIAL:
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PRODUTOS
SERVIÇOS • QUALIDADE •
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MAIS DE UMA DÉCADA A PROMOVER O SUCESSO DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
IACA PRESENTE EM CONGRESSO NA CHINA Para além da intervenção, fomos ainda coautores de um poster, que apresentámos em representação do CIB (Jaime Piçarra, Pedro Fevereiro, Rita Caré), destinado a divulgar as atividades daquela organização sobre a divulgação e promoção da Biotecnologia em De 29 a 31 de agosto, a IACA esteve pre-
garantir a sustentabilidade é, acima de tudo,
Portugal, intitulado “ Comunicando Agrobio-
sente em Changchun, China, no 4º Congresso
ser rentável e permanecer no negócio, para
tecnologia em Portugal: Atividades do CIB
Mundial sobre Agricultura, WCA Agriculture
além das questões ambientais e sociais.
para múltiplas audiências”, em que se focou
2014 que contou com a presença de 200 par-
Refira-se que temas como a Sustentabilidade
o problema da aprovação dos OGM na União
ticipantes de todos os Continentes, divididos
e a Segurança Alimentar (Food Safety e Food
Europeia e o impacto da atual política euro-
por Sessões sobre Agricultura, Alimentação,
Security), bem como novos investimentos na
peia para a cadeia alimentar, designadamente
Segurança Alimentar, Investigação e Tecnolo-
agricultura a nível mundial (em particular em
ao nível da competitividade dos diferentes
gia. Na mesma ocasião, realizaram-se fóruns
África) tiveram grande destaque neste evento.
setores da alimentação, animal e humana.
sobre o Milho, Ginseng e um Encontro dirigido a Jovens Investigadores. Convidado pela organização do evento (BIT), o Secretário-Geral da IACA, Jaime Piçarra, apresentou, no dia 30 de agosto, em
Communicating Agrobiotechnology in Portugal: CiB activities for plural audiences Jaime Piçarra1,2, Rita Caré1 & Pedro Fevereiro1, 3, 4
1 – CiB – Centro de Informação de Biotecnologia, Portugal 2 – IACA - Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, Portugal 3 – ITQB-UNL - Instituto de Tecnologia Química e Biológica - Universidade Nova de Lisboa, Portugal 4 – FCUL-UL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal
E-mail - geral@cibpt.org
representação da FEFAC, uma comunicação For more than 30 years there was Accumulation of Scientific Evidence on Transgenic / Genetically Modified (GM) Crops
subordinada ao tema “Uma Estratégia de Aprovisionamento de Matérias-Primas para uma Indústria de Alimentação Animal Sustentável” (“A Strategic Raw-Materials Supply for a Sustainable European Feed Industry”), em que abordou os principais desafios do Setor, à luz dos constrangimentos que se colocam na UE, passando em revista dossiers como a PAC, acordos comerciais, biocombustíveis, OGM e as questões ambientais, bem-estar
CiB PORTUGAL
Centre for Biotechnology Information is a nonprofit organization that promotes networking between different audiences, promotes the public understanding of Agrobiotechnology and communicates with the Portuguese speaking communities in the last 12 years. CiB is an association of different partners: companies, industries, food and feed associations, individual farmers and science researchers.
iniciativas da FEFAC para fazer face a estas limitações que retiram competitividade à Fileira perante o mercado mundial. E desde e não na Europa e sobretudo em Portugal,
EXPLAINING
What, Why & How? What are Transgenic / GM crops and genetic engineering applied to plant sciences? Why are they important for farmers and consumers? Why and how may they bring economic and social benefits? Why are they relevant for sustainable agriculture? Why do they protect the agro-environment? Why are GM crops for food and feed safety?
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BUT Dubious biosafety research published Political bans from some EU Countries with NO Scientific Justification
NEGATIVE CONSEQUENCES Asynchrony on approval process Lack on market’s supply Denying Freedom of Choice for farmers and competitiveness Higher environmental impacts of the Agriculture Practices Lower quality of food and feed products
AUDIENCES
animal e segurança alimentar, bem como as
logo, num mercado que cresce a nível mundial
Positive Opinions on Safety by EFSA - European Food Safety Authority
Approving GM Crops in European Union became almost IMPOSSIBLE!
