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Jornal da Academia do Porto || Ano XX || Publicação Mensal || Distribuição Gratuita Directora Aline Flor || Director de Fotografia Miguel Lopes Rodrigues || Directora de paginação Mariana Teixeira

Destaque 2 || Educação 6 || Sociedade 10 || JUPBOX 13 || U.Porto 14 || FLASH 16 || Desporto 18 || Cultura 22 || Críticas 27 || Cardápio 28 || Opinião 29 || Devaneios 31

Bolsas de estudo O que (ainda não) se sabe sobre o novo regulamento Conta-me como é...

... ser monárquico P25

Entrevista Manuel Loff fala de “Resistência”, em exposição no CPF Estudantes da UP na selecção nacional de Futsal

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Novo Regulame

(mas ainda ninguém s Liliana Pinho

Há muito tempo que se discute o novo regulamento que será aplicado relativamente à atribuição das bolsas de estudo, mas ninguém parece saber muito bem o que o novo regulamento implica e quais as suas consequências reais. Segundo a mensagem do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no respectivo site, o novo regulamento para a atribuição de bolsas de estudo no ensino superior reforça o apoio aos estudantes mais carenciados. “O documento assegura o aumento de eficiência e a prontidão do sistema, assim como a sua continuidade e estabilidade, (…) vem renovar e actualizar o sistema de apoios sociais no ensino superior (…) e reforça as condições de equidade social no alargamento da base de recrutamento do ensino superior”. Este regulamento surge após um longo processo de colaboração entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e associações de estudantes, que como o próprio ministério afirma, estimula “a optimização de recursos públicos num quadro de rigorosa gestão orçamental”. Governo corta nos apoios sociais Os recentes cortes na Acção Social estão directamente relacionados com a aplicação do Plano de Estabili-

dade e Crescimento (PEC), aprovado em meados deste ano pelos partidos Socialista e Social Democrata. No âmbito do PEC, os apoios sociais têm novas regras, definidas pelo Decreto-Lei 70/2010 do Governo, que entrou em vigor no dia 1 de Agosto de 2010. Essas regras obedecem ao objectivo anunciado pelo Governo de diminuir 300 milhões de euros nas prestações sociais: 90 milhões este ano, 199 milhões em 2011. E nestas prestações sociais estão inseridas as bolsas de estudo atribuídas aos estudantes do Ensino Superior. O director-geral do Ensino Superior, António Mourão Dias, afirmou no Parlamento, no dia 2 de Julho, que cerca de 25 % dos 70 mil bolseiros de acção social em Portugal poderão vir a receber uma bolsa mais baixa ou perder a bolsa na totalidade. Consequências reais do regulamento ainda não são possíveis de prever No entanto, as implicações e consequências efectivas e reais deste regulamento (ver caixa) ainda não são claras. O novo regulamento de atribuição de bolsas no ensino superior, anunciado desde Fevereiro, foi publicado no dia 16 de Setembro

Novas candidaturas exigem mais informações

de 2010 em “Diário da República”, mas falta ainda aprovar as normas técnicas que definem a fórmula de cálculo. Os representantes das Associações Académicas de Coimbra e Lisboa e da Federação Académica do Porto (FAP) já se mostraram preocupados com este atraso e a sua influência no processo de análise e atribuição de bolsas. Como refere Ricardo Morgado, presidente da FAP, as regras técnicas são de uma importância crucial, pois “vão decidir o conceito de elegibilidade, por exemplo, qual o valor no qual o estudante deixa de estar dentro do sistema”. A Federação Académica do Porto tem estado presente durante todo o processo, de modo a lutar pelos interesses dos alunos da Academia do Porto e de todo o país. “O papel da FAP relativamente à alteração do regulamento de atribuição das bolsas de estudo iniciou-se já em Janeiro, quando foi pedido um contributo das associações académicas do

país pelo Ministério. Apenas duas responderam, a FAP e a Associação Académica da Universidade de Lisboa”, diz Ricardo Morgado. E este empenho parece ter dado frutos. “A FAP sugeriu, por exemplo, a medida de contratualização e a linearidade, que agora vieram a ser adoptadas, mas o papel da FAP em todo este processo ainda não terminou e vai ser ouvida relativamente às direcções técnicas”, garante o actual presidente. Na altura, a FAP pediu ainda um subsídio de transportes para o estudante considerado duplamente deslocado na altura do estágio (por exemplo, é de Lamego, estuda no Porto e vai estagiar em Lisboa). “Actualmente o estágio de final de curso não tem qualquer tipo de apoio e este era um complemento de transporte para estes alunos. Parece uma alteração pequenina, mas faz diferença na prática”, assegura Ricardo Morgado. Sugeriram ainda um complemen-

to de material escolar (para cursos que exigem um grande investimento no início do ciclo de estudos, como arquitectura e medicina dentária) mas infelizmente nenhuma destas medidas foi contemplada. “Não é um regulamento perfeito, mas também não é o pior regulamento do mundo” Com uma visão muito positivista relativamente a esta nova mudança, Ricardo Morgado acredita que “a contratualização, se funcionar, vai acabar com os atrasos nas bolsas”. Uma vez que os estudantes já estão no sistema, se não houver alterações significativas no rendimento familiar, em Outubro recebem logo o valor de bolsa que recebiam no ano anterior. Com o modelo da linearização, “o estudante recebe um valor de acordo com o seu rendimento familiar”. Anteriormente, estávamos


Destaque

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ento dá que falar

sabe bem do que fala) “A FAP sugeriu a medida de contratualização e a linearidade, que agora vieram a ser adoptadas, mas o papel da FAP em todo este processo ainda não terminou e vai ser ouvida relativamente às direcções técnicas...” perante um modelo de cerca de seis escalões, onde se encaixavam os estudantes. Estes “eram muito injustos por serem muito grandes”, afirma Ricardo Morgado. O dirigente sublinha ainda a im-

portância de agora existir confiança nas declarações que são feitas pelo estudante, “há um princípio de verdade declarativo por parte do estudante, que é importante. Não havia confiança do sistema nos estudantes”. Para os estudantes de primeiro ano também há boas notícias, pela primeira vez: “Os atrasos acabamse, se os prazos que estão no regulamento forem cumpridos. No final de Outubro, na pior das hipóteses, estão a receber bolsa também”, explica Ricardo. O presidente da FAP garante que este é um ano de transição mas a partir do próximo ano este regime já vai funcionar plenamente. “Há coisas que ficaram por fazer mas é um bom regulamento”, garante. No entanto, para além do que ficou por fazer, Ricardo Morgado

admite que “nem tudo é positivo”. É aqui que, mais uma vez, se prende a questão do desconhecimento face às regras técnicas. “O regulamento este ano está extremamente condicionado pelo decreto 70/2010 que vem alterar o cálculo do rendimento do agregado familiar dos trabalhadores dependentes. Antes era feito pelo rendimento líquido agora passa a ser ilíquido, contabiliza todas as deduções como se fossem rendimento efectivo do agregado familiar”. Como o próprio refere, é preciso contornar esta situação, mas ainda não se sabe o que se pode esperar. Pouco investimento, propinas altas e bolsas diminutas empurram estudantes para empréstimos

De acordo com os dados da OCDE, tornados públicos em Setembro, Portugal é o terceiro país com as propinas mais altas e onde as famílias têm mais gastos financeiros com a educação na Zona Euro. Desde 2000, o contributo directo das famílias para pagar o ensino aumentou de 7,5% para 30%, devido ao aumento das propinas. O investimento no Ensino Superior, analisando os Orçamentos de Estado, tem vindo a diminuir: o dinheiro atribuído às Universidade do País (1.056 milhões de euros), é menor que em 2005 (1.060 milhões de euros). Isto num contexto em que o número de estudantes aumentou. Este ano, de acordo com o Ministro Mariano Gago, entraram mais 20 mil estudantes no Ensino Superior. Devido ao corte na atribuição de

bolsas, estudantes do ensino superior têm vindo a recorrer a linhas de crédito. Um estudo realizado no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE concluiu que em Portugal, nos últimos 3 anos, 11 mil estudantes já contraíram empréstimo, devendo à Banca um total de 130 milhões de euros. E cerca de 86,3% dos estudantes declaram “destinar os empréstimos principalmente ao pagamento de propinas”. Contudo, estes empréstimos não são somente contraídos para pagar as propinas, mas também para cobrir despesas básicas do quotidiano, como os transportes, a alimentação e alojamento. Daniela Teixeira Liliana Pinho Luís Mendes Ricardo Sá Ferreira

Liliana Pinho

O que muda com o novo regulamento? Linhas de orientação do Novo Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo - Contratualização: o apoio social é dado para todo o ciclo de estudos desde que não existam mudanças na candidatura como a mudança de emprego ou do nível salarial, por exemplo. Este princípio diminui a burocracia e agiliza o pagamento das bolsas. “Há coisas que ficaram por fazer mas é um bom regulamento”, garante Ricardo Morgado

- Linearidade: proporcionalidade total entre os rendimentos de cada agregado e o valor da bolsa, ao contrário do sistema anterior que funcionava por escalões.

- Adição de apoios: maior apoio para estudantes deslocados e com necessidades especiais. -Simplificação administrativa: maior eficiência e sanções para fraudes. - Qualidade dos serviços: existência de processos internos para o controlo de qualidade. http://www.mctes.pt/


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Estudantes do Ensino Superior endividam-se por um diploma e manifestam-se numa clara mostra de desagrado, mas Ministro do Ensino Superior considera propinas “inofensivas”. O Novo Regulamento não parece vir ajudar.

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Mariana Catarino

Na Universidade do Porto, em cerca de 6000 bolseiros, apenas 15 recebem a bolsa máxima A FAP alerta ainda para o facto de apenas muito raramente o valor máximo de bolsa ser atribuído. “A nível nacional não chegam aos 200 estudantes que recebem a bolsa máxima”, explica Ricardo Morgado. E não fica indiferente às dificuldades financeiras que estão a levar muitos estudantes a acumular dívidas por incapacidade de pagar as propinas. O Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Mariano Gago, declarou em Julho não querer

“A nível nacional tros têm uma opinião muito bem formada. E se uns concordam com o novo regulamento, outros não o vêm com bons olhos. Sofia Silva, estudante de Educação Física e Desporto na CESPU, diz que o novo regulamento de atribuição de bolsas “prejudica uns e beneficia outros” mas que, de uma forma geral, lhe parece mais justo já que “agora eles querem mais in-

maticamente todos os anos, o que evita que os alunos tenham que no ano seguinte recolher todos os documentos novamente”. Ricardo acrescenta ainda que o método da proporcionalidade directa lhe parece mais justo do que o anterior. “É tudo menos uma medida de Estado Social”

pouco comparando com as elevadas despesas que o ensino superior exige, a começar desde logo pelas propinas”, e acredita que o novo regulamento representa um “agravamento das injustiças sociais”. A socióloga e estudante não tem dúvidas que “sairá muita gente prejudicada” e que o corte nas bolsas do ensino superior “é tudo menos uma medida de Estado Social”.

não chegam a 200 os estudantes que recebem

a

bolsa

máxima” “que haja estudantes impedidos de frequentar o Ensino Superior por razões económicas”. Contudo, a

Estudantes e Ministro em guerra aberta Tal como se passou com os meios de comunicação, as associações e mesmo algumas entidades oficiais, a notícia de um novo regulamento para a atribuição de bolsas de estudo trouxe muitas dúvidas aos estudantes, os principais envolvidos. O pessimismo que daí resultou, o desconhecimento do regulamento, a incapacidade de perceber as novas regras e o receio de perder a bolsa, levantou uma onda de discussão e descontentamento entre os estudantes. Muitos deles não sabem bem o que pensar, mas ou-

formações, como o dinheiro que temos no banco” o que, segundo a aluna, ajuda a atribuir bolsas a quem realmente precisa. Já Ricardo Silva, aluno da FFUP, considera que o novo regulamento de atribuição de bolsas de uma forma geral prejudica os alunos, já que “significa o corte de 20 mil bolsas de estudo”. No entanto o estudante de Ciências Farmacêuticas não deixa de apontar aspectos positivos ao regulamento como a redução da burocracia da candidatura à bolsa, “Esta passa a ser reavaliada auto-

Susana Castro, Francisco Esteves e Carina Novais, três sociólogos a tirar mestrado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), vêem as coisas de uma maneira muito diferente. Acreditam que, se existir efectivamente um corte nas bolsas de estudo atribuídas aos estudantes, as consequências não se vão limitar à comunidade estudantil e vão-se repercutir no tempo. Susana Castro sempre estudou com bolsa, mas afirma que o valor que lhe foi atribuído “era muito

Esta opinião é partilhada por Carina Novais. A atribuição de bolsas, devido ao baixo valor, acaba por ser uma “devolução do dinheiro ao Estado”, uma vez que “mal faz face ao valor das propinas”. Francisco Esteves não discorda. O estudante pensa que, caso exista efectivamente, “o corte nas bolsas só irá aumentar as disparidades sociais na nossa sociedade”. “O ensino público não pode ser considerado público, uma vez que depende da economia”, finaliza.

realidade é bem diferente e os regulamentos de propinas impedem os estudantes com dívidas de se inscreverem nos seus cursos. Na Universidade do Porto existem alunos que estão a ser efectivamente impedidos de frequentar o Ensino Superior por razões económicas. Adriano Fontes, aluno do curso de Arqueologia da Faculdade de Letras não pode inscreverse porque não conseguiu pagar as propinas de anos anteriores. Em declarações ao JUP (ver caixa), desabafa que “a Universidade deixou


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Mariana Catarino

Aluno de Arqueologia em risco de abandonar a Universidade Adriano Fontes, aluno de Arqueologia na Faculdade de Letras, está incapacitado de frequentar o curso devido à incapacidade de pagar as propinas. “Quando, há 3 anos atrás, não recebi a resposta dos SASUP, não imaginei que isto fosse dar neste pesadelo! Com um trabalho a recibos verdes, no qual aufiro 300€ por mês, não há grande espaço para poupanças e muito menos para pagar propinas, que representariam um gasto de cerca de 90€ por mês. Por isso, quando soube que não poderia pedir bolsa no ano seguinte por ter propinas em atraso, comecei a perceber que isto não iria acabar bem... Na faculdade, por favor, deixaram-me frequentar as aulas. No ano passado isso já não foi possível, e quando fui falar com o director da FLUP obtive a possibilidade de pagar os dois anos em sete prestações - três para o primeiro e quatro para o segundo. Consegui pagar a primeira prestação. Este ano a situação é exac-

de ser um lugar onde os estudantes querem estar, para um lugar onde somente alguns podem estar: aqueles que têm pelo menos 1000 euros.” Presente na Comissão de Educação da Assembleia da República para apresentar a Petição pela Igualdade no Ensino Superior, que recolheu mais de 4 mil assinaturas por todo o país, Adriano Fontes e outros estudantes exigiram novas regras para as bolsas de acção social, um maior investimento na educação e mecanismos que impe-

tamente a mesma e é-me impossível amealhar o dinheiro necessário para fazer frente a este caos. Já me foi “aconselhado” pelos SASUP recorrer a um empréstimo. Se chego ao fim de todos os meses com 0€, não vejo como isto é possível. Inserido na audição da petição “Pela igualdade no Ensino Superior”, desloquei-me à Assembleia da República. Lá, expus a minha situação e pedi soluções aos grupos parlamentares para a mesma. Não obtive respostas e fui mesmo desvalorizado, sendo que consideraram o meu caso pontual mas que iriam revêlo. Talvez receba uma carta, talvez não. Desta forma, estou prestes a tomar a decisão mais triste da minha vida: abandonar os estudos”.

çam que estudantes endividados sejam forçados a abandonar o ensino. Nas próximas semanas, serão votados projectos de vários partidos. Entretanto, os estudantes do primeiro ano ainda não sabem quando e como podem candidatar-se às bolsas, já que as candidaturas estão suspensas devido ao atraso nas normas técnicas do Regulamento. Daniela Teixeira Liliana Pinho Luís Mendes Ricardo Sá Ferreira

Estudantes reivindicam mais apoios

Os estudantes mostram o seu descontentamento, com pompa e circunstância A 14 de Setembro, um grupo de alunos manifestou-se na cerimónia de abertura do ano lectivo no Instituto Superior de Engenharia do Porto, com a presença do Primeiro-Ministro José Sócrates e de Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. No início da cerimónia, três alunos da Academia do Porto subiram ao palco para demonstrarem o seu descontentamento com o valor das propinas do ensino superior. No manifesto lido por um dos manifestantes, os estudantes diziam que as cerimónias não existem quando “um terço dos estudantes mais pobres abandonou o ensino superior”, quando “as propinas aumentaram 400% em Portugal nos últimos 15 anos”, quando “Portugal é o terceiro país da Europa com a educação mais cara”, enquanto “a maioria dos 70 mil bolseiros em Portugal receber a bolsa mínima” e a “resposta a um pedido de bolsa demora em média quatro meses”.

Ao Ministro do Ensino Superior foi entregue uma “medalha” por Portugal ser dos países da Europa em que as famílias mais gastam com a Educação. Apesar da tentativa de expulsar os manifestantes, estes continuaram o seu protesto, afirmando “Ensino Superior Público para todos e todas”. No final da intervenção, algumas dezenas de estudantes levantaram-se e demonstraram um cartaz dirigido ao Ministro do Ensino Superior: “Gago, quanto pagaste de propinas?” Após a surpresa deste grupo de estudantes, a cerimónia retomou calmamente. Momentos depois foi a vez de Alexandre Santos, Presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico subir ao palco e apelar a todos os estudantes que se encontrarem descontentes com o Ensino Superior a “pronunciaremse nos locais e nos fóruns destinados a esses movimentos”. As propinas são “bastante mais

inofensivas” que no seu tempo académico, afirmou Mariano Gago. No final da cerimónia, Mariano Gago subiu ao palco para responder à pergunta feita pelos estudantes. O Ministro começou por dizer que as propinas cobradas hoje são “iguais às de 1942 [época em que frequentou o ensino superior] em termos constantes e reais”. E acabou por concluir que as propinas são “bastante mais inofensivas” que no seu tempo académico. Esta opinião, no entanto, é contrária à das famílias e estudantes que pagam as propinas e contraem empréstimos por um diploma. Resta agora verificar se o novo regulamento lhes trará a capacidade de gerir o seu rendimento sem necessidade de endividamento. Ricardo Morgado, presidente da FAP, afirma que o ideal é que os “estudantes que mais precisam recebam mais, mas que mais estudantes sejam inseridos no sistema”. Mariana Catarino


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Criminologia: CSI ou não? Um trabalho realizado por alunas de Ciências da Comunicação descobriu que as séries televisivas como o CSI têm um peso considerável na escolha do curso de Criminologia. Sabendo que a orientação vocacional dos jovens é, muitas vezes, afectada por factores externos como a comunicação social, nomeadamente a televisão, as alunas de CC decidiram relacionar a escolha do curso de Criminologia com o aumento da popularidade das séries televisivas criminais, como o CSI. Assim, realizaram

Segundo os dados do trabalho, 33% dos alunos do 1º ano afirma ter sido influenciado pelos meios de comunicação social aquando da escolha da licenciatura.

dada no curso. Já entre os alunos do quarto ano, apenas 20% pensava que a ciência forense seria a área mais analisada. No entanto, o plano de estudos da licenciatura em Criminologia prova que a Psicologia e o Direito ocupam os lugares de destaque. O estudante da Faculdade de Direito revela que teve conhecimento do curso através de contactos pessoais. “Foi um familiar que viu no site da faculdade que existia um curso de Criminologia. Li a ficha da disciplina e fui lá informar-me melhor porque a primeira vez que ouvi isso achei que ‘era CSI’. Depois percebi que não tinha nada a ver, mas decidi

Miguel Lopes Rodrigues

um inquérito a alunos do 1º e do 4º ano do curso de Criminologia da Faculdade de Direito da UP para perceber se existe essa influência e como ela evoluiu ao longo dos anos. Segundo os dados do trabalho, 33% dos alunos do 1º ano afirma ter sido influenciado pelos meios de comunicação social aquando da escolha da licenciatura. No entanto, Óscar Ramos, licenciado em Criminologia pela

FDUP e, actualmente, aluno do mestrado com o mesmo nome, afirma que há quatro anos, quando entrou para o curso, “via CSI, mas isso não teve influência nenhuma”. A investigação descobriu que a maioria dos alunos mais novos (84%) acompanha as séries com regularidade. Os resultados dos inquéritos revelam também que cerca de um terço dos alunos, tanto do 1º como do 4º ano, tiveram conhecimento da licenciatura em Criminologia através dos meios de comunicação social. Descobriu-se que 29% dos alunos do primeiro ano imaginava que a ciência forense seria a vertente mais abor-

inscrever-me na mesma”, afirma. Depois de ler o plano curricular da licenciatura, Óscar apercebeu-se que “havia uma ou outra cadeira relacionada com medicina legal e ciências forenses, mas tudo o resto era à volta da criminologia a nível social, ao nível do indivíduo e a nível das questões penais”. Outra das questões abordadas pelas alunas de Ciências da Comunicação incidiu sobre os paralelismos entre as séries criminais e a licenciatura em Criminologia. Os dados revelam que 71% dos alunos do 1º ano não encontrou comparações entre as séries e o curso. O estudo revelou também que quase metade dos alunos (48%) defende que a aprendizagem ao longo do curso permite observar as séries criminais de uma forma diferente. Para Óscar Ramos, já licenciado, as séries criminais são apenas “séries de entretenimento e nada mais”. Comprovou-se que os alunos do 1º ano são mais facilmente influenciados pelos mass media no que toca à temática da Criminologia, enquanto os estudantes do último ano conseguem ter uma visão mais realista, talvez devido à aprendizagem ao longo do curso. Os resultados do inquérito indicam também que os es-

tudantes que se candidataram à licenciatura em Criminologia não tinham informação sobre o curso a nível do plano de estudos. Esta realidade evidencia a força dos estereótipos criados pelos meios de comunicação social. Por fim, a investigação conclui que os futuros criminólogos não têm conhecimento da vida profissional, uma vez que se baseiam nas ideias irreais que lhes são transmitidas pelas séries televisivas de cariz criminal, como é o caso do CSI. Óscar Ramos clarifica esta questão quando afirma que o trabalho de um criminologista pode ser muito variado: “Tenho colegas que foram estagiar para instituições prisionais. Por outro lado, esta profissão também está muito relacionada com o Instituto de Reinserção Social e até com Investigação Científica. A própria Faculdade de Direito também faz investigação”, refere. O trabalho baseou-se num inquérito a 34 (dos 55) alunos do primeiro ano de Criminologia 2009/2010, e a 9 (de 15) alunos do quarto ano do curso. Os inquéritos foram aplicados durante o segundo semestre do último ano lectivo. Teresa Castro Viana teresacastroviana@gmail.com


Educação

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Bem-vindos à academia! Uma vida nova espera os novos alunos. O JUP deixa alguns conselhos para os novatos. Começa o ano da mudança. Parece cliché, mas a verdade é que começa mesmo uma vida nova para todos os que entram pela primeira vez nas suas Faculdades para se matricularem e serem recebidos pelos colegas mais velhos. O JUP foi à Faculdade de Letras falar com alguns recém-chegados, praxisticamente chamados “Caloiros”, e encontrou Vasco que nos falava a medo sobre os professores e como “nem se deveria falar com eles”. Muitos são os medos e mistérios que serão desmistificados ao longo do tempo e que revelarão um ambiente muito mais amistoso e confortável do que se possa pensar. Outro dos aspectos mais impor-

tantes é o encontro entre várias pessoas de diferentes pontos do país que permite uma maior dinâmica entre Litoral e Interior, do Norte ao Sul. Mas claro que as festas são o que todos esperam e o que não vai, certamente, faltar! Desde festas académicas a jantares de curso ou simples saídas com amigos na baixa do Porto para “beber um copo”. Porém, nenhum “Caloiro” se pode esquecer que o seu objectivo é acabar o curso e para isso há que estudar arduamente, suar números e letras para não perder ânimo e motivação para tudo o que envolve a vida de um estudante académico.

...and welcome! Hello to all Erasmus students and welcome to beautiful Porto. Get ready to fall in love with this incredible city, the compelling atmosphere and the most surprising people ever. We are all happy to have you guys here, sharing cultures, experiences and different ways of looking at the world we live in. This will be a different year, different from all you had before. It doesn’t matter where you’re coming from. You’ll meet lots of new people, make friends, get to know a new way of teaching and learning and, mainly, you will take care of yourself, you will decide

what and when you want to do without parental control or any other control. The experience says that this will be the most exciting, enthusiastic and crazy year you’ll ever have. And the good thing is that the city is safe, there are many things you can do and places to go out. We suggest you to get to know Portuguese people, try to understand our culture, from kitchen to the most basic daily life routine. But most of all respect your friends, be crazy, travel and study, study, study. Don’t forget to take Erasmus as a one life opportunity that not everyone can take advantage of, and… just feel free. André Lameiras

Respect your friends, be crazy, travel and study, study, study.


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Informação sem segredos Júlio Magalhães, director de informação da TVI, esteve na FLUP para contar com todos os pormenores como se faz televisão No dia 24 de Setembro teve lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto a conferência “Informação sem segredos”, com Júlio Magalhães como convidado. Com uma plateia repleta de estudantes, o Director de Informação da TVI desmontou as rotinas jornalísticas e falou de algumas experiências vividas na estação de Queluz de Baixo. O pivot da TVI quis, em primeiro lugar, demonstrar que a televisão é uma grande influência no dia a dia das pessoas e, como tal, tornou-se um negócio rentável e

com grandes receitas publicitárias. Mas, para isso, é preciso atrair as pessoas para a escolha desse canal televisivo e aí residem não os segredos, mas as estratégias. Durante a conversa, sublinhou que o mundo televisivo vive das audiências e, como tal, é importante perceber e compreender o que o público quer; o que levanta muitas vezes questões da ética jornalística. O jornalista acha que é importante “darmos ao nosso público o que ele quer”, o que influencia muitas vezes, por exemplo, a forma como é transmitida uma

mensagem num telejornal. Júlio Magalhães justificou a imagem “sensacionalista” que o jornalismo da TVI teve durante alguns anos com as dificuldades da estação televisiva; a estratégia foi transmitir sempre imagens fortes e que atraíssem a atenção e fizessem o telespectador preferir aquela estação às da concorrência.

Não há profissão como esta

Um dos momentos de maior entusiasmo na plateia foi quando admitiu, precisamente, que o maior marco e impulso da TVI aconteceu há dez anos atrás, com a estreia do reality-show “Big Brother”, que captou total protagonismo para o canal e possibilitou o crescimento do mesmo. A plateia pôde colocar várias questões ao jornalista, gerandose um debate sobre o Porto e sobre Lisboa, os horizontes da profissão de jornalista e preocupações do jornalismo em Portugal. Júlio Magalhães sublinhou particularmente a profissão de jornalistas de televisão, que não tem segredos mas tem encantos, pois “não há profissão como esta, apesar de tudo”. Mariana Ascenção

Fora da Universidade

Início do ano lectivo A eterna polémica Durante o mês de Agosto, Portugal pára e acendem-se os fogos de Verão. No final do mês, a réentre habitual que marca o calendário político inicia-se com as festas e convívios dos partidos, mas, em Setembro, um aconte-

“alunos, pais e professores”. O vídeo da mensagem, publicado na Internet, mostra uma Isabel Alçada confiante e sorridente a dar conselhos wwsobre bons hábitos de estudo, sono e alimentação. Segundo a ministra, “o dia tem 24 horas” onde todos devem “dormir bem, a l i m e n t a r- s e bem” e “dedicar uma parte do dia ao trabalho escolar”. As reacções publicadas na imprensa não têm sido positivas. Numa altura em que já não é possível contar as polémicas na Educação apenas pelos dedos, wa mensagem foi considerada infantil e vaga. Mesmo assim, a diferença entre Isabel Alçada e antiga titular da pasta da Educação, a afamada Maria

“É certo, como nos anos anteriores, primeiro vem a bonança da Festa do Avante!, depois a chuva de críticas à Educação.” cimento acaba por estar sempre debaixo de escrutínio mediático. O início do ano lectivo nas escolas básicas e secundárias está sempre carregado de polémica. Este ano, a Ministra da Educação abriu as hostilidades com uma mensagem de incentivo a

de Lurdes Rodrigues, é notória, não em termos de política mas termos de personalidade e mais importante ainda, em termos de percepção pública. A actual ministra, famosa pela sua autoria da série de livros “Uma Aventura” com Ana Maria Magalhães, iniciou a sua carreira política ao substituir a ministra mais desgastada da primeira legislatura de Governo. A polémica do modelo de avaliação dos professores deu origem a um entrave de quatro anos que apenas foi resolvido já com Isabel Alçada como titular da pasta. O acordo entre professores e Governo foi alcançado no início deste ano, mas desde então, várias outras polémicas têm vindo a desenrolar e a estratégia do governo para a política educativa tem estado debaixo de fortes críticas. O modelo dos mega-agrupamentos de escolas decretado pelo governo é apenas o topo do icebergue. No início deste ano lectivo os agrupamentos poderão somar até 3000 alunos, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, onde crianças e jovens de várias faixas etárias irão compartilhar espaços.

Apesar de o governo afirmar que esta medida foi tomada para melhorar a qualidade do sistema de educação, tem sido apontado que a pressão sobre as finanças públicas ditou esta medida de modo a aumentar a poupança de dinheiro. Algumas outras polémicas têm sido centrais nos debates. O Estatuto do Aluno foi promulgado com o apoio da Fenprof, mas o programa Novas Oportunidades e o computador Magalhães são criticados pela oposição em geral. As retenções por excesso de faltas já deixaram de ser automáticas e a ministra da Educação defendeu publicamente a ideia de acabar com os chumbos. Com isso, a oposição no Parlamento acusa José Sócrates de modelar a política na Educação segundo números e estatísticas, com acusações de facilitismo nos exames nacionais. É certo, como nos anos anteriores, primeiro vem a bonança da Festa do Avante!, depois a chuva de críticas à Educação. Leandro Silva

Novas regras para unidades curriculares singulares Este ano entrou em vigor o novo regulamento da UP relativo à frequência de unidades curriculares singulares. Uns tê-lo-ão lido por curiosidade, outros depararam-se com ele nos serviços académicos, muitos nem terão dado conta. Quem o conhece sabe que tem pontos bons e maus. Trata-se do regulamento que rege a possibilidade de alunos da UP (e mesmo não-alunos) se inscreverem em disciplinas isoladas, previstas ou não no seu plano de estudos, ou que estão sob a forma de opções, dentro e fora da faculdade em que estão matriculados. Antes de mais, este regulamento permite alargar o leque de opções dos estudantes, permitindo-lhes aprender mais em áreas do seu interesse pessoal não contempladas no seu curso. O procedimento é claro e transparente: cada faculdade afixa o número de vagas disponíveis para cada disciplina e segue-se um processo de candidatura e seriação dos interessados. O lado negativo está nos custos associados, uma vez que o aluno tem de pagar um quinto da propina em vigor por cada unidade curricular singular em que se inscreve: cerca de duzentos euros. Por um lado, isto pode desincentivar alunos sem um interesse profundo em frequentar uma disciplina adicional. Por outro, um aluno que não consiga terminar a licenciatura por um pequeno número de disciplinas tem que se inscrever nelas através deste regime, caso pretenda adiantar algumas cadeiras de mestrado, pagando a taxa associada a cada uma. Paulo Alcino

Consulta o novo regulamento! http://sigarra.up.pt/up/ Estudar na U.Porto > Documentos > Unidades Curriculares Singulares


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Salto para o pódio do mercado de trabalho O JUP entrevistou um licenciado em Gestão de Empresas para conhecer os truques para um bom CV e para uma entrevista de emprego bem sucedida. do sempre a empresa, o período de trabalho e a função exercida. É importante conter apenas os dados necessários para o cargo em questão. O CV não deve ter mais de duas páginas e não pode conter erros ortográficos. Se assim for, corre o risco de ser automaticamente rejeitado pela entidade empregadora. É também indispensável garantir a boa apresentação do Currículo, uma vez que este funciona como o cartão de visita do candidato. A Internet ocupa, actualmente, um papel de enorme relevo na sociedade. Deste modo, é importante disponibilizar o CV online. Entre outras vantagens, permite ser actualizado à distância de um clique e pode ser consultado por um vasto leque de possíveis empregadores. Luís Gomes revelou ao JUP que tem o CV inserido em quatro unidades

O Curriculum Vitae, do latim trajectória de vida, consiste num documento onde é apresentado o percurso académico e profissional de quem o elabora, bem como as suas competências e habilitações. O CV é preparado, na grande maioria das vezes, para fornecer a um empregador o perfil do candidato. Deve conter sempre informação clara, concisa e lógica. Luís Gomes, licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, defende que “o CV é de extrema importância no início da construção de uma carreira bem sucedida. No entanto, é necessário saber sintetizar, ser prático e mostrar o que nos destaca dos restantes”. No seu caso, a elaboração do Curriculum Vitae foi feita sem dificuldade, uma vez que “a Universidade Católica disponibilizou sessões de apoio para a correcta formulação do CV” O Currículo deve conter, além de uma fotografia identificativa, as informações elementares como dados pessoais, escolaridade, experiência profissional, especifican-

de recrutamento, das quais vai recebendo as propostas que melhor se adaptam ao seu perfil. O entrevistado optou por “ter um Curriculum em Modelo Europeu e outro mais básico, ambos em Português e Inglês”. Enquanto o Modelo Europeu o auxilia no desejo de emigrar, o outro modelo “é uma boa proposta para empresas que querem alguém que se destaque e não apenas mais um a enviar o CV em Modelo Europeu”, explicou-nos Luís Gomes. Dica do JUP

Inclui no teu currículo um link para o teu portefólio online. Se não tiveres uma página pessoal, podes utilizar um blog, o YouTube ou sites como o Delicious para guardares links dos teus melhores trabalhos.