Farmers Companies technicians Government representatives and decision makers Researchers on plant sciences University and high school students Journalists
Lower economical, environmental and social sustainability
COMMUNICATION TOOLS Internet Platforms E-mail, Website, Blog and Social Networks
In Person Activities Public debates and Political hearings Workshops for Journalists on Plant Sciences and GM crops Workshops for farmers on Agrobiotech Communication Conferences and other events that promote discussion and interaction between stakeholders and audiences (from different countries and regions of the world)
Lesaffre Feed Additives aditivos comprovadamente inovadores PRESIDENTE DA IACA RECEBE INSÍGNIA DE OURO DA CESFAC
No passado dia 26 de setembro durante a Cerimónia de Inauguração da 22a edição da Feira do Porco (tema que desenvolveremos na próxima Revista), presidida pelo Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar Prof. Doutor Nuno Vieira e Brito, teve lugar uma homenagem da nossa congénere espanhola CESFAC à Presidente da IACA, que atribuiu à Enga Cristina de Sousa, a Insígnia de Ouro daquela organização. O Presidente da CESFAC, D. Joaquín Unzué, que se deslocou propositadamente a Portugal, referiu que este prémio é devido à Presidente da IACA “pelo reconhecimento da sua capacidade de liderança e pela forma como tem coordenado e defendido, designadamente em Bruxelas, os interesses conjuntos de Portugal e de Espanha, em prol da Indústria Ibérica e da competitividade do Setor”. Nas palavras de agradecimento, a Eng. Cristina de Sousa referiu que este reconhecimento só era possível por ser o rosto de duas Instituições bem organizadas e prestigiados, a IACA e a Raporal, esperando estar à altura de tão distinta homenagem.
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A IACA e a Revista “Alimentação Animal “, naturalmente com orgulho, felicitam a Presidente da nossa Associação pela justa homenagem e reconhecimento, agradecendo à CESFAC por mais esta prova de excelente cooperação e confiança que existe entre nós e que agora se reforça. Um agradecimento ao Presidente da FPAS por ter permitido que a Homenagem se realizasse num momento tão solene da Feira do Porco, que constituiu, pela presença de elevado número de expositores e afluência de público, profissional e interessado, um inegável êxito para a Fileira. Parabéns à Enga Cristina de Sousa
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
SIMPÓSIO EUROPEU 2014 SOBRE INTEGRIDADE INTESTINAL MAXIMIZAR A VALORIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE FRANGOS NOS DIAS DE HOJE A Elanco organizou o Simpósio Europeu 2014 sobre a Integridade Intestinal que se realizou em Lisboa, entre 16 e 18 de Junho. O Simpósio focou diferentes estratégias (Integridade Intestinal, nutrição, bem-estar, marketing, benchmarking e análise) para maximizar a valorização da indústria de frangos nos dias de hoje. O Simpósio reuniu cerca de 300 clientes de aves de 22 países, o que representou 80% da indústria de frangos. Os clientes estavam equipados com dispositivos de voto com o intuito de os manter envolvidos na reunião. Podiam emitir pareceres em tempo real sobre os diversos temas da indústria das aves e sobre a sua relação com a Elanco. As principais mensagens foram as seguintes: – 97.8 % dos participantes concordaram: ”A Proteção da Integridade Intestinal é essencial para alcançar um bom desempenho dos frangos” – 82 % dos participantes concordaram: “Aumentar o número de dias dos programas anticoccidianos é benéfico para proteger a fase tardia da integridade intestinal” – 61 % dos participantes concordaram: “O Hemicell decompõe as fibras β mananos impedindo assim a Feed Induced Immune Response (FIIR) e, portanto, mais nutrientes ficam disponíveis para o crescimento e desempenho” Os clientes também expressaram o alto nível de satisfação com o evento. O primeiro dia foi focalizado nas ameaças e soluções para a proteção da integridade intestinal. Ignacio Lanza, Director da Area TMEA-SSA da Elanco, deu início ao Simpósio. Explicou o porquê da Elanco acreditar e investir em aves e destacou os investimentos substanciais da Elanco no negócio de aves nos últimos cinco anos. 46 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
De seguida o Dr. Nick Dale (Universidade da Georgia, USA) descreveu o impacto imunogénico de b-mananos e o seu efeito negativo sobre a redução da energia disponível para o crescimento. O Dr. Dale salientou que a utilização da enzima b-mananase pode anular os efeitos indesejáveis sobre a integridade intestinal. Peter Chrystal (Tegel Foods, New Zealand) também abordou este tema e relatou as suas experiências de campo com o Hemicell® (enzima b-mananase) mostrando melhorias na qualidade das camas, FCR (taxa de conversão alimentar) e existência de variação de peso. O Dr. Jeff Wilson (Novometrix Research Inc., Canada) reviu os principais aspectos da enterite necrótica e salientou o papel da coccidiose como fatores predisponentes para a doença. Por sua vez, o Dr. Thomas Jeffers (Universidade de Cornell, USA) ficou encarregue de descrever o papel da Narasina no sector avícola e que é o que a diferencia de outros ionóforos.