Curriculum 100% Seguro Dados pessoais Habilitações académicas Experiência profissional Formação complementar Informações complementares 16% Ortografia, Apresentação e Organização http://emprego.sapo.pt/

Teresa Castro Viana

2% 27% 38% 12% 5%

O modelo europeu é o mais utilizado actualmente

O “momento da verdade” O sucesso e o fracasso de uma entrevista de emprego estão separados por uma linha muito ténue. Assim, é importante haver uma boa preparação antes da entrevista, traçando bem os objectivos que se pretende atingir. Luís afirma que, antes das entrevistas de emprego a que foi, estudou “as empresas quer em termos do mercado em que se inserem, quer em termos unicamente financeiros”. Finalmente, elaborou uma breve pesquisa na Internet “com o objectivo de estar a par das últimas notícias relativas às empresas ou às áreas em que actuam”. Resultado: Luís foi seleccionado em duas das quatro entrevistas a que foi chamado. “Presumo que tenha sido por ser considerado o candidato ideal para a função quer em termos teóricos quer em termos pessoais”, considera Luís, “e para isso terá contribuído a confiança que penso ter transmitido”. De facto, uma análise profunda antes da entrevista demonstra entusiasmo e interesse por parte de quem se candidata. Além disso, uma das principais queixas das entidades empregadoras continua a ser a falta de informação que os candidatos têm relativamente à instituição. Para além das informações sobre a empresa, é aconselhável, sempre que possível, recolher informações sobre o entrevistador. É essencial ser genuíno e mostrar interesse no trabalho a que se propõe realizar, dando exemplos de como a sua experiência pode ser útil para o cargo. A cordialidade e a determinação são dois factores que podem aju-

10 Dicas para uma boa entrevista de emprego 1. Aprenda algo sobre a empresa antes de ir à entrevista 2. Prepare respostas para eventuais perguntas do entrevistador 3. Fale das suas fraquezas/pontos fracos 4. Planeie como explicar uma quebra de tempo no seu CV 5. Certifique-se que o seu passado académico/profissional é discutido 6. Faça perguntas mas não force o entrevistador 7. Use os verbos na terceira pessoa; evite o “eu” 8. Encontre algo positivo sobre a empresa e fale sobre isso 9. Se o seu CV não tiver fotografia, leve uma consigo para a entrevista 10. Se não conhecer o local da entrevista, saia mais cedo. Um atraso causa logo má impressão http://www.net-empregos.com

dar a causar uma boa impressão junto da entidade empregadora. Luís Gomes destaca “a boa postura, uma linguagem clara e concreta e o contacto visual como sinal de confiança” como os pontos basilares no sucesso de uma entrevista de emprego. Por outro lado, o auto-elogio, a insistência na remuneração e a falta de modos podem rejeitá-lo automaticamente. O recém-licenciado refere ainda que “a falta de cuidado com o marketing pessoal e a falta de confiança” podem transmitir a imagem de alguém pouco empenhado. Dependendo do emprego, é possível que seja chamado para várias entrevistas. O modo como se prepara para cada uma delas é determinante. Deste modo, resta lembrar a importância de nos sentirmos bem no local onde trabalhamos. Segundo Luís Gomes, “seria ideal juntar o gosto pelo sítio onde trabalho à utilidade do mesmo em termos de carreira”. Teresa Castro Viana Cria o teu CV no Modelo Europeu

http://europass.cedefop.europa.eu/


Sociedade

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JUP || Outubro 10

Resistência: Da alternativa republicana à luta contra a ditadura

A luta histórica pela liberdade e pela emancipação dos portugueses, em fotografia. Inserida nas comemorações do centenário da República, está desde de 31 de Janeiro de 2010 aberta ao público, gratuitamente, no Centro Português de Fotografia, a exposição Resistência - Da alternativa republicana à luta contra a ditadura, encomendada pela Comissão Nacional de Comemorações do Centenário da República. É uma exposição essencialmente de fotografias, embora conte com mais alguns materiais audio-visuais, cujo objectivo é retratar o período desde o movimento liberal e progressista republicano a partir de 1891 até à revolução de 25 de Abril de 1974. Esta exposição é fruto de uma enorme investigação da editoria de Teresa Siza e Manuel Loff, ambos licenciados na Faculdade de Letras. O JUP foi conversar com Manuel Vicente de Sousa Lima Loff, Professor Associado no Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. JUP: De onde surge a ideia desta exposição? Manuel Loff: Esta exposição que inaugurou as celebrações do Centenário da República, não posso dizer que seja só sobre República, mas a República é uma

parte da exposição. A ideia desta exposição é documentar a luta pela liberdade e por um ideal de um sistema político. JUP: Qual o periodo compreendido na exposição? ML: A exposição compreende os últimos 20 anos de crise da monarquia, os 16 anos da república e os 48 anos do regime salazarista.

Acho que substancialmente vivemos num Estado que garante os direitos das liberdades, mas há evidentemente ameaças que não são exclusivas do contexto português. JUP: Que lição podemos tirar deste período? ML: Aquilo que eu creio ser a mensagem é que nunca se deixou de lutar pela liberdade em Portugal. Mesmo sob um regime de tipo liberal como a monarquia constitucional, em vias de se tornar autoritária, lutar por um sistema muito mais avançado, a caminho da democracia, em clara ruptura com o passado, designadamente

com a hegemonia da igreja no mundo cultural, educacional e aspectos do mundo social; o fim de um sistema cada vez mais considerado arcaíco, como é considerada a monarquia, numa primeira fase. Numa segunda fase, preservar a República; a tentativa de abrir caminho ao progresso, que a República trouxe mas que não conseguiu concretizar em alguma parte dos casos, mas preservála claramente face às ameaças: a República foi sempre contestada pela Direita, pelos monárquicos, pelos católicos e por uma grande parte de militares, também esses, monárquicos e católicos. JUP: Esta exposição acaba com o 25 de Abril de 1974. Se tivesse

de mostrar algo a seguir ao 25 de Abril, o que mostraria? ML: Bem, em primeiro lugar, a lógica da exposição é a de demonstrar que Portugal teve duas grandes revoluções democráticas no século XX. A República foi uma promessa de modernidade que rompeu com muitas coisas do passado, mas só se cumpriu parcialmente. Pelo contrário, o regime democrático criado a seguir ao 25 de Abril de 1974 tem uma primeira experiência de verdadeira euforia revolucionária, muito avançada, mais avançada de toda a história portuguesa sem excepção, que constituiu, e é a minha interpretação enquanto historiador, de forma substancialmente espontânea, a última experiência Nuno Moniz

A exposição retrata o período desde 1891 até à revolução de 25 de Abril de 1974

de revolução socialista na Europa antes do final do século XX, apesar da finalização dessa experiência revolucionária em 1976, eventualmente para alguns, no final de 1975. JUP: Falou em vitórias parciais. O que ainda falta fazer? ML: A primeira grande luta, eu creio, ficou praticamente ganha, tanto como cidadão como observador social; é a luta pela liberdade. Acho que substancialmente vivemos num Estado que garante os direitos das liberdades, mas há evidentemente ameaças que não são exclusivas do contexto português. Há outra batalha, parcialmente ganha – que em grande parte está ganha – que é a separação entre a dimensão religiosa e a esfera pública... JUP: ... Começando com a Primeira República... ML: A Primeira República deu uma forte machadada nesse sentido. Caminhou no sentido da separação entre o Estado e a Igreja e conseguiu levar os crentes ou não crentes a perceber o lugar específico da religião nas suas vidas e a emancipar o resto da actividade social, e da visão do Mundo e de si próprios, de uma visão estritamente religiosa. Depois, a República


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Nuno Moniz

“Resistência”, para visitar no Centro Português de Fotografia

perdeu essa batalha. O salazarismo na sua forma mais clérigo-fascista, nomeadamente nos anos 30 e 40, foi um enormíssimo recuo, embora não total. Mas, insisto, o Estado Democrático português da renegociação da concordata de 1975 fez muito menos do que o Estado Repúblicano de 1910-11, muito menos. Não separou o Estado da Igreja, mas a sociedade separou-se. JUP: Acha que um monárquico identifica-se com esta exposição? ML: Não acredito que se possam identificar, o que é perfeitamente natural, embora ainda não tenha tido qualquer reacção. Esta exposição é uma interpretação da História: todas as leituras da História são interpretativas. Mas, na minha opinião, não é uma interpretação que se descolou da realidade. Reconheço que cada grupo socio-político carrega formas específicas de memória e de memória histórica... em torno dos mesmos factos lembramo-nos de coisas completamente diferentes. Mas a lógica de uma exposição de informação e material, neste caso, visual que procura resumir estes oitenta e tal anos é de tamanha contracção que tem de ter um fio condutor. E, justamente, nesse fio condutor, teoricamente, alguns monárquicos poderiam

identificar-se, que é a luta pela liberdade. Reconheço claramente que tentar descrever República como nós o fizemos, e como a grande maioria da sociedade portuguesa faz, como uma forma de emancipação de um regime tradicional que tinha entrado em crise, claramente arcaico, corrupto, sem representatividade, como era a monarquia constitucional na sua última fase, ainda por cima a caminho do autoritarismo, designadamente com o governo de João Franco e com o reinado de D. Carlos… é natural que aqueles que permanencem hoje monárquicos e se sentem herdeiros da monarquia anterior a 1910 não se reconheçam nesta exposição. JUP: Na sua opinião, um ponto forte e um ponto fraco desta exposição. ML: Um dos pontos fortes, se bem que negativo do ponto de

vista da luta pela liberdade, é a emergência de uma forma carismática, demagógica e ultrapopulista de poder, uma espécie de proto-fascismo, como o sidonismo; as fotografias de Sidónio Pais, que ganham uma dimensão propagandística que nunca teve até então, acho que a exposição ilustra muito bem. Um outro ponto forte, por exemplo, são as magníficas fotografias do Porto, e do papel do Porto, cidade, na luta contra a ditadura logo em 3 de Fevereiro de 1927, fotografias recolhidas pela Teresa Siza. Outro ponto, uma raridade que ali está, é o único filme da campanha de Humberto Delgado e que abre a porta a 15 anos totalmente prodigiosos da vida portuguesa que começam em 1958 e que acabam, e se prolongam, com o 25 de Abril de 1974 e o período revolucionário. É o período de maior participação política espontânea da sociedade portuguesa. Eu acho que nós, apesar de tudo, tivemos imensas limitações, e sobretudo o trabalho mais difícil da Dra. Teresa Siza, com um enorme apoio dos arquivistas dos Arquivos Nacionais, de procurar documentar a luta pela liberdade quando ela era clandestina. É verdade que há aspectos, nomeadamente nesse período de 1960, que gostaríamos de ter podido documentar melhor em torno, por exemplo, da luta contra a guerra colonial em território português. Esses foram os pontos relativamente complicados. JUP: Para terminar: a nível pessoal, como vê a exposição? ML: Uma das coisas que me alegra é que a comemoração do centenário da República não se fique pelo ritual comemorativista e que entenda a República num plano mais longo no tempo, da luta pela emancipação dos portugueses. Nuno Moniz nunompmoniz@gmail.com

O JUP Errou A peça intitulada “Estudantes, exames e stress de mãos dadas até meados de Julho” (Ed. JUL., pp 10 e 11) é da autoria de Liliana Pinho, Miguel Lopes Rodrigues e Teresa Castro Viana Na peça intitulada “Liberdade de andar de mãos dadas” (Ed. JUL., pp 10 e 11), a foto da página 11 é da autoria de Rita La Valerie, e retrata a aluna Helena Costa. Aos visados, as nossas desculpas.


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JUP || Outubro 10

Paulo Alcino

Extradição de Ciganos de França preocupa Comissão Europeia Depois de o Parlamento Europeu apelar à suspensão da extradição de ciganos do território da França, agora é a Comissão Europeia a criticar a atitude do Governo francês. A expulsão dos ciganos de França esteve na origem de uma dura troca de palavras entre Paris e Bruxelas. A comissária da Justiça, Viviane Reding, mostrou o seu desagrado pela atitude francesa que disse parecer ser feita com base na discriminação e comparou esta expulsão com as deportações da II Guerra Mundial. Dias depois o tema deu origem a uma discussão entre o Chefe de Estado Francês e o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que afirmou que a discriminação pela minoria cigana é “inaceitável”. Em cima da mesa está a possibilidade de a medida francesa ser considerada ilegal em relação à legislação da União Europeia (UE) tanto no que diz respeito à livre circulação de pessoas como às expulsões colectivas. Para Miguel Poiares Maduro, especialista em direito da U.E, o problema está mais na expulsão colectiva do que na questão da liberdade de circulação, já que as pessoas expulsas são originárias da Bulgária e da Roménia e em relação a novos Estados Membros “os tratados de adesão reconhecem a existência de um período transitório na aplicação da liberdade de circulação e o direito de residência que os outros Estados Membros podem invocar”, como fez a França. Mas, para o especialista, isto não significa que os cidadãos desses Estados possam ser livremente expulsos. “A expulsão terá sempre de ocorrer com base num dos pressupostos previstos e ser sujeita a uma apreciação individual. Não podem seguramente ocorrer expulsões colectivas. Muito menos, expulsões dirigidas a um grupo étnico específico”, afirma o Professor Catedrático. Segundo

Miguel Maduro, no caso de ser comprovado que a extradição de pessoas de França está a ser feita com base na etnia, esta torna-se uma “violação clara do principio que proíbe a discriminação com base em certas características particulares e ao qual a França está vinculada”. A Embaixada Francesa em Portugal disse em comunicado de imprensa que a “França está empenhada em respeitar a liberdade de circulação”, mas que “a liberdade de circulação na União Europeia é um direito que requer deveres a todo o cidadão europeu”. A Embaixada afirma que a liberdade de circulação não é absoluta: “comporta ajustamentos e restrições”, invocando como restrições o facto de o cidadão estar há mais de 3 meses no país sem trabalhar e as “medidas transitórias de acesso ao mercado de trabalho” em relação a novos Estados Membros. A organização francesa diz que “as decisões de afastamento são tomadas após o estudo de cada caso” pelo que “a França não procede, portanto, a expulsões colectivas”. A embaixada conclui que não há um “problema Roma” [etnia cigana], mas cidadãos europeus mais desfavorecidos que enfrentam dificuldades de inserção e que necessitam de uma atenção especial”. Para Miguel Poiares Maduro só existem duas soluções para impedir a extradição de ciganos: esses cidadãos individualmente introduzirem um recurso contra a sua expulsão perante os tribunais franceses e eventualmente recorrer ao Tribunal Europeu de Justiça; ou a Comissão Europeia iniciar um processo de incumprimento contra o Estado Francês, um processo moroso. Desde o início do ano já foram expulsas de França mais de 9 mil pessoas de etnia cigana para a Roménia e a Bulgária. A própria ONU já se insurgiu contra o problema que diz contribuir para a estigmatização e marginalização da etnia. Daniela Teixeira

Neutralidade da Internet em causa Proposta Google-Verizon pode pôr em causa Internet neutra. A proposta está em análise nos Estados Unidos. No dia 9 de Agosto, a Google e a Verizon, um dos principais fornecedores de acesso à Internet (ISP) norteamericanos, apresentaram uma proposta conjunta sobre a neutralidade da Internet que pretendem que o Congresso dos Estados Unidos aprove e que originou um acesso debate um pouco por toda a parte.

gam que a concorrência daqui resultante incentivaria o desenvolvimento das redes e a criação de novos e melhores serviços. Os detractores invocam o facto de que apenas a neutralidade permitiu que pequenas ideias de indivíduos (como os casos do Google, Twitter, Facebook, etc.) se tornassem sucessos mundiais.

Internet neutra Para perceber o que está em causa, o melhor é começar por esclarecer o que se entende por uma Internet neutra. Um modelo neutro é semelhante ao que existe actualmente: um utilizador pode aceder a qualquer serviço online, independentemente do seu ISP. Os pacotes de dados viajam todos à mesma velocidade. Não é contudo muito difícil imaginar modelos alternativos. Um modelo não neutro para a Internet pode ser um em que serviços online dispostos a pagar veriam os seus dados chegar mais rapidamente aos destinatários, ou em que alguns conteúdos estivessem disponíveis apenas nalguns ISPs. Os defensores destes modelos ale-

A discussão Pode parecer estranho que apenas agora este problema se tenha levantado. De facto o assunto já não é novo, tendo a discussão começado em solo americano. Em 2005 houve uma reclassificação dos ISPs, em que estes deixaram de ser “serviços de telecomunicações” e passaram a ser “serviços de informações”, deixando de estar sujeitos regras de neutralidade muito estritas. Em 2008 o regulador das comunicações (FCC) detectou que um ISP estava a tratar o tráfego dos seus utilizadores em redes p2p de forma não neutra e ordenou-lhe que deixasse de o fazer. O ISP recorreu da decisão em tribunal e venceu, deixando claro que a Internet neutra não era um dado ad-

quirido. Desde então há tentativas de ambas as partes para que se legisle sobre a neutralidade da Internet. O acordo Em Agosto desenrolou-se o mais recente episódio deste debate. A Google e a Verizon apresentaram uma tomada de posição conjunta sobre o assunto que propõe, em traços largos, modelos de regulação diferentes para as redes com e sem fios. Nas redes de banda larga com fios os ISPs seriam legalmente obrigados a manter a neutralidade. Já a Internet sem fios estaria praticamente livre de regulação. Dado o passado recente da Google de defesa da neutralidade, muitos vêem nesta declaração a sua rendição aos interesses económicos. Outros, no entanto, crêem que é o acordo possível e preferível à inexistência de regulação total em vigor actualmente. O que se segue Por enquanto o Congresso não chegou a conclusões sobre o assunto e ainda não é claro as repercussões que daqui resultarão. O que é certo é que este é um debate que abrange não só a América: o mais recente desenvolvimento veio do Chile, que se tornou no primeiro país a legislar a favor da neutralidade da Internet. É de esperar que em todo o mundo o assunto seja discutido num futuro próximo. Paulo Alcino


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manuel ribeiro

Monarquia ou República?

Pedro Coutinho Universidade Católica

Paulo Osório FBAUP

Joana Cruz FPCEUP

Eliana Tavares FCUP

De maneira nenhuma a Monarquia. Acho que partir do pressuposto que alguém é melhor ou pior do que outra pessoa apenas pela circunstância do seu nascimento, que no fundo é a lógica subjacente à monarquia, é um conceito profundamente errado!

Sem dúvida a República. Se pensarmos bem, a Monarquia priva o direito à Liberdade. Se estivesse implantada, nunca seria possível produzir livremente como nos dias de hoje.

República. Porque não concordo com o poder ser passado de pai para filho ou filha.

República. Porque as pessoas podem decidir democraticamente quem governa o seu país.


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JUP || Outubro 10

AGENDA Até 27 DE NOVEMBRO “TRANSPARÊNCIA - ABEL SALAZAR E O SEU TEMPO, UM OLHAR” Museu Nacional Soares dos Reis COMISSÁRIO: Manuel Valente Alves ORGANIZAÇÃO: Museu Nacional Soares dos Reis, Reitoria da Universidade do Porto, Casa - Museu Abel Salazar

E-LEARNING CAFÉ http://elearningcafe.up.pt/

4, 11, 18 e 25 de Outubro, 22h00 Cafés Filosóficos no e_learning Café Um Café Filosófico é um encontro informal de filosofia num lugar público (mas não necessariamente num café) onde todos podem participar numa reflexão filosófica em grupo, independentemente da sua bagagem filosófica. Foram estas algumas das questões debatidas na última edição do “Mês da Filosofia no e_learning Café”: - “Qual a origem das ideias?” - “As ideias reflectem a realidade?” - “Existem verdades absolutas?” - “Os gostos discutem-se?” Durante o mês de Outubro os “Cafés Filosóficos” serão servidos todas as segundas-feiras às 22h00. A moderação é de Tomás Magalhães Carneiro e conta-se com a presença de todos os interessados em pensar e aprofundar temas e problemas do universo da Filosofia. APOIOS Instituto de Filosofia da Universidade do Porto http://sigarra.up.pt/flup/unidades_geral.visualizar?p_unidade=75 Filosofia Crítica http://filosofiacritica.wordpress.com/

20 de Outubro, 15h00 Moodle U.Porto: acesso aos conteúdos on-line para estudantes do 1ºano Por Teresa Correia, Unidade de Novas Tecnologias na Educação - Universidade Digital (Reitoria da Universidade do Porto), gatiup@reit.up.pt

Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

11 E 12 DE OUTUBRO

18 a 20 de Outubro

PHILIP AUSLANDER (GEORGIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY, USA)

12º ENCONTRO NACIONAL DE ECOLOGIA - “BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS: DESAFIOS E AMEAÇAS NUM MUNDO EM MUDANÇA”

Anfiteatro Nobre da FLUP. Dia 11 de Outubro, pelas 17h30: “Reactivation: Performance, Meditization, and the Present Moment” Dia 12, às 15h30: “Lucille Meets GuitarBot: Instrumentality, Agency, and Technology in Musical Performance”. A entrada é livre.

6 A 9 DE OUTUBRO

12 A 16 DE OUTUBRO

XII COLÓQUIO IBÉRICO DE GEOGRAFIA

FUTURE PLACES – DIGITAL MEDIA AND LOCAL CULTURES

Faculdade de Letras da Universidade do Porto TEMAS: - Cidades e Territórios Metropolitanos - Regiões, Redes e Mudanças Globais - Paisagens, Património e Desenvolvimento - Recursos Naturais e Ordenamento do Território - Ambiências Morfoestruturais e Climáticas - Tecnologias de Informação e Cartografia em Geografia - Ensino da Geografia e Processo de Bolonha - Pensamento e Imaginação Geográfica ORGANIZAÇÃO: Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto CONTACTOS: xiicig@letras.up.pt Telef: 226077189

Porto (vários locais). Cinco dias de exposições e eventos à volta do potencial e do impacto dos media digitais nas culturas locais. PARTICIPANTES: Siva Vaidhyanathan; Blaine L. Reininger; Jana Winderen; Mike Harding; Rádio Zero; Valentina Nisi; Ian Oakley; Medialab-Prado; Marc Behrens; Pablo Peinado; Abajo Izquierdo; Sem Palco; Aldeias Do Xisto; Verónica Orvalho. CURADORES: Heitor Alvelos, Karen Gustafson e Bruce Pennycook. Ver programa em http://futureplaces. org/

9 DE OUTUBRO CERIMÓNIA DE ENTREGA DA MEDALHA DE OURO À PROFESSORA DOUTORA NICOLE FRANÇOISE DEVY VARETA Anfiteatro Nobre da FLUP, 17h30.

15 E 16 DE OUTUBRO

9 DE OUTUBRO

5.º SEMINÁRIO EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA

WORKSHOP DE DANÇA CONTEMPORÂNEA Faculdade de Desporto da U.Porto Horário: 10h às 13h e das 14h30 às 17h Preços: 15€ UP | 25€ não UP INSCRIÇÕES: Gabinete de Cultura, Desporto e Lazer

ENSINO (NATIONAL CONFERENCE EUCIM-TE)

da Reitoria da U.Porto, Ana Martins (anamartins@reit.up.pt) Ruben Rodrigues (rrodrigues@reit. up.pt), Tlf. 220408193

Auditório da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

18 DE OUTUBRO PORTUGUÊS LÍNGUA NÃO MATERNA: INVESTIGAÇÃO E

Auditório da Biblioteca Almeida Garrett (Jardins do Palácio de Cristal) ORGANIZAÇÃO: CIIMAR (U.Porto) e SPECO

18 A 21 DE OUTUBRO CURSO DE PLANEAMENTO E GESTÃO DE PRAIAS FEUP TEMAS: - Planeamento - Infraestruturas - Sistemas de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente - Processos e Riscos Litorais em Praias Turísticas - Turismo Náutico e Instalações Náutico-Desportivas. Entidades Proponentes: Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos da FEUP Administração da Região Hidrográfica do Norte, IP Universidade Politécnica de Valência APOIOS: Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos – Núcleo Regional do Norte Ordem dos Engenheiros. CONTACTOS: Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos (IHRH), FEUP a/c Prof. Francisco Taveira Pinto Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Rua do Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 PORTO

Ruben Rodrigues (rrodrigues@reit. up.pt), Tlf. 220408193

21 A 23 DE OUTUBRO 6TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON TECHNOLOGY AND MEDICAL SCIENCES FEUP

25 a 29 de Outubro WORKSHOP DE FILOSOFIA PRÁTICA E PENSAMENTO CRÍTICO

21 DE OUTUBRO

Reitoria da Universidade do Porto, das 18h30 às 21h30. FORMADOR: Tomás Magalhães Carneiro nasceu em Évora, em 1977. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde também completou uma pós-graduação em Filosofia Moderna e Contemporânea. Actualmente, prepara uma tese de mestrado em Filosofia Prática e Pensamento Crítico. É investigador no Instituto de Filosofia da FLUP onde colabora com vários grupos de investigação (grupo de Filosofia com Crianças e Jovens; grupo de Filosofia na Saúde; Mind Language and Action Group). É fundador e editor da revista cultural “Um Café”. HORÁRIO: 18h30 - 21h30 PREÇO: 90€ UP | 100€ fora UP Inscrições até 18 de Outubro, limitadas a 20 participantes Ana Martins (anamartins@reit.up.pt) Ruben Rodrigues (rrodrigues@reit. up.pt), Tlf. 220408193

OFICINA DE ORIGAMI – KUSUDAMAS

27 E 28 DE OUTUBRO

Reitoria da U.Porto HORÁRIO: 18h30 às 21h PREÇO: 20€ UP | 25€ fora UP PÚBLICO-ALVO: adultos e jovens a partir dos 15 anos. Cada sessão deverá ter um número mínimo de 6 e o máximo de 15 participantes. INSCRIÇÕES: Ana Martins (anamartins@reit.up.pt)

I INTERNATIONAL CONFERENCE ON MEDIA AND SPORT (INCOMES) Instalações de Ciências da Comunicação (Praça Coronel Pacheco) Organização: A iniciativa é uma parceria entre a Universidade do Porto e a Universidade de Barcelona.


Up, up nos rankings A U.Porto ficou colocada entre as 100 mais da Europa na edição mais recente de dois rankings de instituições de Ensino Superior. À beira de assinalar um século em 2011, é tempo de tomar o pulso mais demoradamente à Universidade do Porto. O posicionamento nos mais recentes rankings, embora com diferenças significativas de critérios entre si, transmite uma perspectiva animadora da situação da U.Porto e vai ao encontro dos desafios estratégicos traçados para o próximo ano. Quando tomou posse, em 2006, para o primeiro mandato como reitor, José Marques dos Santos traçou uma meta ambiciosa: colocar a U.Porto entre as 100 melhores da Europa em 2011. Pois, segundo a edição de 2010 Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities, esta instituição foi a 85ª instituição de Ensino Superior europeia com mais artigos científicos publicados em 2009, reforçando a sua presença entre as 350 melhores universidades do mundo e 150 europeias e projec-

tando definitivamente a sua vocação enquanto “universidade de investigação”. Tido como um dos mais prestigiados “barómetros” de produção científica no Ensino Superior, o ranking elaborado pelo Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan (HEEACT) avalia o desempenho das universidades ao longo dos últimos 11 anos, segundo três critérios: a produtividade, o impacto e a excelência da pesquisa. No cômputo geral, a U.Porto confirma o estatuto de maior produtor de Ciência nacional ao conseguir a melhor prestação das universidades portuguesas: 328ª posição mundial e 141ª a nível europeu. Prossegue assim a escalada verificada desde 2007, ano em que a U.Porto ocupava os lugares 459 e 195 do mundo e da Europa, respectivamente. O forte aumento dos valores de avaliação de 2009, em comparação com

a média dos últimos 11 anos (8.58 para 13.58 no número de artigos; 2.52 para 5.49 nas citações), levam a acreditar que a posição geral da U.Porto vai continuar a melhorar nos próximos anos. Da edição 2010 do ranking da HEEACT, há também a destacar o desempenho da U.Porto por áreas e disciplinas de investigação específicas. Assinale-se a presença da Universidade no Top 100 europeu (67ª posição) nas áreas de Agricultura e Engenharia; e no Top 100 mundial em duas disciplinas ligadas às Engenharias. São elas Engenharia Mecânica, em 62º lugar (17º europeu), e Engenharia Química, em 85º lugar (20º europeu).

A 79ª da Europa no Webometrics Os critérios do Webometrics Ranking of World Universities, divulgado pelo Conselho Superior de Instituições Científicas de Espanha, por outro lado, colocam a Universidade do Porto na 79ª posição entre as universidades europeias e na 230ª posição no ranking das 500 melhores do mundo. Este ranking, cuja edição mais recente data de Julho deste ano, mede a presença na Internet de mais de 20.000 instituições de ensino superior de todo mundo. As 100 melhores Europeias são lideradas pela Universidade de Cambridge. Das portuguesas, apenas a Universidade do Porto surge nesta lista ordenada. Mas, entre as 500 melhores do mundo, para além da U.Porto, já surgem a Universidade Técnica de Lisboa, na posição 323, e a Universidade de Coimbra, na posição 378. A liderança das 500 melhores do mundo foi atribuída à Universidade de Harvard, ficando o MIT em segundo. Aqui, a primeira europeia é a Universidade de Cambridge em 22º lugar. A equipa responsável pela avaliação, aliás, reconhece que várias universidades britânicas, habitualmente bem posicionadas noutras avaliações à escala mundial, não conseguem uma prestação à altura no Webometrics, dado o alegado insuficiente empenho em termos de presença na Internet. Entre as questões mais influentes estão os domínios web de cada instituição e os documentos disponibilizados para pesquisa, nomeadamente artigos científicos.

O Futuro é aqui! Com curadoria de Heitor Alvelos, Karen Gustafson e Bruce Pennycook, o FuturePlaces 2010 é uma reunião de pessoas com uma pergunta em mente: se os media digitais podem fazer tanto pela comunicação global, conhecimento e criatividade, como poderão contribuir para o desenvolvimento cultural local? Outubro de 2008 marcou o início desse desafio. Após o sucesso das edições anteriores em 2008 e 2009, onde se descobriram actuais projectos de sucesso das mais diversas origens e domínios do conhecimento, e experimentaram abordagens estratégicas, o FuturePlaces 2010 dedicase ao pensamento a longo prazo. O FuturePlaces acontece no Porto, onde os desafios e potencialidades dos media digitais para a transformação do tecido social e cultural são muito evidentes. Especialistas em música, design, arte de rua, interfaces digitais, comunicação, dança, arte, vídeo, instalação, investigação na área dos media, etc, juntam-se no Porto para discutir e celebrar o contributo dos media digitais no desenvolvimento de comunidades.

Durante cinco dias, workshops, exposições, filmes, performances, concertos, palestras, e festas animam o Maus Hábitos, Passos Manuel, C.C.STOP, FBAUP, Praça dos Poveiros… FuturePlaces é uma parceria entre a Universidade do Porto e a Universidade do Texas em Austin, no âmbito do programa UTAustinPortugal em media digitais, financiado pela FCT. As inscrições estão já abertas em www.futureplaces.org!

direitos reservados

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U.Porto

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Blaine L. Reininger vai estar no FuturePlaces

Todas as vagas preenchidas Pelo segundo ano consecutivo, a Universidade do Porto é a única universidade portuguesa com uma taxa de 100% de preenchimento de vagas. O número de candidatos ao Ensino Superior que colocou a U.Porto em primeiro lugar nas suas escolhas (7.579) é quase o dobro do número de vagas disponíveis. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Também pertencem à Universidade do Porto os dois cursos com as mais altas notas de entrada do país: Medicina da Faculdade de Medicina e Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Na verdade, dos 10 cursos com

a mais alta nota de entrada em Portugal, quatro são da U.Porto, já que também Arquitectura da Faculdade de Arquitectura (4ª posição nacional) e Bioengenharia da Faculdade de Engenharia (7º) entram neste top 10. Uma façanha apenas conseguida pela Universidade do Porto. Por outro lado, o curso da área das Humanidades com a melhor nota do último estudante colocado (em 23º lugar) é da Faculdade de Letras da U.Porto: Línguas e Relações Internacionais. Serviço de Comunicação e Imagem Reitoria da Universidade do Porto ci@reit.up.pt | http://noticias.up.pt


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NOITES RITUAL A 19ª edição das Noites Ritual decorreu nos dias 27 e 28 de Agosto, nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. O último dos festivais de Verão contou este ano com mais uma enchente, facto que se tem intensificado desde que a entrada é gratuita. O cartaz deste ano, com um dia mais pesado e um mais popular, continua a fazer a aposta nos novos valores da música portuguesa e a dar a conhecer novos trabalhos de nomes com alguma implantação que se repetem no cartaz.

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FLASH

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O alinhamento foi o seguinte: Salto, Os Tornados, Samuel Ăšria, Diabo na Cruz, Anaquim, Oquestrada, Unoeskimo, Sean Riley & the Slowriders, Tiguana Bibles, The Legendary Tigerman, John e Gone e Slimmy. pedro ferreira pedrojferreira@gmail.com


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Férias Alternativas A “custo zero” A ideia de pegar numa carrinha “Pão-de-Forma” com 40 anos, com uns problemas de estrutura e talvez falta de travões, juntar seis amigos que tocam umas músicas e mandarmo-nos estrada fora durante um mês não é, de nenhuma maneira, impossível. O destino era Budapeste, para tentar um lugar no “Sziget”, um festival fechado numa ilha no meio do Danúbio em pleno Agosto. Pelo menos era o que dizíamos aos caridosos que nos ajudaram (obrigado a todos aqueles que nos ajudaram). Meses antes, começamos a juntar os primeiros trocos (a

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tocar para restaurantes em Matosinhos, meio de sustento da viagem toda) e o plano era simples: juntar uns euros, arranjar a carrinha e fazer quase 10000km ao longo da costa sul da Europa, parando para tocar aqui e ali para sustentar a viagem durante um mês. No fim de Julho, substituímos a carrinha por dois carros (o arranjo não estava terminado e conseguimos menos 5 litros/100km com mais 50 km/h de velocidade média) e saímos do Porto. Da viagem, posso dizer que não chegamos a Budapeste… Mas chegamos a Sanremo no norte de Itália (mesmo que tenha sido só para ir ao McDonalds). Pelo meio deixamos Sines, Vilamoura, Puerto Banús, Mar-

bella, Alicante, Benidorm, Barcelona, Lloret de Mar, St. Tropez, Cannes e Mónaco. As histórias que vivemos pelo caminho são um pouco difíceis de descrever num texto tão curto, nem seria correcto contá-las a todas. Dormir na praia de Puerto Banús, fazer o jantar em parques de estacionamento, actuar na casa da Brigitte Bardot em St.Tropez ou fazer uma serenata à mãe do Ronaldo foram apenas algumas delas. Foi uma experiencia única, a qual não vai ser esquecida por nenhum dos participantes. Aconselho todos a criarem e concretizarem um plano “semelhante”: vale todo o esforço e tempo investido. Ainda por cima, a custo “zero”. Nuno Ildefonso

O resto da viagem foi pautado por uma série de acontecimentos marcantes, pessoas fantásticas e momentos inimagináveis, sempre enquadrados em inóspitas paisagens do nosso pequeno e belo Portugal. A simplicidade da ria de S. Jacinto, a hospitalidade do Sr. Mário (que, engraçando com a nossa aventura, nos ofereceu almoço), a adega do Sr. Coelho aberta 24h/dia que nos patrocinou com vinho da terra, o inusitado acampamento romano em Segade e os seus ocupantes que pescavam lagostins no rio, a tasca do Sr. Manel em Lousã, a prontidão da Tia e as gélidas lagoas naturais, a loucura da feira medieval de Óbidos, a camaradagem do pessoal das Caldas da Rainha… Como resumir uma viagem de 29 dias a dois mil caracteres? Tentando en-

contrar o éter da viagem, acabo por apontar a solidificação da amizade, e claro, o crescimento pessoal inerente a qualquer viagem, só que intensificado pela natureza agreste desta. Metaforicamente falando, a cumplicidade e companheirismo extremos é como entrar em casa e sentir a segurança do meio familiar, na medida em que, independentemente de tudo e em qualquer situação, sabes que estarão lá para te apoiar. A essência da aprendizagem reside também na descoberta de perspectivas em relação à “realidade” muito diferentes daquelas a que estamos habituados, demonstrando-nos o quão alheados andamos do mundo normalmente e o quão grande é o leque de caminhos possíveis de serem tomados. Miguel Duarte

Volta ao “mundo” em bicicleta Direitos Reservados

“Aos quatro dias do mês de Junho reuniram-se em assembleia geral os viajantes de bicicleta estivais…” Assim começa a nossa viagem, durante todo o ano sonhada mas finalmente concretizada neste dia, os cinco sentados num terraço em Cedofeita, com mapas espalhados pela mesa e muitos planos na cabeça. Partimos um mês depois, com seis horas de atraso em relação ao programado, uma saída bastante caótica por sinal, com as coisas a caírem das bicicletas a cada 5 km percorridos e as pernas a tremer de excitação e nervosismo. Logo neste primeiro dia, a sensação agressiva de liberdade: andar de bicicleta até o sol se pôr, sem prazos nem limitações, apenas com a noção de que quando quiséssemos e onde quiséssemos pararíamos; e ao deitar, num desconfortável colchão dentro de uma pequena tenda, com o estômago quase vazio depois de uma série de incidentes com o jantar, éramos as pessoas mais felizes, mais realizadas e mais livres do mundo.