um processo que envolve a comparação de dados da própria empresa com a de empresas com características semelhantes, a fim de obter uma visão da situação, e destacou a sua importância na industria avícola. O Dr. Kevin Watkins (Elanco Animal Health) descreveu a vantagem da aplicação da análise na produção de aves, para tomar decisões, dinamizar acções e melhorar o lucro. Registar grandes quantidades de dados não é suficiente; colocá-los em contexto faz a diferença. No seu discurso, o Daniel Emery (Meaningul Solutions, USA), relembrou a importância da marca para acrescentar valor aos produtos e descreveu um caso real na produção de aves. O discurso de David Heckman’s (Elanco Animal Health) focou-se na redução da variação como uma ferramenta para acrescentar valor à produção de aves. Heckman destacou o compromisso da Elanco com
Por último, o Dr. Erick R. Erickson (U.S. Grains Council, USA) forneceu uma visão geral da situação atual e futura do mercado de cereais em todo o mundo. A tendência para a próxima década aponta para a redução da volatilidade dos preços, o que permitirá dietas avícolas para incluir ingredientes ideais a preços razoáveis.
o sector, não só em relação à saúde e
O Dr. Sarge Bilgili (Universidade de Auburn, USA) falou sobre o bem-estar das aves e da sua estreita relação com a saúde ideal. A falta de Integridade Intestinal geralmente implica alterações nas excreções dos animais que aumentam a presença de podo dermatites (um indicador usual de bem-estar animal).
melhor desempenho.
O segundo dia do Simpósio foi dedicado a diferentes estratégias para aumentar o valor.
Os participantes tiveram igualmente a
Em primeiro lugar, o Dr. Albert Payne (Agri Stats, USA) falou sobre benchmarking,
da Galé, um local histórico-artístico no
nutrição, mas também para encontrar soluções para melhorar a rentabilidade e sustentabilidade nas empresas de produção de aves. Mais tarde, o Christophe Bostvironnois (Elanco Animal Health), deu um exemplo real de como a aplicação da análise na produção de aves permite a tomada de decisão mais eficaz e um Rui Gabriel, responsável da Elanco em Portugal, fez o wrap up e fecho do Simposium, reforçando a Causa da Elanco no combate insuficiência alimentar e na importância da tecnologia alimentar e inovação como resposta às necessidades do crescimento da população mundial. oportunidade de assistir a sessões de networking e a um jantar de gala no Pátio coração de Lisboa.