Um sonho… numa ilha! Se há acasos que podem ser decisivos, este foi sem dúvida um desses! Após voltar de uma pausa de 2 semanas pela Europa antes de iniciar o segundo semestre, tornouse bem claro que estas férias teriam que ser diferentes. Em frente ao computador, conectei a minha vontade ao motor de busca, esperando que me desse as respostas que procurava. Por fim, fui ao encontro da AEGEE (European Students’ Forum): uma das maiores e mais importantes associações de estudantes na Europa! Fundada em 1985 em Paris, a AEGEE, uma organização voluntária, não lucrativa e apolítica, conta com cerca de 15.000 membros, representado 271 universidades de 40 países, promovendo a cooperação, comunicação e integração entre os jovens europeus, com o objectivo de criar uma sociedade mais aberta e tolerante, desprovida de fronteiras mentais, sendo responsável, como exemplo, pela criação do programa ERASMUS. Descobri então que a AEGEE organiza cerca de 80 “Summer Universities” todos os anos, sob a forma de programas distribuídos por

toda a Europa. Não me restaram dúvidas de que seria aquilo que queria fazer: por menos de 200€, teria direito a comida e alojamento num destino de sonho: a Sicília! Se ao início pudesse recear que o programa se assemelhasse demasiado a uma excursão escolar, não podia estar mais enganada, até porque não se tratava de uma simples “Summer University”... mas sim de uma “Travel Summer University”. Num ritmo intensivo de novas experiências e lugares vibrantes, com muita, muita festa à mistura, as palavras não fazem justiça para traduzir o significado destas duas semanas, juntamente com 50 “fantasticamente diferentes” pessoas de toda a Europa. Foi muito mais do que uma simples viagem, da qual trouxe não só momentos em forma de memórias (desde escaladas a templos gregos a banhos nocturnos no Mediterrâneo), mas uma nova força motivadora para concretizar os meus objectivos. Ver para crer, sentir para crer... sem dúvida, a melhor expressão para definir a dimensão e unicidade deste evento! Venham conhecer a AEGEE, porque o mundo que conhecemos… não é nada comparado com o que está por descobrir! Sara Oliveira Direitos Reservados


Desporto

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Entrevista

U.Porto na selecção nacional de Futsal se outro tipo de condições que nós não temos, a nível do futsal feminino. DT: Há, sem dúvida. Ainda por cima em Portugal é uma modalidade que está a crescer, cada vez aparecem mais jogadores.

JUP: Há quanto tempo é que jogavam futsal e porque escolheram este desporto? Ana Sofia Ferreira: Jogo futsal desde os nove anos. Eu fazia natação e, uma vez, a filha de uns amigos do meu pai apareceu com um ombro esmurrado e eu perguntei lhe “então como é que fizeste isso?”. Ela disse “ah, foi a jogar futsal” e eu disse “Jogas futsal? Também quero!”. Gostava de jogar, sempre gostei de bola, então comecei a jogar futsal. Daniel Tasaka: Já jogo desde os 17 anos. Fiz natação até aos 15 anos, mas por falta de condições para melhorar deixei a natação fui para o futebol. Não me dei muito bem no futebol de 11, tinha um primo que jogava futsal que convidou-me a entrar na equipa dele. Gostei e eles também gostaram de mim, eu tinha algumas qualidades para o futsal.

JUP: Qual é a importância que este campeonato universitário pode ter no meio do futsal e para a população? ASF: Entre nós, estudantes, e entre quem joga e sonha ir para a faculdade, já sonha também em ir a uma selecção universitária. Já se nota que algumas pessoas pensam que no próximo ano podem ser uma das seleccionadas. Para nós [futsal feminino], que não temos selecção nacional, a selecção universitária acaba por ser um dos pontos altos da nossa carreira. O nosso objectivo no clube é ser campeã nacional, e para quem anda na faculdade é ir ao campeonato universitário. DT: Dentro do meio do futsal, tem bastante. É óbvio que o futsal é um meio pequeno e dentro da população em geral há muita gente que ainda o desconhece. Temos o exemplo de há dois anos, quando fomos campeões mundiais. Fomos a primeira selecção universitária em Portugal a conseguir um campeonato do mundo e de facto ninguém sabe isso.

Direitos Reservados

Ana Sofia Ferreira e Daniel Tasaka foram os representantes da Universidade do Porto na Selecção Nacional Universitária de Futsal que esteve na Sérvia no Mundial Universitário de 22 a 29 de Agosto.

JUP: Alguma vez já tinham participado numa prova0 a nível internacional? ASF: Futsal universitário, não. Mas já tinha ido a provas internacionais pelo futebol de 11. DT: Este já foi o meu terceiro mundial universitário.

JUP: Como foi o apoio dado para este campeonato? ASF: Foi espectacular, tudo o que eles proporcionaram. Tinha uma falha ou outra, mas nós nem ligamos porque quando se organiza um evento nunca corre tudo a 100%. Não conheço ninguém que tenha qualquer tipo de queixa em relação àquilo que a FADU [Federação Académica de Desporto Universitário] fez por nós. DT: É sempre muito bom. A FADU apoia imenso e gosta que o pessoal vá para fora representando o nome da Universidade. JUP: Há muitos jogadores de qualidade no meio universitário? ASF: A maioria das jogadoras que estavam na selecção eram jogadoras de futsal num clube, muitas até de clubes que no seu distrito são os melhores, portanto, têm qualidade. No entanto, o que se nota é que poderia haver ainda mais qualidade – não quero dizer que não haja – se houves-

JUP: A participação nestes campeo-

Nome: Ana Sofia Pereira Gomes Ferreira Data de nascimento: 5/12/1986 Faculdade: FADEUP Curso: Mestrado em Actividade Física Adaptada Clube em que joga: Restauradores de Avintes Hobbies: Desporto e Cinema

natos universitários pode abrir portas para outras oportunidades mais tarde? ASF: Antes de ir para a selecção universitária já jogava futsal numa boa equipa, uma das melhores a nível nacional, o Restauradores de Avintes. Falo no caso feminino que é a minha experiência, nós não temos campeonato nacional, só mesmo fase final, jogamos praticamente a nível distrital. Aqui em Portugal ninguém luta para ir para um clube porque ninguém ganha nada... DT: Sem dúvida que sim, posso dar o meu exemplo. Há quatro anos, após a minha chamada à selecção universitária, eu consegui ir à selecção A de futsal graças a isso. A nível de clubes não é muito, mas ainda assim há jogadores a nível universitário que trabalham em equipas grandes.

Nome: Daniel Ferreira Tasaka Data de nascimento: 3/9/1985 Faculdade: FADEUP Curso: Licenciatura em Ciências do Desporto Clube em que joga: AD Módicus Hobbies: Desporto bém vai ser bom, porque vão querer melhorar porque têm o objectivo da selecção nacional, para onde só vão as melhores. Mas não sei, porque se for uma competição como havia há uns anos atrás, o benefício, em termos de visibilidade, vai ser nada ou quase nada. Há uns anos atrás, elas faziam um jogo por ano, se calhar contra a Espanha. DT: O futsal universitário vai depender muito das academias. Mas é óbvio que, com o crescer do futsal nacional em geral, muito provavelmente o futsal universitário também irá crescer e ganhar mais bravura e será mais reconhecido. Acho que estamos a caminhar para aí, cada vez mais há mais praticantes de futsal, e cada vez mais vai ter mais mundo.

JUP: Qual é o estado do futsal em Portugal e quais são as perspectivas para o futuro? ASF: Em Portugal não dá nada, nós não ganhámos e ainda acabamos por gastar. Já ouvi dizer – e não sei se é verdade – que vai haver uma selecção A feminina; já houve, há muitos anos atrás, mas depois deixou de existir. Isso será bom para as atletas e será bom para os treinadores. Os treinadores vão ter mais vontade de estar no feminino, onde hoje também não têm porque não têm competição a sério. Para as atletas tam-

JUP: Estudar, treinar e jogar, pela universidade e pelo clube. Há tempo para tudo ou tem de haver uma boa gestão? ASF: É preciso gerir muito bem o tempo. Alguém que queira ser bom a tudo e que não quiser ser prejudicado em nada precisa gerir muito bem o tempo. É muito complicado, principalmente quando se joga num clube relativamente longe de casa. Mas claro que há sempre alguma coisa que não vai ser tão boa. DT: Eu não sou o melhor exemplo, ainda estou no terceiro ano e já estou há cinco anos na faculdade de desporto (risos) Mas não é fácil. FADU

JUP: Como era o convívio entre os colegas selecção, visto que provinham de diversas universidades? Havia alguma rivalidade?

ASF: A maior rivalidade, que pudesse existir, tinha mais que ver com os clubes do que propriamente com o facto de eu ser da FADEUP e a outra ser do ISMAI, porque antes de sermos de cada faculdade nós já éramos jogadores de clubes e a maior parte das pessoas que se encontraram já tinham jogado umas contra as outras. O que se nota, em termos de comparação do clube com a selecção universitária, é um espírito mais brincalhão, as pessoas não levam tão a peito determinadas coisas. E não há pessoas de 30 anos e outras com 15, como às vezes há num clube. Há aquele espírito académico.

Perfil

Vera Covêlo Tavares vera.covelo@yahoo.com


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JUP || Outubro 10

Portugal foi o grande vencedor do Mundial de Rugby Sevens Portugal recebeu em Julho o Campeonato Mundial Universitário de Rugby Sevens. Os bons resultados a nível desportivo e de organização do evento serviram também para promover a cidade do Porto. O Campeonato Mundial Universitário de Rugby Sevens, que já vai na quarta edição, foi a primeira grande prova desportiva mundial organizada pela Universidade do Porto. Foram grandes o destaque e a divulgação feitos ao evento, quer através dos meios de comunicação académicos (cartazes, mensagens de correio electrónico, newsletter da universidade), quer através de jornais desportivos, rádio e televisão. A entrada gratuita nos jogos foi também outra forma de atrair público. O número de pessoas que assistiram aos jogos realizados no Estádio do Bessa rondou os 3500 especta-

dores, sendo que no fim se semana registou-se uma maior assistência. Por outro lado, os jogos de Portugal foram transmitidos em canal aberto, o que poderá ter contribuído para um menor número de pessoas no estádio. Para Miguel Monteiro, coordenador do Gabinete de Actividades Desportivas da Universidade do Porto (GADUP), ainda assim, este é um resultado assinalável, uma vez que em Portugal não existe tradição na prática de rugby. De entre as 32 equipas participantes (20 masculinas e 12 femininas), Portugal conquistou o primeiro lugar com a equipa mas-

culina e o terceiro lugar com a equipa feminina, excedendo todas as expectativas. Estes resultados contribuíram, em larga medida, para prestigiar o rugby e o desporto universitário em Portugal. Nélson Martins, um dos voluntários do mundial, diz que “para o desporto universitário é bom Portugal ganhar prestígio internacional”. E ainda que algumas grandes potências do rugby mundial não estivessem presentes, como a Nova Zelândia, o mérito da prestação de Portugal na competição não foi menor, de acordo com o voluntário. Num balanço final, o coordenador do GADUP considera que “as

coisas correram bem. A nível competitivo foram bons os resultados, a nível de organização, por todas as informações que obtivemos, não temos até hoje conhecimento de que não tenham gostado”. Durante quatro dias, a cidade do Porto foi invadida por centenas de estudantes universitários de diversos países. Miguel Monteiro afirma que esta competição serviu para divulgar “não só o nome da universidade, mas da região e do país para todo o mundo, porque tivemos equipas de todo o mundo a participar”. DIANA FERREIRa GADUP

A c t i v i dade s de s por t i v a s no P or t o UP Balcão de Atendimento do GADUP na Faculdade de Desporto 2ª e 6ª Feira- 10.30 às 13.30 E 15.00 às 20.00 Modalidades Andebol Feminino, Badminton, Basquetebol Feminino, Escalada, Futebol de 7, Hóquei Patins Masculino, Rugby Sevens, Taekwondo, Voleibol de Praia

INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO GABINETE DE DESPORTO Tel: 225 571 050 Actividades Náuticas, Aeróbica, Cicloturismo, Danças de Salão, Desportos de Combate, Desportos Motorizados, Desportos de Raquetes, Escalada, Yoga, Patinagem, Step, Voleibol de Praia, (entre outras).

As bancadas do Estádio do Bessa ficaram muito longe de estarem cheias

Estudantes da Faculdade de Engenharia em Mundial de Xadrez André Viela e João Costa, da Faculdade de Engenharia, representaram a Universidade do Porto no Campeonato Mundial Universitário de Xadrez.

André Vilela, estudante de Engenharia Ambiental, ficou em 38º lugar, mas ainda conseguiu arrecadar 24,3 pontos para o seu Elo, o sistema de pontuação usado no Xadrez. Já João Costa, estudante de engenharia Civil, ficou-se pela 49ª posição e consegui aumentar o seu elo em 4,8 pontos.

O Campeonato Mundial Universitário de Xadrez realizou-se em Zurique, entre os dias 5 e 12 de Setembro. João Costa classifica este torneio como o mais forte em que já participou mas sente que podia ter feito mais, caso tivesse ganho a um último adversário, teoricamente mais fácil. Contudo, para este

estudante, a prestação foi positiva, já que conseguiu subir no ranking. Os grandes vencedores do torneio foram um estudante da China e uma universitária da Mongólia. O próximo Mundial de Xadrez será acolhido pela Universidade do Minho, em 2012. Vera Covêlo Tavares

Universidade Portucalense XADREZ Sala do Xadrez Rua S. Tomé, nº 712 4200-486 Porto Tel: 225 572 707 E-mail: gxup@msn.com -----

AE FEUP

Selecções: Futsal, Futebol de 11, Basquetebol, Voleibol, Andebol Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto Horário de Atendimento: 9h30 – 12h00 // 14h00 - 17h30 Tel: 225 081 556 E-mail: seleccoes@aefeup.pt

AE FEP

FEP league Rua Roberto Frias, s/n.º 4200-464 Porto Tel: 225 025 975 E-mail: desportivo@aefep.pt


DESPORTO || 21

JUP || Outubro 10

“Vale a pena investir no desporto universitário” Miguel Monteiro, coordenador do Gabinete de Actividades Desportivas da Universidade do Porto (GADUP), apresentou ao JUP os projectos para 2010/2011. O GADUP pretende assegurar a qualidade e o envolvimento na prática desportiva de toda a comunidade académica, trabalhando em três vertentes: nas actividades pontuais, nas sistemáticas e nas de competição. “Nas [actividades] pontuais realizamos ao longo do ano opens de várias modalidades. Que nos permite, por um lado, proporcionar aos estudantes actividades de lazer e ao mesmo tempo tentar identificar os estudantes mais aptos em determinada modalidade, os quais depois

convidamos para ir às competições nacionais representar a Universidade do Porto”, explica Miguel Monteiro, coordenador do GADUP. A actividade sistemática mais relevante é o “Programa Fitness” desenvolvido na Faculdade de Desporto (FADEUP) em períodos póslectivos. “Este programa é a nossa base”, explica o Miguel Monteiro. Desde 2005 que o GADUP desenvolve este projecto, constituído por 15 modalidades, que em 2010 alcançou mais de 2.300 participantes. O coor-

as 100 medalhas conquistadas. A UP realizou, no passado Verão, pela primeira vez, o Campeonato Mundial Universitário de Rugby Sevens, que foi a principal competição do ano. O nosso objectivo é dar algum apoio e mais competições e esses atletas, porque a grande parte deles são federados”. Assim, realizam acordos com as associações de estudantes para que a representação seja feita como Universidade e não como Faculdades. Desta forma, “temos delegações em que vão atletas

denador do Gabinete considera este programa uma “mais-valia para a Universidade e para os estudantes da Universidade do Porto”, pois oferece preços “muito competitivos” sem a necessidade de haver um contrato e uma mensalidade. A nível competitivo, a Universidade do Porto tem trabalhado nos últimos anos para alcançar os melhores resultados, quer individuais, quer colectivos. Nos últimos três anos, a instituição foi campeã nacional e em 2009/2010 ultrapassou

olímpicos, atletas federados e atletas que praticaram a modalidade pela primeira vez na Universidade. O objectivo do desporto universitário é conseguirmos conciliar e juntar todos esses estudantes em prol da Universidade do Porto”, comenta Miguel Monteiro. Nos próximos anos a UP não realizará nenhum campeonato, apostando na participação no campeonato nacional. Consciente de que o desporto universitário não tem tanta relevância em Portugal como noutros países da Europa, o coordenador do GADUP garante que há ainda “muito caminho a percorrer”, mas “nos últimos anos colocámos muitos estudantes a praticar desporto nas competições nacionais, mostrámos que temos estudantes com muita qualidade e que a partir daí esperamos desenvolver esta mentalidade de que vale a pena investir no desporto universitário. Vale a pena praticar desporto”. Diana Ferreira e Paulo Camões

Modalidade do Mês

Xadrez: uma mente sã requer um corpo são Tem campeonatos, é alvo de controlo anti-dopping e exige treino, como qualquer desporto. É sem dúvida um desporto diferente. Menos físico e mais intelectual, o Xadrez é uma actividade que cativa gente de todas as gerações, mas são poucos os que a longo prazo levam este desporto a sério. Trinta e duas peças – de um lado preta, do outro brancas – preenchem os quadrados das duas primeiras filas de cada lado. Peões, cavalos, torres, bispos, rainha e rei. São estes os instrumentos dum desporto que se pratica sentado numa cadeira. O desgaste é especialmente a nível intelectual, mas na alta competição, onde um jogo

pode demorar várias horas, a componente física ganha importância, pois é preciso muita resistência para manter o elevado nível de concertação necessário. Daí que, tal como noutros desportos, haja um controlo anti-dopping, pois também a nível intelectual se pode usar estimulantes ilícitos. E não é por se praticar sentado

que o Xadrez deixa de ser um desporto. Basta haver a possibilidade de competição. E como em qualquer desporto, há campeonatos a diversos níveis: regional, distrital, nacional e, claro, internacional. Actualmente, Portugal é ainda um país a meio da tabela, lutando para subir uns lugares. Contudo, a nível interno, tem um bom campeonato nacional,

Grupo de Xadrez do Porto

influenciado pelos muitos xadrezistas estrangeiros a jogar no país. Muitas crianças começam a aprender Xadrez desde muito novas, ainda antes da escola primária. No entanto, com o decorrer do tempo, o interesse e a motivação para esta prática vão-se perdendo. E, segundo Álvaro Brandão, ex-director presidente do Grupo de Xadrez do Porto, esta desmotivação é mais notável nas raparigas: “No infantário são mais raparigas que rapazes, no 1º ciclo já são mais rapazes que raparigas, e depois são praticamente só rapazes”. Álvaro Brandão acrescenta que esse afastamento pode dever-se à “oferta de actividades mais apelativas e fáceis que cativam mais os jovens”. Refere ainda que há mais praticantes hoje, mas a qualidade é menor. “Ludicamente falando, o Xadrez é espectacular e os miúdos gostam de jogar, mas, quando vêem que é preciso estudar, muitos deixam de jogar”. Como em muitos outros desportos a nível nacional, o principal problema passa pela falta de apoios

financeiros. De facto, apenas os clubes que vão mostrando melhores resultados têm mais apoios camarários. Mas, como refere Manuel Pintor, presidente da Associação de Xadrez do Porto, o baixo custo do xadrez ajuda à promoção desta actividade: “Apesar das dificuldades financeiras, como é uma actividade barata, conseguese dinamizá-la facilmente.”

O mais antigo Clube de Portugal Com pouco mais de 60 anos, o Grupo de Xadrez do Porto é o mais antigo clube da península e um dos mais velhos da Europa. Está aberto quase todos os dias para receber os amantes da prática do Xadrez e ao oferece aulas ao sábado de manhã para quem quiser aprender a jogar. Hoje já não tem a força de outros tempos, mas recentemente um dos seus membros, André Ventura, sagrou-se campeão nacional na categoria de sub-10. Vera Covêlo Tavares


22 || Na 18ª edição, o anfiteatro natural de acolheu cerca de 20 mil pessoas Em Paredes de Coura, nas margens do rio Tabuão, realizou-se mais uma edição do festival que a Rolling Stone espanhola classificou como um dos melhores. Apesar das críticas ao cartaz, o certo é que o festival de 2010 conseguiu superar alguns dos festivais mais aparatosos. Nem só de grandes nomes se fazem bons cartazes e Paredes de Coura cada vez mais se destaca como um festival de lançamento de grandes bandas internacionais. As portas abriram-se no dia 28 de Julho para dar lugar, no palco secundário, aos já conhecidos Los Campesinos! e também às actuações de Cosmo Jarvis, Memory Tapes e Isidro Lx. A noite seguinte começou no palco principal com a estreia de Vivian Girls, seguidas de Eli Paper Boy, os britânicos Gallows com um poderoso espectáculo de rock, Enter Shikari e ainda os notáveis The Cult, que comemoram trinta anos de existência no ano que vem. Os Caribou encerraram o palco principal com um concerto curto, mas estonteante. No After Hours, a animação ficou ao encargo de We Have Band, Best Coast e DJ Coco. Em Paredes de Coura a festa nunca termina Mas a noite para alguns não acabava com fecho das portas: após o after hours, ainda muitos visitavam o Bar Abrigo do Tabuão em que os serões foram baptizados de “AfterAfter Hours” e a música se prolongava até às duas da tarde. The Klaxons, banda de culto do universo new rave, foram cabeça-decartaz na sexta-feira, dia 30. Antes, porém, deu-se o memorável concerto de Peter Hook, o antigo baixista dos Joy Division e dos New Order. Também de Manchester, vieram The Courteeners. Os White Lies e os portugueses Paus seguiram-se ao The Tallest Man on Earth, que foi encarregue da abertura do palco. Plus Ultra e Mega Bass encerraram. Prodigy lotou o anfiteatro natural e levou a plateia ao rubro. A 31 de Julho, a noite iniciou-se com Os Dias de Raiva, banda de Pacman, vocalista dos Da Weasel. A Jamie T, seguiram-se os norte-americanos Dandy Warhols, que lançaram no dia 19 de Julho uma colectânea de sucessos

JUP || Outubro 10

Liliana Pinho

(The Best Of The Capitol Years 1995 – 2007) e os Mão Morta. Ainda actuaram The Specials, que tiveram consigo uma legião entusiasmada de fãs. Mas a última noite do festival foi marcada pela presença dos esperados Prodigy que se fizeram ouvir no recinto e nas redondezas com o seu poderoso som de aceleradas batidas de Big Beat, num espectáculo dinâmico e fremente, como já nos têm vindo a habituar. A edição de 2010 terminou ao som de Dum Dum Girls e Os Yeah já de madrugada. Mas nem só de música se faz o Paredes de Coura Alguém terá dito que no Tabuão também moravam salmonelas. Contudo, foram muitos os festivaleiros que ignoraram o aviso e aproveitaram para se refrescarem. Enquanto isso, outros recostavam-se à sombra assistindo às sessões de Jazz na Relva, uma iniciativa que começou há algumas edições atrás. Mas este ano também trouxe novidades, destacando-se o regresso do Palco Ibero Sounds, que deu a oportunidade a bandas portuguesas e espanholas mais recentes de exibirem os seus sons. A Ritmos, organizadora do festival, em parceria com a AMI, optou por ajudar mais de 4.800 famílias desfavorecidas no distrito do Porto, pelo que cobrou aos convidados 10 euros em compras de bens alimentares, nesta iniciativa solidária. Por 40 euros para um só dia ou 70 euros para todo o festival, o público teve a oportunidade de assistir a concertos de bandas consagradas e descobrir algumas mais recentes, mas acima de tudo passar grandes momentos com muito boa música.

Nem só de música se faz Paredes de Coura

Gaia é palco de um festival com cheiro a mar

A margem do rio Douro em Vila Nova de Gaia acolheu 65 mil pessoas durante três dias da edição 2010 do Festival Marés Vivas. Entre 15 e 17 de Julho desfrutouse de bandas como GNR, GoldFrapp, Morcheeba, Peaches, Placebo, David Fonseca, Ben Harper, Editors e dEUS. O último dia de concertos originou a maior afluência de público (25 mil pessoas) e bateu recordes de bilheteira. Na praia do Cabedelo ouviu-se a música dos dEUS, a banda de Tom Barman, que de forma consistente tem oferecido grandes espectáculos nos palcos portugueses. Os

belgas entusiasmaram a audiência com a energia do seu rock e momentos de música ao piano, com palavras que se estendiam ao ritmo da ondulação do mar. Depois de criado o ambiente de uma noite promissora, a multidão ansiava pela entrada de Editors em palco. Mas, se a actuação fluía ao ritmo de guitarras melódicas e o público reagia com fervor, a desilusão surge quando a banda abandona o palco inexplicavelmente. Choques eléctricos terminam concerto de Editors Depois de uma ausência de quinze minutos, o vocalista desculpa-se e acusa os choques eléctricos vindos do microfone pelo encurtar da actuação. Os Editors regressam

Ritmos de Verão

e cantam apenas mais dois temas antes do final. Depois disso, ninguém melhor que Ben Harper e os seus Relentless7 para terminar um festival alusivo a um cenário de praia e mar. O grupo trazia na bagagem o disco de 2009, “White Lies for Dark Times”, em que o rock é rei. Num tributo aos Led Zeppelin, Ben Harper interpretou “Heartbreaker”, um legado importante da história do rock. Mas nem só de rock se fez o concerto. Ben Harper presenteou o público com”Billie Jean”, de Michael Jackson, e solos de guitarra acústica onde deu voz aos conhecidos “Power of the Gospel” e “Burn one Down”. Um longo concerto que confirmou a popularidade de temas mais antigos e que não esqueceu a vertente intervencionista do músico, através de temas como “Up To You Now”. Ben Harper, visivelmente bemdisposto, a certa altura da noite afirma que ‘seria feliz se em todos os seus concertos pudesse cheirar o mar’.

O relembrar de alguns dos melhores momentos do Verão de 2010, vividos entre festivais, danças, música e festas na praia, agora que damos as boas-vindas a mais um ano lectivo.


Cultura

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Teresa Castro Viana

Opções para quem gosta de outras (an)danças O Andanças em Portugal é um caso único. Uma experiência diferente, de convivência em comunidade, onde a mente aberta predomina e os valores ecológicos são muito importantes, além da amizade e da partilha de emoções e sensações. À 15.ª edição, o festival Andanças atinge a maturidade Desde músicos e dançarinos, pessoas que vêm de diversos pontos do país, temas como a Comunidade e o Mundo, bailes e concertos, as mais variadas danças – juntando grupos de todos os continentes – tudo pode ser encontrado no Andanças. Este ano não foi diferente. Numa edição que teve o maior número de visitantes de sempre, as noites e as madrugadas tornaram-se numa verdadeira loucura nada aconselhável a cardíacos. Bandas como Monte Lunai, Nação Vira-Lata e Uxukalhus marcaram presença durante várias noites da festa. No recinto principal, decorreram oficinas durante o dia e bailes e concertos a noite. Para o Carvalhal ficaram as actividades paralelas, incluindo oficinas para pais e filhos. Mas estavam disponíveis ainda recitais, debates… actividades para todos os gostos e para toda a gente. Danças de todo o mundo, com um só ritmo E nas oficinas de Dança era impossível escolher. Um pouco de todas as partes do mundo compuseram as danças que acabaram por fazer vibrar todos os participantes num só ritmo. Estiveram presentes géneros tão diferentes como Danças Timorenses, danças da Rússia, Tango, danças com Adufe de Portugal, Valsas Mandadas do Alentejo, Hip-Hop, Dança Clássica

Universo de música, músicas do Universo.

Indiana, entre tantas outras. De todas, especial destaque a dança da Mazurka, de Cabo Verde. Uma das mais belas danças de pares. Mas para além das danças, perdiamse de vista as inúmeras actividades tão distintas como o Yoga e a exploração dos caminhos da Serra da Gralheira. E os bailes interactivos de Flocking surgem como novidade, combinando as novas tecnologias de sensores de movimento para a recriação de música tradicional com o movimento dos corpos dançantes. Portugal é, no Andanças, um verdadeiro espectáculo de tradições musicais. Consciência ecológica e respeito pelo ambiente é o mote Este ano, foram inúmeros os melhoramentos a todos os níveis - aumentou o espaço para dançar, uma cantina maior, um novo sistema de compra de bilhetes, um novo site e também novas pulseiras mais ecológicas. Destaca-se ainda o maior uso de energia solar e uma melhor gestão da água. Tudo isto para enraizar boas práticas em quem participa neste festival, e reduzir os efeitos que vinte e cinco mil pessoas que participam no evento possam produzir na região. A vida em comunidade Com o tema escolhido para 2010, Comunidade, o Andanças teve o propósito de “transformar a aldeia de Carvalhais na verdadeira Comunidade Global, ali juntando músicos, dançarinos, voluntários, cientistas, artistas, de muitas origens: gente com ideias novas, brilhantes, originais, singelas ou loucas, para ver o Mundo de novas maneiras. Fazer da Utopia uma Pandemia!”. Apesar dos incêndios que estragaram um bom pedaço da região, uma coisa é certa, o fogo não conseguiu apagar o entusiasmo de quem participou.

Azurara Beach Party

Dos festivais às festas no areal

beach party coube à equipa Set, ao Dj Miguel Rendeiro e FABA. Esta alia-se à missão de solidariedade de Dulombi, na Guiné-Bissau. Segundo o site oficial da 7ª edição: “Com partida no início de Outubro de 2010, a viagem será efectuada de jipe entre Vila do Conde e Bissau, com o grande objectivo de levar bens para distribuir pelos mais carenciados, [neste caso crianças] (…). Ao mesmo tempo, a missão pretende homenagear ex-combatentes portugueses. Contam ainda com objectivo de realizar “um documentário sobre a presença dos portugueses no período do Ultramar, a cultura guineense e vestígios da cultura portuguesa no dia-a-dia do povo da Guiné-Bissau.”

Uma das maiores festas na praia de Portugal acontece desde 2004 na praia da Azurara, em Vila do Conde. São 24 horas de festa sem parar, em pleno areal. Este ano realizou-se a 7ª edição, no dia 28 de Agosto. O cartaz contou com nomes como Booka Shade, Vanilla Ice, Audio Fly, Marcelinho da Lua, entre outros, e contando também dj’s nacionais como Miguel Rendeiro, Rui Vargas, Pedro Tabuada, Dj Overule & Mc Demo, etc… Os artistas dividiram-se pelos palcos Energie, Good Stuff, Noite.pt e Connect, seguindo um determinado alinhamento de performance.

Uma festa para que (não) é para todos Marisa Teixeira foi pela primeira vez à festa na praia este ano. Apesar de ser principiante, Marisa não teve sorte: “Foi uma noite muito pesada. Não gostei do ambiente, prefiro a Nova Era Beach Party [um festa semelhante à da Azurara].” Por sua vez, Alexandra Moreira que já visita a Azurara pela 2ª vez consecutiva, afirma que gostou da festa: “A música era realmente boa, gostei de todos os dj’s, embora se notasse no ar o cheiro identificativo de drogas leves.” Segundo o site da Câmara Municipal de Vila do Conde, a beach party “assinala o encerramento das festas de Verão” e “já é considerado uma das iniciativas mais mobilizadoras da actualidade, pois reúne milhares de jovens que marcam presença até ao nascer do sol.”

Do amanhecer ao… amanhecer A festa começou às 10:00 horas com o desafio Nelo Summer Challenge, “uma prova de 10 km em mar aberto a favor do vento. A prova é aberta a surf ski’s e kayaks de mar” e a última actuação coube ao português Rui Vargas, marcada para as 7:30h. Mas é por volta das 2 da manhã que o recinto na praia ganha mais movimentação. A organização da

Sara Carreira

Workshops, actividades e oficinas para todos os gostos

Artur Paiva, João Miranda, Liliana Pinho, Luís Mendes, Marisa Gonçalves e Sara Carreira

O castelo com vista para a baía de Sines, que viu um dia D. Miguel partir para o Brasil, tem sido nos últimos doze anos um porto de chegada de músicos, influências culturais e géneros musicais provenientes de todos os cantos do mundo. Entre 21 de Julho e 1 de Agosto, o Festival de Músicas do Mundo (FMM) voltou a mostrar porque é considerado, por muitos, o melhor festival de música em Portugal. Nesta 12ª edição, o festival recebeu, durante quatro dias de concertos, entre 85 mil e 90 mil espectadores que se deslocaram entre o palco no interior do castelo e o da marginal, junto à praia Vasco da Gama. A singularidade da paisagem humana e ambiente vivido no centro histórico de Sines colocam este festival numa “categoria diferente” dos restantes festivais. O FMM abre alas a um imenso universo musical inexplorado Sem spots publicitários e “poluição visual” de campanhas de marketing que se sobrepõem aos objectivos culturais de um festival, o FMM é um “paraíso” para quem vai em busca de sonoridades que procuram fundir a tradição e a inovação musical pelo puro prazer de descobrir um universo de música inexplorado. O espírito de serviço público da organização do FMM era evidente. Os concertos ao início da tarde no castelo, com entrada gratuita, ofereceram dois dos momentos do evento mais interessantes ao público: Vitorino e Janita Salomé com o Grupo de Cantadores de Redondo e o concerto memorável do guineense Kimi Djabaté. O cartaz apresentou ainda duas estreias europeias: os timorenses Galaxy, e o grupo Las Rubias del Norte, dos EUA. Outras bandas estavam de regresso a Portugal, como a banda de tuaregues Tinariwen e o conjunto N’Diale - Jacky Molard Quartet & Founé Diarra Trio, que junta músicos da Bretanha e do Mali. No último dia, os congoleses Staff Benda Bilili, uma banda formada por músicos de rua deficientes motores, “abanaram” o castelo apinhado de gente a um ritmo frenético. O fogode-artifício que fechou o concerto surgiu como o clímax de um evento recheado de boas actuações e com um público vibrante.