EVENTO “ALLTECH GLOBAL DAIRY & BEEF” AJUDA OS AGRICULTORES A CONSTRUÍREM UM PLANO RUMO AO SUCESSO
[DEAUVILLE, France] – Sonhe, arrisque, e não tenha medo de ter lucros são as mensagens que os participantes do evento “Global Dairy & Beef 2014”, levam para casa depois de dois dias de evento que terminou no passado dia 2 de Setembro. Nesta edição, que coincidiu com os Alltech FEI World Equestrian Games™ 2014, na Normandia, o evento atingiu vários recordes, estiveram presentes mais países do que na 1ª edição, 700 participantes, com tradução realizadas em 8 línguas diferentes e mais de 500.000 bovinos representados pelos criadores. Com as indústrias da produção de leite e carne a enfrentarem desafios constantes e em várias áreas, as palestras focaram no aumento da eficiência de produção, na necessidade de ser cada vez mais rentável e em assegurar a sustentabilidade a longo prazo. O “Global Dairy & Beef” examinou a indústria atual e olhou para as tendências futuras, abordando mais especificamente como devem estar preparados os produtores. “Os produtores são os eternos empreendedores e terão um futuro risonho se se concentrarem em oportunidades no mercado, abraçando a tecnologia e dispostos a correr riscos”, afirmou Dr. Pearse Lyons, fundador e presidente da Alltech. Damien McLoughlin, professor na University College Dublin, pediu aos participantes que “abraçassem a inovação e dessem prioridade ao fator tempo, por forma a criar oportunidades e tornar mais rentável os seus negócios.” Katrine Lecornu, Presidente da Associação Europeia de Produtores de Leite, falou
sobre a exploração do trabalho agrícola e o seu futuro. “Os principais desafios para o produtor de amanhã são a melhoria da gestão do trabalho, a rentabilidade e os investimentos e os custos de arranque”, afirmou Katrine Lecornu. Os produtores do futuro devem decidir se querem gerir animais ou gerir pessoas, comentou a mesma oradora. “A próxima geração de produtores vai levar-nos a novos voos e eles precisam da nossa confiança para chegar lá.” Dr. Lyons encerrou a 7ª edição deste evento “Alltech Global Dairy & Beef”, questionando os participantes, “O que é que você aprendeu hoje? Como é que estas informações vão transformar o seu negócio? Existem tantas ideias e tão pouco tempo.“ Durante o evento, a Alltech apresentou vários casos de produção local na Normandia. Esta região francesa é o coração da indústria de ruminantes – existem mais de 580 mil vacas leiteiras e mais de um quarto de milhão de bovinos de corte na Normandia que estão nas 12.500 explorações leiteiras e 5.800 unidades de carne bovina. Um dado muito importante e impressionante, é que 17.000 pessoas trabalham na agricultura, na Normandia. A próxima edição do evento “Global Dairy & Beef” será realizada em conjunto com o 31º Simpósio Internacional Anual da Alltech que terá lugar em Lexington, no Kentucky, em Maio de 2015. Para acesso a fotos e vídeos do evento por favor aceda a www.alltech.com/games A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
RAPORAL S.A. INAUGURA NOVAS UNIDADES INDUSTRIAIS Com a preocupação constante em modernizar e otimizar os processos produtivos em todas as suas áreas de negócio, a Raporal S.A inaugurou duas novas unidades industriais no passado dia 31 de Agosto. A Unidade Industrial de Secagem de Milho e a nova Unidade de Acabamento de Suínos na Herdade do Gamoal, são as duas novas apostas, que refletem os mais recentes investimentos da empresa no sentido de manter um crescimento sustentável e melhorar a competitividade da sua estrutura. A inauguração iniciou-se com uma cerimónia religiosa, junto ao Secador de Milho, celebrada pelo Sr. Padre Carlos Rosmaninho e de seguida procedeu-se ao descerrar da placa evocativa pelos acionistas da Raporal. Depois desta cerimónia todos os acionistas e convidados dirigiram-se para a Herdade do Gamoal, onde foi feito o descerrar da placa evocativa da nova Unidade de Acabamento de Suínos. Prosseguido por um almoço comemorativo no local. A cultura do milho é das culturas arvenses mais importantes à escala mundial, tendo diversas possibilidades de utilização. Sendo o milho a principal matéria-prima para o fabrico de alimentos compostos para animais, e, aliando a este fator a constante volatilidade de preços a nível mundial e ao aumento da área