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JUP || Outubro 10

Hard Club reabre no centro do Porto

XXIV Festival Internacional de Tunas Universitárias (FITU)

Orfeão Universitário do Porto http://www.orfeao.up.pt/

Um espaço novo e uma oferta cultural diversificada. Estes são os principais ingredientes que o

Tuna Feminina do Orfeão Universitário do Porto http://www.orfeao.up.pt/tunaf/

novo Hard Club propõe a todos os portuenses. O JUP explora as nova programação do espaço. Foi perante algumas dezenas de pessoas que, a 16 de Setembro, o novo Hard Club abriu as portas, agora no Mercado Ferreira Borges. O novo este espaço pretende assumir-se como um importante dinamizador cultural do Porto e de toda a região Norte do País. André Campos, um dos convidados para a reabertura, acredita que “o Hard Club tem um lu-

Ana Rita Duarte

gar muito privilegiado na Ribeira, ao ter contacto com muitos turistas e ao ser também um pouco desfragmentador da sociedade”. Desde o seu encerramento em 2006 na marginal de Gaia, os responsáveis pelo Hard Club, Pedro Lopes e Calú, sempre mantiveram o objectivo de abrir um espaço idêntico, mais complexo e diversificado, num outro local, tal como disse Ana Póvoas, relações públicas do novo bar e sala de espectáculos. A ideia é aproveitar todas as potencialidades do espaço, o Mercado Ferreira Borges, um espaço conside-

A c t i v i dade s c u l t u ra i s P ara a l u no s

Tuna universitária do Porto http://www.orfeao.up.pt/tup/

ravelmente maior que o anterior, servindo um maior número de pessoas e promovendo mais e variados eventos. Ana Póvoas diz que um dos objectivos deste projecto é “proporcionar um espaço onde as pessoas possam vir e onde possam fazer algumas actividades, conhecer o Porto, dada a localização geográfica onde estamos e por ser considerada património da humanidade pela UNESCO”. Surgem agora novos espaços no Hard Club, tais como o restaurante, “que antes não existia, os estúdios de gravação e salas de ensaio, a livrariadiscoteca, a loja de merchandising e um main floor, com uma pequena exposição artístico-musical e onde “teremos actividades todos os dias a partir das 18h, de acesso gratuito”, como música, teatro, performances criativas, mostras ou manifestações de arte em geral. Até ao dia 30, a exposição de fotografia de António Teixeira, ‘Hard Club 97/07’ será a atracção do main floor. Ana Póvoas afirma que este “é um espaço aberto, que pretende receber as pessoas de uma forma despretensiosa”. O ambiente tenta fundir a arte e a história da cidade de uma forma equilibrada e harmoniosa. O filme ‘Nascer do Porto’ pretende dar a conhecer todos os pontos turísticos e históricos e as paisagens que a cidade

Tuna da Universidade Católica Portuguesa http://www.tucp-porto.com/

Ana Rita Duarte

Entre 15 e 16 de Outubro o Festival Internacional de Tunas Universitárias marca presença no Coliseu do Porto. Eis quatro razões para uma visita: 1. É um dos mais antigos e prestigiados Festivais de Tunas de Portugal; 2. O FITU é ainda um privilegiado ponto de encontro de Estudantes Universitários de diferentes Universidades, Países e Culturas; 3. Além dos habituais anfitriões, Tuna Feminina do OUP e Tuna Universitária do Porto, subirão ao Palco do Coliseu do Porto: Tuna do Instituto Superior Téc-

nico de Lisboa, Tuna da Universidade Católica Portuguesa, Tuna Universitária do Minho, Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, Agrupación Arcipreste de Hita (Madrid), Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto, Infantuna - Tuna Académica Cidade de Viseu. 4. Além da parte competitiva que consiste na actuação das Tunas durante dois dias no Coliseu do Porto, a Invicta será palco de Rondas e Serenatas, durante quatro dias, em estabelecimentos de ensino, bares e ruas. Não basta? Mariana Jacob

tem para nos oferecer, e pode ser visionado diariamente, até ao dia 27 do corrente mês. A música assume-me como a atracção principal deste espaço. O intuito é conjugar os diferentes estilos musicais desde o rock ao fado, ao jazz, entre outros. A actuação dos Faith Gospel Choir no dia da reabertura vai ao encontro desta exigência do Hard Club. Os fins-de-semana de manhã são especialmente dedicados a actividades direccionadas para famílias e jovens. As actividades de animação/ workshop ‘Porto em Ti’, dedicadas, rotativamente, a várias formas de arte, como a dança ou a música são o exemplo disso. Todos os domingos poderão assistir às curtas-metragens, ‘Curtas HC’, e ao ‘Ritmo é a Vida’, um atelier para todos.

Alguns eventos são de entrada gratuita, alguns têm uma quantia simbólica de 1€ e ainda há outros cujo preço varia de acordo com os custos que cada banda e cada produção implicam. Os bilhetes para os espectáculos podem ser adquiridos no próprio edifício do Hard Club, na bilheteira online ou em lojas habituais, como FNAC, Ticketline, Agências Abreu e Worten. É, sem dúvida, um espaço que trará um novo ânimo à cidade, ajudando a “revitalizar esta zona da ribeira que está um pouco adormecida”, como diz Ana Póvoas. A ideia de utilizar o mercado para um novo conceito pretende trazer mais vida à noite do Porto, uma vez que se encontra “a meio caminho entre a baixa e a ribeira”. Ana Rita Duarte e Diana Ferreira

TUP - Teatro Universitário do Porto http://teatrouniversitariodoporto. blogspot.com/ Grupos de Teatro: - Engenharte (Faculdade de Engenharia) - Máscara Solta (Faculdade de Letras) - Sobretudo (Faculdade de Belas Artes) - S.O.T.A.O. (ICBAS) - TIC TAC (Faculdade de Ciências) - X-Acto (Faculdade de Psicologia) Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto Grupo de Fados da Universidade Católica Portuguesa http://www.porto.ucp.pt/ Sociedade de Debates da Universidade do Porto http://www.facebook.com/sddup -Grupo de Fados e Guitarradas da FCUP http://fados.fc.up.pt/ Grupo de Fados e Guitarradas da FEP http://gfgfep.no.sapo.pt/


CULTURA || 25

JUP || Outubro 10

conta-me como é...

...ser monárquico

Direitos Reservados

Vem colaborar com o JUP! Rua Miguel Bombarda, 187 espacosjup.blogspot.com

Filipe Neto é aluno de 1º ano do Mestrado em História Medieval e do Renascimento. Simpatizou com o ideal monárquico por volta dos 14 anos, por influência da mãe e de algumas pessoas que conhecia. “Nessa altura, o meu interesse pela monarquia era ligeiro, até porque era muito novo e não conhecia nem poderia compreender o ideário monárquico”. No entanto, Filipe cresceu e foi conhecendo ideologias, opiniões, argumentos, começando a comparar a Monarquia com a República. E hoje não tem dúvidas: “Sou monárquico por convicção e não por causa de amigos ou família. Sou monárquico porque acredito na Monarquia”, diz Filipe. Assumir-se monárquico custoulhe alguma discriminação por parte de muita gente, inclusive colegas de faculdade. “Muitos riem-se quando digo que sou monárquico. Outros gozam com isso. Uns dizem ser coisa do passado, outros dizem frases tão reveladoras de má informação e falta de consciência democrática que nem

as repito”, revela o estudante. Filipe acredita que o motivo é essencialmente por falta de informação e interesse. “Muito frequentemente, colam a ideia de Monarquia à ideia de Ditadura. O que não tem nada a ver com a realidade, como prova a nossa vizinha Espanha”, explica. Filipe considera ainda que “os portugueses estão muito mal informados acerca do que é a Monarquia, do que nós, monárquicos, propomos e queremos para Portugal; e, pior ainda, não querem saber”. Mas a fé na Monarquia mantém-se sólida. Para Filipe, esta “representa os valores da tradição, da história, da estabilidade, da continuidade, da paz, da ordem, do progresso, do desenvolvimento sustentável e da segurança. E creio que são valores que nós, portugueses, sentimos falta hoje em dia”. Por isto mesmo, considera que, só por si, a monarquia detém “uma autoridade forte e capaz de assegurar a um estado uma boa e marcante representação perante outros”. Efectivamente, Filipe não pertence a qualquer organização monárquica por uma questão de cotas, ainda que já tenha apoiado algumas iniciativas. Defende os seus ideais, por exemplo, pela abstenção eleitoral. “Só voto nas eleições autárquicas, pois geralmente conheço os candidatos. Apoio e defendo a Monarquia sempre que a sinto atacada, com as palavras, a razão e os argumentos”. Quanto à hipótese de República, o aluno de História é directo e sucinto. “O que nos deu a República? A possibilidade de escolher livremente o Chefe de Estado. E ficamos com um presidente que não é isento nem independente, nem

está preparado para o cargo que vai ocupar. A Monarquia priva os cidadãos de eleger o Chefe de Estado, que é o rei hereditário. Mas esse rei é preparado desde muito jovem para as funções que vai ter e, não sendo membro de partido nenhum, consegue manter o seu papel de moderador político”. Filipe vai mais além. “Isso não significa uma perda de Democracia: é um garante do seu melhor funcionamento e qualidade. De que têm medo os portugueses? De um ditador louco? Já não estamos na Idade Média”, frisa. E quanto à questão do esforço económico que se acredita ser sustentar uma família real, Filipe é assertivo. “Se compararmos as despesas de Espanha e Portugal, de 1975 até hoje, com os seus chefes de Estado, vvemos que Espanha gastou com o Rei e Família Real menos 40% do que Portugal com os seus Presidentes”. Mas Filipe não se fica por aqui. “Basta olhar em volta para constatar o mau funcionamento da República Portuguesa. O ensino é cada vez mais caro e cada vez oferece pior qualidade. O serviço de saúde tem cada vez menos médicos, para um número crescente de doentes. O desemprego cada vez aumenta mais, e o Estado, em vez de apoiar o sector privado e os jovens empresários e criadores, fica parado oferecendo migalhas. A justiça não funciona, e o Estado, em vez de restringir a possibilidade de recorrer de ainda os entope mais com burocracias inúteis”. E Filipe finaliza. A Monarquia “conseguiu adaptar-se aos tempos e oferece uma forma de evoluir e de ter futuro sem nunca esquecer a identidade nacional e o valor e as lições do passado”. Liliana Pinho


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gourmet das tascas

Gelataria Neveiros

mariana Jacob

Gelado «Ricos em açúcar, os gelados de leite ou de natas contêm um teor em proteínas considerável. A quantidade de gordura, um grande fornecedor de energia, varia. Cálcio, fósforo, sódio, potássio, magnésio, vitaminas B1, B2, B3, A e D marcam presença nalguns gelados e são benéficos. “Usar sem abusar” é a regra. Se, em vez de pedir um gelado servido num cone, optar por um copo, reduzirá bastante as calorias. Depois, o melhor é saboreá-lo devagar, para que o seu sabor seja realçado». Fonte: DECO – PRO TESTE

Depois de uma tarde de intenso estudo na Biblioteca Público Municipal do Porto não há nada como atravessar a rua e comer uma bola de gelado na Neveiros… Criada há mais de 60 anos, a Neveiros foi fundada pela lisboeta Alda Freiria que conquistou a alta sociedade portuense com os seus gelados, na rua de Carlos Malheiro Dias. Posteriormente, instalou-se na rua da Alegria, numa garagem, onde ainda hoje há quem se lembre de por lá passar depois do cinema para conversar com Alda Freiria e comer um dos seus gelados artesanais.

Em 1992, Alda Freiria vendeu a patente do seu gelado à actual proprietária, Adelina Guedes, que transferiu a Neveiros para a sua actual localização – na Rua Morgado Mateus. Sem dúvida que o segredo para o sucesso é a forma artesanal de fazer o gelado apenas com fruta de grande qualidade, água (para os sorvetes) e/ou leite (para os gelados). Não são utilizados quaisquer corantes ou conservantes e todos os dias podemos saborear gelados acabados de fazer. E a escolha é vastíssima! São cerca de 40 sabores dos quais se

destacam os de chocolate, coco, caramelo, framboesa, dióspiro, figo, tangerina, maria framboesa, maçã verde e melancia. Adelina Guedes acrescenta que «já pediram de feijão e de tomate, de Vinho do Porto e até de champanhe para um casamento». Para além dos copos e cones tradicionais, é possível levar os gelados para casa, em embalagens próprias. Outra das especialidades são os bolos gelados. Para os frequentadores da discoteca Industria ou das caipirinhas do Molhe (Foz) é possível comer um gelado fora de horas,

no Centro Comercial da Foz ou na Confeitaria Arcádia. Mas não só de bons gelados vive a Neveiros. Todos os dias, ao almoço, é possível degustar deliciosos pratos de boa comida caseira. Normalmente há um prato do dia mas também é possível optar pelos rissóis caseiros de pescada, carne, bacalhau ou frango com legumes. No dia da nossa visita optamos pelo prato do dia que consistiu numas pataniscas de bacalhau crocantes com salada de feijão frade, arroz e salada de alface e tomate. A visita à Neveiros deve ser feita em pequenos grupos pois o espa-

ço não é muito grande e deve ser apreciada a decoração que nos dá a sensação de estarmos na sala das nossas avós. Sem esquecer de observar o carrinho que está na entrada que como afirma Adelina Guedes «é igual aos que antigamente vendiam gelado na praia». Mariana Jacob

Gelataria Neveiros Rua Morgado Mateus, 9 225 370 005 neveiros@iol.pt


Críticas

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5/5 “crime e castigo”

4/5

Fiódor dostoiévski

“brothers”- Entre irmãos

Crime e Castigo, escrito por Fiódor Dostoiévski e publicada em 1866, é considerado por muitos críticos uma das melhores obras da literatura mundial. O livro conta a história de Raskólnikov, um jovem oriundo de uma família pobre que se vê obrigado a deixar o seu curso de Direito por falta de recursos. Empurrado para uma vida de miséria onde é impossível assegurar uma vida confortável à sua mãe e à sua irmã, Raskólnikov vai começar a ponderar soluções menos ortodoxas para os seus problemas. Começa por elaborar uma teoria onde se estabelece uma diferença entre pessoas ordinárias que primam pela obediência às leis extraordinárias, que enfrentam o relativismo da lei, e as podem violar quando assim se justifica. Depois de um conjunto de reflexões, Raskólnikov entusiasma-se com a filosofia de “uma má acção para gerar cem boas acções” e decide matar uma velha agiota a quem penhorava os seus bens, pois acredita que a velha é um “parasita” da sociedade e que, com o que lhe pode roubar depois de a matar, pode fazer muitas boas acções. Raskólnikov acaba por matar também Lisaveta, a irmã da velha que assistiu ao homicídio da irmã. O livro é de uma envolvência extraordinária. Seguimos tão de perto o pensamento do protagonista antes e depois do crime que o conflito ético começa também em nós: Deve uma má acção ser feita por acarretar muitas boas acções? Até onde vai o relativismo ético e moral? Qual a diferença entre o bem e o mal? Os fins justificam os meios? E até agora tudo ficou por dizer. Ficaram personagens por conhecer e ideias por pensar. A essência do livro está nele próprio.

Jim Sheridan

Entre Irmãos chegou agora a Portugal mas foi lançado nos Estados Unidos há quase um ano, em Dezembro de 2009. Mesmo passando despercebido a muita gente, foi um dos filmes do ano. Na minha opinião, muito melhor do que boa parte dos oscarizáveis. Entre Irmãos é um filme sufocante e visceralmente tenso, com aquela capacidade tão comum aos grandes filmes de pegar numa estória que toda a gente já viu apenas para pô-la de pernas para o ar. Não é poético nem nunca procura ser bonito ou condescendente. O seu maior trunfo é mesmo o prolongar duma violência psicológica atroz, tudo isto no cenário familiar do soldado americano comum que foi para a guerra. É um filme muito poderoso, que explora o lado negro do conflito, (como muitos outros sim) mas na recriação não do detalhe do combate, mas da incrível dureza mental que o constitui. De resto, funciona quase tudo. A realização de Jim Sheridan evita sempre o óbvio, é sedenta e arrasadora nos momentos de tensão, e as prestações individuais ajudam. Jake Gyllenhaal não tem um papel difícil, mas cumpre-o com uma envolvência muito interessante e Natalie Portman prova porque é uma das grandes actrizes da actualidade, com uma delicadeza, um jeito e uma beleza desconcertantes. Ainda assim, os louros vão para o desempenho extraordinário de Tobey Maguire que faz aqui, certamente, o melhor papel da carreira. Nomeado para o Globo de Ouro, só muito injustamente foi desconsiderado pela Academia. Paulo Pereira

Daniela Teixeira

4/5 “The Suburbs” Arcade Fire O novo álbum dos canadianos Arcade Fire não engana. Depois de “Funeral” e “Neon Bible”, chegaram ao primeiro lugar do top nacional com “The Suburbs”. E, como o próprio nome indica, representa um hino à vida nos subúrbios. Com uma interessante aproximação à típica “american way of life” (baseada supostamente no tempo em que os irmãos Butler viveram no Texas), demonstra ainda uma tentativa pouco conseguida do típico rock americano. Ainda assim, como sempre, os Arcade Fire dão bom uso à sua multiplicidade de instrumentos acústicos e misturam sonoridades características dos “anos 80”, mantendo sem dúvida a sua assinatura. Não fossem eles mestres em álbuns desiguais e irregulares, não existe monotonia neste álbum. Em “The Suburbs”, os Arcade Fire são capazes de alternar o movimento e a euforia, patentes na nova sonoridade que adquiriram, com a espiritualidade e a tranquilidade lírica. É de dar destacar essencialmente a música que partilha o nome com álbum “The Suburbs” – que dá um toque mais animado – mas também “Ready to Start” e ”Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)”, onde o toque feminino de Régine Chassagne acrescenta identidade e carisma à melodia. Não é o álbum dos álbuns, mas proporciona bons momentos. Os Arcade Fire mantêm-se fiéis a si mesmos e acrescentam à sua já extensa bagagem mais um conjunto de temas para as próximas viagens. E é bonita a dedicatória presente no livrete do álbum, propositadamente em francês, ao povo do Haiti. Júlia Rocha


Cardápio

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música

teatro

Eventos

Vários

1/Out

15/Set a 03/out

10/set a 01/Out

09/out

blind zero Hard Club 12€-22h00

“A Gaivota” de anton tchékhov Teatro Nacional S. João Quarta a Sábado às 21h30; Domingo às 16h

Exposição de caricaturas de abel salazar Museu Bernardino Machado

Workshop de dança contemporânea FADEUP 15€- UP 25€- NÃO UP

orquestra jazz de matosinhos e kurt rosenwinkel Sala Suggia, Casa da Música 15€-22h00

15 e 16/OUT FITU- Festival internacional de Tunas Universitárias Coliseu do Porto 20h30 http://www.orfeao.up.pt

15/OUT Zelig Casa da Música 10€-22h30

19/OUT Master Musicians of Bukkake Passos Manuel 10€-22h

23/OUT Linda Martini Hard Club 10,95€(CD+concerto)-22h00

o corpo humano como nunca o viu Alfândega do Porto Todos os dias das 10h às 21h

08 a 24/OUT “Dueto para um” de tom kempinski Teatro Carlos Alberto Quarta a Sábado às 21h30; Domingos às 16h Direitos Reservados

03/OUT

até dez

04 out O meu coração ficará no porto (documentário) de jorge campos com a colaboração de alunos da esmae Teatro Nacional São João 21h30 Entrada Livre

20 a 24/Out “Hedda” de José maria Vieira MEndes Teatro Nacional de São João Quarta a Sábado às 21h30; Domingos às 16h

até 05/out

28 a 31/out “Belonging” de Peter Cann Teatro Carlos Alberto Quarta a Sábado às 21h30; Domingos às 16h

Exposição “Resistência” Centro Português de Fotografia Entrada Livre

DN

Hedda

26 a 29/out arraial d’Engenharia Palácio de Cristal 5 a 8€- UP 8 a 11€- Não UP


Palavras leva-as o vento

Voluntariado para estudantes do Porto

Objectivos do Milénio: ainda vamos a tempo! No decurso das últimas décadas do século XX, populações vulneráveis de todo o mundo e em particular dos países em desenvolvimento têm vindo a assistir a um agravamento das suas condições de vida. Neste contexto, entre 6 e 8 de Setembro do ano 2000, na designada Cimeira do Milénio, 194 países (incluindo Portugal) reuniram-se nas Nações Unidas para acordar objectivos e metas comuns no sentido de melhorar as condições de vida dos habitantes do planeta: os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). De um modo geral, ainda muito falta fazer para que sejam cumpridos. Ao ritmo actual, estima-se que só no ano 2282 os ODM sejam totalmente atingidos na África Subsariana. Apesar da “fórmula” e meios estarem claramente definidos e identificados, muitas são as limitações e barreiras à sua execução. Não obstante, entre 2000 e 2007, a pobreza extrema desceu de 29% para 18%, pelo que o objectivo de reduzir para metade o número de pessoas que vive com menos de 1,25USD por dia até 2015 (ODM 1) permanece alcançável para a maioria dos países. Grande parte da pobreza no mundo se deve à escassez de emprego digno e produtivo para todos, e sobretudo à baixa taxa de mulheres empregadas. Por outro lado, a pobreza extrema encontra-se estritamente associada à fome crónica: 850 milhões de pesso-

as carecem de uma alimentação suficiente para satisfazer as suas necessidades energéticas básicas. Apesar da proporção de crianças subnutridas com menos de 5 anos de idade ter diminuído de 33% em

Em Portugal, a Campanha Objectivo 2015 pretende informar, inspirar e mobilizar a sociedade portuguesa para exigir do Governo o respeito pelos compromissos assumidos na Declaração do Milénio. 1990 para 26% em 2006, o progresso para reduzir a fome está limitado pelo aumento do preço dos alimentos dos últimos 2 anos. Em Portugal, a Campanha Objectivo 2015 pretende informar, inspirar e mobilizar a sociedade portuguesa para exigir do Governo o respeito pelos compromissos assumidos na Declaração do Milénio. Reivindica apenas aquilo a que o país se comprometeu na Cimeira do Milénio: i) aumento da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) até 0,7% do rendimento nacional bruto até; ii) o cancelamento da dívida externa dos países em desenvolvimento; iii) e a eliminação de políticas co-

Opinião

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Migos.org - Plataforma de ajuda ao Voluntariado http://www.migos.org/

merciais injustas que impedem o acesso dos produtos destes países aos mercados globais. Não obstante, a Cimeira das Nações Unidas de 20 a 22 de Setembro passado, reuniu dirigentes dos países signatários da Declaração do Milénio para avaliar o progresso rumo dos ODM. Foi traçado o caminho para os próximos 5 anos, resultado da adopção de um plano de acção global e no investimento de mais 40 biliões de dólares para a saúde maternoinfantil. A concentração de esforços dos líderes internacionais em várias frentes: criação de emprego, estímulo do crescimento económico, aposta na segurança alimentar, promoção de energia limpa e reforço das parcerias entre países ricos e pobres para ajudar à evolução dos menos desenvolvidos levou-os a reafirmar o compromisso e estabelecer uma agenda de acções concretas baseadas em exemplos de sucesso e lições aprendidas na última década, apesar da crise económica e financeira. Afinal, somos a primeira geração a poder acabar com a pobreza extrema e a fome no mundo! Andreia Matos e voluntários da VO.U – Associação de Voluntariado Universitário, em parceria com a TESE – Associação para o Desenvolvimento (Projecto Geração ODM)

G.A.S. Porto - Grupo de Acção Social do Porto Apoio a instituições de solidariedade social nas áreas da engenharia, educação e saúde http://www.gasporto.pt/ VO.U - Associação de Voluntariado Universitário Actividades de promoção da saúde (Plano Vida), de acompanhamento social e escolar (Plano Ponte) e de ajuda internacional (Plano Mundo) http://associacaovou.no.sapo.pt/ Porto Cidade Solidária http://www.porto.ucp.pt/ portocidadesolidaria/ Voluntariado Estudantil Tutorial Apoio de estudantes do ensino básico e secundário para o sucesso escolar e integração social E-mail: voluntariado.up@reit. up.pt Tel: 22 040 8210 NASA - Núcleo da Acção Social da AEFFUP Intervenção comunitária junto de idosos e crianças, com campanhas de sensibilização, doações e acções de beneficência http://www.aeffup.com/

Teresa Castro Viana

NEV - Núcleo de Estudantes Voluntários da FEP Acções sociais de apoio a crianças e idosos, actividades para a protecção do ambiente e recolhas de donativos http://www.aefep.pt/aefep/ nucleos/nev-nucleo-deestudantes-voluntarios.html

FEP Solidária Desenvolvimento de acções de sensibilização para uma intervenção humanitária e ambiental http://www.migos.org/ organizations/fep-solidaria GIVE - Grupo de Intervenção, Voluntariado e Envolvimento Aplicação da Psicologia e das Ciências da Educação a projectos de voluntariado junto das comunidades http://migos.org/organizations/ give-grupo-de-intervencaovoluntariado-e-envolvime GEV - Grupo de Estudantes Voluntários da FDUP Organização de eventos culturais, pedagógicos e académicos, nomeadamente junto das escolas http://sigarra.up.pt/fdup/web_ base.gera_pagina?p_pagina=18238 Voluntariado para a produção de informação acessível Participação na digitalização de informação impressa, na sua revisão e na impressão em Braille http://migos.org/organizations/ saed Engenharia para o Desenvolvimento e Assistência Humanitária Participação em projectos baseados na Engenharia para um desenvolvimento, uma educação e uma intervenção social sustentáveis http://www.epdah.pt/ NJAP - Núcleo de Jornalismo Académico do Porto Participação na redacção do Jornal Universitário do Porto e dinamização de actividades culturais nos Espaços JUP e nas Galerias http://espacosjup.blogspot.com


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O clima de insegurança no Pólo da Asprela e as repercussões na FEUP Desde há cerca de dois anos que o Pólo II da Universidade do Porto, o Pólo da Asprela, vem sendo palco de alguns episódios de criminalidade que semeiam o medo e a preocupação entre os estudantes e tendem a tornar inseguro um local destinado ao estudo e à formação. Quando se refere a preocupação dos estudantes em relação ao panorama de insegurança constante em tempo de aulas, não se remete o pensamento só para pequenos furtos pontuais ou um ‘simples’ vidro do carro partido. Falamos de estudantes, serenos numa sala de estudo, a serem surpreendidos por pessoas estranhas e com a intenção de levar os seus bens, referimo-nos a completos roubos de carros, do rádio ao computador portátil, lembramo-nos de imediato de uma situação de espancamento no início da noite, junto à cantina, executado por um supostamente pacífico casal de adultos. Constata-se, portanto, que a urgência com que a Associação de Estudantes pretende que sejam tomadas medidas, não resulta de um falso alarme ou de um pequeno pavor evidenciado por um grupo de alunos. Não, a única conclusão que se pode ter é que o espaço onde os estudantes passam o dia, onde os estudantes aparecem depois de jantar para estudar, onde têm as suas aulas e as melhores condições para estudarem é um sítio integrado num ambiente manifestamente desprovido de

segurança e incapaz de assegurar a serenidade dos estudantes. No Verão de 2009, a AEFEUP organizou um abaixo-assinado, a que uma grande parte dos estudantes acorreram, destinado a patentear a existência e o receio em relação a este clima de insegurança. Nesta altura, foi também criada uma plataforma na Internet onde os estudantes, vítimas desta nefasta situação, podiam deixar o seu testemunho daquilo que foi o usurpar do seu bem-estar, fosse um roubo, uma ameaça ou qualquer outro tipo de abordagem criminal. Após a entrega deste abaixo-assinado e depois de desenvolvidas reuniões com as entidades competentes, desde a Polícia ao Governo Civil, verificou-se um aumento do patrulhamento e talvez uma maior aposta por parte das entidades na divulgação daquilo que são pequenos mas bastante úteis conselhos de segurança e prevenção. Estas foram medidas suficientes para acalmar o panorama intranquilo até a um dado momento, mas não chegou para garantir que novos episódios acontecessem e nos levassem a questionar se não teria de ser dada uma atenção a este assunto

maior do que aquela que de facto foi dada. Há alguns meses que houve um reacender da questão até aqui num aparente estado de maior calma. Começaram a ocorrer cenas de assaltos inóspitos, carros violados, pessoas a serem perseguidas à saída da faculdade, onde estiveram e muito legitimamente a estudar. Será que faz parte de um país civilizado termos conhecimento de um caso de um estudante, que às 10h passava na ponte que liga as instalações da Faculdade à cantina para ir para as suas aulas e é brutalmente violentado e assaltado? Será admissível que a maioria dos estudantes, pelo final da tarde, procure caminhos alternativos para se deslocarem até ao parque de estacionamento ou até ao edifício da sua associação, só por terem medo de serem vítimas de assalto se optarem pelo convencional e mais curto? Não deve o estudante ter direito a desenvolver TODA a sua vida académica no espaço da faculdade, de uma forma segura e despreocupada com qualquer factor de insegurança que possa existir? Este género de questões são exemplos significa-

tivos, que não só demonstram a instabilidade do campus como subscrevem a impaciência e medo dos estudantes ao verem o seu local de estudo conspurcado por actos criminais e violentos. Não cabe à Associação de Estudantes identificar quais as medidas a tomar, pretendendo porém fazer parte delas e assumindo a atitude contestatária e o fazer chegar da palavra dos estudantes às entidades competentes como prioridades máximas, sendo que só o solucionar da situação de instabilidade corresponderá com as nossas expectativas. Neste momento a AEFEUP encontra-se num processo de discussão com as entidades referidas e de recolha das opiniões dos nossos estudantes. Coordenando-nos com estas entidades e com a Direcção da FEUP é nosso objectivo que, de uma forma célere e convicta, o campus recupere a sua entidade e seja devolvido a todos os estudantes um local de estudo pacífico e realmente produtivo.

FICHA TÉCNICA

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO André Lameiras || Artur Paiva || Daniela Teixeira || João Miranda || Leandro Silva || Liliana Pinho || Luís Mendes || Mariana Ascenção || Mariana Catarino || Marisa Gonçalves || Miguel Duarte || Miguel Lopes Rodrigues || Nádia Leal Cruz || Nuno Ildefonso || Nuno Moniz || Paulo Alcino || Pedro Ferreira || Ricardo Sá Ferreira || Sara Carreira || Sara Oliveira || Teresa Castro Viana || Vera Covêlo Tavares

Pré-Impressão Jornal de Notícias, S.A Impressão NavePrinter - Indústria Gráfica do Norte, S.A. Propriedade Núcleo de Jornalismo Académico do Porto/Jornal Universitário

Colaboradores de paginação Aline Flor || Carolina Vaz-Pires || Mariana Teixeira

Apoios Reitoria da Universidade do Porto, Serviços da Acção Social da Universidade do Porto, Universidade Lusófona do Porto, Instituto Português da Juventude.

DIRECÇÃO DIRECÇÃO DO NJAP/JUP - PRESIDENTE Ricardo Sá Ferreira VICE-PRESIDENTE Catarina Cruz VOGAIS Nuno Moniz (JUP) || Sérgio Alves (espaçosJUP) || José Henrique (Galerias) DIRECÇÃO DO JUP Aline Flor DIRECTORA DE PAGINAÇÃO Mariana Teixeira DIRECTOR DE FOTOGRAFIA Miguel Lopes Rodrigues EDITORES E SUB-EDITORES EDUCAÇÃO Teresa Castro Viana SOCIEDADE Aline Flor DESPORTO Vera Covêlo Tavares CULTURA Liliana Pinho OPINIÃO Nuno Moniz

imagem da capa Miguel Lopes Rodrigues Depósito Legal nº23502/88 Tiragem 10.000 exemplares Design logo JUP Bolos Quentes Design Editorial/Grafismo Joana Koch Ferreira Paginação Mariana Teixeira

Ricardo Costa Moreira Presidente da Direcção da Associação de estudantes da FEUP

Redacção e Administração Rua Miguel Bombarda, 187 - R/C e Cave 4050-381 Porto, Portugal || Telefone 222039041 || Fax 222082375 || Email jup@jup.pt

editorial

O JUP não morreu Ouço dizer que o JUP morreu. -Mas morreu porquê? -Ah, porque já não é como antes. -E como é agora? A caminho dos 24 anos, o JUP continua a ser o mesmo de sempre: espaço de investigação, denúncia, divulgação, comentário, crítica, tudo e mais alguma coisa. O JUP é um jornal de estudantes para estudantes. Tal como a televisão é aquilo que fazemos dela, este é o resultado daquilo que os estudantes fazem dele. O JUP é aquilo que queremos ver nele. A cada edição, continuamos a ver pessoas sem rosto, sem vontade nem opinião, que sentadas calmamente continuam a ignorar-nos e deixam-se entorpecer pelo que as devia incomodar, sem levantar-se para sacudir a poeira e fazer ouvir a sua voz. A verdade é que usamos muito mal a nossa liberdade, como aquela que conseguimos há 100 anos atrás. Usamo-la, por exemplo, para eleger os mesmos nos tiram de cena quando subimos ao palco para reclamar os nossos direitos. São tão poucos os que reagem, e tantos os que nem sequer reparam. O JUP deste mês - o primeiro deste ano - inaugura uma nova época. Depois de uma renovação que ainda não terminou, estamos prontos para voltar a receber os que dão a cara, a voz e a opinião, para continuar a fazer jornalismo “amador na profissão, profissional na acção”: que investiga, denuncia, divulga, comenta, critica, tudo e mais alguma coisa. O JUP não está morto. Se ele é o que queremos ver nele, então eu quero que ele seja forte, determinado, pertinente e, sim, mais vivo do que nunca. Porque sou eu, tu e todos os estudantes que podemos fazer isso acontecer. As portas estão abertas e as páginas por preencher!


Devaneios || 31

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Auto-retrato Acordara naquela noite com um arrepio inconstante e frio no meio do calor que se fazia sentir. Incapacidade de autodefinição, saudade, sufoco, vazio. Pegando numa das muitas folhas ali caídas ao pé da cama, preparava-se para escrever algo, quando se apercebeu da ridicularidade de continuar a descarregar os seus delírios numa escrita em terceira pessoa.

Devaneios

Foi então que pousei a caneta, me virei para o outro lado e, deitando a cabeça, desisti de ser quem quer que fosse naquele momento.

Miguel Lopes Rodrigues

Leonor Figueiredo



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