plantada em Portugal, a Raporal considerou uma oportunidade a construção de uma unidade industrial de secagem de milho. O secador de milho vai permitir um aprovisionamento estratégico de grão de origem nacional. A utilização de milho de produção nacional será uma garantia de mais qualidade nos alimentos compostos para animais produzidos, o que inevitavelmente se refletirá num melhor desempenho e ganhos de eficiência da produção animal. A mesma Unidade trará ganhos logísticos muito importantes para a empresa, disponibilizando também a prestação de serviços na secagem de milho verde a terceiros. A unidade industrial tem capacidade de secagem de 300 ton/dia e 30 000 toneladas por campanha. Foi criada uma nova área de negócio, a Raporal AGRO, que incide na gestão da unidade industrial e na produção agrícola de grão. Já a nova unidade do Gamoal representa um aumento significativo no número de lugares de engorda, tendo capacidade para 18 000 animais/ano. Com uma perspetiva alargada para o futuro a Raporal S.A pretende corresponder às necessidades do mercado assim como criar estratégias para ser mais competitiva e crescer sustentadamente. 48 |
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Existem outras formas de fixar micotoxinas
T5X
Muito mais que um adsorvente de micotoxinas T5X possui quatro ações principais: - Os componentes adsorventes do T5X foram selecionados num sofisticado modelo “invivo”. As micotoxinas não passam pela parede intestinal. - T5X estimula a produção de enzimas naturais especificas de neutralização/desintoxicação que catalisam a eliminação das micotoxinas. - Os poderosos antioxidantes presentes no T5X inibem os radicais livres e previnem a degradação da membrana celular. - T5X estimula o sistema imunitário não especifico, fortalecendo os animais.
Distribuído por INVIVONSA Portugal, SA. Zona Industrial de Murtede 3060-372 Murtede Cantanhede Tel: 231 209 900 – Fax: 231 209 909 geral@invivo-nsa.pt www.invivo-nsa.pt
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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC‑ 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXV Nº 89 Julho/ Agosto / Setembro
DIRETOR Cristina de Sousa
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Cristina Monteiro Germano Marques da Silva Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços da IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) Amália Silva IACA ‑ Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87
EMAIL iaca@iaca.pt
SITE www.iaca.pt
EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO DA CAPA Pedro Moreira da Silva
EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471‑909 Gueifães ‑ Maia
PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 Lisboa
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA Data
JULHO 2014
1
Reunião com Diretor Geral da DGAV Reunião na APIC sobre a FILPORC
3
Reunião com ASA/USSEC Assembleia Geral da Bolsa do Bovino
9
Apresentação e assinatura do Protocolo com a AIP (Portugal AGRO 2014)
14
Reunião na DGAV com a ACICO sobre o QUALIACA
16
Reunião da FILPORC
23
Reunião da CT 37
24
Reunião da Comissão Executiva com a presença do Dr. Montalvão Martins (Contratação Coletiva)
25
Reunião com a AIP Portugal AGRO 2014
29
Plenário da SFPM
30
Conference call sobre Alimentos Medicamentosos
31
Reunião da Direção Assembleia Geral Extraordinária (ratificação da constituição da FILPORC)
Data 27
AGOSTO 2014 Reunião da Comissão Executiva
29-31
Participação no Congresso Mundial de Agricultura (WCA 2014) em Changchun (China)
Data
SETEMBRO 2014
9
Reunião com a DGAV Reunião da FILPORC
11
Reunião com a Enigma (Anuário IACA 2014)
12
Participação na Agroglobal
14-20
Missão aos EUA a convite da USSEC
25
Reunião da Comissão Executiva
Nº 26599/89
26
Reunião da Direção Inauguração da 22ª Feira do Porco Inauguração das instalações da Vetlima
REGISTO
26-28
DEPÓSITO LEGAL
Nº 113 810 no ICS
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Presença na Feira do Porco
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PTBRLMXN00012
Dias de intervalo de segu urança
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Kemin AgriFoods Campo Grande, 35 8D, 1700-087 Lisboa, Portugal tel:+351.214.157.500 fax: +351.214.142.172 52 |
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